Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA APLICADA
SILVIO PAULUK
ESTUDO DA ESTRUTURA CRISTALINA DE PIGMENTOS DE
ZIRCONITAS A PARTIR DOS SISTEMAS
ZrSiO
4
-Co
3
O
4
E ZrSiO
4
-Cr
2
O
3
UTILIZANDO O MÉTODO DE RIETVELD
PONTA GROSSA
2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
SILVIO PAULUK
ESTUDO DA ESTRUTURA CRISTALINA DE PIGMENTOS DE
ZIRCONITAS A PARTIR DOS SISTEMAS
ZrSiO
4
-Co
3
O
4
E ZrSiO
4
-Cr
2
O
3
UTILIZANDO O MÉTODO DE RIETVELD
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Química Aplicada
como requisito parcial à obtenção do título
de Mestre em Química Aplicada.
Orientador:
Prof. Dr. André Vitor Chaves de Andrade
PONTA GROSSA
2008
ads:
Dedico a
minha esposa: Simone,
meus filhos: Amon e Helamã
e a minha mãe: Teresa
AGRADECIMENTOS
Ao Criador, pelo dom da vida.
Ao Prof. Dr. André Vitor Chaves de Andrade pela contribuição com seus
conhecimentos e sugestões na orientação desta dissertação.
Ao Prof. Dr. Celso por oferecer o material necessário para análise das
amostras de zirconita e pelo apoio e interesse.
Ao Prof. Dr. José Caetano Zurita (in memorian) por sua atenção, amizade e
incentivo.
A todos, cujo apoio, interesse e sugestões contribuíram para a conclusão
dessa pesquisa.
RESUMO
Amostras de zirconita (ZrSiO
4
) o dopada e dopada com 1 %, 5 %, 10 % e
20 % em massa de cobalto e cromo, foram preparadas a partir da mistura
convencional de óxidos. Os pós obtidos foram analisados por difração de raios X,
com o objetivo de analisar a estrutura, identificar as fases formadas, quantificar
essas fases e sugerir uma possível ocupação do sitio de dopantes. O método de
Rietveld de refinamento de estruturas cristalinas foi utilizado na análise estrutural
dessas fases, o software de refinamento utilizado foi o Rietan-2000.
Nas amostras dopadas com cobalto, houve a formação de três novas fases
Co
2
SiO
4
cúbica, Co
2
SiO
4
romboédrica e ZrO
2
monoclínico, além das fases primárias
ZrSiO
4
tetragonal e Co
3
O
4
bica, enquanto que, na amostra não dopada observou-
se apenas a fase ZrSiO
4
tetragonal e nas amostras dopadas com cromo, não
ocorreu à formação de novas fases além das primárias ZrSiO
4
tetragonal e Cr
2
O
3
hexagonal. Verificou-se, então, que o dopante cobalto com 1 % favoreceu o
aparecimento da fase Co
2
SiO
4
cúbica, com 5 % apareceram às fases Co
2
SiO
4
cúbica, Co
2
SiO
4
romboédrica, com 10 % as três novas fases estavam presentes
Co
2
SiO
4
cúbica, Co
2
SiO
4
romboédrica e ZrO
2
monoclínico, com 20 % não
apareceram novas fases, havendo apenas a confirmação das fases identificadas,
o originado foi de tonalidade azul. A análise quantitativa de fases revelou que o
aumento das fases: Co
2
SiO
4
cúbica, Co
2
SiO
4
romboédrica e ZrO
2
causam
diminuição da fase ZrSiO
4
tetragonal. o dopante cromo não favoreceu o
aparecimento de novas fases em nenhuma das concentrações estudadas, o
originado foi de tonalidade verde.
As análises de volume da cela unitária, distância, ângulo e quantitativa não
permitem concluir que está havendo substituição, mas os resultados sugerem que
com até cerca de 5 % cobalto ocorre uma substituição no sitio do silício, acima desta
quantidade parece que a substituição começa ocorrer no sítio do zircônio também.
o cromo parece não interagir de forma a causar substituição na rede cristalina,
ficando apenas misturado na solução sólida da zirconita. Os indicadores dos
refinamentos realizados com todas as amostras indicam a boa qualidade dos
resultados obtidos.
Palavras-chave: Difração de raios X, Rietveld, Rietan-2000 e zirconita.
ABSTRACT
Samples of zircon (ZrSiO
4
) not doped and doped with 1 %, 5 %, 10 % and 20
% in mass of cobalt and chrome, they were prepared from the conventional ceramic
method. The powder obtained was analyzed by X-Ray diffraction, with the aim of
analyzing the structure, identifying the formed phases, quantifying these phases and
suggesting a possible doping site occupation. Rietveld method of crystalline
structures refinement was used in the structural analysis of the phases, the
refinement software used was Rietan-2000.
In the samples doped with cobalt there was a formation of three new phases:
Co
2
SiO
4
cubic, Co
2
SiO
4
trigonal and ZrO
2
monoclinic, besides the primary phases
ZrSiO
4
tetragonal and Co
3
O
4
cubic, while in the not doped sample we could only see
the ZrSiO
4
tetragonal phase, and in the samples doped with chrome didn´t occur the
formation of new phases besides the primaries ZrSiO
4
tetragonal and Cr
2
O
3
hexagonal.
It was verify, then, that the cobalt doped with 1 % collaborated to the
appearing of Co
2
SiO
4
cubic phase, the Co
2
SiO
4
cubic, Co
2
SiO
4
trigonal phases
appeared with 5 %, with 10 % there were the tree new phases: Co
2
SiO
4
cubic,
Co
2
SiO
4
trigonal and ZrO
2
monoclinic, there weren´t new phases with 20 % there
was only the affirmation of the identified phases. The powder produced was the blue
shade.
The quantitative phases analysis revealed that the increasing of the Co
2
SiO
4
cubic, Co
2
SiO
4
trigonal and ZrO
2
monoclinic phases causes decreasing of the ZrSiO
4
tetragonal phase. But the chrome dope didn´t help in the appearing of new phases in
any of the concentrations studied. The powder obtained was of green shade.
The volume analysis of the unitary cell, distance, angle and quantitative don´t
allow us to conclude that a substitution is happening, but the results suggest that until
about 5 % of cobalt a substitution occurs in the silicon site, it looks like that over this
quantify it also begins to happen a substitution in the zirconium site. Yet the chrome
don´t seem to interact so that can cause substitution in the crystal structure, only
remaining mixtured in the zirconite solid solution. The refinement indicators made
with all the samples indicate the good quality of the obtained results.
Keywords: X-Ray diffraction, Rietveld Method, Zirconite.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 -
Forma tetragonal bipiramidal dos cristalitos de zirconita ...............................
18
FIGURA 2 -
Figura obtida do programa Diamond Demonstration Version 2.0. Exemplo
de uma amostra cristalina, mostrando que os átomos de NaCl estão
arranjados periodicamente .............................................................................
23
FIGURA 3 -
As quatorze redes de Bravais ........................................................................
25
FIGURA 4 -
Pastilha de zirconita dopada com cobalto, tonalidade azul ............................
40
FIGURA 5 -
Pastilha de zirconita dopada com cromo, tonalidade verde ...........................
40
FIGURA 6 -
Gráfico de Rietveld obtido utilizando a função de perfil split pseudo-Voigt de
Toraya, refinando background, fator de escala e os parâmetros iniciais:
grupo espacial, parâmetros da cela unitária, radiação de fundo, número de
fórmulas unitárias por cela unitária ................................................................
45
FIGURA 7 -
Gráfico de Rietveld após refinamento assimetria, posições atômicas e
fwhm ...............................................................................................................
47
FIGURA 8 -
Gráfico de Rietveld após a rodada final do refinamento ................................
46
FIGURA 9 -
Gráfico de Rietveld do refinamento realizado com a amostra ZrSiO
4
não
dopada, tratada termicamente a 1150ºC. A curva da diferença entre o perfil
observado e o perfil calculado indica a boa qualidade do refinamento ..........
51
FIGURA 10 -
Gráfico de Rietveld do refinamento realizado com a amostra ZrSiO
4
dopada
com 1% de Co
3
O
4
, tratada termicamente a 1150ºC. A curva da diferença
entre o perfil observado e o perfil calculado indica a boa qualidade do
refinamento ....................................................................................................
53
FIGURA 11 -
Gráfico de Rietveld do refinamento realizado com a amostra ZrSiO
4
dopada
com 5% de Co
3
O
4
, tratada termicamente a 1150ºC. A curva da diferença
entre o perfil observado e o perfil calculado indica a boa qualidade do
refinamento ....................................................................................................
55
FIGURA 12 -
Gráfico de Rietveld do refinamento realizado com a amostra ZrSiO
4
dopada
com 10% de Co
3
O
4
, tratada termicamente a 1150ºC. A curva da diferença
entre o perfil observado e o perfil calculado indica a boa qualidade do
refinamento ....................................................................................................
57
FIGURA 13 -
Gráfico de Rietveld do refinamento realizado com a amostra ZrSiO
4
dopada
com 20% de Co
3
O
4
, tratada termicamente a 1150ºC. A curva da diferença
entre o perfil observado e o perfil calculado indica a boa qualidade do
refinamento ....................................................................................................
60
FIGURA 14 -
Variação do volume da cela unitária das amostras de ZrSiO
4
não dopada e
dopadas com cobalto .....................................................................................
61
FIGURA 15 -
Análise da diferença entre a quantidade inicial e final da fase ZrSiO
4
...........
62
FIGURA 16 -
Variação dos ângulos de ligações químicas nas amostras não dopada de
zirconita e dopada com cobalto ......................................................................
63
FIGURA 17 -
Variação da distância de ligação entre Si-O, nas amostras não dopada de
zirconita e dopada com cobalto ......................................................................
64
FIGURA 18 -
Variação da distância de ligação entre Zr-O, nas amostras não dopada de
zirconita e dopada com cobalto ......................................................................
65
FIGURA 19 -
Gráfico de Rietveld do refinamento realizado com a amostra ZrSiO
4
dopada com 1% de Cr
2
O
3
, tratada termicamente a 1150ºC. A curva da
diferença entre o perfil observado e o perfil calculado indica a boa
qualidade do refinamento ...............................................................................
68
FIGURA 20 -
Gráfico de Rietveld do refinamento realizado com a amostra ZrSiO
4
dopada com 5% de Cr
2
O
3
, tratada termicamente a 1150ºC. A curva da
diferença entre o perfil observado e o perfil calculado indica a boa
qualidade do refinamento ...............................................................................
70
FIGURA 21 -
Gráfico de Rietveld do refinamento realizado com a amostra ZrSiO
4
dopada com 10% de Cr
2
O
3
, tratada termicamente a 1150ºC. A curva da
diferença entre o perfil observado e o perfil calculado indica a boa
qualidade do refinamento ...............................................................................
72
FIGURA 22 -
Gráfico de Rietveld do refinamento realizado com a amostra ZrSiO
4
dopada com 20% de Cr
2
O
3
, tratada termicamente a 1150ºC. A curva da
diferença entre o perfil observado e o perfil calculado indica a boa
qualidade do refinamento ...............................................................................
73
FIGURA 23 -
Variação do volume da cela unitária das amostras de ZrSiO
4
não dopada e
dopadas com cromo .......................................................................................
74
FIGURA 24 -
Análise da diferença entre a quantidade inicial e final da fase ZrSiO
4
utilizando como dopante o cromo ..................................................................
75
FIGURA 25 -
Variação dos ângulos de ligações químicas nas amostras não dopada de
zirconita e dopada com cobalto ......................................................................
77
FIGURA 26 -
Variação da distância de ligação entre Si-O, nas amostras não dopada de
zirconita e dopada com cromo .......................................................................
78
FIGURA 27 -
Variação da distância de ligação entre Zr-O, nas amostras não dopada de
zirconita e dopada com cromo .......................................................................
78
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 -
Os sete sistemas cristalinos e seus parâmetros de rede .................................
24
TABELA 2 -
Quantidade em % de massa de zirconita e óxido de cobalto ...........................
39
TABELA 3 -
Quantidade em % de massa de zirconita e óxido de cromo ............................
40
TABELA 4 -
Modelo estrutural adotado para a fase ZrSiO
4
(I41/amd), ficha # 9000226 .....
42
TABELA 5 -
Modelo estrutural adotado para a fase Co
3
O
4
(Fd3m), ficha # 9005548 ..........
42
TABELA 6 -
Modelo estrutural adotado para a fase Co
2
SiO
4
(Fd3m), ficha # 9000394 ......
42
TABELA 7 -
Modelo estrutural adotado para a fase Co
2
SiO
4
(Pbnm), ficha # 9005858 ....
43
TABELA 8 -
Modelo estrutural adotado para a fase ZrO2 (P 1 21/c 1), ficha # 9006862 .....
43
TABELA 9 -
Modelo estrutural adotado para a fase Cr
2
O
3
(R -3 c), ficha # 9007621 ...........
43
TABELA 10 -
Fases primárias e secundárias identificadas nos sistemas ZrSiO
4
dopados
com 1%, 5%, 10% e 20% de cobalto, tratados termicamente a 1150
0
C. O
sistema de fase única é constituído exclusivamente por ZrSiO
4
tetragonal .....
50
TABELA 11 -
Dimensões da cela unitária, volume da cela unitária, densidade da cela
unitária e indicadores de refinamento da fase ZrSiO
4
tetragonal, após o
refinamento de Rietveld, realizado no programa Rietan-2000 .........................
51
TABELA 12 -
Amostras de ZrSiO
4
dopadas com 1% de óxido de cobalto, dimensões da
cela unitária, volume da cela unitária, densidade da cela unitária e
indicadores de refinamento das fases ZrSiO
4
tetragonal, Co
3
O
4
cúbico e
Co
2
SiO
4
cúbico, após o refinamento de Rietveld, realizado no programa
Rietan-2000. Os valores sem desvio padrão indicam que o parâmetro foi
mantido constante a fim de evitar correlação durante o refinamento ...............
52
TABELA 13 -
Amostras de ZrSiO
4
dopadas com 5% de óxido de cobalto, dimensões da
cela unitária, volume da cela unitária, densidade da cela unitária e
indicadores de refinamento das fases ZrSiO
4
tetragonal, Co
3
O
4
cúbico,
Co
2
SiO
4
cúbico e Co
2
SiO
4
romboédrico, após o refinamento de Rietveld,
realizado no programa Rietan-2000. Os valores sem desvio padrão indicam
que o parâmetro foi mantido constante a fim de evitar correlação durante o
refinamento .......................................................................................................
54
TABELA 14 -
Amostras de ZrSiO
4
dopadas com 10% de óxido de cobalto, dimensões da
cela unitária, volume da cela unitária, densidade da cela unitária e
indicadores de refinamento das fases: ZrSiO
4
tetragonal, Co
3
O
4
cúbico,
Co
2
SiO
4
cúbico, Co
2
SiO
4
romboédrico e ZrO
2
monoclínico após o
refinamento de Rietveld, realizado no programa Rietan-2000. Os valores
sem desvio padrão indicam que o parâmetro foi mantido constante a fim de
evitar correlação durante o refinamento ...........................................................
56
TABELA 15 -
Amostras de ZrSiO
4
dopadas com 20% de óxido de cobalto, dimensões da
cela unitária, volume da cela unitária, densidade da cela unitária e
indicadores de refinamento das fases: ZrSiO
4
tetragonal, Co
3
O
4
cúbico,
Co
2
SiO
4
cúbico, Co
2
SiO
4
romboédrico e ZrO
2
monoclínico após o
refinamento de Rietveld, realizado no programa Rietan-2000. Os valores
sem desvio padrão indicam que o parâmetro foi mantido constante a fim de
evitar correlação durante o refinamento ...........................................................
58
TABELA 16 -
Análise quantitativa da zirconita não dopada e dopada com óxido de cobalto
nas quantidades citadas na tabela ...................................................................
62
TABELA 17 -
Análise de ângulos entre as ligações químicas da zirconita não dopada e
dopada com óxido de cobalto nas quantidades citadas na tabela, os valores
estão em º .........................................................................................................
