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BANDEAMENTO CROMOSSÔMICO E
CONTEÚDO DE DNA EM ESPÉCIES
TROPICAIS DE Pinus
JULIANE DORNELLAS NUNES
2008
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JULIANE DORNELLAS NUNES
BANDEAMENTO CROMOSSÔMICO E CONTEÚDO DE DNA EM
ESPÉCIES TROPICAIS DE Pinus
Tese apresentada à Universidade Federal
de Lavras como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em Genética
e Melhoramento de Plantas, para a
obtenção do título de "Doutor".
Orientadora
Profa. Dra. Giovana Augusta Torres
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
2008
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Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
Nunes, Juliane Dornellas.
Bandeamento cromossômico e conteúdo de DNA em espécies
tropicais de Pinus / Juliane Dornellas Nunes. – Lavras : UFLA, 2008.
53 p. : il.
Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Lavras, 2008.
Orientadora: Giovana Augusta Torres.
Bibliografia.
1. Pinus. 2. Bandeamento cromossômico. 3. Conteúdo de DNA
nuclear. I. Universidade Federal de Lavras. II. Título.
CDD – 634.9751
JULIANE DORNELLAS NUNES
BANDEAMENTO CROMOSSÔMICO E CONTEÚDO DE DNA EM
ESPÉCIES TROPICAIS DE Pinus
Tese apresentada à Universidade Federal de Lavras
como parte das exigências do Programa de Pós-
Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas,
para a obtenção do título de "Doutor".
APROVADA em 31 de julho de 2008
Profa. Dra. Lisete Chamma Davide UFLA
Prof. Dr. Juscélio Clemente de Abreu UNINCOR
Prof. Dr. Sandro Barbosa UNIFAL
Dra. Roselaine Cristina Pereira UFLA
Profa. Dra. Giovana Augusta Torres
UFLA
(Orientadora)
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
Aos meus queridos pais, Elio Corrêa Nunes e Francisca Dornellas
Corrêa Nunes, que me ensinaram valores imprescindíveis para essa
conquista,
DEDICO.
A Deus, que ilumina meus caminhos ...
OFEREÇO.
AGRADECIMENTOS
A minha família, meus pais e irmãos, Jaqueline e Alexandro, por todo
apoio, incentivo e amor.
Aos meus sobrinhos queridos, Rodrigo, Ricardo e Caio, pela alegria que
trazem a minha vida.
Ao Ivens, por seu amor, apoio e compreensão, que foram fundamentais
nessa difícil etapa final.
À Profa. Lisete Chamma Davide, pelos valiosos ensinamentos e
oportunidades e por me dar as chaves do meu segundo lar em Lavras, o
Laboratório de Citogenética, onde me apaixonei pelo mundo dos cromossomos e
tanto pude aprender, crescer e conquistar.
À Profa. Giovana Augusta Torres, por todos os ensinamentos,
oportunidades, orientação e auxílio.
A todos os professores da UFLA, em especial aos do Departamento de
Biologia por todos ensinamentos e oportunidades.
Ao amigo Prof. Sandro Barbosa, pelos conselhos, ensinamentos e pelas
importantes contribuições neste trabalho.
Ao amigo Prof. Juscélio Clemente de Abreu, meu primeiro co-
orientador de iniciação científica, por seus valiosos ensinamentos e
contribuições para este trabalho.
À amiga Roselaine Cristina Pereira, por todas as colaborações ao longo
de tantos anos de convívio e especialmente neste trabalho.
À Universidade Federal de Lavras, pela oportunidade de realização do
mestrado e do doutorado e pelo ensino de qualidade.
À CAPES, pela concessão da bolsa de estudos e pelo apoio financeiro.
Ao Prof. Lyderson Facio Viccini, pela colaboração na captura de
imagens no Laboratório de Genética da Universidade Federal de Juiz de Fora.
i
As empresas Aracruz e Melhoramentos S/A, pelo fornecimento das
sementes utilizadas neste trabalho.
A todos os amigos do Laboratório de Citogenética que ao longo desses
11 anos, tanto me ensinaram e pelos ótimos momentos compartilhados.
Ao querido amigo José Marcello, companheiro de mestrado e doutorado,
por toda a sua ajuda ao longo desses anos e, em especial neste trabalho, pelas
discussões científicas, conselhos e, acima de tudo, pela amizade.
Aos amigos Patrícia e Saulo, pelas contribuições para este trabalho,
pelos conhecimentos compartilhados, pelas discussões científicas e felizes
momentos vividos no laboratório.
A todos os amigos que ganhei em Lavras, por tantos momentos bons e
felizes.
À grande amiga Alessandra, companheira para todos os momentos,
juntamente com suas lindas filhas, Julia e Isadora, por tantas alegrias
compartilhadas.
Aos amigos do Programa de Pós-Graduação em Genética e
Melhoramento de Plantas, pela convivência sempre amigável e colaborativa.
Aos funcionários da Universidade Federal de Lavras, laboratoristas,
secretárias, assistentes administrativos da biblioteca e demais setores, auxiliares
gerais, enfim, todos que, sempre disponíveis e atenciosos, foram imprescindíveis
para a realização de todas as etapas deste trabalho.
A todos os meus familiares, em especial a querida Tia Belinha e minha
prima Lane, sempre presentes me incentivando e torcendo por esta conquista.
À avó lavrense que ganhei, D. Ilda Borges (in memoriam), que me
adotou como neta e tanto me ajudou para que fosse possível a conclusão deste
trabalho.
Não seria possível citar todas as pessoas que conheci e que me
ajudaram, em Lavras, durante todos esses maravilhosos anos da graduação,
mestrado e doutorado. Portanto, a todos que, de uma forma ou de outra,
participaram e contribuíram para a finalização desta etapa fundamental da minha
vida, meus mais verdadeiros agradecimentos.
ii
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................... i
ABSTRACT................................................................................................ ii
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 1
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................... 3
2.1 Aspectos biológicos e econômicos do gênero Pinus ........................... 3
2.2 Os Pinus tropicais ................................................................................ 8
2.3 Citogenética do gênero Pinus .............................................................. 12
2.4 Bandeamentos cromossômicos e localização de seqüências em
Pinus............................................................................................................
14
2.5 Conteúdo de DNA em Pinus ................................................................ 21
3 MATERIAL E MÉTODOS..................................................................... 26
3.1 Material genético................................................................................... 26
3.2 Bandeamentos cromossômicos ............................................................ 26
3.2.1 Preparo de lâminas............................................................................. 26
3.2.2 Coloração com fluorocromos DAPI e CMA
3
.................................... 27
3.2.3 Bandeamento com nitrato de prata .................................................... 28
3.3 Obtenção de Imagens ........................................................................... 28
3.4 Citometria de fluxo............................................................................... 29
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................ 31
5. CONCLUSÕES ..................................................................................... 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................ 46
iii
RESUMO
NUNES, Juliane Dornellas. Bandeamento cromossômico e conteúdo de DNA
de espécies tropicais de Pinus. 2008. 53 p. Tese (Doutorado em Genética e
Melhoramento de Plantas) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.
Diversas espécies do gênero Pinus, inclusive algumas de origem
tropical, vêm sendo amplamente utilizadas na produção de matérias-primas,
como madeira e celulose. A espécie Pinus tecunumanii Eguiluz & J. P. Perry é
motivo de uma controvérsia taxonômica há mais de 50 anos. Alguns trabalhos
consideraram o Pinus tecunumanii uma subespécie de Pinus patula, enquanto
outros, uma espécie distinta e mais próxima de Pinus oocarpa. Entretanto, os
resultados obtidos apontam para a necessidade de mais informações, para um
melhor entendimento da posição taxonômica do Pinus tecunumanii. No presente
trabalho, foram avaliadas as espécies tropicais Pinus oocarpa Schiede ex
Schltdl., Pinus patula Schltdl. & Cham e Pinus tecunumanii Eguiluz & J. P.
Perry, com 2n= 24 cromossomos, por meio de técnicas de bandeamento
cromossômico fluorescente e AgNOR, a fim de identificar a existência de
polimorfismos cromossômicos e variações na quantidade de DNA nuclear, por
meio da citometria de fluxo, que possam contribuir para a diferenciação dos três
taxa. Pinus oocarpa e Pinus tecunumanii apresentaram 12 bandas CMA
3
+
intersticiais e coincidentes com as constrições secundárias. Pinus patula
apresentou 12 bandas intersticiais, também coincidentes com as constrições
secundárias, além de 4 bandas centroméricas. O padrão de bandas CMA
3
evidenciou que as constrições secundárias são regiões ricas em bases GC e que o
Pinus tecunumanii é mais próximo de Pinus oocarpa que de Pinus patula, no
que diz respeito a essa característica. O bandeamento com fluorocromo DAPI
não produziu bandas consistentes que permitissem a construção de um padrão. O
bandeamento AgNOR não foi estabelecido nas metáfases. Foram observados
somente os nucléolos corados em núcleos interfásicos. Estes variaram de 4 a 10
nas três espécies e evidenciaram uma possível inativação e ou fusão de
nucléolos. Pinus patula apresentou o maior conteúdo de DNA entre as três
espécies com 43,36 pg. Houve variação intra-específica no conteúdo de DNA de
quatro procedências do Pinus tecunumanii e esta não apresentou correlação com
a origem latitudinal das procedências. A variação no conteúdo de DNA não
possibilitou a distinção entre os três taxa.
Comitê Orientador: Giovana Augusta Torres - UFLA (Orientadora); Lisete Chamma
Davide (Co-orientadora).
i
ABSTRACT
Nunes, Juliane Dornellas.
Fluorescent chromosome banding and DNA
content in tropical species of Pinus. 2008. 53 p.
Thesis (Doctor’s Degree in
Plant Genetics and Breeding) – Federal University of Lavras, Lavras, MG.
Several species of the genus Pinus, including some of tropical origin
have been widely used in the production of raw materials such as wood and
cellulose. Since fifty years ago, Pinus tecunumanii Eguiluz & J. P. Perry species
is the center of a taxonomic controversy. Some works considered Pinus
tecunumanii as a Pinus patula subspecies, while others considered it as a distinct
species closer to Pinus oocarpa. Nevertheless, the results obtained points out the
lack of information to a better understanding of the taxonomic status of Pinus
tecunumanii. In the present work the tropical species Pinus oocarpa Schiede ex
Schltdl., Pinus patula Schltdl. & Cham and Pinus tecunumanii Eguiluz & J. P.
