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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS, LETRAS E CIÊNCIAS
EXATAS
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP.
P
ROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ANIMAL
NATACHA YURI NAGATANI DIAS
BIÓLOGA
ESTRUTURA DE TAXOCENOSES DE GIRINOS DE MATA
ATLÂNTICA
DISSERTAÇÃO APRESENTADA AO
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS, LETRAS E
CIÊNCIAS EXATAS DA UNIVERSIDADE
ESTADUAL PAULISTA PARA OBTENÇÃO DO
TÍTULO DE
MESTRE EM BIOLOGIA
ANIMAL.
ORIENTADORA: PROFA. DRA. DENISE DE CERQUEIRA ROSSA FERES
C
O-ORIENTADOR: PROF. DR. PAULO CHRISTIANO DE ANCHIETTA GARCIA
2008
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Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Dias, Natacha Yuri Nagatani.
Estrutura e ecomorfologia de taxocenoses de girinos de Mata
Atlântica / Natacha Yuri Nagatani Dias. - São José do Rio Preto : [s.n.],
2008.
128
f. : il. ; 30
cm.
Orientador: Denise de Cerqueira Rossa Feres
Co-orientador: Paulo Christiano de Anchitta Garcia
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de
Biociências, Letras e Ciências Exatas
1. Ecologia Animal. 2. Anuros. 3. Girinos. 4. Estrutura de
Comunidades – Mata Atlântica (SP). 5. Ecomorfologia. I. Rossa-Feres,
Denise de Cerqueira. II. Garcia, Paulo Christiano de Anchietta. III.
Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Letras e
Ciências Exatas. IV. Título.
CDU – 597.8
2
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DATA DA DEFESA: 04/04/2008
Banca examinadora
TITULARES:
Profa. Dra. Denise de Cerqueira Rossa Feres _________________________
(Orientadora)
UNESP / São José do Rio Preto
Prof. Dr. Sérgio Potsch de Carvalho e Silva _________________________
Museu Nacional - UFRJ / Rio de Janeiro
Profa. Dra. Lilian Casatti _________________________
UNESP / São José do Rio Preto
SUPLENTES:
Prof. Dr. Itamar Alves Martins _________________________
UNITAU / Taubaté
Prof. Dr. Arif Cais ________________________
UNESP / São José do Rio Preto
i
“SUPONHAMOS QUE TODA A DISSERTAÇÃO, TODA A TESE,
TENHA UMA HISTÓRIA. ESTA HISTÓRIA É CONSTITUÍDA A
PARTIR DE MIL DEFINIÇÕES DO OBJETO
, DAS MUDANÇAS DE
PERSPECTIVA
, DAS INDECISÕES, DOS CENÁRIOS NOVOS, DA
COISA MAIS RECENTE QUE SE LEU SOBRE O ASSUNTO
, DAS
INSEGURANÇAS DE TUDO QUE NÃO FOI LIDO
, DA
PARANÓIA SOBRE A QUALIDADE DO ESCRITO, DAS
VONTADES DE RASGAR TUDO E RECOMEÇAR
, DOS ATAQUES
DE INSPIRAÇÃO E DA FALTA DELA
. ENFIM, UMA
DIVERSIDADE DE ESTADOS DE ESPÍRITO QUE
, POR SI SÓ,
MERECE UMA TESE”.
(FREITAS, M. E. 1989. “VIVA A TESE”)
ii
DEDICATÓRIA
“A minha mãe Izabel, por tudo que fez e faz por mim. Impossível expressar em
palavras o quanto a amo e me orgulho de tê-la como mãe”.
“Ao meu irmão Vladimir (in memorian), pelos poucos e saudosos anos que
compartilhamos e pela sua iluminação e ensinamentos, que sempre estarão presentes
na minha vida”.
iii
AGRADECIMENTOS
Aqui demonstro meus sinceros agradecimentos a todos que, de alguma forma,
colaboraram comigo durante o período da realização deste trabalho:
• À Profa. Dra. Denise de Cerqueira Rossa Feres, minha orientadora, imensa
gratidão pela amizade, paciência e por todas as oportunidades oferecidas. Agradeço
por todos os ensinamentos, essenciais para o meu amadurecimento e para a minha
formação. Agradeço pela fundamental orientação para a conclusão deste trabalho.
• Ao Prof. Dr. Paulo Christiano de Anchitta Garcia, meu co-orientador. Agradeço
pela “iniciação” na “sapologia”, ainda na graduação.
• À FAPESP, pela bolsa concedida (06/54308-2) e ao programa BIOTA/FAPESP – O
Instituto Virtual da Biodiversidade (www.biota.org.br) - pelo auxílio financeiro,
fundamental para a realização deste trabalho.
• À Profa. Dra. Lilian Casatti e Prof. Dr. Arif Cais, (UNESP / S. J. Rio Preto),
membros da banca do Exame de Qualificação, pelos comentários e sugestões
apresentadas, para o aprimoramento do projeto original.
• Ao Prof. Dr. Sérgio Potsch de Carvalho e Silva (UFRJ), Profa. Dra. Ana Maria
Paulino Telles de Carvalho e Silva (UNIRIO) e Profa. Dra. Márcia dos Reis Gomes
(UFRJ), pelo auxílio na identificação de alguns girinos.
• Ao Prof. Dr. Classius de Oliveira (UNESP / S. J. Rio Preto) e todos de seu
laboratório, por cederem seu tempo para me ensinar a manusear o “super”
equipamento de captação de imagem.
• À Michele Cristina Martins e ao comunicólogo Guilherme Rocha Dias (Parque das
Neblinas, Bertioga-SP), pelas informações fornecidas a respeito dos locais de coleta e
por toda ajuda durante o andamento do projeto.
• Ao grande amigo Fausto Nomura, pela ajuda em campo, nas análises estatísticas,
sugestões e pelas conversas técnicas e não técnicas.
iv
• Aos amigos Fernando Rodrigues da Silva (Nandão) e Vitor Hugo Mendonça do
Prado (Vitão), pela ajuda em mais análises estatísticas.
• À amiga Sabrina de Cássia Martins, pelos Abstracts, pelos agradáveis momentos
de experiências culinárias e culturais.
• Á minha mãe, entre tantas coisas, pela ajuda na revisão de digitação, gramatical e
das referências bibliográficas.
• Ao Fabio Pupo, pela atenção, carinho, incentivo, amizade, companheirismo e por
fazer parte desse momento especial da minha vida, e, também pela ajuda na revisão
do texto e das referências bibliográficas.
• Aos amigos do Laboratório de Ecologia Animal, Tiago Vasconcelos, Tiago Gomes
dos Santos, Carlos Eduardo Conte (Kadu), Carolina Panin Candeira (Carol), Diogo
Provete, Luciana Ortega (Lú), Fausto Nomura, Fernando Rodrigues da Silva
(Nandão), Vitor Hugo Mendonça do Prado(Vitão) e Rinneu Borges, pela amizade e
companheirismo e por tornar o ambiente de trabalho agradável.
• Aos membros do Conselho do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal,
coordenado pelo Prof. Dr. Classius de Oliveira e agora pelo Prof. Dr. Francisco
Langeani Neto.
• A todos os professores do Programa, que de alguma forma contribuíram para
minha formação.
• Aos fiéis companheiros, Fausto, Arthur, Kadu, Lia, Rinneu, Nandão, Negão, Daia,
Lú e Tiago de Oliveira.
• Aos inúmeros colegas da pós.
• A todos os funcionários do Departamento de Zoologia e Botânica (UNESP /S. J.
Rio Preto) e da Seção de Pós-Graduação, pela ajuda.
v
ÍNDICE
Resumo.....................................................................................................................1
Abstract......................................................................................................................3
Introdução Geral........................................................................................................5
Referências Bibliográficas.........................................................................................9
1. ESTRUTURA DE TAXOCENOSES DE GIRINOS DE UMA ÁREA DE MATA
ATLÂNTICA.............................................................................................................13
1.1. Resumo............................................................................................................14
1.2. Abstract.............................................................................................................14
1.3. Introdução.........................................................................................................15
1.4. Material e Métodos...........................................................................................16
1.5. Resultados........................................................................................................22
1.6. Discussão.........................................................................................................25
1.7. Referências Bibliográficas................................................................................30
1.8. Figuras.............................................................................................................38
1.9. Tabelas............................................................................................................46
2. A MORFOLOGIA DOS GIRINOS DE UMA ÁREA DE MATA ATLÂNTICA
REFLETE A HISTÓRIA EVOLUTIVA OU PROCESSOS
CONTEMPORÂNEOS?...........................................................................................52
2.1. Resumo............................................................................................................53
2.2. Abstract.............................................................................................................54
2.3. Introdução.........................................................................................................55
2.4. Material e Métodos...........................................................................................57
2.5. Resultados........................................................................................................67
2.6. Discussão.........................................................................................................93
2.7. Referências Bibliográficas ...............................................................................99
2.8. Figuras............................................................................................................107
2.9. Tabelas...........................................................................................................119
3. Considerações Finais........................................................................................130
vi
RESUMO
Muitos parâmetros são usados para pesquisar padrões que estruturam comunidades,
incluindo o número de espécies e suas abundâncias absolutas e relativas, suas
propriedades fenotípicas e os padrões de uso e partilha de recursos. Uma abordagem
que relaciona as propriedades fenotípicas (morfologia) e os padrões de uso de
recursos (ecologia) de indivíduos e populações é a ecomorfologia, pois a diferenciação
na forma associada ao uso de diferentes recursos tem explicado a diversidade de
espécies em algumas comunidades. Nesse estudo, a diversidade de espécies de
anuros de uma área de Mata Atlântica não estudada anteriormente, em Bertioga, SP,
foi avaliada através da amostragem dos girinos. Foram selecionados onze corpos
d’água: três brejos, cinco poças e três riachos. Além disso, a riqueza, a abundância, a
diversidade e as ocorrências espacial e sazonal das espécies foram determinadas em
cada corpo d’água. A maior riqueza e diversidade de espécies foi encontrada nos
corpos d’água temporários com alta heterogeneidade vegetal. A menor riqueza de
espécies foi encontrada em riacho sem vegetação no seu interior. A maioria das
espécies foi registrada durante a estação chuvosa, sendo que a riqueza foi
positivamente correlacionada com a temperatura e a umidade relativa. A diversidade
foi avaliada em relação aos processos que estruturam comunidades biológicas,
procurando verificar a influência de fatores contemporâneos e históricos na
determinação da diversidade de espécies. Para isso, testamos duas hipóteses não
excludentes: 1) a morfologia (externa e oral interna) dos girinos é associada ao tipo de
hábitat onde ocorrem, refletindo adaptação ao uso deste recurso e a influência de
fatores contemporâneos; e 2) a morfologia dos girinos é associada ao grau de
parentesco, refletindo restrição evolutiva e a influência de fatores históricos na
estruturação das comunidades. Através das análises de Componentes Principais e de
similaridade foram evidenciados dois agrupamentos de espécies, um constituído por
girinos bentônicos e outro constituído por girinos nectônicos. Três guildas de girinos
com diferentes comportamentos e uso de micro-hábitat foram evidenciadas na análise
1
de similaridade – girinos nectônicos que formam agregados, girinos nectônicos que
não formam agregados e girinos bentônicos que não formam agregados. A morfologia
externa dos girinos foi positivamente correlacionada com a matriz de micro-hábitat e
comportamento e não com a matriz de proximidade taxonômica. Apesar do teste de
Mantel indicar ausência de correlação entre as matrizes simétricas de caracteres da
morfologia oral interna com as matrizes de micro-hábitat/comportamento e de
proximidade taxonômica, o dendrograma dos caracteres da morfologia oral interna
mostra que os agrupamentos refletiram a proximidade taxonômica entre os girinos. Os
dados obtidos permitem inferir que a morfologia externa é constituída por um conjunto
de caracteres morfológicos, dos quais alguns são mais sujeitos as pressões de fatores
contemporâneos, enquanto a morfologia oral interna reflete os fatores históricos.
2
ABSTRACT
Many parameters are used to research patterns that organize communities, including
the number of species and their total and relative abundance, their phenotypic
properties and patterns of use and partition resource. An area of study that relates
phenotypic properties (morphology) and patterns of resource use (ecology) of
individuals and populations is the ecomorphology, thus the differentiation in the form
associated with the use of different resource has explained the species diversity in
some communities. In this study, anurans species diversity of an Atlantic Forest area,
not explored until now, in Bertioga, SP, was evaluated by means of tadpoles sample.
For this study, we have selected eleven ponds: three marshes, five shallows and three
streams. Moreover, the richness, abundance, diversity and species spatial and
seasonal occurrences was determined in each pond. The upper richeness and diversity
of species was found in temporary ponds with high vegetal heterogeneity. The lower
richeness of species was found in stream without vegetation inside it. The majority of
the species was recorded during rainy season, and the richeness were positively
correlated to temperature and relative humidity. The diversity was evaluated based on
the process that have organized biological communities, trying to verify contemporary
and historical factors influence in the determination of species diversity. In this way, we
have tested two hypothesis that do not exclude each other: 1) tadpole morphology
(external and internal oral) is associated to the habitat where they live, reflecting the
adaptation to the use of this resource and the contemporary factors influence; 2)
tadpole morphology is associated to taxonomic proximity, reflecting the evolutional
restriction and historical factors influence in the communities organization. The
Principal Components and similarity analyses show two species grouping, one of them
composed of bentonic tadpoles, and the other composed of nektonic tadpoles. Three
tadpoles guilds with different behaviors and micro-habitat use were evidenced in the
similarity analyses – nektonic tadpoles that constitute aggregation, nektonic tadpoles
that do not constitute aggregation and bentonic tadpoles that do not constitute
3
aggregation. The tadpoles external morphology were positively correlated with micro-
habitat/behavior matrix and not with taxonomic proximity matrix. Although the Mantel
test indicates absence of correlation between the symmetrical matrices of morphology
internal oral characters with micro-habitat/behavior and taxonomic proximity matrices,
the characters dendrogram internal oral morphology shows that the groupings reflected
the taxonomic proximity among the tadpoles. The data obtained allow to infer that the
external morphology seems to be constituted by a group of morphological characters,
of which some of them are more exposed to pressures of contemporary factors, while
internal oral morphology seems to reflect historical factors.
4
INTRODUÇÃO GERAL
Segundo RICKLEFS (2003) comunidades biológicas são associações de
populações, definidas pela natureza de suas interações ou pelo lugar em que vivem.
Os ecólogos têm se esforçado para desemaranhar e delinear as forças envolvidas no
agrupamento de espécies nestas comunidades biológicas (BROOKS & McLENNAN,
1993), o que tem produzido muita informação, mas ao mesmo tempo, muita
controvérsia sobre a interpretação das informações obtidas. Assim, a questão central
da ecologia de comunidades é a explicação da origem e manutenção das
combinações de espécies que coexistem em determinadas situações ambientais
(LEWINSOHN, 1990).
Diversos parâmetros são usados para pesquisar padrões em comunidades biológicas,
incluindo o número de espécies e suas abundâncias absolutas e relativas, os tipos de
espécies presentes, suas propriedades fenotípicas (McPEEK & MILLER, 1996) e os
padrões de uso e partilha de recursos (BEGON et al., 1990; PIANKA, 1994).
Taxocenoses de anfíbios anuros em regiões tropicais sazonais constituem um grupo
bastante adequado para estudos em ecologia de comunidades, pois a maioria das
espécies ocorre no mesmo período do ano, durante a estação chuvosa e, geralmente,
num espaço delimitado: poças, lagos ou riachos (DUELLMAN & TRUEB, 1986).
Os girinos de anuros apresentam uma imensa diversidade morfológica (ALTIG &
McDIARMID, 1999a,b), sendo um grupo taxonômico adequado para estudos em
ecomorfologia. ORTON (1953, 1957) classificou os girinos em tipos morfológicos, de
acordo com a posição do espiráculo e a morfologia oral externa e em tipos ecológicos,
diferenciando girinos que se desenvolvem em água acumulada em bromélias ou em
buracos de árvores, girinos carnívoros, de riachos de montanha, nectônicos e os que
se alimentam na superfície dos corpos d’água. ALTIG & McDIARMID (1999a,b)
consideraram essa última classificação como a primeira formalização do conceito de
tipos ecomorfológicos para girinos. Segundo ORTON (1953) esses tipos morfológicos
derivam de uma forma generalizada (girino tipicamente bêntico-lêntico), podendo
5
ocorrer convergências em várias famílias. Embora estes tipos morfológicos sejam bem
aceitos, existem muitas controvérsias a respeito das relações filogenéticas entre e
dentro dos agrupamentos propostos, expostas em STARRET (1973) e SOKOL (1975).
Segundo WASSERSUG (1980) controvérsias ocorrem por não se saber qual o peso
dos caracteres larvários, quando a morfologia das larvas sugere relações diferentes da
morfologia dos adultos. Além disso, quando poucos caracteres são levados em
consideração, a chance de convergência é alta e a confiança nas relações
sistemáticas obtidas é baixa (WASSERSUG, 1980).
Mais recentemente, ALTIG & JOHNSTON (1989) identificaram dois grupos
ecomorfológicos: girinos endotróficos (nutrem-se de fontes parentais durante todo seu
desenvolvimento, com seis guildas definidas) e girinos exotróficos (obtém energia
através da ingestão de alimentos do ambiente externo, com quinze guildas definidas).
As divisões em guildas foram fundamentadas na morfologia geral (corpo e cauda,
posição do olho, aparelho bucal), no comportamento alimentar e ecologia, conhecidos
ou presumidos, dos girinos.
WASSERSUG (1976a,b, 1980) iniciou os estudos sobre a morfologia oral
interna da fase larvária de anuros, ampliando o número de caracteres disponíveis para
a elucidação de problemas taxonômicos, além de fornecer uma visão comparativa
entre morfologia funcional e ecologia alimentar dos girinos. Seus trabalhos têm
evidenciado o valor adaptativo destes caracteres morfológicos (WASSERSUG,
1976a,b, 1980), uma vez que estruturas associadas à alimentação, são centros para
ação do processo evolutivo (SPIRANDELI-CRUZ, 1991). Desde então, vários
trabalhos sobre a morfologia oral interna das larvas de anuros, tanto descritivos
(WASSERSUG, 1976,a,b; SPIRANDELI-CRUZ, 1991; ECHEVERRÍA & LAVILLA,
2000) quanto enfocando aspectos sistemáticos (WASSERSUG, 1980, 1984;
WASSERSUG & HEYER, 1988) têm sido realizados, mas poucos enfocando aspectos
ecológicos (INGER, 1985) e praticamente nenhum associado à ecomorfologia.
6
Embora não haja consenso na definição de ecomorfologia, ela pode ser
definida como o estudo das relações entre fatores ambientais e forma, assim como a
contribuição mútua entre ambos (MOTTA et al., 1995). Estudos nesta área procuram
identificar como os organismos são construídos e as conseqüências evolutivas do
design adquirido. Nesse sentido, a comparação da forma com o uso de recursos
(nicho realizado), possibilita medir o modo de operação real dos organismos (PERES-
NETO, 1999).
As características ecológicas ou comportamentais que uma espécie exibe
podem ter evoluído em seu ambiente recente, ou podem ser de origem relativamente
antiga, isto é, espécies relacionadas podem ter características derivadas
independentemente ou a partir de um ancestral comum (DOBSON, 1985). Segundo
ALTIG & McDIARMID (1999a) a história evolutiva desempenha um papel importante
na determinação da evolução de caracteres morfológicos. Têm-se demonstrado que
muitos padrões de uso e de partilha de recursos podem ser mais facilmente explicados
com base nas características das linhagens evolutivas que compõem a comunidade
biológica (BROOKS & McLENNAN, 1993; CADLE & GREENE, 1993; MARTINS, 1994;
VITT et al., 1999; ETEROVICK & FERNANDES, 2001; WEBB et al., 2002). Essa nova
abordagem associa a ecologia e a história evolutiva das espécies e possibilita realizar
inferências sobre os processos que modelaram uma comunidade (BROOKS &
McLENNAN, 1991). As abordagens ecológica e histórica não são excludentes. Ao
contrário, diversos estudos têm mostrado que alguns padrões de uso de recursos são
provavelmente originados por interações inter-específicas no presente, como
competição e predação, ao passo que outros se devem a restrições impostas pela
história evolutiva, como morfologia funcional e fisiologia (WINEMILLER & PIANKA,
1990; MARTINS, 1994; VITT & ZANI, 1996; BERTOLUCI, 1997; VITT et al., 1999).
Pensando nisso, o presente estudo foi realizado tendo como foco os diferentes
aspectos da ecologia dos girinos, e está organizado em dois capítulos.
7
No primeiro capítulo “Estrutura de Taxocenoses de Girinos de uma Área de Mata
Atlântica”, é descrita e analisada a diversidade e a estrutura das comunidades de
girinos de onze corpos d’água.
No segundo capítulo “A Morfologia dos Girinos de uma Área de Mata Atlântica Reflete
a História Evolutiva ou Processos Contemporâneos?”, é feita uma abordagem para
tentar compreender as forças evolutivas que geraram essa estrutura e os padrões de
partilha e sobreposição de nicho entre as espécies, verificando a existência de relação
entre a morfologia dos girinos, o uso de micro-hábitat e o grau de parentesco entre as
espécies.
8
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12
-CAPÍTULO 1-
ESTRUTURA DE TAXOCENOSES DE GIRINOS DE UMA
ÁREA DE MATA ATLÂNTICA
13
1.1. RESUMO
A diversidade, a ocorrência espacial e a ocorrência sazonal de girinos de anuros foram
estudadas ao longo de 13 meses em 11 corpos d’água localizados em área aberta, de
borda e interior de floresta em região de Mata Atlântica, em Bertioga, estado de São
Paulo. Foram registrados girinos de 23 espécies, sendo que girinos de quatro das
espécies ainda não estão descritos. A maior riqueza e diversidade de espécies foi
encontrada nos corpos d’água temporários com alta heterogeneidade vegetal. A
menor riqueza de espécies foi encontrada em riacho sem vegetação no seu interior. A
maioria das espécies foi registrada durante a estação chuvosa, sendo que a riqueza
foi positivamente correlacionada com a temperatura e a umidade relativa. A riqueza da
anurofauna do Parque das Neblinas é alta, semelhante à da Estação Ecológica de
Boracéia, também no município de Bertioga, onde o grau de conservação ambiental é
maior.
Palavras-chaves: Ecologia de comunidades, Mata Atlântica, diversidade,
sazonalidade, Amphibia-Anura.
1.2. ABSTRACT
The diversity, the espatial and the seasonal occurrence of anuran tadpoles were
studied for 13 months in 11 ponds situated on open area, of edge and inside the forest
in the Atlantic Forest region, in Bertioga, São Paulo state. It was registrated tadpoles of
twenty-three species, four of which were not described until now. The upper richeness
and diversity of species was found in temporary ponds with high vegetal heterogeneity.
The lower richeness of species was found in stream without vegetation inside it. The
majority of the species was recorded during rainy season, and the richeness were
positively correlated to temperature and relative humidity. It is high the richeness in
anurofauna in Parque das Neblinas, being similar to the Estação Ecológica de
14
Boracéia, also situated in Bertioga, where the ambiental conservation degree is highter
than the area studied.
Keywords: Community ecology, Atlantic Forest, diversity, seasonality, Amphibia-
Anura.
1.3. INTRODUÇÃO
Diferenças na distribuição espacial e temporal possibilitam variação suficiente
na utilização dos recursos ambientais, diminuindo a sobreposição de nicho e
mediando a coexistência das espécies (CARDOSO et al., 1989; CARDOSO &
MARTINS, 1987; CARDOSO & HADDAD, 1992; ROSSA-FERES & JIM, 1996; 2001;
GORDO, 1998; ETEROVICK & SAZIMA, 2000; ETEROVICK & BARROS, 2003;
KOPP, 2005). Muitos mecanismos foram propostos como geradores dos padrões de
ocorrência e de partilha de recursos em comunidades de anfíbios anuros em regiões
tropicais sazonais: competição intra-específica (WILBUR, 1976; CRUMP, 1982),
competição inter-específica (HAIRSTON, 1980; MORIN, 1983; WINEMILLER &
PIANKA,1990), predação (HEYER et al., 1975; WALTERS, 1975; HEYER, 1976;
WALLS & WILLIAMS, 2001; GUNZBURGER & TRAVIS, 2004; KOPP et al., 2006),
interação entre competição e predação (MORIN, 1986; 1987), constância e fenologia
ambiental (RODRÍGUEZ-JIMÉNEZ, 1986; DÍAZ-PANIAGUA, 1990; WILD, 1996) e
história evolutiva (SCOTT & CAMPBELL, 1982; SMITH, 1983; ETEROVICK &
FERNANDES, 2001).
A distribuição espacial dos girinos nos corpos d’água e seus padrões temporais
de ocorrência resultam da distribuição espacial e temporal dos adultos e, dessa
escolha depende a sobrevivência das larvas (STRIJBOSCH, 1979; PAVIGNANO et al.,
1990; GASCON, 1991). Já a partilha de micro-hábitat entre girinos é frequentemente
associada com competição e predação (e.g. HERO et al., 1998; AZEVEDO-RAMOS &
MAGNUSSON, 1999; HERO et al., 2001; KOPP, 2005), embora ela também possa ser
15
reflexo de diferentes histórias evolutivas das espécies (ETEROVICK & FERNANDES,
2001). Assim, muitos fatores físicos (distância da margem, tipo de substrato,
profundidade da água, fluxo e temperatura da água) e biológicos (presença e
distribuição da vegetação, presença de outros girinos, predação e competição)
influenciam a distribuição temporal e espacial dos girinos no micro-hábitat
(ETEROVICK & FERNANDES, 2001; ROSSA-FERES & JIM, 1996). Estes fatores
podem atuar a um nível populacional, intra-comunidade, enquanto a sazonalidade e a
heterogeneidade ambiental determinam o padrão de ocorrência e a distribuição das
espécies nos hábitats (ROSSA-FERES & JIM, 1996).
