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INSTITUTO OSWALDO CRUZ
Mestrado em Biologia Parasitária
ASPECTOS DA ECOLOGIA DE MOSQUITOS (DIPTERA: CULICIDAE), VETORES
POTENCIAIS DE DOENÇAS HUMANAS, EM ÁREAS DO APROVEITAMENTO
HIDRELÉTRICO PEIXE ANGICAL, ESTADO DO TOCANTINS, BRASIL
Por
JULIANA BARRETO PACHECO
RIO DE JANEIRO
2008
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INSTITUTO OSWALDO CRUZ
Pós-Graduação em Biologia Parasitária
JULIANA BARRETO PACHECO
ASPECTOS DA ECOLOGIA DE MOSQUITOS (DIPTERA: CULICIDAE), VETORES
POTENCIAIS DE DOENÇAS HUMANAS, EM ÁREAS DO APROVEITAMENTO
HIDRELÉTRICO PEIXE ANGICAL, ESTADO DO TOCANTINS, BRASIL
Orientador: Prof. Dr. Anthony Érico Guimarães
Dissertação apresentada ao Instituto Oswaldo
Cruz como parte dos requisitos para obtenção do
título de Mestre em Ciências na área de Biologia
Parasitária.
RIO DE JANEIRO
2008
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iii
FICHA CATALOGRÁFICA
Pacheco, Juliana Barreto.
Aspectos da Ecologia de mosquitos (Diptera: Culicidae), Vetores potenciais de
doenças humanas, em áreas do Aproveitamento Hidrelétrico Peixe Angical, Estado do
Tocantins, Brasil. / Juliana Barreto Pacheco. - Rio de Janeiro: 2008.
108p.; il.
Dissertação (Mestrado) Instituto Oswaldo Cruz, Biologia Parasitária, 2008.
1. Culicidae 2. Vetores 3. Hidrelétricas 4. Impacto ambiental 5. AHE Peixe Angical
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INSTITUTO OSWALDO CRUZ
Pós-Graduação em Biologia Parasitária
JULIANA BARRETO PACHECO
ASPECTOS DA ECOLOGIA DE MOSQUITOS (DIPTERA: CULICIDAE), VETORES
POTENCIAIS DE DOENÇAS HUMANAS, EM ÁREAS DO APROVEITAMENTO
HIDRELÉTRICO PEIXE ANGICAL, ESTADO DO TOCANTINS, BRASIL
ORIENTADOR: Prof. Dr. Anthony Érico Guimarães
Dissertação submetida ao Programa de Pós-graduação em Biologia Parasitária do Instituto
Oswaldo Cruz, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em
Ciências.
Aprovada em: 04 / 04 / 2008
EXAMINADORES:
Prof. Dra. Marilza Maia Herzog - Presidente
Prof. Dr. José Bento Pereira Lima
Prof. Dra. Márcia Souto Couri
Rio de Janeiro, 01 de junho de 2008
v
Dedico esta dissertação aos meus pais, Julio e Tânia, por
todo amor e dedicação e por tentarem entender a mim e minhas
escolhas em todos os momentos de minha vida.
vi
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Anthony Érico Guimarães, meu orientador, pela oportunidade de realizar
este trabalho, por sua dedicação em todas as etapas desse projeto e por todos os ensinamentos,
conselhos e apoio transmitidos ao longo desses anos de aprendizado.
Ao Prof. Dr. Jeronimo Alencar, pela amizade e companheirismo nos trabalhos de
campo e laboratório e pela dedicação e participação efetiva durante todo o meu aprendizado
no Laboratório de Diptera.
A Profa. lia dos Santos Silva, pelo companheirismo, apoio incondicional em todas
as etapas de desenvolvimento desse projeto e principalmente, pela grande amizade
conquistada.
Ao Prof. Dr. Rubens Pinto de Mello e a Profa. Catarina Macedo Lopes pelo incentivo
e apoio no laboratório. A todos os colegas do Instituto Oswaldo Cruz que de alguma forma
contribuíram para realização deste trabalho.
À Coordenação do Programa de s Graduação em Biologia Parasitária pela
possibilidade de realização do curso, assim como seus funcionários e professores pela atenção
disponibilizada e conhecimentos fornecidos e compartilhados.
Ao Instituto Oswaldo Cruz pela bolsa recebida durante a realização do curso e a
Enerpeixe pelo apoio logístico e financeiro que possibilitou a realização dos estudos na área
do empreendimento.
Aos meus pais, Julio e nia e à minha irThiene, pelas sugestões, apoio e amor
incondicional durante todos esses anos, estando sempre presentes.
Aos amigos Marcello Spolidoro, Bruno Piva, Fernando Sarapu e Luisa Florim,
grandes amizades conquistadas ao longo dos anos, pelos conselhos nos momentos difíceis e
pelo apoio.
Às amigas do curso de s-graduação em Biologia Parasitária, pela agradável
companhia nas disciplinas e auxílios ao longo do curso.
vii
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................1
1.1 OBJETIVOS......................................................................................................................3
2 REVISÃO DE LITERATURA......................................................................................4
3 MATERIAL E MÉTODOS...........................................................................................9
3.1 ÁREA ESTUDADA.........................................................................................................9
3.2 ASPECTOS GERAIS DA FISIOGRAFIA.............................................................................9
3.2.1 Aspectos da Geologia.......................................................................................10
3.2.2 Vegetação.........................................................................................................11
3.2.3 Fauna...............................................................................................................12
3.2.4 Clima................................................................................................................13
3.3 PONTOS DE AMOSTRAGEM MUNICÍPIOS IMPACTADOS.............................................14
3.3.1 Peixe.................................................................................................................14
3.3.2 Paranã..............................................................................................................14
3.3.3 São Salvador do Tocantins..............................................................................15
3.4 - METODOLOGIA DAS AMOSTRAGENS...........................................................................21
3.4.1 Capturas Sistemáticas de Adultos....................................................................21
3.4.2 Coletas de Imaturos.........................................................................................22
3.4.3 Identificação dos Espécimes............................................................................23
3.5 ANÁLISE DOS DADOS.................................................................................................24
4 RESULTADOS.............................................................................................................26
4.1 INQUÉRITO GERAL......................................................................................................26
4.2 PREVALÊNCIA POR MUNICÍPIO IMPACTADO ...............................................................30
4.3 FATORES CLIMÁTICOS E FREQÜÊNCIA ESTACIONAL...................................................33
4.3.1 Freqüência Estacional no Município de Peixe................................................35
4.3.2 Freqüência Estacional no Município de Paranã.............................................37
4.3.3 Freqüência Estacional no Município de São Salvador...................................39
4.4 INCIDÊNCIA NO PERÍODO DA FORMAÇÃO DO RESERVATÓRIO.....................................53
4.4.1 Incidência no Somatório das Áreas.................................................................55
4.4.2 Incidência no Município de Peixe....................................................................56
4.4.3 Incidência no Município de Paranã................................................................57
4.4.4 Incidência no Município de São Salvador......................................................58
4.5 PRINCIPAIS CRIADOUROS DAS FORMAS IMATURAS DE ANOFELINOS.........................73
5 DISCUSSÃO.................................................................................................................76
5.1 INQUÉRITO GERAL.....................................................................................................76
5.2 PREVALÊNCIA POR MUNICÍPIO IMPACTADO ..............................................................81
5.3 FATORES CLIMÁTICOS E FREQÜÊNCIA ESTACIONAL..................................................84
5.4 INCIDÊNCIA NO PERÍODO DA FORMAÇÃO DO RESERVATÓRIO....................................87
5.5 PRINCIPAIS CRIADOUROS DAS FORMAS IMATURAS DE ANOFELINOS..........................92
6 CONCLUSÕES.............................................................................................................94
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................96
viii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 3.1: Localização do AHE Peixe Angical no Brasil, no Estado do Tocantins, com
destaque para área do reservatório e pontos de captura ...........................................................16
Figura 3.2: Visão geral do AHE Peixe Angical, município de Peixe (TO), com destaque para
a barragem e o vertedouro.........................................................................................................17
Figura 3.3: Visão geral da área de amostragem no município de Peixe (TO), com destaque
para o ponto de captura e as armadilhas Shannon (A) e CDC (B)............................................18
Figura 3.4: Visão geral da área de amostragem no município de Paranã (TO), com destaque
para comunidade local, área de alagamento e ponto de captura...............................................19
Figura 3.5: Visão geral da área de amostragem no município de São Salvador (TO), com
destaque para área de alagamento e ponto de captura..............................................................20
Figura 4.1 - Demonstração por ponto de captura e no conjunto dos pontos da ocorrência de
mosquitos no entorno do AHE Peixe Angical (TO).................................................................29
Figura 4.2: Demonstração por espécies e no somatório total de mosquitos da ocorrência em
cada área de captura no entorno do reservatório do AHE Peixe Angical (TO) .......................32
Figura 4.3: Gráficos de freqüência estacional das espécies de mosquitos, considerando o
somatório das ocorrências das três áreas de captura.................................................................45
Figura 4.4: Gráficos de freqüência estacional das espécies de mosquitos, considerando o
somatório das ocorrências das três áreas de captura.................................................................46
Figura 4.5: Gráficos de freqüência estacional das espécies de mosquitos verificada no
município de Peixe....................................................................................................................47
Figura 4.6: Gráficos de freqüência estacional das espécies de mosquitos verificada no
município de Peixe....................................................................................................................48
Figura 4.7: Gráficos de freqüência estacional das espécies de mosquitos verificada no
município de Paranã..................................................................................................................49
Figura 4.8: Gráficos de freqüência estacional das espécies de mosquitos verificada no
município de Paranã..................................................................................................................50
Figura 4.9: Gráficos de freqüência estacional das espécies de mosquitos verificada no
município de São Salvador.......................................................................................................51
ix
Figura 4.10: Gráficos de freqüência estacional das espécies de mosquitos verificada no
município de São Salvador.......................................................................................................52
Figura 4.11: Incidência comparativa de mosquitos em valores absolutos nas três áreas sob
risco de inflncia do reservatório do AHE Peixe Angical (TO).............................................60
Figura 4.12: Gráficos de incidência das espécies de mosquitos, considerando o somatório das
ocorrências das três áreas de captura, com o respectivo intervalo de tolerância.......................65
Figura 4.13: Gráficos de incidência das espécies de mosquitos, considerando o somatório das
ocorrências das três áreas de captura, com o respectivo intervalo de tolerância.......................66
Figura 4.14: Gráficos de incidência das espécies de mosquitos verificada no município de
Peixe..........................................................................................................................................67
Figura 4.15: Gráficos de incidência das espécies de mosquitos verificada no município de
Peixe..........................................................................................................................................68
Figura 4.16: Gráficos de incidência das espécies de mosquitos verificada no município de
Paranã........................................................................................................................................69
Figura 4.17: Gráficos de incidência das espécies de mosquitos verificada no município de
Paranã........................................................................................................................................70
Figura 4.18: Gráficos de incidência das espécies de mosquitos verificada no município de
São Salvador.............................................................................................................................71
Figura 4.19: Gráficos de incidência das espécies de mosquitos verificada no município de
São Salvador.............................................................................................................................72
Figura 4.20: Exemplo típico dos criadouros onde foram coletadas fases imaturas de
anofelinos no entorno do reservatório do AHE Peixe Angical no município de São
Salvador....................................................................................................................................73
Figura 4.21: Exemplo típico dos criadouros onde foram coletadas fases imaturas de
anofelinos no entorno do reservatório do AHE Peixe Angical no município de Paranã..........74
Figura 4.22: Exemplo típico dos criadouros onde foram coletadas fases imaturas de
anofelinos, principalmente An. triannulatus, no entorno do reservatório do AHE Peixe
Angical no município de Paranã...............................................................................................74
Figura 4.23: Exemplo típico dos criadouros onde foram coletadas fases imaturas de
anofelinos no entorno do reservatório do AHE Peixe Angical no município de Peixe............75
x
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 4.1: Espécies de mosquitos encontrados no entorno do reservatório do AHE Peixe
Angical (TO) e a ocorrência das espécies por ponto de captura e no conjunto dos pontos,
valores absolutos, percentuais e médias de Williams, no período de abril de 2005 a março de
2007...........................................................................................................................................28
Tabela 4.2: Freqüência média estacional das espécies de mosquitos, considerando o
somatório das ocorrências das três áreas de captura.................................................................41
Tabela 4.3: Freqüência média estacional das espécies de mosquitos no município de
Peixe..........................................................................................................................................42
Tabela 4.4: Freqüência média estacional das espécies de mosquitos no município de
Paranã........................................................................................................................................43
Tabela 4.5: Freqüência média estacional das espécies de mosquitos no município de São
Salvador....................................................................................................................................44
Tabela 4.6 - Dados climáticos de temperatura, umidade relativa do ar e pluviosidade
acumulada mensal da região no entorno do reservatório do AHE Peixe Angical, registrados
pelas estações meteorológicas locais do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET)..........59
Tabela 4.7: Incidência de mosquitos no somatório das áreas. Valores absolutos de cada mês
nas três áreas sob influência do reservatório do AHE Peixe Angical (TO), entre abril de 2005
e março de 2007........................................................................................................................61
Tabela 4.8: Incidência de mosquitos no Município de Peixe. Valores absolutos de cada mês
nas três áreas sob influência do reservatório do AHE Peixe Angical (TO), entre abril de 2005
e março de 2007........................................................................................................................62
Tabela 4.9: Incidência de mosquitos no Município de Paranã. Valores absolutos de cada mês
nas três áreas sob influência do reservatório do AHE Peixe Angical (TO), entre abril de 2005
e março de 2007........................................................................................................................63
Tabela 4.10: Incidência de mosquitos no Município de São Salvador do Tocantins. Valores
absolutos de cada mês nas três áreas sob influência do reservatório do AHE Peixe Angical
(TO), entre abril de 2005 e março de 2007...............................................................................64
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INSTITUTO OSWALDO CRUZ
ASPECTOS DA ECOLOGIA DE MOSQUITOS (DIPTERA: CULICIDAE), VETORES
POTENCIAIS DE DOENÇAS HUMANAS, EM ÁREAS DO APROVEITAMENTO
HIDRELÉTRICO PEIXE ANGICAL, ESTADO DO TOCANTINS, BRASIL
RESUMO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Juliana Barreto Pacheco
No presente estudo objetivamos avaliar a dinâmica populacional das espécies de mosquitos
(Diptera: Culicidae) em relação ao impacto ambiental causado pela construção do
Aproveitamento Hidrelétrico Peixe Angical, Estado do Tocantins, Brasil. As amostragens
foram realizadas no município de Peixe e áreas circunvizinhas ao reservatório nos municípios
de Paranã e São Salvador, em dois períodos diurnos e um noturno, onde componentes da
equipe do Laboratório de Diptera, com tubos de sucção oral capturaram os mosquitos
pousados na vegetação circunvizinha ou eventualmente por eles atrdos. Foram realizadas
amostragens em armadilhas do tipo Shannon e CDC. Foram capturadas 40 espécies
totalizando 12.968 espécimes, dos quais 61,85% pertencentes à subfamília Culicinae. O
município de Peixe foi o de maior prevalência para anofelinos, Parapara os sabetíneos,
enquanto que os culicíneos demonstraram certo ecletismo em relação a preferência por pontos
de captura. No período anterior à formação do reservatório, os meses de maior precipitação
pluviométrica se mostraram os mais favoráveis para incidência dos culicídeos, enquanto que
os meses mais secos registraram as menores ocorrências. A construção do AHE Peixe Angical
e a conseqüente formação do reservatório exerceram forte influência na incidência dos
anofelinos. A importância epidemiológica de espécies de culicídeos como: An. darlingi, An.
albitarsis, e Hg. janthinomys, presentes e diretamente relacionadas ao AHE Peixe Angical,
indicam fortemente que seja realizado o monitoramento das populações desses vetores em
áreas sob intensa intervenção do homem, especialmente em empreendimentos hidrelétricos
semelhantes.
Palavras-chave: Culicidae; Vetores; Hidrelétricas; Impacto ambiental; AHE Peixe Angical
xii
INSTITUTO OSWALDO CRUZ
ASPECTS OF MOSQUITOES (DIPTERA: CULICIDAE) ECOLOGY, POTENTIAL
VECTORS OF HUMAN DISEASES, IN AREAS OF THE APROVEITAMENTO
HIDRELÈTRICO PEIXE ANGICAL, STATE OF TOCANTINS, BRAZIL
ABSTRACT
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Juliana Barreto Pacheco
It was evaluated the population dynamics of the species of mosquitoes (Diptera: Culicidae)
because of the impact caused by the Aproveitamento Hidrelétrico Peixe Angical (TO). The
collect took place in the district of Peixe and areas surrounding the reservoir in the districts of
Paranã and São Salvador, during two daytime and one nighttime periods, throughout which,
team members made use of oral suction tubes to capture the mosquitoes that were attracted to
them. Sampling using Shannon-like traps and CDC traps were also used. In total 12968
specimens from 40 species were captured, 61,85% of which belonging to the Culicinae
subfamily. The district of Peixe was the one where most of the occurrences of Anophelinae
subfamily happened, Paranã to Sabethini, while culicinae mosquitoes showed certain
eclecticism in relation to preference for points of capture. In the period preceding the
formation of the reservoir, the months with more pluviometric precipitation appeared as
having more inclination for the incidence of the Culicidae mosquitoes, while the driest
months registered fewer occurrences. The construction of AHE Peixe Angical and the
consequent formation of the reservoir exerted strong influence on the incidence of
anophelinae mosquitoes. The importance of epidemiological species of culicids as: An
darlingi, An albitarsis and Hg. janthinomys, present and directly related to AHE Peixe
Angical, indicate strongly that the monitoring of the populations of these vectors in areas
under intense intervention of man should be carried out, especially in similar hydroelectrics.
Key-words: Culicidae; Vectors; Dams; Environmental impact; AHE Peixe Angical
1
1 INTRODUÇÃO
Os culicídeos, importante grupo de vetores conhecidos popularmente como mosquitos,
pernilongos, muriçocas e carapanãs, sãopteros nematóceros de distribuição cosmopolita. Os
adultos são alados e na grande maioria hematófagos, enquanto as formas imaturas são
aquáticas e se alimentam de microorganismos. No âmbito da entomologia médica são os que
mais têm atraído atenção da saúde pública, pelo fato de estarem envolvidos na transmissão de
múltiplos patógenos ao homem e aos animais (Forattini, 2002).
A família Culicidae, segundo Harbach & Kitching (1998), atualmente compreende
duas subfamílias, Anophelinae e Culicinae. Na primeira encontramos os anofelinos,
mosquitos responsáveis pela transmissão de patógenos causadores da Malária. Na segunda
subfamília estão presentes os culicíneos, incriminados como vetores dos patógenos
causadores de doenças como a filariose bancroftiana, dengue, febre amarela, assim como mais
de 150 arboviroses (Luz & Lourenço-de-Oliveira (1996).
Segundo Guimarães et al. (2004), a introdução do homem em ecossistemas naturais e
as mudanças ambientais dela resultantes, estabelecem nichos e criam condições para novas
configurações ecológicas. Tais mudanças fornecem oportunidades para o estabelecimento de
populações de mosquitos vetores de patógenos e a conseqüente veiculação de doenças.
Devemos considerar ainda que, em condições naturais, os mosquitos distribuem-se em
comunidades estáveis e equilibradas com as variáveis do ecossistema como um todo
(Guimarães & Arlé, 1984).
Ocupando uma área total de dimensão continental e provido de privilegiada bacia
hidrográfica, o Brasil desenvolve tecnologias e mão-de-obra altamente especializadas na
construção de usinas hidrelétricas. Algumas dessas obras provocam desastres ecológicos que
influenciam diretamente na saúde do homem. As mudanças ambientais afetam a dinâmica
populacional de muitos vetores, desencadeando importantes surtos de doenças.
A formação dos reservatórios das usinas de Tucuruí e Cachoeira Porteira (PA),
Samuel (RO), Balbina (AM), dentre outras, ocasionaram significativo aumento na densidade
populacional de insetos, vetores ou não de doenças (Quintero et al. 1996, Tadei 1983, Tadei
1996). Na maioria desses casos, a intervenção de controle imediato esteve prejudicada pela
falta de dados pontuais sobre a ecologia das espécies presentes. Fora da região amazônica, no
2
final da década de 80 e após a construção da Hidrelétrica de Itaipu, voltariam a ocorrer casos
de malária no sudoeste do Paraná, após a doença de ter sido considerada erradicada a mais de
30 anos (Guimarães et al. 1997).
Nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, as cadas de 80 e 90 foram marcantes
para o implemento de algumas doenças em regiões da Mata Atlântica em função da expansão
industrial e turística. Guimarães et al. (2000a) e Azevedo (1997) referem-se à possibilidade da
transmissão de maria em áreas de Mata Atlântica dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro,
respectivamente, em função de novos movimentos de ecologia humana. Assim, podemos
imaginar que o surgimento de muitas epidemias está diretamente relacionado a problemas de
ecologia humana causados por empreendimentos de grande impacto ambiental.
Se por um lado as usinas suprem as necessidades energéticas do país, essas obras
também são responsáveis pela proliferação de doenças transmitidas, em sua grande maioria,
por mosquitos que se utilizam das áreas inundadas dessas usinas como criadouros (Guimarães
et al. 1997). Além da formação de grandes reservatórios, a construção de hidrelétricas
envolve uma série de alterações ambientais, tais como a derrubada de matas, o represamento
de rios e a imigração de pessoas oriundas das mais diversas regiões, constituindo um quadro
de risco para o surgimento de epidemias.
Segundo Tauil (1986), o implemento de grandes obras impactantes, como o da Usina
Hidretrica de Peixe, no rio Tocantins, próximo ao município de Peixe - TO, atrai grande
número de pessoas e intervém diretamente sobre o meio físico e biótico, caracterizando-se
como fator epidemiológico de risco.
