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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BÁSICAS DE SAÚDE
DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA
Avaliação nutricional de ratos Wistar de 21 dias de
idade cujas mães foram alimentadas com dietas
contendo farelo de arroz
Letícia Schmidt
Orientadora
Profa. Dra. Ana Maria Brusque
Co-orientador
Prof. Dr. Marcos Luiz Santos Perry
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, na área de Bioquímica, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas – Bioquímica.
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Milhares de livros grátis para download.
Agradecimentos:
A minha orientadora Profa. Dra. Ana Maria Brusque pela oportunidade de
ter desenvolvido esta pesquisa sob sua orientação, por sua dedicação, amizade e apoio que
foram essenciais em todas etapas deste trabalho.
Ao meu co-orientador Prof. Dr. Marcos L. S. Perry também pela
oportunidade em executar este trabalho em seu laboratório, pelo profissionalismo e
ensinamentos.
A minha colega e amiga Kally J. Berleze que contribuiu muito para a
realização deste trabalho, pelo seu conhecimento, amizade, apoio e estímulo, além de
sempre estar presente em todas as etapas pertinentes a concretização deste trabalho.
A colega Kelly C. S. Dahm pela amizade e apoio.
A Liane N. Rotta pelo apoio, profissionalismo e colaboração.
A Ingrid e bolsistas do laboratório 27 pela amizade.
Ao prof. Dr. Diogo Souza pelo apoio técnico.
Ao demais professores do Departamento de Bioquímica da UFRGS pelos
ensinamentos.
Aos funcionários do Departamento de Bioquímica.
A minha família pela paciência, apoio e compreensão.
A empresa Helmut Tessmann Ind.e Com.de óleos vegetais Ltda. Pela doação
do farelo de arroz, e a engenheira agrônoma Ana Cláudia Dorin.
A empresa The Solae Company (Bungue) pela doação da proteína de soja.
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Sumário:
Lista de Abreviaturas ............................................................................................................ I
Lista de Tabelas .................................................................................................................... II
Lista de Figuras ...................................................................................................................... III
Resumo .................................................................................................................................... IV
I. Introdução ........................................................................................................................... 01
I.1. Farelo de arroz ............................................................................................................ 02
I.2. Proteína de soja ........................................................................................................... 12
I.3. Deficiência protéica materna ...................................................................................... 15
I.4. Desenvolvimento do sistema nervoso central ............................................................ 17
I.5. Suplementação alimentar com farelo de arroz ........................................................... 19
II. Objetivos ............................................................................................................................ 22
II.1. Objetivo geral ........................................................................................................... 23
II.2. Objetivo específico .................................................................................................... 23
III. Materiais e Métodos ........................................................................................................ 24
III.1. Materiais (reagentes) ............................................................................................... 25
III.2. Composição da dieta ............................................................................................... 25
III.3. Macronutrientes das dietas ..................................................................................... 26
III.4. Animais experimentais ............................................................................................ 26
III.5. Preparação das amostras ............. .......................................................................... 27
III.6. Dosagens bioquímicas ............................................................................................ 27
III.6.1. Plasma sangüíneo ........................................................................................ 27
III.6.1.1.Colesterol total .............................................................................. 27
III.6.1.2. HDL-colesterol ............................................................................. 27
III.6.1.3. LDL-colesterol ............................................................................. 27
III.6.1.4. Triglicerídeos .............................................................................. 28
III.6.1.5 Lipídios totais .............................................................................. 28
III.6.1.6. Proteína ....................................................................................... 28
III.6.1.7. Albumina ...................................................................................... 28
III.6.1.8. Glicemia ....................................................................................... 28
III.6.2. Tecido hepático e cerebelar ....................................................................... 28
III.6.2.1. Concentração de Colesterol no fígado.......................................... 28
III.6.2.2. Dosagem de Triglicerídeos no fígado .......................................... 28
III.6.2.3. Concentração de glicogênio no fígado.......................................... 28
III.6.2.4. Dosagem de proteína no fígado e cerebelo................................... 28
III.6.2.5. Dosagem de DNA no fígado e cerebelo........................................ 28
III.7. Análise estatística ................................................................................................... 28
IV. Resultados ....................................................................................................................... 29
IV.1.Avaliação do desenvolvimento ponderal de ratos Wistar de 21 dias de idade,
cujas mães foram alimentadas com dietas contendo farelo de arroz com e sem adição de 1%
de lisina e 5% de proteína de soja ............................................................................................ 30
IV.2. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5% de
proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de colesterol ..................................................... 33
IV.3. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5% de
pro-teína de soja, sobre os níveis plasmáticos de HDL-colesterol .......................................... 35
IV.4. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5% de
proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de LDL-colesterol ............................................ 37
IV.5. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5% de
proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de triglicerídeos ................................................ 39
IV.6. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5% de
proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de lipídios totais ............................................... 41
IV.7 Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5% de
proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de proteína ...................................................... 43
IV.8. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5% de
proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de albumina ...................................................... 45
IV.9. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5% de
proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de glicose .......................................................... 47
IV.10. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5% de
proteína de soja, sobre os níveis de colesterol hepático .......................................................... 49
IV.11. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5% de
proteína de soja sobre os níveis de triglicerídeos hepático ..................................................... 51
IV.12. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5% de
proteína de soja, sobre os níveis de glicogênio hepático ........................................................ 53
V. Discussão .......................................................................................................................... 55
VI. Conclusões ...................................................................................................................... 63
VII. Referências Bibliográficas ........................................................................................... 66
I
Indice de Abreviaturas:
D.C.: Dieta Comercial
FA soja c/lis: Farelo de Arroz com soja e com lisina
FA soja s/lis: Farelo de Arroz com soja e sem lisina
FA c/lis: Farelo de Arroz com lisina
FA s/lis: Farelo de Arroz sem lisina
β-HMGCoA redutase: Beta-Hidroximetilglutaril Coenzima A redutase
AHA Step-1: American Heart Association Step-1 diet
TRF
25
: Fração rica em tocotrienóis
mRNA: Ácido Ribonucléico Mensageiro
DNA: Ácido Desoxiribonucléico
LDL: Lipoproteína de baixa densidade
HDL: Lipoproteína de alta densidade
VLDL: Lipoproteína de muito baixa densidade
TG: Triglicerídeos
ApoE: Apoliproteína E
ApoB100: Apoliproteína B100
CIENTEC: Fundação de Ciências e Tecnologia
TBA: Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico
II
Indice de Tabelas
Tabela 1: Composição da dieta ...............................................................................................
25
Tabela 2: Macronutrientes das dietas .....................................................................................
26
Tabela 3: Avaliação do desenvolvimento ponderal de ratos Wistar de 21 dias de idade,
cujas mães foram alimentadas com dietas contendo farelo de arroz com e sem
adição de 1% de lisina e 5% de proteína de soja ....................................................
32
III
Indice de Figuras
Figura 1: Estrutura química e descrição dos subtipos de tocoferóis e tocotrienóis ......... 07
Figura 2:
Estrutura química dos componentes do γ-orizanol ...........................................
11
Figura 3: Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5%
de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de colesterol ......................... 34
Figura 4: Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5%
de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de HDL-colesterol ................ 36
Figura 5: Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5%
de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de LDL-colesterol ................ 38
Figura 6: Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5%
de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de triglicerídeos .................... 40
Figura 7: Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5%
de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de lipídios totais ................... 42
Figura 8: Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5%
de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de proteína
.......................
44
Figura 9: Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5%
de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de albumina .......................... 46
Figura 10: Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5%
de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de glicose ............................. 48
Figura 11: Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5%
de proteína de soja, sobre os níveis de colesterol hepático .............................. 50
Figura 12: Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5%
de proteína de soja, sobre os níveis triglicerídeos hepático .............................. 52
Figura 13: Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina e 5%
de proteína de soja, sobre os níveis de glicogênio hepático ............................. 54
IV
Resumo
O farelo de arroz (FA) é constituido a partir do processo de beneficiamento
do arroz, onde são extraídos do grão o germe, a película e a casca, ou seja, o maior
conteúdo nutricional do grão se transforma em farelo. O farelo de arroz possui todos os
aminoácidos essenciais, com exceção da lisina que se encontra em quantidade insuficiente.
Também contém substâncias químicas com efeito hipocolesterolêmico, podendo se tornar
um grande aliado contra as doenças cardiovasculares. Considerando a importância da
nutrição no desenvolvimento e na organização do sistema nervoso central e seu reflexo nos
processos de aprendizagem e memória faz-se necessários estudos sobre o efeito nutricional
do farelo de arroz, pois o mesmo está sendo utilizado como suplemento alimentar na
merenda escolar em escolas municipais da região centro-sul do estado (Camaquã, São
Lourenço do Sul, Pelotas, e outros municípios adjacentes). Portanto, o objetivo deste
trabalho foi avaliar o efeito nutricional e hipocolesterolêmico do farelo de arroz sobre o
desenvolvimento de ratos Wistar lactentes
Foram utilizados filhotes de ratas Wistar no período pós-natal, cujas mães
receberam durante 21 dias as seguintes dietas: dieta comercial (dieta controle), dieta com
FA soja c/lis, FA soja s/lis, FA c/lis e FA s/lis, ração e água ad labitum. As avaliações
ponderais e bioquímicas foram realizada nos filhotes no 21º dia de vida e no final do
período de lactação.
Os resultados obtidos a partir das dosagens bioquímicas e avaliação ponderal
foi possível observar algumas alterações que provocaram um atraso no crescimento e
desenvolvimento dos filhotes, devido à desnutrição em que eles se apresentaram, quando
suas mães foram submetidas à dieta com 92% de farelo de arroz (FA s/lis). Quando
adicionado lisina à dieta houve uma resposta positiva, melhorando o quadro nutricional dos
animais, porém muito inferior ainda em relação à dieta comercial. A suplementação de
proteína de soja (92% pureza) restabeleceu o crescimento e desenvolvimento físico dos
filhotes. Sendo assim, as dietas influenciaram diretamente a composição do leite materno,
refletindo no estado nutricional dos filhotes.
V
Nossos resultados também mostraram que o farelo de arroz combinado ou
não com a proteína de soja e lisina contribuíram para uma redução nos níveis de LDL
plasmático, confirmando seu efeito hipocolesterolêmico. Este efeito pode se tornar um
grande aliado no tratamento dietoterápico de doenças cardiovasculares.
I. Introdução
2
I. 1. Farelo de Arroz
A origem do arroz ainda está sendo pesquisada por diversos historiadores e
cientistas. O local mais provável para seu surgimento é no sudeste da Ásia, porém
indícios de que no Brasil, antes mesmo da imigração portuguesa já houvesse seu cultivo
pelos índios. No Rio Grande do Sul o cereal mais cultivado é o arroz, entre as diversas
espécies, o mais comum é o Oryza sativa L.. Na alimentação humana, estudos mostram
que cerca de 21% do total de calorias consumidas pela população mundial provêm do arroz,
entretanto para torná-lo próprio para consumo é necessário o processo de beneficiamento.
O grão de arroz é constituído de casca, película, germe e endosperma. As
vitaminas e sais minerais estão concentrados na película e germe, enquanto o endosperma
contém basicamente amido (CIENTEC/GO, 1994). No arroz integral há apenas a retirada
da casca, permanecendo seu valor nutricional, mas quando cozido não agrada ao paladar da
maioria dos consumidores. Durante o processo de beneficiamento do arroz a casca, película
e germe são removidos, dando origem ao arroz polido (branco). O arroz parboilizado, antes
de ser descascado e polido, é submetido a um tratamento hidrotérmico, possibilitando a
passagem das vitaminas e minerais para a porção do endosperma. Entre estes tipos de
processo de beneficiamento, o mais consumido mundialmente é o arroz branco.
