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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Escola de Ciência da Informação
ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS DE SOFTWARE E IMPLEMENTAÇÃO
DE UM SOFTWARE LIVRE PARA O SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS FEDERAIS BRASILEIRAS
Márcia Gorett Ribeiro Grossi
Tese apresentada ao programa de pós-
graduação em Ciência da Informação, da Escola
de Ciência da Informação da Universidade
Federal de Minas Gerais, como requisito parcial
à obtenção do título de doutor em Ciência da
Informação.
Linha de pesquisa: Organização e uso da
Informação
Orientadora: Prof
a
Dr
a
Marlene de Oliveira
Belo Horizonte
2008
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Para os amores da minha vida:
Vítor e Breno
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, José Ribeiro da Silva e Maria Helena Silva (em memória); aos
meus queridos irmãos Ronaldo, Paulo, Grace e Glorinha (em memória), e aos
meus filhos Breno e Vítor pelo amor e carinho de sempre.
À minha orientadora, professora Dr
a
Marlene de Oliveira, pela confiança, apoio,
paciência e amizade.
À diretoria e aos funcionários da Fundação Cefetminas (FCM) pelos auxílios
fundamentais para a realização desta pesquisa.
Á amiga Sabrina pela atenção, entusiasmo e por sempre acreditar nos meus
objetivos.
Ao amigo José Wilson pelo incentivo e carinho.
Ao amigo Welber pela confiança em meu trabalho.
Ao professor Gilmar Grossi pelo conhecimento compartilhado, sempre.
Às amigas Adriane, Maria Eugênia e Xina, pelo apoio ao longo da realização
desta pesquisa.
Agradeço a todos que direta ou indiretamente me ajudaram a seguir meu
caminho acadêmico.
RESUMO
As novas tecnologias estão revolucionando as atividades tradicionais de
registro, organização e disponibilização da informação, trazendo várias
conseqüências para os sistemas de informação, assim como para as demais
atividades desenvolvidas em bibliotecas, notadamente as universitárias.
A preocupação da presente pesquisa foi a de verificar a situação das
bibliotecas federais brasileiras quanto ao uso de software para gerenciamento
das atividades de bibliotecas.
Foram consultadas 52 bibliotecas universitárias federais brasileiras, dentre elas
34 (65,38%) responderam ao questionário. A coleta de dados foi realizada em
três etapas em caráter de continuidade para aprofundamento das questões
levantadas.
Nesta perspectiva, esta pesquisa teve como objetivo estudar as características
dos softwares utilizados pelas bibliotecas universitárias federais brasileiras,
para verificar a contribuição dos mesmos para o bom desempenho das
bibliotecas.
Verificou-se que nenhuma biblioteca utiliza software livre, embora tenha
aparecido nos resultados o software PHL que é um software distribuído
gratuitamente apenas nas bibliotecas, para sua implantação e utilização em
estações monousuária e seu código fonte não está disponível para alterações,
sendo necessária a permissão do desenvolvedor do PHL.
O software mais citado na pesquisa foi o Pergamum, que atualmente é o
software brasileiro mais completo.
O segundo software mais citado na pesquisa foi o MicroISIS, embora seu
objetivo principal seja realizar o armazenamento de dados textuais e não de
automatizar as diferentes atividades de uma biblioteca.
Outros softwares apareceram na pesquisa, com um número menor de
ocorrências: Ortodoc, Sophia, Virtua, PHL.7 e o VTLS.
Também foi verificado que algumas bibliotecas utilizam softwares
desenvolvidos nas próprias universidades, denominados sistemas de
automação isolados (programas in house).
A partir dos resultados detectados e verificação das carências das bibliotecas
universitárias brasileiras, desenvolve-se um software livre que foi liberado sob
a General Public Licence (GPL), para a gestão de atividades das bibliotecas
brasileiras.
Este software, denominado OpenLibris, foi desenvolvido por meio de
linguagens de programação para web. Para está recuperação da informação
ele incorpora as principais características dos softwares já utilizados pelas
bibliotecas estudadas. Enfatiza os serviços de referência em ambiente digital e
a criação de agentes de interface que sejam capazes de construir e facilitar o
caminho dos usuários no acesso à informação de que necessitam.
Com o desenvolvimento do OpenLibris, comprovou-se que é possível reunir em
um único software para biblioteca: - as funções de automação das diversas
rotinas administrativas e técnicas de uma biblioteca; - módulos de biblioteca
digital; - módulo para os serviços de referência digital (síncronos e
assíncronos), ou seja, a integração de várias tecnologias em um único
software. E que é possível desenvolver softwares para as bibliotecas
universitárias utilizando apenas soluções livres.
Palavras – Chave: Bibliotecas universitárias; Sistemas de recuperação da
informação; Serviços de referência digital; Software livre; OpenLibris
Abstract
The new technologies are revolutionizing the traditional activities of register,
organization and availability of the information. These technologies are
impacting the information systems in such activities developed in libraries,
mainly the university ones.
The concern of this research was to ascertain the situation of Brazilian federal
libraries on the use of software for information management of the activities of
libraries.
Fifty two federal Brazilian university libraries was consulted, among them 34
(65.38%) responded to the questionnaire. Data collection was carried out in
three stages in character of continuity for deepening of the issues raised.
Therefore, this research aimed to study the characteristics of the software used
by the Brazilian federal university libraries to verify the same contribution to the
performance of libraries.
There was no library that uses free software, but has appeared in the results the
software PHL which is a free software distributed only in the libraries, for their
deployment and use in a unique station and its source code is not available for
amendments and require permission developer of the PHL.
The software more cited was the Pergamum, which currently is the most
complete Brazilian software.
The second software more cited was the MicroISIS, although their main goal is
achieving the storage of textual data rather than automate the various activities
of a library.
Other softwares appeared in the research, with a smaller number of
occurrences: Ortodoc, Sophia, Virtua, PHL.7 and VTLS.
It was also found that some libraries use software developed in the is
universities, called isolated automation systems (in house programs).
From the results found, it was possible to develop a free software and its
release under the General Public License (GPL) for the management of
activities of the Brazilian federal university libraries.
This software, called OpenLibris, was developed through programming
languages for web. For it is retrieval of information incorporates the main
features of the software already used by studys libraries. It emphasizes the
services of reference in the digital environment and the creation of interface
agents, which will be able to build and facilitate the path of users, in the access
to the that they need.
With the development of the OpenLibris, it was proved that is possible to join in
the only software for library: - the functions of automation of the several
administrative and technical routines of a library; - modules of digital library; -
module for the digital reference services (synchronous and not synchronous), in
other words, the integration of several technologies in the only one software.
And that is possible to develop softwares for the university libraries using only
free solutions.
Keywords
University library; Information retrieval systems; reference service digital; Free
software; OpenLibris
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AACR
Anglo American Cataloging Rules
ABED Associação Brasileira de Educação a Distância
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações
API
Application Program Interface
ARC
A Cross Archive Searching Service
ASF
Apache Software Foundation
BSD Berkeley Software Distribution
CBBU Comissão Brasileira de Bibliotecas Universitárias
CCN Catálogo Coletivo Nacional
CDD Classificação Decimal de Dewey
CDDL Common Development and Distribution License
CDRS Collaborative Digital Reference Service
CDU Classificação Decimal Universal
CETE Centro de Experimentação em Tecnologia Educacional
CMS Content Management Systems
CMF Content Management Framework
CSS
Cascading Style Sheets
CSV Comma Separated Value
CVS
Concurrent Version System
DEIED Departamento de Informática na Educação a Distância – MEC
DOS
Disk Operating System
DSI Disseminação Seletiva de Informação
DTD Document Type Declaration
FGV Fundação Getúlio Vargas
FSF Free Software Foundation
FRBR Requisitos Funcionais para Registros Bibliográficos
FTI Full Text Index
FUST Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações
GPL Licença Publica Geral
GUI
Graphical User Interface
HIRD
Hurd of Interfaces Representing Depth
HP-UX
Hewlett Packard UniX
HTML
Hypertext Markup Language
HTTP Hyper Text Transfer Protocol
HURD
Hird of Unix Replacing Daemons
IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
IFLA International Federation of Libraries Association
IMAP
Internet Message Access Protocol
ISBD
Internacional Standard Bibliographic Description
ISBN
International Standard Book Number
ISSN
International Standard Serial Number
ITI Instituto Nacional de Tecnologia da Informação
JDBC Java Database Connectivity
JSP
Java Server Pages
KDE
K Desktop Environment
LC
Library of Congress
LDAP
Lightweight Directory Access Protocol
LGPL GNU Lesser General Public License
Mac OS/X Mac Operating Systems Tem
MARC Machine Readable Cataloging
MEC Ministério da Educação e Cultura
METS
Metadata Encoding and Transmission Standard
MIT
Massachusetts Institute of Technology
MPL
Mozilla Public License
NCSA
National Center for Supercomputing Application
NISO
National Information Standards Organizations
NNTP
Network News Transfer Protocol
NTE Núcleos de Tecnologia Educacional
ODBC
Object Database Connectivity
OLAP On Line Analytical Processing
OPAC
On line Public Access Catalog
OMS Organização Mundial da saúde
OPSA Organização Pan-Americana da Saúde
PERL
Practical Extraction and Report Language
PHP
Hypertext Preprocessor
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PNBU Programa Nacional de Bibliotecas Universitárias
POP3
Post Office Protocol
RIG
Rochester Intelligent Gateway
RPC
Remote Procedure Call
RPM
Red Package Modules
SEED Secretaria de Educação a Distância – MEC
SeSu Secretaria de Educação Superior – MEC
SGBD Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados
SNBU
Seminário Nacional de Biblioteca Universitária
SMTP Simple Message Transfer Protocol
SO Sistema Operacional
SOAP Simple Object Access Protocol
SQL Structure Query Language
SRI Sistema de Recuperação da Informação
SV
Subversion
TCU Tribunal de Contas da União
TIC Tecnologia de Informação e Comunicação
UNESCO
United Nations Scientific and Cultural Organizations
USENET
Unix User Network
VM Virtual Machine
XHTML Extensible Hypertext Markup Language
XML EXtensible Markup Language
ZOPE Z Object Publishing Environment
W3C World Wide Web Consortium
WSDL
Web Services Description Language
LISTA DE FIGURAS
1. Árvore de atividades / subatividades de uma biblioteca da Embrapa................. 61
2. Diagrama parcial de blocos das atividades de cadastro. ................................... 164
3. Diagrama parcial de blocos das atividades de circulação................................... 166
4. Diagrama parcial de blocos de exportação de dados......................................... 167
5. Diagrama parcial de relatórios............................................................................ 169
6. Tela inicial do OpenLibris..................................................................................... 170
7. Tela com a área de login do usuário................................................................... 239
8. Tela com o cronograma de desenvolvimento..................................................... 239
9. Tela com a informação técnica do sistema......................................................... 240
10. Tela Menu principal............................................................................................. 240
11. Menu do usuário.................................................................................................. 241
12. Tela troca de senha............................................................................................. 241
13. Tela Menu de configuração................................................................................. 242
14. Menu do OpenLibris............................................................................................. 242
15. Tela SVN............................................................................................................. 243
16. Tela de informações sobre a licença................................................................... 243
17. Menu dos créditos............................................................................................... 244
18. Menu de pesquisa................................................................................................ 244
19. Tela de pesquisa simples.................................................................................... 245
20. Tela de Pesquisa Multicampo.............................................................................. 245
21. Pesquisa Aquisições............................................................................................ 246
22. Tela de Administração de grupos........................................................................ 246
23. Tela de Parceiros................................................................................................. 247
24. Tela Menu de Links............................................................................................. 247
25. Tela definição do OpenLibris.............................................................................. 248
26. Tela de contato da equipe................................................................................... 248
27. Menu da documentação...................................................................................... 249
28. Tela de finalização – sair do sistema................................................................... 249
LISTA DE GRÁFICOS
1. Percentual das universidades universitárias que responderam ao
questionário...............................................................................................
112
2.
Instrumentos de classificação e catalogação utilizados
nas bibliotecas universitárias....................................................................
113
3. Padronização das descrições bibliográficas nas bibliotecas
universitárias brasileiras............................................................................
114
4. Softwares utilizados em sistemas bibliotecários brasileiros...................... 115
5. Comunicação das bibliotecas com os usuários........................................ 117
6. Bibliotecas de universidades federais participantes da pesquisa, por
regiões brasileiras.....................................................................................
149
LISTA DE QUADROS
1. Serviços de referência pela internet..................................................... 67
2. Sistemas cooperativos entre bibliotecas............................................... 118
3. Projetos das bibliotecas universitárias públicas brasileiras.................. 119
4. Processo Gerencial / Aquisição............................................................ 130
5. Processamento Técnico/Catalogação.................................................. 133
6. Consulta e recuperação........................................................................ 137
7. Circulação de Materiais........................................................................ 142
8. Administração de Recursos de Informática do OpenLibris................... 143
9. Processo Gerencial / Aquisição do OpenLibris..................................... 172
10. Processamento Técnico/Catalogação do OpenLibris........................... 173
11. Consulta e recuperação do OpenLibris................................................ 175
12. Circulação de Materiais do OpenLibris................................................. 179
13. Administração de Recursos de Informática do OpenLibris................... 180
LISTA DE TABELAS
1. Acesso da população à Internet................................................................ 38
2. Acesso a Internet & Indicadores............................................................... 40
3. Indicadores da Sociedade da Informação - América Latina e Caribe....... 41
4. Perfil dos respondentes............................................................................. 110
5. Números de bibliotecários dedicados aos serviços de referência............ 150
6. Números de usuários cadastrados nas bibliotecas................................... 151
7. Características do sistema operacional Linux escolhido.......................... 158
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO........................................................................................... 20
2 - A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO .......................................................... 28
2.1 - Tecnologia da informação ..................................................................... 31
2.2 - A distribuição do conhecimento.............................................................. 34
2.2.1 - Acesso à informação em países periféricos........................................ 37
2.3 - Sistemas de recuperação da informação............................................... 49
2.3.1 - Sistemas de biblioteca......................................................................... 54
2.3.1.1 - Serviço de referência........................................................................ 61
2.4 - O software livre na sociedade da informação......................................... 69
2.4.1 - O sistema operacional Linux................................................................ 79
2.4.2 - Licenças para os softwares livres....................................................... 86
2.4.3 - Softwares livres para bibliotecas......................................................... 89
3 - PESQUISA SOBRE SISTEMAS AUTOMATIZADOS EM BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS FEDERAIS.................................................................
99
3.1 - Objeto.da pesquisa................................................................................. 99
3.2 - Procedimentos de pesquisa................................................................... 105
3.2.1- Procedimentos de coleta dados........................................................... 106
3.2.1.1 - Primeira etapa..................... ............................................................ 106
3.2.1.2 - Segunda etapa................................................................................. 107
3.2.1.3 - Terceira etapa.................................................................................. 108
4 - ANÁLISE DOS RESULTADOS................................................................. 110
4.1 - Resultados da primeira etapa................................................................. 110
4.2 - Resultados da segunda etapa................................................................ 122
4.3 - Resultados da terceira etapa ................................................................. 149
4.4 - Resultado final - Produto........................................................................ 154
5 - OPENLIBRIS............................................................................................. 155
5.1 - Origem e características do OpenLibris................................................. 156
5.2 - Parte técnica.......................................................................................... 161
5.2.1 - Instalação............................................................................................ 161
5.2.2 - Documentação.................................................................................... 162
5.2.3 - Subversion (SVN)................................................................................ 163
5.2.4 - Aproveitamento de outros softwares livres.......................................... 163
5.2.5 - Diagramas parciais de blocos.............................................................. 163
5.2.6 - telas (screenshots).............................................................................. 170
5.3 - Análise das características técnicas do OpenLibris............................... 171
6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................... 183
BIBLIOGRAFIA............................................................................................... 192
Apêndice 1...................................................................................................... 206
Apêndice 2 ..................................................................................................... 207
Apêndice 3 ..................................................................................................... 209
Apêndice 4 ..................................................................................................... 218
Apêndice 5 ..................................................................................................... 219
Apêndice 6...................................................................................................... 220
Apêndice 7 ..................................................................................................... 222
Apêndice 8...................................................................................................... 223
Apêndice 9 ..................................................................................................... 224
Apêndice 10 ................................................................................................... 225
Apêndice 11.................................................................................................... 226
Apêndice 12.................................................................................................... 227
Apêndice 13.................................................................................................... 229
Apêndice 14.................................................................................................... 239
Anexo 1.......................................................................................................... 250
20
1 INTRODUÇÃO
A sociedade industrial caracteriza-se por elementos como máquinas e
ferramentas, trabalhadores especializados, produção em série, energia, entre
outros, enfim, tudo voltado para a produção de bens materiais; a sociedade
atual denominada de pós-industrial
1
consolida-se na experiência
organizacional, no investimento em tecnologia de ponta, nos grupos de
especialistas, na produção modular, na informação, de acordo com autores
como Santos (1999) e Zuffo (1997).
Essa nova era, denominada sociedade da informação, teve início nos últimos
anos da década de 1950. Para Araújo e Dias (2005) o termo sociedade da
informação
2
se define como a etapa do desenvolvimento da sociedade
caracterizada pelo grande volume de informação organizada, onde “o espaço
de produção não é mais o da fábrica ou do escritório, mas o conjunto de meios,
que é, antes de tudo, um conjunto de informações”, sejam estas cientificas,
tecnológicas, comerciais, financeiras e culturais, disseminadas de forma rápida
e interativa.
Na análise dessa transição, Bandeira (2005) percebe que a evolução da
sociedade se tornou mais dinâmica e com novas e diferentes características,
ressaltando a complexidade do significado do termo pós-industrial,
principalmente quando relacionado a uma sociedade, observando que:
1
Segundo Rampazzo Gambarato (2004) a formulação original do conceito de sociedade pós-
industrial foi apresentada durante um debate sobre tecnologia e mudança social, realizado em
Boston em 1962, pelo professor de sociologia da Universidade de Harvard - Daniel Bell - para
designar as novas estruturas que se desenvolveram nas sociedades da segunda metade do
século XX. Bell fixou em 1956 a data precisa do nascimento da sociedade pós-industrial, ano
em que, pela primeira vez nos Estados Unidos, os trabalhadores da área administrativa
superaram os da produção em quantidade.
2
Conforme Moore (1999, p.97) é difícil definir Sociedade de Informação, mas é possível
descrever características comuns a esta sociedade. Contudo, traz o entendimento de que
Sociedade de Informação é uma sociedade na qual a informação é utilizada intencionalmente,
como elemento da vida econômica, social, cultural e política.
21
o período entendido como pós-industrial será identificado por
vários autores como uma nova etapa das sociedades em
função das rupturas históricas, das mudanças de uma
economia baseada em produtos para uma economia de
serviços, da celeridade dos avanços tecnológicos, sobretudo
da informatização ( Bandeira, 2005, p.48).
Assim, o modo de produção tecnológica e a organização do conhecimento
localizado e concentrado em universidades e centros de pesquisa, começaram
a formar uma rede, na qual a informação é tecido tênue que conduz à interação
em sociedade alimentando sistemas auto-realimentáveis e a inteligência do
indivíduo, antes destinada à construção do produto, passou a ser dirigida para
o produto final. Saracevic (1996) identifica este fenômeno como imperativo
tecnológico, aplicado no campo da Ciência da Informação pressupõe o
desenvolvimento e aplicação de uma crescente gama de produtos e serviços
de informação. Isto acelera o surgimento de novas tecnologias, resultando em
diferentes transformações na sociedade, que se repercutem em todas as suas
esferas.
Na visão de Lachini (2001, p.219) “a sociedade do novo milênio é chamada
de sociedade do conhecimento e da aprendizagem. É uma sociedade
criada a partir de um novo salto dado pela humanidade com o uso de
computadores.” Este autor alerta para o fato de que estamos inseridos em
uma imensa rede de informações, uma grande teia onde a moeda mais
importante é o conhecimento.
É a partir desta visão de mundo que Castells (1999) considera que a
industrialização da informação teve início a partir do surgimento de vários
meios de comunicação e se deve, mais recentemente, à informática
3
, cuja
3
Segundo Zambalde (2000) pode-se definir o termo informática como o ramo do conhecimento
que cuida dos conceitos, procedimentos e técnicas referentes ao processamento ou tratamento
de conjunto de dados.O processamento de dados consiste em qualquer atividade que envolva
o recebimento de dados brutos (entrada), a manipulação desses dados (processamento) e a
sua conseqüente adequação em informação específica (saída).
22
velocidade de transmissão diminuiu distâncias, e ao avanço tecnológico que
reduziu custos, neutralizando tempo e espaço.
Sob este enfoque, a ciência, a educação e a tecnologia têm forte presença
nesta nova sociedade da informação e do conhecimento, gerando, portanto,
uma busca de novas formas de perceber e agir. A informação, a
aprendizagem e o conhecimento sempre foram fundamentais nos
processos de desenvolvimento da humanidade e o que se percebe, na
atualidade, em vista da chamada revolução informacional, é a ampliação da
dependência humana em relação à informação e ao conhecimento.
Nesse contexto começaram a surgir problemas informacionais, os quais foram
definidos por Bush (1945) como o crescimento exponencial da informação e de
seus registros e de como tornar acessível um acervo crescente de informação,
o que levou ao surgimento de uma nova ciência para lidar com estes
problemas. Saracevic (1996) explica a relação entre os problemas
informacionais e esta nova ciência: “problemas informacionais existem
longo tempo, sempre estiveram mais ou menos presentes, mas sua
importância real ou percebida mudou e essa mudança foi responsável pelo
surgimento da Ciência da Informação...” Saracevic (1996, p.43).
Com a preocupação de entender as mudanças que estão acontecendo no
mundo atual relacionadas ao aumento da produção de registros de
conhecimentos/informações surgiu a Ciência da Informação. Ela foi definida por
Borko (1968) como a disciplina que investiga as propriedades e o
comportamento da informação, as forças que governam seu fluxo e os meios
de processá-la para otimizar sua acessibilidade e uso. A Ciência da
Informação está ligada ao corpo de conhecimentos relativos à origem, à coleta,
à organização, estocagem, recuperação, interpretação, transmissão,
transformação e ao uso da informação. Borko (1968) foi um dos pioneiros a
conceituar a Ciência da Informação. Nas décadas seguintes até os dias atuais
muitas e variadas definições surgiram. Observa-se na literatura de tais
23
conceituações que elas se modificaram ao longo do tempo como referência
uma visão mais estreita ou mais ampla do objeto informação. Tais
contribuições são importantes e focam fundamentalmente as questões de
organização, disponibilização e recuperação da informação, o que conduz a
idéia que são essas atividades principais da área. Conclui-se, portanto que a
ciência da informação surgiu, conforme a literatura da área, com a
preocupação de organizar e disponibilizar para uso as informações produzidas
por uma cultura.
São muitas as controvérsias quanto à data e local de surgimento da Ciência da
Informação. Conforme Pinheiro (1995) o registro oficial desta ciência data de
1962, durante o evento promovido pelo Georgia Institute of Technology, nos
Estados Unidos. Autores como Pinheiro (1997), Saracevic (1992) e Oliveira
(1998) acreditam que a Ciência da Informação surgiu a partir de duas
disciplinas: da Documentação, nascida das idéias de Paul Otlet e Henri La
Fontaine. E também da Recuperação da Informação, sobre a qual abordar-se-a
mais adiante.
Contudo há unanimidade na Ciência da Informação de que seu objeto de
pesquisa é a informação. Considerando que a informação é um componente
intrínseco de quase todas as atividades de uma organização ou cultura, os
debates sobre sua conceituação no campo da Ciência da Informação são
intensos. São muitas as definições de vários autores que olham a informação
em determinados contextos, fluxos ou processos. Braga (1995) aponta várias
acepções possíveis para informação, citando diversos autores, tais como:
Brillouin, Wiener, Mattessich, Saracevic, Goffman, Buckland, que definem a
informação como redutor de incerteza, entropia negativa, fator de homeostase,
força básica, utilidade pública ou algo que possa ser transmitido em um
processo de comunicação.
Como são muitos os conceitos de informação, adotou-se, no âmbito desta
pesquisa, o conceito de Lucien Sfez (1996), que relaciona informação com o
saber e a comunicação, sendo que estes três termos - informação, saber,
comunicação - parecem indicar uma sucessão ininterrupta, uma continuidade
24
bem articulada entre eles. Para o autor a informação não concede, por si só, o
saber. A coleta de documentos não é senão uma etapa embrionária do trabalho
de organização que se lhe segue. A organização, sim, pode dar acesso a um
determinado conhecimento do assunto. Ele também alerta sobre a importância
de interromper, em certo momento, a acumulação de documentos, para evitar a
imersão em um volume de informações às vezes desnecessária. O excesso de
informação pode confundir, assim a necessidade de saber livrar-se do
supérfluo. Este procedimento nas bibliotecas é denominado descarte,
atividade de retirar do acervo documentos desatualizados e sem valor histórico.
Para alguns autores, como Wersig (1993), a dificuldade na construção de
conceitos conciliatórios em relação à Ciência da Informação relaciona-se à
natureza do seu objeto, a informação. A Ciência da Informação conta
atualmente com diferentes enfoques conceituais sobre seu objeto de estudo,
de seus métodos, de seus limites e abrangências. Como as chamadas novas
ciências (Comunicação Social e Ciência do Meio Ambiente) a Ciência da
Informação desenvolveu alguns construtos teóricos sem integração ou pouca
integração entre eles, por exemplo: as teorias de organização da informação,
sistemas de recuperação da informação, estudos de uso e usuários de
informação, dentre outros. Saracevic (1996) apresentou uma visão inovadora
desse campo científico:
(...) um campo dedicado a questões científicas e à prática profissional, voltadas
para os problemas da efetiva comunicação do conhecimento e de registros de
conhecimento entre seres humanos, no contexto social, institucional ou
individual do uso e das necessidades de informação. No tratamento dessas
questões são consideradas de particular interesse as vantagens das modernas
tecnologias informacionais (Saracevic, 1996, p.47).
A despeito da fragilidade teórica da área, as atividades de informação
desenvolvem-se de forma acelerada, necessitando de suporte e metodologias
eficazes de organização e disseminação da informação. Nesse sentido, a
25
produção, a distribuição e o acesso à informação estão no centro desta nova
sociedade (Capurro; Hjorland, 2003), sendo fundamental o estudo das relações
entre informação e conhecimento e, também, desses com a tecnologia. Cabe,
neste momento explicar, para melhor entendimento deste estudo a relação
entre Ciência da Informação e atividades de bibliotecas. A biblioteconomia,
disciplina que desenvolve estudos de biblioteca apresenta paradigma diferente
da Ciência da informação (Oliveira, 2005). Contudo são disciplinas que
buscam soluções para problemas semelhantes, daí a interlocução entre as
duas é perto e constante. No Brasil, atualmente os problemas de pesquisa
assim como as reflexões sobre as técnicas e metodologias de atividades de
bibliotecas são realizadas na Ciência da Informação. Cabe acrescentar que os
problemas ligados às bibliotecas brasileiras são inúmeros e de natureza
diversa, incluindo políticas públicas, aquisições e volume de informação a
serem disponibilizados.
É importante ressaltar que o foco de atenção deve estar na informação, e não
na ferramenta em si, mas que, por causa da necessidade imperativa do uso de
tal ferramenta, novas formas de convivência entre homem, máquina e
informação vêm se desenhando no mundo. Essas mudanças refletem-se nas
tecnologias da informação e estas, por sua vez, nos mais diferentes setores da
sociedade, como as universidades, que têm como uma de suas funções a
disseminação do conhecimento, como um subsídio à pesquisa e inovação.
Desta maneira, é importante compreender as funções das bibliotecas na
sociedade da informação, assim descritas por Araújo e Dias (2005):
1) preservação dos registros da informação, o que motivou a criação da
biblioteca;
2) organização da informação, para a qual foram desenvolvidas e
aperfeiçoadas técnicas de catalogação, classificação e indexação;
3) disseminação da informação, função desempenhada através da criação de
serviços e produtos de informação.
A partir dessas considerações, surgiu a preocupação de como desenvolver
essas funções no novo contexto da sociedade da informação, como lidar com
26
os vários desafios a serem enfrentados pelas bibliotecas, no que se refere ao
gerenciamento de informações e de acervo.
Quando os egípcios inventaram o papiro, ou quando, durante a revolução
industrial Johann Gutenberg inventou os tipos móveis utilizados na imprensa, a
reprodução das informações
4
foi facilitada pela revolução da base material,
permitindo o acesso mais fácil ao conhecimento e, consequentemente o seu
suporte, tornando-o mais acessível, mais comunicável e facilitando a sua
estocagem (Lima, 2002).
Hoje, na denominada sociedade da informação, as novas tecnologias estão
novamente revolucionando a base de registro, a organização e a disseminação
da informação e do conhecimento, e essas mudanças atingem também as
bibliotecas.
Segundo Lancaster (1994), o impacto das tecnologias de informação,
principalmente a internet, tem sido bastante forte nos sistemas de informação e
nas bibliotecas. Como conseqüência dessas mudanças surgem também
oportunidades para o desenvolvimento de novos e diferentes serviços. De
acordo com Cunha (2000), sempre existiu uma relação direta entre as
bibliotecas e a tecnologia da informação:
(...) em todas as épocas, bibliotecas sempre foram dependentes da tecnologia da
informação. A passagem dos manuscritos para a utilização de textos impressos, o
acesso à base de dados bibliográficos armazenados nos grandes bancos de dados,
o uso do CD-ROM e o advento da biblioteca digital, no final dos anos 90, altamente
dependente das diversas tecnologias de informação, demonstram que as biblioteca
s
sem
p
re acom
p
anharam os novos
p
aradi
g
mas tecnoló
g
icos
(
Cunha
,
2000
,
p
.75.
)
4
No contexto desta pesquisa adotou-se a definição de Le Coadic (1996): A informação é um
conhecimento inscrito (gravado) sob a forma escrita (impressa ou numérica), oral ou
audiovisual. O conhecimento (um saber) é resultado do ato de conhecer, ato pelo qual o
espírito apreende. Conhecer é ser capaz de formar a idéia de alguma coisa: é ter presente no
espírito. Isso pode ir da simples identificação (conhecimento comum) a compreensão exata dos
objetos (conhecimento cientifico).
27
Com a evolução das novas tecnologias, surgiram vários softwares para
gerenciamento das atividades de informação em biblioteca. No entanto, no
contexto digital, têm-se percebido dificuldades relativas à busca e à
recuperação de informação, o que revela a existência de problemas entre o
usuário final e as fontes de informação, o que pode ser motivado pela falta de
preparo dos usuários para resolver efetivamente suas necessidades de
informação ou softwares inadequados para tais atividades.
Alves et al. (2002) apontam problemas como a falta de orientação do usuário
no uso das ferramentas e de serviços adequados, como nos mecanismos de
busca, nos catálogos de bibliotecas, nos sites de pesquisas, nas bases de
dados, dentre outros, bem como a baixa qualidade e a quantidade de
informações recuperadas pelos mecanismos de busca, o que dificulta a
localização de uma fonte especifica. Para as atividades de bibliotecas existem
bons softwares no exterior, porém muitos dispendiosos para nossa realidade.
No Brasil, são recentes e poucas as iniciativas neste sentido, sendo que o valor
dessa ferramenta continua alto. Isso nos conduz a pensar que um software
para biblioteca pode ser caro para atender uma demanda pequena, como
parece ser em muitas bibliotecas brasileiras.
Nesta perspectiva, esta pesquisa teve como objetivo estudar as características
dos softwares utilizados pelas bibliotecas universitárias federais brasileiras e
verificar a contribuição dos mesmos para o bom desempenho das bibliotecas.
A partir dos resultados detectados, foi possível desenvolver um software livre e
sua liberação sob a General Public Licence (GPL), para a gestão de atividades
das bibliotecas universitárias federais brasileiras. Este software, desenvolvido
por meio de linguagens de programação para web, está voltado para os
serviços de referência em ambiente digital, com foco na busca e recuperação
de informação, incorporando as principais características dos softwares
utilizados pelas bibliotecas; enfatiza a criação de agentes de interface, que
sejam capazes de construir e facilitar o caminho dos usuários, no acesso à
informação de que necessitam. Trata-se de mecanismos para acesso
simplificado às informações contidas no software, por meio das telas de busca
de obtenção dos dados.
28
2 A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
A sociedade da informação foi definida por Araújo e Dias (2005) como a etapa
do desenvolvimento da sociedade que se caracteriza pela abundância de
informação organizada; surgiu no fim do Século XX, com a Globalização e
encontra-se em processo de formação e expansão. A sociedade da Informação
representa uma nova era, na qual as transmissões de dados são de baixo
custo e as tecnologias de armazenamento de dados e informações são
amplamente utilizadas, dentre outras características.
Nas atividades que caracterizam essa nova sociedade, a informação flui em
velocidade e quantidade antes inimagináveis, assumindo valores políticos,
religiosos, sociais, antropológicos e econômicos fundamentais (Moura, 2004).
Esta sociedade teve origem durante a Segunda Guerra Mundial, como
conseqüência da explosão informacional e documental, com a aceleração dos
processos de produção e de disseminação da informação e da revolução
científica e técnica.
Tal como aconteceu a transição do setor agrícola para o industrial, quando
houve uma grande transformação nos diversos segmentos da sociedade,
ocasionando mudanças de condutos sociais, a atual transformação mostra um
panorama que começou na década de 50, quando ocorreu a mais significativa
ruptura no campo da ciência. Para Carvalho e Kaniski (2000), este foi o início
da era pós - industrial, caracterizada, principalmente, pelos esforços científicos,
tecnológicos e políticos, no sentido de informatizar uma sociedade cada vez
mais turbulenta e interligada e com problemas mais complexos. Também para
Saracevic (1996), essas mudanças caracterizam a passagem da sociedade
industrial para a sociedade pós-industrial, ou sociedade da informação, ou do
conhecimento - nomenclaturas geradas no interior do mesmo fenômeno e
praticamente sinônimas, mesmo que não apresentem exatamente os mesmos
significados.
29
Para Lucena (1998), a sociedade da informação é caracterizada pelo
surgimento da microeletrônica
5
, bem como pela integração das tecnologias de
informação e pela intensificação da comunicação na vida social, profissional e
privada, juntamente com a percepção de que a informação é um fator
fundamental para a estrutura da sociedade e insumo básico da produção
intelectual, cultural e econômica.
Assim, uma das grandes inquietações da sociedade atual é a informação: sua
produção, armazenamento, organização e uso. E falar de informação é
perceber a complexidade de um campo de conhecimento que visa “tornar mais
acessível um acervo crescente de conhecimento” (Saracevic, 1996, p.42).
Dessa maneira, a educação se articula nos ambientes informacionais
trabalhando a informação e o conhecimento como matéria prima dos diversos
processos que emergem na sociedade contemporânea. Em virtude de tudo
isso, existe uma preocupação com o que se relaciona com a informação, bem
como o seu processamento, nos mais diferentes tipos de instituição. A
mudança na composição da forma de trabalho dos diversos setores é nítida:
observa-se uma diminuição no número de empregos no setor industrial,
enquanto o setor de serviço, no qual a informação é mais evidente e vem
aumentando e superando o emprego industrial. Este fato se deve
principalmente ao crescimento e ao aprimoramento tecnológico e à grande
evolução de áreas do conhecimento como as tecnologias de informação e de
comunicação (TIC’s).
Para Turbam e Rainer (2003), a tecnologia de informação é um conjunto de
recursos dedicados ao armazenamento, ao processamento e à comunicação
da informação, organizados normalmente em sistemas de informação
baseados em computador, capazes de executar um conjunto de tarefas de
componentes tecnológicos, não se restringindo aos equipamentos (hardware),
programas (software) e comunicação de dados.
5
A microeletrônica é um ramo da engenharia elétrica voltado à integração de componentes em
estado sólido, da miniaturização de semicondutores, representa os circuitos integrados
(Zuffo,1984).
30
Existem também tecnologias relativas ao planejamento de informática,
desenvolvimento de sistemas, suporte ao software, processos de produção e
operação e suporte de hardware.
A tecnologia de informação é importante não somente por sua função de apoio,
mas, também, pelo impacto que provoca nas pessoas, na estrutura e na
estratégia institucional, e, também, nos processos desenvolvidos em atividades
de informação, pois, de acordo com Marcondes (1999, p. 62), “as novas
tecnologias de informação transformam de maneira fundamental as práticas
informacionais, na medida em que operam a separação entre suporte e
informação”.
O propósito principal da tecnologia de informação é possibilitar que as
instituições alcancem os seus objetivos pelo uso eficiente de seus recursos:
pessoas, materiais, máquinas e outros ativos. Marcondes (1999) considera que
as tecnologias de informação estão presentes de forma muito mais abrangente
em todas as etapas do trabalho informacional, e que automatizar os processos
de organização dos acervos de uma biblioteca é apenas uma das facetas do
emprego da tecnologia de informação.
O autor mostra que a política de desenvolvimento de coleções está
relacionada, atualmente, com recursos eletrônicos, com bases de dados
remotas ou em CD-ROM, e com os recursos da internet. Nas atividades de
seleção e aquisição de acervo, utilizam-se as facilidades de consulta aos
catálogos de livreiros e editores e os mecanismos de compra à distância.
Quando se fala de bibliografias e da construção de repertórios bibliográficos,
não se pode esquecer dos recursos da internet.
As atividades de referência e as fontes bibliográficas estão relacionadas com
as bases de dados em CD-ROM e recursos da internet. No Brasil, recursos
31
como o do COMUT
6
e do Scielo
7
e o correio eletrônico em geral auxiliam os
serviços de localização, acesso ao documento final, obtenção de cópias e
empréstimo entre bibliotecas, e bases de dados em diferentes organizações
que devem possuir um bom suporte de redes de computadores. Assim, a
tecnologia de informação pode ser reconhecida como um meio importante para
viabilizar mais e melhores os serviços prestados aos usuários.
2.1 - Tecnologias de informação
Na sociedade da informação, tecnologias como as fibras óticas, satélites e
antenas parabólicas atuam como base dessa nova sociedade. Suas atividades
diminuem as fronteiras geográficas, tornando possível o contato entre pessoas
e instituições em qualquer ponto do planeta, democratizando assim o acesso à
informação. São revoluções tecnológica, social e também cultural, uma vez
que, segundo Lima (2002), a sociedade da informação, que tem como
prioridade a informação e a tecnologia, influencia estilos de vida, padrões de
comportamento (lazer, trabalho, consumo), o sistema educacional e o mercado
de trabalho.
Todas as vantagens das novas tecnologias devem ser colocadas em favor das
bibliotecas, para que estas possam realizar suas atividades de tratamento da
informação, como, por exemplo, nos processos de catalogação e de indexação,
criando instrumentos com a reunião das vantagens da computação, da
biblioteconomia e da ciência da informação. Segundo Alvarenga (2003, p.16),
6
O COMUT- Programa brasileiro de comutação bibliográfica que permite a obtenção de cópias
de documentos técnico-científico disponíveis nos acervos das principais bibliotecas brasileiras
e em serviços de informação internacionais. Para participar do Comut, o usuário deve
cadastrar-se no programa, via internet a assim pode pedir cópias de documentos, dirigindo-se
a uma biblioteca pertencente à rede Comut, que funciona como intermediária. Fonte:
http://www.ibict.br/secao.php?cat=COMUT
7
Sieclo – Scientifc Electronic Library on Line (Biblioteca Científica Eletrônica em Linha) é um
modelo para a publicação eletrônica cooperativa de periódicos científicos na internet.
Especialmente desenvolvido para responder às necessidades da comunicação científica nos
países em desenvolvimento e particularmente na América Latina e Caribe.
Fonte:http://www.scielo.org/mode_pt.htm
32
“à medida que as tecnologias da informação foram sendo criadas,
disponibilizadas e aperfeiçoadas, os sistemas de recuperação de informações
documentais assistiram a uma extrapolação dos limites dos tradicionais
catálogos referenciais primeiramente em fichas, alcançando posteriormente as
bases de dados on line.
O uso das novas tecnologias pode facilitar o acesso, a análise e a organização
dos dados e da informação nas bibliotecas, ajudando a solucionar problemas
relativos à organização dos acervos, confecção de catálogos on line, escolha
de softwares para realizar seus serviços. Côrtes et al. (2002) fazem uma
reflexão sobre a automação que surgiu como elemento - chave para que os
sistemas de informação, que objetivam a realização de processos de
comunicação, possam se aperfeiçoar e expandir, provocando mudanças nos
hábitos de acesso e uso da informação. Para o caso específico dos processos
de informação em bibliotecas e arquivos, Côrtes et al. (2002) fazem um alerta
no sentido de que “falar de automação de serviços e sistemas de informação
de bibliotecas e arquivos é muito mais que falar de uso direto de
computadores, construção e acesso a bases nas bibliotecas e arquivos. Mas
que é necessário compreender desde a base técnica do processo de
automação até o verdadeiro uso da informação. Além disso, os computadores
nas bibliotecas devem resultar, sim, na padronização, aumento de eficiência e
melhoria em seus serviços” Côrtes et al. (2002, p.19).
