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IVAN CHAKKOUR
AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA DA APROXIMAÇÃO DA ULNA AO RÁDIO
APÓS A CIRURGIA PELA TÉCNICA DE SAUVÉ-KAPANDJI
Tese apresentada ao Curso de
Pós-Graduação da Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa deo Paulo para
obtenção do Título de Doutor em Medicina
São Paulo
2006
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IVAN CHAKKOUR
AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA DA APROXIMAÇÃO DA ULNA AO RÁDIO
APÓS A CIRURGIA PELA TÉCNICA DE SAUVÉ-KAPANDJI
Tese apresentada ao Curso de
Pós-Graduação da Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São Paulo para
obtenção do Título de Doutor em Medicina
Área de Concentração: Ciências da Saúde
Orientador: Prof. Dr. Osmar Avanzi
Co-orientador: Prof. Dr. José Soares Hungria Neto
São Paulo
2006
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FICHA CATALOGRÁFICA
Preparada pela Biblioteca Central da
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Chakkour, Ivan
Avaliação radiográfica da aproximação da ulna ao rádio após a
cirurgia pela técnica de Sauvé-Kapandji./ Ivan Chakkour.
São Paulo, 2006.
Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Médicas da Santa
Casa de São Paulo – Curso de pós-graduação em Medicina.
Área de Concentração: Ciências da Saúde
Orientador: Osmar Avanzi
Co-Orientador: José Soares Hungria Neto
1. Instabilidade articular 2. Traumatismos do punho/cirurgia
3. Procedimento cirúrgicos operatórios/métodos 4. Punho/radiografia
5. Fraturas do rádio/complicações 6. Articulação do punho/
anormalidades
BC-FCMSCSP/32-2006
Dedico este trabalho
Aos meus pais, por minha formação e conceitos de vida.
À minha esposa, por seu amor, dedicação e compreensão.
Aos meus filhos, pelo estímulo
imenso.
AGRADECIMENTOS
À Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, na pessoa do
DD. Provedor, Prof. Dr. Domingos Quirino Ferreira Neto, que nos proporcionou os
meios indispensáveis à execução deste trabalho.
À Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, na pessoa
de seu DD. Diretor, Prof. Dr. Ernani Geraldo Rolim, pelos ensinamentos recebidos
desde o início do curso médico.
Ao Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo, representado por seu DD. Diretor, Prof. Dr. Cláudio
Santili, pelo apoio sempre presente.
Ao Prof. Dr. Osmar Avanzi, pela orientação e viabilização deste trabalho.
Ao Prof. Dr. José Soares Hungria Neto, pela amizade, orientação e
estímulo dados durante a realização do mesmo.
(In memoriam) Ao Prof. Dr. José Soares Hungria Filho e ao Prof. Dr.
Waldemar de Carvalho Pinto Filho, pelos exemplos de determinação profissional e
estímulo sempre presentes durante meu desenvolvimento na especialidade.
(In memoriam) Ao Dr. Edmur Isidoro Lopes, pela orientação e estímulo
durante a formação na especialidade de cirurgia da mão.
Ao Departamento de Medicina Social da Faculdade de Ciências Médicas
da Santa Casa de São Paulo, representado pelo seu DD. Diretor, Prof. Dr. José Cássio
de Moraes e ao Prof. Paulo Carrara de Castro, pelo auxílio na elaboração deste
trabalho.
A todos que desinteressadamente auxiliaram e possibilitaram a realização
deste trabalho.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................
1.1. Revisão da Literatura....................................................................................
01
05
2. OBJETIVO..............................................................................................................
22
3. CASUÍSTICA E MÉTODOS................................................................................
24
3.1Casuística...........................................................................................................
25
3.2. Métodos...........................................................................................................
28
4. RESULTADOS......................................................................................................
32
5. DISCUSSÃO..........................................................................................................
38
6. CONCLUSÕES......................................................................................................
42
7. ANEXO..................................................................................................................
44
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................
46
9. FONTES CONSULTADAS...................................................................................
53
10. RESUMO...............................................................................................................
55
11. ABSTRACT............................................................................................................
57
12. APÊNDICE..........................................................................................................
59
1.INTRODUÇÃO
Introdução
2
1. INTRODUÇÃO
A articulação radiulnar distal (ARUD) é formada entre a fossa sigmóide do rádio e
a cabeça da ulna, fazendo parte da articulação do antebraço junto à membrana interóssea e a
articulação radiulnar proximal. A cabeça da ulna funciona como eixo de rotação para o rádio,
para os movimentos de pronação e supinação, (MILCH, 1926), alterando sua área de contato
com o rádio entre 60% na posição neutra e 10% nos extremos do movimento (GUPTA et al,
2002). Para manter a estabilidade articular, existe o complexo da fibrocartilagem triangular
(FCT) constituído por: uma fibrocartilagem propriamente dita, um menisco, o ligamento
colateral ulnar, os ligamentos rádio-ulnares dorsal e volar e a bainha do tendão extensor ulnar
do carpo (SCHEKER et al, 1994). Outras estruturas descritas com a função de estabilização
desta articulação são: a membrana interóssea, o músculo pronador quadrado, o músculo
pronador redondo, músculos supinadores, os músculos flexores radial e ulnar do carpo, o
músculo braquial e os músculos extensores radiais e ulnar do carpo (MASSAOKA et al,
2002).
Esta delicada e complexa estrutura é sede de disfunção caracterizada pela
presença de dor e limitação aos movimentos de pronação e supinação. Dentre os fatores
etiológicos, podemos encontrar deformidades congênitas como a descrita por MADELUNG, a
luxação rádio-ulnar distal traumática ou instabilidades associadas a fraturas da extremidade
distal do rádio, além de processos degenerativos ou inflamatórios, como a artrite reumatóide.
A deformidade de MADELUNG é caracterizada pela parada do crescimento da região ulnar e
Introdução
3
volar do rádio com encurvamento e luxação progressiva da cabeça da ulna (BARCAT, 1959),
sendo os sintomas da disfunção da ARUD mais freqüentes durante a adolescência. A fratura
da extremidade distal do rádio pode acarretar incongruência articular pela inclinação da fossa
sigmóide ou pela associação freqüente de lesão ligamentar com instabilidade ou luxação da
cabeça da ulna. Na artrite reumatóide existe uma proliferação da membrana sinovial com
invasão e destruição de estruturas cápsulo-ligamentares e ósseas, gerando instabilidade e
incongruência com a queda do carpo em supinação e a conseqüente síndrome da cabeça da
ulna, relatada por KOPLOV (2003).
Diferentes técnicas cirúrgicas têm sido descritas para o tratamento das alterações
da ARUD, como osteotomias do rádio (BAZY & GUALTIER, 1935), ressecções parciais ou
totais do extremo distal da ulna (ALBERT et al, 1963; BOWERS, 1985), reconstruções
ligamentares (MANSAT et al, 1979; ADAMS & BERGER, 2002) e associações
(CHAKKOUR, 2000). SAUVÉ & KAPANDJI (1936) descreveram uma técnica na qual foi
realizada a artrodese da ARUD, associada à produção de uma pseudo-artrose na porção distal
da ulna. Este procedimento, inicialmente indicado para luxação da articulação radiulnar
proximal, ganhou destaque para tratar diferentes acometimentos desta articulação, obtendo
bons resultados ( SLATER, 2003).