(CIENTEC/GO, 1994).
O farelo de arroz corresponde em aproximadamente 8% do volume do grão,
o qual é constituído pela película, germe e uma porção da casca, que são ricos em proteínas,
lipídios, vitaminas e sais minerais (Saunders, 1990). Porém este subproduto do arroz é
destinado apenas à ração animal, não sendo comercializado para consumo humano. Nos
últimos anos tem-se oferecido como suplemento alimentar na merenda escolar, com o
objetivo de aumentar o aporte de aminoácidos às crianças carentes. Entre suas aplicações,
incluem-se: pães, biscoitos, bolos, panquecas e multimistura. Utilizada pela Pastoral da
Criança e da Juventude, principalmente no norte e nordeste do Brasil.
3
No farelo de arroz a enzima lipase está muito ativa, a qual começa a agir
após o beneficiamento do arroz, provocando a liberação de 1% dos ácidos graxos livres
por hora, dando uma característica rançosa, que se torna inviável para o consumo
(Houston, 1973). Por este motivo o farelo de arroz passa por um tratamento térmico
(processo de estabilização) imediatamente após o processo de polimento do arroz, o qual o
tornará próprio para o armazenamento e posterior consumo (seis meses), porque a lipase
presente no farelo fica inativa (Vieira, 1990). A retirada do óleo do farelo estabilizado
contribui muito para aumentar a durabilidade do produto (Alencar, 1991). Em 2004,
Lakkakula e colaboradores (2004) descreveram um novo processo de estabilização do
farelo de arroz (“ohmic heating”) a partir da extração do óleo, que vai desativar a ação da
lipase. Este método ainda não havia sido descrito na literatura até o momento.
A proteína do farelo de arroz tem um coeficiente de eficiência protéica
(PER) de 1,6 à 1,9. A digestibilidade da proteína do farelo encontra-se em torno de 70-
75%. Quando as fibras e o ácido fítico são removidos sua digestibilidade alcança valores
superiores a 90% (Vieira, 1999).
O valor nutritivo do farelo de arroz varia amplamente de uma região para a
outra, dependendo da variedade do arroz, das condições ambientais e do processo de
beneficiamento. Amostras de farelo de arroz desengordurado procedentes da empresa
Helmut Tessmann Ind. Com de Óleos Vegetais Ltda (Camaquã/RS), foram analisadas pela
Fundação de Ciências e Tecnologia de Porto Alegre (CIENTEC/RS, 2002), mostraram
teores de 17,6 % de proteína bruta e 12,8% de fibra bruta em relação à matéria seca.
Também se observou que o índice de digestibilidade protéica é de 79%. O valor calórico
total é de 251 kcal/100 g de farelo de arroz, 43,4% de carboidrato e 0,8% de lipídios.
Ohara e colaboradores (2000) realizaram um estudo em ratos diabéticos
(Spragne Dawley rats), induzidos por Streptozotocin, para verificar a ação do componente
fibroso do farelo de arroz (biobran) sobre alguns parâmetros bioquímicos plasmático. Os
autores observaram que a suplementação com o preparado do farelo de arroz (biobran) nos
ratos diabéticos não diminuiu a glicemia e não aumentou a insulina quando comparados
4
com os ratos diabéticos não suplementados, ou seja, não houve nenhuma alteração.
Entretanto houve um aumento nos níveis de proteína e uma diminuição nos níveis de
triglicerídeos e colesterol quando adicionado biobran nos ratos diabéticos. A justificativa
para o efeito hipolipidêmico do farelo de arroz foi que o composto interferiu na absorção
intestinal de colesterol. A melhora dos níveis de proteína plasmática ajudaram o
restabelecimento do metabolismo das proteínas em ratos diabéticos, que se encontram
prejudicada nesta patologia.
Atualmente, algumas pesquisas estudam a ação hipolipidêmica,
hipoglicêmica e antioxidante dos diversos componentes presente no farelo de arroz no
organismo humano. Estes componentes fazem parte da porção insaponificável do farelo de
arroz, que se encontram principalmente na porção oleaginosa do mesmo, que contém
também os seguintes ácidos graxos insaturados: 38,4% ácido oléico, 34,4% ácido α-
linoleico, e como ácido graxo saturado: 21,5% ácido palmítico e 2,9% de ácido esteárico.
Aproximadamente 5% do óleo cru do farelo de arroz é composto pela fração
insaponificável, contendo: 43% esterol, 28% álcool triterpeno, 10% de 4-metil-esterol e
19% de componentes polares. Os fitoesteróis incluem: β-sitosterol, campeserol,
estigmasterol, escaleno e γ-orizanol. O γ-orizanol é uma mistura de éster de ácido ferúlico
de álcool triterpeno como o cicloartenol e 24 metileno cicloartenil. Além destes
compostos, o óleo de farelo de arroz também contém uma quantidade de tocotrienol e
tocoferol (Cícero et al., 2001).
A partir da identificação dos componentes insaponificáveis do farelo de
arroz, juntamente com a quantificação dos ácidos graxos saturados e insaturados foi
possível realizar vários estudos para comprovar a ação do farelo de arroz na redução dos
níveis de colesterol plasmático. Segundo Wilson e coloboradores (2000) o uso do óleo de
farelo de arroz na dieta de macacos adultos machos (Macaca fascicularis), por um período
de 28 dias alterou o perfil lipídico em relação ao grupo controle alimentados com dieta
normal (Average American Diet), reduzindo em 24% os níveis de colesterol plasmático
total, 31% os níveis de LDL e 25% os níveis de triglicerídeos.
5
Alguns autores verificaram que existe diferença no uso do farelo de arroz
estabilizado (farelo de arroz integral que passa por um processo de inativação da lipase
presente, sem precisar extrair o óleo) em relação ao farelo de arroz desengordurado. Houve
uma redução nos níveis de colesterol plasmático do farelo de arroz estabilizado em relação
ao grupo alimentado com farelo de arroz desengordurado (Hundemer et al, 1991; Kahlon et
al, 1992; Newman et al, 1992 e Marsono et al, 1993). Este efeito pode estar relacionado
com a redução dos níveis de γ-orizanol e outros componentes hipocolesterolêmicos pelo
processo de extração lipídica na produção do farelo de arroz desengordurado
(Seetharamarah e Chamdrasekhara, 1989).
Em estudos com hamsters que foram suplementados com 20% de farelo de
arroz desengordurado ou 20% de farelo de arroz intergral estabilizado ou 20% de farelo de
aveia, durante 10 semanas, apresentaram uma redução nos níveis de colesterol plasmático
total, quando comparado com o grupo controle (sem suplemento). Na concentração de
colesterol total do fígado verificou-se uma redução de 28% no grupo suplementado com
farelo de arroz integral estabilizado, não havendo alteração significativa entre os demais
grupos. Houve um aumento de 46% e 37% na excreção fecal de colesterol nos grupos
alimentados com farelo de arroz integral e desengordurado, respectivamente (Wilson et al.,
2002)
Anderson e colaboradores (1990) mostraram em seus estudos que a inclusão
de fibras solúveis na dieta têm um importante papel na redução do colesterol plasmático,
porém as fibras insolúveis não mostram efeito na redução dos níveis de colesterol
plasmático. Um dos mecanismos de ação das fibras sobre a redução do colesterol
plasmático está relacionado com a propriedade em aumentar sua ligação aos ácidos biliares
no lúmem intestinal, proporcionando uma diminuição na circulação entero-hepática de
ácidos biliares e subseqüente aumento na conversão hepática de colesterol em ácidos
biliares. Outro mecanismo de ação seria o aumento da viscosidade do bolo alimentar no
intestino delgado, pois as fibras solúveis levam a formação de uma camada de massa mais
densa, adjacente à mucosa, formando uma barreira física que reduz a absorção de nutrientes
6
e ácidos biliares. (Edihara e Schneeman, 1989; Miettinen e Tarpila, 1989 Arjamandi et al.,
1992; Qureshi et al., 2001 e Kerckhoffs et al., 2002).
A pesar de alguns autores descreverem que o efeito hipolipidêmico da fibra
solúvel não pode ser atribuído ao consumo do farelo de arroz, por possuir baixo conteúdo
de fibra solúvel, que não ultrapassa 14% (Gerhardt e Gallo, 1998), Hamid e colaboradores
(1999) fizeram um estudo extraindo a porção fibrosa do farelo de arroz desengordurado, e
submetendo-a em um teste para verificar sua capacidade de ligação com a água e lipídios e,
também do seu poder de emulsificação. Os resultados mostraram que a ligação fibra-
lipídios e a capacidade de emulsificação é bem maior na fibra do farelo de arroz
desengordurado quando comparado com a fibra comercial (FIBREX). Este efeito contribui
muito para aumentar o volume do bolo fecal e diminuir a absorção do colesterol intestinal.
Entre os componentes com efeito hipolipidêmico do farelo de arroz estão o
tocoferol e tocotrienol, que pertencem a dois subgrupos da família da vitamina E,
diferenciando entre si através das ligações duplas da cadeia lateral aberta (figura 1). Os α-,
β-, γ-, δ- tocoferol e seus correspondentes tocotrienóis são classificados conforme o número
e posição dos grupos metil ligados ao anel aromático. Os tocoferóis são facilmente
encontrados nos óleos vegetais, enquanto que os tocotrienóis estão presentes apenas no óleo
de palma e no farelo de arroz (Kerkhoffs et al., 2002). Por esse motivo Qureshi e
colaboradores (1991, 1995 e 1997) concluíram que o efeito dos tocotrienóis do óleo do
farelo de arroz são mais eficientes na redução do colesterol plasmático do que os
tocotrienóis extraído do óleo de palma. Os autores atribuem que este efeito pode estar
relacionado desmetil e didesmetil tocotrienenóis, descobertos recentemente (Qureshi et al.,
1997, 2000 e 2001).
7
Estrutura R1 R2 R3
α-tocoferol, α-tocotrienol
CH
3
CH
3
CH
3
β-tocoferol, β-tocotrienol
CH
3
H CH
3
γ-tocoferol, γ-tocotrienol
H CH
3
CH
3
δ-tocoferol, δ-tocotrienol
H H CH
3
Figura 1: Estrutura Química e descrição dos subtipos de tocoferóis e tocotrienóis.
(fonte: Kerckhoffs et al., 2002)
O efeito hipolipidêmico do trocotrienol está relacionado com um mecanismo
de inibição da HMGCoA redutase, enzima chave na síntese endógena de colesterol,
mediante duas ações pós-transcricional, uma que faz o aumento na degradação da
HMGCoA redutase e a outra que diminui a eficiência da translocação do mRNA da enzima
(Cícero et al., 2001). Existem duas formas de colesterol no fígado, o esterificado e o livre.
A concentração de colesterol livre é a fonte para a síntese de ácidos biliares, forma pela
8
qual é excretada do organismo. Os mecanismos de regulação do colesterol livre estão
relacionados com a HMGCoA redutase, que regula a síntese de novo do colesterol e, 7α-
hidroxilase que inicia a conversão de colesterol em ácidos biliares (Boll et al., 1999).