A heterogeneidade ambiental tem sido reconhecida como uma das melhores
explicações para a variação na diversidade de espécies (HUSTON, 1994), assim como
a segregação espacial e temporal e, em alguns casos, competição e predação
(HEYER, 1976, GASCON, 1991; SREDL & COLLINS, 1992; ROSSA-FERES & JIM,
1994). Diversos estudos (e.g. CARDOSO et al., 1989; POMBAL, 1997; BRANDÃO &
ARAÚJO, 1998; BERNARDE & KOKUBUM, 1999) apontaram que ambientes
complexos permitem a coexistência de um número maior de espécies de anuros que
ambientes homogêneos, por disponibilizar maior número de micro-hábitats. Entretanto,
poucos realmente testaram esta correlação (GASCON, 1991; ETEROVICK, 2003;
CANDEIRA, 2007; SANTOS et al., 2007; SILVA, 2007).
Neste estudo buscamos verificar se a riqueza e a abundância populacional em
taxocenoses de girinos estão associadas com características dos corpos d’água, como
a duração e heterogeneidade vegetal, e se o período de ocorrência dos girinos é
influenciado pelo clima.
1.4. MATERIAL E MÉTODOS
1.4.1. Caracterização da área e dos corpos d’água amostrados
16
O presente estudo foi realizado no Parque das Neblinas (23°44’52”S;
46°09’46”W) (Figura 1), localizado no município de Bertioga, a 115 km de São Paulo,
em 11 corpos d’água. A área pertence à Companhia Suzano de Papel e Celulose,
possui 2788,15 ha e sofreu forte ação antrópica nos últimos 40 anos. Caracteriza-se
por ser uma região de topografia acidentada com altitude variando entre 700 e 1154m,
com rica malha hídrica e processo de sucessão vegetal favorecido pelo clima e pela
vizinhança com o Parque Estadual da Serra do Mar, possui um mosaico vegetal
bastante diversificado, composto por áreas de produção mais recentemente
abandonadas (2000/2001), remanescentes de eucalipto com mais de 30 anos de
idade, até fragmentos de Floresta Ombrófila Densa (Domínio da Mata Atlântica) em
avançado processo de sucessão vegetal (obs. pess.). Segundo dados do
Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), na Estação Meteorológica de
Casa Grande no município de Biritiba Mirim, o clima desta região é do tipo Af de
Köpen, caracterizado por um clima tropical constantemente úmido e a precipitação
anual varia de 1600 a 2000 mm, com maior concentração no período de setembro a
maio e com estação menos chuvosa de junho a agosto. Os meses mais quentes
ocorrem entre novembro a março e os mais frios entre junho a agosto (coincidindo
com a estação menos chuvosa).
Foram amostrados onze corpos d’água, caracterizados a seguir:
1 – Brejo Temporário 1 (BT1): Localizado em interior de floresta. É formado por
um pequeno córrego e principalmente, por acúmulo de água das chuvas. É o primeiro
ambiente a secar quando as chuvas diminuem. Possui diâmetro em torno de 60 m e
profundidade máxima em torno de 0,45 m. Apresenta vegetação herbácea no seu
interior e vegetação arbórea e arbustiva na região marginal (Figura 2A).
2 – Brejo Permanente 2 (BP2): Localizado em área aberta, com predomínio de
Cyperaceae, ao lado de uma estrada de terra por onde passam poucos veículos e
visitantes do parque. É formado por um córrego e é o menor dos três brejos, com
diâmetro em torno de 60 m e profundidade máxima em torno de 0,50 m. Apresenta
17
vegetação herbácea e arbustiva no seu interior e vegetação marginal arbustiva e
arbórea (Figura 2B).
3 – Brejo Temporário 3 (BT3): Localizado em interior de floresta. É formado por
dois córregos e é o maior dos três brejos, com diâmetro em torno de 80 m e
profundidade máxima em torno de 0,40 m. Apresenta pouca vegetação herbácea no
seu interior e vegetação marginal herbácea, arbustiva e arbórea (Figura 2C).
4 – Poça Permanente 1 (PP1): Está localizada em uma área com grande
pressão antrópica, entre a casa do gerente do parque, o alojamento e uma estrada de
terra com trânsito freqüente de veículos e pessoas. É a maior poça, com diâmetro em
torno de 1940 m e profundidade máxima em torno de 0,80 m. No interior da poça há
vegetação herbácea e arbustiva e a região marginal possui vegetação herbácea,
arbustiva e arbórea (Figura 3A).
5 – Poça Temporária 2 (PT2): Localizada em interior de floresta, ao lado de
uma trilha por onde passam motos e visitantes do parque. Possui diâmetro em torno
de 20 m e profundidade máxima em torno de 0,50 m. Não há vegetação no seu
interior, apenas folhas da vegetação arbórea, arbustiva e escandente da margem
recobrindo o fundo (Figura 3B).
6 – Poça Temporária 3 (PT3): Localizada em área de borda, ao lado de uma
estrada de terra por onde passam poucos veículos. Possui diâmetro em torno de 60 m
e profundidade máxima em torno de 0,60 m. No interior da poça há vegetação
herbácea apenas na parte mais rasa e folhas recobrindo o fundo. A região marginal
possui vegetação herbácea, arbustiva e arbórea (Figura 3C).
7 – Poça Temporária 4 (PT4): Localizada em interior de floresta, ao lado de
uma trilha por onde passam visitantes do parque. É a menor poça, com diâmetro em
torno de 10 m e profundidade máxima em torno de 0,40 m. Não há vegetação no seu
interior, apenas folhas da vegetação herbácea, arbustiva e arbórea da margem
recobrindo o fundo (Figura 4A).
18
8 – Poça Temporária 5 (PT5): Localizada em interior de floresta. Possui
diâmetro em torno de 60 m e profundidade máxima em torno de 0,80 m. Não há
vegetação no seu interior, apenas folhas da vegetação arbustiva, arbórea e
escandente da margem recobrindo o fundo (Figura 4B).
Os três riachos amostrados estão localizados no interior de floresta.
9 – Riacho 1 (R1): O trecho amostrado possui dimensões de cerca de 30 x 1,55
x 0,20 m. Não há vegetação no seu interior, apenas folhas da vegetação arbustiva e
arbórea da margem recobrindo o fundo (Figura 5A).
10 – Riacho 2 (R2): Cortado por uma estrada de terra com trânsito freqüente de
veículos. O trecho amostrado possui dimensões de cerca de 20 x 2,50 x 0,60 m. Não
há vegetação no seu interior, o fundo é de areia e a região marginal possui vegetação
herbácea, arbustiva e arbórea (Figura 5B).
11 – Riacho 3 (R3): O trecho amostrado possui dimensões de cerca de 10,5 x
10,0 x 0,30 m. Não há vegetação no seu interior, apenas folhas da vegetação
herbácea, arbustiva e arbórea da margem recobrindo o fundo (Figura 5C).
1.4.2. Delineamento amostral
Os onze corpos d’água foram selecionados de modo a obter um número
mínimo de réplicas e, ao mesmo tempo, representar a diversidade de tipos de hábitats
para reprodução de anuros na área, que não havia sido amostrada até então. Foram
selecionados três brejos (BT1, BP2, BT3 – ambientes com difícil delimitação da
margem), cinco poças (PP1, PT2, PT3, PT4, PT5 – ambientes com margem facilmente
reconhecível) e três riachos (R1, R2, R3 – ambientes de água corrente) com
características estruturais e fisionômicas diferentes. Os corpos d’água foram
caracterizados com base em cinco descritores (Tabela 1):
• tamanho: diâmetro em m;
• profundidade máxima: em m;
19
• heterogeneidade vegetal: determinada pelo número de tipos de vegetação no interior
(herbácea e/ou arbustiva) e nas margens (herbácea, arbustiva, arbórea, escandente
e/ou bromeliácea) dos corpos d’água. Com base nesses registros foram determinadas
as porcentagens de heterogeneidade: 29% quando o corpo d’água possuia dois tipos
de vegetação (interna ou marginal), 43% quando o corpo d’água possuia três tipos de
vegetação, 57% quando o corpo d’água possuia quatro tipos de vegetação e 71%
quando o corpo d’água possuia cinco tipos de vegetação;
• quantidade de folhas recobrindo o fundo: foram estabelecidas categorias de
quantidade de folhas, com base na profundidade da camada de serapilheira no fundo
dos corpos d’água;
• hidroperíodo: número de meses em que o corpo d’água reteve água.
A determinação dos descritores ambientais de cada corpo d’água foi realizada
a cada visita para amostragem dos girinos.
As excursões ao campo tiveram freqüência mensal e foram realizadas no
período de março de 2006 a março de 2007. Os girinos foram coletados com puçá de
tela de arame (malha de 3 mm
2
) e cabo longo, com o esforço padronizado de uma
hora de amostragem/pessoa/corpo d’água. Os girinos foram anestesiados em solução
de benzocaína a 5% e fixados em formalina a 10% logo após a coleta. Os exemplares
coletados estão depositados na Coleção Científica de Anfíbios - Tadpoles do
Departamento de Zoologia e Botânica da UNESP de São José do Rio Preto
(DZSJRP), cujos dados estão disponibilizados no site do projeto SpeciesLink
(www.splink.cria.org.br
).
1.4.3. Análises estatísticas
A diversidade das comunidades foi avaliada pela determinação: da diversidade
de espécies em cada corpo d’água (diversidade Į), através da aplicação do índice de
Shannon-Wiener (H’; KREBS, 1999); da equitabilidade (e), através do índice de Pielou
(ODUM, 1988); e do grau de variação na composição de espécies entre os corpos
20
d’água (diversidade ȕ), calculada como o inverso do coeficiente de afinidade de
Jaccard (1-Cj) (KREBS, 1999), sendo considerada baixa se 1-Cj  0,6.
A similaridade na composição das taxocenoses e nos padrões de abundância
de girinos entre os corpos d’água foi determinada pelo índice de similaridade de
Morisita-Horn, com posterior análise de agrupamento pelo método de média não
ponderada (UPGMA) (KREBS, 1999).
A distribuição espacial e temporal foi determinada pela: amplitude de nicho,
calculada pelo índice de Levins padronizado (B
A
) com base na abundância mensal de
girinos de cada espécie, respectivamente, em cada corpo d’água e em cada mês, e
pelo grau de similaridade na ocorrência espacial e temporal, determinado pelo índice
de similaridade de Morisita-Horn, com posterior análise de agrupamento por média
não ponderada (KREBS, 1999). Para avaliar a perda de informações na construção
dos dendrogramas, foi calculado o Coeficiente de Correlação Cofenética (r), obtido
correlacionando a matriz de similaridade original com a matriz obtida a partir do
dendrograma (ROMESBURG, 1984). Quando os dendrogramas não representaram
adequadamente as matrizes originais (r  0,8), estas foram representadas pelo método
de ordenação por Escalonamento Multidimensional Não Métrico (nMDS) (MANLY,
1994). A distorção da ordenação pelo nMDS, em relação à matriz de similaridade
original, foi determinada pela estatística chamada “stress” (S) cujos valores
representam, segundo ROHLF (2000): 0,4 = ajuste fraco; 0,2 = ajuste regular; 0,1 =
ajuste bom; 0,05 = ajuste excelente e 0 = ajuste perfeito.
Para verificar a influência das temperaturas máxima e mínima, da pluviosidade
e da umidade relativa sobre a ocorrência das espécies, o teste de regressão múltipla
(TRIOLA, 1999) foi aplicado aos valores totais de riqueza de espécies e abundância
populacional. Foi verificada também a influência das temperaturas do ar (máxima e
mínima) e da umidade relativa sobre a riqueza e abundância populacional
separadamente para cada corpo d’água. O mesmo teste foi utilizado para verificar a
existência de correlação entre os descritores de hábitat (diâmetro, profundidade,
21
heterogeneidade vegetal, quantidade de folhas e hidroperíodo) e os dados de riqueza
e abundância das espécies. Para esta análise foi utilizado o software BioEstat 3.0
(AYRES et al., 2003). As demais análises estatísticas foram realizadas no programa
Past versão 1.42 (HAMMER et al., 2001).
1.5. RESULTADOS
1.5.1. Diversidade
Foram registradas 23 espécies, pertencentes a dez gêneros de cinco famílias:
Hylidae (17), Bufonidae (2), Leiuperidae (2), Hylodidae (1) e Microhylidae (1) (Tabela
2). Três espécies contribuíram com 52% da abundância total dos girinos:
Bokermannohyla hylax (n = 5301; 22,64%), Scinax hayii (n = 4651; 19,87%) e S.
hiemalis (n = 2218; 9,47%) (Tabela 3), revelando uma forte dominância nas
comunidades amostradas. Das espécies registradas, os girinos de Hypsiboas bischoffi,
Scinax cf. brieni, Physalaemus olfersii e Physalaemus moreirae ainda não estão
descritos.
Considerando o conjunto de corpos d’água, houve correlação entre a riqueza
de espécies e a heterogeneidade vegetal do hábitat (p = 0,007; Tabela 4). A maior
riqueza foi registrada na PT3 (doze espécies) e os maiores valores de diversidade em
dois corpos d’água temporários (PT4 e BT3) (Tabela 5), todos com folhas no fundo e
alta heterogeneidade vegetal. Os ambientes com os maiores valores de equitabilidade
foram o riacho R2 e a poça PT4 (Tabela 5).
A diversidade beta foi considerada baixa (1-Cj  0,6) para 46 (75%) das 55
possíveis combinações de pares de corpos d’água (Tabela 6). Os corpos d’água com
maior semelhança na composição de espécies foram as poças PT4 e PT2 (80%) e as
poças PT5 e PT3 (75%), que apresentaram oito e nove espécies em comum,
respectivamente (Tabela 6). A análise de similaridade evidenciou três agrupamentos
de corpos d’água com similaridade superior a 80% na composição de espécies (Figura
22
6): 1) PT2 e BT1, que apresentaram sete espécies em comum; 2) PT3 e PT5, que
apresentaram nove espécies em comum; 3) BP2 e BT3, com sete espécies em
comum.
Girinos de 17 espécies apresentaram amplitude de nicho espacial intermediária
(0 < B
A
 0,41) pois, ocorreram, no máximo, em nove dos 11 corpos d’água
amostrados, mas com maior abundância em poucos corpos d’água (Tabela 7). Girinos
de Hypsiboas bischoffi apresentaram a maior amplitude de nicho espacial (B
A
= 0,41) e
os de Dendropsophus elegans, H. albomarginatus, H. polytaenius, Scinax
crospedospilus, Physalaemus moreirae e Scinax sp. (gr. ruber) foram especialistas (B
A
= 0), ocorrendo em apenas um dos onze corpos d’água amostrados (Tabela 7).
A análise da distribuição espacial mostrou segregação no uso do ambiente.
Cinco agrupamentos de espécies com similaridade superior a 70% foram identificados
(Figura 7): 1) Dendropsophus elegans, Hypsiboas albomarginatus, Scinax sp. (gr.
ruber), H. polytaenius, Rhinella icterica, H. faber e R. ornata, que ocorreram
exclusivamente ou em maior abundância na poça permanente (PP1); 2) D.
berthalutzae, D. microps e Physalaemus olfersii, que ocorreram principalmente em
poças e brejos, sendo que as duas primeiras espécies foram encontradas em maior
abundância em uma das poças temporárias (PT2) e a última espécie em um dos
brejos temporários (BT1); 3) Phyllomedusa aff. rohdei, Chiasmocleis leucosticta, S.
hayii e Scinax cf. brieni, que ocorreram em maior abundância nas poças temporárias
PT3 e PT5; 4) Bokermannohyla hylax, H. pardalis e S. crospedospilus, que ocorreram
em maior abundância no único brejo permanente (BP2); 5) Crossodactylus dispar e
Bokermannohyla sp. (gr. circumdata), que ocorreram em maior abundância em um dos
riachos (R1). Physalaemus moreirae não foi incluído em nenhum dos agrupamentos,
por ocorrer exclusivamente em um dos brejos temporários (BT3); o mesmo ocorreu
com Aplastodiscus leucopygius, H. bischoffi e S. hiemalis, que ocorreram
principalmente em riachos, sendo que as duas primeiras espécies foram encontradas
em maior abundância no R3 e a última foi mais abundante no R2.
23
1.5.2. Distribuição temporal
A maior riqueza foi registrada em janeiro de 2007 e a maior abundância em
novembro de 2006 (Tabela 8). Considerando o conjunto de corpos d’água, houve
correlação entre a riqueza de espécies e as temperaturas mínima (r²= 0,63, F= 6,13,
p= 0,02) e máxima (r²= 0,58, F= 5,09, p=0,02). Quando analisamos os corpos d’água
separadamente, apenas em um corpo d’água (R3) houve correlação positiva entre a
riqueza de espécies e a umidade relativa (r² = 0,76, F = 9,64, p = 0,02; Tabela 9).
A análise temporal evidenciou seis agrupamentos de espécies (Figura 8 e
Tabela 10): 1) espécies de plena estação chuvosa: Dendropsophus elegans, D.
berthalutzae e Hypsiboas albomarginatus; 2) espécies que ocorreram na estação
chuvosa, mas com maior abundância no início da estação: Phyllomedusa aff. rohdei,
Scinax sp. (gr. ruber), S. hayii, Physalaemus olfersii, H. pardalis, D. microps e Scinax
cf. brieni; 3) espécies restritas ao início da estação chuvosa: P. moreirae e
Chiasmocleis leucosticta; 4) espécies de estação seca: Rhinella ornata e R. icterica; 5)
espécies que ocorreram ao longo do ano, mas com maior abundância no final da
estação chuvosa: H. bischoffi, H. faber, Bokermannohyla sp. (gr. circumdata), B. hylax,
Aplastodiscus leucopygius e S. hiemalis; 6) espécies com ocorrência restrita ao final
da estação chuvosa: H. polytaenius, S. crospedospilus e Crossodactylus dispar.
O cálculo da amplitude de nicho temporal (Tabela 7) mostrou que girinos de
Aplastodiscus leucopygius, Bokermannohyla sp. (gr. circumdata), B. hylax e, Scinax
hiemalis apresentaram as maiores amplitudes de nicho temporal, pois ocorreram em
todos os 13 meses de amostragem. Já os girinos de S. crospedospilus, Physalaemus
moreirae e Chiasmocleis leucosticta foram especialistas, pois, ocorreram em, no
máximo, três dos meses amostrados.
24
1.6. DISCUSSÃO
1.6.1. Diversidade
Em um estudo realizado na Estação Ecológica de Boracéia, também no município
de Bertioga, foram registradas 22 espécies de anfíbios anuros na fase larval (HEYER
et al., 1990). Apesar da forte ação antrópica pelo plantio de eucalipto iniciado na
década de 60 (Guilherme Rocha Dias, com. pess.), a riqueza registrada no Parque das
Neblinas (23 espécies) é muito semelhante à registrada em Boracéia, onde o grau de
conservação ambiental é maior. Embora a riqueza entre estas localidades seja muito
semelhante por se tratar de uma mesma ecoregião, o tempo de amostragem foi muito
diferente entre elas. Os estudos em Boracéia duraram aproximadamente dezesseis
anos, enquanto em Bertioga apenas um; deste modo, podemos sugerir que se o
tempo de amostragem fosse igual para o Parque das Neblinas, sua riqueza seria
maior.
Girinos de algumas espécies (22%) foram raros, com 11 ou menos indivíduos
coletados (Hypsiboas polytaenius; Dendropsophus elegans; Scinax crospedospilus;
Crossodactylus dispar e Chiasmocleis leucosticta). O elevado número de espécies
raras e intermediárias e o pequeno número de espécies dominantes corroboram com o
proposto por ODUM (2001), que propõe que comunidades setentrionais e de regiões
tropicais com estações bem definidas, como na região estudada, são caracterizadas
por possuírem poucas espécies comuns ou dominantes associadas com muitas
espécies raras.
A diversidade de espécies foi baixa nos corpos d’água PT5 e BP2. Nesses corpos
d’água a grande abundância de girinos de Scinax hayii (PT5, 72,65%) e de
Bokermannohyla hylax (BP2, 75,21%) foi alta, e a dominância dessas espécies
diminuiu a equitabilidade, contribuindo para que esses corpos d’água apresentassem
menor diversidade. A grande abundância populacional parece ser uma característica
dessas espécies, que também foram registradas em grande abundância na Estação
25
Ecológica de Boracéia (BERTOLUCI, 1997; BERTOLUCI et al., 2003), onde podem
ser encontradas em todos os meses do ano.
Girinos de todas as espécies tiveram maior abundância em alguns dos corpos
d’água onde ocorreram, o que explica o fato de nenhuma espécie ter sido generalista
na distribuição espacial. A maioria (83%; n = 19) das espécies apresentaram alta
sobreposição no uso dos corpos d’água, o que explica a baixa diversidade beta
encontrada. Entretanto, houve segregação entre grupos de espécies, que ocuparam
conjuntos diferentes de corpos d’água. Alguns autores notaram segregação ecológica
entre as espécies de anuros que ocupam sítios comuns para canto e desova,
relacionada às características físicas do ambiente (RABB, 1973; CARDOSO et al.,
1989; POMBAL, 1997; BERNARDE & KOKUBUM, 1999; ROSSA-FERES & JIM, 2001)
e alguns padrões definidos na distribuição das espécies foram encontrados por
CRUMP (1974), CARDOSO et al. (1989), POMBAL (1997), BERNARDE & KOKUBUM
(1999) e ROSSA-FERES & JIM (2001), tendo sido interpretadas como resultantes
conjuntamente de interações bióticas e parâmetros físicos do ambiente.
De modo geral, os r
i
achos apresentaram baixa riqueza de espécies. A baixa
riqueza de espécies em ambientes de água corrente de Mata Atlântica foi encontrada
também em cinco riachos amostrados por CONTE & ROSSA-FERES (2006) em São
José dos Pinhais, PR, com riqueza similar aos encontrados neste estudo. Segundo
ETEROVICK & BARROS (2003), girinos ocorrem em densidades relativamente baixas
em riachos, onde devem estar, portanto, pouco sujeitos à competição.
O tamanho do hábitat é positivamente correlacionado com a riqueza de espécies
em muitos grupos taxonômicos, como plantas em florestas, caramujos terrestres,
besouros carabídeos (NILSSON et al., 1988), pássaros em ilhas (HAMILTON &
ARMSTRONG, 1965; NILSSON et al., 1988) e peixes em lagos (BARBOUR &
BROWN, 1974) e em riachos (ANGERMEIER & SCHLOSSER, 1989). Neste estudo, o
tamanho do hábitat (corpos d’água) não foi correlacionado com a riqueza de espécies
de anuros, como previsto por HEYER et al. (1975).
26
PARRIS & McCARTHY (1999) registraram correlação positiva da riqueza de
anuros com a composição da vegetação ripária e com a altitude, largura e volume dos
rios em área de floresta australiana. A pequena riqueza e diversidade de espécies no
riacho R1 já eram esperadas, pois é um riacho com baixa heterogeneidade: sem
vegetação no interior e com pequena variedade de plantas na margem. Ao contrário,
três (PP1, PT2 e PT3) das cinco poças amostradas, que apresentaram a maior riqueza
de espécies, apresentaram diâmetro superior a 20 m, grande variedade de plantas no
interior e, portanto, alta heterogeneidade vegetal. A poça PT4, que apresentou grande
diversidade de espécies, não é muito extensa (diâmetro de 11 m), mas, como os
corpos d’água anteriormente citados, apresenta grande heterogeneidade vegetal.
Apesar da alta riqueza de espécies de anuros ser comumente atribuída à
heterogeneidade dos a
m
bientes (CARDOSO et al., 1989; POMBAL, 1997; ARZABE,
1999; BERNARDE & KOKUBUM, 1999), esta correlação tem sido escassamente
testada (e.g. GASCON, 1991; ETEROVICK, 2003). No presente estudo, a
heterogeneidade vegetal foi considerada como o descritor ambiental mais importante
na determinação do número de espécies na fase larvária, que ocuparam um mesmo
corpo d’água.
Segundo CARDOSO et al. (1989), grande heterogeneidade vegetal reflete em
grande número de sítios de canto para os adultos, e KOPP (2005) demonstrou que a
escolha de microambientes com vegetação aquática reduziu as taxas de predação por
uma espécie de barata-d’água (Belostomatidae) sobre girinos de duas espécies de
hilídeos. Correspondente a isso, as maiores riqueza e diversidade de espécies foram
encontradas em corpos d’água lênticos temporários, em área de borda e interior de
floresta, com alta heterogeneidade vegetal. Os menores valores de riqueza e
diversidade de espécies foram encontrados no corpo d’água lótico em área de floresta
sem vegetação no seu interior. SANTOS et al. (2007) também encontraram maior
riqueza de espécies de anuros em corpos d’água temporários em Santa Fé do Sul,
noroeste do estado de São Paulo.
27
Um fator que pode explicar o uso preponderante dos corpos d’água temporários é
a ausência ou menor abundância de predadores aquáticos (insetos e peixes) nesses
ambientes, em comparação com os corpos d’água permanentes (HEYER et al., 1975;
SMITH, 1983; WOODWARD, 1983). Em sistemas lênticos, a estrutura da comunidade
de predadores varia através de um gradiente crescente de hidroperíodo: poças
efêmeras – temporárias – permanentes. (GUNZBURGER & TRAVIS, 2004). Desta
forma, pode existir um conflito ecológico com respeito à efemeridade dos corpos
d’água, pois minimizar o risco de predação significa aumentar o risco de morte por
dessecação (BEEBEE, 1996), porém, isto não foi observado na região estudada.
1.6.2. Distribuição Temporal
Em regiões tropicais com sazonalidade bem marcada, como a região estudada,
a ocorrência e a reprodução de grande parte das espécies estão restritas à estação
chuvosa (DUELLMAN & TRUEB, 1986; AICHINGER, 1987; BERTOLUCI &
RODRIGUES, 2002). Apesar da alta sobreposição temporal, algumas espécies
apresentaram segregação no período de maior abundância populacional.