Poucos foram os estudos que analisaram de forma global o processo de introdução do
homem, alteração no meio ambiente, desequilíbrio na população de mosquitos e conseqüentes
epidemias. Dessa maneira, o estudo comparativo entre as taxocenoses de mosquitos em áreas
onde se realiza a introdução do homem, pode nos permitir conhecer os caminhos que levam
esses vetores a comportamentos tão diversificados, como os observados recentemente na
Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa, ao norte de Goiás (Guimarães et al. 2004), com aquelas
que eventualmente possam ocorrer nas localidades onde vêm sendo desenvolvidos projetos
semelhantes, como é o caso do Aproveitamento Hidrelétrico Peixe Angical em Tocantins.
Além disso, a realização do presente estudo nos permitirá a oportunidade impar de analisar de
3
forma global as configurações bioecológicas e epidemiológicas da fauna de mosquitos dentro
de uma região suis generis do cerrado brasileiro, ainda tão pouco conhecida.
1.1 Objetivos
O presente estudo tem como objetivos:
a) Realizar inquérito geral da fauna de mosquitos no AHE Peixe, estabelecendo a prevalência
por pontos de amostragem;
b) Estabelecer a freqüência estacional das principais espécies, relacionando cada ocorrência
às principais variáveis climáticas: temperatura, umidade relativa do ar e precipitação
pluviométrica;
c) Conhecer as possíveis alterações na incidência de mosquitos antes, durante e após a
formação do reservatório do AHE Peixe Angical;
d) Avaliar a relação entre a formação do reservatório e a sua utilização como criadouro das
principais espécies de anofelinos.
4
2 REVISÃO DE LITERATURA
Historicamente, os estudos sobre a fauna de mosquitos (Diptera: Culicidae)
responsáveis pela transmissão de patógenos ao homem e outros animais esteve sempre
relacionado ao diagnóstico de alguma dessas enfermidades ou pela identificação dos seus
vetores em determinada região.
As primeiras descrições específicas sobre a morfologia e aspectos gerais de ciclo
biológico dos mosquitos tiveram início em meados do século XV (Redi, 1688 & Reamur,
1740, apud Forattini, 2002). Nessa época pensava-se que a única inconveniência desses
insetos era o inmodo causado por sua picada. Somente nas últimas décadas do século XIX,
quando estes foram incriminados como vetores de doenças, como a filariose bancroftiana e a
malária, que pesquisadores passaram a realizar estudos mais detalhados sobre sua biologia e
sistemática.
Forattini (2002) faz menção às hipóteses de Beauperthuy e Finlay (1881) sobre
veiculação de febre amarela por mosquitos. Entretanto, o papel epidemiológico dos culicídeos
como vetores biológicos teria sua primeira comprovação com as observações de Manson
(1879) (apud Forattini 2002) para filariose bancroftiana, dando início à ciência da
Entomologia Médica.
Adolfo Lutz desempenhou papel fundamental nos estudos pioneiros sobre os
culicídeos brasileiros, quando em 1898, na então conhecida Serra de Cubatão, atualmente
Serra do Mar (SP), incriminou o anofelino Anopheles (Kerteszia) cruzi como responsável pela
transmissão de malária na epidemia ocorrida durante a construção da estrada de ferro Santos-
São Paulo, já observando se tratar de uma espécie que fazia postura exclusivamente em
bromélias (Lutz 1903).
Ainda na primeira década do século XX, destaca-se a realização de trabalhos
consistentes referentes aos culicídeos, como: Borroul (1904) sobre o envolvimento de três
espécies com a malária na Amania; Goeldi (1905) sobre os mosquitos do Pará; Peryassu
(1908) com a publicação de Os culicídeos do Brasil e Cruz (1913) que registrou
experiências sobre a malária na estrada de ferro Madeira-Mamo em Rondônia e sobre a
febre amarela no Pará.
5
Em 1948, Deane e colaboradores publicam Notas sobre a distribuição e biologia dos
anofelinos das regiões Nordestina e Amanica do Brasil”, que se tornaria uma das mais
importantes fontes de consulta para o estudo de anofelinos e malária no Brasil. Esse estudo se
deu à partir de pesquisas realizadas no laboratório da Fundação Rockefeller em Belém (PA),
sobre a expansão da febre amarela na ilha de Marajó no período de 1935 a 1936, resultando
em uma publicação em 1938 sobre os mosquitos capturados nessa ilha (Kumm & Novis,
1938). Outro estudo importante registrado no período foi a publicação dos professores John
Lane e Nelson Cerqueira “Os sabetíneos da América” (Lane & Cerqueira, 1942), sobre a
taxonomia e biologia de um grupo de mosquitos tipicamente silvestres, responveis por
ciclos enzoóticos de várias doenças.
A confirmação do envolvimento de várias espécies de mosquitos como transmissoras
de agentes causadores de doenças ao homem, torna-se responsável por várias publicações que
contribuíram para o conhecimento da biologia e distribuição desses insetos. Bates (1949),
aborda informações sobre morfologia, biologia e distribuição de culicídeos, conceituando de
forma objetiva os hábitos desses mosquitos no meio silvestre, apresentando novas
metodologias que viriam possibilitar a realização de estudos de ecologia e controle. Horsfall
(1955) e Gillet (1971), atualizam as informações de Bates (1949) e, em especial esse último,
recorre a modernos conceitos sobre biologia e distribuição geográfica dos culicídeos.
Com a descoberta do composto dicloro-difenil-tricloro-etano (DDT) em 1943, por
Paul Muller, que apresentava grande atividade inseticida e baixo custo, ocorreu um
temporário desinteresse sobre culicidologia, face acreditar-se que as doenças transmitidas por
insetos pudessem ser erradicadas. Com o passar dos anos, as crises econômicas, o aumento
dos custos dos inseticidas e, principalmente, com o aparecimento de espécies resistentes ao
DDT, ocorre uma redução das atividades de controle.
Em 1953, John Lane publica importante estudo sobre a distribuição geográfica,
biologia e morfologia de mosquitos brasileiros em “Neotropical Culicidae” (Lane, 1953 a/b).
Em dois volumes fartamente ilustrados, o trabalho de Lane apresenta chaves de identificação
dicotômicas a nível específico, destacando os grupos que possuem espécies vetoras de
patógenos.
A partir da necessidade de conhecer áreas de empreendimentos sócio-econômicos,
visando a prevenção e o controle de situações mais graves, no tocante a surtos epidêmicos,
6
estudos entomológicos m sendo utilizados como estratégia de reconhecimento de áreas de
vulnerabilidade. Forattini e colaboradores desenvolveram nas últimas décadas uma série de
estudos sobre o comportamento culicideano em áreas silvestres e peri-urbanas no litoral do
estado de São Paulo, em áreas do Vale da Ribeira (Forattini et al.1968, 1978
a/b, 1981, 1986
a/b, 1987 a/b, 1989, 1993 a/b/c, 1994 a/b, 1995 a/b).
Outros estudos sobre aspectos da ecologia de mosquitos foram realizados a partir da
década de 80, em trabalhos realizados por Lourenço-de-Oliveira em áreas de mata residual e
peri-urbanas de planície na baixada de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro (Lourenço-de-Oliveira,
1984; Lourenço-de-Oliveira & Silva, 1985; Lourenço-de-Oliveira et al. 1985; Lourenço-de-
Oliveira & Heyden, 1986 e Lourenço-de-Oliveira et al., 1986).
Dados sobre a ecologia de mosquitos vêm sendo publicados em trabalhos realizados
pelo Laboratório de Díptera, do Instituto Oswaldo Cruz, Fiocruz, em áreas de parques
estaduais, nacionais e reservas biológicas. Nas regiões Sul e Sudeste, foram realizadas
pesquisas no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em áreas de montanhas no estado do Rio
de Janeiro (Guimarães & Arlé, 1984; Guimarães et al. 1985, 1987; Guimarães & Victorio,
1986), em áreas de Mata Atlântica, no litoral sul do estado do Rio de Janeiro (Guimarães et
al. 1989), no Parque Nacional da Serra da Bocaina e no Parque Estadual da Serra do Mar no
litoral norte do estado de o Paulo (Guimarães et al. 2000 a/b/c/d;
Guimarães et al. 2001),
no Parque Nacional do Iguaçu à sudoeste do estado do Paraná (Guimarães et al. 2003) e na
Reserva Biológica do Tinguá na baixada Fluminense do estado do Rio de Janeiro (Lopes et al.
1999).
Os empreendimentos hidrelétricos causam impactos sociais e ambientais relacionados
à remoção de populações ribeirinhas, à alteração na vazão do rio represado, à flora e à fauna
em geral. Desde o século XIX, registros do favorecimento de culicídeos por alterações
ambientais quando da construção de hidrelétricas.
No Brasil os primeiros trabalhos que versam sobre esse tema foram realizados por
Tadei em 1983, em áreas do reservatório da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (PA). Na
oportunidade, ficaram evidentes as alterações ambientais promovidas por empreendimentos
hidrelétricos e a sua relação direta com a dinâmica populacional dos culicídeos. Os autores
relatam as intensas modificações sofridas pelo ambiente e as conseqüências causadas pelo
aumento da densidade nas populações de anofelinos e outros mosquitos. O estudo possibilitou
7
uma avaliação prévia dos riscos eminentes, identificando as espécies que deveriam ser alvo de
programas de controle na região.
Na década de 90, Tadei & Costa (1985), a partir de estudos sobre a inflncia da Usina
Hidretrica de Samuel (RO) em mosquitos do gênero Anopheles, constataram a prevalência
absoluta do An. darlingi, principal vetor da malária, nesse tipo de empreendimento. Tal fato
seria mais uma vez evidenciado nos novos estudos realizados por Tadei (1986) em área de
construção da Hidretrica de Tucuruí (PA).
Quintero et al. (1996), desenvolveram estudos entomológicos na área de formação do
reservatório da Usina Hidrelétrica de Balbina (AM), ressaltando a importância do
levantamento e monitoramento populacional de culicídeos. Nesse estudo foi avaliada a
situação das populações de mosquitos cinco anos após a formão do reservatório da usina,
comparando esses dados com os alcançados durante a construção do empreendimento. No
mesmo ano, Luz & Lourenço-de-Oliveira (1996), ao estudarem os mosquitos dos arredores da
Usina Hidrelétrica de Samuel (RO), não detectaram nenhuma proliferação de culicíneos na
região.
Guimarães et al. (1997) realizaram estudos sobre os anofelinos da região da Usina
Hidretrica de Itaipu, no período de 1994 a 1995. Os autores relatam a total ausência do An.
darlingi ao longo de todo o período de estudo, fato evidenciado em trabalhos de Consolim et
al. (1991) e Teodoro et al. (1995), que relatam incidências muito baixas para An. darlingi em
áreas compreendidas entre as cidades de Foz do Iguaçu e Guaíra.
A literatura descreve claramente a importância de estudos ecológicos e
monitoramento e a prevenção de riscos epidemiológicos em regiões de intensa intervenção
antrópica. Guimarães et al. (2004) publicando dados sobre ecologia de mosquitos em áreas de
hidrelétricas, inferem sobre a forte inflncia da construção do reservatório da Usina
Hidretrica de Serra da Mesa (GO) na população de anofelinos.
Na última década, varios trabalhos vêm sendo realizados em áreas de construção de
Usinas Hidretricas. Tubaki et al. (1999) estudaram a freqüência de culicídeos em área sob
impacto da hidrelétrica de Taquaruçu, no Sul do Brasil, relatando a inflncia do reservario
na incidência de An. darlingi. Esses mesmos autores realizaram o monitoramento
entomológico de culicídeos no período anterior e posterior à formação do reservatório da
8
hidrelétrica de Igarapava, na rego Sudeste do Brasil (Tubaki et al., 2004). Falavigna-
Guilherme et al. (2005) efetuaram um estudo retrospectivo envolvendo a prevalência da
malária e a ocorrência de espécies do gênero Anopheles na área de influência do reservatório
da Usina de Itaipu. Trabalho mais recente foi publicado por Bicudo de Paula & Gomes
(2007), que fizeram um levantamento da fauna Culicidae em área sob impacto causado pela
construção da represa de Porto Primavera, Estado de São Paulo.
O Laboratório de Diptera do Instituto Oswaldo Cruz vêm se dedicando ao estudo dos
culicídeos em áreas sob inflncia de Usinas Hidrelétricas, tornando possível a avaliação do
impacto por obras desta natureza sobre as populações de espécies vetoras, permitindo a
identificação do papel dessas diferentes espécies de culicídeos no cenário epidemiológico da
região em questão.
9
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Área Estudada
O AHE Peixe Angical está localizado no rio Tocantins, abrangendo os municípios de
Peixe, Parae São Salvador do Tocantins, no estado do Tocantins, entre as coordenadas 12º
14’ 16,6" S e 48º 23’ 08,4" W. A barragem fica a 1.604km da foz do rio Tocantins.
A área do reservatório é de 294km
2
e o vertedouro tem 213 metros, com capacidade
para escoar 37.044m³/s, que acrescentará 452 megawatts à geração de energia do país. A
energia produzida na usina será escoada através de uma linha de transmissão de 500 kV com
extensão de 92km, que interliga a subestação da usina à subestação de Gurupi (TO), de
FURNAS.
A conclusão do enchimento do reservatório ocorreu no dia 22 de abril de 2006 e o
primeiro gerador do AHE Peixe Angical entrou em operação no dia 27 de junho do mesmo
ano. A Unidade Geradora dois entrou em operação em 29 de julho de 2006 e em setembro a
usina já se encontrava em plena carga, com as três unidades geradoras em funcionamento.
3.2 Aspectos Gerais da Fisiografia
A área estudada encontra-se inserida em região de domínio do ecossistema de Cerrado.
pico de regiões tropicais, o Cerrado apresenta duas estações bem marcadas, inverno seco e
verão chuvoso. Com solo típico de uma Savana tropical, deficiente em nutrientes e rico em
alumínio e ferro, a região abriga plantas de aparência seca e revestimento coriáceo, entre
arbustos esparsos e gramíneas, e o cerradão, que é um tipo mais denso de vegetação e com
semelhanças a uma formação florestal. A presença de três das maiores bacias hidrográficas da
América do Sul (Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata) favorece a biodiversidade
regional.
10
3.2.1 Aspectos da Geologia
O cerrado brasileiro ocupa uma área de dois milhões de km², abrangendo parte dos
estados: Amazonas, Piauí, Maranhão, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás,
Tocantins, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e o Distrito Federal. É a segunda maior formação
vegetal do Brasil, compondo 23,1% do território, superado apenas pela floresta amazônica
(Peixoto & Coradin, 1993).
O relevo do domínio de Cerrado é em geral bastante plano ou suavemente ondulado,
estendendo-se por imensos planaltos ou chapadões. Cerca de 50% de sua área situa-se em
altitudes que ficam entre 300 e 600m acima do nível do mar; apenas 5,5% vão além de 900m.
O bioma do Cerrado geralmente não ultrapassa os 1.100m. Acima dessa cota, principalmente
em terrenos quartticos, costumamos encontrar os campos Rupestres, já característicos de um
Orobioma. Ao contrário das Matas de Galeria, Veredas e Varjões, que ocupam os fundos
úmidos dos vales, o Cerrado situa-se nos interflúvios. Também são encontradas manchas mais
ou menos extensas de matas mesófilas sempre-verdes, semi-caducifólias ou caducifólias, que
ocuparam áreas bem maiores que as atuais, mas que foram reduzidas a relictos pelo
homem, devido à boa qualidade das terras e à riqueza em madeiras-de-lei (Goedert, 1985).
Originando-se de espessas camadas de sedimentos que datam do Terciário, os solos do
bioma do Cerrado são geralmente profundos, de cor vermelha ou vermelha amarelada,
porosos, permveis, bem drenados e, por isto, intensamente lixiviados. Em sua textura
predomina a fração areia, vindo em seguida a argila e por último o silte. Eles são
predominantemente arenosos, areno-argilosos, argilo-arenosos ou, eventualmente, argilosos.
Sua capacidade de retenção de água é relativamente baixa. O teor de matéria orgânica é
pequeno, ficando geralmente entre 3 e 5%. Como o clima é sazonal, com um longo período de
seca, a decomposição do húmus é lenta (Dias, 1992).
De acordo com Goedert (1985), o solo do Cerrado pode apresentar-se com concreções
ferruginosas (cangas) formando couraças, carapaças ou bancadas lateríticas, que dificultam a
penetração da água de chuva ou das raízes, podendo às vezes impedir ou dificultar o
desenvolvimento de uma vegetação mais exuberante. Quando mais essas couraças são
espessas e contínuas, mais pobres e abertas serão as configurações de Cerrado.
11
3.2.2 Vegetação
É comum observarmos o cenário típico do Cerrado interrompido por matas de galeria,
com florestas que se estendem descontinuamente ao longo dos cursos de água ou em terrenos
úmidos formando fragmentos de mata (Forattini, 1992).
Segundo Eiten (1972) e Peixoto & Coradin (1993), o Cerrado, considerando seu
"sensu lato", possui fisionomia bastante diversificada, apresentando desde formas campestres
bem abertas, como os campos limpos de Cerrado, até formas relativamente densas de
florestas, como os cerradões. Entre estes dois extremos fisionômicos, encontram-se formas
intermediárias, com fisionomia de Savana, às vezes de carrasco, como os campos sujos, os
campos cerrados, formando o cerrado "sensu stricto". Embora o bioma do Cerrado distribua-
se predominantemente em áreas de clima tropical sazonal, os fatores que limitam a
vegetação são principalmente a fertilidade do solo e o fogo.
De um modo geral, pode-se distinguir dois estratos na vegetação dos cerrados. O
lenhoso, constituído por árvores e arbustos, compreendendo troncos e ramos tortuosos, súber
espesso, caracterizado por macrofilia e esclerofilia. Nesse estrato encontramos um sistema
subterrâneo, dotado de longas raízes pivotantes, permitindo que as plantas alcancem 15 ou
mais metros de profundidade, abastecendo-se da água de camadas permanentemente úmidas
do solo, até mesmo na época seca. O estrato herbáceo, formado por ervas e subarbustos,
possui órgãos subterrâneos de resistência, como bulbos, xilodios, boles, etc., que lhes
garante sobreviver à seca e ao fogo. Suas raízes são geralmente superficiais, indo até pouco
mais de 30cm. Formam-se quatro, cinco, seis ou mais toneladas de palha por ha/ano, um
combustível que facilmente se inflama, favorecendo a ocorrência e a propagação das
queimadas nos cerrados (Eiten, 1972).
Apesar de ainda pouco estudada, as configurações florísticas o Cerrado são riquíssima.
Ribeiro & Walter (1998) destacam que tomando uma atitude conservadora, poderíamos
estimar a flora do bioma do Cerrado como sendo constitda por cerca de 3.000 espécies,
sendo 1.000 delas do estrato arbóreo-arbustivo e 2.000 do herceo-subarbustivo. Como
famílias de maior expressão, destacamos as leguminosas (Mimosaceae, Fabaceae e
Caesalpiniaceae), gramíneas (Poaceae) e compostas (Asteraceae).
12
Em termos de riqueza de espécies a flora do Cerrado é superada apenas pela
biodiversidade em regiões da Amazônia e da mata atlântica. Outra característica é a
heterogeneidade na sua distribuição, podendo haver espécies exclusivas nos Cerrados da
região norte, centro-oeste ou sudeste. Por essa razão, unidades de conservação deveriam ser
criadas e mantidas nas mais diversas regiões do domínio do Cerrado, garantindo assim a
preservão do maior número de espécies da flora, bem como da fauna a ela associada.
Dentre as espécies típicas do cerrado, merecem destaque o Buriti (Mauritia flexuosa),
Cagaita (Eugenia dysenterica), Lobeira (Solanum lycocarpum), Jatobá-do-cerrado (Hymenaea
stigonocarpa), Guaçatonga (Casearia sylvestris) , Velame-branco (Macrosiphonia velame),
Mama-cadela (Brosimum gaudichaudii ), Pequi (Caryocar brasiliense) e Araticum (Annona
crassiflora) (Oliveira-Filho & Ratter, 2002).
3.2.3 Fauna
A fauna de invertebrados do bioma de Cerrado é pouco conhecida. Entretanto,
seguramente ela deve ser muito rica, principalmente em referência a fauna entomológica.
Quanto aos vertebrados, embora sejam encontradas listagens com as espécies mais freqüentes,
pouco se sabe ainda sobre a sua biologia e dinâmica populacional.
Entre os vertebrados de maior porte, são comumente citados a jibóia (Boa constrictor),
cascavel (Crotalus durissus), várias espécies de jararaca (Bothrops sp.), lagarto teiú
(Tupinambis merianae), ema (Rhea americana), seriema (Cariama cristala), curicaca
(Theristicus caudatus), urubu (Coragyps atratus), urubu caçador (Cathartes aura), urubu-rei
(Sarcoramphus papa), arara (Ara ararauna, Andohrynchus hyacinthinus), tucano
(Ramphastos toco), papagaio (Amazona sp.), gavião (Buteogallus meridionalis e Milvago
chimachima), tatu (Euphractus sexcinctus, Dasypus novemcinctus, Priodontes maximus),
tamanduá (Mymercophaga tridactyla, Tamanduá tetradactyla), veado campeiro (Ozotoceros
bezoarticus), cateto (Tayassu tajacu), anta (Tapirus terrestris), o cachorro-do-mato
(Cerdocyon thous), o cachorro-vinagre (Speothos venaticus), lobo-guará (Chrysocyon
brachyurus), jaritataca (Conepatus semistriatus), jaguatirica (Leopardus tigrimus) e onça-
pintada (Panthera onça) (Langguth, 1993).
