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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO
ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR
A TAREFA DE COSTURAR SOB A ÓTICA DA ANÁLISE
ERGONÔMICA DO TRABALHO:O RISCO DO
DESENVOLVIMENTO DE LER/DORT
JOÃO PESSOA – PB
2007
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ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR
A TAREFA DE COSTURAR SOB A ÓTICA DA ANÁLISE
ERGONÔMICA DO TRABALHO: O RISCO DO
DESENVOLVIMENTO DE LER/DORT
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Engenharia de
Produção, da Universidade Federal Da
Paraíba, para obtenção do Grau de
Mestre em Engenharia de Produção
Orientador: Prof. Francisco Soares Másculo, PhD.
Área: Gestão da Produção
JOÃO PESSOA – PB
2007
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M523a Melo Junior, Abelardo da Silva
A Tarefa de costurar sob a ótica da análise ergonômica do
trabalho: O risco do desenvolvimento de LER/DORT./Abelardo da
Silva Melo Junior. João Pessoa: UFPB, 2007.
134f. il.:
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Programa
de Pós-graduação em Engenharia de Produção/CT/UFPB.
Orientador: Prof. Francisco Soares Másculo Ph.D.
1. Análise ergonômica do trabalho. 2. Costureira. 3. LER/DORT.
4. Ergonomia. 5. Engenharia de produção. 6. Indústria de confecções.
I. Título.
CDU: 65.015.11(043)
ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR
A TAREFA DE COSTURAR SOB A ÓTICA DA ANÁLISE
ERGONÔMICA DO TRABALHO: O RISCO DO
DESENVOLVIMENTO DE LER/DORT
Esta dissertação foi julgada e aprovada em 06 de março de 2007 pela banca
examinadora do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Federal da Paraíba como parte dos requisitos necessários para
obtenção do grau de Mestre em Engenharia de Produção.
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Prof. Francisco Soares Másculo, PhD. (UFPB)
Orientador
_______________________________________
Prof. Luís Bueno da Silva, Dr. (UFPB)
_______________________________________
Prof. Rasiah Ladchumananandasivam, Dr. (UFRN)
DEDICATÓRIA
A Deus, que por sua infinita misericórdia,
me suporta
.
AGRADECIMENTOS
A Deus, que por seu amor e pela vida que me concedeu, me permitiu chegar
até aqui.
À minha esposa, Rosa Maria Tróccoli Caldas, que com amor, paciência e
carinho, me incentivou a superar mais um obstáculo.
Aos meus pais, pelo amor e esforço feito pela minha educação que me
permitiram atingir esse nível de conhecimento.
Aos meus filhos, Giulliano e Mariana, que serviram de exemplo para minha
volta aos bancos da academia.
Ao amigo e orientador Chicão, pela solidariedade e cooperação nesta
parceria vencedora ao longo da elaboração deste estudo.
Ao amigo Bueno, pelas conversas e conselhos ao longo desta jornada.
Aos professores Paulo, Lourdinha, Celso, Bernadete, Márcia, Villar e Barreto
pela força e pelos conhecimentos transmitidos.
À sempre secretária Rosangela, que carinhosa e diligentemente nos orientou
nos caminhos burocráticos da comunidade acadêmica.
Ao amigo Artur, pela revisão final e pelos incentivos na hora do desânimo.
Aos todos os amigos e colegas do mestrado, representados na pessoa de
Adelaide, que ao longo da convivência acadêmica compartilharam dores e alegrias.
Aos amigos e colegas de trabalho, representados por Clóvis, pelos incentivos.
A Carlos Pontes e José Sobrinho, amigos de longas datas, pela solidariedade
nas horas difíceis.
À minha amiga Ana Carolina, pelo incentivo e gentil colaboração na coleta de
dados.
À direção da empresa, na pessoa do Sr. Valdir que nos permitiu realizar este
estudo em seu estabelecimento.
A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização
deste estudo, nossos mais sinceros agradecimentos.
RESUMO
Este trabalho apresenta o estudo da tarefa de costurar sob a ótica da análise
ergonômica do trabalho, enfocando uma situação existente na atividade de costura
numa empresa de confecções. Objetivou identificar na relação entre o uso de
diferentes máquinas de costura e a atividade de costurar calcinhas e blusas, qual
delas traz maior risco para o desenvolvimento de LER/DORT. Como método,
utilizou-se a observação sistemática dos postos de trabalho e a aplicação de
questionários e checklists voltados para o estudo do problema. Realizou-se um
estudo de corte transversal e exploratório, em que foi utilizada uma metodologia
multivariada de controle e análise de variáveis. A população alvo foram
trabalhadoras que exercem a atividade no setor de confecções, com uma amostra
de 93 trabalhadoras, sendo 54,8% auxiliar de costura e 45,2% costureiras. A maioria
é solteira (75,3%), tem o grau completo (58,0%) e idade média de 25 anos. O
estudo teve como variáveis independentes: função, sexo, idade, tempo de serviço na
empresa, tempo de serviço na função e tipo de máquina utilizada para execução da
tarefa e como variáveis dependentes: condição ergonômica de um posto de
trabalho; risco de tenossinovite e lesões; percepção de dor; posturas no trabalho; e
tempo em segundos da execução da tarefa. Como resultados observou-se que as
máquinas overloque, zig zag e traveti são classificadas como de alto risco de
desenvolver LER/DORT, que as posturas assumidas durante a execução das tarefas
foram classificadas como ruim ou péssimas, e que os postos de trabalho foram
classificados apenas como razoáveis.. A tarefa mais executada é a de fechamento
de peças (33,3%), a máquina mais utilizada é a overloque (54,8%), e o tipo de peça
mais produzida é a blusa (60,2%). Concluiu-se, que existe uma relação entre a
tarefa de costurar calcinhas e blusas, e o risco do desenvolvimento de LER/DORT.
Recomendou-se a introdução de pausas durante a jornada de trabalho; adequação
dos postos de trabalho considerando as diferentes estaturas entre os trabalhadores;
elaboração de instrução de trabalho com orientação de postura na operação das
máquinas de costura, e a adoção de sistema de gestão da produção, com o
planejamento e controle da produção.
Palavras-chave: Análise ergonômica do trabalho. Costureira. LER/DORT.
Ergonomia. Indústria de confecções.
ABSTRACT
This study presents the sewing task with the approach of the ergonomic analysis of
the work, in the seam activity in a clothing industry. It aimed at to identify the
relationship between the use of different sewing machines and the activity of sewing
pants and blouses, which brings larger risk for the development of work related
musculoskeletal disorders. As method, was used the systematic observation of the
workstations and the application of questionnaires and checklists returned for the
study of the problem. It was done a study of transverse and exploratory cut, in that
was used a methodology control of multiple analysis of variables. The population
objective was the workers that exercise the activity in the section of makings, with 93
workers, being 54,8% to aid of seam and 45,2% dressmakers. Most is single
(75,3%), has the 2nd complete degree (58,0%) and the medium age was 25 years
old. The study had as independent variables: function, sex, age, time of service in the
company, time of service in the function and machine type used for execution of the
task, and as dependent variables: ergonomic condition of a workstation; risk of
tenosynovitis and lesions, pain perception; work postures; and time in seconds of the
execution of the task. As results were observed that the machines overlock, zig zag
and traveti are classified as of high risk of developing work related to musculoskeletal
disorders, that the postures assumed during the execution of the tasks were
classified as bad or terrible, and that the workstations were just classified as
reasonable. The task more executed is the one of closing of pieces (33,3%), the
machine more used is the overlock (54,8%), and the piece type more produced is the
blouse (60,2%). It was concluded then, that a relationship exists among the task of
sewing pants and blouses, and the risk of the development of work related to
musculoskeletal disorders. It was recommended the introduction of pauses during the
work day; also, the adaptation of the workstations considering the different statures
among the workers; and it is necessary to elaborate a work instruction with posture
orientation in the operation of the sewing machines, and the adoption of system of
administration of the production, with the planning and control of the production.
Keywords: Ergonomic analysis of the work. Dressmaker. Work related
musculoskeletal disorders. Ergonomics. Clothing industry. Repetitive
trauma disorders.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABERGO - Associação Brasileira de Ergonomia
ABIT - Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção
ABRAVEST - Associação Brasileira do Vestuário
AET - Análise Ergonômica do Trabalho
ANOVA - Analysis of Variance
CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
CAT - Comunicação de Acidentes de Trabalho
CBO - Código Brasileiro de Ocupações
CCQ - Círculo de Controle de Qualidade
CLT - Consolidação das Leis do Trabalho
CNAE - Classificação Nacional de Atividade Econômica
CRM - Custumer Relationship Management
DC - Diretoria Colegiada
DCO - Distúrbio Cervicobraquial Ocupacional
DORT - Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho
DP - Desvio Padrão
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IEA - International Ergonomics Association
IEMI - Instituto de Estudos de Marketing Industrial
INSS - Instituto Nacional do Seguro Social
LER - Lesões por Esforços Repetitivos
MPAS - Ministério da Previdência e Assistência Social
MTE - Ministério do Trabalho e Emprego
NR - Norma Regulamentadora
OSHA - Occupational Safety and Health Administration
PCP - Planejamento e Controle da Produção
PIA - Pesquisa Industrial Anual – Empresa
RAIS - Relação Anual de Informações Sociais
SIDRA - Sistema IBGE de Recuperação Automática
SFIT - Sistema Federal da Inspeção do Trabalho
WRMD - Work Related Musculoskeletal Disorders
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Layout do setor de confecções da empresa) ............................................67
Figura 2 - Estrutura organizacional: níveis hierárquico .............................................69
Figura 3 - Fluxograma de produção - Setor de confecções ......................................70
Figura 4 - Fluxo do processo - Costurar blusas.........................................................71
Figura 5 - Fluxo do processo - Costurar calcinhas....................................................73
LISTA DE FOTOS
Foto 1 - Vista da atividade de costureira...................................................................35
Foto 2 - Vista da atividade de costureira...................................................................36
Foto 3 - Vista da postura da costureira .....................................................................38
Foto 4 - Vista geral do setor de confecções ..............................................................59
Foto 5 - Vista geral do setor de confecções ..............................................................60
Foto 6 - Vista do setor de malharia (Tear Circular.....................................................66
Foto 7 - Vista do setor de malharia (Tear Circular) ...................................................66
Foto 8 - Vista geral do arranjo...................................................................................68
Foto 9 - Vista da overloque de ponto fechad.............................................................73
Foto 10 - Vista da overloque ponto aberto ................................................................74
Foto 11 - Vista da Galoneira com equipamento de viés............................................74
Foto 12 - Galoneira com equipamento para bainha ..................................................75
Foto 13 - Vista Zig-zag com equipamento de elástico...............................................75
Foto 14 - Vista Traveti ...............................................................................................76
Foto 15 - Vista da tarefa fechamento de peças 1......................................................76
Foto 16 - Vista da tarefa fechamento de peças 2......................................................77
Foto 17 - Vista da tarefa colocação de bainha ..........................................................77
Foto 18 - Vista da tarefa reforço na costura e aplicação de fita ................................78
Foto 19 - Vista da tarefa fechamento de blusa..........................................................79
Foto 20 - Vista da tarefa fechamento de blusa..........................................................80
Foto 21 - Vista da tarefa fechamento da lateral de peça...........................................81
Foto 22 - Vista da tarefa fechamento da lateral de peça...........................................81
Foto 23 - Vista da tarefa fechamento do fundo de peça............................................82
Foto 24 - Vista da tarefa colocação de cós ...............................................................83
Foto 25 - Vista da tarefa colocação de elástico.........................................................84
Foto 26 - Vista das tarefas reforço nas costuras.......................................................84
Foto 27 - Vista das tarefas reforço nas costuras.......................................................85
Foto 28 - Vista da tarefa reforço nas costuras...........................................................86
Foto 30 - Vista de postura irregular ...........................................................................95
Foto 31 - Vista de cadeiras irregulares......................................................................96
Foto 32 - Vista de ambiente de trabalho desorganizado...........................................97
Foto 33 - Vista de ambiente de trabalho desorganizado.................................................98
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Avaliação Grosseira da Condição Ergonômica de um Posto de Trabalho -
Critérios de interpretação ........................................................................61
Quadro 2 - Avaliação Simplificada do Risco de Tenossinovite e Lesões por Trauma
Cumulativos dos Membros Superiores - Critérios de interpretação.........62
Quadro 3 - Observações de Posturas no Trabalho - Critérios de interpretação........62
Quadro 4 - Coleta de Dados......................................................................................63
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Empregados por segmento Têxtil-Vestuário no Brasil (1990 a 2001) ......32
Tabela 2 - Distribuição da função das operárias .......................................................87
Tabela 3 - Distribuição do estado civil das operárias ................................................87
Tabela 4 - Distribuição da escolaridade das operárias..............................................88
Tabela 5 - Mínimo, máximo, média e desvio padrão.................................................88
Tabela 6 - Distribuição da tarefa executada..............................................................89
Tabela 7 - Distribuição do tipo de máquina utilizada.................................................89
Tabela 8 - Distribuição de tipo de peça produzida ....................................................89
Tabela 9 - Contingenciamento da percepção de dor em função do tipo de máquina90
Tabela 10 - Diferenças dos valores médios ..............................................................91
Tabela 11 - Diferença entre os valores médios do posto de trabalho em função do
tipo de máquina utilizada.........................................................................92
Tabela 12 - Diferenças entre os valores médios do risco de LER/DORT em função
do tipo de máquina utilizada....................................................................92
Tabela 13 - Diferença entre os valores médios de postura em função do tipo de
máquina utilizada.....................................................................................93
Tabela 14 - Diferenças entre os valores médios do tempo (segundos) utilizado em
função do tipo de máquina utilizada ........................................................94
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO............................................................................................16
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO ...........................................................................................16
1.2 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................18
1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ............................................................................... 20
1.4 OBJETIVOS DA PESQUISA................................................................................. 20
1.4.1 Objetivo geral ......................................................................................................... 20
1.4.2 Objetivos específicos........................................................................................... 21
CAPÍTULO 2 – REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................22
2.1 O TRABALHO .........................................................................................................22
2.2 A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ...................................................................24
2.2.1 Introdução ............................................................................................................... 24
2.2.2 Histórico...................................................................................................................25
2.2.3 O Taylorismo........................................................................................................... 26
2.2.4 O Fordismo..............................................................................................................26
2.2.5 O Modelo humanista.............................................................................................27
2.2.6 O Modelo sociotécnico ........................................................................................ 27
2.2.7 O Modelo japonês..................................................................................................28
2.3 A INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES E VESTUÁRIO ..........................................30
2.3.1 Histórico...................................................................................................................30
2.3.2 Importância do setor............................................................................................. 31
2.3.3 Contexto atual ........................................................................................................32
2.4 A COSTUREIRA......................................................................................................34
2.4.1 O Código brasileiro de ocupações - CBO.......................................................34
2.4.2 A Atividade de costureira.................................................................................... 35
2.5 POSTURA................................................................................................................. 37
2.6 ERGONOMIA...........................................................................................................40
2.6.1 Histórico...................................................................................................................40
2.6.2 Conceito...................................................................................................................41
2.6.3 Domínios..................................................................................................................43
2.6.4 Abrangência............................................................................................................44
2.6.5 Ergonomia na indústria ....................................................................................... 45
2.7 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO – AET ..........................................46
2.7.1 Introdução ............................................................................................................... 46
2.7.2 Conceitos da AET..................................................................................................46
2.7.3 Aplicações da AET ................................................................................................48
2.8 LER/DORT................................................................................................................49
2.8.1 Histórico...................................................................................................................49
2.8.2 Epidemiologia.........................................................................................................51
2.8.3 A Importância das LER/DORT............................................................................ 52
2.8.4 Causas......................................................................................................................54
2.8.5 A Sintomatologia ................................................................................................... 55
2.8.6 Estágios de evolução ........................................................................................... 56
CAPÍTULO 3 - MÉTODO ..................................................................................................... 58
3.1 TIPO DE PESQUISA .............................................................................................. 58
3.2 PARTICIPANTES....................................................................................................58
3.3 AMBIENTE DE COLETA.......................................................................................58
3.4 VARIÁVEIS DO ESTUDO......................................................................................60
3.5 INSTRUMENTOS E MATERIAIS ......................................................................... 61
3.5.1 Instrumentos...........................................................................................................61
3.5.2 Materiais...................................................................................................................63
3.6 PROCEDIMENTOS.................................................................................................63
3.7 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS.............64
CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES ...........................................................65
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA................................................................... 65
4.1.1 Gestão de pessoal.................................................................................................67
4.1.2 Sistema de produção............................................................................................ 68
4.1.3 Gestão da produção ............................................................................................. 69
4.1.4 Planejamento e controle da produção - PCP................................................. 69
4.2 DESCRIÇÃO DAS OPERAÇÕES DA MONTAGEM DE PEÇAS................... 70
4.2.1 Blusa ......................................................................................................................... 70
4.2.2 Calcinha ................................................................................................................... 72
4.3 TIPO DE EQUIPAMENTOS UTILIZADOS ......................................................... 73
4.3.1 Overloque de ponto fechado..............................................................................73
4.3.2 Overloque de ponto aberto.................................................................................74
4.3.3 Galoneira com equipamento de viés................................................................ 74
4.3.4 Galoneira com equipamento para bainha.......................................................75
4.3.5 Zig-zag com equipamento de elástico............................................................. 75
4.3.6 Traveti.......................................................................................................................76
4.4 IDENTIFICAÇÃO DAS TAREFAS PRESCRITAS ............................................76
4.5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 86
4.5.1 Distribuição de freqüência e percentual .........................................................87
4.5.2 Percepção de dor................................................................................................... 90
4.5.3 Valores médios das tarefas de costurar blusas e calcinhas..................... 90
4.5.4 Valores médios das máquinas de costura .....................................................91
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...............................................95
5.1 CONCLUSÕES........................................................................................................95
5.2 RECOMENDAÇÕES............................................................................................... 98
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................100
APÊNDICES......................................................................................................................... 113
APÊNDICE A – CADASTRO DE COSTUREIRA (ENTREVISTA).............................114
APÊNDICE B QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO (ADAPTADO DE GOMES,
2002)................................................................................................................ 115
APÊNDICE C – TABELA DO TESTE Post hoc de Scheffé ......................................123
APÊNDICE D – LAYOUT DO SETOR DE CONFECÇÕES DA EMPRESA......... Erro!
Indicador não definido.
ANEXOS .......................................................................................................................... 125
ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .................126
ANEXO B CHECKLIST GERAL PARA AVALIAÇÃO GROSSEIRA DA
CONDIÇÃO ERGONÔMICA DE UM POSTO DE TRABALHO
(ADAPTADO DE COUTO, 1995) ...............................................................128
ANEXO C CHECKLIST PARA AVALIAÇÃO SIMPLIFICADA DO RISCO DE
TENOSSINOVITE E LESÕES POR TRAUMAS CUMULATIVOS DOS
MEMBROS SUPERIORES (ADAPTADO DE COUTO, 1995) ..............130
ANEXO D – CHECKLIST PARA OBSERVAÇÕES DE POSTURAS NO TRABALHO
(ADAPTADO DE FIALHO; SANTOS, 1997)............................................133
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta o estudo da tarefa de costurar sob a ótica da análise
ergonômica do trabalho, numa empresa de confecções. O primeiro capítulo tratou de
identificar a introdução do trabalho a ser realizado, enfocando uma situação
existente na atividade de costura numa empresa de confecções. Apresentou a
problematização do tema estudado, abordando a atividade em que ocorre o
problema e que norteou esse estudo, apresentando a principal questão a ser
estudada, bem como a justificativa da escolha do tema objeto de estudo, os
objetivos gerais e específicos.
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO
O reconhecimento do papel do trabalho na determinação e evolução do
processo saúde-doença dos trabalhadores tem implicações éticas, técnicas e legais,
que se reflete sobre a organização e o provimento de ações de saúde para esse
segmento da população. O estabelecimento da relação entre um determinado
evento de saúde dano ou doença individual ou coletivo, potencial ou instalado, e
uma dada condição de trabalho constitui a condição básica para a implementação
das ações de Saúde do Trabalhador (BRASIL, 2001).
Do ponto de vista do capital, os valores sobre a saúde e a doença são
construídos numa empresa sob: o foco da produtividade, os princípios adotados de
responsabilidade social e o valor que se à preservação das pessoas, das
histórias de acidentes de trabalho, e da própria cultura organizacional. Desta forma,
as empresas organizam-se de maneira a responderem eficientemente às
necessidades de seus clientes, dentro de características do produto, de sua história,
das características do mercado e de seus concorrentes e fornecedores. Esta forma
de organizar reflete-se em seus escritórios, nas linhas de produção e nas crenças,
valores e sanções. O trabalho, além de possibilitar crescimento, transformações,
reconhecimento e independência pessoal-profissional, também causa problemas de
insatisfação, desinteresse, apatia e irritação, expondo o trabalhador ao risco de
acidente ou doenças provenientes do trabalho (FRANÇA; RODRIGUES, 1997).
17
A evolução tecnológica e as novas abordagens gerenciais são temas
importantes para as pesquisas ergonômicas neste novo milênio. As condições de
trabalho oferecidas aos trabalhadores têm lhes gerado, em muitas empresas,
desconforto físico e mental e, conseqüentemente, o aumento das diversas doenças
ocupacionais, dentre elas: as lesões por esforços repetitivos nos membros
superiores (LER - atualmente denominadas Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho (DORT), que atualmente estão também relacionadas à
modernização. As conseqüências decorrentes do aumento do número de casos de
LER/DORT têm sido a origem de muitas das preocupações de organizações
empresariais; além disso, são causas do sofrimento psicológico e físico para os
trabalhadores. Para as organizações as conseqüências são diretas, pois com o
afastamento dos operadores dos postos de trabalho por lesões, tem-se a redução da
produtividade, o aumento do absenteísmo, a elevação no custo final do produto, a
imagem negativa da empresa perante a sociedade, o atraso na entrega prevista dos
produtos e um ambiente desconfortável no setor de trabalho, pois o afastamento por
estas lesões deixa um clima de dúvidas e ansiedades entre os operadores, o que
repercute diretamente sobre os demais (ANTÔNIO, 2003).
As principais causas das LER/DORT são os fatores biomecânicos e
organizacionais do trabalho, que podem ser caracterizados em quatro grupos, a
saber: (1) força; (2) postura incorreta dos membros superiores; (3) repetitividade; e,
(4) vibração e compressão mecânica.
Fazem parte dos grupos com maior probabilidade de apresentar os sintomas
e desenvolver a doença LER/DORT, os trabalhadores cujas funções apresentam
limitadas variações de movimento, realizados em alta freqüência e com o uso de
força. Pode-se incluir nesses grupos os trabalhadores do tipo: empacotadores em
fábricas de alimento, descarregadores de frigoríficos, processadores de dados,
microfilmadores, digitadores, montadores de peças em linha de montagem
automática, usuários de vídeo games, pianistas, pipetadores de laboratório,
bailarinas, tricoteiras, etiquetadores de preços, pintores de bonecas, caixa bancário,
britador e costureiras (VIERA, 1997). Foi considerada neste estudo uma amostra de
costureiras, pois é uma atividade laboral em potencial causadora de LER/DORT.
As tarefas realizadas na atividade de costureira são habitualmente na postura
sentada durante a maior parte da jornada de trabalho, além de existirem outros
fatores que contribuem para o desenvolvimento dessas patologias como
18
repetitividade de movimentos, posturas forçadas e exigência de força. A postura
assumida pelas costureiras da indústria da confecção e vestuário e a intensidade da
jornada de trabalho, proporcionam desconforto e dor, podendo gerar futuras
patologias na região cervical, dorsal e membros superiores (ÁVILA; SANTOS, 2000).
Observa-se que o segmento dos confeccionados se caracteriza pela grande
variedade de matérias primas utilizadas, proporcionando alta heterogeneidade de
produtos. Tal heterogeneidade desencadeia a criação de produtos diversificados.
Essa grande variabilidade de sua produção confere graus variados de exposição aos
fatores predisponentes das patologias da região cervical, dorsal e de membros
superiores, conforme a peça que esteja sendo manufaturada (MARQUES;
SIQUEIRA, 2000; SILVA, 2002).
