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questões artísticas da forma. Em certos aspectos, segundo Drexler (1977), estes
princípios anteciparam o Art Noveau, que propôs não só modelos, mas também um
método que libertaria a arquitetura das irrelevâncias ecléticas do Historicismo. Suas
idéias difundiram-se no final do século XIX por quase toda a Europa. Viollet-le-Duc,
cinqüenta anos depois, reforça a idéia de Durand, afirmando que o arquiteto deve
resolver parte por parte seu edifício por meio de uma idéia forte que estruture o todo.
Nesse caso, observa-se que o autor se está referindo a um partido.
O partido (parti) era importantíssimo no processo de lançamento do projeto, da
idéia básica. O processo, por sua vez, era chamado de composition pure, ou seja, o ajuste
de elementos. O parti seria, então, como uma inspiração (um tema compositivo) que se
aplicava na disposição e na importância dada aos elementos.
“Na arquitetura, partido é o nome que se dá à conseqüência formal de uma
série de determinantes, tais como o programa do edifício, a conformação topográfica
do terreno, a orientação, o sistema estrutural adotado, as condições locais, a verba
disponível, as codificações das posturas que regulamentam as construções, e
principalmente, a intenção plástica do arquiteto. Assim, compreende-se que as
mesmas situações podem justificar partidos, ou disposições de massas, diferentes
entre si. Enfim, o partido é a disposição final das massas, observando-se a distribuição
dos cheios e dos vazios, das superfícies iluminadas e das sombras” (Corona; Lemos,
1957, p. 360).
O partido é fundamental no processo de lançamento do projeto, da idéia básica.
O processo, por sua vez, consiste no ajuste das partes que formarão o todo edificável. O
partido é conseqüência da intenção, que rege a disposição e conota a importância dada
aos elementos de arquitetura e de composição.
A palavra parti vinha do francês coloquial prendre parti, que queria dizer tomar
partido, posicionar-se, fazer uma escolha. A composition pure era formal, uma maneira
de apresentar idéias, o parti, a escolha e a postura assumida nas decisões projetuais. As
idéias não eram propriamente ensinadas. Sua geração originava-se na mente dos
projetistas e dependia de uma gama de convicções e teorias que estavam ao alcance dos
estudantes, nos ateliês. No final do século XIX, de acordo com David Van Zanten
(1977), essa posição mudou. O ato primeiro de projeto manifestaria um posicionamento
eclético da escola. Nessa época tratava-se da crença de que a escola havia descoberto um
método de apresentar o projeto que seria válido em si mesmo, não importando a escolha