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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO - PPGEP
ALFEU SILVA JÚNIOR
FUSÕES E AQUISIÇÕES: UMA ESTRATÉGIA
CORPORATIVA ADOTADA PELOS GRANDES
BANCOS NO BRASIL
JOÃO PESSOA – PB
Julho/2005
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ALFEU SILVANIOR
FUSÕES E AQUISIÇÕES: UMA ESTRATÉGIA CORPORATIVA
ADOTADA PELOS GRANDES BANCOS NO BRASIL
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Engenharia de Produção do
Centro de Tecnologia da Universidade Federal
da Paraíba, como requisito à obtenção do grau
de Mestre em Engenharia de Produção.
Área de Concentração:
Gestão da Produção
Orientador:
Profª. Drª. Maria de Lourdes Barreto Gomes
JOÃO PESSOA – PB
Julho/2005
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S586f Silva Júnior, Alfeu
2005 Fusões e Aquisições: uma estratégia corporativa adotada pelos
grandes Bancos no Brasil / Alfeu Silva Júnior - João Pessoa: UFPB,
2005.
194p. il.:
Inclui bibliografia.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Programa de
Pós Graduação em Engenharia de Produção – Universidade Federal da
Paraíba – Centro de Tecnologia.
Orientador: Profª Drª Maria de Lourdes Barreto Gomes
1. Estratégias corporativas 2. Fusões e Aquisições de Empresas 3.
Instituições financeiras 4. Bancos I. Título.
CDU: 658.5(043)
ALFEU SILVANIOR
FUSÕES E AQUISIÇÕES: UMA ESTRATÉGIA CORPORATIVA ADOTADA
PELOS GRANDES BANCOS NO BRASIL
Dissertação apresentada em 25 de julho de 2005 perante a banca examinadora
integrada pelos seguintes membros:
Banca Examinadora:
______________________________________
Profª. Drª. Maria de Lourdes Barreto Gomes
Universidade Federal da Paraíba - Orientadora
______________________________________
Prof. Dr. Guilherme de Albuquerque Cavalcanti
Universidade Federal da Paraíba – Examinador interno
______________________________________
Prof. Dr.Márcio Botelho da Fonseca Lima
Universidade Federal da Paraíba - Examinador interno
______________________________________
Prof. Dr. Paulo Roberto Nóbrega Cavalcante
Universidade Federal da Paraíba - Examinador externo
DEDICATÓRIA
_________________________________________________________________
Dedico esta dissertação a minha esposa
Maria José, minhas filhas Junielle, Artemys Vivian, Josimeyre, e,
aos meus avós Alfeu e Josefa Cruz (in memorian), meus primeiros educadores.
AGRADECIMENTOS
_________________________________________________________________
À Universidade Federal da Paraíba, pelo empenho na formação dos
seus docentes com vistas ao aperfeiçoamento permanente do ensino público e
gratuito.
À minha orientadora Profª. Drª. Maria de Lourdes Gomes Barreto
pelo apoio e pelas orientações acadêmicas ministradas em todas as etapas de
elaboração deste estudo, com seus esclarecimentos comedidos que tornaram
possíveis a consecução exitosa deste trabalho.
Aos demais componentes da Banca Examinadora, professores Dr.
Guilherme de Albuquerque Cavalcanti, Dr. rcio Botelho da Fonseca Lima e Dr.
Paulo Roberto Nóbrega Cavalcante, pela participação e pelas contribuições
técnicas e científicas para a melhoria do conteúdo desta dissertação.
Aos professores do Departamento de Engenharia de Produção,
pelos ensinamentos e experiências de vida acadêmica, que nos foram
transmitidos durante o curso.
Aos funcionários do Departamento de Engenharia de Produção, pelo
apoio dispensado em todo o transcurso do nosso trabalho.
Aos colegas de mestrado, pela amizade que dividimos durante todo
o decorrer do curso, pelo incentivo ao espírito de pesquisa, pelas dúvidas
suscitadas e pelo incentivo ao estudo.
À todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para a
realização desta dissertação, expresso a minha sincera gratidão.
Agradeço, em especial, à minha esposa, filhas e a minha mãe, pelo
apoio, carinho e compreensão, indispensáveis para o cumprimento com êxito
desta jornada.
Minha gratidão, acima de tudo, ao DEUS ETERNO, Senhor e
Criador do Universo que, segundo os propósitos soberanos de sua vontade, me
possibilitou a realização desta pesquisa.
RESUMO
SILVA JÚNIOR, Alfeu. Fusões e aquisições: uma estratégia corporativa
adotada pelos grandes Bancos no Brasil. Dissertação de Mestrado em
Engenharia de Produção, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção, UFPB, João Pessoa (PB). Julho de 2005.
O mundo atual vivencia um período de constantes e radicais mudanças como
resultado do processo de globalização, com impacto inexorável sobre todos os
segmentos da economia nacional. O setor financeiro também se encontra
inserido, em definitivo, nesse contexto, e, assim, vê-se impelido a se habilitar para
produzir respostas eficazes com vistas a acompanhar as contínuas
transformações. Diante destes fatos, as empresas e organizações vêm se
esforçando intensamente, para agilizar o processo de adaptação e adequação às
novas exigências do mercado, através da utilização de novas e ltiplas
estratégias empresariais, de forma a atender a demanda da globalização de modo
rápido e incisivo, para se manterem competitivas e rentáveis frente às exigências
do mercado. Os aspectos fundamentais deste trabalho estão relacionados aos
três elementos estruturais que formam o tema da pesquisa: (i) as modalidades
das operações: F&A, (ii) a estratégia adotada: estratégia corporativa, e (iii) as
organizações envolvidas: os grandes bancos. Todos estes elementos são de
grande relevância, seja pelo tipo de operação, seja pela estratégia utilizada, seja
pela dimensão das empresas, por envolver altas cifras e pela grande
complexidade dos níveis de negociação. Adicionalmente, o estudo contempla
uma pesquisa bibliográfica, objetivando identificar o perfil do setor, bem como
verificar se os procedimentos estratégicos utilizados estão coerentes com os
ditames do novo ambiente produtivo. Os resultados obtidos na pesquisa
atestaram que a ampliação do poder de mercado, os ganhos de escala
operacional e a manutenção da competitividade foram os fatores mais relevantes
para utilização da estratégia corporativa de F&A pelos seis Bancos investigados.
Palavras-chave: Estratégia corporativa. Fusões e Aquisições de empresas.
Bancos.
ABSTRACT
SILVA JUNIOR, Alfeu. Merger and acquisitions: a corporative strategy adopted
by the great Banks in Brazil. Dissertação (Mestrado in Engineering of Production).
Program of Pós-Graduação in Engineering of Production, UFPB, João Pessoa.
July, 2005.
The current world lives deeply a period of constants and radical
changes as the result of the globalization process, with inexorable impact on all
the segments of the national economy. The financial sector also meets inserted,
in definitive, in this context, and, thus, it is seen impelled to qualify to produce
efficient answers to follow the continuous transformations. From these facts, the
companies and organizations try to strenghten intensely, to speed the process of
adaptation and adequacy to the new requirements of the market, through the use
of new and multiple enterprise strategies, as form to take care of the demand of
the globalization in incisive fast way to remain competitive and income-producing
front to the requirements of the market. The fundamentals aspects of this work is
related to the three structural elements that form the subject of the research: (i)
the modalities of the operations: mergers and acquisitions, (ii) the adopted
strategy: corporative strategy, and (iii) the involved organizations: the great
banks. All these elements are of great relevance, either for the type of operation,
either for the used strategy, either for the dimension of the companies, involving
high ciphers and the great complexity of the negotiation levels. Additionally, the
study it contemplates a bibliographical research, objectifying to identify the profile
of the sector, as well as verifying if the used strategical procedures are coherent
with the ditames of the new productive environment. The results obtained in the
research show that the market has expanded its powers, the operational scalable
gains and the maintenance of competitiveness were the most relevant factors to
the use of corporative strategy of F&A by the six researched Banks.
Key-Words: Corporative strategy. Mergers and acquisitions of companies. Banks.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Classificação das instituições financeiras por área, porte e origem
do capital, segundo os critérios estabelecidos pelo SFN................. 55
Quadro 2 Conglomerados: origem e ano de fundação...................................... 86
Quadro 3 Variáveis e indicadores da pesquisa................................................ 112
Quadro 4 Dados Técnicos do Banco ABN AMRO Real S.A............................ 122
Quadro 5 Dados Técnicos do Banco Brasileiro de Descontos S.A...................125
Quadro 6 Dados Técnicos do Banco HSBC S. A..............................................129
Quadro 7 Dados Técnicos do Banco Itaú S. A..................................................132
Quadro 8 Dados Técnicos do Banco Santander Banespa S. A........................136
Quadro 9 Dados Técnicos do União de Bancos Brasileiros S.A.......................139
Quadro 10 Desempenho das variáveis em função da estratégia de F&A..........168
Quadro 11 F&A: Fatores relevantes e resultados............................................... 175
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Modelo conceitual das operações de F&A........................................111
Figura 2 Gráfico: Evolução do número de agências...................................... 152
Figura 3 Evolução do Ranking do seis bancos...............................................163
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Volume de negócios de F&A na América Latina – 2001 a 2004..... 21
Tabela 2 Participação das instituições financeiras na formação do PIB brasi-
leiro.................................................................................................. 26
Tabela 3 Número de operações de F&A de instituições financeiras realizadas
no período 1995-2003.................................................................... 72
Tabela 4 Ranking ANBID de Fusões & Aquisições......................................... 93
Tabela 5 Total acumulado de transações por setor, desde o início do “Plano
Real” 1994-2003................................................................................ 95
Tabela 6 Fusões e aquisições do ABN AMRO Real S.A.................................152
Tabela 7 Banco ABN AMRO Real S. A. – Indicadores pesquisados...............143
Tabela 8 Fusões e aquisições do Bradesco S.A..............................................144
Tabela 9 Banco Bradesco S. A.– Indicadores..................................................144
Tabela 10 Fusões e aquisições do HSBC S.A...................................................145
Tabela 11 Banco HSBC S/A.– Indicadores .......................................................145
Tabela 12 Fusões e aquisições do Banco Itaú S.A............................................146
Tabela 13 Banco Itaú S. A.– Indicadores ..........................................................147
Tabela 14 Fusões e aquisições do Banco Santander S.A.................................147
Tabela 15 Banco Santander S. A.– Indicadores ...............................................148
Tabela 16 Fusões e aquisições do Unibanco S.A..............................................149
Tabela 17 Banco Unibanco S. A.– Indicadores .................................................149
Tabela 18 Evolução do número de agências.....................................................151
Tabela 19 Quantidade de clientes por banco.....................................................155
Tabela 20 Retorno sobre o ativo operacional dos bancos fusionantes..............158
Tabela 21 Lucro líquido dos bancos fusionantes...............................................159
Tabela 22 Ranking dos seis bancos em função do ativo total...........................162
Tabela 23 Índice de Basiléia dos bancos fusionantes.......................................166
LISTA DE SIGLAS
ABCR Associação Brasileira de Capital de Risco
ABEPRO Associação Brasileira de Engenharia de Produção
ABN Banco ABN AMRO Real S.A.
ANBID Associação Nacional dos Bancos de Investimento
ANDIMA Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro
BC Banco Comercial
BACEN Banco Central do Brasil
BD Banco de Desenvolvimento
BI Banco de Investimento
BM Banco Múltiplo
BRADESCO Banco Brasileiro de Descontos S. A.
CMN Conselho Monetário Nacional
CVM Comissão de Valores Mobiliários
DIEESE Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-
Econômicos
F&A Operações de fusões e aquisições de empresas
FEBRABAN Federação Brasileira das Associações de Bancos
FGC Fundo Garantidor de Créditos
FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
HSBC Banco HSBC S. A.
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
INTEC Inovação Tecnológica
ITAÚ Banco Itaú S. A.
P&D Planejamento e desenvolvimento
PAA Posto de Atendimento Avançado
PAB Posto de Atendimento Bancário
PAE Posto de Atendimento Bancário Eletrônico
PIB Produto Interno Bruto
PROER Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do
Sistema Financeiro Nacional
PROES Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na
Atividade Bancária
SANTANDER Banco Santander Central Hispano S. A.
SFH Sistema Financeiro de Habitação
SFN Sistema Financeiro Nacional
UNIBANCO União de Bancos Brasileiros S. A.
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO............................................................................ 18
1.1 Tema e formulação do problema................................................... 18
1.2 Importância e contribuição do estudo.......................................... 23
1.3 Justificativa do tema...................................................................... 24
1.4 Considerações sobre o Tema Escolhido..................................... 26
1.5 Contribuição da Pesquisa............................................................. 27
1.6 Objetivos......................................................................................... 29
1.6.1 Objetivo Geral................................................................................. 29
1.6.2 Objetivos Específicos.................................................................... 29
1.7 Limitações do estudo.................................................................... 30
1.8 Estruturação do trabalho.............................................................. 30
CAPÍTULO 2 EIXO TEMÁTICO..................................................................... 32
2.1 Terminologia e fundamentos das fusões e aquisições (F&A)... 32
2.1.1 Formas de aquisições de empresas............................................ 33
2.1.2 Classificação das F&A em função das características
predominantes............................................................................... 35
2.1.2.1 Fusões e aquisições horizontais................................................. 35
2.1.2.2 Fusões e aquisições verticais...................................................... 36
2.1.2.3 Fusões e aquisições de tipo conglomerado............................... 37
2.1.2.4 Fusões e aquisições de congênere............................................. 37
2.1.3 Fusões estratégicas versus financeiras....................................... 38
2.2 Considerações sobre Estratégia.................................................. 40
2.2.1 Estratégia competitiva e estratégia corporativa......................... 41
2.3 Aspectos relevantes da estratégia de nível corporativo............ 44
2.3.1 Modelo conceitual de estratégia corporativa.............................. 45
2.3.2 Premissas básicas da estratégia corporativa.............................. 50
2.3.3 Testes essenciais para o êxito de uma estratégia corporativa.. 51
2.4 Uma visão panorâmica do Sistema Financeiro Nacional - SFN. 53
2.4.1 Caracterização do SFN.................................................................. 54
2.4.2 Instituições Financeiras e Mercados Financeiros...................... 57
2.4.3 Aspectos legais e históricos do SFN (Período 1990 a 2004)..... 58
2.4.4 Cronologia e histórico da estratégia de reordenamento do SFN 62
2.4.5 Terminologia do SFN..................................................................... 68
2.5 Estratégia corporativa aplicada às Instituições Financeiras..... 70
2.6 Razões associadas às F&A........................................................... 72
2.6.1 Razões econômico-financeiras das F&A..................................... 72
2.6.2 Razões estratégicas das F&A....................................................... 76
2.6.3 Uma síntese das razões subjacentes às F&A............................. 81
2.7 Obstáculos e tendências das operações de F&A....................... 82
2.7.1 Obstáculos encontrados com maior freqüência nas F&A......... 82
2.7.2 Tendência das F&A para a década 2000 à 2010.......................... 83
2.8 O processo de F&A em escala Nacional e Internacional......... 84
2.8.1 Gênese e evolução das F&A O surgimento das grandes
corporações................................................................................... 85
2.8.2 Contexto internacional das F&A.................................................. 89
2.8.3 Contexto nacional das F&A.......................................................... 93
2.9 Manobras estratégicas inter-indústrias, inter-empresas e de
internacionalização – Contribuição francesa............................ 96
2.9.1 A estratégia inter-indústrias.......................................................... 96
2.9.2 As estratégias inter-empresas...................................................... 98
2.9.3 As estratégias de internacionalização......................................... 100
2.10 Considerações finais..................................................................... 101
CAPÍTULO 3 METODOLOGIA DA PESQUISA.............................................. 104
3.1 Natureza da pesquisa.................................................................... 105
3.2 Classificação da pesquisa............................................................ 106
3.3 Área de atuação............................................................................. 107
3.4 Universo da pesquisa.................................................................... 108
3.4.1 Definição da amostra..................................................................... 108
3.5 Técnicas metodológicas................................................................ 110
3.5.1 Variáveis - definições.................................................................... 111
3.6 Levantamento de dados................................................................. 112
3.6.1 Elaboração dos dados, discussão e interpretação..................... 113
CAPÍTULO 4 PANORAMA DAS OPERAÇÕES DE F&A REALIZADAS
PELOS BANCOS PESQUISADOS.......................................... 114
4.1 Aspectos gerais............................................................................. 115
4.2 Caracterização das empresas pesquisadas............................... 121
4.2.1 Banco ABN AMRO Real S. A......................................................... 121
4.2.1.1 Caracterização do ABN AMRO Real............................................. 121
4.2.1.2 Histórico do ABN AMRO Real....................................................... 122
4.2.1.3 Gestão Estratégica Corporativa do ABN AMRO Real................ 123
4.2.2 Banco Brasileiro de Descontos S. A - Bradesco......................... 124
4.2.2.1 Caracterização do Bradesco.......................................................... 124
4.2.2.2 Histórico do Bradesco.................................................................... 125
4.2.2.3 Gestão Estratégica Corporativa do Bradesco.............................. 127
4.2.3 Banco HSBC S. A............................................................................ 128
4.2.3.1 Caracterização do HSBC................................................................ 128
4.2.3.2 Histórico do HSBC.......................................................................... 129
4.2.3.3 Gestão Estratégica Corporativa do HSBC.................................... 130
4.2.4 Banco Itaú S. A................................................................................ 131
4.2.4.1 Caracterização do Itaú.................................................................... 131
4.2.4.2 Histórico do Banco Itaú.................................................................. 132
4.2.4.3 Gestão Estratégica Corporativa do Banco Itaú........................... 133
4.2.5 Banco Santander Central Hispano S. A....................................... 135
4.2.5.1 Caracterização do Santander........................................................ 135
4.2.5.2 Histórico do Santander................................................................. 136
4.2.5.3 Gestão Estratégica Corporativa do Santander........................... 137
4.2.6 União de Bancos Brasileiros S.A. – Unibanco............................ 138
4.2.6.1 Caracterização do Unibanco......................................................... 138
4.2.6.2 Histórico do Unibanco................................................................... 140
4.2.6.3 Gestão Estratégica Corporativa do Unibanco............................. 141
4.3 Descrição das operações de F&A realizadas, quantificação
das variáveis e dos indicadores da pesquisa............................ 142
4.3.1 Banco ABN AMRO Real S. A..................................................... 142
4.3.2 Banco Brasileiro de Descontos.................................................. 143
4.3.3 Banco HSBC S. A......................................................................... 145
4.3.4 Banco Itaú S. A............................................................................ 146
4.3.5 Banco Santander Central Hispano S. A.................................... 147
4.3.6 União de Bancos Brasileiro S. A.............................................. 148
4.4 Discussão dos resultados da pesquisa.................................... 150
4.4.1 Ampliação do poder de mercado.............................................. 150
4.4.1.1 Evolução do número de agências............................................. 150
4.4.1.2 Evolução da base de clientes.................................................... 154
4.4.2 Ganhos de escala operacional.................................................. 157
4.4.2.1 Retornos sobre o ativo médio - RA........................................... 157
4.4.3 Competitividade.......................................................................... 161
4.4.3.1 Ranking dos bancos com base no ativo total.......................... 161
4.4.3.2 Índice de Basiléia – IB................................................................. 165
4.5 Considerações gerais.................................................................. 167
CAPÍTULO 5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES.................................... 171
5.1 Descrição do cenário do setor............................................................ 172
5.2 Conclusão.............................................................................................. 173
5.3 Recomendações e limitações.............................................................. 176
Referências..................................................................................................... 177
Glossário........................................................................................................ 186
ANEXOS......................................................................................................... 192
Anexo A 50 mariores Banco do Consolidado Bancário I do SFN............. 193
Anexo B Relação das F&A realizadas no período (jun./1995-jun./2004)... 194
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO
_________________________________________________________________
Este capítulo aborda a questão básica da pesquisa e está dividido
em oito tópicos. O primeiro pico apresenta o tema escolhido e a formulação do
problema pesquisado. No segundo tópico é enfatizada a importância do estudo,
diante do cenário econômico do país. O terceiro bloco contém a justificativa da
escolha do tema do estudo. O quarto pico expressa a relevância da pesquisa,
bem como a tendência da estratégia corporativa de F&A para anos vindouros. Já,
o quinto tópico apresenta a contribuição da estratégia corporativa de fusões e
aquisições de bancos, tanto no que se refere à engenharia de produção de per si,
quanto para o mundo científico de modo geral. No sexto tópico são relacionados
os objetivos da pesquisa, classificando-os em geral e específicos. O sétimo tópico
apresenta as limitações encontradas para a realização do estudo. E, finalmente, o
oitavo tópico faz uma descrição da forma de estruturação da pesquisa.
1.1 TEMA E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
O mundo atual está vivenciando um período de constantes e radicais
mudanças como resultado do processo de globalização, com impacto inexorável
sobre todos os segmentos da economia nacional. O setor financeiro também se
encontra inserido, em definitivo, nesse contexto, e, assim, vê-se impelido a se
habilitar para produzir respostas eficazes com vistas a acompanhar as contínuas
transformações.
Por esta razão as empresas e organizações vêm se esforçando,
diligente e constantemente, para agilizar o processo de adaptação e adequação
às novas exigências do mercado, através da utilização de novas e múltiplas
estratégias empresariais, de forma a atender a demanda da globalização de modo
rápido e incisivo, para se manterem competitivas e rentáveis frente às exigências
do mercado.
Para Wright, Kroll e Parnell (2000, p.130), “ao competir em um único
setor, uma empresa beneficia-se do conhecimento especializado que obtém
concentrando-se em área limitada de negócio”, cujo conhecimento pode ajudá-la
a oferecer melhores produtos ou serviços tornando-se mais eficiente em suas
operações.
Por outro lado, ainda segundo Wright, Kroll e Parnell (2000, p.130),
“operar em um único setor pode aumentar a vulnerabilidade da empresa aos
ciclos de negócios”, além de por em risco a atratividade da empresa em
conseqüência das várias forças atuantes no mercado tais como os concorrentes,
produtos substitutos etc. Desta forma, algumas empresas optam pela atuação em
setores distintos, com vistas a reduzir as incertezas inerentes àquelas que
mantém seu foco em um único setor.
Com base nestas considerações, neste novo cenário de mercado a
estratégia corporativa aparece como uma alternativa viável para a manutenção da
vantagem competitiva das organizações. Neste sentido, a concepção de
estratégia corporativa apresentada por Hitt, Ireland e Hoskisson (2003, p.232):
estratégia corporativa é uma ação posta em prática para ganhar uma
vantagem competitiva através da escolha e administração de um
composto de negócios que competem em diversas indústrias ou mercados
de produto.
Ratifica este entendimento, na medida em que esta estratégia abre o leque de
alternativas para exploração de setores da economia nos quais seria praticamente
impossível o acesso através da implantação de empresas novas.
Por outro lado, a estratégia corporativa envolve duas questões
essenciais, a saber: (i) quais os negócios em que a firma deve atuar, e, (ii) como a
direção da companhia deve administrar o seu conjunto de negócios, com vistas à
obtenção de retornos acima da média, ou seja, na opinião de Hitt, Ireland e
Hoskisson (2003, p.232), “deve-se esperar que a estratégia de nível corporativo
contribua para os retornos de todas as unidades de negócios em certa medida
que ultrapasse aqueles retornos que existiriam sem a implementação desta
estratégia”.
Neste aspecto, a eficácia de uma estratégia de nível corporativo é
confirmada se os retornos alcançados pela totalidade das unidades de negócios
forem superiores àqueles que seriam alcançados sem a utilização desta
estratégia. Na concepção de Porter (apud HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2003,
p. 232), o “valor de uma estratégia de nível corporativo deve ser que os negócios
do portfólio valham mais sob a administração da companhia em questão do que o
seria sob qualquer outra propriedade”.
Diante do exposto, nos dias atuais, uma tendência de utilização
da estratégia corporativa de Fusões e Aquisições (F&A), tanto no âmbito nacional
como internacional pelos estabelecimentos de grande porte da rede bancária,
para manutenção da vantagem competitiva no mercado. Especificamente, esta
tendência pode ser observada pelo volume de negócios realizados não apenas no
Brasil, mas também na América Latina, com representativa parcela de
participação do setor financeiro nestas transações. Para melhor compreensão,
elaborou-se a Tabela 1, a partir de informações divulgadas pela ABCR (2004).
Observa-se, a partir das informações da Tabela 1, que o Brasil
participou em 2003, com 55% do volume das transações de F&A realizadas no
mercado latino-americano, ficando acima da média histórica, que está em torno
de 40%, conforme dados divulgados pela ABCR (2004).
Ainda de acordo com a Tabela 1, observou-se uma alta
concentração das transações de F&A no setor financeiro, cujo segmento
respondeu por US$ 9,6 bilhões do total dos negócios na América Latina no
mesmo ano, representando cerca de 30% do volume total dos negócios.
Tabela 1 – Volume de negócios de F&A na América Latina – 2001 a 2004.
Fonte: Associação Brasileira de Capital de Risco (2004).
ND – Não disponível
Neste contexto, é conveniente ressaltar, a existência de várias
razões subjacentes à prática da estratégia corporativa de Fusões e Aquisições
(F&A) pelos Bancos nacionais. Além de permitir uma maior participação da
VOLUME DE NEGÓCIOS – US$ BILHÕES REGIÃO GEOGRÁFICA /
SETOR ECONÔMICO
2001 2002 2003 03/2004
AMÉRICA LATINA 71,0 35,0 27,7 ND
BRASIL ND ND 15,3 12,5
SETOR FINANCEIRO ND ND 9,6 ND
empresa compradora no mercado, estas operações promovem: (i) redução de
prazos e custos que seriam imprescindíveis no caso da instalação de uma nova
unidade; e, (ii) redução da concorrência em virtude da saída da empresa
negociada.
A ampliação da concentração e da participação no mercado é uma
conseqüência imediata do processo de F&A, que se constitui em um ato contínuo
da própria negociação. Adicionalmente, em virtude de sua peculiaridade, no setor
bancário o cliente está intrinsecamente ligado à empresa, posto que, em geral, a
maioria de suas operações financeiras (aplicações, investimentos, serviços
bancários agregados), encontram-se ali concentrados, e, esta condição impele o
adquirente a assumir a gestão de todas as responsabilidades anteriormente
firmadas pela organização negociada.
Neste sentido, Ross, Westerfield e Jaffe (1995), Samuel e Wilkes
(1996), Hitt, Ireland e Hoskisson (2003), dentre outros, opinam que as F&A podem
gerar ganhos para as empresas considerando que a maior participação de
mercado pode aumentar o poder da empresa em relação a seus concorrentes.
Outro fator relevante refere-se ao binômio custo x tempo
necessários à expansão. Para Ferrari (1996), existem diversas vantagens das
estratégias corporativas de F&A, dentre as quais a entrada com maior rapidez no
mercado, levando-se em conta que o processo de instalação de uma nova
unidade é bem mais demorado do que a aquisição de uma empresa já em
operação. De acordo com esta concepção, as operações de F&A viabilizam a
redução do custo da expansão, considerando que, em geral, o processo de
aquisições resulta em custos menores do que os de start-ups.
Além destes fatores, as F&A promovem maior vantagem competitiva
em conseqüência da retirada da empresa negociada do mercado, causando, de
imediato, a redução da concorrência e aumento da concentração e do poder do
mercado.
Portanto, o tema em questão apóia-se na premissa de que as fusões
e aquisições representam uma das estratégias corporativas para o crescimento e
aumento do poder de mercado das empresas.
Com base nestas considerações, e levando-se em conta a
relevância do estudo por envolver transações e investimentos de altos valores, o
desenvolvimento desta pesquisa visa responder a seguinte questão: quais são os
fatores relevantes para utilização da estratégia corporativa, com foco nas fusões e
aquisições (F&A), pelos grandes bancos no Brasil?
1.2 IMPORTÂNCIA E CONTRIBUIÇÃO DO ESTUDO
A importância do presente estudo consiste na observação de uma
das variadas formas de gestão empresarial que vêm sendo adotadas pelas
instituições para competir na economia globalizada.
Nesse contexto, para uma empresa se manter no mercado, terá que
assegurar sua competitividade. Para Cantizani Filho (201, p.511), a empresa
competitiva é aquela que é “competente para competir”, que deverá estar
habilitada
a competir num contexto de sociedades que transcenda a órbita financeira
(mobilidade internacional dos capitais) e a comercial (progressiva redução
de barreiras tarifárias e não tarifárias).
Neste sentido, a discussão da utilização da estratégia corporativa de
F&A e os seus reflexos sobre as organizações e sobre a economia nacional,
fornece informações importantes que servirão para formular orientações e
ensinamentos no campo do planejamento e gestão empresarial.
1.3 JUSTIFICATIVA DO TEMA
A escolha do tema deste estudo - Fusões e aquisições: uma
estratégia corporativa adotada pelos grandes bancos no Brasil tem como
justificativa a relevância dos seus elementos constitutivos.
Visando uma melhor compreensão deste propósito, nesta seção
será apresentado comentário sucinto abordando os três elementos estruturais que
formam o tema da pesquisa: (i) As modalidades das operações: fusões e
aquisições, (ii) A estratégia adotada: estratégia corporativa, e (iii) As organizações
envolvidas: os grandes bancos.
O primeiro elemento - fusões e aquisições remete a uma
modalidade de negócios estratégicos envolvendo grandes empresas, e, que
segundo Hitt, Ireland e Hoskisson (2003), vem se tornando cada vez mais popular
entre as instituições internacionais com tendência a aumentar, influenciado por
diversos fatores, dentre os quais se destacam a globalização, a
desregulamentação da economia e a edição de legislações favoráveis.
O segundo elemento, diz respeito à implementação de uma forma
eficaz de gestão e planejamento estratégicos, que são imprescindíveis para o
bom funcionamento do sistema produtivo de uma empresa. Neste sentido,
enfatiza Cantizani Filho (2001, p.511),
A gestão e o planejamento estratégicos auxiliam as empresas a competir
num contexto em processo de globalização, cujos efeitos sobre as
sociedades e seus respectivos sistemas econômicos nacionais extrapolam
a esfera puramente financeira/comercial, afetando desde estruturas
produtivas até relações institucionais e contratos entre indivíduos e ou
empresas.
Portanto, com base nesta afirmação, a gestão empresarial com enfoque na
estratégia corporativa possui grande relevância no contexto do tema pesquisado.
O terceiro elemento grandes bancos, refere-se às empresas
envolvidas, cuja relevância consiste em pertencerem a um setor determinante no
contexto econômico de qualquer país, e em particular do Brasil, considerando a
abrangência de sua atuação. De acordo com Gitman (1997, p.4), os serviços
financeiros integram “a área das finanças voltada à concepção e à prestação de
assessoria, tanto quanto à entrega de produtos financeiros envolvendo indivíduos,
empresas e governos”, e sua execução compete às instituições financeiras que,
ainda segundo o autor “são intermediários que canalizam as poupanças de
indivíduos, empresas e governos para empréstimos ou investimentos”.
Do ponto de vista de sua contribuição ao PIB brasileiro, convém
destacar a representatividade do setor financeiro tanto por sua atuação
estratégica como pela extensão dos recursos elevados envolvidos nas transações
realizadas neste segmento. Basta observar que, no ano de 2003 o setor
contribuiu com 26,9% na formação do PIB brasileiro através das operações de
crédito, correspondentes a aproximadamente R$ 418,7 bilhões, conforme
mostrado na Tabela 2.
Tabela 2 – Participação das instituições financeiras na formação do PIB brasileiro.
Ano 2003
VALOR
(em R$ mil)
% PIB
Produto Interno Bruto – PIB 1.556.182.000 100,00
Operações de crédito do sistema financeiro total 418.612.958 26,90
Fonte: IPEA (2004); IBGE (2004); BACEN, boletim, seção moeda e crédito
(2004a).
Conforme se pode observar na Tabela 2, devido à amplitude dos
serviços financeiros e a relevância das instituições financeiras para a economia
nacional, a operacionalização destas instituições é regida por diretrizes
regulamentares governamentais oriundas do Conselho Monetário Nacional.
Com base nas razões mencionadas, verifica-se a relevância do tema
da pesquisa, cuja justificativa se deve ao tipo de negócio, à estratégia utilizada e
ao setor econômico, considerando que estes fatores, conjuntamente, exercem
forte influência sobre a economia nacional.
1.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE O TEMA ESCOLHIDO
A partir da década 1990-99 observou-se um crescente interesse dos
grandes investidores nas operações de F&A, com ênfase no setor bancário. Neste
período, segundo Ferraz (apud KUPFER; HASENCLEVER, 2002), o setor
financeiro participou com US$ 14,56 bilhões, correspondentes a 12,4% do total
das transações estimada em cerca de US$ 117,37 bilhões. Segundo o editorial do
Diário Vermelho (2004), esta tendência ainda persiste no início deste novo
milênio, “registrando um crescimento de 50% das operações de F&A de bancos
em 2003, em comparação com o ano de 2002”.
Para Barros (2001), o ciclo de fusões e aquisições no Brasil ainda
não se esgotou. De acordo com pesquisa realizada pela KPMG (2003)
envolvendo 1.000 dentre as maiores empresas sediadas no Brasil, a tendência
destas operações continua crescente, na opinião de 64% dos executivos atuantes
nestas empresas, indicando que as F&A continuam sendo uma boa estratégia de
negócio para as grandes empresas dos diversos segmentos da economia, e, em
particular, para aquelas que integram o setor financeiro.
Entretanto, considerando, o momento de reordenamento do setor
financeiro, alguns fatores são apontados em apoio à premissa da continuidade do
ciclo no ambiente das instituições financeiras, tais como o aprofundamento das
privatizações na área de intermediação financeira - ainda que com menor
intensidade do que no seu início (período 1995-2000); a retomada do crescimento
econômico, em bases sustentáveis; a confirmação da estabilidade monetária; e o
destravamento da armadilha cambial.
1.5 CONTRIBUIÇÃO DA PESQUISA
Fusões e Aquisições (F&A) é um tema relativamente novo, que vem
sendo explorado pela comunidade cientifica pelas áreas da Administração,
Economia, Contabilidade, e também pela Engenharia de Produção. Possui grande
relevância posto que extrapola as barreiras geográficas e altera conceitos por
décadas consagrados, exigindo das organizações a adoção contínua de novas
posturas e decisões.
Neste aspecto, o tema da pesquisa possui estreita ligação com a
engenharia de produção, considerando o enfoque atual deste ramo da ciência.