O grau de sazonalidade dos fatores climáticos influi na estrutura das
comunidades de anuros, especialmente o padrão de ocorrência de chuvas em relação
à distribuição sazonal das espécies (TOFT & DUELLMAN, 1979; ROSSA-FERES &
JIM, 1994). Regiões com clima sazonal, principalmente em relação à chuva, possuem
maior número de espécies que se reproduzem na estação úmida (HEYER, 1973;
TOFT & DUELLMAN, 1979; JIM, 1980; AICHINGER, 1987; ROSSA-FERES & JIM,
1994). Apesar disso, a riqueza de espécies e a abundância de girinos não foram
correlacionadas com a pluviosidade, o que ocorreu também em Paranapiacaba, SP
(POMBAL, 1997) e Tijucas do Sul, PR (CONTE & MACHADO, 2005). A ausência de
correlação parece mostrar que não há um único fator climático, mas um conjunto de
28
fatores influenciando a reprodução dos anuros (POMBAL, 1997; CONTE &
MACHADO, 2005) e, consequentemente, a permanência dos girinos no hábitat.
A temperatura e a umidade variaram pouco ao longo do ano na região
estudada, mas os baixos valores destes parâmetros na estação seca, contribuíram
para a correlação encontrada entre a riqueza das espécies com a temperatura e a
umidade do ar. As espécies com grande amplitude de nicho temporal apresentaram
um período mais favorável para a reprodução associado aos meses de maiores
índices pluviométricos, detectado pela maior abundância de seus girinos como,
Aplastodiscus leucopygius, Bokermannohyla sp. (gr. circumdata), B. hylax e Scinax
hiemalis. Girinos de Scinax crospedospilus, Physalaemus moreirae e Chiasmocleis
leucosticta apresentaram baixa amplitude de nicho temporal, sendo encontrados
apenas no final ou no início da estação chuvosa. A maioria das espécies teve
amplitude de nicho intermediária para ocorência temporal. A atividade reprodutiva
destas espécies é relacionada com a ocorrência de altos índices pluviométricos.
Em Bertioga a maioria das espécies (65%) ocorreu na estação chuvosa, e as
espécies anuais representaram 26% da anurofauna. Espécies anuais são comuns em
ambientes com clima tropical úmido (DUELMANN & TRUEB, 1986), como em Santa
Cecília, Equador, onde CRUMP (1974) e DUELMANN (1978) registraram grande
número de espécies com reprodução ao longo do ano (cerca de 33% e 30%,
respectivamente). Em regiões sazonais com estação seca definida, ARZABE (1999),
TOLEDO et al. (2003), PRADO et al. (2004), VASCONCELOS & ROSSA-FERES
(2005) e SANTOS et al. (2007) registraram menor proporção de espécies anuais (0%,
0%, 12,5%, 7,4% e 0%, respectivamente), com predomínio daquelas associadas à
estação chuvosa. Em regiões mais úmidas e com estação seca menos pronunciada,
BERTOLUCI (1998) e CONTE & ROSSA-FERES (2006), encontraram maior
proporção de espécies anuais (47% e 25%, respectivamente) e menor proporção de
espécies restritas à estação chuvosa (35% e 48%, respectivamente). Assim, o padrão
de distribuição dos girinos na área estudada pode ser considerado mais próximo ao de
29
regiões mais úmidas. Em Boracéia, BERTOLUCI & RODRIGUES (2002) registraram
uma proporção de espécies anuais de apenas 11%. Entretanto, segundo BERTOLUCI
& HEYER (1995), o volume anual de chuvas nessa região tem diminuído e o clima
vem se tornando progressivamente mais árido. Essa aridez pode explicar a menor
proporção de espécies anuais em Boracéia, que possui riqueza muito semelhante à
registrada em Bertioga. Esses resultados conflitantes para áreas de Floresta Atlântica
indicam que, mais que a fisionomia vegetal, o volume e distribuição das chuvas
regulam a distribuição sazonal das espécies de anuros.
1.7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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37
1.8. FIGURAS
Figura 1. Localização geográfica do Parque das Neblinas, município de Bertioga, SP
(23°44’52”S; 46°09’46”W). Fonte: Instituto de Pesquisas Ecológicas – Ecofuturo.
Legenda: j – centro de visitantes. Escala – 1: 135000.
38
C
Figura 2. Brejos amostrados no Parque das Neblinas, Bertioga, SP: A) Brejo
Temporário 1 (BT1: 23° 44’25,6”S; 46°08’35,7”W); B) Brejo Permanente 2 (BP2:
23°44’34”S; 46°08’53,4”W); C) Brejo Temporário 3 (BT3: 23°44’37,8”S; 46°08’57,5”W).
A B
39
40
Figura 3. Poças permanente e temporárias amostradas no Parque das Neblinas,
Bertioga, SP: A) Poça Permanente 1 (PP1: 23°44’03,6”S; 46°10’50,9”W); B) Poça
Temporária 2 (PT2: 23º44’26,8”S; 46º08’35,1”W); C) Poça Temporária 3 (PT3:
23º45’24,1”S; 46º08’35,1”W).
C
D
A
A
B C
B
Figura 4. Poças temporárias amostradas no Parque das Neblinas, Bertioga, SP: A)
Poça Temporária 4 (PT4: 23°45’03,2”S; 46°09’51,9”W); B) Poça Temporária 5 (PT5:
23º44’38,6”S; 46º08’57,6”W).
B
A
41
eblinas, Bertioga, SP: A) Riacho 1 (R1:
º45’40,5”S; 49º09’39,8”W); B) Riacho 2 (R2: 23º44’47,3”S; 46º09’49,7”W); C) Riacho
(R3: 23º44’34,1”S; 46°08’51”W).
A B
C
Figura 5. Riachos amostrados no Parque das N
23
3
42
1
2
3
igura ade compos de es os os
amostrados no Parque das Neblinas, Bertioga, SP, obtido através de análise de
ru atri Coefici de Morisita rn. Coeficiente de corre o
cofen
F 6. Similarid na ição pécies entre 11 corp d´água,
ag pamento, na m z do ente -Ho laçã
ética = 0,88.
43
Figura 7. Similaridade na ocorrência espacial entre os girinos das 23 espécies
registradas em 11 corpos d’água no Parque da Neblinas, Bertioga, SP, obtido através
de análise de agrupamento, na matriz do Coeficiente de Morisita-Horn. Coeficiente de
correlação cofenética = 0,88. Abreviações: Rhiict = Rhinella icterica, Rhiorn = Rhinella
ornata, Aplleu = Aplastodiscus leucopygius, Bokhyl = Bokermannohyla hylax, Bspgc =
Bokermannohyla sp. (gr. circumdata), Denber = Dendropsophus berthalutzae, Denele
= Dendropsophus elegans, Denmic = Dendropsophus microps, Hypalb = Hypsiboas
albomarginatus, Hypbis = Hypsiboas bischoffi, Hypfab = Hypsiboas faber, Hyppar =
Hypsiboas pardalis, Hyppol = Hypsiboas polytaenius, Phyaffroh = Phyllomedusa aff.
rohdei, Scicro = Scinax crospedospilus, Scihay = Scinax hayii, Scihie = Scinax
hiemalis, Scicfbri = Scinax cf. brieni, Sspgr = Scinax sp. (gr. ruber), Phymor =
Physalaemus moreirae, Phyolf = Physalaemus olfersii, Crodis = Crossodactylus dispar,
Chileu = Chiasmocleis leucosticta.
44
Figura 8. Ordenação por nMD as 23 espécies
em 11 corpos d’água n
Abreviações: Rhiict = Rhin hiorn = Rhinella ornata, Aplleu =
Aplastodiscus leucopygius, Bo la hylax, Bspgc = Bokermannohyla
sp. (gr. circumdata), Denber = endropsophus berthalutzae, Denele = Dendropsophus
, Denmic = Dendropsophus microps, Hypalb = Hypsiboas albomarginatus,
ischoffi, H ardalis,
ypsiboas polytaen o =
Scinax crospedospilus, Sciha , Scicfbri =
Scinax cf. brieni, Sspgr = Scinax sp. (gr. ruber), Phymor = Physalaemus moreirae,
alaemus olfersii, Chiasmocleis
Sspgr
Hypalb
Denber
Phyaff.roh
Denmic
Scicf.bri
Phymor
Chileu
Rhiorn
Rhiict
Hyppol
Scicro
Cro
Bspgc
Denele
Phyolf
Scihay Hyppar Hypbis
Hypfab
Bokhyl
Aplleu
Scihie
dis
S da ocorrência temporal de girinos d
o Parque da Neblinas, Bertioga, SP. Stress = 0,218.registradas
ella icterica, R
khyl = Bokermannohy
D
elegans
Hypbis = Hypsiboas b
Hyppol = H
ypfab = Hypsiboas faber, Hyppar = Hypsiboas p
ius, Phyaffroh = Phyllomedusa aff. rohdei, Scicr
y = Scinax hayii, Scihie = Scinax hiemalis
Phyolf = Phys Crodis = Crossodactylus dispar, Chileu =
leucosticta.
45
1.9.TABELAS
Tabela 1. Descritores ambientais dos corpos d’água amostrados.
Coordenadas
Geográficas
Diâmetro rofu id H ro eid e
egetal (%
tidade
fo s
dro o
(meses)
P
(m)
nd ade
(m)
ete gen ad
v)
Quan
de lha
Hi períod
R1
49º
23º45’40,5”S;
09’39,8”W
41.55 0.2 29 13
R2
46º09’49,7
23º44’47,3”S;
”W
0
34,1”S;
’51”W
,6”S;
°10’50,9”W
10 2
S;
8’35,1”W
3
’24,1”S;
35,1”W
5
5’03,2”S;
46°09’51,9”W
23º44’38,6”S;
08’57,6”W
5
4’25,6”S;
8’35,7”W
44’34”S;
53,4”W
2
;
2.5 0.6 43 13
R3
46°08
23º44’
10 0.3 57 2 13
PP1
23°44’03
46
94 0.8 4 3 1 3
PT2
23º44’26,8”
46º0
23º45
20 0.5 57 10
PT3
23°4
46º08’
60 0.6 71 10
PT4
10 0.4 57 4 12
PT5
46º
60 0.8 5 7 10
BT1
46
23° 4
°0
60 0.45 57 3 6
BP2
46°08’
23°44’
23°
60 0.5 57 13
BT3
37,8”S
46°08’57,5”W
80 0.4 71 1 9
46
Tabela 2. Espécies de anuros registradas na fase larvária no Parque das Neblinas,
Bertioga, SP, no período de março de 2006 a março de 2007.
Família éEsp cie
Bufonidae
Rhine er plla ict ica (S ix
, 1824)
Rhine a illa orn ta (Sp x
, 1824)
Hylidae
Aplastodiscus leucopygius (Cruz & Peixoto
, 1985)
Bokermannohyla hylax (Heyer
, 1985)
Bokermannohyla sp. (gr. circumdata)
Dendropsophus berthalutzae (Bokermann
, 1962)
Dendropsophus elegans (Wied – Neuwied, 1824)
Dendropsophus microps (Peters
, 1872)
pa S
sib isc Boulenger
Hy siboas lbomarginatus ( pix, 1824)
Hyp oas b hoffi (
, 1887)
sib ab ied ied
Hyp oas f er (W -Neuw
, 1821)
Hypsiboas par Sp
dalis (ix
, 1824)
Hypsiboa olytaenius
sp (Cope
, 1870)
Phyllomedusa aff. hdei
S ax cr pedos us (Lu 1925
Shai (Barbour
ro
cin os pil tz, )
cinax yi
, 1909)
Scinax hiemalis (Haddad & Pombal
, 1987)
Scinax cf. brieni
Scinax sp. (gr. ruber)
iuperidae
Physalaemus olfersii (Lichtenstein & Martens
Le
, 1856)
icrohylidae
Physalaemus moreirae (Miranda-Ribeiro, 1937)
Chiasmocleis leucosticta (Boulenger, 1888)
ylodidae
Crossodactylus dispar Lutz
M
H
, 1925
47
Tabela 3. Abundância dos girinos das 23 espécies de anuros registradas em 11 corpos
d’água no Parque das Neblinas, Bertioga, SP. Em negrito a maior abundância da
espécie.
Espécies R1 R2 R3 PP1 PT BP2 BT3 Abundância2 PT3 PT4 PT5 BT1
Rhinella icterica
0 0 0 0 1210
1200
0 10 0 0 0 0
Rhinella ornata
0 200 52
1379
41 0 0 10 0 1782
Aplastodiscus leu
19 6
721
0 17 0 51 0 244 100 1168
Bokermanohyla h
860 17 0 59 0 10 0
457 5301
Bokermannohyla
32 4 0 0 0 0 0 0 553
Dendropsophus b
1 67 1 37 0 39 322
Dendropsophus e
0
6
0 0 0 0 0 6
Dendropsophus m
0 0 0 21 75 57 0 0 485
Hypsiboas alboma
0 0
59
0 0 0 0 0 59
Hypsiboas bischo
298
388
193 24 130 7 68 20 1330
Hypsiboas faber
0 0 0
81
5 0 0 0 0 86
Hypsiboas pardali
0 0 0 0 0 0 0
399
139 538
Hypsiboas polytae
0 0 0
9
0 0 0 0 0 9
Phyllomedusa aff. 0 0 0 0
19
0 0 36
Scinax crospedos
0 0 0 0 0 0
11
0 11
Scinax hayii
703 0 6
76
4 1275 237 10 4651
Scinax hiemalis
70
1397
300 0 21 2 119 226 2218
Scinax cf. brieni 0 0 0 0
80
0 205 0 2 1792
Scinax sp. (gr. rub 0 0 0
101
0 0 0 0 0 101
Physalaemus mor
0 0 0 0 0 0 0 0
54
54
Physalaemus olfe
0 44 4 24 219 188 23 12 1690
Crossodactylus di
0 0 0 0 0 0 0 1 6
Chiasmocleis leuc
0 0 0
1
0
1
0 0 2
Abundância por
1546 3039 47 577 1755 482 1060 23410
0 1 0
copygius
10
ylax
466 61
3371
sp. (gr. circumdata)
514
3 0
erthalutzae
0 0 20
140
17
legans
0 0 0 0
icrops
0
129
1
103
rgin
atus
0 0 0
ffi
0 2 2 0
0 0
s
0 0
nius
0 0
rohdei 0 0 17 0
pilus
0 0 0
04
22
136
52 31 0
28
13
177
er) 0 0
eirae
0 0
rsii
0
5
365 1
711
spar
0 0
osticta
00 0
corpo d'água
1074 3496 799 43 1235 4
Riqueza
8 11 12 8 9 11 5 7 10 7 9
Tabela 4. Regressã e ú la riq a bu nc en no nju d
s d’água u in a ,
es de há e n e
e folhas e hidroperíodo. Em negrito o único valor de correlação com p < 0,05.
escritores de hábitat Riqueza Abundância
o lin ar m ltip da uez e a ndâ ia m sal co nto e
11 corpo
descritor
a
bitat:
mostra
diâme
dos
tro, p
no Parq e d
didad
as Ne
e, het
bl as
roge
, Ber
eidad
tiog ,
e veg
SP co
tal, qu
m os
antidarofun de
d
D
Diâmetro
0,07 0,60
Profundidade
0,48 0,15
eterogeneidade vegetal 0,007
0,65
uantidade de folhas
0,72 0,65
idroperíodo
0,38 0,28
H
Q
H
48
Tabela 5. Descritores da diversidade das comunidades de girinos registradas em 1
corpos d´água no Parque das Neblinas, Bertioga, SP. Em negrito os maiores valores
para cada índice.
1
R1 R2 R3 PP1 PT2 PT3 PT4 PT5 BT1 BP2 BT3
Riqueza
5 7 8 11 10
12
8 9 11 7 9
Abundância
3039 47
1060
Diversidade
99 1,46 1,36 7
6
6
64
Equitabilidade
4
0,62
0,49 0 0,49
0,2 ,55 7
1074 3496 1546 799 43 577
1,6
1755
0,92 1,34
1235
4482
0, 1,24 1,59 1,2 0,9
1,
0,5 ,31 0,30
0,66
8 0 0,29 0,4
Tabela 6. Diversidade ß entre os 11 corpos g ostrados no Parque das
Neblinas, Bertioga, SP. Em negrito os menores valores de similaridade; em itálico o
número de espécies em comum entre os corpos gu
R1 R2 R3 PP1 PT2 PT3 BP2
d´á ua am
d´á a.
PT4 PT5 BT1 BT3
R1
* 0,50 0,44 0,00 0,36 0,06 0,30 0,08 0,20 0,27 0,33
R2 4
*
0,67
0,20 0,55 0,27 0,50 0,23 0,27
0,60
0,38
6
4 5 7 7
* 0,43
0,75
0,36 0,31 0,35
T4 35 6 486
* 0,55
0,67
0,55 0,58
PT5 13
,
23
366 4
* 0,54
56 6
R3 4 6
* 0,27
0,64
0,33
0,60
0,31 0,36 0,55 0,4
PP1 0 3 4
* 0,24 0,44 0,27 0,25 0,20 0,25 0,22
PT2 46 6 4
* 0,47
0,80
0,58
0,70
0,46
0,62
PT3 1
P
4
4
47
7
96
*
5
0 45 0,29
0,
0,43
0
BT1
35
5
6
* 33 0,5
BP2 36 6 4
6BT3 448677
*
49
Tabela 7. Amplitude de nicho para ocorrência espacial e temporal dos girinos das 23
spécies de anuros registradas em 11 corpos d’água no Parque das Neblinas,
ertioga, SP.
Espécies
Amplitude de Nicho (B
A
)
e
B
Ocorrência Temporal Ocorrência Espacial
Rhinella icterica
0,192 0,002
Rhinella ornata
0,285 0,062
Aplastodiscus leucopygius
0,856 0,130
Bokermannohyla hylax
0,903 0,124
Bokermannohyla sp. (gr. circumdata) 0,770 0,015
Dendropsophus berthalutzae
0,226 0,275
Dendropsophus elegans
0,131 0,000
Dendropsophus microps
0,232 0,363
Hypsiboas albomarginatus
0,141 0,000
Hypsiboas bischoffi
0,405 0,407
Hypsiboas faber
0,318 0,012
Hypsiboas pardalis
0,311 0,062
Hypsiboas polytaenius
0,149 0,000
Phyllomedusa aff. rohdei 0,320 0,099
Scinax crospedospilus
0,063 0,000
Scinax hayii
0,193
Scinax hiemalis
0,133
Scinax
Scin
Physalaemus moreirae
0,069 0,000
Chiasmocleis leucosticta
0,100
0,412
0,705
cf. brieni 0,122 0,062
ax sp. (gr. ruber) 0,171 0,000
Physalaemus olfersii
0,375 0,286
Crossodactylus dispar
0,292 0,038
0,083
Tabela 8. Dados mensais de temperaturas mínima e máxima, pluviosidade, umidade
relativa, riqueza e abundância de girinos no conjunto dos 11 corpos d’água
amostrados no Parque das Neblinas, Bertioga, SP. Em negrito os maiores valores.
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar
Temperatur ínima
18 15 11 9 8 10 12 15 15 17 17 16
20a m
Temperatura máxima
27 24 23 22 23 24 22 23 26 27 27 29
30
Pluviosidade 1575
809 191 144 319 92 460 646 958 687 831 265 356
Umidade rel a
81
84
80 77 74 71 78 83 74 77 75 70 77
Riqueza
15 15 11 11 7 8 7 14 18 18
19
18 16
Abundância
1065 1249 852 828 1314 1337 1521 2550
4276
2228 2527 1993 1670
ativ
50
Tabela 9. Regressão linear múltipla da riqueza e abundância mensal dos girinos das
espécies registradas em cada corpo d’água com os parâmetros climáticos no Parque
verificar correlação em BT1, pois este corpo d’água esteve seco durante 7 meses.
das Neblinas, Bertioga, SP. Em negrito os valores de p < 0,05. Não foi possível
Riqueza
Abundância
F regressão p
p r² F regressão
R1
0,09 0,96 -0,52 1,10 0,43 0,04
R2
3,54 0,10 0,49 0,09 0,96 -0,52
R3
9,64
0,02
0,76 0,40 0,76 -0,29
PP1
2,78 0,17 0,43 0,34 0,80 -0,39
PT2
13,43 0,20 0,90 0,46 0,76 -0,68
PT3
1,34 0,45 0,17 1,67 0,39 0,29
PT4
0,38 0,77 -0,36 5,29 0,07 0,65
PT5
6,55 0,14 0,77 2,02 0,35 0,38
BT1
- - - - - -
BP2
0,98 0,53 0,008 4,66 0,07 0,58
BT3
1,19 0,43 0,13 0,58 0,72 -0,46
Tabela 10. Abundância mensal dos girinos de 23 espécies de anuros registradas em
11 corpos d’água no Parque das Neblinas, Bertioga, SP, entre março de 2006 e março
de 2007.
MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN F
EV MAR
Rhinella icteri
17 2
ca
0 0 0 0 550 13 244 262 107 0 15
Rhinella orn
9 0
Aplastodiscu
93
Bokermano
451
Bokermanno 32 15
Dendropso
21
Dendropsoph
2 0
Dendropso
2 21
Hypsiboas al
Hypsiboas
98 438
Hypsiboas fa
31
Hypsiboas
43 12
Hypsiboas polytaenius
1 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 5
Phyllomedu 5 0
Scinax crospedospilus
8 2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Scinax hay
411
Scinax hiemalis
24 15 102 168 232 332 193 338 280 221 161 91 61
Scinax cf. b 82 20 11
Scinax sp. (gr. ruber) 0 0 0 0 0 0 0 0 46 27 22 3 3
Physalaem moreirae
0 0 0 0 0 0 0 16 35 1 0 0 0
Physalaemus olfersii
49 14 5 3 0 0 0 202 428 225 399 273 92
Crossodact
0 0
Chiasmocleis leucosticta
0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0
ata
0 0 0 0 50 460 439 394 393 0 37
s leucopygius
121 182 96 69 47 83 109 73 79 113 50 53
hyla hylax
506 754 473 331 388 380 473 319 303 259 250 414
hyla sp. (gr. circumdata) 21 61 90 71 40 49 28 19 50 21 45
phus berthalutzae
11 4 0 0 0 0 0 0 18 44 111 113
us elegans
0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 3
phus microps
11 3 0 0 0 0 0 130 195 72 21 3
bomarginatus
0 0 0 0 0 0 0 0 0 6 25 25 3
bischoffi
65 90 66 164 7 19 35 24 26 42 169 1
ber
9 5 3 3 0 0 0 0 19 5 4 7
pardalis
13 3 0 1 0 0 0 95 152 147 72
sa aff. rohdei 0 0 0 7 0 0 0 0 9 8 7
ii
218 113 14 11 0 0 0 320 1087 768 1053 656
rieni 6 1 0 0 0 0 0 357 1048 267
us
ylus dispar
2 1 1 0 0 1 0 0 0 0 1
51
ATLÂNTICA REFLETE A HISTÓRIA EVOLUTIVA OU FATORES
-CAPÍTULO 2-
A MORFOLOGIA DOS GIRINOS DE UMA ÁREA DE MATA
CONTEMPORÂNEOS?
52
2.1. RESUMO
O enfoque ecomorfológico assume que um ambiente particular restringe a morfologia
e ecologia de uma maneira paralela, assim, padrões em ecologia de indivíduos,
populações ou agrupamentos de espécies podem ser deduzidos através de seus
caracteres morfológicos. Esse estudo foi desenvolvido com o objetivo de analisar a
morfologia de girinos em corpos d’água de uma área de Mata Atlântica, procurando
verificar a existência de adaptações morfológicas para os diferentes micro-hábitats.
Para tanto, as seguintes hipóteses foram formuladas: 1) a morfologia dos girinos é
onstituída por um conjunto
relacionada ao tipo de micro-hábitat ocupado; 2) a morfologia reflete o grau de
parentesco entre as espécies. As análises de Componentes Principais e de
similaridade evidenciaram dois agrupamentos de espécies, um constituído por girinos
bentônicos e outro constituído por girinos nectônicos. Três guildas de girinos com
diferentes comportamentos e uso de micro-hábitat foram evidenciadas na análise de
similaridade – girinos nectônicos que formam agregados, girinos nectônicos que não
formam agregados e girinos bentônicos que não formam agregados. A morfologia
externa dos girinos foi positivamente correlacionada com a matriz de micro-hábitat e
comportamento e não com a matriz de proximidade taxonômica. Apesar do teste de
Mantel indicar ausência de correlação entre as matrizes simétricas de caracteres da
morfologia oral interna com as matrizes de micro-hábitat/comportamento e de
proximidade taxonômica, o dendrograma dos caracteres da morfologia oral interna
mostra que os agrupamentos refletiram a proximidade taxonômica entre os girinos. Os
dados obtidos permitem inferir que a morfologia externa é c
de caracteres morfológicos, dos quais alguns são mais sujeitos as pressões de fatores
contemporâneos, enquanto a morfologia oral interna reflete os fatores históricos.
Palavras-chaves: Ecomorfologia, morfologia oral interna, fatores contemporâneos,
fatores históricos, adaptações.
53
2.1. ABSTRACT
The focus on ecomorphological admits that a particular ambient restricts the
rs dendrogram internal oral morphology shows that the groupings reflected
morphology and ecology in a parallel way. In this manner, individual patterns in
ecology, populations or species grouping can be deduced by means of its
morphological characters. This study was developed with the objective to analyze
tadpoles morphology in ponds of an Atlantic Forest area, trying to verify the existence
of morphological adaptations to the different micro-habitats. In this way, the follow
hypotheses were formulated: 1) tadpole morphology is related to the micro-habitat
where they live; 2) morphology reflects the taxonomic proximity among the species.
The Principal Components and similarity analyses show two species grouping, one of
them composed of bentonic tadpoles, and the other composed of nektonic tadpoles.
