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susceptível de ser utilizada, enriquecendo-se ou complementando-se com os instrumentos de
análise sugeridos e implementados em pesquisas de caráter científico sobre riscos laborais.
Um item importante a ser avaliado é a postura, que não foi contemplada neste
estudo, mas que é de especial relevância pelo fato de cada indivíduo ter suas peculiaridades,
suas características e seu próprio histórico de saúde, pessoa que pode padecer de alguma
doença da coluna vertebral. Para este fim, indicamos alguns softwares de avaliação postural
(posturograma, FisiMetrix,etc.), referidas no trabalho de Coutinho (2007) e Costa (2004). No
entanto, deve-se esclarecer que ainda não existe uma metodologia totalmente definida para
avaliar integralmente o posto de trabalho e o trabalhador, embora se tenham dado avanços
tecnológicos significativos na área da ergonomia; ciência cuja dinâmica permite que surjam
proveitosamente variedades de métodos de avaliação, ressaltando o enfoque holístico que lhe
é peculiar. A ergonomia não enfoca de forma isolada o estudo do homem no seu trabalho, mas
enfatiza a análise dos sistemas homem-máquina como um conjunto de elementos, com
proposta de intervenção individual do tipo homem/posto de trabalho, aliado a todos os fatores
que repercutem no desenvolvimento do posto e na adequação e inadequação do mesmo, com
um enfoque multidisciplinar e interdisciplinar estabelecido em uma equipe ergonômica.
Na empresa objeto deste estudo, não existe uma equipe ergonômica, a qual teria
meios eficientes a níveis curativo e preventivo, uma vez que todos os trabalhadores avaliados
apresentavam sintomatologia dolorosa a nível (lombar) da coluna vertebral e necessitavam,
além do tratamento clínico (medicamentoso), do tratamento fisioterapêutico, pois é evidente
que devem ser avaliados e orientados de forma individual e contínua, levando-se em
consideração as medidas antropométricas, a análise postural, dando ênfase às posturas
adequadas, não só para a execução das tarefas laborais mas para as atividades cotidianas da
vida, nas quais o indivíduo deve manter um padrão de comportamento saudável, bem como,
nos casos em que os trabalhadores tenham adquirido doenças ocupacionais, e detectar os
fatores de risco a que estão expostos e que tenham desencadeado essas doenças.
Para tal fim deve-se enfatizar o trabalho preventivo, baseado em campanhas
educativas, dentre elas a metodologia sugerida por Cardia (2006), com ênfase para a “ Escola
de Postura”.
A partir da prevenção dos riscos, poder-se-ão melhorar as condições de trabalho e
garantir a saúde dos trabalhadores.
A relevância e importância da pesquisa realizada demonstraram a necessidade de
uma equipe ergonômica composta por profissionais de diversos ramos, como engenheiros de
produção, terapeutas ocupacionais, médicos, psicólogos, fisioterapeutas, etc. Essa equipe teria