No ano de 2001, Qureshi e colaboradores publicaram um estudo revelando
os efeitos do TRF
25
(α-,γ-, δ- tocotrienóis), desmetil e didesmetil tocotrienóis extraído do
farelo de arroz em suínos (swine) hipercolesterolêmico e hiperlipidêmico, induzido por
modificação na expressão gênica. Os animais foram divididos em cinco grupos e
alimentados com dieta comercial (20% de proteína). O grupo controle (normolipidêmico)
recebeu apenas a dieta comercial e nos demais grupos as dietas foram suplementadas com
50 µg/dia de TRF
25
(α-,γ-, δ- tocotrienóis), γ-tocotrienol, desmetil e didesmetil. Após o 42º
dia de tratamento houve uma redução significativa nos níveis de colesterol, LDL e
triglicerídos plasmático entre os grupos suplementados com tocotrienóis e o controle, o
mesmo não ocorreu aos 21 dias de tratamento. A atividade da HMGCoA redutase e da 7α-
hidroxilase foram testadas no fígado revelando que a suplementação de tocotrienóis reduziu
significativamente a atividade da HMGCoA redutase, não havendo alteração sobre a
atividade da 7α-hidroxilase.
No mesmo ano (2001) Qureshi e colaboradores realizaram um estudo em
humanos relacionando o efeito hipolipidêmico do farelo de arroz, da vitamina E e da
lovastatina (droga que age inibindo competitivamente a síntese de ácido mevalônico, etapa
limitante na síntese de colesterol endógena, e proporciona um aumento nos receptores de
LDL). O indivíduos foram submetidos a uma dieta contendo 300 mg/dia de colesterol (dieta
AHA Step-1), por um período de 35 dias, após este período os voluntários foram divididos
em dois grupos, o grupo A passou a receber 10 mg/dia de lovastatina e o grupo B 50 mg/dia
de TRF
25
, durante 35 dias, na fase III os dois grupos receberam lovastatina (10 mg/dia) e
TRF
25
(50 mg/dia) por mais 35 dias e, por último, na fase V, o TRF
25
foi substituído por 50
mg/dia α-tocoferol, durante mais 35 dias. Após análise dos dados os autores verificaram
uma redução no colesterol total plasmático de 14% e 13% e LDL de 18% e 15%, de TRF
25
e lovastatina isolados, respectivamente. A combinação da lovastatina com TRF
25
foi mais
eficaz na redução do colesterol total plasmático, em aproximadamente 20% e o LDL em
9
25%. A substituição do TRF
25
por vitamina E (tocoferol) não mostrou alteração. Não foi
constatada alterações significativas nos níveis de HDL e triglicerídeos em nenhuma fase do
estudo, apesar dos triglicerídeos apresentarem uma redução de 10% e 15% com o uso de
TRF
25
e lovastatina e, 16% na combinação deles.
Qureshi e colaboradores (2002) verificaram também em humanos que a
fração rica em tocotrienol (TRF
25
) extraída do farelo de arroz, quando administrada
concomitantemente com a dieta AHA Step-1 (American Heart Association Step-1 diet)
contendo 300 mg de colesterol e 30 % de lipídios resultou, além da perda de peso corporal,
uma diminuição no colesterol total, LDL, Apo B e Triglicerídeos plasmático. No entanto,
as alterações sangüíneas foram proporcionais à dose oferecida aos indivíduos (25 mg/d, 50
mg/d, 100 mg/d e 200 mg/d). A administração de 200 mg de TRF
25
não foi mais eficaz que
a de 100 mg/dia, a justificativa pode ser dada pela composição centesimal de γ-tocotrienol,
que quando administrada em alta concentração se biconverte em γ-tocoferol alterando o
efeito de inibição da síntese de HMGCoA redutase, pelo aumento da transcrição do mRNA
desta enzima.
Hood (1995) em seus experimentos com frangos verificou que as bactérias
intestinais foram as responsáveis pela conversão de tocotrienol em tocoferol (conforme
relatado por Qureshi et al., 2001). Os autores verificaram a composição real do TRF
25
utilizado em seus experimentos por intermédio de cromatografia (HPLC) e descreveram a
presença de 8,7% de α-tocoferol, 5,5% α-tocotrienol, 1,6% β-tocotrienol, 39,4% γ-
tocotrienol, 4,4% δ-tocoferol, 5,2% δ-tocotrienol, 20,9% D-desmetil/D-didesmetil
tocotrienol e 4,3% tocotrienol indeterminado.
Qureshi e colaboradores (1996) verificaram em frangos que a ação do γ-
tocotrienol, extraído do óleo de palma inibe o sistema pós-transcricional da HMGCoA
redutase de forma dose-dependente, além de ser influenciada pela concentração de α-
tocoferol, pois este ativa a transcrição da enzima, aumentando a síntese de colesterol. Os
mesmos resultados foram obtidos nos experimentos em hamsters quando adicionados em
sua dieta 30 µg e 81µg de α-tocoferol/g de ração, extraídos do óleo de milho. Quando
10
comparamos estes estudos com os realizados em suínos, que receberam por seis dias
consecutivos injeções intra-peritoneais de tocoferol, tocotrienol e sua combinação,
mostraram que o tocoferol em baixa concentração (5 mg) inibiu 46% a atividade da
HMGCoA redutase, porém quando a dose foi aumentada para 50 mg ocorreu uma
estimulação na atividade da enzima em 90%. Em relação ao tocotrienol, uma dosagem de
10 mg foi suficiente para reduzir a atividade da HMGCoA redutase em 48%, em relação ao
controle, porém ocorreu uma inibição de 13% quando administrado 10 mg de tocotrienol e
5 mg de tocoferol concomitantemente, quando comparado com o grupo com 10 mg de
tocotrienol (Khor et al., 2000).
Entre os componentes presentes no farelo de arroz, analisados anteriormente,
também se verificou a presença de um conjunto de dez componentes químicos (esteril
ferulates) que foram denominados como γ-orizanol (figura 2) (Xu & Galber, 1999).
O orizanol encontrado no farelo de arroz pode auxiliar na redução de
doenças cardiovasculares por reduzir os níveis de colesterol plasmáticos (Seetharamarah e
Chandrasekhara, 1989, Rukmini e Rayhuran, 1991 e Cicero et al., 2001), além de ter função
antioxidante (Duve e White, 1991).
Vissers e colaboradores (2000) realizaram um estudo em humanos e
verificaram a ação hipocolesterolêmica dos fitoesteróis presente em uma pequena porção da
fração insaponificável do farelo de arroz. Os fitoesteróis são sintetizados a partir do
escaleno, que é o primeiro intermediário do cicloartenol (4, 4’-dimetilesterol e 24-metileno
cicloartenol) que faz parte do complexo do γ-orizanol. Em adição, a mistura de éster de
ácido ferulico do γ-orizanol presente o farelo de arroz, como β-sistosterol e campesterol,
são produtos finais dos fitoesteróis sintetizados a partir do escaleno. O experimento foi
realizado a partir do consumo de 29 g/dia de margarina por 3 semanas. Em um grupo foi
acrescentado 2,1 g/dia de óleo de farelo de arroz na margarina, fitoesteróis e o grupo
controle somente o conteúdo da margarina. Nos resultados foi possível verificar uma
redução no colesterol total plasmático de aproximadamente 5%, uma redução de 8% no
11
LDL, enquanto permaneceram inalterados os níveis de HDL e de triglicerídeos
plasmáticos em relação ao grupo controle.
Figura 2: Estrutura química dos componentes do γ-orizanol (Fonte: Xu & Godber, 1999)
Conforme estudos realizados por Mattson et al. (1982) verificaram-se que os
fitoesteróis provavelmente diminuem a concentração do colesterol plasmático por um
processo de inibição da absorção de colesterol no intestino delgado. Esta hipótese pode ser
12
comprovada por um experimento realizado em hamsters que foram alimentados com
fitoesteróis derivados da proteína de soja (99% de 4-desmetilesteróis) e derivados do farelo
de arroz (70% de 4,4’ dimetilesterol). Os fitoesteróis extraído da proteína de soja diminuiu
23 % a absorção intestinal de colesterol, obtendo também uma redução nos níveis de
colesterol plasmático de 11% e os fitoesteróis do farelo de arroz diminuiu 7% a absorção e
5% do colesterol plasmático (Meijer et al., 2003).
A ação antioxidante do farelo de arroz está relacionada com a presença de
ácido ferúlico que faz parte da molécula de γ-orizanol, que ajuda a diminuir a oxidação
plasmática de colesterol, a peroxidação lipídica e o stress oxidativo. Em cérebro de ratos
Wistar foi possível mensurar a capacidade antioxidante da porção γ-orizanol do farelo de
arroz, verificando que o poder antioxidante é dose-dependente, tanto com o uso de extrato
do farelo de arroz como do trolox (antioxidante controle), apesar do extrato do farelo de
arroz ser menos ativo, pois o uso de 250µg/µl de extrato inibiu 98% a oxidação, enquanto
que apenas 10µg/µl de trolox inibiu 95% (Parrado et al., 2003).
I.2. Proteína de Soja
A influência da proteína da dieta tem originado diversos estudos em relação
ao metabolismo do colesterol. O uso de proteína de soja, quando comparada com a caseína,
tem mostrado auxiliar na redução da concentração de colesterol plasmático. Porém, são os
componentes não-protéicos, denominados fitoesteróis, encontrados na proteína de soja, os
responsáveis por esta redução (Park et. al,1987; Nagata et al.,1982; Tasker et al.,1993 e
Madani, 2000). Os fitoesteróis agem inibindo a absorção de colesterol no trato gastro-
intestinal (Delaney et al., 2004).
A má nutrição protéica (baixa concentração de proteína na dieta) reduz os
níveis plasmático de triglicerídeos favorecendo um acúmulo destes no fígado, devido a
13
síntese diminuída de apoliproteína B-100, prejudicando a formação de VLDL, que é
responsável pela retirada dos triglicerídeos hepático (Meghelli-Bouchemak et al, 1987 ,
Bouziane et al, 1994 e Madani, 2000).
Em estudos realizados por Madani et al. (2000) utilizando uma dieta
hipoprotéica (10% de proteína), normoprotéica (20%) e hiperprotéica (30%) com caseína
ou proteína de soja purificada (98%, sem os componentes não protéicos), durante 28 dias,
apresentaram um aumento no ganho de peso corporal e hepático proporcional ao aumento
da concentração protéica da dieta. Enquanto que a concentração plasmática de colesterol
não foi afetada pela origem da proteína (caseína ou soja), mas a concentração de VLDL e
triglicerídeos foram significativamente menores no grupo alimentado com 20% de proteína
de soja quando comparado com a caseína (20%)
Estudos posteriores realizados por Madani et al. (2004) mostraram que o uso
de proteína de soja purificada (98%) na dieta de ratos Wistar durante 2 meses não alteram
os níveis de colesterol, triglicerídeos e fosfolipídios plasmático quando comparado com a
caseína.
No final da década de 90, estudo em ratos com diversos tipos de proteínas
na dieta (soja, batata e arroz) foram comparados com caseína, por um período de 14 dias, e
mostraram ter um efeito hipocolesterolêmico. Entre as dietas, os animais que receberam
proteína de soja apresentaram uma redução significativa no colesterol total e também no
HDL plasmático, quando comparados com o grupo controle alimentado com caseína. Não
houve alteração nos lipídios e colesterol hepático, porém a atividade específica da enzima
7α-hidroxilase mostrou-se aumentada. Em outra fase do estudo, ao adicionar asparagina e
glutamina foi observado uma redução no colesterol total e HDL plasmático, tendo um
aumento significativo na concentração de lipídios e colesterol hepático, sem alteração na
atividade específica da enzima 7α-hidroxilase (Morita et al., 1997).
LeBlanc e colaboradores (2003) mostraram que adição de lecitina de soja à
dieta de ratos, durante 14 dias, aumentaram as concentrações de colesterol total, livre,
14
esterificado e LDL plasmático, no entanto houve uma redução significativa na VLDL em
relação a dieta controle. Houve uma redução nos triglicerídeos plasmático, mas não foi
considerada significativa.
