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CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DE CLONES DE SERINGUEIRA [Hevea
brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.- Arg.] POR MEIO DE MARCADORES
MOLECULARES MICROSSATÉLITE E CARACTERES QUANTITATIVOS
CAMILA REGINA SILVA BALERONI
Tese apresentada ao Instituto de Biociências
de Botucatu da Universidade Estadual
Paulista, para obtenção do tulo de Doutor em
Ciências Biológicas – Área de concentração:
Genética.
BOTUCATU
2007
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CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DE CLONES DE SERINGUEIRA [Hevea
brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.- Arg.] POR MEIO DE MARCADORES
MOLECULARES MICROSSATÉLITE E CARACTERES QUANTITATIVOS
CAMILA REGINA SILVA BALERONI
Engenheira Agrônoma
Orientador: Prof. Dr. EDSON SEIZO MORI
Tese apresentada ao Instituto de Biociências
de Botucatu da Universidade Estadual
Paulista, para obtenção do tulo de Doutor em
Ciências Biológicas – Área de concentração:
Genética.
BOTUCATU
2007
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Aos meus pais, Eduardo e Anadir de quem recebi o dom mais preociso: a vida. Que
sempre trabalharam dobrado, sacrificando seus sonhos em favor dos meus. Pelo imenso amor,
pelo constante estímulo, por não me deixarem desistir nunca e principalmente pelas orações.
A quem devo minha formação moral, meu reconhecimento e gratidão pela, paciência,
compreensão e apoio constante nesta jornada da vida. Não tenho nem palavras para
agradecer....
A minha irmã Carla Renata, referência para mim ao longo de toda a minha existência e
meu cunhado Carlos Alexandre pelo auxílio e por serem sempre meus incentivadores.
Aos meus sobrinhos Luis Eduardo, que “leu” meus artigos e livros muitas vezes junto
comigo... e a Mariana, minha mais nova companheira, que fazem com que minha vida seja
mais colorida.
Ao meu noivo José Carlos Júnior, pelo Amor..... que sem nenhum questionamento
sempre esteve ao meu lado nessas idas e vindas a Botucatu e principalmente nunca se queixou
em me dividir com os livros e os estudos.
D E D I C O
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A DEUS
Obrigado, Senhor,
Por mais um dia que me dás,
Pelo alimento à minha mesa,
Pela família da qual sou parte,
Por amar aos meus irmãos,
Por buscar sempre ser justa,
Por saber perdoar as ofensas,
Pela consciência das minhas faltas.
Obrigado, Senhor,
Por crer em Ti,
Por amar a tua Lei,
Pelo bem que pude praticar,
Pelo mal que eu soube evitar.
E porque me deste a Fé,
Me alimentas a Esperança,
E me fazes filha da tua Caridade,
Por tudo, enfim,
Obrigado, Senhor!
MARIA PASSA NA FRENTE!!!!!
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AGRADECIMENTOS
Não foi fácil, mas valeu ... valeu a correria, valeu o esforço, valeu ser professora e
estudante ao mesmo tempo, valeu não ter tempo pra nada, valeu aprender muito, valeu superar
desafios ...
Nenhum caminho é longo demais, nenhuma batalha é invencível quando nossos
familiares e amigos nos acompanham ...
Por isso agradeço ....
À Universidade Estadual Paulista e Instituto de Biociências e reitoria, pela
oportunidade de realização do trabalho.
Ao Prof. Edson Seizo Mori pela orientação e paciência pelas falhas e ausências.
Ao pessoal da Genética e Pós Graduação, coordenador e funcionários pela
compreensão e auxílio.
Aos funcionários da seção de Pós Graduação, Luciene, Sérgio e Maria Helena, pela
ajuda, paciência e principalmente pelo carinho com que sempre me atenderam.
Ao Prof. Mario Luiz Teixeira de Moraes pela co- orientação, pelos conselhos e pela
amizade de sempre.
Ao pesquisador Léo Zimback, por me ensinar a realizar as análises laboratoriais, pelo
incentivo, ajuda, sugestões e amizade.
Ao Prof. Paulo Gonçalves, pelo fornecimento do material de estudo, e por toda ajuda
concedida neste período.
À Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz- USP (Piracicaba) pelo
fornecimento dos primers.
6
Aos funcionários da APTA Regional Noroeste Paulista em Votuporanga e APTA
Regional Centro Norte em Pindorama pelo auxílio nas coletas de folhas e dos dados
quantitativos.
Ao Alexandre M. Sebbenn pelo apoio nas análises estatísticas diretamente da
Alemanha.
Aos diretores e coordenadores das escolas que eu leciono, Etec Sebastiana Augusta de
Moraes (Centro Paula Souza) e Fundação Educacional de Andradina.
Àqueles que são minha fonte de inspiração e motivo pelo qual procuro evoluir ... para
os quais procuro dar o melhor de mim ... meus alunos.
Aos companheiros de laboratório em especial ao Evandro pelo auxílio nas análises
laboratoriais.
A dona Margarida com quem eu morei durante um meu primeiro ano de doutorado.
A minha grade amiga Cecília T. Ohto, pelo apoio moral e por muitas vezes ter cedido
sua casa para eu ficar durante minhas idas e voltas à Botucatu.
A minha madrinha Maria Luzia Ribeiro pelo incentivo e por estar sempre na torcida.
A Gráfica Ideal pela impressão e encadernarão dos exemplares.
Ao amigos William, diretor do Fisk Andradina e a Fran por terem me ajudado no
inglês/português; português/inglês, correções ortográficas e principalmente pela amizade e
incentivo.
Aos meus amigos que sempre me apoiaram durante essa e todas as fases da minha
vida.
A banca examinadora composta pelo meu orientador Edson Seizo Mori, pelo meu ex
orientador Mario Luiz Teixeira de Moraes e pelos doutores, Cristina Lacerda Soares
7
Petrarolha Silva, Adriano Tosoni da Eira Aguiar e Paulo Ribolla, pelas críticas e sugestões
durante a cuidadosa revisão da tese.
Aos colegas de Pós Graduação pelo convívio e amizade.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho, meu
muito obrigado.
E principalmente a minha família e meu noivo por compreenderem minha ausência,
minha angústia, meu isolamento, por me incentivarem e por torcerem por mim! SEREI
ETERNAMENTE GRATA A VOCÊS!!!!
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CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DE CLONES DE SERINGUEIRA [Hevea
brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.- Arg.] POR MEIO DE MARCADORES
MOLECULARES MICROSSATÉLITE E CARACTERES QUANTITATIVOS
Autora: CAMILA REGINA SILVA BALERONI
Orientador: Prof. Dr. EDSON SEIZO MORI
RESUMO
A Seringueira [Hevea brasiliensis (Willd ex Adr. de Juss. Muell-Arg.)] é uma das principais
espécies florestais nativas do Brasil, e programas de melhoramento genético da espécie têm
sido criados visando o aumento de produção da borracha. Os objetivos do trabalho foram:
estudar efeitos dos parâmetros genéticos dos caracteres quantitativos em populações
melhoradas de seringueira e estudar a estrutura genética de populações melhoradas de
seringueira por meio de marcadores microssatélites. O presente trabalho foi desenvolvido na
FCA-UNESP/ Campus de Botucatu, onde foram utilizados 40 clones fornecidos pela APTA
Regional Noroeste Paulista em Votuporanga-SP e APTA Regional Centro Norte em
Pindorama-SP. Os testes de progênies destes clones foram instalados em 1989 e 1990. O
delineamento experimental utilizado, foi o de blocos casualizados, com 3 repetições e 6
plantas por parcela linear, no espaçamento de 7,0 x 3,0m. Foram avaliadas 4 populações com
diferentes graus de melhoramento crescentes denominadas de primária, secundária, terciária e
quaternária, onde a primeira população não apresentou nenhum grau de melhoramento e na
segunda , na terceira e na quarta houve melhoramento que aumentou de acordo com os tipos
de cruzamentos. No caso a população quaternária é a mais melhorada. Foi efetuada uma
caracterização clonal, uma caracterização genética deste material utilizando o marcador
molecular microssatélite e ainda foram avaliados caracteres produtivos. A partir dos
resultados verificou-se que a população com maior grau de melhoramento apresentou uma
maior produção de borracha (55,71g/bs/ano). Os produtos gerados pelos primers se
apresentaram altamente polimórficos, amplificando 104 alelos. Existe variabilidade genética
dentro das populações, porém por terem ancestrais comuns os clones componentes dessas
populações apresentaram coeficientes de coancestria e endogamia baixos.
Palavras-chave: genética quantitativa, genética molecular, endogamia, coancestria,
marcadores moleculares.
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GENETIC CHARACTERIZATION OF RUBBER TREE CLONES [Hevea
brasiliensis(Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.] BY MEANS OF
MICROSATTELLITE MOLECULAR MARKERS AND QUANTITATIVE TRAITS
Authora: CAMILA REGINA SILVA BALERONI
Adviser: Prof. Dr. EDSON SEIZO MORI
ABSTRACT
The rubber tree [Hevea brasiliensis ( Willd ex Adr. de Juss Muell-Arg.)] is one of the
most important forest tree native especies in Brazil, and programs breeding of species have
been tree development aiming the increase of rubber production. The aims of this research
were : study the genetic parameters of quantitative traits in improved populations of rubber
tree and study the genetic structure of improved population of rubber tree by means of micro-
satellite markers. This research was developed at FCA/UNESP Botucatu city, São Paulo
State, Brazil, where. forty clones were used. They were from APTA Regional Noroeste
Paulista in Votuporanga city and from APTA Regional Centro Norte in Pindorama city. The
trial were set up in 1989 and 1990. The experimental design used was the randomized blocks,
with 3 replication and 6 plants per plot, and 7.0 x 3.0m spacing. Four populations were
evaluated. Where the first population did not show any degree of improvement while the
second, third, and fourth populations have shown improvement which increased according to
the breeding. In that case, the fourth population is the highest improved population. Clonal
identification and genetic characterization of the material using microsatellite molecular
markers were studied and also production as well as the evaluation of productive traits were
evaluated. The results have shown that the population with the highest improvement degree
presented the highest rubber production (55,71g/bs/ano). The primers presented high
polymorphism amplifying 104 alelos. There is genetic variability within; however, because of
the common ancestors, the clones of populations presented considerable coancestry and
inbreed coefficients.
Key-words: quantitative genetics, molecular genetics, inbreed, coancestry, molecular
markers.
10
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 1
2. OBJETIVOS 2
3. REVISÃO DE LITERATURA 3
3.1. Considerações gerais sobre Hevea brasiliensis
3
3.2.
A importância do uso de clones
4
6
3.4. Marcadores moleculares em seringueira 8
4. MATERIAL E MÉTODOS 14
4.1. Material 14
4.2. Métodos 18
4.2.1. Extração e quantificação do DNA
18
4.2.2. Análise microssatélite 19
4.2.3. Caracteres produtivos 20
4.2.4. Análise Estatística 20
4.2.4.1. Microssatélites 20
4.2.4.2. Caracteres produtivos 22
4.4.4.3. Sistema reprodutivo 26
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
27
5.1. Caracteres Quantitativos 27
5.1.1. Análises estatística 27
5.1.2. Estimativas de coeficientes de variação e herdabilidades 35
5.2. Variabilidade Genética por Marcador Molecular Microssatélite 39
5.3. Análises Individuais dos Clones Através do Marcador Microssatélite 47
6. CONCLUSÕES
54
7. REFERÊNCIAS 55
APÊNDICE 70
11
1. INTRODUÇÃO
No Brasil, existe um grande número de espécies arbóreas da floresta tropical de grande
interesse econômico. Uma dessas espécies que tem persistido durante décadas no mercado é a
Hevea brasiliensis, grande produtora de borracha natural a qual ocupa papel de grande
destaque como matéria-prima mundial, com probabilidade de aumento de demanda por vários
consumidores, mas principalmente pela indústria de pneumáticos, que consome
aproximadamente 75% do total produzido. Atualmente, a borracha natural é produzida no país
por meio do cultivo de plantas de alta produtividade, selecionadas e adaptadas, mas
infelizmente, o Brasil não é mais auto-suficiente na produção de borracha natural, sendo
necessárias importações maciças de países asiáticos e com isso surge à necessidade de
aumento de produção, mediante melhorias de produtividade da seringueira, redução no
período de imaturidade, melhorias no manejo a fim de minimizar custos, além de revisão dos
preços e maiores investimentos na área de pesquisa, para possibilitar uma exploração mais
viável e melhor competição do Brasil com os mercados internacionais.
Do ponto de vista social, a heveicultura é muito importante, principalmente na fixação
do homem no campo, tanto em seringal nativo quanto em cultivo, pois produz o ano todo. Em
contrapartida, o extrativismo do látex da Região Amazônica tem pouca expressão hoje,
considerando o volume total de borracha natural produzida no país e no exterior. Essa baixa
produtividade é resultado da heterogeneidade das árvores uma vez que poucas produzem alta
quantidade de látex e a grande maioria produz pouco (Kageyama et al., 2002). Como o cultivo
extensivo da seringueira se mostrou inapropriado para a Região Amazônica, este sistema de
plantio acabou tendo sucesso na região Sudeste. Nesses plantios, embora prevaleça a
utilização de clones, o que reduz drasticamente a base genética, não vem apresentando
problemas insuperáveis devido à atuação do Programa de Melhoramento Genético da
Seringueira, o qual vem fornecendo novos materiais e esquemas de plantio aos heveicultores
do Estado (Gonçalves et al., 2001).
Em 2006 a produção mundial de borracha natural foi de 9.188 milhões de toneladas e
no Brasil 108,3 mil toneladas, isso mostra que o Brasil teve uma participação de 1,2% na
produção mundial de borracha, já o consumo mundial foi de 8.956 milhões de toneladas e no
Brasil foi de 286,8 mil, em relação a participação relativa no consumo de borracha no mundo
a participação do Brasil foi de 3,2%, esses dados demonstram que o Brasil é um grande
importador de borracha natural, pois o seu consumo é maior que sua demanda (IRSG, 2007).
12
Com o objetivo de se maximizar a produção de borracha os melhoristas estão
realizando estudos e graças ao uso de marcadores moleculares as pesquisas estão sendo
realizadas em um menor período de tempo. Certamente com o rápido desenvolvimento
tecnológico da biologia molecular, o diagnóstico molecular tenderá a não mais ser baseado
em algum marcador ligado a este ou aquele loco, e sim na determinação da seqüência
completa de DNA em qualquer loco de interesse. Acredita-se que a identificação de
marcadores ligados a genes de produção em seringueira, permitirá uma maior rapidez no
processo de obtenção de cultivares mais produtivos, em programas de melhoramento, através
da incorporação de genes específicos de produção às cultivares mais adaptadas, recomendadas
para as diferentes regiões do país.
Os estudos da variabilidade genética em populações naturais de plantas, em regiões
tropicais, demonstram que as espécies preservam grande quantidade de variabilidade dentro
das populações, comparando-se com outros ambientes. Além disso, a distribuição da
variabilidade genética natural é influenciada por fatores como modo de reprodução das
espécies, sistema de cruzamento, tamanho efetivo da população, distribuição geográfica e
fluxo gênico (Paiva, 1993).
Segundo Roche (1978), a maioria dos estudos sobre diversidade genética ao vel de
espécies em ecossistemas tem mostrado a presença de variações genéticas significativas,
embora esses estudos se refiram no geral a espécies arbóreas de ecossistemas temperados
setentrionais. Apesar de poucas espécies tropicais apresentarem variações semelhantes,
releva-se, pois, que a maioria dos estudos referem à espécies de Eucalypytus e Pinus, além de
outras espécies como Tectona grandis e Gmelina arbórea que apresentam hábitos de pioneira,
não as comparando com espécies climaxes de Floresta Tropical Úmida.
2. OBJETIVOS
Os objetivos do presente trabalho foram estudar: a) os feitos dos parâmetros genéticos
dos caracteres quantitativos em populações melhoradas de seringueira e b) a estrutura
genética de populações melhoradas de seringueira por meio de marcadores microssatélites.
13
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. Considerações gerais sobre Hevea brasiliensis
A seringueira [Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.] pertencente à
família Euphorbiaceae, a qual apresenta a contagem cromossômica igual à 36 (2n). É
originária da Amazônia ocorrendo principalmente ao sul do rio Amazonas (Brasil, 1971a).
Economicamente a seringueira é importante devido à exsudação de látex, o qual, é produzido
no interior dos vasos laticíferos, originados no floema a partir de uma camada de produção
celular do câmbio (Moraes, 1980 e Gonçalves et al., 1983).
É uma espécie dicotiledônea monóica, ou seja, possui flores masculinas e femininas
em um mesmo indivíduo. As flores são unissexuais, pequenas, amarelas e dispostas em
racemos, na mesma inflorescência. As folhas são longamente pecioladas e repartidas em três
folíolos. O fruto é uma cápsula grande, que geralmente apresenta três sementes, podendo ter
de 45-50% de óleo, de cor amarelo, viscoso, secativo e cheiro forte, podendo ser aplicado na
fabricação de tintas e vernizes (Paiva, 1992).
Segundo Pires (1973) e Costa (1999) a H. brasiliensis possui caráter arbóreo sendo a
mais alta do gênero, no seu habitat natural, as árvores vão além dos 40 metros, porém em
plantios comerciais raramente excede 25 metros de altura, em função da redução de
crescimento pela sangria.
Entra em floração com 3-4 anos de idade, após a queda das folhas. As inflorescências
podem surgir nos lançamentos em alongamento antes ou depois do pleno desenvolvimento
inicial das folhas, sendo que a senescência das folhas de plantas adultas ocorre, no início da
estação seca (Paiva, 1992).