A tecnologia faz parte da sociedade do conhecimento e, assim, não podemos
ignorá-la. Fróes (1994) considera que, diante de coisas novas, o indivíduo
necessita compreender o inusitado, rever posturas e planejar, tendo em vista a
tecnologia a ser utilizada e expõe suas idéias a respeito das instituições de
ensino dentro do mundo da informática, as quais podem ser aplicadas em outro
ambientes:
(...) penso que a escola deve participar do processo de mudança, repensando as
diversas questões provocadas pelo uso do computador. Se as novas tecnologias
trazem novas formas de ler, de escrever, de agir e pensar, a escola necessita
discutir e entender o significado e as conseqüências desses fatos novos (Fróes
1994, p.3).
33
Essa afirmativa vem ao encontro das tendências gerais da tecnologia da
informação, citadas por Turban e Rainer (2003), tendências estas que poderão
contribuir para os seguintes processos de tratamento da informação e da
transferência do conhecimento:
Armazenamento e Memória: os CD-ROMs e outros dispositivos de
armazenamento aumentarão o espaço para guardar dados e
informações, tendo como vantagem a grande capacidade de memória,
que aceita o uso de multimídia e outras tecnologias novas, baseadas em
computador;
Interfaces gráficas e outras interfaces amigáveis para com o usuário: é
um conjunto de recursos de software que fornece aos usuários controle
direto dos objetos visíveis na tela, com a vantagem de melhorar a
interação com o usuário, simplificando ao máximo a interface ser
humano - máquina;
Multimídia e realidade virtual: a multimídia é a integração de vários tipos
de mídia: voz, textos, gráficos, vídeo de movimentação completa e
animação. A realidade virtual usa gráficos em 3D para permitir que
usuários insiram uma representação artificial de algum ambiente, com a
vantagem de fornecer imagens gráficas interessantes, que podem ser
usadas para aprimorar o treinamento educacional, os materiais de
publicidade, de comunicação e de tomada de decisões;
Computação portátil: uso de computadores em carros, máquinas e
produtos para consumidores. Podem ser levados para quase todos os
lugares. Reduzem o tempo entre a obtenção e o processamento de
dados;
34
Expansão da Internet: a integração da televisão e dos computadores por
meio de redes nacionais, baseadas em fibra óptica, pode conectar mais
de 750 milhões de usuários de Internet, em nível mundial, em um futuro
próximo. A finalidade das supervias de informações é permitir que a
Internet alcance toda residência e toda empresa.
Para complementar esta lista de tendências, deve-se acrescentar o
armazenamento web, que é um conceito associado à web 2.0
8
e representa
uma revolução no que se refere ao compartilhamento de som e imagem, com
maior importância para a capacidade de interatividade das chamadas redes
sociais
9
, isso tudo desencadeando avanço tecnológico, quando se refere ao
armazenamento e memória, interfaces gráficas, multimídia e realidade virtual. A
web 2.0 é um termo atribuído a uma serie de conceitos que representam um
novo nível de maturidade no desenvolvimento de aplicações web.
Neste contexto, a Tecnologia da Informação tem papel fundamental em todo
tipo de organização. Pode proporcionar maior competitividade, quando bem
aplicada, possibilitando uma melhoria no que se refere ao gerenciamento da
informação como um todo, consequentemente, possibilitando uma gestão
eficiente e eficaz.
2.2 – A distribuição do conhecimento
Os meios de comunicação, a informática e a Internet são responsáveis pelo
acelerado desenvolvimento tecnológico, que faz crescer exponencialmente a
quantidade de informação disponível em meio eletrônico. Atualmente, a rede
mundial de computadores disponibiliza, em todos os continentes, grandes e
8
Tim O’Reilly (2006) esclarece que a web 2.0 é uma mudança para uma internet como
plataforma e possui varias regras, dentre estas, a mais importante é desenvolver aplicativos
que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais usadas pelas
pessoas aproveitando a inteligência coletiva.
Fonte: htpp://wikipedia.org/wiki/web_2.0
9
Rede social é uma das formas de representação dos relacionamentos afetivos ou
profissionais dos seres humanos entre si ou entre seus agrupamentos de interesse mútuos.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_social
35
inúmeros armazéns de informação. Com grande potencial democrático, a rede
facilita acesso rápido e remoto a informações de diferentes culturas e sociedades.
Dessa forma, a distribuição de informação e do conhecimento no mundo sofre
alterações. A produção dos cientistas e de instituições é publicada na web.
Milhões de páginas sobre todos os assuntos são postados na web diariamente,
e, a cada nova página, provavelmente o autor tenha consultado as páginas
existentes anteriormente sobre o tema. Isso conduz a um crescimento em
grandes proporções da informação em forma digital, e a internet se assemelha
a um grande repositório de documentos eletrônicos, fazendo com que a
distribuição da informação e do conhecimento tenha um caráter muito
abrangente.
Nesse sentido, a distribuição de conhecimento teria hoje um caracter mais
democrático do que a distribuição de qualquer outro fator tradicional de poder,
pois o avanço tecnológico, conferindo rapidez ao processo de comunicação,
disponibiliza a um número crescente de pessoas uma ampla gama de
informações. Sob tal perspectiva e tomando como referência a analise de
Marcondes (1997) sobre o uso intenso da tecnologia da informação, pode-se
dizer que a internet tem um papel fundamental na promoção do acesso
democrático a informações para milhares de pessoas, causando um impacto
muito grande na distribuição do conhecimento, e tornando a sociedade atual
dinâmica, instável e evolutiva. Apesar disso, é importante ressaltar que o
acesso à informação em rede depende das políticas públicas de cada
sociedade para os cidadãos, considerando que grande parte da população
mundial não tem acesso às novas tecnologias, pode concluir pela existência de
uma espécie de utilização da informação/conhecimento.
Olhando por esse prisma, o processo de produção e distribuição do
conhecimento no mundo é muito complexo, principalmente porque está
relacionado com a experiência individual em um contexto social. Castells
(2003) mostra preocupação para com as condições sob as quais a internet está
se difundindo na maioria dos países, causando uma divisão digital mais
profunda, pois nos países periféricos, onde existem tantos problemas sociais, a
36
maioria da população está longe de ter o devido acesso à informação, em
todos os sentidos, incluindo o acesso à internet, o que contribui para que a
desigualdade social e a exclusão digital imperem na sociedade da informação.
Por outro lado, o advento das técnicas eletrônicas, a evolução e o
aperfeiçoamento dos métodos fotográficos, os meios de comunicação e, enfim,
a Internet, fazem com que a difusão das idéias e a transmissão de
conhecimentos sejam acessíveis a um número cada vez maior de pessoas;
embora a biblioteca continue sendo um importante repositório da acumulação
do conhecimento, ela vêm também sofrendo transformações. Alvarenga (2003)
apresenta um novo papel para os autores e profissionais da informação, neste
contexto.
(...) o advento do mundo digital ocasionou novas mudanças no trabalho de
autores e profissionais da informação, fazendo com que estes se
envolvessem com novas possibilidades tecnológicas, diretamente
incidentes nos processos de produção, armazenamento, representação e
recuperação de documentos e informações, alterando seus processos de
trabalho
e produtos finais (Alvarenga, 2006, p17).
,
Mas quais serão os impactos de redes como a internet nas bibliotecas e nos
serviços de informação acadêmicos ou de pesquisa? De acordo com
Marcondes e Gomes (1997) os principais impactos são: número crescente de
publicações concretizadas diretamente em meio eletrônico; enorme facilidade
de acesso a documentos eletrônicos disponíveis na web; grande número de
usuários acessando diretamente a informação desejada; dificuldade de
identificar a informação na enorme rede; surgimento dos agentes inteligentes e
das meta-ferramentas de busca. Os autores alertam para a necessidade de
novas maneiras de realizar o serviço de referência e para a importância de um
planejamento cuidadoso da interface usuário - biblioteca digital.
37
2.2.1 – Acesso à informação em países periféricos
10
Na opinião de Bandeira (2005, p.45), o domínio da informação será
fundamental para a composição da riqueza, embora seu processamento
ultrapasse a capacidade dos indivíduos, continuamente submetidos à rapidez e
ao excesso de informação. Dessa maneira, sociedades que têm como base de
desenvolvimento econômico o avanço científico, tecnológico e dos meios de
comunicação possuem maior acesso às tecnologias da informação e de
comunicações e posicionam-se cada vez melhor na sociedade pós-industrial ou
contemporânea.
Conforme analisa Bandeira (2005, p.49), a inscrição no ambiente digital
depende da apropriação tecnológica de produção e processamento da
informação pelas sociedades. Problemas como a desigualdade no acesso às
informações e aos conhecimentos, o monopólio e a dominação que estão
surgindo na nova sociedade, estão sendo discutidos em vários eventos, em
nível nacional e internacional. Tais eventos têm como objetivo conhecer,
analisar e propor soluções para minimizar os problemas relacionados com a
distribuição de tecnologias. Um desses eventos foi o Fórum Econômico
Mundial (Worls Economic Forum), que buscou rastrear o uso e a distribuição de
tecnologia em 102 países, cujo relatório final (The Glogal Information
Technology Report) é citado por Bandeira (2005). De acordo com o relatório, a
inclusão digital em países industrializados, durante os anos de 2003 e 2004, foi
liderada pelos Estados Unidos, seguidos por Cingapura, Finlândia, Suécia e
Dinamarca.
10
O termo países periféricos foi usado por Braga (2006) em seu artigo: Economia do
conhecimento e sistemas de inovação, para diferenciar as nações desenvolvidas, que
caracterizam-se pela geração endógena de tecnologia, onde a produção e consumo da ciência
e tecnologia são articulados pela esfera da difusão, controlando a demanda e estimulando a
criação de tecnologia. Já os países periféricos dependem da inovação tecnológica produzidas
no centro capitalista, gerando uma dependência tecnológica, limitam-se a copias e a
adaptações tecnológicas, pagando alto os preços da propriedade intelectual sob forma de
royalties. Disponível em:www.dgz.org.br/fevo6/ind
-
com.htm
38
O autor reflete e observa o rápido desenvolvimento nos países nórdicos, bem
como a importante posição ocupada por Cingapura, que tem feito parcerias
entre governo e iniciativa privada no âmbito da tecnologia da informação.
Outras posições no ranking da inclusão digital são apresentadas no relatório:
Japão (12
a
), Taiwan (17
a
), Hong Kong (18
a
), África do Sul (37
a
), Brasil (39
a
),
Índia (45
a
) e China (51
a
). Bandeira (2005) comenta que o Brasil caiu dez
posições em relação ao ano anterior.
O relatório conclui ainda que a distância digital entre os países desenvolvidos e
os mais pobres vem diminuindo a cada aferição anual, e conclui que a
tecnologia de informação pode ser uma poderosa ferramenta na luta contra a
desigualdade.
A tecnologia de informação é considerada como o mais importante fator de
estímulo para inovação em países avançados e em desenvolvimento, Mesmo
assim ainda não chegou ao ponto de promover a igualdade desejada (Livro
Verde, 2000), mas apenas 305 milhões de pessoas (5% da população mundial)
têm acesso à Internet, de acordo com a Associação Brasileira de Educação a
Distância – ABED, que apresenta o percentual de distribuição dos internautas
pelo mundo, no ano de 2005, na tabela abaixo.
Tabela 1 – Acesso da população à Internet
País / Continente Percentagem
em %
Estados Unidos 44,9
Europa 27,4
Ásia 22,6
América Latina 3,5
África 0,6
Fonte: Associação Brasileira de Educação a Distância - ABED
http://www.abed.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=14&infoid=433
39
Pode-se observar a desigualdade de acesso à Internet entre países com
diferentes características de desenvolvimento. Tal situação mostra que, apesar
de a Internet ser considerada uma biblioteca mundial digital, de fácil utilização e
atualização, que fornece informações de todos os tipos, ainda não é um veículo
de comunicação tão acessível para a grande maioria dos brasileiros e de
outros povos dos países periféricos.
Neste contexto surge o fenômeno da divisão digital. De acordo com Rebêlo
(2005), o termo ‘inclusão digital’ significa, antes de tudo, melhorar as condições
de vida de uma determinada região ou comunidade com a ajuda da tecnologia
digital.
A expressão surgiu do termo divisão digital. Para ele, incluir digitalmente não é
apenas “alfabetizar” a pessoa em informática, mas, também melhorar os
quadros sociais a partir do manuseio dos computadores. E a exclusão digital é
o termo que significa a falta de acesso às tecnologias de informação e
comunicação (TICs).
Silveira (2005) analisa a relação política de inclusão digital e o movimento de
software livre como um nexo fundamental da malha de iniciativas pelo
desenvolvimento sustentável, de combate à pobreza e de globalização contra-
hegemônica e, assim, combate à exclusão digital. O autor apresenta, na tabela
2, os resultados estatísticos do Fórum Internacional América Latina y Caribe en
la sociedad de la Información, que ocorreu no Rio de Janeiro, nos dias 26 a 28
de setembro de 2002.
Pode-se verificar que os países que possuem uma renda per capita maior
tendem a possuir maior número de linhas telefônicas, bem como de usuários
individuais da Internet, o que conduz a conclusão que para ter acesso à
internet uma pessoa necessita de equipamentos apropriados para conexão em
rede, ou seja, tecnologias dispendiosas.
40
Tabela 2 – Acesso a Internet & Indicadores
PAÍS POPULAÇÃO
PIB per
capita
(US$ mil)
TELEDENSIDADE
(linhas telefônicas
por 100 habitantes,
(2001)
PROVEDORES
DE SERVIÇOS
DE INTERNET
(2000)
USUÁRIOS
INDIVIDUAIS
DA INTERNET
USUÁRIOS
INDIVIDUAIS
DA
INTERNET
(%população)
Argentina 37.4 milhões
7.46
(2001)
21.3 33
3.88 milhões
(jul. 2001)
10.38
Bolívia 8.3 milhões 2.6 (2000) 6.17 9
78 mil
(dez. 1999)
0.98
Brasil
174.7
milhões
2.93
(2001)
18.18 50
13.62 milhões
4 (maio 2002)
7.74
Chile 15.3 milhões
10.1
(2000)
22.12 7
3.1 milhões
(dez. 2001)
20.02
Colômbia 40.3 milhões 6.2 16.91 18
1.15 milhões
(dez. 2001)
2.81
Equador 13.1 milhões 2.9 10 13
328 mil
(dez. 2001)
2.44
Paraguai 15.7 milhões 4.7 5.54 4
20 mil
(dez. 2001)
0.36
Peru 27.4 milhões 4.5 6.37 10
3 milhões (dez.
2001)
10.73
Suriname 434 mil 3.4 18.06 2
14.5 mil (dez.
2001)
3.32
Uruguai 3.4 milhões 9.3 27.84 7
95 mil
(dez. 2001)
13.61
Venezuela 24 milhões 6.2 10.78 16
95 mil
(dez. 2001)
------
FONTE: Fórum Internacional: América Latina y caribe en la sociedad de la información – Rio
de Janeiro, 26 a 28 de setembro de 2002. Disponível em http://forumalcysi.socinfo.org.br/
Na tabela 3 estão apresentados os indicadores sobre o acesso a internet na
América do Sul, América Central e Caribe. Estes dados foram apresentados
durante o III Fórum Ministerial América Latina e Caribe e União Européia sobre
a Sociedade da Informação, que ocorreu no Rio de Janeiro nos dias 22 e 23
de novembro de 2004. Os dados apresentados nesta tabela se referem ao ano
de 2004, exceto aos referentes aos Provedores de Serviço Internet, que são de
2001.
41
Comparando as duas tabelas, pode-se verificar que os países que possuem
uma renda per capita maior continuam sendo os que possuem maior número
de linhas telefônicas (tanto no que se refere aos terminais fixos bem como os
celulares) e de usuários individuais da Internet. O número de provedores de
serviço de internet permanece na mesma proporção dos números
apresentados na tabela 2.
Assim, apesar do crescimento da internet no mundo, o desequilíbrio no acesso
a tecnologia se mantém na América Latina. Os índices de usuários de internet
ainda continuam sendo baixos, embora tenha ocorrido um aumento entre os
anos de 2001 e 2004. O Brasil tem melhorado seus índices de acesso à
internet, de acordo com o relatório do Índice de Desenvolvimento Humano
divulgado em 2007 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(Pnud)
11
, mostra o Brasil à frente dos países como o Chile, Argentina, México e
Uruguai, neste segmento, sendo que no Brasil, a cada mil habitantes, 195
tinham acesso à web em 2005. No México, são 181 usuários a cada mil
habitantes, na Argentina 177 por mil e no Chile, 172 por mil habitantes. O
Uruguai é o país que mais se aproxima do Brasil entre os latino-americanos,
que apresenta 193 usuários por mil habitantes.
Tabela 3 - Indicadores da Sociedade da Informação - América Latina e Caribe
País
População
(milhões de
habitantes)
PIB per
capita
(US$
mil)
Teledensidade –
Terminais fixos
(linhas telefônicas
por 100 habitantes)
Teledensidade –
terminais celulares
(linhas telefônicas
por 100 habitantes
Provedores
de Serviço
Internet
Usuários
de
Internet
(mil)
% da
população
que é usuária
de Internet
Argentina
39,14 11,2 20,46 16,61 33 4100 10,48%
Bolívia
8,72 2,4 6,88 16,07 9 270 3,10%
Brasil
184,1 7,6 21,08 25,19 50 14300 7,77%
Chile
15,82 9,9 21,92 40,74 7 3580 22,63%
Colômbia
42,31 6,3 20,72 14,62 18 2730 6,45%
Equador
13,21 3,3 11,73 18,13 13 570 4,31%
Guiana Francesa
0,19 8,3 26,84 72,74 2 - -
Guiana
0,71 4 11,32 12,30 3 130 18,31%
Paraguai
6,19 4,6 4,41 28,60 4 120 1,94%
AMÉRICA
DO SUL
Peru
27,54 5,2 6,68 10,56 10 2850 10,35%
11
Fonte: www.pnud.org.br. Acesso em: 14 nov. 2007.
42
Suriname
0,44 3,5 18,14 38,20 2 20 4,55%
Uruguai
3,4 12,6 27,84 19,18 7 400 11,76%
DO SUL
Venezuela
25 4,8 11,37 25,85 16 1274 5,10%
Belize
0,27 4,9 12,33 22,37 2 30 11,11%
Costa Rica
3,96 9 28,59 13,33 3 800 20,20%
El Salvador
6,59 4,8 11,42 17,45 4 550 8,35%
Guatemala
14,28 4,1 5,92 11,04 5 400 2,80%
Honduras
6,82 2,6 4,73 4,79 8 169 2,48%
México
104,96 9 15,20 26,80 51 10033 9,56%
Nicarágua
5,36 2,2 3,20 3,78 3 90 1,68%
AMÉRICA
CENTRAL
Panamá
3 6,3 12,90 27,80 6 120 4,00%
Antigua e Barbuda
0,07 11 54,29 54,57 16 10 14,29%
Aruba
0,07 28 53,00 75,71 - 24 34,29%
Bahamas
0,3 16,8 43,90 40,60 19 84 28,00%
Cuba
11,31 2,8 5,08 0,16 4 120 1,06%
Dominica
0,07 5,4 33,86 13,43 16 13 18,57%
Granada
0,09 5 37,22 8,44 14 15 16,67%
Guadalupe
0,45 8 46,67 71,89 3 20 4,44%
Haiti
7,66 1,6 1,70 1,83 3 80 1,04%
Ilhas Cayman
0,04 35 95,00 42,50 16 - -
Ilhas Virgens
0,11 17,2 63,09 37,27 50 30 27,27%
Jamaica
2,71 3,8 16,40 51,66 21 600 22,14%
Martinica
0,43 14,4 40,00 74,40 2 40 9,30%
Porto Rico
3,9 16,8 34,09 31,05 76 600 15,38%
República
Dominicana
8,83 6 10,21 24,01 24 500 5,66%
St. Kittis e Nevis
0,04 8,8 58,75 12,50 16 10 25,00%
Sta. Lucia
0,16 5,4 31,94 8,94 15 13 8,13%
San Vicente e
Granadinas
0,12 2,9 22,75 8,33 15 7 5,83%
CARIBE
Trinidad e Tobago
1,1 9,6 29,55 32,90 17 138 12,55%
FONTE: Adaptado do III Fórum Ministerial América Latina e Caribe e União Européia sobre a
sociedade da Informação - Rio de Janeiro, 22 e 23 de novembro de 2004. Disponível em
http://forumsocinfo.gov.br/
menu2/soinfo
Segundo Takahashi (2000) no Livro Verde, a difusão do acesso às redes de
informação é bastante desigual no mundo. Em muitos países, o acesso de
todos os cidadãos à nova sociedade tem deixado de ser um dos muitos
componentes das pautas de questões para se tornar objeto principal dos
programas oficiais. O autor afirma que na maioria dos programas e propostas
43
dos governos, a universalização do acesso aos serviços de Internet tem sido
complementada por ações referentes as seguintes frentes: educação pública,
informação para a cidadania e incentivo à montagem de centros de serviço de
acesso público à Internet.
No Brasil existem vários programas de inclusão social e digital implantados e
em desenvolvimento, para o uso das tecnologias de informação e comunicação
e consequentemente redução da exclusão digital, alguns mais, outros menos
bem sucedidos, como:
PROINFO: programa educacional criado em 9 de abril de 1997 pelo
Ministério da Educação e Cultura (MEC) através da Portaria MEC 522,
para promover o uso da Telemática como ferramenta de enriquecimento
pedagógico no ensino público fundamental e médio, cujas estratégias de
implementação constam do documento Diretrizes do Programa Nacional
de Informática na Educação, de julho de 1997. O Programa é
desenvolvido pela Secretaria de Educação à Distância (SEED) do MEC,
por meio do Departamento de Informática na Educação à Distância
(DEIED) do MEC, em parceria com as Secretarias Estaduais e algumas
Secretárias Municipais de Educação. Funciona de forma
descentralizada, com coordenação sob responsabilidade federal e
operacionalização conduzida pelos Estados e Municípios. Em cada
unidade da Federação existe uma Coordenação Estadual ProInfo, cujo
trabalho principal é o de introduzir as Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC) nas escolas públicas de ensino médio e
fundamental, além de articular os esforços e as ações desenvolvidas no
setor sob sua jurisdição, em especial as ações dos Núcleos de
Tecnologia Educacional (NTE).
Para apoiar tecnologicamente e garantir a evolução das ações do
Programa em todas as Unidades da Federação, foi criado o Centro de
Experimentação em Tecnologia Educacional (CETE)
12
.
12
Fonte: http://www.proinfo.mec.gov.br. Acesso em: 14 jan. 2007.
44
Telecurso 2000: é um programa educacional supletivo á distância
dirigida a jovens e adultos que pretendem cursar o ensino fundamental
(antigo 1
o
grau) e o ensino médio (antigo 2
o
grau), ou para quem parou
de estudar e quer retomar seus estudos. Este projeto é desenvolvido
pela Fundação Roberto Marinho
13
.
Cultura Digital: é um programa do Ministério da Cultura para estimular
o uso de software livre, bem como ações de inclusão digital e a
ampliação da circulação de informação e criação. Essas novas frentes
de difusão e acesso á cultura impactam o marco legal dos direitos
autorais de acordo com a disposição atual, e fomenta a discussão sobre
novas formas de licenciamento e gestão de conteúdos. Esse projeto tem
a forma de debate, e no site desse Ministério está disponível um espaço
para conectar e conversar sobre o assunto
14
.
E - governo: o Governo Brasileiro está priorizando a assimilação das
novas tecnologias da informação nos seus processos administrativos e
na prestação de serviços ao cidadão. O avanço nessa direção tem
acontecido, a despeito das limitações de ordem sócio-econômica que
dificultam, no Brasil, o acesso da maioria da população a sistemas de
telefonia e equipamentos de informática. Atualmente são oferecidos aos
cidadãos serviços informatizados que antes requeriam longas vias
burocráticas, com dificuldades variadas e até pagamento de
atravessadores para sua facilitação. Hoje, estão disponibilizados via
rede eletrônica, entre outros: Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
(FGTS), Programa de Integração Social (PIS), Programa de Formação
do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), Declaração de Imposto de
Renda, Carteira de Trabalho, Título de Eleitor, Previdência Social,
Passaporte, Cartão Nacional de Saúde
15
.
13
Fonte: http://www.sp.senai.br/ribeiraopreto/tc2000/tc_oqeh.htm. Acesso em: 14 jan. 2007.
14
Fonte: http://cultura.gov.br/foruns
-
de
-
cultura
-
digital/index.html. Acesso em: 14 jan. 2007.
15
Fonte: http://www/governoeletronico.gov.br/governoeletronico/Acesso em: 14 jan. 2007.
45
Telecomunidade: é um programa do Ministério das Comunicações com o
objetivo de se tornar um instrumento na preparação da sociedade
brasileira para a era digital. O Programa contempla as áreas de
educação, saúde, bibliotecas e segurança pública, promovendo a
conexão entre áreas remotas e fronteiras de interesse estratégico e
propicia, em particular, o acesso de portadores de deficiência física às
novas tecnologias
16
.
Telecentros comunitários: De acordo com o Livro Verde, o termo
“telecentro” tem sido utilizado genericamente para denominar as
instalações que prestam serviços de comunicação eletrônica para
camadas menos favorecidas, especialmente nas periferias dos grandes
centros urbanos ou, mesmo, em áreas mais distantes, possibilitando aos
info-excluídos, principalmente aqueles com dificuldades econômicas, o
acesso às TIC´s, com o compartilhamento desses meios de forma
comunitária. Os telecentros comunitários viabilizam a propagação dos
recursos tecnológicos e informacionais permitindo que um maior número
de excluídos digitais comece a participar da rede, nos de pontos de
acesso público. Apesar de o Brasil possuir praticamente a metade dos
internautas latino-americanos, tem apenas poucas centenas de
telecentros para atender às necessidades do Território nacional. Mesmo
em quantidade de cibercafés, o Brasil ainda é bastante carente
17
.
Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST):
foi instituído pela Lei n
o
9.998 de 2000, com o objetivo de viabilizar a
ampliação da infra-estrutura tecnológica em telecomunicações. Este
fundo nasceu orientado para alavancar a inclusão digital e o acesso
universal à internet no país, através de projetos de instalação de redes
em escolas públicas, nas unidades de saúde, em bibliotecas e centros
16
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-19652001000100002
Acesso em: 14 jan. 2007.
17
Fonte: http://www.idbrasil.gov.br/docs_telecentro. Acesso em: 14 jan. 2007.
46
comunitários e faz parte do projeto ProInfo
18
. O fundo é composto pela
contribuição mensal de 1% da receita bruta de todas as empresas do
setor e pela venda de licenças pela Agencia Nacional de
Telecomunicações (Anatel). Porém, já se passaram mais de 6 anos da
edição da lei que criou o FUST, e não se conseguiu implementar as
condições necessárias para a aplicação dos recursos que o compõem e
que continuam a ser arrecadados. O Tribunal de Contas da União (TCU)
aponta como principal causa para a não aplicação dos recursos do
FUST uma atuação pouco eficaz do Ministério das Comunicações, como
a falta de políticas, prioridades e diretrizes para aplicação dos recursos,
o que infelizmente compromete as ações relacionadas à inclusão
digital
19
. Até julho de 2007 o FUST já arrecadou mais de R$ 5 bilhões.
Tecendo o Saber: este projeto foi lançado pelas Fundações Vale do Rio
Doce e Roberto Marinho, com o apoio do Ministério da Educação, no dia
20 de setembro de 2005, visando proporcionar educação de qualidade a
jovens e adultos saídos da fase de alfabetização e para continuar seus
estudos de 1ª a 4ª séries do ensino fundamental. Mais do que atender a
uma demanda educacional brasileira, o projeto pretende resgatar o
processo de escolaridade que as pessoas perderam ao longo dos anos
e, com isso, contribuir para o desenvolvimento social e econômico do
país. De acordo com seus idealizadores, a abordagem é inovadora: a
partir de temas geradores, entre eles, “Relações interculturais e
interpessoais”; “Trabalho e Lazer”; “Contrastes no campo e na cidade”;
“Saúde, sexualidade e qualidade de vida”; “O nosso meio ambiente”, e
de situações encontradas no cotidiano, todos os conteúdos de 1ª a 4ª
série são trabalhados de maneira simples e objetiva. O material didático
foi elaborado em parceria com o Instituto Paulo Freire para ser utilizado
em tele - salas, seguindo a metodologia do Telecurso 2000
20
.
18
Fonte: http://www.proinfo.es.gov.br/fust/fust.htm .Acesso em: 14 jan. 2007.
19
Fonte:http://www.teleco.com.br/fust.asp. Acesso em: 14 jan. 2007.
20
Fonte: http://www.cvrd.com.br/cvrd/cgi/cgilva.exe. Acesso em: 14 jan. 2007.
47
Assim, acredita-se que um dos princípios da sociedade da informação no
Brasil, é que todos devem ter o direito de acesso e compartilhamento de
informações e conhecimento; transmitir o conhecimento para todos é uma
responsabilidade social e um compromisso para com a melhoria da qualidade
de vida da sociedade.
Para atingir este objetivo é necessário que, antes de tudo, os indivíduos sejam
letrados, ou seja, tenham a habilidade de ler e escrever. Para Ferreira (2006)
não basta adquirir estas habilidades, espera-se que o indivíduo saiba também
compreender textos como reportagens, editoriais, dentre outros, e que seja
capaz de compreender as informações, por exemplo, contidas em mapas e
tabelas, possa fazer uso dos diversos gêneros, suportes e domínios textuais.
Conforme a literatura estudada, tais como o Livro Verde (2000), Ferrari (2006),
Silveira (2005) e a Associação Brasil de Educação a Distância (ABED), os
principais motivos de preocupação com a exclusão digital encontram-se
reunidos abaixo:
Com um mundo cada vez mais alicerçado em altas tecnologias, não ter
acesso a computadores e à Internet traz, como resultado a médio e longo
prazo, a dependência tecnológica total do país;
A mudança para um mundo globalmente informatizado já é inevitável e tem
como conseqüência uma mudança de costumes na organização social.
Antigas profissões deixam de ser necessárias, e outras novas são criadas;
leis precisam ser corrigidas ou criadas, e as relações comerciais mudam;
Serviços como os bancários (Home-Banking), e os públicos obrigatórios já
são oferecidos pela Internet. Para quem não tem esse acesso significa ter
que enfrentar filas, ou, simplesmente, não ter certos direitos. E onde fica a
justiça social neste caso?
48
Um grande esforço tem sido feito, durante décadas, para se eliminar o
analfabetismo. Na nova conjuntura global se junta a ele o esforço para
eliminar também a exclusão digital.
Ainda conforme a literatura estudada, tais como o Livro Verde (2000), Ferrari
(2006), Silveira (2005) e a Associação Brasil de Educação a Distância (ABED),
alguns dos motivos de preocupação em fazer a inclusão digital são:
Toda a tecnologia de hardware necessária tem patente estrangeira, e
muitos componentes são importados. Para preservar um nível mínimo de
soberania nacional, torna-se necessário um criterioso estudo de como
promover a inclusão digital, preservando ao máximo a soberania política e
econômica nacional. Também o software é fonte de preocupação, mas,
nesse caso, o software livre já existe, e é a solução adequada, no momento;
Além de hardware e software, ainda são necessários outros elementos para
facilitar a inclusão, como: aumento da renda per capita, penetração do
serviço telefônico e nível de escolaridade da população. A esses fatores
juntam-se, também, os aspectos culturais, a familiaridade das pessoas na
utilização da internet e das informações oferecidas (Takahashi, 2000).
É preciso que os canais de telecomunicações e a energia elétrica, além de
prover as tecnologias de hardware e software adequadas às camadas mais
necessitadas da população, respeitando a soberania nacional, propiciem o
treinamento da população, principalmente os mais velhos e os de baixa
escolaridade;
Cada vez mais o mundo está dentro da Internet, na busca de informação,
nas operações bancárias, operações de compra e venda, troca de
mensagens, serviços públicos governamentais, dentre outros. Assim, pode
acontecer à comunicação entre qualquer pessoa ou empresa do planeta, o
que modifica a noção de fronteira dos países.
49
Desta maneira, percebe-se que, para promover a inclusão digital de forma
segura, é necessário contar com uma equipe multi-disciplinar de
pesquisadores, para selecionar soluções regionais, caso a caso, para os
seguintes pontos:
forma de disponibilizar o canal de telecomunicação de mais baixo custo;
hardware de baixo custo a ser oferecido;
software a ser adotado dentro da filosofia do software livre;
treinamento e suporte a ser oferecido ao usuário.
Acredita-se que sejam essas as condições essenciais para a viabilização do
processo de inclusão digital.
2.3 – Sistemas de recuperação da informação
Segundo Araújo (1994, p.84) os “Sistemas de informação são aqueles que
objetivam a realização de processos de comunicação. Sistemas humanos de
processamento da informação, sistemas eletrônicos de processamento de
dados e sistemas de recuperação da informação”. Neste sentido, um sistema
de informação coleta, processa, armazena, analisa e dissemina informações
com objetivos específicos, sendo constituído por um conjunto de componentes
relacionados entre si. É um sistema em que as entradas principais são os
dados, que, de diversas maneiras são transformados em informações.
Como afirma Turban e Rainer (2003), os sistemas de informação abrangem
entidades (dados) e saídas (relatórios, cálculos, etc.); processam entradas de
tais entidades e geram saídas que são enviadas para os usuários ou outros
sistemas. Para tal, espera-se de um sistema de informação:
processamento de transações de forma rápida e precisa;
armazenamento e acesso rápido à grande massa de dados;
comunicação rápida entre máquinas e seres humanos;
50
redução da sobrecarga de informações;
expansão de fronteiras geográficas;
fornecimento de suporte para tomadas de decisões;
fornecimento de uma estratégia competitiva para as organizações.
De acordo com Meadows (1992), a recuperação da informação consiste em
encontrar a informação desejada, seja em um armazém de informação ou
numa base de dados, ou seja, os sistemas de recuperação da informação
devem oferecer recursos para facilitar a busca por essas informações. Neste
sentido Araújo (1994) explica que os sistemas humanos de processamento da
informação e sistemas eletrônicos de processamento de dados
especificamente planejados possibilitam a recuperação da informação. Para a
autora, tal iniciativa não é recente; data pelo menos do século II A.C, quando
Galeno, célebre médico grego, tomou a iniciativa de publicar um catálogo das
obras de sua autoria (De Libris propiis liber), em uma tentativa de distinguir as
suas publicações, de “conteúdo fidedigno”, daquelas escritas por outros
autores e a ele indevidamente atribuídas.
Assim, a preocupação com a recuperação da informação estava nascendo.
Passou pela Idade Média, período em que essa recuperação aconteceu
principalmente no âmbito da Igreja e da realeza, nas bibliotecas e nos registros
de cidadania: nascimento, casamento, morte e outros. Seu marco moderno é a
consolidação do Sistema de Recuperação da Informação (SRI) - termo
cunhado por Calvin Mooers; que aconteceu nas décadas de 40 e 50. Naquele
período, tornou-se imperativo criar condições ideais de armazenagem e acesso
rápido ao grande número de documentos que, em verdade, vinha crescendo
exponencialmente desde o século XVII.
Nos dias atuais, com as tecnologias disponíveis, pode-se observar os avanços
ocorridos nos processos de recuperação de informação; como afirma
Alvarenga (2003, p.18) “o meio digital se constitui, portanto, no espaço sem
precedentes para a representação, registro e recuperação de documentos
textuais, sonoros e iconográficos e, ao engajar possibilidades variadas de
armazenagem, memória e formatos, passou também a requerer novos
51
elementos facilitadores de sua representação e recuperação”. Souza (2006)
entende que os repositórios de informações vêm migrando para o ambiente
web, cada vez mais em formatos digitais e que se tornem acessíveis por meio
de redes e sistemas de computadores. Para aquele autor o surgimento de
ferramentas e sistemas de recuperação de informações vem suprir a
necessidade de recuperar as informações, que crescem em um ritmo muito
acelerado.
Salton e McGill (1983) e Breza-Yates e Ribeiro Neto (1999) definem como SRIs
o conjunto de tarefas de representação, armazenamento, organização e
acesso aos itens de informação, sendo que os SRIs não são necessariamente
uma atividade computacional, embora atualmente sejam automatizados.
Cendón (2006) apresenta os catálogos de bibliotecas, bases de dados
bibliográficas, e motores de busca na internet como exemplos de SRIs.
Lancaster e Warner (1993) apud Souza (2006) conceituam os sistemas de
recuperação da informação, como sendo a interface entre uma coleção de
recursos de informação, em um meio impresso ou não, e uma população de
usuários. Eles desempenham as tarefas de aquisição, armazenamento de
documentos, organização e controle, bem como a distribuição do conhecimento
aos usuários.
Souza (2006) considera que os SRIs organizam e viabilizam o acesso aos itens
de informação, desenvolvendo as seguintes atividades: representação das
informações contidas nos documentos; armazenamento e gestão física e/ou
lógica desses documentos e de suas representações, assim como a
recuperação das informações ali representadas e dos próprios documentos
armazenados.
Araújo (1994) reúne as várias tipologias para os sistemas de recuperação da
informação (SRI) propostas por autores como Vickery e Vickery, Lancaster,
Kochen e Williams. A partir daí apresenta oito critérios para a definição de um
sistema de recuperação da informação (SRI), de acordo com a proposta de
52
Vickery e Vickery. Cada sistema pode ser caracterizado por alguma
combinação dos critérios abaixo:
Processo de Informação - critério relacionado às formas de mensagens:
transientes ou não registradas, emitidas para uma audiência próxima, e
as restritas, que apóiam - se em material registrado, emitidas para
audiências remotas;
Natureza da audiência receptora da mensagem - que pode ser individual
ou em massa;
Distribuição dos usuários - concentrados (grupos com identidades bem
definidas, homogêneas) e os dispersos (grupos que compartilham de um
interesse comum, independentemente de uma área geográfica);
Distribuição de fontes (coleta de informação) - as fontes podem ser
concentradas (se as informações originadas e transmitidas se localizam
dentro de uma única instituição) e em fontes dispersas (as informações
são distribuídas para fora do ambiente de uma instituição);
Estrutura das atividades de aquisição, armazenamento e acesso
-
centralizadas ou descentralizadas;
Tipos de usuários - são os que têm influência marcante na natureza do
sistema. São eles, dentre outros: os administradores, os pesquisadores
e a comunidade em geral;
Informação fornecida
- documentos como livros e periódicos; referências
a documentos, dados, fatos, informação no senso estrito, como hora
certa, informação meteorológica e outras, e as fontes de referência,
cadastros, etc;
53
Meio ou canal para fornecer as mensagens aos usuários - oral, escrita /
registrada e a comunicação por via eletrônica.
Portanto um dos objetivos de um SRI é maximizar o uso dos documentos nele
existentes; para tanto, o sistema é dividido em subsistemas, de forma que cada
um seja cuidadosamente trabalhado, visando à potencialização dos resultados.
Araújo (1994) apresenta a divisão clássica em subsistemas de entrada
(seleção/aquisição, descrição, representação, organização de arquivos,
armazenamento), e subsistemas de saída (análise e negociação de questões,
estratégia de busca / recuperação, disseminação/acesso ao documento), e o
subsistema de avaliação, que, de acordo com a autora, não se refere
especificamente nem à entrada e nem à saída, mas, sim, a ambos e ao
sistema como um todo.
Para a avaliação dos SRIs, Araújo (1994) estabelece seis critérios:
1)Cobertura: representa quanto o sistema contém de informações relevantes;
2)Exaustividade: este conceito está relacionado com o grau de aprofundamento
com que os assuntos de determinados documentos são representados;
3)Precisão: está relacionado com a proporção de material recuperado que é
realmente relevante;
4)Tempo de resposta: é o intervalo médio entre o momento da consulta e a
apresentação dos resultados;
5)Esforço do usuário: representa o esforço despendido para obter resultados
em sua busca;
6) Formato: como os resultados são apresentados.