BELL et al (1985) apresentam a síndrome do impacto ulnar caracterizada por dor
no punho, perda de força, click à pronação e supinação e dor à supinação contra resistência
ocasionada pela convergência da ulna ao rádio após a cirurgia de DARRACH, também
referida por MELONE & TARAS (1991) e por KLEINMAN & GREEMBERG (1995). LEES
& SCHEKER (1997) demonstram radiograficamente que esta aproximação ocorre após
cirurgias realizadas pelas técnicas de DARRACH, de BOWERS e de SAUVÉ-KAPANDJI.
Introdução
4
Outros trabalhos que relatam a instabilidade da ulna após a cirurgia de SAUVÉ-
KAPANDJI não referem ou não mensuram o seu impacto no rádio (LAMEY &
FERNANDEZ, 1998; SLATER, 2003; ROZENTAL et al, 2003).
A ocorrência da convergência dinâmica, que se caracteriza pelo movimento ulnar
do rádio na instabilidade criada pela ressecção da cabeça da ulna, apresentada no estudo
biomecânico de SAUERBIER et al (2002), sugeriu a avaliação radiográfica deste
acontecimento em pacientes submetidos a diferentes condições de atividade muscular.
Introdução
5
1.1- Revisão da Literatura
MILCH (1926) refere a luxação da ulna na articulação distal com o rádio como
um problema interessante e complexo. Descreve a articulação radiulnar distal como um pivot
formado entre a ulna e a cavidade sigmóide do rádio, reforçada por ligamentos, dentre eles a
fibrocartilagem triangular, cuja função seria impedir a separação lateral da ulna. Faz uma
revisão de técnicas cirúrgicas para o tratamento da luxação rádio-ulnar distal, como sutura
com fio de aço, descrita por HOFFA, em 1898; ressecção da ulna distal, descrita por
DARRACH, em 1912; osteotomia da extremidade distal do rádio para tensionamento
ligamentar, descrita por COTTON et al, em 1924, e utilização de fáscia para reconstrução
ligamentar, descrita por WILSON e COCHRANE, em 1925. Apresenta nova técnica para o
tratamento do deslocamento anterior ou posterior da extremidade inferior da ulna,
reconstruindo os ligamentos triangular e rádio-ulnar, usando enxerto de fáscia muscular.
BAZY , GALTIER (1935) descrevem um tratamento para a luxação radiulnar
distal com ressecção da ulna e osteotomia na fossa sigmóide do rádio, mobilizando um
fragmento para formar um apoio ulnar para o carpo, previamente realizado pela cabeça da
ulna. Referem superioridade desta técnica, com relação à facilidade de execução, quando
Introdução
6
comparada à reconstrução ligamentar apresentada por SAUVÉ e KAPANDJI, em dezembro
de 1932, no congresso da Sociedade Francesa de Cirurgia.
SAUVÉ, KAPANDJI (1936) apresentam com detalhes um novo procedimento
para o tratamento cirúrgico das luxações recidivantes isoladas do extremo inferior da ulna,
composto pela artrodese da articulação rádio-ulnar distal, fixada com um parafuso, e a criação
de uma pseudo-artrose na região metafisária distal da ulna; o músculo pronador quadrado é
reinserido na bainha do tendão extensor ulnar do carpo. Comparam com a técnica descrita por
BAZY e GALTIER que, por manter o periósteo da ulna e fazer a osteotomia na cavidade
sigmóide do rádio, poderia cursar com reossificação além de ser de difícil execução.
BARCAT (1959) apresenta uma revisão histórica da deformidade de
MADELUNG e seu tratamento. O quadro clínico é caracterizado por queixa de dor,
fatigabilidade e desconforto, principalmente após a realização de trabalhos manuais, com
detalhes de sua evolução. Na avaliação das técnicas cirúrgicas, refere que a osteotomia isolada
do rádio alinha a epífise, porém não atua na subluxação interna rádio-cárpica e na superfície
articular do rádio com a cabeça da ulna. Em contrapartida, as osteotomias isoladas da ulna são
inoperantes com relação à deformidade do rádio. Assim, acredita que a técnica de BAZY &
GALTIER produza a melhor correção.
ALBERT et al (1963) realizam um estudo retrospectivo em 66 pacientes
portadores de luxação rádio-ulnar distal de diversas etiologias, submetidos à ressecção da ulna
distal e concluem que:
1. A ressecção da ulna distal é indicada para a recuperação da função do
antebraço para pronação e supinação na instabilidade radiulnar crônica, na seqüela de fratura
Introdução
7
de COLLES, nos distúrbios do comprimento entre os ossos do antebraço pós-fraturas, na
deformidade de MADELUNG, no fechamento prematuro da fise distal do rádio, nas
neoplasias, nas sinovites, na artrose pós-traumática e na artrodese do punho.
2. Aproximadamente dois centímetros e meio da parte distal da ulna podem ser
retirados. Ressecção excessiva resulta em instabilidade, enquanto a ressecção insuficiente
pode não aliviar os sintomas.
3. Os resultados finais são uniformemente bons, com ganho de movimento e
função da mão, além de melhora estética. Pode haver discreta perda de força, mas sem
interfência no trabalho.
VESELY (1967) relata a filogenia e a embriogênese da articulação radiulnar
distal, seus componentes anatômicos estabilizadores, salientando a importância da
fibrocartilagem triangular. Define o eixo mecânico do antebraço como sendo aquele traçado
pelo centro da cabeça do rádio ao centro da cabeça da ulna, refere BÖHLER que descreve a
aproximação do rádio à ulna por ação dos músculos: pronador quadrado, abdutor longo do
polegar e extensor curto do polegar. Classifica as lesões da referida articulação em:
congênitas, do desenvolvimento (que inclui a deformidade de Madelung,), adquiridas,
iatrogênicas (ressaltando a ressecção da cabeça do rádio), metabólicas, infecciosas,
degenerativas, neoplásicas e por doenças do colágeno. Avalia 113 pacientes com fratura da
extremidade distal do rádio, encontrando alta incidência de acometimento da articulação
radiulnar distal, referindo que a melhor prevenção seria o tratamento da fratura. Nos casos da
deformidade de MADELUNG, indica osteotomia de realinhamento da superfície articular do
rádio, associada a técnicas de reconstrução ligamentar da ulna.
Introdução
8
KESSLER, HECHT (1970) avaliam 42 pacientes submetidos à ressecção da
cabeça da ulna, sendo 17 traumáticos, 3 por deformidade de Madelung e 22 por artrite
reumatóide. A técnica utilizada foi a de DARRACH, modificada com ressecção subperiostal,
inferior a 2,5 centímetros, mantendo os ligamentos e a cápsula articular. Referem a
importância do músculo pronador quadrado para a estabilização da ulna, associada a um
ligamento, utilizando o tendão palmar longo nas ressecções maiores. Concluem que este
procedimento é útil para restaurar o movimento de pronação e supinação nos casos de
desarranjo radiulnar distal.
GONÇALVES (1974), estudando a disfunção da articulação radiulnar distal,
refere complicações decorrentes da excisão da cabeça da ulna como perda de força, dor e
desvio ulnar do carpo. Como opção melhor para o tratamento destas afecções decorrentes de
artrite reumatóide, trauma ou deformidade de Madelung, indica a artrodese da articulação
radiulnar distal com produção de uma pseudo-artrose na parte distal da ulna. Denomina
técnica de LAUENSTEIN, segundo referência de STEINDLER. Avalia 32 pacientes
submetidos à pseudo-artrose na ulna , 20 associadas à artrodese radiulnar distal, das quais 8
fraturas viciosamente consolidadas, 6 luxações radiulnares distais e 6 degenerativas por artrite
reumatóide.