As regiões onde são cultivadas seringueiras com fins comerciais estendem-se desde
latitudes de 27ºN na China a 25ºS no litoral do Estado de São Paulo, demonstrando as
excepcionais condições de rusticidade e de capacidade de adaptação dessa espécie a diversos
padrões climáticos e edáficos. A possibilidade do cultivo comercial da seringueira em áreas
com climas tão diferenciados leva à necessidade de desenvolvimento e adaptação de técnicas
de produção a cada padrão climático de forma a garantir o retorno econômico esperado
(Martins, 2000).
As espécies do gênero Hevea não são muito propícias para a pesquisa de parâmetros
genéticos e para seu estudo citogenético, pelo seu grande número de cromossomos,
semelhança das formas dos cromossomos na metáfase. O pequeno tamanho dos cromossomos
14
dificulta a preservação da viabilidade de grãos de pólen, podendo ser responsável pela
desuniformidade na sincronia de florada entre plantas de tipos diferentes e baixa taxa de
frutificação de menos de 1% das flores polinizadas em condições naturais e de cerca de 3 a
4% das flores polinizadas artificialmente. Neste caso é importante o ter como ferramenta
marcadores moleculares para verificar a viabilidade do melhoramento genético do gênero
Hevea (Abbud et al., 2001).
3.2. A importância do uso de clones
Um clone se constitui de um grupo de plantas obtidas a partir da propagação
vegetativa de uma matriz. Todas as árvores de um clone possuem a mesma constituição
genética, responsável pela uniformidade existente entre elas. Para se avaliar o potencial real
da produção de clones, estes devem ser plantados em ambiente adequado, considerando-se os
fatores ambientais locais e não se desprezando o solo (Gonçalves et al., 2001).
Clones superiores são geralmente produzidos em programas de melhoramento. O
método mais comum de produção de clones superiores é por meio de cruzamentos artificiais
selecionando os indivíduos de caracteres superiores para serem pais (Simmonds, 1989).
Uma das mais notáveis contribuições do IAC foi à introdução do clone RRIM 600 em
1952 e sua posterior expansão na década de 60 pelos órgãos competentes. Estima-se que hoje
mais de 80% dos 50 mil hectares da área total de seringueira no Estado de São Paulo esteja
plantada com o clone RRIM 600, cuja prática continuada poderá se aproximar a uma situação
de plantio monoclonal, o que poderá levar a conseqüências desastrosas como epidemias de
pragas e doenças comuns em monocultivos em conseqüência da presença de pouca variação
genética nos seringais.
Antes de introduzir o plantio de clones é necessário que se faça a escolha de acordo
com o interesse, pois existem clones recomendados para plantio em grande escala, ou seja,
apresentam bom desempenho em muitos locais. Outros que podem ser plantados até 50% da
área total, esses clones a partir de avaliações do seu desempenho têm provado seu rito ao
longo do tempo. Tem os clones que são recomendados para plantio em a15% da área total
esses clones apresentam uma produção inferior aos clones modernos, porém apresentam
atributos secundários desejáveis, tais como resistência à antracnose das folhas, à seca do
painel, neste caso nenhuma restrição ao plantio deve ser levada em consideração. E ainda
existem clones modernos recentemente introduzidos no Estado, e que vem apresentando alta
produção e bons caracteres secundários em seus países de origem (Gonçalves et al., 2001).
15
O uso de clones para a produção de borracha aumentou, surgindo a necessidade de
estudos sobre seu uso. Assim, Vasconcellos et al. (1983) utilizaram nove caracteres
relacionados com o vigor da planta e com o sistema laticífero para estabelecer um índice de
seleção para clones de seringueira, visando clones mais produtivos e com produção precoce.
Gonçalves et al. (1983, 1984) utilizaram quatorze clones de seringueira para estimar ganhos
genéticos para futuros cruzamentos, ganhos esses que foram verificados a partir de seis
caracteres analisados. Os autores avaliaram também as correlações existentes entre os
caracteres e verificaram a existência de altas correlações genotípicas (0,79) e fenotípicas
(0,75) entre produção e altura, o que justifica o uso de seleção precoce. Para que clones
fossem submetidos a plantios de grande escala, Cardoso et al. (1991) testaram o desempenho
dos novos clones os quais apresentaram boas médias em relação à testemunha. Sanier et al.
(1992) verificaram a resistência de clones de seringueira ao Microcyclus ulei e observaram
que os responsáveis por essa resistência são os compostos fenólicos existentes nas folhas.
Gonçalves et al. (1992), avaliando a variação genética de componentes do crescimento em
progênies jovens de uma população de clones de seringueira, concluíram a partir de
parâmetros genéticos que a seleção massal proporciona um maior ganho na seleção.
Gonçalves et al. (1993) avaliaram o desempenho de 11 clones de seringueira os quais
eram geneticamente superiores a vários outros clones, e verificaram que os clones PB 235,
IAN 873, Tab 804 e RRIM 701 foram os que apresentaram melhor desempenho no decorrer
das avaliações em relação aos caracteres estudados. No ano seguinte Gonçalves et al. (1994)
avaliaram o desempenho de 16 clones da série IAC na região de Jaú no planalto do Estado de
São Paulo. Os clones selecionados foram sugeridos para serem avaliados em experimento em
grande escala, pois apresentaram bom desempenho em diferentes regiões edafoclimáticas do
Estado.
Para o desenvolvimento de híbridos é necessário que se conheça o potencial genético
dos clones parentais em relação a suas divergências genéticas e seu desempenho como
parentais. Assim, Paiva (1994) estudou essas divergências entre três clones de seringueira,
sendo que após a obtenção dessas divergências verificou a necessidade do uso de clones com
níveis moderados de divergência entre grupos e com altas médias de caracteres como
parentais.
Gonçalves et al. (1999a) avaliaram o desempenho de 25 clones de seringueira em
experimento do tipo pequena escala na região de Votuporanga-SP, onde os caracteres
avaliados foram a produção de borracha seca, vigor expresso pelo perímetro do caule,
espessura da casca e número de anéis de vasos laticíferos. Em relação à produção de borracha,
16
cinco desses clones se apresentaram superiores à testemunha e em relação aos demais
caracteres, neste caso recomendou-se novos testes de desempenho em escalas maiores. Um
outro estudo conduzido por Gonçalves et al. (1999b) foi o da estabilidade fenotípica de clones
no Estado de São Paulo. Nesse trabalho observou-se que o clone GT 1 foi o mais promissor
em termos de adaptabilidade e estabilidade em relação aos outros seis clones testados. Estes
resultados foram obtidos com base em seis anos de avaliação do perímetro do caule.
Muitos clones modernos embora apresentem produções ligeiramente inferiores aos
clones consagrados, têm bom desempenho ao longo do tempo e são possuidores de atributos
secundários desejáveis, tais como resistência à antracnose das folhas, à seca do painel,
precocidade e estabilidade produtiva. A caracterização molecular de clones mantidos em
bancos de germoplasma tem importância fundamental, tanto para a manutenção do banco
quanto para os programas de melhoramento. Além de possibilitarem a quantificação da
variabilidade genética nesses bancos, geram informações sobre redundância, presença de
grupos heteróticos e eventualmente sobre a origem e evolução de acessos (Baleroni et al.,
2007).
3.3. Melhoramento genético da seringueira
Todo programa de melhoramento com espécies nativas começa com a seleção de
árvores superiores para um dado caráter particular (Morgenstern e Mullin, 1990). O efeito
aditivo dos genes, que parece controlar a maioria dos caracteres de importância econômica
das árvores, transforma a seleção no principal todo de melhoramento genético, com
possibilidade de grandes avanços no aumento da produtividade das florestas (Shimizu,
Kageyama e Higa, 1982).
O melhoramento genético da seringueira no Brasil foi iniciado em 1937, no município
de Belterra, Estado do Pará, em função do aparecimento do mal-das-folhas causada pelo
fungo - Microcyclus ulei (Gonçalves et al., 1997). Isso se deu na década de 20 quando a
companhia Ford empreendeu esforços no sentido de uma produção racional de seringueira no
Estado do Pará, em uma área concedida pelo governo brasileiro. Tal insucesso teve como
conseqüência o início das pesquisas como melhoramento genético da cultura, resultando na
criação dos primeiros clones brasileiros (Paiva, 1992).
A companhia Ford desenvolveu um trabalho de melhoramento genético, inicialmente
com clones resistentes ao Microcyclus ulei e de baixa produção e clones produtivos o
resistentes, o que deu origem aos primeiros cruzamentos intraespecíficos, sendo que
17
posteriormente houve a necessidade de ampliação de fontes de resistência (Brasil, 1971b).
Atualmente programas de melhoramento genético do Estado de São Paulo estão voltados
principalmente à produtividade e vigor, principalmente considerando que as doenças
existentes não são fatores determinantes do cultivo da seringueira no Estado.
O melhoramento da seringueira no geral visa à obtenção de clones com alto potencial
de produção seguido de outros caracteres secundários desejáveis que contribuem para o
aumento do potencial de produtividade, dentre os quais pode-se destacar o vigor que reduz o
período de imaturidade do clone, proporcionando ganho mais rápido ao produtor; crescimento
do caule durante a sangria que mantém a produção satisfatória e proporciona uma redução da
quebra pelo vento; espessura da casca virgem que reduz a incidência de ferimentos no painel e
afeta a produção dos painéis Ce D; boa regeneração da casca que permite exploração viável
por todo ciclo econômico da planta; resistências a doenças que assegura o melhor crescimento
e produção; tolerância a ventos que assegura um bom estande de sangria por toda vida útil do
seringal; tolerância seca de painel que proporciona aumento na produção de borracha
(Gonçalves, 1996).
O experimento de avaliação de clones em pequena escala (EAPE), segunda etapa do
processo de seleção, é um ensaio instalado sob espaçamento de plantação envolvendo um
grande número de clones oriundos de viveiros de cruzamentos. Os experimentos de avaliação
de clones em grande escala (EAGE) tem como objetivo comparar os clones promissores em
várias localidades. Como os clones nesta fase serão recomendados para plantio comercial, são
utilizadas nos EAGE parcelas grandes que podem atingir um hectare por clone, com
repetições para possíveis análises. Para os clones promissores a qualidade tecnológica da
borracha é determinada ao fim do processo de seleção (Kalil-Filho, 1994).
Os objetivos atuais do melhoramento da seringueira variam de acordo com as
necessidades específicas de cada região. Segundo Gonçalves (1996), no geral são dois
objetivos principais: o primeiro está voltado para o aumento da produção de borracha, como é
normalmente praticado nos países da Ásia e África, onde não ocorre a doença e o outro
objetivo está relacionado com a resistência a doenças. Ao contrário das recomendações de
clones para amplas regiões que se faziam no passado, que deparavam com problemas de
interação genótipo-ambiental, atualmente as recomendações são restritas aos respectivos
ambientes. A maximização do potencial de produção, sendo o somatório, de partículas da
interação genético-ambiental do local, possibilita uma escolha mais adequada de um clone
para plantio comercial.
18
3.4. Marcadores moleculares em seringueira
Marcadores moleculares são utilizados em estudos de diversidade genética de plantas
cultivadas (Anderson & Fairbanks, 1990).
Microssatélites ou marcadores baseados em seqüências simples repetidas (SSR) o
marcadores moleculares codominantes que têm sido utilizados no melhoramento de plantas
para a identificação de variedades, cultivares, clones, na análise de diversidade genética e
determinação de paternidade. Os marcadores microssatélites podem ser aplicados em
programas de melhoramento de espécies comerciais e em estudos genéticos com populações
de plantas nativas. Esses marcadores vêm sendo usados no mapeamento genético de algumas
espécies de importância agronômica e devido ao seu alto polimorfismo, também permitem o
monitoramento do fluxo gênico dentro de populações de plantas (Camargo, 2001).
em arbóreas principais aplicações dos marcadores SSR m sido em estudos de
mapeamento genético, genética de populações e identificação individual em humanos,
animais domésticos e plantas. O primeiro trabalho publicado em que estas seqüências
repetidas foram denominadas microssatélites foi em humanos. em plantas, um dos
primeiros trabalhos publicados descrevendo estes marcadores foi, coincidentemente em
espécies arbóreas tropicais (Gaiotto, 2001).
Regiões contendo seqüências simples repetidas são amplificadas individualmente
através de PCR (Polymerase Chain Reaction) utilizando-se um par de primers específicos (de
20 a 30 bases) complementares a seqüências únicas que flanqueiam o microssatélite.
Segmentos amplificados a partir destes sítios quase que invariavelmente apresentam um
polimorfismo extensivo resultante da presença de diferentes números de elementos simples
repetidos. Assim cada ‘ilha’ microssatélite, independentemente do elemento repetido (CA,
TG, ATG, etc) constitui um loco genético altamente variável, multialélico, de grande
conteúdo informativo. Cada segmento amplificado de tamanho diferente representa um alelo
diferente do mesmo loco (Ferreira & Gratapaglia, 1996).
A detecção de seqüência SSR via PCR é feita em gel de eletroforese utilizando-se
poliacrilamida ou agarose especial de alta resolução, uma vez que é necessário um gel
adequado para a separação de segmentos que diferem por poucos pares de bases dependendo
do número de nucleotídeos do elemento repetido no microssatélite. A visualização das bandas
no gel pode ser feita diretamente por coloração com brometo de etídio, nitrato de prata ou
através de autoradiografia ao se utilizar primers marcados com radiosótopos na reação de
PCR (Parker et al., 1998 e Ferreira & Gratapaglia, 1996).
19
A grande vantagem do uso de marcadores microssatélites está associado ao fato desse
marcador, a cada reação de amplificação, revelar um único loco, o qual é freqüentemente
multialélico. Além disto, é de fácil detecção pela PCR, com abundância relativa e cobertura
extensiva do genoma (Santos, 2001). Por serem altamente multialélicos, Hedrick (1999) e
Goodman (1997) relatam que este marcador apresenta resultados surpreendentes para
questões evolutivas e conservacionistas em relação as medidas de diferenciação, distâncias
genéticas e significância estatística.
Slatkin (1995) estudaram modelos para um melhor aproveitamento dos alelos
encontrados através deste marcador, verificaram que os resultados também sugerem que
comparando estimativas de parâmetros demográficos obtidas usando R
ST
e F
ST
poderiam
prover informações adicionais sobre o tempo escala de interesse nas populações que são
examinadas. Michalakis e Excoffier (1996) e Goldstein et al. (1995) realizaram trabalhos
utilizando os locos de microssatélite para uma melhor interpretação entre as distâncias
encontradas entre os indivíduos a serem analisados.
Segundo Paris (2000) os marcadores moleculares podem ser usados em diferentes
estudos genéticos. A utilização desses marcadores moleculares em espécies florestais é cada
vez mais freqüente, visto que essa tecnologia traz um grande número de informações em um
tempo reduzido, tornando mais eficiente à seleção precoce.
Lespinasse et al. (2000) apresentaram o primeiro mapa genético da seringueira
baseados em RFLP - Restriction Fragment Length Polymorphism e RAPD - Random
Amplified Polymorphic DNA, microssatélite e isoenzimas. Para a construção desse mapa
foram utilizados 18 microssatélites de 39 pré-testados, e verificaram que alguns
microssatélites traçados foram distribuídos extensamente ao longo do desenvolvimento do
mapa os quais devem logo ser integrados e adicionados na construção de mapas futuros uma
vez que se apresentaram eficientes na construção destes. A aplicação desses marcadores
moleculares, por esses autores, têm sido efetuada em seringueira para investigar o
polimorfismo entre clones. no presente trabalho os resultados obtidos com esses
marcadores sugerem que a seringueira, similarmente à mandioca não são anfidiplóides típicos
como o trigo e o algodão. Foi verificado ainda que a comparação da distância entre locos nos
mapas parentais revelou menor recombinação do pai que na mãe, assim uma faixa comum dos
pais não pode sempre corresponder ao mesmo alelo no mesmo loco, ele pode corresponder ao
alelo de locos duplicados com RFLP, microssatélites ou isoenzimas. Esses marcadores ainda
20
demonstraram um comportamento diplóide da seringueira ao revelarem células com 36
cromossomos (2n).
Besse et al. (1993) obtiveram as fingerprinting de DNA em 73 clones cultivados de
seringueira usando sondas de minissatélite humanas, que foram eficientes na identificação
clonal. Esses clones foram oriundos de sementes das melhores árvores de seringueira as quais
se encontravam em uma população panmítica, essas árvores foram multiplicadas e
denominadas clones. O uso destas seqüências de microssatélite para gerar impressões digitais
nucleares, descritas originalmente no ser humano, te utilizadas na análise e na caracterização
do genoma de plantas. Usando as sondas humanas 33.6 e 33.15 do microssatélite, um estudo
foi empreendido para determinar se aquelas sondas poderiam ser usadas para a identificação
clonal e estudos genéticos na seringueira, as quais foram encontradas para serem ferramentas
novas e poderosas para a identificação clonal como alternativas aos marcadores
isoenzimáticos. Os autores detectaram um grande número de fragmentos usando esses
microssatélites. Todos os fragmentos revelados apresentaram polimorfismo, porque todos
estes resultados sugerem que a base genética de sementes estudada era suficiente para ser
mantida por uma seleção maciça eficaz e reparado então pela propagação assexuada dos
clones para dar uma população preliminar relativamente polimórfica, isto tudo pelas
investigações dos microssatélites. Assim, a impressão digital, apesar do número
completamente baixo dos fragmentos revelados comparados com a outra espécie, parece ser
uma técnica poderosa para a identificação clonal no cultivo de clones de Hevea. Estes
primeiros resultados demonstraram que os microssatélites humanos podem ser usados como a
ferramenta nova para a identificação clonal, e serem úteis em testes de paternidades e jardins
de sementes.
