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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
PÓS-GRADUAÇÃO – STRICTO SENSU
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS
LUCI MICHELON LOHMANN
ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO DOS
PROCESSOS DE GESTÃO E O ESTÁGIO DE MATURIDADE DA ORGANIZAÇÃO
CURITIBA
2008
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LUCI MICHELON LOHMANN
ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO DOS
PROCESSOS DE GESTÃO E O ESTÁGIO DE MATURIDADE DA ORGANIZAÇÃO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção e
Sistemas da Pontifícia Universidade Católica do
Paraná, como requisito parcial para obtenção ao
título de Mestre.
Área de Concentração: Gerência de Produção e
Logística.
Orientador: Prof. Dr. Sérgio Eduardo Gouvêa da
Costa.
Co-orientador: Prof. Dr. Alfredo Iarozinski Neto.
CURITIBA
2008
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LUCI MICHELON LOHMANN
ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO DOS
PROCESSOS DE GESTÃO E O ESTÁGIO DE MATURIDADE DA ORGANIZAÇÃO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção e
Sistemas da Pontifícia Universidade Católica do
Paraná, como requisito parcial para obtenção ao
título de Mestre.
COMISSÃO EXAMINADORA
__________________________________________
Prof. Dr.
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
__________________________________________
Prof. Dr.
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
________________________________________
Prof. Dr.
Curitiba, _______ de ________________ de 2008.
Ao Ronald Lohmann, meu esposo, pelo amor, carinho e incentivo,
dedicados em tempo integral.
À Isabella Michelon Lohmann, minha tutuca”, pela felicidade
imensa que desperta dentro do meu coração, motivando-me todos os
dias.
Aos meus pais, Victório Michelon e Odete Borba Michelon, pelas
palavras de incentivo e pelas orações.
À minha sogra, Marisa Sesto Lohmann, pelo carinho e apoio.
AGRADECIMENTOS
Uma dissertação de mestrado requer empenho, disciplina e recursos, passamos grande parte
do tempo disponível buscando conhecimentos que fortaleçam nossa pesquisa.
Deste modo, quero agradecer aqueles que contribuíram muito para o enriquecimento da minha
pesquisa:
- a Deus, em quem tanto confio e busco forças para continuar na busca pelo conhecimento e
superação frente às dificuldades encontradas;
- ao Prof. Dr. Sérgio Eduardo Gouvêa da Costa e ao Prof. Dr. Alfredo Iarozinski Neto, meu
orientador e co-orientador, por fomentarem a idéia principal desta dissertação e também por
suas decisivas considerações e disposição de materiais de pesquisa; e
- aos meus familiares, pelo carinho, compreensão, orações e disposição de que sempre
precisei.
“O segredo do sucesso não é prever o futuro, mas criar uma
organização que prosperará em um futuro que não pode ser
previsto”. (HAMMER, 1997)
RESUMO
O presente trabalho desenvolve um estudo sobre a correlação entre os níveis de
desenvolvimento dos processos de gestão e o estágio de maturidade da organização, a partir
de indicadores extraídos dos modelos de crescimento organizacional e processos de gestão,
verificado por meio da seleção dos principais processos de gestão utilizados, relacionados às
áreas de finanças, marketing, produção, gestão estratégica e gestão de pessoas. Desse modo,
primeiramente foi abordado os estudos existentes sobre estágio de maturidade e processos de
gestão e a importância desses processos para as organizações, na seqüência foi aplicado um
questionário em empresas de diversos setores, visando identificar o estágio de maturidade das
organizações e os processos de gestão existentes, onde trabalhou-se com uma hipótese nula e
uma hipótese alternativa. Na consolidação dos dados da pesquisa, utilizou-se do software
Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), tendo como ferramenta a análise fatorial,
onde foi constatado, que existe relação entre o estágio de maturidade da organização e os
níveis de desenvolvimento dos processos de gestão. O estudo mostra que conhecer o estágio
de maturidade correlacionando-o com processos de gestão pode ser uma ferramenta
indispensável para atender as sucessivas exigências e mudanças do mercado.
Palavras-Chave: Maturidade Organizacional e Processos de Gestão.
ABSTRACT
The current paper develops a study about the correlation between the levels of development in
management of processes and the maturity of the organization, from indicators extracted
from the organizational enlargement models and management processes, and examined by
the selection of the main management processes used, related to the following areas:
financial management, marketing, production, strategical management and management of
people. Firstly, the existing studies on stages of maturity and on management processes were
considered, as well as the importance of these processes to organizations. Right after, a
questionary was used in companies of varied sectors, to identify the stage of maturity of the
organizations and the existing management processes, using the concepts of a null hypothesis
and an alternative hypothesis. When consolidating the data from the research, the software
Statiscal Package for the Social Sciences was used, having as a tool the factorial analysis,
that lead to the conclusion that there is a connection between the stage of maturity of the
organization and the levels of development in management of processes. The paper shows
that the knowledge of the stage of maturity correlated to the management processes can be an
indispensable tool to atted to the new requirements and changes in the market.
Key-Words: Maturity Stages and Management Processes.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................16
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA .............................................................................................18
1.2 PROBLEMA ......................................................................................................................19
1.2.1 Contexto..........................................................................................................................19
1.2.2 Hipótese da Pesquisa.....................................................................................................20
1.3 OBJETIVOS.......................................................................................................................21
1.3.1 Objetivos Específicos.....................................................................................................21
1.4 JUSTIFICATIVA...............................................................................................................22
1.5 ABORDAGEM METODOLÓGICA.................................................................................24
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO.......................................................................................25
2 REFERENCIAL TEÓRICO..............................................................................................27
2.1 DA MATURIDADE ORGANIZACIONAL .....................................................................27
2.1.1 Modelo de MCGuire (1963)..........................................................................................28
2.1.2 Modelo de Christensen e Scott (1964)..........................................................................28
2.1.3 Modelo de Lippitt e Schmidt (1967).............................................................................29
2.1.4 Modelo de Steinmetz (1969)..........................................................................................29
2.1.5 Modelo de Greiner (1972).............................................................................................30
2.1.6 Modelo de Churchill e Lewis (1983) ............................................................................30
2.1.6.1 Existência .....................................................................................................................31
2.1.6.2 Sobrevivência ...............................................................................................................31
2.1.6.3 Sucesso .........................................................................................................................32
2.1.6.3.1 Desligamento.............................................................................................................32
2.1.6.3.2 Crescimento...............................................................................................................32
2.1.6.4 Decolagem....................................................................................................................33
2.1.6.5 Maturidade....................................................................................................................33
2.1.7 Modelo de Miller e Friesen (1984) ...............................................................................34
2.1.8 Modelo de Degen (1984)................................................................................................35
2.1.9 Modelo de Scott e Bruce (1987)....................................................................................35
2.1.10 Modelo de Kaufmann (1990)......................................................................................36
2.1.11 Modelo de Adizes (1991) .............................................................................................36
2.1.11.1 Paquera .......................................................................................................................37
2.1.11.2 Infância.......................................................................................................................37
2.1.11.3 “Toca-Toca” ...............................................................................................................37
2.1.11.4 Adolescência...............................................................................................................37
2.1.11.5 Primor.........................................................................................................................38
2.1.11.6 Estabilidade ................................................................................................................38
2.1.11.7 Aristocracia.................................................................................................................38
2.1.11.8 Recriminação..............................................................................................................39
2.1.11.9 Burocracia...................................................................................................................39
2.1.11.10 Morte ........................................................................................................................39
2.1.12 Modelo de Mount, Zinger e Forsyth (1993) ..............................................................40
2.1.13 Modelo de Reynolds, Storey e Westthead (1994)......................................................40
2.1.14 Modelo de Marques (1994) .........................................................................................40
2.1.15 Modelo de Macedo (1997)...........................................................................................41
2.1.16 Modelo de Raposo e Ferreira (1997)..........................................................................42
2.1.17 Modelo da Rooke eTorbert (1998).............................................................................43
2.1.18 Modelo de Machado da Silva, Vieira e Dellagnelo (1998) .......................................44
2.1.19 Modelo de Alegretti e Andreolla (1998).....................................................................44
2.1.20 Modelo de Sibbet (2003)..............................................................................................45
2.1.21 Resumo dos Modelos de Maturidade.........................................................................45
2.2 PROCESSOS DE GESTÃO...............................................................................................49
2.2.1 Processos de Gestão Financeira....................................................................................49
2.2.1.1 Análises Financeiras.....................................................................................................49
2.2.1.1.1 Análise Vertical.........................................................................................................50
2.2.1.1.2 Análise Horizontal.....................................................................................................50
2.2.1.1.3 Análise de Solvência .................................................................................................51
2.2.1.1.4 Patrimônio e seu Estudo............................................................................................52
2.2.1.1.5 Fluxos de Caixa.........................................................................................................52
2.2.1.2 Análise Contábil...........................................................................................................54
2.2.1.2.1 Processo Orçamentário..............................................................................................56
2.2.1.2.2.Gestão Tributária.......................................................................................................57
2.2.1.3 Auditorias .....................................................................................................................59
2.2.2 Marketing.......................................................................................................................60
2.2.2.1 Gestão de Relacionamento CRM .................................................................................62
2.2.3 Produção.........................................................................................................................63
2.2.3.1 Previsão da Demanda ...................................................................................................63
2.2.3.2 Planejamento da Produção ...........................................................................................64
2.2.3.2.1 Fluxo e Informação da Produção...............................................................................65
2.2.3.2.2 Procedimentos de Entregas de Produto.....................................................................65
2.2.3.2.3 Logística ....................................................................................................................66
2.2.3.3 Sistema de Produção.....................................................................................................66
2.2.3.4 Sistema de Controle de Produção.................................................................................67
2.2.3.5 Processo Produtivo.......................................................................................................68
2.2.3.5.1 Produtividade.............................................................................................................68
2.2.3.5.1.1 Fatores Determinantes da Produtividade................................................................68
2.2.3.5.1.2 Administração da Produtividade ............................................................................69
2.2.3.6 Produção Focalizada.....................................................................................................69
2.2.3.6.1 Tempo de Ciclo .........................................................................................................70
2.2.3.7 Capacidade de Produção...............................................................................................70
2.2.3.7.1 Previsão de Aumento da Capacidade ........................................................................71
2.2.3.8 Vantagens Competitivas nas Operações.......................................................................72
2.2.3.9 Custos de Produção ......................................................................................................73
2.2.3.10 Formas de Gerenciamento..........................................................................................74
2.2.3.10.1 Supply Chain ...........................................................................................................74
2.2.3.10.2 Cadeia de Suprimentos............................................................................................75
2.2.3.10.3 Identificação dos Fornecedores Críticos..................................................................75
2.2.3.10.4 Gestão de Estoques e Inventários............................................................................76
2.2.3.10.5 Gestão de Qualidade................................................................................................77
2.2.3.11 Desenvolvimento de Novos Produtos.........................................................................78
2.2.3.11.1 Layout......................................................................................................................80
2.2.3.11.2 Layout de Processo..................................................................................................80
2.2.3.11.3 Sistemas de Informação e Automação.....................................................................81
2.2.4 Gestão Estratégica.........................................................................................................82
2.2.4.1 Missão...........................................................................................................................82
2.2.4.2 Visão.............................................................................................................................83
2.2.4.3 Metas Organizacionais .................................................................................................85
2.2.4.3.1 Avaliação e Desempenho Organizacional.................................................................85
2.2.4.4 Análise Ambiental........................................................................................................86
2.2.4.5 Políticas Sociais e Ambientais......................................................................................87
2.2.5 Gestão de Pessoas ..........................................................................................................90
2.2.5.1 Avaliação de Desempenho ...........................................................................................90
2.2.6 Modelos de Processos Organizacionais........................................................................93
2.2.6.1 Cadeia de Valor de Porter.............................................................................................93
2.2.6.2 Processo Classification Framework ............................................................................95
2.3 CONCLUSÓES DO CAPÍTULO 02 .................................................................................96
3 DETALHAMENTO DA PROPOSTA METODOLÓGICA ...........................................97
3.1 NATUREZA DA PESQUISA............................................................................................97
3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA..................................................................................98
3.3 NATUREZA DAS VARIÁVEIS.....................................................................................100
3.4 TÉCNICAS UTILIZADAS NA ANÁLISE DOS RESULTADOS.................................100
3.4.1 Elaboração do Questionário.......................................................................................102
3.4.2 Amostragem.................................................................................................................105
3.4.2.1 Definição da População Alvo.....................................................................................105
3.4.2.2 Escolha da Estrutura de Amostragem.........................................................................106
3.4.2.3 Seleção do Método de Amostragem...........................................................................106
3.4.2.4 Definição do Tamanho da Amostra............................................................................107
3.4.2.5 Implementação do Plano de Amostragem..................................................................108
3.5 PREPARAÇÃO DOS DADOS........................................................................................108
3.5.1 Revisão dos Dados .......................................................................................................109
3.5.2 Dados Faltantes............................................................................................................109
3.5.3 Codificação e Entrada de Dados ................................................................................109
3.5.4 Transformação de Dados............................................................................................109
3.6 ANÁLISE DE DADOS....................................................................................................110
3.6.1 Análise de Correlação .................................................................................................110
3.6.1.1 Presença......................................................................................................................111
3.6.1.2 Natureza das Relações................................................................................................111
3.6.1.3 Direção .......................................................................................................................111
3.6.1.4 Força de Associação...................................................................................................112
3.6.2 Co-variação e Relações entre Variáveis.....................................................................112
3.7 MENSURAÇÃO DA PESQUISA...................................................................................113
3.8 ANÁLISE FATORIAL ....................................................................................................115
3.8.1 Software Utilizado para Análise de Dados................................................................120
3.9 CONCLUSOES DO CAPÍTULO 03 ...............................................................................121
4 ANÁLISES DOS RESULTADOS....................................................................................122
4.1 DETALHAMENTO DA ANÁLISE FATORIAL NA PRIMEIRA DIMENSÃO –
ANÁLISE DA CORRELAÇÃO SIMPLES...........................................................................123
4.2 DETALHAMENTO DA ANÁLISE FATORIAL NA SEGUNDA DIMENSÃO –
ESTÁGIOS DE MATURIDADE...........................................................................................131
4.3 DETALHAMENTO DA ANÁLISE FATORIAL DA TERCEIRA DIMENSÃO –
PROCESSOS DE GESTÃO...................................................................................................138
4.4 SÍNTESE DAS MATRIZES FATORIAIS MATURIDADE E PROCESSO DE GESTÃO
ESTUDADAS NA SEGUNDA E TERCEIRA DIMENSÕES..............................................144
4.5 CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 04 ...............................................................................146
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES .................................................148
5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................148
5.2 LIMITAÇÕES DA PESQUISA.......................................................................................149
5.3 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS...............................................150
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................151
APÊNDICE.......................................................................................................................... 163
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Metodologia da Pesquisa.........................................................................................24
Figura 2 - Ciclo de Vida, segundo Kaufmann (1990) ..............................................................36
Figura 3 – Cadeia de Valor de Porter.......................................................................................94
Figura 4 - Detalhamento da Metodologia a ser Aplicada.......................................................101
Figura 5 - Detalhamento da Aplicação do Questionário ........................................................102
Figura 6 - Seleção de uma Técnica Multivariada – Técnica da Dependência........................118
Figura 7 – Seleção de uma Técnica Multivariada – Técnica da Interdependência ................119
Figura 8 - Etapas de Procedimento no SPSS..........................................................................120
Figura 9 - Variáveis que definem os Estágios de Maturidade da Organização......................137
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Ciclo de vida, segundo Miller e Friesen (1984).....................................................34
Quadro 2 - Resumo dos Modelos de Maturidade.....................................................................45
Quadro 3 – Resumo dos Modelos de Maturidade: ponto de vista da Gestão Organizacional .48
Quadro 4 - Funções da Informação Gerencial..........................................................................54
Quadro 5 - Importância da Previsão de Vendas para as várias áreas da Empresa ...................61
Quadro 6 - Evolução da Medição do Desempenho Organizacional.........................................86
Quadro 7 – As cinco principais áreas da Administração, suas categorias e importância na
organização...............................................................................................................................91
Quadro 8 - Prática para o Desenvolvimento do Conhecimento dentro das Organizações.......95
Quadro 9 - Diferenças entre Pesquisas Exploratória e Conclusiva..........................................98
Quadro 10 - Passos a serem seguidos na Criação de um Questionário..................................104
Quadro 11 - Coeficiente da Correlação..................................................................................112
Quadro 12 – Questões versus Fatores ....................................................................................141
Quadro 13 - Denominação dos Fatores de Maturidade..........................................................144
Quadro 14 - Denominação dos Fatores de Processos de Gestão............................................145
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Modelo de Escala Likert de Sete Pontos ..............................................................114
Tabela 2 – Modelo de Escala Likert utilizado na pesquisa ....................................................115
Tabela 3 – Amostragem dos questionários.............................................................................122
Tabela 4 – Matriz de correlação das variáveis X1 e X22 com as variáveis X23 a X35.........127
Tabela 5 – Matriz de correlação das variáveis X1 e X22 com as variáveis X36 a X48.........127
Tabela 6 – Matriz de correlação das variáveis X1 a X22 com as variáveis X49 a X61.........128
Tabela 7 – Matriz de correlação das viráveis X1 a X22 com as variáveis X62 a X 74 .........128
Tabela 8 – Índice de valores de MSA ....................................................................................132
Tabela 9 – Regra prática sobre coeficiente de correlação ......................................................132
Tabela 10 – Índices de adequação para Análise Fatorial antes da depuração........................133
Tabela 11 – Índices de adequação Fatorial depois da depuração...........................................133
Tabela 12 – Variância extraída pela Análise Fatorial.............................................................133
Tabela 13 – Matriz de Fatores não Rotacionados...................................................................134
Tabela 14 – Matriz de Fatores Rotacionados .........................................................................136
Tabela 15 – Adequação da Análise Fatorial dos Processos de Gestão...................................139
Tabela 16 – Variância explicada pelos Fatores Obtidos.........................................................139
Tabela 17 – Matriz de Correlação dos Processos de Gestão..................................................140
Tabela 18 – Relação cargas fatoriais x amostra .....................................................................143
16
1 INTRODUÇÃO
Diante de uma sociedade em constante evolução, caracterizada pelas recentes
mudanças nos paradigmas no processo produtivo, na maneira de avaliar as organizações, dos
avanços tecnológicos constantes, das crises econômicas e sociais, da exclusão social e da
informação como diferencial na busca da vantagem competitiva, as organizações empresariais
devem estar adaptadas para adequar-se e atingir a excelência na sua gestão.
O ambiente competitivo das organizações com vistas a esta nova dimensão busca a
melhoria contínua dos processos em diversas áreas, portanto, passa a ser crítica a habilidade
de lidar com os processos que possui e com o conhecimento que adquiriu ao longo do tempo
para utilizá-lo eficazmente.
Na sociedade pós-industrial, em que a economia assume tendências globais, a
informação e o conhecimento da organização passaram a ser necessários. Conforme Moresi
(2000, p. 14), “o que tem sido relevante é a mudança fundamental no significado do que a
informação assume na nova realidade mundial de uma sociedade globalizada: agora a
informação não é apenas um recurso, mas o recurso”.
Portanto, para os gestores de uma organização, ela requer uma percepção objetiva dos
processos existentes e dos processos de gestão que serão necessários implantar, vislumbrando
o futuro da organização.
Segundo Batista (2006, p. 2), “é de grande importância que nossa economia e
sociedade tenham um comportamento semelhante ao da época da revolução industrial”, o que
demonstra que a busca de novos mercados se tornou necessária para aperfeiçoar as
informações obtidas pelas organizações, agregando-se estratégias com foco no futuro e na
sobrevivência.
O´Brien (2006) ressalta que a informação é importante para as organizações,
constituindo um dos recursos cuja gestão e aproveitamento estão ligados ao sucesso.
É necessário que se analise o atual cenário para elaborar estratégias para o futuro, que
se configura em um novo ambiente muito competitivo. Toffler (1980) divide a economia em
três ondas. Segundo ele, a primeira corresponde ao setor agropecuário e extrativista, a
segunda ao setor industrial e a terceira ao setor de serviços e informações. Hoje, vive-se a
terceira onda, e ele ressalta que cada onda tem exigências diversificadas e, por isso, precisam
de estratégias de negócios completamente diversos.
17
De acordo com Drucker (1999, p. 57), “todas as instituições devem fazer da
competitividade global uma meta estratégica”. Nenhuma delas poderá sobreviver e, ao mesmo
tempo, ser bem-sucedida, a menos que esteja preparada para enfrentar mudanças e adaptar-se
às pressões impostas pelos ambientes econômico, tecnológico, social, político e cultural em
transformações.
Para Audy (2000), a empresa deve ter consciência de que a informação é tão
importante quanto os recursos humanos, pois, da sua inter-relação, depende o sucesso ou o
fracasso na tomada de decisões.
De acordo com Rezende (2001), deve-se considerar que a estratégia sempre se formula
com base nas informações e, por isso, nenhuma estratégia será melhor do que a informação na
qual ela se fundamenta.
Portanto, entende-se que a profissionalização da gestão, pela identificação e
desenvolvimento de competências gerenciais, é uma das formas de fazer frente às
necessidades das mudanças nas organizações para que elas consigam cumprir sua missão,
alcançando uma vantagem competitiva duradoura.
Desse modo, tanto as organizações como sua administração envolvem enorme
complexidade e diversidade, mas ambas constituem aspectos recentes na história do homem.
Apesar do fato de as organizações empresariais terem adquirido suas características atuais a
partir da Revolução Industrial, que ocorreu no decorrer da segunda metade do Século XVIII,
somente a partir do início do Século XX é que a Administração começou a receber a atenção
necessária e estudos mais profundos por alguns pioneiros que foram gradativamente
mapeando e ampliando o terreno diversificado e complexo das organizações, criando teorias a
respeito de sua adequada gestão.
Atualmente, uma das grandes preocupações das organizações empresariais, sejam elas
de pequeno, médio ou grande porte, é a eficiência nos seus processos de gestão.
Neste processo de permanente mutação, e reagindo a essas sucessivas exigências e
mudanças, a empresa exigirá de toda a estrutura uma administração mais eficiente. que se
conceber que uma gestão adequada na maturidade organizacional precisa contar com
ferramentas que permitam a otimização dos processos de gestão.
Para Kaufmann (1990), as empresas passam por grandes desafios durante o processo
de crescimento e desenvolvimento, da mesma forma que nós seres vivos passamos, por isso
em cada estágio na organização percebe-se um desafio a vencer até atingir a maturidade.
18
Borinelli (2001 apud LEZANA, 1998, p. 28) diz que: “O processo evolutivo de uma
empresa compreende uma série de etapas que devem ser superadas, desde a sua criação até a
empresa se transformar numa instituição efetivamente consolidada”.
Partindo dessas premissas, esta pesquisa considera que o conhecimento da relação
entre a maturidade e os processos de gestão poderá contribuir para o entendimento das
transformações organizacionais geradas ao longo do tempo.
Para que isto possa ser verificado, busca-se conhecer as diversas características do
estágio de maturidade nos modelos de crescimento organizacional existentes e processos de
gestão relatados na literatura, avaliando a correlação entre as variáveis que definem
maturidade e aquelas que definem os processos de gestão.
1. 1 DELIMITAÇÃO DO TEMA
Considerando a variedade de enfoques que podem ser adotados para o tema desta
pesquisa, que existem diversas escolas e com os mais distintos estudos tratando do assunto
em linhas específicas, optou-se por circunscrever a investigação e a conseqüente aplicação do
modelo desta pesquisa ao âmbito da Gestão Organizacional.
A restrição do escopo do estudo justifica-se pela necessidade de priorizar os atributos
competitivos colaborando, particularmente, no que tange à aplicação dos temas acima para a
Gestão Organizacional.
Não obstante essa delimitação, os procedimentos e a sistemática do mapeamento da
análise proposta podem ser utilizados, com as devidas adaptações, como contribuição para
outros estudos em empresas industriais, comerciais ou prestadoras de serviços, bem como no
âmbito de outras áreas de concentração.
Desta forma, a próxima seção apresenta a problemática que envolve esta pesquisa, que
se fundamenta nos elementos conceituais de Processos de Gestão e Maturidade
Organizacional, identificando, por meio da ênfase aos referencias teóricos de gestão, uma
contribuição para os conceitos de Maturidade e Processos de Gestão.
19
1.2 PROBLEMA
1.2.1 Contexto
Para as organizações sobreviverem e se desenvolverem atualmente, não basta apenas
que elas adotem simples mudanças objetivando se adaptar ao ambiente nos quais estão
inseridas. Elas precisam também ser capazes de antecipar os eventos, bem como responder às
ameaças e oportunidades que o ambiente fornece, agindo de maneira proativa e a elas se
adaptando (KELLY e AMBURGEY, 1991).
As mudanças rápidas e contínuas no ambiente externo possuem efeito de longo
alcance nas organizações, então, precisam ser tratadas como sistemas abertos (KATZ, 1987).
Elas devem ser permeáveis às condições voláteis e mutantes dentro do ambiente em que estão
inseridas, pois necessitam estabelecer parâmetros para desenvolver suas necessidades
(BOWDICTH e BUONO, 1997).
Compreender o processo de adaptação estratégica da organização ao ambiente é crítica
para a sociedade moderna, face às incertezas ambientais e organizacionais.
Tendo como pressuposto as incertezas e a necessidade de possuir controles, cujo
intuito é se tornar competitivo dentro do processo inovativo que o mercado exige, será
efetuada uma análise de correlação entre os níveis de desenvolvimento dos processos de
gestão e o estágio de maturidade da organização, verificando suas influências dentro das
organizações.
Serão abordados também nesta pesquisa conceitos de maturidade organizacional que
pressupõe um aumento do potencial das organizações ao longo do tempo, de acordo com seu
desenvolvimento e aperfeiçoamento pelas capacidades ou habilidades específicas que
crescem ao longo do tempo com a finalidade de atingir o sucesso.
Vários estudiosos, como Adizes (1991), Greiner (1972) e Lyden (1975), mostram que
o comportamento das organizações pode ser projetado por modelos de ciclos de vida,
podendo assim ajudar a compreender aspectos relacionados ao crescimento da empresa e suas
conseqüências, ajudando-nos neste sentido a entender o processo de maturidade e as
necessidades específicas de gestão para cada ciclo ou estágio de vida.
20
Phelps (2007), diz que as organizações passam por uma série de transições do
nascimento à maturidade, porém a chave para o crescimento dependerá da capacidade que a
organização possui para lidar e absorver o conhecimento existente.
Dentro das leituras efetuadas sobre estágios de maturidade ou ciclos de vida,
verificam-se atributos estatísticos das organizações. De acordo com Kimberly & Miles
(1980), não existem muitos estudos sobre a evolução da estrutura e processos ou padrões de
aprendizagem e tomada de decisão que ocorrem à medida que as organizações tentam
progredir no seu ciclo de vida, da criação para a maturidade, e é neste aspecto que propomos o
avanço dos estudos existentes.
Sabe-se que a conscientização sobre um novo cenário universal e a adaptação a ele são
fundamentais para as organizações alcançarem seus objetivos, sob pena de não sobreviverem.
Mesmo que a mudança não seja o único fator determinante do sucesso ou do fracasso de uma
organização, há que se admitir que uma mudança bem-sucedida e adequada a um dado
contexto pode trazer excelentes resultados para a organização.
Vislumbrando os itens citados acima, buscar-se-á, por meio desta pesquisa, aprofundar
os conhecimentos sobre processos de gestão, efetuando uma correlação com o estágio de
maturidade das organizações. Para tanto, será necessário estudar as diversas abordagens sobre
processos de gestão e modelos de maturidade.
1.2.2 Hipótese da Pesquisa
Observa-se que as empresas, sejam elas comerciais, industriais ou prestadoras de
serviço, possuem processos de gestão implementados dentro da rotina organizacional.
Contudo, busca-se, por meio desta pesquisa, vislumbrar os processos de gestão utilizados, de
acordo com os estágios de maturidade da organização, cujo objetivo é: Analisar a
Correlação entre os veis de Desenvolvimento dos Processos de Gestão e o Estágio de
Maturidade da Organização.
Desse modo, primeiramente serão abordados os estudos existentes nesta área de
pesquisa, os processos de gestão existentes e a importância desses processos para as
organizações. Na seqüência, será aplicado um questionário a empresas de diversos setores
para assim conhecer o nível de maturidade em que elas se encontram e os processos de gestão
existentes de acordo com cada organização.
21
Dentro do cenário descrito e considerando a conjuntura brasileira, tornam-se
relevantes os estudos que auxiliam os empresários a tomarem decisões com vistas a orientar
seus negócios diante das condições ambientais de suas empresas.
Diante do exposto, trabalhar-se-á com duas hipóteses neste trabalho:
a) Hipótese nula: Não existe correlação entre os níveis de desenvolvimento dos
processos de gestão e o estágio de maturidade das organizações; e
b) Hipótese alternativa: Existe correlação entre os níveis de desenvolvimento dos
processos de gestão e o estágio de maturidade das organizações.
A partir das hipóteses citadas acima, a pesquisa poderá contribuir para a adequação
das características dos processos de gestão ao estágio de maturidade da organização.
1.3 OBJETIVOS
Fundamentada pelas seções anteriores, o objetivo geral do trabalho é: Analisar a
Correlação entre os veis de Desenvolvimento dos Processos de Gestão e o Estágio de
Maturidade da Organização. Esta análise será efetuada a partir de indicadores extraídos dos
modelos de crescimento das organizações e dos processos de gestão verificados por meio de
processos utilizados relacionados às áreas de finanças, marketing, produção, gestão
estratégica e gestão de pessoas, visando ao melhor gerenciamento dos recursos e maximização
dos resultados.
1.3.1 Objetivos Específicos
Para o cumprimento do objetivo geral, serão considerados os seguintes objetivos
específicos:
a) Identificar os modelos existentes de crescimento organizacional e, a partir destes
modelos, descrever os atributos que caracterizam o estágio de maturidade
organizacional;
22
b) Descrever os principais processos de gestão utilizados pelas organizações, tendo
por base as áreas específicas da Administração: Finanças, Marketing, Produção,
Gestão Estratégica e Gestão de Pessoas;
c) Verificar o nível de relação entre os processos de gestão e o estágio de maturidade
organizacional;
d) Avaliar os resultados obtidos na correlação entre os processos de gestão e o estágio
de maturidade, considerando a intensidade da presença dos grupos de fatores
identificados; e
e) Propor uma tipologia de categorização de organizações em estágio de maturidade
e, a partir desta tipologia, propor possíveis recomendações para os gestores sobre o
desenvolvimento organizacional.
1.4 JUSTIFICATIVA
As reflexões propostas serão realizadas em torno da análise dos processos de gestão
utilizados em uma organização de acordo com o estágio de maturidade em que ela se
encontra, buscando conhecer quais são os processos de gestão utilizados nos vários estágios
de maturidade, buscando uma orientação dentro de um processo de intervenção que possa
auxiliar os gestores na tomada de decisão.
As organizações, independentemente do seu tamanho, precisam estar preparadas para
identificar oportunidades no mercado e aproveitar o potencial dos conhecimentos existentes,
buscando novas ferramentas para melhorar e criar novos processos de gestão e mensuração
desses processos, de acordo com o seu negócio, tendo como focos a eficiência e a eficácia
dentro desse processo inovativo.
Essas necessidades surgem devido às mudanças nos requisitos de desempenho, novas
oportunidades, novas preferências de consumidores, concorrências, entre outras. Com isso,
durante o ciclo de vida de um negócio, muitas melhorias ou ciclos de transformação podem
ser necessários (SOUSA & GROESBECK, 2004).
Para Senge et al. (1999), “todo crescimento na natureza advém de uma interação entre
processos que reforçam o crescimento e processos que os inibem [...]”. Para o autor, os
gestores devem estar focados para o crescimento sem se esquecer dos fatores limitantes que
poderão impedir o processo de mudança.
23
Dooley & Van de Ven (1999) confirmam esta necessidade de conhecimento dos
modelos de comportamento das organizações. Para eles, tal conhecimento poderá ajudar a
explicar o passado e vislumbrar o futuro desenvolvendo estratégias corretivas.
Segundo Prahalad (1995), o cenário competitivo está sempre em transformação, e os
executivos precisam estar constantemente em alerta para não considerarem sua estratégia
competitiva atual como garantia de um futuro lucrativo para a empresa.
De acordo com Varadarajan e Jayachandran (1999), a vantagem competitiva surge
quando uma empresa emprega habilidades e recursos únicos para implementar uma estratégia
que crie valor e que os seus concorrentes não consigam copiar facilmente.
Para Sheth e Sobel (2002), a melhoria da qualidade dos produtos e serviços e a
construção de relacionamentos de longo prazo com os consumidores são os melhores
caminhos para se chegar à vantagem competitiva.
Porém Barney (1986) afirma que a cultura organizacional pode ser fonte de vantagem
competitiva, ou ainda que a cultura é a mais eficaz e durável barreira da imitação, citando
duas razões: primeira, a cultura encoraja a produção de resultados únicos; segunda, ela está
cheia de ambigüidade causal.
Portanto, a compreensão dos conceitos relatados nas seções anteriores é de suma
importância para que se possa vislumbrar um futuro voltado para estratégias mais eficazes de
acordo com o estágio de maturidade ou ciclos de vida das organizações. Entretanto, verifica-
se que a literatura é escassa no tocante ao papel e à contribuição dos conceitos de Processos
de Gestão versus Maturidade Organizacional e o que podem significar para a melhoria na
otimização e qualidade dos processos de gestão nas organizações.
Com efeito, consultando-se considerável conjunto de livros e artigos científicos
componentes da área de Ciências Contábeis, Administração, Ciências Econômicas e
Engenharia de Produção e Sistemas, constata-se que existem poucas obras de pesquisadores
brasileiros voltados para a proposição de estudos que demonstrem esta inter-relação de
conceitos e suas contribuições para a Gestão Organizacional.
Portanto, por meio do tema proposto, busca-se avançar no referencial teórico que
suporte tais conceitos, auxiliando na tomada de decisão no que se refere ao processo de gestão
que melhor irá atender às necessidades das organizações no nível de maturidade em que elas
se encontram naquele dado momento, auxiliando na gestão e no provimento da
sustentabilidade da organização.
24
Conhecendo esses conceitos, processos de gestão e maturidade organizacional, o
gestor poderá desenvolver uma ferramenta que aumente o valor daquilo que é recebido pelo
cliente, bem como a sustentabilidade da organização.
1.5 ABORDAGEM METODOLÓGICA
De acordo com Hair et al. (2005a), um projeto de pesquisa compreende três fases: a
formulação, a execução e a análise. A formulação define a substância e o processo da
pesquisa. Após a formulação, inicia-se a fase de execução, em que o pesquisador reúne
informações de fontes apropriadas e, a partir deste momento, essas informações são
verificadas, codificadas e armazenadas de modo a permitir que sejam analisadas de forma
conveniente.
Tendo como pressupostos básicos os itens citados acima, segue-se uma descrição da
metodologia a ser aplicada neste processo de pesquisa (Figura 1).
Figura 1 – Metodologia da Pesquisa
Fonte: A autora, 2008.
Etapa 1:
Questões da pesquisa;
Conceitos sobre processos
de gestão e maturidade
organizacional (revisão
bibliográfica);
Hipóteses;
Plano de Estudo.
Etapa 2:
Elaboração de
questionários (coleta de
dados);
Verificar erros;
Codificar e armazenar
dados;
Correlação entre variáveis
.de maturidade x processos
Etapa 3:
Análise dos dados;
Interpretar resultados;
Contribuições e
Limitações.
Resultado:
Relatório Final.
25
No primeiro momento, a técnica utilizada para obtenção de informações que foram
sistematizadas e sintetizadas na construção de estruturas e modelos teóricos conceituais foi o
da pesquisa bibliográfica que permite construir ou reconstruir um modelo implícito nos
diferentes construtos, criando um arcabouço teórico capaz de sustentar ou subsidiar as
questões de pesquisa (BERTON E NAKANO, 1998). Após a revisão bibliográfica, foram
definidas as hipóteses da pesquisa e elaborado um plano de estudo.
No segundo momento, foram pesquisados vários autores como Adizes (1991), Greiner
(1972), Kimberly (1979), Lavoie e Culbert (1978) e Lyden (1975), que estudaram os
estágios de maturidade organizacional, o que auxiliou a compreender a complexidade da
gestão organizacional. Foi abordado, neste trabalho, empiricamente, por meio da aplicação de
questionários, a existência ou não de padrões de maturidade dentro de organizações quando
da utilização dos processos de gestão.
no terceiro momento, procurou-se, por meio dos questionários e dados coletados
em diversas organizações, utilizar a análise fatorial, em que foram estudados grupamentos de
variáveis que explorem semelhanças para que se pudesse efetuar a análise dos dados e a sua
interpretação, verificando as contribuições e limitações do presente estudo.
