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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
CÂMPUS DE ARARAQUARA
Gislaine Cristina Padovani
Avaliação, in vitro, da atividade antibacteriana, liberação
de fluoreto e capacidade de recarga de cimentos de
ionômero de vidro para base forradora
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Dentística
Restauradora, da Faculdade de
Odontologia de Araraquara, da
Universidade Estadual Paulista para
obtenção do título de Mestre em
Dentística.
Orientadora:
Profª. Drª. Maria Salete Machado Candido
ARARAQUARA
2008
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GISLAINE CRISTINA PADOVANI
Avaliação, in vitro, da atividade antibacteriana, liberação
de fluoreto e capacidade de recarga de cimentos de
ionômero de vidro para base forradora
COMISSÃO JULGADORA
DISSERTAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE
Presidente e Orientador: Prof
a
. Dr
a
. Maria Salete Machado Candido
2º Examinador: Prof Dr. José Roberto Cury Saad
3º Examinador: Prof. Dr. Rossano Gimenes
Araraquara, 25 de março de 2008.
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G islaine Cristina Padovani
G islaine Cristina PadovaniG islaine Cristina Padovani
G islaine Cristina Padovani
Nascimento 24 de novembro de 1979
Araraquara – SP
Filiação Luiz Carlos Padovani
Jovelina Padovani
2001-2004 Curso de Graduação em Odontologia, na
Faculdade de Odontologia de Araraquara –
UNESP. Araraquara – UNESP.
2006-2008 Curso de Pós-Graduação em nível de
Mestrado na área de Dentística, na Faculdade
de Odontologia de Araraquara UNESP.
Araraquara – UNESP.
Associações CRO - Conselho Regional de Odontologia do
Estado de São Paulo.
GBPD – Grupo Brasileiro de Professores de
Dentística.
SBPqO – Sociedade Brasileira de Pesquisa
Odontológica
D edicatória
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D edicatória
A Deus e aos seus mensageiros, por sempre me proporcionarem saúde,
proteção e força, imprescindíveis durante toda a vida e em mais esta jornada.
Em especial aos meus pais, Luiz Carlos e Jovelina, pois mesmo diante
dos obstáculos, conduziu nossas vidas pelo caminho do bem e da verdade, a quem
devo a vida e minha formação moral. Meu reconhecimento e gratidão pela
paciência, compreensão e incentivar todos os meus sonhos.
Ao meu irmão Juliano, exemplo de vida, apoio, determinação e amizade,
representante verdadeiro da palavra irmão.
Ao Amauri, pelo incentivo, dedicação, tranqüilidade e segurança que me
mantiveram firme durante toda esta jornada.
A todos vocês, com os quais aprendi o sentido de viver, amar e ser
feliz.....
A gradecim entos
A gradecim entos A gradecim entos
A gradecim entos E speciais
E speciaisE speciais
E speciais
À minha querida orientadora, Prof
a
. Maria Salete, grande exemplo de
honestidade e dedicação ao ensino. Acima de tudo é uma pessoa verdadeira.
Obrigada por todos os momentos que compartilhamos, pelos seus ricos
ensinamentos e por sempre acreditar em minhas idéias.
Ao Prof. Dr. Pizzolito, modelo de simplicidade, sabedoria e doçura, ao
qual foi fundamental para o desenvolvimento desta pesquisa.
Ao Prof. Dr. Márcio, parceiro de trabalho e novo amigo imprescindível
na realização deste trabalho.
Aos amigos de turma do mestrado João Paulo, Juliana, Willian, pois
aprendi com cada um de vocês a como ser diferente e principalmente a respeitar
essa diferença, realmente nos completamos.
Aos meus amigos da Dentística: Darlon, Adriano, Simone, Milko, Benícia
Ubiracy, Priscila, Renato pelos momentos de descontração, aprendizado, e
amizade leal.
A minha amiga Indri, pelos incentivos, idéias, e longas conversas.
À D. Maria (IQ), D. Cida, Marinho, Vanderlei, Adriana, Creuza pela
amizade, carinho e apoio técnico-laboratotial.
À Faculdade de Odontologia de Araraquara – Universidade Estadual
Paulista, representados pela digníssima Diretora representados pela digníssima
Diretora Profa. Dra. Rosemary Adriana Chiérice Marcantonio e pelo Vice –
Diretor Prof. Dr. José Cláudio Martins Segalla.
Ao Departamento de Odontologia Restauradora da Faculdade de
Odontologia de Araraquara UNESP representados pelo Chefe de Departamento
Prof. Dr. Prof. Dr. Fábio Luiz Camargo Villela Berbert e Vice-Chefe Prof. Dr.
Osmir Batista de Oliveira Jr.
Aos professores da Disciplina de Dentística da Faculdade de Odontologia
de Araraquara - FOAr – UNESP, pelos conhecimentos transmitidos.
À Coordenação da Pós Graduação em Dentística Restauradora, da
Faculdade de Odontologia de Araraquara FOAr UNESP, representadas pelos
Professores Doutores Osmir Batista de Oliveira Júnior e Maria Salete Machado
Candido.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CNPq e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior -
CAPES pelo apoio financeiro concedido para a realização desta pesquisa.
Aos funcionários da Secretaria de Pós Graduação da Faculdade de
Odontologia de Araraquara FOAr UNESP, Mara, Rosângela, Vera, Sylvia e
Alexandre pela atenção que sempre nos dispensaram em todos os momentos.
A todos os funcionários da biblioteca pela amizade e atenção: Adriano,
Ceres, Eliane, Maria Helena, Maria Inês, Marley, Odete e Silvia.
A todos os professores e funcionários da Faculdade de Odontologia de
Araraquara.
Agradecer é reconhecer que o homem jamais poderá lograr para si o dom
de ser auto-suficiente. Ninguém e nada crescem sozinhos; sempre é preciso um
olhar de apoio, uma palavra de incentivo, um gesto de compreensão uma atitude
de amor. A todos aqueles que, embora não estejam aqui citados, mas que
colaboraram para o desenvolvimento deste trabalho, a mais profunda gratidão e
respeito.
SUMÁRIO
RESUMO 11
ABSTRACT 13
1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 16
2 REVISÃO DA LITERATURA..................................................................... 24
2.1 Liberação e reincorporação de fluoreto................................................... 24
2.2 Atividade antibacteriana...........................................................................
47
3 PROPOSIÇÃO.............................................................................................. 60
4 MATERIAL E MÉTODO..............................................................................
62
4.1 Material.................................................................................................... 62
4.2 Métodos................................................................................................... 64
4.2.1 Liberação e reincorporação de fluoreto............................................. 64
4.2.2 Atividade antibacteriana.....................................................................
71
4.2.3 Planejamento estatístico..................................................................... 74
5 RESULTADO............................................................................................... 78
5.1 Liberação e reincorporação de fluoreto....................................................
78
5.2 Atividade antibacteriana...........................................................................
81
6 DISCUSSÃO..................................................................................................
88
7 CONCLUSÃO............................................................................................... 100
8 REFERÊNCIAS............................................................................................ 102
ANEXOS...........................................................................................................
116
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
ADT
Teste da difusão do ágar
Al
2
O
3
Alumina
CaF
2
Fluorita ou fluoreto de cálcio
CaO
Óxido de cálcio
ATF
Aplicação tópica de flúor
BHI
Brain Heart Infusion (Infusão de cérebro e coração)
CHX
Clorexidina
CIV
Cimento de ionômero de vidro
CIVMR
Cimento de ionômero de vidro modificado por resina
DCT
Contato direto
Des
Desmineralização
DPICl
Difeniliodoniumcloride
Exp
Experimental
F
-
Fluoreto
HEMA
Hidroxietil metacrilato
ÍON F
Ionomaster F
µL
Microlitro
mM
Milimolar
mol/l
Mol por litro ou mol.L
-1
mg/cm
2
Miligrama por centímetro quadrado
p
Nível de significância estatística
pH
Potencial hidrogeniônico
ppm
Parte por milhão
Re Remineralização
SiO
2
Sílica
TEGDMA Trietileno glicoldimetacrilato
TISAB Total Ionic Strenght Adjustor
Vit Vitrebond
ZnSO
4
Sulfato de zinco
µgF/cm
2
/h Micrograma de flúor por centímetro quadrado por hora
µgF-/mm2 Micrograma de flúor por milímetro quadrado
Padovani GC. Avaliação, in vitro, da atividade antibacteriana, liberação de
fluoreto e capacidade de recarga de cimentos de ionômero de vidro para base
forradora [dissertação mestrado]. Araraquara: Faculdade de Odontologia da
UNESP; 2008.
Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a liberação de fluoreto, capacidade de
recarga e a atividade inibitória dos cimentos de ionômero de vidro: Vitrebond
(Fotoativado), Ionomaster F (quimicamente ativado), além de um cimento de
ionômero de vidro experimental, também quimicamente ativado. Para a avaliação
da liberação de fluoreto foram confeccionados 10 espécimes padronizados para
cada um dos cinco grupos experimentais (GI Vitrebond, GII Ionomaster F,
GIII Experimental + Vitrebond, GIV Experimental + Ionomaster F, GV
Experimental + Experimental). Todos os espécimes foram submetidos a um
modelo de ciclagem de pH, sendo imersos alternadamente em soluções Des/Re,
para simular condição de alto risco á cárie, durante 15 dias. Após este período
todos os espécimes foram submetidos a uma aplicação de flúor tópico acidulado
1,23%, pH 3,6-3,9, por 4 minutos. Em seguida, lavados e novamente submetidos à
mesma ciclagem de pH por mais 15 dias. A concentração de fluoreto (mg/L) nas
soluções foi quantificada por um período de trinta dias através de um eletrodo
flúor específico. Para o teste microbiológico os cinco grupos experimentais foram
mantidos sobre S. mutans, L. acidophilus e A.viscosus utilizando o teste de difusão
em ágar. Os inóculos foram obtidos por meio da semeadura das cepas bacterianas
padrão em caldo BHI e incubação a 37
o
C por 24 horas. Em placas de Petri foram
preparadas camadas base contendo 15 ml de BHI ágar acrescido de 300 µl da
suspensão bacteriana selecionada. Seis poços medindo 4 mm de diâmetro foram
confeccionados em cada placa e completamente preenchidos com um dos
materiais teste. Uma solução de digluconato de clorexidina a 0,2% foi utilizada
como grupo controle. Os experimentos foram repetidos em dez placas de petri.
Após a incubação das placas a 37
o
C, por 24, 48 e 72 horas, os halos de inibição
formados ao redor dos poços foram medidos. Este estudo demonstrou maior
liberação de fluoreto para o Ionomaster F, seguido do Vitrebond, e com
características similares para os três grupos que utilizaram o experimental;
todos os grupos aumentaram sua liberação de fluoreto com a recarga, porém
padrões de liberação foram diferentes. A atividade antibacteriana para dois
cimentos ionoméricos fotoativados foi altamente significante, sendo que, o GI
vitrebond apresentou a melhor atividade antibacteriana contra A. Viscosus e L.
Acidofilus.
Palavras-chave: Cimento de ionômero de vidro; flúor; cárie dentária;
streptococcus mutans.
Padovani GC. Evaluation, in vitro, of inhibitory activity, fluoride release, uptake
ability with glass ionomero cement liners [dissertação mestrado]. Araraquara:
Faculdade de Odontologia da UNESP; 2008.
Abstract
The aim of this work was to evaluate the in vitro fluoride release, uptake ability,
and the inhibitory activity dealing with the glass ionomer cements: Vitrebond (3M
ESPE), Ionomaster (WILCOS), and also an experimental glass ionomer cement.
In order to study the fluoride release ten specimens were fabricated according to
the instructions of the manufacturer for each of the five experimental groups(GI
Vitrebond, GII Ionomaster F, GIII Experimental + Vitrebond, GIV
Experimental + Ionomaster F, GV Experimental + Experimental). All of the
specimens were subjected to a pH cycling model. They were alternately immersed
into de- and remineralization solutions in order to simulate a high cavity risk
condition during 15 days. Afterwards, all the specimens were subjected to the
application of acidulated phosphate fluoride (APF, 1.23% at pH 3.6-3.9) for four
minutes. Thereafer the specimens were washed and subjected to the same pH
cycling for additionally 15 days. The solution fluoride concentration was
determined during a period of 30 days by using a fluoride ion-selective electrode.
For the microbiological test, the five experimental groups were evaluated on S.
mutans, L. acidophilus, and A.viscosus using the agar diffusion testing. The
inocula were obtained by seeding the bacterial strains into BHI medium and then
were incubated at 37
o
C for 24 hours. Bottom layers were prepared into Petri
dishes containing BHI agar (15 mL) with 300 µl of the desired bacterial
suspension. Six wells (4 mm diameter) were punched in each agar plate and
completely filled with one of the testing materials. A 0.2% clorexidine
digluconate solution was used as the control. The experimental method was
repeated in ten Petri dishes. Then the Petri dishes were incubated at 37
o
C, for 24,
48, and 72 hours. The inhibition zones around the wells were subsequently
measured. This study revealed a higher fluoride release for Ionomaster F,
followed by the Vitrebond, along with similar features for the three groups using
the experimental cement; all the experimental groups presented a rise in fluoride
release upon uptake, despite the different release features. The antibacterial
activity for two CIVMRs was highly significant. The GI - Vitrebond presented the
best antibacterial activity on A. Viscosus and L. Acidofilus.
Keywords: Glass ionomer cements; fluoride; dental carie; streptococcus mutans.
INTRODUÇÃO
_________________________________________________
1 Introdução
A manutenção da vitalidade do tecido pulpar é fundamental para a vida
funcional do dente, devendo ser considerada prioridade na escolha das estratégias
de tratamento odontológico. Tal importância é explicada pelo fato de que as
células pulpares mantêm a homeostase tecidual após o desenvolvimento dentário,
promovem eventos de reparo a uma injuria tecidual, que levam à regeneração
dentinária
92
, controlam as reações de defesa em resposta à difusão de resíduos
metabólicos, enzimas e toxinas bacterianas, provenientes do processo carioso
8
e
de componentes tóxicos liberados pelos materiais restauradores
23
. Além disso, a
presença do fluído que percorre os túbulos dentinários é fundamental para a
manutenção da sensibilidade e propriedades mecânicas da dentina
17,72
.
Para evitar irritação ou até danos irreversíveis ao tecido pulpar, materiais
indicados protetores da polpa são indicados para forramento de cavidades
profundas, com reduzida espessura de dentina remanescente (menos que 0,5
mm)
63
. Esses materiais devem ser biocompatíveis quando aplicados em dentina,
sendo capazes de permitir e/ou estimular a reparação tecidual,
23
além de
promoverem um bom selamento da interface dente-restauração, diminuindo a
possibilidade de microinfiltração bacteriana
18
.
Dentre os materiais protetores pulpares, o cimento de hidróxido de cálcio é
o mais utilizado, apesar de seu mecanismo de ação ainda não ser completamente
elucidado
77,88
. Alguns autores sugeriram que a ação antibacteriana desse cimento,
associada à sua alcalinidade, poderia impedir a progressão do processo
Introdução
IntroduçãoIntrodução
Introdução
17
carioso
41,95
. Entretanto estudos, in vitro, têm apresentado resultados contraditórios
em relação à atividade antibacteriana desses cimentos, os quais vão desde nenhum
ou mínimo efeito
38,97
, até a inibição marcante de algumas bactérias bucais
46
. Além
disso, o cimento de hidróxido de cálcio apresenta algumas propriedades
desfavoráveis como, alta solubilidade, baixa resistência à compressão e ausência
de adesão ao substrato dentinário
47
quando comparado a outros materiais
forradores.
Outro material também indicado para a proteção pulpar indireta é o
cimento de ionômero de vidro, por apresentar capacidade de adesão à estrutura
dentinária, coeficiente de expansão térmico e módulo de elasticidade apropriados
além, da liberação de fluoreto e biocompatibilidade quando aplicado sobre
dentina
1,25,73
. A atividade antibacteriana do cimento de ionômero de vidro também
foi demonstrada em alguns estudos, in vitro
62,69,76
.
Porém, esses cimentos
apresentam limitações como todo material dentário, sendo as propriedades
mecânicas uma das principais causas de restrição de seu uso. Os cimentos de
ionômero de vidro convencionais (CIV) possuem baixa resistência à tração e à
compressão com indicação em regiões de pouco stress (Navarro, Pascotto,
75
1998). A estética do CIV é comprometida, principalmente nos convencionais,
devido à alta opacidade. Segundo Culbertson,
27
2001, os CIV modificados por
resina (CIVMR) apresentam melhor estética em algumas formulações.
A descoberta do cimento de ionômero de vidro ocorreu na década de 70,
com os estudos sobre o cimento de silicato, no qual o ácido fosfórico foi
substituído por ácidos orgânicos para diminuir a irritação da polpa dentária.
Introdução
IntroduçãoIntrodução
Introdução
18
O cimento de ionômero de vidro é um material odontológico resultante de
uma reação do tipo ácido - base entre íons liberados de de vidro e uma solução
de ácido orgânico geralmente o ácido poliacrílico. Durante a reação inicial, a
superfície das partículas de vidro é degradada pelo ácido poliacrílico liberando
Al
3+
e Ca
2+
. Esses cátions liberados fazem ligações cruzadas com as cadeias de
poliácidos. Assim, o cimento é constituído de uma matriz polimérica embebida
com partículas de vidro (Figura 1). A introdução de copolímeros à solução aquosa
de ácido poliacrílico, como por exemplo, ácido tartárico e itacônico, tornaram
possível a obtenção de tempos de presa e de trabalho clinicamente mais
compatíveis.
FIGURA 1 - Representação esquemática da interação entre o ácido orgânico e as partículas de
vidro.
De acordo com Wilson, McLean
103
(1988) a reação de obtenção dos
cimentos, pode ser dividida nos seguintes estágios:
1) ataque à rede vítrea e liberação dos íons metálicos, principalmente, Al
3+
e Ca
2+
;
2) migração dos íons liberados para dentro da fase aquosa do cimento;
Introdução
IntroduçãoIntrodução
Introdução
19
3) gelatinização do poliácido pelos outros íons metálicos;
4) endurecimento do cimento após a gelatinização.
Essas etapas estão exemplificadas no seguinte esquema (Figura 2) de
Wilson, McLean,
103
(1988) que explica a reação de obtenção dos cimentos.
Como ilustrado na Figura 2, quando ocorre o ataque ácido os íons Al
3+
, Ca
2+
e
F
-
vão sendo liberados da rede vítrea, a qual vai sendo rompida e forma-se uma
camada rica em ácido silícico, o qual se geleifica, resultando em uma camada
de sílica gel.
FIGURA 2 - Etapas envolvidas na reação de obtenção dos cimentos de ionômero de vidro.
Introdução
IntroduçãoIntrodução
Introdução
20
A composição dos vidros utilizados como formadores de cimentos, pode
ser complexa e variada. Embora, haja essa diferença, pode-se dizer que alguns
constituintes essenciais, como: sílica (SiO
2
), alumina (Al
2
O
3
) e fluoreto presentes
em todas as composições dos vidros precursores dos cimentos (SiO
2
-Al
2
O
3
-CaO
ou Al
2
O
3
-CaO-CaF
2
), (Wilson, McLean,
103
1988).
Recentemente, observou-se que o cimento de ionômero de vidro atua na
prevenção da cárie na interface dente/restauração, além de ser capaz de inibir, in
vitro, o crescimento de algumas bactérias bucais, como: Streptoccocus mutans,
Lactobacilos e consequentemente reduzir a formação de rie secundária, isso
devido ao seu pH inicial e/ou capacidade de liberação de fluoreto
56,61,97
.
Desta maneira, os CIVs funcionam como um reservatório de fluoreto, que
é continuamente liberado diminuindo a incidência de cáries. A liberação de
fluoreto pelos CIVs ocorre com maior intensidade no período de 24 a 48 horas, e
continua em menor intensidade por um longo período.
De acordo com Ten Cate, Featherstone
95
, em 1991, sabe-se que a presença
contínua de baixas concentrações de fluoreto pode inibir a desmineralização e
favorecer a remineralização .
Segundo Chan et al.
21
, 2006, o fluoreto favorece a formação da
fluorapatita. Altos níveis de fluoreto na superfície do esmalte podem torná-lo mais
resistente à dissolução ácida, diminuindo a viabilidade bacteriana.
A liberação de fluoreto pode está relacionada com dois mecanismos
básicos: a) liberação inicial - pela ação da água na dissolução dos componentes
com fluoreto e por difusão devido à degradação da matriz e formação de cracks;
Introdução
IntroduçãoIntrodução
Introdução
21
b) longo prazo - devido à interação iônica entre o cimento e o meio bucal, sendo
facilmente influenciada por alguns fatores, tais como: concentração de fluoreto
extrínseco, pH, e erosão ácida
26,52,94
.
Um outro aspecto interessante é a capacidade que os CIVs possuem de
reincorporar fluoreto do meio para posterior liberação, prolongando o tempo no
qual, o fluoreto ficará disponível no meio bucal
4,84
. Mesmo após a presa final do
cimento, a matriz permanece suficientemente porosa para a movimentação livre
desses íons
52,98
.
Clinicamente o que se espera de um material forrador é que este apresente
importante propriedade antibacteriana. Segundo Maltz,
70
os resultados
microbiológicos indicaram que a remoção superficial da cárie, o forramento com
um material antibacteriano e o selamento da cavidade reduziram o metabolismo e
o crescimento bacteriano, desacelerando a progressão da lesão e favorecendo a
resposta do complexo dentino-pulpar.
Streptococcus do grupo mutans e Lactobacilos são microrganismos
oportunistas que habitam comumente a cavidade bucal e expressam sua
patogenicidade em condições ambientais favoráveis. São encontrados
freqüentemente na dentina, podendo ser facilmente detectados por meio de
métodos microbiológicos
61
.
Com o intuito de melhorar suas propriedades, constantemente vêm sendo
desenvolvidas novas formulações de cimento de ionômero de vidro, as quais são
lançadas rotineiramente no mercado. Importante distinguir compômero de
compósito. O termo compômero deriva da combinação das partes de duas
Introdução
IntroduçãoIntrodução
Introdução
22
palavras, compósito e ionômero, pois o material apresenta características de
composição dos dois materiais. Compósito um material odontológico composto
por três fases distintas, ou sejam, uma fase inorgânica representada por partículas
de carga mineral, uma segunda fase representada pela matriz resinosa, Bisfenol-
glicidil-metacrilato e de uma terceira fase que constitui-se na união da primeira e
segunda fase, ou seja, o silano. Assim é basicamente um material em cuja
composição entram dois ou mais tipos de materiais diferentes
75,104
.
Recentemente, o Instituto de Química de Araraquara UNESP têm se
dedicado ao desenvolvimento de um cimento ionomérico experimental, acrescido
de nióbio, composto este semi-inerte, no qual forma ligações mais estáveis com a
cadeia do material inonomérico, dificultando a ação da água na quebra dessas
ligações e retardando a degradação do material. Este novo cimento também é
fabricado pelo inovador método Sol-Gel, que consiste em uma distribuição
homogênea das partículas do material e conseqüentemente tem-se um material
mais estável. Assim, é de grande interesse o início de estudos sobre o
comportamento deste novo material, ainda em fase experimental, e como tal, o
objetivo principal deste trabalho é avaliar comparativamente, por meio de estudo
in vitro as propriedades de liberação/recarga de flúor, bem como a atividade
antibacteriana, propriedades estas apresentadas e conhecidas nos cimentos
ionoméricos até então comercializados.
REVISÃO DA LITERATURA
_________________________________________________
2 Revisão da literatura
Para melhor compreensão, este capítulo está dividido em duas etapas,
apresentando primeiramente os estudos que avaliam as características da liberação
e capacidade de recarga de fluoreto em cimentos de ionômero de vidro
convencionais e modificados por resina, e depois os estudos que avaliam a
atividade antibacteriana dos materiais odontológicos propostos.
2.1 Liberação e reincorporação de fluoreto
O cimento de silicato foi o primeiro material restaurador com presença de
fluoreto na sua composição, tendo contribuído para um decréscimo no
desenvolvimento de cáries recorrentes. No início dos anos 70 surgiram os CIVs,
os quais, em função de sua atuação principalmente no aspecto de dificultar a
desmineralização do esmalte e favorecer a remineralização, estão sendo indicados
no tratamento preventivo da doença cárie.
Assim, tem sido constante a tentativa de se adicionar flúor nos materiais
odontológicos e, consequentemente, a necessidade por estudos para avaliar o
comportamento destes materiais frente à liberação de flúor.
Perrin et al.,
81
1994, compararam a liberação de fluoreto de cimentos de
ionômero de vidro convencionais e cimento de ionômero de vidro modificado por
R evisão da L iteratura
R evisão da L iteraturaR evisão da L iteratura
R evisão da L iteratura
25
resina, após um ano. Todos os materiais liberaram íons flúor em padrão similar,
sendo a liberação de fluoreto maior no primeiro dia, diminuindo durante uma
semana, com formação de platô. Após 1 ano, todos os espécimes liberaram
concentrações diárias do fluoreto acima de 0.5 ppm, alcançando 7 ppm. As
menores razões pó-líquido conduziram a maior liberação de fluoreto.
Forsten,
44
1995, analisou a liberação a curto (semanalmente) e longo prazo
(após 9 meses) de fluoreto, em cimento de ionômero de vidro modificado por
resina. O objetivo foi também determinar o efeito do fluoreto nos espécimes, a
consistência da mistura, e o pH do ambiente após liberação. Os espécimes foram
armazenados em 5 mL de água deionizada, e a liberação de fluoreto foi
mensurada semanalmente. Cimento de ionômero de vidro modificado por resina,
com partículas menores resultou em liberação elevada de fluoreto. O pH ácido
aumentou a liberação de fluoreto para todos os materiais.
Featherstone,
40
1996, observou que o metabolismo da bactéria oral
fermenta carboidratos produzindo ácidos orgânicos (acético, lático e propiônico).
Estes ácidos se difundem no esmalte e dentina dissolvendo mineral. Esta
desmineralização pode ser inibida por muitos fatores, como: cálcio e fosfato da
saliva, proteínas salivares, agentes antibacterianos e flúor.
Donly, Ingram,
35
em 1997, avaliaram a inibição de cárie por cimento de
ionômero de vidro fotoativado (Vitrebond) comparado à resina composta como
R evisão da L iteratura
R evisão da L iteraturaR evisão da L iteratura
R evisão da L iteratura
26
controle (Pertac universal Bond). Duas cavidades classe V padronizadas foram
confeccionadas em trinta molares permanentes, a margem cervical localizada
abaixo da junção esmalte/cemento. As cavidades foram restauradas com
Vitrebond e Pertac Universal Bond, de acordo com instruções do fabricante. Os
dentes foram revestidos com um verniz ácido-resistente, 2 mm das margens da
restauração. Todos os dentes foram submetidos a desafio cariogênico (pH 4.2)
durante cinco dias, sendo posteriormente, confeccionado seções axiais de 100 µm.
Desta maneira, não houve diferença estatisticamente significante na inibição da
demineralização entre os dois compostos, porém demonstrou-se menor
desmineralização para o cimento de ionômero de vidro.
Em 1998, Forsten
45
discutiu vários aspectos relacionados aos materiais
restauradores que liberam fluoreto, atribuindo o efeito anticariogênico dos CIVs à
sua efetiva capacidade de liberar íons flúor. De acordo com o autor, os materiais
apresentam uma alta liberação de fluoreto diminuindo rapidamente até atingir
níveis constantes. Esta atividade mais intensa no início corresponde ao período de
endurecimento do CIV, já que o processo de liberação de fluoreto está
intimamente ligado à reação de endurecimento deste material, sem interferir em
suas propriedades físicas.
Bilgin, Ozalp ,
12
em 1998, avaliaram a liberação de fluoreto de três tipos
de cimento de ionômero de vidro após exposição à solução de NaF e ao gel
acidulado, de mesma concentração. Depois de ter determinado o fluoreto liberado
R evisão da L iteratura
R evisão da L iteraturaR evisão da L iteratura
R evisão da L iteratura
27
durante 28 dias em saliva artificial, os espécimes foram divididos em dois grupos
e expostos à solução pré-determinada, por 2 min durante 20 dias. Para todos os
materiais, a liberação de fluoreto foi elevada no primeiro dia. Kromoglass obteve
maior quantidade de fluoreto liberado, seguidos do Vitrabond e Dyract. Após o
terceiro dia não houve diferença estatisticamente significante. Posteriormente a
exposição à solução de NaF e ao gel, os cimentos de ionômero de vidro foram
recarregados. Os espécimes expostos ao gel da ATF foram mais recarregados que
a solução de NaF. Assim, cimento de ionômero de vidro pode agir como sistema
recarregável lentamente, e aplicações tópicas de NaF associados a materiais
ionoméricos poderiam ser recomendadas como medida preventiva.
Attin et al.
5
, 1999, avaliaram a liberação de fluoreto de compostos
poliácidos-modificados por resina (compômeros) em solução neutra e ácida. Dois
compômeros (Dyract e Compoglass) foram testados e o cimento de ionômero de
vidro convencional (CIV) Vivaglass Base foi utilizado como controle. Quarenta
espécimes foram fabricados de cada um dos materiais. Vinte destes espécimes
foram colocados em saliva artificial e em outros 20 espécimes em uma pasta de
dentifrício fluoretada por 5 min. Logo após, 10 espécimes fluoretados e 10
espécimes não fluoretados foram imersos em solução neutra (pH 6,8), e os outros
espécimes imersos em uma solução ácida (pH 4,0). Após 5 dias, as amostras
foram colocadas outra vez em uma pasta de dentifrício fluoretada ou em saliva
artificial por 5 min. A liberação de fluoreto de todos os materiais diminuiu
continuamente durante o período, com maior liberação em solução ácida. O CIV
R evisão da L iteratura
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R evisão da L iteratura
28
convencional revelou maior liberação de fluoreto após a fluoretação, porém para
os compômeros o comportamento foi inverso. Portanto, Dyract e Compoglass não
podem ser reabastecidos com fluoreto, independente do valor do pH do meio.
A liberação de fluoreto de diferentes materiais submetidos a desafio
cariogênico com ciclos de desmineralização e remineralização foi também
avaliada por Vieira et al.
101
, em 1999. Foram confeccionados espécimes
padronizados de CIV convencional (Chelon Fill), CIVMR (Vitremer),
compômeros (Variglass VLC e Dyract) e resina composta (Heliomolar
Radiopaque), os quais foram submetidos à ciclagem de pH, expostos por um
período de 8 dias a ciclos de desmineralização – pH 4,3 (6 H) e remineralização
pH 7,0 (17 H). Posteriormente, além da ciclagem de pH, os espécimes receberam
tratamento adicional com dentifrício fluoretado, 2 vezes ao dia, até completar 14
dias de experimento. Todos os materiais foram capazes de incorporar fluoreto do
dentifrício para posterior liberação. Ocorreu maior liberação de íons flúor nos
materiais em meio ácido (solução desmineralizadora), o que, segundo os autores,
parece ser favorável na prevenção da perda mineral do esmalte em condição de
desafio cariogênico.
Carvalho, Cury
20
1999 compararam a liberação de fluoreto em CIV, resina
modificada por poliácido e compósito utilizando solução convencional (água
deionizada e saliva artificial) e modelo de ciclagem de pH. 18 espécimes de cada
material foram preparados seguindo as instruções do fabricante e
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R evisão da L iteratura
29
fotopolimerizado por 40 s ou reação química. Após as reações os espécimes foram
protegidos com camada de verniz e estocados em umidade relativa 100%, 37
o
C,
por 24 H. 6 espécimes de cada material foram estocados em 2 mL de solução
específica por 15 dias em agitação constante. Saliva e água deionizada foram
trocadas a cada 24 H e a ciclagem de pH trocada a cada 6 H - solução
desmineralizadora, e 18 H - solução remineralizadora. Os autores demonstraram
grande liberação de fluoreto no modelo de ciclagem de pH, semelhante ao
processo dinâmico da cárie, seguido da água deionizada e saliva artificial. A
liberação de fluoreto foi maior nas 24 H iniciais, diminuindo progressivamente até
formar um platô, em conseqüência da perda constante de íons. A saliva artificial
teria efeito iônico na solubilidade. Portanto, a liberação de íon fluoreto é
altamente influenciada pelo meio.
Ainda em 1999, Preston et al.,
83
compararam o potencial de recarga de
CIV, CIV modificado por resina, compômero e um composto contendo fluoreto,
em saliva artificial. Dois discos de cada material foram realizados de acordo com
as normas do fabricante e estocados em saliva sem íons flúor. O fluoreto contido
na saliva foi medido 57, 64, 120 dias após a imersão. Os discos foram submetidos
a uma exposição de solução de NaF por 2 min, lavado por 10 s em água destilada
e novamente inserido em 5 mL de saliva artificial por 1H. Novas leituras foram
realizadas após 1 H, 4 H, e 24 H. A liberação de fluoreto de todos os materiais
aumentou com a exposição de NaF, porém no composto contendo íons fluoreto
R evisão da L iteratura
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R evisão da L iteratura
30
foi menor. O CIV modificado por resina tem alto potencial para recarga de
fluoreto após 54 e 67 dias.
Peng et al.,
80
em 2000, avaliaram a liberação de íons fluoreto de três
cimentos de ionômero de vidro convencionais (ChemFlex, Fuji IX GP, Ionofil
molar), quatro poliácidos-modificados por resina composta (o compômeros)
(Dyract AP, Compoglass F, Freedom, F2000), e uma resina composta híbrida
(Ariston pHc). A quantidade de fluoreto liberado dos espécimes de 3 x 2.7 mm foi
medida durante seis semanas, utilizando eletrodo íon-seletivo de fluoreto. Após
seis semanas, os espécimes foram recarregados com 2 mL de gel acidulado de
fluoreto de fosfato de 1.23 % (APF) por quatro minutos. Os espécimes
recarregados foram avaliados sobre outras seis semanas. Os CIVs e o Compoglass
F demonstraram taxa de liberação de fluoreto inicial significativamente mais
elevada nos dois primeiros dias, diminuindo rapidamente e tornaram-se
estabilizada dentro de 3-5 semanas, em modalidade exponencial. Após a recarga
dos espécimes com gel tópico houve aumento significativo na liberação do
fluoreto para todos os materiais. Compoglass F liberou relativamente mais
fluoreto e Ariston pHc menos, após a aplicação do gel acidulado. Dyract AP e
Freedom liberaram as quantidades menores do estudo. Os compômeros e CIVs
parecem agir como reservatórios de fluoreto.