63
TABELA 18 -
Análise de distância interatômica da zirconita não dopada e dopada com
óxido de cobalto nas quantidades citadas na tabela, os valores estão em Å ..
64
TABELA 19 -
Fases primárias identificadas nos sistemas ZrSiO
4
dopados com 1%, 5%,
10% e 20% de cromo, tratados termicamente a 1150
0
C. O sistema de fase
única é constituído exclusivamente por ZrSiO
4
tetragonal ...............................
66
TABELA 20 -
Amostras de ZrSiO
4
dopadas com 1% de óxido de cromo, dimensões da cela
unitária, volume da cela unitária, densidade da cela unitária e indicadores de
refinamento das fases ZrSiO
4
tetragonal, Cr
2
O
3
hexagonal, após o
refinamento de Rietveld, realizado no programa Rietan-2000. Os valores
sem desvio padrão indicam que o parâmetro foi mantido constante a fim de
evitar correlação durante o refinamento ...........................................................
67
TABELA 21 -
Amostras de ZrSiO
4
dopadas com 5% de óxido de cromo, dimensões da cela
unitária, volume da cela unitária, densidade da cela unitária e indicadores de
refinamento das fases ZrSiO
4
tetragonal, Cr
2
O
3
hexagonal, após o
refinamento de Rietveld, realizado no programa Rietan-2000. Os valores
sem desvio padrão indicam que o parâmetro foi mantido constante a fim de
evitar correlação durante o refinamento ...........................................................
69
TABELA 22 -
Amostras de ZrSiO
4
dopadas com 10% de óxido de cromo, dimensões da
cela unitária, volume da cela unitária, densidade da cela unitária e
indicadores de refinamento das fases ZrSiO
4
tetragonal, Cr
2
O
3
hexagonal,
após o refinamento de Rietveld, realizado no programa Rietan-2000. Os
valores sem desvio padrão indicam que o parâmetro foi mantido constante a
fim de evitar correlação durante o refinamento ................................................
71
TABELA 23 -
Amostras de ZrSiO
4
dopadas com 10% de óxido de cromo, dimensões da
cela unitária, volume da cela unitária, densidade da cela unitária e
indicadores de refinamento das fases ZrSiO
4
tetragonal, Cr
2
O
3
hexagonal,
após o refinamento de Rietveld, realizado no programa Rietan-2000. Os
valores sem desvio padrão indicam que o parâmetro foi mantido constante a
fim de evitar correlação durante o refinamento ................................................
73
TABELA 24 -
Análise quantitativa da zirconita não dopada e dopada com óxido de cromo
nas quantidades citadas na tabela ...................................................................
75
TABELA 25 -
Análise de ângulos entre as ligações químicas da zirconita não dopada e
dopada com óxido de cromo nas quantidades citadas na tabela, os valores
estão em º .........................................................................................................
76
TABELA 26 -
Análise de distância interatômica da zirconita não dopada e dopada com
óxido de cromo nas quantidades citadas na tabela, os valores estão em Å ....
77
LISTA DE SIMBOLOS
A Parâmetro de assimetria
B Parâmetro de deslocamento atômico (vibração térmica) isotrópico do
átomo
d Espaçamento perpendicular aos planos da rede
F
o
e F
c
Fatores estrutura observado e calculado, respectivamente
Fwhm (full-width-at-half-maximum): Largura-total-a-meia-altura de um pico de
difração
G Função de perfil gaussiana
h(2θ) Função que define o perfil de difração observado
h,k,l Índices de Miller
J Fator de multiplicidade
K Constante de Scherrer
L Função de perfil lorentziana
Lp Fator de Lorentz polarização
η Fração Lorentziana para a função de perfil pseudo-Voigt
P Número de parâmetros ajustados
pV Função de perfil pseudo-Voigt
R
I
Índice da qualidade do refinamento em função das intensidades dos
picos de Bragg
R
e
Índice estatisticamente esperado para R
WP
R
P
Índice da qualidade do refinamento padrão
R
WP
Índice ponderado da qualidade do refinamento em função dos pontos
do perfil de difração de raios X
s "goodness of fit" ou precisão do ajuste
S Fator escala utilizado no cálculo de y
ic
U,V,W Parâmetros que definem a largura total a meia altura
V Volume da cela unitária
X/a Y/b, Z/c Coordenadas fracionárias do átomo na
posição equivalente na cela
unitária
y
io
Intensidade do i.
o
ponto do perfil de difração - o: observado
Y
ic
Intensidade do i.
o
ponto do perfil de difração - c: calculado
Y
ib
Intensidade do i.
o
ponto do perfil de difração - b: radiação de fundo
Φ ângulo de fase
θ Ângulo difração
λ Comprimento de onda da radiação
2ω/β Razão entre a largura-total-a-meia-altura e a largura integral,
característica da função de Voigt
2θ Ângulo de Bragg
2θ Ângulo entre o feixe difratado e o feixe transmitido
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................ 14
CAPÍTULO 1 -REVISÃO DA LITERATURA ..................................................
17
CAPÍTULO 2 -DIFRAÇÃO DE RAIOS X ....................................................... 22
2.1 Cristalografia .................................................................................. 23
2.2 Raios X ...........................................................................................
25
2.2.1 Difração de raios X .........................................................................
26
2.2.2 Método do Pó .................................................................................
27
CAPÍTULO 3 -MÉTODO DE RIETVELD ........................................................
29
3.1 Introdução ...................................................................................... 30
3.2 Funções do Rietan-2000 ................................................................
32
3.3 Indicadores de erro dos refinamentos ............................................
36
CAPÍTULO 4 -MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................
38
4.1 Preparação das amostras de zirconita ..........................................
39
4.2 Coleta dos dados de difração ........................................................ 41
4.3 Identificação das fases .................................................................. 41
4.4 Seleção dos modelos estruturais ................................................... 41
4.4.1 Fase ZrSiO
4
zirconita ..................................................................... 42
4.4.2 Fase Co
3
O
4
óxido de cobalto ......................................................... 42
4.4.3 Fase Co
2
SiO
4
silicato de cobalto ....................................................
42
4.4.4 Fase Co
2
SiO
4
silicato de cobalto ....................................................
43
4.4.5 Fase ZrO
2
óxido de zircônio ........................................................... 43
4.4.6 Fase Cr
2
O
3
óxido de cromo ............................................................
43
4.5 Escolha do programa Rietan-2000 ................................................ 43
4.6 Estratégia de refinamento .............................................................. 44
4.7 Seleção do modelo de orientação preferencial ..............................
48
CAPÍTULO 5 -RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................... 49
5.1 Resultados dos sistemas de zirconita e cobalto ............................ 50
5.1.1 Fases identificadas ........................................................................ 50
5.1.2 Resultado dos refinamentos .......................................................... 51
5.1.2.1 Zirconita não dopada ..................................................................... 51
5.1.2.2 Zirconita com 1% de cobalto ..........................................................
52
5.1.2.3 Zirconita com 5% de cobalto ..........................................................
53
5.1.2.4 Zirconita com 10% de cobalto ........................................................
55
5.1.2.5 Zirconita com 20% de cobalto .......................................................
58
5.1.3 Análise de volume, quantitativa de fases, distância e ângulo ........
60
5.1.3.1 Análise de volume ..........................................................................
60
5.1.3.2 Análise quantitativa da fase ZrSiO
4
................................................
61
5.1.3.3 Análise de distância e ângulo 63
5.2 Resultados dos sistemas de zirconita e cromo ..............................
65
5.2.1 Fases identificadas ........................................................................ 65
5.2.2 Resultado dos refinamentos .......................................................... 66
5.2.2.1 Zirconita com 1% de cromo ........................................................... 66
5.2.2.2 Zirconita com 5% de cromo ........................................................... 68
5.2.2.3 Zirconita com 10% de cromo ......................................................... 70
5.2.2.4 Zirconita com 20% de cromo ........................................................ 72
5.2.3 Análise de volume, quantitativa de fases, distância e ângulo ........
74
5.2.3.1 Análise de volume ..........................................................................
74
5.2.3.2 Análise quantitativa da fase ZrSiO
4
............................................... 74
5.2.3.3 Análise de distância e ângulo ........................................................ 76
CAPÍTULO 6 -CONCLUSÕES .......................................................................
80
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 84
INTRODUÇÃO
14
INTRODUÇÃO
Nesta dissertação, o objeto de estudo foram os pigmentos de zirconitas
baseado nos sistemas ZrSiO
4
-Co
3
O
4
e ZrSiO
4
-Cr
2
O
3.
Os pigmentos são largamente
utilizados na indústria cerâmica e devido à estabilidade térmica, anti-corrosiva e
excelentes propriedades mecânicas como rigidez, resistência à fratura e dureza, os
sistemas de zirconitas têm sido muito utilizados como matriz para pigmentos pela
indústria cerâmica e tecnológica.
Devido a isso esse estudo foi realizado para verificar a influência do cobalto e
cromo como dopantes na formação das fases e estrutura do material. A difração de
raios X é um dos métodos mais utilizados na caracterização estrutural e micro
estrutural dos materiais.
Em particular, o método do tem sido amplamente utilizado na
caracterização de materiais policristalinos, uma vez que o método permite a
obtenção de um padrão de difração sobre o qual é possível um grande número de
análises. Por esta razão, neste trabalho foi usado o Método de Rietveld (MR) para
realizar os estudos da estrutura cristalina da zirconita. O MR é um método de
refinamento de estruturas cristalinas, fazendo uso de dados de difração de raios X
ou de nêutrons, por pó.
Neste trabalho, serão estudadas as variações causadas na rede cristalina da
zirconita com a adição de cobalto ou cromo, buscando descobrir se os íons
dopantes estão ocupando espaços vazios na estrutura ou realizando alguma
substituição.
Assim, os objetivos deste trabalho foram:
15
Estudar a estrutura cristalina dos pigmentos de zirconitas a partir do
sistema ZrSiO
4
-Co
3
O
4
e ZrSiO
4
-Cr
2
O
3,
utilizando difração de raios X e
o Método de Rietveld.
Identificar as fases formadas nos sistemas de zirconitas dopadas com
cobalto ou cromo.
Refinar as estruturas cristalinas utilizando o Método de Rietveld.
Determinar a quantidade de fases cristalinas quando for necessário.
Efetuar análise da ocupação do sítio de dopantes.
Esta dissertação está dividida em seis capítulos. O Capítulo I apresenta a
revisão da literatura, e aborda aspectos importantes das zirconitas.
O Capítulo II discute sobre a difração de raios X.
O Capítulo III: O Método de Rietveld (com um esboço sobre o método e as
funções matemáticas utilizadas pelo Rietan-2000).
O Capítulo IV: Materiais e Métodos (Método de preparação da zirconita,
Coleta de dados de difração, identificação de fases, seleção dos modelos
estruturais, escolha do programa Rietan-2000, estratégias de refinamento, seleção
do modelo de orientação preferencial).
O Capítulo V traz os resultados e discussões (refinamentos, análise de
volume, análise quantitativa de fases, distância e ângulos de ligação)
O Capítulo VI traz as conclusões a respeito dos estudos realizados nesta
dissertação.
16
CAPÍTULO 1
REVISÃO DA LITERATURA
17
CAPÍTULO 1 REVISÃO DA LITERATURA
A zirconita
1-10
ou silicato de zircônio (ZrSiO
4
) é um composto cristalino muito
estável, é encontrada em várias cores, seu brilho é semelhante ao do diamante,
seus cristais variam de transparentes a translúcidos, sua dureza é de 7,5, seu peso
específico fica entre 4,6 a 4,7, sua clivagem ocorre em duas direções e quando
ocorre a fratura é de forma irregular, seu peso molecular é 183,31 g, a forma como
se distribuem seus átomos é um arranjo tetragonal (4/m 2/m 2/m) com terminações
piramidais conforme mostrado na figura 1, seu grupo espacial é I4
1
amd.
Figura 1 - Forma tetragonal bipiramidal dos cristalitos de zirconita, obtida no site
<http://www.galleries.com/ minerals/silicate/zircon/zircon.htm>. Acesso em 31 ago. 2006.
A zirconita pode ser encontrada na natureza na forma mineral em depósitos
secundários em: Seiland, Norway, Pakistan, Rússia, Bancroft, Sudbury, Ontario
Canadá and New Jersey and Colorado, USA (7), a zirconita também pode ser
preparada por métodos químicos, A formação da fase ZrSiO
4
através de métodos
químicos ocorre por meio de reação entre a fase tetragonal da zircônia (t-ZrO
2
) e a
fase amorfa da sílica (SiO
2
), como resultado se obtém pós estáveis
11
.
18
Os sistemas baseados em zirconita têm sido muito utilizados como pigmentos
para cerâmica,
12-14
devido às suas propriedades físicas como: a sua estabilidade
térmica, anti-corrosiva e excelentes propriedades mecânicas como rigidez,
resistência à fratura e dureza; além disso, ela pode ser misturada a diferentes
cromóforos, que permite uma variedade de cores nesses pigmentos
15,16
.
Os pigmentos de zirconita foram utilizados na cerâmica pela primeira vez em
1948, o sistema utilizado foi zirconita-vanadio
17
, desde então, tem sido utilizados
muitos pigmentos baseados nesse sistema. Segundo a “Association Of the
Manufactures Of Dry Colors Of The United States (DCMA)”
18
os íons praseodímio,
vanádio e ferro são utilizados como pigmento nessa matriz, obtendo
respectivamente as cores amarela, azul e rosa.
Muitos estudos têm sido realizados para se analisar as fases formadas nos
sistemas de zirconitas com Pr, V e Fe
19-22
.
Entretanto, não foram encontrados
resultados desse sistema utilizando-se como dopantes o cobalto e o cromo.
A ocupação do sítio de dopantes tem sido estudada em alguns trabalhos
sobre sistemas de zirconitas
19, 21, 23-27
. Esses trabalhos estudam a influência que
os dopantes vanádio, ferro e praseodímio
tem na matriz e procuram identificar se
a substituição ocorre no sítio do silício ou do zircônio.
Os dopantes são utilizados para melhorar as propriedades dos materiais.
Existe um grande interesse no estudo das variações que eles causam na estrutura e
micro-estrutura e na proporção das fases formadas. O material em alguns casos
atinge as características necessárias com uma pequena adição de dopantes, a qual
pode não causar variações estruturais observadas por difração de raios X. Devido a
isso, é importante uma análise dos efeitos de dopantes na rede cristalina desde
19
baixas até altas concentrações
29
.
Neste trabalho será utilizado o Método de Rietveld
30, 31
no estudo da estrutura
cristalina das zirconitas.
Existem muitas técnicas de caracterização de materiais policristalinos:
difração de nêutrons (DN), difração de raios X (DRX), infravermelho (IV),
microscopia eletrônica de transmissão (MET), microscopia eletrônica de varredura
(MEV), ressonância magnética nuclear (RMN), ultra violeta (UV), etc. Cada uma é
mais indicada para determinado fim e muitas podem ser utilizadas para
complementar ou corroborar as conclusões obtidas pela outra técnica. A difração de
raios X é uma ferramenta exemplar no estudo de materiais policristalinos,
32, 33, 34, 35
pois possibilita um grande número de análises:
identificação de fases cristalinas presentes numa amostra multifásica,
refinamentos de cela unitária,
determinação de tamanho de cristalito,
determinação da microdeformação do retículo cristalino (microestrutura),
análise quantitativa de fases,
determinação de estruturas cristalinas,
refinamento de estruturas cristalinas,
determinação de orientação preferencial (textura), etc.
São vários métodos para cada um dos objetivos acima. Há, porém um método
que permite simultaneamente:
realizar refinamento de cela unitária,
refinamento de estrutura cristalina,
análise de microestrutura,
análise quantitativa de fases,
20
determinação de orientação preferencial.