Desse modo objetivou-se, sob a ótica da análise ergonômica do trabalho,
estudar qual a tarefa que predispõe mais ao desenvolvimento de LER/DORT na
atividade de costureira de blusa e calcinha em uma indústria de confecção e
vestuário. O fenômeno aqui abordado pode ser estudado sobre uma outra
perspectiva teórica e metodológica. Entretanto, o presente estudo insere-se num
marco teórico e metodológico específico e, trata-se, essencialmente, de um estudo
empírico.
1.2 JUSTIFICATIVA
A indústria de confecção de artigos de vestuário e aviamentos tem
importância significativa na economia e no comércio mundial de manufaturas. No
ano de 2004 gerou um volume de exportação equivalente no valor de US$
722.643,00, sendo o sexto maior volume nesse ano de 2006. De acordo com o
sistema RAIS/CAGED do Ministério do Trabalho e Emprego, no ano de 2004, essa
atividade industrial empregou diretamente 495.864 trabalhadores, que corresponde
a 6,77% da massa trabalhadora da indústria, e foi o terceiro maior gerador de
empregos nesse ano (BRASIL, 2006).
De acordo com a base de dados 2003, da Pesquisa Industrial Anual
Empresa PIA do Sistema IBGE de Recuperação Automática - SIDRA, existem no
Brasil 79.852 empresas com classificação no grupo 18 - Confecção de artigos do
vestuário e acessórios do Cadastro Nacional de Atividades Econômicas CNAE,
19
empregando 590.247 trabalhadores. No Estado da Paraíba totaliza 475 empresas
formais nessa atividade econômica, que empregam 3.579 empregados
(SIDRA/IBGE, 2006).
Esse tipo de indústria é definida como o conjunto de empresas que
transformam o tecido ou a malha, fabricado a partir de fibras naturais e
manufaturadas, em peças do vestuário (moda feminina, masculina e infantil); do lar
(cama, mesa e banho); decorativo (cortinas e toldos) ou de embalagens, entre
outros, além de possuir uma grande variedade de matéria prima utilizada, que
proporcionam uma considerável carga de trabalho, e que possui, dentre outras
características, posturas incorretas, movimentos repetitivos, ausências de períodos
para recuperação da fadiga, pressão por resultados, tensão e horas extras (GOMES,
2002).
O uso intensivo da mão-de-obra, que é próprio deste tipo de empresa, gera
bastante dependência da qualificação do fator humano, fatores esses que levam os
trabalhadores a permanecerem em posições ortostáticas/estáticas, realizando
movimentos repetitivos por longos períodos de tempo e em condições ambientais
desfavoráveis, causando graus variados de fadiga física e mental e contribuindo com
o surgimento das doenças ocupacionais, com destaque para o grupo LER/DORT
(ARAÚJO, 1996).
Para os operadores acometidos por essas lesões têm-se, além do sofrimento
físico, o sofrimento mental, o desajustamento profissional e o familiar. Na maioria
das vezes, o afastamento elimina a possibilidade de uma promoção, e, por
conseguinte, reduz as perspectivas de crescimento profissional do operador. É ainda
mais crítico quando a situação envolve perda da capacidade laboral parcial ou a
mesmo total quando o operador está no auge de sua produtividade e experiência
profissional, que a incidência ocorre na faixa dos 20 a 39 anos (ÁVILA; SANTOS,
2000; OLIVEIRA, 1998; QUEIROZ; AMBROSI, 2004).
Segundo dados publicados em 2003 pelo “Occupational Safety and Health
Administration - OSHA, do Bureau of Labor Statistics U.S. Department of Labor”, em
2001, cerca de 33,98% das doenças com dias perdidos reportadas nos EUA foram
lesões por trauma cumulativo (OSHA, 2003).
Quanto aos custos envolvidos, estudo realizado por Pastore, apresenta que o
Brasil gasta aproximadamente R$ 20 bilhões/ano e as empresa cerca de R$ 12,5
bilhões no processo de recuperação dos lesionados com acidentes e doenças do
20
trabalho, sendo que as LER/DORT, correspondem a aproximadamente 80% das
doenças ocupacionais registradas no Brasil (O’NEILL, 2002). Esse número é
subestimado, pois diz respeito apenas aos operadores segurados, não inclui aqueles
que realizam trabalho informal, sem carteira de trabalho assinada.
Diante destas constatações, pôde-se afirmar que na atividade de costurar
existe a possibilidade do desenvolvimento de LER/DORT em diversas situações de
trabalho, dependendo do tipo de tarefa a ser exercida. Neste sentido, o presente
estudo, em potencial, contribuiu para a prevenção dessa patologia, permitindo
identificar, no desempenho da atividade de costurar calcinhas e blusas, a máquina
de costura mais prejudicial ao trabalhador, interferindo diretamente na adequação
dos fatores identificados, atuando consequentemente na redução dos custos
operacionais, na recuperação de trabalhadores e no incremento na produtividade
industrial.
1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
O estudo enfocou o trabalho realizado por costureiras e auxiliares de costura
numa indústria de confecções localizada no município de Santa Rita, região
metropolitana de João Pessoa PB, cujas tarefas visavam a costura das seguintes
peças: blusas e calcinhas. No desempenho dessa atividade de costurar está
estampada a possibilidade do desenvolvimento de doenças relacionadas ao
trabalho, dadas às características inerentes ao desempenho de cada uma das
tarefas existentes nessa atividade, razão pela qual o estudo objetivou identificar na
relação entre o uso de diferentes máquinas de costura e a atividade de costurar
calcinhas e blusas, qual delas traz maior risco para o desenvolvimento de
LER/DORT na amostra estudada.
1.4 OBJETIVOS DA PESQUISA
1.4.1 Objetivo geral
Realizar estudo sobre a tarefa de costurar calcinhas e blusas, e a sua
relação com o risco do desenvolvimento de LER/DORT.
21
1.4.2 Objetivos específicos
Realizar análise comparativa entre a atividade de costurar blusas e
calcinhas e o uso de diferentes máquinas de costurar;
Identificar as tarefas prescritas desenvolvidas na atividade de costureira;
- Avaliar a condição ergonômica dos postos de trabalho utilizados na
atividade de costureira;
Avaliar o risco do desenvolvimento de tenossinovite e lesões por traumas
cumulativos dos membros superiores;
Verificar posturas de trabalho adotadas pelas costureiras no desempenho
de suas tarefas;
Identificar a percepção de dor durante o trabalho na atividade de costureira.
CAPÍTULO 2 – REVISÃO DA LITERATURA
Neste capítulo descreve-se a revisão da literatura do tema em questão, a
partir de revisão bibliográfica específica, onde foram abordados os seguintes temas:
O Trabalho, A Organização do Trabalho, A Indústria de Confecções e Vestuário, A
Costureira, Postura, Ergonomia, Análise Ergonômica do Trabalho e LER/DORT.
2.1 O TRABALHO
Pode-se dizer que desde os primórdios da humanidade, o trabalho tem se
constituído numa atividade própria das pessoas, como seres humanos organizados.
O homem, à diferença dos outros animais, não apenas procura adaptar-se ao meio
natural. Ele tenta transformá-lo, a fim de melhorar cada vez mais as condições de
existência. É por meio do trabalho que tem sido possível ao homem satisfazer suas
necessidades básicas, como: beber, comer, vestir, proteger-se contra as
intempéries, garantir a reprodução e preservação da espécie, porém não de forma
isolada, mas pela vida em sociedade.
Historicamente a identificação da atividade de desempenhar um trabalho e
sua relação com a retribuição desse esforço através do recebimento de ganhos
decorrentes da atividade laboral, transcende a nossa época e nos remete ao período
da criação do mundo, quando o homem, diante de sua desobediência, ouviu o
seguinte julgamento de Deus, “Do suor do teu rosto ganharás o teu pão...”, escrito
por Abraão no livro de nesis, capítulo 3, versículo 19 a, cerca de 2.000 anos
antes de Cristo (BÍBLIA, 1997).
Nas línguas românicas, o étimo de “trabalhar” e seu derivado regressivo
“trabalho” foi estabelecido por Paul Meyer (1840 1917), filólogo francês, na revista
România, XVII, 1888, fundando-se num verbo do latim vulgar “tripaliare” (derivado do
latim tripalium espécie de cepo ou instrumento de tortura”, constituído de tres e
palus, “pau, madeira, lenha”) primitivamente “torturar”. Da idéia de “sofrer” passou
para a de “esforçar-se” para chegar-se à de “laborar, obrar”, predominando o
primeiro sentido até o início do século XV. O autor, um dos renovadores da filologia
francesa, autoridade nas línguas provençal e francesa medieval, encontrou a
23
associação entre os termos “tres e “palus”, três paus ou tripalus”, que depois
caminhou para tripalium”, e, a seguir, “trabalho”, dando o sentido de tortura, de
canga que se colocava nos condenados ou algo assim (PELIZ, 2001).
Para Friedman e Naville (1962) definir trabalho mostra-se uma tarefa difícil,
porque o trabalho sempre esteve onde qualquer sociedade humana está. Numa
concepção mais ampla, é preciso percorrer toda a existência do homem, em todas
as épocas, nações, sistemas sociais e culturais e assim definir o trabalho
diferentemente em cada uma delas.
Para Karl Marx (1983), o trabalho é a participação do homem junto a natureza
num processo em que o ser humano, através de sua própria ação, impulsiona,
regula e controla seu intercâmbio material com a natureza. E que este processo é
exclusivamente do ser humano, pois apenas o homem é capaz de estabelecer um
projeto mental de seu trabalho. No entendimento de Gorz (1989), o trabalho nem
sempre existiu, apareceu com os capitalistas e com os proletários e é uma atividade
que se exerce em troca de salário, sendo fixadas formas e horários por aquele que
paga.
O trabalho tem-se constituído como uma atividade essencial à estruturação
da sociedade, tanto sobre o sistema produtivo, como do comportamento humano.
Nesta visão é necessário compreender que todos os indivíduos contribuem para a
definição do perfil da sociedade e não dos que trabalham, pois quem define o
caráter do homem pelo seu trabalho e muitas pessoas idôneas, rias, bem
intencionadas que não trabalham e nem por isso podem ser desprestigiadas (BAVA
JUNIOR, 1990, apud SILVA, 2002).
De acordo com Cotrim (1996, apud ANTÔNIO, 2003), pode-se definir o
trabalho como sendo o processo pelo qual as pessoas, na criação de bens,
transformam os elementos que compõem a natureza. Essa transformação é
realizada pelo homem através da união que ele faz da sua capacidade física com a
sua capacidade mental. Além de transformar a natureza, humanizando-a, o trabalho
transforma o próprio homem. Isto significa que, pelo trabalho, o homem se
autoproduz, desenvolve habilidades e imaginação, aprende a conhecer a força da
natureza, conhece as próprias forças e limitações, relaciona-se com os
companheiros e vive o afeto de toda relação. Com o trabalho o homem altera a
visão que tem do mundo e de si mesmo.
Por trabalho entende-se tudo o que homem faz para se manter e se
24
desenvolver pessoalmente, e para manter e desenvolver a sociedade. O trabalho é
uma necessidade, é um direito, é também uma terapia e realização, o trabalho
sentido à vida, porque transforma a natureza e espiritualiza o homem (ANTÔNIO,
2003).
A sociedade moderna, que se instituiu sob o pressuposto da positividade do
trabalho, emprestou-lhe uma nova significação, de tal modo que, de atividade
degradante e embrutecedora, o trabalho passou a ser a mais valorizada, nobre e
edificante atividade humana. A idéia, portanto, da necessidade imperiosa do trabalho
como atividade fundante da sociedade constituía uma imposição para constranger o
homem pobre, mendigo, ladrão no alvorecer da produção capitalista, a submeter-se
às regras firmadas pelo pacto social. Aos olhos das elites modernas, os pobres sem
trabalho podiam sobreviver pelas doações ou pelo roubo, ambos expedientes
nocivos à sociedade, uma vez que representava a apropriação do trabalho de outros
homens para assegurar-Ihes a vida. A idéia da necessidade impositiva do trabalho,
bem como a criação de dispositivos penais para obrigar o homem pobre a ingressar
na sociedade do trabalho, atravessa a modernidade de lado a lado desde o princípio
(DINIZ, 2004).
Embora a definição de trabalho esteja especificamente relacionada a uma
área de conhecimento e possa divergir em função da perspectiva teórica adotada,
neste estudo o trabalho em si representa a forma pela qual o homem se expõe as
variáveis existentes no meio ambiente de trabalho. Note-se que o homem depende
do trabalho para sua manutenção, inserção econômica e social. Neste sentido,
mesmo em situações de conseqüências negativas, por exemplo, o alto risco de
desenvolvimento das doenças relacionadas ao trabalho, as pessoas continuam
trabalhando, em função da satisfação de suas necessidades.
2.2 A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
2.2.1 Introdução
A forma de organização do trabalho constitui um dos fatores principais para o
aumento dos danos à saúde dos trabalhadores. Isto ocorre quando a organização do
trabalho não considera trabalhador como elemento central e principal do processo
25
do trabalho. Sendo assim, torna-se necessária intervenção para que ocorram
modificações na organização, tempo e espaço de trabalho, relações e ambiente.
A organização definida por Gomes (1998), constitui um conjunto de regras e
normas que determinam a maneira de realizar a produção na empresa, associada à
mão-de-obra, às máquinas, aos instrumentos e às matérias-primas para efetivar o
processo produtivo.
2.2.2 Histórico
A forma de evolução da organização do trabalho, historicamente, partiu da
forma mais primitiva e antiga de organizar o processo de produção, através do
modelo artesanal. O artesão, assim conhecido por ser o senhor de seu trabalho,
dominava todas as etapas do processo produtivo. As ferramentas utilizadas na
construção do produto pertenciam ao próprio artesão Era ele quem decidia como
realizar o trabalho, determinando o tempo necessário e a resolução de todos os
problemas que apareciam durante a jornada de trabalho. Portanto, o resultado final
era de sua inteira responsabilidade, pois o trabalho artesanal se caracteriza como
trabalho individual, único, pertencente à própria pessoa que a executa (ASSIS,
1998).
A evolução do modelo artesanal e a sucessão dessa forma de trabalho vieram
com a proposta de reunir vários artesãos em um mesmo local de trabalho
pertencente a um único dono. E o resultado desse trabalho pertencia ao proprietário
desse local e não mais ao artesão. Com essa mudança, percebem-se os indícios da
manufatura e o surgimento da figura do patrão’, pois o artesão deixa de ser o
proprietário do seu produto em troca de uma remuneração. À medida que o trabalho
evolui, o proprietário do local percebe que os produtos poderiam ser fabricados mais
rapidamente e divide as operações em elementos menores e as distribui entre os
trabalhadores. É o surgimento da divisão do trabalho no modelo artesanal (ASSIS,
1998). Originou-se a necessidade de planejar e controlar a produção. O passo
seguinte dá-se com a introdução de máquinas, ainda que rudimentares movidas por
forças naturais como: água, animal, vento e pelo próprio homem.
Com a invenção da máquina a vapor, a base técnica foi diretamente afetada.
Passou-se a ter os operadores de máquinas e os trabalhadores mais qualificados no
26
desempenho das atividades técnicas relacionadas à produção, bem como nas
atividades de manutenção. Assim, com a produção baseada em processos
mecânicos, o trabalhador passou a ser operador de um único tipo de máquina, que
exigiu dele um ritmo maior de trabalho imposto pela própria máquina que operava.
Em conseqüência, foi exigida do operário uma maior disciplina, surgindo o cargo de
supervisor para distribuir e controlar o trabalho, caracterizando cada vez mais a
diferença entre o trabalho de execução e o trabalho de planejamento e controle.
2.2.3 O Taylorismo
No desenvolvimento histórico, depois da introdução da quina na indústria,
a maior evidência aconteceu no início do século XX, nos Estados Unidos com o
modelo de organização do trabalho proposto por Frederick Winslow Taylor. Esse
modelo de organização é visto como um sistema fechado, rígido e mecânico, sem
nenhuma integração com o ambiente externo (SANTOS et al., 1997).
Em 1916 Fayol, um engenheiro e administrador francês, complementa o
trabalho desenvolvido por Taylor, propondo a racionalização da estrutura
administrativa que gerencia o processo de trabalho com base nos princípios da
unidade de comando, da divisão do trabalho, da especialização e da amplitude de
controle (MOTTA, 1986).
2.2.4 O Fordismo
Na mesma época em que Fayol complementa o trabalho desenvolvido por
Taylor, Ford utiliza os princípios da linha de montagem na fabricação de automóveis,
valendo-se do sistema de carretilhas aéreas empregado nos matadouros de Chicago
para esquartejar reses. O fordismo é considerado uma extensão e superação do
taylorismo. Ele aprofunda o taylorismo, porque aumenta o controle sobre o trabalho
e cria uma linha de montagem em grande escala, buscando ao máximo a
produtividade. Com isto, Ford conseguiu mecanizar a circulação de objetos e dos
meios de trabalho no decorrer do processo produtivo, exigindo ainda mais a
superespecialização do homem. O ritmo e a velocidade do trabalho eram
27
determinados pelos equipamentos e o trabalhador tinha que se sujeitar a eles
(SILVA, 2002).
Silva (1991, p. 29) define o fordismo num sentido mais global:
Para além do processo de trabalho imediato, o fordismo e o sistema de
produção de grandes volumes de produtos padronizados destinados a
mercados de massa. A competição é baseada na obtenção de economias
de escala e no aumento da velocidade do processo de produção, que é
controlada pelo ritmo da linha de montagens e o movimento das máquinas.
O modelo taylorista/fordista, que perdurou por muitas décadas e com
influência nos modelos da atualidade, contribuiu significativamente para o
crescimento da produtividade de muitos países. O modelo elevou o processo de
trabalho à valorização do capital, mas em contrapartida repercutiu negativamente
sobre a saúde dos trabalhadores. Com a presença dos conflitos cotidianos na
produção, causado pelas péssimas condições humanas e sociais do trabalho,
começam a aparecer problemas como: a qualidade do produto, acidente de
trabalho, turnover, absenteísmo e outros, influenciando negativamente na
produtividade do trabalhador, marcando o início dos questionamentos da real
efetividade do modelo (SILVA, 2002).
2.2.5 O Modelo humanista
Ao final da década de 1920 surge o modelo humanista sugerido pela Escola
de Relações Humanas através de Elton Mayo, com o objetivo de tentativa de
reversão do quadro para a valorização do homem, mas sem a intenção de romper
totalmente com a organização do trabalho vigente (ASSIS, 1998; CHIAVENATO,
1990; CURY, 1990).
Cury (1990) define que a Escola de Relações Humanas ou Behaviorista [...]
se voltava mais para as necessidades do homem, procurando melhor ajustá-lo ao
trabalho, aumentando, em conseqüência, sua motivação e sua produtividade”.
2.2.6 O Modelo sociotécnico
Através do resultado dos estudos de Trist e colaboradores, foi apresentado o
‘modelo sociotécnico’ de forma que toda e qualquer organização deveria consistir na
28
combinação de um sistema técnico e social. Sendo o sistema técnico composto pelo
fluxo produtivo, a tecnologia utilizada, documentação necessária, além das variáveis
tecnológicas. E o sistema social relacionado à cultura organizacional, aos valores,
normas e com a satisfação das necessidades pessoais, bem como o nível
motivacional e as atitudes individuais de cada um. Nesta visão, para qualquer
sistema de produção é necessária tanto uma organização tecnológica, envolvendo
máquinas, equipamentos, layout, quanto uma organização de trabalho, envolvendo
aqueles que executam (CHIAVENATO, 1990 apud SILVA, 2002).
Para Fleury e Fleury (1997, apud SILVA, 2002), a proposta sociotécnica
implica na busca de uma solução ótima numa visão de sistema integrado, na qual as
demandas e as capacitações do sistema social sejam adequadamente articuladas às
demandas e aos requisitos do sistema técnico, tendo em vista a consecução das
metas da produção e os objetivos da organização e das pessoas.
2.2.7 O Modelo japonês
Segundo Silva (2002), o Japão, depois de ter sido arrasado na Segunda
Guerra Mundial, investe em um conjunto de ações para poder se recuperar dos
efeitos maléficos do conflito. Como estava tecnologicamente distante das nações
dominantes, o efeito positivo das suas ações pós-guerra não repercutiu de imediato.
A origem desta forma de organização praticada naquele país dá-se no final da
guerra e nos anos 50, quando ocorre uma forte escassez de trabalhadores adultos
qualificados e uma abundância de mão-de-obra jovem e de pouca formação
(CORIAT, 1993; apud MONTEIRO; GOMES, 1998).
Humphrey (1989), atribui as novas estratégias de produtividade observadas
nos países industrialmente avançados à competição acirrada pela crise e à
emergência do desafio japonês à industria ocidental. Nessa busca pelo aumento de
produtividade e melhoria da qualidade, muitos países tem adotado princípios de
administração oriundos do Japão.
Hirata (1993), com base em determinadas correntes de pensamento
econômico e sociológico, destaca o surgimento de um novo paradigma de produção
industrial, apresentado como alternativa à produção em massa fordista e por ela
designado de “second industrial division” - segunda divisão industrial. Este novo
paradigma baseia-se na flexibilidade da produção, nas inovações organizacionais,
29
na descentralização e na abertura do mercado internacional; ele pressupõe o fim da
divisão do trabalho baseada na prescrição das tarefas e no relacionamento
autoritário na empresa.
Para Hirata (1993) este novo paradigma é bem representado pelo Modelo
Japonês. A autora apresenta as características do Modelo Japonês, quanto às
relações industriais, ele é um sistema de emprego vitalício, com promoção por
tempo de serviço, sindicato de empresa e baixa taxa de desemprego para os
assalariados do sexo masculino contratados regularmente, não tendo validade para
mulheres, empregados temporários, de empreiteiras e trabalhadores de pequenas e
médias empresas.
Quanto à organização industrial entre as empresas Hirata (1993) afirma:
Trata-se de um modelo dualista, em que se estabelecem trocas de tipo muito
particular entre fornecedores e subcontratados, de um lado, e as grandes empresas
de outro.
No tocante à organização do trabalho e da empresa é uma forma de divisão
social do trabalho que pressupõe a polivalência, mediante a rotação de tarefas e a
não-alocação do trabalhador a um posto específico de trabalho; o predomínio do
grupo de trabalho sobre os indivíduos; a divisão de trabalho menos clara entre
operários de manutenção e de fabricação; as práticas de gestão, como just-in-time,
Kanban e círculos de controle de qualidade (CCQ), que permitem que o trabalhador
conheça e domine melhor o processo global de produção (HIRATA, 1993).
Pode-se então dizer que, a organização do trabalho nas empresas japonesas
leva em consideração todo o potencial do conhecimento do trabalhador, sendo sua
base fundamentada na racionalização dos processos de produção, inclusive com
forte inspiração no modelo taylorista/fordista. O diferencial está no aproveitamento
do potencial humano associado à estratégia competitiva através da organização de
atividade de pequenos grupos. Essas atividades desencadeiam melhorias contínuas
nos processos de produção de forma integrada com toda a organização (FLEURY,
2000).
30
2.3 A INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES E VESTUÁRIO
2.3.1 Histórico
O Brasil passou por momentos difíceis, desde o período colonial até meados
do século XIX, em razão do decreto que obrigou o fechamento de todas as fábricas
de tecidos de algodão, e outras fibras, com exceção daquelas que fabricavam
vestimentas para escravos e tecidos para embalagens (SILVA, 2002).
Tal atitude foi decorrência do temor de que os trabalhadores agrícolas e
extrativistas minerais fossem desviados para a indústria manufatureira. Por isso,
esse período é marcado por políticas de estímulo, ou restrições, de acordo com os
interesses da Metrópole, pois o Brasil ainda estava sob condições de colônia. Entre
1844 e 1913, deu-se um grande processo da industrialização. Em 1864 o Brasil
contava com cerca de vinte fábricas, com mão de obra abundante e um mercado
consumidor em grande crescimento. Em 1881, com 44 fábricas e 5.000 empregos, o
país se definia como grande propulsor de artigos têxteis. Nas cadas seguintes,
houve uma maior aceleração no processo de industrialização e nas vésperas da I
Guerra Mundial já existiam 200 fábricas que empregavam 78.000 pessoas. Em
1919, a indústria têxtil contemplava 38,1% do contingente de empregados e no
período de 1920 a 1940 o número de operários já tinha triplicado. No entanto, após o
término da II Guerra Mundial, houve uma redução das exportações, ocasionando
redução dos investimentos, juntamente com a obsolescência dos equipamentos
(SILVA, 2002).
