3.1.2.2. Descrição sobre o diretor Tim Burton.
Algumas palavras de Tim Burton (Op. Cit. 2005, p. 8-9) :
Conforme eu fui crescendo e assistindo aos filmes de
monstros, eu me tornei um grande fã de Ray Harryhausen , com os
filmes Jason and The Argonauts, os filmes de Simbá, 20 milhões de
milhas da terra. Conheci o nome dele antes que eu soubesse do
nome de qualquer outro ator. O Ray foi e continua sendo um artista
muito especial. E, ao assistir os filmes dele, sempre pude sentir a
arte por trás de seu trabalho.
Como muitas pessoas, eu fui inspirado pelo trabalho dele e o
que sou hoje, em parte, é por causa dele. Então, assistindo aos
filmes dele, você ficava consciente da sua arte, suas habilidades e
do amor que ele colocava em seu trabalho. Ele conseguia mostrar
seus monstros com mais emoção do que muitos atores naqueles
filmes. Se não havia um personagem no filme, ele sempre criava
alguma cena fantástica de morte; os monstros sempre tinham um
final avassalador. Por exemplo, no final o monstro sacode o rabo e
você sempre se sentia pena dele. Como eu fui crescendo e
assistindo a esses filmes e esses monstros terem sempre mortes
trágicas, isto foi de uma certa forma uma catarse para minha própria
adolescência.
Quando nós estávamos realizando o filme A Noiva Cadáver
(Corpse Bride - 2005), eu fui felizardo o suficiente para finalmente
conheci o Ray, o Johnny Deep, a Helena Bonhan Carter e eu fomos
até a casa dele e foi umas das experiências mais maravilhosas e
prazerosas que já tive, e eu digo que sempre tive muita sorte em
minha vida por ter possibilidade de conhecer e trabalhar com
pessoas que sempre admirei e que me inspiraram: pessoas como
Vincent Price, Christopher Lee e Michael Gough. Em cada caso, eles
foram se tornando pessoas fantásticas e especiais e, com Ray não
foi diferente por isso, essa oportunidade, o momento muito especial,
em que ele nos veio visitar no set de gravação do filme A Noiva
Cadáver. Eu acho que naquele dia muito trabalho não foi feito.
A idéia para o filme A Noiva Cadáver (Corpse Bride), veio de
uma velha história contada a mim pelo meu amigo Joe Ranft , que
eu tinha conhecido desde o meu tempo de estudante, na Cal Arts. O
Joe que, morreu logo após o termino do filme A Noiva Cadáver
(Corpse Bride), tinha trabalhado na Disney e foi supervisor de roteiro
tanto no Estranho Mundo de Jack (The Nightmare Before Christmas -
1993) como em James e o Pêssego Gigante (James and the Giant
Peach). Depois, ele mostrou toda sua arte na Pixar; era um
fantástico contador de histórias e quando me contou essa pequena
história sobre um homem preso a duas mulheres, uma morta e uma
viva, ele sabia que ia me interessar muito. Esse livro é dedicado a
ele e todos fantásticos artistas que trabalharam na produção deste
filme.