MANSAT et al (1979), após avaliação de nove punhos com deformidade de
MADELUNG e operados por diversas técnicas, sugerem os seguintes métodos:
1. Para reorientar o rádio e apoiar o carpo – osteotomia com ressecção de cunha
óssea na região metafisária e outra na diafisária, em casos de grande curvatura
do rádio.
Introdução
9
2. Ajuste do comprimento dos ossos do antebraço com osteotomia de
encurtamento no terço distal da ulna.
3. Estabilização da subluxação da ulna, reorientando o tendão extensor ulnar do
carpo, mantendo sua posição dorsal, fazendo uma polia com um fragmento do
ligamento anular.
KAPANDJI (1980), no seu livro de fisiologia articular, preconiza que a avaliação
dos movimentos de pronação e supinação deva ser realizada com o cotovelo fletido a 90
graus. A mão é colocada em neutro, situada num plano vertical conhecido como de simetria
do corpo, numa posição intermediária paralela ao plano sagital.
BELL et al (1985) reportam a síndrome do impacto ulnar causada pelo contacto da
ulna encurtada com o rádio. Relatam que a instabilidade ântero-posterior é reconhecida como
causa de dor, porém a convergência entre o rádio e a ulna não tem sido apreciada. Referem
diversos trabalhos de excelentes resultados com a cirurgia de DARRACH, assim como
complicações que incluem instabilidade ântero-posterior, subluxação do extremo distal da
ulna, click no punho aos movimentos do antebraço e a translação ulnar do carpo sem
significância clínica. Apresentam 11 casos, 10 com ressecção da ulna e 1 por discrepância de
comprimento após fratura do rádio na infância. A manifestação clínica é dor no punho, perda
de força, click à prono-supinação e dor à supinação contra resistência. Avaliam a aproximação
do rádio à ulna com radiografias realizadas na projeção ântero-posterior. Referem como
fatores de aproximação os músculos pronador quadrado, extensor curto do polegar e abdutor
longo do polegar. Indicam a estabilização da ulna com o tendão extensor ulnar do carpo ou
com prótese da articulação radiulnar distal.
Introdução
10
BOWERS (1985) descreve uma abordagem reconstrutiva das alterações da
articulação radiulnar distal e complexo fibrocartilaginoso triangular. Baseado em investigação
anatômica, enfatiza a importância do referido complexo na estabilidade do punho no lado
ulnar, a partir das seguintes funções:
1. A fibrocartilagem triangular mantém uma conexão na articulação radiulnar
distal estável, durante a rotação.
2. Por meio de seus componentes ligamentares ulno-carpais, torna esta conexão
estável.
3. A fibrocartilagem triangular faz a transmissão de forças da unidade punho-
mão para a ulna.
4. Ambas promovem a suspensão da porção ulnar do carpo ao rádio, com o
ligamento colateral ulnar.
5. Aumenta a superfície articular do antebraço com o carpo.
Afirma que este conceito anatômico afasta as cirurgias ablativas e fortalece a
preservação e a reconstrução para o tratamento da disfunção da articulação radiulnar distal e
do complexo fibrocartilaginoso triangular. Apresenta sua técnica com ressecção de apenas um
cilindro articular do osso subcondral da ulna distal, interposição da cápsula volar e reforço
retinacular para manter a posição dorsal do tendão extensor ulnar do carpo. Avalia 38
pacientes submetidos a este procedimento, dos quais 27 são portadores de artrite reumatóide;
5, com alteração radiulnar de diferentes causas; 1 paciente com fechamento prematuro da fise
distal do rádio e 6 com artrose radiulnar. Apresenta resultados com melhora da dor e ganho de
força, avaliados subjetivamente, exceto em 4 pacientes cuja dor residual é explicada pelo
impacto da apófise estilóide da ulna no carpo.
Introdução
11
DREWNIANY, PALMER (1986) revisam conceitos de anatomia e biomecânica
da articulação radiulnar distal. Na anatomia, referem o chamado complexo ligamentar ulno-
carpal, composto por: fibrocartilagem triangular, menisco, ligamentos colaterais, ligamento
radiulnar volar e bainha do músculo extensor ulnar do carpo. Outros estabilizadores da ulna
na cavidade sigmóide do rádio são o músculo pronador quadrado, a membrana interóssea e o
próprio tendão extensor ulnar do carpo. Relatam a movimentação da ulna para dorsal e distal
durante a pronação e para volar e proximal durante a supinação. Dividem as alterações em
agudas (de reconstrução mais fácil) e crônicas, após oito semanas, que necessitam de
procedimentos mais elaborados. Referem como diagnóstico diferencial a artrite entre o
piramidal e o pisiforme, a tendinite do extensor ulnar do carpo ou a subluxação do tendão.
Descrevem diversos métodos de estabilização ligamentar e procedimentos ósseos, como
DARRACH, LAUENSTEIN, BALDWIN e BOWERS.
BOWERS (1988) registra a articulação radiulnar, descrevendo sua anatomia e
cinética, particularmente o complexo fibrocartilaginoso triangular. Classifica as lesões em
cinco itens:
1. Fraturas agudas
A - Fraturas que envolvem superfície sigmóide do rádio.
B - Fraturas da superfície articular da ulna, incluindo fraturas condrais.
C - Fratura da estilóide ulnar.
2. Ruptura articular aguda
A - A lesão do complexo fibrocartilaginoso triangular (CFCT), com
deslocamento ou instabilidade associada a fraturas ou a outras luxações.
B - Lesão isolada CFCT com instabilidade.
C - Lesão isolada CFCT sem instabilidade.
Introdução
12
3. Lesão crônica ou de aparecimento tardio, sem artrose radiográfica.
A - Lesão CFCT sem instabilidade.
B - Lesão CFCT com luxação recorrente ou instabilidade.
4. Distúrbios articulares
A - Síndrome do impacto da ulno-carpal. Discrepância no comprimento entre
rádio e ulna.
B - Artrites.
5. Outras alterações
A - Deslocamento do tendão extensor ulnar do carpo.
B - Deformidade rotacional fixa.
Na análise dos diferentes tratamentos, relata a técnica de SAUVÉ-KAPANDJI,
com referências aos autores STEINDLER e GONÇALVES que, aparentemente, erraram ao
atribuir esse procedimento a LAUENSTEIN, afirmando como “um engano perpetuado por
mim na primeira edição deste livro”. Indica esse procedimento nas alterações da articulação
radiulnar, classificadas nos tipos 3 B, 4 A, 4 B e 5 B.
KERSLEY, SCOTT (1990) avaliam 38 pacientes com complicação de fratura
distal do antebraço com restrição da prono-supinação, submetidos à operação de BALDWIN,
descrita em 1921, e alertam para os detalhes técnicos de fazer a ressecção de um segmento de
2,5 centímetros da ulna na inserção do músculo pronador quadrado, para evitar um click
desconfortável na extremidade distal da ulna ao movimento de pronação, e extraperiosteal,
para evitar a reossificação. Como complicações, tiveram um caso de dor não esclarecida e
outro de infecção superficial. Concluem que este procedimento restaura a rotação do
antebraço, sendo tecnicamente fácil. Reservam a cirurgia de DARRACH para os casos com
alterações artrósicas da articulação radiulnar distal.