Somente a partir da segunda metade dos anos 50 até 1970, o setor têxtil
começou a ter novamente grandes transformações, possibilitando fortes
investimentos em modernização e ampliação do setor. Nos anos 80, sem estímulo
para investimentos no processo de modernização do parque fabril, o setor começou
a estagnar e a perder a competitividade. Na década de 90, com a abertura do
mercado interno à concorrência internacional e com a política macro econômica,
voltada para a estabilização monetária, houve maior preocupação do setor têxtil em
buscar alternativas para se posicionar perante a globalização (SILVA, 2002).
31
2.3.2 Importância do setor
A característica estrutural básica da indústria do vestuário, no âmbito mundial,
consoante à Associação Brasileira de Vestuário - ABRAVEST, é a grande
heterogeneidade das unidades produtivas em termos de tamanho, escala de
produção e padrão tecnológico, fatores estes que influenciam, decisivamente, os
níveis de preços, dualidade, produtividade e a inserção competitiva das empresas
nos diversos mercados consumidores (ABRAVEST, 2006).
A indústria têxtil-vestuário é uma das indústrias mais disseminadas
espacialmente no mundo e constitui uma importante fonte de geração de renda e
emprego para muitos países, especialmente nos países em desenvolvimento. É
comum que os primórdios da industrialização de um país se confundam com a
instalação e desenvolvimento da indústria têxtil-vestuário (LUPATINI, 2004).
A indústria concentra: 5,7% da produção manufatureira mundial (em dólares);
8,3% do valor dos produtos manufaturados comercializados no mundo; e mais de
14% do emprego mundial.
Na União Européia, as quase 120 mil empresas da indústria têxtil-vestuário
empregaram mais de 2,2 milhões de pessoas, em 1999, com redução para 2,1
milhões nos anos de 2000 e 2001, ou seja, 7,6% do total de emprego da indústria
manufatureira da União Européia (LUPATINI, 2004).
No Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de
Confecções ABIT, as exportações cresceram 3,98% alcançando US$ 986,1
milhões no semestre de 2006, contra US$ 948,4 milhões, nos primeiros seis
meses de 2005. Em volume, a alta foi de 16,5%, passando de 284,1 mil toneladas
para 331,2 mil toneladas (ABIT, 2006).
Dentro da cadeia têxtil-vestuário, observa-se que, apesar da retração no
volume de trabalhadores em conseqüência de fenômenos como forte desvalorização
cambial, abertura comercial ao mercado externo, o setor vestuário ainda pode ser
considerado com um potencial na geração de empregos, conforme se verifica a
evolução, de empregados no segmento têxtil em comparação ao de confecção, no
período de 1990 à 2001 (ver tabela 1), de acordo com o Instituto de Estudos e
Marketing Industrial IEMI , que apresenta uma ampla análise do setor têxtil e
confeccionista brasileiro, com detalhes sobre as unidades fabris instaladas, evolução
da produção, consumo, distribuição, emprego, parque de máquinas, investimentos,
32
comércio externo e grandes empresas em atividade no segmento (IEMI; 2001,
2002).
Tabela 1 - Empregados por segmento Têxtil-Vestuário no Brasil (1990 a 2001)
Segmento/Ano 1990
1995
1997
1998
1999
2000
2001
Têxtil 893,0
449,4
350,9
326,3
327,2
339,3
332,2
Fiação 272,0
132,5
104,9
85,2
88,8
91,9
90,6
Tecelagem 401,0
162,3
123,2
105,6
96,9
99,2
97,7
Malharia 150,7
115,0
90,4
101,9
112,3
118,7
119,0
Beneficiamento 69,4
39,6
32,4
33,6
29,2
29,5
24,9
Confecção 1755,8
1468,1
1318,1
1237,2
1204,1
1233,2
1191,8
Vestuário 1510,9
1209,2
1086,0
1013,6
992,6
1039,9
1006,6
Meias e
acessórios
78,7
104,3
93,6
91,6
83,5
72,9
70,2
Linha Lar 131,8
121,8
109,1
104,1
99,7
95,5
91,1
Outros 34,4
32,8
29,4
27,9
28,3
24,9
24,0
Total 2649,6
1917,5
1669,0
1563,5
1531,3
1572,5
1524,0
Fonte: IEMI (2001 e 2002)
2.3.3 Contexto atual
A característica estrutural básica deste segmento industrial é identificada pela
enorme heterogeneidade das unidades produtivas, associada à existência de grande
número de empresas de tamanhos variados. Em sua grande maioria, o segmento é
composto de micro e pequenas empresas, pulverizando o controle da indústria e
confirmando a definição de uma indústria fragmentada (GOMES, 2002).
Analisando o setor de confecções do vestuário, Lima (1999) destaca esse
segmento afirmando que agrupa um conjunto de unidades produtivas que abrange
desde o trabalho domiciliar de caráter artesanal até grandes e modernas indústrias
com milhares de operários, servindo a um mercado consumidor extremamente
segmentado, que vai da produção em massa a produtos individualizados e únicos.
O setor da costura da indústria do vestuário se caracteriza por utilizar
intensiva o-de-obra e, para alguns países, está sendo difícil produzir produtos
competitivos, utilizando o sistema convencional de produção.
33
Em 2001 representou apenas 1% do valor adicionado da indústria de
transformação, mas era responsável por 22,98% dos ocupados na indústria de
transformação (15,12% do total da indústria) (LUPATINNI, 2004)
Nesse aspecto, deve-se ressaltar que, em relação ao custo operacional, faz-
se necessário dizer que das etapas mais a montante à etapa mais a jusante da
cadeia têxtil-vestuário, o peso do custo do trabalho nos custos totais aumenta.
Ilustrativamente, no Brasil o custo do trabalho na fiação (com filatórios open-end)
corresponde a 6% do custo total, na tecelagem o custo do trabalho pesa 24% no
custo total, na malharia 26% e a fase de costura (fase principal do processo
produtivo da confecção) concentra cerca de 80% do trabalho produtivo (LUPATINNI,
2004)
O setor apresenta 16 segmentos, incluindo artigos de cama, mesa e banho,
os mais variados tipos de roupas e acessórios, entre outros. O setor tem como
característica básica ser fortemente influenciado pela moda, podendo lançar quatro
coleções por ano: inverno, primavera-verão, verão e alto verão. Os modelos sofrem
variações no que se refere ao tipo de tecido, cor, ajuste no corpo, visual e tipo dos
detalhes (ABRAVEST, 2006).
Caracteriza-se, também pelo elevado número de micro e pequenas empresas
no setor que, ao contrário de outros segmentos industriais, tem no baixo custo da
mão-de-obra, uma grande influência na decisão de investir e nas estratégias de
localização dos empreendimentos. A vantagem comparativa da mão-de-obra tem
influído, decisivamente, na competitividade internacional explicando, em boa
medida, a atual distribuição geográfica mundial do setor (ABRAVEST, 2006).
Nesse sentido, tal setor, por ter uma técnica de produção amplamente
conhecida e o equipamento utilizado – a quina de costura – é de operação
simples e custo reduzido, facilita a entrada de produtores de menor porte na
indústria, e com um ciclo de produção da indústria do vestuário composto de
diferentes etapas: design, confecção dos moldes, gradeamento, elaboração do
encaixe, corte, costura, acabamento e lavagem.
De acordo com Elias (1999), no ciclo de produção da roupa se destaca a
etapa da costura, que é a principal do processo, cabendo-lhe cerca de 80% do
trabalho produtivo. Este fato contribui para a maior dificuldade de automação,
possuindo assim poucos avanços neste campo.
34
Nesse setor são montadas as partes das peças que são bidimensionais e
que, depois de costuradas, se transformam em peças tridimensionais. Esta etapa é
complexa e exige muita habilidade de quem executa, e é difícil de automatizar,
requer, muitas vezes, que o operador trabalhe em vários tipos de máquinas e que
saiba desenvolver várias operações diferentes (polivalência). É no setor da costura
que se desenvolve a etapa mais complexa e intensiva do trabalho do processo de
produção (GOULARTI FILHO; JENOVEVA NETO, 1997; apud SILVA, 2002).
Com relação aos aspectos tecnológicos, a indústria de confecções possui
tipicamente um processo produtivo por lotes, caracterizando-se como uma produção
do tipo intermitente repetitiva, cujas linhas de produção apresentam uma
esmagadora supremacia do trabalho manual, a chamada industrialização artesanal.
A principal causa para essa supremacia, está ligada ao alto custo financeiro para a
introdução de tecnologia de ponta na linha de produção, o que limita a automação
de determinadas atividades do processo, reduzindo a produtividade e,
conseqüentemente, a margem de lucro.
2.4 A COSTUREIRA
2.4.1 O Código brasileiro de ocupações - CBO
Segundo o digo brasileiro de ocupações CBO, publicado pelo Ministério
do Trabalho e Emprego MTE, as costureiras são as responsáveis por organizar o
local de trabalho, preparar máquinas de costura e de bordar para acabamento de
roupas. Além disso, preparam peças para costura, e bordado, de acordo com os
gabaritos, costuram acessórios e bordam peças confeccionadas, e controlam a
qualidade da costura e dos acabamentos de peças do vestuário (BRASIL, 2002).
Quanto às condições gerais do exercício das funções, estão sempre sob
supervisão permanente, em que trabalham em confecções de roupas, ou oficinas de
costura, geralmente como assalariados com carteira assinada, organizados em
células de produção ou equipe multifuncional, exceto Bordadores(as) e
Passadores(as) que trabalham de forma individual. Desenvolvem seus trabalhos em
ambiente fechado, em horários diurno e noturno. Em algumas atividades podem
estar sujeitos a posições desconfortáveis e expostos a ruído intenso e à poeira.
35
2.4.2 A Atividade de costureira
Nag et al. (1992) relatam que um trabalho de costura em longo prazo, por
requerer o uso repetitivo e coordenado do tronco, extremidades superiores e
inferiores das operárias que trabalham em postura sentada prolongada, têm uma
carga cumulativa nas estruturas músculo-esqueléticas, incluindo a coluna vertebral e
refletindo na forma de grande incidência de desconforto e dor em partes diferentes
do corpo, e foi evidenciado que 68% da população estudada, reclamavam de dores
nas costas.
Foto 1 - Vista da atividade de costureira
Especificamente no caso do trabalho com máquinas de costura, (Foto 1
Atividade de costureira), estudos demonstraram que inadequações no seu design de
expõem os seus operadores a diversos constrangimentos, como posturas
inadequadas e movimentos repetitivos de membros superiores (ESTIVALET et al.,
2004; DELLERMAN; DUL, 2002; LI et al., 1995).
Os aspectos manuais da tarefa em máquina de costura afetam a postura do
tronco, que poderia ser melhorada, assim como as exigências visuais da tarefa,
como as visões da tarefa e da agulha influenciam posturas da cabeça. As posturas
de flexão de tronco e de flexão de cabeça/pescoço poderiam ser melhoradas
significativamente por alterações de parâmetros projetuais de uma máquina de
36
costura, como a inclinação da mesa e visão da agulha (ESTIVALET et al., 2004; LI et
al., 1995).
Kaergaard et al, (2000), destacam que o trabalho na indústria da confecção
envolve monotonia, tarefas altamente repetitivas realizadas numa postura sentada
com a região superior das costas curvada e a cabeça dirigida para a máquina de
costura.
Foto 2 - Vista da atividade de costureira
Para costurar, muitas atividades manuais são executadas e estas exigem um
acompanhamento visual, isso significa que o tronco e a cabeça ficam inclinados para
frente (Foto 2 Atividade de costureira). O pescoço e as costas ficam submetidos a
tensões mantidas por longos períodos, o que poderá acarretar dores. O dorso pode
ser submetido também a tensões, quando for necessário girar o corpo, estando o
trabalhador em um assento fixo (QUEIROZ; AMBROSSI, 2004).
As tarefas das costureiras são realizadas em postura sentada durante
aproximadamente 83,31% da jornada de trabalho; o ritmo produtivo e a organização
não permitem pausas extras e mudanças da postura sentada para a postura de
(MARQUES; SIQUEIRA, 2000).
Soares et al (2004), destacam que a atividade de costura pode ser
considerada de ação estática, com movimentos altamente repetitivos, salientando
que a atividade de costura tem grande exigência de acuidade visual e utilização de
motricidade fina, com alta repetitividade dos movimentos.
37
2.5 POSTURA
É cada vez maior o tempo que passamos sentados no dia-a-dia. A princípio, a
postura sentada poderia ser considerada vantajosa em relação à postura em pé,
porque cansa menos, exige menor gasto energético, alivia as pernas. No entanto,
ela sobrecarrega nosso corpo principalmente quando permanecemos muito tempo
sentados e em condições inadequadas (COURY, 1995).
A postura humana tem sido objeto de grande preocupação nas modernas
organizações e sistemas de trabalho, onde as posturas assumidas vêm ocasionando
nas últimas décadas um aumento considerável de problemas osteomusculares, e
outras disfunções fisiológicas relacionadas ao trabalho (MOSER et al., 2000).
A automatização dos sistemas de produção e o conseqüente aumento da
velocidade de processamento das informações gerou e continua gerando demandas
cada vez mais complexas para o trabalhador, ficando este na situação paradoxal de
ter que acompanhar a velocidade das máquinas ao invés de trabalhar de acordo
com seu próprio ritmo (MOSER et al., 2000).
Laville (1977) define postura como a organização dos segmentos corporais no
espaço. Segundo Barreira (1989), postura é definida como um arranjo relativo do
corpo. De acordo com Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997; apud NASCIMENTO 2005),
postura é um termo definido como sendo: “uma posição ou atitude do corpo, a
disposição relativa das partes do corpo para uma atividade específica, ou uma
maneira característica de sustentar o próprio corpo”.
Kendall (1995) definiu postura como: “o arranjo característico que cada
indivíduo encontra para sustentar o seu corpo e utilizá-lo na vida diária, envolvendo
uma quantidade mínima de esforço e sobrecarga, conduzindo à eficiência máxima
do mesmo”.
No caso específico do presente estudo adota-se a definição expressa por
Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997; apud NASCIMENTO, 2005), uma vez que a
atividade de costureira assume características específicas no desempenho da tarefa
de costurar.
Em situações de trabalho o estudo da postura é de grande importância para
otimização do trabalho no que diz respeito ao dimensionamento do espaço de
trabalho, concepção do mobiliário, ferramentas utilizadas e otimização das tarefas a
serem realizadas.
38
Em geral, a postura de trabalho obedece às exigências da tarefa ou do posto
de trabalho. O homem assume basicamente duas posturas para trabalhar: em pé,
sentado ou alternando essas posições. Dessa forma o tempo dedicado à realização
das atividades é que vai determinar o desconforto gerado pela postura assumida.
Ambas as posturas de pé e sentada apresentam vantagens e desvantagens. A
postura de costuma ser responsável por dores e inchaços nas pernas e pés e
fadiga pela dificuldade do sangue retornar ao coração. a postura sentada
costuma gerar queixas de dor lombar e compressão da circulação na fossa poplítea
(região posterior do joelho). O maior inconveniente do trabalho sentado, porém é a
sobrecarga nos discos intervertebrais que ao longo do tempo irá provocar desgaste
e compressão levando a hérnia discal, conhecido quadro doloroso da coluna lombar
(MOSER et al., 2000).
Foto 3 - Vista da postura da costureira
Quando trabalhamos sentados realizando uma atividade diante de uma
superfície horizontal, temos que adaptar nossa postura corporal para dirigir a
atenção à atividade que realizamos. Mudanças na posição do pescoço são então
necessárias: a posição mais comum que o pescoço adota é flexionado para frente
ou para baixo (Foto 3 Vista da postura da costureira). A pequena movimentação
do pescoço é extremamente prejudicial para a parte alta da coluna e isso é ainda
mais crítico quando a cabeça e o pescoço permanecem em posições extremas:
muito dobrado, inclinado para uma lateral ou rodado. Manter a cabeça dobrada
anteriormente a 30º é necessário 50% a mais de força nos músculos do pescoço.
Quanto mais flexionado para frente estiver o pescoço, maior será o número de
queixas de desconforto, pois tal posição demanda um trabalho adicional dos
39
músculos e sobrecarrega os ligamentos e articulações da região. Quando
permanecemos com o pescoço e a cabeça imóveis por longos períodos, os
músculos precisam trabalhar continuamente para manter essas partes do corpo
estáveis, sem movimento (MASSAMBANI; SANTOS, 2001).
Quanto ao alinhamento postural ideal, Dimitrova e Dimitrov (2003; apud
NASCIMENTO, 2005), consideram que é aquele cuja manutenção exige um mínimo
de esforço e tensão no nível das articulações. A manutenção do controle postural
requer das estruturas musculares uma determinada resistência à fadiga. Fadiga é
definida como a incapacidade na manutenção de um nível esperado de força.
Atividades que exijam que o indivíduo assuma, freqüentemente, as mesmas
posições corporais, sejam elas em relação à posição dos membros ou esforços
significativos da estrutura locomotora, criam hábitos posturais que podem, inclusive,
refletir-se em alterações significativas do alinhamento do corpo (MUNHOZ;
BRENZIKOFER; VILARTA, 1995; apud NASCIMENTO, 2005).
O trabalho muscular prolongado e estático prejudica o músculo em demasia,
pois durante a contração muscular a pressão dentro do músculo aumenta e
comprime os vasos, diminuindo assim a circulação. Se, depois de uma contração, o
músculo puder relaxar pelo mesmo tempo que durou a contração, cria-se uma
condição ideal de trabalho e repouso (COURY, 1995).
Quando o músculo fadiga, a carga é transferida para os tecidos inertes que
suportam a coluna nos finais da amplitude, como psulas, tendões, ligamentos etc.
Posturas mantidas necessitam, continuamente, de adaptações dos músculos
estabilizadores, para suportar o tronco contra forças flutuantes. Grandes movimentos
repetitivos também requerem dos músculos respostas através do controle da
atividade (KISNER; COLBY, 1998; apud NASCIMENTO 2005).
Nesse aspecto pode-se evidenciar que as exigências de trabalho e o estilo de
vida da população moderna levam à inadequações posturais que favorecem
sobrecargas posturais. Atividades de trabalho especializadas e limitadas, com
repetição de movimentos e posturas inadequadas por períodos prolongados, além
dos fatores ambientais, tais como projeto ergonômico deficiente, proporcionam
cargas nas estruturas anatômicas da coluna vertebral, ocasionado fadiga e lesões
no trabalhador, muitas vezes graves e irreversíveis.
Uma dor muscular forte pode ser entendida como um sinal de alerta podendo
indicar problemas futuros para o músculo. Mooney (2000) destaca que a utilização
40
de posturas incorretas propicia o surgimento de algias da coluna vertebral, e que
essa é uma das maiores causas de afastamento prolongado do trabalho e
sofrimento humano.
Em relação ao trabalho estático versus o dinâmico, Iida (2005) afirma que se
o trabalhador alterna as posturas, sem realizá-las estaticamente por períodos
prolongados, terá um índice de desconforto menor. Ao contrário, posturas estáticas
durante toda a jornada ocasionam desconforto e dor acionando precocemente o
mecanismo de fadiga muscular. Isso acontece devido a diminuição do aporte
sanguíneo, visto que os vasos sanguíneos e estruturas adjacentes são comprimidos
na contração muscular sustentada sem relaxamento.
Sobrecargas mecânicas em estruturas sensíveis à dor, levam à distensão ou
compressão das terminações nervosas, ocasionando dor. Esse tipo de estímulo
ocorre na ausência de uma reação inflamatória, sendo então um problema
mecânico. Aliviando-se a sobrecarga nas estruturas sensíveis a dor alivia-se o
estímulo doloroso. Se as cargas mecânicas excederem as capacidades de
sustentação do tecido, ocorrerá ruptura. Se isso continua sem uma cicatrização
adequada, síndromes de uso excessivo com inflamação e dor irão afetar a função
sem uma lesão aparente. As lesões ocorrem com maior freqüência quando há fadiga
muscular, como acontece com os trabalhadores que não respeitam o seu limite
fisiológico - devido às cobranças da produção - e continuam exercendo a atividade
mesmo na presença de fadiga (KISNER; COLBY, 1998, apud NASCIMENTO, 2005).
Com base nos pressupostos apresentados, pode-se afirmar que na atividade
de costureira, as questões relacionadas à sobrecarga mecânicas, trabalho estático,
fadiga muscular, existentes na postura sentada assumem um papel fundamental na
gênese do processo de desenvolvimento de LER/DORT. Essas questões podem ser
controladas através de um estudo ergonômico da função exercida pela costureira.
2.6 ERGONOMIA
2.6.1 Histórico
Desde a antiguidade o homem sempre buscou melhorias em sua atividade
cotidiana, adequando suas ferramentas, instrumentos e utensílios domésticos.
Segundo Moraes e Mont’Alvão (2003), existem na arqueologia, exemplos de
41
empunhadura de foices, datadas de séculos atrás, que demonstram a preocupação
do homem em adequar a forma da pega de ferramentas às características da mão
humana.
O termo ergonomia é derivado das palavras gregas ergon, que significa
trabalho, e nomos, que se designa regras. Nos Estados Unidos, usa-se também
como sinônimo, o termo, human factors (DUL; WEERDMEESTER, 2004).
A origem da ergonomia remonta ao período do início da Guerra Mundial
(1939 1945), em que houve pela primeira vez, uma conjugação sistemática de
esforços entre a tecnologia, ciências humanas e biológicas para resolver problemas
de projetos. Os resultados desse esforço interdisciplinar foram muito gratificantes a
ponto de serem aproveitados pela indústria no pós-guerra. (DUL;
WEERDMEESTER, 2004; WILSON, 2000;).
Iida (2005) relata a data oficial deste nascimento, como sendo 12 de julho de
1949, e a fundação, no início dacada de 50, da Ergonomics Research Society, na
Inglaterra. O termo ergonomia havia sido cunhado em 1857 pelo polonês
Jastrzebowski, mas tinha caído em esquecimento. É retomado em 1949 pelo inglês
Murrel para reunir os conhecimentos (psicológicos e fisiológicos) úteis à concepção
dos meios de trabalho (JASTRZEBOWSKI, 1857; WILSON, 2000; SILVA, 2001).
É a partir desse contexto histórico que ocorreu o desenvolvimento da
ergonomia, enquanto ciência que estuda as regras do trabalho, tendo a seguinte
evolução quanto aos conceitos, conforme foi se consolidando o conhecimento
acerca desta ciência.
2.6.2 Conceito
Os conceitos de ergonomia variam quanto ao enfoque dado. Iida (2005, p. 2)
apresenta o estabelecimento de uma relação entre o homem e o trabalho, conforme
destaca:
Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho,
equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conceitos de
anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse
relacionamento.
42
Porém Hendrick (1993, p. 5) em seu estudo sobre macroergonomia, em que
introduz a visão do homem participando de um sistema, com o qual interage, na
busca de atender as exigências de sua atividade laboral, a saber:
Ergonomia é ocupada, como uma ciência, com o desenvolvimento de
conhecimento sobre as capacidades, limitações e outras características da
performance humana, na medida em que se relacionam com o projeto da
interface entre as pessoas e outros componentes do sistema.
Segundo Wisner (1972; apud FIALHO; SANTOS, 1997, p. 9), que destaca
centrando essa definição no homem:
Ergonomia é o Conjunto dos conhecimentos relativos ao homem e
necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que
possam ser utilizados com o máximo de conforto, de segurança e de
eficácia (p.9).
Ao longo do tempo, com o aprofundamento dos estudos, Wilson (2000)
elucida que: ergonomia é o entendimento teórico e fundamental de comportamento e
desempenho humano, interagindo em sistemas sociotécnicos propostos, e a
aplicação daquele entendimento para projetar de interações no contexto de
colocações reais.