13
3.2.4 Clima
De acordo com Nimer (1989) o regime de chuvas na rego Centro-Oeste se deve
quase que exclusivamente aos sistemas regionais de circulação atmosférica. A influência do
relevo regional sobre a distribuição espacial das precipitações nesta região é de pouca
importância.
O clima tropical é predominante no estado do Tocantins. As médias anuais de
temperatura variam de 26 C na estação chuvosa (outubro-março) a 32 C na seca (abril-
setembro). O volume de precipitação média é de 1.800mm/ano nas regiões norte e leste do
estado e de 1.000mm/ano na sua região sul (Tabela 4.6).
14
3.3 - Pontos de Amostragem Municípios Impactados
Os estudos foram desenvolvidos a partir do município de Peixe, onde está localizado o
canteiro central da obra, e nas áreas adjacentes ao reservatório, nos municípios de Paranã e
São Salvador do Tocantins (Figura 3.1). Os pontos de captura foram definidos de forma a
abranger as áreas mais afetadas com a construção da hidrelétrica.
3.3.1 Peixe
O município de Peixe, fundado em 1989, apresenta população de 8.690 habitantes,
área territorial de 5.291km² e altitude de 240m. Localiza-se a S 12º01’30” e W 48º32’21”
(IBGE, 2005). Peixe fica a 310km de Palmas, capital do estado, e 760km de Brasília e está
localizado à margem esquerda do rio Tocantins, no centro-sul do estado.
Sua economia é baseada na atividade agropecuária, na maioria pastagens para gado,
onde predominam os bovinos com cerca de 186.500 cabeças. Os produtos agrícolas de
destaque são banana, coco, laranja, manga, arroz, cana-de-açúcar, mandioca, milho e soja. As
amostragens foram realizadas às margens do rio Tocantins, próximo a Barragem que forma o
reservatório do AHE Peixe Angical. O fluxo de pessoas no local é grande em função do
canteiro das obras destinadas à construção da barragem. As coletas foram realizadas em
quatro pontos de captura: Fazenda Pedra Riscada I, Fazenda Pedra Riscada II, Rio das Almas
e Barragem (Figura 3.1).
3.3.2 Paranã
O município fundado em 1989, localiza-se a S 12
o
36’55” e W 47
o
52’59”. Apresenta
uma população estimada de 10.000 habitantes, área da unidade territorial 11.260km² e
altitude de 274m (IBGE, 2005). Paranã está a 352Km de Palmas, situando-se no sul
tocantinense.
Assim como Peixe a sua economia também está baseada na atividade agropecuária,
onde predominam os bovinos com 98.100 cabeças. Os produtos agrícolas de destaque são
banana, manga, maracujá, arroz, mandioca e milho. As amostragens foram realizadas
próximas às margens do rio Paranã, onde é possível encontrar vegetação do cerrado típico.
Seis pontos de coleta foram delimitados na área em questão: Ilha Jabotá, Fazenda Cabacinha,
15
Fazenda Panamá, Fazenda Traçadal, Vila do Espírito Santo e Foz do Ribeirão das Lages
(Figura 3.1).
3.3.3 - São Salvador do Tocantins
O município foi fundado em 1993 e está localizado a S 12
o
44’37” e W 48
o
14’08”. A
população é estimada de 2.850 habitantes, com área territorial de 1.422,03km² e altitude de
120 metros (IBGE, 2005). São Salvador do Tocantins, localiza-se na região sul do estado, a
447Km de Palmas e à margem esquerda do rio Tocantins entre a foz do rio Mutum e a do
rio Almas. Limita-se ao norte com o município de Peixe, ao sul com Palmeirópolis, a leste
com Paranã e a oeste com Jaú do Tocantins e Peixe.
Além da presença marcante de migrantes do Maranhão, Minas Gerais e Ceará, a
população conta também com imigrantes italianos que exercem grande influência no
município. Sua economia também está baseada na atividade agropecuária, com pastagens
para gado, onde os bovinos predominam com cerca de 22.000 cabeças. Os produtos
agrícolas de destaque são banana, arroz, cana-de-açúcar, mandioca e milho. As amostragens
foram realizadas as margens do reservatório e à beira dos córregos que nele deságuam.
Esses rregos proporcionam a vegetação uma configuração semelhante à mata,
ligeiramente mais densa que o padrão regional. As capturas de mosquitos foram levadas a
efeito em duas localidades, Fazenda Piabanha e Fazenda Barreirão (Figura 3.1).
16
Figura 3.1: Localização do AHE Peixe Angical no Brasil, no Estado do Tocantins, com destaque para área do
reservatório e pontos de captura.
Pontos
Referência de Localização
Coordenadas
01
Fazenda Pedra Riscada I
S 12
o
16’30.7’’ e W 48
o
18’37.9’’
02
Ilha Jabota
S 12
o
15’56.3’’ e W 48
o
18’45.5’’
03
Fazenda Cabacinha
S 12
o
22’31.4’’ e W 48
o
14’16.7’’
04
Fazenda Panamá
S 12
o
14’15.7’’ e W 48
o
21’52.6’’
05
Fazenda Traçadal
S 12
o
01’06.1’’ e W 48
o
12’33.1’’
06
Fazenda Piabanha
S 12
o
46’46.6’’ e W 48
o
21’32.7’’
07
Vila Espírito Santo
S 12
o
36’43.1’’ e W 47
o
53’53.3’’
08
Foz do Ribeirão das Lajes
S 12
o
34’33.1’’ e W 48
o
02’20.8’’
09
Fazenda Pedra Riscada II
S 12
o
15’15.4’’ e W 48
o
22’03.7’’
10
Fazenda Barreirão (Local 66)
S 12
o
40’00.7’’ e W 48
o
14’28.4”
11
Rio das Almas
S 12
o
17’34.6’’ e W 48
o
23’29.9“
12
Barragem
S 12
o
14’22.8’’ e W 48
o
23’24.8“
1 ●
2
3 ●
4 ●
6 ●
● 5
7
● 8
11
10
● 9
12 ●
PEIXE
PARANÃ
SÃO SALVADOR
17
Figura 3.2: Visão geral do AHE Peixe Angical, município de Peixe (TO), com destaque para a barragem e o
vertedouro.
18
Figura 3.3: Visão geral da área de amostragem no município de Peixe (TO), com destaque para o ponto de
captura e as armadilhas Shannon (A) e CDC (B).
A
B
19
Figura 3.4: Visão geral da área de amostragem no município de Paranã (TO), com destaque para comunidade
local, área de alagamento e ponto de captura.
20
Figura 3.5: Visão geral da área de amostragem no município de São Salvador (TO), com destaque para área de
alagamento e ponto de captura.
21
3.4 Metodologia das Amostragens
3.4.1 Capturas Sistemáticas de Adultos
As capturas foram realizadas bimestralmente, em três períodos distintos ao longo de
24 horas consecutivas: diurnos (10h às 12h e 14h às 16h) e noturno (18h às 21h), durante 24
meses consecutivos, compreendendo cinco amostragens antes do início do represamento do
rio Tocantins (abril de 2005 a janeiro de 2006), duas durante o enchimento do reservatório
(fevereiro a abril de 2006) e cinco após o início da operação da usina (maio de 2006 a março
de 2007). Cada amostragem compreendeu seis dias consecutivos de capturas nas localidades
sob influência do AHE Peixe Angical (Figura 3.1).
A cada período de amostragem, componentes da equipe do Laboratório de Diptera
(IOC/FIOCRUZ), com auxílio de tubos de sucção oral, capturavam os mosquitos que se
encontravam em repouso na vegetação circunvinha, aqueles que por eles eram atraídos e os
que eventualmente viessem neles pousar.
Todas as amostragens de campo foram realizadas segundo as normas de biossegurança
padronizadas pelo Instituto Oswaldo Cruz - Fiocruz, com todos os possíveis riscos
minimizados por medidas rotineiras de vacinação preventiva contra a febre amarela.
Durante todas as amostragens foram aferidas as variações de temperatura e umidade
relativa do ar a cada hora, aferidas com termo-higrômetros de máxima e mínima, marca
Oregon Scientific, com três coletores de dados acionados por tecnologia de controle por radio
transmissão, fixados em pontos diferentes no local de captura e a um metro de altura do solo.
Concomitantemente a essas capturas, foram realizadas amostragens com armadilha
Shannon, iluminada com lampião a gás de 100 velas, e armadilhas tipo CDC. As amostragens
em armadilhas CDC foram realizadas entre as 18h e 6h do dia seguinte.
Todos os dados climáticos aferidos durante as capturas foram transcritos para a ficha
de campo, com a descrição do local e data da amostragem. As medições das precipitações
pluviométricas foram obtidas junto ao Instituto Nacional de Meteorologia - INMET.
22
Todos os mosquitos capturados foram sacrificados pela exposição a baixas
temperaturas ou a clorofórmio e acondicionados em potes plásticos padronizados (3,0 x 5,0
cm), segundo as características de cada amostragem. Numeradas seqüencialmente e com
equivalência às fichas de campo correspondentes, os potes plásticos foram levados ao
laboratório para triagem e os mosquitos fixados a pequenos triângulos de papel com a
utilização de esmalte incolor e espetados a alfinetes entomológicos.
3.4.2 Coletas de Imaturos
Visando avaliar a utilização do reservatório do AHE Peixe Angical, e dos demais
anexos por ele produzidos, como criadouros das formas imaturas dos anofelinos identificados
nas varias etapas do estudo, foram realizadas, concomitantemente as capturas diurnas de
adultos, 29 incursões aos principais depósitos d’água encontrados nas proximidades dos locais
onde eram realizadas essas amostragens. A cada ciclo de amostragens, a procura direta e
coleta das formas imaturas foi levada a efeito por cerca de duas horas consecutivas,
perfazendo um total de 58 horas de buscas. Embora tenham sido identificadas formas
imaturas de muitas espécies de culicídeos, relatamos no presente estudo apenas aquelas
pertencentes à subfamília Anophelinae que, por estarem mais fortemente ligadas à formação
do reservatório principal e seus anexos, são, por esse motivo, freqüentemente associadas aos
casos diagnosticados de malária em empreendimentos semelhantes ao AHE Peixe Angical
As amostragens foram realizadas com auxílio de conchas entomológicas, com a água
sendo vertida para bandejas de polietileno, e peneiras tipo pesca-larvas, com a retirada das
larvas e pupas encontradas com auxílio de um pincel fino. Em seguida, as larvas e pupas
encontradas foram pipetadas e acondicionadas em sacos plásticos de 250ml (Whirl-Pak Bags)
para o transporte. Cada amostra foi identificada quanto ao local, data e tipo de criadouro.
Transportadas ao laboratório, as larvas foram triadas para bandejas de ágata, mantidas com
água do próprio criadouro, que poderiam ser completadas periodicamente com água destilada,
e as pupas transferidas para pequenos borreis, onde permaneceram até atingir a fase adulta. As
exúvias obtidas foram montadas em bálsamo do Canadá para auxílio na identificação
específica.
23
3.4.3 Identificação dos Espécimes
Os estudos taxonômicos são realizados pela observação direta dos caracteres
morfológicos evidenciáveis ao microscópio esteroscópico, marca Zeiss, e baseada nas chaves
dicotômicas elaboradas por Deane et al. (1947), Lane (1953a/b), Faran & Linthicum (1981),
Consoli & Lourenço-de-Oliveira (1994) e Forattini (2002). As abreviaturas dos nomes
genéricos e subgenéricos seguem a proposta de Reinert (2001).
Após a determinação específica, todos os espécimes foram incorporados à Coleção
Entomológica do Departamento de Entomologia do Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ, sob o
título de “Coleção AHE Peixe Angical - TO”.
Neste estudo consideramos para o Anopheles albitarsis e An. triannulatus a
abordagem sensu lato, pois ambas apresentam populações com variações morfológicas
somente distinguíveis através de técnicas de taxonomia bioquímica e/ou molecular, sendo
consideradas um complexo de espécies crípticas, cujos membros ainda não estão devidamente
separados (Kreutzer et. al., 1976; Deane, 1988; Rosa-Freitas et al., 1990; Klein et al., 1990).
24
3.5 Análise dos dados
Visando o inquérito geral das espécies de mosquitos foram levados em conta todos os
espécimes capturados nas diferentes fases do projeto. Foram analisadas estatisticamente todas
as fêmeas adultas capturadas nos diferentes períodos do dia, para verificação de vários fatores
que são influenciáveis pelas mudanças ambientais e climáticas que afetam a prevalência, a
freqüência estacional e a incidência nos diferentes períodos de construção e funcionamento da
usina e formação do reservatório.
Os valores absolutos do número de mosquitos foram corrigidos através do lculo da
dia de Williams, segundo as definições de Haddow (1954, 1960) e Forattini et al. (1981).
Em muitos experimentos envolvendo a comparação numérica de insetos em diferentes
condições, é freqüentemente necessário agrupar eventos estabelecendo um valor médio para
uma dada seqüência. Na maioria das vezes, os valores são simplesmente somados e então
divididos pelo número de termos, ou seja, é calculada a média aritmética da seqüência.
Porém, em alguns casos, esse cálculo pode levar a uma distorção dos resultados.
Williams (1937), trabalhando com captura de insetos em armadilha luminosa,
observou como a média aritmética era inadequada para seqüências numéricas de alta
variabilidade e com picos extremos. Ele discute ser mais adequado o cálculo da média
geométrica, e corrige os inconvenientes deste cálculo para os casos de seqüências com valores
zero.
Cálculo da Média de Williams:
Log (X
w
+ 1) =
n
i=1
log(n
i
+ 1)
N
Onde,
n
i
= número de espécimes capturados
N = número de capturas
As representações gráficas e análises estatísticas foram realizadas exclusivamente nas
espécies que ocorreram em percentuais acima de 5% em relação à própria tribo dentro de cada
tipo de análise. A seleção dentro das tribos é devido ao grau de afinidade existente, evitando
25
possíveis distorções quantitativas e qualitativas se os mosquitos fossem tomados como um
todo.
Com base nos valores das incidências dos mosquitos ao longo do peodo de estudo
calculou-se a média de Williams das ocorrências para cada mês, estabelecendo a freqüência
mensal de cada espécie por ponto de captura e no total da região. Este cálculo visa evidenciar
a tendência de distribuição natural das espécies dentro do período anual, permitindo relacionar
suas ocorrências com os fatores climáticos sem a interferência acentuada de incidências
extremas relacionadas a particularidades de cada um dos anos de estudos, devido a etapas da
construção do AHE-Peixe.
Foram feitos gráficos das curvas populacionais em valores absolutos da incidência de
cada uma das espécies de mosquitos e em cada uma das áreas de captura estabelecidas. Foi
estabelecido o intervalo de tolerância para cada um desses gráficos, onde foi considerada uma
faixa dentro da qual é esperada a flutuação natural da espécie em questão. Quando a curva
populacional se projeta para fora da faixa, tem-se evidenciado um momento fora do padrão
normal de flutuação dessa população. O intervalo de tolerância é definido pelo valor dio da
curva estabelecendo os limites máximo e mínimo de tolerância para a flutuação da população.
Tem-se mostrado um recurso muito interessante para a discussão das curvas de população de
espécies, principalmente nos casos em que não há base de dados anteriores consistentes para
visualizar e comparar o que vem a ser a distribuição natural das espécies em dada localidade.
26
4 RESULTADOS
4.1 Inquérito Geral
Ao longo das 12 amostragens, foram capturados 12.968 espécimes, abrangendo duas
subfamílias, 14 gêneros e 40 espécies (Tabela 4.1).
Na análise comparada da fauna de mosquitos encontrada no AHE Peixe Angical, a
tribo Sabethini foi considerada em separado dos outros membros da subfamília Culicinae, por
apresentar comportamento atípico em relação às demais espécies desta subfamília.
A subfamília Anophelinae foi representada por dois gêneros e 12 espécies: Anopheles.
(Anopheles) mattogrossensis Lutz & Neiva, 1911; An. (Anopheles) mediopunctatus
(Theobald, 1903); An. (Nyssorhynchus) albitarsis Lynch-Arribalzaga, 1878; An.
(Nyssorhynchus) argyritarsis Robineau-Desvoidy, 1827; An. (Nyssorhynchus) darlingi Root,
1926; An. (Nyssorhynchus) evansae, (Brethes, 1926); An. (Nyssorhynchus) oswaldoi
(Peryassú, 1922); An. (Nyssorhynchus) parvus (Chagas, 1907); An. (Nyssorhynchus) rangeli
Gabaldon, Cova Garcia & Lopez, 1940; An. (Nyssorhynchus) strodei Root, 1926; An.
(Nyssorhynchus) triannulatus (Neiva & Pinto, 1922) e Chagasia fajardi Lutz, 1904.
A subfamília Culicinae foi representada por 19 das 40 espécies, em oito gêneros:
Aedeomyia (Aedeomyia) squamipennis (Lynch Arribalzaga, 1878); Coquilletidia.
(Coquilletidia) juxtamansonia (Chagas, 1907); Culex (Culex) nigripalpus Theobald, 1901;
Haemagogus. (Conopostegus) leucocelaenus (Dyar e Shannon, 1924); Hg. (Haemagogus)
janthinomys Dyar, 1921; Mansonia (Mansonia) indubitans Dyar & Shannon, 1925; Ma.
(Mansonia) titillans (Walker, 1848); Ochlerotatus. (Howardina) fulvithorax (Lutz, 1904); Oc.
(Ochlerotatus) fluviatilis (Lutz, 1904); Oc. (Ochlerotatus) fulvus (Wiedmann, 1828); Oc.
(Ochlerotatus) serratus (Theobald, 1901); Oc. (Ochlerotatus) scapularis (Rondani, 1848);
Psorophora (Janthinosoma) albigenu (Peryassú, 1908); Ps. (Janthinosoma) albipes
(Theobald, 1907); Ps. (Janthinosoma) ferox (Von Humboldt, 1819); Ps. (Psorophora) cilipes
(Fabricuis, 1805); Uranotaenia (Uranotaenia) apicalis Theobald, 1903; Ur. (Uranotaenia)
geometrica Lutz, 1901; Ur. (Uranotaenia) pulcherrima Lynch-Arribalzaga, 1891.
A tribo Sabethini ficou representada pelas nove espécies restantes, dentro de quatro
gêneros: Limatus durhamii Theobald, 1901; Li. paraensis Theobald, 1903; Sabethes
27
(Sabethes) belisarioi Neiva, 1908; Sa. (Sabethes) purpureus (Theobald, 1907); Sa.
(Sabethinus) intermedius (Lutz, 1904); Sa. (Sabethoides) chloropterus (Von Humboldt,
1819); Sa. (Sabethoides) glaucodaemon (Dyar & Shannon, 1925); Trichoprosopon
pallidiventer (Lutz, 1905) e Wyeomyia (Dendromyia) luteoventralis Theobald, 1901.
Na análise global dos mosquitos obtidos no período de 2005 a 2007, foi constatado
que os culicíneos foram os mais numerosos com 61,85% dos espécimes capturados, seguidos
pelos anofelíneos com 33,95% e dos sabetínios com 4,2% do total (Tabela 4.1).
Na análise da ocorrência por grupo de espécies (subfamília ou tribo), os culicíneos que
apresentaram maior ocorrência foram: Culex spp. com 39,5%, Ps. albipes com 31,3%, Ps.
ferox com 9,5%, e Hg. janthinomys com 8,1%, do total de escimes capturados. Na tribo
Sabethini, Sa. chloropterus foi a espécie de maior ocorrência no AHE Peixe Angical, com
55,2%, seguida de Sa. glaucodaemon com 22,9% e Li. durhami com 14,5%. Na subfamília
Anophelinae, An. albitarsis foi a espécie de maior ocorrência, correspondendo a 59,9% dos
anofelíneos capturados e apresentando maior média de incidência no AHE Peixe Angical,
seguida de An. darlingi com 19,4% e An. triannulatus com 11,9% (Tabela 4.1 e Figura 4.1).
Algumas das espécies de mosquitos encontradas no AHE Peixe Angical m sido
freqüentemente incriminadas como vetoras de agentes etiológicos de doenças ao homem e/ou
outros animais. Dentre as espécies de anofelíneos encontradas, destacamos a presença de An.
darlingi e An. albitarsis, importantes vetores da malária no Brasil. Dentre os outros mosquitos
tradicionalmente envolvidos na transmissão de agentes etiológicos de doenças ao homem e/ou
outros animais, encontrados no AHE Peixe Angical, pode-se ressaltar a presença do Hg.
janthinomys e Hg. leucocelaenus, principais vetores da febre amarela silvestre (FAS) no
Brasil. Além dessas, algumas outras espécies de culicíneos são responsáveis pela transmissão
ao homem e a outros animais de diferentes tipos de arbovírus, são elas: Oc. serratus, Oc.
scapularis, Ps. albipes, Ps. ferox, Li. durhami e Sa. chloropterus.
28
Tabela 4.1: Espécies de mosquitos encontrados no entorno do reservatório do AHE Peixe
Angical (TO) e a ocorrência das espécies por ponto de captura e no conjunto dos pontos,
valores absolutos, percentuais e médias de Williams, no período de abril de 2005 a março de
2007.