Estudos realizados Giroux e colaboradores (1999a e 1999b) em coelhos
mostraram que a composição de aminoácidos da dieta influencia a concentração de
colesterol plasmático. O aumento do fornecimento de aminoácidos essenciais na dieta,
principalmente lisina e metionina, proporcionaram um aumento na concentração de
colesterol plasmático, mas a adição de arginina reduziu este efeito. A lisina e a metionina
isoladas tiveram uma menor ação, não sofrendo alteração com a suplementação de arginina
(lisina + arginina e metionina + arginina).
Segundo Gibney (1983) a proteína de soja possui uma baixa relação
lisina/arginina e uma menor concentração de metionina quando comparada com a caseína,
estes fatores podem justificar o efeito hipocolesterolêmico da proteína de soja. Estudos
controversos realizados por Moundras e colaboradores (1995) mostraram que a proteína de
soja semipurificada sem a adição de metionina aumentou a concentração de colesterol e
reduziu os níveis de triglicerídeos plasmáticos, quando comparados com o uso de caseína
na dieta de ratos Wistar, durante 21 dias. No mesmo estudo, quando a dieta de proteína de
soja foi suplementada com 0,4% de metionina se constatou uma redução no colesterol total
e um aumento nos triglicerídeos plasmático em relação aos ratos que não receberam
suplementação de metionina.
A ação hipolipidêmica e antioxidante da soja também pode ser atribuída à
presença de isoflavonas em sua composição. Uma pesquisa realizada em ratos alimentados
com 0,2% de isoflavonas isoladas da soja por 5 semanas, ocasionaram uma redução na
atividade da HMGCoA redutase, um aumento na 7 α-hidroxilase, além de reduzir o
colesterol e triglicerídeos plasmático, quando comparado com o grupo controle. A atividade
antioxidante foi detectada a partir da redução dos níveis das substâncias reativas ao ácido
tiobarbitúrico (TBA) plasmático do grupo suplementado com isoflavonas (Kawakani et al.,
2004).
15
Entre todos os efeitos relacionados com os ingredientes que compõem as
dietas utilizadas na parte experimental desta dissertação, já citadas, não se pode deixar de
considerar que o efeito da composição de aminoácidos das dietas com farelo de arroz (com
ou sem adição de proteína de soja e lisina) pode influenciar o estado nutricional do animal
quando comparado com a dieta comercial, podendo refletir no perfil lipídico dos mesmos.
I.3. Deficiência Protéica Materna
A dieta materna durante o período de lactação deve ser nutricionalmente
adequada a este estado fisiológico, para assim garantir uma boa produção de leite e
proporcionar o crescimento e desenvolvimento dos filhotes. A adequação dos nutrientes na
lactação são determinados pela demanda da produção do leite pela sucção dos filhotes. O
organismo das mães tem a habilidade de mobilizar a energia estocada no seu organismo
para suprir a lactação. Estudos realizados em suínos mostraram que o consumo de
quantidades inadequadas de aminoácidos, reduzem substancialmente o peso materno,
reduzindo o ganho de peso corporal dos filhotes (Jones et al., 1999).
Jones e colaboradores (1999) realizaram outro estudo também em suínos, no
período de lactação, e verificaram a influência da restrição de lisina na dieta materna sobre
a produção do leite. Um grupo recebeu na dieta 100% das necessidades diárias de lisina (o
equivalente a 1,2 g/100g de dieta) e outro grupo com apenas 30% (0,37 g/100 g de dieta).
O valor calórico total não foi alterado, permanecendo dentro das necessidades diárias para o
período de lactação, em ambos os grupos, porém a concentração de proteína total
corresponderam à 20,66% (com 2,1% de lisina) e 8,33% (com 0,37% de lisina). Os autores
mostraram que houve uma redução no ganho de peso corporal dos filhotes e também no
conteúdo protéico e energético do leite materno nos grupos alimentados com dieta contendo
baixa concentração de lisina, em relação ao grupo controle (100% de lisina). Sendo que os
16
grupos que receberam 0,37% de lisina consumiram menos ração em comparação ao grupo
controle. Logo, a própria diferença da ingestão de lisina pela dieta, proporcionou também
uma maior perda de peso materna, ocasionada pela mobilização dos estoques corporais com
o intuito de garantir a produção de leite, apesar do conteúdo de nutrientes no leite materno
estarem diminuído em relação ao grupo controle.
Com o objetivo de verificar o efeito da dieta com baixa (0,4%), média (1%)
e alta (1,6%) concentração de lisina, durante o período de lactação em suínos, Yang e
colaboradores (2000) mostraram que a produção de leite na dieta com baixa concentração
de lisina em relação a média concentração de lisina aumentou a perda de peso materno. Isto
ocorreu porque houve uma mobilização das reservas do organismo da mãe para garantir a
produção de leite, por intermédio do aumento da degradação de proteína muscular. Este
efeito foi evitado com o aumento da concentração de lisina na dieta. Neste estudo a
concentração de proteína total foi de 11,9% (0,4% de lisina), 20,26% (1% de lisina) e
28,82% (1,6% de lisina).
Mejia-Guadarrama e colaboradores (2002) em seus estudos com suínos,
durante o período de lactação, mostraram que a dieta com 10% de proteína total e 0,6% de
lisina não alterou o consumo de ração e a ingestão energética, quando comparada com a
dieta controle (20% de proteína total e 1,08% de lisina). O requerimento energético para
manter a produção de leite foi o mesmo, em ambas as dietas. Em contraste, a concentração
de lisina ingerida e plasmática foi duas vezes superior no grupo controle, em relação à dieta
hipoprotéica. Os autores mostraram também que houve um aumento da mobilização da
proteína corporal do grupo alimentado com a dieta hipoprotéica, pois as concentrações de
alanina e glutamina estavam aumentadas. Estes resultados indicaram que a utilização das
reservas protéicas auxiliaram a produção de leite durante a lactação, porém com uma
redução na composição química do leite, o qual também foi verificado em estudos
realizados por Jones e Stahly (1999).
Segundo estudos realizados por Dourmad e colaboradores (1998), a adição
de 0,66% (15,5% de proteína total), 0,77% (15,5% e 17,1% de proteína total) e 0,87%
17
(17,1% de proteína total) de lisina na dieta de suínos, durante o período de lactação, não
alterou o peso corporal dos filhotes e a produção de leite.
A partir destes estudos podemos observar que as alterações na concentração
de proteína total, bem como de lisina, podem alterar a produção de leite, o peso corporal
materno e dos filhotes. No entanto, os resultados obtidos pelos autores descritos
anteriormente devem ser avaliados isoladamente, conforme a concentração de proteína de
cada dieta
.
I.4. Desenvolvimento do Sistema Nervoso Central
A má nutrição (proporções inadequadas ou a falta de um nutrientes) e a
desnutrição (quantidades insuficientes de todos os nutrientes requeridos por uma espécie)
são condições prevalentes que afetam crianças no mundo todo, principalmente de regiões
subdesenvolvidas.
A nutrição desempenha um importante papel no desenvolvimento e na
organização estrutural e funcional do sistema nervoso central. A inadequação de nutrientes
priva o cérebro de obter um aporte mínimo de nutrientes para o seu desenvolvimento,
podendo alterar a atividade de enzimas, neurotransmissores e interferir na síntese de
componentes celulares, como os ácidos nucléicos e proteínas, bem como incorporação
inadequada de lipídios nas várias estruturas cerebrais (Morgane et al., 2002).
O sistema nervoso central contém muitos lipídios em sua estrutura, que são
essenciais para a atividade fisiológica, na interação com os receptores, com a
neurotransmissão e na sua neuromodulação. Um bom requerimento de ácidos graxos
garante um desenvolvimento cerebral adequado no período de rápido crescimento cerebral,
onde qualquer alteração na disponibilidade de lipídios pode prejudicar a estrutura e função
18
do sistema nervoso ainda em formação (Lutz et al., 1994 e Srinivasarao et al., 1997). Além
disto, muitos estudos mostram a relação entre a deficiência de nutrientes na dieta com as
alterações da biodisponibilidade dos precursores de neurotransmissores. Quando ocorre
uma redução significativa no aporte de ácidos graxos na dieta, ocorre uma redução do perfil
lipídico em determinadas regiões cerebrais, ocasionando uma redução nos
neurotransmissores e na capacidade de aprendizagem e memória (Yehuda, S., 1987).
O crescimento de um órgão, incluindo o cérebro, ocorre em três fases:
inicialmente há um aumento na síntese de DNA, refletindo um aumento do número de
células (hiperplasia), apesar do tamanho permanecer o mesmo, depois ocorre um aumento
no número e tamanho das células (hiperplasia e hipertrofia) e por último, as células só
aumentam de tamanho, ou, como no caso do sistema nervoso central, ocorre ainda
diferenciação celular. Entretanto, o cérebro não é um órgão homogêneo e a duração destas
três fases diferem dependendo da região (Winick, 1972). Portanto, o desenvolvimento na
maturação do cérebro envolve uma série de fases que se sobrepõe temporalmente, em
seqüência precisa, as quais, são diferentes nas várias regiões cerebrais e dentro de uma
região particular, além de variar de uma espécie animal para outra. A má nutrição pode
interferir nas fases do desenvolvimento cerebral (Morgane et al., 2002).
O “período de rápido crescimento cerebral”, no rato, compreende as três
primeiras semanas de vida (período lactacional), caracterizando-se por rápidas mudanças
morfológicas, bioquímicas e fisiológicas no cérebro, sendo um período vulnerável, onde
qualquer alteração nutricional pode influenciar o desenvolvimento cerebral (Morgane et al.,
1993)
Além da massa, o crescimento de um órgão, por exemplo do cerebelo, pode
ser acompanhado pela relação proteína/DNA, a qual pode estimar o tamanho de suas
células constituintes, bem como a quantidade de DNA, refletindo no número de células do
órgão. Winick e Noble (1965) observaram que a desnutrição precoce em ratos, levava a
uma redução permanente no número de células do cérebro (conteúdo de DNA), embora o
seu tamanho (relação proteína/DNA) não seja afetado. Com a desnutrição imposta após o
19
desmame, o número de células (DNA) permanecia inalterado, porém o tamanho (proteína)
das mesmas, diminuído. Em 1991, Azzolin e colaboradores verificaram que a concentração
de DNA foi maior em cerebelo de ratos normonutridos (25% de caseína) de 7 à 15 dias de
idade, em relação aos desnutridos. Porém, aos 21 dias de idade este parâmetro foi maior nos
desnutridos, indicando um atraso na velocidade de divisão celular cerebral.
Qualquer deficiência nutricional pré-natal ou pós-natal afetará a maturação e
o desenvolvimento cerebral, no período de rápido crescimento cerebral, influenciando
diretamente o processo cognitivo e a memória, os quais dependem de três fatores: (1) fator
genético; (2) estimulação e (3) adequada nutrição. Alterações em um ou na combinação
destes fatores podem resultar em graus variados de disfunção cerebral, sob vários aspectos:
neuroanatômico, neuroquímico, comportamental e bioquímico.
Estudos em humanos mostraram que a má nutrição parece estar associada a
diferentes graus de distúrbios intelectuais, como exemplo o déficit cognitivo e de atenção,
devido a alteração no desenvolvimento neuronal e glial do cérebro (Morgane et al., 2002).