A Associação Brasileira de Ergonomia - ABERGO (ABERGO, 2000), descreve
a ergonomia como sendo a ciência que objetiva modificar os sistemas de trabalho
para adequar a atividade nele existente às características, habilidades e limitações
das pessoas com vistas ao seu desempenho eficiente, confortável e seguro.
Tendo em vista normatizar e unificar as diversas definições, A International
Ergonomics Association IEA (IEA, 2000), estabeleceu em San Diego, Califórnia,
em agosto de 2000, que ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica
relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros
elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a
projetos a fim de aperfeiçoar o bem estar humano e o desempenho global do
sistema.
Quanto aos principais campos de aplicação da ergonomia, Iida (2005)
destaca que numa situação ideal, esta ciência deveria ser aplicada em todas as
etapas iniciais do projeto de uma máquina, ambiente ou local de trabalho. A
ergonomia se insere nos seguintes setores:
43
Indústria: onde contribui para melhorar a eficiência, a confiabilidade e a
qualidade das operações industriais;
Agricultura, mineração e construção civil: com estudos na produção de
máquinas agrícolas, sobre os efeitos danosos dos agrotóxicos sobre a saúde
do homem e nos animais, além de atuar na prevenção de acidentes nesses
setores:
No setor de serviços: o que mais se expande com a modernização da
sociedade, através da absorção da mão-de-obra excedente de outros setores;
Na ergonomia na vida diária: que tem contribuído para melhorar a vida
cotidiana, tornando os meios de transporte mais modos e seguros, além de
uma mobília mais confortável.
2.6.3 Domínios
Vidal (2000) estabelece que, dentro do contexto do estudo do trabalho que, a
análise ergonômica pode ser aplicada de forma a trazer um aumento da
produtividade, pois sua abrangência se de maneira global através de uma
intervenção ergonômica que visa modificar a situação, para torná-la mais adequada
as pessoas que nela operam, tendo como conseqüência uma operação com uma
maior efetividade na linha de produção.
De acordo com Vidal (2000), os domínios de especialização da ergonomia
caracterizam-se da seguinte maneira:
Ergonomia física: está relacionada com as características da anatomia
humana, antropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação a atividade
física. Os tópicos relevantes incluem o estudo da postura no trabalho,
manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo-
esqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho,
segurança e saúde;
Ergonomia cognitiva: referem-se aos processos mentais, tais como
percepção, memória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as
interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Os
tópicos relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho, tomada de
decisão, desempenho especializado, interação homem computador, stress e
44
treinamento conforme esses se relacionem a projetos envolvendo seres
humanos e sistemas;
Ergonomia organizacional: concerne à otimização dos sistemas sócio-
técnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de processos.
Os tópicos relevantes incluem comunicações, gerenciamento de relações com
clientes (CRM), projeto de trabalho, organização temporal do trabalho, projeto
participativo, trabalho em grupo, novos paradigmas do trabalho, trabalho
cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, tele-trabalho e
gestão da qualidade.
Nesse estudo, verifica-se a importância da ergonomia física, em que o estudo
da postura no trabalho, manuseio de materiais e dos movimentos repetitivos,
destaca-se sobremaneira, em razão da ocorrência freqüente destes fatores na
atividade de costureira.
2.6.4 Abrangência
Quanto à abrangência, segundo Iida (2005, p. 12), pode-se falar que as
contribuições da ergonomia para introduzir melhorias em situações de trabalho
dentro de empresas podem variar conforme a etapa em que elas ocorrem e também
conforme a abrangência com que ela é realizada.
Para Laville (1977), pode-se distinguir uma ergonomia de proteção do homem
que trabalha, para evitar o cansaço, a velhice precoce os acidentes, etc. e uma
ergonomia de desenvolvimento, que permitirá a concepção de tarefas de forma a
elevar a capacidade e a competência dos operadores.
Porém, segundo Sell (1994), a contribuição ergonômica, de acordo com a
ocasião em que é feita, é classificada sob três fatores importantes para as
organizações: 1) a ergonomia de correção, 2) a ergonomia de concepção e 3) a
ergonomia de conscientização.
No caso deste estudo, adota-se o critério estabelecido por Sell (1994), tendo
em vista ser mais abrangente, abordando aspectos específicos dentro da
organização de trabalho, em função da situação encontrada.
45
2.6.5 Ergonomia na indústria
Os objetivos práticos da ergonomia são a segurança, satisfação e o bem-
estar dos trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos, tendo a
eficiência como resultado. Há uma série de fatores ligados ao projeto de máquinas e
equipamentos, ao ambiente físico (iluminação, temperatura, ruídos, vibrações), ao
relacionamento humano e a diversos fatores organizacionais, que podem ter uma
forte influência sobre o desempenho do trabalho humano (IIDA, 2005).
A ergonomia contribui para melhorar a eficiência, a confiabilidade e a
qualidade das operações industriais. Isso pode ser feito basicamente por três vias:
aperfeiçoamentos do sistema homem-máquina, organização do trabalho e melhoria
das condições de trabalho.
Almeida (2000) desenvolveu um estudo que enfocou 5 grandes empresas
norte-americanas que utilizam programas de ergonomia para reduzir o impacto de
doenças ocupacionais. Os responsáveis em todas as empresas atestaram que seus
programas de ergonomia renderam inúmeros benefícios, inclusive reduções nos
custos de compensação, associados aos trabalhadores lesionados com LER/DORT,
bem como no número de dias perdidos. Assinalaram também a melhoria da moral,
da produtividade e da qualidade do produto.
Um ambiente de trabalho é o resultado de um complexo de fatores, materiais
ou subjetivos, todos importantes e que muitas vezes não são fáceis de serem
atendidos. Entretanto, o custo de qualquer melhoria ambiental é um investimento
altamente rentável, tendo como resultado o conseqüente aumento da produtividade,
redução de acidentes, doenças ocupacionais e absenteísmo, além de proporcionar
um melhor relacionamento empresa-empregado. Em muitos casos, segundo o autor,
as próprias características do trabalho ou o próprio processo de transformação
industrial geram condições difíceis de serem evitadas, não permitindo uma
otimização das condições, pois, obviamente, não se pode levar o ruído de uma
caldeiraria ou a temperatura de uma laminação a níveis desejáveis, mas deve ser
feito sempre o melhor possível dentro das limitações existentes e as deficiências
intransponíveis compensadas por outros meios (VERDUSSEN, 1978).
A aplicação sistemática da ergonomia na indústria acontece a partir da
identificação dos locais onde ocorrem maiores problemas. Estes podem ser
reconhecidos por certos sintomas como alto índice de erros, acidentes, doenças,
46
absenteísmos e rotatividade dos empregados. Por trás dessas evidências pode
ocorrer uma inadaptação das máquinas, falhas na organização do trabalho ou
deficiências que provocam tensões musculares e psíquicas nos trabalhadores,
resultando nos fatos mencionados.
O enfoque ergonômico tende a desenvolver postos de trabalho que reduzam
as exigências biomecânicas, procurando colocar o operador em uma boa postura de
trabalho, os objetos dentro do alcance dos movimentos corporais e que haja
facilidade de percepção de informações.
Observa-se desta forma, por analogia, a importância da aplicação da
ergonomia na indústria de vestuário, onde a adequação ergonômica dos postos de
trabalho contribuiria significativamente no controle e prevenção das doenças
relacionadas ao trabalho.
2.7 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO – AET
2.7.1 Introdução
A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é um tema utilizado com freqüência
por diversos autores na área de engenharia de produção, em especial vinculado à
ergonomia, que abordam o assunto de uma forma diversa, normalmente como parte
de um assunto.
Do ponto de vista etimológico, Ferreira (1986, p. 113) descreve o termo
análise como sendo: 1- O ato ou efeito de analisar; 2- Decomposição de um todo em
suas partes constituintes;.5- Estudo pormenorizado.
Neste sentido, pode-se afirmar que uma análise é empreendida quando se
tem que solucionar um problema complexo, através de um estudo pormenorizado,
como diria o autor, decompondo suas partes.
2.7.2 Conceitos da AET
Wisner (1994) afirma que a análise ergonômica do trabalho originou-se, para
os ergonomistas franceses, do livro de A. Ombredane e J. M. Faverge, intitulado A
47
Análise do Trabalho, publicado em 1955. A partir dessa obra, a análise do trabalho
não mais se restringia a uma descrição da tarefa, mas sim de uma análise das
atividades de trabalho (OMBREDANE; FAVERGE, 1955).
De acordo com Wisner (1994), a metodologia da análise ergonômica do
trabalho varia de um autor para outro, em função das circunstâncias da intervenção.
Para Santos e Zamberlan (1995; apud VIERA, 1997), a metodologia de
análise do trabalho considera o funcionamento global da empresa, suas escolhas
técnicas, organizacionais, comerciais e sociais.
Salerno (2000, p. 46), explica que a análise ergonômica do trabalho centra
seus objetivos, métodos e desenvolvimento teóricos sobre a atividade de trabalho
efetivamente desenvolvida pelas pessoas, suas dificuldades físicas e/ou cognitivas,
e sobre as condições de trabalho encontrado nas empresas.
O autor destaca, ainda, que a característica básica da análise ergonômica do
trabalho é a observação sistemática de pessoas trabalhando.
Segundo o Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora 17 (BRASIL
2002), análise ergonômica do trabalho é um processo construtivo e participativo para
a resolução de um problema complexo que exige o conhecimento das tarefas, da
atividade desenvolvida para realizá-las e das dificuldades enfrentadas para se
atingirem o desempenho e a produtividade exigidos.
Vidal (2003, p. 17) define as análises ergonômicas com sendo: O
encaminhamento mais adequado para demandas concretas de mudanças.
Fialho e Santos, (1997; apud LIMA, 2003), afirma que a análise ergonômica
consiste em: Emitir juízos de valor sobre o desempenho global de determinados
sistemas homem-máquina ou homem-tarefa e pode resultar de uma demanda direta
ou indireta.
Porém Montmolin, (1990; apud ANTÔNIO, 2003), amplia essa definição
afirmando que a análise ergonômica do trabalho estuda uma situação de trabalho
visando adaptá-la ao homem a partir da análise das condições técnicas, ambientais
e organizacionais.
Esse autor ressalta que a análise ergonômica do trabalho permite o
somente categorizar as atividades dos trabalhadores, como também a narração
dessas atividades, permitindo, conseqüentemente, modificar o trabalho ao modificar
a tarefa.
48
2.7.3 Aplicações da AET
Fialho e Santos (1997) estabelecem que a análise ergonômica do trabalho é
um conjunto de técnicas comparativas que permitem uma amostragem bastante
aproximada da atividade do trabalho. Os autores comentam que tal análise comporta
duas fases: a análise e síntese ergonômica. As fases de análise são as seguintes:
Análise da demanda: é a definição do problema a ser analisado, a partir de
uma negociação com os diversos atores envolvidos;
Análise da tarefa: é o que o trabalhador deve realizar e as condições
ambientais, técnicas e organizacionais desta realização;
Análise das atividades: é o que o trabalhador efetivamente realiza para
executar a tarefa. É a análise do comportamento do homem no trabalho.
Já na fase da síntese ergonômica, os autores definem que se encontram duas
etapas:
Diagnóstico Ergonômico: que consiste em correlacionar as condicionantes
ambientais e cnico-organizacionais de um posto de trabalho com as
determinantes manifestadas pelo trabalhador. O diagnóstico ergonômico é a
síntese da análise ergonômica do trabalho desenvolvida sobre determinada
situação.
Caderno de Encargos de Recomendações Ergonômicas: que deverá
estabelecer de forma condensada as diversas especificações sobre a
situação futura, tanto em termos ambientais como organizacionais.
Essas fases devem ser cronologicamente abordadas, de forma a garantir uma
coerência metodológica, pois existe ergonomia se existir uma análise ergonômica
do trabalho e essa análise, por sua vez, só existe se for realizada numa situação real
de trabalho e para se evitar percalços que são comuns nas pesquisas empíricas de
campo.
49
2.8 LER/DORT
2.8.1 Histórico
Os relatos de doenças ocupacionais relacionados a esse tema são muito
antigos, sendo que provavelmente um dos primeiros registros sobre distúrbios
funcionais dos membros superiores por sobrecarga, vem da Bíblia, escrito pelo
Profeta Samuel no livro II, capítulo 23, versículo 10 que relata: Eleazar permaneceu
firme e massacrou os filisteus até que sua mão se cansou e se enrijeceu sobre a
espada (BÍBLIA, 1997).
Os relatos históricos prosseguem, as lesões decorrentes do trabalho repetitivo
foram descritas pela primeira vez por Bernardino Ramazzini, médico italiano pai da
Medicina do Trabalho, no século XVII, quando descreveu a doença dos escreventes
em sua obra intitulada “De Morbis Articum Diatriba”, traduzido com o título “As
Doenças dos Trabalhadores” (FRANCO; FUSETTI, 2004; RAMAZZINI, 1995).
Nele, cita as lesões em duas passagens: ao falar da doença dos escribas e
notários, uma espécie de cãibra e dormência que acometia aqueles que tinham
como função escrever durante todo o dia e, no capitulo das doenças dos mineiros,
ao citar “a violência que se faz a estrutura natural da máquina vital com posições
forçadas e inadequadas do corpo, o que pouco a pouco pode produzir graves
enfermidades” (FRANCO; FUSETTI, 2004; RAMAZZINI, 1995).
Ramazzini (1995) havia encontrado sinais desta moléstia quando descreveu
em sua obra a seguinte expressão: Aqueles que levam a vida sedentária, e são
chamados por isso artesão de cadeira, como sapateiros, alfaiates e os notários,
sofrem doenças especiais decorrentes de posições viciosas e da falta de exercícios.
Ele observou as doenças dos notários e dos escribas, e afirmou: “... são três
as causas das doenças dos escreventes: 1. Contínua vida sedentária; 2. Contínuo e
sempre o mesmo movimento de mão e 3. Atenção mental para não manchar os
livros” (FRANCO; FUSETTI, 2004; RAMAZZINI, 1995).
Segundo Franco e Fusetti (2004), Ramazzini não apenas investigou
trabalhadores portadores de LER/DORT, mas também, enfatizou a necessidade de
se estudar os processos de trabalho e identificar os riscos ergonômicos. Por outro
lado, ele observou que medidas de prevenção devem ser adotadas para eliminar os
perigos decorrentes de desconforto postural e sobrecargas biomecânicas.
50
Com o advento da Revolução Industrial, quadros clínicos decorrentes de
sobrecarga do sistema osteomuscular tornaram-se mais numerosos, e a partir da
segunda metade do século XX, esses quadros adquiriram expressão em número e
relevância social com a racionalização e inovação técnica na indústria.
Nos tempos mais recentes, a atribuição de sintomas músculo-esqueléticos a
determinado trabalho começou no Japão em 1958, em perfuradores de cartões,
cujas queixas dolorosas regionais começaram a ser rotuladas, inicialmente, de
tenossinovite e posteriormente de síndrome cervicobraquial, refletindo uma atenção
maior às queixas cervicais, também presentes. A partir de 1973 estes sintomas
passaram a serem denominados distúrbio cervicobraquial ocupacional, sendo
introduzido neste termo uma conotação causal (MAEDA, 1982).
De acordo com Awerbuch (1995; apud OLIVEIRA, 1999), na década de 80,
ocorreu na Austrália, uma epidemia de sintomas dolorosos na região cervicobraquial,
que, em alguns locais, chegou a atingir 80% dos trabalhadores. Estes sintomas
passaram a ser denominados repetitive strain injury (RSI), que era um termo até
então utilizado na literatura ortopédica para descrever lesões apresentadas por
corredores de longa distância. Lesão por esforços repetitivos (LER) é a tradução de
repetitive strain injury. Esta nova denominação presume a presença de uma lesão e
o mecanismo pelo qual ela ocorre.
O fenômeno LER começou na década de 70, primeiramente nos países mais
ricos e tecnicamente desenvolvidos. Posteriormente difundiu-se para os setores
mais desenvolvidos dos países em industrialização, como o Brasil. Com o passar do
tempo, foi atingindo setores menos sofisticados da economia (OLIVEIRA, 1999).
A sigla LER foi introduzida no Brasil em 1986, por Mendes Ribeiro, no
Encontro Estadual de Saúde dos profissionais de Processamento de Dados de Rio
Grande do Sul, para caracterizar as lesões apresentadas pelos digitadores (ROCHA,
1989). Atribui-se a sigla para identificar um conjunto de doenças que atingem os
músculos, tendões e nervos e que tem relação direta com as exigências das tarefas,
dos ambientes físicos e da reorganização do trabalho.
As Lesões por Esforços Repetitivos (LER)/Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho (DORT) são quadros clínicos relacionados ao trabalho,
caracterizados pela ocorrência de vários sintomas concomitantes ou o. Vários são
os sinônimos de LER/DORT: Lesões por Traumas Cumulativos, Distúrbios
Cervicobraquiais Ocupacionais, Síndrome Ocupacional do Overuse.
51
Cada uma dessas denominações tem relação com a história do processo de
reconhecimento da doença como ocupacional nos diferentes países.
A tendência mundial no meio científico atual é substituir as antigas
denominações por Work Related Musculoskeletal Disorders (WRMD), cuja tradução
seguida, no Brasil, foi Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho
(DORT), terminologia adotada pela Previdência Social a partir de 1998.
Segundo Antonália (2001), historicamente, foi o Japão, na década de 70, o
primeiro país a reconhecer a LER/DORT, como doença ocupacional e de origem
multicausal. O principal fenômeno social, responsável por essa patologia, foi a
modernização do trabalho, determinando um aumento das tarefas manuais
repetitivas, especialmente nos membros superiores, ombros e região cervical.
No Brasil, os primeiros relatos sobre lesões por esforços repetitivos ocorreram
com os digitadores. Na década de 80 essas lesões se manifestaram com os
bancários e a partir da década de 90 em linhas de montagem de produção.
Do ponto de vista jurídico, a legislação mais específica sobre as condições de
trabalho foi editada em 8 de junho de 1978, através da Portaria nº 3214, denominada
de Normas Regulamentadoras (NRs), pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Com a Constituição Federal, em 1988, tem-se um avanço no campo do
trabalho e da saúde, que trata a questão como direito do individuo à promoção e
prevenção, na qual saúde e condições de trabalho constituem hoje um direito do
trabalhador, determinando em seu Art. 7, Inciso XXII: a redução dos riscos inerentes
ao trabalho por meios de normas de saúde, higiene e segurança no trabalho
(BRASIL, 1988).
2.8.2 Epidemiologia
Estudos demonstram que as LER/DORT apresentam uma diferença de
prevalência significativa entre os gêneros, estando as mulheres entre a maioria dos
casos (ÁVILA; SANTOS, 2000; CHAVES et al., 2002; GOU et al., 2004; SALIM,
2002).
Com relação à faixa etária atingida por essa patologia, observa-se que atinge,
em sua maior parte, trabalhadores jovens, numa faixa que varia entre 20 e 40 anos,
com incidências que vão desde 59,9%, consoante Salim (2002), até 66,5% de
52
acordo com Reis et al (2000), nessa faixa etária, enquanto Gou et al (2004)
destacam a faixa etária entre 25 a 44 anos, com uma incidência de 64,7%.
Quanto ao ramo de atividade econômica exercida, observa-se que o setor de
serviços se destaca, com uma incidência que varia desde 60,6%, segundo Reis et al
(2000), até 66,6% de acordo com estudo realizado por Salim (2002).
No aspecto da função exercida pelo trabalhador, os grupos com maior
probabilidade de apresentar essa patologia, segundo Viera (1997), seriam os
seguintes: empacotadeiras em fábricas de alimento; descarregadores de frigoríficos;
processadores de dados; microfilmadores; datilógrafos; montadores de peças em
linha de montagem automática; crianças viciadas em vídeo games; pianistas;
pipetadores de laboratório; bailarinas; tricoteiras; costureiras (destaque nosso);
etiquetadores de preços; pintores de bonecas; caixa bancário; britador; e outros.
2.8.3 A Importância das LER/DORT
Hoje, as LER/DORT se constituem num dos mais sérios problemas de saúde
pública da economia mundial, com uma ocorrência preocupante, acometendo uma
quantidade crescente de trabalhadores.
No Brasil uma epidemia de queixas de LER. Estatísticas dos serviços de
saúde públicos e privados, em especial os de saúde do trabalhador, mostram que
em todo o País as LER ocupam posição de destaque entre a demanda. No país a
doença responde por 56% dos casos de doença ocupacional, atingindo 282.000
pessoas em 1992 (CODO, 1995).
As LER/DORT são as campeãs entre as doenças ocupacionais, em países
industrializados, como os Estados Unidos. Segundo dados publicados em 2003, pelo
Occupational Safety and Health Administration - OSHA, do Bureau of Labor Statistics
U.S. Department of Labor, em 2001, cerca de 33,98% das doenças com dias
perdidos reportadas nos EUA foram lesões por trauma cumulativo (OSHA, 2003).
Este mesmo órgão apresenta uma estimativa de que 1.800.000 de
trabalhadores mencionam ter faltas por doenças relacionadas ao trabalho, do tipo
síndrome do túnel do carpo, tendinite ou lombalgias, além da estimativa de que
essas patologias levam a cerca de 105 milhões de dias de trabalho perdidos por ano
nos Estados Unidos (OSHA, 2003).
53
Lin (2003) relata que, nos Estados Unidos, os DORT foram citados como um
grave problema de saúde pública, e responsabilizados por 65% das doenças
ocupacionais. Levantamentos do Departamento de Trabalho daquele país mostram
que o número de casos de LER/DORT elevou-se de 22.600 casos por ano, em
1982, para 281.800 casos em 1992.
O custo direto dos programas de compensação das doenças profissionais
elevou-se de US$ 27 bilhões por ano, em 1984, ultrapassando U$ 68 bilhões no ano
de 1992. Este valor duplica a cada cinco anos. O custo total de um caso de
LER/DORT foi estimado em 24.158 dólares e, quando incapacidade funcional
crônica, eleva-se a 80 a 100 mil dólares (LIN, 2003).
Em seus estudos Sokas et al (1989) concluíram que os DORT são
relacionados como a segunda causa de incapacidade, de despesas com custos
médicos e com perda de produtividade na população adulta em vários países,
inclusive no Brasil.
O custo econômico e social destas afecções chama a atenção, especialmente
no mundo de hoje, voltado para a competitividade e produção global, pois, são,
muitas vezes, os maiores causadores de desastres micro e macro-econômicos.
Segundo Tozi (1999), as principais queixas dos trabalhadores europeus estão
relacionadas à dor lombar (30%), estresse (20%) e dores musculares (17%).
Um estudo piloto, realizado na Europa, indicou que as doenças do sistema
muscular-esquelético estiveram entre as mais freqüentes queixas de doenças
ocupacionais, dentre elas, a Síndrome do túnel do carpo, com 3.392 casos
registrados (TOZI, 1999).
Na Espanha, segundo Soto e Fraga (2004), ocorreu um aumento no registro
das ocorrências de acidentes decorrentes de sobrecarga, passando de 23,6%, em
1997, para 30,7%, em 2002.
Segundo Dellatorre (2001), estima-se que, na Holanda, as doenças do
sistema músculo-esquelético constituam o quinto grupo de doenças com o custo
mais elevado para o estado e a mais custosa, se levado em conta o prejuízo
econômico pela ausência do trabalho, e que, os custos diretos anuais estimados
apenas para lombalgia, estão na ordem de US$ 367,6 milhões.
Guo et al (2004), apresentaram um estudo nacional sobre a prevalência das
doenças músculo-esqueléticas entre trabalhadores em Taiwan. Da amostra
54
estudada, contendo 18.942 trabalhadores, cerca de 37,0% apresentaram queixas de
doenças músculo-esqueléticas, dentre elas, a mais freqüente foi dor lombar.
No Brasil, entre os anos de 2002 e 2004, ocorreu um aumento de 15,6% nos
casos de doenças do trabalho registradas pela Previdência Social, com destaque
para a incidência de dorsalgias (lesão de músculos e tendões da parte inferior das
costas) que subiu nesse mesmo período cerca de 75%, seguida das
mononeuropatias de membros superiores (alterações decorrentes de compressão de
um dos nervos desses membros), que contribuiu com 34,2% de aumento
(PROTEÇÂO, 2006).