Perry, with 2n= 24 chromosomes, were evaluated through fluorescent banding
and AgNor techniques to identify
the existence of chromossomic polymorphisms
and variations in the amount of nuclear DNA, by flow cytometry, which can
contribute to the differentiation of the three taxa. Pinus oocarpa and
P
inus
tecunumanii displayed 12 interstitial bands CMA
3
+
coincident with the secondary
constrictions. Pinus patula showed 12 interstitial bands, also coincident with the
secondary constrictions beyond 4 centromeric bands. The pattern of bands CMA
3
showed that the secondary constriction regions are rich in GC bases and the
P
inus
tecunumanii is closer to Pinus oocarpa than to Pinus patula, with regard to this
characteristic.
The banding with DAPI fluorocrome didn’t produce consistent
b
ands to allow the pattern establishment. The AgNOR banding was not
established in the methaphases. Only nucleoli in interphase nuclei were clearly
observed. Their number ranged from 4 to 10 in the three species and showed a
possible inactivation and/or fusion of some of them. Pinus patula displayed the
highest content of DNA among the three species with 43.36 pg. There was
intraspecific variation in the DNA content of four provenances of Pinus
tecunumanii and this does not correlate with latitudinal origin of provenances.
The variation in DNA content not allowed the distinction between the three taxa.
Guidance Committee: Giovana Augusta Torres – UFLA (Major Professor), Lisete
Chamma Davide. – UFLA (Co-Major Professor).
ii
INTRODUÇÃO
A introdução de espécies do gênero Pinus ocorreu no Brasil há mais de
um século. É notável o espaço conquistado pelo Pinus na silvicultura brasileira;
são cerca de 1,8 milhão de hectares de florestas plantadas no país (Kronka et al.,
2005).
Atualmente, quando há tanta preocupação com o desenvolvimento
sustentável e a redução dos impactos ambientais, a atividade silvicultural
baseada nessas espécies ganha enorme destaque, uma vez que a obtenção de
produtos oriundos de árvores de áreas de reflorestamento auxilia na redução do
desmatamento de ecossistemas, como a Amazônia, a Mata Atlântica e o
Cerrado, para a utilização de espécies nativas.
Diversas espécies do gênero Pinus, inclusive algumas de origem
tropical, como Pinus oocarpa Schiede ex Schltdl., Pinus patula Schltdl. & Cham
e Pinus tecunumanii Eguiluz & J. P. Perry, vêm sendo amplamente utilizadas na
produção de matérias-primas para as indústrias de papel e celulose, painéis e
compensados de madeira, móveis e na indústria química.
Além da importância econômica das espécies tropicais de Pinus,
controvérsias a respeito da posição taxonômica do Pinus tecunumanii Eguiluz &
J. P. Perry existiram desde a sua descoberta, no final da década de 1940, pelo
alemão Fritz Schwerdtferger (Schwerdtferger, 1953). Essa espécie, também
conhecida como Pinus de Tecun Umán, já foi considerada uma subespécie do
Pinus patula (Styles, 1985; Davide & Araújo, 1993a; Leão & Davide, 1993) ou
uma espécie muito próxima de Pinus oocarpa (Piedra & Perry, 1983; Furman et
al., 1997; Silva-Mann et al., 1999). Nesses trabalhos foram avaliadas
características morfológicas e anatômicas da madeira e acículas, análise de
terpenos, características cromossômicas e marcadores moleculares RAPD.
1
Os estudos citogenéticos envolvendo Pinus oocarpa, Pinus patula e
Pinus tecunumanii têm demonstrado inconsistências com relação à posição e ao
número de constrições secundárias, ao comprimento total do lote haplóide e de
bandas cromossômicas (Davide & Araújo, 1993b; Ribeiro, 2001; Silva-Mann et
al., 1999, 2002).
A utilização de características citogenéticas constitui um desafio, pois as
espécies do gênero Pinus distinguem-se por apresentarem cariótipos muito
semelhantes, com grandes cromossomos, que dificultam a obtenção de boas
metáfases. O cariótipo das espécies analisadas consiste de dez ou onze pares de
cromossomos metacêntricos longos e um ou dois pares de cromossomos
submetacêntricos mais curtos. Os cromossomos metacêntricos são similares na
forma e no tamanho e são dificilmente distintos por meio de análise de cariótipo
convencional (Hizume et al., 1983). Diante da grande uniformidade dos
cariótipos de Pinus, a utilização de técnicas de bandeamento cromossômico e
hibridização in situ são essenciais na geração de informações mais detalhadas,
possibilitando a identificação de variações cromossômicas e uma melhor
delimitação do táxon em várias espécies.
A citometria de fluxo também tem se mostrado uma estratégia eficiente
na identificação de variações intra e interespecíficas no gênero Pinus, o que
possibilita um melhor entendimento dos mecanismos de plasticidade do DNA e
auxilia no esclarecimento do processo evolutivo das espécies.
O presente trabalho foi realizado com o objetivo de identificar
polimorfismos no padrão de bandas CMA
3
, DAPI e AgNOR e, ainda, variações
na quantidade de DNA nuclear das espécies tropicais Pinus oocarpa, Pinus
patula e Pinus tecunumanii, que possam contribuir para a diferenciação dessas
espécies.
2
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Aspectos biológicos e econômicos do gênero Pinus
Geógrafos e paleobotânicos acreditam que, durante as eras Mesozóica e
Cenozóica, até metade do Pleistoceno, a América do Norte estava conectada ao
norte da Ásia e também ao norte da Europa. Essas conexões permitiram o fluxo
gênico de espécies da família Pinaceae presentes nessas áreas. Durante o período
Cretáceo, os popularmente conhecidos pinheiros eram amplamente distribuídos
nas regiões que hoje correspondem ao Canadá e os Estados Unidos. Esses
pinheiros foram, então, se diferenciando nas espécies que hoje estão distribuídas
nos três subgêneros de Pinus (Perry, 1991).
No início do período Terciário, os mares que cobriam a parte oeste-
central dos Estados Unidos e do Canadá e a maior parte do México e da
Guatemala baixaram, o que permitiu o início da dispersão de espécies de Pinus
do sul dos EUA em direção ao México e à América Central. A cadeia de
montanhas Sierra Madre, que é uma continuação das cadeias de montanhas
ocidentais do Alaska, Canadá e Estados Unidos, que se estende para o sul, é tida,
por um grande número de botânicos e taxonomistas, como a principal rota de
migração dos Pinus ocidentais para a América Central (Perry, 1991).
Pinaceae é a maior e economicamente mais importante família entre as
gimnospermas, com cerca de 10-11 gêneros. O gênero Pinus possui o maior
número de espécies, com cerca de 100 espécies, com ampla distribuição
(Kozubov & Muratova, 1986). A classificação mais recente do gênero Pinus foi
feita por Frankis et al. (1999), com base nas características dos cones, sementes
e acículas. A classificação segue o método utilizado por Little & Critchfield
(1969), com contribuições de Perry (1991) e Richardson (1998).
3
De acordo com o atual sistema, o gênero Pinus divide-se em três
subgêneros: Strobus, Ducampopinus e Pinus. O subgênero Pinus é dividido em
três seções: Pinus, Pinea e Trifoliae. As espécies Pinus oocarpa Schiede ex
Schltdl., Pinus patula Schltdl. & Cham. e Pinus tecunumanii Eguiluz & J. P.
Perry pertencem à seção Trifoliae, subseção Oocarpae, que compreende, além
dessas, as espécies Pinus radiata, P. attenuata, P. muricata, P. greggi, P.
pringlei, P. jaliscana, P. teocote, P. herrerae, P. lawsonii e P. praetermissa.
A principal característica das espécies pertencentes ao subgênero Pinus
é a ocorrência de dois feixes vasculares nas folhas. A ocorrência de cones
oblíquos e persistentes, que não abrem suas escamas a um só tempo (serotinos),
é a característica marcante dos indivíduos da subseção Oocarpae (Frankis et al.,
1999).
O gênero Pinus apresenta irregularidades em relação à hibridação. Há
muitas espécies de Pinus que são morfologicamente similares e
significativamente próximas, mas que se intercruzam com dificuldade, enquanto
outras, pertencentes a grupos distantes, se intercruzam livremente e produzem
híbridos férteis. As barreiras genéticas em Pinus são mais desenvolvidas que na
maioria das espécies florestais. Uma causa para o isolamento reprodutivo em
Pinus seriam mutações que afetam a compatibilidade entre espécies, mais do que
alterações cromossômicas que influenciam no pareamento cromossômico e
fertilidade de híbridos F1. A abundância de espécies de Pinus no México
evidencia a importância da hibridação interespecífica no gênero e estabeleceu o
México e a América Central como um centro secundário de evolução e
especiação do gênero (Mirov, 1967).
No Brasil, o melhoramento genético de Pinus é realizado pelo setor
privado e também pelo setor público. No programa de melhoramento genético
da Embrapa Florestas estão incluídas espécies temperadas e tropicais, dentre as
quais: Pinus caribaea, Pinus caribaea var. hondurensis, Pinus elliottii, Pinus
4
greggii, Pinus hondurensis, Pinus kesiya, Pinus maximinoi, Pinus oocarpa,
Pinus patula, Pinus taeda e Pinus tecunumanii (Embrapa, 2008).
A obtenção de populações melhoradas que satisfaçam às exigências da
produtividade florestal depende da capacidade de identificar genótipos desejados
na população sob seleção. Uma estratégia de eficiência comprovada para seleção
desses genótipos é a combinação dos testes de procedências e progênies
(Sampaio et al., 2000). Shimizu & Pinto Júnior (1988) relataram que esses
ensaios permitem ao melhorista a obtenção simultânea de informações sobre a
variação geográfica e diferenças genéticas entre árvores de cada procedência.
Higa (2002), em um recente levantamento, relatou que a capacidade
instalada de produção de sementes melhoradas de Pinus taeda, no Brasil, é de,
aproximadamente, 5.0000 kg/ano. Deste total, metade é produzida em PCS
(pomares clonais de sementes) e a outra metade em APS (áreas de produção de
sementes). Esse levantamento considerou apenas a produção de sementes das
empresas privadas. A seleção das árvores de Pinus taeda, nos principais
programas de melhoramento atualmente desenvolvidos no Brasil, tem priorizado
o volume (diâmetro, altura e conicidade) e a retidão do fuste, a espessura, a
distribuição e o ângulo de inserção dos galhos, a densidade básica da madeira e
as dimensões das fibras. O objetivo é produzir maior volume madeira em menor
tempo, para os diversos usos, como madeira serrada, laminada e produção de
celulose.
