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MINISTÉRIO DA SAÚDE
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
INSTITUTO OSWALDO CRUZ
Curso de Pós-Graduação em Biologia Parasitária
ESTUDO DA CO-INFECÇÃO PELO HIV E HTLV EM ANGOLA
Dissertação submetida à Coordenação de Pós-
Graduação do Instituto Oswaldo Cruz para
obtenção do grau de Mestre em Biologia
Parasitária (Área de concentração: Genética)
Por
Rosa de Fátima Costa Ferreira da Silva
Orientadora: Ana Carolina Paulo Vicente
Rio de Janeiro
2008
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ii
MINISTÉRIO DA SAÚDE
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
INSTITUTO OSWALDO CRUZ
Curso de Pós-Graduação em Biologia Parasitária
ESTUDO DA CO-INFECÇÃO PELO HIV E HTLV EM ANGOLA
Apresentada por: Rosa de Fátima Costa Ferreira da Silva
Orientadora: Ana Carolina Paulo Vicente
Aprovada em: _________/________________/_________
Examinadores:
_______________________________________________________________
Dr. José Carlos Couto Fernandez (presidente da banca)
_______________________________________________________________
Dr. Amílcar Tanuri (membro)
_______________________________________________________________
Dra. Monick Lindenmeyer Guimarães (membro)
_______________________________________________________________
Dr. Gonzalo José Bello Bentancor (suplente)
_______________________________________________________________
Dra. Luciana Jesus da Costa (suplente)
Dissertação defendida e aprovada em_______de __________________de 2008.
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iii
Ficha catalográfica elaborada pela
Biblioteca de Ciências Biomédicas/ ICICT / FIOCRUZ - RJ
S586
Silva, Rosa de Fátima Costa Ferreira da
Estudo da co-infecção pelo HIV e HTLV em Angola / Rosa de Fátima
Costa Ferreira da Silva. – Rio de Janeiro, 2008.
xvii, 87 f. : il. ; 30 cm.
Dissertação (mestrado) – Instituto Oswaldo Cruz, Biologia
Parasitária, 2008.
Bibliografia: f. 57-87
1. Subtipos genéticos. 2. HIV. 3. HTLV. 4. Co-infecção. 5. Angola I.
Título.
CDD 616.9792
iv
Trabalho desenvolvido no Laboratório de Genética Molecular de Microorganismos
(LGMM), do Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ, sob orientação da Dra. Ana Carolina
Paulo Vicente
v
“E as dúbias sombras tomavam forma
(...) e as linhas desenhavam-se nítidas e
tudo se ia esclarecendo e tudo se
aclarava”
(Aluísio de Azevedo, O cortiço)
vi
Agradecimentos
Á Deus pelas oportunidades, inclusive por me ter permitido estar aqui, ter
aprendido e conhecido pessoas maravilhosas.
Á minha família pelo apoio incondicional. Á minha mãe, meus irmãos meus
amigos. Ao meu pai que acreditou na educação e formação como melhor meio de se
progredir. Descanse em paz.
Ao meu companheiro João Luz, pela presença constante (ou ausência mais
presente), dedicação e segurança que me transmite. Ao meu filho Álisson, pela
compreensão e carinho.
Á Dra. Ana Carolina Paulo Vicente, pela orientação, dedicação, incentivo a que
aprofundasse os conhecimentos, por me apontar o caminho, me ensinando a valorizar
os pontos mais relevantes e pelos mais variados assuntos sobre biologia parasitária
que aprendi durante as reuniões e apresentação dos seminários no Laboratório de
Genética Molecular de Microorganismos (LGMM). Muito obrigada.
Aos Drs. Alena Iñiguez, Koko Otsuki, Gonzalo Bello e Monick Guimarães, pela
disponibilidade e conselhos. Dra. Mariza Morgado que fez parte da banca da defesa do
projeto da tese, obrigada pelos conselhos.
Á Cristiane Thompson, Nancy Halkier e Fernanda dos Santos. Vocês são
pessoas maravilhosas, sempre dispostas a resolver qualquer situação que eu tivesse,
mesmo de questões fora do laboratório. Tudo que disser será pouco para exprimir
minha gratidão. Juliana, Daniela, Valdirene e Érica, Obrigada. Priscila da secretaria da
genética pela simpatia e disposição em ajudar.
Ao pessoal do LAVIMOAN da UFRJ. Dr. Amílcar Tanuri pelo incentivo a pesquisa
em e com amostras de Angola assim como disponibilidade à ajuda. Á Angélica
Nascimento pela ajuda, força e apoio, Não tenho palavras para agradecer. Dra. Luciana
Costa e Renato Santana pela dedicação nos trabalhos em Angola, que foram
importantes para que eu começasse a aprender sobre biologia molecular.
vii
Á Dra. Maria Genoveva von Hubinger do IMPPG da UFRJ, minha orientadora da
tese de monografia, Idem.
Aos meus colegas e amigos do Instituto Nacional de Saúde Pública de Angola
(INSP), em especial aos Drs. Emingarda Castelbranco, Antonica de Souza, Moisés
Francisco pela ajuda na entrega das amostras e contato permanente. Á Dra. Eugênia
Ramos, Beatriz Aleixo, Carolina Ferreira, Joana Samy, pela dedicação e amizade. Á
Diretora do INSP, Dra Filomena Gomes da Silva, minha chefe, pela consideração,
credibilidade e amizade.
Á Dra. Maria de Fátima Ferreira da Cruz pelo total apoio aos assuntos
relacionados ao convênio com Angola, à bolsa, transporte das amostras, etc.
Aos colegas José Vicente, Fátima Valente, Guilhermina Carvalho e Florbela Kosi,
pela união na resolução das questões relacionadas à nossa estadia e mestrado no
Brasil.
Ao Ministério da Saúde de Angola e Fundação Eduardo dos Santos pela bolsa e
apoio. Vice-Ministro da saúde, Dr. José Van-dúnem, pela credibilidade, apoio à
pesquisa e dedicação a Saúde pública de Angola. Dr. Ismael Diogo da Silva, João de
Deus e Sebastião Quiame da Fundação Eduardo dos Santos, pelo empenho na
resolução das questões relacionadas ao convênio e bolsa.
Instituto Nacional de Luta contra SIDA (INLS) pela autorização para utilização
das amostras na tese. Dras. Ducelina Serrano e Lúcia Furtado obrigada pelo apoio e
credibilidade.
Á Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e Programa de Pós-
Graduação em Biologia Parasitária do IOC, pelo apoio financeiro da pesquisa.
Por fim ao Dr. José Carlos Couto Fernandez pela revisão da tese, paciência em
justificar pessoalmente cada alteração, à luz da bibliografia e pela transmissão de
conhecimentos.
viii
Resumo
Os retrovirus HIV e HTLV emergiram como parasitos humanos na África em
conseqüência da transmissão entre-espécies dos vírus de primatas não humanos SIV e
STLV, repectivamente. Em 2005, a prevalência da infecção pelo HIV em Angola era de
3.7% considerando a população adulta, enquanto que, não há registros epidemiológicos
da infecção pelo HTLV no país. Nosso objetivo neste estudo foi investigar o tipo de HIV
e a presença da co-infecção HIV/HTLV em indivíduos HIV soropositivos de Angola e
determinar os subtipos diferentes dos retrovirus nesta população. Amostras de sangue
de 200 indivíduos foram coletadas em 2006 no Hospital Esperança em Luanda. Estas
amostras foram avaliadas quanto à sororeatividade para o HTLV-1/2, o que resultou em
5% (10/200) de amostras positivas. A tipagem molecular do HIV foi realizada, pelo
seqüenciamento do gene da Protease do HIV-1 e HIV-2. Sessenta das duzentas
amostras de HIV, incluindo as soropositivas para HTLV foram analisadas
geneticamente. Cinqüenta e três (53) amostras foram positivas para o HIV-1 e, deste
grupo, 10 (16%) estavam co-infectadas com HIV-2. O subtipo genético do HIV-1 foi
determinado pelo seqüenciamento e análise dos genes env (gp41) e protease e do HIV-
2 presente nas co-infecções determinado pela análise da seqüência do gene da
Protease. Foi encontrada uma grande diversidade de subtipos genéticos do HIV-1.
Considerando as duas regiões Protease/env (gp41) de 37 amostras, o subtipo
predominante foi o F1: (19,0%, n=7), seguido do subtipo G (10,8%, n=4), C (10,8%,
n=4), A1 e D (2,7% n=1). Subtipos discordantes foram encontrados em 20 amostras
(56,7%). apresentando 12 padrões distintos de recombinação entre Protease/env
(gp41): AG/G (10,8%, n=4), D/G (8,1%, n=3) e AG/A1, G/A1 e F/C (5,40%) e, F/D,
F/AE, F/GA, B/H, G/H, AG/H, J/? representados por 1 amostra (2,7% cada). Todas as
dez amostras do HIV-2 pertencem ao subtipo A. A tipagem do HTLV foi realizada pela
análise das seqüências de um segmento da região Tax do HTLV, o que revelou a
presença do HTLV-1. A subtipagem do HTLV-1 realizada pela análise das seqüências
relativas à região LTR e ao gene p12, Confirmou que as amostras pertencem ao
subtipo Cosmopolita/Transcontinental (HTLV-1aA), determinante da pandemia pelo
HTLV. Nosso estudo demonstra pela primeira vez a caracterização molecular dos
retrovírus HIV-2 e HTLV-1 circulando em Luanda, Angola.
ix
Abstract
HIV and HTLV retrovirus emerged as human parasites in Africa due to
interspecies transmissions of the non-human primates virus SIV and STLV, respectively.
By the end of 2005, the HIV infection prevalence in Angola was 3.7% of adult population
while, there is no data about HTLV infection in the country. The aim of this work was: (1)
to investigate the type of HIV virus and the presence of HIV/HTLV co-infections in HIV
seropositive individuals from Angola and (2) to determine the virus subtypes. Blood
samples were collected, in 2006, from 200 HIV positive individuals of Esperança
Hospital in Luanda. These samples were screened for the presence of HTLV antibodies
resulting in 5% (10/200) of reactivity. The HIV molecular typing was performed, in
60/200 samples, including those HTLV reactive, using PCR targeting the HIV-1 and HIV-
2 protease gene. Fifty three samples were HIV-1 positive and, from this group, ten
(16%) were co-infected with HIV-2. The HIV-1 genetic subtype was determined by
sequencing the env (gp41) and protease (prt) genes. We found a HIV-1 high genetic
diversity. The predominant subtypes considering the two regions prt/env, from 37
samples, were: F1 (19%, n=7), G (10.8%, n=4), C (10.8%, n=4), A1 and D (2.7%, n=1).
Discordant subtype classifications were found in 20 (56.7%) samples. These were
twelve different recombination patterns prt/env: AG/G (10.8%), D/G (8.1%), AG/A1,
G/A1 and F/C (5.4%) and F/D, F/AE, F/GA, B/H, G/H, AG/H, J/? represented by 1
sample each. The HIV-2 present in the co-infections (10 samples) belonged to HIV-2A
subtype; it was defined by sequencing the protease gene. In order to type the HTLV, a
segment of Tax region was amplified and sequenced, revealing the presence of HTLV-
1. Based on the sequences of LTR and p12 gene, it was showed that HTLV-1 from this
sample belonged to subtype Cosmopolita/Transcontinental (1aA), the determinant of
HTLV pandemic. By the first time, was showed and characterized the HIV-2 and HTLV
virus circulating in Angola.
x
Lista de ilustrações
Pág.
Figura 1: Representação esquemática da Partícula viral dos retrovirus HIV-1 e
HTLV-1.
2
Figura 2: Representação esquemática do ciclo de vida dos retrovirus. 3
Figura 3: Chimpanzé da subespécie Pan troglodytes troglodytes e Macaco de
espécie Sooty mangabey .
6
Figura 4: estrutura do Genoma do HIV-1 e 2 7
Figura 5: Tipos de HIV e subtipos genéticos do HIV-1 do grupo M (A-K). 7
Figura 6: Distribuição Mundial do HIV. 11
Figura 7: Esquema da estrutura do genoma do HTLV-1 15
Figura 8: Co-infecções HTLV-1 e HIV. 16
Figura 9: Mapa da África 20
Figura 10: RFLP da região tax do HTLV 31
Figura 11: Alinhamento da região Tax do HTLV 32
Figura 12: Agrupamento genético da região LTR do HTLV-1 34
Figura 13: Agrupamento genético da Protease do HIV-1 37
Figura 14: Agrupamento genético da gp41 do HIV-1 38
Figura 15: Agrupamento genético da Protease do HIV-2. 41
Figura 16: Análise da presença de posições de mutações associadas à
resistência aos inibidores de Protease do HIV-1
44
Figura 17 (anexos) – Agrupamento genético da seqüência da gp41 56
xi
Lista de tabela
Pág.
Tabela 1: HTLV na África. 21
Tabela 2: Lista de iniciadores utilizados nas reações de PCR. 29
Tabela 3 – Prevalência dos subtipos genéticos, considerando 37 amostras
com informações na Protease e gp41.
39
Tabela 4 – Subtipos genéticos por região: Protease e gp41. 40
Tabela 5 – Co-infecções HIV-1/2 e HIV-1/HTLV. 42
Tabela 6 - Resultado da Genotipagem da Protease e gp41 do HIV-1, por
diferentes ferramentas.
55
xii
Lista de abreviaturas, Siglas e símbolos
AIDS Síndrome de Imunodeficiência Adquirida
AVA-1 Enzima de restrição
ºC Graus Celsius
AZT Zidovudina
CA Capsídio
CDC Centro de Controle e Prevenção de Doenças
CPLP Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
CRF Forma Recombinante Circulante
DNA Ácido Desoxiribonucleico
dNTP Deoxinucleotídeo Trifosfato
ELISA Ensaio Imunoenzimático
EDTAK3 Ácido Etileno Diamino Tetra Acético com potássio
FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz
Hinf-1 Enzima de restrição
HIV Vírus da Imunodeficiência Humana
HTLV Vírus T Linfotrópico humano
IN Integrase
INTR Inibidores Nucleosídicos da Transcriptase Reversa
INNTR Inibidores Não-Nucleosídicos da Transcriptase Reversa
IOC Instituto Oswaldo Cruz
IP/PI Inibidor de Protease
K2P Kimura 2 Parâmetros
LGMM Laboratório de genética Molecular de Microorganismos
LAV Vírus associado à Linfadenopatia
MA Matriz
mM Milimolar
mRNA RNA mensageiro
ul Microlitros
Mgcl
2
Cloreto de Magnésio
NC Nucleocapsídeo
ng nanograma
NJ Neighbor-Joining
nm nanometro
nt Nucleotídio
pb Pares de bases
NVP Nevirapina
Pág Página
PR Protease
PTLV Vírus T Linfotrópico de Primatas
RDC República Democrática do Congo
Refª Referência
RFLP Restriction fragment lenght polymorphism /Polimorfismo do
comprimento do fragmento de DNA
RNA Ácido Ribonucléico
TR Transcriptase Reversa
PCR Reação da Polimerase em Cadeia
3TC Lamivudina
xiii
Índice
Pág.