Peixe
Paranã
São Salvador
Somatório das Áreas
Espécies
N
%
Xw
N
%
Xw
N
%
Xw
N
%
SUBFAMÍLIA ANOPHELINAE
An. albitarsis
1199
63,8
10,79
626
49,0
3,45
810
65,1
6,76
2635
59,9
An. argyritarsis
6
0,3
0,18
16
1,3
0,27
12
1,0
0,38
34
0,8
An. darlingi
236
12,6
8,04
402
31,5
2,33
218
17,5
2,88
856
19,4
An. evansae
68
3,6
1,97
72
5,6
0,98
28
2,2
1,15
168
3,8
An. mattogrossensis
1
0,1
0,06
0
0,0
0,00
0
0,0
0,00
1
0,0
An. mediopunctatus
1
0,1
0,06
0
0,0
0,00
7
0,6
0,35
8
0,2
An. oswaldoi
10
0,5
0,44
10
0,8
0,43
7
0,6
0,27
27
0,6
An. parvus
0
0,0
0,00
1
0,1
0,06
0
0,0
0,00
1
0,0
An. rangeli
7
0,4
0,27
7
0,5
0,19
0
0,0
0,00
14
0,3
An. strodei
6
0,3
0,30
5
0,4
0,16
1
0,1
0,06
12
0,3
An. triannulatus
346
18,4
5,75
116
9,1
1,60
62
5,0
1,21
524
11,9
Ch. fajardi
0
0,0
0,00
22
1,7
0,50
100
8,0
1,12
122
2,8
SUB TOTAL
1880
100,0
40,73
1277
100,0
8,52
1245
100,0
22,96
4402
100,0
SUBFAMÍLIA CULICINAE
Ad. squamipenna
19
0,5
0,28
0
0,0
0,00
0
0,0
0,00
19
0,2
Cq. juxtamansonia
28
0,7
0,32
0
0,0
0,00
0
0,0
0,00
28
0,3
Culex spp.
2178
53,0
46,48
740
36,3
25,00
248
13,2
8,61
3166
39,5
Hg. janthinomys
130
3,2
3,22
221
10,9
4,04
296
15,8
3,92
647
8,1
Hg. leucocelaenus
10
0,2
0,34
123
6,0
2,07
25
1,3
0,77
158
2,0
Ma. indubitans
6
0,1
0,18
6
0,3
0,18
0
0,0
0,00
12
0,1
Ma. titillans
10
0,2
0,35
0
0,0
0,00
0
0,0
0,00
10
0,1
Oc. fluviatilis
11
0,3
0,45
32
1,6
0,92
10
0,5
0,22
53
0,7
Oc. fulvithorax
3
0,1
0,12
2
0,1
0,10
6
0,3
0,25
11
0,1
Oc. fulvus
80
1,9
1,87
39
1,9
0,82
5
0,3
0,16
124
1,5
Oc. serratus
93
2,3
3,90
41
2,0
0,69
29
1,5
0,67
163
2,0
Oc. scapularis
93
2,3
1,99
117
5,7
2,09
56
3,0
1,59
266
3,3
Ps. albigenu
2
0,0
0,10
0
0,0
0,00
0
0,0
0,00
2
0,0
Ps. albipes
1097
26,7
15,90
578
28,4
7,14
832
44,4
8,40
2507
31,3
Ps. cilipes
2
0,0
0,10
0
0,0
0,00
0
0,0
0,00
2
0,0
Ps. ferox
289
7,0
4,72
137
6,7
3,36
339
18,1
7,42
765
9,5
Ur. apicalis
2
0,0
0,10
0
0,0
0,00
0
0,0
0,00
2
0,0
Ur. geometrica
9
0,2
0,21
0
0,0
0,00
0
0,0
0,00
9
0,1
Ur. pulcherrima
51
1,2
0,55
0
0,0
0,00
26
1,4
0,67
77
1,0
SUB TOTAL
4113
100,0
147,01
2036
100,0
111,88
1872
100,0
70,17
8021
100,0
TRIBO SABETHINI
Li. durhami
29
25,0
0,80
41
23,3
0,87
9
3,6
0,21
79
14,5
Li. paraensis
14
12,1
0,41
9
5,1
0,21
0
0,0
0,00
23
4,2
Sa. belisarioi
0
0,0
0,00
2
1,1
0,10
3
1,2
0,12
5
0,9
Sa. chloropterus
22
19,0
1,14
83
47,2
2,94
196
77,5
1,41
301
55,2
Sa. glaucodaemon
51
44,0
0,90
32
18,2
1,19
42
16,6
0,80
125
22,9
Sa. intermedius
0
0,0
0,00
3
1,7
0,12
0
0,0
0,00
3
0,6
Sa. purpureus
0
0,0
0,00
1
0,6
0,06
0
0,0
0,00
1
0,2
Tr. pallidiventer
0
0,0
0,00
5
2,8
0,16
0
0,0
0,00
5
0,9
Wy. luteoventralis
0
0,0
0,00
0
0,0
0,00
3
1,2
0,12
3
0,6
Sub-total
116
100,0
3,74
176
100,0
5,56
253
100,0
2,05
545
100,0
TOTAL
6109
303,42
3489
164,92
3370
184,09
12968
29
Figura 4.1: Demonstração por ponto de captura e no conjunto dos pontos da ocorrência de
mosquitos no entorno do AHE Peixe Angical (TO). Valores obtidos pelo lculo da média de
Williams entre os valores absolutos dos 12 momentos de captura, relativos às 12 campanhas
bimestrais entre o período de abril de 2005 a março de 2007.
Subfamília Anophelinae
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
Peixe Paranã São Salvador
Xw
An. albitarsis An. darlingi An. triannulatus
Somatório dos pontos
14,78
8,88
18,25
Subfamília Culicinae
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
Peixe Paranã São Salvador
Xw
Culex sp. Hg. janthinomys Ps. albipes Ps. ferox
Somatório dos pontos
21,87
102,94
15,05
40,12
Tribo Sabethini
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
Peixe Paranã São Salvador
Xw
Li. durhami Sa. chloropterus Sa. glaucodaemon
Somatório dos pontos
2,03
7,79
2,37
30
4.2 Prevalência por Município Impactado pelo AHE Peixe Angical
Dentre os três municípios sob influência direta do reservatório do AHE Peixe Angical,
o de maior incidência de mosquitos foi o município de Peixe (X
w
= 303,42), seguido do
município de São Salvador do Tocantins (X
w
= 184,09) e município de Paranã (X
w
=
164,92).(Figura 4.2 e Tabela 4.1).
Analisando as espécies separadamente foram constatadas diferenças na prevalência
com relação aos municípios estudados (Figura 4.2 e Tabela 4.1). Dentre as três espécies de
anofelíneos encontradas, An. albitarsis, que foi a mais numerosa, apresentou maior
incidência no município de Peixe (X
w
= 10,79), seguido pelo município de São Salvador (X
w
=
6,76) e Paranã (X
w
= 3,45). An. darlingi, seguiu o mesmo padrão de An. albitarsis o local de
maior incidência foi Peixe (X
w
= 8,04), seguido dos municípios de São Salvador (X
w
= 2,88) e
Paranã (X
w
= 2,33). An. triannulatus apesar de indicar mais uma vez o município de Peixe
(X
w
= 5,75) como mais favorável, teve a segunda maior incidência no município de Paranã
(X
w
= 1,60) e por último o município de São Salvador (X
w
= 1,21) (Figura 4.2 e Tabela 4.1).
Dentre os culicíneos, houve maior discrepância entre as quatro espécies analisadas,
o apresentando o mesmo padrão. Cx. spp apresentou alta incidência no município de Peixe
(X
w
= 46,48), seguido por Paranã (X
w
= 25) e São Salvador (X
w
= 8,61). Ps. albipes tamm
apresentou maior incidência no município de Peixe (X
w
= 15,90), seguido dos municípios de
São Salvador (X
w
= 8,40) e Paranã (X
w
= 7,14). Enquanto que Ps. ferox teve como local de
maior incidência o município de São Salvador (X
w
= 7,42), seguido do município de Peixe
(X
w
= 4,72) e por último Paranã (X
w
= 3,36). Hg. janthinomys apresentou maior ocorrência
em Paranã (X
w
= 4,04), seguido por São Salvador (X
w
= 3,92) e por último o município de
Peixe (X
w
= 3,22). No somatório total das espécies, foi o município de Peixe (X
w
= 147,01) o
local de maior incidência dos culicíneos (Figura 4.2 e Tabela 4.1).
Analisando as três espécies mais numerosas de sabetínios, foram observadas
diferenças nas prevalências por local de captura. Li. durhami, espécie de menor ocorrência,
teve maior incidência em Para (X
w
= 0,87), seguido de Peixe (X
w
= 0,80) e São Salvador
(X
w
= 0,21). Sa. chloropterus, a espécie mais numerosa, teve maior população em Paranã
(X
w
= 2,94), seguido de São Salvador (X
w
= 1,41) e Peixe (X
w
= 1,14). Sa. Glaucodaemon
teve sua maior incidência registrada em Paranã (X
w
= 1,19), seguido por Peixe (X
w
=0,90 ) e
São Salvador (X
w
= 0,80) (Figura 4.2 e Tabela 4.1).
31
O local de maior incidência dos anofelíneos foi o município de Peixe (X
w
= 40,73)
(Figura 4.2 e Tabela 4.1). Os culicíneos também mostraram maior ocorrência no município de
Peixe (X
w
= 147,01) (Figura 4.2 e Tabela 4.1). Por outro lado, os sabetínios, mosquitos quase
que exclusivamente silvestres, tiveram maior ocorrência no município de Paranã (X
w
= 5,56)
(Figura 4.2 e Tabela 4.1).
Peixe foi o município de maior incidência de mosquitos. Em relação à incidência das
espécies, para os anofelíneos, An. albitarsis e An. darlingi foram as mais incidentes nos
municípios de Peixe, Paranã e São Salvador. Para os culicíneos Cx. sp e Ps. albipes foram as
mais representativas para Peixe e Paraná, entretanto para São Salvador Cx. sp e Ps. ferox
foram espécies mais incidentes; dentre os sabetínios as espécies Sa. chloropterus e Sa.
Glaucodaemon foram as mais incidentes nos municípios de Peixe, Paranã e São Salvador
(Figura 4.2 e Tabela 4.1).
32
Figura 4.2: Demonstração por espécies e no somatório total de mosquitos da ocorrência em
cada área de captura no entorno do reservatório do AHE Peixe Angical (TO). Valores obtidos
pelo cálculo da média de Williams entre os valores absolutos dos 12 momentos de captura, no
período de abril de 2005 a março de 2007.
Subfamília Anophelinae
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
An. albitarsis An. darlingi An. triannulatus
Xw
Peixe Paranã São Salvador
Somatório das espécies
40,73
22,96
8,52
Subfamília Culicinae
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
Culex sp. Hg. janthinomys Ps. albipes Ps. ferox
Xw
Peixe Paranã São Salvador
Somatório das espécies
70,17
111,88
147,01
Tribo Sabethini
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
Li. durhami Sa. chloropterus Sa. glaucodaemon
Xw
Peixe Paranã São Salvador
Somatório das espécies
3,74
2,05
5,56
33
4.3 Fatores Climáticos e Freqüência Estacional
Considerando o somatório do conjunto dos pontos de captura, as três espécies de
anofelíneos, quatro de culicíneos e ts de sabetínios analisadas, foram mais incidentes no mês
de abril, com freqüência acima do intervalo de tolerância. Por outro lado, o mês de agosto se
mostrou o menos favorável, com freqüência abaixo do intervalo de tolerância (Figura 4.3 e
Tabela 4.2). No geral, os meses de abril e outubro se mostram os mais favoráveis para
incidência dos culicídeos, enquanto os meses de junho e principalmente agosto registraram as
ocorrências mais baixas, sendo assim os menos favoráveis.
No que se refere ao somatório do conjunto de pontos a subfamília Anophelinae, os
meses de junho e outubro foram os mais favoráveis, inclusive tendo sido registrado em
outubro um pico acima do intervalo de tolerância. Por outro lado, os meses de fevereiro, abril
e dezembro foram os de menor freqüência, não tendo ocorrido incidências fora do limite
mínimo de tolerância esperado para a subfamília (Figura 4.3 e Tabela 4.2) Esse padrão foi
acompanhado pela maioria das espécies. Entretanto, An. albitarsis ocorreu com maior
incidência no mês de outubro. An. darlingi obteve maior incidência no mês de junho, os
meses de fevereiro e dezembro foram marcados como os menos favoráveis. An. triannulatus
apresentou as maiores incidências nos meses de junho, agosto e outubro e as menores em
fevereiro e dezembro (Figura 4.3 e Tabela 4.2).
Na subfamília Culicinae o mês de abril foi o de maior incidência e agosto foi o menos
favorável. A incidência no s de abril excedeu o limite máximo do intervalo de tolerância,
mas em seguida, nos meses de junho e agosto, ocorreu uma queda brusca, com incidências
abaixo do limite de tolerância, Um novo incremento ocorreu a partir de outubro (Figura 4.3 e
Tabela 4.2).
Culex spp. apresentou a maior incincia no s de junho, inclusive com pico acima
do intervalo de tolerância. em agosto, ocorreu uma queda brusca em sua incidência, com
valor abaixo do limite mínimo de tolerância. Hg. janthinomys seguiu o padrão geral dos
culicíneos, apresentando maior incidência no mês de abril. Suas menores incidências foram
registradas nos meses de agosto e outubro, excedendo o limite mínimo da faixa de tolerância.
Ps. albipes apresentou maior incidência também em abril, sendo as menores registradas nos
meses de fevereiro e dezembro. Ps. ferox registra a maior incidência no mês de abril, com as
34
menores incidências em agosto e outubro, ficando abaixo do limite mínimo do intervalo de
tolerância nesse período (Figuras 4.3, 4.4 e Tabela 4.2).
Analisando os Sabethini, foi observado que no somatório geral dos pontos, a tribo
apresentou maior incidência no mês de fevereiro, excedendo o limite máximo da faixa de
tolerância. Esse pico sofre um decréscimo nos meses seguintes de abril, junho e agosto, onde
ocorre a menor incidência da tribo. A partir de outubro, a população passa a sofrer um
aumento, o que se repete no s de dezembro. Ao analisarmos cada espécie separadamente,
observou-se que no geral esse mesmo padrão é seguido (Figura 4.4 e Tabela 4.2).
Li. durhami foi a espécie que mais diferiu do padrão geral. As maiores incidências
foram constatadas no s de dezembro, seguidos dos meses de fevereiro e junho, com a
menor incidência em agosto, ficando inclusive abaixo do limite da faixa de tolerância. Sa.
chloropterus e Sa. glaucodaemon têm sua maior incidência registrada no mês de fevereiro,
apresentando altas incidências também no mês de dezembro. Enquanto, seguindo o padrão da
tribo, Sa. chloropterus registrou sua menor incidência no mês de agosto e Sa. glaucodaemon
no mês de junho (Figura 4.4 e Tabela 4.2).
35
4.3.1 Freqüência Estacional no Município de Peixe
No município de Peixe a freqüência mensal do total das espécies capturadas
apresentou maior incidência em abril, ultrapassando o limite máximo do intervalo de
tolerância. A partir de junho a incidência sofre um decréscimo, atingindo em agosto seu
menor valor, abaixo do limite da faixa de tolerância. Em outubro, ocorre um breve aumento
populacional, para em seguida uma nova queda nos meses de dezembro e fevereiro (Figura
4.5 e Tabela 4.3). A curva populacional de Peixe seguiu o mesmo padrão da curva referente
ao somatório de todas as localidades.
Ao compararmos a subfamília Anophelinae com o somatório geral de Peixe,
observamos que esta não segue o mesmo padrão, registrando a maior incidência no mês de
outubro, para em seguida sofrer significativa queda em dezembro, quando apresentou a menor
incidência (Figura 4.5 e Tabela 4.3). Esse padrão se assemelha ao somatório geral dos
anofelinos em todas as áreas (Figura 4.3 e Tabela 4.1).
Individualmente, as espécies de anofelinos apresentaram padrão semelhante ao
observado nas médias mensais da subfamília em Peixe. An. albitarsis apresentou maior
incidência em outubro, ocorrendo uma queda nos meses seguintes e tendo sua menor
incidência registrada no mês de abril. An. darlingi foi a espécie mais discrepante, registrando
seu pico de incidência no mês de junho, ficando em dezembro a menor incidência, inclusive
abaixo do limite nimo do intervalo de tolerância. An. triannulatus apresenta a maior
incidência em abril e a menor em dezembro (Figura 4.5 e Tabela 4.3). Cabe ressaltar que
nenhuma das espécies apresentou padrão semelhante ao somatório geral das espécies de
Peixe.
A subfamília Culicinae apresentou uma curva populacional semelhante ao somatório
geral das espécies de Peixe, ambas registrando a maior incidência no mês de abril. Contudo,
no somatório geral a menor incidência foi registrada no período de agosto, enquanto que os
culicíneos tiveram sua menor incidência em outubro (Figura 4.5 e Tabela 4.3).
Analisando as espécies separadamente, observou-se que Culex spp, Hg. janthinomys e
Ps. ferox apresentaram curvas populacionais semelhantes, registrando a maior incidência em
abril e a menor em agosto. Ps. albipes seguiu o mesmo padrão da curva populacional da
36
subfamília Culicinae e mostrou o mês de abril novamente como mais favorável e o mês de
outubro como o mais desfavorável (Figuras 4.5, 4.6 e Tabela 4.3).
Os representantes da tribo Sabethini apresentaram uma curva populacional no mesmo
padrão da curva do somatório geral de Peixe, com maior pico de incidência no s de abril e
o menor em agosto, em ambos os casos ultrapassando o limite máximo e nimo do intervalo
de tolerância (Figura 4.6 e Tabela 4.3).
Analisadas individualmente, as espécies de Sabethini apresentaram divergências
quanto sua distribuição. Li. durhami registrou a maior incidência em abril, não ocorrendo nos
meses de fevereiro, agosto e dezembro. Sa. chloropterus seguiu o padrão de distribuição da
tribo, mantendo alta incidência em abril e baixa incidência em agosto, ambas fora do limite de
tolerância. Sa. glaucodaemon apresentou pico de incidência em fevereiro, não ocorrendo no
período de junho a outubro, voltando aumentar a presença nos meses subseqüentes (Figura 4.6
e Tabela 4.3).
37
4.3.2 Freqüência Estacional no Município de Paranã
A freqüência no município de Paranã seguiu o padrão geral do somario das espécies,
apresentando a maior incidência no mês de abril e a menor em agosto. Após um novo pico de
incidência em outubro, observamos a queda contínua da população no período de dezembro a
fevereiro (Figura 4.7 e Tabela 4.4).
A subfamília Anophelinae apresentou uma curva populacional divergente da
observada para o somatório geral em Paranã. Sua maior incidência foi observada no período
de junho, ficando as menores nos meses de dezembro e fevereiro, principalmente nesse
último. Nos outros meses a população se manteve dentro do limite de flutuação esperado
(Figura 4.7 e Tabela 4.4).
Ao observarmos separadamente a freqüência das espécies de anofelinos, constatamos
que An. darlingi e An. triannulatus seguem o mesmo padrão de distribuição da subfamília,
enquanto An. albitarsis apresente diferente comportamento. An. darlingi e An. triannulatus
registram maiores incidências no mês de junho. Observamos ainda que, enquanto An. darlingi
apresenta baixas ocorrências em outubro e dezembro, não ocorrendo em fevereiro, An.
triannulatus não ocorre no período de dezembro até abril. An. albitarsis apresenta um pico de
incidência acima do limite máximo de tolerância em outubro, não ocorrendo nos meses de
dezembro, fevereiro e abril (Figura 4.7 e Tabela 4.4).
Os representantes da subfamília Culicinae seguiram um padrão semelhante ao da curva
populacional do somatório de Paranã, ou seja, a maior incidência no mês de abril e a menor
em agosto, com ambas ultrapassando o limite máximo e mínimo do intervalo de tolerância
(Figura 4.7 e Tabela 4.4).
As espécies de Culicinae apresentaram curvas populacionais distintas entre si. Culex
spp. apresentou maior incidência no mês de outubro, ultrapassando o limite máximo de
flutuação esperado. Outro pico de incidência acima do limite de tolerância foi registrado no
período de junho. A menor incidência foi marcada em agosto. Hg. janthinomys apresentou um
pico de incidência bem acima do limite da faixa de tolerância no mês de dezembro, não
ocorrendo nos meses de agosto e outubro. Ps. albipes é a espécie que mais se assemelha ao
padrão de incidência da subfamília Culicinae, apresentando o mês de abril como mais
38
favorável e não ocorrendo em fevereiro. Ps. ferox apresentou o mês de dezembro como o
mais favorável, não ocorrendo em agosto (Figuras 4.7, 4.8 e Tabela 4.4).
A curva populacional da tribo Sabethini em Paranã apresenta distribuição distinta do
somatório geral das espécies. As maiores incidências são registradas nos meses de dezembro e
fevereiro, apresentando incidências mais baixas no período de abril até outubro (Figura 4.8 e
Tabela 4.4).
Dentre as espécies da tribo Sabethini, Li. durhami se destacou das demais,
apresentando o mês de fevereiro como o mais favorável, registrando um pico de incidência
acima do limite normal de flutuação esperado. Por outro lado, o ocorreu nos meses de abril,
agosto e outubro. Sa. chloropterus e Sa. glaucodaemon apresentaram o mesmo padrão na
curva populacional, com pico de incincia em dezembro, o ocorrendo durante o mês de
junho (Figura 4.8 e Tabela 4.4).
39
4.3.3 Freqüência Estacional no Município de São Salvador
A freqüência mensal do total das espécies capturadas no município apresentou a maior
incidência no mês de abril, sofrendo decréscimo progressivo a partir de junho, atingindo a
incidência mais baixa em agosto. Em outubro, a população sofre uma recuperação, o que se
repete nos meses de dezembro e fevereiro (Figura 4.9 e Tabela 4.5).
A curva de incidência da subfamília Anophelinae não segue o padrão apresentado pelo
somatório geral, sendo mais presente no mês de outubro e apresentando sua menor incidência
em abril (Figura 4.9 e Tabela 4.5).
As três espécies de anofelinos estudadas apresentaram padrões divergentes entre si.
