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UNIVERDIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
ADEQUAÇÃO DE UMA METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS
RISCOS BIOMECÂNICOS DE TRABALAHADORES EM ATIVIDADES
COM MANUSEIO DE CARGAS: ESTUDO DE CASO
DIANA MARITZA PÉREZ SOLER
JOÃO PESSOA-PB
2007
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2
DIANA MARITZA PÉREZ SOLER
ADEQUAÇÃO DE UMA METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS
RISCOS BIOMECÂNICOS DE TRABALAHADORES EM ATIVIDADES
COM MANUSEIO DE CARGAS: ESTUDO DE CASO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Engenharia de Produção do Centro de
Tecnologia da Universidade Federal da Paraíba, em
cumprimento às exigências regimentais do referido
programa para a obtenção do título de Mestre em
Engenharia de Produção.
Áreas de Concentração: Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho
Orientadora: Prof
a
Dr
a
. Neide Maria Gomes de Lucena
Co-orientadora: Prof
a
Ms. Christiane Kelen Lucena da Costa
JOÃO PESSOA
2007
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3
DIANA MARITZA PÉREZ SOLER
ADEQUAÇÃO DE UMA METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS
RISCOS BIOMECÂNICOS DE TRABALAHADORES EM ATIVIDADES
COM MANUSEIO DE CARGAS: ESTUDO DE CASO
Dissertação definida e provada em ______ de ___________ de 2007
BANCA EXAMINADORA:
______________________________________
Prof
a
Dr
a
Neide Maria Gomes de Lucena
Orientadora
_____________________________________
Prof. Dr. Francisco Soares Másculo
Examinador
______________________________________
Prof
a
Dr
a
Maria Lurdes Barreto
Examinadora
_____________________________________
Prof
a
Dr
a
Maria Edna Aguiar Gomes
Examinadora Externo
4
DEDICATÓRIA
À minha orientadora:
Dra Neide Maria Gomes de Lucena
Aos Operadores de Trânsito e Transbordo que
participaram deste estudo
5
AGRADECIMENTOS
A Deus por acompanhar em todos os momentos de minha vida e dar-me a
fortaleza necessária para lograr meus objetivos.
À minha Orientadora Drª. Neide Maria Gomes de Lucena, investigadora a quem
quero expressar minha gratidão, pois de sua experiência e escritos saquei proveito.
Admirando sua surpreendente capacidade de trabalho, admirei também sua paciência para
dirigir-me, encontrando ademais em sua amizade, meu grande estimulo; penso, como pensou
Gracian: “Sim ela nada......”.
À minha Co-orientadora Christiane Kelen Lucena da Costa, pela sólida amizade e
pela colaboração na elaboração deste trabalho.
Aos Professores do Mestrado em Engenharia de Produção, os quais ao transmitir
seus conhecimentos me inspiraram a maior admiração intelectual, em especial ao Prof. Dr
Paulo José Adissi, ao Prof. Dr. Francisco Soares Másculo e à Profª. Drª Maria de Lurdes
Barreto.
À coordenação do Programa do Mestrado de Engenharia de Produção, pela
oportunidade com que me brindaram para realizá-lo.
À Pro-Reitoria de Assuntos Internacionais, instancia que seguramente guiada pela
política de integração acadêmica Iberoamericana, brindou-me com facilidades para minha
investigação pessoal e direta.
Ao Senhor Gerdivan, por ter facilitado o trabalho na empresa e por ter se
disponibilizado para colaborar na realização desta pesquisa.
Aos Operadores do Trânsito e Transbordo, por permitir e participar ativamente na
pesquisa.
6
A Maria Edna Aguiar Gomes e a Alberto Vivar Flores, os quais, reiterando minha
mais profunda gratitude, digo que: não tenho elogios suficientes para reconhecer sua valiosa
ajuda.
A Amalita e a Chagas, sábios conselheiros e constantes amigos.
Aos meus pais, Eduardo Pérez e Leonor Soler, por me apoiarem em todas as
circunstâncias e momentos e confiarem na minha capacidade, para alcançar o nível de mestre,
em um dos centros acadêmicos mais reconhecidos do Brasil.
À minha irmã, Aleyda Pérez, ao meu cunhado, Alejandro Soto, e à minha
sobrinha, Valeria, pela compreensão e amor.
A Anderson Nascimento dos Santos, por ajudar-me a acreditar que podemos
conquistar nossos objetivos e sonhos.
A Janeide Costa da Silva, a Albicleuda Carvalho dos Santos, a Fernanda
Fernandes e a Aguinaldo Matias, pela compreensão e auxílio nos momentos necessários.
A Christiane Cassimiro e a Kleyber Ramires, por sua amizade sincera.
À minha amiga, Johanna Pérez, por sua amizade leal e sincera.
7
Todos os campos da pesquisa estão abertos aos amantes
do conhecimento.
Mario Bunge
8
RESUMO
Esta dissertação apresenta uma metodologia adequada à avaliação dos riscos biomecânicos de
trabalhadores em atividades com manuseio de cargas. A coleta de dados foi realizada em uma
empresa de Correios da cidade de João Pessoa-PB, no setor do Centro de Encomendas e
Expresso, envolvendo quatro Operadores de Trânsito e Transbordo (OTTs). Estes operadores
realizam manuseio de cargas (levantamentos, transporte, arraste e empurres), desenvolvendo
três atividades básicas: descarga, transporte e distribuição dos malotes. Os instrumentos de
avaliação utilizados na pesquisa foram: o Método ERGO-IBV, que avalia os fatores de risco
associados à carga física, relacionando os três grandes tipos de tarefas (tarefas de manipulação
manual de cargas, tarefas repetitivas e tarefas com posturas forçadas); a Escala de Borg, que
relaciona a sensação da dor sentida pela pessoa com um valor numérico que vai de zero a dez
e; o Diagrama para localização de sinais físicos corporais, que analisa a experiência direta do
grau de desconforto das pessoas associado as suas diferentes partes do corpo. Os dados
obtidos mediante a utilização dos instrumentos de avaliação foram analisados na forma de
estudo de caso, com auxílio da filmagem e tomadas fotográficas. Diante dos dados, verificou-
se que os operadores, em seus postos de trabalho, encontram-se expostos a vários riscos
biomecânicos, dentre estes: o manuseio de malotes com pesos elevados por um só operador, o
agarre inadequado dos mesmos, as posturas incorretas adotadas no momento de desenvolver
as atividades, longa distância percorrida no transporte dos malotes e trabalhos bastante
repetitivos com altas freqüências na realização das tarefas. A Escala de Borg e o Diagrama
para localização da dor na região lombar comprovam que as condições de trabalho dos OTTs
estão afetando a sua saúde. Do mesmo modo, verificou-se que a metodologia proposta é
adequada para avaliar os riscos biomecânicos em atividades com manuseio de cargas, no
entanto, necessita-se de uma metodologia mais extensa e dinâmica concernente aos Riscos
Laborais, para avaliar de uma forma mais completa o trabalhador. Conclui-se que é
indispensável a apreciação de uma equipe ergonômica para promover melhorias na qualidade
de vida dos trabalhadores, garantindo a eficiência, a rentabilidade e a produtividade das
empresas.
Palavras-Chaves: Ergonomia. Riscos biomecânicos. Manuseio de cargas. Operadores de
trânsito e transbordo.
9
ABSTRACT
This research aims to develop an appropriate methodology in order to evaluate employees
biomechanical risks for those who works with cargoes. Data collection was conducted in a big
Post office in João Pessoa-PB at the Center of Orders and Express Orders Sector involving
four traffic and transshipment workers. These operators realized cargo handlings (discharge,
transport, pulling and pushing), developing three basic activities: discharge, transport and
bags distribution. The evaluating instruments used in this research were the ERGO-IBV
method that evaluates risk factor related to physical cargo with three big tasks:01 manual
cargo handling tasks, repetitive tasks and forced posture tasks; the Borg Scale that relates the
pain sensation received by a person with values ranging from zero to ten, and the Diagram to
locate body physical signs that analyzes the direct experience of the discomfort degree of
people associated with its different body parts. The data obtained through the utilization of the
evaluating instruments were analyzed as a case study using filming and photograph takes. In
front of these data was verified that operators in its workplaces are facing many
biomechanical risks such as bags handling with heavy weight for one person, an inadequate
carrying of these bags, wrong postures at the moment they are doing the activities, long
distance performed in the bags transport, repetitive tasks with high frequencies. The Borg
Scale and the Diagram to locate the pain on the lower back region proves that the working
conditions of these employees are affecting their health. At the same time, was verified that
the proposed methodology is adequate in order to evaluate the biomechanical risks in
activities of cargo handling but it is necessary a more extensive and dynamic methodology
regarding labor risks to evaluate more completely the worker. I get the conclusion that it is
indispensable the appreciation of one ergonomic team to promote a better life quality in the
workers’ lives, assuring efficiency, profitability and productivity into the companies.
.
Keyworks: Ergonomics. Biomechanical risks. Works with cargoes. Traffic and transshipment
workers.
10
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1: Disco Invertebral .......................................................................................... 23
FIGURA 2: Coluna vertebral ........................................................................................... 24
FIGURA 3: Estrutura da Coluna ...................................................................................... 25
FIGURA 4: Disco Invertebral .......................................................................................... 29
FIGURA 5: Postura da coluna e distribuição da carga nos discos intervertebrais
no levantamento de carga .................................................................................................. 30
FIGURA 6: Visão sistemática do homem na atividade ................................................... 33
FIGURA 7: Posturas básicas no método OWAS ............................................................. 37
FIGURA 8: Diagrama de fluxo do Método Manejo Manual de Cargas .......................... 39
FIGURA 9: Gráfico Avaliação da Dor Borg .................................................................... 40
FIGURA 10: Diagrama para localização de sinais e sintomas físicos corporais ............. 42
FIGURA 11: Layout Centro de Encomendas e Expresso dos Correios João Pessoa ....... 52
FIGURA 12: Ferramentas de trabalho: A) empilhadeira manual, B) carrinho gradilhado
e C) paletas ........................................................................................................................ 53
FIGURA 13: Caminhão carregado com os malotes ......................................................... 54
FIGURA 14: Descarga dos malotes ................................................................................. 54
FIGURA 15: Transporte dos malotes ............................................................................... 54
FIGRUA 16: Setor onde os malotes são distribuídos e classificados os malotes ............ 55
FIGURA 17: Descarga de malotes, enfatizando a postura forçada sobrecarregando
a coluna vertebral e os membros inferiores ....................................................................... 56
FIGURA 18: Transporte dos malotes, enfatizando a postura dos braços e coluna
vertebral ............................................................................................................................. 58
FIGURA 19: Distribuição de malotes, enfatizando a rotação da coluna vertebral .......... 59
FIGURA 20: Avaliação da dor (caso 1). A)Intensidade da dor e B) Diagrama da
localização da dor .............................................................................................................. 60
FIGURA 21: Descarga de malotes, enfatizando a flexão da coluna e postura incorreta
dos membros inferiores ..................................................................................................... 61
FIGURA 22: Transporte de malotes, enfatizando a rotação da coluna e força dos braços 63
FIGURA 23: Distribuição dos malotes, enfatizando a postura da coluna ........................ 64
FIGURA 24: Avaliação da dor (caso 2). A) Intensidade da dor e B) Diagrama da
localização da dor .............................................................................................................. 65
11
FIGURA 25: Descarga de malotes, enfatizando a sobrecarga na coluna ......................... 67
FIGURA 26: Transporte de malotes, enfatizando a postura de membros inferiores
e superiores ........................................................................................................................ 68
FIGURA 27: Distribuição dos malotes, enfatizando a postura dos membros superiores
e coluna .............................................................................................................................. 69
FIGURA 28: Avaliação da dor (caso 3). A) Intensidade da dor e B) Diagrama da
localização da dor .............................................................................................................. 70
TABELA 1: Peso máximo recomendado para uma carga em condições ideais de
levantamento ...................................................................................................................... 26
12
LISTA DE SIGLAS
AET – Análise Ergonômica do Trabalho
CORREIOS – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
CEE – Centro de Encomendas e Expresso
CM - Centímetros
IBV – Instituto de Biomecânica de Valência
ICT – Índice de Capacidade para o Trabalho
KG- Kilogramas
LPR – Limite de peso recomendado
N - Newton
NIOSH National Institute for Ocupational Safety in Health (Instituto Nacional de Saúde e
Segurança Ocupacional)
NR – Norma Regulamentadora
OIT – Organização Internacional do Trabalho
OTTs – Operadores de Trânsito e Transbordo
OWAS – Ovako Working Posture Analising System
SDM – Síndromes Dolorosos Miofasciales
TL - Transtornos Lombares
13
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 14
1.1 Definição do tema ....................................................................................................... 14
1.2 Justificativa ................................................................................................................. 17
1.3 Objetivos ..................................................................................................................... 19
1.3.1 Geral ........................................................................................................................ 19
1.3.2 Específicos................................................................................................................. 19
2 REVISÃO CONCEITUAL ......................................................................................... 20
2.1 Considerações Gerais Sobre o Trabalho ..................................................................... 20
2.2 Trabalho com manuseio de cargas .............................................................................. 21
2.3 Conseqüências do manuseio de cargas na saúde do trabalhador ................................ 26
2.4 Ergonomia .................................................................................................................. 31
2.5 Métodos de investigação ergonômica ......................................................................... 34
2.5.1 Equação do NIOSH para o levantamento manual de cargas ................................... 35
2.5.2 Valores Limites para tarefas que implicam empurrar ou puxar cargas ................... 35
2.5.3 Método OWAS ........................................................................................................ 36
2.5.4 Método ERGO-IBV ................................................................................................. 38
2.6 Avaliação da Dor ........................................................................................................ 40
2.6.1 Escala de Borg para dor ........................................................................................... 40
2.6.2 Diagrama para Localização de Sinais e Sintomas Físicos Corporais ...................... 41
3 METODOLOGIA ........................................................................................................ 44
3.1 Caracterização da Pesquisa ......................................................................................... 44
3.2 Considerações éticas .................................................................................................... 44
3.3 Instrumentos ............................................................................................................... 45
3.4 Procedimento metodológicos ..................................................................................... 48
3.5 Análise dos dados ....................................................................................................... 50
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................. 51
4.1 Características da Empresa ......................................................................................... 51
4.2 Metodologia para avaliação dos riscos biomecânicos nas atividades dos
trabalhadores com manuseio de cargas ............................................................................. 52
4.2.1 Processo de trabalho dos Operadores de Trânsito e Transbordo (OTTs) ................ 55
4.2.2 Comparação entre os estudos de caso ...................................................................... 70
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ........................................... 72
6 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 77
7 APÊNDICES E ANEXO ............................................................................................. 82
Apêndice A – Ficha do Roteiro do Método ERGO –IBV
Apêndice B – Carta de Consentimento Livre e Esclarecido
Apêndice C Ficha de Coleta de Dados (ficha de identificação, diagrama da dor,
escala da dor) Oporadores de Trânsito e Transbordo (OTT1,OTT2,OTT3)
Apêndice D Resultados Obtidos a Partir so Método Ergo-IBV
Anexo 1 Avaliação da Dor
14
1 INTRODUÇÃO
Este capítulo enfoca a descrição do tema objeto de estudo, justificativa e objetivos
geral e específicos, abordando ainda, a delimitação do problema que norteou esta pesquisa.
1.1 Definição do Tema
O manuseio de cargas que corresponde ao transporte, ao arraste e ao empurrão de
cargas pode ocasionar alterações biomecânicas a curto, médio ou longo prazo, conforme têm
alertado estudiosos (pesquisadores, autores) que se dedicam ao estudo ergonômico. As
conseqüências destas atividades na saúde do trabalhador, a curto prazo, são bastante
evidentes, acarretando o aumento freqüente do número de acidentes laborais, com o
conseqüente custo social e econômico. A longo prazo, o efeito é mais sutil, porém, tão grave
quanto os acidentes laborais, conforme mencionam Molina, Moreno et al., (1997).
Sobre essa questão, pesquisadores renomados têm alertado para os riscos, as
doenças e os traumas que determinadas tarefas que exigem capacidades físicas específicas
podem provocar nos operadores laborais.
Quando a atividade laboral exige a manipulação de cargas e esta é desenvolvida
de maneira incorreta e/ou associada a movimentos repetitivos, esse tipo de trabalho requer
certa quantidade de gasto energético para o qual o corpo não está adaptado. Assim, os
músculos realizam um trabalho maior do que aquele para o qual são freqüentemente
solicitados, provocando lesões ou doenças ocupacionais.
Molina, Moreno et al. (1997, p 21) advertem que:
A automatização e a modernização que se está produzindo nos últimos anos nas
indústrias não m modificado acerca do manejo manual de cargas nem as
conseqüências que desencadeiam na saúde dos trabalhadores, especialmente nos
segmentos lombares da coluna vertebral, músculos e ligamentos associados. As
taxas de lesões musculoesqueléticas, fundamentalmente nas costas, estão
aumentando entre os trabalhadores envolvidos em tarefas de levantamento, arraste e
transporte de materiais pesados. Este manejo e transporte de cargas leva consigo
uma enorme quantidade de esforço estático, que é suficiente para classificá-lo como
trabalho pesado.
15
O levantamento e manuseio de cargas pesadas é um sério problema em todo o
mundo, provocando lesões relativamente sérias para os trabalhadores, uma grande perda
econômica e social para empresas e países. Troussier et al., (1994) afirma que 80% das
pessoas em países industrializados sofreram de dores na coluna vertebral afetam, em algum
momento da vida. Observa-se que apesar dos avanços da tecnologia e da mecanização das
tarefas, muitas atividades continuam sendo realizadas manualmente. Merino (1996), afirma
que pode-se observar com freqüência, em empresas e ambientes laborais, o abuso das cargas
que são manuseadas e movimentadas pelo homem, que chegam a ultrapassar os limites
tolerados.
Assim,
o Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora-17 (NR-17, 2002, p.
52) estabelece que Os limites fixados pela empresa podem superar a capacidade de um ou
vários trabalhadores, colocando em risco sua saúde”.
A ergonomia pode contribuir para solucionar um grande número de problemas
sociais relacionados com a saúde, a segurança, o conforto e a eficiência. O trabalhador adoece
e, muitas vezes, fica incapacitado temporariamente ou definitivamente, dependendo das lesões
adquiridas. Se em um posto de trabalho houver condições necessárias com sistemas, tarefas e
equipamentos adequados, o trabalhador terá um aumento da eficiência e da eficácia no seu
desempenho. É importante levar em consideração a diferença entre cada indivíduo e o tipo de
trabalho que desempenha, além de levar em conta se ele apresenta ou não algum tipo de
deficiência, sendo o trabalhador o elemento primordial na execução das tarefas (cf. DUL; J e
WEERDMEESTER; B, 1991).
O Instituto Biomecânico de Valência (IBV) selecionou alguns métodos de
avaliação dos fatores de risco associados à carga física, relacionando os três grandes tipos de
tarefas: tarefas de posturas forçadas, movimentos repetitivos e manipulação manual de cargas
(levantamento, transporte, arraste e empurrão de cargas). O Método ERGO-IBV tem sido
utilizado para avaliar os riscos laborais associados à carga física, sendo um instrumento apto a
determinar os riscos biomecânicos decorrentes do trabalho. A partir dos resultados obtidos por
este método, gerar-se-ão alternativas para melhorar os postos de trabalho, proporcionando aos
trabalhadores que manuseiam cargas uma melhor qualidade de vida na atividade laboral.
A Escala de Borg, para a Dor, de acordo com Vargas (2004), é uma escala que
relaciona a sensação da dor que o paciente percebe com um valor numérico que vai de zero a
dez. Trata-se de uma forma subjetiva de avaliar o nível da dor de que está padecendo o
indivíduo. Essa escala foi proposta pelo sueco, Dr. Gunnar Borg.
16
Para localização de sinais e sintomas físicos corporais, utiliza-se o Diagrama, que
é um instrumento que analisa o grau de desconforto das pessoas associado às diversas partes
do corpo e caracteriza como a dor se apresenta.