Vermeersch et al.,
99
em 2001, mensuraram a liberação de fluoreto a curto e
longo prazo de 16 marcas comerciais. Cimento de ionômero de vidro (Ketac-Fil
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R evisão da L iteratura
31
aplicap, Ketac Molar, Fuji II, Fuji IX, Hi Fi, Vivaglass base); cimento de
ionômero fotopolimerizávell (Photac-Fil, Fuji II LC, Fuji II LC, Hi Dense,
Vitrebond, Vitremer); compômero (Compoglass, Dyract) e resina composta
(Tetric T e Heliomolar), buscando uma correlação entre liberação de fluoreto e o
tipo de material em diferentes intervalos de tempo. A liberação de fluoreto inicial
foi alta para todos os materiais durante as primeiras 24 H e diminuiu
drasticamente após uma semana. Somente grupos de materiais demonstraram
diferença significante entre 7 e 91 dias tornando-se impossível correlacionar
liberação de fluoreto ao tipo de material, exceto se comparar produtos do mesmo
fabricante. A relação entre liberação de fluoreto e reação do tipo ácido-base está
bem confirmada. A composição do cimento de ionômero de vidro (partículas, tipo
de poliácido, razão pó/líquido) pode ter maior influencia na liberação de fluoreto
que o tipo do material.
Gao, Smales
52
, 2001 avaliaram a liberação e reincorporação de fluoreto
nos CIV e CIV modificado por resina após aplicação de flúor tópico. Cinco
espécimes de cada material foram preparados de acordo com as instruções do
fabricante e estocados por 1 H em umidade relativa 100%. Depois de removidos
do molde, os espécimes foram imersos em 2 mL de saliva artificial tamponada. As
leituras ocorreram 1H, 6H, 2 dias e semanalmente durante 6 semanas. Após esse
período, os espécimes foram imersos em 2 mL de 1.23% ATP gel por 4 min,
lavados com água deionizada e novamente imersos em 2 mL de saliva artificial a
37
o
C por mais 6 semanas. Os resultados demonstraram a formação de curva
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R evisão da L iteratura
32
convencional com perda de fluoreto nas primeiras 24 H, diminuindo
gradativamente até formar um platô, com a recarga a mesma representação se
repete especialmente nos CIV convencionais. O MEV demonstrou fraturas no
CIV, seguido do CIV modificado por resina. O ionômero de vidro mais viscoso
liberou menos fluoreto, sendo necessário avaliar seu uso na prática clínica. A
recarga dos materiais ionoméricos, ocorreu devido ao efeito reservatório dos CIVs
e a destruição superficial causada pelo tratamento hídrico. Liberação maior nas 24
H provavelmente ocorre devido à viscosidade do material, que nos CIV
convencionais fica mais fácil a remoço dos íons das fraturas e poros que nos CIV
modificados por resina. Assim, a liberação de fluoreto ocorreu devido às
alterações superficiais e morfológicas, e não necessariamente pelo efeito da
recarga.
Helvatjoglu-Antoniades et al.,
59
em 2001, avaliaram a liberação de fluoreto
em água destilada de diferentes tipos de materiais restauradores ionoméricos
(Miracle-Mix, Fuji tipo III, o Fuji II LC, e Ketac-Silver), (Ketac Cem),
compômero (Compoglass Flow), selantes (Fissurit F, Helioseal F), resina
composta (Tetric). Os espécimes foram mensurados em intervalos do tempo de 4,
8, 12, e 24 horas e de 2, 3, 7, 14, 28, 56, e 112 dias. Assim, os cimentos de
ionômero de vidro e compômeros liberaram maior quantidade de fluoreto que
selante e resina composta.
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33
Czarnecka et al.,
29
2002, avaliaram a liberação de íons em condição ácida
e neutra. Os espécimes de um cimento de ionômero de vidro experimental foram
armazenados em água (pH 5,9) e em solução de ácido lático (pH 2,7) por 6
semanas. Alteração de massa, liberação de fluoreto e pH da solução foram
medidos em intervalos semanais. Os demais íons foram mensurados na 1, 2, 4 e 6
semanas. A liberação do fluoreto foi maior, em meio ácido, na primeira semana
do experimento com um declínio gradual. A determinação do fluoreto com e sem
o reagente descomplexante TISAB mostrou que 70-75% de fluoreto total foi
liberado na forma livre em água, enquanto que, em meio ácido, por estimativa,
96% do fluoreto total liberado estava complexado.
A fase aquosa dos cimentos de ionômero de vidro permite que íons de
flúor se difundam e sejam liberados do material. Asmussen, Peutzfeldt
3
, em 2002,
estudaram a influência da formulação da matriz resinosa na liberação do fluoreto
em compostos resinosos experimentais, baseados em monômeros de methacrilato
e no HEMA (2-hidroxiethyl methacrilato). Os compostos resinosos contiveram 1
w% ou 5 w% de AlF(3)(.)3H(2)O. Um cimento de ionômero de vidro e um
compômero foram utilizados como controles. Cinco discos de cada material foram
armazenados na água destilada na temperatura ambiente. Por meio de um elétrodo
sensível a fluoreto, a liberação de íons flúor dos espécimes foi determinada
periodicamente durante 3 anos. O cimento de ionômero de vidro liberou a maior
quantidade de fluoreto (154 +/- 4 mug/cm
2
após 1 ano e 248 +/- 7 mug/cm
2
após 3
anos). O compômero liberou relativamente menos fluoreto durante o 1
o
ano (30
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R evisão da L iteratura
34
+/- 1 mug/cm
2
), mas posteriormente, a taxa da liberação de fluoreto se tornou
igual àquela do cimento de ionômero de vidro, tendo por resultado uma liberação
de 122 +/- de 8 mug/cm
2
após 3 anos. A respeito da resina composta, a liberação
de fluoreto aumentou com o caráter ácido e hidrofílico da matriz polimérica. A
liberação, entretanto, foi significativamente menor do que aquela do cimento de
ionômero de vidro e do compômero e variando de 1.2 +/- de 0.07 a de 42 +/- de
3.9 mug/cm
2
em 1 ano e de 2.3 +/- de 0.16 a de 79 +/- de 6 mug/cm
2
em 3 anos.
Guida et al.,
55
em 2002, avaliaram a liberação de fluoreto através de nove
vidros experimentais, tendo como base 4.5SiO(2)-3Al(2)O(3)-1.5P(2)O(5)-(5-
Z)CaO-ZCaF(2). As medidas foram realizadas em função da hora, por até 140
dias. A liberação cumulativa do fluoreto foi proporcional ao tempo da raiz
quadrada.
Xu, Burgess,
104
2003, avaliaram neste trabalho a força de compressão,
liberação e capacidade de recarga de fluoreto de 15 materiais restauradores
comerciais. Estes materiais incluem cimento de ionômero de vidro (Fuji IX, Ketac
Molar, Ketac Silver, e Miracle Mix), cimento de ionômero modificado por resina
(Fuji II LC Improved, Photac-Fil, e Vitremer), compômeros (Compoglass, Dyract
AP, F2000, e Hytac) e resina composta (Ariston pHc, Solitaire, Surefil e Tetric
Ceram). A correlação linear foi realizada entre a força de compressão e a
liberação de fluoreto (r
2
= 0.7741), i.e., materiais restauradores com alta liberação
de fluoreto apresentam-se com propriedades mecânicas baixas. A capacidade de
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R evisão da L iteratura
35
liberação de fluoreto pode ser modificada pela capacidade de recarga de um
material quando exposto a um agente fluoretado tópico. Em geral, materiais com
alta liberação de fluoreto têm capacidade de recarga alta (r
2
= 0.7088). Cinco
equações foram utilizadas na analise da liberação de fluoreto, mas a equação que
melhor descreve a liberação cumulativa de fluoreto para cimento de ionômero de
vidro e resina modificada por cimento de ionômero de vidro [F]
c
= [F]
I
(1-e
-ht
) +
ßt. Para compômeros e resina composta a liberação cumulativa de fluoreto é
melhor representada por [F]
c
= [F]
I
/(t
1/2
+ t) + αt
Preston et al.,
82
2003, analisaram o potencial relativo de recarga de
fluoreto em materiais restauradores estéticos em um período de dois anos. Cinco
discos (12 mm X 2 mm) de cada material foram fabricados e estocados em saliva
artificial pH neutro. Os materiais testados foram: cimento de ionômero de vidro
(Chemfil, Ketac-Fil); cimento de ionômero de vidro modificado por resina
(Photac-Fil Aplicap, Vitremer); compômero (Dyract, Compoglass), compósitos
(Heliomolar e Concise). Em treze intervalos durante o período de dois anos os
espécimes foram submetidos a uma recarga de NaF 500 ppm por dois minutos. Os
valores de fluoreto liberado foram mensurados no pré e pós-recarga. Os resultados
nos intervalos de pós-recarga durante os dois anos foram todos significantemente
diferentes. Chemfil:10.3, Ketac 3.0, Vitremer 9.0, Photac-Fil Aplicap 12.1,
Compoglass 5.0, Dyract 3.6, Concise 0.3, Heliomolar 0.2 (unidade = µgF/cm
2
/h).
Os CIVs apresentam maior potencial de liberação e recarga de fluoreto que os
compósitos, porém não se pode dizer que a liberação de fluoreto é diretamente
R evisão da L iteratura
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R evisão da L iteratura
36
proporcional ao potencial cariostático, esses resultados sugerem que material a
base de CIV devem ser utilizados em paciente alto risco à cárie.
Attar, Turgut,
4
em 2003, investigaram as características e liberação de
fluoreto de resinas compostas flow (Heliomolar Flow, Tetric Flow, Wave, Perma
Flo), compomer flow (Dyract flow), cimento de ionômero de vidro convencional
com diferente razão /líquido (ChemFlex e ChemFlex condensável), resina
composta (SureFil), compósito liberador de íons (Ariston pHc) e cimento de
íonômero de vidro modificado por resina (Vitremer). Sete discos (6 mm de
diâmetro e 1.5 mm de altura) foram preparados para cada material. Cada disco foi
imerso em 3.5 mL da água deionizada e armazenado em 37
o
C. A água deionizada
foi mudada a cada 24 H e a liberação do fluoreto foi medida por 30 dias. No fim
deste período, as amostras foram recarregadas com 2 mL de gel acidulado de
fluoreto de Fosfato 1.23% (APF) por quatro minutos. Então, todos os espécimes
foram mensurados por 10 dias adicionais. A liberação de fluoreto de todos os
materiais foi maior após o primeiro dia que segue a refluoretação e o Ariston pHc
liberou a maior quantidade entre todos os materiais. Após dois dias da
refluoretação, a taxa de liberação do fluoreto para todos os materiais caiu
rapidamente e estabilizou-se dentro de três dias.
Dionysopoulos et al.,
34
em 2003, avaliaram a capacidade de materiais
restauradores na liberação de fluoreto em cavidade radicular. Classes V foram
preparadas na superfície lingual de 30 pré - molares extraídos e restauradas por
R evisão da L iteratura
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R evisão da L iteratura
37
poliácido modificado por resina composta (F-2000, Hytac e Compoglass F),
cimento de ionômero de vidro modificado por resina (Fuji II LC), ionômero de
vidro convencional (Ketac-Fil), e resina composta (Z-100). Após cinco semanas
em um gel ácido para formação de lesão cariosa, os dentes foram secionados
longitudinalmente e examinados por luz polarizada. Os resultados demonstraram
que a restauração com poliácido modificado por resina composta e cimento de
ionômero de vidro modificado por resina podem ter grande relevância na
prevenção da cárie secundária.
Em 2003, Pedrini et al.,
79
analisaram a liberação de fluoreto em materiais
restauradores (Vitremer, Ketac-Fil II LC e Freedom), durante dois períodos de 15
dias, antes e após aplicação tópica de fluorfosfato acidulado. Foram
confeccionados 6 espécimes de cada material e estocados em 2 mL de água
deionizada, as leituras foram realizadas a cada 24 H durante 15 dias. Após este
período os espécimes foram tratados com ATF 1.23%, pH 3,6 a 3,9, por 4 min,
lavados com água deionizada e novamente imersos em tubos com água
deionizada. As soluções foram coletadas diariamente e estocadas a 4
o
C. A análise
de variância e o teste de Tukey (p < 0,05) mostraram que a média total de fluoreto
liberado durante os 15 dias iniciais foi maior para o Vitremer e o Ketac-Fil e
menores para o Fuji II LC e Freedom; e nos 15 dias finais apresentaram diferença
de liberação, com maior valor para o Vitremer, seguido pelo Fuji II LC, Ketac-Fil
e Freedom. A comparação dos resultados entre o 1
o
dia e o 16
o
dia (após aplicação
do gel) mostrou uma maior liberação de flúor no 16
o
para o Vitremer, Fuji II LC e
R evisão da L iteratura
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R evisão da L iteratura
38
Freedom e igual para o Ketac-Fil. Alguns fatores devem ser levados em conta,
como: diferença na composição, difusão do F em cada material, energia de
superfície, porosidade, solubilidade do material. A maior liberação nas primeiras
24 horas, ocorreu provavelmente devido a reação de presa do cimento ser gradual,
facilitando a liberação iônica dos elementos ativos. O mecanismo exato da
liberação do F
-
não é sabido, entretanto, fatores como permeabilidade, forma e
concentração do material podem estar envolvidos. Embora todos os materiais
avaliados reincorporaram fluoreto pela aplicação de fluorfosfato acidulado, os
dados sugerem que, os cimentos de ionômero de vidro modificados por resina são
mais eficientes para liberar íons flúor que os outros materiais.
A evolução e inibição do processo de cárie através de modelo de ciclagem
de pH, e avaliação do efeito do fluoreto na desmineralização de esmalte foi
observado por Argenta et al.,
2
2003. Espécimes com molares humanos foram
preparados, polidos e protegidos por verniz. A dureza foi realizada no baseline,
25g por 5s, sendo escolhido aleatoriamente 32 espécimes para formar 4 grupos:
água destilada (controle), soluções com 70, 140, 280 ppm de íons flúor – soluções
diluídas para simular uma higiene oral. Cada espécime foi submetido à ciclagem
de pH durante 5 dias (3H – desmineralização) e permaneceram em solução
remineralizadora por 2 dias para preservar o esmalte e sugerir lesão de cárie
incipiente. A leitura da microdureza superficial foi realizada nos mesmos
parâmetros do baseline e análise da microscopia. Não houve diferença
estatisticamente significante entre os grupos estudados, pois todos os espécimes
R evisão da L iteratura
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R evisão da L iteratura
39
apresentaram lesão de cárie incipiente, com perda de mineral e redução em
volume, sendo o fluoreto responsável por diminuir a profundidade da lesão de
cárie. Íon flúor em baixa concentração não interfere na resposta do tratamento.
Portanto, foi possível avaliar a variação de mineral ocorrida nas camadas mais
superficiais do esmalte durante o desenvolvimento da cárie, e foi observado o
efeito dose-resposta do F
-
, reduzindo a desmineralização do esmalte.
Em 2003, Carey,
19
avaliou, in vitro, a hipótese que o pH afeta
significantemente a liberação de fluoreto no CIV. Durante o processo da cárie, um
ambiente ácido ataca os tecidos dentais bem como o cimento de ionômero de
vidro. Assim, através do método de fluxo contínuo, os autores verificaram a
liberação de fluoreto do CIV (Ketac Fil) em pH neutro e ácido. Os resultados
demonstraram que o grau de liberação de íons flúor em água destilada com pH
neutro foi significantemente menor que a liberação em solução com pH 4,0. No
período de 72 H, a taxa de liberação do fluoreto inicial apresentava-se com níveis
altos diminuindo gradativamente em 3 dias.
Nicholson, Czarnecka,
76
em 2004, realizaram um estudo, in vitro, para
comparar a interação de três compômeros (Dyract AP, Compoglass F e F2000) em
diferente meio de imersão, água pH 5,9 e ácido tico pH 2,7. Discos fotoativados
destes materiais (12.8 mm de diâmetro x 1 mm de profundidade) foram
preparados e armazenados em 5 cm da solução determinada. Após uma semana,
alteração de massa, pH e liberação de íons foram mensurados. Para os espécimes
R evisão da L iteratura
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R evisão da L iteratura
40
armazenados em água, o efeito da maturação sob circunstâncias neutras foi
estudado por 3 meses. Para o armazenamento no ácido lático, por uma semana
adicional, depois do qual, a liberação do íon e a mudança de pH foram
determinadas. Através do teste t
,
student, os três compômeros absorveram água e
alteraram o pH das soluções, embora este fosse somente estatisticamente
significativo no ácido lático. Foram encontrados, pela liberação de íons, Na, CA,
Sr, Al, Si, P e F, sendo liberadas em maiores quantidades em meio ácido que em
meio neutro, sendo a proporção do fluoreto livre (não complexado) menor que em
circunstâncias neutras. Isto foi atribuído à formação de fortes complexos com
alumínio. Espécimes maturados por 3 meses tiveram pequena diferença em sua
interação com a solução ácida, à exceção da liberação total do fluoreto, que foi
duas à três vezes maior que dos espécimes não maturados.
Devido às propriedades anticariogênicas presente no alumínio (Al
3+
) e
fluoreto (F
-
), Hayacibara et al.,
57
em 2004, avaliaram a liberação do Al
3+
e F
-
dos
materiais ionoméricos alterando o meio de imersão. A liberação simultânea do F
-
e do Al
3+
foi avaliada sobre 15 dias em três meios: água destilada e deionizada
(H
2
O), saliva artificial (AS) e soluções que simulam um desafio cariogênico (pH -
dando um ciclo nas soluções desmineralizadora e remineralizadora, Des/Re). Seis
espécimes cilíndricos de cada material testado (Ketac-Fil, Vitremer, Fuji LC e F
ortho 2000) foram preparados e suspensos individualmente em 1.0 mL de cada
solução, trocadas diariamente. O F
-
e Al
3+
foram determinados pelo elétrodo íon -
seletivo e por absorção atômica O ionômero de vidro modificado por resina,
R evisão da L iteratura
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R evisão da L iteratura
41
Vitremer, liberou quantidade significativa de F
-
e de Al3+ nas soluções Des/Re
comparado aos outros materiais. Diferença estatisticamente significante entre os
materiais também foram observados em H
2
O e AS.
Bertolini et al.,
10
2004, estudaram a preparação de dois sistemas vítreos
para o uso como cimentos de ionômero de vidro. Os vidros baseados na
composição SiO2–Al2O3–Nb2O5–CaO foram preparados pela via química a
700ºC. Os autores reportam que foi possível a obtenção dos CIVs a partir dos
vidros preparados, sendo essas estruturas essenciais para obter-se o controle do
tempo de adaptação.
et al.,
84
em 2004, analisaram as propriedades anticariogênicas de três
materiais contendo fluoreto na superfície radicular, utilizando dois diferentes
modelos de cárie. Cavidades padronizadas foram preparadas em espécimes de
dentina e restauradas com cimento de ionômero de vidro, cimento de ionômero de
vidro modificado por resina, poliácido modificado por resina composta ou resina
composta. 56 espécimes utilizaram modelo de cárie microbiológico por três dias, e
56 espécimes foram desmineralizados utilizando um modelo químico por três
dias. Cimento de ionômero de vidro demonstrou significante propriedade anti-
cariogênica quando exposto ao modelo químico, entretanto, nenhuma propriedade
anti-cariogênica foi observada no modelo microbiológico.
R evisão da L iteratura
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R evisão da L iteratura
42
Yli-Urpo et al.,
107
em 2004, avaliaram a liberação de sílica (si), cálcio
(Ca
++
), fósforo (P
++
), e fluoreto (F
-
) de cimento de ionômero de vidro
convencional e cimento de ionômero de vidro modificado por resina, contendo
quantidades diferentes do vidro bioativo. Um objetivo adicional foi avaliar a
biomineralização da dentina, in vitro. A liberação da lica aumentou
proporcionalmente ao tempo de imersão nos espécimes com biovidros, visto que a
quantidade de Ca e de P diminuiu, indicando, in vitro, uma bioatividade dos
materiais. Cimento de ionômero de vidro modificado por resina com o 30 wt% de
vidro bioativo demonstrou maior bioatividade. Portanto, materiais restauradores
contendo CIV e biovidros podem iniciar a biomineralização na superfície da
dentina, in vitro.
Bertolini et al.,
11
2005, preparam pós-referente ao sistema ternário SiO
2
Al
2
O
3
CaO ( a base de vidros usados na preparação dos cimentos de ionômeros
de vidro) pelo método dos precursores poliméricos, visando aplicações
odontológicas. Os cimentos preparados a partir do vidro obtido pelo processo
químico apresentaram características como manipulação e tempo de presa similar
ao CIV comercial.
Ainda em 2005, Bertolini et al.,
9
prepararam e caracterizaram sistemas
vitreos à base de aluminiosilicato de cálcio As propriedades para os cimentos de
ionômero de vidro experimental como: a microdureza e tração diametral foram
influenciadas pela razão pó/líquido.
R evisão da L iteratura
R evisão da L iteraturaR evisão da L iteratura
R evisão da L iteratura
43
Yli-Urpo et al.,
106
2005, determinaram a força de compressão, módulo de
elasticidade e dureza de cimento de ionômero de vidro convencional e CIV
modificado por resina após adição de partículas de vidro bioativas. Um CIV
experimental foi misturado com partículas de vidro bioativas em 10 ou 30% tendo
como presa: convencional ou fotoativada (CIV modificada por resina). Os
espécimes foram confeccionados em moldes cilíndricos aguardados 1 hora e
estocados em 20 mL de água deionizada, sendo os testes realizados no 1, 3, 7, 14,
30, 180 dias. O MEV foi efetivado para acompanhar mudanças topográficas
superficiais. A força de compressão diminuiu com a adição de vidros bioativos. A
força de compressão dos CIVs modificados por resina aumentou com a imersão,
mas, diminuiu nos outros materiais. O CIV convencional teve aumento de 55% na
dureza em relação ao CIV modificado por resina. Houve a detecção de Ca
2+
nos
materiais bioativos. A concentração de F
-
foi maior nos materiais bioativos e
CIVRM após 180 dias de imersão. Esses materiais poderiam ser utilizados na
clínica odontológica, em aplicações na qual, a força compressiva não é essencial,
como proteção de raiz e base forradora.
Itota et al.,
64
2006, realizaram um estudo, in vitro, cujo objetivo foi avaliar
a remineralização da dentina residual desmineralizada e protegida por material
forrador com ação de liberar fluoreto. Dois cimentos de ionômero de vidro foram
utilizados, Lining Cements e RK-141 A, e dois cimentos forradores resinosos com
e sem 5 wt% NaF. Cavidades classe V foram preparadas em pré-molares extraídos
R evisão da L iteratura
R evisão da L iteraturaR evisão da L iteratura
R evisão da L iteratura
44
por indicação ortodôntica. A dentina desmineralizada foi induzida por sistema
bacteriano e as cavidades foram restauradas com resina composta após a
confecção de base protetora. A análise radiográfica permitiu concluir que o
fluoreto liberado dos materiais forradores pode permitir uma remineralização
dentinária.
Em 2006, Gandolfi et al.,
50
avaliaram a liberação de flúor de dois cimentos
de ionômero de vidro imersos por tempo pré-estabelecido, em soluções de pH
variando entre 2,5 a 7. Outro objetivo foi avaliar a eficácia de tratamento adicional
com NaF na liberação de fluoreto. Assim, informações adicionais da morfologia
foram obtidas por MEV antes e pós-tratamento. Dois CIVs (Fuji VII e Fuji IX)
foram analisados e manipulados de acordo com as instruções do fabricante. 36
espécimes foram preparados e divididos em três grupos: pH 2, pH 5, pH 7. Os
espécimes foram estocados em solução de pH específico e armazenados em estufa
37
o
C por três semanas, sendo realizadas as trocas de soluções nos dias 1, 4, 7, 14,
21. Após 21 dias, os espécimes foram imersos em solução de NaF 1100ppm de F
-
,
por três minutos, simulando higiene oral. Novamente foram submetidos às
soluções de pH específico e mensurados durante 3 dias os valores de fluoreto
liberado, posteriormente realizado MEV. Os resultados demonstraram que houve
destruição significativa dos espécimes submetidos às soluções de pH 2, não
havendo diferenças significantes nos espécimes de pH 5 e pH 7. Ocorreu grande
liberação de fluoreto com o passar do tempo e após 14 dias, a concentração
alcançou um platô, sendo que o processo de recarga demonstrou resultados
R evisão da L iteratura
R evisão da L iteraturaR evisão da L iteratura
R evisão da L iteratura
45
estatisticamente significantes apenas no pH 2, em particular no 1
0
dia. Os autores
discutiram a liberação do fluoreto por três métodos: Lavagem superficial, difusão
por poros e fraturas (ocorreu no 1
o
dia), e difusão em massa (requer mais tempo
em estocagem). Soluções ácidas afetam a reação dos CIVs.
Chan et al.,
21
2006 compararam a liberação de fluoreto de materiais
ionoméricos comercial, CIVs modificado por resina e resina composta, além de
entender o processo de liberação de fluoreto. Os materiais foram preparados de
acordo com as instruções do fabricante, armazenados em 25 mL de água
deionizada à 37
o
C por um período de 300 dias, após a água foi analisada por um
eletrodo específico par íons flúor. A velocidade de liberação do fluoreto mostrou-
se maior no primeiro dia com decréscimo significante após uma semana. A
velocidade de liberação para os CIVs e CIV modificado por resina foi maior que
os compósitos. Alguns materiais apresentaram a liberação de fluoreto por rápido
processo de dissolução. Contudo, a adição de HEMA faz com que ocorra uma
liberação inicial menor que os convencionais, e isso é benéfico se essa
liberação de flúor for constante.
Yan et al.,
105
2007, avaliaram o efeito da temperatura ambiente na
liberação do fluoreto e habilidade de recarga dos cimentos de ionômero de vidro.
Cinco espécimes (15 mm no diâmetro e 1 mm de espessura) foram
confeccionados de cada um materiais: ionômero de vidro forrador convencional,
dois ionômero de vidro restaurador de alta viscosidade e ionômero de vidro
R evisão da L iteratura
R evisão da L iteraturaR evisão da L iteratura
R evisão da L iteratura
46
restaurador modificado por resina composta. A liberação do fluoreto de cada
material foi medida em 4
o
C, 37
o
C, e 55
o
C. Os espécimes foram armazenados em
água destilada por 30 dias e recarregados em solução de fluoreto de 250 ppm por
cinco minutos. Em todas as temperaturas, o ionômero de vidro convencional
demonstrou maior liberação de fluoreto e habilidade de recarga, seguido pelo
ionômero de vidro modificado por resina, e os ionômero vidro com alta
viscosidade. Para todos os materiais, a liberação de fluoreto aumenta com o
aumento da temperatura e todos os ionômeros de vidro demonstraram uma
habilidade de recarga maior em altas temperaturas.
R evisão da L iteratura
R evisão da L iteraturaR evisão da L iteratura
R evisão da L iteratura
47
2.2 Atividade antibacteriana
Deschepper et al.,
30
em 1989, avaliaram o potencial bactericida de diversos
materiais forradores fotoativados em cepas de Streptococcus mutans # 6715. A
liberação de fluoreto, os testes de determinação de pH, e teste de difusão em ágar
foram executados para definir a atividade antibacteriana. Dois materiais
forradores liberaram fluoreto no ágar em excesso ao valor inibitório mínimo de 20
ppm. Outros quatro materiais liberaram o fluoreto abaixo dos valores inibitório
relatados, e não alcançaram pH abaixo de 4,0. Assim, sugere-se que o cimento de
ionômero de vidro fotoativado reage similarmente ao cimento de ionômero de
vidro convencional, no que diz respeito, a atividade antibacteriana do
Streptococcus mutans. A atividade antibacteriana foi dependente em pH baixo. A
liberação de fluoreto pode não ser o principal mecanismo de ação antibacteriana,
entretanto, não se pode ignorada.
Deschepper et al.,
31
em 1989, analisaram o efeito antibacteriano, e o pH de
11 cimentos de ionômero de vidro. Os componentes individuais: e líquido, e
um cimento de ionômero de vidro resinoso forrador com alta concentração de
fluoreto foram testados sobre cepas de Streptococcus mutans # 6715. Através do
teste de difusão em ágar, todos os cimentos de ionômero de vidro convencionais
apresentaram atividade inibitória para Streptococcus mutans. A atividade
antibacteriana dos componentes foi testada pela variação de pH, sendo observado
perda do efeito bactericida quando o pH foi ajustado a 5. O cimento de ionômero
resinoso foi inativo para o Streptococcus mutans e não liberaram concentrações
R evisão da L iteratura
R evisão da L iteraturaR evisão da L iteratura
R evisão da L iteratura
48
inibitórias de fluoreto. Portanto, os cimentos de ionômero de vidro apresentam
atividade antibacteriana ao Streptococcus mutans e o mecanismo de ação é
provavelmente em função do fluoreto e do pH embora fatores adicionais possam
estar envolvidos.
Eli et al.,
37
em 1995, avaliaram a atividade antibacteriana de cimentos
forradores: Vitrebond, Dycal, e Life. O teste foi baseado no teste de difusão em
ágar modificado, em que as amostras foram colocadas nas placas de ágar
inoculadas previamente com Streptococcus mutans, e removidas após períodos de
tempo pré-determinado. O efeito do material no crescimento bacteriano foi
avaliado. Os resultados demonstram que o Vitrebond apresenta efeito
antibacteriano mais efetivo que o Dycal e Life, evidente após 1 minuto do contato
direto com as bactérias inoculadas.
Friedl et al.,
48
em 1997, avaliaram a liberação de fluoreto de cimento de
ionômero de vidro, cermet, cimento de ionômero de vidro modificado por resina,
compômero, e a influência de cada material no crescimento bacteriano. Os
espécimes foram armazenados em solução salina por 180 dias. A cada 2 dias, as
soluções foram trocadas e o índice de fluoreto mensurado. Em 48 H, 14, 90, e 180
dias foram inoculados com Streptococcus mutans e o crescimento bacteriano foi
gravado nefelometricalmente. A liberação do fluoreto caiu de 6.2 (Ketac-Silver) e
29.3 (Photac-Fil) ppm após 48 H a valores entre 0.6 (Ketac-Silver) e 1.7 (Ketac-
Fil, Vitremer) ppm após 180 dias. Todos os materiais reduziram o crescimento
R evisão da L iteratura
R evisão da L iteraturaR evisão da L iteratura
R evisão da L iteratura
49
bacteriano, mas o efeito bacteriano inibitório diminuiu significativamente com o
tempo, em crescimento máximo de 71.7% (Ketac-Fil) a 85.6% (Ketac-Silver)
após 48 h e 94.7 (Vitremer) a 99.0% (Ketac-Silver) após 180 dias (controle do
crescimento = 100%). O Ketac-Silver e Dyract mostraram menor efeito inibindo.
Porém todos os materiais diminuíram drasticamente a ação inibitória sobre o
período 180 dias.
Geurtsen et al.,
54
1998, avaliaram a liberação de íons em meio aquoso de
cimentos de ionômero de vidro fotoativados, compômero, e a citotoxidade destas
substâncias eliminadas. Os espécimes foram preparados e armazenados em
água ou meio de cultura por 24 horas (relação superfície-líquido 42.4
mm
2
/mL).. Em todos os extratos, diversas substâncias orgânicas foram
encontradas: (Co) monômeros (especialmente HEMA e compostos de etileno
glicol), aditivos (canforoquinona e difeniliodoniumclorido), e produtos de
decomposição. O Vitrebond liberou iniciador DPICl, e o Dyract Cem segregou
uma quantidade relativamente elevada do comonômero TEGDMA [ 2966 %CF ].
Os dados atuais mostram que TEGDMA e DPICl podem ser considerados como
principais causas para reações de citotoxidade envolvendo cimento de ionômero
de vidro fotoativado Conseqüentemente, a liberação destas substâncias deve ser
minimizada ou impedida.
Herrera et al.,
62
em 2000, utilizaram 103 amostras clínicas de dentina
cariada para avaliar a ação antibacteriana de diferentes materiais adesivos
R evisão da L iteratura
R evisão da L iteraturaR evisão da L iteratura
R evisão da L iteratura
50
resinosos (Gluma 2000, Syntac, Prisma Universal Bond 3, Scotchbond Multi-
Purpose e Prime&Bond 2.0), cimento de ionômero de vidro (Ketac-Cem, Ketac-
Bond, Ketac-Silver, Ketac-Fil), cimento de ionômero de vidro modificado por
resina (Fuji II LC, Vitremer e Vitrebond) e compômero (Dyract). O método da
difusão em placa de ágar foi utilizado para culturas microbiológicas e controle
com clorexidina. O crescimento dos microorganismos foi inibido eficazmente
pelos cimentos Vitremer e Vitrebond, e a pouca influência pelo sistema adesivo
Scotchbond Multi-Purpose.
