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com a eliminação da flexibilidade. Isso, contudo, não quer dizer que o toyotismo seja
em si um sistema superior ao fordismo. No paradigma eletromecânico, em que este
último surge, os custos de controle eram elevados. Assim, abrir mão da flexibilidade
em prol da produtividade era de fato uma excelente opção e, não por acaso, até o
começo dos anos 70, são as empresas fordistas que dominarão o mundo. Com o
decorrer dos anos 70, contudo, o cenário favorável à produção em massa se esgota.
Não só estagflação dificulta a exploração de escalas crescentes, como um fato novo
– o advento da microeletrônica – reduz drasticamente os custos de controle.
De fato, segundo Alban (2002), esse é um período em que se processa a
miniaturização da eletrônica, possibilitando a constituição de sistemas de controles
extremamente potentes, confiáveis e baratos. Com eles, a automação pode ser
flexibilizada por meio do desenvolvimento de máquinas de comando numérico, robôs
e sistemas informacionais dos mais diversos. A utilização dessa automação flexível,
por sua vez, com o desenvolvimento de softwares amigáveis, tornou-se cada vez
mais fácil. O complicado, ou mesmo o impossível, era adaptar as rígidas
organizações tayloristas/fordistas, da produção em massa, às características desse
novo paradigma. O toyotismo, contudo, não tinha esse problema.
À luz de Alban (2002, p.106) o toyotismo:
Buscando a produtividade com a manutenção da flexibilidade, o toyotismo
casava perfeitamente com a automação flexível. Era como se um fosse feito
sob encomenda para o outro. Não havia impasses nem contradições. Com a
mão-de-obra polivalente e estruturas hierárquicas horizontalizadas, as
empresas toyotistas podiam adotar, e de fato adotaram, a automação
flexível como um avanço natural da mecanização flexível. No limite, era
simplesmente um processo de troca de máquinas e sistemas de controle
humano por máquinas de controle microeletrônico muito mais eficientes.
Prosseguindo conforme Alban (2002, p.106):
Com a automação flexível, o toyotismo estava fadado a assumir a
supremacia nos sistemas produtivos e de fato assim se deu. Mesmo com a
relutância de suas estruturas administrativas, com o ameaçador avanço das
empresas japonesas, ao final dos anos 80, começo dos 90, todas as
grandes empresas ocidentais de montagem foram, de alguma forma,
paulatinamente se convertendo ao toyotismo.
Em linhas gerais, à luz de Alban (2002), o toyotismo é um sistema de
organização da produção estruturado em quatro vertentes básicas. São elas: a