Este é o Método de Rietveld
29, 30, 31
(MR) desenvolvido como um método para
refinamento de estruturas, estendido posteriormente para aplicação na análise
quantitativa de fases e estudos de microdeformação
36, 37, 38
. O método de Rietveld é
baseado na comparação entre um padrão de difração observado e calculado. O
padrão calculado é obtido utilizando-se a cela unitária como base para a definição
das posições dos picos, as posições atômicas e parâmetros rmicos para definição
das intensidades, uma função analítica variando com o ângulo de Bragg para
descrever a forma e largura dos picos, e a intensidade da radiação de fundo. Este
padrão calculado é, então, comparado ao padrão observado e os parâmetros do
modelo são ajustados pelo método dos mínimos quadrados. A introdução de
modelos matemáticos permite também a correção de efeitos de erros sistemáticos,
provenientes da estrutura da amostra e da geometria do difratômetro de raios X. O
método permite a definição das posições e intensidades das reflexões de Bragg, de
modo que, mesmo havendo sobreposição dos picos, as intensidades das reflexões
de cada fase podem ser avaliadas com boa precisão
32, 37, 39
. A obtenção de dados
digitais por difratômetros automáticos e a evolução dos métodos computacionais,
estimulou o desenvolvimento do todo de Rietveld. Os programas computacionais
41-47
para aplicação do método têm sido constantemente aperfeiçoados por vários
autores.
21
CAPÍTULO 2
DIFRAÇÃO DE RAIOS X
22
CAPITULO 2 DIFRAÇÃO DE RAIOS X
2.1 Cristalografia
Um cristal pode ser definido como um sólido composto de átomos arranjados
em um padrão periódico em três dimensões figura 2
45
. Um exemplo é o do sal,
NaCl, cuja estrutura consiste em átomos de Sódio e Cloro dispostos de forma que
um átomo de Sódio terá sempre átomos de cloro como vizinhos e vice-versa.
Figura 2 - Figura obtida do programa Diamond Demonstration Version 2.0 a partir de dados
estruturais do NaCl. Exemplo de uma amostra cristalina, mostrando que os átomos estão arranjados
periodicamente.
A unidade básica de uma amostra cristalina é a cela unitária. A rede cristalina
define a forma e o tamanho da cela unitária e o arranjo periódico dos átomos no
espaço
48, 49
.
Os cristais são representados por sistemas,
50,51
ao todo existem sete
sistemas cristalinos, tabela 1, que são: cúbico, tetragonal, ortorrômbico, romboédrico
ou trigonal, hexagonal, monoclínico e triclínico. As quatorze redes de Bravais são
formadas por estes sete sistemas cristalinos, como se pode observar na figura 3.
23
Tabela 1 - Os sete sistemas cristalinos e seus parâmetros de rede.
Sistema Parâmetros de rede
Cúbico a = b = c
α = β = γ = 90
o
Tetragonal a = b c
α = β = γ = 90
o
Ortorrômbico a b c
α = β = γ = 90
o
Romboédrico a = b = c
α = β = γ 90
o
Hexagonal a = b c
α = β = 90
o
; γ = 120
o
Monoclínico a b c
α = γ = 90
o
β
Triclínico a b c
α β γ 90
o
As redes de Bravais
52
recebem símbolos denominados símbolos de rede, são
eles: P, que designa uma rede de primitiva ou simples; I, rede de corpo-centrado; F,
rede de face-centrada; C; rede de base-centrada e, R, uma rede de romboédrica
primitiva.
Ao todo utilizando os sete sistemas cristalinos, as redes de Bravais e os 32
grupos pontuais, formam-se 230 grupos espaciais, todos os cristais pertencem a um
desses grupos espaciais.
24
Figura 3 - As quatorze redes de Bravais
2.2 Os raios X
Os raios X foram descobertos
53
pelo cientista alemão Willian Conrad
Röentgen em 1895 e desde então começaram a ser amplamente utilizados nas mais
diversas áreas do conhecimento humano como pesquisa, medicina, indústria e
segurança.
Os raios X são
54
ondas eletromagnéticas e possuem comprimentos de onda
que variam de 1 nm até 1 pm aproximadamente.
Uma das aplicações dos raios X na ciência é a difração de raios X em
materiais policristalinos, os comprimentos de onda utilizados nesta faixa estão entre
25
0,5 a 2,5 Å.
2.2.1 A difração de raios X
A difração
54, 55
é uma propriedade ondulatória que faz com que a radiação
contorne um obstáculo ou uma abertura. O efeito de difração aumenta quando a
dimensão física da abertura ou obstáculo aproxima-se do comprimento de onda da
radiação. A difração da radiação resulta em interferências que produzem anéis,
linhas ou pontos escuros (interferência destrutiva) e claros (interferência construtiva),
dependendo do objeto que causa a difração. A difração também pode ser entendida
como a interação entre ondas e uma estrutura regular que se repete com distâncias
parecidas com o comprimento de onda da onda considerada.
Max Von Laue em 1912 concebeu a possibilidade de se realizar a difração de
raios X, utilizando uma estrutura cristalina como rede de difração. Na mesma época
outro pesquisador Willian Henry Bragg e seu filho William Lawrence Bragg
demonstraram uma relação que Laue não percebeu e passou a ser conhecida como
lei de Bragg, dada pela equação 1, onde o ângulo de difração é θ, λ é o
comprimento de onda da radiação e d é o espaçamento perpendicular entre os
planos da rede, esta equação é fundamental para o estudo de estruturas cristalinas
com o uso da difração de raios X.
n λ= 2 d senθ (1)
A lei de Bragg estabelece, portanto, que irá ocorrer difração quando a
diferença de percurso entre duas ondas for um número inteiro de comprimento de
onda. Dessa maneira, as ondas difratadas estarão em fase, reforçando uma a outra
e resultando numa interferência construtiva.
26
Na difração, dois fatores geométricos devem ser levados em conta: (i) o feixe
incidente, a normal ao plano refletor e o feixe difratado são coplanares; (ii) o ângulo
entre o feixe difratado e o feixe transmitido é sempre 2θ, este é conhecido como
ângulo de difração e é este ângulo, ao invés de θ, que é usualmente medido
experimentalmente.
2.2.2 O MÉTODO DO PÓ
As amostras a serem analisadas por difração de raios X podem estar na
forma de monocristais ou policristais. As amostras policristalinas são utilizadas na
técnica conhecida como método do ,
32
onde se utiliza um fino constituído por
cristalitos orientados aleatoriamente.
Muitos materiais são compostos de bilhões de pequenos cristalitos. Esses
materiais o agregados policristalinos ou pós. Muitos materiais de interesse
tecnológico o policristalinos: cerâmicas, polímeros e metais. A incidência de um
feixe de radiação monocromática na amostra irá produzir um padrão, que quando
analisado revela informações do arranjo micro estrutural da amostra, como:
parâmetros de cela unitária, o grau de cristalinidade, identificar e quantificar as fases
presentes e todos os possíveis planos interatômicos terão a incidência do feixe.
Contudo, a difração de cada tipo de plano somente ocorrerá no seu ângulo de
difração característico θ. Assim, se mudarmos o ângulo experimental 2θ, serão
gerados todos os picos de difração possíveis que podem ser produzidos de
cristalitos orientados de maneira diferente no pó.
No estudo de agregados policristalinos através do método do pó, a amostra é
colocada, fixada a um porta-amostra com cuidado e submetida a um feixe de raios X
27
monocromático. Cada partícula deste pó se comporta como um pequeno cristal, com
orientação aleatória em relação ao feixe de raios X incidente.
28
CAPÍTULO 3
MÉTODO DE RIETVELD
29
CAPÍTULO 3 O MÉTODO DE RIETVELD
3.1 Introdução
O Método Rietveld é um método de refinamento de estrutura por ajuste do
padrão total, fazendo uso de dados de difração de raios X ou de nêutrons, por pó
30,
31
. A estrutura cristalina é refinada de forma a fazer com que o difratograma
calculado com base na estrutura cristalina tenha os índices de erro do refinamento
próximo de zero ou se aproxime “o melhor possível” do difratograma observado. O
difratograma observado deve ser obtido num processo de varredura passo-a-passo
com incremento constante em 2θ. Quando o ajuste ficou “o melhor possível”, é
porque os valores obtidos para o conjunto dos parâmetros refinados representam a
melhor solução para o refinamento, ou seja, os valores atingidos no final do
refinamento representam à estrutura cristalina real (ou o melhor possível).
O melhor possível é fornecido como resultado, utilizando o “método dos
mínimos-quadrados”
32, 41
. O método dos mínimos-quadrados é aplicado para
equações lineares. Neste caso, a equação da intensidade de cada pico de difração
não é linear e vamos ver a seguir, como contornar esse problema.
y
ci
= φ
rsi
S J
h
Lp
h
|F
h
|
2
G
hi
a
hi
P
h
+ y
bi
(2)
onde y
ci
a intensidade calculada para esse ponto.
O conjunto de parâmetros P envolve todos os parâmetros para se calcular a
equação 2. Assim, para cada um dos n pontos do difratograma é calculada uma
intensidade y
i
a qual é comparada com a intensidade observada y
oi
. Variações nos
parâmetros podem alterar tanto a forma quanto a intensidade dos picos. O que o
método de Rietveld irá fazer é variar os parâmetros de forma a fazer com que a
30
soma do quadrado da diferença entre a intensidade observada e a calculada (ε
i
= y
i
-
y
oi
) atinja um valor mínimo. Ou seja, os parâmetros serão refinados através do
método de mínimos quadrados, onde a quantidade a ser minimizada é dada pela
equação 3 abaixo, chamada função minimização.
M = Σ
j
w
j
(y
oi
– y
i
)
2
= Σj w
j
(ε
i
)
2
(3)
Uma equação é criada para cada parâmetro refinado e então é construído um
sistema de n equações e n parâmetros. Resolve-se o sistema, e novos valores para
os parâmetros do conjunto P serão gerados. Este novo conjunto de parâmetros será
usado como conjunto inicial para um novo ciclo de refinamentos. Assim, de ciclo em
ciclo, os parâmetros são refinados até que a convergência dos parâmetros seja
obtida.
O padrão calculado ao se ajustar ao padrão observado fornece dados dos
parâmetros estruturais do material e parâmetros do perfil de difração.
Os parâmetros específicos de cada fase que variam durante o refinamento
36,
37
são:
a) estruturais:
posições atômicas,
parâmetros da cela unitária,
fatores de ocupação,
fator de escala,
parâmetros de vibração térmica.
b) não estruturais:
parâmetros da largura à meia altura (U, V, W),
assimetria,
orientação preferencial,
31
coeficientes da radiação de fundo.
O MR atualmente é a ferramenta que possibilita o maior número de análises
a partir do padrão de e existem bons programas de computador que utilizam o
método de Rietveld: DBWS-9807a, GSAS, Rietan, MAUD, todos “programas
gratuitos” ou “programas gratuitos para uso acadêmico”
41-44
. Recentemente Utuni e
colaboradores disponibilizaram o GNU/Linux Kcristal, que reúne vários desses
softwares em um sistema baseado em Programa Livre, com o objetivo de facilitar o
acesso ao MR e outras técnicas computacionais.
Uma vez conhecidas as bases do método, é relativamente fácil de aprender o
uso de um software em particular. Para aprender a usar determinado programa, é
necessário conhecimento básico em computação e principalmente, vontade de
aprender. O uso do manual é fundamental. O manual deve ser o principal
companheiro de trabalho. Além disso, é preciso acompanhar as evoluções do
método. Um bom recurso é acompanhar a lista de Rietveld, que é uma lista de
discussão por correio eletrônico. Nesta lista podem-se tirar dúvidas e é possível
entrar em contato com os principais nomes do método na atualidade. No site
http://www.ccp14.ac.uk informações sobre esta e outras listas de discussões podem
ser obtidas.
Neste trabalho foi escolhido o uso do software Rietan-2000
47, 56
, pelos
excelentes resultados que este apresenta quando se trata de refinamento de
estruturas. Este programa foi desenvolvido por Fujio Izumi, do National institute for
Research in Inorganic Materials, Universidade de Tsukuba, Japão.
3.2 Funções do Rietan-2000
Estão aqui algumas das funções matemáticas
56, 57, 58
utilizadas pelo Rietan-
32
2000 para realizar os refinamentos de estrutura cristalina:
Função de relaxamento parcial
H = ( U tan
2
θ
k
+ V tan
θ
k
+ W )
1/2
(4)
Onde:
H = é a largura total a meia altura.
θk = são os parâmetros de perfil primários para o ângulo de Bragg θ.
U V W = são os parâmetros de perfil secundários.
Para conseguir relaxamento de perfis parciais, o programa combina duas funções
de perfil, a pseudo –Voigt e a Pearson VII:
Função de perfil Pseudo-Voigt
+
+
+
+
×
+++
++
=
222/1
1
22
1
2lnexp
22ln
)1(
1
1
2
)]1(2ln[)1(2ln
)]1(2ln)[1(
)(
H
x
A
A
H
x
A
A
H
A
A
xf
LL
HHLL
HH
ππ
η
π
η
ηπηηπη
ηπη
(5)
Função Pearson VII
L
L
HL
m
m
H
m
H
L
m
L
H
x
A
A
m
m
m
mA
H
A
xf
+
+×
Γ
Γ
+
Γ
Γ
+
=
22
/1
1
/1/1
1
)12(1
)(12
)2/1(
)(12
)2/1(
)1(2
)(
π
(6)
Onde:
A = parâmetro de assimetria.
L = é a fração da componente Lorentz.
H = é a largura total a meia altura.
m = parâmetro de decaimento.
x = 2
θ
i
-2
θ
k
, 2
θ
i
é o passo do ângulo de difração.
33
Γ
= esta é a função gama.
A equação 5 é normalizada até que:
+∞
=1)( dxxf
(7)
A dependência de outros parâmetros de perfis primários da H (FWHM) na equação
(5) e (6) em função de
θ
k
é expressa em:
A= A
0
+ A
1
(
2
– 1/ sin
θ
k
) + A
2
( 2 - 1/sin
2
θ
k
) (8)
n = n
0
+ n
1
(2
θ
k
) (9)
m = -1,517 + 0,980 [ m
0
+ m
1
(2
θ
k
)] + 1,578 / [ m
0
+ m
1
(2
θ
k
)] (10)
Onde:
A
0
, A
1
,A
2
, n
0
, n
1
,m
0
e m
1
são todos parâmetros de perfil secundários.
Os parâmetros de perfil primários são separados em dois: um para baixo e outro
para alto ângulo em cada perfil de difração.
Aplicando isso à equação (5) para determinar à largura total a meia altura teremos
H
1
e H
2
, na componente de Lorenz e na Gaussiana.
Split pseudo-Voigt modificada de Toraya
+
+
+
+
×
+++
++
=
2
2
2
2
2/1
1
2
1
2
1
1
2lnexp
22ln
)1(
1
1
2
)]1(2ln[)1(2ln
)]1(2ln)[1(
)(
H
x
A
A
HH
x
A
A
H
A
A
xf
LL
HHLL
HH
π
η
π
η
ηπηηπη
ηπη
(11)
Com esta modificação a função pretende resolver os problemas de largura a meia
altura (FWHM) e a assimetria a baixos ângulos.
Função de background
=
=
11
0
)(
j
ijjbi
xFby
(12)
34
Onde:
)(
1
)(
12
)(
21 ijijiij
xF
j
j
xFx
j
j
xF
±±
±
±
±
=
(13)
minmax
minmax
2
θθ
θ
θ
θ
=
i
i
x
(14)
b
j
= parâmetros do background
X
i
= é a variável do ângulo de difração 2
θ
i
Função de orientação preferencial - March-Dollase Function
=
+=
k
m
j
jj
k
k
rr
m
P
1
2/32122
)sincos(
1
αα
(15)
Onde:
r
-1
e r
2
= parâmetros refináveis.
α
j
= ângulo entre o vetor de espalhamento da reflexão k e a direção da orientação
preferencial.
Fator de absorção
=
θθ
cos
exp
cos
st
A
(16)
Onde:
t = espessura do pó
s = coeficiente de absorção
Perfil de assimetria e peak shift
( )
( )
( )
i
n
j
j
g
n
θφθφ
2
13
1
2
1
±
=
=
(17)
ksksksj
i
TDZAf
θθθθθ
2sincos2cot22 ++++=
(18)
Onde:
(
)
θφ
2
= é assimetria da função pseudo-Voigt.