Kozai et al.,
66
em 2000, avaliaram as propriedades antibacteriana e adesiva
de selantes fluoretados (Teethmate F-1, TF; UltraSea-1 XT, E. U.),e não
fluoretados (Teethmate A, Ta) - e ionômero de vidro para forramento fluoretado
(Vitrebond) frente às bactérias orais, in vivo. Vitrebond inibiu o crescimento do
Streptococcus mutans, Streptococcus oralis. e do Lactobacillus casei aeróbico e
anaeróbico, o Ta e os E. U. inibiram o crescimento somente do Streptococcus
mutans aeróbico. Vitrebond demonstrou maior concentração de fluoreto liberado
durante quatro semanas, e obteve o maior valor de pH. Evidenciando ação
antibacteriana superior comparado com outros três materiais.
Gálvez et al.,
49
em 2000, avaliaram, in vitro, a liberação de flúor em água
deionizada por 14 dias e a atividade antimicrobiana contra o Streptococcus mutans
# GS-5, de dois compômeros restauradores, o Dyract e o Compoglass. A atividade
contra o Streptococcus mutans foi medida através do teste de fermentação em
R evisão da L iteratura
R evisão da L iteraturaR evisão da L iteratura
R evisão da L iteratura
51
caldo por um período de 7 dias, com leitura do pH a cada 24 horas; da
quantificação de carboidratos e proteínas depositados sobre os espécimes; e do
teste de difusão em ágar. O Dyract liberou de 0,039±0,011 µgF-/mm
2
no primeiro
dia a 0,019±0,004 µgF-/mm
2
no 14
o
dia, enquanto o Compoglass liberou
0,039±0,017 µgF-/mm
2
a 0,008±0,002 µgF-/mm
2
, com diferença significante
entre ambos a partir do 4
o
dia (p<0,05). Os compômeros não evitaram a
fermentação pelo microrganismo, permanecendo o pH abaixo de 4,5 em todos os
dias, e não inibiram o crescimento no teste de difusão. Apenas no teste de
produção de placa sobre os compômeros e pastilhas de aço, foi verificada menor
quantidade de proteína no depósito produzido sobre o Dyract, que no controle
(p<0,05). Por esses resultados, os materiais em questão podem não ser os mais
indicados em situações de risco à cárie.
Herrera et al.,
61
em 2001, avaliaram, in vitro, a atividade antibacteriana
dos cimentos de ionômero de vidro restaurador (Ketac-Cem, Ketac-Bond, Ketac-
Silver e Vitrebond) por meio de cinco bactérias envolvidas no desenvolvimento da
cárie: Streptococcus spp., Lactobacillus spp., Actinomyces spp., Porphyromonas
spp. e Clostridium spp. O método de difusão em placa de ágar foi usado para as
culturas, que incluíram um controle do positivo do clorexidina. Todos os cimentos
de ionômero de vidro testados inibiram o crescimento bacteriano, porém com
diferenças consideráveis. Dos quatro cimentos, o Vitrebond, um cimento de
ionômero de vidro modificado por resina, foi o inibidor bacteriano mais eficaz.
R evisão da L iteratura
R evisão da L iteraturaR evisão da L iteratura
R evisão da L iteratura
52
Sanders et al.,
86
em 2002, determinaram o efeito em propriedades
mecânicas e a atividade antibacteriana de um cimento de ionômero de vidro
modificado por resina e acrescido de diclogunato de clorexidina 5% (CHX). Os
espécimes foram testados para dureza, tração diametral e erosão em 24 H com
intervalos de 6 semanas e atividade antibacteriana semanalmente por 6 semanas.
Assim, a adição de CHX ao material Photac-fil, não alterou as propriedades
físicas durante o período de tempo testado, resultando em maior redução de
Streptococcus mutans quando comparado ao cimento de ionômero de vidro sem
adição de clorexidina.
Boeckh et al.,
13
em 2002, avaliaram o efeito antibacteriano com
Streptococcus mutans de uma resina composta micro-híbrido (FH-RC; Tetric
Ceram), resina composta (Ariston pHc), cimento de ionômero de vidro
convencional (SC-GIC; Ketac-Molar), cimento de ionômero de vidro modificado
por resina (RM-GIC; Photac-Fil), e um cimento de óxido do zinco e eugenol
(ZOE; IRM). A suspensão bacteriana foi colocada em cavidades cônicas de 20-
microL dos materiais. Após 0, 4, 8, 24, 48 H e 1 semana de incubação, as
suspensões foram removidas e o número de bactérias viável foi determinado. A
maior atividade antibacteriana observada foi com ZOE. O efeito inibitório do
Ariston pHc foi similar ao SC-GIC e do RM-GIC.
Botelho
15
em 2003, avaliou a capacidade antibacteriana do cimento de
ionômero de vidro do acrescido de agentes antibacterianos, através do teste de
R evisão da L iteratura
R evisão da L iteraturaR evisão da L iteratura
R evisão da L iteratura
53
difusão em ágar. O hidroclorido de Clorexidina, o cloreto de cetilpiridina, o
cetrimide e o cloreto de benzalconium foram adicionados ao GIC, Fuji IX em 0,
em 1, em 2 e em 4% w/w. Os espécimes foram colocados em placas de ágar
inoculadas com espécies bacterianas (Streptococcus, lactobacillus, e actinomyces,
dois cada) e o halo de inibição foi calculado após 24H. A adição de agentes
antibacterianos ao Fuji IX permitiu, in vitro, o desenvolvimento de material com
ação microbiológica significativa, sendo este dependente da concentração e do
tipo de agente antibacteriano, e parece estar associada com liberação inicial do
agente antibacteriano da camada superficial do espécime.
Os materiais ionoméricos liberam proporções diferentes do fluoreto e de
alumínio. Hayacibara et al.,
58
em 2003, avaliaram o efeito simultâneo na
acidogenicidade e na composição do biofilme do Streptococcus mutans de
diferentes compostos. Seis espécimes cilíndricos de cada material (Ketac-fil,
Vitremer, Fuji-Ortho LC, F-2000, e Z-100) foram incubados com Streptococcus
mutans GS-5, no meio de cultura contendo 5% (w/v) de sacarose. Os meios foram
mudados diariamente durante sete dias, e mensurado pH, concentração de fluoreto
e alumínio Além disso, as concentrações destes íons e polissacarídeos insolúveis
foram determinadas no biofilme. Os resultados demonstraram que todos os
materiais testados liberaram fluoreto. Entretanto, o Vitremer liberou a maior
quantidade de alumínio, sendo mais eficaz em reduzir a acidogenicidade de
biofilmes com Streptococcus mutans. Além de afetar significativamente a
R evisão da L iteratura
R evisão da L iteraturaR evisão da L iteratura
R evisão da L iteratura
54
formação e a composição do biofilme. Assim, o alumínio liberado por materiais
ionoméricos pode ressaltar os efeitos biológicos do fluoreto.
Costa et al.,
25
2003, avaliaram a resposta do complexo dentino-pulpar em
cavidades profundas de dentes humanos, submetidos a ação do cimento de
ionômero de vidro modificado por resina ou sistema adesivo. Cavidades classe V
foram preparadas na superfície lingual de 26 pré-molares. No grupo 1 as paredes
da cavidade (dentina) e o esmalte foram condicionados com ácido fosfórico 32% e
aplicado sistema adesivo de um passo (Bisco). Nos grupos 2 e 3, antes do
condicionamento ácido e sistema adesivo, o assoalho da cavidade foi forrado com
cimento de ionômero de vidro modificado por resina - Vitrebond ou o cimento de
hidróxido de cálcio - Dycal (grupo controle), respectivamente. As cavidades
foram restauradas com resina composta Z-100. Os dentes foram extraídos entre 5
e 30 dias e preparados para a avaliação microscópica No grupo 1, a resposta
inflamatória foi mais evidente que nos grupos 2 e 3. A difusão de componentes
dos materiais através dos túbulos dentinários foi observada somente no grupo 1,
em que a intensidade da resposta pulpar aumentou, enquanto a espessura restante
de dentina diminuiu. As bactérias foram evidenciadas nas paredes laterais de duas
amostras (grupo 2), porém não demonstraram resposta inflamatória do tecido. O
condicionamento ácido total seguido por aplicação de sistema adesivo não pode
ser recomendado como procedimentos adequados em cavidades profundas. Nestas
condições clínicas as paredes da cavidade devem protegidas com material
biocompatível, tal como Vitrebond ou Dycal.
R evisão da L iteratura
R evisão da L iteraturaR evisão da L iteratura
R evisão da L iteratura
55
Costa et al.,
24
em 2003, avaliaram os efeitos citotóxicos de cinco cimentos
de ionômero de vidro em cultura de células odontoblastóides (MDPC-23). Discos
de cada material foram preparados e divididos em grupos 1: Vitrebond, Grupo 2:
Vitremer, Grupo 3: Fuji II Lc, Grupo 4: Fuji IX GP, Grupo 5: Ketac-Molar, Grupo
6: Z-100 (controle positivo), grupo 7: solução salina de tampão fosfato foi
aplicada em papel-filtro (controle negativo). Após ter colocado os espécimes no
fundo dos poços, as células (30.000 céls/cm
2
) foram plaqueadas e incubadas por
72 H. O número de células foi contado, a morfologia avaliada através de
microscopia eletrônica de varredura e o metabolismo celular avaliado. Apesar de
todos os materiais testados apresentarem citotoxidade às células MDPC-23, os
cimentos de ionômero de vidro demonstraram menor ação citotoxica, enquanto
que os cimentos de ionômero de vidro modificado por resinas obtiveram os
maiores valores.
Lewinstein et al.,
68
em 2005, avaliaram as propriedades antibacterianas de
3 cimentos (Durelon, Harvad, Ketac Cem), utilizando teste de contato direto e
teste de difusão em ágar. . Para o teste de difusão em ágar, os espécimes dos
cimentos, em triplicata, foram inseridos em poços uniformes (5 mm de diâmetro)
perfurado na placa de ágar e inoculado com Streptococcus mutans. Após a
incubação em 37
o
C por 24 horas, as placas de ágar foram examinadas para o
crescimento bacteriano e o diâmetro do halo foi mensurado. Em ambos os testes,
cada cimento foi misturado em 2 relações distintas de razão pó/liquido No teste de
R evisão da L iteratura
R evisão da L iteraturaR evisão da L iteratura
R evisão da L iteratura
56
difusão em ágar, nenhuma atividade antibacteriana foi observada para os cimentos
testados. As relações distintas da razão pó/liquido tiveram um efeito insignificante
nas propriedades antibacterianas dos cimentos testados. Os cimentos de Duralon e
de Harvard possuíram propriedades antibacterianas prolongadas, enquando Ketac-
Cem não exibiu nenhuma atividade antibacteriana.
Duque et al.,
36
em 2005, avaliaram a atividade antibacteriana dos cimentos
de ionômero de vidro Vitrebond, Ketac Molar, e Fuji IX em presença do
Streptococcus mutans, Streptococcus sobrinus, Lactobacillus acidophilus e
viscosus, utilizando o teste de difusão em ágar. Os inóculos foram semeados em
caldo BHI e inoculados a 37
o
C por 24 horas. As camadas que continham 15 mL
de ágar BHI e 300 microL de cada bactérias em suspensão foram preparadas em
placas de Petri. Seis poços de 4 mm de diâmetro foram confeccionados em cada
placa e preenchidos completamente com os materiais testando. Uma solução do
clorexidina 0.2% aplicada em papéis de filtro redondos foi usada como controle.
Os testes foram executados em duplicata para cada material e bactéria. Após a
incubação das placas em 37
o
C por 24 horas, o halo de inibição do crescimento
bacteriano foi medido. Os resultados mostraram a seguinte seqüência da atividade
antibacteriana: Vitrebond > Clorexidina 0.2% > Ketac Molar > Fuji IX, de acordo
com testes estatísticos de Kruskal-Wallis e de Mann-Whitney. Este estudo
confirmou a atividade antibacteriana significativa para dois cimentos de ionômero
de vidro convencionais e um cimento de ionômero de vidro modificado por resina.
O Vitrebond, independente do modo de ativação, apresentou a melhor atividade
R evisão da L iteratura
R evisão da L iteraturaR evisão da L iteratura
R evisão da L iteratura
57
antibacteriana para Streptococcus mutans e Streptococcus sobrinus. A atividade
antibacteriana para Actinomyces viscosus do Vitrebond foi similar a clorexidina
0.2%.
Vermeersch et al.,
100
em 2005, avaliaram a atividade antibacteriana de
cimento de ionômero de vidro convencional, cimento de ionômero de vidro
modificado por resina, poliácido-modificado por resina e resina composta, em
Streptoccoccus mutans. O teste de difusão em ágar foi utilizado com quatro meios
diferentes para avaliar. A relação entre pH do material e atividade antibacteriano
foi mensurada. Todos os CIVs demonstraram propriedades antibacterianas, em
contraste a resina composta e poliácido-modificado por resina. O Vitrebond exibiu
maior ação antibacteriana, provavelmente por causa de um foto-iniciador
citotóxico (difeniliodoniumcloride). Foi observada relação direta entre pH do
material e inibição do crescimento do Streptococcus mutans.
Silva et al.,
90
em 2007, avaliaram a atividade antibacteriana de quatro
cimentos de ionômero de vidro (Fuji IX, molar de Ketac, Vidrion R e Vitromolar)
em bactérias envolvidas no desenvolvimento de doenças orais, Streptococcus
mutans, Streptococcus sobrinus, Lactobacillus acidophilus e viscosus e
Actinomyces. O teste de difusão em ágar foi utilizado para as culturas, e incluíram
a clorexidina como controle positivo. Todos os cimentos avaliados apresentaram
atividade antibacteriana. O Fuji IX e o Ketac Molar demonstraram atividade
antibacteriana mais eficaz.
R evisão da L iteratura
R evisão da L iteraturaR evisão da L iteratura
R evisão da L iteratura
58
Slutsky et al.,
91
em 2007, avaliaram as propriedades antibacterianas de 4
cimentos usando o teste do contato direto (DCT) e o teste da difusão do ágar
(ADT). O ADT foi executado usando placas de ágar do Mitis salivarius. Cada
placa foi inoculada uniformemente com os Streptococcus mutans recentemente
crescidos. Duas amostras de cada material testadoRelyx ARC, Variolink II, GC
Fuji CEM, e Controle - foram colocadas, e o halo da inibição foi mensurado após
48 horas No ADT, o GC Fuji CEM mostrou uma zona da inibição de 2.0 +/- 0.3
mm, e o controle demonstrou uma zona da inibição de 1.2 +/- 0.2 mm. Nenhum
dos cimentos testados neste estudo possui propriedades antibacterianas em longo
prazo.
PROPOSIÇÃO
_________________________________________________
3 Proposição
Avaliar, in vitro, comparativamente a atividade antibacteriana, liberação e
capacidade de recarga de fluoreto de dois cimentos de ionômeros de vidro
comerciais e um cimento de ionômero de vidro experimental desenvolvido no
Instituto de Química UNESP Araraquara, submetido a um modelo de
ciclagem de pH.
MATERIAL E MÉTODO
_________________________________________________
4 Material e método
4.1 Material
Para o presente estudo foram utilizados dois materiais ionoméricos, já
comercializados e consagrados e um cimento desenvolvido no Instituto de
Química de Araraquara UNESP composto de um e de um líquido
experimentais que deram origem a cinco Grupos de estudo. Estes materiais e
respectivos Grupos se encontram apresentados na Figura 3 e no Quadro 1, a
seguir:
FIGURA 3 – Materiais utilizados no estudo.
M aterial e M étodo
M aterial e M étodoM aterial e M étodo
M aterial e M étodo
63
Quadro 1 - Grupos, materiais, fabricante, classificação, composição e lote
Grupos Materiais Fabricante Classificação Composição Lote No.
Grupo I
Vitrebond
(pó +
líquido)
3M ESPE
(USA)
CIV fotoativado : vidro de
fluoraluminosilicato
Líquido:Copolímero
do ácido
polialcenóico, água,
HEMA, fotoativador
6KA
Grupo II
Ionomaster F
(pó +
líquido)
WILCOS
(ARGENTINA)
CIV
quimicamente
ativado
: vidro de
fluoraluminosilicato
de cálcio
Líquido: solução
aquosa de ácido
poliacrílico e tartárico
ADS0890
Grupo III
Experimental
+
Líquido
Vitrebond
QUÍMICA –
UNESP
+
3M ESPE
(USA)
CIV fotoativado
Pó:
fluoraluminosilicato
de cálcio contendo
nióbio
Líquido: Copolímero
do ácido
polialcenóico, água,
HEMA, fotoativador
IQ
+
6KA
Grupo IV
Experimental
+
Líquido
Ionomaster F
QUÍMICA –
UNESP
+
WILCOS
(BRASIL)
CIV
quimicamente
ativado
Pó:
fluoraluminosilicato
de cálcio contendo
nióbio
Líquido: solução
aquosa de ácido
poliacrílico e tartárico
IQ
+
ADS0890
Grupo V
Experimental
+
Líquido
Experimental
QUÍMICA -
UNESP
CIV
quimicamente
ativado
:
fluoraluminosilicato
de cálcio contendo
nióbio
Líquido: solução
aquosa de ácido
poliacrílico + aditivos
IQ
M aterial e M étodo
M aterial e M étodoM aterial e M étodo
M aterial e M étodo
64
Quadro 2 - Grupo, material, relação Pó/Líquido
GRUPO
MATERIAL RELAÇÃO PÓ/LÍQUIDO
GI Vitrebond Fabricante (P/L-0,77)
GII Ionomaster F Fabricante (P/L-1,3)
GIII Pó Experimental + Líquido Vitrebond 1 colher dosadora do Vitrebond
(0,0412 g) + 1 gota do Líquido
(P/L-0,54)
GIV Pó Experimental + Líquido Ionomaster
F
1 colher dosadora do Ionomaster
F (0,0587 g) + 1 gota do Líquido
(P/L-0,90)
GV Pó Experimental + Líquido
Experimental
1 colher dosadora do
Experimental (0,0500 g) + 1 gota
do Líquido (ácido poliacrílico +
aditivos)
(P/L-0,56)
GVI Digluconato de clorexidina 0,2%
(controle)
-----
4.2 Métodos
4.2.1 Liberação e reincorporação de fluoreto
Para a análise da liberação e capacidade de recarga de fluoreto foram
confeccionados 10 espécimes para cada um dos cincos grupos experimentais, os
quais foram distribuídos uniformemente em sistema de ciclagem de pH (soluções
de desmineralização/remineralização alternadamente). Foi utilizada uma matriz de
nylon com 26 mm de diâmetro e 1,5 mm de espessura, com orifício central de 11
mm de diâmetro e uma fenda para a colocação de fio dental (Figura 4),
possibilitando a suspensão dos espécimes para sua imersão.
M aterial e M étodo
M aterial e M étodoM aterial e M étodo
M aterial e M étodo
65
FIGURA 4 – Matriz de Nylon.
Desta forma, à temperatura ambiente, de aproximadamente 25
o
C, e com a
matriz colocada sobre uma placa de vidro, devidamente resfriada, estando o fio
dental convenientemente posicionado (Figura 5), os materiais foram manipulados
de acordo com as instruções de cada fabricante, e a inserção dos mesmos, para o
preenchimento da matriz, foi realizada com auxílio da seringa Centrix (Figura 6).
FIGURA 5 – Placa de vidro inferior, matriz
e fio dental.
FIGURA 6 – Preenchimento da matriz
com seringa centrix.
Após preenchimento da matriz com o material em ligeiro excesso, uma
fina tira de poliéster foi colocada sobre o conjunto (Figura 7) e sobre esta, nova
placa de vidro foi posicionada (Figura 8) permanecendo nessa posição durante 7
minutos, tempo este necessário para que ocorresse a reação de endurecimento dos
materiais ionoméricos quimicamente ativados.
M aterial e M étodo
M aterial e M étodoM aterial e M étodo
M aterial e M étodo
66
FIGURA 7 – Tira de poliéster posicionada
sobre o material e a matriz.
FIGURA 8 – Placa de vidro superior sobre o
conjunto.
Para os materiais, cujo endurecimento se fazia através da interação
luz/espécime, foi utilizado aparelho fotopolimerizador CL-K200 Kondortech,
com 600 mW/cm
2
de intensidade, aferida a cada grupo de três espécimes com
auxílio de radiômetro (Demetron Research Corp.) (Figuras 9a e 9b).
FIGURA 9a – Fotopolimerizador CL-K200.
FIGURA 9b – Radiômetro.
A fotopolimerização foi realizada, de tal forma que o aparelho ao ser
ativado, a ponta fotopolimerizadora permanecesse em ativação por 40 segundos,
M aterial e M étodo
M aterial e M étodoM aterial e M étodo
M aterial e M étodo
67
em contato direto, com cada uma das placas de vidro, ou seja, superior (Figura
10a) e inferior (Figura 10b).
FIGURA 10a – Fotopolimerização do material
através da placa de vidro superior.
FIGURA10b – Fotopolimerização do material
através da placa de vidro inferior.
A seguir, após o tempo final da presa inicial, determinado visualmente
pela perda de brilho, os espécimes foram separados da matriz e protegidos com
vaselina pastosa para evitar a sinérese e embebição (Figura 11). Em seguida, os
espécimes foram armazenados em um recipiente que permitiu a obtenção de
umidade relativa 100%, por 24 horas, em estufa a 35-37
o
C (Figura 12). Decorrido
este tempo, os excessos foram removidos com lâminas de bisturi e discos para
polimento de resina composta Sof-lex – 3M (Figura 13).
FIGURA 11 – Proteção superficial dos
espécimes com vaselina pastosa.
FIGURA 12 – Armazenamento dos espécimes
em umidade relativa 100%.
M aterial e M étodo
M aterial e M étodoM aterial e M étodo
M aterial e M étodo
68
FIGURA 13 – Materiais para acabamento e polimento dos espécimes.
A seguir, procedeu-se o início do desafio cariogênico (ciclos de Des/Re).
Para tal, as amostras foram suspensas pelo fio dental, previamente inserido nos
materiais quando da obtenção dos espécimes, em tubos de ensaio plásticos com
tampa, os quais foram vedados com cera 7 para evitar evaporação da solução de
imersão (Figura 14).
FIGURA 14 – Espécime imersa em solução Des/Re.
M aterial e M étodo
M aterial e M étodoM aterial e M étodo
M aterial e M étodo
69
Assim, conforme acima demonstrado, os espécimes, da ordem de 50
(cinqüenta) foram imersos em 2,0 mL de solução do sistema de ciclagem de pH,
permanecendo 6 horas na solução desmineralizadora e 18 horas na solução
remineralizadora durante um período de 15 dias.
O sistema de ciclagem de pH utilizado foi semelhante ao desenvolvido por
Featherstone,
39
1986 e empregado por Carvalho, Cury,
20
1999, sendo composto
por uma solução de desmineralização contendo 2,0 mM P e 75 mM tampão
acetato, pH 4,3 e uma solução de remineralização composta de 1,5 mM Ca, 0,9
mM P, 150 mM KCl e 20 mM cacodilato, pH 7,0 (Figura 15).
FIGURA 15 – Desafio cariogênico durante um mês.
Os espécimes permaneceram em máquina específica para Banho-Maria,
(Figura 16) numa temperatura de 37
o
C, interrompidos somente nos períodos de
troca da solução. Durante as trocas, os espécimes foram removidos das soluções e
o excesso de umidade foi retirado com papel absorvente. Em seguida, os
espécimes foram colocados em nova solução que havia sido mantida em estufa à
DESAFIO CARIOGÊNICO
30 CICLOS
2,0 mM Ca e P
75 mM tampão acetato
pH 4,3
1,5 mM Ca
0,9 mM P
150 mM KCl
20mM cacodilato
pH 7,0
DES
6 HORAS
RE
18 HORAS
M aterial e M étodo
M aterial e M étodoM aterial e M étodo
M aterial e M étodo
70
37
o
C por uma hora. Os tubos foram armazenados em câmara fria à temperatura
de aproximadamente 4
o
C, por um período máximo de 60 dias até a leitura.
FIGURA 16 – Máquina para Banho-Maria a 37
o
C.
Após um ciclo de 15 dias, os espécimes foram submetidos a uma aplicação
tópica de flúor acidulado 1,23%, pH variando de 3,6 à 3,9, por 4 minutos.
Decorrido o tempo de aplicação do flúor tópico, cada espécime foi lavado
abundantemente por 30 segundos em água deionozada. A seguir, a umidade foi
removida com papel absorvente e os espécimes submetidos à nova ciclagem de
pH, objetivando análise da reincorporação do fluoreto ao material quando
submetido ao desafio cariogênico simulando situação de alto risco à cárie
14,52
.
A concentração de fluoreto liberada nas soluções foi mensurada
diariamente, durante 30 dias, com um eletrodo combinado específico para íon
flúor, o qual foi calibrado previamente a leitura com solução-padrão (0,05 a 12,8
µg F/ml em TISAB II) (Figura 17).
M aterial e M étodo
M aterial e M étodoM aterial e M étodo
M aterial e M étodo
71
FIGURA 17 – Eletrodo F específico Orion modelo 9609-BN.
Assim, os valores das leituras de F
-
, em milivoltagem, nas soluções foram
transformados em concentração de F
-
liberado por material (mg F/L).
Para análise do F
-
liberado, para cada 2 mL da amostra foi adicionado
igual volume de TISAB II (1,0 M tampão acetato, pH 5,0 contendo 1,0 M NACl e
EDTA 0,4%). Tanto os tubos da amostra, como os frascos preparados com TSAB
II foram agitados em um agitador de tubos previamente às leituras.
Os resultados encontrados nas soluções de desmineralização e
remineralização foram somados para a obtenção da liberação de fluoreto em 24 H.
4.2.2 Atividade antibacteriana
A atividade antibacteriana de cada material foi avaliada para as seguintes
bactérias: Streptoccocus mutans, Lactobacillus acidophilus e Actinomyces
viscosus utilizando o teste de difusão em ágar. As cepas indicadoras foram
semeadas em Brain Heart Infusion (BHI, Difco Laboratories, Detroit, MI), por 48
M aterial e M étodo
M aterial e M étodoM aterial e M étodo
M aterial e M étodo
72
H, a 35-37
o
C, de acordo com as características fisiológicas de cada
microrganismo.
Deste crescimento, as bactérias resultantes foram replicadas para 5 mL de
BHI, por 24 horas, a 35-37
o
C, para obtenção de uma suspensão, denominada
inocúlo (turbidez 0.5 da escala MacFarland aproximadamente 1,5x10
8
UFC por
mL de meio de cultura) (Figura 18).
FIGURA 18 – Obtenção do inóculo.
O teste de sensibilidade foi realizado segundo a técnica de “Hole-plate”,
por difusão em ágar. Após a confecção do meio de cultura em placa de Petri, seis
poços, medindo 4 mm de diâmetro, foram efetuados por meio de perfurações em
pontos eqüidistantes de cada placa, com auxílio de moldes metálicos estéreis,
permitindo uma maior concentração das substâncias e facilidade de leitura
(Figura 19) .
M aterial e M étodo
M aterial e M étodoM aterial e M étodo
M aterial e M étodo
73
FIGURA 19 – Poços confeccionados em BHI ágar (4 mm de diâmetro).
Para cada material e cepa bacteriana foram confeccionados dez poços,
distribuídos igualmente em trinta placas de Petri. Os poços foram numerados
previamente a inserção dos materiais para facilitar a distinção entre os grupos,
sendo completamente preenchidos com os materiais-teste utilizando uma seringa
Centrix (DFL Indústria e Comércio Ltda, Rio de Janeiro, Brasil). Todos os
materiais foram manipulados, sob condições assépticas, de acordo com as
instruções do fabricante. Como controle positivo (GVI), digluconato de
clorexidina a 0,2% na forma aquosa foi inserido também nos orifícios. Para os
cimentos de ionômero quimicamente ativados a reação de presa ocorreu
naturalmente em 7 min. Para os cimentos de ionômero de vidro fotoativados após
a inserção dos materiais nos orifícios ocorreu a fotopolimerização direta 40s sobre
a placa de Petri, por meio de aparelho fotopolimerizador CL-K200 Kondortech,
com 600 mW/cm
2
, sem qualquer alteração na atividade bacteriana, testada através
da realização de teste piloto e com base na literatura
22,36
. As placas foram
mantidas em temperatura ambiente por 2 horas, para pré-difusão dos materiais e
depois incubadas a 37
o
C, por 24, 48, 72 horas. Os halos de inibição foram
M aterial e M étodo
M aterial e M étodoM aterial e M étodo
M aterial e M étodo
74
medidos durante o período de incubação, utilizando uma régua milimetrada e o
método visual, auxiliado pelo estereomicroscópio (Figura 20).
FIGURA 20 Formação do halo de inibição bacteriano.
Todas as medidas foram determinadas a partir de dois pontos opostos
localizados nos limites mais interno do diâmetro do halo de inibição formado ao
redor de cada poço.
4.2.3. Planejamento Estatístico
Liberação de Fluoreto
Na liberação de fluoreto, os dados foram avaliados previamente pelo teste
de Kolmogorov-Smirnov, P<0,05, buscando possível distribuição normal. Com os
resultados aderidos á distribuição normal, os testes realizados foram testes
paramétricos: ANOVA teste de Tukey e Scheffé (p<0,05), por meio do programa
M aterial e M étodo
M aterial e M étodoM aterial e M étodo
M aterial e M étodo
75
XLSTAT Microsoft Excel (Microsoft, EUA). Estes testes visam comparar os
cinco grupos quanto às diferenças estatisticamente significantes. A representação
gráfica será realizada pelo programa Origin 7.0 (Microcal Ine, EUA).
Atividade antimicrobiana
No presente estudo, o halo de inibição para cada microrganismo será
considerado como uma variável distinta. Os dados iniciais para os três materiais,
que apresentaram atividade antibacteriana, em cada um dos tempos experimentais,
serão analisados por meio do teste de Kruskal-Wallis. Esse é um método não
paramétrico de comparação entre três ou mais grupos independentes, pelo qual é
testada a hipótese de que os grupos apresentam postos médios semelhantes. Essa
comparação visa apenas comprovar que os halos de inibição apresentavam as
mesmas medidas, independente do tempo e do material. O uso de estatística não
paramétrica justificou-se quando a maioria dos grupos não adere à distribuição
normal (teste de Kolmogorov-Smirnov, P<0,05), apesar da homogeneidade de
variâncias para duas das três espécies testadas (teste de Levene, P>0,05).
No caso do teste de Kruskal-Wallis apontar diferença significante entre os
diversos níveis, uma comparação post hoc será realizada por meio do teste de
Dunn. Essa análise será feita aos pares, onde se compara apenas os diferentes
níveis de um fator de acordo com o mesmo vel do segundo. Em outras palavras,
o teste não considerará par como, por exemplo, Vitrebond (24 horas) x Controle
(48 horas). Independente do teste, o nível de significância foi de 0,05. Para a
execução dos cálculos estatísticos em geral, será utilizado o programa
M aterial e M étodo
M aterial e M étodoM aterial e M étodo
M aterial e M étodo
76
computacional SPSS 12.0.0 for Windows (SPSS Inc, Chicago, Ill., EUA) e para o
teste de Dunn, o programa InStat 3.06 (GraphPad Software Inc., San Diego, CA,
EUA).
RESULTADO
_________________________________________________
5 Resultado
5.1 Liberação e reincorporação de fluoreto
Os dados de liberação de fluoreto dos 5 Grupos dos cimentos (mg/L)
foram analisados pelo programa ANOVA e teste de Tukey e Scheffé (p<0,05)
encontram-se na Tabela 1 e anexo 2. Nesses testes os períodos analisados foram
de 24 H, 7, 15, 16, 21 28 e 30 dias.
Tabela 1 – Resultados (médias ± σ, n= 10) de fluoreto liberados (mg/L) em função
dos grupos analisados e tempo de imersão nas soluções Des/Re
Letras diferentes demonstram diferença estatisticamente significante (p<0,05) na vertical e horizontal
A Tabela 1 demonstra uma relação tempo-dependente desses materiais,
que do 1
o
ao 16
o
dia e no 30
o
o Grupo GI (Vitrebond (P/L) apresentou diferença
estatisticamente significante de todos os Grupos testados. O Grupo GII
PERÍODOS
(dias)
GI
GRUPOS
GII GIII
GIV
GV
VIT ION EX P+ VIT EXP + ION EXP + EXP
1
32,1 ± 2,7
a
72,3 ± 3,3
b
3,8 ± 0,3
c
5,4 ± 0,6
c
6,9 ± 0,5
c
7
19,9 ± 1,5
a
33,5 ± 2,3
b
1,8 ± 0,1
c
2,4 ± 0,2
c
1,9 ± 0,2
c
15
19,0 ± 1,0
a
30,5 ± 2,9
b
1,7 ± 0,1
c
1,3 ± 0,07
c
1,3 ± 0,1
c
16
70,0 ± 5,0
a
84,0 ± 5,3
b
40,4 ± 2,0
c
42,7 ± 2,9
c
33,0 ± 3,3
c
21
30,6 ± 1,6
a
21,7 ± 1,8
b
14,1 ± 0,9
c
4,3 ± 0,4
d
3,0 ± 0,4
d
28
19,0 ± 1,0
a
20,0 ± 2,0
a
3,0 ± 0,4
b
1,3 ± 0,1
b
1,9 ± 0,07
b
30
17,5 ± 1,6
a
21,0 ± 1,6
b
2,4 ± 0,1
c
2,2 ± 0,1
c
2,7 ± 0,2
c
TOTAL
208,1 ± 15,4 283,0 ± 19,2 67,2 ± 3,9 59,6 ± 4,4 50,7 ± 4,8
R esultado
R esultadoR esultado
R esultado
79
Ionomaster F (P/L) apresentou diferença estatisticamente significante frente aos
Grupos GIII (Pó Experimental + Líquido Vitrebond), Grupo GIV (Pó
Experimental + Ionomaster F) e Grupo GV (Pó Experimental + Líquido
Experimental), os quais não apresentaram diferença estatisticamente
significante entre si. Assim, pode ser apresentado em ordem de maior ou
menor significância em relação à liberação que GII > GI > GIII = GIV = GV,
onde a maior liberação de Fluoreto foi observada no Grupo GII.
No 21
o
dia, os Grupos GI, GII e GIII demonstraram diferença
significante entre si enquanto os Grupos GIV, GV apresentaram-se
estatisticamente semelhantes entre si, o que pode ser apresentado em ordem
de maior ou menor significância em relação à liberação que, GI > GII,
sendo que GI > GII > GIII > GIV = GV onde a maior liberação de Fluoreto foi
observada no Grupo GI.
No 28
o
dia, os Grupos GI e GII apresentaram semelhança estatística
entre si, e diferenças dos Grupos GIII, GIV e GV estatisticamente semelhantes
entre si, podendo estas ocorrências serem apresentadas em ordem de maior
ou menor significância em relação à liberação que, GI = GII > GIII = GIV =
GV onde a maior liberação de Fluoreto foi observada nos Grupos GI e GII.
Estes resultados podem ser visualizados nas Figuras 21 e 22.
R esultado
R esultadoR esultado
R esultado
80
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CONC. DE FLUORETO LIBERADO (mg/L)
PERÍODO DE IMERSÃO (dias)
VITREBOND
IONOMASTER F
EXP. + VITREBOND
EXP. + IONOMASTER F
PÓ EXP. + LIQ. EXP.
FIGURA 21 – Gráfico dos valores médios de fluoreto liberado em Solução Des/Re durante os 30
dias de avaliação dos grupos testados.
R esultado
R esultadoR esultado
R esultado
81
FIGURA 22 - Representação gráfica dos valores médios liberado em solução Des/Re nos períodos
de 1, 7, 16, 21, 28 dias, dos cinco Grupos testados.
5.2 Atividade Antibacteriana
As Figuras de 23 a 25 mostram gráficos do tipo box-plot com os resultados
obtidos para o halo de inibição, por espécie avaliada. Importante ressaltar que os
Grupos GII, GIV e GV não apresentaram atividade antibacteriana, e o Grupo VI
representou o controle positivo (solução de digluconato de clorexidina a 0,2%).
R esultado
R esultadoR esultado
R esultado
82
FIGURA 23 - Halo de inibição frente ao Streptococcus mutans, para cada Grupo e tempos
testados.
GI - Vit
GIII - Exp + Vit
GIV - Controle
Grupos Testados
5
10
15
20
25
30
H
Tempo
24 h
48 h
72 h
R esultado
R esultadoR esultado
R esultado
83
FIGURA 24 - Halo de inibição frente ao Lactobacillus acidophilus, para cada Grupo e
tempos testados.
GI - Vit
GIII
-
Exp + Vit
GIV - Controle
Grupos Testados
0
10
20
30
40
50
60
H
Tempo
24 h
48 h
72 h
R esultado
R esultadoR esultado
R esultado
84
FIGURA 25 - Halo de inibição frente ao Actinomyces viscosus, para cada Grupo e tempos
testados.
O teste de Kruskal-Wallis encontrou diferença significante entre as
situações experimentais para as três espécies testadas (S. mutans: H=82,194,
P<0,001; L. acidophilus: H=73,028, P<0,001; A. viscosus: H=53,192, P<0,001).
As Tabelas de 2 a 4 contêm os postos médios para cada situação e
respectivos resultados do teste de Dunn.
GI
-
Vit
GIII
-
Exp + Vit
GVI
-
Controle
0
10
20
30
40
50
60
70
Tempo
24 h
48 h
72 h
Grupos Testados
R esultado
R esultadoR esultado
R esultado
85
Tabela 2 - Postos médios para o halo de
inibição frente ao Streptococcus mutans, e
comparação entre os materiais e tempos testados*
Tempo
Grupos
24 h 48 h 72 h
GI 49,15 ABa 48,40 ABa 38,95 ABa
G III 22,25 Aa 16,50 Aa 7,75 Aa
Controle 76,05 Ba 75,35 Ba 75,10 Ba
* Verticalmente, letras maiúsculas semelhantes indicam semelhança entre os materiais.
Horizontalmente, letras minúsculas semelhantes indicam semelhança entre os tempos.
Tabela 3 - Postos médios para o halo de
inibição frente ao Lactobacillus acidophilus,
e comparação entre os materiais e tempos testados*
Tempo
Grupos
24 h 48 h 72 h
G I 65,10 Aa 76,85 Aa 78,65 Aa
G III 17,85 Ba 20,00 Ba 14,55 Ba
Controle
40,40 ABa 50,90 ABa 45,20 ABa
* Verticalmente, letras maiúsculas semelhantes indicam semelhança entre os materiais.
Horizontalmente, letras minúsculas semelhantes indicam semelhança entre os tempos.
R esultado
R esultadoR esultado
R esultado
86
Tabela 4 - Postos médios para o halo de
inibição frente ao Actinomyces viscosus, e
comparação entre os materiais e tempos testados*
Tempo
Grupos
24 h 48 h 72 h
G I 70,30 Aa 69,70 Aa 69,40 Aa
G III 21,95 Ba 23,15 Ba 18,50 Ba
Controle 46,25 ABa 44,90 ABa 45,35 ABa
* Verticalmente, letras maiúsculas semelhantes indicam semelhança entre os materiais.
Horizontalmente, letras minúsculas semelhantes indicam semelhança entre os tempos.
DISCUSSÃO
_________________________________________________
6 Discussão
O fluoreto é um dos principais elementos de combate à lesão de cárie. Para
Larsen
67
em 1990, o aumento na concentração de fluoreto parece alterar o nível de
saturação mineral, favorecendo a formação de fluorapatita e reduzindo a
dissolução da hidroxiapatita, causada pela produção de ácidos da placa bacteriana.
Desta forma, salienta-se a importância do fluoreto constantemente presente na
cavidade oral e na utilização em materiais odontológicos que tenham capacidade
de liberar e recarregar fluoreto à estrutura dentária, deixando-a mais resistente à
solubilidade em meio ácido
32,85
.
Para Carvalho, Cury
20
em 1999, é importante que a análise quantitativa de
fluoreto liberado seja realizada utilizando-se espécimes imersos em solução que
reproduzam o ambiente bucal, ou seja, onde haja períodos de desmineralização e
remineralização, pela ciclagem de pH. Assim, no presente estudo foi empregado
um modelo dinâmico de des/re, modificado a partir do modelo desenvolvido por
Featherstone et al.
40
. Este método idealizado por Featherstone et al.,
39
em 1986,
consegue representar uma situação intrabucal de alta cariogenicidade, momento
este, que mais necessita da ação do fluoreto.
Segundo Cury et al.,
28
em 1993, a água deionizada normalmente utilizada
para a avaliação da liberação de fluoreto, não simula a composição inorgânica, as
interações superficiais, força iônica, pH do meio e grau de saturação, sendo que
estes fatores são importantes para determinar a velocidade com que os fluoretos
são liberados.
D iscussão
D iscussãoD iscussão
D iscussão
89
Diversos estudos
19,28,42,43,44,89
demonstram que em pH ácido ocorre um
aumento na liberação de fluoreto, opinião esta compartilhada também por
Carvalho, Cury
20
em 1999, que observaram maior liberação de fluoreto em
materiais restauradores durante ciclagem de pH (Des/Re) quando comparada à
liberação em água e saliva artificial. É sugerido que, esta maior liberação em pH
ácido ocorre por causa do aumento da dissolução das partículas de vidro,
favorecendo perdas constantes de íons
42,51
.
Para, Bell et al.
6
em 1999, a saliva
artificial promove menor liberação de fluoreto, devido ao seu baixo gradiente de
difusão entre os íons da saliva e material testado, sugerindo ainda que houvesse a
formação de uma película na superfície do material que impediria a liberação de
íons.
Antes da aplicação tópica de flúor (Tabela 1), os resultados desse estudo
demonstraram maior liberação de fluoreto para o Ionomaster F, seguido do
Vitrebond, e comportamento similar para os três grupos que utilizaram o pó
experimental (composição semelhante). A concentração de fluoreto liberada foi
maior nas primeiras 24 horas, diminuindo gradativamente até 7 dias, após esse
período, a liberação tende a ficar constante, com formação de platô. Estes
resultados estão de acordo com Dionysopoulos et al.,
33
2003; Dionysopoulos et
al.,
34
2003; Karantakis et al.,
65
2000; Swift,
94
1988.
A maior concentração de fluoreto liberada foi observada nos períodos
iniciais a manipulação dos cimentos ionoméricos pode ser explicada pelo fato de
que estes materiais, tanto os convencionais quanto os modificados por resina em
menor quantidade, possuem reação de presa gradual variando de 12 a 24 horas.
D iscussão
D iscussãoD iscussão
D iscussão
90
Assim, pode ocorrer grande movimentação iônica, facilitando a liberação de
elementos ativos ionicamente, entre eles o fluoreto
79
.
A liberação de fluoreto pode está relacionada com dois mecanismos
básicos: a) liberação inicial - pela ação da água na dissolução dos componentes
com fluoreto e por difusão devido à degradação da matriz e formação de cracks; e,
b) longo prazo - devido à interação iônica entre o cimento e o meio bucal, sendo
facilmente influenciada por alguns fatores, tais como: concentração de fluoreto
extrínseco, pH, erosão ácida, permeabilidade, forma e concentração do material
podem estar envolvidos
52,83,94
.
Uma capacidade extremamente importante dos materiais ionoméricos é a
habilidade de recarga de fluoreto. Em geral, materiais com alta liberação de
fluoreto inicial apresentam elevada capacidade de recarga
4,19,51
.
No 16
o
dia, os espécimes foram submetidos a uma aplicação tópica de
flúor demonstrando maior liberação de fluoreto para o Ionomaster, Vitrebond e os
três grupos de experimental, porém todos os materiais apresentaram
características de liberação de fluoreto diferentes entre si.
No 17
o
dia ocorreu uma queda aguda na liberação de fluoreto para o
Ionomaster (84,0 ± 5,3 - 40,2 ± 2,5) e o Vitrebond (70,0 ± 5,0 - 42,3 ± 1,8),
diminuindo gradativamente até próximo ao 21
o
dia. Após este período até o final
do ciclo de 30 dias estes cimentos de ionômero de vidro tenderam a uma liberação
constante. Para os grupos Experimental + Vitrebond (40,4 ± 2,0 - 29,5 ± 2,4);
Experimental + Ionomaster (42,7 ± 2,9 - 27,5 ± 2,0) e Experimental +
Experimental (33,0 ± 3,3 - 20,3 ± 2,3) a liberação de fluoreto foi menor que os
D iscussão
D iscussãoD iscussão
D iscussão
91
materiais comerciais, sugerindo a necessidade de maior adição de fluoreto na
composição do pó, ou alterações na proporção pó/Líquido, entretanto, o grupo do
cimento de ionômero de vidro modificado por resina (Experimental + Vitrebond)
apresentou-se relativamente maior na liberação de fluoreto que os outros dois
grupos do mesmo experimental. Ademais, o padrão de liberação também foi
mais constante para o experimental, o que o tornaria interessante devido à
presença contínua de fluoreto na cavidade bucal. De acordo com Ten Cate,
Featherstone,
95
em 1991, sabe-se que a presença contínua de baixas concentrações
de fluoreto pode inibir a desmineralização e favorecer a remineralização .
A liberação de fluoreto foi maior nas 24H após a aplicação de flúor tópico
(16
o
dia), para todos os grupos. Tal fato pode estar relacionado ao gel de flúor
acidulado penetrar no material, reduzir a dureza superficial dos cimentos de
ionômero de vidro, em intensidades diferentes dependente do material, e devido à
viscosidade do gel acidulado, a remoção pela lavagem inicial após aplicação
tópica de flúor dificultaria a remoção completado gel dentro dos poros e
cracks
52,93
.
Após o período inicial de 24 horas, a liberação de fluoreto passa a não ser
exclusivamente por difusão iônica, mas por quebra de ligações intrínsecas ao
material
52,104
.
A liberação de fluoreto se por um processo complexo, no qual várias
características microestruturais do compósito (porosidade, tamanho das partículas)
e fatores intrínsecos podem afetar severamente esta dinâmica. Para Wiegand et
al.,
102
2007, a solução de armazenamento, composição do material, pH da saliva,
D iscussão
D iscussãoD iscussão
D iscussão
92
formação de placa bacteriana ou película, razão pó/liquido, tempo de presa do
material, superfície de área exposta, devem ser analisados. Alguns autores têm
demonstrado que a razão pó/liquido pode alterar a velocidade de liberação do
fluoreto (Vermeersch et al.,
99
2001).
Outro fator relevante na liberação de fluoreto é a porosidade do material
antes e depois da recarga, pois materiais com alta porosidade obviamente
apresentam alta capacidade de estocar e liberar fluoreto. Porém, alta porosidade
presente nos materiais apresenta efeitos adversos às propriedades mecânicas. A
presença de componentes resinosos podem também diminuir essa liberação
104
.
Os resultados deste estudo indicaram que três dos cinco cimentos de
ionômero de vidro avaliados apresentaram atividade antibacteriana para as
bactérias cariogênicas selecionadas. Essa propriedade antimicrobiana tem sido
relacionada ao baixo pH inicial, liberação de fluoreto ou a outros componentes
químicos encontrados no dos cimentos de ionômero de vidro (DeSchepper et
al.,
30
1989; Loyola-Rodriguez et al.,
69
1994).
Além de facilitar a remineralização dos tecidos dentários durante os
processos cíclicos de desmineralização e remineralização, o fluoreto atua sobre
microrganismos cariogênicos, alterando seu estado fisiológico. Os três principais
mecanismos de inibição do crescimento bacteriano pelo fluoreto são: a adesão
direta de F
-
/HF a enzimas e outras proteínas bacterianas, a formação de complexos
flúor-metal e a ação como um carregador de prótons transmembrana (Marquis et
al.,
71
2003). Altas concentrações de flúor, variando de 0,16 a 0,3 mol/l podem
inibir o crescimento bacteriano (Bowden,
16
1990; Wiegand et al.,
102
2007).
D iscussão
D iscussãoD iscussão
D iscussão
93
O teste de difusão em ágar é um método aceito para diferenciar
inicialmente a atividade antibacteriana dos materiais, entretanto apresenta algumas
limitações. Uma delas é a impossibilidade de determinar se o resultado obtido
para um material específico refletiu seu efeito bactericida ou somente
bacteriostático. Além disso, é extremamente difícil comparar dados de inibição
bacteriana obtidos em diferentes estudos utilizando essa técnica, mesmo quando
se trata do mesmo material, por causa das variáveis envolvidas (Tobias et al.,
96
1985), como o tipo de meio de cultura e o número de microrganismos inoculados.
Neste estudo, o cimento de ionômero de vidro modificado por resina,
Vitrebond, obteve os maiores halos de inibição contra Actinomyces Viscosus e
Lactobacillus. Acidofilus, (
mm)
, o controle foi superior para Streptococcus
mutans, enquanto que o grupo experimental + Vitrebond apresentou valores de
halo de inibição menores para todas as bactérias avaliadas. Importante ressaltar
que os halos de inibição permaneceram sem variação de tamanho no decorrer do
tempo (24, 48, 72H).
Para os grupos Ionomaster, Experimental + Ionomaster, e Experimental +
Experimental nenhuma atividade inibitória mensurável foi observada contra
Streptococcus mutans, Actinomyces Viscosus e Lactobacillus acidophilus,
sugerindo a necessidade de incorporação de agentes antibacterianos, como a
clorexidina, na composição desses cimentos.
Outros estudos também têm demonstrado excelente atividade
antibacteriana para o Vitrebond (DeSchepper et al.,
31
Loyola-Rodriguez et al.,
69
1994; Donly, Ingram,
35
1997; Herrera et al.,
62
2000).
Kozai et al.,
66
(2000)
D iscussão
D iscussãoD iscussão
D iscussão
94
verificaram uma grande associação entre a liberação de flúor (em torno de
6,93mg/l no primeiro dia) e a atividade antibacteriana do Vitrebond.
A liberação de fluoreto pelos cimentos de ionômero de vidro fotoativado,
ou cimentos ionoméricos modificados por resina (CIVMR), é maior que a dos
cimentos convencionais (Vermeersch et al.,
99
2001). Esse achado poderia ser
justificado pelo fato da proporção pó-líquido afetar o padrão de liberação de flúor
(Forsten,
44
1995).
Uma diferença marcante entre os cimentos de ionômero de vidro
convencionais e os modificados por resina está associada à adição de monômeros
hidrofílicos ao quido dos CIVMR. Como esses monômeros são
convencionalmente metacrilatos hidroxietil solúveis em água (HEMA), muitos
autores atribuem a melhor atividade antibacteriana observada pelo Vitrebond à
presença desse componente (Coogan, Creaven,
22
1993; Benderli et al.,
7
1997;
Meiers et al.,
74
1996). De fato, além do flúor, os CIVMR liberam outros
componentes, inclusive o HEMA (Geurtsen et al.,
54
1998). Entretanto, foi
demonstrado que HEMA não apresenta efeito inibitório sobre bactérias
cariogênicas como Streptococcus mutans, Streptococcus sobrinus e Lactobacillus
acidophilus (Schmalz,
87
2004). Outros componentes químicos como o sulfato de
zinco, podem melhorar a atividade antibacteriana dos cimentos de ionômero de
vidro. A adição de ZnSO4 aos produtos ionoméricos aumenta significantemente a
inibição do crescimento de Streptococcus mutans e a liberação de flúor sem
interferir nas propriedades mecânicas desses materiais (Osinaga et al.,
78
2003).
O
D iscussão
D iscussãoD iscussão
D iscussão
95
zinco é um dos componentes presentes nas partículas de vidro do Vitrebond, o
qual poderia contribuir para aumentar sua atividade antibacteriana.
Quando Vitrebond é fotoativado, uma reação exotérmica é gerada,
aumentando a temperatura em torno de 20 ºC
13,15
. Embora essa alteração na
temperatura seja significante, parece não influenciar a atividade antibacteriana
desse cimento, desde que efeitos inibitórios similares sobre o crescimento
bacteriano têm sido demonstrados para sua condição química de ativação
(Coogan, Creaven,
22
1993). Neste estudo, a condição de ativação direta sobre os
poços dos CIVMR, não influenciou a atividade inibitória dos materiais e não
causou a morte prematura das bactérias, comprovados através de testes pilotos e
na literatura.
A atividade antibacteriana do Vitrebond poderia também estar associada à
presença de altos níveis de agentes tóxicos em sua composição (Coogan,
Creaven,
22
1993). Quando avaliado sobre cultura de células, os CIVMR
mostraram efeitos citotóxicos acentuados comparáveis àqueles obtidos para
materiais restauradores resinosos (Costa et al.,
25
2003).
Entretanto, quando
aplicado em cavidades profundas confeccionadas em dentes humanos, o
Vitrebond foi comparável ao cimento de hidróxido de cálcio, quanto à
compatibilidade biológica (Costa et al.,
24
2003). Para Vermeersch et al.,
100
2005,
uma relação direta entre o pH dos materiais e a inibição do crescimento do
Streptococcus mutans, à exceção de um CIVMR (Vitrebond) que apresenta uma
zona maior da crescimento-inibição do que a zona ácida correspondente. Assim,
sugere que, para este material, o efeito nas bactérias não pode somente ser devido
D iscussão
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D iscussão
96
à liberação do fluoreto e à queda do pH. Observou-se que o Vitrebond é
extremamente citotóxico em várias culturas de células em comparação com outros
cimentos ionoméricos
30,31
. Em seu estudo, Geurtsen et al.,
54
demonstraram que
Vitrebond foi citotóxico para cultura de fibroblastos principalmente por causa da
liberação do iniciador diphenyliodoniumchloride (DPICl), que inibiu quase por
completamente o crescimento dos fibroblastos 3T3. Podendo também ser a razão
para inibição do crescimento de Streptococcus. mutans. Gerami-Nejad, Stretton
53
demonstraram que DPICl inibe a atividade da membrana-limita ATPase, a troca
dos cations e a estimulação simultâneo da glicólise. DPICl inibe também todos as
dehidrogenases. Em meio protegido, a atividade anti-bacteriana do Vitrebond
intensificou provavelmente por causa da sensibilidade do pH de DPICl. No estudo
por Gerami-Nejad, Stretton
53
a atividade anti-bacteriana de DPICl aumenta com o
pH elevado. Explica que possivelmente, em valores de pH mais elevado, mais
droga é absorvida seguida por um aumento aparente na atividade antibacteriana.
Assim, a liberação de fluoreto pelos materiais ionoméricos é um fator
importante, porém, não primordial para a inibição do crescimento bacteriano,
sendo outros fatores como ambiente químico (vários íons, tonicidade do meio,
constante dielétrica) e físico (molhabilidade, rugosidade, porosidade)
preponderantes.
Para a clorexidina a amostragem microbiológica demonstrou redução nas
contagens das bactérias aeróbicas e anaeróbicas que variam de 54% a 97% a 6
(seis) meses do uso
86
. Assim, a clorexidina foi escolhido como o controle positivo
D iscussão
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D iscussão
97
por causa de seu uso clínico difundido, enquanto um ponto comum para referência
nas comparações com outros estudos
62
.
Duas propriedades importantes, que são fundamentais na escolha de um
material para uso clínico, foram determinadas nessa pesquisa. No entanto,
observou-se que o cimento Ionomaster F disponível no mercado, apesar de liberar
altas concentrações de fluoreto, durante todo o ciclo, não apresentou atividade
antibacteriana contra os microrganismos cariogênicos testados. No entanto, o
cimento Vitrebond apresentou alta liberação de fluoreto com potencial para inibir
o crescimento bacteriano. Para o cimento experimental, observou-se uma baixa
liberação relativa de fluoreto, porém, mais constante do que os outros materiais
testados, sendo que a atividade antibacteriana, embora baixa, foi observada apenas
para o cimento experimental fotoativado.
Portanto, como se trata de um material experimental algumas modificações
devem ser realizadas antes de possível uso clínico, ressaltamos a sugestão de que
haja um aprimoramento de tal material, ou seja: maior adição de fluoreto ao pó,
adição de agentes bactericidas e/ou bacteriostáticos ao líquido, porém sem efeito
citotóxico, além de estudos sobre a biocompatibilidade do mesmo.
Alem disso, ressalta-se também, que a indústria Brasileira necessita
importar todo de cimento de ionômero de vidro para dar início à fabricação de
um cimento nacional, o que resulta um custo final elevado tanto para o cirurgião-
dentista e conseqüentemente, para o paciente. A técnica de confecção do do
material data desde 1975, e neste trabalho, utilizamos um obtido através de
D iscussão
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D iscussão
98
método moderno Sol-gel capaz de melhor aproveitar as características de todos os
componentes do pó permitindo a obtenção de um controle da homogeneidade.
Pesquisas buscando desenvolver a tecnologia e autonomia de um país é de
extrema relevância, neste caso, esperamos que nossos resultados venham
estimular novos projetos e assim, a Universidade cumpra seu papel frente à
Indústria e à sociedade brasileira.
CONCLUSÃO
_________________________________________________
7 Conclusão
De acordo com a proposição, metodologia utilizada e resultados obtidos
pode-se concluir que:
- Quanto à liberação e reincorporação de fluoreto
Todos os materiais estudados apresentam potencial de liberação e recarga
para o fluoreto;
O cimento de ionômero de vidro experimental apresentou-se com menor
liberação/recarga de fluoreto quantitativa, frente aos cimentos ionoméricos
comerciais.
- Quanto à atividade antibacteriana
Não são todos os cimentos de ionômero de vidro que apresentam
capacidade antibacteriana, contra S. mutans, L. acidophilus e A.viscosus,
Os CIVMR, tanto o comercial quanto o experimental, demonstraram
melhor efetividade na inibição do crescimento bacteriano.
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ANEXOS
_________________________________________________
116
Anexo 1
Figura A1 – Estrutura dental
117
Anexo 2
Tabela A1 - Médias (mg/L) e respectivos desvios-padrão, dos 5 grupos
experimentais, durante os 30 dias de avaliação da liberação de fluoreto em solução
Des/Re
PERÍODO
(dias)
Vitrebond Ionomaster Experimental
+
Vitrebond
Experimental
+
Ionomaster
Experimental +
Experimental
1
32,1 ± 2,7 72,3 ± 3,3 3,8 ± 0,3 5,4 ± 0,6 6,9 ± 0,5
2
26,0 ± 1,4 56,1 ± 5,1 2,3 ± 0,1 3,4 ± 0,4 5,1 ± 0,3
3
25,0 ± 4,1 51,0 ± 1,6 2,8 ± 0,3 2,6 ± 0,2 5,6 ± 0,3
4
24,8 ± 3,7 41,3 ± 3,7 3,0 ± 0,2 2,4 ± 0,2 3,5 ± 0,4
5
23,9 ± 0,8 36,5 ± 1,2 2,9 ± 0,1 1,8 ± 0,2 2,7 ± 0,3
6
19,7 ± 2,0 34,9 ± 2,1 2,8 ± 0,1 1,8 ± 0,1 3,0 ± 0,3
7
19,9 ± 1,5 33,5 ± 2,3 1,8 ± 0,1 2,4 ± 0,2 1,9 ± 0,2
8
19,3 ± 1,7 31,0 ± 1,4 2,3 ± 0,2 1,6 ± 0,2 1,7 ± 0,1
9
20,6 ± 2,2 31,0 ± 2,4 1,8 ± 0,2 1,0 ± 0,1 1,4 ± 0,07
10
19,6 ± 2,1 29,2 ± 1,9 1,9 ± 0,2 1,5 ± 0,1 1,9 ± 0,1
11
18,1 ± 1,6 31,8 ± 2,3 2,1 ± 0,3 1,5 ± 0,1 2,8 ± 0,2
12
19,0 ± 2,7 32,9 ± 1,4 2,4 ± 0,2 1,5 ± 0,1 2,0 ± 0,2
13
18,6 ± 1,4 30,6 ± 1,6 1,4 ± 0,1 1,0 ± 0,0 1,3 ± 0,08
14
18,1 ± 1,5 30,1 ± 2,4 1,3 ± 0,1 0,6 ± 0,0 0,7 ± 0,07
15
19,0 ± 1,0 30,5 ± 2,9 1,7 ± 0,1 1,3 ± 0,0 1,3 ± 0,1
16
70,0 ± 5,0 84,0 ± 5,3 40,4 ± 2,0 42,7 ± 2,9 33,0 ± 3,3
17
42,3 ± 1,8 40,2 ± 2,5 29,5 ± 2,4 27,5 ± 2,0 20,3 ± 2,3
18
31,0 ± 2,3 35,0 ± 3,2 23,5 ± 2,3 14,5 ± 1,5 13,1 ± 1,1
19
30,9 ± 1,6 33,9 ± 2,6 22,3 ± 1,6 12,0 ± 1,4 7,0 ± 0,7
20
30,4 ± 1,5 22,3 ± 1,0 17,8 ± 1,0 8,0 ± 0,7 7,2 ± 0,5
21
30,6 ± 1,6 21,7 ± 1,8 14,1 ± 0,9 4,3 ± 0,4 3,0 ± 0,4
22
30,0 ± 2,2 21,4 ± 1,1 13,0 ± 0,6 2,6 ± 0,3 2,0 ± 0,3
23
27,4 ± 1,4 20,5 ± 1,3 8,0 ± 0,8 1,2 ± 0,1 2,6 ± 0,3
24
23,9 ± 4,0 19,2 ± 1,0 7,7 ± 0,2 1,08 ± 0,1 2,1 ± 0,1
25
23,2 ± 1,6 18,7 ± 1,5 4,8 ± 0,6 1,00 ± 0,0 2,3 ± 0,1
26
21,5 ± 2,7 18,1 ± 1,5 4,2 ± 0,5 0,90 ± 0,1 1,2 ± 0,05
27
19,6 ± 1,5 17,4 ± 1,0 4,6 ± 0,2 1,10 ± 0,1 1,3 ± 0,06
28
19,0 ± 1,0 20,0 ± 2,0 3,0 ± 0,4 1,30 ± 0,1 1,9 ± 0,07
29
18,5 ± 0,7 20,5 ± 1,0 2,9 ± 0,4 1,00 ± 0,08 2,0 ± 0,1
30
17,5 ± 1,6 21,0 ± 1,6 2,4 ± 0,1 2,20 ± 0,09 2,7 ± 0,2
TOTAL PRÉ
- RECARGA
323,7 ± 30,4 572,7 ± 35,6 34,3 ± 2,6 29,8 ± 2,6 41,8 ± 3,4
TOTAL PÓS
- RECARGA
435,8 ± 30,5 413,9 ± 28,4 198,2 ± 13,6 121,4 ± 9,9 101,7 ± 9,5
118
Anexo 2
Tabela A2 - Médias (mg/L) e respectivos desvios-padrão, dos 5 grupos
experimentais, durante os primeiros 15 dias de avaliação da liberação de fluoreto
em solução Des/Re.
PERÍODO
(dias)
Vitrebond Ionomaster Experimental
+
Vitrebond
Experimental
+
Ionomaster
Experimental +
Experimental
1
32,1 ± 2,7 72,3 ± 3,3 3,8 ± 0,3 5,4 ± 0,6 6,9 ± 0,5
2
26,0 ± 1,4 56,1 ± 5,1 2,3 ± 0,1 3,4 ± 0,4 5,1 ± 0,3
3
25,0 ± 4,1 51,0 ± 1,6 2,8 ± 0,3 2,6 ± 0,2 5,6 ± 0,3
4
24,8 ± 3,7 41,3 ± 3,7 3,0 ± 0,2 2,4 ± 0,2 3,5 ± 0,4
5
23,9 ± 0,8 36,5 ± 1,2 2,9 ± 0,1 1,8 ± 0,2 2,7 ± 0,3
6
19,7 ± 2,0 34,9 ± 2,1 2,8 ± 0,1 1,8 ± 0,1 3,0 ± 0,3
7
19,9 ± 1,5 33,5 ± 2,3 1,8 ± 0,1 2,4 ± 0,2 1,9 ± 0,2
8
19,3 ± 1,7 31,0 ± 1,4 2,3 ± 0,2 1,6 ± 0,2 1,7 ± 0,1
9
20,6 ± 2,2 31,0 ± 2,4 1,8 ± 0,2 1,0 ± 0,1 1,4 ± 0,07
10
19,6 ± 2,1 29,2 ± 1,9 1,9 ± 0,2 1,5 ± 0,1 1,9 ± 0,1
11
18,1 ± 1,6 31,8 ± 2,3 2,1 ± 0,3 1,5 ± 0,1 2,8 ± 0,2
12
19,0 ± 2,7 32,9 ± 1,4 2,4 ± 0,2 1,5 ± 0,1 2,0 ± 0,2
13
18,6 ± 1,4 30,6 ± 1,6 1,4 ± 0,1 1,0 ± 0,07 1,3 ± 0,08
14
18,1 ± 1,5 30,1 ± 2,4 1,3 ± 0,1 0,6 ± 0,05 0,7 ± 0,07
15
19,0 ± 1,0 30,5 ± 2,9 1,7 ± 0,1 1,3 ± 0,07 1,3 ± 0,1
TOTAL
323,7 ± 30,4
572,7 ± 35,6 34,3 ± 2,6 29,8 ± 2,6 41,8 ± 3,4
119
Anexo 2
Tabela A3 - Médias (mg/L) e respectivos desvios-padrão, dos 5 grupos
experimentais, durante os últimos 15 dias de avaliação da liberação de fluoreto em
solução Des/Re.
PERÍODO
(dias)
Vitrebond Ionomaster Experimental
+
Vitrebond
Experimental
+
Ionomaster
Experimental
+
Experimental
16
70,0 ± 5,0 84,0 ± 5,3 40,4 ± 2,0 42,7 ± 2,9 33,0 ± 3,3
17
42,3 ± 1,8 40,2 ± 2,5 29,5 ± 2,4 27,5 ± 2,0 20,3 ± 2,3
18
31,0 ± 2,3 35,0 ± 3,2 23,5 ± 2,3 14,5 ± 1,5 13,1 ± 1,1
19
30,9 ± 1,6 33,9 ± 2,6 22,3 ± 1,6 12,0 ± 1,4 7,0 ± 0,7
20
30,4 ± 1,5 22,3 ± 1,0 17,8 ± 1,0 8,0 ± 0,7 7,2 ± 0,5
21
30,6 ± 1,6 21,7 ± 1,8 14,1 ± 0,9 4,3 ± 0,4 3,0 ± 0,4
22
30,0 ± 2,2 21,4 ± 1,1 13,0 ± 0,6 2,6 ± 0,3 2,0 ± 0,3
23
27,4 ± 1,4 20,5 ± 1,3 8,0 ± 0,8 1,2 ± 0,1 2,6 ± 0,3
24
23,9 ± 4,0 19,2 ± 1,0 7,7 ± 0,2 1,08 ± 0,1 2,1 ± 0,1
25
23,2 ± 1,6 18,7 ± 1,5 4,8 ± 0,6 1,0 ± 0,07 2,3 ± 0,1
26
21,5 ± 2,7 18,1 ± 1,5 4,2 ± 0,5 0,9 ± 0,1 1,2 ± 0,05
27
19,6 ± 1,5 17,4 ± 1,0 4,6 ± 0,2 1,1 ± 0,1 1,3 ± 0,06
28
19,0 ± 1,0 20,0 ± 2,0 3,0 ± 0,4 1,3 ± 0,1 1,9 ± 0,07
29
18,5 ± 0,7 20,5 ± 1,0 2,9 ± 0,4 1,0 ± 0,08 2,0 ± 0,1
30
17,5 ± 1,6 21,0 ± 1,6 2,4 ± 0,1 2,2 ± 0,09 2,7 ± 0,2
TOTAL
435,8 ± 30,5
413,9 ± 28,4 198,2 ± 13,6 121,4 ± 9,9 101,7 ± 9,5
120
Autorizo a reprodução deste trabalho.
(Direitos de publicação reservado ao autor)
Araraquara, 25 de março de 2008.
GISLAINE CRISTINA PADOVANI
121
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