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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE ARARAQUARA
JULIANA MARIA CAPELOZZA BOAVENTURA
AVALIAÇÃO HISTOPATOLÓGICA EM
TECIDO CONJUNTIVO SUBCUTÂNEO DE
RATOS DE UM CIMENTO DE IONÔMERO
DE VIDRO EXPERIMENTAL PARA
FORRAMENTO CAVITÁRIO
ARARAQUARA
2008
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3
JULIANA MARIA CAPELOZZA BOAVENTURA
AVALIAÇÃO HISTOPATOLÓGICA EM TECIDO
CONJUNTIVO SUBCUTÂNEO DE RATOS DE
UM CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO
EXPERIMENTAL PARA
FORRAMENTO CAVITÁRIO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Dentística Restauradora, da
Faculdade de Odontologia de Araraquara, da
Universidade Estadual Paulista para obtenção do
título de Mestre em Dentística Restauradora.
Orientadora:
Profa. Dra. Maria Salete Machado Candido
Co-orientadora:
Profa. Dra. Maria Rita Brancini de Oliveira
ARARAQUARA
2008
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Boaventura, Juliana Maria Capelozza
Avaliação histopatológica em tecido conjuntivo subcutâneo de ratos
de
um cimento de ionômero de vidro experimental para forramento cavitário
/ Juliana Maria Capelozza Boaventura. – Araraquara : [s.n.], 2008.
144 f. ; 30 cm.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade
de Odontologia.
Orientadora: Profa. Dra. Maria Salete Machado Candido
Co-orientadora: Profa. Dra. Maria Rita Brancini
1. Materiais biocompatíveis 2. Cimentos de ionômero de vidro –
Análise 3. Histocompatibilidade 4. Tecido conjuntivo I. Título.
Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Marley Cristina Chiusoli Montagnoli CRB 8/5646
Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Odontologia de Araraquara / UNESP
3
JULIANA MARIA CAPELOZZA BOAVENTURA
AVALIAÇÃO HISTOPATOLÓGICA EM TECIDO
CONJUNTIVO SUBCUTÂNEO DE RATOS DE UM CIMENTO
DE IONÔMERO DE VIDRO EXPERXIMENTAL PARA
FORRAMENTO CAVITÁRIO.
COMISSÃO JULGADORA
DISSERTAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE
Presidente e Orientador: Profa. Dra. Maria Salete Machado Candido
2º Examinador: Prof. Dr. José Roberto Cury Saad
3º Examinador: Profa. Dra. Juliemy Aparecida de Camargo Scouteguazza
4º Examinador: Prof. Dr. Osmir Batista de Oliveira Junior
5º Examinador: Profa. Dra. Miriam Eiko Katumi
Araraquara, 25 de março de 2008.
4
Dados Curriculares
Dados CurricularesDados Curriculares
Dados Curriculares
Juliana Maria Capelozza Boaventura
NASCIMENTO
29 de novembro de 1978 – Jaú-SP
FILIAÇÃO
Antônio Boaventura
Vírginia Capelozza Boaventura
1998/2002
Curso de Graduação
Universidade do Sagrado Coração – USC - Bauru/SP
2003 Aperfeiçoamento em Dentística Restauradora
Universidade do Sagrado Coração – USC – Bauru/SP
2003/2004
Especialização em Dentística Restauradora
Faculdade de Odontologia de Piracicaba
Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
2006/2008 Curso de Pós-Graduação em Dentística Restauradora,
Nível de Mestrado, na Faculdade de Odontologia de
Araraquara – UNESP
5
Dedicatória
DedicatóriaDedicatória
Dedicatória
Primeiramente, agradeço a Deus
DeusDeus
Deus pelo dom da vida, pela
família maravilhosa e pela oportunidade de realizar um
sonho. Muitos são os obstáculos, mas só Deus para nos dar
força nos momentos mais difíceis e fazer com que
continuemos caminhando para a vitória, com a alegria
de missão cumprida. Obrigada, Meu Deus!
Obrigada, Meu Deus!Obrigada, Meu Deus!
Obrigada, Meu Deus!
Aos meus maravilhosos pais, Antônio e Vírginia,
Antônio e Vírginia,Antônio e Vírginia,
Antônio e Vírginia, pelo
amor, oportunidade de estudar e compreensão nos meus
momentos de decisão. Obrigada pelo amor, paciência,
carinho e dedicação que sempre tiveram comigo,
e, principalmente, por ter acreditado que eu conseguiria
vencer.
Amo vocês.
Amo vocês.Amo vocês.
Amo vocês.
6
Aos meus queridos irmãos, Raquel, César e Camila
Raquel, César e Camila Raquel, César e Camila
Raquel, César e Camila pela
amizade e união, além de estarem constantemente
presentes em todos os momentos da minha vida.
Aos meus queridos sobrinhos, Fábio, Ana Letícia e Gabriel
Fábio, Ana Letícia e GabrielFábio, Ana Letícia e Gabriel
Fábio, Ana Letícia e Gabriel.
Muito obrigada pelo carinho e amor que sempre tiveram
comigo. O sorriso de vocês me reergueu quando estava
cansada e desanimada e me fez acreditar que nunca
devemos parar de sonhar.
Ao meu querido namorado César,
César,César,
César, pelo seu amor,
paciência e compreensão, nos meus momentos de estudo e
ausência. Obrigada por sempre me apoiar e me
incentivar a crescer.
7
Agradecimentos Especiais
Agradecimentos EspeciaisAgradecimentos Especiais
Agradecimentos Especiais
A minha querida professora orientadora, Maria
Maria Maria
Maria
Salete Machado Ca
Salete Machado CaSalete Machado Ca
Salete Machado Candido,
ndido,ndido,
ndido, que me acolheu, acreditou em mim e
me incentivou a estudar. Obrigada pela sua amizade, dedicação,
paciência, orientação e disponibilidade, sempre transmitindo
conhecimento, e acima de tudo, mostrando o valor da profissão e os
caminhos para se obter sucesso. Meu eterno respeito, admiração e
agradecimento.
A minha querida e amiga co-orientadora, Maria
Maria Maria
Maria
Rita Brancini de Oliveira,
Rita Brancini de Oliveira, Rita Brancini de Oliveira,
Rita Brancini de Oliveira, pela sua atenção especial, dedicação,
disponibilidade e paciência constante por me agüentar todos os dias em
sua porta no Departamento de Patologia. Acima de tudo, agradeço pela
sua alegria e incentivo nos estudos, que me proporcionaram prazer e
satisfação em trabalhar ao seu lado.
A minha Orientadora e Co-orientadora, que mesmo
com a agenda cheia, nunca deixaram de conseguir um tempo para corrigir
o rumo do meu trabalho, orientando como deve fazer um orientador:
corrigindo, criticando, elogiando e incentivando. Obrigada por tudo, por
me acolherem e me ajudarem a compreender o valor do estudo e, acima
8
de tudo, o valor da generosidade e honestidade, pois aprendi que para
crescer, é necessário respeitar as pessoas com as quais trabalhamos e
convivemos. Agradeço por ter ganhado duas professoras competentes e
duas amigas queridas. Só tenho muito agradecer a vocês.
Ao auxiliar de laboratório José Antonio
José Antonio José Antonio
José Antonio
Sampaio Zuanon
Sampaio Zuanon Sampaio Zuanon
Sampaio Zuanon do Departamento de Patologia. A você, só tenho a
agradecer, pois, este trabalho com certeza não existiria sem a sua ajuda.
Sua colaboração foi preciosa para a realização desta dissertação.
Aos meus colegas do curso de Pós-Graduação,
João Paulo Oliveira Lima, Willian Kabbach e Gislaine C
João Paulo Oliveira Lima, Willian Kabbach e Gislaine C João Paulo Oliveira Lima, Willian Kabbach e Gislaine C
João Paulo Oliveira Lima, Willian Kabbach e Gislaine C
Padovani,
Padovani,Padovani,
Padovani, pelo convívio, amizade e companheirismo neste dois anos.
Aos meus amigos do Mestrado e Doutorado,
Esther, Matheus, Rafa
Esther, Matheus, RafaEsther, Matheus, Rafa
Esther, Matheus, Rafael, Fernando, Priscila, Simone,
el, Fernando, Priscila, Simone, el, Fernando, Priscila, Simone,
el, Fernando, Priscila, Simone,
Cristiane, Benicia, Desirré, Ubiracy, Darlon, Renato,
Cristiane, Benicia, Desirré, Ubiracy, Darlon, Renato, Cristiane, Benicia, Desirré, Ubiracy, Darlon, Renato,
Cristiane, Benicia, Desirré, Ubiracy, Darlon, Renato,
Martin, Adriano e Milko
Martin, Adriano e MilkoMartin, Adriano e Milko
Martin, Adriano e Milko, pela amizade e ajuda durante o ano que
convivi com vocês.
9
Agradecimento em especial aos amigos João
João João
João
Paulo
PauloPaulo
Paulo e Matheus
Matheus Matheus
Matheus que me auxiliaram durante a pesquisa e me
ajudaram na confecção das fotos.
As minhas amigas que toleraram o meu
distanciamento e continuaram de braços abertos para receber quando o
meu tempo permitia. O sorriso e o carinho de vocês me ajudaram a
crescer e a continuar lutando por aquilo que sonhei.
10
Agradecimentos
AgradecimentosAgradecimentos
Agradecimentos
A Faculdade de Odontologia de Araraquara, da
Universidade Estadual Paulista representada pela Senhora Diretora Profª.
Drª.
Rosemary Adriana Chiérici Marcantonio
Rosemary Adriana Chiérici Marcantonio Rosemary Adriana Chiérici Marcantonio
Rosemary Adriana Chiérici Marcantonio e ao Vice Diretor
José Claudio Martins Segall
José Claudio Martins SegallJosé Claudio Martins Segall
José Claudio Martins Segalla
aa
a, onde tive a oportunidade de dar um
importante rumo ao crescimento científico e profissional.
Ao Programa de Pós-Graduação em Dentística, da
Faculdade de Odontologia de Araraquara, representado pelo Profº. Drº.
Osmir Batista de Oliveira Júnior
Osmir Batista de Oliveira JúniorOsmir Batista de Oliveira Júnior
Osmir Batista de Oliveira Júnior, pela contribuição em minha
formação profissional.
A todos os professores do Departamento de
Dentística, pela presteza e competência nos ensinamentos transmitidos
durante o curso.
Aos funcionários do Departamento de Dentística,
Cida Venâncio, Cida Ignácio, Adr
Cida Venâncio, Cida Ignácio, AdrCida Venâncio, Cida Ignácio, Adr
Cida Venâncio, Cida Ignácio, Adriana, Wanderlei,
iana, Wanderlei, iana, Wanderlei,
iana, Wanderlei,
Marinho e Creusa
Marinho e CreusaMarinho e Creusa
Marinho e Creusa, pelo respeito, ajuda, carinho e amizade.
11
Ao Profº Romeu Magnani
Romeu Magnani Romeu Magnani
Romeu Magnani pela estatística e
grande colaboração no trabalho.
Aos funcionários da Biblioteca, pela atenção e
paciência que sempre nos receberam, em especial à Mari
MariMari
Maria Helena
a Helena a Helena
a Helena
Matsumoto Komasti Leves
Matsumoto Komasti LevesMatsumoto Komasti Leves
Matsumoto Komasti Leves , pela correção e revisão das referências
bibliográficas.
Ao Márcio José Bertolini,
Márcio José Bertolini, Márcio José Bertolini,
Márcio José Bertolini, por fornecer o
material para análise dessa pesquisa e pelo auxilio prestado.
A Amanda Braga e Maíra Nunes,
Amanda Braga e Maíra Nunes, Amanda Braga e Maíra Nunes,
Amanda Braga e Maíra Nunes, pela
revisão gramatical.
Aos funcionários da seção de Pós-Graduação,
Mara, Rosângela, José Alexandre e Flávia,
Mara, Rosângela, José Alexandre e Flávia,Mara, Rosângela, José Alexandre e Flávia,
Mara, Rosângela, José Alexandre e Flávia, pela atenção,
disponibilidade e simpatia.
A todos os funcionários da Faculdade de
Odontologia de Araraquara, que me ajudaram, apoiaram e participaram
desta fase de minha vida.
12
Ao CNPQ e PROAP, pelo apoio financeiro
concedido e indispensável à realização desta pesquisa.
A todos que, embora não estejam aqui citados,
tenham contribuído direta ou indiretamente para a realização deste
trabalho.
Minha eterna gratidão
Minha eterna gratidãoMinha eterna gratidão
Minha eterna gratidão.
O dia de ontem é apenas um sonho. O amanhã, uma simples
visão. Mas, o dia de hoje, bem vivido, faz de cada dia passado
um sonho de felicidade e de cada dia futuro uma visão de
esperança. Sejamos pois, cuidadosos com o dia presente
Provérbio Sânscrito.
Provérbio Sânscrito.Provérbio Sânscrito.
Provérbio Sânscrito.
13
"
Um sonho começa a ser realidade quando
homens e mulheres sonham juntos,
olham para além das limitações
e ousam prosseguir caminhos novos,
às vezes pedregosos,
às vezes escorregadios,
sempre desafiantes.
não obstante, nenhuma dificuldade,
nenhum obstáculo é mais angustiante
do que se caminhar solitário
sem mãos que se tocam,
sem ombros que se apóiam,
sem olhos que se olham.
Autor desconhecido
Autor desconhecidoAutor desconhecido
Autor desconhecido
14
Sumário
1 RESUMO..............................................................................................15
2 ABSTRACT...........................................................................................18
3 INTRODUÇÃO......................................................................................21
4 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................30
5 PROPOSIÇÃO......................................................................................69
6 MATERIAL E MÉTODO........................................................................71
7 RESULTADO ........................................................................................82
8 DISCUSSÃO.......................................................................................115
9 CONCLUSÂO......................................................................................131
10 REFERÊNCIAS..................................................................................133
11 APÊNDICES.......................................................................................143
15
Resumo
ResumoResumo
Resumo
16
Resumo
Boaventura JMC. Avaliação histopatológica em tecido conjuntivo
subcutâneo de ratos de um cimento de íonômero de vidro experimental
para forramento cavitário [dissertação mestrado]. Araraquara: Faculdade
de Odontologia da UNESP; 2008.
O cimento de ionômero de vidro representa um marco dentro
da Odontologia, pois veio agregar propriedades físicas e biológicas
favoráveis que não eram obtidas com outros materiais. Uma de suas
propriedades, a biocompatibilidade, foi o tema do nosso trabalho, que
teve como objetivo avaliar, comparativamente, em tecido conjuntivo
subcutâneo de ratos o potencial irritativo em nível I de um cimento de
ionômero de vidro em fase experimental e o resultado da associação do
experimental com o líquido de cimentos de ionômero de vidro já
disponíveis comercialmente. Foram utilizados 60 ratos (Rattus norvegicus,
Albinus, Holtzman), divididos em 5 grupos de 3 animais cada, para os
períodos de 7,15, 30 e 60 dias. Os materiais utilizados foram: Vitrebond
(Grupo I), Ionomaster F (Grupo II), experimental + Líquido do Cimento
de Ionômero de vidro Vitrebond (Grupo III), Pó experimental + Líquido do
Cimento de Ionômero de vidro do Ionomaster F (Grupo IV) e
experimental + Líquido experimental (Grupo V). e liquido
experimentais foram desenvolvidos pelo Instituto de Química de
Araraquara UNESP/Brasil. O Vitrebond e Ionomaster F agiram como
controle e todos foram veiculados em tubos de polietileno e implantados
no tecido conjuntivo subcutâneo dos ratos. Decorridos os períodos
experimentais, os tubos foram removidos e encaminhados para
17
tramitação laboratorial. Os cortes foram avaliados em microscopia óptica
comum para análise descritiva do quadro reacional. Considerando-se
cada evento histopatológico foi apresentada a estatística descritiva de
cada grupo. A avaliação de diferença significativa entre os materiais,
considerando os períodos experimentais e os escores atribuídos aos
eventos histopatológicos em estudo, foi realizada pelo teste de Kruskal
Wallis. Adicionalmente, foram efetuadas comparações múltiplas de postos
médios pelo teste de Dunn. Os resultados encontrados através de análise
estatística e avaliação subjetiva permitiram concluir que, o cimento
ionomérico experimental em estudo comparativo de biocompatibilidade
(Nível I), a cimentos ionoméricos comercializados apresentou-se
biologicamente viável tendo em vista que ao longo dos períodos
analisados níveis de eventos histopatológicos semelhantes foram
observados. Há, no entanto, necessidade de maiores estudos sobre a
biocompatibilidade desses cimentos contendo nióbio, em outros modelos
experimentais (Níveis II e III), onde se inclui necessariamente o complexo
dentina-polpa.
Palavras-chave: Materiais biocompatíveis; cimentos de ionômeros de
vidro – análise; histocompatibilidade; tecido conjuntivo.
18
Abstract
AbstractAbstract
Abstract
19
Abstract
Boaventura JMC. Histopathologic evaluation in rats subcutaneous
connective tissue of a glass ionomer cement experimental for cavity
lining [dissertação mestrado]. Araraquara: Faculdade de Odontologia da
UNESP; 2008.
Glass ionomer cement represents a hallmark in the Dentistry
Science, since it aggregates favorable physical and biological properties,
which were not obtained by the other cements. Biocompatibility, one of its
properties, was the aim of this study, which was to evaluate, comparably,
in the subcutaneous tissue of rats, the level I aggravation potential of glass
ionomer cement in experimental phase and the result between the
association of the experimental powder and the liquid from commercially
available glass ionomer cements. Sixty rats were used (Rattus novergicus,
Albinus, Holtzman), divided into 5 groups of 3 animals each, in the
following time periods of 7, 15, 30 and 60 days. Commercial materials
used were: Vitrebond (Group I), Ionomaster F (Group II), Experimental
powder + Liquid of Glass Ionomer Cement Vitrebond (Group III),
Experimental powder + Liquid of Glass Ionomer Cement Ionomaster F
(Group IV), and Experimental powder + Experimental Liquid (Group V).
Experimental powder and liquid were developed by Chemical Institute of
Araraquara UNESP/Brasil. Vitrebond and Ionomaster F were utilized as
control and every group were carried within poly (ethylene) tubes and
implanted in the subcutaneous connective tissue of the rats. Tubes were
20
removed after the appropriate experimental times and were taken to
laboratory processing. Cuts were evaluated under optical light microscopy
to obtain descriptive analyze of the reaction overview. According to each
histopathological event, descriptive statistics were presented to each
group. The significant difference evaluation among materials, considering
experimental times and scores attributed to the histopathological events
studied, was performed by Kruskal-Wallis test. Besides this, multiple
comparisons were effectuated of mean points by Dunn test. Results
obtained from statistical analyzes and semi-quantitative evaluation, gave
us the opportunity to conclude that experimental glass ionomer cement,
when compared to commercial cements, presented biologically viable, in
comparative study of biocompatibility (level I), considering that during
analyzed experimental times, levels of histopathological events were
similar. However, there is the necessity of further studies about
biocompatibility of these cements containing niobium, in other
experimental models (levels II and III), where must be included pulp-dentin
complex.
Key words: Biocompatible materials; glass ionomer cements – analysis;
histocompatibility; connective tissue.
21
Introdução
IntroduçãoIntrodução
Introdução
22
1 INTRODUÇÃO
O cimento de ionômero de vidro representa um marco dentro
da Odontologia, e veio agregar propriedades físicas e biológicas
favoráveis que não eram obtidas com outros materiais
33
.
O uso dos cimentos odontológicos como materiais
restauradores estéticos diretos começou com o cimento de silicato,
baseado na reação entre um composto de vidro de silicato contendo
fluoreto e de um líquido, o ácido fosfórico. O cimento de silicato como a
maioria dos materiais friáveis, é relativamente resistente à compressão,
porém é pouco resistente à tração após tomar presa. É um cimento
irritante à polpa e solúvel aos fluidos bucais, ocasionando percolação na
interface entre a restauração e as paredes cavitárias, no entanto, a
resistência à cáries marginais dos dentes restaurados com os cimentos de
silicato é única, devido a sua propriedade anticariogênica, representada
pela liberação do fluoreto ao meio bucal
49
.
Na busca de um agente cimentante adesivo que pudesse
aderir fortemente à estrutura dentária, desenvolveu-se o cimento de
policarboxilato de zinco, formado de um pó composto de óxido de zinco e
um líquido, uma solução aquosa de ácido poliacrílico ou copolímero do
ácido itacônico. Apresenta características satisfatórias como
compatibilidade com a polpa e a união com a estrutura dentária. Como
23
desvantagens, o cimento apresenta um curto tempo de trabalho e uma
limitada capacidade de liberação de fluoreto
49
.