35
θ
2
= é a diferença fornecida pelo perfil de assimetria.
A
s
= perfil para cada mudança de pico.
Z = mudança no ponto zero
D
s
= deslocamento da amostra
T
s
= transparência da amostra.
3.3 Indicadores de erro dos refinamentos
É considerado o melhor resultado aquele que fornecer um difratograma de
raios X calculado mais próximo possível do observado
41, 56
. Ou seja, o que fornecer
o mais baixo índice Rwp , definido por
( )
=
i
ioi
i
icioi
wp
yw
yyw
R
2
2
100
(19)
onde w
i
é o peso atribuído ao
i
ponto durante o refinamento (w
i
= 1/y
io
).
Outros índices são calculados para auxiliar no julgamento da qualidade do
refinamento, são eles:
Re: valor estatisticamente esperado para o Rwp.
( )
2/1
100
+
=
ioi
e
yw
CPN
R
(20)
Onde:
P = número de parâmetros refinados.
N = número de observações.
36
C = número de vínculos aplicados.
S: goodness-of-fit”, compara o valor de Rwp obtido no refinamento com o esperado
Re, ou seja:
e
wp
R
R
S =
(21)
O valor ideal para esse índice no final do refinamento é 1,0, pois Re é o valor
estatisticamente esperado para RWP.
Ri: índice de Bragg,
=
o
co
i
I
II
R 100
(22)
Este índice indica o erro da estrutura cristalina calculada, portanto é determinante
na qualidade do refinamento.
37
CAPÍTULO IV
MATERIAIS E MÉTODOS
38
CAPÍTULO 4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Preparação das amostras de zirconita
As amostras foram preparadas pelo aluno de Juliano Duarte Albany sob a
orientação do Prof. Dr. Augusto Celso Antunes, do Departamento de Química. O
método utilizado foi o processo cerâmico convencional para mistura de óxidos.
O material usado foi ZrSiO
4
(silicato de zircônio), também foi utilizado o Co
3
O
4
(óxido de cobalto) e o Cr
2
O
3
(óxido de cromo) as quantidades em % de massa estão
descritas nas tabelas 2 e 3; todas as amostras foram homogeneizadas em água
destilada por um período de três horas, em seguida, as amostras foram deixadas na
estufa a 105 ºC até a completa evaporação da água, o produto formado foi
transformado em pó e tamisado em uma peneira de 200 mesh, os s resultantes
foram calcinados a 1150 ºC por uma hora.
Duas amostras de zirconitas foram fotografadas, na figura 4 pode-se se
observar a tonalidade azul da zirconita dopada com cobalto e na figura 5 observa-se
a tonalidade verde da zirconita com cromo.
As amostras de zirconitas foram dopadas com cobalto de acordo com as
proporções indicadas na tabela 2.
Tabela 2 - Quantidade em % de massa de zirconita e óxido de cobalto.
Amostra Ndop Co1 Co5 Co10 Co20
ZrSiO
4
100 99 95 90 80
Co
3
O
4
- 1 5 10 20
As amostras de zirconitas foram dopadas com cromo de acordo com as
proporções indicadas na tabela 3.
39
Tabela 3 - Quantidade em % de massa de zirconita e óxido de cromo.
Amostra Ndop Cr1 Cr5 Cr10 Cr20
ZrSiO
4
100 99 95 90 80
Cr
2
O
3
- 1 5 10 20
Figura 4 - Pastilha de zirconita dopada com cobalto, tonalidade azul.
Figura 5 - Pastilha de zirconita dopada com cromo, tonalidade verde.
40
4.2 Coleta dos dados de difração
As coletas dos dados de difração de raios X foram realizadas pelo método do
pó. Foi utilizado o difratômetro de raios X Shimadzu Labx XRD-6000, operando com
tubo de Cu a 40 kV e 30 mA em modo de varredura passo-a-passo, com passos de
0,02 graus e tempo por passo de 2 segundos , com fenda de divergência igual 1,0
o
e
fenda de recepção de 0,15 mm. O alcance das medidas foi de 15º a 130º.
4.3 Identificação das fases
As fases presentes nas amostras foram identificadas utilizando o todo da
suposição e tentativa erro fazendo uso do banco de dados de fases disponível na
internet no site www.crystallography.net, o acesso a essas informações é livre, os
arquivos são disponibilizados no formato *.cif e o programa GSAS
42, 43
consegue
importar informações de estrutura desses arquivos sem necessidade de digitação,
por esta versatilidade em se lançar fases e testar a sua presença foi usado este
programa para identificar as fases, utilizando o método de Rietveld para a
confirmação da presença das fases.
4.4 Seleção dos modelos estruturais
Modelos estruturais das fases presentes nas amostras de ZrSiO4 dopadas
com cobalto e com cromo.
Após a identificação das fases, as estruturas de cada fase foram pesquisadas
no banco de dados de estrutura disponibilizado no site www.cristallography.net, com
acesso livre. Os códigos correspondentes às estruturas cristalinas das fases
encontradas foram: (i) 9000226, para a fase ZrSiO
4
(I 4
1
/amd); (ii) 9005548, para a
fase Co
3
O
4
(Fd3m); (iii) 9000394, para a fase Co
2
SiO
4
(Fd3m); (iv) 9005858, para a
41
fase Co
2
SiO
4
(Pbnm); (v) 9006862, para a fase ZrO2 (P 1 2
1
/c 1); (vi) 9007621, para
a fase Cr
2
O
3
(R
_
3
c). As informações estruturais de cada uma dessas fases estão nas
tabelas 4, 5, 6, 7, 8 e 9, respectivamente.
Fase ZrSiO
4
zirconita
Tabela 4 - Modelo estrutural adotado para a fase ZrSiO
4
(I4
1
/amd), ficha # 9000226.
Fase: Zirconita; Grupo espacial: I4
1
/amd (# 141); Sistema:Tetragonal
a= b=6,607 Å c=5,982 Å;
α
=
β
=
δ
=90º; V=261,130 Å
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Zr 4 0 0,75000 0,12500 1 0,4
Si 4 0 0,75000 0,62500 1 0,5
O 16 0 0,0661(1) 0,1953(1) 1 0,7
Fase Co
3
O
4
óxido de cobalto
Tabela 5 - Modelo estrutural adotado para a fase Co
3
O
4
(Fd3m), ficha # 9005548.
Fase: Óxido de cobalto ; Grupo espacial: Fd3m (# 227); Sistema: cúbico
a= b=c=
8,0821 Å;
α
=
β
=
δ
=90º; V=
527,925 Å
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Co 16 0,12500 0,12500 0,12500 1,0
Co 8 0,50000 0,50000 0,50000 1,0
O 32 0,26270 0,26270 0,26270 1,0
Fase Co
2
SiO
4
silicato de cobalto
Tabela 6 - Modelo estrutural adotado para a fase Co
2
SiO
4
(Fd3m), ficha # 9000394.
Fase: silicato de cobalto; Grupo espacial: Fd3m (# 227); Sistema: cúbico
a= b=c=8,138 Å;
α
=
β
=
δ
=90º; V=538,956 Å
3
;
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Co 16 0,62500 0,62500 0,62500 0,984
Co 8 0,00000 0,00000 0,00000 0,032
Si 8 0,00000 0,00000 0,00000 0,968
Si 16 0,62500 0,62500 0,62500 0,016
O 32 0,36660 0,36660 0,36660 1,0
42
Fase Co
2
SiO
4
silicato de cobalto
Tabela 7 - Modelo estrutural adotado para a fase Co
2
SiO
4
(Pbnm), ficha # 9005858.
Fase: silicato de cobalto; Grupo espacial: Pbnm (# 62); Sistema: ortorrômbico
a= 4,7825 b= 10,3040c=
6,0041Å;
α
=
β
=
δ
=90º;
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Co 4 0,99190 0,27710 0,25000 1,0 0,00519
Co 4 0,00000 0,00000 0,00000 1,0 0,00659
Si 4 0,42790 0,09640 0,25000 1,0 0,00431
O 4 0,75780 0,09190 0,25000 1,0 0,00595
O 4 0,21370 0,45160 0,25000 1,0 0,00595
O 8 0,28790 0,16270 0,03320 1,0 0,00646
Fase ZrO
2
óxido de zircônio
Tabela 8 - Modelo estrutural adotado para a fase ZrO2 (P 1 2
1
/c 1), ficha # 9006862.
Fase: óxido de zircônio; Grupo espacial: P 1 2
1
/c 1 (# 14); Sistema:Monoclínico
a= 5,145 b=
5,2075 c=
5,3107Å;
α
= 90
β
= 99,23
δ
=90º;
Átomos Wycroff x y z Sof B (Å
2
)
Zr 4 0,27580 0,04110 0,20820 1 0,00384
O1 4 0,07030 0,33590 0,34060 1 0,00401
O2 4 0,44230 0,75490 0,47890 1 0,00290
Fase Cr
2
O
3
óxido de cromo
Tabela 9 - Modelo estrutural adotado para a fase Cr
2
O
3
(R
_
3
c), ficha # 9007621.
Fase: Óxido de cromo ; Grupo espacial: R
_
3
c (# 167); Sistema: Hexagonal
a= b 4,9607 =c=
13,599 Å;
α
=
β
= 90
δ
=120º; V=
289,817Å
3
Átomos Wycroff x y z Sof B (Å
2
)
Cr 12 0,00000 0,00000 0,34750 1,0
O 18 0,30600 0,00000 0,25000 1,0
Estes dados estruturais encontrados nas tabelas 4, 5, 6, 7, 8 e 9 foram
utilizados nos arquivos de entrada dos refinamentos de Rietveld realizados com o
programa Rietan-2000.
4.5 Escolha do programa Rietan-2000
Foi analisada a possibilidade de se utilizar outros softwares para os
refinamentos pelo método de Rietveld: o programa Rietan-2000 foi escolhido devido
43
a função de perfil Split pseudo-Voigt modificada de Toraya utilizada nos cálculos dos
refinamentos, melhorando significativamente os resultados fornecidos,
executado
em computador com processador Celeron 2,26 GHz, sob sistema operacional
Windows
®
XP.
4.6 Estratégia de refinamento
Trataremos da evolução de um refinamento desde os ajustes iniciais até o
resultado final. Adotou-se, como exemplo, o difratograma de raios X obtido da
amostra de ZrSiO
4
não dopada, tratada termicamente a 1150
º
C, o programa
escolhido para os refinamentos de rietveld foi o Rietan-2000.
Antes de se iniciar o refinamento é necessário passar as informações para o
programa utilizando um arquivo de entrada “*.ins” é um arquivo tipo “script” pouco
amigável pois todas as informações tem de ser digitadas, para a amostra citada este
arquivo tem cerca de 500 linhas, também é usado como entrada um arquivo com
informações da difração de raios X, feito isso é só iniciar o refinamento.
Uma das características do programa Rietan-2000 é que vários fatores tem de
ser refinados desde o início, por exemplo, em outros programas pode-se não se
refinar o background no primeiro ciclo de refinamento, o Rietan interrompe o
processamento se este e outros fatores não estiverem sendo refinados.
A estratégia adotada para os refinamentos foi o refinamento simultâneo de
todos os parâmetros possíveis com exceção das posições atômicas, parâmetros de
cela, fwhm, assimetria e orientação preferencial, o resultado aparece na figura 6.
44
Figura 6 - Gráfico de Rietveld obtido utilizando a função de perfil split pseudo-Voigt de Toraya, tendo
refinado o background, fator de escala e os parâmetros iniciais: grupo espacial, parâmetros da cela
unitária, radiação de fundo, número de fórmulas unitárias por cela unitária.
Os resultados do refinamento de Rietveld são: Rwp = 25,75 %; Re = 7,22 %;
S = 3,5688 % e Ri = 12,23 %; como se pode notar por estes indicadores e pela
linha curva diferença azul que representa a diferença entre o perfil observado e
calculado o refinamento não está bom.
Após foram refinados os parâmetros de assimetria, parâmetros de atômicas e
parâmetros de largura total a meia altura, obtendo resultados melhores conforme a
figura 7.
45
Figura 7 - Gráfico de Rietveld após refinamento da assimetria, posições atômicas e fwhm.
Os indicadores do refinamento são: Rwp = 13,98 %; Re = 7,21 %; S = 1,9394
% e RI = 6,95 %, se comparado à rodada de refinamento anterior, nota-se que os
indicadores de refinamento estão melhores e a curva diferença azul que representa
a diferença entre o perfil observado e calculado está indicando também uma
melhora.
O último fator a ser refinado foi o parâmetro de orientação preferencial e
pode-se observar na figura 8 e pelos indicadores de qualidade do refinamento que
os resultados ficaram bons.
46
Figura 8 - Gráfico de Rietveld após todos parâmetros terem sido refinados.
Os indicadores do refinamento são: Rwp = 10,02 %; Re = 7,21 %; S = 1,3898
% e R
I
=2,04 % estes valores obtidos e a curva diferença azul, indicam que o
refinamento da estrutura é de boa qualidade.
Este é apenas um exemplo de refinamento de amostra contendo fase única,
no entanto, as amostras de ZrSiO
4
dopadas com cobalto, que aparecem neste
trabalho, apresentaram cinco fases (algumas delas minoritárias com picos de
difração de baixa intensidade). Isto equivale dizer que os refinamentos realizados
com estas amostras apresentaram um grau de dificuldade bem maior, felizmente o
programa utilizado fornece resultados muito bons. Foi dessa maneira, em linhas
gerais, mais as estratégias citadas anteriormente, que foram realizados todos os
refinamentos presentes nesse trabalho.
57
4.7 Seleção do modelo de orientação preferencial
A orientação preferencial
60-66
ocorre quando, numa dada amostra, uma
tendência dos cristalitos orientarem-se segundo uma ou mais direções em
decorrência dos seus respectivos hábitos, ao invés de assumirem a distribuição
aleatória pressuposta pelo método do pó, este efeito é comum em alguns compostos
como a zirconita, por possuir geometria tetragonal bipiramidal, o plano orientado nas
amostras de zirconita é o “2 0 0 para minimizar este efeito, a pulverização da
amostra deve ser eficiente e cuidados devem ser tomados na fixação (prensagem)
do material no porta-amostra. A orientação preferencial produz distorções
sistemáticas na intensidade de algumas reflexões, que podem ser levadas em conta
matematicamente com a função de orientação preferencial.
A função de orientação preferencial mais utilizada atualmente e que o Rietan-
2000 usa é a função de March-Dollase
=
+=
k
m
j
jj
k
k
rr
m
P
1
2/32122
)sincos(
1
αα
(15)
onde r
-
é o parâmetro refinável,
α
j
é o ângulo entre o vetor de espalhamento da
reflexão k e a direção da orientação preferencial. Nesta função quando não
orientação preferencial, r 1,00 .
58
CAPÍTULO 5
RESULTADOS E DISCUSSÕES
59
CAPÍTULO 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 Resultados dos sistemas de zirconita e cobalto
5.1.1 Fases identificadas
Além do sistema não dopado, foram estudados sistemas dopados com 1 %, 5
%, 10 % e 20 % de cobalto (na forma de óxido de cobalto Co
3
O
4
), tratados
termicamente a 1150
0
C. Todas as amostras apresentaram como fase principal a
fase ZrSiO
4
tetragonal, sendo que na amostra não dopada esta foi a única fase
identificada. Na tabela 10 estão as fases primárias e as fases secundárias
identificadas nestes sistemas.
Tabela 10 - Fases primárias e secundárias identificadas nos sistemas ZrSiO
4
dopados com 1 %, 5 %,
10 % e 20 % de cobalto, tratados termicamente a 1150
0
C. O sistema de fase única é constituído
exclusivamente por ZrSiO
4
tetragonal.
Fases primárias Fases secundárias identificadas
Amostras
ZrSiO
4
tetragonal
Co
3
O
4
cúbico
Co
2
SiO
4
cúbico
Co
2
SiO
4
romboédrico
ZrO
2
monoclínico
Ndop. fase única ausente ausente ausente ausente
Co1 presente presente presente ausente ausente
Co5 presente presente presente presente ausente
Co10 presente presente presente presente presente
Co20 presente presente presente presente presente
A fase ZrSiO
4
tetragonal tem grupo espacial “I 4
1
a m d”, as fases Co
3
O
4
cúbico e Co
2
SiO
4
cúbico “Fd3m”, a fase Co
2
SiO
4
romboédrico “Pbnm” e a fase
ZrO
2
monoclínico tem grupo espacial “P1 2
1
/c 1”.