São várias as características e tipologias comuns aos diversos sistemas de
recuperação da informação, porém um módulo que todos devem possuir, por
ser fundamental, é o módulo de interface com o usuário. Ele tem em qualquer
54
sistema de recuperação da informação, o objetivo de facilitar o processo de
busca do usuário, deve possuir as seguintes características: - facilidade de
mover entre aplicações, - utilização de janelas, -uso de manipulação direta, -
possibilidade de clicar em vínculo de hipertexto em um documento, - facilidade
de navegação em diferentes menus, - ações disponíveis no sistema, -
oportunidade para a exibição de documentos de multimídia. Souza (2006)
ressalta que:
Nos sistemas de recuperação de informação, há usualmente
interface através da qual o usuário traduz sua necessidade de
informações em forma de questões ou palavras-chave, ou mesmo
examina os documentos na busca de informações pertinentes.
Essas ações são consideradas como o papel do usuário. Os doi
s
modos de buscar informações são classificados em modelos de
recuperação e os modelos de navegação (Souza, 2006, p.165).
A propósito, Alvarenga (2003, p.12) afirma: “uma recuperação eficaz de
informação constante dos documentos, por parte dos usuários, tem sido
considerada a meta suprema dos profissionais dos serviços de informação”. A
autora menciona Shera, para quem a recuperação de informação, há décadas,
é o ponto focal da teoria da Ciência da Informação e da Biblioteconomia e o fim
para o qual todos os esforços devem ser direcionados. Com o auxílio da
tecnologia, as possibilidades de tratamento da informação irão ampliar-se cada
vez mais.
2.3.1 – Sistemas de biblioteca
Embora o conceito de biblioteca esteja relacionado com o local físico onde se
instalam as coleções de livros e documentos, organizadas para uso público ou
particular, para Dodebei et al. ( 2004) conceituar biblioteca requer uma reflexão
muito mais complexa. De acordo com as autoras, a origem da biblioteca se
55
perde na Antigüidade, mas já existia nas grandes civilizações como no Egito,
na Mesopotâmia e em Roma, sendo que a biblioteca de Alexandria foi a mais
famosa dentre as outras. As grandes bibliotecas da antigüidade de que se tem
notícia eram formadas por grandes conquistadores ou se localizavam em
cidades que exerciam poder econômico e/ou político, Oliveira e Araújo (2005).
Foi com os romanos que as bibliotecas passaram a assumir um papel de
disseminadoras de idéias, sendo até os dias atuais um espaço de preservação
dos conhecimentos gerados pelas diversas culturas e sociedade.
Autoras como Oliveira e Araújo (2005) consideram a biblioteca como um
espaço de preservação de conhecimentos gerados pela humanidade a partir de
diferentes sociedades. Segundo elas a origem exata das bibliotecas é
desconhecida; que estas aparecem na era histórica, quando tem início a
preservação de registros escritos de conhecimentos.
Dodebei et al. (2004) apresentam uma visão dos tipos de biblioteca e de seu
papel ao longo da história da humanidade, desde a Idade Média em que
bibliotecas eram monarcais, de universidades e particulares e o acesso a elas
era restrito ao clero e à realeza ou nobreza. Depois veio o período
denominado Renascença, numa época marcada pela revolução cultural, em
que a biblioteca começou a adquirir seu sentido moderno, e o livro sentido
social de utilidade ao alcance de todos. O século XVI, na Idade Moderna,
marcou o início da imprensa e a conseqüente multiplicação dos livros. O
acesso à informação deixou de ser privilégio de poucos e surgiu o movimento
em prol de uma biblioteca universal, que armazenasse todas as obras já
escritas. A biblioteca passou, então, a gozar do estatuto de instituição civil,
pública e aberta.
A partir do século XVIII e até os dias atuais, as bibliotecas sofreram
transformações resultantes das mudanças ocorridas com a Revolução
Industrial e, depois, com a sociedade pós-industrial, foram entendidas como
agência social de comunicação. Neste sentido, destaca-se o conceito de
biblioteca da UNESCO (1999):
56
a biblioteca não é mais um lugar onde livros e outro
s
materiais escritos, relevantes para o ensino e a pesquisa,
são regularmente colecionados, catalogados e
p
reservados. Está se tornando, cada vez mais, o centro
nervoso para a interação entre aqueles que providenciam
as informações a seus usuários, dos quais o ensino
moderno e a pesquisa dependem. Juntamente com
arquivos e museus, as bibliotecas providenciam não
somente um lugar físico, mas também um contexto
intelectual para a guarda, preservação e troca de
conhecimento UNESCO (1999, p.73).
Visto desta maneira, a instituição biblioteca possui, hoje, uma função diferente
daquela que trazia em seus primórdios, e segundo Oliveira e Araújo (2005),
podem ser classificadas de acordo com sua finalidade em:
nacionais;
públicas;
universitárias;
especializadas;
escolares;
infantis;
especiais;
biblioteca ambulante ou carro – biblioteca
popular ou comunitária.
Ainda de acordo com as autoras, sendo a biblioteca uma unidade que trata de
informação, atribuem-se a ela três grandes funções:
1
a
) Função gerencial: Pressupõe gestão e políticas, para que a
biblioteca/unidade de informação busque seu melhor desempenho. Toda
57
biblioteca deve ter um modelo de gestão
21
e políticas específicas nos seguintes
aspectos: organização dos serviços, pessoal, equipamento, recursos
financeiros, serviços aos usuários, produção, interação com os usuários e com
a instituição a que está subordinada, intercâmbio com outros organismos e
outras unidades de informação.
2
a
) Função organizadora: Reúne atividades muito especializadas do
profissional de informação, tais como: selecionar materiais para aquisição,
catalogar, classificar e indexar aqueles materiais. Essas atividades são
detalhadas a seguir:
Seleção de materiais: atividade intelectual que deve ser realizada com a
colaboração de especialistas de cada área e sugestões dos usuários; esta
tarefa é o primeiro trabalho do bibliotecário. Para Prado (2000), durante a
seleção de material, que não é constituído apenas por livros, mas, também,
por fitas, revistas, jornais, mapas, etc., três pontos devem ser observadas:
a) imparcialidade crítica dos bibliotecários; b) manutenção do nível de
qualidade da biblioteca; c) aquisição de material para o público. Com esses
cuidados o bibliotecário colocará o leitor em contato com o material
bibliográfico adequado às suas necessidades e interesses.
Catalogação: trabalho de descrever a estrutura física dos objetos ou
documentos que fazem parte de um acervo ou coleção. Esse trabalho pode
desdobrar-se na elaboração de catálogos impressos ou on-line e ainda em
catalogação na fonte, que é a inserção da descrição física do documento no
próprio documento.
Normalmente, os catalogos são organizados alfabeticamente e
apresentados em uma ordem específica: por autor, por assunto ou por
título. De acordo com Rowley (1994, p113), “os sistemas de catalogação
são vistos como parte dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas,
21
Gestão é o processo que dirige as competências e a energia dos indivíduos com a finalidade
de atingir um determinado objetivo. (Motta, 1997).
58
embora possam também ser considerados como uma categoria especial de
sistema de recuperação da informação.”
Analisando a evolução histórica da catalogação, Hyatt (2004) destaca os
seguintes fatos marcantes:
Século XIX – surgem os primeiros códigos de catalogação;
1908 – a Associação Americana de Bibliotecas (American Library
Association) publica a primeira edição do Código de Catalogação Anglo-
Americana (Anglo American Catologing Rules - AACR);
1960 – é liberado o formato Marc (Machine Readable Cataloging), para
o processamento de dados catalográficos por computador, sob a tutela
de Henriette Auram da Biblioteca do Congresso Americano (Library of
Congress);
1968 – é liberada a segunda edição do AACR;
1969 – a Federação Internacional das Associações e Instituições de
Bibliotecas (IFLA) cria os padrões internacionais para forma e conteúdo
das descrições bibliográficas, o International Standard Bibliographic
Description (ISBD);
1988 – é liberada a segunda edição revisão do AACR;
1998 – são criados os Requisitos Funcionais para Registros
Bibliográficos (FRBR), relacionados com as tarefas do usuário, tais
como: encontrar, identificar, selecionar e obter a informação.
Classificação: processo mental, por meio do qual se dá a reunião de
objetos em classes ou grupos que apresentam, entre si, determinadas
características. Na Biblioteconomia, a classificação é a tarefa de descrever
o conteúdo de um documento, do qual é extraído o assunto principal e
eventualmente, um ou dois assuntos secundários, os quais são traduzidos
para o termo mais apropriado da linguagem documental adotada na
unidade de informação. Para Alvarenga (2003, p.7), “o processo de
classificar compreende também uma atitude hermenêutica ou interpretativa,
igualmente indispensável à análise e à classificação de um universo de
59
coisas. O ato de interpretar é inerente a qualquer abordagem aos
conhecimentos, qualquer que seja o grau de suposta clareza com que
esses tenham sido produzidos”.
Segundo Langridge (1982), os documentos podem ser classificados:
a) como objetos físicos; b) por seus métodos de apresentação; c) de
acordo com a intenção do conjunto de leitores; d) de acordo com o ponto
de vista do próprio autor.
O autor faz as seguintes considerações, a propósito da classificação:
o assunto é a característica mais importante para a classificação;
formas de conhecimento são as bases para a classificação de
assunto;
dentro das formas de conhecimento os documentos são primários e
secundários;
classificação de tópicos requer o uso de categorias;
tópicos de documentos podem ter várias facetas;
composição de assuntos é peculiar para a classificação bibliográfica;
palavras compostas não podem ser confundidas com composição
de assuntos.
Indexação: descrição dos conteúdos dos documentos. Possui como
principal objetivo a recuperação da informação desejada pelo usuário,
Prado (2000). Os conteúdos são expressos por meio de um vocabulário
oriundo da linguagem documental escolhida pela unidade de
informação. Esta tarefa tem por desdobramento a construção de índices
60
de termos, o que possibilita maior facilidade de pesquisa ou consulta por
parte do usuário.
3
a
) Função divulgação: É responsável pela comunicação aos usuários de
informações de que necessita e, dependendo do procedimento, deve
antecipar–se à pesquisa do usuário e, propor-lhe as possibilidades de acesso a
estas informações/documentos. As diferentes formas de atuação da biblioteca
nesta tarefa reúnem um conjunto de serviços denominados serviços de
disseminação
22
.
Para Dias (1998, p.319), “a biblioteca pode ser vista como um sistema de
comunicação, informação, que tem como uma de suas finalidades orientar o
usuário na utilização dos diversos tipos de documentos como um recurso na
busca de informação”. De maneira geral, as atividades ou funções de uma
biblioteca estão apresentadas na figura 1, que foi elaborada em uma estrutura
de árvore de atividades / subatividades da biblioteca da Embrapa. Outras
bibliotecas podem apresentar árvores de atividades diferentes, de acordo com
sua especificidade e/ou planejamento.
22
Disseminar informação é tornar pública a produção de conhecimentos gerados ou
organizados por uma instituição. A noção de disseminação é comumente interpretada como
equivalente à de difusão, ou divulgação. Assume formas variadas, dirigidas ou não, que geram
inúmeros produtos e serviços, dependendo do enfoque, da prioridade conferida às partes ou
aos aspectos da informação e dos meios utilizados para sua operacionalização, Lara e Conti
(2003).
61
Figura 1 – Árvore de atividades / subatividades de uma biblioteca da Embrapa
Fonte: GOMES,Eliane; ALENCAR, Maria de Cléofas. Índice de produção ponderado de
atividades de bibliotecas: uma abordagem multicriterial. Ci.Inf. vol34, no.1 Brasília
Jan/Aprl.2005
Na FIG. 1 os serviços da biblioteca estão agrupados a partir de seis principais
ações ou serviços: manutenção de acervo; processamento técnico; referência;
circulação; comutação e marketing/divulgação. Cada uma dessas ações possui
atividades e subatividades.
2.3.1.1 – Serviço de referência
O serviço de referência é entendido por Silva; Beuttenmüller (2005) como um
sistema de informação, um campo de atividade bastante abrangente, sendo
complicado conceituá-lo, pois tem a ver, direta ou indiretamente, com todas as
outras funções de uma biblioteca, todas elas relacionadas, de certo modo, com
a busca de informação. Esses autores citam Ranganathan, que afirma ser o
serviço de referência o processo de estabelecer contato entre o usuário e a
informação de maneira pessoal, enfatizando a importância dessa relação.
Drogan (1995) adota o termo processo de referência, que para relacionar uma
seqüência lógica de etapas como: o delineamento do problema; a necessidade
de informação; a questão inicial; a questão negociada; a estratégia de busca; o
processo de busca; a resposta; a solução e a avaliação. Neste sentido, a
62
referência compreende um conjunto de serviços oferecidos aos usuários, para
apoiar o uso e a exploração dos recursos de informação existentes na
biblioteca, tradicionalmente, realizados pelo bibliotecário, que age como
intermediário entre as fontes de informação e o usuário.
Com o uso de tecnologias pelas bibliotecas, o serviço de referência tem sofrido
alterações, surgindo o serviço de referência digital, por meio do qual a
natureza, o tratamento, a recuperação e a disseminação da informação
também tem-se modificado, embora conservem o mesmo objetivo: oferecer a
informação de que o usuário necessita, utilizando a internet e softwares para a
recuperação, em bases de dados, em CD-ROM e on line, neste novo contexto.
Os serviços de referência no ambiente digital estão se tornando realidade, e
são parte ativa na evolução dos serviços das bibliotecas na Internet, Arellano
(2001). Em 2001 ocorreu na Library of Congress o primeiro simpósio para
discutir os conceitos e as implementações dos serviços de referência digital
23
.
Neste simpósio o professor David Lankes, da Syracuse University's School of
Information Studies, apontou o status atual desses serviços, e, também,
apresentou o resultado de uma pesquisa segundo a qual 97,3% das bibliotecas
universitárias americanas já possuem algum tipo de serviço de referencia
digital, como:
Ask Jeeves
24
e o Web Help
25
: são mecanismos de busca, serviços de
consulta que estão na rede, em que grande volume de questões são
operadas diariamente por empresas atendendo a demanda de clientes e
seguindo interesses financeiros de seus investidores;
AskA
26
: iniciativa não comercial, financiada por centros de pesquisa e
usada por estudantes, pais e educadores para conectarem-se com
profissionais experientes da área de biblioteconomia e obterem as
informações desejadas;
23
Fonte: http://lcweb.loc.gov/ala/digiref.html. Acesso em: 7 fev. 2007.
24
Fonte: http://www.ask.com. Acesso em: 7 fev. 2007.
25
Fonte: www.webhelp.com. Acesso em: 7 fev. 2007.
26
Fonte: www.vrd.org/locator/. Acesso em: 7 fev. 2007.
63
Kids Connect
27
: é um serviço de referência digital direcionado aos
estudantes do primeiro grau;
Ask Eric
28
: é um serviço de referência digital, direcionado aos
professores de primeiro grau;
MAD Scientist Network
29
: oferece informações específicas sobre um
assunto para todo tipo de usuário;
Live Help
30
: é um tipo de e-mail instantâneo, que ajuda na pesquisa e na
navegação para os usuários das bibliotecas na web;
Interactive Reference Service
31
: é um serviço de videoteleconferência de
referência na universidade da Califórnia, com funcionamento em tempo
real;
Collaboractive Digital Reference Service (CDRS)
32
: desenvolvido pela
Library of Congress e em parceria com outras bibliotecas, sem nenhum
custo, apenas com o compromisso de disponibilizar parte do tempo do
profissional de cada biblioteca para responder a pelo menos 10
perguntas por semana e enviar as perguntas para o CDRS, promovendo
um serviço especializado de referência para usuário, em qualquer lugar
e a qualquer hora, através de uma rede internacional de bibliotecas
digitais.
27
Fonte: www.ala.org/parentspage/greatsites/amazing.html. Acesso em: 7 fev. 2007.
28
Fonte: www.eric.ed.gov/. Acesso em: 7 fev. 2007.
29
Fonte: www.madsci.org/. Acesso em: 7 fev. 2007.
30
Fonte: www.govtech.net/news/news.php?id=9057. Acesso em: 7 fev. 2007.4
31
Fonte: http://www.ala.org/acrl/paperhtm/10.html. Acesso em: 7 fev. 2007.
32
Fonte: www.loc.gov/rr/diginet. Acesso em: 7 fev. 2007.
64
De acordo com a National Information Standards Organizations
33
(NISO), a
referência digital, chamada também referência digital ou referência on line, é
uma vertente relativamente nova nos serviços da biblioteca tradicional. A
(...) no Serviço de referência tradicional o bibliotecário mantém
controle e opera de forma independente. Com o usuário remoto a
relação é diferente, pois ele controla o processo de acordo com sua
conveniência, preservando anonimato, selecionando fontes,
descartando e buscando outros serviços de referência (Oliveira e
Bertholino, 2005, p.2).
referência digital permite que um usuário submeta perguntas à equipe de
funcionários da biblioteca, a serem respondidas por meios eletrônicos. Este tipo
de referência pode ser tempo real, através de salas de “bate-papo”, remoto
através do e-mail, ou de uma combinação de ambos.
Os softwares
34
que realizam este serviço fornecem formulários para usuários a
fim de que estes submetam perguntas, notificam a equipe de funcionários da
referência quando as perguntas chegam, permitem a interação entre o usuário
e o bibliotecário, acompanham o status dos pedidos, e gravam perguntas e
respostas em uma base de dados. Neste sentido, Saunders (2001) define o
serviço de referencia digital como sendo o mecanismo pelo qual as pessoas
podem enviar perguntas e obter respostas através de e-mail ou de chat.
Com a introdução dessas tecnologias, o usuário passa a fazer sozinho sua
busca na web, mas continua precisando de orientação sobre como conduzi-las;
assim, no ambiente digital a relação entre o bibliotecário e o usuário se
modifica.
Carvalho; Lucas (2006) afirmam que em um contexto em que as tecnologias de
informação tem um papel importante para a recuperação da informação,
33
Fonte: http://www.niso.org/news/reports/netref-report.html
34
A library of Congress indica os principais softwares da nova geração da referência on line: -
EBSCO’s collectânea; - ISIS’s web of Science; - First Search; - Site Search; - First Search
Electronic Collections on line. Disponível em http:// www.loc.gov/
65
percebe-se um crescimento nos serviços de referência e de informação digital,
com a transferência da difusão do conhecimento e da informação, de
ambientes tradicionais para os on line.
Assim, é necessário adaptar os serviços prestados, na forma tradicional ou
presencial, para a forma digital. Os autores listam algumas alternativas
de serviços on line que podem ser difundidos pelas bibliotecas universitárias
federais brasileiras através do serviço de referência e informação:
1
o
) Provisão de documentos – este serviço conta com duas alternativas: a
digital e a física, utilizando meios eletrônicos e/ou digitais, tais como:
a) pesquisa on line de acervo da biblioteca: permite ao usuário remoto
conectado à internet ter acesso ao acervo da biblioteca, sendo que
programas de instrução de como acessar e utilizar este acervo podem ser
feitos na forma de tutoriais
35
e manuais de acesso de forma digital;
b) comutação bibliográfica on line: no Brasil este serviço pode ser realizado
através de formulário on line, próprio para solicitação de cópias de textos; e
pela disponibilização, pela biblioteca, de um tutorial que ajude o usuário a
fazer sua solicitação diretamente, no site do Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), com o número de seu
Cadastro de Pessoa Física (CPF), para acesso ao serviço de comutação
bibliográfica - COMUT; e também através de hiper link, de acesso direto a
sites que disponibilizam esse serviço;
c) fornecimento de cópias on line: criar links para anais de congressos, teses,
dissertações e periódicos eletrônicos e/ou que disponibilizam versões
eletrônicas dos seus originais impressos, respeitando, sempre, os direitos
autorais e a liberdade de disseminação do original;
35
Tutoriais são guias que ensinam passo-a-passo a respeito de alguma ação determinada a
ser aprendida e compartilhada, e no geral, são muito úteis para o conhecimento geral dos
Usuários. Disponível em http://www.suportephpbb.org/
66
d) empréstimo entre bibliotecas: a biblioteca pode disponibilizar formulários on
line para solicitação de empréstimo entre bibliotecas e um tutorial para guiar
o usuário nesta solicitação, através de consórcios de bibliotecas, ou redes
de cooperação entre bibliotecas;
e) entrega de material: a solicitação pode ser feita de forma on line, mas
atendida de forma tradicional, através da Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos ou de empresas que prestam serviços na área logística;
f) preparação de traduções: criar link on line com tradutores.
2
o
) Provisão de auxilio bibliográfico: para a realização deste serviço on line,
existem as seguintes formas:
a) Atendimento às questões de referência simples e / ou complexas;
b) localização de material;
c) levantamento bibliográfico em assuntos especializados.
3
o
) Serviços de alerta eletrônicos: estes serviços na forma digital podem ser:
a) informais: divulgação de novos serviços e produtos oferecidos pela
biblioteca, divulgação de custos oferecidos, bem como promoções, através
de boletins informativos on line ou alerta eletrônico no site da biblioteca;
b) formais: lista de novas aquisições on line, lista de duplicatas, formulário on
line para solicitação de novas aquisições e para solicitação de duplicatas.
4
o
) Orientação e normalização bibliográfica web: o serviço de referência e
informação on line pode disponibilizar tutoriais e manuais explicativos sobre
interpretação de normas e exemplos de como elaborar os mais diversos tipos
de trabalhos científicos, através do site da biblioteca;
5
o
) Vocabulário controlado: disponibilizar a informação na forma digital através
de documento de texto, ou a partir do próprio software, ou ainda índice de
assuntos com a finalidade de padronizar a terminologia técnica utilizada na
67
unidade de informação, visando agilizar a recuperação da informação pelo
usuário
Atualmente proliferam várias ferramentas para a realização das atividades
acima, no ambiente digital, como o correio eletrônico (que é uma alternativa ao
serviço de referência via telefone tradicional), chats ou salas de “bate papo”,
sites das bibliotecas, formulários na web, videoconferência e instant
messaging.
De acordo com Oliveira e Bertholino (2000), a internet não é apenas uma
ferramenta de referência, mas um marco na transformação entre os serviços de
referência tradicionais e os virtuais, sendo considerada um recurso que amplia
o universo de fontes bibliográficas, com acesso cada vez mais rápido à
informação. Com base nas categorias definidas por Ladner e Tillman (1993)
36
as autoras indicam os serviços de referência pela internet (Quadro 1).
Quadro1 - Serviços de referência pela internet
1) RELACIONADAS A COMUNICAÇÃO - E-mail e Listas
Comunicação com colegas de outras organizações
Comunicação com clientes
Fornecimento de SR eletrônico para clientes
Solicitação/fornecimento de referência eletrônica para outros bibliotecários
Recebimento de solicitações de clientes sobre novos livros, periódicos, meios de
comunicação, empréstimo entre bibliotecas
Identificação de fontes documentais
Permutação de informações e administração de questões de referência
Discussão de questão de referência
Avaliação de produtos em CD-ROM e equipamentos
Avaliação de serviços on line
2) BASES DE DADOS DE PESQUISA REMOTA
Bases de dados de pesquisa remota
Pesquisa de catálogos e listas de biblioteca
36
LADNER, J.; TILLMAN, Hope N. 1993, p.45-51.
68
Pesquisa de sistemas on line
“Escaneando “conteúdos e tabelas de periódicos
Pesquisa de bases de dados de outras organizações
3) TRANSFERÊNCIA DE ARQUIVOS/INTERCAMBIO DE DADOS
Recuperação de arquivos via FTP/Internet
Solicitação de arquivos de outras redes
Envio de arquivos, tais como resultados, artigos, listas de novos títulos
Solicitação de arquivos de outras redes
Criação de endereços de listas para envio de arquivos
Permuta de dados técnicos
Fonte: Adaptado de Oliveira e Bertholino (2000)
Assim, os serviços de referência digital, seus padrões e as novas tecnologias
têm modificado a prática tradicional, realizada no balcão de referência das
bibliotecas, Arrelano (2001). Não se deve esquecer que apesar de todas as
facilidades e atrativos da tecnologia, no ambiente digital, têm sido percebidos
problemas relativos à busca e à recuperação da informação, existindo, ainda,
uma distância entre o usuário final e as fontes de informação, sendo necessário
a criação de agentes de interface no setor de referencia, que devem tentar
realizar o papel do bibliotecário de referencia tradicional.
De acordo com Wasik (2000), o processo de pergunta e resposta em serviços
digitais e referência é modelado segundo os métodos praticados por
bibliotecários de referência tradicional da biblioteca. Como em uma entrevista
pessoal, os peritos determinam a quantidade de informação apropriada para o
usuário, a aplicabilidade da informação, e o nível de informação requerido. As
perguntas de usuários devem ocasionalmente ser esclarecidas, em entrevista
on line, para ajudar a definir as necessidades de informação do usuário.
Neste sentido, acredita-se que perguntas do tipo “como apresentar ao usuário
final o conhecimento? Como conduzi-lo ao arquivo adequado? Como levá-lo a
descobrir o que ele precisa? Como antecipar a ele, apresentando o que ele
precisa, quando ele mesmo não sabe o que pedir?“ devem ser levadas em
69
consideração na realização de um bom “tratamento nas opções de busca”, que
é o serviço de referência.
Nesta perpectiva, é importante também ressaltar outros aspectos dessas
mudanças vividas pelas bibliotecas, como os relacionados à sua estrutura.
Para Jardim (1999),
O conceito de "lugar" não é mais prioridade, tornando-se secundário para o
profissional da informação e para os usuários;
O acesso à informação é mais relevante do que o local onde ela está;
A ênfase na gestão da informação transfere-se do acervo para o acesso,
do estoque para o fluxo da informação, dos sistemas para as redes.
Neste novo contexto, o papel do bibliotecário é o de um “especialista da
informação na referência” e, como afirma Arellano (2001), seu papel não é só
oferecer respostas, mas de preparar o usuário para resolver efetivamente suas
necessidades de informação e ajudar a formar um pensamento crítico de suas
fontes para pesquisa.
2.4 – O Software livre na sociedade da informação
Segundo a definição da Free Software Foundation
37
(FSF), software livre é
qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado,
modificado e redistribuído, com algumas restrições. A liberdade de tais
diretrizes é central para o conceito, o qual se opõe ao conceito do software
proprietário, comercializado com o objetivo de lucro. Para realizar a distribuição
37
A Free Software Foundation (FSF) foi estabelecida em 1985. Dedica-se à eliminação de
restrições sobre a cópia, redistribuição. Promove o desenvolvimento e uso do software livre e
particularmente do sistema operacional GNU e suas ferramentas. Fonte: www.fsf.org/
70
de software livre é necessário anexá-lo a uma licença de software livre, e tornar
disponível o código fonte
38
do programa.
Hexel (2005) define software livre como aquele disponível para uso, cópia e
distribuição, na sua forma original ou com modificações, gratuitamente ou com
custo. Em especial, a possibilidade de modificações implica que o código fonte
esteja disponível. Se um programa é livre, potencialmente ele pode ser incluído
em um sistema operacional também livre. O autor define software gratuito
(freeware) como sendo o software que pode ser usado sem pagamento, mas
sem acesso ao seu código-fonte; portanto não se pode alterá-lo, mas somente
usá-lo, da forma como está disponibilizado.
Meira (2005) argumenta que o computador é peça fundamental para a
transformação nas formas de trabalho e que tanto o hardware (infra-estrutura
eletrônica e mecânica do computador) como o software (programas) tem
evoluído muito; os softwares têm se tornado cada vez mais complexos e de
atuação mais ampla. Hexel (2007) classifica-os em:
Software em domínio público
: é o software sem copyright
39
. Alguns tipos
de cópia, ou de versões modificadas, podem não ser livres, porque o
autor permite que restrições adicionais sejam impostas na redistribuição
do original ou de trabalhos derivados.
38
Código fonte é uma seqüência de instruções que formam o programa que será executado. É
escrito numa determinada linguagem, como html, php, asp. O código é a ferramenta que
permite entender como o software funciona e como pode ser modificado (Morimoto, 2005).
39
As licenças utilizadas na publicação de software livre permitem que outros programadores o
modifiquem e redistribuam. Geralmente esta prática é proibida pela legislação internacional de
copyright, que tenta proibir que alterações e cópias sejam efetuadas sem a autorização do
autor. Assim, as licenças que acompanham os softwares livres fazem uso da legislação de
copyright para impedir a utilização não autorizada, sendo que essas licenças definem as
condições sob as quais cópias, modificações e redistribuições podem ser efetuadas, garantindo
as liberdades de modificação e redistribuição do software licenciado. Esta versão de copyriht é
denominada copyleft, Hexsel (2005). Fonte: http://www.inf.ufpr.br/-roberto/public.html
.
71
Software Semi-livre: é o software que não é livre, mas permite que as
pessoas o usem, copiem, distribuam e modifiquem, incluindo a
distribuição de versões modificadas, desde que o façam sem o propósito
de auferir lucros. Exemplos de software semi-livre são as primeiras
versões do Internet Explorer, da Microsoft, algumas versões do
browser
40
, e do StarOffice
41
.
Software Proprietário: é aquele cuja cópia, redistribuição ou modificação
são limitadas pelo seu proprietário. Para usar, copiar ou redistribuir,
deve-se solicitar permissão ao proprietário, ou pagar para poder fazê-lo.
Software comercial: é o software desenvolvido por uma empresa com o
objetivo de lucrar com sua utilização. Comercial não é o mesmo que
proprietário, existe software livre que é comercial e, também, o software
não-livre não-comercial.
Para se utilizar um software proprietário ou comercial, é necessário fazer a
compra de licenças de uso do produto tal como foi adquirido, não sendo
permitido ao usuário o acesso ao código fonte do programa. Castardo (2005)
considera que este é o modelo presente na grande maioria das estações de
trabalho em todo o mundo, sendo liderado pela empresa norte - americana
Microsoft.
Já o software livre traduz uma visão da tecnologia em sua função social. Meira
et al. (2005) afirmam que o software livre se apresenta como uma nova forma
40
Brower é a palavra em inglês utilizada para designar os programas de navegação na internet.
Dentre os mais conhecidos pode-se citar o Netscaoe, o Internet Explorer.
Fonte: http://www.ufscar.hr/~suporte/faq00.php
41
StarOffice é um pacote de softwares que inclui: processador de textos, planilha eletrônica,
correio eletrônico, editor gráfico, software para apresentações, editor web, agenda, banco de
dados e aplicações de gerenciamento. Fonte:http:www.puc-
rio/servicos/softwares/staroffice.html-70k
72
de produção de conhecimento, na qual a competição e a cooperação
caminham juntas, o que resulta em programas mais robustos (que foram
desenvolvidos com uma qualidade de código que suporta operações incorretas
do usuário) e que evoluem rapidamente, devido ao compartilhamento e às
trocas de idéias entre os programadores, bem como com os usuários desses
softwares.
As normas de divulgação e aquisição dos softwares livres, ou dos sistemas
open source, não são aplicadas somente ao código fonte; também os termos
da distribuição do software devem seguir alguns critérios, de acordo com
Cascardo (2005):
A distribuição deve ser livre: a licença não deve restringir qualquer das
partes de vender ou integrar o software como componente de uma
distribuição de software agregada, contendo programas oriundos de
diversas fontes. A licença não deve exigir royalties ou qualquer outro tipo
de custo para venda.
Código fonte: o programa deve incluir o código fonte, e precisa permitir a
distribuição na forma de código fonte ou como compilada. Quando
alguma forma do produto não é distribuída com o código fonte, é preciso
dispor de meios reconhecidos de obtenção do código, por um preço de
custo razoável para a reprodução, ou download pela Internet, sem
custos.
Trabalhos derivados: a licença deve permitir modificações e trabalhos
derivados, e deve garantir a distribuição dessas sob os mesmos termos,
da licença do software original.
Integridade do autor do código fonte: A licença deve restringir a
distribuição do código fonte sob forma alterada e somente permitir a
distribuição de patch file (arquivos que modificam o código fonte) com o
73
propósito de modificar o programa, quando de sua compilação. A licença
pode exigir que trabalhos derivados tragam um nome ou versão distintos
da original.
Sem discriminações quanto a pessoas ou grupos
: A licença não deve
discriminar qualquer pessoa ou grupo de pessoas.
Sem discriminação quanto a ramos de empreendimento: A licença não
deve restringir nenhum uso a ramos de empreendimento específicos,
por exemplo, ele não pode ser vedado para uso comercial, ou para usos
em pesquisas genéticas.
Distribuição da licença
: os direitos associados ao programa devem ser
aplicáveis para todos aos quais o programa é redistribuído, sem
necessidade de licenças adicionais para sua execução.
A licença não deve ser específica ao produto
: Os direitos associados ao
programa não devem depender de ser parte de uma distribuição
particular de software. Caso o programa seja extraído desta distribuição
e usado ou distribuído através dos termos de sua licença, todas as
partes para as quais o programa é redistribuído devem gozar dos
mesmos direitos, garantidos na forma original da distribuição do
software.
A licença não deve restringir outros softwares
: A licença não deve
aplicar restrições a outros softwares que sejam distribuídos com
softwares objetos de seu licenciamento; a licença não deve insistir em
que outros programas distribuídos no mesmo meio sejam softwares de
código aberto.
74
A licença deve ser neutra às tecnologias: Nenhuma aplicação da licença
deve preterir uma tecnologia específica ou estilo de interface.
Segundo Castardo (2005), a história do software livre começa com Richard
Stallman e o projeto Gnu’s not unix - GNU e Fundação do software Livre - Free
Software Foundation, concebida no início da década de 80, no Massachusetts
Institute of Technology (MIT) nos Estados Unidos. Quando o termo free foi
traduzido para o português, trouxe a dualidade de significados da palavra em
inglês, o que gerou um entendimento distorcido de seu sentido correto.
Atualmente o software livre não é mais uma tendência ou alternativa, mas uma
realidade em várias áreas. Podem ser citadas algumas iniciativas nacionais:
Sistema processa (disponível em: http://www.sistemaprocessa.com.br), um
completo gerenciador para empresas de pequeno e médio porte, que pode
ser usado em indústrias e comércio em geral;
GnuBis (disponível em: http://www.gnubis.com.br), que fornece uma
poderosa ferramenta de administração de contatos e relacionamentos;
Sisdados
(disponível em: http://www.eduardostefani.eti.br ), sistema de
retaguarda para supermercados;
Folha livre
(disponível em http://folha-livre.codigolivre.org.br), software de
folha de pagamento para a realidade brasileira;
WebEstoque (disponível em http://webestoque.codigolivre.org.br/index.html,
sistema de controle de estoque;
75
Prololi (disponível em http://codigolivre.org.br/projects/prololi), alternativa
livre para informatizar locadoras de vídeo. É possível observar que os
processos de migração de softwares proprietários para os softwares livres
estão ocorrendo em todo o mundo, tanto em ambientes corporativos,
quanto governamentais, e até mesmo pessoais. Borges Filho (2005)
apresenta vários softwares que têm se destacado e substituído com
vantagens alguns produtos proprietários:
OpenOffice, Mozzilla Thunderbird e Acrobat Reader: são exemplos de
softwares livres que rodam em plataformas proprietárias;
Apache: é um servidor web;
Postfix, Qmail e o Exim: são agentes de transferência de e-mail, softwares
livres para envio e entrega de e-mail;
Clamav e o anti-spam: são programas antivírus;
Gaim e o Kopete: são produtos para serviços de mensagens instantâneas;
PostgreSQL, MYSQL, Firebird e o SQL Lite: são softwares livres em bancos
de dados;
Java, Qt, PHP, C: são exemplos de linguagens de programação utilizadas
em qualquer plataforma computacional;
Phpprintanalyze, Isoqlog e Sarg: são gerenciadores de impressão e de
utilização de recursos de internet;
Linux
e o FreeBSD: são sistemas operacionais;
Open Office, Koffice
: são programas denominados suítes de escritório;
76
Gimp: programa para uso gráfico.
Com todos esses recursos, o software livre passou a ser uma realidade no
setor de tecnologia de informação das empresas, e se tornou um aliado para o
desenvolvimento técnico do país.
O Governo Federal, com objetivos econômicos, técnicos e até políticos, lançou
um projeto de migração, em seus órgãos, para aplicações para o software de
código aberto. Embora ainda não exista uma legislação que obrigue as
organizações federais a utilizarem este tipo de software, existem iniciativas,
como a do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), autarquia
ligada à Casa Civil, que coordena um comitê técnico de implantação do
software livre, criado em outubro de 2003, responsável pela migração de
softwares proprietários para livres
42
.
Assim, a consolidação do software livre nas bibliotecas federais brasileiras é
uma grande expectativa, com base nas diretrizes de implementação do
software livre pelo Governo
43
, apresentadas a seguir.
01) Priorizar soluções, programas e serviços, baseados em software livre, que
promovam a otimização de recursos e investimentos em tecnologia da informação.
02) Priorizar a plataforma web no desenvolvimento de sistemas e interfaces de
usuários.
03) Adotar padrões abertos no desenvolvimento de tecnologia da informação e
comunicação e o desenvolvimento multiplataforma de serviços e aplicativos.
04) Popularizar o uso do software livre.
42
Guia Livre que está disponível no endereço: www.governoeletrônico.gov.br. Acesso em: 7
fev. 2006.
43
Fonte: www.softwarelivre.gov.br. Acesso em: 7 fev. 2007.
77
05) Ampliar a malha de serviços prestados ao cidadão através de software livre.
06) Garantir ao cidadão o direito de acesso aos serviços públicos sem obrigá-lo a usa
r
plataformas específicas.
07) Utilizar o software livre como base dos programas de inclusão digital.
08) Garantir a auditabilidade plena e a segurança dos sistemas, respeitando-se a
legislação de sigilo e segurança.
09) Buscar a interoperabilidade com os sistemas legados.
10) Restringir o crescimento do legado baseado em tecnologia proprietária.
11) Realizar a migração gradativa dos sistemas proprietários.
12) Priorizar a aquisição de hardware compatível às plataformas livres.
13) Garantir a livre distribuição dos sistemas em software livre de forma colaborativa e
voluntária.
14) Fortalecer e compartilhar as ações existentes de software livre dentro e fora do
governo.
15) Incentivar e fomentar o mercado nacional a adotar novos modelos de negócios em
tecnologia da informação e comunicação baseados em software livre.
16) Promover as condições para a mudança da cultura organizacional para adoção do
software livre.
17) Promover capacitação/formação de servidores públicos para utilização de software
livre.
18) Formular uma política nacional para o software livre.
78
Com essas diretrizes o Governo Federal pretende alcançar os seguintes
objetivos
44
:
a) ampliar a capacitação dos técnicos e servidores públicos para a utilização de
software livre;
b) ampliar significativamente a adesão e o comprometimento dos servidores
públicos com o software livre;
c) desenvolver um ambiente colaborativo para permitir a expansão do software
livre;
d) definir e implantar padrões de interoperabilidade;
e) efetivar o software livre como ferramenta corporativa padrão do governo
federal;
f) conter o crescimento do legado;
g) disseminar a cultura de software livre nas escolas e universidades;
h) elaborar e pôr em vigência a regulamentação técnico - legal do software
livre;
i) promover migração e adaptação do máximo de aplicativos e serviços para
plataforma aberta e software livre;
j) elaborar e iniciar implantação de política nacional de software livre;
k) articular a política de software livre a uma política de fomento à indústria;
44
Fonte: www.softwarelivre.gov.br. Acesso em: 7 fev. 2006.
79
l) ampliar significativamente a oferta de serviços aos cidadãos em plataforma
aberta;
m) envolver a alta hierarquia do governo na adoção do software livre.
Nesse contexto, as tecnologias e o software livre poderão contribuir para o
processo de inclusão digital. Monteagudo (2005) afirma que a inclusão digital é
para estabelecer as bases da igualdade para uso da moderna tecnologia e o
software livre é a liberdade de compartilhar entre todos, desvendando-a com
transparência e socializando-a.
A utilização de softwares de código aberto poderá ser um dos fatores que
poderão colaborar para que as bibliotecas não se afastem de seu papel
tradicional de democratizar o acesso à informação, uma vez que são os
maiores depositários de dados, informações e conhecimentos disponíveis para
uso.
2.4.1 - O sistema operacional Linux
Outro importante conceito, fortemente associado ao software livre, é o do
sistema operacional
45
Linux. De acordo com Alecrim (2004), o sistema
operacional Linux foi criado, inicialmente como passatempo, por um estudante,
Linus Torvalds, de Ciência da Computação da Universidade de Helsinki, na
Finlândia, em 1991. Como este sistema operacional possui uma arquitetura
aberta (que permite a qualquer programador fazer alterações no sistema) e
possui um rigoroso controle sobre o kernel (estrutura do sistema operacional),
45
Sistema Operacional é um programa que atua como um intermediário entre o usuário e o
hardware de um computador. Seu propósito é fornecer um ambiente nos quais os usuários
possam executar seus programas de maneira eficiente e conveniente. Um sistema Operacional
deve garantir a operação correta de um sistema computacional (Silberschatz e Galvin, 2000).