Como se sabe, na década de 60, época do seu surgimento no Brasil, a
engenharia de produção tinha como objetivo, a racionalização do trabalho e a
adequação da mão-de-obra à tecnologia que vinha sendo introduzida no país.
Entretanto, em virtude da crescente diversificação e complexidade
das atividades produtivas, houve uma alteração radical no conceito conservador
da engenharia de produção, que estabelecia o seu direcionamento restrito para a
manufatura. Desse modo, no contexto atual, a engenharia de produção possui um
enfoque multidisciplinar dos problemas ligados ao gerenciamento da produção,
com atuação nos diversos setores econômicos do país, estendendo-se,
igualmente, à atividade financeira nacional.
Na concepção de Naveiro (2004), uma tendência na maioria das
instituições financeiras, em contratar engenheiros de produção para atuar na área
de investimentos, considerando as habilidades desenvolvidas por estes
profissionais, que, além de uma visão global do ambiente de atuação da empresa,
possuem forte base matemática para desenvolver e utilizar os diferentes modelos
de análise de investimento.
Neste aspecto, verifica-se a pertinência do estudo das F&A pela
engenharia de produção, em função da qualificação dos profissionais desta área,
bem como pela estratégia corporativa que se constituem as operações de Fusões
e Aquisições. Adicionalmente, verifica-se que a pesquisa é compatível com as
características contemporâneas da engenharia de produção, cujas atribuições
incluem o estudo de temas afins, como por exemplo, estudo de mercados,
estratégias empresariais, planejamento organizacional, dentre outros.
Desta forma, por se tratar de assunto relativamente novo e em plena
expansão, o presente estudo visa contribuir para o incremento do acervo de
informações científicas relacionadas ao tema, podendo ser utilizado como fonte
de informações para novas pesquisas no setor financeiro, bem como para os
demais segmentos econômicos do País.
Finalmente, convém ressaltar, que, consoante investigações
efetuadas pelo autor, o foi encontrada qualquer teoria geral abordando a
temática no enfoque proposto, tanto em relação ao sujeito da pesquisa, quanto
em relação aos aspectos setorial e temporal, caracterizando, portanto, o
ineditismo do trabalho.
1.6 OBJETIVOS
1.6.1 Objetivo Geral
Identificar os fatores relevantes para utilização da estratégia
corporativa de F&A, pelos grandes bancos brasileiros pertencentes ao segmento
da rede privada do SFN.
1.6.2 Objetivos Específicos
Rastrear os negócios de F&A realizados pelos grandes bancos no Brasil, no
período de junho/1995 a junho/2004.
Caracterizar os bancos participantes (adquirentes), focalizando as operações
de F&A realizadas;
Identificar os ganhos de mercado obtidos pelos adquirentes como resultado da
estratégia de F&A; e,
Discutir se houve aumento da vantagem competitiva para os bancos
fusionantes em função da utilização da estratégia corporativa de F&A.
1.7 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
No desenvolvimento desta pesquisa foram observadas algumas
limitações, especialmente no que se refere à obtenção dos dados junto às
instituições pesquisadas, haja vista as características que são peculiares às
instituições financeiras, como por exemplo o sigilo de algumas informações
estratégicas.
Outro fator limitante se referiu à escolha dos indicadores para
realização da pesquisa. Neste sentido convém ressaltar que os índices adotados
não são os únicos possíveis, porém são representativos, considerando a proposta
deste trabalho.
1.8 ESTRUTURA DO TRABALHO
Esta dissertação está estruturada da seguinte forma. O capítulo 1
abordou a formulação do tema, a sua importância, a justificativa, os objetivos
propostos, bem como suas contribuições para engenharia de produção e para o
mundo científico em geral. O capitulo 2 trata do eixo temático, fazendo uma
abordagem da estratégia corporativa de fusões e aquisições, e, simultaneamente,
apresenta um quadro teórico conhecido, fundamentado no acervo bibliográfico a
que o autor teve acesso. O capitulo 3 apresenta a metodologia utilizada no
estudo, desde a coleta, o tratamento e a discussão dos dados, visando alcançar
os objetivos propostos. O capítulo 4 apresenta os resultados das análises
efetuadas, bem como os pontos que serviram para fundamentar as conclusões da
pesquisa. E, finalmente, no capítulo 5 são relacionados os fatores relevantes para
utilização da estratégia de F&A pelas bancos estudados e as considerações
finais.
CAPÍTULO 2 EIXO TEMÁTICO
_________________________________________________________________
Neste capítulo apresenta-se a base teórica e conceitual que servirá
como suporte para o desenvolvimento do tema proposto. Compõe-se de sete
seções com estrutura e conteúdo bem definidos, onde são mostradas e
comentadas as experiências e respectivas obras documentais do tema
investigado, objetivando otimizar o seu entendimento, e, principalmente, sua
aplicação na exploração da questão objeto da pesquisa.
2.1 TERMINOLOGIA E FUNDAMENTOS DAS FUSÕES E AQUISIÇÕES
É consenso entre os pesquisadores da área, que as F&A
caracterizam um tema bastante complexo e polêmico. Para Ross, Westerfield e
Jaffe (1995), não atividade mais dramática ou controvertida em finanças de
empresa do que a aquisição de uma empresa por outra ou a fusão de duas
empresas, por se tratar de um investimento feito em condições de incerteza.
Os conceitos de F&A aqui discutidos são vistos, especificamente, do
ponto de vista estratégico, e, por conseguinte, não devem ser confundidos com os
conceitos contábeis.
2.1.1 Formas de aquisição de empresa
Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (1995) três procedimentos
legais básicos de aquisição de uma empresa, que são: (i) fusão/incorporação, (ii)
aquisição de ações e (iii) aquisição de ativos.
(i) Fusão Lei 6.404/76, Art. 228.- Pela ótica da Lei 6.404/76, “fusão é a
operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade
nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações”. De acordo com este
conceito, após uma fusão, as antigas empresa deixam de existir dando origem a
uma entidade independente.
Incorporação - Lei 6.404/76, Art. 227 É um tipo particular de
fusão. A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são
absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações. De
acordo com esta visão, numa incorporação, a empresa adquirente mantém seu
nome e sua identidade. Entretanto, considerando que as regras aplicáveis a
fusões e incorporação são basicamente as mesmas, e, tendo em vista que as
diferenças entre estas são irrelevantes para os propósitos deste estudo, nesta
pesquisa será utilizado o termo fusão para todos os casos.
A seguir são apresentados alguns conceitos correntes sobre fusão,
na concepção de diversos autores:
Para Hitt, Ireland e Hoskisson (2003, p. 276), fusão é uma
estratégia através da qual duas firmas concordam em integrar suas operações em
base relativamente co-igual, porque têm recursos e capacidades que, juntas,
podem criar uma vantagem competitiva mais forte”. Wright, Kroll e Parnell
(2000, p. 153) definem fusão como “estratégia de crescimento de nível
empresarial em que uma empresa combina-se com outra por meio de uma
permuta de ações”. Weston e Brigham (2000, p. 882) conceituam fusão como
sendo a “combinação de duas empresas para a formação de uma única
empresa”. De modo análogo, Gitman (1997, p. 734) conceitua fusão como uma
“combinação de duas ou mais empresas, na qual a empresa resultante,
geralmente”, mas não obrigatoriamente, “mantém a identidade de uma das
empresas”.
(ii) Aquisição de Ações - Para Ross, Westerfield e Jaffe (1995, p.
588) este tipo de fusão refere-se à compra “das ações com direito a voto
mediante pagamento em dinheiro, pagamento com ações ou com outros títulos”.
(iii) Aquisição de Ativos – A terceira modalidade de aquisição de uma
empresa refere-se a aquisição de ativos. Neste caso, a compra da empresa
envolve a aquisição de todos os seus ativos. Para sua efetivação, diz Ross,
Westerfield e Jaffe (1995, p. 589)
exige-se a aprovação formal dos acionistas da empresa vendedora (...),
envolve a transferência da propriedade dos ativos (...), e, geralmente é um
processo dispendioso.
2.1.2 Classificação das F&A em função das características predominantes
Na opinião de Ross, Westerfield e Jaffe (1995), os analistas
financeiros classificam as F&A em três tipos: aquisição horizontal, aquisição
vertical e conglomerado. Weston e Brigham (2000), incluem uma quarta
modalidade que são as F&A congêneres.
Com base nesta taxionomia e visando a uma melhor compreensão
destas modalidades de F&A, nesta seção serão apresentados os conceitos de
cada classe no enfoque de vários autores.
2.1.2.1 Fusões e aquisições horizontais
Para Weston e Brigham (2000, p. 885), “fusão horizontal é uma
combinação de duas empresas que produzem o mesmo tipo de bem ou serviço”.
Neste sentido, acrescenta Ross, Westerfield e Jaffe (1995, p. 589), uma F&A
classifica-se como horizontal “quando a empresa adquirida pertence ao mesmo
setor da empresa adquirente, ou seja as duas empresas competem no mesmo
mercado de produtos”.
A diversificação horizontal, de acordo com Kupfer e Hasenclever
(2002, p.311) “consiste na introdução de produtos que possui relação com os
produtos originais da empresa em termos do mercado atingido” e sua
comercialização utiliza os canais de distribuição existentes.
Este modelo associa-se a uma extensão da área de especialização
da empresa, quanto à base tecnológica ou quanto à sua área de comercialização
original. Neste caso, trata-se de uma estratégia com enfoque na economia de
escopo e dos canais de comercialização disponíveis para a empresa.
Para Hitt, Ireland e Hoskisson (2003, p. 278), as “aquisições
horizontais aumentam o poder de mercado de uma firma ao explorar sinergias
baseadas no custo e nas receitas”. Além disto, ainda segundo o autor, “pesquisas
sugerem que aquisições horizontais de firmas com características similares
resultam num desempenho mais elevado do que quando firmas com
características distintas combinam suas operações”.
2.1.2.2 Fusões e aquisições verticais
Na concepção de Weston e Brigham (2000, p. 886), uma fusão
vertical é aquela que “ocorre entre uma empresa e uma de suas fornecedoras ou
clientes”. Portanto, segundo Ross, Westerfield e Jaffe (1995), numa aquisição
vertical, as empresas envolvidas estão situadas em níveis diferentes do processo
de produção cadeia cliente-fornecedor.
De acordo com Kupfer e Hasenclever (2002), esta modalidade
refere-se ao controle sobre diferentes estágios (ou etapas) da cadeia de
transformação de insumos em produtos finais, podendo se realizar de duas
formas: integração para trás (upstream), quando a entrada ocorre em estágios
anteriores do processo de produção; e a integração para frente (downstream)
quando a intervenção ocorre em estágios posteriores.
Convém ressaltar, que esta modalidade geralmente reduz a
flexibilidade da empresa, devido à elevação do seu nível de comprometimento do
capital produtivo. Além disto, de acordo com Hitt, Ireland e Hoskisson (2003, p.
278), apesar de “serem promissoras em termos de aumentar o desempenho da
firma, as aquisições verticais têm o potencial de alienar parte dos clientes de uma
companhia”. Portanto, recomendam Hitt, Ireland e Hoskisson (2003, p. 278), “as
firmas devem comparar os benefícios antecipados de uma aquisição vertical com
os riscos potenciais”.
2.1.2.3 Fusões e aquisições do tipo conglomerado
Uma fusão é do tipo conglomerado quando envolve “empresas em
setores totalmente diferentes” (WESTON; BRIGHAM, 2000, p. 886). Neste caso,
afirmam Ross, Westerfield e Jaffe (1995, p. 589), “não existe relação entre as
áreas ou setores da empresa adquirente e o da empresa adquirida”.
A diversificação em conglomerado, segundo Kupfer e Hasenclever
(2002), refere-se à atuação da empresa em atividades muito díspares,
provocando o distanciamento dos níveis de sinergia entre as atividades da
empresa.
Este tipo de F&A, em geral dificulta a consolidação de um nível de
competência capaz de atuar satisfatoriamente nos diferentes mercados
explorados.
2.1.2.4 Fusões e aquisições de congênere
Para Weston e Brigham (2000, p. 886), a fusão congênere ocorre
“entre empresas no mesmo setor, nas quais não uma relação de cliente ou
fornecedor”.
Esta modalidade na visão de Kupfer e Hasenclever (2002) refere-se
ao grau de semelhança entre as competências requeridas para operar de forma
eficaz as diversas unidades da empresa diversificada. Neste modelo, a empresa
utiliza o seu núcleo de competências essenciais, como fonte de vantagens
competitivas, para promover um padrão coerente de expansão para novos
mercados.
A partir do modelo de classificação apresentado, pode-se observar,
que os dois primeiros tipos de F&A (horizontal e vertical) se referem à
proximidade das atividades originais da empresa com as novas atividades com
relação ao processo de transformação de insumos na cadeia produtiva, enquanto
que os demais (congênere e em conglomerado) referem-se ao grau de
similaridade em relação ao termo de competência produtivo e gerencial.
De modo geral, as F&A se constituem como uma estratégia de nível
corporativo, que se efetiva pelo crescimento externo, ou seja, mediante a
aquisição e incorporação de uma nova unidade à estrutura organizacional de uma
empresa já atuante no mercado.
Na próxima seção apresenta-se uma abordagem da utilização da
estratégia de F&A direcionada para os enfoques estratégicos e financeiros.
2.1.3 Fusões estratégicas versus financeiras
Para Gitman (1997, p.735) “as fusões são empreendidas tanto por
razões estratégicas como financeiras”.
Na concepção de Gitman (1997) as fusões são classificadas como
financeiras, quando buscam a aquisição de companhias objetivando sua
reestruturação para melhorar seu fluxo de caixa. Neste caso, o objetivo da
adquirente é, ainda segundo o autor, “cortar drasticamente os custos e vender
certos ativos improdutivos ou não-compatíveis para aumentar os fluxos de caixa
da empresa” (p. 735), que são usados para atender à dívida contraída para
financiar essas transações.
as fusões são ditas estratégicas quando envolvem a fusão de
empresas para atingir várias economias de escala, eliminando funções
redundantes, aumentando a participação de mercado, melhorando as fontes de
matéria-prima e a distribuição do produto acabado e assim por diante. Nas fusões
estratégicas as operações da empresa adquirente e da empresa-alvo interagem
para atingir economias, de modo que o desempenho da nova empresa exceda
aquele apresentado pelas empresas, antes da fusão.
Na maioria dos casos, os estudos relacionados às F&A têm adotado
o enfoque econômico-financeiro, ou seja, avaliam as fusões com base na bolsa
de valores, através do monitoramento do preço das ações das empresas
compradoras imediatamente antes e depois do anúncio das fusões. De acordo
com este enfoque o mercado considera as fusões neutras ou ligeiramente
negativas, não sendo, portanto, motivo para preocupações rias. No entanto,
este enfoque não se apresenta como uma forma convincente para mensurar
operações desta amplitude, uma vez que considera um intervalo de tempo
bastante restrito.
Na visão de Porter (1998, p. 238), “a reação do mercado em curto
prazo é uma medida muito imperfeita do sucesso em longo prazo da
diversificação e nenhum executivo com respeito próprio julgaria uma estratégia
corporativa nesses termos”.
De acordo com esta concepção, uma forma muito mais eficiente
para se determinar o êxito de uma estratégia corporativa deve avaliar os
programas de diversificação de uma empresa por um período de tempo
prolongado, considerando que uma análise dos resultados imediatamente após a
aquisição, provavelmente não oferecerá dados relevantes para se chegar a uma
conclusão abalizada.
2.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTRATÉGIA
O termo estratégia é definido de diversas formas, dependendo da
aplicação a que se refere. Segundo Ferreira (1998, p.278), estratégia - por
extensão do sentido original-, significa a “arte de aplicar os meios disponíveis com
vista à consecução de objetivos específicos; arte de explorar condições favoráveis
com o fim de alcançar objetivos específicos”. para Day (1999, p.59), estratégia
é “buscar uma vantagem competitiva sobre os concorrentes e ao mesmo tempo
diminuir a erosão das vantagens atuais”.
Para Slack (2002, p.107), “estratégia é o padrão geral de decisões e
ações que posicionam a organização em seu ambiente e que pretendem alcançar
suas metas de longo prazo” e que se constitui de conteúdo e processo. O
conteúdo envolve as decisões específicas que o tomadas para alcançar
objetivos específicos, enquanto o processo refere-se ao procedimento adotado
pela empresa para formular sua estratégia.
Ansoff (1990, p. 95), conceitua estratégia como sendo “conjuntos
de regras de decisão para orientar o comportamento de uma organização”. De
acordo com esta percepção, a formulação de uma estratégia envolve quatro
conjuntos de regras específicos.
O primeiro conjunto refere-se aos padrões pelos quais o
desempenho presente e futuro da empresa, pode ser medido. Estes padrões são
chamados de objetivos (qualitativos) e metas (quantitativos).
O segundo conjunto refere-se ao desenvolvimento da relação da
empresa com seu ambiente externo, ou seja, quais produtos e tecnologias a
empresa irá desenvolver, onde e para quem os produtos serão vendidos, e como
a empresa obterá vantagens sobre seus concorrentes. Este conjunto de regras é
chamado de estratégia de negócio.
O terceiro conjunto diz respeito ao estabelecimento de relações
internas e processos dentro da organização; este conjunto denomina-se
estratégia administrativa.
Por último, o conjunto de regras que estabelece a forma como a
empresa conduz suas atividades no dia-a-dia, que se denomina políticas
operacionais ou governança corporativa.
Portanto, na visão de Ansoff (1990), os fatores críticos para o
estabelecimento de uma estratégia consistem, basicamente, da definição dos
objetivos e metas, das estratégias de negócio, da estratégia administrativa e das
políticas operacionais.
2.2.1 Estratégia competitiva e estratégia corporativa
Examinando os escritos de Porter (1998) e Ansoff (1990), percebe-
se a convergência de opiniões entre ambos em torno do assunto em sua quase
totalidade, conforme fica evidenciado, tanto pelo compartilhamento quanto pela
complementaridade de suas teorias.
De acordo com Ansoff (1990), existem dois tipos correlatos de
estratégia para caracterizar a direção do desenvolvimento estratégico da
empresa: a estratégia competitiva e a estratégia de carteira.
Neste sentido, as F&A se identificam com a estratégia de carteiras,
que de acordo com Ansoff (1990) envolve quatro componentes: o vetor de
crescimento geográfico, a vantagem competitiva, as sinergias e a flexibilidade
estratégica da carteira de negócios.
Através do vetor de crescimento geográfico a empresa especifica o
alcance e a direção dos negócios futuros da empresa. Por outro lado, visando a
vantagem competitiva, a empresa procurará obter sucesso em suas diversas
áreas de negócio. As sinergias atuam de modo que o uso compartilhado entre
suas atividades e competências essenciais produza um valor superior à soma das
partes pura e simplesmente. Por último, a flexibilidade estratégica da carteira de
negócios se realiza de duas formas: (i) externamente pela diversificação do
alcance geográfico, das necessidades e das tecnologias da empresa, de modo a
absorver qualquer mudança nas áreas estratégicas de negócios AEN’s; e, (ii)
gerando recursos e competências que sejam facilmente transferíveis entre as
citadas AEN’s.
Esta visão se assemelha à concepção de Porter (1998, p.237),
segundo a qual “uma empresa diversificada tem dois níveis de estratégia: a
estratégia das unidades de negócios (ou competitiva) e a estratégia corporativa
(ou da totalidade do grupo empresarial)”.
Portanto, o conceito de estratégia de carteira usado por Ansoff
(1990) é consentâneo com a definição de estratégia corporativa utilizada por
Porter (1998). A diferença é que Porter (1998) apresenta um enfoque mais
detalhista, quando estabelece que a estratégia corporativa além da estratégia de
carteira, envolve a reestruturação, a transferência de habilidades e o
compartilhamento de atividades.
Para Ansoff (1990), a estratégia competitiva especifica o enfoque
especial que a empresa tentará utilizar para ter sucesso em cada uma das áreas
estratégicas de negócio. Ou seja, esta visão se alinha à de Porter (1998), quando
afirma que a estratégia competitiva diz respeito à criação de vantagem
competitiva em cada um dos ramos de negócios em que o grupo compete.
Por outro lado, na opinião de Ansoff (1990), a estratégia de carteiras
especifica as combinações de áreas estratégicas diferentes de negócio nas quais
a empresa procurará alcançar seus objetivos. Porter (1998) complementa, a
estratégia corporativa se refere a duas questões específicas: (i) de que negócios
o grupo deve participar e (ii) como a matriz deve gerenciar a variedade de
unidades de negócios.
Diante do exposto, verifica-se que o aspecto crítico da estratégia
corporativa está relacionado com sua abordagem sinérgica, que faz com que o
grupo represente mais do que a soma de suas unidades de negócios.
2.3 ASPECTOS RELEVANTES DA ESTRATÉGIA DE NÍVEL CORPORATIVO
Para o melhor entendimento do significado de estratégia corporativa,
serão utilizados alguns conceitos empregados na literatura específica, tomando
como ponto de partida a definição de estratégia de nível corporativo.
Para Hitt, Ireland e Hoskisson (2003, p. 232), “estratégia de nível
corporativo é uma ação posta em prática para ganhar uma vantagem competitiva
através da escolha e administração de um composto de negócios que competem
em diversas indústrias ou mercados de produtos”.
Segundo Slack (2002), “não uma unanimidade no meio
acadêmico sobre o tema estratégia, de modo que alguns autores chegam a
considerar que a tentativa de alcançar uma definição única poderia ser
enganosa”. Nada obstante, verifica-se que a estratégia é uma característica
presente em qualquer tipo de organização.
No presente estudo a estratégia é explorada em uma dimensão mais
ampliada, haja vista que os negócios realizados se desenvolvem no ambiente da
indústria, isto é, extrapola a dimensão interna da empresa, exigindo, portanto, o
entendimento de alguns aspectos essenciais da estratégia de nível corporativa.
Na visão de Christensen (1999, p. 69), a estratégia corporativa
preocupa-se com três questões fundamentais: o escopo corporativo, o
relacionamento entre suas partes e o todo para gestão destes. Segundo o
autor, a primeira questão envolve a decisão sobre o complexo de negócios em
que a corporação deve participar; a segunda diz respeito a definição das bases
pelas quais as unidades de negócios da corporação devem relacionar-se umas
com as outras; e, a terceira se reporta a escolha dos métodos específicos que
serão adotados para efetuar mudanças específicas no escopo corporativo e nos
relacionamentos.
Adicionalmente, um fator crítico da estratégia de nível corporativo é
a sua atuação em sinergia, isto é, “faz com que o todo corporativo”, tomando-se
como parâmetros valor de mercado, retornos e fluxo de caixa, “seja maior do que
a soma de suas partes unitárias de negócios”, concentrando sua preocupação em
“duas questões-chave: em quais negócios a firma deve estar e como o escritório
corporativo deve administrar o seu grupo de negócios”. (HITT; IRELAND;
HOSKISSON, 2003, p.230).
Este tema tem sido abordado por diversos pesquisadores e sob os
mais variados enfoques. Neste contexto, convém ressaltar a relevância do
trabalho empreendido por Porter (1998), levando-se em conta os seguintes
aspectos: o modo de abordagem, o universo da pesquisa e o tempo delimitado.
Trata-se de estudo desenvolvido pelo pesquisador num interregno de 36 anos
(1950 a 1986), envolvendo 33 grandes empresas de prestígio dos Estados
Unidos. Com base nos resultados destes estudos, e, considerando que a maioria
das aquisições foi mal sucedida, resultando em revenda de diversas empresas e
prejuízos para os acionistas, Porter (1998) alerta para os riscos destas transações
e apresenta um conjunto de diretrizes composto de conceitos, premissas e testes,
considerados imprescindíveis para o êxito de uma estratégia de nível corporativo.
2.3.1 Modelo conceitual de estratégia corporativa
Para Porter (1998) a implementação de uma estratégia corporativa
pode ser feita de quatro formas distintas: (i) através de gerência de carteira, (ii)
pela reestruturação, (iii) mediante a transferência de habilidades e (iv) por meio do
compartilhamento de atividades. Estas modalidades podem atuar conjuntamente
e possuem mecanismos diferentes, pelos quais a corporação gera valor para o
acionista, promove a reorganização e facilita o gerenciamento da empresa
diversificada de formas diferentes.
(i) Gerência de carteira Este tipo de estratégia corporativa baseia-
se, principalmente, na diversificação através da aquisição de empresas sólidas e
atraentes, com gerentes competentes que concordam em permanecer no cargo.
Nesta modalidade de estratégia, as unidades adquiridas são
autônomas e as equipes que as operam são remuneradas de acordo com os
resultados obtidos, além de receber o capital, o Know how e o planejamento
estratégico da alta gerência da corporação. Por outro lado, gerentes de carteira
classificam as unidades em termos de potencial e promovem o fluxo de recursos
das unidades que geram dinheiro para as que têm grande potencial e
necessidades de recursos financeiros.
Desta forma, na estratégia de carteira a corporação exerce um papel
passivo, atuando apenas como financiadora e analista, em que o único objetivo
consiste na geração de valor para o acionista, a partir de uma análise crítica do
desempenho da unidade e coaching de alta qualidade, desvinculado de conceitos
convencionais e emocionais com o negócio.
(ii) Reestruturação Na reestruturação, a corporação atua
eficazmente como reestruturadora de unidades de negócio. Esta abordagem
concentra-se exclusivamente na compra e venda de ativos de outras firmas do
mercado externo, funcionando de modo semelhante aos negócios imobiliários,
onde os lucros resultam da compra de ativos a preços baixos, que após sua
reestruturação são vendidos pelos maiores preços possíveis.
Neste caso, a corporação procura um potencial não realizado da
empresa-alvo, doentes ou ameaçadas, procedendo uma forte intervenção,
geralmente com a troca de toda a equipe de gerentes da unidade, mudança de
estratégia, introdução de novas tecnologias, e, em alguns casos procedendo
novas aquisições para atingir uma massa crítica. Por fim a corporação revende as
partes desnecessárias ou desconexas, reduzindo assim os custos efetivos de
aquisição.
Geralmente, ainda segundo o enfoque de reestruturação proposto
por Porter (1998), no momento que a unidade reestruturada apresenta retornos
evidentes é revendida tendo em vista que não está mais agregando valor para
o grupo corporativo.
Convém lembrar que a estratégia de reestruturação expõe a
adquirente a riscos consideráveis e normalmente limita o tempo durante o qual a
empresa pode usar essa estratégia com sucesso.
(iii) Transferência de habilidades - Para Porter (1998), a
transferência de habilidades é uma estratégia corporativa capaz de criar sinergia
a partir do inter-relacionamento entre unidades de negócios da empresa
diversificada. Apesar de cada unidade possuir uma cadeia de valor separada, o
conhecimento sobre a forma de desempenhar atividades se transfere entre as
unidades.
Neste sentido, esta modalidade de estratégia é indicada em
unidades de negócios em que os compradores, os canais de suprimento, as
atividades de valor, as relações governamentais, o desenvolvimento de
fornecedores ou a configuração geral da cadeia de valor são semelhantes, pois,
ainda que as unidades operem em separado, esse tipo de semelhança permite o
compartilhamento de conhecimentos.
Entretanto, existem três condições críticas que devem ser
observadas para a estratégia de transferência de habilidades produzir uma
vantagem competitiva: (i) as atividades envolvidas nos negócios devem ser
suficientemente semelhantes para que o compartilhamento de competências
tenha sentido; (ii) a transferência de habilidades deve envolver atividades de
relevância para a vantagem competitiva; e, (iii) as habilidades transferidas devem
representar uma fonte importante de vantagem competitiva para a unidade que as
recebe, de modo que os conhecimentos a serem transferidos sejam
suficientemente avançados e exclusivos para estarem fora do alcance de
concorrentes.
A transferência de habilidades é um processo ativo que muda
significativamente a estratégia ou as operações da empresa que as recebe.
Portanto, para que ocorra uma transferência efetiva de conhecimentos, a empresa
terá que proporcionar às suas unidades de negócios fortes incentivos à
participação no processo, realocando pessoal qualificado, além da participação e
do apoio da alta gerência.
(iv) Compartilhamento de atividades - Na concepção de Porter
(1989), uma unidade empresarial pode compartilhar potencialmente qualquer
atividade de valor com outra unidade da empresa, inclusive atividades primárias e
de apoio. Trata-se, portanto, de inter-relações destas unidades em diversos
aspectos, como por exemplo na aquisição e manipulação conjunta de matérias-
prima, no desenvolvimento conjunto de tecnologia em produtos e processo, bem
como na utilização simultânea de canais de venda e distribuição de produtos
oriundos de unidades de negócio distintas destinada a um mesmo comprador.
Entretanto, este compartilhamento de atividades se mostra relevante
quando o resultado do ato de compartilhar exceder o seu custo ou dificultar sua
equiparação pelos concorrentes, e, em conseqüência, promover uma redução do
custo ou acentuar a diferenciação.
Neste aspecto, diz-se que uma atividade compartilhada levará
vantagem tanto no aspecto da diferenciação quanto em relação ao custo. Neste
caso, produzirá uma vantagem de custo significativa, se esta atividade
representar uma parcela relevante dos ativos ou dos custos operacionais, e, ao
mesmo tempo, este compartilhamento reduzir o seu custo de execução. Já, com
referência à diferenciação, a atividade compartilhada será relevante se acentuar a
singularidade desta atividade ou reduzir o custo correspondente a esta
singularidade.
De acordo com esta concepção, existem algumas recomendações
que, na visão de Porter (1998) devem ser observadas para que uma estratégia
corporativa seja bem sucedida, tais como:
Com relação à gerência de carteira: Atualmente não se constitui como uma
boa alternativa de estratégia corporativa, considerando que desapareceram
os benefícios outrora existentes nesta modalidade. Nesta estratégia, à medida
que o grupo cresce, os gerentes precisam encontrar novos negócios para
assegurar o crescimento, passam a supervisionar dezenas de empresas,
recebem pressões crescentes, produzindo reflexos negativos no desempenho
e erros com efeito negativo na lucratividade da corporação.
Com relação à estratégia de reestruturação: Para funcionar, este modelo
requer uma gerência corporativa com visão suficiente para detectar empresas
desvalorizadas ou posições em setores prontos para sofrer uma
transformação. Estes requisitos expõem a reestruturadora a riscos
consideráveis, limitam o tempo de sua utilização e exige crescimento contínuo
do ritmo das aquisições. Desta forma está exposta aos mesmos riscos da
estratégia de carteira, e, por conseguinte não propicia vantagem competitiva.
Com relação à transferência de habilidades e compartilhamento de atividades:
São estratégias que exploram o inter-relacionamento entre as unidades, e se
fundamentam no conceito de sinergia. Neste aspecto, oferecem as melhores
alternativas para criação de valor, posto que não dependem de uma
capacidade de análise acima do normal ou outras suposições questionáveis
referentes às capacidades das empresas. Além disto, os conceitos de
estratégia corporativa não são mutuamente exclusivos, permitindo a empresa
compartilhar atividades, trocar conhecimentos especializados e,
eventualmente, incorporar às mesmas alguns critérios de reestruturação.
Neste aspecto este modelo combinado se aplica com clareza às
instituições financeiras bancárias, e, deste modo se alinha perfeitamente aos
propósitos da pesquisa em questão.
2.3.2 Premissas básicas da estratégia corporativa
Para Porter (1998), existem três premissas básicas que devem ser
observadas para uma estratégia corporativa ser bem-sucedida: (i) a competição
tem lugar no nível das unidades de negócios; (ii) a diversificação inevitavelmente
acrescenta custos e restrições às unidades de negócios; e (iii) os acionistas
podem também facilmente diversificar.
A primeira premissa - a competição tem lugar no nível das unidades
de negócios estabelece que as empresas diversificadas não devem competir
entre si, mas apenas as suas unidades de negócios.
a segunda premissa - a diversificação inevitavelmente acrescenta
custos e restrições às unidades de negócios enfatiza a necessidade de
dispender tempo para adequação da unidade adquirida ao planejamento, procurar
conciliar os interesses com diretrizes e políticas de pessoal da empresa holding,
motivar os funcionários permitindo sua participação no capital acionário, cujos
fatores são imperceptíveis mas de grande importância para o êxito do
empreendimento.
Por fim, a terceira premissa - os acionistas podem também
facilmente diversificar alerta para o tratamento que deve ser dispensado ao
acionista, levando-se em conta a maior facilidade de que ele dispõe para
diversificar suas próprias carteiras de ações, bem como por ser menos onerosa a
compra de ações por um indivíduo do que para um grupo empresarial, que não é
taxado com sobrepreços inerente às aquisições de empresas além da facilidade
de selecionar os papéis que melhor correspondam às suas preferências e perfis
de risco.
De modo geral, a observância dessas premissas favorece a
estratégia corporativa posto que agrega valor real às unidades de negócios e
promove benefícios tangíveis que compensa os custos inerentes da perda de
liberdade dos acionistas, além de gerar ganhos que não são possíveis de serem
reproduzidos pelos acionistas.
2.3.3 Testes essenciais para o êxito de uma estratégia corporativa
De acordo com Porter (1998), para uma estratégia corporativa ser
utilizada com êxito, deverá ser submetida a três testes: o teste de atratividade, o
teste do custo de entrada no setor e o teste de validade da diversificação. Dessa
forma, caso a estratégia proposta atenda às condicionantes dos testes, existe
fortes indícios de que sua implementação será bem sucedida.
Teste de atratividade: A aplicação deste teste objetiva verificar se a
estrutura do setor pretendido irá resultar na criação de valor para os acionistas, e,
no caso em estudo, pode ser mensurado através do retorno sobre o patrimônio
líquido. Esta condição se verifica quando o setor apresenta elevada rentabilidade
aos capitais investidos, oferece grande resistência pela elevação dos custos de
entrada, possui fornecedores e consumidores com pequeno poder de barganha,
demonstra carência de mercado em produtos ou serviços equivalente e apresenta
estabilidade do grau de rivalidade dos concorrentes. Desta forma, o atendimento
a esta condição visa assegurar que os setores escolhidos para diversificação,
sejam real ou potencialmente atrativos.
Teste do custo de entrada no setor: Para atender a este requisito, o
custo de entrada no setor não deverá superar a rentabilidade prevista para o
empreendimento, evitando assim, a corrosão do potencial de lucratividade
almejado. A aplicação deste teste deve assegurar que a rentabilidade esperada
pela aquisição não seja consumida antecipadamente pelo alto custo de entrada.
Teste de validade da diversificação: A realização deste teste visa
comprovar se a aquisição produzirá alguma vantagem competitiva para a
corporação ou para a nova unidade de negócios. Neste aspecto, segundo Porter
(1998), a eficácia da diversificação se comprova pela capacidade de produzir
benefícios permanentes tanto para a corporação quanto para a nova unidade de
negócios, ou seja, os ganhos não devem se limitar apenas a uma reestruturação
estratégica ou se restringir ao momento da aquisição da nova unidade. Neste
caso, a diversificação atesta sua validade se comprovar que a nova unidade de
negócios ou a corporação obtiveram vantagem competitiva em conseqüência da
ligação que elas estabeleceram.
Diante do exposto, verifica-se que os conceitos de estratégia
corporativa se constituem como formas para a empresa diversificada criar valor
para o acionista, e, que de acordo com esta concepção, podem ser utilizados com
sucesso por uma organização, desde que sejam definidos claramente o papel e
os objetivos da corporação, tenham as capacidades necessárias para atender aos
pré-requisitos do conceito, se organizem para gerenciar a diversificação de forma
adequada à estratégia e se encontrem em um ambiente adequado de mercado de
capitais.
2.4 UMA VISÃO PANORÂMICA DO SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO
Nesta seção serão apresentadas algumas informações
concernentes ao ambiente financeiro, objetivando propiciar um entendimento
claro do papel das instituições financeiras, e, em especial dos bancos no contexto
do SFN.
2.4.1 Caracterização do Sistema Financeiro Nacional
No Brasil, a intermediação financeira obedece aos critérios
estabelecidos pelo Banco Central do Brasil através do SFN, sendo executada
pelas instituições (ou intermediários) financeiras descritas a seguir: bancos
múltiplos e comerciais, caixas econômicas, associações de poupança e
empréstimo, associações de crédito, companhias de seguro de vida e fundos de
pensão.
Considerando a sua relevância, o SFN classifica as instituições
financeiras segundo três critérios: (i) quanto à área, (ii) quanto ao porte e (iii)
quanto à origem do capital, conforme mostrado no Quadro 1.
(i) Classificação das instituições financeiras quanto à área - Quanto
à área, o SFN classifica as instituições financeiras em dois grandes blocos: área
bancária e área não-bancária. No segmento da área bancária estão as
instituições capazes de participar do processo de criação de moeda na economia,
estando incluídos no grupamento os Bancos Comerciais, Bancos Múltiplos
(exclusivamente os que possuem carteira comercial), as Caixas Econômicas e as
Sociedades Cooperativas de Crédito.
Já, no segundo bloco - área não-bancária - estão as instituições atuantes nas
demais áreas do mercado financeiro: bancos de desenvolvimento, bancos de
investimento, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de
arrendamento mercantil, sociedades de crédito imobiliário, companhias
hipotecárias, associações de poupança e empréstimos, sociedades distribuidoras
de títulos e valores mobiliários e corretoras de câmbio e de títulos e valores
mobiliários.
Quadro 1 - Classificação das instituições financeiras por área, porte e origem do
capital, segundo os critérios estabelecidos pelo Sistema Financeiro Nacional.
CLASSIFICAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
BANCÁRIA
capazes de
participar do
processo de criação
de moeda na
economia
Bancos Comerciais, Bancos Múltiplos (*),
as Caixas Econômicas e as Sociedades
Cooperativas de Crédito.
QUANTO
À AREA
NÃO
BANCÁRIA
Instituições
atuantes nas
demais áreas do
mercado financeiro
Bancos de desenvolvimento, bancos de
investimento, sociedades de crédito,
financiamento e investimento, sociedades
de arrendamento mercantil, sociedades de
crédito imobiliário, companhias
hipotecárias, associações de poupança e
empréstimos, sociedades distribuidoras de
títulos e valores mobiliários e corretoras
de câmbio e de títulos e valores
mobiliários
GRANDE
1) PPI > 15% (*)
2) Instituições c/
0<MPA70 %,
excluído (1)
MÉDIO 70<MPA95 %
QUANTO
AO
PORTE
PEQUENO (**) MPA>95 %
A classificação das instituições por porte é
feita com base no ativo total ajustado
apresentado pelos bancos comerciais,
bancos múltiplos e caixa econômica no
mês de dezembro.
Nacional com participação
estrangeira
Participação direta e/ou indireta entre 10%
e 50% do capital votante.
Nacional com controle estrangeiro Participação direta e/ou indireta da
maioria do capital votante.
Estrangeira Instituições constituídas e sediadas no
exterior com dependência ou filial no País.
Privado nacional Entidades cuja maioria do capital votante
está sob a titularidade de pessoas físicas
e/ou jurídicas domiciliadas e residentes no
País.
QUANTO
À
ORIGEM
DO
CAPITAL
Público: Federal ou Estadual Federal: constituída e sediada no país em
que a União, através de um dos seus
órgãos, detém, direta ou indiretamente, a
maioria do capital votante;
Estadual: quando uma ou mais das
Unidades da Federação detiverem a
maioria do capital votante, de forma direta
ou indireta.
Fonte: BACEN – Sistema Financeiro Nacional, (2001a).
(*) PPI: Percentual de Participação Individual = participação relativa do ativo total
ajustado de cada instituição com a soma dos ativos totais ajustados de todas as
instituições consideradas. (**) MPA: Montante de Participação Acumulada
(ii) Classificação das instituições financeiras quanto ao porte - De
acordo com este critério, a estratificação das instituições financeiras em função do
porte é feita com base no ativo total ajustado apresentado pelos bancos
comerciais, bancos múltiplos e caixas econômicas no mês de dezembro. Segundo
este procedimento, relaciona-se a participação relativa do ativo total ajustado de
cada instituição com a soma dos ativos totais ajustados de todas as instituições
consideradas, obtendo-se a seguinte configuração:
Grande porte: As instituições cujo percentual de participação individual é
superior a 15% são consideradas de grande porte e excluídas da amostra. Do
restante das instituições, aquelas que compõem a faixa de 0 a 70%, inclusive,
do montante de participação acumulada, também são consideradas de grande
porte.
Médio porte: As instituições que compõem a faixa acima de 70% até 95%, são
consideradas de médio porte; e,
Pequeno porte: As que compõem a faixa acima de 95% até 100%, o
consideradas de pequeno porte.
(iii) Classificação das instituições financeiras quanto à origem do
capital - Segundo este critério as instituições financeiras são classificadas em
função da origem dos seus capitais em quatro tipos: nacionais (com participação
estrangeira ou com controle estrangeiro), estrangeiros, públicos ou privados.
Tomando como parâmetro o capital votante, as instituições
financeiras se classificam como nacional, quando a maioria do capital votante
está sob a titularidade de pessoas físicas e/ou jurídicas domiciliadas e residentes
no País. Por outro lado, são classificadas como nacional com participação
estrangeira as empresas que possuem participação direta e/ou indireta entre 10%
e 50% do capital votante. Já, denominam-se nacionais com controle estrangeiro,
as empresas que possuem participação direta e/ou indireta de mais de 50% do
capital votante. Classificam-se como públicas, quando a União ou alguma(s)
Unidade(s) da Federação detém, direta ou indiretamente a maioria do capital
votante.
E, finalmente, denomina-se instituição financeira estrangeira as
instituições constituídas e sediadas no exterior que possua dependência ou filial
no País.
2.4.2 Instituições financeiras e mercado financeiro: conceitos e atribuições
Na concepção de Gitman (1997,p. 33), “o mercado financeiro atua
como foro no qual fornecedores e demandantes de empréstimos e investimentos
podem negociar diretamente”, e constitui-se de dois segmentos: o mercado
monetário e o mercado de capitais.
As transações envolvendo instrumento de dívida de curto prazo são
negociadas no mercado monetário, enquanto os títulos de longo prazo, em geral,
títulos de dívida e ações, são negociados no mercado de capitais.
A Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, em seu artigo 17 referindo-
se a instituições financeiras declara que
consideram-se instituições financeiras, para efeitos da legislação em vigor,
as pessoas jurídicas públicas ou privadas que tenham como atividade
principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos
financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e
a custódia de valor de propriedade de terceiros.
Com base nesta definição, verifica-se que as instituições financeiras
são os agentes ativos do mercado monetário e do mercado de capitais, podendo
exercer, alternativamente, tanto a função de fornecedores como a de tomadores
de fundos.
Desta forma, as instituições financeiras e o mercado financeiro
funcionam como os dois instrumentos principais de canalização dos fundos
disponíveis para as empresas.
Por último, convém observar que o funcionamento seguro e eficaz
das instituições e do mercado financeiro depende da existência de normas,
diretrizes e regulamentações para a realização destas transações, cujas
definições e competência são de responsabilidade do Sistema Financeiro
Nacional e constituem a abordagem da seção seguinte.
2.4.3 Aspectos regulamentar e histórico do SFN no período 1990-2004
Esta seção aborda os aspectos basilares da estrutura do SFN, bem
como as alterações consideradas essenciais para a formação do modelo atual.
Com base neste objetivo, a seção será constituída de três blocos. O primeiro,
enumera os instrumentos principais da legislação do SFN em vigor e sua
importância para este segmento. O segundo bloco apresenta a regulamentação
das transações de Fusões e Aquisições de Instituições Financeiras. E o terceiro,
estabelece uma cronologia dos eventos que foram relevantes para a formação do
atual modelo e procura destacar os fatores que mais influenciaram a utilização da
estratégia de F&A pelas grandes instituições financeiras bancárias do cenário
nacional.
A legislação do SFN - A regulamentação do mercado financeiro que
envolve as instituições financeiras do SFN, está fundamentada nos seguintes
normativos legais:
Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964;
Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965;
Lei n° 6.385, de 07 de dezembro de 1976.
A Lei 4.595 dispõe sobre a política e as instituições monetárias,
bancárias e creditícias, e cria o Conselho Monetário Nacional CMN, tendo como
finalidade formular a política da moeda e do crédito, objetivando o progresso
econômico e social do País.
Ainda de acordo com esta lei, o Sistema Financeiro Nacional será
formado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN); Banco Central do Brasil
(BACEN); Banco do Brasil S.A.(BB); Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES); e, pelas demais instituições financeiras públicas e
privadas.
a Lei 4.728, disciplina o mercado de capitais e estabelece
medidas para o seu desenvolvimento. De acordo com este normativo, os
mercados financeiro e de capitais serão disciplinados pelo Conselho Monetário
Nacional e fiscalizados pelo Banco Central do Brasil.
A Lei 6.385 dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria
a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além disto, a Lei 6.385 é utilizada para
disciplina e fiscalização das seguintes atividades: a emissão e distribuição de
valores mobiliários no mercado; a negociação e intermediação no mercado de
valores mobiliários; a negociação e intermediação no mercado de derivativos; a
organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Valores; a
organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Mercadorias e
Futuros; a administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários; a
auditoria das companhias abertas; os serviços de consultor e analista de valores
mobiliários.
Além destes normativos legais, convém mencionar dois outros de
grande relevância por sua relação com o processo de consolidação do atual
Sistema Financeiro Nacional.
A Lei 9.069, de 29 de junho de 1995, que dispõe sobre o Plano Real,
estabelecendo as regras e condições de emissão do Real, assim como os
critérios para conversão das obrigações para o Real. Determina, ainda que a
partir de de julho de 1994, a unidade do Sistema Monetário Nacional passa
a ser o Real, tendo curso legal em todo o território brasileiro; e,
A Lei 9.710, de 19 de novembro de 1998, que dispõe sobre medidas de
fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional e cria o Programa de Estímulo
à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional -
PROER, com vistas a assegurar liquidez e solvência ao referido Sistema e a
resguardar os interesses de depositantes e investidores.
Regulamentação das transações de Fusões e Aquisições (F&A) -
Com referência às fusões e aquisições (F&A), existem dois instrumentos
normativos que disciplinam a matéria do ponto de vista societário: a Instrução
CVM 358, de 3 de janeiro de 2002, e a Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976.
Neste aspecto, a Instrução CVM n
o
358/02,
dispõe sobre a divulgação e uso de informações sobre ato ou fato
relevante relativo às companhias abertas, disciplina a divulgação de
informações na negociação de valores mobiliários e na aquisição de lote
significativo de ações de emissão de companhia aberta, estabelece
vedações e condições para a negociação de ões de companhia aberta
na pendência de fato relevante não divulgado ao mercado, e outras
providências.
Neste sentido, a instrução CVM 358/02 define fato relevante como
sendo
qualquer decisão de acionista controlador, deliberação da assembléia
geral ou dos órgãos de administração da companhia aberta, ou qualquer
outro ato ou fato de caráter político-administrativo, técnico, negocial ou
econômico-financeiro ocorrido ou relacionado aos seus negócios.
De acordo com a citada instrução, também se constitui ato ou fato
potencialmente relevante, todas as operações de incorporação, fusão ou cisão
envolvendo a companhia ou empresas ligadas.
Ainda com relação às condições exigidas para a aquisição de
companhias, a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, estabelece os seguintes
critérios:
Art. 252. A incorporação de todas as ações do capital social ao patrimônio
de outra companhia brasileira, para convertê-la em subsidiária integral,
será submetida à deliberação da assembléia geral das duas companhias
mediante protocolo e justificação, nos termos dos artigos 224 e 225.
§ 1
o
A assembléia geral da companhia incorporadora, se aprovar a
operação, deverá autorizar o aumento de capital, a ser realizado com as
ações a serem incorporadas e nomear peritos que as avaliarão; os
acionistas não terão direito de preferência para subscrever o aumento de
capital, mas os dissidentes poderão retirar-se da companhia, observado o
disposto no art. 137, II, mediante o reembolso do valor de suas ações, nos
termos do art. 230.
§ 2
o
A assembléia geral da companhia cujas ações houverem de ser
incorporadas somente poderá aprovar a operação pelo voto da metade, no
mínimo, das ações com direito a voto, e se a aprovar, autorizará a diretoria
a subscrever o aumento do capital da incorporadora, por conta dos seus
acionistas; os dissidentes da deliberação terão direito de retirar-se da
companhia, observado o disposto no art. 137, II, mediante o reembolso do
valor de suas ações, nos termos do art. 230.
§ 3
o
Aprovado o laudo de avaliação pela assembléia geral da
incorporadora, efetivar-se-á a incorporação e os titulares das ações
incorporadas receberão diretamente da incorporadora as ões que lhes
couberem.
2.4.4 Cronologia e histórico da estratégia de reordenamento do SFN
Esta seção faz um relato cronológico dos principais eventos
ocorridos no segmento financeiro bancário, no período de 1988 a 2004, em
conseqüência da reestruturação do SFN, enfatizando, sobretudo, a influência do
programa de ajuste macroeconômico de 1994. Procura dar uma visão do
ambiente financeiro e das transformações ocorridas neste ambiente bem como o
seu impacto sobre o SFN. Adicionalmente, descreve as intervenções
implementadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) visando manter a
estabilidade financeira, o fortalecimento e a solidez do mercado financeiro.
1988 - Resolução 1524, de 21/09/1988 – De 1964 até 1988, as
instituições financeiras integrantes do Sistema Financeiro Nacional (SFN)
possuíam atuação que se limitava a uma faixa restrita de operações, por força da
regulamentação em vigor.
Com a edição da Resolução 1.524 (1988), foi criada a
possibilidade dos bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de
desenvolvimento, sociedades de crédito imobiliário e sociedades de crédito,
financiamento e investimento, se organizarem em uma única instituição
financeira, com personalidade jurídica própria, através de processos de fusão,
incorporação, cisão, transformação ou constituição direta, desde que
previamente autorizada pelo Banco Central do Brasil.
Neste aspecto, a partir desta Resolução, se estabeleceu um novo e
amplo modelo para as instituições, que, embora diferenciadas entre si na
organização funcional e administrativa, na condução dos negócios e na escala de
operações, foram habilitadas a concentrar todos os serviços financeiros dentro de
um único estabelecimento.
1989-1994 Expansão do sistema bancário e intensificação do
processo inflacionário Como resultado desta nova legislação de setembro/1988,
a estrutura do sistema financeiro brasileiro passou por um processo de
transformação intenso, ocasionando uma forte expansão do sistema bancário que
se estendeu até o ano de 1994.
Este período se caracterizou pela intensificação do processo
inflacionário além de generalizada indexação, presentes na economia brasileira
desde a década de 60, com reflexo extremamente favorável ao sistema bancário,
e, que teve uma grande contribuição no seu processo de desenvolvimento.
Segundo o BACEN, durante este período as elevadas taxas de
inflação contribuíram para alavancar a participação do setor financeiro na renda
nacional, de modo que as instituições financeiras brasileiras foram
surpreendentemente bem sucedidas na implementação de inovações financeiras
e no aproveitamento de oportunidades regulatórias, que lhes permitiram não
apenas sobreviver em um contexto visto no resto do mundo como hostil à
atividade econômica, como também acumular capital, desenvolver-se
tecnologicamente e crescer, absorvendo parte considerável do imposto
inflacionário gerado.
Nesta fase de processo inflacionário, os elementos de sustentação
da atividade financeira foram os recursos em trânsito (floating) e o financiamento
ao desequilíbrio das contas públicas, com base em operações de curto prazo. O
estabelecimento desta situação provocou o desencadeamento e manutenção do
fenômeno da transferência de renda de outros segmentos para o financeiro e a
disseminação do princípio de sobrevivência dos bancos independentemente de
sua capacidade de competir, ignorando as questões relacionadas com a estrutura
de custos e a eficiência produtiva.
Além disto, refletiu na qualidade dos serviços prestados, que foram
deixados em segundo plano, tendo em vista o redirecionamento do foco para a
fonte de receitas originadas de diferentes indexadores de passivos e ativos.
1994 Plano Real: um marco histórico do sistema financeiro
brasileiro O Plano Real foi estabelecido através da Lei 8.880 de 27 de maio
de 1994, que definiu o Real como sendo a unidade do Sistema Monetário
Nacional a partir de de julho de 1994, implantou as regras e condições de
emissão da nova moeda e os critérios de conversão das obrigações para o Real.
Como conseqüência da implantação do Plano Real, a partir do
segundo semestre de 1994, foi intensificado o processo de reestruturação da
economia brasileira, com adoção de medidas necessárias à estabilização e
reestruturação da economia.
Dentre estas, convém ressaltar a maior abertura ao comércio
exterior, mudanças de política industrial visando a inserção mais competitiva de
produtos nos mercados internacionais, a redução de subsídios a vários setores
produtivos, além do reordenamento constitucional do país. Este reordenamento
buscou, prioritariamente, a ordem econômica e à estrutura e funções do setor
público, com redefinição da filosofia de seus gastos, objetivando a viabilização do
processo de estabilização monetária.
Com base nos relatórios do BACEN, todos estes fatores em conjunto
com a eliminação dos ganhos inerentes ao processo inflacionário, até então
apropriados pelo segmento financeiro, evidenciaram a fragilidade e a
incapacidade de algumas instituições financeiras, em promover espontânea e
tempestivamente, os ajustes necessários para sua sobrevivência no novo
ambiente econômico.
Neste contexto, e, considerando a iminente situação de insolvência
que ameaçava o sistema financeiro, as autoridades governamentais, por
intermédio do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central, adotaram
algumas medidas no sentido de reestruturar e fortalecer o sistema financeiro,
destacando-se a criação do PROER, do FGC e do PROES.
1995-1996 –Programas de Fortalecimento do Sistema Financeiro
Nacional - O novo quadro de estabilidade de preços produziu uma situação
caótica no setor financeiro, como efeito do longo período de convivência com o
processo inflacionário que permitia que ganhos de passivos não remunerados,
compensassem ineficiências administrativas e, até mesmo, concessões de crédito
de liquidação duvidosa. Foi a partir deste cenário que o governo resolveu intervir
estabelecendo vários programas visando o reordenamento da política monetária
do País.
Neste sentido, os três programas mencionados - PROER, FGC e
PROES-, foram fundamentais para consolidar a reestruturação e o fortalecimento
do sistema financeiro nesta fase de transição.
O Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do
Sistema Financeiro Nacional - PROER, teve como objetivo sistematizar os
processos de fusão e incorporação de bancos. Este Programa está direcionado
para as reorganizações administrativas, operacionais e societárias de instituições
financeiras, previamente autorizadas pelo Banco Central do Brasil, decorrentes da
transferência de controle ou modificação do objeto social.
Na realidade, o PROER atuou como uma forma do governo
antecipar-se a outros problemas, e facilitar o processo de ajuste do SFN,
garantindo a segurança dos investimentos e a poupança da sociedade. Neste
sentido, a instituição do PROER, objetivou assegurar liquidez e solvência ao SFN
e também resguardar os interesses de depositantes e investidores, protegendo os
investimentos e a poupança da sociedade brasileira.
O segundo programa, o Fundo Garantidor de Créditos FGC, teve
como objetivo a constituição de uma associação civil sem fins lucrativos, com
personalidade jurídica de direito privado, tendo como função garantir os créditos
contra instituições dele participantes, nas situações de decretação da intervenção,
liquidação extrajudicial ou falência de instituição, condicionado ao reconhecimento
do seu estado de insolvência pelo Banco Central do Brasil.
o Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na
Atividade Bancária - PROES, teve como objetivo estimular a redução do setor
público estadual na atividade bancária. O PROES disponibilizou diversas linhas
especiais de assistência financeira, cabendo destacar duas destas: uma voltada
para a reestruturação da carteira de ativos e/ou do passivo de instituição
financeira estadual, e outra destinada à assunção de passivos de instituições
financeiras estaduais por parte de instituições financeiras federais. O PROES foi
precedido da Medida Provisória 1.556, de 19.12.96, que estabeleceu incentivos
para a redução da presença do setor público estadual na atividade financeira
bancária.
1996-2004 O processo de reordenamento estrutural do SFN - Na
perspectiva do BACEN as profundas alterações regulamentares introduzidas pelo
Banco Central associadas ao impacto produzido pela estabilização monetária no
seu funcionamento, deflagrou um processo de ajuste estrutural, de modo que a
sustentabilidade das instituições financeiras passou a depender o apenas do
esforço na gestão de custos e receitas, mas, principalmente dos níveis de escala
como forma de compensar a redução das taxas de juros e do conseqüente
acirramento da concorrência.
O novo panorama estabelecido levou as instituições financeiras
nacionais a disputar agressivamente posições no mercado, por meio de
aquisições focadas na elevação de escala (crescimento horizontal), acesso a
novos nichos (crescimento vertical) ou, ainda, a remanejar seus investimentos,
mediante permuta de um segmento do mercado por outro, ou, em última
instância, saída do mercado. Por conseguinte, este período tem se caracterizado
pelo fenômeno da reorganização bancária na direção de um menor número de
empresas maiores no Brasil.
Neste aspecto, verifica-se que o estágio atual desse fenômeno é
conseqüência tanto do processo de ajuste do SFN às condicionantes
macroeconômicas após o Plano Real, quanto do alinhamento à tendência
mundial, caracterizada por fusões de empresas integrantes de diversos
segmentos produtivos das modernas economias.
De modo geral, verifica-se que os órgãos governamentais vinculados
ao SFN vêm agindo proativamente, através do monitoramento do ambiente
financeiro, com a finalidade de criar condições para maximizar os benefícios de
um sistema no qual prevaleça um menor número de empresas mais sólidas.
Adicionalmente, esta linha de ação, evita que instituições financeiras sem
condições de competitividade se tornem insolventes gerando situações que
possam resultar em perdas para um grande número de clientes, além de grandes
prejuízos para a economia nacional.
2.4.5 Terminologia do SFN
Considerando a importância da terminologia utilizada pelas
instituições financeiras, nesta seção serão apresentados os conceitos de alguns
termos financeiros de acordo com os critérios adotados pelo Banco Central do
Brasil (BACEN).
Conglomerado - Conjunto de instituições financeiras que consolidam
seus demonstrativos contábeis.
Banco Múltiplo (BM) - É uma instituição financeira privada ou pública
que realiza as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições
financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: comercial, de investimento
e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de
crédito, financiamento e investimento. O banco múltiplo deve ser constituído com,
no mínimo, duas carteiras, sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de
investimento, e ser organizado sob a forma de sociedade anônima, e, na sua
denominação social deve constar a expressão "banco".
Banco Comercial (BC) - Instituição financeira privada ou pública que
tem como objetivo principal proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos
recursos necessários para financiar, a curto e médio prazos, o comércio, a
indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em
geral.
Banco de Desenvolvimento (BD) Instituição financeira pública não
federal que tem como objetivo precípuo proporcionar o suprimento oportuno e
adequado dos recursos necessários ao financiamento, a médio e longo prazos, de
programas e projetos que visem a promover o desenvolvimento econômico e
social do respectivo estado onde tenha sede, cabendo-lhe apoiar prioritariamente
o setor privado. Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima, com
sede na capital do estado que detiver seu controle acionário, devendo adotar,
obrigatória e privativamente, em sua denominação social, a expressão "banco de
desenvolvimento", seguida do nome do estado em que tenha sede.
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES
Principal instrumento de execução da política de investimento do governo federal
e que tem por objetivo primordial apoiar programas, projetos, obras e serviços que
se relacionem com o desenvolvimento econômico e social do país. O BNDES se
constitui entidade distinta dos Bancos de Desenvolvimento (BD), por se tratar de
empresa pública criada pela lei nº 1.628, de 20/06/52.
Banco de Investimento (BI) Instituição financeira privada
especializada em operações de participação societária de caráter temporário, de
financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de
administração de recursos de terceiros. Deve ser constituído sob a forma de
sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a
expressão “banco de investimento”.
Banco Cooperativo - Banco comercial ou banco múltiplo constituído,
obrigatoriamente, com carteira comercial. Diferencia-se dos demais por ter como
acionistas controladores cooperativas centrais de crédito, as quais devem deter
no mínimo 51% das ações com direito a voto. Deve fazer constar,
obrigatoriamente, de sua denominação a expressão “Banco Cooperativo”.
Banco liquidante - Entidade que mantém contas financeiras
utilizadas para liquidar obrigações de pagamento relacionadas com operações de
valores mobiliários. O banco liquidante pode ser um banco comercial, o próprio
sistema de liquidação ou um banco central.
Caixas econômicas (CE) Integram o Sistema Brasileiro de
Poupança e Empréstimo e o Sistema Financeiro de Habitação, sendo, juntamente
com os bancos comerciais, as mais antigas instituições do Sistema Financeiro
Nacional. Equiparam-se aos bancos comerciais, podendo captar depósitos à
vista, realizar operações ativas e efetuar as prestações de serviços, basicamente
dirigidas às pessoas físicas. Emprestam sob garantia de penhor industrial e
caução de títulos, e têm o monopólio das operações de empréstimo sob penhor
de bens pessoais e sob consignação. Alem disto, realizam a venda de bilhetes
das loterias, além de possuir os depósitos em caderneta de poupança como
grande fonte de recursos. Também tem a seu cargo a gestão dos recursos
oriundos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
2.5 Estratégia corporativa aplicada às instituições financeiras
As mudanças no ambiente competitivo, e, particularmente no setor
bancário, decorrentes de modificações em fatores críticos como tecnologia,
cultura empresarial e políticas governamentais, bem como da interação entre
estes fatores, têm exercido forte influência na organização das empresas,
exigindo novas estratégias para superação destes desafios.
Na visão de Clemons (1999), o impacto das mudanças ocorridas na
tecnologia e na regulamentação permitiram o aparecimento de novas estruturas
de preços e novos canais de distribuição, criando oportunidades para novas
entrantes conquistarem parcela significativa dos clientes mais rentáveis
pertencentes às empresas líderes, tornando estas últimas, bastante vulneráveis.
De acordo com esta concepção, um fator crítico para o surgimento deste cenário
diz respeito às alterações das políticas regulamentares até então praticadas, que,
em sua maioria estavam direcionadas para um mercado perfeitamente
competitivo formado por grande número de pequenas empresas, ausência de
barreiras de entrada ou saída e ausência de economias de escala, que não se
compatibiliza com a atual conjuntura econômica do mercado global.
Neste aspecto, estas novas condições do mercado impulsionaram
as empresas estabelecidas a desenvolver estratégias mais ofensivas,
destacando-se a estratégia de diversificação que, no caso específico das
instituições financeiras, se caracteriza pelas F&A de vários bancos com a
finalidade de ampliação do poder de mercado e redução de custos. Conforme
pode se observar na Tabela 3, elaborada a partir das informações da KPMG
(2004), as operações de F&A têm se constituído numa estratégia corporativa de
grande relevância no setor financeiro desde meados da década de 1990.
Tabela 3 – Número de F&A de Bancos realizadas no período 1995-2003
Instituições
financeiras
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
Total
Em Geral
- 31 36 28 16 18 17 20 16 -
111
Bancárias
01 - 02 07 03 05 03 05
-
01
27
Fonte: KPMG (2004); BACEN (2001, 2002, 2003, 2004).
2.6 RAZÕES ASSOCIADAS ÀS OPERAÇÕES DE F&A
Visando oferecer uma percepção mais abrangente do assunto, esta
seção apresenta uma discussão sobre as razões que sustentam a utilização ativa
de uma estratégia de F&A, utilizando enfoques de pesquisadores de diferentes
áreas, concluindo com uma análise comparativa entre as correntes mais aceitas.
2.6.1 Razões econômico-financeiras das F&A
De modo geral, na concepção conservadora, as F&A visam a
criação de valor para os acionistas e a melhora do fluxo de caixa para a
empresa. Entretanto, para Gitman (1977), embora o objetivo dominante das F&A
seja a maximização da riqueza dos proprietários, existem outros objetivos que
podem ser identificados, tais como: (i) crescimento ou diversificação, (ii) sinergia,
(iii) levantamento de fundos, (iv) aumento ou aprimoramento da capacidade
administrativa ou da tecnologia, (v) considerações tributárias, (vi) aumento da
liquidez do proprietário, (vii) defesa contra a aquisição de uma empresa por outra.
(i) Crescimento ou diversificação - As F&A com fins de crescimento
ou diversificação (em tamanho, na participação de mercado, diversificação no
âmbito de produtos), se constituem em uma estratégia freqüentemente menos
onerosa que a alternativa de desenvolver a necessária capacidade e qualificação
para produção. Portanto, a aquisição de uma empresa adequada em pleno
funcionamento, permite a expansão de suas operações nas áreas de produtos
existentes ou novos, além de evitar diversos riscos associados com o design, a
fabricação, e a venda de produtos adicionais ou novos. Adicionalmente, a
expansão ou ampliação das linhas de produtos de uma empresa mediante a
aquisição de outra, elimina automaticamente um concorrente potencial.
(ii) Sinergia - A obtenção de sinergias nos processos de F&A refere-
se a economias de escala resultantes da redução do custo indireto das empresas
combinadas. Estas economias de escala geralmente reduzem o custo indireto
combinado das empresas, e, em conseqüência elevam o lucro a um nível superior
à soma destes lucros como empresas isoladas, isto é, aumentam a sua
rentabilidade.
Por conseguinte, verifica-se que esta sinergia se torna mais intensa
quando se refere à combinação entre empresas pertencentes a uma mesma linha
de negócios, pelo fato de que estas situações viabilizam a dispensa de muitos
funcionários que executam atividades idênticas ou equivalentes, principalmente
nas áreas de assessoramento como compras e vendas.
(iii) Levantamento de fundos - Na visão de Gitman (1997), as F&A
direcionadas à ampliação da capacidade de levantar fundos, ocorrem quando
uma empresa não consegue levantar fundos para expansão interna. Neste caso,
ela poderá criar condições para obtenção de fundos através da combinação com
outra que possua nível elevado de ativos líquidos e um nível baixo de obrigações.
Desta forma, a aquisição dessa companhia “rica em caixa” promove o aumento
imediato da capacidade da empresa para tomar empréstimos e reduz sua
alavancagem financeira, possibilitando, assim, o levantamento de fundos
externamente, a custos mais baixos.
(iv) Aumentos da capacidade administrativa ou da tecnologia -
Existem algumas situações em que a empresa possui um grande potencial, não
explorado em sua totalidade, por deficiências em certas áreas administrativas ou
a uma ausência dos produtos ou da tecnologia de produção necessários. Nestas
situações, a fusão com empresas compatíveis que possuam o pessoal
administrativo ou a experiência cnica necessários, se constitui numa alternativa
plausível, que poderá resultar na melhoria do rendimento e no aumento da
rentabilidade da empresa resultante.
(v) Considerações tributárias - Uma F&A com base em benefício
fiscal ocorre quando uma empresa tem um prejuízo fiscal que pode ser deduzido
dos lucros tributáveis apurados dentro de períodos-base subseqüentes.
Existem duas situações específicas relativas a considerações
tributáveis: (a) quando uma empresa lucrativa adquire outra com prejuízo; ou, (b)
quando uma empresa com prejuízo adquire outra lucrativa. Em ambos os casos,
os pagamentos totais são inferiores aos que seriam devidos se cada uma
empresa o fizesse separadamente.
(vi) Aumento da liquidez dos proprietários - A fusão visando o
aumento da liquidez dos proprietários ocorre entre duas pequenas empresas, ou
entre uma empresa pequena com outra maior, propiciando aos proprietários da(s)
empresa(s) pequena(s) maior liquidez.
Trata-se de uma estratégia em que, devido à maior negociabilidade
associada às ações de empresas maiores, os proprietários das empresas
pequenas, vendem suas empresas, recebendo como pagamento ações de
grandes companhias que são negociadas em um mercado mais amplo, podendo
ser liquidadas mais rapidamente.
Desta forma, o processo de F&A se torna atraente, especialmente
no caso de pequenas companhias de capital fechado, pela capacidade de
converter imediatamente ações em caixa, além da posse de ações, para as quais
há sempre cotações de preço de mercado, o que dá aos proprietários uma melhor
percepção do valor delas.
(vii) Defesa contra a aquisição de uma empresa por outra -
Ocasionalmente, as F&A são utilizadas como um modo de defesa quando uma
empresa se torna alvo de uma aquisição hostil (não amigável). Neste caso, a
empresa-alvo, poderá, adquirir outra companhia, contraindo um empréstimo
adicional para financiar sua aquisição, e, desta forma se tornar grande demais ou
altamente alavancada financeiramente para continuar sendo de interesse do seu
pretendente.
No entanto, as F&A com este enfoque devem ser bastante
criteriosas, para evitar que o elevado valor da dívida financiada como defesa
contra a aquisição da empresa, venha a resultar em uma dificuldade financeira
subseqüente e, possivelmente, em sua insolvência.
2.6.2 Razões estratégicas das F&A
Para Hitt, Ireland e Hoskisson (2003), as razões estratégicas das
F&A, envolvem (i) obtenção de maior poder de mercado, (ii) superação de
barreiras à entrada, (iii) custo do desenvolvimento de novos produtos, (iv) maior
velocidade de entrada em mercados, (v) menor risco comparado ao
desenvolvimento de novos produtos (vi) maior diversificação, e (vii) evitar
competição excessiva.
(i) Maior poder de mercado - A obtenção de maior poder de mercado
através das F&A ocorre quando uma firma consegue vender seus bens e serviços
acima dos níveis competitivos ou quando mantém os custos de suas atividades
principais ou de apoio inferiores aos dos concorrentes.
Neste sentido, o poder de mercado depende do tamanho da firma,
bem como de seus recursos e capacidades para competir no mercado, sendo
viabilizado pela aquisição de firmas competidoras, fornecedoras ou distribuidoras,
de preferência, em indústrias altamente relacionadas, de modo a permitir a
exploração de uma competência essencial e ganhar vantagem competitiva no
mercado principal da firma adquirente.
De modo geral, a obtenção desta vantagem estratégica se processa
através das aquisições horizontais, verticais e relacionadas.
Nas aquisições horizontais, o aumento do poder de mercado decorre
da exploração de sinergias baseadas no custo e nas receitas obtidas em
conseqüência da integração de firmas com características similares, resultando
num desempenho mais elevado. Neste caso, a estratégia, os estilos
administrativos e os padrões de alocação de recursos são os fatores
determinantes para atingir o referido objetivo.
a ampliação do poder de mercado pela aquisição vertical ocorre
quando a adquirente passa a exercer controle de partes adicionais da cadeia de
valor, pela aquisição de um fornecedor ou distribuidor de seus bens e serviços.
Por outro lado, a aquisição relacionada envolve permutas de ações
numa indústria altamente relacionada e sua utilização requer um cuidadoso
exame do negócio, sob a ótica de investidores e analistas financeiros, de modo a
evitar a competição entre firmas que possuem participações societárias em
comum.
Finalmente, considerando que aquisições destinadas a aumentar o
poder de mercado estão sujeitas a diversas regulamentações, os autores
sugerem que, previamente à sua implementação se faça uma análise criteriosa do
ambiente externo e acurada investigação do segmento político-legal em que estão
inseridas as firmas adquirentes, para diminuir os riscos e assegurar que a
estratégia de F&A seja bem-sucedida.
(ii) Superação de barreiras à entrada - Na concepção de Porter
(1998), a afirmação e o impacto das empresas no mercado dependem dentre
outros fatores, das barreiras que oferecem e do que os entrantes esperam
encontrar, e estas barreiras têm sua origem, fundamentalmente, na economia de
escala, na diferenciação de produto, nas necessidades de capital, nas
desvantagens de custo independentes, no porte das empresas dominantes, no
acesso a canais de distribuição e na política governamental. Por conseguinte,
existe uma concentração de esforços destas empresas visando a construção de
barreiras elevadas de modo a dificultar ou impedir a entrada de concorrentes.
De modo geral, estas barreiras estabelecem relações duradouras
com clientes criando uma fidelidade ao produto que é difícil de ser superada por
novas firmas, resultando no aumento das despesas e do grau de dificuldade para
as empresas que pretendam entrar no mercado.
Diante de tais dificuldades, uma firma nova no mercado pode
considerar a aquisição de uma companhia estabelecida mais eficiente do que
tentar entrar no mercado como um competidor que oferece um bem ou produto
que não é familiar aos atuais compradores. Neste aspecto, verifica-se que quanto
mais altas as barreiras para a entrada no mercado, maior a probabilidade de que
a firma adote a estratégia de F&A para superá-las.
No caso particular dos serviços financeiros e de telecomunicações,
as F&A cross-border são proeminentes como meio de superação de barreiras à
entrada. Neste sentido, Hitt, Ireland e Hoskisson (2003), definem F&A cross-
border como sendo uma forma de aquisição “realizada entre companhias que
possuem seus escritórios centrais em diferentes países”, sendo consideradas
como “alternativas estratégicas que as firmas consideram enquanto buscam
competitividade estratégica”.
Além disto, as F&A cross-border se constituem numa estratégia
eficaz, considerando que, a entrada de uma companhia através do crescimento
interno, se constituiria numa barreira praticamente intransponível em curto prazo.
(iii) Custo do desenvolvimento de novos produtos - Na visão de Hitt,
Ireland e Hoskisson (2003), o desenvolvimento de novos produtos internamente
assim como sua introdução e aceitação no mercado, com freqüência exigem
investimentos significativos de recursos e tempo de uma organização. Ainda
segundo os autores, algumas estimativas revelam que a maioria das inovações
não obtém retornos adequados do capital investido, sendo imitadas com êxito
num curto intervalo de tempo depois da obtenção das patentes.
Considerando os fatores de alto risco envolvidos no
desenvolvimento interno de novos produtos, as F&A se apresentam como uma
opção mais econômica de entrada no mercado, decorrentes da superação dos
altos custos de P&D e da previsibilidade dos retornos dos investimentos em face
do conhecimento antecipado do desempenho da firma a ser adquirida.
(iv) Maior velocidade de entrada em mercados - Na concepção de
diversos autores, outra razão associada à utilização das F&A refere-se a rapidez
para acesso a novos mercados e obtenção de novas capacidades. Neste
contexto, a utilização de novas capacidades para abrir caminho para novos
produtos e entrar em mercados rapidamente pode criar posições de mercado
vantajosas, cuja durabilidade é determinada amplamente pelas respostas
competitivas dos rivais.
(v) Menor risco em comparação com o desenvolvimento de novos
produtos - As F&A também se constituem em uma estratégia que apresenta uma
diminuição dos riscos, levando-se em conta que os seus resultados podem ser
estimados de modo mais fácil e detalhado do que os resultados de um processo
de desenvolvimento interno de produto. Desse modo, na concepção de Hitt,
Ireland e Hoskisson (2003), a aquisição pode se tornar um substituto para a
inovação, cujos riscos são igualmente elevados por envolver altos valores,
devendo ser precedidas de análise criteriosa dos stakes holders relacionados com
o negócio pretendido.
(vi) Maior diversificação - Para Hitt, Ireland e Hoskisson (2003), de
acordo com a experiência e os insights dela resultantes, há duas situações
cruciais quanto ao desenvolvimento e inserção de novos produtos em mercados:
uma relativa a produtos da linha atualmente explorada pela firma e a outra de
produtos detentores de características diferentes do seu mercado de atuação.
Por conseguinte, a decisão de desenvolvimento de novos produtos,
freqüentemente está relacionada com a primeira condição (de acordo com as
linhas atuais da empresa), em virtude de já dominarem o know-how necessário.
Por outro lado, as empresas costumam utilizar F&A para diversificar
uma firma, considerando que as evidências sugerem que as aquisições o a
maneira mais rápida e fácil de se modificar o portfólio de negócios de uma
empresa. No entanto, esta decisão deve ser levada a efeito depois de um
estudo criterioso, haja vista que, na maioria dos casos, as operações bem-
sucedidas envolvem aquisições horizontais ou relacionadas.
(vii) Remodelação do escopo competitivo da firma - Eventualmente a
estratégia de F&A é utilizada quando a intensidade da rivalidade competitiva é
uma característica da indústria, com reflexo na lucratividade da empresa. Neste
caso, as empresas utilizam aquisições visando restringir sua dependência de um
único ou poucos produtos ou mercados, alterando o seu escopo competitivo.
Desta forma, a empresa atua no sentido de evitar a competição excessiva.
Em síntese, verifica-se que razões legítimas para que as firmas
utilizem estratégias de aquisição como parte de seus esforços para aumentar a
competitividade estratégica e ampliar sua capacidade de ganhar retornos acima
da dia. Convém ressaltar, no entanto, que as estratégias de F&A não são
isentas de risco, motivo pelo qual estas transações deverão ser precedidas de
estudo cuidadoso e análise rigorosa, a exemplo dos programas de due diligence
implementados por equipes especializadas na condução dos processos de F&A.
2.6.3 Uma síntese das razões subjacentes às F&A
Na opinião de Wright, Kroll e Parnell (2000), as fusões são
realizadas para partilhar ou transferir recursos e ganhar em força, cuja razão
principal é tirar vantagem dos benefícios da sinergia. Neste sentido, ocorre
sinergia quando a combinação de duas empresas resulta em maior eficácia e
eficiência do que se conseguiria com cada uma delas separadamente. Em
síntese: através da eficácia se garante a continuidade, e, pela eficiência o
aumento da rentabilidade.
Para Barros (2001), existe uma alta diversidade dos objetivos nas
empresas envolvidas no processo de fusões e aquisições no Brasil, entretanto, há
expressiva concentração em três propósitos predominantes: ganhos de market
share; maior amplitude geográfica de atuação; e, crescimento pela ampliação de
escalas operacionais. De acordo com pesquisa realizada por Barros (2001) em
2.783 empresas do mercado brasileiro, no período de 1990 a 1999, o número de
transações envolvidas com esses três propósitos correspondeu a mais de 50% do
total, tendo o crescimento como objetivo-síntese desses três propósitos.
Adicionalmente, o mercado de fusões e aquisições foi estimulado por objetivos de
ampliação da competitividade mediante o fortalecimento das empresas para
enfrentar a concorrência global ou a interna.
A pesquisa apresenta também objetivos ligados a propósitos de
diversificação, tanto de linha de produtos quanto de negócios, e ao aporte de
tecnologia e de verticalização, ou seja, integração de elos das cadeias de
negócios tanto à montante como à jusante.
Na concepção de Barros (2001, p. 82-83), os fatores críticos da alta
diversidade de objetivos presentes no ciclo de fusões e aquisições no Brasil estão
relacionados, principalmente a três fatores:
(i) às dimensões territoriais do país, que dão margem a propósitos de
ampliação do âmbito geográfico de atuação; (ii) a abertura da economia,
que impõe às empresas não a busca por escalas compatíveis com as
dimensões das empresas globais que aportam no país, mas ainda a busca
por desenvolvimento e suporte de tecnologia, o fortalecimento para
enfrentar concorrência de maior peso e a união de esforços para
investimentos de alta expressão; e, (iii) a competição mais acirrada que se
estabeleceu praticamente em todos os mercados, o que levou a uma série
de propósitos estratégicos, que vão da compressão de custos estruturais à
diversificação da linha de produtos.
Entretanto, no caso particular do mercado financeiro brasileiro, o
fator relevante diz respeito ao reordenamento do sistema financeiro nacional em
conseqüência da implementação do Plano Real no ano de 1994.
2.7 OBSTÁCULOS E TENDÊNCIAS DAS OPERAÇÕES DE F&A
2.7.1 Obstáculos encontrados com maior freqüência nas F&A
De acordo com pesquisas de Barros (2001), as principais
dificuldades enfrentadas pelas empresas que se envolveram em processos de
F&A foram: barreiras institucionais-legais; escassez de informações confiáveis
sobre as empresas; falta de suporte para análise das empresas; falta de
condutores externos do processo; seleção da melhor alternativa; indefinições
estratégicas; identidades inconciliáveis; modelos organizacionais incompatíveis;
resistências do mercado; incompatibilidades estratégicas; e, preços excessivos
(superavaliação).
2.7.2 Tendências das F&A para a década 2000 à 2010
Ainda na visão de Barros (2001), o ciclo de fusões e aquisições no
Brasil ainda não se esgotou, apontando para uma intensificação do ritmo nos
primeiros anos do novo milênio. De acordo com a KPMG (2004), o número total
de transações no período de 2000 a 2002 foi de 353 em 2000, 340 em 2001 e 227
em 2002, com uma média de 306,6 operações por ano. Apesar da constatação de
declínio no número de operações no triênio, entretanto, em comparação com a
média da pesquisa de Barros (2001) estimada em 278,3 operações por ano,
houve um incremento do número de F&A no mercado brasileiro.
Neste aspecto, Barros (2001) menciona dez fatores que considera
determinantes da continuidade deste ciclo nos próximos anos, relacionados a
seguir: o aprofundamento das privatizações nas áreas de energia e de
intermediação financeira; a intensificação de privatizações em áreas em que o
desengajamento do setor público é ainda insignificante; as concessões em
algumas áreas estratégicas; as novas oportunidades de negócio abertas pela e-
technology; a retomada do crescimento econômico, em bases sustentáveis; a
confirmação da estabilidade monetária; o destravamento da armadilha cambial; o
número ainda grande de empresas familiares envolvidas em processos
sucessórios complexos; a reestruturação nos setores privatizados nos anos 90; e,
a importância crescente da participação dos fundos de pensão no patrimônio
empresarial do país.
2.8 O PROCESSO DE F&A EM ESCALA INTERNACIONAL E NACIONAL
A literatura especializada tende a focalizar casos de empresas que
utilizaram a estratégia corporativa de fusões e aquisições, cujos resultados
obtidos, geralmente, são usados para analisar os sucessos ou insucessos desta
estratégia. Nesta seção são consideradas as informações referentes à utilização
das estratégias corporativas de fusões e aquisições ao nível internacional e
nacional.
Certamente, que tais situações não podem ser generalizadas pelo
fato de refletirem situações específicas, considerando que cada país, setor ou
empresa se defronta com diferentes oportunidades e obstáculos para adotar
novas estratégias e práticas.
Além disto, o ritmo e a direção da difusão desta estratégia são
diretamente influenciados pelo ambiente econômico, pelo papel do país na
economia global, pelas políticas públicas adotadas e pelas experiências prévias
das próprias instituições. Outros fatores condicionantes são as características das
empresas e indivíduos envolvidos na sua implementação.
Em face da relevância das F&A e do seu reflexo para as economias
dos países, esta seção apresenta um relato histórico do seu desenvolvimento,
além de traçar um perfil desta estratégia, tanto a nível internacional quanto a nível
nacional.
2.8.1 Gênese e evolução das F&A - O surgimento das grandes corporações
Para Sene e Moreira (2003), o crescimento acelerado da economia
capitalista deflagrou-se a partir de fins do século XIX, provocando o enorme
processo de concentração e centralização de capitais, através do surgimento e
rápido crescimento de empresas dos vários setores da economia, destacando-se
as fábricas, os bancos, as corretoras de valores e uma diversidade de
estabelecimentos comerciais.
De acordo com esta concepção, esta acirrada concorrência que
ocorreu na virada do século XIX para o século XX (1875-1914), favoreceu a
realização de fusões e incorporações nas grandes empresas e trouxe como
resultando a monopolização ou oligopolização de muitos setores da economia,
caracterizando, portanto, a fase financeira e monopolista do capitalismo.
No entanto, a consolidação do capitalismo financeiro-monopolista
ocorreu, efetivamente, após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), quando as
empresas se tornaram muito mais poderosas e influentes, acentuando a
internacionalização dos capitais bem como o surgimento da maioria dos grandes
grupos econômicos da atualidade, como por exemplo, Daimler-Benz, Hitachi,
General Motors e Unilever, conforme mostrado no Quadro 2.
Particularmente nos Estados Unidos, consolidou-se um vigoroso
mercado de capitais, em que as empresas foram abrindo cada vez mais seus
capitais através da venda de ações em bolsas de valores, favorecendo assim, a
formação das gigantescas corporações existentes nos dias atuais.
Quadro 2 - Conglomerados: origem e ano de fundação
EMPRESA
PAÍS
FUNDAÇÃO
AT&T
Estados Unidos
1885
BRITISH PETROLEUM
Reino Unido
1909
DAIMLER-BENZ Alemanha 1926
EXXON Estados Unidos 1882
FIAT Itália 1899
NESTLÉ Suíça 1866
GENERAL ELETRIC Estados Unidos 1892
GENERAL MOTORS Estados Unidos 1916
MITSUBISHI Japão 1880
HITACHI Japão 1920
SIEMENS Alemanha 1847
UNILEVER Países baixos – reino Unido 1930
IBM Estados Unidos 1911
CITICOP Estados Unidos 1812
DAI-ICHI-KANGYO BANK Japão 1873
Fonte: Lowe, Janet (1993)
Neste contexto, os bancos passaram a ter um papel cada vez mais
importante como financiadores da produção, de tal forma que não se distinguia o
capital industrial do capital bancário, adotando-se a partir de então o termo capital
financeiro para referir-se aos valores envolvidos neste ambiente.
A estratégia de F&A foi intensificada à medida que bancos
incorporavam indústrias, e, por outro lado, indústrias incorporavam ou constituíam
bancos para lhes dar retaguarda. Adicionalmente, o Estado passou a intervir na
economia, algumas vezes como agente planejador ou coordenador, outras como
agente produtor ou empresário.
Ainda na opinião de Sene e Moreira (2003), essa atuação do Estado
na economia americana se intensificou após a crise econômica mundial de 1929,
devido aos seguintes fatores:
Excesso de produção industrial e agrícola, considerando que os baixos
salários pagos na época impediam a expansão do mercado de consumo
interno;
à recuperação da indústria européia, com redução da importação dos Estados
Unidos; e,
à exagerada especulação com ações na bolsa de valores.
A ideologia capitalista vigente à época indicava que o Estado não
deveria intervir na atividade econômica, de modo que mesmo com a quebra da
bolsa de valores de Nova Iorque, o Estado ainda relutou em intervir na economia,
e esta demora resultou na falência de milhares de indústrias e bancos, gerando
cerca de 14 milhões de desempregados em 1933.
Somente no ano de 1933, convencido pelas evidências, o presidente
Franklin Roosevelt implantou um plano de combate à crise, o New Deal (Novo
Acordo), com a finalidade de acabar com o desemprego. Este foi um exemplo
clássico de intervenção do Estado na economia.
O New Deal foi inspirado na teoria do Keynesianismo, doutrina
elaborada por John Maynard Keynes (1883-1946), economista inglês, que teve
influência decisiva na renovação das teorias econômicas clássicas e na
reformulação da política de livre mercado. Segundo a Nova Enciclopédia Barsa
(1999), esta teoria criticava severamente a economia clássica, especialmente a
suposta existência de mecanismos "infalíveis" de auto-regulação, que permitiriam
ao sistema econômico recuperar o equilíbrio em todas as circunstâncias. Desta
forma o Keynesianismo, consistia de um conjunto de idéias que propunham a
intervenção estatal na vida econômica com o objetivo de conduzir a um regime de
pleno emprego.
Foi nesse contexto, que em 1928, se formou um dos mais famosos e
poderosos conglomerados de todos os tempos, reunindo as companhias
petrolíferas Exxon, Chevron, Gulf, Móbil, Texaco, British Petroleum e Royal
Dutch/Shell, mundialmente conhecido como as sete irmãs do petróleo.
Segundo Sene e Moreira (2003), os grandes conglomerados da
atualidade, estão localizados nas seguintes potências econômicas: Estados
Unidos, Canadá, Japão, Alemanha, Itália, Suíça, Países Baixos e Reino Unido,
possuindo interesses globais e atuação em vários setores. Dentre estes,
destacam-se os conglomerados norte-americanos e japoneses, considerados os
maiores do mundo.
A deflagração da Segunda Guerra Mundial também foi outro fator
crucial para o processo de F&A no contexto internacional, que na visão de Sene
e Moreira (2003), acentuou o processo de decadência das antigas potências
européias mediante a perda dos seus domínios coloniais na Ásia e na África pela
destruição provocada pela guerra, favorecendo a emergência e o deslocamento
do centro de poder mundial para duas superpotências, os Estados Unidos e a
União Soviética.
Ainda segundo Sene e Moreira (2003), à semelhança do que
ocorreu nos países industrializados, a crise econômica mundial produziu
mudanças significativas para a economia brasileira. Neste período, a economia
nacional entrou em sério colapso, encerrando o ciclo do café na região Sudeste
do Brasil e a paralisação do comércio internacional, principalmente, a redução das
exportações dos produtos oriundos da região Nordeste (cana-de-açúcar, cacau,
tabaco e algodão).
Além destes, outro fator significativo para as mudanças ocorridas na
economia brasileira, foi a Revolução de 1930 - movimento armado desencadeado
em Porto Alegre (Brasil), que desalojou do poder a oligarquia agro-exportadora, e
abriu novas possibilidades político-administrativas em favor da industrialização.
Como resultado da Revolução, os barões do café redirecionaram os seus
recursos aplicados no sistema financeiro, para a implantação de indústrias.
Portanto, do ponto de vista econômico, o período do pós-guerra foi
marcado por acentuada mundialização da economia capitalista e pela utilização
da estratégia de F&A, que resultou na formação de grandes multinacionais (ou
transnacionais). Adicionalmente, durante este período ocorreu a gestação de
profundas transformações econômicas, pelas quais o mundo iria passar,
destacando-se a abertura e desregulamentação das economias dos países, a
internacionalização dos negócios corporativos, e, culminando com o processo de
globalização da economia.
2.8.2 Contexto Internacional das F&A
Para Hitt, Ireland e Hoskinson (2003), a tendência de utilização da
estratégia corporativa de F&A foi mais significativa entre as companhias
americanas. Como exemplo pode ser citada a compra da Móbil pela Exxon em
1999, resultando em uma nova empresa chamada Exxon Móbil; a fusão da
Chevron com a Texaco em 2001, resultando a Chevron Texaco Corp. Em
diversas regiões dos Estados Unidos, estas organizações ainda exercem o
controle, nos dias atuais, de todas as etapas da atividade petrolífera, desde a
extração, transporte, refino até a distribuição do petróleo.
De modo semelhante, grandes organizações comerciais da Europa,
Ásia e outras partes do mundo industrializado, também têm adotado a estratégia
de diversificação. Segundo Hitt, Ireland e Hoskinson (2003), no Reino Unido, o
número de firmas com negócio único ou dominante decresceu de 60% em 1960
para 37% em 1980; no Japão também se verificou esta tendência, embora com
menor intensidade: entre as maiores empresas japonesas, 60% eram firmas com
negócio dominante ou único em 1958, decresceu para 53% em 1973.
Ainda, na visão dos autores, no bloco europeu, e, particularmente na
Alemanha, muitos dos maiores conglomerados estão se reestruturando em
conseqüência dos efeitos de três elementos: (i) a desregulamentação tanto na
Alemanha como em toda a Europa, criando mais competição; (ii) reflexos mais
proeminentes da competição global na Europa, levando firmas de diversos
setores a reagir pela reestruturação; e, (iii) aumento da pressão dos acionistas
sobre a administração, por maior transparência em relação aos desempenhos
comerciais das organizações.
Neste sentido, segundo Hitt, Ireland e Hoskinson (2003), para os
grupos de negócios diversificados da Alemanha, a competitividade estratégica
pode ser aumentada quando as firmas perseguem um nível de diversificação que
seja apropriado, internamente, para seus recursos e competências essenciais,
bem como para as oportunidades e ameaças existentes em seu ambiente
externo.
De acordo com o Dow Jones Newswires de Bruxelas (2004), os
ministros da União Européia (UE), aprovaram no dia 25 de novembro de 2004, a
legislação que permite às companhias fazer aquisições em outros países do
bloco. Entretanto, apesar do apoio recebido da Comissão Européia (CE) e dos
vinte e cinco governos nacionais, esta decisão ainda deverá ser submetida à
aprovação pelo Parlamento Europeu. Ainda segundo este noticiário, para o
comissário para mercados internos da UE, Charlie McCreevy, “a dificuldade, ou a
impossibilidade de fusões internacionais é um grande obstáculo de natureza
prática para a competitividade na Europa”.
Considerando a pertinência, atualidade e contextualização da noticia
para o tema em apreço, são descritos a seguir, alguns trechos da referida matéria
jornalística:
Ministros da União Européia - UE, aprovaram ontem a tão especializada
legislação que faz com que fique mais fácil para as companhias fazer
aquisições em outros países do bloco. Mas ela ficou atenuada por
cláusulas de proteção aos empregados. O acordo sobre os direitos dos
trabalhadores rompeu o impasse que havia durado anos e foi essencial
para se chegar a um compromisso entre os países da UE. (...)
Ministros da UE concordaram em orientar-se pelas normas alemãs sobre a
participação dos empregados nas fusões, que são mais claramente pró-
trabalhadores. Segundo a lei alemã, representantes dos trabalhadores
participam do conselho supervisor da maioria das empresas do país (...).
A reação dividiu trabalhadores e empregadores. Sindicatos alemãs e
franceses fizeram intenso lobby favoravelmente às novas regras. (...) Na
região da Escandinávia, predomina uma posição diferente, a de múltiplos
direitos de voto, que proporciona aos acionistas o poder de controlar as
empresas sem deter a maioria do capital.
A nova lei conserva ambos os tipos de defesa. Mesmo assim, os
seus defensores dizem que ela contém alguns avanços, na medida em que
forçará as empresas a informar ao público sobre as estruturas acionárias, e visa
proteger os direitos dos acionistas minoritários em caso de aquisições,
assegurando que eles recebam o preço justo quando as suas partes forem
vendidas. (GAZETA MERCANTIL apud DOW JONES NEWSWIRES DE
BRUXELAS, 2004, p.A-10).
Segundo a Anbid (2004), no ano de 2003, as operações de F&A a
nível internacional movimentaram um volume de recursos da ordem de 25,84
bilhões de reais.
Ainda, de acordo com a Anbid (2004), no ranking das 15 maiores
holdings que realizaram operações de F&A durante o ano de 2003, quatro destas
integram a amostra do presente trabalho: o Itaú, o Bradesco, o Unibanco e o ABN
AMRO. Segundo esta classificação, o grupo Itaú ocupou a 5ª posição com um
volume total de R$ 4.197 milhões; o Bradesco a sexta com R$ 3.798 milhões; o
Unibanco a décima-primeira com R$ 1.208 milhões; e o ABN, a décima quarta
com 64 milhões de reais, conforme mostrado na Tabela 4.
Neste caso, o processo classificatório utilizado pela ANBID obedece
a critérios definidos, dentre os quais podem ser citados: (i) instituições financeiras
e não financeiras que, isoladamente ou em conjunto, tenham sido mandatadas
para atuar como consultores em operações de Fusão ou Aquisição; (ii) operações
de F&A em que pelo menos uma das empresas envolvidas seja uma empresa
brasileira; (iii) estabelece um valor mínimo das transações, para constar na
relação; e, (iv) bloco de controle de cada uma das empresas distinto.
Conforme evidenciado, a questão da estratégia de F&A no contexto
internacional possui tratamentos distintos, que variam em função de fatores
sociais, geográficos, políticos e econômicos. Pode-se tomar como exemplo, o
caso do bloco da União Européia, onde a discussão do problema envolve o
conjunto dos stakeholders composto por trabalhadores, sindicatos, empregadores
e governos, de modo a assegurar que as vantagens econômico-financeiras não
venham a colidir com os interesses das partes envolvidas.
Tabela 4 - Ranking ANBID de Fusões & Aquisições
Fonte: Associação Nacional dos Bancos de Investimento – ANBID (2004)
Já, nos países ocidentais, especialmente os latino-americanos, a
adoção desta estratégia se limita, quase que exclusivamente, às empresas
envolvidas. Eventualmente ocorre a intervenção do governo com relação aos
aspectos normativos e regulamentares, entretanto, praticamente inexiste a
participação dos trabalhadores no processo.
2.8.3 Contexto nacional das F&A
No caso brasileiro, a difusão da estratégia de F&A está relacionada
à globalização, na medida em que ampliou os mercados por meio de quedas de
Ranking ANBID de Fusões & Aquisições
Ranking Fechamento - Valor Total - Dezembro/2003
Acumulado 2003
INSTITUIÇÃO
Ranking
Valor (R$ milhões)
Goldman Sachs 6.288
JP Morgan 4.939
Citigroup 4.836
Morgan Stanley 4.605
Itaú 4.197
Bradesco 3.798
NM Rothschild 2.850
BES 2.689
Merrill Lynch 1.775
CSFB 10º 1.670
Unibanco 11º 1.208
UBS 12º 1.039
BNP Paribas 13º 177
ABN 14º 64
BB Investimentos 15º 7
VALOR TOTAL DE FUSÕES E AQUISIÇÕES*
30.030
barreiras aos fluxos de bens, serviços e capitais, alterando o ambiente
institucional no qual as empresas estavam acostumadas a operar.
Na opinião de Kupfer e Hasenclever (2002, p.337), “a evolução das
fusões e aquisições deve ser entendida como resposta estratégica das
corporações ao surgimento desse novo ambiente institucional e concorrencial
proporcionado pelo processo de globalização”.
Neste sentido, a realização de fusões e aquisições vem assumindo
crescente importância na economia brasileira, conforme evidenciado na Tabela 5.
De acordo com dados da KPMG (2004), entre 1994 e 2003, 41,90% das F&A
realizadas no Brasil se concentraram no setor de infra-estrutura/serviço. Por outro
lado, na indústria de bens de consumo (alimentos, bebidas e fumo) teve uma
participação relevante de 10,77%.
Do ponto de vista setorial de infra-estrutura/serviços, no Brasil o
setor financeiro foi o mais proeminente (7,49%), conseqüência direta do processo
de reordenação do Sistema Financeiro Nacional agregado ao programa de
privatização das instituições financeiras do setor público, deflagrado pelo Plano
Real no ano de 1994.
Na concepção de Kupfer e Hasenclever (2002, p.338), “a realização
de F&A acentuou em muito o processo de internacionalização patrimonial da
economia brasileira” nos anos 90.
Ainda segundo estes autores, “a participação estrangeira nas
operações de F&A no Brasil alcançou 55% do valor total de transação no período,
sendo a Europa (33%) e EUA e Canadá (18%) os maiores compradores”.
Entretanto, tomando como parâmetro o número de transações, a
internacionalização é de 65%, sendo as maiores participações as dos EUA e
Canadá (28%) e Europa (26%).
Tabela 5 - Total acumulado de F&A por setor, desde o início do “Plano Real”
Total acumulado de transações por setor, desde o início do “Plano Real” 1994-2003
setor
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
total
%
Alimentos, bebidas e fumo 22 29
32 36
25 36 49
38
24
21
312
10,8
Instituições financeiras 16 20
17 18
16 28 36
31
20
15
217
7,49
Telecomunicações 21 22
27 26
47 31 14
5 8 5 206
7,11
Tecnologia de Informação (TI) 28 13
36 57
28 8 8 11
7 8 204
7,04
Metalurgia e siderurgia 14 13
15 11
9 23 18
17
9 11
140
4,83
Companhias energéticas 17 16
36 20
10 11 17
9 1 0 137
4,73
Produtos químicos e petroquímicos 5 4 7 12
6 25 22
18
13
14
126
4,35
Petrolífero 7 26
40 28
6 1 3 4 4 2 121
4,18
Publicidade e editoras 12 12
19 23
17 19 9 5 2 3 121
4,18
10º
Seguros 10 5 7 6 9 15 24
16
9 8 109
3,76
11º
Partes e peças automotivas 1 4 7 6 13 20 16
11
11
4 93 3,21
12º
Elétrico e eletrônico 1 4 2 5 5 9 19
15
14
5 79 2,73
13º
Supermercados 5 4 8 10
24 13 9 2 0 2 77 2,66
14º
Serviços para empresas 9 7 9 5 8 13 6 8 1 2 68 2,35
15º
Madeira e papel 4 1 9 7 5 9 14
4 7 7 67 2,31
16º
Construção e produtos de construção 3 2 2 5 13 10 8 15
2 3 63 2,17
17º
Produtos de engenharia 4 7 4 7 6 7 9 9 5 2 60 2,07
18º
Produtos químicos e farmacêuticos 4 4 4 6 6 4 4 10
11
4 57 1,97
19º
Transportes 4 4 8 5 1 11 7 6 4 1 51 1,76
20º
Têxteis 6 0 0 0 6 8 8 4 8 7 47 1,62
21º
Lojas de varejo 2 2 6 5 7 6 8 7 2 1 46 1,59
22º
Embalagens 2 1 0 4 3 3 4 4 8 1 30 1,04
23º
Cimento 1 3 3 3 6 1 6 5 0 0 28 0,97
24º
Indústrias extrativistas 3 0 1 1 1 0 4 5 9 3 27 0,93
25º
Higiene 1 3 7 1 1 2 4 4 1 1 25 0,86
26º
Montadoras de veículos 0 0 2 0 2 3 0 6 4 8 25 0,86
27º
Serviços portuários 2 1 4 1 2 2 2 4 2 2 22 0,76
28º
Aviação 2 1 2 1 1 1 2 2 5 3 20 0,69
29º
Shopping Centers 1 4 2 2 1 2 4 2 0 1 19 0,66
30º
Mineração 1 5 4 6 1 0 0 0 0 0 17 0,59
31º
Hotéis 1 0 1 1 1 2 0 4 2 4 16 0,55
32º
Fertilizantes 1 0 2 5 1 4 0 0 0 1 14 0,48
33º
Ferroviário 0 1 0 2 2 0 0 7 1 0 13 0,45
34º
Hospitais 1 2 0 2 1 1 0 4 0 0 11 0,38
35º
Design e projetos gráficos 0 1 1 1 0 0 5 2 0 0 10 0,35
36º
Serviços públicos 0 0 0 1 5 2 1 0 0 0 9 0,31
37º
Vestuário e calçados 1 0 1 5 0 0 1 0 0 0 8 0,28
38º
Outros 18 6 15 19
14 21 31
34
18
26
202
6,97
Total geral 230
227 340
353 309
351 372 328 212 175 2897 100
Fonte: KPMG Corporate Finance (2004)
2.9 Manobras estratégicas inter-indústrias e inter-empresas Contribuição
francesa
Este tópico apresenta uma síntese da contribuição francesa ao
estudo das estratégias corporativas, tanto no ambiente inter-indústrias como inter-
empresas. Segundo Martinet (1988), a gestão estratégica empresarial se
desenvolve em três dimensões: a estratégia inter-indústrias, as estratégias inter-
empresas e as estratégias de internacionalização.
2.9.1 A estratégia inter-indústrias
Na opinião de Martinet (1988), esta estratégia é “utilizada por muitas
empresas dentro da mesma indústria” para manter ou ampliar sua competitividade
quando sua atividade de base declina, quando elas desejam repartir o risco ou
mesmo quando elas estimam dispor das aptidões requeridas para sair
eficazmente com a oportunidade que aparece fora de seu território de origem.
Com base nestas considerações, o desenvolvimento da estratégia
inter-indústrias se estabelece de três formas espeficas: a integração vertical, as
estratégias de etapas e a diversificação, que não são, necessariamente
excludentes, mas, ao contrário, podem ser associadas.
A primeira categoria mencionada - integração vertical - segue uma
direção natural na cadeia técnica ou comercial do produto, através da qual a
empresa toma posições anterior ou posterior em relação às das suas atividades
de origem, no fluxo de fabricação-distribuição do produto.
Já a estratégia de etapas, consiste em gerar uma série de atividades
independentes no plano tecnológico, comercial e financeiro, apoiando-se na
utilização sistemática das competências comuns no maior número de sinergias
possíveis. Ela pode ser compreendida, do ponto de vista externo, em três
dimensões: (i) conjunto de operações técnicas correspondentes à transformação
de uma matéria-prima em um produto final; (ii) conjunto de operações econômicas
transações, valorizações, fluxos monetários se traduzindo por uma
distribuição de vantagens nos diferentes estados; e (iii) conjunto de organismos
que mantém relação de poder evolutivo.
Por outro lado, do ponto de vista da empresa, estratégia de etapas
se interessa por duas questões: (i) possibilidade de executar etapas anteriores ou
posteriores no processo produtivo, que corresponde, então, a uma estratégia
clássica de integração vertical; (ii) abertura de novas perspectivas de
desenvolvimento produto x mercado x tecnologia em virtude da reaproximação de
outras cadeias verticais. Além destas, podem ser identificadas outra manobras
fundadas sobre as sinergias tecnológicas e comerciais.
A terceira categoria - diversificação - consiste em atribuir novas
atividades correspondentes a novos produtos e a novos mercados. Neste sentido
a grande maioria das estratégias de crescimento procede, em maior ou menor
intensidade, da diversificação. Além disto, no que diz respeito à uma tipologia,
pode-se admitir a existência das seguintes modalidades de diversificação:
diversificação de reforço horizontal, diversificação de reforço vertical,
diversificação de proximidade de produtos, diversificação de proximidade
mercados e diversificação total.
Verifica-se, portanto, que a estratégia inter-indústrias, se insere,
normalmente, no processo de desenvolvimento da empresa, sendo catalisada por
diversos fatores estratégicos. Exemplos disso o: descobertas tecnológicas,
fatores psicológicos, incentivos governamentais, influências externas (conselhos,
organizações profissionais), dentre outros.
2.9.2 As estratégias inter-empresas
Esta seção enfatiza que as estratégias entre as empresas não se
situam no campo das lutas entre as mesmas em virtude da concorrência ou das
pressões de fornecedores etc., pelo contrário,
a observação mostra o desenvolvimento considerável de diversas formas
de cooperação inter-empresas, que vão desde a clássica subcontratação
até os acordos mais sofisticados de franquias. Convite a parceiros
qualificados também se constitui um fator essencial da competitividade.
Por outro lado, é impossível não se apresentar as diferentes formas de
crescimento externo (fusões, absorções, etc.) como uma das manobras
estratégicas de luta-cooperação. (MARTINET, 1988, p.197).
Neste sentido, para Martinet (1988), as estratégias inter-empresas
se desenvolvem segundo duas correntes: a estratégia de compartilhamento e a
estratégia de crescimento externo.
Estratégias de compartilhamentos Por definição, estas
modalidades de estratégias são identificadas como manobras de cooperação
entre diversos parceiros, dispondo de potenciais complementares e desejosos de
concretizar as sinergias potenciais. Elas se estabelecem de várias formas, como
por exemplo, o fornecimento especial de peças específicas, a subcontratação, a
contratação de parceiros, a concessão de oferta para confecção de componentes
em função dos custos de investimento, as franquias, dentre outras.
Estratégias de crescimento externo No campo macroscópico, o
crescimento externo, sem vida, representa uma modalidade de concentração
industrial e de centralização financeira de todas as economias ocidentais. Sua
utilização pode ter as mais diversas conotações, de acordo com as políticas
econômicas e financeiras de cada país.
Comumente, esta modalidade de estratégia corporativa se
concretiza na forma de fusões, incorporações, consolidações e transferência de
controle acionário. Isto se dá através de procedimentos financeiros do tipo
negociação - bi ou multi-lateral - bolsas de ações, oferta pública de aquisição e
oferta pública de troca. Tais procedimentos levam em conta as oportunidades
associadas aos negócios, tendo em vista compatibilizar a estratégia da empresa
com as oportunidades apresentadas.
Desta forma, para adotar a estratégia inter-empresa de crescimento
externo, a empresa procura examinar se os proveitos teóricos o compatíveis
com a sua estratégia, mediante um diagnóstico coerente. Caso afirmativo, ela
verifica o recurso permanente, ativo e orientado de candidatos potenciais, faz a
seleção de alvos através do diagnóstico empresarial, elabora a estratégia de
ataque culminando com a negociação da operação. Efetivada a negociação,
segue-se o processo de pós-negociação para adequação às diretrizes da nova
controladora.
2.9.3 As estratégias de internacionalização
A expansão internacional é, sem nenhuma dúvida, uma das
estratégias mais visíveis das empresas a partir da segunda metade do século XX,
que, na concepção de Martinet (1988), se apresenta como “resposta e fator
importante das novas condições da competição econômica”.
Neste sentido, as modalidades da internacionalização se
apresentam segundo três grandes modalidades: a exportação, o investimento
direto industrial e os sistemas contratuais, cujas características serão descritas a
seguir.
A internacionalização pela exportação se apresenta de três formas:
a exportação indireta, a exportação concentrada e a exportação direta, sendo
todas classificadas como relações do tipo fornecedor-cliente. A
internacionalização pelo investimento direto industrial ocorre nas formas de filiais
de distribuição, filiais de produção, cujas relações são do tipo sociedade-mãe e
filiais. Por fim, a internacionalização pelos sistemas contratuais, geralmente é do
tipo leasing, que envolvem relação do tipo parceiro-a-parceiro.
Certamente, estas três modalidades de manobras estratégicas
(estratégia inter-indústrias, estratégias inter-empresas, estratégia de
internacionalização), possuem implicações e riscos, como por exemplo, a
modificação da estrutura dos custos, maior rigidez e diluição da forma
estratégica. Entretanto, paralelamente, existe uma gama de vantagens
associadas: pecuniárias, técnicas e tecnológicas, estratégicas, que resultam,
geralmente, em benefício para as organizações envolvidas.
Portanto, sem desconhecer as desvantagens, os autores mostram
que estas estratégias, que repousam sobre motivações ofensivas e defensivas,
são, por vezes, o melhor caminho para o desenvolvimento de suas atividades.
Tais estratégias também favorecem o desenvolvimento de seu know-how no
ambiente interno, ao passo que propiciam sua ampliação de mercado e ganhos
de escala no ambiente externo, com impactos elevados para manutenção de sua
competitividade.
2.10 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este capítulo teve como foco os fundamentos teóricos que deram
suporte ao objeto de estudo. Nele foi apresentada uma revisão da literatura
existente, não apenas relacionada ao acervo de teorias e suas críticas, como
também a trabalhos realizados que as tomam como referência, de que o autor
tomou conhecimento.
Neste aspecto, como ocorre em todo processo de construção do
conhecimento, procurou-se identificar algumas lacunas na literatura existente,
especificamente no enfoque estratégico do ambiente das instituições financeiras,
visando o seu preenchimento, ainda que parcialmente, com o presente estudo.
Na primeira seção foi apresentada a terminologia utilizada, a
comparação entre os diversos tipos de fusões e aquisições, e a descrição dos
fundamentos destas transações com ênfase no enfoque estratégico, cujos
conhecimentos são necessários para o entendimento geral do tema.
Adicionalmente, apresentou uma abordagem das F&A como forma de expansão
de empresas e da importância de sua utilização pelos grupos empresariais
objetivando o crescimento da organização.
A segunda seção apresentou o conceito de estratégia sob a ótica de
diversos autores das áreas de conhecimento mais relacionadas com o tema, tais
como administração de empresas, economia, contabilidade e engenharia de
produção com ênfase na sub-área da gestão empresarial.
A terceira seção apresentou conceitos de estratégia corporativa e
discutiu os aspectos econômicos de maior influência para adoção desta estratégia
pelos grupos empresariais além de enumerar os fatores críticos para sua
utilização.
A quarta seção, uma visão panorâmica do Sistema Financeiro
Brasileiro - SFN, apresentou as características do SFN, bem como uma exposição
dos fatos ocorridos no ambiente financeiro no período de 1988 a 2004, concluindo
com uma versão resumida da terminologia utilizada no ambiente do SFN.
A quinta seção constou de uma abordagem sobre a estratégia
corporativa voltada para as instituições financeiras, apresentando as F&A como
um tipo de estratégia que atualmente vem sendo utilizada pelos grandes bancos,
culminando com o delineamento do cenário atual destas operações no contexto
econômico nacional.
A sexta seção apresentou uma discussão sobre as razões que
sustentam a utilização ativa de uma estratégia de F&A sob a ótica de
pesquisadores de diferentes áreas, e adicionalmente enumerou as razões de
maior significância para sua utilização, tais como, o crescimento ou diversificação,
sinergia, levantamento de fundos, aumento ou aprimoramento da capacidade
administrativa ou da tecnologia, considerações tributárias, aumento da liquidez do
proprietário e defesa contra a aquisição de uma empresa por outra.
A sétima seção fez alusão aos obstáculos mais comuns para
implementação da estratégia de F&A, procurando delinear sua tendência para os
próximos anos com base em informações colhidas de pesquisas realizadas.
A partir das informações apresentadas neste capítulo, tomando por
base o referencial teórico apresentado, o capítulo seguinte destina-se a escolha,
descrição e sistematização dos procedimentos que nortearão a coleta e o
tratamento dos dados desta pesquisa.
CAPÍTULO 3 METODOLOGIA DA PESQUISA
_________________________________________________________________
A realização de um trabalho de investigação científica requer o
delineamento da metodologia a ser utilizada, haja vista a necessidade de
comparar as informações obtidas do estudo empreendido através da observação
ou da experimentação, com as opiniões sistematizadas.
Fundamentado nos argumentos de Lakatos e Marconi (1992), a
definição da metodologia de pesquisa objetiva responder as questões referentes
ao modo, aos meios utilizados, à localização e ao tempo, relacionados ao assunto
pesquisado, direcionando o pesquisador para alcançar os objetivos de sua
proposta de trabalho. Desta forma, a metodologia propicia a determinação dos
métodos, técnicas e procedimentos de estudo que deverão ser aplicados pelo
pesquisador.
Este capítulo apresenta a metodologia utilizada para operacionalizar
os objetivos especificados por este trabalho, e contém os elementos que formam
o embasamento metodológico da presente pesquisa, tais como: a natureza e a
classificação da pesquisa, a área de atuação e localização, o universo e a
amostra, a definição das variáveis, bem como as técnicas metodológicas.
3.1 NATUREZA DA PESQUISA
Para Cervo e Bervian (1996, p.44), a “pesquisa é uma atividade
voltada para a solução de problemas”. Desde os seus primórdios, os trabalhos de
investigação científica adotavam, basicamente, o método quantitativo para
descrever e explicar os fenômenos estudados.
Entretanto, o surgimento de estudos no campo das ciências sociais
e humanas permitiu um enfoque de natureza qualitativa de pesquisa, que se
constitui como sendo uma alternativa de investigação mais global para desvendar
e compreender novos fatos, relações e leis no campo do conhecimento.
Na opinião de Godoy (1995), os estudos qualitativos fornecem uma
melhor compreensão e análise de um fenômeno, pois não se limita, pura e
simplesmente, à quantificação dos elementos coletados, mas exige o
entendimento dos mecanismos que direcionam o fenômeno pesquisado.
Segundo Richardson (1989, p. 39), “o aspecto qualitativo de uma
investigação pode estar presente até mesmo nas informações colhidas por
estudos essencialmente quantitativos...” De acordo com esta concepção, uma
pesquisa poderá se valer tanto de domínios quantificáveis como qualificáveis, e
sua escolha dependerá, essencialmente, da natureza do fenômeno analisado e
do material que os métodos permitem coletar.
No caso em estudo, a abordagem teve direcionamento qualitativo,
no entanto, os dados quantitativos foram utilizados exclusivamente como
parâmetros de quantificação e comparação dos fenômenos pesquisados.
Com base nestas informações, a pesquisa objeto deste estudo, se
enquadrou no conceito de pesquisa qualitativa, levando-se em conta sua estrutura
e forma de abordagem. Nada obstante a análise do setor econômico em foco
tenha utilizado dados quantitativos, esse fato não anula a natureza qualitativa da
pesquisa.
3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
A abordagem desta seção foi realizada com base na taxionomia
formulada por Vergara (1997), que qualifica as pesquisas em relação a dois
aspectos: quanto aos fins e quanto aos meios. No segmento relacionado aos fins
estão as pesquisas exploratória, descritiva, explicativa, metodológica, aplicada e
intervencionista; a segmentação relativa aos meios envolve as pesquisas de
campo, de laboratório, telematizada, documental, bibliográfica, experimental,
participante, pesquisa-ação e estudo de caso.
Com base neste critério, esta pesquisa foi classifica quanto aos fins
em descritiva e exploratória.
Considera-se pesquisa descritiva, posto que teve como objetivo,
descrever o fenômeno da estratégia de fusões e aquisições F&A, no contexto
das instituições financeiras bancárias, de modo a permitir o estabelecimento de
correlações entre as diversas variáveis inseridas neste universo.
Além disto, é uma pesquisa exploratória em função da existência de
pouco conhecimento acumulado e sistematizado na área pesquisada, o setor
financeiro bancário.
Com relação aos meios de investigação, trata-se de pesquisa
documental e bibliográfica. Neste sentido, a pesquisa se enquadra no tipo
documental, considerando que utilizou documentos provenientes de órgãos que
realizam estudos na área financeira, e, acessou arquivos e bancos de dados de
fontes variadas, tais como os relatórios do Banco Central do Brasil BACEN, da
Associação Brasileira de Capital de Risco - ABCR, do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE e da KPMG Transaction and Forensic Services.
Por outro lado, a pesquisa se classifica como bibliográfica, posto que
foi desenvolvida com base em publicações científicas, livros, artigos de revista,
jornais, redes eletrônicas, entre outras fontes, que se constituíram na
fundamentação teórica deste trabalho.
3.3 ÁREA DE ATUAÇÃO
A pesquisa se insere no âmbito da economia brasileira,
precisamente no setor dos bancos comerciais e ltiplos. Geograficamente, o
referido setor encontra-se presente nas diversas regiões do País, envolvendo, em
março/2004, um total de 139 instituições que formam o Consolidado Bancário do
Sistema Financeiro Nacional, com um total de ativos da ordem de R$ 1.273,27
bilhões de reais, conforme balancetes divulgados pelo BACEN em 30 de junho de
2004.
Convém ressaltar que a maior parte dos bancos, possui domicílio
fiscal na região Sudeste, mais precisamente na cidade de São Paulo. Nada
obstante, a área de atuação contempla todo o território nacional, uma vez que as
instituições envolvidas nas operações de F&A mantém agências em todas as
regiões do país.
3.4. UNIVERSO DA PESQUISA
Apoiado na concepção de Vergara (1997), segundo a qual universo
ou população é o conjunto de elementos (empresas, produtos, pessoas etc.) que
possuem as características constitutivas do objeto de estudo, neste estudo o
universo esta referido a um conjunto formado pelas 50 maiores instituições
financeiras da área bancária, da rede privada brasileira, que integram o
Consolidado Bancário I do SFN, constantes do Anexo A.
Deste universo, todas as adquirentes pertencem ao grupamento de
grande porte, classificadas segundo o critério estabelecido pelo BACEN descrito
na seção referente à Caracterização do SFN (item 2.5.1).
A pesquisa foi direcionada para as operações realizadas
exclusivamente entre instituições da área bancária, ou seja, pertencentes ao
grupamento dos Bancos Comerciais e Bancos Múltiplos com carteira comercial,
excetuando-se as Caixas Econômicas e as Sociedades Cooperativas de Crédito.
Adicionalmente, optou-se pelas empresas de grande porte, levando-se em
consideração que todas as transações de F&A ocorridas no período, envolveram
instituições pertencentes a esta categoria.
3.4.1 Definição da amostra
Do universo das instituições financeiras bancárias, tendo como
suporte os parâmetros definidos, foi contemplada uma amostra-piloto composta
de dois subconjuntos: o grupo das instituições fusionantes (ou adquirentes)
formado por seis bancos, e, o grupo das instituições fusionadas (ou adquiridas).
A amostra é um subconjunto do universo ou população, e, para sua
determinação nesta pesquisa, foram utilizados os seguintes parâmetros:
Bancos adquirentes (ou fusionantes): bancos que tenham realizado, no
mínimo, uma operação de F&A na qualidade de adquirente, no peodo
compreendido entre junho/1995 a junho/2004, constante dos registros de
transferências societárias do BACEN; e, classificados entre os 10 primeiros no
ranking dos 50 maiores (ano 2004), em função dos totais de ativos.
A partir dos dados levantados, a pesquisa incluiu os seis bancos descritos a
seguir, na condição de fusionantes: Banco ABN AMRO Real S.A., Banco
Brasileiro de Descontos S. A., Banco HSBC S. A., Banco Itaú S. A., Banco
Santander Central Hispano S. A. e União de Bancos Brasileiros S.A.
Bancos adquiridos (ou fusionados): instituições financeiras da área bancária,
pertencentes à rede pública ou privada, e integrantes do Consolidado Bancário
do Sistema Financeiro Nacional, objetos de aquisição no período de
junho/1995 a junho/2004, constante dos registros de transferências societárias
do BACEN. De acordo com pesquisa preliminar, foram identificados 37 (trinta e
sete) bancos fusionados.
Com base neste procedimento, a pesquisa foi fundamentada nas
operações de F&A realizadas pelos seis bancos fusionantes caracterizados,
com abrangência no período de junho/1995 e dezembro/2004, constantes do
Anexo B.
3.5. TÉCNICAS METODOLÓGICAS
Na concepção de Lakatos e Marconi (1992, p. 135), as técnicas
constituem “um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência,
e a habilidade para usar esses preceitos ou normas, na obtenção de seus
propósitos”.
Neste aspecto, as técnicas correspondem à parte prática da coleta
de dados, e o procedimento para a sua realização varia de acordo com as
circunstâncias, ou com o tipo de investigação. Desta forma, a coleta de dados foi
realizada de forma indireta através de pesquisa documental e bibliográfica.
A partir do modelo conceitual da Figura 1, e, tomando por base os
objetivos e a fundamentação teórica, com vistas a responder a questão da
pesquisa proposta, qual seja, identificar quais o os fatores determinantes para
utilização da estratégia corporativa com foco nas fusões e aquisições (F&A) pelos
grandes bancos no Brasil, nos parágrafos seguintes são detalhados as variáveis
com seus respectivos indicadores que foram utilizados para a realização da
pesquisa, conforme mostrado no Quadro 2.
A Figura 1 apresenta o modelo conceitual que se utilizado para
facilitar a compreensão das variáveis da pesquisa:
Figura 1 – Modelo conceitual das operações de F&A
Fonte: Elaboração própria.
3.5.1 Variáveis - definições
Considerando a impossibilidade de se detectar ou estudar todos os
eventos que ocorrem em uma mesma atividade, o pesquisador procura limitar-se
àqueles de interesse geral que são as variáveis. Para Richardson (1989), as
variáveis o características mensuráveis de um fenômeno, podendo apresentar
diferentes valores ou ser agrupadas em categorias, e sua quantificação se
através dos indicadores. os indicadores, o definidos como sendo
determinados fatores que possibilitam detectar ou medir a variável no fenômeno.
Na presente pesquisa foram utilizadas as seguintes variáveis:
ampliação do poder de mercado, ganhos de escala operacional, e,
competitividade. Cada uma destas variáveis são descritas de modo detalhado nas
seções seguintes, bem como os indicadores que foram utilizados para
mensuração, de acordo com a descrição analítica apresentada no Quadro 3.
EMPRESA X
ADQUIRENTE
F
&
A
EMPRESA
RESULTANTE
(X+Y)
EMPRESA X
EMPRESA Y
ADQUIRIDA
EMPRESA Y
Quadro 3 – Variáveis e indicadores da pesquisa
VARIÁVEIS INDICADORES
PROCEDIMENTO/
OBTENÇÃO
Ampliação
do poder de
mercado
Expansão do número de agências dos
bancos adquirentes;
Incremento da base de clientes dos bancos
adquirentes.
Relatórios dos Bancos
envolvidos e de
órgãos Oficiais, tais
como BACEN, ANBID,
ANDIMA.
Ganhos de
escala
operacional
Retorno sobre o ativo médio: mede a
rentabilidade da empresa em relação a sua
operação e aos recursos existentes no ativo
para a realização dessas operações.
Publicações de
órgãos oficiais e
revistas
especializadas,
relatórios dos bancos
envolvidos e afins.
Competitivi-
dade
Ranking das instituições bancárias após as
F&A, no tocante ao market share.
Índice de Basiléia: mede a relação entre o
capital do banco e o valor de seus ativos,
ponderada pelos riscos.
Relatórios, estatísticas
e documentos afins,
dos bancos
envolvidos e/ou de
órgãos Oficiais.
Fonte: Elaboração própria.
3.6 LEVANTAMENTO DOS DADOS
De acordo com sua natureza, o presente estudo é
predominantemente uma exploração documental, tendo em vista que, de acordo
com os objetivos apresentados, procurou esclarecer uma situação percebida
numa realidade específica.
À luz destas considerações, os dados foram coletados,
essencialmente, de relatórios e publicações de órgãos oficiais - dentre estes, o
BACEN, ANBID e ANDIMA - e dos bancos envolvidos na pesquisa. Também
integraram esta base, artigos, documentários e matérias jornalísticas.
3.6.1 Elaboração dos dados, discussão e apresentação dos resultados
Concluída a coleta dos dados e informações, fundamentados nos
procedimentos indicados, estes foram elaborados e classificados de forma
sistemática. Na fase de seleção, foi realizado um exame detalhado dos dados,
para detecção de erros e falhas, de modo a eliminar informações confusas,
distorcidas ou incompletas que poderiam prejudicar o resultado da pesquisa. Os
dados tabulados foram expostos em tabelas e gráficos, facilitando as inter-
relações entre eles, e, conseqüentemente a sua interpretação de forma
adequada.
Vale salientar, que as cifras envolvidas nas transações de F&A,
constantes das tabelas apresentadas, se referem aos seus valores históricos.
CAPÍTULO 4 PANORAMA DAS OPERAÇÕES DE F&A
REALIZADAS PELOS BANCOS PESQUISADOS
_________________________________________________________________
O foco da abordagem deste capítulo é a utilização da estratégia
corporativa de F&A ocorridas no âmbito da indústria financeira, estando
desenvolvido em cinco tópicos. O primeiro trata dos aspectos gerais do ambiente
financeiro, com ênfase na estratégia de F&A, apresentando uma visão geral do
setor, o volume total de recursos envolvidos nos negócios realizados no período
da pesquisa e a descrição das variáveis utilizadas na pesquisa.
O segundo tópico apresenta a caracterização dos bancos
fusionantes, compreendendo a descrição dos dados de identificação da
instituição, seu histórico e a gestão estratégica corporativa adotada.
O terceiro pico descreve as operações realizadas, a discussão e
comparação dos dados, focalizando, principalmente, o impacto da utilização da
estratégia de F&A nos resultados das instituições abrangidas nesta pesquisa.
O quarto tópico descreve os resultados obtidos na pesquisa,
descrevendo o comportamento de cada banco em função das variáveis.
O quinto tópico apresenta as considerações gerais, discorrendo
sobre o comportamento das variáveis em função da utilização da estratégia
corporativa de F&A.
4.1 ASPECTOS GERAIS
Em virtude do crescente interesse dos grandes investidores nas
operações de F&A, com ênfase no setor bancário, que se desencadeou a partir
da década de 90, segundo Ferraz (2000), o setor financeiro participou, no
intervalo de 10 anos (1990-1999), com US$ 14,56 bilhões, correspondentes a
12,4% do total das transações realizadas, estimada em cerca de US$ 117,37
bilhões.
No período pesquisado (junho/1995 e junho/2004), as F&A se
constituíram como uma boa estratégia de negócio para as grandes empresas
sediadas no Brasil, nos diversos segmentos da economia, e, em particular, para
as integrantes deste setor, considerando, principalmente, o momento de
reordenamento do setor financeiro decorrente da implementação do Plano Real,
da intensificação das privatizações na área de intermediação financeira, e, da
confirmação da estabilidade monetária, com a conseqüente retomada do
crescimento econômico, em bases sustentáveis.
Neste sentido, as operações de F&A realizadas pelos bancos
formadores da amostra, no período observado, envolveram um volume de
negócios da ordem de US$ 20 bilhões (vinte bilhões de dólares), correspondente
a 37 (trinta e sete) aquisições de bancos, cujas transações serão descritas
detalhadamente neste capítulo.
Como foi salientado no capítulo 3, as variáveis que nortearam
todo o processo de pesquisa foram: ampliação do poder de mercado, ganhos de
escala operacional e competitividade. Dessa forma, antes da apresentação dos
resultados, nos parágrafos seguintes, é feito um detalhamento de cada variável.
Ampliação do poder de mercado - A obtenção de maior poder de
mercado através das F&A ocorre quando uma firma consegue vender seus bens
e serviços acima dos níveis competitivos ou quando mantém os custos de suas
atividades principais ou de apoio inferiores aos dos concorrentes.
Esta variável possui grande relevância no setor bancário, posto que
a ampliação da concentração e da participação no mercado é uma conseqüência
imediata do processo de F&A. Neste sentido, à medida que o banco fusionante
assume a direção da instituição adquirida, recebe automaticamente todo o volume
de negócios de responsabilidade dos clientes “em trânsito”.
A mensuração desta variável permitiu identificar os seguintes
fatores:
Expansão do número de agências dos bancos adquirentes, que trata da
elevação do número de agências como resultado da utilização da estratégia de
F&A; e.
Incremento da base de clientes dos bancos adquirentes, que se refere ao
aumento do número de clientes como reflexo das F&A.
Ganhos de escala operacional - Os ganhos de escala operacionais
envolvem a redução dos custos médios decorrentes de aumentos na escala de
produção da empresa, podendo ser de natureza tecnológica ou pecuniária. Os
ganhos tecnológicos ocorrem quando uma maior escala de produção permite uma
economia de insumos por unidade de produção em termos físicos; e, pecuniários
quando a operação em maior escala proporciona uma baixa nos preços dos
fatores, insumos ou nos custos de comercialização.
No caso das instituições financeiras, os ganhos de escala
operacional ocorrem, principalmente, em função da implementação de inovações
tecnológicas, mediante a oferta de novos produtos, serviços e equipamentos, que
permitem uma maior atenção ao cliente e agilidade na prestação de serviço.
Paralelamente, uma redução de custos em função da redução de postos de
trabalho resultante da implementação tecnológica, com ganhos pecuniários
significativos, a despeito do ônus social agregados ao processo.
A atuação conjunta destes fatores resulta em retornos financeiros
elevados para as instituições.
Com base nestas considerações, a quantificação desta variável foi
efetuada utilizando como indicador, o Retorno sobre o ativo médio RA, que
objetiva mensurar a rentabilidade do capital empregado.
A relevância deste indicador reside no fato de o ativo operacional
representar o conjunto de recursos que sustentam as operações da instituição.
Nesta pesquisa, contatou-se que tais recursos impactaram, de modo significativo,
a rentabilidade das instituições envolvidas.
Competitividade - Na visão de Coutinho e Ferraz (1995),
competitividade empresarial é a capacidade que a empresa tem de formular e
implementar estratégias concorrenciais, permitindo-lhe conservar ou ampliar uma
posição sustentável no mercado de maneira duradoura. De acordo com esta
visão, a empresa competitiva é a que necessariamente detém uma vantagem
competitiva, resultante de sua capacidade de gerar valor para os clientes.
Nesta pesquisa, face às peculiaridades do setor investigado, os
indicadores usados foram a posição ocupada pelos fusionantes no ranking dos
bancos pertencentes ao SFN e o índice de Basiléia.
O primeiro indicador ranking das instituições financeiras - a
classificação de cada banco no contexto dos 50 maiores conglomerados,
tomando como parâmetro o valor dos ativos totais, que são divulgados através do
balanço anual destas organizações, sendo esta classificação efetuada em ordem
decrescente de valor.
O segundo indicador índice de Basiléia -, está diretamente
associado ao risco. Trata-se de um elemento intrínseco às transações do setor
financeiro.
Segundo o Banco do Brasil (2004), “risco é a incerteza quantificável
matematicamente, que, envolve o perigo e a oportunidade”. Todavia, o risco, de
per si, não é uma coisa ruim, posto que para uma empresa crescer se faz
necessário assumir algum tipo de risco. Ainda, segundo o Banco Itaú (2004), a
gestão de risco é “considerada como um instrumento essencial para a otimização
do uso do capital e a seleção das melhores oportunidades de negócios, visando
obter a melhor relação risco-retorno para seus acionistas”. No entanto, há um
consenso de ambos os bancos, de que a gestão de risco é uma atividade crucial
para a otimização do seu desempenho, segurança e rentabilidade.
O risco, portanto, se constitui como um fator fundamental para
competitividade no setor bancário. Além disto, em função de sua fragilidade, o
sistema bancário de um país pode ameaçar a estabilidade financeira tanto no
âmbito interno, quanto internacionalmente.
Embora exista uma grande variedade de riscos, a maioria dos
bancos, geralmente, os classificam nos seguintes tipos: risco de crédito, risco de
liquidez, risco operacional, risco sistêmico, risco de mercado, risco país, risco
legal e risco de estrutura de capitais (Acordo de Basiléia).
Nesta pesquisa, face à sua peculiaridade com a estratégia de F&A
de instituições bancárias, optou-se pela utilização do risco de estrutura de
capitais, cuja mensuração é realizada através do Índice de Basiléia. Esta
modalidade de risco envolve o sistema financeiro internacional, sendo disciplinado
pelo Acordo de Basiléia, o qual estabelece que as instituições financeiras devem
manter determinado nível de recursos próprios em relação ao volume de recursos
de terceiros, ou mesmo em relação ao seu ativo total.
Por definição o Índice de Basiléia mede a solvência de um banco, e,
segundo o editorial de Vidaeconômica (2005), “estabelece que os bancos devem
ter um patrimônio mínimo equivalente a uma percentagem do montante de capital
alocado em ativos de risco”. Neste sentido, a porcentagem mínima aceita
internacionalmente é de 8%, entretanto, o Brasil adota o percentual mínimo de
11%.
Deste modo, a instituição do Índice de Basiléia pelo Sistema
Financeiro Nacional - SFN, se deve à preocupação internacional no sentido de
preservar a segurança do sistema bancário global, posto que, este índice
determina a proporção entre o capital das instituições financeiras e o valor de
seus ativos ponderados pelos correspondentes riscos. Além disto, o Índice de
Basiléia se constitui como um indicador chave da resistência a choques no
contexto econômico-financeiro de um país, sendo, portanto um instrumento eficaz
para o fortalecimento do sistema bancário.
Para se ter idéia do desempenho dos bancos em referência ao
Índice de Basiléia, no contexto do sistema bancário brasileiro, em junho de 2005,
este indicador atingiu a marca de 15,6%, bem acima do patamar mínimo de 11%
estabelecido nas normas vigentes no Brasil. Apenas três instituições em
funcionamento, correspondentes a 0,5% do Patrimônio Líquido Exigido do SFN,
estavam fora do enquadramento naquele momento.
No Brasil o controle do risco de estrutura de capitais compete ao
Banco Central do Brasil, que exerce controle rigoroso utilizando para sua aferição
o índice de Basiléia.
Portanto, nesta pesquisa a variável competitividade foi determinada
levando-se em conta a classificação da companhia no ranking das instituições
financeiras bancárias e o controle de riscos de estrutura de capitais, tendo sido
mensurados através dos seguintes indicadores:
Evolução no ranking das instituições bancárias com base nos ativos; e,
Índice de Basiléia.
Tomando como suporte os aspectos gerais acima mencionados, no
tópico seguinte será efetuada a identificação de todos os bancos que constituem
a amostra definida nesta pesquisa.
4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS PESQUISADAS
4.2.1 Banco ABN AMRO Real S.A.
O ABN AMRO está presente em mais de 70 países sendo
considerado um dos maiores bancos do mundo. Além disto, tem profundo
conhecimento do mercado brasileiro, onde atua desde 1945.
4.2.1.1 Caracterização do ABN AMRO
A holding ABN AMRO Brasil compõe-se das seguintes empresas:
ABN AMRO Bank, BANCO REAL, ABN AMRO Asset Management, Banco do
Estado de Pernambuco (BANDEPE) e REAL SEGUROS.
O BANCO REAL e empresas ABN AMRO no Brasil apresentaram,
no primeiro semestre de 2004, um lucro líquido de R$ 690 milhões. O resultado
operacional registrado nesse período foi 25,1% maior que no mesmo período de
2003. Houve também um crescimento contínuo do total de empréstimos e
financiamentos. Além disto, sua carteira de crédito cresceu 57,2% em relação
junho de 2003.
O Quadro 4 apresenta uma síntese das informações de identificação
do Grupo empresarial, tais como nome da holding, CNPJ, além de outras
informações consideradas relevantes para a caracterização do conglomerado
Quadro 4: Dados Técnicos do Banco ABN AMRO Real S.A.
BANCO ABN AMRO REAL S.A.
Nome da Holding: Banco ABN AMRO Real S.A.
CGC da Holding: 33.066.408
Código: 10076 Sigla: ABN AMRO
CGC: 33.066.408 Cod. Comp. 356
Instituição Líder: 33.066.408 - Banco ABN AMRO Real S.A.
Endereço: Av Paulista, 1374, 3 Andar Bela Vista CEP:
01310-916 - São Paulo - SP - Telefone: 011-31749615 - Fax: 011-
31747052
Região: SUDESTE Jurisdição: GTSPA Dep. Fiscalizador:
GTSPA
Natureza Jurídica: Sociedade Anônima De Capital Fechado
Tipo Instituição: 268 - Banco Múltiplo Nacional Com Controle
Estrangeiro
Status: Em Funcionamento
Auditor Independente: Ernst & Young Auditores Independentes S/S
Quantidade de funcionários: 21.831 em: 06/2004
Quantidade de diretores: 20 em: 06/2004
Fonte: BACEN: SFN – Dados cadastrais [2004b].
4.2.1.2 Histórico do ABN AMRO
O ABN AMRO iniciou suas atividades no ano 1917, todavia sua
trajetória no Brasil teve início em 1945, com a instalação de sua primeira filial na
cidade de São Paulo. Entretanto o nome ABN AMRO Bank surge em 1993,
quando muda sua sede do Rio de Janeiro para São Paulo.
A nova estrutura mundial do banco entrou em funcionamento em
2001, tendo como objetivo o aprimoramento permanente no atendimento dos
seus clientes, com vistas a atingir posição de liderança em mercados
selecionados e maximizar o valor adicionado para o acionista.
Para viabilizar sua pretensão o ABN AMRO adotou uma estratégia
de negócios com base em três linhas de negócios: Wholesale Clients, Consumer
& Commercial Clients e Private Clients & Asset Management.
O Wholesale Clients é uma linha direcionada para o atendimento a
grandes empresas e instituições com atuação global. o Consumer &
Commercial Clients destina-se ao atendimento de Pessoas Físicas, empresas de
pequeno e médio porte e corporações locais.
Por último, a linha Private Clients & Asset Management é uma área
de negócios exclusivamente voltada para a administração de grandes patrimônios
pessoais e familiares, objetivando preservar e expandir o patrimônio deste grupo
de clientes especiais, com uma gestão eficiente e personalizada dos seus
investimentos. O Banco estabelece como condição para acesso a esta
modalidade a disponibilização de investimentos superiores a R$ 1 milhão.
4.2.1.3 Gestão Estratégica Corporativa do ABN AMRO
No Brasil, o ABN AMRO iniciou a série de aquisições em 1963, com
a aquisição de 50% das ações da Aymoré Financiamentos. Entretanto, o auge da
utilização da estratégia corporativa de F&A ocorreu com as aquisições do Banco
Real e do Bandepe no ano de 1998.
A aquisição do SUDAMERIS deu-se em 2003, o nono maior banco
privado do País. Assim, o ABN AMRO Real passou a ampliar sua presença na
região Sudeste e a aumentar sua participação nos segmentos de clientes de alta
renda.
Como resultado destas aquisições, o ABN AMRO Real passou a ser
o quarto maior banco privado brasileiro em depósitos e empréstimos e o quinto
maior em ativos. Neste sentido, verifica-se que a utilização da estratégia
corporativa de F&A pela instituição foi determinante, sendo considerada por sua
Administração uma das mais importantes fases do grupo empresarial no Brasil.
4.2.2 Banco Brasileiro de Descontos S. A. - Bradesco
O Bradesco é o líder do setor financeiro privado e apresenta o
melhor índice de eficiência entre os bancos de varejo, com aproximadamente 1,4
milhão de acionistas.
4.2.2.1 Caracterização do Bradesco
O Bradesco está presente em todas as regiões do Brasil, e segundo
o Relatório Anual do Bradesco (2004), em 2004 contava com uma rede de
atendimento com mais de três mil agências, cerca de 2.155 postos de
atendimento bancário e 21.600 mil terminais de auto-atendimento Bradesco Dia e
Noite. Além disto, possui uma sofisticada central telefônica, o Fone Fácil, que
recebe cerca de 46,8 milhões de ligações no trimestre e realiza diversos serviços.
O Bradesco Internet Banking é outro canal de atendimento com 6,3
milhões de clientes que realizaram cerca de 142,2 milhões de transações no
terceiro trimestre de 2004 . Além disso, grandes grupos econômicos e pessoas
físicas com alta disponibilidade financeira recebem atendimento especializado por
meio das áreas Private e Corporate.
No exterior, o Bradesco tem Agências em Nova York, Grand
Cayman e Nassau, além de subsidiárias em Nova York, Nassau, Luxemburgo,
Buenos Aires, Grand Cayman e Tóquio.
O Quadro 5 apresenta uma síntese das informações de identificação
do Grupo empresarial, tais como nome da holding, CNPJ, além de outras
informações consideradas relevantes para a caracterização do conglomerado
Quadro 5 - Dados Técnicos do Banco Brasileiro de Descontos S.A.
BRADESCO
Nome da Holding: Banco Brasileiro de Descontos S.A.
CGC: 60.746.948 Cod. Comp.: 237
Endereço: Cidade De Deus, S/N - Vila Yara - 06029-900 - Osasco - SP
Telefone: 011-36814011 Fax: 011-36812564
Região: SUDESTE Jurisdição: GTSPA Dep. Fiscalizador: GTSPA
Natureza Jurídica: Sociedade Anônima De Capital Aberto
Tipo Instituição: 275 - Banco Múltiplo Nacional Com Partic. Estrangeira
Status: Em Funcionamento
Auditor Independente: Kpmg - Auditores Independentes
Quantidade de funcionários: 68.552 em: 06/2004
Quantidade de diretores: 72 em: 06/2004
Quantidade de contas de Depósitos a Vista: 15.165.972 em: 06/2004
Fonte: BACEN: SFN – Dados cadastrais [2004b].
4.2.2.2 Histórico do Bradesco
O Bradesco foi fundado em 1943, em Marília, no interior de São
Paulo, com o nome de Banco Brasileiro de Descontos. Sua estratégia inicial
estava voltada para o pequeno comerciante, o funcionário público, pessoas de
posses modestas, ao contrário dos bancos da época, que tinham atenções
para os grandes proprietários de terras, sendo um dos primeiros a estimular o uso
de cheques por seus correntistas. Em 1946, a matriz foi transferida para a capital
paulista, na rua Álvares Penteado, no centro da cidade, quando passou a receber
pagamento de contas de luz, uma inovação no País.
em 1951, o Bradesco torna-se o maior Banco privado do Brasil.
Nessa década, o Banco chega ao norte rural do Paraná e decide também erguer
sua nova sede em Osasco.
A década de 60 marca a chegada da informática ao Banco, e, em
1962, o Bradesco adquire o primeiro computador da América Latina,
possibilitando o acesso a extratos diários aos Clientes, prestação de serviço
inédita para a época. Seguindo a estratégia de pioneirismo, o Bradesco implanta
o Cartão de Crédito Bradesco, em 1968.
A década de 70 denominada a “época do milagre econômico
brasileiro”, com o País experimentando taxas de crescimento anuais acima de
10%, favorece a expansão do Bradesco, que passa a atuar fortemente no
segmento de crédito, principalmente no financiamento de veículos. Nessa época,
o Bradesco incorpora 17 outros bancos e, ao inaugurar duas novas unidades em
1978, uma no Oiapoque (AP), outra no Chuí (RS), pontos extremos do País,
chega à milésima agência. Ainda nesse período é implantada a cobrança
automática e o Banco começa a atuar em projetos agropecuários.
Nos anos 80 o Bradesco forma o Grupo Bradesco Seguros, com
negócios nos segmentos de previdência privada aberta e de capitalização, além
da seguradora. O uso do cartão magnético se populariza entre os Clientes ao
longo desses anos. As primeiras Agências com auto-atendimento e o
TeleComércio Eletrônico Bradesco são implantados. Em 1986, o serviço
Telesaldo, hoje Fone Fácil Bradesco, entra em operação.
A década de 90 tem seu início marcado com todas as Agências
Bradesco trabalhando no sistema on-line e expansão do Auto-Atendimento por
todo o Brasil. Com implantação de máquinas automáticas de emissão de
cheques, de saques e recolhimento de depósitos. Também, nesta fase, é
implantado o Bradesco Mobile Banking, que permite operações de consulta de
saldos e extratos e pagamento de algumas contas pelo celular.
O Bradesco inaugura o terceiro milênio, na posição do maior Banco
privado do Brasil, com destaque especial no mercado de varejo. Atualmente
ocupa posição de liderança em diferentes segmentos, como Corporate, Private e
no atendimento de micro, pequenas e médias empresas.
A matriz do Bradesco está localizada em uma grande área verde
denominada Cidade de Deus, no município de Osasco, que começou a ser
construída em 1953 e foi inaugurada seis anos mais tarde. Trata-se de um
complexo formado por diversos prédios que abrigam a Diretoria e Departamentos
do Banco e boa parte dos equipamentos de informática, responsáveis pelo
processamento das operações bancárias. Nesta mesma área foram construídos o
Museu Bradesco e a primeira Escola da Fundação Bradesco.
4.2.2.3 Gestão Estratégica Corporativa do Bradesco
A prática da estratégia de F&A pelo Bradesco remonta a épocas
anteriores à pesquisa. No período de 1948 a 1973, ocorreram 18 (dezoito)
aquisições, tendo início com o Banco Mobilizador de Crédito S.A., no ano de
1948, prosseguindo com o Banco Nacional Interamericano S.A. (BBI), Banco
Popular do Brasil S.A., Banco Brasileiro de Goiás S.A. (ex - Banco Comercial do
Estado de Goiás S.A.), Banco Corrêa Ribeiro S.A., Banco Brasileiro de o
Paulo S.A. (ex-Banco Cícero Prado S.A.), Banco Mercantil de Pernambuco S.A.,
Banco Porto-Alegrense S.A., Banco Segurança S.A., Banco Indústria e Comércio
de Santa Catarina S.A., Banco Agrícola da Alta Mogiana S.A., Banco Nova
América S.A., Banco Villarino S.A. Banco de Crédito Comercial S.A., Banco dos
Importadores e Exportadores do Ceará S. A, Banco Mineiro do Oeste S.A., Banco
Mineiro do Oeste de Investimentos S.A. e Banco da Bahia S.A.
De 1973 a 1997, não foi registrada nenhuma operação de F&A pelo
Bradesco. A referida estratégia foi retomada a partir do ano de 1997, cujas
aquisições se constituem no objeto da presente pesquisa, sendo detalhadas no
item específico.
4.2.3 Banco HSBC S. A.
A HSBC Holdings PLC foi fundada em 1865 e está sediada em
Londres, sendo uma das maiores organizações de serviços financeiros e
bancários do mundo.
4.2.3.1 Caracterização do Banco HSBC
A rede internacional do Grupo HSBC é composta por
aproximadamente 10 mil escritórios e agências em 76 países e territórios na
Europa, Ásia, Américas, Oceania, Oriente Médio e África.
O HSBC possui ações cotadas nas Bolsas de Londres, Hong Kong,
Nova Iorque e Paris, a HSBC Holding Plc. tem mais de 200 mil acionistas em
cerca de 100 países e territórios.
O Quadro 6 apresenta uma síntese das informações de identificação
do Grupo empresarial, tais como nome da holding, CNPJ, além de outras
informações consideradas relevantes para a caracterização do conglomerado.
Quadro 6 - Dados Técnicos do Banco HSBC S. A.
BANCO HSBC S A
Nome da Holding: HSBC Holdings Plc
CGC da Holding: 33.852.567
Endereço: Av. Jurubatuba, 73 - 4/10. Andares
Vila Cordeiro- 04583-900 - Sao Paulo - SP
Telefone: 011-55046855 Fax: 011-55046403
Região: SUDESTE Jurisdição: GTPAL Dep. Fiscalizador: GTPAL
Natureza Jurídica:
Tipo Instituição: 251 - Banco Múltiplo Privado Nacional
Status: Em Funcionamento
Fonte: BACEN: SFN – Dados cadastrais [2004b].
4.2.3.2 Histórico do HSBC
Fundada em 1865, a rede internacional do Grupo HSBC é composta
por aproximadamente 10.000 escritórios e agências em 76 países e territórios na
Europa, Ásia, Américas, Oceania, Oriente Médio e África. Em 2004, o Grupo
empregava mais de 230 mil funcionários, atendendo cerca de 110 milhões de
clientes.
Por meio de uma rede global, interligada por tecnologia de ponta, o
HSBC oferece a seus clientes uma ampla gama de serviços financeiros: banco de
varejo, commercial, corporate, investment e private banking; trade services; cash
management; serviços de tesouraria e mercados de capital; seguros e
previdência; empréstimos e financiamentos; fundos de pensão e investimento,
etc.
No Brasil o HSBC tem sua sede localizada em Curitiba-PR, e suas
agências estão espalhadas por cerca de 550 municípios, atendendo a todos os
Estados do país.
O HSBC Brasil trabalha com uma grande diversidade de segmentos
de atuação, oferecendo aos seus clientes diversos tipos de produtos e serviços
bancários: mbio, financiamento, administração de recursos de terceiros, private
e corporate banking.
No primeiro semestre de 2004 o conglomerado do HSBC no Brasil,
apresentou um lucro quido do consolidado econômico-financeiro, acrescido do
resultado das atividades da holding não-financeira de R$ 194,8 milhões.
4.2.3.3 Gestão Estratégica Corporativa do HSBC
O Grupo HSBC abriu o seu primeiro escritório em 1865, sendo
respeitado mundialmente pelo profundo conhecimento que possui da indústria de
serviços financeiros. Sua experiência foi adquirida e ampliada ao longo dos anos,
nos quais o Grupo cresceu tanto organicamente quanto por meio de aquisições. O
contato com diferentes culturas na Ásia, Europa, Américas, Oceania, Oriente
Médio e África moldou um currículo sem paralelo. Hoje, o HSBC oferece aos seus
clientes uma presença internacional com grande experiência nos mercados locais.
No Brasil o HSBC iniciou suas atividades em 1997, com a aquisição
de ativos e passivos selecionados do Banco Bamerindus do Brasil, sendo esta
sua única aquisição no decorrer do período investigado.
4.2.4 Banco Itaú S. A.
Desde a sua criação o Itaú se identifica como Banco eminentemente
regional com atuação em regiões e segmentos de grande rentabilidade. Passou
por diversas fusões e aquisições, o que lhe deu know-how em absorver outras
instituições, a se ajustar aos modelos organizacionais dos bancos fusionantes e a
conservar o padrão de relacionamento advindo com os clientes adquiridos.
4.2.4.1 Caracterização do Itaú
O Itaú vem utilizando um sistema de concentração nos diversos
segmentos de mercado, mais de duas décadas. Esta estratégia permite focar
em cada segmento de clientes, de modo a oferecer um serviço diferenciado
visando à satisfação do cliente. Além disto, permite desenvolver serviços e
produtos bancários específicos para melhor atender às necessidades particulares
dos segmentos.
O Quadro 7 apresenta uma síntese das informações de identificação
do Grupo empresarial, tais como nome da holding, CNPJ, além de outras
informações consideradas relevantes para a caracterização do conglomerado.
Quadro 7 - Dados Técnicos do Banco Itaú S. A.
BANCO ITAU S A
Nome da Holding: Banco Itaú Holding Financeira S.A.
CGC: 60.701.190 Cod. Comp.: 341
Endereço: Pca. Alfredo Egydio Souza Aranha, 100, Torre Itausa
Parque Jabaquara - 04344-902 - São Paulo – SP - Fone/fax: 011-30124828 -
50198113
Região: SUDESTE Jurisdição: GTSPA Dep. Fiscalizador: GTSPA
Natureza Jurídica: Sociedade Anônima De Capital Fechado
Tipo Instituição: 251 - Banco Múltiplo Privado Nacional
Status: Em Funcionamento
Auditor Independente: Pricewaterhousecoopers Auditores Independentes
Quantidade de funcionários: 43.169 em: 06/2004
Quantidade de diretores: 64 em: 06/2004
Fonte: BACEN: SFN – Dados cadastrais [2004b].
4.2.4.2 Histórico do Banco Itaú
O Banco Itaú Holding Financeira S.A. foi fundado em 1945, tendo
sua origem no Banco Central de Crédito, depois Banco Federal de Crédito. Após
um período de crescimento interno de quase 20 anos, com a modernização do
sistema financeiro brasileiro deflagrada pelo Governo Federal, o Itaú Holding
ingressou num período de fusões, sendo a primeira delas entre o Banco Federal
de Crédito e o Banco Itaú. Seguiram-se as fusões com o Banco Sul Americano e
com o Banco da América. Esse período se estendeu entre 1964 e 1969.
A década de 80 se caracterizou por um conturbado ambiente político
e econômico do país que levou o Itaú ao retorno do crescimento interno. O Itaú
Holding adquiriu apenas um pequeno banco, o Pinto de Magalhães. No final da
década, foi um dos primeiros a transformar-se em banco ltiplo, formalizando
juridicamente sua organização interna que assim se delineara desde os anos
70. Nessa década, entretanto, o Itaú Holding estabeleceu-se firmemente como
“Banco Eletrônico”, evidenciando sua prioridade à tecnologia de ponta
Na década de 90 começou um novo ciclo organizacional no Itaú, que
se delineou a partir das modificações do ambiente competitivo externo e de uma
nova liderança interna, ciclo esse que se estende até o presente momento.
Sucessivamente, formou-se a nova infra-estrutura que daria base não a um
novo período de forte expansão interna como de total segmentação
mercadológica.
Em 1993, o Itaú Holding criou o Programa de Apoio Comunitário
(PROAC), atual Programa Itaú Social, para orientar sua ação social e marcar seu
compromisso de cidadania empresarial. Em 1995 foi inaugurada a nova sede do
Instituto Itaú Cultural que iniciou suas atividades em 1989 com o objetivo de
ampliar a divulgação da arte e cultura brasileiras. No ano 2000 foi criada a
Fundação Itaú Social, para garantir recursos, de modo permanente para a
implementação dos projetos desenvolvidos e apoiados pelo Programa Itaú Social.
4.2.4.3 Gestão Estratégica Corporativa do Banco Itaú
A Década de 70 foi um período de rápido crescimento do Grupo Itaú,
não só pela expansão interna, mas pelas sucessivas aquisições dos Bancos
Aliança, Português do Brasil e União Comercial. No final dessa década o Itaú
Holding deu os primeiros passos para sua atuação internacional, com a abertura
das agências de New York e Buenos Aires.
em 1994, ocorre a fundação dos Bancos Itaú Europa (controlado
pela sub-holding Itaúsa Portugal, SGPS, subordinada à holding Itaúsa), Itaú
Argentina e Itaú Bank (Cayman), ampliando a visão e a operação internacional do
conglomerado financeiro hoje liderado pelo Banco Itaú Holding Financeira S.A. A
partir daí, dá-se início de nova fase de expansão por meio de aquisições. O Itaú
Holding adquire o BFB - Banco Francês e Brasileiro, reforçando sua posição no
segmento de clientes de alta renda, tesouraria e corporate banking.
Em 1996 o Itaú realiza uma aliança estratégica com o Bankers Trust
New York, que deu origem ao Itaú Bankers Trust Banco de Investimento, atual
Itauvest Banco de Investimento.
Segue-se, daí em diante, uma série de transações de F&A a nível
internacional. Em 1997 é adquirido o Banco Itaú Europa Luxembourg (ex-
Bamerindus Luxembourg), controlado pela holding Itaúsa Portugal. Esta holding
detém também importante participação no Banco BPI, uma das maiores
organizações bancárias de Portugal. Em 1998, ocorre a compra do Banco Del
Buen Ayre, incorporado ao Itaú Argentina, atual Itaú Buen Ayre, reforça a atuação
do Itaú Holding no Mercosul.
De 1997 a 2001, ocorre uma seqüência de participações em leilões
de privatização de bancos estaduais, o Itaú Holding adquire o Banerj (Rio de
Janeiro - 1997), o Bemge (Minas Gerais - 1998), o Banestado (Paraná - 2000) e o
BEG (Goiás - 2001).
Entretanto, um fato marcante ocorre em 5 de novembro de 2002,
quando o Banco Itaú S.A. anunciou a associação com o grupo controlador do
Banco BBA-Creditanstalt S.A. (BBA), tornando-se o maior banco de atacado do
país, tendo iniciado efetivamente as operações em 10 de março de 2003.
Posteriormente, para melhor gerenciar seus negócios, dar maior autonomia
operacional aos seus diversos segmentos internos e maior transparência nas
demonstrações financeiras, o então Banco Itaú S.A. anunciou também uma
reorganização societária, que culminou na criação do Banco Itaú Holding
Financeira S.A., instituição financeira que incorporou, em 24 de março de 2003, a
totalidade das ações do Banco Itaú S.A., que assim tornou-se sua subsidiária
integral. O Banco Itaú-BBA também se tornou subsidiária parcial (95,75%) do Itaú
Holding.
Neste sentido, atualmente o Banco Itaú Holding Financeira S.A., se
caracteriza como um banco múltiplo com supervisão do Banco Central, e, exerce,
fundamentalmente, a função de "Holding Financeira", centralizando as áreas de
controle de riscos, auditoria e tesouraria do conglomerado financeiro.
4.2.5 Banco Santander Banespa S. A.
O Santander é um banco que vai além da tradição, investindo no
contínuo aprimoramento de seus produtos e serviços, que associa as mais
recentes tecnologias a produtos inovadores, primando pela experiência e
capacitação de todos os seus profissionais.
4.2.5.1 Caracterização do Santander Banespa
O Banco Santander é uma empresa do Santander Central Hispano,
presente em 30 países, líder na Espanha, maior banco em capitalização de
mercado da região do Euro e a maior instituição financeira internacional da
América Latina.
Com relação a sua composição societária, o grupo é formado por
quatro entidades legais, os bancos Banespa, Santander Meridional, Santander
Brasil e Santander S/A, todos eles direta ou indiretamente controlados pelo
Santander Central Hispano, com sede em Madri.
O Quadro 8 apresenta uma síntese das informações de identificação
do Grupo empresarial, tais como nome da holding, CNPJ, além de outras
informações consideradas relevantes para a caracterização do conglomerado
Quadro 8 - Dados Técnicos do Banco Santander Banespa S. A.
SANTANDER BANESPA
Nome da Holding: Banco Santander S.A.
CNPJ da Holding: 33.517.640
Código: 30379
Tipo: Nacional Controle Estrangeiro
Instituição Líder: 33.517.640 Banco Santander S.A.
Sigla: SANTANDER BANESPA
Endereço: Rua Boa Vista, 209 – 01014-914 São Paulo – SP –
Tipo Instituição: Banco Múltiplo Privado
Status: Em Funcionamento
Quantidade de funcionários: 21.156 em 06/2004
Fonte: BACEN: SFN – Dados cadastrais [2004b].
4.2.5.2 Histórico do Banco Santander
A presença do Santander Central Hispano no Brasil, teve início com
a instalação do primeiro escritório de representação em 1982, e, nove anos
depois, com o início das operações do Santander Investment.
Santander Banespa - O Santander Banespa foi formado em 2001,
após a reestruturação societária realizada no primeiro semestre daquele ano,
envolvendo operações contábeis para a transferência das ações do Banespa,
então de propriedade do Banco Santander Central Hispano, para o Banco
Santander S/A.
Atualmente o Santander Banespa atua em todos os segmentos do
mercado financeiro com uma completa gama de produtos e serviços. Concentra
suas operações de varejo nas regiões Sul e Sudeste e atende todo o País com
produtos de atacado, sendo a instituição, líder no interior do Estado de São Paulo
e no Estado do Rio Grande do Sul. Em junho de 2003 o Santander Banespa
contava com uma rede de 1.804 pontos-de-venda, atendendo 6,6 milhões de
clientes, dos quais 4,5 milhões são correntistas, e um total de 21.156 funcionários.
O total de ativos montava, na mesma data, a R$ 52,8 bilhões, e o patrimônio
líquido alcançava a cifra de R$ 7,6 bilhões.
4.2.5.3 Gestão Estratégica Corporativa do Santander
No Brasil, o Banco Santander tem um histórico sem precedentes de
aquisições e continua crescendo, que teve início nos anos de 1997/1998, quando
foram adquiridos os bancos Geral do Comércio e Noroeste, ambos com
concentração no varejo no Estado de São Paulo.
No entanto, as mais recentes aquisições aconteceram no ano de
2000. Em janeiro de 2000 foi adquirido o Conglomerado Financeiro Meridional
(composto pelo Banco Meridional um importante banco regional de varejo do Rio
Grande do Sul; e, pelo banco de investimentos Bozano, Simonsen um banco de
atacado com experiência em atividades de mercado de capitais). Posteriormente,
em novembro de 2000, o Santander foi incorporado ao Banespa, banco estadual
com forte atuação no varejo e uma expressiva rede de agências e clientes.
Essas aquisições evidenciam a estratégia de consolidação do
Santander Banespa no Brasil, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, onde
estabeleceu sua base de crescimento no país.
4.2.6 Banco União de Bancos Brasileiros S.A.
O Unibanco é hoje o terceiro maior banco privado brasileiro, com
atuação destacada em todos os segmentos do mercado financeiro, tendo suas
ações listadas no Nível 1 da Bolsa de Valores de São Paulo - Bovespa e na Bolsa
de Valores de Nova York NYSE. O banco adota os padrões contábeis
brasileiros e norte-americanos na publicação de suas informações financeiras.
4.2.6.1 Caracterização do Unibanco
O Unibanco surgiu como banco de atacado, e hoje atua fortemente
no mercado varejista, inclusive no financiamento da classe de baixa renda -
classe C e D. Vem seguindo o caminho de crescimento orgânico não deixando
de lado o crescimento via aquisições seletivas e alianças estratégicas.
O Quadro 9 apresenta uma síntese das informações de identificação
do Grupo empresarial, tais como nome da holding, CNPJ, além de outras
informações consideradas relevantes para a caracterização do conglomerado
Quadro 9 - Dados Técnicos do Banco União de Bancos Brasileiros S.A.
UNIBANCO-
Nome da Holding: Uniao de Bancos Brasileiros S.A.
CGC: 33.700.394 Cod. Comp.: 409
Endereço:Av. Eusébio Matoso, 891 - Pinheiros - 05423-901 - São
Telefone: 011-30974233 - Fax: 011-30974763
Região: SUDESTE Jurisdição: GTSPA Dep. Fiscalizador: GTSPA
Natureza Jurídica: Sociedade Anônima De Capital Aberto
Tipo Instituição: 275 - Banco Múltiplo Nacional Com Partic. Estrangeira
Status: Em Funcionamento
Auditor Independente: Deloitte Touche Tohmatsu
Quantidade de diretores: 21 em: 06/2004
Quantidade de contas de Depósitos a Vista: 2.523.364 em: 06/2004
Fonte: BACEN: SFN – Dados cadastrais [2004b].
Sua estrutura organizacional separa de forma clara as funções dos
quatro pilares: Banco de Varejo, Banco de Atacado, Seguros e Previdência e
Gestão de Patrimônios (Wealth Management, como é conhecido no exterior)
este último reúne as atividades de administração de recursos de terceiros e
private banking, explorando as sinergias naturais entre as duas áreas.
Na área da tecnologia da informação o Unibanco foi pioneiro no uso
de ferramentas de customer relationship management (CRM) e data based
marketin (DBM). Estas ferramentas se apóiam em tecnologia de última geração e
modelos quantitativos, que permitem conhecer a propensão de consumo de cada
grupo de clientes para cada produto, melhorando a qualidade da oferta de
produtos e serviços em todos os canais. Adicionalmente, permitem o
entendimento, a antecipação e a viabilização do atendimento das necessidades
dos clientes atuais e potenciais do banco, maximizando a rentabilidade
advindas desses relacionamentos.
Desde o ano 2000, o Unibanco utiliza o modelo de gestão Balanced
Scorecard, chamado internamente de Painel de Gestão - PDG, para certificar a
implementação e a gestão da sua estratégia de longo prazo. Entre os principais
benefícios estão a comunicação dos grandes desafios da empresa a todos os
seus colaboradores e o alinhamento das diversas unidades, áreas e pessoas a
estas diretrizes, estimulando o total foco e comprometimento de todos na
conquista de seus objetivos estratégicos.
As atividades de relações com investidores o parte integrante no
contexto estratégico do banco que visam assegurar a comunicação institucional e
o relacionamento entre o Unibanco, o mercado financeiro e formadores de opinião
de maneira transparente, precisa e democrática, em harmonia com os princípios
de governança corporativa adotados pela instituição.
Estas atividades incluem as divulgações trimestrais de resultados,
coordenação de conteúdo de diversas publicações, como o Relatório Anual,
reuniões públicas com analistas no âmbito das APIMECs, conferências, entre
outras.
4.2.6.2 Histórico do Unibanco
O marco inicial do Unibanco deu-se em 1924 com a criação da
Seção Bancária da Moreira Salles e Cia., no município de Poços de Caldas (MG).
Em 1931 com a denominação de Casa Bancária Moreira Salles, passou a atuar
como Banco de Atacado. Em 1940 ocorre a fusão dos bancos Machadense, Casa
Bancária de Botelhos e Casa Bancária Moreira Salles dando origem ao Banco
Moreira Salles. A partir de 1966 uma seqüência de fusões e aquisições, e,
finalmente, em 1972 surge a União de Bancos Brasileiros. Em 1975 passa a se
denominar Unibanco, tornando-se o primeiro banco a utilizar teleprocessamento,
adquire o Banco Mineiro em 1981, e, em 1989 se transforma em banco múltiplo.
4.2.6.3 Gestão Estratégica Corporativa do Unibanco
O Unibanco deixa transparente sua estratégia de busca agressiva de
escala por meio de crescimento orgânico, alianças e aquisições. Seu crescimento
orgânico se processa mediante a conquista de novos clientes e aumento do
número de produtos por cliente. Por outro lado, o crescimento via aliança no
segmento de baixa renda vem ocorrendo mediante a aquisição do controle
estratégico das empresa de consumo, exemplo disso foram as aquisições do
Fininvest, LuizaCred e PontoCréd, todas especializadas no financiamento à baixa
renda.
, a estratégia corporativa através das fusões e aquisições de
bancos, remonta à sua origem, e vem sendo utilizada com maior intensidade pelo
Unibanco no período investigado nesta pesquisa (1995/2004). A gestão
estratégica adotada pelo Unibanco proporciona o alinhamento entre as unidades
e os negócios, produzindo resultados significativos em função dos ganhos em
competitividade, ampliação de mercado e ganhos de escala operacional.
4.3 Descrição das operações de F&A realizadas, quantificação das variáveis
e dos indicadores da pesquisa
Este tópico descreve as operações de F&A realizadas pelos seis
bancos fusionantes no período delimitado pelo estudo, contendo a identificação
de todos os bancos adquiridos, as datas e valores envolvidos nas negociações.
Paralelamente, são apresentados os dados relativos às variáveis e
indicadores, obtidos através do levantamento efetuado, permitindo, assim, uma
visão do panorama do ambiente dos bancos onde foi desenvolvido o presente
estudo.
4.3.1 Banco ABN AMRO Real S.A.
Operações de F&A do ABN AMRO A Tabela 6 apresenta as
aquisições do Banco ABN AMRO Real S.A. Verifica-se que este banco, no
período pesquisado, realizou quatro transações de F&A, envolvendo um volume
de recursos da ordem de 7,9 bilhões de reais.
Tabela 6 - Fusões e aquisições do ABN AMRO Real S.A.
VALOR
NOME DO BANCO ADQUIRIDO
DATA DA
AQUISIÇÃO
R$
MILHÕES
US$
MILHÕES
01
Banco do Estado de Pernambuco S.A.
30.11.1998
183,00 152,56
02
Banco Real S.A. 19.11.1999
5.445,94 2.821,00
03
Banco do Estado do Paraíba 19.11.2001
76,50 32,10
04
Banco Sudameris do Brasil S. A. 12.04.2004
2.190,00 751,80
Fonte: (BACEN, 2001c, 2002d, 2003b, 2004c).
Números e indicadores do ABN AMRO A tabela 7 fornece os
dados estatísticos dos principais elementos que foram utilizados para mensurar o
desempenho do ABN AMRO, no período de vigência da pesquisa. Apresenta, de
forma consolidada, os indicadores vinculados às variáveis estabelecidas neste
estudo: quantidade de agências, base de clientes, retorno sobre o ativo médio,
classificação dos bancos no ranking dos 50 maiores do SFN e índice de Basiléia.
Tabela 7 – Banco ABN AMRO Real S. A. – Indicadores
BANCO ABN AMRO REAL S/A
INDICADORES
ANO
Nº DE
AGÊNCIAS
TOTAL
CLIENTES
em milhões
RA
(%)
RANKING
IND.
BASILÉIA
(%)
1997
ND
ND
ND
26
ND
1998
588
ND
ND
15
ND
1999
594
ND
ND
16
ND
2000
681 6,2
ND
7 23,85
2001
819 6,8 2,58 6 16,75
2002
851 7,1 3,28 6 15,73
2003
1.145 8,3 2,35 7 19,55
2004
1.111 9,2 2,10 7 19,34
Fonte: ABN AMRO (2004).
ND: Informação não disponibilizada
4.3.2 Banco Brasileiro de Descontos S.A.
Operações de F&A do Bradesco A Tabela 8 apresenta as
aquisições do Bradesco S.A. A partir do quadro 13, verifica-se que este banco, no
período pesquisado, realizou 15 transações de F&A, envolvendo um volume de
recursos da ordem de 7,9 bilhões de reais.
Tabela 8 - Fusões e aquisições do Bradesco S.A.
VALOR
NOME DO BANCO ADQUIRIDO
DATA DA
AQUISIÇÃO
R$
MILHÕES
US$
MILHÕES
01
Banco de Crédito Nacional S.A 20.01.1998
1.142,00 1.019,82
02
Banco de Crédito Real de MG. S.A. 20.01.1998
127,30 113,68
03
Banco Itabanco S.A. 20.01.1998
ND ND
04
BCR - Banco de Crédito Real S.A. 16.07.1998
ND ND
05
Continental Banco S.A. 14.06.1999
ND ND
06
Banco do Estado da Bahia S.A. 05.07.1999
260,00 145,38
07
Banco BoaVista Interatlântico S.A. 08.12.2000
946,00 480,52
08
Banco das Nações S.A. 12.12.2000
ND ND
09
Banco do Estado do Amazonas S.A. 04.02.2002
182,91 75,52
10
Banco Mercantil de São Paulo S.A. 26.03.2002
11
Banco Finasa de Investimento S.A. 26.03.2002
1.372,00 583,98
12
Banco Cidade S.A. 03.06.2002
366,00 144,07
13
Banco Bilbao Vizcaya S.A. 12.08.2003 2.630,00 870,03
14
Banco Zogbi S. A. 06.11.2003
650,00 226,48
15
Banco do Estado do Maranhão S. A. 12.02.2004
78,00 26,87
Fonte: (BACEN, 2001c, 2002d, 2003b, 2004c).
Números e indicadores do Bradesco A tabela 9 fornece os dados
estatísticos dos principais elementos que foram utilizados para mensurar o
desempenho do Bradesco, no período de vigência da pesquisa. Apresenta, de
forma consolidada, os indicadores vinculados às variáveis estabelecidas neste
estudo: quantidade de agências, base de clientes, retorno sobre o ativo médio,
classificação dos bancos no ranking dos 50 maiores do SFN e índice de Basiléia.
Tabela 9 – Banco Bradesco S. A.– Indicadores
BANCO BRADESCO S/A
INDICADORES
ANO
Nº DE
AGÊNCIAS
TOTAL
CLIENTES
em milhões
RA
(%)
RANKING
IND.
BASILÉIA
(%)
1997
2164
ND
1,40
5 18,30
1998
2210 6,3 1,50
3 17,60
1999
2431 8,7 1,40
3 15,60
2000
2579 10,8 1,80
3 13,30
2001
2610 12,0 2,00
3 15,40
2002
2954 13,0 1,40
3 17,90
2003
3052 14,5 1,30
2 19,90
2004
3004 16,4 1,70
2 18,80
Fonte: BRADESCO: Relatório Anual do Bradesco (2004).
4.3.3 Banco HSBC S.A.
Operações de F&A do HSBC – A Tabela 10 apresenta as aquisições
do HSBC S.A. Verifica-se que este banco, no período pesquisado, realizou
apenas uma transação de F&A, envolvendo um volume de recursos no valor de
um bilhão de reais.
Tabela 10 - Fusões e aquisições do HSBC S.A.
VALOR
NOME DO BANCO ADQUIRIDO
DATA DA
AQUISIÇÃO
R$
MILHÕES
US$
MILHÕES
01
Banco Bamerindus do Brasil S.A 02.04.1997 1.000,00 944,29
Fonte: BACEN (2001c)
Números e indicadores do HSBC A tabela 11 fornece os dados
estatísticos dos principais elementos utilizados para mensurar o desempenho do
HSBC, no período de vigência da pesquisa. Apresenta, de forma consolidada, os
indicadores vinculados às variáveis estabelecidas neste estudo: quantidade de
agências, base de clientes, retorno sobre o ativo médio, classificação dos bancos
no ranking dos 50 maiores do SFN e índice de Basiléia.
Tabela 11 - Banco HSBC S/A.– Indicadores
BANCO HSBC S/A
INDICADORES
ANO
Nº DE
AGÊNCIAS
TOTAL
CLIENTES
em milhões
RA
(%)
RANKING
IND.
BASILÉIA
(%)
1997
ND
ND
0,69
12
ND
1998
991
ND
0,97
10
ND
1999
981
ND
1,59
9 15,70
2000
985
ND
1,31
11 14,95
2001
989
ND
0,64
10 12,23
2002
943
ND
1,28
10 12,93
2003
925
ND
0,88
10 14,39
2004
926 4,8
1,31
10 13,95
Fonte: HSBC: Relatório Anual do HSBC (2004).
4.3.4 Banco Itaú S.A.
Operações de F&A do Itaú A Tabela 12 apresenta as aquisições
do Banco Itaú S.A. Verifica-se que este banco, no período pesquisado, realizou
sete operações de F&A, envolvendo um volume de recursos da ordem de 7,8
bilhões de reais.
Tabela12 - Fusões e aquisições do Banco Itaú S.A. (jun./1994-jun./2004)
VALOR
NOME DO BANCO ADQUIRIDO
DATA DA
AQUISIÇÃO
R$
MILHÕES
US$
MILHÕES
01
Banco Francês e Brasileiro S/A 15.04.1996
500,00 486,76
02
Banco Banerj S/A 15.07.1997
311,00 287,96
03
Banco do Estado de Minas Gerais S/A
17.09.1998
583,00 494,36
04
Banco do Estado do Paraná S/A 27.10.2000
1.625,00 844,95
05
Banco do Estado de Goiás S/A 28.12.2001
665,00 286,69
06
Banco BBA Creditanstalt S/A 13.03.2003
3.300,00 1.412,67
07
Banco Fiat S/A 16.05.2003
897,00 301,79
Fonte: (BACEN, 2001c, 2002d, 2003b, 2004c).
Números e indicadores do Itaú A tabela 13 fornece os dados
estatísticos dos principais elementos que foram utilizados para mensurar o
desempenho do Itaú, no período de vigência da pesquisa. Apresenta, de forma
consolidada, os indicadores vinculados às variáveis estabelecidas neste estudo:
quantidade de agências, base de clientes, retorno sobre o ativo dio,
classificação dos bancos no ranking dos 50 maiores do SFN e índice de Basiléia.
Tabela 13 – Banco Itaú S. A.– Indicadores
BANCO ITAÚ S/A
INDICADORES
ANO
Nº DE
AGÊNCIAS
TOTAL
CLIENTES
em
milhões
RA
(%)
RANKING
IND.
BASILÉIA
(%)
1997
993 5,7 1,60 6 18,70
1998
1019 6,6 1,80 4 21,30
1999
1194 6,9 3,60 4 21,00
2000
2118 ND 2,60 4 14,40
2001
2259 8,6 2,90 4 16,90
2002
2314 9,0 2,10 4 18,40
2003
2321 9,2 2,70 4 19,80
2004
2282 11,8 2,90 4 20,60
Fonte: Itaú: Relatório Anual do Itaú (2004).
4.3.5 Banco Santander Central Hispano S.A.
Operações de F&A do Santander A Tabela 14 apresenta as
aquisições do Banco Santander S.A.
Tabela 14 - Fusões e aquisições do Banco Santander S.A.
VALOR
NOME DO BANCO ADQUIRIDO
DATA DA
AQUISIÇÃO
R$
MILHÕES
US$
MILHÕES
01
Banco Geral do Comércio S.A. 22.08.1997
ND 220,00
02
Banco Noroeste S.A. 30.03.1998
ND 500,00
03
Banco Meridional S.A (Boz.Simonsen) 18.05.2000 1.300,00 710,50
04
Banco do Estado de São Paulo S.A. 28.11.2000
7.050,00 3.566,01
Fonte: BACEN (2001c).
Verifica-se que este banco, no período pesquisado, realizou quatro
operações de F&A, envolvendo um volume de recursos superior a 9,8 bilhões de
reais.
Números e indicadores do SantanderA tabela 15 fornece os dados
estatísticos dos principais elementos que foram utilizados para mensurar o
desempenho do Santander, no período de vigência da pesquisa. Apresenta, de
forma consolidada, os indicadores vinculados às variáveis estabelecidas neste
estudo: quantidade de agências, base de clientes, retorno sobre o ativo médio,
classificação dos bancos no ranking dos 50 maiores do SFN e índice de Basiléia.
Tabela 15 – Banco Santander S. A.– Indicadores
BANCO SANTANDER S/A
INDICADORES
ANO
Nº DE
AGÊNCIAS
TOTAL
CLIENTES
em
milhões
RA
(%)
RANKING
IND.
BASILÉIA
(%)
1998
93
ND
ND
14
ND
1999
209
ND
ND
10
ND
2000
410
ND
ND
9
ND
2001
1001
3,5
2,30 9 14,70
2002
1017 6,2 4,80 9 15,10
2003
1026 6,2 3,00 6 18,10
2004
1028 ND 2,60 6 16,96
Fonte: SANTANDER:
Relatório Anual
do Santander (2004).
4.3.6 União de Bancos Brasileiros S.A.
Operações de F&A do Unibanco A Tabela 16 apresenta as
aquisições do Unibanco S.A. Verifica-se que este banco, no período pesquisado,
realizou seis operações de F&A, envolvendo um volume de recursos da ordem de
3,01 bilhões de reais.
Tabela 16 - Fusões e aquisições do Unibanco S.A.
VALOR
NOME DO BANCO ADQUIRIDO
DATA DA
AQUISIÇÃO
R$
MILHÕES
US$
MILHÕES
01
Banco Dibens S.A. 13.08.1998;
01.06.2005
188,25 102,48
02
Banco Credibanco S.A. 25.04.2000
150,00 83,89
03
Banco Nacional S.A 18.11.1996
1.000,00 971,25
04
Banco Bandeirantes S.A. 08.01.2001
1.200,00 615,61
05
Banco Fininvest S.A. (50% /
50%)
16/09/1997
19/04/2002
480,00 322,88
06
Banco Investcred S.A. 30.09.2002
ND ND
Fonte: (BACEN, 2001c, 2002d).
Números e indicadores do UnibancoA Tabela 17 fornece os dados
estatísticos dos principais elementos que foram utilizados para mensurar o
desempenho do Unibanco, no período de vigência da pesquisa. Apresenta, de
forma consolidada, os indicadores vinculados às variáveis estabelecidas neste
estudo: quantidade de agências, base de clientes, retorno sobre o ativo médio,
classificação dos bancos no ranking dos 50 maiores do SFN e índice de Basiléia.
Tabela 17 – Banco Unibanco S. A.– Indicadores
UNIÃO DE BANCOS BRASILEIROS S/A
INDICADORES
ANO
Nº DE
AGÊNCIAS
TOTAL
CLIENTES
em milhões
RA
(%)
RANKING
IND.
BASILÉIA
(%)
1997
627 3,0 1,60
7 ND
1998
684 3,5 1,50
5 14,20
1999
700 3,7 1,70
5 17,50
2000
908 4,0 1,80
6 16,50
2001
904 5,2 1,80
7 13,72
2002
896 5,6 1,50
6 15,71
2003
903 6,0 1,50
5 18,60
2004
914 ND 1,70
5 16,27
Fonte: UNIBANCO: Relatório Anual do Unibanco (2004).
4.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA
Caracterizados os bancos que fazem parte da pesquisa, neste item
apresenta-se os resultados, a partir das variáveis estudadas. Portanto, neste
tópico são apresentadas as discussões das variáveis/indicadores, em
correspondência com o modelo esquemático constante do Quadro 5 (variáveis e
indicadores da pesquisa).
4.4.1 Ampliação do poder de mercado
Esta variável objetiva verificar se os bancos fusionantes
conseguiram ampliar sua atuação no mercado em função da utilização da
estratégia de F&A. Dentro da ampliação do poder de mercado, os achados da
pesquisa são analisados banco a banco.
4.4.1.1 Evolução do número de agências
Este indicador investiga o acréscimo do número de agências de
cada banco fusionante no período estabelecido na pesquisa, como resultado da
estratégia corporativa de F&A. Neste sentido, vale salientar, que o indicador não
se refere à criação de novas dependências, mas, à migração das agências dos
bancos adquiridos para os adquirentes.
Esta análise apresenta as variações numéricas registradas na
Tabela 18, comentadas nos parágrafos seguintes.
O ABN AMRO possuía 588 agências no ano de 1997, tendo um
incremento de 1,02% no ano de 1999, considerado irrisório.
Entretanto, nos anos de 2000, 2001 e 2003, correspondentes à
época de aquisição do Bandepe, Real, Paraiban e Sudameris, os aumentos
foram superiores a 14%, em média ao ano. Desta forma, o ABN AMRO chegou ao
ano de 2004 com um total de 1.111 dependências, obtendo, portanto, um
aumento total de 523 unidades, o que representa 88,95% da quantidade de
agências existentes no início do período pesquisado.
Tabela 18 – Evolução do número de agências
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE AGÊNCIAS - ANÁLISE COMPARATIVA
BANCOS
ANO
ABN BRADESCO
HSBC
ITAÚ SANTANDER
UNIBANCO
1997
ND 2164 ND 993 ND 627
1998
588 2210 991 1019 93 684
1999
594 2431 981 1194 209 700
2000
681 2579 985 2118 410 908
2001
819 2610 989 2259 1001 904
2002
851 2954 943 2314 1017 896
2003
1.145 3052 925 2321 1026 903
2004
1.111 3004 926 2282 1028 914
VAR.
TOTAL
88,95%
38,82% -6,56%
129,81%
1005,38% 45,77%
Fonte: (BACEN, 1998b, 1999c, 2001d, 2004e).
O Bradesco contava com 2.164 agências em 1997, tendo efetuado
um total de 15 aquisições. Estas transações ocorreram em todos os anos do
período pesquisado, à exceção de 2001. Verifica-se um crescimento progressivo
do número de dependências durante todo o intervalo. No ano de 2004 o Bradesco
possuía um total de 3.004 agências, com um incremento total de 840 unidades,
correspondente a um aumento total de 38,81%, no intervalo pesquisado.
O HSBC em 1998 contava com 991 agências, chegando no final do
período com 926. De acordo com estas informações, observa-se que houve uma
diminuição de 65 dependências, correspondente a –6,56% em relação à
quantidade de agências existentes no início da pesquisa.
Figura 2 – Evolução do número de agências
Fonte: (BACEN, 1998b, 1999c, 2001d, 2004e).
Entretanto, de acordo com o Quadro 14, o HSBC entrou no mercado
financeiro brasileiro em 1997 com uma única aquisição (Banco Bamerindus do
Brasil S.A.). Desta forma, o que aconteceu, efetivamente, foi um aumento de 926
agências em função da aquisição do Bamerindus, haja vista que a redução
registrada, não elimina o fato de que no início da pesquisa o Banco HSBC não
possuía nenhuma agência no Brasil.
O Itaú possuía 993 agências em 1997, tendo realizado nove
aquisições de bancos no período pesquisado. Convém destacar, o período 1997-
2000, com um aumento de 1.125 unidades, equivalente a um incremento de
113% do número agências. Nesta época ocorreram as aquisições do Banerj,
Bemge e Banestado, em função da política de privatização dos bancos públicos,
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE AGÊNCIAS
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
ANO
QUANTIDADE DE AGÊNCIAS
ABN BRADESCO
HSBC ITAÚ
SANTANDER UNIBANCO
que pode explicar o grande crescimento ocorrido no período. Já em 2003, nota-se
a ocorrência de estabilização, e não se constata acréscimo quanto ao número de
dependências. Infere-se daí que houve redistribuição e fechamento de algumas
agências em função das demissões incentivadas nos bancos estatais adquiridos.
Verifica-se que houve um aumento total de 1.289 agências em todo o intervalo do
estudo, correspondente a um crescimento 129,81% do número de dependências.
O Santander contava com 93 agências no início da pesquisa, tendo
realizado um total de quatro aquisições de bancos (Banco Geral do Comércio,
Noroeste, Meridional-Bozano Simonsen e Banespa), ocorridas no quadriênio
1997-2000. Este período se caracterizou por um quadro de alto crescimento no
número de agências. No último ano da pesquisa (2004), o Santander possuía
1.028 agências, com um incremento de 1.105% no período. Este fenômeno pode
ser explicado, por se tratar de banco estrangeiro, que entrou no mercado
exclusivamente em função da utilização da estratégia de fusões e aquisições.
O Unibanco contava com 627 dependências em 1997, tendo
realizado sete (07) aquisições no período investigado. Teve um incremento de
287 agências no período pesquisado, chegando a 2004 com um total de 914
dependências, correspondentes a um percentual de aumento de 46%. Verifica-se
a concentração maior no ano de 2000, período em que ocorreu o maior número
de aquisições de bancos.
Portanto, com base nos valores registrados na Tabela 18, relativos
ao item “Evolução do mero de ancias”, convém destacar a performance do
Santander levando-se em conta o percentual, que registrou um incremento de
1.005,38% correspondente a 935 agências. Paralelamente, destaca-se o
desempenho do Itaú, considerando o incremento, em valor absoluto, com um
crescimento total de 1289 agências (129,81%). A Figura 2 fornece a visualização
do comportamento da evolução do número de agência dos bancos pesquisados.
Todas as informações deste tópico confirmam a relevância da
utilização da estratégia de F&A pelos bancos pesquisados, em função dos
reflexos positivos na evolução do número de agências deste bancos.
4.4.1.2 Evolução da base de clientes
Conforme descrito no capítulo 2, uma razão associada à utilização
das F&A refere-se à rapidez para abrir caminho para novos produtos e entrar em
mercados rapidamente, bem como à obtenção de novas capacidades, que
resultam em posições de mercado vantajosas.
Este indicador comprova que, à medida que a empresa fusionante
assume o controle do novo banco, recebe, de imediato, todos os clientes da
instituição fusionada, juntamente com o total de negócios de responsabilidade
destes clientes.
Antes de iniciar à discussão relativa ao indicador quantidade de
clientes, convém ressaltar algumas limitações encontradas por ocasião do
rastreamento dos dados. Alguns bancos não disponibilizaram os dados relativos a
todo o período pesquisado. Desta forma, do HSBC só consta a informação do ano
2004, e, o Santander de 2002-2003.
A discussão sob o ponto de vista da evolução da base de clientes é
apresentada nos parágrafos seguintes, de acordo com os dados constantes da
Tabela 19.
Tabela 19 - Quantidade de clientes por banco
QUANTIDADE DE CLIENTES (em milhões)
BANCOS
ANO
ABN BRADESCO
HSBC
ITAÚ SANTANDER
UNIBANCO
1997
ND
ND
ND
5,7
ND
3,0
1998
ND
6,3
ND
6,6
ND
3,5
1999
ND
8,7
ND
6,9
ND
3,7
2000
6,2 10,8
ND
ND
ND
4,0
2001
6,8 12,0
ND
8,6
ND
5,2
2002
7,1 13,0
ND
9,0 3,5 5,6
2003
8,3 14,5
ND
9,2 6,2 6,0
2004
9,2 16,4 4,8 11,8 6,2 6,0
VAR.
TOTAL
48,39%
160,32% *** 107,02%
77,12% 100,00%
Fonte: ABN AMRO, 2004; BRADESCO, 2004; HSBC, 2004; ITAÚ, 2004;
SANTANDER, 2004; UNIBANCO, 2004.
A entrada do ABN AMRO no mercado financeiro nacional, se deu
exclusivamente em função das aquisições, por se tratar de grupo de origem
estrangeira. Apesar de não constarem os números relativos ao período 1998-
1999, infere-se que a base de clientes inicial (6,2 milhões) teve sua origem em
função da aquisição do BANDEPE (1998), e, principalmente, do Real (1999). Em
2001 houve um crescimento de 9,68%, com a aquisição do Paraiban. Em 2002
não houve aquisições, entretanto ocorreu crescimento modesto (4,41%). Em
2004, o ABN AMRO fez sua última aquisição (Sudameris) chegando à marca de
9,2 milhões de clientes. No final da pesquisa, o ABN AMRO contava em 2004
com 9,2 milhões, que corresponde a um aumento da base de clientes de 48,39%,
em 4 anos.
O Bradesco adquiriu 15 bancos, distribuídos por todo o período
investigado, à exceção de 2001. Seu crescimento anual foi superior a 10%,
exceto em 2002 que foi 8,33%. O Bradesco tinha 6,3 milhões de clientes em
1998, chegando a 2004 com 16,4 milhões, que corresponde a um aumento da
base de clientes de 160,32%, em 6 anos, ocupando a posição dentre os seis,
tanto em percentual como em valores absolutos (16,4 milhões de clientes).
O Itaú efetuou, no total, sete aquisições, iniciando em 1996 com o
Banerj e o BFB. À exceção de 2002, teve aquisições em todo período da
pesquisa. O Itaú tinha 5,7 milhões de clientes em 1997, chegando a 2004 com
11,8 milhões, apresentando um crescimento da base de clientes de 107,02% em
7 anos.
O HSBC realizou uma única compra no intervalo do estudo, que foi
do Banco Bamerindus, no ano de 1997. A discussão sobre o crescimento anual
não foi possível de ser realizada, em virtude da indisponibilidade dos dados
anuais; entretanto, pode-se supor que não houve aumentos significativos, devido
à não ocorrência de novas aquisições de bancos. Ao final do estudo, o HSBC foi o
banco que apresentou a menor base de clientes, em valores absolutos (4,8
milhões de clientes).
O Santander realizou quatro aquisições no período, sendo uma em
1997, uma em 1998 e duas em 2000. Possuía 3,5 milhões de clientes em 2001,
chegando a 2004 com 6,2 milhões, que corresponde a um incremento de
160,32% da base de clientes, em 3 anos.
O Unibanco realizou seis aquisições no período investigado. Em
1996 o Unibanco possuía 2,4 milhões de clientes, chegando a 2004 com 6,0
milhões, correspondente a um incremento na base de clientes de 100,00%, em 7
anos.
Portanto, com base nos valores apresentados na Tabela 19,
relativos ao item “Evolução do número de clientes”, destaca-se a performance do
Bradesco com um incremento em percentual de 160% correspondente a 10,1
milhões de clientes. Em segundo lugar aparece o Itaú com um incremento de
107,2% correspondente a 6,1 milhões de clientes.
De acordo com esta discussão (v. Tabela 19), fica evidenciado o
crescimento da base de clientes dos seis bancos fusionantes, atestando assim, a
eficácia da utilização da estratégia de F&A utilizada.
4.4.2 Ganhos de escala operacional
Esta variável envolve a redução dos custos médios decorrentes de
aumentos na escala de produção da empresa, que podem ser de natureza
tecnológica ou pecuniária.
A utilização da estratégia de F&A pelos bancos, se reflete sobre os
ganhos de escala operacional, principalmente, em função da implementação de
inovações tecnológicas, mediante a oferta de novos produtos e serviços, que
permitem uma maior atenção ao cliente e agilidade na prestação de serviço.
No caso específico deste trabalho, o indicador adotado para
mensuração destes ganhos de escala operacional foi o Retorno sobre o ativo
operacional – RAO.
4.4.2.1 Retornos sobre o ativo médio – RA
Este indicador visa mensurar a rentabilidade do capital empregado.
Sua relevância reside no fato de que os ativos representam o conjunto de
recursos que sustentam as instituições. Desta forma, espera-se, que tais
recursos sejam devidamente remunerados.
Previamente à discussão relativa aos Retornos sobre o Ativo dio
Tabela 20, se fazem necessárias as seguintes considerações: o banco HSBC,
não disponibilizou nenhuma informação deste item, entretanto, com vistas a
proporcionar um melhor entendimento da análise deste indicador, foi construída a
Tabela 21, contendo o lucro líquido dos bancos analisados, que será utilizada
para subsidiar a análise.
Tabela 20 – Retorno sobre o ativo operacional dos bancos fusionantes.
RETORNO SOBRE O ATIVO MÉDIO (%)
BANCOS
ANO
ABN
BRADESCO HSBC
ITAÚ
SANTANDER UNIBANCO
1997
ND
1,40
ND
1,60
ND
1,60
1998
ND
1,50
ND
1,80
ND
1,50
1999
ND
1,40
ND
3,60
ND
1,70
2000
ND
1,80
ND
2,60
ND
1,80
2001
2,58
2,00
ND
2,90
2,30 1,80
2002
3,28
1,40
ND
2,10
4,80 1,50
2003
2,35
1,30
ND
2,70
3,00 1,50
2004
2,10
1,70
ND
2,90
2,60 1,70
MÉDIA
2,58
1,56
ND
2,53
3,18 1,64
Fonte: ABN AMRO, 2004; BRADESCO, 2004; HSBC, 2004; ITAÚ, 2004;
SANTANDER, 2004; UNIBANCO, 2004.
O ABN AMRO apresentou uma evolução do retorno sobre ativo
médio (RA) superior a 2,10% no último quadriênio 2001-2004. Correlacionando
estes valores com o lucro líquido apresentado na Tabela 21, verificamos que no
mesmo peodo o banco apresentou lucro líquido anual superior a US$ 72
milhões. Fazendo a análise do lucro líquido no quadriênio anterior (1997-2000),
verifica-se que os valores registrados se assemelham aos do restante do período,
inexistindo valores negativos. Diante desta constatação, pode-se inferir que o
banco apresentou em todo o período, retornos sobre o ativo médio positivos.
O Bradesco possuiu em todo o período RA variando entre 1,4% a
2,0%, evidenciando a rentabilidade da instituição, e comprovado pelos lucros
obtidos no referido período, apresentado na tabela 21.
Tabela 21 – Lucro líquido dos bancos fusionantes, 1997-2004
LUCRO LÍQUIDO - EM US$ MILHÕES
ANO 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
ABN AMRO
239,6
57,3 51,8 91,9 76,5 113 72
165,3
BRADESCO
589,3
1.005,00 681,3 990,1 974 935,5 918,4
1.451,00
HSBC
81,6
111,1 115,5 113,1 61,8 112,1 76,7
171,3
ITAÚ
577,2
1007,6 1598,2 905 1407,4 1159,7 90,7
1358,8
SANTANDER
0
55,8 38,8 -90,8 -2826,3 869,1 570,7
580
UNIBANCO
391,9
452,7 308,5 324,5 418,9 340,1 352,4
449
A – TOTALDOS 6 BANCOS
1.879,6
2.689,5 2.794,1 2.333,8 112,3 3.529,5 2.080,9
4.175,4
B – TOTAL DOS 50 BANCOS
5.275,70
4.078,30 5.243,00 1.946,20 -239,7 6.175,20 6.047,20
6.651,90
(A / B) (%)
35,63%
65,95% 53,29% 119,92% -46,85% 57,16% 34,41%
62,77%
Fonte: (EXAME, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005).
O Itaú apresentou RA inferior a 2,0% apenas em 1997-1998 (1,6%,
1,8%). No restante do período o RA foi superior a 2,1%. Os lucros apresentados
na Tabela 13 são compatíveis com os valores, à exceção de 2003 (US$ 90,7
milhões), entretanto convém destacar que em 2004, o lucro foi de US$ 1.358,8
milhões.
O Santander apresentou os valores 2,3%, 4,8%, 3,0% 2,6% para
RA no quadriênio 2001-2004, sendo um dos bancos que apresentou os melhores
índices no período mencionado. Apesar disto, constata-se que o banco
apresentou um prejuízo de US$ 2.826,3 em 2001; neste sentido, convém
observar que o Santander adquiriu o Banespa em 2000, cujo desembolso se
constituiu como o maior valor das F&A (conhecido) da pesquisa (R$ 7,05 bilhões),
podendo ter refletido neste indicador.
O Unibanco apresentou uma performance do RA relativamente
estável em todo o período, oscilando entre 1,6% e 1,8%. Tendência semelhante
ocorreu em relação ao lucro líquido, com variações moderadas (entre US$ 324,5
milhões e US$ 452,7 milhões), apresentando em 2004, o valor de US$ 349,0
milhões, conforme Tabela 13.
Outro aspecto a considerar, refere-se a participação dos seis bancos
no lucro líquido em relação ao universo da pesquisa (50 maiores bancos do
conglomerado do SFN). Nota-se que a participação do grupo dos seis em todo o
período de investigação supera a marca de 35%, em todos os anos, exceto 2001,
como reflexo da performance do Santander. No final da pesquisa (2004), a
participação destes bancos no lucro liquido dos 50 bancos, foi de US$ 4.175,4,
que corresponde a 62,77% desse universo.
Portanto, com base nos valores apresentados na Tabela 20,
relativos ao item “Retorno sobre o ativo médio”, verifica-se que o Santander
apresentou a melhor performance com um valor médio de 3,18%, seguido pelo
ABN AMRO com 2,58%. Vale salientar que as séries existentes destes dois
bancos contemplavam apenas o quadriênio 2001/2004. Se for considerado todo o
período investigado o Itaú passa a condição de liderança, apresentando um
Retorno sobre o ativo médio de 2,53%.
As informações elencadas neste item confirmam o efeito positivo da
estratégia de F&A sobre os Ganhos de Escala Operacional.
4.4.3 Competitividade
Por definição, competitividade empresarial é a capacidade que a
empresa tem de formular e implementar estratégias concorrenciais, permitindo-lhe
conservar ou ampliar uma posição sustentável no mercado de maneira duradoura.
Neste trabalho, ficou evidenciado que os bancos fusionantes
mantiveram ou ampliaram sua competitividade em decorrência da utilização da
estratégia de F&A de bancos, utilizando como indicadores o ranking das
instituições bancárias do SFN e o índice de Basiléia.
4.4.3.1 Ranking das instituições bancárias com base no ativo total
Neste indicador foram tabulados os valores das classificações dos
bancos adquirentes em função do ativo total, considerando o conjunto dos 50
maiores conglomerados do SFN. Em seguida procedeu-se a análise do
comportamento destes índices, e, posteriormente, a correlação entre eles.
A Tabela 22 apresenta as informações relativas ao ranking dos seis
conglomerados do SFN em estudo, sob a ótica dos ativos, para o período 1997-
2004, cujas considerações são ilustradas na Figura 3 e apresentadas nos tópicos
a seguir.
O ABN AMRO ocupava a 26ª posição em 1997 com um ativo total
ajustado de US$ 3,94 bilhões. No ano de 1998, teve uma asceno da 26ª para a
15ª posição; no ano 1999 recuou para a 16ª; no ano de 2000 subiu para a
posição. Em 2001 alcançou a posição onde permaneceu até 2002. Em 2003
voltou a ocupar a posição, onde permaneceu a2004. O ABN chegou ao final
da pesquisa com um ativo total ajustado de US$19,62 bilhões.
Tabela 22 - R
anking dos seis bancos em função do ativo total
RANKING - EM FUNÇÃO DO ATIVO TOTAL
BANCOS
ANO
ABN
BRADESCO HSBC
ITAÚ
SANTANDER UNIBANCO
1997
26
5 12 6
ND
7
1998
15 3 10 4 14 5
1999
16 3 9 4 10 5
2000
7 3 11 4 9 5
2001
6 3 10 4 9 5
2002
6 3 10 4 9 5
2003
7 2 10 4 6 5
2004
7 2 10 4 6 5
Fonte (VALOR ECONôMICO, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005); (EXAME, 1999, 2000,
2001, 2002, 2003, 2004, 2005).
ND – Informação não disponível
O Bradesco, em 1997, ocupava a posição com um ativo total
ajustado de US$ 38,56 bilhões, chegando a no ano de 1998; esta classificação
permaneceu inalterada até 2002. Em 2003, o Bradesco ascendeu para a
posição, permanecendo na mesma classificação em 2004. O ativo total ajustado
do Bradesco no último ano (2004) foi de US$ 57,06 bilhões.
O Itaú ocupava a 6ª posição em 1997 com um ativo total ajustado de
US$ 33,09 bilhões, tendo evoluído para a 4ª em 1998, cuja posição persistiu até o
final da investigação (2004). Em 2004 o Itaú apresentou um ativo total ajustado de
US$ 39,13 bilhões.
O Unibanco ocupava a 7ª posição em 1997 com um ativo total
ajustado de US$ 21,83 bilhões, passando a ocupar a em 1998, cuja posição
persistiu até o final da investigação (2004). Em 2004 o Unibanco apresentou um
ativo total ajustado de US$ 25,74 bilhões.
O HSBC estava no 12º lugar em 1997, com um ativo total ajustado
de US$ 11,73 bilhões. Em 1998 subiu duas posições ficando no 10º lugar; seguiu-
se um peodo de pequenas variações em 1999 e 2000. Em 2001 voltou para a
10ª posição onde permaneceu até 2004. Em 2004 o HSBC apresentou um ativo
total ajustado de US$ 13,11 bilhões.
O Santander ocupava a 14ª posição em 1998 com um ativo total
ajustado de US$ 7,63 bilhões. No ano de 1998, teve uma asceno da 14ª para a
10ª posição; no ano 2000 alcançou a posição, permanecendo nesta
classificação até 2002; em 2003 atingiu a classificação, onde permaneceu até
2004. O Santander apresentou, em 2004, um ativo total ajustado de US$ 31,12
bilhões.
0
5
10
15
20
25
30
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
ABN BRADESCO HSBC IT SANTANDER UNIBANCO
Figura 3 – Evolução do Ranking do seis bancos
Fonte: (VALOR ECONÔMICO, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005); (EXAME, 1999,
2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005).
Vale salientar, que as e posições do ranking dos 50 maiores
bancos do consolidado do SFN, foram ocupadas pelo Banco do Brasil e Caixa
Econômica Federal, na quase totalidade do período investigado, exceto nos anos
2003 e 2004, quando o Bradesco superou inclusive a CEF. Levando-se em conta
que estes dois bancos pertencem a rede pública, constata-se que os seis bancos
pesquisados, assumiram, incontinenti, as cinco primeiras e a posições do
ranking no segmento dos bancos privados no último ano da pesquisa (2004).
Nota-se, também, que a partir de 1997, Bradesco, Itaú e Unibanco, assumiram
a liderança (1º, e lugares) do ranking dos bancos privados, mantendo esta
classificação ao final do período investigado. Convém ressaltar, ainda, que no
biênio 2003-2004, o Bradesco passou a assumir a posição no ranking global,
tendo superado inclusive a CEF, perdendo apenas para o Banco do Brasil,
detentor da 1ª posição.
Verificou-se, também, que os ativos totais ajustados dos 50 maiores
bancos importavam em US$ 528,92 bilhões (EXAME, 1999), no ano de 1998, e
deste total, o grupo pesquisado (Bradesco, Itaú, Unibanco, HSBC, Santander e
ABN AMRO), participou com US$ 122,59 bilhões, que corresponde a 26,18% do
total. No final do período (2004), os ativos totais ajustados dos 50 maiores bancos
importaram em US$ 461,67 bilhões (EXAME, 2005), os seis bancos pesquisados
participaram com US$ 127,73 bilhões, que representa 34,06% dos ativos totais.
Portanto, tomando como base os valores apresentados na Tabela
22, relativos ao item “Ranking dos Bancos Fusionantes”, verifica-se que o
Bradesco apresentou a melhor performance durante todo o período investigado.
Diante do exposto, constata-se que a estratégia corporativa de F&A
influenciou, positivamente, o indicador ranking, tendo em vista a performance dos
bancos fusionantes, elevando a posição de todos eles, no período investigado.
4.4.3.2 Índice de Basiléia (IB)
O Índice de Basiléia mede a solvência de um banco. Estabelece que
o banco deve ter um patrimônio mínimo equivalente a uma percentagem do
montante de capital alocado em ativos de risco. Embora a porcentagem mínima
aceita internacionalmente seja de 8%, no caso do Brasil o percentual adotado é
de 11%, portanto, bem superior ao parâmetro internacional.
Neste sentido, antes da análise deste item, se fazem necessárias
algumas considerações sobre o índice de Basiléia.
O índice de Basiléia foi estabelecido através do acordo firmado entre
os Bancos Centrais dos 10 países mais ricos do mundo, em julho de 1988, na
cidade de Basiléia, Suíça. Este acordo, posteriormente recebeu a adesão de
outros países, dentre os quais o Brasil.
Segundo o acordo de Basiléia, os principais objetivos do IB são; (i)
reforçar a liquidez e a estabilidade do Sistema Bancário Internacional, (ii)
proporcionar igualdade entre os bancos, e, (iii) padronizar as normas de
supervisão bancária, quanto ao patrimônio de referência, compatível com o grau
de risco da estrutura de ativos. Esse último objetivo refere-se ao grau de
alavancagem dos bancos.
Como os ativos de uma instituição financeira são diversificados,
apresentam níveis de risco diferentes, por isso, para tratar do assunto, deve-se,
inicialmente, conhecer os fatores de ponderação do risco (FPR) de cada
modalidade de ativos. Os FPR’s são índices estabelecidos pelo BACEN, a serem
aplicados sobre cada um dos ativos que compõem o balanço patrimonial de uma
instituição financeira. A aplicação destes percentuais (FPR) sobre o ativo resulta
no Ativo Ponderado pelo Risco (APR).
Neste aspecto, a instituição do Índice de Basiléia pelo SFN, se deve
à preocupação internacional no sentido de preservar a segurança do sistema
bancário global, tendo em vista que este índice determina a proporção entre o
capital das instituições financeiras e o valor de seus ativos ponderados pelos
correspondentes riscos. Dessa forma, verifica-se que o Índice de Basiléia se
constitui um fator fundamental para a competitividade no setor bancário.
