membranas de asa de morcego (MANGO; GALUN, 1977), pele de coelhos (TAWFIC;
GUIRGIS, 1969; HOWARTH; HOKAMA, 1983; VOIGT et al., 1993; MUSYOKI et al.,
2004; BONNET et al., 2007), mesentério e pele de bovinos (KEMP et al., 1975; VOIGT et
al., 1993), camundongos (HOWARTH; HOKAMA, 1983; BURKOT et al., 2001), gerbis
(BONNET et al., 2007), suínos (OSBORNE; MELLOR, 1985) e aves (TAWFIC; GUIRGIS,
1969; UCHIKAWA, 1976; OSBORNE; MELLOR, 1985; ABBASSY, et al., 1994).
A membrana corioalantóide de ovos embrionados de galinha foi empregada com
sucesso na alimentação, em laboratório, dos carrapatos Ornithodoros moubata, O. turicata, O.
parkeri, O. hermsi, porém o mesmo não foi observado para o carrapato Argas reflexus
(BURGDORFER; PICKENS, 1954). Membrana semelhante foi utilizada no ingurgitamento
de larvas de B. microplus (PIERCE; PIERCE, 1956) e na manutenção de colônias de O.
moubata (HOOD et al., 1976). Em trabalho envolvendo a transmissão de patógenos
cultivados em ovos, Burgdorfer; Pickens (1954) conseguiram infectar os carrapatos O.
moubata e O. turicata com Coxiella burnetti, Bacterium tularense, Leptospira
icterohaemorrhagiae e o vírus da encefalopatia eqüina do oeste.
A membrana da asa de morcego foi empregada na manutenção in vitro do ciclo de O.
moubata (MANGO; GALUN, 1977). Avaliando dois tipos de membranas naturais na
alimentação de A. arboreus, Tawfic; Guirgis, (1969) observaram que os carrapatos não se
alimentaram através de membranas de ceco e pele de coelhos, mas obtiveram bons resultados
quando os carrapatos foram expostos a membranas de englúvio e pele de aves. Howarth;
Hokama (1983) utilizaram pele de coelho e camundongo na transmissão de A. marginale por
D. andersoni. Voigt et al., (1993) utilizaram com sucesso membrana de pele de coelho na
manutenção, em laboratório, dos carrapatos A. variegatum e O. savignyi. Na utilização de
membranas provenientes de pele de coelhos para alimentar e infectar o estágio adulto do
carrapato R. appendiculatus, Musyoki et al. (2004) observaram que o peso e a taxa de
infecção dos carrapatos alimentados artificialmente não diferiu dos carrapatos alimentados
sobre bovinos. Bonnet et al. (2007), a fim de reproduzir in vitro a parte do ciclo do parasita
Babesia divergens que ocorre no vetor, realizaram a infecção experimental de I. ricinus,
utilizando a técnica de alimentação artificial através de membrana de pele de gerbil e de
coelho.
A partir de membrana proveniente de pele bovina, Kemp et al. (1975), observaram o
ingurgitamento de larvas de B. microplus. Este tipo de membrana foi empregado no estudo da
transmissão de T. mutans e Cowdria ruminatium por A. variegatum (VOIGT et al., 1993).
Burkot et al. (2001) infectaram com êxito carrapatos adultos de I. scapularis, com B.
burgdorferi, através de alimentação artificial em membrana de camundongo. Em 1976,
Uchikawa conseguiu alimentar o argasídeo A. japonicus através de membrana oriunda de pele
de galinha. O mesmo trabalho tentou sem sucesso a transmissão in vitro do vírus da encefalite
japonesa.
A fonte de alimentação pode ser meio de cultura (KEMP et al., 1975), papa de
hemácias (HOWARTH; HOKAMA, 1983), sangue total (UCHIKAWA, 1976; ABEL, 1999)
sangue desfibrinado, heparinizado ou citratado (TAWFIK, GUIRGIS, 1969; UCHIKAWA,
1976; MANGO; GALUN, 1977; OSBORNE; MELLOR, 1985; BONNET et al., 2007) e
sangue desfibrinado associado a meio de cultura e patógenos (BURKOT et al., 2001). Estas
fontes necessitam de troca periódica e aquecimento, para promover aos carrapatos condições
adequadas para sua fixação à membrana e posterior ingestão da fonte de alimentação
oferecida.
Geralmente, utilizam-se chapas aquecedoras, (MANGO; GALUN, 1977), ou estufas
incubadoras (VOIGT et al., 1993; BONNET et al., 2007), para manutenção da temperatura
deste sistema de alimentação artificial. Fatores como umidade relativa e concentração de gás
carbônico também podem ser trabalhados, objetivando melhores resultados na utilização de
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