1– Introdução 1
1.1 - Classificação e características gerais dos retrovirus 1
1.2 – Ciclo de replicação dos retrovirus 3
1.3 – Vírus da imunodeficiência humana (HIV) 4
1.3.1 – Histórico do HIV 4
1.3.2 – Origem do HIV 5
1.3.3 – Organização genômica do HIV 6
1.3.4 – Epidemiologia Molecular do HIV 7
1.3.5 – Diversidade do HIV na África 12
1.4 – Vírus linfotrópico de células T humanas (HTLV) 13
1.4.1 – Histórico do HTLV 13
1.4.2 – Origem do HTLV 13
1.4.3 – Organização genômica do HTLV 14
1.4.4 – Epidemiologia Molecular do HTLV 15
1.5 – 1.7 – Co-infecções HIV/HTLV e HIV-1/HIV- 16
1.6 – HIV em Angola 18
1.7 – Diversidade do HTLV na África e atual situação em Angola 21
2 – Objetivos 22
2.1 – Objetivo Geral 23
2.2 – Objetivos Específicos 23
3 – Materiais e métodos 24
3.1 – Casuística 24
3.2 – Diagnóstico sorológico da infecção pelo HIV 24
3.3 – Logística e transporte das amostras 24
3.4 – Detecção sorológica do HTLV nas amostras HIV positivas 25
3.5 – Extração de ácido nucléico-DNA 25
3.6 – Teste de ausência de inibidores de PCR 25
3.7 – “Nested” e tipagem do HTLV 26
3.8 – Subtipagem do HTLV-1 27
3.9 – PCR para tipagem do HIV – “nested PCR” 27
3.10 – Subtipagem do HIV pelo env 28
3.11 – Seqüenciamento dos amplicons 28
3.12 – Análise genética das seqüências do HIV e HTLV 28
3.13 – Resistência primária no gene da Protease das amostras do HIV-1 29
4 – Resultados 30
4.1 – Sorologia para o HTLV-1/2 30
4.2 – Tipagem do HTLV 30
4.3 – Sutipagem do HTLV-1 33
4.4 – Tipagem e Subtipagem do HIV 35
4.5 – Caracterização genética do HIV-2 40
4.6 – Co-infecções 42
4.7 – Mutações de resistência associadas aos diferentes subtipos 43
5 – Discussão 45
6 – Conclusões 53
7 – Anexos 54
8 – Referências bibliográficas 57
1
1 – INTRODUÇÃO
Os retrovírus, HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) e HTLV (Vírus
Linfotrópico das Células T Humana), compartilham características genéticas, biológicas,
ecológicas e histórias evolutivas. Ambos emergiram como parasitos humanos na África,
em conseqüência da transmissão do vírus de primatas não humanos, SIV (Vírus da
Imunodeficiência dos Símios) e STLV (Vírus Linfotrópico das Células T dos Símios)
para humanos (Vandamme & Desmiter, 1998; Van dooren, 2005; Sharp et al., 2000;
Korber et al., 2000, Keele et al., 2006). Evidências apontam que o HTLV seja um vírus
ancestral e que esteja interagindo com os humanos há milhares de anos enquanto que,
o HIV foi introduzido nos humanos em 1940 (+/- 15-16 anos) (Korber et al., 2000;
Salemi et al, 2001; Sharp et al., 2001; Lemey et al., 2003). Possivelmente, em
conseqüência destes distintos tempos de interação com o hospedeiro, é que tenhamos,
como cenário atual, o HIV como um patógeno agressivo, agente etiológico da síndrome
da imunodeficiência adquirida (AIDS), que evolui, na maioria dos infectados sem
tratamento, para a morte. Por outro lado, apenas a minoria dos portadores do HTLV
evolui para as doenças associadas à infecção, sendo que a síndrome neurológica, que
é a prevalente, é uma doença crônica que, apesar de causar sérios comprometimentos,
não leva necessariamente à morte (Hisada et al., 1990; Olindo et al., 2005).
1.1 – Classificação e características gerais dos retrovirus
O HTLV e o HIV são membros da família Retroviridae e pertencem ao gênero
Deltaretrovirus e Lentivirus respectivamente.
Os retrovírus são envelopados, possuem um genoma diplóide, consistindo de
duas moléculas idênticas de RNA fita simples (Coffin et al., 1995) e a transcriptase
reversa (TR) que é uma enzima DNA polimerase RNA dependente, cuja função é
retrotranscrever o RNA (genoma viral) em DNA, o que permite sua integração no
genoma da célula do hospedeiro. Estudos de microscopia eletrônica indicam que a
partícula viral madura tem estrutura icosaédrica, um poliedro com 20 triângulos
eqüiláteros e 12 vértices (Nakai e Goto, 1996). Possuem aproximadamente 100nm de
diâmentro e uma proteína interna do core envolvido pelo envelope que é uma bicamada
2
lipídica na qual estão inseridas as glicoproteínas de superfície, representadas por SU e
TM na figura 1. No core estão contidas diversas cópias de trancriptase reversa (RT),
protease (PR) e integrase (IN) ligadas a duas moléculas de RNA fita simples. A
estrutura esquemática do vírus pode ser observada na Figura 1, que representa
simultaneamente o esquema de dois retrovirus (HIV-1 e HTLV-1).
Figura 1 - Representação esquemática da partícula viral dos retrovirus HTLV-1/ HIV-1.
Nas colunas os genes associados as respectivas proteínas/estruturas. (NC)
nucleocapsídio; (CA) proteínas do capsídio, imediatamente interna ao envelope viral;
(MA) as proteínas da matriz que forram internamente o capsídio viral; (PR) Protease;
(RT) transcriptase reversa; (IN) integrase; (SU) proteína de superfície; (TM) proteína
transmembrana. Adaptado de: (www.monografias.com
. /Image1331).
3
1.2 - Ciclo de Replicação dos Retrovirus
As etapas do ciclo de replicação comum aos retrovírus podem ser divididas em
diferentes etapas (Figura 2): 1) ligação do vírus a receptor específico da superfície
celular; 2) penetração do nucleocapsídeo na célula; 3) transcrição reversa, em que o
RNA se transforma em DNA; 4) passagem do DNA ainda associado às proteínas virais
até ao núcleo da célula; 5) integração do DNA proviral ao DNA celular; 6) síntese do
RNA viral pela RNA polimerase celular utilizando o DNA do provírus como molde; 7)
processamento do RNA transcrito em genoma e mRNA (RNA mensageiro); 8) síntese
de proteínas virais; 9) Processamento das proteínas do capsídeo; 10) montagem e
brotamento dos virions (Alan et al., 1987; Coffin et al., 1990; Hanada et al., 1985).
Figura 2 – Representação esquemática do ciclo replicativo dos retrovirus. Adaptado de:
Santos et al., 2005 (www.scielo.br/jbpm/v41n2/08
fig01)
Ao contrário do HIV, o HTLV-1 existe predominantemente como provirus
podendo ser transmitido como tal (Bangham, 2003). Em alguns casos células
naturalmente infectadas não produzem vírus. Por esta razão a carga viral no plasma é,
muitas vezes, indetectável. A infecção de novas células pelo vírus presume a existência
de um receptor celular que até hoje não foi identificado, todavia partículas virais podem
4
infectar novas células através de sinapses (Igakura et al., 2003). É presumido que na
infecção precoce a maioria de novas células com HTLV-1 sejam infectadas pelas
partículas virais. Nos estágios mais avançados, quando o equilíbrio entre a replicação
viral e a resposta imune é estabelecido, o HTLV-1 se expande por expansão clonal
dependente da mitose das células do hospedeiro contendo o provírus (Tanaka et al.,
2005). Esta multiplicação do HTLV-1, dependente de mitose, contribui para a sua
estabilidade genômica (Van Dooren et al., 2004).
1.3 – Vírus da imunodeficiência humana (HIV)
1.3.1 – Histórico do HIV
Os primeiros relatos de AIDS foram no início da década de 80. Homossexuais e
usuários de drogas injetáveis nos Estados Unidos da América com pneumonia por
Pneumocystis carini, candidíase extensa e um tumor raro denominado Sarcoma de
Kaposi (Gottlieb et al., 1981). Coincidentemente todos estes pacientes apresentavam
um quadro de imunodeficiência celular severa. Foi então introduzido o termo SIDA ou
do inglês AIDS (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida) para definir clinicamente as
várias manifestações deste quadro que no final de 1982 foi registrada também em
pacientes hemofílicos, pacientes com história de transfusão e crianças nascidas de
mães contaminadas (CDC, 1982).
Em 1983 é sugerida a participação de um retrovírus, inicialmente denominado
LAV (Vírus Associado à Linfadenopatia) e após a observação de atividade da enzima
transcriptase reversa em cultura de células de linfonodos de um paciente com
linfoadenopatia, característica semelhante ao HTLV-I e II, foi denominado HTLV-III
(Barre-Sinousi et al., 1983 e Popovic et al, 1984).
Em 1986, o vírus foi classificado como um membro distinto da família
Retroviridae, os Lentivirus, os quais estão associados a infecções com longo período de
latência clínica, e adotou-se a terminologia HIV (Coffin et al., 1986).
5
1.3.2 - Origem do HIV
A AIDS está reconhecida como uma zoonose tendo sido introduzidos dois tipos
de vírus na população humana, HIV-1 e HIV-2 (Hanh et al., 2000; Sharp et al., 1995,
1999).
O HIV do tipo 1 se originou do SIVcpz (vírus da imunodeficiência símia do
chimpanzé) que infecta a subespécie Pan troglodytes troglodytes (Figura 3). A análise
genética de seqüências do HIV-1 grupo (M e N) e SIVcpz, sugerem que estes grupos
representam duas distintas transmissões a partir dos chimpanzé (Sharp et al., 2000;
Korber et al., 2000, Keele et al., 2006). O grupo M do HIV-1 é mais relacionado ao SIV
do Pan troglodytes troglodytes. O grupo N consiste em regiões genômicas com
cordância filogenética com respeito ao grupo M e SIVcpz, o que sugere eventos de
recombinação entre estes vírus (Gao et al., 1999; Hahn et al, 2000), sendo mais
provável ter se originado também do Pan troglodytes troglodytes (Keele et al 2006).
Ainda não há clareza quanto a história evolutiva do HIV do grupo O. O SIV mais
relacionado ao HIV do grupo O, foi recentemente isolado de gorilas da subespécie
Gorila gorila e é mais provável que assim como os humanos tenha sido adquirido do
Chimpanzé Pan troglodytes troglodytes (Van Heuversswyn et al., 2006). Calcula-se que
a introdução do HIV-1 do grupo M na população humana tenha se dado em 1930+/- 15
anos, na República Democrática do Congo, África Central (Salemi et al, 2001; Sharp et
al., 2001).
Já o HIV-2 se originou do SIVsm (vírus símio do macaco da espécie Sooty
mangabey (Figura 3) (Kuiken, et al., 2001) e foi introduzido nos humanos em 1940+/-16
anos (subtipo A) e 1945+/-15 anos (subtipo B), na Guiné-Bissau, oeste da África
(Lemey, et al 2003).
6
Figura. 3 – Chimpanzé da subspécie Pan troglodytes troglodytes (à esquerda) e
macaco da espécie Sooty mangabey (à direita).
1.3.3 – Organização genômica do HIV
O genoma viral é constituído de aproximadamente 10 kb, (Alizon et al., 1994)
apresentando 3 genes estruturais (Gag, Env e Pol) e seis genes acessórios e ou
regulatórios da replicação viral (Vif, Tat, Nef, Vpr, Rev e Vpu (ou Vpx no HIV-2)
(Guyader, 1987). O provírus é flanqueado por duas longas regiões repetidas (Long
Terminal Reapets - LTR) (O´Reilly et al., 1995, Varmus, 1988), onde encontram-se
também fases abertas de leitura que codificam para proteínas transativadoras da
replicação viral (Frankel & Young, 1999) (Figura 4).
7
Figura 4 – Esquema da organização dos genomas do HIV-1 e HIV-2. Adaptado de:
www.aids.havard.edu/research/discoveries.htlm.
1.3.4 – Epidemiologia Molecular do HIV
O HIV-1 possui três grupos principais: M (“major”), grupo O (“outlier”) e N (“new”)
(Figura 5) (Gultlier et al., 1994; Robertson et al., 2000). O grupo M do HIV-1 é o mais
prevalente no mundo (Yamaguchi et al., 2002; Yamaguchi et al., 2004) correspondendo
por 99.6% do total de infecções por HIV. Encontrando-se descrito em nove subtipos
genéticos de A-K (A, B,C.D,F,G,H,J e K), quatro sub-subtipos A (A1-A4) (Gao et al.,
2001; Meloni et al., 2004) dois sub-subtipos F (F1-F2) (Triques et al., 2000) e formas
recombinantes entre diferentes subtipos denominados CRFs (do inglês circulating
recombinants forms ou forma recombinante circulante) (Figura 5).
A1 – A4 F1 – F2
A
,
,C,D,E,F
8
Figura 5 – Tipos de HIV, grupos e subtipos genéticos do HIV-1 e do HIV-2 (Los Álamos
database, 2008, http:/www.hiv.lanl.gov/content/sequence/HIV/CRFs.html
).
Eventos de recombinação entre genomas de diferentes subtipos geram vírus
mosaicos que podem ser fixados na população humana (Mc Cutchan, 2000). Duas
denominações existem para as formas recombinantes do HIV-1: a forma recombinante
circulante (CRF) e a forma recombinante única (URF) (Thomson, et al., 2002). Formas
recombinantes identificadas em três ou mais indivíduos não epidemiologicamente
relacionados, são designadas CRFs. Recombinantes de diversos subtipos do HIV-1
compondo a estrutura de único mosaico têm sido identificadas em um único indivíduo
ou indivíduos epidemiologicamente relacionados são denominadas formas
recombinantes únicas (URFs) (Thomson, et al., 2002; McCutchan, 2000).
Atualmente pelo menos 43 CRFs foram descritas no mundo (Los Alamos, 2008),
sendo a CRF02_AG reponsável pelo maior número de infecções (Heyndrickx et al.,
2000; Osmanov et al., 2002). A maioria das URFs foram detectadas em regiões onde
múltiplos subtipos e CRFs co-circulam (Mandal et al., 2002; Takehisa et al., 1999). A
primeira CRF identificada foi a CRF01_AE na Tailândia em indivíduo heterossexual
usuário de droga intravenosa. Mosaico de genoma de CRFs contendo seqüências de
mais de dois subtipos são nomeados “cpx” denotando o complexo (Kostriks et al 1995;
Papa et al., 1998).
No grupo O do HIV-1, encontram-se isolados virais divergentes e não
classificados em subtipos (Nkengasong et al.; 1994; Jaffe & Schochetman, 1998) e
pertencem a 5 agrupamentos filogenéticos designados de I à V (Yamaguchi et al., 2002;
Yamaguchi et al., 2004). As proteínas dos genes env dos grupos M e O apresentam
uma variação de 30% (Spira et al., 2003). Os vírus do grupo N revelaram um perfil
intermediário entre os grupos M e O (Simon et al., 1998; Gao et al., 1999).