Three tadpoles guilds with different behaviors and micro-habitat use were evidenced in
the similarity analyses – nektonic tadpoles that constitute aggregation, nektonic
tadpoles that do not constitute aggregation and bentonic tadpoles that do not constitute
aggregation. The tadpoles external morphology were positively correlated with micro-
habitat/behavior matrix and not with taxonomic proximity matrix. Although the Mantel
test indicates absence of correlation between the symmetrical matrices of morphology
internal oral characters with micro-habitat/behavior and taxonomic proximity matrices,
the characte
the taxonomic proximity among the tadpoles. The data obtained allow to infer that the
external morphology seems to be constituted by a group of morphological characters,
of which some of them are more exposed to pressures of contemporary factors, while
internal oral morphology seems to reflect historical factors.
Keywords: Ecomorphology, internal oral morphology, contemporary factors, historical
factors, adaptations.
54
2.3. INTRODUÇÃO
Entre as questões mais antigas e importantes em biologia evolutiva estão
m organismo (i.e., sua performance) (PERES-NETO, 1999).
orrem em diversos tipos de hábitats
e apresentam uma
& McDIARMID, 1999a,b). ORTON (1953,
1957),
dos adultos; e quando se considera
poucos
os de grande valor sistemático nas larvas de anuros.
LTIG & JOHNSTON (1989) propuseram guildas ecomorfológicas para os
girinos guilda
dos b
aquelas relacionadas à origem das adaptações dos organismos ao seu ambiente
(PERES-NETO, 1999). Isso significa buscar compreender como uma espécie adquiriu
seu repertório de caracteres comportamentais e ecológicos. De um modo geral, se
aceita que este repertório evolutivo representa a interação entre o genótipo, o fenótipo
e o meio ambiente, e que as adaptações locais determinam o modo de operação de
u
Os girinos de anuros oc
imensa diversidade morfológica (ALTIG
com base na morfologia oral externa e na posição do espiráculo, reuniu os
girinos de anuros em quatro grupos, cada um restrito a uma família ou grupo de
famílias de Anura, sugerindo que esses quatro morfotipos representavam grandes
radiações seqüenciais na filogenia dos anuros. Embora os grupos propostos por esta
autora tenham sido largamente aceitos pelos herpetólogos, suas idéias sobre a
classificação e filogenia de Anura geraram muitas controvérsias, centralizadas na
questão de qual peso deve ser dado aos caracteres larvários, quando a morfologia das
larvas sugere relações diferentes da morfologia
caracteres larvários a possibilidade de convergência é alta e a confiança
derivada deste tipo de relação sistemática é baixa (STARRET, 1973; SOKOL, 1975).
STARRET (1973) e SOKOL (1975, 1977, 1981) identificaram muitos caracteres
intern
A
, com base na morfologia e no hábito alimentar. Segundo os autores, a
entônicos compreende girinos de corpo deprimido, disco oral ventral a
anteroventral, olhos dorsais e nadadeiras baixas; a dos nectônicos inclui girinos de
corpo comprimido, disco oral anteroventral, olhos laterais e nadadeiras altas; a dos
55
filtradores de suspensão inclui girinos com ausência de estruturas queratinizadas no
disco oral, corpo geralmente muito deprimido e olhos laterais.
WASSERSUG (1976a,b, 1980) iniciou o estudo da morfologia larvária
objetivando a procura de caracteres diagnósticos adicionais para elucidar problemas
sistemáticos nos anuros, e posteriormente concentrou-se no estudo comparativo de
estruturas orais internas, que não tinham sido enfatizadas por outros autores. Seus
trabalhos demonstraram a importância do significado adaptativo desses caracteres
morfológicos, uma vez que muitos conhecimentos sobre a ecologia dos girinos podem
ser obtidos a partir do estudo da morfologia oral (SPIRANDELI-CRUZ, 1991). Desse
modo, este autor foi responsável por uma nova visão na interpretação dos caracteres
larvários dos anuros, tanto do ponto de vista sistemático como do ponto de vista
ecológico. Sua terminologia e seqüência de descrição da anatomia buco-faringeana
vêm sendo utilizadas por outros estudiosos como VIERTEL (1982), INGER (1983,
1985), DUELLMAN & de SÁ (1988), SPIRANDELI-CRUZ (1991), FORD &
CANNATELLA (1993), SCHIESARI et al. (1996), D’HEURSEL & BALDISSERI (1999),
D’HEURSEL & de SÁ (1999), VIERTEL & RICHTER (1999), D’HEURSEL (2004) e
PRADO (2006). Apesar do grande número de estudos morfológicos, poucos enfocam
os aspectos ecológicos (INGER, 1985) e nenhum associa a ecologia com a
morfologia.
O enfoque ecomorfológico assume que um ambiente particular restringe a
morfologia e ecologia de uma maneira paralela, assim, padrões em ecologia de
indivíduos, populações ou agrupamentos de espécies podem ser deduzidos através de
seus caracteres morfológicos (MULLANEY & GALE, 1996). A ecomorfologia
fundamenta-se na idéia que as diferenças morfológicas existentes entre as espécies
podem estar associadas à ação de diferentes pressões ambientais e biológicas por
elas sofridas, e uma das principais hipóteses a ser testada, é uma possível associação
entre a morfologia e a ecologia, de maneira que a morfologia típica de uma população
56
em um
ladas: 1) a morfologia dos girinos é relacionada ao tipo de
micro-h
2.4. MA
e a morfologia oral foram determinadas em
girinos
2007, e corpos d’água no Parque das Neblinas, Bertioga, SP. A metodologia de
coleta
Dendropsophus elegan s faber, H. polytaenius, Crossodactylus dispar e
Chiasm
ou não fora
morfológica (estágios 35 a 39; GOSNER, 1960).
Todos os exemplares coletados estão depositados na Coleção Científica de
Anfíbios (DZSJRP-Tadpoles) do Departamento de Zoologia e Botânica do Instituto de
Biociências, Letras e Ciências Exatas – UNESP, Campus de São José do Rio Preto,
SP.
2.4.2. Morfologia externa: morfometria e atributos ecomorfológicos
que possível em dez, mas no mínimo em três girinos de cada espécie, nos estágios de
desenvolvimento 35 a 39 (GOSNER, 1960), segundo ALTIG & JOHNSTON (1986,
hábitat deveria ser aquela que garante o melhor desempenho nesse hábitat
(PINTO & ÁVILA-PIRES, 2004).
Esse estudo foi desenvolvido com o objetivo de analisar a morfologia de girinos
em corpos d’água de uma área de Mata Atlântica, procurando verificar a existência de
adaptações morfológicas para os diferentes micro-hábitats. Para tanto, as seguintes
hipóteses foram formu
ábitat ocupado; 2) a morfologia reflete o grau de parentesco entre as espécies.
TERIAL E MÉTODOS
2.4.1. Exemplares examinados
As dimensões morfométricas
de 18 das 23 espécies registradas, no período de março de 2006 a março de
m onze
e conservação dos girinos está descrita no Capítulo 1. Os girinos de
s, Hypsiboa
ocleis leucosticta não foram incluídos nesse estudo porque foram raros (n < 3)
m encontrados nos estágios de desenvolvimento adequados para análise
Dezessete dimensões morfométricas (Figura 1) foram determinadas sempre
57
1989),
BRANDÃO (2001) e FIGUEIRA (2004): comprimento total (CT, distância entre a
extrem
corpo ( tância entre a extremidade anterior do focinho e o início da cauda, em
vista la
dorsal) dal,
medida
distânc
maior distância entre as margens dorsais da nadadeira e da musculatura caudal, em
vista lateral); altura da
ventrais da nadadeira e da musculatura caudal, em vista lateral); altura da musculatura
caudal (AMC, maior distância ventro-dorsal da musculatura caudal, em vista lateral);
distância interocular (DIO, distância entre os centros dos olhos, em vista dorsal);
distância internasal (DIN, distância entre os centros das narinas, em vista dorsal);
distância do olho ao focinho (DOF, distância entre a extremidade anterior do focinho e
o centro do olho, em vista lateral); distância da narina ao focinho (DNF, distância entre
a extremidade anterior do focinho e o centro da narina, em vista lateral); diâmetro do
olho (DO, distância máxima entre as margens do olho); diâmetro da narina (DN,
distância máxima entre as margens da narina); comprimento do espiráculo (CE,
distância entre a base e a extremidade do espiráculo); comprimento da cauda (CCA,
distância entre o final do corpo e a extremidade final da cauda); altura da linha média
do espiráculo (AE, distância entre a linha média do espiráculo e a extremidade ventral
do corpo, traçando-se uma reta perpendicular ao eixo horizontal, em vista lateral).
O comprimento total foi determinado com paquímetro digital e as 16 dimensões
restantes sob microscópio estereoscópico Leica (MZ75), equipado com ocular
micrométrica. Para as medições sob microscópio estereoscópico, foi utilizada placa de
Petri com fundo de parafina, usada para fixar alfinetes ao redor dos girinos, mantendo-
os nas posições adequadas para realizar as medições.
JOHNSTON & ALTIG (1986), ALTIG & McDIARMID (1999a), ETEROVICK &
idade anterior do focinho e a extremidade final da cauda); comprimento do
CC, dis
teral); largura do corpo (LC, maior distância entre as laterais do corpo, em vista
; largura da musculatura caudal (LMC, maior largura da musculatura cau
na base da cauda junto ao corpo, em vista dorsal); altura do corpo (AC, maior
ia ventro-dorsal do corpo, em vista lateral); altura da nadadeira dorsal (AND,
nadadeira ventral (ANV, maior distância entre as margens
58
Com base nessas dimensões, foram determinados 16 atributos
ecomorfológicos. Como não existia nenhuma proposta de atributos ecomorfológicos
para girinos, muitos foram baseados em estudos de ecomorfologia de peixes (GATZ,
1979a,b; WATSON & BALON, 1984; BALON et al., 1986) e outros foram propostos e
testados com sucesso por FIGUEIRA (2004), em uma comunidade de girinos de poça
temporária:
q Índice de compressão do corpo: IC = altura máxima do corpo/largura máxima
dorsal/altura máxima da musculatura caudal. Nadadeiras dorsais altas indicam
girinos nectônicos.
Altura relativa da nadadeira ventral: ANV = altura máxima da nadadeira
ventral/altura máxima da musculatura caudal. Nadadeiras ventrais altas
indicam girinos nectônicos.
q Largura relativa da musculatura caudal: LMC = largura máxima da
musculatura caudal/comprimento da cauda.
q Altura relativa da cauda: ARC = altura da nadadeira dorsal + altura da
nadadeira ventral + altura da musculatura caudal/ altura do corpo.
q
o ao focinho.
do corpo. Valores elevados indicam indivíduos com o corpo deprimido.
q Altura relativa do corpo: AR = altura máxima do corpo/comprimento total.
q Comprimento relativo do focinho: CFO = distância do olho ao
focinho/comprimento do corpo.
q Comprimento relativo da cauda: CCA = comprimento da cauda/comprimento
total.
q Índice de compressão da cauda: ICC = altura máxima da cauda/largura
máxima da cauda.
q Altura relativa da nadadeira dorsal: AND = altura máxima da nadadeira
q
Posição das narinas no eixo longitudinal: PNL = distância da narina ao
focinho/distância do olh
59
q Posição das narinas no eixo transversal: PNT = distância internasal/largura do
corpo.
q Tamanho relativo das narinas: TN = diâmetro das narinas/comprimento do
corpo.
q Posição dos olhos: PO = distância interocular/largura do corpo. Valores
baixos indicam olhos localizados dorsalmente, típico de girinos bentônicos.
q Tamanho relativo dos olhos: TO = diâmetro dos olhos/comprimento do corpo.
q Posição do espiráculo: PE = altura da linha média do espiráculo/altura
máxima do corpo.
q Comprimento relativo do espiráculo: CE = comprimento do
espiráculo/comprimento do corpo.
2.4.3. Morfologia oral interna: dissecção e análise da morfologia oral
Foram dissecados de um a sete girinos de cada espécie, nos estágios de
desenvolvimento 36 a 41 (GOSNER, 1960), seguindo o procedimento descrito por
WASSERSUG (1976a), SPIRANDELI-CRUZ (1991), com algumas modificações
propostas por PRADO (2006). A análise e as medições das estruturas orais internas
foram efetuadas sob microscópio estereoscópico Leica (MZ75), equipado com ocular
micrométrica. As fotografias foram feitas no microscópio estereoscópico Leica (NZ16),
com o programa computacional Image Manager 50 (IM 50).
Cada exemplar foi lavado em água corrente para remover o excesso de
conservante e transferido para uma placa de Petri com fundo de parafina, sendo
mantido sob uma camada de água. O girino foi mantido com o lado esquerdo voltado
para cima, por meio de um alfinete colocado no terço anterior da cauda, próximo à
abertura do tubo anal. Sob microscópio estereoscópico e com tesoura de
microdissecção iniciou-se a retirada da pele pela região posterior à câmara branquial
com uma incisão no sentido ventro-dorsal. Continuou-se o corte em direção à região
60
anterior, paralelamente ao eixo longitudinal do corpo do animal, seguindo o contorno
inferior s, passando sob as narinas e indo até a boca, de onde foi desviado
em direção à linha média do corpo. A partir daí, o girino foi fixado com o lado direito
a branquial. Para
finaliza pele do corpo do animal, o girino foi mantido com o abdômen
para cima e a pele foi retirada com um corte transversal no nível das câmaras
irada da pele, o exemplar foi fixado com o lado esquerdo para cima e
foi feita uena incisão pela comissura labial, até se visualizar o limite dos bicos
córneo ntral. O mesmo procedimento foi realizado do lado direito. O girino
foi novamente fixado com o lado esquerdo para cima e, a partir da incisão feita pela
stero-dorsal, passando entre os
ramos erior e o músculo adutor anterior
da ma te os ramos profundo e subexterno do
dutor posterior mandibular, o músculo adutor externo da mandíbula e o músculo
sse corte, a cartilagem de Meckel é separada da cartilagem do
esta do ceratohial. O corte seguiu até a região postero-dorsal da
faringe do as câmaras de pressão dorsais, do cesto branquial ventral. A
seguir, o girino foi colocado com o lado direito para cima e procedeu-se do mesmo
a comissura labial direita, obtendo assim, assoalho e
teto buco-faringeanos separados na região anterior, mas ainda unidos
transversalmente na região posterior.
ovamente colocado com o abdômen para cima, quando foram
pele da região ventral e a massa intestinal para separar, na
região ssoalho do teto bucal. Procedeu-se então, a separação total das
porçõe rsal junto ao dorso, primeiro do
lado di esôfago. Desse modo, o assoalho foi isolado, ficando o teto da boca
unido ao resto do corpo.
dos olho
para cima e o caminho inverso foi feito, até a região posterior à câmar
r a retirada da
branquiais.
Após a ret
uma peq
s dorsal e ve
comissura labial, seguiu-se o corte em direção po
superficial e articular do músculo adutor post
ndíbula, e cortando mais ventralmen
a
órbito hióideo. Ne
palatoquadrado, e
separan
modo a partir da incisão feita n
O girino foi n
retirados o restante da
posterior, o a
s dorsal e ventral, através de um corte transve
reito, até o
61
O girino foi, então, mergulhado em solução de azul de metileno a 1% por 20
segund visualização das estruturas da região bucofaringeana. As
peças transferidas para uma placa de Petri também com fundo de
para manter a peça submersa (PRADO, 2006).
faringeanas dorsais e
ventrai de WASSERSUG (1976a), como
citada 2006). Seguiu-se a mesma
seqüên crição de WASSERSUG (1976a), onde as características
scritas da região anterior para a posterior, primeiro as do
assoalh bucal. Para comparação entre as espécies, as medições
e conta e direito do girino,
com o de papilas e pústulas.
racteres da morfologia oral interna foi construída com 38 estados
ta ausência do caracter e 1 representa sua
presen respectivos estados foram:
I. ASSO
A) Form
1) oval
os, para melhor
bucais foram
parafina, contendo água suficiente
Para identificação e descrição das estruturas buco-
s do girino (Figura 2) utilizou-se a terminologia
por SPIRANDELI-CRUZ (1991) e PRADO (
cia de des
morfológicas foram de
o e depois as do teto
gens das estruturas internas foram feitas nos lados esquerdo
objetivo de determinar a variação no número
A matriz de ca
de 14 caracteres, onde 0 represen
ça. Os caracteres analisados e seus
ALHO BUCAL:
ato geral:
2) triangular
B) Projeções na região infra-rostral:
3) presentes
4) ausentes
C) Espinho queratinizado no canto posterior do bico córneo:
5) presente
6) ausente
62
D) Número de papilas infralabiais:
7) duas
8) quatro
es laterais:
16) muitas, em número superior a 10
II. TET
E) Formato da margem das papilas infralabiais das pared
9) serrilhadas
10) lisas
F) Número de papilas linguais:
11) duas
12) três
13) quatro
14) ausentes
G) Número de pústulas da arena do assoalho bucal:
15) poucas, em número igual ou inferior a 10
O BUCAL:
H) Formato geral:
17) oval
18) triangular
I) Projeções na área pré-nasal:
19) pústulas ou papilas
20) crista larga
21) ausentes
J) Formato da narina:
22) elípticas
23) elípticas com concavidade anteromediana
24) fenda
63
K) Parede anterior das narinas:
25) com pústulas
26) ausente
L) Parede posterior das narinas:
27) formato de aba lisa, sem apresentar a válvula nasal
28) formato de aba, com a válvula nasal larga
29) formato de aba, com a válvula nasal estreita
30) ausente
M) Papilas pós-nasais:
31) muito reduzidas
mediana:
1992): números
diferen
32) duas papilas cônicas, maiores e com o bordo serrilhado
33) duas papilas com o ápice arredondado
34) ausentes
N) Papilas laterais da crista
35) cônicas com o bordo serrilhado
36) em forma de “quela”
37) largas com projeções
38) ausentes
2.4.4. Grau de parentesco
A matriz de grau de parentesco foi construída com base no grau de
parentesco entre as espécies, segundo DOUGLAS & MATHEWS (
tes foram atribuídos para categorias taxonômicas diferentes, ou seja, para
indivíduos de famílias diferentes deu-se o número quatro, da mesma família o número
três, do mesmo gênero dois, do mesmo grupo intragenérico ou do mesmo clado, um e
da mesma espécie, zero. Para tanto, a proximidade taxonômica foi considerada de
acordo com os grupos intragenéricos apresentados em FROST (2007), para a família
Hylidae foram considerados os clados monofiléticos segundo FAIVOVICH et al.
64
(2005), para a família Leiuperidae, seguiu-se a proposta de GRANT et al. (2006) e
para a família Bufonidae, a de CHAPARRO et al. (2007).
2.4.5. Uso de micro-hábitat e comportamento
Para a determinação do uso de micro-hábitat foram realizadas observações in
situ, sendo determinados os seguintes descritores para os girinos de cada espécie,
visualizados em cada amostragem: posição na coluna d’água (meia água ou fundo),
utilizaçã
o de refúgios (abrigavam-se sob vegetação, sob folhas caídas da vegetação
complementares e a comparação dos resultados obtidos com
estes
nálise de Componentes Principais (ACP) é um método de ordenação que
ompreende um conjunto de técnicas nos quais os objetos (i.e., espécies estudadas)
relação a um ou mais eixos ortogonais independentes, de modo
que su máximo de informações sobre suas semelhanças
(i.e., se
marginal, levemente enterrados no fundo lodoso ou não usavam refúgios) e formação
ou não de agregações.
A matriz de uso de micro-hábitat e comportamento foi construída com os oito
descritores acima, onde 0 representa que o girino não utiliza determinado micro-
hábitat ou determinado comportamento não foi observado e 1 o oposto.
2.4.6. Análises estatísticas
Para determinar o grau de similaridade morfológica entre os girinos das
espécies estudadas, os atributos ecomorfológicos foram submetidos à Análise de
Componentes Principais e à análise de agrupamento (KREBS, 1999), pois são
métodos de ordenação
dois métodos, possibilita uma melhor delimitação e interpretação dos
agrupamentos de espécies (CURI, 1982; ROSSA-FERES, 1997).
A A
c
são posicionados em
as posições proporcionem o
melhanças ecomorfológicas) (PERES-NETO, 1999). Essa análise é capaz de
reduzir várias medidas morfométricas a poucos fatores que explicam (resumem) a
65
maior
dice para análises morfológicas (KREBS, 1999). Para os
caracte
s ecomorfológicos e
hipótese que a morfologia dos girinos é influenciada
os scores dos três primeiros eixos da análise de
parte da variância dos dados originais (PERES-NETO, 1999). No presente
estudo a correlação foi efetuada em matriz de covariância (PERES-NETO, 1999).
A análise de agrupamento foi aplicada em matrizes construídas com diferentes índices
de similaridade, de acordo com o conjunto de dados analisados. Para os atributos
ecomorfológicos, foi empregado o índice de dissimilaridade, Distância Euclidiana,
considerado o melhor ín
res da morfologia oral interna e para os tipos de micro-hábitat e de
comportamento foi empregado o índice binário de Jaccard (KREBS, 1999). Em todas
as análises, o agrupamento foi obtido pelo método de média não ponderada (UPGMA)
(KREBS, 1999).
Para verificar se a morfologia dos girinos (atributo
caracteres da morfologia oral interna) tem correlação com dados ecológicos (micro-
hábitat e comportamento) ou com o grau de parentesco das espécies foram
empregadas três análises:
1) a composição dos agrupamentos de espécies obtidos com as matrizes de
caracteres morfológicos (atributos ecomorfológicos e caracteres da morfologia oral
interna) e a dos obtidos com a matriz de uso de micro-hábitat e comportamento foram
comparados. A semelhança na composição dos agrupamentos obtidos com base
nessas três matrizes sustentará a
por processos ecológicos (uso de micro-hábitat e comportamento). Caso contrário, se
os agrupamentos tiverem composição de espécies diferente e se a morfologia refletir o
grau de parentesco, a hipótese de restrição evolutiva será reforçada.
2) Análise de Correlação Canônica (TERBRAAK,1986; 1994), aplicada para
verificar a existência de correlação entre as matrizes de atributos ecomorfológicos e de
uso de micro-hábitat e comportamento, realizada no programa computacional
SYSTAT, v. 10 (KROEGER, 2000). Para tanto, foram utilizados os scores dos três
primeiros Componentes Principais da ACP, aplicada para os 16 atributos
ecomorfológicos das espécies e
66
Correspondência Canônica (CCA), aplicada para as matrizes de descritores de micro-
hábitat e comportamento e dos 16 atributos ecomorfológicos dos girinos. Esta análise
examina a relação multivariada entre dois conjuntos de dados. Da mesma maneira
que na Análise de Componentes Principais, a Análise das Correlações Canônicas
(CA) determina novas variáveis (variáveis canônicas), geradas por combinações
lineares, que maximizam a correlação entre os dois conjuntos de dados envolvidos,
sendo que cada variável canônica é independente uma da outra (EVERITT & DUNN,
1992).
3) teste de Mantel (MANTEL, 1967), que é utilizado para testar a correlação
rentesco foi testada com cada atributo ecomorfológico no programa
entre matrizes simétricas de dados, verificando se há correspondência significativa (p
< 5%) entre elas. Para tanto, as matrizes de micro-hábitat/comportamento e de grau
de parentesco foram testadas com cada caracter da morfologia oral interna e a matriz
de grau de pa
NTSYS 2.1 (ROHLF, 2000). Os índices de similaridade utilizados foram: Distância
Euclidiana para as matrizes de atributos ecomorfológicos e de grau de parentesco e
Coeficiente de Jaccard para as matrizes de caracteres da morfologia oral interna e de
micro-hábitat/comportamento. Todas as matrizes utilizadas nas análises são
simétricas (espécies vs. espécies) e as espécies foram ordenadas da mesma forma
em todas as matrizes.
Exceto o Teste de Mantel e a Análise de Correlação Canônica, as demais
análises estatísticas foram realizadas com o programa Past versão 1.42 (HAMMER et
al., 2001).
2.5. RESULTADOS
2.5.1. Morfologia externa
As dimensões morfométricas dos girinos estão apresentadas na Tabela 1. Com
base nessas medidas foram calculados os atributos ecomorfológicos apresentados na
Tabela 2.
67
O primeiro componente (CP1) da Análise de Componentes Principais (ACP)
explicou 79% da variação dos dados, enquanto o segundo (CP2) e terceiro (CP3)
componentes explicaram, respectivamente, 10% e 6%, totalizando 95% de variação
o do focinho (CFO), enquanto os de D. microps e D. berthalutzae
aprese
ax sp. (gr. ruber), S. crospedospilus, S. hayii, Scinax cf.
rieni, Rhinella ornata, D. microps e D. berthalutzae — dos girinos que apresentaram
narinas lo posicionado próximo da linha média do corpo
Hyp ffi, R. icterica, Physalaemus
inos bentônicos, com corpo deprimido e olhos dorsais — Hypsiboas
lbomarginatus, H. pardalis, H. bischoffi, R. icterica, Physalaemus moreirae, P. olfersii,
Bokermannohyla sp. (gr. circ cus leucopygius — e outro
acumulada (Tabela 3). Estes resultados revelam que a variância dos dados
morfológicos pode ser explicada por poucos fatores, contidos nos dois primeiros
componentes principais.
O eixo longitudinal (CP1) separou os girinos com focinho longo (Phyllomedusa
aff. rohdei) dos girinos com focinho curto (Dendropsophus microps e D. berthalutzae)
(Figura 3). Girinos de Phyllomedusa aff. rohdei apresentaram o maior valor para
comprimento relativ
ntaram os menores valores para este atributo (Tabela 2).
O eixo vertical (CP2) separou os girinos com narinas próximas ao focinho e
espiráculo posicionado na região ventral (Phyllomedusa aff. rohdei) ou muito abaixo da
linha média do corpo — Scin
b
distantes do focinho e espirácu
siboas albomarginatus, H. pardalis, H. bischo
moreirae, P. olfersii, Bokermannohyla sp. (gr. circumdata), B. hylax e Aplastodiscus
leucopygius (Figura 3, Tabela 2).