Os operadores de Trânsito e Transbordo (OTTs) trabalham em uma empresa de
grande porte no setor do Centro de Encomendas e Expresso (CEE) encarregados do manuseio
dos malotes e cartas que chegam ao setor. Portanto, fazem a descarga, o transporte e a
distribuição destes, adotando posturas inadequadas para o desenvolvimento das tarefas, o que
gera lesões osteomusculares. Pelo revelado, faz-se necessário realizar uma avaliação
ergonômica para determinar os fatores biomecânicos de risco a que os Operadores de Trânsito
e Transbordo estão expostos e para expor se existe algum indicador de doença dada pelo
trabalho.
Tendo em vista a necessidade de uma avaliação ergonômica no manuseio de
cargas mediante o aumento das doenças decorrentes do trabalho, o Método ERGO-IBV
propõe avaliar os riscos laborais associados à carga física para três tipos de tarefas: tarefas que
envolvem manuseio de cargas, movimentos repetitivos e/ou posturas forçadas de trabalho e,
junto ao Método ERGO-IBV, a Escala de Borg para dor, modificada por Costa (2004), e
Diagrama para localização de sinais e sintomas físicos corporais de Corlett e Bishop, adaptada
por Medeiros Neto (2003).
Pelo exposto, o presente trabalho auxiliara a determinar, de maneira mais precisa,
os fatores de risco ergonômico a que estão expostos os OTTs, por médio da metodologia de
avaliação pranteada para as atividades que constituem no manuseio de cargas. Assim,
permitirá fazer ajustes necessários e precisos no desempenho destas atividades, bem como
prevenir doenças ocupacionais decorrentes do manuseio de cargas.
Nesta perspectiva, tem-se como problema primordial a ser dimensionado neste
estudo a seguinte questão:
“Que procedimentos metodológicos seriam adequados na avaliação dos riscos
biomecânicos em atividades com manuseio de cargas que contemplem as condições de
saúde do trabalhador e seu posto de trabalho?”
17
1.2 Justificativa
A importância de as pessoas terem um trabalho para sua sobrevivência e sustento
faz com que estas se iniciem na vida laboral mais jovens e sem nenhum tipo de treinamento e
nem adequação ergonômica específica necessária para cada função. Por outro lado, a
crescente incidência de operadores com algum tipo de alterações osteomusculares, gerando
doenças relacionadas ao trabalho, tem comprometido a qualidade de vida laboral adequada.
Os riscos biomecânicos podem ocasionar lesões musculoesqueléticas, resultando
problemas de saúde. Associados a estes riscos, a manipulação de cargas e os movimentos
repetitivos originam doenças nos membros superiores, dores e lesões na coluna vertebral.
Geralmente, as patologias estão associadas a uma excessiva carga física, que, em muitos
postos de trabalho, as atividades laborais excedem-se à capacidade física do trabalhador,
ocasionando fadiga física, desconforto ou dor, como conseqüência direta das exigências do
trabalho. Assim, a exposição contínua aos fatores de risco (condições de trabalho
inadequadas) pode provocar lesões de maior ou menor gravidade, que afetam os sistemas
ósseo e muscular do organismo (tendões, músculos, etc.), possivelmente chegando a
incapacitar a pessoa para o desenvolvimento da atividade laboral (cf. HERNANDEZ
GALLEGO, 2004).
O manuseio e a movimentação de cargas têm como principal risco os problemas
da coluna, que são dolorosos e reduzem a mobilidade e a vitalidade dos trabalhadores. A
incidência destes problemas é responsável pelas altas taxas de absenteísmo, pela incapacidade
precoce e pelo desgaste excessivo dos trabalhadores (cf. GRANDJEAN, 2005).
Acrescenta-se ainda que o manuseio de cargas tem sido uma das mais freqüentes
causas de trauma dos trabalhadores, devido à grande variação individual das capacidades
físicas e freqüentes substituições de trabalhadores homens por mulheres. Neste contexto,
torna-se necessário conhecer a capacidade humana máxima para levantar e transportar cargas,
para que as tarefas e as máquinas sejam corretamente dimensionadas dentro desses limites.
(cf. WEERDMEESTER DUL, 1991).
De acordo com Merino (1996), a postura submete-se às características anatômicas
e fisiológicas do corpo humano e possui um estreito relacionamento com a atividade do
indivíduo, sendo que a mesma pessoa adota diferentes posturas nas diferentes atividades que
realiza.
18
O estudo de literatura específica, que fundamento ao tema objeto da
investigação realizada, assim como a aproximação com o setor do Centro de Encomendas e
Expresso (CEE), do qual resultou o conhecimento das tarefas ali desenvolvidas, indicaram a
premência da indicação de uma metodologia de avaliação adequada para analisar os riscos
biomecânicos em tarefas com manuseio de cargas (levantamentos, transportes, arrastes e
empurrões). Neste sentido, parece evidente que o Método ERGO-IBV em conjunto com a
Escala de Borg, para dor, e o Diagrama, para localização de sinais físicos corporais, seriam
adequados para determinar os riscos a que estão expostos os Operadores de Trânsito e
Transbordo (OTTs) de uma empresa de grande porte dos Correios, localizado na da cidade de
João Pessoa no estado da Paraíba.
O Método ERGO-IBV é uma seleção de métodos (NIOSH, OWAS, SNNOCK
CIRIELLO), o qual é utilizado para avaliar os fatores de risco associados à carga física em
três tipos de trabalhos relacionados ao: manuseio de cargas (levantamento, transportes, arraste
e empurrões de cargas); movimentos repetitivos e em trabalhos com posturas forçadas.
A atividade em análise, neste estudo, é o manuseio de cargas realizado por
Operadores de Trânsito e Transbordo (OTTs), os quais realizam transporte, arraste e
empurrão de cargas, no caso, malotes e cargas que chegam ao setor para sua posterior
distribuição.
Neste sentido, a pesquisa permitirá identificar se a metodologia proposta é
adequada para fazer uma análise ergonômica e determinar os riscos biomecânicos a que estão
expostos os trabalhadores que fazem manuseio de cargas em uma empresa de Correios de
grande porte no setor de Centro de Encomendas e Expresso (CEE), estando tais riscos
diretamente relacionados às condições de saúde dos operadores analisados. Desta forma, será
possível propor o redesenho da atividade em estudo, permitindo estabelecer medidas de
intervenção a curto prazo e preventivas de riscos laborais, para manter a capacidade laboral
dos operadores por maior tempo e beneficiando diretamente a empresa, diminuindo os gastos
pelo absenteísmo e conservando a mesma mão-de-obra trabalhadora.
Ao determinar que no presente estudo se avaliem os riscos ergonômicos nas
atividades de manuseio de cargas, será possível, nesta área como na área de engenharia de
produção, que o de trabalho que realizam os Operadores de Trânsito e Transbordo (OTTs)
melhore a eficiência humana quanto do sistema, partindo do uso correto das ferramentas, e as
tarefas sejam feitas de forma confortável e efetiva.
19
1.3 Objetivos
1.3.1 Geral
Desenvolver, com base no método ERGO-IBV, a escala de Borg e o Diagrama para
localização de sinais físicos corporais, uma metodologia adequada à avaliação dos riscos
biomecânicos de trabalhadores em atividades com manuseio de cargas.
1.3.2 Específicos
Identificar os riscos biomecânicos através do Método ERGO-IBV em trabalhadores
que realizam atividades de manuseio de cargas.
Propor redesenho da atividade em estudo que permita instituir medidas de intervenção
a curto prazo e preventivas de riscos laborais em atividades de manuseio de cargas,
mediante o Método ERGO-IBV.
20
2 REVISÃO CONCEITUAL
Este capítulo aborda a revisão bibliográfica de temas que subsidiaram o
desenvolvimento deste estudo, como: a organização do trabalho, retratando a sua concepção e
sua origem; o trabalho com manuseio de cargas e suas conseqüências na saúde do trabalhador;
a definição da ergonomia e os Métodos de investigação ergonômica: Método ERGO-IBV,
Equação do NIOSH, valores-limites para tarefas que implicam em empurrar ou puxar cargas,
entre outras,que contribuiriam para o desenvolvimento deste projeto dado mais vigor teórico e
consistência operacional.
2.1 Considerações Gerais Sobre o Trabalho
Santos e Fialho (1995) propõem que, no sentido etimológico, o termo trabalho
etimológico comporta o cenário de sofrimento e de constrangimento. O trabalho é definido
por Ferreira (1986) como sendo a aplicação de forças e faculdades humanas para alcançar um
determinado objetivo, sendo, portanto, uma atividade coordenada, de caráter físico e/ou
intelectual, necessária à realização de qualquer tarefa. Iida (2005) afirma que o trabalho pode
ser dinâmico ou estático; o primeiro é aquele que permite contrações e relaxamentos
alternados dos músculos; o estático está relacionado a trabalho altamente fatigante e exige
contração contínua de alguns músculos, para manter uma determinada posição.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT, 1997) determina que o estudo do
trabalho seja utilizado para examinar o trabalho humano em todos os seus contextos, o que
leva sistematicamente a pesquisar todos os fatores que influem na eficiência e na economia da
situação estudada, com a finalidade de efetuar melhoras. Igualmente, o estudo do trabalho
pode levar ao aumento da produtividade de uma fábrica ou instalações, mediante à
reorganização do trabalho.
A análise da Organização do Trabalho tem como objetivo principal procurar
sistemas de produção mais eficazes do ponto de vista econômico, técnico e social. O processo
evolutivo da organização do trabalho apresenta duas dimensões: a primeira delas é a dimensão
técnica, que consiste na análise das ferramentas, métodos e técnicas, máquinas e
equipamentos que estão sendo utilizados; a segunda é a dimensão social, que ênfase aos
21
indivíduos que trabalham nesta organização (suas características individuais e sociais,
incluindo atitudes, qualificação, expectativas e crenças) (cf. SANTOS et al. 2003).
Costa (2004) afirma que a Organização do Trabalho é estruturada para promover
altos índices de produtividade, otimização nos sistemas de produção, redução dos custos e
uma relação de integração cada vez maior do homem com o seu trabalho, para que os
objetivos sejam alcançados.
Campos (2004) ressalva que a produtividade visa a produzir cada vez mais e/ou
melhor, com cada vez menos. Também indica que, para aumentar a produtividade de uma
organização, tem que haver máxima satisfação das necessidades dos clientes ao menor custo.
Maximiano (2000) complementa que a produtividade é o critério mais simples para avaliar a
eficiência de um sistema. Para este autor, a produtividade é a relação entre os recursos
utilizados e os resultados obtidos.
Moares e Mont´Alvão (2000) salientam que, para a realização da análise da
atividade, deve-se iniciar com a caracterização da mesma, que corresponde à definição do seu
objetivo, requisitos para sua realização e presença humana na tarefa.
Neste trabalho, pretende-se analisar a atividade de Manuseio de Cargas, porém, é
necessário fazer uma descrição para que se possa compreender tanto esta atividade no
contexto como trabalho quanto a integração dos operários nesta tarefa.
2.2 Trabalhos com manuseio de cargas
A forma inadequada do manuseio das cargas pode originar lesões que venham a
comprometer um ou vários componentes do sistema musculoesquelético e nervoso do
trabalhador. Estudos apontam que as principais partes do corpo afetadas são ombros, braços,
mãos, costas e membros inferiores. Em muitos casos, estas lesões originam altos gastos e
longas recuperações.
O desenvolvimento de tarefas que estão relacionadas a manuseio de cargas
pesadas tem sido uma das mais freqüentes causas de trauma. O levantamento e transporte de
cargas não têm apenas como problema a carga pesada que deve suportar o músculo, mas o
desgaste que se produz nos discos intervertebrais, que aumenta o risco de lesões na coluna.
22
O Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora n
o
17 - NR-17 (2002) visa a
determinar parâmetros que possibilitem a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, de maneira a proporcionar um máximo de
conforto, segurança e desempenho eficiente no transporte manual de cargas.
Esta Norma estabelece que não deverá ser exigido nem admitido o transporte
manual de cargas por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou
sua segurança. Além disso, todo trabalhador designado para o transporte manual regular de
cargas deve receber treinamento ou instruções referentes aos métodos de trabalho que deverá
utilizar no intuito de proteger sua saúde e de prevenir acidentes. Outro ponto importante desta
norma é que todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar
adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser
executado.
As cargas pesadas têm sido uma das mais freqüentes causas de trauma dos
trabalhadores, que acometem diretamente mais os discos intervertebrais, gerando desgaste
(figura 1). Os danos nesses discos e suas conseqüências na coluna e nas pernas ocasionam
problemas de ordem pessoal e econômica. Durante o transporte manual de cargas, a coluna
deve ser mantida o máximo possível na posição vertical, mantendo a carga na vertical e o
mais próximo ao corpo. Devem-se usar cargas simétricas, quando possível, meios auxiliares e
trabalhar em equipe (IIDA, 2005).
Knoplich (1986) afirma que a influência da ergonomia nas profissões que fazem o
trabalho pesado é mais evidente. Esse tipo de trabalho caracteriza-se pelo levantamento de
cargas exageradas e/ou torções do tronco. Assim, este tipo de trabalho ocasiona microtraumas
crônicos sobre a estrutura osteomúsculo-esquelética.
Ainda tendo como referência este autor, uma pessoa de idade entre 20 e 35 anos
tem capacidade de levantar, na posição correta, peso até 40Kg/homem e 24Kg/mulheres. Para
o transporte de peso na cabeça e nos ombros, os limites mais comumente aceitos são 55Kg,
para homens, e 28Kg, para mulheres. Porém, mesmo esses limites máximos realizados
constantemente e com posturas inadequadas, em 40% da jornada de trabalho de 8 horas,
causam dores osteomusculoesqueléticas, além de fadiga muscular crônica.
23
FIGURA 1
Disco Invertebral.
FONTE: Wikipédia (2006).
A capacidade de realizar atividad0es de empurrar e puxar depende de diversos
fatores como: a postura, as dimensões antropométricas, o sexo, o atrito entre o sapato e o
chão, além de outros. Geralmente as forças máximas para empurrar e puxar, para homens,
oscila entre 200 e 300N e, para mulheres, 40 a 60% desta capacidade. Se para empurrar for
usado o peso do corpo e a força dos ombros, conseguem-se valores até 500N. As situações de
trabalho quanto ao levantamento de cargas podem ser classificadas em dois tipos: a)
levantamento esporádico de cargas, que está relacionado com a capacidade muscular para
levantar a carga; b) trabalho repetitivo com levantamento de cargas, onde entra o fator de
duração do trabalho e está relacionado com a capacidade energética do trabalhador e a fadiga
física (IIDA, 2005).
Iida (2005) relata que a coluna vertebral (como mostra a figura 2) é uma estrutura
óssea constituída de 33 vértebras empilhadas, uma sobre as outras, sendo que apenas 24 das
33 vértebras são flexíveis e, destas, as que têm maior mobilidade são as cervicais (pescoço) e
as lombares, que corresponde à parte inferior da coluna (costas). Cada vértebra sustenta o
peso de todas as partes do corpo situadas acima dela. A coluna tem duas propriedades: rigidez
e mobilidade. A rigidez garante a sustentação do corpo, permitindo a postura ereta. A
24
mobilidade permite rotação para os lados e movimentação da cabeça e dos membros
superiores.
FIGURA 2 - Coluna vertebral.
FONTE: Atlas columna, (2006).
As vértebras cervicais encontram-se ao nível do pescoço, encarregadas de
sustentar a cabeça e o pescoço; as torácicas situam-se na parte superior das costas, tendo
como função unir as costelas e; as lombares, na parte inferior, sendo sua função suportar o
peso e estabilizar o movimento (ICARITO, 2006).
A musculatura da coluna é a que mais sofre com o levantamento de pesos. Devido
à estrutura da coluna vertebral, composta de discos superpostos (figura 3), ela tem pouca
resistência a forças que não tenham a direção de seu eixo. Portanto, na medida do possível, a
25
carga sobre a coluna vertebral deve ser feita no sentido vertical, evitando-se as cargas com a
coluna curvada.
FIGURA 3 - Estrutura da Coluna.
FONTE: Kapanji, (1998).
A capacidade de carga máxima, segundo Iida (2005), varia consideravelmente,
conforme se usem as musculaturas das pernas, braços ou dorso. As mulheres possuem
aproximadamente metade da força dos homens para o levantamento de pesos. Para determinar
a capacidade de carga respectiva, deve-se determinar primeiro a capacidade de carga
isométrica da musculatura paravertebral (costas), que é a máxima carga que uma pessoa
consegue levantar, flexionando os joelhos e mantendo o dorso reto, na vertical. A carga
recomendada para movimentos repetitivos será, então, 50% dessa carga isométrica máxima.
Os fatores de risco existentes no manuseio de carga estão relacionados aos
seguintes fatores: carga demasiadamente pesada ou grande, ou difícil de carregar, estão em
26
desequilíbrio ou seu conteúdo tem risco de deslocar, está colocada de um jeito que deve-se
manipular a distância do corpo ou com inclinação ou rotação desta. Nas exigências da
atividade, existem fatores de risco e, dentre eles, estão os esforços físicos muito freqüentes ou
prolongados, nos quais a coluna vertebral intervenha; períodos insuficientes de repouso
fisiológico ou de recuperação; distâncias demasiadamente grandes de elevação, abaixado ou
transporte, e; ritmo do trabalho imposto por um processo que o trabalhador não pode
modificar. Pode-se determinar o peso máximo recomendado para uma carga em condições
ideais de levantamento, como pode ser visto na Tabela 1 (MANIPULACIÓN DE CARGAS,
2005).
TABELA 1: Peso máximo recomendado para uma carga em condições ideais de
levantamento.
PESO MÁXIMO FATOR DE CORREÇÃO
EM GERAL 25Kg 1
MAIOR PROTEÇÃO (mulheres, jovens
e idosos)
15Kg 0,6
TRABALHADORES TREINADOS 40Kg 1,6
FONTE: Manipulación Manual de Cargas, (Novembro, 2005).
Entretanto, quanto aos limites da força para puxar e empurrar, Miranda (2003)
afirma que a força não deve passar de 200N (20Kg força) para colocar um carrinho em
movimento, seja empurrando ou puxando, para não gerar na coluna maior tensão mecânica. A
postura correta para estas tarefas é aquela que permite usar o peso do próprio corpo a favor do
movimento. Para puxar, o corpo deve pender para trás e, para empurrar, inclinar para frente.
2.3 Conseqüências do manuseio de cargas na saúde do trabalhador
Diniz (1994) esclarece que a carga de trabalho não depende somente da
quantidade de trabalho realizado, ela é o resultado de vários fatores e, para cada trabalhador,
vai ser diferente, dependendo do sexo, da idade, do grau de experiência, etc.
27
Weedermeester e Dul (1991) ressalvam que o trabalho em é recomendado para
os casos em que freqüentes deslocamentos do local de trabalho ou quando necessidade
de aplicar grandes forças. Portanto, não se recomenda passar o dia todo na posição em pé, o
que poderá provocar fadiga na coluna vertebral e pernas. Um estresse adicional pode aparecer
quando a cabeça e o tronco ficam inclinados, provocando dores no pescoço e na coluna
vertebral. Assim, para Iida (2005), a posição parada, em pé, é altamente fatigante porque
exige muito trabalho estático da musculatura envolvida para manter essa posição, enquanto o
coração encontra maiores resistências para bombear sangue para os extremos do corpo.
De acordo com o mesmo autor, o trabalho com levantamento manual de cargas é
uma das maiores causas de sintomatologia dolorosa na coluna vertebral. Muitos trabalhos
envolvendo manuseio de cargas não satisfazem os requisitos ergonômicos. Os principais
aspectos examinados para resolver esses problemas são: o processo produtivo (manual ou
mecânico); a organização do trabalho (projeto do trabalho, freqüência dos levantamentos); o
posto de trabalho (posição do peso em relação ao corpo); o tipo de carga (forma, peso, pegas);
acessórios de levantamento; e o método de trabalho (individual ou coletivo).
O sistema musculoesquelético gera forças internas para superar as forças externas
e, desta forma, gera movimento controlado no corpo e as funções do sistema
neuromuscoloesquelético são manutenção da postura ereta, locomoção e manipulação dos
objetos (WATKINS, 2001).