Dietas com baixas concentrações de proteínas proporcionam alterações nos
níveis de aminoácidos plasmático e, como conseqüência, uma síntese protéica diminuída,
alterando o desenvolvimento do sistema nervoso central.
I.5. Suplementação alimentar com farelo de arroz
No combate a desnutrição, instituições não governamentais, como por
exemplo a Pastoral da Criança, vêm estabelecendo parcerias para a utilização de
multimisturas. Trata-se de um tipo de alimentação alternativa, na qual sua base é
constituída de farelo de arroz ou trigo (80%), pó de casca de ovo (10%), pó de folhas
verdes escuras (5%) e pó de semente (5%) (Brandão, 1988). Porém, esta prática tem sido
20
alvo de polêmica, visto não haver comprovação científica da eficácia desta multimistura
como suplemento nutricional para crianças desnutridas.
Em decorrência da expansão do uso dessa multimistura como medida de
combate à desnutrição infantil, várias pesquisas passaram a desenvolver estudos que
pudessem respaldar cientificamente seu uso.
Estudos realizados por Glória e colaboradores (2004) mostraram que em
ratos Wistar recém-desmamados, alimentados com multimistura tradicional contendo farelo
de arroz, farinha de trigo e milho, pó de folha de mandioca e casca de ovo, apresentam
valores significativamente menores no ganho de peso, peso final e quantidade de dieta
ingerida quando comparados com o grupo que foi adicionado multimisturas lácteas. No
entanto, quando se comparou o grupo alimentado com caseína e com multimistura
tradicional não foram encontrados alterações nestes parâmetros.
Oliveira e colaboradores (2001) realizaram estudo em ratas Wistar que no
período de gestação e lactação receberam farinha de mandioca enriquecida com
bioproteínas (Saccharomyces cerevisiae), que contém alto teor protéico. Em seus resultados
foi possível verificar que a ingestão protéica e alimentar das lactantes foi significativamente
menor no grupo alimentado com farinha de mandioca sem adição de bioproteínas (dieta
com 13,02 g de proteína total) do que o grupo controle (caseína, 17,01 g de proteína). No
entanto, ao adicionar bioproteína (16,6 g de proteína) houve uma melhora na ingestão
protéica e alimentar. Quanto ao ganho de peso dos filhotes, verificou-se um aumento
significativamente maior para o grupo controle em relação aos demais, sendo proporcional
à ingestão protéica. A partir destes resultados foi possível observar que a qualidade e a
quantidade de proteína da dieta, oferecida as ratas no período de lactação, influencia
diretamente o desenvolvimento dos filhotes, bem como seu estado nutricional, pois afeta a
qualidade do leite materno.
Leite e colaboradores (2002) mostraram em seus estudos com ratas Wistar,
no período de lactação, que a redução na quantidade e qualidade da proteína da dieta
21
influenciou diretamente a produção e composição do leite materno, afetando o
desenvolvimento ponderal dos filhotes, dados idênticos aos encontrados por Oliveira et al.
(2001). A partir dos resultados desta pesquisa foi possível verificar que os grupos
submetidos às dietas com baixo conteúdo protéico (12%) e valor biológico inferior ao da
caseína, apresentaram uma menor taxa de produção de leite, quando comparados com o
grupo controle (20% de caseína). No entanto, quando a dieta com 12% de proteína foi
suplementada com 2% de multimistura (80% de farelo de trigo e arroz, 5% de pó de folhas
verdes escuras, 5% de pó de sementes e 10% de casca de ovo em pó) houve uma redução
significativa na produção de leite materno em relação aos demais grupos descritos
anteriormente (dietas com 12% e 20% de proteína). Este dado sugere que a utilização da
multimistura como suplemento alimentar, mesmo que em pequenas quantidades, pode
acentuar os efeitos negativos de uma dieta hipoprotéica. A adição de 2% de multimistura na
dieta contendo 12% de proteína interferiu também na qualidade do leite materno, pois foi
verificado uma redução do conteúdo energético, mediado pela diminuição da concentração
de proteína, lipídeos e lactose, quando comprado com o grupo controle (12% e 20% de
caseína) e com a dieta hipoprotéica (12% de proteína de baixo valor biológico).
II. Objetivos
23
II.1. Objetivo Geral
Este estudo teve por objetivo avaliar o estado nutricional de ratos Wistar
após o período de lactação, cujas mães foram alimentadas com dietas contendo farelo de
arroz suplementadas ou não com proteína de soja e lisina, bem como o efeito das diferentes
dietas sobre o perfil lipídico do plasma e do fígado dos ratos.
II.2. Objetivo Específico
1º. Avaliar o desenvolvimento ponderal dos filhotes mediante os seguintes parâmetros:
peso corporal, peso do fígado e cerebelo.
2º. Avaliar a glicemia e o perfil lipídico a partir das dosagens de colesterol total, HDL,
LDL e triglicerídeos plasmáticos dos filhotes.
3º. Avaliar os efeitos das diferentes dietas sobre os seguintes parâmetros bioquímicos dos
filhotes: DNA e proteína hepática e cerebelar; glicogênio, colesterol total e triglicerídeos
hepático.
III. Materiais e Métodos
25
III.1. Materiais (reagentes e equipamentos):
NaCl da marca Synth
Agitador de tubos da marca Phoenix
Balanças de precisão da marcas Núcleo equipamentos e Kern 430-21
Centrífuga de tubo de ensaio e eppensorf da marca Bio Eng BE-4004
Banho Maria da marca Soc. Fabbel Ltda
Espectrofotômetro da marca Beckaman 1409
Freezer –70ºC da marca Prosdócimo
Homogeneizador elétrico da marca VEB Profgerate-Werk 12/0481
Máquina de gelo triturado da marca Scotsman
Pipetas automáticas da marca Labsystems
Material cirúrgico (tesoura, bisturi e espátula)
III.2. Tabela 1: Composição das dietas
Composição Farelo de
Arroz soja
c/lis (g %)
Farelo de
Arroz soja
s/lis (g %)
Farelo de Arroz
c/lis
(g %)
Farelo de Arroz
s/lis
(g %)
Farelo de Arroz (*) 55,8 56,8 91,18 92,18
Amido 23,1 23,1 -- --
Protein de Soja (**) 12 12 -- --
Óleo de Arroz 4,2 4,2 3,86 3,86
Lisina 1 -- 1 --
Sais Minerais (+) 3,6 3,6 3,68 3,68
Mistura
Vitamínica(++)
0,3 0,3 0,28 0,28
Dieta Comercial: 22 % de proteína, 41,3 % de carboidrato, 4 % de lipídeos, 8 % de fibras,
carbonato de cálcio, farelo de milho, farelo de soja, farelo de trigo, fosfato bicálcico,
cloreto de sódio, premix mineral vitamínico e aminoácido ( 300,00 mg de DL-metionina e
100,00 mg de lisina) (Nuvilab CR1 – alimento equilibrado para ratos de laboratório
26
baseado nas recomendações do National Research Council e National Institute of Health -
USA)
(*) Farelo de arroz desengordurado do Helmut Tessmann ind. e com. de óleos vegetais
Ltda (Rod. Br 116, Km 388, Camaquã/RS - Brasil).
(**) Proteína de soja: Samprosoy 92% de pureza (The Solae Company, Esteio/RS -
Brasil).
(+) Mistura de Sais Minerais (mg/100 de dieta): 557 NaCl; 3,2 KI; 1556 KH
2
PO
4
; 229
MgSO
4
; 1526 CaCO
3
; 108 FeSO
4.
7H2O; 16 MnSO
4
.H
2
O; 2,2 ZnSO
4
.H
2
O; 1,9 CuSO
4
.5
H
2
O e 0,09 CoCl
2
.6 H
2
O (de acordo com A.O.A.C.; Horwitz, 1980).
(++) Mistura Vitamínica (Roche, São Paulo, Brasil; mg/100 g de dieta): 4 Vitamina A;
0,5 Vitamina D; 10 Vitamina E; 0,5 Menadiona; 200 Colina; 10 PABA, 10 Inositol; 4
Niacina; 4 Ácido Pantotênico; 0,8 Riboflavina; 0,5 Tiamina; 0,5 Piridoxina; 0,2 Ácido
fólico; 0,04 Biotina e 0,003 Vitamina B12 ( de acordo com A.O.A.C.; Horwitz 1980).
III.3. Tabela 2: Macronutrientes das dietas (g/100 g)
Composição Dieta
Comercial
Farelo de
Arroz soja
c/lis
Farelo de
Arroz soja
s/lis
Farelo de
Arroz c/lis
Farelo de
Arroz s/lis
Carboidrato 41,3 44,30 44,69 39,57 40
Lipídeos 4 4,31 4,31 4,28 4,29
Proteína 22 21,04 21,04 17,05 16,22
III.4. Animais Experimentais
Utilizamos ratas Wistar (4 meses de idade) provenientes do Biotério do
Departamento de Bioquímica da Universidade Federal de Rio Grande do Sul. Foram
acasaladas e mantidas em caixas separada até o parto. Após o parto a ninhada foi
padronizada em oito filhotes por mãe. Todas foram mantidas em ambiente climatizado com
temperatura controlada de 21 a 23°C, com ciclo de luminosidade claro-escuro de 12 horas.
O protocolo utilizado na pesquisa foi usado de acordo com as normas do Comitê de
27
Cuidados e Uso em Pesquisa de Animal Experimental, Escola de Medicina Veterinária e
Ciência Animal da Universidade de São Paulo, Brasil.
As dietas foram oferecidas para as mães a partir do primeiro dia pós-natal,
durante todo o período lactacional (21 dias), com água e dieta ad libitum.
III.5. Preparação das amostras:
Aos vinte e um dias de idade, os filhotes foram pesados e sacrificados por
decapitação. Foram coletados sangue e realizado a dissecação das estruturas (fígado e
cerebelo). O fígado e cerebelo foram pesados e homogeneizado em solução salina 0,9%,
nas seguintes diluições: 1g para 5 ml de salina e 1g para 10 ml de salina, respectivamente.
III.6. Dosagens Bioquímicas:
III.6.1. Plasma Sangüíneo:
As amostra de sangue foram centrifugadas imediatamente após coleta em 2000 rpm,
durante 10 minutos, os sobrenadantes foram utilizados na realização das determinações
bioquímicas, segundo análise de múltiplo teste (das marcas Mega, Merck, Darmstadt,
Germany) específico para cada Kit:
1. Determinação de colesterol total segundo método de Huang modificado: kit
CHOD-PAP MS 1.19738.0001
2. Determinação de HDL segundo método de DiaSys (Diagnostic Systems
International, Holzheim, Germany)
3. Determinação de LDL pelo método enzimático Bioclin: kit CHOD-PAP MS
1.14992.0001
28
4. Determinação de triglicerideos pelo método Soloni modificado: kit GPO-PAP
MS 1.19706.0001
5. Determinação de lipídios totais: somatório de toda fração lipídica plasmática
6. Determinação de proteína pelo método de biureto (SMT 1.19703.0001)
7. Determinação de albumina pelo método verde de Bromo-Crezol: kit MS
1.19722.0001
8. Determinação de glicose pelo método enzimático GOD/POD MS1357/79-318/00
III.6.2. Tecido hepático e cerebelar:
1. Determinação da concentração de colesterol total no fígado pelo kit COD-ANA
60-2/100 MS 10009010002- Labtest.
2. Determinação da concentração de triglicerídeos no fígado pelo kit GPO-ANA 59
MS 10009010021- Labtest.
3. Determinação da concentração glicogênio no fígado segundo o método de
Krisman,1962.
4. Determinação da dosagem de proteína no fígado e cerebelo segundo o método de
Lowry, 1951.