Entre as espécies economicamente mais importantes do gênero Pinus,
destacam-se Pinus taeda L., P. elliottii Engelm. var. elliottii, P. radiata, P.
pinaster (Islam-Faridi et al., 2007). Nesse contexto, destaca-se a demanda de
madeira, uma vez que é a matéria-prima para diversos produtos, como papel e
celulose, móveis, materiais para construção, resina, carvão, produtos de higiene
e limpeza, entre outros.
5
Os diferentes produtos de origem florestal são importantes e
imprescindíveis diante do crescimento populacional e econômico do país. A
produção proveniente de florestas estabelecidas dentro dos padrões de
sustentabilidade, além de ser importante fonte de matéria-prima para diferentes
segmentos industriais, auxilia na redução de
impactos ambientais, como o
desmatamento. É ainda importante ressaltar o papel social, uma vez que essas
atividades são enormes geradoras de empregos (Kronka et al., 2005).
Espécies de Pinus vêm sendo introduzidos no Brasil há mais de um
século, para variadas finalidades. Muitas delas foram trazidas pelos imigrantes
europeus como curiosidade, para fins ornamentais e para a produção de madeira.
As primeiras introduções de que se tem notícia foram de Pinus canariensis,
proveniente das Ilhas Canárias, no Rio Grande do Sul, em torno de 1880
(Embrapa, 2008).
Kronka et al. (2005) relatam 16 espécies de Pinus que constituem a base
da pinocultura brasileira, introduzidas a partir de 1906, dentre as quais Pinus
taeda, P. elliottii e também as espécies tropicais, como P. oocarpa, P. patula, P.
tecunumanii e P. caribaea.
Uma das razões mais importantes para a introdução do Pinus no país foi
a necessidade da produção de madeira para abastecimento industrial, para
processamento mecânico, na produção de madeira serrada, madeira laminada, na
confecção de painéis e na produção de celulose e papel (Kronka et al., 2005).
A indústria brasileira de celulose e papel, oriundos de florestas plantadas
de Pinus e Eucalyptus, encerrou o ano de 2007 com a produção de 11,9 milhões
de toneladas de celulose e 8,96 milhões de toneladas de papel. As exportações
do setor totalizaram US$ 4,7 bilhões, um número expressivo para a balança
comercial do país (Associação Brasileira de Celulose e Papel - BRACELPA,
2008).
6
De acordo com a Associação Brasileira de Madeira Processada
Mecanicamente (ABIMCI), constituem matéria-prima para a produção do
compensado as madeiras tropicais (60%) e as áreas de reflorestamento (40%),
especificamente Pinus e Eucalyptus. Restrições de ordem ambiental ao uso das
madeiras tropicais, na ausência de uma política adequada na região Amazônica,
associadas ao elevado custo de transporte aos centros consumidores, abrem mais
espaço para a produção e a utilização de painéis, oriundos de áreas de
reflorestamento. Entre os painéis de madeira, o MDF ( do inglês medium density
fiberboard) tem se destacado, devido à sua ampla utilização na indústria
moveleira e na construção civil (pisos, portas, rodapés, etc.). A principal fonte
de matéria-prima para o MDF é o Pinus, principalmente pela coloração clara que
dá aos painéis de maior valor comercial. O Brasil é responsável por 2% da
produção mundial de MDF, cujos principais produtores são os EUA (14%) e
Alemanha (14%) (Kronka et al., 2005).
O Brasil é o segundo maior exportador de madeira serrada de Pinus para
os EUA, com o volume de 791.000 m
3
, em 2003 (Oliveira, 2004). A exportação
de móveis também teve um crescimento significativo. Em 1990, os valores não
atingiam US$ 40 milhões; atualmente, os valores de exportação ultrapassam
US$ 500 milhões (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário -
ABIMOVEL, 2006).
Outro importante produto extraído do Pinus é a resina. Os principais
produtos derivados da resina são a terebentina (parte volátil) e o breu (parte
sólida). A terebentina é amplamente utilizada na indústria química como
solvente e o breu é utilizado na fabricação de tintas, emulsionantes, colas,
adesivos, etc. A previsão da safra 2007/2008 de resina no Brasil é de mais de
100.000 toneladas (Associação dos Resinadores do Brasil - ARESB, 2008).
7
2.2 Os Pinus tropicais
O gênero Pinus inclui as espécies florestais mais importantes que
ocorrem no México e na América Central, que são considerados centros de
origem de suas espécies tropicais. O México possui número de espécies de Pinus
maior do que qualquer outro país no mundo. Em uma classificação recente,
foram listadas 72 espécies (Perry, 1991).
O Pinus tecunumanii Eguiluz & J. P. Perry, também conhecido como
Pinus de Tecun Umán, pertence à subseção Oocarpae. No entanto, uma grande
controvérsia taxonômica envolve esta espécie há mais de 50 anos.
A primeira descrição da espécie ocorreu no final da década de 1940,
quando o patologista alemão Fritz Schwerdtfeger, ao investigar os danos
causados pelo besouro da casca, Dendroctonous, identificou, nas florestas do
gênero Pinus, diversos taxa nativos da Guatemala, dentre os quais o Pinus de
Tecun Umán (Styles, 1985). O patologista classificou-o como Pinus
tecunumanii, em homenagem ao líder indígena Tecun Umán. O binômio foi
invalidado, pois foi descrito em espanhol e não em latim, como é recomendado
pelo Código... (1978).
A controvérsia em relação à categoria taxonômica desse táxon
continuou a ocorrer entre vários autores. Stanley & Steryermark (1958)
consideraram P. tecunumanii uma forma variante de P. oocarpa ou um híbrido
entre P. oocarpa e P. pseudostrobus. Aguilar (1962) e Mittak (1977) sugeriram
que se tratava de uma variedade de P. oocarpa, P. oocarpa var. tecunumanii,
mas não seguiram as regras de nomenclatura do código.
Ao avaliar características anatômicas, morfológicas e conteúdo de
terpenos na resina, Piedra & Perry (1983) concluíram que o Pinus de Técun
Umán deveria ter a categoria de espécie, alterando o epíteto específico de acordo
com as normas do Código Internacional de Nomenclatura Botânica,
denominando-o Pinus tecunumanii (Schw.) Eguiluz et Perry. Estes autores
8
consideraram o Pinus tecunumanii mais próximo ao Pinus oocarpa do que P.
patula.
No entanto, Styles (1985), com base em características morfológicas e
anatômicas, descreveu que o Pinus tecunumanii é mais relacionado ao Pinus
patula, conferindo-lhe a categoria subespecífica Pinus patula ssp. tecunumanii.
Em diversos trabalhos realizados posteriormente, permaneceu a
polêmica em torno da categoria taxonômica do Pinus tecunumanii, ora
considerando-o mais próximo de P. oocarpa, ora de P. patula. Dvorak (1985),
ao realizar testes de progênies em procedências do Pinus de Tecun Umán
provenientes de altitudes elevadas do México, Guatemala, Honduras e El
Salvador, relatou maior semelhança com Pinus patula, enquanto as procedências
de altitudes inferiores foram mais similares a Pinus oocarpa.
Sniezko & Mullin (1987) estudaram a freqüência de brotos basais e
danos causados por porcos selvagens e geadas. O Pinus tecunumanii mostrou-se
mais próximo de P. oocarpa quanto à análise de danos causados por esses
animais. No entanto, procedências do Pinus tecunumanii de Honduras e
Nicarágua mostraram-se menos suscetíveis ao ataque de porcos e, portanto, mais
próximas de P. patula. Em relação aos danos causados por geadas e a presença
de brotos basais, Pinus tecunumanii apresentou características intermediárias
entre Pinus patula e Pinus oocarpa.
Styles & McCarter (1988) avaliaram aspectos botânicos, ecológicos e de
distribuição do Pinus tecunumanii e discordaram da categoria específica
indicada por Eguiluz & Perry (1983), confirmando a categoria subespecífica
Pinus patula ssp. tecunumanii, proposta por Styles (1985).
Comparando características da madeira e das acículas de Pinus oocarpa,
Pinus patula e do Pinus de Tecun Umán, Davide & Araújo (1993b) relataram
maior proximidade do Pinus tecunumanii com Pinus patula e sugeriram a
categoria subespecífica desta. Posteriormente, Leão & Davide (1993)
9
confirmaram o status subespecífico deste táxon a partir de dados anatômicos e
morfológicos de acículas de Pinus oocarpa, Pinus patula e de quatro
procedências do Pinus tecunumanii.
No entanto, a análise filogenética utilizando marcadores RAPD de
procedências de Pinus tecunumanii do norte e sul do México, e das espécies
Pinus patula, Pinus oocarpa e Pinus caribaea, identificaram variação genética
entre procedências de baixa e alta altitude de Pinus tecunumanii e que o mesmo
não está fortemente relacionado ao Pinus patula, apresentando maior
proximidade ao Pinus oocarpa, seguido pelo Pinus caribaea (Furman et al.,
1997).
Silva-Mann et al. (1999), também utilizando marcadores RAPD,
avaliaram 13 progênies de duas procedências do Pinus tecunumanii de altitudes
baixas e elevadas. Comparando-se os coeficientes de similaridade entre essas
procedências e Pinus patula, foi observado um distanciamento entre as
procedências do Pinus tecunumanii em relação ao Pinus patula, confirmando os
resultados obtidos anteriormente por Furman et al. (1997).
Avaliações cromossômicas realizadas por Ribeiro (2001) permitiram a
identificação de quatro constrições secundárias no complemento haplóide de
Pinus oocarpa. Em Pinus patula, foram observadas sete constrições secundárias,
tendo um dos cromossomos apresentado constrições nos dois braços. A autora
avaliou três procedências de Pinus tecunumanii e todas apresentaram seis
constrições secundárias no complemento haplóide. O padrão de distribuição de
constrições secundárias, juntamente com análise morfométrica dos
cromossomos, evidenciou que o Pinus tecunumanii é uma espécie distinta e
mais próxima do Pinus oocarpa.
10
QUADRO 1. Caracterização botânica e distribuição geográfica de Pinus oocarpa, Pinus patula e Pinus tecunumanii, de
acordo com Perry (1991). UFLA, Lavras, MG, 2008.
