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mudada, mesmo sabendo que os seus vícios com relação à abordagem policial são
procedimentos incorretos. Os que possuem resistência não assimilam o que é passado e
verifica-se que tais policiais são os que apresentam mais queixas e denúncias quanto à
forma de trabalho. Em casos de queixas ou denúncias, é instaurado um procedimento
disciplinar para avaliar a conduta negativa, e se confirmando tal conduta, o policial é
punido disciplinarmente, há casos de policiais que possuem doenças relacionadas com o
alcoolismo, dependência química, o que interfere diretamente em sua conduta, sendo que
esses casos, quando são constatados, após a apuração de procedimento disciplinar, são
encaminhados para tratamento. Ocorre que, na maioria dos casos dos policiais que
apresentam distúrbios e após tratamento e licença, ao retornarem à atividade fim,
continuam a apresentar as mesmas condutas desviantes. Bravo cita que ocorre certa
resistência dos subordinados, alguns cumprem as ordens, mas rejeitam a idéia, muitos, por
uma questão cultural, não acreditam que deveria haver uma gradação no uso da força.
Muitos policiais culturalmente acreditam, isso já vem socialmente antes de ingressar na
polícia, que o infrator deve ser punido com tapas, agressões verbais e físicas, alguns
policiais acabam querendo tirar uma “casquinha”. No caso de descumprimento de abusos,
o policial pode ser sancionado com medidas administrativas e penais. Da mesma forma o
policial sofrerá uma gradação nos níveis de correção, da advertência à prisão. Charlie, já
demonstrando fadiga, entende que seus subordinados nunca resistiram, e caso acontecesse,
seriam orientados e dependendo do caso, se viessem a trazer algum resultado mais grave,
o escalão superior seria informado, podendo inclusive, ser dada voz de prisão. Delta
entende que acatam parcialmente, que a resistência maior é passiva, principalmente em
relação à segurança própria, como o uso de colete balístico, necessidade de segurança nas
barreiras. Echo cita que, quando fala, os policiais concordam, mas na prática, às vezes
agem de forma excessiva. Cita um caso em que estava instruindo os policiais sobre o uso
da arma de fogo por ter sido questionada se ao perseguir um veículo o policial poderia
atirar para parar o veículo, ela disse que não, pois não se sabe o porquê da fuga, pode ser
um adolescente fugindo por estar sem documentos, e essa coisa de tentar acertar o pneu
pode acertar pessoas, no mesmo dia um policial que estava na palestra saiu para o serviço
e ao abordar dois elementos em uma moto, o piloto empreendeu fuga e o policial ao
encontrar com a entrevistada disse: “[...] que colocou a arma para fora e mirou na moto e
naquele instante lembrou da minha fala sobre não atirar e decidiu não atirar e que depois
conseguiu abordar o moto e era coisa simples, ele me procurou e disse: “tenente, eu só não