As estruturas das fases encontradas foram pesquisadas no banco de dados
www.crystallography.net e estão nas tabelas 4, 5, 6, 7 e 8.
5.1.2 Resultado dos refinamentos
5.1.2.1 Resultado dos refinamentos realizados com a zirconita não dopada,
utilizando o programa Rietan-2000.
60
Os resultados do refinamento realizado com esta amostra estão na tabela 11.
Observa-se pelos indicadores de qualidade do refinamento que os resultados são
bons.
Nos resultados apresentados aparecem números entre parênteses que
indicam o desvio padrão sobre a última casa decimal.
Tabela 11 - Dimensões da cela unitária, volume da cela unitária, densidade da cela unitária e
indicadores de refinamento da fase ZrSiO
4
tetragonal, após o refinamento de Rietveld, realizado no
programa Rietan-2000.
Fase: Zirconita; Fórmula:ZrSiO
4
; Grupo espacial: I41/amd; Sistema:Tetragonal
a= b=6,60315(7) Å c=5,98079(8) Å;
α
=
β
=
δ
=90 º; V=260,813(5) Å
3
;
d=4,668281g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Zr 4a 0 0 0 1 0,32(1)
Si 4b 0 0 0,5 1 0,63(4)
O 16h 0 0,1810(3) 0,3224(3) 1 0,91(5)
Rwp=10,02 % Re=7,21 % S=1,3898 % R
I
=2,04 %
O gráfico de Rietveld correspondente a este refinamento está na figura 9.
Figura 9 - Gráfico de Rietveld do refinamento realizado com a amostra ZrSiO
4
não dopada, tratada
termicamente a 1150 ºC. A curva da diferença entre o perfil observado e o perfil calculado indica a
boa qualidade do refinamento.
51
5.1.2.2 Resultado dos refinamentos realizados com a zirconita dopada com 1
% de óxido de cobalto, utilizando o programa Rietan-2000.
O refinamento das estruturas dessa amostra foi realizado sem considerar que
houvesse alguma substituição na fase ZrSiO
4
. Os indicadores da qualidade dos
refinamentos indicam que os refinamentos são considerados bons conforme pode-se
observar nos índices Re, Rwp e Ri que estão na tabela 12.
A tabela 12 mostra os dados estruturais refinados para amostra de zirconita
com 1 % de cobalto e traz os índices de qualidade do refinamento.
Tabela 12 - Amostras de ZrSiO
4
dopadas com 1 % de óxido de cobalto, dimensões da cela unitária,
volume da cela unitária, densidade da cela unitária e indicadores de refinamento das fases ZrSiO
4
tetragonal, Co
3
O
4
cúbico e Co
2
SiO
4
cúbico, após o refinamento de Rietveld, realizado no programa
Rietan-2000. Os valores sem desvio padrão indicam que o parâmetro foi mantido constante a fim de
evitar correlação durante o refinamento.
Fase: Zirconita; Fórmula: ZrSiO
4
; Grupo espacial: I41/amd; Sistema:Tetragonal
a= b=6,60432(7) Å c=5,98126(7) Å;
α
=
β
=
δ
=90 º; V=260,857(5) Å
3
;
d=4,667507g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Zr 4a 0 0 0 1 0,29(1)
Si 4b 0 0 0,5 1 0,42(4)
O 16h 0 0,1815 (3) 0,3227 (3) 1 0,86(6)
Rwp=9,95 % Re=7,12 % S=1,3606 % R
I
=2,24 %
Fase: Óxido de cobalto 1 %; Fórmula: Co
3
O
4
; Grupo espacial: Fd3m; Sistema:
cúbico
a= b=c=8,133(2) Å;
α
=
β
=
δ
=90 º; V=533,0(3) Å
3
; d=6,000466g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Co 16c 0,125 0,125 0,125 1,0 0,5
Co 8b 0,5 0,5 0,5 1,0 0,5
O 32e 0,2627 0,2627 0,2627 1,0 0,5
Rwp=9,95 % Re=7,31 % S=1,3606 % R
I
=1,75 %
Fase: silicato de cobalto; Fórmula: Co
2
SiO
4
; Grupo espacial: Fd3m; Sistema:
cúbico
a= b=c=8,116(2) Å;
α
=
β
=
δ
=90 º; V=534,8(2) Å
3
; d=5,214304g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Co 16d 0,625 0,625 0,625 0,984 0,5
Co 8a 0,0 0,0 0,0 0,032 0,5
Si 8a 0,0 0,0 0,0 0,968 0,5
Si 16d 0,625 0,625 0,625 0,016 0,5
O 32e 0,3666 0,3666 0,3666 1,0 0,5
Rwp=9,95 % Re=7,31 % S=1,3606 % R
I
=3,42 %
Análise quantitativa de fases: 98,47 % ZrSiO
4
, 0,20 % Co
3
O
4
e 1,33 % Co
2
SiO
4
52
Nesta amostra além das fases primárias ZrSiO
4
tetragonal e Co
3
O
4
cúbica
aparece à formação da fase Co
2
SiO
4
cúbica, indicando que migrou silício da
zirconita, e que este espaço pode ser ocupado por cobalto. As fases Co
3
O
4
cúbica e
Co
2
SiO
4
cúbica são semelhantes e em princípio nos refinamentos foram tratadas
como fase única, utilizando-se uma ou outra, porém, alguns pontos da figura 10 de
Rietveld que não refinavam, quando inseridas as duas fases o programa refinou
estes pontos e forneceu indicadores melhores.
Figura 10 - Gráfico de Rietveld do refinamento realizado com a amostra ZrSiO
4
dopada com 1 % de
Co
3
O
4
, tratada termicamente a 1150ºC. A curva da diferença entre o perfil observado e o perfil
calculado indica a boa qualidade do refinamento.
5.1.2.3 Resultado dos refinamentos realizados com a zirconita dopada com 5%
de óxido de cobalto, utilizando o programa Rietan-2000.
Os resultados dos refinamentos realizados com a amostra de cobalto 5 % e
as análises quantitativas de fases estão na tabela 13. Também, nestes
refinamentos, não se levou em conta à substituição que pode estar ocorrendo na
fase ZrSiO
4
.
53
Tabela 13 - Amostras de ZrSiO
4
dopadas com 5 % de óxido de cobalto, dimensões da cela unitária,
volume da cela unitária, densidade da cela unitária e indicadores de refinamento das fases ZrSiO
4
tetragonal, Co
3
O
4
cúbico, Co
2
SiO
4
cúbico e Co
2
SiO
4
romboédrico, após o refinamento de Rietveld,
realizado no programa Rietan-2000. Os valores sem desvio padrão indicam que o parâmetro foi
mantido constante a fim de evitar correlação durante o refinamento.
Fase: Zirconita; Fórmula: ZrSiO
4
; Grupo espacial: I41/amd; Sistema:Tetragonal
a= b=6,60600(7) Å c=5,98236(7) Å;
α
=
β
=
δ
=90 º; V=260,866(5) Å
3
; d=4,667342
g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Zr1 4a 0 0 0 1 0,40(2)
Si1 4b 0 0 0,5 1 0,64(5)
O1 16h 0 0,1814(3) 0,3231(3) 1 1,01(6)
Rwp=10,66 % Re=7,54 % S=1,4141 % R
I
=2,32 %
Fase: Óxido de cobalto; Fórmula: Co
3
O
4
; Grupo espacial: Fd3m; Sistema:cúbico
a= b=c=8,117(2) Å;
α
=
β
=
δ
=90º; V=534,4(2) Å
3
; d=5,985630 g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Co1 16c 0,125 0,125 0,125 1,0 0,5
Co2 8b 0,5 0,5 0,5 1,0 0,5
O 32e 0,2627 0,2627 0,2627 1,0 0,5
Rwp=10,66 % Re=7,54 % S=1,4141 % R
I
=2,19 %
Fase: silicato de cobalto; Fórmula: Co
2
SiO
4
; Grupo espacial: Fd3m; Sistema:
cúbico
a= b=c=8,169(5) Å;
α
=
β
=
δ
=90º; V=535,4(6) Å
3
; d=5,208902 g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Co3 16d 0,625 0,625 0,625 0,984 0,5
Co4 8a 0 0 0 0,032 0,5
Si2 8a 0 0 0 0,968 0,5
Si3 16d 0,625 0,625 0,625 0,016 0,5
O2 32e 0,3666 0,3666 0,3666 1,0 0,5
Rwp=10,66 % Re=7,54 % S=1,4141 % R
I
=1,22 %
Fase: silicato de cobalto; Fórmula: Co
2
SiO
4
; Grupo espacial: Pbnm; Sistema:
ortorrômbico
a=10,294(5) b= 5,990(3) c=4,778(3) Å;
α
=
β
=
δ
=90º; V=295,8(2) Å
3
; d=4,713429
g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Co5 4 0 0 0 1,0 0,5
Co6 4 0,2771 0,25 0,9920 1,0 0,5
Si4 4 0,0964 0,25 0,4279 1,0 0,5
O3 4 0,0919 0,25 0,7578 1,0 0,5
O4 4 0,4516 0,25 0,2137 1,0 0,5
O5 8 0,1627 0,0332 0,2879 1,0 0,5
Rwp=10,66 % Re=7,54 % S=1,4141 % R
I
=1,77 %
Análise quantitativa de fases: 94,16 % de ZrSiO
4
, 0,26 % de Co
3
O
4
, 2,08% de
Co
2
SiO
4
Fd3m e 3,50% de Co
2
SiO
4
Pbnm.
54
Nesta amostra, além das fases primárias ZrSiO
4
tetragonal e Co
3
O
4
cúbica
aparece à formação das fases Co
2
SiO
4
cúbica e Co
2
SiO
4
romboédrica, indicando de
forma mais clara que migrou silício da zirconita, e que este espaço pode ser
ocupado por cobalto.
O gráfico de Rietveld correspondente ao refinamento realizado com esta
amostra está na figura 11.
Figura 11 - Gráfico de Rietveld do refinamento realizado com a amostra ZrSiO
4
dopada com 5 % de
Co
3
O
4
, tratada termicamente a 1150 ºC. A curva da diferença entre o perfil observado e o perfil
calculado indica a boa qualidade do refinamento.
5.1.2.4 Resultado dos refinamentos realizados com a zirconita dopada com 10
% de óxido de cobalto, utilizando o programa Rietan-2000.
Os resultados dos refinamentos realizados com a amostra cobalto 10 % e a
análise quantitativa de fases estão na tabela 14. Neste refinamento, como nos
anteriores, não se levou em conta à substituição que pode estar ocorrendo na fase
ZrSiO
4
pelo átomo de cobalto.
55
Observa-se na tabela 14 que com 10% de óxido de cobalto, começa a migrar
zircônio além do silício da fase ZrSiO
4
, pois aparece a fase ZrO
2
monoclínica como
quinta fase.
Tabela 14 - Amostras de ZrSiO
4
dopadas com 10 % de óxido de cobalto, dimensões da cela unitária,
volume da cela unitária, densidade da cela unitária e indicadores de refinamento das fases: ZrSiO
4
tetragonal, Co
3
O
4
cúbico, Co
2
SiO
4
cúbico, Co
2
SiO
4
romboédrico e ZrO
2
monoclínico após o
refinamento de Rietveld, realizado no programa Rietan-2000. Os valores sem desvio padrão indicam
que o parâmetro foi mantido constante a fim de evitar correlação durante o refinamento.
Fase: Zirconita; Fórmula: ZrSiO
4
; Grupo espacial: I41/amd; Sistema:Tetragonal
a= b=6,60341(7) c=5,98029(8) Å;
α
=
β
=
δ
=90 º; V=260,868(5) Å
3
; d=4,667306 g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Zr1 4a 0 0 0 1 0,46(1)
Si1 4b 0 0 0,5 1 0,62(4)
O1 16h 0 0,1788(3) 0,3223(3) 1 1,24(5)
Rwp=10,52 % Re=7,96 % S=1,3228 % R
I
=1,37 %
Fase: Óxido de cobalto; Fórmula: Co
3
O
4
; Grupo espacial: Fd3m; Sistema:cúbico
a= b=c=8,114(3) Å;
α
=
β
=
δ
=90 º; V=532,1(4) Å
3
; d=6,011181 g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Co1 16c 0,125 0,125 0,125 1,0 0,5
Co2 8b 0,5 0,5 0,5 1,0 0,5
O2 32e 0,2627 0,2627 0,2627 1,0 0,5
Rwp=10,52 % Re=7,96 % S=1,3228 % R
I
=5,59 %
Fase: silicato de cobalto; Fórmula: Co
2
SiO
4
; Grupo espacial: Fd3m; Sistema:cúbico
a= b=c=8,125(4) Å;
α
=
β
=
δ
=90 º; V=534,6(4) Å
3
; d=5,216652 g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Co3 16d 0,625 0,625 0,625 0,984 0,5
Co4 8a 0 0 0 0,032 0,5
Si2 8a 0 0 0 0,968 0,5
Si3 16d 0,625 0,625 0,625 0,016 0,5
O3 32e 0,3666 0,3666 0,3666 1,0 0,5
Rwp=10,52 % Re=7,96 % S=1,3228 % R
I
=1,82 %
Fase: silicato de cobalto; Fórmula: Co
2
SiO
4
; Grupo espacial: Pbnm; Sistema:
ortorrômbico
a=10,314(5) b= 6,01025 c=4,78235 Å;
α
=
β
=
δ
=90º; V=296,4(4) Å
3
; d=4,703678
g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Co5 4 0 0 0 1,0 0,5
Co6 4 0,2771 0,25 0,9920 1,0 0,5
Si4 4 0,0964 0,25 0,4279 1,0 0,5
O3 4 0,0919 0,25 0,7578 1,0 0,5
O4 4 0,4516 0,25 0,2137 1,0 0,5
O5 8 0,1627 0,0332 0,2879 1,0 0,5
Rwp=10,52 % Re=7,96 % S=1,3228 % R
I
=1,76 %
56
Continuação da tabela 14
Fase: Zirconia; Fórmula: ZrO
2
; Grupo espacial: P I 21/c1; Sistema:monoclínico
A= 5,145(1) b= 5,207(3) c=5,310(2) Å;
α=
90
β
= 99,230
δ
=90º; V=140,4(5) Å
3
;
d=5,827650 g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Zr2 4e 0,2758 0,0411 0,2082 1,0 0,5
O7 4e 0,0703 0,3359 0,3406 1,0 0,5
O8 4e 0,4423 0,7549 0,4789 1,0 0,5
Rwp=10,52 % Re=7,96 % S=1,3228 % R
I
=1,60 %
Análise quantitativa de fases: 87,02 % de ZrSiO
4
, 0,35 % de Co
3
O
4
, 3,37 % de
Co
2
SiO
4
Fd3m, 8,56 % de Co
2
SiO
4
Pbnm e 0,70 % de ZrO
2
.
Nesta amostra, além das fases primárias ZrSiO
4
tetragonal e Co
3
O
4
cúbica
aparece a formação das fases Co
2
SiO
4
cúbica, Co
2
SiO
4
romboédrica e ZrO
2
monoclínico, indicando que além do silício migrou também zircônio da fase principal
ZrSiO
4
, e que este espaço pode ser ocupado por cobalto.
O gráfico de Rietveld correspondente ao refinamento realizado com esta
amostra está na figura 12.
Figura 12 - Gráfico de Rietveld do refinamento realizado com a amostra ZrSiO
4
dopada com 10 % de
Co
3
O
4
, tratada termicamente a 1150 ºC. A curva da diferença entre o perfil observado e o perfil
calculado indica a boa qualidade do refinamento.
57
5.1.2.5 Resultado dos refinamentos realizados com a zirconita dopada com 20
% de óxido de cobalto, utilizando o programa Rietan-2000.
