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Os agentes iniciadores são compostos químicos que, uma vez ativados ou
excitados, dão início ao processo de polimerização. O mecanismo básico para qualquer
sistema fotoativado envolve a formação de espécies de radicais livres através da
absorção de luz pelo fotoiniciador. As propriedades fotofísicas e fotoquímicas de um
fotoiniciador são extremamente importantes para o controle do processo [18].
Existem duas categorias básicas de fotoiniciadores, os do Tipo I, que
absorvem a luz e geram radicais livres por fragmentação de sua molécula, e os
fotoiniciadores Tipo II, que após a absorção de luz interagem com uma segunda
substância, doadora de hidrogênio, para que os radicais sejam gerados. Neste caso, a
substância que absorve luz é chamada de fotossensibilizador, e a doadora de hidrogênio
é chamada de co-iniciadora [18,19].
O fotoiniciador mais utilizado nos polímeros odontológicos é a
canforoquinona (CQ) [2,4,5,9,10,11,12,13,19,20,21]. A CQ é uma α di-cetona que
possui grupamento di-carbonílico conjugado e que possui boa absorção na região visível
do espectro, com pico no comprimento de onda de 470 nm [19]. Por se tratar de um
fotoiniciador do Tipo II, a canforoquinona atua melhor como fotossensibilizante,
necessitando de um co-iniciador para maior eficiência na produção de radicais livres.
Para esta finalidade, são adicionadas aminas terciárias, que funcionam como agentes
redutores ou doadores de hidrogênio.
Ao ser irradiada por uma fonte de luz apropriada, a CQ absorve os
comprimentos de onda próximos a 470 nm e se transfere para um estado excitado
triplete. A interação entre CQ triplete e amina forma um complexo denominado
“Exciplex”, com fortes características de transferência de carga [2,3,5,10]. No
Exciplex, a amina transfere um hidrogênio para a dicetona, resultando na produção de