Iida (2005) afirma que as forças do organismo são exercidas por contrações
musculares. Estas são dirigidas pelo Sistema Nervoso Central, sendo composto pelo cérebro e
medula espinhal. Os músculos são responsáveis por todos os movimentos do corpo e por
transformar a energia química armazenada no corpo em contrações e, portanto, em
movimentos. Isso é feito pela oxidação de gorduras e hidratos de carbono, numa reação
química exotérmica, resultando em trabalho e calor. A fadiga muscular é a redução da força,
provocada pela deficiência da irrigação sanguínea do músculo. Um músculo apresenta dois
estados possíveis de desenvolver tensão dentro de si mesmo ou relaxar-se, quando a tensão do
músculo for suficiente para superar uma certa resistência, havendo um encurtamento, que é
chamado de contração concêntrica. O caso inverso, em que a resistência supera a tensão, é
chamado de contração excêntrica e, mesmo tenso, pode haver um alongamento do músculo.
Galvis (1997) estabelece que a força expressa a tensão gerada pelos músculos a
partir do esforço requerido para o desempenho de uma tarefa, na qual está mais evidenciado o
28
uso da força de trabalho na manipulação de ferramentas, no levantamento, na sustentação e no
transporte de pesos.
Assunção (1999) apud Tabue (2002) afirma que a doença ocupacional que
acomete os membros superiores e coluna tem uma incidência de 70% nos trabalhadores que
utilizam esses segmentos na realização das tarefas e tem um custo a nível social, pelas
incapacidades permanentes a nível financeiro para as empresas e, também, de força do
trabalho.
Segundo Teixeira (2001), as Síndromes Dolorosas Miofasciais (SDM) são
caracterizadas por uma dor que acomete os músculos esqueléticos, tendo como característica a
dor e pontos gatilhos. A SDM tem como etiologia a fadiga, a isquemia (falta de irrigação
sangüínea) muscular localizada, devido à contração estática sustentada, à repetição de
movimentos, às posturas inadequadas e ao estresse.
Calliet (2000) especifica que quase todos os Transtornos Lombares (TL) ocorridos
no local de trabalho estão relacionados a esforços excessivos, provocados em pacientes
curvados e torcidos assimetricamente. As dores lombares, dependendo dos transtornos na
função neuromuscular, nesta região, podem levar à dor e à incapacidade.
O mesmo autor relata que a base de muitas lesões sintomáticas da coluna vertebral
é a deterioração e destruição das fibras de colágeno (figura 4). Cada fibra de colágeno alonga-
se até o limite fisiológico, voltando a seu comprimento em repouso, quando cessa a força
deformante. O núcleo do disco intervertrebral tem função hidrodinâmica, o que se por
haver pressão intrínseca de um fluido dentro de um continente flexível. Quando ele se
deforma, permite alterações de alinhamento da unidade. Quando existe uma alteração no
disco intervertebral, pode existir fraqueza e incapacidade devido à função mecânica.
A saúde do trabalhador que realiza manuseio de cargas está relacionada
diretamente com os fatores extrínsecos (condições do trabalho: duração, postura do corpo,
força, distâncias percorridas, equipamento, etc.) e intrínsecos (características da pessoa: idade,
sexo, etc.) que são específicos de cada um dos trabalhadores. O empregador tem obrigação de
levar em conta estes fatores para determinar a forma que o trabalhador desempenha ou realiza
a função, com a finalidade de não afetar a sua saúde e de poder explorar de uma forma
adequada as suas características individuais em beneficio da empresa e de si mesmo.
29
FIGURA 4
Disco invertebral.
FONTE: SYNTHES (2007).
Iida (2005) explica que, quando a flexão anterior da coluna causa dor na região da
coluna lombar, a sobrecarga nos discos não é só grande, mas é assimétrica. A pressão na
borda da frente é mais alta que na borda de trás do disco, como se apresenta na figura 5.
Ao fazer levantamento de cargas, a postura que o operador deve adotar é a flexão
anterior da coluna, tendo como suporte a região L5 S1, onde os discos intervertebrais
suportam uma maior pressão e deformam os núcleos desplazando-se, os ligamentos e a
musculatura paravertebral se tensionam até sua máxima capacidade fisiológica, realizando
flexão nos joelhos para não gerar sobrecarga. A causa principal da origem da dor lombar
(Lombalgia) é a adoção inadequada das posturas, sobrecarregando a coluna, o que gera uma
alteração biomecânica nessa região.
Segundo Calliet (2000), as principais fontes de dor nos tecidos na lombalgia são:
1) lesão dos tecidos moles de suporte, em especial, ligamentos, músculos e tendões e 2) lesão
ou inflamação das articulações posteriores (facetas), e lesão das estruturas do disco. As lesões
30
dos ligamentos da coluna vertebral devem-se à sobrecarga, aos movimentos inadequados ou a
forças externas. Nos músculos, pode-se gerar uma lesão na contração excêntrica,
freqüentemente dada no levantamento de peso.
FIGURA 5: Postura da coluna e distribuição da carga nos discos intervertebrais no
levantamento de carga
FONTE: Iida (2005).
A musculatura da coluna é a que mais sofre com o manuseio de cargas, pois ela
tem pouca resistência a forças que não tenham direção de seu eixo (IIDA, 2005).
Como foi mencionado anteriormente, a fadiga é também um risco do trabalho,
sendo definida por Christensen (1964) apud Portich (2001) como sendo o estado de
homeostase alterada em conseqüência do trabalho e do ambiente do trabalho. Couto (1995)
afirma que a fadiga física é o resultado da sobrecarga na utilização de um órgão, de um
sistema ou de todo o organismo, o que gera diminuição da capacidade funcional dos mesmos.
A fadiga é o efeito de um trabalho contínuo, que gera uma diminuição reversível
da capacidade dos organismos e uma degradação qualitativa desse trabalho. Decorre da
somatória de vários fatores: fisiológicos, relacionados com a intensidade e a duração do
trabalho físico e mental; psicológicos, como a monotonia, falta de motivação; ambientais e
31
sociais, como a iluminação, ruídos, temperaturas e o relacionamento social com a chefia e os
colegas de trabalho. Os fatores produzem efeitos cumulativos (IIDA, 2005).
O autor supracitado explica que a fadiga no fator fisiológico é o resultado do
acúmulo de ácido lático nos músculos, quando a atividade muscular é muito intensa;
igualmente ocorre fadiga quando existe esgotamento das reservas de energia, manifestando-se
quando há baixo teor de açúcar no sangue.
Couto (1995) estabelece que, quando o indivíduo está em um estágio de fadiga,
apresenta diminuição de sua capacidade funcional, situação reversível na maioria das vezes e
que se constitui num estado de alerta para o organismo, informando ao indivíduo que não
deverá exercer a atividade que esteja executando. O estado da fadiga, conforme o autor em
tela, se torna perigoso para a saúde no caso em que aparecem dois agravantes: quando o
indivíduo apresenta fadiga, forçando o organismo, e quando a fadiga for acumulativa,
tornando-se crônica.
Para Merino (1996), existem características anatômicas e fisiológicas do corpo
humano na postura as quais estão relacionadas com a atividade do indivíduo, sendo que adota
diferentes posturas, nas diversas atividades que realiza.
No entanto Velazques (1995) diz não haver uma postura ideal, mas é
recomendado que um posto de trabalho seja desenhado de forma que permita certa mobilidade
ao trabalhador.
Tabue (2002) afirma que os estudos e pesquisas realizados evidenciam a
importância da ergonomia como uma ciência que estuda as relações de trabalho sob vários
aspectos: posturas, fatores ambientais, aspectos da tarefa, aspectos de informações; baseando-
se em medicina, psicologia, toxicologia, engenharia mecânica, desenho industrial, eletrônica,
informática e gerência industrial
2.4 Ergonomia
Sáenz (2005) declara que a ergonomia está relacionada com a saúde das pessoas
em suas atividades laborais e com as características do posto de trabalho e do ambiente.
32
Segundo Silva (2001), a análise ergonômica do trabalho é o estudo de todos os
aspectos importantes; são eles: o físico, o ambiental, o organizacional e os componentes
necessários para o desenvolvimento de sua atividade.
Sáenz (2005) afirma que cada vez mais o homem tem atuado em diversos âmbitos
de desempenho, tendo que aplicar a ergonomia em qualquer atividade que o ser humano faz,
levando em conta não somente as formas de fazer como também os produtos, os espaços e
ambientes utilizados, estabelecendo relações que permitem uma visão sistemática do homem
na atividade (figura 6).
Iida (2005) afirma que a ergonomia tem como objetivo desenvolver postos de
trabalho que reduzam as exigências biomecânicas e cognitivas, proporcionando ao operador
uma boa postura de trabalho. Para tal objetivo, devem-se adaptar as máquinas, os
equipamentos, as ferramentas e os materiais às características do trabalho e à capacidade do
trabalhador, procurando o equilíbrio biomecânico.
Por conseguinte, o projeto do posto de trabalho faz parte de um planejamento
mais global das instalações produtivas, também chamado de arranjo físico de fábricas e
escritórios. Esse planejamento é feito em três níveis: 1. Projeto de macro-espaço; 2. Projeto do
micro-espaço; 3. Projeto detalhado. Desta forma, para o projeto adequado do posto de
trabalho, é necessário obter informações sobre a natureza da tarefa, do equipamento, das
posturas e do ambiente.
O mesmo autor propõe que a primeira etapa do projeto de um posto de trabalho é
fazer uma análise detalhada da tarefa. A análise da tarefa realiza-se em três passos: 1.
Descrever a tarefa: condições em que a tarefa é executada (objetivo, operador, características
técnicas, aplicações, condições operacionais, condições ambientais, condições
organizacionais); 2. Descrição das ações: características que influem no projeto da interface
homem - máquina e se classificam em informações e controles; 3. Revisão crítica das tarefas e
avaliar ações, condições que podem provocar dores e lesões osteomusculares nos postos de
trabalho (tarefas altamente repetitivas, ações estáticas).
33
FIGURA 6: Visão sistemática do homem na atividade.
FONTE: Ergonomía y diseño de productos (2005).
“A Ergonomia, enquanto ciência, ergue-se entre estas duas versões; seu dever é
analisar a situação objetivamente e gerar recomendações para o trabalho” (GRANDJEAN,
2005, p. 69). Para Souza (2005), a ergonomia tem como objeto de investigação a análise do
ser humano no trabalho, um ser humano inserido em um sistema, que interage com ambiente e
pessoas, que aprende e desenvolve um potencial intrínseco a sua natureza humana.
A pessoa que faz Coloca em execução um processo Quem
a atividade Requer suas capacidades psicofísicas
As Atividades Tarefas e ações que possam ser levadas Que
a cabo/sujeitas ao desenho da atividade
e seus componentes.
Índice da atividade Como
Os produtos que se usam Ferramentas e meios de avaliação Com que
Morfo-funcional
Os espaços do Meio no que sucede e com umas Onde
desenvolvimento à condições específicas
atividade
Processo de investigação sistemático
do homem na atividade
34
Segundo Wisner (1987), a ergonomia estuda o conjunto formado pelo trabalhador
e seu posto de trabalho ou, às vezes, rios trabalhadores e o dispositivo técnico utilizado
dentro de certos limites, a noção do sistema homem-máquina.
A Ergonomia está relacionada com a compreensão das interações entre homens e
outros elementos de um sistema, assim como a profissão que aplica teoria, princípios, dados e
métodos para desenhar, visando a aperfeiçoar o bem-estar humano e o rendimento global do
sistema. Os ergonomistas contribuem para o desenho e a avaliação de tarefas, trabalhos,
produtos, ambientes e sistemas, na ordem de fazê-los compatíveis com as necessidades,
habilidades e limitações das pessoas (SOCIEDADE INTERNACIONAL DE ERGONOMIA,
2004).
Couto (1995) afirma que a Análise Ergonômica do Trabalho (OAT) é diagnóstico
das atividades em uma organização, tendo como pressuposto o que o trabalhador faz em todo
o processo produtivo, identificando os riscos ergonômicos em que o mesmo encontra-se
exposto. Ao realizar-se a análise, propõe-se ações para que os fatores físicos e organizacionais
não alterem a saúde do trabalhador, assim uma melhor adaptação homem-trabalho,
assegurando com isso formas produtivas com o mínimo de erros ou danos à organização.
O trabalho abrange os conceitos de condições de trabalho, resultado do trabalho e
a própria atividade do trabalho, estando estes conceitos dependentes uns dos outros. O
trabalho é unidade destas três realidades. Porém, na prática, as realidades que compõem o
trabalho são consideradas separadamente na realidade das empresas, tornando-se necessário
certo recorte do campo de conhecimento e de ação, sem ignorar que a dimensão do trabalho
que se estuda não é independente dos outros (cf. GUÉRIN et al. 1997).
A ergonomia dispõe de diferentes métodos de avaliação; a seguir, explicam-se
alguns dos principais métodos.
2.5 Métodos de investigação ergonômica
Existem vários métodos de avaliação ergonômica para determinar as diferentes
adaptações do homem ao trabalho. Entre esses métodos destacam-se NIOSH, OWAS,
SNNOCK E CIRIELLO e o Método ERGO-IBV, este último foi selecionado para a execução
desta pesquisa.
35
2.5.1 Equação do NIOSH para o levantamento manual de cargas
Em 1981, o National Institute of Occupational Safety and Health (NIOSH)
publicou um informe técnico que tinha como título “Work Practices Guide for Manual
Lifting”, que realizou uma ampla revisão dos aspectos e fatores relacionados com o problema
ergonômico de levantamento manual de cargas. Conseqüentemente a este trabalho, criou-se
uma equação simples para estabelecer os limites de cargas admissíveis em função do tipo de
tarefa. Inicialmente, este método estabelecia dois limites de cargas: um Limite de Ação ou
carga, que não provocaria risco importante de lesão; e o Limite Máximo Permitido, que
corresponde à carga máxima que pode ser levantada sem causar danos à saúde dos
trabalhadores (cf. MOLINA, MORENO et al., 1997, p. 53).
O mesmo autor relata que:
NIOSH, em 1991, realizou modificações nas equações inicialmente criadas e
introduziu fatores não contemplados na primeira versão, fatores estes relacionados
com a rotação de tronco e ao tipo de agarre da carga. Além disso, eliminou-se o
Limite Máximo Permitido, sendo este substituído pelo Limite de Peso Recomendado
(LPR), correspondendo à carga que qualquer trabalhador pode levantar sem lhe
causar lesões osteomusculares. Este método apresenta os seguintes critérios sicos,
que se referem aceitáveis em 75% das mulheres e 90% dos homens:
A) Critério biomecânico: limita os esforços que submetem as estruturas
musculoesqueléticas durante a manipulação de cargas, assim a compressão dos
discos intervertebrais não deve superar os 3400N, pois valores acima aumentam o
risco em 40%., B) Critério fisiológico: limita o consumo metabólico e a fadiga
associada às tarefas com manipulação de cargas repetitivas, estabelecendo um limite
máximo de 2.2 a 4.7 kcal/min de gasto energético, baseando-se na altura vertical do
levantamento. C) Critérios psicofísicos: limita a carga a partir da percepção do
trabalhador acerca de suas próprias capacidades para manusear um peso considerado
baixo em condições concretas.
2.5.2 Valores-limites para tarefas que implicam empurrar ou puxar cargas
Segundo Molina et al. (1997), Snook e Ciriello (1991) publicaram tabelas de
recomendações de valores-limites de forças iniciais e sustentadas, para empurrar ou arrastar
cargas. Segundo eles, devem ser consideradas algumas variáveis acerca do sujeito e da tarefa,
como:
- o sexo do trabalhador;
36
- a altura do ponto de assimetria da carga, em que se consideram três alturas
diferentes para cada sexo: feminino 135, 89 e 57cm e masculino 144, 95 e
64cm.
- a freqüência da tarefa;
- a distância de despache de cargas e;
- a porcentagem da população que pode realizar esta tarefa com risco limitado
(90%, 75%, 50%, 25% e 10%).
Para os arrastes e empurres, podem-se calcular os índices para as forças inicial e
sustentada com as seguintes equações:
Índice de arraste = Força inicial de arraste exercida
para força inicial Limite de força inicial recomendado
Índice de arraste = Força sustentada de arraste exercida
para força sustentada Limite de força sustentada recomendado
Índice de empurre = Força inicial de empurre exercida
para força inicial Limite de força inicial recomendado
Índice de empurre = Força sustentada de empurre exercida
para força sustentada Limite de força sustentada recomendado
2.5.3 Método OWAS
O método OWAS (Ovako Working Posture Analisig) foi desenvolvido na década
de 1970, sendo aplicado na análise das posturas forçadas no trabalho. Esse método foi
projetado para melhorar as posturas de trabalho, que foram identificadas através de fotografias
de diferentes posturas em todos os postos de trabalho. Os investigadores criaram um sistema
de classificação das posturas, com as quais identificaram as possíveis combinações de quatro
posturas: de tronco, três posturas de braços e sete posturas de pernas. No método,
identificam-se oitenta e quatro posturas de trabalho, sendo as mais adotadas e facilmente
identificáveis as de tronco, braços e pernas, além de considerar a estimação da carga
37
manuseada com correlação da postura adotada pelo trabalhador. Cada uma das posturas
(figura 7) é determinada com um código de quatro dígitos, representando as posturas de
tronco, braços e pernas e igualmente a carga e esforço requerido (TEJA, 2006).
A classificação das posturas baseia-se nos riscos que representam para o sistema
musculoesquelético, indicando a urgência das medidas corretivas a tomar.
FIGURA 7: Posturas básicas no método OWAS.
FONTE: Lida, (2005).
Os dois últimos métodos ergonômicos anteriormente mencionados foram reunidos
pelo Instituto de Biomecânica de Valência para a formação do Método ERGO-IBV, o qual
avalia os riscos laborais associados à carga física, por meio de uma análise informática, que
permite avaliar os riscos nos três tipos de tarefas: tarefas repetitivas de membros superiores
com ciclos de trabalho definidos, tarefas de manipulação de cargas e; tarefas com posturas
forçadas de tronco e pernas sem ciclos claramente definidos.
38
2.5.4 Método ERGO-IBV
O Instituto Biomecânico de Valência (IBV) selecionou alguns métodos de
avaliação dos fatores de risco associados à carga física, relacionando os três grandes tipos de
tarefas: tarefas de manipulação manual de cargas (levantamento, transportes, arraste e
empurrão de cargas); tarefas repetitivas e; tarefas com posturas forçadas (de tronco e pernas e
sem ciclos de trabalho claramente definidos).
Molina et al. (1997) afirmam que cada tarefa desenvolvida utiliza um método de
avaliação dos riscos. Para tarefas de levantamento de cargas, aplica-se um procedimento
baseado na Equação proposta pelo National Institute of Occupational Safety and Health
(NIOSH, 1994), e para as atividades de transportes, arrastes e empurrão de carga, o protocolo
baseia-se numas tabelas de valores-limites recomendadas, publicadas por Snnock e Ciriello
(1991). O Instituto de Biomecânica de Valência – Espanha, reúne esses métodos com a
finalidade de simplificar a análise com um método, os riscos biomecânicos, o qual é
denominado de Método ERGO-IBV.
O Método ERGO- IBV é um protocolo que analisa os riscos da carga física que
estão expostos por uma determinada atividade laboral. A avaliação se faz a partir de um
software junto a tomadas fotográficas e filmagem, o que faz com que o manuseio do
programa seja fácil, além de ser um método que contempla os três tipos de tarefas
mencionados anteriormente, sendo esta uma das grandes características deste método, que
os outros avaliam de forma separada.
Para realizar a análise, deve-se determinar o tipo de tarefa a ser avaliada. Após
selecionada, o programa apresenta planilhas de fácil manejo para introduzir os dados da tarefa
necessários para calcular o risco (fatores de risco), assim como sua duração de tempo, a
repetitividade dos movimentos, a codificação das posturas de trabalho, etc. O Método ERGO-
IBV proporciona dois tipos de resultados: um informe para a descrição da tarefa analisada e
os riscos em relação ao seu trabalho e; outro informe de sugestões para modificar o posto de
trabalho (figura 8).
39
FIGURA 8: Diagrama de Flujo del Método Manejo Manual de Cargas.
SAÍDA
GERAR IMPRIMIR
INFORME
REDESENHAR
SIM
Não
ACEITAR
CANCELAR
SIM
NÃO
NÃO
CANCELAR
REDESENHO
INFORME IMPRIMIR
ADICIONAR TAREFA
SUSTITUIR TAREFA DECISÃO IMPRESSO
CANCELAR FLUXO TELA
FONTE: Manual Método Ergo-IBV, (1997, p. 123).