De acordo com Hair et al. (2005b), a análise fatorial é uma técnica estatística
multivariada que pode sintetizar as informações de um grande número de variáveis em um
número muito menor de variáveis ou fatores, identificando relações latentes e combinando
variáveis em alguns fatores, simplificando a compreensão dos dados.
No quarto momento, apresenta-se o resultado da pesquisa.
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO
Para a apresentação deste estudo, o Capítulo 1 apresenta o problema, o contexto, a
hipótese da pesquisa, os objetivos e o método de pesquisa.
O Capítulo 2 constitui a observação dos modelos de estágio de maturidade e processos
de gestão, por meio de uma revisão bibliográfica.
No Capítulo 3, apresenta-se um desdobramento da proposta metodológica.
no Capítulo 4, os resultados obtidos na pesquisa são analisados e, no Capítulo 5, as
conclusões, contribuições e limitações são descritas.
26
Espera-se, com esta pesquisa, além de analisar e correlacionar os processos de gestão
em função do estágio de maturidade da organização, contribuir academicamente para a
consolidação das teorias de diversos autores nas áreas de ciclos de vida ou estágio de
maturidade organizacional e processos de gestão.
27
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O estudo em questão avalia dentro de uma organização empresarial a relação entre
níveis de desenvolvimento de processos de gestão e o estágio de maturidade da organização.
Sendo assim, para seu melhor entendimento, cabe a este capítulo demonstrar alguns conceitos
relacionados aos principais processos de Gestão Organizacional e Estágios de Maturidade
estudados, discutidos e publicados por estudiosos da área.
2.1 DA MATURIDADE ORGANIZACIONAL
Durante vários anos, os estudos organizacionais mostravam a organização voltada para
um fenômeno estático, porém, alguns estudiosos como Farias e Fisher (2001) mostravam que
a trajetória organizacional havia sofrido grandes alterações ao longo da história.
Demers (1999) apresenta as mudanças ocorridas no processo organizacional
dividindo-as em três momentos: a) primeiro momento, após segunda guerra mundial, com o
processo de crescimento e adaptação; b) o segundo momento, por volta dos anos 70
caracterizado pela morte ou transformação; e c) o terceiro momento, por volta dos anos 90
caracterizado pelo aprendizado e evolução.
Então, a partir dessas concepções, os modelos de estágios de maturidade tornaram-se
interessantes para a compreensão do processo de desenvolvimento das organizações,
promovendo-se análises em seu nível individual ao longo do tempo.
Na revisão da literatura sobre modelos de estágios de maturidade, não foi encontrada
uma definição deste conceito de forma explícita, embora existam vários modelos que
expliquem o desenvolvimento organizacional ao longo dos anos. Então, a partir dos estudos
existentes, podem-se descrever os estágios de maturidade como uma seqüência de
acontecimentos que descrevem as mudanças ao longo do tempo (DODGE, 1994).
Para Desreumaux (1998, apud FARIAS e FISHER, 2001), os modelos de estágios de
maturidade consideram a entidade como entes únicos, que desenvolvem um projeto ou
sucessão deles com vistas a se adaptar ao ambiente para se manter ao longo do tempo.
Os estágios de maturidade baseiam-se na premissa de que as pessoas, organizações,
áreas funcionais e processos, entre outros evoluem por meio do processo de desenvolvimento,
28
crescimento e maturação em direção à maturidade mais avançada, atravessando um
determinado número de estágios distintos.
Os modelos de estágio de maturidade fornecem aos gestores uma ferramenta para
determinar em que estágio de maturidade se encontra a organização, na qual o gestor pode
planejar aonde quer chegar para progredir a uma maturidade superior e, por conseqüência,
atingir as metas desejadas.
Assim, gestores necessitam conhecer modelos de estágio de maturidade, bem como
reconhecer e entender indicadores de cada estágio.
Embora tenham sido propostos numerosos modelos e teorias num esforço para
explicar o processo de estágios de maturidade, poucos têm sido os esforços para validá-los em
empiricamente.
Agora serão abordados alguns modelos de estágios de maturidade ou ciclo de vida
como tratam alguns autores, baseados em estágios de crescimento da organização, propostos
ao longo dos anos.
2.1.1 Modelo de MCGuire (1963)
O modelo de MCGuire (1963) , baseado no modelo de Rostow (1960), cujo caráter é
predominantemente econômico, mostra que as empresas se movem entre cinco estágios
durante seu crescimento: pequena empresa tradicional; planejamento para o crescimento;
decolagem (ou abandono das condições existentes), rumo ao gerenciamento profissional; e
produção em massa, caracterizada por uma difusão de objetivos e um interesse no bem-estar
da sociedade.
2.1.2 Modelo de Christensen e Scott (1964)
O modelo de Christensen e Scott (1964) aborda a evolução das estruturas
organizacionais das empresas na medida em que elas evoluem em suas relações com os
produtos e o próprio mercado. Enquanto crescem em tamanho, número de produtos e
cobertura de mercado, os empreendimentos passam por três estágios: gerenciamento de uma
29
unidade sem partes especializadas; gerenciamento de uma unidade com partes especializadas,
como marketing e finanças; e múltiplas unidades operacionais, como divisões, que atuam em
defesa própria no ambiente.
2.1.3 Modelo de Lippitt e Schmidt (1967)
O modelo de Lippitt e Schmidt (1967a) é um dos mais antigos modelos de ciclo de
vida em que a preocupação está voltada para o alcance dos estágios em um negócio, sendo
contempladas três fases: nascimento, juventude e maturidade.
Neste modelo, o primeiro estágio está ligado ao empenho do empreendedor, ou seja, o
dono do capital está à frente ao negócio.
no segundo estágio, existe uma transição em que se verifica a necessidade da busca
da aprendizagem para que o negócio consiga prosperar.
O terceiro estágio está caracterizado por uma adaptação ao ambiente econômico no
qual a empresa está inserida, representando uma fase de melhor adaptação ao ambiente
econômico e mercado.
Para Lippitt e Schmidt (1967b), os fatores que determinam o estágio de crescimento de
uma organização são medidos pelas ações e suas respostas frente às crises organizacionais e
não ao porte da empresa, nicho do negócio ou sofisticação gerencial, logo, para os autores, o
declínio acontece em função de mudanças bruscas na demanda ou no ambiente econômico.
2.1.4 Modelo de Steinmetz (1969)
O modelo de Steinmetz (1969) é composto por quatro estágios pelos quais as pequenas
empresas devem passar para sobreviver. Entre um estágio e outro, existe uma fase crítica que
deve ser superada para que a empresa esteja apta a passar para o próximo estágio.
O primeiro dos estágios é a supervisão direta, em que todas as atividades da empresa
são realizadas ou supervisionadas pelo empreendedor. Ao seu término, o empreendedor deve
tornar-se um gerente, aprendendo a delegar responsabilidades. Uma vez que as atividades
30
estejam sendo supervisionadas por outras pessoas, a empresa passa para o estágio de
Supervisão.
Para passar ao próximo estágio, o gerente deve tornar-se um gestor capaz de lidar com
finanças complexas, dando atenção para o crescimento e expansão do empreendimento.
O terceiro estágio é o controle indireto. Para crescer e sobreviver, as empresas devem
aprender a delegar tarefas a gerentes-chave e a lidar com a taxa de retorno absoluta
decrescente e com o grande quadro de funcionários dos níveis intermediários.
O último estágio é a organização divisional, em que a empresa alcança estabilidade,
recursos e uma estrutura organizacional que a tornam plenamente viável.
2.1.5 Modelo de Greiner (1972)
O modelo de Greiner (1972a) define cinco fases pelas quais as empresas passam,
quando passarem de pequena empresa para jovem e de jovem para grande e de grande para
madura. Associada a cada uma das fases uma outra fase de revolução ou crise. Cada uma
das fases de evolução é caracterizada por um estilo gerencial particular, e cada fase de
evolução, por um problema gerencial dominante.
De acordo com o modelo de Greiner (1972b), o crescimento das organizações
caracteriza-se por cinco estágios distintos de desenvolvimento, em que cada período de
evolução é caracterizado por um estilo dominante de gestão usado para atingir o crescimento,
e o problema gerencial dominante de cada período deve ser resolvido para que o crescimento
possa prosseguir.
O Modelo de Greiner (1972c) é baseado na idade, tamanho da organização, estágios
de evolução/revolução e taxa de crescimento do setor no qual a entidade atua.
2.1.6 Modelo de Churchill e Lewis (1983)
Dentro do modelo de Churchill e Lewis (1983), são definidos cinco estágios de
desenvolvimento, e cada estágio é caracterizado por um índice de tamanho, diversidade e
complexidade, sendo descrito por cinco fatores de gestão: estilo de gestão, estrutura
31
organizacional, extensão dos sistemas formais, metas estratégicas dominantes e o
envolvimento do gestor com o negócio.
Os estágios acima descritos podem ser subdivididos da seguinte forma:
a) Existência;
b) Sobrevivência;
c) Sucesso – Desligamento ou Crescimento;
d) Decolagem; e
e) Maturidade.
2.1.6.1 Existência
Este é o estágio inicial de praticamente todas as pequenas empresas. O empreendedor
é a principal fonte de energia, direcionamento e recursos de sua empresa, confundindo-se com
ela.
O principal desafio desta fase é a viabilidade de seu negócio, manifestada pela
necessidade de obter novos clientes, entregar os produtos ou serviços contratados e gerar
caixa para sustentar a empresa.
2.1.6.2 Sobrevivência
As empresas que superam o estágio de existência passam para a sobrevivência. Neste
ponto, elas podem ser consideradas viáveis, possuem alguns clientes e atendem a eles
satisfatoriamente.
O grande desafio nesta etapa é o equilíbrio entre receitas e despesas, devendo a
empresa gerar caixa suficiente para se manter, financiar seu crescimento e remunerar os
empreendedores. O desenvolvimento dos sistemas é mínimo e o planejamento não costuma
passar de previsão de fluxo de caixa.
As empresas que conseguem crescer em tamanho e lucratividade passam para o
próximo estágio. Algumas permanecem na sobrevivência indefinidamente, remunerando seus
proprietários minimamente.
32
2.1.6.3 Sucesso
As empresas que conseguem “sobreviver” atingem o sucesso. Este estágio, em que são
plenamente viáveis e lucrativas, divide-se em duas subfases: o empreendedor pode explorar
ainda mais o potencial da empresa, fazendo-a crescer e progredir, ou desligar-se parcialmente,
mantendo-a estável e lucrativa. Devido às diferenças nas estratégias básicas, cada uma delas
possui características próprias, de modo que é necessário analisá-las separadamente.
2.1.6.3.1 Desligamento
A manutenção de um empreendimento neste subestágio geralmente é motivada pelo
desejo do empreendedor em realizar novas atividades, seja um novo negócio ou simplesmente
desenvolver outras habilidades.
Em muitos casos, a empresa conta com uma estrutura organizacional relativamente
grande, com gerentes funcionais para desempenhar atividades anteriormente realizadas pelo
proprietário. Apesar disso, não necessidade de gerentes altamente qualificados, pois as
metas da empresa não são de crescimento constante.
definição de sistemas e processos básicos de produção, finanças e marketing, e o
planejamento necessário é maior do que nos estágios anteriores, sendo necessário, além de
planejar as operações, fazer uma provisão de capital em períodos prósperos, preparando-se
para as épocas de sazonalidade.
Desde que seu nicho de mercado não sofra grandes alterações, nem a empresa sofra
uma má gestão, ela pode ficar indefinidamente nesta fase.
2.1.6.3.2 Crescimento
Neste subestágio, o empreendedor opta por prosseguir com o crescimento do negócio,
arriscando a estabilidade e os recursos disponíveis.
33
A estrutura organizacional tem várias semelhanças com a do subestágio.
Desligamento, exceto pela necessidade de gerentes com um maior grau de competência (uma
vez que as metas da empresa são progredir ainda mais) e pelo maior envolvimento do
empreendedor.
necessidade de definir eficientes sistemas e processos de produção, finanças e
marketing, e a empresa deve manter-se com alta lucratividade para viabilizar o crescimento.
2.1.6.4 Decolagem
Empresas que obtêm sucesso no estágio sucesso/crescimento atingem a decolagem,
que requer a definição de como crescer rapidamente e como financiar este crescimento.
A organização passa a ser descentralizada e requer gerentes com alto grau de
competência. Nesse momento, o empreendedor e o negócio tornam-se bastante distintos. Os
sistemas tornam-se cada vez mais poderosos, e o planejamento é realizado em nível
operacional e estratégico. Algumas empresas são bem-sucedidas neste estágio e se tornam
grandes negócios.
2.1.6.5 Maturidade
As empresas que alcançam este último estágio têm como principais desafios o controle
dos lucros proporcionados pelo crescimento e o controle das ineficiências provenientes do
crescimento.
A organização tem seu gerenciamento descentralizado, com uma estrutura mais
complexa que no estágio de decolagem. O empreendedor e o negócio estão plenamente
separados, tanto financeira quanto operacionalmente.
O planejamento estratégico e operacional são extremamente detalhados e, para tanto,
são utilizados diversos recursos e ferramentas.
34
2.1.7 Modelo de Miller e Friesen (1984)
O modelo de Miller e Friesen (1984a) destaca-se pela abordagem aplicada e a
metodologia empregada, baseadas em relatos obtidos em diversas organizações.
Miller e Friesen (1984b) determinaram uma tipologia que analisasse a organização nos
seus diferentes estágios (Quadro1). Os autores acreditam que o ambiente organizacional
seleciona naturalmente as características ou atributos da organização em função da sua
estrutura, e o modelo apresenta a estrutura organizacional como elemento dinâmico.
Estágios Características
Nascimento
A organização é pequena, homogênea, dominada pelos
proprietários, marcada pelo alto grau de informalidade
e centralização. As técnicas gerenciais empregadas são
simples. Baseia-se na inovação das linhas de produtos.
Crescimento
A organização é um pouco maior, possuindo um
ambiente mais heterogêneo. Em alguns casos, novos
quotistas ou acionistas são inseridos no negócio. A
estrutura ganha uma dose maior de formalização no
que tange à especialização, comunicação e
procedimentos. A administração é menos centralizada.
As técnicas gerenciais são mais apuradas.
Maturidade
A organização ganha uma estrutura mais completa,
alcançando um patamar de maturidade e
heterogeneidade. Cresce a competição e a formalidade
nas relações estrutura formal e democrática. A
centralização torna-se moderada. O foco do negócio é o
suprimento do mercado. A velocidade de crescimento é
menor, as inovações diminuem e a estrutura se torna
mais profissional.
Rejuvenescimento
A organização torna-se maior, mais complexa e o
ambiente ainda mais heterogêneo. Os controles,
procedimentos e comunicação tornam-se mais formais.
A estratégia explora a diversificação e a inovação dos
produtos no mercado, o que leva a uma estrutura de
divisões com elevada propensão a riscos, apesar do
planejamento.
A velocidade de crescimento tende a ser maior.
Declínio
A estrutura torna-se formal e burocrática. O
crescimento é baixo. Os sistemas de informações
gerenciais tornam-se inadequados às necessidades da
organização. Ações mais conservadoras marcam esta
etapa em que as atenções se voltam para o diagnóstico
do declínio e recuperação. Em função da
subcapitalização, os níveis de investimentos e
sofisticação são baixos.
Quadro 1 - Ciclo de vida de uma empresa segundo Miller e Friesen (1984)
Fonte: A autora, 2008.
35
2.1.8 Modelo de Degen (1984)
Para Degen (1984a), as organizações passam por vários estágios no processo de
desenvolvimento de seus negócios.
Conforme o autor, nem todas as organizações evoluem da mesma forma, algumas
pulam alguns estágios, outras podem parar de crescer e algumas conseguem percorrer todos
os estágios.
Para Degen (1984b), o primeiro estágio trata da “Acumulação de Recursos” em que os
gestores buscam a acumulação de recursos técnicos e financeiros, cujo objetivo é vencer todas
as barreiras com o intuito de consolidar o seu negócio.
no segundo estágio, chamado “Explorando Oportunidades”, é o início do
desenvolvimento da organização em que algumas mudanças são realizadas.
No terceiro estágio, chamado “Nicho de Mercado”, a organização visa a suplantar
barreiras impostas pelo esgotamento do nicho explorado, buscando neste momento a
diversificação para manutenção do crescimento.
No quarto estágio, denominado “Negócios com Sinergia”, também se busca evitar o
esgotamento de demanda que poderá resultar em graves prejuízos ao negócio.
O quinto estágio, denominado “Negócios sem Sinergia”, visa à diversificação das
atividades, em que a organização concentra esforços frente ao objetivo da empresa que é a
manutenção do crescimento.
2.1.9 Modelo de Scott e Bruce (1987)
O modelo de Scott e Bruce (1987) visa à funcionalidade do processo. Os autores
apresentam o ciclo de vida das organizações em cinco estágios: inicial, sobrevivência,
crescimento, expansão e maturidade.
Segundo os autores, uma organização pode manter-se em um estágio por anos em
decorrência das peculiaridades de cada estágio e pelo fato de que nem todas as organizações
sobrevivem para se tornarem grandes negócios. A transição de uma etapa para outra tem
origem em rupturas ou crises.
36
2.1.10 Modelo de Kaufmann (1990)
Este modelo apresenta o desenvolvimento organizacional em quatro fases, baseando-
se na cultura corporativa, poder, liderança, autoridade, delegação, mudanças culturais,
planejamento e qualidade dos recursos humanos. A Figura 2 ilustra os estágios segundo
Kaufmann (1990).
Figura 2 - Ciclo de vida de uma empresa segundo Kaufmann (1990).
Fonte: A autora, 2008.
2.1.11 Modelo de Adizes (1991)
O modelo Adizes (1991b) define três estágios de maturidade das empresas: o
desenvolvimento, o amadurecimento e o envelhecimento. Esses níveis estão subdivididos em
estágios, que são:
a) Desenvolvimento: paquera; infância e Toca-Toca;
b) Amadurecimento: adolescência e primor; e
c) Envelhecimento: estabilidade, aristocracia, recriminação, burocracia e morte.
37
2.1.11.1 Paquera
Este é o primeiro estágio pelo qual passa a maioria das empresas. Consiste
basicamente no sonho do empreendedor e seu planejamento inicial, concentrando-se em
idéias e oportunidades.
Quando é feita a opção por assumir riscos, a paquera tem fim e se inicia a Infância.
2.1.11.2 Infância
Neste estágio, o foco das atenções do empreendedor é alterado do campo das idéias e
possibilidades para resultados, ou seja, faturamento. O negócio passa a ser mais concreto,
tendo suas ações orientadas a oportunidades e vendas.
Nesta fase, pouca definição de processos, controles, sistemas ou fluxo de
atividades. O empreendedor confunde-se com a empresa.
2.1.11.3 “Toca -Toca”
As empresas que vencem o estágio de infância alcançam o “Toca-Toca”, caracterizado
pelo rápido crescimento. Em geral, os empreendedores ganham grande confiança e, uma vez
que vêem sua empresa crescer rapidamente, eles ficam vulneráveis a falhas, provenientes do
excesso de segurança.
2.1.11.4 Adolescência
Uma vez superados os problemas do estágio anterior, as empresas passam para a
Adolescência, o primeiro estágio do nível Amadurecimento. É nesta fase que elas sofrem pelo
crescimento desordenado. Na medida em que tomam forma, é comum passarem a contar com
38
um chefe de operações. Surgem muitos conflitos internos, tanto que a atenção aos clientes fica
reduzida.
Temporariamente, as empresas sofrem uma perda de visão. Se superarem seus
problemas, conseguirão atingir o próximo estágio.
2.1.11.5 Primor
Este é o estágio a que todas as empresas querem chegar. Neste ponto, um perfeito
equilíbrio entre flexibilidade, controle, disciplina e inovação. Antes dele, as empresas são
flexíveis, mas descontroladas. Depois, tendem a ter mais controle, mas se tornam
“engessadas”.
Considerado o sonho de todo empreendedor, só neste estágio as empresas podem
dominar seus mercados e manter a liderança. Enfim, ela tem perfeita saúde e está apta a
aproveitar adequadamente todas as oportunidades.
2.1.11.6 Estabilidade
Este é o primeiro dos estágios do nível envelhecimento. A organização ainda é forte,
mas começa a apresentar os primeiros sinais de perda da juventude. A inovação, antes
considerada primordial, passa a ser apenas bem-vinda. As novas idéias dão lugar a exigências
de resultados em curto prazo. Além disso, os investimentos em marketing, pesquisa e
desenvolvimento são reduzidos.
2.1.11.7 Aristocracia
Neste estágio, a inovação é ainda menor. Ao invés de fomentar novos negócios, é dada
preferência pela aquisição de novas empresas ou partir para outros negócios.
39
É dada grande ênfase em como as coisas são feitas, em detrimento do porquê ou o que
é feito. Isso dá um aumento do controle, na medida em que a flexibilidade se reduz.
2.1.11.8 Recriminação
Neste estágio, surgem vários aspectos pouco objetivos. Para controlar o fluxo de caixa,
prefere-se reduzir os custos a tentar incrementar as vendas.
Quando ocorre algum problema, ao invés de tentar localizá-lo e solucioná-lo, busca-se
descobrir quem foi o culpado.
2.1.11.9 Burocracia
Se a empresa não morre no estágio anterior, ela torna-se extremamente burocratizada,
seja porque é protegida politicamente ou porque sobrevive em um ambiente regulado. A
organização deixa de ter como foco atender às necessidades de seus clientes e passa a focar
em quem lhes dá os recursos para sobreviver ou controlar o ambiente.
Para tudo passa a haver regras, que devem ser seguidas à risca por todos e são
incontestáveis. Isto torna a inovação praticamente nula e a criatividade desnecessária.
2.1.11.10 Morte
Quando a empresa deixa de ter caixa suficiente para sobreviver, ela morre. Este
fenômeno pode ser lento e gradual ou rápido e arrasador. Este estágio marca o fim do modelo
e das organizações.
40
2.1.12 Modelo de Mount, Zinger e Forsyth (1993)
Para os autores Mount, Zinger e Forsyth (1993), o ciclo de vida é composto por cinco
estágios:
a) Empresa operada pelo dono;
b) Transição para uma empresa administrada pelo dono;
c) Empresa administrada pelo dono;
d) Transição para uma administração profissional; e
e) Administração profissional.
O modelo pressupõe a aprendizagem do empreendedor, elemento ativo da gestão, e a
conseqüente profissionalização de sua estrutura gerencial.
2.1.13 Modelo de Reynolds, Storey e Westthead (1994)
Reynolds, Storey e Westthead (1994) dividem o processo empresarial em três etapas:
concepção, gestação e nascimento, infância e crescimento.
A primeira etapa é a fase de exploração, pesquisa operacional, estudos de viabilidade e
reconhecimento de mercado.
A segunda etapa é conseqüência da primeira e se refere à consecução do projeto.
A terceira fase é a de posicionamento da organização relativamente às possibilidades
de trajetória.
2.1.14 Modelo de Marques (1994)
Para Marques (1994), a existência de uma organização se dá em nove estágios: estágio
conceptual, organizativo, produtivo, caçador, administrativo, participativo, adaptativo e
inovativo.
O primeiro estágio, o conceptual, é aquele em que a organização é criada, e a
participação do empreendedor é significativa.
41
No estágio denominado organizativo, esforços são dirigidos à organização social do
negócio em torno de diretrizes e objetivos societários.
O estágio produtivo refere-se à geração dos primeiros produtos e/ou serviços e entrega
aos primeiros clientes.
No estágio "caçador", a organização concentra todos os esforços com vistas ao
crescimento das vendas e expansão das atividades.
O estágio administrativo demanda cuidados relativos ao risco de burocratização
excessiva e complexidade da organização.
O estágio normativo constitui extensão à etapa anterior. Neste estágio, a organização
apresenta-se mais eficiente, menos dependente dos fundadores e igualmente mais complexa,
relativamente lenta e menos lucrativa. O desafio desta etapa é reconduzir o negócio a um
novo patamar.
No estágio participativo, as decisões são tomadas em todos os níveis e não
exclusivamente pela cúpula diretiva.
O estágio adaptativo tem como propósito a reconquista da flexibilidade.
O estágio inovativo é uma fase mais madura da empresa que pressupõe a aderência às
diretrizes do mercado.
2.1.15 Modelo de Macedo (1997)
A primeira fase do ciclo proposto por Macedo (1997) é caracterizada pela criatividade
e pelo propósito maior de aproveitar as oportunidades de mercado pela sinergia de talentos.
Na segunda fase, marcada por um maior direcionamento aos objetivos do negócio, o
processo comunicativo torna-se formalizado.
A terceira fase do modelo ilustra o crescimento pela delegação, reduzindo
drasticamente o nível de centralização do processo decisório.
Na quarta fase, o crescimento passa a ser orientado pela coordenação. Nesta fase, as
práticas gerenciais na organização apresentam-se institucionalizadas.
A quinta fase orienta o crescimento com base na cooperação.
42
2.1.16 Modelo de Raposo e Ferreira (1997)
Segundo Raposo e Ferreira (1997a), pouco se sabe sobre a evolução da estrutura,
processos, padrões de aprendizagem e tomada de decisões, que são essenciais para que a
organização evolua em seu ciclo de vida. Embora tenham sido propostos vários modelos e
teorias para explicar o processo do ciclo de vida, poucos foram validados empiricamente.
Além do mais, alguns trabalhos se concentram apenas nas diferenças existentes entre os
vários estágios do ciclo de vida.
Em seu trabalho, Raposo e Ferreira (1997b) investigaram a pequena e média empresa
sob o aspecto da teoria do ciclo de vida, com o objetivo de testar a existência de estágios de
desenvolvimento. Sendo assim, realizaram um trabalho voltado ao estudo do desenvolvimento
de uma taxonomia empírica de estágios de ciclo de vida, voltado a pequenas e médias
empresas da região de Beira, interior de Portugal. O trabalho abordou três questões:
a) o que constitui um estágio de ciclo de vida;
b) quantos estágios existem num ciclo de vida; e
c) quais as características de cada estágio.
Na primeira questão, os autores relataram que existem diversos modelos baseados em
estágios de crescimento da organização, mas tem sido dada pouca atenção às variáveis que
compõem a construção do estágio do ciclo de vida (HANKS et al., 1994). Os autores
apresentam os diversos investigadores e modelos estudados, dos quais a maioria foi
apresentada na revisão bibliográfica deste estudo, definindo que o estágio de ciclo de vida está
voltado às variáveis relativas à estrutura organizacional.
Na segunda questão, os autores colocam que os estágios de ciclo de vida estão
voltados a um conjunto de fatores que integram e alteram as características das organizações.
Existe uma série de estágios específicos, desde o nascimento à maturidade até o declínio da
organização. Os modelos sugerem uma razoável compatibilidade de padrões de crescimento
da organização, mas mesmo assim ainda existe uma grande variedade quanto ao número
específico de estágios.
Na terceira questão, os autores descrevem que são várias as mudanças das
características nas organizações nos diferentes estágios. Essas mudanças variam de acordo
com as orientações dos membros das organizações, das estruturas organizacionais e das
relações ambientais. Cada um dos investigadores apresentados pelos autores tem enfatizado
43
conjuntos únicos de características organizacionais e modelos de ciclo de vida (QUINN E
CAMERON, 1983).
Raposo e Ferreira (1997c) apresentaram uma visão consolidada de outros modelos
referentes ao ciclo de vida de uma organização, definindo em quatro os estágios ou ciclos de
vida da organização: nascimento, crescimento, maturidade e diversificação, ressaltando que
nem sempre a organização alcança todas as etapas ou evolui numa mesma direção.
O estudo de Raposo e Ferreira (1997d) apresentou uma metodologia para
operacionalizar empiricamente o ciclo de vida das organizações. Pela metodologia utilizada
poderão ser explorados os padrões dos estágios de ciclo de vida, e proposições poderão ser
geradas. A taxonomia desenvolvida no estudo efetuado por Raposo e Ferreira sugere quatro
estágios citados acima, porém identificou-se também uma configuração que pareceu refletir
um estágio de estagnação ou declínio.
Conforme Raposo e Ferreira (1997e), existe um nível maior de complexidade no
padrão de configurações de estágios de crescimento, sugerindo uma análise mais cuidadosa do
ciclo de vida. Uma dificuldade que ainda continua para os gestores das organizações é saber
classificar os estágios de desenvolvimento baseado nos modelos gerais contemplados pela
literatura.
2.1.17 Modelo de Rooke e Torbert (1998)
Rooke e Torbert (1998) propuseram oito estágios para o desenvolvimento
organizacional.
O primeiro estágio é denominado de “concepção” e é a fase de projeção do negócio.
O segundo estágio é denominado de “investimento”. Trata-se da etapa que demanda
atenção do empreendedor e aporte de capital e grandes investimentos.
O terceiro estágio, denominado de incorporação, representa uma etapa mais
consolidada para a organização no que se refere às práticas gerenciais e relações com o
mercado.
O quarto estágio, “experimental” representa a fase mais criativa do ciclo, marcada pela
simulação e testes estruturais e estratégicos.
O quinto estágio, produtividade sistemática, é a etapa do ciclo em que a estrutura e as
estratégias são institucionalizadas.
44
O sexto estágio, pesquisa colaborativa, é a fase de auto-aperfeiçoamento ou
reconfiguração estrutural com o intuito de atender aos novos objetivos da entidade.
O sétimo estágio, comunidade fundamental, é uma etapa caracterizada pela crise
estrutural.
O oitavo estágio, denominado de “disciplinas liberais”, é a fase de conscientização
quanto aos problemas estruturais.
2.1.18 Modelo de Machado da Silva, Vieira e Dellagnelo (1998)
O modelo compreende três fases: de empreendimento, de formalização e de
flexibilização.
O estágio de empreendimento é caracterizado por uma estrutura organizacional
flexível, com regras e procedimentos personalizados em coerência com a ênfase na inovação e
criatividade.
O estágio da formalização é caracterizado por uma estrutura organizacional mais
funcional, com políticas e procedimentos institucionalizados.
Na etapa de flexibilização, a estrutura organizacional é divisionada e semi-autônoma,
as políticas e procedimentos são mais flexíveis.
2.1.19 Modelo de Allegretti e Andreolla (1998)
Os autores definem um ciclo de três etapas: introdução, crescimento e declínio.
A etapa de introdução apresenta uma taxa de crescimento elevada, a concorrência
apresenta-se acirrada e crescente, sem um padrão de mercado.
Na etapa de crescimento, a taxa é igualmente elevada, e a empresa se encontra mais
bem adaptada à concorrência, apresentando uma participação maior de mercado relativamente
à etapa anterior.
A etapa de declínio representa a superação dos concorrentes. A empresa abandona
propósitos estratégicos e prioriza a sobrevivência.
45
2.1.20 Modelo de Sibbet (2003)
O modelo identifica sete estágios: nascimento, expansão, especialização,
institucionalização, regeneração, co-criação e transformação.
A primeira fase é comum aos demais modelos.
A segunda fase é marcada pela busca pela sustentabilidade e fluxo de caixa.
Na terceira fase, especialização, as competências do negócio tornam-se claras e as
estratégias mais bem direcionadas aos objetivos propostos.
A quarta fase, institucionalização, prioriza a segurança e retornos confiáveis.
A quinta fase, regeneração, experimenta um novo crescimento, tornando a organização
mais flexível e adaptável ao contexto de mercado.
A sexta fase é a da co-criação em que o foco é a inovação, e a sétima é a etapa de
transformação efetiva.
Na fase de co-criação, a empresa realiza parcerias com outras empresas.
No estágio de transformação, as ações se materializam, e as intenções são
compartilhadas.
2.1.21 Resumo dos Modelos de Maturidade
O Quadro 2 mostra os modelos de maturidade de acordo com as citações anteriores,
por autor e ano da publicação, buscando melhorar a visualização e o entendimento dos
modelos de maturidade.
Modelo Ano Características dos Modelos de Maturidade
MCGUIRE 1963
pequena empresa tradicional;
planejamento para o crescimento;
decolagem (ou abandono das condições
existentes);
gerenciamento profissional; e
produção em massa.
CHRISTENSEN E SCOTT
1964
gerenciamento de uma unidade, sem partes
especializadas;
gerenciamento de uma unidade, com partes
especializadas; e
múltiplas unidades operacionais.
LIPPITT E SCHMIDT 1967
empenho do empreendendor;
46
busca da aprendizagem; e
adaptação ao ambiente econômico.
STEINMETZ
1969
supervisão direta;
delegação responsabilidades;
controle indireto; e
organização divisional.
GREINER
1972
idade;
tamanho da organização;
estágios de evolução/revolução; e
taxa de crescimento.
CHURCHILL E LEWIS 1983
existência;
sobrevivência;
sucesso – desligamento ou crescimento;
decolagem; e
maturidade.
MILLER E FRIESEN 1984
nascimento;
crescimento;
maturidade;
rejuvenecimento; e
declínio.
DEGEN 1984
acumulação de recursos;
explorando oportunidades;
nicho de mercado;
negócios com sinergia; e
negócios sem sinergia.
SCOTT E BRUCE 1987
inicial;
sobrevivência;
crescimento;
expansão; e
maturidade
KAUFMANN 1990
infância;
crescimento;
maturação; e
renovação.
ADIZES
1991
desenvolvimento;
amadurecimento;
envelhecimento;
MOUNT, ZINGER E FORSYTH 1993
empresa operada pelo dono;
transição para uma empresa administrada pelo
dono;
empresa administrada pelo dono;
transição para uma administração profissional; e
administração profissional.
REYNOLDS, STOREY E WESTTHEAD 1994
concepção;
gestação e nascimento;
infância e crescimento.
MARQUES 1994
estágio conceptual;
organizativo;
produtivo;
caçador;
administrativo;
participativo;
adaptativo; e
inovativo.
MACEDO 1997
criatividade;
47
formalização;
crescimento pela delegação;
coordenação; e
cooperação.
RAPOSO E FERREIRA 1997
nascimento;
crescimento;
maturidade; e
diversificação.
ROOKE E TORBERT 1998
concepção;
investimento;
incorporação;
experimentação;
produtividade sistemática;
pesquisa colaborativa;
comunidade fundamental; e
disciplinas liberais.
MACHADO-DA-SILVA, VIEIRA E
DELLAGNELO
1998
empreendimento;
formalização; e
flexibilização.
ALLEGRETTI E ANDREOLLA 1998
introdução;
crescimento; e
declínio.
SIBBET 2003
nascimento;
expansão;
especialização;
institucionalização;
regeneração;
co-criação; e
transformação.
Quadro 2 – Resumo dos Modelos de Maturidade
Fonte: A autora, 2008.
Verificou-se, pelo estudo realizado sobre estágios de maturidade, um nível elevado de
similaridade entre os modelos, particularmente quando vistos a um nível geral. Todavia, ao
analisarmos individualmente cada modelo, detectam-se algumas divergências, como, por
exemplo, o número de estágios de cada modelo, que também diferem quanto às características
específicas para definição de cada estágio. Estas disparidades entre os modelos podem estar
baseadas no fato de a maioria dos modelos estar fundamentada conceitualmente e não
empiricamente.
Deste modo, existe a necessidade de transferir as dimensões utilizadas na definição de
estágios de maturidade, por meio de medidas meramente descritivas e genéricas, para um
nível de medidas mais afinado, alcançando um grau maior de especificidade de classificação
no que tange à gestão organizacional, o que foi traduzido pelas questões apresentadas na Parte
2 do questionário que se encontra no Apêndice A e no Quadro 03.
48
Tendo como pressupostos os conceitos de maturidade, formulou-se um modelo acerca
dos estágios de maturidade, observando a gestão organizacional, considerando as mudanças
que se verificam desde os estágios de constituição da organização até o estágio de maturidade.
Estágios Características de cada Estágio
Constituição/Nascimento
Estrutura centralizada;
Sem formalização de cargos e processos;
Taxa de crescimento baixa;
Gestão autocrática;
Sem estratégia definida;
Sem investimentos em tecnologias; e
Respostas às demandas do mercado lenta.