Pinus oocarpa Pinus tecunumanii Pinus patula
Formato da copa
Arredondada, denso Estreito, piramidal, denso Arredondada, aberta
Altura da árvore
Diâmetro
30-35 m
50-70 cm
Mais de 50 m
50-120 cm
30-35 m
50-90 cm
Coloração da casca Marrom-avermelhado Marrom-avermelhado Marrom-avermelhado
Número de acículas
Comprimento
Hábito
5, ocasionalmente 3 e 4
20-25 cm
Rígido, ereto
4-5, ocasionalmente 3
14-21 cm
Ereto a inclinado
3, ocasionalmente 4
15-25 cm
Ligeiramente pendente
Canais resiníferos 4 -8, principalmente septal, 1 ou 2
medianos ou internos
2-5, principalmente 3 medianos,
ocasionalmente 1 interno ou septal
1-4, principalmente 3
medianos, 1 a 2 internos
Número de cones
Tamanho
Forma
Coloração
1-4
6-10 cm
Ovóide a globoso
Amarelo-pálido a marrom, ocre
1-2 ou 3
4-6 cm
Cônico a ligeiramente ovóide
Amarelo-acinzentado
1-12 ou mais
7-10 cm
Alongado-cônico
Marrom ao amarelado
Persistência do cone
Serotino e persistente
Não serotino, semipersistente Serotino e muito persistente
Sementes
Coloração
7 mm de comprimento,
Marrom-escuro
5 mm de comp.; 3 de largura,
Marrom-pálido
5 mm de comp.; 3 de largura
marrom-escuro a preto
Variação de altitudes
das regiões
200-2.500 m 1.500-2.600 m
1.500-3.100 m
Distribuição
geográfica
México, Guatemala, Belize, El
Salvador, Honduras e Nicarágua e
sul da América do Norte
Guatemala, El Salvador, Honduras e
Chiapas no México
México
11
1
2.3 Citogenética do gênero Pinus
Os cariótipos das espécies do gênero Pinus são muito similares em
número cromossômico, comprimento e morfologia. O complemento haplóide
possui 12 cromossomos, sendo 10-11 pares maiores e metacêntricos e um ou
dois pares menores e submetacêntricos (Sax & Sax, 1933; Mehra & Khoshoo,
1956; Saylor, 1964, 1972). Desse modo, parece que esse gênero, existente há
milhões de anos, tem se mantido relativamente conservado quanto a alterações
em seu cariótipo (Saylor, 1983).
Sax & Sax (1933) obtiveram as primeiras informações sobre o cariótipo
de espécies de Pinus, relatando que o complemento cromossômico do gênero é
2n= 24 cromossomos, sendo 11 pares de cromossomos longos e metacêntricos e
1 par mais curto e submetacêntrico.
Saylor (1964), ao avaliar espécies de Pinus do grupo Lariciones,
verificou a regularidade da característica do décimo primeiro par de
cromossomos submetacêntrico em 19 espécies entre as estudadas. Considerando
que a evolução no gênero parece ser citologicamente muito estável, com poucas
alterações na estrutura dos cromossomos, a principal fonte de modificações
evolutivas em direção à especiação deve ter ocorrido por meio de mutações
gênicas.
A avaliação de 9 espécies de Pinus, dentre as quais Pinus patula e P.
greggii, ambas mexicanas, revelou constrições secundárias no braço curto do
terceiro e quinto cromossomos do complemento. Pequenas, porém significativas
diferenças encontradas nos comprimentos dos braços de cromossomos
correspondentes de certas espécies foram atribuídas a um gradual acúmulo de
duplicações (Pederick, 1970).
Em uma detalhada análise cariotípica, Saylor (1972) avaliou 46 espécies
do gênero Pinus, dentre as quais representantes importantes do gênero, como
Pinus elliottii, P. taeda, P. echinata e também algumas espécies tropicais, como
12
P. caribaea, P. patula e P. oocarpa. A comparação entre as espécies foi baseada
nos cromossomos com maior relação de braços (RB), como também pela
variação no comprimento do braço longo (BL), de acordo com a sua posição na
seqüência normal descendente. Em P. oocarpa, os maiores valores de RB foram
dos cromossomos 3, 5 e 8 e, em P. pátula, foram os cromossomos 2, 3 e 7. Os
cromossomos que quebraram a ordem decrescente de tamanho do BL foram 4, 6
e 9, e 4, 6, 8 e 10, em P. oocarpa e P.patula, respectivamente.
Em um estudo com 87 espécies de Pinus, Saylor (1983) verificou que as
espécies da subseção Sylvestris - de acordo com a classificação de Shaw (1914) -
diferenciavam-se pela presença de dois pares de cromossomos submetacêntricos,
indicando que essa diferença poderia ter origem em uma inversão pericêntrica.
Davide & Araújo (1993a), analisando o complemento cromossômico de
três espécies de Pinus por meio de coloração convencional e técnicas de análise
de imagem, conseguiram identificar quatro constrições secundárias em Pinus
oocarpa e sete em Pinus patula.
Muratova (1997a) encontrou algumas anormalidades cromossômicas ao
avaliar árvores de Pinus sylvestres, de uma região de condições climáticas
severas da Eurásia, com fenótipo incomum, como seminanismo, presença de
tumores e outros. Algumas árvores avaliadas apresentaram, em seu cariótipo, a
presença de cromossomos subacrocêntricos e acrocêntricos, enquanto o
homólogo era metacêntrico, evidenciando a ocorrência de uma deleção
heterozigota na espécie.
Em um estudo de representantes da família Pinaceae, dentre os quais
oito espécies de Pinus, duas espécies de Picea, cinco representantes do gênero
Larix e uma espécie do gênero Abie, Muratova (1997b) realizou ampla descrição
sobre a ocorrência de constrições secundárias nos cariótipos das mesmas. A
mesma autora relata que, em Pinaceae, os cromossomos com satélites não
apresentam a forma clássica de um pequeno corpo oval. As constrições
13
secundárias aparecem como sítios não corados nos cromossomos, variando de
comprimento. Em Pinus koraiensis e P. pumila, mais de seis pares apresentam
constrições secundárias e um par de cromossomos apresentou quatro constrições
secundárias. Pinus sibirica, P. densiflora e P. funebris apresentaram um par
cromossômico com três constrições secundárias. O número de nucléolos variou
de 1 a 12 por núcleo nessas espécies. Foi observada a presença de cromossomos
B entre as espécies do gênero Picea e Larix, fato pouco comum nas espécies da
família Pinaceae.
Indivíduos de quatro populações de Pinus cretaceae foram comparados
com uma população de P. sylvestres. Os indivíduos da primeira espécie
apresentaram índices mitóticos significativamente maiores que o de P.
sylvestres. No entanto, as maiores diferenças entre as duas espécies foram em
relação ao número de nucléolos, que foi maior nos núcleos dos indivíduos das
populações de P. cretaceae. Essa maior atividade metabólica relacionada à
presença de um maior número de nucléolos pode ser um mecanismo de
adaptação às condições ecológicas, uma vez que as populações de P. cretaceae
se encontram em regiões de solo mais pobre (Butorina & Mozgalina, 2004).
2.4 Bandeamento cromossômico e localização de seqüências em Pinus
Em Pinus, devido à similaridade entre os cromossomos do seu cariótipo,
a distinção entre os mesmos por meio de técnicas convencionais é bastante
dificultada. Assim, as técnicas de bandeamento cromossômico C e com
fluorocromos têm sido aplicadas para a distinção dos cromossomos (Hizume et
al., 1989).
Tanaka & Hizume (1980) obtiveram o padrão de bandas C para Pinus
densiflora e outras duas gimnospermas. Todos os 24 cromossomos apresentaram
bandas centroméricas e 12 cromossomos apresentaram bandas intersticiais em
14
um dos braços que, provavelmente, estavam localizadas nas constrições
secundárias.
O bandeamento C foi aplicado, por MacPherson & Filion (1981), na
avaliação de cinco espécies dos subgêneros Pinus e Strobus. Os autores
concluíram que os dois subgêneros podem ser distinguidos com base nos
padrões de distribuição da heterocromatina pericentromérica. Foi observado que
os cromossomos II, V, VI, VIII e XII de Pinus rigida não apresentaram bandas
na região do centrômero e que as bandas intercalares estão associadas com as
constrições secundárias.
Com o objetivo de identificar cada cromossomo do complemento,
Drewry (1988) utilizou as técnicas de bandeamento G e Q, em Pinus resinosa.
Foi possível identificar quatro pares de cromossomos com o mesmo padrão de
bandas, o que sugeriu que estes eram os pares de homólogos. Pinus resinosa foi
a primeira espécie vegetal em que o bandeamento G foi aplicado (Drewry,
1982).
A utilização de bandeamentos cromossômicos com fluorocromos
Cromomicina A
3
(CMA), que têm afinidade por regiões ricas em bases C
(citosina) e G (guanina) e 4,6-diamino 2-fenilindol (DAPI), com afinidade por
regiões ricas em bases A (adenina) e T (timina), tem sido importante na
diferenciação dos cromossomos de Pinus. Isso porque essas espécies apresentam
cariótipos muito conservados e com poucas variações, sendo este um método
valioso para avaliar relações interespecíficas e a diferenciação intra-específica
de Pinus (Hizume et al., 1983).
Os cromossomos de Pinus nigra foram claramente identificados por
Hizume et al. (1983), utilizando a técnica de bandeamento fluorescente, em que
as bandas Cromomicina A
3
(CMA) e 4,6-diamino 2-fenilindol (DAPI)
apareceram nas regiões intersticiais e ou proximais da maioria dos
cromossomos. Os cromossomos foram divididos em quatro tipos (tipos de A a
15
D), quanto ao padrão de bandas CMA: cromossomos tipo A (dois pares)
apresentaram grande banda na região proximal e intercalar; os do tipo B (seis
pares) possuíam somente uma banda CMA intercalar; os do tipo C (dois pares)
foram caracterizados pela ausência de bandas e os tipo D (dois pares)
caracterizados pelo menor tamanho, por serem submetacêntricos e a presença de
uma banda CMA na região proximal. Com a coloração seqüencial com o DAPI,
foi possível identificar todos os cromossomos de P. nigra, uma vez que o padrão
de bandas desses dois fluorocromos é reverso. As bandas que são coradas com
um fluorocromo são negativas com o outro.
As espécies Pinus densiflora e P. thunbergii tiveram seu padrão de
bandas CMA e DAPI descrito por Hizume et al. (1989). Em ambas as espécies,
as bandas CMA foram localizadas nas regiões proximais e/ou intercalares, na
maioria dos cromossomos. Em P. thunbergii, os pares II, IV e XI não
apresentaram bandas CMA. O décimo par de cromossomos apresentou uma
banda CMA na região intersticial e uma banda DAPI na região vizinha à banda
CMA, nas duas espécies e foram considerados homólogos. Houve similaridade
entre os padrões CMA e DAPI do décimo segundo par entre as duas espécies,
que também foram considerados homólogos. A maioria das bandas proximais
nas duas espécies foi fluorescente com CMA e DAPI. Essas diferenças sugerem
uma drástica mudança na composição de bases nas regiões proximais, em
decorrência do processo de especiação em Pinus.