Entretanto não enfoca as relações de trabalho que preconiza a ergonomia
concernentes ao trabalhador, principalmente, no que se refere a aspectos da medicina,
Definição de
tarefas
Informe tarefa
(evolução do risco
)
Restrições?
Definir restrições
Restrições?
Informe
recomendação
redesenho
Informes
recomendações
rede
senho
Redesenho
interativo (novo
risco)
Informes
transformações
(novo risco)
Informes
transformações
(novo risco)
Informe tarefa
(evolução do risco)
40
psicologia, que, de acordo com NANEY (2002), a postura é um importante elemento da
análise de tarefas, pois pode ser relacionada a uma série de mecanismos lesivos.
2.6 Avaliação da Dor
2.6.1 Escala de Borg para Dor
Para Vargas (2004) a Escala de Dor é uma escala que relaciona a sensação da dor
sentida pela pessoa com um valor numérico que vai de zero a dez. Foi proposta pelo sueco,
Dr. Gunnar Borg. A escala original constava de 20 níveis, mas foi modificada posteriormente,
apresentando-se apenas 10 níveis para uma aplicação mais fácil.
A aplicação é muito fácil, porém, requer alguns princípios como o fato de ser
estritamente individual e não emitir critério algum para que as valorações não sejam
modificadas.
A Escala CR10 de Borg é uma escala de relações de categorias “ancorada” no
número dez, que representa intensidades extremas e é utilizada na mensuração do esforço
percebido. Esta escala consiste numa gama limitada de números, de zero a dez, com números
dispostos de tal forma que pode ser obtida uma relação linear aproximada, juntamente com os
dados obtidos por estimativas de magnitude. A pontuação dez está ancorada como
“extremamente intenso” para esforço percebido, correspondendo à percepção mais intensa do
esforço de uma pessoa que jamais o experimentou anteriormente. E a pontuação zero está
ancorada em “absolutamente nada” (BORG, 2000).
FIGURA 9: Gráfico Avaliação da Dor Borg.
4
41
FONTE: Costa (2004).
2.6.2 Diagrama para Localização de Sinais e Sintomas Físicos Corporais
O diagrama de localização de desconforto corporal Corlett e Bishop (1976) apud
Medeiros Neto (2003) é uma ferramenta de medida subjetiva para analisar a experiência direta
do grau de desconforto das pessoas associado com suas diferentes partes do corpo, o qual é
utilizado nos estudos ergonômicos. O diagrama é um instrumento para determinar a dor em
diferentes partes do corpo do trabalhador, classificando qual o tipo de dor e o tipo de
sensações que apresenta, como:
Dormência
Formigamento
Queimação
42
Sensação de peso
Tremores
Diminuição da amplitude de movimento
Diminuição da força
Fadiga da força
Fadiga cansaço
Inchaço edema
43
FIGURA 10: Diagrama para localização de sinais e sintomas físicos corporais.
FONTE: Medeiros Neto, (2003, p. 110).
44
Partindo das fontes bibliográficas indicadas e relacionadas para esta pesquisa,
esclarecem-se os conceitos de trabalho, o trabalho com manuseio de cargas, métodos de
avaliação ergonômica e avaliação da dor, permitindo-nos conceituar que os Operadores de
Trânsito e Transbordo (OTTs) encontram-se expostos a vários fatores de risco ergonômico.
Para comprovar a validade desta apreciação, propusemo-nos utilizar técnicas de avaliação
ergonômica, as quais nos conduziram a conhecer o método do trabalho dos OTTs da empresa
estudada. Procedimentos laborais que, em geral, devido às inadequações do meio ambiente
em que se desempenham, resultam em detrimento para a saúde dos operadores e
conseqüentemente em afastamento prematuro dos mesmos, afetando o funcionamento e a
rentabilidade da empresa.
A ergonomia tem entre seus objetivos centrais: melhorar a qualidade de vida dos
operadores e contribuir na obtenção de diagnóstico eficiente. Diante disso, seus
procedimentos metodológicos são aplicáveis e úteis para a avaliação desta pesquisa.
45
3 METODOLOGIA
Este capítulo discorre acerca da metodologia utilizada para a elaboração da
pesquisa, abordando a caracterização e a localização do estudo, a população, bem como
instrumentos utilizados para seu desenvolvimento.
3.1 Caracterização da Pesquisa
A pesquisa é do tipo descritiva com estudo exploratório. Como explica Franco
(2004), trata-se de uma investigação inicial, que se realiza para reconhecer dados e precisar a
natureza descritiva com estudo exploratório.
Os resultados obtidos foram analisados de forma qualitativa. De acordo com
Gomes (1996), o desenho qualitativo faz referência à pessoa cara a cara, interessa-se pela
compreensão do cenário social concreto, além de incorporar o consentimento informado e a
responsabilidade ética.
Para a análise dos resultados obtidos, desenvolveu-se um estudo de caso, que,
segundo Franco (2004), corresponde a uma descrição com caráter intensivo de uma pessoa ou
fenômeno, através de um seguimento e avaliação sistemática das observações, e serve para
obter uma descrição completa dos aspectos típicos de uma pessoa, e para verificar
determinadas hipóteses de diagnóstico nos casos de terapia ou conduta.
3.2 Considerações Éticas
Observando os aspectos éticos de pesquisa em seres humanos, preconizados na
Resolução n
o
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da
Saúde, capítulo II, foram fornecidos aos participantes do estudo: informações sobre os
objetivos da pesquisa, o anonimato, a privacidade, o livre consentimento, a liberdade de
desistir da participação em qualquer momento, sem prejuízos para a sua assistência, assim
como a permissão do sistema de filmagem e fotografias durante a intervenção. Todos estes
46
elementos supramencionados são contemplados no documento a Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido, direcionado aos sujeitos da amostra (apêndice A).
3.3 Instrumentos
Utilizou-se como instrumento de medida para avaliar os riscos laborais associados
ao manuseio de cargas, o Método ERGO-IBV, desenvolvido pelo Instituto de Biomecânica de
Valência - Espanha. Como forma de complementação deste instrumento, utilizou-se a Escala
de Borg e o Diagrama para Localização de Sinais e Sintomas Físicos Corporais.
Método ERGO-IBV
Este método é constituído por um manual de instruções e um programa
informático, através de um software, onde foram registrados e analisados os dados coletados
no desenvolvimento da pesquisa. A partir daí, os dados foram expostos em planilhas e
confrontados com filmagem e tomadas fotográficas das tarefas analisadas pelos OTTs.
Para esta investigação, optou-se por trabalhar com o Método ERGO-IBV como
instrumento para avaliar os riscos laborais associados ao manuseio de cargas, por se tratar de
uma metodologia que envolve vários métodos e pela acessibilidade a este instrumento, que
se pôde utilizá-lo junto ao Laboratório de Ergonomia do Departamento de Fisioterapia da
UFPB.
Seguindo os passos próprios do Método ERGO-IBV, inicialmente determinou-se
o tipo de tarefas múltiplas que se pretendia avaliar e selecionou-se o método mais adequado
para calcular o risco. Em algumas ocasiões, aplicou-se mais de um método para analisar as
mesmas tarefas ou para as diversas subtarefas que compõem a tarefa geral, que os métodos
não eram excludentes entre si, não dependentes. Uma vez selecionado o método, o programa
apresentou planilhas pré-estabelecidas, de acordo com a seleção do tipo de tarefa
desenvolvida. Essas planilhas, de fácil manejo, proporcionam a introdução de dados
necessários da atividade a calcular os riscos, assim como a duração da tarefa, do transporte,
do empurre e do arraste de carga, a codificação das posturas de trabalho, etc.
47
O programa permite basicamente dois tipos de informes: um descreve as tarefas
analisadas, de onde se mostra o risco calculado para a área do corpo correspondente e uma
descrição dos fatores que contribuem para o aparecimento desse risco; o outro informe é de
recomendações, no qual se oferecem sugestões de redesenho de parâmetros da tarefa para
reduzir o risco até níveis considerados como aceitáveis para o trabalhador.
Variáveis estudadas a partir do Método ERGO-IBV, segundo Molina (1997)
1. Tipo de tarefa
Simples: É aquela que compreende um tipo de tarefa isolada, como:
levantamento de cargas, transporte de cargas, empurre de cargas, arraste de
cargas.
Múltipla: É aquela que consiste em combinações das anteriores.
2. Duração: Tempo que gasta o operador em executar a tarefa.
Duração Curta: menos de uma hora.
Duração Média:entre 1 e 2 horas.
Duração Longa: entre 2 e 8 horas.
3. Peso levantado: Peso em Kilogramas do objeto. O Método ERGO-IBV toma
como constante da carga 25Kg.
4. Distância horizontal: Em centímetros entre a projeção, no chão, do ponto
meio entre os agarres da carga e o centro da linha entre os tornozelos.
5. Posição vertical inicial: Distância vertical, em centímetros, entre o ponto de
agarre da carga e o chão, no momento de pegá-la para fazer o levantamento.
6. Posição vertical final: Distância vertical, em centímetros, entre o ponto de
agarre da carga e o chão, no momento soltá-la para terminar o levantamento.
7. Ângulo de assimetria: É o ângulo, em graus, formado pela projeção do plano
sagital sobre o chão e a linha meia de assimetria (que passa pelo ponto meio
entre os tornozelos e a projeção do centro do agarre sobre o chão). A medida
desta variável realizou-se a partir da ajuda das fotografias feitas de cada um
48
dos operadores por meio de um transferidor, onde se estimou o ângulo de
assimetria. São penalizadas as tarefas que nos levantamentos estão
acompanhadas de rotação do corpo.
8. Freqüência de levantamento: Número de levantamentos que se faz por minuto.
Sua mensuração foi realizada a partir da análise do vídeo, que permite a
contagem de levantamentos por minuto.
9. Tipo de agarre: Indica a facilidade de agarrar a carga.
Bom: Objeto com desenho ótimo e com asas perfuradas de desenho ótimo.
Regular: Caixas com desenho ótimo, mas com asas perfuradas de desenho
sub-ótimo.
Ruim: Caixas com desenho sub-ótimo, objetos irregulares, difíceis de pegar,
grandes ou com bordas afiadas.
10. Força inicial: Força em quilogramas que se tem que fazer para manusear a
carga.
Limite de Força Inicial Recomendada para Homens: 20Kg.
11. Força sustentada: Força em quilogramas que se tem que fazer para manter a
carga em movimento.
Limite de Força Sustentada para Homens: 11Kg.
12. Distância percorrida: Distância em metros que tem que percorrer a carga.
13. Freqüência de empurre/arraste: Número de arrastes que se faz por minuto.
14. Peso transportado: Peso em quilogramas da carga transportada.
15. Altura de agarre: Altura em centímetros do agarre da carga.
O Método ERGO-IBV determina o risco a partir dos limites recomendados do
peso e calcula os índices de levantamento, arraste e empurre representativos no nível
associado da tarefa:
a) Risco limitado: Índice <1, a maioria dos trabalhadores não deve ter problemas
ao executar estes tipos de tarefa.
49
b) Risco incrementado moderado: Índice < índice <1.6. As tarefas deste tipo
devem redesenhar para reduzir o tipo de risco.
c) Risco incrementado acusado: Índice > 1.6, as tarefas são inaceitáveis desde o
ponto ergonômico, e devem ser modificadas.
-Escala de Borg
Como forma de complementação do Método ERGO-IBV, utilizou-se como
instrumento de coleta de dados a Escala de Borg modificada (apêndice B) para a dor,
modificada por Costa (2004). Essa modificação teve como objetivo facilitar a compreensão da
escala de Borg, permitindo a elaboração de um gráfico que relaciona a intensidade da dor com
a intensidade da cor, partindo de uma cor mais fraca, sendo branco equivalente ao número (0),
que representa sem dor, até chegar à cor mais forte, sendo a cor preta representando o numero
(10), que estabelece máxima dor. Assim, o aumento gradual da cor está relacionado
diretamente com o aumento da intensidade da dor.
Diagrama para Localização de Sinais e Sintomas Físicos Corporais
Medeiros Neto (2003) realiza uma modificação do diagrama original de
localização de desconforto corporal, Corlett e Bishop, que abrangia grandes áreas corporais
sem ter a possibilidade da discriminação da sensação de desconforto entre as articulares dos
membros superiores e inferiores. O diagrama modificado tem a discriminação de sinais e
sintomas com as sensações de dor e de desconforto.
3.4 Procedimentos Metodológicos
Após o encaminhamento ao Comitê de Bioética do Centro de Ciências da Saúde
da UFPB, os trabalhadores assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
autorizando sua participação na pesquisa. Realizou-se um teste-piloto (pré-teste) do método
ERGO-IBV. Chizzotti (2003) determina que o pré-teste é importante para apreciação in loco
50
dos problemas e das circunstâncias que podem interferir na pesquisa, os contatos prévios com
as pessoas e o ambiente, a testagem dos instrumentos, etc.
Cocharan (2002) relata que o pré-teste resulta em melhoria dos instrumentos de
medida. Nesta pesquisa, o pré-teste consistiu nos ajustes na planilha do método informático e
na definição dos ângulos da filmagem e tomadas fotográficas. Gil (1995) acrescenta que o
pré-teste de um instrumento de coleta de dados tem a finalidade de assegurar-lhe validade e
precisão. Assim, a realização deste deveria assegurar que o instrumento utilizado para coleta
de dados estivesse adequadamente elaborado para a população em estudo.
Para a elaboração do Pré-Projeto de Pesquisa, fora necessário a elaboração do
Projeto-Piloto, o qual foi composto por pré-teste 1 e pré-teste 2. Sendo o pré-teste
desenvolvido do seguinte modo:
Pré-Teste 1: Foi realizado um treinamento teórico prático do instrumento de
análise (Método ERGO-IBV) pela orientadora Christiane Kelen Lucena da Costa.
a) Realizou-se contato com uma empresa de prestação de serviços da Paraíba, à
qual foi solicitada a permissão para que se desenvolvesse a pesquisa no setor
de suprimentos, no momento em que se fez um reconhecimento deste setor.
Posteriormente, aplicou-se um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
seguido da aplicação de um questionário para descrever o trabalho direcionado
a dois operadores e ao chefe do departamento. Além do questionário, foram
realizadas filmagem e tomadas fotográficas do setor e dos trabalhadores
realizando tarefas de manuseio de cargas. Essa coleta forneceu dados para a
elaboração do artigo “Analise do Layout no Setor de Suprimentos de uma
empresa de Energia da PB” da disciplina Engenharia de Métodos.
b) Analisaram-se os dados coletados e, a partir destes, elaborou-se uma ficha de
roteiro do Método Ergonômico ERGO IBV (APÊNDICE B). Mediante o
desenvolvimento da coleta inicial, tornou-se possível selecionar os melhores
ângulos para as tomadas fotográficas e filmagem.
Pré-Teste 2:
a) Por motivos não conhecidos, a empresa onde se realizou o estudo anterior
(primeira coleta) não permitiu a continuidade da pesquisa. Assim, elaborou-se
nova solicitação que foi encaminhada a outra empresa. O contato com a nova
51
empresa fez-se através do Diretor de Recursos Humanos, o qual forneceu
parecer favorável para o desenvolvimento da pesquisa (anexo 1).
b) Na visita à empresa, selecionou-se um operador que realizara manuseio de
cargas. Descreveu-se seu trabalho, aplicou-se a ficha do roteiro de coleta de
dados, além de ter sido realizada a filmagem e tomadas fotográficas deste
trabalhador no setor de Centro de Encomendas e Expresso (CEE) exercendo a
função de Operador de Trânsito e Transbordo (OTT). Essa etapa possibilitou a
verificação da aplicabilidade da ficha elaborada (apêndice 1), bem como tem
subsidiado a elaboração dos artigos: “Análise Ergonômica do Posto de
Trabalho dos Operadores de Trânsito e Transbordo (OTTs)”, para a disciplina
Estudos Independentes, “Analise Ergonômica nos Trabalhadores Trasbordo e
Transporte em Uma Empresa”, para a disciplina de Métodos e Aplicação em
Ergonomia e o artigo “Organização do Trabalho de Operários com Tarefas de
Manuseio de Cargas”, para a disciplina de Organização e Avaliação do
trabalho.
Após o desenvolvimento do teste piloto, realizou-se uma nova coleta de dados que
serviu para obtenção dos resultados da dissertação. Esta coleta foi realizada com 3
trabalhadores que compuseram a amostra e não fizeram parte do teste-piloto. Os trabalhadores
selecionados assinaram o Termo de Consentimento e passaram pelo processo de descrição da
tarefa que desenvolvem, bem como da filmagem e tomadas fotográficas que subsidiaram a
análise dos dados registrados com a ficha de roteiro de coleta de dados (apêndice 1).
3.5 Análise dos Dados
Os dados coletados para análise foram armazenados no software do Método
ERGO-IBV, no laboratório de Ergonomia do Departamento de Fisioterapia da UFPB. A
análise dos dados obtidos foi através do Método ERGO-IBV, da Escala de Borg para Dor e do
Diagrama para localização de sinais e sintomas físicos corporais. Estes dados foram
confrontados com as tomadas fotográficas e de vídeo e fundamentados com a literatura.
Implementada a metodologia de avaliação ergonômica nos OTTs que realizam
“manuseio de cargas”, na empresa dos correios da cidade de João Pessoa, foi dado
prosseguimento à examinação da situação funcional laboral de cada um dos operadores que
fizeram parte da amostra, o que será exposto no capítulo seguinte.
52
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste capítulo, serão apresentados os resultados obtidos da pesquisa. Para isto,
caracterizamos a empresa e o setor do trabalho, Centro de Encomendas e Expresso (CEE);
seguidamente faz-se a descrição específica do trabalho de manuseio de cargas. Logo se
apresenta a análise do trabalho de três (3) operadores que fizeram parte da pesquisa,
analisando a tarefa de manuseio de cargas.
4.1 Características da Empresa
A coleta de dados foi realizada na Empresa dos Correios e Telégrafos - Agência
Central de Correios, no setor denominado Centro de Encomendas e Expresso (CEE),
localizado na BR-230 da cidade de João Pessoa-PB. O serviço dos Correios é entrega de
correspondências, encomendas e documentos em qualquer ponto do território nacional e
internacional. A empresa foi selecionada para estudo pela existência de operadores que
realizam tarefas com manuseio de cargas, além de oferecer fácil acesso para o
desenvolvimento da pesquisa e uma boa receptividade por parte dos diretores, funcionários e
operadores.
O atual layout do posto de trabalho do setor de CEE pode ser visto pela
representação gráfica demonstrada na (figura 11).
53
FIGURA 11: Layout Centro de Encomendas e Expresso dos Correios João Pessoa.
Fonte: Pesquisa direta.
4.2 Metodologia para avaliação dos riscos biomecânicos nas atividades dos
trabalhadores com manuseio de cargas
A população constitui-se do número total de quatro Operadores de Trânsito e
Transbordo (OTTs) que desempenham tarefas com manuseio de cargas (levantamentos,
transporte, arraste e empurres) na Empresa dos Correios - Agência Central de Correios da
cidade de João Pessoa - PB. A abertura, a receptividade, assim como a acessibilidade foram
fatores decisivos para a escolha do local de pesquisa e caracterização da amostra, fato que
possibilitou, entre outros procedimentos, a filmagem dos operadores envolvidos durante a
execução das atividades laborais. Neste tipo de amostra, segundo Gil (1995), o pesquisador
seleciona os elementos a que tem acesso, admitindo que estes possam representar o universo.
Assim, foram selecionados três OTTs, os quais constituem os sujeitos da amostra.
Os trabalhadores em estudo estão locados no Centro de Encomendas e Expresso
(CEE), tendo como função realizar a descarga, o transporte e a distribuição dos malotes onde
se encontram as encomendas. Para auxílio e desenvolvimento de suas tarefas, utilizam as
seguintes ferramentas de trabalho: a) empilhadeira manual, b) carrinho gradilhado e c) paletas
(figura 12). Apresentam uma carga horária de 8 horas diárias, sendo o trabalho mais
intensificado nos momentos de chegada dos caminhões transportadores, o que ocorre duas
vezes por turno.