Desenvolvimento
Inicia-se o processo de descentralização da estrutura;
Inicia-se o processo de formalização dos cargos e processos;
A organização começa a crescer;
Gestão começa a deixar de ser autocrática e se torna um pouco mais
democrática;
As estratégias começam a ser definidas;
Investimentos em tecnologias;
As respostas às demandas do mercado melhoram; e
A organização começa a seguir as mudanças do mercado adaptando-se à
elas.
Crescimento
Estrutura descentralizada;
Formalização dos cargos e funções;
Formalização e integração dos processos e atividades;
Intensa troca de informações formais e informais;
Gestão democrática;
Estratégia organizacional definida;
Grandes investimentos em tecnologias; e
Dinamismo na atuação com o mercado.
Maturidade
Estrutura totalmente descentralizada;
Formalização dos cargos e funções com aperfeiçoamentos constantes;
Autonomia e polivalência dos funcionários;
Gestão altamente democrática;
Alto nível de cooperação entre os funcionários;
Estratégia organizacional bem definida, buscando melhorias constantes;
Grandes investimentos em tecnologias;
Agilidade nas respostas as demandas de mercado; e
Excelente posição da organização em relação aos concorrentes.
Quadro 03 – Resumo dos Modelos de Maturidade do Ponto de Vista da Gestão Organizacional
Fonte: A autora, 2008.
Tendo os conhecimentos adquiridos até o presente momento sobre estágios de
maturidade, buscar-se-á, por meio de uma revisão da literatura, demonstrar os principais
processos de gestão utilizados em organizações, que corroborarão a utilização das questões
elaboradas na Parte 3 do questionário – Apêndice A.
49
2.2 PROCESSOS DE GESTÃO
Na concepção mais freqüente, processo é qualquer atividade ou conjunto de atividades
que recebe um input, acrescenta valor a ele e fornece um output a um cliente específico. Os
processos utilizam os recursos da organização para oferecer resultados a seus clientes
(HARRINGTON, 1991).
Para Graham e LeBaron (1994), os trabalhos importantes realizados nas organizações
são parte de algum processo.
Partindo desses conceitos, muitos foram os processos de gestão utilizados na aplicação
do questionário para o desenvolvimento do trabalho.
A seguir, serão relatados os mais importantes, ou seja, os processos de gestão mais
utilizados e conhecidos pelas organizações e também os que mais deram consistência aos
resultados obtidos.
Os processos de gestão apresentados serão subdivididos em cinco grandes áreas da
administração: Finanças, Marketing, Produção, Gestão Estratégica e Gestão de Pessoas.
2.2.1 Processos de Gestão Financeira
A gestão financeira gere os fluxos monetários derivados da atividade operacional da
empresa. É de suma importância este processo de gestão, pois cabe a ele buscar o equilíbrio
entre gerar lucro e manter o caixa da organização. Para isso, fazem-se necessárias várias
análises.
2.2.1.1 Análises Financeiras
As análises financeiras devem se fazer presentes na organização, pois elas fornecem
informações necessárias para a tomada de decisão.
Segundo Warren, Reeve e Fess (2008a, p. 522):
50
Estas medidas não são pontos definitivos para a tomada de decisão, servem apenas
como guias na avaliação de dados financeiros e operacionais. Muitos outros fatores,
tais como tendência na indústria e nas condições econômicas, devem ser também
considerados.
As medidas analíticas consideradas para a verificação da real situação financeira da
empresa são:
2.2.1.1.1 Análise Vertical
Segundo Iudícibus (1998a, p. 28), a análise vertical “envolve a relação entre um
elemento e o grupo de que ele faz parte. Ao contrário da horizontal, a análise vertical envolve
elementos homogêneos, mas relativos a um mesmo exercício”.
A análise vertical estabelece as proporções entre os elementos do exercício como um
todo, além de permitir comparações entre demonstrações financeiras da mesma empresa ou de
empresas diferentes, trabalhando com uma única medida de valor (IUDÍCIBUS, 1998b, p.
29).
As vantagens desta análise são:
a) Comparações que permitem constatar a política de aplicação de recurso da empresa;
b) Reflexos entre a obtenção e as aplicações de recursos; e
c) Verificação do direcionamento que os recursos tomaram no decorrer do tempo.
Porém se os resultados extraídos da análise vertical forem submetidos a uma correção
pela inflação, apresentarão significativas diferenças para mais, sendo considerado uma
desvantagem desta análise (IUDÍCIBUS, 1998c, p. 32).
2.2.1.1.2 Análise Horizontal
Iudícibus (1998d, p. 30) cita que:
A análise horizontal consiste em verificar a evolução dos elementos patrimoniais ou
de resultados durante um determinado período. Possibilita a comparação entre os
valores de uma mesma conta ou grupo de contas em diferentes exercícios sociais,
51
porém de uma mesma empresa. Para que se faça a análise horizontal, é necessário
que haja pelo menos dois exercícios para efeito de comparação.
Esta análise possibilita demonstrações proporcionais entre cada elemento do exercício
em questão, apontando a evolução percentual que permite a comparação por tendência
positiva ou negativa (WARREN; REEVE; FESS, 2008b, p. 523).
As vantagens que esta análise apresenta, são:
a) Demonstra as evoluções e possibilita admitirem-se as tendências; e
b) Permite comparar e também comprovar as informações obtidas na análise vertical.
Porém é necessário que os dados estejam corretos e na moeda corrente, caso isso não
ocorra, a análise se tornará inválida para qualquer tomada de decisão (IUDÍCIBUS, 1998e, p.
30).
2.2.1.1.3 Análise de Solvência
Segundo Warren, Reeve e Fess (2008c, p. 527), “a capacidade de uma empresa para
pagar suas dívidas (débitos) é chamada de solvência. A capacidade de uma empresa de obter
lucro é chamada lucratividade. Estes fatores estão inter-relacionados”.
Warren, Reeve e Fess (2008d, p. 527) citam que: “A análise de solvência foca a
capacidade de um negócio para pagar ou satisfazer suas obrigações de curto e longo prazo
Isso é normalmente avaliado pelo exame de balanço patrimonial
1
”.
O índice de individamento da empresa também deve ser conhecido pelo seu gestor.
Este índice tem como principal objetivo mostrar o grau de comprometimento do capital da
empresa com o capital de terceiros. Este índice se faz importante para a comparação dos juros
pagos referentes ao financiamento, com aqueles proporcionados pelo mercado em que foi
aplicado o valor da empresa (IUDÍCIBUS, 1998f, p. 83).
Toda a análise citada utiliza-se de valores absolutos ($) e relativos (%), os quais são
úteis para avaliar as relações e tendências nas condições financeiras e operacionais da
empresa (WARREN; REEVE; FESS, 2008e, p. 526).
1
Balanço Patrimonial: as análises existentes dentro do balanço que verificam a capacidade de solvência são:
análise da posição atual, análise das contas a receber, análise dos estoques, razão entre ativos e exigível a longo
prazo, razão entre exigibilidade, patrimônio líquido e índice de cobertura dos juros.
52
2.2.1.1.4 Patrimônio e seu Estudo
“O patrimônio deve ser entendido como um organismo fundamental, composto de
órgãos e funções, cujo funcionamento ou efeito é responsável pela sanidade desta mesma
espécie econômica e social” (Rodrigo Antonio Chaves da Silva
2
).
Rodrigo Antonio ainda cita que:
Hoje, as funções patrimoniais estão bem definidas dentro da empresa, são elas:
liquidez, resultabilidade, estabilidade, economicidade, produtividade, sociabilidade,
elasticidade e invulnerabilidade. Como também a definição de seus órgãos, os quais
geram as funções, e estas geram o exercício social da empresa.
Cabe entender e conhecer as funções e os órgãos que formam o Patrimônio da
empresa, pois assim o gestor será capaz de controlar seus ativos e ter uma visão correta do
seu real patrimônio.
2.2.1.1.5 Fluxos de Caixa
É de extrema importância que as empresas conheçam o seu fluxo de caixa, que, neste
caso caixa se refere ao dinheiro, ou seja, trata de toda entrada e saída do caixa em períodos
determinados. O fluxo de caixa é uma das principais demonstrações financeiras (WARREN;
REEVE; FESS, 2008f, p. 468).
Segundo Warren, Reeve e Fess (2008g, p. 468), este fluxo “fornece informações úteis
sobre a capacidade da empresa em gerar caixa, manter e expandir sua capacidade operacional,
cumprir com suas obrigações financeiras e pagar dividendos”.
Em artigo
3
publicado por Augusto Campos
4
, a grande utilidade do fluxo de caixa é
“permitir a identificação (especialmente prévia, mas também posterior) das sobras e faltas no
2
Rodrigo Antonio Chaves da Silva: Estudante do Instituto de Contabilidade do Brasil, artigo disponível em
http://www.icbrasil.com.br acesso em 29 de junho de 2008.
3
Artigo: publicado em 09 de janeiro de 2008, com o tema de Fluxo de caixa: instrumento essencial para
profissional independente. Disponível em: http//www.efetividade.net.com. Acesso em: 19 de jun. 2008.
4
Augusto Campos: Administrador, pós-graduado em Implantação de Software Livre e Gerenciamento de
Projetos. Atua na área de Planejamento Estratégico em Organização Pública. Autor e mantenedor dos sites BR
LINUX e EFETIVIDADE.
53
caixa, possibilitando ao profissional planejar melhor suas ações futuras ou acompanhar seu
desempenho”.
O fluxo de caixa também apresenta algumas vantagens, como se pode verificar no
artigo “O Fluxo de caixa e sua importância na Gestão”, publicado em 07/12/2007 por Augusto
Paes Barreto
5
, disponível na web
6
, conforme citado abaixo.
O Fluxo de Caixa permite um grande elenco de vantagens na gestão como um todo.
Essas vantagens são:
a) Redução do custo financeiro pela redução da necessidade do Capital de giro;
b) Relação entre os ingressos financeiros e respectivas saídas em um determinado
intervalo de tempo;
c) Permite, pelo dimensionamento pretérito, as aquisições à vista, com significativa
redução de custos;
d) Facilita sobremaneira a identificação daqueles créditos (normalmente de fornecedores)
viáveis ou não, em função de seus custos;
e) Permite a justaposição entre níveis elevados de caixa e compatibilização de volumes
de investimento geradores de rentabilidade interessante;
f) Análise pormenorizada dos ciclos operacionais, mormente com o concurso de uma
contabilidade de custos bem estruturada;
g) Faculta a empresa liquidar seus compromissos de modo a dispor permanentemente de
uma boa política de crédito; e
h) Por fim, por tudo aquilo acima destacado, é fácil a percepção de que este instrumento
de gestão se aplica praticamente a qualquer modalidade de empreendimento, tornando-
se mais interessante quanto mais complexa for a atividade ou mais delicada a situação
financeira da empresa.
Outro fator essencial para a organização, além de seus sistemas internos, é o capital
humano, e este como os demais também devem estar sempre em avaliação.
5
Augusto Paes Barreto: Economista e sócio-diretor da Consultoria Siegen, especializada em recuperação de
empresas em crise financeira e sucessão familiar.
6
Artigo: disponível em: http//www.financialweb.com.br. Acesso em: 19 de jun. 2008.
54
2.2.1.2 Análises Contábeis
O Professor Thomas Corbett
7
cita que:
Contabilidade gerencial não tem relação com a contabilidade ‘geral’ ‘das partidas
dobradas, do débito e crédito’. Contabilidade Gerencial é o sistema de informação
gerencial necessário para a boa administração de qualquer organização.
O principal objetivo da contabilidade gerencial é fornecer às organizações relatórios
internos para planejar, controlar operações de rotina, para tomar decisões não rotineiras e
formular os principais planos e políticas da empresa (HORNGREN, 1982a, p. 46).
Deve-se frisar que existe uma diferença entre Contabilidade Gerencial e Financeira,
institucionalizada nos EUA desde 1972 pela NAA National Association of Accountants
(HORNGREN, 1982b, p. 48).
Horngren (1982c, p. 50) cita que:
A contabilidade gerencial é um processo de produzir informações financeiras e
operacionais para os empregados e gerentes das organizações. Tal processo deve ser
dirigido pelas necessidades de informações de indivíduos internos à organização e
deve guiar suas decisões operacionais e de investimento.
Outro fator importante é a contabilidade de custos, utilizada para prover informações
para tomada de decisões, desde a gestão das operações até a tomada de decisões estratégicas.
“[...] um sistema de gestão de custos é um sistema de informações que levanta dados
operacionais e financeiros, processa-os, armazena-os e gera relatórios para usuários (gerentes
e executivos) [...]“ (HORNGREN, 1982d, p.50).
O objetivo da contabilidade de custos é a verificação dos custos e produto para fins de
cálculo do valor dos estoques e renda, como também verificação e controle gerencial,
conforme demonstra o Quadro 4.
Controle Operacional Provê informações sobre eficiência de tarefas
Custeio por produto e por cliente Mede os custos dos recursos usados em
produtos ou serviços e os de comercializá-los a
clientes
Controle Gerencial Provê informações sobre desempenho de
gestores e de unidades operacionais
Quadro 4 – Funções da Informação Gerencial
Fonte: Atkinson (1995 p.15).
7
Thomas Corbett: Doutor em Negócios. Formato na MIT – Master of Science in Finance ad Accounting. Em
2007 foi diretor da Goldratt Consulting no Brasil. Consultor de Negócios na América Latina e nos EUA.
55
Em artigo
8
publicado por Henrique Melo – Bacharel em Ciências Contábeis pela UFPI
– Universidade Federal do Piauí, sobre Contabilidade Gerencial, ele cita que:
[...] Analisando a contabilidade como ciência, verifica-se que ela pode ser
influenciada por vários fatores do ambiente externo, acarretando mudanças nas
decisões da organização e modificando todo o contexto informacional anterior. Tais
fatores são: tecnologia da informação, capitais investidos na empresa e o próprio
mercado.
Percebe-se que a análise contábil é altamente influenciada por todo o contexto externo
à organização.
[...] A contabilidade gerencial faz parte do rol das ciências da contabilidade e, como
já foi mencionado, vem tendo um crescimento significativo e conseqüentemente
alterando e mudando seu foco, bem como no processo de tomadas de decisões pelos
gestores [...].
Nesse contexto de cenário externo, a análise contábil se faz presente para qualquer
tomada de decisão. [...] A contabilidade gerencial, se bem usada, é uma ferramenta ímpar e
indispensável no processo de gestão [...].
Passa-se a considerar a análise contábil como mais uma ferramenta estratégica
utilizada pelas empresas.
Em outro artigo publicado por Walmir da Fonseca Veiga, na Revista Brasileira de
Contabilidade n. 139/2003 sobre o tema em questão, ele cita que:
[...] A Contabilidade Gerencial exerce papel fundamental no processo de gestão
estratégica das organizações. O estudo também aborda a gestão estratégica e sua
integração com a Contabilidade, evidenciando, mais uma vez, sua importância
nesse contexto como uma facilitadora no desenvolvimento e na implantação de
estratégias empresariais [...].
No mundo competitivo de hoje, o uso efetivo da Contabilidade como elemento da
estratégia competitiva é primordial, e, neste contexto, passam a ser necessários sistemas
integrados que possibilitem a obtenção de informações consistentes, em tempo real, de todas
as áreas das entidades, permitindo o fluxo de informações entre todas as atividades (MELO,
2007).
8
Artigo: A Evolução e o Impacto da Contabilidade Gerencial como ferramenta de Gestão nas Organizações,
publicado em 29/06/2007. Disponível em http://www.phb.fap.com.br> acesso em 20 de junho de 2008.
56
2.2.1.2.1 Processo Orçamentário
Como dito anteriormente, todo e qualquer processo organizacional deve ser planejado.
O planejamento freqüentemente estabelece a diferença entre o fracasso e o sucesso
empresarial, e o processo orçamentário também deve ser utilizado como um instrumento da
administração.
Em curso ministrado por Charles Benigno
9
sobre Marketing e Gestão, extraído do site
www.uvb.br, ele cita que:
Os orçamentos não apenas permitem aos administradores prever os problemas
futuros, como também servem de padrões de avaliação da eficiência à medida que a
empresa se desenvolve. O orçamento, deste modo, constitui-se num instrumento de
planejamento e controle das atividades empresariais, consideradas globais,
sincronizadas e integradas, tendo em vista o principal objetivo da atividade privada,
o lucro (BENIGNO, 2008a).
Benigno (2008b) define orçamento como:
Conjunto global, sincronizado e integrado de programas de ação que quantificam
física e monetariamente as alternativas planejadas (objetivos e meios) para
maximizar os lucros empresariais num dado período, sem perder de vista os riscos
assumidos, de tal sorte também a maximizar a riqueza dos acionistas residuais.
O objetivo do orçamento dentro de uma empresa é estabelecer metas específicas,
executar planos para atingir tais metas e principalmente fazer comparação periódica dos
resultados efetivos, considerando todas as metas estabelecidas na empresa (WARREN,
REEVE, FESS, 2008h, p. 188).
A comparação de dados atuais para verificação de ganhos é de extrema importância
para se ter o resultado real da situação. Warren, Reeve e Fess (2008i, p. 192) mostram a
situação real da empresa Western Digital Corp
10
, que introduziu um novo processo
orçamentário chamado Web-based B&P (orçamento e planejamento), tendo o seguinte
depoimento de seus executivos financeiros:
De agora em diante, não vamos mais comparar resultados atuais com antigos dados
operacionais orçados vários meses atrás, pelo contrário, este ciclo orçamentário irá
9
Charles Benigno: Graduado em Administração, com especialização em Controladoria e Mestrado em
Administração, Consultor de empresas e Superintendente do Núcleo de Educação a Distância da Universidade
da Amazônia – Unama.
10
Western Digital Corn: Fabricante de discos rígidos para computadores.
57
nos capacitar a reagir prontamente às variações no cenário dos negócios com
projeções atualizadas constantemente.
O processo orçamentário de cada empresa deve ser escolhido conforme sua estratégia,
porém considerando um cenário de incerteza deve-se escolher um orçamento que seja
flexível, pois este deve se adaptar às mudanças. Além de ser utilizado como instrumento de
medição de resultados, o orçamento também é utilizado como instrumento limitado de
planejamento, em curto prazo, direcionando os gestores dentro da estratégia elaborada
(WARREN; REEVE; FESS, 2008j, p. 207).
Segundo Horngren (2004, p. 230), as vantagens dos orçamentos são:
Compelir os gestores a pensar no futuro pela formalização de suas responsabilidades
para planejar;
Fornecer expectativas definidas, que são a melhor estrutura para julgar o
desempenho subseqüente; e
Ajudar os gestores na coordenação de seus esforços, de modo que os planos das
subunidades da organização satisfaçam os objetivos da organização como um todo.
Um orçamento é um plano de negócio formal e, como todo planejamento, deve ser
controlado. O controle deve ser baseado na emissão de relatórios, comparando e avaliando
constantemente os resultados reais alcançados durante o período de execução dos planos,
gerando medidas corretivas onde se fizerem necessárias (BENIGNO, 2008c).
2.2.1.2.2 Gestão Tributária
Um breve relato sobre a importância da Gestão Tributária apresentado pelo Professor
Carlos Alberto Pereira
11
, no site da Fipecaf Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis,
Atuariais e Financeiras, mostra o atual papel desta gestão dentro das organizações. Pereira
(2008) cita que:
[...] O avanço do processo de globalização, o acirramento da competição nos
mercados e a elevação contínua da carga tributária m contribuído para destacar o
papel estratégico da gestão tributária nas empresas. A gestão estratégica de tributos é
uma forma de buscar um diferencial competitivo e a melhoria dos resultados da
11
Carlos Alberto Pereira: Doutor e Mestre em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo.
Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade de São Paulo. Professor Doutor do Departamento de
Contabilidade e Atuária da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São
Paulo (FEA/USP).
58
empresa, por meio da otimização dos custos tributários que recaem sobre as suas
atividades [...].
Diante do cenário competitivo, toda e qualquer ação que a empresa possa tomar para
conseguir otimizar seus lucros é válida. Sabe-se que a carga tributária não é pequena, porém
se bem gerida pode se tornar um diferencial nos custos para a organização.
[...] O Brasil possui um sistema tributário extremamente complexo, com mais de 60
tributos em vigor e uma carga tributária que ultrapassa 40% do PIB. esses fatores
explicam e justificam a crescente preocupação das empresas com o
aperfeiçoamento da sua gestão tributária [...].
Toda organização deve ter como principal característica a flexibilidade. Cabe a cada
uma verificar o que se pode melhorar, ou tirar de alguns processos internos que são obrigadas
a cumprir. A gestão de tributos é uma ferramenta que vem sendo utilizada cada vez mais
dentro das empresas.
[...] A gestão tributária deve ser praticada de forma global e integrada entre as
diversas áreas, atividades e negócios da empresa. Os tributos fazem parte de quase
todas as decisões empresariais [...].
[...] Uma gestão tributária eficaz e eficiente requer conhecimentos jurídicos,
econômicos, contábeis, administrativos e legais. No entanto, o grande desafio é a
integração desses conhecimentos, com vistas a assegurar a escolha das melhores
alternativas tributárias para a empresa como um todo [...].
Porém, para que se possa fazer desta gestão um ponto positivo, é necessário à empresa
investir em pessoas capacitadas e em treinamentos constantes, pois, em se tratando de
tributação, as informações podem se alterar a cada dia, e se o indivíduo não estiver apto para
esta administração, a empresa pode ter um enorme prejuízo.
Em outro artigo
12
publicado sobre gestão tributária, verifica-se que:
[...] Vivemos dia a dia em exigência por qualificação empresarial e isso vem
aumentando, ora por parte do mercado que requer qualidade e melhor preço, ora por
parte do Estado que limita o funcionamento de empresas desestruturadas do ponto
de vista tributário. Só resta às empresas com capacidade e àquelas que m o poder
de visão adequar-se a essa nova situação para competir e crescer ou trilhar o
caminho do desaparecimento no médio ou longo prazo [...].
[...] As ferramentas disponíveis para essa adequação passam pelo planejamento
estratégico, incluindo gestão tributária profissional [...] (AUTOR
DESCONHECIDO).
12
Artigo: Gestão Tributária – Visão do Administrador, publicado em 31 de maio de 2008, disponível em:
http://www.administradores.com.br . Acesso em: 19 de jun. 2008.
59
A
Lei 6.404/76
13
prevê a obrigatoriedade do planejamento tributário por parte dos
administradores de qualquer companhia, e, pela interpretação do artigo 153, "o administrador
da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo
homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios".
Percebe-se que o planejamento tributário, além de ser uma opção de estratégica para as
organizações, é também algo vital para tornar o empreendimento competitivo.
2.2.1.3 Auditorias
Segundo Gil (2000a), a auditoria é função organizacional de revisão, avaliação e
emissão de opinião quanto ao ciclo administrativo (planejamento/execução/controle) em todos
os momentos/ambientes das entidades". A questão da auditoria de gestão é um assunto que
envolve aspectos múltiplos dos procedimentos internos da empresa.
Para o Conselho Federal de Contabilidade, a auditoria das demonstrações contábeis
constitui o conjunto de procedimentos técnicos que têm por objetivo a emissão de parecer
sobre sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais da Contabilidade e as Normas
Brasileiras de Contabilidade e no que for pertinente à legislação específica.
Em uma análise comparativa entre as auditorias interna e externa, chega-se à
conclusão de que elas têm muitas semelhanças e se utilizam das mesmas técnicas, quais
sejam: formular sugestões de melhorias para deficiências encontradas e modificar a extensão
de seus trabalhos de acordo com as suas observações e a eficiência dos sistemas contábeis e
de controle interno existentes (GIL, 2000b, p18).
Gil (2000c, p. 21) divide a auditoria em:
Auditoria operacional: revisão/avaliação/emissão de opinião de processos e
resultados exercidos em linhas de negócios/produtos/serviços no horizonte temporal
passado/presente;
Auditoria de gestão: revisão/avaliação/emissão de opinião de processos e resultados
exercidos em linhas de negócios/produtos/serviços no horizonte temporal
presente/futuro.
13
Lei 6.404/76: Lei das S/A, de 15 de dezembro de 1976.
60
Compreende-se que, na auditoria de gestão, a oportunidade de discussão e
planejamento (criação) de procedimentos e realizações futuras, visando à sobrevivência da
empresa, uma vez que o mercado se apresenta dinâmico, instável e concorrente.
É pela auditoria interna que a empresa pode estar maximizando suas operações,
conforme cita The Institute of Internal Auditors II A (1999), tradução Atlas:
A auditoria interna é uma atividade independente, de fornecimento de segurança
objetiva e de consultoria que visa a acrescentar valor a uma organização e melhorar
suas operações trazendo para a empresa uma abordagem sistemática e disciplinada
para avaliação e melhora da eficácia de seus processos de gerenciamento de risco
14
,
controle e governança, ajudando a atingir seus objetivos (BOYNTON; JOHNSON;
KELL,2002,p.932).
2.2.2 Marketing
O estudo do marketing é bem mais complexo do que se possa imaginar, pois “envolve
toda a organização e o ambiente externo como: comportamento do consumidor, concorrentes,
fatores culturais, fatores sociais e pessoais da sociedade” (KOTLER, 2000a, p. 35).
Segundo Kotler (2000b, p. 35), faz-se necessário à empresa fazer o marketing de
relacionamentos, pois este tem “como objetivo estabelecer relacionamentos mutuamente
satisfatórios de longo prazo com partes-chave – clientes, fornecedores, distribuidores, a fim de
ganhar e reter sua preferência e seus negócios no longo prazo”.
Dois itens são de extrema importância no lançamento de um produto: mercado alvo e
real necessidade do consumidor. Kotler (2000c, p. 43) afirma que uma empresa pode
identificar seu mercado-alvo, mas falhar em compreender com exatidão as necessidades dos
clientes” (KOTLER, 2000d, p. 43). Para que isto não ocorra, é necessário o estudo do
comportamento. Churchill e Peter (2000, p.146) citam que:
O estudo do comportamento do consumidor muitas vezes centra-se no processo de
compra e na variedade de forças que o modelam, sendo que estas compras sofrem
diversos tipos de influências: influência social, marketing e situacionais. E também a
necessidade do consumidor que influencia diretamente o ato da compra.
14
Gerenciamento de risco: eventos futuros incertos, que podem influenciar o alcance dos objetivos estratégicos,
operacionais e financeiros da organização (PADOVEZE, 2003, p.127).
61
Percebe-se que não basta somente identificar o blico-alvo, é necessário conhecê-lo,
para isso a importância de entender seu comportamento. Segundo Maslow (2000a, p147),
“Entender o comportamento do consumidor ajuda os profissionais da área a direcionar e criar
produtos aptos a satisfazer as necessidades dos consumidores.
Para Kotler (2000e, p. 401), “a padronização do produto, da propaganda e dos canais
de distribuição permitem custos mais baixos”. A empresa deve possuir um marketing
direcionado de seus produtos e serviços, porém se faz necessária a adaptação. Cada
direcionamento deve se adaptar às suas condições ou preferências locais: isto se chama
adaptação da comunicação. Quando se adapta tanto o produto como a comunicação, a
empresa faz uma adaptação de produto/promoção (KOTLER, 2000f, p. 405).
O marketing está ligado ao melhoramento contínuo da empresa. Bier e Cornesky
(2001) citam que: “O processo de Melhoramento Contínuo (Continuous Improvement CI)
projeta princípios enraizados no paradigma do gerenciamento da qualidade total. O conjunto
destes princípios sugere a padronização dos processos e produtos da empresa.
Outro ponto a considerar sobre o marketing é a definição do público-alvo. Segundo
Kotler e Armstrong (1993, p. 97):
[...] é fundamental definir quem serão os consumidores específicos que você
procurará atrair e manter no seu negócio. Para conseguir este objetivo, será
necessário perceber oportunidades, conhecer as necessidades e desejos destes
clientes e, com isto, delinear e desenhar serviços diferenciados e customizados que
atendam a esta parcela específica do mercado [...].
Determinar o público-alvo correto é provavelmente a parte mais importante dos
esforços de marketing, e determinando-o é possível realizar a previsão de vendas (MASLOW,
2000b, p. 86).
A previsão de vendas da empresa também deve estar inserida em sua estratégia
organizacional, pois ela atinge, de maneira direta, vários departamentos da empresa, conforme
mostra o Quadro 05.
MARKETING VENDAS FINANÇÁS PRODUÇAO LOGÍSTICA
Atender às
necessidades do
mercado e do
consumidor,
objetivando
maximizar o lucro.
Atender às
necessidades do
mercado.
Projeção de custos,
lucros e
necessidades do
capital.
Planejamento e
controle da
produção.
Planejamento do
armazenamento e
distribuição de
produtos.
Quadro 5 – Importância da Previsão de Vendas para as várias áreas da Empresa
Fonte: Maslow no Gerenciamento. Rio de Janeiro: Qualymark, 2000.
62
Esta previsão é uma das principais funções dos profissionais do marketing e vendas,
porém, para que isto seja feito com precisão, é necessário que estes departamentos atuem de
forma conjunta e participativa.
2.2.2.1 Gestão de Relacionamento com o cliente ou CRM (Customer Relationship
Management)
Atualmente, a Gestão da Demanda tem sido muito discutida pelo fato de ser a
responsável pela coordenação entre a produção e o mercado. E, segundo Ekstam et al.
(2001a), não há melhor maneira de gerir a demanda a não ser pelo Marketing de
Relacionamento com Clientes.
O Marketing de Relacionamento com Clientes (Customer Relationship Marketing) ou
Marketing, o CRM (Customer Relationship Management), é definido como uma estratégia
empresarial que permite às empresas selecionar e administrar seus clientes com a finalidade
de maximizar seu valor a longo prazo (EKSTAM et al., 2001b).
Segundo Stone et al. (1996), a empresa, por meio do CRM, consegue aprender e
implementar a prática de gestão de clientes. Ele está diretamente relacionado ao
desenvolvimento de ações voltadas à conquista de novos mercados, além da manutenção e
fidelização dos atuais.
Considerando um conceito mais abrangente, pode-se dizer que CRM é uma estratégia
de negócio focada no entendimento e antecipação das necessidades dos futuros e atuais
clientes de uma empresa. Do ponto de vista tecnológico, o CRM captura os dados do cliente
ao longo de toda a empresa, consolida todos os dados capturados interna e externamente em
um banco de dados central, analisa os dados consolidados, distribui os resultados dessa
análise aos vários pontos de contato com o cliente e utiliza estas informações ao interagir com
o cliente por meio de qualquer ponto de contato com a empresa (BRETZKE, 2000).
Também pode ser entendido como “o conjunto de processos e tecnologias para
gerenciar relacionamentos com cliente efetivos e potenciais e com parceiros de negócios por
meio do marketing, vendas e serviços, independentemente do canal de comunicação”
(GRENNBERG, 2001a, p. 20).
Indiferentemente do canal de comunicação a ser utilizado, alguns fatores são certos
para o CRM, como o conhecimento dos clientes, suas necessidades, suas preferências, seus
63
hábitos e costumes, que devem ser conhecidos, assim será possível criar o atendimento
personalizado (GRENNBERG, 2001b, p.21). E sabe-se que a personalização de atendimento
faz toda diferença no quesito manter o cliente.
A gestão de relacionamento com clientes está ligada diretamente à customização de
massa. O modelo proposto é de estabilidade de processos x produtos. Segundo Pine (1993, p.
56), ”a estratégia é competir por nichos cada vez mais específicos de mercado, explorando
oportunidades individualizadas, cada uma de pequena escala em si, porém, com uma
abrangência ampla”.
Segundo Oliveira e Pereira (2003a), as organizações buscam cativar a confiança e a
lealdade dos clientes por meio de softwares de relacionamento com o cliente (aplicativos
CRM) e banco de dados (tecnologia de data-handling) que permitem que o cliente seja tratado
individualmente.
Quanto mais dados individuais de um cliente você tiver, maior a capacidade da sua
empresa no que diz respeito à criação de oportunidades colaborativas com seus clientes
(OLIVEIRA e PEREIRA, 2003b).
Sendo assim, observa-se que, para agregar valor ao cliente, a empresa deve conhecer
ou identificar o cliente por meio de canais de marketing, transações e interações ao longo do
tempo. Cada cliente tem um valor próprio durante seu ciclo de compras do ponto de vista da
empresa, e cada consumidor impõe demandas e necessidades únicas para a empresa. Com
essas diferenciações estabelecidas, a empresa pode direcionar e priorizar seus esforços no
sentido de aproveitar os clientes que ela considera de maior valor, bem como personalizar seu
comportamento baseado nas necessidades individuais de serviços buscados pelos clientes
(FINGER & CASTRO, 2004).
2.2.3 Produção
2.2.3.1 Previsão de Demanda
Martins & Laugeni (2002a, p. 173) afirmam que “para que se possa realizar uma
previsão adequada de vendas, deve-se dispor de informações a respeito da demanda dos
produtos”, e para isso é necessário conhecer o mercado externo.
64
Moreira (2002a, p. 317) cita que a previsão da demanda é essencial para o
planejamento de produção, pois mostra o cenário e a real necessidade do cliente. Conceitua
previsão de demanda como o “processo racional de busca de informações acerca do valor das
vendas futuras de um item ou de um conjunto de itens. Tanto quanto possível, a previsão deve
fornecer também informações sobre a qualidade e a localização dos produtos no futuro”.
Sem um estudo de demanda ou uma previsão de demanda, é extremamente inviável
que se inicie um planejamento de produção. O estudo da demanda fornece à organização uma
visão do cenário do mercado onde ela pretende atuar” (MOREIRA, 2002b, p. 319).
Após obter o perfil da demanda, o próximo passo é a execução do planejamento da
produção.
2.2.3.2 Planejamento da Produção
Mayer (1992a, p. 81) salienta que:
Todo processo de Planejamento da Produção é difícil e complexo. Os mecanismos
de processamento de dados para a previsão de vendas, de transferência da previsão
para um cronograma de demanda de fatores e ainda alterações desses cronogramas
são cansativas e morosas. Porém é de extrema importância que o planejamento de
produção esteja alinhado com a previsão de vendas e o estudo da demanda.
Porém, quando definido, se podem determinar os fatores de produção necessários
para fabricar o produto, ou realizar a prestação de serviço (MAYER, 1992b, p. 62).
Depois de verificados os fatores da linha de produção, juntamente com o estudo do
tempo realizado em momento anterior, o responsável pelo planejamento deve considerar
todos os fatores, tanto os diretos como os indiretos no quadro de operações, como também os
possíveis atrasos inevitáveis e o rendimento do trabalho, e com isso montar um cronograma
do Planejamento de Produção (MAYER, 1992c, p. 68-69).
Tendo este processo de planejamento detalhado, o administrador pode então interligá-
lo com as informações obtidas no fluxo de produção.
65
2.2.3.2.1 Fluxo de Informações e Produção
“Todo fluxo de informações e produção se inicia com o consumidor, e sua relação
com a empresa irá variar muito, dependendo, conforme o caso, basicamente do tipo de
indústria, do tipo de produção e do seu tamanho” (RUSSOMANO, 2000, p. 30).
Martins & Laugeni (2002b, p. 4) afirmam que “o consumidor constitui a base de
referência de todos os esforços feitos nas empresas modernas. Atendê-lo da melhor forma
possível deve ser o objetivo de toda empresa”. Sendo assim, é necessário que produtos e/ou
serviços estejam à sua disposição para serem consumidos ou utilizados, sendo para isso
necessário o fluxo de informações ou produção. O fator entrega passou ser ponto essencial na
decisão de compra
2.2.3.2.2 Procedimentos de Entregas de Produtos
Canal de distribuição é o caminho percorrido pelo produto desde sua origem até o
consumidor final. Define-se como “um conjunto de organizações interdependentes envolvidas
no processo de tornar um produto ou serviço disponível para o consumidor final ou
organizacional” (KOTLER, 1999a, p. 271).
Este caminho que o produto percorre chama-se de logística, que, segundo Novaes
(2001, p.36), é o processo de planejar, programar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a
armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o
ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do
consumidor.
Segundo Kotler (1999b, p. 273), “o processo logístico caracteriza-se por reunir todas
as funções de deslocamento, movimentação e controle de materiais e de pessoas necessários
para que o produto ou serviço seja disponibilizado adequadamente ao cliente”.
Percebe-se a importância da logística dentro do contexto produção x vendas. A seguir,
são apresentados alguns conceitos sobre logística.
66
2.2.3.2.3 Logística
Pela definição do Council of Logistics Management (2000):
Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja,
programa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-
primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a
eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de
atender às exigências dos clientes.
A logística também pode ser encarada sob uma visão holística, que a define como o
processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de
materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas), por meio da
organização e de seus canais de marketing, de modo a maximizar a lucratividade presente e
futura, pelo atendimento dos pedidos a baixo custo (CHRISTOPHER, 2001, p. 54).
Tem-se ainda a logística empresarial, que, segundo Ballou (1993, p. 17), estuda como
a administração pode prover melhor o nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos
clientes e consumidores, pelo planejamento, organização e controle efetivos para as atividades
de movimentação e armazenagem que visam a facilitar o fluxo de produtos.
A logística empresarial é a “(...) junção de quatro atividades básicas: as de aquisição,
movimentação, armazenagem e entrega de produtos (...)” (CHING, 1999a, p. 89). Verifica-se
que ela trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de
produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, como
também os fluxos de informações que colocam os produtos em movimento, com o propósito
de providenciar níveis de serviços adequados aos clientes a um custo razoável (CHING,
1999b, p. 91).
2.2.3.3 Sistema de Produção
Moreira (2002c, p.8) cita que:
O sistema de produção é como o conjunto de atividades e operações inter-relacio-
nadas envolvidas na produção de bens (caso de indústrias) ou serviços. O sistema de
produção é uma entidade abstrata, porém extremamente útil para dar uma idéia de
67
totalidade. Distinguem-se no sistema de produção alguns elementos constituintes
fundamentais. São eles os insumos, o processo de criação ou conversão, os produtos
ou serviços e o subsistema de controle.
A partir do momento em que o sistema de produção é entendido e traçado, para o
planejamento da produção se faz necessário elaborar seu sistema de controle.
2.2.3.4 Sistema de Controle de Produção
Utiliza-se a mesma obra de Moreira (2000d, p. 9) para citar o conceito de Sistema de
Controle:
Sistema de controle é a designação genérica que se dá ao conjunto de atividades que
visam a assegurar que programações sejam cumpridas, que padrões sejam
obedecidos, que os recursos estejam sendo usados de forma eficaz e que a qualidade
desejada seja obtida. O sistema de controle promove a monitoração dos três
elementos do sistema de produção. O sistema de produção não funciona no vazio,
isoladamente, ele sofre influências, de dentro e de fora da empresa, que podem
afetar seu desempenho. Em outras palavras, ele sofre a influência de um ambiente
externo e de um ambiente interno.
Segundo Moreira (2002e, p. 392), “programar e controlar a produção são atividades
operacionais”. Cabe a esta atividade entregar seus pedidos no prazo estipulado.
Controlar a produção significa assegurar que as ordens de produção serão cumpridas
da forma certa e na data certa. Para tanto, é preciso dispor de um sistema de
informações que relate periodicamente sobre: material em processo acumulado nos
diversos centros, o estado atual de cada ordem de produção, as quantidades
produzidas de cada produto, como está a utilização dos equipamentos etc.
(MOREIRA, 2002f, p.392).
As técnicas disponíveis para a programação e controle da produção irão variar em
função da natureza de cada sistema produtivo dentro da empresa.
68
2.2.3.5 Processo Produtivo
Segundo Martins & Laugeni (2002d, p. 369), “o controle do processo produtivo inclui
funções como codificação de materiais, planejamento agregado, MRP
15
e MRPII
16
,
programação da produção, planejamento de projetos, avaliação da produtividade e
administração da qualidade”. Este controle também inclui o movimento dos materiais dentro
das fábricas.
Este controle é de extrema importância dentro do processo produtivo, pois engloba
atividades essenciais ligados ao resultado do processo.
2.2.3.5.1 Produtividade
Produtividade é a relação entre o valor do produto e/ou serviço produzido e o custo
dos insumos para produzi-lo. Assim, a produtividade depende essencialmente do output, ou
seja, o numerador da fração, e do input, isto é, o denominador (MARTINS & LAUGENI,
2002e, p. 369).
Já Chiavenato (1991, p. 14) afirma que “produtividade é a relação ótima entre recursos
aplicados e o volume produzido, isto é, entre recursos e produção, entre benefícios e custos”.
Maximiniano (2000a, p. 116) define produtividade como “a relação entre os recursos
utilizados e os resultados obtidos (ou produção). Todo sistema de produtividade tem um
índice que se verifica com a contagem da quantidade produzida por unidade de recursos”.
2.2.3.5.1.1 Fatores Determinantes da Produtividade
A produtividade é importante para todos os gestores dentro das organizações. “O
aumento da produtividade fornece os meios para a redução nos preços, aumento dos lucros,
15
MRP – Material requirent planning pode ser traduzido por planejamento das necessidades de materiais.
16
MRPII – Manufacturing resources planning pode ser traduzido por planejamento dos recursos da empresa.
69
segurança no trabalho e maiores salários. Sendo assim, é necessário conhecer os fatores que
determinam a produtividade de uma empresa” (MARTINS & LAUGENI, 2002f, p. 370).
2.2.3.5.1.2 Administração da Produtividade
“É comum encontrar programas de melhoria da produtividade dentro das
organizações. Avaliar a produtividade e compará-la com a de outras empresas, tornou-se ação
corriqueira entre os gerentes que estão voltados para o futuro” (MARTINS & LAUGENI,
2002g, p. 375).
Uma conceituação de administração da produtividade, conforme David Sumanth
17
, é a
seguir formulada:
Administração da produtividade é um processo formal de gestão, envolvendo todos
os níveis de gerência e colaboradores, com o objetivo último de reduzir custos de
manufatura, distribuição e venda de um produto ou serviço pela integração das
quatro fases do Ciclo da Produtividade, ou seja, medida, avaliação, planejamento e
melhoria (MARTINS e LAUGENI, 2002h, p. 375).
Toda empresa envolvida em um programa de melhoria da produtividade se encontrará
em um dos quatros estágios ou fases do Ciclo da Produtividade: medida, avaliação,
planejamento e melhoria.
2.2.3.6 Produção Focalizada
O ato de produzir de uma empresa pode levá-la à falência se não for bem focada para
a demanda estudada. Segundo Tubino (1999a, p. 41), “projetar e produzir bens não está sendo
difícil para as empresas, a questão é produzir de forma organizada e eficiente, atendendo
assim às necessidades dos clientes”.
O objetivo da produção focalizada é reverter o crescimento excessivo das
desorganizações das empresas. A produção focalizada permite fazer com que cada produto,
17
Productivity Engineering and Management. New York, McGraw-hill, 1984.
70
ou família de produtos, passe a ser tratado como um negócio específico, com suas
características produtivas e adequadas para cada produto.
As empresas que possuem processos focalizados apresentam as seguintes vantagens:
domínio no processo produtivo, gerência junto à produção, staff reduzido e exclusivo,
estímulo à polivalência de funções e uso limitado dos recursos. Com estes processos, a
empresa passa de tradicional para uma empresa com estruturas mais ágeis e focalizadas em
cada unidade de negócio, tornando-se cada vez mais produtiva (TUBINO, 1999b, p. 43).
2.2.3.6.1 Tempo de Ciclo
Segundo Tubino (1999c, p. 142), “o tempo de ciclo é o ritmo dado ao sistema de
produção ou serviço para a obtenção de determinada demanda dentro de um período de
tempo. O tempo de ciclo não deve ser reduzido devido à fadiga, quebra de máquinas, falta de
matérias-primas etc.” Verifica-se que o tempo de ciclo determina o ritmo adequado das
operações de uma empresa servindo para determinar uma produção ou serviço.
Maximiano (2000b, p.132) afirma que “o tempo de ciclo é aquele que transcorre entre
o início e o fim de qualquer operação. É o tempo que transcorre entre uma encomenda e o
produto ou serviço fornecido, ou entre o início e o fim da montagem de um produto”.
É de extrema importância que a empresa saiba qual é o tempo de ciclo de cada
produto.
2.2.3.7 Capacidade de Produção
Equilíbrio adequado entre capacidade e demanda pode gerar altos lucros e clientes
satisfeitos. Desse modo:
[...] planejamento e controle de capacidade é a tarefa de determinar a capacidade
efetiva da operação produtiva, de forma que ela possa responder à demanda [...] e a
capacidade de uma operação é o máximo nível de atividade de valor adicionado em
determinado período de tempo que o processo pode realizar sob condições normais
de operação (SLACK, 2002a, p. 345).
71
Quando a demanda é insuficiente para utilizar completamente a capacidade, as
empresas operam abaixo de sua capacidade de processamento. Entretanto, freqüentemente, as
organizações operam com algumas áreas abaixo de sua capacidade, enquanto outras estão em
sua capacidade máxima. Essas são as restrições de capacidade nas quais dependendo da
demanda o uso de diferentes partes de uma operação pode atingir sua capacidade máxima e
atuar como uma restrição, também chamada de “gargalo” (DAVIS, 2001a, p. 119).
A capacidade do sistema de produção define os limites competitivos da empresa.
Especificamente, determina a taxa de resposta da empresa ao mercado, sua estrutura
de custo, a composição de sua força de trabalho, seu nível de tecnologia, suas
exigências de gestão e de apoio ao quadro funcional e sua estratégia geral de
estoques (DAVIS, 2001b, p. 258).
A antecipação da capacidade traz benefícios como aumento de receita e atendimento
pleno da demanda, entretanto, pode gerar alguns pontos negativos como aumento de estoque e
do custo de mão-de-obra, desperdício e antecipação do investimento, ocasionando um fluxo
de caixa menor. Já o acompanhamento da demanda gera redução do estoque, da capacidade
ociosa e do custo. Porém, pode ocorrer perda de vendas. também a política de capacidade
constante que ignora as flutuações e mantém os níveis de atividades constantes. O
planejamento estratégico da empresa deve optar por uma dessas estratégias citadas acima, de
acordo com sua meta (DAVIS, 2001c, p. 263).
2.2.3.7.1 Previsão de Aumento de Capacidade
Quando a organização lida com produtos de demanda variável, algumas decisões sobre
capacidade precisam ser tomadas. Isso inclui escolher a capacidade ótima para cada local,
balancear os diversos níveis de capacidade de operações na rede e programar as alterações da
capacidade de cada parte da rede. Com a estimativa da demanda futura é possível planejar
efetivamente projetos futuros, não somente reagir a eles. Por isso, é importante o
planejamento e o controle de a capacidade de apresentar termos úteis ser tão exata quanto
possível e dar uma indicação da incerteza relativa (SLACK, 2002b, p. 191).
Pela análise do ponto de equilíbrio, verifica-se que a expansão da capacidade pode
trazer prejuízos à organização se mal planejada:
72
Cada unidade adicional de capacidade resulta em um ponto de descontinuidade de
custos fixos, isto é, um gasto adicional passa a incorrer na operação. Assim, a
rentabilidade será baixa com volumes de produção pequenos. Entretanto, caso os
preços sejam maiores do que os custos marginais, a receita excederá os custos totais.
Contudo, o nível de rentabilidade no ponto no qual o nível de produção é igual à
capacidade da operação pode não ser suficiente para absorver todos os custos fixos
extras de um incremento adicional na capacidade. Isso poderia tornar a operação não
rentável em algumas etapas de sua expansão (SLACK, 2002c, p. 193).
Na análise da necessidade de capacidade de um processo, é importante não confundir a
capacidade do processo com a demanda pelo produto da empresa. Caso a demanda ultrapasse
a capacidade de produção, é necessária a aquisição de equipamentos adicionais (DAVIS,
2001d, p. 259).
2.2.3.8 Vantagens Competitivas nas Operações
Davis (2001e, p. 268) escreve que, para uma organização obter vantagem competitiva
no mundo globalizado, ela deve buscar redução de custos e diferenciação em relação aos
concorrentes para obter lucros. Além disso, a capacidade de gerenciar e integrar recursos
logísticos onde o processo está diretamente ligado à qualidade, produtividade e custos, tem se
tornado um diferencial entre as empresas.
Atualmente, a corrida pela excelência e pela conquista das fatias de mercado exige das
empresas a busca constante por inovações. “Há uma tendência em oferecer produtos que não
agridam o meio ambiente para obter vantagem competitiva” (DAVIS, 2001f, p. 269).
A exploração das competências de base e seu aproveitamento generalizado na
organização criam oportunidades para a penetração em grande variedade de
mercados, com novos produtos com diferenciações tecnológicas que deverão ser
tratados pelo marketing e transformados em vantagens competitivas (GURGEL,
2001a, p. 49).
Sendo assim, definem-se competências de base como:
O conjunto da experiência e a tecnologia coletiva da organização, devidamente
administrados, adequados à produção de bens e serviços dentro das necessidades de
uma linha de produtos definida e a integração dos diversos caminhos da tecnologia e
especialmente as diversas capacitações no pensamento estratégico (GURGEL,
2001b, p. 48).
73
2.2.3.9 Custos de Produção
Segundo Mayer (1992d ), “na atividade referente ao planejamento de produção, torna-
se necessário selecionar o método mais econômico, para nivelamento dos cronogramas de
demanda de fatores de produção, como também o desenvolvimento dos layouts”.
Para tanto, foram desenvolvidas várias técnicas que permitem a escolha do
investimento mais econômico, ou seja, a alternativa de investimento mais lucrativa (MAYER,
1992e, p. 162).
Mayer (1992f) afirma que “a alternativa mais ampla é aquela que obriga a empresa a
considerar dois tipos de custo: o primeiro é o custo do capital, que são os gastos, que quando
realizados provêem a empresa de um serviço para um período maior que um ano; e o outro é o
custo operacional, que são os gastos que provêem a empresa de um serviço para um período
igual ou menor que um ano”. A razão para considerar estes dois custos básicos é que esta
comparação de alternativas de investimentos exige que se tome conhecimento dos custos
associados a cada uma delas.
O resultado da produção está totalmente envolvido com o seu custo. É necessário que
todos os elementos que compõem o custo da produção sejam analisados. Estes elementos são:
receitas, custo do capital, custo de depreciação, investimentos realizados nos equipamentos
existentes e principalmente os juros. Após a análise destes elementos, é possível conseguir um
custo baixo de produção. Caso esta análise seja feita de forma “errada”, o valor final do
produto irá ficar fora do mercado, e os custos irão se perder durante os processos (MAYER,
1992g, p. 163).
Bier e Cornesky (2001b) citam a importância da integração de todos os elementos para
a análise dos custos. Para aperfeiçoar a gestão é necessário considerar vários fatores, como
mudanças nos paradigmas no processo produtivo, avanços tecnológicos e crises econômicas e
sociais. Mediante este cenário, a empresa precisará de uma administração mais eficiente.
Deverão ser analisadas todas as contribuições e dificuldades para implantação de um sistema
integrado de custos voltado para a tomada de decisões, pois quanto melhor for o
direcionamento de custos, melhor será a gestão dos fatores geradores dos custos.
Percebe-se que a quantidade de processos é ampla dentro do planejamento da
produção, para isso se fazem necessárias à empresa utilizar formas de gerenciamento para
acompanhar essa mesma produção.
74
2.2.3.10 Formas de Gerenciamento
Pelas formas de gerenciamento, é possível planejar, controlar e otimizar o fluxo de
bens ou produtos, bem como as informações e os recursos desde o fornecedor até o cliente
final. As formas mais utilizadas são:
2.2.3.10.1 Supply Chain
A Supply Chain Managment (SCM) ou gerenciamento da cadeia de suprimentos foi
definido em 1994, pelo International Center of Competitive Excellence (ICCE) como a “(...)
integração dos processos do negócio, desde o usuário final até os fornecedores originais que
proporcionam os produtos, os serviços e as informações, a fim de agregar valor para o cliente
(...)” (DIAS, 2003a, p. 217).
A Supply Chain, em seu estágio mais avançado, é utilizada para o planejamento de
processos de negócios que integram não as áreas funcionais da empresa, como também a
coordenação e o alinhamento dos esforços de diversas organizações com o objetivo de reduzir
custos e agregar o máximo valor ao cliente final (DIAS, 2003b, p. 217).
A Supply Chain passou a ter mais importância neste novo cenário das organizações,
pois elas são desafiadas diariamente a operar de modo eficaz e eficiente para garantir a
continuidade no mercado em que atuam, necessitando ainda estar o tempo todo
desenvolvendo vantagens frente aos novos concorrentes e acompanhando as mudanças do
mercado (DIAS, 2003c, p. 218).
O sucesso na implantação do Supply Chain está principalmente nas equipes de
gerenciamento “(...), pois elas é que irão quebrar as barreiras organizacionais e envolver os
demais nas atividades relacionadas com a colocação e distribuição dos produtos no mercado
(...)” (FLEURY, 2000a, p. 46).
Todo o potencial da Supply Chain será alcançado somente se “[...] houver a
interligação de todos os participantes, principalmente os externos (fornecedores,
distribuidores, prestadores de serviços e clientes) [...]” (FLEURY, 2000b, p. 47).
Atualmente, o Supply Chain está além de um sistema de Gerenciamento da Cadeia de
Suprimentos. Sua implementação pode se tornar uma vantagem competitiva dentro da
75
organização, melhorando a capacidade de competir dentro de um mercado tão concorrido
(FLEURY, 2000c, p. 49).
2.2.3.10.2 Cadeia de Suprimentos
Dias (2003d, p. 218) cita que, na literatura técnica recente, observa-se que o uso da
expressão Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos está sendo utilizada no seu sentido
amplo, e que o termo logística, em relação à distribuição física dos produtos, vem sendo cada
vez mais restringido.
A cadeia de suprimentos é definida como “(...) a cadeia completa do suprimento de
matérias-primas, manufatura, montagem e distribuição ao consumidor final (...)” (ARNOLD,
1999a, p. 85).
Sendo assim, esta cadeia envolve todas as atividades e processos necessários para
fornecer um produto ou serviço para o consumidor final. A cadeia é formada pelos seguintes
elementos básicos: suprimento, produção e distribuição. Está intimamente ligada à gestão de
estoques (ARNOLD, 1999b, p. 86).
Em se tratando de gestão da cadeia de suprimentos, é necessário fazer uma análise da
totalidade, não se pode apenas gerir os estoques internos da empresa, é necessário preocupar-
se com o andamento de toda a cadeia, pois os clientes e também os fornecedores possuem
estoques, e possíveis problemas podem influenciar os resultados da sua empresa. Desta forma,
é indispensável à empresa saber identificar os fornecedores críticos (DIAS, 2003e, p. 220).
2.2.3.10.3 Identificação dos Fornecedores Críticos
A produção era vista pela maioria das empresas como uma função interna que tinha de
ser protegida do ambiente externo por outras funções organizacionais. A realidade é outra,
atualmente tem-se uma rede totalmente integrada entre fornecedores e clientes, objetivando a
busca pela vantagem competitiva (DAVIS, 2001g, p. 396).
76
Um ponto essencial no estabelecimento de relações bem-sucedidas entre o
fornecedor e o cliente é o elemento confiança. Ela permite que os fornecedores
participem e contribuam para o ciclo de desenvolvimento de novos produtos. Com
os fornecedores assumindo papéis importantes nas empresas, é necessário ter
relações de longo prazo que permitam que uma visão estratégica seja compartilhada
a partir da utilização de contratos perenes, que implicam renovação automática dos
contratos com os fornecedores, quando seu desempenho está de acordo com o
contratado (DAVIS, 2001h, p. 398).
Os gestores de compras fazem uma ligação vital entre a empresa e seus fornecedores.
Para obter a eficácia, devem-se compreender tanto as necessidades de todos os processos da
empresa, como as capacitações dos fornecedores que podem disponibilizar produção e
serviços para a organização. Assim, para a definição dos fornecedores na cadeia de
suprimento, fazem-se necessários a confiança, relações de longo prazo, compartilhamento de
informações (programação da capacidade, novos produtos), forças individuais na organização,
qualificação e avaliação dos fornecedores e seleção de fornecedores apropriados (SLACK,
2002d, p. 213).
2.2.3.10.4 Gestão de Estoques e Inventários
O mercado é dinâmico e imprevisível, sendo assim, não existem regras ou normas para
determinar o nível ideal de estoque. A empresa deve se utilizar da gestão para chegar mais
próximo do estoque “ideal”.
Corrêa (2006a, p.76) cita que:
Estoques são considerados acúmulos de recursos materiais entre fases
específicas de processos de transformação. São eles: estoques de matéria-prima; de
material em processo: itens que já sofreram alguma operação de processamento, mas
não estão prontos para venda; de produtos acabados: produtos prontos para a
comercialização; e de materiais para manutenção: itens de peças sobressalentes,
como lubrificantes e consumíveis dos equipamentos.
Segundo Fleury (2000d, p. 177), a gestão de estoques é considerada a base para
gerenciamento da cadeia produtiva. Mantendo estoques, os custos de emissão do pedido são
reduzidos, os estoques de segurança auxiliam nas oscilações da demanda, os custos de
aquisição podem se reduzir quando o lote comprado é maior etc. Mas também
desvantagens, como elevação do custo de manutenção de estoques, do custo para coordenar a
77
produção, do custo da capacidade reduzida e redução do retorno sobre o investimento
(GAITHER, 2002a, p.131).
2.2.3.10.5 Gestão de Qualidade
A qualidade de um produto ou serviço é a percepção que o cliente tem do grau que o
produto ou serviço atende a suas expectativas. Várias atividades são necessárias para obter
qualidade, tais como: qualidade do projeto (os produtos devem ser elaborados para atender às
expectativas dos clientes), capacidade dos processos de produção (os processos devem ter
capacidade de produzir os produtos com os atributos projetados), qualidade de conformidade,
qualidade do atendimento ao cliente e cultura de qualidade da empresa (GAITHER, 2002b, p.
135).
Devido a valiosas contribuições e pensamentos visionários, algumas pessoas são
consideradas gurus da qualidade, entre eles estão Joseph M. Juran, William E. Deming,
Armand Feigenbaum, Genichi Taguchi, Walter A Shewhart e Philip Crosby (CORREA,
2006b, p. 183).
Conforme Correa (2006c, p. 185), a trilogia da qualidade consiste “no planejamento da
qualidade, controle da qualidade e melhoramento da qualidade”.
Sendo assim, verifica-se que a empresa para manter a qualidade tem que sempre
manter a flexibilidade e inovação no seu processo de produção. Bolwijn e Kumpe (1990)
afirmam que as empresas devem ser:
Eficientes: sempre direcionadas para redução de custos, controlada por regras e
procedimento;
De qualidade: esforços dirigidos para conquista de qualidade, produtos sem defeito e
perfeição no processo industrial;
Flexibilidade: além da busca pela redução de custo e pela qualidade, são dirigidos
esforços para minimizar o tempo e apresentar para o cliente uma variedade de
produtos;
Inovadoras: além de atender a todos os quesitos acima, a empresa inovadora investe
em tecnologia, visando a produtos com o melhor preço, qualidade e desempenho.
78
2.2.3.11 Desenvolvimento de Novos Produtos
Diante do cenário altamente competitivo onde as mudanças ocorrem diariamente,
assim como a necessidades dos consumidores, tornou-se indispensável para as organizações
apresentar uma otimização nos processos. É necessário um sistema de gestão que integre o
desenvolvimento de projetos com a produção e principalmente a manutenção, garantindo
assim uma maior disponibilidade de produtos, a um menor custo possível para a empresa
(CHENG; FONSECA; COLOSIMO, 1999a, p. 209, apud BATISTA e HELMAN, 1999).
Desenvolver produtos é utilizar-se de um processo em que a organização transforma as
informações de oportunidade de mercado, criando assim, por meio de uma metodologia e de
técnicas, um produto comercial. Este desenvolvimento vai além do simples processo de
produção, ienglobar produção, marketing, logística como também o ambiente externo da
empresa (CLARK & FUJIMOTO, 1991, p. 232).
Porém não basta somente criar novos produtos, é necessário desenvolver um método.
Vários métodos são úteis para obter a qualidade no desenvolvimento de novos produtos, e,
considerando o cenário competitivo, percebem-se as mudanças das necessidades dos
consumidores. Sob este ponto de vista, o método que vem ao encontro desta concepção é o
QFD Quality Function Deployment, que para nós é a voz do cliente. (CHENG; FONSECA;
COLOSIMO, 1999b, p. 26, apud FRAGOSO 1999).
Segundo Cheng, Fonseca, e Colosimo (1999c, p.29), QFD é:
Um método para desenvolver projetos com qualidade, direcionando o atendimento
da satisfação dos consumidores, pela tradução de suas necessidades e desejos, em
objetivos para desenvolvimento de novos produtos e/ou melhoria dos atuais,
garantindo desta forma a qualidade do projeto como um todo desde a sua fase de
idealização até as fases de produção, comercialização e pós-vendas.
Não se podem ignorar os métodos estatísticos para a pesquisa e análise de mercado,
pois identificar o público-alvo é um grande passo para o produto dar certo. É possível, pela
estatística, transformar os dados brutos em informações valiosas para o planejamento deste
novo produto. Estas informações são: identificação de oportunidades e posicionamento
estratégico de produtos, identificação dos fatores que afetam a preferência dos clientes e
segmentação de mercados (CHENG; FONSECA; COLOSIMO, 1999d, p. 265, apud
DRUMOND; FILHO; CHENG, 1999).
79
O desenvolvimento de novos produtos passou a ser levado tão a sério dentro das
organizações e para o desenvolvimento econômico que no dia 02 de dezembro de 2004 foi
sancionada a nova Lei de Inovação, que “estabelece medidas de incentivo à inovação e à
pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, com vistas ao alcance da autonomia
tecnológica e ao desenvolvimento industrial do País” (MCT 2005, disponível em < http.
www.mct.gov.br> acesso em 18 de junho de 2008).
Sabe-se que em tempos passados o produto era criado por meio de fases de um
processo, sendo elas: pré-produção, produção, distribuição, uso, descarte e ciclos de vida.
(MANZINI E VEZZOLI, 2002a, p. 93 a 98).
Como tudo, o processo de desenvolvimento de novos produtos também evoluiu para o
pensamento da responsabilidade ambiental. Segundo Manzini e Vezzoli (2002b, p. 99), “[...]
uma abordagem para desenvolvimento de produtos ambientalmente conscientes terá de se
basear em uma visão mais ampla [...] [...] o produto deve ser projetado considerando, em
todas as suas fases, o conceito de ciclo de vida – Life Cycle Design (LCD), ou seja, ele deverá
ser projetado já considerando seu ciclo de vida inteiro e não por etapas [...].
Para Manzini e Vezzoli (2002c, p. 100), o objetivo desta nova abordagem é o de
reduzir a carga ambiental associada a todo ciclo de vida de um produto.
Outro método e processo a ser seguido para o desenvolvimento de novos produtos e
que faz parte das organizações é o gerenciamento dos processos, que, segundo Cooper (1993,
p. 76), devem ser seguidos à risca. São eles: [...] investigação preliminar, investigação
detalhada, desenvolvimento, teste e avaliação e por fim produção completa e lançamento
comercial [...]. Conforme o autor, precedendo cada um desses estágios existe um ponto de
decisão que será essencial para decidir se o projeto deve continuar ou não.
Dentre as empresas que mais investem em desenvolvimento de novos produtos, estão
as alimentícias. Isto se comprova no XIV Evento da Fisa
18
, Edição do Food Ingredients South
América (Fisa), realizada entre os dias 3 a 5 de junho de 2008 na cidade de São Paulo,
conforme se verifica pelo relato de alguns participantes, como:
[“...] Vencer o Fi Awards mostra que estamos no caminho certo e somos
reconhecidos, não apenas pelos consumidores, mas também pelos profissionais do
mercado”, revela Gustavo Franco, especialista de marketing e gerente do produto da
empresa Sadia, vencedora da categoria “O produto alimentício mais inovador
2007/2008”.
18
FISA: Food Ingredients South América. Evento que proporciona um amplo programa de palestras,
conferências e apresentações para o mais renomado setor alimentício. Este evento apresentou um crescimento de
35% em relação ao ano de 2007. Disponível em < http\\www.f-events.com.br> acesso em 18 de junho de 2008.
80
[...] Participo da Fisa quatro anos com o objetivo de contatar novos fornecedores,
parceiros, além de ficar atualizado sobre os novos ingredientes e tecnologias. Para
minha carreira é fundamental ter conhecimento das evoluções, pois impulsionam o
desenvolvimento de novos produtos”, afirma Aline Brigato, engenheira de alimentos
e desenvolvedora de novos produtos da New Max Industrial.
Segundo Baron (2007), para um profissional do setor de alimentos é imprescindível
acompanhar o que acontece de novo neste mercado, e a Fisa nos essa oportunidade. “Já
obtive muitos resultados positivos com inovações como a adição de novas vitaminas e
minerais, fibras solúveis e insolúveis e amidos modificados aos meus produtos”, afirma o
gerente de pesquisa e desenvolvimento da Josapar. A capacidade de absorção da empresa está
ligada diretamente ao desenvolvimento de produtos, conforme citam Cohen e Levinthal
(1990):
A empresa deve criar sua capacidade de absorção que consiste em um conhecimento
prévio. Com o conhecimento, a organização pode assimilar uma informação e
aplicá-la com maior eficácia às diversas áreas da organização. A capacidade de
absorção depende do conhecimento anterior, individual e do nível da organização.
2.2.3.11.1 Layout
Toda estrutura de produção é constituída por um conjunto de oficinas, portanto, o
layout detalhado de cada um desses departamentos será o arranjo final das oficinas neles
contidas. É importante que estas oficinas sejam distribuídas de maneira que fiquem
organizados todos os objetos físicos existentes nelas, ou seja, a técnica para o projeto do
layout detalhado de um departamento de produção exige o arranjo dos equipamentos físicos
em cada uma das oficinas incluídas no departamento (MAYER, 1992g, p. 132).
Também se explica layout como sendo “arranjos físicos dos equipamentos,
dispositivos no local de trabalho e de como vai ser o fluxo de trabalho“ (SILVA, 2001a, p.
317).
2.2.3.11.2 Layout de Processo
Para elaborar um layout dentro de uma empresa, é necessário considerar dois pontos:
um é o arranjo dos departamentos de produção e de serviços na empresa; o outro é o arranjo
81
dos equipamentos de produção, com os quais o operador irá trabalhar em determinada seção
(MAYER, 1992h, p. 86). O responsável pelo desenvolvimento do layout, além de considerar
os pontos acima, tem que conhecer todo o processo produtivo para saber entender
principalmente suas dificuldades.
“Considerando tanto o arranjo dos departamentos como o arranjo da produção, o
objetivo do layout é desenvolver um arranjo que permita o mais eficiente fluxo de trabalho do
ponto de vista distância e custo” (MAYER, 1992i, p. 86).
Também se faz necessário obter informações importantes para a elaboração do layout.
São elas: a) especificações sobre o produto; b) características do produto (dimensão,
características especiais); c) quantidades de produtos e materiais; d) seqüências de operações
e de montagem; d) espaço necessário para cada equipamento; e e) informações sobre
recebimento, expedição, estocagem de matérias-primas e produtos acabados (MARTINS &
LAUGENI, 2002i, p. 113).
O layout adequado para o processo de produção dentro de uma organização permite
um melhor aproveitamento do espaço físico e do tempo. Deste modo, o processo torna-se
mais rápido, proporcionando um aumento da produtividade e cumprindo os prazos planejados
juntamente com o cliente, satisfazendo assim sua necessidade e alcançando as metas de
produção planejadas pela a empresa (SILVA, 2001b, p. 317).
“O objetivo geral no desenho de um layout é proporcionar um fluxo de trabalho de
materiais fluido através da fábrica, visando a aperfeiçoar a capacidade de entrega interna”
(DAVIS, 2001i, p. 254).
2.2.3.11.3 Sistemas de Informação e Automação
Segundo Rezende (2005a, p. 19), os sistemas de conhecimentos gerados pelos recursos
da Tecnologia da Informação e integrados aos Sistemas de Informação se apresentam como
um fator essencial para os gestores conduzirem as organizações competitivas e inteligentes.
Sistemas de informação são todos os sistemas que produzem ou geram informações,
que são dados trabalhados (ou com valor atribuído ou agregado a eles) para execução de ações
e para auxiliar processos de tomada de decisões (REZENDE, 2005b, p. 21).
Também é conceituado “como um conjunto de elementos ou componentes inter-
relacionados que coletam (entrada), manipulam (processamento) e disseminam (saída) os
82
dados e a informação e fornecem um mecanismo de feedback para atender a um objetivo”
(STAIR 2002, p.12).
A tecnologia da informação permite que tarefas não rotineiras sejam analisadas mais
eficientemente e assim a incerteza possa ser reduzida ou eliminada.
As estruturas organizacionais futuras continuarão a tendência histórica em que as
organizações flexíveis serão capazes de reagir mais efetiva e eficientemente ao ambiente e a
suas mudanças.
O papel da tecnologia da informação continuará a evoluir de uma ferramenta que
suporta a estrutura organizacional, provendo um maior e mais eficiente e efetivo
processamento da informação (DIBREL e MILLER, 2002).
2.2.4 Gestão Estratégica
As organizações adotam diversas estratégias durante sua trajetória. Essas estratégias
são definidas, explicita ou implicitamente pelo ambiente, pela tecnologia e pela estrutura da
empresa. Esta gestão permite às organizações criar com clareza sua missão, visão e metas,
itens que estão diretamente relacionados a seu sucesso.
2.2.4.1 Missão
É importante definir com clareza a missão. Ela irá guiar as pessoas no intuito de
atingir as metas da organização, de forma independente, mas ao mesmo tempo coletiva.
Todos os membros da empresa deverão estar envolvidos direta ou indiretamente com a
empresa, para isso se faz necessário conhecer sua missão.
Segundo Kotler (1999c, p.38), a missão da organização é a definição do seu
propósito, o que ela deseja atingir em um ambiente maior, isto é, a razão de ser da
organização, define o que ela é, o que ela faz, aonde deseja chegar e ainda exerce função
orientadora e delimitadora na ação empresarial”.
Sabe-se que é necessário que a teoria da empresa seja analisada e compreendida para
que a partir daí seja definida com clareza sua finalidade e sua missão. Drucker (2000a)
83
afirma que “só com uma clara determinação da missão, a empresa poderá criar objetivos
empresariais mpidos e realísticos. Esta determinação irá construir o fundamento das
prioridades, estratégias, planos e atribuições de serviço.
Com a definição clara e objetiva da missão, a empresa está apta a traçar sua visão,
ou seja, onde e como ela quer estar no futuro.
2.2.4.2 Visão
“O segredo do sucesso não é prever o futuro, mas criar uma organização que
prosperará em um futuro que não pode ser previsto” (HAMMER, 1997).
A visão estratégica orienta o pensamento e o raciocínio em relação ao futuro,
implicando estabelecer metas e objetivos a longo prazo, além de possibilitar uma maneira
distinta de ver, tanto a parte interna como a parte externa do mercado, partindo de uma visão
do todo, procurando assim coordenar ações futuras que solucionem os problemas que venham
a acontecer dentro da organização. A visão estratégica permite eliminar a improvisação,
promovendo um processo de aprendizagem contínua, criando deste modo vantagens
competitivas para a empresa (CHIAVENATO, 2001a, p. 152 - 153).
Segundo Barna (1995a, p. 60), “a visão é um meio para definir parâmetros dentro dos
quais o futuro haverá de emergir.” Ou ainda que “a visão é a arte de ver as coisas invisíveis”
(BARNA, 1995b, p. 10).
Segundo Peter (1993a, p. 11), a visão precisa ser alimentada. “[...] Essa mensagem
surge praticamente em todas as empresas. Quando não a cultivamos, ou não conseguimos
abranger os principais aspectos das operações, das pessoas aos sistemas, a visão morre.”
As razões básicas que motivam as empresas a traçar sua visão, segundo Peter (1993b,
p. 15), são:
[...] 1) a necessidade de controlar o destino da organização; 2) a necessidade de se
livrar dos produtos atuais; 3) a necessidade de uma visão comum e da noção de
trabalho em equipe; 4) a necessidade de obter mais recursos para sua parte do
negócio; 5) a necessidade de explorar uma nova oportunidade ou ameaça; e 6) a
necessidade de passar o bastão e carregá-lo.
Peter (1993c, p. 23) afirma que, para a empresa saber quem ela é, o que ela faz e aonde
ela quer chegar, é necessário definir sua visão, missão e sua identidade. “A determinação
84
básica do ramo, da finalidade, da missão e visão da empresa precisa ser traduzida em
objetivos, caso contrário irão constituir brilhantes inspirações e boas intenções, mas nunca se
transformarão em realizações” (DRUCKER, 2000b, p. 98).
Todas as empresas querem e dependem de fatores para sobreviver no mercado.
Segundo Drucker (2000c, p.99):
Em primeiro lugar, a empresa precisa ser capaz de criar o cliente. Precisa, portanto,
criar um objetivo para sua comercialização. Precisa também ser capaz de inovar,
portanto, precisa de um objetivo para suas inovações, além de precisar de objetivos
para os fatores que geram a produção: recursos humanos, recursos de capital e
recursos físicos. Precisa também possuir objetivos relacionados com a
produtividade. Considerando ainda que a empresa vive na sociedade e na
comunidade, sendo assim, precisa possuir objetivos relacionados com suas próprias
dimensões sociais. E por final, a empresa precisa de lucro, pois de outra forma não
poderá alcançar nenhum desses objetivos.
A visão estratégica difundida da forma correta dentro da organização ajudará os
funcionários a se definir e se posicionar, dando-lhes condições de saber se estão dispostos a
aceitar ou não a visão estratégica da empresa e assim lutar pelos mesmos objetivos, caso
contrário, perceber que a empresa não se adapta a seu modo de vida (BARNA, 1995c, p.15).
É importante que a definição estratégica seja desenvolvida atendendo ao cenário externo, e
que principalmente seja maleável às mudanças que este cenário apresenta.
Em um artigo
19
publicado por Rita Nogueira sobre visão estratégica, ela afirma que:
A sobrevivência e o sucesso da empresa dependem de um conjunto de escolhas
uma estratégia para evoluir e se expandir no cenário competitivo. Desenvolver
uma estratégia superior é definir e explorar uma posição estratégica no negócio que
seja diferente dos seus concorrentes, porém ao mesmo tempo deve procurar
continuadamente novas posições que permitam aproveitar as oportunidades
emergentes no mercado e, por outro lado, proteger-se das ameaças que podem
fragilizar seu poder de permanência (INSTITUTO ÂNIMA DE
DESENVOLVIMENTO HUMANO INTEGRAL - RJ).
Henderson e Clark (1990) sintetizam a importância da inovação dentro da
organização, afirmando que:
O excesso de racionalidade das organizações limita o conhecimento arquitetônico de
seus projetos, fazendo com que seus produtos sejam substituídos por inovações
incrementais ou radicais de seus concorrentes, muitas vezes com a mesma
tecnologia, porém com uma visão mais arquitetônica.
Observa-se que não bastam estratégias e metas, a empresa tem que ter também uma
visão agressiva, perceber tendências e estar disposta a se adaptar às mudanças.
19
Artigo: Disponível em http://institutoanimadhi.com. Acesso em: 10 jun. 2008. Publicado em fevereiro/2008.
85
2.2.4.3 Metas Organizacionais
Toda organização deve ter um sistema de controle gerencial. O primeiro e mais básico
componente deste sistema são as metas organizacionais.
Por meio destas metas estabelecidas, a alta direção da organização estabelece a direção
a ser seguida, definindo como a empresa irá se posicionar no mercado. Em seguida, definem-
se os processos necessários para o alcance de tais metas, desenvolvendo medidas de
desempenho e monitorando-as, para que assim os gestores possam mensurar os resultados
(CHIAVENATO, 2001b, p. 158).
As metas se direcionam para o objetivo da empresa, sendo assim a falta de clareza
pode causar desorganização, ineficiência e ineficácia nos processos internos. As falhas
organizacionais mais comuns se encontram na área de metas, nos papéis e na comunicação
que se inter-relacionam. As metas organizacionais podem ser consideradas valores
articulados, sempre estarão guiando as ações, que podem maximizar os lucros da empresa, ou
minimizar e distanciar o caminho até o alcance do objetivo da organização (BARNA, 1995d).
2.2.4.3.1 Avaliação de Desempenho Organizacional
A característica fundamental de uma organização líder é a capacidade de saber medir
com eficiência seu desempenho organizacional (RUMMLER & BRACHE, 1997a).
Segundo Paleias (1992), a avaliação de desempenho não basta ser feita
individualmente, tem que estar presente em toda a organização. Somente assim este processo
poderá ser utilizado como uma ferramenta estratégica de gestão, uma vez que a avaliação
resulta em uma análise sistemática do desempenho como um todo dentro da empresa,
contribuindo para o desenvolvimento das pessoas e da própria organização.
Quando se realiza a avaliação de desempenho organizacional, a empresa obtém
informações necessárias para identificar as oportunidades de melhoria, como também elaborar
um plano de ação para vários níveis da empresa (SWAMY, 2002a)
Segundo Rummler & Brache (1997b), os principais motivos por que as empresas
devem medir seu desempenho organizacional são:
a) poder realizar comparações de desempenho com concorrentes ou organizações de
86
segmentos distintos;
b) demonstrar aos investidores qual o potencial de retorno de seus investimentos; e
c) verificar periodicamente se as estratégias organizacionais de curto, médio ou
longo prazos estão sendo cumpridas.
A evolução da medição do desempenho organizacional se deu na década de 80,
quando as empresas substituíram os indicadores financeiros pela medição do desenvolvimento
organizacional, para então obter resultados eficazes da atual posição da organização
(SWAMY, 2002b), conforme apresentado sinteticamente no Quadro 6.
Períodos 1960 1970 1980 1990
Principal ênfase Financeira Financeira Financeira e
Gerencial
Financeira e não
Gerencial
Estruturas
utilizadas
Rendimentos
contábeis,
rendimentos por
setor, retorno de
investimentos.
Rendimentos
contábeis, lucro
residual, retorno
de investimentos.
Custo unitário,
orçamentos
conjuntos, lucros
sobre operações,
fluxos de caixa.
Balanced
Scorecard, valor
econômico
adicionado,
custeio baseado na
atividade
organizacional.
Quadro 6 – Evolução da medição do desempenho organizacional
Fonte: Swamy, 2002.
A avaliação de desempenho organizacional permite aos gestores uma constante
reavaliação das suas práticas, políticas e metodologias, garantindo assim uma melhoria
contínua de qualidade das condições organizacionais (FREITAS, 2005).
2.2.4.4 Análise Ambiental
Segundo Fernandes e Berton (2005a, p. 31), “uma importante etapa do processo
estratégico é a análise do ambiente. O ambiente estabelece o contexto histórico e espacial em
que a organização atua”.
É importante definir tanto ambiente macro ou geral, como também o ambiente
operacional da empresa.
O ambiente tem sido dividido em dois níveis: o ambiente geral, ou macroambiente,
relativo às grandes forças externas que influenciam a organização; e ambiente
operacional ou setorial, mais próximo à organização, constituído por seus clientes,
fornecedores, concorrentes imediatos, entre outros (FERNANDES & BERTON,
2005b, p. 34).
87
Não basta somente analisar o ambiente, é necessário também fazer o diagnóstico da
empresa e tentar interligar estas informações de modo que a análise se conclua. Fernandes e
Berton (2005c, p. 128) chamam esta técnica de produto-mercado, que “[...] mapeia o portfólio
presente de uma empresa face aos mercados atuais e futuros, ou seja, identifica as
oportunidades de crescimento do ponto em que irá se instalar [...]”.
Outras duas avaliações são de extrema importância para a localização geográfica da
empresa. Segundo Davis (2001j, p. 251), macroanálise é “[...] a avaliação de regiões, sub-
regiões e comunidades alternativas, enquanto a avaliação de locais específicos nas
comunidades selecionadas freqüentemente é chamada de microanálise [...]”.
A macroanálise permite fornecer uma abordagem quantitativa, determinando onde
colocar uma instalação, minimizando os custos totais de transporte entre o local em que são
produzidos os bens e onde e são consumidos (DAVIS, 2001l, p. 252).
A partir do estudo de localização geográfica, a empresa tem maior probabilidade de
penetração e desenvolvimento de mercado, desenvolvimento de produto e diversificação
(DAVIS, 2001m, p. 252).
2.2.4.5 Políticas Sociais e Ambientais
É comum ouvir falar em responsabilidade social e ambiental. O destino do cenário
econômico está fortemente envolvido com esta questão, sendo assim, cabe a cada
administrador entender, implantar e acompanhar políticas sociais e ambientais dentro da
organização.
No artigo
20
publicado por Patruz Ananias
21
, verifica-se que a participação das
empresas no que diz respeito à política social e ambiental é de extrema importância para o
desenvolvimento econômico e social do País.
[...] A concepção de desenvolvimento, assumida em sua integralidade, apresenta-se
como um projeto de nação. Parte da sua dimensão ética de formação de pátria, de
noção de pertencimento, que implica a garantia dos direitos constitutivos da
cidadania. Além dessa dimensão que por si seria uma justificativa suficiente
para sua existência as políticas sociais têm efeitos positivos sobre a economia.
Essas políticas incorporam novas pessoas ao mercado interno e formam cidadãos
20
Artigo: Políticas Sociais como pilar fundamental para o Desenvolvimento de uma Nação. Publicado em 29 de
janeiro de 2008. Disponível em http://www.mds.gov.br. Acesso em: 18 de jun. 2008.
21
Patrus Ananias: Ministro do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS).
88
que, ao consumir e ao ter oportunidades de inclusão produtiva, dinamizam a
economia. Existem diversas evidências de que o investimento no atendimento a
necessidades humanas básicas melhora a produtividade e o crescimento econômico,
ampliando o retorno dos investimentos. Para potencializar os efeitos desse
investimento, temos de continuar avançando na integração das políticas e ações
públicas [...].
Verifica-se na citação anterior que todo o desenvolvimento, seja ele econômico ou
social, contribui para o crescimento econômico da sociedade. As políticas sociais estão
diretamente ligadas a este crescimento.
[...] O desenvolvimento socialserá alcançado, efetivamente, a partir da integração
de todas as suas dimensões. Envolve estratégias que articulam – respeitando as
demandas de cada região e de cada segmento da população políticas de educação,
saúde, reforma agrária, moradia, transporte coletivo para massas, geração de
trabalho e renda, economia solidária, assistência social, segurança alimentar e
nutricional, transferência de renda, estímulo à agricultura familiar, saneamento,
cultura [...].
Não se chega a uma concientização social, se todos os itens citados acima não
estiverem integrados.
[...] As políticas sociais devem, assim, ser implementadas como políticas
permanentes e integradas, que acompanhem as demandas da população à medida
que a sociedade evolui, e não como medidas limitadas e paliativas direcionadas a
soluções pontuais de problemas específicos. Nesse contexto, o Estado deve
responder às demandas por direitos emergentes, decorrentes de um novo patamar
civilizatório: à alimentação adequada, à convivência familiar e comunitária, a um
meio ambiente sadio e sustentável.
A organização deve entender que as políticas sociais fazem parte do crescimento e
continuidade da empresa. Como qualquer outro processo, estas políticas devem sempre
crescer e acompanhar o desenvolvimento da empresa.
A Responsabilidade Social das Organizações é uma exigência básica à atitude e ao
comportamento ético por meio de práticas que demonstrem que a empresa possui uma alma,
cuja preservação implica solidariedade e compromisso social (MAXIMIANO, 2004).
Percebe-se que a preocupação com a ética e com o bem-estar sempre esteve presente
dentro das organizações e que com o tempo o envolvimento das organizações em questões
sociais e ambientais aumentou, conforme artigo
22
publicado por Leandro Juliatti Venturoso.
[...] Este artigo tem o intuito de demonstrar ao administrador que ética e a
responsabilidade social e ambiental são idéias que estão no centro das tendências
mais importantes da administração contemporânea, fatos que se tornaram essenciais
para o sucesso do administrador do terceiro milênio. Na atualidade, cabe ao
administrador saber a resposta para a seguinte questão: - Por que a ética e a
22
Artigo: Ética Empresarial e a Responsabilidade Social e Ambiental, publicado em 31 de maio de 2008.
Disponível em http://www.administradores.com.br. Acesso em: 17 de jun. 2008.
89
responsabilidade social e ambiental têm aparecido como uma estratégia, não apenas
de sobrevivência, mas, sobretudo, de expansão dos negócios? [...]
Como já dito anteriormente, a responsabilidade social está ligada diretamente ao
desenvolvimento da empresa.
[...] e as vantagens que os Códigos de Ética Empresarial” oferecem, tais como:
“Ajudar a difundir os elementos da cultura organizacional, melhora a reputação da
empresa, proteção e defesa contra processos judiciais, melhorar o desempenho da
empresa, melhorar o comportamento dos subordinados (honestidade e fidelidade),
criar um clima de trabalho integral e de perfeição, criar estratégias para evitar erros
em matéria de ética, assimilar as mudanças da organização, estimular
comportamentos positivos, ajudar a satisfazer a necessidade do investidor, ajudar a
proteger os dirigentes de seus subordinados e vice-versa.” (MERCIER, 2004 p. 98).
E por fim;
[...] cresceu o interesse das empresas em relação a danos provocados ao meio
ambiente e no futuro das relações entre a sociedade e o ambiente. De modo geral, o
ambiente é considerado uma questão sistêmica, envolvendo todas as noções e o
comportamento de cada pessoa,
Estas políticas são seriamente incentivadas pelo governo, pois como citado anteriormente o
crescimento econômico do País está ligado diretamente a elas.
Em debate realizado pelo BNDES
23
sobre Responsabilidade Social e Ambiental, fica
definido que:
A partir de agora toda empresa que tomar financiamento no BNDES para a
realização de investimentos poderá ter seu crédito ampliado, com taxas favorecidas,
para aplicar em projetos sociais que tenham impacto positivo sobre as comunidades
locais. "Com isso, a população que fica no entorno poderá se beneficiar de parte da
riqueza do investimento", disse o diretor da área de Inclusão Social e de Crédito do
BNDES, Élvio Gaspar, ao estimar que o novo Programa de Apoio a Investimentos
Sociais deverá gerar investimentos sociais de cerca de R$ 500 milhões/ano. Os
empréstimos para investimentos sociais voltados para a comunidade terão spread
zero e a participação do BNDES poderá chegar a 100% do valor total do projeto.
A organização só conseguirá se manter no mercado se acompanhar todas as tendências
econômicas do País, principalmente no que diz respeito à responsabilidade Social e
Ambiental. Cabe à gestão estratégica verificar a melhor maneira de conduzir este assunto,
juntamente com a gestão de pessoas, uma vez que esta responsabilidade envolve diretamente
a sociedade em que está inserida a empresa.
23
BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento. Debate disponível em< http://www.bndes.gov.br> publicado
em 13/07/2006. Acesso em: 17 jun. 2008.
90
2.2.5 Gestão de Pessoas
Para que o objetivo da empresa seja alcançado e as metas cumpridas, é necessário o
capital humano. Somente este é capaz de conduzir a um crescimento, gerando mudanças,
riqueza e valor. Segundo Pereira (2008), o capital humano deixou de ser apenas uma
capacidade produtiva e lucrativa, passou a reunir conceitos como inovação, criatividade e
conhecimento, entre outros aspectos tangíveis, os quais bem trabalhados e/ou explorados
podem impulsionar a organização para o sucesso. Cita ainda que a disseminação deste
aprendizado é sempre eficaz e que pode ser feita por meio de grupos de discussão e oficinas
de desenvolvimento.
Para Lopes (1992), nesse contexto evidencia-se a importância da descoberta de novos
sistemas e caminhos, visando à identificação e seleção daqueles que poderão conduzir com
sucesso o destino futuro das organizações. E a chave desse sucesso reside na existência de
uma força de trabalho íntegra, motivada, capacitada e comprometida com a organização.
Entre os mecanismos existentes, a avaliação de desempenho certamente é a que apresenta
maior eficiência e eficácia, desde que esteja adaptada às particularidades e à cultura das
pessoas e das organizações.
2.2.5.1 Avaliação de Desempenho
Segundo Milkovich e Boudreau (2000a, p. 98), "a avaliação de desempenho é o
processo que mede o desempenho do capital humano. Esta avaliação é o grau de realização
das exigências de seu trabalho".
Para Chiavenato (2002a, p. 325), a avaliação de desempenho “[...] é uma apreciação
sistemática do desempenho de cada pessoa no cargo e o seu potencial de desenvolvimento
futuro”. Toda avaliação é um processo para estimular ou julgar a excelência e as qualidades
de alguma pessoa.
Porém, para criar um sistema de avaliação de desempenho, é necessário esclarecer:
“[...] 1) por que é necessário avaliar o desempenho; 2) que desempenho irá se avaliar; 3) como
será realizada esta avaliação; e 4) como comunicar a avaliação aos indivíduos avaliados [...]”
(MILKOVICH e BROUDEAU, 2000b, p. 99).
91
Existem vários métodos de avaliação de desempenho dentro das organizações.
Segundo Chiavenato (2002b, p. 333), “os métodos tradicionais de avaliação do desempenho
variam de uma organização para outra, pois cada organização tende a construir seu próprio
sistema para avaliar o desempenho das pessoas”.
As responsabilidades pela avaliação do desempenho das pessoas podem ser
atribuídas: ao gerente, ao próprio indivíduo, ao indivíduo e ao gerente, ao Órgão de
Gestão Pessoal ou a uma comissão de avaliação de desempenho, observa-se que
cada um envolve uma filosofia de ação distinta (CHIAVENATO, 2002c, p. 326).
Os objetivos fundamentais da avaliação do desempenho podem ser apresentados em
três facetas:
Permite condições de medição do potencial humano no sentido de determinar sua
plena aplicação; permite tratar os recursos humanos como importante vantagem
competitiva da organização e cuja produtividade seja desenvolvida, dependendo,
obviamente, da forma da administração; e fornecer oportunidades de crescimento e
condições de efetiva participação a todos os membros da organização, tendo em
vista, de um lado, os objetivos organizacionais e, de outro, os objetivos individuais
(CHIAVENATO, 2002d, p. 332).
A avaliação de desempenho é utiliza para estar sempre medindo a capacidade dos
indivíduos, apontando aspectos que devem ser melhorados e os que podem ser mantidos, até
mesmo “copiados” pelos demais membros da organização.
Após a verificação dos cinco principais processos da administração, percebe-se que
todos devem estar diretamente ligados, e que o objetivo da empresa será alcançado se estes
caminharem em uma mesma direção. O Quadro 7 apresenta um melhor entendimento e
avaliação de cada um dos processos.
Processos Categorias / Avaliação
Gestão Financeira
Análises Financeiras: são utilizadas como ponto definitivo para tomada de
decisão;
Análises Contábeis: fornecem informações diárias para a administração de
toda a organização, influenciando diretamente na estratégia de custos da
empresa;
Auditoria: revisa, avalia e emite opiniões de melhorias tanto na área
operacional como na área de gestão da empresa, maximizando os pontos
positivos e apontando os pontos negativos.
Gestão de Marketing
Responsável pelo estudo do mercado interno e externo da empresa. Este
processo tem como objetivo identificar o público-alvo bem como sua
necessidade. Também é de sua responsabilidade o relacionamento e a
fidelização junto ao mercado consumidor.
Gestão de Produção
Previsão da demanda: saber a potencialidade do mercado a ser atingido;
Planejamento de produção: de extrema importância, uma vez que deve ser
produzido o que será vendido. Este planejamento envolve: fluxo de
informações e produtos, entrega e logística dos produtos, sistemas, controles
de produção e qualidade;
92
Produção focalizada: hoje na empresa este item é utilizado como uma
vantagem competitiva;
Capacidade de produção: conhecer o mercado em que atua, tendo condições
de atender tanto ao crescimento como estar preparado para as tendências do
mercado;
Vantagens Competitivas: redução de custos, diferenciação, tecnologia,
flexibilidade e disponibilidade a mudanças;
Custos de produção: essencial no processo de produção, uma vez que estes
custos irão ter impacto diretamente no preço final;
Formas de gerenciamento: permitem controlar todo o caminho percorrido do
produto, desde o fornecedor até o cliente final. Tendo condições de verificar
os pontos positivos e negativos de todo o processo, podendo assim
maximizá-los ou eliminá-los do processo; e
Desenvolvimento de novos produtos: essencial a empresa estar preparada,
pois diante do mercado flexível é esta adaptação que a mantém na
concorrência.
Gestão Estratégica
Missão: deve ser clara e conhecida por todos que fazem parte da
organização, pois a missão é a definição do propósito da empresa;
Visão: aonde a empresa quer chegar;
Metas organizacionais: quais medidas devem ser tomadas para alcançar a
visão;
Avaliação do desempenho organizacional: todos os processos devem estar
em avaliação constante. Diante do contexto de mudanças, as empresas
devem ter seus processos flexíveis e estar em processo de melhoria
constantemente;
Análise ambiental: toda empresa deve conhecer o ambiente externo para
poder implementar seus processos internos; e
Políticas sociais e ambientais: estão diretamente ligadas ao crescimento
econômico da sociedade em que a empresa atua.
Gestão de Pessoas
Capital humano: capaz de conduzir um crescimento, trazer mudanças,
riquezas e valor para uma organização. Investir em pessoas capacitadas é
disseminar o conhecimento dentro da organização; e
Avaliação de desempenho: assim como os processos, as pessoas também
devem estar aptas às mudanças, para isso é necessário uma constante
avaliação de desempenho de cada indivíduo, pois somente os resultados
podem apontar pontos positivos e negativos em cada atividade
desempenhada.
Quadro 07 – As cinco principais áreas da Administração, suas categorias e importância na organização
Fonte: A autora, 2008.
Os processos e suas categorias mostram de maneira clara que deve haver uma
integração e relação entre todos, uma vez que, quebrada a corrente, ela vai influenciar no
todo. Todo gestor deve estar consciente da sua responsabilidade não somente na sua área, mas
saber que uma falha em seu processo pode impactar no seguinte e principalmente no objetivo
geral da organização.
93
2.2.6 Modelos de processos organizacionais
Após o estudo sobre estágios de maturidade e processos de gestão, verificou-se a
necessidade de aprofundar os estudos que suportariam a elaboração do questionário,
procedendo da seguinte forma: Questões um (1) a vinte e dois (22) baseadas em conceitos de
Maturidade e questões da vinte e três (23) a setenta e quatro (74) baseadas em conceitos
sobre processos de gestão que também foram suportadas pelo estudo da Cadeia de Valor de
Porter (1985) e no Process Classification Framework PCF (1996), detalhado no texto
abaixo.
2.2.6.1 Cadeia de Valor de Porter (1985)
Atualmente, adotar uma postura gerencial requer voltar-se para sistemas de
manufatura, mercados, ciclo de vida dos produtos, estoques, processos produtivos, mão-de-
obra, marketing, estruturas organizacionais entre outros, tudo em prol da competitividade.
De acordo com Porter (1998), a posição competitiva favorável está ligada à busca de
forças que determinam uma posição lucrativa e sustentável frente aos concorrentes.
Considerando essas posições, buscou-se identificar em Porter (1985a) quais as atividades
estratégicas ligadas à cadeia de valores que, se desenvolvidas pela organização, implicariam
vantagens competitivas e as colocariam em um estágio de maturidade distinto.
Porter (1990, p. 2) conceitua valor “como aquilo que os compradores estão dispostos a
pagar pelo que a empresa lhes oferece, ou seja, cada indivíduo estabelece o valor do produto
ou serviço adquirido em função do beneficio agregado por este produto ou serviço”.
Para Porter (1985b), toda empresa é uma reunião de atividades executadas para
projetar, produzir, comercializar, entregar e sustentar seus produtos.
Portanto, a cadeia de valor compreende um conjunto de atividades estratégicas que
criam valor para o produto ou serviço, permitindo a obtenção da vantagem competitiva pela
diferenciação nos custos e produtos, dentre outros, sendo, portanto, o meio pelo qual se
constrói a vantagem competitiva.
Na cadeia de valor de Porter, temos dois tipos de atividades: as primárias e as
secundárias. As atividades primárias são aquelas envolvidas na criação física do produto e na
94
sua venda e transferência para o comprador (atributos do produto), bem como na assistência
após a venda (atributos do serviço) e compreendem: logística interna e externa, operações,
marketing, vendas e serviços. As atividades secundárias ou de apoio sustentam a atividade
primária e a si mesmas, fornecendo insumos adquiridos, tecnologia, recursos humanos e
várias funções ao âmbito da empresa e compreendem os processos de aquisição, recursos
humanos e infra-estrutura (comuns a todas as atividades).
A cadeia de valor de uma organização encaixa-se em uma corrente maior de atividades
que Porter denominou de sistemas de valores, em que as ligações não conectam as
atividades dentro da organização, como também criam interdependências entre uma
organização e seus fornecedores e canais. O produto de uma companhia torna-se parte da
cadeia de valor de seu comprador. A base final para diferenciação é o papel de uma empresa e
de seu produto na cadeia de valor do comprador, que determina suas necessidades.
A obtenção e a sustentação de uma vantagem competitiva dependem da compreensão
não da cadeia de valor de uma organização, mas também no modo como a empresa se
enquadra no sistema de valores em geral.
Assim, é importante combinar vantagens competitivas com outras empresas na busca
de alianças estratégicas e de redes interorganizações.
A cadeia de valor de Porter poder ser vista na Figura 3.
Figura 3 – Cadeia de Valor de Porter
Fonte: Porter (1985), adaptado pela autora, 2008.
Infra-estrutura
Recursos Humanos
Tecnologia
Desenvolvimento
Logística de
Entrada
Operações
Logística de
Saída
Marketing e
Vendas
Serviços
M
A
R
G
E
M
Atividades Primárias
Atividades de
Apoio
95
2.2.6.2 Process Classification Framework
A empresa de Auditoria e Consultoria Artur Andersen, hoje incorporada por outra
empresa, juntamente com a American Productivity and Product Center (APQC)
desenvolveram no ano 1992 o Process Classification Framework (PCF), culminando em
uma nova versão em 1996, visando a organizar as práticas administrativas dentro das
organizações.
Para estes órgãos, a organização dos processos de gestão é a essência para o
desenvolvimento do conhecimento dentro da organização. Dentro desses pressupostos, a
Artur Andersen e a APQC desenvolveram treze (13) práticas que definem a estrutura da
organização a nível gerencial, conforme pode ser visto no Quadro 8.
1. Entenda o mercado e seus clientes;
2. Desenvolva visão e estratégia;
3. Projete produtos e serviços;
4. Comercialize e venda;
5. Produza e organize a entrega da produção;
6. Produza e organize a prestação de serviços;
7. Cuide do Faturamento, Serviços e Clientes;
8. Desenvolva e administre os Recursos Humanos;
9. Administre as Informações;
10. Administre recursos financeiros e físicos;
11. Execute programas de administração ambiental;
12. Administre as relações externas; e
13. Administre com foco nas melhorias e mudanças.
Quadro 8 – Prática para o Desenvolvimento do Conhecimento dentro das Organizações
Fonte: APQC/Artur Andersen (1996) – adaptado pela autora, 2008.
A base para os treze itens citados acima segundo a APQC foi o conceito de cadeia de
valor utilizado de Porter (1985c) e o construto que está por trás da classificação de processos,
que visa em primeiro lugar a fazer com que as organizações identifiquem seus processos para
96
depois efetuar um estudo sobre o compartilhamento dessas informações e as limitações
encontradas dentro do processo.
Fundamentada pelo Capítulo 2 (dois), Referêncial Teórico, pelos conceitos da Cadeia
de Valor de Porter e pelo estudo efetuado pela APQC, procurou-se efetuar uma análise
aprofundada das questões sobre processos de gestão, buscando verificar sua coerência e seu
entendimento, bem como corroborar o estudo previamente efetuado sobre os processos de
gestão necessários para a construção de uma organização madura.
2.3 CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 02
No capítulo 02, o referencial teórico foi dividido em dois momentos. No primeiro,
foram relatados alguns modelos de estágios de maturidade com ênfase nos modelos mais
difundidos e estudados, sendo possível compreender os principais modelos de estágios de
maturidade e as principais linhas de estudo. Já no segundo momento, foi apresentado o
referencial teórico sobre processos de gestão, procurando circunscrever os conceitos de
processos de gestão ao âmbito da Gestão Organizacional.
97
3 DETALHAMENTO DA PROPOSTA METODOLÓGICA
Com a proposta de apresentar uma resposta à hipótese da pesquisa que trata da
correlação dos processos de gestão e o estágio de maturidade da organização, neste capítulo
serão apresentadas as bases que serviram de suporte na organização do banco de dados da
pesquisa. Essas bases, compostas a partir das referências e análises interpretativas das
bibliografias apresentadas, comporão um questionário direcionado a um grupo de
profissionais com objetivo de validar, ou não o problema apresentado no Capítulo um (1),
identificando
se há uma correlação entre os estágios de maturidade e os processos de gestão.
O processo de pesquisa e sua mensuração para posterior análise dos dados foram
necessários para a utilização de formas próprias para o levantamento dessas informações. Para
Mattar, (1993a, p. 79), “diferentes tipos de pesquisa representam procedimentos diversos para
a análise e coleta dos dados, de forma a atender economicamente e tecnicamente aos objetivos
da pesquisa”.
Porém, de acordo com Selltiz (1974, p.59), “o problema de pesquisa deve ser
formulado de maneira clara para que se possam especificar as informações necessárias”. Um
planejamento de pesquisa é a organização das condições para coleta e análise de dados, de
maneira a combinar a significação para o objeto da pesquisa com a economia do processo.
Buscando atender aos pressupostos citados acima serão apresentadas na seqüência, a
natureza da pesquisa, sua classificação, a natureza das variáveis e as técnicas utilizadas na
análise dos resultados.
3.1 NATUREZA DA PESQUISA
As pesquisas devem ser concebidas, de forma ampla, como exploratórias ou
conclusivas, como afirma Malhotra (2001a, p.105), pois esta concepção é a estrutura para
realização do projeto de pesquisa.
O Quadro 9 mostra as principais diferenças entre a pesquisa exploratória e a
conclusiva.
98
Exploratória Conclusiva
Objetivo
Prover critérios de compreensão. Testar hipóteses específicas e
examinar relações.
Características
As informações necessárias são
fornecidas ao acaso;
O processo de pesquisa é flexível e
não estruturado;
A amostra é pequena e não
representativa; e
A análise dos dados primários é
qualitativa.
O processo de pesquisa é formal e
estruturado;
A amostra é grande e representativa;
e
A análise de dados é quantitativa.
Constatações
Experimentais Conclusivas
Resultado
Geralmente seguida por outras
pesquisas exploratórias ou
conclusivas.
Constatações usadas como dados
para a tomada de decisão.
Quadro 9 – Diferenças entre Pesquisa Exploratória e Conclusiva
Fonte: Malhotra, 2001, p.106.
Nesta pesquisa, optou-se pelo modelo de pesquisa conclusiva em função de sua
consonância com as definições apresentadas neste projeto de pesquisa, porém cabe ressaltar
que esta pesquisa é conclusiva com uma dimensão exploratória.
Para Malhotra (2001b, p. 106) “a pesquisa conclusiva é geralmente mais formal e
estruturada que a exploratória. Ela se baseia em amostras grandes e representativas, e os
dados obtidos estão sujeitos à análise quantitativa”.
Segundo Gil (2002, p. 41), a pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar
maior familiaridade com o problema e com o objetivo da pesquisa, tornando-os mais
explícitos, buscando o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições, sendo seu
planejamento bastante flexível, possibilitando assim a consideração dos mais variados
aspectos relacionados ao objeto de pesquisa.
Para Berton & Nakano (1998b), a pesquisa exploratória abre oportunidades para
investigar fenômenos pouco compreendidos, identificar e descobrir variáveis de significativa
importância, gerando ainda hipóteses para pesquisas futuras. Na avaliação de Jung (2004), a
pesquisa exploratória abre oportunidades para novas alternativas ao conhecimento científico.
3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
Uma vez definida a natureza da pesquisa, o próximo passo é a definição do método de
pesquisa mais adequado ao trabalho, ou seja, o escopo da pesquisa em termos de amplitude e
99
profundidade. Essa etapa é realizada com base nos princípios que governam os processos, os
procedimentos e as técnicas específicas por meio dos quais os estudos são efetivamente
conduzidos.
No caso desta pesquisa, iremos abordar o estudo de campo. Para Kerlinger (1979), os
estudos de campo constituem uma forma pela qual é possível fazer contribuições para a
literatura em assuntos relativamente complexos, que de outro modo seria impraticável, quer
do ponto de vista técnico, quer do ponto de vista econômico.
Para a elaboração da pesquisa de campo, iremos trabalhar com o questionário, que
consiste num instrumento científico utilizado para coleta de dados, sendo composto por uma
série ordenada de perguntas, com objetivo de mensurar características significativas de
indivíduos, empresas, situações, comportamentos, eventos e outros fenômenos.
A opção de aplicar o questionário está baseada nos seguintes fatores: economia de
tempo, opção em atuar com maior número de pessoas, facilidade na obtenção de respostas
mais rápidas e precisas, oferece maior liberdade de expressão nas respostas, redução da
possibilidade de distorções nas respostas e obtenção de uma uniformidade na avaliação.
De acordo com Malhotra (2001c, p. 274), “questionário é uma técnica estruturada para
a coleta de dados, que consiste de uma série de perguntas escritas ou verbais que um
entrevistado deve responder”.
Segundo Cervo & Bervian (1996, p. 138), “a palavra questionário refere-se a um meio
de obter respostas às questões por uma fórmula que o próprio informante preenche, contendo
um conjunto de questões relacionadas com um problema central”.
Fachin (2003, p. 147) afirma que “o questionário é um modelo ou documento em que
uma série de questões, cujas respostas devem ser preenchidas pessoalmente pelos
informantes”.
Nogueira (1968, p. 20) coloca que “o questionário pode ser conceituado como uma
série de perguntas organizadas com o fim de levantar dados para uma pesquisa, com respostas
fornecidas pelos informantes, sem assistência direta ou orientação do investigador”.
100
3.3 NATUREZA DAS VARIÁVEIS
Com relação à natureza das variáveis, tecnicamente a pesquisa qualitativa identifica a
presença ou ausência de algo, enquanto a quantitativa procura medir o grau em que algo está
presente (MATTAR 1993b, p. 81).
A abordagem metodológica adotada neste estudo será a quantitativa. Seu emprego é
compatível com o tema proposto, na medida em que a pesquisa quantitativa permite
caracterizar o emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações
quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples às mais
complexas, como a análise fatorial que é o método estatístico que será empregado neste
trabalho para efetuar a correlação entre variáveis de maturidade e variáveis que definem os
processos de gestão.
3.4 TÉCNICAS UTILIZADAS NA ANÁLISE DOS RESULTADOS
De acordo com o proposto nas seções anteriores, por meio desta pesquisa serão
abordados estudos existentes sobre processos de gestão e estágios de maturidade
organizacional e sua importância na gestão das organizações. Em um segundo momento,
após o estudo das questões relacionadas ao objeto de pesquisa, processos de gestão versus
estágios de maturidade organizacional, serão feitas as correções que se fizerem necessárias no
questionário, na sua aplicação, no tratamento dos dados obtidos pelos questionários aplicados
e na análise dos resultados.
Objetivando o atendimento ao objeto da pesquisa, teremos como base para esta etapa
os passos mostrados na Figura 4.
101
Figura 4 – Detalhamento da Metodologia Aplicada
Fonte: A autora, 2008.
Conforme detalhamento da Figura 4, em um primeiro momento foram efetuados
levantamentos bibliográficos sobre estágios de maturidade e processos de gestão, cujas bases
serviram para elaboração de um questionário para o levantamento da base de dados e
consequentemente análise dessa base. Para a análise de dados, utilizou-se de uma técnica
multivariada, denominada análise fatorial. A análise fatorial será elaborada por meio de um
software denominado SPSS e então a partir da geração dos resultados por este software se
procedida análise ou avaliação dos resultados.
Levantamento bibliográfico
Pesquisa de modelos de
Maturidade e Processos de
Gestão
Grupo 1 – Estágios de Maturidade
Grupo 2 – Processos de Gestão
Geração de Conceitos
Trabalhos individuais
Preparação da base de dados
Q
Q
u
u
e
e
s
s
t
t
i
i
o
o
n
n
á
á
r
r
i
i
o
o
Análise Multivariada
Avaliação de resultados
I
I
n
n
s
s
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t
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u
u
m
m
e
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g
g
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a
a
m
m
a
a
S
S
P
P
S
S
S
S
102
A Figura 5 mostra o detalhamento da aplicação do questionário, principal instrumento
para a coleta dos dados analisados nesta pesquisa.
Figura 5 – Detalhamento da Aplicação do Questionário
Fonte: A autora, 2008.
3.4.1 Elaboração do Questionário
O presente estudo foi realizado com vistas a oferecer informações precisas, porém as
informações poderão ser consideradas precisas se os questionários forem adequadamente
criados e preenchidos.
O questionário, segundo Barros & Lehfeld (1986), é o instrumento mais usado para o
levantamento de informações. Pode ser aplicado de duas formas: contato direto ou enviado
pelo correio.
De acordo com Hair et al. (2005c), um questionário é um conjunto de perguntas cujas
respostas são registradas pelos respondentes ou entrevistadores.
Nesta pesquisa, trabalhou-se com o questionário auto-administrado, que foi
respondido pelo respondente sem a presença do pesquisador. Nesse caso, é necessário que o
Elaboração
do
questionário
Pré-teste
Correções
Aplicação do
questionário
em uma
amostra
Trabalhar
dados
Analisar
Resultados
103
respondente tenha conhecimento e motivação para completar os questionários sozinho. Isso
significa, no entanto, que o tópico, o conteúdo e o formato devem ser atraentes o suficiente
para que os respondentes realmente preencham e devolvam o questionário.
Os questionários auto-administrados são entregues aos respondentes de várias
maneiras, e as abordagens tradicionais incluem as surveys por correio ou eletrônicas.
De acordo com Hair et al. (2005d), Surveys por correspondência são entregues aos
respondentes por correio, fax ou serviços de entrega 24 horas, podendo ser elaborados de
forma curta ou extensa, porém não se deve esquecer da utilização de envelopes e papéis
atraentes, cartas bem redigidas e questionários de tamanho razoável que aumentarão a taxa de
retorno.
Conforme Hair et al. (2005e), Surveys eletrônicos podem ser realizados pela
abordagem tradicional, em que se envia um cd para os respondentes. O questionário é
programado no computador, e os respondentes simplesmente colocam o cd no computador,
seguem as instruções e, quando terminam, devolvem o disquete ou o cd para o pesquisador.
Pode-se substituir a abordagem acima por um arquivo enviado por e-mail ao respondente.
Outro aspecto importante refere-se ao pesquisador quando do desenvolvimento de um
questionário, em que ele deve procurar clareza quanto à pesquisa a ser realizada, tendo
sempre como foco o que se espera do estudo. Isso significa dizer que o problema da pesquisa
deve ser claramente definido, os objetivos do projeto devem ser muito bem esclarecidos e as
questões de pesquisa devem ser de consenso.
Executando as tarefas acima com zelo, é muito provável que as perguntas da pesquisa
sejam respondidas com exatidão.
Tendo como pressuposto os itens citados acima, o Quadro 10 descreve os passos a
serem seguidos na elaboração de um questionário.
104
Passo 1. Considerações Iniciais Esclarecer a natureza do problema e seus objetivos;
Desenvolver questões de pesquisa de acordo com os
objetivos;
Definir a população-alvo e a estrutura da amostra;
Determinar a abordagem de amostra, sua extensão e a
taxa de resposta esperada; e
Tomar uma decisão preliminar quanto ao método de
coleta de dados.
Passo 2 – Esclarecimento de conceitos Garantir que os conceitos sejam claramente definidos;
Selecionar variáveis/indicadores que representem os
conceitos; e
Determinar o nível de mensuração.
Passo 3 – Tipologia de um questionário Determinar os tipos de questões que serão incluídas e sua
ordem;
Verificar a redação e a codificação das questões;
Decidir como será o agrupamento das questões e qual a
extensão total do questionário; e
Determinar a estrutura e a apresentação do questionário.
Passo 4 – Pré-teste de um questionário Determinar a natureza do pré-teste para o questionário
preliminar;
Analisar os dados iniciais para identificar limitações do
questionário preliminar;
Aperfeiçoar o questionário quando necessário; e
Revisar alguns ou todos os passos anteriores, se
necessário.
Passo 5 Administração de um
questionário
Identificar a melhor prática para administração do tipo de
questionário utilizado;
Treinar e supervisionar trabalhadores de campo, se
necessário;
Garantir o processo de organização dos questionários
completados; e
Determinar o prazo final e os métodos de
acompanhamento.
Quadro 10 – Passos a serem seguidos na criação de um questionário.
Fonte: Hair et al. (2005).
Seguindo os passos do Quadro 10, elaborou-se um questionário (APÊNDICE A),
contendo cento e cinco (105) questões divididas da seguinte forma:
a) Parte 1 – Identificação do perfil da organização e dos entrevistados;
b) Parte 2 Características da Organização. Nesta parte, foram elaboradas vinte e
duas (22) questões que representam o estágio de maturidade das organizações
conforme conceitos exemplificados no Capítulo 2 – Referêncial Teórico;
c) Parte 3 Nível de Efetividade dos Processos, que vai da questão vinte e três (23)
até a setenta e quatro (74). Nesta parte, foram elencados os processos de gestão
necessários para que uma organização consiga gerir seu negócio com vistas ao
sucesso, também baseados nos conceitos obtidos pelos referenciais teóricos
estudados; e
d) Parte 4 – Nível de Utilização de Métodos e Técnicas de Gestão, que vai da questão
75 à 105, que serão estudadas por outra pesquisadora.
105
3.4.2 Amostragem
Para Hair et al. (2005f), o projeto de amostragem faz parte do processo básico da
pesquisa, e o processo de planejamento da amostragem envolve responder duas questões:
Qual é a melhor abordagem de amostragem? E que tamanho deve ter a amostra? Ao responder
a estas perguntas o pesquisador deve sempre considerar maneiras de minimizar o erro que
poderia ocorrer devido ao processo de amostragem.
Amostras representativas em geral são obtidas seguindo-se um conjunto de
procedimentos bem definidos:
a) Definição da população-alvo;
b) Seleção da estrutura de amostragem;
c) Seleção do método de amostragem;
d) Determinação do tamanho da amostra; e
e) Implementação do plano de amostragem.
3.4.2.1 Definição da população alvo
A população-alvo é o grupo completo de objetos ou elementos relevantes para o
projeto de pesquisa. São relevantes porque possuem as informações que o projeto de pesquisa
se propõe a coletar.
Cabe ressaltar que outros aspectos práticos podem influenciar a definição da
população-alvo ou amostra, como o conhecimento do tópico de interesse, acesso aos
elementos, disponibilidade dos elementos e disponibilidade de tempo, entre outros.
No projeto de pesquisa, a meta mínima foi o estudo de uma população composta de no
mínimo cem (100) profissionais atuantes em empresas do ramo industrial, comercial ou
prestadora de serviços, de pequeno, médio e grande portes situadas na região sul.
De acordo com Hair et al. (2005g), o tamanho da amostra deve ser maior ou igual a
cem (100), pois se acredita que ao analisar esse tamanho de amostra o pesquisador encontrará
as respostas necessárias ao atendimento dos objetivos da pesquisa.
O critério utilizado para a definição da população foi motivado pelo fato de os
profissionais atuantes no mercado na área de gestão terem melhores condições para o
106
entendimento e interpretação do questionário, uma vez que possuem conhecimento do tópico
de interesse abordado nesta pesquisa, trazendo, conseqüentemente, maior confiabilidade a
seus resultados.
3.4.2.2 Escolha da estrutura de amostragem
A estrutura de amostragem oferece uma definição operacional da população-alvo. A
estrutura de amostragem é uma lista abrangente dos elementos de onde a amostra é retirada.
De modo geral, a estrutura de amostragem é uma lista precisa e completa de todos os
elementos da população objetivada pela pesquisa.
Nesta pesquisa, buscou-se uma população composta por profissionais atuantes no
mercado, com conhecimento em processos de gestão não teórica mais também prática, o
que facilitou o entendimento e aplicação do questionário.
3.4.2.3 Seleção do Método de Amostragem
A seleção do método de amostragem a ser empregado depende de uma série de
questões teóricas e práticas relacionadas, que incluem a consideração da natureza do estudo,
seus objetivos, o tempo e o orçamento disponível.
De acordo com Hair et al. (2005h), os métodos de amostragem podem ser divididos
em duas categorias: probabilísticos e não-probabilísticos. Os métodos probabilísticos são
baseados na premissa de que cada elemento da população-alvo tem uma probabilidade
conhecida, mas não necessariamente igual, de ser selecionado para uma amostra. A
amostragem probabilística, se feita de modo adequado, garante a representatividade da
amostra. No que tange à amostragem não-probabilística, a inclusão ou exclusão de elementos
em uma amostra fica a critério do pesquisador. Em outras palavras, nem todo elemento da
população-alvo tem chance de ser selecionado para a amostra.
Nesta pesquisa utilizou-se da amostragem não-probabilística, em que foram utilizados
métodos subjetivos para a escolha da amostra como: experiência pessoal e conhecimento
especializado dos respondentes.
107
Dentro da amostragem não-probabilística utilizada, a escolha da amostra foi por
julgamento, também conhecida como amostra intencional, em que foram selecionados os
profissionais, respondentes do questionário, em função do conhecimento especializado no
tema pesquisado.
De acordo com Hair et al. (2005i):
“A amostra por julgamento , às vezes chamada de amostra intencional, envolve a
seleção de elementos de amostra para um fim específico. É uma forma de amostra
por conveniência, em que o julgamento do pesquisador é usado para selecionar
elementos de amostra. Os elementos de amostra são escolhidos porque o
pesquisador acredita que eles representem a população-alvo, mas não são
necessariamente representativos
”.
As vantagens das amostras por julgamento ou intencional são sua conveniência,
rapidez e baixo custo.
3.4.2.4 Definição do tamanho da amostra
A determinação do tamanho da amostra é um procedimento complexo, pois muitos
fatores precisam ser levados em consideração simultaneamente. O desafio é obter um
equilíbrio aceitável entre diversos fatores como: variabilidade dos elementos da população
alvo, o tipo de amostra exigido, o tempo disponível, o orçamento, o nível de precisão desejada
e a intenção de generalizar ou não as descobertas, e, em caso de generalização, deve-se
considerar o grau de segurança de tal generalização.
Fórmulas baseadas na teoria estatística podem ser utilizadas para computar o tamanho
da amostra, porém, por razões pragmáticas, não serão abordados nesta pesquisa em função de
restrições de orçamento e tempo, métodos alternativos baseados em regras práticas, estudos
semelhantes realizados anteriormente ou simplesmente ditados pelo que se tem à disposição.
Ressalta-se que não importa como o tamanho da amostra é determinado, o que se buscará são
o tamanho e a qualidade essenciais e suficientes para produzir resultados confiáveis em
termos de precisão e coerência.
De acordo com o previsto em itens anteriores, a meta mínima de amostragem prevista
nesta pesquisa foi de no mínimo e cem (100) profissionais que atuam em empresas de
108
pequeno, médio e grande porte na região sul e que possuam conhecimento teórico e prático na
área de gestão organizacional. Porém, cabe ressaltar que, em etapa posterior do trabalho e de
acordo com o seu desenvolvimento, serão mencionados o número de questionários recebidos
e o grau de confiabilidade que eles representam.
3.4.2.5 Implementação do Plano de Amostragem
A implementação do plano de amostragem foi realizado depois de haver um consenso
quanto a todos os detalhes da amostragem. A população-alvo foi definida, a estrutura de
amostragem foi escolhida, o método de amostragem foi selecionado e o tamanho da amostra
foi determinado.
Muitos detalhes devem ser decididos antes de o plano final de amostra ser aceito e
implementado, pois, após os dados terem sido coletados, é tarde demais para modificá-los.
Tendo a percepção da importância da coleta de dados e da definição do plano de
amostragem antes da preparação dos dados, efetuou-se o pré-teste do questionário em uma
amostra de trinta (30) profissionais atuantes no mercado e após a coleta dos dados efetuou-se
uma revisão aprofundada das questões elaboradas, buscando aprimorar o questionário antes
da aplicação em uma amostra definitiva.
3.5 PREPARAÇÃO DOS DADOS
Depois que os dados foram coletados e antes de serem analisados, eles foram
examinados para se certificar de sua validade. Neste momento, foram observados dados em
branco, chamadas de dados faltantes. Essas questões devem ser tratadas.
As questões foram pré-codificadas e colocadas em um banco de dados. Após este
procedimento, foi feita a edição de dados, em que foram englobadas a falta, a codificação, a
transformação e a entrada de dados.
109
3.5.1 Revisão de Dados
Antes que os dados do questionário fossem utilizados, eles foram editados. Isso
significa que foram inspecionados para serem verificadas sua integridade e coerência
3.5.2 Dados faltantes
Sabe-se que os dados faltantes podem ter impacto sobre a validade das descobertas,
portanto, devem ser identificados e o problema resolvido. Os dados faltantes normalmente
surgem devido às falhas na coleta ou na entrada de dados.
Porém na pesquisa elaborada os dados faltantes foram irrelevantes frente à amostra
apresentada, ou seja, dos quinhentos (500) questionários aplicados retornaram quatrocentos e
dez (410), e destes retornados, somente quatorze (14) não foram respondidos totalmente da
pergunta um (1) à setenta e quatro (74), não interferindo nos resultados obtidos.
3.5.3 Codificação e Entrada de Dados
Os respondentes foram codificados antes da coleta de dados. A codificação consistiu
em atribuir um número para uma determinada resposta de modo que esta pudesse ingressar
em um banco de dados.
3.5.4 Transformação de Dados
A transformação dos dados é um processo de modificação da forma original dos dados
para um novo formato. Tradicionalmente realiza-se esta atividade buscando a compreensão
dos dados com maior facilidade, atingindo o objetivo da pesquisa.
110
Nesta pesquisa todos os dados foram transportados para uma planilha em excel e após
esta transformação, tratados no Software SPSS.
3.6 ANÁLISE DE DADOS
Os dados tornam-se conhecimento somente depois de a análise ter identificado um
conjunto de descrições, relações e diferenças úteis na tomada de decisão.
Conforme Hair et al. (2005j), os dados coletados possuem dois propósitos: descoberta
e teste da hipótese.
Quando o propósito é a descoberta, o pesquisador utiliza a estatística descritiva;
quando o objetivo é o teste de hipótese, o pesquisador emprega estatística inferencial. As
estatísticas descritivas são utilizadas para descrever e caracterizar a amostra que está sendo
examinada, as estatísticas inferenciais possibilitam ao pesquisador tirar conclusões sobre
uma população a partir de uma amostra.
Partindo do pressuposto de que esta pesquisa tenha trabalhado com estatísticas
inferenciais, trataremos a seguir do método de análise de dados que se utilizado nesta
pesquisa que é a análise de correlação.
3.6.1 Análise de correlação
Muitas questões administrativas concentram-se na relação entre duas ou mais
variáveis. Quando existe uma relação coerente e sistemática entre variáveis, dizemos que
existe uma correlação. A estatística é utilizada para determinar se existe uma associação ou
ligação entre as variáveis. Caso exista uma associação, é importante compreender que a
relação não é necessariamente causal, isto é, não se pode dizer o que uma variável causa à
outra.
Segundo Hair et al. (2005l), “a correlação e a regressão são técnicas associativas e
nos ajudam a determinar se uma relação coerente e sistemática entre duas ou mais
variáveis”.
111
A seguir serão abordados quatro conceitos importantes sobre as relações entre
variáveis que são a presença, natureza das relações, direção e força da associação.
3.6.1.1 Presença
A presença de relação avalia se existe uma relação sistemática entre duas ou mais
variáveis.
Baseado no conceito de significância estatística, é verificado se uma relação está
presente, caso seja encontrada uma significância estatística entre as variáveis é analisado se o
conhecimento do comportamento de uma ou mais variáveis possibilita prever o
comportamento de uma outra variável.
3.6.1.2 Natureza das relações
Neste momento, analisa-se o modo como as variáveis se relacionam entre si. Avalia-
se se a relação entre as variáveis é linear ou não linear.
De acordo com Hair et al. (2005m), “relação linear é uma associação em linha reta
entre duas ou mais variáveis, e uma relação não linear é aquela em que a relação é mais bem
descrita por uma curva em vez de uma linha reta”.
Com uma relação linear, a força e a natureza da relação entre as variáveis permanecem
as mesmas em todo o conjunto de variáveis, mas, com uma relação não linear, a força e a
natureza modificam-se em ambas as variáveis. Nesta pesquisa, verificou-se uma relação linear
em que a força e a natureza das relações não se modificam no conjunto.
3.6.1.3 Direção
Caso exista relação entre as variáveis, também precisamos conhecer sua direção. A
direção de uma relação pode ser positiva ou negativa: uma relação negativa entre duas
112
variáveis é denotada com um sinal de ( - ) e uma relação positiva é apresentada com um sinal
de mais ( + ).
3.6.1.4 Força de Associação
Dependendo do tipo de relação que está sendo examinada, podemos categorizar,
segundo Hair et al. (2005n), como leve, pequena, mais definida, moderada, alta ou muito
forte.
Uma associação leve, quase imperceptível, é aquela em que a associação coerente e
sistemática não está presente entre as variáveis; uma associação muito forte indica que
existe uma probabilidade muito alta de haver relação entre as variáveis; e uma associação
moderada indica que é muito provável que haja uma relação coerente e sistemática entre as
variáveis. No Quadro 11 estão demonstrados os coeficientes de correlação de acordo com
suas forças de associação.
Variação do coeficiente Força de associação
±0,91 – ±1,00
±0,71 – ±0,90
±0,41 – ±0,70
±0,21 – ±0,40
±0,01 – ±0,20
Muito forte
Alta
Moderada
Pequena mas definida
Leve, quase imperceptível.
Quadro 11 – Coeficiente de correlação
Fonte: Hair et al., 2005, p. 312.
Este coeficiente apresenta uma variação entre -1 e +1. O valor 0 (zero) significa que
não há relação linear, o valor 1 indica um índice de relação linear perfeita e o valor -1 também
indica uma relação linear perfeita, mas de ordem inversa: neste caso quando uma das
variáveis apresenta índices de crescimento, a outra diminui. Quanto mais próximo estiver de
+1 ou -1, mais forte é a associação linear entre as duas variáveis.
3.6.2 Co-variação e Relações entre Variáveis
Na pesquisa, foram abordadas também as relações entre duas ou mais variáveis, a co-
variação.
113
Segundo Hair et al. (2005o), “a co-variação existe quando uma variável coerente e
sistematicamente muda em relação à outra variável”.
Os diagramas de dispersão são um modo mais fácil de demonstrar visualmente a co-
variação entre variáveis e até onde elas variam.
De acordo com Hair et al. (2005p), “um diagrama de dispersão é um gráfico dos
valores de duas variáveis para todas as observações na amostra”.
3.7 MENSURAÇÃO DA PESQUISA
Segundo Hair et al. (2005q), a mensuração é um aspecto importante da pesquisa, ou
seja, devemos mensurar corretamente os conceitos que estão sendo examinados, senão as
interpretações e conclusões podem não ser precisas.
Para Hair et al. (2005r), “a mensuração envolve a atribuição de números para uma
variável de acordo com certas regras. Os números atribuídos devem refletir as características
do fenômeno que está sendo mensurado”.
A mensuração pode ser realizada por meio de escalas que, no objeto em estudo, será a
escala contínua, que demonstra a variação e intensidade das questões objeto de estudo.
Por exemplo, além de mensurar concordo/discordo, uma escala contínua pode medir
tanto a intensidade com que a pessoa concorda ou não, como concordar totalmente
ou concorda acerto ponto. Mais ainda, a intensidade da escala pode variar de três
pontos, medindo com pouca intensidade, até 10 pontos, oferecendo a oportunidade
de mensurar grande parte da variação em intensidade de sentimentos evidenciada
pelo respondente. (HAIR, 2005s, p. 181)
Além de a escala contínua ser adotada como base, ela foi complementada com uma
escala intervalar. A escala intervalar utiliza números para classificar objetos ou eventos, de
forma que as distâncias entre os números permaneçam iguais. Esta condição permite verificar
os pontos da escala interpretando-os e comparando-os de forma a obter sentido o estudo
realizado.
Em uma escala intervalar, distâncias numericamente iguais na escala representam
valores iguais na característica que está sendo avaliada. Uma escala intervalar não só
contém toda a informação de uma escala ordinal, como permite comparar as
diferenças entre os objetos. A diferença entre dois valores quaisquer da escala é
idêntica à diferença entre dois valores adjacentes quaisquer de uma escala intervalar
[...] Em pesquisa de marketing, dados relativos a atitudes obtidos de escalas de
114
classificação costumam ser tratados como dados intervalares. (MALHOTRA, 2001d,
p. 239)
De acordo com Hair et al. (2005t), as escalas intervalares são consideradas métricas,
que por sua vez são chamadas de quantitativas, tendo como exemplo escalas numéricas,
classificação somada, diferencial semântico e classificação gráfica. Uma razão importante da
utilização da intervalar é que elas possuem todas as propriedades das escalas nominais e
ordinais e também permitem que os objetos (respondentes) sejam comparados em termos de
suas diferenças na escala e também porque tal tipo de escala “pode suportar cálculos mais
sofisticados, como média, desvio padrão e coeficiente de correlação produto-momento de
Pearson, conforme Hair et al. (2005u).
Dentro das escalas métricas, foi utilizada como método de pesquisa a Escala de
classificações somada, que tenta mensurar atitudes, tradicionalmente utilizada para avaliar a
intensidade de um conjunto de afirmações. A escala tratada nesta pesquisa tem sete posições
de respostas, por isto é chamada de escala de sete pontos.
Cada ponto na graduação vem acompanhado de um rótulo para expressar a intensidade
dada pelo entrevistado.
Cabe registrar que, ao somar todas as afirmações, esta é classificada como “escala de
classificação somada”. Ao se utilizar a escala de forma individual, ela é chamada de escala
Likert.
A escala de Likert é uma escala de classificação amplamente utilizada, que exige
que os entrevistados indiquem um grau de concordância ou discordância com cada
uma de uma série de afirmações sobre objetos de estímulo. [ ... ] A escala de Likert
possui várias vantagens. É fácil de construir e aplicar. Os entrevistados entendem
rapidamente como utilizar a escala, adaptando–a para entrevistas postais, telefônicas
ou pessoais. A principal desvantagem da escala de Likert é que exige mais tempo
para ser completada do que outras escalas de classificação por itens, porque os
respondentes têm de ler cada afirmação (MALHOTRA, 2001e, p. 255).
Para Hair et al. (2005v), há várias afirmações que se relacionam com um único
conceito, e quando você soma as escalas para todas as afirmações, chamamos a isso de escala
de classificações somadas, mas quando são utilizadas individualmente, ela é chamada de
escala Likert, conforme demonstrado na Tabela 1.
Tabela 1 – Modelo de Escala Likert de Sete Pontos
Concorda
totalmente
Concorda
em parte
Concorda
ligeiramente
Não concorda
nem discorda
Discorda
ligeiramente
Discord
a em
parte
Discorda
totalmente
1 2 3 4 5 6 7
Fonte: Hair, 2005, p.187.
115
Quanto maior o número de pontos, maior a exatidão da mensuração quanto à
intensidade com que o entrevistado concorda ou discorda da afirmação. Como o foco da
pesquisa são empresas, cuja análise está voltada para a maturidade e os processos de gestão,
criou-se a seguinte escala para mensuração dos processos de gestão(Tabela 2).
Tabela 2 – Modelo de Escala Likert utilizado da pesquisa
Processo
Inexistente
Processo
minimamente
desenvolvido
(ou em
implantação)
Processo
pouco
desenvolvido
(ou utilizado
parcialmente)
Processo
desenvolvido
(implantado e
funcionando)
Processo bem
desenvolvido
(implantado e
funcionando
plenamente)
Processo
muito
desenvolvi
do
(funcionan
do
plenamente
e
estabilizad
o)
Processo
altamente
desenvolvid
o
(plenamente
utilizado
com
apefeiçoam
entos
constantes)
1 2 3 4 5 6 7
Fonte: A autora, 2008.
3.8 ANÁLISE FATORIAL
Para a análise dos dados da pesquisa proposta, foi utilizada a análise fatorial para que
se efetuasse a análise de correlação entre as variáveis que determinam os estágios de
maturidade e os processos de gestão.
Hair et al. (2005x, p.388) definem a análise fatorial como uma técnica estatística
multivariada que pode sintetizar as informações de um grande número de variáveis em um
número muito menor de variáveis ou fatores. Quando se utiliza a análise fatorial, as variáveis
não são divididas nas categorias dependente e independente, ou seja, todas as variáveis são
analisadas juntas para identificar padrões. De acordo com Malhotra (2001f, p. 504), “a análise
fatorial é um nome genérico que denota uma classe de processos utilizados essencialmente
para a redução e sumarização dos dados”.
Conforme Malhotra (2001g), a análise fatorial deve ser utilizada nas seguintes
circunstâncias:
a) Para identificar dimensões latentes ou fatores que expliquem as correlações entre
um conjunto de variáveis;
b) Para identificar um conjunto novo, menor, de variáveis não-correlacionadas para
substituir o conjunto original de variáveis correlacionadas; e
116
c) Para identificar em um conjunto maior um conjunto menor de variáveis que se
destacam para uso em uma análise multivariada subseqüente.
Para Malhotra (2001h), várias são as estatísticas associadas à análise fatorial, como:
a) Teste de esfericidade de Bartlett: é uma estatística de teste utilizada para examinar
a hipótese de que as variáveis não estejam correlacionadas na população;
b) Matriz de correlação: o triângulo inferior da matriz exibe as correlações simples,
entre todos os pares possíveis de variáveis incluídas na análise;
c) Comunalidade: porção da variância que uma variável compartilha com todas as
outras variáveis consideradas;
d) Autovalor (Eigenvalue): representa a variância total explicada por cada fator;
e) Carga dos fatores: correlações simples entre as variáveis e os fatores;
f) Gráfico das cargas dos fatores: gráfico das variáveis originais, utilizando as cargas
de fatores de forma coordenada;
g) Matriz de fatores: contém as cargas dos fatores de todas as variáveis em todos os
fatores extraídos;
h) Escores fatoriais: escores compostos estimados para cada entrevistado nos fatores
derivados;
i) Medida de adequacidade da amostra de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO): índice
utilizado para avaliar a adequacidade da análise fatorial. Valores entre 0,5 e 1,0
indicam que a análise fatorial é apropriada, porém, valores abaixo de 0,5 indicam
que a análise fatorial pode ser inadequada;
j) Percentagem de variância: percentagem de variância total atribuída a cada fator;
k) Resíduos: diferenças entre as correlações observadas, dadas na matriz de
correlação de entrada e as correlações reproduzidas; e
l) Série plot: gráfico dos autovalores versus mero de fatores por ordem de
extração.
Nesta pesquisa, estaremos trabalhando com o item (b) acima citado, procurando
identificar dimensões latentes e correlações entre as variáveis de maturidade e processos de
gestão. O passo um (1) ao seis (6) abaixo refere-se ao trabalho realizado nesta pesquisa para a
obtenção dos resultados:
1) Formulação do problema;
2) Construção da matriz de correlação;
3) Determinação do método de análise fatorial;
4) Determinação do número de fatores;
117
5) Rotação dos fatores; e
6) Interpretação dos fatores.
Os itens um (1) aos seis (6) serão desdobrados no Capítulo 4 para entendimento da
interpretação dos fatores.
Quanto à determinação das técnicas estatísticas, seguiu-se a partir dos objetivos da
pesquisa a natureza dos dados, considerando o fluxo das ações e técnicas escolhidas
apresentadas nas Figuras 6 e 7.
118
Figura 6 – Seleção de uma Técnica multivariada – Técnica de Dependência
Fonte: Hair et al., 2005, p. 36.
Múltiplas relações de
variáveis dependentes e
interdependentes
Ponto de
decisão
Técnica
multivariada
escolhida
Legenda
Quantas
variáveis estão
sendo previstas
Dependência
Diversas variáveis
dependentes em uma
única relação
Uma variável
dependente em uma
única relação
Interdependência
Estrutura de
relações
Modelagem de
equações
estruturais
Qual escala de
medida da
variável?
Qual escala de
medida da
variável?
Qual escala de
medida da
variável
preditora?
Análise de
correlação
canônica c/
variáveis
dicotômicas
Métrico Não-métrico Métrico Não-métrico
Métrico
Análise de
correlação
canônica
Análise
multivariada de
variância
Qual tipo de
relação está
sendo
examinado?
Relação
múltipla
Análise
conjunta
Análise
discriminante
múltipla
Modelos
lineares de
probabilidade
Não
-
métrico
119
Considerando, nesta pesquisa, que todas as variáveis serão analisadas simultaneamente
para encontrar uma estrutura subjacente ao conjunto inteiro de variáveis, a análise fatorial é a
técnica mais apropriada a ser aplicada (HAIR et al., 2005z, p. 35 a 38), conforme
demonstrado na Figura 7.
Figura 7 - Seleção de uma Técnica Multivariada – Técnica de Interdependência
Fonte: Hair et al., 2005, p. 37.
Ponto de
decisão
Técnica
multivariada
escolhida
Legenda
Quantas
variáveis estão
sendo previstas
Dependência Interdependência
A
estrutura de
relações ocorre
entre
Análise de
agrupamentos
Como os
atributos são
medidos?
Não-métrico
Qual tipo de
relação está
sendo
examinado?
Análise
fatorial
Escalonamento
multidimensional
Análise de
correspondência
Variável
Casos/Respondentes
Objeto
Não-métrico
Métrico
120
3.8.1 Software Utilizado para Análise dos Dados
Para análise estatística utilizou-se, como instrumento de análise para a pesquisa, o
programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). O software é utilizado em
soluções de estatística em diversas áreas. O software foi criado no ano de 1968 para grandes
redes de computadores e em 1984 foi elaborada sua versão para computadores pessoais.
A opção pelo software SPSS está direcionado nesta pesquisa em função da amplitude
e flexibilidade que o software oferece na análise dos dados e sua facilidade na aplicação de
várias técnicas estatísticas.
O SPSS é útil para aplicar testes estatísticos, tais como testes da correlação, contagens
de freqüência, ordenação de dados, reorganização da informação. A flexibilização da entrada
de dados ao trabalhar com variáveis nominais, ordinais ou numéricas oferecidas pelo
software, foi também decisiva para sua escolha, pois a base da pesquisa trabalha com esta
diversidade. Diante do número de variáveis que estarão em análise e suas prováveis
correlações, o SPSS permite também a utilização da técnica de formação da análise fatorial,
técnica estatística multivariada que possibilitará sintetizar as informações a um número menor
de fatores.
Na análise dos dados pelo SPSS, recomenda-se seguir as quatro etapas apresentadas na
Figura 8.
Figura 8 – Etapas de procedimentos no SPSS
Fonte: Maroco, 2003, p. 63.
Selecionar o procedimento de análise
Postagem das variáveis da amostra no Editor de dados
Selecionar as variáveis a analisar
Examinar e interpretar os resultados
121
3.9 CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 03
No capítulo 03, com base na revisão bibliográfica e tendo como suporte os
questionários, que, de acordo com Hair et al. (2005a), são um conjunto de perguntas cujas
respostas são registradas pelos respondentes, foi estruturado o questionário para aplicação na
amostra de profissionais que atuam em empresas de pequeno, médio e grande portes, situadas
na região sul.
O questionário teve como foco os conceitos de estágios de maturidade e processos de
gestão, sendo dividido em quatro partes: a primeira trata da identificação do respondente, a
segunda parte trata das variáveis que definem os estágios de maturidade, na terceira parte
tratou-se dos processos de gestão propriamente ditos e na quarta parte foram tratados os
principais métodos e técnicas de gestão que serão estudados em outra dissertação.
Do universo de 500 questionários entregues, 410 questionários retornaram, o que
equivale a 82% do grupo de pesquisa.
Com objetivo de estabelecer critérios que dessem confiabilidade à medição, neste
capítulo foi exposta também a metodologia de mensuração da pesquisa, permitindo
interpretações e conclusões de uma forma mais precisa. Foram seguidas as recomendações de
Malhotra (2001i) e Hair et al. (2005b), cujo objetivo é a maior precisão nos valores
mensurados, sendo adotada a escala Likert de sete pontos.
Uma vez compilados e formatados os resultados, utilizou-se um programa estatístico
de múltiplo alcance de aplicação nas ciências sociais, o SPSS Statistical Package for the
Social Sciences, para composição de quadros estatísticos que serviram de suporte para análise
e interpretação dos resultados da pesquisa.
122
4 ANÁLISES DOS RESULTADOS
O capítulo 04 apresenta o resultado obtido com a análise das respostas dos
questionários aplicados no grupo pesquisado, tendo como pressupostos os conceitos
correlacionados a estágios de maturidade e processos de gestão, considerando suas variáveis e
a inter-relação entre elas.
Com foco nos conceitos de estágios de maturidade e processos de gestão, o
questionário foi aplicado em grupo de estudo, conforme exposto, composto por quinhentos
(500) profissionais atuantes em empresas de pequeno, médio e grandes portes, situadas na
região sul. Optou-se por essa amostra porque estes profissionais participam dentro das
organizações dos processos de gestão administrativa e operacional, supondo assim que
possuem vivência prática para interpretar as questões apresentadas no questionário (Apêndice
A). Do total dos profissionais que compuseram o grupo, foram recebidos 410 questionários,
compondo 82% da amostra da pesquisa. A Tabela 3 mostra a proporção desses referenciais.
Tabela 3 – Amostragem dos questionários
Questionários Nº da amostra Percentual
Retornados 410 82%
Distribuídos 500 100%
Fonte: A autora, 2008.
O Gráfico 1 apresenta a composição das empresas pesquisadas por setores: 66
empresas do setor automotivo, 43 na área de prestação de serviços, 35 celulose/papel e 33 do
setor de alimentos. Nota-se que os demais setores caracterizados como outros ficaram com a
maior parte das empresas, 102 respondentes.
123
33
66
35
20
26
28 17
6
11
43
23
102
Alimentos
Automotivo
Celulose/Papel Construção Civil
Contábil Eletrodomésticos
Energia Ensino
Informática
Prestação de Serviços
Pública Outros
Gráfico 1 – Empresas por Setores
Fonte: A autora, 2008.
Dentro desse grupo de investigação e pesquisa, foram levantados dados que
caracterizam os estágios de maturidade e os processos de gestão, conforme detalhado nos
tópicos a seguir.
4.1 DETALHAMENTO DA ANÁLISE FATORIAL NA PRIMEIRA DIMENSÃO
ANÁLISE DA CORRELAÇÃO SIMPLES.
A formulação do problema envolve várias fases. Em primeiro lugar, levantou-se o
número de questionários coletados. Após a coleta dos questionários, elaborou-se uma planilha
em excel em que foram lançadas todas as respostas contidas em cada questionário. Os
questionários foram numerados de a 410.
Logo após esta etapa, abriram-se os dados da planilha em excel no Software de
estatística SPSS, do qual a análise fatorial foi extraída.
De acordo com Malhotra (2001j), o processo de análise dos dados consiste na criação
de uma matriz de correlação entre variáveis.
O exame dessa matriz permite uma boa visualização das variáveis e para que a análise
fatorial seja apropriada, as variáveis devem ser correlacionadas. Na presente pesquisa,
apresentaremos a matriz simplificada que mostrará a correlação entre as variáveis X1 a X22 e
124
as variáveis X23 a X74. As questões abordadas nesta primeira dimensão consistem nos
seguintes questionamentos:
X1: Nível de centralização da estrutura organizacional da empresa;
X2: Nível de formalização dos cargos/funções;
X3: Nível da formação dos funcionários;
X4: Quantidade de horas de treinamento dos funcionários por ano;.
X5: Nível de formalização das atividades e processos;
X6: Grau de autonomia dos funcionários;
X7: Nível de polivalência dos funcionários;
X8: Níveis de hierarquia;
X9: Nível de integração entre os processos;.