Seguin et al. (1996) utilizaram com sucesso as isoenzimas, microssatélite e RFLP com
os quais foi possível realizar o mapeamento genético da seringueira, caracterizar precisamente
a diversidade genética, obter informações sobre a organização genética da espécie, localizar
os genes do efeito principal QLT (quantitative trait loci) que determinam traços do interesse
agronômico, identificar os marcadores moleculares que são ligados geneticamente a estes
genes e conseguir controlar a infestação de ferrugem que estava se proliferando pela América
Latina. A utilização destes marcadores moleculares tem revelado alto polimorfismo em
Hevea, o que vem possibilitando a caracterização de genótipos individuais precocemente o
que particularmente é muito útil no caso de espécies perenes, pois estudos genéticos são
limitados pelo comprimento do seu ciclo reprodutivo e pelo tamanho dos experimentos.
21
A partir de isoenzimas esses autores conseguiram realizar estudos sobre o sistema
reprodutivo e a dispersão de pólen da seringueira assim como Paiva et. al. (1994a). Dentre os
marcadores moleculares utilizados no trabalho está o microssatélite, o qual tem demonstrado
uma ampla eficiência na caracterização de diversidade e análise do genoma no gênero Hevea.
Estudando populações de diversas localidades esses autores verificaram que nenhum alelo era
específico à coleção de Wickham e a riqueza alélica era maior na coleção da Amazônia. A
população de Schultes da Colômbia pareceu ser divergente das outras populações da
Amazônia, com alguns alelos específicos. As descobertas moleculares para uma espécie
podem ser aplicadas a espécies evolutivamente similares. Para a seringueira, tal aproximação
pode ser desenvolvida comparando com a mandioca uma outra espécie cultivada de valor
econômico importante e que pertencem à mesma família botânica, a Euphorbiaceae. Esses
autores foram pioneiros em estudos de Hevea utilizando marcadores moleculares bem como
outros autores (Chevallier, 1988; Paiva et al., 1994b).
Segundo Kalil-Filho (1994) a primeira caracterização isoenzimática em folhas de
seringueira foi feita por IRCA (1981), sendo que o objetivo da caracterização era promover
estudos da variabilidade genética do material resultante da coleta de germoplasma do
International Rubber Researsh Development Board (IRRDB), realizada na Amazônia em
1981 sendo comparada ao material Wickham com objetivo de verificar se a variabilidade
genética dos clones Wickham estaria esgotada frente à constante manipulação por seleção.
Em relação as isoenzimas, Paiva (1992) relatou ter identificado dois locos no sistema leucina
aminopeptidase (Lap-1 e Lap-2), em estudos realizados com progênies de seringueira. Kalil-
Filho (1994), trabalhando com 107 clones de seringueira, no estágio de mudas até no máximo
um ano de idade, estudou vinte e cinco sistemas enzimáticos encontrando um bom padrão de
bandas para doze sistemas (ACP, IDH, PGM, β-GLU, ADH, 6PGD, PGI, LAP, MDH,
SKDH, EST e GOT).
Furlani et al. (2005) utilizaram o marcador isoenzima em progênies de seringueira
para analisar o sistema de reprodução da espécie, foram utilizados os modelos multiloco de
reprodução mista e cruzamentos correlacionados e os autores puderam concluir que nas
progênies estudadas houve um predomínio de cruzamentos na população e ainda verificaram
a correlação de paternidade e o coeficiente médio de coancestria, isso confirma com eficiência
mais uma utilização dos marcadores moleculares na caracterização de Hevea.
Low et al. (1996) verificaram os avanços no desenvolvimento de marcadores
moleculares para seringueira ao utilizarem quatro técnicas de marcadores moleculares: RFLP,
22
RAPD, microssatélites e DAF (DNA amplification fingerprinting) onde puderam verificar a
presença de polimorfismo e avaliar a diversidade genética, o mapa genético da espécie, a
variação somaclonal e detecção de alguns genes específicos, em sete espécies de Hevea das
quais foram obtidos clones, os quais foram propagados vegetativamente. Pela primeira vez, os
microssatélites haviam sido detectados no genoma de Hevea, os autores encontraram três
seqüências de microssatélites dentro de alguns genes da seringueira as quais se apresentaram
polimórficas. O polimorfismo foi revelado em todas as espécies examinadas, dentre elas a
Hevea brasiliensis. O primer que flanqueia as regiões identificadas do microssatélite foi
encontrado através do uso de programas computacionais. Dois tipos de polimorfismo foram
encontrados, um era o número de bandas amplificadas e o outro a variação no comprimento
das bandas amplificadas. O polimorfismo entre os clones estava principalmente no número
das faixas, o polimorfismo entre as espécies compreendidas de ambos os tipos de
diferenças. O polimorfismo entre os clones de Hevea brasiliensis pareceram ser devido às
diferenças alélicas no loco particular oriundo da recombinação genética. Por outro lado, os
polimorfismos entre as espécies podem ser o resultado de eventos genéticos tais como
inserção ou deleção de bases no DNA (mutações de ponto) que ocorreram durante a evolução
da espécie do gênero Hevea. Finalmente, os autores deste trabalho verificaram que todos estes
marcadores podiam ser aplicados para a identificação e estudos da variabilidade genética.
Procurando melhorar os conhecimentos da estrutura genética da seringueira, conhecer
melhores estratégias para o gerenciamento dos recursos genéticos disponíveis na coleção e
proporcionar novas ferramentas aos produtores e selecionadores, os geneticistas utilizaram
isoenzima, RFLP, RAPD e microssatélite para realizar a identificação clonal, a caracterização
dos recursos genéticos e o mapeamento do genoma, assim eles terão possibilidade de mesmo
com milhares dos genótipos fazer certamente uma avaliação agronômica e escolherem plantas
superiores ou escolher pais a serem cruzados para obtenção de indivíduos mais produtivos
(Seguin et al., 1996).
23
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Material
No Laboratório de Melhoramento Genético de Espécies Florestais da Faculdade de
Ciências Agronômicas FCA/UNESP Campus de Botucatu, DNAs foliares de seringueira
foram utilizados para a amplificação dos microssatélites. Para a caracterização dos locos
microssatélites, foram utilizados 40 clones fornecidos pela APTA
1
Regional do Noroeste
Paulista e APTA Regional do Centro Norte em Votuporanga-SP e Pindorama-SP
respectivamente. Os clones encontram-se dispostos no delineamento experimental em blocos
casualizados, com três repetições e 6 plantas por parcela linear. A Tabela 1 apresenta as
características ambientais e de localização dos testes de progênies. O espaçamento entre
linhas foi de 7m e entre plantas de 3m. A identificação, o pedigree e o local de
experimentação está conforme o Programa Seringueira do Instituto Agronômico (IAC) e
constam na Tabela 2.
TABELA 1. Características geográficas dos locais de experimentação relativa ao estudo
de progênies no Estado de São Paulo.
Característica Local
Votuporanga Pindorama
Altitude (m) 450 562
Latitude 20º20'S 21º13'S
Longitude
49º58'W
48º56'W
Precipitação
pluviométrica
anual (mm)
1344
1538
Temperatura média anual (ºC)
22,8
22,2
Tipo de solo Podzolizado de Marília Podzolizado de Lins
Predomina, na região de Votuporanga, o clima Aw (Köppen), com estação seca
definida, temperatura média anual de 22,8ºC, intervalo médio de 18,4ºC a 23,9ºC, umidade
relativa média anual em torno de 70% com extremos de 77,10% em fevereiro, e 59% em
agosto. A precipitação pluviométrica média anual é de 1.344 mm, com regime tropical, sendo
74% de outubro a março e 26% de abril a setembro.
Na região de Pindorama, o clima é do tipo tropical continental, com predominância de
verão úmido, níveis de energia típico dos trópicos, e um período de inverno seco, com
1
APTA – Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios
24
temperatura e precipitações pluviais mais reduzidas. Em geral, de outubro a abril, o confronto
entre as curvas mensais de evapotranspiração e de chuva resulta num equilíbrio hídrico
favorável ao crescimento e a produção. As deficiências hídricas e os baixos níveis térmicos
ocorrem entre os meses de maio a setembro.
Foram utilizados clones em quatro estágios de melhoramento classificados por
Gonçalves et al. (1991):
Clones primários: oriundos de parentais desconhecidos, em geral essas árvores
matrizes possuem caracteres desejáveis, sendo, portanto, multiplicadas vegetativamente, para
dar origem ao clone.
Clones secundários: as árvores matrizes são obtidas por meio de cruzamentos
controlados entre dois clones primários.
Clones terciários: são obtidos de cruzamentos onde pelo menos um dos parentais é
secundário.
Clones quaternários: obtidos de cruzamento entre dois clones secundários.
Os testes de progênies onde foram selecionados os clones em estudo foram instalados nos
anos de 1989 e 1990 e os caracteres quantitativos foram avaliados até o presente. Da Apta de
Votuporanga, foram utilizados 23 clones e 17 clones da Apta de Pindorama, esses clones
estão divididos em quatro populações onde cada estágio dos clones foi considerado uma
população de melhoramento. No caso foram avaliadas quatro populações sendo que na
Primária estão os clones 1 e 2, na Secundária, os clones 3, 4, 5, 6 e 7, na Terciária estão os
clones de 8 a 38 e na Quaternária estão os clones 39 e 40.
Estes são alguns dos clones de maiores interesses para o programa de melhoramento do
Instituto Agronômico (IAC). Clones ideais são aqueles que apresentam alta produção de látex
com boas propriedades tecnológicas, seguido de crescimento vigoroso, e boa produção
durante o período seco, com resposta a baixa freqüência de sangrias, resposta positiva a
estimulação, alta produção com tendência ao aumento, crescimento satisfatório do caule
durante a sangria, casca virgem e espessa, boa regeneração de casca, tolerância às principais
doenças, ao vento, à seca de painel e finalmente ter resistência ao estresse ambiental, tais
como ao frio e à seca.
Um clone reunindo todos esses caracteres é quase impossível ocorrer, portanto, existe por
parte do melhorista uma certa tolerância na seleção de alguns dos caracteres secundários
acima mencionados desde que não interfira na produção do clone.
25
TABELA 2: Genealogia individual dos genótipos dos clones avaliados em Pindorama (P) e Votuporanga (V),
região do Estado de São Paulo, Brasil.
Genótipo (Clone)
(1)
Pedigree
(2)
Local
1
Primário
RO 45
(1)
Clone primário
V
2 GT 1 Clone primário P
3
Secundário
RRIM 600 Tjir 1 x PB 86 V
4
IAC 308
AVROS 49 x PR 107
V
5
IAC 329
GT 711 x Tjir 16
P
6 IAC 333 C 228 x Tjir 16 P
7 IAC 341 GT 711 x PB 86 P
8
Terciário
IAC 300
RRIM 605 (Tjir 1x PB 49) x AVROS 363
V
9
IAC 301
RRIM 501 (Pil
A 44
x Lun N) x AVROS 1518 (AVROS 214 x AVROS 317)
V
10 IAC 302 RRIM 501 (Pil A 44 x Lun N) x AVROS 353 V
11 IAC 306 AVROS 49 x RRIM 509 (Pil A 44 x Pil B 24 Lun N 6) V
12 IAC 307 AVROS 1328 (AVROS 214 x AVROS 317) x PR 107 V
13
IAC 310
AVROS 1328 (AVROS 214 x AVROS 317) x PB 86
V
14 IAC 330 RRIM 600 (Tjir 1 x PB 86) x GT 711 P
15 IAC 332 GT 11 x RRIM 600 (Tjir 1 x PB 86) P
16
IAC 334
Fx 25 (F 35
1 x AVROS 49) x AVROS 1126
P
17
IAC 335
GT 711 x RRIM 511 (Pil A 44 x Pil B 16)
P
18 IAC 336 RRIM 600 (Tjir 1 x PB 86) x PR 107 P
19 IAC 337 RRIM 600 (Tjir 1 x PB 86) x PR 107 P
20
IAC 342
AVRO
S 363 x RRIM 527 (Pil B 50 x Pil B 84)
P
21
IAC 338
PB 6/63 x RRIM 512 (PilB 84X Pil A 44)
P
22 IAN 3156 Fx 516 (F 4542 x Avros 363) x PB 86 V
23 IAN 3703 Fx 4371 (F 4542 x PB 86) x PB 86 V
24 IAN 4493 Fx 4421 (F 4573 x PB 86) x Tjir 1 V
25
IAN 6
323
Tjir 1 x Fx 3810 (F 4542 x AVROS 363)
V
26 IAC 56 RRIM 608 (AVROS 33 x Tjir 1) x Fx 3810 (F 4542 x AVROS 363) V
27 IAC 303 RRIM 505(Pil A 44 x Lun N) x Avros 1518 (Avros 214 x Avros 317) V
28
IAC 309
RRIM 626 (Tjir 1 x RRIM 600) x Fx 25 (F 351 x
AVROS 49)
V
29
IAC 311
RRIM
509 (Pil A 44 x Lun N) x Fx 25 (F 351 x AVROS 49)
V
30 IAC 312 RRIM 600 (Tjir 1 x PB 86) x Fx 25 (F 351 x AVROS 49) V
31 IAC 313 RRIM 626 (Tjir 1 x RRIM 500) x Fx 25 (F 351 x AVROS 49) V
32
IAC 314
AVROS 1328 (AVROS 214
x AVROS 317) x Fx 25 (F 351 x AVROS 49)
V
33
IAC 316
AVROS 1328 (AVROS 214 x AVROS 317) x RRIM 608 (
Avros
33 x Tjir 1)
V
34 IAC 331 RRIM 600 (Tjir 1 x PB 86) AVROS 1328 (AVROS 214 x AVROS 317) P
35 IAC 338 PB 5/63 (PB 56 x PB 24) x RRIM 512 (Pil B 84 x Pil A 44) P
36
IAC 339
RRIM 600 (Tjir 1 x PB 86) x RRIM 513 (Pil B 16 x Pil A 44)
P
37
IAC 340
RRIM 600 (Tjir 1 x PB 86) x RRIM 513 (Pil B 16 x Pil A 44)
P
38 IAC 343 AVROS 1518 ( AVROS 214 x AVROS 256) x RRIM 527 (Pil B 50 x Pil B 84) P
39
Quartenário
IAC 40 RRIM 608 (AVROS 33 x Tjir 1) x AVROS 1279 (AVROS 156 x AVROS 374) V
40
IAN 6721
Fx 43
-
655 [Fx 213 (F 4542 x
AVROS 183) x AVROS 183] x PB 86
V
(1)
IAC: Instituto Agronômico de Campinas; IAN: Instituto Agronômico do Norte; F: Ford (clone primário); Fx: Cruzamento Ford;
AVROS: Algemene Verining Rubber planters Oostkust Sumatra; Tjir: Tjirandji; PB: Prang Besar; RO: Rondônia; RRIM: Rubber
Research Institute of Malaysia; Pil: Pilmoor; Lun: Lunderston,; PR: Proefstation voor Rubber; GT: Gondang Tapen; C: Cavala.
(2)
Fonte: Gonçalves (2002).
Alguns dos clones estudados neste trabalho já são recomendados para plantio no
Estado de São Paulo, como mostra a Tabela 3.
26
TABELA 3. Clones recomendados para plantio no planalto do Estado de São Paulo.
Classe Clones recomendados
I
RRIM 600
II
Fx 3864, PB 252, PR 261, PR 255, GT 1, IAN 873 e PB 235
III a
PB 217, PB 258, PB 311, PB 330, IAC 35, IAC 40, IAC 41, IAC 56,
IAC 300, IAC 301, IAC 302, IAC 303, IAC 328, IAC 329, IAC 330,
IAC 331, IAC 334, IAN 3156, IAC 4493, , RRIM 703.
b
PR 107, RRIM 501, Fx 25, Fx 4098, RRIM 626, RRIM 614
c
PB 254, PB 259, PB 294, PB 306, PB 310, PB 312, PB 314, PB 324, PB 326,
PB 330, PB 346, PB 350, PB 355, RRII 105, RRIM 710, RRIM 711, RRIM
713, RRIM 714, RRIM 728, RRIM 729, RRIM 801, RRIM 901, RRIM 908,
RRIM 911, RRIM 913, RRIM 915, RRIM 919, RRIM 922, RRIM 937,
RRIM 938, IRCA 18, IRCA 22, IRCA 27, IRCA 41, IRCA 111, IRCA 130,
IRCA 145, IRCA 230, IRCA 317, IRCA 331, IRCA 515, IRCA 707, IRCA
825, IRCA 840, IRCA 1159, PC 119, PC 140
Classe I - Clones aprovados para plantio em grande escala, o qual não deve exceder 50% da área total do plantio.
Classe II - Clones que através de avaliações têm provado seu mérito ao longo do tempo. Em combinações de
três ou mais podem ser plantados acima de 50% da área total do plantio.
Classe III - Clones recomendados para plantio em até 15% da área total de plantio. A classe envolve três grupos:
Grupo a. Clones que mostraram bom desempenho em experimentos de pequena escala (3 anos) e que
estão sendo avaliados em experimentos do tipo grande escala.
Grupo b. Clones antigos as vezes com produções pouco inferiores em relação aos clones modernos
mas que apresentam bom desempenho no Planalto.