Os resultados dos refinamentos realizados com a amostra cobalto 20 % e as
análises quantitativas de fases estão na tabela 15. Neste refinamento, como nos
anteriores, não se levou em conta à substituição que pode estar ocorrendo na fase
ZrSiO
4
pelo átomo de cobalto.
Observa-se na tabela que com 20% de óxido de cobalto, a quantidade de
zircônio e de silício que migra da fase principal é grande, pois as fases secundárias
formadas com silício (24 %) e zircônio (3,5 %) ficam bem definidas.
Tabela 15 - Amostras de ZrSiO
4
dopadas com 20 % de óxido de cobalto, dimensões da cela unitária,
volume da cela unitária, densidade da cela unitária e indicadores de refinamento das fases: ZrSiO
4
tetragonal, Co
3
O
4
cúbico, Co
2
SiO
4
cúbico, Co
2
SiO
4
romboédrico e ZrO
2
monoclínico após o
refinamento de Rietveld, realizado no programa Rietan-2000. Os valores sem desvio padrão indicam
que o parâmetro foi mantido constante a fim de evitar correlação durante o refinamento.
Fase: Zirconita; Fórmula: ZrSiO
4
; Grupo espacial: I41/amd; Sistema:Tetragonal
a= b=6,60299(8) Å c=5,97965(9) Å;
α
=
β
=
δ
=90º; V=260,669(6) Å
3
; d=4,670882
g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Zr1 4a 0 0 0 1 0,21(2)
Si1 4b 0 0 0,5 1 0,61(6)
O1 16h 0 0,1835(5) 0,3213(5) 1 0,93(8)
Rwp=11,58 % Re=8,39 % S=1,3794 % R
I
=2,40 %
Fase: Óxido de cobalto; Fórmula: Co
3
O
4
; Grupo espacial: Fd3m; Sistema:cúbico
a= b=c=8,0851(8) Å;
α
=
β
=
δ
=90º; V=528,68(8) Å
3
; d=6,050547 g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Co1 16c 0,125 0,125 0,125 1,0 0,5
Co2 8b 0,5 0,5 0,5 1,0 0,5
O2 32e 0,2627 0,2627 0,2627 1,0 0,5
Rwp=11,58 % Re=8,39 % S=1,3794 % R
I
=3,25 %
Fase: silicato de cobalto; Fórmula: Co
2
SiO
4
; Grupo espacial: Fd3m; Sistema:
cúbico
a= b=c=8,0989(5) Å;
α
=
β
=
δ
=90º; V=531,27(5) Å
3
; d=5,249722 g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Co3 16d 0,625 0,625 0,625 0,984 0,5
Co4 8a 0 0 0 0,032 0,5
Si2 8a 0 0 0 0,968 0,5
Si3 16d 0,625 0,625 0,625 0,016 0,5
O3 32e 0,3666 0,3666 0,3666 1,0 0,5
Rwp=11,58 % Re=8,39 % S=1,3794 % R
I
=2,32 %
58
Continuação da tabela 15
Fase: silicato de cobalto; Fórmula: Co
2
SiO
4
; Grupo espacial: Pbnm; Sistema:
ortorrômbico
a=10,303(2) b= 6,005(1) c=4,783(1) Å;
α
=
β
=
δ
=90º; V=295,9(1) Å
3
; d=4,712607
g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Co5 4 0 0 0 1,0 0,5
Co6 4 0,2771 0,25 0,9920 1,0 0,5
Si4 4 0,0964 0,25 0,4279 1,0 0,5
O3 4 0,0919 0,25 0,7578 1,0 0,5
O4 4 0,4516 0,25 0,2137 1,0 0,5
O5 8 0,1627 0,0332 0,2879 1,0 0,5
Rwp=11,58 % Re=8,39 % S=1,3794 % R
I
=3,07 %
Fase: Zirconia; Fórmula: ZrO
2
; Grupo espacial: P I 21/c1; Sistema:monoclínico
A= 5,146 (2) b= 5,207(3) c=5,299(1) Å;
α=
90
β
= 99,2218
δ
=90º; V=140,19(2) Å
3
;
d=5,837918 g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Zr2 4e 0,2758 0,0411 0,2082 1,0 0,5
O7 4e 0,0703 0,3359 0,3406 1,0 0,5
O8 4e 0,4423 0,7549 0,4789 1,0 0,5
Rwp=11,58 % Re=8,39 % S=1,3794 % R
I
=2,53 %
Análise quantitativa de fases: 71,81 % de ZrSiO
4
, 1,44 % de Co
3
O
4
, 9,11 % de
Co
2
SiO
4
Fd3m, 14,49 % de Co
2
SiO
4
Pbnm e 3,16 % de ZrO
2
.
Nesta amostra não ocorre o surgimento de fases novas, porém com uma
quantidade maior de Co
3
O
4
a formação das fases fica bem definida, indicando que
silício e zircônio estão migrando da fase principal ZrSiO
4
e formando novas fases e
o lugar desses átomos pode ser ocupado pelo átomo de cobalto.
O gráfico de Rietveld correspondente ao refinamento realizado com esta
amostra está na figura 13.
59
Figura 13 - Gráfico de Rietveld do refinamento realizado com a amostra ZrSiO
4
dopada com 20 % de
Co
3
O
4
, tratada termicamente a 1150 ºC. A curva da diferença entre o perfil observado e o perfil
calculado indica a boa qualidade do refinamento.
5.1.3 Análise de volume, quantitativa de fases, distância e ângulo
5.1.3.1 Análise de volume
Na figura 14 está representada a variação do volume da cela unitária das
amostras não dopada e dopadas com 1 %, 5 %, 10 % e 20 % de cobalto. Nota-se
que o volume da cela unitária aumenta para as amostras 1 %, 5 % e 10 %
provavelmente devido à saída de silício (raio iônico efetivo =0,260
angstrons) e
entrada de cobalto (raio iônico efetivo =0,525
angstrons)
67
que possui um raio iônico
maior, ocasionando este aumento do volume, para amostra 20 % é observada uma
grande queda do volume da cela unitária, devido ao zircônio que migrou e possui
um raio atômico maior que o cobalto, pode-se observar na análise quantitativa de
fases na tabela 16 que é grande a quantidade de zircônio que migrou da amostra
cobalto 20 % da zirconita.
60
ndop Co1 Co5 Co10 Co20
260.65
260.70
260.75
260.80
260.85
260.90
Volume em A
3
Amostra
Variação do volume da zirconita com cobalto
Figura 14 - Variação do volume da cela unitária das amostras de ZrSiO
4
não dopada e dopadas com
cobalto.
Pode-se observar que os volumes obtidos nas amostras dopadas com
cobalto, estão fora da margem de erro estabelecida pelo desvio padrão da zirconita
não dopada.
5.1.3.2 Análise quantitativa da fase ZrSiO
4
A análise quantitativa de fases revela que a quantidade da fase ZrSiO
4
tetragonal diminui com o aumento do dopante cobalto, na tabela 16 estão os
resultados dessa fase para as amostras de cobalto, pode-se verificar na amostra
com 20 % de cobalto que a quantidade da fase ZrSiO
4
cai de 80 % para 71,81%.
61
Tabela 16 - Análise quantitativa da zirconita não dopada e dopada com óxido de cobalto nas
quantidades citadas na tabela.
Fase: ZrSiO
4
- tetragonal Inicial em % Final em %
Zirconita não dopada 100 100
Zirconita com 1 % de óxido de Cobalto 99 98,47
Zirconita com 5 % de óxido de Cobalto 95 94,16
Zirconita com 10 % de óxido de Cobalto 90 87,02
Zirconita com 20 % de óxido de Cobalto 80 71,81
A figura 15 ilustra a diferença entre a quantidade inicial e final da fase ZrSiO
4
nas
amostras de cobalto, pode-se verificar que a medida que aumenta a quantidade de
cobalto, ocorre também um consumo maior da fase zirconita.
Ndop Co1 Co5 Co10 Co20
70
75
80
85
90
95
100
% de massa
amostra
ZrSiO
4
Quantidade inicial da fase
Quantidade final da fase
Figura 15 - Análise da diferença entre a quantidade inicial e final da fase ZrSiO
4
.
Pode-se observar pelo gráfico que o dopante cobalto favorece a diminuição
da fase ZrSiO
4
tetragonal, e favorece o surgimento das novas fases Co
2
SiO
4
cúbica,
Co
2
SiO
4
romboédrica e ZrO
2
monoclínica.
62
5.1.3.3 Análise de distância e ângulo
As análises de distância e ângulo ajudam a observar quando está ocorrendo
algum tipo de variação na cela unitária, a tabela 17 mostra alguns ângulos de
ligação analisados nas amostras de cobalto.
Os valores representados entre parênteses indicam o desvio padrão.
Tabela 17 - Análise de ângulos entre as ligações químicas da zirconita não dopada e dopada com
óxido de cobalto nas quantidades citadas na tabela, os valores estão em º.
Amostra O- Zr-O Si- Zr-O O-Si-O
Zirconita
92,32(2) 101,6(3) 116,17(9)
Cobalto 1
92,34(2) 101,67(6) 116,05(9)
Cobalto 5
92,37(2) 101,74(6) 115,97(9)
Cobalto 10
92,28(2) 101,51(6) 116,59(9)
Cobalto 20
92,28(3) 101,52(8) 115,9(1)
Como se observa na tabela 17 e na figura 16 a variação dos ângulos de
ligação é pequena e não fornece informações adicionais, um dos motivos que pode
ter levado a uma pequena variação dos ângulos de ligação é o fato dos átomos de
silício e cobalto estarem em posições atômicas especiais que não são refinadas.
Ndop Co1 Co5 Co10 Co20
90
92
94
96
98
100
102
104
106
108
110
112
114
116
Ângulo
Amostra
Ângulos de ligação
O-Zr-O
O-Si-O
Zr-Si-O
Figura 16 - Variação dos ângulos de ligações químicas nas amostras não dopada de zirconita e
dopada com cobalto.
63
Observa-se que os ângulos não variam além do limite de erro estabelecido
pelo desvio padrão.
As distâncias entre as ligações químicas fornecem informações que ajudam a
perceber se está ocorrendo alguma alteração na composição química da cela
unitária, pois os raios atômicos dos átomos envolvidos nesse estudo são diferentes,
a tabela 18 mostra a distância entre alguns desses átomos.
Tabela 18 - Análise de distância interatômica da zirconita não dopada e dopada com óxido de cobalto
nas quantidades citadas na tabela, os valores estão em Å.
Amostra Si - O Zr - O
Zirconita 1,598(2) 2,269(2)
Cobalto 1 1,600(2) 2,271(2)
Cobalto 5 1,598(2) 2,274(2)
Cobalto 10 1,588(2) 2,260(2)
Cobalto 20 1,615(3) 2,271(3)
Como pode ser observado na tabela e nas figuras 17 e 18 as distâncias da
ligação Zr - O variam pouco, a distância Si - O mostra que pode estar ocorrendo
alguma mudança.
Ndop Co1 Co5 Co10 Co20
1.585
1.590
1.595
1.600
1.605
1.610
1.615
1.620
Distância em Â
Amostra
distâncias de ligação
Si-O
Figura 17 - Variação da distância de ligação entre Si-O, nas amostras não dopada de zirconita e
dopada com cobalto.
64
Observa-se que as distâncias variam além do limite de erro estabelecido pelo
desvio padrão especialmente nas amostras Co10 e Co20, indicando que pode estar
havendo substituição de átomos nessa região.
Ndop Co1 Co5 Co10 Co20
2.258
2.260
2.262
2.264
2.266
2.268
2.270
2.272
2.274
2.276
2.278
Distância em Â
Amostra
distâncias de ligação
Zr-O
Figura 18 - Variação da distância de ligação entre Zr-O, nas amostras não dopada de zirconita e
dopada com cobalto.
Observa-se que as distâncias variam pouco, ficando dentro do limite de erro
estabelecido pelo desvio padrão, a exceção é amostra de Co10 que mostra uma
variação maior da distância de ligação.
5.2 Resultados dos sistemas de zirconita e cromo
5.2.1 Fases identificadas
Além do sistema não dopado (o mesmo utilizado para o sistema cobalto, suas
informações estruturais estão na tabela 11), foram estudados sistemas dopados com
1 %, 5 %, 10 % e 20 % de cromo (na forma de óxido de cromo Cr
2
O
3
), tratados
termicamente a 1150
0
C. Todas as amostras apresentaram como fase principal
ZrSiO
4
tetragonal, sendo que na amostra o dopada esta foi a única fase
65
identificada. Na tabela 19 estão às fases primárias, isto é, aquelas que pertencem ao
sistema inicial, não foram identificadas fases secundárias após o tratamento térmico.
Tabela 19 - Fases primárias identificadas nos sistemas ZrSiO
4
dopados com 1 %, 5 %, 10 % e 20 %
de cromo, tratados termicamente a 1150
0
C. O sistema de fase única é constituído exclusivamente
por ZrSiO
4
tetragonal.
Fases primárias
Amostras ZrSiO
4
tetragonal Cr
2
O
3
hexagonal
Ndop. fase única ausente
Cr1 presente presente
Cr5 presente presente
Cr10 presente presente
Cr20 presente presente
A fase ZrSiO
4
tetragonal tem grupo espacial “I 4
1
a m d” e a fase Cr
2
O
3
hexagonal têm grupo espacial “R
_
3
c”.
As estruturas das fases encontradas foram pesquisadas no banco de dados
www.crystallography.net e estão no capítulo 4 nas tabelas 4 e 9.
5.2.2 Resultado dos refinamentos das amostras zirconita e cromo
5.2.2.1 Resultado dos refinamentos realizados com a zirconita dopada com 1 %
de óxido de cromo, utilizando o programa Rietan-2000.
O refinamento das estruturas dessa amostra foi realizado sem considerar que
houvesse alguma substituição de soluto na fase ZrSiO
4
. Os indicadores da qualidade
dos refinamentos indicam que os refinamentos são considerados bons.
Os resultados do refinamento realizado com esta amostra e a análise
quantitativa de fases estão na tabela 20.
Nos resultados apresentados os valores indicados entre parênteses
representam o desvio padrão.
66
Tabela 20 - Amostras de ZrSiO
4
dopadas com 1 % de óxido de cromo, dimensões da cela unitária,
volume da cela unitária, densidade da cela unitária e indicadores de refinamento das fases ZrSiO
4
tetragonal, Cr
2
O
3
hexagonal, após o refinamento de Rietveld, realizado no programa Rietan-2000. Os
valores sem desvio padrão indicam que o parâmetro foi mantido constante a fim de evitar correlação
durante o refinamento.
Fase: Zirconita; Fórmula: ZrSiO
4
; Grupo espacial: I 4
1
/a m d; Sistema:Tetragonal
a= b=6,60298(8) Å c=5,98097(9) Å;
α
=
β
=
δ
=90º; V=260,801(6) Å
3
; d=4,668509
g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B
2
)
Zr1 4a 0 0 0 1 0,41(1)
Si1 4b 0 0 0,5 1 0,39(5)
O1 16h 0 0,1785(4) 0,3220(4) 1 0,97(6)
Rwp=10,41 % Re=7,79 % S=1,3354 % R
I
=2,53 %
Fase: Óxido de cromo; Fórmula: Cr
2
O
3
; Grupo espacial: R
_
3
c; Sistema:
Hexagonal
a= b= 4,9570(7) c=13,589(2) Å;
α
=
β
=90º
δ
= 120º; V=289,20(7) Å
3
; d=5,236177
g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Cr1 12c 0 0 0,3476(6) 1,0 0,4(2)
O2 18e 0,306(4) 0 0,25 1,0 0,5(5)
Rwp=10,41 % Re=7,79 % S=1,3354 % R
I
=2,85 %
Análise quantitativa de fases: 94,9 % de ZrSiO
4
e 5,1 % de Cr
2
O
3 .
Nesta amostra aparecem as fases primárias, indicando, provavelmente
que não há reação entre as fases, ou que esta reação é pequena.
O gráfico de Rietveld correspondente ao refinamento realizado com esta
amostra está na figura 19.
