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O termo Autismo foi criado em 1907 por Eugen Bleuler, porém, os
primeiros escritos clínicos aceitos como descrições de autismo foram
publicados apenas em 1943, por KANNER, como Autistic Disturbances of
Affective Contact (ROUDINESCO e PLON, 2000).
O autismo é uma síndrome comportamental com características de um
distúrbio de desenvolvimento. Caracteriza-se por disfunções em nível das
capacidades físicas, sociais e lingüísticas, além de anormalidades no
relacionamento com objetos, eventos e pessoas. Aparentemente, os fatores
emocionais não são causadores isolados da doença, e fatores biológicos
aparecem em quase todos os casos de autismo, porém ainda não foi
descoberto um marcador biológico específico (AARONS e GITTENS, 1992;
FRITH, 1996; POWELL e JORDAN, 1997; MARQUES, 1998; BARON-COHEN,
1999; PEREIRA, 1999; BARANEK, 2002).
Vários autores sugeriram a existência de um problema nuclear central:
uma tríade de incapacidades (Tríade de Lorna Wing), que fazem parte
alterações em nível da interação social; alterações da comunicação; alterações
da imaginação (WING, 1997; MARQUES, 1998; RODRIGUES, 2001).
Referiram ainda existir um conjunto de outras características (doenças, níveis
de desenvolvimento, idade cronológica da criança) que, em associação, vão
desencadear uma diversidade de sintomatologia específica, que se traduz em
quadros diferente (APA, 1994; HAAG et al., 2005).
O Autismo clássico, com início antes dos três anos de idade, pode ser
diagnosticado quando a criança apresenta alterações comportamentais na
interação social e na comunicação, fatos associados a várias características
como, padrões de comportamento, interesses e atividades restritos,