Grupo c. Clones modernos recentemente introduzidos pelo IAC e que vem apresentando bom
desempenho em produção, vigor e caracteres secundários nos locais de origem.
Fonte: Paulo de Souza Gonçalves: Pesquisador científico do Instituto Agronômico (IAC), Centro de Análise e
Pesquisa Tecnológica do Agronegócio do Café “Alcides Carvalho”.
27
4.2. Métodos
4.2.1. Extração e quantificação do DNA
As folhas dos clones foram coletadas e armazenadas a –20ºC para a extração do DNA.
Para os procedimentos de microssatélite foi seguido o protocolo de Williams et al. (1990),
modificado pelo professor J. Nienhuis do Department of Horticulture - University of
Wisconsin.
A extração de DNA, a partir de limbos foliares dos clones instalados no campo, foi
realizada por meio de maceração de 500 a 750mg de tecidos frescos de plantas. Os macerados
foram misturados em 50 µl da solução de extração PEX [para 250ml do tampão PEX em 50ml
de tris (pH 7,5) 1 M; 20,44 g de NaCl; 25g de PEX (Xantogenato de Potássio) e 10ml de
EDTA (pH 8,0) a 0,5M]. Após maceração dos tecidos, para ambos os casos foram adicionado
450µl do tampão de extração e as amostras foram incubadas em banho-maria a 65
o
C, por no
mínimo 30 minutos, sob agitação periódica.
Foi centrifugada uma mistura a 16.100xg por 10 minutos e o sobrenadante
transferido para microtubos de capacidade de 1,5ml. O procedimento seguinte foi o de
completar o tubo com a mistura 6:1 de etanol/acetato de amônia 7,5M, misturado suavemente
várias vezes, permaneceu em repouso por 30 minutos a temperatura ambiente e centrifugado a
5.750xg, por 10 minutos.
Foram adicionados 300µl de tampão TE (1mM tris, pH 7,5; 0,1mm EDTA, pH 8,0 )
para cada tubo e também RNAse-A para uma concentração final de no mínimo 100µg/ml e
incubou-se em banho-maria à 37
o
C, por uma hora.
A etapa seguinte foi centrifugar os tubos a 16.100xg, por 1 minuto, para separar os
remanescentes dos tecidos da planta e transferido o sobrenadante para um tubo limpo. Os
tubos com o DNA a ser precipitado foram completados com a mistura de 10:1 de etanol e 3M
de acetato de sódio e permaneceu em repouso por 15 minutos a temperatura ambiente.
As amostras foram centrifugadas por 5 minutos, a 8.050xg. A solução foi descartada
de cada tubo e os “pelets” lavados com etanol 70%.
Realizou-se uma centrifugação por 1 minuto a 16.100xg para formar novamente os
peletes de DNA. Então foi descartado o álcool e os tubos foram colocados abertos, de boca
para baixo, sobre toalhas de papel.
Os peletes de DNA foram reidratados adicionando-se de 50 a 200µl de TE (em média
os tecidos de folhas receberam 75 µl e as plântulas 50 µl).
28
Após a extração, foi realizada a quantificação em gel de agarose a 0,8% comparando-
se com alguns padrões (20 e 200ηg/µl). A quantificação foi feita com a utilização de
eletroforese a qual correu por 30 minutos a 80 volts. Após a eletroforese o gel foi deixado por
uma hora em uma solução contendo brometo etídio e fotografado em luz ultravioleta.
A modificação realizada em laboratório em relação ao protocolo original foi a
utilização do DNAzol ,da empresa Invitrogen, em substituição do CTAB para a extração do
DNA das folhas.
4.2.2. Análise microssatélite
A reação de PCR foi realizada com uma solução de 23µl, contendo aproximadamente
100ng de DNA da amostra, dATP, dGTP, dCTP e dTTP a 100mM como concentração final
de cada nucleotídeo, um µl unidade de tampão 10 X Buffer, com MgCl
2
, 0,5 unidade de Taq
polimerase e 10ng de cada um dos primers do microssatélite. Cada reação foi protegida de
evaporação com 15µl de óleo mineral. As amostras foram submetidas a 92
o
C por 2 minutos
para a desnaturação, 45 ciclos de 1 minuto a 92
o
C, 1 minuto de 50 a 60
o
C e 1 minuto a 72
o
C, e incubar 10 minutos a 72
o
C. Fragmentos gerados por amplificação foram separados de
acordo com o tamanho em corrida em gel de agarose metaphor 3%, revelado com brometo de
etídio, conforme Byne et al. (1996), e visualizado por iluminação em luz ultravioleta (312nm),
sendo a seguir, fotografado.
Foram utilizados nove pares de primers de microssatélite, os quais foram testados da
seguinte forma: foram utilizados dois microtubos, no primeiro foi feita uma mistura do DNA
com cinco árvores (2µl de DNA de cada), juntamente com a solução de PCR e no segundo
microtubo foi colocado 2µl de DNA de uma única árvore e nele adicionada à solução de PCR.
Em ambos os microtubos adicionado-se o mesmo primer, após a amplificação foi realizada a
corrida para verificar o polimorfismo. Foram considerados polimórficos, os primers que
apresentaram bandas em locos diferentes na mistura em relação ao DNA individual. Foram
utilizados os primers que obtiveram maior polimorfismo e reação mais forte, neste caso,
aqueles que proporcionaram uma melhor visualização das bandas no gel. Os primers
selecionados geraram os locos para a realização das análises.
Os primers utilizados no estudo foram: HB 21, HB 56, HB 129, HB 25, HB 67, HB 175, HB
51, HB 69, HB 185, fornecidos pela ESALQ – Piracicaba.
29
4.2.3. Caracteres produtivos
O perímetro do caule (PER.) e a produção de borracha (PROD.) foram avaliadas como
indicativos da capacidade produtiva dos materiais estudados. O perímetro do caule (cm) foi
obtido no caule da árvore em nível de 1,20 m solo durante 6 anos e para a produção de
borracha (g/bs/sa) os clones foram submetidos à sangria, durante os anos por meio da abertura
do painel a 130 cm do solo. O sistema utilizado para avaliar a produção de borracha no
primeiro ano foi ½S d/2 5d/7. 11m/y - sangria em meio espiral (½S), realizada em intervalos
de dois dias (d/2), em cinco dias da semana (5d/7) e durante 11 meses do ano (11m/y). O
sistema utilizado no segundo ano foi o ½S d/3 5d/7. 11m/y, com aplicação do Ethefon (ET) a
2,5% de princípio ativo, sobre o painel de sangria aplicado 8 vezes ao ano (8/y), no terceiro
½S d/4 5d/7. 10m/y. ET 5,0% Pa (8/y), e do quarto ano em diante o sistema utilizado foi ½S
d/4 5d/7 11m/y. ET 5,0% Pa (8/y). Após a sangria foi coletado o látex que foi armazenado em
local seco para posterior pesagem.
4.2.4. Análise Estatística
4.2.4.1. Microssatélites
Foram avaliadas as quatro populações das quais a constituição genotípica dos
indivíduos foi determinada através do número de repetições da seqüência código.
As estatísticas F foram estimadas, sob modelo aleatório, de acordo com Weir (1996),
em que as populações amostradas foram consideradas como representativas da espécie e com
uma história evolutiva comum. Como os microssatélites possuem número variável de alelos
em diferentes locos e em diferentes populações, as freqüências alélicas de cada loco foram
estimadas pela contagem de alelos, de acordo com Weir (1996):
N
NN
p
ji
ijii
i
2
2
+
= , em que
ii
N é o número de indivíduos homozigotos para o alelo i,
ij
N número de indivíduos
heterozigotos para os alelos i e j,
i
p freqüência do alelo i e N número de indivíduos da
amostra.
30
As freqüências genotípicas nas populações foram estimadas pela contagem dos
diferentes genótipos, de acordo com Weir (1996):
N
N
F
ii
ii
=
)(
e
N
N
F
ij
ij
=
)(
onde
ii
N ,
ij
N e N
são descritos como anteriormente.
A partir dos genótipos observados e das freqüências alélicas foram estimadas a
heretozigosidade observada e a esperada definida por:
=
2
)(1
ie
pH , onde
i
p é a
freqüência do i-ésimo alelo na amostra populacional estudada para cada loco. A
heterozigosidade esperada média definida por:
=
n
He
H
média
, onde n é o número total de
locos também foi estimada. Estas análises foram realizadas com o auxílio do programa
TFPGA “Tools For Population Genetic Analyses” (Miller, 1997) .
O índice de fixação de Wrigth ou coeficiente de endogamia (
$
F
) foi estimado em nível
de loco:
$
$
$
F
H
H
o
e
= 1 e para a dia ponderada entre locos
$
$
$
F
H
H
o
e
=
1 foi baseado em
Vencovsky (1994). A diversidade de Nei (
$
H
t
):
$
$
H p
t i
=
1
2
, onde
$
p
i
2
é a freqüência
média do alelo I em um dado loco. Empregou-se também a estatística F de Wright (conforme
Nei, 1977) onde foram avaliados F
IS
, F
ST
e F
IT.
A partir desta matriz de distâncias, foi obtido um dendrograma da distância entre
clones o qual foi construído pelo método UPGMA.
A estimativa do coeficiente de coancestria (
xy
θ
ˆ
) entre pares de clones por classes de
distância foi realizada segundo método descrito por Loiselle et al. (1995), definida para cada k
alelo em cada par de indivíduos, x e y, como:
1
1
)1(
))((
ˆ
+
=
npp
pppp
kk
kykx
xy
θ
em que:
x
p e
y
p são as freqüências do alelo k nos indivíduos x e y (assumindo valores de 0,
0,5 e 1 em indivíduos homozigotos para o alelo alternativo, heterozigotos e homozigotos para
o alelo sob consideração, respectivamente) e
k
p é a média da freqüência do alelo k na
subpopulação com tamanho amostral n.
As estimativas da média multiloco foram calculadas pela ponderação de
xy
θ
ˆ
em
função do índice de polimorfismo de cada alelo k )1(
KK
pp
. O intervalo de confiança a
95% de probabilidade (1,96 EP) do coeficiente médio de coancestria foi estimado para cada
31
classe de distância com base no erro padrão (EP) da média das estimativas, obtido por
reamostragem jackknifed entre locos. O coeficiente de coancestria e o erro padrão foram
estimados usando o programa SPAGeDi versão 1.1 (Hardy & Vekemans, 2003). O coeficiente
médio de endogamia de todas as plantas nas populações (
F
ˆ
) foi estimado por meio da
seguinte expressão:
2
22
ˆ
ˆˆ
ˆ
T
GT
F
σ
σσ
=
onde:
2
ˆ
T
σ
é a variância total média
(
)
pp
PIGT
ˆ
1
ˆˆˆˆˆ
2222
=++=
σσσσ
em que:
(
)
(
)
ppp
I
θσ
ˆ
1
ˆ
1
ˆˆ
2
=
e
(
)
ppp
P
θσ
ˆ
1
ˆˆ
2
=
onde:
=
p
ˆ
freqüência alélica em um loco;
=p
θ
ˆ
correlação entre as freqüências alélicas de deferentes indivíduos da mesma população.
e
2
ˆ
G
σ
é a variância genética entre genes dentro de indivíduos;
(
)
(
)
Fpp
G
ˆ
1
ˆ
1
ˆˆ
2
=
σ
em que:
=
F
ˆ
coeficiente médio de endogamia de todas as plantas nas populações analisadas.
4.2.4.2. Caracteres produtivos
Os dados obtidos nas avaliações do caráter perímetro do caule (PER.), foram
submetidos à análise de variância e as estimativas para os parâmetros genéticos foram obtidas
conforme Vencovsky e Barriga (1992), considerando clones como efeito aleatório.
A partir das análises de variâncias, para o caráter produção de borracha (PROD.)
analisado, em nível de média, foram obtidas as estimativas dos parâmetros genéticos e
estatísticos, baseando-se em metodologias propostas por Kageyama (1980) e Vencovsky &
Barriga (1992).
Para tanto, foram utilizadas metodologias propostas por Hamrick (1976), utilizadas
por Moraes (1992), Ritland (1996) e Ritland & Ritland (1996) que propuseram o uso de
marcadores moleculares e caracteres quantitativos para fazer inferências sobre a
herdabilidade. Para a avaliação dos dados utilizou-se o programa Microsoft Office Excel 2003
e o programa SAS (Statistical Analysis System, 2001).
As estimativas de parâmetros genéticos e estatísticos para os caracteres silviculturais
analisados foram obtidas em nível de média de parcelas, baseando-se em Vencovsky &
Barriga (1992). O modelo matemático adotado nestas análises individuais, considerando-se
todas as fontes de variação como efeito aleatório foi:
32
Y
ijk
= m + r
j
+ f
i
+ d
k(ij)
+ e
ijk
em que: Y
ijk
é a observação na árvore k, da família i, na repetição j; m é a média geral; r
j
é o
efeito da repetição j; onde j = 1,2, ... r; f
j
é o da família i, onde i = 1, 2, ...f; d
k(ij)
é o desvio
referente à árvore k da parcela ij, com k = 1, 2, ... d; e
ijk
é o efeito do erro experimental.
Uma análise conjunta foi realizada envolvendo as quatro populações, em nível de
média de famílias, para se obter a significância entre populações, para cada um dos caracteres
estudados. O modelo matemático adotado nas análises conjuntas, considerando-se todas as
fontes de variação, obedecendo a um modelo aleatório foi o seguinte:
Y
ijkl
= m + r
j(i)
+ p
i
+ f
jl(i)
+ e
jl(i)
+ d
k(ijl)
em que: Y
ijkl
é a observação na árvore k, da população i, no clone l, da repetição j; m é a
média geral; r
j(i)
é ao
efeito da repetição j, dentro da população i, onde j = 1,2, ..., r; p
i
é o
efeito da população i, com i = 1, 2, ...s; f
jl(i)
é o efeito do clone l, dentro da população i, com l
= 1, 2, ... f
j
; e
jl(i)
é o efeito do erro referente à parcela jl, na população i e d
k(ijl)
é o desvio
referente a arvore k da parcela jl, na população i.
As fontes de variação e as esperanças dos quadrados dios, referentes às análises
individuais e conjuntas são apresentadas nas Tabelas 4 e 5 considerando-se os efeitos de
famílias e populações como aleatório.
TABELA 4. Esquema da análise de variância individual, utilizada na análise de cada um dos
caracteres silviculturais, nas quatro populações de seringueira, tendo como fonte
de variação: anos (R), clones (C) e erro (E)
FV GL QM E(QM) F
R (r-1) Q
1
(
)
22
/1
rd
pn
σσ
+
-
C (p-1) Q
2
(
)
222
/1
ped
rn
σσσ
++
Q
2
/Q
3
E (r-1)(p-1) Q
3
(
)
22
/1
ed
n
σσ
+
-
D
(1)
(k
-
1)pr
Q
4
2
d
σ
-
(1) Corresponde a variância dentro, cuja estimativa é obtida fora da análise de variância conforme Kageyama
(1980);
n
é a estimativa da média harmônica do número de plantas dentro de parcelas, nas populações
estudadas, obtida conforme Campos (1984).
33
TABELA 5. Esquema da análise de variância conjunta, utilizado na análise de cada uma dos caracteres
silviculturais, nas quatro populações de seringueira, apresentando as seguintes fontes de variação:
anos/populações (R/P), populações (P), clones/população (C/P) e o erro médio (E/P)
FV GL QM E(QM) F
(2)
R/P
(r
-
1)s
Q
1
(
)
222
/1
red
pn
σσσ
++
Q
1
/Q
4
P
(s
-
1)
Q
2
(
)
222
/
22
/1
srsped
prprn
σσσσσ
++++
(Q
2
+Q
4
)/(Q
1
+Q
3
)
C/P (p-1)s Q
3
(
)
2
/
22
/1
sped
rn
σσσ
++
Q
3
/ Q
4
E/P (p-1)(r-1)s Q
4
(
)
22
/1
ed
n
σσ
+
-
D
(1)
(k-1)prs Q
5
2
d
σ
-
(1) Corresponde a variância dentro, cuja estimativa é obtida fora da análise de variância (Kageyama, 1980);
n
é a
estimativa da média harmônica do número de plantas dentro de parcelas, nas populações estudadas, obtida conforme
Campos (1984); (2) os números de graus de liberdade, utilizados para obter as estimativas de F, para populações, foram
obtidos conforme Satterthwaite, citado por Campos (1984).
As estimativas dos parâmetros genéticos e estatísticos foram obtidos pelo método dos
momentos:
a) Estimativa da variância do erro entre parcelas
(
)
$
σ
e
2
: Q
n
d e3
2 2
1
= +
$ $
σ σ
b) Estimativa da variância entre clones:
(
)
$
σ
p
2
:
$
σ
p
Q Q
r
2
2 3
=
c) Estimativa da variância aditiva
(
)
$
σ
A
2
:
$
.
$
σ σ
A p
2 2
4=
d) Estimativa da variância fenotípica
(
)
$
σ
F
2
:
$ $ $ $
σ σ σ σ
F d e p
2 2 2 2
= + +
e) Estimativa da variância fenotípica média
(
)
$
:
σ
F
2
$ $
$ $
.
σ σ
σ σ
F
p
e d
r
n r
2 2
2 2
= + +
f) Coeficiente de variação por dentro de parcelas
(
)
CV
d
:
CV
x
d
d
=
100
2
.
$
σ
g) Coeficiente de variação experimental
(
)
exp
CV :
x
Q.100
CV
3
exp
=
h) Coeficiente de variação genética
(
)
CV
g
: CV
x
g
P
=
100
2
.