67
Figura 19 - Gráfico de Rietveld do refinamento realizado com a amostra ZrSiO
4
dopada com 1 % de
Cr
2
O
3
, tratada termicamente a 1150 ºC. A curva da diferença entre o perfil observado e o perfil
calculado indica a boa qualidade do refinamento.
5.2.2.2 Resultado dos refinamentos realizados com a zirconita dopada com 5 %
de óxido de cromo, utilizando o programa Rietan-2000.
O refinamento das estruturas dessa amostra foi realizado sem considerar a
que houvesse alguma substituição na fase ZrSiO
4
. Os indicadores da qualidade dos
refinamentos indicam que os refinamentos são considerados bons.
Os resultados do refinamento realizado com esta amostra e a análise
quantitativa de fases estão na tabela 21.
68
Tabela 21 - Amostras de ZrSiO
4
dopadas com 5 % de óxido de cromo, dimensões da cela unitária,
volume da cela unitária, densidade da cela unitária e indicadores de refinamento das fases ZrSiO
4
tetragonal, Cr
2
O
3
hexagonal, após o refinamento de Rietveld, realizado no programa Rietan-2000. Os
valores sem desvio padrão indicam que o parâmetro foi mantido constante a fim de evitar correlação
durante o refinamento.
Fase: Zirconita; Fórmula: ZrSiO
4
; Grupo espacial: I 4
1
/a m d; Sistema:Tetragonal
a= b=6,60523(9) Å c=5,9829(1) Å;
α
=
β
=
δ
=90º; V=261,037(6)Å
3
; d=4,664295
g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B
2
)
Zr1 4a 0 0 0 1 0,38(2)
Si1 4b 0 0 0,5 1 0,47(5)
O1 16h 0 0,1801(3) 0,3231(4) 1 0,98(6)
Rwp=11,19 % Re=8,49 % S=1,3181 % R
I
=2,07 %
Fase: Óxido de cromo; Fórmula: Cr
2
O
4
; Grupo espacial: R
_
3
c; Sistema:
Hexagonal
a= b= 4,9588(7) c=13,594(2) Å;
α
=
β
=90º
δ
= 120º; V=289,47(6) Å
3
; d=5,231249
g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Cr1 12c 0 0 0,3483(6) 1,0 0,7(2)
O2 18e 0,303(4) 0 0,25 1,0 0,5(5)
Rwp=11,19 % Re=8,49 % S=1,3181 % R
I
=1,56 %
Análise quantitativa de fases: 94,8 % de ZrSiO
4
e 5,2 % de Cr
2
O
3
Nesta amostra, também aparecem as fases primárias, indicando que não
reação entre as fases ou que o óxido de cromo utilizado pouco reage com a
zirconita.
O gráfico de Rietveld correspondente ao refinamento realizado com esta
amostra está na figura 20.
69
Figura 20 - Gráfico de Rietveld do refinamento realizado com a amostra ZrSiO
4
dopada com 5 % de
Cr
2
O
3
, tratada termicamente a 1150 ºC. A curva da diferença entre o perfil observado e o perfil
calculado indica a boa qualidade do refinamento.
5.2.2.3 Resultado dos refinamentos realizados com a zirconita dopada com 10
% de óxido de cromo, utilizando o programa Rietan-2000.
O refinamento das estruturas dessa amostra foi realizado sem considerar a
que houvesse alguma substituição na fase ZrSiO
4
. Os indicadores da qualidade dos
refinamentos indicam que os refinamentos são considerados bons.
Os resultados do refinamento realizado com esta amostra e a análise
quantitativa de fases estão na tabela 22.
70
Tabela 22 - Amostras de ZrSiO
4
dopadas com 10 % de óxido de cromo, dimensões da cela unitária,
volume da cela unitária, densidade da cela unitária e indicadores de refinamento das fases ZrSiO
4
tetragonal, Cr
2
O
3
hexagonal, após o refinamento de Rietveld, realizado no programa Rietan-2000. Os
valores sem desvio padrão indicam que o parâmetro foi mantido constante a fim de evitar correlação
durante o refinamento.
Fase: Zirconita; Fórmula: ZrSiO
4
; Grupo espacial: I 4
1
/ a m d; Sistema:Tetragonal
a= b=6,60434(8) Å c=5,98239(9) Å;
α
=
β
=
δ
=90º; V=260,964(6) Å
3
; d=4,665589
g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B
2
)
Zr1 4a 0 0 0 1 0,35(2)
Si1 4b 0 0 0,083580 1 0,40(5)
O1 16h 0 0,1796(3) 0,3223(4) 1 1,10(6)
Rwp=10,07 % Re=7,71 % S=1,3066 % R
I
=2,29 %
Fase: Óxido de cromo; Fórmula: Cr
2
O
4
; Grupo espacial: R
_
3
c; Sistema:Hexagonal
a= b= 4,9569(5) c=13,591(1) Å;
α
=
β
=90º
δ
= 120º; V=289,26(4) Å
3
; d=5,235056
g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B (Å
2
)
Cr1 12c 0 0 0,3477(3) 1,0 0,6(1)
O2 18e 0,311(2) 0 0,25 1,0 1,3(3)
Rwp=10,07 % Re=7,71 % S=1,3066 % R
I
=2,42 %
Análise quantitativa de fases: 89,45 % de ZrSiO
4
e 10,55 % de Cr
2
O
3
Assim, como ocorreu com as amostras anteriores, só aparecem as fases
primárias, indicando que não reação entre as fases ou que o óxido de cromo
utilizado pouco reage com a zirconita, como descrito anteriormente.
O gráfico de Rietveld correspondente ao refinamento realizado com esta
amostra está na figura 21.
71
Figura 21 - Gráfico de Rietveld do refinamento realizado com a amostra ZrSiO
4
dopada com 10 % de
Cr
2
O
3
, tratada termicamente a 1150 ºC. A curva da diferença entre o perfil observado e o perfil
calculado indica a boa qualidade do refinamento.
5.2.2.4 Resultado dos refinamentos realizados com a zirconita dopada com 20
% de óxido de cromo, utilizando o programa Rietan-2000.
O refinamento das estruturas dessa amostra foi realizado sem considerar a
que houvesse alguma substituição na fase ZrSiO
4
. Os indicadores da qualidade dos
refinamentos indicam que os refinamentos são considerados bons.
Os resultados do refinamento realizado com esta amostra e a análise
quantitativa de fases estão na tabela 23.
72
Tabela 23 - Amostras de ZrSiO
4
dopadas com 20 % de óxido de cromo, dimensões da cela unitária,
volume da cela unitária, densidade da cela unitária e indicadores de refinamento das fases ZrSiO
4
tetragonal, Cr
2
O
3
hexagonal, após o refinamento de Rietveld, realizado no programa Rietan-2000. Os
valores sem desvio padrão indicam que o parâmetro foi mantido constante a fim de evitar correlação
durante o refinamento.
Fase: Zirconita; Fórmula: ZrSiO
4
; Grupo espacial: I 4
1
/ a m d; Sistema:Tetragonal
a= b=6,60346(9) Å c=5,9815(1) Å;
α
=
β
=
δ
=90º; V=260,866(7) Å
3
; d=4,667351
g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B
2
)
Zr1 4a 0 0 0 1 0,45(2)
Si1 4b 0 0 0,5 1 0,57(6)
O1 16h 0 0,1782(4) 0,3216(4) 1 1,27(7)
Rwp=10,55 % Re=8,09 % S=1,3041 % R
I
=2,44 %
Fase: Óxido de cromo; Fórmula: Cr
2
O
4
; Grupo espacial: R
_
3
c; Sistema:Hexagonal
a= b= 4,9572(3)c=13,5923(7) Å;
α
=
β
=90º
δ
= 120º; V=289,27(3) Å
3
; d=5,234826
g/cm
3
Átomos Wycroff x/a y/b z/c Sof B
2
)
Cr1 12c 0 0 03473(2) 1,0 0,41(7)
O2 18e 0,308(1) 0 0,25 1,0 0,8(2)
Rwp=10,55 % Re=8,09 % S=1,3041 % R
I
=2,37 %
Análise quantitativa de fases: 77,82 % de ZrSiO
4
e 22,18 % de Cr
2
O
3
Mesmo em quantidades maiores observa-se na figura 22 que aparecem
as fases iniciais.
Figura 22 - Gráfico de Rietveld do refinamento realizado com a amostra ZrSiO
4
dopada com 20 % de
Cr
2
O
3
, tratada termicamente a 1150 ºC. A curva da diferença entre o perfil observado e o perfil
calculado indica a boa qualidade do refinamento.
73
5.2.3 Análise de volume, quantitativa de fases, distância e ângulo
5.2.3.1 Análise de volume
Na figura 23, está representada a variação do volume da cela unitária das
amostras não dopada e dopadas com 1 %, 5 %, 10 % e 20 % de cromo. Nota-se que
o volume da cela unitária varia bastante para as amostras 5 % e 10 %
provavelmente devido à entrada de cromo na solução sólida da fase zirconita, pode-
se observar na análise quantitativa de fases tabela 24 que é pouca a variação das
fases.
Ndop Cr1 Cr5 Cr10 Cr20
260.75
260.80
260.85
260.90
260.95
261.00
261.05
261.10
Volume em A
3
Amostra
Variação do volume da zirconita dopada com cromo
Figura 23 - Variação do volume da cela unitária das amostras de ZrSiO
4
não dopada e dopadas com
cromo.
Pode-se observar que os volumes obtidos nas amostras dopadas com cromo,
estão fora da margem de erro estabelecida pelo desvio padrão.
5.2.3.2 Análise quantitativa de fases
74
A análise quantitativa de fases revela que a quantidade da fase ZrSiO
4
tetragonal diminui com o aumento do dopante cromo, porém, é muito pequena a
diferença, na tabela 24 estão os resultados dessa fase para as amostras de cromo,
pode-se verificar que apenas na amostra com 20 % de cromo que a diferença é
maior que 0,5 %.
Tabela 24 - Análise quantitativa da zirconita não dopada e dopada com óxido de cromo nas
quantidades citadas na tabela.
Fase: ZrSiO
4
- tetragonal Inicial em % Final em %
Zirconita não dopada 100 100
Zirconita com 1 % de óxido de Cromo 99 94,92
Zirconita com 5 % de óxido de Cromo 95 94,69
Zirconita com 10 % de óxido de Cromo 90 89,45
Zirconita com 20 % de óxido de Cromo 80 77,88
A figura 24 ilustra a diferença entre a quantidade inicial e final da fase ZrSiO
4
das amostra de cromo.
Ndop Cr1 Cr5 Cr10 Cr20
75
80
85
90
95
100
ZrSiO
4
Quantidade inicial da fase
Quantidade final da fase
% em massa
amostra
Figura 24 - Análise da diferença entre a quantidade inicial e final da fase ZrSiO
4
utilizando como
dopante o cromo.
75
Pode-se observar pelo gráfico que o dopante cromo altera muito pouco a fase
ZrSiO
4
tetragonal, ficando a variação próxima dentro do limite de erro, com isso não
favorece o surgimento de novas fases.
5.2.3.3 Análise de distância e ângulo
As análises de distância e ângulo ajudam a observar quando está ocorrendo
algum tipo de variação na cela unitária, a tabela 25 mostra alguns ângulos de
ligação analisados nas amostras de cromo.
Tabela 25 - Análise de ângulos entre as ligações químicas da zirconita não dopada e dopada com
óxido de cromo nas quantidades citadas na tabela, os valores estão em º.
Amostra O-Zr-O Si- Zr-O O-Si-O
Zirconita
92,32(2) 101,62(6) 116,17(9)
Cromo 1
92,26(2) 101,46(5) 116,6(1)
Cromo 5
92,35(2) 101,69(6) 116,2(1)
Cromo 10
92,29(2) 101,54(6) 116,4(1)
Cromo 20
92,23(3) 101,39(7) 116,8(1)
Como se observa na tabela 25 e no figura 25 a variação dos ângulos de
ligação é pequena, apenas o ângulo entre O-Si-O nas amostras Cr1 e Cr20 tem uma
variação significativa maior que o desvio padrão e não fornece informações
adicionais, um dos motivos que pode ter levado a uma pequena variação dos
ângulos de ligação é o fato dos átomos de silício e cromo estarem em posições
atômicas especiais que não são refinadas.
76
Ndop Cr1 Cr5 Cr10 Cr20
95
100
105
110
115
Ângulo
amostra
ângulos de ligação
O-Zr-O
Si-Zr-O
O-Si-O
Figura 25 - Variação dos ângulos de ligações químicas nas amostras não dopada de zirconita e
dopada com cobalto.
Observa-se que os ângulos variam muito pouco além do limite de erro
estabelecido pelo desvio padrão.
As distâncias entre as ligações químicas fornecem informações que ajudam a
perceber se está ocorrendo alguma alteração na composição química da cela
unitária, pois os raios atômicos dos átomos envolvidos nesse estudo são diferentes,
a tabela 26 mostra a distância entre alguns desses átomos.
Tabela 26 - Análise de distância interatômica da zirconita não dopada e dopada com óxido de cromo
nas quantidades citadas na tabela, os valores estão em Å.
Amostra Zr - O2 Si - O
Zirconita 2,269(2) 1,598(2)
Cromo 1 2,258(2) 1,588(2)
Cromo 5 2,270(2) 1,593(2)
Cromo 10 2,263(2) 1,592(2)
Cromo 20 2,255(3) 1,589(3)
Como pode ser observado na tabela 26 e nas figuras 26 e 27 as distâncias
das ligações variam pouco e não têm continuidade, estas variações de distância
podem ser causadas pela mistura das fases como uma solução sólida.
77
Ndop Cr1 Cr5 Cr10 Cr20
1.580
1.582
1.584
1.586
1.588
1.590
1.592
1.594
1.596
1.598
1.600
1.602
distância em Â
amostra
distância de ligação
Si-O
Figura 26 - Variação da distância de ligação entre Si-O, nas amostras não dopada de zirconita e
dopada com cromo.
Observa-se que as distâncias variam pouco do limite de erro estabelecido
pelo desvio padrão, as amostras Cr1 e Cr20 variam um pouco mais.
Ndop Cr1 Cr5 Cr10 Cr20
2.250
2.252
2.254
2.256
2.258
2.260
2.262
2.264
2.266
2.268
2.270
2.272
2.274
Distância em Â
amostra
distância de ligação
Zr-O
Figura 27 - Variação da distância de ligação entre Zr-O, nas amostras não dopada de zirconita e
dopada com cromo.
78
Observa-se que as distâncias variam pouco, ficando dentro do limite de erro
estabelecido pelo desvio padrão, a exceção são as amostras de Cr1 e Cr20 que
mostra uma variação maior da distância de ligação.
79
CAPÍTULO 6
CONCLUSÕES
80
CAPÍTULO 6 CONCLUSÕES
As análises de estrutura cristalina realizadas na zirconita não dopada e
dopada com cobalto e cromo utilizando difração de raios X e o método de Rietveld
permitem as seguintes conclusões:
Nas amostras de zirconita não dopada, dopada com cobalto e dopada com
cromo houve a necessidade de se refinar parâmetros de orientação preferencial
para o plano (200), uma vez que, sistematicamente, este efeito estava presente,
devido a estrutura tetragonal bipiramidal.
No estudo das amostras de ZrSiO
4
com cobalto na forma de Co
3
O
4
, houve a
formação de três novas fases Co
2
SiO
4
cúbica, Co
2
SiO
4
romboédrica e ZrO
2
monoclínico, além das fases primárias ZrSiO
4
tetragonal e Co
3
O
4
cúbica,.