A ACP evidenciou dois agrupamentos de espécies (Figura 3): um constituído
por gir
a
umdata), B. hylax e Aplastodis
constituído pelos girinos nectônicos, de corpo comprimido e olhos laterais —
Phyllomedusa aff. rohdei, Scinax sp. (gr. ruber), S. crospedospilus, S. hayii, Scinax cf.
brieni, R. ornata, D.
m
icrops e D. berthalutzae. Entretanto, durante observações in situ,
girinos de
R.. icterica e H. albomarginatus foram observados nadando e forrageando
em vegetação na coluna d’água.
68
As espécies da família Hylidae, de modo geral, ficaram distanciadas no espaço
ecomorfológico gerado pelos dois primeiros Componentes Principais, o que pode ser
observado para Phyllomedusa aff. rohdei, D. microps e D. berthalutzae, que ficaram
mitado pelos dois
forçando que
das (Figura 5 e Tabela 4): 1) girinos nectônicos que formam
se
odem ou não se refugiar; Hypsiboas albomarginatus, Scinax sp. (gr. ruber) e
Phyllomedusa aff. rohdei, que se abrigam sob a vegetação emergente dos corpos
d’água
flutuante, sob o fundo lodoso, sob folhas caídas da vegetação marginal e em alguns
distantes dos outros hilídeos e para Hypsiboas albomarginatus, H. pardalis, H.
bischoffi, Bokermannohyla sp. (gr. circumdata), B. hylax e Aplastodiscus leucopygius,
que foram incluídas no grupo dos bentônicos, junto com os leiuperídeos e bufonídeos
(Figura 3). Entretanto, os hilídeos do gênero Scinax ficaram próximos entre si,
juntamente com Rhinella ornata, no espaço bidimensional deli
primeiros Componentes Principais (Figura 3).
O dendrograma dos atributos morfológicos (Figura 4) mostra os mesmos
agrupamentos evidenciados pela Análise de Componentes Principais, re
a maior diferenciação morfológica entre os girinos está associada ao hábito bentônico
ou nectônico.
Três guildas de girinos com diferentes comportamentos e uso de micro-hábitat
foram evidencia
agregados: Rhinella ornata e R. icterica; girinos de ambas as espécies abrigam-se sob
a vegetação flutuante, mas apenas os de C. ornatus se abrigam no fundo lodoso; 2)
girinos nectônicos que não formam agregados: Dendropsophus berthalutzae, que
abrigam sob a vegetação emergente, sob folhas caídas da vegetação marginal e
levemente enterrados no fundo lodoso; D. microps, Scinax cf. brieni e S. hayii, que
p
e S. crospedospilus, que se abrigam exclusivamente no fundo lodoso dos
corpos d’água; 3) girinos bentônicos que não formam agregados: Aplastodiscus
leucopygius, Bokermannohyla sp. (gr. circumdata), B. hylax e H. bischoffi, que se
abrigam sob a vegetação emergente e flutuante, sob o fundo lodoso e sob folhas
caídas da vegetação marginal; Scinax hiemalis, que se abrigam sob a vegetação
69
ambientes não se abrigam; Physalaemus olfersii, que se abrigam sob o fundo lodoso
ou sob folhas caídas da vegetação marginal; Hypsiboas pardalis e P. moreirae, que se
s mais relacionados ao uso de micro-
o sucinta
Aplastodiscus leucopygius
Assoalho buca ato oval, com largura
aproxim
abrigam sob o fundo lodoso dos corpos d’água.
A matriz morfológica (atributos ecomorfológicos) e a matriz de uso de micro-
hábitat (descritores de uso de micro-hábitat/comportamento e atributos
ecomorfológicos dos girinos) foram positivamente correlacionadas (CA: r²=0,988; p=
0). Os atributos ecomorfológico
hábitat/comportamento pelos girinos foram comprimento relativo do focinho (CFO),
altura relativa da nadadeira ventral (ANV) e posição das narinas no eixo transversal
(PNT) (Tabela 5).
O grau de parentesco das espécies, determinado pela proximidade taxonômica
entre elas, está apresentado na Tabela 6. Não houve correlação entre as matrizes de
atributos ecomorfológicos e a matriz de proximidade taxonômica, como mostrou o
teste de Mantel (Tabelas 7).
2.5.2. Morfologia oral interna
2.5.2.1. Caracterização da morfologia interna
Considerando a carência de descrições da morfologia oral interna de girinos,
para melhor compreensão dos caracteres analisados foi feita uma descriçã
dos caracteres do assoalho e do teto bucal de cada espécie, com sua respectiva
figura:
l (Figura 6A). O assoalho bucal tem form
adamente 18% maior que o comprimento. Na região infrarostral, são
encontradas entre três ou quatro pústulas dispersas aleatoriamente. Quatro papilas
infra-labiais estão presentes na região anterior do assoalho, duas laterais, maiores, de
aspecto palmado e recortadas irregularmente na borda livre, e duas ventrais, menores,
70
cônicas com a margem livre serrilhada (uma papila maior e uma menor de cada lado).
O rudimento lingual apresenta duas papilas linguais cônicas, com o ápice
arredondado, dispostas em uma série transversa.
A arena do assoalho bucal apresenta formato triangular e é delimitada por
formato oval, acompanhando o assoalho bucal. A
stão posicionadas a cerca de 19% do comprimento do teto, são
al. A crista mediana é triangular, com o
Bokermannohyla hylax
o presentes na região anterior do assoalho, são grandes, de aspecto
palmado e bastante recortadas irregularmente na borda livre (uma papila de cada
uma fileira de 15 a 29 papilas de cada lado, unidas desde a base assemelhando-se a
um “V” interrompido no vértice. As papilas são cônicas, algumas semelhantes a
ganchos, podendo ter pequenas projeções ou o ápice bifurcado. Além destas papilas,
a arena apresenta muitas pústulas (n > 10) minúsculas dispersas.
Teto bucal (Figura 6B). Tem
área pré-nasal é quadrangular e encontra-se nesta região, uma crista baixa e larga,
serrilhada irregularmente no bordo ventral, orientada transversalmente.
As narinas e
elípticas apresentando uma expansão na sua porção anteromediana, formando uma
concavidade. A parede anterior das narinas apresenta pústulas e a parede posterior
está ausente.
Ausência de papilas na área pós-nas
bordo livre serrilhado e seu comprimento corresponde a cerca de 8% do comprimento
do teto. As papilas laterais da crista possuem base larga, com projeções na borda.
A arena do teto bucal é circular, com largura aproximadamente 30% maior que
o comprimento, sem papilas delimitando-a e muitas pústulas dispersas aleatoriamente.
Assoalho bucal (Figura 7A). O assoalho bucal tem formato triangular, com
largura aproximadamente 3% maior que o comprimento. Na região infrarostral, são
encontradas entre três ou quatro pústulas dispersas aleatoriamente. Duas papilas
infra-labiais estã
71
lado). O rudimento lingual cônicas bem alongadas,
com o
ente no bordo ventral, orientada transversalmente.
las cônicas, maiores e podem ter
o e seu comprimento corresponde a cerca de 8% do comprimento do teto. As
ue o comprimento, delimitada por uma fileira de 4 a 10 papilas de cada
formato triangular, com
infra-labiais estão presentes na região anterior do assoalho, duas laterais, maiores, de
apresenta duas papilas linguais
ápice arredondado, dispostas em uma série transversa.
A arena do assoalho bucal apresenta formato oval e é delimitada por uma
fileira de 15 a 23 papilas de cada lado, unidas desde a base. As papilas são cônicas,
longas, e algumas semelhantes a ganchos, duas delas, localizadas de cada lado da
arena são bifurcadas desde a sua base. Além destas papilas, a arena apresenta
muitas pústulas (n > 10) dispersas.
Teto bucal (Figura 7B). Tem formato triangular, acompanhando o assoalho
bucal. A área pré-nasal é quadrangular e encontra-se nesta região, uma crista baixa e
larga, serrilhada irregularm
As narinas estão posicionadas a cerca de 14% do comprimento do teto, são
elípticas apresentando uma expansão na sua porção anteromediana, formando uma
concavidade. Ausência da parede anterior das narinas e a parede posterior em
formato de aba, com a válvula nasal larga.
Na área pós-nasal são encontradas duas papi
o bordo serrilhado; além destas papilas, podem ser encontradas mais anteriormente,
entre elas, duas papilas menores. A crista mediana é triangular, com o bordo livre
serrilhad
papilas laterais da crista são cônicas com a borda irregularmente recortada.
A arena do teto bucal tem formato indefinido, com largura aproximadamente
31% maior q
lado e muitas pústulas dispersas aleatoriamente.
Bokermannohyla sp. (gr. circumdata)
Assoalho bucal (Figura 8A). O assoalho bucal tem
largura aproximadamente 14% maior que o comprimento. Na região infrarostral, são
encontradas entre três ou quatro pústulas dispersas aleatoriamente. Quatro papilas
72
aspecto palmado e bastante recortadas irregularmente na borda livre, e duas ventrais,
menores, cônicas com a margem livre serrilhada (uma papila maior e uma menor de
ada lado). O rudimento lingual apresenta duas papilas linguais cônicas bem
alongadas, com o ápice arred érie transversa.
assoalho
bucal.
em
9% do comprimento do teto. As
ira de 7 a 15 papilas de cada lado e muitas pústulas dispersas
c
ondado, dispostas em uma s
A arena do assoalho bucal apresenta formato oval e é delimitada por uma
fileira de 15 a 27 papilas de cada lado, unidas desde a base. As papilas são cônicas,
longas, e algumas semelhantes a ganchos, duas delas, localizadas de cada lado da
arena são bifurcadas desde a sua base. Além destas papilas, a arena apresenta
muitas pústulas (n > 10) dispersas.
Teto bucal (Figura 8B). Tem formato triangular, acompanhando o
A área pré-nasal é quadrangular e encontra-se nesta região, duas pústulas de
tamanho mediano.
As narinas estão posicionadas a cerca de 20% do comprimento do teto, são
elípticas apresentando uma expansão na sua porção anteromediana, formando uma
concavidade. Ausência da parede anterior das narinas e a parede posterior
formato de aba, com a válvula nasal larga.
Na área pós-nasal são encontradas duas papilas cônicas, maiores e podem ter
o bordo serrilhado; além destas papilas, podem ser encontradas muitas pústulas
dispersas aleatoriamente nesta área. A crista mediana é triangular, com o bordo livre
serrilhado e seu comprimento corresponde a cerca de
papilas laterais da crista são em forma de “quela” com a borda irregularmente
recortada.
A arena do teto bucal tem formato indefinido, com largura aproximadamente
39% maior que o comprimento, com cerca de 15 papilas na área central, delimitada
por uma file
aleatoriamente.
73
Dendropsophus berthalutzae
Assoalho bucal (Figura 9A). O assoalho bucal tem formato oval, com
e pode ter a borda livre
cortada irregularmente, e duas ventrais, bem menores, com o ápice arredondado,
tendendo à pústula (uma pap a lado).
.
sterior das narinas estão
teto. As papilas laterais
comprimento entre 8 a 9% maior que a largura. Ausência de projeções na região
infrarostral. Quatro papilas infra-labiais estão presentes na região anterior do assoalho,
duas laterais, robustas e côncavas, de aspecto palmado
re
ila maior e uma menor de cad
Nesta espécie, ocorre uma redução quase que total das estruturas orais
internas, com ausência de papilas linguais e grande redução no número de papilas da
arena do assoalho bucal.
A arena do assoalho bucal apresenta formato indefinido e é delimitada por uma
série de 5 a 6 pústulas anteriormente e uma grande papila em formato de crista de
cada lado na região posterior. Algumas pústulas são de tamanho mediano, cônicas,
tendendo a papilas e a crista possui o bordo serrilhado. Além destas projeções, a
arena apresenta muitas pústulas (n > 10) dispersas
Teto bucal (Figura 9B). Tem formato oval, acompanhando o assoalho bucal. A
área pré-nasal é retangular alongada e algumas pústulas são encontradas nesta
região.
As narinas estão posicionadas a cerca de 9% do comprimento do teto e
apresentam formato de fenda. As paredes anterior e po
ausentes.
As pústulas dispersas na área pós-nasal são muito reduzidas, quase
indefinidas. A crista mediana é semicircular, com o bordo livre serrilhado e seu
comprimento corresponde a cerca de 7% do comprimento do
da crista são cônicas, com a borda irregularmente recortada.
A arena do teto bucal apresenta formato indefinido, com largura
aproximadamente 53% maior que o comprimento, com apenas duas papilas grandes
74
na área central, delimitada por uma fileira de 3 a 4 pequenas papilas de cada lado e
muitas pústulas dispersas aleatoriamente.
Dendropsophus microps
l. Quatro papilas infra-labiais estão presentes na região anterior do
ssoalho, duas laterais, robustas e côncavas, de aspecto palmado e com a borda livre
lisa, e duas ventrais, bem men edondado, tendendo à pústula
(uma p
to indefinido e é delimitada por uma
cal.
Assoalho bucal (Figura 10A). O assoalho bucal tem formato oval, com
comprimento aproximadamente 14% maior que a largura. Ausência de projeções na
região infrarostra
a
ores, com o ápice arr
apila maior e uma menor de cada lado).
Nesta espécie, assim como em D. berthalutzae, ocorre uma redução quase que
total das estruturas orais internas, com ausência de papilas linguais e grande redução
no número de papilas da arena do assoalho bucal. Além destas características, esta
espécie possui duas elevações no assoalho com dimensões parecidas e localizadas
nas laterais do rudimento lingual, onde parece ocorrer uma pústula de cada lado.
A arena do assoalho bucal apresenta forma
série de pústulas anteriormente e uma grande papila em formato de crista de cada
lado na região posterior. Algumas pústulas são de tamanho mediano, cônicas,
tendendo a papilas e a crista possui o bordo serrilhado. Além destas projeções, a
arena apresenta muitas pústulas (n > 10) dispersas.
Teto bucal (Figura 10B). Tem formato oval, acompanhando o assoalho bu
A área pré-nasal é retangular alongada e desprovida de projeções.
As narinas estão posicionadas a cerca de 8% do comprimento do teto e
apresentam formato de fenda. As paredes anterior e posterior das narinas estão
ausentes.
Não ocorrem papilas pós-nasais. A crista mediana é semicircular, com o bordo
livre serrilhado e seu comprimento corresponde a cerca de 5% do comprimento do
75
teto. As papilas laterais da crista são cônicas, podendo ter a borda irregularmente
recortada.
A arena do teto bucal apresenta formato indefinido, com largura
aproximadamente 68% maior que o comprimento, com apenas duas papilas grandes
na área central e muitas pústulas dispersas aleatoriamente.
Hypsiboas albomarginatus
Assoalho bucal (Figura 11A). O assoalho bucal tem formato oval, com largura
aproximadamente 4% maior que o comprimento. Na região infrarostral, são
encontradas entre três ou quatr aleatoriamente. Quatro papilas
infra-la
e apresentam duas a três papilas,
e
s e a parede posterior
tem formato de aba, com a válvula nasal larga.
o pústulas dispersas
biais estão presentes na região anterior do assoalho, duas laterais, maiores, de
aspecto palmado e recortadas irregularmente na borda livre, e duas ventrais, menores,
cônicas com a margem livre serrilhada (uma papila maior e uma menor de cada lado).
O rudimento lingual apresenta duas papilas linguais cônicas, com o ápice
arredondado, dispostas em uma série transversa.
A arena do assoalho bucal é delimitada por uma fileira de papilas de cada
lado, unidas desde a base assemelhando-se a um “V” interrompido no vértice. Estas
fileiras partem da região próxima às bolsas bucais
sendo que duas são totalmente fundidas. Além destas fileiras de papilas, a arena
apresenta poucas pústulas (n < 10) minúsculas dispersas.
Teto bucal (Figura 11B). Tem formato oval, acompanhando o assoalho bucal.
A área pré-nasal é quadrangular e encontra-se nesta região, uma crista baixa e larga,
serrilhada irregularmente no bordo ventral, orientada transversalmente,
aproximadamente cinco pústulas espalhadas aleatoriamente.
As narinas estão posicionadas a cerca de 17% do comprimento do teto, são
elípticas apresentando uma expansão na sua porção anteromediana, formando uma
concavidade. A parede anterior das narinas apresenta pústula
76
As papilas na área pós-nasal são muito reduzidas. A crista mediana é
semicircular, com o bordo livre serrilhado e seu comprimento corresponde a cerca de
5% do comprimento do teto. As papilas laterais da crista possuem base larga, com
projeções na borda.
A arena do teto bucal possui formato indefinido, com largura aproximadamente
47% maior que o comprimento, sem papilas delimitando-a e muitas pústulas dispersas
aleatoriamente.
Hypsiboas bischoffi
Assoalho bucal (Figura 12A). O assoalho bucal tem formato oval, com
comprimento aproximadamente 7% maior que a largura. Uma fileira com
aproximadamente três pústulas de cada lado são encontradas na região infrarostral.
uas papilas infra-labiais estão presentes na região anterior do assoalho, uma de
cada lado, são grandes, com das irregularmente na borda
livre. O
arena são bifurcadas desde a sua
D
aspecto palmado e recorta
rudimento lingual apresenta duas papilas linguais cônicas, com o ápice
arredondado, dispostas em uma série transversa.
A arena do assoalho bucal apresenta formato triangular e é delimitada por
uma fileira de 13 a 17 papilas de cada lado, unidas desde a base assemelhando-se a
um “V” interrompido no vértice. As papilas são cônicas, algumas semelhantes a
ganchos, duas delas, localizadas de cada lado da
base. Além destas papilas, a arena apresenta poucas pústulas (n < 10) dispersas.
Teto bucal (Figura 12B). Tem formato oval, acompanhando o assoalho bucal.
A área pré-nasal é quadrangular e encontra-se nesta região, uma crista baixa e larga,
serrilhada irregularmente no bordo ventral, orientada transversalmente, e
aproximadamente duas pústulas espalhadas aleatoriamente.
As narinas estão posicionadas a cerca de 18% do comprimento do teto, são
elípticas apresentando uma expansão na sua porção anteromediana, formando uma
77
concavidade. A parede anterior das narinas apresenta pústulas e a parede posterior
tem formato de aba, com a válvula nasal larga.
ase larga,
eira com aproximadamente
ês pústulas de cada lado são encontradas na região infrarostral. Quatro papilas infra-
labiais estão presentes na região alho, duas laterais, maiores, de
aspect
uma fil
izadas de cada lado da arena são tripartidas desde a sua
larmente no bordo ventral, orientada transversalmente, e
As papilas na área pós-nasal são muito reduzidas, quase indefinidas. A crista
mediana é triangular, com o bordo livre serrilhado e seu comprimento corresponde a
cerca de 5% do comprimento do teto. As papilas laterais da crista possuem b
com projeções na borda.
A arena do teto bucal possui formato indefinido, com largura aproximadamente
37% maior que o comprimento, sem papilas delimitando-a e muitas pústulas dispersas
aleatoriamente.
Hypsiboas pardalis
Assoalho bucal (Figura 13A). O assoalho bucal tem formato oval, com largura
aproximadamente 11% maior que o comprimento. Uma fil
tr
anterior do asso
o palmado e recortadas irregularmente na borda livre, e duas ventrais, menores,
cônicas com a margem livre serrilhada (uma papila maior e uma menor de cada lado).
O rudimento lingual apresenta duas papilas linguais cônicas, com o ápice
arredondado, dispostas em uma série transversa.
A arena do assoalho bucal apresenta formato triangular e é delimitada por
eira de 17 a 33 papilas de cada lado, unidas desde a base assemelhando-se a
um “V” interrompido no vértice. As papilas são cônicas, algumas semelhantes a
ganchos, duas delas, local
base. Além destas papilas, a arena apresenta poucas pústulas (n < 10) dispersas.
Teto bucal (Figura 13B). Tem formato oval, acompanhando o assoalho bucal.
A área pré-nasal é quadrangular e encontra-se nesta região, uma crista baixa e larga,
serrilhada irregu
aproximadamente quatro pústulas espalhadas aleatoriamente.
78
As narinas estão posicionadas a cerca de 14% do comprimento do teto, são
elípticas apresentando uma expansão na sua porção anteromediana, formando uma
concavidade. A parede anterior das narinas apresenta pústulas e a parede posterior
esta área. A crista mediana é semicircular, com o bordo
formato indefinido, com largura aproximadamente
6% maior que o comprimento, com duas fileiras de aproximadamente seis pústulas
medianas de cada lado, delimitando-a e muitas pústulas dispersas aleatoriamente.
s na região anterior do
assoalh
uma série transversa.
10) dispersas.
a,
tem formato de aba, com a válvula nasal larga.
Na área pós-nasal são encontradas duas papilas cônicas, maiores e com o
bordo serrilhado; além destas papilas, podem ser encontradas muitas pústulas
dispersas aleatoriamente n
livre serrilhado e seu comprimento corresponde a cerca de 5% do comprimento do
teto. As papilas laterais da crista possuem base larga, com projeções na borda.
A arena do teto bucal possui
4
Phyllomedusa aff. rohdei
Assoalho bucal (Figura 14A). O assoalho bucal tem formato oval, com largura
aproximadamente 22 a 23% maior que o comprimento. Ausência de projeções na
região infrarostral. Duas papilas infra-labiais estão presente
o, uma de cada lado, robustas e côncavas, de aspecto palmado e com a borda
livre lisa. O rudimento lingual apresenta duas papilas linguais cônicas, com o ápice
arredondado, dispostas em
A arena do assoalho bucal é delimitada por uma fileira de papilas de cada
lado, unidas desde a base assemelhando-se a um “V” interrompido no vértice. Estas
fileiras partem da região próxima às bolsas bucais e apresentam seis a sete papilas.
As papilas são cônicas, algumas semelhantes a ganchos. Além destas fileiras de
papilas, a arena apresenta muitas pústulas (n >
Teto bucal (Figura 14B). Tem formato oval, acompanhando o assoalho bucal.
A área pré-nasal é quadrangular e encontra-se nesta região, uma crista baixa e larg
79
interrompida medianamente, serrilhada irregularmente no bordo ventral, orientada
transversalmente.
As narinas estão posicionadas a cerca de 5% do comprimento do teto e
pilas laterais
inco papilas no centro, sem papilas
elimitando-a e muitas pústulas dispersas aleatoriamente.
l tem formato oval, com a
largura
ngulares e com a borda livre recortada irregularmente.
ém destas projeções, a arena apresenta poucas pústulas (n
apresentam formato de fenda. A parede anterior das narinas apresenta pústulas e a
parede posterior é em formato de aba lisa sem apresentar a válvula nasal.
Duas papilas cônicas, maiores e com o bordo serrilhado estão presentes na
área pós-nasal. A crista mediana é semicircular, com o bordo livre serrilhado e seu
comprimento corresponde a cerca de 4% do comprimento do teto. As pa
da crista possuem base larga, com projeções na borda.
A arena do teto bucal é circular, com largura aproximadamente 48% maior que
o comprimento, com aproximadamente c
d
Scinax cf. brieni
Assoalho bucal (Figura 15A). O assoalho buca
aproximadamente 7% maior que o comprimento. Na região infrarostral, são
encontradas aproximadamente duas pústulas, uma de cada lado. Duas papilas infra-
labiais estão presentes na região anterior do assoalho, uma de cada lado,
quadra
Nesta espécie, ocorre uma redução quase que total das estruturas orais
internas, com ausência de papilas linguais e grande redução no número de papilas da
arena do assoalho bucal.
A arena do assoalho bucal apresenta formato indefinido e é delimitada por uma
série de pústulas anteriormente e possui de nenhuma a duas papilas cônicas, de cada
lado na região posterior. Al
< 10) dispersas.
Teto bucal (Figura 15B). Tem formato oval, acompanhando o assoalho bucal.
A área pré-nasal é quadrangular e algumas pústulas são encontradas nesta região.
80
As narinas estão posicionadas a cerca de 14% do comprimento do teto e
apresentam formato elíptico. A parede anterior das narinas possui pústulas e a
posterior é em formato de aba, com a válvula nasal estreita.
u
ido, com comprimento
tem formato oval, com a
soalho, uma de cada lado, largas e
com a borda livre recortada irregularmente.
Nesta espécie, ocorre uma redução quase que total das estruturas orais
interna
um “V”
(n < 10) dispersas.
As pústulas dispersas na área pós-nasal são muito reduzidas, quase
indefinidas. A crista mediana é semicircular, com o bordo livre serrilhado e se
comprimento corresponde a cerca de 7% do comprimento do teto. Ausência de papilas
laterais da crista mediana.
A arena do teto bucal apresenta formato indefin
aproximadamente 15% maior que a largura, sem papilas delimitando-a e algumas
pústulas dispersas aleatoriamente.
Scinax crospedospilus
Assoalho bucal (Figura 16A). O assoalho bucal
largura aproximadamente 4% maior que o comprimento. Na região infrarostral, são
encontradas aproximadamente duas pústulas, uma de cada lado. Duas papilas infra-
labiais estão presentes na região anterior do as
s, com ausência de papilas linguais e grande redução no número de papilas da
arena do assoalho bucal.
A arena do assoalho bucal apresenta formato triangular e é delimitada por uma
fileira de cinco a seis papilas de cada lado, unidas desde a base assemelhando-se a
interrompido no vértice. As papilas são cônicas, duas delas localizadas de cada
lado da arena são bifurcadas desde a sua base. Além destas papilas, a arena
apresenta poucas pústulas
Teto bucal (Figura 16B). Tem formato oval, acompanhando o assoalho bucal.
A área pré-nasal é quadrangular e algumas pústulas são encontradas nesta região.
81
As narinas estão posicionadas a cerca de 10% do comprimento do teto e
apresentam formato elíptico. A parede anterior das narinas possui pústulas e a
errilhado.