Introdução
13
MELONE , TARAS (1991), analisando punhos de pacientes portadores de artrite
reumatóide, fazem referência ao benefício imediato da ressecção da ulna distal para o
tratamento das alterações na articulação radiulnar distal. Porém, pelo caráter evolutivo da
doença, ocorre o acometimento das articulações rádio-cárpica e radiulnar, além da
estabilidade ulno-carpal. Associam a tenodese do extensor ulnar do carpo a três objetivos:
promover restrição da subluxação e da migração radial da ulna distal, formar um ligamento
contensor na face ulnar, contrário aos desvios que ocorrem na rotação radial, translocação
ulnar e subluxação volar do carpo, e promover uma polia para o próprio extensor ulnar do
carpo. Avaliam 40 pacientes, com 50 ressecções da ulna distal com tempo médio de
seguimento de 38 meses. Reconhecem que os bons resultados se devem à estabilização que o
método proporciona, prevenindo alterações secundárias.
WEBBER, MASER, (1991) referem necessidade de promover suporte adicional
ao punho em geral e particularmente à ulna distal, quando da ressecção desta porção da ulna.
Descrevem uma técnica que utiliza um segmento com a metade do tendão extensor ulnar do
carpo para a realização de um ligamento estabilizador da ulna e do punho. Analisam 34
doentes operados, chamando a atenção para a importância de reparar esse ligamento ao
remanescente da fibrocartilagem triangular, outro estabilizador importante dessa articulação.
Relatam que esse procedimento previne o desvio ulnar dos dedos, evitando a deformidade em
ziguezague, presente na artrite reumatóide.
BREEN, JUPITER (1991) apresentam técnica para o tratamento de instabilidade
radiulnar distal crônica, com o objetivo de reconstruir os estabilizadores normais desta
articulação e restabelecer a relação anatômica entre rádio e ulna. A tenodese é feita, utilizando
Introdução
14
os tendões extensor e flexor ulnar do carpo, e associada à ressecção da cabeça da ulna nos
casos em que há degeneração articular.
SCHUIND et al (1992) apresentam uma revisão de conceitos sobre os valores
normais nas radiografias do punho na incidência póstero-anterior, mencionando a medida do
espaço articular radiulnar distal, que normalmente varia de 0,8mm a 3,3 milímetros.
TALEISNIK (1992) refere diversas complicações descritas pela técnica de
DARRACH, como instabilidade da ulna, dor persistente e subluxação do tendão extensor
ulnar do carpo. Avalia 37 pacientes com alteração radiulnar distal, 14 por artrite reumatóide e
23 pós-traumáticos, submetidos à cirurgia de SAUVÉ-KAPANDJI. Apresenta bons
resultados, com alívio da dor e mobilidade normal, exceto em 4 pacientes que necessitaram de
nova cirurgia por instabilidade da ulna. Relata como vantagens do método:
- Manutenção de uma superfície na articulação com o carpo.
- Forma mais fisiológica de transmissão da força da mão ao antebraço.
- Manutenção da anatomia e da função do complexo fibrocartilaginoso triangular e
do suporte da cabeça da ulna para o tendão extensor ulnar do carpo, que minimiza
complicações, como a subluxação volar do carpo e dor pelo tendão extensor ulnar, subluxado
sobre a extremidade distal da ulna.
- Preservação do contorno normal do punho, esteticamente mais aceitável.
ANGELINI (1993) reavalia 15 pacientes portadores de deformidade de
MADELUNG, submetidos à técnica de LAUENSTEIN, associada ou não à osteotomia do
rádio. Apresenta três complicações: uma distrofia simpático-reflexa e duas infecções no
Introdução
15
trajeto dos fios. Conclui que a técnica alivia a dor, aumenta a amplitude de movimentos,
melhora tanto a força de preensão, medida com dinamômetro, como o aspecto estético.
ZACHEE et al (1994) avaliam 31 pacientes submetidos à cirurgia de SAUVÉ-
KAPANDJI em distúrbios não reumáticos da articulação radiulnar distal. Dezesseis casos de
fratura, um de deformidade de MADELUNG, um de artrite primária, um após encurtamento
do rádio e quatro por síndrome do impacto ulnar. Associaram a osteotomia do rádio em três
casos com fratura de COLLES com deformidade de MADELUNG. Fizeram a avaliação pelo
método de COONEY, encontrando 87% de pacientes satisfeitos. Referem cinco
complicações, sendo quatro ossificações e uma passagem do parafuso pela cortical lateral do
rádio. Não mencionam dor, instabilidade ou impacto da ulna com o rádio no pós-operatório.
SCHEKER et al (1994) apresentam técnica de estabilização da articulação
radiulnar distal com enxerto de tendão ancorado ao rádio e à ulna. Fazem uma revisão sobre a
anatomia do complexo ligamentar da fibrocartilagem triangular, incluindo: a fibrocartilagem
propriamente dita, o menisco homólogo, o ligamento colateral ulnar, os ligamentos
radiulnares dorsal e volar e a bainha do extensor ulnar do carpo. Realizam estudo radiográfico
com incidência em perfil do punho, com pronação do antebraço, suportando um peso de cinco
libras, para o diagnóstico de instabilidade posterior da ulna. Referem a ação do músculo
braquial que desloca a ulna em pronação, quando houver instabilidade na porção distal da
ulna ou se tiver sido ressecada. Baseiam sua reconstrução na dinâmica dos ligamentos dorsal e
volar nos movimentos de pronação e supinação, relatando o resultado de 15 pacientes que
estavam satisfeitos com a cirurgia, após o seguimento de um ano e meio.
Introdução
16
KIHARA et al (1995) realizam um estudo biomecânico em cadáver para
determinar as estruturas estabilizadoras da articulação radiulnar distal nos movimentos de
pronação e supinação. Analisam os ligamentos radiulnares dorsal e palmar, a porção distal da
membrana interóssea, incluindo o músculo pronador quadrado e toda a membrana interóssea .
Concluem que, após a lesão desta última, os ligamentos mais importantes para a estabilidade
são o radiulnar dorsal em supinação e o volar em pronação.
KLEINMAN, GREENBERG (1995) avaliam seis pacientes submetidos à cirurgia
de salvamento, pós-ressecção da ulna pela técnica de DARRACH, complicada com
instabilidade ou impacto radiulnar distal. Seu procedimento inclui a reconstrução de três
componentes para correção da instabilidade sagital e coronal da ulna e do impacto radiulnar: a
tenodese longitudinal intramedular na ulna com metade da espessura do tendão extensor ulnar
do carpo, a transferência do músculo pronador quadrado para o espaço interósseo e a fixação
temporária para manter a relação do rádio à ulna. Todos os pacientes conseguiram
movimentos rotacionais sem dor no antebraço.
LOPES et al (1996) analisam 14 pacientes, 17 punhos submetidos à cirurgia de
SAUVÉ-KAPANDJI, dos quais oito são deformidades de MADELUNG, sete congênitas e
uma displasia epifisária, e seis seqüelas de fratura. Relatam três complicações: uma
neuropraxia ulnar, uma infecção superficial e uma instabilidade do segmento proximal da
ulna, porém todos os pacientes encontravam-se satisfeitos com o resultado obtido.
LEES, SCHEKER (1997) apresentam um método de demonstração radiográfica do
impacto ulnar dinâmico que ocorre quando a extremidade distal da ulna, submetida à
ressecção, translada para fazer contato com o rádio. Utilizam radiografias realizadas na
Introdução
17
projeção póstero-anterior do punho, com o cotovelo em flexão de 90 graus e suportando um
peso de 2,2 quilogramas. Concluem que a instabilidade convergente ocorre após o tratamento
cirúrgico, pelas técnicas de DARRACH, BOWERS e SAUVÉ-KAPANDJI. Referem, ainda,
que o diagnóstico é comumente esquecido, por ser incidioso.