Conforme se destacou anteriormente, os custos relativos envolvidos, segundo
O´Neill, (2002), em estudo realizado pelo Professor José Pastore, destaca que o
Brasil gasta aproximadamente R$ 20 bilhões/ano e as empresas cerca de R$ 12,5
bilhões, no processo de recuperação dos lesionados com acidentes e doenças do
trabalho, sendo que as LER/DORT, correspondem acerca de 80% das doenças
ocupacionais registradas no Brasil.
2.8.4 Causas
Para que sejam considerados fatores de risco para a ocorrência de
LER/DORT, é importante que se observe sua intensidade, duração e freqüência.
Como elementos predisponentes, a literatura nacional e internacional
disponibiliza diversos autores que ressaltam a importância da organização do
trabalho, caracterizada por manter uma exigência de ritmo intenso de trabalho, sem
as devidas pausas para recuperação psicofisiológicas, conteúdo das tarefas,
existência de pressão por resultados, autoritarismo das chefias e mecanismos de
avaliação de desempenho baseados em produtividades, inobservância de fatores
críticos, diferenças individuais do ser humano, tais como sexo, idade e a capacidade
física e cognitiva, além de outras situações (ÁVILA; SANTOS, 2000; BERNARDINO;
LEFÉVRE, 1999; CAPODAGLIO et al, 2001; OCCHIPINTI; COLOMBINI, 1999;
PEREIRA; LECH, 1997; SETTIMI et al, 1999).
Com a falta de oportunidades, devido ao mercado de trabalho, por exemplo, o
funcionário permanece na empresa mais por uma necessidade de sobrevivência
humana do que por uma identificação com o trabalho desenvolvido.
55
Os diagnósticos das LER/DORT nas empresas são, na maioria das vezes,
baseados no exame clínico, porém é imprescindível uma análise completa, que
contemple a história das atividades profissionais desenvolvidas pelo paciente, a
história da doença e um exame clínico detalhado como conclusão.
Somente nos casos mais avançadas da doença é que se evidenciam sinais,
como inflamações, crepitação, perda de sensibilidade e perda de movimentos da
região afetada. Sendo assim, os exames laboratoriais: ultra-sonografias, raios X,
eletroneuromiografias, dentre outros, são considerados exames complementares,
que poderão facilitar a identificação da patologia específica a que o paciente está
acometido. Em muitas situações esses exames podem dar um resultado inalterado,
porém pode haver um quadro inicial da lesão.
Segundo Codo (1997) e Ávila e Santos (2000), as LER/DORT são
ocasionadas pela utilização biomecanicamente incorreta dos membros superiores,
que resultam em dor, fadiga, queda do desempenho no trabalho, incapacidade
temporária, e podem evoluir, conforme o caso, para uma síndrome dolorosa crônica,
que causa transtornos funcionais e mecânicos, ocasionando lesões de músculos,
tendões, fáscias, nervos e ou bolsas articulares nos membros superiores e que
também pode ser agravada por fatores psíquicos, no trabalho ou fora dele.
2.8.5 A Sintomatologia
Consoante Ulbrich (2001), grande parte dos acometidos relata dor regional ou
difusa e ausência de sinais clínicos. Ainda, alguns pacientes apresentam dores que
se espalham por todo o membro, com intercorrência de sintomas em outras regiões
(região cervical, parede torácica e dorsal).
Segundo Nicoletti (1998), em muitas ocorrências, as características
individuais das pessoas o fatores de extrema importância no processo, tornando-
se fatores determinantes da doença.
Essa abordagem coincide com o parecer de alguns sociólogos e psicólogos,
que acreditam que as LER/DORT são manifestações somáticas das angústias do
nosso tempo, uma espécie de histeria coletiva, desencadeada pela organização do
trabalho moderno, em pessoas como perfil emocional susceptível.
56
É um grupo heterogêneo de distúrbios funcionais e/ou orgânicos que
apresentam, entre outras, as seguintes características: (1) indução por fadiga
neuromuscular causada por: trabalho realizado em posição fixa (trabalho estático) ou
com movimentos repetitivos, principalmente de membros superiores; falta de tempo
de recuperação pós-contração e fadiga (falta de flexibilidade de tempo, ritmo
elevado de trabalho); (2) quadro clínico variado incluindo queixas de dor,
formigamento, dormência, choque, peso e fadiga precoce; (3) presença de entidades
ortopédicas que o definidas como: tendinite, tenossinovite, sinovite, peritendinite,
em particular de ombros, cotovelos, punhos e os; epicondilite, tenossinovite
estenosante (DeQuervain), dedo em gatilho, cisto, síndrome do túnel do carpo,
síndrome do túnel ulnar (nível de cotovelo), síndrome do pronador redondo,
síndrome do desfiladeiro torácico, síndrome cervical ou radiculopatia cervical, neurite
digital, entre outras; (4) presença de quadros em que as repercussões são mais
extensas ou generalizadas: síndrome miofascial, mialgia, síndrome da tensão do
pescoço, distrofia simpático-reflexa/ síndrome complexa de dor regional.
2.8.6 Estágios de evolução
De acordo como as normas do Ministério da Previdência e Assistência Social
(BRASIL, 1998), os estágios das LER/DORT, podem ser assim definidos:
GRAU I: sensação de peso e desconforto no membro afetado. Dor
espontânea ou localizada nos membros superiores ou escápulas, às vezes como
pontadas que aparecem em caráter ocasional durante a jornada de trabalho, e não
interferem na produtividade. Não uma irradiação nítida e melhora com repouso.
Em geral é leve e fugaz. Não existem sinais clínicos. A dor pode se manifestar
durante o exame clínico, quando comprimida a massa muscular envolvida.
Prognóstico bom.
GRAU II: a dor é mais persistente e mais intensa e aparece durante a jornada
de trabalho de modo intermitente, sendo tolerável e permitindo o desempenho da
atividade profissional, mas com redução na produtividade, nos período de
exacerbação. É mais localizada e pode estar acompanhada de sensações de
formigamento e calor, além de leves distúrbios na sensibilidade. A recuperação com o
57
repouso é mais lenta e pode aparecer ocasionalmente, quando fora do trabalho,
durante atividades domésticas. Os sinais, de um modo geral, continuam ausentes.
Podem ser eventualmente notadas pequenas nodulações, acompanhando as bainhas
dos músculos envolvidos. A palpação da massa muscular pode revelar hipertonia e
despertar da dor. O prognóstico é favorável.
GRAU III: a dor tornar-se mais persistente, é mais forte e tem irradiação mais
definida. O repouso, em geral, só atenua a intensidade da dor, mas nem sempre a faz
desaparecer por completo. Há freqüentes paroxismos dolorosos, mesmo fora do
trabalho, especialmente à noite. Torna-se freqüente a perda de força muscular e
parestesias. sensível queda da produtividade, quando não resulta na
impossibilidade de executar a função. Os trabalhos domésticos são limitados ao
mínimo e, muitas vezes, não o executados. Sinais clínicos presentes. O edema é
freqüente e recorrente. A hipertonia muscular é constante. As alterações da
sensibilidade estão quase sempre presentes, especialmente nos paroxismos
dolorosos e acompanhados por manifestações vagas como palidez ou hipermia e
sudorese da o. A mobilização ou palpação do grupo muscular acometido provoca
dor forte. Nos quadros com comprometimento estenosante, a eletromiografia pode
estar alterada e o retorno da atividade produtiva é problemático. Prognóstico
reservado.
GRAU IV: A dor é forte, contínua, por vezes insuportável, levando o
trabalhador a intenso sofrimento. Os movimentos acentuam consideravelmente a dor,
que em geral se estende a todo membro afetado. Os paroxismos ocorrem mesmo
quando o membro está imobilizado. A perda da força e do controle dos movimentos é
uma constante. O edema é persistente e podem aparece deformidades.
Provavelmente ocorre por processos fibróticos, reduzindo a circulação linfática de
retorno. As atrofias, especialmente de dedos, são comuns e atribuídas ao desuso. A
capacidade de trabalho é anulada e a invalidez se caracteriza pela impossibilidade de
um trabalho produtivo regular. Os atos da vida diária são, também, altamente
prejudicados. Nesse estágio, são comuns as alterações psicológicas com quadro de
depressão, ansiedade e angústia. Prognóstico sombrio.
CAPÍTULO 3 - MÉTODO
O presente capítulo contém os aspectos em que foram delineadas as etapas
de execução do estudo. Nele, caracterizou-se o tipo de pesquisa, a população e a
amostra, o ambiente de coleta, as variáveis de estudo, os instrumentos e materiais,
os procedimentos para coleta e análise dos dados, e o termo de consentimento livre
e esclarecido.
3.1 TIPO DE PESQUISA
Trata-se de um estudo de corte transversal e exploratório, em que foi utilizada
uma metodologia multivariada de controle e análise de variáveis.
3.2 PARTICIPANTES
A população alvo foram trabalhadores que exercem a atividade no setor de
confecções, de uma manufatura de malha e confecções, com 155 trabalhadores,
sendo 149 mulheres (96,13%) e seis homens (3,87%). Para compor a amostra da
população a ser analisada neste estudo, delimitou-se como perfil, os operadores que
exercessem as mesmas atividades, ou seja, costureiras e auxiliares de costura que
estivessem, no momento da pesquisa, desempenhado a atividade de costurar
blusas ou calcinhas.
3.3 AMBIENTE DE COLETA
Trata-se de um estabelecimento que atua no ramo industrial de malharia e
confecções, com cerca de 7 anos de atuação no mercado, e está localizada na
cidade de Santa Rita PB, cujo ambiente de trabalho se apresenta conforme ilustra
a Foto 4 – Vista geral do setor de confecções, abaixo
59
Foto 4 - Vista geral do setor de confecções
A empresa tem hoje sua produção verticalizada, partindo do uso do fio como
matéria-prima principal para a produção das malhas, até a completa confecção de
peças para serem comercializadas. Sendo assim, apresenta um processo produtivo
complexo, envolvendo diversas etapas de produção. A matéria-prima utilizada pela
empresa, na industrialização da malha, constitui-se basicamente no fio de algodão; e
a malha produzida na própria empresa para o setor de confecções. A fábrica produz
a seguinte variedade de peças: malha, com uma capacidade produtiva atual de 30,0
toneladas por mês, e o setor de confecções tem sua produção diversificada,
abrangendo calcinhas, blusas, dentre outros produtos, com uma produção mensal
aproximada de 360.000 calcinhas e cerca de 30.000 blusas. O planejamento
operacional é desenvolvido na própria unidade. Sua base de clientes é composta de
estabelecimentos comerciais locais e regionais de vestuário de micro, pequeno e
médio portes, além de pessoas físicas.
Os setores de malharia e beneficiamento constituem a área têxtil da empresa
que fornecem as malhas beneficiadas para as próximas etapas. Os setores de
modelagem, corte, separação de peças, estamparia, costura, revisão e embalagem
definem a área de manufatura da empresa, que processa as malhas beneficiadas
em peças acabadas. O setor de expedição é a última etapa do processo produtivo, a
partir da qual os bens produzidos finalmente serão colocados no mercado, para
60
comercialização. A Foto 5 Vista geral do setor de confecções, abaixo, apresenta a
disposição do arranjo físico do setor de confecções.
Foto 5 - Vista geral do setor de confecções
O ambiente físico, onde são efetuadas todas as atividades de confecção e
onde ocorreu toda a coleta de dados, é um galpão industrial medindo 40 m de frente
e 50 m de fundo, com 2.000m² de área construída, direito com 8 m de altura,
paredes em alvenaria com janelas até a altura de 3 m e com elemento vazado acima
desse patamar, piso industrial sem saliências ou depressões, coberta com telhas
tipo fibro-cimento de amianto, ventilação natural através dos elementos vazados,
circulação de ar forçada através de exaustores de ar tipo eólico dispostos no teto da
edificação, iluminação natural durante o dia, auxiliada por iluminação artificial com
lâmpadas fluorescentes.
3.4 VARIÁVEIS DO ESTUDO
As variáveis desta pesquisa o qualitativas e quantitativas, e estão
diretamente relacionadas ao tipo da atividade de costureira. A saber:
Variáveis independentes: função, sexo, idade, tempo de serviço na empresa,
tempo de serviço na função e tipo de máquina utilizada para execução da tarefa.
61
Variáveis dependentes: condição ergonômica de um posto de trabalho; risco de
tenossinovite e lesões, percepção de dor; posturas no trabalho; e tempo em
segundos da execução da tarefa.
3.5 INSTRUMENTOS E MATERIAIS
3.5.1 Instrumentos
Checklist Geral para Avaliação Grosseira da Condição Ergonômica de um
Posto de Trabalho adaptado de Couto (1995) (Anexo B). Tem por finalidade
sistematizar uma avaliação das condições ergonômicas de um posto de trabalho
através da observação e preenchimento de checklist. Sofreu adaptações para sua
adequação nessa atividade tendo em vista não existir na literatura a aplicação deste
método, na indústria de confecções. Tem grande valor prático, pois permite sua
aplicação como screening, além de facilitar a identificação da área para melhoria das
condições de trabalho.
Seu critério de interpretação é apresentado no Quadro 1 a seguir:
PONTUAÇÃO CONDIÇÃO
> 10 pontos Excelente
7 e < 10 pontos Boa
5 e < 7 pontos Razoável
3 e < 5 pontos Ruim
< 3 pontos Péssima
Quadro 1 - Avaliação Grosseira da Condição Ergonômica de um Posto de Trabalho -
Critérios de interpretação
Fonte: Couto (1995).
Checklist para Avaliação Simplificada do Risco de Tenossinovite e Lesões por
Trauma Cumulativos dos Membros Superiores adaptado de Couto (1995) (Anexo C).
Instrumento construído por Couto (1995), para sistematizar uma avaliação
simplificada dos riscos de lesão dos membros superiores através da observação e
preenchimento do checklist. Alterações foram introduzidas para adequação nesse
estudo, com a definição de objetivos, por não haver na literatura, a aplicação deste
62
método na indústria de confecções. Tem grande valor prático, permitindo a
identificação da área para melhorar as condições de trabalho.
O critério de interpretação em função da pontuação obtida é a seguinte no
Quadro 2:
PONTUAÇÃO RISCO OBJETIVOS
> 22 pontos Baixíssimo
Manter o posto de trabalho
19 e < 22 Baixo Melhorar o posto de trabalho
15 e < 19 Moderado Melhorar o posto de trabalho
11 e < 15 Alto Reformular o posto de
< 11 pontos Altíssimo Restaurar o posto de
Quadro 2 - Avaliação Simplificada do Risco de Tenossinovite e Lesões por Trauma Cumulativos
dos Membros Superiores - Critérios de interpretação
Fonte: Couto (1995).
O Checklist para Observações de Posturas no Trabalho adaptado de Fialho e
Santos, (1997) (Anexo D). Idealizado por Fialho e Santos (1997), tem por objetivo a
identificação das posturas assumidas pelo trabalhador durante a execução da tarefa
com relação ao encosto nos assentos de trabalho, posição das pernas, posição do
fêmur, posição do tronco, curvatura da coluna vertebral, inclinação do busto, posição
da cabeça e posição do assento. Foram introduzidas algumas adaptações para sua
adequação nessa atividade, com a definição de objetivos, tendo em vista não haver
na literatura, a aplicação deste método na indústria de confecções. Os critérios para
interpretação identificam com o Sim a postura correta para o item pesquisado, da
mesma forma que o Não identifica a postura incorreta. Para fins de facilitar a
avaliação assumiu-se que a condição Sim tem peso 1 (um) e a condição Não tem
peso 0 (zero).
A seguir o Quadro 3 identifica os critérios de interpretação desse método.
PONTUAÇÃO RISCO OBJETIVOS
8 pontos Excelente
Manter o posto de trabalho
6 e < 8 pontos Boa Melhorar o posto de trabalho
5 e < 6 pontos Razoável Melhorar o posto de trabalho
3 e < 5 pontos Ruim
Reformular o posto de
< 3 pontos Péssima
Restaurar o posto de
Quadro 3 - Observações de Posturas no Trabalho - Critérios de interpretação
Fonte: Fialho e Santos (1997).
63
3.5.2 Materiais
Utilizou-se para a coleta, tabulação e análise dos dados foram os seguintes
materiais:
1. Filmadora de vídeo SONY CCD-TRV98 Hi 8 NTSC;
2. Câmera Fotográfica Digital Fuji, modelo Finepix S5000, 6.2 megapixels;
3. Computador Pentium IV 3.0 mhz;
4. Pacote estatístico “SPSS for Windows” 15.0;
5. Planilhas do Microsoft ® Office Excel 2003, Versão SP2.
3.6 PROCEDIMENTOS
Utilizou-se um procedimento padrão, em que os aplicadores foram
previamente treinados e orientados para intervir o mínimo possível nas respostas
dadas pelos participantes, minimizando, assim, a possibilidade de viés de resposta.
Os questionários foram aplicados de forma individual, bastando aos participantes
seguirem as orientações dadas pelo entrevistador. Num primeiro momento, foi
apresentado aos participantes o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(Anexo A), explicitando os objetivos do estudo e convidando-os a participar. Foi
garantido o caráter voluntário da participação, bem como o respeito às diretrizes
éticas que regem a pesquisa com seres humanos, de acordo com o que estabelece
a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.
Para fins de sistematização da coleta de dados, realizou-se a estruturação
através de sistemas, de forma a facilitar o processo de coleta, ilustrada no Quadro 4
a seguir.
SISTEMA
ATIVIDADE
Observação Sistemática 1- Registro das posturas de trabalho.
Informação 1- Questionário Estruturado (empresa);
2- Entrevista estruturada (costureiras);
3- Condição Ergonômica;
4- Risco de Tenossinovite;
5- Posturas no Trabalho.
Quadro 4 – Coleta de Dados
64
Para identificação do nível de organização de trabalho na empresa, aplicou-se
junto à gerência, questionário estruturado, (Apêndice B), adaptado de Gomes
(2002), visando o diagnóstico de sua estrutura quanto à caracterização geral, gestão
de pessoal, sistema de produção, gestão da produção e planejamento e controle da
produção.
Para a etapa seguinte, aplicou-se a entrevista estruturada (Apêndice A), em
toda a amostra, buscando definir como indicadores os seguintes itens: (a) Idade; (b)
Percepção de dor; (c) Tempo de serviço na empresa; e (d) Tempo de serviço na
função.
Na seqüência, foram feitas as fotografias e filmagem do ciclo completo das
tarefas executadas pelas costureiras e auxiliares de costura.
Em seguida foi realizada a coleta de dados, em que foram utilizados os
modelos adaptados para avaliação e análise dos dados coletados, para fins da
análise ergonômica do trabalho das costureiras e auxiliares de costura.
Checklist Geral para Avaliação Grosseira da Condição Ergonômica de um Posto de
Trabalho adaptado por Couto (1995) (Anexo B);
Checklist para Avaliação Simplificada do Risco de Tenossinovite e Lesões por
Trauma Cumulativos dos Membros Superiores adaptado por Couto (1995) (Anexo
C);
Checklist para Observações de Posturas no Trabalho adaptado de Fialho e Santos
(1997) (Anexo D).
3.7 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS
Para a análise estatística dos dados foi utilizado o software estatístico SPSS
for Windows em sua versão 15.0. Utilizaram-se análises estatísticas descritivas e de
tomada de decisão: freqüência, percentual, média e desvio padrão; qui-quadrado
(χ
2
) para verificar se há diferença estatisticamente significativa entre freqüência
observada e esperada em tabelas de contingenciamento de variáveis categóricas; o
teste t de student (compara valores médios de dois grupos); análise de variância
(ANOVA) que compara valores médios de três grupos ou mais - para identificar
aonde as diferenças estatisticamente significativas existiam utilizou-se o teste post
hoc de Scheffé..
CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste capítulo é apresentada a caracterização da empresa, identificando a
maneira através qual realiza sua gestão administrativa, como gerencia seu sistema
de produção e estabelece seus critérios de produtividade e identificação das
máquinas descrição das tarefas executadas no desempenho da atividade de
costurar calcinhas e blusas. Também apresenta os resultados encontrados e, a partir
das análises efetuadas nos dados coletados, são discutidos esses resultados.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
A aplicação do questionário estruturado junto à direção da empresa
evidenciou a seguinte situação quanto à organização participante do
desenvolvimento desse estudo.
Trata-se de um estabelecimento que atua no ramo de indústria e manufatura
de malha e confecções, com 7 anos de atuação no mercado, localizada na cidade
de Santa Rita PB. Adotou como regime jurídico o sistema de sociedade limitada, e
utiliza um sistema produtivo industrial e fabricante, com processos repetitivos em lote
e produtos padronizados.
A empresa tem sua produção verticalizada, partindo do uso do fio como
matéria-prima principal para a produção das malhas até a completa confecção das
peças de vestuário para serem comercializadas. Sendo assim, apresenta um
processo produtivo complexo, envolvendo diversas etapas de produção, utilizando
como matéria-prima na industrialização da malha o fio de algodão; e para a roupa
íntima feminina, a malha produzido na própria empresa (Fotos 6 e 7 Vista do setor
de malharia ).
66
Foto 6 - Vista do setor de malharia (Tear Circular
A fábrica produz a seguinte variedade de peças: malha, com uma capacidade
produtiva de 30,0 toneladas por mês; e o setor de confecções tem sua produção
diversificada abrangendo calcinhas, blusas, dentre outros produtos, com uma
produção mensal aproximada de 360.000 calcinhas e 30.000 blusas.
Foto 7 - Vista do setor de malharia (Tear Circular)
Tem como mercado consumidor alvo de sua produção a região nordeste, que
concentra cerca de 70% de sua carteira de clientes, composta de estabelecimentos
comerciais locais e regionais de vestuário de micro, pequeno e médio portes, além
67
de pessoas físicas, com o restante do seu foco de mercado localizado 25% na
região sudeste e 5% na região sul.
O planejamento operacional é desenvolvido na própria unidade, com os
setores de malharia e beneficiamento constituindo a área têxtil da empresa que,
fornecem as malhas beneficiadas para as próximas etapas. Os setores de criação,
modelagem, corte, separação de peças, estamparia, costura, revisão e embalagem
definem a área de manufatura da empresa que processa as malhas beneficiadas em
peças acabadas.
O setor de expedição é a última etapa do processo produtivo, a partir da qual
os bens produzidos finalmente serão colocados no mercado para comercialização.
A seguir a Figura 1 - layout do setor de confecções da empresa,
apresentando a configuração existente, e utilizado para a produção das peças, em
destaque como Apêndice D –
Layout do setor de produção da empresa.
Figura 1 – Layout do setor de confecções da empresa)
4.1.1 Gestão de pessoal
A jornada de trabalho dessa empresa é de 44 horas semanais, com regime de
trabalho fixo, definida de segunda a sexta-feira no horário de 7h e 00 min às 11h e
30 min e das 12h e 42 min às 17h00min, com um intervalo de 1h e 12 min para o
almoço, aferida através de ponto eletrônico. A situação de demanda atual não
68
requer mais de um turno de trabalho da empresa. Atualmente não necessidade
de horas extras de trabalho. Não existem intervalos intermediários na jornada, à
exceção do intervalo para almoço, que é realizado de forma escalonada
(espaçamento de alguns minutos para liberação das equipes).
A empresa apresenta um efetivo de 268 empregados, todos devidamente
registrados de acordo com os critérios estabelecidos pela CLT (Consolidação das
Leis do Trabalho), sendo o setor de confecções composto por 155 empregados.
Utiliza como procedimento de recrutamento de mão-de-obra a indicação dos
próprios empregados, quanto aos procedimentos de seleção dessa mão-de-obra,
utiliza a referência de outras empresas. Não realiza treinamento do pessoal admitido
e tem como salário médio o valor de R$375,00, com sistema de pagamento
quinzenal. Refere ter uma taxa de turn-over em torno de 5% com uma taxa de
absenteísmo de 2%. Não adota nenhum sistema de benefício social.
4.1.2 Sistema de produção
O sistema produtivo adotado possui característica manufatureira, com
processos repetitivos em lote e produtos padronizados, sistema de trabalho
individual com várias tarefas e rotação regular nos postos de trabalho, em arranjo
físico linear, conforme pode se verificar na Foto 8 – Vista geral do arranjo, a seguir.