Verificou-se, então, que a adição de 1 % do dopante cobalto favoreceu o
aparecimento da fase Co
2
SiO
4
bica. A adição de 5 % favoreceu a formação das
fases Co
2
SiO
4
cúbica, Co
2
SiO
4
romboédrica. Com a adição de 10 % de cobalto, três
novas fases estavam presentes Co
2
SiO
4
cúbica, Co
2
SiO
4
romboédrica e ZrO
2
monoclínico. Com a adição de 20 % de cobalto não apareceram novas fases,
havendo apenas a confirmação das fases identificadas, o originado foi de
tonalidade azul. A análise quantitativa de fases revelou que o aumento das fases:
Co
2
SiO
4
bica, Co
2
SiO
4
romboédrica e ZrO
2
monoclínico causam diminuição da
fase ZrSiO
4
tetragonal.
nas amostras dopadas com cromo o ocorreu à formação de novas fases
em nenhuma das concentrações estudadas, foram encontradas apenas as fases
primárias ZrSiO
4
tetragonal e Cr
2
O
3
hexagonal. O originado foi de tonalidade
verde.
Em todas as amostras foi realizado refinamento de Rietveld e os resultados
81
obtidos (Ri em torno de 2 %) indicam que as estruturas cristalinas estão corretas.
As análises de volume da cela unitária, distância, ângulo e análise quantitativa
de fases não permitem concluir que está havendo substituição, mas os resultados
sugerem que com até cerca de 5% cobalto ocorre uma substituição no sitio do
silício, acima desta quantidade parece que a substituição começa ocorrer no sítio do
zircônio também, isso é mais evidente no gráfico de volume. o cromo parece não
interagir de forma a causar substituição na rede cristalina, ficando apenas misturado
com a fase zirconita.
82
SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Utilizar EXAFS para identificar possíveis substituições de dopantes nos sítios
cristalográficos da zirconita.
Utilizar raios X para fazer figuras de lo com o objetivo de identificar o
problema de orientação preferencial encontrado sistematicamente em todas as
amostras de zirconita.
83
REFERÊNCIAS
1 Amethyst Galleries -
The Tetragonal System
. Disponível em: <http://
www.galleries.com/minerals/symmetry/tetragon.htm>. Acesso em 31 ago. 2006.
2 Amethyst Galleries -
Crystal Systems
. Disponível em: <http://
www.galleries.com/minerals/symmetry/symmetry.htm>. Acesso em 31 ago. 2006.
3
Crystal Habit
. Disponível em: <http://www.galleries.com/minerals/
property/crystal.htm>. Acesso em 31 ago. 2006.
4
Tutorial on Cleavage and Fracture
. Disponível em: <http://www.
uraniumminerals.com/Tutorials/Cleavage/Cleavage.htm>. Acesso em 31 ago.
2006.
5
Descriptive Crystal Habits
. Disponível em: <http://www.galleries.com/
minerals/property/habits.htm>. Acesso em 31 ago. 2006.
6
Mineral Description
. Disponível em: <http://www.brocku.ca/earthsciences/
people/gfinn/minerals/zircon.htm>. Acesso em 31 ago. 2006.
7
Zircon
(Zirconium Silicate). Disponível em: <http://www.galleries.com/
minerals/silicate/zircon/zircon.htm>. Acesso em 31 ago. 2006.
8
Crystal Form, Zones, & Habit
. Disponível em: <http://www.tulane.edu/
~sanelson/eens211/forms_zones_habit.htm>. Acesso em 31 ago. 2006.
9
Fracture
. Disponível em: <http://www.galleries.com/minerals/property/
fracture.htm>. Acesso em 31 ago. 2006.
10 Mineral Gallery -
The Property of Cleavage
. Disponível em: <http://
www.galleries.com/minerals/property/cleavage.htm>. Acesso em 31 ago. 2006.
11 CAVA, S.; TEBCHERANI, S. M.; PIANARO, S. A.; PASKOCIMAS, C. A.;
LONGO, E.; VARELA, J. A. Síntese e caracterização do sistema ZrO
2
-SiO
2
com
adição de cobalto para uso como pigmentos cerâmicos.
Revista Cerâmica
. 51: p.
302-307, 2005.
12 BADENES, J. A.; Vicent, J. B.; Llusar, M.; Tena, M. A.; Monros, G.; The natute
Pr-ZrSiO
4
yellow ceramic pigment.
J. Master. Sci
., 37:1413-1420, 2002.
13 DIMITROV, T.; GEORGIEVA, L.; VASSILEV, S.; Study of cerâmic pigments
from the ZrO2-SiO2-Fe2O3 system.
Bol. Soc. Esp. Ceram. Vidr
., 42:235-237,
2003.
14 VALENTIN, C.; Sales, M.; Alarcon, J.; V-ZrSiO
4
solids solutions prepared from
coloidals gels synthesis and characterization,
Bol. Soc. Esp. Ceram. Vidr
., 37:39-
84
46,1998.
15 DEMIRAY, T.; NATH, D. K.; HUMMEL, F. A.; Zircon-vanadium blue pigment.
J. Am. Ceram. Soc
., 1970, 53, 1.
16 LLUSAR, M.; BADENES, J. A.; CALBO, J.; TENA, M. A.; MONROS, G.;
Environmnetal and colour optimisation of mineraliser addition in synthesis of iron
zircon ceramic pigment.
Br. Ceram. Trans
., 99:14-22, 2000.
17 ZHANG, H.; WANG, L.; ZHANG, Q.; Síntesis de pigmentos basados em el
sistema ZrO2-SiO2-V2O5 mediante silicato de zircônio;
Ciência Uanl
, VI:349-353,
2003.
18 DCMA.
DCMA Classification and chemical description of the mixed oxide
inorganic colored pigments. Dry Color Manufacturer´s Assin
., Washington DC,
2ed. Edition, 1982
19 ARDIZZONE, S.; CAPPELLETTI, G.; FERMO, P.; OLIVA, C.; SCAVINI, M.;
SCIME, F. Structural and Spectroscopic Investigations of Blue, Vanadium-Doped
ZrSiO
4
Pigments Prepared by a Sol-Gel Route.
Journal of Physical
Chemistry
B
109 (47): p. 22112-22119, DEC 2005.
20 CAPPELLETTI, G.; ARDIZZONE, S.; FERMO, P.; GILARDONI, S. The
influence of iron content on the promotion of the zircon structure and the optical
properties of pink coral pigments.
Journal of the European Ceramic Society
. 25,
p.911–917, 2005.
21 DEL NERO G.; CAPPELLETTI, G.; ARDIZZONE, S.; FERMO, P.;
GILARDONI, S. Yellow Pr-zircon pigments - The role of praseodymium and of the
mineralizer.
Journal of the European Ceramic Society
24 (14): p. 3603-3611,
NOV 2004.
22 ALARCON, J. Crystallization behaviour and microstructural development in
ZrSiO
4
and V-ZrSiO
4
solid solutions from colloidal gels
. Journal of the European
Ceramic
Society
. v. 20, p.1749-1758, 2000.
23 KARABI, D.; Bandyopadhyay, T.K. Synthesis and characterization of
zirconium carbide-reinforced iron-based composite.
Materials Science and
Engineering.
A 379, p.83–91, 2004.
24 RUBIO-PUZZO, L.; CARACOCHE, M. A. C.; CERVERA, M. M.; RIVAS, P.C.;
FERRARI, A. M.; BONDIOLI, F. et al. Hyperfine Characterization of Pure and
Doped Zircons.
Journal of Solid State Chemistry
150: p. 14-18, 2000.
25 ROMERO, M.; Rinco, J. M.; e Acosta, A. Crystallisation of a zirconium-based
glaze for ceramic tile coatings.
Journal of the European Ceramic Society
. v.23,
p.1629–1635, 2003.
85
26 TORRES, F.J.; Tena M.A. e Alarcon J. Rietveld refinement study of vanadium
distribution in V
+4
-ZrSiO
4
solid solutions obtained from gels.
Journal of the
European Ceramic Society,
v.22 p. 1991-1994, NOV 2002.
27 WILLIFORD, R.E.; BEGG, B. F.; WEBER, W.J.; HESS, N.J. Computer
simulation of Pu
3+
and Pu
4+
substitutions in zircon.
Journal of Nuclear Materials
.
v. 278, p.207-211, 2000.
28 ALBANI, J. D.; ANTUNES, A. C.; CAVA, S.; PIANARO, S. A.; TOMINAGA,T.
T.; ANTUNES, S. R. M.; LONGO, E.; VARELA, J. A.
Preparation of Zircon
Pigments from the ZrSiO
4
-Co
3
O
4
System
. 2005, Mimeo.
29 ANDRADE, A.V. C.
Aplicação do Método de Rietveld na análise da
influência de aditivos na estrutura, microestrutura e formação de fases em
cerâmicas PZN preparadas por solução orgãnica de citratos.
1997, 155 f.
Dissertação ( Mestrado em Química)- Instituto de Química de Araraquara,
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Araraquara, 1997.
30 RIETVELD, H. M. Line Profiles of Neutron Powder-diffraction Peaks for
Structure Refinement.
Acta Crystallogr
., 22, p.151-152, 1967.
31 RIETVELD, H. M. A Profile Refinement Method for Nuclear and Magnetic
Structures.
J. Appl. Crystallogr
. 2, p.65-71, 1969.
32 PAIVA-SANTOS, C. O.
Caracterização de materiais pelo Método de
Rietveld com dados de difração por policristais.
2004. Mimeo. Disponível em
<http://labcacc.iq.unesp.br>. Acesso em 15 dezembro de 2005.
33 JANSEN, E.; SCHÄFER W.; WILL, G. R.
Values in analysis of powder
diffraction data using Rietveld refinement
. J. Appl. Cryst. V. 27, 492- 496, 1994.
34 PAIVA-SANTOS, C. O.; ANDRADE, A. V. C.
Contribuições não Estruturais.
Mimeo. Disponível em <http://labcacc.iq.unesp.br>. Acesso em 15 dezembro de
2005.
35 PUTVINSKIS, R.; PAIVA-SANTOS, C. O.
Curvas de calibração para análise
quantitativa de fases de zircônias
. 2003. Mimeo. Disponível em
<http://labcacc.iq.unesp.br>. Acesso em 15 dezembro de 2005.
36 ANDRADE, A.V. C.
Análises estrutural, nanoestrutural, e quantitativa de
fases em materiais cerâmicos de interesse tecnológico, utilizando difração de
raios X pelo método do pó.
2003, 177 f. Tese ( Doutorado em Química)- Instituto
de Química de Araraquara, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho,
Araraquara, 2003.
37 FANCIO, E.
Aplicação do Método de Rietveld para análise quantitativa de
fases dos polimorfos da zircônia por difração de raios x.
1999, 172 f.
Dissertação (Ciências na Área de Tecnologia Nuclear-Aplicações). Instituto de
Pesquisas Energéticas e Nucleares, Autarquia Associada à Universidade de o
86
paulo, o Paulo, 1999. Disponível em <http://labcacc.iq.unesp.br>. Acesso em 15
dez. 2005.
38 IZUMI, F.; “The Rietveld Method,” ed by R. A. Young,
Oxford University
Press
, Oxford (1995), Chap. 13
39 TORAYA,H.; Whole Powder Pattern Fitting Without Reference to a Structural
Model: Application to X ray Powder Diffractometer Data.
J.Appl.Cryst.
19, p.440-
447,1986.
40 IZUMI, F.; YAMAMOTO, A.; KHASANOVA, R.; KUMAZAWA, S.; HU, W.;
KAMIYAMA, T.
Physica C
, v. 335, p. 239-244, 2000.
41 YOUNG, R. A.; Larson, A. C. e Paiva-Santos, C.O.
User's Guide to Program
Dbws-9807a for Rietveld Analysis of X-ray and Neutron Powder Diffraction
patterns with a `PC' and various other computers
. Atlanta: School of Physics,
Georgia Institute of Technology, 2000. 74p. Manual.
42 LARSON, A.C.; VON DREELE, R. B.
General Structure Analysis System
(GSAS)
. Los Alamos National Laboratory Report – LAUR, p. 86-748, 2000.
43 TOBY, B. H.
EXPGUI
, a graphical user interface for
GSAS
.
Journal of
Applied Crystallography.
v. 34, p. 210-213, 2001.
44 UTUNI, V. H. S.; Andrade, A. V. C.; Correa, H. P. S and Paiva-Santos, C. O.
Kcristal: Linux `live-CD' for powder crystallography.
J. Appl. Cryst.
v.38, p.706-
707, 2005.
45 BRANDENBURG, K.,
Program Diamond Demonstration Version 2.1e
.
Crystal Impact GbR. 2001.
46 VENUS: program for visualization of electron and nuclear density, version 2.0.
Manual.
47 A RIETVELD-REFINEMENT program RIETAN-94 for angle-dispersive x-ray
and neutron powder diffraction: notes on RIETAN-2000. Manual.
48 GIACOVAZZO, C., Fundaments of Crystallography.
Oxford, Oxford
University Press
, 1995.
49 BORGES, F. S.; Elementos da Cristalografia. Lisboa,
Fundação Calouste
Gulbenkian
, 1980.
50
SIMETRIA CRISTALOGRÁFICA
. Disponível em: <http//www.geo.uel.br/
edison/simetria.pdf>. acesso em: 19 mai 2005.
51
NOTAÇÃO CRISTALOGRÁFICA
. Disponível em: <http//www.geo.uel.br
/edison/notação.pdf>. acesso em: 19 mai 2005.
87
52
BRAVAIS LATTICES
. Disponível em: http//www.uwgb.edu/dutchs/simmetry/
bravais.htm. acesso em 10 mai 2005.
53 MARTINS, R. A. A Descoberta dos Raios X: O primeiro comunicado de
Röntgen. Revista Brasileira de Ensino de Física. 20, 373-391 (1998).
54 HAMMOND, C.; The basics of Crystallography and Diffraction.
Oxford,
Oxford University Press
, 1998.
55 CULLITY, B., D.; Elements of X-ray Diffraction. ed. Reading,
Addison-
Wesley Publishing Company Inc
., 1978.
56 A RIETVELD-REFINEMENT program RIETAN-2000 for angle-dispersive x-ray
and neutron powder diffraction: notes on RIETAN-2000. Manual.
57 IZUMI, F.;
Rietveld analysis and mem-based whole-pattern fitting under
partial profile relaxation.
Rietan-2000
.
National Institute for Research in Inorganic
Materials. Manual.
58 A RIETVELD-REFINEMENT program RIETAN-2000 for angle-dispersive x-ray
and neutron powder diffraction. Supplement Parameters contained in the model
function in RIETAN-2000. Manual.
59
COD
. Disponível em: <http//www.cristallography.net>. acesso em jan, fev, mar
2006.
60
PREFERRED ORIENTATION
. Disponível em: < http://www.xrd.us/technote/
preferred%20orientation.htm>. Acesso em 24 ago 2006.
61 HO, C. G.; SHING, T. K.; LI, P. C. Preferred Orientation Control and
Characterization of AlN Thin Films Using Reactive Sputtering
. Tamkang Journal
of Science and Engineering
, Vol. 7, No. 1, pp. 1−4 (2004).
62 Fejdi, P.; Holocsy, A.
Relationship Between Crystal Morphology And Preferred
Orientation In Polycrystalline Specimens For Diffraction Experiments
. Materials
Structure
, vol. 8, number 1, 2001, p.22.
63
ANALYSIS OF PREFERRED ORIENTATION
. Disponível em: <http:// www.h-
and-m-analytical.com>. acesso em 24 ago 2006.
64 POWDER DIFFRACTION:
PREFERRED ORIENTATION
. Disponível em:
<http://www.uni-wuerzburg.de/mineralogie/crystal/teaching/pow_c.html>. Acesso
em 24 ago 2006.
65 Everitt, D. L.; Miller, W. J. W.; Abbott, N. L.; Zhu, X. D. Evolution of a preferred
orientation of polycrystalline grains in obliquely deposited gold films on an
amorphous substrate.
Physical Review B
Volume 62, Number 8, 2000, p. 4862-
4865.
66 Sitepu, H.; Prask, H.J.; Vaudin, M.D. Texture Characterization In X-Ray And
Neutron Powder Diffraction Data Using The Generalized Spherical-Harmonic.
88
JCPDS-International Centre for Diffraction Data
2001, Advances in X-Ray
Analysis,Vol..44, p. 241.
67 Shannon, R. D.; Prewitt, C. T. Effective ionic radii in oxides and fluorides.
Acta
Crystallographica
(1969). B 25, 925-946.
89
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo