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Universidade do Vale do Paraíba
Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento
Sérgio Pacheco Oliveira Júnior
Avaliação das alterações inflamatórias pulpares em incisivos de ratos
Wistar submetidos à exposição proposital de dentina e irradiação com laser
diodo GaAlInP (660nm) de baixa potência.
São José dos Campos, SP
2006
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Sérgio Pacheco Oliveira Júnior
Avaliação das alterações inflamatórias pulpares em incisivos de ratos
Wistar submetidos à exposição proposital de dentina e irradiação com laser
diodo GaAlInP (660nm) de baixa potência.
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Bioengenharia, como
complementação dos créditos necessários
para obtenção do título de Mestre em
Engenharia Biomédica.
Orientador: Prof. Dr. Antonio Guillermo
José Balbin Villaverde
São José dos Campos, SP
2006
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DEDICATÓRIA
À minha família e à minha namorada, com todo amor dedico este trabalho.
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Antonio Guillermo Jose Balbin Villaverde, pela sábia orientação.
Ao Professor e grande amigo Paulo de Tarso Camillo de Carvalho, pelo inestimável auxílio
prestado durante a execução deste trabalho.
Ao Professor Gilberto Gonçalves Facco, pela colaboração.
À colega Leandra Abbes.
À Professora Catarina Prado, Coordenadora do Curso de Odontologia da UNIDERP.
À Professora Dorothy Dourado, por permitir a utilização do seu laboratório.
Ao Professor Carlos José de Lima.
Ao Técnico de Laboratório Manuel - UNIDERP.
Sobretudo a DEUS, por me dar forças na concretização de mais este sonho.
EPÍGRAFE
“Ande sobre os cadáveres de suas decepções,
como andaria por cima de tijolos empilhados na
construção de um edifício: com a frieza de quem
encara um fenômeno natural e necessário. É sobre os
alicerces da experiência e da maturidade adquiridas
nos erros que se atinge a excelência do acerto”.
Temístocles.
(Extraído do livro “Reflexões Matinais” de Benjamin
Teixeira)
Avaliação das alterações inflamatórias pulpares em incisivos de ratos
Wistar submetidos à exposição proposital de dentina e irradiação com laser
diodo GaAlInP (660nm) de baixa potência.
RESUMO
Ao longo dos anos diversas terapias vêm sendo utilizadas no tratamento da
hipersensibilidade dentinária associada à exposição gradual de dentina, com bons índices de
sucesso. Dentro desse contexto, o emprego de lasers de baixa potência apresenta-se como uma
nova alternativa de tratamento. Além de produzirem efeitos antiinflamatório e analgésico, os
lasers de baixa potência parecem estimular a formação de dentina reacional, promovendo uma
oclusão biológica dos túbulos dentinários. Os efeitos clínicos dos lasers no tratamento da
sensibilidade dentinária foram amplamente estudados por diversos pesquisadores, contudo,
pouca atenção foi dispensada ao que diz respeito às alterações pulpares que se seguem à
aplicação de lasers de baixa potência em dentes submetidos à exposição abrupta de tecido
dentinário. Sendo assim, este estudo buscou avaliar, em ratos, as alterações pulpares
inflamatórias subseqüentes à exposição proposital de dentina e irradiação com laser diodo de
baixa potência de GaAlInP (660nm). Foram utilizados no estudo quinze incisivos inferiores
de Rattus norvegicus albinos machos da linhagem Wistar submetidos à exposição proposital
de dentina e subseqüente irradiação com laser diodo GaAlInP (660nm). Foram irradiados uma
única vez com uma dose de 56,5 J/cm
2
(potência de 30 mW, tempo de exposição de 133s e
área de irradiação de 0,07 cm
2
). As polpas dentais dos dentes irradiados foram submetidas à
análise histológica aos três, cinco e sete dias no tocante a alterações inflamatórias de
hiperemia vascular, precipitação protéica e infiltrado inflamatório. Após a avaliação
histológica e análise estatística dos resultados pôde-se concluir que, sob as condições do
presente estudo, a irradiação com laser de baixa potência gerou um aumento da resposta
inflamatória pulpar nos dentes irradiados quando estes foram comparados aos dentes
controles.
Palavras-chave: hipersensibilidade dentinária, sensibilidade dentinária, laser, laser de baixa
potência de GaAlInP (660nm).
Evaluation of the pulpal inflammatory alterations in incisors of Wistar rats
submitted to the intentional dentine exposition and irradiation with low
power GaAlInP (660nm) diode laser.
ABSTRACT
Throughout the years, a variety of therapies have being employed for the treatment of
the dentine hypersensitivity, associated to the gradual dentine exposition, with good success
rate. Inside of this context, the use of low power lasers is presented as a new alternative of
treatment. Beyond producing anti-inflammatory and analgesic effect, the low power laser
seems to stimulate the formation of reactionary dentine, promoting a biological occlusion of
the dentinal tubules. The clinical effect of lasers in the treatment of dentine sensitivity is
actually widely studied by many researchers, however, little attention was paid to the study of
the pulpal alterations after the application of low power lasers in teeth, submitted to an abrupt
dentine exposition. Because of that, this study aim to evaluate, in rats, the subsequent pulpal
inflammatory alterations to the proposital dentine exposition and irradiation with low power
diode laser of GaAlInP (660nm). Fifteen inferior incisors of albinic males Rattus norvegicus
submitted to intentional dentine exposition and subsequent irradiation with GaAlInP (660nm)
diode laser had been used in the study. They were irradiated once, with a dose of 56.5J/cm
2
(laser power of 30mW, exposition time of 133s and spot area of 0.07cm
2
). The dental pulps of
irradiated teeth were then submitted to histological analysis at three, five and seven days after
irradiation, in regards to inflammatory alterations of vascular hiperemia, proteinic
precipitation and inflammatory infiltrated. After the histological evaluation and statistics
analysis of the results it can be concluded that, under the conditions of the present study, the
irradiation with low power laser promoted an increase of the pulpal inflammatory response in
irradiated teeth when compared to the control.
Key-words: dentine hypersensitivity, dentine sensitivity, laser, GaAlInP (660nm) low power
laser.
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
AlGaAs - Arseneto de Gálio e Alumínio
GaAlInP - Fosfeto de Índio Gálio Alumínio
ß - Beta
cm² - Centímetro quadrado
CO
2
- Dióxido de carbono
Fig. - Figura
GC - Grupo controle
GE - Grupo experimental (irradiado)
H - Hiperemia vascular
He-Ne - Hélio-Neon
HEMA - Hidroxietilmetacrilato
I - Infiltrado inflamatório
In - Índio
J - Joule
µm - Micrometro
Nd:YAG - Neodímio: Ítrio Alumínio Granada (cristal de Y
3
A
5
G
12
dopado com Neodímio)
nm - Nanômetro
% - Percentual.
P - Fósforo
PP - Precipitação protéica
pH - Símbolo que indica alcalinidade ou acidez
RPM - Rotações por minuto
? - Comprimento de onda
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Desgaste da superfície dentária vestibular do incisivo central inferior esquerdo-
círculo ............................................................................................................... 25
Figura 2: Zoletil® 50 (Zoletil® 50 - Virbac S/A, importado e distribuído por Virbac do
Brasil) ............................................................................................................... 26
Figura 3: Fresa diamantada do tipo roda nº 1057 (KG Sorensen) ................................... 26
Figura 4: Fresa diamantada do tipo roda nº 1057 (KG Sorensen) e acoplador para contra-
ângulo ................................................................................................................ 27
Figura 5: Desgaste dentinário ......................................................................................... 28
Figura 6: Ponta ativa da fresa elipse ............................................................................ 28
Figura 7: Laser diodo (GaAlInP) de 30mW da marca Eccofibras® .............................. 29
Figura 8: Parâmetro de tempo calculado pelo aparelho ................................................. 29
Figura 9: Irradiação ........................................................................................................ 29
Figura 10: Fotomicrografia do grupo irradiado aos três dias - 50x (área 1) ..................... 37
Figura 11: Fotomicrografia do grupo irradiado aos três dias - 50x (área 2) ..................... 37
Figura 12: Fotomicrografia do grupo irradiado aos três dias - 400x (área 1) ................... 38
Figura 13: Fotomicrografia do grupo irradiado aos três dias - 400x (área 2) ................... 38
Figura 14: Fotomicrografia do grupo controle aos três dias - 50x .................................. 39
Figura 15: Fotomicrografia do grupo irradiado aos cinco dias - 100x ............................ 39
Figura 16: Fotomicrografia do grupo irradiado aos cinco dias - 400x ............................ 40
Figura 17: Fotomicrografia do grupo controle aos cinco dias - 50x ................................ 40
Figura 18: Fotomicrografia do grupo controle aos cinco dias - 400x .............................. 41
Figura 19: Fotomicrografia do grupo irradiado aos sete dias - 50x ................................. 41
Figura 20: Fotomicrografia do grupo irradiado aos sete dias - 100x ............................... 42
Figura 21: Fotomicrografia do grupo irradiado aos sete dias - 400x ............................... 42
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Especificações técnicas do Laser Biomodulador Eccofibras fornecidas pelo
fabricante ........................................................................................................... 30
Tabela 2: Cronograma de execução dos procedimentos ................................................... 32
Tabela 3: Resultados do grupo controle versus os do grupo irradiado, analisando-se
todos os resultados independentemente do tempo (três, cinco ou sete dias) ..... 43
Tabela 4: Resultados de três dias versus os de cinco dias versus os de sete dias, sendo que
nesta fase foram trabalhados apenas dados referentes ao grupo irradiado no
tocante a hiperemia vascular, precipitação protéica e infiltrado inflamatório ... 44
Tabela 5: Resultados de três dias versus os de cinco dias, resultados de três dias
versus os de sete dias e resultados de cinco dias versus os de sete dias;
levando -se em consideração apenas hiperemia vascular .................................. 44
Tabela 6: Resultados de três dias versus os de cinco dias versus os de sete dias, sendo
que nesta fase foram trabalhados apenas dados referentes ao grupo controle no
tocante a hiperemia vascular, precipitação protéica e infiltrado inflamatório .. 45
Tabela 7: Resultados aos três dias do grupo irradiado versus os do grupo controle,
levando-se em consideração hiperemia vascular, precipitação protéica e
infiltrado inflamatório ....................................................................................... 45
Tabela 8: Resultados aos cinco dias do grupo irradiado versus os do grupo controle,
levando-se em consideração hiperemia vascular, precipitação protéica e
infiltrado inflamatório ....................................................................................... 46
Tabela 9: Resultados aos sete dias do grupo irradiado versus os do grupo controle,
levando-se em consideração hiperemia vascular, precipitação protéica e
infiltrado inflamatório ....................................................................................... 46
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 01
2. REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................................... 03
2.1 O complexo dentina-polpa-cemento ............................................................................ 03
2.1.1 Propriedades da dentina ............................................................................................ 03
2.1.2 Anatomia básica da dentina ...................................................................................... 03
2.1.3 Dentina primária ....................................................................................................... 04
2.1.4 Dentina secundária .................................................................................................... 04
2.1.5 Dentina terciária ........................................................................................................ 04
2.1.6 Pré-dentina ................................................................................................................ 04
2.1.7 Túbulos dentinários ................................................................................................... 05
2.1.8 Dentina intratubular .................................................................................................. 05
2.1.9 Dentina esclerótica .................................................................................................... 05
2.1.10 A polpa dental ......................................................................................................... 06
2.1.11 O cemento ............................................................................................................... 06
2.2 Hipersensibilidade dentinária ...................................................................................... 06
2.3 Terapias empregadas no tratamento da hipersensibilidade dentinária ........................ 09
2.3.1 Uso de agentes com ação antiinflamatória ............................................................... 09
2.3.2 Uso de agentes com efeito oclusivo sobre os túbulos dentinários ........................... 10
2.3.3 Uso de agentes com efeito oclusivo e/ou neural ...................................................... 15
2.3.4 Uso de agentes com efeito neural ............................................................................. 16
2.3.5 Procedimentos periodontais ...................................................................................... 17
2.3.6 Laser de baixa potência ............................................................................................ 17
2.4 Resposta pulpar à remoção de dentina e aplicação de laser de baixa potência ........... 19
3. OBJETIVO .................................................................................................................... 21
4. MATERIAL E METODOLOGIA ................................................................................ 22
4.1 Material ........................................................................................................................ 22
4.2 Metodologia ................................................................................................................. 23
4.2.1 Divisão dos grupos de pesquisa ................................................................................ 23
4.2.2 Manutenção dos animais ........................................................................................... 23
4.2.3 Procedimentos experimentais ................................................................................... 24
4.2.4 Preparo das amostras para análise histológica .......................................................... 32
4.2.5 Análise dos cortes histológicos e análise estatística ................................................. 33
5. RESULTADOS ............................................................................................................. 35
6. DISCUSSÃO ................................................................................................................. 47
6.1 Considerações sobre o modelo animal ........................................................................ 47
6.2 Considerações sobre a resposta pulpar à exposição de dentina ................................... 48
6.3 Discussão dos resultados ............................................................................................. 49
7. CONCLUSÕES ............................................................................................................. 51
8. REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 52
Anexo A - CEEA - Comissão de Ética na Experimentação Animal ................................. 57
Anexo B - Análise microscópica individual dos cortes histológicos ................................ 64
1
1 INTRODUÇÃO
A hipersensibilidade dentinária (HD) associada à exposição de dentina cervical é uma
das mais comuns e dolorosas patologias dentárias tratadas pelos cirurgiões dentistas,
chegando a acometer 14,3% de todos os pacientes atendidos nos consultórios odontológicos
(DOWELL; ADDY, 1983).
A HD tem sido definida como uma resposta dolorosa aguda e de curta duração frente a
estímulos externos aplicados sobre uma região de dentina exposta ao meio bucal (HOLLAND
et al., 1997). Estímulos táteis, térmicos, químicos, elétricos ou bacterianos têm sido listados
como possíveis desencadeadores da dor associada às áreas de exposição dentinária.
No tocante à etiologia das exposições dentinárias não cariosas, diversos fatores podem
contribuir de forma gradual ou instantânea para o estabelecimento de regiões de dentina
desprovidas da proteção do esmalte, cemento ou tecido gengival. Abrasão, atrição, abfração e
erosão são, dentre outros, fatores que podem paulatinamente levar à exposição da camada de
dentina ao meio bucal. Já as cirurgias periodontais, odontoplastias e instrumentação
periodontal, são procedimentos que podem, de maneira quase imediata, causar o aparecimento
de áreas com exposição de dentina.
Ao longo dos anos diversas teorias tentaram explicar o mecanismo responsável pela
ocorrência da hipersensibilidade dentinária, dentre elas a Teoria Hidrodinâmica de
Brännström e Aström (1964) se apresenta como a teoria mais aceita nos dias de hoje. Segundo
ela, a sensibilidade dentinária seria resultante da excitação das terminações nervosas pulpares
próximas da camada odontoblástica da dentina, provocada pela movimentação do fluído
dentinário em direção à polpa, ou em sentido contrário, frente a um estímulo externo.
Levando-se em consideração a teoria de Brännström & Aström (1964), parece lógico
afirmar que qualquer terapia empregada no tratamento da hipersensibilidade, deve, em
2
primeira mão, buscar o controle da movimentação do fluído presente na dentina. Tal controle
pode, na prática, ser obtido com o emprego de condutas que proporcionem a vedação dos
túbulos dentinários, isolando assim o seu componente fluídico do meio externo bucal
(DAVIDSON; SUZUKI, 1997; FERREIRA; SAMPAIO; SAMPAIO, 2001; FURSETH,
1970; SOBRAL, 2003; VALE; BRAMANTE, 1997).
Dentro desse contexto, o emprego de lasers de baixa potência apresenta-se como uma
nova alternativa de tratamento para dentina hipersensível. Além de produzirem efeitos
antiinflamatório e analgésico (VILLA; BREGAGNOLO; LIZARELLI, 2001), os lasers de
baixa potência parecem estimular a formação de dentina reacional (AUN; BRUGNERA
JÚNIOR; VILLA, 1989), promovendo uma oclusão biológica dos túbulos dentinários.
Os efeitos clínicos dos lasers de baixa potência no tratamento da HD associada à
exposição gradual de dentina vêm sendo amplamente estudados por diversos pesquisadores
(BRUGNERA JÚNIOR et al., 2002; GENTILE; GREGHI, 2004; KIMURA et al., 2000;
LADALARDO et al., 2004; NOYA et al., 2004; VILLA; BREGAGNOLO; LIZARELLI,
2001), contudo, poucos dados encontram-se disponíveis na literatura no que tange às
alterações pulpares que se seguem à aplicação de laser em dentes submetidos à exposição
abrupta de tecido dentinário. Sendo assim, este estudo buscará avaliar, em ratos, as alterações
pulpares inflamatórias subseqüentes à exposição proposital de dentina e irradiação com laser
diodo de baixa potência de GaAlInP (660nm).
3
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 O complexo dentina-polpa-cemento.
Esta seção foi baseada em Torneck (2001) e em Lindhe, Karring e Lang (2005).
2.1.1 Propriedades da dentina.
A dentina, tecido duro do complexo dentina-polpa, é composta, quimicamente, por
peso, de 70% de material inorgânico, 20% de material orgânico e 10% de água. Seu
componente inorgânico é composto principalmente de hidroxiapatita e a fase orgânica
principalmente de colágeno tipo I. Cerca de 56% da fase inorgânica está contido no colágeno.
Quanto à dureza, a dentina apresenta-se como um tecido com propriedades elásticas,
ligeiramente mais duro do que o osso alveolar, porém mais mole do que o esmalte que lhe
confere cobertura em sua porção coronária.
2.1.2 Anatomia básica da dentina.
A dentina caracteriza-se pela presença de múltiplos túbulos dentinários dispostos
muito próximos uns dos outros e que atravessam toda a espessura do referido tecido. Os
túbulos dentinários contêm em seu interior prolongamentos citoplasmáticos dos odontoblastos
que são as células responsáveis pela formação e manutenção da dentina. Os corpos celulares
dos odontoblastos alinham-se ao longo da face interna da dentina formando o limite entre
dentina e polpa dental que é o tecido conjuntivo que ocupa a porção central do dente.
4
2.1.3 Dentina primária.
Nos seres humanos podem ser reconhecidos três tipos diferentes de dentina. A maior
parte do dente é formada pela dentina chamada de primária, a qual contorna a totalidade do
espaço pulpar. A camada mais externa dessa dentina, a dentina do manto, tem composição
diferente do restante da dentina primária.
2.1.4 Dentina secundária.
Desenvolve-se após a completa formação da dentina radicular podendo ser encontrada
até mesmo em dentes não erupcionados. A dentina secundária resulta da contínua deposição
de dentina pelos odontoblastos na periferia do espaço pulpar após a formação completa da
raiz dentária.
2.1.5 Dentina terciária.
Essa dentina (também denominada reacional ou reparativa) é produzida em resposta a
estímulos tais como atrição, cáries ou procedimentos restauradores. É formada pelas células,
diretamente afetadas pelos estímulos, que são encontradas alinhadas na superfície dentinária
ou inclusas na mesma, podendo, após sua deposição, apresentar túbulos dentinários contínuos
com túbulos pré-existentes, túbulos com natureza irregular ou até mesmo ausência completa
de túbulos.
2.1.6 Pré-dentina.
É uma camada não mineralizada de espessura variável que limita a porção mais interna
da dentina.
5
2.1.7 Túbulos dentinários.
São canalículos que se estendem por toda a espessura da dentina, desde a junção
amelodentinária até a polpa. Possuem diâmetro variável, podendo medir de 900nm, em
regiões próximas a polpa, até 25µm, perto da junção amelodentinária. Sua quantidade, que
pode chegar a 76.000 por milímetro quadrado, confere à dentina certo grau de
permeabilidade. Geralmente o túbulo dentinário contém o prolongamento de um odontoblasto
embebido em líquido tecidual.
2.1.8 Dentina intratubular.
É a dentina hipermineralizada que se deposita internamente nos túbulos dentinários.
2.1.9 Dentina esclerótica.
É formada a partir da obliteração dos túbulos dentinários pela deposição continuada de
dentina intratubular.
2.1.10 A polpa dental.
A polpa dental corresponde ao tecido conjuntivo localizado internamente ao dente que
é responsável pelo suporte do tecido dentinário. Quando o aspecto histológico é analisado
podem ser detectadas quatro zonas distintas em sua constituição: uma camada odontoblástica;
uma camada acelular, localizada internamente aos odontoblastos; uma camada rica em células
com densidade elevada e o centro da polpa, caracterizado pela presença de vasos e nervos.
Dentro da polpa dental podem ser identificados tipos celulares distintos como odontoblastos,
fibroblastos, células indiferenciadas de origem ectomesenquimal, macrófagos e células
imunocompetentes.
6
2.1.11 O cemento.
O cemento é o tecido mineralizado que recobre toda a porção radicular do dente e,
eventualmente, parte da coroa dental. Sua fase mineral é constituída principalmente de
hidroxiapatita e representa 65% do peso total do mesmo. Sua espessura pode variar de 20 µm,
próximo à região cervical dos dentes, até 250 µm, na porção apical da raiz.
2.2 Hipersensibilidade dentinária.
Segundo Pereira (1995), diversas teorias tentaram explicar o mecanismo da
hipersensibilidade sem, contudo, demonstrar um completo entendimento de como os
estímulos aplicados sobre as superfícies dentinárias desencadeiam a dor. Segundo o autor a
teoria mais aceita para a hipersensibilidade seria a Hidrodinâmica, descrita por Brännström e
Aström em 1964. Segundo ela, o tecido dentinário seria composto por um sistema de túbulos
com material fluido ou semifluido em seu interior capaz de se movimentar quando ocorre uma
estimulação externa. A movimentação do material por sua vez excitaria as terminações
nervosas livres pulpares provocando o episódio de dor.
Pereira (1995) citou ainda três outras teorias para o mecanismo da hipersensibilidade
dentinária, a Teoria da Modulação, a Teoria da Transdução e a Teoria da Vibração. Segundo a
Teoria da Modulação (TURKER, 1975 apud PEREIRA, 1995), quando um estímulo atinge os
odontoblastos presentes nos túbulos dentinários, estes liberam substâncias neurotransmissoras
que modulam a ação potencial das fibras nervosas gerando a dor. A Teoria da Transdução
(SELTZER; BENDER, 1975 apud PEREIRA, 1995) propunha a existência de um arranjo
sináptico entre as terminações nervosas sensoriais e os processos odontoblásticos. A Teoria da
Vibração (SELTZER, 1978 apud PEREIRA, 1995) se referia à existência de fibras menores
no interior da polpa que não se adaptariam às injúrias aplicadas sobre a dentina, deixando os
7
pain-gates aumentados e, conseqüentemente, exacerbando a passagem dos estímulos
sensoriais.
Estrela et al. (1996) descreveram a dor associada à hipersensibilidade dentinária como
uma dor de caráter agudo, localizada e de curta duração, que pode ser provocada por
estímulos táteis, térmicos, químicos, elétricos ou bacterianos.
Andrade (1998) afirmou que a polpa possui mecanismos naturais para se proteger dos
estímulos causadores da hipersensibilidade. O autor citou em seu trabalho que a polpa é capaz
de promover a formação de dentina secundária, capaz de bloquear as aberturas dos túbulos
dentinários e impedir a transmissão de estímulos dolorosos.
Peres et al. (1999), com base na Teoria Hidrodinâmica, afirmaram que os tratamentos
mais eficazes para hipersensibilidade seriam aqueles que obliterassem as embocaduras dos
túbulos dentinários. Contudo, segundo os autores, existiriam outras formas de tratamento
também eficazes apontadas pela literatura.
Sobral e Garone Netto (1999) avaliaram trinta e dois pacientes com o objetivo de
determinar quais os dentes mais atingidos pela hipersensibilidade. Dentre os noventa e sete
dentes avaliados, os mais atingidos pela referida odontalgia foram os pré-molares, devido a
fatores como localização, trauma de escovação e, freqüentemente, interferência oclusal.
Segundo os autores os caninos são os dentes menos acometidos, por serem mais robustos,
melhor inseridos no osso alveolar e por sofrerem menos interferência oclusal.
Segundo Azevedo (1994), seis entre cada dez brasileiros portadores de lesões dentárias
cervicais queixam-se de sensibilidade dentinária.
Para Moreira Júnior e Sobrinho (2001) a velocidade de movimentação dos fluídos
intratubulares seria o principal fator excitante das terminações nervosas no mecanismo da
hipersensibilidade.
8
Rosell et al. (2001) afirmaram que durante os procedimentos de raspagem e
aplainamento radicular parte do cemento radicular pode ser removida conjuntamente com o
cálculo e a placa bacteriana, expondo a dentina e as aberturas dos túbulos dentinários ao meio
bucal. Segundo os autores, essa exposição geralmente é associada à ocorrência de
sensibilidade dentinária.
Torneck (2001) citou três mecanismos diferentes para explicar a ocorrência da
sensibilidade dentinária. O primeiro descreve a dentina como um tecido inervado que
responde quando estimulado. Em contrapartida, o autor afirmou não existir evidências de
terminações nervosas presentes na dentina externa, que geralmente é a mais sensível na
hipersensibilidade. O segundo mecanismo considera o odontoblasto um receptor ligado
diretamente aos nervos pulpares. Contudo, de acordo com o autor, as referidas células não
possuiriam capacidade de transdução e propagação de um estímulo nervoso. O terceiro
mecanismo sugere que a natureza tubular da dentina permite a movimentação do fluído
contido em seu interior.
De acordo com Marquezini Junior (2002), a ocorrência de hipersensibilidade está
associada à exposição da dentina cervical, que pode surgir em decorrência de recessão
gengival ou da associação de fatores como abfração, erosão ou abrasão. O autor afirmou que
os fenômenos dolorosos oriundos da hipersensibilidade podem ser modificados por
componentes emocionais dos pacientes como estresse e depressão.
Segundo Sobral (2003), os estímulos capazes de provocar a hipersensibilidade
dentinária poderiam ser de natureza térmica, química ou mecânica, sendo a queixa dolorosa
mais comum associada aos estímulos térmicos. Dentre os excitantes químicos a autora cita os
alimentos de cunho ácido, como as frutas, doces e, raramente, os salgados. Os estímulos
mecânicos capazes de gerar sensibilidade decorrem, principalmente, da fricção da escova
dental ou de outro corpo estranho sobre a superfície dentária. Outro fator capaz de causar a
9
hipersensibilidade seria o ar atmosférico inspirado durante a respiração bucal, principalmente
no inverno. Segundo a autora, para se obter um diagnóstico final de hipersensibilidade
dentinária deve-se primeiramente examinar e investigar o elemento dental, eliminando outras
causas possíveis de dor.
Com relação ao tratamento da hipersensibilidade, Sobral (2003) assegurou que
nenhuma das técnicas terapêuticas por ela revisadas conseguiu eliminar totalmente a
hipersensibilidade dentinária. Segundo a autora, o profissional deve optar por tratamentos que
possuam características como: não ser irritante pulpar, ser relativamente indolor, de fácil
emprego, ação rápida e efeito prolongado.
2.3 Terapias empregadas no tratamento da hipersensibilidade dentinária.
2.3.1 Uso de agentes de ação antiinflamatória.
A utilização de drogas antiinflamatórias para o tratamento da hipersensibilidade
implica numa relação direta entre hiperestesia dentinária e inflamação pulpar. Assim sendo,
os antiinflamatórios atuariam sobre a polpa diminuindo o edema e reduzindo o estímulo sobre
terminações nervosas livres (PEREIRA, 1995).
Peres et al. (1999) afirmaram que soluções tópicas à base de corticosteróides
(prednisolona ou dexametasona) foram historicamente empregadas no tratamento da
hipersensibilidade dentinária.
Segundo Villa, Bregagnolo e Lizarelli (2001) a utilização do laser de baixa intensidade
é uma terapia eficaz no tratamento da hipersensibilidade dentinária quando esta se encontrar
associada a um processo inflamatório pulpar reversível.
10
2.3.2 Uso de agentes de efeito oclusivo sobre os túbulos dentinários.
A) Agentes que precipitam proteínas.
i) Nitrato de Prata
O nitrato de prata empregado no tratamento da hipersensibilidade tem a capacidade de
precipitar proteínas intratubulares, levando à obliteração dos túbulos dentinários. A utilização
da referida substância teria como desvantagem a possível pigmentação do tecido dentinário
(SOBRAL, 2003).
ii) Formalina
Grossman (1935) descreveu a formalina como um forte irritante pulpar nocivo aos
odontoblastos, contudo, seria uma substância capaz de impedir a transmissão de impulsos
dolorosos quando utilizada em forma de dentifrício ou conjuntamente com um cimento
odontológico.
Para Sobral (2003), o uso da formalina associada a pastas dentifrícias seria capaz de
promover a precipitação de proteínas intratubulares reduzindo a sensibilidade dentinária,
contudo, este efeito seria efêmero sobre a condutância hidráulica da dentina.
B) Agentes que depositam partículas.
i) Brunidura
Peres et al. (1999) afirmaram que após a brunidura de uma região hipersensível com
bastão de madeira, com ou sem o emprego de substâncias terapêuticas, ocorre à formação de
uma lama dentinária que, sob pressão, oblitera a luz dos túbulos dentinários.
11
A lama dentinária formada após a brunidura da superfície dentinária é composta
basicamente de partículas da madeira do bastão utilizado e de resíduos oriundos da dentina
(FERREIRA; SAMPAIO; SAMPAIO, 2001).
Ii) Compostos Fluoretados
Furseth (1970) relatou que a utilização de fluoretos em alta concentração, sobre a
superfície dentinária cria uma barreira calcificada capaz de diminuir a permeabilidade da
dentina. Os compostos fluoretados, quando em contato com estruturas dentais mineralizadas,
reagem quimicamente com os íons de cálcio e fosfato, provocando a precipitação de cristais
de fluoreto de cálcio nas embocaduras dos túbulos dentinários (PEREIRA, 1995).
Os cristais de fluoreto de cálcio apresentam pequeno calibre e são menos efetivos no
tratamento da hipersensibilidade do que os formados a partir de outras substâncias, além
disso, os cristais de flúor se perdem rapidamente, resultando em um efeito dessensibilizante
de curta duração (VALE; BRAMANTE, 1997).
A aplicação tópica de flúor resulta na formação de fluoretos de hidroxiapatita no
interior dos canalículos dentinários, com conseqüente redução da permeabilidade dentinária e
transmissão nervosa. A eficácia do flúor no tratamento da hipersensibilidade é questionável,
já que a hiperestesia também se faz presente em sociedades onde os indivíduos utilizam
regularmente água e dentifrícios fluoretados (SOBRAL, 2003).
iii) Sais Inorgânicos
Os dessensibilizantes à base de oxalato de potássio reagem com o cálcio da dentina
produzindo oxalato de cálcio, que apresenta cristais insolúveis de grandes dimensões e muito
resistentes à cárie (PERES et al., 1999).
12
Os oxalatos em geral agem pela deposição de uma camada impermeável de oxalato de
cálcio sobre a dentina, podendo ser utilizados em forma de gel ou associados a dentifrícios
(MARQUEZINI JUNIOR et al., 2002).
C) Agentes impermeabilizantes.
i) Hidróxido de Cálcio
Segundo Pereira (1995), o alto pH do hidróxido de cálcio seria capaz de promover a
coagulação de proteínas, modificando a condutibilidade hidráulica da dentina. Contudo, o
autor afirmou não haver comprovação na literatura para o referido fenômeno, acreditando
então, em um efeito cauterizador do hidróxido de cálcio sobre os prolongamentos de Tomes,
semelhante ao que ocorre no tecido conjuntivo pulpar em casos de capeamento ou
pulpotomia.
O hidróxido de cálcio também seria capaz de induzir a formação de dentina
esclerótica, bloqueando biologicamente os túbulos dentinários expostos (VALE;
BRAMANTE, 1997).
Marquezini Júnior et al. (2002) afirmaram que o hidróxido de cálcio poderia agir de
duas maneiras no tratamento da hipersensibilidade, seja pelo bloqueio mecânico da
movimentação do fluído intratubular, seja pela estimulação da formação de dentina
secundária e de dentina intertubular, diminuindo a abertura dos canalículos dentinários.
Sobral (2003) citou como desvantagens da utilização do hidróxido de cálcio a
necessidade de múltiplas aplicações do produto para obtenção de resultados satisfatórios e a
dificuldade de manutenção do mesmo no local hipersensível.
13
ii) Vernizes e Adesivos Dentinários
Pereira (1995) ressaltou os efeitos positivos da utilização de vernizes e adesivos
dentinários no tratamento da hiperestesia, exceto quando da presença de cavitação, sugerindo
em tal situação o tratamento restaurador.
Davidson e Suzuki (1997) realizaram um estudo sobre o efeito dessensibilizador do
sistema adesivo Gluma. Os autores analisaram quarenta e seis dentes no período de um mês a
um ano após a aplicação do produto. Os sistemas Gluma primer, Gluma cleanser e Gluma
sealer mostraram significante redução do desconforto associado à hipersensibilidade,
minimizando ou eliminando o rápido movimento do fluídico dentro dos túbulos dentinários
pela oclusão total ou parcial dos mesmos.
A adesão de materiais à dentina representa um grande desafio, por ela ser composta de
uma malha densa de canalículos dentinários, grande volume de água e colágeno tipo I. Os
monômeros hidrofílicos, componentes dos atuais adesivos dentinários, penetram
micromecânicamente nas fibras de colágeno, formando uma camada híbrida. Tal camada é
formada por uma estrutura mista de fibras envolvidas por resina e cristais de hidroxiapatita. A
formação dessa camada híbrida é responsável pela oclusão dos túbulos dentinários
(PERDIGÃO, 2001).
Marquezini Júnior et al. (2002) apontaram a aplicação de vernizes como uma forma de
tratamento para hipersensibilidade. Segundo os autores, os vernizes formam uma película
impermeabilizadora quando aplicados sobre os dentes e possuem a vantagem de poderem ser
associados a produtos como resina, flúor ou outras substâncias dessensibilizantes.
Segundo Sobral (2003), os “dessensibilizantes dentinários resinosos” se unem à
dentina selando as aberturas dos túbulos dentinários. Na formulação química desses materiais
estão presentes compostos como o HEMA (hidroxietilmetacrilato), que é capaz de bloquear
fisicamente os canalículos; glutaraldeído, capaz de coagular proteínas do fluído tubular;
14
cloreto de benzalcônio e fluoretos, que por serem bactericidas, promovem a descontaminação
da superfície dentinária.
D) Materiais restauradores.
i) Resinas e Cimentos de Ionômero de Vidro
Para Pereira (1995), os procedimentos restauradores seriam os recursos mais positivos
a serem empregados quando outros métodos falharem no tratamento da hiperestesia
dentinária.
Russo e Garane Netto (1997) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a
retenção e o comportamento clínico de restaurações de cimento ionômero de vidro na redução
da hiperestesia dentinária. Após um período que variou de quarenta e dois a sessenta meses os
autores observaram eliminação parcial ou total da hipersensibilidade nos dentes restaurados
que participaram do estudo. Moretzsohn e Campos (2001) afirmaram que quando o material
adesivo ou restaurador for total ou parcialmente perdido, a sensibilidade pode recidivar.
As resinas produzem um efeito “tampão”, bloqueando a entrada dos túbulos
dentinários e, conseqüentemente, reduzindo a sensibilidade dentinária. O emprego das resinas
é recomendado quando o fenômeno hiperestésico encontra-se associado à perda de estrutura
dentária (SOBRAL, 2003).
15
2.3.3 Uso de agentes com efeito oclusivo e/ou neural.
A) Iontoforese.
Gangarosa e Park (1978) descreveram a iontoforese, chamada também de cataforese,
ionoforese ou eletroforese, como um método terapêutico que se baseia na transferência de
íons sob corrente elétrica para a superfície do corpo.
A força eletromotora que leva os íons aos túbulos dentinários é gerada pelo uso de dois
pólos, um positivo, ligado à dentina exposta e outro negativo, colocado em contato com outra
região do corpo do paciente (VALE; BRAMANTE, 1997).
Segundo Ferreira, Sampaio e Sampaio (2001), a iontoforese seria um processo
terapêutico caracterizado pela introdução iônica de drogas na superfície de um corpo. Os
autores citaram a iontoforese com fluoreto de sódio como método terapêutico para tratamento
da sensibilidade dentinária.
B) Cloreto de estrôncio.
Quando uma solução concentrada de cloreto de estrôncio é aplicada sobre a dentina
exposta é formado um depósito estroncioapatita, capaz de reduzir a condutividade hidráulica
da dentina e a hipersensibilidade (PEREIRA, 1995). Os primeiros relatos sobre a ação
benéfica do cloreto de estrôncio datam de 1956, desde então esse produto vem sendo
amplamente utilizado em formulações dentifrícias (FERREIRA; SAMPAIO; SAMPAIO,
2001).
16
2.3.4 Uso de agentes de efeito neural.
A) Nitrato de potássio.
O nitrato de potássio exerce seu efeito dessensibilizante sobre as fibras nervosas
pulpares através da difusão do potássio pelos túbulos dentinários (PEREIRA, 1995). Segundo
Peres et al. (1999), o potássio em alta concentração extracelular despolariza as membranas das
fibras nervosas, impedindo a condução do impulso doloroso.
B) Dentifrícios.
Silverman et al. (1996) realizaram um estudo comparando três dentifrícios contendo
substâncias dessensibilizantes com um outro contendo placebo no tratamento da
hipersensibilidade. As substâncias dessensibilizantes estudadas foram: nitrato de potássio a
5% associado a 0,243% de fluoreto de sódio, nitrato de potássio a 5% e cloreto de estrôncio a
10%. Os autores concluíram que todos os dentifrícios contendo substâncias dessensibilizantes
apresentaram efeitos positivos no controle da sensibilidade dentinária.
Vale e Bramante (1997) citaram diversas vantagens do uso de dentifrícios no controle
da hipersensibilidade, dentre elas, a facilidade de aquisição, o baixo custo em relação às
consultas odontológicas, a facilidade de utilização pelos pacientes e, por fim, a vantagem de
não ser um procedimento invasivo.
De acordo com Sobral (2003), o uso da escova dental associada à pasta dentifrícia leva
à formação de um esfregaço que veda os túbulos dentinários expostos. Segundo a autora, o
tamanho das partículas abrasivas que compõem as pastas dentifrícias interfere diretamente na
eliminação da hipersensibilidade, sendo que quanto menores forem as partículas, maior a
capacidade de penetrarem na luz dos túbulos dentinários.
17
2.3.5 Procedimentos periodontais.
Segundo Wennström e Prato (1999), os procedimentos periodontais de enxerto de
tecido mole poderiam ser empregados para o tratamento da hipersensibilidade associada a
recessões gengivais.
Marquezini Júnior et al. (2002) afirmaram que os procedimentos cirúrgicos
periodontais para recobrimento de dentina exposta são indicados somente na presença de
grandes áreas de exposição dentinária, indicando métodos menos invasivos para o tratamento
de pequenas exposições.
2.3.6 Laser de baixa potência.
Segundo Genovese (2000), o laser de baixa intensidade é capaz de promover a
remissão da hipersensibilidade em 85% dos casos, seja pela ação direta no mecanismo da dor,
através da estimulação da produção de ß-endorfina, seja pela estimulação da formação de
dentina secundária. O autor sugere para aplicação do laser uma densidade energética de
quatro ou 6J/cm², que deverá ser repetida duas ou três vezes, com intervalos de vinte e quatro
horas.
Kimura et al. (2000) através de uma revisão de literatura avaliaram a eficiência dos
lasers de He-Ne e AlGaAs no tratamento da hipersensibilidade dentinária. Os autores
concluíram que os lasers estudados apresentaram efetividade de até 100% e que a recorrência
da hipersensibilidade pode ser observada em até 75% dos casos.
Lizarelli, Lizarelli e Bagnato. (2001), em um caso clínico, trataram a
hipersensibilidade dentinária associada à exposição do colo cervical com a aplicação de laser
de baixa intensidade de 660nm. A redução da sensibilidade observada pelos autores após duas
aplicações foi associada, dentre outros fatores, com a formação de dentina reacional.
18
Villa, Bregagnolo e Lizarelli (2001) utilizaram lasers de baixa intensidade com
comprimentos de onda de 660nm e 785nm, em modos contínuo e chaveado, para o tratamento
de dentes com sensibilidade de colo. Os autores constataram que as quatro modalidades
terapêuticas empregadas foram capazes de promover dessensibilização em 69% dos 84 dentes
estudados. O efeito dessensibilizante observado foi atribuído à capacidade dos lasers de baixa
intensidade de estimular a deposição de dentina reacional.
Brugnera Júnior et al. (2002) estudaram o efeito dessensibilizante de dois tipos de laser
com comprimentos de onda diferentes (780nm e 830nm) no tratamento de 1102 dentes
diagnosticados como portadores de hipersensibilidade radicular. Os autores concluíram que os
lasers utilizados foram efetivos no tratamento da hipersensibilidade em 91,27% dos casos.
Sobral (2003) afirmou que os lasers utilizados para o tratamento da sensibilidade
dentinária poderiam ser divididos em dois grupos, os de baixa potência, como Hélio-Neônio
(He-Ne) e Arseneto de Gálio e Alumínio (AlGaAs) e os de média potência, como Nd:YAG e
CO
2
. Segundo a autora os de baixa potência atuariam na sensibilidade através de efeito direto
sobre a transmissão nervosa, enquanto que os de média potencia produziriam efeito oclusivo
sobre os túbulos dentinários através da fusão de dentina.
Ladalardo et al. (2004) avaliaram os efeitos de dois tipos de laser com comprimentos
de onda diferentes (660nm e 830nm) no tratamento de quarenta dentes hipersensíveis de vinte
indivíduos adultos, com idades variando entre 25 e 45 anos. Os autores observaram que o
laser 660nm foi efetivo no tratamento da hipersensibilidade apenas nos pacientes da faixa
etária de 25 a 35 anos. O laser 830nm não foi considerado efetivo para tratamento em
nenhuma das faixas etárias. Os autores concluíram que o efeito dessensibilizante do laser
660nm foi superior ao do laser 830nm em ambas as faixas etárias.
Gentile e Greghi (2004) em um estudo comparativo pesquisaram o efeito
dessensibilizante do laser diodo AlGaAs (670nm) no tratamento de 35 dentes hipersensíveis.
19
Para o tratamento dos referidos elementos dentários os autores utilizaram uma dose total de
4J/cm², dose esta que foi repetida a cada 48 ou 72 horas, perfazendo um total de seis
aplicações por dente. Após um período de seis a oito semanas os autores concluíram que o
laser foi capaz de reduzir significativamente a sensibilidade dentinária no grupo dentes
irradiados, contudo, não observaram diferenças estatisticamente significantes entre os
resultados obtidos no grupo tratado e os resultados obtidos no grupo controle (grupo placebo).
Noya et al. (2004) conduziram uma investigação clínica com o intuito de avaliar a
efetividade do laser AlGaAs (670nm) no tratamento da hipersensibilidade dentinária em vinte
pacientes adultos. Foram selecionados para o estudo dois dentes homólogos de cada paciente,
um apresentando hipersensibilidade e o outro não. Para o tratamento dos dentes sensíveis os
autores utilizaram uma densidade de energia de 5J/cm² que foi repetida no máximo três vezes,
com intervalos de quatro dias. Ao final do estudo os autores observaram que duas ou três
aplicações do laser foram capazes de reduzir significativamente a sensibilidade dentinária nos
dentes tratados.
2.4 Resposta pulpar à remoção de dentina e aplicação de laser de baixa potência.
Villa, Brugnera Júnior e Aun. (1988) avaliaram histologicamente a reação da polpa de
molares de ratos submetidos à exposição pulpar proposital e irradiação com laser Hélio-
Neônio. Foram utilizados no estudo trinta e dois dentes molares superiores que sofreram
exposição pulpar por abrasão oclusal e aplicações semanais subseqüentes de laser de baixa
potência. Ao final do estudo os autores concluíram que o laser foi capaz de promover uma
diminuição da resposta inflamatória nos dentes irradiados, quando estes foram comparados
aos controles.
Ribeiro (1995) estudou em cães a resposta pulpar de dentes decíduos pulpotomizados e
irradiados ou não com laser semicondutor de Arseneto de Gálio e Alumínio (AlGaAs -
20
790nm), aos sete, quinze e trinta dias. O autor observou resposta inflamatória menos intensa
aos sete dias no grupo irradiado em comparação ao grupo controle e um agravamento da
resposta pulpar aos trinta dias, inclusive com necrose total da polpa em 60% dos elementos
dentários.
Bertella (2001) estudou os efeitos do laser de Arseneto de Gálio e Alumínio (AlGaAs -
650nm) sobre a polpa dental de dentes humanos submetidos a preparo cavitário classe I,
restauração com cimento de policarboxilato e irradiação com laser diodo. Após um período de
estudo de sete dias, não foram observadas diferenças histológicas entre os elementos
irradiados e os não irradiados, quando os preparos cavitários não atingiram a polpa.
Ferreira (2002) avaliou histologicamente aos quatorze e quarenta e dois dias as
alterações pulpares em dentes de humanos submetidos a preparo cavitário classe V, irradiação
com laser de Arseneto de Gálio e Alumínio (AlGaAs - 670nm) e subseqüente restauração com
cimento de ionômero de vidro. Segundo a autora a resposta inflamatória pulpar no grupo de
dentes irradiados foi menos intensa ou até mesmo ausente quando comparada a do grupo
controle.
Godoy (2003) pesquisou os efeitos da irradiação com laser de Arseneto de Gálio e
Alumínio (AlGaAs - 660nm) sobre a interface dentina-polpa de pré-molares após preparos
cavitários classe I. O autor observou após vinte e oito dias uma similaridade histológica entre
os cortes do grupo irradiado e os cortes dos dentes sadios utilizados como controles.
21
3 OBJETIVO
O objetivo deste estudo foi avaliar histologicamente de forma qualitativa e
semiquantitativa as alterações inflamatórias pulpares em incisivos inferiores de ratos Wistar
submetidos à exposição dentinária proposital e irradiação com laser diodo GaAlInP (660nm)
de baixa potência.
22
4 MATERIAL E METODOLOGIA
4.1 Material.
Anestésico Zoletil® 50 (Virbac S/A, importado e distribuído por Virbac do Brasil).
Fresas diamantadas número 1057 KG Sorensen.
Cabo de bisturi número 3 Golgran Ind. Com. Instr. Odontológicos Ltda.
Caixas viveiro.
Câmera Sony Cyber Shot DSC F505v.
Contra-ângulo odontológico marca Kawo (Kawo do Brasil).
Giletes.
Lâminas de bisturi número 15, marca BD.
Lamínulas 24x40.
Lâminas foscas.
Laser Biomodulador Eccofibras 660nm, 30mW em modo contínuo.
Luvas cirúrgicas tamanho 8,0.
Luvas para procedimentos.
Motor de Implante Easy Implant Easy Equipamentos.
Navalhas descartáveis Mícron.
Parafina histológica.
Parafina pura.
Pinça Adson 12 cm Golgran Ind. Com. Instr. Odontológicos Ltda.
Sacos de 20 kg de ração Nuvilab CR-1 - Nuvital.
Seringas descartáveis de 20ml com agulha.
23
Soro fisiológico embalagens com 500ml.
Os demais materiais utilizados na técnica histológica foram fornecidos pelo
Laboratório de Patologia da Faculdade de Medicina da UNESP - Botucatu.
4.2 Metodologia.
Todos os procedimentos experimentais foram realizados em conformidade com as
normas do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) e foram submetidos à
análise do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e
da Região do Pantanal UNIDERP (ANEXO A).
4.2.1 Divisão dos grupos de pesquisa.
Foram utilizados no estudo trinta Rattus norvegicus albinos machos da linhagem
Wistar, com peso corpóreo médio de 290g, provenientes do Biotério Central da Universidade
para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal UNIDERP. Os animais foram
divididos aleatoriamente em dois grupos de quinze animais, sendo um grupo experimental
(grupo a ser irradiado) e o outro controle.
4.2.2 Manutenção dos animais.
Os animais foram mantidos no Biotério Central da UNIDERP alojados em caixas
viveiro sob temperatura ambiente constante (24ºC ± 2ºC), iluminação adequada (ciclo claro e
escuro de 12 em 12 horas) e com alimentação e água ad libitun.
24
4.2.3 Procedimentos experimentais.
A) Exposição do tecido dentinário.
Com o objetivo de expor o tecido dentinário ao meio bucal, cada animal participante
do estudo foi submetido a um desgaste da superfície dentária vestibular do incisivo central
inferior esquerdo (Figura 1). Todos os desgastes seguiram um padrão de confecção pré-
estabelecido, conforme especificado no item 3B desta metodologia. Durante a realização dos
desgastes os animais foram mantidos sob anestesia dissociativa obtida através da injeção
intramuscular de 50,0mg/Kg de Zoletil® 50 (Zoletil® 50 - Virbac S/A, importado e
distribuído por Virbac do Brasil) (Figura 2).
B) Desgastes dentários.
Para a confecção dos desgastes foram empregadas fresas diamantadas do tipo roda nº
1057 (KG Sorensen) (Figuras 3 e 4) acopladas em um contra-ângulo odontológico (Kawo -
Kawo do Brasil) acionado por motor de implante (Easy Implant Easy Equipamentos) a
42.000 RPM sob irrigação constante com soro fisiológico. Para fins de padronização os
desgastes foram realizados no centro das faces dentárias em proximidade com a margem
gengival vestibular (Figura 5). As fresas foram inseridas perpendicularmente nas superfícies
de preparo até que toda a extensão de suas pontas ativas (Figura 6) se encontrasse submersa
em tecido dental.
C) Irradiações.
Imediatamente após a realização dos preparos, cada dente experimental foi irradiado
uma única vez com laser diodo (GaAlInP) de 30mW da marca Eccofibras® (Figura 7) com
comprimento de onda de 660 nm e dose de irradiação de 56,5J/cm² (potência de 30 mW,
25
tempo de exposição de 133s e área de irradiação de 0,07cm
2
). Para a obtenção da referida
densidade de energia foram respeitados os parâmetros de tempo calculados pelo aparelho
(Figura 8). Cada irradiação foi realizada por intermédio de ponteira de fibra ótica pré-curvada
que acompanha o aparelho. A porção final da ponteira foi posicionada perpendicularmente e
em contato com a área a ser irradiada (Figura 9). Para a realização das irradiações os animais
foram mantidos sob anestesia dissociativa como já descrito.
Figura 1: Desgaste da superfície dentária vestibular do incisivo central
inferior esquerdo - círculo.
26
Figura 2: Zoletil® 50 (Zoletil® 50 - Virbac S/A, importado e distribuído
por Virbac do Brasil).
Figura 3: Fresa diamantada do tipo roda nº 1057 (KG Sorensen).
27
Figura 4: Fresa diamantada do tipo roda nº 1057 (KG Sorensen) e acoplador
para contra-ângulo.
28
Figura 5: Desgaste dentinário.
Figura 6: Ponta ativa da fresa - elipse.
DENTINÁRIO
29
Figura 7: Laser diodo (GaAlInP) de 30mW da marca Eccofibras®.
Figura 8: Parâmetro de tempo calculado pelo aparelho.
Figura 9: Irradiação.
30
D) Especificações técnicas do laser e cálculo da densidade de energia.
Especificações técnicas do Laser Biomodulador Eccofibras, fornecidas pelo fabricante
(Tabela 1):
Tabela 1: Especificações técnicas do Laser Biomodulador Eccofibras, fornecidas pelo fabricante.
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS LASER BIOMODULADOR
Comprimento de onda 660nm
Potência óptica 30mW *
Modo de Operação Contínuo
Seleção de tratamento Dose ** ou tempo de irradiação
Distância de trabalho das ponteiras 1,2 cm
Diâmetro do feixe na ponteira 3 mm
Consumo de energia 20 W
Alimentação 100 a 230 v AC
* Valor calibrado na saída da ponteira.
** Os valores de dose mostrados no display são válidos somente para irradiação utilizando a distância
correta de trabalho (1,2cm).
Cálculo do tempo de irradiação para uma densidade de energia de 4J/ cm² (calculado
pelo aparelho):
Potência: 0,03W.
Área: 1cm².
Densidade de energia: 4J/cm².
31
Tempo de irradiação: T
irr
= (4 x 1)/0,03 = 133,3s 133s = 2 min 13s
Cálculo da densidade de energia levando-se em consideração a área do “spot”:
Potência: 0,03W.
Área do “spot”: 3,14 X 0,0225cm²= 0,07065cm².
Densidade de energia: DE = (0,03W x 133s) / 0,07065cm² = 56,5J/cm².
Cálculo da energia sobre a amostra:
Densidade de energia = 56,5J/cm2.
Área do “spot” = 0,07065cm².
Energia sobre a amostra = 56,47J/cm
2
x 0,07065cm
2
= 3,9896 J 4J
E) Eutanásias dos animais.
Os animais foram submetidos à eutanásia em grupos de dez animais (cinco animais
experimentais e cinco controles) aos três, cinco e sete dias após os preparos iniciais dos dentes
e irradiações. Previamente aos procedimentos de eutanásia os animais foram anestesiados
com 50mg/kg de Zoletil® 50 até a obtenção de plano cirúrgico quando foi então realizada
perfusão transcardíaca com solução de formol a 10% em tampão fosfato 0,1 M e pH 7,3 para
garantir melhor fixação dos tecidos. As eutanásias foram realizadas através da administração
de dose excessiva do anestésico.
32
F) Cronograma de execução dos procedimentos (Tabela 2).
Tabela 2: Cronograma de execução dos procedimentos.
DIA PROCEDIMENTO
0 Preparos cavitários e irradiações
3 Eutanásias
5 Eutanásias
7 Eutanásias
4.2.4 Preparo das amostras para análise histológica.
Os elementos dentais componentes da amostra a ser analisada foram dissecados e
removidos para análise, conjuntamente com a metade da mandíbula em que estavam
inseridos. As peças obtidas foram lavadas abundantemente em solução salina e encaminhadas
para descalcificação em solução de Ácido Nítrico a 10% e Formol a 10%. Após a
descalcificação as amostras seguiram para técnica histológica de rotina para parafina.
Após a inclusão das peças em parafina foram realizados quatro cortes histológicos
seriados de 3µm de espessura em cada metade de mandíbula preparada. Os cortes obtidos
foram dispostos dois a dois em duas lâminas de histologia e então corados através da técnica
de Hematoxilina e Eosina (H & E).
33
4.2.5 Análise dos cortes histológicos e análise estatística.
A análise das lâminas histológicas, através de microscopia de luz, foi realizada por um
único examinador que selecionou aleatoriamente um corte seriado de cada lâmina para leitura,
totalizando 60 cortes histológicos analisados. Com objetivo de evitar avaliação tendenciosa
durante a análise, não foi permitido ao examinador ter conhecimento do grupo animal ao qual
pertencia cada corte em exame.
Os cortes histológicos foram analisados individualmente e em grupos de forma
qualitativa e semiquantitativa no tocante às alterações pulpares seguintes:
- Presença de infiltrado inflamatório.
- Presença de precipitação protéica.
- Presença de hiperemia vascular.
Os dados coletados foram convertidos em números através da atribuição de escores aos
resultados e então submetidos à análise estatística. Foram empregados testes não-paramétricos
indicados para dados ordenativos (“por postos” ou “ranks”). Quando apenas duas amostras
foram comparadas, foi empregado o teste de Mann-Whitney, indicado para amostras
independentes, de mesmo tamanho ou de tamanhos diferentes. Quando mais do que duas
amostras foram comparadas foi empregado o teste de Kruskal-Wallis, utilizado para comparar
três ou mais amostras de mesmo tamanho ou de tamanhos diferentes.
Utilizando-se as médias aritméticas dos resultados obtidos em cada grupo foram
realizadas seis diferentes confrontações estatísticas a seguir apresentadas:
1) Resultados do grupo controle versus os do grupo irradiado, analisando-se todos os
resultados independentemente do tempo (três, cinco ou sete dias).
2) Resultados de três dias versus os de cinco dias versus os de sete dias, sendo que
nesta fase foram trabalhados apenas dados referentes ao grupo irradiado no tocante a
hiperemia vascular, precipitação protéica e infiltrado inflamatório.
34
3) Resultados de três dias versus os de cinco dias versus os de sete dias, sendo que
nesta fase foram trabalhados apenas dados referentes ao grupo controle no tocante a hiperemia
vascular, precipitação protéica e infiltrado inflamatório.
4) Resultados aos três dias do grupo irradiado versus os do grupo controle, levando-se
em consideração hiperemia vascular, precipitação protéica e infiltrado inflamatório.
5) Resultados aos cinco dias do grupo irradiado versus os do grupo controle, levando-
se em consideração hiperemia vascular, precipitação protéica e infiltrado inflamatório.
6) Resultados aos sete dias do grupo irradiado versus os do grupo controle, levando-se
em consideração hiperemia vascular, precipitação protéica e infiltrado inflamatório.
Nos confrontos um, quatro, cinco e seis, foram comparadas duas amostras de cada vez,
utilizando-se o teste de Mann-Whitney. Nos confrontos dois e três foram comparadas três
amostras, sendo então utilizado o teste de Kruskal-Wallis.
Os resultados estatísticos foram obtidos a partir do cálculo do valor p. O nível de
significância utilizado foi de 0,05, o que implica em 95 % de chances de não se ter
descartando a resposta correta. Quando o valor de p foi maior que 0,05 (p>0,05), considerou-
se ausência de diferenças estatisticamente significantes, quando o valor de p foi menor que
0,05 (p<0,05), considerou-se a existência de diferenças estatisticamente significantes.
35
5 RESULTADOS
A) Análise microscópica das secções histológicas
Análise microscópica individual das secções histológicas:
Para uma melhor compreensão a análise microscópica individual será apresentada no
ANEXO B.
Análise microscópica em grupos:
Grupo irradiado aos três dias:
As secções histológicas demonstraram na região pulpar vasos sanguíneos hiperêmicos,
precipitação protéica, marginação de leucócitos e infiltrado inflamatório brando (Figuras 10,
11, 12 e 13).
Grupo controle aos três dias:
Polpas dentais exibindo vasos sanguíneos hiperêmicos, áreas de precipitação protéica
dentro de vasos e infiltrado inflamatório brando (Figura 14).
Grupo irradiado aos cinco dias:
Elementos dentais com polpas exibindo vasos sanguíneos hiperêmicos, ausência de
células inflamatórias e precipitação protéica (Figuras 15 e 16).
36
Grupo controle aos cinco dias:
Regiões pulpares com vasos sanguíneos hiperêmicos e células inflamatórias em
intensidade branda (Figuras 17 e 18).
Grupo irradiado aos sete dias:
As lâminas histológicas demonstraram regiões pulpares com vasos sanguíneos
hiperêmicos, poucas áreas de precipitação protéica e células inflamatórias (Figuras 19, 20 e
21).
Grupo controle aos sete dias:
A histologia das regiões pulpares demonstrou vasos sanguíneos hiperêmicos, poucas
áreas de precipitação protéica e células inflamatórias.
37
Figura 10: Fotomicrografia do grupo irradiado aos três dias - 50x (área 1).
Figura 11: Fotomicrografia do grupo irradiado aos três dias - 50x (área 2).
38
Figura 12: Fotomicrografia do grupo irradiado aos três dias - 400x (área 1).
Figura 13: Fotomicrografia do grupo irradiado aos três dias - 400x (área 2).
39
Figura 14: Fotomicrografia do grupo controle aos três dias - 50x.
Figura 15: Fotomicrografia do grupo irradiado aos cinco dias - 100x.
40
Figura 16: Fotomicrografia do grupo irradiado aos cinco dias - 400x.
Figura 17: Fotomicrografia do grupo controle aos cinco dias - 50x.
41
Figura 18: Fotomicrografia do grupo controle aos cinco dias - 400x.
Figura 19: Fotomicrografia do grupo irradiado aos sete dias - 50x.
42
Figura 20: Fotomicrografia do grupo irradiado aos sete dias - 100x.
Figura 21: Fotomicrografia do grupo irradiado aos sete dias - 400x.
43
B) Análise Estatística
Resultados das confrontações estatísticas:
Confrontação um:
O grupo irradiado apresentou valores médios maiores nos três quesitos estudados
(hiperemia vascular, precipitação protéica e infiltrado inflamatório), contudo, as diferenças
foram estatisticamente significantes apenas em hiperemia vascular e precipitação protéica
(Tabela 3).
Tabela 3: Resultados do grupo controle versus os do grupo irradiado, analisando-se todos os
resultados independentemente do tempo (três, cinco ou sete dias).
Grupo Irradiado Grupo Controle Valor p
Hiperemia
Precipitação Protéica
Infiltrado Inflamatório
2,40
1,75
0,67
1,38
0,46
0,42
0,0068*
0,0001*
0,240
*p<0,05
Confrontação dois:
Como p foi menor que 0,05 em hiperemia (Tabela 4), o teste passou a comparar de
duas em duas amostras, ou seja, foram três outras confrontações dentro desse teste: três dias
versus cinco dias, três dias versus sete dias e cinco dias versus sete dias (Tabela 5).
Foi observada uma redução estatisticamente significante da hiperemia vascular do
terceiro para o sétimo dia.
44
Tabela 4: Resultados de três dias versus os de cinco dias versus os de sete dias, sendo que nesta fase
foram trabalhados apenas dados referentes ao grupo irradiado no tocante a hiperemia
vascular, precipitação protéica e infiltrado inflamatório.
3 dias 5 dias 7 dias Valor p
Hiperemia
Precipitação Protéica
Infiltrado Inflamatório
2,40
2,00
0,60
2,11
2,00
1,00
1,20
0,80
0,20
0,024*
0,085
0,277
*p<0,05
Tabela 5: Resultados de três dias versus os de cinco dias, resultados de três dias versus os de sete dias
e resultados de cinco dias versus os de sete dias; levando-se em consideração apenas
hiperemia vascular.
3 vs 5 3 vs 7 5 vs 7
Valor p 0,442 0,0106* 0,061
*p<0,05.
Confrontação três:
Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes (Tabela 6).
45
Tabela 6: Resultados de três dias versus os de cinco dias versus os de sete dias, sendo que nesta fase
foram trabalhados apenas dados referentes ao grupo controle no tocante a hiperemia
vascular, precipitação protéica e infiltrado inflamatório.
3 dias 5 dias 7 dias Valor p
Hiperemia
Precipitação Protéica
Infiltrado Inflamatório
1,67
0,67
0,33
1,40
0,40
0,80
1,20
0,40
0,10
0,396
0,970
0,444
Confrontação quatro:
Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes (Tabela 7).
Tabela 7: Resultados aos três dias do grupo irradiado versus os do grupo controle, levando-se em
consideração hiperemia vascular, precipitação protéica e infiltrado inflamatório.
Grupo Irradiado Grupo Controle Valor p
Hiperemia
Precipitação Protéica
Infiltrado Inflamatório
2,40
2,00
0,60
1,67
0,67
0,33
0,193
0,051
0,664
46
Confrontação cinco:
O grupo irradiado apresentou valores médios maiores nos três quesitos estudados,
contudo, as diferenças foram estatisticamente significantes apenas em hiperemia vascular e
precipitação protéica (Tabela 8).
Tabela 8: Resultados aos cinco dias do grupo irradiado versus os do grupo controle, levando-se em
consideração hiperemia vascular, precipitação protéica e infiltrado inflamatório.
Grupo Irradiado Grupo Controle Valor p
Hiperemia
Precipitação Protéica
Infiltrado Inflamatório
2,11
2,00
1,00
1,40
0,40
0,80
0,034*
0,0008*
0,462
*p<0,05.
Confrontação seis:
Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes (Tabela 9).
Tabela 9: Resultados aos sete dias do grupo irradiado versus os do grupo controle, levando-se em
consideração hiperemia vascular, precipitação protéica e infiltrado inflamatório.
Grupo Irradiado Grupo Controle Valor p
Hiperemia
Precipitação Protéica
Infiltrado Inflamatório
1,20
0,80
0,20
1,20
0,40
0,10
0,806
0,391
0,759
47
6 DISCUSSÃO
Os efeitos benéficos do laser de baixa potência no tratamento da HD relacionada à
exposição gradual de dentina vêm sendo comprovados ao longo dos anos por diversos
pesquisadores (BRUGNERA JÚNIOR et al., 2002; GENTILE; GREGHI, 2004; KIMURA et
al., 2000; LADALARDO et al., 2004; NOYA et al., 2004; VILLA; BREGAGNOLO;
LIZARELLI, 2001). Entretanto, poucos dados encontram-se disponíveis na literatura no que
diz respeito aos efeitos do laser no controle da HD associada a regiões dentinárias que
perderam bruscamente a proteção do esmalte, cemento ou tecido gengival. Tal situação,
diferentemente do que normalmente ocorre na exposição gradual de dentina (PERES et al.,
1999), é capaz de gerar alterações inflamatórias pulpares que podem contribuir para o rápido
estabelecimento da HD.
6.1 Considerações sobre o modelo animal.
A escolha de roedores, mais especificamente ratos, para o trabalho de pesquisa,
apresenta vantagens como: facilidade de manipulação; tamanho e peso do animal; custo;
facilidade de alojamento; controle e previsibilidade (PENNA; RODE, 2000).
Para a exposição de tecido dentinário foram selecionados incisivos mandibulares dos
animais, tanto pela facilidade de acesso, quanto pela quantidade de tecido pulpar para análise.
Nos incisivos mandibulares dos ratos Wistar a formação da matriz de esmalte é restrita
ao lado vestibular dos dentes enquanto que a dentina encontra-se presente em ambas as faces
dentárias, vestibular e lingual (SCHOUR; MASSLER, 1949). A polpa dental do rato, como a
do ser humano, responde a injúrias e possui a capacidade de regenerar e de formar nova
dentina frente a estímulos como cáries, trauma e procedimentos operatórios (MURAKAMI et
al., 2005).
48
6.2 Considerações sobre a resposta pulpar à exposição de dentina.
Erosão, abrasão, trauma, cáries e instrumentação periodontal são fatores que podem
afetar adversamente o tecido pulpar, contudo, as maiores injúrias à polpa são, sem sombra de
dúvida, aquelas advindas de desgastes dentinários realizados através de instrumentos
rotatórios.
Injúrias pulpares moderadas como abrasão, erosão ou remoção limitada de tecido
dentinário com instrumentos manuais ou rotatórios são capazes de estimular a camada
odontoblástica a secretar dentina terciária reacional. Em injúrias severas, com ou sem
exposição do tecido pulpar, a camada odontoblástica pode sofrer degeneração, dando lugar a
uma cascata de eventos inflamatórios e de cicatrização (TZIAFAZ, 2004) que podem
culminar com a formação de uma nova geração de odontoblastos que, por sua vez, são os
responsáveis pela deposição de dentina reparativa (MURRAY et al., 2002).
A manutenção da integridade pulpar após a utilização de instrumentais rotatórios
encontra-se diretamente relacionada com o montante de tecido dental removido. A
sobrevivência dos odontoblastos e secreção de dentina terciária dependem, em grande parte,
da manutenção de uma camada mínima de dentina sobre a polpa que, segundo Murray et al.
(2002), não deve ser inferior a 0,01mm para que se possa observar a deposição de dentina
terciária reacional.
O grau de severidade da injúria causada à polpa durante a utilização de instrumentais
rotatórios pode ser associado também ao tipo de instrumental utilizado, à rotação empregada,
ao tempo de contato do instrumento com a dentina e, principalmente, ao calor gerado durante
a instrumentação (KIM; TROWBRIDGE, 2000).
Os eventos inflamatórios que se seguem a uma injúria ao tecido pulpar acionam a
liberação de mediadores químicos e reduzem a resposta vascular. Os mediadores liberados,
por sua vez, produzem vasodilatação e redução da resistência ao fluxo nos vasos. Estes dois
49
últimos eventos precipitam um aumento da permeabilidade vascular levando ao edema do
tecido pulpar. O edema pode levar a uma redução da oxigenação da polpa com conseqüente
necrose tecidual (KIM; TROWBRIDGE, 2000).
6.3 Discussão dos resultados.
A proposta deste trabalho foi a de avaliar a fase inicial da resposta inflamatória pulpar
em incisivos de ratos submetidos à exposição proposital de dentina e irradiação com laser
diodo de baixa potência. Para tanto, foram analisadas alterações referentes à hiperemia
vascular, precipitação protéica (exsudação) e infiltrado inflamatório, alterações estas que
segundo Trowbridge e Emling (1996), caracterizam de maneira geral a fase aguda do
processo inflamatório.
Convém ressaltar que poucos dados encontram-se disponíveis na literatura revisada no
que diz respeito às alterações pulpares que ocorrem subseqüentemente à aplicação de lasers
sobre dentes que sofreram exposição proposital de dentina, no intervalo de tempo proposto
para observação neste trabalho.
No presente estudo, a aplicação de laser diodo 660nm aumentou de forma
estatisticamente significante a resposta inflamatória pulpar nos dentes irradiados, quando
foram levados em consideração os quesitos hiperemia vascular e precipitação protéica.
Contudo, não foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre os resultados
obtidos nos dois grupos estudados quando o período de avaliação foi o de sete dias,
corroborando com os resultados obtidos por Bertella (2001) em estudo semelhante realizado
em dentes de humanos.
O aumento da resposta vascular e precipitação de proteínas plasmáticas observados,
não foram considerados eventos deletérios para polpa, tendo em vista o mecanismo de ação
dos lasers de baixa potência em tecidos injuriados (SIMUNOVIC, 2000), o ambiente restrito
50
da câmara pulpar e a quase total ausência de sinais de necrose ou degeneração tecidual nas
lâminas analisadas.
51
7. CONCLUSÕES
Após a análise dos resultados foi possível concluir o seguinte:
1) A irradiação com laser diodo GaAlInP (660nm), nas condições do presente estudo,
aumentou de maneira estatisticamente significante a resposta inflamatória pulpar no
tocante a hiperemia vascular e precipitação protéica.
2) Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre as respostas
pulpares apresentadas por ambos os grupos estudados aos três e sete dias.
3) A resposta inflamatória mais exuberante observada no grupo de dentes irradiados, por
si só, não representou um efeito deletério para polpa, já que não foram observados
sinais de necrose pulpar em nenhuma das lâminas pertencentes ao referido grupo.
52
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57
ANEXO A
CEEA - COMISSÃO DE ÉTICA NA EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL
PROTOCOLO N
o
: 031/05 - CEEA
PROTOCOLO PARA USO DE ANIMAIS EM EXPERIMENTAÇÃO CIENTÍFICA OU ENSINO
1. Finalidade: Ensino Pesquisa
Data: Início 01/10/05 Término 15/12/05
2. Nome do Responsável: SÉRGIO PACHECO OLIVEIRA JR.
Departamento: ODONTOLOGIA
3. Colaboradores:
4. Título do projeto: AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES PULPARES EM INCISIVOS RATOS
WISTAR SUBMETIDOS À EXPOSIÇÃO PROPOSITAL DE DENTINA E IRRADIAÇÃO
COM LASER DIODO AlGaInP (660?m) DE BAIXA POTÊNCIA
5. Informações sobre o modelo animal:
5.1. Descrição
Camundongo Rato Cobaia
Hamster Coelho Cão
Gerbil Outro
58
Tratando-se de animal silvestre, anexar autorização do organismo responsável (IBAMA, etc...).
Espécie: Rattus norvergicus albinus.
Linhagem/Cepa: Wistar
Sexo: M(X) F( )
Idade: (aproximada) Peso: 300g (aproximado)
5.2. Existe planejamento estatístico? Não Sim
5.3. mero total de animais a serem utilizados: 30
5.4. Condições de alojamento e alimentação: (número de animais, exaustão do ar, climatização,
etc...)
Sim
6. Procedimentos Experimentais do Projeto ou Aula
6.1. Envolverá, intencionalmente, estresse nos animais? Não Sim
Envolverá, intencionalmente, dor nos animais? Não Sim
6.2. Usará drogas analgésicas e / ou anestésicas? Não Sim
Especificar: Zoletil® 50 .
6.3. Usará imobilização do animal? Não Sim
6.4. O procedimento impedirá o animal de se alimentar? Não Sim
6.5. Usará cirurgia? Não Sim
Única Múltiplas
59
6.6. Haverá exposição/ inoculação? Administração? Não Sim
6.7. Haverá coleta de amostras? Não Sim
Material coletado: tecido dentário
Método de coleta: Biópsia
6.8. Eutanásia:
Os animais não serão submetidos a eutanásia Não Sim
Deslocamento cervical Decapitação CO
2
Perfusão sob anestesia Dessangramento com anestesia Dose excessiva do anestésico X
Anestésico utilizado: Zoletil® 50
Outro método: (especificar)
6.9. O animal pode ser usado para outro experimento de pesquisa ou ensino?
Não Sim
Se Sim, como?
7. Se houver envolvimento de estresse ou dor. Justifique:
8. Resumo do procedimento:
METODOLOGIA
Todos os procedimentos experimentais propostos estão em conformidade com as normas do
Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) e serão submetidos à análise do Comitê de
Ética em Pesquisa da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal
UNIDERP.