Foto 8 - Vista geral do arranjo
69
Os modelos das peças comercializadas o desenvolvidos no departamento
de modelagem da própria empresa, utilizando a convenção internacional
padronizada de medidas humanas.
4.1.3 Gestão da produção
A empresa não adota nenhum sistema tradicional de gestão da produção, e o
sistema de controle de falhas e defeitos do produto são detectadas e controladas
pelos próprios empregados e supervisores na linha de produção. Tem como
estrutura organizacional quatro níveis hierárquicos, que apresentam a seguinte
distribuição: Direção/Gerência/Supervisão/Operário, conforme se verifica na Figura 2
– Estrutura organizacional: níveis hierárquicos. O processo de tomada de decisões é
totalmente centralizado na direção geral da empresa.
Direção
Gerência
Supervisão
Operário
Figura 2 - Estrutura organizacional: níveis hierárquicos
Figura 2 – Estrutura organizacional: níveis hierárquico
4.1.4 Planejamento e controle da produção - PCP
Não existe nenhum setor específico pela elaboração do PCP na empresa.
Essa atividade é exercida diretamente pela direção geral da empresa, com base na
previsão de vendas e pedidos de clientes. A previsão da produção utilizada se
baseia no comportamento do passado, utilizando modelos de projeção de demanda,
com controle através do estoque. As quantidades para produção o definidas de
70
acordo com os pedidos dos clientes. O processo de compra de materiais utilizados
(matérias-primas e aviamentos) fica sob responsabilidade do gerente de compras,
sendo a distribuição desse material feita por setor.
A seqüência de execução das ordens de fabricação e montagem é definida
pelo encarregado da produção, baseado em critérios próprios, prática e bom senso.
Os mecanismos utilizados pela direção para controlar e acompanhar a produção se
através da coleta de ordens de fabricação, pelo supervisor, para em seguida
proceder a entrada dessas informações em computador. Utiliza como fluxograma o
esquema de produção conforme a Figura 3 Fluxograma da produção Setor de
confecções.
Figura 3 - Fluxograma de produção - Setor de confecções
4.2 DESCRIÇÃO DAS OPERAÇÕES DA MONTAGEM DE PEÇAS
O setor de confecções é responsável pela produção de blusas, saias, batas,
calcinhas, cuecas e saídas de banho ou cangas, porém durante todo o período de
levantamento de dados, identificou-se, apenas a produção de blusas tipo bata, e
calcinhas, razão pela qual a análise ergonômica focou a produção dessas peças.
Apresentar-se-á, em seguida, uma descrição das operações desenvolvidas na
produção das peças acabadas, segundo informações colhidas.
4.2.1 Blusa
A malha sai do estoque, é levada para a mesa de corte, onde é enfestada. Os
moldes o dispostos sobre o enfesto e, com uma serra de corte manual a malha é
Modelar peças
Estocar
tecidos
Cortar peças
Separar peças
(
Cor/modelo)
Costurar peças
Revisar
peças
Embalar peças
Expedir
peças
Estampar peças
71
cortada. As partes da peça são separadas por cores e modelagens, e colocadas em
pacotes com etiquetas de identificação, formando um lote.
O lote segue para a máquina overloque de ponto fechado, onde é feita a
junção dos ombros da blusa, são colocadas as mangas e o fechadas as laterais,
sendo também colocadas com essa etapa, as etiquetas interna e externa da blusa.
O próximo passo ocorre na máquina galoneira com equipamento de viés,
onde é feita a aplicação do viés, para um melhor acabamento da peça que, após
esse processo, volta para a máquina overloque de ponto fechado, para o
fechamento do busto.
O material é levado para a máquina galoneira com equipamento para bainha,
onde o produto, em fase de acabamento, recebe a costura da bainha. A seguir, na
máquina traveti, a peça recebe a fita de cetim para amarração e o reforço nas
emendas das costuras.
As arrematadeiras fazem o controle da qualidade, corte de linhas e de partes
sobressalentes, e a organização dos lotes, em praticamente cada uma das etapas
acima citadas, sempre que sai de uma máquina para outra.
Após o último arremate, as peças prontas em um lote seguem para a
embalagem, onde são dobradas, embaladas em pacotes individuais e depois em
uma embalagem maior correspondente ao seu respectivo lote. A Figura 4
Fluxograma do processo – Costurar blusas, abaixo apresenta o fluxo do processo.
Figura 4 - Fluxo do processo - Costurar blusas
Cortar peças
(Mesa de corte)
Separar peças
(Cor/modelo)
Costurar peças
(Overloque pto.
fechado)
Costurar peças
(Galoneira)
Embalar peças
(Mesa de
embalagem)
Costurar peças
(Overloque pto.
fechado)
Costurar peças
(Galoneirac/ equip
p/ bainha)
Costurar p
eças
(Galoneira)
Arrematar
peças
(Mesa de
apoio)
Expedir
peças
Estoque
72
4.2.2 Calcinha
O tecido sai do estoque, é levado para a mesa de corte onde é enfestado.
Neste caso, apenas os moldes da parte frontal e do forro da calcinha são dispostos
sobre o enfesto. Em seguida, com uma serra de corte manual, o tecido é cortado.
A parte frontal, constituída de três peças, é separada por cor e modelagem,
juntamente com o forro, e colocada em pacotes com etiquetas de identificação
formando um lote.
O lote segue para a máquina overloque de ponto aberto, onde é feita a junção
das três partes e do forro. A peça volta em seguida para a mesa de corte, onde, se
baseando na parte frontal, são cortadas a parte traseira e o fundo da calcinha.
Da mesma forma, são separadas por cores e modelagens, e encaminhados
para a máquina overloque de ponto fechado, dessa vez com o lote completo.
Na máquina overloque de ponto fechado é feita a junção do fundo com o
forro, parte traseira com a parte da frente e o fechamento lateral da peça.
O passo seguinte é a máquina zig-zag com equipamento de elástico, onde
ocorre a aplicação do elástico nas cavas das pernas e na cintura da calcinha.
A peça semi-acabada é levada para a máquina traveti. Lá ela recebe o reforço
nas emendas das costuras e a etiqueta interna.
Assim como no processo anterior, as arrematadeiras fazem o controle da
qualidade, corte de linhas e de partes sobressalentes, e a organização dos lotes, em
praticamente cada uma das etapas acima citadas, sempre que sai de uma máquina
para outra.
Após o último arremate, as peças prontas em um lote seguem para a
embalagem, onde são dobradas, embaladas em pacotes individuais e depois em
uma embalagem maior correspondente ao seu respectivo lote.
A Figura 5 – Fluxo do processo – Costurar calcinhas, abaixo apresenta o fluxo
do processo de costurar calcinhas
73
Figura 5 - Fluxo do processo - Costurar calcinhas
4.3 TIPO DE EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
4.3.1 Overloque de ponto fechado
Foto 9 – Vista da overloque de ponto fechad
Cortar peças
(Mesa de corte)
Separar peças
(Cor/modelo)
Costurar peças
(Overloque pto.
Aberto
)
Embalar peças
(Mesa de
embalagem)
Costurar peças
(Overloque pto.
fechado)
Costurar peças
(
Zig zag c/ equip
p/ elástico)
Arrematar
peças
(Mesa de
apoio)
Expedir
peças
Cortar peças
(Mesa de corte)
Separar peças
(Cor/modelo)
Costurar peças
(Travette)
Estoque
Costuras para junções
de peças em geral;
Costuras de etiquetas;
Acabamentos.
74
4.3.2 Overloque de ponto aberto
Foto 10 – Vista da overloque ponto aberto
4.3.3 Galoneira com equipamento de viés
Foto 11 – Vista da Galoneira com equipamento de viés
Costuras para
junções de peças,
principalmente as
mais delicadas,
formando
acabamento
especial
Aplicação de viés para
um melhor
acabamento das
peças.
75
4.3.4 Galoneira com equipamento para bainha
Foto 12 - Galoneira com equipamento para bainha
4.3.5 Zig-zag com equipamento de elástico
Foto 13 – Vista Zig-zag com equipamento de elástico
Costura de bainhas e
mangas.
Aplicação de elástico.
76
4.3.6 Traveti
Foto 14 – Vista Traveti
4.4 IDENTIFICAÇÃO DAS TAREFAS PRESCRITAS
Foto 15 – Vista da tarefa fechamento de peças 1
Tempo médio por peça produzida:
Aproximadamente 22,5 segundos por peça
produzida.
Regime de trabalho:
Aproximadamente 160 peças/hora.
Descrição da tarefa: Fechamento de peças com aplicação de viés – (Blusa).
1- Receber as peças;
2- Conferir a quantidade recebida;
3- Ajustar a máquina;
4- Alinhar a peça junto ao calcador;
5- Retirar viés da caixa;
6- Colocar a viés junto ao calcador;
7- Pressionar alavanca;
8- Pressionar pedal;
9- Costurar peça;
10- Pressionar alavanca;
11- Retirar peça costurada;
12- Cortar linha;
13- Colocar peça na caixa.
Costura de adereços e
etiquetas;
Reforço nas emendas
das costuras.
Tipo de Equipamento:
Máquina de costura tipo
galoneira com
equipamento de viés,
disposta em bancada
medindo 0,50 m © X
1,20 m (L) X 0,75 m (A).
77
Foto 16 - Vista da tarefa fechamento de peças 2
Tempo médio por peça produzida:
Aproximadamente 10 segundos por peça
produzida.
Regime de trabalho:
Aproximadamente 360 peças/hora.
Descrição da tarefa: Fechamento de peças – (Manga de Blusa).
1- Receber as peças;
2- Conferir a quantidade recebida;
3- Ajustar a máquina;
4- Pegar peça na caixa;
5- Alinhar a peça junto ao calcador;
6- Pressionar pedal;
7- Costurar peça;
8- Cortar linha;
9- Revisar peça costurada;
10- Colocar peça na caixa.
Foto 17 – Vista da tarefa colocação de bainha
Tipo de Equipamento:
Máquina de costura tipo
overloque de ponto
fechado, disposta em
bancada medindo 0,50 m
© X 1,20 m (L) X 0,75 m
Tipo de Equipamento:
Máquina de costura tipo
galoneira com
equipamento para
bainha, disposta em
bancada medindo 0,50
m © X 1,20 m (L) X 0,75
m (A).
78
Tempo médio por peça produzida:
Aproximadamente 20 segundos por peça
produzida.
Regime de trabalho:
Aproximadamente 180 peças/hora.
Descrição da tarefa: Colocação de bainha – (Blusa).
1- Receber as peças;
2- Conferir a quantidade recebida;
3- Ajustar a máquina;
4- Pegar peça na caixa;
5- Alinhar a peça junto ao calcador;
6- Pressionar pedal;
7- Costurar peça;
8- Cortar linha;
9- Revisar peça costurada;
10- Colocar peça na caixa.
Foto 18 – Vista da tarefa reforço na costura e aplicação de fita
Tempo médio por peça produzida:
Aproximadamente 27 segundos por peça
produzida.
Regime de trabalho:
Aproximadamente 134 peças/hora.
Descrição da tarefa: Reforço nas costuras e aplicação de fita – (Blusa).
1- Receber as peças;
2- Conferir a quantidade recebida;
3- Ajustar a máquina;
4- Pegar peça na caixa;
5- Alinhar a peça junto ao calcador;
6- Pressionar pedal;
7- Costurar 1º reforço;
8- Alinhar a peça junto ao calcador;
9- Pressionar pedal;
10- Costurar 2º reforço;
11- Alinhar a peça junto ao calcador;
12- Pressionar pedal;
13- Costurar 3º reforço;
14- Alinhar a peça junto ao calcador;
15- Pressionar pedal;
16- Costurar 4º reforço;
17- Alinhar a peça junto ao calcador;
18- Pegar fita na caixa;
19- Alinhar fita na peça junto ao calcador;
20- Pressionar pedal;
21- Costurar fita na peça;
22- Revisar peça costurada;
23- Colocar peça costurada na caixa.
Tipo de Equipamento:
Máquina de costura tipo
traveti, disposta em
bancada medindo 0,50 m
© X 1,20 m (L) X 0,75 m
(A).
79
Foto 19 – Vista da tarefa fechamento de blusa
Tempo médio por peça produzida:
Aproximadamente 3 minutos e 34 segundos por
peça produzida.
Regime de trabalho:
Aproximadamente 18 peças/hora.
Descrição da tarefa: Fechamento de laterais, ombros, colocação de mangas e colocação de
etiqueta – (Blusa).
1- Receber as peças;
2- Conferir a quantidade recebida;
3- Ajustar a máquina;
4- Pegar peça na caixa;
5- Alinhar a peça junto ao calcador;
6- Retirar etiqueta da caixa;
7- Colocar a etiqueta na peça junto ao calcador;
8- Pressionar pedal;
9- Costurar lateral direita da peça com etiqueta;
10- Cortar linha;
11- Alinhar peça junto ao calcador;
12- Pressionar pedal;
13- Costurar ombro direito;
14- Cortar linha;
15- Alinhar peça junto ao calcador;
16- Pressionar pedal;
17- Costurar ombro esquerdo;
18- Cortar linha
19- Alinhar peça junto ao calcador.
20- Retirar etiqueta na caixa;
21- Colocar a etiqueta na peça junto ao calcador;
22- Pressionar pedal;
23- Costurar lateral esquerda da peça com
etiqueta;
24- Cortar linha
25- Pegar manga na caixa;
26- Alinhar manga junto ao calcador;
27- Pressionar pedal;
28- Costurar manga direita;
29- Cortar linha
30-Pegar manga na caixa;
31- Alinhar manga junto ao calcador;
32- Pressionar pedal;
33- Costurar manga esquerda;
34- Cortar linha
35- Pegar peça costurada;
36- Ajustar manga direita à peça;
37- Alinhar junto ao calcador;
38- Pressionar pedal;
39- Costurar manga à peça;
40- Cortar linha;
41- Pegar peça costurada;
42- Ajustar manga esquerda à peça;
43- Alinhar junto ao calcador;
44- Pressionar pedal;
45- Costurar manga à peça;
46- Cortar linha;
47- Revisar peça costurada;
48- Colocar peça costurada na caixa.
Tipo de Equipamento:
Máquina de costura tipo
overloque de ponto
fechado, disposta em
bancada medindo 0,50
m © X 1,20 m (L) X 0,75
m (A).
80
Foto 20 – Vista da tarefa fechamento de blusa
Tempo médio por peça produzida:
Aproximadamente 5 minutos e 30 segundos por
peça produzida.
Regime de trabalho:
Aproximadamente 11 peças/hora.
Descrição da tarefa: Fechamento de laterais, ombros, colocação de mangas e fitas nas mangas e
colocação de etiqueta – (Blusa).
1- Receber as peças;
2- Conferir a quantidade recebida;
3- Ajustar a máquina;
4- Pegar peça na caixa;
5- Alinhar a peça junto ao calcador;
6- Retirar etiqueta da caixa;
7- Colocar a etiqueta na peça junto ao calcador;
8- Pressionar pedal;
9- Costurar lateral direita da peça com etiqueta;
10- Cortar linha;
11- Alinhar peça junto ao calcador;
12- Pressionar pedal;
13- Costurar ombro direito;
14- Cortar linha;
15- Alinhar peça junto ao calcador;
16- Pressionar pedal;
17- Costurar ombro esquerdo;
18- Cortar linha;
19- Alinhar peça junto ao calcador.
20- Retirar etiqueta na caixa;
21- Colocar a etiqueta na peça junto ao calcador;
22- Pressionar pedal;
23- Costurar lateral esquerda da peça com
etiqueta;
24- Cortar linha;
25- Pegar manga na caixa;
26- Alinhar manga direita junto ao calcador;
27- Pegar fita na caixa;
28- Alinhar fita na manga junto ao calcador;
29- Pressionar pedal;
30- Costurar manga direita com fita;
31- Cortar linha;
32-Pegar manga na caixa;
33- Alinhar manga esquerda junto ao calcador;
34- Pegar fita na caixa;
35- Alinhar fita na manga junto ao calcador;
36- Pressionar pedal;
37- Costurar manga esquerda com fita;
38- Cortar linha;
39- Pegar peça costurada;
40- Ajustar manga direita à peça;
41- Alinhar junto ao calcador;
42- Pressionar pedal;
43- Costurar manga à peça;
44- Cortar linha;
45- Pegar peça costurada;
46- Ajustar manga esquerda à peça;
47- Alinhar junto ao calcador;
48- Pressionar pedal;
49- Costurar manga à peça;
50- Cortar linha;
51- Revisar peça costurada;
52- Colocar peça costurada na caixa.
Tipo de Equipamento:
Máquina de costura tipo
overloque de ponto
fechado, disposta em
bancada medindo 0,50
m © X 1,20 m (L) X 0,75
m (A).
81
Foto 21 – Vista da tarefa fechamento da lateral de peça
Tempo médio por peça produzida:
Aproximadamente 9 segundos por peça
produzida.
Regime de trabalho:
Aproximadamente 540 peças/hora.
Descrição da tarefa: Fechamento de lateral de peças – (Calcinha).
1- Receber as peças;
2- Conferir a quantidade recebida;
3- Ajustar a máquina;
4- Pegar peça na caixa;
5- Alinhar a peça junto ao calcador;
6- Pressionar pedal;
7- Costurar lateral da peça;
8- Cortar linha;
9- Revisar peça costurada;
10- Colocar peça costurada na caixa.
Foto 22 - Vista da tarefa fechamento da lateral de peça
Tipo de Equipamento:
Máquina de costura tipo
overloque de ponto
fechado, disposta em
bancada medindo 0,50 m
© X 1,20 m (L) X 0,75 m
(A).
Tipo de Equipamento:
Máquina de costura tipo
overloque de ponto
fechado, disposta em
bancada medindo 0,50
m © X 1,20 m (L) X 0,75
m (A).
82
Tempo médio por peça produzida:
Aproximadamente 10 segundos por peça
produzida.
Regime de trabalho:
Aproximadamente 360 peças/hora.
Descrição da tarefa: Fechamento de lateral de peças, com colocação de etiqueta – (Calcinha).
1- Receber as peças;
2- Conferir a quantidade recebida;
3- Ajustar a máquina;
4- Pegar peça na caixa;
5- Alinhar a peça junto ao calcador;
6- Pegar etiqueta na caixa;
7- Colocar etiqueta na peça junto ao calcador;
8- Pressionar pedal;
9- Costurar lateral com etiqueta da peça;
10- Cortar linha;
11- Pegar peça na caixa;
12- Alinhar a peça junto ao calcador;
13- Pressionar pedal;
14- Costurar lateral da peça;
15- Cortar linha;
16- Revisar peça costurada;
17- Colocar peça costurada na caixa.
Foto 23 – Vista da tarefa fechamento do fundo de peça
Tempo médio por peça produzida:
Aproximadamente 13 segundos por peça
produzida.
Regime de trabalho:
Aproximadamente 277 peças/hora.
Descrição da tarefa: Fechamento de fundo de peças – (Calcinha).
1- Receber as peças;
2- Conferir a quantidade recebida;
3- Ajustar a máquina;
4- Pegar peça na caixa;
5- Ajusta o fundo da peça uma à outra;
6- Alinhar a peça junto ao calcador;
7- Pressionar pedal;
8- Costurar fundo da peça;
9- Cortar linha;
10- Revisar peça costurada;
11- Colocar peça costurada na caixa.
Tipo de Equipamento:
Máquinas de costura tipo
overloque de ponto
aberto, disposta em
bancada medindo 0,50 m
© X 1,20 m (L) X 0,75 m
(A).
83
Foto 24 – Vista da tarefa colocação de cós
Tempo médio por peça produzida:
Aproximadamente 42 segundos por peça
produzida.
Regime de trabalho:
Aproximadamente 86 peças/hora.
Descrição da tarefa: Colocação de cós na cintura e elástico em cavas – (Calcinha).
1- Receber as peças;
2- Conferir a quantidade recebida;
3- Ajustar a máquina;
4- Pegar peça na caixa;
5- Alinhar a peça junto ao calcador;
6- Ajustar guiador;
7- Pegar elástico;
8- Ajustar elástico junto ao calcador;
9- Pressionar pedal;
10- Costurar elástico na perna direita da peça;
11- Afastar guiador;
12- Cortar linha;
13- Alinhar a peça junto ao calcador;
14- Ajustar guiador;
15- Pegar elástico;
16- Ajustar elástico junto ao calcador;
17- Pressionar pedal;
18- Costurar elástico na perna esquerda da peça;
19- Afastar guiador;
20- Cortar linha;
21- Alinhar peça junto ao calcador;
22- Pegar cós na caixa;
23- Alinhar cós na peça junto ao calcador;
24- Pressionar pedal;
25- Costurar cós na peça;
26- Cortar linha;
27- Revisar peça costurada;
28- Colocar peça costurada na caixa.
Tipo de Equipamento:
Máquina de costura tipo zig
zag com equipamento de
elástico (guiador), disposta
em bancada medindo 0,50
m © X 1,20 m (L) X 0,75 m
(A).
84
Foto 25 – Vista da tarefa colocação de elástico
Tempo médio por peça produzida:
Aproximadamente 25 segundos por peça
produzida.
Regime de trabalho:
Aproximadamente 144 peças/hora.
Descrição da tarefa: Colocação de elástico em cavas - (Calcinha).
1- Receber as peças;
2- Conferir a quantidade recebida;
3- Ajustar a máquina;
4- Pegar peça na caixa;
5- Alinhar a peça junto ao calcador;
6- Ajustar guiador;
7- Pegar elástico;
8- Ajustar elástico junto ao calcador;
9- Pressionar pedal;
10- Costurar elástico na perna direita da peça;
11- Afastar guiador;
12- Cortar linha;
13- Alinhar a peça junto ao calcador;
14- Ajustar guiador;
15- Pegar elástico;
16- Ajustar elástico junto ao calcador;
17- Pressionar pedal;
18- Costurar elástico na perna esquerda da peça;
19- Afastar guiador;
20- Cortar linha;
21- Revisar peça costurada;
22- Colocar peça costurada na caixa.
Foto 26 – Vista das tarefas reforço nas costuras
T
ipo de Equipamento:
Máquina de costura tipo zig
zag com equipamento de
elástico (guiador), disposta em
bancada medindo 0,50 m (C)
X 1,20 m (L) X 0,75 m (A).
Tipo de Equipamento:
Máquina de costura tipo
traveti, disposta em
bancada medindo 0,50 m
(C) X 1,20 m (L) X 0,75
m (A).
85
Tempo médio por peça produzida:
Aproximadamente 10 segundos por peça
produzida.
Regime de trabalho:
Aproximadamente 360 peças/hora.
Descrição da tarefa: Reforço nas costuras - (Calcinha).
1- Receber as peças;
2- Conferir a quantidade recebida;
3- Ajustar a máquina;
4- Pegar peça na caixa;
5- Alinhar a peça junto ao calcador;
6- Pressionar pedal;
7- Costurar 1º reforço;
8- Alinhar a peça junto ao calcador;
9- Pressionar pedal;
10- Costurar 2º reforço;
11- Revisar peça costurada;
12- Colocar peça costurada na caixa.
Foto 27 - Vista das tarefas reforço nas costuras
Tempo médio por peça produzida:
Aproximadamente 24 segundos por peça
produzida.
Regime de trabalho:
Aproximadamente 150 peças/hora.
Descrição da tarefa: Reforço nas costuras e aplicação de fita - (Calcinha).
1- Receber as peças;
2- Conferir a quantidade recebida;
3- Ajustar a máquina;
4- Pegar peça na caixa;
5- Alinhar a peça junto ao calcador;
6- Pressionar pedal;
7- Costurar 1º reforço;
8- Alinhar a peça junto ao calcador;
9- Pressionar pedal;
10- Costurar 2º reforço;
11- Alinhar a peça junto ao calcador;
12- Pressionar pedal;
13- Costurar 3º reforço;
14- Alinhar a peça junto ao calcador;
15- Pressionar pedal;
16- Costurar 4º reforço;
17- Alinhar a peça junto ao calcador;
18- Pegar fita na caixa;
19- Alinhar fita na peça junto ao calcador;
20- Pressionar pedal;
21- Costurar fita;
22- Revisar peça costurada;
23- Colocar peça costurada na caixa.
Tipo de Equipamento:
Máquina de costura tipo
traveti, disposta em
bancada medindo 0,50 m
(C) X 1,20 m (L) X 0,75 m
(A).
86
Foto 28 – Vista da tarefa reforço nas costuras
Tempo médio por peça produzida:
Aproximadamente 20 segundos por peça
produzida.
Regime de trabalho:
Aproximadamente 180 peças/hora.
Descrição da tarefa: Reforço nas costuras e aplicação de etiqueta - (Calcinha).
1- Receber as peças;
2- Conferir a quantidade recebida;
3- Ajustar a máquina;
4- Pegar peça na caixa;
5- Alinhar a peça junto ao calcador;
6- Pressionar pedal;
7- Costurar 1º reforço;
8- Alinhar a peça junto ao calcador;
9- Pressionar pedal;
10- Costurar 2º reforço;
11- Alinhar a peça junto ao calcador;
12- Pressionar pedal;
13- Costurar 3º reforço;
14- Alinhar a peça junto ao calcador;
15- Pegar etiqueta na caixa;
16- Alinhar etiqueta na peça junto ao calcador;
17- Pressionar pedal;
18- Costurar etiqueta;
19- Revisar peça costurada;
20- Colocar peça costurada na caixa.
4.5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Todas as operárias têm registro formal de trabalho com assinatura em carteira
profissional de trabalho, com uma jornada de trabalho de 44 horas semanais
definida de segunda a sexta-feira no horário de 7h e 00min às 11h e 30min e das
12h e 42min às 17h e 00min, com um intervalo de 1h e 12min para o almoço,
realizado no próprio estabelecimento industrial que possui refeitório adequado à
tomada de refeições. Não foi identificado programa de treinamento formal para as
operárias. Não existe na empresa a distribuição de benefícios sociais tais como
transporte, convênios com farmácias, local para recreação, refeitório com televisão
ou a distribuição de cestas básicas.
Tipo de Equipamento:
Máquina de costura tipo
traveti, disposta em
bancada medindo 0,50 m
(C) X 1,20 m (L) X 0,75
m (A).
87
4.5.1 Distribuição de freqüência e percentual
Participaram deste estudo 93 operárias (todas do sexo feminino) com idade
média de 25 anos, sendo 54,8% auxiliar de costura e 45,2% costureiras. A maioria é
solteira (75,3%), e tem o 2º Grau completo (58%).
Na Tabela 2 - Distribuição da função das operárias, estão apresentadas a
distribuição da freqüência e percentual relativo às funções das operárias
encontradas no estudo, onde se destaca a função de auxiliar de costura com 54,8%
compondo a maior parte da amostra estudada.
Tabela 2 - Distribuição da função das operárias
Função Freqüência Percentual
Auxiliar de Costura
51 54,8
Costureira
42 45,2
Total
93 100,0
Na Tabela 3 - Distribuição do estado civil das operárias está apresentada a
distribuição da freqüência e percentual relativo ao estado civil das operárias
encontradas no estudo, onde se evidencia que a maioria é solteira, atingindo 75, 3%
da amostra.
Tabela 3 - Distribuição do estado civil das operárias
Estado civil
Freqüência Percentual
Solteira
70 75,3
Casada
22 23,7
Divorciada
1 1,1
Total
93 100,0
Na Tabela 4 - Distribuição da escolaridade das operárias está apresentada a
distribuição da freqüência e percentual relativo à escolaridade das operárias
encontradas no estudo, onde se observa que a maioria tem o grau completo, com
58,0%.
88
Tabela 4 - Distribuição da escolaridade das operárias
Escolaridade
Freqüência Percentual
1º Grau completo
4 4,3
1º Grau incompleto
28 30,1
2º Grau completo
54 58,0
2º Grau incompleto
6 6,5
Superior incompleto
1 1,1
Total
93 100,0
Na Tabela 5 - Mínimo, máximo, média e desvio padrão, estão destacados os
valores mínimo, máximo, dia e desvio padrão relativos à idade, tempo na função
e na empresa, onde o tempo médio de atuação na função foi de 24 meses (mínimo =
1 e máximo = 220; DP = 34,29), com tempo médio em meses na empresa de 20
meses (mínimo = 1 e máximo = 93; DP = 27,37).
A diferença encontrada entre o valor mínimo e ximo com relação ao tempo
na função se deveu ao fato de um sujeito da amostra exercer a atividade de
costureira 220 meses, acarretando um desvio padrão acentuada em relação ao
tempo na empresa.
Tabela 5 - nimo, máximo, média e desvio padrão
Mínimo Máximo Média
Desvio
padrão
Idade
18 49 25,35 5,91
Tempo na Função (Meses)
1 220 23,71 34,29
Tempo na Empresa (Meses)
1 93 19,75 27,37
Na Tabela 6 - Distribuição da tarefa executada observou-se a identificação de
todas as tarefas realizadas, 9 ao todo, onde a tarefa mais executada é a de
fechamento de peças com 31 (33,3%) postos de trabalho envolvidos, seguida da
tarefa de colocação de bainha, com 21 (22,6%) postos de trabalho ocupados.
Essas tarefas, juntas, compõem a grande maioria das atividades exercidas no
setor de confecções, e respondem por 52 (55,9%) postos de trabalho ocupados.
89
Tabela 6 - Distribuição da tarefa executada
Tarefa
Freqüência Percentual
Fechamento de peças
31 33,3
Colocação bainha
21 22,6
Colocação elástico
13 14,0
Fechar fundo
8 8,6
Fechar laterais
6 6,5
Mosquear
6 6,5
Colocar cós
4 4,3
Colocação viés
2 2,2
Colocar laço
2 2,2
Total
93 100,0
A Tabela 7 - Distribuição do tipo de máquina utilizada apresenta que a
máquina mais utilizada é a overloque com 51 (54,8%) postos de trabalho em
atividade.
Tabela 7 - Distribuição do tipo de máquina utilizada
Tipo de Máquina
Freqüência Percentual
Overloque
51 54,8
Galoneira
21 22,6
Zig Zag
13 14,0
Traveti
8 8,6
Total
93 100,0
A Tabela 8 Distribuição do tipo de peça produzida apresenta o tipo de peça
mais produzida é a blusa com 56 (60,2%) postos de trabalho ocupados na produção
dessa peça.
Tabela 8 - Distribuição de tipo de peça produzida
Tipo de Peça
Freqüência Percentual
Blusa
56 60,2
Calcinha
37 39,8
Total
93 100,0
90
4.5.2 Percepção de dor
Através da distribuição qui-quadrado (χ
2
) verificou-se que uma diferença
significativamente estatística (χ2 = 11,30; gl = 3; p = 0,010) entre a freqüência
esperada e a observada nas variáveis observadas na amostra estudada, ou sejam, a
percepção de dor em relação ao uso de diferentes máquinas de costura, dentre as
operárias que não percebem dor, e operam a quina overloque (45,2%), assim
como dentre as operárias que percebem dor, e realizam suas tarefas na máquina
galoneira (10,8%), em relação às demais máquinas conforme se evidencia na
Tabela 9 - Contingenciamento da percepção de dor em função do tipo de máquina
seguinte.
Tabela 9 - Contingenciamento da percepção de dor em função do tipo de máquina
Percebe dor?
Máquina
Não Sim
Total
f observada 42 9 51
f esperada 36,2 14,8 51,0
Overloque
% 45,2% 9,7% 54,8%
f observada
3 5 8
f esperada
5,7 2,3 8,0
Traveti
%
3,2% 5,4% 8,6%
f observada
11 10 21
f esperada
14,9 6,1 21,0
Galoneira
%
11,8% 10,8% 22,6%
f observada
10 3 13
f esperada
9,2 3,8 13,0
Zig Zag
%
10,8% 3,2% 14,0%
f observada
66 27 93
f esperada
66,0 27,0 93,0
Total
%
71,0% 29,0% 100,0%
Nota: χ2 = 11,30; gl = 3; p = 0,01.
4.5.3 Valores médios das tarefas de costurar blusas e calcinhas
No caso em estudo utilizou-se o test t para verificar as diferenças entre os
valores médios das variáveis Posto de Trabalho, Risco de LER/DORT e Posturas no
Trabalho, onde se observou que diferença estatisticamente significativa (t = 1,96;
p = 0,05) apenas na comparação dos valores médios das amostras entre costurar
91
blusa e calcinha e a variável Posto de Trabalho conforme se evidencia na Tabela 10
– Diferenças dos valores médios.
Neste aspecto, com base no resultado apresentado, pôde-se afirmar que, a
condição ergonômica do Posto de Trabalho se encontra numa condição razoável,
tanto com relação a costurar blusa quanto costurar calcinha.
Tabela 10 - Diferenças dos valores médios
Posto de Trabalho
Média Desvio padrão t de student
Blusa
5,55 0,98
Calcinha
5,86 0,53
1,96; p = 0,05
Risco de LER
Média Desvio padrão t de student
Blusa
15,13 1,95
Calcinha
14,59 1,72
1,37; p = 0,18
Posturas no Trabalho
Média Desvio padrão t de student
Blusa
3,57 1,47
Calcinha
3,24 2,01
0,85; p = 0,36
4.5.4 Valores médios das máquinas de costura
Comparação entre os valores médios de três grupos ou mais, onde se buscou
verificar as diferenças entre os valores médios das variáveis Posto de Trabalho,
Risco de LER/DORT e Postura, em relação às máquinas de costura overloque,
traveti, galoneira e zig zag.
Na Tabela 11 - Diferenças entre os valores médios do posto de trabalho em
função do tipo de máquina utilizada abaixo, observou-se que não há diferenças
estatisticamente significativas [F(3,89) = 2,95; n.s.] entre os valores médios da
variável Posto de Trabalho em função dos tipos de máquinas utilizadas.
De todo modo verificou-se que a dia geral é de 5,69 (desvio padrão =
0,84), assim, pode-se então inferir que, a variável Posto de Trabalho tem uma
avaliação razoável do ponto de vista da média obtida.
92
Tabela 11 - Diferença entre os valores médios do posto de trabalho em função do tipo de
máquina utilizada
Posto de Trabalho Média Desvio padrão Razão F
Overloque
5,57 1,00
Traveti
5,13 1,12
Galoneira 6,00 0,00
Zig Zag 5,92 0,27
F(3,89) = 2,95; p = 0,06.
Total
5,68 0,84
Quanto à variável Risco de LER/DORT em função do tipo de máquina
utilizada, conforme se evidenciou na Tabela 12 - Diferenças entre os valores médios
do risco de LER/DORT em função do tipo de máquina utilizada, observou-se que
diferenças estatisticamente significativas [F(3,89) = 7,35; p = 0,000] entre os valores
médios, comprovados com aplicação do teste post hoc de Sheffé, (ver Tabela no
apêndice), identificando, dentre as máquinas estudadas, que a galoneira apresenta
a maior média que é de 16,29 (desvio padrão = 1,55) e se difere em relação às
máquinas overloque e zig zag, por não compartilhar do mesmo subscrito, e que não
diferença entre os valores médios da máquina traveti em relação às demais
máquinas.
Como base na leitura das médias obtidas, de-se afirmar que a máquina
galoneira apresenta risco moderado para o desenvolvimento de LER/DORT, onde
se recomenda a melhora do posto de trabalho, e as demais máquinas estão
classificadas como de alto risco de desenvolver LER/DORT, necessitando da
reformulação do posto de trabalho.
Tabela 12 - Diferenças entre os valores médios do risco de LER/DORT em função do tipo
de máquina utilizada
Risco de LER/DORT Média Desvio padrão Razão F
Overloque
14,75
a
1,88
Traveti
14,50
ab
1,41
Galoneira 16,29
b
1,55
Zig Zag 13,62
a
1,26
F(3,89) = 7,35; p = 0,000
Total
14,91 1,87
Nota: F(3,89) = 7,35; p = 0,000. Os valores médios que não compartilham o mesmo
subscrito apresentam diferença estatisticamente significativa em teste post hoc de Sheffé.
93
No tocante à variável Postura em função do tipo de quina utilizada, como
mostra a Tabela 13 - Diferença entre os valores médios de postura em função do
tipo de máquina utilizada observou-se que diferenças estatisticamente
significativas [F(3,89) = 6,36; p = 0,001] entre os valores médios da máquina zig zag,
em relação às máquinas overloque e traveti que é a que apresenta o maior escore
médio (média = 4,25 e desvio padrão = 1,20) assim como não diferenças
significativas entre os valores médios da máquina galoneira em relação às demais
máquinas. Essas diferenças foram evidenciadas através do test post hoc de Scheffé
(ver Tabela no apêndice).
Neste aspecto, observou-se que a média obtida pela máquina zig zag, em
relação à Postura, classificou-se como péssima, situação em que se recomenda a
restauração do posto de trabalho. As demais máquinas se enquadraram no risco
ruim, onde se recomenda a reformulação do posto de trabalho.
Tabela 13 - Diferença entre os valores médios de postura em função do tipo de máquina
utilizada
Postura Média
Desvio
padrão
Razão F
Overloque 3,86
a
1,58
Traveti 4,25
a
2,37
Galoneira 3,05
ab
1,20
Zig Zag 1,92
b
1,49
F(3,89) = 6,36; p =
0,001
Total 3,44 1,71
Nota: F(3,89) = 6,36; p = 0,001. Os valores médios que não compartilham o mesmo subscrito
apresentam diferença estatisticamente significativa em teste post hoc de Shef.
Na Tabela 14 - Diferença entre os valores médios do tempo (segundos)
utilizado em função do tipo de máquina utilizada observou-se que na variável Tempo
Utilizado, em função do tipo de máquina utilizada, diferenças estatisticamente
significativas [F(3,89) = 10,01; p = 0,000] entre os valores médios da máquina
overloque, que apresentou a maior dia de 145,71 (desvio padrão = 142,38) em
relação às quinas traveti, galoneira e zig zag. Essas diferenças foram
evidenciadas através do test post hoc de Scheffé (ver Tabela no Apêndice C).
Nesse aspecto, pôde-se afirmar que a diferença entre esse tempo médio da
máquina overloque em relação às demais máquinas deve-se, em parte, pela maior
freqüência de uso desta máquina (54,8%) em relação às demais.
94
Tabela 14 - Diferenças entre os valores médios do tempo (segundos) utilizado em função do
tipo de máquina utilizada
Tempo Utilizado Média
Desvio
padrão
Razão F
Overloque 145,71
a
142,38
Traveti 17,75
b
8,36
Galoneira 20,24
b
0,75
Zig Zag 34,15
b
8,82
F(3,89) = 10,01; p =
0,000
Total 90,77 121,48
Nota: F(3,89) = 10,01; p = 0,000. Os valores médios que o compartilham o mesmo subscrito
apresentam diferença estatisticamente significativa em teste post hoc de Shef.
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Este capítulo finaliza o estudo realizado, e nele são apresentadas as
conclusões e recomendações, propondo melhorias para o desempenho das tarefas,
nos postos de trabalho, visando à otimização da produção sob a ótica do trabalho
seguro e a prevenção do desenvolvimento das doenças relacionadas ao trabalho.
5.1 CONCLUSÕES
Este trabalho teve como proposta inicial, realizar estudo, entre a tarefa de
costurar calcinhas e blusas, e a sua relação com o risco do desenvolvimento de
LER/DORT.
Foto 29 - Vista de postura irregular
O desenvolvimento de LER/DORT se baseia principalmente, na existência de
alguns fatores, que combinados entre si, produzem vários níveis de desconforto e
limitações nos membros inferiores. Dentre esses fatores, puderam-se destacar os
seguintes: tempo da tarefa, repetição de movimentos, postura e falta de repouso,
como se observou no estudo, de acordo com o destaque da Foto 29 – Vista de
96
postura irregular, acima, onde se evidencia a curvatura acentuada da coluna, a
posição do pescoço forçada para baixo, além de torção do tronco.
No estudo, observou-se que uma combinação entre alguns desses fatores
com uma alta repetitividade de movimentos, posturas incorretas, e fixas em cadeiras
que não estão adequadas ao posto de trabalho, destaque para a Foto 30 Vista de
cadeiras irregulares, ao lado, além de uma ausência de definição de períodos de
pausas durante a jornada de trabalho.
Foto 30 - Vista de cadeiras irregulares
Tais resultados foram encontrados quando se examinou a atividade de
costurar calcinhas, e percebeu-se que a maioria da duração dos ciclos para
conclusão de tarefas tem um tempo inferior a 30 segundos por peça costurada,
caracterizando uma repetitividade que não permite à musculatura do membro
superior, responsável pela execução da tarefa, se recuperar, gerando uma
sobrecarga músculo-esquelética, advindo, em conseqüência disso, uma
probabilidade maior no desenvolvimento de LER/DORT.
O maior destaque se deu na atividade de costurar blusas, onde a maior
freqüência na produção dessas peças (60,2%), a duração dos ciclos de execução de
tarefas com um tempo superior a 30 segundos para conclusão da mesma, ciclos
esses que exercem muitas operações, cada uma necessitando de um ou mais tipos
de movimentos que se repetem. Se essas operações requisitam movimentos
musculares similares, as estruturas anatômicas sobrecarregadas serão as mesmas.
O limiar para o desenvolvimento de LER/DORT entre essas atividades é
muito tênue, denotando que, por terem condições de trabalho similares, ambas
97
trazem um risco elevado para os trabalhadores que as operam sob as condições
atuais de trabalho, em que ocorrem fatores como repetitividade de movimentos,
sobrecarga de trabalho, postura incorreta, baixa luminosidade no ambiente de
trabalho, bem como níveis de ruído acima do que estabelece a legislação vigente,
fatores esses que juntos concorrem para que as condições para o desenvolvimento
de LER/DORT tenham um terreno fértil para se estabelecerem.
O agravamento dos fatores dá-se, pois, à exceção da máquina galoneira, as
demais máquinas apresentaram uma diferença estatisticamente significativa quanto
ao risco no desenvolvimento de LER/DORT, sendo classificadas como de alto risco,
com posturas assumidas durante a execução das tarefas, classificadas como ruim
ou péssima, além dos postos de trabalho serem classificados como apenas
razoáveis.
Esses aspectos podem assumir uma importância maior, tendo em vista que
se constatou a ausência de um sistema de gestão da produção, aliada à tomada de
decisões centralizada na direção da empresa, com uma produção puxada pelos
pedidos de clientes, e um sistema de distribuição das máquinas através de arranjo
linear, além de um excesso de caixas contendo peças cortadas de pedidos
espalhadas ao longo do ambiente de produção, destaque na Foto 31 Vista de
ambiente de trabalho desorganizado, associada à falta de benefícios sociais tais
como convênios com farmácias, local para recreação, refeitório com televisão ou a
distribuição de cestas básicas, transmitem a sensação de um ambiente de trabalho
pesado, centrada unicamente no cumprimento das tarefas distribuídas.
Foto 31 – Vista de ambiente de trabalho desorganizado
98
Observou-se que o fluxo do processo produtivo de cada uma das peças
produzidas na empresa é confuso, gerando a possibilidade da ocorrência de erros
na montagem das peças, acarretando um aumento dos custos com o re-trabalho ou
mesmo com o descarte dessas peças, gerando em determinados postos de trabalho,
como se identifica na Foto 32 Vista de ambiente de trabalho desorganizado, ao
lado, uma sobrecarga indesejável das atividades, vista pelo aspecto produtivo, pois
pode acarretar uma perda significativa de matéria-prima, além de aumentar a tensão
no ambiente de trabalho, com todas as conseqüências danosas na saúde do
trabalhador.
Foto 32 - Vista de ambiente de trabalho desorganizado
Concluiu-se então, que existe, no estabelecimento estudado, uma relação
entre a tarefa de costurar calcinhas e blusas, e o risco do desenvolvimento de
LER/DORT, tendo em vista que a presença de fatores desencadeantes dessa
entidade nosológica traz considerável risco à saúde dos trabalhadores expostos, na
forma como o trabalho atualmente é executado.
5.2 RECOMENDAÇÕES
Com base no que se afirmou, sugeriu-se que, para uma possível otimização
da atividade produtiva da empresa, nesse setor, a implantação de medidas voltadas:
99
1- Atividade de costura:
a) Efetuar treinamento para todas as operadoras dos postos de máquina de
costura para que, ao iniciarem suas atividades, façam a regulagem do
posto de trabalho, de forma a propiciar uma melhor postura na atividade;
b) Estimular a polivalência com rodízio operacional dentre todas as
operadoras dos postos de máquina de costura, para que se tenha um
descanso muscular localizado, de forma a permitir que o tempo de
recuperação seja superior ao tempo de execução da atividade;
c) Enriquecer tarefa de forma a minimizar os efeitos da rigidez postural;
d) Instituir programa de ginástica laboral, objetivando a correção dos desvios
posturais;
e) Introduzir pausas durante a jornada de trabalho;
f) Adequar os postos de trabalho, considerando as diferentes estaturas entre
os trabalhadores;
g) Elaborar instrução de trabalho com orientação de postura na operação das
máquinas de costura.
2- Ambiente de produção:
a) Adoção de sistema de gestão da produção, com o planejamento e controle
da produção;
b) Implantação de arranjo físico através de células de produção, de acordo
com o fluxograma de cada produto;
c) Melhoria dos sistemas de controle de qualidade das peças produzidas;
d) Introdução de benefícios sociais.
A implantação de medidas desse porte poderia trazer melhorias significativas
ao ambiente de trabalho, incrementando sobremaneira a produtividade e a qualidade
das linhas de produtos da empresa, com os conseqüentes desdobramentos na
redução dos riscos identificados atualmente, existentes nesse ambiente de trabalho,
através da utilização dos princípios da produção segura.
REFERÊNCIAS
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Associação Brasileira de Ergonomia.
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<http://www.abravest.org.br>. Acesso em: 14 ago. 2006.
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competência imprescindível para a competitividade mundial. In.: CONGRESSO
BRASILEIRO DE ERGONOMIA, 10, 2000. Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro,
2000. (CD-rom).
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ANTONÁLIA, C. Ler (lesão por esforço repetitivo); dort (distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho): Prejuízos sociais e fator multiplicador
do custo Brasil. São Paulo: Ltr, 2001. 78 p.
ANTÔNIO, R. L. Estudo ergonômico dos riscos de ler/dort em linha de
montagem: aplicando o método occupational repetitive actions (OCRA) na
análise ergonômica do trabalho. 2003. 114 p. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis: 2003.
ARAÚJO, M. Tecnologia do vestuário. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa:
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ASSIS, M. O mundo do trabalho. Rio de Janeiro: SENAI/DN, 1998.153 p. (Série
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ÁVILA, C. A. V.; SANTOS, L. F. Estudo dos distúrbios osteomusculoligamentares
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APÊNDICES
114
APÊNDICE A – CADASTRO DE COSTUREIRA (ENTREVISTA)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
PESQUISA DE MESTRADO
A Tarefa de Costurar Sob a Ótica da Análise Ergonômica do Trabalho: O Risco
do desenvolvimento de LER/DORT.
MESTRANDO: ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR
ORIENTADOR: FRANCISCO SOARES MÁSCULO, PhD
1 - IDENTIFICAÇÃO
1.1 - Nome: _________________________________________________________
1.2 - Idade: __________ 1.3 - Estado Civil: ___________________
1.4 - Sexo: __________ 1.5 - Escolaridade: ____________________
2 – ANTECEDENTES
2.1 - Setor: ____________________
2.2 - Função: _______________________
2.3 - Tempo na função: ____________________
2.4 - Tempo na empresa: _____________________
2.5 - Exerceu essa função em outra empresa? SIM [ ] NÃO [ ]
2.6 - Se SIM durante quanto tempo exerceu essa função? __________________
2.7 - Sente dor durante a jornada de trabalho? SIM [ ] NÃO [ ]
2.7 - Há quanto tempo sente essa dor? ___________________
2.8 - Já se afastou do trabalho devido a essa dor? SIM [ ] NÃO [ ]
2.9 - Quantas vezes já se afastou por essa dor? ________
2.10 - Aponte o local de sua dor (DIAGRAMA DE LOCALIZAÇÃO): _______
2.11 - Exerce outra atividade fora do local de trabalho? SIM [ ] NÃO [ ]
2.12 - Se SIM, que outra atividade exerce? _________
2.13 - Quanto tempo de trabalho se dedica a essa atividade?