17A). O assoalho bucal tem formato oval, com o
o bico córneo inferior, mas independente
dele. Na região infrarostral, são encontradas aproximadamente três pústulas de cada
lado.
eno e podem ter a borda livre
recorta
redução no número de papilas da
arena d
fileira de cinco a 12 papilas de cada lado, unidas desde a base assemelhando-se a um
“V” interrompido no vértice. As papilas podem ser cônicas, parecidas com ganchos ou
posterior é em formato de aba, com a válvula nasal estreita.
Duas papilas cônicas, maiores e com o bordo serrilhado estão presentes na
área pós-nasal. Além delas existem ainda mais duas papilas menores e diversas
pústulas dispersas aleatoriamente nesta região. A crista mediana é triangular, com o
bordo livre serrilhado e seu comprimento corresponde a cerca de 6% do comprimento
do teto. As papilas laterais da crista são cônicas com o bordo s
A arena do teto bucal apresenta formato indefinido, com largura
aproximadamente 56% maior que o comprimento, sem papilas delimitando-a e
algumas pústulas dispersas aleatoriamente.
Scinax hayii
Assoalho bucal (Figura
comprimento aproximadamente 7% maior que a largura.
Apresenta estruturas queratinizadas semelhantes a espinhos, cuja ponta dirige-
se anteriormente, na região postero-lateral d
Duas papilas infra-labiais estão presentes na região anterior do assoalho, uma
de cada lado, variam de tamanho médio a pequ
da irregularmente.
Nesta espécie, ocorre uma redução quase que total das estruturas orais
internas, com ausência de papilas linguais e grande
o assoalho bucal.
A arena do assoalho bucal apresenta formato triangular e é delimitada por uma
82
aprese
.
, com a válvula nasal estreita.
ilas menores e diversas
fra-labiais estão presentes na região anterior do
ssoalho, uma de cada lado, largas e com a borda livre recortada irregularmente.
Nesta espécie, ocorre uma redução quase que total das estruturas orais
interna
ntar ramificações, duas delas localizadas de cada lado da arena são bifurcadas
ou tripartidas desde a sua base. Além destas papilas, a arena apresenta poucas
pústulas (n < 10) dispersas
Teto bucal (Figura 17B). Tem formato oval, acompanhando o assoalho bucal.
A área pré-nasal é quadrangular e algumas pústulas são encontradas nesta região.
As narinas estão posicionadas a cerca de 12% do comprimento do teto e
apresentam formato elíptico. A parede anterior das narinas possui pústulas e a
posterior é em formato de aba
Duas papilas cônicas, maiores e com o bordo serrilhado estão presentes na
área pós-nasal. Além delas existem ainda mais duas pap
pústulas dispersas aleatoriamente nesta região. A crista mediana é semicircular, com
o bordo livre serrilhado e seu comprimento corresponde a 7 ou 8% do comprimento do
teto. As papilas laterais da crista são largas com projeções.
A arena do teto bucal apresenta formato indefinido, com largura
aproximadamente 51% maior que o comprimento, com duas fileiras de pústulas
delimitando-a e outras dispersas aleatoriamente.
Scinax hiemalis
Assoalho bucal (Figura 18A). O assoalho bucal tem formato oval, com a
largura aproximadamente 9% maior que o comprimento. Ausência de projeções na
região infrarostral. Duas papilas in
a
s, com ausência de papilas linguais e grande redução no número de papilas da
arena do assoalho bucal.
A arena do assoalho bucal apresenta formato indefinido e é delimitada por uma
série de seis a 13 papilas laterais, possui ainda uma papila bifurcada ou tripartida de
83
cada lado e aproximadamente sete papilas na área central. Além destas projeções, a
arena apresenta poucas pústulas (n < 10) dispersas.
Teto bucal (Figura 18B). Tem formato oval, acompanhando o assoalho bucal.
A área pré-nasal é quadrangular e pode apresentar algumas pústulas ou uma crista
baixa e larga, serrilhada irregularmente no bordo ventral, orientada transversalmente.
As narinas estão posicionadas a cerca de 18% do comprimento do teto e
apresentam formato elíptico. A parede anterior das narinas possui pústulas e a
posterior é em formato de aba, com a válvula nasal estreita.
Duas papilas cônicas, maiores e com o ápice arredondado estão presentes na
ar, com o
s queratinizadas semelhantes a espinhos, cuja ponta dirige-
e anteriormente, na região postero-lateral do bico córneo inferior, mas independente
dele. Ausência de projeções na reg
área pós-nasal. Além delas existem ainda mais duas papilas menores e algumas
pústulas dispersas aleatoriamente nesta região. A crista mediana é retangul
bordo livre serrilhado e seu comprimento corresponde a cerca de 9% do comprimento
do teto. As papilas laterais da crista podem estar ausentes ou, quando presentes são
cônicas com o bordo serrilhado.
A arena do teto bucal apresenta formato indefinido, com a largura
aproximadamente 35% maior que o comprimento, sem papilas delimitando-a e
algumas pústulas dispersas aleatoriamente.
Scinax sp. (gr. ruber)
Assoalho bucal (Figura 19A). O assoalho bucal tem formato oval, com a
largura cerca de 8 a 9% maior que o comprimento.
Apresenta estrutura
s
ião infrarostral.
Duas papilas infra-labiais estão presentes na região anterior do assoalho, uma
de cada lado, são de tamanho médio e tem a borda livre recortada irregularmente.
84
Nesta espécie, ocorre uma redução quase que total das estruturas orais
internas, com ausência de papilas linguais e grande redução no número de papilas da
val, acompanhando o assoalho bucal.
s possui pústulas e a
s papilas menores e algumas
cas
Assoalho bucal (Figura 20A). O assoalho bucal tem formato oval, com largura
cerca de 12 a 13% maior q ncia de projeções na região
infraros
arena do assoalho bucal.
A arena do assoalho bucal apresenta formato triangular e é delimitada por uma
fileira de quatro a sete papilas de cada lado, unidas desde a base assemelhando-se a
um “V” interrompido no vértice. As papilas são cônicas, parecidas com ganchos ou
podem apresentar ramificações. Além destas papilas, a arena apresenta poucas
pústulas (n < 10) dispersas.
Teto bucal (Figura 19B). Tem formato o
A área pré-nasal é quadrangular e desprovida de projeções.
As narinas estão posicionadas a cerca de 7% do comprimento do teto e
apresentam formato elíptico. A parede anterior das narina
posterior é em formato de aba, com a válvula nasal larga.
Duas papilas cônicas, maiores e com o bordo serrilhado estão presentes na
área pós-nasal. Além delas existem ainda mais dua
pústulas dispersas aleatoriamente nesta região. A crista mediana é semicircular, com
o bordo livre serrilhado e seu comprimento corresponde a 6% do comprimento do teto.
As papilas laterais da crista são largas com projeções.
A arena do teto bucal apresenta formato indefinido, com largura
aproximadamente 33% maior que o comprimento, sem papilas delimitando-a e pou
pústulas dispersas aleatoriamente.
Rhinella icterica
ue o comprimento. Ausê
tral. Duas papilas infra-labiais estão presentes na região anterior do assoalho,
uma de cada lado, são grandes, de aspecto palmado e recortadas irregularmente na
85
borda livre. O rudimento lingual apresenta quatro papilas linguais cônicas, sendo que o
par lateral é bifurcada, dispostas em uma série transversa.
A arena do assoalho bucal apresenta formato triangular e é delimitada por
uma fileira de cinco a seis papilas de cada lado, unidas desde a base assemelhando-
B). Tem formato oval, acompanhando o assoalho bucal.
anterior das narinas e a parede posterior tem
também, algumas pústulas
om seis a sete papilas cônicas delimitando-a e algumas pústulas
Assoalho bucal (Figura 21A). O assoalho bucal tem formato oval, com largura
aproximadamente 21% maior q ência de projeções na região
infraros
se a um “V” interrompido no vértice. No centro da arena estão presentes ainda,
aproximadamente seis papilas. Todas as papilas são cônicas, algumas semelhantes a
ganchos, podendo ter pequenas projeções, duas papilas bifurcadas encontram-se nas
laterais da arena. Além destas papilas, a arena apresenta poucas pústulas (n < 10)
dispersas.
Teto bucal (Figura 20
A área pré-nasal é quadrangular e as projeções são ausentes nesta região.
As narinas estão posicionadas a cerca de 15% do comprimento do teto e tem
formato elíptico. Ausência da parede
formato de aba lisa sem apresentar a válvula nasal.
Duas papilas cônicas com o bordo serrilhado estão presentes de cada lado da
área pós-nasal. Além destas papilas são encontradas
distribuídas aleatoriamente nesta região. A crista mediana é triangular, com o bordo
livre serrilhado e seu comprimento corresponde a cerca de 11% do comprimento do
teto. As papilas laterais da crista possuem base larga, com projeções digitiformes.
A arena do teto bucal é triangular, com largura aproximadamente 6% maior que
o comprimento, c
dispersas aleatoriamente.
Rhinella ornata
ue o comprimento. Aus
tral. Duas papilas infra-labiais estão presentes na região anterior do assoalho,
uma de cada lado, são grandes, de aspecto palmado e recortadas irregularmente na
86
borda livre. O rudimento lingual apresenta quatro papilas linguais cônicas, sendo que o
par lateral é bifurcada, dispostas em uma série transversa.
A arena do assoalho bucal apresenta formato triangular e é delimitada por
uma fileira de 11 a 14 papilas de cada lado, unidas desde a base assemelhando-se a
um “V” interrompido no vértice. No centro da arena estão presentes ainda,
comprimento do teto e tem
presentes de cada lado da
to, com três a oito papilas cônicas, serrilhadas ou ramificadas
Assoalho bucal (Figura 22A). O assoalho bucal tem formato triangular, com
largura aproximadamente 21% maior que o comprimento. Ausência de projeções na
região infrarostral. Quatro papilas infra-labiais estão presentes na região anterior do
aproximadamente seis papilas. Todas as papilas são cônicas, algumas semelhantes a
ganchos, podendo ter pequenas projeções, duas a três papilas com muitas
ramificações encontram-se nas laterais da arena. Além destas papilas, a arena
apresenta poucas pústulas (n < 10) dispersas.
Teto bucal (Figura 21B). Tem formato oval, acompanhando o assoalho bucal.
A área pré-nasal é quadrangular e apresenta uma crista baixa e larga, serrilhada
irregularmente no bordo ventral, orientada transversalmente.
As narinas estão posicionadas a cerca de 16% do
formato elíptico. Ausência da parede anterior das narinas e a parede posterior tem
formato de aba lisa sem apresentar a válvula nasal.
Duas papilas cônicas com o bordo serrilhado estão
área pós-nasal. Além destas papilas são encontradas também, algumas pústulas
distribuídas aleatoriamente nesta região. A crista mediana é triangular, com o bordo
livre serrilhado e seu comprimento corresponde a cerca de 9% do comprimento do
teto. As papilas laterais da crista possuem base larga, com projeções digitiformes.
A arena do teto bucal é triangular, com largura aproximadamente 16% maior
que o comprimen
delimitando-a e algumas pústulas dispersas aleatoriamente.
Physalaemus moreirae
87
assoalh mente na o, duas laterais, maiores, de aspecto palmado e recortadas irregular
borda livre, e duas ventrais, menores, cônicas com a margem livre serrilhada (uma
papila maior e uma menor de cada lado). O rudimento lingual apresenta quatro papilas
linguais cônicas, dispostas em uma série transversa.
A arena do assoalho bucal apresenta formato triangular e é delimitada por
uma fileira de seis a sete papilas de cada lado, unidas desde a base assemelhando-se
a um “V” interrompido no vértice. Todas as papilas são cônicas, algumas semelhantes
a ganchos, podendo ter pequenas projeções, uma a duas papilas bifurcadas
encontram-se nas laterais da arena. Além destas papilas, a arena apresenta poucas
pústulas (n < 10) dispersas.
Teto bucal (Figura 22B). Tem formato triangular, acompanhando o assoalho
bucal. A área pré-nasal é quadrangular e apresenta uma série de pústulas distribuídas
aleatoriamente por toda sua região.
As narinas estão posicionadas a cerca de 15% do comprimento do teto e tem
formato elíptico. A parede anterior das narinas apresenta pústulas e a parede posterior
tem formato de aba lisa sem apresentar a válvula nasal.
Duas papilas cônicas com o bordo serrilhado estão presentes de cada lado da
área pós-nasal. A crista mediana é triangular, com o bordo livre serrilhado e seu
comprimento corresponde a cerca de 8% do comprimento do teto. As papilas laterais
da crista são bifurcadas desde a base, com formato semelhante a uma “quela”, com o
bordo serrilhado.
A arena do teto bucal tem formato indeterminado, com largura
aproximadamente 7% maior que o comprimento, com duas a três papilas cônicas
serrilhadas, delimitando-a e algumas pústulas dispersas aleatoriamente.
Physalaemus olfersii
Assoalho bucal (Figura 23A). O assoalho bucal tem formato triangular, com
comprimento aproximadamente 5% maior que a largura. Presença de papilas na
88
região infrarostral. Quatro papilas infra-labiais estão presentes na região anterior do
assoalho, duas laterais, maiores, de aspecto palmado e recortadas irregularmente na
borda livre, e duas ventrais, menores, cônicas com a margem livre serrilhada (uma
papila maior e uma menor de cada lado). O rudimento lingual apresenta três papilas
linguais cônicas, em uma série transversa, sendo a central bifurcada.
A arena do assoalho bucal apresenta formato triangular e é delimitada por
uma fileira de duas a sete papilas de cada lado, unidas desde a base assemelhando-
se a um “V” interrompido no vértice. Todas as papilas são cônicas, algumas
semelhantes a ganchos, duas papilas bifurcadas encontram-se cada uma de um lado
da arena. Além destas papilas, a arena apresenta muitas pústulas (n > 10) dispersas.
Teto bucal (Figura 23B). Tem formato triangular, acompanhando o assoalho
bucal. A área pré-nasal é quadrangular, podendo ou não apresentar uma série de
pústulas distribuídas aleatoriamente por toda sua região.
As narinas estão posicionadas a cerca de 10% do comprimento do teto e tem
formato elíptico. A parede anterior das narinas apresenta pústulas e a parede posterior
tem formato de aba lisa sem apresentar a válvula nasal.
Duas papilas cônicas com o bordo serrilhado estão presentes de cada lado da
área pós-nasal. Além destas papilas, algumas pústulas distribuem-se aleatoriamente
nesta região. A crista mediana é semicircular, com o bordo livre serrilhado e seu
comprimento corresponde a cerca de 6% do comprimento do teto. As papilas laterais
da crista são bifurcadas desde a base, com formato semelhante a uma “quela”, com o
bordo serrilhado.
A arena do teto bucal tem formato triangular, com comprimento
aproximadamente 4% maior que a largura, com duas a cinco papilas cônicas
serrilhadas, delimitando-a e algumas pústulas dispersas aleatoriamente.
89
2.5.2.2. Considerações sobre morfologia oral interna dos girinos
A distribuição dos estados de caracter da morfologia oral interna dos girinos
das 18 espécies estudadas é apresentada na Tabela 8. A análise de similaridade
(Figura 24) evidenciou seis agrupamentos de espécies: 1) Dendropsophus microps e
D. berthalutzae, compartilham 13 estados de caracter (formato oval do assoalho,
ausência de projeções na região infrarostral, ausência de espinho queratinizado no
canto postero-lateral do bico córneo, quatro papilas infra-labiais, papilas infra-labiais
das paredes laterais serrilhadas, ausência de papilas linguais, muitas pústulas na
arena (n >10), formato oval do teto, ausência de projeções na área pré-nasal, narina
em fenda, ausência da parede anterior da narina, ausência da parede posterior da
narina e papilas laterais da crista mediana cônicas com o bordo serrilhado), diferindo
apenas quanto às papilas pós-nasais que, na primeira espécie são ausentes e na
segunda são muito reduzidas; 2) Aplastodiscus leucopygius, Hypsiboas bischoffi, H.
pardalis e H. albomarginatus, compartilham dez estados de caracter (formato oval do
assoalho, presença de projeções na região infrarostral, ausência de espinho
queratinizado no canto postero-lateral do bico córneo, papilas infra-labiais das paredes
laterais serrilhadas, duas papilas linguais, formato oval do teto, crista larga na área
pré-nasal, narina elíptica com concavidade anteromediana, parede anterior da narina
com pústulas e papilas laterais da crista mediana largas com projeções); a primeira
espécie
emais a válvula nasal é larga, em H. bischoffi e H. albomarginatus as
Scinax
iemalis, Scinax cf. brieni, S. hayii e S. crospedospilus, compartilham nove estados de
difere das demais pela ausência das papilas pós-nasais e por apresentar a
parede posterior das narinas em formato de aba, com a válvula nasal estreita,
enquanto nas d
papilas pós-nasais são muito reduzidas e em H. pardalis foram encontradas duas
papilas cônicas, grandes e com a borda serrilhada. Hypsiboas bischoffi é a única deste
agrupamento a apresentar duas papilas infra-labiais, enquanto nas demais podemos
encontrar quatro destas estruturas. E por fim, H. pardalis e H. albomarginatus diferem
das demais espécies por possuírem poucas pústulas na arena (n  10); 3)
h
90
caracter (formato oval do assoalho, duas papilas infra-labiais, papilas infra-labiais das
pústulas na arena (n
10),
paredes laterais serrilhadas, ausência de papilas linguais, poucas
formato oval do teto, narina elíptica, parede anterior da narina com pústulas e
parede posterior da narina em formato de aba, com a válvula nasal estreita); a primeira
espécie difere das demais por não possuir projeções na região infra-rostral; apresenta
crista larga na área pré-nasal, diferenciando-se das demais que possuem pústulas
nesta região; pode apresentar as papilas laterais da crista mediana cônicas, com a
borda serrilhada – diferindo de Scinax cf. brieni que não as possui e de S. hayii, onde
são largas com projeções – diferindo novamente de Scinax cf. brieni e de S.
crospedospilus. Scinax hayii é a única espécie do agrupamento a apresentar espinho
queratinizado no canto postero-lateral do bico córneo; 4) Rhinella ornata, R. icterica e
Scinax sp. (gr. ruber), compartilham nove estados de caracter (formato oval do
assoalho, ausência de projeções na região infrarostral, duas papilas infra-labiais,
papilas infra-labiais das paredes laterais serrilhadas, poucas pústulas na arena (n 
10), formato oval do teto, narina elíptica, duas papilas pós-nasais cônicas, maiores e
com o bordo serrilhado e papilas laterais da crista mediana largas com projeções); a
primeira espécie difere das demais por possuir crista larga na área pré-nasal,
enquanto as outras não apresentam nenhuma projeção nesta região. Scinax sp. (gr.
ruber) é a única espécie do agrupamento a possuir espinho queratinizado no canto
postero-lateral do bico córneo; ausência de papilas linguais, enquanto as outras
espécies apresentam quatro papilas; apresenta também parede anterior das narinas
com pústulas, enquanto nas demais espécies a parede é ausente; apresenta parede
posterior das narinas em formato de aba, com a válvula nasal larga, enquanto nas
demais espécies a aba é lisa e não apresenta válvula nasal; 5) Physalaemus moreirae
e P. olfersii, compartilham dez estados de caracter (formato triangular do assoalho,
ausência de espinho queratinizado no canto postero-lateral do bico córneo, quatro
papilas infra-labiais, papilas infra-labiais das paredes laterais serrilhadas, formato
triangular do teto, narina elíptica, parede anterior da narina com pústulas, parede
91
posterior da narina em formato de aba lisa sem apresentar a válvula nasal, duas
papilas pós-nasais cônicas, maiores e com o bordo serrilhado e papilas laterais da
crista mediana em forma de quela); a primeira espécie diferencia-se pela ausência de
s, maiores e com o bordo serrilhado); a primeira espécie
projeções na região infra-rostral e presença de quatro papilas linguais, quando em P.
olfersii são encontradas três; também apresenta poucas pústulas na arena (n  10) e
presença de papilas na área pré-nasal, enquanto em P. olfersii não há projeções nesta
região; 6) Bokermannohyla hylax e Bokermannohyla sp. (gr. circumdata),
compartilham 11 estados de caracter (formato triangular do assoalho, presença de
projeções na região infra-rostral, ausência de espinho queratinizado no canto postero-
lateral do bico córneo, papilas infra-labiais das paredes laterais serrilhadas, duas
papilas linguais, muitas pústulas na arena (n > 10), formato triangular do teto, narina
elíptica com concavidade anteromediana, ausência da parede anterior da narina,
parede posterior da narina em formato de aba, com a válvula nasal larga e duas
papilas pós-nasais cônica
diferencia-se por possuir duas papilas infra-labiais, enquanto Bokermannohyla sp. (gr.
circumdata) apresenta quatro; também apresenta crista larga na área pré-nasal,
quando a segunda espécie possui pústulas localizadas nesta região, e por apresentar
papilas laterais da crista mediana cônicas com a borda serrilhada que, em
Bokermannohyla sp. (gr. circumdata) são em forma de “quela”.
Os girinos de Phyllomedusa aff. rohdei foram os únicos a apresentar papilas
infralabiais das paredes labiais lisas, por isso não foram incluídos em nenhum
agrupamento.
Apesar do teste de Mantel indicar ausência de correlação entre as matrizes
simétricas de caracteres da morfologia oral interna com as matrizes de micro-
hábitat/comportamento e de proximidade taxonômica (Tabelas 9 e 10), o dendrograma
da similaridade nos caracteres da morfologia oral interna (Figura 24) mostra que os
agrupamentos refletiram a proximidade taxonômica entre os girinos (Tabela 6).
92
2.6. DISCUSSÃO
2.6.1. Similaridade morfológica externa e oral interna
Segundo ALTIG & JOHNSTON (1989) algumas características larvais podem
ser usadas para desvendar padrões filogenéticos em anuros, enquanto outros estados
de caráter podem representar
modificações secundárias resultantes de radiação
cos propostas por ALTIG & JOHNSTON (1989). Entretanto, algumas
ia. Apesar da nadadeira dorsal alta ser característica de girinos nectônicos,
adaptativa e evolução convergente. Estes autores dividiram os girinos em guildas
ecomorfológicas, com base na morfologia externa e no hábito alimentar. Segundo
eles, a guilda dos bentônicos compreende girinos de corpo deprimido, disco oral
ventral a anteroventral, olhos dorsais e nadadeiras baixas; a dos nectônicos inclui
girinos de corpo comprimido, disco oral anteroventral, olhos laterais e nadadeiras
altas; a dos filtradores de suspensão inclui girinos com ausência de estruturas
queratinizadas no disco oral, corpo geralmente muito deprimido e olhos laterais.
De modo geral, a similaridade morfológica entre os girinos das espécies
estudadas resultou em agrupamentos que concordam com as guildas dos bentônicos
e dos nectôni
espécies apresentaram caracteres morfológicos que não se enquadram no conjunto
de caracteres atribuídos por ALTIG & JOHNSTON (1989) às espécies de cada guilda:
girinos de Hypsiboas albomarginatus foram nectônicos e apresentaram corpo alto,
mas foram incluídos no grupo dos bentônicos, em função da nadadeira ventral baixa;
os de Dendropsophus berthalutzae apresentaram baixa altura do corpo e, como os de
Scinax cf. brieni, nadadeiras dorsal e ventral muito baixas para girinos nectônicos.
Girinos das duas espécies de Rhinella foram observados forrageando em meia-água
durante o d
as espécies deste gênero tendem a se aproximar do grupo dos bentônicos devido ao
corpo comprimido e olhos dorsais, como na comunidade estudada por FIGUEIRA
(2004), onde os girinos de R. schneideri também apresentaram nadadeira dorsal alta
mas foram incluídos no grupo dos bentônicos. No presente estudo, R. icterica também
foi agrupado com os bentônicos, mas se diferenciou deles pela nadadeira ventral alta,
93
e R. ornata aproximou-se mais dos nectônicos, apesar do corpo baixo e olhos dorsais.
Assim, é provável que o conjunto destas características influenciem o hábito bentônico
ou nectônico dos girinos, e não cada característica separadamente.
A família Hylidae é uma das mais diversificadas entre os anuros (DUELLMAN
& TRUEB, 1986; FAIVOVICH et al., 2005) e suas espécies apresentam uma grande
diversidade morfológica e comportamental, incluindo o uso de micro-hábitat (ALTIG &
McDIARMID, 1999b). Na comunidade estudada, a família Hylidae apresentou grande
segregação morfológica, assim como verificado por ETEROVICK & FERNANDES
(2001), que analisaram o uso de micro-hábitat por girinos de 17 espécies de riachos
r morfologia de girinos
lis, P. cuvieri e P.
). Segundo PERES-NETO (1999), a detecção de convergência em
comun bióticos)
de montanha na Serra do Cipó, MG e constataram que o uso de micro-hábitat pelos
girinos de hilídeos não foi influenciado pelas relações filogenéticas propostas.
Segundo os autores, esse resultado sugere a existência de muitas convergências em
tipos ecomorfológicos e estão de acordo com a revisão sistemática apresentada por
FAIVOVICH et al. (2005).
Relações ecomorfológicas entre táxons distantes indicam processos de
convergência (MOTTA & KOTRSCHAL, 1992; WINEMILLER et al., 1995), o que pode
ser observado para os girinos de Rhinella (família Bufonidae): os de R. ornata foram
incluídos no mesmo agrupamento dos hilídeos por apresenta
nectônicos (nadadeiras altas) e os girinos de R. icterica foram incluídos no
agrupamento dos leiuperídeos, por apresentar morfologia de girinos bentônicos (corpo
deprimido, olhos dorsais e nadadeira dorsal baixa). PRADO (2006) identificou várias
sinapomorfias entre os girinos de R. schneideri e os de espécies da família
Leiuperidae (Eupemphix nattereri, Physalaemus centra
fuscomaculatus
idades pode ser um sinal de que processos adaptativos (bióticos ou a
foram importantes na determinação da estrutura atual da comunidade. Segundo
ALTIG & McDIARMID (1999b), convergências ecomorfológicas ocorrem por pressões
ecológicas, posicionando táxons distantes em um mesmo grupo. Entretanto, no
94
presente estudo, dos seis gêneros com mais de uma espécie onde foram analisados
os caracteres da morfologia oral interna, apenas girinos de Scinax sp. (gr. ruber) não
ficaram agrupados com as demais espécies do gênero. Esse resultado reforça ALTIG
& McDIARMID (1999b), pois segundo os autores, a morfologia dos girinos é muito
consistente no nível de gênero.
O gênero Dendropsophus distingue-se dos demais pela ausência da parede
posterior das narinas, papilas laterais da crista mediana em formato cônico e narinas
em formato de fenda. De maneira geral, tanto os táxons mais basais de Anura quanto
a maioria dos Neobatrachia (demais espécies deste estudo) apresentam narinas
elípticas (WASSERSUG, 1980; WASSERSUG & HEYER, 1988; D’HEURSEL, 2004).
O assoalho bucal triangular é bastante difundido em diversas famílias de Anura
(WASSERSUG, 1980; INGER, 1985; WASSERSUG & HEYER, 1988), no entanto,
entre as espécies estudadas foi um caráter presente apenas nos gêneros
Physalaemus e Bokermannohyla, nos demais gêneros o assoalho se apresentava em
formato oval.
Segundo PEROTTI & CÉSPEDEZ (1999), girinos de Physalaemus
biligonigerus e P. santafecinus, pertencentes ao grupo de P. biligonigerus (FROST,
2007) possuem as papilas laterais da crista mediana em formato de quela, como as
espécies de Physalaemus analisadas no presente estudo. Entretanto, esse formato
das papilas laterais da crista também foi observado em espécies pertencentes à
família Leptodactylidae, estudados por WASSERSUG & HEYER (1988) e
SPIRANDELI-CRUZ (1991), evidenciando que este estado de caráter pode ser bem
difundido.
O gênero Rhinella apresenta as papilas laterais da crista largas e com
projeções, como observado por SPIRANDELI-CRUZ (1991), estado de caráter
compartilhado por Aplastodiscus leucopygius e pelas espécies do gênero Hypsiboas.
Com base em caracteres moleculares, FAIVOVICH et al. (2005) revalidaram o gênero
Hypsiboas. Segundo D’HEURSEL (2004), narinas elípticas apresentando concavidade
95
anteromediana são comuns a todos os “sapos gladiadores” e “pererecas verdes” do
grupo de Hyla (=Hypsiboas) albomarginata e do gênero Aplastodiscus. Além destas
espécies, este caráter foi observado também em Aplastodiscus leucopygius, espécie
pertencente ao grupo “albosignata”. Segundo a autora, esta seria uma sinapomorfia
que poderia revalidar o gênero Boana, considerado como válido por WIENS et al.
(2005). No entanto, no presente estudo estamos adotando a proposta de FAIVOVICH
et al. (2005), em que o gênero Boana (sensu WIENS et al., 2005) é desmembrado em
Aplastodiscus, Bokermannohyla e Hypsiboas. Girinos dos gêneros Scinax, Rhinella e
hilídeos foi muito consistente no nível de
a externa, uso de micro-hábitat e comportamento
Physalaemus apresentaram a narina elíptica.
O estado do caráter “parede posterior das narinas apresentando projeção larga
da válvula nasal” foi semelhante à presença das concavidades anteromedianas nas
narinas, comum a todos os “sapos gladiadores” e “pererecas verdes” do grupo de Hyla
(=Hypsiboas) albomarginata e do gênero Aplastodiscus e, também seria uma
sinapomorfia que poderia revalidar o gênero Boana (D’HEURSEL, 2004). Entretanto,
girinos de Scinax sp. (gr. ruber) compartilham este caráter. Os gêneros Rhinella e
Physalaemus apresentam a parede posterior das narinas em formato de aba lisa sem
apresentar a válvula nasal, as demais espécies de Scinax possuem a parede posterior
das narinas em formato de aba, com a válvula nasal estreita.
Segundo ALTIG & McDIARMID (1999b), é interessante observar que a
variação morfológica entre os girinos de
gênero, o que ocorreu também no presente estudo, não só com os hilídeos, mas com
os leiuperídeos e os bufonídeos, demonstrando que os caracteres da morfologia oral
interna refletiram a proximidade taxonômica entre os girinos
2.6.2. Morfologi
A similaridade no uso de micro-hábitats e no comportamento entre os girinos
da comunidade estudada não refletiu as relações de parentesco, visto que os três
agrupamentos formados foram constituídos por espécies de diferentes gêneros e
96
famílias. Sobreposição entre espécies com pequena afinidade taxonômica foi
registrada em riachos de região tropical por INGER et al. (1986), que reconheceram
quatro agrupamentos de espécies pertencentes a táxons distantes, com grande
RROS (2003), esse resultado pode ser devido ao
ábitat, pois espécies
e corpo deprimido e olhos dorsais ocuparam o mesmo micro-hábitat que as de corpo
ALTIG & JOHNSTON (1989), variações
guil tencentes aos
sch
alimentam na superfície da água, posicionados com a região ventral voltada para cima
mo
fam de hábito bentônico consumidores
de detritos apresentaram boca terminal e olhos laterais, características morfológicas
sobreposição no uso de micro-hábitat e no comportamento. Esses resultados sugerem
que fatores históricos parecem não influenciar a escolha do micro-hábitat pelos girinos
dessas comunidades. Fatores ecológicos como competição interespecífica, pressão
de predação e disponibilidade de alimento podem influenciar o uso de micro-hábitat
pelos girinos (HEYER, 1976). Segundo PERES-NETO (1999), a morfologia representa
importante aspecto ecológico que, talvez, não seja completamente demonstrado por
afinidades no hábitat.
Em todos os agrupamentos de espécies com mesmo comportamento
(nectônico ou bentônico), os girinos utilizaram os mesmos micro-hábitats como refúgio.
Segundo ETEROVICK & BA
comportamento generalista no uso de micro-hábitat, e indica que somente a
morfologia não explica a variabilidade observada no uso de micro-hábitat pelos girinos.
Apesar disso, houve correlação entre os atributos ecomorfológicos dos girinos e o uso
de micro-hábitat, porém, a morfologia não limitou a ocupação do h
d
comprimido e olhos laterais. Segundo
comportamentais podem possibilitar que uma espécie seja incluída em mais de uma
da (e.g. bentônicos e nectônicos), como os girinos bentônicos per
gêneros Rhinella e Lithobates, que às vezes nadam na coluna d’água. Os girinos de R.
neideri têm hábito bentônico durante o dia e neustônico à noite, quando se
(ROSSA-FERES et al., 2004). POUILLY et al. (2003) encontraram exceções à
rfologia relacionada à alimentação e posição na coluna d’água dentro de uma
ília de peixes, em que a maioria das espécies
97
de peixes nectônicos. HEYER (1976) também encontrou variações no comportamento
entar de alguns girinos sendo que, eventualmente, girinos nectônicos ocuparam o
do do corpo d’água quando na presença de girinos competidores. Segu
alim
fun ndo alguns
com
al., ta abundância de predadores, as
200
que buscam verificar a relação da morfologia com o uso
mic
WEBB, 1966; GATZ, 1981; CARDOSO et al., 1989; MOTTA et al., 1995;
ALT
utili
var 7) não incluíram a
mic que elas não
a o
a p
um caracteriza os girinos
McD
sug ocupação de micro-hábitats. Isso foi observado na
comunidade estudada, pois os girinos de hilídeos, que apresentam grande diversidade
autores, a pressão de predação pode ser o fator que mais influencia a estrutura das
unidades em ambientes aquáticos (GASCON, 1992; WISHEU, 1998; HEYER et
1975), fazendo com que, em condições de al
presas se desloquem constantemente para outros micro-hábitats (SANTOS et al.,
4).
Em diversos estudos
de micro-hábitats, geralmente são encontradas correlações quando as variáveis de
ro-hábitat utilizadas se referem à posição do indivíduo na coluna d’água (KEAST &
LAJMANOVICH, 2000; ETEROVICK & BARROS, 2003; SCHULTE et al., 2004).
IG & JOHNSTON (1989), ao definirem as guildas ecomorfológicas também
zaram esta variável, e o mesmo foi feito por DUELLMAN & TRUEB (1986). As
iáveis do micro-hábitat utilizadas por ROSSA-FERES (199
posição dos girinos na coluna d’água, e a ausência de correlação entre as variáveis de
ro-hábitat e a morfologia dos girinos, encontrada pela autora, indica
representam uma pressão importante sobre a morfologia dos girinos, como ocorre com
cupação vertical de um corpo d’água.
Apesar de apenas três atributos ecomorfológicos apresentarem correlação com
osição na coluna d’água, o hábito bentônico ou nectônico refletiu a morfologia, pois
destes atributos - a altura relativa da nadadeira ventral -
bentônicos e nectônicos (ORTON, 1953; ALTIG & JOHNSTON, 1989; ALTIG &
IARMID, 1999a).
ALTIG & JOHNSTON (1989) verificaram que uma alta diversidade morfológica
ere grande diversificação na
98
morfológica, ocuparam diferentes micro-hábitats, enquanto os de leiuperídeos e
onídeos não foram tão generalistas, pois diferente da maiorbuf ia dos hilídeos, não
taxo IRA (2004) encontrou alta correspondência entre a
Leiu
pod pode ter sido
e
filogenéticas dos girinos não têm sido estudadas, mas a história evolutiva sem dúvida
car
a m
qua
enq stóricos.
2.7
ALT
gical Information Service, 67: 1-75.
orphologies, and habitats. Herpetologycal Monographs, 3:
ALT
y of anuran larvae. The
utilizaram muitos tipos de refúgio, apenas um ou dois.
A morfologia externa dos girinos não foi relacionada com a proximidade
nômica das espécies. FIGUE
proximidade taxonômica e a morfologia de girinos da família Leptodactylidae e
peridae. Entre os hilídeos, a morfologia refletiu pouco as relações de parentesco,
endo indicar a ocorrência de homoplasia entre as espécies, que
gerada por convergência, como já verificado por ETEROVICK & FERNANDES (2001)
ROSSA-FERES (2006). Segundo ALTIG & McDIARMID (1999b), as bases
tem desempenhado um papel importante na determinação da evolução de certas
acterísticas morfológicas.
Assim, a análise ecomorfológica da comunidade estudada permite concluir que
orfologia externa é constituída por um conjunto de caracteres morfológicos dos
is a morfologia externa é mais sujeita as pressões de fatores contemporâneos,
uanto a morfologia oral interna reflete os fatores hi
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2. 8. FIGURAS
Figura 1. Girino com indicações das medidas dos caracteres morfométricos. As
breviações são: CT = comprimento total; CC = comprimento do corpo; CCA =
omprimento da cauda; AC = altura do corpo; AMC = altura da musculatura caudal;
AND = altura da nadadeira dorsal; ANV = altura da nadadeira ventral; LC = largura do
a
c
corpo; LMC = largura da musculatura caudal; DO = diâmetro do olho; DIO = distância
interocular; DN = diâmetro da narina; DIN = distância internasal; DOF = distância do
olho ao focinho; DNF = distância da narina ao focinho; AE = altura da linha média do
espiráculo; CE = comprimento do espiráculo.
107
A
Pa
p
ilas infra-labiais
Pa
p
ilas lin
g
uais
Bico cór nferior neo i
A
rena do assoalho bucal
Papilas da arena
do assoalho bucal
B
Á
rea
p
ré-nasal
Bico córneo su
p
erior
Á
rea
p
ós-nasal
Pa
p
ila lateral da crista
Crista mediana
A
rena do teto bucal
igura 2. Estruturas orais internas de girinos de anfíbios anuros, exemplificadas aqui
em Aplastodiscus leucopygius: (A) assoalho bucal; (B) teto bucal. Aumento de 12,5 x.
F
108
Sha
Ss
gr
Sc
r
Scb
Sbi
Pa
r
Ro
r
Hal
Pmo Ric
H
p
a
Bh
y
Ale
Pol
Hbi
Bs
g
c
Dmi
Dbe
Figura 3. Projeção dos dois primeiros componentes principais da análise dos atributos
morfológicos para os girinos de 18 espécies de anuros registrados em 11 corpos
d’água no Parque das Neblinas, Bertioga, SP. As abreviações são: Bsgc =
Bokermannohyla sp. (gr. circumdata); yius;
Physalaemus moreirae; Pol = ; siboas bischoffi; Hpa = H.
rdalis; Hal = H. albomarginatus; Ssgr = Scinax sp. (gr. ruber); Shi = S. hiemalis; Scb
edusa aff. rohdei.
Bhy = B. h lax; Ale = Aplastodiscus leucopyg
P. olfersii Hbi = HypPmo =
ap
= Scinax. cf. brieni; Sha = S. hayii; Scr = S. crospedospilus; Dmi = Dendropsophus
microps; Dbe = D. berthalutzae; Ror = Rhinella ornata; Ric = R. icterica; Par =
hyllomP
109
1
2
3
Figura 4. Similaridade morfológica entre os girinos de 18 espécies de anuros
o: Bsgc = Bokermannohyla sp. (gr. circumdata); Bhy = B. hylax; Ale =
plastodiscus leucopygius; Pmo = Physalaemus moreirae; Pol = P. olfersii; Hbi =
Hypsiboas bischoffi; Hpa = H. pardalis; Hal = H. albomarginatus; Ssgr = Scinax sp. (gr.
ruber); Shi = S. hiemalis; Scb = Scinax. cf. brieni; Sha = S. hayii; Scr = S.
crospedospilus; Dmi = Dendropsophus microps; Dbe = D. berthalutzae; Ror = Rhinella
ornata; Ric = R. icterica; Par = Phyllomedusa aff. rohdei.. Coeficiente de correlação
cofenético: r = 0,95.
registrados em 11 corpos d’água no Parque das Neblinas, Bertioga, SP, obtido através
de análise de agrupamento, na matriz do Coeficiente de Distância Euclidiana. As
breviações sãa
A
110
1
3
2
igura 5. Similaridade no uso de micro-hábitat entre os girinos de 18 espécies de
btido
través de análise de agrupamento, na matriz do Coeficiente de Jaccard. As
abreviações são: Bsgc = Bokermannohyla sp. (gr. circumdata); Bhy = B. hylax; Ale =
Aplastodiscus leucopygius; Pmo = Physalaemus moreirae; Pol = P. olfersii; Hbi =
Hypsiboas bischoffi; Hpa = H. pardalis; Hal = H. albomarginatus; Ssgr = Scinax sp. (gr.
ruber); Shi = S. hiemalis; Scb = Scinax. cf. brieni; Sha = S. hayii; Scr = S.
crospedospilus; Dmi = Dendropsophus microps; Dbe = D. berthalutzae; Ror = Rhinella
ornata; Ric = R. icterica; Par = Phyllomedusa aff. rohdei.. Coeficiente de correlação
cofenético: r = 0,85.
F
anuros registrados em 11 corpos d’água no Parque das Neblinas, Bertioga, SP, o
a
111
Figura 6. Aplastodiscus leucopygius: (A) Assoalho bucal, (B) Teto bucal. Aumento de
12,5 x.
AB
Figura 7. Bokermannohyla hylax: (A) Assoalho bucal, (B) Teto bucal. Aumento de 16 x
(A) e 12,5 x (B).
Figura 8. Bokermannohyla sp. (gr. circumdata): (A) Assoalho bucal, (B) Teto bucal.
Aumento de 12,5 x.
AB
AB
112
igura 9. Dendropsophus berthalutzae: (A) Assoalho bucal, (B) Teto bucal. Aumento
AB
F
de 16 x.
igura 10. Dendropsophus microps: (A) Assoalho bucal, (B) Teto bucal. Aumento de
16 x.
AB
F
AB
Figura 11. Hypsiboas albomarginatus: (A) Assoalho bucal, (B) Teto bucal. Aumento de
12,5 x.
113
Figura 12. Hypsiboas bischoffi: (A) Assoalho bucal, (B) Teto bucal. Aumento de 12,5 x
) e 10 x (B). (A
Figura 13. Hypsiboas pardalis: (A) Assoalho bucal, (B) Teto bucal. Aumento de 16 x
(A) e 12,5 x (B).
AB
AB
Figura 14. Phyllomedusa aff. rohdei: (A) Assoalho bucal, (B) Teto bucal. Aumento de
12,5 x.
AB
114
Figura 15. Scinax cf. brieni: (A) Assoalho bucal, (B) Teto bucal. Aumento de 16 x.
Figura 16. Scinax crospedospilus: (A) Assoalho bucal, (B) Teto bucal. Aumento de 16 x
(A) e 12,5 x (B).
Figura 17. Scinax hayii: (A) Assoalho bucal, (B) Teto bucal. Aumento de 12,5 x.
AB
AB
AB
115
116
Figura 18. alis: (A) A oa b l, T b l. me d 6
Scinax hiem ss lho uca (B) eto uca Au nto e 1 x.
Figura 19. b
Scinax sp. (gr. ru er): (A) Assoalho bucal, (B) Teto bucal. Aumento de 16 x.
Figura 20. (A) Assoalho bucal, (B) Teto bucal. Aumento de 16 x.
Rhinella icteri
A
A
A
ca:
B
B
B
117
Figura 21. Rne or a: A a bu l, (B) Teto bucal. Aumento de 16 x.
hi lla nat (A) sso lho ca
Fig 2 ho bucal, (B) Teto bucal. Aumento de 16
x.
ura 2. Physalaemus moreirae: (A) Assoal
Physalaemus olfersii: (A) Assoalho bucal, (B) Teto bucal. Aumento de 16 x.
Figura 23.
AB
AB
AB
118
e
oga, SP, obtido
d. As
B. hylax; Ale =
; Hbi =
; Scinax sp. (gr.
; Scr = S.
endropsophus microps D. berthalutzae; Ror = Rhinella
Figura 24. Similaridade na
anuros registrados em 1
através de análise d
abreviações são: Bsgc
Aplastodiscus leucopygius
Hypsiboas bischoffi
ruber); Shi = S. hie
crospedospilus; Dmi =
ornata; Ric = R. icterica
cofenético: r = 0,91.
morfologia oral interna entre os girinos de 18 espécies d
co1 rpos d’água no Parque das Neblinas, Berti
e
=
agr
Bokerm
;
up
Pm
am
o
en
annohyla
=
to
Ph
, n
ys
a
sp. (
ala
m
em
atr
g
us
iz
r. circum
m
do
o
rei
Co
data
rae
efic
; P
ie
); Bhy =
o
nte
l =
de Jaccar
P. olfersii
Hpa
m
D
=
alis
H
; Scb =
. pardalis;
Scinax.
Hal = H
cf.
.a
; D
lbo
brieni
be
m
=
arg
;
Sha =
ina
tus; Ss
S.
gr =
hayii
; Par = Phyllomedusa aff. rohdei.. Coeficiente de correlação
1
3
4
5
6
2
2.9. TABELAS
Tabela 1. Média e desvio padrão das 17 dimensões morfométricas dos g os
Parque das Neblinas, Bertioga, SP. As abreviações são: CT = comprime nto
AC = altura do corpo; AMC = altura da musculatura caudal; AND = altura ; L
do corpo; LMC = largura da musculatura caudal; DO = diâmetro do olho; ; DIN
internasal; DOF = distância do olho ao focinho; DNF = distância da
comprimento do espiráculo; N = número de indivíduos utilizados; ---- = nã
Dimensões morfométricas
CT CC CCA AC AMC AND ANV D AE
irin
nto
da
DIO
o se
os
tota
nad
=
ap
LC
de
l; C
ad
dis
lic
18
C
eir
tân
a. M
LMC
esp
= c
a d
cia
ed
éc
om
ors
int
ida
O
ies
pri
al;
ero
s e
DI
de
me
AN
cul
m
O
an
nto
V =
ar;
mm
D
uro
do
alt
DN
narina ao focinho; AE = altura da linha média do espirá
.
N
s r
co
ura
=
D
egi
rpo
da
diâ
IN
stra
; C
na
me
D
do
CA
da
tro
OF
s e
=
dei
da
m 1
com
ra v
nar
DNF
1 c
pri
en
ina
orp
me
tral
d’água no
da cauda;
C = largura
= distância
culo; CE =
CE N
Espécies
B. sp. (gr. circumdata) 48,20 10,44 20,95 5,27 3,08 1,80 1,39 6,8 0 ,9 3,18 0,
3,16 0,92 3,74
2
1
0
9
54 10 9 ,29 ,14 ,95
±3,39 ±0,46 ±1,79 ±0,35 ±0,23 ±0,16 ±0,15 ±0, 0,28 ±0,09 ± 0,1 0,28 ±0,
B. hylax
43,12 8,45 19,27 4,37 2,66 1,62 1,24 5,7 2,73 0,90 3,23 0 ,7 2,65 0,
±5,24 ±1,03 ±2,61 ±0,73 ±0,37 ±0,28 ±0,20 ±0, 0,38 ±0,07 ± ±0,26 ±0,16 ±0,42 ±0,
A. leucopygius
48,23 9,28 21,95 5,01 3,15 1,60 1,26 6,06 3,27 0,86 3,35 2,11 1,80 0,79 2,27 0,
±4,06 ±0,46 ±2,33 ±0,39 ±0,30 ±0,18 ±0,18 ±0,43 ±0,33 ±0,08 ±0,11 ±0,12 ±0,06 ±0,13 ±0,
P. moreirae
21,74 5,31 8,78 2,68 1,39 1,01 0,87 3,92 0,94 0,60 1,63 0,20 0,77 1,09 0,49 1,31 0,
±1,19 ±0,45 ±0,58 ±0,23 ±0,22 ±0,07 ±0,08 ±0,23 ±0,08 ±0,05 ±0,07 ±0,00 ±0,05 ±0,06 ±0,06 ±0,19 ±0,
H. bischoffi
41,57 9,45 17,33 5,52 3,51 2,13 1,40 0,
±2,45 ±0,63 ±1,15 ±0,33 ±0,30 ±0,28 ±0,21 3 ±0,
S. hiemalis
27,05 6,43 11,12 4,35 2,07 1,63 1,40 4,66 1,71 0,95 3,49 0,20 1,69 1,38 0,83 1,85 0,
±3,31 ±0,77 ±1,55 ±0,84 ±0,19 ±0,33 ±0,33 ±0,84 ±0,28 ±0,11 ±0,56 ±0,00 ±0,20 ±0,25 ±0,19 ±0,32 ±0,
S. cf. brieni 25,66 5,90 10,71 3,59 1,91 1,46 1,27 3,98 1,47 0,98 3,65 0,29 1,58 1,31 0,66 1,56 0,
±1,67 ±0,47 ±0,74 ±0,47 ±0,24 ±0,23 ±0,23 ±0,3 4 ±0,
P. olfersii
24,30 6,02 9,79 3,02 1,64 1,20 0,79 0,
±1,56 ±0,40 ±0,67 ±0,23 ±0,13 ±0,12 ±0,11 ±0,33 ±0,
D. microps
23,17 5,68 9,38 3,48 1,84 1,63 1,61 3,79 1,46 1,01 3,26 0,20 1,84 1,28 ---- 1,47 0,
±2,10 ±0,57 ±0,85 ±0,35 ±0,11 ±0,34 ±0,39 ±0,38 ±0,11 ±0,06 ±0,28 ±0,00 ±0,16 ±0,22 ---- ±0,17 ±0,
S. hayii
30,43 7,13 12,79 4,93 2,17 2,36 2,46 4,56 1,57 1,27 4,26 0,21 2,18 1,89 0,97 2,13 0,
±3,20 ±0,92 ±1,57 ±0,67 ±0,12 ±0,57 ±0,56 ±0,6 1 ±0,
D. berthalutzae
21,25 4,70 9,13 2,60 1,57 0,97 0,83 0,
±1,66 ±0,34 ±0,98 ±0,19 ±0,08 ±0,08 ±0,13 ±0,18 ±0,08 ±0,04 ±0,21 ±0,04 ±0,11 ±0,05 ---- ±0,21 ±0,
42 ±
6
92 ±
±0,
±0,
±0,
14
38
42
0,03
,29
0,03
0,44
±0,10
±0
1
±
,10
,83
0,16
±
1
0,1
,64
0
5
07
51 10
12
61 10
12
35 10
05
78 10
09
39 10
09
55 10
20
38 10
04
36 10
10
69 10
15
47 10
15
6,5
±0,4
5
4
2,9
±0,2
3
9
0,9
±0,
9
10
3,
±0,
86
26
0,
±0
49
,03
1
±0
,81
,11
1
±
,90
0,1
0,90
0,1
3,26
0,3
4
9
±0,
2
1,2
±0,
0
0
±0,
0,8
09 ±0,09
08
0
±0,
2,
±
27
19
0,17
±0
0,
,03
34
±0,07
±0
0
±
,19
,88
0,06
±
1
0,1
,04
±0,13
±
0,1
0,47
0,11
0,2
1,84
±0,24
4,3
1
5
±0,
1
1,2
3
8
±0,
0,8
16
8
±0,
2,
48
67
±0
0,
,03
18
±0
1
,20
,78
±
1
0,2
,05
0,1
----
0,4
1,103,0
Tabela 1.
Continuação.
