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avançado, com a presença de aguapés e lançamento de esgoto doméstico “in natura”. Boa
parte desses lançamentos contém detergentes utilizados na limpeza dos lares, estes por sua
vez contêm em sua fórmula fosfato, que conforme já visto impacta negativamente o
ambiente, provocando aumento de algas na superfície dos ecossistemas aquáticos, que
podem se proliferar até fechar a superfície da água, provocando a morte das próprias algas
e de outros vegetais e animais submersos, devido à falta de luz e oxigênio. No caso das
análises realizadas, os pontos de amostragem de água 3 e 4 apresentaram uma quantidade
de fosfato de 0, 38mg/L e 0,65mg/L respectivamente, fazendo com que ambos sejam
reprovados por ultrapassar o limite máximo estabelecido em resolução.
No campo, além de observarmos a Bacia em áreas onde estes problemas incidem com
mais freqüência, visitamos localidades da mesma, ainda em estágio inicial de degradação,
que se planejadas a tempo com a devida responsabilidade e empenho, não repetiram o caos
encontrado em outros pontos. A preocupação com enchentes e lixo pode ser explicada pela
“não” realização de dragagem nos rios, além da disposição de lixo feita pela população,
que é inadequada, assoreando grande parte dos canais fluviais.
A população da Bacia do rio Saracuruna como um todo, deve estar preocupada com o
seu futuro, com o futuro bem estar de suas gerações, implicando, portanto no exercício de
se querenciar o ambiente, de cuidar deste enquanto seu abrigo, desenvolvendo em conjunto
com outros atores estratégias mais harmoniosas, que rumem a uma utilização e interação
mais equilibradas com seu entorno, pois somente a partir de tais práticas comunitárias é
que a sustentabilidade poderá ser uma realidade mais que um bonito conceito.
Cabe aqui, mais uma vez ressalvar que ao se pretender efetuar análises estratégicas,
com vistas à gestão da degradação dos ambientes, é preciso se considerar a Bacia
Hidrográfica enquanto um todo, pois as medidas de ação terão eficiência limitada se
abrangerem apenas parte da Bacia.
Ao se propor estudar a viabilidade da adoção da Bacia Hidrográfica enquanto Unidade
de Planejamento e Gestão, bem como apontar seus principais fatores de descaracterização,
com principal enfoque na Bacia Hidrográfica do Saracuruna, parte integrante da Bacia da
Baía de Guanabara Oeste, espera-se e deve-se atuar na busca de se harmonizar os
interesses locais com os interesses de toda a Bacia e também de sua Região Hidrográfica,
esperando que o gerenciamento de uma Bacia funcione enquanto um instrumento
orientador das ações do poder público e da sociedade, no controle do uso dos recursos
ambientais – naturais, econômicos e sócio- culturais – pelo homem, na área de abrangência
deste unidade, com vistas ao crescimento em bases sustentáveis, pois somente assim, será