An. albitarsis correspondeu ao padrão da subfamília Anophelinae, apresentando um pico de
maior incidência durante o mês de outubro, não ocorrendo em abril. An. darlingi demonstrou
maior incidência em junho, não ocorrendo nos meses de fevereiro e dezembro. An.
triannulatus apresenta a maior incidência no mês de agosto e as menores em fevereiro, abril e
dezembro (Figura 4.9 e Tabela 4.5).
A incidência da subfamília Culicinae em São Salvador apresenta um pico acima do
limite máximo de tolerância no mês de abril e mantendo essa alta incidência em junho. Nos
meses de agosto, outubro, dezembro e fevereiro, a população segue uma distribuição regular,
dentro da faixa esperada de flutuação (Figura 4.9 e Tabela 4.5).
A população de Culex spp. não segue o padrão da subfamília, apresentando no mês de
abril sua menor incidência, inclusive ultrapassando o limite mínimo de tolerância esperado. O
mês de junho se mostra o mais favorável, ocorrendo certa constância nos meses subseqüentes.
Hg. janthinomys apresentou maior incidência no mês de abril, não ocorrendo nos meses de
agosto e outubro. Tanto Ps. albipes como Ps. ferox registraram o mês de abril como mais
favorável, com picos acima do intervalo de tolerância. Ps. albipes o ocorreu no mês de
dezembro, enquanto que Ps. ferox registrou o período de agosto como menos favorável
(Figuras 4.9, 4.10 e Tabela 4.5).
A tribo Sabethini apresentou um pico de incincia no mês de fevereiro bem acima do
limite máximo de tolerância e nenhuma das espécies da tribo ocorreram nos meses de agosto e
outubro (Figura 4.10 e Tabela 4.5).
40
Li. durhami ocorreu exclusivamente no mês de dezembro. Sa. chloropterus e Sa.
glaucodaemon apresentaram padrão semelhante, sendo fevereiro o mês maior incidência,
sofrendo uma queda gradativa nos meses de abril e junho e não ocorrendo nos meses de
agosto e outubro (Figura 4.10 e Tabela 4.5).
41
Tabela 4.2: Freqüência média estacional das espécies de mosquitos, considerando o
somatório das ocorrências das três áreas de captura. Valores obtidos pelo cálculo da média de
Williams entre os valores absolutos de cada mês nas três áreas sob influência do reservatório
do AHE Peixe Angical (TO) entre abril de 2005 e março de 2007.
∑ 3 pts
Frequência Média (X
w
)
Meses
fev
abr
jun
ago
out
dez
Subfamília Anophelinae
An. albitarsis
3,63
0,26
10,30
9,90
41,40
4,42
An. darlingi
0,93
5,84
28,28
4,96
3,40
0,35
An. triannulatus
0,44
0,70
8,65
7,16
6,79
0,00
Sub-total
6,95
6,87
44,16
19,02
69,68
5,11
Subfamília Culicinae
Cx. sp.
19,16
14,28
54,88
12,90
24,52
22,05
Hg. janthinomys
2,66
22,18
5,61
0,26
0,35
10,52
Ps. albipes
1,51
174,31
26,33
12,61
3,89
1,09
Ps. ferox
7,65
12,89
10,52
0,26
1,22
10,37
Sub-total
41,90
353,69
147,45
28,26
43,75
59,88
Tribo Sabethini
Li. durhami
0,79
0,53
0,94
0,00
0,47
1,12
Sa. chloropterus
4,91
2,20
0,89
0,31
1,17
3,05
Sa. glaucodaemon
3,85
0,91
0,00
0,26
0,12
3,27
Sub-total
12,19
3,94
3,12
0,41
1,60
7,38
Total
140,86
368,45
226,48
63,71
183,84
157,10
42
Tabela 4.3: Freqüência média estacional das espécies de mosquitos no município de Peixe.
Valores obtidos pelolculo da média de Williams entre os valores absolutos de cada mês nas
três áreas sob inflncia do reservatório do AHE Peixe Angical (TO), entre abril de 2005 e
março de 2007.
Peixe
Frequência Média (X
w
)
Meses
fev
abr
jun
ago
out
dez
Subfamília Anophelinae
An. albitarsis
7,12
1,00
6,00
21,27
96,43
9,86
An. darlingi
6,14
10,22
48,48
6,21
10,00
0,73
An. triannulatus
2,00
3,90
7,12
11,29
63,23
0,00
Sub-total
40,23
16,15
65,68
25,40
191,14
9,95
Subfamília Culicinae
Cx. sp
56,97
106,47
80,98
16,69
19,93
59,60
Hg. janthinomys
0,73
28,66
2,00
1,00
1,45
6,48
Ps. albipes
4,57
289,19
87,57
24,10
0,41
3,58
Ps. ferox
8,33
25,98
4,48
0,00
1,45
9,39
Sub-total
75,03
716,48
204,72
52,24
29,07
89,99
Tribo Sabethini
Li. durhami
0,00
2,61
2,00
0,00
2,16
0,00
Sa. chloropterus
1,00
3,24
1,24
0,00
1,24
1,24
Sa. glaucodaemon
4,83
1,00
0,00
0,00
0,00
3,00
Sub-total
5,08
10,75
8,49
0,00
2,74
3,47
Total
182,30
746,30
287,14
86,79
420,06
208,65
43
Tabela 4.4: Freqüência dia estacional das espécies de mosquitos no município de Paranã.
Valores obtidos pelolculo da média de Williams entre os valores absolutos de cada s nas
três áreas sob inflncia do reservatório do AHE Peixe Angical (TO), entre abril de 2005 e
março de 2007.
Paranã
Frequência Média (X
w
)
Meses
fev
abr
jun
ago
out
dez
Subfamília Anophelinae
An. albitarsis
0,00
0,00
17,17
12,34
30,89
0,00
An. darlingi
0,00
3,24
42,65
2,00
0,73
0,41
An. triannulatus
0,00
0,00
15,49
5,24
2,00
0,00
Sub-total
0,00
3,24
77,84
13,97
32,27
0,41
Subfamília Culicinae
Cx. sp
13,14
32,23
51,68
9,15
69,99
16,32
Hg. janthinomys
3,80
6,21
7,37
0,00
0,00
55,67
Ps. albipes
0,00
93,25
13,93
8,85
9,49
1,00
Ps. ferox
7,00
1,24
6,28
0,00
1,00
25,25
Sub-total
38,97
199,84
87,99
13,11
106,16
115,12
Tribo Sabethini
Li. durhami
4,74
0,00
1,45
0,00
0,00
2,00
Sa. chloropterus
6,75
1,24
0,00
1,24
3,58
19,98
Sa. glaucodaemon
2,46
0,73
0,00
1,00
0,41
5,48
Sub-total
25,15
1,65
1,45
1,83
3,69
29,17
Total
67,08
205,49
168,70
57,10
178,01
144,74
44
Tabela 4.5: Freqüência média estacional das espécies de mosquitos no município de São
Salvador. Valores obtidos pelo lculo da média de Williams entre os valores absolutos de
cada mês nas três áreas sob influência do reservatório do AHE Peixe Angical (TO), entre abril
de 2005 e março de 2007.
São Salvador
Frequência Média (X
w
)
Meses
fev
abr
jun
ago
out
dez
Subfamília Anophelinae
An. albitarsis
11,21
0,00
10,36
3,36
23,54
13,70
An. darlingi
0,00
5,71
10,62
8,80
3,47
0,00
An. triannulatus
0,00
0,00
5,71
6,07
1,45
0,00
Sub-total
11,21
5,71
16,52
19,32
54,23
13,70
Subfamília Culicinae
Cx. sp
9,00
0,00
39,40
13,97
10,18
10,66
Hg. janthinomys
4,92
57,21
10,49
0,00
0,00
2,61
Ps. albipes
1,83
196,00
14,43
9,20
6,87
0,00
Ps. ferox
7,66
43,43
37,34
1,00
1,24
4,39
Sub-total
24,98
308,64
177,71
32,36
26,82
20,35
Tribo Sabethini
Li. durhami
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
2,16
Sa. chloropterus
12,30
2,46
2,00
0,00
0,00
0,41
Sa. glaucodaemon
4,66
1,00
0,00
0,00
0,00
2,00
Sub-total
13,42
2,87
2,00
0,00
0,00
3,36
Total
227,75
325,78
239,75
52,11
82,79
128,33
45
Somatório Geral
0
100
200
300
400
fev abr jun ago out dez
Xw
Subfamília Anophelinae
0
20
40
60
80
fev abr jun ago out dez
Xw
An. albitarsis
0
20
40
60
fev abr jun ago out dez
Xw
An. darlingi
0
10
20
30
fev abr jun ago out dez
Xw
An. triannulatus
0
5
10
fev abr jun ago out dez
Xw
Subfamília Culicinae
0
100
200
300
400
fev abr jun ago out dez
Xw
Culex sp.
0
10
20
30
40
50
60
fev abr jun ago out dez
Xw
Figura 4.3: Gráficos de freqüência estacional das espécies de mosquitos, considerando o
somatório das ocorrências das três áreas de captura, com o respectivo intervalo de tolerância.
Valores obtidos pelo cálculo da média de Williams entre os valores absolutos de cada mês no
entorno do reservatório do AHE Peixe Angical (TO) entre abril de 2005 e março de 2007.
Curva Populacional
Valor médio da distribuição
Intervalo de Tolerância
46
Hg. janthinomys
0
10
20
30
fev abr jun ago out dez
Xw
Ps. albipes
0
30
60
90
120
150
180
fev abr jun ago out dez
Xw
Ps. ferox
0
5
10
15
fev abr jun ago out dez
Xw
Tribo Sabethini
0
5
10
15
fev abr jun ago out dez
Xw
Li. durhami
0
0,5
1
1,5
fev abr jun ago out dez
Xw
Sa. chloropterus
0
2
4
6
fev abr jun ago out dez
Xw
Sa. glaucodaemon
0
2
4
6
fev abr jun ago out dez
Xw
Figura 4.4: Continuação dos gráficos de freqüência estacional das espécies de mosquitos,
considerando o somatório das ocorrências das três áreas de captura, com o respectivo
intervalo de tolerância. Valores obtidos pelo cálculo da média de Williams entre os valores
absolutos de cada mês no entorno do reservatório do AHE Peixe Angical (TO), entre abril de
2005 e março de 2007.
Curva Populacional
Valor médio da distribuição
Intervalo de Tolerância
47
Somatório Peixe
0
200
400
600
800
fev abr jun ago out dez
Xw
Subfamília Anophelinae - Peixe
0
100
200
300
fev abr jun ago out dez
Xw
An. albitarsis - Peixe
0
50
100
150
fev abr jun ago out dez
Xw
An. darlingi - Peixe
0
20
40
60
fev abr jun ago out dez
Xw
An. triannulatus - Peixe
0
20
40
60
80
fev abr jun ago out dez
Xw
Subfamília Culicinae - Peixe
0
200
400
600
800
fev abr jun ago out dez
Xw
Culex sp. - Peixe
0
20
40
60
80
100
120
fev abr jun ago out dez
Xw
Figura 4.5: Gráficos de freqüência estacional das espécies de mosquitos verificada no
município de Peixe, com o respectivo intervalo de tolerância. Valores obtidos pelo cálculo da
dia de Williams entre os valores absolutos de cada s no entorno do reservatório do AHE
Peixe Angical (TO), entre abril de 2005 e março de 2007.
Curva Populacional
Valor médio da distribuição
Intervalo de Tolerância
48
.
Hg. janthinomys - Peixe
0
10
20
30
40
fev abr jun ago out dez
Xw
Ps. albipes - Peixe
0
100
200
300
400
fev abr jun ago out dez
Xw
Ps. ferox - Peixe
0
10
20
30
fev abr jun ago out dez
Xw
Tribo Sabethini - Peixe
0
5
10
15
fev abr jun ago out dez
Xw
Li. durhami - Peixe
0
1
2
3
fev abr jun ago out dez
Xw
Sa. chloropterus - Peixe
0
1
2
3
4
fev abr jun ago out dez
Xw
Sa. glaucodaemon - Peixe
0
2
4
6
fev abr jun ago out dez
Xw
Figura 4.6: Continuação dos gráficos de freqüência estacional das espécies de mosquitos
verificada no município de Peixe, com o respectivo intervalo de tolerância. Valores obtidos
pelo lculo da média de Williams entre os valores absolutos de cada mês no entorno do
reservatório do AHE Peixe Angical (TO), entre abril de 2005 e março de 2007.
Curva Populacional
Valor médio da distribuição
Intervalo de Tolerância
49
Somatório Paranã
0
100
200
300
fev abr jun ago out dez
Xw
Subfamília Anophelinae - Paranã
0
50
100
fev abr jun ago out dez
Xw
An. albitarsis - Paranã
0
10
20
30
40
fev abr jun ago out dez
Xw
An. darlingi - Paranã
0
20
40
60
fev abr jun ago out dez
Xw
An. triannulatus - Paranã
0
5
10
15
20
fev abr jun ago out dez
Xw
Subfamília Culicinae - Paranã
0
100
200
300
fev abr jun ago out dez
Xw
Culex sp. - Paranã
0
20
40
60
80
fev abr jun ago out dez
Xw
Figura 4.7: Gráficos de freqüência estacional das espécies de mosquitos verificada no
município de Para, com o respectivo intervalo de tolerância. Valores obtidos pelo cálculo
da média de Williams entre os valores absolutos de cada mês no entorno do reservatório do
AHE Peixe Angical (TO), entre abril de 2005 e março de 2007.
Curva Populacional
Valor médio da distribuição
Intervalo de Tolerância
50
Hg. janthinomys - Paranã
0
20
40
60
fev abr jun ago out dez
Xw
Ps. albipes - Paranã
0
20
40
60
80
100
fev abr jun ago out dez
Xw
Ps. ferox - Paranã
0
10
20
30
fev abr jun ago out dez
Xw
Tribo Sabethini - Paranã
0
10
20
30
40
fev abr jun ago out dez
Xw
Li. durhami - Paranã
0
1
2
3
4
5
fev abr jun ago out dez
Xw
Sa. chloropterus - Paranã
0
10
20
30
fev abr jun ago out dez
Xw
Sa. glaucodaemon - Paranã
0
2
4
6
fev abr jun ago out dez
Xw
Figura 4.8: Continuação dos gráficos de freqüência estacional das espécies de mosquitos
verificada no município de Paranã, com o respectivo intervalo de tolerância. Valores obtidos
pelo lculo da média de Williams entre os valores absolutos de cada mês no entorno do
reservatório do AHE Peixe Angical (TO), entre abril de 2005 e março de 2007.
Curva Populacional
Valor médio da distribuição
Intervalo de Tolerância
51
Somatório - São Salvador
0
100
200
300
400
fev abr jun ago out dez
Xw
Subfamília Anophelinae - São Salvador
0
20
40
60
fev abr jun ago out dez
Xw
An. albitarsis - São Salvador
0
10
20
30
fev abr jun ago out dez
Xw
An darlingi - São Salvador
0
5
10
15
fev abr jun ago out dez
Xw
An. triannulatus - São Salvador
0
2
4
6
8
fev abr jun ago out dez
Xw
Subfamília Culicinae - São Salvador
0
100
200
300
400
fev abr jun ago out dez
Xw
Culex sp. - São Salvador
0
20
40
60
fev abr jun ago out dez
Xw
Figura 4.9: Gráficos de freqüência estacional das espécies de mosquitos verificada no
município de São Salvador do Tocantins, com o respectivo intervalo de tolerância. Valores
obtidos pelo lculo da média de Williams entre os valores absolutos de cada mês no entorno
do reservatório do AHE Peixe Angical (TO), entre abril de 2005 e março de 2007.
Curva Populacional
Valor médio da distribuição
Intervalo de Tolerância
52
Hg. janthinomys - São Salvador
0
20
40
60
80
fev abr jun ago out dez
Xw
Ps. albipes - São Salvador
0
100
200
300
fev abr jun ago out dez
Xw
Ps. ferox - São Salvador
0
20
40
fev abr jun ago out dez
Xw
Tribo Sabethini - São Salvador
0
5
10
15
fev abr jun ago out dez
Xw
Li. durhami - São Salvador
0
1
2
3
fev abr jun ago out dez
Xw
Sa. chloropterus - São Salvador
0
5
10
15
fev abr jun ago out dez
Xw
Sa. glaucodaemon - São Salvador
0
1
2
3
4
5
fev abr jun ago out dez
Xw
Figura 4.10: Continuação dos gráficos de freqüência estacional das espécies de mosquitos
verificada no município de São Salvador do Tocantins, com o respectivo intervalo de
tolerância. Valores obtidos pelo lculo da média de Williams entre os valores absolutos de
cada mês no entorno do reservatório do AHE Peixe Angical (TO), entre abril de 2005 e março
de 2007.
Curva Populacional
Valor médio da distribuição
Intervalo de Tolerância
53
4.4 Incidência no Período da Formação do Reservatório
O clima na área sob inflncia do reservatório no AHE Peixe Angical caracterizou-se
pelas típicas configurações do ambiente de Cerrado, com períodos de seca entre os meses de
junho a setembro e de intensa pluviosidade de dezembro a março.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), ao longo dos 24
meses de estudos, os índices de precipitações pluviométricas mais significativos foram
aferidos em fevereiro de 2007. :Por outro lado, no período de junho a agosto, tanto no ano de
2005 como em 2006, não foram registradas precipitações na região (Tabela 4.6). Dentre as
três variáveis analisadas, a precipitação pluviométrica foi a que mais interferiu na dinâmica
populacional dos culicídeos, enquanto a temperatura e a umidade relativa do ar apresentaram
influência secundária.
Nos meses que antecederam o represamento do rio Tocantins e a conseqüente
formação do reservatório do AHE Peixe Angical, ainda exclusivamente sob influência das
condições climáticas regionais, a fauna de mosquitos apresentou significativo pico de
incidência no mês de abril de 2005, declinando nos meses de junho a agosto, quando atingiu o
mais baixo índice de ocorrência. A partir do mês de outubro essas incidências voltariam
aumentar, assim se mantendo até abril de 2006. De uma maneira geral, no período anterior à
formação do reservatório, a incidência das espécies de mosquitos esteve sempre diretamente
relacionada ao período de chuvas (Figura 4.11 e Tabela 4.6).
Vários eventos característicos de empreendimentos hidrelétricos interferem direta ou
indiretamente na incidência da fauna culicideana. Dentre esse, foi clara a relevância da
formação do reservatório do AHE Peixe Angical, desde o fechamento parcial do túnel de
desvio em janeiro de 2006 até o inicio da fase operacional da usina em abril do mesmo ano,
tanto na presença quantitativa como na diversidade específicas desses mosquitos. Ao longo do
estudo, as variações ambientais observadas, sejam elas causadas por alterações climáticas ou
por ões antpicas, levaram a fauna de culicídeos a apresentar perfis de ocorrência
diferenciados.
No período após o enchimento do reservatório a fauna culicideana demonstrou um
aumento significativo na incidência, crescendo gradativamente até seu pico máximo em junho
de 2006. Altas incidências também foram registradas nos meses de agosto e outubro, embora
54
menos significativas se comparadas ao período imediatamente anterior. No período de
dezembro de 2006 a fevereiro de 2007 inicia-se a gradativa estabilidade da população de
culicídeos (Figura 4.11).
As alterações ambientais decorrentes da construção de grandes obras, como o AHE
Peixe Angical, tornam a região em questão susceptível ao surgimento de doenças transmitidas
por vetores. Dentre estas, a malária tem assumido papel importante em áreas de
empreendimentos hidrelétricos no Brasil. Risco esse também presente na região estudada,
principalmente se considerarmos a presença e o aumento da população de anofelinos após o
enchimento do reservatório, mesmo que ainda não tenham sido diagnosticados casos da
doença na rego.
55
4.4.1 - Incidência no Somatório das Áreas
No somatório das áreas estudadas, a curva populacional apresentou dois picos acima
do limite máximo de flutuação esperado para as 12 amostragens, ambos no período posterior a
formação do reservatório. O primeiro, em junho de 2006, foi o mais expressivo e com as
maiores freqüências, posicionando a curva da população muito acima do intervalo de
flutuação. O segundo pico atingiu o valor máximo em agosto de 2006 e, mesmo tendo sido
mais discreto, voltaria a ultrapassar o limite máximo da faixa de tolerância (Figura 4.12 e
Tabela 4.7).
Comparando a curva populacional de cada subfamília/tribo no conjunto dos pontos,
observam-se padrões distintos de distribuição. A subfamília Anophelinae apresentou
ocorrência discreta no período anterior a formão do reservatório, que se estendeu de abril a
dezembro de 2005. No ano seguinte, foram registrados os maiores picos populacionais para a
subfamília, com o valor máximo no mês de junho de 2006, com altas incidências até outubro
do mesmo ano.
Comparada aos anofelíneos, a subfamília Culicinae apresentou maior incidência no
período anterior à formação do reservatório, com pico de incidência em abril de 2005. No ano
seguinte, novo pico de incidência voltaria ocorrer em abril, permanecendo até o mês de junho,
que viria ser o período mais favorável para a subfamília. A partir de agosto de 2006, a curva
populacional sofre um decréscimo gradativo, atingindo a estabilidade ao longo dos meses. A
tribo Sabethini apresentou em fevereiro de 2006 o seu único pico populacional ao longo de
todo o estudo. A baixa incidência da tribo, principalmente em comparação com aos culicíneos
e anofelíneos, ficou bem caracterizada pela total ausência de espécimes no período de agosto
a outubro de 2006 (Figuras 4.12, 4.13 e Tabela 4.7).
Analisando as curvas populacionais de cada espécie, observamos que no ano de 2005
todas as espécies de anofelíneos registraram baixas incidências ao longo dos meses. As
maiores incidências para cada espécie foram registradas no ano de 2006, respectivamente em
junho para o An.darlingi, em agosto para An. triannulatus e em outubro para An. albitarsis.
Dentre os culicíneos, Ps. albipes foi a espécie que mais se assemelhou ao padrão da
subfamília, registrando os maiores picos de incidência nos meses de abril de 2005 e 2006 e
em junho de 2006. Destacamos ainda altas incidências para Ps. ferox no período que se
estende de dezembro de 2005 a junho de 2006. Todas as espécies da tribo Sabethini seguiram
56
o padrão da subfamília, registrando maior incidência em fevereiro de 2006 (Figuras 4.12, 4.13
e Tabela 4.7).
4.4.2 - Incidência no Município de Peixe
Em áreas próximas a barragem do AHE Peixe Angical no município de Peixe,
observamos que o período anterior à formação do reservatório, abril a dezembro 2005,
principalmente nos meses de junho e agosto, foi o mais desfavorável para incidência de
mosquitos, ficando abaixo do padrão de flutuação esperado para a localidade. Em 2006, com
o reservatório já formado, ocorre uma inversão e justamente as maiores incidências são
registradas nos meses de junho e agosto, com picos ultrapassando o limite máximo do
intervalo de tolerância. Nos outros meses a distribuição de incidência se mantém dentro dos
limites esperados para a região (Figura 4.14 e Tabela 4.8).
Comparando as curvas populacionais de cada subfamília/tribo, observamos que no ano
de 2005 a subfamília Anophelinae foi a que apresentou distribuição mais discreta, com pouca
variação e baixos índices de incidência, enquanto que a subfamília Culicinae e a tribo
Sabethini registraram maior alternância na incidência ao longo dos meses. No ano seguinte, os
anofelíneos sofrem um incremento na população, com altos picos de incincia nos meses de
agosto e outubro. Os culicíneos registram seu maior pico de incidência no período de junho,
enquanto que a curva populacional dos sabetínios apresenta maior presença em fevereiro, com
pico acima do limite padrão de flutuação (Figuras 4.14, 4.15 e Tabela 4.8).
Analisando cada espécie separadamente, dentre os anofelinos todas as espécies
apresentaram padrão de distribuição igual ao observado na curva populacional da subfalia,
com baixas incidências em 2005 e picos nos meses de agosto e outubro de 2006. os
culicíneos apresentaram discrepância quanto ao padrão de distribuição. A curva populacional
de Culex spp. tem nos meses de junho e agosto de 2006 como os mais favoráveis, enquanto
que Hg. janthinomys e Ps. albipes registram o s de abril de 2005 como mais favorável,
apresentando um pico de incidência acima do intervalo de tolencia. Dentre os sabetínios,
destacamos as maiores incidências para Sa. chloropterus e Sa. glaucodaemon no período
anterior à formão do reservatório e a ausência das duas espécies no período que se estende
de junho de 2006 até fevereiro de 2007 (Figuras 4.14, 4.15 e Tabela 4.8).
57
4.4.3 Incidência no Município de Paranã
No município de Paranã, a incidência dos mosquitos durante o período de estudo
demonstrou ocorrência dentro do padrão esperado no somatório das áreas, registrando o
período de junho a agosto de 2005 como os menos desfavoráveis, e o mês de junho de 2006
como o mais favorável, inclusive com pico acima do limite máximo da faixa de tolerância. Os
meses subseqüentes apresentaram incidências dentro do limite de flutuação esperado para a
localidade (Figura 4.16 e Tabela 4.9).
Ao compararmos a incidência de cada subfamília/tribo com o somatório em Paranã,
observamos que a curva populacional da tribo Sabethini é a que mais se difere. No período
anterior à formação do reservatório, a subfamília Anophelinae apresenta baixas incidências ao
longo dos meses, período esse que se estende de abril de 2005 a abril de 2006. Apesar do
maior índice de incidência em junho de 2006, observamos uma queda progressiva de outubro
de 2006 até fevereiro de 2007, quando já não houve ocorrência das espécies. A subfamília
Culicinae apresentou a maior variação na incidência ao longo dos meses, registrando em
junho e agosto de 2005 as menores incidências e o mês de junho de 2006 como o mais
favorável. A tribo Sabethini registrou as maiores incidências durante o período de enchimento
do reservatório, fevereiro de 2006, não ocorrendo nos meses de agosto e outubro e
apresentando um incremento na população em dezembro do mesmo ano (Figuras 4.16, 4.17 e
Tabela 4.9).
Na subfamília Anophelinae, todas as espécies seguiram o mesmo padrão de flutuação,
baixas incidências ao longo dos meses e com apenas um pico em junho de 2006. Embora as
espécies de culicíneos também tenham registrado altas incidências em junho de 2006,
ressaltamos as incidências de Hg. janthinomys em dezembro de 2005 e 2006 e para Ps. ferox
no mês de dezembro de 2005. Dentre os sabetínios, Li. durhami foi a espécie que mais se
assemelhou a curva populacional da tribo, apresentando o mês de fevereiro de 2006 como o
mais favorável. Sa. chloropterus apresentou três picos de incidência acima do limite máximo
da faixa de tolerância, respectivamente em outubro e dezembro de 2005 e dezembro de 2006,
o ocorrendo no período que se estendeu de junho a outubro de 2006 (Figuras 4.16, 4.17 e
Tabela 4.9).
58
4.4.4 Incidência no Município de São Salvador
Em 2005, o primeiro ano de estudos no município de São Salvador, foram registradas
as menores incidências de culicídeos, inclusive com o período de junho a outubro abaixo do
limite nimo do intervalo de tolerância. A partir de dezembro ocorreu um aumento gradativo
na incidência populacional, que se estendeu até abril de 2006, quando a curva atinge seu pico
máximo de incidência. (Figura 4.18 e Tabela 4.10).
Comparando as curvas populacionais das subfamílias/tribo, os anofelíneos
apresentaram o mesmo padrão do somatório geral das localidades, registrando baixas
incidências ao longo do período anterior a formação do reservatório, com ausência total nos
meses de abril, junho e dezembro de 2005. Em 2006 registrou altas incincias nos meses de
junho e outubro, ultrapassando a faixa de tolerância. Em contrapartida, os culicíneos
apresentam as maiores incidências justamente nos meses de abril, junho e dezembro de 2005,
com significativa queda em agosto. Ficando para os meses de abril e junho de 2006 as
maiores incidências de todo o período. A tribo Sabethini, com o menor número de espécimes,
ocorreu apenas nos meses de junho e dezembro de 2005 e fevereiro e abril de 2006, com
maior incidência em fevereiro (Figuras 4.18, 4.19 e Tabela 4.10).
Analisando cada espécie separadamente, dentre os anofelíneos, o An. albitarsis foi a
única que seguiu o padrão geral da subfamília, com picos de incidência nos meses de junho e
outubro de 2006. An. darlingi e An. triannulatus registraram um único pico de incidência
no mês de junho de 2006. Nenhuma das três espécies apresentou incidência abaixo do padrão
de flutuação esperado. Dentre os culicíneos, Culex spp. e Hg. janthinomys registraram suas
maiores incidências em junho de 2006, enquanto Ps. albipes e Ps. ferox tiveram o mês de
abril do mesmo ano como o mais favorável, sendo que Ps. ferox não ocorreu no período de
agosto de 2006 a fevereiro de 2007. Dentre os sabetínios, Li. durhami ocorreu apenas em
dezembro de 2006, enquanto que Sa. chloropterus e Sa. glaucodaemon registravam suas
maiores incidências em fevereiro de 2006, o apresentando ocorrência no período que se
estendeu de junho de 2006 a fevereiro de 2007 (Figuras 4.18, 4.19 e Tabela 4.10).
59
Tabela 4.6 - Dados climáticos de temperatura, umidade relativa do ar e pluviosidade
acumulada mensal da região no entorno do reservatório do AHE Peixe Angical, registrados
pelas estações meteorológicas locais do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
Ano
Mês
Temperatura (°C)
Umidade
Pluviosidade
Máxima
Mínima
Média compensada
Relativa (%)
(mm)
2005
Abril
32,8
22,6
26,4
79
89
Junho
32,5
19
24,4
68
0
Agosto
35,3
17,7
25,3
50
0
Outubro
36,3
21,3
27,6
60
38
Dezembro
30,6
22,2
25,4
82
263
2006
Fevereiro
32,8
22,7
26,1
83
143
Abril
31,5
22,3
25,4
85
193
Junho
34
18
23
60
0
Agosto
35
19
26,5
45
0
Outubro
32,5
22,5
27,5
80
200
Dezembro
32,5
22,5
26
80
300
2007
Fevereiro
29,5
22,5
24,5
87
340
60
Figura 4.11: Incincia comparativa de mosquitos em valores absolutos nas três áreas sob risco de inflncia do reservatório do AHE Peixe
Angical (TO), no período antes do enchimento do reservatório (abril a dezembro de 2005), durante o enchimento (janeiro a mao de 2006) e
após o enchimento do reservatório (abril de 2006 a março de 2007).
Somatório
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
Antes
Durante
Após
2005
2006
2007
absol.
Peixe
Paranã
São Salvador
61
Tabela 4.7: Incincia de mosquitos no somatório das áreas. Valores absolutos de cada mês nas três áreas sob inflncia do reservatório do
AHE Peixe Angical (TO), entre abril de 2005 e março de 2007.
∑ 3 PTS
Ano
2005
2006
2007
Total
Meses
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
Geral
Subfamilia Anophelinae
An. albitarsis
3
0
0
29
0
0
0
505
690
863
332
213
2635
An. darlingi
10
27
2
13
1
16
62
615
90
16
2
2
856
An. triannulatus
2
5
4
37
0
8
7
132
197
132
0
0
524
Sub-total
15
32
6
79
1
24
69
1252
977
1011
334
215
4015
Subfamília Culicinae
Cx. sp
25
38
3
333
200
281
732
956
469
69
38
22
3166
Hg. janthinomys
142
0
0
5
68
34
88
208
3
0
75
24
647
Ps. albipes
824
36
6
2
20
37
506
670
288
115
3
0
2507
Ps. ferox
68
48
3
8
187
167
153
110
0
2
12
7
765
Sub-total
1059
122
12
348
475
519
1479
1944
760
186
128
53
7085
Tribo Sabethini
Li. durhami
0
0
0
9
11
32
12
13
0
0
2
0
79
Sa. chloropterus
5
12
4
24
24
183
17
0
0
0
21
11
301
Sa. glaucodaemon
0
0
3
1
36
75
8
0
0
0
2
0
125
Sub-total
5
12
7
34
71
290
37
13
0
0
25
11
505
Total
1079
166
25
461
547
833
1585
3209
1737
1197
487
279
11605
62
Tabela 4.8: Incincia de mosquitos no Município de Peixe. Valores absolutos de cada mês nas três áreas sob influência do reservario do
AHE Peixe Angical (TO), entre abril de 2005 e março de 2007.
Peixe
Ano
2005
2006
2007
Total
Meses
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
Geral
Subfamília Anophelinae
An. albitarsis
3
0
0
20
0
0
0
48
495
451
117
65
1199
An. darlingi
8
23
0
10
0
16
13
101
51
10
2
2
236
An. triannulatus
2
2
0
32
0
8
7
21
150
124
0
0
346
Sub-total
13
25
0
62
0
24
20
170
696
585
119
67
1781
Subfamília Culicinae
Cx. sp
20
9
0
218
135
223
549
671
312
1
26
14
2178
Hg. janthinomys
87
0
0
5
13
0
9
8
3
0
3
2
130
Ps. albipes
553
36
6
1
20
30
151
211
89
0
0
0
1097
Ps. ferox
51
0
0
1
107
86
13
29
0
2
0
0
289
Sub-total
711
45
6
225
275
339
722
919
404
3
29
16
3694
Tribo Sabethini
Li. durhami
0
0
0
9
0
0
12
8
0
0
0
0
29
Sa. chloropterus
5
4
0
4
4
3
2
0
0
0
0
0
22
Sa. glaucodaemon
0
0
0
0
15
33
3
0
0
0
0
0
51
Sub-total
5
4
0
13
19
36
17
8
0
0
0
0
102
Total
729
74
6
300
294
399
759
1097
1100
588
148
83
5577
63
Tabela 4.9: Incincia de mosquitos no Município de Paranã. Valores absolutos de cada mês nas três áreas sob influência do reservatório do
AHE Peixe Angical (TO), entre abril de 2005 e março de 2007.
Paranã
Ano
2005
2006
2007
Total
Meses
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
Geral
Subfamília Anophelinae
An. albitarsis
0
0
0
8
0
0
0
329
177
112
0
0
626
An. darlingi
2
4
0
0
1
0
5
380
8
2
0
0
402
An. triannulatus
0
3
0
0
0
0
0
67
38
8
0
0
116
Sub-total
2
7
0
8
1
0
5
776
223
122
0
0
1144
Subfamília Culicinae
Cx. sp
5
14
0
111
49
39
183
184
102
44
5
4
740
Hg. janthinomys
12
0
0
0
43
0
3
69
0
0
72
22
221
Ps. albipes
140
0
0
1
0
0
62
222
96
54
3
0
578
Ps. ferox
4
0
0
3
52
7
0
52
0
0
12
7
137
Sub-total
161
14
0
115
144
46
248
527
198
98
92
33
1676
Tribo Sabethini
Li. durhami
0
0
0
0
2
32
0
5
0
0
2
0
41
Sa. chloropterus
0
0
4
20
19
4
4
0
0
0
21
11
83
Sa. glaucodaemon
0
0
3
1
13
11
2
0
0
0
2
0
32
Sub-total
0
0
7
21
34
47
6
5
0
0
25
11
156
Total
163
21
7
144
179
93
259
1308
421
220
117
44
2976
64
Tabela 4.10: Incincia de mosquitos no Município de o Salvador do Tocantins. Valores absolutos de cada mês nas três áreas sob
influência do reservario do AHE Peixe Angical (TO), entre abril de 2005 e março de 2007.
São Salvador
Ano
2005
2006
2007
Total
Meses
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
Geral
Subfamília Anophelinae
An. albitarsis
0
0
0
1
0
0
0
128
18
300
215
148
810
An. darlingi
0
0
2
3
0
0
44
134
31
4
0
0
218
An. triannulatus
0
0
4
5
0
0
0
44
9
0
0
0
62
Sub-total
0
0
6
9
0
0
44
306
58
304
215
148
1090
Subfamília Culicinae
Cx. sp
0
15
3
4
16
19
0
101
55
24
7
4
248
Hg. janthinomys
43
0
0
0
12
34
76
131
0
0
0
0
296
Ps. albipes
131
0
0
0
0
7
293
237
103
61
0
0
832
Ps. ferox
13
48
3
4
28
74
140
29
0
0
0
0
339
Sub-total
187
63
6
8
56
134
509
498
158
85
7
4
1715
Tribo Sabethini
Li. durhami
0
0
0
0
9
0
0
0
0
0
0
0
9
Sa. chloropterus
0
8
0
0
1
176
11
0
0
0
0
0
196
Sa. glaucodaemon
0
0
0
0
8
31
3
0
0
0
0
0
42
Sub-total
0
8
0
0
18
207
14
0
0
0
0
0
247
Total
187
71
12
17
74
341
567
804
216
389
222
152
3052
65
Somatório das áreas
0
1000
2000
3000
4000
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Subfamília Anophelinae
0
500
1000
1500
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
An. albitarsis
0
200
400
600
800
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
An. darlingi
0
200
400
600
800
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
An. triannulatus
0
50
100
150
200
250
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Subfamília Culicinae
0
500
1000
1500
2000
2500
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Culex sp.
0
200
400
600
800
1000
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Figura 4.12: Gráficos de incidência das espécies de mosquitos, considerando o somatório das
ocorrências das três áreas de captura, com o respectivo intervalo de tolerância. Valores absolutos
de cada mês no entorno do reservatório do AHE Peixe Angical (TO), no período antes do
enchimento do reservatório (abril a dezembro de 2005), durante o enchimento (janeiro a março de
2006) e após o enchimento do reservatório (abril de 2006 a março de 2007).
Curva Populacional
Valor médio da distribuição
Intervalo de Tolerância
66
Hg. janthinomys
0
50
100
150
200
250
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Ps. albipes
0
200
400
600
800
1000
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Ps. ferox
0
50
100
150
200
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Tribo Sabethini
0
100
200
300
400
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Li. durhami
0
10
20
30
40
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Sa. chloropterus
0
50
100
150
200
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Sa. glaucodaemon
0
20
40
60
80
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Figura 4.13: Continuação dos gráficos de incincia das espécies de mosquitos, considerando o
somatório das ocorrências das três áreas de captura, com o respectivo intervalo de tolerância.
Valores absolutos de cada mês no entorno do reservatório do AHE Peixe Angical (TO), no
período antes do enchimento do reservario (abril a dezembro de 2005), durante o enchimento
(janeiro a março de 2006) e após o enchimento do reservatório (abril de 2006 a março de 2007).
Curva Populacional
Valor médio da distribuição
Intervalo de Tolerância
67
Somatório Peixe
0
500
1000
1500
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Subfamília Anophelinae - Peixe
0
200
400
600
800
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
An. albitarsis - Peixe
0
100
200
300
400
500
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
An. darlingi - Peixe
0
200
400
600
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
An. triannulatus - Peixe
0
50
100
150
200
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Subfamília Culicinae - Peixe
0
200
400
600
800
1000
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Culex sp. - Peixe
0
200
400
600
800
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Figura 4.14: Gráficos de incidência das espécies de mosquitos verificada no município de Peixe,
com o respectivo intervalo de tolerância. Valores absolutos de cada mês no entorno do
reservatório do AHE Peixe Angical (TO), no período antes do enchimento do reservatório (abril a
dezembro de 2005), durante o enchimento (janeiro a março de 2006) e após o enchimento do
reservatório (abril de 2006 a março de 2007).
Curva Populacional
Valor médio da distribuição
Intervalo de Tolerância
68
Hg. janthinomys - Peixe
0
20
40
60
80
100
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Ps. albipes - Peixe
0
200
400
600
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Ps. ferox - Peixe
0
50
100
150
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Tribo Sabethini - Peixe
0
10
20
30
40
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Li. durhami - Peixe
0
5
10
15
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Sa. chloropterus - Peixe
0
2
4
6
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Sa. glaucodaemon - Peixe
0
10
20
30
40
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Figura 4.15: Continuação dos gráficos de incidência das espécies de mosquitos verificada no
município de Peixe, com o respectivo intervalo de tolerância. Valores absolutos de cada mês no
entorno do reservatório do AHE Peixe Angical (TO), no período antes do enchimento do
reservatório (abril a dezembro de 2005), durante o enchimento (janeiro a março de 2006) e após o
enchimento do reservatório (abril de 2006 a março de 2007).
Curva Populacional
Valor médio da distribuição
Intervalo de Tolerância
69
Somatório Paranã
0
500
1000
1500
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Subfamília Anophelinae - Paranã
0
200
400
600
800
1000
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
An. albitarsis - Paranã
0
100
200
300
400
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
An. darlingi - Paranã
0
100
200
300
400
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
An. triannulatus - Paranã
0
20
40
60
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Subfamília Culicinae - Paranã
0
200
400
600
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Culex sp. - Paranã
0
50
100
150
200
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Figura 4.16: Gráficos de incidência das espécies de mosquitos verificada no município de
Paranã, com o respectivo intervalo de tolerância. Valores absolutos de cada mês no entorno do
reservatório do AHE Peixe Angical (TO), no período antes do enchimento do reservatório (abril a
dezembro de 2005), durante o enchimento (janeiro a março de 2006) e após o enchimento do
reservatório (abril de 2006 a março de 2007).
Curva Populacional
Valor médio da distribuição
Intervalo de Tolerância
70
Hg. janthinomys - Paranã
0
20
40
60
80
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Ps. albipes - Paranã
0
50
100
150
200
250
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Ps. ferox - Paranã
0
20
40
60
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Tribo Sabethini - Paranã
0
20
40
60
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Li. durhami - Paranã
0
10
20
30
40
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Sa. chloropterus - Paranã
0
5
10
15
20
25
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Sa. glaucodaemon - Paranã
0
5
10
15
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Figura 4.17: Continuação dos gráficos de incidência das espécies de mosquitos verificada no
município de Para, com o respectivo intervalo de tolerância. Valores absolutos de cada mês no
entorno do reservatório do AHE Peixe Angical (TO), no período antes do enchimento do
reservatório (abril a dezembro de 2005), durante o enchimento (janeiro a março de 2006) e após o
enchimento do reservatório (abril de 2006 a março de 2007).
Curva Populacional
Valor médio da distribuição
Intervalo de Tolerância
71
Somatório São Salvador
0
200
400
600
800
1000
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Subfamília Anophelinae - São Salvador
0
100
200
300
400
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
An. albitarsis - São Salvador
0
100
200
300
400
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
An. darlingi - São Salvador
0
50
100
150
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
An. triannulatus - São Salvador
0
10
20
30
40
50
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Subfamília Culicinae - São Salvador
0
200
400
600
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Culex sp. - São Salvador
0
50
100
150
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Figura 4.18: Gráficos de incidência das espécies de mosquitos verificada no município de São
Salvador do Tocantins, com o respectivo intervalo de tolerância. Valores absolutos de cada mês
no entorno do reservatório do AHE Peixe Angical (TO), no período antes do enchimento do
reservatório (abril a dezembro de 2005), durante o enchimento (janeiro a março de 2006) e após o
enchimento do reservatório (abril de 2006 a março de 2007).
Curva Populacional
Valor médio da distribuição
Intervalo de Tolerância
72
Hg. janthinomys - São Salvador
0
50
100
150
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Ps. albipes - São Salvador
0
100
200
300
400
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Ps. ferox - São Salvador
0
50
100
150
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Tribo Sabethini - São Salvador
0
50
100
150
200
250
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Li. durhami - São Salvador
0
2
4
6
8
10
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Sa. chloropterus - São Salvador
0
50
100
150
200
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Sa. glaucodaemon - São Salvador
0
10
20
30
40
abr
jun
ago
out
dez
fev
abr
jun
ago
out
dez
fev
2005 2006 2007
absol.