Associando as qualidades do cimento de silicato, no que se
refere à liberação de fluoreto e à baixa alteração dimensional, com as
boas qualidades do cimento de policarboxilato de zinco, em relação à
adesividade à estrutura dentária e à biocompatibilidade, Wilson, Kent
63
em
1969, desenvolveram um novo cimento híbrido, que foi denominado de
cimento de ionômero de vidro. Para a formulação desse cimento
combinou-se o à base de vidro do cimento de silicato com o líquido do
cimento do policarboxilato, o ácido poliacrílico
28,38,42,44,51,56,63,64
.
O do cimento de ionômero de vidro é um vidro de
fluoraluminosilicato de cálcio e apresenta como componentes básicos:
óxido de silício, óxido de alumínio e fluoreto de cálcio. Magnésio e sódio
também são adicionados ao , porém em quantidades menores
29
. O
líquido é uma solução aquosa de ácido poliacrilico. Ainda a presença
do ácido tartárico, adicionado para aumentar o tempo de trabalho do
material
40
, e do ácido itacônico, que é incorporado ao líquido a fim de
impedir ou retardar a reação química dos ácidos, quando armazenado.
Em alguns produtos, o ácido poliacrílico é substituído pelo ácido
polimaleico
39
. De acordo com trabalhos de investigação e normas de
especificações internacionais (ISO, American Dental Association) utiliza-
se a verdadeira denominação química do cimento de ionômero de vidro,
que são cimentos baseados em ácidos polialcenóicos e polialquenoatos
21
.
24
Diversos tipos e formulações do cimento do ionômero de
vidro foram desenvolvidos, e pesquisas contínuas abriram caminhos para
o aprimoramento e para a melhoria do cimento. Inicialmente, as partículas
vítreas do ionômero estavam no e os componentes ácidos no líquido,
dificultando a espatulação e o tempo de presa, que se tornavam longos
62
.
Assim, foi desenvolvido o sistema anidro com a idéia de controlar melhor
a proporção entre o pó e o líquido em que o ácido do cimento
convencional foi seco a vácuo e misturado ao de vidro, e o líquido
passou a ser água destilada ou uma solução aquosa de ácido tartárico.
Nesta última apresentação, o componente ácido está incorporado ao
1,4,30,51,62
.
Visando uma maior resistência final do cimento de ionômero
de vidro, em 1985, McLean, Gasser
31
incluíram partículas de prata ao
do ionômero de vidro (Cermet), desenvolvendo um material mais
radiopaco. Porém, foi constatado que a liberação de fluoreto e adesão
ficavam comprometidas
20,61
. Com a finalidade de obter um cimento com
melhores características de trabalho, melhor resistência e estética, foi
desenvolvido o cimento de ionômero de vidro modificado por resina, e seu
diferencial foi a incorporação de monômeros resinosos na rmula original
do ionômero
23,61
.
Assim, os cimentos de ionômero de vidro podem ser
quimicamente ativados, cuja polimerização se através de uma reação
química do tipo ácido/base; os fotopolimerizados que possuem uma dupla
25
polimerização, cuja reação ácido/base inicia-se com a mistura do ao
líquido, o que ocorre de forma vagarosa a que o mecanismo de
fotopolimerização seja iniciado, fazendo com que a reação ocorra de
forma mais rápida. Há, ainda, aqueles que apresentam uma tripla
polimerização, que, além de ocorrer na reação ácido/base e na
fotopolimerização por luz halógena, a polimerização também acontece na
ausência de luz
17
.
De acordo com Wilson, Kent
63,64
, e Kawahara et al.
28
, os
cimentos ionoméricos podem ser utilizados para restauração, cimentação
e selamento de ssulas e fissuras. Além disso, são também empregados
para núcleos de preenchimento em restaurações indiretas e materiais de
base e forramento, pois possuem um efeito isolante em relação às
alterações térmicas do meio bucal, além de atuar como um agente anti-
bacteriano
61
. Sua popularidade se evidenciou devido suas propriedades
biologicamente favoráveis, pois apesar de possuir um comportamento
estético insatisfatório e uma solubilidade inicial crítica, o cimento de
ionômero de vidro tem vantagens, como a adesão química à estrutura
dentária, a liberação de fluoreto para o meio bucal, coeficiente de
expansão térmica semelhante à estrutura dentária e a
biocompatibilidade
11,13,19,28,35,36,43,45,61,70
.
Quando esses cimentos foram desenvolvidos, McLean,
Wilson
32
(1974) sugeriram, então, que era improvável serem irritantes à
polpa ou a tecidos moles, e experiências clínicas suportaram tal hipótese.
26
Subseqüentemente, os mesmos autores, em 1988
65
notaram que o ácido
polialcenóico é razoavelmente fraco de ínicio e torna-se mais fraco com o
passar do tempo. Também, devido ao alto peso molecular do líquido e ao
entrelaçamento de suas cadeias, o mesmo o é capaz de penetrar a
dentina facilmente.
Quanto à avaliação biológica dos cimentos de ionômero de
vidro, diversos autores como Wilson, Kent
63
(1971), Kawahara et al.
28
(1979), Yakushiji et al.
67
(1979) e Pameijer et al.
42
(1981), consideraram o
material tolerante ou não irritante à polpa. É citado como sendo menos
irritante que o cimento de fosfato de zinco (Zmener, Dominguez
69
1983) e
que as resinas compostas (Yakushiji et al.
67
1979). Em 1986, Üçok
60
observou que o cimento de silicato causava grande inflamação, o
cimento de óxido de zinco e eugenol, uma inflamação mínima, e o
ionômero de vidro ASPA, uma reação intermediária. Pameijer et al.
42
(1981), estudaram esses três cimentos e concluíram que somente o
cimento de silicato causou reação preocupante.
É necessário, então, que todo material de uso odontológico
seja bem tolerado pelos tecidos animais. Para isso, a American Dental
Association
2
e a Federação Dentária Internacional
22
estabeleceram um
padrão de pesquisa adaptado às necessidades de cada pesquisador, e
que, primeiramente, as pesquisas teriam que ser feitas em animais de
laboratório, para depois serem realizados testes finais em seres humanos.
27
Salgado et al.
47
(1994) estudaram a biocompatibilidade do
cimento ionomérico para forramento (Vidrion F SS White) em tecido
conjuntivo subcutâneo de ratos e notaram que este material foi bem
tolerado pelos tecidos orgânicos, não provocando reações adversas,
senão o seu encapsulamento por fibras colágenas. Assim, esse material
pode ser usado em contato direto com a dentina, por ser biocompatível.
Outros estudos, como o de Costa et al.
17
(1996) avaliaram a
compatibilidade biológica do ionômero de vidro fotopolimerizável Vitremer
(3M ESPE), sobre a dentina e a polpa em dentes de ratos, e observaram
que esse material apresentou-se como um irritante discreto do complexo
dentinopulpar, quando aplicado em cavidades médias. Alguns autores
12,55
relataram que a presença do componente resinoso nos ionômeros de
vidro pode promover irritação do complexo dentinopulpar, mesmo quando
aplicado em cavidades médias, porque é conhecido que a resina
composta foto ou quimicamente ativada é um material mais citotóxico do
que o ionômero de vidro. A partir disso, diversos estudos avaliaram a
citotoxidade e a biocompatibilidade dos ionômeros de vidro
3,15,17,33,53
.
Trabalhos recentes mostraram que o cimento de ionômero de vidro
modificado por resina Vitrebond (3M ESPE), o qual é recomendado
especificamente para forramento cavitário, apresenta intenso efeito
citotóxico sobre lulas de linhagem odontoblástica em cultura (Costa et
al.
15
, 2003; Aranha et al.
3
, 2006; Souza et al.
53
2006). Esse mesmo
material, em estudo in vivo, quando aplicado sobre a dentina, causou
28
irritação reduzida para o tecido pulpar
18
. Coimbra et al.
14
(2006)
analisaram o comportamento de células de linhagem odontoblástica
MDPC-23 quando expostas aos produtos liberados pelos materiais
ionoméricos de forma convencional (Ketac Fil Plus 3M/ESPE) e
modificados por resina (Fuji II LC GC), e dentro das condições
experimentais, concluíram que os materiais ionoméricos avaliados
apresentaram baixo efeito citotóxico.
Os cimentos de ionômero de vidro sofreram uma rie de
desenvolvimento, e novas pesquisas têm sido realizadas para melhorar as
propriedades dos cimentos de ionômero de vidro convencionais de
formulações usando outros métodos de preparo. Bertolini et al.
6-9
(2007),
fizeram um estudo modificando o convencional silicato de alumínio do
cimento de ionômero de vidro pela adição de nióbio enriquecido de flúor e
cálcio e estudaram as propriedades do cimento de ionômero de vidro
obtidos. A adição de nióbio tem como finalidade melhorar a resistência
química do ionômero de vidro, impedindo que o cimento seja degradado
pelas alterações do pH da boca, além de promover melhoria nas
propriedades mecânicas. Além da adição de nióbio, este novo cimento é
fabricado pelo método Sol-Gel, que consiste em uma distribuição
homogênea das partículas do material a uma menor temperatura e
conseqüentemente tem-se um material mais estável, diferentemente de
outros cimentos que são fabricados pelo método de fusão de óxidos, a
uma temperatura que varia entre 1200 1500 ºC, ocasionando perda de
29
fluoreto. Assim, é de grande interesse o início de estudos sobre o
comportamento deste novo material, ainda em fase experimental
6,7,8,9
.
Como todo material que é novo, a necessidade de testes
biológicos para uma avaliação quantos aos aspectos reacionais dos
materiais odontológicos. O primeiro nível de pesquisa consiste numa série
de testes pré-clínicos em animais e in vitro. Esta etapa é considerada
como fator discriminante de toxidez
41
.
30
Revisão da Literatura
Revisão da LiteraturaRevisão da Literatura
Revisão da Literatura
31
2 REVISÃO DA LITERATURA
Wilson, Kent
63,64
, em 1971 e 1972, descreveram um novo
cimento, como produto da reação de presa entre o de vidro de
alumínio-silicato e soluções aquosas de polímeros e co-polímeros de
ácido poliacrílico. Esse cimento foi denominado ionômero de vidro, e nele
procuravam as propriedades favoráveis do cimento de silicato e do ácido
poliacrílico. Segundo os autores, existem boas razões para se esperar
que o novo cimento seja menos irritante à polpa dentária do que o
cimento de silicato, uma vez que o ácido poliacrilico é mais fraco que o
ácido fosfórico, mesmo quando os íons de hidrogênio dissociados tendem
a se unirem à corrente polieletrolítica. As grandes moléculas de ácido
poliacrílico mostram menos tendência a se difundirem ao longo dos
túbulos dentinários do que as moléculas menores do ácido fosfórico.
Tobias et al.
57
(1978) avaliaram em cavidades rasas e
profundas de dentes humanos e de furões o efeito do cimento de
ionômero de vidro ASPA IV. No estudo em humanos, utilizaram 80 pré-
molares, isentos de cáries, com indicação para exodontia por razões
ortodônticas, nas quais foram preparadas cavidades oclusais, sendo que
41 delas foram forradas com ASPA e 39 com o óxido de zinco e eugenol
(material controle). Em animais, foram realizadas cavidades na superfície
vestibular dos caninos próximas à margem gengival de 36 furões divididos
32
em dois grupos, que, posteriormente, foram subdivididos, onde avaliaram
diferenças de profundidade das cavidades e consistência do ASPA IV,
que foi espatulado para cimentação e forramento, utilizando o Kalzinol
como controle. Após os períodos experimentais, de 1 até 224 dias e de 1
ano, respectivamente, os autores observaram que os materiais utilizados
como controle provocaram reações menores do que o cimento de
ionômero de vidro ASPA, em intervalos de tempo de 30 dias ou menos.
Não houve diferença de resultados quanto à profundidade das cavidades.
Observaram, ainda, que o material espatulado numa consistência de
forramento, por um período de a 7 dias, era levemente mais irritante,
não havendo posteriormente diferenças. A reação do ASPA foi similar a
do cimento de policarboxilato. Houve uma boa correlação entre os
resultados em dentes humanos e de furões. Os autores sugeriram, no
entanto, uma base cavitária de hidróxido de cálcio nas cavidades mais
profundas.
Kawahara et al.
28
(1979) compararam as propriedades
biológicas de um novo cimento odontológico de ionômero de vidro
comparado com outros tipos de cimentos convencionais. Foram utilizados
dois cimentos de ionômero de vidro (ASPA e Fuji ionomer), um de óxido
de zinco e eugenol de cimento eugenol G-C e outro de policarboxilato de
Carbolit 100. O teste biológico foi realizado pelo método de cultura de
tecido e exame em animais. As células utilizadas foram de polpa humana,
33
e o crescimento celular foi medido por contagem de núcleos celulares.
no estudo in vivo, foram preparadas 16 cavidades com polpa exposta na
superfície vestibular de dentes anteriores de quatro macacos, para avaliar
as reações pulpares induzidas pelo cimento de ionômero de vidro e pelo
óxido de zinco e eugenol (controle). Após período de 2 meses, as reações
foram avaliadas. A reação pulpar ao cimento de ionômero de vidro e ao
óxido de zinco e eugenol in vivo não apresentou diferença significante,
sendo considerada suave. Entretanto, in vitro, o cimento de ionômero de
vidro apresentou menor reação do que o cimento de policarboxilato e o
óxido de zinco e eugenol.
Yakushiji et al.
67
(1979) fizeram uma investigação clínica e
patológica com a finalidade de determinar a influência do próprio cimento
de ionômero de vidro em dentes permanentes jovens, e seu efeito
protetor contra irritação adicional causada pelos materiais restauradores.
Foram preparadas cavidades classe V em 20 dentes permanentes que,
posteriormente, foram extraídos por indicação ortodôntica. O cimento de
ionômero de vidro G.C. Fuji, tipo I, foi aplicado no assoalho de todas as
cavidades preparadas. Os dentes foram divididos em dois grupos: o grupo
A: cavidades de classe V restauradas com amálgama de prata (Shofu
Spherical Alloy) para avaliar as respostas pulpares do próprio cimento de
ionômero de vidro, e o grupo B: cavidades de classe V restauradas com
resina composta (Johnson & Johnson Adaptic), com a finalidade de
34
verificar o efeito protetor do cimento no bloqueio contra as irritações
indesejáveis causadas pelo material restaurador. Após o período
experimental de 2 a 219 dias (grupo A) e 7 a 176 dias (grupo B), nenhum
dos dentes mostrou sinal de desconforto clínico, e observou-se,
histologicamente, que o material não era irritante à polpa, mostrando ser o
ionômero de vidro uma base eficaz contra a irritação causada pela
restauração com resina composta, mas não oferecendo proteção
completa quando em cavidades profundas.
Pameijer et al.
42
(1981), realizaram um estudo em polpa de
três primatas, a fim de observar a tolerância do ionômero de vidro. Foram
preparadas 20 cavidades de classe V, sendo que 10 delas foram
preenchidas com material experimental (Chembond), 5 com material de
controle negativo (óxido de zinco e eugenol) e 5 com o material de
controle positivo (silicato). Após os períodos experimentais de 5 dias, 1
mês e 3 meses, observaram que o cimento de ionômero de vidro
Chembond foi bem tolerado pela polpa dos primatas, e o fator de irritação
do material foi leve ou inexistente, supondo ser biocompatível quando
utilizado adequadamente em humanos. Os autores também verificaram
que o ionômero de vidro exibe um certo efeito tóxico no estágio inicial e
que esta toxicidade diminuiu com o tempo.
35
Wilson, Prosser
66
(1982) questionaram como deveria ser um
material ideal de restauração pelo fato de não existir no mercado nenhum
que atenda a todos os requisitos. De acordo com os autores, o amálgama
é mecanicamente excelente, mas com compatibilidade biológica mínima
com o tecido dentinário. A resina composta representa um avanço sobre o
amálgama, com respeito à biocompatibilidade, apesar de ser
mecanicamente fraca. O ionômero de vidro desenvolvido para
restauração e, posteriormente, para cimentação, representa um avanço
em direção a um material biocompatível e está situado entre os cimentos
que proporcionam uma irritação mínima, pois contém, na sua fórmula
polímeros recém-formados em vez de monômeros. Originalmente, foi
formulado como restaurador suave, evitando-se o uso de ácidos fracos,
bem como o ácido fosfórico do cimento de silicato, e os monômeros de
resinas.
Zmener, Domingues
69
(1983), utilizaram um cimento de
ionômero de vidro e um fosfato de zinco para fixação de pinos intra-
canais. As reações dos cimentos foram avaliadas por meios de tubos de
polietileno implantados em tíbias de 12 cães. Os autores observaram que
o cimento de ionômero de vidro apresentou reação ligeiramente menor
que o fosfato de zinco somente no período de 10 a 30 dias, e que, ao final
de 90 dias, a reação do tecido aos materiais testados foi similar. O quadro
inflamatório regrediu, havendo progressiva formação de osso. A
36
biocompatibilidade semelhante dos materiais sugere que o cimento de
ionômero de vidro pode substituir adequadamente o cimento de fosfato de
zinco.
Plant et al.
44
(1984) estudaram comparativamente as
reações pulpares causadas em dentes humanos restaurados com
cimentos ionoméricos Aspa, Chemfil e Chembond, após períodos de 1-10,
11-30 e 31 dias ou mais, com o Kalzinol e/ou o cimento de óxido de zinco
e eugenol usados como controle. Foram preparadas cavidades oclusais
em pré-molares hígidos destinados à extração como parte do tratamento
ortodôntico. Verificou-se, por meio desse estudo, que maiores
alterações nas cavidades restauradas com cimento de ionômero de vidro
do que naquelas com materiais de controle. Quando da utilização do
cimento ionomérico Chemfil, a inflamação foi significantemente menor
quando comparada aos outros cimentos ionôméricos. Segundo os
autores, deve-se evitar o contato direto do cimento de ionômero de vidro
com a polpa, bem como sobre a dentina, quando houver suspeita de
inflamação pulpar.
Croll, Phillips
20
(1986) observaram, através da análise dos
cimentos de ionômero de vidro tipo Cermet, que, apesar dos cimentos
ionoméricos terem sido reportados como sendo bem tolerados pela polpa
dentária, após o uso dos cimentos Ketac-Fil, Ketac-Silver e Ketac-Cem,
37
estes mostraram inflamação pulpar inicial. Concluíram que é necessário
colocar uma fina camada de hidróxido de cálcio em regiões mais
profundas de dentina, antes da aplicação de qualquer tipo de cimento de
ionômero de vidro.
Uçok
60
(1986) preparou cavidades de classe V em 60 dentes
(pré-molares e caninos) humanos, indicados para exodontia por razões
ortodônticas. Utilizou como materiais experimentais o cimento de
ionômero de vidro ASPA, o cimento de silicato (controle positivo) e o óxido
de zinco e eugenol (controle negativo). Os dentes foram divididos, sendo
20 para cada período, 10 para o material experimental, 5 para o controle
positivo e 5 para o negativo. Após os períodos experimentais de 3-5 dias,
27-33 dias e 85-90 dias, os dentes foram extraídos, desmineralizados e
preparados para exame histológico. As reações de cada material, nos
curtos intervalos de tempo, foram semelhantes, ao passo que, em
períodos intermediários e longos, o cimento de silicato causou grande
inflamação, o óxido de zinco e eugenol, uma inflamação mínima e o
cimento de ionômero de vidro ASPA uma reação intermediária. Em
comparação com o período intermediário, a reação do ASPA no período
longo foi reduzida. A reação causada pelo cimento de ionômero de vidro
pode ser evitada, empregando-se um material protetor biocompatível
quando da sua utilização.
38
Walls
62
(1986), em uma revisão sobre o desenvolvimento do
cimento de ionômero de vidro durante o período de 1960 até 1986,
observou uma série de trabalhos sobre a biocompatibilidade desse
material tanto in vitro como in vivo. Os resultados mostraram que os
cimentos de ionômero de vidro são levemente irritantes ao tecido pulpar e
que a extensão da reação inflamatória é moderada em presença de
qualquer dentina residual. Segundo o autor, inicialmente, uma leve
irritação pulpar causada pelo cimento de ionômero de vidro devido ao
baixo pH destes materiais quando recentemente preparados. Quando da
existência de uma camada razoável de dentina remanescente entre a
base da cavidade e os tecidos pulpares, nenhum forramento se faz
necessário. se a base da cavidade for próxima à polpa, um material
menos irritante deve ser usado como forramento, como o óxido de zinco e
eugenol ou um cimento de hidróxido de cálcio.
A Federation Dentaire International
23
(1987) apresenta um
guia para a correta utilização dos cimentos de ionômeros de vidro
indicados para restaurações, enfatizando os cuidados que devem ser
tomados para se obter boas qualidades do cimento. Antes de inserir o
cimento na cavidade, deve ser realizado um forramento com hidróxido de
cálcio cobrindo a área mais próxima à polpa, de modo a evitar a cobertura
total da dentina, o que prejudicaria a adesão do cimento.