Os isolados do HIV-2 podem ser classificados em pelo menos 6 subtipos
genéticos de A-F. Todos em conseqüência de distintas passagens de vírus de macacos
para humanos
9
A distribuição do HIV-1 no mundo é bastante heterogênea (Figura 6). Mais de
70% de todas as infecções pelo HIV-1 são encontradas na África Sub-Sahariana. O
subtipo de maior prevalência no mundo é o C, circulando principalmente no Sul e este
da África e Índia (Kandathil et al., 2005), representando 48% das infecções pelo HIV-1
(Alaeus., 2000). Em contraste, o subtipo B, circula principalmente em países da Europa
e das Américas, porém, representa somente 12% das infecções a nível global
(Osmanov et al., 2002). O subtipo A, que apresenta uma diversidade intra-subtipo de
20%, encontra-se distribuído em toda a África e na Rússia (Bobkov et al., 2004).
Considerando a forma recombinante CF02_AG, o subtipo A é estimado como o
segundo subtipo mais freqüente (27%) na pandemia do HIV (Osmanov et al., 2002). O
subtipo D é mais freqüentemente encontrado na África (Jassens et al., 1997).
A extrema variabilidade genética do HIV-1 co-circulantes na África Central
sugere a origem da pandemia nesta região geográfica (Vidal et al., 2000). Com o
crescimento da migração das populações entre os países e a globalização, no mínimo
25% de novas infecções na Europa são presentemente de subtipos não-B Africanos e
variantes Asiáticas (Wainberg, 2004). Estudos mais avançados mostram que os
subtipos do grupo M do HIV-1 espalhados pelo mundo, resultaram da exportação de
cepas da República Democrática do Congo (Archer and Robertson., 2007). Em
contraste com o grupo M, o grupo O do HIV-1, é responsável por somente 1% das
infecções pelo HIV ao longo das províncias do norte dos Camarões (Yamaguchi et al.,
2006). Todos em conseqüência de distintas passagens de vírus de macacos para
humanos. O HIV-2 é predominantemente encontrado no Oeste da África (Kandathil et al
2005), e em escala menor na Índia, contribuindo, todavia, com 45% dos casos de
infecção pelo HIV, observados em Portugal e alguns na França, entre indivíduos de
origem Africana (Soriano et al., 2000; Damond et al., 2001). Os dois subtipos mais
prevalentes do HIV-2 são A e B. A maioria dos HIV-2 caracterizados, em estudos em
países do oeste da África, são do subtipo A (Xiang et al 1997; Sarr et al, 2000; Heredia
et al, 1998). O Grupo B parece ser mais geograficamente limitado, tendo sido mais
encontrado em Abdijan, Costa do Marfim, França e Portugal (Bennan et al, 1997;
Pieniazek et al 1999, Soriano et al, 2000; Damond et al, 2001). Os grupos C, D, E e F
foram designados baseados na análise de seqüências parciais do genoma. Grupos C e
10
D foram identificados na Libéria e E e F na Serra Leoa (Gao et al, 1994, Chen et al
1997). Um último subtipo H foi identificado em um paciente do sexo masculino da Costa
do Marfim (Damond et al., 2004).
11
Figura 6 – Distribuição do HIV no mundo (Ariën et al. Nature Reviews Microbiology 5
(February2007)doi:10.1038/nrmicro1594)
Figura 9 - Mapa da África, a seta indica a localização de Angola na África. Mapa de
Angola: (HIV-1) - % de infecções pelo HIV-1, (HIV-2/HIV-1) – % de co-infecções, (HIV-
1/2) - % de infecções pelo HIV-2. (?) sem informação. informações com base no
estudo de 2004/2005.
12
1.3.5 – Diversidade do HIV na África
Na África Central, numerosos estudos têm mostrado a extensa diversidade genética do
HIV-1 do grupo M na República Democrática do Congo (RDC – ex Zaíre), a alta
diversidade intra-subtipo, recombinantes e cepas não classificadas, são consistentes
com o perfil de uma epidemia antiga, sugerindo esta região como epicentro do HIV-1 do
grupo M (Vidal et al., 2000), mostrando predominância dos subtipos G (ambas G puro e
CRF02_AG) e A (Figura 6). No Burundi há predominância do subtipo C e D (Ranjbar et
al., 1995, Koch et al., 2001). Rwanda tem predominantemente subtipo A, C e
recombinantes A/C (Gao et al., 1994; Costello et al., 1999; Roman et al., 2002).
Camarões é caracterizado por extensa variabilidade genética e pela presença dos três
grupos do HIV-1 (M, O e N), CRF01_AE e CRF02_AG, bem como a presença de outras
recombinantes (Heyndrickx et al., 2000; Morison et al., 2001; lasky et al., 1997; Holguin
et al., 2002). Este país é considerado o epicentro do HIV-1 do grupo O (Fonjungo et al.,
2000; Yamaguchi et al., 2002). Já foram relatados isolados recombinantes inter-grupos
(M e O) em pacientes camaronianos (Takehisa et al., 1999). Na Guiné Equatorial
fronteiras ao norte dos Camarões circulam diferentes subtipos do grupo M e O (Ortiz et
al., 2001). HIV-1 do grupo O (Peeters et al., 1997) e subtipo B (Lasky et al., 1997)
subtipo G, CRF02_AG e subtipos A, D e H são encontradas no Gabão (Montavon et al.,
2002; Pandrea et al., 2002; Delaporte et al., 1996). Na Nigéria foi identificado HIV-1 do
grupo O e HIV-2 (Peeters et al., 1997). A CRF02_AG (protótipo IbNG) foi primeiramente
caracterizada em amostras de Ibijan, Nigéria. Subtipos A e G são responsáveis pela
epidemia e em menor proporção ocorrem outros subtipos tais como C, J e não
classificáveis (Agwale et al., 2002), bem como mosaicos A/G/J (Montavon et al., 2002)
(Figura 6).
No Oeste da África foi demonstrado que o HIV-1 e HIV-2 co-circulam no Benin
(Gallin et al., 1993; Fourn and Duci., 1996), no Burkina Faso (Prazuck et al., 1995),
Costa do Marfim (Evans et al., 1988), Ghana (Chang et al., 2002), Gâmbia (Schim Van
Der Loeff et al., 2002), Senegal (Sarr et al., 2000), Mali (Peeters., 1998), Mauritânia
(Baidy Lo et al., 1993), Serra Leoa (Chen et al., 1997). E há predominância do HIV-1 do
subtipo A, G e CRF02_AG assim como, ocasionalmente, outros subtipos (B, C e D)
(Lasky et al., 1997) (Figura 6).
13
1.4 - Vírus linfotrópico de células T humanas (HTLV)
1.4.1 - Histórico do HTLV
A descoberta do HTLV (Poiesz et al.,1980) é anterior a do HIV e o conhecimento
sobre sua biologia facilitou a identificação do HIV (Barre-Sinoussi et al, 1983).
O HTLV havia sido associado à leucemias e linfomas de células T do adulto em
1977, no Japão por Takatsuki e cols. No entanto foi descoberto e descrito, dois anos
mais tarde, em 1979, por Bernard J. Poiesz em um paciente com leucemia cutânea de
células T do adulto, no Instituto Nacional do Câncer (EUA). Em 1982, foi isolado a partir
de linhagem celular contínua, obtida de células do pâncreas de pacientes com uma
variedade de tricoleucemia, outro tipo de HTLV, o HTLV-2 (Kalyanaraman et al., 1982).
Em 1986, Osame e cols relataram a associação da sorologia para o HTLV-1 com
mielopatia e, em 1989, Roman e Osame constataram ser a já conhecida paraparesia
espástica tropical.
Os estudos iniciais envolvendo o HTLV eram restritos a exame de pacientes
infectados (Poiesz et al., 1980), a expressão de genes, principalmente tax (Slamon
1984, 1985), e a caracterização de linhagens de células infectadas pelo vírus (Poiesz et
al., 1981; Seiki et al., 1983). Esses estudos foram fundamentais para o entendimento da
biologia e patogênese do vírus. Subsequentemente análises de deleções, mutações
pontuais e mudanças nos domínios dos genes, permitiram aos pesquisadores definir o
número de proteínas codificadas (Albrecht and Lairmore, 2002; Nicot et al., 2005).
1.4.2 – Origem do HTLV
Autores sugerem que ocorreu uma transmissão inter-espécies a partir de
primatas não humanos para humanos na África e Ásia (Mahieux et al., 1997).
Investigações em primatas não humanos, identificaram a presença de vírus linfotrópicos
de células T dos símios do tipo 1 (STLV-I) em pelo menos, 19 espécies de primatas na
África e Ásia, enquanto que o STLV-2 estaria restrito a uma espécie de macaco da
África Central (Mahieux, 2000). Considerando estes achados e a não existência de
macacos do Novo Mundo, com sororeatividade e a distribuição geográfica atual do
14
HTLV nas populações humanas, determinou-se que o HTLV-2 seria um vírus ancestral
que tem estado presente nos humanos desde as migrações, a partir da África/Ásia, que
levaram ao povoamento das Américas via o estreito de Bering entre 10.000-40.000
anos atrás (Salemi et al., 1999). Enquanto que, o HTLV-1 teria se espalhado pelo
mundo através das migrações das populações africanas e asiáticas que ocorreram
tanto no passado, mas principalmente no intenso tráfico de escravos para as Américas,
a partir do século XVI e as migrações japonesas na década de 60 (Slaterry et al 1999).
Devido a suas semelhanças moleculares e relações filogenéticas o HTLV e
STLV, também são referidos como vírus linfotrópicos de células T de primatas (PTLV)
(Salemi et al., 1998). Mais de 25 espécies de primatas não humanos (NHP) são
infectados com vírus linfotrópicos de células T dos símios do tipo 1 (Koralnik et al.,
1994; Saksena et al., 1994; Ibrahim et al., 1995; Voevodin et al., 1996, 1997; Liu et al.,
1997; Mahieux et al., 2000; Nerrienet et al., 2001; Meertens et al., 2001). Seus habitats
naturais estão na África sub-Saariana e Ásia: da Índia ao Arquipélago da Indonésia e
Japão. Cada subtipo do HTLV resultou de transmissões independentes de símios para
humanos em suas respectivas regiões geográficas ao longo dos anos (Liu et al., 1996;
Salemi et al., 1998).
Um conjunto de evidências apontam para a origem do HTLV na África, (Mahieux
et al., 2000; Nerrienet et al., 2001; Meertens et al., 2001) A África é o único continente
onde todos os diferentes vírus linfotrópicos de células T de Primatas têm sido
encontrados. Estudos filogenéticos apontam a África como berço do PTLV (vírus
linfotrópico de células T de primatas) (Vandamme et al., 1998).
Os HTLV-1 e 2 são endêmicos em algumas áreas geográficas e entre alguns
grupos étnicos (Blattner et al., 1990). Porém a infecção pelo HTLV-1 está atualmente
presente em todo o mundo.
1.4.3
– Organização genômica do HTLV
O HTLV apresenta o genoma com cerca de 9Kb e com as seguintes regiões: O
genoma viral é flanqueado pelas LTR (repetições terminais longas) que desempenham
papel fundamental na integração ao genoma da célula hospedeira (Figura 7); Gag,
15
codifica para as proteínas do capsídeo viral; pol, codifica para as enzimas: transcriptase
reversa, protease e integrase e Env, que codifica para as proteínas do envelope. Como
característica partícular apresenta uma região denominada px, que codifica várias
proteínas reguladoras da expressão e replicação viral, sendo as mais estudadas Tax e
Rex (Felber et al., 1985).
Figura 7 – Esquema da estrutura do genoma do HTLV-1. Adaptado de: Cloyd
(gsbs.utmb.edu/microbook/images/ch062.htm)
1.4.4 – Epidemiologia Molecular do HTLV
Os subtipos genéticos do HTLV são definidos considerando a variabilidade
genética da região LTR.
Análises genéticas classificam o HTLV-1 em quatro principais grupos que
apresentam diferentes distribuições geográficas: Cosmopolita (subtipo 1a) espalhado
em todo o mundo, África Central (subtipo 1b), Melanesio (subtipo 1c) e subtipo 1d que
foi identificado na República dos Camarões e Centro Africana (Mahieux et al, 1997). O
subtipo Cosmopolita, é sub-classificado nos tipos genéticos: 1aA/Transcontinental;
1aB/Japonês; 1aC/Caribe e Oeste da África e 1aD/Norte da África. O HTLV-2 possui
quatro subtipos genéticos: 2a e 2b distribuídos entre os usuários de drogas
16
endovenosas de todo o mundo e grupos étnicos das Américas; 2c presente em grupos
indígenas e regiões urbanas do Brasil e 2d em pigmeus do Congo (Eiraku et al., 1996).
Até recentemente, somente HTLV-1 e HTLV-2 haviam sido identificados em
humanos. Em 2005, dois grupos independentes, identificaram a ocorrência de um
terceiro tipo, HTLV-3, em Camaroneses (Colattini et al., 2005 e Wolfe et al., 2005).
HTLV-3 é geneticamente relacionado com cepas do STLV-3 identificadas em várias
espécies de macacos nos Camarões. A organização genômica do HTLV-3 e STLV-3
são similares à dos outros HTLVs exceto que, não possuem uma das três repetições de
21pb presentes no LTR que interagem com a proteína reguladora Tax. Todavia esta
configuração parece não alterar a transcrição dos PTLV-3 (Chevalier et al., 2005, 2006).
1.5 - Co-infecções HIV/HTLV e HIV-1/HIV-2
HIV e HTLV compartilham as mesmas rotas de transmissão (sexual, parenteral e
vertical), em conseqüência co-infecções por estes dois agentes são comuns (Figura 8)
em certas áreas do mundo, assim como é relatado que tais interações podem modificar
as propriedades biológicas de ambos os vírus (Szabo et al., 1999; Daisley et al., 1999)
e parecem ser um co-fator de mortalidade entre pacientes HIV infectados (Brites et al.,
2001).
17
Figura 8 – Co-infecções HTLV-1 e HIV (fonte: www.commons.wikimedia.org/wiki:image
HTLV-1 and HIV).
As viroses pelo HIV-1 e 2, podem causar imunodeficiência e AIDS em
indivíduos infectados (Markovitz., 1993) e possuem sinais clínicos indistinguíveis
(Martinez-Steele et al., 2007).
HIV-1 e HIV-2 usam os mesmos receptores, co-receptores e população de
células alvo no hospedeiro. Isto enraíza a possibilidade de que os dois vírus possam
interagir um com outro em duplas infecções. Foi relatado que o HIV-2 interfere com a
expressão do HIV-1 à nível de transcrição por competir com a ligação da proteína
viral tat (Browning et al., 1999). Proteínas do HIV-1 podem empacotar RNA do HIV-2,
mas o contrário não acontece. Boyko et al.(2006), mostraram que proteínas Gag do
HIV-1 e HIV-2 podem ser agrupadas na mesma partícula viral e se complementam
nas suas funções, e tais partículas virais “mistas” podem ser infecciosas. Duas
conseqüências podem advir daí: a ocorrência da facilitação da replicação viral,
ajudando a expansão do vírus, (apesar de que, nem sempre tais interações são a
favor da replicação do vírus), outra conseqüência seria a pseudotipagem (mistura de
fenótipos) e recombinação. Genomas recombinantes HIV-1/HIV-2 não foram
relatados (Curlin et al., 2004). Todas as regiões que têm epidemia do HIV-2, também
têm prevalência de infecções pelo HIV-1 e aproximadamente 1 milhão de pessoas
estão duplamente infectadas pelo HIV-1 e HIV-2 (Arien et al., 2005; Kannangai et al.,
2003). Todavia muito pouco é conhecido sobre interações entre esses vírus.