Com base nestas considerações, os parágrafos seguintes se
reportam a análise propriamente dita, do índice de Basiléia.
Analisando os bancos envolvidos em relação ao índice de Basiléia,
de acordo com a Tabela 23, verifica-se que todos os seis apresentam valores
superiores a 11%, que é o patamar estabelecido pelo Bacen, atendendo ao
aspecto regulamentar do SFN. Entretanto, convém destacar o ABN AMRO que
apresentou o maior valor (19,04%) referente ao qüinqüênio 2000/2004.
Tabela 23 - Índice de Basiléia dos bancos fusionante
ÍNDICES DE BASILÉIA
BANCOS
ANO
ABN BRADESCO
HSBC
ITAÚ
SANTANDER
UNIBANCO
1997
ND
18,30
ND
18,70
ND
ND
1998
ND
17,60
ND
21,30
ND
14,20
1999
ND
15,60 15,70
21,00
ND
17,50
2000
23,85
13,30 14,95
14,40
ND
16,50
2001
16,75
15,40 12,23
16,90
14,70 13,72
2002
15,73
17,90 12,93
18,40
15,10 15,71
2003
19,55
19,90 14,39
19,80
18,10 18,60
2004
19,34
18,80 13,95
20,60
16,96 16,27
Média
19,04
17,06 14,25
18,89
16,21 16,07
Fonte: ABN AMRO (2004); BRADESCO (2004); HSBC (2004); ITAÚ (2004);
SANTANDER, (2004); UNIBANCO(2004).
Portanto, considerando o reflexo do Índice de Basiléia no contexto
das instituições financeiras, verifica-se que os seis bancos fusionantes
apresentaram boas condições de solvabilidade no período investigado, atestando,
assim, a sua solidez e o atendimento às exigências da regulamentação
estabelecida pelo BACEN.
4.5 Considerações gerais
Os resultados obtidos através das variáveis e indicadores revelam a
compatibilidade com o objetivo geral desta pesquisa que é identificar os fatores
mais relevantes para utilização da estratégia corporativa de F&A, pelos Bancos
ABN AMRO Real S.A., Banco Brasileiro de Descontos S. A., Banco HSBC S. A.,
Banco Itaú S. A., Banco Santander Central Hispano S. A. e União de Bancos
Brasileiros S.A.
A partir dos resultados obtidos, foi elaborado o Quadro 10, que
mostra a performance dos bancos adquirentes com base nas variáveis
analisadas, como resultado da utilização da estratégia corporativa de F&A. Neste
sentido, para mensurar o reflexo das F&A sobre as variáveis escolhidas, adotou-
se uma escala que correlaciona as variáveis segundo cinco níveis de
desempenho, cujos critérios são descritos a seguir:
Nível 0 (zero) NEUTRO: a estratégia de F&A não exerceu NENHUMA
influência sobre a variável indicada;
Nível 1 (um) FRACO: a estratégia de F&A exerceu POUCA influência sobre
a variável indicada. Nível atribuído para os Bancos que em todos os
indicadores na variável considerada, se situaram na última posição em relação
aos demais (6ª);
Quadro 10 - Desempenho das variáveis em função da estratégia de F&A
BANCO
FUSIONANTE
VARIÁVEL DESEMPENHO
Ampliação do Poder de Mercado MUITO BOM (3)
Ganhos de Escala Operacional MUITO BOM (3)
ABN AMRO
Competitividade EXCELENTE (4)
Ampliação do Poder de Mercado EXCELENTE (4)
Ganhos de Escala Operacional MÉDIO (2)
BRADESCO
Competitividade EXCELENTE (4)
Ampliação do Poder de Mercado FRACO (1)
Ganhos de Escala Operacional ND
HSBC
Competitividade FRACO (1)
Ampliação do Poder de Mercado EXCELENTE (4)
Ganhos de Escala Operacional MÉDIO (2)
ITAÚ
Competitividade MUITO BOM (3)
Ampliação do Poder de Mercado EXCELENTE (4)
Ganhos de Escala Operacional EXCELENTE (4)
SANTANDER
Competitividade MÉDIO (2)
Ampliação do Poder de Mercado MÉDIO (2)
Ganhos de Escala Operacional MÉDIO (2)
UNIBANCO
Competitividade MÉDIO (2)
Fonte: Elaboração própria
ND = Informação Não Disponível
Nível 2 (dois) MÉDIO: a estratégia de F&A exerceu influência RAZOÁVEL
sobre a variável indicada. Nível atribuído para os Bancos em que, PELO
MENOS UM dos indicadores da variável considerada, se situou entre a e a
5ª posição em relação aos demais;
Nível 3 (três) MUITO BOM: a estratégia de F&A exerceu FORTE influência
sobre a variável indicada. Nível atribuído para os Bancos que tiveram PELO
MENOS UM dos indicadores da variável considerada, ocupando a posição
em relação aos demais;
Nível 4 (quatro) EXCELENTE: a estratégia de F&A exerceu influência
MUITO FORTE sobre a variável indicada. Nível atribuído para os Bancos que
alcançaram desempenho máximo em PELO MENOS UM dos indicadores da
variável considerada.
A partir do Quadro 10, verifica-se que apenas o HSBC sinalizou
desempenho fraco. Entretanto, convém ressaltar que a análise deste Banco ficou
parcialmente prejudicada, em virtude da dificuldade e a indisponibilidade para a
obtenção da maioria dos dados rastreados. Nada obstante, constatou-se que
todos os demais Bancos investigados demonstraram boa performance,
apresentando desempenho que variou entre Médio, Muito bom e Excelente.
Outro aspecto a observar, diz respeito à importância de aferição dos
resultados através do teste de validade da estratégia corporativa de F&A
enunciado por Porter (1998), cujo objetivo é comprovar se a aquisição produzirá
alguma vantagem competitiva para a corporação. De acordo com este teste, a
eficácia da diversificação se comprova pela capacidade de produzir benefícios
permanentes tanto para a corporação quanto para a nova unidade de negócios, e,
por conseguinte, os ganhos não devem se limitar apenas a uma reestruturação
estratégica nem restringir apenas e tão somente ao momento da aquisição da
nova unidade.
Neste sentido, as informações das três variáveis pesquisadas
(Ampliação do Poder de Mercado, Ganhos de Escala Operacional e
Competitividade), atestam a validade da estratégia corporativa de F&A utilizada
pelos bancos.
Esta afirmação é relevante, pelos seguintes motivos: (i) comprovam
que os bancos adquirentes obtiveram vantagem competitiva em conseqüência
das transações de F&A realizadas, e, (ii) demonstram que os ganhos não se
restringiram apenas a reformulação estratégica, nem apenas à época da
aquisição da nova unidade. Pelo contrário, comprovaram a solidez e rentabilidade
dos bancos envolvidos, cujos resultados evoluíram positivamente durante o
período investigado.
CAPÍTULO 5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
_________________________________________________________________
Este trabalho teve sua organização estruturada com base em cinco
capítulos distintos. O capítulo 1 descreve as questões concernentes ao tema e
objetivos da pesquisa. O Capítulo 2 descreve o referencial teórico utilizado para
fundamentação do estudo. O capítulo 3 apresenta a metodologia aplicada para a
realização do estudo. O capítulo 4 trata da análise dos resultados da pesquisa, no
qual adotou-se o critério de incluir em cada item, as conclusões emanadas de seu
conteúdo, que permitiu apresentar, de modo particular e espefico, as
considerações conclusivas concernentes ao conteúdo investigado.
Neste capítulo, apresenta-se um relato conclusivo e algumas
considerações julgadas relevantes, apontando-se, em seguida, as
recomendações finais oriundas deste estudo.
5.1 DESCRIÇÃO DO CENÁRIO DO SETOR
O setor financeiro bancário foi fortemente impactado com o
acirramento da concorrência, produzido pela internacionalização dos mercados e
pelas novas regras de competição, sendo impulsionado à busca de paradigmas
mais eficazes para vencer os desafios impostos.
Até 1994 a economia brasileira possuía algumas características
específicas, fundamentadas em um crônico e acentuado processo inflacionário,
associada à generalizada indexação, de modo que a atividade financeira
sustentava-se dos recursos em trânsito (floating) e do financiamento ao
desequilíbrio das contas públicas, concentrando-se em operações de curto prazo.
Com a implantação do Plano Real, no segundo semestre de 1994,
ocorreu o desencadeamento de um processo de reordenamento do SFN, sendo
adotadas medidas capazes de viabilizar a estabilização e reestruturação da
economia. Dentre estas, a transferência de controle societário de bancos (F&A)
no setor privado. no setor dos bancos públicos estaduais, a solução adotada
foi: (i) privatização de algumas instituições, e, (ii) a transferência do controle de
outros para o governo federal, para posterior processo de privatização.
Nesse contexto de plena evolução, os grandes bancos foram
impulsionados a redefinir suas estratégias corporativas, utilizando as F&A, tanto
para garantir a entrada/ampliação de sua participação no market share, como
para manter a sua competitividade no setor.
5.2 CONCLUSÃO
Esta pesquisa tem como objetivo o estudo da estratégia corporativa
de fusões e aquisições, realizadas no segmento das grandes instituições
financeiras bancárias, visando a identificação dos fatores de relevância para
utilização da referida estratégia. Para consecução desse objetivo, seguiu-se uma
metodologia de exploração em três segmentos: revisão bibliográfica, pesquisa
documental (descritivo-exploratória) e análise dos resultados da pesquisa.
A revisão bibliográfica focalizou assuntos correlatos entre si e com o
objeto do estudo. a pesquisa documental, executada através do rastreamento
dos dados e elaboração dos quadros e tabelas, permitiu a criação dos parâmetros
e sua mensuração. Por outro lado, as análises produzidas, apontam o
desempenho dos conglomerados pesquisados, explicitando os fatores cruciais
resultantes da estratégia de F&A utilizada.
O conjunto de informações emanadas do rastreamento documental
deu suporte à realização da pesquisa documental, e, por conseguinte, a uma
análise segura do setor financeiro bancário.
Conforme registrado no capítulo 1 (item 1.5), não foram encontrados
trabalhos espeficos sobre o tema desta pesquisa, caracterizando-se, portanto,
esta dissertação como inédita.
Neste bloco, o feitas observações de caráter mais geral, uma vez
que, no capítulo 4, detalharam-se todas as análises dos dados e informações da
pesquisa realizada.
Inicialmente foi realizado o rastreamento dos negócios de F&A
realizados pelos grandes bancos no Brasil, no período de junho/1995 a
junho/2004 e a caracterização dos bancos participantes e das condições de cada
operação quanto ao tempo e valor. Em seguida, procedeu-se a quantificação e
comparação das variáveis/indicadores, para identificar a ocorrência de ganhos de
mercado e o aumento da vantagem competitiva para os bancos fusionantes, em
função da estratégia utilizada.
Como resultado da análise, constatou-se que as fusões e aquisições
contribuíram, significativamente, para melhorar a performance dos Bancos
Fusionantes (ABN AMRO, Bradesco, HSBC, Itaú, Santander, Unibanco), nos três
aspectos enfocados: (i) poder de mercado, (ii) ganhos de escala operacional, e,
(iii) competitividade, conforme evidenciado no Quadro 11.
Levando-se em consideração todos as discussões e resultados
obtidos nesta pesquisa, pode-se afirmar que tanto o objetivo geral, quanto os
objetivos específicos foram prontamente alcançados, conforme pode ser
observado no modelo esquemático constante do Quadro 11.
Toda esta interação e interdependência entre os assuntos
abordados e os objetivos culminaram com o cumprimento ao que se propôs esta
dissertação, bem como, em função das limitações encontradas, com um elenco
de recomendações para trabalhos futuros apresentados no próximo item.
Quadro 11 – F&A: Fatores relevantes e resultados
FATORES
RELEVANTES
RESULTADOS
Cinco bancos apresentaram aumento do número de agência; o HSBC
apresentou uma pequena redução. O percentual de aumento do número de
agência, em todo o período foi o seguinte: ABN (88,95%), BRADESCO
(38,82%), HSBC (-6,56%), ITAÚ (129,81%), SANTANDER (1.005,38%),
UNIBANCO (45,77%).
AMPLIAÇÃO DO
PODER DE
MERCADO
Cinco bancos apresentaram expansão da base de clientes; o HSBC não
disponibilizou a série, mas no final da pesquisa contava com 4,8 milhões de
clientes. O quadro percentual da evolução da base de clientes no período
foi: ABN (48,39%), BRADESCO (160,32%), HSBC (ND), IT(107,02%),
SANTANDER (77,12%), UNIBANCO (100,00%).
GANHO DE
ESCALA
OPERACIONAL
Cinco bancos apresentaram retorno sobre os ativos positivos e superiores
a 1,4% a.a., em todo o período investigado. O HSBC o disponibilizou a
série.
Os seis bancos pesquisados obtiveram as 9 melhores classificações no
ranking dos 50 maiores bancos do SFN, e, os 7 primeiros no segmento dos
bancos privados no final da pesquisa. No final da pesquisa (2004), o
quadro apresentado foi o seguinte: ABN (7ª), BRADESCO (2ª), HSBC
(10ª), ITAÚ (4ª), SANTANDER (6ª), UNIBANCO (5ª).
MANUTENÇÃO DA
COMPETITIVIDADE
Todos os seis bancos fusionantes demonstraram boas condições de
solvabilidade, apresentando, durante todo o período investigado, valores
superiores a 12,23%. Convém ressaltar que o patamar (piso) estabelecido
pelo Bacen é de 11%. Portanto, os valores apresentados pelos bancos
pesquisados atendem plenamente ao aspecto regulamentar do SFN.
5.3 RECOMENDAÇÕES
A partir dos resultados obtidos nesta pesquisa e da experiência de
sua realização, propõem-se novos trabalhos, de ordem prática ou de ordem
acadêmica, relacionados ao tema desenvolvido nesta pesquisa, no sentido de
atenuar as limitações do presente trabalho.
Dessa forma, as limitações relacionadas aos diversos aspectos da
estratégia corporativa de F&A, certamente poderão ser minimizadas através da
realização de trabalhos voltados para os seguintes temas:
Pesquisa que analise os reflexos da estratégia corporativa de F&A nas
relações sociais, como por exemplo, na eliminação de postos de trabalho, e
temas afins;
Trabalho voltado para a análise da entrada de bancos estrangeiros no
mercado financeiro nacional.
Finalmente, considerando as limitações referentes à dificuldade de
obtenção dos dados junto às instituições, recomenda-se pleitear junto aos órgãos
de regulamentação governamentais, a exemplo do BACEN e Ministério do
Planejamento, a realização de convênios envolvendo as parte interessadas
(Governo, Universidades, Bancos), respeitando os fatores éticos envolvidos, de
modo a facilitar o aprofundamento dos estudos nesta área.
Espera-se que a realização desta pesquisa tenha aplicação tanto
para o meio científico quanto para a economia do País, e desperte o interesse de
outros pesquisadores, que poderão desenvolver outros trabalhos, a partir das
sugestões propostas, de modo a contribuir para ampliação dos conhecimentos e
da pesquisa científica na área estudada.
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GLOSSÁRIO
Aliança Corporativa (ou estratégica): Uma aliança estratégica ocorre quando
duas empresas concorrentes desenvolvem atividades conjuntas, por certo período
de tempo, visando alcançar um objetivo (OLIVEIRA, 2003); acordo cooperativo
que não chega a ser uma fusão. (WESTON, 2000); estratégia de nível
empresarial em que duas ou mais empresas formam parceria para realizar um
projeto especifico ou cooperar em uma área escolhida de negócio. (WRIGHT,
2000).
Aquisição: Estratégia através da qual uma firma compra uma participação de
controle, ou 100%, de outra firma com a intenção de utilizar uma competência
essencial mais eficiente, tornando a firma adquirida um negócio subsidiário dentro
de seu portfólio. (HITT, 2003)
Cadeia de valor: Processo por meio do qual devem alinhar-se as várias
atividades criadoras de valor (atividades de apoio e atividades primárias), para
obter vantagens competitivas sustentáveis que repassem maior valor ao mercado
(diferenciação) e/ou custos mais baixos. (BARROS Apud Porter, 2001).
Cavaleiro branco (White Knight) É uma empresa que é mais aceitável para a
administração de uma companhia sob ataque em uma tentativa hostil de tomada
de controle. (WESTON, 2000).
Companhia (ou empresa) holding: É uma empresa que possui ações ordinárias
suficientes de outra empresa para atingir o controle da mesma. (WESTON, 2000);
sociedade anônima que tem controle de voto de uma ou mais sociedades
anônimas. (GITMAN, 1997).
Competência essencial - São as maiores forças da empresa em termos de
recursos (humanos, organizacionais e físicos - atuais ou potenciais). Em termos
genéricos as competências essenciais podem incluir, entre outras coisas,
excelência em operação, tecnologia superior, pesquisa e desenvolvimento (P&D)
de ponta e marketing eficaz. (WRIGHT, 2000)
Competências essenciais complementares - Quando a competência de uma
empresa (como, por exemplo, um ótimo desempenho na área de P&D) encaixa-
se, de um modo complementar, com a competência essencial de uma outra
empresa (como um ótimo desempenho na produção). (WRIGHT, 2000)
Compra alavancada (CA): É uma transação em que as ações em poder do
público de uma empresa são adquiridas em uma oferta aberta de compra,
financiada por dívida na maior parte, o que resulta em uma empresa de capital
fechado e altamente alavancada. (WESTON, 2000).
Consolidação: Combinação de duas ou mais empresas para formar uma
sociedade anônima completamente nova. (GITMAN, 1997)
Crescimento interno - Estratégia de crescimento de nível empresarial em que
uma empresa expande-se internamente aumentando seu tamanho e seu volume
de vendas em vez de adquirir outras empresas. (WRIGHT, 2000)
Custo de agency: Custos incorridos pelos acionistas para evitar ou minimizar
problemas de agency e contribuir para a maximização da riqueza dos
proprietários. (WESTON, 2000).
Desinvestimento É a venda de alguns ativos operacionais de uma empresa.
(WESTON, 2000). Estratégia de redução de nível empresarial em que uma
empresa vende uma ou mais de suas unidades de negócio. (WRIGHT, 2000)
Diversificação -Estratégia de crescimento de nível empresarial em que uma
empresa adquire outra empresa de um setor externo a seu escopo de operações
atual, pelo pagamento em dinheiro ou ações, ou por uma combinação dos dois.
(WRIGHT, 2000)
Downscoping Refere-se ao desapossamento, à spin-off, ou a algum outro meio
de eliminar negócios que não estão relacionados aos negócios centrais de uma
firma. (HITT, 2003)
Downsizing Redução no número de empregados de uma firma e, às vezes, no
número de unidades operacionais, que pode modificar ou não a composição dos
negócios no portfólio da empresa. (HITT, 2003)
Due diligence Etapa inicial do processo de aquisição, quando são feitos
levantamento e análises sistematizadas sobre a empresa a ser adquirida.
(BARROS, 2003). Nesta fase, são focalizados os aspectos financeiros
decorrentes dos valores relativos a taxas, impostos ou quaisquer questões legais
que influenciam na estrutura da transação em si, com o objetivo de auxiliar na
definição do preço a ser pago. (MARKS e MIRVES, 1998)
Economias de escala: São as melhorias marginais na eficiência que a empresa
experimenta à medida que esta aumenta o seu tamanho por incrementos, ou
seja, à medida que a quantidade de um produto fabricado durante um
determinado período aumenta, os custos de cada unidade se reduzem. (HITT,
2003)
Economias de escopo São economias de custo atribuídas à transferência das
capacidades e competências desenvolvidas em um negócio para novos negócios.
(HITT, 2003)
Empresa adquirente É uma empresa que procura adquirir outra. (WESTON,
2000).
Empresa matriz: É uma empresa holding; uma empresa que controla outra
empresa, mediante a posse de um grande bloco de suas ações. (WESTON,
2000).
Empresa-alvo É uma empresa que outra companhia procura adquirir.
(WESTON, 2000).
Estratégia de crescimento - Estratégia de nível empresarial destinada a
aumentar os lucros, vendas e/ou participação de mercado. (WRIGHT, 2000)
Estrutura de portfólio S.W.O.T Estrutura de portfólio empresarial apresentada
que classifica cada uma das unidades de negócio de uma empresa de acordo
com seus pontos fortes e fracos e com as oportunidades e ameaças ambientais.
Ela fornece diretrizes quanto a quais estratégias empresariais podem ser
adequadas em determinadas situações. (WRIGHT, 2000)
Fusão amigável é uma fusão cujos termos são aprovados pela administração
das duas empresas. (WESTON, 2000).
Fusão defensiva É uma fusão destinada a tornar a empresa menos vulnerável
a uma tomada de controle. (WESTON, 2000).
Fusão estratégica: Negociação de fusão empreendida para atingir economias de
escala. (GITMAN, 1997)
Fusão financeira É uma fusão em que as empresas envolvidas não serão
operadas como uma unidade única e a partir da qual não se esperam economias
operacionais. (WESTON, 2000); negociação de fusão empreendida com o
objetivo de reestruturar a companhia adquirida, para melhorar seu fluxo de caixa e
revelar seu valor oculto. (GITMAN, 1997).
Fusão hostil é uma fusão em que a administração da empresa-alvo resiste à
aquisição. (WESTON, 2000).
Fusão operacional é uma fusão em que as operações das empresas
envolvidas são integradas com a expectativa de atingir benefícios sinérgicos.
(WESTON, 2000).
Fusão sinérgica O valor pós-fusão supera a soma dos valores pré-fusão das
empresas separadas. (WESTON, 2000).
Integração horizontal - Forma de aquisição na qual uma empresa se expande
adquirindo outras empresas em sua mesma linha de negócios. (WRIGHT, 2000)
Integração vertical - Fundir em um todo funcional vários estágios de atividades,
regressivamente até as fontes de suprimento, ou progressivamente na direção do
consumidor final. (WRIGHT, 2000). Ocorre quando uma companhia produz os
seus próprios insumos (integração para trás) ou possui sua própria fonte de
distribuição de produtos e serviços (integração para frente). (HITT, 2003)
Joint Venture É uma aliança corporativa em que duas ou mais empresas
independentes combinam seus recursos para atingir a um objetivo específico e
limitado. (WESTON, 2000).
Leveraged buyout (LBO) Estratégia de reestruturação em que uma parte
compra todos os ativos de uma firma a fim de torná-la privada (impede que as
ações da companhia sejam negociadas em bolsas de valores). (HITT, 2003)
Liquidação - Estratégia de redução de nível empresarial em que uma empresa
fecha uma ou mais unidades de negócio pela venda de seus ativos. (WRIGHT,
2000)
Oferta aberta de compra É a oferta para uma empresa adquirir as ações de
outra se dirigindo diretamente aos acionistas à qual freqüentemente (mas nem
sempre) a administração da empresa-alvo se opõe. (WESTON, 2000).
Pára-quedas de ouro (golden parachutes) São grandes pagamentos feitos
aos administradores de uma empresa se ela for adquirida. (WESTON, 2000).
Pílula de veneno (poison pill) São medidas que uma empresa pode adotar
que vão torná-la menos valiosa se for adquirida em uma tomada de controle
hostil. (WESTON, 2000).
Poder de mercado Quando uma firma é capaz de vender os seus produtos
acima do nível competitivo existente ou reduzir os custos de suas atividades
principais e de apoio abaixo do nível competitivo, ou ambos. (HITT, 2003)
Problema de agency: Possibilidade de os administradores colocarem seus
objetivos pessoais à frente dos objetivos da empresa. (WESTON, 2000).
Reestruturação Estratégia pela qual uma firma modifica seu conjunto de
negócios ou sua estrutura financeira. (HITT, 2003)
Reestruturação corporativa: Atividades envolvendo expansão ou contração das
operações de uma empresa, ou ainda, mudança em seus ativos ou estrutura
financeira (dívida a curto e longo prazo e patrimônio). (GITMAN, 1997)
Reestruturação de portfólio -Aquisição ou desinvestimento de unidades de
negócio a fim de aumentar o valor da empresa. (WRIGHT, 2000)
Reestruturação empresarial - Processo que pode incluir um amplo conjunto de
decisões e transações, tais como modificar a própria organização do trabalho na
empresa, reduzir a quantidade de dinheiro disponível para os altos executivos e
adquirir ou desinvestir unidades de negócio. (WRIGHT, 2000)
Reviravolta (turnaround) - Estratégia de redução de nível empresarial que tem o
intuito de tornar a empresa mais enxuta e eficaz reduzindo custos ou
reconsiderando suas linhas de produto e mercados-alvo.
Sinergia Existe sinergia quando o valor criado pelas unidades de negócios que
trabalham juntas, ultrapassa o valor que essas mesmas unidades criam quando
trabalham independentemente. (HITT, 2003)
Spin-off (desmembramento): É um desinvestimento em que as ações de uma
subsidiária são entregues aos acionistas da empresa matriz. (WESTON, 2000).
Stakeholders: Grupos tais como empregados, clientes, fornecedores, credores e
outros que possuem um vinculo econômico direto com a empresa. (WESTON,
2000).
Subsidiária ou empresa controlada: Companhia controlada por uma companhia
holding (GITMAN, 1997); empresa comandada por uma empresa holding,
constituindo uma entidade legal separada. (WESTON, 2000).
Takeover Tipo de estratégia de aquisição em que a firma-alvo não solicitou o
lance de compra da firma adquirente. (HITT, 2003)
Tradeoff entre risco e retorno: Expectativa de que, por aceitar maior risco, os
investidores devem ser compensados com maiores retornos. (WESTON, 2000).
ANEXOS
ANEXO A
50 Maiores Bancos do Consolidado Bancário I do SFN
Data-base: Junho/2004 - Balancetes Processados até: 01/10/2004
Ranking
Instituições Data
Balancete
Cidade UF Ativo
Total
Nº de
Func.
Nº de
Agências
1
BB
06/2004
BRASILIA
DF
227.374.440
101.195
3.705
2
CEF
06/2004
BRASILIA
DF
166.697.414
103.789
2.072
3
BRADESCO
06/2004
OSASCO
SP
145.314.420
69.071
3.062
4
ITAU
06/2004
SAO PAULO
SP
113.030.224
48.478
2.145
5
UNIBANCO
06/2004
SAO PAULO
SP
72.189.934
24.725
918
6
SANTANDER BANESPA
06/2004
SAO PAULO
SP
66.105.737
21.586
1.026
7
ABN AMRO
06/2004
SAO PAULO
SP
58.462.933
28.311
1.138
8
SAFRA
06/2004
SAO PAULO
SP
38.655.179
4.588
84
9
HSBC
06/2004
CURITIBA
PR
32.340.080
25.215
925
10
CITIBANK
06/2004
SAO PAULO
SP
29.827.939
2.251
48
11
NOSSA CAIXA
06/2004
SAO PAULO
SP
27.546.414
13.413
506
12
VOTORANTIM
06/2004
SAO PAULO
SP
34.907.003
342
4
13
BANKBOSTON
06/2004
SAO PAULO
SP
20.274.290
3.578
60
14
BNB
06/2004
FORTALEZA
CE
13.249.516
7.305
177
15
BANRISUL
06/2004
PORTO ALEGRE
RS
12.307.113
11.190
382
16
PACTUAL
06/2004
RIO DE JANEIRO
RJ
12.465.119
369
4
17
CREDIT SUISSE
06/2004
SAO PAULO
SP
10.495.704
10
2
18
ALFA
06/2004
SAO PAULO
SP
7.546.245
802
9
19
JP MORGAN CHASE
06/2004
SAO PAULO
SP
8.402.720
309
5
20
RURAL
06/2004
RIO DE JANEIRO
RJ
7.311.675
2.231
82
21
SANTOS
06/2004
SAO PAULO
SP
6.293.414
303
4
22
FIBRA
06/2004
SAO PAULO
SP
6.865.137
215
1
23
DEUTSCHE
06/2004
SAO PAULO
SP
5.516.217
193
3
24
BIC
06/2004
SAO PAULO
SP
5.577.870
612
37
25
BNP PARIBAS
06/2004
SAO PAULO
SP
6.783.311
250
4
26
BASA
06/2004
ICORACI
PA
4.203.516
4.055
86
27
BBM
06/2004
SALVADOR
BA
4.054.013
184
3
28
MERCANTIL DO BRASIL
06/2004
BELO HORIZONTE
MG
4.236.477
4.143
200
29
RABOBANK
06/2004
SAO PAULO
SP
3.387.632
81
1
30
CRUZEIRO DO SUL
06/2004
SAO PAULO
SP
3.489.703
244
2
31
BANESTES
06/2004
VITORIA
ES
2.842.445
3.567
98
32
ABC-BRASIL
06/2004
SAO PAULO
SP
2.772.327
174
4
33
SS
06/2004
SAO PAULO
SP
2.845.856
57
1
34
BESC
06/2004
FLORIANOPOLIS
SC
2.422.603
4.508
256
35
BMG
06/2004
BELO HORIZONTE
MG
2.435.266
220
10
36
WESTLB
06/2004
SAO PAULO
SP
2.696.010
174
1
37
BMC
06/2004
SAO PAULO
SP
2.145.868
332
15
38
BRB
06/2004
BRASILIA
DF
2.071.178
3.175
55
39
DRESDNER
06/2004
SAO PAULO
SP
1.847.182
155
4
40
BANCOOB
06/2004
BRASILIA
DF
1.912.686
270
1
41
IBIBANK
06/2004
BARUERI
SP
1.719.534
85
1
42
BVA
06/2004
RIO DE JANEIRO
RJ
1.862.912
90
3
43
PINE
06/2004
SAO PAULO
SP
1.499.473
164
5
44
BEC
06/2004
FORTALEZA
CE
1.463.706
1.940
71
45
TOKYOMITSUBISHI
06/2004
SAO PAULO
SP
1.699.287
149
2
46
SOFISA
06/2004
SAO PAULO
SP
1.353.682
211
4
47
CLASSICO
06/2004
RIO DE JANEIRO
RJ
1.317.659
7
2
48
SMBC
06/2004
SAO PAULO
SP
1.262.031
76
1
49
CACIQUE
06/2004
SAO PAULO
SP
1.176.471
121
2
50
ING
06/2004
SAO PAULO
SP
1.158.886
160
1
Total 50 Maiores Bancos (Consolidado Bancario I)
1.193.416.451
Fonte: BACEN (2004)
ANEXO B
Relação das F&A realizadas no período de junho/1995 a junho/2004
VALOR
NOME DO BANCO ADQUIRIDO
NOVO
CONTROLADOR
DATA DA
AQUISIÇÃO
OBS
R$
MILHÕES
US$
MILHÕES
01
Banco Francês e Brasileiro S/A ITAÚ 15.04.1996
500,00
486,76
02
Banco Banerj S.A. ITAÚ 15.07.1997
(c) 311,00
287,96
03
Banco Geral do Comércio S.A. SANTANDER 22.08.1997
# 220,00
04
Banco de Crédito Nacional S.A BRADESCO 20.01.1998
1.142,00
1.019,82
05
Banco de Crédito Real de MG. S.A. BRADESCO 20.01.1998
127,30
113,68
06
Banco Itabanco S.A. BRADESCO 20.01.1998
ND ND
07
Banco Noroeste S.A. SANTANDER 30.03.1998
# 500,00
08
BCR - Banco de Crédito Real S.A. BRADESCO 16.07.1998
ND ND
09
Banco Dibens S.A. UNIBANCO 13.08.1998;
01.06.2005
(a)
188,25
102,48
10
Banco do Estado de Minas Gerais S.A.
ITAÚ 17.09.1998
(c) 583,00
494,36
11
Banco do Estado de Pernambuco S.A.
ABN REAL 30.11.1998
(c)
183,00
152,56
12
Continental Banco S.A. BRADESCO 14.06.1999
ND ND
13
Banco do Estado da Bahia S.A. BRADESCO 05.07.1999
260,00
145,38
14
Banco Real S.A. ABN REAL 19.11.1999
5.445,94
2.821,00
15
Banco Credibanco S.A. UNIBANCO 25.04.2000
150,00
83,89
16
Banco Meridional S.A (Boz.Simonsen) SANTANDER 18.05.2000 1.300,00
710,50
17
Banco do Estado do Paraná S.A. ITAÚ 27.10.2000
(c) 1.625,00
844,95
18
Banco do Estado de São Paulo S.A. SANTANDER 28.11.2000
(c) 7.050,00
3.566,01
19
Banco BoaVista Interatlântico S.A. BRADESCO 08.12.2000
946,00
480,52
20
Banco das Nações S.A. BRADESCO 12.12.2000
ND ND
21
Banco Nacional S.A UNIBANCO 18.11.1996
1.000,00
971,25
22
Banco Bamerindus do Brasil S.A HSBC 02.04.1997
1.000,00
944,29
23
Banco Bandeirantes S.A. UNIBANCO 08.01.2001
1.200,00
615,61
24
Banco do Estado do Paraíba ABN REAL 19.11.2001
(c) 76,50
32,10
25
Banco do Estado de Goiás S.A ITAÚ 28.12.2001
(c) 665,00
286,69
26
Banco do Estado do Amazonas S.A. BRADESCO 04.02.2002
(c) 182,91
75,52
27
Banco Mercantil de São Paulo S.A. BRADESCO 26.03.2002
28
Banco Finasa de Investimento S.A. BRADESCO 26.03.2002
(b)
1.372,00
583,98
29
Banco Fininvest S.A. (50% / 50%) UNIBANCO 16/09/1997
19/04/2002 (a)
480,00
322,88
30
Banco Cidade S.A. BRADESCO 03.06.2002
366,00
144,07
31
Banco Investcred S.A. UNIBANCO 30.09.2002 ND ND
32
Banco BBA Creditanstalt S.A. ITAÚ 13.03.2003
3.300,00
1.412,67
33
Banco Fiat S.A. ITAÚ 16.05.2003
897,00
301,79
34
Banco Bilbao Vizcaya S.A. BRADESCO 12.08.2003 2.630,00
870,03
35
Banco Zogbi S. A. BRADESCO 06.11.2003
650,00
226,48
36
Banco do Estado do Maranhão S. A. BRADESCO 12.02.2004
(c) 78,00
26,87
37
Banco Sudameris do Brasil S. A. ABN REAL 12.04.2004
2.190,00
751,80
TOTAL
35.898,90
19.595,89
(a) Aquisição em duas etapas; (b) Aquisição conjunta (Mercantil e Finasa); (c) Bancos Estatais.
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