Figura 4.19: Continuação dos gráficos de incidência das espécies de mosquitos verificada no
município de São Salvador do Tocantins, com o respectivo intervalo de tolerância. Valores
absolutos de cada s no entorno do reservatório do AHE Peixe Angical (TO), no período antes
do enchimento do reservatório (abril a dezembro de 2005), durante o enchimento (janeiro a
março de 2006) e após o enchimento do reservario (abril de 2006 a março de 2007).
Curva Populacional
Valor médio da distribuição
Intervalo de Tolerância
73
4.5 Principais criadouros das formas imaturas de anofelinos
Dentre as formas imaturas de anofelinos que foram coletadas no entorno do reservatório
e/ou em um dos seus anexos, destacamos a presença das três principais espécies que vimos
analisando no presente estudo: An. darlingi, An. albitarsis e An triannulatus.
Figura 4.20: Exemplo típico dos criadouros onde foram coletadas fases imaturas de anofelinos
no entorno do reservario do AHE Peixe Angical no município de São Salvador.
Pupas e larvas de todos os estádios de An. darlingi e An. albitarsis foram coletadas
principalmente em remansos cobertos por densa vegetação no entorno do reservatório,
principalmente nos municípios de São Salvador e Paranã (Figuras 4.20, 4.21).
Em todas as amostragens positivas para o An. darlingi e An. albitarsis as coleções d’água
apresentavam aspecto límpido, translúcido e as formas imaturas se encontravam protegidas pela
vegetação. A temperatura e o pH da água pouco variaram, estando sempre entre 25 e 27
o
C e 6,0
e 7,0, respectivamente.
74
Figura 4.21: Exemplo típico dos criadouros onde foram coletadas fases imaturas de anofelinos
no entorno do reservario do AHE Peixe Angical no município de Paranã.
Figura 4.22: Exemplo típico dos criadouros onde foram coletadas fases imaturas de anofelinos,
principalmente An. triannulatus, no entorno do reservatório do AHE Peixe Angical no município
de Paranã.
Embora presente nas amostragens levadas a efeito em todos os pontos, as formas imaturas
de An. triannulatus foram coletadas preferencialmente nos poços d’água formados no município
de Paranã com o recuo do reservatório (Figura 4.22) e no ponto mais próximo a barragem do
reservatório no município de Peixe (Figura 4.23). De uma maneira geral, observamos grandes
variações quanto ao aspecto das coleções d’água positivas para o An. triannulatus. Enquanto os
criadouros localizados nos alagados no município de Paranã (Figura 4.22) apresentavam aspecto
límpido e translúcido, com temperatura da água entre 33 e 35
o
C e pH em torno de 6,0 e 7,0, no
75
município de Peixe o aspecto variou de ligeiramente acinzentada (Figura 4.23) a barrenta, com
temperatura da água sempre abaixo dos 26
o
C e pH variando de 5,0 e 7,0.
Figura 4.23: Exemplo típico dos criadouros onde foram coletadas fases imaturas de anofelinos,
principalmente An. triannulatus, no entorno do reservatório do AHE Peixe Angical no município
de Peixe.
Além dessas espécies de anofelinos aqui referenciadas, foram encontradas formas
imaturas de muitas das demais espécies capturadas nas varias etapas dos estudos realizados no
entorno do reservatório do AHE Peixe Angical. Entretanto, como a maioria delas não nos
parecerem estar diretamente associada à formação do reservatório, conforme discutido mais
adiante no capítulo 5.4, não serão alvo de análises mais aprofundadas no presente relato.
76
5 DISCUSSÃO
5.1 Inquérito Geral
A obtenção de informações entomológicas através do monitoramento de populações
de vetores de doenças tem se mostrado medida de vital importância na busca pelo equilíbrio
do homem com esses insetos e os agravos epidemiológicos a eles atribuídos. O presente
estudo visou essencialmente o acompanhamento entomológico e o estudo de aspectos
ecológicos de populações de culicídeos em ambiente alterado pelo homem. Tal abordagem
produz informação valiosa para o esclarecimento do comportamento desses insetos e para a
compreensão da sua relação com o homem.
A construção de usinas hidrelétricas constitui fator de intervenção dos mais
abrangentes ao meio ambiente, envolvendo profundas alterações no hábitat natural, com
mudanças nos sistemas hidrográficos, climáticos, biológicos e sociais das regiões envolvidas.
O represamento dos rios, o fluxo de população humana, a construção de centros urbanos, o
desmatamento e a conseqüente colonização de extensas áreas, criam condições favoráveis
para o implemento das populações de culicídeos, pois lhes fornecem criadouros e fontes de
alimentação adequados e abundantes (Tadei 1983, Tundisi 1988, Teodoro et al. 1995,
Quintero et al. 1996, Forattini 1998, Natal et al. 1998, Tadei et al. 1998, Tubaki et al. 1999,
Tadei & Thatcher 2000).
No presente trabalho as populações de culicídeos foram acompanhadas desde o início
do empreendimento do AHE Peixe Angical, passando pelos primeiros momentos de
enchimento do reservatório, até os meses que se seguiram à fase de operação da usina. Muitos
aspectos foram verificados quanto à dinâmica populacional das espécies e sua relação com a
sucessão de alterações ambientais, variações climáticas e questões de ecologia humana.
No inquérito geral o maior número de espécimes capturados pertenceu à subfamília
Culicinae, representando 61,85% dos espécimes capturados. A subfamília Anophelinae
abrangeu 33,95% dos espécimes e a tribo Sabethini 4,2% do total.
Na subfamília Anophelinae, An. albitarsis foi a espécie de maior ocorrência,
correspondendo a 59,9% dos anofelinos capturados, seguida de An. darlingi com 19,4% e An.
triannulatus com 11,9%.
77
An. albitarsis, o anofelino mais presente no AHE Peixe Angical, além de ser o mais
comum e amplamente distribuído no Brasil, tem relevante importância no cerio da
epidemiologia da malária, normalmente figurando como seu vetor secundário, principalmente
em áreas onde já foi introduzida a transmissão pelo An. darlingi (Deane 1986, Teodoro et al.
1995, Tadei & Thatcher 2000). A importância do An. albitarsis vem sendo reafirmada por
rios autores, que chegam inclusive a indicá-lo como vetor primário de malária em
determinadas localidades, como em áreas da Usina Hidrelétrica de Itaipu no Paraná
(Guimarães et al. 1997), Serra do Navio no Amapá (Póvoa et al. 2001) e na região de Boa
Vista em Roraima (Silva-Vasconcelos et al. 2002). É também considerado eficiente
colonizador de áreas alteradas e sob forte ação antrópica, tanto pela agropecuária tradicional
como por atividades agrícolas de grande porte (Arruda et al. 1986, Oliveira-Ferreira et al.
1990, Rubio-Palis 1992, Rubio-Palis & Curtis 1992, Forattini et al. 1995a, Forattini &
Massad 1998, Natal et al. 1998). Embora seja considerada uma espécie zoófila (Deane et al.
1988, Consoli & Lourenço-de-Oliveira 1994), muitos autores comentam sobre o seu intenso
comportamento antropofílico, picando o homem dentro e fora das casas, principalmente
quando na ausência de animais de grande porte nas imediações das habitações (Consolim
1974, Klein et al. 1990, Rubio-Palis & Curtis 1992, Forattini et al. 1995a, Guimarães et al.
1997).
O An. darlingi foi a espécie de maior importância epidemiológica capturada no AHE
Peixe Angical. Pois, além de tratar-se do principal vetor dos plasmódios causadores de
malária humana no Brasil, é freqüentemente associado ao surgimento da doença em
empreendimentos hidrelétricos. É intensamente antropofílico e o mais endofílico dos
anofelinos, sugando o homem no intra e extradomicílio (Deane et al. 1949, Hayes &
Charlwood 1979, Tadei 1983, Rosa-Freitas et al. 1998, Tadei & Thatcher 2000). Sua alta
competência vetorial permite que transmita o plasmódio causador da malária mesmo quando
se encontra em baixa densidade (Deane 1986, Consoli e Lourenço-de-Oliveira 1994, Quintero
et al. 1996, Tadei et al. 1998). Além desses fatores, pode ser encontrado em praticamente
todo o interior do país, possuindo alta susceptibilidade ao parasito, com registro das mais altas
taxas de infecção (Arruda et al. 1986, Tadei et al. 1988, Lourenço-de-Oliveira et al. 1989,
Oliveira-Ferreira et al. 1990, Tadei et al. 1993, Consoli & Lourenço-de-Oliveira 1994,
Quintero et al. 1996, Rosa-Freitas et al. 1998, Tadei et al. 1998).
Apesar de já ter sido constatada, experimental e naturalmente, a capacidade vetorial do
An. triannulatus, o seu comportamento acentuadamente zoófilo e exófilo, somente o indica
78
como um possível transmissor da malária sob condições de elevada densidade e na ausência
dos principais vetores. Alguns autores o incriminam como vetor em certas localidades por
terem sido encontrados espécimes naturalmente infectados (Arruda et al. 1986, Deane 1988 e
1989, Oliveira-Ferreira et al. 1990, Rosa-Freitas et al. 1998). Tradicionalmente, as formas
imaturas destes anofelinos são encontradas em grandes coleções quidas terrestres, de caráter
permanente, bem expostas à luz e com abundante vegetação aquática, como no caso do
reservatório do AHE Peixe Angical e em outros empreendimentos semelhantes (Quintero et
al. 1996, Tadei et al. 1998, Guimarães et al. 2004, Forattini 2002).
Dentre os representantes da subfamília Culicinae, as espécies que apresentaram maior
ocorrência foram: Culex sp. com 39,5%, Ps. albipes com 31,3%, Ps. ferox com 9,5%, e Hg.
janthinomys com 8,1%, do total de espécimes capturados nesta subfamília.
O gênero Culex encerra algumas espécies de interesse epidemiológico. A maior parte
dos representantes apresenta certa tendência a conviver com o homem e animais domésticos.
Mecanismos de co-evolução entre mosquitos silvestres, peri-urbanos e aqueles totalmente
urbanizados, têm sido responsáveis pela urbanização de importantes arboviroses silvestres,
transmitidas principalmente por espécies de culicíneos que tenham em comum hábitos de
hematofagia ornitofílica e/ou simiana. Dentre essas doeas, ressaltamos o caso do rus
causador da febre do oeste do Nilo, transmitido por espécies silvestres e urbanas do gênero
Culex, com inúmeros casos diagnosticados em humanos na América do Norte e recentemente
identificado infectando aves e eqüinos na América do Sul (Morales et al 2006, Bosch et al.
2007).
Os espécimes de culicinos capturados no AHE Peixe Angical foram reunidos e sempre
referenciados como Culex sp. devido às dificuldades inerentes a captura de principalmente
espécimes fêmeas e ao fato da diferenciação específica estar baseada quase que
exclusivamente em caracteres morfológicos das estruturas genitais dos espécimes machos.
Hg. janthinomys é um mosquito silvestre, acrodendrófilo, de hábito diurno, realizando
suas atividades nas horas mais quentes do dia. Dentre as espécies incriminadas como vetoras
potenciais do rus da FAS, Hg. janthinomys é considerado o principal vetor nas Américas
(Vasconcelos et al. 1992, Dégallier et al. 1998, Alencar et al. 2005). Sua distribuição
geográfica coincide com as áreas de endemia da febre amarela. Essa espécie também é
79
incriminada como transmissora do rus Mayaro, além de outros agentes arbovirais (Forattini,
2002).
Ps. albipes é uma espécie oportunista, zoofílica e de hábitos preferencialmente
diurnos, podendo picar ao crepúsculo e à noite, embora com menor intensidade. Cria-se em
depressões rasas no solo, transitórias e geralmente ricas em vegetação emergente, como
alagados, charcos e banhados. Na região norte brasileira tem sido associado à transmissão do
arbovírus Oriboca. Ps. ferox apresenta hábitos semelhantes ao Ps. albipes e têm sido
encontrado naturalmente infectado com os arbovírus causadores de encefalites, como
encefalite Venezuelana, no norte da América do Sul, incluindo a Amazônia brasileira,
encefalite Saint Louis, em Trinidad e Rocio e no litoral de São Paulo. Outros arbovírus foram
detectados nessa espécie, como rus Ilhéus e Mayaro. (Consoli e Lourenço-de-Oliveira 1994,
Forattini 2002).
Dentre os representantes da tribo Sabethini, Sa. chloropterus foi a espécie de maior
ocorrência, correspondendo a 55,2% dos espécimes capturados, seguida de Sa. glaucodaemon
com 22,9% e Li. durhami com 14,5%.
A significativa presença do Sa. chloropterus em áreas do AHE Peixe Angical ganha
em importância pelo fato da espécie ser reconhecida como o principal sabetínio
freqüentemente associado à ocorrência da FAS no Brasil. Foi encontrado naturalmente
infectado pelo vírus amarílico na América Central e posteriormente no estado do Maranhão,
no Brasil (Vasconcelos et al. 1997). Seus hábitos acrodendrófilos, a susceptibilidade
experimental ao vírus e a presença marcante em surtos foram decisivos para o seu real
potencial de participação como transmissor do vírus amarílico. Embora ocorra durante todo o
ano, pois seus criadouros raramente secam completamente, é na época das chuvas que sua
população atinge os índices mais elevados, fato esse também comprovado no presente estudo.
Apesar de essencialmente silvestre, é eclético quanto ao hospedeiro, atacando o homem com
certa facilidade.
Sa. glaucodaemon é um mosquito essencialmente diurno e acrodendrófilo. Cria-se em
recipientes naturais permanentes, preferencialmente em ocos de árvore. Desenvolve-se em
ambientes silvestres, representado pelas coberturas vegetais que caracterizam as florestas
tropicais. É considerado vetor potencial da FAS em algumas regiões da América do Sul
(Roberts et al., 1981; Roberts et al., 1985).
80
Li. durhami é uma espécie associada à ambientes urbanos, sendo freqüentemente
encontrada em criadouros artificiais (Guimarães e Arlé 1984, Lopes et al. 1993, Tubaki et al.
1999). Forattini (1965) cita que as formas imaturas de Limatus podem ser encontradas em
criadouros naturais, como internódios de bambus, buracos em árvores e cascas de frutos. Essa
espécie já foi encontrada portando vírus no Brasil (Hervé et al., 1986).
5.2 Prevalência por Município Impactado pelo AHE Peixe Angical
Visando a representatividade mais abrangente possível, a escolha dos pontos de
capturas no entorno do reservatório do AHE Peixe Angical, levou em consideração as três
grandes áreas dos municípios sob a sua influência direta. Foi verificado quais fatores
ambientais, bem como quais eventos estavam relacionados diretamente com o
81
empreendimento, exercendo inflncia diferenciada nas populações de culicídeos de cada um
dos pontos de captura.
A área de maior incidência de mosquitos foi constatada no município de Peixe (X
w
=
303,42), seguido dos municípios de São Salvador do Tocantins (X
w
= 184,09) e Paranã (X
w
=
164,92). Na macro região de Peixe, onde está localizado o canteiro principal do
empreendimento, uma área de intensa atividade humana, foi favorável a captura de espécies
normalmente encontradas colonizando áreas sob forte alteração ambiental. Essas observações
o de encontro a relatos de vários autores em diferentes localidades (Arruda et al., 1986;
Oliveira-Ferreira et al., 1990; Rubio-Palis, 1992; Rubio-Palis & Curtis, 1992; Forattini et al.,
1995a; Forattini & Massad, 1998; Natal et al., 1998; Guimarães et al., 2004).
Apesar da maior prevalência no município de Peixe, todas as espécies da subfamília
Anophelinae estiveram presentes nas três áreas de captura. Tendo em vista a proximidade da
obra e conseqüentemente o intenso fluxo de pessoas na localidade, foi no município de Peixe
que observamos as melhores condições para a presença dos anofelinos, que além dos locais
para posturas dos ovos obtinham também grande oferta de fontes para a realização da
hematofagia.
An. albitarsis foi o anofelino de maior ocorrência nas três grandes áreas trabalhadas.
Realizando estudos em áreas alagadas pelo reservatório da Usina Hidrelétrica Binacional de
Itaipu (PR), Guimarães et al. (1997) relataram o An albitarsis como a espécie mais abundante,
inclusive relacionando sua presença com os casos de malária ocorridos na região. Forattini et
al. (1995a), também ressaltam a presença desses anofelinos em áreas alagadas para cultivo de
arroz, em São Paulo, referindo-se ao fato de fêmeas terem sido atraídas a hematofagia em
humanos tanto no peri como intradomicílio.
An. darlingi, o anofelino com a segunda maior ocorrência em nossas observações,
também foi registrado em altas densidades populacionais em estudos realizados no estado de
Rondônia (Tadei et al. 1988) e nas hidrelétricas de Tucuruí no estado do Pará (Tadei 1983) e
de Serra da Mesa no estado de Goiás (Guimarães et al. 2004). Quintero et al. (1996),
estudando o impacto causado pela hidrelétrica de Balbina (AM), em áreas originalmente de
atividade agropecuária, constataram que apesar de no início das obras a presença deste
anofelino ter sido muito baixa, foi aumentando gradativamente com o enchimento do
reservatório, estando presente significativamente tanto no peri como no intradomicílio.
82
Guimarães et al. (1997) referem-se a total ausência da espécie nos estudos realizados na Usina
Hidretrica Binacional de Itaipu (PR).
Em acordo com as observações de Guimarães et al. (2004) na Usina Hidrelétrica de
Serra da Mesa (GO), o An. triannulatus foi a terceira espécie de anofelino de maior ocorrência
em nossos estudos. Por outro lado, nas observações levadas a efeito na hidrelétrica de Balbina
(AM), além de ter sido uma das espécies mais freqüentes, foi aquela com maior incidência no
peridomicílio (Quintero et al., 1996).
Dentre as quatro espécies de culicíneos estudadas, observamos prevalências
diferenciadas em relação aos pontos onde foram capturadas. Cx. sp e Ps. albipes apresentaram
as maiores ocorrências no município de Peixe, enquanto para Ps. ferox a maior presença foi
observada no município de São Salvador e de Hg. janthinomys em Paranã. Entretanto,
constatamos que as quatro espécies estiveram presentes nos três municípios.
De uma maneira geral, o gênero Culex reúne espécies com características específicas
que permitem a sua presença em ambientes significativamente diferenciados, desde grandes
centros urbanos a áreas típicas de matas bem preservadas (Forattini, 2002). Nas presentes
amostragens, embora o tenha sido possível a diferenciação específica nos espécimes
capturados, constatamos tida preferência por ambientes antropofizados, o que fez com que
as maiores ocorrências fossem observadas no município de Peixe.
Assim como constatado no presente estudo, em observações realizadas no Parque
Nacional do Iguaçu, Guimarães et al. (2003) relatam a prefencia de Ps. albipes e Ps. ferox
por áreas de cobertura vegetal com influência direta de grandes coleções d’água. Guimarães et
al. (1989) relatam, em estudo realizado em área de Mata Atlântica no município de Itaguaí,
que Ps. ferox se trata de espécie quase que exclusivamente silvestre, sendo raras as
ocorrências em áreas próximas aos domicílios.
Hg. janthinomys é encontrado quase que exclusivamente em florestas tropicais
úmidas, que ainda mantenham características de matas primárias, raramente se afastando das
áreas circunvizinhas. É norio que, devido à sua característica silvestre, essa espécie é
raramente encontrada em habitações humanas ou no peridomicílio. Atribuímos a isso sua
menor prevalência relatada no município de Peixe, ambiente mais antpico em relação aos
demais. Sua importância epidemiológica reside na transmissão de patógenos em ambientes
florestais (Consoli & Lourenço-de-Oliveira, 1994).
83
Na tribo Sabethini, ao contrário do constatado nas demais, as três espécies analisadas
apresentaram respectivamente maior prevalência nos municípios de Paranã e o Salvador.
Dorvil (1996) relaciona os sabetínios à ambientes silvestres, que não tenham sofrido
alteração antrópica acentuada, o que explicaria a preferência dessa tribo pelos municípios de
Paranã e São Salvador, que apresentam ambientes mais preservados.
Forattini (2002) aponta que os Sabethini apresentam comportamento silvestre e têm
difícil adaptação às alterações no ambiente. Entretanto, em áreas do Parque Nacional do
Iguaçu (PR), embora o Sa. chloropterus tenha sido encontrado com preferência nitidamente
ao ambiente silvestre, também pode ser capturado nas proximidades da Vila Residencial
existente no interior do parque (Guimarães et al., 2003).
Li. durhami já foi associado tanto à ambientes silvestres (Forattini et al., 1978a;
Guimarães et al., 1989; Guimarães et al. 2000a,b e Forattini et al., 1993c) como a áreas
urbanizadas, tendo inclusive sido coletado colonizando criadouros artificiais resultantes da
atividade humana (Guimarães & Arlé 1984, Lopes et al. 1993, Tubaki et al. 1999) e
convivendo com formas imaturas de Aedes aegypti e Ae. albopictus, que são mosquitos
altamente domésticos (Consoli & Lourenço-de-Oliveira, 1994).
5.3 Fatores Climáticos e Freqüência Estacional
O estudo da variação estacional dos culicídeos contribui para a compreensão dos
possíveis agravos ecológicos e epidemiológicos decorrentes de ações antrópicas no meio-
ambiente, nos permitindo identificar a época de maior densidade vetorial e de riscos à
transmissão de enfermidades, apontando os períodos mais propícios para medidas de
intervenção. As populações de culicídeos, em condições naturais, apresentam flutuações que
indicam meses de preferência em acordo com aspectos climáticos de cada ecossistema
(Guimarães et al. 2000d, 2001). Entretanto, a intervenção do homem no ambiente altera essa
84
dinâmica natural das populações, podendo gerar picos de ocorrências diferentes ou não
daqueles esperados, considerando-se os meses nos quais essas presenças poderiam ser
naturalmente favorecidas ou o (Guimarães et al. 2004).