LINCHEID (1998), sobre as alterações na articulação radiulnar distal, relata que a
técnica de SAUVÉ-KAPANDJI tem vantagens sobre a de DARRACH e salienta a
importância do músculo pronador redondo para estabilização da ulna. Refere que o
fechamento do espaço interósseo ocorre por atuação da musculatura pronadora.
LAMEY, FERNANDEZ (1998) apresentam um estudo em 18 pacientes portadores
de lesão crônica da articulação radiulnar distal, pós-traumática, pela técnica de SAUVÉ-
KAPANDJI, associada à estabilização da ulna com tenodese e utilizando o tendão do músculo
flexor ulnar do carpo. Seis resultados foram considerados excelentes, sete bons, quatro
regulares e um ruim. Referem resultados insatisfatórios com cirurgias pelas técnicas de
DARRACH, BOWERS ou WATSON em pacientes jovens, devido à maior demanda
funcional. Para estes, recentes trabalhos preconizam a técnica de SAUVÉ-KAPANDJI,
mesmo que algumas alterações com a extremidade da ulna tenham sido relatadas.
CARTER, STUART (2000) avaliam 37 pacientes de 41, submetidos à cirurgia de
SAUVÉ-KAPANDJI, entre 1991 e 1998, por alteração pós-traumática da articulação
radiulnar distal. Destes, 25 apresentavam dor ou limitação às rotações. Constataram 18
pacientes com um click assintomático na ulna, com leve dor em sete e moderada em dois.
Referem, ainda, a importância da membrana interóssea na estabilidade estática da articulação
Introdução
18
radiulnar distal e, na dinâmica, a presença dos músculos extensor ulnar e flexor ulnar do
carpo, assim como do pronador quadrado.
CHAKKOUR (2000) apresenta um trabalho avaliando 10 pacientes, 13 punhos,
portadores da deformidade de MADELUNG submetidos a tratamento cirúrgico pela técnica
de SAUVÉ-KAPANDJI, associada à osteotomia com ressecção de cunha óssea dorso radial
metafisária no rádio. A indicação clínica foi a presença de dor e limitação ao movimento de
pronação e supinação. Num tempo de seguimento médio de dois anos e nove meses, obteve
alívio da dor, melhora do aspecto estético e ganho de mobilidade. Como complicações,
apresenta um caso de pseudo-artrose na osteotomia do rádio.
Van SCHOONHOVEM et al (2000) apresentam uma nova prótese para
substituição da cabeça da ulna, combinada à reparação de tecidos moles, que é indicada para
salvamento de falhas em ressecções artroplásticas da articulação radiulnar distal. Estudaram
23 pacientes, 10 previamente submetidos à cirurgia de DARRACH; 11, pela técnica de
BOWERS e 2 com próteses de silicone. Concluem que esse método restaura a estabilidade e
alivia os sintomas secundários que podem estar associados à excisão total ou parcial da
cabeça da ulna.
WALLWORK, BAIN (2001) relatam um caso de instabilidade radiulnar distal
submetido à osteoplastia da fossa sigmóide do rádio. Referem que os componentes de
estabilização daquela articulação incluem: ligamentos radiulnar dorsal e palmar, ligamentos
do complexo da fibrocartilagem triangular, tendão do extensor ulnar do carpo e sua bainha,
músculo pronador quadrado, membrana interóssea e arquitetura óssea da fossa sigmóide.
Introdução
19
SAUERBIER et al (2002) realizam um estudo biomecânico em antebraço de
cadáver, comparando a ressecção da ulna (DARRACH) com a colocação de prótese da cabeça
da ulna. Avaliam a convergência do rádio à ulna nas posições neutra, pronação e supinação.
Constatam uma instabilidade criada pela ressecção da cabeça da ulna com movimento ulnar
do rádio, além de uma translação ântero-posterior. Concluem que o implante da prótese
restaura a estabilidade com similaridade da geometria articular e que a ressecção da cabeça da
ulna cria uma extensa instabilidade no antebraço com desvio do rádio à ulna e convergência
dinâmica.
ADAMS, BERGER (2002) apresentam um estudo com 14 pacientes portadores de
instabilidade radiulnar distal pós-traumática, por meio de técnica de reconstrução ligamentar,
descrita como anatomicamente precisa e reprodutível, utilizando enxerto do tendão palmar
longo. Concluem que é um bomtodo, quando as superfícies articulares e outros ligamentos
do punho estiverem íntegros.
GUPTA et al (2002) realizam um estudo em cadáver para avaliar a cinemática da
articulação radiulnar distal submetida à lesão simulada progressiva. Referem que o contacto
da superfície articular é de 60% na posição neutra e apenas 10% nos extremos de movimento.
Destacam a importância do tendão extensor ulnar do carpo como estabilizador estático e
dinâmico. Analisam cinco estágios evolutivos de lesão ligamentar desta articulação descritos
por MELONE & NATAN, que são:
1. Avulsão da fibrocartilagem, propriamente dita, na inserção ulnar.
2. Lesão da bainha do extensor ulnar do carpo, infra-retinacular.
3. Luxação ulno-carpal.
4 e 5. Lesões evolutivas intercarpais.
Introdução
20
MASAOKA et al (2002) realizam um estudo biomecânico em cadáver com
utilização de prótese na cabeça da ulna, avaliando desvios dorsais ou volares à pronação e à
supinação. Citam a instabilidade entre o rádio e a ulna com impacto da ulna ao rádio. Referem
que os estabilizadores desta articulação, além da fibrocartilagem triangular, são: membrana
interóssea, músculo pronador quadrado, músculos supinadores, tendão do bíceps, músculo
pronador redondo, flexores radial e ulnar do carpo e extensores radiais e ulnar do carpo.
SLATER (2003) realiza uma ampla revisão sobre o procedimento de SAUVÉ-
KAPANDJI, relatando as complicações descritas tais como: re-ossificação no local da
pseudo-artrose na ulna, dor e instabilidade proximalmente à falha óssea. Conclui que o
procedimento é uma opção válida para as condições patológicas que afetam a articulação
distal do rádio com a ulna, oferecendo boa estabilidade no canto ulnar do punho e com
resultados previsíveis. Refere que a estabilidade da ulna possa ser melhorada com
procedimentos descritos previamente para a instabilidade que ocorre após ressecção pela
técnica de DARRACH.
ROZENTAL et al (2003), em seu trabalho sobre métodos de diagnóstico e
tratamento da instabilidade radiulnar distal, fazem uma revisão da anatomia e biomecânica
dessa articulação, assim como a revisão dos métodos diagnósticos e de tratamento. Concluem
que é importante o diagnóstico clínico e precoce com redução e imobilização na fase aguda.
Na fase crônica podem ser realizados procedimentos de reconstrução ligamentar enquanto não
houver degeneração articular ou, quando esta ocorrer, procedimentos de salvamento como a
cirurgia de SAUVÉ-KAPANDJI.
Introdução
21
KOPYLOV (2003) descreve a evolução da articulação radiulnar distal na artrite
reumatóide, com supinação do carpo levando à síndrome da cabeça da ulna, na qual o
tratamento deve ser sinovectomia associada à cirurgia de SAUVÉ-KAPANDJI. Refere o
trabalho de SCHEKER, em 2000, que realiza prótese da cabeça da ulna, por acreditar na
importância do apoio da ulna ao rádio.