5. Determinação da dosagem de DNA no fígado e cerebelo segundo o método de
Burton, 1966.
III.7. Análises Estatísticas:
Os dados foram analisados pelo teste da ANOVA, seguida do teste de raios
múltiplos de Tukey HSD (Post Hoc) quando o F foi significativo e o p< 0,05. Todas as
análises foram feitas através do programa SPSS (versão 8.0)
.
IV. Resultados
30
IV.1. Avaliação do desenvolvimento ponderal de ratos Wistar de 21 dias de
idade, cujas mães foram alimentadas com dietas contendo farelo de arroz
com e sem adição de 1% de lisina e 5% de proteína de soja.
Analisando o desenvolvimento ponderal dos filhotes, cujas mães receberam
diferentes dietas contendo farelo de arroz, observamos alterações significativas em relação ao
peso corporal quando comparados ao grupo controle alimentado com dieta comercial. O
grupo que recebeu farelo de arroz sem a adição de lisina apresentou uma redução no peso
corporal, quando comparado com os demais grupos. Observamos também, que os grupos que
receberam adição de proteína de soja apresentaram um aumento no peso corporal. A análise
estatística mostra um [F(4,40)= 75,95; p<0,01] pelo teste de ANOVA. Segundo o teste de
Tukey HSD (Post Hoc) encontrou-se um p = 0,05 para o grupo alimentado com farelo de
arroz sem lisina e um p = 0,001 para os grupos alimentados com a adição de proteína de soja,
em relação ao grupo da dieta comercial.
Em relação ao peso do fígado observou-se uma redução no grupo alimentado
com farelo de arroz sem lisina e um aumento nas dietas que foram adicionada proteína de
soja, quando comparados com os demais grupos. A análise estatística mostra um [F(4,40) =
75,95; p<0,01] pelo teste de ANOVA. Segundo o teste de Tukey HSD (Post Hoc) encontrou-
se um p = 0.035 para o grupo alimentado com farelo de arroz sem lisina e um p = 0,001 para
os grupos que foram adicionados proteína de soja, em relação ao grupo alimentado com a
dieta comercial.
Observamos uma redução significativa no peso cerebelar nos grupos
alimentados com farelo de arroz sem a adição de proteína de soja em relação à dieta comercial
[F(4,46) = 19,35; p < 0,01] pelo teste de ANOVA. Segundo o teste de Tukey HSD (Post
Hoc) encontrou-se um p = 0,00 na dieta com farelo de arroz sem lisina e um p = 0,024 na
dieta farelo de arroz com lisina, em relação a dieta comercial.
Quanto à concentração de proteína do fígado não foram encontradas diferenças
significativas. Porém, observou-se que a concentração de proteína cerebelar foi
significativamente inferior em todos os grupos quando comparados ao grupo alimentado com
31
dieta comercial [F(4,42) = 5,32; p<0,01] pelo teste de ANOVA. Segundo o teste de Tukey
HSD (Post Hoc) encontrou-se um p = 0,01 para todos os grupos.
Na concentração de DNA do fígado observou-se uma redução significativa nos
grupos alimentados com farelo de arroz sem a adição de proteína de soja [F(4,42) = 3,972;
p<0,01] pelo teste de ANOVA. Segundo teste de Tukey HSD (Post Hoc) encontrou-se um p =
0,062 e p = 0,037 nas dietas com farelo de arroz com lisina e sem lisina, respectivamente, em
comparação à dieta comercial.
Em relação a concentração de DNA cerebelar observou-se uma redução
significativa nos grupos alimentados com farelo de arroz sem a adição de proteína de soja
[F(4,42) = 34,41; p<0,01] pelo teste de ANOVA. Segundo o teste de Tukey (Post Hoc)
encontrou-se um p = 0,01 para os grupos alimentados com farelo de arroz em relação à dieta
comercial.
32
Tabela 3: Avaliação do desenvolvimento ponderal de ratos Wistar de 21dias de idade, cujas mães foram
alimentadas com dietas contendo farelo de arroz (FA) com e sem adição de 1% de lisina (lis) e 5 % de proteína de
soja (soja).
Dietas Peso Corporal
(g)
Peso do Fígado
(g)
Proteína do
fígado
(mg %)
DNA do
Fígado
(mg %)
Peso do
Cerebelo
(mg)
Proteína do
Cerebelo
(mg %)
DNA do Cerebelo
(mg %)
Comercial
31,09 ± 0,88 1,06 ± 0,01 20,62 ± 0,52 354,22 ± 6,76 207 ± 4 13,57 ± 0,32 863,53 ± 19,87
FA soja c/lis
39,15 ± 0,37 (**) 1,24 ± 0,03 (**) 20,98 ± 0,27 346,94 ± 12,07 215 ± 4 11,42 ± 0,26 (**) 869,9 ± 25,72
FA soja s/lis
39,41 ± 0,45 (**) 1,38 ± 0,03 (**) 18,73 ± 0,07 346,88 ± 10,8 213 ± 5 11,09 ± 0,20 (**) 913,7 ± 21,58
FA c/lis
32,42 ± 0,38 1,11 ± 0,02 20,25 ± 0,43 309,84 ± 16,02 (*) 189 ± 1 (*) 11,43 ± 0,68 (**) 638,42 ± 45,20 (**)
FA s/lis
27,42 ± 0,63 (*) 0,97 ± 0,02 (*) 20,43 ± 1,11 306,40 ± 7,71 (*) 174 ± 4 (**) 11,43 ± 0,76 (**) 536,17± 24,04 (**)
Os dados representam a média ± EPM (erro padrão da média) de 8 a 12 ratos. Os símbolos (*) p<0,05 e (**) p<0,01
representam uma diferença estatística significativa do valor da média do grupo controle (dieta comercial) pelo teste de ANOVA -
seguida do teste de Tukey HSD (Post Hoc).
33
IV.2. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina
e 5% de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de colesterol
Na concentração de colesterol total plasmático observou-se uma redução
significativa nos grupos alimentados com farelo de arroz sem a adição de proteína de soja
[F(4,55) = 7,44; p<0,01] pelo teste da ANOVA. Segundo o teste de Tukey HSD (Post Hoc)
encontrou-se um p = 0,05 e p = 0,01 nas dietas farelo de arroz com lisina e sem lisina,
respectivamente, quando comparados à dieta comercial. (Figura 3)
34
0
20
40
60
80
100
120
Dieta
Comercial
FA soja
c/lisina
FA soja
s/lisina
FA c/lisina FA s/lisina
mg colesterol/100 ml de soro
**
*
Figura 3: Efeito da dieta com Farelo de Arroz, com e sem adição de 1% de
lisina e 5% de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de colesterol
total.
Os dados representam a média ± EPM (erro padrão da média) de 8 à 12 ratos.
Os símbolos (*) p<0,05 e (**) p<0,01 representam uma diferença estatística significativa do
valor da média do grupo controle (dieta comercial) pelo teste ANOVA – seguido do teste de
Tukey HSD (Post Hoc).
35
IV.3. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina
e 5% de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de HDL
Na concentração de HDL plasmático observou-se uma redução significativa
nos grupos alimentados com farelo de arroz sem a adição de lisina [F(4,55) = 23,58; p<0,01]
pelo teste da ANOVA. Segundo o teste de Tukey HSD (Post Hoc) encontrou-se um p = 0,01
nas dietas farelo de arroz sem lisina, quando comparados à dieta comercial. (Figura 4)
36
0
10
20
30
40
50
60
Dieta
Comercial
FA soja
c/lisina
FA soja
s/lisina
FA c/lisina FA s/lisina
mg HDL-colesterol/100 ml de soro
**
Figura 4: Efeito da dieta com Farelo de Arroz, com e sem adição de 1% de
lisina e 5% de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de HDL.
Os dados representam a média ± EPM (erro padrão da média) de 8 à 12 ratos.
O símbolo (**) p<0,01 representa uma diferença estatística significativa do valor da média
do grupo controle (dieta comercial) pelo teste ANOVA – seguido do teste de Tukey HSD
(Post Hoc).
37
IV.4. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina
e 5% de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos LDL
Na concentração de LDL plasmático observou-se uma redução significativa em
todos os grupos alimentados com farelo de arroz com e sem a adição de lisina e proteína de
soja [F(4,55) = 13,79; p<0,01] pelo teste da ANOVA. Segundo o teste de Tukey HSD (Post
Hoc) encontrou-se um p = 0,01 nas dietas farelo de arroz com e sem lisina e com adição de
proteína de soja e lisina e p = 0,05 nas dietas farelo de arroz sem lisina e com adição de
proteína de soja, quando comparados à dieta comercial. (Figura 5)
38
0
5
10
15
20
25
Dieta
Comercial
FA soja
c/lisina
FA soja
s/lisina
FA c/lisina FA s/lisina
mg LDL/100 ml de soro
**
*
**
**
Figura 5: Efeito da dieta com Farelo de Arroz, com e sem adição de1% de
lisina e 5% de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de LDL.
Os dados representam a média ± EPM (erro padrão da média) de 8 à 12 ratos.
Os símbolos (*) p<0,05 e (**) p<0,01 representam uma diferença estatística significativa do
valor da média do grupo controle (dieta comercial) pelo teste da ANOVA – seguido do teste
de Tukey HSD (Post Hoc).
39
IV.5. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina
e 5% de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de triglicerídeos
Na concentração de triglicerídeos plasmáticos observou-se um aumento
significativo no grupo alimentado com farelo de arroz sem a adição de lisina [F(4,55) = 7,65;
p<0,01] pelo teste da ANOVA. Segundo o teste de Tukey HSD (Post Hoc) encontrou-se um
p = 0,05 na dieta farelo de arroz sem lisina, quando comparados à dieta comercial. (Figura 6)
40
0
50
100
150
200
250
300
Dieta
Comercial
FA soja c/lis FA soja s/lis FA c/lis FA s/lis
mg TG/100 ml de soro
*
Figura 6: Efeito da dieta com Farelo de Arroz, com e sem adição de 1% de
lisina e 5% de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de triglicerídeos.
Os dados representam a média ± EPM (erro padrão da média) de 8 à 12 ratos.
O símbolo (*) p<0,05 representa uma diferença estatística significativa do valor da média do
grupo controle (dieta comercial) pelo teste da ANOVA – seguida do teste de Tukey HSD
(Post Hoc).
41
IV.6. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina
e 5% de proteína de soja sobre os níveis plasmáticos de lipídeos totais
Observamos que não houve alterações nas concentrações de lipídios totais no
plasma dos animais alimentados com as diferentes dietas. (Figura 7)
42
0
100
200
300
400
500
600
700
Dieta
Comercial
FA soja
c/lisina
FA soja
s/lisina
FA c/lisina FA s/lisina
mg liptot/100 ml de soro
Figura 7: Efeito da dieta com Farelo de Arroz, com e sem adição de 1% de
lisina e 5% de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de lipídeos
totais.
Os dados representam a média ± EPM (erro padrão da média) de 8 à 12 ratos.
As médias foram analisadas pelo teste da ANOVA – seguido do teste de Tukey HSD (Post
Hoc), não apresentando diferenças significativa.
43
IV.7. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina
e 5% de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de proteína
Na concentração de proteína plasmática observou-se uma redução significativa
nos grupos alimentados com farelo de arroz sem lisina[F(4,55) = 42,48; p<0,01] pelo teste da
ANOVA. Segundo o teste de Tukey HSD (Post Hoc) encontrou-se um p = 0,01 na dieta farelo
de arroz sem lisina, quando comparados à dieta comercial. (Figura 8)
44
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
Dieta
Comercial
FA soja
c/lisina
FA soja
s/lisina
FA c/lisina FA s/lisina
mg proteína/100 ml de soro
**
Figura 8: Efeito da dieta com Farelo de Arroz, com e sem adição de 1% de
lisina e 5% de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de proteína.
