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empregados em trabalhos de taxonomia devido à dificuldade de obtê-los e relacioná-
los aos seus operários, além de não haver muito destes indivíduos conservados em
museus (Gonçalves, 1942).
Levando em consideração a gravidade dos problemas causados pelas
saúvas, torna-se muito importante uma correta identificação. Além das dificuldades
já citadas para taxonomia do gênero, durante um longo período, para sua
classificação foi utilizado um sistema pentanominal onde eram determinados o
gênero, subgênero, espécie, subespécie e variedade/ forma. Isso colaborou para
que diversas espécies sofressem várias alterações em sua classificação, o que,
conseqüentemente, gerou constantes alterações nas coleções de referência e
confusões no reconhecimento das espécies.
Dentre as espécies de saúva, Atta cephalotes (L. 1758), que inicialmente
foi descrita como Formica cephalotes L., 1758 e, posteriormente, transferida para o
gênero Atta Fabricius, em 1804, foi uma das espécies que mais sofreu alterações
em sua classificação. Esta espécie é considerada florestal e, entre as cortadeiras, a
mais exigente quanto à umidade de solo (Weber, 1937). Esta espécie se caracteriza
por possuir tufos de pêlos frontais, na cabeça da operária máxima, abundantemente
pilosos; espinhos occipitais geralmente bem definidos, tuberculiformes ou
pontiagudos; espinhos mesonotais anteriores tuberculiformes ou cônicos e
alongados; parte superior da cabeça muito brilhante, com pontuação microscópica
pouco visível ou esparsa; espinhos epinotais cônicos, aguçados, pouco mais longos
que os mesonotais anteriores, pouco divergentes e voltados para trás quase na
mesma direção do plano superior do epinoto; cor parda clara ou escura, a cabeça
geralmente pouco mais escura que o resto do corpo (Gonçalves, 1942).
Na primeira grande revisão do gênero Borgmeier (1939) listou 26
espécies, subespécies e variedades. Entre, as espécies, em A. cephalotes, foram
reconhecidas três subespécies: A. cephalotes integrior Forel, 1904, A. cephalotes
opaca Forel, 1904 e A. cephalotes erecta Santschi, 1929. Gonçalves (1942) através
da observação de genitálias masculinas dividiu Atta em três subgêneros: Archeata,
Neoatta e Atta, e em sua listagem dos taxons reconheceu seis subespécies: A.
cephalotes integrior, A. cephalotes opaca, A. cephalotes polita Emery, 1905, A.
cephalotes erecta, A. cephalotes isthmicola Weber, 1941 e A. cephalotes
oaxaquensis Gonçalves, 1942.