18
1.6 – HIV em Angola
Angola está localizada no sudoeste da África sub-Saariana (Figura 9) e registrou
o primeiro caso de AIDS, em 1985, quando a infecção por HIV caracterizava-se
principalmente pela transmissão homossexual e havia relatos de transmissão por via
sanguínea (CDC, 1982). Estudo de 2005 mostra que, a soroprevalência geral no país
era de 3.7%, considerando uma população de aproximadamente 16 milhões, enquanto
que nos países vizinhos as prevalências da infecção são: República Democrática do
Congo 3,2% da população adulta, Zâmbia 17% e Namíbia 19,6% em 2005
(www.who.org
, countries, HIV epidemiological fact sheet/2003-2005).
São poucos os trabalhos sobre a epidemiologia molecular do HIV-1 em Angola.
Referência da alta variabilidade genética do HIV-1 em Angola foi do estudo em
Portugal, onde foi encontrada alta prevalência de subtipos não B (49.8%), entre
imigrantes africanos. Os imigrantes Angolanos (25/205) estavam infectados com todos
os subtipos documentados no estudo (B, G, A, F, C, D, H e J), (Esteves et al., 2002).
Em um estudo publicado em 2005, com o objetivo de determinar as variantes
genéticas do HIV-1, circulantes na região Norte de Angola, foram analisadas 37
seqüências pol, originadas de pacientes da capital Luanda e Cabinda, uma província ao
norte do país que faz fronteira com República do Congo Brazzaville, sendo identificados
vários subtipos (alta diversidade genética). O resultado mostra predominância do
subtipo F (18,9%), seguido do subtipo C (16,2%), entretanto foram identificados
também subtipos D (10,8%), A (5,4%) e G e H (2,7%) e ainda 13 seqüências
recombinantes (Abecasis et al., 2005).
Outro trabalho publicado em 2005, onde foram analisadas as regiões gag e/ou env do
HIV-1 de 48 amostras, coletadas em 2001, de pacientes que vivem nas mesmas
regiões do trabalho anterior. Foram identificados os seguintes subtipos: A1 (18
amostras, 38%), C (7amostras, 15%), H (5 amostras, 10%), J (3 amostras, 6%), G
(2,4%), A2 (2.4%), F1 (1,2%) e D (1,2%) e 5 diferentes formas recombinantes gag/env,
tais como: A1/H (3,6%), A1/G (1,2%), C/A2 (1,2%), F1/B (1,2%), G/B (1,2%) e G/H
(1,2%). Foi relatado que A1/H encontrada representa uma nova CRF (Bártolo et al.,
2005). Em recente trabalho, dos mesmos autores, mas com amostra expandida,
19
coletadas também no ano de 2001 (~150 indivíduos), analisando as regiões: Gag (P17),
Pol (protease e transcriptase reversa) e Env (C2C3), foram identificados os subtipos: A1
(8,8%), A2 (4,4%), A3 (0.6%) C (11,3%), D (5%), F1 (8,2%), G e H (5,7%) (Bártolo et
al., 2008).
Com relação ao HIV-2, um estudo sorológico mostrou a infecção pelo HIV-2 em 3
Angolanos residentes em Portugal, (Saal et al 1997). Outro estudo sorológico, utilizando
soros coletados em 1985, nas províncias do Zaire, Lunda-Norte, Luanda, Huambo e
Namibe revelou prevalência de 8.4% e a co-infecção com HIV-1 foi de 2.2% (Santos-
Ferreira et al, 1990). O mais recente estudo sorológico (ELISA e Western-Blot) revelou
que as infecções pelo HIV-2 estão predominantemente em co-infecções com HIV-1,
representando 8.61% das co-infecções pelo HIV-1, enquanto que infecções
monotípicas pelo HIV-2 foram de 0.28%. (Serrano, Instituto Nacional de Luta contra
SIDA de Angola, Anais I Congresso CPLP sobre ITS e VIH/SIDA/2005).
O estudo dos casos diagnosticados em Angola de 1985-2005 indicou que a
principal forma de transmissão do HIV é a heterossexual com 51% dos casos (Arquivo,
Instituto Nacional de Luta Contra a SIDA, Ministério da Saúde de Angola). A taxa de
3.7% do HIV de Angola (2005) é uma das mais baixas quando comparada aos demais
países da África sub-Sahariana. Porém, contrastando com outros países africanos com
altas prevalências para a infecção, os dois estudos publicados sobre o HIV-1 de
Angola, revelaram alto grau de variabilidade genética do HIV-1 do grupo M no país
(Bártolo et al., 2005; Abecasis et al., 2005). Países como Zâmbia, África do Sul e
Moçambique (Bredell et al., 1998, Engelbrecht et al., 1995; Papathanasopoulos et al.,
2002)., que possuem altas taxas de prevalência (WWW.who.org
), mas
predominantemente 1 único subtipo. Os atuais testes de diagnóstico de rotina para a
detecção da infecção pelo HIV em Angola não fazem discriminação entre HIV-1 e HIV-
2. A caracterização molecular do HIV-2 não é conhecida.
20
Figura 9 - Mapa da África, a seta indica a localização de Angola na África. Mapa de
Angola: (HIV-1) - % de infecções pelo HIV-1, (HIV-2/HIV-1) – % de co-infecções, (HIV-
1/2) - % de infecções pelo HIV-2. (?) sem informação. informações com base no
estudo de 2004/2005.
Dados Epidemilógicos
16.000000 de habitantes
Taxa de
soroprevalência/2005: 3.7%
HIV-1 – 91,11%
HIV-1/HIV-2 – 8.61
HIV-2 - 0.28
HTLV - ?
21
1.7 - HTLV na África e atual situação em Angola
Na África, o HTLV-1 é prevalente na população em geral da Guiné-Bissau
(Holmgren B et al., 2003), em pacientes da consulta pré-natal do Ghana (Apea-Kubi KA
et al., 2006). Mulheres grávidas, doadores de sangue do Burkina Faso, Guiné-Bissau
(Collenberg E et al., 2006) e população de áreas rurais dos Camarões (Machuca A et
al., 2005), Gabão (Perret JL et al., 2003) e Foi comprovada sorologicamente e
molecularmente a presença do HTLV-1 (cosmopolita) e 2 em Dakar, Senegal (Diop S et
al., 2006) (Tabela 1).
Tabela 1 – Dados sobre HTLV na África
País População
testada
HTLV-1
Sorologia
HTLV-2
Sorologia
HTLV-1/2
Sorologia
Dados
moleculares
Burkina Faso
MDS 1.4 e 0.5
Ghana
PN
G
PN: 2.7%,
G: 2.1%
Gâmbia
MF 1.2%
Guiné Bissau
I, PA, MFR,MG I: 7.1%
PA: 3.6%
PA: 1 MFR: 4.3 e
1.1%
MG: 2.6%
10 HTLV-1a e 1
HTLV-1b
Camarões TS, PP, VR TS: 3/332
VR: 49/747
TS: 1/332
VR: 6/747
RDC ex
Zaíre
MFZ
TSG
MFZ: 15/84 TSG: 7.3% e
3.7%
MFZ: PCR +
Namíbia
H WB 3/8
Tunísia
DSP _ _
Etiópia
DS, DST DS: 0.19
DST: 0.54
DS: 0.25
DST: 0.75
Moçambique
G, DST G: 0.7
DST: 2.3.
DST: HTLV-1a
África do
Sul
CA, CAS A: 0.38% B: HTLV-1a
Senegal
DS 0.16% HTLV-1a
Uganda
SK A: 3.2% A: 8.5%
22
MDS: Mulheres e doadores de sangue da área rural e urbana
PN: Pré-natal e clínica ginecológica. G: Mulheres gestantes em Accra
MF: Mãe e filho
I: Indivíduos acima de 35 anos, PA: População adulta, MFR: Mães e filhos em áreas
rurais, MG: Mulheres gestantes em 10 centros de Bissau.
TS: Trabalhadoras do sexo de Douala, PP: População de pigmeus VR: 4 vilas de área
rurais.
MFZ: Mãe e filho HAM/TSP, TSG: Trabalhadoras de sexo e mulheres grávidas de
Kinshassa.
H - homens
DSP: Doadores de Sangue e politransfundidos
DS: Dadores de Sangue, DST: área urbana e pacientes em clínica DST.
CA: Casos autopsiados DST, CAS: Cepas da África do Sul.
SK: Pacientes com Sarcoma de Kaposi.
Referência da tabela 1: Holmgren B et al., 2003; Larsen O et al., 2000; Olaleye D O et
al., 1999; Mauclere P et al., 1995, Liu H; Steele A D et al., 1994; Mojaat et al., 1994;
Vrielink H et al., 1995; Melo J et al., 2000, Engelbrecht S et al., 1999; Apea-Kubi K A et
al., 2006; Machuca A et al., 2005; Collenberg et al., 2006; Zehender G et al., 2008);
Diop S et al., 2006; Del Mistro et al., 1994 (WB) – Western Blot. (HTLV-1/2) (-) negativo
(Em branco) – Não testada.
Angola não possui registro da infecção pelo HTLV e não faz diagnóstico,
sorológico ou molecular, para este vírus. Assim, não se tem nenhum dado até ao
momento, a respeito do HTLV no país. Usamos como alvo de estudo a população
soropositiva para o HIV, porque co-infecções por estes retrovírus ocorrem em locais
onde eles co-circulam e é justificada por similares rotas de transmissão (Lefrere et al
1990). Dois importantes modos de transmissão do HIV e HTLV na África são: a via
heterossexual e vertical (Gessain, 1996).
23
2 - OBJETIVOS
2.1 – Objetivo Geral
-Identificar a infecção pelo HTLV e HIV, em indivíduos HIV soropositivos e
determinar a diversidade genética destes vírus em Luanda, Angola.
2.2 – Objetivos Específicos
-Proceder o diagnóstico sorológico para o HTLV em amostras sororeativas para o
HIV
-Tipar e subtipar o HTLV, molecularmente, através da região tax e LTR
respectivamente.
-Tipar e subtipar o HIV molecularmente através da região pol (protease) e/ou env
(gp41), respectivamente.
-Analisar o genótipo da protease (gene pol) do HIV-1 quanto à presença de
mutações de resistência primária aos antiretrovirais.
3 - MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 - Casuística
Amostras de sangue de 200 (duzentos) indivíduos soropositivos para o HIV
foram utilizadas para o presente estudo, provenientes do hospital de referência para
soropositivo em Angola (Hospital Esperança) localizado na capital Luanda, coletadas
em Março de 2006. O sangue foi colhido em tubo vacuntainer contendo anticoagulante
EDTA K3. O soro foi obtido na mesma coleta em tubo sem anticoagulante e separado
por centrifugação. O soro foi utilizado para a sorologia do HIV e HTLV e o sangue total
para a extração de DNA para a tipagem e subtipagem do HTLV e HIV. Todas as
24
análises moleculares foram realizadas a partir do provírus. A realização deste estudo foi
aprovada pelo Instituto Nacional da Luta Contra a SIDA e Ministério da Saúde de
Angola. Nenhum dado sócio-demográfico, clínico ou laboratorial foi obtido para estes
pacientes.
3.2 – Diagnóstico sorológico da infecção pelo HIV
Este procedimento foi realizado em Angola. Inicialmente todas as amostras
foram submetidas a testes rápidos para o HIV-1 e 2 no laboratório do Hospital
Esperança em Luanda, Angola e/ou no Laboratório de Referência no Instituto Nacional
de Saúde Pública. Foram utilizados dois testes que fazem parte do algoritmo para o
diagnóstico do soropositivo em Angola, que é feito utilizando Determine e Uni-Gold
(Abbott Laboratories e Trinity Biotech, USA respectivamente). A opção de uso destes
testes em Angola foi com base em estudos em parceria com o CDC/ Atlanta, onde
foram testados 9 tipos de reagentes na população soropositiva Angolana. Os testes
Determine e Unigold mostraram a maior sensibilidade e especifidade.
3.3 - Logística e Transporte das Amostras
Após os procedimentos de coleta e obtenção do sangue e soro, as amostras
foram armazenadas em –70
o
C e transportadas para o Brasil em caixas térmicas,
contendo gelo artificial e se mantiveram congeladas à – 20°C até ao procedimento do
estudo.
3.4 - Detecção sorológica do HTLV-I/II nas amostras HIV positivas
O diagnóstico sorológico da infecção pelo HTLV nas amostras HIV positivas foi
feito pelo teste ELISA/Vironostika HTLV-I/II (Organon Teknika) no laboratório de
Genética Molecular de Microorganismos do Departamento de Genética/IOC/FIOCRUZ.
O protocolo de realização do teste para as 200 amostras foi realizado conforme
orientação do kit. Foi realizado teste pareado em duas diluições (soro puro e diluição
1/5).
25
3.5 - Extração de ácido nucléico – DNA
A extração do ácido nucléico foi feita a partir do sangue total e realizada em 60
amostras (incluíndo as amostras com sorologia positiva para o HTLV), a partir de 200uL
e/ou 400uL de sangue. Foi utilizado o kit de extração comercial Qiamp DNA Blood
(Qiagen Inc., Chatsworth, CA, USA) e observadas as instruções do protocolo. O ácido
nucléico extraído foi eluído em 150 uL do tampão de eluição ou de água pura. Os DNAs
extraídos foram utilizados para “Nested” PCR, visando detecção do HIV-1 e 2 e HTLV-1
e 2.
3.6 - Teste de ausência de inibidores de PCR
Para testar a presença de inibidores e eficiência da extração de DNA, todas as
amostras foram submetidas à reação de PCR, utilizando como alvo um gene
constitutivo humano (HLA). Para tal foi utilizado: 0.2 mM de dNTPs, 2.5 mM de MgCl
2
,
tampão (promega) 1X, 200ng de cada iniciador, 1.5U de Taq DNA (Promega), 3 ul do
produto da extração de DNA por tubo de reação, e água pura para um volume total de
50 ul. O programa de amplificação consistiu em uma desnaturação inicial à 94°, por 5
minutos, seguidos de 39 cíclos (94°C, 30 segundos (desnaturação), 50°C, 30 segundos
(pareamento), 72°C, 30 segundos (polimerização). A leitura foi feita em gel de agarose
3%, previamente corado com Brometo de Etídio.