ADAMS (2004) escreve sobre a instabilidade na articulação radiulnar distal e
utiliza uma medida radiográfica no punho, realizada na incidência póstero-anterior com o
ombro em posição de abdução de 90 graus e o cotovelo em flexão de 90 graus; uma abertura
entre a fossa sigmóide do rádio e a cabeça da ulna maior que cinco milímetros é indicativa de
instabilidade. Relata vários procedimentos de salvamento como DARRACH, BOWERS e
SAUVÉ- KAPANDJI, referindo a artroplastia como conceito interessante.
2.OBJETIVO
Objetivo
23
2. OBJETIVO
O objetivo deste estudo é avaliar a distância entre o rádio e a extremidade distal da
ulna proximal junto à pseudo-artrose na técnica cirúrgica de SAUVÉ- KAPANDJI, utilizando
uma mensuração radiográfica, além de verificar o efeito da realização de carga e diferentes
posicionamentos do cotovelo e sua relação com achados clínicos, em pacientes portadores de
deformidade de MADELUNG ou com seqüela de fratura da extremidade distal do rádio.
3.CASUÍSTICA E MÉTODOS
Casuística e Métodos
25
3. CASUÍSTICA E MÉTODOS
3.1 Casuística
Trabalho prospectivo com levantamento de 23 prontuários de pacientes
submetidos ao tratamento cirúrgico pela técnica de SAUVÉ-KAPANDJI sem associação de
qualquer método adicional de estabilização, sendo 13 por deformidade de MADELUNG e 10
por seqüela de fratura da extremidade distal do rádio, atendidos no período de 1989 a 2004,
pelo grupo de Cirurgia da Mão do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Santa Casa
de São Paulo.
O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob o número 300/05. Os
pacientes foram convocados para a realização de estudo radiográfico. Dos 23 pacientes
encontrados, 18 compareceram à solicitação. Para a inclusão, foi determinado o tempo de
seguimento mínimo de um ano e a ausência de co-morbidades. Um paciente foi excluído por
apresentar seqüela de distrofia simpático-reflexa, desenvolvida durante o tratamento inicial da
fratura. O grupo contou com 17 pacientes, sendo dois com cirurgia bilateral, totalizando 19
punhos estudados.
Dez pacientes eram portadores da deformidade de MADELUNG, todos do sexo
feminino, e 7 portadores de seqüela de fratura na extremidade distal do rádio, 3 do sexo
masculino e 4 do sexo feminino. A média de idade dos pacientes foi 46,5 anos (Tabela 1). O
tempo médio decorrido da cirurgia até a reavaliação foi 5,9 anos, com mínimo de 1 ano até o
máximo de 15 anos (Tabela 2).
Casuística e Métodos
26
Fonte: S.A.M.E – I.S.C.M.S.P.
paciente idade (anos) sexo profissão
ACS 50 f do lar
ADVP 29 f estudante
ADVP 29 f estudante
ALV 22 f estudante
ALV 22 f estudante
CFM 33 f do lar
CPS 65 m pintor
DSN 52 f aux. limp.
DTS 39 f faxineira
ELV 66 f doméstica
ILL 26 f estudante
JOA 50 f do lar
JM 55 m pedreiro
LC 79 f doméstica
MECA 66 f cabeleireira
PSEF 24 f vendedora
RPO 42 f doméstica
RPSS 42 f costureira
SEB 51 m arquivista
Média 46,5
D.Pad 16,62
n 19 19
Tabela 1. Distribuição dos pacientes submetidos à Cirurgia de Sauvé-Kapandji, segundo
idade, sexo e profissão.
Casuística e Métodos
27
Fonte: S.A.M.E – I.S.C.M.S.P.
paciente doença Pós-operatório
anos
ACS Madelung 10
ADVP Madelung 2
ADVP Madelung 1
ALV Madelung 6
ALV Madelung 3
CFM Madelung 11
CPS Fratura 1
DSN Madelung 4
DTS Madelung 3
ELV Fratura 10
ILL Madelung 7
JOA Madelung 13
JM Fratura 2
LC Fratura 3
MECA Fratura 7
PSEF Madelung 9
RPO Fratura 2
RPSS Madelung 15
SEB Fratura 3
Média 5,9
Var 18,65
n 19 19
Tabela 2. Distribuição dos pacientes submetidos à Cirurgia de Sauvé-Kapandji, segundo o
fator etiológico da disfunção da articulação radiulnar distal e o tempo de seguimento.
Casuística e Métodos
28
3.2 Métodos
a) Avaliação clínica
Os pacientes foram submetidos a uma avaliação clínica, mediante interrogatório
sobre a presença de dor e possibilidade de atividades laborais. Fez-se uma quantificação da
mobilidade do antebraço para pronação e supinação em graus, por meio de um goniômetro,
mantendo o cotovelo em flexão de 90 graus, como preconizado por KAPANDJI, 1980.
b) Radiográfico
Realizaram-se radiografias com o paciente em posição ortostática de perfil em
relação ao aparelho de raio-X, com incidência ântero-posterior do antebraço encostado no
chassi, projetando o raio pela região palmar com o aparelho a uma distância de 90 centímetros
(Figura 1). Mantendo a posição neutra de pronação e supinação, as radiografias foram feitas
em quatro posições (Figura 2) :
1. Cotovelo em flexão sem carga.
2. Cotovelo em flexão, segurando um peso de três quilogramas.
3. Cotovelo em extensão sem carga.
4. Cotovelo em extensão, segurando um peso de três quilogramas.
Casuística e Métodos
29
FIGURA 1 – Imagem do posicionamento do paciente com o antebraço colocado a uma
distância de 90 centímetros do aparelho de raio-x. a) sem carga; b) com carga de três
quilogramas.
90 cm
Casuística e Métodos
30
FIGURA 2 – Imagem do posicionamento do antebraço para estudo radiográfico. a) cotovelo
em flexão de 90 graus sem carga; b) cotovelo em flexão de 90 graus com carga de três
quilogramas; c) cotovelo em extensão sem carga; d) cotovelo em extensão com carga de três
quilogramas.
A mensuração da distância da ulna ao rádio foi realizada em milímetros, com régua,
tomando como referência o ponto mais distal da ulna, proximal ao foco de pseudo-artrose, e a
cortical do rádio perpendicularmente a seu eixo longitudinal. As medidas foram avaliadas em
cada posição radiográfica (Figura 3).
3
3
3
3
a
dc
b
Casuística e Métodos
31
FIGURA 3 – Imagem radiográfica do punho de um paciente submetido a cirurgia pela técnica
de SAUVÉ-KAPANDJI em projeção ântero-posterior; a) cotovelo em flexão de 90 graus sem
carga; b) cotovelo em flexão com carga de três quilogramas; c) cotovelo em extensão sem
carga; d) cotovelo em extensão com carga de três quilogramas. Linha preta – eixo do rádio,
linha amarela – distância da ulna ao rádio.
c) Estatístico
Para comparação entre as médias, a análise estatística dos resultados foi feita tendo
como referência os testes de análise de variância para grupos homogêneos e KRUSKALL-
WALLIS, para os grupos não homogêneos.
a b
c
d
4.RESULTADOS
Resultados
33
4. RESULTADOS
A avaliação clínica dos 17 pacientes submetidos ao procedimento de SAUVÉ-
KAPANDJI mostrou que todos os 19 punhos se apresentaram assintomáticos, sem dor e
exercendo suas atividades laborais, com boa mobilidade em pronação e supinação (Anexo 1).