$
σ
34
i) Coeficiente de variação do erro
(
)
CV
e
: CV
x
e
e
=
100
2
.
$
σ
j) Coeficiente de variação fenotípica
(
)
CV
F
: CV
x
F
F
=
100
2
.
$
σ
k) Coeficiente de variação fenotípica média
(
)
CV
F
:
CV
x
F
F
=
100
2
.
$
σ
l) “Quociente “b” - Vencovsky (1987):
$
exp
b
CV
CV
g
=
m) Coeficiente de herdabilidade em nível de plantas
(
)
$
h
2
:
$
h
2
2
d
2
e
2
P
2
A
ˆˆˆ
ˆ
σ+σ+σ
σ
=
n) Coeficiente de herdabilidade em nível de média de parcelas
(
)
$
h
x
2
:
(
)
$
.
$
$
$ $
.
h
r
n
r
x
A
p
e d
2
2
2
2 2
1 4
=
+ +
σ
σ
σ σ
o) Coeficiente de herdabilidade em nível de plantas dentro de parcelas
(
)
$
h
d
2
:
(
)
2
d
2
A
2
d
ˆ
ˆ
.43
h
ˆ
σ
σ
=
4.2.4.3. Sistema reprodutivo
a) Modelo de reprodução aleatório
Admitiu-se que as progênies dos clones de população livre foram geradas por
cruzamentos aleatórios, em uma população sem parentesco e endogamioa, sendo que os
indivíduos dentro de progênies de clones possuem um parentesco de meios-irmãos. Assim, a
relação entre a variância genética aditiva (
2
ˆ
A
σ
) e a variância genética entre progênies (
2
ˆ
P
σ
) foi
estimada como:
22
ˆ
4
ˆ
PA
σσ
=
b) Modelo de reprodução mista
Admitiu-se que as progênies foram, geradas, em parte por cruzamentos aleatórios e, em parte,
por cruzamentos biparentais. Admitiu-se também a não - ocorrência de parentesco na geração
35
parental e que a taxa de cruzamento foi homogênea para todas as árvores maternas. A
estimativa da variância genética aditiva (
2
ˆ
A
σ
) neste caso foi estimada como:
xy
P
A
r
ˆ
ˆ
ˆ
2
2
σ
σ
=
sendo,
xy
r
ˆ
: o coeficiente de correlação intraclasse.
36
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Caracteres Quantitativos
5.1.1. Análises estatística
As estimativas das variâncias: variância dentro de parcelas
d
σ
ˆ
;
variância do erro
e
σ
ˆ
;
variância entre clones
p
σ
ˆ
; variância aditiva
a
σ
ˆ
e variância fenotípica média
f
σ
ˆ
estão
descritas na Tabela 1A do Apêndice.
Os parâmetros estatísticos e genéticos estimados para as quatro populações de seringueira
com níveis diferentes de melhoramento, foram obtidos para os caracteres: produção de
borracha (PROD.) e perímetro do caule (PER.). Os resultados das dias e do índice de
variação (IV =CV
exp
/
r
) dos caracteres avaliados, estão apresentados na Tabela 6, onde a
população quaternária apresentou maiores dias para ambos os caracteres, sendo
55,71g/borracha seca/sangria para a produção de borracha e 60,44 cm para o perímetro do
caule; em contra partida a menor média para a produção de borracha ficou com a população
terciária (39,40 g/bs/sa) e para a menor média o perímetro do caule ficou para a população
primária (54,08 cm). As diferenças encontradas entre os clones das quatro populações podem
ser devido as origens genéticas diferentes, explicando o porque um clone de uma população
com maior grau de melhoramento seja menos produtivo que um clone de uma população
menos melhorada. O caráter perímetro do caule aumentou de acordo com o nível de
melhoramento, isto é, quanto mais melhorada geneticamente foi a população, maior o valor
médio do perímetro; para o caráter produção de borracha não apresentou um
comportamento diretamente proporcional entre o nível de melhoramento e o valor da média,
provavelmente porque o tamanho das amostras das populações sejam desiguais, o que pode
ter sido resultado de algum erro na amostragem. Em Hevea, o diâmetro do caule é o caráter
mais importante, pois com base no grau de maturidade do plantio, decide-se o início da
sangria (Chandrasekar et al., 1998). No Brasil, adota-se o perímetro mínimo de 45 cm a 1,20
m acima do solo (Bernardes et al., 1992, 1995). A idade em que se atinge tal perímetro varia
de acordo com a região de cultivo e dos cultivares. Em muitos clones, as plantas alcançam o
valor ideal em idade inferior a sete anos (Gonçalves et al., 1993).
Nos resultados verifica-se que a maior influência microambiental foi determinada na
população primária. As produções anuais em quilogramas de borracha seca por hectare e as
produções anuais de gramas de borracha seca por sangria dos 40 clones avaliados encontram-se
37
nas Tabelas 2A e 3A do Apêndice, respectivamente, e os valores encontrados para o perímetro
do caule, de todos os clones estudados, estão na Tabela 4 A do Apêndice.
TABELA 6: Médias das análises de variâncias para os caracteres produção de borracha (PROD.) e perímetro do
caule (PER.) nas populações de seringueira, aos 17 anos de idade.
Caráter
Populações
Primária Secundária Terciária Quaternária
Média IV
(1)
(%)
Média IV
(1)
(%)
Média IV
(1)
(%)
Média IV
(1)
(%)
PROD.(g/bs/as)
44,58
± 6,18
15,58
41,02
±
2,57
9,69
39,40
±
1,34
11,71
55,71
±
9,51
7,86
PER. (cm)
54,08
± 2,42
1,18
54,75
±
1,56
1,00
57,33
±
0,61
1,21
60,44
±
1,86
0,93
1. índice de variação IV =CV
exp
/
r
; em que: CV
exp:
é o coeficiente de variação experimental; PROD. é a produção de
borracha e PER.. é o perímetro do caule.
Nas Figuras 1, 2, 3 e 4 estão apresentadas as médias de produção de borracha de cada um
dos clones das populações, o que pôde-se verificar foi que entre e dentro das populações, isto é,
dos clones com o mesmo grau de melhoramento, apresentaram-se com comportamentos
diferentes, apresentando uma variação de produção de borracha, na mesma idade. Na Figura 5
estão apresentadas as produções das quatro populações estudadas, onde verificou-se que a
população com maior grau de melhoramento apresentou uma maior produção de borracha por
ano, do que as demais populações na mesma idade.
dias de produção
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
RO 45 GT 1
Clones
kg/bs/ha
38
FIGURA 1: Médias de produção anual de borracha dos clones da população
primária.
dias de produção
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
RRIM 600 IAC 308 IAC 329 IAC 333 IAC 341
Clones
kg/bs/ha
FIGURA 2: Médias de produção anual de borracha dos clones da população
secundária.
dias de produção
0
500
1000
1500
2000
2500
I
A
C
3
0
0
I
A
C 3 0
1
IAC 3 0
2
IAC
3
0
6
IA
C
3
0
7
I
A
C
3
1
0
I
A
C 3 3
0
I
A
C 3 3
2
IAC 3
3
4
IAC
3
3
5
I
A
C
3
3
6
I
A
C
3
3
7
I
A
C 3 4
2
IAC 3 38
I
A
N
3
15
6
I
A
N
3703
I
A
N
4493
IAN 6323
IAC 56
IAC 3
0
3
IAC
3
0
9
I
A
C
3
1
1
I
A
C
3
1
2
I
A
C 3 1
3
IAC 3 1
4
IAC 3
1
6
IA
C
3
3
1
I
A
C
3
3
8
I
A
C 3 3
9
I
A
C 3 4
0
IAC 3
4
3
Clones
kg/bs/ha
FIGURA 3: Médias de produção anual de borracha dos clones da população terciária.
39
dias de produção
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
IAC 40 IAN 6721
Clones
kg/bs/ha
FIGURA 4: dias de produção anual de borracha dos clones da
população quaternária.
dias de produção
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
Primária Secundária Terciária Quaternária
Populações
kg/bs/ha
FIGURA 5: Médias de produção anual de borracha das populações de
seringueira estudadas.
Nas Figuras 6, 7, 8 e 9 estão apresentadas as médias dos perímetros dos caules de
cada clone dentro das populações; essas medidas demonstraram que dentro das
populações existem variações nas medidas dos perímetros quando avaliados em clones da
mesma idade. Na Figura 10 estão apresentadas as médias dos perímetros de cada
população avaliada. Verificou-se fenotipicamente que à medida que se melhora
geneticamente a população o perímetro do caule tende a aumentar, avaliando-se na
mesma idade.
40
dias dos perímetros do caule
0
10
20
30
40
50
60
70
RO 45 GT 1
Clones
cm
FIGURA 6: Médias dos perímetros do caule dos clones da população
primária.
dias dos perímetros do caule
0
10
20
30
40
50
60
70
RRIM 600 IAC 308 IAC 329 IAC 333
Clones
cm
FIGURA 7: Médias dos perímetros do caule dos clones da população
secundária.
41
Médias dos perímetros do caule
0
10
20
30
40
50
60
70
IA
C
341
IAC
300
IAC 30
1
IA
C
302
IAC
306
IAC 307
IAC
310
IAC
330
IAC
332
IAC 334
IAC
335
IAC
3
3
6
IA
C
337
IAC
342
IAC 33
8
IAN
3156
IAC
370
3
IAN 4493
IAN
6323
IA
C 56
IAC 303
IAC
309
IAC
311
IAC 312
IAC 313
IAC
314
IAC
3
1
6
IA
C
331
IAC
338
IAC 33
9
IA
C
340
IAC
343
Clones
cm
FIGURA 8: Médias dos perímetros do caule dos clones da população terciária.
dia dos perímetros do caule
58,5
59
59,5
60
60,5
61
61,5
62
IAC 40 IAN 6721
Clones
cm
FIGURA 9: Médias dos perímetros do caule dos clones da população
quaternária.
42
dias dos perímetrosdo caule
50
52
54
56
58
60
62
Primária Secundária Terciária Quaternária
Populações
cm
FIGURA 10: Médias dos perímetros do caule das populações de
seringueira estudadas.
Em relação as estimativas do teste F (Tabela 7), verifica-se nas análises individuais,
diferenças significativas em ambos os caracteres nas quatro populações. Para a análise
conjunta apenas o perímetro do caule apresentou significância entre as populações estudadas,
isto demonstra uma alta variação entre as produções, ao longo dos anos, dentro de cada uma
das populações e entre elas. A análise pelo teste F revelou haver diferenças significativas
entre famílias quanto aos caracteres produção e perímetro do caule. Esta variabilidade
demonstrada, é condição essencial para o estabelecimento de um programa de melhoramento
genético e pode ser efetivamente explorada com vistas ao aumento da produção de borracha
devida a variabilidade encontrada dentro da população (Costa et al, 2000). Cavalcante e
Conforto (2002) avaliando o desempenho de cinco clones jovens obtiveram significância no
diâmetro do caule quando esses estavam com 16 meses de idade. As diferenças entre os anos
de crescimento do perímetro do caule foram estatisticamente significativas a 1% de
probabilidade, o que indica variabilidade de incremento entre os anos. Entre os clones em
questão, não foram observadas variáveis significativas em relação a esse caráter. Esta falta de
significância também foi verificada por Gonçalves et.al., (2001) quando avaliaram o
desempenho de clones de seringueira de origem Amazônica.
43
TABELA 7: Estimativas do valor do teste F obtidas nas
análises de variância individuais e conjunta para
as quatro populações, aos 17 anos.
Populações
Caracteres
PROD. PER.
Primária
(1)
6,59*
135,44*
Secundária
(1)
4,55*
71,50*
Terciária
(1)
6,51*
49,58*
Quaternária
(1)
65,81* 6,05*
Análise conjunta
(2)
2,296 2,959*
1. Teste F para o efeito de famílias; 2.Teste F para efeito de populações
na análise conjunta;estimado pelo método de Satherthwaite citado por
Campos (1984).
5.1.2. Estimativas de coeficientes de variação e herdabilidade
As estimativas dos coeficientes de variação dentro (CV
d %
), genética (CV
g %
), do erro
entre parcelas (CV
exp %
), fenotípica (CV
f %
), fenotípica média (CV
F
%) e o quociente b
ˆ
(CV
g
/
CV
exp
) para os caracteres silviculturais das populações de seringueira em estudo, encontram-
se na Tabela 8.
O coeficiente de variação genética é considerado um parâmetro de extrema
importância no entendimento da estrutura genética de uma população por mostrar a
quantidade de variação existente entre clones e permitir as estimativas de ganhos genéticos
(Kageyama, 1980). Para o caráter produção de borracha os coeficientes de variação genética
(CV
g %
)
variaram de 18,25% a 63,29% para as populações secundárias e quaternárias
respectivamente, os valores do coeficiente de variação genética para o caráter perímetro do
caule variaram de 2,08% para a população quaternária a 13,68% para a população primária,
esses resultados indicam haver maior variação entre os clones na população quaternária para o
caráter produção e na população primária para o caráter perímetro do caule. Esses resultados
são considerados dentro dos padrões quando comparados com os encontrados por Costa et.
al., 2000, Gonçalves et al., (1983), Moreti et al., (1994) e Boock et al. (1995) no tocante à
espécie, o que confirma a variabilidade demonstrada no teste F. A explicação para valores
altos, pode estar na amostragem feita. Segundo Vitti et al. (1992) mais de uma população
pode ter sido incluída na hora da amostragem. Em espécies florestais torna-se difícil a
definição do tamanho da população e da área a ser amostrada, isso porque algumas
populações abrangem áreas muito grandes ou muito pequenas. No caso das populações de
seringueira deste trabalho, estas se apresentaram pequenas, isto é, com poucos indivíduos,
44
devido ao fato de serem usados os clones de interesse comercial para o Instituto Agronômico
(IAC) de acordo com cada população, não havendo a necessidade de se expandir o tamanho
da população.
É necessário o acompanhamento dos dados de idades mais avançadas para uma maior
segurança das estimativas. No presente trabalho não foram encontradas as presenças de
estimativas negativas o que poderia ocasionar problemas para uma perfeita interpretação dos
parâmetros genéticos, da mesma forma que ocorreu com Oliveira et al. (2000), em uma
população de aroeira consorciada a outras espécies e com Sturion (1994) em uma população
de Bracatinga. Análises feitas por Siqueira et al. (1993), mostraram que, apesar de possuírem
dados de Cumbaru com 13 anos de idade, existe a necessidade de prolongar os testes de
conservação dos recursos genéticos, permitindo que se conheça melhor a estrutura genética
das populações; o mesmo pode ser considerado para a seringueira.
O quociente
b
ˆ
variou entre as populações. Na população primária foi de 0,96 para a
produção e 4,73 para o perímetro do caule neste caso esta população teria resposta mais
efetiva à seleção, segundo Vencovsky e Barriga (1992). Os caracteres que apresentaram maior
“quociente” b
ˆ
nas populações podem servir de base para que se faça a propagação do
genótipo, neste caso seriam utilizados o caráter PER. para as três primeiras populações e o
caráter PROD. seria utilizado apenas na população quaternária.
A expressão da variação entre plantas dentro de família, determinada pelo coeficiente
de variação dentro de clones (CV
d %
) foi de média a alta para a maioria das estimativas
encontradas nos caracteres estudados.
Os altos valores de CV
d
implicam em uma alta variação fenotípica dentro das
progênies de clones. Isto é altamente relevante para a conservação genética da espécie, visto
que sua eficiência é definida pela variação genética entre populações, entre clones dentro de
clones e entre indivíduos dentro de clones. Considerando três quartos da variância aditiva, que
é a variância responsável pela semelhança entre pais e filhos, está dentro dos clones, este é
portanto, o nível hierárquico populacional que apresenta a maior parte da variância genética
de uma população. Altos CV
d
aumentam o potencial de uma população para a conservação,
além de favorecerem, no caso de melhoramento, a seleção de indivíduos superiores dentro de
progênies, (Sebbenn et al., 1999).
Os valores do CV
d
para a produção foram altos em todas as populações variando de
30,98% a 39,75% para as populações secundárias e primárias respectivamente.
45
Os coeficientes de variação experimental (CV
exp
%) obtidos quanto ao caráter produção
para a população quaternária (19,26) pode ser considerado médio demonstrando uma boa
precisão para o ensaio e para critério de avaliação. o CV
exp
para as demais populações,
foram altos o que indica que a coleta desses dados está sujeita a erros experimentais de
controle relativamente difícil, e expressa propriedades intrínsecas do caráter. Porém, os
referidos CV
exp
são considerados médio quando comparado às estimativas de Paiva et al.
(1982) e Alves (1987), que obtiveram valores da ordem de 38,30% e 50,44%,
respectivamente, e de magnitude condizente à que foi apresentada por Moreti et al. (1994). As
quatro populações apresentaram valores de CV
exp
baixos para o caráter perímetro do caule o
que demonstra uma boa condução do experimento quanto a esse caráter.
TABELA 8: Estimativas dos coeficientes de variação para os caracteres silviculturais,
envolvendo as quatro populações de seringueira.
Caráter Populações
CV
d
(%)
CV
g
(%)
CV
exp
(%)
CV
f
(%)
CV
F
(%)
b
ˆ
PROD.
Primária
39,75 36,83 38,17 64,26 39,99 0,96
Secundária
30,98 18,25 23,73 41,18 20,66 0,77
Terciária
37,80
37,80
28,68
52,41
2
9,86
0,96
Quaternária
37,46 63,29 19,26 74,46 63,77 3,29
Média
36,50 39,04 27,46 58,08 38,57 1,50
PER.