3.7 – “Nested” PCR e tipagem do HTLV
A reação de PCR para o HTLV-1 e 2 foi realizada para as 60 amostras (todas
nas quais foi realizada a reação de PCR para o HIV) incluíndo as amostras
sorologicamente positivas para o HTLV. Foram utilizados iniciadores que permitiram a
amplificação das regiões tax para tipagem entre 1 e 2 e LTR (Long Terminal Repeat)
para subtipagem do HTLV-1. Foi feito também PCR para amplificacação da região P12
e envelope. Estes iniciadores são rotineiramente utilizados no laboratório de Genética
Molecular de Microorganismos da FIOCRUZ (LGMM).
26
Para tipar HTLV, foram feitas duas reações de PCR consecutivas (“nested
PCR”), as quais permitem amplificar um segmento de 368 pb da região tax. Para a
reação de PCR foi utilizado 0.4 mM de dNTPs, 2.0 mM de MgCl
2
, tampão (promega)
1X, 200ng de cada iniciador: Stlvf1/Stlvrl na primeira reação e Stlvf2/Stlvr2 na segunda
reação), 1.5 U/ul de taq DNA polimerase (promega), 4 ul de DNA por tubo de reação, e
água pura para um volume total de 50 ul na primeira reação. Na segunda reação
diminuiu-se o DNA, foi transferido 3 ul de DNA da primeira reação para a segunda
reação. O programa de amplificação consistiu em uma desnaturação inicial à 96° C, por
5 minutos, seguidos de 39 ciclos (96° C, 30 segundos (desnaturação), 50° C, 30
segundos (pareamento dos iniciadores), 72° C, 30 segundos (polimerização). Em todas
as segundas reações a temperatura de pareamento dos primers foi alterada para 55° C.
A leitura do fragmento de 368 foi feita em gel de agarose 2.5%, previamente corado
com Brometo de Etídio.
As amostras que tiveram reação de amplicação positiva foram posteriormente
tipadas por enzimas de restrição (RFLP) ou realizados seqüenciamento de nucleotídios.
Para discriminar HTLV-1 e HTLV-2, o produto de PCR da região tax foi digerido
com duas enzimas de restrição, Hinf-1 e Ava-1 (LGMM). As amostras digeridas com
Hinf-1 são consideradas HTLV-1 positivas e as que digerem com Ava-1, HTLV-2. Para
a reação de digestão, um volume total de 15 ul, contendo 10 ul de DNA (produto de
amplificação do segundo round de PCR), 3,5 ul de água pura, 1,5 ul de tampão para as
respectivas enzimas e no final adicionada 1.5 unidades das enzimas Hinf-1 ou Ava-1,
para cada respectivo tubo. O produto de digestão foi submetido à corrida de
eletroforese em gel de agarose 3%. A Leitura do gel previamente corado com Brometo
de etídio foi feita em transiluminador.
3.8 – Subtipagem do HTLV-1
Para a subtipagem, as amostras caracterizadas como HTLV-1, tiveram a região
LTR amplificadas por “Nested” PCR, utilizando os iniciadores na primeira amplificação
Hfl1/Hf16 e na segunda etapa HFL9/Hfl10. Foram utilizadas a mesmas condições de
27
amplificação já referidas, com a exceção do tempo de extensão, foi aumentado para 45
segundos. Com estas mesmas condições foi feita a amplificação de outras regiões tais
como: P12 (iniciadores: HFL75/TR104 e ORF1/PXA1s) e envelope (iniciadores:
HFL71/HFL72 e HFL75/HFL76). A visualização do fragmento genômico foi feita em gel
de agarose 2.5%, previamente corado com Brometo de Etídio.
3.9 - PCR para Tipagem do HIV - “Nested PCR”
A reação de PCR específica para a discriminação entre o HIV-1 e 2 foi realizada
nas mesmas 60 amostras, nas quais foi feita a PCR para o HTLV. A tipagem molecular
do HIV utilizou como alvo o gene da protease e os iniciadores DP10/DP11 e
DP16/DP17 específicos para HIV-1 e DP20/DP21 e DP26/DP27 para o HIV-2
(Pieniazek D et al, 1991). Na reação de PCR foi utilizado 0.4 mM de dNTPs, 2.5 mM de
MgCl
2
, tampão (promega) 1X, 200ng de cada iniciador (DP10/DP11) na primeira reação
e (DP16/ DP17) na segunda reação, 1.5 U/ul de Taq DNA polimerase (Promega), 3 ul
de DNA por tubo de reação, e água pura para um volume total de 50 ul. O programa de
amplificação consistiu em uma desnaturação inicial de 95 ou 96°C, por 5 minutos,
seguidos de 39 ciclos (95 ou 96° C, 30 segundos (desnaturação), 50°C, 30 segundos
(pareamento), 72°C, 30 segundos (polimerização). Na segunda etapa de amplificação a
temperatura de pareamento dos iniciadores foi alterada para 55°C. A leitura foi feita em
gel de agarose 3%, previamente corado com Brometo de Etídio. Esta região também foi
utilizada para subtipagem do HIV.
3.10 - Subtipagem do HIV pelo Env
Utilizamos as regiões env (gp41=398nt) para determinação dos subtipos
genéticos do HIV-1 (grupo M). Os iniciadores estão listados na tabela 2
(JH41OF/JH38OR na primeira reação e Env27F/Env19 na segunda reação). As
condições de PCR foram as mesmas descritas acima para a tipagem. As alterações
foram: o aumento da concentração dos iniciadores para 300 ng, polimerização por 45
minutos e a utilização dos reagentes da platinum em lugar dos da Promega.
28
3.11 - Seqüênciamento dos Amplicons
Os produtos genômicos amplificados foram purificados com o kit WIZARD PCR
Clean-UP (PROMEGA). A reação de seqüenciamento foi realizada utilizando o kit de
reação Big Dye terminator v3.1 e foram utilizados para cada reação: 1ul de Big dye
terminator v3.1 (ready reaction mix), 1.5 ul de tampão 5X (Big Dye terminator v3.1
sequencer buffer), 3.2 pmol de iniciador (utilizado na respectiva reação de PCR), 100
ng de DNA. A água Milli-Q foi adicionada à reação para completar um volume total de
10 ul. A ciclagem utilizada compreendem: 96º C, 10 segundos, 50º C, 5 segundos e 60º
C, 4 minutos por 25 ciclos. Os fragmentos foram diretamente seqüenciados nas duas
fitas, utilizando seqüenciador automático ABI PRISM 3100 DNA Sequencer (Applied
Biosystem). As seqüências obtidas foram editadas e analisadas com auxílio do
programa computacional Chromas e/ou DNASTAR (DNASTAR Inc., EUA).
3.12 - Análise genética das seqüências do HIV e HTLV
As seqüências geradas para o HIV, foram alinhadas no Clustal X e analisadas
geneticamente por comparação com as seqüências de referência correspondentes aos
distintos subtipos do HIV existentes no banco de dados do “Los Alamos National
Laboratory” (http://hiv-web.lanl.gov). A análise genética foi feita no MEGA usando o
método Neighbor-Joining, modelo Kimura dois parâmetros e a análise por Neighbor-
joining no REGA. Enquanto que para o HTLV foi utilizada a mesma abordagem
metodológica e as seqüências referência disponíveis no GenBank. Para o HIV foi feita
também a análise de subtipos no programa viral genotyping tool disponível no domínio
(http://www.ncbi.nlm.nih.gov
- NCBI), e jphMM disponível no domínio do Los Alamos
Database, para corroborar os resultados.
3.13 - Resistência Primária no Gene da Protease das amostras do HIV-1
Seqüências genômicas derivadas da região da protease do HIV-1 foram
analisadas para a presença de mutações associadas aos inibidores de protease do
HIV-1 com auxílio do programa HIV DRUG RESISTANCE DATABASE (HIVdb,
29
STANFORD UNIVERSITY (http://hivdb.stanford.edu), para verificação da presença
de posições de aminoácidos relacionados a resistência primária.
Tabela 2 – Lista de iniciadores utilizados nas reações de PCR
Iniciadores Ancoragem sequência Região /Retrovírus
Stlvf1 1 7210-7226 tcagcccayttyccagg
Tax (HTLV-1/2) A
Stlvrl 1 7781-7802 attttrtakagkarttcytcca
Tax (HTLV-1/2) A
Stlvf2 1 7276-7295 tgtgtwcargscgaytggtg
Tax (HTLV-1/2) A
Stlvr2 1 7622--7644 ggtgtasabgttttggggycgga
Tax (HTLV1/2) A
Hfl1 4 24-39 gacaatgaccatgagc
LTR (HTLV-1) B
Hf16 4 4546-4570 gttaagccagtgatgagcggc
LTR (HTLV-1) B
HFl9 4 124-144 aaggctctgacgtctcccccc
LTR (HTLV-1) B
Hfl10 4 779-796 tcccggacgagcccccaa
LTR (HTLV-1) B
HFL71 4 5111-5129 ccagtggatcccgtggaga Env (HTLV-1)
HFL72 4 6729-6747 aggaggatttgatgggaga Env (HTLV-1)
HFL75 4 6049-6065 gctatagtctcctcccc Env (HTLV-1)
HFL76 4 6591-6610 ggtgtcgtagctgacggagg Env (HTLV-1)
Tr104 4 7497-7517 gagccgataacgcgtccatcg P12 (HTLV-1)
ORF1 1 6788-6805 cacctcgccttccaactg P12 (HTLV-1)
PX1As 1 7162-7180 gctgtgcttgacggtttgc P12 (HTLV-1)
DP10 1 1420-1444 caactccctctcagaagcaggagcc
Protease (HIV-1) AB
DP11 2
ccattcctggctttaattttactggta
Protease (HIV-1) AB
DP16 2 1681-1700 cctcaaatcactctttggcaac
Protease (HIV-1) AB
DP17 2
aaaatttaaagtgcagccaat
Protease (HIV-1) AB
DP20 2 2620-2637 gacagaggacttgctgca
Protease (HIV-2) AB
DP21 2 2436-2454 ggccattgtctcagttttg
Protease (HIV-2) AB
DP26 2 2641-2657 caattctctctttgga
Protease (HIV-2) AB
DP27 2 2914-2935 tagatttaatgacatgcctaa
Protease (HIV-2) AB
JH38 (OR) 3 8382-8363 ggtgartatccctkcctaac
gp41 (HIV-1) B
JH 41 (OF) 3 7815-7833 cagcaggwagcackatggg
gp41 (HIV-1) B
Env 27F 3 7878-7896 ctggyatagtgcarcarca
gp41 (HIV-1) B
Env19 3 8316-8297 aarcctcctactatcattatra
gp41 (HIV-1) B
Referência: 1 (LGMM), 2 (Pieniazek D et al, 1991), 3 (CDC), 4 (Vandamme A M).
A – tipagem, B – Subtipagem, AB – tipagem e subtipagem
4 – RESULTADOS
4.1 - Sorologia para o HTLV-1/2
A triagem sorológica para HTLV-1/2, utilizando a diluição de 1/5, nas 200
amostras de soro de pacientes HIV positivos, submetidas no teste ELISA, foi negativa,
segundo o valor cut off (DO=0.305), considerado no teste. No segundo teste ELISA
30
realizado para todas as amostras utilizando o soro sem diluição, 10 (5%) das 200
(duzentas) amostras foram reativas para o HTLV-1/2.
4.2 – Tipagem do HTLV
Entre as 10 amostras sorologicamente positivas para o HTLV-1/2, 8 (oito) foram
positivas na reação de amplificação da região Tax.
Os amplicons da região Tax, foram submetidos a digestão com as enzimas de
restrição Hinf-1 e Ava-1, cujo perfil de digestão permitem discriminar o HTLV-1 do 2
respectivamente ou seja a reação é considerada positiva para o HTLV-1 se o amplicon
digerir com a enzima Hinf-1 e positiva para o HTLV-2 na digestão com a enzima Ava-1.
Na Figura 10, a banda na pista 1 do gel corresponde ao fragmento de 368 nucleotídios
da região Tax sem digestão.
O perfil de digestão dos fragmentos de 368 nucleotídios da região Tax produz
três fragmentos genômicos (189+155+24 nucleotídios), com a enzima de restrição Hinf-
1 como observado na Figura 10, que representa a corrida de electroforese em gel de
agarose 2.5% do produto digerido, que mostra o resultado de 5 amostras (47, 106, 125,
128 e 172) nas pistas: 2a, 3a, 4a, 5a e 6a respectivamente, determinou que o vírus
HTLV presente nas oito amostras é do tipo HTLV-1. O resultado se mostrou negativo
para o HTLV-2, pela não digestão das mesmas amostras com a enzima Ava-1 como
mostrado nas pistas: 2b, 3b, 4b, 5b, 6b respectivamente.
31
1 2a 2b 3a 3b 4a 4b 5a 5b 6a 6b
Figura 10 – Corrida de electroforese em gel de agarose (2.5%) do produto de digestão
(RFLP) dos fragmentos de 368 nt correspondentes a região Tax do HTLV, submetidos a
reação de digestão com as enzimas de restrição Hinf e Ava. Pista 1: fragmento da
região Tax do HTLV sem digestão (controle negativo da digestão). Pistas 2a, 3a, 4a, 5a
e 6a digestão com a enzima Hinf-1; pistas 2b, 3b, 3b, 4b, 5b e 6b digestão com a
enzima Ava-1. O resultado mostra positividade para o HTLV-1 e resultado negativo para
HTLV-2.
O sequenciamento e análise das seqüências da região Tax, confirmou que, o
virus presente nas oito amostras, é do tipo HTLV-1. Considerando o genoma completo
dos 2 vírus, a região Tax é a que possui maior identidade entre eles. As seqüências da
região Tax de Angola mostram identidade de 98% com sequências do HTLV-1 e 81%
com as do HTLV-2.
Curiosamente nas seqüências da região Tax de Angola, as duas posições G9A e
C363G (diferenças em relação ao HTLV-1aA, B, C) presentes em todas as sequências,
que seriam as assinaturas para o HTLV de Angola nesta região estudada, são idênticas
ao HTLV-2 (MO). Estas posições estão marcadas com o circulo oval na Figura 11, que
mostra o alinhamento das sequências de Angola com seqüências protótipos do HTLV-
1aA (BOI), HTLV-1aB (ATK1), HTLV-1aC (HS35), HTLV-1b (ITIS) HTLV-1c (Mel 5) e
HTLV-2 (MO) A posição G9A, também está presente na seqüência protótipo do subtipo
HTLV-1b.
368 nt
189 nt
24 nt
155 nt
32
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|
HTLV-1aA BOI TGTGTACAAGGCGACTGGTGCCCCATCTCTGGGGGACTATGTTCGGCCCGCCTACATCGTCACGCCCTACTGGCCACCTGTCCAGAGCATCAGATCACCT
HTLV-1aB ATK1 ....................................................................................................
HTLV-1aC HS35 ....................................................................................................
HTLV-1b ITIS ........G.........................................T.................................................
HTLV-1c Mel5 ....................................................................................................
HTLV-2 MO ........G
.C...T.....T...G....A..T..T........CA.............A..T.....C....................C..AC......
047angTax ........G...........................................................................................
106angTax ........G...........................................................................................
143angTax ........G...........................................................................................
156angTax ........G...........................................................................................
