53
produção é justamente a extensão territorial e o clima favorável ao cultivo da matéria-prima.
Pode-se dizer ainda que o Brasil possui mais condições de produzir matérias-primas para
serem utilizadas como fontes renováveis do que a Europa e EUA. Nas condições atuais, um
fator importante é que o álcool combustível produzido na Europa e EUA não vem da cana-de-
açúcar, o que encarece demasiadamente o produto e faz com que o setor seja mais um a
receber subsídios do governo.
O Brasil pode tornar-se uma potência na área de combustíveis, em função dos
renováveis. O patamar elevado dos preços do petróleo, aliado às pressões ambientais, vão a
favor do aumento da utilização de álcool na matriz de transporte. Vários paises, entre eles
EUA, Japão, China e membros da União Européia, vêm fazendo testes e/ou estudando a
adição de álcool a gasolina.
No mercado mundial, a busca por uso de combustíveis renováveis deverá
impulsionar o consumo mundial de álcool, o que garante continuidade das exportações
brasileiras. O passo seguinte deverá ser o início das exportações de veículos flex fuel, o que
deverá criar um mercado mundial crescente para o álcool combustível.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) fez um
levantamento da safra
brasileira, 2006/2007, de cana-de-açúcar e a sua destinação (açúcar, álcool e outros, como a
cachaça) em vinte e dois Estados do Brasil. Tais informações, demonstradas pela estimativa
da safra, retratam um panorama da atual situação do setor.
Para a safra de 2006/2007, a produção de cana-de-açúcar é estimada em 469,8
milhões de toneladas, superior em 8,9% à da safra anterior, que foi de 431,4 milhões de
toneladas. O aumento ocorreu em função da ampliação de 5,4% na área, que passou de 5,8
para 6,2 milhões de hectares, e de 3,4% na produtividade média, que passou de 73,868 para
76,353 kg/ha. Este crescimento é fruto do clima e dos investimentos ocorridos nas indústrias
atraídas pelos preços de mercado (CONAB, 2006).
De acordo com a estimativa feita, 237,1 milhões de toneladas (50,5%) são
destinados à produção de açúcar, 186,3 milhões (39,6%) são destinadas à produção de álcool
e o restante, 46,4 milhões (9,9%), são destinados para outros usos, como fabricação de
cachaça, alimentação animal, sementes, fabricação de rapadura, açúcar mascavo etc.
Nos últimos anos, o cenário para o setor tem melhorado significativamente, como
pode ser visto a seguir na Tabela 2: