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Universidade Católica de Pelotas
Escolas de Psicologia e Medicina
Mestrado em Saúde e Comportamento
“Avaliação Histológica Seriada e Ultraestrutural
da Fitofotodermatite Experimental em Ratos
provocada pelo Limão Taiti ”
Valéria Magalhães Jorge
Orientador: Dr. Hiram Larangeira de Almeida Junior
Dissertação apresentada à Universidade Católica de
Pelotas como requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Saúde e Comportamento
Pelotas, agosto de 2006
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2
Ao Josayres, Marcelo e Rafaela,
razão maior de tudo
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3
Agradecimentos
Ao Dr. Hiram de Almeida Junior, meu orientador;
Aos meu pais, Nasser e Norma, pelo incondicional apoio e incentivo;
À Elisa Curi Hallal, estagiária, pelo despreendimento no desenvolver
do experimento;
À Cristiane Casarin Silva, histotécnica do Centro de Anatomia
Patológica (CAP), pela realização das lâminas de histologia;
Ao Dr. Mário Amado, responsável pelo Biotério da Universidade
Federal de Pelotas (UFPEL);
À Nara Moreira Rocha e Luis Antônio Suíta de Castro, da Embrapa
CPA-CT Pelotas, pela Microscopia Eletrônica de Transmissão;
À Drª. Marta Amaral, pelo auxílio na revisão bibliográfica;
À Flávia Jonas, pela disponibilidade e atenção dispensadas.
4
Índice:
Agradecimentos..............................................................página 03
Projeto de Pesquisa.........................................................página 05
Introdução.................................................................página 06
Material e Métodos......................................................página 13
Objetivos....................................................................página 16
Autorização pela comissão de Ética..............................página 16
Cronograma...............................................................página 17
Resultados......................................................................página 18
Discussão.......................................................................página 53
Conclusão:......................................................................página 56
Referências Bibliográficas................................................página 57
Artigo.............................................................................página 61
5
Projeto de Pesquisa
6
INTRODUÇÃO
As dermatoses por plantas (ou fitodermatoses) podem
ser classificadas em vários subtipos: 1. lesão mecânica; 2. lesão
farmacológica; 3. fitodermatite irritante primária; 4. fitodermatite
alérgica; 5. pseudofitodermatite; 6. fitofotodermatite (FFD) e 7.
pseudofitofotodermatite.
1
1. lesão mecânica: corresponde a lesões traumáticas por
plantas com ocasionais infecções secundárias ou granulomas por
corpo estranho como, por exemplo, as lesões por espinhos de
cactos;
2. lesão farmacológica: desenvolvem-se por contato com
plantas que liberam substâncias ativas farmacologicamente,
podendo acometer todas as pessoas afetadas por essas plantas. As
plantas da família Urticaceae (urtiga) são as maiores responsáveis
por tais reações;
3. fitodermatite irritante primária: constitui-se de plantas que
produzem irritação primária na pele pela liberação de substâncias
exsudadas diretamente na superfície ou quando a planta é rompida.
São representadas pelas eufórbias, cuja seiva é irritativa;
4. fitodermatite alérgica: dermatite alérgica produzida por
plantas resulta usualmente de reação de hipersensibilidade tipo IV
(mediada por células), mas poucas plantas têm sido relatadas por
causar reação urticariforme. O componente antigênico é contido na
resina, seiva ou pólen;
7
5. pseudofitodermatite: essa erupção parece derivar de
plantas, mas na realidade são causadas por artrópodes que habitam
as plantas ou por agentes aplicados nestas;
6. fitofotodermatite: ocorre por contato com plantas seguido
de irradiação com luz ultravioleta de comprimento de ondas longas
(UVA) que produzem uma característica dermatite. Esta é
fototóxica, ou seja, por efeito direto, sem participação do sistema
imunológico;
7. pseudofitofotodermatite: reação resultante de uma
furocumarina não produzida pela planta, mas por fungos que a
infectam.
Destaca-se que a fotosensibilização da pele ocasionada por
plantas relacionadas com a presença de psoralenos, também
conhecidos como furocumarínicos, foi descrita pela primeira vez por
Kuske em 1938 . Ele identificou psoralenos naturais em plantas,
como fotosensibilizantes e isolou o bercapten (5-metóxi-psoraleno)
do azeite de bergamota. Este estudo foi a primeira indicação de que
psoralenos são agentes fotoativos
2,3
.
Os psoralenos são uma classe natural de produtos presentes
em muitas plantas de quatro diferentes famílias:
Umbelliferae,
Rutaceae, Moraceae e Leguminosae,
como por exemplo as frutas
cítricas, principalmente os limões, no figo e no aipo
3
. Estes
psoralenos naturais têm sido identificados como fitoalexinas; são
parte da respostas defensivas das plantas contra fungos e insetos.
Em 1957, pesquisas evidenciaram que os psoralenos são ativos por
raios ultravioletas A (UV-A)
2,3
.
8
Os psoralenos são compostos heterocíclicos aromáticos,
derivados da condensação de um anel furano com o anel cumarínico
2
.
Todas as plantas que causam fitofotodermatite contêm
psoralenos. Somente 1 mg de 8- metóxi-psoraleno por centímetro
quadrado da pele é necessário para produzir bolhas após 2.4J/ cm2
(mais ou menos 10 minutos de luz solar do verão, em Colorado)
2,3
.
FFD é uma reação fototóxica inteiramente independente do
sistema imunológico. Os ingredientes necessários para produzi-la
incluem exposição temporal a ambos: substância fotossensibilizante
e radiação ultravioleta por isso, são classificadas como reação
fototóxica, diferenciando-se das reações fotoalérgicas, nas quais
existe componente imunológico
3, 4, 5, 6
.
O espectro de emissão de luz solar natural alcança a Terra
variando de aproximadamente 270-5000nm. Essa reação
eletromagnética consiste de fótons, com uma recíproca relação
entre o comprimento da onda e a energia destes. Somente a luz
que é absorvida pela pele pode causar reação fotoquímica. Dentro
do espectro da luz, a UV-A (ultravioleta A - 320-380nm) é
responsável pela grande maioria das foto-reações, resultando em
FFD
7
.
Quando um fóton com apropriado comprimento de onda,
choca-se com um psoraleno, a energia é absorvida, elevando este
químico ao triplo do estado básico. Ao retornar ao estado básico, a
energia é liberada sobre a forma de calor, fluorescência, e/ou
fosforescência; então um foto-produto pode se formar
3, 6,7
.
9
vários padrões clínicos de FFD: 1.
Dermatitis bullosa striata
pratensis
(DBSP), 2. Dermatitite em berloque. 3. Fitofotodermatite
clássica
1
.
DBSP resulta da exposição a psoralenos, encontrados
naturalmente em plantas. Os pacientes afetados têm contato
fortuito com plantas ao ar livre, com exposição concomitante ao sol.
A erupção começa 24hs depois da exposição, como um eritema que
se torna bolhoso. Como as plantas deslizam sobre a pele, quando o
indivíduo tem contato com as mesmas, as lesões são lineares. A
cura resulta em intensa hiperpigmentação durando semanas a
meses e é freqüentemente útil como pista diagnóstica.
A Dermatite em berloque ocorre pela aplicação de perfumes
ou colônias contendo psoralenos, os quais classicamente contêm
óleo de bergamota (ingrediente ativo 5-metóxi-psoraleno). A
hiperpigmentação pode durar meses e ocorre, frequentemente, ao
redor do pescoço, onde os perfumes são aplicados.
Fitofotodermatite clássica consiste numa erupção cutânea
inflamatória fototóxica, por lesão celular dos psoralenos e da luz
solar. Em Pelotas - RS estima-se uma incidência de 16 casos por
100.000 hab/verão; ao redor de 50 casos são vistos, por verão
nesta cidade. Mais comumente, os pacientes manipulam limões taiti
em caipirinhas ou como guarnição (Figura 1); por isso, a localização
mais freqüente é o dorso das mãos (Figura 2). Inclusive, casos
graves com bolhas intensas, afetando ambas as mãos, são
freqüentes. Também ocorre, de os pacientes passarem a mão no
tronco e produzirem queimaduras à distância. vimos também
10
crianças afetadas por terem sido tocadas por adultos que
manipulavam os limões
4,8
.
Salienta-se que a FFD pode simular várias dermatoses, sendo,
por vezes, de difícil diagnóstico clínico
9, 10
. Casos de queimaduras
graves por uso de “bronzeadores” com folhas de figo são relatados,
bem como sua ocorrência profissional
11-13
e afetando vários
indivíduos de forma epidêmica
9,10
.
A pigmentação pós-inflamatória ocorre por dois mecanismos:
Primeiro, a melanina normalmente encontrada na epiderme cai na
derme e é englobada por melanófagos; segundo, um aumento
do número de melanócitos funcionais e melanossomos. A população
de melanócitos dobrará ou triplicará dentro de sete a dez dias, bem
como a hipertrofia e arborização também são vistos
3, 4
.
A atividade da tirosinase aumenta sintetizando mais melanina,
que é demonstrada em um número crescente de melanossomas
encontrada nos melanócitos e transferida aos queratinócitos da
camada de Malpighi. Essa hiperpigmentação aparece uma ou duas
semanas após a exposição a radiação ultra-violeta e dura meses ou
anos, e talvez sirva como mecanismo protetor contra novas lesões
3
.
Existem pouquíssimas informações sobre os achados
histológicos das reações fototóxicas, provavelmente devido ao fato,
de os diagnósticos serem estabelecidos clinicamente. É relatada
degeneração epitelial em uma publicação, na qual foi realizada
histologia ótica. Em outra FFD provocada pelo aipo, a biópsia de
uma vesícula demonstrou espongiose, microvesículas e vesículas e
um esparso infiltrado inflamatório em derme
5, 7, 8, 11-13
.
11
Em um estudo morfológico e imuno-histoquímico de
pseudofitofotodermatite, houve ausência de deposição de
imunocomplexos na junção dermo-epidérmica, bem como a
ausência de dermatite de interface liquenóide. Esses achados
suportam a prévia hipótese de lesão induzida fototoxicamente.
5
Vários modelos animais têm sido utilizados para investigar
reações fototóxicas por medicações
14-18
.
Com relação à FFD, havia apenas um trabalho experimental
em humanos, realizado com luz artificial
19
. Nosso grupo de pesquisa
conseguiu reproduzir experimentalmente a FFD em ratos
8
,
demonstrando que pequenos períodos de exposição, de dois e meio
minutos, são capazes de induzi-la (Figura 3). Nas biópsias
realizadas, foi demonstrada lesão epitelial que surge em 24 h. Não
foram realizadas biópsias seriadas tampouco microscopia eletrônica
de transmissão nessa primeira pesquisa.
Esclarece-se não haver informações sobre achados
ultraestruturais da FFD na literatura pesquisada.
Erro!
Figura 1: limão taiti mostrando, no detalhe, gotículas do sumo da
casca
Figura 1. Limão taiti mostrando, no detalhe, gotículas do sumo da
casca
12
Figura 2: lesão de FFD aguda exibindo eritema e bolhas (setas)
Figura 3 Lesões experimentais de fitofotodermatite induzidas no
dorso de rato depilado previamente. Nota-se evidente eritema e
descamação nas áreas onde foi aplicado o sumo da casca do limão
taiti, com posterior exposição ao sol, por tempos inferiores a 10
minutos.
Material e Métodos
13
Serão utilizados para o experimento quatro ratos albinos
(
Rattus norwegenicus wistar
) do biotério central da Universidade
Federal de Pelotas (UFPEL), previamente depilados manualmente 72
horas antes, a fim de se evitarem artefatos traumáticos.
Após a anestesia com Zoletil 50 ( Cloridrato de tiletamina
e cloridrato de zolazepam) por via intramuscular, com a dose de
50,0mg por kilo, os ratos numerados terão seu dorso direito
borrifados com suco da casca do limão taiti e expostos ao sol de
verão (2ª quinzena de fevereiro) às 11 horas (horário solar); uma
área por 5 minutos e outra por 8 minutos.
O lado esquerdo do dorso dos ratos servirá de controle com
exposição ao sol e sem o limão taiti. Um segundo controle será
desenvolvido em outra área de pele, exposto somente ao sumo da
casca e livre de exposição solar.
As biópsias serão realizadas com punch” de 3mm, com
diferentes intervalos de tempo, após a indução experimental e
imediatamente fixadas em formalina a 10% para microscopia ótica e
em glutaraldeído, para microscopia eletrônica e processadas de
rotina.
Para a microscopia ótica, as lâminas serão coradas com
Hematoxilina e Eosina e obtidas após 30 minutos, 1 h, 2 h, 3 h, 4 h,
5 h, 6 h, 24 h, 48 h e 72 horas da exposição ao sol. Para a
microscopia eletrônica, o intervalo após a exposição de 8 minutos
será de 2 horas. Os controles somente com sol serão biopsiados
14
com os mesmo intervalos da MO e somente com limão em 1 h, 24 h
e 48 horas.
A avaliação histológica será feita independentemente por um
patologista e um dermatologista, com experiência em microscopia
com cegamento sobre os tempos de exposição e os intervalos de
realização das biópsias.
Os aspectos histológicos avaliados serão: espongiose,
vacuolização isolada ou confluente, atipia dos queratinócitos,
necrose, exocitose, microabcesso na camada córnea, bolha sub-
córnea, intra-epidérmica ou sub-epidérmica, edema dérmico,
congestão, micro-hemorragia e infiltrado inflamatório dérmico. Os
achados foram submetidos aos escores: zero quando ausente; 1
quando presente.
Os critérios histológicos considerados serão os seguintes:
Espongiose: acúmulo de líquido extracelular dentro da
epiderme que causa separação dos queratinócitos.
Exocitose: infiltração da epiderme por células inflamatórias
ou células sanguíneas
Vacuolização: formação de vacúolos intracelulares,
acometendo queratinócitos aleatoriamente (isolada) ou
grupamentos (confluente).
Atipia dos queratinócitos: células exibindo macronucleose,
membrana nuclear irregular, halo peri-nuclear e nucléolo evidente.
Micro-hemorragia: presença de hemácias isoladas fora do
leito vascular, em derme.
Congestão: vasos dérmicos ectásicos com empilhamento de
hemácias.
15
Necrose: célula contraída, citoplasma com densa eosinofilia,
núcleo encolhido irregular (picnótico), fragmentado (cariorréxis) ou
lisado (cariólise).
Microabcesso: pequeno agregado de neutrófilos ou
eosinófilos.
Vesícula: é uma cavidade preenchida por líquido com
clivagem dentro ou abaixo da epiderme, contendo plasma e variável
componente de células inflamatórias.
Edema dérmico: é o acúmulo anormal de líquido intersticial.
Infiltrado inflamatório dérmico: presença de leucócitos
extravasculares na derme.
16
Objetivos
Objetivo Geral
Avaliação histológica seriada e ultraestrutural das lesões
provocadas experimentalmente em ratos expostos à luz solar,
previamente aspergidos com o sumo da casca do limão taiti.
Objetivos Específicos
Verificar quanto tempo após a indução experimental surgem
as lesões histologicamente.
Identificar as alterações celulares provocadas.
Avaliar histologicamente a evolução cronológica das lesões.
Avaliar com microscopia eletrônica de transmissão em 2 horas
após a indução, quais as estruturas subcelulares que o
lesadas pelo efeito fototóxico.
Aspectos Éticos
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade
Federal de Pelotas.
17
Cronograma
Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago
Revisão
Literatura
X X X X X
Elaboração
Projeto
X X
Indução
Experimental
X X
Análise dos
Dados
X X X
Redação
X X X
Defesa
X
18
Resultados
A avaliação histológica da pele do controle dos ratos sem
exposição ao sol ou limão mostrou discretas diferenças da pele
humana (Figura 4). A epiderme mostra-se mais delgada nos ratos;
os folículos pilosos são mais freqüentes e a atenuação das
papilas dérmicas.
Figura 4: Controle de pele sem limão, sem exposição ao sol:
demonstrando o aspecto normal da epiderme do rato. HE 400X
19
Achados com menos de 24 horas
Os achados histológicos das biópsias de pele dos ratos
expostos ao sol por 5 (T5) e 8 minutos (T8), realizadas nos
intervalos de tempo de 30 minutos, 1, 2, 3, 4, 5 e 6 horas, após a
indução experimental da FFD, demonstraram epiderme com aspecto
normal, tanto nas áreas aspergidas com limão quanto nos controles
(Figuras 5 a 11).
Figura 5: Meia horas após a exposição ao sol: controle de 5 minutos
(A), Controle de 8 minutos (C), limão de 5 minutos (B) e limão de 8
minutos (D): sem alterações significativas.
A
B
C
D
20
Figura 6: Uma hora após a exposição ao sol: controle de 5 minutos
(A), controle de 8 minutos (C), limão de 5 minutos (B) e limão de 8
minutos (D): sem alterações significativas.
Figura 7: Duas horas após a exposição ao sol: controle de 5 minutos
(A), controle de 8 minutos (C), limão de 5 minutos (B) e limão de 8
minutos (D): sem alterações significativas.
C
B
D
A
B
C D
21
Figura 8: Três horas após a exposição ao sol: controle de 5 minutos
(A), controle de 8 minutos (C), limão de 5 minutos (B) e limão de 8
minutos (D): sem alterações significativas.
Figura 9: Quatro horas após a exposição ao sol: controle de 5
minutos (A), controle de 8 minutos (C), limão de 5 minutos (B) e
limão de 8 minutos(D) : sem alterações significativas.
A
B
C D
A
B
C
D
22
Figura 10: Cinco horas após a exposição ao sol: controle de 5
minutos (A), controle de 8 minutos (C), limão de 5 minutos (B) e
limão de 8 minutos (D): sem alterações significativas.
Figura 11: Seis horas após a exposição ao sol: controle de 5 minutos
(A), controle de 8 minutos (C), limão de 5 minutos (B) e limão de 8
minutos (D): sem alterações significativas.
A
A
B
C D
B
C D
23
Resultados em 24 Horas
A inspeção clínica, realizada 24 horas após a realização do
experimento, não evidenciou lesões na pele dos ratos.
Nas biópsias dos controles com exposição solar e sem limão
(Figura 12 e 13), observou-se somente necrose isolada e ocasional
de queratinócitos em 3 ratos expostos ao sol, somente por período
de 8 minutos (Figura 14).
As biópsias da área com limão demonstraram necrose de
queratinócitos em três dos quatro ratos em T5 e nos quatro ratos
em T8, tendo sido encontrada necrose de queratinócitos agrupada
(figura 15). A vacuolização citoplasmática dos queratinócitos foi
observada em todos os ratos, sendo confluente (figura 16) ou
isolada (figura 17) e sem relação com o tempo de exposição solar. A
espongiose foi demonstrada em todos os casos (figura 18).
Com T8, a espongiose, vacuolização citoplasmática e necrose
acometem grupos de queratinócitos confluentes (figura 19). A
derme mostrou congestão em 3 dos 4 ratos aspergidos com limão
em T5 e nos 4 ratos em T8.
24
Figura 12: controle com 5 minutos de exposição ao sol, após
24 horas: epiderme sem alterações significativas. HE 400X
Figura 13: controle com 8 minutos de exposição ao sol, após
24 horas: epiderme sem alterações significativas. HE 400X
25
Figura 14: controle com 8 minutos de exposição ao sol, após
24 horas: necrose isolada, provocada pela luz solar (seta). HE 400X
Figura 15: pele com limão exposta ao sol por 5 minutos, após 24h:
necrose confluente de queratinócitos (seta). HE 400X
26
Figura 16: pele com limão, exposta ao sol por 5 minutos, após 24h:
necrose de queratinócitos, espongiose e vacuolização confluente
(setas). HE 400X
Figura 17: pele com limão, exposta ao sol por 5 minutos, após 24h:
vacuolização isolada (seta) de queratinócito, espongiose e necrose.
HE 400X
27
Figura 18: pele com limão, exposta ao sol por 8 minutos, após 24h:
necrose de queratinócitos, espongiose e vacuolização isolada.
Figura 19: pele com limão, exposta ao sol por 8 minutos, após 24h:
necrose de queratinócitos, espongiose e vacuolização confluente.
28
Resultados em 48 horas
Enfatiza-se que clinicamente evidenciou-se eritema nas áreas
aspergidas com limão, tanto em T5, quanto em T8.
Por sua vez nos controles com exposição somente ao sol,
houve presença ocasional de espongiose e vacuolização (Figura 20 e
21). Necrose e clivagens comprometeram todos os ratos aspergidos
com limão, tanto em T5, como em T8.
No pequeno aumento (100X) são evidenciadas clivagens sub
ou intraepidérmicas (Figuras 22 e 23). A avaliação histológica em
maior aumento (400X) mostrou em alguns cortes vacuolização
intensa com clivagem incipiente (Figura 24). Em outras áreas, houve
clivagem subepitelial total com necrose de queratinócitos (Figura 25
e 26) e também necrose ocasional. Da mesma forma que nos cortes
histológicos de 24 horas, houve áreas com espongiose importante e
vacuolização confluente (Figura 27). Além disso a exocitose foi
observada pela primeira vez em 48 horas (figura 28).
Avaliando- se a derme, em pequeno aumento (100X), foram
observadas congestão, micro-hemorragia e células inflamatórias
isoladas em 3 dos quatro ratos em T5 e nos quatro ratos em T8
(Figura 29). Além do mais, a exocitose foi evidenciada em todos os
ratos aspergidos com limão, nos dois tempos de exposição. A nível
epitelial encontramos microabcesso em apenas um rato com limão
em T8 (Figura 30).
Em T8 ficou bem evidente a vacuolização e espongiose
intensas (Figura 31) que progridem para a formação de bolhas
intraepidérmicas com necrose de queratinócitos (Figura 32).
29
Nas figuras 33 e 34 ficou demonstrado a evolução da
exocitose intensa para microabceso, caracterizada por grupamentos
de neutrófilos mesclados com células necróticas.
Neste mesmo intervalo de 48 horas após a indução, em
pequeno aumento (100X), detectou-se a presença de alteração do
epitélio folicular (Figuras 35 e 36). No detalhe (400X) vêem-se
vacuolização e necrose dos queratinócitos foliculares (Figuras 37 e
38).
Figura 20: controle com 5 minutos de exposição ao sol, após 48
horas: epiderme sem alterações significativas. HE 400X
30
Figura 21: controle com 8 minutos de exposição ao sol, após 48
horas: epiderme sem alterações significativas. HE 400X
Figura 22: pele com limão, exposta ao sol por 5 minutos, após 48h:
bolhas sub-epidérmicas. HE 100X
31
Figura 23: pele com limão, exposta ao sol por 5 minutos, após 48h:
extensas vesículas subepidérmica e intraepidérmica. HE 100X
Figura 24: pele com limão, exposta ao sol por 5 minutos, após 48h:
epiderme exibindo vesícula subepidérmica, vacuolização de
queratinócitos e necrose. HE 400X
32
Figura 25: pele com limão, exposta ao sol por 5 minutos, após 48h:
vesícula sub-epidérmica e necrose. HE 400X
Figura 26: pele com limão, exposta ao sol por 5 minutos, após 48h:
vesículas sub e intraepidérmicas, necrose. HE 400X
33
Figura 27: pele com limão, exposta ao sol por 5 minutos, após 48h:
vacuolização citoplasmática confluente e espongiose. HE 400X
Figura 28: pele com limão, exposta ao sol por 5 minutos, após 48h:
vacuolização citoplasmática confluente, necrose e exocitose.
HE 400X
34
Figura 29: pele com limão, exposta ao sol por 8 minutos, após 48h:
infiltrado inflamatório dérmico, vacuolização e exocitose. HE 100X
Figura 30: pele com limão, exposta ao sol por 8 minutos, após 48h:
vesícula sub-epidérmicas, microabcesso em camada córnea,
espongiose, congestão. HE 100X
35
Figura 31: pele com limão, exposta ao sol por 8 minutos, após 48h:
vacuolização citoplasmática confluente . HE 400X
Figura 32: pele com limão, exposta ao sol por 8 minutos, após 48h:
vesícula intra-epidérmica, necrose de queratinócitos, vacuolização
citoplasmática. HE 400X
36
Figura 33: pele com limão, exposta ao sol por 8 minutos, após 48h:
espongiose, vacuolização citoplasmática isolada, exocitose. HE 400X
Figura 34: pele com limão, exposta ao sol por 8 minutos, após 48h:
necrose de queratinócitos, vacuolização citoplasmática confluente e
microabcesso em camada córnea. HE 400X
37
Figura 35: pele com limão, exposta ao sol por 8 minutos, após 48h:
exocitose, espongiose, vacuolização citoplasmática, vesícula intra-
epidérmica e comprometimento folicular. HE 100X
Figura 36: pele com limão, exposta ao sol por 8 minutos, após 48h:
exocitose, espongiose, vacuolização citoplasmática, vesícula intra-
epidérmica e comprometimento folicular. Vê-se infiltrado
inflamatório dérmico incipiente. HE 100X
38
Figura 37: pele com limão, exposta ao sol por 8 minutos, após 48h:
folículo piloso com vacuolização e necrose . HE 400X
Figura 38: pele com limão, exposta ao sol por 8 minutos, após 48h:
folículo piloso com vacuolização. HE 400X (48 h L8 folículo A)
39
Resultados em 72 horas
Salienta-se que na avaliação clínica, permanecia o eritema.
Por sua vez os controles com exposição somente ao sol não
demonstraram alterações histológicas relevantes (Figura 39 e 40),
tendo sido encontradas isoladas atipias dos queratinócitos em 1
rato.
Em T5, a espongiose e vacuolização continuaram presentes
nos cortes histológicos avaliados (Figura 41), associadas, agora, às
células atípicas, evidenciadas por contornos celulares e nucleares
irregulares, bem como macronucleolose (Figura 42).
As alterações de vacuolização e epongiose foram evidenciadas
em todos os ratos, enquanto que a necrose foi vista em dois em T5,
e em dois em T8. Os microabcessos foram evidenciados em dois
ratos: um em T5 (Figura 42) e outro, em T8.
Ainda, no pequeno aumento (100X), identificou-se a
vacuolização dos queratinócitos em T8 (figura 43). No detalhe
(400X), verificam-se exocitose, espongiose e vacuolização que
acomete menor número de queratinócitos em comparação com 48
horas, além de micro-hemorragia dérmica (figura 44). Percebe-se,
ainda, a presença de atipias celulares em queratinócitos sem
evidência de necrose (figura 45).
Enfatiza-se que os achados dérmicos de congestão, micro-
hemorragia e infiltrado leucocitário começam a demonstrar
regressão, ocorrendo apenas ocasionalmente, sem relação com o
tempo de exposição ao sol.
40
Figura 39: controle com 5 minutos de exposição ao sol, após 72
horas: epiderme sem alterações significativas. HE 400X
Figura 40: controle com 8 minutos de exposição ao sol, após 72
horas: epiderme sem alterações significativas. HE 400X
41
Figura 41: Pele com limão, exposta ao sol por 5 minutos, após 72
horas: vacuolização citoplasmática agrupada, espongiose e atipias
celulares. HE 400X
Figura 42: Pele com limão, exposta ao sol por 5 minutos, após 72
horas: vacuolização citoplasmática, espongiose, atipias nucleares e
microabcesso em camada córnea. HE 400X
42
Figura 43: Pele com limão, exposta ao sol por 8 minutos, após 72
horas: vacuolização citoplasmática. HE 100X
Figura 44: Pele com limão, exposta ao sol por 8 minutos, após 72
horas: vacuolização citoplasmática, epongiose e exocitose
representada por escassos leucócitos residuais em epiderme. A
derme exibe microhemorragia. HE 400X
43
Figura 45: Pele com limão, exposta ao sol por 8 minutos, após 72
horas: espongiose, vacuolização citoplasmática e atipias nucleares.
HE 400X
Controles
Um segundo tipo de controle foi realizado somente com o
limão e sem exposição ao sol, sendo, os ratos, biopsiados com
intervalo de 1 hora, 24 e 48 horas. Os achados histológicos não
exibiram alterações significativas (figuras 46, 47 e 48).
44
Figura 46: Controle de pele com limão, após 1 hora: epiderme e
derme sem alterações histológicas significativas. HE 400X
Figura 47: Controle de pele com limão, após 24 horas: epiderme e
derme sem alterações histológicas significativas. HE 400X
45
Figura 48: Controle de pele com limão, após 48 horas: epiderme e
derme sem alterações histológicas significativas. HE 400X
46
Microscopia Eletrônica de Transmissão
A avaliação da microscopia eletrônica de transmissão,
realizada em dois ratos aspergidos com limão e expostos à luz solar
por 8 minutos, demonstrava lesão o precocemente quanto por
2 horas.
Com pequeno aumento, observou-se vacuolização do
citoplasma (Figura 49). Com aumentos maiores, constataram-se
ruptura da membrana citoplasmática e vacuolização (Figura 50).
O exame detalhado dos desmossomas mostrou diminuição da
ancoragem dos filamentos de queratina e ruptura dos mesmos
(Figura 51). Além disso, o espaço entre as placas desmossômicas
aumentou (Figura 52).
Examinando-se o queratinócito basal, verificou-se vacuolização
citoplasmática periférica e membrana basal íntegra (Figura 53). Em
maior aumento evidenciaram-se prováveis rupturas na ancoragem
dos filamentos de queratina na placa hemidesmossômica (Figura
54).
47
Figura 49: Queratinócito com vacuolização
MET 3.000
Núcleo
48
Figura 50: Detalhe da junção intercelular epidérmica com
desmossomas bem visualizados, membrana citoplasmática com
perda da integridade (seta) e vacuolização citoplasmática.
MET 14.000X
49
Figura 51: Detalhe do desmossoma, mostrando diminuição dos
filamentos de queratina na placa desmossômica superior (cabeças
de seta) e provável fratura da queratina na placa inferior.
MET 20.000X
50
Figura 52: Detalhe da ruptura da membrana celular (seta) e
provável diminuição dos filamentos de queratina (cabeça de seta).
Vê-se aumento do espaço entre as placas desmossômicas. MET
20.000X
51
Figura 53: queratinócito basal com vacuolização citoplasmática
periférica. MET 3.000X
52
Figura 54: Detalhe de queratinócitos basal, com membrana basal
íntegra. Percebe-se diminuição da inserção (seta) e ruptura de
filamentos de queratina (cabeça de seta) MET 20.000X
53
Discussão
Como se tem observado em diversos trabalhos, modelos
animais têm sido utilizados para estudos experimentais em doenças
fototóxicas e também na FFD
14-18
.
Julga-se relevante destacar ter havido a reprodução da lesão
clinicamente em todos os quatro ratos utilizados no experimento
efetuado pela equipe.
Nas primeiras seis horas, a avaliação clínica e histológica não
evidenciou lesão, tendo sido visualizada epiderme normal, tanto nos
controles, quanto na área aspergida com limão. Isto vem ao
encontro dos conhecimentos sobre morfologia da lesão e morte
celular. Sabe-se que um intervalo de tempo entre o estímulo
lesivo e a manifestação morfológica da célula lesada ou morta. A
duração deste retardo pode variar de acordo com a sensibilidade do
método utilizado para detectar as alterações
20
.
Por sua vez a microscopia eletrônica de transmissão (MET),
obtida de pele duas horas após a exposição solar no tempo de oito
minutos, foi capaz de demonstrar alterações antes de haver lesão
na microscopia ótica. Vacuolização e espongiose foram vistas, bem
como lesão dos filamentos de citoqueratina e da membrana dos
queratinócitos.
Em 24 horas após a indução experimental, não foi constatada
clinicamente, lesão; no entanto, na microscopia ótica ficaram
evidentes espongiose, vacuolização dos queratinócitos e necrose.
A lesão foi evidenciada clinicamente em 48 horas, pela
presença de eritema, sem diferença nos tempos de exposição de 5 e
54
8 minutos. A MO demonstrou lesão mais intensa do que em 24
horas com presença de clivagens sub e intraepidérmicas além da
exocitose, sendo mais intensas em T8. A derme apresentou
congestão, micro-hemorragia e esparsas células inflamatórias,
achados esses inespecíficos.
Da mesma forma a presença de lesão do epitélio folicular foi
verificada, de forma semelhante à epiderme, com vacuolização da
bainha radicular por provável difusão da substância fotoativa para
dentro do folículo.
Embora o eritema tenha permanecido inalterado após 72
horas da indução experimental, as lesões na MO demonstraram
alguma involução. As alterações de vacuolização, espongiose,
necrose e exocitose acometem menor número de queratinócitos
numa distribuição mais esparsa. Começam a aparecer, neste
momento, atipias celulares. Tais atipias já foram descritas em lesões
provocadas pela radiação solar, e como não foram identificadas nos
controles da pele aspergidas com limão e sem sol, talvez possam
ser consideradas uma alteração actínica
12
.
Destaca-se o ter havido lesão clínica nem na MO nos
controles realizados: pele aspergida com limão e sem exposição ao
sol e pele exposta ao sol e sem limão. Isso demonstra que a lesão
se desenvolve pela junção dos dois fatores: furocumarínicos e
radiação UV.
Além do mais, o diagnóstico da FFD quando acompanhado de
uma história clínica apropriada, não oferece dificuldade. Em outras
circunstâncias, pode ser confundido com dermatite de contato,
linfangite superficial e queimaduras químicas. Nestes casos, a
55
biópsia pode contribuir para que os diagnósticos diferenciais sejam
afastados
21, 22
.
Enfatiza-se que, escassos relatos na literatura sobre os
achados histológicos da FFD. O conhecimento detalhado das
alterações morfológicas da FFD visa a prover dados para que haja
uma confirmação de uma hipótese diagnóstica
5, 7, 8, 11-13
.
Assim sendo, numa consideração com respeito ao experimento
realizado, suspeita-se que pelo fato de os ratos serem albinos uma
maior exposição solar seja necessária para que a lesão se
desenvolva em humanos. Acredita-se que a espessura da camada
de queratina também possa interferir no desenvolvimento da lesão,
bem como a intensidade de raios ultravioleta A.
56
Conclusões
Nas primeiras seis horas não ocorreu lesão na MO;
Na MET, houve vacuolização citoplasmática e ruptura da
membrana com diminuição da ancoragem dos filamentos de
queratina, na placa desmossômica, bem como aumento do
espaço entre as placas. De forma semelhante ocorreu
diminuição da ancoragem de queratina na placa
hemidesmossômica;
Em 24 horas, não se evidenciou lesão clínica. A MO
demonstrou espongiose, vacuolização e necrose de
queratinócitos;
Em 48 horas houve eritema cutâneo. À MO, apareceram além
das alterações vistas em 24 horas, vesículas sub ou
intraepidérmicas, exocitose e ocasionais microabcessos;
Em 72 horas permanecia clinicamente o eritema. As lesões
vistas na MO demonstraram moderada regressão, com
acometimento isolado dos queratinócitos e aparecimento de
atipia dos queratinócitos.
57
Referências Bibliográficas
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Plant dermatitis. J Am Acad Dermatol
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61
ARTIGO
“Avaliação Histológica Seriada e Ultraestrutural
da Fitofotodermatite Experimental em Ratos
provocada pelo Limão Taiti ”
Valéria Magalhães Jorge
Hiram Larangeira de Almeida Jr.
Nara Moreira Rocha
Luis Antônio Suíta de Castro
62
Introdução
As dermatoses por plantas (ou fitodermatoses) podem ser
classificadas em vários subtipos: 1. lesão mecânica decorrente de
trauma com infecção secundária ou granulomas tipo corpo estraho;
2. lesão farmacológica por contato com substância
farmacologicamente ativa; 3. fitodermatite irritante primária por
irritação direta na pele; 4. fitodermatite alérgica promovendo uma
reação de hipersensibilidade tipo IV; 5. pseudofitodermatite
provocada por artrópodes ou agentes localizados em plantas; 6.
fitofotodermatite (FFD) e 7. pseudofitofotodermatite decorrente da
presença de furocumarínicos produzidos por fungos que infectam a
planta e não produzida por ela
1
.
Fitofotodermatite consiste numa erupção cutânea inflamatória
fototóxica, por lesão celular dos psoralenos e da luz solar. FFD é
uma reação fototóxica inteiramente independente do sistema
imunológico. Os ingredientes necessários para produzir FFD incluem
exposição temporal a ambos, substância fotossensibilizante e
radiação ultravioleta; por isso, tal fenômeno classifica-se como
reação fototóxica, diferenciando-se das reações fotoalérgicas, nas
quais existe componente imunológico
1-3
.
63
Todas as plantas que causam fitofotodermatite contêm
psoralenos. Esses são compostos heterocíclicos aromáticos
derivados da condensação de um anel furano com o anel cumarínico
4
.
Em Pelotas –RS estima-se uma incidência de 16 casos por
100.000 hab/verão; ao redor de 50 casos são vistos, por verão
5
.
Mais comumente, os pacientes manipulam limões taiti em
caipirinhas ou como guarnição; por isso a localização mais freqüente
é o dorso das os. Inclusive, casos graves, com bolhas intensas,
afetando ambas as mãos, são freqüentes. Também ocorre de os
pacientes passarem a mão no tronco e produzirem queimaduras à
distância. se viram também crianças afetadas por terem sido
tocadas por adultos que manipulavam os limões.
Salienta-se que a FFD pode simular várias dermatoses, sendo,
por vezes, de difícil diagnóstico clínico
6-9
. Existem pouquíssimas
informações sobre os achados histológicos das reações fototóxicas
5,
10-12
provavelmente devido aos diagnósticos serem estabelecidos
clinicamente.
Inclusive não informações sobre achados ultraestruturais
da FFD na literatura pesquisada.
O objetivo desse trabalho é a avaliação histológica seriada e
ultraestrutural das lesões provocadas experimentalmente em ratos
expostos à luz solar, previamente aspergidos com o sumo da casca
do limão taiti.
64
Material e Métodos
Foram utilizados, para o experimento, quatro ratos albinos
(
Rattus norwegenicus wistar
) do biotério central da Universidade
Federal de Pelotas (UFPEL) previamente depilados manualmente 72
horas antes, a fim de se evitarem artefatos traumáticos.
Após a anestesia com Zoletil 50 ( Cloridrato de tiletamina e
cloridrato de zolazepam) por via itramuscular, com a dose de
50,0mg por kilo, os ratos numerados tiveram seu dorso direito
borrifados com suco da casca do limão taiti e expostos ao sol de
verão (2ª quinzena de fevereiro) às 11 horas (horário solar); uma
área por 5 minutos e outra por 8 minutos.
O lado esquerdo do dorso dos ratos serviu de controle com
exposição ao sol e sem o limão taiti. Um segundo controle foi
desenvolvido em outra área de pele, exposto somente ao sumo da
casca e livre de exposição solar.
As biópsias foram realizadas com “punch” de 3 mm, com
diferentes intervalos de tempo, após a indução experimental e
imediatamente fixadas em formalina a 10% para microscopia ótica e
em glutaraldeído para microscopia eletrônica e processadas de
rotina.
Para microscopia ótica (MO), as lâminas foram coradas com
Hematoxilina e Eosina e obtidas após 30 minutos, 1 h, 2 h, 3 h, 4 h,
5 h, 6 h, 24 h, 48 h e 72 horas da exposição ao sol. O controle
somente com sol foram biopsiados nestes mesmos intervalos e
somente com limão em 1h, 24h e 48 horas. Para a microscopia
65
eletrônica de transmissão (MET) realizada em dois ratos, o intervalo
após a exposição, foi de 2 horas.
A avaliação histológica foi feita independentemente, por um
patologista e um dermatologista com experiência em microscopia
com cegamento sobre os tempos de exposição e os intervalos de
realização das biópsias.
Resultados
A lesão foi reproduzida em todos os quatro ratos submetidos
ao experimento.
Resultados dos controles
Foram identificados necrose isolada e ocasional de
queratinócitos nos ratos expostos ao sol e atipias celulares isoladas
em 1 rato em biópsia realizada 72 horas após a indução
experimental.
Resultados em menos de 24 horas
Os achados histológicos das biópsias de pele dos ratos
expostos ao sol por 5 (T5) e 8 minutos (T8), realizadas nos
intervalos de tempo de 30 minutos, 1, 2, 3, 4, 5 e 6 horas,
demonstraram epiderme com aspecto normal, tanto nas áreas
aspergidas com limão, quanto nos controles.
Resultados em 24 horas
Enfatiza-se que a inspeção clínica, realizada 24 horas após a
realização do experimento, não evidenciou lesões.
66
Por sua vez, as biópsias da área com limão demonstraram
necrose de queratinócitos em três dos quatro ratos em T5, e nos
quatro ratos em T8, tendo sido encontrado necrose de
queratinócitos agrupada (figura 1). A vacuolização citoplasmática
dos queratinócitos foi observada em todos os ratos, sendo isolada
(figura 1) ou confluente (figura 2) e sem relação com o tempo de
exposição solar. A espongiose foi demonstrada em todos os casos
(figura 2).
Com T8, a espongiose, vacuolização citoplasmática e necrose
acometem grupos de queratinócitos confluentes (figura 2).
Salienta-se ainda, que a derme mostrou congestão em 3 dos 4
ratos aspergidos com limão em T5 e nos 4 ratos em T8.
Resultados em 48 horas
Destaca-se que clinicamente evidenciou-se eritema nas áreas
aspergidas com limão, tanto em T5, quanto em T8.
Por sua vez na área com limão, é evidenciada vacuolização
intensa (Figura 3) que progride para bolhas sub ou intraepidérmicas
(Figura 4 e 5), e necrose de queratinócitos (Figura 4). Da mesma
forma que nos cortes histológicos de 24 horas, houve áreas com
espongiose importante e vacuolização confluente (figura 3). Além
disso a exocitose foi verificada pela primeira vez em 48 horas e
acometeu todos os ratos aspergidos com limão, nos dois tempos de
exposição (figura 4). Houve progressão para microabcesso
caracterizado por grupamentos de neutrófilos mesclados com
células apoptóticas em apenas um rato com limão, em T8.
Ocorreu lesão do epitélio folicular evidenciada pela presença
de vacuolização e necrose dos queratinócitos foliculares.
67
As alterações dérmicas evidenciadas foram congestão e
presença de células inflamatórias isoladas e micro-hemorragia.
Resultados em 72 horas
Salienta-se que na avaliação clínica, permanecia o eritema.
Em T5, a espongiose e vacuolização continuaram presentes,
associada agora a células atípicas, evidenciadas por contornos
celulares e nucleares irregulares, bem como macronucleolose (figura
6).
Os microabcessos estavam presentes em dois ratos em T5 e
em um em T8. A vacuolização e espongiose estavam presentes em
todos os ratos, e necrose em dois em T5 e em dois em T8. Estes
achados agora acometem menor número de queratinócitos.
Os achados dérmicos de congestão, micro-hemorragia e
infiltrado leucocitário começaram a demonstrar regressão,
ocorrendo apenas ocasionalmente sem relação com o tempo de
exposição ao sol.
Figura 1: pele com limão, exposta ao sol por 5 minutos, após 24h: necrose
confluente de queratinócitos (seta) e vacuolização isolada. HE 400X
68
Figura 2: pele com limão, exposta ao sol por 8 minutos, após 24h: necrose de
queratinócitos, espongiose e vacuolização isolada. HE 400X
Figura 3: pele com limão, exposta ao sol por 5 minutos, após 48h: vacuolização
citoplasmática confluente, necrose e exocitose. HE 400X
Figura 4: pele com limão, exposta ao sol por 8 minutos, após 48h: vesícula
intraepidérmica, necrose de queratinócitos, vacuolização citoplasmática.
HE 400X
69
Figura 5: pele com limão, exposta ao sol por 5 minutos, após 48h: vesículas sub
e intraepidérmicas, necrose. HE 400X .
Figura 6: Pele com limão, exposta ao sol por 8 minutos após 72 horas:
espongiose, vacuolização citoplasmática e atipias nucleares. HE 400X
Microscopia Eletrônica de Transmissão
A avaliação da microscopia eletrônica de transmissão
realizada em dois ratos aspergidos com limão e expostos à luz solar
por 8 minutos, demonstrava lesão o precocemente quanto por
2 horas.
70
Com pequeno aumento observa-se vacuolização do
citoplasma. Com aumentos maiores observa-se ruptura da
membrana citoplasmática (Figura 7).
O exame detalhado dos desmossomas mostra diminuição da
ancoragem dos filamentos de queratina e ruptura dos mesmos.
Além disso, o espaço entre as placas desmossômicas está
aumentado.
Examinando-se o queratinócito basal vê-se vacuolização
citoplasmática periférica. Em maior aumento evidencia-se
membrana basal íntegra e prováveis rupturas na ancoragem nos
filamentos de queratina na placa hemidesmossômica.
Figura 7 : Detalhe da ruptura da membrana celular (seta) e provável
diminuição dos filamentos de queratina (cabeça de seta)
MET 20.000X
71
Discussão
Como se tem observado em diversos trabalhos, modelos
animais têm sido utilizados para estudos experimentais em doenças
fototóxicas e também FFD
13-16
.
Houve a reprodução da lesão clínica em todos os quatro ratos
utilizados no experimento.
A avaliação clínica e histológica não evidenciou lesão nas
primeiras seis horas, tendo sido visualizada epiderme normal, tanto
nos controles, quanto na área aspergida com limão. Isto vem ao
encontro dos conhecimentos sobre morfologia da lesão e morte
celular. Sabe-se que um intervalo de tempo entre o estímulo
lesivo e a manifestação morfológica da célula lesada ou morta. A
duração desse retardo pode variar de acordo com a sensibilidade do
método utilizado para detectar as alterações
6
.
A microscopia eletrônica de transmissão (MET), obtida de pele
duas horas após a exposição solar no tempo de oito minutos, foi
capaz de demonstrar alterações antes de haver lesão na
microscopia ótica. Vacuolização e espongiose foram vistas, bem
como lesão dos filamentos de citoqueratina na ancoragem ao
desmossoma e hemidesmossoma e da membrana dos
queratinócitos.
Em 24 horas após a indução experimental, não foi evidenciada
clinicamente lesão; no entanto, na microscopia ótica, ficaram
evidentes espongiose, vacuolização dos queratinócitos e necrose.
A lesão clinica foi verificada em 48 horas, pela presença de
eritema sem diferença nos tempos de exposição de 5 e 8 minutos. A
72
MO demonstrou lesão mais intensa, com presença de clivagens sub
e intraepidérmicas, além da exocitose. A derme apresentou
alterações inespecíficas como: congestão, micro-hemorragia e
esparsas células inflamatórias.
A presença de lesão do epitélio folicular foi observada, de
forma semelhante à epiderme, com vacuolização da bainha radicular
e necrose.
Embora o eritema tenha permanecido inalterado após 72
horas da indução experimental, as lesões na MO demonstraram
alguma involução. As alterações de vacuolização, espongiose,
necrose e exocitose acometem menor número de queratinócitos,
numa distribuição mais esparsa. Começam a aparecer, neste
momento, atipias celulares. Essas atipias já foram descritas em
lesões provocadas pela radiação solar e, como não foram
identificadas nos controles da pele aspergidas com limão e sem sol,
talvez possam ser consideradas uma alteração actínica.
Nos controles realizados ( pele aspergida com limão e sem
exposição ao sol e pele exposta ao sol e sem limão ) não houve
lesão clínica nem histológica. Isto demonstra que a lesão se
desenvolve pela junção dos dois fatores: psoralenos e radiação UV.
Importa ressaltar que o diagnóstico da FFD, quando
acompanhado de uma história clínica apropriada, não oferece
dificuldade. Em outras circunstâncias, pode ser confundido com
dermatite de contato, linfangite superficial e queimaduras químicas.
Nestes casos, a biópsia pode contribuir para que os diagnósticos
diferenciais sejam afastados.
73
escassos relatos na literatura sobre os achados histológicos
da FFD. Salienta-se que o conhecimento detalhado das alterações
morfológicas da FFD visa a prover dados para uma confirmação de
uma hipótese diagnóstica.
Numa consideração com respeito ao modelo experimental,
suspeita-se que, pelo fato de os ratos serem albinos, uma maior
exposição solar seja necessária para que a lesão se desenvolva em
humanos, ficando interrogado o papel da melanina nessa reação
fototóxica. Acredita-se que a espessura da camada de queratina
também possa interferir no desenvolvimento da lesão bem como a
intensidade de raios ultravioleta A.
74
Conclusão
Nas primeiras seis horas não há lesão na MO;
Na MET vacuolização citoplasmática e ruptura da
membrana citoplasmática com diminuição da ancoragem dos
filamentos de queratina na placa desmossômica bem como
aumento do espaço entra as placas.
Em 24 horas não se evidencia lesão clínica. A MO demonstra
espongiose, vacuolização e necrose de queratinócitos;
Em 48 horas eritema cutâneo. À MO, aparecem além das
alterações vistas em 24 horas, vesículas sub ou
intraepidérmicas, exocitose e ocasionais microabcessos;
Em 72 horas permanecia clinicamente o eritema. As lesões
vistas na MO demonstraram acometimento isolado dos
queratinócitos com o aparecimento de atipia dos
queratinócitos.
75
Referências Bibliográficas
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Plant dermatitis. J Am Acad Dermatol
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