172angTax ........G...........................................................................................
178angTax ........G...........................................................................................
110 120 130 140 150 160 170 180 190 200
....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|
HTLV-1aA BOI GGGACCCCATCGATGGACGCGTTATCGGCTCAGCTCTACAGTTCCTTAT
CCCTCGACTCCCCTCCTTCCCCACCCAGAGAACCTCTAAGACCCTCAAGGT
HTLV-1aB ATK1 ....................................................................................................
HTLV-1aC HS35 ..............................................................................................T.....
HTLV-1b ITIS ....................................................................................................
HTLV-1c Mel5 A......................................................G................................A...........
HTLV-2 MO .......................G..A....TC....C..A.A............C.............................A.G............
047angTax ....................................................................................................
106angTax ..........................................................................................T.........
143angTax ....................................................................................................
156angTax ....................................................................................................
172angTax ....................................................................................................
178angTax ....................................................................................................
210 220 230 240 250 260 270 280 290 300
....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|
HTLV-1aA BOI CCTTA
CCCCGCCAATCACTCATACAACCCCCAACATTCCACCCTCCTTCCTCCAGGCCATGCGCAAATACTCCCCCTTCCGAAATGGATACATGGAACCC
HTLV-1aB ATK1 ....................................................................................................
HTLV-1aC HS35 ....................................................................................................
HTLV-1b ITIS ............G.C...C.................................................................C...............
HTLV-1c Mel5 .........A..G.C..................................T........G.A...C..C...................G.G......G...
HTLV-2 MO .........T..C.C.....C.GTCT.......GG.......TG.....T.T..AT.A.....A..GC..A......A...........G.C.......A
047angTax ......................................................................C............................T
106angTax ...................................................................................................T
143angTax .............................................................G.............................T.......T
156angTax ....................................................................................................
172angTax ....................................................................................................
178angTax ...................................................................................................T
310 320 330 340 350 360
....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....
HTLV-1aA BOI ACCCTTGGGCAGCACCTCCCAACCCTGTCTTTCCCAGACCCC
GGACTCCGGCCCCAAAACCTGTACACC
HTLV-1aB ATK1 ................................T....................................
HTLV-1aC HS35 ................................T....................................
HTLV-1b ITIS ................................T...........C...............T........
HTLV-1c Mel5 ..............G.......G......C.....C........C........................
HTLV-2 MO .....C...G.T..G.....CT....CG.C.....C..A..T..C.....T.........A.C......
047angTax ..........G.....................T.............................C......
106angTax ................................T....G........................C......
143angTax
................................T............T..............T.C......
156angTax ................................T.............................C......
172angTax ................................T.............................C......
178angTax ................................T.............................C......
Figura 11 – Alinhamento das seqüências correspondentes a região Tax do HTLV, com
seqüências dos protótipos do HTLV-1aA (BOI) e HTLV-1aB (ATK1), HTLV-1aC (HS35),
HTLV-1b (ITIS) HTLV-1c (Mel 5) e HTLV-2 (MO). As seqüências de Angola estão
referenciadas com o número da amostra mais sufixo angtax.
33
4.3 - Subtipagem do HTLV-1
Das 8 amostras sorologicamente positivas e caracterizadas como HTLV-1 na
região Tax, 5 amostras tiveram a região LTR amplificada, 4 a região P12 e 3 a região
env, que foram seqüenciadas e analisadas.
As seqüências da região LTR foram utilizadas para subtipagem. A análise
genética dos fragmentos de 645 nucleotídios correspondentes a região LTR,
determinou que o HTLV-1 é do subtipo HTLV-1aA, Cosmopolita/Transcontinental. Na
árvore de agrupamento genético pelo método Neighbor-Joining com Kimura 2
parâmetros, as seqüências de Angola se agrupam num braço principal (amostras 106
ang, 125 ang e 128 ang) (Figura.12).
34
Figura 12 - Agrupamento genético por Neighbor-Joining (NJ) com Kimura 2 parâmetros
(K2P) do fragmento LTR de 645 nt. As seqüências de Angola em azul.
Me l5 c
H23d
pyg19d
MOM J b
ITISb
MWMGb
GAB7b
12503b
H24b
GB233b
StDenb
PH236b
T49b
GH78aC
HS35aC
ODaD
BOa D
Pr52aD
Pr144aD
Bl1aE
RKI4aE
Bl3aB
ATMa B
MT 4 a B
TBH5a B
ATK1 aB
AMAa A
TBH4a A
TBH6aA
Nara
Me 3 aA
AINUaA
73RMaA
MT2 a A
CR1aA
TBH7aA
Boia A
TBH3a A
TBH1a A
Afs911aA
TBH2aA
WHP
CH26aA
BEL1
Ca ma A
CMCaA
Bl2a A
Qu3 a A
Qu1a A
Qu2a A
Me 1 a A
Me 2 a A
JCPaA
128ang
106ang
125Ang
MAQSa A
FCRaA
MAS Ua A
0.01
C
O
S
M
O
P
O
L
I
T
A
T
R
A
N
S
C
O
N
T
I
N
E
N
T
A
L
97
96
76
80
89
HTLV-1c
HTLV-1d
HTLV-1b
HTLV-1aC
HTLV-1aD
HTLV- 1aE
HTLV-1aB
S
U
B
G
R
U
P
O
A
G
R
U
P
O
a
Me l5 c
H23d
pyg19d
MOM J b
ITISb
MWMGb
GAB7b
12503b
H24b
GB233b
StDenb
PH236b
T49b
GH78aC
HS35aC
ODaD
BOa D
Pr52aD
Pr144aD
Bl1aE
RKI4aE
Bl3aB
ATMa B
MT 4 a B
TBH5a B
ATK1 aB
AMAa A
TBH4a A
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Qu2a A
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Me 2 a A
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106ang
125Ang
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12503b
H24b
GB233b
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PH236b
T49b
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ODaD
BOa D
Pr52aD
Pr144aD
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G
R
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P
O
a
35
4.4 – Tipagem e Subtipagem do HIV
A amplificação do DNA proviral, foi positiva para 53 (88.3%) das 60 amostras,
considerando a região da protease e/ou env (gp41) do HIV-1 e em 10 (16%) das 60
amostras para o HIV-2, considerando a região da Protease.
Os amplicons correspondentes às duas regiões foram sequênciados e as
sequências editadas utilizando-se os programas CHROMAS e DNASTAR (software
SeqMan, DNASTAR Inc., EUA).
Inicialmente 42 seqüências da protease e 46 da gp41 do HIV-1, foram
submetidas à análise para determinação de subtipos genéticos pelas ferramentas de
subtipagem viral disponível no domínio (http://www.ncbi.nlm.nih.gov
- NCBI), e jphMM
disponível no domínio do Los Alamos Database (Tabela 6, anexos).
Os subtipos genéticos do HIV-1 foram determinados considerando as seqüências
da Protease (42 amostras) e gp41 (46 amostras), utilizando o método Neighbor-Joining
com Kimura 2 parâmetros (N-J com K2P) no programa MEGA v3.1.
Considerando os resultados da análise de agrupamento genético (por N-J com
K2P) para as duas regiões, Protease e gp41 do HIV-1 (Figuras 13 e 14), temos a
presença de 17 isolados pertencentes à 5 subtipos “puros” ou seja concordantes nas
duas regiões: F1 (7 amostras: 41,0%), G (4 amostras: 23,5%), C (4 amostras: 23,5), A
(1 amostra: 6%), D (1 amostra: 6,0%), correspondentes a 43,3%.
Analizando as 37 amostras do HIV-1 com informação na Protease e gp41,
verificamos que os 17 isolados que apresentavam subtipos concordantes nas duas
regiões tiveram a seguinte frequência: F1 (19,0%), G (10.8%), C (10.8%) A (2,7%), D
(2,7%). (Tabela 3). Os demais 20 isolados (56,7%) apresentavam 12 perfis mosaicos:
AG/G (n=4), D/G (3), AG/A1 (2), G/A1 (2), F1/C (2), F1/D (1) F1/GA (1), G/H (1), AG/H
(1), F1/AE (1), B/H (1) e J/? (1).
A prevalência dos subtipos via análise das seqüências da protease (42
sequências) é: F1: 32,0% (n=13), G: 21,0% (9); AG: 19,0% (8); C: 12,0% (5); D: 10,0%
(4), e A1/B/J/?: 2% cada um (1 de cada). (Figura 13, Tabela 4).
36
A prevalência dos subtipos via análise da gp41 (46 sequências) é: G: 27,0%
(n=12), F1: 22,0% (10); A1 e C: 15,0% (7 e 7); H: 9,0% (4); D: 4,0% (2), e A2/AE/GA/?:
2% cada um (1 de cada) (Figura 14 e 17 anexos, Tabela 4).
O subtipo H só foi encontrado no envelope (gp41) e a única seqüência do J na
protease. Foi observada uma única amostra do subtipo B na Protease que possui o
subtipo H na gp41. Esta seqüência (amostra 16angpro) se mostra com o braço mais
longo na árvore (Figura 13). Quando se analisa as mutações dos aminoácidos desta
seqüência, o perfil mutacional do vírus é compatível com o de um indivíduo já tratado
com IP, O que pode explicar o comportamento desta sequência na árvore.
Observação: Uma das seqüências da gp41, classificada como F1 (amostra
43ang) não está na árvore apresentada na figura 14, Devido ao tamanho menor que as
demais seqüências de Angola, o agrupamento genético desta foi feita em árvore
separada pelo mesmo método, o que perfaz 10 de 46 amostras do subtipo F1 na gp41
(vide anexos Figura 17).
.
37
.
AG
Figura 13 – Agrupamento genético correspondente ao gene da protease (240 nt) por
Neighbor-Joining com Kimura 2 parâmetros.
A
s seqüências de protease de Angola
estão referenciadas com número da amostra+sufixo angpro.
100 angpro
102 angpro
128 angpro
29 angpro
134 angpro
123 angpro
GNG92
GSE93
54 angpro
31 angpro
GFI93
142 angpro
23 angpro
41 angpro
4 angpro
UGR99
122 angpro
8 angpro
28 angpro
56 angpro
150 angpro
UCD83
UCD90
A1UG85
A2CD9797
A2CDAF286238
A2CY94
2 angpro
A1KE94
A1SE94
A1UG92
13 angpro
CBR92
CET86
26 angpro
97 angpro
14 angpro
CBW96
126 angpro
CIN95
KCD97
KCM96
BFR83HXB2
BUS86JRFL
16 angpro
BUS90
BUS83RF
DCD83NDK
DCD83ELI
DUG94
172 angpro
156 angpro
143 angpro
DCD84
7 angpro
161 angpro
F1BR93
F1BE93
F1FI93
120 angpro
F2CM249236
F2CM249237
F1FR96
20 angpro
43 angpro
91 angpro
58 angpro
106 angpro
32 angpro
40 angpro
124 angpro
125 angpro
121 angpro
104 angpro
HBE93
HBE190128
HCF90
73 angpro
JSE93
JSE94
CPZGA
97
59
97
97
71
54
57
55
81
78
58
68
58
76
66
66
95
58
69
70
67
75
57
70
0.02
G
A
C
D
B
F
J
38
Figura 14 – Agrupamento genético gene env do HIV-1 (gp41 - 398 nt) utilizando o
método Neighbor-Joining com Kimura 2 parâmetros. Sequências dentro do círculo preto
são C recombinantes. As seqüências deste trabalho com cor azul e número da
amostra+sufixo ang.
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G
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G
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a
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1
4
2
a
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2
3
a
n
g
G
2
9
1
7
1
8
C
M
0.01
G
A
D
F
C
H
39
N° da
amostra
Protease Envelope (GP41) Percentagem
7 F1 F1 19.0
4 G G 10.8
4 C C 10.8
4 AG G 10.8
3 D G 8.10
2 AG A1 5.40
2 G A1 5.40
2 F1 C 5.40
1 F1 D 2.70
1 F1 GA 2.70
1 F1 AE 2.70
1 D D 2.70
1 A1 A1 2.70
1 B H 2.70
1 G H 2.70
1 AG H 2.70
1 J ? 2.70
Tabela 3 – Prevalência dos subtipos genéticos, considerando os 37 isolados que
possuem informação para as duas regiões: protease e gp41.
40
N° de
amostras
Subtipo genético na
Protease
% Subtipo genético
na gp41
%
F1 13 32 10 22
G 9 21 12 27
AG 8 19 1 2
C 5 12 7 15
D 4 10 2 4
B 1 2 _ _
A1 1 2 7 15
J 1 2 _ _
H _ _ 4 9
A2 _ _ 1 2
? _ 1 2
AE _ _ 1 2
Tabela 4 - Subtipos genéticos por região: protease (42 seqüências) e gp41 (46
seqüências) do HIV-1, com base no agrupamento genético por Neighbor-Joining com
Kimura 2 parâmetros.
4.5 - Caracterização Genética do HIV-2
Do total de 60 amostras, utilizadas para a tipagem molecular do HIV, 10 foram
positivas para HIV-1 e HIV-2, representando 16% de co-infecção com HIV-1. Não
detectou-se infecções isoladas pelo HIV-2. A sequência do gene da protease foi
utilizada para a determinação do subtipo genético do HIV-2. Das 10 seqüências do HIV-
2 de Angola analizadas todas foram caracterizadas como subtipo A (Figura 15).
41
Figura 15 - Agrupamento genético do gene da protease (240pb) por Neighbor-
Joining com Kimura 2 parâmetros. As seqüências de Angola estão nomeadas
com número+sufixo ang.
100ang
98ang
67ang
56ang
97ang
58ang
84ang
7ang
54ang
23ang
A.GW .86.FG J03654
A.GW.87.CAM2CG D00835
A.GW .x.MDS Z48731
A.SN.85.ROD M15390
A.GM.x.MCN13 AY509259
A.G M .x.IS Y J04498
A.DE.x.PEI2 U22047
A.GW .x.ALI AF082339
A.GM.87.D194 J04542
A.DE.x.BEN M 30502
A.G H.x.G H1 M 30895
A.CI.88.UC2 U38293
B.JP.01.KR020 AB100245
AB.CI.90.7312A L36874
B.CI.x.EHO U27200
B.CI.88.UC1 L07625
B.GH.86.D205 X61240
G.CI.x.ABT96 AF208027
U.FR.96.12034 AY530889
STM .US.x.STM M 83293
SMM.US.x.PGM53 AF077017
MAC.US.x.85013 AY611490
MNE.US.x.MNE027 U79412
0.02
HIV-2
de Angola
Subtipo A
42
.
4.6 - Co-infecções
Das 60 amostras HIV positivas analisadas, 10 foram sorologicamente positivas
para o HTLV. Sendo 8 destas confirmadas na reação de PCR, em dupla infecção com
HIV-1.
A análise molecular mostrou que 10 amostras HIV-1 positivas estavam co-
infectadas com HIV-2. Os subtipos envolvidos nas co-infecções estão listados na tabela
5. A maior associação da infecção pelo HIV-2 foi com HIV-1 do subtipo G, enquanto
que a associação do HTLV foi com perfil recombinante D/G.