Hizume et al. (1990) realizaram uma comparação entre o padrão de
bandas CMA e DAPI entre as espécies Pinus densiflora, P. thunbergii e P.
luchuensis. As três espécies ocorrem naturalmente no Japão e são consideradas
muito relacionadas, sendo classificadas na mesma subseção Sylvestres, de
acordo com Little & Critchfield (1969). As bandas CMA ocorreram na região
intersticial e ou centromérica de quase todos os cromossomos. Após o
bandeamento com DAPI, as bandas apareceram ora como sinais fortes ora como
16
pares de pontos nas regiões intercalares e/ou proximais. Os padrões de bandas
CMA e DAPI permitiram a identificação de cada par de cromossomos
homólogos de P. luchuensis. A comparação entre os padrões de bandas das
espécies japonesas sugeriu que as três espécies são muito relacionadas e que P.
luchuensis é mais próxima de P. thunbergii do que de P. densiflora.
Pinus thunbergii apresentou sete pares de cromossomos com locos de
rDNA 18S nas regiões intersticiais. Comparando com o padrão de bandas CMA,
todos os sítios de rDNA coincidiram com bandas intersticiais CMA, no entanto,
essas ocorreram também em regiões proximais onde nenhum sítio de rDNA foi
localizado. A coloração com Feulgen confirmou que as bandas intersticiais
coincidiam com as constrições secundárias (Hizume et al., 1992).
Doudrick et al. (1995) identificaram os 12 cromossomos de Pinus
elliottii utilizando FISH e bandeamento fluorescente CMA e DAPI. Bandas
CMA intercalares foram detectadas em dois pares de cromossomos; sítios
paracentroméricos foram localizados em três pares e bandas, em ambas as
regiões em quatro pares. Muitas bandas CMA ocorreram nos locos de rDNA
18S-25S, mas uma forte banda centromérica ocorreu e não havia o sinal de
rDNA. Bandas DAPI ocorreram em quase todos os cromossomos nas regiões
intercalares e ou centroméricas. Uma banda dupla ocorreu na região
centromérica de um cromossomo.
Uma seqüência de DNA denominada TPE1, componente do
retroelemento Ty1-copia, foi isolada do genoma de Pinus elliottii e utilizada
como sonda na hibridização fluorescente in situ nessa espécie. Os resultados
mostraram que essa seqüência estava dispersa de forma relativamente uniforme
em todos os cromossomos do genoma de P. elliottii, não sendo encontrada nos
centrômeros e nas regiões intercalares DAPI negativas e nos sítios dos genes de
rDNA 18S-5.8S-25S. A análise de Southern blot revelou a ocorrência dessa
seqüência em outras 8 espécies de Pinus avaliadas, dentre as quais P. oocarpa e
17
P. caribaea. Isso evidenciou que essa seqüência é altamente amplificada e
conservada entre as espécies analisadas, mostrando uma organização genômica
similar. Dentro de gimnospermas, a divergência de seqüências do retroelemento
Ty1-cópia segue os grupos taxonômicos (Kamm et al., 1996).
Jacobs et al. (2000) fizeram uma descrição da hetecromatina e de locos
de rDNA em P. radiata e P. taeda. Fortes bandas DAPI foram observadas nos
centrômeros de todo o complemento cromossômico de P. radiata, enquanto P.
taeda não apresentou bandas DAPI. As bandas CMA ocorreram em regiões
intercalares, correspondendo às constrições secundárias de P. radiata e P. taeda,
e somente na última estas também ocorreram nas regiões centroméricas. Os
padrões de bandeamento fluorescente permitiram a identificação de todos os
cromossomos homólogos em P. radiata e de apenas grupos de cromossomos em
P. taeda, em que as bandas foram menos consistentes. A hibridização in situ
produziu padrões similares para ambas as espécies. Foram observados seis sítios
de rDNA 18S-25S intersticiais e quatro sítios centroméricos no complemento
haplóide das duas espécies. Os sítios intersticiais coincidiram com as constrições
secundárias. A ISH utilizando como sonda o rDNA 5S identificou apenas um
sítio intersticial em um par de cromossomos e um sítio telomérico em outro par.
A espécie japonesa Pinus densiflora possui bandas CMA e DAPI,
principalmente nas regiões proximais de quase todos seus cromossomos.
Acredita-se que estas regiões sejam ricas em DNA repetitivo. Foram, então,
usados, como sondas para FISH, clones com seqüências altamente repetitivas.
Um clone denominado PDCD501 (com 52,3% de sua seqüência composta por
bases C e G) foi localizado na região proximal de 20 cromossomos. Essa
seqüência foi denominada PCSR (proximal CMA band-specific repeat). Outro
clone, denominado PDCD159 (com 61,7% de sua seqüência composta por A e
T), produziu sinais de FISH na região de bandas DAPI proximais dos quatro
cromossomos restantes. Os autores relatam que a avaliação da ocorrência dessas
18
seqüências em outras espécies pode fornecer informações importantes a respeito
da diferenciação interespecífica ou troca genética entre diferentes espécies
(Hizume et al., 2001).
Foi feita uma comparação entre os complementos cromossômicos de
Pinus oocarpa, Pinus patula, Pinus caribaea var. hondurensis e de duas
procedências de Pinus tecunumanii. Observou-se a presença de bandas CMA
centroméricas nos cromossomos V e VII de Pinus tecunumanii; VII e XI em P.
oocarpa; IV e VII em P. patula e VII e XI em P. caribaea. As bandas
intersticiais ocorreram nos cromossomos II, III, IV e VII em P. tecunumanii; em
P. oocarpa nos cromossomos III, IV, V e VII; nos cromossomos IV, V, VII,
VIII, IX, X e I, VI, VII, VIII em P. patula e, P. caribaea, respectivamente. Com
a comparação do padrão de bandas e análise de RAPD, concluiu-se maior
similaridade entre os genomas de Pinus tecunumanii e Pinus oocarpa (Silva-
Mann et al., 2002).
Hibrização fluorescente in situ (FISH) foi aplicada em cinco espécies
asiáticas de Pinus (P. tabuliformis, P. densata, P. yunnanensis, P. massoniana,
P. latteri e P. merkusii), utilizando como sondas os rDNA 18S e 5S. Foram
localizados 5-10 pares de sítios do rDNA 18S nas cinco espécies. O maior
número de sítios (20) foi observado em P. massoniana. O número de sítios
rDNA 5S foi menos variável, ocorrendo de 1-2 pares de sítios. A diferenciação
entre os sítios de rDNA nos cromossomos das cinco espécies está bem
correlacionada com as posições filogenéticas das espécies dentro de gênero
Pinus (Liu et al., 2003).
Bandas DAPI foram visualizadas nas regiões centroméricas de 23
cromossomos em P. taeda e em 22 cromossomos de P. elliottii. Foram
observadas pequenas bandas em regiões intersticiais dos dois braços de alguns
cromossomos. A seqüência telomérica de Arabdopsis (A-type -TTTAGGG) foi
utilizada como sonda na FISH, sendo localizada em 9 a 10 pares de
19
cromossomos de ambas espécies, na região proximal. Esses sítios de DNA
telomérico parecem estar associados com as bandas DAPI (Islam-Faridi et al.,
2003).
Shibata et al. (2005) também utilizaram essa mesma seqüência
telomérica na FISH em Pinus densiflora. Muitos sítios foram localizados nas
regiões centroméricas e intersticiais dos cromossomos e alguns nas regiões
teloméricas. As regiões intersticiais e centroméricas foram observadas como
bandas DAPI positivas, o que mostra que essas regiões são compostas por
seqüências altamente repetitivas ricas em bases AT. O mecanismo de geração
dessas seqüências ainda é desconhecido. Os autores sugerem que seria possível
que elementos móveis poderiam atuar, transferindo e amplificando essas
seqüências ricas em bases AT em sítios específicos nos braços cromossômicos.
Na avaliação de 15 espécies de Pinus do subgênero Strobus, utilizando
FISH, o número de sítios de rDNA 5S e 18S variou de 1 a 4 pares e 7 a 10 pares,
respectivamente. Mecanismos como a transposição e amplificação de locos de
rDNA através de crossing-over desigual têm sido proposto para explicar a
organização genômica do rDNA em angiospermas e fungos. Esses mecanismos
podem estar envolvidos na origem da variação da distribuição dos locos de
rDNA entre espécies relacionadas de Pinus, uma vez que eventos como os
rearranjos cromossômicos são raros dentro do gênero (Cai et al., 2006).
Islam-Faridi et al. (2006) identificaram 13 sítios principais (sinal forte) e
17 sítios secundários (sinal fraco) de rDNA 18S-28S e 5S em Pinus echinata.
Todos os sítios principais e um sítio secundário estão localizados em regiões
intercalares e representam sete locos homólogos. Resultados semelhantes foram
observados em Pinus elliottii, mostrando que os cariótipos das duas espécies são
similares. O maior cromossomo de P. echinata foi facilmente identificado pelo
sinal do sítio principal do rDNA 5S. Um sítio secundário de rDNA 5S foi
encontrado na região telomérica de outro cromossomo. Esse mesmo
20
cromossomo apresentou um sítio intercalar com sinal forte do rDNA 18S-28S,
no braço oposto. O cromossomo II de P. elliottii apresentou a mesma
característica.
Islam-Faridi et al. (2007) observaram padrão similar ao relatado por
(Shibata et al., 2005) em Pinus taeda, utilizando a seqüência telomérica A-type.
Os autores relataram que os doze pares de cromossomos apresentaram sinais A-
type positivos nas regiões centroméricas e também na região telomérica, porém,
mais fracos com a aparência de dois pequenos pontos. Esse padrão foi
correspondente com as bandas DAPI positivas, assim como relatado em Pinus
elliottii (Islam-Faridi et al., 2003) e P. densiflora (Shibata et al., 2005). Os
autores propuseram a utilização dos sinais A-type, juntamente com os sítios
rDNA 18S-28S e 5S, como marcas para delimitação citomolecular, na
construção de mapas físicos e genéticos.
2.5 Conteúdo de DNA em Pinus
O gênero Pinus tem sido objeto de vários estudos sobre o tamanho do
seu genoma. O interesse se deve à importância econômica de diversas espécies
do gênero e à observação de variação intra-específica entre diferentes
procedências.