Os dados representam a média ± EPM (erro padrão da média) de 8 à 12 ratos.
O símbolo (**) p<0,01 representa uma diferença estatística significativa do valor da média do
grupo controle (dieta comercial) pelo teste da ANOVA – seguido do teste de Tukey HSD
(Post Hoc).
45
IV.8. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina
e 5% de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de albumina
Na concentração de albumina plasmática observou-se uma redução
significativa nos grupos alimentados com farelo de arroz sem lisina [F(4,55) = 23,96; p<0,01]
pelo teste da ANOVA. Segundo o teste de Tukey HSD (Post Hoc) encontrou-se um p = 0,01
na dieta farelo de arroz sem lisina, quando comparados à dieta comercial. (Figura 9)
46
0
0,5
1
1,5
2
2,5
Dieta
Comercial
FA soja
c/lisina
FA soja
s/lisina
FA c/lisina FA s/lisina
mg albumina/100 ml de soro
**
Figura 9: Efeito da dieta com Farelo de Arroz, com e sem adição de 1% de
lisina e 5% de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de albumina.
Os dados representam a média ± EPM (erro padrão da média) de 8 à 12 ratos.
O símbolo (**) p<0,01 representa uma diferença estatística significativa do valor da média do
grupo controle (dieta comercial)
pelo teste da ANOVA – seguido do teste de Tukey HSD
(Post Hoc).
47
IV.9. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina
e 5% de proteína de soja. sobre os níveis plasmáticos de glicose
Na concentração de glicose plasmática observou-se uma redução significativa
nos grupos alimentados com farelo de arroz sem lisina [F(4,55) = 18,45; p<0,01] pelo teste da
ANOVA. Segundo o teste de Tukey HSD (Post Hoc) encontrou-se um p = 0,01 na dieta farelo
de arroz sem lisina, quando comparados à dieta comercial. (Figura 10)
48
0
20
40
60
80
100
120
140
Dieta
Comercial
FA soja
c/lisina
FA soja
s/lisina
FA c/lisina FA s/lisina
mg glicose/100 ml de soro
**
Figura 10: Efeito da dieta com Farelo de Arroz, com e sem adição de 1% de
lisina e 5% de proteína de soja, sobre os níveis plasmáticos de glicose.
Os dados representam a média ± EPM (erro padrão da média) de 8 à 12 ratos.
O símbolo (**) p<0,01 representa uma diferença estatística significativa do valor da média do
grupo controle (dieta comercial) pelo teste da ANOVA – seguido do teste de Tukey HSD
(Post Hoc).
49
IV.10. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina
e 5% de proteína de soja, sobre os níveis de colesterol hepático
Observamos que não houve alterações nas concentrações de colesterol hepático
nos animais alimentados com as diferentes dietas. (Figura 11)
50
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
Dieta
Comercial
FA soja
c/lis
FA soja
s/lis
FA c/lis FA s/lis
mg colesterol/100 mg fígado
Figura 11: Efeito da dieta com Farelo de Arroz, com e sem adição de 1% de
lisina e 5% de proteína de soja, sobre os níveis de colesterol hepático.
Os dados representam a média ± EPM (erro padrão da média) de 8 à 12 ratos.
As médias foram analisadas pelo teste da ANOVA – seguido do teste de Tukey HSD (Post
Hoc), não apresentando diferenças significativa.
51
IV.11. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina
e 5% de proteína de soja, sobre os níveis de triglicerídeos hepático
Na concentração de triglicerídeos hepático observou-se uma redução
significativa nos grupos alimentados com farelo de arroz sem lisina [F(4,55) = 5,12; p<0,01]
pelo teste da ANOVA. Segundo o teste de Tukey HSD (Post Hoc) encontrou-se um p = 0,01
na dieta farelo de arroz sem lisina, quando comparados à dieta comercial. (Figura 12)
52
0
0,5
1
1,5
2
2,5
Dieta
Comercial
FA soja
c/lis
FA soja
s/lis
FA c/lis FA s/lis
mg TG/100 mg de fígado
**
Figura 12: Efeito da dieta com Farelo de Arroz, com e sem adição de 1% de
lisina e 5% de proteína de soja, sobre os níveis de triglicerídeo hepático.
Os dados representam a média ± EPM (erro padrão da média) de 8 à 12 ratos.
O símbolo (**) p<0,01 representa uma diferença estatística significativa do valor da média do
grupo controle (dieta comercial) pelo teste da ANOVA – seguido do teste de Tukey HSD
(Post Hoc).
53
IV.12. Efeito da dieta com farelo de arroz, com e sem adição de 1% de lisina
e 5% de proteína de soja, sobre os níveis de glicogênio hepático
Na concentração de glicogênio hepático observou-se um aumento significativo
nos grupos alimentados com farelo de arroz com lisina e com e sem proteína de soja
[F(4,55) = 14,73; p<0,01] pelo teste da ANOVA. Segundo o teste de Tukey HSD (Post Hoc)
encontrou-se um p = 0,01 na dieta farelo de arroz com lisina e com e sem proteína de soja,
quando comparados à dieta comercial. (Figura 13)
54
0
1
2
3
4
5
6
7
Dieta
Comercial
FA soja c/lis FA soja s/lis FA c/lis FA s/lis
mg glicogênio/100 mg fígado
** **
Figura 13: Efeito da dieta com Farelo de Arroz, com e sem adição de 1% de
lisina e 5% de proteína de soja, sobre os níveis de glicogênio hepático.
Os dados representam a média ± EPM (erro padrão da média) de 8 à 12 ratos.
O símbolo (**) p<0,01 representa uma diferença estatística significativa do valor da média do
grupo controle (dieta comercial) pelo teste da ANOVA – seguido do teste de Tukey HSD
(Post Hoc).
V. Discussão
56
A utilização do farelo de arroz como suplemento na alimentação das crianças
desnutridas, em várias localidades do país, nos incentivou a executar este trabalho
experimental. O argumento, das entidades de apoio de assistência nutricional, para esta
conduta é de que o farelo de arroz possui todos os aminoácidos essenciais, exceto lisina,
que ao adicionar na merenda das crianças pode contribuir para reduzir a desnutrição.
A dieta com farelo de arroz oferecida às ratas mães influenciou diretamente
o estado nutricional dos filhotes. Durante o período de lactação qualquer alteração na dieta
influencia diretamente a composição do leite materno e o volume de leite produzido,
afetando o desenvolvimento dos filhotes (Jones et al.. 1999).
No presente trabalho a avaliação do crescimento e desenvolvimento dos
filhotes foram medidos pelos seguintes parâmetros: peso corporal, peso do fígado, proteína
e DNA do fígado (que mostram o tamanho e o número de células hepáticas), peso do
cerebelo, proteína e DNA (que nos mostram o desenvolvimento do sistema nervoso central)
(Winick e Noble, 1965 e Morgane et al., 2002).
Podemos observar que o peso corporal e hepático dos filhotes cujas mães
foram alimentadas com FA s/lis tiveram uma redução significativa (de 12%), quando
comparados com o grupo controle (DC). No entanto, os grupos que receberam adição de
lisina (1%) não apresentaram alterações significativas nos pesos. Ao incluir na dieta a
proteína de soja (92% de pureza) se obteve um aumento de aproximadamente 25% em
ambos os pesos.
Com estes resultados, podemos considerar que o farelo de arroz foi
prejudicial para o desenvolvimento do animal, tanto em relação ao peso corporal, como ao
tecido hepático. Podemos sugerir que o farelo de arroz puro, sem adição de qualquer outra
fonte de proteína, provoca um atraso no crescimento.
Jones e colaboradores (1999), descreveram em seus estudos que a restrição
de aminoácidos, na dieta de suínos durante o período de lactação, reduziu a composição
57
deste nutriente no leite materno, prejudicando o aporte protéico necessário para o
crescimento e desenvolvimento dos filhotes.
Uma dieta com baixa concentração de lisina (0,4%) também alterou o
desenvolvimento dos filhotes, além da perda de peso materno. Isto ocorreu porque há um
aumento na degradação de proteína muscular, para garantir a produção de leite, mesmo que
quantitativamente e qualitativamente prejudicada (Yang et al., 2000). O mesmo efeito não
ocorreu quando utilizado a suplementação de 0,66% de lisina na dieta, pois não causou
nenhuma alteração no peso dos filhotes e das mães, além de não ter afetado a produção de
leite materno ( Dourmad et al., 1998).
Ao avaliar o peso do cerebelo, cujo desenvolvimento e crescimento ocorre
nas primeiras semanas de vida pós-natal, foi possível verificar uma redução
significativamente de 16% no peso do cerebelo dos animais cujas mães receberam dieta
com FA s/lis, em relação ao grupo controle (DC). A suplementação de 1% de lisina na dieta
não foi o suficiente para recuperar o peso total, o tamanho e número das células do
cerebelo. Com isto pode-se dizer que o farelo de arroz prejudica o desenvolvimento do
sistema nervoso central dos filhotes. A adição da protéica de soja (com ou sem lisina)
proporcionou o mesmo desenvolvimento cerebelar que o grupo controle.
O crescimento do cerebelo ocorre por aumento do número de células
(hiperplasia) e tamanho (hipertrofia) (Morgane et al., 2002). Além da massa, o crescimento
pode ser avaliado através da relação proteína/DNA, a qual pode estimar o tamanho de suas
células constituintes, bem como a quantidade de DNA, que pode refletir o número de
células do órgão. A inadequação de nutrientes priva o cérebro de obter um aporte mínimo
de nutrientes para o seu desenvolvimento, podendo alterar a atividade de enzimas e
interferir com a síntese e estrutura de proteínas, bem como incorporação de lipídios em
várias estruturas cerebrais. Em animais desnutridos precocemente, observou-se uma
redução no número de células do cérebro, mediante uma redução na concentração de DNA,
embora seu tamanho (relação proteína/DNA) não seja afetado (Winick e Noble, 1965).
58
Os animais, cujas mães foram alimentadas com FA s/lis, tiveram uma
deficiência nutricional, pois os seus níveis de proteína total e albumina plasmática
encontraram-se diminuídas, quando comparada com o grupo controle. Entretanto, a adição
de soja e/ou lisina foi capaz de restabelecer o estado nutricional causado pela restrição
protéica ou até mesmo pela má degestibilidade do próprio farelo de arroz.
Nos últimos anos, além do estudo sobre os efeitos do farelo de arroz como
suplemento alimentar, se pesquisam muito, também, a ação de alguns componentes
químicos presentes no farelo (γ-orizanol, tocotrienol, esterol, entre outros), pois são
potentes redutores dos níveis de colesterol plasmático, na glicemia, além de ter efeito
antioxidante.
O equilíbrio na composição da dieta contribui muito para a redução dos
níveis de colesterol e lipídios plasmáticos, que são os principais fatores de risco para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares (Kerckhoffs et al., 2002).
Em nosso estudo, podemos observar que o colesterol total plasmático do
grupo alimentado com FA s/lis e c/lis foi significativamente menor que o grupo controle
(DC), a fração de LDL foi a que expressou uma maior redução, de 66% e 49%,
respectivamente. A dieta com FA s/lis reduziu em 43% o HDL plasmático. Com estes
resultados podemos considerar que a suplementação de farelo de arroz na dieta pode
auxiliar no tratamento dietoterápico de pacientes com doenças cardiovasculares.