Dimensõe
N DIN DOF DNF AE CE N
s morfométricas
CT CC CCA AC AMC AND ANV LC LMC DO DIO D
Espécies
R. ornata
20,86 5,70 7,87 3,05 1,22 1,10 1,03 3,84 0,74 0,54 1,83 0,20 0,82 1,15 0,64 1,55 0,73 10
±0,86 ±0,23 ±0,38 ±0,14 ± ±0, 0,0 09 4 ±0 3 ±
S sp. (gr. ruber) 5 13 7 2 1, 77 3,84 0 88 1 10
±2,67 ±0,30 ±1,46 ±0,28 ±0,16 ,12 ±0,18 ±0,16 ±0,07 ±0,19 ±0,0 ±0,06 ±0,14 0,11 ±0,28 13
H
36,57 8,31 15,37 4,33 2,53 53 1,13 5,08 1,78 1,63 0,81 2,43 0,88 10
±1,96 ±0,48 ±0,22 ,16 ±0,09 ±0,28 ±0,09 ±0,21 ±0,0 ±0,13 ±0,19 0,12 ±0,36 20
H atus
18,88 5,56 3,02 39 1,59 6,34 1,88 1,98 0,92 3,44 1,15 10
±1,83 ±0,37 ±0,17 ,17 ±0,15 ±0,16 ±0,09 ±0,25 ±0,0 ±0,08 ±0,17 0,08 ±0,32 15
S pilus
26,57 6,70 10,45 4,50 2,00 63 1,68 4,53 2,03 1,83 0,93 1,98 0,70 4
±0,90 ±0,41 ±0,08 ,10 ±0,13 ±0,24 ±0,10 ±0,19 ±0,0 ±0,13 ±0,26 0,13 ±0,21 16
R
5,50 7,50 2,47 0,83 3,67 0,87 1,33 0,63 1,20 0,57 3
±0,66 ±0,25 ±0,15 ,15 ±0,12 ±0,06 ±0,12 ±0,21 ±0,0 ±0,06 ±0,06 0,06 ±0,53 06
P dei 22,73 7,03 4,67 30 3,17 6,73 2,40 2,63 0,63 ---- -- 3
±4,28 ±0,61 ±2,18 ±0,72 ±0,58 ,35 ±0,32 ±0,49 ±0,15 ±0,58 ±0,0 ±0,10 ±0,21 0,15 ---- --
0,09 ±0,05
,03 1,71
08 ±0,23 ±
93 3,98 1,
5 ±0,05 ±0,
1,19
±0,00 ±0,0
,20 1,
,17 ±0,1
1,55 0,89
0,20 ±0,09
,89 0,51 . 31,12 6,6 ,26 4,2
±0 ±0,19 0 ± ±0,
. pardalis
1, 2,27 0,93 3,12 0,31
±4,25 ±0,74 ±0 ±0,55 3 ± ±0,
. albomargin
45,35 10,15 2, 2,45 1,17 4,25 0,51
±3,08 ±0,61 ±0 ±0,50 6 ± ±0,
. crospedos
1, 1,50 1,25 3,83 0,20
±1,97 ±0,48 ±0 ±0,40 0 v ±0,
. icterica
19,90 1,27 0,83 0,87 0,43 1,83 0,20
±1,52 ±0,44 ±0 ±0,25 0 ± ±0,
. aff. roh 52,91 12,00 1, 3,87 1,67 6,17 0,10 --
±0 ±0,90 0 ± --
120
121
Neblinas, Bertioga, SP. As abreviações são: IC = índice de co in
comprimento relativo da cauda; ICC = índice de compressão a
nadadeira ventral; LMC = largura relativa da musculatura ca n
longitudinal; PNT = posição das narinas no eixo transversal; el O
relativo dos olhos; PE = posição do espiráculo; CE = comprim espi s; ---
aplica. Medidas em mm.
IC AR CFO CCA ICC AN MC P PE N
Tabela 2. Atributos ecomorfológicos calculados para os girinos de
mpre
da c
uda
TN
ento
AND
1
ss
au
l;
=
r
8
ão
da
AR
tam
ela
esp
; A
; A
C
a
tiv
éc
R
N
=
nho
o d
V
ie
=
D
al
r
o
L
s d
alt
= a
tu
e
ura
ltu
ra r
ativ
an
re
ra
ela
o d
rácu
A
uro
lat
rel
tiv
as
lo
RC
s
iva
ati
a
n
; N
reg
; C
va
da
ari
=
ist
F
da
c
na
NL
ra
O
n
au
s;
m
dos
= c
ad
da;
PO
ero
PN
e
om
ad
P
=
d
T
m
pr
eir
NL
p
e i
11
im
a d
=
osi
ndi
TN
c
ent
or
p
çã
víd
orp
o r
sal
os
o
uo
P
os
ela
; A
içã
dos
s
O
d’
tiv
N
o
o
ut
il
ág
o
V =
da
lho
iza
T
ua
do
a
s
s;
do
O
no
foc
ltur
nari
T
Parq
ue das
ho; CCA =
relativa da
as no eixo
= tamanho
- = não se
CE
B. sp. (gr. circumdata) 0,76 0,11 1,99 0,43 0,98 0,4 15 0 0,6 0 0,58 5 0, 1,19 ,51 0,31 0,03 0,54 0,09 0 0,05 1
B. hylax
0,76 0,10 2,21 0,45 0,98 0,61 0,14 2 0 0, 0,6 0
A. leucopygius
0,83 0,10 2,28 0,45 0,96 0,51 0,40 0,15 2 0 5 0, 0,4 0
P. moreirae
0,68 0,12 2,25 0,40 1,48 0,74 0,64 0,11 22 0 0 0, 0,4 0
H. bischoffi
0,84 0,13 2,13 0,42 1,20 0,61 0,40 0,17 28 0,47 8 0, 0,5 0
S. hiemalis
0,93 0,16 1,69 0,41 1,23 0,79 0,68 0,15 18 0,60 7 0,75 0,15 0,4 0
S. cf. brieni 0,90 0,14 2,02 0,42 1,30 0,77 0,67 0,14 1,29 0,50 0 05 0,92 0,17 0,4 0
P. olfersii
0,69 0,12 2,28 0,40 1,37 0,73 0,43 0,12 1,18 0,45 0 0,06 0,50 0,13 0,6 0
D. microps
0,92 0,15 ---- 0,41 1,27 0,89 0,88 0,16 1,46 ---- 0,49 0,04 0,86 0,18 0,4 0
S. hayii
1,08 0,16 1,97 0,42 1,39 1,09 1,13 1,41 0,51 0,48 0,03 0,94 0,18 0,4 0
D. berthalutzae
0,85 0,12 ---- 0,43 1,23 4 0
R. ornata
0,80 0,15 1,83 0,38 1,65 5 0
S. sp. (gr. ruber) 1,07 0,14 1,76 0,43 1,15 1,33 0,58 0,4 0
H. pardalis
0,85 0,12 2,02 0,42 1,12 0,60 0,45 0,15 1,20 0,50 0,35 0,04 0,62 0,11 0,5 0
H. albomarginatus
0,88 0,12 2,16 0,42 1,24 0,79 0,53 0,13 1,26 0,47 0,30 0,05 0,67 0,12 0,6 0
S. crospedospilus
0,99 0,17 1,97 0,39 1,36 0,8 1 1,18 51 0,45 3 0,85 0, 0,4 4
R. icterica
0,68 0,12 2,11 0,38 1,46 5 3
P. aff. rohdei 1,05 0,13 4,27 0,43 1,21 -- 3
0,47 1,
1,
1,
1,
1,
7
0
,45
,44
,45
0,3
0,3
0,2
0,2
0,3
0,4
0,2
2 0
0
0
0
0
0,
,0
,0
,0
,0
,0
3
5
4
5
3
0,
0,
0,
0,
56
55
42
59
11
09
11
10
1 0,06 1
6 0,07
1
9 0,07
1
9 0,08 1
3 0,06 1
4 0,09 1
1 0,06 1
2 0,06 1
3 0,10 1
2 0,10 1
1 0,13 1
4 0,07 1
6 0,11 1
2 0,11 1
4 0,10
0 0,10
- ----
0,
0,
0,
12
14
09
0,13
0,62
0,91
0,85
0
0
,53
,85
0,96
1,
1,
30
10
--
0,
--
55
0,5
0,2
8
1
0,47
0
0
,0
,0
4
4
0,
0,
0,03 0,97
88
48
0,1
0,0
0,1
9
9
8
0,
0,
1
0
0
0
,84
,66
,68
0,
0,
4
0,
0,
0,0
,0
0,01
19
8
0,14
0,66
0,28
12
0,17
1,20
1,30
47
0,24
0,24
0,36
0
4
0,50
0,92
0,0 0,
-
Tabela 3. Valores de correlação dos atributos ecomorfológicos nos três primeiros eixos
da ordenação (PC1, PC2 e PC3), calculados para os atributos ecomorfológicos dos
girinos de 18 espécies de anuros registrados em 11 corpos d’água no Parque das
Neblinas, Bertioga, SP.
Variáveis
PC1 PC2 PC3
Índice de compressão do corpo
-0,04 0,86 -0,33
Altura relativa do corpo
0,21 0,77 0,31
Comprimento relativo do focinho
-1,00 0,03 0,00
Comprimento relativo da cauda
-0,09 -0,12 -0,73
Índice de compressão da cauda
0,07 0,33 0,72
ltura relativa da nadadeirA
A
a dorsal
0,50 0,46 0,66
lt l
0
g a r tiva da musculatura caudal
,08 05 -0,82
ltu rel va a c da
,33 4 -0,42
os o d n ina no ixo on tudinal
,46 05 0,60
s o d n in no ixo ra ve al
,52 7 -0,56
am ho la o n in
,30 52 0,31
so d oos
,19 2 -0,46
am ho la o o os
,42 3 -0,27
so desráo
,33 62 0,48
om im to relativo do espiráculo
42 03 0,57
ta e v (% 0
ura relativa da nadadeira ventra
0,19 0,9 0,31
Lar ur ela
-0 -0,
A ra ati d au
0 0,5
P içã as ar s e l gi
-0 -0,
Po içã as ar as e t ns rs
0 0,5
T an re tiv das ar as
0 -0,
Po içã os lh
0 0,8
T an re tiv dos lh
0 0,7
Po içã o pi cul
0 -0,
Cpren
0, -0,
To l d ari ão ) 79 1 6
122
123
Tabela 4. Características estruturais do micro-hábitat dos girinos
Parque das Neblinas, Bertioga, SP. Os dados na tabela indicam: 0 ausênci
Meia água Fundo
Abrigo sob
vegetação
Abrigo sob
fundo lodoso
Ab or
de 18 espécie
a, 1
rigo
folh
s d
pr
so
as
e
ese
b
an
uro
a.
N
s r
ão
ab
eg
us
rig
ist
ou
o
rados
a
e
F
gr
m 1
orm
ega
1
ou
çõ
cor
es
pos d
N
ag
’á
ão f
reg
gua no
mou
ões
B. sp. (gr. circumdata) 0 1 1 1 11 0 0
B. hylax
0 1 1 1 1
A. leucopygius
0 1 1 1 1
P. moreirae
0 1 0 1 1
H. bischoffi
0 1 1 1 1
S. hiemalis
0 1 1 1 1
S. cf. brieni 1 0 1 1 1
P. olfersii
0 1 0 1 1 0 0 1
D. microps
1 0 1 1 1 1 0 1
S. hayii
1 0 1 1 1 1 0 1
D. berthalutzae
1 0 1 1 1 0 0 1
R. ornata
1 0 1 1 0 0 1 0
S. sp. (gr. ruber) 1 0 1 0 0 0 0 1
H. pardalis
0 1 0 1 0 0 0 1
H. albomarginatus
1 0 1 0 0 0 0 1
S. crospedospilus
1 0 0 1 0 0 0 1
R. icterica
1 0 1 0 0 0 1 0
P. aff. rohdei 1 0 1 0 0 1 0 1
1
1
0
1
1
1
0
0
0
0
1
1
0
0
0
0
0
0
124
Va micro-
itat/ port e correspondência
CC2 e CC3, calculados para os girinos de 18 espécies de
a, SP.
CC1 CC2 CC3
Tabela 5. lores de correlação entre os atributos morfológicos e
háb com
canônica (CCA), CC1,
anuros registrados em 11 corpos d’á
Variáveis
amento nos três primeiros eixos da análise d
gua no Parque das Neblinas, Bertiog
Índice de com são do corpo
04 -0,02
pres
-0,04 -0,
Altura relati
Comprimen
Comprimen
Índice de c
Altura relati
Altura relati
Largura rel
Altura relati
Posição das narinas no eixo longi
Posição das narinas no eixo transversal
Tamanho r
Posição dos olhos
Tamanho relativo dos olhos
Posição do e
Comprimento
Meia água
Fundo
Abrigo sob vegetação
Abrigo sob fundo lodoso
Abrigo sob folhas
Não utiliza abrigo
Forma agregações
Não forma ag
va do corpo
0,01
to relativo do focinho
0,19 -0,04 0,00
to tivo da cauda
-0,03 0,04 -0,04
om
0,00
va da nadadeira dorsal
-0,08 0,02 0,06
va da nadadeira ventral
0,09
ativa da musculatura caudal
-0,10
va da cauda
-0,05 0,02 -0,04
tudinal
0,12
-0,03
elativo das narinas
0,01 0,13 -0,10
-0,03
0,03
sp culo
0,03 0,14 -0,04
07 -0,03
0,96
97 -0,96
72 0,43
-0,90
-1,00 -0,27 -109,19
-0,52
0,56
re ções
-0,04 0,07 -0,56
-0,03 0,01
rela
pressão da cauda
-0,03 0,04
-0,15 -0,07
0,00 0,03
0,13 0,10
-0,15 -0,04
-0,08 -0,08
-0,06 -0,05
irá
relativo do espiráculo
-0,10 0,
219,40 -0,97
-2
-1
19
70
,40
,90
0,
-0,
-0,46 -0,28
-0,62 -143,70
0,04 -0,07
ga
Tabela 6. Proximidade taxonômica dos girinos de 18 espécies de anuros na qual as
relações taxonômicas estão codificadas da seguinte forma: 0 se duas espécies
pertenciam à mesma espécie; 1 se duas espécies pertenciam ao mesmo grupo
tragenérico, segundo FROST (2007) e CHAPARRO et al. (2007) ou ao mesmo
GRANT et al. (2006); 2 se duas espécies
mesmo gênero; 3 se duas espécies pertenciam à mesma família; 4
rtenciam a famílias diferentes. As abreviações são: Bsg
ylax; Ale = Aplastodiscus leucopyg
rsii; Hbi = Hypsiboas bischoffi; Hpa
iemalis;
dropsop
; Pa
Dbe Ror Ssgr Hpa Hal Scr R a
in
clado, segundo FAIVOVICH et al., (2005) e
pertenciam ao se
duas espécies pe c =
Bokermannohyla sp. (gr. circumdata); Bhy = B. h ius;
Pmo = Physalaemus moreirae; Pol = P. olfe = H.
pardalis; Hal = H. albomarginatus; Ssgr = Scinax sp. (gr. ruber); Shi = S. h Scb
= Scinax. cf. brieni; Sha = S. hayii; Scr = S. crospedospilus; Dmi = Den
alutzae; Ror = Rhinella ornata; Ric = R. icterica
hus
microps; Dbe = D. berth r =
Phyllomedusa aff. rohdei.
iShaBsgc Bhy Ale Pmo Hbi Shi Scb Pol Dm ic P r
Bs - - - - - - - - - - - - -gc 0 - - - -
Bh - - - - - - - - - - - -
Ale - - - - - - - - - - - -
Pm - - - - - - - - - - - -
Hb - - - - - - - - - -
Sh - - - - - - - - - - -
Sc 3 4 3 1 0 - - - - - - - - - -
Po 2 4 4 4 0 - - - - - - - - -
Dm 4 0 - - - - - - - -
Sh 2 2 4 3 0 - - - - - -
Db 2 3 0 - - - - - -
Ro 4 4 4 4 4 4 4 4 4 0 - - - - -
Ss 2 3 4 0 - - - -
Hp 4 2 3 3 4 3 3 3 4 3 0 - - -
Ha 3 3 3 4 3 1 0 - -
Sc 3 2 3 4 2 3 3 0 -
Ric 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 2 4 4 4 4 0 -
Par 3 3 3 4 3 3 3 4 3 3 3 4 3 3 3 3 4 0
y 1 0 - - - -
3 3 0 - - -
o 4 4 4 0 - -
i 3 3 3 4 0 - - -
i 3 3 3 4 3 0 -
b 3 3 -
l 4 4 4 -
i 3 3 3 4 3 3 3 -
a 3 3 3 4 3 - -
e 3 3 3 4 3 3 3 4 -
r 4 4 -
gr 3 3 3 4 3 2 2 4 3 -
a 3 3 3 -
l 1 3 3 4 2 3 3 4 -
r 3 3 3 4 3 2 2 4 -
125
Tabela 7. Correlação entre os atributos morfológicos e a proximidade taxonômica dos
girinos, determinada através do teste de Mantel. As letras r e p representam,
respectivamente, os valores de correlação e de probabilidade.
Atributos ecomorfológicos
r p
Índice de compressão do corpo
-0,01 0,40
Altura relativa do corpo
0,01 0,58
Comprimento relativo do focinho
0,11 0,76
Comprimento relativo da cauda
-0,02 0,36
Índice de compressão da cauda
0,05 0,65
Altura relativa da nadadeira dorsal
0,02 0,61
Altura relativa da nadadeira ventral
0,08 0,79
Largura relativa da musculatura caudal
-0,03 0,27
Altura relativa da cauda
-0,002 0,49
Posição das narinas no eixo longitudinal
0,06 0,79
Posição das narinas no eixo transversal
-0,02 0,37
Tamanho relativo das narinas
-0,06 0,21
Posição dos olhos
-0,01 0,42
Tamanho relativo dos olhos
0,01 0,55
Posição do espiráculo
-0,005 0,47
Comprimento relativo do espiráculo
-0,05 0,24
126
127
Tabela 8. Matriz dos estados de caracter da morfologia oral interna dos girinos de 18 espécies de anuros, registradas em 11 corpos d’água no
Parque das Neblinas, Bertioga, SP. As abreviações são: Bsgc = Bokermannohyla sp. (gr. circumdata); Bhy = B. hylax; Ale = Aplastodiscus
leucopygius; Pmo = Physalaemus moreirae; Pol = P. olfersii; Hbi = Hypsiboas bischoffi; Hpa = H. pardalis; Hal = H. albomarginatus; Ssgr =
Scinax sp. (gr. ruber); Shi = S. hiemalis; Scb = Scinax. cf. brieni; Sha = S. hayii; Scr = S. crospedospilus; Dmi = Dendropsophus microps; Dbe =
D. berthalutzae; Ror = Rhinella ornata; Ric = R. icterica; Par = Phyllomedusa aff. rohdei.
1 2 34567 8 9 10 111213141516171819202122 23 2425262728293031323334353637 38
Bsgc 0 1 10010 1 1 0 100001011000 1 00101000100010 0
Bhy 0 1 10011 0 1 0 100001010100 1 00101000100100 0
Ale 1 0 10010 1 1 0 100001100100 1 01000100001001 0
Pmo 0 1 01010 1 1 0 001010011001 0 01010000100010 0
Hbi 1 0 10011 0 1 0 100001100100 1 01001001000001 0
Shi 1 0 01011 0 1 0 000110101101 0 01000100010101 0
Scb 1 0 10011 0 1 0 000110101001 0 01000101000000 1
Pol 0 1 10010 1 1 0 010001010011 0 01010000100010 0
Dmi 1 0 01010 1 1 0 000101100010 0 10100010001100 0
Sha 1 0 10111 0 1 0 000110101001 0 01000100100001 0
Dbe 1 0 01010 1 1 0 000101100010 0 10100011000100 0
Ror 1 0 01011 0 1 0 001010100101 0 00110000100001 0
Ssgr 1 0 01101 0 1 0 000110100011 0 01001000100001 0
Hpa 1 0 10010 1 1 0 100010100100 1 01001000100001 0
Hal 1 0 10010 1 1 0 100010100100 1 01001001000001 0
Scr 1 0 10011 0 1 0 000110101001 0 01000100100100 0
Ric 1 0 01011 0 1 0 001010100011 0 00110000100001 0
Par 1 0 01011 0 0 1 100001100100 0 11010000100001 0
128
Tabela 9. Correlação entre os estados de caracter da morfologia oral interna e o micro-
hábitat dos girinos, determinada através do teste de Mantel. As letras r e p
representam, respectivamente, os valores de correlação e de probabilidade.
Estados de caracter da morfologia oral interna
r p
Formato oval
0,16 0,92
Formato triangular
0,16 0,92
Presença de projeções na região infra-rostral
-0,07 0,13
Ausência de projeções na região infra-rostral
-0,07 0,13
Presença de espinho queratinizado no canto posterolateral do bico córneo
-0,09 0,27
Ausência de espinho queratinizado no canto posterolateral do bico córneo
-0,09 0,27
Duas papilas infra-labiais
0,03 0,69
Quatro papilas infra-labiais
0,03 0,69
Papilas infra-labiais das paredes laterais serrilhadas
0,06 0,65
Papilas infra-labiais das paredes laterais lisas
0,06 0,65
Duas papilas linguais
0,06 0,77
Três papilas linguais
-0,12 0,20
Quatro papilas linguais
-0,19 0,07
Ausência de papilas linguais
0,00 0,52
Poucas pústulas na arena (nº  10)
0,05 0,78
Muitas pústulas na arena (nº > 10)
0,05 0,78
Formato oval
0,16 0,92
Formato triangular
0,16 0,92
Pústulas ou papilas na área pré-nasal
0,05 0,71
Crista larga na área pré-nasal
-0,05 0,22
Ausência de projeções na área pré-nasal
0,00 0,51
Narina elíptica
0,03 0,71
Narina elíptica com concavidade anteromediana
0,05 0,70
Narina em fenda
0,14 0,86
Parede anterior das narinas com pústulas
0,12 0,90
Ausência da parede anterior das narinas
0,12 0,90
Parede posterior das narinas em formato de aba lisa sem apresentar a válvula nasal
-0,14 0,08
Parede posterior das narinas em formato de aba, com a válvula nasal larga
0,05 0,73
Parede posterior das narinas em formato de aba, com a vávula nasal estreita
-0,06 0,26
Ausência da parede posterior das narinas
0,14 0,85
Papilas pós-nasais muito reduzidas
0,04 0,63
Duas papilas pós-nasais cônicas, maiores e com o bordo serrilhado
0,00 0,46
Duas papilas pós-nasais com o ápice arredondado
-0,13 0,19
Ausência de papilas pós-nasais
0,01 0,54
Papilas laterais da crista mediana cônicas com o bordo serrilhado
0,09 0,80
Papilas laterais da crista mediana em forma de quela
0,06 0,68
Papilas laterais da crista mediana largas com projeções
0,06 0,82
Ausência de papilas laterais da crista mediana
0,06 0,65
129
Tabela 10. Correlação entre os estados de caracter da morfologia oral interna e a
proximidade taxonômica dos girinos, determinada através do teste de Mantel. As letras
r e p representam, respectivamente, os valores de correlação e de probabilidade.
Estados de caracter da morfologia oral interna
r p
Formato oval
0,16 0,92
Formato triangular
0,16 0,92
Presença de projeções na região infra-rostral
-0,07 0,13
Ausência de projeções na região infra-rostral
-0,07 0,13
Presença de espinho queratinizado no canto posterolateral do bico córneo
-0,09 0,27
Ausência de espinho queratinizado no canto posterolateral do bico córneo
-0,09 0,27
Duas papilas infra-labiais
0,03 0,69
Quatro papilas infra-labiais
0,03 0,69
Papilas infra-labiais das paredes laterais serrilhadas
0,06 0,65
Papilas infra-labiais das paredes laterais lisas
0,06 0,65
Duas papilas linguais
0,06 0,77
Três papilas linguais
-0,12 0,20
Quatro papilas linguais
-0,19 0,07
Ausência de papilas linguais
0,00 0,52
Poucas pústulas na arena (nº  10)
0,05 0,78
Muitas pústulas na arena (nº > 10)
0,05 0,78
Formato oval
0,16 0,92
Formato triangular
0,16 0,92
Pústulas ou papilas na área pré-nasal
0,05 0,71
Crista larga na área pré-nasal
-0,05 0,22
Ausência de projeções na área pré-nasal
0,00 0,51
Narina elíptica
0,03 0,71
Narina elíptica com concavidade anteromediana
0,05 0,70
Narina em fenda
0,14 0,86
Parede anterior das narinas com pústulas
0,12 0,90
Ausência da parede anterior das narinas
0,12 0,90
Parede posterior das narinas em formato de aba lisa sem apresentar a válvula nasal
-0,14 0,08
Parede posterior das narinas em formato de aba, com a válvula nasal larga
0,05 0,73
Parede posterior das narinas em formato de aba, com a vávula nasal estreita
-0,06 0,26
Ausência da parede posterior das narinas
0,14 0,85
Papilas pós-nasais muito reduzidas
0,04 0,63
Duas papilas pós-nasais cônicas, maiores e com o bordo serrilhado
0,00 0,46
Duas papilas pós-nasais com o ápice arredondado
-0,13 0,19
Ausência de papilas pós-nasais
0,01 0,54
Papilas laterais da crista mediana cônicas com o bordo serrilhado
0,09 0,80
Papilas laterais da crista mediana em forma de quela
0,06 0,68
Papilas laterais da crista mediana largas com projeções
0,06 0,82
Ausência de papilas laterais da crista mediana
0,06 0,65
130
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
x A riqueza de espécies na área amostrada é alta (23 espécies), semelhante à
encontrada na Estação Ecológica de Boracéia, localizada também em Mata
Atlântica, onde o grau de conservação é maior.
x A riqueza de espécies na área amostrada foi correlacionada com a temperatura
e com a umidade relativa.
x A maioria (83%; n = 19) das espécies apresentaram alta sobreposição no uso
dos corpos d’água, mas a partilha temporal segregou 53% (n = 10) dessas
espécies.
x Na área estudada, a maior riqueza e diversidade de espécies está nos corpos
d’água temporários com alta heterogeneidade vegetal. A menor riqueza foi
encontrada em riacho sem vegetação no seu interior.
x Dentre os 16 atributos da morfologia externa, três (altura relativa da nadadeira
ventral, comprimento relativo do focinho e posição das narinas no eixo
transversal) foram associados com os descritores de micro-hábitat e
comportamento dos girinos. A altura relativa da nadadeira ventral foi também
associado a posição dos girinos na coluna d’água (nectônicos e bentônicos).
Desse modo, os caracteres morfológicos externos estão sujeitos a pressões de
fatores contemporâneos.
x Os caracteres morfológicos orais internos refletem o grau de parentesco, o que
indica que esse conjunto de caracteres é mais conservativo e reflete a história
evolutiva das espécies.
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