As médias das diferenças das distâncias sem e com carga no grupo dos pacientes
portadores de deformidade de MADELUNG foram 1,8 mm com o cotovelo em flexão, e 1,6
mm com o cotovelo em extensão. Nos pacientes portadores de seqüela de fratura da
extremidade distal do rádio, estas médias foram 2,0 mm e 1,6 mm, respectivamente. A análise
estatística mostra variação não significativa entre as duas variáveis nosológicas. (Tabela 3).
Após a união dos dois grupos, a média da distância entre o rádio e a ulna foi 3,9
mm com o cotovelo em flexão sem carga, passando a 2,1 mm, quando submetida a carga
(Tabela 4). Com o cotovelo em extensão, esta média variou de 3,8 mm sem carga para 2,3
mm com carga (Tabela 5). As médias das diferenças das distâncias obtidas com flexão do
cotovelo sem e com carga foram 1,9 mm, e as com extensão do cotovelo sem e com carga
foram 1,6 mm, sendo estatisticamente significante (Tabela 6), o que não ocorreu na
comparação de distâncias nas diferentes posições do cotovelo.(Tabela 7).
Resultados
34
Tabela 3 – Relação das diferenças radiográficas da distância do rádio à ulna nas diferentes
afecções do punho
Fonte: S.A.M.E – I.S.C.M.S.P.
Abreviaturas: Fs/c – flexão sem carga Fc/c – flexão com carga
Es/c – extensão sem carga Ec/c – extensão com carga
Tabela 4 – Medida radiográfica da distância do rádio à ulna com o cotovelo em flexão com
carga e sem carga, em pacientes submetidos à cirurgia de Sauvé-Kapandji
Fonte: S.A.M.E – I.S.C.M.S.P.
Doença Fs/c – Fc/c Es/c – Ec/c
Madelung 1,83 1,58
Fratura 2,0 1,57
P 0,72 0,42
Paciente
Distância em flexão s/
carga em mm
Distância em flexão c/
carga em mm
Diferença flexão s/ carga
menos c/ carga em mm
ACS 4 3 1
ADVP 3 2 1
ADVP 5 3 2
ALV 2 1 1
ALV 6 1 5
CFM 1 Zero 1
CPS 6 4 2
DSN 4 2 2
DTS 4 1 3
ELV 3 2 1
ILL 4 1 3
JOA 2 3 -1
JM 7 2 5
LC 8 5 3
MECA 5 4 1
PSEF 3 1 2
POR 1 Zero 1
RPSS 3 1 2
SEB 4 3 1
Média
3,9
2,1
1,9
D. Padrão 1,90 1,39 1,45
Análise de Variância p = 0,002 (< 0,05)
Resultados
35
Tabela 5 – Medida radiográfica da distância do rádio à ulna com o cotovelo em extensão, com
carga e sem carga, em pacientes submetidos à cirurgia de Sauvé-Kapandji
Paciente
Distância em extensão s/
carga em mm
Distância em extensão c/
carga em mm
Diferença s/ carga menos
c/ carga em mm
ACS 3 3 Zero
ADVP 4 1 3
ADVP 5 2 3
ALV 3 3 Zero
ALV 7 1 6
CFM Zero Zero Zero
CPS 6 4 2
DSN 2 Zero 2
DTS 2 Zero 2
ELV 4 3 1
ILL 3 2 1
JOA 4 4 Zero
JM 7 3 4
LC 8 7 1
MECA 5 3 2
PSEF 1 Zero 1
RPO Zero Zero Zero
RPSS 3 2 1
SEB 6 5 1
Média
3,8
2,3
1,6
D. Padrão 2,32 1,94 1,57
Análise de Variância p = 0,036 (< 0,05)
Fonte: S.A.M.E
I.S.C.M.S.P.
Resultados
36
Tabela 6 – Medida radiográfica da distância do rádio à ulna com o cotovelo em flexão e
extensão com carga, em pacientes submetidos à cirurgia de Sauvé-Kapandji
Fonte: S.A.M.E – I.S.C.M.S.P.
Paciente
Distância em flexão c/
carga em mm
Distância em extensão c/
carga em mm
Diferença flexão menos
extensão c/ carga em mm
ACS 3 3 Zero
ADVP 2 1 1
ADVP 3 2 1
ALV 1 3 -2
ALV 1 1 Zero
CFM Zero Zero Zero
CPS 4 4 Zero
DSN 2 Zero 2
DTS 1 Zero 1
ELV 2 3 -1
ILL 1 2 -1
JOA 3 4 -1
JM 2 3 -1
LC 5 7 -2
MECA 4 3 1
PSEF 1 Zero 1
RPO Zero Zero Zero
RPSS 1 2 -1
SEB 3 5 -2
Média
2,1
2,3
-0,2
D. Padrão 1,39 1,94 1,18
Análise de Variância p = 0,88 (> 0,05)
Resultados
37
Tabela 7 – Medida radiográfica da distância do rádio à ulna com o cotovelo em flexão e
extensão sem carga, em pacientes submetidos à cirurgia de Sauvé-Kapandji
Fonte: S.A.M.E – I.S.C.M.S.P.
Paciente
Distância em flexão s/
carga em mm
Distância em extensão s/
carga em mm
Diferença flexão menos
extensão s/ carga
ACS 4 3 1
ADVP 3 4 -1
ADVP 5 5 Zero
ALV 2 3 -1
ALV 6 7 -1
CFM 1 Zero 1
CPS 6 6 Zero
DSN 4 2 2
DTS 4 2 2
ELV 3 4 -1
ILL 4 3 1
JOA 2 4 -2
JM 7 7 Zero
LC 8 8 Zero
MECA 5 5 Zero
PSEF 3 1 2
RPO 1 Zero 1
RPSS 3 3 Zero
SEB 4 6 -2
Média
3,9
3,8
0,1
D. Padrão 1,90 2,32 1,24
Análise de Variância p = 0,72 (> 0,05)
5.DISCUSSÃO
Discussão
39
5. DISCUSSÃO
Há várias décadas a articulação radiulnar distal tem sido motivo de estudo, por ser
fonte de dor e de alterações funcionais no punho de pacientes portadores de diferentes
afecções, tais como: deformidade congênita de MADELUNG, seqüela de fraturas da
extremidade distal do rádio, ou processos inflamatórios, como na artrite reumatóide.
Embora exista diferença entre a fisiopatologia de lesão da articulação radiulnar distal
por deformidade de MADELUNG e a da seqüela de fratura da extremidade distal do rádio,
que podem cursar com lesões de ligamentos ou de estruturas, como a membrana interóssea. O
agrupamento desses pacientes foi feito, após a análise estatística das medidas mostrar
diferença não significativa, e por terem sido tratados com a mesma técnica operatória.
A técnica cirúrgica descrita por SAUVÉ-KAPANDJI (1936), e utilizada neste
trabalho, mostrou bons resultados, caracterizados pela ausência de dor, realização de
atividades laborais e boa mobilidade, estando de acordo com os trabalhos de GONÇALVES,
1974; TALEISNIK, 1992; ANGELINI, 1993; ZACHEE et al, 1994; LOPES et al, 1996;
CHAKKOUR, 2000; ROZENTAL, 2003.
No que diz respeito à instabilidade da ulna, encontramos relatos de diferentes técnicas
de reconstrução ligamentar para impedir o deslocamento ântero-posterior da mesma, como as
descritas por MILCH (1926), LIEBOLT (1953), Palmer (1988), WEBBER & MAZER
(1991), BREEN & JUPITER (1991) e por HOLTSLOG (1999). Nesses trabalhos só se
avaliaram os resultados clínicos, sem quantificação radiográfica e de instabilidade.