Primária
12,27 13,68 2,89 17,92 13,73 4,73
Secundária
14,60 8,38 2,45 15,94 8,44 3,43
Terciária
12,59
12,59
2,96
14,51
8,50
2,85
Quaternária
11,03 2,08 2,27 10,53 2,28 0,92
Média
12,62 9,18 2,64 14,73 8,24 2,98
Coeficiente de variação dentro de clones (CV
d
); do erro entre parcelas (CV
e
); genética (CV
g
); fenotípicas em nível
de plantas (CV
f
); fenotípica em nível de média (CV
F
) e quociente “b”.
Os valores das herdabilidades que foram estimadas no sentido amplo, onde estão
demostrados os níveis de herdabilidade:
2
h
ˆ
herdabilidade em nível de plantas,
)(
2
ˆ
SM
h
herdabilidade em nível de plantas, em sistemas mistos de cruzamentos,
2
m
h
ˆ
herdabilidade em nível de médias;
2
d
h
ˆ
herdabilidade em nível de plantas dentro de clones;
)(
2
ˆ
SM
D
h herdabilidade em nível de plantas dentro de clones, em sistemas mistos de
cruzamento, estão apresentados na Tabela 9.
46
As herdabilidades em nível de plantas somente foram calculadas para o caráter
produção na população secundária e para o perímetro do caule para a população quaternária,
as demais foram nulas para as outras populações. as herdabilidades em nível de médias
obtiveram valores considerados altos para os dois caracteres nas quatro populações o que
indica que a seleção pode ser mais efetiva nas médias entre as populações do que dentro da
população. Tais resultados são coerentes com os observados na literatura relativa a outras
espécies florestais (Matzires & Zobel, 1973; Kageyama, 1980; Sturion et. al. 1994 e Sampaio,
1996) e quanto à seringueira (Costa et al., 2000, Gilbert et al., 1973; Nga & Subramanian,
1974; Moreti et al., 1994; Boock et al., 1995). Fatos revelam ainda que caracteres de
herdabilidades baixas possibilitam pequenos ganhos para o melhoramento por via sexuada
(Kalil-Filho, et al, 2000). Os valores de herdabilidade, obtidos nos clones sugerem grandes
possibilidades de ganho genético, tendo em vista que o progresso esperado pela seleção
depende da herdabilidade do caráter, da intensidade de seleção, e, de forma inversa, do desvio
fenotípico do caráter (Dudley & Moll, 1969).
Em relação à herdabilidade em nível de plantas dentro de parcelas o PER da população
secundária demonstrou valor máximo (0,99), por outro lado o PER da população quaternária
apresentou uma herdabilidade baixa (0,11), os demais caracteres nas demais populações
apresentaram valores de herdabilidades maiores que 1 e estão representados por nc (não
calculada). Os altos valores da herdabilidade obtidos para plantas individuais no que tange a
produção e ao incremento do caule sugerem que a seleção massal pode ser conduzida em
qualquer idade (Gonçalves, et.al., 1998).
Verifica-se que a maioria das herdabilidades em nível de plantas e em nível de plantas
dentro de parcelas o foram calculadas e as que apresentaram valores foram superiores que
as herdabilidades em nível de plantas em sistemas mistos de cruzamentos e em nível de
plantas dentro de clones, em sistemas mistos de cruzamento. Esses valores demonstraram que
resultados superestimados podem levar a uma quantificação errônea da herança dos caracteres
gerando erros nas estimativas de ganhos genéticos. Esses dados confirmam que a seleção,
neste caso, devera ser baseada na herdabilidade estimada para o sistema misto, onde o
controle da variação fenotípica tem maior efeito genético, permitindo maior sucesso na
seleção (Freitas, 2003). Este mesmo autor e Sebbenn et al. (2001) encontraram resultados
semelhantes. Para a seringueira as herdabilidades em nível de indivíduos têm suas estimativas
consideravelmente afetadas ao assumir progênies de polinização aberta como sendo de meios
irmãos, desconsiderando o sistema reprodutivo misto da seringueira, obtendo-se ganhos
47
genéticos superestimados na seleção individual (Costa, 1999).
TABELA 9: Estimativas dos coeficientes de herdabilidade, no sentido amplo, para os
dois caracteres silviculturais.
Populações Caráter
2
h
ˆ
)(
2
ˆ
SM
h
2
m
h
ˆ
2
ˆ
d
h
)(
2
ˆ
SM
D
h
Primária PROD.
nc 0,42 0,85 nc 0,83
PER.
nc 0,75 0,99 nc nc
Secundária PROD.
0,79 0,25 0,78 nc 0,34
PER.
nc 0,36 0,99 0,99 0,32
Terciária PROD.
nc 0,35 0,85 nc 0,51
PER.
nc 0,43 0,98 nc 0,43
Quaternária PROD.
nc
0,93
0,98
nc
nc
PER.
0,16
0,05
0,83
0,11
0,03
Média
0,48
0,44
0,91
0,55
0,41
2
h
ˆ
herdabilidade em nível de plantas,
)(
2
ˆ
SM
h herdabilidade em nível de plantas, em sistemas mistos de
cruzamentos,
2
m
h
ˆ
herdabilidade em nível de médias;
2
d
h
ˆ
herdabilidade em nível de plantas dentro de clones;
)(
2
ˆ
SM
D
h
herdabilidade em nível de plantas dentro de clone nível de plantas dentro de clones, em sistemas
mistos de cruzamento, nc – não calculado.
5.2. Variabilidade Genética por Marcador Molecular Microssatélite
Antes de serem iniciadas as análises, foram realizados testes de temperatura para que
fossem feitas as amplificações dos primers. Cada primer apresentou-se mais eficiente em uma
dada temperatura de anelamento individual (Tabela 10).
48
TABELA 10: Temperatura de pareamento e ciclos de desnaturação dos primers HB com
DNA de Hevea Brasiliensis.
Primer Seqüência dos primers* Temp. de anelamento e ciclos
HB 21
F:ATCTGCATAATAGTTGTAACCACA
R:AGCTCTCATCATAGTGAAGTTCTGG
38,2
o
C x 45 ciclos
HB 25
F: TCATTTCAAGTTCACCGTGCTTATT
R:AGCGCATGTATTTGCCTTATGTCTC
43,4
o
C x 45 ciclos
HB 51
F: CATTAGTTGGCTGCTCTTTCATTTC
R: ACTTATCTTATGTTCCATCTACCAC
46,0
o
C x 45 ciclos
HB 56
F: AGTCTAGCAATGTATGGTTGTTTCC
R: ATCTTCCTCTTTATCACTTGGTTTG
46,0
o
C x 45 ciclos
HB 67
F: TTTTTCACTGTTGTTGCTTGCTTCT
R:GTGACTTTTATCTGGGATGGGTTAG
51,5
o
C x 45 ciclos
HB 69
F: TGTGTCCTCTACTTGTCTTCATTTG
R: GCCTCTACTTTTCTTTCTCCTTTAT
39,3
o
C x 45 ciclos
HB 129
F: GCATCACATTTTATTGGCATCATTT
R: TGTCACTATCCTAACCATCACCTAT
38,0
o
C x 45 ciclos
HB 185
F: AAACCAGCACTCTTTTGACCT
R: TTCTTCCTTCTCCACTTCCT
39,3
o
C x 45 ciclos
HB 175
F: CAGGCCAGTTCAAAGGATGTGC
R: GGGCCAGAGTCAAAAAGAGTAA
38,2
o
C x 45 ciclos
* Seqüência de pares de primers desenvolvidos na Esalq.
Os nove pares de primers utilizados amplificaram 27 alelos (9 locos x 3 alelos) nos
quarenta indivíduos das quatro populações de Hevea brasiliensis. Todos os primers utilizados
mostraram polimorfismo. O número de alelos por loco variou de 2 a 4, sendo em média 3
alelos por loco analisado. Este número mostrou baixa variação entre as populações (Tabela
11). Na população primária os locos 1, 2, 3, 5 e 6 foram monomórficos, nas secundária e
terciária foram monomórficos os locos 3 e 5 respectivamente e na população quaternária
foram monomórficos os locos 1, 3, 5 e 6. A foto de uma das amplificações está apresentada na
figura 11.
O polimorfismo em seringueira havia sido registrado por diversos autores (William
et al., 1990; Koller et al., 1993 e Lakawipat, 2004, Dias, 1998). A porcentagem de locos
polimórficos ficou entre 44,4% e 88,89%, estes valores foram próximos ao de Chevallier
(1988) que apresentou uma porcentagem em torno de 70% a 90% quando utilizou isoenzimas
em populações de seringueira originárias do Estado do Acre. Quanto ao número de alelos por
loco, este ficou semelhante ao encontrado para outras espécies arbóreas quando utilizado o
marcador microssatélite (Sebbenn, 2001).
Ao desenvolver trabalhos utilizando marcadores moleculares em Hevea brasiliensis,
Low et al. (1996) encontraram polimorfismo nos locos analisados utilizando o marcador
RFLP.
49
FIGURA 11. Perfil eletroforético de alelos microssatélites de Hevea brasiliensis
amplificados com o primer HB 129.
50
TABELA 11: Freqüência dos alelos encontrados nos nove locos estudados.
LOCO PRIMER
ALELO POP 1 POP 2 POP3 POP4
1
1
1,0000
0,7000
0,9167
1,0
000
HB 21
2
0,0000
0,2000
0,0833
0,0000
3 0,0000 0,1000 0,0000 0,0000
2
1
1,0000
0,8000
0,5968
0,5000
HB 129
2
0,0000
0,1000
0,1774
0,2500
3 0,0000 0,1000 0,1613 0,2500
4 0,0000 0,0000 0,0645 0,0000
3
1 1,0000 1,0000 0,9000 1,0000
HB 51
2 0,0000 0,0000 0,1000 0,0000
3 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
4
1 0,5000 0,0000 0,0645 0,0000
HB 69
2 0,5000 0,9000 0,6774 0,7500
3 0,0000 0,1000 0,1290 0,2500
4 0,0000 0,0000 0,1290 0,0000
5
1 1,0000 0,7500 1,0000 1,0000
HB 185
2 0,0000 0,2500 0,0000 0,0000
6
1
1,0000
0,8000
0,7692
1,0000
HB 25
2 0,0000 0,2000 0,2308 0,0000
7
1
0,7500
0,8000
0,4815
0,7500
HB 56
2
0,2500
0,2000
0,4630
0,2500
3
0,0000
0,0000
0,0556
0,0000
8
1
0,5000
0,3750
0,4500
0,5000
HB 67
2
0,5000
0,5000
0,5
000
0,2500
3
0,0000
0,1250
0,0500
0,2500
1
0,5000
0,2000
0,3065
0,7500
HB 175
2
0,2500
0,3000
0,4677
0,0000
3 0,2500 0,5000 0,2258 0,2500
Os valores de heterozigosidade demonstram não existir um excesso de homozigotos
nas populações (Tabela 12), exibindo alta diversidade genética. Hamrick e Loveless (1986),
trabalhando com 29 espécies arbóreas tropicais, em eletroforese em gel de amido, detectaram
28% de polimorfismo, variando de 0 a 54%, e heterozigosidade média por espécie de 0,11,
variando de 0,00 a 0,22. Gan, et al. (1981) registraram evidências de altos níveis de variação
genética em duas espécies arbóreas da Malásia.
Ao observar-se a Tabela 12 verifica-se que as populações não foram homogêneas em
relação a heterozigosidade esperada, com valores variando de 0,296 a 0,400 mostrando uma
média de 0,369. A menor diversidade ficou por conta da população primária provavelmente
devido ao fato dos seus indivíduos serem de cruzamentos naturais ao contrário das demais
populações de clones que foram desenvolvidas em programas de melhoramento genético. Em
51
estudos realizados por Chevallier (1988), em populações naturais no Estado do Acre,
Rondônia e Mato Grosso, foi encontrada uma heterozigosidade média de 0,356. Já Paiva et al.
(1994), estudando duas populações naturais no Estado do Acre, encontraram a
heterozigosidade média de 0,336, ambos os valores dentro do intervalo de variação
encontrado no presente trabalho. Assim, considerando que populações naturais de Seringueira
desses Estados, normalmente apresentam muita variabilidade genética e são fontes de material
produtivo, fica caracterizada a importância que a heterozigosidade adquire em relação a
produção de látex na seringueira e o potencial que estas populações estudadas podem oferecer
a programas de melhoramento genético. que o resultado da heterozigosidade média, nas
populações estudadas foi ligeiramente superior aos resultados encontrados na literatura, neste
caso se destaca a população 3 composta por uma população grande com um maior número de
indivíduos apresentando uma heterozigosidade de 0,390 podendo seus clones serem bem
explorados em programas de melhoramento devido ao valor de sua heterozigosidade.
Saha et al. (2005), estudando clones de seringueira, obtiveram uma heterosigozidade
média superior a todas as encontradas nas populações aqui estudadas; ao utilizar
microssátelite os autores citados obtiveram heterosigozidades de 0,456 a 0,757.
Lewontin e Cockerham (1959) encontraram um excesso de heterozigotos em alguns
locos e para outros locos um excesso de homozigotos. Excessos de indivíduos heterozigotos e
valores negativos podem indicar que as forças seletivas estão agindo neste loco dentro da
população.
TABELA 12: Variação genética estimada para as quatro populações avaliadas.
POP 1 POP 2 POP 3 POP 4
Amostra média por loco
1,89 4,67 27,77 1,89
Número médio de alelos por loco
2,90 2,89 2,89 2,89
Porcentagem de locos polimórficos
44,44 88,89 88,89 55,56
Heterozigosidade média observada (H
o
)
0,222 0,399 0,396 0,352
Heterozigosidade média esperada(H
e
)
0,296 0,400 0,390 0,389
As estimativas de desvio do equilíbrio de Hardy-Weinberg (HW) também foram
significativas para todas as populações analisadas (Tabela 13).
O EHW é baseado em premissas de cruzamentos aleatórios, ausência de mutação,
migração, deriva genética, seleção e tamanho infinito das populações (Metter & Gregg, 1973;
52
Futuyma, 1992). Devido à pressuposição de cruzamentos aleatórios, a avaliação da existência
de EHW nas populações pode ser uma forma inicial de abordar o sistema reprodutivo das
espécies (Reis, 1996).
O teste de EHW pode ser verificado quando se trabalha com mais de uma geração,
neste caso em estudo pode-se verificar apenas o ajuste das proporções genotípicas ao modelo
de EHW. Isto acontece porque o EHW prediz ausência de alterações nas freqüências gênicas e
genotípicas na ausência de fatores evolutivos (deriva genética, mutação, seleção e migração),
populações grandes e de cruzamentos aleatórios.
Os testes exatos são geralmente usados para tamanhos amostrais pequenos e quando
uma maior chance de ter números esperados pequenos no teste X
2
(Weir, 1990). Conforme
este autor, mesmo em amostras moderadamente grandes, a existência de alelos raros no loco
resulta em números esperados pequenos; nesse caso, os testes exatos são preferíveis.
A grande maioria dos locos mostraram probabilidades altas significando existirem
diferenças entre o observado e o esperado por HW. Somente a população 3 apresentou alguns
valores baixos de probabilidade mostrando haver diferenças estatísticas (locos 2, 4, 7 e 8).
53
TABELA 13: Probabilidade do teste exato para aderência do Equilíbrio de Hard-Weinberg
para cada loco e população.
LOCO POP 1 POP 2 POP 3 POP 4
1 - 1,0000 1,0000 -
2 - 1,0000 0,0069 1,0000
3 - - 1,0000 -
4 0,3333 1,0000 0,0344 1,0000
5 - 0,1429 - -
6 - 1,0000 0,5783 -
7 1,0000 0,1111 0,0056 1,0000
8 1,0000 0,3143 0,0001 1,0000
9 1,0000 0,1270 0,2901 1,0000
A diferenciação genética entre as populações foi baixa F
ST
= 0,0032 (Tabela 14). Tal
resultado se deve ao fato de serem utilizados ancestrais comuns durante o desenvolvimento
dos clones que passaram por diferentes graus de melhoramento, demonstrando que as
populações encontram-se muito próximas geneticamente com pouca diferença entre as
populações, (apenas 0,3%). Os outros 99,7% da diversidade genética encontram-se dentro das
populações, caracterizando a existência de uma base genética muito pequena para a formação
dessas populações ao contrário de Besse et al. (1993) que encontraram bases genéticas
grandes, suficiente para serem mantidas por uma seleção intensa. O coeficiente de endogamia
total foi baixo F
IT
= 0,0216, resultado este que está em função da endogamia
intrapopulacional que também apresentou um baixo valor F
IS
= 0,0185.
TABELA 14: Estatística F de Wright
F Média
F
IT
0,0216
F
ST
0,0032
F
IS
0,0185
As distâncias genéticas de Nei, calculadas aos pares entre as populações, variaram de
0,058 a 0,089 (Tabela 15). Besse et al. (1993) avaliando populações de seringueira, obtiveram
distâncias que variaram de 0 a 0,092, valores confirmados por Soleille (1984) e Chevallier
(1988), quando utilizaram o marcador isoenzima, em populações de Hevea brasiliensis.
54
Michalakis e Excoffier, 1996 também estimaram distâncias genéticas entre populações
utilizando o marcador molecular microssatélite.
TABELA 15: Estimativas das distâncias genéticas, acima da diagonal e
identidades genéticas, abaixo da diagonal, entre as
populações de seringueira.