80
o Linux vem-se tornando um sistema operacional cada vez mais presente no
cotidiano de pessoas e organizações.
O que Linus Torvalds criou foi o kernel
46
do sistema. Os aplicativos e outros
recursos pertencem ao projeto Gnu’s not unix - GNU. Assim, parece incorreto
chamar tal sistema operacional apenas de Linux; o mais certo seria GNU/Linux;
contudo, tanto na literatura quanto popularmente, a nomenclatura Linux foi
adotada para este sistema.
Pelo fato de ser o Linux um software livre, programadores de todo o mundo se
interessaram e se interessam em melhorá-lo: uns contribuem programando
drivers (arquivos que ensinam o sistema operacional a lidar com um hardware
específico), outros adicionam funções extras, outros melhoram o acesso à
Internet. Conseqüentemente, o Linux vem ganhando cada vez mais espaço.
Os sistemas operacionais são classificados por Tanenbaum (1999), de acordo
com sua arquitetura, em:
Sistema
monolítico: o kernel consiste em um único processo,
executando-o numa memória protegida (espaço do kernel). Exemplo:
Windows, Linux, FreeBSD.
Sistema em camada: as funções do kernel serão executadas em
camadas distintas, de acordo com seu nível de privilégio. Exemplo:
Multics.
46
O Kernel é o responsável por prover a infra-estutura básica para os programas funcionarem,
é também responsável por dar suporte aos mais diferentes periféricos: placas de vídeo, som, e
o que mais estiver ligado ao computador (Morimoto, 2005).
81
Modelo cliente-servidor: o kernel consiste apenas no essencial
(comunicação e gerenciamento de processos). Funções, como sistemas
de arquivos e gerenciamento de memória são executadas no espaço do
usuário como serviços; as aplicações (programas) são os clientes.
Exemplo: GNU Hurd
47
, Mach
48
.
Monitor de máquinas virtuais
49
: fornece uma abstração do hardware
para vários sistemas operacionais. Exemplo: VM/370, VMware, Xen.
Podem-se classificar, ainda, os sistemas operacionais quanto à sua
capacidade de processamento:
Monotarefa: pode-se executar apenas um processo de cada vez
Exemplo: Disk Operating System (DOS).
Multitarefa: além do próprio sistema operacional (SO), vários tarefas
estão carregados na memória, sendo que um pode estar ocupando o
processador e outros permanecem enfileirados, aguardando a sua vez.
O compartilhamento de tempo no processador é distribuído de modo
que o usuário tenha a impressão de que vários processos estão sendo
executados simultaneamente. Exemplo: Windows, Linux, FreeBSD.
Multiprocessamento ou multiprogramação: o sistema operacional (SO)
pode distribuir as tarefas entre vários processadores.
47
O Hurd (Hird of Unix Replacing Daemons) é um conjunto de servidores que funcionam com
o microkernel GNU Mach. Junto eles formam a base para o sistema operacional GNU.
Fonte: http://www.debian.org/ports/hurd/index.pt.html
48
O Mach é um sistema operacional baseado no conceito de microkernel. Tem origem em um
sistema chamado RIG (Rochester Intelligent Gateway). Seus objetivos básicos são: prover uma
base para a criação de outros sistemas operacionais (como o Unix), suportar grandes espaços
de endereçamento, prover acesso transparente a recursos da rede, explorar paralelismo tanto
no sistema como nas aplicações, e tornar o sistema portável para uma grande gama de
plataformas computacionais (Brandenburger, 2007).
82
Outra forma de se classificar o sistema operacional é dividi-lo em livre e
proprietário. A grande diferença entre eles é que, no caso dos livres,
denominados abertos, como o Linux, permite a instalação dos softwares
legalmente, sem custo. Ao contrário os chamados proprietários, como o
Windows, são programas comercializados normalmente, têm um alto custo, o
que favorece a pirataria. Além disso, outra vantagem do Linux, em relação ao
Windows, é que todos os programas livres possibilitam o acesso ao seu código
fonte, o que minimiza a existência dos spymares (uma categoria de softwares
que tem como objetivo interceptar ou fazer exame do controle parcial de uma
operação de computador sem o consentimento informado do usuário).
O que pode ser denominado de Linux é somente o Kernel, o núcleo do sistema
operacional. Para termos um sistema gráfico interativo, com janelas, é preciso
usar um sistema gerenciador de janelas, como o K Desktop Environment
(KDE). Além disso, outros programas como editores de texto, planilhas
eletrônicas, navegadores de Internet, clientes de e-mail, editores gráficos,
programas de áudio, são necessários. Tudo isso em uma única embalagem,
forma uma distribuição. Existem muitas distribuições; abaixo estão listadas
algumas que foram citadas pelos autores Morimoto (2005), Monteagudo
(2005), Alecrim (2006) e Antunes (2006):
Red Hat
: foi à primeira distribuição a desenvolver um instalador do Linux
interativo e ter a idéia de pacotes Red Package Modules (RPM). Um dos
grandes problemas do Linux é que, antes, seus programas eram
distribuídos na forma de fontes, e muitas vezes, para se fazer uma
compilação, era necessário à instalação de outros softwares, os quais, por
sua vez, poderiam requerem outros, são os softwares denominados
dependentes. Isto se tornava muito trabalhoso. Com os pacotes RPM, tudo
o que é necessário para instalar um software, acompanha o pacote. Tal
distribuição foi muito utilizada no início dos anos 90, mas perdeu espaço
quando se tornou paga. Esta distribuição originou inúmeras outras
distribuições, como, por exemplo, a Mandrake e a Conectiva.
49
Uma máquina virtual (Virtual Machine - VM) é uma duplicata isolada e eficiente de uma
máquina real (Popek, 1974).
83
Slackware: foi uma das primeiras distribuições. Sua instalação,
configuração e operação são baseadas no modelo modo texto, a tela preta.
É uma distribuição estável, porém não foi muito bem aceita por estar ligado
ao Unix.
Suse:
distribuição alemã, comprada pela Novel. Possui a característica de
ser robusto (opera em condições adversas, ou seja, suporta um ambiente
na qual exige da máquina operar em condições extremas de uso, como por
exemplo: muitos acessos de vários usuários ao mesmo tempo, diferentes
programas diferentes sendo executados ao mesmo tempo e que
necessitem de diferentes recursos da máquina). Possui muitos pacotes pré-
compilados. Esta distribuição contribuiu para a evolução do Linux em vários
aspectos. Durante sua versão 8.2, tornou-se paga, a exemplo da RedHat.
Debian:
é a única distribuição que não tem o apoio de uma empresa
organizada. É mantida somente com a contribuição de voluntários, por meio
da internet. Deu origem ao Ubutun e ao Knoppix, o que por sua vez,
originaram o Kubuntun e o Kurumim, respectivamente.
Mandrake: distribuição francesa (importante notar que a França é o
único país do mundo que possui tecnologia própria de informática,
independente das plataformas de origem norte-americanas), que contribui
para o desenvolvimento do Linux com a idéia do Live-CD (boot - processo
de inicialização da máquina, que carrega o sistema operacional quando o
computador é ligado, Morimoto (2005). através de um CD, e o Linux pode
ser executado, e instalado no HD), e com um instalador de Linux muito
amigável, que influenciou todas as outras distribuições. É derivado do Red-
Hat.
Conectiva: primeira distribuição brasileira, derivada do Red-Hat. Permitiu a
criação do primeiro Linux em português, bem como a criação do primeiro
repositório de software livre no Brasil. Foi responsável pela migração de
empresas e do governo brasileiro para o software livre.
84
Yellow Dog: uma distribuição baseada no Red Hat. O diferencial desta é
o suporte a computadores da marca McIntosh da Apple.
Turbo Linux: distribuição asiática, que prima pela velocidade de
execução, mesmo em máquinas antigas de baixo desempenho. Também é
derivado do Red Hat e usa pacotes RPM.
United Linux: é uma distribuição criada pelo consórcio inicialmente formado
por SUSE (atualmente Novell), Caldera (atualmente SCO), Conectiva e
Turbo Linux.
Knoppix: derivado do Debian, foi criado para ser uma mini-distribuição, o
menor tamanho possível, rodando de um live-CD, e com todas as
funcionalidades de um windows 9x. Baseado nessa distribuição nasceu o
Kurumin.
Kurumin: atualmente é a principal distribuição brasileira, de fácil instalação.
Possui muitos softwares instalados, isto em apenas um CD. Através de
rotinas ou pequenos programas associados a scripts
50
, é capaz de instalar
qualquer software a partir da Internet, com muita facilidade. É um dos mais
amigáveis da atualidade, e todo em português.
De acordo com Antunes (2006), a evolução do sistema operacional Linux pode
ser verificada através de três fases:
1ª Fase (1998-2000): nesta fase, o Linux enfrentou dificuldade para
conquistar a credibilidade dos usuários. Este sistema operacional
entusiasma os seus primeiros utilizadores com a robustez e baixo preço.
Cria-se uma verdadeira onda de defensores do software livre e de
50
Scripts são roteiros, procedimentos, programas. Fonte:
http://www.eps.ufsc.br/disserta99/alves/gloss.htm
85
programadores que divulgam os seus méritos e o posicionam como um
sistema alternativo forte, especialmente na área da Internet e segurança.
2ª Fase (2000-2003): o Linux criou, raízes fortes, adquirindo
credibilidade, especialmente no nível de Web Servers
51
e Clustered
Servers
52
. A utilização do Linux está em notório crescimento, muito à
custa do abandono de soluções mais dispendiosas, como o Windows e
as soluções Unix/RISC. Este crescimento chamou a atenção dos
fabricantes e vendedores.
3ª Fase (2003-2005)
: o interesse pelo Linux começa a crescer em áreas
específicas, e aumenta com a vantagem apresentada pelo Unix na área
dos sistemas críticos, estabilidade e disponibilidade, e pelos
melhoramentos no Windows. A migração para sistemas Linux á ainda
dispendiosa e arriscada, mas os fabricantes e vendedores já conhecem
o potencial do Linux e começaram a surgir soluções pensadas para este
sistema.
2.4.2 Licenças para de softwares livres
As licenças dos softwares proprietários são desenvolvidas para restringir sua
liberdade de compartilhamento e, consequentemente, de mudá-lo. De forma
contrária, as licenças para os softwares livres pretendem garantir sua liberdade
de compartilhar e alterar o software livre. Para isso é realizado um acordo de
51
Web server (servidor web) corresponde ao programa servidor responsável por atender as
requisições realizadas a partir do browser e retornar as respostas. Possui uma interface para a
função de mediação de dados (Carvalhe, 2000).
52
Cluster é um sistema que compreende dois ou mais computadores (denominados nodos),
ligados em redes, na qual trabalham em conjunto para executarem aplicações ou realizarem
outras tarefas, de tal forma que seus usuários tenham a impressão de que somente um único
sistema responde para eles, criando assim a ilusão de um recurso único (computador virtual).
Este conceito é denominado transparência do sistema (Sommer, 2007).
86
Licença de Software, é um memorando de contrato entre o desenvolvedor do
programa e o usuário, onde é concedida a licença de uso.
Assim, as licenças de softwares são contratos legais em que o autor e o
usuário explicitam as condições de utilização de um software, sendo, portanto,
uma autorização expressa para seu uso.
Existem diversos tipos de licenças
53
de softwares livres, como as abaixo
relacionadas:
Licença Apache
54
: é uma licença para software livre de autoria da
Apache Software Foundation (ASF). Os softwares desenvolvidos pela
ASF são licenciados de acordo com os termos da licença Apache.
Alguns projetos não pertencentes à ASF também utilizam esta licença. A
licença Apache (versões 1.0, 1.1 e 2.0) exige a inclusão do aviso de
copyright. Não é uma licença copyleft - ela permite o uso e distribuição
do código fonte tanto no software open source como no proprietário.
Licença Pública Mozilla (MPL)
55
: seus principais atributos são: o
requisito de que a fonte de modificações é disponibilizada sob a licença
de código aberto; a possibilidade de distribuir programas executáveis
sob uma licença diferente; uma definição de modificações e software
coberto baseada em arquivos e uma licença de patente explícita.
Licença de Desenvolvimento e Distribuição Comum (CDDL)
56
: é uma
licença de código aberto que utilizou a Licença Publica Mozilla (MPL) e a
53
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Licen%C3%A7a_de_Software. . Acesso em: 7 jun. 2007.
54
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Licen%C3%A7a_Apache. . Acesso em: 7 jun. 2007.
55
Fonte: http://br.opensolaris.org/faq/licensing
-
faq/jsessionid=C539C572ED54795. Acesso em:
7 jun. 2007.
56
Fonte: http://br.opensolaris.org/faq/licensing
-
faq/jsessionid=C539C572ED54795. Acesso em:
7 jun. 2007.
87
tornou reutilizável sem modificações, criando uma licença copyleft que
fornece proteções e liberdade nos ambientes de código aberto e permite
a criação de trabalhos mais amplos para objetivos comerciais. Esta
licença mantém todas as características da MPL e apresenta várias
melhorias, tais como: a definição de modificações para melhor
compreensão da cobertura da licença, detalhes sobre a escolha da lei,
foro e jurisdição. Também foi colocada a opção de tornar o software
coberto disponível sob uma licença especifica.
Licença Pública GNU (GPL): Gnu - Gnu is not Unix
57
, é uma licença que
pretende garantir sua liberdade de compartilhar e alterar o software livre,
sempre com o objetivo de melhorá-lo. Esta Licença Pública Geral aplica-
se à maioria dos softwares da Free Software Foundation e a qualquer
outro programa cujo autor decida aplicá-la. Tal fundação, criada em
1984, faz a fiscalização do uso dos produtos de código aberto e
desenvolveu os parâmetros que definem o software livre e as quatro
liberdades que o caracterizam, que são:
uso pessoal, acadêmico ou comercial;
distribuição, que permite fazer cópias e distribuí-las;
estudo ou alteração, adequação do software para alguma
necessidade específica;
distribuição das alterações.
GNU Lesser General Public License (LGPL)
58
: é uma licença de
software livre aprovada pela FSF que está entre a licença GPL e
licenças mais permissivas como a licença BSD e a licença MIT. Foi
criada em 1991 e atualizada em 1999 por Richard Stallman e Eben
Moglen. A principal diferença entre a GPL e a LGPL é que esta permite
ser ligada com programas que não sejam GPL ou LGPL, que podem ser
57
Fonte: www.gnu.org/home.pt.html. Acesso em: 7jun. 2007.
58
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/LGPL. . Acesso em: 7 jun. 2007.
88
software livre ou proprietário. Esta licença coloca restrições copyleft no
próprio programa, mas não aplica essas restrições a outro software
conectado com o programa.
Licença MIT
59
: esta licença de programas de computadores também
denominada licença X ou licença X11, foi desenvolvida pelo
Massachusetts Institute of Technology (MIT). É uma licença não copyleft
utilizada em software livre, que permite a reutilização de software
licenciado em programas livres ou proprietários.
Licença Creative Commons
60
: é uma licença que permite copiar,
distribuir, exibir e executar o programa. Desde que sejam obedecidas as
seguintes condições: dar crédito ao autor do original, da forma
especificada por ele ou pelo licenciante; não fazer uso comercial do
programa e não alterar, transformar ou criar outro programa base neste.
Berkeley Software Distribution (BSD): De acordo com Hexel (2007), esta
é uma licença que impõe poucas restrições sobre a forma de uso,
alterações e redistribuição do software licenciado. De acordo com o
autor, o software pode ser vendido e não há obrigações quanto à
inclusão do código fonte, podendo o mesmo ser incluído em softwares
proprietários. O que esta licença garante é o crédito aos autores do
programa, porem não garante que trabalhos derivados permanecem
como software livre.
59
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Licen%C3%A7a_MIT. Acesso em: 7 jun. 2007.
60
Fonte: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.5/br/
89
Seu objetivo é proporcionar controle aos que a adotam, pois seus termos
são mais flexíveis e oferecem mais benefícios a consumidores
corporativos.
2.4.3 - Softwares livres para biblioteca
Para o desenvolvimento de um software livre que objetiva o sistema de
informatização de bibliotecas, devem-se observar as seguintes etapas, de
acordo com Silva (2006):
verificar o setor de recursos humanos: administrador de sistemas, analista,
bibliotecário, estagiários e técnicos;
avaliar os recursos materiais: custos, equipamentos, etc.;
escolher o Software e o Hardware: estrutura necessária para
informatização, destacando sistemas operacionais, softwares (aplicativos,
servidores, sistemas gerenciadores de banco de dados - SGDB),
equipamentos de conectividades (hub, switch, placas de rede, firewall, etc.);
preparar a documentação: normas, diretrizes, manuais etc.
Já existem várias iniciativas de instituições como as apresentadas a seguir, que
apoiam e criam ferramentas livres que podem ser utilizadas para o
desenvolvimento de um software livre:
Open standards and software for bibliographies and cataloging: é
projeto que oferece um espaço para hospedagem de softwares e
documentação voltados para ferramentas e padrões utilizados em
bibliotecas: http://wwwsearch.sourceforge.net/bib/openbib.html
Open Source System for Libraries: tem a missão de contribuir para a
construção de sistemas abertos para utilização em bibliotecas,
disponibiliza softwares de código aberto para download:
http://www.oss4lib.org/
90
Open Archives Initiative: tem o objetivo de facilitar a disseminação dos
conteúdos das bibliotecas digitais, por meio do desenvolvimento de
padrões de interoperabilidade entre repositórios digitais:
http://www.openarchives.org/
Open Source Initiative: é uma organização dedicada a promover
softwares de fonte aberta: http://www.opensource.org/
OpensourceCMS: é um espaço onde estão disponíveis ferramentas para
o gerenciamento de conteúdos, permitindo a criação de sites e portais:
http://www.opensourcecms.com/
Free Software Foundation: é uma instituição que promove o
desenvolvimento e uso do software livre e particularmente do sistema
operacional GNU, tem o objetivo de eliminar as restrições sobre as
cópias de softwares, promovendo o compartilhamento de recursos e
conhecimentos: http://www.fsf.org/
Para o desenvolvimento de um software para bibliotecas, outro requisito
importante são os padrões de metadados para descrição de dados utilizados
no contexto web. O padrão MARC é a principal forma de representar registros
bibliográficos/catalográficos; seu formato de comunicação é muito utilizado
para o intercâmbio entre sistemas de biblioteca, mas não pode ser publicado
na internet, pois seu formato complexo não pode ser interpretado pelos
navegadores, portanto não podem ser utilizados no ambiente web. (ALMEIDA e
CENDON,2006).
Assim, outros padrões vem sendo utilizados como alternativa às limitações do
padrão MARC na representação de registros catalográficos, como por exemplo,
a linguagem XML
61
.
61
XML é uma linguagem (extended Markup Language) de marcação publicada em 1997 pelo
W3 Consortium, que tem aplicação na descrição de conteúdo e transporte de dados (Almeida e
Cendon (2006).
Fonte: http://.eci.ufmg.br/mba/text/artgo
-
marcxml
-
sub
-
WEB.pdf
91
Esses padrões
62
são suportados por diversas ferramentas. Abaixo estão
relacionados algumas delas, bem como algumas ferramentas de conversão de
registros catalográficos padrão MARC para a linguagem XML:
Bibx – DTD
63
: é um esquema utilizado na descrição de dados bibliográficos;
Metadata Object Description Schema (MODS): é um esquema de
metadados descritivos derivados do MARC 21, expresso na linguagem
XML, faz uma ponte entre aplicações bibliográficas tradicionais e aplicações
bibliográficas que tenham outros propósitos. Permite incluir dados
selecionados de registros MARC 21 já existentes, isto é, traduzir registro
MARC em XML. Também gera registros originais de descrição de
recursos
64
.
Metadata Encoding and Transmission Standard (METS): é um esquema
XML para codificar a descrição e a administração de objetos digitais em
bibliotecas digitais.
XOBIS: é um esquema da linguagem XML, utilizado para modelar dados do
padrão MARC .
Bibulus
: para abordagem similar ao BibX + m-bib v2, define ainda um DTD
e usa a linguagem PERL (Pratical Extracption and Report Language) para
converter documentos La TeX
65
.
62
Fonte: http:// listas.ibict.br/pipemail/bib-virtual/2005-August/001648.html
63
Um Document Type Declaration (DTD) é um padrão que especifica as regras para a criação
de linguagem de marcação. Fonte:http://www.ecos.source.org/ml/docbook-apps/2000-
q3/msg00103/pq-dbk.sgml-13k
64
Fonte: http://www.wncontros-bibli.ufsc.br/bibesp/esp
-
06/bibesp
-
esp
-
06
-
sayao
-
esp
-
20071.pdf
65
La Tex é uma linguagem de marco para Tex – um programa de formatação de documentos
para impressão baseado em uma linguagem de marcação criado por Donald M.Knuth. Fonte:
http://www.tex-br.org/index.php/Apresenta%C3%A7%C3%A3o
92
Bib TeXML: faz a tradução de um esquema de marcação, é enviado com as
ferramentas às bibliografias nativas de Bib TeX da sintaxe TeXe converte
em XML;
BiblioML: é uma ferramenta ou uma aplicação XML para registros
bibliográficos. É um esquema para o intercâmbio de bibliografias UNIMARC
e registros da autoridade entre aplicações, são formatos baseados em XML;
JAMES, TIGRIS, MARC tools, MARCXML Converter e MARC – XML –
DTD: são softwares utilizados na conversão de formatos MARC para XML.
Outras ferramentas fundamentais para o desenvolvimento dos softwares para
bibliotecas:
Ferramentas de CMS (Sistemas de Gerenciamento de Conteúdo):
permitem a criação de sites, portais e gerenciamento de conteúdos:
notícias, eventos, download, etc.
Ferramentas para Criação de Bibliotecas Digitais e Repositórios
Institucionais
: possibilitam a criação de acervos digitais de teses,
dissertações, artigos e outros documentos eletrônicos.
Sistemas de Gerenciamento de Bibliotecas
: aplicação para gerenciar as
rotinas administrativas de uma biblioteca, como a circulação e a
catalogação.
93
Dentre os sistemas de gerenciamento de conteúdo
66
, que são ferramentas que
permitem integrar e automatizar todos os processos relacionados à
catalogação, indexação, personalização, controle de acesso e disponibilização
de conteúdos em portais web, podemos citar:
Xaraya: é um framework multiplataforma escrito na linguagem Hypertext
Preprocessor (PHP), que utiliza tanto o banco de dados MySQL quanto
Postgresql. Esta solução não foi criada especialmente para bibliotecas e
sim para portais de conteúdos, pois apresenta módulos como enquetes,
busca, fóruns, notícias, artigos e outros tipos de conteúdos. Utiliza padrões
web como a linguagem Extensible Hypertext Markup Language (XHTML) e
documentos Cascading Style Sheets (CSS) que definem as regras de
formatação ou de estilos, a serem adaptados aos elementos estruturais de
marcação. Também possui muitos recursos para criação de portais
corporativos. Está sob licença GPL;
Mambo: tem funcionalidade similar a do Xaraya, utiliza banco de dados
MySQL, escrito em PHP, e conta com uma grande comunidade para a qual
colabora com documentação, templates (são exemplos de fundo de tela que
permite ao usuário deixar sua pagina mais personalizada), scripts e
módulos. A instalação padrão conta com os seguintes módulos: enquetes,
artigos, banners, links, sistema de busca, dentre outros;
Drupal: é um sistema de gerenciamento de conteúdo Open Source,
desenvolvido usando-se PHP, e totalmente administrado por meio de uma
interface web. Atualmente, pode funcionar com o uso tanto MySQL como
PostgreSQL.
66
Maiores informações estão disponíveis no site: http://www.opensourcecms.com/
94
Xoops: um sistema de publicação open source para a criação de sites
dinâmicos, a partir da programação PHP, orientada a objetos e banco de
dados MySQL. Seu grande diferencial é permitir que o conteúdo de seu
website possa ser modificado de forma rápida e segura, de qualquer
computador conectado à Internet. Administra o conteúdo utilizando, por
exemplo, a Internet Explorer em qualquer computador conectado à Internet
ou rede local, sem a necessidade de instalação de softwares adicionais.
Plone: um sistema gerenciador de conteúdo livre e de código aberto. Possui
um sistema de workflow
67
, segurança e funções pré-configuradas, um
conjunto de tipos de conteúdo e suporte a várias línguas. É executado
sobre o servidor de aplicações Zope e sobre o framework Content
Management Framework (CMF);
BrushTai: é uma ferramenta muito simples e bastante funcional, para
plataformas computacionais windows e linux/unix. Foi desenvolvido em
PHP e seu banco de dados é o MySQL. Apresenta recursos para uma
intranet de uma biblioteca. O sistema tem licença GPL e oferece opções
para criação de manuais de usuário, informações sobre circulação,
calendário de eventos, controle de equipamentos (computadores,
impressoras), divulgação de novas aquisições e muitos outros recursos
fundamentais para bibliotecas;
Tematres: é uma aplicação web para a gestão de linguagens
documentárias. É utilizada na criação de tesauros hierárquicos, navegação
web, glossários e dicionários on line. Pode ser utilizado em bibliotecas
digitais e tradicionais para controle de vocabulário. Possui padronização
67
Workflow é um sistema que possibilita um fluxo de trabalho para a tramitação de
documentos.
Fonte: http://notes.ufsc.br/home.nts/notesnaufsc
. Acesso em: 9 abr. 2007.
95
W3C
68
, sendo uma ferramenta baseada na web semântica com saídas XML
através do padrão Dublin Core e Zthes
69
;
Zope: Z Object Publishing Environment, é um servidor de aplicações web,
de código aberto, utilizado na criação e no gerenciamento de conteúdos de
sites dinâmicos. A plataforma de software Zope contém um poderoso banco
de dados orientado a objetos. Pode ser utilizado através de uma simples
interface web, com um browser que suporte cookies
70
, oferecendo a opção
de gerenciar conteúdos remotamente, sendo ideal para o uso corporativo,
quando existem inúmeros departamentos envolvidos com a tarefa de
administração de conteúdos, na Internet e na intranet.
As ferramentas livres para criação de bibliotecas digitais e repositórios
institucionais
71
, como os abaixo relacionados, possibilitam o desenvolvimento
de acervos digitais de teses, dissertações, artigos e outros documentos
eletrônicos:
ARC Source
: o ARC (A Cross Archive Search Service) é um sistema baseado
na web escrito em Java (servlets
72
e JSP
73
), e utiliza banco de dados relacional
68
O World Wide Web Consortium (W3C) desenvolve tecnologias de padrões web, para o
desenvolvimento e interpretação dos conteúdos para web. Tem o objetivo de levar a web para
o seu potencial máximo, através do desenvolvimento de protocolos comuns e fóruns abertos
que promovam sua evolução e garantam a sua interoperabilidade.
Fonte: www.w3.org/
. Acesso em: 9 abr. 2007.
69
http://www.opensourcecms.com/. Acesso em: 9 abr. 2007.
70
Um cookie e uma informação que os sites podem enviar aos navegadores. Nas visitas
posteriores o navegador reenvia os dados para o servidor dono do cookie. Os sites geralmente
usam os cookies para distinguir usuários e memorizar preferências.
Fonte: http://br.mozdev.org/firefox/cookies
. Acesso em: 9 abr. 2007.
71
http://www.openarchives.org/tools/tools.html. Acesso em: 9 abr. 2007.
72
Servelet é um programa que estende a funcionalidade de um web server, gerando conteúdo
dinâmico e interagindo com os clientes, utilizando o modelo request/response. Eles não são
restritos ao modelo PHP de request/response, é o modelo mais utilizado.
Fonte:http://imasters.com.be/faq/342
. Acesso em: 9 abr. 2007.
73
JSP são as siglas para Java Server Pages, é uma linguagem criada pela Sun para gerar
paginas HTML dinâmicas com Java. É semelhante a outras linguagens para internet como ASP
e PHP, mas com o diferencial de possuir toda a plataforma Java como base e recursos como
as Tag Libraries. Todo JPS é um Servelet. Fonte:http://www.portaljava.com.br/home/
. Acesso
em: 9 abr. 2007.
96
para armazenar os dados; foi desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa de
Bibliotecas Digitais da Universidade de Old Dominion, na Virginia - Estados
Unidos (EUA);
DSpace
74
: é um projeto das bibliotecas do Massachusetts Institute of
Technology (MIT) para recolher, preservar, gerir e disseminar a produção
intelectual dos seus investigadores. É todo escrito em JAVA e é resultado
de um esforço conjunto de investigação e desenvolvimento do MIT e da
Hewlett-Packard (HP). O sistema foi disponibilizado publicamente em
novembro de 2002, de acordo com os termos da BSD open source license;
Fedora
: Flexible Extensible Digital Object Repository Architeture - Fedora
75
.
Desenvolvida pela Universidade de Virginia e Universidade de Cornell, está
sob licença Mozilla. Implementado com tecnologia Java e XML, utiliza
acesso via webservices com o padrão Web Services Description Language
(WSDL), proporcionando, assim, maior interoperabilidade em arquitetura
distribuída. Especialmente desenvolvido para manipulação de conteúdos
multimídia: gráficos, fotografias, arquivos de áudio e vídeo, sendo uma das
ferramentas do segmento de softwares livres para repositório de arquivos
na web;
GNU eprints: tem a função de disponibilização de documentos eletrônicos
na web, muito utilizado para criação de periódicos on line, com recursos de
citação e metadados. A base Library and Information Science
76
utiliza o
software para gerenciar seus arquivos de acesso público.
74
Fonte: http:www.dspace.org. . Acesso em: 9 abr. 2007.
75
Fonte: http://www.fedora.info. Acesso em: 9 abr. 2007.
76
Fonte: http://eprints.rclis.org/. Acesso em: 9 abr. 2007.
97
Contando com todos esses recursos, alguns sistemas de gerenciamento de
bibliotecas com software livre
77
já são uma realidade; há sistemas como:
Openbiblio; PhpMyLibrary; Gnuteca; Koha; PHL, MicroISIS
78
, dentre outros,
que serão apresentados no capítulo Pesquisa sobre sistemas automatizados
em bibliotecas universitárias federais.
Podem-se pressupor muitas vantagens na utilização de software livre pelas
bibliotecas universitárias federais, dentre elas:
Custo: considerando-se as dificuldades das bibliotecas federais em adquirir
acervos, ampliar seu espaço físico, contratar e treinar pessoal, devido à
falta de recursos financeiros, parece compreensível que, com o uso do
software livre, a biblioteca esteja economizando, em seu orçamento com a
compra de licenças, manutenção e suporte para os softwares proprietários.
Tecnologia: já existem vários programas com a filosofia livre, para as
soluções da gestão de acervos, tais como: openBiblio (usado para
pequenas e médias bibliotecas); o Emilda, que gerencia múltiplas
bibliotecas e permite intercâmbio de informações sobre catalogação; o
Koha, desenvolvido em 1999, na Nova Zelândia, pela Communications Ltd,
para a realização da catalogação, circulação de livros, gerenciamento de
usuários e aquisição de pacotes; e o Gnuteca, desenvolvido no Brasil, no
Centro Universitário UNIVATES
79
, com suporte técnico nacional e muitas
funcionalidades. Mesmo que um desses programas não atenda a uma
determinada biblioteca, poderá ser modificado de acordo com as
necessidades desta, uma vez que é livre.
77
Fonte: http://www.oss4lib.org/projects/ . Acesso em: 9 abr. 2007.
78
O MicriISIS não é um software livre, mas de baixo curso. Foi o primerio software a ser
introduzido na América Latina, pela UNESCO, para elaboração de bases de dados.
79
localizada no Vale do Taquari / Rio Grande do Sul
98
Liberdade: como os softwares livres são fornecidos com as liberdades de
executá-los, estudá-los, modificá-los e distribuí-los, é possível que uma
biblioteca, a partir de ferramentas livres voltadas para o desenvolvimento de
softwares para o gerenciamento de suas atividades, possa utilizá-las com o
objetivo de adaptação às suas necessidades, aproveitando todos os
conhecimentos compartilhados, e gerando novos conhecimentos.
Assim, é importante perceber que o uso de softwares livres trará vantagens
não só para as bibliotecas como, também, para o país, por meio do
desenvolvimento de tecnologias nacionais, o que vem acompanhado de vários
fatores positivos, relacionados ao desenvolvimento da indústria de informática
e, portanto, à geração de empregos. Borges (2005) comenta que software livre
não é remédio para todos os males, mas para muitos deles. Para esse autor,
no Brasil ainda não existe maturidade suficiente e entendimento de sua
utilidade, por isso, ainda se exploram pouco os recursos disponíveis, enquanto
no Exterior o uso dos softwares livres é intensivo.
99
3 PESQUISA SOBRE SISTEMAS AUTOMATIZADOS EM BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS FEDERAIS
Para analisar o uso de sistemas automatizados em bibliotecas universitárias
federais empreendeu-se uma pesquisa, a seguir descrita de forma detalhada e,
ao final do estudo foi desenvolvido um software livre, com base, nos resultados
obtidos.
3.1 – Objeto da pesquisa
O objeto da pesquisa foram as bibliotecas universitárias federais, que tem a
missão de atender a comunidade universitária e a maioria dos pesquisadores
brasileiros, necessitando portanto, de um bom desempenho e modernização da
gestão da informação e automação de seus acervos. Alguma bibliotecas
universitárias não federais como a USP, Unicamp, dentre outras indicadas nos
anexos 3 e 13 deste estudo, também foram consultadas por pertencerem à
Instituições de destaque e referência em relação ao tema desta pesquisa.
A biblioteca universitária é um setor subordinado à universidade, que ”tem por
missão o suporte de suas atividades, sejam elas de ensino, pesquisa ou
extensão” (Oliveira, 2002, p.2). Ela assume a função social de prover a infra-
estrutura documental e promover a disseminação da informação à comunidade
universitária.
Partindo da premissa de que existe uma relação estreita entre biblioteca-
universidade, pode se observar que as mudanças ocasionadas pela
globalização econômica e pelas informações nas organizações têm ocasionado
reflexões sobre o papel das instituições de ensino dentro deste novo modelo de
sociedade.
Essas mudanças também são verificadas nas bibliotecas, que tornam-se cada
vez mais essenciais no ambiente acadêmico, uma vez que, de acordo com
100
Cunha (2000, p.71), “a biblioteca não é um ente isolado, estando, portanto,
inserida em um contexto maior”. Percebe-se então que a função social de uma
biblioteca universitária amplia-se na sociedade da informação.
Assim, muitos dos problemas das bibliotecas se inserem nos da universidade e
as transformações pelas quais vem passando ao longo dos anos também se
refletem nas bibliotecas, como, por exemplo, a instabilidade dos recursos
financeiros oriundos de recursos da União. Segundo Cunha (2000), a
universidade tem recorrido a parcerias com o mercado, através de projetos de
pesquisas, como alternativa para solução de seus problemas, porém o que se
percebe é que não são todos os departamentos e setores da universidade que
têm o privilégio de conseguir, no mercado, estes “financiamentos para
pesquisa”. Os cursos de medicina e outros ligados à saúde, bem como aqueles
relacionados com a área de tecnologia, são os que têm obtido maiores
recursos, por meio de pesquisas, enquanto outros cursos, de áreas sociais e
humanas, não tem despertado o interesse do setor privado, ficando em
desvantagem, com conseqüências para as bibliotecas a eles ligadas. Um
desafio para as bibliotecas universitárias é portanto a captação de recursos,
evitando que se tornem apenas um centro de custos (Cunha, 2000).
As bibliotecas universitárias aderiram ao uso intensivo das novas tecnologias
de informação e vêm-se apresentando como um conjunto de mecanismos
eletrônicos, buscando dentre outros objetivos:
facilidade e agilidade na localização de informação, interligando recursos e
usuários e minimizando os problemas de localização; eficiência dos próprios
processos biblioteconômicos de aquisição, catalogação, classificação, e
armazenamento dos documentos, todos eles enfrentados pela biblioteca
tradicional. (KRZYZANOWSKI,1996).
O computador e as outras novas tecnologias nas bibliotecas podem constituir-
se como ferramentas mediadoras no processo de divulgação do conhecimento,
e, dessa forma, proporcionar uma verdadeira revolução nas bibliotecas
acadêmicas, ressaltando-se a importância da integração da tecnologia da
101
informação ao processo de gerenciamento das atividades de uma biblioteca.
Como afirma Lima (2002, p.8): “A informática representa muito mais que uma
revolução nas formas e métodos de geração, armazenamento, processamento
e transmissão da informação”.
Estas considerações são fundamentais, já que as bibliotecas nacionais,
universitárias, escolares, infantis, especializadas, ambulantes e outras são
detentoras de uma gama de informações importantes para a comunidade que
atendem. De acordo com Dias (1998), a biblioteca pode ser vista como um
sistema de comunicação / informação, que tem como um de seus objetivos
orientar o usuário na utilização dos diferentes tipos de documentos, como
recurso na busca de informações.
Do ponto de vista das instituições que armazenam informações, como as
bibliotecas, a disponibilização de informações é uma tarefa social, capaz de
garantir o direito à informação. Para Dodebei et al. (2004), a disseminação da
informação é fundamental no processo de novas construções e na geração de
novos conhecimentos, o que reforça a importância da universidade no
cumprimento de seu papel de gerador de informação/conhecimento e da
biblioteca, no seu papel de disseminadora de informação.
Prado (2000, p.13) afirma que “a biblioteca universitária nada mais é que uma
universidade em si mesma. Desde os mais remotos tempos a universidade e a
biblioteca, trabalhando na mais íntima reciprocidade, têm desempenhado a
importantíssima função de preservar e disseminar o conhecimento”. Segundo
ela, a universidade utiliza os conhecimentos e as idéias conservados,
revitalizando-os e pondo-os a serviço da educação; assim, a transmissão das
idéias contidas nos livros deve ser o objeto básico da universidade e a
biblioteca não pode ser um agente neutro, passivo, apenas executando a
atividade de entregar o livro ao usuário e controlar sua volta, mas deve
apresentar-se como “um conjunto de seres humanos que aceita a
responsabilidade de tornar o material impresso útil à sociedade” (MacLeish
citado por Prado, 2000, p.14)
102
Segundo Wilson e Tauber (1963) os princípios básicos de uma boa
organização de biblioteca universitária, consistem:
recurso para ensino, pesquisa e extensão;
competente corpo administrativo e executivo;
organização eficiente para uso do material bibliográfico;
espaço e equipamento adequados;
integração da biblioteca com os dirigentes administrativos e educacionais;
integração da biblioteca com as associações de bibliotecários, sejam elas
estaduais, nacionais ou internacionais;
razoável apoio financeiro;
plano de direção para a realização do trabalho da biblioteca.
Considerando esses princípios, é necessário que a biblioteca esteja em
sintonia com os interesses e necessidades da instituição, para que possa
orientar suas aquisições. Prado (2000) conclui que os objetivos específicos da
biblioteca são determinados pela universidade e o objetivo geral é facilitar o
acesso e o uso das fontes de informações, que representam a base do ensino
e da pesquisa.
As bibliotecas universitárias brasileiras contaram no período de 1986/1991,
com o Programa Nacional de Bibliotecas Universitárias (PNBU), que marcou
suas atividades com as seguintes principais linhas de atuação:
programa de aquisição planificada;
programas BIBLOS, para aquisição de monografias;
programa de capacitação de recursos humanos;
projetos de pesquisa na área de informação.
A implementação do programa, mesmo em pequeno período de tempo, trouxe
muitos benefícios, como a melhoria dos recursos humanos, a aceleração dos
processos informatizados e a modernização dos produtos e serviços de
informação.
103
As atividades em torno do PNBU conduziram a uma aglutinação dos
bibliotecários, em encontros periódicos para discussão dos assuntos ligados às
bibliotecas universitárias. Tais encontros tornaram-se periódicos e se denomina
Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias (SNBU).
Atualmente, a política educacional do governo explicita por meio do artigo 43
da nova Lei de Diretrizes e Bases, que trata das finalidades da educação
superior, a convergência entre objetivos da própria universidade e os da
biblioteca, apontando nitidamente o papel da biblioteca universitária, quanto à:
criação e sistematização de novos conhecimentos;
reorganização e difusão dos conhecimentos existentes;
formação acadêmica de indivíduos, assim como sua educação permanente;
incentivo à pesquisa;
divulgação de conhecimentos;
estímulo do indivíduo à integração dos saberes adquiridos, ao
conhecimento da realidade e à sua interferência nela;
promoção das atividades de extensão.
Pode-se argumentar que o grande desafio das bibliotecas universitárias é
contribuir para a organização de conhecimentos produzidos com vistas a
construção de uma sociedade na qual todos possam criar, acessar, utilizar e
compartilhar informações e conhecimentos.