A adição de proteína de soja não alterou os níveis de colesterol total e HDL
plasmático, no entanto houve uma redução de 32% e 57%, respectivamente, na dieta com
FA s/lis quando comparados com o grupo controle.
Nas últimas décadas, uma atenção especial está sendo dada às fibras solúveis
presentes na dieta, devido ao seu efeito hipocolesterolêmico. As fibras atuam reduzindo a
absorção de colesterol pelo intestino delgado, aumentando a ligação dos ácidos biliares,
diminuindo a circulação e estimulando a conversão hepática de colesterol em ácidos
59
biliares. Outra ação poderia ser pelo aumento da viscosidade do bolo alimentar, que forma
uma barreira reduzindo a absorção de nutrientes e ácidos biliares, reduzindo a absorção
intestinal de glicose e a concentração de insulina, que pode refletir na redução da síntese de
colesterol hepática (Kerkhoffs et al., 2002).
Apesar de alguns pesquisadores não atribuírem o efeito hipocolesterolêmico
às fibras presente no farelo de arroz, devido à sua baixa concentração (inferior a 14%)
(Gerhardt et al., 1998), há comprovação de que sua capacidade de ligação a água e lipídios,
bem como seu poder de emulsificação, é maior até mesmo que as fibras comercializada no
mercado (FIBREX), utilizado para a mesma finalidade (Hamid et al., 1999).
Um estudo paralelo realizado neste trabalho revelou que a oferta contínua de
dieta com farelo de arroz (FA c/lis e FA s/lis) após o desmame (21 dias), quando os filhotes
foram separados das mães, ocasionou distensão abdominal e retardo no esvaziamento do
trato gastro-intestinal dos ratos. A partir desta observação avaliamos as condições do
aparelho digestivo das mães, e verificamos que as mesmas apresentavam dilatações e
retenção do bolo alimentar. No entanto, no momento em que foi adicionado proteína de
soja na dieta dos ratos, imediatamente após o desmame, os mesmos não apresentaram
distensão abdominal ou outros sinais clínicos anormais. Contudo, verificamos que a
suplementação de proteína de soja foi capaz de restabelecer a função gastro-intestinal após
alguns dias e dieta, mesmo após o aparecimento de distensão abdominal.
Apesar de não ter sido mensurado a quantidade de fitoquímicos no FA
desengordurado, utilizado em nossos experimentos, não podemos deixar de citá-los, pois
com certeza contribuem em parte para a redução do colesterol plasmático. A ação do α-
orizanol se dá pelo aumento da excreção fecal de ácidos biliares que é formado a partir do
colesterol do organismo e, como conseqüência reduz o colesterol total plasmático.
A presença de fitoesteróis, no farelo de arroz e na proteína de soja, têm o
mesmo efeito (Cícero et al., 2001 e Delaney et al.,2004). Entretanto, atribuem-se a eles o
efeito de reduzir o LDL plasmático, mediante o aumento de seus receptores no fígado. As
60
isoflavonas presentes na proteína de soja, também têm ação hipocolesterolêmica, pois atua
aumentando os receptores de LDL, diminuindo a absorção de colesterol e aumentando a
síntese de colesterol endógeno na produção de ácidos biliares (Kerckhoffs et al., 2002).
A presença de tocotrienóis no farelo de arroz tem sido bem estudado, pois
mostraram ser redutores dos níveis de colesterol plasmático. Os tocotrienóis atuam inibindo
a transcrição do mRNA da enzima HMGCoA redutase, que é a enzima chave da primeira
etapa da síntese de colesterol (Cícero et al., 2001). A eficácia do tocotrienol depende muito
da concentração administrada, pois em altas doses tem o poder de se bioconverter em
tocoferol, que atua estimulando a síntese de colesterol. Isto foi sugerido a partir de estudos
realizados em frangos, o qual se identificou que as bactérias intestinais são as responsáveis
por esta conversão de tocotrienol em tocoferol (Qureshi et al., 2001).
Diversos estudos mostraram que a composição de aminoácidos tem um
papel importante no metabolismo do colesterol, principalmente a relação lisina/arginina
(Gibney, 1983), pois foi possível encontrar um aumento os níveis de colesterol quando há
aumento no fornecimento de alguns aminoácidos essenciais, como por exemplo, lisina e
metionina. Como a proteína de soja (98% de pureza) possui baixos níveis de lisina e
metionina, pode ocorrer uma redução nos níveis de colesterol plasmático. Alguns autores
não encontraram diferença significativa nos níveis de colesterol plasmático (Gibney et al.,
1983, Moundras et al., 1985, Giroux et al., 1999a, Giroux et al., 1999b, Madani et al., 2000
e Madani et al, 2004).
Nossos estudos mostram que a concentração de colesterol hepático não
foram alterados em nenhuma das dietas com farelo de arroz, quando comparada com a dieta
controle.
A avaliação dos triglicerídeos no perfil lipídico dos ratos, cujas mães foram
alimentadas com dieta FA s/lis, se encontraram depletados quando avaliados sua
concentração no fígado e aumentados no plasma, em relação ao grupo controle. Vários
autores, Meghelli-Bouchenak et al. (1987), Bouziane et al. (1994) e Madani et al. (2000),
61
relacionam que a baixa concentração de proteína na dieta influencia o metabolismo
lipídico, aumentando os níveis de triglicerídeos no fígado e diminuindo no plasma. Devido
a uma deficiência na síntese de apoliproteína hepática da VLDL, que é responsável por
transportar triglicerídeos do fígado para a corrente sangüínea.
A própria deficiência protéica do leite materno, em conseqüência à restrição
de aminoácidos materna, pode ter prejudicado a formação de apoliproteínas responsáveis
pelo transporte e utilização de lipoproteínas e triglicerídeos no organismo dos filhotes,
porém não foi possível identificá-las apenas com estes dados bioquímicos. A avaliação da
interferência de outros componentes não protéicos encontrado no farelo de arroz podem
contribuir no esclarecimento dos efeitos encontrados.
Como já mencionado anteriormente, as fibras presentes no farelo de arroz
podem auxiliar na redução da glicemia, mediante uma inibição na absorção intestinal
(Kerckhoffs et al., 2004). Porém, esse efeito só pode ter reflexo nas mães, porque nos
filhotes a redução da glicemia está relacionado com o quadro de desnutrição em que eles se
apresentaram. Em nossos estudos se observou uma redução na glicemia apenas nos grupos
alimentados com FA s/lis, quando comparado com o grupo controle, os quais apresentaram
uma redução no crescimento e desenvolvimento característico de desnutrição. Entretanto,
nas demais dietas (FA soja c/lis, FA soja s/lis e FA c/lis) não houveram alterações na
concentração de glicose plasmática em relação ao grupo controle.
Estudos anteriores realizados por Ohara et al. (2000) em ratos diabéticos,
com e sem o composto de farelo de arroz, que compreende somente a porção fibrosa do
farelo comercialmente denominado de Biobran (Daiwa Pharmaceutical Co., Tokyo, Japan),
não foi verificado nenhuma alteração na glicose sangüínea quando administrado na dose de
0,5 g/kg de peso.
Algumas investigações tem reportado também que os tocoferóis,
tocotrienóis e γ-orizanol são capazes de controlarem os níveis de glicose sangüínea em
62
concentrações normais, por exercer um efeito sobre a absorção, utilização e excreção de
glicose (Qureshi et al., 2002).
O níveis de glicogênio hepático nos ratos que receberam suplementação de
lisina, na dieta materna, apresentaram concentrações significativamente superiores ao grupo
controle . Entretanto, nossos dados sugerem uma interferência da suplementação de 1% de
lisina na concentração de glicogênio hepático, porém outros estudos são necessários
esclarecer seu efeito sobre o mecanismo de síntese de glicogênio hepático.
Nosso estudo evidencia a importância dietoterápica do farelo de arroz na
prevenção de doenças cardiovasculares, mediado pelo seu feito hipocolesterolêmico.
Porém, o uso contínuo do farelo de arroz como suplemento alimentar, principalmente na
infância, poderá acarretar uma diminuição nos níveis de lipídios plasmático, que são
importantes constituintes da estrutura da membrana celular, principalmente do sistema
nervoso central. Esta alteração terá reflexo no aspecto cognitivo (aprendizagem e
memória), bem como no poder de concentração da criança, pois nesta fase ainda está
ocorrendo desenvolvimento cerebral (Morgane et al., 1993 e 2002).
A partir dos resultados deste trabalho foi possível verificar a necessidade da
realização de estudos complementares para investigar a dosagem adequada de suplemento
com farelo de arroz nas crianças desnutridas em idade escolar. Com isso, será possível
garantir o efeito do farelo de arroz como suplemento alimentar, para enriquecer a dieta,
evitando assim uma alteração indesejada no perfil lipídico destas crianças, cujo organismo
exige concentrações adequadas de nutrientes, que são essenciais para garantir seu
crescimento e desenvolvimento.
VI. Conclusões
64
A partir dos resultados obtidos podemos observar que houve uma redução no
crescimento e desenvolvimento dos filhotes das ratas alimentadas com FA s/lis, os quais
apresentaram um quadro característico de desnutrição. Apesar da dieta ter sido oferecido às
mães houve uma repercussão significativa na composição do leite materno, influenciando
diretamente o aporte nutricional dos filhotes.
A qualidade da composição do leite materno está relacionada com o estado
nutricional e a dieta materna. Porém, nesse estudo podemos considerar que a dieta materna
refletiu diretamente na qualidade do leite, afinal o farelo de arroz contém vários
componentes químicos que são capazes de alterar o metabolismo das mães, prejudicando a
disponibilidade de nutrientes para a produção do próprio leite. Acredita-se que alguns
destes componentes, como o γ-orizanol, tocotrienóis, tocoferóis entre outros, possam estar
presentes no leite materno, já que também se observou uma redução nos níveis de
colesterol plasmático nos filhotes.
A suplementação de 1% de lisina na dieta com farelo de arroz contribuiu em
parte para o restabelecimento de alguns parâmetros bioquímicos (HDL, triglicerídeos,
proteína total, abumina e glicemia plasmática e triglicerídeo hepático) e físicos (peso
corporal, hepático e cerebelar). Isto nos leva a acreditar que a composição de aminoácidos
da dieta materna influencia a disponibilidade deles no leite, refletindo uma resposta
metabólica nos filhotes.
A proteína de soja (92% de pureza) utilizada com o intuito de melhorar o
aporte protéico da dieta, também contribuiu para restabelecer o quadro nutricional dos
animais (filhotes), bem como a normalização do perfil lipídico. Porém, a adição de lisina
aumentou a concentração de glicogênio hepático, inclusive na dieta com farelo de arroz
sem a proteína de soja.
65
A redução dos níveis de glicose plasmática foi atribuída principalmente ao
estado de desnutrição dos filhotes, cujas mães foram alimentadas com dieta FA s/lis.
Provavelmente esta dieta ocasionou uma redução do aporte energético do leite materno. No
entanto, o efeito das fibras solúveis presentes no farelo de arroz poderiam ter influenciado a
digestibilidade protéica e a redução na absorção de glicose apenas nas mães.
Estudos complementares são necessários para investigar as alterações
metabólicas produzidas pela adição de diferentes aminoácidos na dieta sobre o
metabolismo das lipoproteínas, triglicerídeos hepático e glicogênio hepático.
De modo geral, nossos estudos sugerem que o farelo de arroz realmente
possui um efeito hipocolesterolêmico, porém mais estudos são necessários para viabilizar
sua utilização na prevenção de doenças cardiovasculares.
VII. Referências Bibliográficas
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