39
Bauer, Al-Rubayi
5
(1987) implantaram tubos de polietileno
em tecido subcutâneo de 20 ratos contendo diferentes tipos de materiais
restauradores. Os materiais testados foram resinas compostas Concise
(autopolimerizável) e Prisma Fil (fotopolimerizável), cimentos de ionômero
de vidro Ketac Fil e IRM. Por ser o tubo de polietileno biologicamente
inerte, suas laterais serviram como controle. Decorridos os intervalos de
1, 3, 10, 30 e 60 dias, 4 animais foram sacrificados para cada período.
Após a avaliação histológica, concluíram que todos os materiais
implantados apresentaram regressão de uma reação inflamatória inicial
severa a um grau de infiltrado dentro dos 60 dias.
Knibbs
29
(1987) diz que a aparente irritação pulpar
observada após o uso de cimentos de ionômero de vidro merece mais
investigações. Em sua experiência clínica sobre o manuseio dos cimentos
de ionômero de vidro anidro usados para cimentação, apenas um dos
seus colaboradores, notou problemas de sensibilidade. Estudando os
registros do paciente, não conseguiu relacionar com certeza os sintomas
com o uso do cimento de ionômero de vidro. O colaborador não tinha
experiência prévia de sensibilidade dentária com outros cimentos, a
evidência da irritação causada pelo cimento de ionômero de vidro foi
incontestável. Os outros colaboradores não tiveram qualquer problema.
Concordaram com o fato de que as variações de manipulação e técnicas
40
clínicas podem explicar o porquê de alguns terem problemas de
sensibilidade e outros não.
Golin
24
(1988) verificou as reações provocadas por 3
diferentes marcas comerciais de ionômero de vidro utilizadas para
cimentação (Ceram Chem, Hy Bond Glasionomer e GC Fuji Ionomer),
implantados no tecido subcutâneo de 40 ratos. Para isso, foram utilizados
períodos de 7,15, 30 e 60 dias, tendo como controle corpos-de-prova de
Teflon. Os resultados mostraram que todos os materiais provocaram
reação inflamatória inicial, mas, ao fim da experiência, essa reação
variava de discreta a não significativa. Foram observados também corpos
estranhos sugestivos de partículas desprendidas dos cimentos. Ao final
de 60 dias, foram tolerados pelos tecidos hospedeiros, classificados,
numa ordem crescente do potencial irritativo os seguintes materiais:
Teflon, Hy Bond Glasionomer, GC Fuji Ionomer e o Ceram Chem.
Navarro et al.
38
(1988) realizaram uma revisão de literatura
sobre a biocompatibilidade do cimento de ionômero de vidro, discutindo
os aspectos mais importantes para um melhor desempenho clínico das
restaurações e cimentações protéticas realizadas com esse material. Os
autores ressaltaram alguns cuidados necessários para um desempenho
mais favorável do material, que são: proporção e manipulação adequadas
do material, não utilização do ácido cítrico para limpeza cavitária, proteção
41
pulpar com uma base de hidróxido de cálcio em regiões de maior
proximidade com a polpa e cnica de restauração ou cimentação
criteriosa. Concluiu-se que os dados constantes na literatura, relacionados
com pesquisas clínicas e laboratoriais, mostram a necessidade de novos
trabalhos biológicos, com a finalidade de determinar mais seguramente a
biocompatibilidade dos cimentos ionoméricos, principalmente por se tratar
de um material em evolução para o quais novas fórmulas e indicações
são sugeridas.
Zytkievitz, Piazza
70
(1988), realizaram um trabalho de
atualização sobre o cimento de ionômero de vidro. Os autores relataram a
semelhança do cimento de ionômero de vidro ao cimento de
policarboxilato, que pode ser aplicado diretamente sobre a dentina em
cavidades rasas e médias, mas que em cavidades profundas deve ser
precedido por uma camada de hidróxido de cálcio. A discreta reação
pulpar ao ácido poliacrílico pode ser atribuída ao fato deste e ácidos afins
serem ácidos orgânicos de baixa intensidade e, também, pela difusão de
poliácidos através dos tecidos e canalículos dentinários, devido ao seu
alto peso molecular, acrescido de uma capacidade de combinar e unir-se
à estrutura dentinária.
Caughman et al.
12
(1990) realizaram estudos biológicos in
vitro para avaliar se os componentes básicos dos agentes cimentantes
42
poderiam afetar adversamente o periodonto, quando da cimentação de
próteses com margens subgengivais. Dois tipos de lulas foram usados
neste estudo: fibroblastos gengivais humanas e lulas epiteliais orais de
hamsters. Os agentes de cimentação utilizados no experimento foram: 1)
resina química ou fotoativada Comspan, Biomer, PVS, Porcelite, Dual,
Panávia; 2) cimento de ionômero de vidro Ketac Cem; 3) discos de
polietileno (controle). Duas amostragens foram feitas com as resinas
fotoativadas, sendo que em uma, a polimerização foi incompleta por
apenas 20 segundos e em outra por 40 segundos. Os resultados
mostraram que o cimento de ionômero de vidro Ketac Cem apresentou-se
menos xico e a resina PVS (polimerização incompleta) como a mais
tóxica, para os dois tipos de lulas. Os ionômeros de vidro produziram
menos toxicidade que as resinas compostas, apesar de o serem
totalmente inerte às células.
Chain
13
(1990) fez uma revisão sobre o cimento de ionômero
de vidro, abordando classificação, composição, manipulação,
propriedades e indicações clínicas. O ionômero é composto pelo que é
à base de um vidro de silicato de alumínio contendo fluoretos em alta
concentração. Ao pó de vidro, podem ser misturados ou fusionados pós
de metal, tais como prata, liga de prata, ouro, platina ou paládio, a fim de
melhorar as qualidades físicas do material e, com isso, surgiram os
cimentos ionoméricos do tipo Cermet. o líquido, apresenta a solução
43
principal composta por ácido poliacrílico, ao qual são somados agentes de
quelação como o ácido tartárico, que possui propriedades de aumentar o
grau de endurecimento pós-presa, ou o ácido itacônico, que reduz a
viscosidade do líquido. A manipulação do material deve ser feita em placa
de vidro ou bloco de papel impermeável, se possível, à temperatura de
aproximadamente 23ºC. No momento da aglutinação, esta deve ser feita
de forma mais rápida e completa possível, devendo ter como aspecto final
uma substância cremosa, de aspecto vítreo e úmido, com tempo máximo
de 30 segundos. Com relação às propriedades dos materiais, têm-se a
hidratação e desidratação, integridade marginal, resistência à abrasão,
adesão, estética, compatibilidade biológica, liberação de flúor e
susceptibilidade ao condicionamento ácido, pois na reação inicial, a
restauração com esse material pode ser afetada tanto pela presença ou
ausência de umidade. Pode ser utilizado como agente de forramento
cavitário e agente cimentante, além de núcleos para preparos de coroas,
reparo de margens deficientes, cobertura temporária de dentes fraturados
e procedimentos endodônticos. Para o autor, a evolução e melhora das
propriedades físicas do material, num curto espaço de tempo, prevêem
um futuro bastante promissor.
Golin et al.
25
(1992) estudaram as reações histopatológicas
do tecido conjuntivo subcutâneo de ratos à implantação de três marcas
comerciais de cimento de ionômero de vidro para cimentação, Ceram
44
Chem, Hy Bond Glasionomer-C/Tipo II e GC Fuji Ionomer/Tipo I.
Utilizaram cerca de 40 ratos machos que constituíram 4 grupos de 10,
correspondentes aos períodos experimentais de 7, 15, 30 e 60 dias. Os
materiais-testes foram manipulados segundo a orientação dos fabricantes
e introduzidos em matrizes de polietileno de 1,7 mm de diâmetro e 10 mm
de comprimento. Obtida a presa dos materiais, os corpos-de-prova foram
removidos de suas matrizes e implantados nos animais. Corpos-de-prova
de Teflon foram usados como controle. Após anestesia, depilação e anti-
sepsia da pele de cada animal, foi feita uma incisão na face dorsal e, a
partir dela, procedeu-se a divulsão do tecido conjuntivo em direção aos 4
sítios de implantação sendo 2 na região escapular e 2 na região pélvica.
Ao término de cada período, 10 animais foram sacrificados, e os tecidos
que sediavam os implantes foram excisados e submetidos à técnica
histológica de rotina para coloração pela H.E (Hematoxilina e Eosina) e
pela técnica de Van Gieson para tecido conjuntivo. Aos 7 dias, Hy Bond e
GC Fuji mostraram um comportamento semelhante ao do controle,
induzindo reações discretas a moderadas, enquanto o Ceram Chem
provocou intensa reação inflamatória, com formação de abscessos. Ao
final da experiência, as reações remanescentes eram, para todos os
materiais, de discretas a o-significantes, e os implantes estavam
rodeados por cápsulas fibrosas, revelando aceitação do tecido
hospedeiro. Os materiais foram classificados em ordem crescente de
potencial irritativo, em Hy Bond, GC Fuji e Ceram Chem.
45
Mount
35
(1994) relatou que os cimentos de ionômero de
vidro foram introduzidos em 1976, e que fornecem adesão, tanto em
esmalte quanto em dentina, por meio da troca de íons com benefícios
adicionais de liberação de flúor através da vida da restauração. A
solubilidade é baixa, a resistência à abrasão é alta, e sua
biocompatibilidade é excelente. Os ionômeros de vidro contribuíram muito
para a prática diária e estão disponíveis tanto como autopolimerizável e
como cimento de presa dual. Nos últimos 20 anos, houve progressos
consideráveis no desenvolvimento da adesão dos materiais restauradores
na cavidade oral. A adesão química de esmalte e dentina através do
cimento de ionômero de vidro evoluiu para uma fase em que seu
potencial e suas limitações são bem entendidos. Segundo o autor, haverá
um progresso adicional dentro do futuro previsível, mas, ao mesmo
tempo, o profissional deverá estar preparado para trabalhar com um
sistema de simples aplicação, seguro, efetivo, conservador e que
incorpora um alto nível de prevenção.
De acordo com Mount
34
(1994), a polpa dental demonstra
elevado nível de tolerância à presença do cimento de ionômero de vidro.
Os ácidos polialcenóicos do sistema são relativamente brandos, com
cadeias moleculares longas e complexas, que não penetram prontamente
nos túbulos dentinários; a própria dentina é um tampão muito eficaz aos
ácidos em geral. Além disso, quando reagido com o de vidro, a
46
toxicidade dos ácidos polialcenóicos é ainda mais reduzida. O cimento de
ionômero de vidro, pela sua união iônica com a estrutura dental, será um
selante ideal para cavidade, prevenindo o ingresso de nutrientes
bacterianos e reduzindo qualquer um que possa estar presente numa
forma esporulada. Dessa forma, o cimento de ionômero de vidro pode ser
colocado em íntima proximidade à polpa, sem o risco de desenvolver
inflamação pulpar irreversível, e a colocação de um sub-forramento
adicional sob esse cimento não é justificável.
Salgado et al.
47
(1994), pesquisaram as reações histológicas
de tecido conjuntivo subcutâneo de ratos à implantação de corpos-de-
prova de cimento de ionômero de vidro para forramento cavitário nos
tempos de 7, 14, 21 e 28 dias. Confeccionaram corpos-de-prova de
cimento de ionômero de vidro (Vidrion F SS White) e guta percha para
controle. O material teste foi manipulado de acordo com as
recomendações do fabricante e condicionados em forma de discos de 8
mm de diâmetro e 0,8 mm de espessura. Foram selecionados 16 ratos
machos divididos em 2 grupos de 8 animais para grupo experimental e
controle. Após anestesia e tricotomia da região dorsal, foram feitas duas
incisões horizontais de 1cm em cada rato, e com tesoura de ponta romba,
procedeu a divulsão do tecido subcutâneo para implante dos corpos-de-
prova. Depois de colocados em gaiolas individuais devidamente
identificados, os animais foram acompanhados durante todo o período
47
experimental. Nas datas pré-determinadas, os animais foram sacrificados
e tricotomizados na região dos implantes, os quais foram removidos,
juntamente com os tecidos circunjacentes para depois serem incluídos em
parafina. Cortes de 7 mm de espessura foram corados com Hematoxilina
e Eosina e analisados em microscópio. Os resultados desse estudo
demonstraram que o ionômero de vidro para forramento de cavidades é
bem tolerado pelos tecidos orgânicos, o provocando reações adversas.
Assim, os autores concluíram que este material pode ser usado em
contato direto com a dentina, por ser biocompatível.
Scuoteguazza
48
(1994) avaliou, comparativamente, em
tecido conjuntivo subcutâneo de ratos, a compatibilidade biológica de 3
materiais à base de ionômero de vidro, utilizados como forradores de
cavidades, veiculados em tubos de polietileno. Foram utilizados 72
animais (Rattus norvegicus, albinus, Holzman), divididos em 3 grupos de
4 animais para os períodos experimentais de 3, 7,14, 28, 60 e 90 dias,
comparados com as laterais dos tubos de polietileno tidos como controle,
ficando distribuído os seguintes grupos: Grupo I: Ketac Bond, Grupo II:
Shofu Glass Ionomer – Type I e Grupo III: Vidrion F. Ao final dos períodos,
foram removidos os fragmentos de tecido contendo os tubos. Após
tramitação laboratorial de rotina, os cortes foram avaliados em
microscopia óptica comum e análise descritiva do quadro reacional. Os
resultados obtidos pela avaliação subjetiva, relativos aos eventos
48
histopatológicos, permitiram as seguintes conclusões: os materiais
avaliados apresentaram-se como irritantes do tecido conjuntivo
subcutâneo do rato, permitindo, no decorrer dos períodos, evolução por
colagenização da cápsula junto à abertura tubular, sem vir a atingir,
todavia, a evolução ideal caracterizada junto às paredes do tubo de
polietileno (controle). Comparativamente, determinou-se, entre os
materiais odontológicos avaliados, uma ordem crescente de agressividade
tecidual na seguinte condição: primeiro Ketac Bond, seguido pelo Shofu
Glass Ionomer – type I, e por último, o Vidrion F. A atividade macrofágica,
exercida por fagócitos mononucleares e células gigantes, mostrou-se
acentuada e persistente, com decréscimo nos períodos finais de
avaliação, manifestada também com constância em nódulos reacionais
adjacentes.
Katuki
27
(1994) avaliou, comparativamente, o potencial
irritativo de três materiais restauradores à base de ionômero de vidro
quimicamente ativados, veiculados em tubos de polietileno e implantados
no tecido conjuntivo subcutâneo de ratos. Foram utilizados 72 espécimes
(Rattus norvegicus, Albinus, Holtzman), divididos em três grupos de
quatro animais cada, para os períodos de 3, 7,14, 28, 60 e 90 dias. Foram
avaliadas, em médias, as laterais dos tubos de polietileno de todos os
espécimes que serviram como grupo controle. Os materiais foram: Chelon
Fil (grupo I), Shofu Glass Ionomer Type II (grupo II) e Vidrion R (grupo III).
49
Decorridos os períodos experimentais, os tubos foram removidos e
encaminhados para tramitação laboratorial. Os cortes foram avaliados em
microscopia óptica comum e análise descritiva do quadro reacional. Os
resultados encontrados através de avaliação subjetiva permitiram concluir
que os 3 materiais restauradores comparados caracterizam-se como
irritantes do tecido conjuntivo subcutâneo de rato, condição minimizada
no desenvolver dos períodos experimentais. O grau de compatibilidade
biológica determinada pelos eventos histopatológicos possibilitou uma
ordenação crescente do potencial de irritabilidade dos materiais testados,
na seqüência: Chelon Fil, Shofu Glassionomer Type II e Vidrion R. Em
todos os grupos experimentais, no decorrer dos tempos de avaliação,
observou-se, na cápsula junto à abertura tubular, colagenização e
redução de amplitude progressiva. A atividade macrofágica foi constante
em todos os grupos, perdurando mesmo que em regressão nos períodos
finais de observação, sendo exercida por fagócitos mononucleares
preponderantemente e por células gigantes. A dispersão de partículas por
solubilização do cimento determinou, invariavelmente, acentuada e
persistente reação de corpo estranho à distância.
Costa et al.
17
(1996) avaliaram, de forma comparativa e
subjetiva, a ação irritante sobre a dentina e tecido pulpar dos materiais
Vitremer 3M e Dycal, quando comparados em cavidades oclusais
preparadas nos primeiros molares superiores de 25 ratos distribuídos em
50
5 grupos experimentais de 5 animais cada. Os dois dentes receberam
restaurações com o ionômero de vidro em estudo, sendo que uma das
cavidades (lado direito) foi forrada com cimento de hidróxido de lcio
Dycal. Decorrido os períodos de 3, 7, 15, 30 e 60 dias, as maxilas foram
removidas cirurgicamente, descalcificadas e, após processamento
histológico, foram obtidos cortes histológicos de 6 µm de espessura,
corados com Hematoxilina e Eosina. Foi possível determinar uma discreta
reação inflamatória, com predomínio de células mononucleares dispersas
pelo corno pulpar, localizado abaixo da cavidade preparada, nos dois
primeiros períodos de análise. Houve, ainda, desorganização da camada
odontoblástica na região e espessamento da matriz de pré-dentina. Com
o decorrer do tempo, cortes histológicos revelaram presença de tecido
pulpar normal, semelhante ao observado em todos os períodos para o
grupo controle (Dycal). Dessa forma, os autores concluíram que o
ionômero de vidro Vitremer 3M foi irritante discreto do complexo dentino-
pulpar quando aplicado em cavidades médias preparadas em molares de
ratos sem proteção pulpar.
Brentegani
10
(1997) avaliaram a biocompatibilidade de um
cimento de ionômero de vidro tipo III implantado dentro de alvéolos
dentais em ratos como base de estudos histológicos e histométricos de
sua incorporação dentro do osso alveolar no processo de cicatrização da
ferida. Ratos machos, pesando em torno de 200-210g, foram
51
anestesiados com injeção intraperitonial. Os incisivos superiores direitos
foram extraídos com fórceps e, imediatamente após a cirurgia, um grânulo
de cimento de ionômero de vidro foi colocado no interior do alvéolo. Em
seguida, os tecidos moles foram suturados. Os animais foram sacrificados
após 1, 3 e 6 semanas, e suas mandíbulas foram removidas e as cabeças
imersas em formalina a 10% por 48 horas. Após fixação, a maxila foi
dissecada e dividida ao longo do plano sagital mediano para depois
serem cortadas e processadas em parafina e, posteriormente serem
armazenadas com Hematoxilina e Eosina. Grânulos de cimento de
ionômero de vidro tipo III (Vidrion F, SS White) foram preparados de
acordo com as instruções do fabricante, e, após 24 horas de mistura,
foram esterelizados em álcool 70 e implantados dentro dos alvéolos. Uma
câmera de luz foi usada para mensurar o volume granular médio em
sessões histológicas examinadas para biocompatibilidade. Os resultados
mostraram que, após uma semana, os grânulos de cimento de ionômero
de vidro foram envolvidos por uma cápsula distinta cercada em volta de
tecido conjuntivo imaturo. Na terceira semana, os implantes foram
cercados por uma cápsula fibrosa menos proeminente, e a maioria das
áreas testadas foi quase totalmente coberta por osso, que estava em
íntimo contato com o material implantado em diversos lugares. Os dados
quantitativos confirmaram nova formação óssea progressiva, em paralelo
com uma diminuição na fração de porcentagem do tecido conjuntivo em
áreas de ensaio ao redor dos implantes. Os resultados revelaram que o
52
material testado é biologicamente compatível, sendo progressivamente
incorporado dentro do osso alveolar no processo de cicatrização de
ferida. A avaliação quantitativa de cicatrização de ferida alveolar ao redor
de um implante de ionômero de vidro pode prover um modelo
experimental para estudos futuros comparativos levados com outros
biomateriais.
Para Navarro, Pascotto
37
(1998), é importante que
previamente à utilização dos ionômeros de vidro, o profissional esteja
ciente de que esses materiais são bastantes críticos e que o
conhecimento das suas propriedades, das características de
manipulação, bem como de suas indicações e contra-indicações é
imprescindível para que se obtenham os melhores resultados com a sua
utilização. Na clínica, todos os cuidados da manipulação desde o
proporcionamento do e do líquido, até a maneira e o tempo de
aglutinação, a inserção do material na cavidade, a proteção superficial e o
acabamento e polimento, devem ser seguidos com todo o rigor, a fim de
se obter o sucesso almejado. As autoras relataram a classificação dos
Ionômeros de vidro, suas propriedades, indicações, contra-indicações e
cuidados durante a técnica clínica.
Oliveira
41
(2000), salientou a importância da realização de
testes preliminares em animais de laboratório para avaliar o potencial
53
irritativo dos materiais odontológicos a serem utilizados em humanos,
comentando os trabalhos relativos à compatibilidade biológica em tecido
conjuntivo subcutâneo de rato. Descreveu os testes de nível I relativos a
implantes em tecido conjuntivo subcutâneo de rato, os quais permitem
determinar a toxidez de vários materiais, comparativamente, usados para
o mesmo fim. É importante observar que este teste, em primeiro nível
como o de cultura de células, é necessário e fundamental, porém
complementado com os testes in situ em animais ou mesmos aos ensaios
em humanos, situados nos outros níveis. De acordo com a autora, o rato
é um animal comumente usado, tanto pela sua considerável resistência à
infecção, quanto pelo seu pequeno porte que facilitam e tornam rápidos
os procedimentos cirúrgicos. O tubo deve ser introduzido assepticamente
através de uma incisão central abaixo da pele do animal e deverá ser
estratégica, permitindo o implante subcutâneo. Diariamente, deverão ser
feitas observações para qualquer reação, como abscesso ou formação
ulcerosa. O tecido circundante ao tubo, com boa margem de segurança,
após exerese, é preparado para estudo microscópico. As reações nas
extremidades dos tubos e a relação com os tecidos vizinhos o
evidenciadas através de um corte longitudinal que atinja toda a extensão
do tubo. Na análise histológica deverão ser avaliadas as contagens de
células, grau de vascularização, quantidade de necrose e destruição
presente, grau de fibroplasia e natureza de cápsula fibrosa envolvente, a
qualidade e amplitude variável da psula sempre comparável entre as
54
laterais e extremidade que é a zona principal da análise. Nestas
condições, o teste de implante em tecido conjuntivo subcutâneo de rato,
pela sua importância e facilidade de execução, pode ser considerado um
bom método de avaliação biológica dos materiais dentários.
Six et al.
50
(2000) investigaram a biocompatibilidade pulpar
do Fuji IV, um cimento de ionômero de vidro usado como material
restaurador em cavidades preparadas em molares superiores de ratos, a
fim de assegurar o valor deste modelo in vivo para teste de biomateriais
odontológicos. Foram realizadas cavidades classe V meia lua na mesial
em primeiros molares superiores de ratos. Metade dos ratos
experimentais em que os molares foram restaurados com o cimento de
ionômero de vidro foi sacrificada após 8 dias, e a segunda metade após
30 dias. Esses foram comparados com dois grupos controles, também
submetidos ao preparo de cavidades, mas com as cavidades deixadas
sem restauração. Metade dos ratos do grupo controle foi sacrificada após
o oitavo dia, e a segunda metade após o trigésimo dia. Os resultados
através de análise histológica em microscópio mostraram que após 8 dias,
em ambos os grupos, poucas células inflamatórias foram observadas. A
camada odontoblástica foi rompida e os vasos sanguíneos foram vistos na
área da polpa relacionado aos tubos cortados. O grupo experimental
exibiu uma reação inflamatória moderada considerando que, uma
reação leve foi detectada no grupo controle. Em poucos dentes, bactérias
55
foram visualizadas nos túbulos dentinários embaixo da restauração do
cimento de ionômero de vidro. Colônias não foram observadas nos
molares não restaurados. Após 30 dias, em ambos os grupos, o tecido
pulpar recuperou e exibiu uma aparência normal. Rompimentos das
camadas dos odontoblastos não foram mais visíveis. Penetração de
bactérias dentro dos túbulos dentinários foi reduzida comparativamente
aos 8 dias. Uma camada espessa de osteodentina reparativa foi formada.
Entretanto, nenhuma diferença na espessura foi detectada entre os
grupos experimentais e controle, suportando que a formação de dentina
reparativa não é prejudicada. Concluíram que, a despeito de alterações
pequenas no processo de mineralização, o cimento de ionômero de vidro
Fuji IX tem boa biocompatibilidade e não induz nenhum efeito nocivo nas
células pulpares.
Costa et al.
18
(2003) avaliaram a resposta do complexo
dentina-polpa seguido de aplicação de um cimento de ionômero de vidro
modificado por resina ou um sistema adesivo em cavidades profundas
realizados em dentes humanos. Foram preparadas cavidades Classe V
na superfície vestibular de 26 pré-molares. No Grupo 1, as paredes das
cavidades em dentina e esmalte, foram condicionadas com ácido fosfórico
a 32% e o sistema adesivo dentinário One Step foi aplicado. No Grupo 2 e
3, antes do condicionamento e aplicação do sistema adesivo, o soalho da
cavidade foi recoberto com cimento de ionômero de vidro modificado por
56
resina – Vitrebond (3M ESPE Dental Products Division, St Paul, MN, USA)
ou o cimento de hidróxido de cálcio Dycal (grupo controle, Dentsply,
Mildford, USA), respectivamente. As cavidades foram restauradas usando
resina composta Z-100 (3M ESPE). Os dentes foram extraídos entre 5 e
30 dias e preparadas para avaliação microscópica. Cortes seriados foram
corados com Hematoxilina e Eosina e Tricômico de Masson e técnica
Brown e Brenn. No Grupo 1, a resposta antiinflamatória foi mais evidente
do que nos Grupos 2 e 3. A difusão dos componentes dos materiais
através dos túbulos dentinários foi observada apenas no Grupo 1, na qual
a intensidade da resposta pulpar aumentou, permanecendo espessura
dentinária diminuída. Bactérias foram evidenciadas nas paredes laterais
de duas amostras (Grupo 2) que exibiram nenhuma resposta inflamatória
ou desorganização tecidual. Concluíram que o ataque ácido total seguido
pela aplicação de agente de união One Step não pode ser recomendado
como procedimento adequado. Nestas condições clínicas, as paredes da
cavidade deveriam ser recobertas com uma material biocompatível, tal
como o Vitrebond ou Dycal.
Costa et al.
15
(2003) avaliaram os efeitos citotóxicos de cinco
cimentos de ionômero de vidro nas células dos odontoblastos (MDPC-23).
Utilizaram discos dos materiais preparados e divididos em: Grupo 1:
Vitrebond, Grupo 2: Vitremer, Grupo 3: Fuji II LC, Grupo 4: Fuji IX GP,
Grupo 5: Ketac Molar, Grupo 6: Z100 (controle positivo), e no Grupo 7:
57
Solução salina de tampão-fosfato (controle negativo) na qual foi aplicado
no filtro de papel. Todas as amostras (2mm de espessura e 4mm de
diâmetro) foram fotopolimerizados por 40s (Optilux 500) e, em seguida
colocadas em sobrelâminas que foram mantidas na parte superior da
parede, as células (30,000 células/cm
2
) foram incubadas por 72 horas. O
número de células foi contado, a morfologia da célula foi avaliada por
microscópio eletrônico de varredura e o metabolismo das lulas foi
avaliado usando ensaio metitetrazolim. A análise estatística de Kruskal-
Wallis foi utilizada para determinar se os escores obtidos do metabolismo
da célula e o número de células foram diferentes de nível de confiança de
95%. Nos Grupos 1, 2, 3, 4, 5 e 6, os materiais diminuíram o número de
células para 74,5%, 75,5%, 45,5%, 29,5%, 32,5%, e 88,5%,
respectivamente. Nos Grupos 1, 2, 3, 4 e 5, os ionômeros experimentais
reduziram o metabolismo das células por 79%, 84%, 54%, 40%, e 42,5%,
respectivamente. Apesar do fato de que todos os materiais experimentais
foram citotóxicos às células MDPC-23, os cimentos de ionômero de vidro
foram os menos citotóxicos. Por outro lado, os cimentos de ionômero de
vidro modificados por resina causaram o mais alto efeito citopático.
Costa et al.
16
(2003) compararam as respostas de polpas de
dentes de ratos capeados com um cimento de ionômero de vidro e um
adesivo dentinário. Cavidades classe I foram preparadas na superfície
oclusal de 54 primeiros molares superiores de ratos. O tecido pulpar foi
58
exposto mecanicamente e capeado com Clearfil Liner Bond 2V, Vitrebond
ou com pasta de hidróxido de cálcio como controle. Em seguida, as
cavidades foram restauradas com amálgama. Após 7, 30 e 60 dias, os
animais foram sacrificados e os dentes processados para análise e
microscopia de luz. Aos 7 dias, resposta inflamatória com necrose parcial
do tecido foi observada para os materiais experimentais e controle. Aos
60 dias, a reparação pulpar foi associada à formação de barreira
mineralizada. Ambos materiais resinosos promoveram a deposição de
fibrodentina rica em células no local da exposição pulpar, a qual foi mais
extensa para as amostras do Vitrebond. Houve também formação de
dentina terciária depositada por células pulpares alongadas sobre a matriz
de fibrodentina. O tecido pulpar remanescente exibiu característica
histológica de normalidade. No grupo controle, a reparação e a formação
de ponte de dentina foram observados após 30 dias. A desorganização do
tecido pulpar ocorreu apenas na presença de bactérias. Os autores
concluíram que ambos os agentes capeadores (Vitrebond e Clearfil Liner
Bond 2V) permitiram reparação pulpar, a qual foi caracterizada pela
síntese de fibrodentina rica em células e deposição de dentina terciária,
as quais, em conjunto, caracterizam a barreira mineralizada formada
adjacente à exposição pulpar.
Para Russo
46
(2003), uma explicação para a boa
compatibilidade biológica dos cimentos de ionômero de vidro seria sua
59
capacidade de reduzir a possibilidade de penetração bacteriana. Outra
explicação possível para a biocompatibilidade apresentada por esses
cimentos estaria relacionada ao ácido poliacrílico, que é um ácido fraco,
apresenta alto peso molecular e é rapidamente precipitado pelos íons de
cálcio nos túbulos. Assim, uma camada de dentina de pequena espessura
seria suficiente para transformar o ácido poliacrílico em sais insolúveis.
Então, somente diante da suspeita de que a dentina remanescente que
protege o tecido pulpar tem uma espessura menor que 0,5 mm pode-se
aplicar uma fina camada de cimento de hidróxido de cálcio e, mesmo
nessas condições, a aplicação deste cimento deve estar restrita à área de
proximidade com a polpa.
Paradella
43
(2004) revisou os principais conceitos ligados ao
cimento de ionômero de vidro, bem como apresentou suas indicações
clínicas e as tendências das pesquisas atuais, orientando e atualizando o
cirurgião-dentista em sua prática clínica. São materiais muito utilizados na
Odontologia moderna devido às suas propriedades clínicas, que incluem
liberação de flúor, adesividade à estrutura dentária, coeficiente de
expansão térmico linear semelhante à estrutura dentária, poder
antimicrobiano e atividade cariogênica. Em pacientes de alto risco de
cárie, a utilização de materiais restaurados com flúor é extremamente
importante para o controle de cáries secundárias. Tanto os cimentos de
ionômero de vidro convencionais, como os cimentos de ionômero de vidro
60
modificados por resina, apresentam a propriedade de recarga do flúor
quando utilizados em conjunto com outros produtos que contém flúor, tais
como dentifrícios e flúor tópico. Outra propriedade importante é a
adesividade do material à estrutura dentária que se deve à troca de íons
durante a reação de geleificação do material. Os cimentos de ionômero de
vidro convencionais apresentam características indesejáveis em materiais
restauradores, as quais incluem baixa resistência à abrasão, translucidez
reduzida, friabilidade, estética pobre e sensibilidade à técnica. Já os
cimentos de ionômero de vidro modificados por resina, apesar de suas
propriedades físicas superiores, como maior resistência mecânica e maior
tempo de trabalho, se comparados aos cimentos de ionômero de vidro
convencionais, apresentam algumas limitações, sobretudo em relação a
citotoxicidade, o que limita sua utilização como material de forramento em
cavidades profundas. Os cimentos de ionômero de vidro o materiais
importantes material na clínica diária, sendo de fundamental importância
que o clínico conheça sua correta utilização e limitações, bem como suas
propriedades, procurando acompanhar as recentes pesquisas com esses
materiais, para que assim possa ter bom desempenho clínico dos
mesmos.
Outros tipos de vidros vêm sendo estudados e
documentados na literatura com a finalidade de aplicações odontológicas,
principalmente como formadores de cimentos. Bertolini et al.
9
(2004)
61
estudaram a preparação de dois sistemas vítreos contendo nióbio em
suas composições para o uso como cimentos de ionômero de vidro. Os
vidros baseados na composição flúor-alumino-silicato contendo nióbio
foram preparados por processo químico a 700ºC, diferentemente dos pós-
comerciais que são preparados pela fusão da mistura de óxidos na faixa
de temperaturas entre 1200 ºC - 1400 ºC, dependendo da composição.
Os resultados obtidos confirmaram que os materiais preparados são
vidros.
Os cimentos de ionômero de vidro são materiais em que a
fase vítrea age tanto como um material de preenchimento, quanto como
fonte de cátions para criar ligações cruzadas entre os cátions liberados
(Al
+3
e Ca
+2
) e as cadeias poliméricas do ácido orgânico. Eles são
preparados combinando-se pós básicos de vidro fluoraluminosilicato com
uma solução aquosa de ácido orgânico polimérico (ex: ácido poliacrílico).
Os cimentos adquirem presa inicial por uma reação de neutralização do
tipo ácido-base entre as partículas vítreas e o polímero ácido. Então,
Bertolini et al.
6
(2005) prepararam sistemas vítreos à base de flúor
aluminosilicato de cálcio contendo nióbio, com o objetivo de usá-los como
formadores de cimentos de ionômero de vidro. Os sistemas foram obtidos
pelo método precursor polimérico, o óxido de nióbio foi adicionado nessas
composições preparadas por rota química a 700 ºC e os resultados
mostraram que todos os sistemas preparados são vidros. As propriedades
62
dos cimentos de ionômero de vidro experimental e comercial foram
estudadas. Os tempos, de trabalho e de presa, das pastas dos cimentos,
a microdureza e a resistência de tensão diametral foram avaliadas.
Concluiu-se que os tempos de presa e de trabalho das pastas dos
cimentos experimentais aumentaram com o crescimento do teor de nióbio
dos vidros. As propriedades mecânicas relativas à dureza e à tração para
os cimentos experimentais foram influenciadas pela razão pó/líquido
usada.
Em outro estudo, Bertolini et al.
8
(2005) preparam pós
referentes ao sistema ternário SiO
2
Al
2
O
3
CaO (à base de vidros
usados na preparação dos cimentos de ionômeros de vidro comerciais),
pelo método dos precursores poliméricos, visando aplicações desses pós
como formadores de cimentos. Corpos-de-prova dos cimentos de
ionômero de vidro experimentais foram preparados pela mistura dos pós
preparados a 700ºC com uma solução aquosa de ácido poliacrílico.
Foram realizados ensaios de microdureza e ensaios mecânicos referentes
ao cimento de ionômero de vidro experimental e ao cimento de ionômero
de vidro comercial. Os autores concluíram que os cimentos experimentais
apresentaram características como trabalhabilidade e tempo de presa
similares ao cimento de ionômero comercial.
63
Soares et al.
52
(2005) relataram que os cimentos de
ionômero de vidro surgiram da associação do líquido proveniente do
cimento de policarboxilato e do do cimento de silicato, com
modificações que resultaram em um grupo de materiais caracterizado
pela formação de um sal hidrogel, com diferentes estágios de presa.
Esses materiais são também denominados de cimento de polialceonoato
ou polialquenoato e são baseados na reação de solução aquosa de co-
polímeros do ácido poliacrílico com o pó composto basicamente por um
vidro de flúor-alumínio-silicato. Os autores informaram a relação da
classificação do material que pode ser baseada tanto na sua composição,
como na sua indicação. A classificação baseada na composição pode ser
organizada em convencionais, anidros, cermets e modificados por resina.
a classificação quanto à indicação pode ser tipo I (para cimentação),
tipo II (para restauração) e tipo III (para forramento). Os autores ainda
relataram os cuidados que se deve ter com o e o liquido no seu
manuseio e durante a aglutinação, além das suas principais
características como adesividade, coeficiente de expansão térmica,
liberação de íons flúor e biocompatibilidade. O fato de o material ser
biocompatível, segundo os autores, se deve a composição pela presença
de um ácido fraco, de peso molecular elevado e de estrutura macro-
molecular, portanto, apresenta reduzida capacidade de penetração da
estrutura dental. Outro mecanismo é a alta capacidade de união química
às estruturas dentais, assim, os ácidos livres, antes de penetrarem nos
64
túbulos dentinários, tendem a se unir à dentina produzindo ligações
iônicas com o cálcio.
Souza et al.
53
(2006) avaliaram comparativamente os efeitos
citotóxicos dos cimentos de ionômero de vidro modificados por resina
aplicados sobre uma linhagem celular imortalizada derivada de
odontoblastos (MDPC-23) e a biocompatibilidade desses materiais
bioativos, acompanhando a implantação em subcutâneo de ratos.
Primeiramente fizeram o estudo da citotoxicidade na cultura de células
utilizando o Vitremer, Vitrebond e Rely X Luting Cement (3M ESPE). Os
materiais foram espatulados de acordo com as recomendações do
fabricante e colocados em moldes de aço inoxidável de formato
arredondado, sendo 30 amostras de cada material. As amostras foram
colocadas em poços com 1,1 ml de meio de cultura (DMEM) e incubados
por 24, 48 ou 72 horas. Os extratos de cada amostra foram aplicados
sobre lulas de linhagem MDPC-23. O DMEM fresco foi usado como
controle. A atividade metabólica das células foi avaliada pelo succinato
desidrogenase, que é uma medida de respiração mitocondrial das células.
O ensaio de MTT (metiltetrazolium) foi usado para avaliar a respiração
mitocondrial. No estudo in vivo utilizaram cerca de 54 tubos de polietileno
preenchidos com os materiais experimentais (18 por material) e
implantados na região dorsal do subcutâneo de ratos. Após a cirurgia
para implantação dos tubos preenchidos com os mesmos ionômeros de
65
vidro utilizados no experimento anterior, os animais foram mantidos em
gaiolas fechadas e identificados para se aguardar os períodos de 7, 30 e
90 dias para serem sacrificados. Os locais subcutâneos contendo os
implantes foram removidos do tecido e incluídos em blocos de parafina
para serem analisados através de microscopia. Os resultados para o
primeiro experimento mostraram que tanto o tempo de incubação, quanto
do material, influenciaram significantemente a atividade respiratória
celular. Em geral, os extratos obtidos em 24 horas foram menos
citotóxicos que os de 48 e 72 horas de incubação. O efeito citotóxico do
Vitremer e Rely X Luting não foi estaticamente diferente (p<0.05) para o
período de 24 horas. Vitrebond mostrou o maior efeito citotóxico. Com
relação ao segundo experimento, todos os cimentos de ionômero de vidro
modificados por resina causaram uma reação inflamatória de moderada à
intensa aos 7 dias e foi decrescendo com o tempo. Entretanto, ocorreu
reparo do tecido conjuntivo para a maioria das amostras de 90 dias.
Coimbra et al.
14
(2006), analisaram o comportamento de
células de linhagem odontoblástica quando expostas aos produtos
liberados por materiais ionoméricos. Assim, o objetivo desta pesquisa foi
avaliar a citotoxidade de um cimento de ionômero de vidro convencional
(Ketac Fil Plus – 3M/ESPE) e de um cimento de ionômero de vidro
modificado por resina (Fuji II LC GC), aplicados sobre células de
linhagem odontoblástica MDPC-23. Como controle negativo, foi usado o
66
próprio meio de cultura DMEM suplementado com 10% de soro fetal
bovino. Corpos-de-prova com dimensões padronizadas foram preparados,
imersos em 1,1ml de meio de cultura (DMEM) e incubados por 24 horas
em estufa a 37ºC com 5% de CO
2
. Os extraídos obtidos foram filtrados,
tiveram o pH ajustado para 7,4 e foram incubados por 24 horas em
contato direto com as lulas MDPC-23. O metabolismo celular foi
determinado pelo teste do MTT e os valores numéricos obtidos foram
submetidos à analise estatística. A morfologia das células em contato com
os extratos dos materiais experimentais ou controle (DMEM) foi avaliada
em microscopia eletrônica de varredura. Os resultados obtidos pelo teste
do MTT não mostraram diferença estatística significante entre os dois
materiais e o grupo controle. Na análise em microscópio eletrônico de
varredura, tanto para os cimentos de ionômero de vidro, como para o
grupo controle, foi observado grande número de células com morfologia
ligeiramente alongada e com múltiplos prolongamentos citoplasmáticos.
Dentro das condições experimentais deste trabalho, foi possível concluir
que os materiais ionoméricos avaliados apresentaram baixo efeito
citotóxico pra as células de linhagem odontoblástica MDPC-23.
De acordo com Vieira et al.
61
(2006), o cimento de ionômero
de vidro, desde que foi originado na década de 70, passou a exercer um
papel significante na Odontologia restauradora. Primeiramente, era
utilizado apenas como material restaurador em cavidades pequenas;
67
posteriormente, passou a ser utilizado como material de cimentação para
peças protéticas, como núcleo de preenchimento, material para base e
forramento de cavidades dentárias e selamento de fóssulas e fissuras.
Mais recentemente, passou a ser o material de escolha na técnica
restauradora atraumática (ART), e também tem sido utilizado na medicina
e fonoaudiologia em tratamentos em regiões ósseas. Teve a sua
popularidade evidenciada devido as suas propriedades biologicamente
favoráveis, pois apesar de possuir uma solubilidade inicial crítica e um
comportamento estético insatisfatório, o cimento ionomérico libera flúor
para o meio bucal, possui uma adesão química à estrutura dentária e
demonstra ser biocompatível. A eficiente capacidade de vedamento
marginal, impedindo a penetração bacteriana e seus efeitos deletérios à
estrutura dental é o principal efeito biologicamente favorável deste
material. A grande problemática do cimento de ionômero de vidro está
relacionada com o seu tempo de presa, pois a última fase do processo de
presa do material é muito lenta, durando mais de 24 horas, e isso ocorre
devido à liberação extremamente lenta dos íons de alumínio do do
vidro. Como o material o fica totalmente endurecido, nas primeiras 24
horas após a aplicação do material, o cimento ionomérico fica susceptível
a alteração higroscópica do meio. Pode sofrer os processos de sinérise e
embebição, que são a perda ou ganho de água para o meio externo,
respectivamente.
68
Bertolini et al.
7
(2007) fizeram um estudo modificando o
convencional silicato de alumínio do cimento de ionômero de vidro pela
adição de nióbio enriquecido de flúor e cálcio e estudaram as
propriedades do cimento de ionômero de vidro obtidos. O processo sol-gel
foi usado para preparar o em temperatura menor que o seu ponto de
fusão. O de vidro-cerâmica obtido desse modo foi usado para preparar
os cimentos de ionômero de vidro. Propriedades como tempos de
manipulação e de trabalho, microdureza e resistência diametral à tensão
foram avaliadas para os cimentos de ionômero de vidro experimentais e
para um cimento fotopolimerizável comercial. Os resultados mostraram
que a razão pó/líquido para preparar os cimentos de ionômero de vidro
experimentais foi igual a 1:1. Os cimentos preparados usando essa
relação mostraram tempos de trabalho e manipulação similares aos
cimentos de ionômero de vidro convencionais. Nos testes mecânicos, foi
observado que a microdureza e a resistência diametral à tensão dos
cimentos de ionômero de vidro diminuíram significativamente com a
relação da razão pó/líquido. Por outro lado, os resultados obtidos nos
testes de microdureza indicaram que a presença de nióbio foi um fator
positivo. Os autores concluíram que os cimentos de ionômero de vidro
contendo nióbio poderiam ser usados nas aplicações odontológicas, e
esses resultados são encorajadores para futuras pesquisas em outras
composições.
69
Proposição
ProposiçãoProposição
Proposição
70
3 PROPOSIÇÃO
O propósito deste trabalho foi avaliar, comparativamente, em
tecido conjuntivo subcutâneo de ratos, nos períodos de 7, 15, 30 e 60
dias, a compatibilidade biológica (nível I), de um cimento de ionômero de
vidro em fase experimental, desenvolvido no Instituto de Química, da
Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, no Campus da
UNESP de Araraquara, e de cimentos ionoméricos comercializados e
consagrados no mercado odontológico, em função dos seguintes Grupos:
Grupo I – Vitrebond
Grupo II – Ionomaster F
Grupo III – Pó experimental + Líquido (Vitrebond)
Grupo IV – Pó experimental + Líquido (Ionomaster F)
Grupo V – Pó experimental + Líquido experimental
71
Material e Método
Material e MétodoMaterial e Método
Material e Método
72
4 MATERIAL E MÉTODO
4.1 Materiais
Nesta pesquisa, foram utilizados 60 ratos (Rattus norvegicus
albinus Holtzman), machos, pesando em média 160g, autorizados pelo
Comitê de Ética em Experimentação Animal (Processo CEEA nº 05/2007),
divididos em 5 grupos de 3 animais, para os períodos experimentais de 7,
15, 30 e 60 dias; os quais receberam os materiais, veiculados em tubos
de polietileno e implantados em seu tecido conjuntivo subcutâneo,
conforme especificados no Quadro 1 e apresentados nas Figuras 1 e 2.
As laterais dos tubos de polietileno, de todos os espécimes, serviram
como controle, pois apresentam resposta tecidual conhecida.
Quadro 1 Grupos experimentais
GRUPO MATERIAL FABRICANTE
I VITREBOND 3M ESPE (USA)
II IONOMASTER F WILCOS (ARGENTINA)
III PÓ EXPERIMENTAL + LÍQUIDO (VITREBOND)
IV PÓ EXPERIMENTAL + LÍQUIDO (IONOMASTER F)
V PÓ EXPERIMENTAL + LÍQUIDO EXPERIMENTAL
73
FIGURA 1 – Cimento de Ionômero de vidro foto- FIGURA 2 – Cimento de Ionômero de vidro
polimerizável Vitrebond. autopolimerizável Ionomaster F.
Quadro 2 Composição dos materiais
MATERIAIS
FABRICANTE
COMPOSIÇÃO
VITREBOND
3M ESPE
St, Paul – USA
Nº lote: 70-2010-2611
Pó: Vidro de fluoraluminosilicato
Líquido:
Copolímero do ácido
polialcenóico, água, HEMA,
fotoativador
IONOMASTER F
Wilcos
Subiton Laboratories S.A.
(Buenos Aires - Argentina)
Nº Lote: ADP/0458
Pó: Vidro de fluoraluminosilicato
de cálcio.
Líquido: Solução aquosa de
ácido poliacrílico, tártarico
PÓ EXPERIMENTAL
Química - UNESP
Fluoraluminosilicato de cálcio
contendo nióbio
LÍQUIDO EXPERIMENTAL
Química - UNESP
Solução aquosa de ácido
poliacríico + aditivos)
Os tubos de polietileno foram padronizados tendo 10mm de
comprimento por 1,5mm de diâmetro, onde uma das extremidades foi
fechada com auxílio de uma pinça clínica aquecida. A seguir, os tubos
74
foram acondicionados em placa de Petri e esterilizados em radiação
ultravioleta, bem como, todo o instrumental clínico e cirúrgico que foi
esterilizado em autoclave.
4.2 Cirurgia para colocação dos implantes
Os animais foram anestesiados com injeção intramuscular
de 0,04ml/100g de peso corporal de Cloridrato de Xilasina (Rompum;
Bayer S. A. São Paulo, Brasil) e 0,08ml/100g de peso corporal de
Cloridrato de Cetamina a 10% (Syntec do Brasil Ltda Francotar, Virbac do
Brasil Ltda, Brasil) e, em seguida, foram colocados sobre uma mesa
cirúrgica e depilados com ampla margem, para facilitar o ato operatório.
Após a tricotomia da região dorsal mediana, foi feito a anti-
sepsia com álcool iodado. Próximo à linha mediana, foi realizada uma
incisão central de aproximadamente 1cm de comprimento com tesoura de
ponta afiada (Figura 3) e, a partir dela, procedeu a divulsão do tecido com
tesoura de ponta romba nos lados direito e esquerdo (Figura 4), onde
foram implantados um tubo de cada lado na região escapular, contendo
os materiais.
75
FIGURA 3 - Incisão central com tesoura de pon- FIGURA 4 – Divulsão com tesoura de ponta
ta afiada. romba nos lados direito e es-
querdo.
O cimento de ionômero de vidro fotopolimerizável Vitrebond
(Grupo I) e o cimento de ionômero de vidro autopolimerizável Ionomaster
F (Grupo II) foram espatulados conforme as recomendações do
fabricante. para o Grupo III (Pó experimental + Líquido do Cimento de
ionômero de vidro Vitrebond), foi utilizado a colher dosadora do kit do
Vitrebond (0,0412g) como medida, para uma gota do líquido do Vitrebond.
Para o Grupo IV (Pó experimental + Líquido do Cimento de Ionômero de
vidro Ionomaster F), foi utilizado a colher dosadora do Kit do Ionomaster F
(0,0587g) como medida, para uma gota do líquido do Ionomaster F.
para o Grupo V (Pó experimental + Líquido experimental) foi utilizado
0,0500g de pó, que foi obtido pela média das duas medidas das conchas
utilizadas para os Grupos III e IV, juntamente com uma gota do quido
experimental (ácido poliacrílico, mais aditivos). Todos os cimentos foram
aglutinados utilizando-se uma placa de vidro previamente resfriada e
76
espátula de plástico a obter uma consistência de aspecto brilhante e
formação de um fio (Figuras 5 e 6).
FIGURA 5 – Proporção pó/líquido 1:1. FIGURA 6 – Material aglutinado – consistência
ideal (aspecto brilhante e formação
de um fio).
O cimentos de ionômero de vidro autopolimerizáveis
(Grupos II, IV e V) foram colocados no interior dos tubos de polietileno,
com auxílio de seringa e agulha descartáveis (Figuras 7 e 8), e
imediatamente implantados na região dorsal, na qual tomou presa dentro
do tecido conjuntivo (Figura 10). Os cimentos de ionômero de vidro
fotopolimerizáveis (Grupos I e II) antes de serem implantados no tecido
conjuntivo, foram fotoativados por um aparelho fotopolimerizador CL
K200 Kondortech (São Carlos, SP, Brazil), com intensidade média de luz
de 450 mW/cm
2
, posicionado de maneira perpendicular em relação a
abertura do tubo (Figura 9). Durante todo o experimento, o aparelho
fotopolimerizador foi monitorado pelo próprio radiômetro, disponível no
aparelho fotopolimerizador.
77
FIGURA 7 – Material inserido em agulha estéril para FIGURA 8 – Material inserido no tubo de polieti-
depois ser acoplada a seringa. leno com auxílio de seringa.
FIGURA 9 – Fotopolimerização. FIGURA 10 – Implante do tubo de polietileno.
Após os tubos de polietileno serem implantados, no interior
do tecido conjuntivo, as bordas da incisão foram aproximadas e suturadas
com fio de seda 4.0 (Johnson & Johnson, São José dos PCampos, Brasil,
lote 853073) (Figura 11).
FIGURA 11 – Sutura.
78
Os animais foram mantidos em gaiolas individuais,
devidamente identificados de acordo com o período e o grupo. Depois
que se recuperaram da anestesia, foram levados ao Biotério e
alimentados com ração Guabi Nutrilabor (Nutri Serviços) e água ad
libitum”. Como medicação pós-cirúrgica, foi utilizado o Carprofen – 5
mg/kg de peso corporal, via intramuscular. Assim, os animais ficaram sob
controle diário, para observação do comportamento, evolução de
ocorrências adversas detectadas macroscopicamente, sobretudo nos
locais do implante, até que se completassem os períodos experimentais
de 7, 15, 30 e 60 dias
4.3 Biópsia para remoção dos implantes
Decorridos os períodos experimentais, os animais foram
anestesiados, depilados e os fragmentos teciduais contendo os implantes
removidos (Figuras 12 e 13), e tramitados para a avaliação
histopatológica. Os animais foram sacrificados com sobredose dos
anestésicos.
FIGURA 12 – Palpação dos locais dos implantes. FIGURA 13 - Tecido conjuntivo subcutâneo
contendo o implante.
79
Imediatamente, após a sua remoção, as peças foram
colocadas em solução de formalina neutra, tamponada a 10% por um
período de 24 horas, em frascos rotulados e identificados (Figuras 14 e
15).
FIGURA 14 – Fixação em cartolina. FIGURA 15 - Fixação em formol a 10%.
4.4 Preparo das lâminas para análise histológica
Em seguida, as peças foram lavadas abundantemente em
água corrente por 24 horas, desidratadas e incluídas em parafina. Os
blocos de parafina receberam uma nova identificação para não influenciar
o examinador com relação aos materiais durante a avaliação
microscópica. Os blocos preparados foram cortados seriadamente em
micrótomo rotatório na espessura de seis micrometros e preparados para
análise histomorfológica.
Após tramitação laboratorial de rotina, as lâminas contendo
os cortes de tecido para análise, foram coradas com Hematoxilina e
80
Eosina (HE) e Tricrômico de Masson, avaliadas em microscopia óptica
comum (Olympus BX5I acoplado a uma câmera Olympus CAmédia 5060)
para análise descritiva do quadro reacional e fotomicrografias (Figuras 16
e 17).
FIGURA 16 – Lâminas coradas. FIGURA17 – Microscópio óptico.
4.5 Metodologia estatística
Inicialmente, cada evento histopatológico foi submetido à
estatística descritiva de cada grupo. Para tabulações das reações
teciduais, foram utilizados métodos que permitem identificar o destaque
dos eventos histopatológicos em: 0,00 a 0,25 IN (inexpressivo); 0,26 a
0,75 - IN/D (inexpressivo/discreto); 0,76 a 1,25 – D (discreto); 1,26 a 1,75
81
– D/M (discreto/moderado); 1,76 a 2,25 M (moderado); 2,26 a 2,75 – M/I
(moderado/intenso) e 2,76 a 3,00 I (intenso). A exacerbação máxima
inflamatória aguda foi determinada com asterisco 3,00* (abscesso),
conforme Tabela 1 abaixo:
Tabela 1 - Classificação dos eventos histopatológicos de acordo com o
escore
Escore
Classificação
De até
0,00 0,25 Inexpressivo
0,26 0,75 Inexpressivo/Discreto
0,76 1,25 Discreto
1,26 1,75 Discreto/Moderado
1,76 2,25 Moderado
2,26 2,75 Moderado/Intenso
2,76 3,00*
Intenso
* Valor 3,00 exato pode ser abscesso
A avaliação de diferença significativa entre os materiais,
considerando-se os quatro períodos experimentais, quanto aos escores
atribuídos aos eventos histopatológicos em estudo, foi realizada pelo teste
de Kruskal Wallis. Adicionalmente, foram efetuadas comparações
múltiplas de postos dios pelo teste de Dunn. Adotou-se o nível usual
de significância de 5% como regra de decisão na afirmação de existência
de diferença significativa entre postos médios.
82
Resultado
ResultadoResultado
Resultado
83
5 RESULTADO
Considerando-se cada evento histopatológico em estudo,
são apresentadas as estatísticas descritivas: mínimo, máximo e dia
dos escores, atribuídos às aplicações dos cimentos de ionômero de vidro:
Vitrebond (Grupo I), Ionomaster F (Grupo II), experimental + Líquido
do cimento de Ionômero de vidro Vitrebond (Grupo III), experimental +
Líquido do cimento de Ionômero de vidro do Ionomaster F (Grupo IV) e Pó
experimental + Líquido experimental (Grupo V), avaliados em quatro
períodos experimentais: 7, 15, 30 e 60 dias (Tabelas 2 a 6).
84
Tabela 2 - Escores dos eventos histopatológicos
GRUPO I - VITREBOND
EVENTOS
HISTOAPATOLÓGICOS 7 DIAS 15 DIAS 30 DIAS 60 DIAS
Alteração celular
0,50
0,50
1,50
1,50
2,50
2,50
0,50
0,75
0,50
0,75
1,00
2,00
0,25
0,25
1,00
0,50
1,00
1,50
0,00
0,00
0,00
1,00
0,50
0,50
Necrose
2,75
0,00
2,00
2,00
2,00
2,75
0,00
0,00
0,00
0,75
0,25
2,00
0,25
0,00
0,00
0,00
0,00
0,50
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Polimorfonucleares neutrófilos
1,50
1,50
2,00
1,50
2,50
2,00
1,50
0,75
0,50
1,25
1,50
2,00
0,75
0,25
0,25
0,25
0,25
1,00
0,25
0,50
0,25
1,00
1,00
1,00
Mononucleares
Proliferação fibroangioblástica
3,00
2,50
2,75
2,50
3,00
2,00
2,00
1,50
1,00
1,00
2,00
2,00
1,00
1,50
1,00
1,00
1,00
1,00
0,50
0,50
0,50
1,00
1,25
1,25
2,50
2,50
2,00
3,00
2,50
0,50
2,00
1,50
1,00
0,75
0,75
0,50
1,50
0,50
0,25
0,25
1,50
1,00
0,50
0,50
0,50
0,50
0,75
0,75
Fagócitos mononucleares
1,50
1,50
1,50
2,00
2,00
1,00
1,00
0,75
0,75
0,75
0,75
0,75
1,00
0,50
0,25
0,25
0,25
1,00
0,00
0,00
0,00
1,00
0,50
0,50
Células gigantes
0,00
0,00
0,00
0,50
0,25
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Fibroblastos
2,00
2,00
2,50
2,50
2,50
2,00
2,50
1,00
1,00
1,00
1,00
1,50
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
0,50
0,75
0,75
0,75
0,50
0,50
0,50
Grau de vascularização
3,00
2,00
3,00
3,00
2,00
0,50
1,50
1,50
1,00
1,00
1,00
0,75
0,75
0,50
0,25
0,25
1,50
0,75
0,50
0,50
0,50
0,50
0,75
0,75
Grau de colagenização
0,50
0,75
0,75
0,75
0,50
0,50
0,50
1,00
1,00
1,00
1,50
1,50
1,00
0,50
1,00
1,00
1,00
0,25
0,75
0,75
0,75
0,50
0,50
0,50
Espessura da cápsula
1,50
2,00
2,00
1,50
1,50
0,50
2,00
0,50
0,50
0,50
1,00
1,50
1,00
1,00
1,50
1,50
1,00
0,25
1,00
1,00
1,00
0,25
0,50
0,50
85
Tabela 3 - Escores dos eventos histopatológicos
GRUPO II – Ionomaster
EVENTOS
HISTOPATOLÓGICOS 7 DIAS 15 DIAS 30 DIAS 60 DIAS
Alteração celular
0,50
0,50
2,00
1,50
2,00
2,00
0,25
1,00
2,50
0,75
0,50
1,00
1,50
1,50
1,00
2,50
3,00
3,00
0,00
1,00
1,00
0,25
1,75
1,75
Necrose
0,00
0,50
0,50
1,00
2,50
1,50
0,00
0,50
2,50
0,50
0,50
0,25
0,50
0,50
0,75
0,25
1,00
1,00
0,00
0,00
1,00
0,00
1,00
1,00
Polimorfonucleares neutrófilos
1,00
1,25
1,00
2,00
2,00
2,00
1,00
1,50
1,00
1,00
1,50
1,00
0,50
1,50
1,00
1,50
1,50
1,50
0,25
0,75
0,75
0,75
1,50
1,50
Mononucleares
2,00
1,50
1,50
2,00
2,00
1,00
1,00
1,50
1,75
1,00
1,50
1,00
1,00
1,00
0,75
1,75
1,50
1,50
0,50
1,00
1,00
1,00
1,50
2,00
Proliferação fibroangioblástica
3,00
2,75
2,50
1,50
1,00
1,00
0,75
2,00
1,50
0,75
1,50
1,00
2,00
2,00
1,50
1,00
1,00
1,00
0,50
1,00
0,25
0,75
1,50
1,50
Fagócitos mononucleares
1,50
2,00
1,50
1,00
2,00
1,00
0,75
1,00
1,00
0,75
0,75
1,00
0,50
0,75
0,00
1,00
1,00
1,00
0,00
0,50
0,50
0,50
1,00
1,00
Células gigantes
0,00
0,00
0,00
0,00
0,50
0,50
0,00
0,25
0,50
0,50
0,00
0,25
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Fibroblastos
2,00
2,00
2,00
2,50
1,00
1,00
1,00
0,75
2,00
1,00
1,00
1,00
1,00
2,00
1,00
0,75
0,75
0,75
0,75
1,00
1,50
0,75
0,75
0,75
Grau de vascularização
3,00
2,75
2,50
1,50
1,00
1,00
0,75
2,50
1,50
1,00
1,50
1,00
2,00
2,00
1,50
1,00
1,00
1,00
0,50
1,00
0,25
0,75
1,50
1,50
Grau de colagenização
2,00
2,00
2,00
1,50
1,00
0,50
1,00
0,50
1,50
1,00
1,00
1,00
1,00
2,00
1,50
0,25
0,25
0,25
0,75
1,00
1,50
0,75
0,75
0,75
Espessura da cápsula
0,25
0,25
0,50
2,00
0,25
0,50
1,50
0,50
2,00
1,25
2,00
2,00
0,75
0,50
0,25
0,25
0,25
0,50
1,00
1,00
1,00
0,50
0,25
0,25
86
Tabela 4 - Escores dos eventos histopatológicos
Grupo III– Pó experimental + Líquido do Vitrebond
EVENTOS
HISTOPATOLÓGICOS 7 DIAS 15 DIAS 30 DIAS 60 DIAS
Alteração celular
0,75
0,75
0,50
0,00
2,00
2,00
0,25
0,75
1,00
1,00
2,00
1,00
2,00
2,00
1,50
1,50
1,50
1,50
1,75
0,00
1,50
2,50
2,00
2,00
Necrose
0,00
0,00
0,00
0,25
0,00
0,50
0,00
0,25
0,25
0,25
0,50
0,75
0,25
0,50
0,75
0,75
0,25
0,25
1,00
0,00
1,50
0,50
0,25
0,25
Polimorfonucleares neutrófilos
1,50
1,50
1,00
0,50
3,00
3,00
0,25
1,25
1,25
1,25
2,50
1,00
1,00
1,00
0,50
0,50
0,50
0,50
1,50
0,50
1,50
0,50
1,50
1,50
Mononucleares
0,75
1,50
0,50
0,50
2,50
3,00
0,25
1,25
1,25
1,00
1,00
1,00
0,75
0,75
0,75
0,75
0,75
0,75
1,50
0,75
1,50
0,50
1,50
1,50
Proliferação fibroangioblástica
2,00
3,00
3,00
0,75
3,00
3,00
1,00
1,00
1,75
1,50
2,50
1,75
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
1,50
0,25
1,75
0,25
1,75
1,75
Fagócitos mononucleares
0,25
1,00
2,00
0,75
2,00
1,50
0,00
0,25
0,25
1,00
1,50
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
1,00
0,25
0,50
0,50
0,50
0,50
Células gigantes
0,00
0,00
0,00
0,00
0,75
2,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,25
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Fibroblastos
2,00
2,50
2,50
0,75
2,00
2,50
1,00
1,00
1,25
1,50
2,00
1,50
1,00
1,00
1,00
1,00
1,50
1,50
0,75
0,25
1,00
0,25
1,00
1,00
Grau de vascularização
2,00
3,00
3,00
0,75
3,00
3,00
1,00
1,00
1,75
2,00
2,50
1,75
2,00
2,00
2,00
2,00
0,75
0,75
1,50
0,25
1,75
0,25
1,75
1,75
Grau de colagenização
2,00
2,50
2,50
0,75
2,00
1,00
1,00
1,00
1,25
1,50
2,00
1,75
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
0,75
0,25
1,00
0,25
1,00
1,00
Espessura da cápsula
1,50
1,50
1,50
1,50
1,50
0,50
1,25
1,25
1,50
1,50
1,50
1,25
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
0,50
0,25
0,50
0,00
0,00
0,00
87
Tabela 5 - Escores dos eventos histopatológicos
GRUPO IV – Pó experimental + Líquido do Ionomaster F
EVENTOS
HISTOPATOLÓGICOS 7 DIAS 15 DIAS 30 DIAS 60 DIAS
Alteração celular
1,50
2,00
0,50
3,00
1,00
0,25
3,00
3,00
0,75
2,50
1,00
0,50
1,50
0,00
1,00
1,00
1,50
1,25
1,50
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Necrose
0,25
0,25
1,50
1,00
0,25
0,50
1,00
1,50
0,25
0,50
0,75
0,25
0,25
0,00
0,25
2,00
2,00
2,00
2,00
0,00
0,25
0,00
0,00
0,00
0,00
Polimorfonucleares neutrófilos
2,50
1,00
0,50
3,00
1,00
1,00
2,50
1,50
1,00
1,50
1,00
0,50
1,50
0,50
0,50
0,50
1,75
0,50
2,00
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
Mononucleares
2,50
0,75
0,50
2,00
0,50
0,50
2,00
1,00
1,50
2,50
2,00
0,75
2,50
1,00
0,50
0,25
0,50
0,50
1,50
0,75
0,75
0,25
0,50
0,50
0,50
Proliferação fibroangioblástica
3,00
0,75
0,50
1,75
0,50
1,00
2,50
0,75
1,25
3,00
3,00
0,75
2,50
1,75
1,75
1,00
2,00
1,25
2,00
0,50
0,50
0,50
1,25
1,25
1,25
Fagócitos mononucleares
2,00
1,00
0,25
1,00
0,50
0,50
1,50
0,50
0,50
1,75
1,00
0,00
1,50
0,75
0,25
0,00
1,50
0,25
1,00
0,50
0,50
0,00
0,00
0,00
0,00
Células gigantes
0,00
0,75
0,00
2,00
0,50
0,00
0,00
0,50
0,50
2,50
0,25
0,00
0,50
0,00
0,00
0,00
0,50
0,00
0,50
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Fibroblastos
2,50
1,00
0,50
0,50
0,50
0,50
1,00
1,00
0,75
2,00
1,00
0,75
2,00
1,50
1,00
1,00
0,25
0,25
0,50
0,75
0,75
2,00
2,00
2,00
2,00
Grau de vascularização
3,00
0,75
0,50
3,00
0,50
1,00
2,50
0,75
1,25
3,00
3,00
0,75
3,00
1,50
1,75
1,00
2,00
1,25
2,00
0,50
0,50
0,50
1,25
1,25
1,25
Grau de colagenização
2,50
1,00
0,50
2,00
0,50
0,50
1,00
1,00
0,75
0,25
0,50
0,75
1,50
1,50
1,00
1,50
0,25
0,25
0,50
0,75
0,75
2,00
2,00
2,00
2,00
Espessura da cápsula
0,50
0,75
0,75
0,00
0,25
0,50
1,00
1,00
1,00
0,25
0,25
0,50
1,75
2,00
0,75
1,50
0,25
0,00
0,50
0,75
0,50
1,25
1,00
0,25
0,50
88
Tabela 6 - Escores dos eventos histopatológicos
GRUPO V – Pó experimental + Líquido experimental
EVENTOS
HISTOPATOLÓGICOS 7 DIAS 15 DIAS 30 DIAS 60 DIAS
Alteração celular
0,50
0,75
0,50
0,75
1,50
0,25
2,00
2,50
3,00
2,00
0,25
2,00
3,00
0,50
0,50
1,50
0,50
0,75
1,50
0,00
0,00
0,75
0,00
0,00
0,00
Necrose
1,00
0,50
1,00
0,50
2,50
0,00
1,00
0,75
1,50
1,00
0,25
0,50
1,50
0,50
0,00
0,25
0,25
0,50
0,75
0,00
0,00
0,00
0,00
0,25
0,00
Polimorfonucleares neutrófilos
0,50
1,00
0,50
1,00
1,50
0,25
2,50
1,50
3,00
1,00
0,50
1,50
2,00
1,00
1,00
2,00
1,00
0,75
2,00
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
0,50
Mononucleares
0,50
0,75
0,50
0,75
2,00
1,50
2,00
0,75
3,00
0,50
0,25
1,00
1,50
1,00
1,00
2,00
0,75
0,50
2,00
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
0,75
Proliferação fibroangioblástica
0,50
1,75
0,50
1,75
1,00
1,00
1,25
2,50
2,50
1,50
1,00
2,75
1,00
3,00
2,50
2,00
0,75
1,00
1,50
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
Fagócitos mononucleares
0,50
1,00
0,50
1,00
1,00
0,75
1,50
0,25
1,50
0,75
0,50
0,75
1,50
1,50
0,25
1,75
0,50
0,50
1,00
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
Células gigantes
0,00
0,50
0,00
0,50
0,50
0,00
0,75
0,00
0,25
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Fibroblastos
0,50
1,00
0,50
1,00
0,75
0,75
1,50
1,75
2,50
0,75
0,75
1,50
1,50
0,50
0,50
0,50
1,00
0,75
0,50
1,00
1,00
0,25
1,00
1,00
1,00
Grau de vascularização
0,50
1,75
0,50
1,75
1,00
1,00
2,50
1,75
1,50
0,75
0,50
1,50
0,50
3,00
2,50
2,00
0,75
1,00
1,50
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
Grau de colagenização
0,50
0,75
0,50
1,00
0,75
0,75
2,00
0,75
0,25
0,25
0,50
0,75
0,25
0,50
0,50
0,75
0,50
0,75
0,50
1,50
1,50
0,25
1,50
1,50
1,50
Espessura da cápsula
0,75
0,50
0,50
0,50
1,00
0,25
1,00
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
0,50
0,75
0,75
0,25
0,25
0,25
1,00
1,00
0,25
1,25
0,75
0,75
89
Na análise de todos os eventos histopatológicos,
considerando-se para cada um deles os vinte conjuntos de escores,
formados pelos cinco materiais e os quatro períodos experimentais, houve
significância (p<0,05) pelo teste de Kruskal-Wallis. Então, o teste de Dunn
foi aplicado, para a comparação múltipla de postos médios, mas em duas
partes: entre períodos para cada material e entre materiais em cada
período. O resultado está resumido nas tabelas apresentadas abaixo de
tal forma que letras minúsculas iguais em uma linha indicam que não
evidência de diferença significativa entre os períodos para o material em
análise. Por outro lado, letras maiúsculas iguais em uma coluna sugerem
não haver evidência de diferença significativa entre os materiais no
período em questão. Apesar das comparações terem sido realizadas
sobre postos médios, nas tabelas estão indicadas as médias, com a
finalidade de facilitar a avaliação dos resultados em relação às
classificações da Tabela 1. Isso faz sentido porque se observou boa
correlação entre as médias e os postos médios. Seja como for, é
importante destacar que, na maioria dos casos, a variação dos escores foi
relativamente grande, dificultando tanto classificações mais precisas como
a observação de diferenças significativas.
A seguir, são apresentadas as avaliações de cada evento
histopatológico de interesse neste trabalho. Como destacado acima, para
cada evento, o dadas algumas estatísticas descritivas e o resultado da
90
comparação de postos médios (indicados ao lado da média) pelo teste de
Dunn ao nível de significância de 5%
1) Avaliação da alteração celular
Tabela 7 -
Estatísticas descritivas dos escores atribuídos à alteração celular
Grupo
Estatística
Período
7
15
30
60
I Mínimo
0,50
0,50
0,25
0,00
Máximo
2,50
2,00
1,50
1,00
Média
1,36
1,00
0,75
0,33
AB
II Mínimo
0,50
0,25
1,00
0,00
Máximo
2,00
2,50
3,00
1,75
Média
1,42
1,00
2,08
0,96
AB
III Mínimo
0,00
0,25
1,50
0,00
Máximo
2,00
2,00
2,00
2,50
Média
1,00
1,00
1,67
1,63
B
IV Mínimo
0,25
0,50
0,00
0,00
Máximo
3,00
3,00
1,50
0,00
Média
1,61
b
1,54
b
1,04
ab
0,00
A
a
V Mínimo
0,25
0,25
0,50
0,00
Máximo
1,50
3,00
1,50
0,75
Média
0,71
ab
2,11
b
0,88
ab
0,13
AB
a
Letras minúsculas iguais na linha ou maiúsculas iguais na coluna indicam não significância ao nível de 5% pelo
teste de Dunn
Ao longo dos períodos, os Grupos I (Vitrebond), II
(Ionomaster F) e III (Pó experimental + Líquido do Vitrebond), não
apresentaram evidência de diferença significativa de alteração celular, ao
nível de 5% de significância. Nesse nível, no Grupo IV (Pó experimental +
Líquido do Ionomaster F), somente houve diferença significativa dos
períodos de 7 e 15 dias em relação ao período final de 60 dias, quando a
alteração celular diminuiu. No Grupo V (Pó experimental + Líquido
91
experimental), houve aumento da alteração celular aos 15 dias, mas,
somente significativamente maior do que a alteração de 60 dias.
Entre os Grupos foi apontada alguma diferença significativa
somente aos 60 dias, onde o Grupo III (Pó experimental + Líquido do
Vitrebond) teve alteração celular significativamente acima daquela do
Grupo IV (Pó experimental + Líquido do Ionomaster F). Os outros grupos,
mostraram alteração celular equivalente entre si e com os Grupos III e IV.
2) Avaliação da necrose
Tabela 8 -
Estatísticas descritivas dos escores atribuídos à necrose
Grupo
Estatística
Período
7
15
30
60
I Mínimo
0,00
0,00
0,00
0,00
Máximo
2,75
2,00
0,50
0,00
Média
1,64
0,60
0,13
A
0,00
II Mínimo
0,00
0,00
0,25
0,00
Máximo
2,50
2,50
1,00
1,00
Média
1,00
0,71
0,67
AB
0,50
III Mínimo
0,00
0,00
0,25
0,00
Máximo
0,50
0,75
0,75
1,50
Média
0,13
0,33
0,46
AB
0,58
IV Mínimo
0,25
0,25
0,00
0,00
Máximo
1,50
1,50
2,00
0,25
Média
0,68
0,58
1,38
B
0,04
V Mínimo
0,00
0,25
0,00
0,00
Máximo
2,50
1,50
0,75
0,25
Média
0,92
ab
0,93
b
0,38
AB
ab
0,04
a
Letras minúsculas iguais na linha ou maiúsculas iguais na coluna indicam não significância ao nível de 5% pelo
teste de Dunn
Considerando-se os períodos de cada grupo, somente no
Grupo V (Pó experimental + Líquido experimental), houve evidência de
92
diferença significativa ao nível de 5%. Neste caso, há evidência de
diminuição de resíduos necróticos superficiais aos 60 dias em relação aos
15 dias.
Entre os Grupos, a necrose apresentada pelo Grupo IV (Pó
experimental + Líquido do Ionomaster F) no período de 30 dias, foi
significativamente maior do que a do Grupo I (Vitrebond), mas não
diferente daquela dos outros grupos neste período, ao nível de
significância de 5%.
3) Avaliação do Infiltrado inflamatório
a) Polimorfonucleares neutrófilos
Tabela 9 -
Estatísticas descritivas dos escores atribuídos ao infiltrado inflamatório:
polimorfonucleares neutrófilos
Grupo
Estatística
Período
7
15
30
60
I Mínimo
1,50
0,50
0,25
0,25
Máximo
2,50
2,00
1,00
1,00
Média
1,79
b
1,20
ab
0,46
A
a
0,67
AB
a
II Mínimo
1,00
1,00
0,50
0,25
Máximo
2,00
1,50
1,50
1,50
Média
1,54
1,17
1,25
AB
0,92
AB
III Mínimo
0,50
0,25
0,50
0,50
Máximo
3,00
2,50
1,00
1,50
Média
1,75
1,25
0,67
AB
1,17
B
IV Mínimo
0,50
0,50
0,50
0,25
Máximo
3,00
1,50
2,00
0,25
Média
1,64
b
1,17
ab
0,96
AB
ab
0,25
A
a
V Mínimo
0,25
0,50
0,75
0,25
Máximo
1,50
3,00
2,00
0,50
Média
0,79
ab
1,71
b
1,29
B
b
0,29
A
a
Letras minúsculas iguais na linha ou maiúsculas iguais na coluna indicam não significância ao nível de 5%
pelo teste de Dunn
93
O infiltrado inflamatório para polimorfonucleares neutrófilos,
ao longo dos períodos, somente se alterou significativamente, ao nível de
5%, no caso dos Grupos I (Vitrebond), IV (Pó experimental + Líquido do
Ionomaster F) e V (Pó experimental + Líquido experimental). No Grupo I,
houve diminuição significativa aos 7 dias em relação aos períodos de 30 e
60 dias, com equivalência dos escores dos 15 aos 60 dias. Para o Grupo
IV, a diminuição foi significativa somente no período de 60 dias em
relação ao período de 7 dias, com os outros períodos mostrando
resultados equivalentes entre si e a esses dois. Para o Grupo V, os
escores do período final, de 60 dias, foram significativamente menores do
que aqueles de 15 e 30 dias, mas não significativamente menores do que
os escores do período inicial.
Em relação aos Grupos, houve alguma evidência de
diferença significativa nos períodos finais, ao nível de 5%. No período de
30 dias, o infiltrado inflamatório para polimorfonucleares neutrófilos no
Grupo V (Pó experimental + Líquido experimental) foi significativamente
maior do que o Grupo I (Vitrebond), enquanto que no período final, o
Grupo III (Pó experimental + Líquido do Vitrebond) apresentou resultado
maior do que aqueles dos Grupos IV (Pó experimental + Líquido do
Ionomaster F) e V (Pó experimental + Líquido experimental), com
equivalência desses resultados com os dos Grupos I (Vitrebond) e II
(Ionomaster F).
94
b) Mononucleares
Tabela 10
- Estatísticas descritivas dos escores atribuídos ao infiltrado inflamatório:
mononucleares
Grupo
Estatística
Período
7
15
30
60
I Mínimo
2,00
1,00
1,00
0,50
Máximo
3,00
2,00
1,50
1,25
Média
2,54
B
b
1,50
ab
1,08
a
0,83
a
II Mínimo
1,00
1,00
0,75
0,50
Máximo
2,00
1,75
1,75
2,00
Média
1,67
AB
1,29
1,25
1,17
III Mínimo
0,50
0,25
0,75
0,50
Máximo
3,00
1,25
0,75
1,50
Média
1,46
AB
0,96
0,75
1,21
IV Mínimo
0,50
0,75
0,25
0,25
Máximo
2,50
2,50
1,50
0,75
Média
1,25
A
ab
1,71
b
0,71
ab
0,54
a
V Mínimo
0,50
0,25
0,50
0,50
Máximo
2,00
3,00
2,00
0,75
Média
1,00
A
1,29
1,21
0,54
Letras minúsculas iguais na linha ou maiúsculas iguais na coluna indicam não significância ao nível de 5%
pelo teste de Dunn
Ao longo dos períodos, o infiltrado inflamatório representado
pelos mononucleares, somente se alterou significativamente, ao nível de
5%, no caso dos Grupos I (Vitrebond) e IV (Pó experimental + Líquido do
Ionomaster F). No Grupo I, houve aumento significativo aos 7 dias em
relação aos períodos de 30 e 60 dias, com equivalência dos escores dos
15 aos 60 dias, análogo ao resultado para polimorfonucleares neutrófilos.
Para o Grupo IV, a diminuição foi significativa somente do período de 60
dias, porém menor significativamente somente em relação ao resultado do
período de 15 dias.
95
Entre os Grupos, foram apontadas diferenças significativas
somente no período de 7 dias, ao nível de 5%. O infiltrado inflamatório
representado pelos mononucleares inicial do Grupo I mostrou-se
significativamente maior do que os dos Grupos IV e V. Entretanto, os
escores dos Grupos II e III foram intermediários e equivalentes em relação
a todos os outros.
4) Avaliação da proliferação fibroangioblástica
Tabela 11 -
Estatísticas descritivas dos escores atribuídos à proliferação
fibroangioblástica
Grupo
Estatística
Período
7
15
30
60
I Mínimo
0,50
0,50
0,25
0,50
Máximo
3,00
1,50
1,50
0,75
Média
2,14
b
0,90
ab
0,83
A
ab
0,58
AB
a
II Mínimo
1,00
0,75
1,00
0,25
Máximo
3,00
2,00
2,00
1,50
Média
1,96
1,25
1,42
AB
0,92
AB
III Mínimo
0,75
1,00
2,00
0,25
Máximo
3,00
2,50
2,00
1,75
Média
2,46
b
1,58
ab
2,00
B
ab
1,21
B
a
IV Mínimo
0,50
0,75
1,00
0,50
Máximo
3,00
3,00
2,00
1,25
Média
1,43
1,88
1,63
AB
0,88
AB
V Mínimo
0,50
1,00
0,75
0,25
Máximo
1,75
2,75
3,00
0,25
Média
1,08
ab
1,79
b
1,79
AB
b
0,25
A
a
Letras minúsculas iguais na linha ou maiúsculas iguais na coluna indicam não significância ao nível de 5% pelo
teste de Dunn
Considerando-se os quatro períodos experimentais, ao nível
de 5%, não ficou evidenciada alteração significativa dos escores de
proliferação fibroangioblástica relativamente aos Grupos II (Ionomaster F)
96
e IV (Pó experimental + Líquido do Ionomaster F). Para os Grupos I
(Vitrebond) e III (Pó experimental + Líquido do Vitrebond), os valores de 7
dias são significativamente maiores do que aqueles aos 60 dias, mas, os
resultados de 15 e 30 dias são intermediários, sem diferença significativa
dos iniciais e finais. Em relação ao Grupo V (Pó experimental + Líquido
experimental), no final, os escores ficaram significativamente menores do
que os de 15 e 30 dias, mas não menores do que os iniciais, havendo
equivalência entre os três primeiros períodos.
Ao nível de significância de 5%, não houve evidência de
diferenças de proliferação fibroangioblástica entre os grupos nos períodos
de 7 e 15 dias. Aos 30 dias, os escores do Grupo III (Pó experimental +
Líquido do Vitrebond) se apresentaram significativamente maiores do que
aqueles do Grupo I (Vitrebond), com esses dois grupos equivalentes aos
demais. No período de 60 dias, o Grupo III mostrou escores
significativamente maiores apenas com relação ao Grupo V (Pó
experimental + Líquido experimental), com equivalência entre os demais,
inclusive em relação aos Grupos III e V.
97
5) Avaliação da Atividade macrofágica
a) Fagocitos mononucleares
Tabela 12-
Estatísticas descritivas dos escores atribuídos à atividade macrofágica:
Fagocitos mononucleares
Grupo
Estatística
Período
7
15
30
60
I Mínimo
1,00
0,75
0,25
0,00
Máximo
2,00
0,75
1,00
1,00
Média
1,50
b
0,75
ab
0,54
a
0,33
a
II Mínimo
1,00
0,75
0,00
0,00
Máximo
2,00
1,00
1,00
1,00
Média
1,50
b
0,88
ab
0,71
ab
0,58
a
III Mínimo
0,25
0,00
0,50
0,25
Máximo
2,00
1,50
0,50
1,00
Média
1,25
0,58
0,50
0,54
IV Mínimo
0,25
0,00
0,00
0,00
Máximo
2,00
1,75
1,50
0,50
Média
0,96
0,88
0,63
0,17
V Mínimo
0,50
0,25
0,25
0,25
Máximo
1,00
1,50
1,75
0,25
Média
0,79
ab
0,96
b
0,92
ab
0,25
a
Letras minúsculas iguais na linha ou maiúsculas iguais na coluna indicam não significância ao nível de 5%
pelo teste de Dunn
Os escores de atividade macrofágica exercida por fagócitos
mononucleares do Grupo I (Vitrebond), diminuíram significativamente, ao
nível de 5%, a partir do período de 30 dias em relação ao inicial, de 7
dias. No Grupo II (Ionomaster F), também houve diminuição, mas do
período final de 60 dias em relação ao inicial. No Grupo V (Pó
experimental + Líquido experimental), houve evidência de diminuição do
resultado final em relação ao período de 15 dias, mas este final se
mostrou equivalente ao inicial.
98
Entre os Grupos, não ficou evidenciada nenhuma diferença
na atividade macrofágica exercida por fagócitos mononucleares, ao nível
de significância de 5%, nos quatro períodos.
b) Células gigantes
Tabela 13 -
Estatísticas descritivas dos escores atribuídos à atividade macrofágica:
Células gigantes
Grupo
Estatística
Período
7
15
30
60
I Mínimo
0,00
0,00
0,00
0,00
Máximo
0,50
0,00
0,00
0,00
Média
0,11
0,00
0,00
0,00
II Mínimo
0,00
0,00
0,00
0,00
Máximo
0,50
0,50
0,00
0,00
Média
0,17
0,25
0,00
0,00
III Mínimo
0,00
0,00
0,00
0,00
Máximo
2,00
0,25
0,00
0,00
Média
0,46
0,04
0,00
0,00
IV Mínimo
0,00
0,00
0,00
0,00
Máximo
2,00
2,50
0,50
0,00
Média
0,46
0,71
0,17
0,00
V Mínimo
0,00
0,00
0,00
0,00
Máximo
0,50
0,75
0,00
0,00
Média
0,25
0,14
0,00
0,00
Não foram apontados, ao nível de significância de 5%,
qualquer diferença entre períodos dentro de Grupos ou entre Grupos em
cada período, quanto à atividade macrofágica exercida por lulas
gigantes.
99
6) Avaliação dos fibroblastos
Tabela 14 -
Estatísticas descritivas dos escores atribuídos aos Fibroblastos
Grupo
Estatística
Período
7
15
30
60
I Mínimo
2,00
1,00
0,50
0,50
Máximo
2,50
1,50
1,00
0,75
Média
2,29
B
b
1,10
ab
0,92
a
0,63
A
a
II Mínimo
1,00
0,75
0,75
0,75
Máximo
2,50
2,00
2,00
1,50
Média
1,75
AB
1,13
1,04
0,92
AB
III Mínimo
0,75
1,00
1,00
0,25
Máximo
2,50
2,00
1,50
1,00
Média
2,04
AB
b
1,38
ab
1,17
ab
0,71
AB
a
IV Mínimo
0,50
0,75
0,25
0,75
Máximo
2,50
2,00
1,50
2,00
Média
0,93
A
1,25
0,75
1,58
B
V Mínimo
0,50
0,75
0,50
0,25
Máximo
1,00
2,50
1,00
1,00
Média
0,75
A
ab
1,46
b
0,63
a
0,88
AB
ab
Letras minúsculas iguais na linha ou maiúsculas iguais na coluna indicam não significância ao nível de 5% pelo
teste de Dunn
Quanto a quantidade de fibroblastos na abertura do tubo, os
escores do Grupo I (Vitrebond) diminuíram significativamente, ao nível de
5%, a partir do período de 30 dias em relação ao inicial de 7 dias. No
Grupo III (Pó experimental + Líquido do Vitrebond), também houve
diminuição, mas do período final, de 60 dias, em relação ao inicial. No
Grupo V (Pó experimental + Líquido experimental), houve evidência de
diminuição somente do resultado no período de 15 dias em relação aos
30 dias, mas o final se mostrou equivalente a todos os outros.
Entre os Grupos, foram apontadas diferenças significativas
no período de 7 dias, onde os resultados do Grupo I (Vitrebond) foram
100
maiores, a nível de 5%, do que os resultados dos Grupos IV (Pó
experimental + Líquido do Ionomaster F) e V (Pó experimental + Líquido
experimental). No final, aos 60 dias, a quantidade de fibroblastos do
Grupo I foi significativamente menor do que a do Grupo IV, enquanto,
para os outros grupos, os escores foram intermediários e equivalentes.
7) Avaliação do grau de vascularização
Tabela 15 - Estatísticas descritivas dos escores atribuídos ao grau de vascularização
Grupo
Estatística
Período
7
15
30
60
I Mínimo
0,50
0,75
0,25
0,50
Máximo
3,00
1,50
1,50
0,75
Média
2,14
b
1,05
ab
0,67
a
0,58
AB
a
II Mínimo
1,00
0,75
1,00
0,25
Máximo
3,00
2,50
2,00
1,50
Média
1,96
1,38
1,42
0,92
AB
III Mínimo
0,75
1,00
0,75
0,25
Máximo
3,00
2,50
2,00
1,75
Média
2,46
b
1,67
ab
1,58
ab
1,21
B
a
IV Mínimo
0,50
0,75
1,00
0,50
Máximo
3,00
3,00
2,00
1,25
Média
1,61
1,96
1,58
0,88
AB
V Mínimo
0,50
0,50
0,75
0,25
Máximo
1,75
2,50
3,00
0,25
Média
1,08
ab
1,29
b
1,79
b
0,25
A
a
Letras minúsculas iguais na linha ou maiúsculas iguais na coluna indicam não significância ao nível de 5% pelo
teste de Dunn
A área principal da análise junto à abertura do tubo no Grupo
I (Vitrebond), apresentou diminuição significativa do grau de
vascularização, ao nível de 5%, a partir do período de 30 dias em relação
ao inicial, de 7 dias. No Grupo III (Pó experimental + Líquido do
101
Vitrebond), também houve diminuição, mas só do período final, de 60 dias
em relação ao inicial. No Grupo V (Pó experimental + Líquido
experimental), o resultado do período final foi significativamente menor do
que os resultados dos períodos de 15 e 30 dias, mas equivalente ao
inicial. Neste caso, os resultados dos dois períodos intermediários
também foram equivalentes ao inicial.
Entre os Grupos, ficaram evidenciadas diferenças de graus
de vascularização entre Grupos somente no final, aos 60 dias. A
vascularização final no Grupo III foi significativamente maior do que a do
Grupo V. As outras foram intermediárias e equivalentes, inclusive em
relação aos dois Grupos com diferença entre si.
8) Avaliação do grau de colagenização
Tabela 16 - Estatísticas descritivas dos escores atribuídos ao grau de colagenização
Grupo
Estatística
Período
7
15
30
60
I Mínimo
0,50
1,00
0,25
0,50
Máximo
0,75
1,50
1,00
0,75
Média
0,61
A
a
1,20
AB
b
0,79
ab
0,63
A
a
II Mínimo
0,50
0,50
0,25
0,75
Máximo
2,00
1,50
2,00
1,50
Média
1,50
AB
1,00
AB
0,88
0,92
AB
III Mínimo
0,75
1,00
0,25
0,25
Máximo
2,50
2,00
0,25
1,00
Média
1,79
B
b
1,42
B
b
0,25
a
0,71
AB
ab
IV Mínimo
0,50
0,25
0,25
0,75
Máximo
2,50
1,50
1,50
2,00
Média
1,14
AB
0,79
AB
0,83
1,58
B
V Mínimo
0,50
0,25
0,50
0,25
Máximo
1,00
2,00
0,75
1,50
Média
0,71
AB
0,68
A
0,58
1,29
AB
Letras minúsculas iguais na linha ou maiúsculas iguais na coluna indicam não significância ao nível de 5% pelo
teste de Dunn
102
Considerando-se os períodos do Grupo I (Vitrebond), no
período de 15 dias, o grau de colagenização se mostrou
significativamente maior, ao nível de 5%, do que o resultado dos períodos
inicial e final. Nenhuma outra diferença significativa foi apontada entre os
períodos para qualquer outro grupo.
Houve evidência, ao nível de 5%, do grau de colagenização
do Grupo III (Pó experimental + Líquido experimental) ser maior do que o
grau do Grupo I (Vitrebond) no período de 7 dias, mas equivalentes aos
outros Grupos. No período de 15 dias, o Grupo III também apresentou
grau de colagenização maior, mas somente significativamente maior do
que do Grupo V (Pó experimental + Líquido experimental). Enquanto, no
período de 30 dias, não houve evidência de diferença entre os Grupos
quanto ao grau de colagenização. No período de 60 dias, o resultado do
Grupo IV (Pó experimental + Líquido do Ionomaster F) se mostrou maior
do que do Grupo I (Vitrebond).
103
9) Avaliação da espessura da cápsula
Tabela 17
- Estatísticas descritivas dos escores atribuídos à espessura da cápsula
Grupo
Estatística
Período
7
15
30
60
I Mínimo
0,50
0,50
0,25
0,25
Máximo
2,00
1,50
1,50
1,00
Média
1,57
b
0,80
AB
ab
1,04
B
ab
0,71
a
II Mínimo
0,25
0,50
0,25
0,25
Máximo
2,00
2,00
0,75
1,00
Média
0,63
ab
1,54
B
b
0,42
AB
a
0,67
ab
III Mínimo
0,50
1,25
0,25
0,00
Máximo
1,50
1,50
0,25
0,50
Média
1,33
b
1,38
B
ab
0,25
a
A
0,21
a
IV Mínimo
0,00
0,25
0,00
0,25
Máximo
1,00
1,75
2,00
1,25
Média
0,54
0,79
AB
0,83
AB
0,71
V Mínimo
0,25
0,25
0,25
0,25
Máximo
1,00
1,00
0,75
1,25
Média
0,58
0,36
A
0,46
AB
0,83
Letras minúsculas iguais na linha ou maiúsculas iguais na coluna indicam não significância ao nível de 5% pelo
teste de Dunn
Quanto à espessura da cápsula junto à abertura tubular, no
Grupo I (Vitrebond), a espessura diminuiu aos 60 dias, mas foi
significativa somente em relação ao período de 7 dias. No Grupo II
(Ionomaster F), ocorreu oscilação dos resultados com evidência de que,
no período de 15 dias, a espessura foi significativamente maior do que no
período de 30 dias. Os outros resultados desse Grupo se mostraram
equivalentes. No Grupo III (Pó experimental + Líquido do Vitrebond), a
espessura diminuiu a partir do período de 30 dias em relação à inicial. No
período de 15 dias, a espessura ficou intermediária e equivalente às
outras. Nos Grupos IV (Pó experimental + Líquido do Ionomaster F) e V
(Pó experimental + Líquido experimental), não houve evidência, ao nível
104
de 5%, de diferença significativa entre as espessuras ao longo dos
períodos.
Entre os Grupos, somente ficaram evidenciadas diferenças
quanto à espessura nos períodos de 15 e 30 dias. Aos 15 dias, os
resultados dos Grupos II (Ionomaster F) e III (Pó experimental + Líquido
do Vitrebond) foram significativamente maiores do que a espessura da
cápsula do Grupo V (Pó experimental + Líquido experimental), mas
equivalentes entre si e aos demais. No período de 30 dias, o Grupo I teve
espessura significativamente maior do que a do Grupo III, mas os demais
grupos não apresentaram diferenças significativas em relação a esses
dois Grupos ou entre si.
Em resumo, isolando-se das análises os onze eventos
histopatológicos: alteração celular (Ac), necrose (N), infiltrado inflamatório
para polimorfonucleares neutrófilos (I-P) e mononucleares (I-M),
proliferação fibroangioblástica (Pf), Atividade macrofágica para fagócitos
mononucleares (Am-F) e células gigantes (Am-G), fibroblastos (F), grau
de vascularização (Gc), grau de colagenização (Gc) e espessura da
cápsula (Ec), para cada Grupo, têm-se:
Grupo I – Vitrebond
De modo geral, ocorreu diminuição dos escores dos eventos
histopatológicos sucessivamente nos períodos experimentais. Para os
eventos polimorfonucleares neutrófilos, mononucleares, fagócitos
105
mononucleares e grau de vascularização, a diminuição foi significativa
aos 30 dias. Para os eventos, proliferação fibroangioblástica e espessura
da cápsula, a diminuição foi significativa, mas somente no final, aos 60
dias. Para o grau de colagenização, ocorreu aumento dos escores aos 15
dias junto a abertura do tubo, com diminuição significativa no final em
relação a este período. Os eventos: alteração celular, necrose e células
gigantes, apresentaram diminuição, mas não significativa. Aliás, o evento
que determina células gigantes, teve um escore 0,5 no início e todos
os outros, neste e nos demais períodos, iguais a zero. Como se pode
observar pelas tabelas, na maioria dos eventos, no início os escores
atingiram toda a faixa de variação (0,0 a 3,0), mas no final, o maior escore
foi 1,0 - classificado como discreto, independentemente do evento.
GRÁFICO 1 Evolução do material Vitrebond (Grupo I) nos períodos de 7, 15, 30 e 60 dias de acordo com a
média dos escores de cada evento histopatológico.
106
FIGURA 18 – Vitrebond (Grupo I) - 7 dias – 100 x. FIGURA 19 – Vitrebond (Grupo I) - 15 dias – 100 x.
FIGURA 20 -Vitrebond (Grupo I) - 30 dias – 100 x. FIGURA 21 – Vitrebond (Grupo I) - 60 dias – 100 x.
107
Grupo II – Ionomaster F
Para este grupo, os escores também diminuíram na maioria
dos eventos. Mas, a diminuição somente foi significativa para o evento
fagócitos mononucleares aos 60 dias em relação aos 7 dias. Quanto à
espessura da cápsula, teve aumento dos escores aos 15 dias, com
diminuição significativa imediatamente no período seguinte. Neste Grupo,
os resultados iniciais também apresentaram variação razoavelmente
grande. Por fim, resultou em valores um pouco maiores do que do Grupo I
(Vitrebond), com escores iguais a 2,0 (moderado).
GRÁFICO 2 Evolução do material Ionomaster F (Grupo II) nos períodos de 7, 15, 30 e 60 dias de acordo
com a média dos escores de cada evento histopatológico.
108
FIGURA 22 – Ionomaster F (Grupo II) - 7 dias – 100 x. FIGURA 23 – Ionomaster F (Grupo II) - 15 dias – 100 x.
.
FIGURA 24 – Ionomaster F (Grupo II) - 30 dias – 100 x. FIGURA 25 – Ionomaster F (Grupo II) - 60 dias – 100 x.
109
Grupo III – Pó Experimental + Líquido do Vitrebond
Neste Grupo, ocorreu diminuição dos escores na maioria
dos eventos histopatológicos sucessivamente nos períodos
experimentais. Para os eventos, grau de colagenização e espessura da
cápsula, a diminuição foi significativa aos 30 dias. Para os eventos
proliferação fibroangioblástica, fibroblastos e grau de vascularização, a
diminuição foi significativa, mas somente no final, aos 60 dias. Os outros
eventos não apresentaram diferença significativa ao longo dos quatro
períodos. Destaca-se o evento para células gigantes que, a partir de 30
dias teve escores nulos. Esse Grupo tem valores iniciais
razoavelmente equivalentes ao Grupo I (Vitrebond), mas nos períodos
seguintes, a diminuição foi menos intensa, inclusive no final, aos 60 dias.
GRÁFICO 3 – Evolução do material Pó experimental + Líquido do Vitrebond (Grupo III) nos períodos de 7, 15,
30 e 60 dias de acordo com a média dos escores de cada evento histopatológico.
110
FIGURA 26 – Pó experimental + Líquido do Vitrebond FIGURA 27 – Pó experimental + Líquido do Vitrebond
(Grupo III) – 7 dias – 100 x. (Grupo III) - 15 dias – 100 x.
FIGURA 28 – Pó experimental + Líquido do Vitrebond FIGURA 29 – Pó experimental + Líquido do Vitrebond
(Grupo III) - 30 dias – 100 x. (Grupo III) – 60 dias – 100 x.
111
Grupo IV – Pó Experimental + Líquido do Ionomaster F
Este Grupo teve resultados iniciais de certa forma
equivalentes ao Grupo II. A diminuição dos eventos foi mais acentuada
somente no final, aos 60 dias, ainda assim, significativo somente para
alteração celular, polimorfonucleares neutrófilos e mononucleares. Nos
períodos intermediários, de 15 e 30 dias, observaram-se maioria dos
escores equivalentes aos iniciais, mantendo-se praticamente no mesmo
patamar.
GRÁFICO 4 Evolução do material Pó experimental + Líquido do Ionomaster F (Grupo IV) nos períodos de 7,
15, 30 e 60 dias de acordo com a média dos escores de cada evento histopatológico.
112
.
FIGURA 30 – Pó experimental + Líquido do Ionomaster F FIGURA 31 – Pó experimental + Líquido do Ionomaster F
(Grupo IV) – 7 dias – 100 x. (Grupo IV) – 15 dias – 100 x.
FIGURA 32 – Pó experimental + Líquido do Ionomaster F FIGURA 33 – Pó experimental + Líquido do Ionomaster F
(Grupo IV) – 30 dias – 100 x. (Grupo IV) – 60 dias – 100 x.
113
Grupo V – Pó experimental + Líquido experimental
Neste Grupo, os eventos alteração celular, necrose,
polimorfonucleares neutrófilos, proliferação fibroangioblástica, fagócitos
mononucleares e grau de vascularização, tiveram os escores iniciais
aumentados no período de 15 dias, mas somente significativamente
maiores do que os finais. Esses, por sua vez, se mostraram equivalentes
aos iniciais. Este foi o Grupo com os menores valores iniciais (na maioria
no máximo discreto/moderado) que, apesar de variações intermediárias,
inclusive aumentando os escores, sempre no final, aos 60 dias, voltaram
aos patamares iniciais.
GRÁFICO 5 Evolução do material Pó experimental + Líquido experimental (Grupo V) nos períodos de 7, 15,
30 e 60 dias de acordo com a média dos escores de cada evento histopatológico.
114
FIGURA 34 – Pó experimental + Líquido experimental FIGURA 35 –
Pó experimental + Líquido experimental
(Grupo V) – 7 dias – 100 x. (Grupo V) – 15 dias – 100 x.
FIGURA 36 – Pó experimental + Líquido experimental FIGURA 37 –
Pó experimental + Líquido experimental
(Grupo V) – 30 dias – 100 x. (Grupo V) – 60 dias – 100 x.
115
Discussão
DiscussãoDiscussão
Discussão
116
6 DISCUSSÃO
Quando Wilson, Kent
63,64
formularam o cimento de ionômero
de vidro, a proposta inicial foi unir as propriedades favoráveis do pó do
cimento de silicato com a do líquido do ácido poliacrílico do cimento de
policarboxilato. Os autores citam que esse novo cimento é menos irritante
à polpa dentária, uma vez que, o ácido poliacrílico é mais fraco que o
ácido fosfórico, já suas grandes moléculas mostram menor tendência a se
difundirem ao longo dos túbulos dentinários do que as moléculas menores
do ácido fosfórico. Ao descreverem as propriedades do cimento de
ionômero de vidro em 1971 e 1972, Wilson, Kent
63,64
caracterizaram esse
novo cimento como biocompatível.
Como todo material que é novo no mercado odontológico,
apresenta características satisfatórias, por isso, muitos autores foram
motivados a estudarem suas propriedades físicas e
biológicas
13,16,24,25,28,30,42,47,48,50,57,70
.
Diversas técnicas têm sido empregadas para testar
comparativamente a compatibilidade biológica do cimento de ionômero de
vidro. Dentre elas, as que se baseiam na reação de tecido conjuntivo
subcutâneo de ratos foram utilizadas por inúmeros pesquisadores, como
mostram Golin
24,25
em 1988 e 1992, Salgado et al.
47
(1994),
Scuoteguazza
48
(1994), Katuki
27
(1994) e Souza et al.
53
(2006). A
metodologia dessas pesquisas está baseada fundamentalmente no
117
quadro reacional de tecido, dando ênfase às características de evolução
por colagenização da cápsula, infiltrado inflamatório e ação macrofágica
analisadas por meio de uma análise subjetiva qualitativa e quantificada.
Os trabalhos que se baseiam na reação do tecido conjuntivo
subcutâneo do rato, têm como finalidade análise discriminatória de
toxidez, apenas comparativa no que se refere ao grau de irritabilidade
tecidual dos materiais (Nível I)
41
.
As pesquisas sobre materiais realizadas em dentes de ratos,
de cães, de macacos (Nível II), bem como aquelas realizadas em dentes
humanos (Nível III) têm apresentado resultados diferentes. No entanto, a
reação do tecido conjuntivo subcutâneo do rato tem sido o método mais
comum para testar o valor biológico dos materiais dentários
24,25,27,41,47,48
.
A metodologia empregada nos trabalhos envolvendo tecido
conjuntivo subcutâneo de ratos, apesar de não reproduzir as condições
específicas bucais, permite obter informações preliminares quanto às
características reacionais frente aos materiais em testes, selecionando-as
para posteriores pesquisas em Níveis II e III. Em tais condições, o rato é
um animal comumente usado tanto pela sua considerável resistência,
inclusive a infecção, quanto pela facilidade de manuseio devido a seu
pequeno porte e pela sua amostragem homogênea
41
.
Em nossa pesquisa, utilizamos, por questão de domínio de
técnica, incisão seguida de divulsão tecidual cuidadosa, que, segundo
118
Holland et al.
26
, leva à possibilidade de menor traumatismo, cuja
interferência fica minimizada.
Os cimentos de ionômero de vidro foto ou quimicamente
ativados são utilizados para várias aplicações dentárias, como materiais
restauradores, de cimentação ou forradores. Segundo Bertolini et al.
8
, o
cimento de ionômero de vidro obtido a partir de vidro sintetizado por um
processo químico, apresenta propriedades similares aos de um cimento
disponível comercialmente. No entanto, para ser aplicado na Odontologia,
o material experimental necessita não somente de mais estudos
biológicos, como também, àquelas relacionadas às propriedades físicas.
Pelo exposto, observa-se a necessidade de pesquisas com
relação à biocompatibilidade referentes aos cimentos de ionômero de
vidro forradores comerciais, bem como às novas formulações para
justificativa clínica deste material.
Por isso, o objetivo desse trabalho foi avaliar a
biocompatibilidade de um cimento de ionômero de vidro em fase
experimental que contém nióbio em sua composição comparando-o com
cimentos de ionômero de vidro, tanto fotoativados, como quimicamente
ativados, existentes no mercado; assim também, verificar o
comportamento do experimental associado aos líquidos existentes
dos ionômeros, bem como testar o experimental e o líquido
experimental desenvolvidos no Instituto de Química da UNESP de
Araraquara. De acordo com Bertolini et al.
8
, o Brasil é exportador mundial
119
de nióbio, que, além de ser um material biocompatível, faz parte das ligas
ortopédicas, estando em estudo o efeito de suas propriedades
mecânicas.
O uso do tubo de polietileno, de comportamento
comprovadamente inerte, diante do tecido conjuntivo de animais de
laboratório, segundo Torneck
58,59
(1966 e 1967), serve para manter o
material no interior do tecido, evitando interferência de outros fatores,
como os relacionados com a quantidade de material e com a área de
contato entre este e o tecido animal, o que dificultaria a análise
comparativa das reações.
Os cimentos de ionômero de vidro testados foram colocados
nos tubos de polietileno com uma extremidade fechada e introduzidos no
tecido conjuntivo subcutâneo, de tal forma que a reação de presa se
completasse dentro de tecido para os cimentos de ionômero de vidro
quimicamente ativados. No entanto, para os cimentos fotoativados, foi
realizado fotopolimerização antes dos tubos serem implantados,
caracterizando-se, assim, uma variável no teste na tentativa de reproduzir
a condição de uso.
Avaliou-se o infiltrado inflamatório, as atividades
macrofágicas, o grau de vascularização, colagenização e os processos
reparativos como a formação da cápsula e sua evolução.
Scuoteguazza
48
(1994) avaliou, comparativamente, em
tecido conjuntivo subcutâneo de ratos, a compatibilidade biológica de
120
materiais a base de ionômero de vidro, utilizados como forradores de
cavidades, veiculados em tubos de polietileno. Como demonstra Bauer,
Al-Rubayi
5
e Zanoni
68
, pelo fato do tubo de polietileno ser biologicamente
inerte e possuir resposta tecidual seqüencial conhecida, a superfície
lateral do tubo pode ser usada como controle, o que possibilitou
estabelecer, por comparação, ordem crescente de irritabilidade entre os
grupos experimentais, sendo o primeiro Ketac Bond, seguido pelo Shofu
Glass Ionomer, e por último o Vidrion F.
Trabalhos realizados por Kawahara et al.
28
,Tobias et al.
57
,
Wilson, Kent
63,64
, Yakushiji et al.
67
mostraram que o material é
biocompatível. Assim, Yakushiji et al.
67
discordaram de Tobias et al.
57
e
de Kawahara et al.
28
que concluíram serem os cimentos de ionômero de
vidro similares aos cimentos de policarboxilato. Pameijer et al.
42
observaram menor irritabilidade do cimento de ionômero de vidro quando
comparado ao cimento de silicato. Pameijer et al.
42
, Walls
62
observaram
que, no estágio inicial, exibe certo efeito xico, provavelmente devido ao
baixo pH desses materiais quando recentemente preparados, que acaba
diminuindo com o tempo, o que está de acordo com o nosso trabalho.
Para o cimento de ionômero de vidro fotopolimerizável
Vitrebond (Grupo I), houve um maior aumento no processo de inflamação
aos 7 dias, se comparados a todos os outros cimentos testados. Chegou-
se a valores iniciais que foram de inexpressivo a intenso, permanecendo,
em média, em grau discreto/moderado. Para os eventos
121
polimorfonucleares neutrófilos, mononucleares, fagócitos mononucleares
e grau de vascularização, a diminuição foi significativa aos 30 dias. Para
proliferação fibroangioblástica e espessura da cápsula, a diminuição foi
significativa, mas somente no final, aos 60 dias. De acordo com
Stanislawski et al.
54
(1999), os cimentos de ionômero de vidro modificados
por resina que combinam os benefícios dos cimentos de ionômero de
vidro convencionais (adesão e liberação de fluoreto) com a facilidade de
manipulação e melhores propriedades mecânicas dos compósitos
fotopolimerizáveis, parecem ser mais tóxicos do que os cimentos
convencionais. Isso pode ocorrer devido ao fato que, durante a reação de
presa, ocorre um aumento significante da temperatura e alteração do pH
local, além da liberação de vários íons e monômeros residuais. Alguns
autores
12,55
relataram que a presença do componente resinoso nos
ionômeros de vidro podem promover uma irritação do complexo
dentinopulpar, mesmo quando aplicados em cavidades médias, porque
é conhecido que a resina composta foto ou quimicamente ativada é um
material mais citotóxico do que o ionômero de vidro. A partir disso,
diversos estudos avaliaram a citotoxicidade e biocompatibilidade dos
ionômeros de vidro
3,15,16,33,53
. Trabalhos recentes mostraram que o
cimento de ionômero de vidro modificado por resina Vitrebond (3M
ESPE), o qual é recomendado especificamente para forramento cavitário,
apresenta intenso efeito citotóxico sobre células de linhagem
odontoblástica em cultura
3,15,53
. Esse mesmo material, em estudo in vivo,
122
quando aplicado sobre a dentina causou irritação reduzida para o tecido
pulpar
18
. Para o Grupo III, que foi utilizado o experimental e o líquido
do Vitrebond, inicialmente, aos 7 dias os valores iniciais foram
razoavelmente equivalentes ao Vitrebond (Grupo I), mas, nos períodos
seguintes a diminuição foi menos intensa, inclusive no final, aos 60 dias.
Os cimentos de ionômero de vidro foram formulados
inicialmente como materiais para restauração e foram posteriormente
modificados de acordo com as necessidades clínicas como materiais para
cimentação e forramento cavitário. Segundo Wilson, Prosser
66
o cimento
de ionômero de vidro representa um avanço em direção a um material
biocompatível e está situado entre os cimentos que proporcionam irritação
mínima, pois contêm, na sua fórmula, polímeros recém-formados em vez
de monômeros.
Autores como Walls
62
(1986), em seus estudos, concluíram
que quando existe uma camada razoável de dentina remanescente entre
a base da cavidade e os tecidos pulpares, nenhum forramento se faz
necessário, mas, assim como Walls
62
, outros autores
18,20,44,46,57,61,67
recomendam que um material menos irritante deve ser usado como
forramento, como o cimento de hidróxido de cálcio, quando a base da
cavidade for próxima a polpa.
Plant et al.
44
(1984), Croll, Phillips
20
(1986), Uçok
60
(1986),
Zytkievitz, Piazza
70
(1988) observaram que o cimento de ionômero de
vidro apresentava uma inflamação pulpar inicial e concluíram que é
123
necessário colocar uma fina camada de hidróxido de cálcio em regiões
mais profundas da dentina. Croll, Phillips
20
e Walls
62
sugeriram o uso de
uma camada de hidróxido de lcio como forramento quando a base da
cavidade for próximo à polpa. Navarro et al.
38
(1988) ressaltaram a
importância de cuidados necessários a serem tomados para um
desempenho mais favorável do material, como proporção e manipulação
adequada do material, proteção pulpar com base de hidróxido de cálcio
em regiões próximas a polpa e técnica de restauração ou cimentação
criteriosa. Navarro, Pascotto
37
(1998) também relatam que é necessário
conhecer as propriedades, as características de manipulação, bem como
suas indicações e contra-indicações e que isso é imprescindível para que
se obtenha os melhores resultados com o material.
Mount
34
(1994) afirma que o cimento de ionômero de
vidro, pela sua união iônica com a estrutura dental, será um selante ideal
para a cavidade, prevenindo o ingresso de nutrientes bacterianos e
reduzindo qualquer um que possa estar presente numa forma esporulada.
Dessa forma, o cimento de ionômero de vidro pode ser colocado em
intima proximidade com a polpa, sem o risco de desenvolver uma
inflamação pulpar irreversível, e a colocação de um sub-forramento
adicional sob esse cimento não e justificável.
A discreta reação pulpar ao ácido poliacrílico pode ser
atribuída pelo fato do ácido poliacrílico e ácidos afins serem ácidos
orgânicos de baixa intensidade, e também pela difusão dos poliácidos
124
através dos tecidos e dos canalículos dentinários devido ao seu alto peso
molecular, acrescido da capacidade de combinar e unir-se à estrutura
dentinária
70
.
Nos estudos de Scuoteguazza
48
(1994), os resultados
mostraram que os cimentos de ionômero de vidro para forramento
avaliados (Ketac Bond, Shofu Glass Ionomer type I e Vidrion F)
apresentaram-se como irritantes do tecido conjuntivo subcutâneo do rato,
permitindo, no entanto, no decorrer dos períodos, evolução por
colagenização da cápsula junto à abertura tubular, sem atingir a evolução
ideal caracterizada junto às paredes do tubo de polietileno. A atividade
macrofágica, exercida por fagócitos mononucleares e células gigantes,
mostrou-se acentuada e persistente com decréscimo nos períodos finais
de avaliação; e em áreas adjacentes, houve constância na formação de
nódulos reacionais sobre partículas dispersas de material, apresentando
características estruturais semelhantes àquelas observadas na cápsula, o
que também ficou demonstrado em nosso estudo, variando apenas o grau
em que esses eventos ocorreram.
O infiltrado inflamatório para polimorfonucleares neutrófilos,
ao longo dos períodos, somente se alterou significativamente para os
Grupos I (Vitrebond), IV (Pó experimental + Líquido do Ionomaster F) e V
(Pó experimental + Líquido experimental), porém, para o Grupo V, ao final
de 60 dias, os escores foram significativamente menores do que aqueles
de 15 e 30 dias, mas o significativamente menores do que os escores
125
do período inicial, o que denota que esse material apresentou reação de
inflamação inicial menor em comparação aos outros cimentos de
ionômero de vidro.
Observamos, ao longo dos períodos, que o infiltrado
inflamatório representado pelos mononucleares somente se alterou
significativamente para os Grupos I (Vitrebond) e IV (Pó experimental +
Líquido do Ionomaster F). No Grupo I, houve diminuição significativa do
início, 7 dias, em relação aos períodos de 30 e 60 dias, com equivalência
dos escores dos 15 aos 60 dias. Para o Grupo IV, a diminuição foi
significativa somente do período de 60 dias, porém menor
significativamente somente em relação ao resultado do período de 15
dias.
evidência de diminuição de resíduos necróticos
superficiais aos 60 dias em relação aos 15 dias para o grupo V (Pó
experimental + Líquido experimental). para o Vitrebond (Grupo I),
resíduos necróticos encontravam-se, em média, em grau
discreto/moderado, diminuindo ao longo de 60 dias, passando a ser
considerado como inexpressivo; o que ocorreu da mesma forma para o
Grupo II (Ionomaster F), para o Grupo III (Pó experimental + Líquido do
Vitrebond) e para o Grupo IV (Pó experimental + Líquido do Ionomaster
F), sendo que no Grupo III, ao final de 60 dias, apresentou a variação
mais alta, chegando à faixa de grau discreto/moderado. Porém, cabe
ressaltar, que, do ponto de vista estatístico, para necrose, houve uma
126
mudança significativa para o Grupo V (Pó experimental + Líquido
experimental).
A atividade macrofágica para os fagócitos mononucleares
diminuiu significativamente para o Grupo I (Vitrebond) a partir do período
de 30 dias em relação ao inicial, de 7 dias. No Grupo II (Ionomaster F)
também houve diminuição, mas do período final, de 60 dias, em
relação ao inicial. No Grupo V (Pó experimental + Líquido experimental),
houve evidência de diminuição do resultado final em relação ao período
de 15 dias, mas este final se mostrou equivalente ao inicial.
Golin
24
(1988), na sua pesquisa em tecido conjuntivo
subcutâneo de ratos, também encontrou uma maior agressividade nos
primeiros dias após a implantação dos cimentos de ionômero de vidro,
ampliada pela disseminação de suas partículas em áreas adjacentes aos
corpos-de-prova, sofrendo seqüente redução pela ação dos macrófagos.
A elevada ação macrofágica presenciada na cápsula junto à
abertura tubular intensifica a condição de dificuldade de digestão de
partículas pelas células específicas, predizendo sua manutenção em
períodos mais longos, conforme avaliação de Katuki
27
(1994). O destaque
desse fenômeno deve ser considerado o principal elemento responsável
pela persistência da intensidade no quadro reacional, o que evidencia a
necessidade do cuidado frente às possibilidades de contato direto
indevido desses ionômeros de vidro com o tecido conjuntivo de qualquer
região.
127
Trabalhos de Bauer, Al-Rubayi
5
(1987) e Golin
24
(1988)
demonstram que a ação indireta dos cimentos de ionômero de vidro sobre
a polpa diminui em intensidade conforme o tempo, podendo, portanto, ser
indicado, desde que a distância do teto da mara pulpar e o soalho da
cavidade não seja reduzida, porém outros autores
18,20,44,46,57,61,67
recomendam o emprego de cimentos à base de hidróxido de cálcio como
base para proteção da polpa, a fim de garantir uma melhor
compatibilidade biológica.
Quanto à espessura da cápsula junto à abertura tubular, no
Grupo I (Vitrebond) diminuiu aos 60 dias, mas foi significativa somente em
relação ao período de 7 dias. No Grupo II (Ionomaster F), ocorreu
oscilação dos resultados, com evidência de que, no período de 15 dias, a
espessura foi significativamente maior do que no período de 30 dias. No
Grupo III (Pó experimental + Líquido do Vitrebond), a espessura diminuiu
a partir do período de 30 dias em relação à inicial. No período de 15 dias,
a espessura ficou intermediária e equivalente às outras. Nos Grupos IV
(Pó experimental + Líquido do Ionomaster F) e V (Pó experimental +
Líquido experimental), não houve evidência de diferença significativa
entre as espessuras ao longo dos períodos.
Para o grau de vascularização, o material Vitrebond (Grupo
I) apresentou diminuição significativa a partir do período de 30 dias em
relação ao inicio. No Grupo III (Pó experimental + Líquido do Vitrebond)
também houve diminuição, mas do período final de 60 dias em relação
128
ao inicial. No Grupo V (Pó experimental + Líquido experimental), o
resultado final foi significativamente menor do que os resultados dos
períodos de 15 e 30 dias, mas equivalente ao inicial; isso demonstra que
o Grupo V se confirma como o material de menor reação inicial que
aumenta durante os períodos intermediários, mas sem ser significante, e
decai aos 60 dias, chegando quase que aos mesmos valores iniciais.
Para os Grupos II (Ionomaster F) e IV (Pó experimental + Líquido do
Ionomaster F), não evidências significantes para grau de
vascularização, embora haja uma diminuição com relação ao período
inicial.
Ficaram evidenciadas diferenças de graus de vascularização
entre os Grupos somente no final, aos 60 dias. A vascularização final no
Grupo III (Pó experimental + Líquido do Vitrebond) foi significativamente
maior do que a do Grupo V (Pó experimental + Líquido experimental),
sendo que, as demais foram intermediárias e equivalentes, inclusive em
relação aos dois Grupos com diferença entre si.
De acordo com Kawahara
28
, as respostas pulpares a certos
fatores, como a fluidez da mistura, influencia diretamente a intensidade da
reação pulpar ao cimento. Além das misturas mais fluidas serem mais
irritantes à polpa, o cimento obtido será menos resistente mecanicamente
e mais solúvel aos fluidos bucais. Neste presente estudo, o cimento do
Grupo V ( experimental + Líquido experimental) apresentou mistura
mais fluida em relação aos outros Grupos (mesmo sendo considerada
129
com boas qualidades de manipulação), bem como, melhores resultados
no período de 7 dias, aumentando aos 15 e 30 dias, mas sem ser
significativo e diminuindo aos 60 dias, chegando a níveis inferiores em
relação a 7 dias. De fato, estas ocorrências justificam, os resultados
encontrados em nosso estudo com este material, tendo em vista que ao
primeiro contato com o tecido conjuntivo produziu uma reação inflamatória
menos intensa se comparado aos outros materiais testados.
Para o Grupo III (Pó experimental + Líquido do Vitrebond),
ocorreu, na maioria dos eventos histopatológicos, diminuição sucessiva
dos escores nos períodos experimentais. Para os eventos grau de
colagenização e espessura da cápsula, a diminuição foi significativa aos
30 dias. Para proliferação fibroangioblástica, fibroblastos e grau de
vascularização, a diminuição foi significativa, mas somente no final, aos
60 dias.
Para o Grupo IV, que utilizou o pó experimental com o
líquido do Ionomaster F, os resultados iniciais de certa forma, foram,
equivalentes ao Grupo II (Ionomaster F). Ao final de 60 dias é que houve
uma diminuição dos eventos histopatológicos, ainda assim significativo
somente para alteração celular, polimorfonucleares neutrófilos e
mononucleares.
Para o Ionomaster F (Grupo II), ao longo dos períodos,
houve uma diminuição na maioria dos escores na maioria dos eventos
histopatológicos, mas a diminuição somente foi significativa para fagócitos
130
mononucleares no final, aos 60 dias em relação ao início, aos 7 dias.
Quanto à espessura da cápsula, teve aumento dos escores aos 15 dias,
com diminuição significativa imediatamente no período seguinte. Neste
Grupo, os resultados iniciais também apresentaram variação
razoavelmente grande, da mesma forma que o Grupo I (Vitrebond), mas
chegaram, no final, a valores um pouco maiores, com escores iguais a 2,0
(moderado).
Independente das reações iniciais, todos os cimentos de
ionômero de vidro, no final do estudo apresentaram reações entre
discretas e inexpressivas, tendo os tubos de polietileno circundados por
cápsulas fibrosas.
O comportamento dos materiais em ordem crescente de
irritação, de acordo com a evolução histopatológica nos períodos de 7 a
60 dias, segue uma tendência para: experimental + Líquido
experimental (Grupo V), Vitrebond (Grupo I), experimental + Líquido
do Ionomaster F (Grupo IV), Pó experimental + Líquido do Vitrebond
(Grupo III) e Ionomaster F (Grupo II). Entretanto, estatisticamente, não
houve diferença significante que mostrasse que um cimento de ionômero
de vidro fosse melhor que o outro. Finalizando, entendemos que os
resultados histológicos em tecido conjuntivo subcutâneo de ratos são
avaliações iniciais, assim, deve ser tomado extremo cuidado para que os
mesmos não sejam extrapolados diretamente a outros níveis de pesquisa.
131
Conclusão
ConclusãoConclusão
Conclusão
132
7 CONCLUSÃO
O cimento ionomérico experimental em estudo comparativo
de biocompatibilidade (Nível I) a cimentos ionoméricos já comercializados,
apresentou-se biologicamente viável, tendo em vista que ao longo dos
períodos analisados, níveis de eventos histopatológicos semelhantes
foram observados. Há, no entanto, necessidade de maiores estudos
sobre a biocompatibilidade desses cimentos contendo nióbio, em outros
modelos experimentais (Níveis II e III), onde se inclui necessariamente o
complexo dentina-polpa.
133
Referências
ReferênciasReferências
Referências
134
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