Constitui ponto de reflexão o entendimento do tratamento e da organização da
informação, suas dificuldades e os novos desafios impostos pela sociedade
atual às bibliotecas universitárias. É o momento de se conhecerem as
estruturas dessas bibliotecas, sabendo que as tecnologias por elas cada vez
mais utilizadas, influenciam o desenvolvimento de suas funções para atingir
seus objetivos, seja na automação dos instrumentos de controle do seu acervo,
na utilização dos recursos computacionais em seus serviços básicos ou no uso
da informação em suporte digital.
104
Percebe-se, ao observar o contexto das universidades federais brasileiras, que
elas estão passando por essas transformações, além daquelas relacionadas às
políticas educacionais do governo, contexto em que se inserem as bibliotecas
universitárias federais. O orçamento destinado a elas é insuficiente para a
manutenção das coleções e para automatização dos processos bibliotecários.
Além disso, outro desafio imposto à biblioteca relaciona-se com os produtos do
conhecimento, que se apresentavam na forma impressa e, agora, estão
migrando, cada vez mais, para a forma digital, o que leva a um repensar do
fazer bibliotecário e da biblioteca. Durante a pesquisa pode-se observa outros
problemas ligados a esses entorno da biblioteca:
acesso às novas tecnologias;
adoção de padrões comuns entre as bibliotecas, o que facilitaria a
importação / exportação de dados;
não pertencimento a uma rede ou consórcio, para melhoramento do acervo
e serviços prestados;
falta de profissionais qualificados para cumprir funções básicas de uma
biblioteca, principalmente no que se refere à orientação aos usuários, no
sentido de recuperar os documentos / informações desejados e outras
atividades também importantes nas bibliotecas;
falta de treinamento (formal ou informal) para a seleção e uso das novas
tecnologias;
acompanhamento das novas tecnologias que surgem e que podem resolver
atividades de bibliotecas;
carência de financiamento para pesquisa.
Para minimizar essas dificuldades, é necessário o apoio de dirigentes das
universidades, principalmente no que se refere aos recursos informativos,
organizando-se um plano de cooperação para uso dos recursos alocados nas
diversas bibliotecas, para que os pesquisadores e estudantes possam contar
com um volume de informação infinitamente maior, segundo Prado (2000).
105
O grande desafio da maioria das bibliotecas é a modernização da gestão da
informação e a automação do processo bibliotecário, existindo, também, um
grande interesse nas bibliotecas digitais ou virtuais. Segundo Garcez e Rados
(2002), as bibliotecas brasileiras devem ser parte ativa do universo globalizado,
à medida que o desenvolvimento se agiganta pela internet.
No momento em que os conhecimentos produzidos já estão migrando do
sistema impresso para o digital, torna-se necessário que todas as bibliotecas
universitárias estejam aptas a adquirir e utilizar as modernas tecnologias para
acesso a esses conhecimentos.
3.2 – Procedimentos metodológicos
Para realização deste estudo foram escolhidas as bibliotecas universitárias
federais brasileiras. Elas têm a missão de atender à comunidade universitária e
à maioria dos pesquisadores brasileiros, necessitando, portanto de apresentar
bom desempenho. Sabe-se que a maioria das universidades federais enfrenta
sérias dificuldades, até mesmo para manter suas instalações, como
laboratórios e bibliotecas.
Com a realização desta pesquisa, pretendeu-se em primeiro lugar conhecer a
realidade daquelas bibliotecas. Em segundo lugar tentar diminuir as
dificuldades encontradas pelas bibliotecas universitárias federais
principalmente nas regiões mais distantes dos centros de conhecimentos para
adquirir e manter seus softwares proprietários, para automação de serviços
bibliotecários. Cabe lembrar que, devido ao crescente volume de informações,
o computador tornou-se uma ferramenta importante para armazenamento,
organização, disseminação e recuperação da informação.
106
3.2.1 – Procedimentos de coleta de dados
A coleta de dados foi realizada em três etapas. As questões que necessitaram
de aprofundamento e outras novas precisaram ser incluídas no contexto da
pesquisa, na segunda e na terceira etapas. Além dos questionários enviados,
foram feitas pesquisas sobre o tema na internet e na literatura.
3.2.1.1 – Primeira etapa
A primeira etapa da pesquisa, que ocorreu durante o primeiro semestre de
2004, foi realizada para obter informações gerais sobre a automatização das
atividades bibliotecárias. Foi feito um levantamento das tecnologias utilizadas
nas bibliotecas universitárias federais brasileiras, e também nos Centros de
Ensino Tecnológico (que possuem cursos de nível superior), nas cinco regiões
brasileiras.
Foram verificados os softwares utilizados nas bibliotecas, os instrumentos de
classificação e catalogação de documentos e o intercâmbio de dados entre
bibliotecas.
Para reunir os dados e as informações, um questionário foi aplicado aos
bibliotecários, responsáveis pelas bibliotecas, abordando a organização e o
tratamento da informação: instrumentos de padronização utilizados nos
processos de catalogação e indexação; e, também, os instrumentos de
gerenciamento dos dados, ou seja, os softwares utilizados para isso.
O questionário foi dividido em três partes, contendo: a) caracterização ou perfil
do respondente (questões 1-5); b) serviços essenciais e instrumentos utilizados
em uma biblioteca (questões 6-10); c) tendências de pesquisa e expectativas
na área do tratamento da informação (questão 11)
80
.
80
Em apêndice, encontram-se: carta enviada aos bibliotecários; modelo do questionário;
relação das universidades consultadas.
107
A análise dos dados levantados por meio do questionário permitiu identificar as
tecnologias adotadas pelas bibliotecas universitárias federais brasileiras para o
tratamento da informação: softwares, instrumentos de catalogação,
classificação, indexação e disseminação da informação, o que possibilitou a
comparação entre os principais serviços realizados nas diversas bibliotecas
consultadas.
Pretendeu-se também, com esta análise, investigar as tecnologias utilizadas
pelas bibliotecas universitárias e se tais tecnologias eram incompatíveis, o que
se tornaria um obstáculo ou mesmo poderia inviabilizar o intercâmbio de dados
e informações entre elas.
3.2.1.2 – Segunda etapa
Verificou-se na primeira etapa da pesquisa, que nenhuma biblioteca
participante desse estudo que respondeu ao questionário, utilizava um software
livre; assim, a segunda etapa, realizada no primeiro semestre de 2005, teve
como objetivo fazer um mapeamento das iniciativas de uso de softwares livres,
em outras bibliotecas brasileiras. Também no exterior e foi feito um
levantamento das principais características dos softwares proprietários e livres
pesquisados, bem como uma comparação entre eles, sob o ponto de vista da
informática e da biblioteconomia
Buscou-se levantar as vantagens e as desvantagens de cada software, com o
objetivo de conhecer as exigências, os requisitos e as condições essenciais
para a implementação de um novo software que atendesse às necessidades de
uma biblioteca universitária federal.
Nesta etapa os dados foram coletados com as seguintes finalidades:
1) complementação dos dados coletados na primeira etapa, no que diz
respeito aos softwares livres. Para complementar as informações, foi feita
108
uma busca na Internet para verificação desta categoria de software, e sua
utilização no Brasil e em outros países
81
;
2) seleção dos softwares (livres e proprietários já utilizados por bibliotecas
universitárias) para estudo, bem como suas características a serem analisadas;
3) levantamento dessas características em artigos, livros, sites específicos e
também por meio de um questionário, enviado a profissionais que utilizam os
softwares analisados;
4) elaboração e distribuição de um questionário diferenciado para cada tipo de
software analisado, construído a partir das informações não encontradas em
livros, artigos e sites, e dividido em três partes: na primeira, estão as questões
para caracterizar o perfil do respondente; na segunda parte, questões relativas
às principais características dos softwares utilizados por eles; na terceira, foi
feita uma pergunta para descobrir as carências / falhas dos softwares
analisados
82
.
3.2.1.3 – Terceira etapa
Continuando a pesquisa iniciada em 2004, realizou-se a terceira etapa durante
o segundo semestre de 2006, com a finalidade de levantar dados sobre os
serviços de referência digital e tratamento da informação nas bibliotecas
universitárias federais, pois foi verificado nas etapas anteriores desta pesquisa,
que embora os serviços oferecidos pelas bibliotecas universitárias federais
brasileiras estejam migrando da forma tradicional para a forma digital,
percebeu-se que os softwares utilizados por estas bibliotecas não enfatizam a
busca de informações, pelo usuário, no ambiente digital.
81
No apêndice 4 está apresentado o e-mail enviado com a pergunta, bem como a resposta
obtida.
82
Os instrumentos de coleta de dados estão registrados nos apêndices 5 e 6.
109
Nesta terceira etapa do estudo, foram incluídas bibliotecas de novas
universidades federais, implantadas devido à expansão do ensino superior no
Brasil, promovida pela Secretaria de Educação Superior (SESU)
83
. Também
foram incluídas duas universidades estaduais: a Unicamp, USP e UNESP,
localizadas na região Sudeste, bem como a UEL e a UDESC, na região Sul por
serem universidades de grande destaque e de referência para o tema desta
pesquisa.
Com a finalidade de analisar os serviços de referência no ambiente digital ou
virtual desenvolvido pelas bibliotecas universitárias federais, foi elaborado um
questionário, dividido em duas partes: a primeira parte (questões de 1 - 5), as
perguntas estão voltadas para os serviços de referência tradicional ou
convencional; na segunda parte, as questões de 6 - 8 referem-se aos serviços
de referência digital / virtual
84
.
As categorias utilizadas para a análise dos resultados foram:
A - Bibliotecas que participaram da pesquisa
B - Número de profissionais dedicados aos serviços de referência
C - Número de usuários cadastrados nas bibliotecas
D - Softwares específicos para os serviços de referência
83
No anexo 1 estão as informações sobre a expansão do Sistema Federal de Educação
Superior.
84
Os instrumentos utilizados para esta pesquisa encontram - se nos apêndices 9 a 11.
110
4 – ANÁLISE DOS RESULTADOS
4.1 - Resultados da primeira etapa
Os resultados foram aglutinados em torno das seguintes categorias:
A - Perfil dos respondentes
B - Universidades respondentes
C - Instrumentos de padronização
D - Softwares utilizados nas bibliotecas
E - Disseminação da informação
F - Intercâmbio entre bibliotecas
G - interação da biblioteca com outros setores da universidade
H - Projetos futuros
A - Perfil dos respondentes
Para elaborar o perfil dos participantes, foram considerados: sexo, faixa etária,
nível de instrução e tempo de ocupação no cargo. Os resultados são
mostrados na TAB 4.
Tabela 4 – Perfil dos respondentes
Sexo Faixa Etária (em anos) Nível de
Instrução
Tempo de ocupação no
cargo (em anos)
Região
F
M
Até
25
26 –
29
30 –
35
36 –
39
40 –
45
46
ou
mais
GR
ESP
MSc
Menos
de 01
01 –
05
06 -
10
11 -
15
Mais
de
16
Norte
4 1 3 2 2 1 1 1 1
Nordeste
8 1 1 2 4 7 1 1 2 2 2 1
Centro
Oeste
4 1 3 3 1 4
Sudeste
10 1 1 5 3 5 3 2 2 1 2 2 3
Sul
8 1 4 3 6 2 1 2 4 1
Total
34 0 1 1 3 2 11 16 23 6 5 5 10 8 5 6
111
Verificou-se que todos os questionários foram respondidos por bibliotecárias
em todas as regiões brasileiras o que lembra a afirmação de Le coadic
(1996) de que esta profissão ainda é exercida predominantemente por
mulheres:
Por profissionais da informação entendemos a
s
p
essoas, homens (ainda são poucos) e mulheres, que
adquirem informação registrada em diferente
s
suportes, organizam, descrevem, indexam,
armazenam, recuperam e distribuem essa informação
em sua forma original ou com produtos elaborados a
p
artir dela (Le Coadic, 1996, p.106).
A faixa etária predominante, nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste foi
de 46 anos ou mais; na região Sudeste, esta faixa está compreendida entre
40 e 45 anos e na região Sul houve um empate entre as faixas 40-45 anos
e 46 anos ou mais. Questiona-se se a faixa etária de 40 anos, nas direções
das bibliotecas universitárias, pode significar reconhecimento da
experiência profissional, ou indicativo de ausência de novas admissões de
profissionais.
Quanto ao nível de instrução dos profissionais, 66,66% das respondentes
tem apenas a graduação; 17,64 são especialistas; a predominância da
formação nos níveis de especialização e mestrado é predominante nas
regiões Sul e Sudeste, sendo que apenas 14,70% dos respondentes são
mestres, e dentre estes, 25% estão nas regiões Sudeste e Sul e 20% na
região Centro Oeste.
Observou-se a ausência de bibliotecários doutores. Este resultado conduz
a alguns questionamentos, tais como:
O profissional bibliotecário se interessa pela carreira acadêmica ou pela
pesquisa?
Existe incentivo institucional para que ele se forme em nível de mestrado
/ doutorado?
112
Considerando-se o tempo de ocupação no cargo de bibliotecário, a região
Sudeste foi a que apresentou maior diversidade. Verificou-se também que a
grande maioria das bibliotecárias tem menos de 11 anos no cargo.
B - Universidades respondentes
O GRAF. 1 apresenta, por região brasileira, o percentual das universidades que
responderam ao questionário. Foram ao todo 52 bibliotecas universitárias
federais brasileiras consultadas, dentre elas 34 (65,38%) responderam ao
questionário
85
.
É importante ressaltar que a região Centro Oeste, onde foram obtidas 100% de
respostas, é uma região que conta com poucas universidades federais e todas
as bibliotecas responderam ao questionário.
GRÁFICO 1 – Percentual das universidades universitárias que responderam
ao questionário
0
20
40
60
80
100
percentual
R.NORTE
R.NORDESTE
R.CENTRO
OESTE
R.SUDESTE
R.SUL
85
No apêndice 3 encontra-se a lista das universidades pesquisadas.
113
C - Instrumentos de classificação e catalogação
Os instrumentos mais utilizados nas bibliotecas para o tratamento da
informação são os códigos de catalogação e os sistemas de classificação.
Uma tarefa importante executada em qualquer biblioteca é a classificação por
assunto. Segundo Brown (1916), a classificação é um processo mental
realizado de forma consciente e inconsciente por qualquer ser humano. Para o
autor, este é um dos mais importantes campos do conhecimento, e seu estudo
da classificação atraiu pensadores, lógicos, cientistas e especialistas em
Biblioteconomia e Ciência da Informação.
O GRAF. 2 apresenta os instrumentos de padronização utilizados nos
processos de classificação. Pode-se observar que, para a classificação de
documentos, as bibliotecas brasileiras utilizam a Classificação Decimal de
Dewey (CDD) e a Classificação Decimal Universal (CDU).
Isso se deve ao fato de ser um instrumento que possibilita a descrição a de
múltiplos formatos de documentos. Outro fato interessante é que a CDU é
usada por bibliotecas em todas as regiões brasileiras, mas o mesmo não
acontece com a CDD, que não apareceu na região Centro Oeste.
Gráfico 2 – Instrumentos de classificação utilizados nas bibliotecas
universitárias brasileiras
0
1
2
3
4
5
6
7
CDD CDU
R.NORTE
R.NORDESTE
R.CENTRO
OESTE
R.SUDESTE
R.SUL
114
O GRAF 3 se refere a padronização das informações contidas nas descrição
bibliográfica, todas as bibliotecas responderam que utilizam o código Anglo
American Cataloging Rules 2
a
edição (AACR2), como pode ser observado
neste gráfico, o Internacional Standart Bibliographic Description (ISBD) não foi
citado por nenhuma das bibliotecas respondentes.
Gráfico 3 – Padronização das descrições bibliográficas nas bibliotecas
universitárias brasileiras
0
2
4
6
8
AACR2
R.NORTE
R.NORDESTE
R.CENTRO
OESTE
R.SUDESTE
R.SUL
D - Softwares utilizados nas bibliotecas universitárias brasileiras
Nas 34 bibliotecas universitárias respondentes, verificou-se a utilização de 13
softwares diferentes, para a automação das atividades de tratamento das
informações, apresentados no GRAF. 4.
115
Gráfico 4 – Softwares utilizados em sistemas bibliotecários
18%
15%
10%
10%
15%
7%
3%
7%
3%
3%
3%
3%
3%
Pergamum MicroISIS
VTLS Aleph
Softwares desenvolvidos na UNIV Wininis
Ortodocs Virtua
Sophia SIE
SECS Arches-Lib
PHL
Segundo os dados levantados observou-se:
Nenhuma biblioteca utiliza software livre. Apesar do PHL ser um
software distribuído gratuitamente às bibliotecas, para sua implantação
e utilização em estações monousuária, seu código fonte não esta
disponível para alterações, sendo necessária a permissão do
desenvolvedor do PHL.
O software MicroISIS é o segundo mais utilizado, principalmente pelas
bibliotecas da região Sudeste, embora seu objetivo principal seja realizar
o armazenamento dos dados textuais;
O software Pergamum é utilizado em todas as regiões do País,
predominando nas regiões Sul e Nordeste;
Outros softwares só apareceram em uma região como: o Ortodoc e
Sophia, na região Nordeste; Virtua e SIE, na região Sul; o PHL.7 e o
VTLS, na Sudeste;
116
Na pesquisa o bibliodata (htpp://www2.fgv.br/bibliodata/) foi indicado como
sendo um software para gerenciamento das atividades de uma
biblioteca, o que é um engano, pois o bibliodata é uma rede cooperativa
de bibliotecas que tem seus acervos representados no Catálogo Coletivo
Bibliodata e realizam a catalogação cooperativa, compartilhando
produtos e serviços, com o objetivo de redução de custos e também de
promover a difusão dos acervos bibliográficos de suas instituições; isto
indica o desconhecimento do bibliotecário que participou da pesquisa;
Alguns participantes disseram utilizar softwares desenvolvidos nas
próprias universidades, denominados sistemas de automação isolados
(programas in house), como, por exemplo, o programa SAB2, de uma
biblioteca da região Sul. A esse respeito LIMA (1998) estabelece
algumas razões pelas quais uma biblioteca prefere utilizar um software
próprio são:
desconhecimento da disponibilidade de softwares no país;
rigor da lei de reserva de mercado na área de informática, que
predominou até 1993;
crença na necessidade de softwares sob medida.
De acordo com a autora, esta tendência deveria diminuir motivado pela
dificuldade de comunicação de tais programas com outros formatos
padronizados, dificultando a participação em redes de intercâmbio.
Apresentam, também, desvantagem diante da flexibilidade e da praticidade dos
softwares proprietários ou livres. Seis anos após a publicação da pesquisa de
LIMA (1998), pode-se observar que, realmente, houve uma diminuição no uso
desses programas in house, pelas bibliotecas universitárias federais brasileiras.
117
E - Disseminação da informação
O GRAF. 5 apresenta a forma de comunicação da biblioteca com seus
usuários.
Gráfico 5 – Comunicação das bibliotecas com os usuários
0
2
4
6
8
10
12
Informal
Formal(através
de jornal
escrito)
Formal
(através da
WEB)
Qtde ocorrências
R.NORTE
R.NORDESTE
R.CENTRO
OESTE
R.SUDESTE
R.SUL
Segundo os dados levantados observou-se:
Em todas as regiões brasileiras, as bibliotecas universitárias utilizam a
comunicação formal para disseminação de informações, através do meio
eletrônico (web), sendo que a maior ocorrência está na região Sudeste, e a
menor na região Nordeste.
Todas as bibliotecas brasileiras utilizam a comunicação informal, porém
com uma intensidade menor do que a formal por meio da web. A região
Centro Oeste é a região onde as bibliotecas menos utilizam a comunicação
informal e também não foi mencionada a comunicação formal.
F - Intercâmbio entre as bibliotecas
O QUADRO 2 mostra os resultados relativos ao intercâmbio entre bibliotecas.
Pode verificar que a região Sul é a que mais se beneficia de sistemas de
cooperação entre bibliotecas, seguida pela região Sudeste. Dentre as
interfaces para intercâmbio de dados, a rede Bibliodata, da Fundação Getúlio
118
Vargas (FGV) foi a mais utilizada nas bibliotecas, nas regiões Norte, Nordeste,
Sul e Sudeste. Foram mencionados, também, o Catálogo Coletivo Nacional
(CCN), IBICT e a Rede Pergamum.
Quadro 2 – Sistemas cooperativos entre bibliotecas
Sistema de cooperação com
outras instituições
REGIÃO
SIM (%) NÃO (%)
Interfaces para a cooperação entre
Instituições
NORTE
33,33 66,67
Rede Bibliodata (FGV)
Comut
NORDESTE
50 50
Comut
Web, através dos programas Pergamum
e Bibliodata (FGV), LC, BN
CENTRO
OESTE
33,33 66,67
CCN (catálogo coletivo nacional) / IBICT
Indexação de artigos de periódicos na
base de dados BBO / BIREME
SUDESTE
55 45
Importação de dados através do
software Aleph
Rede Bibliodata (FGV)
CCN / IBICT
Biblioteca Nacional
SUL
87,5 12,5
CCN (catálogo coletivo nacional) /
IBICT
Bibliodat
BIREME
Rede Biblioteca (catalogação
cooperativa)
Biblioteca Nacional
MARC 21, ISO 2709
G - Interação da biblioteca com outros setores da universidade
As novas tecnologias podem constituir ferramentas mediadoras no processo de
transferência do conhecimento, mas, para se tornarem realmente eficazes,
119
dependem de uma integração com outras áreas, e da formação de equipes de
trabalho interdisciplinares. Quanto a esta questão, observou-se que:
De maneira geral, existe um trabalho interdisciplinar para a realização das
atividades de tratamento da informação, embora de maneira muito tímida.
Por outro lado, percebeu-se a existência, na região Sudeste, de um trabalho
interdisciplinar mais intenso.
As áreas de interface na composição de uma atividade interdisciplinar que
mais apareceram na pesquisa foram a Informática (mais especificamente
análise de sistema, banco de dados e redes) e Administração.
Docentes da própria universidade colaboram com os bibliotecários sempre
que necessário. Por exemplo, nas bibliotecas da região Sudeste existe uma
forte interação entre bibliotecários e os profissionais de análise de sistemas,
sendo, também, significativa a interação dos bibliotecários com os
professores das universidades. Já na região Norte foi nula a ocorrência de
interação entre os bibliotecários e os professores da universidade, bem
como, com os técnicos administrativos.
H -
Projetos futuros ou em andamentos
Em todas as regiões brasileiras, verificou-se que as bibliotecas possuem
projetos em desenvolvimento, listados no QUADRO 3.
Quadro 3 – Projetos das bibliotecas universitárias públicas brasileiras
REGIÃO Projetos em andamento
NORTE
Tratamento técnico automatizado de materiais especiais (fitas de vídeo, obras raras, etc.)
das bibliotecas centrais;
Instalação do software Pergamum em bibliotecas setoriais e treinamento do pessoal
envolvido;
Automação de acervos;
Modernização da gestão da informação.
NORDESTE
Automação do acervo de bibliotecas centrais e das setoriais;
Treinamento dos funcionários da biblioteca central e das setoriais;
120
Aquisição dos módulos do programa Pergamum;
Projeto LitCord – Literatura de Cordel.
CENTRO
OESTE
Biblioteca Digital;
Catálogo on line;
Normalização de trabalhos científicos;
Orientação no uso das bases de dados;
Orientação no uso de normas sobre documentação;
Comutação bibliográfica e levantamento bibliográfico.
SUDESTE
Estudo do vocabulário controlado do sistema;
Catalogação e empréstimo Informatizados;
Digitalização de textos e imagens;
Atualização da área ( AACR2, metadados, atualizações em CDU);
Automação do acervo bibliográfico e de materiais especiais;
Informatização do kardex;
Atualização dos títulos de periódicos Capes;
Indexação e mudança da classificação para mais fácil localização dos documentos nas
estantes, por parte dos usuários;
Adoção da padronização do formato MARC21;
Migração do programa Wininis para o Sophia ou PHL;
Catalogação automatizada do acervo de partituras e fitas de vídeo e DVD;
Biblioteca Digital de peças teatrais.
SUL
Reprocessamento de documentos novos e antigos;
Virtua “módulos de periódicos (catálogos e empréstimo) – projeto para compra;
Controle de palavras, baseado no tesaurus do Brased;
Treinamento do usuário na recuperação da informação;
Estudo e avaliação do acesso aos recursos oferecidos no portal da Capes para
comunidade acadêmica da universidade;
Automação do acervo;
Digitalização de obras raras e valiosas;
Disponibilização das teses e dissertações em formato eletrônico;
Informatização dos catálogos;
Biblioteca Digital de som e imagem;
Sistema eletrônico de gerenciamento e publicação de revistas técnico – científicas;
Mudança de software;
Estatística do uso de periódicos;
Manual institucional para normalização de trabalhos;
Regulamento das bibliotecas;
Divulgação das bibliotecas.
121
É importante ressaltar que existe uma preocupação de todas as bibliotecas
com a automatização do acervo bibliográfico; as bibliotecas das regiões Sul e
Sudeste possuem maior número de projetos em andamento e a biblioteca
digital, que segundo Cruz et al. (2004) a biblioteca digital possibilita a
construção de repositórios de dados organizados e disponíveis em meio
eletrônico, é um projeto da maioria das bibliotecas universitárias.
Concluiu-se, nessa etapa da pesquisa, que, com a evolução cada vez maior de
softwares desenvolvidos para controle de banco de dados, organização e
disseminação de informações, as bibliotecas universitárias federais buscam a
realização de projetos para se informatizarem, com o objetivo de facilitar o
acesso e recuperação de informações e diminuir o tempo gasto nesta tarefa.
Observou-se que as bibliotecas universitárias brasileiras usam os dois sistemas
de classificação já tradicionais, o sistema de Classificação Decimal Dewey
(CDD) e o sistema de Classificação Decimal Universal (CDU).
No que se refere à padronização das informações para a descrição
bibliográfica, todas as bibliotecas que participaram da pesquisa responderam
que utilizam o Código de Catalogação Angulo Americano, 2
a
edição, Anglo
American Cataloging Rules (AACR2). As normas de padronização
internacional para descrição bibliográfica - Internacional Standart Bibliographic
Description (ISBD) não foram citados por nenhuma das bibliotecas
respondentes.
Percebeu-se que existe uma forte tendência em ampliar o uso das diversas
tecnologias, principalmente de portais de conhecimento (plataforma internet
para comunicação e colaboração de serviços de informação) e o
compartilhamento do ambiente computacional, visando facilitar a comunicação
e o intercâmbio entre as universidades, e dentro delas. O intercâmbio entre
bibliotecas de universidades diferentes estados brasileiros é muito discreto.
Uma das razões pode ser a adoção de diferentes instrumentos no tratamento
da informação.
122
Pode-se perceber que o grande desafio para a maioria das bibliotecas é a
modernização da gestão da informação e a automação dos processos
bibliotecários, havendo, também, grande interesse nas bibliotecas digitais. E
para que o profissional da informação possa alcançar estes objetivos, é
importante que se faça integração das áreas da biblioteconomia, da ciência da
Informação, da informática, de outras, para resolver o problema do tratamento
da informação. É preciso lembrar, que o papel do bibliotecário tem sofrido
transformações. Ele já não trabalha só com livros em biblioteca, mas é exigida
dele uma função profissional capaz de otimizar o uso da informação e essa
transformação pode ser obtida integrando-se equipes interdisciplinares.
Percebeu-se também nessa primeira coleta de dados pouca disponibilidade de
softwares a preço compatíveis com o orçamento das bibliotecas das
universidades estudadas. Esse foi o grande motivador de um novo caminho de
pesquisa que originou uma nova etapa de coleta de dados.
4.2 – Resultados da segunda etapa
Os resultados da segunda etapa foram analisados conforme as seguintes
categorias:
A - Uso de software livre em bibliotecas de diferentes países
B - Uso de software livre em bibliotecas brasileiras
C - Descrição dos softwares selecionados para análise
D - Apresentação das características dos softwares analisados
A - Uso de software livre em bibliotecas de diferentes países
Os resultados de uma busca feita na web, indicaram os seguintes softwares
livres, usados em bibliotecas de diferentes países, sendo que as informações
sobres esses softwares estão disponíveis no site http://oss4lib.org/
:
123
Koha: é o primeiro software com fonte aberta para sistema de bibliotecas
integradas. Foi desenvolvido, em 1999, na Nova Zelândia, pela
Communications Ltd. Utiliza o formato MARC e o protocolo de comunicação
Z39.50. É usado em bibliotecas públicas, coleções privadas, universidades,
organizações filantrópicas, escolas e corporações. Diversos países, como
Austrália, Canadá, Estados Unidos, Estônia, Índia, Nigéria, Polônia e
Uruguai têm utilizado este software, que está liberado pela General Public
License (GNU) e disponível para download no site http://oss4lib.org/.
BookMaster: é adequado para pequenas bibliotecas de todos os tipos. Pode
manipular 99.999 volumes e registra 9.999 usuários. Utiliza a linguagem de
programação PHP. Este sistema possui duas versões: BookMaster Plus,
para serviços de catalogação, pesquisa e empréstimo; e o BookMaster
Ligth – que possui apenas as funções de catalogação e pesquisa. Utilizado
na Austrália.
Book Detective: é um programa desenvolvido, em PHP, para ser utilizado
em escolas primárias; tem as funções de catalogação e um módulo de
pesquisa simples, para os alunos. A indexação de palavras chave é
automática, mas o sistema pode receber palavras chave extras ou
descrições de livros para ajudar os estudantes a encontrar as informações
necessárias. Este programa está disponível em duas versões: Book
Detective Plus, um sistema completo de biblioteca para catalogação,
pesquisa e empréstimo; e o Book Detective Ligth, que possui apenas as
funções de catalogação e pesquisa. Utilizado na Austrália.
Senior Librarian: é um pacote completo para bibliotecas de escolas de
ensino médio ou de colégios. Foi desenvolvido para uso de estudantes e
professores. Como os softwares citados acima, também utiliza a linguagem
de programação PHP. Pode manipular 99.999 volumes e registrar 9.999
usuários. A pesquisa pode ser feita através de palavras chave, título, autor,
série ou assunto. O programa pode receber palavras chave extras ou
descrições de livros, para a realização de pesquisas. Utilizado na Austrália.
124
Brushtail: é um sistema de intranet de código aberto para bibliotecas
públicas e está liberado pelo GNU. Utilizado na Austrália.
Emilda - Library Management: é um sistema de gerenciamento de
biblioteca. Possui interface Web, que pode ser usada com qualquer browser
a partir de computadores conectados na internet. Apresenta muitas funções
que podem ser acessadas de casa ou da biblioteca. Utilizado na Austrália.
Allegro-c: não é um sistema de biblioteca, mas sim um sistema de base de
dados, que pode ser configurado (parametrizado) para muitas tarefas de
uma biblioteca, tais como: catalogação, circulação, ordenação e
recuperação de documentos. Pode ser executado em diversas plataformas
computacionais, como no MS-DOS, UNIX, Linux, Windows’ 95/98. Seu
protocolo de comunicação é o Z 39.50, que permite a exportação dos dados
documentais para o catálogo – Online (OPAC). Utilizado na Alemanha
86
.
OpenBiblio: é um sistema de biblioteca automatizado e desenvolvido em
PHP que permite a exportação dos dados documentais para o catálogo –
On line (OPAC). Possui módulos de circulação e catalogação. Utiliza o
banco de dados MySQL, formato MARC e está liberado pela General Public
License (GPL). É indicado para bibliotecas de pequeno e médio porte. Este
software
87
foi desenvolvido nos Estados Unidos
88
, possui versão em
português
89
.
CDS/ISIS: foi desenvolvido pela UNESCO para uso em bibliotecas.
Também denominado MicroISIS, em sua versão para o sistema
operacional DOS e WINISIS, na versão para o sistema operacional
Windows. Este software foi desenvolvido com um conjunto de programas
escritos em linguagem Pascal, cujo objetivo é gerir bases de dados
bibliográficas. Permite construir e gerenciar bases de dados estruturadas e
86
Fonte:www.allegro.c.de/allegeng.htm. Acesso em ago. 2007.
87
Disponível para download no site: htt://sourceforge.net/projects/obiblio. Acesso em ago.
2007.
88
Fonte: http://obiblio.sourceforge.net/. Acesso em ago. 2007.
89
Fonte: http://openbibliobrasil.cjb.net. Acesso em ago. 2007.
125
não numéricas. Seu uso nas bibliotecas, destina-se ao uso de base de
dados, e possui os principais módulos: entrada de dados, recuperação da
informação, ordenação e impressos, definição de dados, segurança /
restauração e utilitários do sistema. É utilizado em diversos países, tais
como: Estados Unidos, França, Itália, Espanha, Portugal, Argentina, Brasil,
Uruguai, México, Polônia, Índia, Sri Lanka, Colômbia, dentre outros. No
Brasil, este software, é administrado pelo IBICT.
Learning Acsess ILS: é um sistema de código aberto para automação de
bibliotecas publicas de pequeno e médio porte. Utiliza o protocolo de
comunicação Z 39.50, o formato MARC 21 e o banco de dados MySQL.
Utilizado nos Estados Unidos
90
.
B - Uso de software livre em bibliotecas brasileiras
Os dados coletados na primeira etapa permitiram a identificação dos principais
softwares utilizados em sistemas de biblioteca. Constatou-se também que
nenhuma das bibliotecas analisadas utilizava software livre para
desenvolvimento de seus sistemas.
A escolha dos softwares Pergamum e o MicroISIS foi feita primeiramente em
função do número de ocorrências detectadas, de acordo com o GRAF. 4. O
software PHL também foi escolhido, por ser um software distribuído
gratuitamente às bibliotecas para sua implantação e utilização em estações
monousuária; porém, para uso em um número maior de máquinas, é
necessária a compra da licença. Seu código fonte não está disponível para
alterações, sendo necessária a permissão do desenvolvedor do PHL.
Além desses, o software Gnuteca também foi selecionado, mesmo não
aparecendo nesta primeira etapa, mas foi escolhido pelo grande número de
artigos encontrados da área da biblioteconomia e também na internet e
90
Fonte: www.unesco.org/.../webworld/portal_freesoftware/. Acesso em ago. 2007.
126
principalmente por ser um programa livre, utilizado por outras bibliotecas
brasileiras não federais que não responderam ao questionário.
C - Descrição dos softwares selecionados para análise
As características gerais destes softwares são:
Pergamum: foi o programa mais citado, sendo que, as bibliotecas que ainda
não o utilizam pretendem adotá-lo em substituição ao que vem sendo usado
(de acordo com as respostas do primeiro questionário). Ele permite a
composição de um Sistema Integrado de Bibliotecas, ou seja, um sistema
de informação e gerenciamento de bibliotecas. Foi desenvolvido pela
Divisão de Processamento de Dados da Pontifícia Universidade Católica do
Paraná. O Sistema contempla as principais funções de uma biblioteca,
funcionando de forma integrada desde a atividade de aquisição até o
empréstimo. Sua atualização é constante e é capaz de gerenciar qualquer
tipo de documento, atendendo a todos os tipos de bibliotecas.
Utiliza como ferramenta de pesquisa na internet o Software HtDig. Dentre
as suas várias funções realizadas, destacam-se: pesquisa ou filtragem por
tipo de material bibliográfico; segurança e integridade dos dados; alta
capacidade de armazenamento; acesso simultâneo de usuários às bases
de dados; gerenciamento integrado de dados e funções da Biblioteca;
gerenciamento de diferentes tipos de materiais (bibliográfico, materiais
específicos, etc.); permite a entrada e atualização de dados on line;
migração da base de dados já existente na Biblioteca; módulo de Parâmetro
para customização e o funcionamento do Sistema; uso de senhas
criptografadas.
O Sistema opera em ambientes Windows e Linux e utiliza sistema
gerenciador de banco de dados Sybase, SQLServer e ORACLE.
127
Gnuteca: desenvolvido pelo Centro Universitário Univates (Localizada no
Vale do Taquari - RS), é um robusto sistema, possui consulta via web,
leitura de código de barras. Foi desenvolvido com padrões conhecidos e
utilizados por muitas bibliotecas, como o ISIS (UNESCO) e o MARC21
(Library of Congress ).
O Gnuteca é um sistema em software livre composto de módulos para gerir
acervos bibliográficos, controlar empréstimos, pesquisar em bases
bibliográficas e administrar o sistema de forma local e remota, promovendo
maior agilidade e qualidade dos serviços prestados por bibliotecas. O
Gnuteca permite também o fácil intercâmbio de informações com outros
sistemas de bibliotecas, mantendo-se dentro de normas internacionais ISO
e do padrão internacional de catalogação MARC 21.
Por meio de uma infra-estrutura de colaboração entre bibliotecas, o sistema
evita a repetição desnecessária de trabalho: uma vez feita a catalogação de
um título em uma biblioteca, estes dados podem ser importados para o
sistema de outra biblioteca que tenha adquirido o mesmo título.
MicroISIS: este software foi um dos mais citados na primeira pesquisa, faz
parte da família de programas para computadores conhecidos pela sigla
CDS / ISIS. Outro motivo para sua escolha para análise foi o estudo de
LIMA (1998) sobre softwares para automação de bibliotecas e centros de
documentação, mostrando que, na literatura brasileira até 1998, de 75
publicações sobre este tema, 40 artigos tratavam exclusivamente do
MicroISIS. De acordo com esta autora, “por meio da literatura nacional
sobre softwares aplicados à biblioteconomia pôde-se notar uma
predominância absoluta de relatos e experiências na utilização do MicroISIS
na automação de bibliotecas.” Isso por tratar-se de um software feito
especificamente para entradas bibliográficas. No Brasil não existe esse tipo
de software com preço acessível.
128
PHL: é um sistema desenvolvido para administração de coleções e serviços
de bibliotecas e centros de informações, como alternativa eficiente para as
bibliotecas e os usuários com poucos recursos, que necessitam organizar
suas coleções, automatizar rotinas e/ou disponibilizar e compartilhar seus
catálogos através da web. Utiliza interface de uso intuitivo, e o seu padrão
de registro se baseia no formato UNISIST/Unesco. Proporciona a descrição
eficiente e precisa de qualquer tipo de documento, independentemente de
seu suporte. Foi desenvolvido em XML IsisScript interpretado pelo software
wwwisis©Bireme
91
. Faz buscas simultâneas em várias bases de dados e
importação de registros de outras bibliotecas através do protocolo HTTP,
em substituição a protocolos tipo Z39.50, o que vem diminuir
substancialmente o custo de sua instalação e de sua manutenção. O PHL
utiliza base de dados no padrão CDS/ISIS-UNESCO.
Koha: foi considerado, dentre os softwares analisados, o que mais atenderia
a uma biblioteca universitária brasileira, sendo adotado por bibliotecas de
diferentes países. Foi o primeiro sistema para bibliotecas com código
aberto, sendo atualmente o mais utilizado e que vêm sendo atualizado
92
. É
um sistema de gestão de bibliotecas desenvolvido inicialmente pela Katipo
Communications, da Nova Zelândia. Sua linguagem de programação é a
PERL, utiliza o servidor web apache e banco de dados MySQL como base.
D - Apresentação das características dos softwares analisados
Os softwares foram novamente analisados para definir as características de
cada um deles. Para isso utilizou-se a relação de requisitos para avaliação e
seleção de softwares para automação de bibliotecas. Essa relação foi
elaborada por uma bibliotecária da Universidade da Rede de Tecnologia Limpa
da Universidade Federal da Bahia (Teclim/UFBA) e adaptado pela autora desta
pesquisa.
91
O wwwisis© é um programa pequeno e não residente, que é executado e liberado da
memoria ao finalizar a requisicao do cliente. Fonte: http://www.elysio.com.br/
92
Os instrumentos de coleta de dados estão registrados em apêndices 7 e 8.
129
Nesta análise pretendeu-se identificar, para cada um dos cinco softwares
escolhidos: sua conceituação e seu histórico; sua característica e comandos
principais; suas definições da base de dados; manutenção de arquivos;
recuperação de dados e geração de produtos impressos. Com essas
informações, foram levantadas as vantagens e desvantagens de cada um
deles, bem como suas limitações e, a partir de todas essas informações,
desenvolver um software capaz de atender os requisitos necessários para
realizar eficazmente a automação das bibliotecas universitárias federais
brasileiras.
Em uma perspectiva macro, podemos categorizar as características levantadas
da seguinte forma:
Instalação das versões DOS e Windows: menus, janelas, caixas de
diálogo;
Planejamento da base de dados;
Definição da base de dados (tabela de definição de campos; criação da
tela de entrada de dados; definição dos formatos de saída: vídeo e
impressora; criação da tabela de seleção campos de busca);
Manutenção e segurança dos arquivos (entrada dos dados; alteração
de registros; atualização dos arquivos; cópias de segurança: backup;
importação e exportação de dados);
Linguagem de recuperação de dados (busca booleana; operador de
proximidade; - operadores de adjacência; truncamento);
Geração de produtos impressos (relatórios; índices; etiquetas).
Assim, foram elaboradas cinco quadros, apresentando em cada uma deles as
características dos softwares, agrupados por assunto ou atividade das
bibliotecas, quanto aos seguintes processos:
130
Processo gerencial / aquisição
Processamento técnico / classificação / catalogação;
Consulta e recuperação;
Circulação de materiais;
Administração de recursos de informática (está relacionado ao setor de
informática da instituição responsável pelo suporte ao uso do software).
Quadro 4 – Processo Gerencial / Aquisição
Softwares
Descrição dos recursos
Pergamum PHL MicroISIS Koha Gnuteca
Integração de todas as funções da
biblioteca
Sim Sim Não Sim Sim
Possibilidade de identificar alterações
feitas no sistema e os responsáveis
por elas
Sim Sim Não Sim Sim
Controle de listas de sugestões Sim Sim Não Não Não
Controle de listas de seleção Sim Sim Sim Não Não
Controle de listas de aquisição Sim Sim Não Sim Sim
Controle de listas de reclamações Sim Não Não Não Não
Controle de listas de recebimento Sim Sim Não Sim Sim
Controle de fornecedores e editores Sim Sim Não Sim Não
Cadastro de entidades com as quais
mantém intercâmbio de publicações
Sim Sim Não Não Não
Mala direta de usuários, editoras e
instituições com as quais a biblioteca
mantém intercâmbio
Sim Não Não Não Sim
Controle de assinatura de periódicos Sim Sim Não Sim Não
Identificação de dados do processo de
aquisição
Sim Sim Não Sim Não
Controle de datas de recebimento do
material adquirido
Sim Sim Não Sim Sim
131
Softwares
Descrição dos recursos
Pergamum PHL MicroISIS Koha Gnuteca
Emissão de cartas de cobrança,
reclamações e agradecimento de
doações
Sim Sim Não Não Não
Elaboração de lista de duplicatas Sim Não Não Não Não
Controle da situação (status) do
documento (encomendado,
aguardando autorização, aguardando
nota fiscal etc.)
Sim Sim Não Sim Sim
Controle de orçamento Sim Não Não Sim Não
Possibilidade de especificação da
moeda de transação
Sim Não Não Sim Não
Geração de relatórios, estatísticas e
gráficos
Sim Sim Sim Sim *
Inventário automático (código de
barras)
Sim Sim Não Não Sim
Obs.: Os itens marcados com * necessitam de comentários especiais, feitos a seguir.
As informações do QUADRO 4 podem ser assim analisadas:
O software Gnuteca nem sempre oferece a possibilidade de identificar
alterações feitas no sistema e os responsáveis por elas. O sistema gera um
log em arquivo texto com todas as instruções SQL executadas; porém, se
houver falha na gravação do arquivo de log (arquivo de registro de
ocorrências), essa informação não pode ser obtida.
No software Gnuteca existem vários módulos que geram relatórios, tais
como: relatório de materiais em baixa e relatório do acervo.
132
O software MicroISIS não possui módulo de aquisição, sendo necessário o
uso de um programa externo, por isso ele não possui controle de listas de
aquisição, listas de recebimento, mala direta de usuários, editoras e
instituições com as quais a biblioteca mantém intercâmbio; controle de
datas de recebimento do material adquirido, e qualquer outro tipo de
serviço relacionado com aquisição, portanto este programa não possibilita a
integração de todas as funções da biblioteca.
Apenas o software Pergamum possui mala direta de usuários, editoras e
instituições com as quais a biblioteca mantém intercâmbio; os outros
programas utilizam um sistema de envio automático de e-mail.
Os softwares permitem a comunicação entre usuários e bibliotecários e
também entre estes, apenas através de e-mail’; ainda não são utilizadas
outras tecnologias como chats ou salas de “bate papo”, videoconferência e
instant messaging.
Todos os softwares, exceto o MicroISIS e o Koha, possuem inventario
automático, mas o bibliotecário emprega ainda uma grande parte de seu
tempo para conferência manual do seu acervo e também para fazer
empréstimos. Se a tecnologia de controle via chip fosse aplicada, os
serviços seriam realizados com um dispêndio muito menor de recursos
humanos.
Apenas o software Pergamum possibilita a elaboração de lista de
duplicatas. Em sua versão mais recente é possível disponibilizar um link da
lista para a lista de duplicatas no site, onde será exibido um formulário para
solicitação de itens. Ao selecionar os itens e preencher o formulário, a lista
de duplicatas é atualizada, eliminando automaticamente os itens já
selecionados.
O software MicroISIS permite efetuar pesquisas e exibir seus resultados
podendo também salvar o resultado de uma pesquisa para a emissão de
133
um relatório. Também permite uma listagem na tela de base selecionada e
de suas palavras chaves.
Quadro 5 – Processamento Técnico/Classificação/Catalogação
Softwares
Descrição de Recursos
Pergamum PHL MicroISIS Koha Gnuteca
Compatibilidade com o formato
MARC
Sim Não Não Sim Sim
Compatibilidade com o formato
UNISIST (UNESCO)
Não Sim Sim Não Sim
Protocolo de comunicação Z39.50 * Não Sim Sim Não
Padrão ISO 2709
Sim Sim Sim Sim Sim
Importação e exportação de dados
para alimentação de sistemas de
catalogação cooperativa
Sim Sim Sim Sim Sim
Acesso on line a catálogos coletivos * Sim Não Sim Sim
Integração dos dados de pré-
catalogação da aquisição para o
processamento técnico
Sim Sim Não Não Não
Compatibilidade com o formato do
Catálogo coletivo Nacional (CCN)
Sim Sim Sim Não Não
134
Softwares
Descrição de Recursos
Pergamum PHL MicroISIS Koha Gnuteca
Identificação da modalidade de
aquisição (doação, compra, permuta,
depósito legal)
Sim Sim Não Sim Sim
Identificação do usuário que sugeriu
o título para aquisição
Sim Sim Não Não Não
Compatibilidade dos dados com
AACR2
Sim Sim Sim Sim Sim
Controle da entrada de dados com
regras de validação do registro
Sim Sim Não Não Não
Controle da entrada de dados para os
campos obrigatórios
Sim Sim Sim Não Não
Construção de lista de autoridades
em formato MARC
Sim Não Não Sim Sim
Sistema de controle de vocabulário Sim Sim Não Sim Não
Consultas interativas durante a
entrada de dados
Sim Sim Não Sim Não
Correção dos registros associados a
um autor ou assunto mediante
alteração na lista de autoridade ou
tesauro
Sim Não Não Sim Não
Possibilidade de duplicação de um
registro para inclusão de novas
edições
Sim Sim Sim Não Sim
135
Softwares
Descrição de Recursos
Pergamum PHL MicroISIS Koha Gnuteca
Processamento de materiais
especiais
Sim Sim Sim Sim Sim
Possibilidade de importação de
dados de catálogos cooperativos on
line
Sim Sim Sim Sim Sim
Possibilidade de importação de
dados de catálogos cooperativos em
CD-ROM
Sim Sim Sim Sim Sim
Geração de etiquetas para lombada
com número de chamada
Sim Sim Não Não Sim
Geração de etiquetas com código de
barras
Sim Sim Não Não Sim
Elaboração e impressão de
bibliografias em formato
padronizados (ABNT)
Sim Sim Sim Não Sim
Obs.: Os itens marcados com * necessitam de comentários especiais, feitos a seguir.
Pode-se analisar algumas informações extraídas do QUADRO 5:
Apenas o software Gnuteca permite a compatibilidade com o padrão
internacional de catalogação MARC e com o UNISIST (UNESCO); os outros
softwares analisados trabalham apenas com um deles, ou seja, com o
MARC ou com o UNISIST.
136
O software Pergamum não oferece compatibilidade com o formato
UNISIST, porém permite a importação de registros UNISIST de outras
bibliotecas.
Os softwares Pergamum, PHL, MicroISIS e o Koha proporcionam o
intercâmbio de informações com outros sistemas de bibliotecas,
mantendo-se dentro da norma internacional ISO; já no software Gnuteca
existe a opção de migração dos dados por meio do MicroISIS.
Quanto ao protocolo de comunicação: com o software PHL, é possível
fazer buscas simultâneas em várias bases de dados e importação de
registros de outras bibliotecas, através do protocolo HTTP, em
substituição ao protocolo tipo Z39.50, o que vem diminuindo
substancialmente custos de instalação e manutenção; os softwares
Pergamum e Gnuteca não utilizam o protocolo Z39.50, que se encontra
em fase de desenvolvimento no Pergamum, é utilizado pelo MicroISIS e
o Koha.
No que diz respeito ao acesso on line a catálogos coletivos, o software
Pergamum faz a transferência de registros entre bibliotecas, desde que
formato MARC seja adotado por elas. Quanto ao MicroISIS, depende de
um programa auxiliar para realizar esta atividade realizada pelos demais
softwares.
Embora o software PHL não tenha compatibilidade com o formato
MARC, permite a importação de registros MARC de outras bibliotecas.
Os softwares Pergamum, PHL e Gnuteca permitem a elaboração e
impressão de bibliografias em formatos padronizados conforma a ABNT,
o que não acontece com o Koha, por se tratar de um programa
estrangeiro. Já o MicroISIS depende da construção de sua base de
dados para permissão desta função.
137
Quadro 6 – Consulta e Recuperação
Softwares
Descrição dos recursos
Pergamum PHL MicroISIS Koha Gnuteca
Busca por perfil de usuário Sim Sim Não Não Sim
Interface única de pesquisa (busca
em todo o sistema)
Sim Sim Não Sim Sim
Interface gráfica de pesquisa Sim Sim Sim Sim Sim
Interface de busca on line Sim Sim Sim Sim Sim
Pesquisa por autor Sim Sim Sim Sim Sim
Pesquisa por título Sim Sim Sim Sim Sim
Pesquisa por assunto Sim Sim Sim Sim Sim
Pesquisa por editor Sim Sim Sim Sim Não
Pesquisa por local Sim Sim Sim Sim Sim
Pesquisa por palavra-chave Sim Sim Sim Sim Sim
Pesquisa por tipo de documento Sim Sim Sim Sim Sim
Pesquisa por palavras do resumo Sim Sim Sim Não Não
Pesquisa por classificação
(CDU/DEWEY)
Sim Sim Sim Sim Sim
Pesquisa por Tabela de Áreas do
Conhecimento do CNPq
Sim Sim Sim Não Não
Pesquisa pelo Internacional Standard
Serial Number (ISSN)
Não Sim Sim Sim Não
Pesquisa pelo International Standard
Book Number (ISBN)
Sim Sim Sim Sim Sim
Pesquisa por idioma Sim Sim Sim Não Não
Pesquisa por notação de autor
(Cutter)
Sim Sim Sim Não Não
Pesquisa por data
Não Sim Sim Sim Sim
138
Softwares
Descrição de Recursos
Pergamum PHL MicroISIS Koha Gnuteca
Pesquisa por todos os campos Não Sim Sim Não Não
Possibilidade de busca a partir de
determinada data ou entre datas
Sim Sim Sim Sim Sim
Possibilidade de selecionar os
campos a serem pesquisados por
caixas de seleção
Sim Sim Sim Sim Sim
Possibilidade de filtrar buscas por
campos definidos em caixa de
seleção
Sim Sim Sim Sim Sim
Refinamento da busca por frase
(adjacência)
Sim Sim Sim Sim Sim
Refinamento de busca por operador
booleano
Sim Sim Sim Sim Sim
Buscas por termos truncamento à
esquerda
Sim Não Sim Sim Sim
Buscas por termos truncamento à
direita
Sim Não Sim Sim Sim
Buscas por termos truncamento ao meio
Não Não * Sim Sim
Buscas por proximidade entre os
termos
Não Sim * Sim Não
Possibilidade de busca a partir dos
resultados
Não Não * Sim Sim
Possibilidade de salvar estratégias
de buscas para utilização posterior
Não Não * Sim Não
139
Softwares
Descrição de Recursos
Pergamum PHL MicroISIS Koha Gnuteca
Busca interativa a partir da seleção
de descritores apresentados na
referência
Sim Sim * Sim Não
Busca interativa a partir da seleção
de Termos do índice
Sim Sim * Não Não
Capacidade de ordenar e classificar
resultado da busca por autor
Sim Sim Sim Sim Sim
Capacidade de ordenar e classificar
resultado da busca por título
Sim Sim Sim Sim Não
Capacidade de ordenar e classificar
resultado da busca por assunto
Sim Sim Sim Sim Não
Capacidade de ordenar e classificar
resultado da busca por data
Sim Sim Sim Não Não
Capacidade de ordenar e classificar
resultado da busca por relevância
Sim Não Sim Não Não
Capacidade de ordenar e classificar
resultado da busca por tipo de
documento
Sim Não Sim Sim Não
Apresentação das referências em
ordem cronológica decrescente
(default)
Sim Sim Sim Não Não
Possibilidade de limpar o formulário
para nova pesquisa
Sim Sim Sim Sim Sim
Visualização de todos os registros
recuperados
Sim Sim Sim Sim Sim
Visualização do resultado da
pesquisa em forma de catálogo de
acordo com a AACR2 (nível 2)
Sim Não Sim Sim Sim
140
Softwares
Descrição de Recursos
Pergamum PHL MicroISIS Koha Gnuteca
Visualização do resultado da
pesquisa em forma de referência
bibliográfica breve ou completa (com
resumo), de acordo com a ABNT
Sim Sim Sim * Não
Possibilidade de selecionar a
quantidade de registros a serem
exibidos em cada página
Não Sim Sim Sim Não
Visualização do número de registros
recuperados
Sim Sim Sim Sim Sim
Visualização dos registros
numerados (ex: 1/2, 2/2)
Sim Sim Sim Sim Sim
Capacidade de selecionar e imprimir
registros do resultado da pesquisa
Sim Sim Sim Sim Não
Capacidade de salvar os registros
selecionados do resultado da
pesquisa
Sim Sim Sim Sim Não
Visualização do cabeçalho com
identificação do assunto pesquisado
e do número de referências dos
registros gravados
Sim Sim Sim Não Não
Indicação do status do documento
pesquisado (emprestado, em
tratamento ou disponível)
Sim Sim Não Sim Sim
Indicação do status do periódico
pesquisado (corrente, encerrado,
suspenso)
Sim Sim * Sim Sim
Disseminação seletiva de
informações (DSI)
Sim Não * Não Sim
Serviços de alerta Sim Não * Não Sim
Obs.: Os itens marcados com * necessitam de comentários especiais, feitos a seguir.
141
As informações do QUADRO 6 permitem observar que:
Todos os softwares analisados estão preparados para realizar a
classificação de seu acervo pelos sistemas CDU e CDD. O bibliotecário é
quem vai escolher qual sistema utilizar.
Todos os softwares possuem interface gráfica de pesquisa e de busca on
line; porém, apenas o software MicroISIS não possui a interface única de
pesquisa (busca em todo o sistema).
Todos os softwares possuem módulos de pesquisas por autor, titulo,
assunto, editor, local, palavra-chave, tipo de documento, classificação,
ISBN, e data. Os softwares Koha e o Gnuteca não realizam as pesquisas
por tabela de áreas do conhecimento do CNPq, por idioma e por notação de
autor (Cutter).
Todos os softwares permitem a realização de limpar (zerar) o formulário
para uma nova pesquisa.
Apenas o software Koha oferece a possibilidade de salvar estratégias de
buscas para utilização posterior. No Pergamum, existe a possibilidade de
salvar a pesquisa completa ou enviá-la por email.
Como o software Koha não é um programa brasileiro, não possibilita a
visualização do resultado da pesquisa em forma de referência bibliográfica
breve ou completa (com resumo), de acordo com a ABNT. O programa
apresenta resultados em forma de ficha catalográfica AACR2, com resumo
de acordo com a descrição efetuada no formato MARC. Este software, bem
como todos os outros, permitem a visualização do número de registros
recuperados.
O Koha não permite visualizar o cabeçalho com identificação do assunto
pesquisado e do número de referências dos registros.
142
Muitas atividades do software MicroISIS, como por exemplo: indicação do
status do periódico pesquisado (corrente, encerrado, suspenso),
disseminação seletiva de informações (DSI) e serviços de alerta, dependem
de outros programas externos.
Os softwares Pergamum e PHL possibilitam a apresentação das referencias
em ordem cronológica decrescente (default), o que não acontece com o
Koha e o Gnuteca. Quanto ao MicroISIS, depende da definição do
bibliotecário que fez a parametrização da base de dados.
Quadro 7 – Circulação de Materiais
Softwares
Descrição dos recursos
Pergamum PHL MicroISIS Koha Gnuteca
Controle integrado do processo de
empréstimo
Sim Sim Não Sim Sim
Definição automática de prazos e
condições de empréstimo de acordo
com o perfil do usuário para cada
tipo de documento
Sim Sim Não Sim Sim
Definição de parâmetro para a
reserva de livros
Sim Sim Não Sim Sim
Emissão automática de aviso
eletrônico para usuários em atraso
Sim Sim Não Sim Sim
Aplicação de multas e suspensões
com bloqueio automático de
empréstimos
Sim Sim Não Sim Sim
Possibilidade de pesquisar o status
do documento (disponível,
emprestado, em tratamento etc.)
Sim Sim Não Sim Sim
Realização de empréstimo,
renovação e reserva on line
Sim Sim Não Sim Sim
143
Software
Descrição de Recursos
Pergamum PHL MicroISIS Koha Gnuteca
Possibilidade de solicitação de
cópias do documento pelo COMUT
Sim Não Não Não Não
Obs.: Os itens marcados com * necessitam de comentários especiais, feitos a seguir.
A despeito da circulação de materiais, pode-se afirmar:
Para que o software MicroISIS possa realizar todas as funções descritas no
QUADRO 7, depende de outros softwares.
No software Gnuteca, o módulo de empréstimo conta com as seguintes
possibilidades: empréstimo por nome; pendências; alterações por tombo;
listas de multas; listas de atraso. E seu módulo de empréstimo não está na
web, mas sim em ambiente desktop.
Apenas o software Pergamum possibilita a solicitação de cópias de
documentos pelo COMUT. O MicroISIS também realiza esta função, desde
que customizado.
Quadro 8 – Administração de Recursos de Informática
Softwares
Descrição dos recursos
Pergamum PHL MicroISIS Koha Gnuteca
Software em língua portuguesa
Sim Sim Sim Não Sim
Possibilidade de customização
(personalização) do sistema
Sim Sim Sim Sim Sim
144
Softwares
Descrição de Recursos
Pergamum PHL MicroISIS Koha Gnuteca
Sistemas requeridos
* * * * *
Possibilidade de expansão ou
inclusão de novos módulos sob
demanda
Sim Sim Sim Sim Sim
Documentação (manuais) Sim Sim Sim Sim Sim
Manuais com fluxos operacionais Sim Sim Sim Sim Sim
Licenciamento do produto * * * * *
Interface gráfica Sim Sim Sim Sim Sim
Possibilidade de customização
(personalização) da interface
Sim Sim Sim Sim Sim
Menu de ajuda interativo Sim Sim Sim Sim Sim
Arquitetura de rede cliente/servidor Sim Sim Sim Sim Sim
Acesso via Intranet Sim Sim Sim Sim Sim
Acesso via browser (Internet)
Sim Sim Sim Sim Sim
Leitura de código de barras
Sim Sim Sim Sim Sim
Compatibilidade com os sistemas
operacionais
Sim Sim Sim Sim Sim
Armazenamento e recuperação de
caracteres da língua portuguesa
Sim Sim Sim Não Não
145
Softwares
Descrição de Recursos
Pergamum PHL MicroISIS Koha Gnuteca
Registro de data no formato ISO
8601 (AAAAMMDD)
Não Sim Sim * Não
Quantidade máxima de registros
por base de dados
* * * * *
Atualização dos dados em tempo
real
Sim Sim Não Sim Sim
Segurança na integridade dos
registros
Sim Sim Sim Sim Sim
Disponibilização on line do acervo Sim Sim Sim Sim Sim
Acesso simultâneo de usuários Sim Sim Não Sim Sim
Acesso ilimitado de usuários Sim Sim Não Sim Sim
Níveis diferenciados de acesso ao
sistema (senhas)
Sim Sim Não Sim Sim
Armazenamento e recuperação de
documentos digitais em diversos
formatos
Sim Sim Sim Sim Não
Controle integrado do processo de
seleção e aquisição
Sim Sim Não Sim Não
Geração de carteiras de identidade
para usuários com código de barras
Sim Sim Não Não Não
Atualização em lote Sim Sim Sim Não Não
Atualização on line Não Sim Não Sim Sim
146
Softwares
Descrição de Recursos
Pergamum PHL MicroISIS Koha Gnuteca
Cadastro de perfis de usuários Sim Sim Não Sim Sim
Código de barras para cada usuário Sim Sim Não Não Sim
Gerenciamento de diversos tipos
de documento
Sim Sim Sim Sim Sim
Suporte Técnico Sim Sim Sim Sim Sim
Garantia de manutenção Sim Sim Sim Sim Sim
Freqüência de atualização do
software
* * * * *
Disponibilização de novas versões Sim Sim Sim Sim Sim
Licença por máquinas individuais * * * * *
Aquisição do software * * * * *
Obs.: Os itens marcados com * necessitam de comentários especiais, feitos a seguir.
Verificou-se, no que se refere à administração de recursos de informática:
Cada um dos softwares analisados possui seus sistemas requeridos
para funcionamento, abaixo descritos:
O software Pergamum é implementado na arquitetura cliente/servidor,
com interface gráfica; programação em Delphi, interface web utilizando
PHP e ASP; sistema gerenciador de banco de dados Sybase,
SqlServer e ORACLE 8i e/ou superior.
O software MicroISIS foi desenvolvido na linguagem Pascal.
147
O software PHL requer um programa servidor (Apache, OmniHttpd, etc);
um programa servidor de bases de dados ISIS (WWWisis); um programa
cliente (Internet Explorer, Netscape, etc) e também requer conexão à
internet para impressão de código de barras e gráficos.
O software Koha foi desenvolvido em linguagem PERL, utiliza um
servidor web Apache e o banco de dados MySQL; mas sofre algumas
limitações que o impedem de atender a bibliotecas de grande porte.
Para aquisição é necessário fazer o download do programa:
http://oss4lib.org/
O software Gnuteca requer o sistema operacional Linux; servidor
Apache; foi implementado na linguagem de programação PHP.
O koha possui uma parte técnica muito desenvolvida, o que leva a
acreditar no seu bom desempenho, porém é deficiente no aspecto
didático e de lay out, podendo tornar-se pouco atraente para os
usuários.
Para os softwares que utilizam sistemas cliente servidor, é necessário
uma conexão de rede confiável, pois, uma falha, por qualquer motivo,
pode causar transtornos internos para a biblioteca.
O software Pergamum é um programa proprietário, sendo que sua
licença não é gratuita; deve portanto, ser adquirido através de compra.
O PHL é um software distribuído gratuitamente às bibliotecas para sua
implantação e utilização em estações monousuária; porém para uso em
número maior numero de máquinas é necessária a compra da licença.
Seu código fonte não esta disponível para alterações, sendo necessária
à permissão do seu desenvolvedor do PHL. A aquisição é feita com o
download do programa: www.elysio.com.br
148
O MircoISIS é um software protegido por copyright, e só pode ser
utilizado após licença especifica. Sua política de licenciamento não é
restritiva. A ultima versão está disponível para download no Sistema
Bireme: ftp.bireme.br.
O software Gnuteca é licenciado sob a Creative Commons GNU GLP e
pode ser adquirido através de download no site: www.gnuteca.org.br.
Quanto à freqüência de atualização dos softwares, não existe uma
padronização e nem uma regra: cada um faz a própria atualização de
acordo com suas necessidades e prioridades.
Quanto à quantidade máxima de registros por base de dados, pode-se
afirmar:
O Pergamum suporta acima de 1 milhão de registros bibliográficos;
O MicroISIS suporta um limite de 16 milhões - 500 Mb de registros
bibliográficos;
O PHL suporta 16 milhões de registros bibliográficos;
O banco de dados do Koha possui limitações que o impede de atender
a bibliotecas de grande porte;
O Gnuteca trabalha com o banco de dados SQL, o qual segue os
padrões internacionais SQL3; é um banco de dados estável e robusto,
que permite o cadastro de milhões de registros, sem limites ou
restrições.
149
4.3 – Resultados da terceira etapa
A - Bibliotecas que participaram da pesquisa
O GRAF. 6 apresenta o percentual das universidades que responderam ao
questionário, por região brasileira. Foram consultadas 62 bibliotecas de
universidades, 46 responderam ao questionário, o que corresponde a 74,19%.
É importante ressaltar que, como aconteceu na primeira etapa da pesquisa, a
região que mais participou desta terceira etapa foi a Centro Oeste.
Gráfico 6 – Bibliotecas de universidades federais participantes
da pesquisa, por região brasileira
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
R.NORTE
R.NORDESTE
R.CENTRO
OESTE
R.SUDESTE
R.SUL
150
B - Números de profissionais dedicados aos serviços de referência
Tabela 5- Números de bibliotecários dedicados aos serviços de referência
Região Números de bibliotecas Números de bibliotecários dedicados
aos serviços de referência
Norte 5 9
Nordeste 11 11
Centro Oeste 6 3
Sudeste 18 7
Sul 6 12
Nesta etapa da pesquisa, verificou-se o baixo número de profissionais
dedicados aos serviços de referência, em todas as bibliotecas do país,
principalmente quando comparado ao número de bibliotecas. Observou-se que
a região sul é a que conta com maior número de profissionais dedicados aos
serviços de referência, seguida pela região Nordeste.
A comparação entre o número de bibliotecas e o número de bibliotecários de
referência em uma região mostra a região Sudeste como a que detém o menor
número de bibliotecários no setor de referência.
C – Números de usuários cadastrados nas bibliotecas
Os dados apresentados na TAB. 6 indicam o número de usuários cadastrados
nas bibliotecas.
151
Tabela 6- Números de usuários cadastrados nas bibliotecas
Números de bibliotecários proporcional ao número de usuários
Região
0
-
1000
1001
-
2000
2001
-
3000
3001
-
4000
4001
-
5000
5001
-
6000
6001
-
7000
7001
-
8000
8001
-
9000
9001
-
10000
10001
-
10500
10501
-
20000
20001
-
25000
25001
-
35000
35001
-
45500
45501
-
60000
Norte
1 1 1 1 1
Nordeste
2 1 1 1 3 1
Centro
Oeste
1 1 1 1 1 1
Sudeste
1 2 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 2
Sul
1 2 1 1 1 1 1
Percebe-se que em todas as bibliotecas brasileiras a relação entre o número
de bibliotecários dedicados aos serviços de referência e o número de usuários
é muito baixa, o que indica a falta de profissionais especializados nesta área.
Também, observa-se nesta TAB. 6, que as regiões Sul, Sudeste e Centro
Oeste possuem as bibliotecas que concentram o maior número de usuários, e
as regiões Nordeste e Norte não possuem bibliotecas com grande número de
usuários.
D - Softwares específicos para os serviços de referência
Quanto aos softwares específicos, nenhuma das 63 bibliotecas universitárias
declarou possuir um software específico para realizar os serviços de referência
digital, mas têm oferecido estes serviços por meio de e-mails e de algumas
ferramentas para funções específicas, tais como:
quatro bibliotecas informaram que estão em processo de informatização de
seus serviços de referência;
152
quatro bibliotecas citaram a BIREME
93
como fonte para seus acessos à
Base de Dados de pesquisa remota;
sete bibliotecas indicaram o uso do COMUT para solicitar materiais de
outras instituições;
seis bibliotecas utilizam o Portal da Capes
94
para consulta a banco de
dados de pesquisa remota;
uma biblioteca citou o software Aleph e a Internet para envio de arquivos,
tais como: resultados de pesquisas bibliográficas, artigos e listas de novos
títulos;
duas bibliotecas utilizam o Sistema Pergamum para realizar seus serviços
de referência digital, mesmo que este não seja específico para realizar
estas funções;
uma biblioteca informou que, mesmo não tendo um software específico
para os serviços de referência, tem a possibilidade de acessar o catálogo
da biblioteca central, através do software Ortodocs, via Internet;
uma biblioteca citou: a participação em listas de discussão da Comissão
Brasileira de Bibliotecas Universitárias (CBBU) e da lista bibliotecários.com,
para a realização de sua comunicação com profissionais de outras
organizações; o Catálogo Coletivo Nacional (CCN) para pesquisa, bem
como o site da Embrapa, para realizar pesquisas específicas da área;
uma biblioteca citou o uso do software Sophia para pesquisa remota em
Banco de Dados;
uma biblioteca declarou utilizar um sistema criado em 1989, ligado a um
mainframe, que trabalha com terminais, atendendo a muitas questões via e-
mail institucional. Este sistema (SAB2) recupera as informações, mas não é
93
BIREME é um Centro Latino Americano e do Caribe de informações em saúde. É financiado
pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) / Organização Mundial da saúde (OMS),
com a colaboração do Ministério de Saúde, Ministério da Educação, Secretaria da Saúde do
Estado de São Paulo e Universidade Federal de São Paulo.
Fonte: http://www3.bireme.br/bvs/bireme/homepage.htm
94
Através do Portal CAPES professores, pesquisadores, alunos e funcionários de 163
instituições de ensino superior e de pesquisa em todo o País têm acesso imediato à produção
científica mundial atualizada. O Portal periodicos CAPES oferece acesso aos textos completos
de artigos de mais de 11.302 revistas internacionais, nacionais e estrangeiras, e a mais de 90
bases de dados com resumos de documentos em todas as áreas do conhecimento. Inclui
também uma seleção de importantes fontes de informação acadêmica com acesso gratuito na
Internet. É livre e gratuito para os usuários das instituições participantes. O acesso é realizado a
partir de qualquer terminal ligado à Internet localizado nas instituições ou por elas autorizado.
Fonte: http://www.capes.gov.br/
153
interativo com os usuários; são os bibliotecários que procuram fazer esta
interação, pessoalmente ou através de e-mail;
uma biblioteca indicou a ferramenta Argonauta para a realização de suas
comunicações;
quatro bibliotecas citaram o software Ariel para fazer o escaneamento de
tabelas de conteúdos de títulos de periódicos;
uma biblioteca utiliza o Celsius para a permuta de informação e
administração de questões de referência;
uma biblioteca citou o software PHL como responsável pelo Banco de
Dados de pesquisa remota.
Assim, percebeu-se que há uma preocupação entre os bibliotecários de
oferecer serviços de referência on line ou pelo menos alguma parte
informatizada. Contudo não contam ainda com uma facilidade de acesso a
softwares especializados para tais atividades. Cabe esclarecer que o Programa
Comut, Bireme e Portal Capes não são ofertas específicas de cada biblioteca,
assim não poderiam ser citadas como uma tentativa de oferta de seus serviços
on line de referência.
Esta terceira etapa da pesquisa também confirmou a observação de Arellano
(2001), de que no Brasil não existem ainda serviços de referência digital como
os utilizados nos sites nas principais bibliotecas americanas. De acordo com o
autor, nenhuma das 184 bibliotecas brasileiras cadastras pelo IBICT no grupo
de trabalho (GT) sobre as bibliotecas digitais, em 2001, mantinha algum tipo
de serviço de referência que funcionasse 24 horas e, ainda, com distribuição
seletiva do tipo de consulta. Daí a necessidade de desenvolvimento de
softwares que possam ser usados nos serviços de referência em tempo real
(interativos).
154
4.4 – Resultado final - Produto
A partir das reflexões sobre os resultados das três etapas, decidiu-se
desenvolver um software livre para sistemas de bibliotecas, ou seja, uma
ferramenta que incorporasse as principais características dos softwares
utilizados pelas bibliotecas estudadas. Pensou-se na criação de agentes de
interface, que construa e facilite o caminho dos usuários, sendo que a ênfase
do sistema é o projeto de um serviço de referência para o ambiente digital, com
foco na busca e recuperação da informação, o que foi conseguido por meio do
desenvolvimento do software OpenLibris.
155
5 OPENLIBRIS
A análise dos resultados obtidos nas três etapas da pesquisa resultou em
achados interessantes. Percebe-se um grande esforço das bibliotecas e dos
bibliotecários em implementar sistemas de informação eficientes. Atualmente,
existem vários softwares para o gerenciamento e automação de bibliotecas,
mas não o suficiente para que os bibliotecários procedam a sua seleção
acurada. São ferramentas que ainda apresentam problemas relativos à busca
e à recuperação da informação, dificultando a interlocução entre o usuário final
e as fontes de informações disponíveis. Dentre os software brasileiros,
analisados nesta pesquisa, o mais completo para uso em bibliotecas
universitárias é o Pergamum, um software proprietário. Considerando que um
software proprietário para uso em bibliotecas universitárias federais é muito
dispendioso, decidiu-se pelo desenvolvimento de um software livre para
sistemas de bibliotecas universitárias. Tal ferramenta incorpora as principais
características dos softwares já utilizados por essas bibliotecas, enfatizando a
criação de agentes de interface, que construam e facilitem o caminho dos
usuários.
Além disso, podem-se presumir muitas vantagens para que as bibliotecas
universitárias federais brasileiras utilizem software livre, de código aberto, o
que possibilita a qualquer pessoa opinar, fazer alterações e adaptações no
programa, permitindo a personalização do sistema, embora não possam ser
apropriados por grandes iniciativas com o objetivo de comercialização. Outras
vantagens para seu uso são:
gratuidade: são distribuídos em forma de cooperativa;
estabilidade: apresentam maior estabilidade, porque são testados por vários
programadores e são menos vulneráveis aos vírus que circulam na internet;
documentação: os manuais estão disponíveis nos sites das instituições que
os mantém, bem como também o próprio softwares para download.
156
Assim, biblioteca e software livre ou de código aberto fazem uma combinação
natural, em que ambos promovem aprendizagem e compreensão por meio da
disseminação da informação. Essa parceria na divulgação de informação pode
conduzir a uma melhoria na educação e cultura da sociedade.
A novidade do sistema desenvolvido nesta pesquisa (OpenLibris) é o projeto
de um serviço de referência para o ambiente digital, com foco na busca e a
recuperação de informação. Tal sistema deverá facilitar o acesso do usuário a
outras bases de dados, permitindo que o mesmo use a linguagem natural para
a busca avançada, por meio do item pesquisa bibliográfica, onde o usuário
poderá, no campo apropriado, digitar sua consulta, por meio da linguagem
natural (utilizada normalmente por ele) sem se preocupar com termos
relacionados com técnicas de busca. O próprio software interpretará a
seqüência de palavras, separando as palavras chaves e permitindo que o
programa localize as informações requeridas por ele.
5.1 – Origem e características do OpenLibris
Com as novas tecnologias e a evolução cada vez maior de softwares livres
desenvolvidos para várias aplicações, entre elas o controle de banco de dados,
pode-se organizar e disseminar as informações, ajudando as bibliotecas a
realizarem suas funções de facilitar o acesso às informações e diminuir o
tempo gasto para sua recuperação.
Percebe-se que existe uma forte tendência em ampliar a adoção de
tecnologias, principalmente no uso de portais de conhecimento (plataforma
internet para comunicação e colaboração de serviços de informação) e o
compartilhamento do ambiente computacional para facilitar não só a
comunicação como também trabalhos de usuários e de bibliotecários.
Observa se, ainda que existe um esforço das bibliotecas em implementar
sistemas de informação eficientes, a despeito do custo das novas tecnologias.
Contudo, talvez devido ao gap brasileiro na produção e utilização das novas
157
tecnologias em conseqüência da reserva de mercado, as bibliotecas brasileiras
ainda não dispõem de softwares que atendam todas as suas necessidades.
Outro desafio é a grande resistência muito grande das organizações ao uso
dos softwares de código aberto, o que pode estar refletindo o receio do
desconhecido, do novo ou apego a velhas práticas.
A pesquisa realizada junto às universidades federais brasileiras, confirma que a
consolidação do software livre ainda não é uma realidade, pois a grande
maioria das instituições utiliza softwares proprietários, sem ainda uma
perspectiva de mudança, e de modernização da gestão da informação e de
automação de seu acervo.
Como já foi dito, a partir dos resultados desta pesquisa, surgiu à idéia do
OpenLibris (Protótipo em andamento, disponível em
http://www.openlibris.org.br), para gestão de bibliotecas, um software livre, sob
licença General Public License (GPL), com as seguintes características
técnicas:
desenvolvimento em PHP e Javascript;
uso do Banco de Dados MySQL;
• multiplataforma;
multiusuário;
interface WEB;
módulo de Biblioteca Digital integrado;
aplicação para serviços de referência digital (por meio do chat, que
oferecerá ao usuário a possibilidade de ajuda on line, bem como por e-
mail, através de um formulário para envio de dúvidas); e de agentes de
interface autônomo (chatterbos);
utilização do padrão MARC;
outras funções comuns aos softwares de gestão de bibliotecas.
O sistema operacional Linux escolhido para esta pesquisa tem as principais
características listadas abaixo:
158
Tabela 7 - Características do sistema operacional Linux escolhido
Distribuição Interface Gráfica SGBD Linguagem de
Programação
Debian Independe MySQL PHP
Dentre as várias distribuições do Linux foi escolhida para este estudo o Debian,
por possuir uma instalação fácil, o sistema inclui drivers para maior número de
dispositivos, permitindo a sua instalação em diversos tipos e modelos de
computadores. Outra grande vantagem é a sua interface familiar (possui textos
e lay out na sua tela, que são similares aos dos softwares mais conhecidos
pelos usuários) , o que facilita a instalação do sistema e de outros programas.
A distribuição Debian vem com os programas mais utilizados pré instalados e,
para outros aplicativos open source, basta utilizar os ícones mágicos. Clicando
nestes ícones, um assistente irá baixar, instalar e configurar os programas,
dentre os quais podemos citar :
Open office
: é o concorrente do pacote office, da Microsoft, e possui uma
boa compatibilidade com os arquivos do Office; além desta facilidade,
possui o recurso de salvar qualquer documento como um arquivo PDF.
Gimp
: é o concorrente do Photoshop, porém, diferentemente do open office,
possui uma interface bem diferente do Photoshop, o que dificulta um pouco
seu uso.
PHP
95
: é a sigla para Hypertext Preprocessor. Foi desenvolvida incialmente
com o nome de Personal Home Page. É uma linguagem de programação
de computadores interpretada e modularizada, livre e utilizada para gerar
conteúdo dinâmico na web. É uma linguagem multiplataforma, aceita vários
95
Fonte: http://www.php.net/. Acesso em: 10 nov.2006.
159
sistemas operacionais, como o Windows, Unix, Linux, dentre outros. Esta
linguagem permite a conexão direta com muitos bancos de dados
relacionais, sem precisar de drivers Object Database Conectivity (ODBC)
para efetivar esta tarefa. A linguagem PHP é uma combinação de
linguagem de programação e de servidor de aplicações. Interpreta
informações do padrão XML, processamento de arquivos no formato texto e
binário, manipulação de variáveis complexas, utilização de funções e
classes e geração de código para processamento, manipulação de e-mails
e gerenciamento de documentos PDF.
A linguagem PHP tem suporte aos seguintes protocolos
96
:
Internet Message Acess Protocol (IMAP): protocolo de
gerenciamento de correio eletrônico;
Simple Message Transfer Protocol (SNMP): protocolo de gerência
de rede;
Network News Transfer Protocol (NNTP): protocolo da internet
para grupos de discussão da usenet
97
;
Post Office Protocol (POP3): protocolo utilizado no acesso remoto
a uma caixa de correio eletrônico;
Hyper Text Transfer Protocol (HTTP): protocolo de transferência
de hipertexto;
Lightweight Directory Access Protocol (LDAP): protocolo para
atualizar e pesquisar diretórios que funcionam sobre o TCP/IP;
XML-RPC: protocolo de Remote Procedure Call (RPC) codificado
em XML;
96
Fonte: http//in2.php.net/distributions/manual/php
-
manual
-
pt
-
BR.html.gz. Acesso em: 10
nov.2006.
97
Usenet (Unix user Network) é um meio de comunicação onde os usuários postam suas
mensagens de texto em fóruns que são agrupados por assunto.Fonte: www.usenet.net
. Acesso
em: 10 nov.2006.
160
Simple Object Access Protocol (SOAP): protocolo para troca de
informações estruturadas.
