Resumo
Coutinho, Renata Barbieri; Silva, José Roberto Gomes da. Expectativas e
Questionamentos dos Sucessores ou Membros da Família que
Trabalham na Empresa Familiar Rio de Janeiro, 2008. 132p. Dissertação
de Mestrado – Departamento de Administração. Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro.
O presente estudo busca identificar questionamentos, expectativas e dilemas
enfrentados por indivíduos que trabalham nas empresas de propriedade de suas
famílias, no que diz respeito às suas identidades sociais, ao seu contrato
psicológico com a empresa e às suas relações com os familiares. Trata-se de uma
abordagem que tenta privilegiar o foco sobre aspectos relativos à subjetividade
dos indivíduos, e não sobre as características das empresas familiares ou dos
comportamentos esperados dos membros envolvidos na gestão, como costuma ser
usual na maioria dos estudos voltados para esse tipo de organização. Tópicos
gerais da administração, como no caso comportamento organizacional, muitas
vezes, também não levam em conta as características profundas e específicas que
tais empresas possuem. A relação profissional tão intimamente ligada às relações
familiares traz questões bastante complexas ao ambiente organizacional. Sob uma
abordagem qualitativa, a pesquisa descritiva e explicativa foi baseada em
entrevistas com 18 profissionais (herdeiros e gestores) que trabalham na empresa
de suas famílias na cidade do Rio de Janeiro. A amostra concentrou-se em pessoas
a partir da segunda geração que ocupam cargos gerenciais ou de diretoria. Os
resultados apontam para uma forte influência da família e da sua condição de
“filho do dono” sobre a identidade social do herdeiro, o qual utiliza, muitas vezes,
seu pai - antigo sucessor ou fundador - como referência de comportamento. Os
profissionais que escolheram trabalhar na empresa da família de maneira mais
livre e racional tendem a se sentir mais satisfeitos com sua trajetória de carreira.
Além disto, seu comprometimento com o trabalho parece ser conseqüência do
comprometimento com sua própria família. O relacionamento com familiares,
assim como sua satisfação no trabalho influenciam o contrato psicológico com a
empresa da família.
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