Amostra HIV-2
Subtipo na
Protease
HIV-1
Subtipo na
Protease
HIV-1
Subipo na
gp41
HTLV
Tipo na
regiãoTax,
HTLV-1
Subtipo
na
regiãoLTR
HTLV-1
Subtipo
na região
Env
HTLV-1
Subtipo
na região
P12
7 A D D
23 A AG G
47 _ A1 1 _ _ _
54 A G G
56 A AG G
58 A F F1
67 A _ F1
84 A _ A1
97 A C C
98 A2
100 A G G
106 F _ 1 aA _ aA
143 D G 1 _ _ _
125 F F1 1 aA aA aA
128 G _ 1 aA aA aA
156 D G 1 _ _ _
172 D G 1 _ aA aA
178 ? ? 1 _ _ _
Tabela 5 – Co-infecções HIV1/2 e HIV1/HTLV. (-) sem informação. (?) – não
classificada
.
43
4.7 - Mutações de resistência associadas aos diferentes subtipos
A análise de mutações, associadas à resistência primária, presentes na
sequência do gene da protease, dos diferentes subtipos do HIV-1 de Angola, em
comparação com a cepa padrão HXB2 foi feita para 42 seqüências previamente
subtipadas e está especificada na figura 4.6. As mutações associadas à resistência
primária estão evidenciadas em vermelho (negrito) e as secundárias em cinza.
Apenas duas seqüências pertencentes ao subtipo D (2 (4.7%) de 42) não
apresentaram a mutação na posição 36 (predominantemente M36I) (Figura 16).
A única seqüência do subtipo B encontrada no estudo possui o maior número de
mutações associadas à resistência primária. Nesta seqüência estão presentes as
mutações primárias (D30N, V82A, N88D) e secundárias (L10I, K20R, L24I, L63P e
A71T). O perfil mutacional é de um indivíduo já tratado com inibidores de protease,
sugerindo transmissão da resistência ou indivíduo já tratado. uma vez que as amostras
são de indivíduos virgens de tratamento com inibidores de protease, essas mutações
não foram consideradas mutações primárias de resistência.
1 (uma) seqüência do subtipo F1 e 1 (uma) AG apresentaram mutações de
resistência na posição do aminoácido 46 (M46I e M46L respectivamente).
O subtipo F1 apresentou mais frequentemente mutações secundárias. 10/13
(dez das treze) seqüências do subtipo F1 possuem mutações de resistência secundária
na posição 10, ((9) L10V e (1) L10I). 6/13 seqüências na posição 20 (K20R) e 2/13 na
posição 77 (V77I).
A única seqüência de J possui também as mutações L10I e K20R. Nas
seqüências do subtipo D, 3 das 4 possuem a mutação secundária L63P. Duas das
quatro seqüências do subtipo C, possuem também esta mutação que os outros
subtipos não possuem (com excepção a seqüência do subtipo B) (Figura 16).
44
Subt
ip
o_Amostr
a
9
L10I/R/V
11
12
13
14
15
16
17
18
19
K20R
21
22
23
L24I
25
26
27
28
29
D30N
31
V32I
L33F
34
35
M36I
37
38
39
40
41
42
43
44
45
M46I/L
I47V/A
G48V
49
I50L/V
51
52
F53L
I54M/L
55
56
57
58
59
60
61
62
L63P
64
65
66
67
68
69
70
A71V/T
72
G73S/C/T/A
74
75
76
V77I
78
79
80
81
V82A/F/T/L/S
83
I84V
85
86
87
N88S
....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|....|
BFR83HXB2
PLVT I K I GGQLKEALLDTGADDTVLEEMSLPGRWKPKMI GG I GGF I KVRQYDQ I L I E I CGHKA I GTVLVGPTPVN I I GRN
B_016
.I.P.RV....R...I.....N....DVE.Q...Q.R................VP.......TV.........A.....D
F1_020
.I..V.VE...R..............DIN...K...R...........K.....T.D...N..T................
F1_032
.V..V..E...R..............DIN...K.....................T.D...C..T................
F1_040
.V..V.VE...R.............D.IN...K....I..........K.....T.D.......................
F1_043
.V...R.E..................DIN...K...............K.....T.D......T....I...........
F1_058 .V..V.VE...R..............DIN...K...............K.....T.D.......................
F1_091
.V.....E..................DIN.Q.K...............K.....T.D......T....I...........
F1_104
.V..VRVE..................DIN...K...............K.....T.D......V................
F1_106
.V..V..E...R............V.DIN...K...............K.....T.D....R..................
F1_120
...P.RV....R..............DIN...K...............K...H.......Q...................
F1_121
.V..V.VE..................DIN...K...............K.....T.D...C..V................
F1_124
....V.V...................DIN...K..................ED.....E.K..V................
F1_125
.V..V.VE..................DIN...K...............K.....T.D.......................
F1_161
.....RV...................DIN...K...............K...S........R..................
G_029
....VR.....I...............I....K.R.......................E.KR...........I......
G_031
....V......I..............DIN...K...................N.....S.K............I......
G_054 ...........I...............IN...K...........................K............I......
G_100
....V......I..............QIN...K.........................E.R...R........I...R..
G_102
....VR.....I...............IN...K.........................E.K............I......
G_123
....A.V....V...............IN.T.K....................V......K............I......
G_128
....V.V....I..............DIN...K......................M..E.K...................
G_134
....VR.....I..............DIN...K.........................H.K............I......
A/G_023
..IKV......I..............DIE...............................KR..................
A/G_028
....VR.....I..............NIE...............................K.......I...........
A/G_041
.V..V.....PI...............ID...K.....................V.D...KR..................
A/G_056
...KVR.E...I..............DIN...K......................V....K.......I...........
A/G_122 .I..VR.E..SV...............IN...K...........................K...................
A/G_142
...KVR.....I...............IN...K.....................VL....K............I......
A/G_150
.V.NV.VE...I..............GIN...K.....................C.....K.......I...........
C_014
......V...I................IH.T.K.....................P.....K...................
C_026
.....RVE..I................IN...K...........................K...................
C_097
...S..V...V................LN...K.....................SM....K............I......
C_126
...S..V...I................LN...K.....................P.....K...................
D_007
..........................DIN...K...................N.C.........................
D_143
..........................DIN...K..................E..P.....Q...................
D_156
....V...E.................D.N...K.....................PV........................
D_172
....V...E.................D.N...K.R...................PV........................
CRF_02_004 ....V..E...I..............DIN...K...........................K.G.S...............
CRF_02_008
....VR.....I..............DIN...K....L......................K...................
A1_002
..........................DIN...K..............I......S.....K...................
J_073
.I..V..E..IR..............DID...K..................ND.S...E.K...................
desc_013
...A.RV....................IE.........................T.....K...................
XXX
mutção primária nas amostras
mutção secundária nas amostras
mutação primária de resistência
Figura 16 – Alinhamento das 42 seqüências
de aminoácidos, distribuídas de acordo com
os subtipos genéticos do HIV-1 circulante
em Angola. Região da Protease no gene pol,
analisadas neste estudo: aminoácido 9-88. As
posições de mutações primárias estão
evidenciadas na figura em cor vermelha e as
secundárias marcadas em cor cinza. As
posições de mutação relacionadas à
resistência foram levadas em consideração da
comparação com a seqüência padrão
BHXB2, descritas pela Sociedade
Internacional de AIDS
(http://www.iasociety.org
) e Ferramenta HIV
DRUG RESISTANCE DATABASE
(STANFORD UNIVERSITY), disponível no
domínio: http://www.ncbi.nlm.nih.gov
NCBI.
45
5 – Discussão
Até a realização deste trabalho não existiam dados relativos à infecção do vírus
linfotrópico das células T de humanos (HTLV) em Angola. Portanto, nossos resultados
são a primeira evidência experimental da presença da infecção no país e da
caracterização genética do vírus. Demonstramos a prevalência do HTLV-1 em 5% de
indivíduos HIV-1 positivos. A co-infecção HIV-1/HTLV-1 ocorre em vários países do
mundo e está associada a fatores de risco que incluem transfusão sanguínea, uso de
drogas intravenosas e contato sexual com múltiplos parceiros (Brites et al., 1997;
Vallinoto et al., 1998). A prevalência da co-infecção é variável indo de 0.8% na
Inglaterra, 8% na Noruega até 20-30% no Brasil (Eskild 1996, Brites et al, 2001).
A presença do HTLV-1 em Angola era previsível já que espécies de primatas
não humanos, que são infectados com o virus linfotrópico de células T dos símios do
tipo 1 (STLV-1) e que, em decorrência a transmissão inter-espécies, evoluiu para o
HTLV-1, tem seus habitats naturais na África subSaariana, onde se situa Angola
(Saksena et al., 1994; Ibrahim et al., 1995; Mahieux et al 1997, 1998, 2000; Nerrienet et
al., 2001; Meertens et al., 2001). Dados da Guiné-Bissau e Togo, sugerem que mais de
1% da população em geral está infectada com HTLV-1 (Holmgren et al., 2003; Wolf et
al., 2005). Nos países ao redor de Angola como Congo Brazzaville, República
Democrática do Congo, e Namíbia, a presença de anticorpos do HTLV-1 têm sido
relatados em vários grupos da população (Tshala et al., 1999; Steele et al., 1994;
Salemi et al., 1998; Garin et al., 1994), assim como em outros países da África.
A caracterização genética do HTLV-1 de Angola revelou a presença do subtipo
cosmopolita HTLV-1aA Cosmopolita/Transcontinental. Todos os subtipos genéticos do
HTLV-1, exceto o HTLV-1c identificado na Melanésia, foram identificados na África. A
maior parte deles ocorre nos países do norte e oeste da África sub-Saariana, onde
prevalecem os subtipos Cosmopolitas HTLV-1aC e HTLV-1aD e os HTLV-1b, 1d, 1e e
1f (Zehender, 2008). O subtipo Cosmopolita/Transcontinental (HTLV-1aA), que
determina a pandemia atual de HTLV-1, só foi identificado, até o momento, em países
do sul da África: Moçambique e África do Sul (Engelbrecht et al., 1999, Zehender et al.,
2007).
46
Estudos sugerem que o HTLV-1aA do grupo Cosmopolita/Transcontinental foi
levado da África para países das Américas, através do tráfico de escravos a 400 anos
atrás (Vandamme et al., 1994; Van Dooren et al., 1998). A maioria dos escravos
trazidos para o Brasil, onde este subtipo de HTLV-1 é o prevalente, vieram de regiões
do oeste da África, atuais Benin, Nigéria e Norte de Angola. Portanto nossos achados
seriam a ligação mais forte entre a presença deste subtipo nas Américas e o tráfico de
escravos.
A epidemia pelo HIV-1 que tem prevalência em Angola de 3,7% (2005), ou seja,
considerando 16 milhões de habitantes (www.who.org
), existiriam 592.000 pessoas
infectadas atualmente, parece ter sido consequência da guerra colonial, que teve início
em 1961. Durante os primeiros anos da guerra colonial, devido ao conflito armado,
grupos de angolanos emigraram para os países vizinhos especialmente para a
República do Congo e República Democrática do Congo (RDC). O HIV-1 circula na
RDC provavelamente desde 1940 (Zhu et al., 1998; Lemey et al., 2006), este país é
considerado o epicentro da pandemia do HIV-1 e é onde se encontra circulando os
diversos subtipos genéticos e formas recombinantes do virus (Archer and Robertson.,
2007). Portanto indivíduos angolanos infectaram-se na República do Congo e na RDC
nos anos 60 e retornaram para Angola levando os diferentes subtipos genéticos
(Santos-Ferreira et al., 1990; Bártolo et al., 2008). Nossos resultados demonstram a alta
variabilidade genética do HIV-1 em Angola, o que já havia sido mostrado nos dois
únicos trabalhos feitos no país (Abecasis et al., 2005; Bártolo et al., 2005). Em
particular, nossos achados sobre a prevalência dos subtipos do HIV-1, estão em
concordância com Abecasis e cols (2005). Encontramos a maior prevalência do subtipo
F, sub-subtipo F1 “puro” (19%), o que contrasta com todos os países da África, inclusive
RDC, onde a infecção por este subtipo é de baixa prevalência: Camarões (Delaporte et
al., 1996; Triques et al., 1999), República Democrática do Congo (Mokili et al., 1999),
Gabão e República Centro Africana (Triques et al., 1999), variando de 3-10% (Jassens
et al., 1997; Takehisa et al., 1998). Rara. Considerando o mundo a prevalência da
infecção pelo subtipo F é de 0,59%, sendo encontrado na América Latina (Brasil)
principalmente (Hemelaar et al., 2006, Morgado et al., 1994)
No mundo, o HIV-1 do subtipo F, é principalmente encontrado na África Central,
América do Sul (Brasil e Argentina) (Morgado et al., 1994, Compadonico et al., et al.,
47
1996; Marquina et al., 1996; Sabino et al., 1996) e Romênia (foi encontrado num surto,
entre crianças na Romênia) (Dumitrescu et al., 1994; Apetrei et al., 1997; Brandea et al.,
1995). Em baixa prevalência o subtipo F é encontrado em países africanos como:
Camarões (Delaporte et al., 1996; Triques et al., 1999), República Democrática do
Congo (Mokili et al., 1999), Gabão e República Centro Africana (Triques et al., 1999),
variando de 3-10% (Jassens et al., 1997; Takehisa et al., 1998). Em alguns países
europeus casos esporádicos do subtipo F foram reportados, principalmente entre
indivíduos epidemiologicamente ligados a África Central ou América do Sul (Op de Coul
et al., 2000). O sub-subtipo F1 inclui cepas da Romênia, América do Sul e RDC.
Todavia F2 e K (muito próximo ao subtipo F1 e F2) são representadas por cepas
africanas dos Camarões e K também foi relatado na RDC.
Foi feito o BLAST, disponível no domínio (http://www.ncbi.nlm.nih.gov
– NCBI).
Em comparação com seqüências africanas, as de F1 de Angola possuem maior
identidade genética com amostras da RDC de 1985, em profissionais do sexo (Yang et
al., 2001), assim como seqüências F1 do trabalho de Yang e cols., 2005, também da
RDC (amostras coletadas em 1999-2000). A prevalência de 12,5% de F1 na análise de
C2V3 e gp41 do trabalho de Yang e Cols., 2001, representa uma exceção, pois na
população em geral da RDC a F1 representa apenas de 2-4% dependendo da região
estudada (Mokili et al., 1999). Esta maior identidade das seqüências de F1 de Angola
(coletadas em 2006) com seqüências da RDC, coletadas próximo ao início da epidemia,
aponta para um possível efeito fundador de linhagem F1 da RDC em Angola. O que
corrobora com a possível origem da epidemia HIV-1 de Angola a partir da RDC.