1 2 3 4
1 -
0,0783 0,0614 0,0758
2
0,9247
-
0,0584 0,0886
3
0,9404 0,9433
-
0,0683
4
0,9270
0,9152
0,9340
-
Estimadas segundo Nei (1972/1978)
A aplicação do todo das médias das distâncias, entre todos os pares de clones que
formam cada grupo (UPGMA: unweighted pair-group method using an arithmetic average) é
apresentada na Figura 11, sendo representada por um dendrograma. Neste dendrograma
observa-se que as populações 2 e 3 se apresentam no mesmo grupo e as outras duas
populações se dispõem em grupos individuais.
Apesar de todas as populações serem muito parecidas apresentando uma distância
genética média de 0,072, as populações 2 e 3 foram as que menos apresentaram divergência
entre si, portanto, são mais próximas geneticamente , pois obtiveram uma distância genética
de 0,058 isso deve-se ao fato dessas populações apresentarem ancestrais comuns em suas
constituições.
55
FIGURA 11: Padrão da distância genética entre as quatro
populações de Hevea brasiliensis, baseado no
agrupamento UPGMA, utilizando as distâncias
genéticas de Nei (1972). Dados provenientes de
nove locos de microssatélites.
5.3. Análises Individuais dos Clones por Marcador Microssatélite
Os coeficientes de coancestria (
F
θ
ˆ
) indicam a divergência entre os clones. Os valores
encontrados indicam a existência de indivíduos não relacionados, primos, meios irmãos,
irmãos completos e irmãos de autofecundação. No presente estudo 68,4% dos valores foram
zero o que demonstra um não relacionamento entres os pares de clones confrontados; em
relação aos pares que apresentaram valores acima de zero verificou-se uma predominância de
clones meios-irmãos, pois os valores foram próximos ou iguais a 0,125 (Tabela 5A do
Apêndice e Tabela 16). A maior proporção refere-se ao parentesco de meios irmãos (14,8%)
seguidos de irmãos completos (9,3%) e primos (7,4%), ocorreu também uma percentagem
mínima de irmãos completos (0,13%). O coeficiente de coancestria tem papel importante em
programas de melhoramento, em conservação genética, e na estimativa do coeficiente de
correlação de parentesco entre plantas dentro de clones. Os valores encontrados foram
aleatórios sendo que, os maiores não foram dentro de populações, a não ser na população
terciária que apresenta um número maior de clones, nas demais populações as maiores
coancestria foram encontradas entre populações; como os clones foram desenvolvidos em
programas de melhoramento os ancestrais comuns podem ter sido utilizados para desenvolver
clones com diferentes graus de melhoramento.
56
O coeficiente de coancestria pode assumir os seguintes valores: a) valores negativos
significam que, os indivíduos são mais diferentes do que o esperado aleatoriamente; b) zero
quando não existe parentesco; c) 0,0625 quando são primos de primeiro grau; c) 0,125 quando
são meios irmãos; d) 0,25 quando são irmãos completos ou pai (ou mãe) e filho e 0,5 quando
são irmãos de autofecundação. Valores intermediários estão associados a erros de estimativas
ou acúmulo de parentesco entre gerações. Estes valores irão tender para um ou para outro
lado. O coeficiente
F
θ
ˆ
mede a probabilidade de dois genes homólogos retirados
aleatoriamente em dois indivíduos serem idênticos por descendência (Lynch & Walch, 1998).
A Tabela 9 mostrou um número elevado de coeficientes de herdabilidade com
estimativas acima 1, provavelmente os modelos considerados para essas estimativas
basearam-se em progênies de meios irmãos, no entanto os dados dos marcadores
microssatélites estão apresentando uma grande percentagem de irmãos de outros graus de
parentesco como é o caso de irmãos completos e irmãos de autofecundação.
Paiva et al. (1994) utilizando isoenzimas obtiveram um coeficiente de coancestria
média entre famílias de seringueira de 0,1270. Esse valor demonstra que as famílias
apresentaram-se aparentadas entre si.
No presente trabalho o foi difícil encontrar indivíduos aparentados, devido ao fato,
dos clones serem desenvolvidos por ancestrais comuns.
TABELA 16: Porcentagem do grau de relacionamento entre os clones estudos e a porcentagem do grau de
parentesco.
Não relacionados
(%)
Primos
(%)
Meios-irmãos
(%)
Irmãos Completos
(%)
Irmãos de autofecundação
(%)
68,4 7,4 14,8 9,3 0,13
O índice de fixação ou coeficiente de endogamia
F
ˆ
mede o excesso ou a deficiência
de heterozigotos em relação ao esperado em uma população panmítica, ou seja, quando o
valor é igual a zero, a população está ajustada as proporções do EHW e quando os valores
são significativamente maiores ou menores que zero, uma indicação de que exista um
excesso de homozigotos ou heterozigotos, respectivamente.
Os altos níveis de heterozigosidade sugerem que a espécie é, provavelmente, de
cruzamentos, e o excesso de homozigotos indica que a espécie pratica alguma forma de
endogamia como autofecundações e cruzamentos entre parentes. Na Tabela 17 estão
apresentadas as endogamias de cada clone estudado; 57,5% dos clones de seringueira
apresentaram um excesso de heterozigotos, pois apresentaram valores menores que zero,
57
os outros 42,5% dos clones apresentaram um coeficiente de endogamia que variou de 0,023 a
0,752 demonstrando um excesso de homozigotos nesses indivíduos; não foram encontrados
clones com valores exatos igual a zero.
Plantas com menor número de locos em heterozigose e maior endogamia apresentam
menor desempenho e a seleção natural, parece estar atuando contra a endogamia. Evidências
de seleção contra homozigotos entre a fase de plântulas e fase adulta em espécies arbóreas
são muitas, o que foi demonstrado por diversos autores (Mitton & Grant, 1980; Ledig et al.,
1983; Murawski & Hamrick, 1992; Sebbenn et al., 1998). A seleção natural favoreceria
indivíduos com maior heterozigosidade, o que, por sua vez, sugere a presença de
sobredominância para locos adaptativos, o que pode não ocorrer com os clones quando
melhorados pois os mesmos não sofrem uma seleção natural.
Namkoong (1966) diz que a presença de endogamia por causa da autofecundação ou
por restrição no tamanho efetivo da população nos testes de progênies de polinização aberta,
influi nas estimativas de variância genética. Não existem ainda indicações seguras sobre o
percentual de autofecundação no sistema reprodutivo da seringueira. Sabe-se que o fenômeno
da endogamia relacionado ao vigor e provavelmente à produção tem sido observado
algum tempo (Moreti et al., 1994).
Estimativas de cruzamentos entre aparentados também têm sido detectadas em outras
espécies arbóreas tropicais, como Bertholletia excelsa (O´malley et al., 1988), Ceiba
pentranda (Murawsaki & Hamrick, 1992), Genipa americana (Sebbenn, Kageyama e
Vencosvky, 1998), Esenbeckia leiocarpa (Seoane, Sebbenn e Kageyama, 2001), Tabebuia
cassinoide (Sebbenn et al., 2000), Carya illinoinensis (Rüther, Hamrick e Wood, 2000),
Lespsch-Cunha (1996) quando utilizou isoenzimas em uma população de Couratari
guianensis, e Myracrodruon urundeuva (Freitas, 2003) isso pode indicar que ao se realizar
um programa de melhoramento utilizando o desenvolvimento de clones, resultados
semelhantes a este trabalho poderão ser encontrados sendo a endogamia menos pronunciada
nos indivíduos mais jovens. Paiva (1992), estudando populações naturais de seringueira
também utilizando isoenzimas obteve estimativas de
F
ˆ
em torno de 0,21.
Ferwerda e Wit (1969) relataram que a seringueira não demonstra preferência pela
polinização livre em relação a autofecundação, embora em estudos controlados a
porcentagem de sementes obtidas em polinização controlada tende a ser ligeiramente mais
baixa após a autofecundação do que após a polinização livre.
A depressão endogâmica em seringueira foi verificada por alguns autores (Sharp,
1940 e 1951; Ross & Borookson, 1960; Tan & Subramanian, 1976) mostrando que progênies
58
de cruzamento de autofecundação são inferiores a progênies de cruzamento livre em relação
ao vigor e a produção de borracha. O efeito de endogamia é completamente comum em
seringueira, porém esta intensidade pode variar entre diferentes clones (Bouychau, 1969).
Avaliando os programas de melhoramento de seringueira, RRIM (Rubber Research
Institute of Malaysia) e o PB (Prang Besar), Ho (1976) relatou que a endogamia tem efeito
adverso no rendimento e no vigor das plantas, reduzindo o sucesso de polinização e o
aumento da proporção de plantas fracas, portanto quanto maior o grau de endogamia mais
fracos e talvez menos produtivos serão os clones.
O aumento do parentesco entre os clones estudados reduz a possibilidade de
recombinação dentro da população. Como os clones das populações 2, 3 e 4 foram
desenvolvidos por melhoristas, as endogamias encontradas já eram previstas.
59
TABELA 17: Coeficiente de endogamia para cada clone analisado.
CLONES
COEF. DE
ENDOGAMIA
(
F
ˆ
)
CLONES
COEF. DE
ENDOGAMIA
(
F
ˆ
)
1 0,3546 21 -0,1293
2 -0,2169 22 -0,1839
3 -0,1703 23 -0,3164
4 -0,0918 24 -0,1720
5 0,7523 25 0,4177
6 -0,0931 26 0,2871
7
-
0,1654
27
0,0818
8
0,0548
28
-
0,1018
9
-
0,2060
29
-
0,3182
10 -0,3504 30 0,4182
11 -0,2712 31 -0,4221
12 -0,2670 32 -0,1020
13 0,3502 33 0,1253
14 0,3685 34 -0,0222
15 0,2840 35 -0,5342
16 0,6686 36 0,0636
17
-
0,1886
37
0,4199
18
-
0,1914
38
0,
2720
19
-
0,0684
39
0,0225
20 0,2421 40 -0,2496
As estimativas de correlações entre os índices de heterozigosidade e entre os
caracteres quantitativos (produção e perímetro do caule) são apresentados na Tabela 18. As
correlações são importantes porque quantificam a possibilidade de ganhos indiretos por
seleção em caracteres correlacionados e permite que caracteres de baixa herdabilidade
tenham seleção mais eficiente quando realizada sobre caracteres que são correlacionados
(Cruz et al., 1988).
O índice de endogamia foi correlacionado negativamente com a produção e com o
perímetro do caule, e a produção foi correlacionada positivamente com o perímetro do caule;
os valores encontrados não foram significativos, portanto não existe uma relação direta entre
endogamia e a produção e o perímetro do caule e nem entre a produção e o perímetro. Existe
somente uma pequena tendência da produção e o perímetro do caule diminuir com o aumento
da endogamia. Um outro aspecto é que o fator evolutivo nos dados moleculares é a deriva
genética e nos dados quantitativos é a seleção, neste caso, mesmo que houvesse uma
correlação significativa entre a endogamia e os caracteres quantitativos poderia ser apenas
por acaso.
60
De acordo com Falconer (1981), uma diferença em sinal entre correlações mostra que
as fontes de variação genética e ambiental afetam os caracteres através de mecanismos
fisiológicos diferentes.
TABELA 18: Correlações entre os caracteres
quantitativos (Produção e
perímetro do caule) e entre
o índice de endogamia
F
ˆ
.
A aplicação do método das médias das distâncias (UPGMA), entre todos os pares de
clones que formam cada grupo é apresentada na Figura 12, por meio de um dendrograma.
Neste dendrograma a menor distância genética ficou entre os clones 19 (IAC 337) e 28 (IAC
309) em relação ao clone 36 (IAC 339) e entre 6 e 21 que foram nulas, significando que são
rametes do mesmo clone. a maior distância ficou entre os clones 16 (IAC 334) e 30 (IAC
312). Os clones não se agruparam nem por produção, nem por populações, as distâncias
genéticas encontradas não demonstraram que os clones com o mesmo grau de melhoramento
são mais próximos geneticamente. Os clones estudados são tão diferentes dentro da população
que eles apresentaram um comportamento como se fossem da mesma população, isto é como
se houvesse apenas uma população em estudo, por isso não foram encontrados grupamentos
bem definidos.
O conhecimento dos pares de clones de maior divergência orienta o processo de
hibridação. Assim, os pares mais divergentes devem ser utilizados em cruzamentos para a
geração de híbridos heteróticos. Por outro lado, a informação acerca dos pares mais similares
é útil em programas de melhoramento, envolvendo retrocruzamento. Nesses programas, o
emprego de genitores similares, diferenciados basicamente pelo gene a ser transferido,
permite recuperar o genitor recorrente mais rapidamente (Dias, 1994).
A falta de formação de muitos grupos de clones pode estar ligada a estreita base
genética disponível nos programas de melhoramento de seringueira.
PROD PER
F
ˆ
-0,106 -0,032
PROD
0,266
61
Essas diferenças de distâncias podem ser porque as populações primária, secundária e
quaternária apresentam poucos indivíduos, portanto, são populações pequenas, esses
resultados podem ser devido a desproporcionalidade do número de genótipos das populações.
FIGURA 12: Padrão da divergência genética entre os quarenta clones de Hevea brasiliensis,
baseado no agrupamento UPGMA, utilizando as distâncias genéticas de Nei (1972).
Dados provenientes de nove locos de microssatélites.
62
6. CONCLUSÕES
As análises dos resultados permitiram as seguintes conclusões:
a) A população com maior grau de melhoramento apresentou uma maior produção de
borracha;
b) As populações apresentam altos coeficientes de variabilidade para produção de
borracha, mostrando existir bom potencial para a continuidade dos programas de
melhoramento;
c) A combinação dos pares de primers selecionados gerou alto grau de polimorfismo.
d) O marcador microssatélite mostrou-se uma ferramenta útil na caracterização
genética da seringueira.
e) As populações estudadas não estão em EHW, isto se deve ao fato do material
genético ser oriundo de programas de melhoramento e com isso são influenciados por fatores,
tais como, a seleção e a deriva;
f) Os coeficientes de endogamia foram baixos confirmando a alta percentagem de
heterozigotos nas populações de seringueira;
g) Além dos meios irmãos, estão presentes os parentescos entre irmãos completos,
irmãos de autofecundação e primos, como podem ser observados pelos coeficientes de
coancestria.
63
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78
Apêndice
79
TABELA 1A: Estimativas das variâncias em nível de médias, encontradas para os
caracteres silviculturais, produção (PROD.) e perímetro do caule (PER.)
das populações de seringueira.
Pop. Caráter
d
σ
ˆ
e
σ
ˆ
p
σ
ˆ
a
σ
ˆ
f
σ
ˆ
1
PROD.(g/bs/sa) 314,03 237,25 269,63 1078,53 317,90
PER.(cm) 44,02 -4,89 54,74 218,95 55,14
2
PROD.(g/bs/sa)
161,53
67,81
56,06
224,25
71,85
PER
.(cm)
63,91
-
8,85
21,06
84,26
21,36
3
PROD.(g/bs/sa) 221,74 87,46 117,12 468,49 138,40
PER.(cm) 52,08 -6,09 23,25 93,01 23,73
4
PROD.(g/bs/sa)
435,39
42,50
1242,85
4971,41
1262,03
PER
.(cm)
44,40
-
5,52
1,58
6,35
1,
90
d
σ
ˆ
variância dentro de parcelas;
e
σ
ˆ
variância do erro;
p
σ
ˆ
variância entre progênies;
a
σ
ˆ
variância aditiva e
f
σ
ˆ
variância fenotipica .
80
TABELA 2A. Produção anual em quilograma de borracha seca por hectare (kg/bs/ha)dos 40 clones
avaliados em Pindorama e Votuporanga, região do Estado de São Paulo, Brasil.
1
Sangria no sistema ½ S d/2. 5d/7 . Considerou-se um estande de 240 árvores por hectare e 140 sangrias/ano.
2
Sangria no sistema ½ S d/3. 5d/7. ET 2,5%. Considerou-se um estande de 340 árvores por hectare e 100 sangrias/ano com aplicação de ethefon a 2,5%.
3
Sangria no sistema ½ S d/4. 5 d/7. ET 5,0%. Considerou-se um estande de 380 árvores por hectare e 72 sangrias/ano com aplicação de ethefon a 5,0%.
4
Sangria no sistema ½ S d/4. 5 d/7. ET 5,0%. Considerou-se um estande de 400 árvores por hectare e 72 sangrias/ano com aplicação de ethefon a 5,0%.