Considerando o somario dos mosquitos capturados no AHE Peixe Angical, a maior
freqüência foi observada nas amostragens do mês de abril. Pelas normais climatológicas do
INMET, o período das grandes chuvas na rego ocorre sistematicamente entre os meses de
outubro e abril do ano seguinte. Em nossos estudos, constatamos que mais uma vez essas
precipitações ocorreram gradativamente de dezembro a abril, tendo como conseqüência quase
imediata o aumento significativo no somatório dos espécimes de mosquitos nos meses de abril
de 2005 e 2006 (Tabelas 3.1 e 4.2), principalmente em referência a subfamília Culicinae,
incluindo a tribo Sabethini (Figuras 4.3 e 4.4). Em contrapartida, em função do período de
seca característico da região, que pelas normais do INMET prolongam-se de junho a
setembro, o mês de maio marcou o início da diminuição da presença das principais espécies
de culicídeos na região, exceto pela ocorrência da subfamília Anophelinae.
A associação entre a disponibilidade de criadouros com as chuvas m de encontro
com o resultado obtido por muitos autores (Forattini et al. 1968, Hayes & Charlwood 1979,
Guimarães et al. 2000d). Mesmo em ambientes alterados artificialmente, onde são
freqüentemente introduzidos criadouros gerados pela ação antrópica, têm-se observado que a
dinâmica populacional dos culicídeos ainda pode manter-se fortemente influenciada por
precipitações pluviométricas (Forattini et al. 1995a, 1996).
Os meses de junho e outubro mostraram-se mais favoráveis a ocorrência dos
representantes da subfamília Anophelinae. As mais fortes presenças das espécies da
subfamília foram constatadas no mês de outubro nos municípios de Peixe e São Salvador,
ficando para o mês de junho as amostragens em Paranã. O período menos favorável ocorreu
de dezembro a fevereiro. Conforme estaremos discutindo no capítulo a seguir, ao contrário
das outras subfamílias/tribo analisadas, os anofelinos o apresentaram um padrão de
distribuição indicando preferência pelos meses de maior precipitação pluviométrica.
Hayes & Charlwood (1979), em estudos na região Amazônica, verificaram que nos
períodos de maior precipitação pluviométrica ocorria decréscimo populacional de An.
darlingi. As observações desses autores, que associam o alagamento provocado pelas intensas
85
chuvas a indisponibilidade dos criadouros de anofelinos, podem também ser consideradas em
relação ao fenômeno semelhante ocorrido nas amostragens realizadas no AHE Peixe Angical.
Conforme destacado anteriormente, o mês de abril foi o que se mostrou mais favorável
e agosto o mais desfavorável para os representantes da subfamília Culicinae. Essa alternância
demonstra claramente o quanto as chuvas, conseqüentemente os criadouros temporários por
elas produzidos, são determinantes para as espécies da subfamília. Importantes espécies como
Hg. janthinomys, principal vetor dorus causador da febre amarela silvestre no Brasil,
utilizam-se quase que exclusivamente de ocos de árvores, mantidos pelas chuvas regionais,
como local para a postura dos seus ovos. Alencar et al. (2008) referem-se à necessidade de
múltiplas imersões dos ovos do Hg. janthinomys para que ocorra a eclosão das larvas nesses
criadouros, demonstrando assim a importância do ciclo pluviométrico para a espécie,
principalmente se tratando de área representativa do Cerrado.
A tribo Sabethini apresentou o período de dezembro a fevereiro como mais favorável,
coincidindo com o período de maior precipitação pluviométrica na região. Os meses de maior
incidência em cada localidade foram: abril em Peixe, dezembro em Paranã e fevereiro em São
Salvador. No período de seca, que se estende de junho a agosto, foram registradas as menores
incidências da tribo.
Embora inserido em áreas tipicamente de Cerrado, as observações para as ocorrências
das principais espécies de culicíneos, Cx. sp., Hg. janthinomys, Ps ferox e Ps. albipes,
incluindo representantes dos sabetínios, Li. durhami, Sa. chloropterus e Sa. glaucodaemon,
no entorno do reservatório do AHE Peixe Angical, corroboram as observações de Bates
(1949), Causey & Santos (1949), Galindo et al. (1950), Forattini et al. (1968), Guimarães &
Ar(1984) e Guimarães et al. (2000d), que relatam o fato de no clima tropical a incidência
dos mosquitos estar diretamente relacionada as precipitações pluviométricas. Devemos
considerar ainda que no AHE Peixe Angical, por se tratar de uma vasta área de Cerrado, onde
se torna mais difícil a manutenção de criadouros em épocas climatologicamente
desfavoráveis, muitas espécies desaparecem por completo durante os meses de seca.
86
5.4 Incidência no Período de Formação do Reservatório
O monitoramento das populações de culicídeos em áreas sob forte impacto ambiental,
revela importantes aspectos da biologia desses insetos, que no caso da região do AHE Peixe
Angical, estão expostos simultaneamente a mecanismos de ão antrópica e as alterações
ambientais resultantes do processo como um todo. nos primeiros atos dessa interferência,
são constatadas significativas mudanças na dinâmica populacional das comunidades de
vetores atingidas. No caso específico da instalação de empreendimentos hidrelétricos e a
conseqüente formação do seu reservatório, a grandeza do desequilíbrio causado é capaz de
suplantar a influência dos fatores climáticos, que geralmente são indicados como moduladores
naturais das populações de culicídeos (Causey & Santos 1949, Guimarães et al. 2000d).
Pela análise da ocorrência total de mosquitos no AHE Peixe Angical, observamos que
no primeiro ano, período anterior à formação do reservario, as incidências seguiram o
padrão de distribuição típico das regiões sob influência das condições cliticas. Nos meses
87
onde ocorreram as maiores precipitações pluviométricas foram registradas as maiores
incidências populacionais, com destaque para abril de 2005. no período de junho a agosto,
época de estiagem na região, foram observadas as menores incidências.
Guimarães et al. (2000d) atribuem os picos populacionais de alguns mosquitos, em
período de chuvas, ao aumento na disponibilidade de potenciais criadouros. Em áreas de
ambiente estável, as chuvas determinam diretamente na oferta de criadouros, portanto são
consideradas indicadores de flutuação das populações. Entretanto, em áreas onde o fator
impactante influencie de forma expressiva na disponibilidade de criadouros, como nos
reservatórios de usinas hidrelétricas, a incidência das chuvas nos parece interferir de forma
indireta na dinâmica populacional das espécies.
Em 2006, com o início do processo de enchimento do reservatório, a curva
populacional de culicídeos apresentou acentuada expansão, registrando um expressivo pico
populacional no mês de junho, mantendo essas altas incidências nos meses de agosto e
outubro. Essas observações demonstram a importância da formação do reservario sob as
populações de culicídeos, pois, não apenas na região do AHE Peixe Angical, esse período
caracteriza-se por apresentar condições climáticas desfavoráveis a fauna culicideana. A
influência dessas alterações ambientais voltaria a ser notada pela brusca diminuição desses
culicídeos a partir do mês de dezembro de 2006, período em que tradicionalmente ocorrem
maiores precipitações pluviométricas e conseqüentemente deveria ocorrer o aumento dessas
populações (Figura 4.12).
Nas três grandes áreas ao entorno do AHE Peixe Angical, as três espécies de
anofelinos estudadas apresentaram discreta incidência ao longo do primeiro ano de
amostragem. Em 2006, já com a formação do reservatório, observamos relação inversa entre a
presença desses anofelinos e os fatores climáticos, isto é: durante a estiagem e as menores
aferições de temperatura e umidade relativa do ar, foi tido o aumento no número de
espécimes, que se prolongou até o mês de outubro. Esse resultado nos parece associado à
presença do reservatório, que disponibilizou direta ou indiretamente, pela formação de
bolsões d’água em áreas anexas, criadouros para as formas imaturas de anofelinos durante
todo o ano, mesmo em períodos naturalmente desfavoráveis.
Guimarães et al. (1997) nos estudos na Usina Hidrelétrica Binacional de Itaipu (PR),
dissertam sobre o fato do regime anual de chuvas não influenciar diretamente na ocorrência
88
dos anofelinos, devendo-se levar em conta que o reservatório da usina permaneceu inalterado
como criadouro potencial durante todo o ano, independente do regime de chuvas. Em áreas do
Cerrado brasileiro, Guimarães et al. (2004) fazem referência ao papel secundário das
condições climáticas nos locais sob a inflncia do reservatório da Usina Hidrelétrica de Serra
da Mesa (GO).
Analisando as espécies de anofelinos individualmente, observamos que enquanto An.
albitarsis e An. triannulatus seguiram o padrão da subfamília, com altas incidências
registradas durante o período de junho a outubro, An. darlingi registrou um único pico de
incidência no mês de junho, logo após a formação do reservatório. Alguns autores em estudos
realizados em diferentes regiões referem-se ao favorecimento do An. darlingi em função da
formação dos reservatórios em áreas de usinas hidrelétricas (Quintero et al. 1996, Tadei et al.
1993, Guimarães et al. 2004).
A associão entre a ocorrência de mosquitos da subfamília Culicinae e a instalação de
empreendimentos hidrelétricos ainda é pouco conhecida. Luz & Lourenço-de-Oliveira (1996)
sugerem que a mudança ambiental causada pela construção de usinas hidrelétricas podem
favorecer o desenvolvimento e abunncia de culicíneos vetores de doenças e que estudos
deveriam ser realizados antes e após a formação dos reservatórios. Quintero et al. (1996), em
estudos realizados na Usina Hidrelétrica de Balbina (AM), relatam que a densidade e
diversidade de culicíneos em áreas sob inflncia da hidrelétrica se mantiveram constantes
antes e após o enchimento do reservatório.
Assim como observado para os anofelinos, as espécies de culicíneos capturadas em
áreas do AHE Peixe Angical parecem se utilizar do reservatório principal para a postura dos
ovos e criação das formas imaturas. Entretanto, diferentemente dos anofelinos, as
significativas incidências nas amostragens nos períodos que precederam a formação do
reservatório indicam que os criadouros implementados pelo ciclo anual de chuvas são
determinantes a presea desses mosquitos. Todavia, não devem ser desconsideradas as altas
incidências de culicíneos observadas no mês de junho de 2006 (Figura 4.12), que indicam a
possível inflncia do reservatório nesse período, principalmente se levarmos em conta que o
momento é climatologicamente desfavorável.
Mesmo tendo sido consideradas apenas a vel genérico, as espécies referenciadas
como Culex sp. demonstraram padrão de ecletismo quanto aos locais a serem utilizados para
89
criadouros das suas forma imaturas (Consoli & Lourenço-de-Oliveira 1994 e Forattini 2002).
Em nossas observações, formas imaturas foram encontradas em criadouros que variaram
desde depósitos artificiais, ricos em matéria orgânica, a outros tipicamente silvestres e
resultantes da atuação dos fatores climáticos ou alterações ambientais, como os inerentes do
empreendimento do AHE Peixe Angical. Assim, embora a formação do reservatório possa ter
implementado de maneira oportunística a presença de espécies de Culex sp. (Figura 4.12), não
nos parece que tenha sido determinante para ocorrência do gênero, que pode ser encontrado
nas amostragens realizadas em diferentes momentos e em todos os pontos estudados.
Apesar de ter registrado incidências relacionadas à estação chuvosa nas amostragens
realizadas principalmente no município de Peixe (Figura 4.15), a presença do Hg. janthinomys
no período de abril a agosto de 2006 nos pontos de captura no entorno do reservatório nos
municípios de São Salvador (Figura 4.19) e principalmente de Paranã, onde apresentou três
importantes picos populacionais (Figura 4.17), além de demonstrar que a espécie também
pode ser favorecida indiretamente pela formão do reservatório, vêm de encontro às
observações de Alencar et al. (2008), que referem-se a necessidade de múltiplas imeres dos
ovos desse mosquito para a eclosão das suas larvas.
Pelas amostragens no município de Paranã, constatamos que no mês de junho de 2006
a presença do Hg. janthinomys esteve muito acima dos índices esperados para o período
(Figura 4.17). Se concomitante a essas observações, considerarmos que as principais áreas de
alagamento no município de Paranã se encontram no extremo sul do reservatório (Figura
4.21), sujeitas assim a sucessivas alternâncias do seu nível de enchimento, proporcionando a
formação de pequenos depósitos d’água nos fragmentos de mata localizados as suas margens,
devemos associar fortemente essas significativas incidências da espécie, em períodos
climaticamente desfavoráveis, a formação desses criadouros alternativos.
Se observarmos as ocorrências do Ps. albipes e Ps. ferox nos períodos chuvosos
anteriores ao enchimento do reservatório, abril de 2005 e 2006, constatamos que as
populações das duas espécies nos parecem ter sido favorecidas em ambos os momentos.
Embora, nos dois casos a presença de espécimes ainda pode ser prolongada por algum tempo,
a significativa queda observada nos meses seguintes nos indicam que o reservatório teve
participação secundária nesse processo (Figura 4.13, 4.15, 4.17 e 4.19).
90
Mesmo tendo sido pouco representada no somatório geral dos culicídeos, as principais
espécies da tribo Sabethini demonstraram mais uma vez a importância dos fatores climáticos
para formação dos criadouros e conseqüentemente a ocorrência dos espécimes adultos nos
diferentes tipos de amostragens (Luz & Lourenço-de-Oliveira 1996, Quintero et al. 1996,
Guimarães et al. 2000 a/b). O período que precedeu a formação do reservatório principal,
dezembro de 2005 a fevereiro de 2006, que corresponde ao de maiores precipitações
pluviométricas na região, apresentou-se como o mais favorável. A partir de abril de 2006,
apesar da conclusão do enchimento do reservatório, as condições climáticas desfavoráveis
foram responsáveis pelas baixas incidências para todas as espécies da tribo (Figura 4.13).
Essas observações nos indicam fortemente que a formação do reservatório não causou
nenhum efeito na densidade populacional da tribo Sabethini.
No contexto geral das nossas observações, o aumento significativo da ocorrência de
anofelinos após a formação do reservatório traz embutido o risco potencial de surgimento de
casos de malária, especialmente se tratando de uma região de intenso fluxo migratório
humano. Fatos como aqueles observados por Guimarães et al. (2004), em estudos semelhantes
na Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa (GO), quando o enchimento do reservatório,
associado a chegadas de comunidades de trabalhadores, garimpeiros e de um diversificado
comércio, oriundo de regiões malarígenas da Amazônia, fez com que o aumento na densidade
das populações do An. darlingi ocasionasse o implemento dos casos diagnosticados de
malária nas região. Consideramos como de igual importância a presença do Hg. janthinomys,
principal transmissor do rus causador da febre amarela silvestre no Brasil, nas amostragens
levadas a efeito às margens do reservatório e em períodos do ano desfavoráveis
climatologicamente a presença da espécie.
91
5.5 Principais criadouros das formas imaturas de anofelinos
Historicamente a construção de usinas hidrelétricas vem sendo responsabilizada pelo
surgimento ou aumento dos casos de malária, não apenas por levar para áreas do
empreendimento pessoas oriundas de áreas com a presença da doença, mas também por
favorecer o desenvolvimento de formas imaturas de espécies de anofelinos ao longo das
margens do reservatório, formado pelo represamento do rio responsável pela movimentação
das turbinas geradoras de energia (Guimaes et al. 1997, Tauil 2002, Guimarães et al. 2004,
Tadei et al. 1998).
Após o término da fase de enchimento do reservatório do AHE Peixe Angical, em
abril de 2006, quando extensa área da vegetação foi submersa pelo represamento do rio
Tocantins e conseqüentemente também pelo rio Paranã, seu principal afluente, ocorreu um
processo de retração natural do nível d’água pelo início da operação da usina e o
enfrentamento do período normal de seca na região, sazonalmente de maio a outubro. Esse
fenômeno, típico de empreendimentos hidrelétricos, fez com que grandes quantidades de
poças d’água, de diferentes tamanhos e configurações, fossem formadas no entorno do
reservatório e nas áreas próximas aos locais de captura de mosquitos adultos (Figura 4.22).
Concomitantemente a formação desses criadouros temporários observamos expressivo
aumento na incidência das três principais espécies de anofelinos adultos analisadas, An.
darlingi, An. albitarsis e An. triannulatus (Figura 4.3).
92
Segundo Forattini (2002) o An. darlingi pode ser considerado um anofelino
tipicamente “fluvial”, pois os seus principais criadouros são formados por remansos ao longos
dos cursos dos rios. Nesses remansos o freqüentemente encontradas grande quantidade e
variedade de plantas aquáticas emergentes ou flutuantes (Eichhornia, Salvinia, Pistia, etc.)
que proporcionam abrigo e proteção ao desenvolvimento de larvas de anofelinos (Tadei 1983;
Hudson 1984). Esse nos parece ser o caso dos muitos remansos encontrados no entorno do
reservatório do AHE Peixe Angical onde foram coletadas em diferentes oportunidades formas
imaturas de An. darlingi, An. albitarsis e An. triannulatus, dentre outras (Figuras 4.20 a 4.23).
A presença do An. albitarsis associada a criadouros resultantes da ação antrópica vem
sendo relatada em estudos realizados em diferentes regiões brasileiras. Teodoro et al. (1995) e
Guimarães et al. (2004) estudando a incidência de anofelinos em áreas da Usina Binacional de
Itaipu (PR) e Forattini & Massad (1998) em áreas de irrigação agrícola no estado de São
Paulo, o apenas comprovam a presença do An. albitarsis nesses tipos de criadouros, como
associam a esse anofelino a transmissão dos pagenos causadores dos casos de malária
diagnosticados na região.
Embora o An triannulatus, assim como An. darlingi e An. albitarsis, também se utilize
de grandes coleções d’água e com abundante vegetação para postura dos ovos, diferente
desses, têm as formas imaturas encontradas preferencialmente em locais que mantenham-se
bem expostos à luz (Berti et al. 1993 e Forattini 2002). No presente relato, observamos que,
provavelmente por preferirem os criadouros e áreas de maior insolação direta (Figuras 4.22 e
4.23), o An. triannulatus tenha mantido significativa incidência durante ao final do período de
seca, em outubro de 2005, antes do enchimento do reservatório (Figura 4.14). O relativo
ecletismo relatado por vários autores (Rojas et al. 1992, Guimarães et al. 1997, Couto et al.
2001, Stein et al. 2004, Rubio-Palis 2005) para os locais de postura dos ovos pelo An.
triannulatus também pode ser constatado no presente estudo, quando encontramos desde
criadouros com coleções d’água de aspecto límpido e translúcido, com temperatura da água
entre 33 e 35
o
C e pH em torno de 6,0 e 7,0 a outros tantos com o aspecto variando do
ligeiramente acinzentado ao amarelado e barrento, com temperatura da água sempre abaixo
dos 26
o
C, por vezes em torno dos 21
o
C, e pH variando de 5,0 e 7,0
93
6 CONCLUSÕES
A subfamília Culicinae foi a mais presente no AHE Peixe Angical (61,85%), seguida da
subfamília Anophelinae (33,95%) e da tribo Sabethini (4,2%).
Os pontos de captura no município de Peixe, próximos aos locais de maior atividade
humana, apresentaram a maior prevalência para o An. darlingi, An. albitarsis e An.
triannulatus.
Os pontos de captura no município de Paranã, próximos aos locais mais preservados e
de menor atuação antrópica, apresentaram a maior prevalência para as espécies da tribo
Sabethini.
As espécies da subfamília Culicinae demonstraram ecletismo quanto aos pontos de
prevalência.
No período anterior a formação do reservatório principal do AHE Peixe Angical, a
incidência da fauna de mosquitos foi influenciada pelos fatores climáticos regionais,
principalmente pelas precipitações pluviométricas.
No somario das espécies que tiveram a freqüência estacional relacionada ao regime
pluviométrico, as maiores incidências ocorreram no mês de abril, e as menores no mês
de agosto. Após a formação do reservario principal do AHE Peixe Angical, os fatores
climáticos regionais, especialmente a pluviometria, tiveram influência secundária na
incidência da subfamília Anophelinae.
94
A construção do AHE Peixe Angical e a conseqüente formação do reservatório
exerceram forte influência na incidência do An. darlingi, An. albitarsis e An.
triannulatus.
A flutuação populacional do An. darlingi, An. albitarsis e An. triannulatus acompanhou
a formação do reservatório de maneira direta e praticamente imediata.
Sob condições especiais, como freqüentes alterações no nível d’água, que podem
produzir pequenos depósitos temporários, o reservatório de empreendimentos
hidrelétricos favorece a incidência do Hg. janthinomys.
Nenhuma das espécies da tribo Sabethini foi influenciada pela formação do reservatório
do AHE Peixe Angical.
A ação oportunística característica do Gênero Culex, fez com que as suas formas
imaturas fossem freqüentemente encontradas às margens do reservatório do AHE Peixe
Angical.
Todas as fases das formas imaturas das três principais espécies de anofelinos presentes
nas capturas de adultos no AHE Peixe Angical, An. darlingi, An. albitarsis e An.
triannulatus, foram coletadas no reservatório principal e/ou nas coleções d’água por ele
produzidas.
A importância epidemiológica de espécies de culicídeos como: An. darlingi, An.
albitarsis, e Hg. janthinomys, presentes e diretamente relacionadas ao AHE Peixe
Angical, indicam fortemente que seja realizado o monitoramento das populações desses
vetores em áreas sob intensa intervenção do homem, especialmente em
empreendimentos hidrelétricos semelhantes.
95
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