1
2
3
LEGENDA:
1. ZONA DE
DESCARGA
2. ZONA DE
TRIAGEM
3. ZONA DE
ENTREGA
AOS
CARTEIROS
54
FIGURA 12: Ferramentas de trabalho A) empilhadeira manual, B) carrinho gradilhado
e C) paletas.
Fonte: Pesquisa direta.
O trabalho dos OTTs começa no momento da descarga do caminhão oriundo da
cidade de Recife-PE, que transporta os malotes até o Centro de Encomendas e Expresso
(figura 13). Um operador descarrega os malotes do caminhão com a empilhadeira eletrônica e
a conduz ao setor de triagem.
Posteriormente, os OTT’s descarregam os malotes encaixotados com auxílio de
paletas, para facilitar a descarga das caixas que contêm os malotes, a tarefa que realizam é
classificada como tarefa múltipla, já que combina as três tarefas que correspondem ao
manuseio de cargas (neste caso os malotes), com uma duração curta para sua execução, em
torno de 15 20 minutos contados a partir da descarga dos malotes desde o caminhão até a
distribuição dos malotes na triagem (figura 14). Em seguida, os OTT´s transportam essas
caixas com empilhadeira manual ao setor onde serão descarregadas (figura 15). Concluída
esta fase, os operadores abrem as caixas e realizam a seleção. Nesse momento, os malotes são
colocados em carrinho gradilhado e, a partir da triagem, são conduzidos ao setor de destino
(figura 16) para serem entregues aos carteiros.
B
A
C
55
Figura 13: Caminhão carregado com os malotes.
Fonte: Pesquisa direta.
FIGURA 14: Descarga dos malotes. FIGURA 15: Transporte dos malotes.
Fonte: Pesquisa direta. Fonte: Pesquisa direta.
56
FIGURA 16: Setor onde os malotes são distribuídos e classificados.
Fonte: Pesquisa direta.
4.2.1 Processo de trabalho dos Operadores de Trânsito e Transbordo (OTTs)
Os resultados encontram-se expostos a seguir na forma de estudo de caso, onde os
trabalhadores da amostra têm a função de Operadores de Trânsito e Transbordo (OTTs),
estando apresentados na ordem como são desenvolvidas as tarefas de manuseio de cargas, as
quais foram dividas em: a) descarga de malotes, b) transporte de malotes e c) distribuição de
malotes. Após os resultados de cada estudo isolado, é exposta uma sucinta comparação dos 3
estudos de caso.
1) CASO 1: (OTT 1)
O Operador de Trânsito e Transbordo 1 é do sexo masculino, 33 anos de idade,
tendo como nível de escolaridade o segundo grau completo. O operador tem vínculo com a
empresa do tipo terceirizado e seu cargo é de OTT. Está desenvolvendo esta função 2
meses e refere sintomatologia de dor intensa na região lombar (lombalgia).
57
A) Etapa do processo de descarga de malotes
Observa-se que, para desempenhar esta tarefa, o indivíduo adota posturas
incorretas e forçadas, sobrecarregando os membros superiores, o que força a coluna, fazendo
uma flexão com inclinação da mesma e com extensão dos joelhos para pegar o malote (figura
17).
Nesta postura, os membros inferiores ajudam a realizar a força necessária para
fazer a descarga dos malotes e o individuo, por adotar uma postura incorreta, vai gerar uma
compressão dos discos intervertebrais. Segundo Parniapur, Sparto e Chen (1997), muitas das
lombalgias que atingem os trabalhadores são atribuídas à postura estática e às posturas que
demandam um trabalho pesado excessivo, com muitos movimentos de flexão anterior de
tronco e velocidade de movimento. Os autores acrescentam que o manuseio de cargas pesadas
e a adoção de posturas incômodas e com restrição de movimentos acarretam lesões por
excesso de contração das miofibrilas, causando fadiga muscular e diminuição do aporte
sangüíneo, gerando as inflamações nos músculos e tendões.
Os dados obtidos mediante o Método ERGO-IBV determinam que existem várias
alterações no desempenho do trabalho que devem ser corrigidas para não afetar ainda mais a
saúde deste OTT. As variáveis a serem modificadas são: 1)diminuição do peso da carga, 2)
diminuição da distância horizontal, 3) reduzir o ângulo de assimetria e 4) modificar a posição
vertical inicial (apêndice D).
FIGURA 17: Descarga de malotes, enfatizando a postura forçada sobrecarregando a
coluna vertebral e os membros inferiores.
Fonte: Pesquisa direta.
58
Este trabalhador, tendo que levantar uma carga de 35Kg, excede o peso
recomendado para uma pessoa. O Método ERGO-IBV recomenda que o peso máximo seja de
7Kg. Por sua vez, a NR 17 (2002) fixou o valor da constante em 23Kg.
Segundo Naney (2002), o manuseio de pesos elevados é um fator de risco para
gerar lesões musculoesqueléticas na região da coluna, causando manifestações como dor,
conforme este trabalhador refere sentir, além do que o tipo de agarre não é adequado por
ocasionar posturas desconfortáveis para manusear cargas. Segundo a Federación Nacional de
Comerciantes Seguro Social (1998), as posturas incorretas são as que alteram a biomecânica
do indivíduo, requerendo maior esforço para adotar e/ou mantê-la.
B) Etapa do processo de transporte de malotes
No transporte de malotes (figura 18), o operador faz uma ligeira rotação para
acompanhar os movimentos dos braços, que estão em flexão, para conseguir realizar a força.
No momento de puxar a empilhadeira com os materiais, os braços encontram-se com a
sobrecarga, que a força para puxar a empilhadeira manual é feita por estes. Relacionado
a isto, Iida (2005) afirma que a capacidade da carga é influenciada também pela sua
localização em relação ao corpo e por outras características como dimensões e facilidade de
manuseio. Molina, Moreno et al. (1997) acrescentam que as atividades laborais podem afetar
a saúde dos trabalhadores quando são realizadas inadequadamente. Dentre as lesões
ocupacionais do tipo musculoesqueléticas, podem distinguir-se dois grandes grupos em
função da zona corporal afetada: lesões na coluna, principalmente na região lombar, lesões
nos membros superiores, regiões de pescoço e ombros.
O transporte é realizado com uma freqüência de um por minuto, o agarre realiza-
se na altura dos cotovelos, o peso dos malotes é de 35Kg, bem superior ao peso recomendado
para o transporte, que é de 13Kg para os homens, segundo o Método ERGO-IBV.
O transporte de malotes, que consiste em empurrar e arrastar, é classificado
segundo o Método ERGO-IBV como atividades com risco ergonômico de 5,73 (apêndice D),
sendo uma atividade inaceitável que precisa ser modificada. Para a continuação, são
necessárias algumas recomendações dadas pelo Método ERGO-IBV.
Na tarefa de empurrar a empilhadeira, o operador realiza uma força inicial e
mantida igual a 40Kg, sendo uma freqüência de 1 empurre por minuto. O Método ERGO-IBV
determina que a força inicial recomendada para homens é de 13Kg e a força mantida é de
7Kg, no momento em que o operador realiza a tarefa de arrastar, a qual é feita com uma força
59
inicial e força mantida de 40Kg e com uma freqüência de 1 arraste por minuto. O Método
ERGO-IBV determina que, para realizar esta atividade, existe uma força inicial recomendada
para homens que é de 14Kg e uma força mantida recomendada de 8Kg.
Segundo o Método ERGO-IBV, as duas atividades anteriormente analisadas
apresentam um índice de risco ergonômico de 7,01, o que constitui em atividades inaceitáveis,
exigindo modificações dadas pelo Método ERGO-IBV, que são: 1) redução da distância
percorrida, 2) redução da força mantida e inicial e 3) redução da freqüência de empurre e
arraste (apêndice D).
FIGURA 18: Transporte dos malotes, enfatizando a postura dos braços e coluna
vertebral.
Fonte: Pesquisa direta.
C) Etapa do processo de distribuição dos malotes
Na figura 19, observa-se que o operador efetua uma rotação do tronco no
momento da distribuição dos malotes os quais tem um peso de 30Kg, o que gera tensões nas
vértebras e os discos invertebrais são tencionados. As articulações e os músculos da coluna
vertebral são submetidos a cargas assimétricas, que são prejudiciais, podendo causar lesões
músculo-esqueléticas. Merck e Dohme (2006) afirmam que a lombalgia pode ser causada por
esforços repetitivos, excesso de peso, pequenos traumas, condicionamento físico inadequado,
60
erro postural, posição o ergonômica no trabalho, sendo esta a causa mais freqüente para a
torção e distensão dos músculos e ligamentos que causam a lombalgia.
O Método ERGO-IBV determina que esta tarefa (distribuição de malotes)
representa um risco ergonômico para o indivíduo, que tem um índice composto de 2,98,
tornando-se necessário fazer algumas modificações no desempenho desta tarefa. O Método
ERGO-IBV sugere a modificação de algumas variáveis para não alterar ainda mais a saúde do
trabalhador; são elas:1) redução do peso da carga, 2) redução da freqüência da tarefa, 3)
modificação na altura do agarre e 4) redução da distancia percorrida (apêndice D).
FIGURA 19: Distribuição de malotes, enfatizando a rotação da coluna vertebral.
Fonte: Pesquisa direta.
Na avaliação ergonômica do trabalhador, durante a execução da tarefa, verificou-
se que o operador, segundo seu relato, apresenta dor na coluna lombar com uma intensidade
de 7, que significa sentir dor intensa, com sensação de diminuição de movimento (figura 20).
Neto (2006) determina que a dor ocorre por um problema mecânico. Os músculos não estão
suficientemente alongados para permitir uma amplitude total de movimentos do tronco e
quadril e, dessa forma, sofrem mínimas lesões por estiramento durante posturas inadequadas
ou movimentos bruscos, resultando em uma resposta de espasmo muscular, ou seja, uma
sensação de “travamento nas costas”, segundo os pacientes.
61
FIGURA 20: Avaliação da dor (caso 1). A Intensidade da dor e B) Diagrama da
localização da dor.
1
2
8
1
0
Fonte: Pesquisa direta.
2) CASO 2: (OTT 2)
6
A
B
62
O Operador de Trânsito e Transbordo 2 é do sexo masculino, tem 36 anos de
idade, tendo como nível de escolaridade o segundo grau completo. A vinculação com a
empresa é por contratação de estagiário, tendo ele uma experiência de 2 anos e meio na
função e refere dor leve na região lombar (lombalgia).
A) Etapa do processo de descarga de malotes
O operador desenvolve tarefas que envolvem o manuseio de materiais, onde adota
posturas incorretas e forçadas no momento de desenvolver as atividades.
Na descarga de malotes, faz-se a maior força com membros superiores e na
coluna, que o operador pega o malote de uma altura baixa e traz ao corpo, tendo que fazer
uma máxima flexão da coluna, sem realizar uma flexão de joelhos, gerando um excessivo
trabalho para a coluna e a musculatura paravertebral, o que pode justificar a presença de
sintomatologia dolorosa na região lombar (lombalgia) ou outra doença musculoesquelética
(figura 21, 24). Concordando com a Federación Nacional de Comerciantes Seguro Social
(1998), determina que deve existir um equilíbrio entre as capacidades do sujeito e os
requerimentos de desempenho no trabalho. Sem esta condição, é provável que se origine um
trauma de intensidade variável, que vai depender das características do sujeito, seus fatores
genéticos, físicos e psíquicos.
O trabalhador sujeito deste estudo tem que levantar uma carga de 30Kg, sendo
maior que o peso recomendado para uma pessoa, como foi citado pelo Método ERGO-IBV
(23Kg). Além disso, o trabalhador faz uso do agarre do tipo regular, que, segundo a
classificação do Método ERGO-IBV, não é adequado porque ocasiona uma postura
desconfortável para manusear cargas. A partir dos dados obtidos da tarefa realizada pelo
operador, o Método ERGO-IBV indica algumas recomendações de modificações das
variáveis: 1) reduzir o peso da carga, 2) redução da distância horizontal na origem e no
destino, 3) redução do ângulo de assimetria, 4) redução da posição vertical inicial e final e 5)
redução da freqüência de levantamento (apêndice D).
FIGURA 21: Descarga de malotes, enfatizando a flexão da coluna e postura incorreta
dos membros inferiores.
63
Fonte: Pesquisa direta.
B) Etapa do processo de transporte de malotes
Ao fazer o transporte dos malotes (figura 22), o OTT faz rotação da coluna
vertebral para deslocar a empilhadeira manual com os malotes. Para empurrar e arrastar a
carga, realiza uma força exercida através da musculatura da coluna e dos membros superiores
que se encontram em flexão de ombros e de cotovelos e as mãos fazem preensão palmar para
segurar o local de agarre do carrinho, que a realização desta função requer muita força,
além de mantê-la. A postura que adota o OTT pode gerar um desequilíbrio muscular, uma vez
que essa postura está ocasionando uma sobrecarga de trabalho em áreas específicas do corpo,
como é neste caso, na musculatura paravertebral e nos membros superiores, corroborando
com Brownstein (2001), segundo o qual, o desequilíbrio muscular pode causar desgaste e
ruptura das articulações, gerando estados crônicos como artrites ou outras doenças.
A partir da análise de dados pelo Método ERGO-IBV, recomenda-se a realização
de várias alterações, que devem ser feitas para que a tarefa não venha a alterar a saúde do
OTT, a partir dos seguintes dados:
Ao realizar o transporte, o sujeito estudo do caso 2 o faz com uma freqüência de 1
transporte por minuto, carregando o mesmo peso de 30Kg, o qual não é adequado para o
operador. Além disso, o transporte é feito com a carga na altura dos cotovelos.
64
Na tarefa de empurrar e arrastar a empilhadeira, o operador libera uma força
inicial e força mantida de 45Kg, com uma freqüência de 1 empurre por minuto. O Método
ERGO-IBV determina que a força inicial recomendada para homens é de 17Kg e a força
mantida para homens é de 10Kg. Na tarefa de arraste com a empilhadeira, o sujeito da
pesquisa realiza uma força inicial e força mantida de 45Kg, sendo esta uma força exagerada
para a atividade. O Método ERGO-IBV recomenda, para realizar a tarefa, uma força inicial
para este operador de 19Kg e 11Kg para a força mantida.
A partir dos dados obtidos pelo Método ERGO-IBV das tarefas anteriormente
mencionadas, existe um risco ergonômico de 4,61; porém, faz-se necessário realizar
modificações no desempenho das tarefas. Nesse sentido, o Método ERGO-IBV algumas
sugestões para modificar essas tarefas: 1) redução da distância percorrida, 2) redução da força
mantida e inicial e 3) redução da freqüência de arraste e empurre (apêndice D).
65
FIGURA 22: Transporte de malotes, enfatizando a rotação da coluna e força dos braços.
Fonte: Pesquisa direta.
C) Etapa do processo de distribuição dos malotes
Na distribuição dos malotes (figura 23), o OTT realiza flexão da coluna cervical e
torácica; os cotovelos estão em flexão, já que o operador faz força para manusear os malotes a
serem distribuídos. Essas posturas, segundo Reinhardt (1999), quando o indivíduo as mantêm
constantemente, gera na coluna em flexão uma compressão permanente sobre o extremo
anterior do corpo vertebral e um deslocamento do núcleo até atrás, em direção da medula
espinhal, o que vai provocar lesão dos discos intervertebrais, causando dores.
O OTT tem que ter precaução do peso, pois há cargas que chegam a até 35Kg,
sendo um peso muito grande para ser manuseado por um operador, da forma de pegar, que
tem que ser ajustada, para pegar o malote perto do corpo, visando a facilitar o manuseio e
diminuir a força exercida pelo operador.
O Método ERGO-IBV determina que esta tarefa (distribuição de malotes)
representa um risco ergonômico para o indivíduo, que tem um índice composto de 2,31,
tornando-se necessário fazer algumas modificações no desempenho desta tarefa. O Método
ERGO-IBV sugere a modificação de algumas variáveis: 1) redução do peso da carga, 2)
66
redução da freqüência da tarefa, 3) modificação da altura de agarre e 4) redução da distancia
percorrida (apêndice D).
FIGURA 23: Distribuição dos malotes, enfatizando a postura da coluna.
Fonte: Pesquisa direta.
Na avaliação ergonômica do operador durante a execução das tarefas de manuseio
de cargas, o operador refere, segundo relata, presença de dor na região lombar com uma
intensidade de 4, o que significa ter uma dor levíssima, com uma sensação de queimação
(figura 24), que está relacionada ao trabalho. A Federación Nacional de Comerciantes (1998)
determina que as posturas incorretas, os requerimentos excessivos da força e de movimentos
levam a respostas do organismo, gerando alterações no sistema musculoesquelético,
comprometendo ligamentos, tendões, membranas sinoviais, músculos, fasciais, articulações,
ossos, vasos e nervos, os quais se apresentam com maior freqüência na coluna vertebral.
67
FIGURA 24: Avaliação da dor (caso 1). A Intensidade da dor e B) Diagrama da
localização da dor.
5
9
A
B
68
Fonte: Pesquisa direta.
3) CASO 3: (OTT 3)
O Operador de Trânsito e Transbordo 3 da amostra é do sexo masculino com 38
anos de idade e nível de escolaridade de segundo grau completo. Está vinculado à empresa
pesquisada com contrato do tipo temporário terceirizado. Está desenvolvendo esta função
20 anos e refere sintomatologia de dor intensa na região lombar (lombalgia).
A) Etapa do processo de descarga de malotes
O OTT, ao realizar descarga de malotes (figura 25), adota posturas incorretas,
como pode ser verificado na figura em foco. O problema é que a postura adotada pelo
trabalhador exige liberar maior força no desenvolvimento das tarefas. Para descarregar os
malotes, o indivíduo tem que pegar a carga, o que é realizado com flexão da coluna sem
dobrar os joelhos, que os malotes estão em uma altura baixa, podendo gerar tensões nos
membros superiores e maior carga na coluna, o que acarreta lesões acumulativas nesta região
do corpo.
Corroborando o anteriormente dito, Zabala (2005) relata que a postura e atitude
corporal são as resultantes do equilíbrio interativo entre o corpo humano e o entorno em
diferentes posições adaptáveis ao espaço tridimensional, com o mínimo de fricções e desgaste
dos tecidos da energia. Os ossos e articulações tornam-se no centro medular, onde se
transforma a energia em movimento cinético com o apoio sinérgico dos tecidos brandos. O
trabalho excessivo em condições de normalidade biomecânica, em maior freqüência de parte
em anormalidade biomecânica, permite a sobrecarga e o desgaste das estruturas de suporte e
facilitadoras do movimento, o que gera pequenos traumas ou traumas evidentes sobre o
aparato locomotor. A reação de inflamação e os fenômenos degenerativos (como disfunção
metabólica ante qualquer estimulo) explicam a dor e a incapacidade da região do aparelho
locomotor afetada.
A descarga de malotes é uma tarefa de curta duração, dado que sua realização é
feita em menos de uma hora, na qual o OTT levanta um peso de 35,0Kg, o que não é
recomendado para ser manuseado por um operador. O Método ERGO-IBV determina que
o peso recomendado para esta tarefa é de 8,85Kg, com uma freqüência de 1 levantamento por
69
minuto, tendo um tipo de agarre ruim, sendo estas variáveis fatores de risco para este
operário. Porém o Método ERGO-IBV propõe modificações de algumas variáveis: 1) redução
do peso da carga, 2) redução da distância percorrida, 3) melhorar o tipo de agarre, 4) redução
do ângulo de assimetria, 5) modificar a posição vertical inicial e 6) redução da freqüência da
tarefa (apêndice D).
70
FIGURA 25: Descarga de malotes, enfatizando a sobrecarga na coluna.
Fonte: Pesquisa direta.
B) Etapa do processo de transporte de malotes
O OTT realiza uma inclinação anterior da coluna no transporte de malotes (figura
26), com transmissão de peso de um a outro hemicorpo para conseguir realizar a força. No
momento de puxar a empilhadeira manual, o braço esquerdo encontra-se com sobrecarga,
que a força para puxar a empilhadeira manual só é feita por esse braço.
As subtarefas de arrastar e empurrar os malotes são analisadas pelo Método
ERGO-IBV, o qual determina que são subtarefas múltiplas com uma duração curta. O
empurre é realizado com uma força inicial de 47Kg e uma força mantida de igualmente 47Kg,
sendo estas duas forças fatores de risco para a saúde do trabalhador porque são forças que se
extravasam à força recomenda. O Método ERGO-IBV determina, para este indivíduo, a força
inicial de 15Kg, e a força mantida recomendada de 9Kg.
A subtarefa de arraste dos malotes com a empilhadeira manual é realizada com
uma força inicial de 47Kg e uma força mantida também de 47Kg, sendo estas forças
inadequadas para realizar a tarefa. O Método ERGO-IBV determina uma força inicial
recomendada para homens de 17Kg e a força mantida recomendada para homens de 10Kg, as
71
quais seriam ideais para não gerar alterações biomecânicas ao operador, dadas pelos riscos
ergonômicos encontrados.
O Método ERGO-IBV conclui que as subtarefas anteriores têm o índice composto
de 5,33, o que significa a existência de um incremento acusador do risco ergonômico, sendo
subtarefas inaceitáveis desde o ponto de vista ergonômico, tendo que ser modificadas. Por
este motivo, o Método ERGO-IBV sugere recomendações para o desenvolvimento destas
subtarefas, com a finalidade de diminuir o risco ergonômico: 1) redução da distância
percorrida, 2) redução da força mantida e inicial e 3) redução da freqüência de empurre e
arraste (apêndice D).
FIGURA 26: Transporte de malotes, enfatizando a postura de membros inferiores e
superiores.
Fonte: Pesquisa direta.
C) Etapa do processo de distribuição de malotes
O OTT, ao realizar a distribuição dos malotes, adota uma postura inadequada para
realizar esta função. Como se observa na figura 27, o operador realiza uma flexão da coluna
com flexão de cotovelo, os quais estão fazendo a força para poder carregar o malote para sua
posterior distribuição, o que está gerando sobrecarga nestas partes do corpo. Zabala (2005)
afirma que os transtornos que lesionam e incapacitam os tecidos do sistema músculo-
72
esquelético estão relacionados diretamente com a postura do homem. O Seguro Social (1996)
contrapõe que o trabalho não atua sobre a saúde do homem de uma forma direta, atua sim por
intermédio das condições em que este é realizado, sendo algumas destas condições a saúde
física e a psíquica do trabalhador.
Na distribuição dos malotes, o OTT manuseia uma carga de 35Kg, quando o
Método ERGO-IBV recomenda para este operador um peso de 17Kg. Esta tarefa é realizada
com uma freqüência de 1 transporte por minuto e agarre do malote à altura do quadril.
O Método ERGO-IBV determina que esta tarefa (distribuição de malotes)
representa um risco ergonômico para o indivíduo, que tem um índice composto de 2,18 ,
tornando-se necessário fazer algumas modificações no desempenho da mesma. A seguir,
apresentamos algumas sugestões de redesenho para esta tarefa dadas pelo Método ERGO-
IBV: 1) redução do peso da carga, 2) redução da freqüência de transporte e 3) redução da
distância percorrida (apêndice D).
FIGURA 27: Distribuição dos malotes, enfatizando a postura dos membros superiores e
coluna.
Fonte: Pesquisa direta.
Ao realizar a avaliação ergonômica do OTT, constatou-se que, durante a execução
das tarefas de manuseio de cargas, o operador apresentava dor na coluna lombar com uma
73
intensidade de 7, o que significa uma dor intensa e uma diminuição da amplitude de
movimento (figura 28). Isso é dado porque a coluna vertebral é o sustento do corpo, pelo que
se gera alterações mecânicas, onde o peso carregado pelo trabalhador e as posturas
inadequadas adotadas geram tensão na musculatura paravertebral. Calliet (2000) afirma que a
grande maioria dos transtornos lombares ocorridos nos locais de trabalho está relacionada a
esforços excessivos, gerados, principalmente, em indivíduos que fazem flexão anterior e
rotação assimétrica da coluna. Malcom (1999) confirma que a dor pode ser causada por
distensões dos ligamentos, tendões ou outros tecidos brandos, mas está relacionada
geralmente com sobrecarga na região lombosacra e sacroilíaca.
FIGURA 28: Avaliação da dor (caso 3). A) Intensidade da dor, B) Diagrama da
localização da dor.
A
B
74
Fonte: Pesquisa direta.
4.2.2 Comparação entre os estudos de caso
A análise anterior confirma que os três Operadores de Trânsito e
Transbordo
que fizeram parte da amostra estão expostos a riscos biomecânicos na função
desempenhada na empresa em que trabalham atualmente. Os riscos biomecânicos
encontrados são: o manuseio de malotes com pesos elevados por um operador; o
agarre inadequado dos mesmos; as posturas incorretas no momento de desenvolver as
atividades; as longas distâncias percorridas com os malotes; as freqüências altas na
realização das tarefas. Esses fatores de risco estão afetando a saúde dos OTTs, dado
pela dor apresentada na região lombar destes funcionários. Isto é corroborado pelo autor
Guerin et. al. (1997): o estado de saúde de um trabalhador não é independente de sua
atividade profissional; as agressões à saúde ligadas ao trabalho não são somente as
doenças profissionais reconhecidas no trabalho, trata-se de localizar sinais precoces, de modo
a identificar uma situação de trabalho que agrida de maneira crítica o organismo. O estudo das
relações entre o trabalho e a saúde mostram que as agressões à saúde nem sempre são
precedidas por sinais perceptíveis para os operadores. Dois tipos caracterizam estas agressões:
um, onde as agressões não se manifestam de um modo perceptível; outro, em que sinais de
alerta levam o trabalhador a modificar suas maneiras de trabalhar. Porém, é preciso realizar a
curto prazo as modificações no desempenho das tarefas que realizam os OTTs, com o objetivo
de diminuir o índice de risco biomecânico que estão apresentando e, do mesmo modo, para
que o trabalho não venha a alterar ainda mais sua saúde. As modificações para a realização
das tarefas são baseadas nas características da tarefa executada especificamente pelo
operador, considerando-se as características do indivíduo que desenvolve as atividades. É
necessário levar em consideração que existem normas básicas da adoção de posturas no
desempenho das tarefas exigidas, as quais devem ser respeitadas e acatadas por cada um dos
7
75
trabalhadores para que não sejam prejudicados em sua saúde, evitando assim as chamadas
doenças do trabalho.
Do anteriormente exposto, se deduz que, no caso dos OTTs da empresa
pesquisada, existe uma exposição aos vários riscos ergonômicos mencionados, o que se
comprovou com os resultados obtidos por meio dos instrumentos utilizados na pesquisa,
corroborando fotograficamente a evidenciar as falências operacionais, o que implica na
urgente e imprescindível modificação da forma e dos hábitos de trabalho, os quais anacrônica
e tradicionalmente vêm desempenhando os OTTs. Com este propósito, no próximo capítulo
propõem-se modificações que podem e devem ser realizadas.
76
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
A partir da análise da tarefa de manuseio de cargas em OTTs de uma empresa,
realizada através do Método ERGO-IBV em conjunto com os instrumentos complementares
(a escala de Borg para Dor e o Diagrama para a localização da dor), pode-se constatar que a
metodologia de análise foi adequada, para avaliar os riscos biomecânicos a que os operadores
encontram-se expostos, assim como as condições de saúde ao realizar este tipo de trabalho,
ou seja, o manuseio de cargas.
O Método ERGO–IBV permite avaliar, de uma forma clara e prática, através do
software, o manuseio de cargas, o qual determina, de forma evidente, quais são os problemas
encontrados no posto de trabalho, dando, assim, recomendações a partir dos dados
encontrados e analisados. Contendo, uma análise mais completa se daria aliando-se este
método às medidas antropométricas dos indivíduos, para determinar exatamente qual e como
é a relação dos trabalhadores com o posto de trabalho e fazer as modificações específicas para
cada um deles. A Escala de Borg e o Diagrama para a Localização da Dor são eficazes e
objetivos para determinar a dor decorrente da realização de atividades com manuseio de
cargas, o que determina que são métodos complementares para corroborar a análise realizada
pelo método anterior (ERGO-IBV) para análise dos riscos biomecânicos no manuseio de
cargas, conforme foi descrito.
Tendo como referência a revisão de literatura e os resultados obtidos pelos
métodos de avaliação ergonômica utilizados nesta pesquisa, é evidente que se faz necessário
realizar modificações no posto de trabalho do Operador de Trânsito e Transbordo com a
finalidade de minimizar os fatores de risco a que está relacionado o manuseio de cargas, e
assim melhorar o desenvolvimento das tarefas e a relação do operador com seu posto de
trabalho.
No que tange às tarefas realizadas pelos operadores, verifica-se que, apesar de
serem desenvolvidas com ajuda da tecnologia (os carrinhos manuais), eles carregam ainda
manualmente um peso superior ao limite tolerado. Outro fator a considerar são as posturas
adotadas de forma inadequada no momento de realizar as diferentes tarefas que estão
relacionadas ao manuseio de cargas pelos operadores encarregados. Em virtude disto, os
operadores incluídos no estudo apresentam alguns sinais de alterações na saúde, quando
existem meios para realizar o trabalho de uma forma adequada, o que não é feito por falta de
77
instruções por parte de um profissional qualificado para tal (equipe ergonômica,médico do
trabalho, fisioterapeuta, etc.), que poderia orientá-los e fazer acompanhamento na realização
das tarefas, de modo a que estes não prejudicassem sua saúde.
Da experiência obtida com esta pesquisa, podemos deduzir que existem outros
questionamentos susceptíveis a novas pesquisas, pautadas em uma descrição e análise com
profundidade. Para este fim, tendo em conta fatores de diversa índole, entre eles os de saúde
funcional e ocupacional, os de saúde mental e psicológica, os de condições econômicas,
sociais e culturais.
Recomendações no momento de desempenho das tarefas
Diminuir o peso carregado pelos operadores, tendo presentes as características
individuais como: idade, estatura, força, experiência no posto de trabalho.
Selecionar cuidadosamente o trabalhador encarregado da manipulação, para
prevenir lesões e acidentes. Fazer treinamento específico para a manipulação
das cargas. Analisar os requisitos da carga, por peso e tamanho.
Providenciar agarres adequados, para evitar o sobresforço, uma vez que o
levantamento da carga depende de fatores como o peso e talha do indivíduo,
como das características da carga e a técnica utilizada para realizar o
levantamento.
Transportar cargas e materiais em carrinhos com rodas, apropriados para cada
tipo de material, de modo a facilitar as operações de carga e descarga.
Manter uma simetria das cargas, com dois braços carregando
aproximadamente o mesmo peso, quando a carga é transportada com os
braços. Quando a carga for pesada ou muito grande, deve ser carregada por
dois ou mais operadores.
O operador deve inspecionar o chão, o percurso, o objeto, os obstáculos no
chão, a iluminação e os espaços livres para evitar acidentes.
78
Para manusear, os malotes, recomenda-se a adoção das seguintes posturas:
1. Costas Retas: As costas devem estar retas, mas conservando a curvatura
normal, para gerar rigidez, e a pressão sobre as vértebras deve ser
uniforme, procurando evitar, ao máximo, giros e inclinações.
2. Braços colados ao corpo: Ao levantar e transportar pesos, os braços devem
ficar perto do corpo; se possível, retos.
3. Joelhos: Quando a carga encontra-se no chão, a forma correta de levantá-la
é trazê-la para perto do corpo, flexionar os joelhos e manter a coluna reta.
4. A posição correta dos pés: Os pés muito unidos geram lesões musculares e
perda do equilíbrio. Para evitar isso, devem-se colocar rígidas a
musculatura da coluna e dos membros inferiores. No momento de mudar
de direção, girar todo o corpo, incluindo os pés.
5. Mãos e dedos: Para realizar o agarre correto, o peso não deve cair na
parte distal dos dedos, deve-se fazer a pega com toda a palma da mão,
diminuindo o esforço da musculatura dos braços e a possibilidade de que o
objeto escorregue.
6. Queixo metido: A cabeça em alto e o queixo metido reto mantém reto o
corpo e a coluna, permitindo um maior desenvolvimento dos braços; adota-
se esta postura antes de levantar a carga, mantendo-a durante todo o
movimento.
Diante dos resultados obtidos através da implementação metodológica do estudo
de caso, pôde-se concluir que a metodologia proposta subsidia a avaliação dos riscos
biomecânicos na população estudada. Porém, por sua natureza e caráter delimitado, aborda
e analisa algumas variáveis referentes ao desempenho no posto de trabalho estudado.
Portanto, para futuros estudos, a presente pesquisa oferece uma metodologia prática,
79
susceptível de ser utilizada, enriquecendo-se ou complementando-se com os instrumentos de
análise sugeridos e implementados em pesquisas de caráter científico sobre riscos laborais.
Um item importante a ser avaliado é a postura, que não foi contemplada neste
estudo, mas que é de especial relevância pelo fato de cada indivíduo ter suas peculiaridades,
suas características e seu próprio histórico de saúde, pessoa que pode padecer de alguma
doença da coluna vertebral. Para este fim, indicamos alguns softwares de avaliação postural
(posturograma, FisiMetrix,etc.), referidas no trabalho de Coutinho (2007) e Costa (2004). No
entanto, deve-se esclarecer que ainda não existe uma metodologia totalmente definida para
avaliar integralmente o posto de trabalho e o trabalhador, embora se tenham dado avanços
tecnológicos significativos na área da ergonomia; ciência cuja dinâmica permite que surjam
proveitosamente variedades de métodos de avaliação, ressaltando o enfoque holístico que lhe
é peculiar. A ergonomia não enfoca de forma isolada o estudo do homem no seu trabalho, mas
enfatiza a análise dos sistemas homem-máquina como um conjunto de elementos, com
proposta de intervenção individual do tipo homem/posto de trabalho, aliado a todos os fatores
que repercutem no desenvolvimento do posto e na adequação e inadequação do mesmo, com
um enfoque multidisciplinar e interdisciplinar estabelecido em uma equipe ergonômica.
Na empresa objeto deste estudo, não existe uma equipe ergonômica, a qual teria
meios eficientes a níveis curativo e preventivo, uma vez que todos os trabalhadores avaliados
apresentavam sintomatologia dolorosa a nível (lombar) da coluna vertebral e necessitavam,
além do tratamento clínico (medicamentoso), do tratamento fisioterapêutico, pois é evidente
que devem ser avaliados e orientados de forma individual e contínua, levando-se em
consideração as medidas antropométricas, a análise postural, dando ênfase às posturas
adequadas, não para a execução das tarefas laborais mas para as atividades cotidianas da
vida, nas quais o indivíduo deve manter um padrão de comportamento saudável, bem como,
nos casos em que os trabalhadores tenham adquirido doenças ocupacionais, e detectar os
fatores de risco a que estão expostos e que tenham desencadeado essas doenças.
Para tal fim deve-se enfatizar o trabalho preventivo, baseado em campanhas
educativas, dentre elas a metodologia sugerida por Cardia (2006), com ênfase para a Escola
de Postura”.
A partir da prevenção dos riscos, poder-se-ão melhorar as condições de trabalho e
garantir a saúde dos trabalhadores.
A relevância e importância da pesquisa realizada demonstraram a necessidade de
uma equipe ergonômica composta por profissionais de diversos ramos, como engenheiros de
produção, terapeutas ocupacionais, médicos, psicólogos, fisioterapeutas, etc. Essa equipe teria
80
meios eficientes a nível curativo e especialmente nas alternativas de prevenção para melhorar
as condições de trabalho, promovendo uma melhor qualidade de vida laboral, garantindo a
eficiência, rentabilidade e produtividade das empresas.
81
6
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86
APÊNDICES E ANEXO
87
APÊNDICE A
FICHA DO ROTEIRO DO MÉTODO ERGO – IBV
Trabalhador: ________________________________________ Idade: ______ anos
LEVANTAMENTO DE CARGAS:
( ) Tarefa Múltiple ( ) Tarefa Simples
Subtarefas: _________________________________________________
Descrição: _________________________________________________Data:
______/________/_________Departamento:
______________________________________________
Duração: ( ) menos de 1 hora ( ) Entre uma e 2 horas ( ) Entre duas e 8 horas
Origem:
Peso levantado: ______Kg
Distância horizontal: _____cm
Posição Vertical inicial: _____ cm
Posição Vertical Final________cm
Ângulo de assimetria: ________graus
Freqüência de levantamento (lev/min): ________________
Tipo de agarre: ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim-irregular
Controle significativo na distância: ( ) Sim ( ) Não
Distância:
Distância horizontal: ________ cm
Ângulo de assimetria: _____ graus
Tipo de agarre: ( ) bom ( ) regular ( ) ruim
88
EMPURRE /ARRASTE
( ) Empurre ( ) Arraste
( ) Tarefa múltipla ( ) Tarefa simples
Subtarefa: ________________________
Descrição: ____________________________________________
Data: ____/_____/______
Departamento: __________________________________________
Força inicial: __________Kg
Força sustentada: _______Kg
Distância percorrida: _______m
Freqüência de empurre/arraste ( emp ou arraste/min)__________
Altura do agarre: ________cm
TRANSPORTE
() Tarefa Múltipla
Subtarefa: ________________________
Descrição: ____________________________________________
Data: ____/_____/______
Departamento: __________________________________________
Peso transportado: _______Kg
Distância percorrida: _______m
Freqüência de transporte (transporte/min): ________
Altura do agarre: ( ) Cotovelos ( ) Quadris
89
APÊNDICE B
CARTA DE CONSENTIMIENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado (a) Senhor (a),
Esta pesquisa visa a “adequação de uma metodologia dos riscos biomecânicos de
trabalhadores em atividades com manuseio de cargas” e será desenvolvida por Diana Maritza
Pérez Soler, mestranda do Departamento de Engenharia de Produção, sob a orientação da
Profª.Drª. Neide Maria Gomes de Lucena.
O objetivo do estudo é propor intervenção nos postos de trabalho dos Operadores de
Trânsito e Transbordo, a partir dos riscos ergonômicos detectados pelo Método ERGO-IBV.
Para isto, será necessário identificar os riscos ergonômicos existentes neste posto, como
também os fatores etiológicos destes riscos, com a intervenção de definir e sugerir as
intervenções a serem trabalhadas para minimizar os riscos ergonômicos. Além disto,
pretende-se que este trabalho sirva como material de estudo para futuras pesquisas relativas ao
tema proposto, objetivando melhoria na qualidade de vida e bem-estar destes profissionais.
Solicitamos a sua colaboração para preencher a ficha de avaliação da dor, o
questionário de Índice de Capacidade para o Trabalho, bem como autorização para filmagem
e tomadas fotográficas, que serão realizadas em seus postos de trabalho, para servirem de
material que será analisado pelo softwer do Método ERGO-IBV; como também sua
autorização para apresentar os resultados deste estudo em eventos e publicar em revista
científica. Por ocasião de publicar os resultados e apresentação em congresso, as imagens
serão distorcidas para não serem identificados e seus nomes serão mantido em sigilo.
Informamos que essa pesquisa não oferece riscos previsíveis para sua saúde.
Esclarecemos que sua participação no estudo é voluntária, portanto, o (a) senhor (a)
pode fornecer as informações e/ou colaborar com as atividades solicitadas pelo Pesquisador
(a). Caso decida não participar do estudo ou resolver a qualquer momento desistir do mesmo,
poderá desistir sem nenhum dano.
90
Os pesquisadores estarão a sua disposição para qualquer esclarecimento que considere
necessário em qualquer etapa da pesquisa.
Diante do exposto, declaro que fui devidamente esclarecido (a) e dou o meu
consentimento para participar da pesquisa e para publicação dos resultados. Estou ciente que
recebi uma cópia desse documento.