Clone
Ano 1
(1)
Ano 2
(2)
Ano 3
(3)
Ano 4
(4)
Ano 5
(4)
Ano 6
(4)
Média
kg/bs/ha
RO 45 501 2.035 2.365 2.189 1306 1869 1711
GT 1 633 863 935 660 1035 1070 866
RRIM 600 601 1.645 1586 1764 1432 1942 1488
IAC 308 413 1.246 1085 1670 1684 1379 1246
IAC 329 868 1.157 1171 1006 1769 1356 1221
IAC 333 840 1.081 1218 1150 1187 1138 1102
IAC 341 468 577 633 558 1347 899 747
IAC 300 794 1.970 2036 2543 1926 2055 1887
IAC 301 718 1.969 2567 2318 1636 1699 1818
IAC 302
600 1.769 1767 2065 1958 2206 1728
IAC 306 490 1.126 1008 1098 842 835 900
IAC 307 466 1.224 1382 1766 1514 1613 1328
IAC 310 427 1.098 1070 1196 1457 1205 1076
IAC 330 860 1.228 1378 1303 1312 1150 1199
IAC 332 840 1.115 853 781 897 912 900
IAC 334 744 1.230 1245 605 - - 775
IAC 335 468 577 633 558 1347 899 747
IAC 336 686 915 847 749 1091 815 851
IAC 337 656 798 993 864 1314 850 913
IAC 342 476 699 959 653 981 627 733
IAC 338 612 687 926 598 921 825 762
IAN 3156 1377 2265 2811 2951 1861 1224 2081
IAN 3703 - 993 1020 1029 935 1168 858
IAN 4493 456 1340 1797 1972 1293 755 1269
IAN 6323 315 924 1179 1235 1026 1520 1033
IAC 56 499 1587 2037 2378 1737 1648 1656
IAC 303 507 1415 1332 1898 1880 2489 1587
IAC 309 392 1097 1187 1405 1354 1542 1163
IAC 311 297 923 900 1515 1303 1418 1059
IAC 312 356 1045 779 1055 1229 1292 959
IAC 313 355 1134 1452 1451 1359 1521 1214
IAC 314 320 886 957 1284 1089 1024 928
IAC 316 401 836 829 699 819 1334 820
IAC 331 844 1285 1489 1070 1027 572 1042
IAC 338 612 687 929 598 921 825 762
IAC 339 606 694 929 971 1109 766 846
IAC 340 4782 777 1208 .1142 871 736 869
IAC 343 478 758 - - - - 1236
IAC 40 1066 2.605 2239 2807 2787 2896 2400
IAN 6721 236 848 1106 945 894 1419 909
81
TABELA 3A. Produção anual em gramas de borracha seca por sangria (g/bs/sa)dos 40
clones avaliados em Pindorama e Votuporanga, região do Estado de São Paulo,
Brasil
Clone
Ano 1
Ano 2
Ano 3
Ano 4
Ano 5
Ano 6
Média
g/bs/sa
RO 45 14,92 59,84 82,12 76,01 45,36 64,90 57,19
GT 1 26,39 35,27 34,18 22,92 35,95 37,15 31,98
RRIM 600 17,89 48,39 56,48 60,26 49,71 67,44 50,20
IAC 308 12,29 36,65 39,65 58,00 58,46 47,89 32,49
IAC 329 36,17 47,28 42,79 34,92 61,42 47,08 44,94
IAC 333 35,00 44,17 44,52 39,92 41,20 39,51 40,72
IAC 341 19,50 23,56 23,12 19,36 46,77 31,22 27,26
IAC 300 23,62 57,94 74,43 88,31 66,87 71,36 63,76
IAC 301 21,37 57,92 93,42 80,48 56,82 59,00 61,57
IAC 302
17,87 52,04 64,60 71,69 67,99 76,60 58,47
IAC 306 14,58 33,11 36,85 38,14 29,25 29,00 30,16
IAC 307 13,88 36,01 50,51 61,32 52,57 56,00 45,05
IAC 310 12,71 32,30 39,30 41,53 50,57 41,86 36,38
IAC 330 35,85 50,18 49,08 45,23 45,57 39,93 44,31
IAC 332 35,00 45,54 31,16 27,13 31,15 31,67 33,61
IAC 334 31,00 50,23 47,32 21,00 - - 37,39
IAC 335 19,50 23,56 23,12 19,36 46,77 31,22 27,26
IAC 336 28,57 37,37 30,95 26,00 37,89 28,29 31,51
IAC 337 27,33 32,58 36,28 30,00 45,63 29,50 33,55
IAC 342 19,83 28,57 35,07 22,97 34,06 21,76 26,99
IAC 338 25,50 28,05 33,85 20,97 31,98 28,64 28,13
IAN 3156 40,97 66,61 97,59 102,46 64,62 42,50 69,13
IAN 3703 - 29,22 35,42 35,72 32,47 40,50 34,68
IAN 4493 13,57 39,42 62,39 68,48 44,91 26,50 42,50
IAN 6323 9,37 27,18 40,25 42,87 35,64 52,79 34,80
IAC 56 14,85 46,69 74,46 82,58 62,04 57,21 56,31
IAC 303 15,09 41,63 48,67 65,91 65,26 86,41 53,67
IAC 309 11,09 32,27 43,38 48,79 47,02 53,54 39,44
IAC 311 8,85 27,14 32,84 52,60 45,24 49,23 35,98
IAC 312 10,90 30,73 28,46 36,63 42,69 44,85 32,33
IAC 313 10,56 33,35 53,08 50,39 47,55 52,80 41,29
IAC 314 9,52 26,05 35,33 44,58 37,71 35,57 31,46
IAC 316 11,94 24,60 30,31 24,26 28,45 46,33 27,65
IAC 331 35,71 50,85 54,48 37,17 35,67 19,87 38,87
IAC 338 25,50 28,05 33,85 20,75 31,98 28,64 28,13
IAC 339 25,29 28,34 33,95 33,70 38,51 26,59 31,06
IAC 340 19,92 31,72 44,14 39,64 30,24 25,56 31,87
IAC 343 19,17 21,44 - - - - 20,31
IAC 40 31,72 76,62 81,82 97,47 96,76 100,57 80,83
IAN 6721 7,03 24,94 38,42 32,80 31,04 49,29 30,59
82
TABELA 4A. Perímetro do caule anual, em cm, dos 40 clones avaliados em Pindorama e Votuporanga, região do Estado
de São Paulo, Brasil.
Período de i
maturidade
Período adulto
Clones
Ano 1
Ano 2
Ano 3
Ano 4
Ano
5
Ano 6
Ano 7
Médias
Ano 8
Ano 9
Ano 10
Ano 11
Ano 12
Ano 13
Média
RO 45 8,48 12,69 19,22 26,88 35,70 42,06 47,32 27,49 47,67 58,50 59,58 61,25 64,11 64,87 59,33
GT 1 - 6,31 8,36 15,57 22,30 30,22 35,08 19,64 37,83 43,97 48,15 51,74 55,74 55,54 48,53
RRIM 600 539 9,42 10,64 17,53 26,61 33,34 39,28 20,32
44,24 51,06 57,55 61,32 64,78 67,93 57,81
IAC 308 5,79 7,41 14,45 23,65 32,35 38,95 45,20 23,97 50,55 57,60 60,22 62,58 64,94 72,11 61,33
IAC 329 3,11 7,57 14,16 19,50 25,05 31,73 36,13 19,61 39,30 44,90 50,00 53,15 57,38 58,27 50,50
IAC 333 3,11 6,31 11,81 17,41 24,36 31,73 37,68 18,92 39,12 45,09 51,58 55,75 59,31 60,65 51,92
IAC 341 3,17 7,50 13,38 21,25 29,90 34,86 37,85 20,84 39,29 46,56 52,39 56,46 58,58 59,76 52,17
IAC 300 5,73 8,13 15,11 22,44 28,14 36,86 42,35 16,62 43,55 52,59 56,07 57,45 60,20 62,94 55,47
IAC 301 7,29 10,68 17,81 25,28 31,14 37,33 42,75 22,68 44,70 51,19 52,06 53,67 55,36 59,94 52,82
IAC 302
6,97 11,41 18,78 29,67 38,75 43,97 47,95 28,21 51,56 59,42 59,53 62,62 64,97 72,83 61,82
IAC 306 6,42 9,44 17,39 25,74 32,22 38,01 43,16 27,59 43,28 49,94 55,68 56,47 60,14 62,31 54,64
IAC 307 7,38 11,28 18,67 29,29 36,47 43,05 47,00 23,97 51,00 59,25 59,59 62,00 64,66 74,41 61,82
IAC 310 5,70 7,81 13,56 20,37 28,55 34,83 41,10 21,70 45,73 55,56 57,56 60,53 63,50 70,88 58,96
IAC 330 3,54 6,54 12,33 20,47 28,20 35,66 40,75 21,07 43,69 50,21 54,93 58,70 63,36 64,64 55,92
IAC 332 2,83 5,90 11,20 22,78 29,00 38,00 41,20 21,56 44,50 53,80 58,00 60,33 60,88 61,64 56,53
IAC 334 - 5,75 12,00 21,33 32,00 41,00 47,75 26,64 54,50 60,25 63,00 68,50 72,75 74,67 65,61
IAC 335 3,11 7,50 10,95 19,46 24,16 32,90 40,03 19,73 41,70 49,07 51,50 56,42 60,77 61,80 53,54
IAC 336 3,89 7,45 12,77 19,13 23,58 30,19 35,04 18,86 37,71 42,43 49,50 53,75 57,50 57,75 49,77
IAC 337 3,52 7,86 13,39 20,65 27,11 34,16 37,75 20,63 41,55 48,35 52,65 56,35 60,45 63,30 53,78
IAC 342 3,20 8,45 14,96 23,92 31,95 34,17 38,10 22,11 44,53 54,04 55,77 60,77 63,96 68,85 53,99
IAC 338 3,54 5,87 10,15 16,42 21,23 29,30 35,39 17,37 39,25 46,38 48,33 51,78 55,17 57,70 47,77
IAN 3156 7,15 10,81 18,05 29,35 37,42 44,29 48,69 27,97 51,10 58,67 59,42 61,21 62,13 63,33 59,31
IAC 3703 6,84 8,92 13,01 19,87 27,84 33,16 40,56 21,46 40,73 49,14 53,17 55,60 58,08 63,61 53,39
IAN 4493 7,58 10,58 18,39 28,50 35,56 42,21 49,41 27,46 50,58 52,11 60,51 62,97 64,57 70,35 60,10
IAN 6323 7,67 11,94 19,78 29,20 37,16 43,42 48,20 28,20 51,36 57,78 60,38 62,78 65,34 69,44 61,18
IAC 56 6,35 8,94 16,92 23,83 33,23 41,29 47,26 25,50 51,70 57,21 60,44 61,72 63,03 66,03 60,02
IAC 303 7,78 11,24 18,22 25,92 33,79 40,61 46,20 26,25 48,83 57,47 61,32 65,21 69,44 72,67 62,49
IAC 309 7,17 11,50 20,22 30,04 37,47 43,80 49,16 24,48 52,28 59,11 61,16 63,84 66,78 76,0 63,20
IAC 311 6,84 10,01 17,82 26,25 35,86 41,83 48,84 26,77 51,67 59,00 63,25 65,37 69,54 72,22 63,51
IAC 312 8,15 13,20 22,80 28,47 35,40 42,08 50,50 28,66 54,54 62,85 62,33 66,25 69,54 71,83 64,56
IAC 313 7,30 10,17 17,45 25,55 31,33 39,67 44,22 25,10 48,17 55,86 56,26 58,56 61,55 67,94 58,06
IAC 314 6,25 9,54 17,13 26,24 33,96 40,21 45,76 25,58 50,61 58,41 60,19 62,81 65,78 71,32 61,53
IAC 316 7,32 11,02 19,00 26,68 33,69 37,25 45,51 25,70 47,72 53,61 58,04 59,55 62,86 66,06 57,97
IAC 331 3,29 8,25 12,86 19,23 27,50 33,22 37,04 20,20 37,15 44,15 50,69 54,31 57,30 58,00 50,27
IAC 338 3,24 5,87 10,15 16,42 21,23 29,30 35,39 17,37 39,25 46,38 48,33 51,78 55,17 57,70 49,77
IAC 339 3,36 6,19 11,44 18,13 24,33 31,96 35,36 18,68 39,67 44,36 50,64 54,27 54,65 55,64 44,87
IAC 340 3,24 7,15 13,15 21,67 29,03 36,80 4450 22,22 49,11 57,50 59,86 63,29 69,29 73,43 62,08
IAC 343 3,64 7,77 13,00 19,64 23,33 32,10 37,54 19,54 40,38 45,92 50,38 - - - 37,65
IAC 40 7,54 10,42 19,83 27,02 35,80 43,15 48,50 27,47 51,90 58,78 58,94 62,38 64,44 72,05 61,42
IAN 6721 6,97 11,01 18,25 25,78 32,00 41,50 46,95 26,06 49,23 55,25 59,63 60,50 64,38 67,80 59,58
83
TABELA 5A: Coancestria entre todos os indivíduos em estudo (40x40).
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
1 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,190 0,203 0,106 0,000 0,000 0,088 0,358 0,000 0,000 0,164 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,085 0,000 0,0861 0,319
2 0,000 0,136 0,160 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,155 0,073 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,077 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
3 0,233 0,000 0,227 0,200 0,000 0,338 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,394 0,184 0,000 0,000 0,000 0,286 0,000 0,000 0,000 0,000
4 0,000 0,000 0,094 0,128 0,229 0,000 0,088 0,000 0,000 0,000 0,000 0,208 0,153 0,000 0,000 0,000 0,095 0,087 0,000 0,000 0,000
5 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,252 0,000 0,000 0,000 0,192 0,000 0,000 0,089 0,261 0,137 0,000 0,000 0,185 0,000 0,000
6 0,166 0,000 0,150 0,000 0,00 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,224 0,000 0,000 0,219 0,000 0,085 0,000 0,000 0,000
7 0,093 0,117 0,000 0,000 0,226 0,182 0,000 0,000 0,173 0,067 0,000 0,000 0,000 0,155 0,000 0,000 0,128 0,000
8 0,076 0,154 0,088 0,000 0,200 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,164 0,000 0,000 0,000
9 0,068 0,000 0,000 0,098 0,000 0,000 0,308 0,125 0,000 0,000 0,000 0,205 0,111 0,000 0,000 0,000
10 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,103 0,000 0,000 0,000
11 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,129 0,000 0,000 0,000
12 0,078 0,000 0,066 0,000 0,000 0,147 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,127 0,000
13 0,314 0,244 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,077 0,000 0,078 0,000
14 0,000 0,000 0,087 0,153 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,345
15 0,302 0,000 0,244 0,179 0,103 0,000 0,000 0,254 0,000 0,106
16 0,181 0,099 0,000 0,000 0,165 0,000 0,000 0,000 0,172
17 0,000 0,000 0,000 0,284 0,000 0,000 0,000 0,000
18 0,187 0,096 0,000 0,000 0,248 0,000 0,000
19 0,319 0,000 0,000 0,099 0,000 0,000
20 0,215 0,000 0,105 0,000 0,000
21 0,065 0,000 0,000 0,000
22 0,000 0,122 0,000
23 0,000 0,000
24 0,101
84
TABELA 5A (continuação): Coancestria entre todos os indivíduos em estudo (40x40).
26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
1 0,329 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,2490 0,000 0,000 0,000 0,096 0,000 0,186 0,000
2 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,131 0,000 0,000 0,000 0,000 0,102 0,160 0,000 0,130
3 0,000 0,000 0,000 0,000 0,124 0,000 0,000 0,098 0,194 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
4 0,000 0,000 0,000 0,000 0,094 0,000 0,000 0,144 0,089 0,000 0,000 0,168 0,000 0,111 0,000
5 0,1431 0,166 0,228 0,000 0,000 0,158 0,261 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,388 0,000 0,187
6 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,077 0,088 0,000 0,000 0,092 0,000 0,000 0,112
7 0,000 0,000 0,000 0,226 0,000 0,000 0,000 0,208 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,076 0,000
8 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,196 0,241 0,000 0,000 0,000 0,309 0,151 0,397 0,000
9 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,171 0,188 0,075 0,000 0,118 0,000 0,000 0,000
10 0,000 0,000 0,000 0,000 0,138 0,103 0,120 0,000 0,086 0,105 0,000 0,111 0,242 0,000 0,000
11 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,127 0,229 0,000 0,000 0,000 0,000 0,218 0,149 0,153 0,142
12 0,000 0,000 0,000 0,214 0,000 0,000 0,000 0,125 0,000 0,000 0,128 0,000 0,000 0,000 0,000
13 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,248 0,000 0,000 0,000 0,084 0,000 0,182 0,000
14 0,095 0,000 0,000 0,000 0,168 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
15 0,289 0,174 0,151 0,000 0,090 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,243 0,000 0,000 0,000 0,000
16 0,000 0,000 0,000 0,000 0,249 0,000 0,000 0,132 0,167 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
17 0,000 0,000 0,073 0,094 0,265 0,000 0,000 0,000 0,188 0,078 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
18 0,118 0,232 0,284 0,290 0,113 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,223 0,000 0,101 0,000 0,000
19 0,190 0,255 0,383 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,068 0,297 0,000 0,169 0,000 0,139
20 0,191 0,000 0,288 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,074 0,000 0,000 0,093 0,000 0,070
21 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,077 0,133 0,000 0,000 0,074 0,000 0,000 0,105
22 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,145 0,158 0,116 0,199 0,000 0,000 0,282 0,000 0,223 0,000
23 0,200 0,169 0,778 0,000 0,194 0,067 0,0797 0,000 0,000 0,083 0,232 0,000 0,251 0,000 0,000
24 0,000 0,102 0,000 0,101 0,000 0,069 0,000 0,116 0,196 0,000 0,166 0,000 0,000 0,071 0,000
25 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
26 0,111 0,164 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,322 0,000 0,203 0,000 0,000
27 0,348 0,113 0,000 0,124 0,000 0,000 0,000 0,000 0,288 0,000 0,109 0,000 0,000
28 0,174 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,268 0,000 0,169 0,000 0,116
29 0,000 0,000 0,000 0,095 0,000 0,000 0,102 0,000 0,000 0,000 0,000
30 0,000 0,000 0,000 0,275 0,166 0,000 0,000 0,080 0,000 0,000
31 0,179 0,000 0,072 0,000 0,000 0,150 0,133 0,094 0,000
32 0,000 0,000 0,000 0,000 0,309 0,317 0,253 0,117
33 0,101 0,000 0,000 0,285 0,000 0,222 0,000
34 0,088 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
35 0,000 0,000 0,135 0,000 0,000
36 0,000 0,074 0,000 0,000
37 0,114 0,365 0,000
38 0,000 0,000
39 0,000
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