X10: Taxa de crescimento da empresa nos últimos três (3) anos;
X11: Estilo de gestão da empresa;
X12: Nível de cooperação entre os funcionários;
X13: Nível de interação (troca de informações formais e informais) entre os
funcionários;
X 14: Nível de controle exercido sobre as atividades/funcionários;
X15: Existência de uma estratégia organizacional claramente definida;
X16: vel de investimentos em tecnologias e equipamentos realizados nos últimos
três (3) anos;
X17: Posição da empresa em relação às concorrentes;
X18: Tempo de resposta as demandas de mercado (novos produtos, certificações,
novas tecnologias);
X19: Capacidade da empresa em se adaptar às mudanças do seu mercado/ambiente;
X20: Com relação a sua empresa você diria: Ela segue as mudanças no mercado ou ela
se antecipa as mudanças;
X21: O mercado em que sua empresa atua;
X22: Relações entre funcionários ocorrem com mais freqüência de forma: formal ou
informal;
X23: Visão estratégica;
X24: Avaliação das tendências econômicas;
X25: Impacto das mudanças sociais e culturais na estratégia;
X26: Visão estratégica alinhada ao negócio;
X27: Difusão da visão estratégica;
125
X28: Metas organizacionais;
X29: Medição das metas organizacionais;
X30: Estratégias na concepção e no desenvolvimento de novos produtos;
X31: Metodologia formal de desenvolvimento de novos produtos;
X32: Desenvolvimento de novos produtos é avaliado e aperfeiçoado;
X33: Necessidades dos consumidores;
X34: Projeto de fabricação e evolução dos produtos;
X35: Testes ou avaliação dos produtos;
X36: Protótipos dos produtos;
X37: Marketing;
X38: Carteira de clientes;
X39: Segmentação de mercado;
X40: Estratégia de vendas;
X41: Orçamento de vendas;
X42: Planejamento da cadeia de suprimentos;
X43: Identificação de Matérias-primas críticas;
X44: Controle de tempo e metas nos processos de produção;
X45: Previsão de demanda;
X46: Gestão de demanda;
X47: Controles de estoques através de inventários;
X48: Controle da programação e desempenho de produção;
X49: Capacidade de produção;
X50: Programação baseada em planos de produção;
X51: Layout (arranjo físico) definido/apropriado;
X52: Utilização de estratégias de produção;
X53: Estratégias para flexibilizar o uso da capacidade;
X54: Estudo de localização;
X55: Administração dos contratos com os clientes;
X56: Logística;
X57: Atendimento ao consumidor;
X58: Dados de satisfação;
X59: Políticas estratégicas de planos de cargos e salários;
X60: Políticas como software e hardware;
X61: Utilização do conteúdo gerado pela informática;
126
X62: Contabilidade como fonte de informação para o planejamento e controle;
X63: Políticas de orçamento;
X64: Controle dos custos da produção através da contabilidade de custos;
X65: Controles analíticos e sintéticos das receitas e despesas;
X66: Estratégia definida para a gestão dos tributos federais, estaduais e municipais;
X67: Auditorias externas;
X68: Administração e controle do fluxo de caixa;
X69: Cálculo dos índices de liquidez e solvência e endividamento;
X70: Controle dos lucros contábeis e financeiros;
X71: Controle dos ativos;
X72: Políticas sociais e ambientais;
X73: Administração e análise das relações externas; e
X74: Modelos de medida de desempenho.
Cabe observar que as questões completas apresentam-se disponíveis no Apêndice A
para melhor compreensão dos questionamentos realizados. As Tabelas 4, 5, 6 e 7 mostram a
matriz de correlação entre as variáveis estudadas neste trabalho.
127
Tabela 4 – Matriz de correlação das variáveis X1 a X22 com as variáveis X23 a X35
Fonte: Software SPSS.
Tabela 5 – Matriz de correlação das variáveis X1 a X22 com as variáveis X36 a X48.
Fonte: Software SPSS.
X23 X24 X25 X26 X27 X28 X29 X30 X31 X32 X33 X34 X35
X1 0,24 0,25 0,20 0,20 0,20 0,24 0,21 0,18 0,13 0,15 0,14 0,15 0,17
X2 0,37 0,38 0,31 0,33 0,30 0,36 0,38 0,32 0,27 0,24 0,22 0,28 0,17
X3 0,20 0,21 0,22 0,19 0,24 0,22 0,13 0,19 0,10 0,12 0,11 0,13 0,12
X4 0,39 0,42 0,35 0,43 0,46 0,50 0,46 0,40 0,40 0,39 0,32 0,32 0,28
X5 0,45 0,46 0,42 0,44 0,42 0,48 0,48 0,37 0,34 0,36 0,30 0,36 0,28
X6 0,35 0,33 0,29 0,34 0,36 0,34 0,35 0,35 0,33 0,33 0,38 0,39 0,34
X7 0,09 0,13 0,08 0,15 0,11 0,16 0,14 0,07 0,10 0,12 0,08 0,09 0,12
X8 0,24 0,25 0,17 0,30 0,24 0,25 0,25 0,24 0,22 0,20 0,11 0,12 0,14
X9 0,45 0,46 0,44 0,50 0,51 0,49 0,51 0,44 0,41 0,44 0,45 0,48 0,41
X10 0,27 0,29 0,27 0,35 0,27 0,24 0,27 0,25 0,19 0,22 0,27 0,31 0,17
X11 0,33 0,33 0,39 0,34 0,36 0,35 0,35 0,32 0,27 0,30 0,39 0,36 0,29
X12 0,24 0,27 0,29 0,33 0,30 0,26 0,31 0,32 0,26 0,24 0,29 0,25 0,26
X13 0,23 0,27 0,22 0,31 0,36 0,30 0,27 0,32 0,24 0,21 0,31 0,23 0,24
X14 0,24 0,30 0,25 0,37 0,31 0,40 0,35 0,28 0,23 0,25 0,19 0,29 0,21
X15 0,62 0,62 0,58 0,67 0,68 0,66 0,62 0,62 0,54 0,55 0,45 0,47 0,43
X16 0,41 0,43 0,41 0,47 0,38 0,37 0,41 0,47 0,44 0,43 0,39 0,42 0,33
X17 0,49 0,51 0,44 0,60 0,42 0,43 0,50 0,46 0,37 0,36 0,39 0,34 0,38
X18 0,52 0,54 0,49 0,57 0,45 0,51 0,56 0,50 0,47 0,46 0,46 0,48 0,47
X19 0,51 0,55 0,52 0,61 0,51 0,51 0,55 0,56 0,45 0,48 0,50 0,53 0,50
X20 0,55 0,60 0,55 0,58 0,54 0,53 0,55 0,51 0,52 0,55 0,56 0,53 0,47
X21 0,33 0,32 0,30 0,34 0,30 0,24 0,26 0,32 0,26 0,26 0,24 0,24 0,19
X22 -0,07 -0,10 -0,11 -0,10 -0,13 -0,18 -0,12 -0,12 -0,12 -0,16 -0,06 -0,11 -0,05
X36 X37 X38 X39 X40 X41 X42 X43 X44 X45 X46 X47 X48
X1 0,20 0,13 0,14 0,22 0,23 0,20 0,16 0,15 0,18 0,19 0,17 0,21 0,21
X2 0,25 0,29 0,26 0,34 0,33 0,35 0,35 0,35 0,33 0,36 0,37 0,31 0,34
X3 0,06 0,12 -0,01 0,08 0,09 0,14 0,15 0,09 0,15 0,15 0,14 0,02 0,06
X4 0,39 0,30 0,30 0,37 0,36 0,40 0,41 0,35 0,35 0,35 0,35 0,29 0,40
X5 0,30 0,30 0,32 0,37 0,41 0,39 0,40 0,41 0,46 0,43 0,48 0,37 0,42
X6 0,35 0,26 0,32 0,32 0,33 0,30 0,36 0,34 0,28 0,31 0,28 0,14 0,26
X7 0,09 0,12 0,05 0,07 0,07 0,06 0,10 0,07 0,05 0,07 0,00 -0,01 0,03
X8 0,13 0,20 0,15 0,21 0,17 0,26 0,31 0,22 0,28 0,30 0,35 0,34 0,31
X9 0,41 0,44 0,47 0,47 0,46 0,42 0,52 0,49 0,50 0,45 0,47 0,31 0,43
X10 0,26 0,32 0,33 0,30 0,33 0,33 0,24 0,24 0,17 0,30 0,28 0,18 0,21
X11 0,28 0,29 0,27 0,27 0,36 0,27 0,25 0,29 0,21 0,22 0,22 0,17 0,20
X12 0,20 0,20 0,17 0,25 0,32 0,25 0,27 0,33 0,26 0,28 0,26 0,14 0,22
X13 0,18 0,17 0,19 0,20 0,23 0,20 0,22 0,18 0,24 0,19 0,23 0,11 0,21
X14 0,22 0,16 0,25 0,24 0,25 0,26 0,31 0,35 0,37 0,27 0,34 0,27 0,34
X15 0,42 0,49 0,46 0,48 0,60 0,56 0,54 0,53 0,48 0,53 0,58 0,46 0,52
X16 0,38 0,40 0,35 0,34 0,38 0,38 0,43 0,47 0,42 0,44 0,50 0,41 0,42
X17 0,40 0,44 0,44 0,48 0,51 0,54 0,46 0,42 0,41 0,49 0,53 0,42 0,47
X18 0,45 0,41 0,51 0,50 0,58 0,51 0,53 0,50 0,49 0,50 0,50 0,45 0,50
X19 0,46 0,44 0,47 0,53 0,58 0,54 0,51 0,48 0,48 0,53 0,53 0,42 0,49
X20 0,44 0,42 0,49 0,46 0,54 0,52 0,56 0,50 0,46 0,48 0,52 0,35 0,42
X21 0,26 0,31 0,26 0,28 0,33 0,30 0,26 0,23 0,16 0,24 0,23 0,20 0,16
X22 -0,05 0,00 -0,05 -0,04 -0,02 -0,06 -0,13 -0,14 -0,15 -0,13 -0,14 -0,12 -0,17
128
Tabela 6 – Matriz de correlação das variáveis X1 a X22 com as variáveis X49 a X61.
Fonte: Software SPSS
Tabela 7 – Matriz de correlação das variáveis X1 a X22 com as variáveis X62 a X74.
Fonte: Software SPSS.
X49 X50 X51 X52 X53 X54 X55 X56 X57 X58 X59 X60 X61
X1 0,22 0,18 0,18 0,23 0,22 0,12 0,20 0,21 0,26 0,21 0,17 0,16 0,21
X2 0,28 0,27 0,35 0,30 0,33 0,31 0,24 0,30 0,34 0,29 0,36 0,30 0,36
X3 0,16 0,11 0,21 0,11 0,16 0,14 0,12 0,13 0,12 0,15 0,28 0,23 0,21
X4 0,34 0,38 0,34 0,35 0,40 0,28 0,31 0,35 0,39 0,42 0,36 0,26 0,33
X5 0,37 0,41 0,37 0,47 0,41 0,30 0,35 0,40 0,43 0,47 0,40 0,40 0,43
X6 0,29 0,27 0,24 0,28 0,34 0,21 0,35 0,35 0,35 0,34 0,35 0,29 0,29
X7 0,06 0,03 0,00 0,07 0,04 -0,02 0,01 0,09 0,09 0,04 0,07 0,07 0,07
X8 0,21 0,32 0,24 0,24 0,30 0,23 0,21 0,19 0,17 0,18 0,15 0,17 0,23
X9 0,43 0,44 0,42 0,51 0,43 0,25 0,40 0,48 0,48 0,50 0,41 0,38 0,46
X10 0,22 0,20 0,19 0,27 0,28 0,25 0,29 0,28 0,29 0,26 0,20 0,27 0,19
X11 0,26 0,27 0,28 0,25 0,30 0,14 0,25 0,32 0,37 0,34 0,37 0,26 0,30
X12 0,26 0,21 0,26 0,24 0,29 0,17 0,18 0,29 0,28 0,26 0,35 0,23 0,29
X13 0,24 0,23 0,18 0,18 0,22 0,14 0,23 0,19 0,20 0,19 0,33 0,25 0,25
X14 0,27 0,31 0,36 0,37 0,33 0,26 0,27 0,28 0,21 0,26 0,26 0,26 0,24
X15 0,47 0,53 0,48 0,51 0,58 0,40 0,45 0,49 0,53 0,59 0,48 0,46 0,54
X16 0,43 0,42 0,41 0,40 0,48 0,35 0,38 0,41 0,42 0,43 0,38 0,51 0,41
X17 0,46 0,44 0,36 0,45 0,48 0,35 0,45 0,43 0,48 0,45 0,36 0,38 0,36
X18 0,50 0,48 0,48 0,51 0,49 0,38 0,47 0,55 0,58 0,53 0,40 0,45 0,39
X19 0,47 0,44 0,41 0,45 0,49 0,35 0,46 0,52 0,58 0,54 0,45 0,46 0,44
X20 0,49 0,50 0,43 0,46 0,50 0,40 0,48 0,52 0,50 0,55 0,40 0,45 0,44
X21 0,21 0,19 0,28 0,22 0,23 0,14 0,17 0,26 0,16 0,22 0,24 0,26 0,23
X22 -0,06 -0,17 -0,11 -0,20 -0,16 -0,11 -0,08 -0,11 -0,05 -0,04 -0,16 -0,11 -0,13
X62 X63 X64 X65 X66 X67 X68 X69 X70 X71 X72 X73 X74
X1 0,15 0,17 0,18 0,17 0,21 0,30 0,26 0,20 0,23 0,20 0,26 0,27 0,25
X2 0,33 0,38 0,36 0,32 0,33 0,38 0,37 0,34 0,35 0,33 0,35 0,34 0,34
X3 0,20 0,22 0,15 0,17 0,15 0,14 0,16 0,19 0,16 0,15 0,14 0,23 0,18
X4 0,33 0,37 0,37 0,36 0,34 0,44 0,37 0,33 0,38 0,38 0,45 0,42 0,40
X5 0,43 0,48 0,50 0,44 0,36 0,49 0,48 0,42 0,43 0,43 0,46 0,46 0,44
X6 0,34 0,39 0,36 0,35 0,33 0,30 0,32 0,32 0,30 0,32 0,25 0,31 0,34
X7 0,09 0,04 0,09 0,06 0,00 0,05 0,04 -0,02 0,02 0,02 0,09 0,06 0,06
X8 0,18 0,28 0,25 0,28 0,25 0,29 0,22 0,27 0,26 0,24 0,27 0,24 0,24
X9 0,45 0,43 0,46 0,47 0,42 0,40 0,45 0,39 0,44 0,43 0,48 0,43 0,50
X10 0,30 0,24 0,19 0,24 0,27 0,20 0,22 0,28 0,27 0,26 0,22 0,27 0,26
X11 0,31 0,29 0,33 0,27 0,31 0,27 0,33 0,29 0,30 0,29 0,32 0,33 0,32
X12 0,28 0,22 0,24 0,23 0,19 0,12 0,19 0,20 0,23 0,23 0,22 0,26 0,24
X13 0,30 0,25 0,25 0,23 0,21 0,13 0,19 0,17 0,21 0,24 0,24 0,24 0,21
X14 0,29 0,29 0,31 0,28 0,23 0,26 0,25 0,23 0,28 0,29 0,28 0,29 0,31
X15 0,49 0,53 0,51 0,49 0,48 0,51 0,51 0,53 0,54 0,56 0,56 0,57 0,61
X16 0,43 0,42 0,39 0,42 0,42 0,40 0,44 0,44 0,45 0,49 0,44 0,47 0,49
X17 0,37 0,41 0,35 0,41 0,39 0,39 0,39 0,46 0,51 0,44 0,50 0,50 0,49
X18 0,46 0,42 0,45 0,44 0,45 0,48 0,50 0,47 0,50 0,48 0,46 0,49 0,52
X19 0,49 0,46 0,48 0,46 0,46 0,40 0,48 0,48 0,55 0,55 0,47 0,51 0,54
X20 0,46 0,47 0,44 0,46 0,49 0,45 0,44 0,47 0,47 0,47 0,41 0,50 0,51
X21 0,20 0,20 0,16 0,18 0,17 0,21 0,20 0,22 0,21 0,19 0,17 0,24 0,26
X22 -0,12 -0,11 -0,14 -0,16 -0,14 -0,16 -0,17 -0,12 -0,12 -0,12 -0,15 -0,15 -0,12
129
De acordo com as Tabelas 4, 5, 6 e 7 percebe-se que os coeficientes de correlação, de
acordo com a força de associação, estão definidos como de correlação pequena mas definida
que são as variáveis entre 0,21 e 0,40 e moderada de 0,41 a 0,70.
Neste momento, tratou-se de efetuar um corte para a análise das correlações,
trabalhando com as variáveis mais significativas, e este corte foi feito tendo como parâmetro a
força de associação igual ou superior a 0,4.
Analisando as tabelas descritas acima, verifica-se que as variáveis que caracterizam o
estágio de maturidade que se correlacionam com as variáveis que correspondem aos níveis de
desenvolvimento dos processos de gestão são:
X4: Quantidade de horas de treinamento dos funcionários por ano;
X5: Nível de formalização das atividades e processos;
X9: Nível de integração entre os processos
X14: Nível de controle exercido sobre as atividades/funcionários esta variável tem
correlação moderada somente com a variável X28 que refere-se as Metas organizacionais;
X15: Existência de uma estratégia organizacional claramente definida;
X16: vel de investimentos em tecnologias e equipamentos realizados nos últimos
três (3) anos;
X17: Posição da empresa em relação às concorrentes;
X18: Tempo de resposta as demandas de mercado (novos produtos, certificações,
novas tecnologias);
X19: Capacidade da empresa em se adaptar às mudanças do seu mercado/ambiente; e
X20: Com relação a sua empresa você diria: Ela segue as mudanças no mercado ou ela
se antecipa as mudanças.
Partindo das variáveis que definem o estágio de maturidade, verificou-se que todas as
variáveis que caracterizam os processos de gestão em algum dado momento do processo de
maturidade da organização foram correlacionadas, porém as variáveis que mais se destacaram
nesse processo, considerando aquelas com scores acima de 0,4, foram as seguintes:
X23: Visão estratégica;
X24: Avaliação das tendências econômicas;
X25: Impacto das mudanças sociais e culturais na estratégia;
X26: Visão estratégica alinhada ao negócio;
X27: Difusão da visão estratégica;
X28: Metas organizacionais;
X29: Medição das metas organizacionais;
130
X30: Estratégias na concepção e no desenvolvimento de novos produtos;
X31: Metodologia formal de desenvolvimento de novos produtos;
X32: Desenvolvimento de novos produtos é avaliado e aperfeiçoado;
X33: Necessidades dos consumidores;
X34: Projeto de fabricação e evolução dos produtos;
X38: Carteira de clientes;
X39: Segmentação de mercado;
X40: Estratégia de vendas;
X41: Orçamento de vendas;
X42: Planejamento da cadeia de suprimentos;
X43: Identificação de Matérias-primas críticas;
X44: Controle de tempo e metas nos processos de produção;
X45: Previsão de demanda;
X46: Gestão de demanda;
X48: Controle da programação e desempenho de produção;
X49: Capacidade de produção;
X50: Programação baseada em planos de produção;
X52: Utilização de estratégias de produção;
X53: Estratégias para flexibilizar o uso da capacidade;
X56: Logística;
X57: Atendimento ao consumidor;
X58: Dados de satisfação;
X60: Políticas como software e hardware;
X61: Utilização do conteúdo gerado pela informática;
X63: Políticas de orçamento;
X64: Controle dos custos da produção através da contabilidade de custos;
X68: Administração e controle do fluxo de caixa;
X69: Cálculo dos índices de liquidez e solvência e endividamento;
X70: Controle dos lucros contábeis e financeiros;
X71: Controle dos ativos;
X72: Políticas sociais e ambientais;
X73: Administração e análise das relações externas;e
X74: Modelos de medida de desempenho.
131
Percebe-se claramente que existe correlação entre as variáveis que caracterizam o
estágio de maturidade e os processos de gestão, tanto que das cinquenta e uma (51) questões
que tratavam dos processos de gestão, quarenta e uma (41), quando correlacionadas com
estágios de maturidade, apresentaram scores iguais ou superiores a 0,4, conforme
demonstrado acima.
Portanto, constata-se a hipótese da pesquisa, ou seja,
os resultados apresentados
demonstram que existe uma relação entre o estágio de maturidade da organização e os níveis
de desenvolvimento dos processos de gestão.
Após constatar a relação, avançou-se na análise dos resultados sobre o estágio de
maturidade e processos de gestão, a fim de avaliar tal relação para obter um melhor
entendimento dos aspectos globais relacionados ao tema abordado nesta pesquisa e atingir o
objetivo geral. Assim, pela utilização do software SPSS, foram efetuadas outras análises e
desdobramentos, conforme demonstrado nos itens 4.2 e 4.3.
4.2 DETALHAMENTO DA ANÁLISE FATORIAL NA SEGUNDA DIMENSÃO
ESTÁGIOS DE MATURIDADE
Para verificar a estrutura fatorial da segunda dimensão estudada, foi conduzida uma
análise fatorial exploratória dos itens um (1) aos vinte e dois (22) do questionário, que
definem as variáveis dos estágios de crescimento de uma organização e dentre elas a de
maturidade organizacional.
Ao se aplicar a correlação por meio da Análise Fatorial nas questões supracitadas
chegou-se a um MSA de 0,89, o Measures of Sampling Adequacy
24
(MSA), ou “medida de
adequação da amostragem”, cuja medida traz ao pesquisador a possibilidade de excluir
aquelas variáveis que apresentam índices considerados ruins ou inaceitáveis, que, de acordo
com o estudo efetuado, são as variáveis sete (7) e vinte e dois (22). Hair et al. (2005b, p.98)
apresentam medidas para quantificar o grau de inter-correlações e a adequação da análise
fatorial, conforme explicitado na Tabela 8.
24 MSA - Measures of Sampling Adequacy A matriz é verificada ao editar a tabela antiimagem, que é uma
medida da adequação da amostra de cada variável para uso da análise fatorial. Valores pequenos na diagonal
levam a considerar a eliminação da variável.
132
Tabela 8 – Índice de Valores de mas
Measures of Sampling
Adequacy (MSA)
0.80 ou acima
Maior ou igual 0,70 e abaixo de 80
Maior ou igual 0,60 e abaixo de 70
Maior ou igual 0,50 e abaixo de 60
Abaixo de 0,50
Admirável
Madiano
Medíocre
Ruim
Inaceitável
Fonte: Hair, 2005.
A matriz das correlações resultante mede a associação linear entre as variáveis
apresentadas por meio do coeficiente de correlação de Pearson. Quanto maior a correlação,
maior a probabilidade de compartilharem fatores. Para determinar se a relação é
estatisticamente significativa, será aplicado o teste de Esfericidade de Bartlett e o KMO
(Kaiser-Meyer-Olkin) para indicar quantitativamente a força de expressão das correlações.
Para entender os valores obtidos como resultado no KMO, valores próximos de 1,0
indicam que o método de Análise Fatorial é considerado oportuno para o tratamento dos
dados, e valores menores que 0,5 indicam a inadequação do método (MAROCO, 2003, p.
268). A Tabela 9 mostra a correlação de coeficiente e a recomendação da Análise Fatorial.
Tabela 9 – Regra prática sobre coeficiente de correlação
Valor de KMO Recomendação a Análise Fatorial
0.9 – 1.0 Excelente
0.8 – 0.9 Boa
0.7 – 0.8 Média
0.6 – 0.7 Medíocre
0.5 – 0.6 Mau mas ainda aceitável
< 0.50 Inaceitável
Fonte: Maroco, 2003, p.268.
Conforme a Tabela 10, pode-se ver que o índice de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO)
apresenta um valor bastante próximo a 0,9, atestando a boa adequação dos dados para a
análise fatorial. Todavia, um exame na matriz antiimagem de correlação extraída do software
SPSS revelou inadequação dos itens sete (7) e vinte e dois (22). A remoção desses dois itens
melhorou o KMO, como visto na Tabela 11.
133
Tabela 10 – Índices de Adequação para Análise Fatorial antes da Depuração
KMO and Bartletts Test
Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling
Adequacy
0,89231712
Bartletts Test of Sphericity Approx. Chi-Square 2905,806373
DF 231
Fonte: Sotware SPSS.
Tabela 11 – Índices de Adequação Fatorial depois da Depuração
KMO and Bartletts Test
Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling
Adequacy
0,902
Bartletts Test of Sphericity Approx. Chi-Square 2810,415
DF 190
Sig 0
Fonte: Software SPSS.
Isto posto, passou-se à análise fatorial propriamente dita.
Tabela 12 – Variância Extraída pela Análise Fatorial
Component Extraction Sums of Squared Loadings Rotation Sums of Squared Loadings
Total % of
Variance
Cumulative
%
Total % of
Variance
Cumulative
%
1 6,817 34,086 34,086 3,623 18,113 18,113
2 1,75 8,752 42,838 2,979 14,897 33,01
3 1,483 7,417 50,254 2,819 14,093 47,103
4 1,151 5,755 56,009 1,781 8,906 56,009
Extraction Method: Principal Component Analysis.
Fonte: Software SPPS.
Como visto na Tabela 12, o método de análise fatorial escolhido foi o da análise dos
componentes principais, que, conforme Malhotra et al. (2001l), leva em conta a variância
total dos dados. Recomenda-se a análise dos componentes principais quando a preocupação
maior for determinar o número mínimo de fatores que respondem pela variância nos dados
para utilização em análises multivariadas subseqüentes.
Como se na Tabela 12, emergiram quatro facetas dentro da dimensão, respondendo
no total por 56% da variância do conjunto de itens. O primeiro fator, não rotacionado,
respondeu sozinho por 34% da variância, caracterizando-o como dominante no sistema.
A determinação do número de fatores utilizados nesta análise deu-se em função da
134
determinação com base na percentagem da variância, pois, de acordo com esta abordagem,
determinam-se os fatores extraídos de forma que a percentagem acumulada da variância
extraída pelos fatores atinja um nível satisfatório.
De acordo com Malhotra (2001m) e Hair et al. (2005c), um nível satisfatório dos
fatores extraídos deve responder por algo em torno de 60% da variância.
Na Tabela 13, pode-se perceber que o fator um (1) é realmente dominante,
concentrando cargas de praticamente todos os itens.
Tabela 13 – Matriz de Fatores não Rotacionados
Component Matrix(a)
Component
1 2 3 4
X19 0,7853
X15 0,769388
X18 0,741185
X20 0,709199
X16 0,646523
X5 0,637883 0,468747
X9 0,625176
X4 0,604587
X17 0,597093 -0,48767
X12 0,58127 0,513493
X13 0,575563 0,523344
X6 0,544007
X14 0,540628
X11 0,530305 0,444438
X10 0,517431 -0,41901
X2 0,510249 0,453464
X21 0,470297
X3 0,407538
X8 -0,46059 0,485859
X1 0,815534
Extraction Method: Principal Component Analysis.
A 4 components extracted.
Fonte: Software SPSS.
Um produto importante da análise fatorial é a matriz de fatores, também chamada de
matriz padrão de fatores. Embora uma matriz inicial (não rotacionada) de fatores indique a
correlação entre os fatores e as variáveis individuais, ela também produz fatores
independentes não-correlacionados, cuja interpretação se torna difícil. Por essa razão, buscou-
se a rotação para se ter outra visão sobre a estrutura.
De acordo com Hair et al. (2005d), existem duas opções para a rotação dos fatores: a
rotação ortogonal e a rotação oblíqua. Quando escolhemos uma solução ortogonal, os fatores
sofrem rotação de modo a serem independentes uns dos outros, e a correlação entre eles é
zero. Uma solução oblíqua permite que os fatores derivados sejam correlacionados uns com
135
os outros.
Neste trabalho de pesquisa, utilizou-se de uma rotação ortogonal, a Equamax, pois se
trata de um método que minimiza o número de variáveis, com altas cargas sobre um fator,
reforçando assim a interpretabilidade dos fatores.
Na Tabela 14 pode-se ver a estrutura fatorial emergente de uma rotação Equamax com
normalização de Kaiser. Essa rotação é uma combinação da Varimax e da Quartimax.
Segundo Hair et al. (2005e, p. 106), existem três abordagens ortogonais:
a) Quartimax: que tem por objetivo simplificar as linhas de uma matriz fatorial e está
focado em rotacionar o fator inicial, de forma que uma variável tenha carga alta em
um fator e cargas tão baixas quanto possível em todos os outros fatores;
b) Varimax: que se concentra na simplificação das colunas da matriz fatorial,
maximizando a soma das variâncias de cargas exigidas na matriz fatorial; e
c) Equamax: que é uma espécie de acordo entre quartimax e varimax, ou seja, ao
invés de se concentrar na simplificação de linhas ou de colunas, tenta atingir um
pouco de cada.
O método Equamax foi escolhido porque simplifica a estrutura fatorial de forma a
torná-la mais inteligível para a interpretação dos resultados.
O ponto de corte para a consideração de significância de uma carga fatorial foi de 0.4
pois, segundo Nunnaly (1967, p. 368), fácil superestimar o significado de pequenas cargas
fatoriais, por exemplo, aquelas abaixo de 0.40".
136
Tabela 14 – Matriz de Fatores Rotacionados
Rotated Component Matrix(a)
Component
1 2 3 4
X18 0,779
X19 0,727
X10 0,707
X16 0,666
X17 0,657
X20 0,584
X21 0,465
X13 0,793
X12 0,776
X11 0,569
0,408
X3 0,547
X6 0,509
0,465
X9
X8
0,73
X5
0,684
X2
0,65
X4
0,518 0,421
X14
0,515
X15 0,452
0,51
X1
0,852
A Rotation converged in 6 iterations.
Fonte: Software SPSS.
Nota: Extraction Method: Principal Component Analysis (extraído da Análise SPSS)
Rotation Method: Equamax with Kaiser Normalization (extraído da Análise SPSS)
Assim sendo:
a) o fator 1 ficou constituído pelas variáveis: taxa de crescimento (X10), controle
atividades/funcionários (X15), investimento em tecnologias (X16), posição da
empresa em relação aos concorrentes (X17), tempo de resposta s demandas do
mercado (X18), capacidade da empresa em se adaptar às mudanças do seu
mercado/ambiente, mudanças (X20) e mercado em que a empresa atua (X21);
b) o fator 2, pelas varíaveis:vel de formação dos funcionários (X3), grau de autonomia
dos funcionários (X6), estilo de gestão da empresa (X11), nível de cooperação entre
os funcionários (X12) e nível de interação entre os funcionários (X13);
c) o fator 3, pelas variáveis: nível de formalização dos cargos e funções (X2),
treinamento dos funcionários (X4), nível de formalização das atividades e processos
(X5), níveis hierárquicos (X8), nível de controle exercido sobre as
atividades/funcionários (X14) e estratégia organizacional claramente definida (X15); e
d) o fator 4, pelas variáveis: nível de centralização da estrutura organizacional (X1),
treinamento dos funcionários (X4), grau de autonomia dos funcionários (X6) e estilo
de gestão (X11).
137
Pode-se dizer que o estágio de maturidade de uma organização é verificado pelas
seguintes variáveis:
Fator 1 - pela análise do crescimento da organização, seus investimentos em
tecnologia, sua capacidade de adaptação às mudanças no mercado e a relação com seus
funcionários;
Fator 2 pela formação dos funcionários, sua autonomia, gestão da empresa,
cooperação dos funcionários e nível de interação dos funcionários com as informações da
organização;
Fator 3 refere-se à formalização dos cargos e funções, formalização das atividades e
dos processos, integração dos processos, níveis hierárquicos, controle e estratégia
organizacional definida com clareza; e
Fator 4 está voltado para a centralização da estrutura organizacional, treinamento
dado aos funcionários, grau de autonomia dos funcionários e estilo de gestão.
Pelas análises acima, podem-se inferir algumas variáveis que definem os estágios de
maturidade de uma organização.
Figura 9 – Variáveis que definem os estágios de maturidade da organização
Fonte: A autora, 2008.
A Figura 9 pode ser explicada da seguinte forma:
Grupo 1: Quanto maior o crescimento ao longo dos anos de uma organização, quanto
maior os investimentos em tecnologias e em novos produtos visando a atender o mercado
consumidor, implica dizer que a organização se encontra em um estágio de maturidade alto e
o inverso também pode ocorrer mostrando que a organização não está madura ainda; e
Grupo 2: Quanto maior o investimento em treinamento dos funcionários, quanto
maior a descentralização dos processos, quanto maior a autonomia dos funcionários, quanto
maior a formalização dos processos e atividades e quanto mais definida a estratégia
Grupo 1:
Crescimento,
Investimentos e
Mercado.
Grupo 2:
Estratégia e
Formalização dos Cargos e
Funções.
138
organizacional, significa dizer que a organização se encontra em um estágio de maturidade
alto e o inverso também é verdadeiro.
4.3 DETALHAMENTO DA ANÁLISE FATORIAL NA TERCEIRA DIMENSÃO –
PROCESSOS DE GESTÃO
Como o objetivo da pesquisa é também determinar em que grau o fator 1 (fatores que
determinam os estágios de maturidade) se correlaciona com as demais variáveis da pesquisa,
buscou-se uma estrutura fatorial com apenas um único fator, gerando-se uma nova variável
resultante da aplicação dos scores fatoriais de cada uma das variáveis. Considera-se este valor,
chamado doravante de FS1 (Factor Score 1), representativo do conjunto de variáveis X1a
X22.
A partir daí, fez-se a correlação de FS1 com as demais variáveis da pesquisa para
determinar o grau de associação e a seguir são apresentados os resultados dessa análise.
Com base nos pressupostos teóricos citados no Capítulo 2, dividiu-se o conjunto de
variáveis X23-X105 (questões apresentadas no Apêndice A) em dois subconjuntos:
1. subconjunto 1, de X23 a X74 – abordado nesta pesquisa.
2. subconjunto 2, de X75 a X105 – abordado em outra dissertação.
Para o subconjunto 1, quase todas as correlações foram de grau moderado (LEVIN;
FOX, 2004, p. 334). As maiores correlações foram com as variáveis: visão estratégica (X23),
estratégias na concepção e no desenvolvimento de novos produtos (X30), metodologia formal
de desenvolvimento de novos produtos (X31), desenvolvimento de novos produtos é avaliado
e aperfeiçoado (X32), escolha e avaliação de novos produtos levam em consideração as idéias
e necessidades dos consumidores (X33), os testes ou avaliação dos produtos são realizados
pela sua apresentação aos clientes e entrevistas (X35), antes do lançamento de um novo
produto são preparados protótipos e realizados testes (X36), a empresa gere sua carteira de
clientes (X38), controle da programação de desempenho de produção (X48), políticas de
orçamento (X63), controle dos custos de produção pela contabilidade de custos (X64),
controles analíticos e sintéticos das receitas e despesas (X65), estratégia definida para a gestão
dos tributos federais, estaduais e municipais (X66) e controle dos lucros contábeis e
financeiros, administrando o risco do negócio pautado em dados confiáveis e controláveis
(X70), indicando que estas variáveis são as que estão mais intimamente associadas ao FS1.
139
Conforme mencionado anteriormente, para o segundo subconjunto de variáveis, o
estudo será realizado em outro trabalho de dissertação, ou seja, outra pesquisadora está
tratando desta parte do questionário.
Partindo para a análise, foram demonstradas na Tabela 15 as medidas de adequação
da análise fatorial das variáveis na dimensão 3 (X23 a X74). Um exame da matriz anti-
imagem de correlação atestou a adequação de todas as variáveis apresentando valores
individuais para a MSA superiores a 0.9.
Tabela 15 – Adequação da Análise Fatorial dos Processos de Gestão
KMO and Bartlett’s Test
Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling
Adequacy.
0,974894
Bartlett's Test of
Sphericity
Approx. Chi-
Square
19039,35
Df 1326
Sig. 0
Fonte: Software SPSS.
Na Tabela 16, verifica-se uma variância muito significativa conforme Hair et al.
(2005f) e Malhotra (2001n), sendo ela é superior a 60%, ou seja, os fatores apresentados na
sequência representam 73% da variância explicada.
Tabela 16 – Variância Explicadas pelos Fatores Obtidos
Total Variance Explained
Component Extraction Sums of Squared Loadings Rotation Sums of Squared Loadings
Total % of
Variance
Cumulative
%
Total % of
Variance
Cumulative
%
1 30,9061 59,4348 59,4348 8,358372 16,07379 16,07379
2 2,838724 5,459085 64,89388 7,710859 14,82858 30,90237
3 1,746115 3,357913 68,2518 7,649988 14,71152 45,61388
4 1,320185 2,538817 70,79061 7,397582 14,22612 59,84
5 1,127806 2,168857 72,95947 6,822124 13,11947 72,95947
Extraction Method: Principal Component Analysis.
Fonte: Software SPSS.
Tendo em vista a excelente estrutura fatorial da análise atestada na Tabela 16,
apresentando um total de quase 73% da variância total do sistema, explicada pelos 5 fatores
que emergiram, será apresentada, após a rotação Equamax, a distribuição das cargas nos cinco
fatores, apresentando as seguintes variáveis (Tabela 17)
140
Tabela 17 – Matriz de Correlação dos Processos de Gestão
Rotated Component Matrix(a)
Component
1 2 3 4 5
X66 0,745516
X65 0,732773
X64 0,718424
X70 0,715818
X63 0,714032
X71 0,686187
X69 0,679977
X68 0,660934
X62 0,650502 0,427948
X61 0,573834
X73 0,53342 0,527676
X60 0,503325
X67 0,494316
X48 0,705862
X50 0,694458
X44 0,689091 0,419873
X49 0,669273
X47 0,634188
X45 0,622429
X53 0,611831
X43 0,598366 0,49516
X46 0,586898
X52 0,579238
X51 0,500891
X42 0,499907 0,43287
X32 0,788743
X33 0,786797
X31 0,783847
X30 0,722456 0,41394
X36 0,719999
X35 0,703868
X34 0,694434
X23 0,710179
X28 0,689951
X29 0,664675
X24 0,653653
X26 0,651534
X27 0,647969
X25 0,643144
X72 0,508671 0,519257
X74 0,491769 0,51198
X59 0,433693
X38 0,72374
X40 0,609627
X55 0,430713 0,604837
X37 0,59853
X39 0,598188
X56 0,457918 0,553252
X41 0,547161
X57 0,492059
X58 0,473597
141
X54 0,43397
A Rotation converged in 37 iterations.