Em um estudo de três variedades de Pinus caribaea, Berlyn et al. (1987)
notaram que embriões embebidos em água apresentaram mais DNA nuclear que
plântulas recém-germinadas e esse DNA extra estava distribuído em todos os
tipos de classe, de 5C a 7C. No entanto, a partir da germinação, as plântulas
rapidamente se reorganizaram na típica distribuição 2C-4C das plantas diplóides.
Em Pinus eldarica, Wakamiya et al. (1993) relataram variação entre núcleos
obtidos do embrião e do megametófito haplóide. O embrião apresentou apenas
1,7 vezes a quantidade de DNA do megagametófito haplóide. O’Brien et al.
(1996) relataram que essas variações intra-específicas podem ser efeito de
21
amplificações ou deleções de seqüências de DNA em tecidos específicos,
duplicações ou deleções cromossômicas, replicação em série de seqüências de
DNA e, ainda, devido a diferenças no grau de condensação da cromatina em
diferentes tecidos.
Uma pequena, porém significativa, variação foi observada entre a
quantidade de DNA de células embriogênicas cultivadas in vitro de Pinus
radiata, com exceção de uma linhagem de células que apresentaram uma
quantidade adicional de 2 pg de DNA. A análise citogenética evidenciou que se
tratava de uma linhagem trissômica, com 2n=2x + 1= 25 cromossomos. Outros
relatos de plantas trissômicas já haviam ocorrido em Pinus radiata (O’Brien et
al., 1996).
Wyman et al. (1997) avaliaram a variação do conteúdo de DNA, usando
a citometria de fluxo, em sementes de famílias de meios irmãos de Pinus
banksiana. As famílias consideradas superiores, com base na altura de
crescimento, tiveram significativamente menos DNA por núcleo, tanto dos
embriões quanto dos megagametófitos. A hipótese nucleotípica propõe que
variações no conteúdo de DNA podem ter importância, tanto no
desenvolvimento quanto na adaptação, por meio de seus efeitos em parâmetros
como volume nuclear e celular, tempo dos ciclos mitótico e meiótico. Desse
modo pode ser possível que o menor volume nuclear resultante do menor
conteúdo de DNA observado nas famílias superiores tenha conferido a elas uma
ligeira vantagem em relação às famílias inferiores.
Hall et al. (2000) avaliaram 11 espécies de Pinus. Para a obtenção de
estimativas da variação intra-específica foram avaliadas procedências de três
espécies, Pinus oocarpa, Pinus patula e Pinus tecunumanii. Em Pinus oocarpa e
Pinus tecunumanii, ocorreram as maiores diferenças intra-específicas no
conteúdo de DNA entre as procedências, 1,27 pg/C e 2,18 pg/C,
respectivamente. Em Pinus patula, essa variação intra-específica foi menor, mas
22
diferiu de Pinus patula var. longipedunculata em 1,02pg/C. Dentro de espécies,
o tamanho do genoma tende a diminuir com a colonização de novas regiões,
havendo ligeira tendência de genomas maiores ocorrerem em procedências mais
antigas. Em Pinus tecunumanii, as procedências originárias da Guatemala e de
Belize, mais ao norte da América Central, apresentaram maiores quantidades de
DNA. Já as procedências originárias da Nicarágua, mais ao sul, tiveram menor
quantidade de DNA. Uma comparação com os valores de conteúdo de DNA de
17 espécies avaliadas anteriormente indicou menor variação no tamanho do
genoma entre espécies mais próximas (dentro de uma subseção), quando
comparadas às espécies menos relacionadas.
Os mesmos autores observaram, ainda, ausência de correlação entre
quantidade de DNA e latitude. Esse fato pode ser atribuído ao histórico
movimento através das latitudes. As espécies de Pinus têm grandes populações e
que sofrem hibridação livremente entre espécies relacionadas. Houve extensiva
movimentação de espécies temperadas para refúgios tropicais durante mudanças
climáticas no Eoceno e Pleistoceno. A classificação contemporânea das espécies
como tropicais e temperadas mascara a história dos antigos eventos de
deslocamento.
Willians et al. (2002) avaliaram as conseqüências de cruzamentos
interespecíficos de Pinus na quantidade de DNA dos híbridos. O híbrido entre
Pinus wallichiana e Pinus strobus apresentou leve variação no conteúdo de
DNA quando comparado aos parentais. A mesma tendência ocorreu no
cruzamento entre Pinus elliottii e Pinus caribaea. O genoma dos híbridos não
aumentou ou diminuiu em conteúdo de DNA, independentemente da distância
filogenética dos parentais. Essa ligeira variação na quantidade de DNA dos
híbridos pode ser devido a pequenas amplificações ou a deleções de seqüências
de DNA nos cromossomos. A hibridação pode alterar o tamanho do genoma sem
uma concomitante mudança no número de cromossomos. A amplificação de
23
seqüências pequenas de DNA é distribuída proporcionalmente, para manter a
uniformidade cariotípica.
Bogunic et al. (2003) obtiveram as quantidades de DNA e a composição
de bases dos genomas das espécies Pinus heldreichii, Pinus mugo, Pinus nigra,
Pinus peuce e Pinus sylvestris. A composição dos genomas das espécies foi de
39,5% de bases CG. As quantidades de DNA variaram de 42,5 pg a 54,9 pg,
entre as espécies. As espécies P. heldreichii e P. peuce tiveram as quantidades
de DNA estimadas pela primeira vez, com 50,01 pg e 54,94 pg, respectivamente.
A subespécie Pinus nigra var. dalmatica e duas populações de Pinus nigra var.
nigra apresentaram significativa variação na quantidade de DNA. Os autores
relataram que variação intra-específica em espécies com ampla distribuição que
apresentam elevada diferenciação morfológica e incluem diversas subespécies,
como ocorre no complexo P. nigra, é um fato comum. Um fator que pode ter
contribuído para tal variação é a existência de seqüências repetitivas curtas, de
baixa complexidade, como os minissatélites e as seqüências teloméricas.
A média de conteúdo de DNA de vinte populações de cinco subespécies
de Pinus nigra com distribuição na Europa, Noroeste da África e Ásia foi de
23,62 pg/C. Os valores médios de conteúdo de DNA das subespécies de P. nigra
foram: damaltica – 23,79 pg; mauretanica – 23,24 pg; nigra – 23,63 pg;
pallasiana – 23,80 pg e salzmanni – 23,55 pg. Não houve variação significativa
no conteúdo de DNA entre as subespécies avaliadas. Não foram observadas
correlações para características da semente e altitude com o tamanho do genoma
(DNA- altitude – r = - 0,246; DNA- comprimento da semente = - 0,044; DNA-
massa da semente = - 0,197). No entanto, houve correlação positiva com a
longitude (DNA- longitude = 0,454). Essa correlação poderia indicar lentas
modificações no tamanho do genoma entre populações enquanto se adaptam a
fatores ambientais contrastantes em diferentes longitudes. Na ausência da
poliploidia e mudanças no número de cromossomos, menores, mas significantes
24
variações no tamanho do genoma, podem ocorrer devido a flutuações no DNA
altamente repetitivo, como os retrotransposons (Bogunic et al., 2007).
25
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Material genético
Foram utilizadas sementes obtidas de povoamentos de Pinus oocarpa,
Pinus patula e Pinus tecunumanii, como descrito a seguir.
a) Pinus oocarpa Schiede ex Schltdl.: sementes obtidas em povoamentos
estabelecidos em Agudos, SP, pela empresa Aracruz;
b) Pinus patula Schltdl. & Cham.: sementes obtidas em povoamentos
estabelecidos em Camanducaia, MG, pela empresa Melhoramentos S/A;
c) Pinus tecunumanii Eguiluz & J. P. Perry: sementes obtidas pela
empresa Aracruz.
- Procedência Las Camélias: material originário da Nicarágua,
encontrado em altitudes de 950 a 1.060m;
- Procedência Moutain Pine Ridge: material originário de Belize,
encontrado em altitudes de 440 a 730m;
- Procedência San Rafael del Norte: material originário da Nicarágua,
encontrado em altitudes de 1.080 a 1.330m;
- Procedência Yucul: material originário da Nicarágua, encontrado a 900
m de altitude.
3.2 Bandeamentos cromossômicos
3.2.1 Preparo de lâminas
Os experimentos foram realizados no Laboratório de Citogenética, no
Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras.
Foi realizada assepsia das sementes em álcool 70%, seguida por uma
lavagem em solução de hipoclorito de sódio 30% e dois banhos em água
destilada. As sementes foram colocadas para germinar em bandejas com papel
26
de germinação umedecido à temperatura ambiente. A germinação ocorreu entre
7 a 15 dias.
As raízes com cerca de 0,5 cm foram coletadas e pré-tratadas com
colchicina 0,1%, por 6 a 8 horas, em temperatura ambiente. Após os pré-
tratamentos, as raízes foram fixadas em metanol:ácido acético (3:1) e
armazenadas a -20
0
C, até o momento de uso.
A preparação das lâminas foi realizada pelo método do esmagamento de
células. As raízes foram submetidas à maceração enzimática em solução de
celulase 4%/ pectinase 40%, durante 1 hora e 30 minutos, a 37
0
C.
As lâminas foram analisadas em microscopia de luz, sob contraste de
fase e as melhores metáfases foram marcadas em lâmina guia.
3.2.2 Coloração com fluorocromo DAPI e cromomicina (CMA
3
)
Foi utilizada a metodologia descrita por Hizume et al. (1983), com
algumas modificações.
As lâminas foram pré-incubadas por 15 minutos em solução tampão
McIlvaine pH 7,0 e tratadas com actinomicina 0,25 mg/mL, por 10 minutos. Foram
lavadas rapidamente com tampão McIlvaine e tratadas com solução de 4,6-
diamidino-2-phenilindole (DAPI) 2 μg/mL, à temperatura ambiente, em câmara
úmida, no escuro, por 30 minutos. Após a coloração, a preparação foi lavada com o
mesmo tampão e seca ao ar. Em seguida, foram tratadas com distamicina 0,2
mg/mL, por 10 minutos, lavadas rapidamente com tampão McIlvaine e tratadas com
cromomicina (CMA
3
) 0,1 mg/mL, à temperatura ambiente, em câmara úmida, no
escuro, por 1 hora e 30 minutos. Após a coloração, a preparação foi lavada com o
mesmo tampão e seca ao ar.