MySQL
98
: é um banco de dados escrito em linguagens de programação C e
C++, que requer uma baixa demanda de recursos de hardware. O MySQL
pode ser usado em diferentes plataformas computacionais, como Linux,
Windows, Mac OS/X
99
, HP-UX
100
, dentre outras. Outra característica deste
banco de dados é a compatibilidade, pois existem drivers ODBC, Java
Database Connectivity (JDBC) e .NET e módulos de interface para diversas
linguagens de programação, como Delphi, Java, C/C++, Python, Perl, PHP
e Ruby. Suporta vários tipos de tabelas (como MyISAM e InnoDB), sendo
que cada uma possui uma aplicação específica. É um programa livre.
Além das características listadas acima, o MySQL suporta, dentre outros, os
seguintes recursos:
Full Text Index (FTI): índice específico para buscas
Unicode : padrão de codificação de caracteres;
Replicação: capacidade de enviar/replicar os dados para
outros servidores MySOL;
Hot Backup: e a realização do backup com o computador em
seu funcionamento normal;
Processamento analítico on line (On line Analytical Processing
- OLAP)
Outra vantagem do sistema operacional Linux são seus recursos de Wine
(emulador de windows, que cria um ambiente windows emulado, sobre o kernel
do Linux) e o Vmware (virtual machine, emulador para criação de uma máquina
98
Fonte: http://www.mysql.org/.Acesso em: 10 nov.2006.
99
Mac-OS/X é um sistema operacional open source baseado no sistema Unix. Acesso em: 10
nov.2006.Fonte: http://apple.com.br
. Acesso em: 10 nov.2006.
100
HP-UX é um sistema operacional desenvolvido pela Hewlett Packard, é uma variação do
sistema Unix e baseado no System V. Fonte:www.hp.com/products1/unix/
. Acesso em: 21
nov.2006.
161
virtual), os quais são grandes tentativas de tornar o Linux mais compatível com
o Windows, ou seja, uma forma do Linux poder dar suporte ao windows,
aproveitando a grande quantidade de programas que já existem, executando
aplicativos para Linux lado a lado com os aplicativos para Windows que não
possuam bons substitutos.
Os módulos (no apêndice 14 encontra-se a explicação desses módulos
) que
compõem o OpenLibris, são:
sistema para cadastro de links;
sistema para cadastro de unidades;
sistema para cadastro de instituições;
tela de pesquisa rápida;
tela de pesquisa avançada;
tela de pesquisa booleana;
tela de pesquisa por área;
tela de pesquisa por autoridade;
tela de resultado de pesquisa.
5.2 – Parte técnica
5.2.1 – Instalação
Para instalar o OpenLibris são necessários os seguintes softwares livres:
Gerenciador de conteúdo
: o OpenLibris terá o seu próprio gerenciador
de conteúdos, facilitando as publicações dos conteúdos do software e
suas possíveis alterações;
Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD)
: o SGBD escolhido foi
o MySQL, versão 5.0 ou superior.
162
Linguagem: a linguagem de programação adotada foi o Hypertext
Preprocessor (PHP), versão 4.1 ou superior.
Servidor Web: o escolhido foi o Apache server
101
, versão 2.0,
considerado o melhor entre servidores web livre. Foi criado em 1995, por
Rob McCool, então funcionário do National Center for Supercomputing
Application (NCSA), University of Ilinois. Este servidor é compatível
com o protocolo HTTP versão 1.1. Suas funcionalidades são mantidas
por meio de uma estrutura de módulos, permitindo, inclusive, ao usuário
escrever seus próprios módulos-utilizando a Application Program
Interface (API) do software. É um tipo de programa que possibilita a
troca de informações entre dois outros programas diferentes. Está
disponibilizado em versões para os sistemas Windows, Novell Netware,
OS/2 e diversos outros do padrão POSIX (Unix, Linux, FreeBSD dentre
outros: http://pt.wikipedia.org/wiki/Svn)
5.2.2 – Documentação
A documentação do OpenLibris, está sendo disponibilizada no portal oficial do
projeto e conterá:
pré-requisitos de sistema;
configuração do OpenLibris;
manual do Usuário Openlibris;
diagramas de Classes e Caso de Uso do OpenLibris.
101
Fonte: http://www.apache.org/. Acesso em: 20 dez. 2007
163
5.2.3 – Subversion (SVN)
Subversion, também conhecido por SVN, é um sistema de controle de versão
desenhado especificamente para ser um substituto moderno do Concurrent
Version System (CVS). É uma ferramenta de código aberto para apoio ao
desenvolvimento de software cujo objetivo é controlar as modificações no
programa. Será disponibilizado o SVN do OpenLibris. Todo o repositório do
OpenLibris será disponibilizado.
5.2.4 – Aproveitamento de outros softwares livres
Para o desenvolvimento do OpenLibris, poderá ser utilizado o código fonte de
outros programas livres, respeitando a licença GPL, uma vez que esta é a idéia
do software livre: o compartilhamento do conhecimento.
Algumas telas (pesquisa e área restrita) do software Gnuteca foram utilizadas.
Também o desenvolvimento do chat está sendo feito a partir de códigos livres
encontrados na internet e compartilhado pelos usuários e desenvolvedores
PHP.
Durante o processo de desenvolvimento do OpenLibris muitas alterações irão
ocorrer, o que exigirá do seu portal uma área para divulgação dos softwares
utilizados, com atualização constante.
5.2.5 – Diagramas parciais de blocos
Para o desenvolvimento do programa, foi necessário montar os fluxos inicias
com as principias funções do sistema, assim os diagramas apresentados a
seguir têm sofrido várias alterações ao longo do desenvolvimento do
OpenLibris.
164
O software possui outros diagramas de blocos: o de circulação ou
movimentação, está mostrado na FIG. 3 e o de exportação dos dados ou
compartilhamento da base de dados entre diferentes instituições, e o de
emissão de relatórios encontra-se nas FIG. 4 e 5, respectivamente. Todos
esses diagramas devem estar conectados entre si, para descrever todo o fluxo
de informação que compõem as atividades de uma biblioteca.
A FIG. 2 representa o diagrama parcial de blocos das atividades de cadastro do
OpenLibris. Essa é a parte responsável pela alimentação do banco de dados,
com as seguintes informações: entradas das instituições, das bibliotecas
centrais e setoriais, autores, usuários e tipos de documentos. Também é
responsável pelo tratamento técnico dos documentos, como a classificação e a
catalogação.
Figura 2 – Diagrama parcial de blocos parcial das atividades de cadastro
165
Pelo diagrama parcial apresentado na figura 2, é possível perceber como os
dados são acessados para obter a descrição do item desejado: os retângulos
representam as tabelas de armazenamento; os losangos representam o tipo de
ligação entre as tabelas e os círculos são os campos.
A FIG. 3 apresenta o diagrama parcial de blocos das atividades de circulação
do acervo bibliográfico e de recuperação das informações no software
OpenLibris, incluindo desde a aquisição dos documentos bibliográficos, até as
atividades de organização da biblioteca, como:
consulta ou pesquisa: podem ser realizadas as pesquisas simples (por
todos os campos e em cada um deles: assunto, autor, CDU e/ou CDD,
serie, titulo e multicampo (como a simples e utilizando as operações
booleanas), e de aquisições (por período - com a data inicial e final das
aquisições ou por conteúdo), bibliográficas por exemplares;
multas: o programa define os parâmetros de controle para se trabalhar com
as multas (adicionar, listar e mostrar as multas pagas e as não pagas) e
indicar as devoluções em atraso;
empréstimo: indica se o empréstimo é novo, pendente ou atrasado, bem
como, permite a visualização da atual situação de reserva;
notificações: permite notificar aos usuários situações sobre reservas, multas
e novas aquisições.
166
Figura 3 - Diagrama parcial de blocos das atividades de circulação
Na FIG. 3. os retângulos representam os processamentos/gerenciamentos,
estando as tabelas de armazenamento implícitas; os losangos representam o
tipo de ligação entre os processos e os círculos são os campos de
armazenamento dos dados necessários para o processamento /
gerenciamento.
A FIG. 4 representa o diagrama parcial de blocos de exportação de dados, isto
é, indica que o acervo local exporta dados para o acervo central
167
(openlibris.org.br) e vice versa, e os dois (acervos local e central) exportam
dados em formatos de arquivos, especificados no diagrama. A exportação dos
dados é realizada, neste programa, através da área restrita – na função
administrador.
Acervo
Local
Exporta
dados
CSV
SQL
MARC
XML
Gera
Arquivo
Aplicativo
Exporta
dados
Acervo
Central
Figura 4 - Diagrama parcial de blocos da exportação de dados
Na FIG4, observa-se que ao gerar os dados no formato especificado, gera o
arquivo que será importado em algum outro aplicativo de biblioteca que aceite
importação. Os formatos de arquivos devem ser ajustados para cada tipo de
programa, o que pode ser feito por demanda, a partir de solicitação dos
usuários através de formulários de solicitação no site do OpenLibris.
Os formatos de arquivos podem ser:
168
Comma Separated Value (CSV) - Valores separados por virgula ou ponto e
virgula: neste formato cada linha do arquivo é um registro e os campos
estão separados por ponto e virgula, sendo a primeira linha o nome dos
campos. É um arquivo suportado por muitos programas de banco de dados
e por planilhas.
Structure Query Language (SQL): é um formato de arquivo que utiliza a
linguagem SQL para fazer a exportação dos dados, ficando os campos e
valores em cada comando INSERT. É considerado um formato de arquivo
universal, porque todos os servidores de dados que utilizam SQL podem
importá-los, sendo apenas necessário, em alguns casos, pequenas
alterações para adequação ao seu formato.
Machine Readable Cataloging (MARC): é um formato de descrição
bibliográfica / catalográfica universalmente aceito para realizar a
comunicação e o intercâmbio das informacoes bibliográficas legíveis por
maquina, possibilitando assim a transferência de registros entre os meios
de comunicação.
eXtensible Markup Language (XML): é um formato de arquivo utilizado para
armazenamento de dados em formato similar ao Extensible Hypertext
Markup Language (HTML). Enquanto o XML é utilizado para definir a
estrutura dos dados no documento, o HTML define a apresentação do
documento.
169
Figura 5 – Diagrama parcial de blocos da função emissão de relatórios
A FIG. 5 representa o diagrama parcial de blocos referente à função de
emissão de relatórios. Do lado esquerdo do diagrama estão os módulos que
fornecem a informação: instituições, bibliotecas, acervos, dentre outros. Do
outro lado pode-se observar que estão os relatórios e ao centro, a ligação entre
os módulos para fornecerem os relatórios, que são gerados
a partir das informações fornecidas e das políticas de gestão de atividades da
biblioteca, tais como atrasos na devolução de livros ou outros documentos,
relação de usuários, relatórios do acervo, etc. No OpenLibris esta função está
dentro da área restrita e na sub área administração.
170
5.2.6 – Telas (screenshots)
A FIG.6 representa a tela principal do OpenLibris. As demais telas deste
software estão apresentadas no apêndice 14.
Tela Principal
Figura 6 - Tela inicial do OpenLibris
Na tela inicial do software, aparece um texto introdutório, explicando o que é o
OpenLibris, como foi idealizado e como vem sendo desenvolvido. Existem dois
menus: um vertical, que permite a navegação para as áreas principais do
sistema, que por sua vez encaminham o usuário para as sub áreas, no formato
de árvore. O segundo menu, o horizontal, permite o acesso apenas as
informações técnicas do Openlibris.
São cinco as áreas principais de programa:
1. Pesquisa - encaminha os usuários aos diversos tipos de pesquisas que
podem ser realizadas, como por exemplo, simples, multicampo, aquisições
e bibliográfica.
2. Área restrita - é a área que permite o usuário acessar o chat do programa,
para que possa entrar em contato on line com bibliotecários que estiverem
utilizando o OpenLibris; permite realizar a política de prioridades dos
171
usuários (perfil, senha, interesses). Também é por meio desta área que se
trabalha na administração do software através das funções de configuração,
catalogação e gestão (relacionadas com as políticas de multas,
empréstimos, reservas, notificação, etc).
3. OpenLibris - permite ao usuário ter acesso a informações sobre o programa,
como: definição, cronograma, documentação, características técnicas,
Subversion do programa, tipo de proposta do software, os contatos, além de
conhecer sua licença e padronização.
4. Links – este sistema permitirá que o usuário poderá se conectar com outras
instituições que estejam relacionadas com a área do conhecimento:
biblioteconomia.
5. Parceiros - são as instituições, como a Fundação Cefetminas e a
Comunidade Linux, que apoiam o projeto OpenLibris.
É nesta tela principal que o usuário realiza seu login de acesso.
5.3 - Análise das características técnicas do OpenLibris
O OpenLibris também foi analisado utilizando os mesmos critérios de análise
das características dos cinco softwares escolhidos para estudo, por meio do
preenchimento dos cinco Quadros: processo gerencial / aquisição,
processamento técnico / classificação / catalogação, consulta e recuperação,
circulação de materiais e administração de recursos de informática. Os
resultados da análise encontram-se nos quadros abaixo:
172
Quadro 9 – Processo Gerencial / Aquisição do OpenLibris
Descrição dos recursos
OpenLibris
Integração de todas as funções da biblioteca Sim
Possibilidade de identificar alterações feitas no
sistema e os responsáveis por elas
Sim
Controle de listas de sugestões ED
Controle de listas de seleção ED
Controle de listas de aquisição Sim
Controle de listas de reclamações ED
Controle de listas de recebimento Sim
Controle de fornecedores e editores Sim
Cadastro de entidades com as quais mantém
intercâmbio de publicações
PR
Mala direta de usuários, editoras e instituições
com as quais a biblioteca mantém intercâmbio
PR
Controle de assinatura de periódicos PR
Identificação de dados do processo de
aquisição
PR
Controle de datas de recebimento do material
adquirido
Sim
Emissão de cartas de cobrança, reclamações
e agradecimento de doações
PR
Elaboração de lista de duplicatas PR
Controle da situação (status) do documento
(encomendado, aguardando autorização,
aguardando nota fiscal etc.)
ED
Controle de orçamento PR
Possibilidade de especificação da moeda de
transação
PR
Geração de relatórios e estatísticas e gráficos ED
Inventário automático (código de barras) PR
Obs.: ED = Em Desenvolvimento
PR = Previsto
173
Observa-se que o programa OpenLibris possui as seguintes características:
Permite a comunicação entre usuários e bibliotecários e também entre
estes, por meio de e-mail, e por meio de chats ou salas de “bate papo”.
Vários módulos como as listas de sugestões, reclamações e seleção,
controle da situação (status) do documento (encomendado, aguardando
autorização, aguardando nota fiscal etc.) dentre outros, estão em fase
de desenvolvimento.
As funções: cadastro de entidades para intercâmbio de publicações,
mala direta de usuários, editoras e instituições com as quais a biblioteca
se comunica e controle de assinatura de periódicos estão previstas para
serem desenvolvidas numa etapa posterior.
Quadro 10 – Processamento Técnico / Classificação / Catalogação do
Openibris
Descrição dos recursos
OpenLibris
Compatibilidade com o formato MARC Sim
Compatibilidade com o formato UNISIT
(UNESCO)
PR
Protocolo de comunicação Z39.50 Sim
Padrão ISO 2709 ED
Importação e exportação de dados para
alimentação de sistemas de catalogação
cooperativa
PR
Acesso on line a catálogos coletivos Sim
Integração dos dados de pré-catalogação
da aquisição para o processamento técnico
ED
Compatibilidade com o formato do Catálogo
coletivo Nacional (CCN)
PR
174
Descrição dos recursos
OpenLibris
Identificação da modalidade de aquisição
(doação, compra, permuta, depósito legal)
Sim
Identificação do usuário que sugeriu o título
para aquisição
Sim
Compatibilidade dos dados com o código de
catalogação AACR2
ED
Controle da entrada de dados com regras
de validação do registro
Sim
Controle da entrada de dados para os
campos obrigatórios
Sim
Construção de lista de autoridades em
formato MARC
Sim
Sistema de controle de vocabulário PR
Consultas interativas durante a entrada de
dados
Sim
Correção dos registros associados a um
autor ou assunto mediante alteração na lista
de autoridade ou tesauro
Sim
Possibilidade de duplicação de um registro
para inclusão de novas edições
Sim
Processamento de materiais especiais Sim
Possibilidade de importação de dados de
catálogos cooperativos on line
PR
Possibilidade de importação de dados de
catálogos cooperativos em CD-ROM
PR
Geração de etiquetas para lombada com
número de chamada
PR
Geração de etiquetas com código de barras PR
Elaboração e impressão de bibliografias em
formato padronizado (ABNT)
ED
Obs.: 1) Os itens marcados com * necessitam de comentários especiais, feitos a
seguir.
175
2) ED = Em Desenvolvimento / PR = Previsto
Pode-se comentar a respeito do módulo de processamento técnico:
Este software permite a compatibilidade com o padrão internacional de
catalogação MARC.
O OpenLibris é capaz de promover o intercâmbio de informações com
outros sistemas de bibliotecas, mantendo-se dentro da norma
internacional ISO 2709. Este módulo, está em fase de desenvolvimento.
Quanto ao protocolo de comunicação, o OpenLibris utilizará o protocolo
Z39.50.
Vários módulos, como a integração dos dados de pré-catalogação da
aquisição para o processamento técnico e a elaboração e impressão de
bibliografias em formato padronizado (ABNT), estão em fase de
desenvolvimento. Já o controle de vocabulário, geração de etiquetas
com número de chamada e de etiquetas com código de barras, dentre
outros, estão previstos no projeto do programa.
Quadro 11 – Consulta e Recuperação do OpenLibris
Descrição dos recursos
OpenLibris
Busca por perfil de usuário Sim
Interface única de pesquisa (busca em todo o
sistema)
Sim
Interface gráfica de pesquisa Sim
Interface de busca on line Sim
Pesquisa por autor Sim
Pesquisa por título Sim
Pesquisa por assunto Sim
Pesquisa por editor Sim
176
Descrição dos recursos
OpenLibris
Pesquisa por local Sim
Pesquisa por palavra-chave Sim
Pesquisa por tipo de documento Sim
Pesquisa por palavras do resumo Sim
Pesquisa por classificação (CDU/DEWEY) ED
Pesquisa por Tabela de Áreas do
Conhecimento do CNPq
PR
Pesquisa por ISSN Sim
Pesquisa por ISBN Sim
Pesquisa por idioma Sim
Pesquisa por notação de autor (Cutter) PR
Pesquisa por data Sim
Pesquisa por todos os campos
Sim
Possibilidade de busca a partir de
determinada data ou entre datas limites
Sim
Possibilidade de selecionar os campos a
serem pesquisados por caixas de seleção
Sim
Possibilidade de filtrar buscas por campos
definidos em caixa de seleção
Sim
Refinamento da busca por frase
(adjacência)
PR
Refinamento de busca por operador booleano Sim
Buscas por termos truncamento à esquerda Sim
Buscas por termos truncamento à direita Sim
Buscas por termos truncamento ao meio Sim
Buscas por proximidade entre os termos Sim
Buscas por distância entre os termos Sim
Possibilidade de busca a partir dos resultados PR
Possibilidade de salvar estratégias de buscas
para utilização posterior
PR
177
Descrição dos recursos
OpenLibris
Busca interativa a partir da seleção de
descritores apresentados na referência
Sim
Busca interativa a partir da seleção de termos
do índice
Sim
Capacidade de ordenar e classificar resultado
da busca por autor
Sim
Capacidade de ordenar e classificar resultado
da busca por título
Sim
Capacidade de ordenar e classificar resultado
da busca por assunto
Sim
Capacidade de ordenar e classificar resultado
da busca por data
Sim
Capacidade de ordenar e classificar resultado
da busca por relevância
PR
Capacidade de ordenar e classificar resultado
da busca por tipo de documento
Sim
Apresentação das referências em ordem
cronológica decrescente (default)
Sim
Possibilidade de limpar o formulário para nova
pesquisa
Sim
Visualização do resultado da pesquisa em
forma de referência bibliográfica breve ou
completa (com resumo), de acordo com a
ABNT
PR
Visualização do resultado da pesquisa em
forma de catálogo de acordo com a AACR2
(nível 2)
PR
Visualização de todos os registros
recuperados
Sim
178
Descrição dos recursos
OpenLibris
Possibilidade de selecionar a quantidade de
registros a serem exibidos em cada página
Sim
Visualização do número de registros
recuperados
Sim
Visualização dos registros numerados (ex:
1/2, 2/2)
Sim
Capacidade de selecionar e imprimir registros
do resultado da pesquisa
Sim
Capacidade de salvar os registros
selecionados do resultado da pesquisa
ED
Visualização do cabeçalho com identificação
do assunto pesquisado e do número de
referências dos registros gravados
Sim
Indicação do status do documento pesquisado
(emprestado, em tratamento ou disponível)
Sim
Indicação do status do periódico pesquisado
(corrente, encerrado, suspenso)
Sim
Disseminação seletiva de informações (DSI) PR
Serviços de alerta Sim
Obs.: 1) Os itens marcados com * necessitam de comentários especiais, feitos a
seguir.
2) ED = Em Desenvolvimento
PR = Previsto
Considerando as informações do quadro 11, pode-se afirmar que:
Como em todos os softwares analisados, o OpenLibris está preparado
para realizar a classificação de acervos pelos sistemas de classificação
CDU e CDD. O bibliotecário que irá utilizar o programa é quem vai
escolher qual sistema utilizar.
179
Este software possui interface gráfica de pesquisa e de busca on line.
Possui módulos de pesquisas por autor, titulo, assunto, editor, local,
palavra-chave, tipo de documento, classificação, ISBN, data e por todos
os campos. Quanto à pesquisa por tabela de áreas do conhecimento do
CNPq, está prevista no projeto do programa.
O software permite a realização de limpar (zerar) o formulário para uma
nova pesquisa.
Quadro 12 – Circulação de Materiais do OpenLibris
Descrição dos recursos
OpenLibris
Controle integrado do processo de empréstimo Sim
Definição automática de prazos e condições de
empréstimo de acordo com o perfil do usuário
para cada tipo de documento
Sim
Definição de parâmetro para a reserva de livros Sim
Emissão automática de aviso eletrônico para
usuários em atraso
Sim
Aplicação de multas e suspensões com bloqueio
automático de empréstimos
Sim
Possibilidade de pesquisar o status do documento
(disponível, emprestado, em tratamento etc.)
Sim
Possibilidade de pesquisar o status do documento
(disponível, emprestado, em tratamento etc.)
Sim
Realização de empréstimo, renovação e reserva
on line
ED
Possibilidade de solicitação de cópias do
documento pelo COMUT
PR
Obs.: 1) Os itens marcados com * necessitam de comentários especiais, feitos a
seguir.
2) ED = Em Desenvolvimento
PR = Previsto
180
Considerando as funções referentes à circulação de materiais, os módulos para
realização de empréstimo, renovação, e reserva on line estão em fase de
desenvolvimento. Está prevista a possibilidade de solicitação de cópias do
documento pelo COMUT.
Quadro 13 – Administração de Recursos de Informática do OpenLibris
Descrição dos recursos
OpenLibris
Software em língua portuguesa Sim
Possibilidade de customização
(personalização) do sistema
Sim
Sistemas requeridos *
Possibilidade de expansão ou inclusão de
novos módulos sob demanda
Sim
Licenciamento do produto GPL
Documentação (manuais) ED
Manuais com fluxos operacionais ED
Interface gráfica Sim
Possibilidade de customização
(personalização) da interface
Sim
Menu de ajuda interativo ED
Arquitetura de rede cliente/servidor Sim
Acesso via browser (Internet) Sim
Leitura de código de barras PR
Compatibilidade com os sistemas
operacionais
Sim
Armazenamento e recuperação de
caracteres da língua portuguesa
PR
Registro de data no formato ISO 8601
(AAAAMMDD)
Sim
Quantidade máxima de registros por base
de dados
*
181
Descrição dos recursos
OpenLibris
Atualização dos dados em tempo real Sim
Segurança na integridade dos registros Sim
Disponibilização on line do acervo Sim
Acesso simultâneo de usuários Sim
Acesso ilimitado de usuários
Sim
Níveis diferenciados de acesso ao sistema
(senhas)
Sim
Armazenamento e recuperação de
documentos digitais em diversos formatos
Sim
Controle integrado do processo de seleção
e aquisição
PR
Geração de carteiras de identidade para
usuários com código de barras
PR
Atualização em lote ED
Atualização on line ED
Cadastro de perfis de usuários Sim
Código de barras para cada usuário PR
Gerenciamento de diversos tipos de
Documento
Sim
Suporte Técnico Sim
Garantia de manutenção Sim
Freqüência de atualização do software *
Disponibilização de novas versões *
Licença por máquinas individuais GPL
Aquisição do software GPL
Obs.: 1) Os itens marcados com * necessitam de comentários especiais, feitos a
seguir.
2) ED = Em Desenvolvimento
PR = Previsto
182
Pode-se observar que:
A quantidade máxima de registros por base de dados está de acordo
com o sistema gerenciador de banco de dados utilizado, no caso o
MySQL.
Não existe licença por máquinas individuais, é um software livre e
gratuito.
Quanto à freqüência de atualização e a disponibilização de novas
versões, como nos cinco softwares analisados, não existe uma
padronização e nem uma regra, será realizada de acordo com suas
necessidades e prioridades.
Para aquisição do software é necessário fazer download do programa no
site: www.openlibris.org.br/site.
A garantia de manutenção será feita por meio de contrato, como nos
outros softwares analisados.
Requer o sistema operacional Linux, com a distribuição Debian; servidor
Apache; foi implementado na linguagem de programação PHP e
javascript; utiliza o Banco de Dados MySQL; é multiusuário; possui
interface WEB e utiliza o formato MARC.
Este software enfatiza os serviços de referência em ambiente digital,
por meio das técnicas que utilizam chat, que oferecerá ao usuário a
possibilidade de ajuda on line, bem como por e-mail, através de um
formulário para envio de dúvidas); e de agentes de interface
autônomos (chatterbos).
183
6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Constituiu foco de investigação desta pesquisa a análise dos softwares
utilizados em sistemas de bibliotecas universitárias federais brasileiras, para
verificar se os mesmos concorrem para o bom desempenho das bibliotecas,
para isso foram consultados 52 bibliotecas universitárias, dentre elas 34
(65,38%) responderam ao questionário.
Durante a pesquisa, percebeu-se que existe uma forte tendência em ampliar o
uso daquela tecnologia, bem como o uso da internet para comunicação e
colaboração de serviços de informação, onde o compartilhamento do ambiente
computacional utilizado para facilitar a comunicação e o trabalho entre
universidades, tem ocorrido principalmente entre a biblioteca central e as
setoriais, na mesma universidade. Esta constatação nos leva a indagar por que
as bibliotecas universitárias federais brasileiras não dispõem de recursos
suficientes para automação de sistemas bibliotecários.
Percebeu-se que um intercâmbio de informações entre bibliotecas de
diferentes estados ou entre regiões ainda é muito discreto, e um dos motivos
para isto é a diferença entre os softwares utilizados pelas diferentes bibliotecas
para gestão de suas atividades.
Viu-se que o principal interesse, e ao mesmo tempo o grande desafio da
maioria das bibliotecas, é a modernização da gestão da informação e a
automação de seu acervo, existindo também um grande interesse nas
bibliotecas digitais. E para que o profissional da informação, aqui nesta
pesquisa o bibliotecário, possa alcançar estes objetivos, torna-se fundamental
a integração das áreas de biblioteconomia, informática, dentre outras, para
enfrentar o problema de tratamento da informação.
184
Outra necessidade detectada foi à formação constante de bibliotecários. Isso
foi verificado nas respostas quando respondentes não demonstravam
conhecimento das diferenças entre os softwares de bibliotecas e os de
sistemas de intercâmbio de dados.
Com as novas tecnologias e a evolução cada vez maior de softwares
desenvolvidos para controle de banco de dados, organização e disseminação
de informações, as bibliotecas universitárias federais vêm realizando projetos
para se informatizarem, com o objetivo de facilitar o acesso a seus acervos.
Esses projetos são extremamente necessários principalmente nos ambientes
universitários quando as redes se ampliam e cada demanda pode acessar
qualquer país ou região do planeta, que é uma característica da sociedade de
informação.
Entretanto a pesquisa mostrou que nenhuma das bibliotecas analisadas utiliza
um software livre para fazer o gerenciamento de suas atividades, embora
tenham citado o MicroISIS e o PHL. O primeiro programa não pode ser
considerado um software livre para gerenciamento das atividades de uma
biblioteca, pois o MicroISIS é um gerenciador de bases de dados bibliográficos
e necessita do apoio de outros programas para realizar as atividades de uma
biblioteca. O software PHL só é livre para uso monousuário e depende da
autorização do seu desenvolvedor para alterações no seu código fonte.
Outro resultado apresentado pela pesquisa, foi constatar a evolução cada vez
maior de softwares livres desenvolvidos para várias aplicações relacionadas às
atividades de uma biblioteca, tais como: ferramentas de sistemas de
gerenciamento de conteúdo (CMS) que permitem a criação de sites, portais e
gerenciamento de conteúdos; ferramentas para criação de bibliotecas digitais e
repositórios institucionais, que possibilitam a criação de acervos digitais de
teses, dissertações, artigos e outros documentos; sistemas de gerenciamento
de bibliotecas, que têm aplicação na gerência de rotinas de uma biblioteca.
185
Os softwares livres têm sido utilizados por bibliotecas de outros países, mas a
maioria dos que foram encontrados na pesquisa é para bibliotecas de pequeno
porte. Além desses, muitas utilizam o software MicroISIS juntamente com
outro programa externo, de apoio, para realizar suas atividades, pois o
MicroISIS é um gerenciador de bases de dados.
Durante a pesquisa concluiu-se que o Koha é o software que mais se adapta
às necessidades de uma biblioteca universitária e por essa razão, é utilizado
por várias bibliotecas, em diferentes países.
O software Pergamum foi o mais citado na pesquisa, não apenas como o mais
utilizado no Brasil, mas também como o software potencial para uma futura
troca de programas, nas bibliotecas que ainda não o utilizam.
Nenhuma das bibliotecas respondentes citou o software Gnuteca, que foi
escolhido para análise, juntamente com o Pergamum, o MicroIsis, o PHL e o
Koha, por ser livre e ser utilizado por outras bibliotecas brasileiras que não
responderam ao questionário.
Sobre os cinco softwares analisados destacam-se as seguintes considerações:
Faltam módulos para biblioteca digital. Existem softwares específicos para
o gerenciamento de publicações eletrônicas, que estão desvinculados dos
softwares que gerenciam as bibliotecas. Assim, um desafio para as
tecnologias da informação é garantir a interoperabilidade dos softwares
que estão realizando o gerenciamento das publicações eletrônicas e os
que gerenciam os demais serviços da biblioteca.
Todos os cinco softwares possuem compatibilidade com diversos
sistemas operacionais, tais como: Unix, Linux, Windows
(95/98/NT/XP/2000), DOS, dentre outros.
186
Dentre os softwares brasileiros analisados, o mais completo é o
Pergamum, principalmente no que se refere aos módulos de pesquisa,
recuperação da informação e serviços de alerta, que direcionam as
informações desejadas para determinados usuários, funcionando como
mediador entre eles e as fontes de informação disponíveis. Entretanto,
este software não permite aos usuários o contato direto com os
bibliotecários (pergunta / resposta) em tempo real.
Os softwares estão centrados, principalmente, no usuário presencial, com
pouca ênfase em usuários remotos/ virtuais; não possuem ainda uma
interface amigável para o acesso on line.
Os softwares analisados não possuem controle de grafia nas buscas por
autor ou por assunto.
Não existem links, nos softwares analisados, que possam permitir aos
usuários possibilidade de troca de dados com outras organizações, que
adotam ferramentas diferentes.
O software MicroISIS foi baseado originalmente na versão CDS/ISIS. Sua
grande vantagem é o gerenciamento de bases de dados; seus principais
serviços de referência só podem ser realizados com o auxílio de um
software externo, da customização. Assim, o MicroISIS tem como principal
função a organização de dados dos materiais catalogados, e sua
distribuição em bases de dados, sendo utilizado para vários processos de
trabalho em uma biblioteca, desde a catalogação até a organização de
serviços de compra, doação e permuta. Trata-se de uma base de dados
confiável, porém voltado para o armazenamento de dados textuais, para a
realização dos serviços de referência da biblioteca, sendo necessária a
customização, ou seja, a utilização de outros programas de apoio.
187
Houve dificuldades para obter informações para o estudo do Koha, pela
diversidade no uso de termos técnicos. Neste programa, o módulo de que
gerência os grupos de usuários (seus direitos e políticas) é pouco
desenvolvida. Possui uma parte técnica bem desenvolvida, o que leva a
acreditar no seu bom desempenho, embora seja deficiente no aspecto
didático e de lay out, o que pode torná-lo pouco atraente para os usuários.
Quanto ao Gnuteca, percebeu-se que existe uma incompatibilidade dele
com alguns navegadores da internet, como o firefox 2.0, especialmente
nas telas de cadastro de dados.
Foi observado que os softwares livres utilizam como base somente outros
softwares livres, sendo, portanto, possível a migração de dados de outros
sistemas, evitando a redigitação de dados, principalmente porque os
softwares analisados utilizam o mesmo padrão de armazenamento;
Os softwares livres analisados estão sob a licença GPL, ou seja, seu
código fonte é distribuído de forma gratuita. Permitindo aos técnicos e
desenvolvedores dos programas o aprimoramento e desenvolvimento de
novas funcionalidades nos sistemas.
No que se refere aos serviços de referência, as bibliotecas pesquisadas não
possuem um software específico para realizá-los em ambiente digital, mas têm
oferecido estes serviços por meio da utilização de e-mails, confirmando a
observação de Arellano (2001), de que no Brasil não existem ainda serviços de
referência digital como os existentes nos sites nas principais bibliotecas
americanas. As bibliotecas analisadas não oferecem qualquer tipo de serviço
de referência que funcione 24 horas e, com distribuição seletiva do tipo de
consulta.
Outra questão importante observada durante toda a pesquisa, é que a internet
vem se tornando uma ferramenta imprescindível na transformação dos serviços
de referência tradicionais para os remotos (nos ambientes virtuais), sendo
considerada como marca nítida nessa mudança.
188
Observou-se também que os serviços de referência virtuais, que deveriam ser
oferecidos através de softwares específicos, ou pela home page de uma
biblioteca, ainda não se consolidaram e que ainda é muito difícil para o usuário
remoto realizar suas pesquisas, identificar, selecionar e localizar o material que
melhor atenda as suas necessidades. Daí a necessidade de desenvolvimento
de softwares que possam ser usados, tanto nos serviços de referência em
tempo real (interativos).
Com essa preocupação foi idealizado o OpenLibris, um software livre, sob
licença General Public License (GPL), para gestão de bibliotecas, com as
seguintes características técnicas:
• desenvolvimento nas linguagens de programação PHP e Javascript (a
linguagem Java Script é utilizada somente para funcionalidade de tela -
interface);
• uso do Banco de Dados MySQL;
• multiplataforma;
• multiusuário;
• interface WEB;
• módulo de Biblioteca Digital integrado;
• aplicação para serviços de referência digital (por meio do chat, que oferecerá
ao usuário a possibilidade de ajuda on line, bem como por e-mail, através de
um formulário para envio de duvidas) e de agentes de interface autônomo
(chatterbots), capazes de construir e facilitar o caminho dos usuários ao
acesso à informação.
• utilização do padrão MARC;
189
• outras funções comuns aos softwares de gestão de bibliotecas.
A plataforma computacional escolhida para o desenvolvimento deste software
foi o sistema operacional Linux, com a distribuição Debian, de fácil instalação e
inclusão de drivers para vários dispositivos, permitindo que os aplicativos sejam
detectados automaticamente durante a instalação. Esta distribuição vem com
os programas mais utilizados pré instalados, o que facilita a instalação de
outros aplicativos open source. Permite a instalação em outra plataforma
computacional, como o Windows.
Outra característica do OpenLibris é o aproveitamento de outros softwares
livres: em seu desenvolvimento, foi utilizado o código fonte de outros
programas livres, respeitando a licença GPL, uma vez que esta é a idéia do
software livre: o compartilhamento e a disseminação do conhecimento.
Dessa forma. algumas telas (pesquisa e área restrita) do software Gnuteca
foram utilizadas; o desenvolvimento do chat foi idealizado a partir de códigos
livres encontrados na internet e compartilhado pelos usuários e
desenvolvedores da linguagem de programação PHP.
Outro aspecto evidenciado no desenvolvimento do OpenLibris foi a questão de
exportação e importação de dados, pelos softwares. O OpenLibris tem opções
de exportações em formatos pré-definidos como a Comma Separated Value
(CSV), o formato Machine Readable Cataloging (MARC), o eXtensible Markup
Language (XML) e o Structure Query Language (SQL). Mas como é um
software livre, qualquer outro programador poderá desenvolver uma rotina de
exportação no formato que melhor lhe convier ou que for necessário, isto não
acontece com os softwares proprietários, cujo código fonte não pode ser
modificado de maneira a adequá-lo à realidade da biblioteca que for utilizá-lo.
Isso também é válido para importações.
Verificou a importância do uso de software livre e que este trará vantagens não
só para as bibliotecas, mas também para o país, através do desenvolvimento
190
de tecnologias nacionais, o que vem acompanhado de fatores positivos, como
o desenvolvimento da indústria de informática e a conseqüente geração de
empregos. BORGES (2005) comenta que software livre não é remédio para
todos os males, mas para muitos. Para ele, o Brasil ainda não tem essa
maturidade e entendimento de como ele pode ser útil, afirma também que no
Brasil ainda se exploram pouco os recursos disponíveis, enquanto no exterior
são intensivamente usados.
Acredita-se que o desafio da gestão das atividades de uma biblioteca é
convencer os profissionais da informação, responsáveis pela escolha dos
softwares para as bibliotecas, a optarem pelos de código aberto. Chama-se a
isto de desafio porque é tarefa que envolve questões complexas relacionadas à
tecnologia e também à visão dos fatores humanos. Percebeu-se que ainda
existe uma resistência muito grande das instituições quanto ao uso dos
softwares livres. Vários motivos contribuem para isso, dentre eles o receio do
desconhecido, do novo, o apego a velhas práticas, por isso a necessidade de
contribuir com as atividades que colaborem na disseminação do conhecimento.
Nota-se, por outro lado que várias iniciativas vem ocorrendo, como o
lançamento de softwares aplicativos free, como o open office; o banco de
dados MySQL, que são exemplos de aceitação de um sistema de código
aberto.
Assim, conclui-se que na sociedade atual, onde a tecnologia está fortemente
presente, o fenômeno do software livre pode torna-se uma proposta instigante
e representa um caminho mais fácil para o acesso à informação, bem como
uma nova forma de produção de conhecimento, onde o compartilhamento a
palavra chave, como ensina Lemos e Senna (2007):
(....) uma das principais características do modelo de software livre é
que ela, maximiza o potencial de distribuição dos bens intelectuais,
aproveitando na maior extensão o caráter não-exclusivo e não
competitivo das idéias e da informação (Lemos e Senna, 2007, p.89).
191
Acredita-se que o software livre seja uma alternativa viável aos softwares
proprietários (que não permitem acesso ao seu código fonte) para a realidade
das bibliotecas universitárias federais brasileiras, pois além da motivação
financeira para se utilizar um software livre e gratuito, é grande o estímulo ao
processo de criação e a possibilidade de adaptação do programa às
necessidades de cada biblioteca, que não pode ficar presa a soluções prontas
dos softwares proprietários, atualmente em uso. Principalmente porque as
bibliotecas universitárias federais brasileiras sofrem desigualdades em diversas
vertentes, em seus níveis tecnológico, político e financeiro, devido a ser o
Brasil um país com grande extensão territorial, com realidades diferentes em
cada uma de suas regiões. Para as quais são exigidas soluções diferentes e
específicas.
Como sugestão para futuros estudos, sugere:
Pesquisar quais tecnologias open source utilizadas na criação de
bibliotecas digitais, podem ser integradas ao OpenLibris.
Investigar as ferramentas livres que fazem a conversão do formato
MARC/XML e verificar qual seria a melhor solução para ser integrada ao
OpenLibris.
Implementar o sistema de referência digital síncrono, no OpenLibris, por
meio de robôs de conversação, utilizando os recursos da referência por
chat.
192
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Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v.23, n.1, p.7-27, jan./jun. 1994.
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sob o direito privado. In: FALCÃO, Joaquim; LEMOS, Ronaldo; FERRAZ
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<http:/www.ibict.br/cionline/310102/3110207.pdf> . Acesso em: 19 maio
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padrões de qualidade do MEC: uma análise preliminar. Perspectivas em
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201
71 OLIVEIRA, Nirlei Maria; BERTHOLINO, Maria Luiza Fernandes. Usuários
remotos e serviços de referência (SR(s)) disponíveis nas home pages das
bibliotecas universitárias. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS, 2000. Disponível em:
<http://snbu.bvs.br/snbu2000/docs/py/doc/t013.doc>. Acesso em: 19 maio
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em: 8 maio 2005.