________________________________
Assinatura do Participante da Pesquisa
Ou Responsável Legal
Em caso de analfabetismo,
espaço para impressão dactiloscópica:
________________________________
Assinatura da Testemunha
91
APÊNDICE C
FICHAS DE COLETA DE DADOS (FICHA DE IDENTIFICAÇÃO, DIAGRAMA DA
DOR, ESCALA DA DOR)
OPORADORES DE TRÂNSITO E TRANSBORDO (OTT1,OTT2,OTT3)
92
93
94
95
96
97
98
-
99
100
APÊNDICE D
RESULTADOS OBTIDOS A PARTIR DO MÉTODO ERGO-IBV (TRADUÇÃO DO
ESPANHOL PARA O PORTUGUÊS)
INFORME DA TAREFA: TRANSITO E TRANBORDO (1)
A) INFORME DA TAREFA DE DESCARGA
• Dados da tarefa:
- Descrição: Descarga
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
- Duração: Curta
• Dados da descarga:
- Descrição: Descarga do malote
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
- Duração: curta
- Peso Levantado: 35,0 Kg (variável relacionada)
- Distância Horizontal: 60,0 cm (variável relacionada)
- Posição Vertical Inicial: 40,0 cm (variável relacionada)
- Posição Vertical Final: 40,0 cm (variável relacionada)
- Ângulo de Assimetria: 45,0º (variável relacionada)
- Freqüência: 2,000 lev/min (variável relacionada)
- Tipo do Agarre: regular (variável relacionada)
- Existe controle no destino:
· Distância Horizontal: 60,0 cm (variável relacionada)
· Ângulo de Assimetria: 40,0º (variável relacionada)
· Tipo de Agarre: regular (variável relacionada)
• Cálculo do Índice de Descarga:
Limite do Peso Recomendado = 25 x HM x VM x DM x AM x FM x CM
Origem:
HM Fator Horizontal = 25/H = 25/60,00 = 0,42
VM Fator da Altura = 1 - 0.003|V-75| = 1 - 0.003|40,00-75| = 0,89
DM Fator de Percorrido = 0.82 + 4.5/D = 0.82 + 4.5/25,00 = 1,00
AM Fator de Assimetria = 1 - 0.0032A = 1 - 0.0032x45,00 = 0,86
FM Fator de Freqüência = (Tabelas) = 0,91
CM Fator de Agarre = (Tabelas) = 0,95
Peso Recomendado na origem = 25 x 0,42 x 0,89 x 1,00 x 0,86 x 0,91 x 0,95 = 6,90
Índice da descarga na origem = 35,00 / 6,90 = 5,07
101
Destino:
HM Fator Horizontal = 25/H = 25/60,00 = 0,42
VM Fator de Altura = 1 - 0.003|V-75| = 1 - 0.003|40,00-75| = 0,89
DM Fator do Percorrido. = 0.82 + 4.5/D = 0.82 + 4.5/25,00 = 1,00
AM Fator de Assimetria = 1 - 0.0032A = 1 - 0.0032x40,00 = 0,87
FM Fator de Freqüência = (Tabelas) = 0,91
CM Fator de Agarre = (Tabelas) = 0,95
Peso Recomendado Destino = 25 x 0,42 x 0,89 x 1,00 x 0,87 x 0,91 x 0,95 = 7,03
Índice de descarga Destino = 35,00 / 7,03 = 4,98
Índice da descarga = Max(Ind.Origem, Ind.Destino) = Max(5,07, 4,98) = 5,07
ÍNDICE COMPOSTO (IC)
• Cálculo:
Subtarefa 1: IS = 5,07 descarga de malotes
• Interpretação:
O índice composto é: 5,07. Existe um INCREMENTO ACUSADO DO RISCO; é uma tarefa
inaceitável, desde o ponto de vista ergonômico, tem que ser modificada.
RECOMENDAÇÕES DE REDESENHO DA TAREFA DE DESCARGA DE
MALOTES
• Dados da tarefa:
- Descrição: Descarga de malotes
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
ADVERTÊNCIA: As recomendações de redesenho que estão a seguir elaboraram-se de
forma independente para cada subtarefa, sem considerar as relações entre as mesmas; porém,
as recomendações geradas para uma subtarefa não têm em consideração as possíveis
modificações realizadas sobre as variáveis da mesma, causadas pela modificação das
variáveis relacionadas de outras subtarefas.
• Restrições das variáveis da descarga:
- Peso: MIN = 0,1 Kg
- Distância Percorrida: MIN = 2,1 m
- Freqüência: MIN = 0,001 trans/min
- Altura do Agarre: MIN = Quadril
102
• A ordem da atuação recomendada nas variáveis da descarga é a seguinte:
1º) Peso Transportado (variável relacionada).
2º) Distância horizontal na origem (variável relacionada).
3º) Distância horizontal no destino (variável relacionada).
4º) Ângulo de assimetria (variável relacionada).
5º) Posição vertical inicial (variável relacionada)
As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas;
lembre que, se as modifica, podem ter que fazer também em ditas subtarefas.
• Recomendações do redesenho:
1ª) Reduzindo o peso da carga a 0,1 Kg, diminui os índices a 0,01 e 0,01 (homens e
mulheres respectivamente).
2ª) Reduzindo o percorrido horizontal na origem a 25,0 cm, diminui o índice a
0,01.
3ª) Reduzindo a distância horizontal no destino a 25,0 cm, diminui o índice a
0,01.
4ª) Reduzindo o ângulo no destino a 0,0º, diminui o índice no destino a 0,01.
5ª) Modificando a posição vertical inicial a 75,0 cm, diminui o índice na origem a 0.00.
B) INFORME DA TAREFA DE TRANSPORTE DE MALOTES
• Dados da tarefa:
- Descrição: Transporte de malotes
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
- Duração: Curta
• Subtarefas da tarefa múltipla:
- Subtarefa 1: Empurrar empilhadeira
- Subtarefa 2: Arrastar empilhadeira
• SUBTAREFA 1 (EMPURRE)
• Dados do empurre:
- Descrição: Empurrar empilhadeira
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
- Força Inicial: 40,0 Kg (variável relacionada)
- Força Mantida: 40,0 Kg (variável relacionada)
- Distância Percorrida: 60,0 m (variável relacionada)
- Freqüência: 0,500 emp/min (variável relacionada)
- Altura do Agarre: 80,0 cm (variável relacionada)
103
• Cálculo dos índices de empurre:
Força Inicial Recomendada para Homens = 13 Kg
Força Mantida Recomendada para Homens = 7 Kg
Força Inicial Recomendada para Mulheres = 12 Kg
Força Mantida Recomendada para Mulheres = 4 Kg
Índice para Homens = MAX ( 40,0/13 ; 40,0/7 ) = MAX ( 3,08 ; 5,71 ) = 5,71
Índice para Mulheres = MAX ( 40,0/12 ; 40,0/4 ) = MAX ( 3,33 ; 10,00 ) = 10,00
SUBTAREFA 2 (ARRASTE)
• Dados do arraste:
- Descrição: Arraste empilhadeira
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
- Força Inicial: 40,0 Kg (variável relacionada)
- Força Mantida: 40,0 Kg (variável relacionada)
- Distância Percorrida:60,0 m (variável relacionada)
- Freqüência: 0,500 arr/min (variável relacionada)
- Altura do Agarre: 80,0 cm (variável relacionada)
• Cálculo dos índices do arraste:
Força Inicial Recomendada para Homens = 14 Kg
Força Mantida Recomendada para Homens = 8 Kg
Força Inicial Recomendada para Mulheres = 12 Kg
Força Mantida Recomendada para Mulheres = 5 Kg
Índice para Homens = MAX ( 40,0/14 ; 40,0/8 ) = MAX ( 2,86 ; 5,00 ) = 5,00
Índice para Mulheres = MAX ( 40,0/12 ; 40,0/5 ) = MAX ( 3,33 ; 8,00 ) = 8,00
• ÍNDICE COMPOSTO (IC)
• Cálculo:
Subtarefa 1: IS = 5,71 Empurrar empilhadeira
Subtarefa 2: IS = 5,00 Inc.IC = 1,294 Arrastar empilhadeira
IC = 5,714 + 1,294 = 7,01
• Interpretação:
O índice composto é: 7,01. Existe um INCREMENTO ACUSADO DO RISCO; é uma tarefa
inaceitável, desde o ponto de vista ergonômico, tem que ser modificada.
104
RECOMENDAÇÕES DO REDESENHO DA TAREFA TRASNPORTE DE MALOTES
• Dados da tarefa múltipla:
- Descrição: Transporte de malotes
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
ADVERTÊNCIA: As recomendações de redesenho que se dão a seguir, elaboraram-se de
forma independente para cada subtarefa, sem considerar as relações entre as mesmas;porém,as
recomendações geradas para uma subtarefa não têm em consideração possíveis modificações
realizadas sobre variáveis da mesma, causadas pela modificação das variáveis relacionadas a
outras subtarefas.
• SUBTAREFA 1 (EMPURRE)
• Dados do empurre:
- Descrição: Empurre empilhadeira
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
• Restrições das variáveis do empurre:
- Força Inicial: MIN = 1,0 Kg
- Força Mantida: MIN = 1,0 Kg
- Distância Percorrida: MIN = 2,1 m
- Freqüência: MIN = 0,001 emp/min
- Altura do Agarre: MIN = 57,0 cm; MAX = 144,0 cm
• Na ordem da atuação, as recomendações das variáveis do empurre são:
1º) Distância Percorrida (variável relacionada).
2º) Força Mantida (variável relacionada).
3º) Força Inicial (variável relacionada).
4º) Freqüência do Empurre (variável relacionada).
As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas;
lembre que, se as modifica, tem que fazer também em ditas subtarefas.
• Recomendações de redesenho:
1ª) Reduzindo a distância percorrida a 2,1 m, diminui os índices a 2,35 e 4,44 (homens e
mulheres respectivamente).
2ª) Reduzindo a força mantida a 1,0 Kg ,diminui os índices a 1,60 e 2,35 (homens e
mulheres respectivamente).
3ª) Reduzindo a força inicial a 1,0 Kg, diminui os índices a 0,06 e 0,11 (homens e
mulheres respectivamente).
4ª) Reduzindo a freqüência da tarefa a 0,001 emp/min, diminui os índices a 0,04 e 0,08
(homens e mulheres respectivamente).
105
• SUBTAREFA 2 (ARRASTE)
• Dados do arraste:
- Descrição: Arraste empilhadeira
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
• Restrições das variáveis do arraste:
- Força Inicial: MIN = 1,0 Kg
- Força Mantida: MIN = 1,0 Kg
- Distância Percorrida: MIN = 2,1 m
- Freqüência: MIN = 0,001 arr/min
- Altura do Agarre: MIN = 57,0 cm; MAX = 144,0 cm
• A ordem da atuação recomendada nas variáveis do arraste se dão a seguir:
1º) Distância Percorrida (variável relacionada).
2º) Força Mantida (variável relacionada).
3º) Força Inicial (variável relacionada).
4º) Freqüência do Arraste (variável relacionada).
As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas;
lembre que, se as modifica, pode ter que fazer também em ditas subtarefas.
• Recomendações do redesenho:
1ª) Reduzindo a distância percorrida a 2,1 m, diminui os índices a 2,35 e 4,00 (homens e
mulheres respectivamente)
2ª) Reduzindo a força mantida a 1,0 Kg, diminui os índices a 1,54 e 2,11 (homens e
mulheres respectivamente).
3ª) Reduzindo a força inicial a 1,0 Kg, diminui os índices a 0,06 y 0,10 (homens e
mulheres respectivamente).
4ª) Reduzindo a freqüência da tarefa a 0,001 arr/min, diminui os índices a 0,04 e 0,07
(homens e mulheres respectivamente).
C) INFORME DA TAREA DISTRIBUIÇÃO DE MALOTES
• Dados da distribuição:
- Descrição: Distribuição de malotes
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
- Peso Transportado: 35,0 Kg (variável relacionada)
- Distância Percorrida: 8,5 m (variável relacionada)
- Freqüência: 1,000 trans/min (variável relacionada)
- Altura do Agarre: Cotovelos (variável relacionada)
106
• Cálculo dos índices da distribuição:
Peso Recomendado para Homens = 13 Kg
Índice para Homens = 35,0 / 13 = 2,69
ÍNDICE COMPOSTO (IC)
• Cálculo:
Tarefa : IS = 2,69 Inc.IC = 0,299 transporte de malotes
• Interpretação:
O índice composto é: 2,98. Existe um INCREMENTO ACUSADO DO RISCO; é uma tarefa
inaceitável, desde o ponto de vista ergonômico, deve ser modificada.
RECOMENDAÇÕES DE REDESENHO PARA A TAREFA DE DISTRIBUÇÃO DE
MALOTES
• Dados da tarefa múltipla:
- Descrição: Distribuição de malotes
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
ADVERTÊNCIA: As recomendações de redesenho que se dão a continuação elaboraram-se
de forma independente para cada subtarefa, sem considerar as relações entre as mesmas;
porém, as recomendações geradas para uma subtarefa não têm em consideração as possíveis
modificações realizadas nas variáveis da mesma, causadas pela modificação das variáveis
relacionadas de outras subtarefas.
• Restrições das variáveis da distribuição:
- Peso: MIN = 0,1 Kg
- Distância Percorrida: MIN = 2,1 m
- Freqüência: MIN = 0,001 trans/min
- Altura do Agarre: MIN = Quadril
•A ordem de atuação recomendada das variáveis da distribuição é a seguinte:
1º) Peso Transportado (variável relacionada).
2º) Freqüência de Transportes (variável relacionada).
3º) Altura do Agarre (variável relacionada).
4º) Distância Percorrida (variável relacionada).
As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas;
lembre que, se as modifica, pode ter que fazer também em ditas subtarefas.
107
• Recomendações de redesenho:
1ª) Reduzindo o peso da carga a 0,1 Kg, diminui os índices a 0,01 e 0,01 (homens e
mulheres respectivamente).
2ª) Reduzindo a freqüência da tarefa a 0,001trans/min, diminui os índices a 0,00 e 0,01
(homens e mulheres respectivamente).
3ª) Modificando a Quadril à altura do agarre, diminui os índices a 0,00 e 0,01 (homens e
mulheres respectivamente).
4ª) Reduzindo a distancia percorrida a 2,1 m, diminui os índices a 0,00 e 0,00 (homens e
mulheres respectivamente).
108
INFORME DA TAREFA: TRÂNSITO E TRANSBORDO (2)
A) INFORME DA TAREFA DE DESCARGA:
• Dados da tarefa:
- Descrição: Descarga
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
- Duração: corta
• Dados da descarga:
- Descrição: descarga de malotes
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
- Duração: curta
- Peso Levantado: 30,0 Kg (variável relacionada)
- Distância Horizontal: 60,0 cm (variável relacionada)
- Posição Vertical Inicial: 50,0 cm (variável relacionada)
- Posição Vertical Final: 50,0 cm (variável relacionada)
- Ângulo de Assimetria: 45,0º (variável relacionada)
- Freqüência: 1,000 lev/min (variável relacionada)
- Tipo de Agarre: regular (variável relacionada)
- Existe controle no destino:
· Distância Horizontal: 60,0 cm (variável relacionada)
· Ângulo de Assimetria: 45,0º (variável relacionada)
· Tipo de Agarre: regular (variável relacionada)
• Cálculo do Índice de Descarga:
Limite do Peso Recomendado = 25 x HM x VM x DM x AM x FM x CM
Origem:
HM Fator Horizontal = 25/H = 25/60,00 = 0,42
VM Fator de Altura = 1 - 0.003|V-75| = 1 - 0.003|50,00-75| = 0,93
DM Fator Percorrido = 0.82 + 4.5/D = 0.82 + 4.5/25,00 = 1,00
AM Fator de Assimetria = 1 - 0.0032A = 1 - 0.0032x45,00 = 0,86
FM Fator de Freqüência = (Tabelas) = 0,94
CM Fator de Agarre = (Tabelas) = 0,95
Peso Recomendado Origem = 25 x 0,42 x 0,93 x 1,00 x 0,86 x 0,94 x 0,95 = 7,37
Índice de Descarga Origem = 30,00 / 7,37 = 4,07
Destino:
HM Fator Horizontal = 25/H = 25/60,00 = 0,42
VM Fator de Altura = 1 - 0.003|V-75| = 1 - 0.003|50,00-75| = 0,93
DM Fator de Percorrido = 0.82 + 4.5/D = 0.82 + 4.5/25,00 = 1,00
AM Fator de Assimetria = 1 - 0.0032A = 1 - 0.0032x45,00 = 0,86
FM Fator de Freqüência = (Tabelas) = 0,94
CM Fator de Agarre = (Tabelas) = 0,95
109
Peso Recomendado Destino = 25 x 0,42 x 0,93 x 1,00 x 0,86 x 0,94 x 0,95 = 7,37
Índice de Descarga Destino = 30,00 / 7,37 = 4,07
Índice de Descarga = Max(Ind.Origem, Ind.Destino) = Max(4,07, 4,07) = 4,07
• ÍNDICE COMPOSTO (IC)
• Cálculo:
Tarefa : IS = 4,07 Descarga de malotes
• Interpretação:
O índice composto é: 4,07. Existe um INCREMENTO ACUSADO DO RISCO; é uma tarefa
inaceitável, desde o ponto de vista ergonômico, deve ser modificada.
RECOMENDAÇÕES DE REDESENHO PARA A TAREFA DE DESCARGUE
• Dados da tarefa múltipla:
- Descrição: Descarga de malotes
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
ADVERTÊNCIA: As recomendações de redesenho que se dão a continuação elaboram-se de
forma independente para cada subtarefa, sem considerar relações entre as mesmas; ou seja,
que as recomendações geradas para uma subtarefa não têm em consideração possíveis
modificações realizadas sobre variáveis da mesma, causadas pela modificação de variáveis
relacionadas a outras subtarefas.
• TAREFA DESCARGA
• Dados da descarga:
- Descrição: descarga de malotes
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
• Restrições das variáveis da descarga:
- Peso: MIN = 0,1 Kg
- Duração: MIN = corta
- Distância Horizontal na origem: MIN = 0,0 cm
- Posição Vertical Inicial: MIN = 0,0 cm; MAX = 178,0 cm
- Posição Vertical Final: MIN = 0,0 cm; MAX = 178,0 cm
- Ângulo de Assimetria na origem: MIN = 0,0º
- Freqüência: MIN = 0,100 lev/min
- Tipo de Agarre na origem: MIN = bom
- Distância Horizontal no destino: MIN = 0,0 cm
- Ângulo de Assimetria no destino: MIN = 0,0º
110
- Tipo de Agarre no destino: MIN = bom
•A ordem de atuação recomendada das variáveis da distribuição é a seguinte:
1º) Peso Levantado (variável relacionada).
2º) Distância Horizontal na Origem (variável relacionada).
3º) Distância Horizontal no Destino (variável relacionada).
4º) Ângulo de Assimetria na Origem (variável relacionada).
5º) Ângulo de Assimetria no Destino (variável relacionada).
6º) Posição Vertical Inicial (variável relacionada).
7º) Posição Vertical Final (variável relacionada).
8º) Freqüência de Levantamentos (variável relacionada).
As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas;
lembre que, si as modifica, pode ter que fazer também em ditas subtarefas.
• Recomendações do redesenho:
1ª) Reduzindo o peso da carga a 0,1 Kg, diminui o índice a 0,01.
2ª) Reduzindo a distância horizontal na origem a 25,0 cm, diminui o índice na origem a
0,01 (Índice de Levantamento: 0,01).
3ª) Reduzindo a distância horizontal no destino a 25,0 cm, diminui o índice no destino a
0,01.
4ª) Reduzindo o ângulo na origem a 0,0º, diminui o índice na origem a 0,00 (Índice de
Levantamento: 0,01).
5ª) Reduzindo o ângulo no destino a 0,0º, diminui o índice no destino a 0,00.
6ª) Modificando posição vertical inicial a 75,0 cm, diminui o índice na origem a 0,00
(Índice de Levantamento: 0,00).
7ª) Modificando posição vertical final a 75,0 cm, diminui o índice no destino a 0,00.
8ª) Reduzindo a freqüência a tarefa a 0,200 lev/min, diminui o índice a 0,00.