Discussão
40
O trabalho de SCHEKER et al (1994) estuda radiografias em perfil do punho de
pacientes, sustentando um peso de cinco libras, o que permite o diagnóstico de instabilidade
dorsal da ulna, mas não a quantifica. LEES & SCHEKER (1997) realizam estudo que mostra
a aproximação entre o rádio e a ulna, utilizando a incidência póstero-anterior com carga em
punhos operados pelas técnicas de DARRACH, de BOWERS e de SAUVÉ-KAPANDJI.
Com radiografias realizadas nesta incidência de punho, encontramos a referência de um valor
normal da distância articular radiulnar distal de 0,8mm a 3,3 milímetros no trabalho de
SCHUIND et al, 1992. ADAMS, em 2004, menciona que uma variação com afastamento
superior a 5 milímetros indique a instabilidade lateral da ulna .
Em nosso trabalho realizamos a incidência ântero-posterior, pela facilidade de
posicionamento, mantendo o membro sem apoio. Encontramos uma aproximação média de
1,9 milímetros com o cotovelo em flexão e 1,6 milímetros com o cotovelo em extensão,
quando submetemos o punho a uma carga de três quilogramas, 5 dos 19 punhos apresentaram
aproximação total com distância zero entre os dois ossos.
Entendemos que o posicionamento do cotovelo em flexão ou extensão levaria
respectivamente à contração ou relaxamento de músculos atuantes no antebraço,
particularmente o músculo braquial, tracionando a ulna, e os músculos bíceps braquial
braquioestiloradial sustentariam o rádio. A diferença estatisticamente não significativa entre
as distâncias obtidas com o cotovelo em flexão ou extensão mostra que esses músculos não
influenciaram essa aproximação. Portanto, concordando com o referido por LEES &
SCHEKER (1997), a diminuição do espaço deve ocorrer pela aproximação da ulna ao rádio
em similaridade à migração do rádio após a ressecção da sua cabeça, procurando um ponto de
apoio para sua rotação.
Discussão
41
A aproximação que ocorreu com o antebraço em posição neutra com relação à
pronação e à supinação, estando o punho também em posição neutra com relação à flexo-
extensão, denota que não há um músculo específico como fator causal. Da mesma forma não
devem interferir, isoladamente, os músculos pronadores, como descrito por LINCHEID
(1998).
A estabilização do antebraço, durante o esforço, deve ocorrer pela contração de toda a
musculatura com origem no antebraço, descrita por MASAOKA et al (2002), particularmente
os músculos originados na ulna, como o abdutor longo e o extensor curto do polegar,
provavelmente responsáveis pela aproximação de acordo com o referido no trabalho de
VESELY (1967).
Embora os resultados clínicos sejam bons com a técnica de SAUVÉ-KAPANDJI,
nossos casos, assintomáticos até o presente, mostraram uma aproximação da ulna ao rádio que
aumentou com a realização de força, caracterizando uma instabilidade convergente,
ocasionando a síndrome do impacto radiulnar. Nestes casos podemos idealizar a estabilização
da ulna, como o uso de um segmento do tendão extensor ulnar do carpo, para complemento
desta técnica (SLATER, 2003). A ocorrência da instabilidade convergente em pacientes
assintomáticos sugere que um quadro álgico possa estar relacionado a um estado mais
complexo de disfunção da articulação do antebraço, e não apenas à aproximação óssea.
A presença da aproximação da ulna ao rádio indica que a articulação radiulnar seja
responsável pela sustentação do rádio ao realizar atividades que requerem força. Este conceito
de articulação de carga, assim como o de que esta faz parte de uma estrutura complexa, junto
da membrana interóssea e da articulação radiulnar proximal, constituindo a “articulação do
antebraço”, deve ser levado em consideração antes de procedimentos cirúrgicos, para
obtermos o melhor resultado funcional possível.
6.CONCLUSÕES
Conclusões
43
6. CONCLUSÕES
1. A cirurgia de SAUVÉ-KAPANDJI nos pacientes portadores de deformidade de
MADELUNG ou de seqüela de fratura da extremidade distal do rádio causa uma
instabilidade convergente entre a extremidade distal da ulna proximal ao foco de pseudo-
artrose e o rádio.
2. A sustentação de um peso de três quilos causa uma aproximação entre a ulna proximal ao
foco de pseudo-artrose produzido na cirurgia de SAUVÉ-KAPANDJI e o rádio,
independentemente da posição do cotovelo.
3. O método radiográfico permitiu avaliar o efeito da carga na aproximação entre a ulna e o
rádio.
4. A instabilidade convergente, em nossos casos e no tempo de seguimento avaliado, não
teve repercussão funcional.
7.ANEXO
8.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Referências Bibliográficas
47
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Surgery. 1ª
ed. Philadelphia; Lippincot Willians & Wilkins; 2004. p.337-54.
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ligaments for pottraumatic distal radioulnar joint instability. J Hand Surg 2002;
27(A):143-51.
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Joint. J Bone Joint Surg 1963; 45 A (7):1373-81.
Angelini LC. Tratamento Cirúrgico da Deformidade de Madelung pela Técnica
de Lauenstein. Tese (Mestrado). São Paulo: Escola Paulista de Medicina; 1993.
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RESUMO
Resumo
56
RESUMO
Os pacientes portadores de seqüela de fratura da extremidade distal do rádio ou de
deformidades congênitas do punho, acometendo a articulação radiulnar distal podem
desenvolver a síndrome do impacto ulnar, quando submetidos à ressecção da cabeça da ulna
pela técnica de DARRACH. Este trabalho avaliou se a aproximação da ulna ao rádio estaria
presente em pacientes submetidos à artrodese da articulação radiulnar distal associada à
pseudo-artrose na região metafisária distal da ulna, cirurgia de SAUVÉ-KAPANDJI. Foram
avaliados 10 portadores de deformidade de MADELUNG e 7 de seqüela de fratura da
extremidade distal do rádio. Utilizou-se uma medida radiográfica da distância entre a
extremidade distal da ulna proximal e o rádio, em quatro situações de posicionamento e carga
de três quilogramas. Concluiu-se que, embora sem manifestação clínica de dor nos pacientes
avaliados, a cirurgia de SAUVÉ-KAPANDJI permite uma aproximação da ulna ao rádio,
conhecida como instabilidade convergente, que é maior em situação de carga,
independentemente do posicionamento do cotovelo ou do fator primário que levou à
indicação cirúrgica.
ABSTRACT
Abstract
58
ABSTRACT
Patients with late sequelae of distal radius fractures or congenital deformities of the distal
radiuoulnar joint could present ulnar impingement syndrome after the resection of the ulnar
head due to the greater proximity between the two bony extremities .
This study was to evaluate if this smaller distance between the distal radius and ulna could
also be present after the distal radius-ulnar joint arthrodesis associate with distal metaphyseal
pseudoarthrosis of the ulna, Sauvé- Kapandji procedure.
Ten patients with Madelung deformity and seven with late sequelae of distal radius fratures
were evaluated.
Radiographically measurements were the distal radius-ulnar distance in four positions and
under stress of three kilograms. The authors concluded that even without clinical symptoms of
pain in these patients the Sauvé-Kapandji procedure allows the proximity between the two
bones and being this lesser distance under stress conditions, not related with the elbow
position or the primary etiology of the condition.
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