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Informação. Ciência da Informação, Brasília, v.24, n.1, p.42-53, jan./abr.
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Comunicação) – ECO, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
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75 POPEK, G.; GOLDBERG R. Formal requirements for virtualizable third
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5 fev. 2005.
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Lemos Livros, 1994.
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BUILDING THE VIRTUAL REFERENCE DESK IN A NEW WORLD, 2001,
Washington, DC., 2001. Disponível em:
<http://www.infotoday.com/it/mar01/saunders.htm>. Acesso em: 28 abr.
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conceitos. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000.
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<http://www.encontros.bibli.ufcs.br>. Acesso em: 19 maio 2006.
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em bibliotecas: aspectos econômicos e tecnológicos. In: 1º Congresso de
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Pesquisa da UFMA, 2004. v. 15. p. 384-384.
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globalização Contra-Hegemônica. In: SILVEIRA, Sérgio Amadeu da (org.).
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http://www.softwarelivre.gov.br/softwarelivre/artigos/artigo_02>. Acesso em:
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<http://www.inf.ufrgs.br/~asc/sodr/pdf/SODRRenatoSommer.pdf>. Acesso
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e o novo contexto mundial. Educação e tecnologia, Belo Horizonte, v.5, n.1,
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mecanismos de busca na web: panorama atual e tendências. Perspectiva
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100 UNESCO. Política de mudança e desenvolvimento no ensino
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LATIN. Disponível em:<http://www.dcc.ufmg.br/latin>. Acesso em: 22 jan.
2004.
102 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, Belo Horizonte.
Software VTLS. Disponível em:
<http://www.bu.ufmg.br/clange/tratamento.htm>. Acesso em: 22 jan. 2004.
103 VICKERY, B.C.; VICKERY, A. Information science in theory and
practice. London: Butterworths, 1987.
205
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conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
105 WARNER, Amy J. Searching the database. In: ___. Information
retrieval today. London: Information Resources Press, 1993. Cap. 8, p.
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106 ________. Evaluation criteria and evaluation procedures. In:____.
Information retrieval today. London: Information Resources Press, 1993.
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108 WERSIG, G. Information science: the study of postmodern knowledge
usage.
Information Processing & Management, v.29, n.2, p. 229-239, 1993.
206
Apêndice 1
Caro(a) Bibliotecário(a),
Meu nome é Márcia Gorett Ribeiro Grossi, sou Engenheira Eletricista e
Mestre em Tecnologia. Sou professora há 17 anos no curso de informática
industrial do CEFET-MG e coordenadora deste curso desde 1996. Também
coordeno o curso de pós-graduação em informática aplicada do CEFET-MG.
Estou cursando uma disciplina isolada no Doutorado da Escola da
Ciência da Informação da UFMG e o questionário que estou enviando para
vocês tem a finalidade de levantar dados para uma pesquisa sobre a
organização e o tratamento da informação, no que se refere aos instrumentos
de controle utilizados nos processos de catalogação e metadados, bem como
indexação, e, também, aos instrumentos de gerenciamento dos dados, ou seja,
os softwares utilizados nas bibliotecas das universidades brasileiras.
Contando com sua colaboração, no sentido de responder a este
questionário,
Prof
a
Márcia Gorett Ribeiro Grossi – CEFET/MG
207
Apêndice 2
QUESTIONÁRIO
1) Cite o nome de seu cargo ou função
2) Sexo
( ) Masculino ( ) Feminino
3) Faixa etária
( ) até 25 anos ( ) 26 – 29 anos ( ) 30 – 35 anos
( ) 36 – 39 anos ( ) 40 - 45 anos ( ) 46 anos ou mais
4) Cite seu nível educacional e sua graduação
5) Tempo que você está no cargo ou função atual?
( ) menos de 01 ano ( ) 01-05 anos ( ) 06- 10 anos
( ) 11 – 15 anos ( ) acima de 16 anos
6) Quais os códigos de classificação e catalogação utilizados nas bibliotecas
desta instituição ?
7) Quais os softwares utilizados para fazer o tratamento das informações,
nesta instituição?
8) Como é feita a comunicação entre a biblioteca e seus usuários;
208
( ) Informal
( ) Formal, através de jornal escrito (tradicional)
( ) Formal, através da WEB
9) Existe, nas bibliotecas desta instituição, o trabalho corporativo, no que se
refere aos dados bibliográficos, com outras bibliotecas do Brasil? Caso
afirmativo, quais são as interfaces utilizadas para se realizar este processo?
10) Quais os profissionais e áreas de atuação dos responsáveis e
colaboradores no tratamento da informação ?
11) Quais os projetos executados e em andamento na área do tratamento da
informação?
209
Apêndice 3
Bibliotecas Universitárias Federais, Estaduais e Fundações
Universidades consultadas na primeira etapa da pesquisa
Região Norte
Questionário Instituições Home page /
e-mail
da biblioteca
Telefone
enviado respondido
Fundação
Universidade
Federal do Acre -
UFAC
www.ufac.br
X
Fundação
Universidade
Federal do Amapá
- UNIFAP
www.unifap.br
(96)241-3377 X
Universidade
Federal do
Amazonas –UFAM
www.fua.br
(92) 644-2244
R2123
X
Universidade
Federal do Pará –
UFPA
www.ufpa.br
(91) 211-1354 X X
Universidade
Federal Rural da
Amazônia – UFRA
(Luiz Gongaza da Silva
Costa)
X X
Fundação
Universidade
Federal de
Rondônia – UNIR
www.unir.br
X X
Fundação
Universidade
Federal de
Roraima – UFRR
www.ufrr.br
(95) 621-3163 X X
210
Região Nordeste
Questionário Instituições Home page /
e-mail
da biblioteca
Telefone
enviado respondido
Universidade
Federal de Alagoas
– UFAL
[email protected] (82)214-1479 Não Contactada
Universidade
Federal da Bahia -
UFBA
www.ufba.br
(71) 336-
6755/6174
X X
Universidade
Federal do Ceará –
UFC
[email protected] (85)223-1642 X X
Fundação
Universidade
Federal do
Maranhão – UFMA
www.biblioteca.ufma.br
(raimunda marinho)
(98) 217-8404
(98) 217-8474
X X
Universidade
Federal da Paraíba
– UFPB
www.ufpb.br
(83) 216-7501
216-7493
X
Universidade
Federal de
Pernambuco –
UFPE
www.biblio.ufpe.br
(81) 21268089 X X
Fundação
Universidade
Federal do Piauí –
UFPI
(89) 215-5679 X
Universidade
Federal do Rio
Grande do Norte –
UFRN
www.ufrn.br
(84) 214-3515
215-3855
X X
211
Fundação
Universidade
Federal de Sergipe –
UFS
www.biblioteca.ufs.br
X
Universidade
Federal de Campina
Grande – UFCG
www.ufcg.edu.br
br
310-1059 X X
Região Centro Oeste
Questionário Instituições Home page /
e-mail
da biblioteca
Telefone
enviado respondido
Fundação
Universidade de
Brasília - UnB
http://cid.bce.unb.br
(61)307-2422
fax : (61) 274-
2412
X X
Universidade
Federal de Goiás –
UFG
www.facomb.ufg.br
(62)5211150
fax (62)521-
1151
X X
Fundação
Universidade
Federal de Mato
Grosso – UFMT
www.ufmt.br
(65) 615-8151
615-8361
X X
Fundação
Universidade
Federal de Mato
Grosso do Sul -
UFMS
(67) 945-7175 X X
Região Sudeste
Questionário Instituições Home page /
e-mail
da biblioteca
Telefone
enviado respondido
Universidade
Federal do Espirito
Santo – UFES
Direçã[email protected] (27) 3337-2911
3335-2754
Não Contactada
212
Universidade
Federal Fluminense
– UFF
www.uff.br
(21)620-6377 Não Contactada
Universidade
Federal de Juiz de
Fora – UFJF
www.ufjf.br
(32) 229-3760 X
Universidade
Federal de Lavras –
UFLA
www.ufla.br
(35)3829-1181
antonio máximo
de castro
Não Contactada
Universidade
Federal de Minas
Gerais – UFMG
www.ufmg.br
(31) 3499-5225 X X
Fundação
Universidade
Federal de Ouro
Preto – UFOP
www.ufop.br
X X
Universidade
Federal Rural do Rio
de Janeiro - UFRRJ
www.ufrrj.br
(21)2682-1864 X
Fundação
Universidade
Federal de São
Carlos – UFSCAR
www.ufscar.br
(16) 260-8374 /
8389
X X
Universidade
Federal de São
Paulo – UNIFESP
www.unifesp.br
X
Fundação
Universidade
Federal de
Uberlândia – UFU
www.biblioteca.ufu.br
(34)3239-4225
4267
X X
Fundação
Universidade
Federal de Viçosa –
UFV
213
Universidade do Rio
de Janeiro – UNIRIO
www.unirio.br
(21) 541-1839
R.2008
Fax: (21) 542-
2242
Não Contactada
Universidade
Federal do Rio de
Janeiro – UFRJ
Universidade
Federal de Itajubá –
UNIFEI
[email protected] (35)3629-1000 X X
Fundação
Universidade
Federal de São João
del Rei – UFSJ
X
Universidade
Estadual Paulista –
UNESP
Www.marilia.unesp.br
(14) 421-1200
– (14) 422-
4797
X
Fundação Escola de
Sociologia e Política
de São Paulo –
FESP
http://www.fespsp.com.b
r/fabci.html
(11) 3331-
7445/ 3331-
7528
X X
Universidade
Federal do Rio de
Janeiro – UFRJ
www.ufrj.br
(21)295-1595
R.120-123
X
Universidade de são
Paulo – USP
http://www.eca.usp.br/
(11) 3091-4076 X
UNICAMP [email protected] (19)3788-6490 X X
Região SUL
Questionário Instituições Home page /
e-mail
da biblioteca
Telefone
enviado Respondido
214
Fundação
Universidade
Federal do Rio
Grande – FURG
www.furg.br
(53) 233-6636 X X
Universidade
Federal do Rio
Grande do Sul –
UFRGS
www.ufrgs.br
(51) 3316-5116
fax : (51)3316-
5379
X X
Universidade
Federal de Santa
Catarina – UFSC
www.ced.ufsc.br
(48) 331-9304
fax(48)331-
9756
X X
Universidade
Federal do Paraná –
UFPR
www.ufpr.br
(41) 3605000 X X
Fundação
Universidade
Federal de Pelotas –
UFPEL
www.ufpel.br
Cláudia Zibetti
(53)275-9083 X
Universidade
Federal de Santa
Maria – UFSM
www.ufsm.br
(55)220-8109 X X
Universidade
Estadual de
Londrina – UEL
www.uel.br
(43) 371-4348
X X
Universidade do
Estado de Santa
Catarina – UDESC
http://www.faed.udesc.b
r/cursobiblio/index.html
Tel.: (48) 231-
1500 – Fax.:
(48) 334-6000
X
215
Instituições Isoladas / Integradas
Região Nordeste
Questionário Instituições Home page /
e-mail
da biblioteca
Telefone
enviado Respondid
o
Escola Superior de
Agricultura de
Mossoró – ESAM
www.easam.br
(84)315-0531 X X
Região Sudeste
Questionário Instituições Home page /
e-mail
da biblioteca
Telefone
enviado Respondido
Escola de Farmácia
e Odontologia de
Alfenas – EFOA
Não Contactada
Faculdade de
Medicina do
Triângulo Mineiro –
FMTM
Não Contactada
Faculdades Federais
Integradas de
Diamantina –
FAFEID
www.fafeid.edu.br
(38)3531-7811
R.217
X X
Região Sul
Questionário
Instituições Home page /
e-mail
da biblioteca
Telefone
enviado Respondido
Fundação Faculdade
Federal de Ciências
Médicas de Porto
Alegre - FFCMPA
(51) 3224-
8822
X X
216
Centros de Ensino Tecnológico (que possuem cursos de nível superior)
Região Nordeste
Questionário Instituições Home page /
e-mail
da biblioteca
Telefone
enviado Respondid
o
Centro Federal de
Educação
Tecnológica da
Bahia – CEFET/BA
www.cefetba.br
X
Centro Federal de
Educação
Tecnológica do
Maranhão-
CEFET/MA
www.cefetma.br 218-9074 X X
Região Sudeste
Questionário
Instituições Home page /
e-mail
da biblioteca
Telefone
enviado Respondido
Centro Federal de
Educação Tecnológica
“ Celso Suckow” –
CEFET/ RJ
(021)25693022
Não Contactada
Centro Federal de
Educação Tecnológica
de Minas Gerais –
CEFET/MG
www.cefetmg.br
(31)3319-5033
X X
217
Região Sul
Questionário Instituições Home page /
e-mail
da biblioteca
Telefone
enviado Respondido
Centro Federal de
Educação
Tecnológica do
Paraná – CEFET/PR
www.cefetpr.br
041-3104427 X X
218
Apêndice 4
E-mail para consulta sobre softwares livres, desenvolvidos para automação de
bibliotecas, no exterior:
On 02/05/2005, at 8:34 AM, marciagrossi wrote:
My name is Márcia Gorett Ribeiro Grossi. I´m electric engineer and I´m a
graduate student in Information Science, in FederalUniversity of Minas Gerais –
Brazil. I am looking for Library (of books) manager software, free and for Linux
Operating system. If you know about anyone please send me the name and url
for contact.
My best regards,
Márcia
Resposta obtida ( em 03/05/2005):
Hello,//After some research, I found this:
http://www.koha.org/
It says: “ koha, the first open source integrad library system”.
Another_good_we site you should look at is:
Htp://www.oss4lib.org/
Good luck!
Merc.
219
Apêndice 5
Caro(a) Bibliotecário(a),
O presente levantamento insere – se em uma pesquisa maior do
Programa de Pós– Graduação em Ciência da Informação – PPGCI - Escola
de Ciência da Informação da UFMG. O resultado da pesquisa deverá ser um
software livre a ser utilizado por bibliotecas brasileiras. Para isso, com este
questionário pretende – se levantar os dados técnicos sobre o software
Pergamum, pois uma etapa da pesquisa é a análise de alguns softwares mais
utilizados por nossas bibliotecas.
Contando com sua colaboração, no sentido de responder a este questionário,
Prof
a
Márcia Gorett Ribeiro Grossi
CEFET/MG
220
Apêndice 6
QUESTIONÁRIO 1 – Sobre o Pergamum
1
a
parte:
1) Nome:
2)Sexo
( ) Masculino ( ) Feminino
3)Faixa etária
( ) até 25 anos ( ) 26 – 29 anos ( ) 30 – 35 anos
( ) 36 – 39 anos ( ) 40 - 45 anos ( ) 46 anos ou mais
4)Cite seu nível educacional e sua graduação
5)Tempo em que você está no cargo ou função atual?
( ) menos de 01 ano ( ) 01-05 anos ( ) 06- 10 anos
( ) 11 – 15 anos ( ) acima de 16 anos
2
a
parte:
Assinalar sim ou não na 2
a
coluna, e se precisar fazer alguma observação,
colocar na última coluna.
Acesso on-line a catálogos coletivos
Níveis diferenciados de acesso ao sistema (senhas)
Armazenamento e recuperação de documentos digitais em diversos
formatos
Possibilidade de duplicação de um registro para inclusão de novas
edições
Geração de etiquetas para bolso
Atualização em lote
Atualização on-line
Busca por perfil de usuário (SDI)
Definição automática de prazos e condições de empréstimo de
acordo com o perfil do usuário para cada tipo de documento
Pesquisa por classificação (CDU/DEWEY)
Sim CDU ou Dewey?
Pesquisa por ISSN
Pesquisa por idioma
Pesquisa por notação de autor - Cutter
221
Pesquisa por data
Possibilidade de busca a partir dos resultados
Possibilidade de salvar estratégias de buscas para utilização
posterior
Busca interativa a partir da seleção de descritores apresentados na
referência
Busca interativa a partir da seleção de termos do índice
Possibilidade de selecionar a quantidade de registros a serem
exibidos em cada página
Elaboração e impressão de bibliografias em formato ABNT
Inventário automático (código de barras)
Suporte Técnico
Garantia de manutenção
Freqüência de atualização do software
Disponibilização de novas versões
Aquisição do software
3
a
Parte:
Na sua opinião quais são as carências / falhas do Pergamum?
222
Apêndice 7
E-mail Consultas sobre o software Koha
On 02/05/2005, at 8:34 AM, marciagrossi wrote:
My name is Márcia Gorett Ribeiro Grossi. I´m electric engineer and I´m
student in Information Science, in Federal University of Minas Gerais -
Brazil. I need some information about koha´software. Inside the open
source systems form libraries, is the koha the most used and why?
My best regards,
Márcia
223
Apêndice 8
Relação dos profissionais consultados sobre o Koha:
Questionário
Profissional Instituição Home page /
e-mail
enviado respondido
Rachel Hamilton
Willians –general
manager katipo
comunications
Ltd
Katipo
comunications
Ltd
Grupo de
discussão do
kahoa
http://www.koha.
org/
Koha-devel-
get.net
X X
Foros de la
biblioteca Del
departamento de
física - UNPL
Universidad
Nacional de La
Plata
Http://biblio.fisica.unlp.
edu.ar/info/phpBB2/m
emberlist.php
X
Rosalie Blake Horowhenua
Libray Trust
(Nova Zelândia)
z
X X
Andrés Tarallo Universidad ORT
(Uruguay)
J. Martin Longo
Informatica
SID – UNCuyo
Universidad
Nacional de
Cuyo,
en Mendoza,
Argentina.
http://sid.uncu.edu.ar
X X
224
Apêndice 9
Good Afternoon!
I do not know if it remembers me, I am a teacher in Brazil and am studying
Koha software.
I did not obtain to discover some information on this software. I’d like your
getting information about it them.
In annex, there are itens that I need to answer .
Thank for the aid, yours truly,
Prof
a
Márcia Gorett Ribeiro Grossi
CEFET-MG / Brasil
UFMG / Brasil
225
Apêndice 10
Main characteristics of the Koha
koha – Description of the resources Yes/No Comments
Control of election lists
Register in cadastre of entities with which it keeps
publication interchange
Direct mail of users, woman editors and institutions with
which the library keeps interchange
Emission of collection letters, claims and gratefulness of
donations
Elaboration of list of duplicates
Identification of the user who suggested the item for
acquisition
Possibility of duplication of a register for edition inclusion
Label generation for books with call number
Label generation with bar code
Identity card generation for users with bar code and
photo
Update in lot
Search for user profile (SDI)
Bar code for each user
Searches for distance between the terms
Interactive search from the election of terms of the index
Which the main disadvantages or problems of this software?
226
Apêndice 11
Caro(a) Bibliotecário(a),
Meu nome é Márcia Gorett Ribeiro Grossi, sou Engenheira Eletricista e
Mestre em Tecnologia. Sou professora há 19 anos no curso de informática
industrial do CEFET-MG, e coordenadora de Pós-Graduação em Informática
Aplicada, neste mesmo Centro.
Estou cursando o Doutorado da Escola de Ciência da Informação da
UFMG e o questionário que estou enviando para vocês tem a finalidade de
levantar dados para a continuação de uma pesquisa sobre a organização e o
tratamento da informação, que comecei em 2004, sobre o gerenciamento da
informação nas bibliotecas das universidades brasileiras.
Esta parte da pesquisa tem o foco nos serviços de referência.
Contando com sua colaboração, no sentido de responder a este
questionário,
Prof
a
Márcia Gorett Ribeiro Grossi
227
Apêndice 12
Questionário
1) Instituição:
2) Bibliotecário respondente:
3) Número de usuários cadastrados na biblioteca:
4) Qual o seu conceito sobre Serviço de Referência:
5) Quantidade de bibliotecários dedicados ao Serviço de Referência:
6) Marque, na tabela abaixo, os serviços de referência virtual e/ou digital que
existem na sua biblioteca :
Existe um software específico
para o SR?
Caso afirmativo citá-lo
Estes SR
atendem
aos
usuários?
Serviço de referência pela internet
SIM NÃO
SIM (qual?) NÃO SIM NÃO
1) RELACIONADAS A COMUNICAÇÃO - E-mail e
Listas
Comunicação com colegas de outras
organizações
Comunicação com clientes
Fornecimento de SR eletrônica
Solicitação/fornecimento de referência eletrônica
para outros bibliotecários
Recebimento de solicitações de clientes sobre
novos livros, periódicos, meios de comunicação,
empréstimo entre bibliotecas
Identificação de fontes documentais
Permutação de informações e administração das
questões de referência
Discussão de questão de referência
Avaliação de produtos em CD-ROM e
equipamentos
Avaliação de serviços on line
228
2) BASES DE DADOS DE PESQUISA REMOTA
Bases de dados de pesquisa remota
Pesquisa de catálogos de biblioteca e listas
Pesquisa de sistemas on line
“Escaneando “conteúdos em sumários de
periódicos
Pesquisa de bases de dados de outras
organizações
3) TRANSFERÊNCIA DE
ARQUIVOS/INTERCAMBIO DE DADOS
Recuperação de arquivos via FTP/Internet
Solicitação de arquivos de outras redes
Envio de arquivos, tais como resultados, artigos,
listas de novos títulos
Solicitação de arquivos de outras redes
Criação de listas de endereços de para envio de
arquivos
Permuta de dados técnicos
Fonte: Adaptado Oliveira & Bertholino (2000)
7) Os serviços de referência digital / virtual realizados através de um software
utilizado para o gerenciamento das atividades da biblioteca desta instituição
são interativos para o usuário?
8) O software utilizado permite que os serviços solicitados pelo usuário sejam
efetuados em tempo real?
229
Apêndice 13
Bibliotecas Universitárias Federais, Estaduais e Fundações
Universidades consultadas na terceira etapa da pesquisa
Região Norte
Questionário Instituições Home page /
e-mail
da biblioteca
Telefone
Enviado respondido
Fundação
Universidade
Federal do Acre –
UFAC
www.ufac.br
(68) 3901-
2500
X X
Fundação
Universidade
Federal do Amapá
– UNIFAP
www.unifap.br
Dilma Juarez
(96)
33121770
X
Universidade
Federal do
Amazonas- UFAM
www.fua.br
(92 )3647-
4335 –
Flaviano Lima
(92)3233-
4696
Rosemira
X
Universidade
Federal do Pará –
UFPA
www.ufpa.br
silvia Bitar
(91) 3201-
7000
(91) 3201-
7345
X X
Universidade
Federal Rural da
Amazônia – UFRA
(Luiz Gongaza da Silva
Costa)
(Sueli frança)
(91) 3210-
5129
X X
230
Fundação
Universidade
Federal de
Rondônia – UNIR
www.unir.br
bchaves@unir,br
Luzimar
(69 )2182-
2169
X X
Fundação
Universidade
Federal de
Roraima – UFRR
www.ufrr.br
Marcilene
(95) 3621-
3163
X X
Universidade
Federal do
Tocantis –UFT
www.site.uft.edu.br
Regina Balduino
(63) 3218-
8075
X
Região Nordeste
Questionário Instituições Home page /
e-mail
da biblioteca
Telefone
Enviado Respondido
Universidade
Federal de Alagoas
– UFAL
(82)
32141461
X
Universidade
Federal da Bahia -
UFBA
www.ufba.br
Graça Almeida
(71) 3263-
6065
X X
Universidade
Federal do Ceará –
UFC
(85) 3366-
7654
X X
Fundação
Universidade
Federal do
Maranhão – UFMA
www.biblioteca.ufma.br
Teresa M. da Conceição
(98) 2109-
8176
X X
Universidade
Federal da Paraíba
–UFPB
www.ufpb.br
b. br
(83) 3216-
7172
X X
231
Universidade
Federal de
Pernambuco –
UFPE
Não Contactada
Universidade
Federal Rural de
Pernambuco –
UFRPE
X X
Fundação
Universidade
Federal do Piauí –
UFPI
Gerado Batista
(86) 3215-
5660
X X
Universidade
Federal do Rio
Grande do Norte –
UFRN
www.ufrn.br
(84) 3215-
3856
X X
Fundação
Universidade
Federal de Sergipe -
UFS
www.biblioteca.ufs.br
Rosa Gomes Vieira
(79) 3212-
6530
X X
Universidade
Federal do Vale do
são Francisco –
UNIVASF
www.univasp.edu.br (81) 3412-
0800
Universidade
Federal Rural do
Semi-Árido –
UFERSA
www.ufersa.edu.br (84)3315-
1788
X X
Universidade
Federal do
Recôncavo da Bahia
– UFRBA
Não Contactada
232
Região Centro Oeste
Questionário Instituições Home page /
e-mail
da biblioteca
Telefone
enviado respondido
Fundação
Universidade de
Brasília - UnB
http://cid.bce.unb.br
(61) 3307-
2417
X X
Universidade
Federal de Goiás –
UFG
www.facomb.ufg.br
(62)5211150
fax (62)521-
1151
X X
Fundação
Universidade
Federal de Mato
Grosso – UFMT
www.ufmt.br
(65) 3615-
8361
(65) 3615-
8363
X X
Fundação
Universidade
Federal de Mato
Grosso do Sul –
UFMS
(67)
33457000
X X
Universidade
Federal de
Campina Grande-
UFCG
www.ufcg.edu.br
Carmem
(83) 3310-
1089
X X
Universidade
Federal da Grande
dourados –UFGD
www.ufdg.br
(67) 3411-
3600
X
Região Sudeste
Questionário Instituições Home page /
e-mail
da biblioteca
Telefone
enviado respondido
233
Universidade
Federal do Espirito
Santo – UFES
(27) 3335-
2408
X X
Universidade
Federal Fluminense
– UFF
www.uff.br
Izabel
(21) 2629-
2775
X X
Universidade
Federal de Juiz de
Fora – UFJF
www.ufjf.br
Maria Helena
(32) 229-3760 X X
Universidade
Federal de Lavras –
UFLA
www.ufla.br
Márcia
(35)3829-
1181
X X
Universidade
Federal de Minas
Gerais – UFMG
www.ufmg.br
(31) 3499-
5225
X X
Fundação
Universidade
Federal de Ouro
Preto –UFOP
www.ufop.br
(31) 3559-
1501
X X
Universidade
Federal Rural do Rio
de Janeiro – UFRRJ
www.ufrrj.br
Cristina
(21)2682-
1864
X X
Fundação
Universidade
Federal de São
Carlos –UFSCar
www.ufscar.br
Renata
(16) 3351
8111
X X
Universidade
Federal de São
Paulo – UNIFESP
www.unifesp.br
(11) 5576-
4522
(11) 5576-
4000
X X
Fundação
Universidade
Federal de
Uberlândia – UFU
www.biblioteca.ufu.br
(34)3239-
4225
4267
X X
234
Fundação
Universidade
Federal de Viçosa –
UFV
2034
X X
Universidade
Federal de Itajubá –
UNIFEI
Elisete Lefot
(35)3629-
1000
X
Fundação
Universidade
Federal de São João
del Rei – UFSJ
(32) 3379-
2349
X X
Universidade
Federal do Rio de
Janeiro – UFRJ
www.ufrj.br
(21)295-1595
R.120-123
X
Universidade de são
Paulo – USP
www.usp.br/fm
(11) 3091-
4071
X X
Universidade
Federal de Alfenas –
UNIFAL
www.unifal.br
Cecília
(35)
32991111
X X
UNICAMP [email protected] (19)3788-
6490
X X
Universidade
Federal dos Vales
do Jequintinhonha e
Mucuri – FAFEID
www.fafeid.edu.br
(38)3531-
1567
X X
Universidade
Federal do Triângulo
Mineiro – UFTM
Beatriz Alves
.edu.br
Raquel Inês
(34) 3318-
5611
(34) 3318-
5648
X X
Universidade federal
do ABC - UFABC
www.ufabc.edu.br (11) 4996-366
(11)4427-
8046
R.202
Não Contactada
235
Região SUL
Questionário Instituições Home page /
e-mail
da biblioteca
Telefone
enviado Respondido
Fundação
Universidade
Federal do Rio
Grande – FURG
www.furg.br
(53) 3233-
6500
X X
Universidade
Federal do Rio
Grande do Sul –
UFRGS
www.ufrgs.br
(51) 3316-
5153
fax :
(51)3316-
5379
X X
Universidade
Federal de Santa
Catarina – UFSC
www.ced.ufsc.br
M.Bernadete
(48) 331-9304
fax(48)331-
9756
X X
Universidade
Federal do Paraná –
UFPR
www.ufpr.br
(41) 3360-
5000
X X
Fundação
Universidade
Federal de Pelotas –
UFPEL
www.ufpel.br
Cláudia Zibetti
(53)275-9083 X
Universidade
Federal de Santa
Maria – UFSM
www.ufsm.br
Débora
(55)220-8109 X X
Universidade
Federal Tecnológica
do Paraná
UFTPR
www.uftpr.br
caruso2cefetpr.br
Ana Caruso
(41) 3104427 X X
Universidade
Federal do Pampa –
UNIPAMPA
Cristiane
(53)32224060 X
236
Universidade
Federal de Ciências
da Saúde de Porto
Alegre – UFCSPA
www.fffcmpa.tche.br
(51)33039000 X
Centros de Ensino Tecnológico (que possuem cursos de nível superior)
Região Nordeste
Questionário Instituições Home page /
e-mail
da biblioteca
Telefone
enviado respondido
Centro Federal de
Educação
Tecnológica da
Bahia – CEFET/BA
www.cefetba.br
(71) 2102-
9564
(71) 2102-
9549
X
Centro Federal de
Educação
tecnológica do
Ceará – CEFET/CE
www.cefetce.br
Etelvina M. Marques
(85) 3288-
3638
(85) 3288-
3631
X
Centro Federal do
Rio Grande do Norte
– CEFET/RN
www.cefetrn.br X X
Centro Federal de
Educação
tecnológica de
Petrolina –
CEFET/PET
www.cefetpet.br
Maria Helena
(87) 3863-
2330
X X
Centro Federal de
Educação
Tecnológica de
Pernambuco –
CEFET/PE
(81) 2125-
1600
(81) 2125-
1674
Não Contactada
237
Centro Federal de
Educação
tecnológica do Piauí
– CEFET/PI
Auxiliadora
(86) 3215-
5226
Não Contactada
Centro Federal de
Educação
tecnológica da
Paraíba –
CEFET/PB
(83) 3208-
3042
(83) 3531-
4560
Não Contactada
Centro Federal de
Educação
Tecnológica do
Maranhão-
CEFET/MA
www.cefetma.br
(98) 3218-
9074
X
Região centro Oeste
Instituições Home page /
e-mail
da biblioteca
Telefone Questionário
enviado
Questionário
respondido
Centro Federal de
Educação
Tecnológica
De Goiás –
CEFET/GO
www.cefetgo.br X X
Região Sudeste
Questionário
Instituições Home page /
e-mail
da biblioteca
Telefone
enviado Respondido
Centro Federal de
Educação
Tecnológica “ Celso
Suckow” –
CEFET/RJ
www.cefet-rj.br
Leandro
(021)2569302
2
X
238
Centro Federal de
Educação
tecnológica de São
Paulo – CEFET/SP
www.cefetsp.br
Cassilda / Nilda
(11) 6763-
7500
(11) 6763
7553
X
Centro Federal de
Educação
Tecnológica de
Minas Gerais –
CEFET/MG
www.cefetmg.br (31)3319-
5217
X X
Região Sul
Questionário
Instituições Home page /
e-mail
da biblioteca
Telefone
enviado Respondido
Centro Federal de
Educação
tecnológica do Rio
Grande do Sul –
CEFET/RS
www.cefetrs.tche.br
Ceila Rejane
Lucilena
(53) 2123-
1006
X
239
Apêndice 14
Telas (screenshots)
A FIG. 7 representa a página inicial do OpenLibris, destacando o local do
software, onde é realizado login de acesso, pelo usuário.
Login do usuário
Figura 7 - Tela com a área de login do usuário
A FIG. 8 permite o acompanhamento do desenvolvimento do software, onde
estão indicadas as etapas já finalizadas, as que estão em desenvolvimento e
as que ainda estão em análise.
Crono
g
rama
Figura 8 - Tela com o cronograma de desenvolvimento
240
A FIG. 9 reproduz a tela onde estão descritas as características técnicas do
OpenLibris, com link para definição dos assuntos relacionados, que possibilita
o acesso as ouitras informações técnicas mais específicas.
Características
Técnicas
Figura 9 – Tela com a informação técnica do sistema
A FIG. 10 mosta o menu principal do OpenLibris; é o menu vertical, que permite
a navegação para as áreas principais do software que, por sua vez,
encaminharão o usuário para as sub áreas, no formato de árvore. São cinco as
áreas principais: pesquisa; área restrita; OpenLibris; Links; Parceiros.
Menu
Principal
Figura 10 – Tela Menu principal
241
A FIG.11 apresenta a tela com o menu do usuário. Por meio dela é possível
realizar algumas operações em relação aos usuários, tais como alterações
relacionadas ao seu perfil, sua senha e seus interesses.
Menu do usuário
Figura 11 – Menu do usuário
A FIG. 12 indica o local onde a alteração de senha é realizada.
Alterar senha
Figura 12 – Tela troca de senha
242
O menu de configuração, apresentado na FIG. 13, disponibiliza operações
relacionadas com a ação desenvolvida dentro da área de administração do
software.
Menu de configuração
Figura 13 - Tela Menu de configuração
Na FIG. 14 refere-se ao menu OpenLibris, que permite ao usuário ter acesso às
seguintes informações: definição, cronograma, documentação, características
técnicas, Subversion do programa, além do tipo de proposta do software,
contatos, conhecimento de sua licença e padronização
Menu OpenLibris
Figura 14 – Menu do OpenLibris
243
A tela apresentada pela FIG.15 indica a ação que o OpenLibris realiza o
controle de versão, também conhecido por SVN, um sistema de controle de
versão desenhado especificamente para ser um substituto moderno do CVS.
Será disponibilizado o SVN do Openlibris; esta é uma ação que fica dentro da
área OpenLibris.
Controle de
versão
Figura 15 – Tela SVN
O OpenLibris está sob licença General Public License (GPL), na tela mostrada
pela FIG.16, se encontram algumas informações sobre esta licença.
Licenciamento
Figura 16 – Tela de informações sobre a licença
244
A FIG.17 apresenta a tela onde se destaca a ação Menu de créditos, com as
informações: responsável pelo software, coordenador, orientadora, equipe de
desenvolvimento e bibliotecários que tem contribuído para o desenvolvimento
do OpenLibris.
Menu do
créditos
Figura 17 – Menu dos créditos
A área Pesquisa, FIG.18, encaminha o usuário para os diversos tipos de
pesquisas realizadas pelo programas tais como: simples, multicampo,
aquisições, bibliográfica e exemplares.
Menu de pesquisa
Figura 18 – Menu de pesquisa
245
As FIG. 19 e 20 apresentam as telas dos tipos de pesquisa: simples e
multicampo, respectivamente.
Pesquisa
Simples
Figura 19-Tela de pesquisa simples
Pesquisa
Multicampo
Figura 20 - Tela de Pesquisa Multicampo
246
A FIG. 21 indica em que local do software está a ação de pesquisa aquisições.
Pesquisa
Aquisições
Figura 21 – Pesquisa aquisições
A FiG. 22 representa a tela de administração de grupos, onde serão definidas
as políticas de prioridades de uso, de acordo com o tipo de usuário, ou seja, o
que cada usuário pode realizar no software.
Os parceiros, ou seja, as instituições que apoiam o desenvolvimento do
software OpenLibris estão identificados na tela ilustrada pela figura 23.
Administração
Grupos
Figura 22 – Tela de Administração de grupos
247
Os parceiros, ou seja, as instituições que apóiam o desenvolvimento do
software OpenLibris estão identificados na tela ilustrada FIG.23
Menu de links
Figura 23 – Tela de Parceiros
O OpenLibris permite a conexão com outras instituições relacionadas com a
área de conhecimento Bbiblioteconomia. A FIG. 24 ilustra a tela onde está o
menu de links.
Parceiros
Figura 24 – Tela Menu de Links
248
A FIG.25 mostra a tela inicial do software, contendo um texto introdutório que
explica o que é o OpenLibris, como foi idealizado e como vem sendo
desenvolvido
Definição
Figura 25 – Tela definição do OpenLibris
A FIG. 26 representa a tela onde estão os contatos da equipe responsável pelo
desenvolvimento do OpenLibris.
Contato
Figura 26 – Tela de contato da equipe
249
Toda a documentação do OpenLibris, como pré-requisitos, instalação, manual
do administrador e manual do usuário, ficarão disponíveis, podendo-se
acessar estes itens através da tela representada pela FIG. 27.
Documentação
Figura 27 – Menu da documentação
Na FIG. 28 mostra a tela onde o usuário sai do programa.
Sair
Figura 28 – Tela de finalização – sair do sistema
250
Anexo 1
Expansão do Sistema Federal de Educação Superior
Abaixo está apresentado, na integra, o texto sobre a expansão do Sistema
Federal de Educação Superior
102
, nos últimos anos, assim como a
continuidade dessa expansão. Neste texto encontram-se as justificativas de
como aumentar o número de alunos em cursos de nível superior. Algumas
universidades serão criadas a partir da união de faculdades já existentes, ou
por desmembramento de alguma universidade, como é o caso da Universidade
Federal da Grande Dourados, que incorporou a estrutura do campus da
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul que já existia na cidade. Isso é
justificado pelo fato de que o papel das faculdades é diferente do papel das
universidades: estas requerem, além de ensino, pesquisa e extensão.
A partir dos anos 90, o ensino superior sofreu um processo de deterioração
acentuada. O prolongado ajuste fiscal, que já vinha desde a década anterior,
teve como conseqüência imediata a diminuição dos investimentos públicos em
educação em todos os níveis. Os sucessivos cortes orçamentários atingiram
em cheio o sistema universitário federal, impedindo sua expansão e
provocando o sucateamento das universidades existentes. Segundo dados da
Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino
Superior (Andifes), no período de 1995-2001, as 54 instituições federais de
102
Fonte: http://portal.mec.gov.br/sesu
251
ensino superior públicas perderam 24% dos recursos para custeio (pessoal,
água, luz telefone e materiais diversos) e 77% de recursos para investimento
em salas de aulas, laboratórios, computadores e acervo bibliográfico, apesar
do número de alunos ter aumentado.
Ao mesmo tempo, a rápida expansão do ensino médio, aumentando a pressão
para o acesso ao ensino superior, deu origem a um processo de crescimento
desordenado da rede privada de ensino superior. Segundo o Censo do Ensino
Superior, em 2000, havia 1.180 instituições de ensino superior. De cada dez
instituições, oito eram privadas e duas públicas, estas últimas divididas entre
federais, estaduais e municipais.
Essa expansão do ensino privado não é negativa. Ao contrário, cria
possibilidades de acesso ao ensino superior a uma parcela maior da população
em muitas regiões do país. O problema é que ela se deu em detrimento da
qualidade, com a criação de inúmeras escolas sem corpo docente qualificado e
sem a infra-estrutura mínima necessária ao seu funcionamento.
Por outro lado, a maioria das instituições privadas se dedica apenas ao ensino,
sem apoiá-lo na produção do conhecimento e nas atividades de extensão.
Assim, as universidades públicas brasileiras são as principais responsáveis
pela qualificação docente, em nível de mestrado e doutorado, assim como por
mais de 90% da pesquisa básica e aplicada desenvolvida no país.
252
Além disso, apesar do crescimento de matrículas nos cursos de graduação nos
últimos anos, o Brasil, com menos de 8% dos jovens entre 20 e 24 anos
matriculados em instituições de ensino superior, está muito atrasado em
relação aos países de nível de desenvolvimento semelhante.
Reconhecendo o papel estratégico das universidades, em especial as do setor
público, para o desenvolvimento econômico e social, o governo Lula adotou
uma série de medidas com o objetivo de retomar o crescimento do ensino
superior público. Assim, estão sendo criadas dez universidades federais (duas
a partir do zero, duas através do desmembramento de universidades existentes
e seis a partir de escolas e faculdades especializadas) e 48 campi
universitários em diversas regiões do país”.
Esta expansão universitária pode ser observada como:
Novas universidades:
Universidade Federal do ABC – UFABC
Universidade Federal do PAMPA - UNIPAMPA
Por Transformação:
Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM
Universidade Federal Tecnológica do Paraná – UFTPR
Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri – UFVJM
Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - UFCSPA
253
Por desdobramento:
Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB
Consolidadas:
Universidade Federal do vale do São Francisco – UNIVASF
Universidade Federal do Tocantins - UFT
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