[ ] Até 1 hora; [ ] 1 à 2 horas; [ ] 2 à 3 horas; [ ] mais de 3 horas.
115
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO (ADAPTADO DE GOMES,
2002)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
PESQUISA DE MESTRADO
A Tarefa de Costurar Sob a Ótica da Análise Ergonômica do Trabalho: O Risco
do desenvolvimento de LER/DORT.
MESTRANDO: ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR
ORIENTADOR: FRANCISCO SOARES MÁSCULO, PhD
1 – CARACTERIZAÇÃO GERAL DA EMPRESA
1.1 - Tempo de atuação no mercado.
a) De 1 a 5 anos;...............[ ] b) De 5 a 10 anos; ............[ ]
c) De 10 a 15 anos; .......... [ ] d) Mais de 15 anos;...........[ ]
1.2 - Qual o volume total da produção dos principais produtos?
Produtos principais Diária Semanal Mensal Anual
1.4 - Qual o mercado consumidor a que se destina o total da produção?
(Em percentual)
Mercado %
Nordeste
Norte
Sudeste
Centro-oeste
Sul
116
1.5 - Características dos equipamentos utilizados pelas empresas, segundo as
etapas do processo.
Etapas do Processo Natureza do Equipamento * Quantidade
Criação
Modelagem
Risco
Corte
Costura
Acabamento
Outro
* (1) mecânico; (2) eletromecânico; (3) microeletrônico
2 – GESTÃO DE PESSOAL
2.1 - Qual o regime de contratação de pessoal?
[ ] CLT; [ ] Cooperativa; [ ] Terceirizado; [ ] Outro: Especificar _______
2.2 - Quantos setores de produção existem na empresa? _____________________
2.3 - Especifique-os:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2.4 - Nº de empregados:
[ ] Total; [ ] Masculino; [ ] Feminino;
[ ] Na produção; [ ] Malharia; [ ] Costura;
[ ] Tinturaria; [ ] Outros: ____________________
[ ] Administração.
2.5 - Quais os procedimentos de recrutamento de mão-de-obra?
a) Indicação dos próprios funcionários;........................................... [ ]
b) Solicitação às Agências do Sistema Nacional de Emprego;....... [ ]
c) Solicitação ao SENAI;..................................................................[ ]
d) Anúncios através dos meios de comunicações;.......................... [ ]
117
e) Outros: Especificar _________________________________ [ ]
2.6 - Quais os procedimentos de seleção?
a) Prática/experiência;...................................................................... [ ]
b) Entrevista + teste prático;.............................................................[ ]
c) Referência de outras empresas;.....................................................[ ]
d) Outros: Especificar _________________________________ [ ]
2.7 - A empresa realiza treinamento do pessoal empregado?
a) Treinamento voltado para a tarefa on the job;........................................ [ ]
b) Treinamento mais amplo voltado para varais tarefas;............................ [ ]
c) Treinamento voltado para a (s) tarefa (s) + relações interpessoais e .... [ ]
dinâmica de grupo;
d) Treinamento é ministrado por outras instituições;...................................[ ]
e) Não realiza treinamento;......................................................................... [ ]
2.8 - Qual o salário médio da empresa? R$ ______________________________
2.9 - Quantos são os turnos de trabalho adotados pela empresa? _____________
2.10 - Qual a taxa atual de turn-over da empresa? ________________________
2.11 – Qual a taxa atual de absenteísmo da empresa? _____________________
2.12 – Que benefícios sociais adicionais a empresa oferece aos empregados? (Pode
ser marcada mais de uma alternativa).
a) Transporte gratuito;........................................................... [ ]
b) Creche para as crianças menores dos empregados;........ [ ]
c) Convênios com farmácias; ................................................ [ ]
d) Cesta-básica; .................................................................... [ ]
e) Local para recreação; ....................................................... [ ]
f) Restaurante com televisão; ............................................... [ ]
g) Outros: Especificar _____________________________ [ ]
118
3 – SISTEMAS DE PRODUÇÃO
3.1 - A empresa produz para:
a) Para estoque com produtos padronizados;.............[ ]
b) Sob especificação do cliente;.................................. [ ]
c) Produtos padronizados não para estoque;..............[ ]
3.2 - Como é desenvolvido o sistema de trabalho dos funcionários?
a) Individual com uma única tarefa;.............................[ ]
b) Individual com várias tarefas;.................................. [ ]
c) Em grupo com uma tarefa por trabalhador;.............[ ]
d) Em grupo com várias tarefas por trabalhador;........ [ ]
3.3 - Se, respondeu c/d na questão 3.2, há rotação regular e planejada nos postos
de trabalho? SIM [ ] NÃO [ ]
3.4 - Quem determina a forma como o sistema de trabalho dos funcionários deve ser
desenvolvido?
a) O Gerente/ Diretor Industrial;.................................. [ ]
b) O Gerente de Produção;......................................... [ ]
c) O Supervisor da produção;..................................... [ ]
d) Os próprios trabalhadores;...................................... [ ]
e) Outros: Especificar________________________ [ ]
3.5 - Qual a configuração adotada para o arranjo físico (layout)?
a) Arranjo físico linear;................................................ [ ]
b) Arranjo físico funcional;........................................... [ ]
c) Células de Produção;.............................................. [ ]
d) Grupo compacto;..................................................... [ ]
e) Híbrido: Especificar o tipo ___________________ [ ]
119
4 – GESTÃO DA PRODUÇÃO
4.1 - Qual desses Programas abaixo a empresa utiliza?
a) Just-in-time;…………………………… [ ] f) Kaizen;…………………………. [ ]
b) Reengenharia;....................................[ ] g) 5 S;.......................................... [ ]
c) Círculos de Controle de Qualidade;... [ ] h) Programa Zero-defeito;........... [ ]
d) Programa de Qualidade;.....................[ ] i) Outros: _________________ [ ]
e) Times de Qualidade;...........................[ ] k) Nenhum;.................................. [ ]
4.2 – Como as falhas (ou defeitos) do produto são detectadas e controladas?
a) Por um setor específico em cada etapa do processo;....... [ ]
b) Por um setor específico no final do processo;................... [ ]
c) Pelos próprios operários durante o processo;................... [ ]
d) Pelos supervisores durante o processo;............................ [ ]
e) Pelos operários e supervisores durante o processo;.........[ ]
f) Outra forma:___________________________________ [ ]
4.3 - Em relação à estrutura organizacional da empresa, quantos níveis hierárquicos
existem? (Do Presidente ou Gerente Geral aos operários) ____________________
4.4 - Quais são esses níveis?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4.5 - Quais são as funções de direção e ou gerência da empresa?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4.6 - Como se processa a tomada de decisões?
a) Totalmente centralizado na direção geral e ou gerência geral;........................ [ ]
b) Parte das decisões é tomada pela gerência ou direção geral + a média.......... [ ]
gerência;
c) Parte das decisões é tomada pela gerência ou direção geral + a média.......... [ ]
gerência + a base;
120
d) O processo de decisão se dá em cooperação horizontal;................................. [ ]
e) Intensa verticalização no processo decisório (modo clássico, mecanicista)..... [ ]
5 – PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
5.1 - Existe na empresa um setor específico responsável pela elaboração do PCP?
[ ] SIM [ ] NÃO (pule para a questão 5.3)
5.2 -Assinale as principais atribuições desse setor.
a) Fazer a previsão de vendas;............................................................................. [ ]
b) Elaborar o plano e produção definindo os níveis de produção, de estoques;... [ ]
de recursos humanos, de maquinas e instalações para atender a demanda
prevista;
c) Planejar e controlar os níveis de estoques de matérias-primas;....................... [ ]
d) Planejar e controlar os níveis de estoques de componentes e acessórios;...... [ ]
e) Controlar os estoques de produtos acabados;.................................................. [ ]
f) Definir a seqüência em que as ordens de produção serão executadas;............[ ]
g) Emitir e liberar ordens de compra;.................................................................... [ ]
h) Emitir e liberar ordens de fabricação;................................................................ [ ]
i) Outros: Especificar:_____________________________________________ [ ]
5.3 - Não havendo setor específico para o PCP, qual(is) setor(es) exerce(m) suas
atribuições? (Pode ser marcada mais de uma alternativa).
a) Diretor ou Gerente Geral;.................................................. [ ]
b) Gerente/Encarregado da Produção;.................................. [ ]
c) Vendas;.............................................................................. [ ]
d) Engenheiro Industrial;........................................................ [ ]
e) Outros: Especificar: _____________________________ [ ]
5.4 - Como a empresa define o que irá ser produzido nos próximos períodos?
a)Com base na previsão de demanda;....................................................... [ ]
b)Baseado nos pedidos dos clientes e na previsão de vendas;..................[ ]
c)Outros: Especificar:_________________________________________ [ ]
5.5 -Que tipo de previsão de demanda é usada?
121
a) Qualitativa: baseada na opinião e/ou julgamento de pessoas especializadas...[ ]
nos produtos ou nos mercados onde atuam estes produtos;
b) Quantitativa: baseada no comportamento do passado, utilizando modelos de..[ ]
projeção de demanda;
c) Outros: Especificar ______________________________________________ [ ]
5.6 - Como é feita a previsão?
a) Para cada tipo de produto individualmente;............................................ [ ]
b) Para lotes de produtos com características comuns;..............................[ ]
c) Outros: Especificar ________________________________________ [ ]
5.7 - Como são definidas as quantidades a serem produzidas durante o mês,
considerando o mix de modelo/tamanho e cor?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
5.8 - Em relação aos materiais utilizados pela empresa (matérias-primas e
aviamentos) quem é responsável por esta função?
a) PCP;............................................................................................. [ ]
b) Gerente de compras;.................................................................... [ ]
c) Dono da Empresa;........................................................................ [ ]
d) Supervisor do almoxarifado;......................................................... [ ]
d) Gerência Industrial e Almoxarifado;..............................................[ ]
e) Outros: Especificar ___________________________________ [ ]
5.9 - Como é feita a distribuição do material para a fabricação?
___________________________________________________________________
5.10 - A seqüência em que serão executadas as ordens de fabricação e montagem,
com o estabelecimento de datas de início e fim de cada ordem e os recursos
necessários é definida:
a) Pelos próprios operários do setor de produção utilizando o sistema kanban... [ ]
(produção puxada);
b) Pelo Gerente /Encarregado da Produção, obedecendo a critérios próprios,.... [ ]
122
prática e bom senso (produção empurrada);
c) Pelo PCP que define o programa de produção em função de critérios............. [ ]
técnicos (produção empurrada).
d) Outros: Especificar:_____________________________________________ [ ]
5.11 - Quais mecanismos são utilizados pelo PCP para controlar e acompanhar a
produção, verificando se o que foi planejado foi executado?
a) Em papel;........................................................................................................... [ ]
b) Informatizado;.................................................................................................... [ ]
c) Parte em papel, parte informatizado;................................................................. [ ]
d) São coletados em papel e depois é dada entrada das informações no............ [ ]
computador.
e) Outros, especificar _____________________________________________ [ ]
123
APÊNDICE C – TABELA DO TESTE Post hoc de Scheffé
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
PESQUISA DE MESTRADO
A Tarefa de Costurar Sob a Ótica da Análise Ergonômica do Trabalho: O Risco do
desenvolvimento de LER/DORT.
MESTRANDO: ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR
ORIENTADOR: FRANCISCO SOARES MÁSCULO, PhD
Tabela: Teste post hoc Scheffé
Variáveis Tipo de quina
Diferea entre
as médias
p
Posto de Trabalho Overloque Traveti 0,444 ,573
Galoneira -,431 ,260
Zig Zag -,354 ,591
Traveti Overloque -,444 ,573
Galoneira -,875 ,096
Zig Zag -,798 ,207
Galoneira Overloque ,431 ,260
Traveti ,875 ,096
Zig Zag ,077 ,995
Zig Zag Overloque ,354 ,591
Traveti ,798 ,207
Galoneira -,077 ,995
Risco de LER Overloque Traveti ,245 ,986
Galoneira -1,541(*) ,010
Zig Zag 1,130 ,216
Traveti Overloque -,245 ,986
Galoneira -1,786 ,104
Zig Zag ,885 ,722
Galoneira Overloque 1,541(*) ,010
Traveti 1,786 ,104
Zig Zag 2,670(*) ,000
Zig Zag Overloque -1,130 ,216
Traveti -,885 ,722
Galoneira -2,670(*) ,000
Postura Overloque Traveti -,387 ,936
Galoneira ,815 ,272
Zig Zag 1,940(*) ,002
Traveti Overloque ,387 ,936
Galoneira 1,202 ,344
Zig Zag 2,327(*) ,017
Galoneira Overloque -,815 ,272
Traveti -1,202 ,344
Zig Zag 1,125 ,260
Zig Zag Overloque -1,940(*) ,002
Traveti -2,327(*) ,017
Galoneira -1,125 ,260
Tempo Utilizado (Seg) Overloque Traveti 127,956(*) ,024
Galoneira 125,468(*) ,000
Zig Zag 111,552(*) ,013
Traveti Overloque -127,956(*) ,024
Galoneira -2,488 1,000
Zig Zag -16,404 ,990
Galoneira Overloque -125,468(*) ,000
Traveti 2,488 1,000
Zig Zag -13,916 ,987
Zig Zag Overloque -111,552(*) ,013
Traveti 16,404 ,990
Galoneira 13,916 ,987
Nota: * = Há diferença entre as medias a um nível de signifincia ? 0,05.
124
125
ANEXOS
126
ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
PESQUISA DE MESTRADO
A Tarefa de Costurar Sob a Ótica da Análise Ergonômica do Trabalho: O Risco
do desenvolvimento de LER/DORT.
MESTRANDO:
ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR
ORIENTADOR:
FRANCISCO SOARES MÁSCULO, PhD
Eu, ________________________________________________________________,
após ser informado(a) que:
1) A pesquisa a qual irei participar intitula-se:
“A TAREFA DE COSTURAR SOB
A ÓTICA DA ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO: O RISCO DO
DESENVOLVIMENTO DE LER/DORT”
, será realizada pelo Departamento de
Engenharia de Produção da UFPB, coordenada pelo professor Ph.D.
Francisco Soares Másculo e pelo mestrando, Médico do Trabalho, Abelardo
da Silva Melo Junior.
2) Os objetivos da pesquisa são: Estudar a influência das tarefas das
costureiras, no desenvolvimento de LER/DORT.
3) Os procedimentos adotados não causarão risco para o indivíduo, porque a
coleta de dados será através da aplicação de um formulário utilizando a
técnica de entrevista. Não temos conhecimento em nossa prática, nem
através da literatura científica especializada, da ocorrência de riscos
específicos através da aplicação de formulário em forma de entrevista.
4) A participação na pesquisa é inteiramente voluntária e, portanto, o indivíduo
não é obrigado a fornecer as informações requeridas.
5) Os participantes não serão compensados financeiramente, ainda que não
tenham benefícios diretos, sintam-se orgulhosos por terem contribuído com
este experimento que deseja estudar a influencia da postura de trabalho da
atividade de costureiras, utilizando para isto o método de Análise Ergonômica
do Trabalho.
6) Os resultados deste estudo estarão disponíveis no final da pesquisa.
127
7) Se decidir não participar da pesquisa, ou resolver posteriormente decidir da
participação, não sofrerá nenhum dano ou prejuízo.
8) Por ocasião da publicação dos resultados da pesquisa, será assegurado o
anonimato do participante.
Passo a fazer parte deste estudo, por consentimento e espontânea vontade, e
por decisão conjunta minha e do pesquisador.
Assinatura do participante: __________________________________________
Assinatura do investigador: __________________________________________
Santa Rita, ________/___________________/2005.
Este formulário será manipulado ou utilizado pelos investigadores relacionados com este
projeto de pesquisa.
128
ANEXO B CHECKLIST GERAL PARA AVALIAÇÃO GROSSEIRA DA
CONDIÇÃO ERGONÔMICA DE UM POSTO DE TRABALHO
(ADAPTADO DE COUTO, 1995)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
PESQUISA DE MESTRADO
A Tarefa de Costurar Sob a Ótica da Análise Ergonômica do Trabalho: O Risco
do desenvolvimento de LER/DORT.
MESTRANDO:
ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR
ORIENTADOR:
FRANCISCO SOARES MÁSCULO, PhD
Data da avaliação: _____/___________/200_. Posto de trabalho: Sentado (
De pé ( )
Identificação do posto de trabalho: ______Produto fabricado:
_________________________
Número de pessoas trabalhando simultaneamente no posto de trabalho:
_________________
CHECKLIST
Item Não Sim
O corpo (tronco e cabeça) está na vertical? 0 1
Os braços trabalham na vertical ou próximos da vertical? 0 1
Existe alguma forma de esforço estático? 1 0
Existem posições forçadas do membro superior? 1 0
As mãos têm que fazer muita força? 1 0
Há repetitividade freqüente de algum tipo específico de
movimento?
1 0
Os pés estão apoiados? 0 1
Tem-se que fazer esforço muscular forte com a coluna ou outra
parte do corpo?
1 0
Há a possibilidade de flexibilidade postural no trabalho? 0 1
A pessoa tem a possibilidade de uma pequena pausa entre um
ciclo e outro?
0 1
Total de Pontos
129
Critérios de interpretação
Pontuação Condição
> 10 pontos Excelente
7 e < 10 pontos Boa
5 e < 7 pontos Razoável
3 e < 5 pontos Ruim
< 3 pontos Péssima
Fonte: Couto (1995)
130
ANEXO C CHECKLIST PARA AVALIAÇÃO SIMPLIFICADA DO RISCO DE
TENOSSINOVITE E LESÕES POR TRAUMAS CUMULATIVOS
DOS MEMBROS SUPERIORES (ADAPTADO DE COUTO, 1995)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
PESQUISA DE MESTRADO
A Tarefa de Costurar Sob a Ótica da Análise Ergonômica do Trabalho: O Risco
do desenvolvimento de LER/DORT.
MESTRANDO:
ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR
ORIENTADOR:
FRANCISCO SOARES MÁSCULO, PhD
1 - Sobrecarga Física
1.1 - O trabalho pode ser feito sem que haja contato da mão ou
do punho ou dos tecidos moles com alguma quina viva de objeto
ou ferramenta?
Não
(0)
Sim
(1)
1.2 - O trabalho exige o uso de ferramentas vibratórias? Sim
(0)
Não
(1)
1.3 - A temperatura efetiva do ambiente de trabalho está entre 20
e 23 graus centígrados?
Não
(0)
Sim
(1)
1.4 - A tarefa pode ser feita sem a necessidade do uso de luvas? Não
(0)
Sim
(1)
1.5 - Entre um ciclo e outro há a possibilidade de um pequeno
descanso? Ou há pausa bem definida de 5 a 10 minutos por
hora?
Não
(0)
Sim
(1)
2 - Força com as mãos
2.1 - Aparentemente as mãos fazem pouca força? Não
(0)
Sim
(1)
2.2 - A posição de pinça (pulpar, lateral ou palmar) é utilizada
para fazer força?
Sim
(0)
Não
(1)
2.3 - Quando usados para apertar botões, teclas ou
componentes, para montar ou inserir, ou para exercer
compressão digital, a força de compressão exercida pelos dedos
ou pela mão é pequena?
Não
(0)
Sim
(1)
Não se Aplica
(1)
3 - Postura
3.1 - O trabalho pode ser feito sem flexão ou extensão do
punho?
Não
(0)
Sim
(1)
3.2 - As ferramentas de trabalho ou manoplas da máquina levam
à flexão ou extensão do punho?
Sim
(0)
Não
(1)
Não se Aplica
(1)
131
3.3 - O trabalho pode ser feito sem o desvio lateral do punho? Não
(0)
Sim
(1)
3.4 - As ferramentas de trabalho ou manoplas da máquina
causam desvio lateral do punho?
Sim
(0)
Não
(1)
Não se Aplica
(1)
3.5 - O trabalhador tem flexibilidade na sua postura durante a
jornada?
Não
(0)
Sim
(1)
3.6 - A tarefa pode ser desenvolvida sem elevação dos braços ou
abdução dos ombros?
Não
(0)
Sim
(1)
3.7 - Existem posturas forçadas do membro superior Sim
(0)
Não
(1)
4 - Posto de Trabalho
4.1 - O posto de trabalho permite regulagem na inclinação e na
posição dos objetos nele colocados?
Não
(0)
Sim
(1)
Desnecessária a regulagem de inclinação e posição de objetos
(1)
4.2 - A altura do posto de trabalho é regulável? Não
(0)
Sim
(1)
4.3 - É possível haver flexibilidade no posicionamento das
ferramentas, dispositivos ou componentes?
Não
(0)
Sim
(1)
Não há ferramentas, dispositivos, componentes.
(1)
5 - Repetitividade
5.1 - O ciclo de trabalho é maior que 30 segundos? Não
(0)
Sim
(1)
Não há ciclos
(1)
5.2 – No caso de ciclo maior que 30 segundos, há diferentes
padrões de movimentos (de forma que nenhum elemento da
tarefa ocupe mais que 50% do ciclo?)
Não
(0)
Sim
(1)
Ciclo < 30 s
(0)
Não há ciclos
(1)
5.3 - Há rodízio (revezamento) nas tarefas? Não
(0)
Sim
(1)
6 –Ferramenta de trabalho
(quando usada com certa
freqüência)
6.1 – Para esforços em preensão: O diâmetro da manopla da
ferramenta tem entre 20 e 25 mm (mulheres) ou entre 25 e 35
mm (homens)?
Não
(0)
Sim
(1)
Não se Aplica
(1)
6.2 – Para esforços em pinça: O cabo não é muito fino nem
muito groso, e permite boa estabilidade da pega?
Não
(0)
Sim
(1)
132
Não se Aplica
(1)
6.3 – A manopla da ferramenta é feita de outro material que não
seja metal
Não
(0)
Sim
(1)
Não se Aplica
(1)
6.4 – A ferramenta pesa menos que 1 kg Não
(0)
Sim
(1)
Não se Aplica
(1)
6.5 – No caso da ferramenta pesar mais que 1 kg, a mesma se
encontra suspensa por balancim?
Não
(0)
Sim
(1)
Não se Aplica
(1)
Total de pontos
(
)
Critérios de interpretação
Pontuação Risco
> 22 pontos Baixíssimo
19 e < 22 pontos Baixo
15 e < 19 pontos Moderado
11 e < 15 pontos Alto
< 11 pontos Altíssimo
Fonte: Couto (1995)
133
ANEXO D – CHECKLIST PARA OBSERVAÇÕES DE POSTURAS NO TRABALHO
(ADAPTADO DE FIALHO; SANTOS, 1997)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
PESQUISA DE MESTRADO
A Tarefa de Costurar Sob a Ótica da Análise Ergonômica do Trabalho: O Risco
do desenvolvimento de LER/DORT.
MESTRANDO:
ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR
ORIENTADOR:
FRANCISCO SOARES MÁSCULO, PhD
Data da avaliação: _____/___________/200_. Posto de trabalho: Sentado (
De pé ( )
Identificação do posto de trabalho: ______Produto fabricado:
_________________________
Número de pessoas trabalhando simultaneamente no posto de trabalho:
_________________
Encosto nos Assentos
de Trabalho
Posição das Pernas
Sim (1) Não (0) Inclinação p/
frente (0)
Vertical Reta
(1)
Inclinação p/
trás (0)
Posição do Fêmur Posição do Tronco
Inclinação p/
cima (0)
Horizontal (1) Inclinação p/
baixo (0)
< 90º (0) = 90º (1) > 90º (0)
134
Curvatura da Coluna Vertebral Inclinação do Busto
Sem
Curvatura (1)
Curvatura
Lombar (0)
Curvatura
Dorsal (0)
Para frente
(0)
Sentado ereto
(1)
Para trás (0)
Posição da Cabeça Posição do Assento
No
prolongamento
do busto (1)
Inclinado (0) Muito
inclinado (0)
Frente (0) Meio (0) Atrás (0)
Critérios de interpretação
Some o total de pontos: Sim= 1 e Não=0
Pontuação Risco
8 pontos Excelente
6 e < 8 pontos Boa
5 e < 6 pontos Razoável
3 e < 5 pontos Ruim
< 3 pontos Péssima
Fonte: Fialho e Santos (1997)
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