60
1. Divisão dos grupos de pesquisa:
Serão utilizados no estudo 30 Rattus norvegicus albinos machos da linhagem Wistar, com peso
corpóreo médio de 300g, provenientes do Biotério Central da Universidade para o Desenvolvimento
do Estado e da Região do Pantanal UNIDERP. Os animais serão divididos aleatoriamente em dois
grupos, sendo um experimental, contendo quinze animais e outro de controle, contendo quinze
animais.
2. Manutenção dos animais:
Para facilitar a manipulação dos animais durante a pesquisa, os mesmos serão divididos, de
forma também aleatória, em três grupos de trabalho (G1, G2 e G3) de dez animais cada, sendo cinco
animais controle e cinco experimentais. Cada grupo de animais será acondicionado em duas caixas
viveiro até a data prevista para a eutanásia do grupo. Os animais serão mantidos no Biotério Central da
UNIDERP em temperatura ambiente constante (24ºC ± 2ºC), iluminação adequada (ciclo claro e
escuro de 12 em 12 horas) e com alimentação e água ad libitun.
3. Procedimentos experimentais:
a) Exposição do tecido dentinário:
Com o objetivo de expor as embocaduras dos túbulos dentinários ao meio bucal, serão
realizados, em cada animal participante do estudo, preparo cavitário classe V na face vestibular do
incisivo central inferior esquerdo. Todos os preparos seguirão um padrão de confecção pré-
estabelecido, conforme especificado no item 3b desta metodologia. Durante a realização dos preparos
61
os animais serão mantidos sob anestesia dissociativa obtida através da injeção intramuscular de
50,0mg/Kg de Zoletil® 50.
b) Preparos cavitários:
Para a confecção dos preparos cavitários serão utilizadas brocas diamantadas do tipo roda (nº
1057 KG Sorensen) em alta rotação (42.000 RPM) sob irrigação constante com soro fisiológico.
Para fins de padronização os preparos serão realizados no centro das faces dentárias em proximidade
com a margem gengival. As brocas serão inseridas perpendicularmente nas superfícies de preparo até
que toda a extensão de suas pontas ativas se encontre submersa em tecido dental.
c) Irradiações:
Imediatamente após a realização dos preparos, cada dente experimental será irradiado com
laser diodo (GaAlInp) de 30mW da marca ECCOFIBRAS® com comprimento de onda de 660 ?m e
dose de irradiação de 4j/cm². Para a obtenção da referida densidade de energia serão respeitados os
parâmetros de tempo calculados pelo aparelho. A irradiação será realizada por intermédio de ponteira
de fibra ótica pré-curvada que acompanha o aparelho, posicionada perpendicularmente à área a ser
irradiada e em contato com a mesma.
d) Eutanásia dos animais:
Para a coleta dos elementos dentários que serão analisados neste estudo os animais serão
anestesiados e submetidos à eutanásia através de perfusão transcardíaca com solução de formol a 10%
em tampão fosfato 0,1M e pH 7,3 para garantir uma melhor fixação dos tecidos. Os procedimentos de
eutanásia serão realizados aos três, cinco e sete dias após os preparos iniciais dos dentes.
62
4. Preparo das amostras para análise histológica:
Os elementos dentais componentes da amostra a ser analisada serão removidos com o auxílio
de fórceps odontopediátricos, lavados abundantemente em solução salina e encaminhados para
descalcificação em solução de EDTA a 17% em água destilada em forno de microondas (RODE et al.,
1996). Após este procedimento as mostras seguirão para técnica histológica de rotina para parafina. Os
cortes histológicos serão corados através da técnica de Hematoxilina e Eosina (H & E).
5. Análise dos cortes histológicos e análise estatística:
As lâminas histológicas serão analisadas qualitativa e quantitativamente com relação às
alterações morfológicas pulpares, enfatizando-se os itens a seguir:
- Alterações na camada odontoblástica pulpar.
- Formação de dentina reacional.
- Quantificação de células inflamatórias.
- Degeneração pulpar.
Os dados coletados serão então submetidos à análise estatística.
9. TERMO DE RESPONSABILIDADE. Eu certifico que:
63
64
ANEXO B
ANÁLISE MICROSCÓPICA INDIVIDUAL DOS CORTES HISTOLÓGICOS:
A) Escores atribuídos aos resultados:
0: Ausente
1: Brando
2: Moderado
3: Exuberante
B) Legendas:
H: Hiperemia Vascular.
PP: Precipitação Protéica.
I: Infiltrado Inflamatório.
GI: Grupo irradiado.
GC: Grupo Controle.
C) Resultados por secção histológica:
01) GI três dias: hiperemia vascular intensa e precipitação protéica. (H3 PP3 I0).
02) GI três dias: processo de hiperemia vascular com precipitação protéica e alguns leucócitos
ordenados à parede. (H3 PP3 I1).
03) GI três dias: processo com hiperemia vascular. (H1 PP0 I0).
04) GI três dias: processo inflamatório leve, hiperemia vascular e precipitação protéica. (H3
PP3 I1).
65
05) GI três dias: hiperemia vascular intensa, precipitação protéica e aderência de leucócitos no
endotélio. (H3 PP3 I0).
06) GI três dias: hiperemia vascular intensa precipitação protéica e presença de
polimorfonucleares (neutrófilos) fora de vasos. (H3 PP3 I2).
07) GI três dias: hiperemia vascular branda (H1 PP0 I0).
08) GI três dias: hiperemia vascular branda, precipitação protéica. (H2 PP2 I0).
09) GI três dias: hiperemia vascular branda, precipitação protéica. (H2 PP1 I0).
10) GI três dias: hiperemia vascular intensa, precipitação protéica e algumas células
inflamatórias polimorfonucleares. (H3 PP2 I2).
11) GC três dias: hiperemia vascular intensa, precipitação protéica vascular e algumas células
inflamatórias. (H3 PP2 I1).
12) GC três dias: hiperemia vascular intensa, precipitação protéica vascular e algumas células
inflamatórias. (H3 PP2 I1).
13) GC três dias: processo com hiperemia vascular. (H1 PP0 I0).
14) GC três dias: sem alterações dignas de nota;
15) GC três dias: processo com hiperemia vascular. (H1 PP0 I0).
16) GC três dias: sem alterações dignas de nota;
17) GC três dias: hiperemia vascular branda. (H1 PP0 I0).
18) GC três dias: hiperemia vascular branda. (H1 PP0 I0).
19) GC três dias: sem alterações dignas de nota;
20) GC três dias: sem alterações dignas de nota;
21) GI cinco dias: sem alterações dignas de nota;
22) GI cinco dias: hiperemia vascular branda com áreas de precipitação protéica, sem
infiltrado inflamatório. (H1 PP2 I0).
66
23) GI cinco dias: hiperemia vascular branda com áreas de precipitação protéica exibindo
alguns leucócitos polimorfonucleares aderidos à parede e pequenas áreas de infiltrado
inflamatório. (H2 PP1 I1).
24) GI cinco dias: hiperemia vascular branda com áreas de precipitação protéica exibindo
alguns leucócitos polimorfonucleares aderidos à parede e pequenas áreas de infiltrado
inflamatório. (H2 PP1 I1).
25) GI cinco dias: exuberante hiperemia vascular, precipitação protéica e células inflamatórias
fora de vaso. (H3 PP3 I2).
26) GI cinco dias: exuberante hiperemia vascular, precipitação protéica e células inflamatórias
fora de vaso. (H3 PP3 I2).
27) GI cinco dias: hiperemia vascular com áreas de precipitação protéica e ausência de células
inflamatórias. (H2 PP2 I0).
28) GI cinco dias: hiperemia vascular com áreas de precipitação protéica e ausência de células
inflamatórias. (H2 PP2 I0).
29) GI cinco dias: hiperemia vascular moderada com áreas de precipitação protéica e alguns
leucócitos (H2 PP2 I1).
30) GI cinco dias: hiperemia vascular moderada com áreas de precipitação protéica e vários
leucócitos (H2 PP2 I2).
31) GC cinco dias: hiperemia vascular moderada com intenso infiltrado inflamatório. (H2 PP1
I3).
32) GC cinco dias: hiperemia vascular moderada com intenso infiltrado inflamatório. (H2 PP1
I3).
33) GC cinco dias: processo com hiperemia vascular, focos de precipitação protéica e
escassas células mononucleares aderidas ao epitélio (H2 PP1 I1).
67
34) GC cinco dias: processo com hiperemia vascular, focos de precipitação protéica e
escassas células mononucleares aderidas ao epitélio. (H2 PP1 I1).
35) GC cinco dias: processo com hiperemia vascular. (H1 PP0 I0).
36) GC cinco dias: processo com hiperemia vascular. (H1 PP0 I0);
37) GC cinco dias: processo com hiperemia vascular. (H1 PP0 I0).
38) GC cinco dias: processo com hiperemia vascular. (H1 PP0 I0).
39) GC cinco dias: processo com hiperemia vascular exibindo alguns leucócitos deslocados
para periferia (marginação). (H1 PP0 I0).
40) GC cinco dias: processo com hiperemia vascular exibindo alguns leucócitos deslocados
para periferia (marginação) (H1 PP0 I0).
41) GI sete dias: sem alterações dignas de nota;
42) GI sete dias: sem alterações dignas de nota;
43) GI sete dias: hiperemia vascular branda (H1 PP0 I0).
44) GI sete dias: hiperemia vascular branda (H1 PP0 I0).
45) GI sete dias: sem alterações dignas de nota;
46) GI sete dias: hiperemia vascular moderada e áreas de precipitação protéica, com ausência
de células inflamatórias. (H2 PP2 I0).
47) GI sete dias: sem alterações dignas de nota;
48) GI sete dias: sem alterações dignas de nota;
49) GI sete dias: hiperemia vascular branda, precipitação protéica e algumas células
inflamatórias. (H1 PP1 I1).
50) GI sete dias: hiperemia vascular branda (H1 PP1 I0).
51) GC sete dias: hiperemia vascular branda (H1 PP1 I0).
52) GC sete dias: hiperemia vascular branda (H1 PP1 I0);
53) GC sete dias: hiperemia vascular branda (H1 PP1 I0).
68
54) GC sete dias: hiperemia vascular moderada com áreas de precipitação protéica e áreas de
infiltração inflamatória (H3 PP1 I1).
55) GC sete dias: hiperemia vascular (H1 PP0 I0).
56) GC sete dias: hiperemia vascular (H1 PP0 I0).
57) GC sete dias: hiperemia vascular e áreas de necrose (H1 PP0 I0).
58) GC sete dias: hiperemia vascular (H1 PP0 I0).
59) GC sete dias: hiperemia vascular (H1 PP0 I0).
60) GC sete dias: hiperemia vascular (H1 PP0 I0).
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