A lâmina semipermanente foi montada com uma solução 1:1 (glicerol:
tampãoMcIlvaine), contendo 2% de Dabco. O material foi imediatamente observado
em microscópio Olympus BX-60 equipado com acessório de fluorescência,
27
utilizando-se comprimento de onda entre 360 e 390 nm para o DAPI e 430 e 480 nm
para o CMA
3
.
3.2.3 Bandeamento com nitrato de prata
As metodologias utilizadas foram descritas por Tanaka & Hizume
(1980) e Sousa (2006), com algumas modificações.
Foi preparada uma solução coloidal com gelatina incolor, em que 2g de
gelatina foram dissolvidas em 100 mL de água deionizada. Foram acrescentados
à solução 2 mL de ácido fórmico. Foi utilizada uma solução de nitrato de prata a
50%.
Para coloração das RONs e nucléolos, duas gotas da solução coloidal
foram colocadas sob a lâmina e, em seguida, mais quatro gotas de nitrato de
prata a 50%. As lâminas foram cobertas com lamínula e colocadas em câmara
úmida a 60°C, por 4 a 6 horas.
As lâminas foram lavadas por 30 minutos em água corrente e 10 minutos
em água destilada acrescida de 4 mL de etanol.
3. 3 Obtenção de imagens
As metáfases e os núcleos interfásicos corados com fluorocromos DAPI e
CMA
3
foram capturados por uma câmara digital acoplada ao microscópio Olympus
Bx 60 e analisados pelo programa Image Pro-Plus versão 4.5 (Media Cybernetics).
Essas análises foram realizadas no Laboratório de Genética da Universidade Federal
de Juiz de Fora.
Em cada espécie, foram avaliadas 5 metáfases. Obtiveram-se os valores de
comprimento do braço longo (Bl), comprimento do braço curto (Bc) por meio do
software de análise de imagem Sigma Scan Pro versão 3.0. Foram calculados
valores de comprimento total do cromossomo (Cti = Bl + Bc), comprimento total do
lote haplóide (CTLH= Cti/2) e comprimento relativo (CR= Cti/CTLH x100) de
acordo com Saylor (1961).
28
As lâminas tratadas com nitrato de prata foram capturadas por câmera
digital Nikon DS-Fi1 acoplada ao microscópio Leica DMLS e analisadas pelo
programa NIS- Elements F2.20 no Laboratório de Citogenética da Universidade
Federal de Lavras.
3.4 Citometria de fluxo
O preparo das amostras e as análises por citometria de fluxo foram
realizados nos Laboratórios de Genética e Imunologia da Universidade Federal
de Juiz de Fora. Em Pinus tecunumanii, foram avaliadas três amostras, de cinco
árvores, em quatro procedências, Las Camélias, Mountain Pine Ridge, San
Rafael del Norte e Yucul, para a verificação da existência de variação intra-
específica no conteúdo de DNA. Em Pinus oocarpa, também foram avaliadas
três amostras, de cinco árvores e, em Pinus patula, como não havia
disponibilidade de sementes de árvores diferentes, foram avaliadas apenas três
amostras. Foram utilizados, para a determinação da quantidade de DNA,
aproximadamente 20 -30 mg de embriões para cada amostra, juntamente com a
mesma quantidade de tecido foliar jovem de Pisum sativum (padrão interno de
referência).
As amostras das espécies foram trituradas em placa de Petri contendo
1mL de tampão LB01 gelado para a obtenção de suspensão nuclear (Dolezel,
1997). O tecido triturado foi aspirado por meio de duas camadas de gaze e a
suspensão nuclear posteriormente filtrada em uma malha de 50 µm. À suspensão
nuclear foram adicionados 25 µL de iodeto de propídio e 2,5 µL de RNase. Para
cada amostra, foram analisados, pelo menos, 10 mil núcleos.
A análise foi realizada no citômetro Facscalibur (Becton Dickinson) e os
histogramas foram obtidos no software Cell Quest e analisados no software
WinMDI 2.8 (disponível em
http://facs.scripps.edu/software.html). O conteúdo
29
de DNA nuclear (pg) das plantas foi estimado por comparação, com a posição
em relação ao pico G1 do padrão interno de referência (Pisum sativum).
Foi realizada análise de variância para verificar a existência de variação
da quantidade de DNA entre as espécies. A comparação entre as espécies foi
feita utilizando-se o teste de médias Tukey (1949), a 5% de significância. As
análises foram realizadas no programa R (R Development Core Team, 2007).
30
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As metáfases avaliadas dos três taxa aqui estudados, Pinus oocarpa,
Pinus patula e Pinus tecunumanii, apresentaram 2n= 24 cromossomos, sendo 11
pares metacêntricos e um par menor e submetacêntrico. Os cariótipos
observados estão em conformidade com os descritos para estas espécies e outras
do gênero Pinus (Saylor, 1964, 1972, 1983; Pederick, 1970; Davide & Araújo,
1993a; Ribeiro, 2001; Silva-Mann, 2002). O complemento cromossômico das
espécies do gênero Pinus apresenta notável grau de similaridade quanto ao
tamanho, ao número e à morfologia. Isso demonstra que esse gênero, existente
há milhões de anos, sujeito a uma variedade de pressões de seleção, tem se
mantido conservado quanto a grandes mudanças nas características cariotípicas
(Saylor, 1983).
Os valores de comprimento relativo (CR) do primeiro e do último par de
cromossomos de Pinus patula, Pinus tecunumanii e Pinus oocarpa também
estão de acordo com os observados em trabalhos anteriores (Tabela 1).
TABELA 1. Valores médios de comprimento relativo, em porcentagem, de
Pinus oocarpa, Pinus patula e Pinus tecunumanii. UFLA. Lavras,
MG, 2008.
Comprimento relativo dos cromossomos I e XII em %
Espécies Davide &
Araújo (1993a)
Silva
(1996)
Ribeiro
(2001)
Trabalho
atual
Pinus oocarpa
9,62 e 6,17 9,47 e 5,58 9,92 e 5,97 9,8 e 5,84
P. patula
9,67 e 6,07 9,43 e 6,14 9,71 e 5,95 11,17 e 5,95
P. tecunumanii
9,69 e 6,11 9,31 e 6,32 9,96 e 5,93 10,91 e 5,54
31
Nas Figuras 1, 2 e 3 observam-se as metáfases coradas com os
fluorocromos
CMA3 e DAPI de P. oocarpa, P. patula e P. tecunumanii,
respectivamente. O padrão de bandas construído para as três espécies baseou-se
somente no
CMA3.
O bandeamento cromossômico utilizando DAPI produziu bandas nas
três espécies, mas essas não tiveram repetibilidade suficiente para a obtenção de
um padrão. No entanto, a coloração uniforme produzida pelo DAPI auxiliou na
localização das constrições secundárias.
Em Pinus oocarpa, foram observadas doze constrições secundárias
intersticiais (CS). Todas apresentaram coloração
CMA3 positivo (Figura 1A) e
DAPI negativo (Figura 1B). Este fato demonstrou que essas regiões são ricas em
bases C e G e que, provavelmente, contêm os genes de RNA ribossomal. A
Figura 2A apresenta uma metáfase de Pinus patula com doze constrições
secundárias intersticiais. Assim como em Pinus oocarpa, todas as CS foram
CMA
3
positivas e DAPI negativo. Foram observados, ainda, quatro
cromossomos com bandas centroméricas
CMA3 positivas. Em Pinus
tecunumanii, as doze CS identificadas apresentaram bandas CMA
3
positivas e
DAPI negativo (Figuras 3A e 3B).
As três espécies aqui avaliadas apresentaram doze bandas instersticiais
CMA
3
positivas e coincidentes com as CS, no entanto, Pinus patula apresentou
quatro bandas centroméricas CMA
3
positivas que não ocorreram nas outras duas
espécies. Portanto, Pinus tecunumanii mostrou maior proximidade de Pinus
oocarpa em relação ao padrão de bandas CMA
3.
No entanto, como já relatado
anteriormente por Silva-Mann et al. (2002), constatou-se que não existe grande
distância entre esses dois taxa e Pinus patula.
32
33
FIGURA 1. Metáfases com 2n=24 cromossomos de Pinus oocarpa. (A) Bandeamento fluorescente
CMA3; (B)
Bandeamento fluorescente DAPI; (C) Padrão CMA
3
por inversão. Setas brancas indicam as bandas
intersticiais. Barra= 10μm. UFLA, Lavras, MG, 2008.
1
34
FIGURA 2. Metáfases com 2n=24 cromossomos de Pinus patula. (A) Bandeamento fluorescente
CMA3; (B)
Bandeamento fluorescente DAPI; (C) Padrão CMA
3
por inversão. Setas brancas indicam as bandas
intersticiais; (*) indicam as bandas centroméricas. Barra= 10μm. UFLA, Lavras, MG, 2008.
1
35
FIGURA 3. Metáfases com 2n=24 cromossomos de Pinus tecunumanii. (A) Bandeamento fluorescente
CMA3; (B)
Bandeamento fluorescente DAPI; (C) Padrão CMA
3
por inversão. Setas brancas indicam as bandas
intersticiais. Barra= 10μm. UFLA, Lavras, MG, 2008.
2
No Quadro 2, pode-se observar que o número de bandas CMA
3
positivas, observadas na presente avaliação e o número de bandas relatadas por
Silva-Mann et al. (2002) para as três espécies de Pinus são coincidentes. Em
relação ao padrão de distribuição de CS, a relação do número de CS observada
neste estudo e relatada anteriormente por Davide & Araújo (1993a) e Ribeiro
(2001) foi de 12:8 em Pinus oocarpa, 12:14 e 12:12 em Pinus patula e Pinus
tecunumanii, respectivamente.
Houve a identificação de muitas bandas
CMA3 e DAPI centroméricas,
intersticiais e teloméricas, sem repetibilidade e que, portanto, não puderam ser
incluídas no padrão. Jacobs et al. (2000) relataram a inconsistência de algumas
bandas CMA
3
e DAPI intersticiais e centroméricas em Pinus radiata e P. taeda,
inferindo que poderiam estar relacionadas ao tamanho do sítio, à composição de
bases desses sítios e à estrutura cromossômica.
Vários autores observaram bandas positivas para o fluorocromo
CMA3
nas constrições secundárias e regiões centroméricas em diversas espécies de
Pinus (Hizume et al., 1983, 1989, 1992; Doudrick et al., 1995; Davies et al.,
1997), sendo considerada uma importante ferramenta para diferenciação intra e
interespecífica.