A epidemia do HIV-1 nos países vizinhos a Angola, República Democrática do
Congo (RDC) e República do Congo, é dominada pelo subtipo A1 com (46-70%) e 41%
respectivamente e o subtipo G e CRF02_AG. Na Zâmbia predomina o subtipo C (95%)
e o recombinante C/A2 (Heyndrickx et al., 2000; Handema et al., 2001; Morison et al.,
2001 Trask et al., 2002).
Abecasis e cols (2005) mostram as frequências: pol: F (19%), C (16%), D (10%),
A (5%), G e H (3%), enquanto que Bártolo e col (2005) mostraram para gag/env o
48
subtipo mais prevalente o A1 (18 amostras, 38%), e também C (7amostras, 15%), H (5
amostras, 10%), J (3 amostras, 6%), G (2,4%), A2 (2.4%), D (1,2%) enquanto que F1%
Nossos resultados quanto à freqüência de 10,8% para o subtipo G “puro” e, 21%
e 27% respectivamente, considerando as regiões da protease e gp41, contrastam com
os valores dos dois trabalhos (3% e 2,4%). Nossas seqüências da gp41 do subtipo G
possuem maior identidade (93-95%) com sequências da RDC coletadas em 1985, em
que os autores mostraram uma predominância do subtipo G em profissionais do sexo
(Yang et al., 2001). Do mesmo modo, em amostras selecionadas na população em
geral da RDC, considerando os genes env e gag, há predominância do subtipo G
(ambos G puro e CRF02_AG) (Vidal et al ., 2000). No Congo Brazzaville, um estudo
realizado, de 104 amostras, considerando a região Env (V3-V5) o G representou
21,25% das amostras sendo o segundo mais frequente subtipo no país (Niama et al.,
2005).
A grande diferença na prevalência do subtipo G está provavelmente relacionada
com uma mudança no perfil de subtipos no país, com o término do conflito armado em
2003 e, o retorno em massa de refugiados angolanos oriundos dos dois Congos,
Namíbia e Zâmbia (Congresso CPLP-AIDS, Luanda 2005), países que possuem alta
prevalência de subtipo G e mosaicos AG (Congos). Lembramos que nossas amostras
foram coletadas em 2006 enquanto que às dos demais trabalhos foram obtidas em
2001. Além disso, o crescimento da economia e comércio em Angola tem atraído
estrangeiros Africanos que fixaram residência em Angola, principalmente: Nigerianos e
eventualmente Malianos. Em um estudo recente na Nigéria, considerando a região env,
o subtipo G representou 42.7% e 39.3%,CRF02_AG (Sankalé et al., 2007). Porém não
poderíamos afirmar uma vez que as amostras utilizadas (anônimas e não relacionadas)
podem não refletir a epidemia de 2003. Não sabemos há quanto tempo os pacientes
estão infectados.
O subtipo C foi encontrado em 10,8% das seqüências considerando as duas
regiões estudadas, e em 15% das seqüências da gp41, de nosso estudo. Abecasis e
cols encontraram 16% considerando a região pol. Este subtipo é, atualmente, o mais
prevalente do mundo, em particular na India, e países do sul e leste da África
(Hemelaar et al., 2006). As seqüências do subtipo C possuem maior identidade com
seqüências da África do Sul, 94-96% na protease e 95% na gp41, e Zâmbia 93-94%
gp41. Zâmbia faz fronteira com Angola enquanto que a África do Sul faz fronteira com
49
Namíbia que faz fronteira com o Sul de Angola e da onde há uma ponte de migração
para Angola.
Quanto ao subtipo B, que é o prevalente nas Américas, Europa e Oceania,
apenas identificou-se uma protease que estava relacionada a uma gp41 do subtipo H.
Portanto, nenhuma alteração quanto a rara presença deste subtipo na África foi
observada.
Um total de 56.7% das seqüências apresentou um perfil mosaico considerando a
protease e gp41. Houve maior predominância de recombinantes envolvendo os
subtipos A e G, seguido do F, que são os 3 mais frequentes no país (Tabela 3).
Interessantemente CRF02_AG é responsável por aproximadamente 31% de novas
infecções no Oeste da África e 6.7% na África Central (Osmanov et al., 2002;
Heyndrickx et al., 2000) e dados de estudos claramente sugerem que a predominância
do recombinante CRF02_AG pode ser favorecida no seu espalhamento em relação aos
parentais A e G, como resultado da alta capacidade replicativa em células dendríticas,
(uma das células alvo da infecção) (Njai et al., 2006).
Não descartamos a possibilidade das amostras com subtipos discordantes nas
duas regiões estudadas representarem co-infecção com dois subtipos.
Em estudo de Saal e cols (1987), surge uma primeira evidência da presença do
HIV-2 em Angola já que, o vírus foi detectado em 1 Moçambicano e 3 Angolanos
residentes em Portugal. Assim, tem sido sugerido que, a infecção pelo HIV teve
expansão a partir das colônias portuguesas na África através de soldados portugueses
que serviram na guerra e residiram em Moçambique e Angola. Estudo sorológico, com
material coletado em 1985 relatou a prevalência de 8.4% do HIV-2 e de 2.2% da co-
infecção HIV-1 e 2 (Santos Ferreira et al., 1990). Estudo sorológico em 2004 revelou
que co-infecções HIV-1 e 2 representavam 8.61% das infecções pelo HIV, enquanto
que monotípicas infecções pelo HIV-2 foram de 0.28%. (Serrano, 2005).
Em nosso estudo o HIV-2 foi prevalente em 16% das infecções pelo HIV-1.
Comparado aos estudos anteriores, observa-se o crescimento das duplas infecções e o
desaparecimento das infecções simples pelo HIV-2, em um intervalo de 09 anos, em
Angola. Além da questão da temporalidade os estudos diferem na metodologia já que,
os demais tiveram como base resultados de sorotipagem enquanto que, o nosso,
baseou-se na detecção do provírus.
50
Na África as infecções pelo HIV-2 ocorrem, predominantemente, em duplas
infecções com o HIV-1 (Grez et al., 1994), como decorrência destes vírus
compartilharem as mesmas vias de transmissão e grupos de exposição. Como a grande
maioria dos trabalhos considera em, utiliza, principalmente, reagentes para o HIV-1 é
possível que, os números relativos à infecção pelo HIV-2, estejam abaixo do real.
O subtipo genético dos HIV-2 de Angola, considerando o gene da protease, é o
subtipo A. Este é o subtipo prevalente de HIV-2 tanto na África, quanto nos demais
continentes, onde o vírus é encontrado (Xiang et al 1997; Sarr et al, 2000; Heredia et al,
1998). A predominância do subtipo A ocorre na: Costa do Marfim (Jassens et al., 1994;
Ellenberger et al., 1999); Benin (Heyndrickx et al., 1996); Gana (Ishigkawa et al., 1996)
e Guiné-Bissau (Esteves et al., 2000). Considerando os 09 subtipos, o A e o B, são os
mais prevalentes, mas o subtipo B é geograficamente limitado, sendo encontrado na
Costa do Marfim e com relatos na França e Portugal (Brennan et al, 1997; Pieniazek et
al 1999, Soriano et al, 2001; Damond et al, 2001). Os demais subtipos são casos únicos
sendo C e D identificados na Libéria e E e F na Serra Leoa (Gao et al, 1994, Chen et al
1997).
O HIV-2 de Angola possui maior identidade (98%) com vírus da Guiné-Bissau
identificado em 1993. Guiné-Bissau é considerado o epicentro da epidemia pelo HIV-2.
Angola e Guiné-Bissau foram colônias Portuguesas com conseqüente migrações de
populações entre os países, alguns Angolanos são descendentes de Guinenses e vice-
versa.
Curiosamente no presente estudo, enquanto que as seqüências do HIV-1,
presentes nas co-infecções, apresentavam alta variabilidade genética e relação com
vários subtipos genéticos, as seqüências dos HIV-2 eram quase idênticas. Isto sugere a
possibilidade de uma única e recente introdução do vírus na população alvo do estudo.
As amostras utilizadas em nosso estudo são de pacientes virgens de tratamento
com os inibidores de protease (IP). Angola iniciou o tratamento na população de
soropositivos do país segundo um consenso que incluem, no tratamento de primeira
linha, 2 inibidores nucleosídicos da transcriptase reversa (ITRN) + 1 inibidor não
51
nucleosídico da transcriptase reversa (ITRNN), nomeadamente: Zidovudina (AZT),
Lamivudina (3TC) e Nevirapina (NVP), e que, no caso de falha terapêutica, o consenso
prevê a substituição do ITRNN por um inibidor de protease (IP). Os inibidores de
protease que existem atualmente disponíveis no país e no hospital Esperança
(referência de onde provêm nossas amostras) são o Indinavir/Ritonavir. É possível
também, no esquema, o uso do Nelfinavir e há proposta para aquisição do Lopinavir
(Kaletra). Então IPs estão como alternativas à falha aos esquemas acima citados.
A estratégia de Angola é uniformizar, de forma a não generalizar a resistência
dos vírus circulantes aos ARV para garantir alternativas, quando com o passar do
tempo de utilização haver resistência aos de 1ª linha (AZT+3TC+NVP). Todos os
pacientes recebem os ARV gratuitamente e só devem usar as combinações permitidas.
Em subtipos não-B, mutações podem existir como um natural polimorfismo do
vírus levando à resistência primária aos ARVs (Poveda et al ., 2008). Das 42
sequencias analisadas, apenas 3 apresentaram posições primárias de resistência a PIs.
40 das 42 (95%) seqüências da Protease de Angola analisadas possuem a mutação na
posição 36 (M36I), ou seja, a substituição do aminoácido Metionina por Isoleucina, em
todos os subtipos encontrados.
A única seqüência do subtipo B possui o maior número de mutações de
resistência primária e secundárias (figura 4.6). O subtipo B é raro na África, nesta
amostra faz parte de um genoma recombinate: B na protease e H na gp41. O subtipo B
é o prevalente nas Américas e Europa, regiões onde há amplo uso de inibidores de
protease, portanto o parental B, que participou deste evento de recombinação, poderia
já ter esta variação incorporada a seu genoma. Portanto pode ser transmissão de
resistência ou um paciente já tratado.
A outra seqüência a apresentar uma posição primária de resistência a IP, M46I, é
do subsubtipo F, possivelmente um F puro já que, sua gp41 apresenta o mesmo
subtipo. Proteases F possuem mais frequentemente mutações de resistência: L10VI/L,
K20R, M36I (Couto-Fernandez et al., 2005). Estas são mutações para o novo PI
Tipranavir (TPV) que é um dos mais recentes PIs aprovados e têm demonstrado
significante eficácia na redução do RNA viral do HIV em pacientes com resistência a IP
(Hicks et al., 2006; Clotet et al., 2007) e mostra potente atividade antiretroviral contra a
maioria dos vírus IP resistentes (Poveda et al ., 2008). Na seqüência da protease
52
associada a forma CRF-02 também foi encontrada a posição primária M46L. Este
conhecimento é extremamente importante para o tratamento de pacientes infectados
com subtipos não B, particularmente agora que o tratamento ARV está sendo
implementado pela Organização Mundial da Saúde na África sub-Sahariana e a
prevalência de subtipos não B vem crescendo na Europa (Deroo., 2002; Snoeck et al.,
2004).
Os dados do presente trabalho são importantes para o conhecimento da
diversidade do HIV e primeira referência sobre a ocorrência do HTLV-1 em Angola.
Dados que podem servir para nortear campanhas de monitoramento epidemiológico
Molecular, condição de terapêutica antiretroviral com inibidores de protease e reflexão
sobre a necessidade de se instituir no País o diagnóstico/monitoramento da infecção
pelo HTLV.
53
6 - CONCLUSÕES
-Em relação aos retrovirus HIV e HTLV caracterizados em amostras de Luanda/Angola
podemos concluir que:
-Os dois tipos de HIV, HIV-1 e 2, estão presentes na epidemia. Sendo que 88,3%
(53/60) das amostras foram positivas para o HIV-1, enquanto que, o HIV-2, só estava
presente em 16% (10/60 amostras).
-Todas as infecções com HIV-2 eram co-infecções com HIV-1.
-O retrovírus HTLV-1 está presente em co-infecções com o HIV-1.
-Considerando, a presença de múltiplos subtipos genéticos e formas
recombinantes, a epidemia do HIV-1 em Luanda/Angola é comparável a dos países da
África Central e distinta da dos países do sul e leste do continente Africano.
A alta prevalência do subtipo F em Angola contrasta com a encontrada na África.
-O HIV-2, nesta região (ou população de estudo), parece ter sido resultado de
uma única e recente introdução já que, é muito baixa a variabilidade identificada no
gene da protease.
-Considerando a presença do subtipo HTLV1aA , Transcontinental/Cosmopolita,
Angola está inserida na pandemia do HTLV.
54
7 - ANEXOS
55
Tabela 6 – Genotipagem, comparando as 3 abordagens metodológicas
N° da amostra Protease
jphMM
gp41
jphMM
Protease
MEGA
gp41
MEGA
Protease
V. Gen. Tool
Gp41
V. Gen. Tool
02
A1 A1 A1 A1 A1 A1
03
- C - H - H
04
G A1 AG A1 AG AG
07
D D D D D DF
08
AE/G - AG - AG -
10
- G - G - A,G,J,K
11 - C - C - BC
13
C - C - AG, A,U -
14
C C C C C C
16
B CH B H B H
20
F1 F1 F1 F1 BF F1
23
AE/G A1G AG G AG A,AE, G, J
26
C C C C C BC
28
A1 A1 AG A1 AG AG
29
G H G H G H
31
G - G - G -
32
F1 F1 F1 F1 H F1
33
- F1 - F1 F1 BF
40
F1 F1 F1 F1 F1 BF
41
G G AG G AG A,G,J,K
43
F1 F1 F1 F1 F1 BF
47
- A1 - A1 - A1
54
G G G G G G
56
A1 G AG G AG G
58
F1 F1 F1 F1 BF BF
66
- F1 - F1 - F1
67
- F1 - F1 - F1
73
A1/J A1 J ? AG, A, U A, AE, G, J
84
- A1 - A1 - AG
91
F1 A1/G F1 GA? BF BG
97
C C C C C C
98
- A2 - A2 - A2
100
G G G G G G
101
- C - C - C
102
G A1 G A1 G A1
104
F1 C F1 C BF C
106
F1 - F1 - BF -
120
F1 D F1 D BF D
121
F1 F1 F1 F1 BF BF
122
AE/G G A/G G AG AG
123
G A1 G A1 G A1
124
F1 AE F1 AE F1 AE
125
F1 F1 F1 F1 BF BF
126
C C C C BC BC
128
G - G - - G
134
G G G G BG G
142
G G G G G A, AE, G, J
143
D G D G D G
150
A1 H AG H AB H
156
D A1 D G D A,AE, G, J
161
F1 C F1 C F1 BC
172
D A1 D G D A, AE, G, J
178
- - ? H -
43 (42+1) seqüências correspondentes a protease e 46 sequências da gp 41 do HIV-1 circulante
em Angola. (?) seqüência não classificada.
56
Figura 17 - Agrupamento genético da seqüência da gp41 da amostra 43ang
previamente subtipada como F1 por Neighbor-Joining com Kimura 2 Parâmetros.
Árvore em pdf feita no programa Rega. Esta seqüência de F1 mais 9 na figura 4.4
perfazem 10 sequências de F1 de 46 amostras amplificadas na gp41.
57
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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