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uma região. De fato, no Weste Bengal, Índia, uma região do sudoeste asiático
que apresenta cerca de 10% dos casos de malária desta região, embora ambas
as famílias alélicas da MSP-2 tenham sido detectadas, a grande maioria das
amostras de P.falciparum era pertencente à família 3D7 (Joshi et al., 2007).
Posteriormente, em outros países africanos (Gana, Gâmbia, Gabão, Senegal e
Nigéria) a família alélica 3D7 foi mais uma vez a majoritariamente encontrada
(Ferreira et al., 2007), reforçando a associação entre alelos da família 3D7 e a
intensidade de transmissão.
Além da exclusividade de presença da família 3D7 nas amostras de
P.falciparum angolanas, a região R1 apresentou repetições em tandem do tipo
GSAG, com uma inserção do aa ácido aspartico (D) na posição 73, o que difere
do alelo 3D7 brasileiro descrito por Hoffman et al., (2006) que, nessa mesma
região, apresentava códons alternativos em tandem do tipo GGSGSA. Do
mesmo modo, inserções não foram descritas nas amostras brasileiras. Em outros
países africanos, como Tanzânia, Gana, Gabão e Senegal, a R1 foi
caracterizada por repetições do tipo GGSA (Ferreira et al., 2007). Diferentemente
da R1, nas amostras angolanas que analisamos, a R2 se manteve constante
com a presença de múltiplas cópias de treonina (T) do mesmo modo que nos
países africanos, sul-americanos e asiáticos.
Os alelos da MSP-2 tipificados como 3D7 - 600pb, 520pb, 500pb e 700p
- em amostras de áreas endêmicas brasileiras também foram identificados nas
amostras angolanas, embora somente nas áreas endêmicas brasileiras tenham
sido achados os alelos de 400 pb, 450 pb, 460 pb, 550 pb, 570 pb, 620 pb e 640
pb (Hoffmann et al., 2001; Faria, 2004; Sallenave-Sales et al., 2005; Hoffmann et
al., 2006; Ferreira et al., 2007). Entretanto, tal como em amostras de outras
regiões de maior endemicidade da África, como a Tanzânia, Gana, Gabão e
Senegal, onde o alelo mais freqüente também foi o do tipo 3D7, neste nosso
trabalho os fragmentos encontrados foram os de 500 pb, 520 pb, 580 pb, 600
pb, 650pb, 700 pb, 750pb, e 800 pb. Mas, também nesses países, alelos
diferentes dos observados nas amostras angolanas tais como 720 pb, 760pb,
640 pb, 780 pb, 820 pb e 900pb também foram contatados (Hoffmann et al.,
2001; Aubouy et al., 2003; Hoffmann et al., 2006; Ferreira & Hartl, 2007). Já no
Vietnam e na Índia, os alelos detectados semelhantes aos angolanos foram os