Fonte: Software SPSS.
Nota: Extraction Method: Principal Component Analysis (extraído da Análise do SPSS)
Rotation Method: Equamax with Kaiser Normalization (extraído da Análise do SPSS)
fator 1, com carregamento dos itens X60, X61, X62, X63, X64, X65, X66, X67, X68,
X69, X70, X71, X72, X73 e X74;
fator 2, com carregamento dos itens X42, X43, X44, X45, X46, X47, X48, X49, X50,
X51, X52, X53, X54, X55 e X56;
fator 3, com carregamento dos itens X30, X31, X32, X33, X34, X35, X36, X42, X43 e
X44;
fator 4, com carregamento dos itens X23, X24, X25, X26, X27, X28, X29, X30, X59,
X72, X73 e X74; e
fator 5, com carregamento dos itens X37, X38, X39, X40, X41, X54, X55, X56, X57,
X58 e X62.
O Quadro 12 detalha cada fator e as questões resumidas correspondentes aos processos
de gestão.
Questões
Descrição das Questões Fatores
1 2 3 4 5
60
Tecnologias como software e hardware
61
Utilização do conteúdo gerado pela informática
62
Contabilidade como fonte de informação para o
planejamento e controle
63
políticas de orçamento
64
Controle dos custos da produção através da
contabilidade de custos
65
Controles analíticos e sintéticos das receitas e despesas
66
Estratégia definida para a gestão dos tributos federais,
estaduais e municipais
67
Auditorias externas
68
Administração e controle do fluxo de caixa
69
Calculo dos índices de liquidez, solvência e
endividamento
70
Controle dos lucros contábeis e financeiros
71
Controle dos ativos
72
Políticas sociais e ambientais
73
Administração e analise das relações externas
74
modelos de medida de desempenho
42
planejamento da cadeia de suprimentos
43
identificação das matérias-primas críticas
44
Controle de tempo e metas nos processos de produção
45
Previsão de demanda
46
Gestão da demanda
47
Controle de estoques através de inventários
48
Controle da programação e desempenho da produção
49
capacidade da produção
142
50
programação baseada em planos de produção
51
layout (arranjo físico) definido / apropriado
52
Utilização de estratégias de produção
53
Estratégias para flexibilizar o uso da capacidade
54
Estudo de localização
55
Administração dos contratos com os clientes
56
Logística
30
Estratégias na concepção e no desenvolvimento de
novos produtos
31
Metodologia formal de desenvolvimento de novos
produtos
32
Desenvolvimento de novos produtos é avaliado e
aperfeiçoado
33
Necessidades dos consumidores
34
Projeto de fabricação e evolução dos produtos
35
Testes ou avaliação dos produtos
36
Protótipos de produtos
42
Planejamento da cadeia de suprimentos
43
Identificação das matérias-primas críticas
44
Controle de tempo e metas nos processos de produção
23
Visão estratégica
24
Avaliação das tendências econômicas
25
Impacto das mudanças sociais e culturais na estratégia
26
Visão estratégica alinhada ao negócio
27
Difusão da visão estratégica
28
Metas organizacionais
29
Medição das metas organizacionais
30
Estratégias na concepção e no desenvolvimento de
novos produtos
59
Políticas estratégicas de planos de cargos e salários
73
Relações externas
74
Medidas de desempenho
37
Marketing
38
Carteira de clientes
39
Segmentação de mercado
40
Estratégia de vendas
41
Orçamentos de vendas
54
Estudo de localização
55
Administração dos contratos com os clientes
56
Logística
57
Atendimento ao consumidor
58
Dados da satisfação
62
Contabilidade como fonte de informação
Quadro 12 – Questões versus Fatores
Fonte: A autora, 2008.
Ao buscar a interpretação dos fatores, procurou-se dar atenção às cargas fatoriais de
maior representatividade e, ao mesmo tempo, às variáveis que afetam a interpretação das
cargas fatoriais. Em um primeiro momento, isto leva a considerar as cargas fatoriais maiores e
sua respectiva representatividade, considerando seus índices de valores absolutos (por
exemplo: uma carga de 0,6 é superior a uma de 0,50). Em um segundo, a representatividade
do fator a partir do tamanho da amostra. Estabelecendo uma relação entre a carga fatorial e a
143
correlação da variável e do fator, Hair et al. (2005g) estabelecem uma relação entre o
tamanho da amostra para que cada valor de carga fatorial possa ser considerado significante
no processo de interpretação. Essas orientações, incluindo o índice de valor absoluto que se dá
com a relação entre carga versus tamanho da amostra, são consideradas pontos de partida na
interpretação das cargas. À medida que aumenta o número de variáveis, o nível aceitável a se
considerar de uma carga fatorial diminui significativamente, conforme demonstrado na Tabela
18.
Tabela 18 – Relação cargas fatoriais x amostra
Relação cargas fatoriais significantes com base no tamanho da amostra.
Carga fatorial Base da amostra
0,30 350
0,35 250
0,40 200
0,45 150
0,50 120
0,55 100
0,60 85
0,65 70
0,70 60
0,75 50
Fonte: Hair et al., 2005.
Cabe observar que, no subconjunto um (1) - matriz de correlação das variáveis 23 a
74, as correlações encontradas entre as variáveis de pesquisa e a carga fatorial FS1 são
significativas com percentuais menores que 1%, o que é provocado pelo elevado número de
respondentes, caracterizando a robustez dos dados.
Após todos os desdobramentos e análises efetuadas, verificou-se na dimensão 2 que as
variáveis que caracterizam o estágio de maturidade organizacional estão intrinsecamente
ligadas ao investimento em novas tecnologias, administração da produção e dos produtos com
vistas ao mercado consumidor, estratégia organizacional bem definida e gestão de pessoas
com vistas à formalização de cargos e salários, estrutura organizacional bem definida, com
foco na descentralizaçãoe que, a partir desses pressupostos, a tendência das organizações são
o crescimento e o fortalecimento junto ao mercado.
Analisando os fatores do 1 ao 5 na dimensão 3 correlacionada com a dimensão 2,
também verificou-se que uma organização com estratégias bem definidas, com uma gestão
administrativo-financeira estruturada, com políticas adequadas de produção, voltada para
novas tecnologias, não se esquecendo do mercado consumidor e das pessoas que participam
deste processo inovativo dentro da organização. Podem ser consideradas empresas altamente
144
maduras e que o inverso também é verdadeiro, ou seja, organizações que não se preocupam
com a estratégia, com tecnologia, com os funcionários e com as tendências do mercado
consumidor são imaturas dentro dos conceitos apresentados.
4.4 SÍNTESE DAS MATRIZES FATORIAIS, MATURIDADE E PROCESSO DE GESTÃO
ESTUDADOS NA SEGUNDA E TERCEIRA DIMENSÕES.
Elaborar um quadro síntese para interpretação das matrizes fatoriais apresentadas nos
tópicos 4.2 e 4.3 não é uma tarefa simples, uma vez que apresentar suas inter-relações não é
algo totalmente objetivo, principalmente no contexto das organizações.
Os procedimentos adotados seguiram algumas técnicas que foram a interpretação das
matrizes de correlação, ordenação das informações por uma lógica contextual, avaliação das
comunalidades das variáveis e o peso das cargas fatoriais mais significativas. Considerando
os pontos abordados, elaborou-se uma síntese para representar cada grupo das variáveis que
representam o estágio maturidade e os níveis de desenvolvimento dos processos de gestão.
Após a síntese dos grupos de variáveis apresentados nas figuras abaixo, determinou-se uma
denominação que pudesse traduzir a significância de cada fator.
Pela diversidade dos aspectos inseridos em cada um dos quatro grupos de fatores, o
que dificulta sua denominação por categoria, optou-se por atribuir termos que abarcassem os
processos predominantes, representando assim as dimensões latentes em cada fator.
Ao analisar os quatro fatores obtidos pela correlação das vinte e duas (22) primeiras
variáveis do questionário que demonstram os estágios de maturidade, chegou-se ao Quadro
13.
Fatores Síntese dos 4 fatores de Maturidade Denominação
1
Análise do crescimento da organização, seus investimentos em
tecnologia, sua capacidade de adaptação às mudanças no mercado e a
relação com seus funcionários.
Competitividade
2
Formação dos funcionários, sua autonomia, gestão da empresa,
cooperação dos funcionários e nível de interação dos funcionários com as
informações da organização.
Gestão de
Pessoas
3
Formalização dos cargos e funções, formalização das atividades e dos
processos, integração dos processos, níveis hierárquicos, controle e
estratégia organizacional definida com clareza.
Formalização
das Práticas
Organizacionais
4
Centralização da estrutura organizacional, treinamento dado aos
funcionários, grau de autonomia dos funcionários e estilo de gestão.
Estrutura
Organizacional
Quadro 13 - Denominação dos fatores de Maturidade
Fonte: A autora, 2008.
145
Porém, ao analisar os cinco fatores obtidos pela correlação das variáveis vinte e três
(23) a setenta e quatro (74), correlacionando-as com o fator de maturidade determinado das
questões um (1) a vinte e dois (22), chegou-se aos seguintes processos de gestão conforme
demonstrado no Quadro 14.
Fatores
Síntese dos 5 fatores de Processos de Gestão
Denominação
1
Investimentos em novas tecnologias, contabilidade de custos, financeira
e fiscal como fonte de informações, auditorias, medidas de desempenho e
administração das relações externas.
Gestão
Administrativo-
Financeira
2
Planejamento da cadeia de suprimentos, controle do processo de
produção, arranjo físico adequado, logística e bom atendimento ao
consumidor.
Gestão de
Produção
3
Concepção de novos produtos e controle do processo produtivo.
Desenvolvimento
de Produtos
4
Visão estratégica, administração com vistas às tendências econômicas e
sociais, metas organizacionais definidas, políticas de cargos e salários e
medidas de desempenho.
Gestão
Estratégica
5
Marketing, controle da carteira de clientes, segmentação de mercado,
estratégia de vendas, estudo de localização, logística que traduza um bom
atendimento ao consumidor, contabilidade como fonte de informação e
controle.
Mercado
Consumidor
Quadro 14 - Denominação dos fatores de Processos de Gestão
Fonte: A autora, 2008.
Ao atribuir uma denominação a cada fator, buscou-se interpretar a extensão que
compõe a natureza das variáveis, bem como os processos dominantes observados pela
correlação entre as variáveis, dando clareza e significância à pesquisa e aos procedimentos
que fizeram parte da análise fatorial.
Efetuando uma reflexão sobre os fatores denominados nos Quadros 11 e 12,
correlacionando-os com os conceitos apresentados no Capítulo 2 Referencial Teórico, podem-
se reforçar as denominações apresentadas para cada fator, tendo como base os estudos
elaborados por outros autores.
De acordo com Horngren et al. (1982e), a contabilidade gerencial, nela inserida a
gestão administrativo-financeira, é um processo que gera informações financeiras e
operacionais que irão auxiliar empregados e gestores, sendo que este processo deve ser guiado
pelas necessidades internas da organização e servirão para as decisões operacionais e de
investimento.
Outros fatores importantes citados por vários autores como Horngren (1982f),
Atkinson (1995), Warren (2008) e outros conforme referencial teórico, é que a gestão
administrativo-financeira provê informações para a tomada de decisões desde a operação até
146
a estratégia organizacional, direcionando os gestores para o planejamento em curto e longo
prazo.
Para Martins & Laugeni (2002j), Moreira (2002h), Mayer (1992j), Kotler (1999d),
Novaes (2001b), Dias (2003f) e outros autores citados no referencial teórico, deve-se
planejar, programar e controlar a produção de maneira que se possa realizar previsão de
vendas adequada dentro de um processo racional, que, normalmente é difícil e complexo,
porém de extrema importância para o planejamento adequado da produção, da previsão de
vendas e do estudo da demanda.
Conforme mencionado no referencial teórico, as organizações buscam a vantagem
competitiva frente a seus concorrentes, visando à obtenção de lucros, portanto, a capacidade
que a organização possui para gerenciar sua produção tornou-se essencial na corrida pela
excelência, além disso, buscam-se constantemente inovações, pois, com novos produtos e
diferenciações tecnológicas, criam-se oportunidades para o negócio, que, se tratadas
adequadamente, podem gerar vantagem competitiva.
Segundo Barna (1995e), Hammer (1997b), Drucker (2000d), Kotler (2000g) e outros
autores citados no capítulo 2 - referencial teórico, o sucesso de uma organização depende de
várias escolhas como a estratégia que é um fator importante para que ela possa evoluir e se
expandir no cenário competitivo. Observa-se também que, além de metas e estratégias, as
organizações devem possuir uma visão com foco nas tendências e estar dispostas a se adaptar
às mudanças impostas constantemente pelo mercado consumidor.
O referencial teórico correlacionado com os fatores encontrados mostra que os
processos de gestão que vão desde a operação até a estratégia com vistas ao mercado
consumidor são as peças-chave para a obtenção do sucesso com foco no crescimento e
manutenção da organização no mercado, definindo assim seu estágio de maturidade.
4.5 CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 04
No capítulo 04, trabalhou-se com métodos estatísticos, assegurados por obras de
autores como Hair et al. (2005h), Malhotra (2001o) e Maroco (2003b), que demonstram a
confiabilidade das análises multivariadas para a análise e interpretação dos dados. Para
confirmação e validação dos resultados, utilizou-se o método estatístico da Análise Fatorial
147
que especifica o nível de associações entre as variáveis e assim determina um grupo de
variáveis que estabelecem um constructo em comum, demonstrado pela matriz de correlação.
Os resultados obtidos neste capítulo da pesquisa com a aplicação da Análise Fatorial
resultaram na confirmação da hipótese do trabalho que questiona qual a correlação entre as
variáveis que caracteriza o estágio de maturidade e os níveis de desenvolvimento dos
processos de gestão.
Avançando a análise multivariada utilizada nesta pesquisa, reduziu-se a uma análise
simultânea das variáveis, que definem o estágio de maturidade, a um fator, e correlacionou-se
o referido fator com as variáveis que determinam os processos de gestão, auxiliando na
investigação e correlação entre estágio de maturidade e processos de gestão.
Pelas técnicas utilizadas, foi possível explorar com segurança a correlação das
variáveis e suas influências nas dimensões estudadas, justificando a presente pesquisa.
148
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
Este capítulo refere-se às considerações finais e recomendações obtidas pela pesquisa
realizada. As considerações finais foram realizadas confrontando-se a análise dos dados
obtidos nas empresas pesquisadas, a revisão teórica realizada nesta dissertação e os objetivos
traçados para a pesquisa.
Também são apresentadas as limitações do trabalho realizado, bem como sugestões
para trabalhos futuros, abordando os temas principais deste trabalho.
5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo principal desta pesquisa foi verificar se existe correlação entre os níveis
de desenvolvimento dos processos de gestão e o estágio de maturidade da organização,
visando a identificar quais variáveis definem o estágio de maturidade e quais definem os
processos de gestão, buscando trazer contribuições para o melhor gerenciamento dos recursos
e a maximização dos resultados dentro das organizações.
A principal motivação para sua realização foi a constatação de que havia poucos
estudos que discutiam o tema no País. Os trabalhos que existiam não avaliavam
consistentemente aspectos de maturidade relacionados aos processos de gestão,
concentravam-se na análise de modelos de maturidade ou processos de gestão, não sendo
avaliada a correlação entre ambos.
Num universo de questões a serem abordadas sobre os temas propostos, optou-se pela
simples correlação de variáveis que demonstram aspectos do estágio de maturidade e
variáveis que demonstram processos de gestão, visando ao entendimento da utilização destas
variáveis dentro das organizações, um dos pontos ainda não estudados em pesquisas
anteriores.
Contribuir para uma melhor compreensão das relações entre estágio de maturidade e
processos de gestão foi o objetivo geral do estudo. A hipótese inicial era que o estágio de
maturidade estivesse correlacionado aos processos de gestão, porém tinha-se que efetuar a
pesquisa empírica, ou seja, a aplicação de questionários a diversas organizações para que
pudesse ser confirmada uma das hipóteses desta pesquisa.
149
A partir do estabelecimento dos objetivos, foi feita uma revisão bibliográfica com a
intenção de apropriar subsídios para o desenvolvimento do trabalho.
Abordaram-se, inicialmente, os conceitos de maturidade organizacional por meio da
exploração de modelos de desenvolvimento das organizações e depois processos de gestão,
até se chegar à reunião de diversos estudos dedicados à análise de estágio de maturidade e
processos de gestão utilizados nas organizações.
Passou-se, então, à aplicação dos questionários e posteriormente à avaliação dos dados
coletados. Diversos tipos de organizações foram pesquisadas: indústria, comércio, prestadoras
de serviços, de pequeno, médio e grande portes, para que se ampliasse o espectro do trabalho.
A amostra foi constituída de 410 questionários retornados em que 66 empresas eram do ramo
automotivo, 43 prestadoras de serviços em geral, 35 do ramo de celulose/papel, 33 da área de
alimentos, 28 do segmento de eletrodomésticos, 26 da área contábil, 23 do setor público, 17
do segmento de geração de energia, 11 da área de informática, 6 da área de ensino e 102 de
outros segmentos não identificados.
A análise dos dados para a verificação das hipóteses foi feita avaliando-se a correlação
entre as variáveis que definem o estágio de maturidade e as variáveis que definem os
processos de gestão, cujo método estatístico utilizado para tal inferência foi a análise fatorial.
Pelo que se supunha inicialmente, as evidências indicaram que variáveis que
demonstram o estágio de maturidade e processos de gestão estão intrinsecamente
correlacionadas, e estas variáveis estão ligadas à gestão administrativo-financeira, gestão de
produção, gestão estratégica, tecnologia, mercado e funcionários.
Acredita-se que o objetivo geral desta pesquisa tenha sido cumprido, e os resultados
apresentados dão consistência para novas pesquisas relacionadas à área.
5.2 LIMITAÇÕES DA PESQUISA
Como limitação do estudo, enfatiza-se a dificuldade de acessar e explorar o conteúdo
de forma mais sistemática por força de fatores diversos: tempo disponível para aplicação dos
questionários, dentre outros. Ressalte-se, ainda, como limitação o fato de as análises
explicativas terem sua precisão afetada pelo tempo, uma vez que as organizações estudadas
não são organismos estáticos, cumprindo o papel de estruturar explicações acerca do
150
fenômeno observado naquele dado momento. Esta restrição é justificada pela diversidade de
variáveis e atributos que envolvem uma organização e sua relação com o ambiente.
5.3 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Espera-se que este trabalho possa suscitar novos recortes para estudos. Assim, sugere-
se como agenda de pesquisa para trabalhos futuros o estudo de organizações alinhadas por
setores e porte com o propósito de verificar como elas dentro de um mesmo porte e um
mesmo segmento se comportam no que tange às variáveis que definem o estágio de
maturidade e os processos de gestão.
A partir desta direção, será possível constatar a contribuição dos processos de gestão
na vida das organizações, procurando nos novos estudos incorporar novas variáveis não
indicadas neste trabalho, uma vez que a realidade organizacional é complexa e mutável.
151
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163
APÊNDICE
164
APÊNDICE A: Questionário para avaliar a relação Maturidade X Desenvolvimento dos processos X Métodos de gestão em organizações
empresariais.
Caro entrevistado, somos pesquisadores do Programa de Mestrado em Engenharia de Produção e Sistemas da PUCPR e fazemos parte do grupo de pesquisa de Concepção e desenvolvimento de produtos e sistemas.
O presente questionário será utilizado para o levantamento de informações relativas ao nível de maturidade das organizações em relação aos processos de gestão e métodos utilizados. As informações obtidas serão utilizadas, única e
exclusivamente para fins acadêmicos, ficando a identidade da empresa e do entrevistado guardadas em absoluto sigilo.
O tempo médio para o preenchimento do questionário é de 20 minutos. Não há respostas corretas ou incorretas, somente respostas mais adequada para a organização analisada. Por isso, reflita cuidadosamente e opte pela resposta
que melhor expresse a situação.
Desde já, agradecemos a sua colaboração;
Alfredo Iarozinski Neto (alfredo.neto@pucpr.br)
Luci Michelon Lohmann (luci.michelon@pucpr.br)
Rosemary Aparecida Martins Roberto (me[email protected])
Parte 1 – Identificação do perfil da organização e do entrevistado.
Nome da empresa:
Setor: Ano de fundação:
Tipo de constituição:
( ) Limitada ( ) SA capital fechado
( ) SA Capital aberto ( ) Capital Misto
( ) Estatal ( ) Outro _____________
Tipo de administração:
( ) Familiar
( ) Profissional
( ) Mista
( ) Outro ______________________________
Número de funcionários no Brasil: _______________
Na unidade Analisada: _______________
No Mundo: _______________
Tipo de produção:
( ) Sob encomenda ( ) Produção seriada ( ) Seriada em lotes ( ) Contínua ( ) Outros ________
Cidade:
Cargo que você ocupa na empresa:
( ) Direção ( ) Gerência ( ) Chefia ( ) Supervisão ( ) Operação ( ) Outros______________
Há quantos anos trabalha na empresa:
Qual a área em que você trabalha?
( ) Administrativa ( ) Comercial ( ) Financeira ( ) Contábil ( ) Recursos Humanos ( ) Produção ( ) Engenharia / desenvolvimento ( ) Outro ________
Caso você queira receber os resultados da pesquisa informe seu e-mail:
,
165
Parte 2 – Características da organização.
Uma série de características de uma organização empresarial são mostradas abaixo. Observe que cada característica tem o seu oposto. Leia cada característica e classifique sua organização de acordo com o número da escala que
você acha mais adequada. Preencha todas as respostas tentando ser o mais imparcial possível.
1
Qual o nível de centralização da estrutura organizacional da empresa?
Centralizada 1 2 3 4 5 6 7 Descentralizada
2
Qual o nível de formalização dos cargos/funções?
Sem formalização 1 2 3 4 5 6 7 Totalmente formalizada
3
Qual o nível da formação dos funcionários?
.
Sem formação 1 2 3 4 5 6 7 Maioria com formação superior e Pós-
Graduação
4
Qual a quantidade de horas de treinamento dos funcionários por ano?
Sem treinamento 1 2 3 4 5 6 7 Média superior a 12 dias por ano
5
Qual o nível de formalização das atividades e processos?
Sem formalização
(realizada de maneira intuitiva)
1 2 3 4 5 6 7 Totalmente formalizada
(padronização total do processo)
6
Qual o grau de autonomia dos funcionários?
Sem autonomia 1 2 3 4 5 6 7 Autonomia total
7
Qual o nível de polivalência dos funcionários?
Realiza uma única atividade 1 2 3 4 5 6 7 Multi-atividades
8
Quantos níveis de hierarquia existem na empresa?
Sem hierarquia 1 2 3 4 5 6 7 Muito Hierarquizada
9
Qual o nível de integração entre os processos?
Baixo 1 2 3 4 5 6 7 Muito alto
10
Qual a taxa de crescimento da empresa nos últimos 3 anos?
Zero 1 2 3 4 5 6 7 > 20 % ao ano
11
Como você classifica o estilo de gestão da empresa?
Autocrática 1 2 3 4 5 6 7 Democrática
12
Qual o nível de cooperação entre os funcionários?
Sem cooperação 1 2 3 4 5 6 7 Cooperação total
13
Qual o nível de interação (troca de informações formais e informais) entre os funcionários?
Sem troca de informações 1 2 3 4 5 6 7 Intensa troca de informações
14
Qual o nível de controle exercido sobre às atividades/funcionários?
Sem nenhum controle 1 2 3 4 5 6 7 Controle Intensivo
15
Existe uma estratégia organizacional claramente definida?
Sem estratégia 1 2 3 4 5 6 7 Estratégia definida e aplicada
16
Qual o nível de investimentos em tecnologias e equipamentos realizados nos últimos 3 anos?
Nenhum 1 2 3 4 5 6 7 Muito grande(re-configuração total
produtos, processos e equipamentos)
17
Qual a posição da empresa em relação às concorrentes?
Entre as últimas do mercado 1 2 3 4 5 6 7 Entre as líderes do mercado
18
Qual o tempo de resposta a demandas de mercado? (novos produtos, certificações, novas
tecnologias)?
Muito lenta 1 2 3 4 5 6 7 Muito rápida
19
Qual é a capacidade da empresa em se adaptar às mudanças do seu mercado/ambiente?
Nenhuma 1 2 3 4 5 6 7 Forte capacidade de adaptação
20
Com relação a sua empresa você diria:
Ela segue as mudanças no mercado 1 2 3 4 5 6 7 Ela se antecipa as mudanças
21
Como você considera o mercado em que sua empresa atua?
Muito estático 1 2 3 4 5 6 7 Muito dinâmico
22
As relações entre funcionários ocorrem com mais freqüência de forma:
Formal 1 2 3 4 5 6 7 Informal
166
Parte 3 – Nível de efetividade dos processos.
Neste bloco são apresentados os principais processos de gestão de uma organização empresarial. Os processos apresentados devem ser classificados em níveis de desenvolvimento e estão distribuídos em uma escala de 1 a 7 pontos. Os
valores correspondentes a cada nível são os seguintes:
1 2 3 4 5 6 7
Processo inexistente Processo minimamente
desenvolvido (ou em
implantação)
Processo pouco desenvolvido
(ou utilizado parcialmente)
Processo desenvolvido
(implantado e funcionando)
Processo bem desenvolvido
(implantado e funcionando
plenamente)
Processo muito desenvolvido
(funcionando plenamente e
estabilizado)
Processo altamente desenvolvido
(plenamente utilizado com
aperfeiçoamentos constantes)
Processos
1. Processo
inexistente
2 Processo
minimamente
desenvolvido
3. Processo
pouco
desenvolvido
4. Processo
desenvolvido
5. Processo
bem
desenvolvido
6. Processo
muito
desenvolvido
7. Processo
altamente
desenvolvido
23 A organização desenvolve uma visão estratégica com base na análise do ambiente externo?
1 2 3 4 5 6 7
24 Sua empresa avalia as tendências econômicas e seus impactos na sua estratégia?
1 2 3 4 5 6 7
25 Sua empresa avalia o impacto das mudanças sociais e culturais na estratégia?
1 2 3 4 5 6 7
26 A empresa possui uma visão estratégica alinhada ao negócio?
1 2 3 4 5 6 7
27 A empresa procura sempre difundir esta visão estratégica?
1 2 3 4 5 6 7
28 A empresa desenvolve e estabelece metas organizacionais?
1 2 3 4 5 6 7
29 A empresa busca sempre administrar as metas para então, medí-las e avaliá-las?
1 2 3 4 5 6 7
30 A empresa utiliza estratégias na concepção e no desenvolvimento de novos produtos?
1 2 3 4 5 6 7
31 Existe uma metodologia formal de desenvolvimento de novos produtos?
1 2 3 4 5 6 7
32 O processo de desenvolvimento de novos produtos é avaliado e aperfeiçoado?
1 2 3 4 5 6 7
33 A escolha e avaliação de novos produtos levam em consideração as idéias e necessidades dos
consumidores?
1 2 3 4 5 6 7
34 O projeto, fabricação e evolução dos produtos estão relacionados com a qualidade e
confiabilidade?
1 2 3 4 5 6 7
35 Os testes ou avaliação dos produtos são realizados através de apresentação aos clientes e
entrevistas?
1 2 3 4 5 6 7
36 Antes do lançamento de um novo produto são preparados protótipos e realizados testes?
1 2 3 4 5 6 7
37 A empresa possui marketing direcionado para os seus produtos e serviços?
1 2 3 4 5 6 7
38 A empresa gere sua carteira de clientes?
1 2 3 4 5 6 7
167
Processos
1. Processo
inexistente
2 Processo
minimamente
desenvolvido
3. Processo
pouco
desenvolvido
4. Processo
desenvolvido
5. Processo
bem
desenvolvido
6. Processo
muito
desenvolvido
7. Processo
altamente
desenvolvido
39 A empresa conhece seu mercado de atuação através da segmentação do mesmo?
1 2 3 4 5 6 7
40 A empresa possui estratégia de vendas, previsão de vendas e administra estas estratégias?
1 2 3 4 5 6 7
41 A empresa possui orçamentos de vendas globais, estabelece métricas para estes orçamentos e
efetua o controle dos mesmos?
1 2 3 4 5 6 7
42 Existe na empresa um planejamento da cadeia de suprimentos, onde a empresa administra a
demanda dos produtos e serviços
1 2 3 4 5 6 7
43 A empresa identifica as matérias-primas críticas?
1 2 3 4 5 6 7
44 Há um controle de tempo e metas nos processos de produção?
1 2 3 4 5 6 7
45 A empresa faz previsão de demanda?
1 2 3 4 5 6 7
46 A empresa utiliza mecanismos para gestão da demanda?
1 2 3 4 5 6 7
47 A empresa possui controle de estoques através de inventários?
1 2 3 4 5 6 7
48 A empresa possui um controle da programação e desempenho da produção?
1 2 3 4 5 6 7
49 A programação da produção considera a capacidade da produção quando assume prazos de
entrega?
1 2 3 4 5 6 7
50 A empresa tem uma programação baseada em planos de produção?
1 2 3 4 5 6 7
51 A empresa possui um layout (arranjo físico) definido / apropriado?
1 2 3 4 5 6 7
52 A empresa utiliza-se de estratégias de produção? (Ex. Qualidade, rapidez, confiabilidade,
flexibilidade e custos)
1 2 3 4 5 6 7
53 A empresa possui estratégias para flexibilizar o uso da capacidade (aumento / redução)?
1 2 3 4 5 6 7
54 A empresa realizou um estudo de localização quando foi implantada?
1 2 3 4 5 6 7
55 A empresa administra os contratos com os clientes correlacionando-os com as requisições e
ordens de produção ou serviço?
1 2 3 4 5 6 7
56 A empresa possui uma logística que traduz as exigências e o bom atendimento ao consumidor?
1 2 3 4 5 6 7
57 A empresa possui políticas em relação ao atendimento ao consumidor e as gere através de
medidas de satisfação do cliente?
1 2 3 4 5 6 7
58 A empresa analisa através de dados a satisfação dos serviços e dos produtos que coloca no mercado
com o intuito de identificar melhorias?
1 2 3 4 5 6 7
59 A empresa administra os recursos humanos através do planejamento e implementação de políticas
estratégicas aos planos de cargos e salários?
1 2 3 4 5 6 7
60 A empresa possui tecnologias como software e hardware compatíveis com a estratégia do
negócio, buscando manter-se atualizado, trazendo para o negócio as melhores soluções tecnológicas?
1 2 3 4 5 6 7
168
Processos
1. Processo
inexistente
2 Processo
minimamente
desenvolvido
3. Processo
pouco
desenvolvido
4. Processo
desenvolvido
5. Processo
bem
desenvolvido
6. Processo
muito
desenvolvido
7. Processo
altamente
desenvolvido
61 A empresa utiliza o conteúdo gerado pela informática utilizando-a para executar a estratégia e a
operação do negócio?
1 2 3 4 5 6 7
62 A empresa utiliza a contabilidade como fonte de informação para o planejamento e controle?
1 2 3 4 5 6 7
63 A empresa possui políticas de orçamento?
1 2 3 4 5 6 7
64 A empresa controla os custos da produção através da contabilidade de custos?
1 2 3 4 5 6 7
65 A empresa possui controles analíticos e sintéticos das receitas e despesas e através destas efetua
a análise de discrepância de acordo com orçamentos pré-estabelecidos?
1 2 3 4 5 6 7
66 A empresa possui estratégia definida para a gestão dos tributos federais, estaduais e
municipais?
1 2 3 4 5 6 7
67 A empresa possui procedimentos de auditorias externas de forma periódica?
1 2 3 4 5 6 7
68 A empresa administra e controla o fluxo de caixa através de auditoria interna ou externa?
1 2 3 4 5 6 7
69 A empresa calcula seus índices de liquidez, solvência e endividamento constantemente, com
vistas a sua real posição financeira?
1 2 3 4 5 6 7
70 A empresa controla seus lucros contábeis e financeiros e administra o risco do negócio pautado
em dados confiáveis e controláveis?
1 2 3 4 5 6 7
71 A empresa controla seus ativos e conhece o real valor patrimonial dos mesmos?
1 2 3 4 5 6 7
72 A empresa possui políticas sociais e ambientais e estas são demonstradas através do balanço
social?
1 2 3 4 5 6 7
73 A empresa planeja constróe, administra e analisa suas relações externas (acionistas, governo,
empresas, mídia, comunidade, etc)?
1 2 3 4 5 6 7
74 A empresa administra e desenvolve estratégias para o desempenho organizacional através de
modelos de medida de desempenho?
1 2 3 4 5 6 7
169
Parte 4 – Nível utilização de métodos e técnicas de gestão.
Neste bloco são apresentados os principais métodos e técnicas de gestão de uma organização empresarial. Os métodos e técnicas apresentadas devem ser classificados em função do nível de utilização pela empresa e estão distribuídos
em uma escala de 1 a 7 pontos. Os valores correspondentes a cada nível são os seguintes:
1 2 3 4 5 6 7
Método ou técnica inexistente Método ou técnica início de
implantação
Método ou técnica utilizada
parcialmente
Método ou técnica
implantada e funcionando
Método ou técnica
implantada e funcionando
plenamente
Método ou técnica
funcionando plenamente e
estabilizada
Método ou técnica plenamente
utilizada com aperfeiçoamentos
constantes
inexistente Início de
implantação
Utilizada
parcialmente
Implantada e
funcionando
Implantada e
funcionando
plenamente
Funcionando
plenamente e
estabilizada
Plenamente
utilizada com
aperfeiçoame
ntos
constantes
75 Sistema de custeio (padrão, direto ou variável)
1 2 3 4 5 6 7
76 Sistema de custeio ABC
1 2 3 4 5 6 7
77 Balanced Scorecard – BSC
1 2 3 4 5 6 7
78 TQM - Gestão da qualidade total
1 2 3 4 5 6 7
79 FMEA - Failure Models Effects Analysis (produto/processo)
1 2 3 4 5 6 7
80 CEP - Controle Estatístico de processo
1 2 3 4 5 6 7
81 QFD - Desdobramento da função qualidade
1 2 3 4 5 6 7
82 Lean Production
1 2 3 4 5 6 7
83 Normas de qualidade (ISO série 9000 ou 14000)
1 2 3 4 5 6 7
84 TPM - Manutenção Produtiva Total
1 2 3 4 5 6 7
85 Troca rápida de ferramentas
1 2 3 4 5 6 7
86 5S / Métodos motivacionais / comportamentais
1 2 3 4 5 6 7
87 Sistemas Integrados de Gestão (ERP - Enterprise Resource Planning)
1 2 3 4 5 6 7
88 Just-in-time / Kanban
1 2 3 4 5 6 7
89 Concepção assistida por computador – CAD
1 2 3 4 5 6 7
90 Engenharia assistida por computador – CAE
1 2 3 4 5 6 7
91 Manufatura assistida por computador – CAM
1 2 3 4 5 6 7
92 Planejamento do processo assistido por computador - CAPP
1 2 3 4 5 6 7
93 Estudo de tempos e métodos (crono-análise)
1 2 3 4 5 6 7
94 Métodos de organização e padronização do processo de trabalho
1 2 3 4 5 6 7
95 Implementação de equipes de trabalho / solução de problemas
1 2 3 4 5 6 7
96 Kaizen (melhoria contínua)
1 2 3 4 5 6 7
97 Reengenharia de processos
1 2 3 4 5 6 7
98 Troca informatizada de informações (EDI, etc.)
1 2 3 4 5 6 7
99 Análise de valor
1 2 3 4 5 6 7
100 Administração participativa
1 2 3 4 5 6 7
101 Programas de gestão ambiental
1 2 3 4 5 6 7
102 Uso de benchmarking
1 2 3 4 5 6 7
103 Aquisição e uso de equipamentos automatizados (Robôs, SFM, etc.)
1 2 3 4 5 6 7
104 Uso de minifábricas / rearranjo em células de produção
1 2 3 4 5 6 7
105 Engenharia simultânea
1 2 3 4 5 6 7
170
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