B) INFORME DA TAREFA TRANSPORTE DE MALOTES
• Dados da tarefa múltipla:
- Descrição: Transporte de malotes
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
- Duração: Curta
• Subtarefas da tarefa múltipla:
- Subtarefa 1: Empurre de empilhadeira
- Subtarefa 2: Arraste de empilhadeira
111
• SUBTAREFA 1 (EMPURRE)
• Dados de Empurre:
- Descrição: Empurre de empilhadeira
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
- Força Inicial: 45,0 Kg (variável relacionada)
- Força Mantida: 45,0 Kg (variável relacionada)
- Distância Percorrida: 50,0 m (variável relacionada)
- Freqüência: 0,050 emp/min (variável relacionada)
- Altura do Agarre: 80,0 cm (variável relacionada)
• Cálculo dos índices de empurre:
Força Inicial Recomendada para Homens = 17 Kg
Força Mantida Recomendada para Homens = 10 Kg
Índice para Homens = MAX ( 45,0/17 ; 45,0/10 ) = MAX ( 2,65 ; 4,50 ) = 4,50
• SUBTAREA 2 (ARRASTE)
• Dados do Arraste:
- Descrição: Arraste empilhadeira
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
- Força Inicial: 45,0 Kg (variável relacionada)
- Força Mantida: 45,0 Kg (variável relacionada)
- Distância Percorrida: 50,0 m (variável relacionada)
- Freqüência: 0,050 arr/min (variável relacionada)
- Altura do Agarre: 80,0 cm (variável relacionada)
• Cálculo dos índices do arraste:
Força Inicial Recomendada para Homens = 19 Kg
Força Mantida Recomendada para Homens = 11 Kg
Índice para Homens = MAX ( 45,0/19 ; 45,0/11 ) = MAX ( 2,37 ; 4,09 ) = 4,09
• ÍNDICE COMPOSTO (IC)
• Cálculo:
Subtarefa 1: IS = 4,50 Empurrar a empilhadeira
Subtarefa 2: IS = 4,09 Inc.IC = 0,110 Arrastar empilhadeira
IC = 4,500 + 0,110 = 4,61
112
• Interpretação:
O índice composto é: 4,61. Existe um INCREMENTO ACUSADO DO RISCO; é uma
tarefa inaceitável, desde o ponto de vista ergonômico, portanto, deve ser modificada.
RECOMENDAÇÕES DE REDESENHO PARA A TAREFA TRANSPORTE DE
MALOTES
• Dados da tarefa múltipla:
- Descrição: Transporte de malotes
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
ADVERTÊNCIA: As recomendações de redesenho que se dão a seguir elaboraram-se de
forma independente para cada subtarefa, sem considerar as relações entre as mesmas; ou seja,
que as recomendações geradas para uma subtarefa não têm em consideração possíveis
modificações realizadas nas variáveis da mesma, causadas pela modificação de variáveis
relacionadas a outras subtarefas.
• SUBTAREFA 1 (EMPURRE)
• Dados de empurre:
- Descrição: empurre de empilhadeira
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
• Restrições das variáveis de empuje:
- Força Inicial: MIN = 1,0 Kg
- Força Mantida: MIN = 1,0 Kg
- Distância Percorrida: MIN = 2,1 m
- Freqüência: MIN = 0,001 emp/min
- Altura de Agarre: MIN = 57,0 cm; MAX = 144,0 cm
• A ordem de atuação recomendada sobre as variáveis de empurre é a seguinte:
1º) Distância Percorrida (variável relacionada).
2º) Força Mantida (variável relacionada).
3º) Força Inicial (variável relacionada).
4º) Freqüência de Empurre (variável relacionada).
As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas;
lembre que caso as modifique, pode ter que fazer também em ditas subtarefas.
113
• Recomendações de redesenho:
1ª) Reduzindo a distância percorrida a 2,1 m, diminui os índices a 2,37 e 4,50 (homens e
mulheres respectivamente).
2ª) Reduzindo a força mantida a 1,0 Kg, diminui os índices a 1,67 e 2,37 (homens e
mulheres respectivamente).
3ª) Reduzindo a força inicial a 1,0 Kg, diminui os índices a 0,05 e 0,10 (homens e
mulheres respectivamente).
4ª) Reduzindo a freqüência da tarefa a 0,001 emp/min, diminui os índices a 0,04 e 0,08
(homens e mulheres respectivamente).
• SUBTAREFA 2 (ARRASTE)
• Dados de arraste:
- Descrição: Arrastar empilhadeira
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
• Restrições das variáveis de arraste:
- Força Inicial: MIN = 1,0 Kg
- Força Mantida: MIN = 1,0 Kg
- Distancia Percorrida: MIN = 2,1 m
- Freqüência: MIN = 0,001 arr/min
- Altura de Agarre: MIN = 57,0 cm; MAX = 144,0 cm
• A ordem de atuação recomendada sobre as variáveis de arraste é a seguinte:
1º) Distância Percorrida (variável relacionada).
2º) Força Mantida (variável relacionada).
3º) Força Inicial (variável relacionada).
4º) Freqüência de Arrastes (variável relacionada).
As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas; pois
caso as modifique, pode ser que tenha que se fazer em ditas subtarefas.
• Recomendações de redesenho:
1ª) Reduzindo a distância percorrida a 2,1 m, diminui os índices a 2,25 e 4,09 (homens e
mulheres respectivamente).
2ª) Reduzindo a força mantida a 1,0 Kg, diminui os índices a 1,61 e 2,05 (homens e
mulheres respectivamente).
3ª) Reduzindo a força inicial a 1,0 Kg, diminui os índices a 0,05 e 0,09 (homens e
mulheres respectivamente).
4ª) Reduzindo a freqüência da tarefa a 0,001 arr/min, diminui os índices a 0,04 e 0,07
(homens e mulheres respectivamente).
114
C) INFORME DA TAREFA DISTRIBUIÇÃO DE MALOTES
• Dados da Distribuição:
- Descrição: Distribuição de malotes
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
- Peso Transportado: 30,0 Kg (variável relacionada)
- Distância Percorrida: 8,5 m (variável relacionada)
- Freqüência: 1,000 trans/min (variável relacionada)
- Altura do Agarre: Cotovelos (variável relacionada)
• Cálculo dos índices de transporte:
Peso Recomendado para Homens = 13 Kg
Índice para Homens = 30,0 / 13 = 2,31
• ÍNDICE COMPOSTO (IC)
• Cálculo:
Tarefa : IS = 2,31 Inc.IC = 0,339 Distribuição de malotes
• Interpretação:
O índice composto é: 2,31 existe um INCREMENTO ACUSADO DO RISCO; é uma tarefa
inaceitável, desde o ponto de vista ergonômico, deve ser modificada.
RECOMENDAÇÕES DE REDESENHO PARA A TAREFA DE DISTRIBUIÇÃO
• Dados da tarefa múltipla:
- Descrição: Distribuição de malotes
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
ADVERTÊNCIA: As recomendações de redesenho que se dão a seguir elaboraram-se de
forma independente para cada subtarefa, sem considerar as relações entre as mesmas, ou seja,
que as recomendações geradas para uma subtarefa não têm em consideração possíveis
modificações realizadas nas variáveis da mesma, causadas pela modificação de variável de
relacionadas a outras subtarefas.
• Restrições das variáveis do transporte:
- Peso: MIN = 0,1 Kg
- Distância Percorrida: MIN = 2,1 m
- Freqüência: MIN = 0,001 trans/min
- Altura do Agarre: MIN = Quadril
115
• A ordem de atuação recomendada sobre as variáveis de empuje é a seguinte:
1º) Peso Transportado (variável relacionada).
2º) Freqüência de Transportes (variável relacionada).
3º) Altura do Agarre (variável relacionada).
4º) Distância Percorrida (variável relacionada).
As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas;
lembre que, se as modifica, pode ter que fazer também em ditas subtarefas.
• Recomendações de redesenho:
1ª) Reduzindo o peso da carga a 0,1 Kg, diminui os índices a 0,01 e 0,01 (homens e
mulheres respectivamente).
2ª) Reduzindo a freqüência da tarefa a 0,001trans/min, diminui os índices a 0,00 e 0,01
(homens e mulheres respectivamente).
3ª) Modificando o Quadril a altura do agarre, diminui os índices a 0,00 e 0,01 (homens e
mulheres respectivamente).
4ª) Reduzindo a distância percorrida a 2,1 m, diminui os índices a 0,00 e 0,00 (homens e
mulheres respectivamente).
116
INFORME DA TAREFA: TRÂNSITO E TRANSBORDO (3)
A) INFORME DA TAREFA DE DESCARGA
• Dados da tarefa:
- Descrição: Descarga de Malotes
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
- Duração: Curta
• Dados da Descarga:
- Descrição: Descarga de malotes
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
- Duração: Curta
- Peso Levantado: 35,0 Kg (variável relacionada)
- Distância Horizontal: 50,0 cm (variável relacionada)
- Posição Vertical Inicial: 50,0 cm (variável relacionada)
- Posição Vertical Final: 60,0 cm (variável relacionada)
-Ângulo de Assimetria: 30,0º (variável relacionada)
- Freqüência: 1,000 lev/min (variável relacionada)
- Tipo do Agarre: mao (variável relacionada)
- Não existe controle no destino.
• Cálculo do Índice da descarga:
Limite do Peso Recomendado = 25 x HM x VM x DM x AM x FM x CM
HM Fator Horizontal = 25/H = 25/50,00 = 0,50
VM Fator de Altura = 1 - 0.003|V-75| = 1 - 0.003|50,00-75| = 0,93
DM Fator Percorrida = 0.82 + 4.5/D = 0.82 + 4.5/25,00 = 1,00
AM Fator de Assimetria = 1 - 0.0032A = 1 - 0.0032x30,00 = 0,90
FM Fator de Freqüência = (Tabelas) = 0,94
CM Fator de Agarre = (Tabelas) = 0,90
Peso Recomendado = 25 x 0,50 x 0,93 x 1,00 x 0,90 x 0,94 x 0,90 = 8,84
Índice da descarga = 35,00 / 8,84 = 3,96
• ÍNDICE COMPOSTO (IC)
• Cálculo:
Subtarefa 1: IS = 3,96 Descarga de malotes
• Interpretação:
O índice composto é: 3,96. Existe um INCREMENTO ACUSADO DO RISCO; é uma tarefa
inaceitável, desde o ponto de vista ergonômico, deve ser modificada.
117
RECOMENDAÇÕES DE REDESENHO PARA A TAREFA DE DESCARGA DE
MALOTES
Dados da tarefa múltipla:
- Descrição: Descarga de malotes
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
ADVERTÊNCIA: As recomendações de redesenho que se dão a seguir elaboraram-se de
forma independente para cada subtarefa, sem considerar as relações entre as mesmas; ou seja,
que as recomendações geradas para uma subtarefa não têm em consideração possíveis
modificações realizadas nas variáveis da mesma, causadas pela modificação de variáveis
relacionadas a outras subtarefas.
• Restrições das variáveis da Descarga:
- Peso: MIN = 0,1 Kg
- Duração: MIN = corta
- Distância Horizontal na origem: MIN = 0,0 cm
- Posição Vertical Inicial: MIN = 0,0 cm; MAX = 178,0 cm
- Posição Vertical Final: MIN = 0,0 cm; MAX = 178,0 cm
- Ângulo de Assimetria na origem: MIN = 0,0º
- Freqüência: MIN = 0,100 lev/min
- Tipo do Agarre na origem: MIN = boom
• A ordem de atuação recomendada sobre as variáveis de empurre é a seguinte:
1º) Peso Levantado (variável relacionada).
2º) Distância Horizontal na Origem (variável relacionada).
3º) Tipo do Agarre na Origem (variável relacionada).
4º) Ângulo de Assimetria na Origem (variável relacionada).
5º) Posição Vertical Inicial (variável relacionada).
6º) Freqüência de Levantamentos (variável relacionada).
As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas;
lembre que se as modifica, pode ter que fazer também em ditas subtarefas.
• Recomendações de redesenho:
1ª) Reduzindo o peso da carga a 0,1 Kg, diminui o índice a 0,01.
2ª) Reduzindo a distância horizontal na origem a 25,0 cm, diminui o índice na origem a
0,01.
3ª) Fazendo bom agarre na origem, diminui o índice na origem a 0,01.
4ª) Reduzindo o ângulo na origem a 0,0º, diminui o índice na origem a 0,00.
5ª) Modificando posição vertical inicial a 75,0 cm, diminui índice na origem a 0,00.
6ª) Reduzindo a freqüência da tarefa a 0,200 lev/min, diminui o índice a 0,00.
118
B) INFORME DA TAREFA TRANSPORTE DE MALOTES
• Dados da tarefa múltipla:
- Descrição: Transporte de malotes
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
- Duração: Curta
• Subtarefas da tarefa múltipla:
- Subtarefa 1: Empurre de empilhadeira
- Subtarefa 2: Arraste de empilhadeira
• SUBTAREFA 1 (EMPURRE)
• Dados de empurre:
- Descrição: Empurre de empilhadeira
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
- Força Inicial: 47,0 Kg (variável relacionada)
- Força Mantida: 47,0 Kg (variável relacionada)
- Distância Percorrida: 60,0 m (variável relacionada)
- Freqüência: 0,050 emp/min (variável relacionada)
- Altura do Agarre: 80,0 cm (variável relacionada)
• Cálculo dos índices de empurre:
Força Inicial Recomendada para Homens = 15 Kg
Força Mantida Recomendada para Homens = 9 Kg
Índice para Homens = MAX ( 47,0/15 ; 47,0/9 ) = MAX ( 3,13 ; 5,22 ) = 5,22
• SUBTAREFA 2 (ARRASTE)
• Dados do arraste:
- Descrição: Arraste de empilhadeira
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
- Força Inicial: 47,0 Kg (variável relacionada)
- Força Mantida: 47,0 Kg (variável relacionada)
- Distância Percorrida: 60,0 m (variável relacionada)
- Freqüência: 0,050 arr/min (variável relacionada)
- Altura do Agarre: 80,0 cm (variável relacionada)
• Cálculo dos índices do arraste:
Força Inicial Recomendada para Homens = 17 Kg
Força Mantida Recomendada para Homens = 10 Kg
Índice para Homens = MAX ( 47,0/17 ; 47,0/10 ) = MAX ( 2,76 ; 4,70 ) = 4,70
119
• ÍNDICE COMPOSTO (IC)
• Cálculo:
Subtarefa 1: IS = 5,22 empurre de empilhadeira
Subtarefa 2: IS = 4,70 Inc.IC = 0,107 arrastar de empilhadeira
IC = 5,222 + 0,107 = 5,33
• Interpretação:
O índice composto é: 5,33. Existe um INCREMENTO ACUSADO DO RISCO; é una tarefa
inaceitável, desde o ponto de vista ergonômico, tem que ser modificada.
RECOMENDAÇÕES DE REDESENHO PARA A TAREFA DE TRANSPORTE DE
MALOTES
• Dados da tarefa múltipla:
- Descrição: Transporte de malotes
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
ADVERTÊNCIA: As recomendações de redesenho que se dão a seguir elaboraram-se de
forma independente para cada subtarefa, sem considerar as relações entre as mesmas; ou seja,
que as recomendações geradas para uma subtarefa não têm em consideração possíveis
modificações realizadas nas variáveis da mesma, causadas pela modificação de variáveis
relacionadas a outras subtarefas.
SUBTAREFA 1 (EMPURRE)
• Dados de empurre:
- Descrição: Empurre de empilhadeira
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
• Restrições das variáveis de empurre:
- Força Inicial: MIN = 1,0 Kg
- Força Mantida: MIN = 1,0 Kg
- Distância Percorrida: MIN = 2,1 m
- Freqüência: MIN = 0,001 emp/min
- Altura do Agarre: MIN = 57,0 cm; MAX = 144,0 cm
• A ordem de atuação recomendada sobre as variáveis de empurre é a seguinte:
1º) Distância Percorrida (variável relacionada).
2º) Força Mantida (variável relacionada).
3º) Força Inicial (variável relacionada).
4º) Freqüência de Empurres (variável relacionada).
120
As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas;
lembre que se as modifica, pode ter que fazer também em ditas subtarefas.
• Recomendações de redesenho:
1ª) Reduzindo a distância percorrida a 2,1 m, diminui os índices a 2,47 e 4,70 (homens e
mulheres respectivamente).
2ª) Reduzindo a força sustenido a 1,0Kg, diminui os índices a 1,74 e 2,47 (homens e
mulheres respectivamente).
3ª) Reduzindo a força inicial a 1,0Kg, diminui os índices a 0,05 e 0,10 (homens e
mulheres respectivamente).
4ª) Reduzindo a freqüência da tarefa a 0,001 emp/min, diminui os índices a 0,04 e 0,08
(homens e mulheres respectivamente).
SUBTAREFA 2 (ARRASTE)
• Dados do arraste:
- Descrição: Arrastar de empilhadeira manual
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
• Restrições das variáveis do arraste:
- Força Inicial: MIN = 1,0Kg
- Força Mantida: MIN = 1,0Kg
- Distância Percorrida: MIN = 2,1m
- Freqüência: MIN = 0,001arr/min
- Altura do Agarre: MIN = 57,0cm; MAX = 144,0cm
• A ordem de atuação recomendada sobre as variáveis de arraste é a seguinte:
1º) Distância Percorrida (variável relacionada).
2º) Força Mantida (variável relacionada).
3º) Força Inicial (variável relacionada).
4º) Freqüência de Arrastes (variável relacionada).
As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas;
lembre que se as modifica, pode ter que fazer também em ditas subtarefas.
• Recomendações de redesenho:
1ª) Reduzindo a distância percorrida a 2,1 m, diminui os índices a 2,35 e 4,27 (homens e
mulheres respectivamente).
2ª) Reduzindo a força mantida a 1,0 Kg, diminui os índices a 1,68 e 2,14 (homens e
mulheres respectivamente).
121
3ª) Reduzindo a força inicial a 1,0Kg, diminui os índices a 0,05 e 0,09 (homens e
mulheres respectivamente).
4ª) Reduzindo a freqüência da tarefa a 0,001arr/min, diminui os índices a 0,04 e 0,07
(homens e mulheres respectivamente).
C) ÍNFORME DA TAREFA DISTRIBUIÇÃO
• Dados da Distribuição:
- Descrição: Distribuição de malotes
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
- Peso Transportado: 35,0Kg (variável relacionada)
- Distância Percorrida: 8,5m (variável relacionada)
- Freqüência: 1,000trans/min (variável relacionada)
- Altura do Agarre: Quadril (variável relacionada)
• Cálculo dos índices da distribuição:
Peso Recomendado para Homens = 17Kg
Índice para Homens = 35,0 / 17 = 2,06
• ÍNDICE COMPOSTO (IC)
• Cálculo:
Tarefa: IS = 2,06 Inc.IC = 0,224 Distribuição de malotes
• Interpretação:
O índice composto é: 2,28. Existe um INCREMENTO ACUSADO DO RISCO; é uma
tarefa inaceitável, desde o ponto de vista ergonômico, deve ser modificada.
RECOMENDAÇÕES DE REDESENHO PARA A TAREFA DE DISTRIBUIÇÃO DE
MALOTES
Dados da tarefa múltipla:
- Descrição: Distribuição de malotes
- Departamento: Centro de Encomendas e Expresso
ADVERTÊNCIA: As recomendações de redesenho que se dão a seguir elaboraram-se de
forma independente para cada subtarefa, sim considerar as relações entre as mesmas; ou seja,
que as recomendações geradas para uma subtarefa não têm em consideração possíveis
modificações realizadas nas variáveis da mesma, causadas pela modificação de variáveis
relacionadas a outras subtarefas.
122
• Restrições das variáveis da distribuição:
- Peso: MIN = 0,1Kg
- Distância Percorrida: MIN = 2,1m
- Freqüência: MIN = 0,001trans/min
- Altura do Agarre: MIN = Quadril
• A ordem de atuação recomendada sobre as variáveis de empurre é a seguinte:
1º) Peso Transportado (variável relacionada).
2º) Freqüência de Transportes (variável relacionada).
3º) Distância Percorrida (variável relacionada).
As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas;
lembre que, se modifica, pode ter que fazer também em ditas subtarefas.
• Recomendações de redesenho:
1ª) Reduzindo o peso da carga a 0,1Kg, diminui os índices a 0,01 e 0,01 (homens e
mulheres respectivamente).
2ª) Reduzindo a freqüência da tarefa a 0,001trans/min, diminui os índices a 0,00 e 0,01
(homens e mulheres respectivamente).
3ª) Reduzindo a distância percorrida a 2,1 m, diminui os índices a 0,00 e 0,00 (homens e
mulheres respectivamente).
123
ANEXO
AVALIAÇÃO DA DOR
CLASSIFICAÇÃO DA DOR
124
INTENSIDADE DA DOR:
4
125
Figura 5: Escala de Borg.
FONTE: Costa (2004).
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