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THIAGO SOARES PORTO
Estudo dos procedimentos utilizados para obtenção de
microrretenções na superfície interna da porcelana:
avaliação por meio de testes de rugosimetria e microscopia
eletrônica de varredura
ARARAQUARA
2006
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THIAGO SOARES PORTO
Estudo dos procedimentos utilizados para obtenção de
microrretenções na superfície interna da porcelana:
avaliação por meio de testes de rugosimetria e microscopia
eletrônica de varredura
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Dentística Restauradora, da Faculdade de
Odontologia de Araraquara, da Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, para obtenção
do Título de Mestre em Dentística Restauradora.
Orientador: Prof. Dr. Welingtom Dinelli
ARARAQUARA
2006
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Thiago Soares Porto
ESTUDO DOS PROCEDIMENTOS UTILIZADOS PARA
OBTENÇÃO DE MICRORETENÇÕES NA SUPERFÍCIE
INTERNA DA PORCELANA: AVALIAÇÃO POR MEIO
DE TESTES DE RUGOSIMETRIA E MICROSCOPIA
ELETRÔNICA DE VARREDURA
COMISSÃO EXAMINADORA
DEFESA DE DISSERTAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE
ORIENTADOR: Prof. Dr. Welingtom Dinelli
Departamento de Odontologia Restauradora
Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP
1º EXAMINADOR: Prof. Dr. José Roberto Cury Saad
Departamento de Odontologia Restauradora
Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP
2º EXAMINADOR: Prof. Dr. Manio de Carvalho Tiburcio
Departamento de Odontologia Restauradora
Universidade Federal de Alfenas – EFOA
MEMBROS EXAMINADORES SUPLENTES
1º SUPLENTE: Prof. Dr. Marcelo Ferrarezi de Andrade
Departamento de Odontologia Restauradora
Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP
2º SUPLENTE: Prof. Dr. Vitor Orbegoso Flores
Departamento de Odontologia Restauradora
Universidade Federal de Alfenas – EFOA
DADOS CURRICULARES
Thiago Soares Porto
NASCIMENTO – 25 de abril de 1983
NATURALIDADE – São Carlos - SP
FILIAÇÃO – Sizenando de Toledo Porto Neto
Cecília Helena Soares Porto
2001 – 2004 - Curso de graduação em Odontologia – Universidade de
Ribeirão Preto - UNAERP
2005 – 2006 - Curso de Pós-Graduação em Dentística Restauradora –
Nível Mestrado – Faculdade de Odontologia de Araraquara –
Universidade Estadual Paulista – UNESP
SALMO 90
(Heb. 91)
Tu, que habitas sob a proteção do Altíssimo,
que moras à sombra do Onipotente,
dize ao Senhor: “Sois meu refúgio e minha cidadela,
meu Deus, em que eu confio.
È ele que te livrará do laço do caçador, e da peste perniciosa.
Ele te cobrirá com suas plumas;
sob suas asas encontrarás refúgio.
Sua fidelidade te será um escudo de proteção.
Tu não temerás os terrores noturnos,
nem a flecha que voa à luz do dia, nem a peste que se propaga nas trevas,
nem o mal que grassa ao meio dia.
Caiam mil homens à tua esquerda e dez mil à tua direita:
tu não serás atingido.
Porém, verás com teus próprios olhos, contemplarás o castigo dos pecadores,
porque o Senhor é teu refúgio.
Escolheste, por asilo, o Altíssimo.
Nenhum mal te atingirá, nenhum flagelo chegará a tua tenda,
porque aos seus anjos Ele mandou que te guardem em todo os caminhos.
Eles te sustentarão em suas mãos,
para que não tropeces em alguma pedra.
Sobre serpente e víbora andarás,
calcarás aos pés o leão e o dragão.
“Pois que se uniu a min, eu o livrarei; e o protegerei, pois conhece o meu nome.
Quando me invocar, eu o atenderei; na tribulação estarei com ele.
Hei de livrá-lo e o cobrirei de glória.
Será favorecido de longos dias, e mostrar-lhe-ei a minha salvação.”
Dedicatória...
A meu pai Sizenando de Toledo Porto Neto e minha mãe Cecília Helena
Soares Porto eternos amigos, que me ensinaram os primeiros passos,
procurando sempre, através de seus esforços, assegurar o melhor para
os filhos, mesmo nos momentos de
grande dificuldade. Exemplos de toda dedicação e carinho, presentes em
todos os momentos de minha vida, sempre me incentivando...
Obrigado pelo amor e pela ajuda nos momentos
que mais precisei.
A meus irmãos Fernanda e Felipe, companheiros inseparáveis.
Sem a presença de vocês tudo seria em vão,
me orgulho muito das suas presenças e amizades.
A meus avós maternos e paternos, que começaram esta trajetória há
muito tempo atrás me orgulho de vocês.
A minha namorada Bebe seus conselhos foram de grande importância
em tão pouco tempo me fizeram a enxergar a vida de uma maneira
diferente.
Sua presença me enobrece e muito me felicita!!!
Obrigado Deus, por me ter concedido uma família maravilhosa!!!
Amo muito a todos!!!!
Agradecimento especial...
Ao meu orientador e amigo Prof. Dr. Welingtom Dinelli. são quatro
anos de convívio e muito aprendi não na área da pesquisa, mas também na vida do
dia a dia, sempre incentivado a continuar batalhando. Exemplo de conduta na arte de
lapidar aqueles que percorrem o caminho da docência.
Agradecimentos...
À Faculdade de Odontologia de Araraquara UNESP, na pessoa da
sua diretora Prof.ª Dr.ª Rosemary Adriana Chierici Marcantônio e do vice-diretor
Prof. Dr. José Cláudio Martins Segala.
Ao Prof. Dr. José Roberto Cury Saad, Coordenador do Programa de
Pós-Graduação em Dentística Restauradora, pela oportunidade, amizade e incentivo.
À Ivoclar-Vivadent na pessoa do Sr. Herbert Mendes e à Wilcos na
pessoa do Sr. Carlos Artur, ambos me concederam o material para o desenvolvimento
do meu trabalho, continuem incentivando a pesquisa, agradeço-os de coração.
Ao Prof. Dr. Marco Antonio Bottino que cedeu o laboratório de
prótese da Faculade de Odontologia de São José dos Campos Unesp para o
desenvolvimento do meu trabalho, o meu muito obrigado. Obrigado também Karine
pelo seu tempo e dedicação a minha pessoa.
Ao Instituto de Química de Araraquara UNESP, em especial ao Prof.
Dr. Antônio Carlos Guastaldi muito me ajudou na execução da parte experimental,
pelas inúmeras oportunidades, ensinamentos e conhecimentos transmitidos. Obrigado
também Sebastião.
Obrigado à empresa ADITEK de Cravinhos por ter cedido o aparelho a
laser para realização da parte experimental. Obrigado Eduardo pela atenção.
Aos estimados professores do Progama de Pós-Graduação em
Dentística Restauradora, José Roberto Cury Saad, Marcelo Ferrarezi de Andrade,
Sizenando de Toledo Porto Neto, Maria Salete Machado Candido, Osmir Batista de
Oliveira Jr. e Sillas Luiz Lordelo Duarte Jr. pelos ensinamentos e agradável
convivência.
Aos meus colegas de turma de Mestrado
Ana Carolina Botta, Daniel
Malta, Niélli Souza, Tatiana Rodrigues, Victor Clavijo, pessoas maravilhosas que tive
a sorte de conhecer.
Aos colegas do Doutorado e Mestrado Renato Cássio Roperto, Renato
de Souza Queiroz, Adriano Augusto de Melo Mendonça, Hugo Henriques Alvim,
Darlon Martins Lima, Desirée Mory Rossato, William Kabbach, Ester Gomes pelo
auxílio e convivência agradável.
Aos funcionários do Departamento de Odontologia Restauradora:
Creuza, Celinha, Marinho, Vanderlei, Adriana, Maria Aparecida, Aparecida.
Aos funcionários da secção de pós- graduação em especial Mara
Cândida Munhoz do Amaral, também aos funcionários da Biblioteca da Faculdade de
Odontologia de Araraquara em especial Maria Helena Matsumoto Adriano Ferreira
Luiz pela atenção, respeito e afeto com que sempre recebem.
Ao Prof. Romeu Magnani pela realização da análise estatística deste
trabalho.
A todos que de forma direta ou indireta ajudaram na realização deste
trabalho para que hoje pudesse alcançar o título de mestre.
MUITO OBRIGADO!!!
“Existem, durante a nossa vida, sempre dois caminhos a seguir:
Aquele que todo mundo segue, e
aquele que a nossa imaginação nos leva a seguir.
O primeiro pode ser o mais seguro, o mais confiável,
o menos crítico... Mas, você será apenas mais um a caminhar.
O segundo com certeza vai ser o mais difícil, mais solitário,
o que você terá maiores
críticas... Mas também, o mais criativo, o mais original
possível.
Não importa o que você seja, ou o que deseja na vida, a
ousadia em ser diferente reflete na sua personalidade, no seu
caráter, naquilo que você é.
E é assim que as pessoas lembrarão de você um dia.”
Ayrton Senna da Silva
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................16
2. REVISÃO DA LITERATURA...............................23
3. PROPOSIÇÃO........................................................67
4. MATERIAL E MÉTODO.......................................69
5. RESULTADO..........................................................87
6. DISCUSSÃO...........................................................97
7. CONCLUSÃO.........................................................109
8. REFERÊNCIAS.......................................................112
9. APÊNDICE..............................................................121
10. RESUMO...............................................................125
11. SUMMARY...........................................................128
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Matriz metálica
Figura 2 – Matriz metálica aberta
Figura 3 – Enceramento
Figura 4 – Pastilha encerada
Figura 5 – Forno para eliminação da cera
Figura 6 – Revestimento, êmbulo e pastilha no forno
Figura 7 – Forno de injeção da cerâmica
Figura 8 – Revestimento no forno
Figura 9 – Corpos de prova – IPS Empress II
Figura 10 – Pastilhas em resina acrílica
Figura 11 – Matriz de silicone
Figura 12 – Aditivo e líquido de mistura
Figura 13 – Ultra-som VITA
Figura 14 – Mistura no ultra-som por 7 minutos
Figura 15 – Barbotina sendo aplicada na matriz
Figura 16 – Barbotina após presa
Figura 17 – Forno VITA – Inceramat II
Figura 18 – Pó de vidro de lantânio
Figura 19 – Pó de vidro + água destilada
Figura 20 – Camada de pó de vidro
Figura 21 – Espaço livre para escape de ar
Figura 22 – Ciclo de infiltração
Figura 23 – Corpos de prova antes da remoção do excesso de vidro
Figura 24 – Corpos de prova após a remoção do excesso de vidro
Figura 25 – Condicionamento com ácido fluorídrico
Figura 26 – Jato de óxido de alumino – Bio Art
Figura 27 – Dispositivo utilizado
Figura 28 – Aplicação do CoJet
Figura 29 – Digilaser Nd:YAG
Figura 30 – Irradiação a laser
Figura 31 – FORMTRACER FORM
– TALYSURF Series 2 –Modelo SV C525
Figura 32 – Microscópio Eletrônico de Varredura, JEOL JSM – T330A
Figura 33 – InCeram controle
Figura 34 – InCeram jato de óxido de alumínio associado ao ácido fluorídrico
Figura 35 – InCeram sistema CoJet
Figura 36 – InCeram ácido fluorídrico
Figura 37 – InCeram laser Nd:YAG
Figura 38 – IPS Empress II controle
Figura 39 – IPS Empress II jato de óxido de alumínio associado ao ácido fluorídrico
Figura 40 – IPS Empress II sistema CoJet
Figura 41 – IPS Empress II ácido fluorídrico
Figura 42 – IPS Empress II laser Nd:YAG
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Médias e desvios padrão de rugosidade
Tabela A1 – Valores de rugosidade referentes à cerâmica C1
Tabela A2 – Valores de rugosidade referentes à cerâmica C2
Tabela A3 – Sumária da análise de variância
Tabela A4 Valores p do teste de Tukey para comparações de médias de rugosidade
duas a duas
INTRODUÇÃO
1. Introdução
Os profissionais que atuam no contexto da Odontologia Restauradora
muito tempo estão cientes da importância da estética dental. É inquestionável o
fato de que, nas últimas décadas essa é uma das áreas que mais evoluíram através de
pesquisas voltadas para inovações de materiais estéticos que possam substituir com
sucesso a estrutura dental.
A restauração estética sempre foi motivo de preocupação e também de
desafio para os profissionais, especialistas e meio acadêmico. Hoje, nos
procedimentos de consultório e em pesquisas, os grandes desafios estão voltados para
se conseguir adequada união micromecânica dessas restaurações, bem como lisura
superficial compatível com os tecidos dentais.
De acordo com Borges et al.
9
(2003), as cerâmicas dentais são
consideradas materiais restauradores altamente estéticos com propriedades inerentes
que melhor simulam a aparência da dentição natural. Outras admiráveis
características incluem translucidez, fluorescência, estabilidade química,
biocompatibilidade, alta força de compressão e coeficiente de expansão térmica
similares das estruturas dentais. A despeito das inúmeras vantagens, as cerâmicas são
frágeis sob cargas de tração e este fato pode ser atribuído à presença e à propagação
de microtrincas na superfície do material, o que torna a cerâmica suscetível à fratura
durante o procedimento de cimentação e sob cargas oclusais.
Do ponto de vista histórico, McLean
47
(2001) informou que as
primeiras resinas acrílicas cimentadas na dentina foram desenvolvidas pela
Amalgamated Dental Company, subsidiada pela De Trey em 1950. Informou também
que Hagger, chefe químico da De Trey, desenvolveu o Sevitron Cavity Seal, que
continha como elemento principal ácido dimetacrilato glicerofosfórico, sendo o
primeiro adesivo de dentina e esmalte a utilizar uma forma de condicionamento
ácido.
18
Na prática, a superfície de qualquer material sempre estará sujeita à
influência do ambiente com o qual estiver em contato. Assim, a superfície de um
material é usualmente considerada como a mais importante parte de qualquer
compósito ou cerâmica, principalmente a superfície interna que fará parte de um
complexo de adesão.
O ácido glicerofosfórico melhorou a adesão pela penetração na
superfície da dentina, formando uma camada intermediária conhecida hoje como
camada híbrida. Em 1955, Buonocore
11
continuou esses experimentos condicionando
a superfície do esmalte com ácido fosfórico a 37%, adicionando o Sevitron após esse
condicionamento e aplicando resina autopolimerizável sobre essa superfície,
iniciando, então, a era das restaurações adesivas.
Em 1968, MacCulloch
43
, junto com a Pilkington Glass Company, foi o
primeiro a utilizar coroas de cerâmica de vidro para restaurar dentes com pinos de
porcelana.
Condicionamento ácido do esmalte para cimentação de próteses parciais
fixas metalocerâmicas em dentes preparados foi proposto por Rochette
58
(1973). O
conceito de cimentação de compostos resinosos aplicado à porcelana condicionada
com ácido foi proposto pela primeira vez por Simonsen e Calamia
63
em 1983, e a
fabricação de facetas de porcelana com esse sistema foi proposta por Horn
30
no
mesmo ano. A cimentação direta da porcelana sobre a estrutura dental foi um dos
mais importantes avanços no século XX da Odontologia Restauradora, segundo
McLean
47
(2001). Porcelanas específicas têm sido desenvolvidas desde então não
para facilitar a técnica, mas também visando cada vez mais a cópia perfeita do dente
natural, aumentando também a resistência dos materiais a níveis que suportem as
extremas forças mastigatórias.
Simonsen e Calamia
63
(1983) fizeram os primeiros estudos para
verificar a possibilidade do condicionamento ácido na superfície da cerâmica e,
conseqüentemente, testaram a força de adesão da porcelana condicionada unida à
resina composta. Esses primeiros estudos foram realizados com a utilização do ácido
fluorídrico a 7,5% aplicado nos tempos de 0, 2½, 5, 10 e 20 minutos. Concluíram
19
que, devido à constante evolução dos materiais cerâmicos, principalmente relacionada
à sua composição, muitos trabalhos ainda deverão ser realizados para determinar a
melhor solução condicionante e o melhor tempo de aplicação e chegar a um
condicionamento ideal da superfície. Vários tipos de condicionamento de superfície
da cerâmica têm sido propostos, como utilização de jato de óxido de alumínio,
aplicação de laser, sistemas em que se faz o recobrimento da superfície com sílica,
entre outros.
Segundo McLean
47
(2001), paralelamente ao desenvolvimento do
tratamento de superfície o esmalte dental e da porcelana, a partir de 1960, técnicos de
laboratório desenvolveram sofisticadas técnicas para a fabricação de coroas de
porcelana, desta maneira a cor foi desenvolvida internamente; a aplicação incremental
resultou em coroas que eram indistinguíveis dos dentes naturais. Então dentistas e
técnicos tornaram-se mais atentos para a significância estética da transmissão, o
índice de refração e o de reflexão de luz diferentes dos índices das porcelanas opacas.
Nos dias atuais, com base nas informações de Al Hussaini e Al
Wazzan
1
(2005), restaurações metalocerâmicas são amplamente aceitáveis como
restaurações estéticas. Para que as ligas metálicas sejam usadas em restaurações
metalocerâmicas, devem ser biocompatíveis para não causarem reações alérgicas nem
serem tóxicas aos pacientes ou aos tecidos dentais. Ainda, devem ter propriedades
físicas adequadas, ser de fácil manipulação e relativamente baratas. Esses autores
informaram que o sucesso de restaurações metalocerâmicas depende da presença de
uma forte adesão entre a porcelana e a estrutura de metal por meio de técnicas
coerentes e que uma cuidadosa seleção da porcelana e do metal é essencial para o
sucesso clínico. Assim, para que a adesão ideal ocorra, é necessário que o coeficiente
de expansão térmica da cerâmica e do metal sejam compatíveis.
Para Reich et al.
57
(2005), a procura por restaurações biocompatíveis e
cada vez mais estéticas pelos pacientes resultou em grande número de sistemas
cerâmicos. O desenvolvimento das cerâmicas contribuiu para mudanças significativas
no campo dos cimentos resinosos. Todos os tipos de restaurações estéticas indiretas
20
são cimentados ao dente utilizando-se a tecnologia adesiva junto com cimentos à base
de material resinoso. Para realizar a adesão de maneira ideal, tratamentos superficiais
serão necessários no esmalte e na dentina e na superfície da cerâmica.
Ainda a esse respeito, Atsu et al.
5
(2006) assinalaram que a exigência
estética tem aumentado a cada ano e que cada vez mais, restaurações de metal free
têm sido o material de escolha dos cirurgiões-dentistas para satisfazer a essas
exigências. A popularidade das restaurações metal free tem aumentado nos últimos
anos por causa da estética superior e por não possuírem metal. Comentaram que,
apesar disso, todos os sistemas cerâmicos livres de metal têm adequada resistência às
forças oclusais para uma simples coroa ou prótese fixa de três elementos.
McLean e Hughes
49
(1965), estudando a resistência e o módulo de
elasticidade de dispersão dos cristais de cerâmica dentro de uma matriz vitrificada,
com o intuito de fortalecer a porcelana dental, confeccionaram os primeiros copings
com alto teor de alumina sinterizada. Além de serem estéticas, as restaurações metal
free podem ser tão resistentes quanto coroas metalocerâmicas e possivelmente ter um
tempo de vida maior. Como a matriz vitrificada tem uma expansão térmica
semelhante à dos cristais de cerâmica, tanto a resistência como o módulo de
elasticidade também podem aumentar.
Para o bom desempenho clínico e estético, tanto das cerâmicas quanto
das resinas, deve-se levar em consideração as propriedades e o tipo de agente
cimentante a ser utilizado.
Por outro lado, White
76
(1993) informou que a escolha do agente
cimentante adequado para o material restaurador a ser utilizado em uma determinada
situação clínica deve se basear nas características próprias de cada cimento. Segundo
Vieira
75
(1976) e Wilson et al.
77
(1977), o agente cimentante ideal deve apresentar: a)
alta resistência à compressão, à tração e ao cisalhamento; b) adesividade, tanto à
estrutura dental como à restauração; c) bicompatibilidade e ação cariostática; d) baixa
solubilidade nos fluidos bucais; e) tempo de trabalho prolongado e presa rápida na
21
boca; f) não interferência na estética; g) baixa viscosidade e espessura mínima de
película.
A crescente aplicação clínica dos materiais restauradores estéticos em
restaurações indiretas de dentes posteriores provocou o aparecimento de uma grande
variedade de cimentos resinosos, mostrados em trabalhos publicados na Dental
Advisor
56, 21, 17
(1988, 1993, 2000). Esses cimentos visam melhor estética e melhor
união às estruturas dentais quando utilizados juntamente com os adesivos dentinários.
Atualmente ainda existem muitas dúvidas quanto à seleção do agente
cimentante, à sua interação com o material restaurador, ao tratamento do material, e
em relação à resistência à tração, à compressão e ao cisalhamento desses cimentos
através do tempo, segundo Qualtrough et al.
55
(1991), Van Meerbeek et al.
74
(1992),
Dietschi et al.
23
(1994), Milleding et al.
45
(1995).
Uma forma de melhorar a retenção dos materiais restauradores na
estrutura dental, é pela obtenção de microrretenções por meios físicos e químicos,
como, por exemplo: jato de óxido de alumínio, ácido fluorídrico (CHEN et al.
18, 19
,
1998; BOUSCHILCHER et al.
10
, 1999; JARDEL et al.
31, 32
, 1999), aplicação de
sílica sobre a superfície das cerâmicas e condicionamento com laser de Nd:YAG.
Diversos autores concordam que, certamente com a associação de técnicas
sedimentará este processo de união (MEYER FILHO et al.
44
, 2004; GUAZZATO et
al.
28
, 2005; YOSHIDA et al.
80
, 2005; REICH et al.
57
, 2005; DERAND et al.
22
,
2005; AKOVA et al.
2
, 2005; VALANDRO et al.
73
, 2005; KIM et al.
36
, 2005; ATSU
et al.
5
, 2006; XIBLE et al.
79
, 2006; GÜLER et al.
29
, 2006; TURKMEN et al.
71
,
2006).
Lawn et al.
39
(2001) argumentaram que um material de coping mais
forte e resistente poderia melhorar a reabilitação e também o tempo de vida de coroas
de cerâmicas metal free. O progresso da performance clínica das restaurações é
esperado, se os passos forem seguidos corretamente para evitar a formação de fendas.
Essas fendas podem ser consideradas como resultado do desgaste e jateamento,
22
procedimentos que são comuns em estágios de fabricação e ajustes clínicos de coroas
metal free segundo Guazzato et al.
28
(2005).
Com a constante evolução, os materiais cerâmicos, têm tido suas
características modificadas, pois diversas são as composições cerâmicas presentes no
mercado. Assim, sua dureza altera-se de acordo com a composição da cerâmica e,
para cada material cerâmico, há um protocolo de condicionamento de superfície.
Assim sendo é pertinente consultar e pesquisar a literatura, para que se
possa,por meio dos trabalhos científicos ter conhecimento dos materiais cerâmicos,
entendendo a sua composição química, as suas propriedades mecânicas, físicas e
biológicas, bem como os tratamentos a que devem ser submetidos para melhor uma
união com a estrutura dental e os agentes cimentantes.
REVISÃO DA
LITERATURA
2. Revisão da Literatura
Em 1955, Buonocore
11
iniciou as primeiras pesquisas pelos quais, a
partir deste momento, passou-se a ter conhecimento da Odontologia Adesiva. Em seu
trabalho, apresentou um método simples de melhorar a adesão de resinas acrílicas à
superfície do esmalte. Um ácido fosfórico e um ácido phosphomolybdateoxalic foram
empregados no tratamento superficial do esmalte para alterar suas características
quimicamente. O tratamento com ácido fosfórico, pareceu, resultou em melhores
resultados e é mais fácil de ser utilizado. Sugeriu-se então que o selamento de
fóssulas e fissuras com resina acrílica fosse realizado como um método de prevenção
à cárie.
Simonsen e Calamia
63
(1983) fizeram os primeiros estudos sobre
condicionamento ácido da porcelana e posteriormente testaram a força de adesão da
porcelana à resina composta. A análise ao MEV da superfície da porcelana
condicionada em diferentes tempos evidenciou uma superfície porosa. Vinte discos
de porcelana confeccionados em uma matriz de uma liga não-preciosa foram
condicionados por 0, 2½, 5, 10 e 20 minutos com uma solução contendo 7,5% de
ácido fluorídrico. Após a lavagem e a secagem, as superfícies foram cobertas por uma
camada de resina não completa, e um cilindro com resina completa foi cimentado na
superfície. As amostras foram testadas em uma máquina universal de testes Instron. A
força de adesão obtida aumentou conforme o tempo de aplicação, sendo alcançados
88 psi (0,6MPa) para cerâmica sem tratamento e 1.100 psi (7,5MPa) com 20 minutos
de condicionamento. A análise ao MEV das amostras fraturadas mostrou, em todos os
casos, onde não houve condicionamento da porcelana e onde a resina e a cerâmica
foram totalmente separadas. Em todos os casos em que a porcelana foi condicionada,
fraturas nos dois materiais foram observados.
Calamia e Simonsen
14
(1984) avaliaram o efeito de dois agentes de
união silano comercialmente disponíveis na força de adesão da porcelana
25
condicionada com ácido. Quarenta discos de porcelana foram confeccionados em
uma matriz de liga não-preciosa e divididos em quatro grupos. Os primeiros três
grupos foram uniformemente condicionados por 20 minutos em uma solução de
ácidos fluorídrico e sulfúrico. As superfícies condicionadas foram inteiramente
lavadas e secas. No grupo 1, os discos foram cobertos com uma camada de resina não
completa e cimentados a um cilindro de resina composta. Nos grupos 2 e 3, os discos
foram tratados com dois diferentes agentes de união silano comercialmente
disponíveis a uma condição prévia para cimentação da porcelana à resina composta.
No grupo 4, as amostras não foram condicionadas, a porcelana foi tratada como no
grupo 3 com o agente de união silano previamente à cimentação. Todas as amostras
foram testadas na máquina universal de teste Instron. As médias dos valores para a
força de adesão dos grupos foram as seguintes: Grupo 1, 1.662 psi; Grupo 2, 1.638
psi; Grupo 3, 2.078 psi e Grupo 4, 1.198 psi. Ficou claro pelos resultados obtidos que
a porcelana condicionada tem uma grande importância em toda parte da força de
adesão e depois o agente de união silano, apesar de os melhores resultados terem sido
obtidos com o uso de uma combinação da porcelana condicionada com o agente de
união silano específico.
No Dental Advisor
56
(1988), foi publicada uma revisão sobre cimentos
resinosos, citando que esses cimentos, normalmente, são resinas diacrilato com 20%-
80% de partículas inorgânicas de vidro, a maioria delas com menos de 1,0µm de
tamanho. Ainda foi citado que, comparados com os demais agentes cimentantes,
esses materiais apresentavam baixa solubilidade, resistência média-alta, rigidez média
e espessura de película variando de média a alta.
Gregory et al.
27
, (1988) pesquisou, por meio de ensaios de tração, os
reparos em cerâmica Vita VMK68 e esmalte usando cinco tipos de reparos quidos e
duas resinas fotoativadas, verificando assim a adesividade entre a resina e a cerâmica.
Para tanto, utilizaram os agentes de união Porcelain Repair quido, Silanit,
Scotchprime, Fusion e Ultra Fine e as resinas restauradoras Conmand Ultrafine
(resina composta híbrida) e Silux (resina composta de micropartículas). As amostras
26
de cerâmica foram confeccionadas com aproximadamente 9mm de diâmetro por 7mm
de espessura e sofreram regularização em uma das superfícies com lixa de granulação
600. Após a regularização das superfícies, as amostras foram preparadas de acordo
com cada fabricante dos adesivos para posterior reparo com a resina Ultrafine
combinada com todos os adesivos e com a resina Silux associada ao adesivo
Scotchprime. As amostras, logo após o reparo, foram colocadas em água a 37ºC, por
um, 7 e 28 dias, para posterior ensaios de tração em uma máquina universal Instron, a
uma velocidade de 0,05cm/min. Os autores relataram que todas as falhas foram
adesivas na interface cerâmica/adesiva. A força de união diminuiu significativamente
entre o primeiro e o oitavo dia para todos os adesivos. No primeiro dia, não houve
diferença estatiscamente significativa entre o adesivo Scotchprime e o Porcelain
Repair, os quais apresentaram as menores forças de união. Os adesivos Fusion e
Scothprime tiveram as suas forças de união aumentadas no 28º dia em comparação
com o 7º dia. O reparo realizado com o sistema Scotchprime/resina Silux exibiu força
de adesão menor do que a combinação Scotchprime/resina Ultrafine.
Conforme nos informa Castellani
16
(1990), as restaurações indiretas
em dentes posteriores confeccionados com cerâmica devem apresentar boa resistência
à compressão, adaptação interna e marginal, simplicidade de confecção, baixa
condutibilidade térmica e elétrica e excelentes propriedades óticas que simulem bem
a aparência dos dentes naturais. As cerâmicas odontológicas podem ser divididas
segundo as suas características químicas como cerâmicas feldspáticas, que
infelizmente são de baixa resistência e possuem alta contração de cocção; como
cerâmica de leucita, cerâmica de óxido de alumínio, cerâmica de óxido de alumínio
com vidro e vitrocerâmica de disilicato de lítio.
Em 1991, Sorensen et al.
66
avaliaram a microinfiltração da interface
resina composta/porcelana ante o efeito de vários tratamentos de superfície de
porcelana. O experimento foi realizado sem a adesão ao dente; somente a interface
resina/porcelana foi estudada. Foram feitos espécimes com quatro tipos de porcelana
nas seguintes medidas: 1mm de espessura por 8,5 mm de diâmetro. Os grupos de
27
porcelana foram subdivididos para tratamento com ácido fluorídrico e o silano. Um
guia padronizado de 0,2 mm foi utilizado para polimerização da resina na porcelana.
Foi feito o acabamento e o polimento das margens com discos e fresas. As amostras
foram armazenadas em água destilada a 37ºC e termocicladas por 1000x e, em
seguida, colocadas em uma solução de AgNO
3
e seccionadas na interface para
verificação da penetração do material. Uma contração da porcelana pela
polimerização da resina foi observada. O tratamento superficial da porcelana
significativamente aumentou a capacidade dos espécimes de resistir à termociclagem.
O silano juntamente com o tratamento superficial da porcelana não reduz a
microinfiltração, mas, se feito todo um condicionamento da superfície reduz
significativamente.
Sorensen et al.
65
(1991) estudaram o efeito do tratamento de superfície
da porcelana na força de adesão ao cisalhamento unindo resina composta a porcelana
e a várias combinações de porcelana. Uma variedade de porcelana feldspática com
baixo e médio conteúdo de alumina foi testada. As amostras de porcelana/resina
composta foram estocadas em água destilada a 37ºC, com ciclagem de 1000x, e foi
feito o cisalhamento. O condicionamento com ácido fluorídrico por 3 minutos
significativamente aumentou a força de adesão da maioria das porcelanas feldspáticas
com baixo e médio conteúdo de alumina. A aplicação do silano a todos os tipos de
porcelana tratada não teve efeito significativo na força de adesão.
Em 1992, Lu et al.
41
avaliaram o efeito de vários tratamentos de
superfície na resistência ao cisalhamento de colagens entre porcelana e cimentos
resinosos. Foram também examinada ao MEV as características das fraturas obtidas
após os testes. Os tratamentos avaliados foram: ácido fluorídrico, silano, ácido
fluorídrico mais silano e controle. O grupo tratado com ácido fluorídrico mais silano
apresentou maior resistência (16.4MPa). No estudo com MEV, observaram fratura
adesiva apenas no grupo controle e fratura coesiva do corpo da porcelana nos demais
grupos.
28
No Dental Advisor
21
(1993), sobre cimentos, foram citados como
requisitos desses materiais: biocompatibilidade, resistência mecânica, fácil
manipulação, adesão, baixa solubilidade e boa estética. Os cimentos resinosos
receberam a maior pontuação entre os diversos materiais existentes para cimentação
permanente.
Suliman et al.
68
, (1993) fizeram uma avaliação de várias possibilidades
de tratamento de superfície da porcelana: com ponta diamantada; condicionada com
ácido fluorídrico 9.6%; jateada com óxido de alumínio 50µm; tratada com ponta
diamantada e condicionada pelo ácido fluorídrico. Todos os grupos receberam
silanização. Comprovaram que o sistema adesivo tem influência na resistência ao
cisalhamento, assim como os tratamentos de superfície, entre os quais o tratamento
com ponta diamantada mais condicionamento seguido da silanização possibilitou
colagens mais resistentes.
Yen et al.
81
, (1993), estudaram, no MEV, o efeito do condicionamento
pelo ácido fluorídrico na superfície da porcelana feldspática Mirage e da injetável
Dicor. A resistência flexural dos corpos-de-prova obtida pela colagem de duas peças
de porcelana com resina composta também foi estudado, tendo como variáveis quatro
tempos diferentes de condicionamento ácido: 30s; 1min; 2,5min e 5min. Diferenças
foram mostradas pela análise ao MEV na superfície dos materiais após o
condicionamento. A porcelana feldspática mostrou-se rugosa e a porcelana injetada
expôs na sua superfície inúmeros cristais com terminações arredondadas. Quanto à
resistência das colagens, os autores encontraram que o tempo de condicionamento
não interferiu no desempenho das uniões com nenhuma das cerâmicas utilizadas no
estudo.
White
76
(1993) fez uma extensa revisão a respeito dos agentes
cimentantes e discutiu em profundidade as propriedades desses materiais. O autor fez
considerações em relação a: resistência, módulo de elasticidade, deformação plástica,
solubilidade e estabilidade, espessura do filme, tempo de trabalho, integridade
marginal, assentamento e microinfiltração, pH e sensibilidade dentinária,
29
translucidez, liberação de fluoreto, adesão e retenção. Além disso, fez um estudo
minucioso dos seguintes agentes cimentantes: cimento de fosfato de zinco, cimento
de ionômero de vidro, resina composta e híbridos de resina composta e ionômero de
vidro. O autor concluiu que não se deve eleger um agente cimentante para todos os
casos clínicos e que, embora os cimentos adesivos modernos sejam melhores, estes
apresentam técnicas mais sensíveis em relação ao cimento de fosfato de zinco.
Latta e Barkmeier
38
(1994) avaliaram a resistência ao cisalhamento de
um cimento resinoso para restaurações indiretas de resina composta. As superfícies
dessas restaurações receberam tratamento com: ácido fluorídrico por 60s; bifluoreto
de amônia por 60s; resina adesiva; microabrasão com jato de óxido de alumínio mais
resina e microabrasão com óxido de alumínio mais resina adesiva. Sessenta corpos
foram confeccionados com resina para inlays. Todos receberam um dos tratamentos
acima citados, foram cimentados em esmalte com superfície plana e com cimento
dual. Após o ensaio mecânico de cisalhamento, fizeram a análise em MEV para o
exame da morfologia da superfície de resina, antes e após o tratamento. Os resultados
mostraram que a microabrasão melhorou a adesão do cimento e o MEV evidenciou
uma superfície irregular.
Thurmond et al.
70
(1994) realizaram um experimento para avaliar o
efeito do tratamento da superfície da cerâmica na força de adesão entre a resina e a
cerâmica. Nesse experimento, os autores utilizaram o sistema All-Bond 2, o metal
Rexillium III, a Cerâmica Cerâmco II e a resina Bis Fil. As superfícies da cerâmica
foram regularizadas com lixa de granulação 240 e, a seguir, sofreram dez tipos de
tratamento da superfície para a realização dos reparos com resina. Em seguida à
confecção destes, as amostras foram divididas em dois grupos: um grupo foi
armazenado em água destilada a 37ºC, durante 24 horas, e o outro grupo ficou
armazenado em água destilada a 37ºC, por três meses, para, em seguida, ser
submetido a 2.500 ciclos em temperaturas de 5ºC e 55ºC. Após ciclagem térmica, as
amostras sofreram o ensaio de cisalhamento em uma máquina Instron à velocidade de
5mm/min. Os autores concluíram que as alterações mecânicas da superfície da
30
cerâmica são mais importantes do que os agentes que promovem a união química
entre a resina e a cerâmica. A combinação do tratamento com óxido de alumínio de
partículas de 50µm com o condicionamento usando ácido fluorídrico a 8% produziu
melhor resistência de união do que os procedimentos usados separadamente. A força
de adesão resina/cerâmica diminuiu com a estocagem em água e com a
termociclagem. O padrão de falha observado foi coesivo na cerâmica, e esse padrão
passou a ser adesivo na interface cerâmica/resina quando os valores de união foram
menores ou iguais a 13MPa. A durabilidade da união resina/cerâmica é maior quando
usado o condicionamento com ácido ou com óxido, ou com ambos, em vez de usar
somente os agentes químicos de união.
Kern e Thompson
35
(1994) avaliaram os efeitos da técnica de cobertura
de sílica e jato de ar abrasivo na perda de volume e na morfologia e na composição da
superfície do In-Ceram. A perda de volume através do jato de ar abrasivo foi 36 vezes
menor para o In-Ceram quando comparado à cerâmica de vidro feldspática (IPS
Empress), e o jato de areia não alterou a composição da superfície do In-Ceram. Após
o recobrimento com sílica pelo Rocatec System, uma pequena camada de sílica que
sobrou elevou a quantidade de sílica para 19,7% de peso (Espectroscopia de energia
dispersiva). A limpeza feita pelo ultra-som desprendeu as partículas de sílica
diminuiu a quantidade de sílica para 15,8% de peso, a qual sugeriu fixação da maior
parte da camada de sílica à superfície. Após o tratamento com o Silicoater MD
System, a quantidade de sílica aumentou fracamente nas amostras que foram jateadas.
As camadas de sílica promovidas por esses sistemas diferem muito tanto na
morfologia como na espessura, o que pode resultar em diferentes forças de adesão. O
jateamento de todas as restaurações de cerâmica de vidro feldspática deve ser evitado,
mas para o In-Ceram o volume perdido está dentro da medida aceita e similar ao dos
metais nobres.
Ozden et al.
52
(1994), testaram a resistência ao cisalhamento da
resistência de união entre porcelana e cimento, dupla polimerização, em função do
tratamento superficial da porcelana. Seis tratamentos foram avaliados: silanização;
31
condicionamento com ácido fluorídrico; condicionamento mais silanização;
tratamento com ponta diamantada seguido de silanização; tratamento mais
condicionamento mais silanização: tratamento mais condicionamento. O cimento
utilizado foi o Opaque dual cured-vivadent. Após 24 horas de armazenagem e
termociclagem, 100 ciclos entre 6ºC e 60ºC, os resultados mostraram que a aspereza
seguida da silanização foi o tratamento que forneceu maior resistência de colagem.
Braga
8
(1995), avaliou a resistência ao cisalhamento de colagens entre
porcelana e dentina, unidas por cimentos de dupla ativação, em seus momentos
iniciais. Foram avaliados três materiais: Porcelite Dual Cure-Kerr, Dual Cement-
Vivadent, além de um cimento quimicamente ativado C&B Lutting Composite-Bisco.
Peças de porcelana de 3mm de altura, Ceramco II-Dentsply, cor A 3,5, foram tratadas
com ácido fluorídrico e silano e, a seguir, coladas em superfícies dentinárias
regularizadas com lixa nº 220, tratadas com adesivo Optibond Kerr. A fotoativação
foi realizada usando um aparelho com potência de 450mw/cm
2
. Os corpos-de-prova
foram armazenados em água a 37ºC até o momento do teste. Os tempos observados
foram 10, 30, 90min e 7 dias, usado como referência de resistência máxima. Os
resultados mostraram que, aos 10 e 30 min, os materiais de dupla ativação foram
superiores ao material quimicamente ativado; aos 90min, o C&B Lutting Composite
foi semelhante ao Porcelite Dual Cure, porém ainda inferior ao Dual Cement; aos 7
dias, os três cimentos apresentaram resistência semelhante. O autor afirmou que o
elevado coeficiente de variação do experimento torna arriscada a indicação de tempos
menores que 90min para a entrada em função desse tipo de colagem.
Ariyaratnam et al.
4
(1997) avaliaram a morfologia, após tratamento a
laser e com ácido, para determinar a força de cisalhamento de compósitos ligados a
esmalte com esses tratamentos. Esmalte íntegro de molares permanentes foram
submetidos igualmente a tratamento com laser de Nd:YAG em diferentes parâmetros
e expostos ao ácido fosfórico 37% por 60 segundos. A superfície do esmalte foi
analisada por um perfilômetro. Os resultados foram analisados pelos testes SPSS/PC
e Student-Newman Keuls. As amostras foram examinadas no MEV. A força de
32
cisalhamento das amostras tratadas foi determinada. Os resultados foram comparados
por meio do teste SPSS/PC. Os espécimes tratados com ácido exibiram
qualitativamente diferentes tipos de esmalte na morfologia da superfície quando
comparado com o tratamento a laser. O tratamento a laser a altas exposições resultou
na formação de microtrincas e fissuras. Nenhuma diferença significativa na
rugosidade da superfície foi observada entre nos três parâmetros oas quais as
amostras foram submetidas e quanto ao ácido. Porém, o valor médio da força de
adesão de todas as amostras tratadas com laser, indiferente dos testes, foi
significativamente menor que o dos espécimes tratados com ácido. Apesar disso, o
laser criou certa rugosidade na superfície do esmalte, mas isso não garante que a
superfície seja retentiva quando se utiliza ácido fosfórico. Concluíram nesse estudo
que o laser de Nd:YAG utilizado abaixo das condições descritas não pode ser
recomendado como uma alternativa viável para condicionamento.
Chen et al.
18
(1998) avaliaram as mudanças da microestrutura da
porcelana Cerec 2 Vitablocs Mark II, condicionada por ácido fluorídrico a 5%, e
examinaram o efeito de diferentes tempos de tratamento na força adesiva entre a
porcelana e a resina composta. Seis diferentes tempos de condicionamento (0, 5, 30,
60, 120 e 180 segundos) foram usados, respectivamente, para condicionar as
superfícies da porcelana. Padrões de alívio condicionados foram observados por meio
de um microscópio eletrônico de varredura, e foi determinada a força adesiva entre
um agente de vedação do compósito de dupla presa e a porcelana. Os resultados
mostraram que a resina composta não se ligou à porcelana não-condicionada, mas
ligou-se à porcelana condicionada, tendo o tratamento aos 120 segundo mostrado a
maior força adesiva. Os valores da força adesiva corresponderam bem às mudanças
da microestrutura causadas pelo condicionamento.
Chen et al.
19
(1998) objetivaram, em seu estudo, a avaliação do efeito
do condicionamento e do tratamento com silano na força adesiva de uma porcelana
feldspática (VMK 68) de uma resina composta (Clearfil APX). Dois agentes
corrosivos de ácido fluorídrico (2,5% e 5%) e sete diferentes períodos de
33
condicionamento (0, 30, 60, 90, 120, 150 e 180 segundos) foram usados para tratar as
amostras de porcelana. Um agente de ligação autopolimerizante contendo um
acoplador de silano (Clearfil Porcelain Bond) foi usado tanto em superfícies de
porcelana tratada quanto em superfícies não-tratadas. Padrões de alívio condicionados
foram observados por meio de um microscópio eletrônico de varredura, e foram
determinadas as forças adesivas entre a resina composta fotopolimerizada e a
porcelana. Micrógrafos eletrônicos de varredura revelaram complicados padrões de
condicionamento com elevados períodos de exposição. Os resultados dos testes de
cisalhamento mostraram que a força adesiva na porcelana não-tratada da resina
composta foi muito baixa, e que os períodos de exposição por mais de 30 segundos
realmente acentuaram a força adesiva. Dos dois condicionadores ácidos aplicados à
porcelana não-silanizada, o agente corrosivo tamponado a 2,5% produziu forças
adesivas maiores que o agente corrosivo a 5% para todos os períodos de exposição,
exceto o de 180 segundos. O condicionamento de silano foi eficaz e crítico para
melhorar a força adesiva na porcelana. A aplicação do agente de ligação de silano na
porcelana após o tratamento com ácido fluorídrico pareceu ser adequada para
conseguir uma ligação consistente entre a resina composta e a porcelana.
Folwaczny et al.
25
(1998) tiveram como objetivo o polimento de
cerâmicas sem que este formasse microtrincas na superfície e para isso utilizaram o
laser de XeCl com comprimento de onda de 308 nm. Sessenta e quatro amostras de
quatro cerâmicas diferentes foram irradiadas com o laser de XeCl variando a
densidade de energia por pulso de 1,57 Jcm
-2
; 3,14 Jcm
-2
e 6,28 Jcm
-2
. As cerâmicas
utilizadas foram IVOCLAR-Empress (cerâmica feldspática reforçada por leucita),
InCeram Spinell (cerâmica de spinell duplo cristais), InCeram Alumina ( cerâmica
reforçada por óxido de alumínio) e Vita Mark II (cerâmica feldspática). A rugosidade
(Ra) do tratamento a laser foi medida utilizando um perfilômetro. As alterações foram
observadas em um microscópio eletrônico de varredura e em um microscópio de
força atômica. As alterações de rugosidade ocorridas na superfície em conseqüência
do tratamento a laser foram estatisticamente analisadas utilizando o teste ANOVA
34
com Scheffé ao nível de significância de 0,05% (p<0,05). Dependendo do tipo de
cerâmica e da densidade de energia de radiação, vários valores de rugosidades foram
obtidos. No geral, os menores valores de rugosidade foram medidos nas amostras
irradiadas com a energia máxima. Os valores mais baixos foram obtidos para a
amostra de InCeram Spinell: 1,30(±0,19) µm. O valor médio nimo de rugosidade
para o Ivoclar-Empress foi 1,92(±0,35) µm, para o InCeram alumina foi 2,04(±0,49)
µm e para o Vita-Mark II foi 2,72(±0,40) µm. O exame ultraestrutural do tratamento
a laser, em parte, demonstrou fusão extensiva e superfície homogênea com a
formação de microfendas. È conclusivo que a rugosidade da cerâmica pode ser
significativamente reduzida com o laser XeCl 308nm, apesar de a superfície tratada
com laser não ter sido completamente fundida e ter havido a formação de
microtrincas. Por essa razão, após a utilização do laser XeCl 308nm para acabamento
da cerâmica, novamente um polimento da superfície cerâmica será necessário.
Gillis e Redlich
26
(1998) observaram que, com a crescente procura
pela ortondotia adulta, surge uma crescente necessidade de ligar encaixes a
superfícies de porcelana. A adesão ótima a uma superfície de porcelana deveria
permitir um tratamento ortodôntico sem deficiência de adesão, mas não prejudicar a
integridade da superfície de porcelana após a descolagem. Nesse estudo, 90 facetas de
porcelana polidas foram divididas em três grupos de acordo com diferentes técnicas
de preparação: 1) desgaste com um diamante bruto; 2) ácido fluorídrico 8% ; 3)
microjateamento com partículas de óxido de alumínio 60µ. Cada grupo foi
subdividido em três grupos, e braquetes de aço inoxidável foram depois colados à
porcelana preparada com três adesivos odontológicos diferentes. Os adesivos usados
foram: 1) silano+Right-On; 2) silano+Concise; 3) High-Q-Bond sem silano. Quatro
facetas adicionais (três das quais preparadas como mencionado acima e uma intacta)
foram analisadas microscopicamente e por microscopia eletrônica de varredura. A
força adesiva de cisalhamento foi medida com uma máquina de teste universal
Instron, e foi realizada uma análise macroscópica das superfícies de porcelana
descoladas. Os resultados mostraram que a força adesiva de cisalhamento foi
35
altamente influenciada tanto pela técnica de preparação quanto pela adesiva. A força
adesiva de cisalhamento dos grupos de High-Q-Bond foi significativamente mais
baixa que as dos grupos silano+Right-On e silano+Concise; entretanto, a força
adesiva de cisalhamento alcançada pelo High-Q-Bond foi suficiente para suportar a
duração do tratamento ortodôntico completo. (exceto pelo grupo preparado por
ranhuras com um diamante bruto). A análise por meio de microscopia eletrônica de
varredura revelou que ranhuras com diamante e microjateamento produziram somente
uma amostra de descamação superficial, enquanto a preparação com ácido fluorídrico
produziu uma ampla amostra de penetração em profundidade. A preparação com
ácido fluorídrico produziu uma força de cisalhamento maior que a técnica que com
ranhuras produzidas com diamante e a do microjateamento. Após a descolagem por
meio de uma força de cisalhamento, a porcentagem das superfícies de porcelana
danificadas nos grupos silano+Concise era significativamente maior que nos grupos
silano+Right-On e High-Q-Bond.
Kamada et al.
34
(1998) avaliaram o efeito de vários tratamentos de
superfície cerâmicos nas forças adesivas de cisalhamento de quatro agentes de
vedação de resina ao material cerâmico Cerec 2. Quatro tratamentos de superfície
cerâmicos foram realizados. Todos os grupos foram submetidos ao tratamento de
controle, que foi esmerilamento com lixa d’água 600. Os outros três tratamentos
foram: condicionamento com ácido fosfórico gel, aplicação de agente adesivo
contendo acoplador de silano, e aplicação de agente de ligação de silano após o
condicionamento com ácido fosfórico gel. As amostras cerâmicas de Cerec 2 foram
tratadas com um dos quatro métodos e então cimentadas com cada um dos quatro
agentes de vedação de silano (Super-Bond C&B, Panavia 21, Clapearl e Vita Cerec
Duo Cement). Metade das amostras foi armazenada em água e a outra metade foi
termociclada antes do teste da força adesiva de cisalhamento. O tratamento com o
acoplador de silano melhorou a força adesiva de cisalhamento comparado somente
com o esmerilamento com lixa (controle). Quando o material cerâmico foi tratado
com o acoplador de silano ou com o agente de ligação de silano após o tratamento
36
com ácido fosfórico gel, não foram observadas diferenças significativas na força
adesiva entre a armazenagem em água e os 20.000 ciclos térmicos para qualquer um
dos quatro agentes de vedação de resina. Depois de 20.000 ciclos térmicos, todas as
amostras tratadas com o agente de ligação de silano, com ácido fosfórico gel, exceto
aquelas cimentadas com o agente de vedação de resina Super-Bond C&B após o
tratamento, mostraram deficiências coesivas dentro da cerâmica. Tratamento de
superfície combinado de condicionamento com ácido fosfórico gel e aplicação de
agente de ligação de silano fornece as mais altas forças adesivas de agentes de
vedação de resina ao material cerâmico Cerec 2 após a ciclagem térmica.
Em 1998, Shahverdi et al.
62
examinaram as deficiências das interfaces
de porcelana/resina composta sob carga de cisalhamento. A queima da porcelana deu-
se em cilindros de metal, e as superfícies de porcelana foram enrugadas com brocas
ou tratadas com ácido fluorídrico gel e/ou jateadas com um Microetcher. Dois agentes
de ligação de silano foram usados em cinco grupos, cada um contendo 22 amostras.
Todas as amostras tratadas foram restauradas com uma resina composta de tipo
híbrido. Cada grupo foi então dividido em dois subgrupos de acordo com os períodos
de armazenamento, de 24 horas e de 30 dias. Depois de termocicladas as amostras
que foram armazenadas por 30 dias, todos os grupos foram submetidos à força de
cisalhamento na interface porcelana/resina composta até que ocorresse a fratura. Os
resultados mostraram diferenças nas forças adesivas tanto no período de
armazenamento de 24 horas quanto no de 30 dias e entre os vários métodos de
tratamento de superfície. As amostras tratadas com os três materiais, Microetcher,
ácido fluorídrico e silano, mostraram os mais altos valores de adesão depois de
armazenadas por 24 horas, seguidas pelos grupos microjateado/silano e ácido
fluorídrico/silano (F: 570.31, P: 0.00). Depois de 30 dias, os mais altos valores
médios de força adesiva de cisalhamento ocorreram novamente com as amostras
tratadas pelos três processos. O tempo de armazenamento e a termociclagem
diminuíram a força adesiva das amostras, havendo uma diferença significativa entre
os grupos (F: 1388.55, P: 0.00). Pré-tratamento com silano foi importante, uma vez
37
que a força adesiva média das amostras jateadas/condicionadas foi significativamente
mais baixa do que a dos outros grupos que foram tratados mecanicamente, após 24
horas. O jateamento parece ter pouco efeito na colagem. As comparações das
amostras de 24 horas e de 30 dias também apresentaram uma diferença significativa
(F: 91.4376, P: 0.00).
Bouschilcher et al.
10
(1999) fizeram um estudo comparando dois
métodos de condicionamento de superfície, com ou sem uso de agente umectante,
para avaliar seu efeito na adesão de um cimento resinoso aos seguintes materiais de
restaurações indiretas: ArtGlass, BellGlass HP, Concept e Targis. Os métodos de
asperização ou condicionamento de superfície incluíram microabrasão com óxido de
alumínio, 50µm e 34pis, camada de lica silanizada, Co Jet Sand, 30µm a 34pis. Os
materiais ArtGlass e Concept foram testados com e sem o uso de seus respectivos
agentes umectantes: ArtGlass Liquid e Special Bond II. Foram fabricados 120
corpos-de-prova, cada um constituído por um par de cilindros com 7,0mm x 3,0mm e
4,3mm x 3,0mm, para a realização do ensaio. O cilindro maior ou base foi embutido
em resina autopolimerizável em um anel plástico, e as superfícies de união foram
acabadas com lixa siliconizada de granulação 320. Todos os corpos-de-prova, para
cada material restaurador, foram aleatoriamente distribuídos em dez grupos que
receberam os seguintes tratamentos de superfície antes da cimentação: Grupo 1)
AG/AO/ + AGL; Grupo 2) AG/AO/ - AGL; Grupo 3) AG/CJ/ + AGL; Grupo 4)
AG/CJ/ - AGL; Grupo 5) BG/ AO; Grupo 6) BG/CJ; Grupo 7) C/AO/ + SB; Grupo 8)
C/AO/ - SB; Grupo 9) C/CJ/ + SB; Grupo 10) C/CJ/ - SB; Grupo 11) T/AO; Grupo
12) T/CJ. Os pares de cilindros foram cimentados com um cimento resinoso de
polimerização dual (Dual) e uma força padronizada de 1MPa. Os corpos-de-prova
foram fotopolimerizados durante 40 segundos de cada lado e termociclados 300 vezes
entre e 55ºC. A resistência ao cisalhamento MPa foi determinada usando a
máquina de ensaios Zhick com velocidade de 5mm/min. A ANOVA e o teste de
DUNCAN, para cada tipo de material restaurador, não apresentaram diferença
significativa na resistência ao cisalhamento entre o grupo 5BG (29.8 ± 5.8) e os
38
grupos 6BG (28.3 ± 4.3), 11T (29.3 ± 4.9) e 12T (29.0 ± 4.4). A resistência ao
cisalhamento no grupo 3AG (`35.9 ± 3.4) foi significativamente mais elevada que no
grupo 4AG (32.4 ± 4.0) e igualou-se às do grupo 2AG (31.9 ± 3.9) e grupo 1AG
(30.0 ± 3.6). A resistência ao cisalhamento no grupo 10C (24.8 ± 5.7) foi igual à do
grupo 9C (21.5 ± 2.9), mais foi superior à do grupo 7C (19.4 ± 3.1) e grupo 8 (19.4 ±
3.4).
Em 1999, Jardel et al.
31
verificaram que, em um trabalho anterior,
haviam observado a evolução das forças adesivas de duas cerâmicas feldspáticas
odontológicas. Com base nessas observações propuseram um novo trabalho,
avaliando o efeito das modificações superficiais com ácido fluorídrico gel
(concentração de 10%) na energia superficial de duas cerâmicas feldspáticas
odontológicas (GC e PVS). Para uma caracterização da energia, foram feitas 30
amostras de GC e 30 amostras de PVS. Esse estudo compreendeu a medida de
ângulos de contato para determinar o trabalho de adesão (Wa) das duas cerâmicas. A
evolução do trabalho de adesão dependeu da ação do ácido fluorídrico gel na aspereza
da superfície das duas cerâmicas. Num estado polido, o PVS apresentou um trabalho
de adesão maior do que o GC. Tratar a cerâmica com ácido fluorídrico gel aumentou
o trabalho de adesão, especialmente para GC, mas esse tratamento não foi suficiente
para conseguir um alto trabalho de adesão. Condicionar com ácido fluorídrico gel
não foi suficiente para aumentar o trabalho de adesão das duas cerâmicas. Concluíram
que silanização é preferível a condicionamento com ácido.
Jardel et al.
32
(1999) observaram que técnicas de ligação são
comumente usadas hoje para garantir a durabilidade das faces laminadas de porcelana
e de blocos e onlays de cerâmica, que são esteticamente soluções agradáveis para o
problema de restauração odontológica. Ataque ácido e silanização têm sido
amplamente usados para acentuar a fixação entre as resinas de ligação e restaurações
cerâmicas. O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito de modificações superficiais
com ácido fluorídrico gel a 10% e um agente de ligação (um componente duplo de
silano) na força adesiva de duas cerâmicas feldspáticas odontológicas (GC e PVS)
39
coladas com uma resina não obturada (Super-Bond). Oitenta amostras de GC e 80
amostras de PVS foram feitas para um estudo mecânico. Os testes mecânicos foram
realizados usando uma máquina elástica Lloyd T 6000 R, que determinou as forças
adesivas das duas cerâmicas após diferentes tratamentos de superfície
(condicionamento e silanização). Na parte seguinte do estudo, dez superfícies de GC
e dez superfícies de PVS foram estudadas com um microscópio mecânico de
varredura para avaliar a ação do ácido fluorídrico gel na aspereza das duas cerâmicas.
Condicionar a cerâmica com ácido fluorídrico gel aumentou o desenvolvimento
superfícial da cerâmica feldspática, especialmente para PVS, mas esse tratamento não
foi suficiente para conseguir a mais alta força adesiva de cisalhamento. A influência
altamente positiva da silanização foi mostrada, em especial, para a cerâmica GC
ligada com uma resina não obturada. Silano combinado com a ação do ácido
fluorídrico gel é o tratamento de superfície mais eficaz para a cerâmica.
Peumans et al.
54
(1999) avaliaram a técnica de revestimento de
porcelana ligada a uma fina cápsula de porcelana a uma superfície do dente
minimamente preparada (esmalte e/ou dentina) com um compósito de vedação
combinado com um sistema adesivo. Quando terminado o processo, duas interfaces
adesivas estão formadas resina na porcelana condicionada e resina na superfície do
dente. O objetivo dessa pesquisa laboratorial foi analisar a ultra-estrutura dessas duas
interfaces adesivas a fim de encontrar uma explicação para alguns fenômenos clínicos
e/ou falhas nas faces de porcelana coladas. As superfícies dos quatro discos de
porcelana foram tratadas sucessivamente por jateamento, condicionamento com ácido
fluorídrico, limpeza ultra-sônica e silanização. O efeito de cada etapa na estrutura da
superfície de porcelana foi avaliado por microscopia eletrônica de varredura de
emissão de campo (FE-SEM). Além disso, o efeito do ácido condicionando a
superfície do dente de preparo das facetas em sete dentes superiores anteriores
extraídos foi igualmente determinado. Finalmente, facetas de porcelana pré-tratadas
foram vedadas aos preparos das facetas em 12 dentes superiores anteriores extraídos
por meio de um moderno sistema adesivo de condicionamento total e um compósito
40
de vedação fotopolimerizável. O compósito de vedação/dente e o compósito de
vedação/interface de porcelana do complexo da faceta foram avaliados
ultramorfologicamente por FE-SEM depois de as amostras terem sido despolidas com
um argon-ion beam para realçar o alívio superficial. A geração de imagem por FE-
SEM do dente/compósito de vedação/interface de porcelana mostrou um forte
entrelaçamento micromecânico do compósito de vedação nas cavidades
microrretentoras tanto na superfície do dente condicionado com ácido quanto nas
cavidades tratadas da superfície de porcelana condicionada com ácido. A partir dessa
perspectiva ultramorfológica, a superfície da porcelana tratada é mais retentora do
que a superfície do dente tratado. Na superfície do dente, o esmalte aprismático
cervical e a dentina exposta mostraram textura superficial menos receptiva à resina.
No entanto, nessas áreas não foi verificada a separação da interface quando um
sistema adesivo de condicionamento total de ltipla etapa foi usado. O forte
entrelaçamento do compósito de vedação nas cavidades tratadas retentoras tanto da
porcelana quanto dos substratos do dente contribui para a forte adesão das facetas de
porcelana com boa retenção. Esse estudo sugeriu que um moderno sistema adesivo de
deslustre total de múltipla etapa pode produzir adesão até mesmo no esmalte cervical
menos retentor e na dentina exposta. Uma maior pesquisa clínica seria necessária
para avaliar a retenção, a longo prazo, das facetas de porcelana e correlatar esses
estudos in vitro com o desempenho clínico.
Blixt et al.
7
(2000) avaliaram um fator importante do sucesso clínico
das restaurações de cerâmica: a força adesiva do agente de vedação na superfície de
assentamento e nas estruturas preparadas do dente. Os fabricantes de sistemas
cerâmicos freqüentemente especificam tanto o agente de vedação quanto o tratamento
de pré-vedação da superfície de assentamento da coroa. Procera All Ceram é uma
coroa inteira de cerâmica contendo uma cápsula com revestimento de porcelana de
óxido de alumínio de alta pureza e densamente concrecionado. Esse estudo avaliou a
força adesiva de cisalhamento de quatro agentes de vedação: fosfato de zinco,
ionômero de vidro, ionômero de vidro de resina modificada e cimento de resina de
41
presa dupla ligado Procera material da cápsula de óxido de alumínio. Os agentes de
vedação foram submetidos a diferentes tratamentos de superfície: não-tratado jateado
ou revestido de sílica pelo sistema Rocatec. Amostras cilíndricas e cúbicas do
material da cápsula foram vedadas juntas, e a força de cisalhamento necessária para
separar o cilindro do cubo foi medida com uma máquina de teste universal. As
superfícies das amostras também foram analisadas. Não foram registradas diferenças
significativas nas forças adesivas de cisalhamento dos agentes de vedação no óxido
de alumínio não-tratado. Os cimentos de ionômero de vidro e de ionômero de vidro
de resina modificada tiveram os valores mais altos (4,2 MPa ± 2,5 MPa e 4,3 MPa ±
1,9 Mpa, respectivamente) , e os mais baixos foram 3,3 MPa ± 2,3 MPa para o
cimento de resina e 3,2 MPa ± 1,0 MPa para o cimento de fosfato de zinco.
Resultados parecidos foram registrados para as superfícies de óxido de alumínio
jateadas, exceto com o ionômero de vidro, que foi significativamente mais alto (12,9
MPa ± 2,4 MPa). Para os quatro agentes de vedação, os valores mais altos da força
adesiva de cisalhamento foram registrados nas amostras revestidas de sílica, e o mais
alto foi para o cimento de resina, 36,2 MPa ± 7,8 MPa . As forças adesivas entre as
amostras de cimento de resina e de óxido de alumínio tratadas pelo sistema Rocatec
foram significativamente mais altas do que as forças adesivas de outros materiais e
tratamentos de superfície avaliados.
Estafan et al.
24
(2000) ao examinaram e avaliaram as topografias do
Vita Mark II e as superfícies do Dicor MGC por SEM após a simulação de
procedimentos clínicos comuns. Doze amostras de Dicor MGC e 12 amostras de Vita
Mark II foram fresadas num Cerec, uma máquina controlada por computador. Três
superfícies de corte foram observadas e fotografadas usando um microscópio
eletrônico de varredura após os procedimentos padronizados de fresagem, de
condicionamento e de polimento. As topografias das superfícies dos materiais
restauradores de cerâmica mostraram características nitidamente diferentes. O Dicor
MGC mostrou cristais bem moldados após o condicionamento. As características da
superfície do MGC condicionado eram diferentes das do Vita Mark II condicionado,
42
que mostrava grandes trabeculações. As superfícies oclusais e proximais, que não
foram condicionadas, mas polidas, mostravam grandes vacúolos com Vita Mark II
enquanto vacúolos menores podiam ser vistos nos cristais fundidos do Dicor MGC.
Li et al.
40
(2000), avaliaram a força de adesão da resina composta
aderida à superfície da porcelana tratada pela irradiação de laser Nd:YAG e ácido
fluorídrico a 8%. A superfície da porcelana foi desgastada com pontas de diamante
até o corpo opaco da porcelana ser exposto. As amostras foram divididas em quatro
grupos. Os corpos-de-prova do primeiro grupo foram condicionados com ácido
fluorídrico a 8%, por 3 minutos, seguindo as instruções do fabricante. Amostras dos
grupos dois, três e quatro foram separadamente irradiadas pelo laser de Nd:YAG com
três parâmetros de energia diferentes: 15 Hz, 40 mJ; 0,6 W; 15 Hz, 60 mJ, 0,9 W e 15
Hz, 80 mJ, 1,2 W, respectivamente, e cada espécime foi irradiado por 1 minuto.
Então, agente silano foi aplicado igualmente nas superfícies por 3 minutos. O adesivo
foi aplicado e polimerizado. A resina composta foi finalmente aplicada na superfície
da porcelana tratada, formando uma massa de resina de 3mm x 3mm x 2mm. As
amostras foram testadas através da força de cisalhamento entre a porcelana tratada e a
resina composta utilizando uma máquina universal de testes SWD-10 elétrica à
velocidade de 1mm/min até a fratura. No final, os dados foram analisados utilizando
ANOVA e os autores compararam os resultados do teste. Por outro lado, as
características morfológicas da irradiação a laser na superfície da porcelana foram
preparadas e observadas no microscópio eletrônico de varredura. A força de
cisalhamento dos grupos de laser 0,6 W, 0,9 W, 1,2 W e do grupo condicionado com
ácido foi respectivamente 8,61 MPa, 14,07 MPa, 11,22 MPa e 13,47 MPa. Não houve
diferença significativa entre os grupos de laser 0,9 W e 1,2 W e o grupo condicionado
por ácido. Esses resultados sugerem que a irradiação a laser na superfície da
porcelana com laser de Nd:YAG nas potências ideais podem ser tão efetivos quanto o
condicionamento com ácido fluorídrico. Mas a força de cisalhamento para o grupo
irradiado com laser na potência 0,6 W foi significativamente menor que a do ácido.
Isso sugere que a força de cisalhamento diminuiu quando a energia do laser foi 0,6 W
43
ou menor e que não seria aplicado nesses parâmetros para condicionar a porcelana.
Microscópio eletrônico de varredura mostrou a superfície da porcelana irradiada pelo
laser de Nd:YAG exibindo desgaste, microporosidades e uma superfície adequada à
adesão entre a porcelana e a resina composta. O laser de Nd:YAG poderia substituir o
tratamento com ácido da porcelana para procedimentos adesivos.
Madani et al.
42
(2000) observaram que a colagem em todas as
restaurações de cerâmica pura é desejável, que pouco se sabe sobre o uso de cimentos
de resina contendo um monômero de fosfato e a importância de diferentes
tratamentos superficiais na adesão deles a materiais de núcleos de alta resistência.
Esse estudo tentou determinar os valores da força adesiva de cisalhamento entre o
cimento de resina Panavia 21 (Kuraray) e um material de núcleo de alumina (In-
Ceram) depois de três tratamentos superficiais e da aplicação de um agente de ligação
de silano. Quarenta e cinco bastões cilíndricos In-Ceram foram feitos e distribuídos
em três grupos. As amostras do grupo I foram tratadas com ácido fluorídrico (HF)
9,5% , as do grupo II com um ácido HF 5% e as do grupo III foram jateadas. Todas as
amostras foram revestidas com um agente de ligação de silano (Cavex Clearfil
Photobond e Activator) antes da cimentação com Panavia 21 nos bastões jateados
com quel-cromo. Como controle, o grupo IV consistiu de oito bastões de porcelana
(Vitadur Alpha) tratados com um ácido HF 5% e com silano.Todas as amostras foram
submetidas a uma carga de 1,2 kg durante a cimentação e então estocadas submersas
por 36 horas. Um gabarito montado numa máquina de Teste Universal Hounsfield foi
usado, a uma velocidade cruzada de 0,5 mm/min, para testar as forças adesivas de
cisalhamento. Os resultados das amostras In-Ceram foram 14.65 ± 4.64 MPa para o
grupo I; 18,03 MPa ± 6,13 MPa para o grupo II; e 22,35 MPa ± 5,98 MPa para o
grupo III; e 18,05 MPa ± 8,46 MPa para controle (grupo IV). O uso do cimento de
resina Panavia 21 e de um agente de ligação de silano pode alcançar uma boa adesão
em um material de núcleo In-Ceram jateado ou condicionado com ácido HF 5%.
Szep et al.
69
(2000) relataram que a fratura da porcelana é um acidente
clínico relativamente comum. Pesquisa recente mostrou que ligações fortes podem se
44
formar entre o compósito e a porcelana odontológica. Superfícies de porcelana são
condicionadas com ácido fluorídrico e tratadas com agentes de ligação de silano antes
da aplicação do compósito. A questão é como a dentina exposta pode reagir ao
condicionamento com ácido fluorídrico. O estudo examinou o efeito do ácido
fluorídrico tamponado a 9,5%, do ácido o-fosfórico a 36% sozinho ou em associação
na estrutura superficial da dentina humana seccionada. Dentes molares humanos
foram seccionados em cortes de aproximadamente 0,8mm de espessura e tratados
com ácidos diferentes e suas associações. Os períodos de aplicação foram de 10, 60 e
180 segundos. As amostras foram processadas para SEM e para microanálises de
Raios X da energia dispersiva (EDX).A camada de esfregaço na superfície da dentina
seccionada não foi totalmente removida pelo ácido fluorídrico, e um denso
precipitado amorfo foi formado na zona peritubular. Eram visíveis estruturas em
forma de estrela nos canalículos dentinários. A análise de EDX mostrou um diferente
teor de fluoreto na superfície tratada dependendo do agente corrosivo usado. A
aplicação tópica do ácido fluorídrico surgiu para fornecer uma superfície dentinária
com um precipitado de fluoreto amorfo. Essa camada pode ser importante tanto para
resistência de cáries dentárias na dentina quanto para reações de ligação.
Canay et al.
15
(2001) objetivaram, em seu estudo, a determinação do
efeito de tratamentos superficiais selecionados na estrutura da superfície de uma
cerâmica feldspática. Os três diferentes tratamentos com agentes corrosivos foram:
fluoreto de fosfato acidificado (APF) aplicado por 10 minutos e ácido fluorídrico
(HF) aplicado por 1 e 4 minutos. Após o tratamento com ácido, metade das amostras
de cada grupo foi lavada com água e as outras foram submetidas a uma limpeza ultra-
sônica e então secas. Metade das amostras lavadas com dois métodos diferentes foi
tratada com silano. Microscopia eletrônica de varredura (SEM) e espectroscopia de
energia dispersiva (EDS) foram usadas para definir os efeitos de tais tratamentos.
Condicionamento com APF apresentou padrões superficiais. Condicionamento por 1
minuto com HP apresentou canais profundos, poros e precipitados na superfície, e,
como o tempo de aplicação aumentou, esses canais foram substituídos por canais
45
maiores. Análises de EDS mostram que os precipitados cristalinos nas superfícies
condicionadas, que não se mostraram facilmente solúveis em água, eram os produtos
de reação de Na, K, Ca, Al, etc. O HF apresentou uma superfície mais áspera do que
a do gel APF. Entretanto, os precipitados permaneceram na superfície após a
aplicação de ácido, e puderam ser removidos por meio de limpeza ultra-sônica por
não conseguir que fossem removidos por meio de enxágüe.
Em 2001, Jedynakiewics e Martin
33
examinaram neste estudo a
natureza da superfície apresentada por uma porcelana feldspática machinable e por
uma cerâmica de vidro machinable para colagem em agentes de vedação
convencionais compostos e mediram as forças adesivas que podem ser alcançadas
com vários tratamentos de superfície. Não houve diferença significativa entre as
forças adesivas obtidas na porcelana condicionada, na porcelana revestida de sílica ou
na cerâmica de vidro condicionada. As amostras de cerâmica de vidro revestidas de
sílica mostraram uma força adesiva de armação significativamente maior (p=0.02). A
análise das amostras fraturadas mostrou que, em todos os casos, a falha compreendeu
uma falha coesiva parcial da superfície da cerâmica e uma falha parcial na interface
cimento-cerâmica.
Lawn et al.
39
(2001) revisaram alguns trabalhos sobre coroas com base
de cerâmica, particularmente coroas de molares, as quais podem falhar
prematuramente pela acumulação de fraturas e por outros danos pelo contínuo contato
oclusal. O tipo de dano nas cerâmicas depende (especialmente da microestrutura) da
condição da falha, da força da carga e dos fatores geométricos. Esses tipos de dano
podem ser simulados e caracterizados no laboratório, com o uso da máquina de teste
de contato Hertzian, com uma camada, duas camadas ou três camadas de estruturas
que representem as respostas dos importantes aspectos das coroas em função na
cavidade oral. Esse artigo revisa o conhecimento corrente sobre os materiais dentários
com base na sua relevância clinica de danos de contato induzidos.
Em 2001, Özcan et al.
50
objetivaram estudar a avaliação do efeito de
três tratamentos de superfície na força adesiva de quatro diferentes cimentos adesivos
46
- 3 bis-GMA-baseados em um cimento resinoso e um cimento de compômero In-
Ceram. Oito amostras de In-Ceram foram usadas para cada grupo experimental. Três
condições de tratamento foram dadas ao acaso para as amostras : 1) condicionamento
por 90 segundos com ácido fluorídrico gel a 5%, 2) jateamento (110 µm Al2O3) e 3)
revestimento de sílica tribochemical. Todas as amostras foram silanizadas após o
tratamento de superfície. Os cimentos adesivos resinosos foram ligados às amostras
de In-Ceram por meio de tubos de teflon. Todas as amostras foram termocicladas por
5.000 ciclos variando entre e 55°C, com intervalos de 30 segundos. Os valores da
força adesiva de cisalhamento foram medidos em uma máquina de teste universal, a
uma velocidade cruzada de 1mm/minuto. Foi feita uma análise de discrepância para
analisar os dados. As forças adesivas médias variaram entre 1,2 MPa e 24,7 MPa . A
força adesiva de cisalhamento do cimento de compômero após a camada de sílica
tribochemical foi significativamente menor em comparação à dos cimentos de resina.
Vedação de In-Ceram com várias resinas forneceu diversificados graus de forças
adesivas que foram significativamente elevados por meio do sistema de revestimento
de sílica tribochemical.
Pagani
53
(2001) avaliou, in vitro, a resistência adesiva aos testes de
cisalhamento na dentina bovina, utilizando as seguintes variáveis: cimentos resinosos
Enforce e Panavia F; materiais restauradores Art Glass, IPS Empress 2 e Targis. O
tratamento das superfícies desses materiais foi com jato de óxido de alumínio, ácido
fluorídrico e silano, nos períodos de 24horas e 30 dias. Foram utilizados 288 dentes
bovinos hígidos de animais com três anos de idade, com os quais foram
confeccionados os corpos-de-prova em caixas de resina de poliéster. Os testes foram
executados em máquina de ensaios mecânicos Instron, modelo 430, com célula de
500kg de carga e com velocidade da ponta de 0,5 mm/min. Os resultados obtidos em
kgf foram transformados em MPa e analisados estatisticamente pelo ANOVA, pelos
teste de Tukey e Box-Whisker Plot. O material IPS Empress II tratado com jato de
óxido de alumínio, ácido fluorídrico e silano, cimentado com Panavia F e estocado
47
em água destilada a 37ºC, durante 30 dias, quando submetido aos testes de resistência
ao cisalhamento, mostrou os melhores resultados.
Sant’anna et al.
59
(2002) objetivaram verificar, in vitro, o efeito dos
vários tratamentos de superfície de cerâmica na resistência ao cisalhamento de
braquetes ortodônticos ligados à porcelana e o modo de fratura após a descolagem.
Oitenta e oito amostras de porcelana feldspática com apoio metálico foram
randomicamente divididas em quatro grupos de acordo com sua superfície de
preparação: a porcelana foi mantida intacta (GI), enrugada com uma broca de
diamante (GII), condicionada com ácido fluorídrico 10% (GIII) ou jateada com óxido
de alumínio (GIV). As amostras foram tratadas com silano (Scothprime), e os
braquetes foram ligados com Concise. Cada amostra foi submetida a uma carga de
cisalhamento a uma velocidade cruzada de 1mm/min, e um registro foi feito no ponto
da falha. Forças adesivas adequadas para suportar a aplicação de forças ortodônticas
foram alcançadas em todos os grupos. O teste estatístico Kruskal-Wallis não mostrou
diferenças significativas na força adesiva entre os grupos (p>0.05). No entanto,
muitas mais fraturas de porcelana ocorreram na porcelana condicionada. Esse estudo
indicou que, com a seleção adequada do material, o procedimento composto/silano
sozinho pode ser adequado para colagem.
Stewart et al.
67
(2002) observaram que todas as restaurações de
cerâmica beneficiam-se da ligação do cimento de resina ao dente. No entanto, a
literatura é pouco clara sobre qual cimento, tratamento de preparação da cerâmica ou
agente adesivo da dentina produz a mais alta e mais duradoura força adesiva. Esse
estudo in vitro avaliou as forças adesivas de cisalhamento imediatas e de seis meses
entre a cerâmica feldspática e quatro cimentos de resina diferentes com o uso de
tratamentos de preparação de superfície diferentes. Também foram medidas as forças
adesivas de cisalhamento entre os quatro cimentos de resina e a dentina. Quatrocentos
e oitenta discos (10mm de diâmetro por 4mm de espessura) de porcelana Ceramco II
foram randomicamente divididos em seis grupos principais (n = 80). As amostras de
cerâmica receberam seis tratamentos de preparação de superfície diferentes antes da
48
aplicação do cimento de resina. Esses tratamentos foram: rasparem com lixa d’água
600-grit, microjateamento com óxido de alumínio, raspagem seguida de aplicação de
silano, microjateamento seguido de aplicação de silano, condicionamento com ácido
fluorídrico e condicionamento com ácido fluorídrico seguido de aplicação de silano.
A seguir cada grupo foi dividido em quatro subgrupos (n=20) para aplicação de um
dos quatro cimentos: Nexus, Panavia 21, RelyX ARC e Calibra. Todas as amostras
cimentadas foram testadas sob carga de cisalhamento numa máquina de teste
universal até que ocorresse a fratura. A carga na fratura foi apresentada como a força
adesiva. As forças adesivas foram determinadas em 24 horas e após 6 meses de
armazenamento da amostra em uma solução salina. Para testar a força adesiva de
cisalhamento do cimento de resina na dentina, as amostras de dentina foram tratadas
com agentes de colagem de dentina, e uma fina camada de cimento de resina foi
aplicada de acordo com as instruções do fabricante. O composto Prodigy foi ligado ao
cimento. As forças adesivas de cisalhamento foram determinadas como mencionado
acima e relatadas em MPa na fratura. Os dados foram analisados em três formas de
análise de discrepância (P<.01). O condicionamento com ácido fluorídrico seguida de
aplicação de silano produziu forças adesivas (15,0 MPa ±7,4 MPa a 21,8 MPa ± 5.8
MPa) no mais alto grupo estatístico com os quatro cimentos tanto em 24 horas
quanto em 6 meses (P<.01). Raspagem com lixa d’água 600-grit e microjateado com
óxido de alumínio produziram as mais baixas forças adesivas (0,0 MPa a 4,0 MPa ±
3,5 MPa). Em 24 horas e em 6 meses, não foram encontradas diferenças significativas
entre os quatro cimentos quando o condicionamento com ácido fluorídrico foi
seguido por aplicação de silano. Tanto os agentes adesivos de dentina
autopolimerizados quanto os levemente polimerizados ligam-se melhor à dentina do
que os agentes adesivos duplamente polimerizados. Dentro das limitações desse
estudo, o condicionamento por ácido fluorídrico seguido de aplicação de silano
produziu as melhores adesões em 24 horas e em 6 meses com os quatro cimentos.
Adesivos autopolimerizados e levemente polimerizados foram associados à dentina
com forças adesivas maiores do que os adesivos duplamente polimerizados.
49
Borges et al.
9
(2003) afirmaram que a composição da cerâmica e a
superfície microestrutural de todas as restaurações de cerâmica pura são componentes
importantes de um substrato de adesão efetivo. Tanto o condicionamento com ácido
fluorídrico quanto o uso de jato de óxido de alumínio produzem superfícies
irregulares necessárias para a adesão microcerâmica. Embora os tratamentos de
superfície das porcelanas leucitas e feldspáticas tenham sido estudados anteriormente,
as cerâmicas de disilicato de tio e com alto teor de alumina não foram estudadas a
fundo. O objetivo, nesse estudo, foi a avaliação da topografia da superfície de seis
cerâmicas diferentes após condicionamento com ácido fluorídrico ou uso do jato de
óxido de alumínio. Cinco corpos-de-prova, cada um composto de IPS Empress, IPS
Empress II (0,8mm de espessura), Cergogold (0,7mm de espessura), In-Ceram
Alumina, In-Ceram Zirconia, e Procera (0,8mm de espessura), foram feitos de acordo
com as instruções do fabricante. Cada corpo-de-prova foi cortado longitudinalmente
em quatro partes iguais com um disco de diamante. As partes resultantes foram
randomicamente separadas em três grupos dependendo dos tratamentos de superfície
subseqüentes: Grupo 1, amostras sem tratamento de superfície adicional, como
recebidas do laboratório (controle); Grupo 2, amostras tratadas com jato de óxido de
alumínio 50 µm; e Grupo 3, amostras tratadas por condicionamento com ácido
fluorídrico 10% (20 segundos para IPS Empress 2; 60 segundos para IPS Empress e
Cergogold; e 2 minutos para In-Ceram Alumina, In-Ceram Zirconia e Procera). O
desgaste com jato de óxido de aluminio mudou a superfície morfológica das
cerâmicas IPS Empress, IPS Empress II e Cergogold. A topografia da superfície
dessas cerâmicas mostrou irregularidades superficiais não evidentes no grupo de
controle. Para Procera, o desgaste com jato de óxido de alumínio 50 µm produziu
uma superfície achatada. O desgaste do jato na superfície In-Ceram Alumina e na In-
Ceram Zirconia não mudou as características morfológicas, e permaneceram as
mesmas cavidades rasas encontradas no grupo controle. Para IPS Empress e
Cergogold, a característica morfológica foi semelhante a um favo de mel na
superfície da cerâmica. O tratamento de superfície da In-Ceram Alumina, da In-
50
Ceram Zirconia e da Procera não mudou suas estruturas superficiais.
Condicionamento com ácido fluorídrico e desgaste com jato de óxido de alumínio 50
µm aumentaram as irregularidades na superfície das cerâmicas IPS Empress, IPS
Empress II e Cergogold. Tratamento semelhante na In-Ceram Alumina, In-Ceram
Zirconia e Procera não mudou suas microestruturas morfológicas.
Della Bona et al.
20
(2003) usaram princípios fratográficos para
classificar o modo de insuficiência da resina composta colada às amostras de
cerâmica depois de um teste microtensivo. Uma cerâmica com base de leucita (IPS
Empress)–E1) e uma cerâmica com base de disilicato de lítio (IPS Empress II)–E2)
foram selecionadas para o estudo. Quinze blocos de E1 e E2 foram polidos com um
abrasivo de alúmina de 1 microm. Os seguintes tratamentos de superfície da cerâmica
foram aplicados a três blocos de cada cerâmica: (1) ácido fluorídrico (HF) 9.5% por 2
minutos; (2) fluoreto de fosfato acidulado (APF) 4% por 2 minutos; (3) revestimento
de silano (S); (4) HF+S; (5) APF+S. Uma resina adesiva e uma resina composta
foram aplicadas em todas as superfícies tratadas e fotopolimerizadas. Foram
preparadas para cada grupo 20 amostras de barras dos blocos de cerâmica composta e
armazenadas em água destilada a 37°C por 30 dias antes da preparação para a falha
sob tensão numa máquina de teste Instron. Superfícies de fratura foram examinadas
por meio de microscopia eletrônica de varredura e mapeamento de ponto de Raio X.
A análise estatística foi realizada por ANOVA contínua, teste de alcance múltiplo de
Duncan e análises de Weibull. Semelhantes tratamentos de superfície foram
associados a significativamente diferentes forças adesivas e modos de insuficiência
para E1 e E2. Todas a fraturas ocorreram dentro da zona de adesão. A diferença
microestrutural entre a cerâmica tratada E1 e a E2 foi um importante fator controlador
na adesão. A qualidade da colagem não deveria ser avaliada com base somente nos
dados da força adesiva. Modo de insuficiência e análises fratográficas devem fornecer
informação importante que leve a previsões sobre os limites do desempenho clínico.
Em 2003, Özcan e Vallittu
51
avaliaram o efeito de três diferentes
condicionamentos na força de adesão de um cimento resinoso à base de Bis-GMA a
51
seis cerâmicas comerciais. Seis discos de cerâmica (cerâmica vítrea, cerâmica
alumina, cerâmica zircônia) foram usadas para cada grupo totalizando 216 espécimes.
As amostras foram tratadas da seguinte forma. (1) ácido fluorídrico, (2) jato de óxido
de alumínio, (3) cobertura de sílica. A resina composta foi cimentada nas cerâmicas
condicionadas e silanizadas. Todos os espécimes foram testados, secos e
termociclados (6.000, 5º-55ºC, 30 segundos). A força de cisalhamento da resina
composta cimentada na cerâmica foi medida por uma máquina universal de testes
(1mm/min). Em condições secas, a cerâmica vítrea exibiu significativamente os
resultados mais altos (26,4 MPa - 29.4 MPa) que os de todas as cerâmicas com óxido
de alumínio (5,3 MPa 18,1 MPa) ou com dióxido de zircônia (8,1 MPa) (ANOVA,
p<0,001). A termociclagem diminuiu a força de adesão significativamente após todos
os condicionamentos. A força de adesão do cimento resinoso testado nas cerâmicas
de acordo com os métodos de condicionamento variou conforme o tipo da cerâmica.
Ácido fluorídrico foi efetivo na maioria das cerâmicas que possuíam matriz de vidro
na sua estrutura. A rugosidade da superfície cerâmica com jato de óxido de alumínio
evidenciou os mais altos valores para cerâmica com óxido de alumina, e os valores
aumentaram significativamente após a silicatização.
Saygili eSahmali
60
(2003) objetivaram em seu estudo a avaliação das
forças adesivas de alguns cimentos adesivos resinosos de dois materiais de cerâmica
pura (In-Ceram, IPS-Empress). Cilindros de resina composta medindo 3,2mmx2mm
foram preparados nas superfícies de cerâmica para um teste de cisalhamento. Foram
realizados quatro tratamentos de superfície de cerâmica: (I) como recebido, (II)
desgaste com broca de diamante, (III) jateamento com esmeril de alúmina e (IV)
tratamento com ácido fluorídrico e jateamento com esmeril de alumina 50 µm. As
amostras de cerâmica foram tratadas com um dos quatro métodos e cimentadas juntas
com cada um dos agentes de vedação. Os cimentos adesivos testados foram Panavia F
e Clearfil Se Bond (CSeB). O CSeB exibiu a maior força adesiva (59,95 MPa)
independentemente dos blocos de cerâmica. A carga média para fraturar os blocos de
In-Ceram vedados com cimento Panavia F foi 25,89 MPa. A força adesiva média de
52
cisalhamento dos blocos de IPS Empress vedados com cimento Panavia F foi 10,31
MPa. O desgaste da superfície com broca de diamante para os blocos In-Ceram
vedados com Panavia F foi 30,93 MPa e com CSeB foi 77,04 MPa. Para os blocos
IPS-Empress, esses valores diminuíram para 12,39 MPa para Panavia-F e 30,84 MPa
para CSeB. Condicionamento das superfícies com ácido fluorídrico mostrou uma
pequena tendência para melhorar a força adesiva (In-Ceram -->Panavia-F= 14,59
MPa e CSeB =59,32 MPa; IPS-Empress-->Panavia-F=5,85 MPa e CSeB=23,33
MPa).
Schmage et al.
61
(2003) afirmaram que, com o aumento da procura por
tratamento ortodôntico em adultos, vem também a necessidade de se achar um
método confiável para a adesão dos braquetes ortodônticos às coroas de cerâmica ou
metal e próteses parciais fixas. No estudo, esses autores testes de força adesiva de
cisalhamento e tratamento de superfície foram feitos para analisar o efeito de quatro
diferentes métodos de condicionamento da superfície: broca de diamante fina,
jateamento com óxido de alumínio, ácido fluorídrico 5% e revestimento de sílica para
ligar braquetes de metal às superfícies de cerâmica de porcelana feldspática.
Jateamento e ácido fluorídrico foram testados mais adiante, após a aplicação de
silano. Foram produzidos um total de 120 amostras de discos de cerâmica, das quais
50 foram usadas para medidas de tratamento de superfície. As superfícies de cerâmica
polidas foram usadas como controle. Braquetes de metal foram ligados aos substratos
de cerâmica com um composto autopolimerizante. As amostras foram armazenadas
em uma solução de NaCl 0.9% por 24 horas e posteriormente termocicladas (5.000
vezes, a 55ºC, 30 segundos). Testes de adesão de cisalhamento foram realizados
por um dispositivo de teste universal, e os resultados foram analisados
estatisticamente. Condicionamento químico da superfície tanto com ácido fluorídrico
(4,3 µm) quanto com silanização (4,4 µm) resultou em tratamento de superficie
significativamente menor do que condicionamento mecânico (broca de diamante, 9,3
µm; jateamento, 9,7 µm) (p<.001). Os valores de tratamento de superfície refletem as
distâncias pico-e-vale médias. As forças adesivas dos braquetes ligados à superfícies
53
de cerâmica tratadas por ácido fluorídrico com e sem silano (12,2 MPa e 14,7 MPa,
respectivamente), silanização (14,9 MPa) e aplicação de silano (15,8 MPa) foram
significativamente maiores (p<.001) do que das tratadas por desgaste com brocas de
diamante finas (1,6 MPa) ou jateamento (2,8 MPa). Os maiores valores das forças
adesivas foram obtidos com jateamento e aplicação de silano ou ácido fluorídrico sem
silano, os quais atenderam o limiar exigido. O uso de silano após condicionamento
com ácido fluorídrico não aumentou a força adesiva. Desgaste com diamante e
jateamento mostraram a maior rugosidade da superfície: eles danificam a superfície
da cerâmica. O condicionamento ácido mostrou resultados aceitáveis para o uso
clínico, mas os riscos à saúde devem ser considerados. A técnica de silanização tem
potencial para substituir os outros métodos, mas foram observadas insuficiências
coesivas na cerâmica durante a remoção dos braquetes.
Usumez e Aykent
72
(2003) afirmaram que o sistema de laser
hidrocinético érbio, cromo: ítrio, escândio, gálio, granada (Er,Cr:YSGG) tem
mostrado bons resultados na ablação dos tecidos odontológicos . Foi relatado que
esse sistema também é útil para a preparação das superfícies do dente para a adesão,
mas até o momento os resultados são controversos. Avaliaram, em seu estudo in
vitro, as forças adesivas das facetas laminadas de porcelana às superfícies do dente
após condicionamento com ácido e condicionamento a laser Er,Cr:YSGG. Foram
usados 40 incisivos centrais superiores humanos sem cáries e restaurações. Os dentes
foram seccionados 2mm abaixo da junção amelocementária. As coroas foram
incluídas em resina acrílica autopolimerizante com as superfícies labiais voltadas para
cima. As superfícies labiais foram preparadas com uma redução de 0,5mm para
receber as facetas de porcelana. Os dentes foram divididos em quatro grupos de dez
amostras. Trinta amostras receberam um dos seguintes tratamentos de superfície antes
da colagem das facetas laminadas IPS Empress 2: (1) radiação laser de uma unidade
laser Er,Cr:YSGG; (2) 37% ácido ortofosfórico, e (3) 10% ácido maleico. Dez
amostras não receberam tratamento de superfície e serviram como grupo controle. As
facetas foram coladas com resina de polimerização dupla, Variolink II. Uma amostra
54
microtensiva de cada um dos terceiros incisais e cervicais, medindo 1,2mmx1,2mm,
foi preparada com uma serra de diamante de baixa velocidade com ponta diamantada.
Essas amostras foram fixadas nos braços opostos do aparelho de teste microtensivo
com adesivo cianoacrilato e fraturadas sob tensão a uma velocidade de varredura de
1mm/min, tendo sido registrada carga máxima na fratura (Kg). Os dados foram
analisados por meio de uma análise de variância conjunta e testes Tukey HSD
(alpha= .05). Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre
as forças adesivas das facetas coladas às superfícies dos dentes condicionados com
laser Er,Cr:YSGG (12,1 MPa +/- 4,4 MPa), ácido fosfórico 37% (13 MPa +/- 6,5
MPa) e ácido maleico 10% (10,6 MPa +/-5,6 MPa). O grupo controle mostrou as
menores forças adesivas em todos os grupos de teste. Foram encontradas diferenças
estatisticamente significativas entre as forças adesivas dos cortes cervicais e incisais.
(P< 0,01). Forças adesivas microtensivas in vitro de facetas laminadas de porcelana
coladas às superfícies do dentes que foram condicionadas com laser mostraram
valores semelhantes aos das superfícies dos dentes condicionadas com ácido
ortofosfórico ou ácido maleico.
Attia e Kern
6
(2004) afirmaram que uma das maiores vantagens das
restaurações de cerâmica pura é a sua excelente qualidade estética. A fratura, no
entanto, é uma desvantagem dessas restaurações. Sistemas de colagem de cerâmica
usando adesivos cerâmicos sem o uso de ácido fluorídrico foram introduzidos, mas
não dados suficientes sobre a sua eficiência. Esse estudo desses autores analisou a
influência de dois métodos de colagem na resistência à fratura das coroas de cerâmica
de baixa fusão e de cerâmica pura CAD-CAM. Foram fabricadas 42 coroas
padronizadas de cerâmica pura em pré-molares superiores humanos. Sete pré-molares
superiores intocados foram usados como controle. Foram utilizados três sistemas de
coroa de cerâmica pura: um de cerâmica de baixa fusão (Duceram) e dois de
cerâmicas processadas (Vita Mark II e ProCAD) pelo sistema Cerec3 CAD-CAM. As
superfícies do entalhe das coroas fabricadas (n=7) foram submetidas a duas técnicas
diferentes de preparação: a) condicionamento, usando ácido fluorídrico a 4,9%,
55
seguido de aplicação de silano Mirage ABC ou b) limpeza, usando ácido fosfórico a
65% e aplicação de primer (Porcelain Liner-M). As coroas foram vedadas aos dentes
por meio do agente de vedação Superbond C&B. Após terem sido armazenadas em
água por 24 horas, as amostras foram colocadas em uma máquina de teste universal
com a carga de compressão aplicada no longo eixo da amostra a uma velocidade de
varredura de 1mm/min até que ocorresse a fratura. Foram registradas cargas de
fratura (N). Análise de variância contínua (ANOVA) e teste Tukey HSD (alpha=.05)
foram usados para a análise estatística dos dados. A carga média de fratura das
amostras de controle (738,3 N +/- 195,3 N) não foi significativamente diferente da
carga das duas coroas CAD-CAM (667,7 N +/- 72,3 N, 715,9 N +/- 105,2 N).
Entretanto, a carga de fratura dos dentes naturais e das duas coroas CAD-CAM foi
significativamente maior do que a carga de fratura das coroas de cerâmica de baixa
fusão tratadas com ácido fluorídrico e silano.
Meyer Filho et al.
44
(2004) objetivaram em seu estudo a avaliação do
efeito de diferentes tratamentos de superfície na força adesiva microtensiva do
compósito colado à cerâmica prensada a calor. A hipótese nula testada foi que
nenhuma das superfícies de tratamento (silanização ou condicionamento com ácido
fluorídrico) produziu maior força adesiva da resina composta à cerâmica. Quatro
blocos de cerâmica prensada a calor de IPS Empress II medindo 7mmx7mmx5mm
foram fabricados e polidos com esmeril 600 e jateados com alúmina 50 µm. A seguir,
os blocos de cerâmica foram separados em quatro grupos e submetidos aos seguintes
tratamentos de superfície: Grupo 1: ácido fluorídrico (HF) 9,5% durante 20 segundos
e silano (S) durante 3 minutos; Grupo 2 : silano durante 3 minutos; Grupo 3 : ácido
fluorídrico (HF) 9,5% durante 20 segundos; Grupo 4: sem tratamento. O adesivo
Scotchbond foi aplicado nas superfícies cerâmicas tratadas e estas foram cobertas
com a resina composta Filtek Z250. Os blocos de cerâmica composta foram cortados
com uma serra de diamante de baixa velocidade Isomet produzindo varetas (n=25),
que foram preparadas para falhar sob tensão em uma máquina de teste Universal
Instron. A força adesiva microtensiva média foi analisada por meio da ANOVA
56
contínua e do teste “t” Bonferroni. Todas as amostras do Grupo 4 mostraram falha de
adesão durante o corte do bloco e foram eliminadas. A força adesiva microtensiva
média e os desvios padrão (SD) em MPa foram os seguintes : Grupo 1= 56,8 (+/-
10,4), Grupo 2= 44,8 (+/- 11,6), Grupo 3= 35,1 (+/- 7,7). A análise estatística
mostrou que a força adesiva foi significativamente afetada pelo tratamento de
superfície (p<0,0001). O Grupo 1 (HF+S) teve a maior micro-tbs, e o Grupo 2 (S)
teve uma micro-tbs maior do que o Grupo 3 (HF) .O modo de fratura das amostras foi
examinado por meio de um microscópio eletrônico de varredura (MEV), e todas as
fraturas ocorreram dentro da zona de adesão. Os resultados mostram que o tratamento
da superfície é importante para a adesão da resina à cerâmica e sugerem que o
tratamento de silano foi o fator mais importante e responsável pela colagem da resina
à cerâmica.
Amaral et al.
3
(2005) avaliaram o efeito de três métodos de
condicionamento de superfície através da força de adesão com teste de tração. Trinta
corpos-de-prova (5mmx5mmx4mm) de In-Ceram Zircônia foram fabricados de
acordo com as especificações do fabricante e foram feitos também de resina
composta. Os espécimes foram polidos e submetidos a três condições de tratamento:
(1) jato de óxido de alumínio com 110µm e silanização, (2) jateamento de sílica com
110µm (Rocatec Pré e Plus, 3M ESPE) e silanização, (3) jateamento com sílica com
30µm (CoJet, 3M ESPE) e silanização. Os corpos-de-prova de cerâmica foram
cimentados aos de resina composta com um cimento resinoso (Panavia F) e foram
estocados a 37ºC em água destilada por 7 dias previamente aos testes. Os corpos-de-
prova foram cortados sob água fria com a intenção de obter uma área de cimentação
de 0,6 mm
2
aproximadamente. Os testes de força de adesão foram realizados em uma
máquina universal de testes (vel. 1mm/min). Os resultados da força de adesão de cada
espécime foram estatisticamente analisados pelo teste ANOVA e Tukey 0,05).
Jateamento com sílica e silanização tanto utilizando partículas com 110µm ou 30µm
melhoraram a força de adesão do cimento resinoso (24, 6 MPa ± 2,7 MPa e 26,7 MPa
± 2,4 MPa, respectivamente) ao In-Ceram Zircônia significativamente quando
57
comparado a jato de óxido de alumínio com 110µm (20,5 MPa ± 3,8 MPa) (ANOVA,
p<0,05).
Akova et al.
2
(2005) estudaram o efeito da irradiação a laser na adesão
de brackets cimentados à porcelana feldspática e compararam com brackets
cimentados com técnicas convencionais. Cem amostras de porcelana foram dividas
em dez grupos de dez. Os tratamentos foram: jato de óxido de alumínio (SB), jato de
óxido de alumínio com silano (SB+S), ácido fosfórico (OFA), ácido fosfórico com
silano (OFA+S), ácido fluorídrico (HFA), ácido fluorídrico com silano (HFA+S),
condicionamento com laser (L), condicionamento com laser mais silano (L+S),
glaziado (controle 1/C1) e sem glaze (controle 2/C2). Outros cinco espécimes foram
irradiados por 2-watts, 3-watts, 5-watts, 10-watts e 15-watts por laser de CO
2
, por 20
segundos, e examinados por microscópio eletrônico de varredura. Brackets foram
cimentados com um compósito autopolimerizante, estocados em água a 37ºC, por 24
horas, e termociclados em banhos entre 5ºC e 55ºC, por 500 vezes. A força de adesão
foi determinada em MPa pelo teste de cisalhamento à velocidade de 1mm/minuto. O
modo da falha adesiva foi observado em um estereomicroscópio. Para a análise
estatística ANOVA, Tamhane post hoc test foi usado. A análise estatística mostrou
diferenças entre os grupos ao nível de 0,05. O grupo HFA+S evidenciou a mais alta
média (15,07±1,44). Os outros grupos apresentaram os seguintes resultados: (SB+S)
13,81±2,00, (HFA) 10,78±0,62, (OFA+S) 10,73±1,12, (L+S) 8,25±0,90, (L)
6,26±0,58, (C2) 2,45±0,54, (OFA) 2,36±0,41, (SB) 2,04±0,41 e (C1) 1,64±0,33. O
modo da falha adesiva dos grupos HFA e Silano, exceto L+S, foi coesiva na
porcelana. Os grupos controle e outros grupos testados mostraram falha adesiva.
Somente irradiação por 2 watts durante 20 segundos propiciou uma superfície porosa
sem trincas. Laser de CO
2
com superpulso irradiado pelo tempo 2watts/20segundos
pode ser uma alternativa para um método de condicionamento para tratamento de
superfícies cerâmicas. Aumento da força de adesão ainda pode ser obtido pela
aplicação do silano.
58
Derand et al.
22
(2005) avaliaram a força de adesão de um agente
resinoso e cerâmica de zircônia após tratamento de superfície com diferentes técnicas.
Amostras de cerâmica de zircônia (ZF) foram fabricadas (Procera Zircon, Nobel
Biocare, Sweden) e comparadas a blocos densos de zircônia (ZG). Quatros grupos
com diferentes tratamentos de superfície foram preparados. Grupo I: ZF (n=5) e ZG
(n=5) sem nenhum tratamento; Grupo II: ZF-s (n=5) e ZG-s (n=5) tratados com
silano; Grupo III: ZF-P (n=10) e ZG-P (n=10) tratados com Plasma spray RF
(hexametildisiloxano) utilizando um reator (Plasma Electronic, Alemanha); Grupo
IV: ZF-p (n=10) ZG-p (n=10) tratado com micropérolas de porcelana de baixa fusão
(720ºC) na superfície. Cilindros de resina composta (Charisma, Hereus Kulzer,
Dormagen, Germany) foram cimentados com Variolink II (Ivoclar-Vivadent, Schaan,
Liechstenstein) para o teste. Os espécimes foram limpos com ar uma hora antes do
teste de leitura na máquina universal de testes (LRX, Lloyd Instruments, Farnham,
England) até a falha. Não houve diferença estatisticamente significante entre as
amostras não-tratadas de ZF e ZG (Grupo I), como também não houve entre as
amostras tratadas com silano (Grupo II). Tratamento com plasma spray aumentou
significativamente a força de adesão por um fator três (p<0.001). Tratamento com
micropérolas de porcelana de baixa fusão aumentou a força de adesão por um fator 10
comparado ao das superfícies não-tratadas (p<0.001). Não foi observada diferença
estatística entre as superfícies tratadas ZF-p e ZG-p. A fina camada de pérolas de
vidro não excedeu 5 µm. O microscópio eletrônico de varredura mostrou densos
grãos na borda da ZF e uma textura grossa no ZG. Tratamento da superfície cerâmica
da zircônia com plasma spray ou camada de porcelana de baixa fusão aumentou
significativamente a força de adesão ao cimento resinoso.
Guazatto et al.
28
(2005) investigaram a influência do jato de ar
abrasivo, do desgaste, do desgaste orientado e do polimento antes e depois do
tratamento por calor, na força de flexão da cerâmica dental infiltrada por vidro
reforçada de alumina/zircônia (In-Ceram Zirconia). A força de flexão uniaxial foi
calculada em 160bar nos corpos-de-prova (20mm x4mm x1,2mm) divididos
59
igualmente em oito grupos como segue: jato de ar abrasivo, jato de ar abrasivo com
calor, polidos, polidos com calor, desgaste paralelo ao eixo de flexão, desgaste
paralelo com calor, desgaste perpendicular e desgaste perpendicular com calor. Os
resultados foram analisados com regressão múltipla, método ANOVA e Tukey duplo
modo a comparações múltiplas e análise Weibull. O tratamento e a fratura da
superfície foram observados ao MEV. O relativo contentamento da fase monoclínica
foi quantificado com a análise de difração de raio x. Uma fina camada de vidro estava
presente nas amostras após o tratamento com calor e contribuiu para a melhoria da
força de flexão. O tratamento de superfície sem calor propiciou transformação da
fase, apesar de não ter sido suficiente para evitar a degradação da força de flexão
causada pelas trincas que ocorrem devido ao tratamento de superfície. Jato de ar
abrasivo causou a maior degradação da força de flexão. O desgaste orientado em
respeito à direção da força de tensão não teve influência no último teste da força de
tensão. Concluíram que esse presente estudo sugere que qualquer tratamento de
superfície de In-Ceram Zircônia deve ser sempre realizado pelo tratamento por calor
para evitar a degradação da força.
Reich et al.
57
(2005) tiveram como objetivo avaliar a força de
cisalhamento de três cimentos resinosos junto com a cerâmica Vita Mark II sob
diferentes tratamentos da superfície e examinar se os procedimentos de tratamento
simplificados resultariam em resultados satisfatórios. Relyx Unicem (RXU), Calibra
(CAL) e Variolink II (VAR) foram usados como cimentos, e discos de cerâmicas
feldspática foram cimentados com os seguintes condicionamentos: (1) sem
tratamento, (2) ácido fluorídrico, (3) silano, (4) ácido + silano, (5) ácido + silano +
heliobond. A força de cisalhamento foi medida inicialmente, após 5.000 e 10.000
termociclos. Após 10.000 ciclos para CAL, somente o condicionamento 5 resultou
em uma adesão segura no valor médio de 10,7 MPa. O VAR mostrou valores médios
de 24,6 MPa, 17,2 MPa e 18,1 MPa para os tratamentos 5, 4 e 3, respectivamente.
Para o procedimento 2, RXU revelou significativamente valores médios de 15,4 MPa
(U-test, p=0.05). Somente RXU foi efetivo para os espécimes do procedimento 1 aos
60
10.000 ciclos. Os resultados revelaram que uma simplificação do tratamento
cerâmico para VAR e RXU pode ser possível.
Em 2005, Soares et al.
64
observaram que a longevidade clínica de
restaurações indiretas confeccionadas de cerâmica ou de resina composta indireta,
para o sucesso clinico, depende da indicação do tratamento e /ou da cimentação. A
técnica de cimentação é determinada pelo tipo de material restaurador cerâmica ou
resina composta indireta. Dessa maneira, o tratamento de superfície deve ser
realizado de acordo com suas composições particulares. O propósito dessa revisão de
literatura foi definir os protocolos de tratamento de superfície dos diferentes materiais
disponíveis para restaurações estéticas indiretas. A base de dados do PubMed
mostrou que estudos in vitro são, em sua maioria, mais comuns no protocolo de
tratamento de materiais para dentes coloridos. Artigos que descrevem, pelo menos,
procedimentos de tratamento de superfície com efeito na adesão, na relação com a
composição do material, nos aspectos clínicos e na expectativa de longevidade foram
selecionados. A procura limitou-se a artigos publicados em inglês, entre 1965 e 2004,
em periódicos. Jato de areia, técnicas de condicionamento ácido e agentes silanos
foram os procedimentos mais comuns com os melhores resultados.
Valandro et al.
73
(2005) avaliaram a cobertura de sílica na cerâmica de
alumina densamente sinterizada relativamente a isso e a força de adesão de
compostos resinosos usando um cimento resinoso. Corpos-d- prova (6mm x6mm
x5mm) de cerâmica e resina foram feitos. A superfície da cerâmica (Procera
AllCeram) foi polida, e os corpos-de-prova foram divididos em três grupos ( n=5):
SB, jato de óxido de alumínio com partículas de 110 µm; RS, cobertura de sílica
utilizando Rocatec System; e CS, cobertura de sílica utilizando CoJet System. As
amostras de cerâmica tratados foram cimentados aos corpos de prova de resina
composta (W3D Master) utilizando um cimento resinoso (Panavia F). Os espécimes
foram estocados em água destilada a 37ºC, por 7 dias, e então cortados em dois eixos,
x e y, para obter corpos de prova com uma área de cimentação de aproximadamente
0.6mm (n=30). Os corpos-de-prova foram testados em uma máquina universal de
61
teste, e os resultados foram estatisticamente analisados, sendo a análise de variância
feita pelo teste de Tukey (α=.05). Superfícies fraturadas foram analisadas utilizando
um microscópio de luz e um microscópio de scanner de elétrons para determinar o
tipo de fratura. Espectroscopia de energia dispersiva foi usada para análise da
composição da superfície. As médias dos valores de adesão (MPa) dos grupos RS
(17,1 ± 3,9) (p=,00015) e CS (18,5 ± 4,7) (p=,00012) foram estatisticamente maiores
que os valores do grupo SB (12,7 ± 2,6). Não houve diferença estatisticamente
significante entre os grupos RS e CS. Todas as falhas ocorreram na zona de adesão.
Concluíram que a cobertura de sílica pelo sistema tribochemical aumentou os valores
da força de adesão entre Panavia F e Procera AllCeram.
Kim et al.
36
(2005), em seu estudo, avaliaram a força de adesão da
resina composta a três diferentes copings de cerâmica com vários tratamentos de
superfície. Trinta corpos-de-prova de cada material (10mm x10mm x2 mm), cerâmica
de disilicato de lítio (IPS Empress2[E]), cerâmica alumina (In-Ceram Alumina[I]) e
cerâmica zircônia (Zi-Ceram[Z]), foram fabricados. Cerâmica feldspática (Duceram
Plus[F]) foi utilizada como controle. Cada material foi dividido em três grupos
(n=10), e três diferentes tratamentos de superfície foram realizados: jato de ar
abrasivo com 50 µm partícula de alumina (Ab); jato de ar abrasivo com 50 µm
partícula de alumina e condicionamento ácido com ácido fluorídrico a 4% (Ae) e jato
de ar abrasivo com 30 µm modificado com ácido de sílica (Si). Após o tratamento de
superfície dos corpos-de-prova, cilindros de resina composta (5-mm diâmetro x10mm
de altura) foram polimerizados sobre os corpos-de-prova de cerâmica. Cada corpo-de-
prova foi submetido a uma força de tensão à velocidade de 2mm/min até a fratura. As
regiões de fratura foram examinadas com microscópio de scanner de elétrons para
determinar o local da fratura durante a tensão e examinar o efeito do tratamento de
superfície. Dois métodos de análise de variância foram utilizados, e o teste
comparativo múltiplo de Duncan (α= .05) foi usado para analisar os valores da força
de adesão. Foram encontradas diferenças significativas para cerâmicas e tratamento
de superfície e interação de ambos. A análise de Duncan resultou nos seguintes
62
valores estatísticos de força de adesão: (FAe, ISi, EAe, ZSi) > FAb > (FSi, EAb, ESi)
(IAb, IAe) > (ZAe, ZAb). Os resultados não ilustram diferenças dentro dos
parênteses, mas são estatisticamente significantes entre os grupos. Corpos-de-prova
de cerâmica de alumina e zircônia tratados pela técnica de cobertura de sílica e
cerâmica de disilicato de lítio tratada com jato de ar abrasivo e tratamento ácido
resultaram nos maiores valores de forças de adesão.
Em 2005, Yoshida et al.
80
propuseram dois cimentos resinosos dual
para serem utilizados com cerâmica de vidro e observaram o efeito de três agentes
duplos silanos na força de adesão ao cisalhamento. Espécimes de cerâmica de vidro
foram confeccionados na forma de discos, tratados ou não com um dos três agentes
silanos e então cimentados com um dos dois cimentos resinosos dual. Os corpos-de-
prova foram estocados em água destilada a 37ºC, por 24 horas, e/ou termociclados
50.000x antes do teste de cisalhamento. Indiferentemente do cimento resinoso e da
termociclagem, os espécimes tratados com Clearfil Porcelain Activator mostraram a
mais alta força ao cisalhamento entre todos os tratamentos. O tratamento de superfície
do Clearfil Porcelain Activator mostrou significativamente boa força de adesão ao
cisalhamento após 50.000x de termociclagem comparado com outros tratamentos. De
qualquer modo, diferenças significativas na força de adesão foram observadas entre 0
e 50.000 termociclagens para todos os tratamentos.
Em 2006, Atsu et al.
2
tiveram como objetivo a comparação do efeito
do jato de óxido alumínio, da silanização e da combinação da aplicação do silano com
métodos de condicionamento na força de adesão da cerâmica reforçada por óxidos de
zircônia ligada ao cimento resinoso. Sessenta amostras (5mm x 5mm x 1.5 mm) de
cerâmica (Cercon) e cilindros (3mm x 3 mm) de resina composta (Z-250) foram
preparados. A superfície da cerâmica foi jateada com partículas de 125 µm de óxido
de alumínio, e as amostras foram divididas em seis grupos (n=10), e assim tratados:
Grupo C, sem tratamento (controle); Grupo SIL, silanizado (Clearfil Porcelain Bond
Activator); Grupo BSIL, aplicação de adesivo (MDP) contendo silano na mistura
(Clearfil Liner Bond 2 V/ Porcelain Bond Activator); Grupo SC, aplicação de sílica
63
30 µm (Sistema CoJet); e Grupo SCBSIL, aplicação de sílica e adesivo com silano
(Clearfil Liner Bond 2 V/ Porcelain Bond Activator). Os cilindros de resina composta
foram cimentados na superfície da porcelana tendo sido utilizados um adesivo com
monômero fosfatado e cimento resinoso (Panavia F). Após as amostras serem
estocadas em água destilada a 37ºC, por 24 horas, a força de cisalhamento foi
avaliada em uma máquina universal de testes à velocidade de 0,5 mm/min. As
superfícies descoladas foram observadas com um estereomicroscópio para identificar
o modo da fratura, e as superfícies tratadas foram observadas ao microscópio
eletrônico de varredura. Os dados de força de adesão foram analisados utilizando o
teste de variância de Duncan (α=.05) A força de adesão (média± SD; MPa) nos
grupos foi mostrado como segue: grupo C, 15,7±2,9; grupo SIL, 16,5±3,4; grupo
BSIL, 18,8±2,8; grupo SC, 21,6±3,6; grupo SCSIL, 21,9±3,9; e grupo SCBSIL,
22,9±3,1. A força de adesão foi significativamente maior no grupo SCBSIL que nos
grupos C, SIL e BSIL (P<.001), mas não houve diferença significativa para os outros
grupos, SC e SCSIL. Os modos de falha foram primárias na interface entre cerâmica
e cimento resinoso nos grupos C e SIL e primária e coesiva nos grupos SC, SCSIL e
SCBSIL. A cobertura com sílica (sistema CoJet) e a aplicação de MDP contendo
adesivo e silano aumentaram a força de adesão entre a cerâmica e o cimento resinoso
(Panavia F).
Güler et al.
29
(2006) estudaram o efeito de diferentes tempos de
condicionamento ácido utilizando ácido hidrofluorídrico na concentração de 9,6% e
dois sistemas adesivos na força de cisalhamento da resina composta com a porcelana.
Noventa e oito espécimes de porcelana feldspática (VMK 95, Vita) foram
confeccionados (7x7x2), e divididos em sete grupos: um controle e outros seis grupos
condicionados com ácido hidrofluorídrico 9,6% com diferentes tempos de
condicionamento: 30 segundos, 30+30 segundos, 60 segundos, 60+60 segundos, 120
segundos e 180 segundos. Cada tempo de condicionamento foi dividido em dois
grupos: Single Bond e AdheSE (subgrupos n=7). Compósito microhíbrido (Filtek
Z250) foi condensado utilizando matriz de teflon e polimerizado por 20 segundos nos
64
espécimes de porcelana. Os corpos-de-prova preparados foram estocados em água
destilada a 37ºC, por 24 horas, antes do teste mecânico. Os testes de cisalhamento
foram realizados em uma máquina universal de testes (Lloyd LRX) a uma velocidade
de 0,5mm/min. Os dados da força de adesão foram analisados com ANOVA. Os
resultados foram comparados utilizando o teste de Tukey HSD = 0,05). Tempo de
condicionamento e o agente adesivo sofreram influência estatisticamente significante
da força de adesão (p<0,05). No grupo do Single Bond, a força de adesão entre o
grupo 0 (10,48MPa) e o grupo 30 (11,17MPa) não diferiu significativamente, tendo
esse grupos exibido os menores valores de força de adesão. Os maiores valores de
força de adesão no grupo do Single Bond foram observados no grupo 120 (15,07
MPa) e no grupo 60+60 (15,42 MPa), os quais não diferiram significativamente. No
grupo do AdheSE, a força de adesão do grupo 0 (9,33 MPa) e a do grupo 30 (9,49
MPa) não diferiram significativamente, e esses grupos exibiram os menores valores.
Os maiores valores nos subgrupos do AdheSE foram observados no grupo 120 (14,84
MPa) e no grupo 60+60 (14,96 MPa), que não foram significativamente diferentes.
Comparando a diferença nos dois sistemas adesivos, Single Bond exibiu maiores
valores que o sistema self-etching AdheSE. Condicionamento ácido da porcelana com
ácido hidrofluorídrico 9,6% por 120 segundos teve a melhor força de adesão para
reparos com resina composta microhíbrida. Concluíram que quando uma restauração
de porcelana é reparada com compósito, sistema Single Bond deve ser utilizado ao
sistema self-etching AdheSE.
Em 2006, Türkmen et al.
71
estudaram os efeitos do laser de Nd:YAG,
do jato de ar abrasivo e do ácido ortofosfórico em alguns materiais restauradores a
saber: amálgama, resina composta, compômero, CIV e cerômero, quando foram
usados para propósitos de selamento marginal, e avaliaram, de acordo com os
parâmetros, padrões de condicionamento do esmalte. As superfícies dos materiais
foram polidas. Uma amostra de cada grupo foi exposta ao laser (0,75J, 15pps) e ao ar
abrasivo (pó de óxido de alumínio, 60 psi) por 2 segundos e ácido ortofosfórico a
37% por 60 segundos. Os materiais tratados foram analisados ao microscópio
65
eletrônico de varredura. Após o tratamento a laser, a maioria das amostras mostrou
áreas recristalizadas, a superfície do cimento ionômero de vidro mostrou-se a mais
afetada. Havia alguns poros e cavidade na superfície do amálgama após o tratamento
a laser. As superfícies tratadas apresentaram-se abrasionadas. O condicionamento
ácido mostrou-se o mais fraco. Durante a aplicação do laser ou ar abrasivo, os dentes
adjacentes devem estar protegidos ou o dentista deve tomar cuidado.
Xible et al.
79
(2006), sabendo que a força de adesão dos núcleos de
resina composta ligados a superfícies lisas dos pinos de cerâmica pré-fabricados é
problemática, porque possivelmente não é suficiente para assegurar a estabilidade do
sistema pino e núcleo preenchido com resina. E ainda não está claro, ante qualquer
alteração do pino devida a retenções adicionais mecânicas ou químicas, que elas
poderiam comprometer a força de flexão dos pinos. Esse estudo testou o efeito do
tratamento tribochemical na força de adesão entre os pinos de zircônia e a resina
composta na força de flexão dos pinos. Para o teste de força de adesão, dois grupos de
amostras (n=10) foram preparados com segue: no grupo experimental (E), pinos de
cerâmica (Cosmopost), 21mm de comprimento e 1,7mm de diâmetro, foram tratados
com cobertura de sílica tribochemical e silanizados (Rocatec). Para o grupo controle
(C), os pinos de zircônia foram utilizados segundo as instruções do fabricante. Para
os dois grupos, os pinos foram centralizados e verticalmente posicionados em uma
matriz de metal, e resina composta (Tetric Ceram) foi polimerizada em volta dos
pinos para formar anéis (6mm de diâmetro x 4mm de altura). Todos os corpos-de-
prova foram posicionados em uma máquina universal de testes, e a força foi aplicada
axialmente na cabeça dos pinos no modo de cisalhamento até a falha adesiva. O modo
de fratura foi classificado como coesiva, coesiva/adesiva ou adesiva. Assim, a força
de flexão dos pinos foi medida em MPa utilizando três pontos de apoio. Os dados
foram anotados e analisados estatisticamente utilizando o teste t do estudante para os
dois resultados (α=.01). A média dos valores de fraturas ± SDs para o teste de força
de adesão foi 28,1 MPa ±2,3 MPa e 8,9 MPa ±3,97 MPa para os grupos E e C
respectivamente. As médias dos valores de força de flexão foram 1.544,9 MPa
66
±214,1 MPa e 844,8 MPa ±50,8 MPa para os grupos E e C respectivamente. Os pinos
tratados com sílica (Rocatec) exibiram significativamente altos valores para ambos,
força de adesão a resina composta e resistência a fratura, quando comparado aos
pinos no grupo controle (p <.001). A análise das fraturas mostrou 100% de fratura
coesiva/adesiva para o grupo E e 100% de fratura adesiva para o grupo C. O uso da
sílica como tratamento e silanização nos pinos de cerâmica aumentou ambos, tanto a
força de adesão da resina composta como a resistência à fratura dos pinos.
PROPOSIÇÃO
3. Proposição
Neste trabalho foi avaliada a rugosidade interna de dois sistemas
cerâmicos submetidos às diferentes condições de tratamento, utilizando testes de
rugosimetria e microscopia eletrônica de varredura, como segue:
Cerâmicas:
In-Ceram Alumina (Vita Zahnfabrick-Alemanha).
IPS Empress II (Ivoclar-Vivadent Alemanha).
Tratamentos:
Controle (sem tratamento)
Ácido fluorídrico
Ácido fluorídrico associado ao jato de óxido de alumínio
Sistema Cojet
Laser Nd:YAG
MATERIAL
E MÉTODO
4. Material e Método
Foram utilizados dois materiais cerâmicos para confecção dos corpos-
de-prova:
In-Ceram Alumina (Vita Zahnfabrick-Alemanha)
Composição: Al
2
O
3
(82%), La
2
O
3
(12%), SiO
2
(4,5%), CaO (0,8%), outros óxidos
(0,7%).
IPS Empress II (Ivoclar-Vivadent Alemanha)
Composição: SiO
2
(57-80%), Li
2
O (11-19%), Al
2
O
3
(0-5%), La
2
O
3
(0,1-6%), MgO
(0-5%), P
2
O
5
(0-11%), ZnO (0-8%), K
2
O (0-13%).
4.1. Confecção das bases dos corpos-de-prova (CPs)
Foi usinada matriz metálica (Figuras 1 e 2) em aço inoxidável, nas
dimensões de 50mm de altura e 20mm de espessura, possuindo em uma de suas
superfícies dois orifícios com 10mm de diâmetro por 2mm de altura.
FIGURA 1 – Matriz metálica. FIGURA 2 – Matriz metálica aberta.
50mm
20mm
71
4.2. Metodologia – IPS Empress II
Na confecção dos corpos-de-prova de IPS Empress II sobre o orifício
da matriz metálica, foi feito o enceramento da pastilha de cera (Renfert-Alemanha)
(Figuras 3 e 4) contendo as dimensões citadas anteriormente, cera essa específica para
posterior injeção da cerâmica no revestimento.
FIGURA 3 – Enceramento. FIGURA 4 – Pastilha encerada.
As pastilhas de cera foram incluídas no revestimento específico do IPS
Empress II e após o mesmo ter tomado presa, o conjunto foi levado ao forno da EDG
Equipamentos, modelo EDGCON 3000 (Figura 5). Ao lado do revestimento, foram
colocados também no forno a pastilha de cerâmica e o êmbulo (Figura 6), até atingir à
temperatura de 850ºC na qual permaneceram durante 40 minutos para eliminação da
cera.
72
FIGURA 5 – Forno para eliminação da FIGURA 6 – Revestimento, êmbulo e
cera. pastilha no forno.
Atingida a temperatura de 850ºC, o conjunto foi transferido para o
forno de injeção de cerâmica Ivoclar IPS Empress, modelo 2.9 (Figura 7). O anel de
revestimento (Figura 8) foi colocado na temperatura de 700ºC, elevada até 920ºC
(temperatura de fusão da cerâmica) 60ºC por minuto a partir dos 700ºC iniciais. A
temperatura foi mantida a 920ºC por 15 minutos antes da injeção da cerâmica para
que a temperatura do revestimento estivesse por igual, permanecendo essa
temperatura até o final da injeção da cerâmica o qual seria determinado no momento
em que o êmbulo estivesse sob pressão de 6 bares, e o tempo dependeu da quantidade
injetada. Após a remoção do anel de revestimento do forno, a porcelana foi resfriada
à temperatura ambiente e o revestimento aberto com jato de óxido de alumínio com
partículas de 50 µm para não danificar o material. O corpo-de-prova (Figura 9)
também obteve as mesmas dimensões anteriormente citadas.
73
FIGURA 7 – Forno de injeção FIGURA 8 – Revestimento no forno.
da cerâmica.
FIGURA 9 – Corpos de prova – IPS Empress II.
4.3. Metodologia – In-Ceram Alumina
Com a matriz de aço inoxidável foram feitas pastilhas de resina
acrílica para que posteriormente fossem confeccionadas matrizes em silicone, pela
facilidade de trabalho oferecida por essa cerâmica em sua fase inicial com esse tipo
de material, no caso o silicone.
74
FIGURA 10 – Pastilhas em resina acrílica. FIGURA 11 – Matriz de silicone.
Seguindo as recomendações do fabricante (VITA, 2000), foram
pesados 38g de do In-Ceram Alumina em uma balança digital (Micronal B600,
Micronal S/A, São Paulo - Brasil). Em um béquer de vidro, foi adicionada uma
ampola do líquido de mistura Vita In-Ceram Alumina/Zircônia (5ml) a uma gota do
aditivo Vita In-Ceram Alumina (Figura 12). Com objetivo de homogeneizar o
líquido, essa mistura foi levada ao aparelho de ultra-som (Vitasonic II Vita
Zahnfabrik, Alemanha) (Figura 13) por 1 minuto.
FIGURA 12 – Aditivo e líquido de mistura. FIGURA 13 – Ultra-som Vita.
Em seguida, misturou-se o de alumina gradativamente com o
auxílio de uma espátula de vidro, interrompendo-se esse processo por três vezes para
que o recipiente fosse levado, por dois minutos, ao aparelho de ultra-som (Vitasonic
75
II Vita), no qual havia cubos de gelo. Após o acréscimo de todo o pó, a mistura
permaneceu por 7 minutos no aparelho de ultra-som para promover a completa
homogeneização do material (Figura 12).
FIGURA 14 – Mistura no ultra-som por 7
minutos.
Misturou-se pequena quantidade de barbotina, nome dado à suspensão
de óxido de alumina, com água destilada em um pote dappen e, com um pincel de
ponta fina, umedecia-se a matriz para a quebra da tensão superficial e evitar que
ocorressem bolhas após a presa do material. A barbotina, foi aplicada, com o auxílio
de pincel na matriz de silicone (Figura 15). Aguardou-se duas horas em temperatura
ambiente para que ocorresse a secagem da mistura barbotina (Figura 16), permitindo
a remoção das bases dos corpos-de-prova da matriz de silicone, as quais foram
levadas ao forno Inceramat 2 (Vita Zahnfabrick, Alemanha) (Figura 17) para
sinterização, seguindo o ciclo preconizado pelo fabricante, conforme o Quadro 1.
76
FIGURA 15 – Barbotina sendo aplicada FIGURA 16 – Barbotina após presa.
na matriz.
FIGURA 17 – Forno VITA – Inceramat II.
Quadro 1 - Ciclo de sinterização do In-Ceram Alumina
Temperatura 120ºC 120 a 1.120ºC 1.120ºC 1.120 a 400ºC
Tempo 6 horas 2 horas 2 horas 2 horas
4.3.a. Infiltração do pó de vidro de lantânio nas bases de In-Ceram Alumina
O In-Ceram Alumina possue de vidro de lantânio (Figura 18)
específico para sua utilização. O pó de vidro de finas partículas foi misturado com
água destilada até a obtenção de uma massa de consistência fluida (Figura 19). Com o
77
auxílio de pincel, foi aplicada uma camada de aproximadamente 2 mm de espessura
em toda a extensão das bases sinterizadas (Figura 20), deixando um espaço livre de
vidro, em uma das bases, para permitir o escape de ar do interior da estrutura (Figura
21), uma vez que a infiltração do vidro ocorre por um processo de capilaridade,
passando pelo interior da estrutura porosa.
FIGURA 18 – Pó de vidro de lantânio. FIGURA 19 –
Pó de vidro + água
. destilada.
FIGURA 20 Camada de de vidro. FIGURA 21
Espaço livre para escape
. de ar.
Para a infiltração do vidro, os ciclos foram realizados sobre lâmina de
platina-ouro (CNG Brasil), cuja composição consistia em 95% de platina e 5% de
ouro, nas dimensões de 60 mm x 50mm e 0,1mm de espessura, sendo as bases, onde
sofrerão o tratamento de superfície, dispostas sobre a lâmina de platina-ouro com a
região oposta virada para cima (Figura 21). No forno Inceramat 2 (Vita Zahnfabrick,
78
Alemanha) (Figura 22), foi realizado o ciclo de infiltração do vidro do In-Ceram
Alumina também de acordo com as recomendações do respectivo fabricante (Quadro
2).
FIGURA 22 – Ciclo de infiltração.
Quadro 2 - Ciclo de infiltração do vidro do In-Ceram Alumina
Temperatura 200 a 1.100ºC 1.100ºC
Tempo 30 minutos 6 horas
Em seguida, o excesso de vidro dos corpos-de-prova foi removido com
o auxílio de um jato de óxido de alumínio de 50µm e pressão de 3 bares.
FIGURA 23 – Corpos-de-prova antes da FIGURA 24 – Corpos-de-prova após
remoção do excesso de vidro. a remoção do excesso de vidro.
79
4.4. Tratamento superficial dos corpos-de-prova
4.4.a. Condicionamento com ácido fluorídrico a 10%
A superfície dos corpos-de-prova foi submetida a condicionamento
com ácido fluorídrico a 10% pelo tempo de um minuto (Figura 25) e, a seguir, foram
lavados abundantemente com água para neutralização do efeito ácido.
FIGURA 25 – Condicionamento com ácido fluorídrico.
4.4.b. Jato de óxido de alumínio – Bio Art
A superfície dos corpos-de-prova foi submetida à ação do jato de
óxido de alumínio com equipamento fabricado pela Bio-Art. Foram utilizadas
partículas de 50µm jateadas por 20 segundos, a uma distância de 1,0 cm e pressão de
60 libras/polegadas
2
,tendo como objetivo criar microrretenções na superfície dos
materiais testados.
80
FIGURA 26 – Jato de óxido de alumínio – Bio Art.
4.4.c. Condicionamento com ácido fluorídrico a 10% e jato de óxido de
alumínio
Nesse tratamento, a superfície dos corpos-de-prova foram submetidas
à associação do condicionamento do ácido fluorídrico a 10% com jato de óxido de
alumínio.
4.4.d. Condicionamento com partículas de sílica – Sistema CoJet
Foi aplicada sobre a superfície dos corpos-de-prova de IPS Empress II
e InCeram Alumina uma cobertura de sílica. As pastilhas foram colocadas em
plataforma, na qual o jato de sílica (Micro-Etcher, Danville Inc., San Ramon, CA,
USA) posicionava-se à distância de 1 cm (dispositivo desenvolvido pela disciplina de
Prótese da UNESP São José dos Campos) (Figura 27), com pressão de 2,8 bar, por
20 segundos, com CoJet-Sand (partículas de sílica possuem 30µm, 3M-ESPE,
Minnesota, USA) (Figura 28). Esses corpos-de-prova foram movimentados sobre a
plataforma para que se obtivesse um tratamento homogêneo.
81
FIGURA 27 – Dispositivo utilizado. FIGURA 28 – Aplicação do CoJet.
4.4.e. Condicionamento da superfície com laser de Nd:YAG
Os ensaios de irradiação por feixe de laser foram todos realizados em
um equipamento Digilaser 100-Violin 10-Nd:YAG (Figura 29) da empresa ADITEK,
localizada no município de Cravinhos (SP). As pastilhas de cerâmica foram
posicionadas uma a uma sobre uma placa metálica sob a ponta de ação do laser, e
individualmente o tratamento da superfície com o laser nas pastilhas de cerâmica foi
realizado (Figura 30). No computador era selecionado o perímetro de ação do laser, a
velocidade de varredura, a freqüência e a potência de ação do laser:
Perímetro de ação do laser: 1cm
2
;
Velocidade de varredura: 100mm/s (espaço entre varreduras 0,01mm);
Freqüência de pulso: 35KHz;
Potência: 100% da capacidade.
82
FIGURA 29 – Digilaser Nd:YAG. FIGURA 30 – Irradiação a laser.
4.5. Planejamento experimental
Foi confeccionado um total de 100 amostras, sendo 50 para cada
material. Realizaram-se quatro leituras de rugosidade na superfície dos corpos-de-
prova, duas no sentido transversal e duas no sentido longitudinal, e foram feitas cinco
fotos da superfície de um corpo-de-prova para cada condição experimental, amostras
essas sorteadas aleatoriamente.
Grupo 1 - In-Ceram Alumina (Vita Zahnfabrick-Alemanha) (C1)
Controle (sem tratamento) – n=10 (T0)
Condicionamento com ácido fluorídrico a 10% – n=10 (T1)
Jato de óxido de alumínio associado ao ácido fluorídrico a 10% – n=10
(T2)
Sistema Cojet (cobertura de sílica) – n=10 (T3)
Condicionamento com laser Nd:YAG – n=10 (T4)
83
Grupo 2 - IPS Empress II (Ivoclar-Vivadent Alemanha) (C2)
Controle (sem tratamento) – n=10 (T0)
Condicionamento com ácido fluorídrico a 10% – n=10 (T1)
Jato de óxido de alumínio associado ao ácido fluorídrico a 10% – n=10
(T2)
Sistema Cojet (cobertura de sílica) – n=10 (T3)
Condicionamento com laser Nd:YAG – n=10 (T4)
4.5.a. Avaliação da superfície dos corpos-de-prova por meio dos testes de
rugosimetria
A realização dos testes de rugosimetria ocorreu segundo a Associação
Brasileira de Normas Técnicas (A.B.N.T.), que, através do seu P NB 6043 2004,
identifica como critério de especificação de rugosidade o desvio médio aritmético
Ra ou CLA (Center-line Average), ou AA (Arithmetic Average), que se baseia no
sistema M (linha média), linha paralela capaz de orientar a direção do perfil rugoso.
A medição da rugosidade superficial dos corpos-de-prova de cerâmica
foi feita com o aparelho para medição de perfis e rugosidade superficial
FORMTRACER FORM
TALYSURF Series 2 – Modelo SV C525 (Taylor
Hobson Precision Leicester Inglaterra), do laboratório de Materiais Fotônicos do
Instituto de Química de Araraquara – UNESP (Figura 31).
84
FIGURA 31 – FORMTRACER FORM
– TALYSURF Series 2 –Modelo SV C525.
Foi realizada calibragem prévia do aparelho sobre uma superfície
metálica própria do aparelho, anteriormente à leitura dos corpos-de-prova.
Esse equipamento é composto de plataforma metálica na qual se apóia
o corpo-de-prova. Possue também um travessão horizontal regulável, acoplado a uma
haste vertical, que permite a aproximação da ponta medidora de rugosidade da
superfície do corpo-de-prova, ponta essa de diamante, com secção transversal de
0,002mm de raio (ponta medidora 112/2564-2003), que se desloca à velocidade de
0,5mm/s, cuja manipulação é feita através de um software específico para leitura de
rugosidade (ULTRA VERSION 4.3.14
).
Para a realização das medidas, o ajuste da ponta medidora foi
realizado por meio de um dispositivo automático informatizado que permitia, por
meio de sensibilidade, o adequado contato da ponta com a superfície do corpo-de-
prova. Essa ponta percorreria uma distância de 4 mm (variável X), escala em
micrômetros (µm) e ajuste em área de superfície dos corpos-de-prova Ra (variável
Z).
Cada corpo-de-prova foi submetido a um total de quatro medidas, duas
medidas no sentido transversal e duas no sentido longitudinal. O deslocamento lateral
entre as varreduras (variável Y) foi estabelecido em 1 mm. As variáveis X, Y e Z
85
foram analisadas em gráfico de intersecção denominado LS, que emitiu o valor real
da unidade de medida selecionada (Ra).
Foram analisadas as superfícies de todas as amostras, e os resultados
individuais de cada aferição foram anotados em anexos.
Para cada amostra de cerâmica, foram feitas 4 leituras considerando-se
5 amostras por grupo; desse modo, 100 leituras por tipo de cerâmica, totalizando 200
aferições em todo o experimento.
4.5.b. Avaliação da superfície dos corpos-de-prova por meio de fotomicrografias em
MEV
A realização da microscopia ocorreu no microscópio eletrônico de
varredura JEOL JSM T330A (Japão Tokyo), e as superfícies dos corpos-de-prova
devidamente tratados ou não foram metalizadas com uma cobertura de ouro paládio,
em aparelho específico BAL-TEC SCD 050 sputter coater (Alemanha), para
observação ao microscópio eletrônico de varredura regulado para 20 KV e aumento
de 2000X. Para cada amostra foi obtida cinco fotomicrografias da superfície com
filme Neopan Across 100 em preto e branco para posterior análise comparativa dos
diferentes tratamentos.
FIGURA 32 – Microscópio Eletrônico de Varredura, JEOL JSM – T330A.
86
4.6. Planejamento estatístico
A avaliação de rugosidade foi realizada pela análise de variância de
dois fatores: cerâmica e tratamento superficial, complementada por comparações
múltiplas de médias pelo teste de Tukey, sendo adotado o nível de significância de
5% para a tomada de decisões.
A eficiência da análise de variância depende de serem verificadas
algumas condições, como independência das medidas de rugosidade, homogeneidade
de variâncias e normalidade dos erros experimentais.
A metodologia indicada acima permite avaliar apenas se existe
evidência de diferenças significativas entre médias. Para quantificar essas diferenças,
foram construídos intervalos de confiança de 95% para as médias obtidas, e, quanto
maior a sobreposição desses intervalos, menor será a evidência de diferença entre
duas médias.
RESULTADOS
5. Resultados
5.1. RESULTADOS – Rugosimetria
Nas Tabelas A1 e A2 do Apêndice A, são mostrados os valores de
rugosidade (médias de quatro leituras) obtidos em amostras das cerâmicas In-Ceram
Alumina (C1) e IPS Empress II (C2) submetidas aos tratamentos superficiais: ácido
fluorídrico (T1); ácido fluorídrico associado ao jato de óxido de alumínio (T2);
Sistema Cojet (T3); Laser Nd:YAG (T4) e sem tratamento (T0: controle). Na Tabela
1 são apresentadas às médias e os desvios padrão dessas medidas de rugosidade.
A análise de variância evidenciou efeito altamente significativo da
interação tratamento/material (p<0,001), como mostrado na Tabela A3 do Apêndice
A, indicando que os efeitos dos tratamentos superficiais dependem da composição e
microestrutura das cerâmicas. Então, o teste de Tukey foi aplicado para a comparação
das médias dos 20 condições experimentais duas a duas. Os valores p do teste de
Tukey são mostrados na Tabela A4 do Apêndice A, e o resultado está resumido na
Tabela 1 da seguinte forma: médias acompanhadas de letras iguais não foram
consideradas significativamente diferentes ao nível de significância de 5%.
89
Tabela 1 - Médias e desvios padrão de rugosidade
Tratamento
Cerâmica
C1
C2
Média
Desvio
padrão
Média
Desvio
padrão
T0 0,829
b
0,046
0,449
a
0,022
T1 0,928
bc
0,136
1,726
e
0,143
T2 1,021
bc
0,125
1,527
de
0,083
T3 1,046
c
0,083
1,493
d
0,257
T4 0,876
bc
0,042
3,022
f
0,231
Verificando os resultados obtidos mostrado na Tabela 1, entendemos
que é de suma importância avaliação gráfica com a finalidade de evidenciar as
diferenças significativas entre médias e sobre a significância da interação. Assim
sendo, no Gráfico 1 estão representadas graficamente as médias de rugosidade
obtidas em cada grupo experimental, assim como os intervalos de confiança de 95%
para as médias obtidas, individualizados para cada grupo experimental. Quanto
menor o intervalo, maior é o grau de precisão sobre a estimativa da média obtida.
90
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
C1 C2
Cerâmica
Rugosidade
T0
T1
T2
T3
T4
Gráfico 1 - Médias amostrais (retângulos) de rugosidade e intervalos de 95% para as
médias obtidas (barras).
Portanto, devem ser considerados, para a análise dos resultados de
rugosidade: a análise estatística, com os cuidados recomendados; os gráficos de
médias com os intervalos de confiança e também a relevância na prática das
diferenças encontradas. Nesse sentido, é evidente que as médias dos grupos com a
cerâmica C1 são próximas e intermediárias em relação ao controle de C2 e aos outros
grupos com C2. A média de rugosidade do grupo controle da cerâmica C2 é a menor
de todas, enquanto a média do tratamento T4 em C2 é a maior.
As variabilidades diferentes de alguns grupos experimentais, quando
comparadas com a variação do controle, mostram que os tratamentos afetam a
estrutura superficial das cerâmicas, ainda que possam manter a mesma média de
rugosidade ou aumentá-las.
91
5.2. RESULTADOS – Microscopia Eletrônica de Varredura
Os resultados obtidos nas fotomicrografias são provenientes de dois
materiais restauradores indiretos com quatro tratamentos superficiais mais o controle.
Para a avaliação, foram obtidas em microscopia eletrônica de varredura 50
fotomicrografias, sendo 5 fotomicrografias para cada condição experimental. Assim,
escolheu-se a foto que mais evidenciava as características da condição avaliada.
Os resultados obtidos evidenciaram o seguinte:
FIGURA 33 – InCeram controle.
A superfície aqui observada transparece certa regularidade e partículas
dispersas em uma matriz cerâmica.
92
FIGURA 34 – InCeram jato de óxido de alumínio associado ao ácido fluorídrico a
10% .
As características nesta fotomicrografia evidenciam irregularidades
provenientes dos tratamentos aos quais este grupo experimental foi submetido quando
comparado ao controle.
FIGURA 35 – InCeram sistema CoJet.
Esse resultado evidencia que é nítido o aparecimento de
microrretenções sobre a superfície do material, bem como de partículas de sílica
impregnadas na superfície, característica deste tipo de tratamento.
93
FIGURA 36 – InCeram ácido fluorídrico à 10%.
Ocorreu o aparecimento de alguma microporosidade sem, entretanto,
originar uma superfície propícia para retenção.
FIGURA 37 – InCeram laser Nd:YAG.
São observadas macrorretenções (crateras) em comparação com os
outros tratamentos, como também partículas de cerâmica dispersas.
94
FIGURA 38 – IPS Empress II controle.
Observa-se nesta fotomicrografia, uma superfície parcialmente lisa de
disilicato de lítio transparecendo a presença de cristais.
FIGURA 39 – IPS Empress II jato de óxido de alumínio associado ao ácido
fluorídrico a 10%.
Esta fotomicrografia apresenta boa exposição de cristais de disilicato
de lítio juntamente com filamentos, ocasionando o aparecimento de microtúneis
favorecendo a microrretenção.
95
FIGURA 40 – IPS Empress II sistema CoJet.
Evidenciou-se a presença de erosões na superfície da cerâmica,
partículas de sílica provenientes do tratamento e também partículas de disilicato de
lítio dispersas na superfície, sem a presença de microrretenções.
FIGURA 41 – IPS Empress II ácido fluorídrico a 10%.
Nota-se a presença uniforme de superfície altamente filamentosa com
pequenos cristais de disilicato de tio, estando aparentes as microrretenções no
corpo-de-prova. O ataque ácido dissolve a fina camada da fase de vidro e expõe os
cristais de disilicato de lítio, (ambos servem como qualidades de retenção). A
composição de sílica do IPS Empress II é de aproximadamente 60%, segundo o
96
fabricante, e é suficiente para se obter boa ligação com o cimento resinoso sem
precisar da técnica de cobertura de sílica.
FIGURA 42 – IPS Empress II laser Nd:YAG.
Este tratamento mostrou superfície altamente irregular, sem, no
entanto, propiciar uniformidade retentiva favorecendo a retenção.
DISCUSSÃO
6. Discussão
Para que se tenha sucesso estético e funcional em Odontologia
Restauradora quando utilizadas restaurações indiretas de cerâmica é necessário que
ocorra a adesão entre este material e o substrato dental (ÖZCAN, 2003)
51
, de tal
modo que muitos são os requisitos e cuidados que devem ser tomados, desde o
preparo do dente até a cimentação das peças indiretas, sejam estas confeccionadas, de
cerâmica pura ou metalocerâmica. A adesão fará parte de todo o procedimento de
cimentação da coroa que será realizado, sendo um dos últimos estágios para a
finalização do trabalho restaurador indireto.
Tendo em vista a proposição deste trabalho, de se considerar o que
Borges et al.
9
(2003): assinalam que a composição e a superfície microestrutural de
todas as cerâmicas são componentes importantes de um substrato destinado à
posterior adesão. De modo geral, a literatura consultada mostra que os materiais
estéticos indiretos envolvidos apresentaram também diferentes níveis de rugosidade e
adesividade quando submetidos a tratamentos superficiais, (BORGES et al.
9
, 2003;
DELLA BONA et al.
20
, 2003; SAYGILI e SAHMALI
60
, 2003; SCHMAGE et al.
61
,
2003; USUMEZ e AYKENT
72
, 2003; ATTIA e KERN
6
, 2004; MEYER FILHO et
al.
44
, 2004). Estas informações estão de pleno acordo com os nossos resultados
mostrados na Tabela A3 (Apêndice A), onde indicam que os efeitos dos tratamentos
superficiais dependem da composição e microestrutura da cerâmica.
De fato, existem várias formas de melhorar a retenção e a resistência
de união de materiais restauradores estéticos indiretos com a estrutura dental. A
obtenção de microrretenções por meios físicos e químicos tem sido investigada ao
longo dos anos e, com certeza, constitue importante desafio para melhorar o
desempenho clínico desses materiais. Como principais meios mecânicos para criar
retenções microscópicas, o jato de óxido de alumínio e a aplicação de sílica por meio
do sistema CoJet e Rocatec são considerados por Türkmen et al.
71
(2006), Xible et
99
al.
79
(2006), Atsu et al.
5
(2006), Kim et al.
36
(2005), Valandro et al.
73
(2005), Akova
et al.
2
(2005), Guazzato et al.
28
(2005), como sendo artifícios extremamente eficientes
nesse propósito, pois originam alterações morfológicas na superfície das cerâmicas da
ordem de 15 µm pela velocidade de impacto das partículas com a superfície do
material cerâmico. Esses autores também relatam a eficiência desse método de
tratamento para metais. Assim sendo estas afirmações corroboram de certa forma
com os nossos achados através da microscopia eletrônica de varredura, onde a Figura
35 InCeram Sistema CoJet e a Figura 39 IPS Empress II aplicação de jato de
óxido de alumínio associado ao ácido fluorídrico, evidenciam características onde as
microrretenções são extremamente sugestivas nas superfícies destes materiais.
Importante artifício para obter microrretenções é a aplicação de
substâncias químicas tal como o ácido fluorídrico, como nos informam Chen et al.
18,
19
(1998), Jardel et al.
31, 32
(1999), Peumans et al.
54
(1999), Meyer Filho et al.
44
(2004), Reich et al.
57
(2005), Krämer et al.
37
(2006), Güler et al.
29
(2006), o qual age
na superfície das cerâmicas dissolvendo a parte vítrea e criando, dessa forma,
microporosidades retentivas pela exposição de áreas de cristais que formam a parte
cristalina. Várias outras soluções ácidas foram testadas; entretanto, o ácido fluorídrico
mostrou-se o mais efetivo. Essas afirmações podem ser observadas na Figura 41 IPS
Empress II ácido fluorídrico a 10% - Onde nota-se a presença uniforme de superfície
altamente filamentosa com pequenos cristais de disilicato de lítio, ficando aparente as
microrretenções na superfície tratada do corpo-de-prova. O ataque ácido dissolve a
fina camada da fase de vidro expondo os cristais de disilicato de lítio, ambos servem
como qualidades de retenção. A composição de sílica do IPS Empress II é de
aproximadamente 60% segundo o fabricante e é suficiente para se obter boa ligação
com o cimento resinoso sem que se precise da técnica de cobertura de sílica.
Entre os meios físicos, o tratamento por calor é recomendado por
Guazzato et al.
28
(2005), pelo qual o material cerâmico foi elevado à temperatura de
960ºC por 1 minuto e posteriormente à 940ºC por mais 1 minuto, sendo também
aplicados métodos convencionais anteriormente ao tratamento por calor. A aplicação
100
de laser de CO
2
por Akova et al.
2
(2005), de Nd:YAG por Li et al.
40
(2000) e de
ER,Cr:YSGG por Usumez e Aykent et al.
72
(2003) tiveram o mesmo propósito, a
obtenção de microrretenções na superfície das cerâmicas. Os autores afirmaram que a
irradiação a laser promove adequada força de adesão na superfície da porcelana e
pode substituir métodos convencionais, mas outros estudos devem ser realizados para
aprimoramento da técnica e redução do custo. Derand et al.
22
(2005) ainda
propuseram outro tipo de tratamento utilizando plasma spray através de um reator. A
deposição do plasma é feita em três passos seqüenciais: ativação da superfície pelo
oxigênio, deposição de hexametildisiloxano e ativação do polímero com oxigênio. O
estudo mostrou que o condicionamento da superfície com plasma spray pode, com
sucesso, aumentar a força de adesão na superfície das cerâmicas comparada com as
superfícies não-tratadas. Em nosso estudo o meio físico testado foi o laser de
Nd:YAG nas seguintes condições experimentais; InCeram Alumina e IPS Empress II
(Figuras 37 e 42 respectivamente) onde por estes tratamento mostraram uma
superfície altamente irregular, sem no entanto propiciar um padrão de retenção
adequada o que de certa forma é discordante dos achados literários.
Outros autores sugeriram a utilização de agentes silanos para o
aumento da força de adesão (AKOVA et al.
2
, 2005; SOARES et al.
64
, 2005;
YOSHIDA et al.
80
, 2005; REICH et al.
57
, 2005; MEYER FILHO et al.
44
, 2004;
DELLA BONA et al.
20
, 2003). Afirmaram que o silano é um dos fatores
responsáveis pelo aumento na força de adesão das cerâmicas e que a aplicação do
silano não condiz com a composição e a microestrutura do material, mas fornece
grande capacidade adesiva devido sua alta capacidade de molhamento e contribuição
química para adesão. O agente silano é uma grande molécula que possui um grupo
metacrilato que se liga ao material resinoso e um grupo silanol que se une a superfície
da cerâmica.
Ao longo dos anos, com o desenvolvimento tecnológico e das
pesquisas por interesse do profissional, têm aumentado as possibilidades de
tratamentos para superfícies cerâmicas, como foi citado nos parágrafos anteriores,
101
visando melhora e maior sucesso clinico nas cimentações de restaurações cerâmicas.
Segundo Soares
64
(2005), o tratamento de superfícies internas das cerâmicas e dos
cerômeros vai depender da composição do material, do uso de técnicas de
condicionamento e abrasão da superfície e do emprego do silano. Conseqüentemente,
o clínico deverá conhecer completamente os materiais restauradores e os protocolos
específicos para otimizar o sucesso de procedimentos restauradores indiretos. Borges
et al.
9
(2003) disseram que o sucesso clínico depende do processo de cimentação, por
outro lado, Stewart et al.
67
(2002), enfatizaram que a literatura é pouco clara sobre
qual cimento, tratamento de superfície de cerâmica e agente adesivo seria mais
adequado para produzir mais alta e duradoura resistência adesiva. Independentemente
das citações dos parágrafos anteriores julgamos de suma importância relatar nossos
achados quanto a rugosidade. As variabilidades diferentes de alguns grupos
experimentais, quando comparadas com a variação do controle, mostram que os
tratamentos afetam a estrutura superficial das cerâmicas, ainda que possam manter a
mesma média de rugosidade ou aumentá-las, isso significa que mesmo que as
superfícies sejam altamente rugosas, se esta superfície não possuir um padrão de
rugosidade ou não sofrer um processo de tratamento adequado o processo de adesão
pode apresentar falhas que comprometam a fixação da peça.
As diferentes aplicações de condicionamento da superfície de
cerâmica tiveram um grande desenvolvimento a partir de 1983, quando Simonsen e
Calamia
63
, pela primeira vez, utilizaram ácido fluorídrico na concentração de 7,5%
nos seguintes tempos: 0, 2½, 5, 10 e 20 minutos para tratamento da mesma e, em
seguida, utilizaram testes de tração para chegar a um tempo ideal. Entretanto, outros
trabalhos ainda são necessários para adequar o tipo de porcelana ao condicionamento
ideal, pois por, serem muitos os sistemas cerâmicos diferentes, nem sempre
tratamentos iguais são eficientes para sistemas diferentes. No ano seguinte, (1984)
Calamia e Simonsen
14
, tendo concluído com o trabalho anterior que o
condicionamento da porcelana realmente melhorava sua força de adesão, fizeram
novamente o condicionamento da cerâmica, por 20 minutos, desta vez aplicaram
102
silano junto com o ácido, e mostraram que não só o ácido, mas este juntamente com o
silano, formam um importante método de tratamento superficial de sistemas
cerâmicos.
Durante a década de 1980, muitas pesquisas foram feitas no campo
dos materiais cerâmicos, inclusive trabalhos clínicos, como em 1985 quando
Calamia
13
cimentou muitas facetas individuais com cimentos resinosos sugeridos por
Horn
30
em 1983. A utilização de materiais fotopolimerizáveis para este trabalho
permitiu fácil manipulação além de tempo de trabalho maior. Mais de 100 facetas
foram cimentadas dessa maneira, concluindo-se que muitos estudos ainda deveriam
ser realizados, embora ao longo dos dois últimos anos, essa nova modalidade de
tratamento já tenha se mostrado estética, segura e de bom prognóstico clinico.
Em 1988, Gregory et al.
27
estudaram diferentes materiais adesivos no
reparo da porcelana com resina composta, submetendo a porcelana ao seguinte
tratamento; desgaste com lixa de silicone abrasiva número 600 obtendo resultados
pelo quais podiam definir qual sistema adesivo seria mais adequado. Havia ainda a
necessidade de desenvolvimento do tratamento das cerâmicas. Sorensen et al.
65, 66
(1991) diminuíram o tempo de condicionamento para 3 minutos, mas aumentaram a
concentração do ácido para 20% e obtiveram excelentes resultados, observando que
todas as porcelanas feldspáticas testadas tiveram sua capacidade adesiva melhorada.
Apesar disso as porcelanas com alumina não tinham sua força de adesão aumentada
por serem cerâmicas mais resistentes. Somente o ácido fluorídrico não era capaz de
criar microrretenções. Informaram ainda que não obtiveram os mesmos resultados
que Calamia e Simonsen
14
(1984) quanto à aplicação do silano. Os resultados obtidos
mostraram que o material não influenciava a força de adesão das cerâmicas ligadas à
resina composta. Em outra pesquisa realizada na mesma época, os mesmos autores
avaliaram o efeito do condicionamento ácido da porcelana mais a aplicação do silano
na microinfiltração e observaram que o tratamento ou o silano sozinhos não têm
influência na microinfiltração mas que ambos associados, diminuem
significativamente esta que pode ser motivo de insucesso nas reabilitações.
103
Tanto quanto as primeiras iniciativas de tratamento das cerâmicas por
Simonsen & Calamia
63
nosso trabalho mostra a importância das diferenças
significativas entre os tratamentos e cerâmicas, assim sendo no Gráfico 1 estão
representadas as médias de rugosidade obtidas em cada grupo experimental.
De acordo com opiniões emitidas na literatura, o tratamento superficial
para cerâmica mais efetivo é a combinação de desgate com fresa de diamante e
condicionamento com ácido fluorídrico à concentração de 9,6% por 2 minutos,
segundo Suliman et al.
68
(1993). Thurmond et al.
70
(1994) assinalaram que a
combinação de jato de óxido de alumínio com ácido fluorídrico à 8% provou ter a
melhor força de adesão se comparada a esses tratamentos realizados individualmente.
Em estudo realizado por Ozden et al.
52
(1994) pelo qual estudaram a força de
cisalhamento de porcelanas tratadas e cimentadas com cimento dual, o resultado
mostrou que os maiores valores de adesão encontrados foram quanto ao uso do silano
associado ao desgaste da superfície cerâmica com ponta diamantada. Também
relataram que a utilização do ácido fluorídrico com silano o mostrou valores similares
ao do uso do ácido sozinho, estando de acordo com Calamia e Simonsen
14
, em
estudo de 1984, no qual a aplicação do silano não alterou a força de adesão das
porcelanas. Nosso estudo não contemplou o uso de desgaste com fresas. Do mesmo
modo, Yoshida et al.
80
(2005) utilizaram o ácido fosfórico a 37% para tratamento da
cerâmica e aplicaram três tipos diferentes de silano, tendo afirmado que esse agente,
aumenta a força de adesão nos processos de cimentação. Xible et al.
79
(2006)
afirmaram que condicionamento com ácido fluorídrico e silano não aumenta a força
de adesão de porcelanas que contenham sílica em sua composição, assim como
Madani et al.
42
(2000) mostraram que o tratamento com jato de óxido alumínio para o
InCeram foi mais efetivo na produção da força de adesão entre resina composta e
material cerâmico quando comparado à utilização do ácido fluorídrico na
concentração de 10%. Porém, para o mesmo material, a aplicação de ácido fluorídrico
a 5% mostrou valores similares aos do jato de óxido de aluminio na força de adesão.
Excluindo-se a presença do agente silano, os resultados por nós encontrados, mostra
104
que a presença do ácido fluorídrico à 10% propiciou superfície filamentosa com
exposição de cristais, possivelmente adequada para melhoria da retenção. Por outro
lado o ácido fluorídrico à 10% não causou alterações significativas na porcelana
InCeram Alumina, provavelmente devido a sua alta resistência aos ataques químicos.
Como melhor tratamento de superfície para essa cerâmica nossos resultados
mostraram que o condicionamento com o Sistema CoJet onde é nítido o aparecimento
de microrretenções sobre a superfície do material, bem como de partículas de sílica
impregnadas na superfície, característica deste tipo de tratamento, sugerindo grande
qualidade na força de adesão.
Reich et al.
57
(2005), utilizando três diferentes tipos de cimentos
resinosos com a aplicação de ácido fluorídrico e silano, disseram ser esses materiais
suficientes para a adesão, mas que mais trabalhos
in vitro
ainda deveriam ser
realizados para total esclarecimento. Akova et al.
2
(2005) utilizaram vários
tratamentos de superfície na cerâmica. De acordo com outros estudos, a aplicação de
jato de óxido de alumínio e ácido fosfórico produziu valores muito baixos
comparados aos de outras técnicas de tratamento de superfície (GILLIS E REDILICH
26
, 1998; SHAHVERDI et al.
62
, 1998), mas, independentemente do tipo de
tratamento, a aplicação do silano aumentou a força de adesão de ambos. Lu et al.
41
(1992) e Akova et al.
2
(2005) ainda obtiveram aumento da força de adesão quando o
silano foi aplicado após o tratamento com ácido fluorídrico, diferente de Calamia e
Simonsen
14
(1984) e Ozden et al.
52
(1994) para os quais a aplicação do silano no
ácido fluorídrico não provocou aumentos significativos.
Atsu et al.
5
(2006) estudaram cerâmicas à base de óxidos de zircônia e
afirmaram que a aplicação de sílica sobre a superfície definitivamente aumenta a
força de adesão dessas cerâmicas e melhora ainda mais quando se faz a utilização de
silano. Não tiveram grandes resultados na aplicação do jato de óxido de alumínio
junto com o silano. Kim et al.
36
(2005) testaram cerâmicas à base de alumina e
zircônia. O jato de óxido de alumínio e o condicionamento com ácido fluorídrico
tiveram pouca influência no aumento da força de adesão com a resina composta.
105
Esses resultados foram similares ao de Kern e Thompson
35
(1994) para quem a
aplicação de sílica pelo sistema Rocatec no sistema cerâmico InCeram promoveu um
grande aumento na força de adesão. Kim et al.
36
(2005) ainda estudaram as cerâmicas
de disilicato de lítio e não tiveram sucesso com a aplicação do jato de óxido de
alumínio e o condicionamento com ácido fluorídrico, observando que o desgaste da
superfície não foi suficiente para obter relativa força de adesão entre cerâmica e
resina composta. Krämer et al.
37
(2006) tiveram bons resultados utilizando ácido
fluorídrico a 4,5% por 60 segundos junto com a aplicação do silano e recomendaram
a utilização desse sistema para cimentação de materiais à base de disilicato de lítio.
Meyer Filho et al.
44
(2004), pesquisando o tratamento de superfície de
porcelanas à base de disilicato de lítio, afirmaram que o silano, individualmente, foi o
fator responsável pela força de adesão e que ácido combinado com silano promoveu
as maiores forças de união e a aplicação de jato de óxido de alumínio não foi
adequada para a união. Al Hussaini e Al Wazzan
1
(2005), utilizando ácido fluorídrico
e jato de óxido de alumínio no tratamento de porcelanas com o intuito de cimentação,
tiveram como melhor resultado a associação de jato de óxido de alumínio ao adesivo,
não tendo a aplicação de ácido com adesivo sido eficiente. Güler et al.
29
(2006)
aplicaram sobre porcelana feldspática ácido fluorídrico a 9,6% com diferentes tempos
de aplicação, tendo a aplicação por 120 segundos mostrado mais eficiente na força de
adesão. Wolf et al.
78
(1992) concluíram que jato de óxido de alumínio ou desgaste
com pontas pode ser satisfatório em muitos casos. Apesar disso, acharam que, quando
forças de adesão maiores e mais duráveis foram desejadas, condicionamento com
ácido fluorídrico foi o passo mais efetivo no tratamento superficial devido à profunda
penetração do ácido. Complementando, Chen et al.
18, 19
(1998) afirmaram que
tratamento da superfície da porcelana com jato de óxido de alumínio não seria
necessário para a adesão da porcelana com cimento resinoso se o condicionamento
ácido fosse utilizado. Como foi descrito por Yen et al.
81
(1993), o efeito do
condicionamento ácido pode ser explicado pela natureza química do processo de
tratamento. Ácido fluorídrico reage preferencialmente com a fase de sílica da
106
porcelana feldspática para formar hexafluorisilicatos. Como resultado, a superfície da
porcelana torna se como um favo de mel, o que é esperado para microrretenções. O
ácido fluorídrico ataca a matriz de vidro da cerâmica parcialmente e cria
microporosidade retentiva pela exposição de cristais, os quais formam a matriz de
cristal. Microporosidade melhora a área de superfície e faz com que seja possível o
material resinoso micromecanicamente travar sobre a superfície condicionada.
Embora várias soluções ácidas possam ser utilizadas com esse propósito, o ácido
fluorídrico, tem se mostrado o mais efetivo.
Özcan et al.
50
(2001), utilizando ácido fluorídrico a 5% por 90
segundos, jato de óxido de alumínio e cobertura de sílica através do sistema Rocatec,
observaram que o efeito do condicionamento ácido e jato de óxido de alumínio na
força de adesão de cimento resinoso ao InCeram não foi em conformidade com os
resultados de outros estudos. As diferenças na força de adesão podem ser explicadas
pela diferença da morfologia causada pelo o ácido e o jato. Ácido fluorídrico dissolve
igualmente a matriz de vidro ou cristal da cerâmica dependendo da concentração do
ácido e da composição da porcelana. O uso do ácido produz microporosidade, como
uma rede de túneis onde o jato apenas faz um desgaste da superfície e não forma essa
rede de túneis abaixo da superfície. Os resultados mostraram que o condicionamento
ácido não aumentou a força de adesão porque não criou uma superfície
microrretentiva no InCeram pela alta concentração de alumina. O melhor resultado
foi alcançado com a aplicação de sílica sobre a superfície pelo sistema Rocatec.
Assim como Xible et al.
79
(2006) estudaram diversos tratamentos sobre pinos de
cerâmica à base de zircônia e disseram que ácido fluorídrico e silano aplicados sobre
cerâmicas à base de zircônia não aumenta a força de adesão da porcelana ligada ao
substrato dental ou material resinoso. Obtiveram bons resultados quando aplicaram a
sílica sobre a superfície do material pelo sistema Rocatec Plus mais silano, o que
pode ser atribuído a dois mecanismos diferentes. Primeiro, irregularidades
microscópicas criadas pelas partículas de óxido alumínio podem provocar retenção
mecânica. Madani et al.
42
(2000) também mostraram que tratamento com jato de ar
107
abrasivo foi mais efetivo, produzindo alta força de adesão entre resina composta e
cerâmica reforçada por óxidos, quando comparado com ácido fluorídrico e desgaste
com instrumento rotatório diamantado. O segundo mecanismo está relacionado a uma
cobertura gerada pela camada adesiva de sílica seguida da aplicação do silano.
Rocatec Plus não é somente um sistema de jato de ar abrasivo; ele consiste em
partículas de tamanhos regulares de óxido de alumínio junto com dióxido de silício.
Pelo mecanismo, a sílica é quimicamente transformada e conseqüentemente se liga a
ligas metálicas e cerâmicas reforçadas por óxidos possibilitando um melhor resultado
adesivo.
A constante evolução dos sistemas cerâmicos fez com que outros tipos
de tratamento fossem propostos, como a utilização de laser, plasma spray, tratamento
por calor ou a associação destes com meios físicos ou químicos (GUAZZATO et al.
28
, 2005; DERAND et al.
22
, 2005; AKOVA et al.
2
, 2005; TÜRKMEN et al.
71
, 2006).
A evolução desses materiais cerâmicos iniciou-se em 1965 com McLean e Hughes
49
com a implementação de cerâmicas reforçadas por óxidos, isso só foi possível porque
houve a introdução de de cerâmica que poderia ser queimado a vácuo, além de
possuir densidade mais fácil de se trabalhar, segundo McLean
47
(2001). Junto com a
evolução dos sistemas cerâmicos, houve também o desenvolvimento ou simplesmente
a introdução de outros métodos de tratamento da porcelana. Akova et al.
2
(2005)
investigaram a ação do condicionamento a laser na porcelana, o que foi sugerido por
Li et al.
40
(2000). Alguns estudos têm investigado a ação do laser no esmalte
(ARIYARATNAM et al.
4
, 1997; USUMEZ e AYKENT
72
, 2003; TÜRKMEN et
al.
71
, 2006), mas seu efeito na porcelana não é completamente conhecido. Segundo o
estudo de Akova et al.
2
(2005) as imagens em MEV mostraram irregularidades na
superfície da porcelana. Hipoteticamente essas irregularidades poderiam aumentar a
retenção entre a porcelana e o substrato em questão. Li et al.
40
(2000), que
propuseram o condicionamento a laser, observaram nas imagens ao MEV que a
superfície da porcelana irradiada com laser de Nd:YAG exibiu desgaste e perfurações
que auxiliam na retenção mecânica entre resina composta e cerâmica em processos de
108
cimentação. Sendo assim, o laser pode substituir outros métodos de condicionamento
ou simplesmente se associar a eles.
A literatura consultada mostra muitas informações técnicas a respeito
de mecanismos que teve por objetivo aumentar a resistência de união entre a
porcelana e a estrutura dental. Entre eles podemos citar: desgaste por pontas
diamantadas, aplicação do jato de óxido de alumínio, ácido fluorídrico e, mais
modernamente, aplicação de novos sistemas com a utilização de raios laser, plasma
spray e impregnação de sílica no contexto da técnica Rocatec ou CoJet.
Em que pesem todas essas tentativas, a literatura mostra também que
todas elas são mais eficazes com a presença do silano, que constitui o elo de ligação
entre a porcelana e o sistema adesivo.
Em outro projeto futuro, pretendemos testar estes tipos de tratamentos,
associando-os a ensaios de resistência de união.
CONCLUSÃO
7. Conclusão
De acordo com a metodologia desenvolvida e os resultados obtidos, julgamos
oportuno concluir:
7.1. Rugosimetria
os meios físicos e químicas empregadas no tratamento superficial das
porcelanas foram capazes de provocar microrretenções;
o sistema IPS Empress II mostrou maiores valores de rugosidades quando
submetido ao ácido fluorídrico a 10%, seguido de T2 e T3;
para todos os tratamentos testados, os níveis de rugosidade foram menores
para o sistema InCeram Alumina;
o sistema IPS Empress II mostrou-se mais favorável em relação a formação de
microrretenção quando comparado com o InCeram Alumina.
7.2. Microscopia Eletrônica de Varredura
o condicionamento a laser propiciou macrorretenção nas superfícies das
cerâmicas testadas;
o sistema InCeram Alumina evidenciou o aparecimento de microrretenções
quando se utilizou o sistema CoJet;
111
o jato de óxido de alumínio propiciou microrretenções em todos os sistemas
cerâmicos.
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70: 224-33.
APÊNDICE
9. Apêndice
Tabela A1 - Valores de rugosidade referentes à cerâmica C1
T0
T1
T2
T3
T4
0,767
1,258
1,030
0,978
0,884
0,772
0,991
0,981
0,939
0,842
0,845
0,777
1,102
1,168
0,835
0,833
0,795
1,260
1,167
0,914
0,887
0,837
0,934
0,965
0,852
0,902
0,899
0,917
1,053
0,842
0,785
0,875
1,092
1,019
0,941
0,834
0,950
1,131
1,102
0,885
0,811
0,935
0,901
1,088
0,934
0,856
0,966
0,862
0,984
0,830
123
Tabela A2 - Valores de rugosidade referentes à cerâmica C2
T0
T1
T2
T3
T4
0,436
1,742
1,544
1,331
2,640
0,403
1,616
1,659
1,327
2,712
0,441
1,806
1,474
1,373
2,962
0,468
1,635
1,425
1,307
3,047
0,461
1,808
1,538
1,322
3,056
0,428
1,596
1,579
1,366
3,254
0,446
1,903
1,459
1,959
3,270
0,477
1,980
1,422
1,801
3,135
0,467
1,576
1,639
1,329
2,845
0,459
1,605
1,536
1,818
3,295
Tabela A3 - Sumária da análise de variância
Efeito Graus de
Média F p
liberdade
quadrática
Cerâmica 1 12,367
644,6
<0,001
Tratamento
4 4,300
224,1
<0,001
Interação 4 4,210
219,4
<0,001
Resíduo 90 0,019
124
Tabela A4 - Valores p do teste de Tukey para comparações de médias de rugosidade
duas a duas
C T
C1
C2
T0
T1
T2
T3
T4
T0
T1
T2
T3
T4
C1
T0
0,844
0,074
0,024
0,999
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
C1
T1
0,844
0,890
0,666
0,998
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
C1
T2
0,074
0,890
1,000
0,375
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
C1
T3
0,024
0,666
1,000
0,171
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
C1
T4
0,999
0,998
0,375
0,171
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
C2
T0
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
C2
T1
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
0,054
0,011
<0,001
C2
T2
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
0,054
1,000
<0,001
C2
T3
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
0,011
1,000
<0,001
C2
T4
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
RESUMO
10. Resumo
PORTO, TS.
Estudo dos procedimentos utilizados para obtenção de
microrretenções na superfície interna da porcelana: avaliação por meio de testes
de rugosimetria e microscopia eletrônica de varredura.
Araraquara, 2006, 129f.
Dissertação (Mestrado em Dentística Restauradora) Faculdade de Odontologia de
Araraquara, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”.
O objetivo deste estudo foi avaliar a superfície interna de dois sistemas
cerâmicos, após diferentes tratamentos de superfície, avaliação essa feita por meio de
rugosimetria e microscopia eletrônica de varredura. Foram utilizadas as seguintes
cerâmicas: IPS Empress II (Ivoclar-Vivadent Alemanha) e InCeram Alumina (Vita
Zahnfabrick - Alemanha). Foram confeccionadas 50 amostras em forma de pastilha
para cada sistema cerâmico de acordo com as especificações dos fabricantes,
armazenadas à temperatura ambiente para então serem submetidas ao tratamento
superficial, a saber (n=10): sem tratamento (T0) (controle); Ácido fluorídrico (T1);
Ácido fluorídrico associado ao jato de óxido de alumínio (T2); Sistema Cojet (T3);
Laser Nd:YAG (T4). Para os resultados de rugosidade, padronizaram-se as medidas
em Ra, sendo posteriormente realizada a análise estatística por meio de ANOVA e
teste de Tukey (p<.001). Para ambos os grupos controle (T0) das cerâmicas testadas,
as análises evidenciaram os valores de rugosidade mais inferiores; para o Sistema
InCeram Alumina, os tratamentos, ácido fluorídrico (T1), Sistem Cojet (T3)e Laser
Nd:YAG (T4), não tiveram diferença estatisticamente significante; para o Sistema
IPS Empress II, todos os tratamentos foram estatisticamente diferentes. As
fotomicrografias em microscopia eletrônica de varredura mostraram características
diferentes para os tratamentos peculiares para cada sistema cerâmico. Baseado nos
dados obtidos pode-se concluir que, quanto ao IPS Empress II, o tratamento com
ácido fluorídrico é suficiente, assim como o Sistema CoJet é para o InCeram
127
Alumina. Outros estudos devem ser realizados para que se tenham parâmetros ideais
para o tratamento a laser.
Palavras-chave:
cerâmicas, condicionamento ácido, jato de óxido de alumínio,
microscopia eletrônica de varredura.
SUMMARY
11. Summary
PORTO, TS.
Procedures for obtaining microretentions on the inner surface of
the porcelain by surface roughness tests and SEM
. Araraquara, 2006, 129f.
Dissertação (Mestrado em Dentística Restauradora) Faculdade de Odontologia de
Araraquara, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”.
The present study aimed at evaluating the inner surface of two ceramic systems, after
different surface treatments, performed by surface roughness tests and scanning
electron microscopy (SEM). IPS Empress II (Ivoclar-Vivadent Germany) and
InCeram Alumina (Vita Zahnfabrick Germany) were used. Fifty lozenge-shaped
samples were made for each ceramic system according to the manufacturers’
specifications, and stored at room temperature prior to surface treatment; namely
(n=10): non-treated (T0) (control); hydrofluoric acid (T1); hydrofluoric acid
associated to airborne particle abrasion (T2); CoJet System (T3); Laser Nd: YAG
(T4). Roughness measurement results were standardized in Ra. Analysis of variance
(ANOVA) and Tukey test (p<.001) were used to perform the stastistics analysis. For
both control groups of the tested ceramics, analyses revealed the lowest roughness
values; for the InCeram Alumina System, treatments such as hydrofluoric acid (T1),
CoJet System (T3) and Laser Nd:YAG (T4) did not present any statistically
significant difference, while for the IPS Empress II System, all treatments were
statistically different. Photomicrographs by SEM showed different characteristics for
each ceramic system treatment. Based on the resulting data, it can be concluded that
the hydrofluoric acid treatment suits the IPS Empress II System, as well as the CoJet
System suits the InCeram Alumina System. Further research might be done in order
to get ideal parameters for the laser treatment.
130
Key words
: ceramics, etching acid, airborne particle abrasion, scanning electron
microscopy (SEM).
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