Diversas variações metodológicas de bandeamento com nitrato de prata
(Tanaka & Hizume, 1980; Sousa, 2006) foram empregadas, mas não se
obtiveram metáfases com as regiões organizadoras de nucléolo (RONs) coradas
pelo nitrato de prata. Apenas os nucléolos em núcleos interfásicos foram
visualizados (Figura 4).
A coloração com nitrato de prata revelou a presença de 4 a 10, 4 a 9 e 4 a
8 nucléolos por núcleo em P. oocarpa, P. patula e P. tecunumanii,
respectivamente. A técnica evidenciou uma possível inativação e ou fusão de
alguns nucléolos, uma vez que o número de nucléolos observados foi menor que
o número de CS, nas três espécies. No entanto, para a obtenção do número
36
preciso de RONs ativas, é necessária a detecção do bandeamento AgNor nas
metáfases.
37
QUADRO 2. Número de bandas CMA
3
e constrições secundárias de Pinus oocarpa, P. patula e P. tecunumanii (N= n
0
de
bandas
CMA3 positivas, classificação das bandas: C-centroméricas, I-intersticiais; Nc= n
0
de constrições
secundárias. UFLA. Lavras, MG, 2008.
Espécie CMA
3
Constrições 2
a
Autores
Pinus oocarpa
-----
-----
N= 4 bandas C e 8 bandas I
N= 12 bandas I
Nc= 8
Nc= 8
-----
Nc= 12
Davide & Araújo (1993a)
Ribeiro (2001)
Silva-Mann et al. (2002)
Trabalho atual
Pinus patula
-----
-----
N= 4 bandas C e 12 bandas I
N= 4 bandas C e 12 bandas I
Nc= 14
Nc= 14
-----
Nc= 12
Davide & Araújo (1993a)
Ribeiro (2001)
Silva-Mann et al. (2002)
Trabalho atual
Pinus tecunumanii
Procedências: Las Camélias
Jócon Yoro
San Rafael
Mountain Pine Ridge
Pinus tecunumanii
-----
N= 4 bandas C e 8 bandas I
N= 12 bandas I
Nc= 12
Nc= 12
Nc= 12
-----
Nc= 12
Ribeiro (2001)
Silva-Mann et al. (2002)
Trabalho atual
38
1
39
FIGURA 4. Núcleos interfásicos corados com nitrato de prata. (A) Pinus oocarpa, (B) Pinus patula e (C) Pinus
tecunumanii. Barra= 10μm. UFLA, Lavras, MG, 2008.
2
O nitrato de prata possui afinidade por proteínas nucleolares e RNAr.
Segundo Sumner (1990), o componente granular do nucléolo é desfeito após a
prófase e se dispersa pelos cromossomos durante a mitose. Caso em uma RON
ativa não fiquem resquícios deste material, ela pode não ser corada, levando a
uma interpretação de inativação da mesma. Esta técnica, ao contrário da FISH,
que identifica todos os sítios de genes rRNA, permite a observação apenas de
RONs que foram ativas na intérfase precedente.
RONs são regiões que apresentam genes para a transcrição de rRNA
18S, 5.8S e 28 S, independente do local onde se encontram nos cromossomos.
Muitas constrições secundárias não contêm estes sítios, apresentando apenas
heterocromatina inativa que se descondensa, formando esta estrutura. Os sítios
transcricionais dos genes de RNA ribossomal possuem regiões ricas em bases do
tipo GC e, por essa razão, são CMA
3
positivas (Sumner, 1990).
Os resultados obtidos no presente trabalho estão de acordo com os
padrões de sítios de RONs estabelecidos por FISH em diversas espécies de
Pinus. Em Pinus elliottii, foram observados sítios intersticiais de genes de rRNA
18S-5.8S-25S em sete pares de cromossomos e um sítio paracentromérico em
um par de cromossomos (Doudrick et al., 1995). Muitas bandas CMA
3
coincidiram com os sítios dos genes de rRNA. Hizume et al. (1992) observaram,
em Pinus thunbergii e Pinus densiflora, a coincidência entre sítios rDNA 18S-
25S e as bandas intersticiais nas CS, CMA
3
positivas. Foram relatados 12 sítios
em seis pares de cromossomos em P. thunbergii e 14 sítios em sete pares de
cromossomos de P. densiflora.
Butorina et al. (2004, 2005) observaram diferenças significativas quanto
à atividade nucleolar em Pinus sylvestris e Pinus cretacea, indicando diferenças
nas taxas metabólicas das duas espécies. Essas diferenças podem ser decorrentes
de mecanismos de adaptação a condições ecológicas específicas, em resposta a
fatores de estresse, como variações drásticas de temperatura e umidade, que
40
podem ter intensificado a atividade nucleolar e, conseqüentemente, geraram um
maior número de nucléolos.
Na análise da quantidade de DNA, foram avaliadas as espécies Pinus
patula e Pinus oocarpa, além de quatro procedências do Pinus tecunumanii.
Pelos dados da Tabela 2, observa-se que houve variação significativa entre a
quantidade de DNA dos genótipos avaliados.
Os valores de quantidade de DNA para as espécies de Pinus aqui
avaliadas estão de acordo com Hall et al. (2000), que obtiveram valores de
quantidade de DNA de 21,92 pg, 21,74 pg e 20,49 pg, em células haplóides,
para P. patula, P. oocarpa e P. tecunumanii, respectivamente, que correspondem
a, aproximadamente, 43,84 pg, 43,48 pg e 40,98 pg. Os autores relataram que,
entre as espécies avaliadas, a variação na quantidade de DNA foi menor entre
espécies mais relacionadas taxonomicamente, ou seja, dentro de uma subseção.
Na Tabela 3 e na Figura 5 observa-se que os menores valores médios de
quantidade de DNA foram os das procedências de Pinus tecunumanii, Mountain
Pine Ridge e Yucul. Pinus oocarpa apresentou valor médio de quantidade de
DNA de 42,71 pg, estatisticamente igual à procedência Las Camélias de Pinus
tecunumanii. Pinus patula apresentou o maior valor médio de conteúdo de DNA
43,36 pg, sendo estatisticamente igual à procedência San Rafael del Norte do
Pinus tecunumanii.
TABELA 2. Resumo da análise de variância para a quantidade de DNA entre
Pinus oocarpa, Pinus patula e das quatro procedências de Pinus
tecunumanii. UFLA, Lavras, MG, 2008.
* significativo a 1% de probabilidade
FV GL QM F Pr (>F)
2,216
**
Genótipos 5 18,471 158,26
Erro 72 0,117
41
TABELA 3. Médias da quantidade de DNA em picogramas (pg), das espécies
Pinus oocarpa, Pinus patula e das quatro procedências de Pinus
tecunumanii. UFLA, Lavras, MG, 2008.
Espécies Média
(pg)
Pinus patula
43,36 a
Pinus tecunumanii – San Rafael del Norte 42,98 ab
Pinus oocarpa
42,71 bc
Pinus tecunumanii -Las Camélias 42,51 c
Pinus tecunumanii –Yucul 40,66 d
Pinus tecunumanii - Mountain Pine Ridge 40,48 d
* médias diferem estatisticamente, pelo Teste de Tukey, a 5% de significância.
FIGURA 5 - Médias da quantidade de DNA em picogramas e os dois limites
(superior e inferior) dos genótipos de Pinus. Os que se sobrepõem
não são significativamente diferentes. Em que: P – Pinus patula;
O – Pinus oocarpa; TC – procedência Las Camélias; TM – proc.
Moutain Pine Ridge; TS – proc. San Rafael del Norte e TY –
proc. Yucul de Pinus tecunumanii. UFLA, Lavras, MG, 2008.
42
A diferença entre o conteúdo de DNA da procedência Mountain Pine
Ridge e da procedência San Rafael del Norte foi de 2,5 pg (Tabela 3). Hall et al.
(2000) também relataram uma grande diferença intra-específica de 2,18 pg, em
Pinus tecunumanii. Ao contrário do que foi relatado por esses autores, onde as
procedências de Pinus tecunumanii originárias de regiões primitivamente
ocupadas apresentaram maiores quantidades de DNA, nas procedências
avaliadas no presente trabalho, não houve relação entre a diminuição da
quantidade de DNA e a origem e a latitude das mesmas. As procedências Yucul,
Las Camélias e San Rafael são originárias da Nicarágua, região secundariamente
ocupada na América Central, com latitudes mais baixas, entre 12
°
55’e 13°46’, e
apresentaram 40,66 pg, 42,51 pg e 42,98 pg, respectivamente. Já a procedência
Mountain Pine Ridge, que é originária de Belize, com latitudes mais elevadas
em relação às outras três procedências, 16°58’, apresentou a menor quantidade
de DNA.
Pode-se verificar que a variação na quantidade de DNA nuclear não foi
uma característica que possibilitou uma distinta separação entre os taxa
avaliados. O Pinus tecunumanii, representado por quatro procedências, ora se
agrupou ao Pinus patula, no caso da procedência San Rafael del Norte,
formando um grupo com as maiores médias de quantidade de DNA, ora se
agrupou ao Pinus oocarpa, no caso da procedência Las Camélias, apresentando
valores intermediários de DNA nuclear. Somente as procedências Mountain Pine
Ridge e Yucul formaram um grupo exclusivamente de Pinus tecunumanii, com
as menores quantidades de DNA entre os genótipos avaliados.
Bogunic et al. (2003) observaram variação intra-específica significativa na
quantidade de DNA em Pinus nigra var nigra e Pinus nigra var. dalmatica. O
s
autores relataram que variação intra-específica em espécies com ampla
distribuição que apresentam elevada diferenciação morfológica e incluem
diversas subespécies, como ocorre no complexo P. nigra, é um fato comum. Um
43
fator que pode ter contribuído para tal variação é a existência de seqüências
repetitivas curtas, de baixa complexidade, como os minissatélites e as seqüências
teloméricas. Tais fenômenos podem também ter atuado na geração da variação
observada nos taxa aqui avaliados. A introgressão, a hibridação e a especiação
em andamento no México, um centro primário de diversidade de espécies,
também podem ser a causa de variação intra-específica no tamanho do genoma
(Perry, 1991).
44
5 CONCLUSÕES
As três espécies apresentaram o mesmo número de constrições
secundárias. O padrão de ban das CMA
3
indicou que as constrições secundárias
são regiões ricas em GC e que o Pinus tecunumanii é mais próximo de Pinus
oocarpa que de Pinus patula, no que diz respeito a essa característica.
A citometria de fluxo evidenciou a existência de variação intra-
específica em Pinus tecunumanii, mas não possibilitou a distinção entre os três
taxa.
45
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