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RANSPOSIÇÃO DAS ÁGUAS DO RIO
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-PB
ABRIL DE
2008
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RANSPOSIÇÃO DAS ÁGUAS DO RIO
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RANCISCO PARA A BACIA DO RIO
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BRIL DE
2008
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ALITA
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ABRIELLE
A
RAGÃO
Dissertação apresentada ao curso de pós-
graduação em Engenharia Civil e Ambiental,
na área de Engenharia de Recursos Hídricos,
em cumprimento às exigências para obtenção
do grau de Mestre.
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RANSPOSIÇÃO DAS ÁGUAS DO RIO
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RANCISCO PARA A BACIA DO RIO
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ARAÍBA
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UMA AVALIAÇÃO DA
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INERGIA E
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A
BRIL DE
2008
I
D
EDICATÓRIA
Aos meus pais, Socorro Aragão (in memória) e
Francisco Alves da Silva, meus valiosos Iros
Richard e Graziela, ao meu querido esposo Manoel
Júnior e meu amado filho Victor, e a todos que de
alguma forma contribuíram para esta conquista
,
DEDICO.
II
A
GRADECIMENTOS
Em especial a Deus, Pai de infinita bondade, por me dar a vida, nela me concede
bênçãos, realizações e me ajuda a compreender todas as pessoas que passam por ela. Por ter
me dado a oportunidade de aprimorar meus conhecimentos, e sempre está presente em todos
os momentos de minha vida.
Aos meus pais, meu irmão Richard, minha irmã Graziela, minha cunhada Jônica e meu
cunhado Paulo pelo amor, apoio e incentivo em mais uma etapa da minha vida.
Ao meu esposo e filho por ter caminhado comigo nessa conquista.
Aos professores Rosires Catão Curi e Wilson Fadlo Curi, pela sábia orientação e
disposição em colaborar durante todo o trabalho.
A todos os professores da Área de Recursos Hídricos, pelos conhecimentos prestados,
esclarecimentos concedidos durante o curso.
A todos da minha turma de mestrado: Isabel Mota, Dayane Carvalho, Katiana de
Araújo, Roberta Lima, Francisco Fonseca, Whelson Oliveira, João Virgilio, Laércio Leal,
Fernanda Maria e em especial a Susana Cristina por ter participado ativamente dessa
conquista e a todos pelo coleguismo, companheirismo, amizade, cumplicidade durante todo o
curso.
Ao meu amigo Valterlin pela contribuição e enriquecimento desse trabalho, ao Dr.
Cícero Aurélio pela contribuição e disponibilização dos coeficientes de perdas nos trechos do
rio, de suma importância, para que o sistema representasse bem a região em estudo.
Aos funcionários do Laboratório de Hidráulica, Alrezinha, Aroldo, Ismael, Josete,
Lindimar, Raul e Vera pelos serviços prestados.
A todos da AESA (Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba),
CAGEPA (Companhia de Água e Esgotos da Paraíba) e LMRS (Laboratório de Meteorologia,
Recursos Hídricos e Sensoriamento Remoto da Paraíba), que colaboraram de forma gloriosa
para a concretização desse trabalho.
A CAPES, pelo suporte financeiro durante a vigência do curso.
Enfim, agradeço a todos, que de alguma forma, colaboraram para a realização e
conclusão dessa dissertação.
III
E
GRAFE
"O dia em que o clima escapará do controle está
próximo. Estamos chegando ao irreversível. Nessa
urgência, não há tempo para medidas mornas.
É hora de uma revolução em nossas consciências,
em nossa economia e em nossa ação política.”
Jacques Chirac, Presidente da França
IV
L
ISTA
D
E
T
ABELAS
Tabela 3.1 Precipitação média para os reservatórios em mm ................................................................. 41
Tabela 3.2 - Evaporação média nas estações meteorológicas, em mm ..................................................... 42
Tabela 3.3 - Evaporação média mensal e coeficiente mensal do tanque classe A .................................... 42
Tabela 3.4 - Demanda estimada/medida de água bruta (m³/s) do açude Boqueirão ................................. 43
Tabela 3.5 - Volumes máximos e mínimos dos reservatórios ................................................................... 44
Tabela 3.6 - Volumes Iniciais e a porcentagem do volume total dos açudes ............................................ 45
Tabela 5.1 - Cenários de demandas hídricas ............................................................................................. 57
Tabela 5.2 - Prioridades de atendimento às demandas e volume meta dos reservatórios ........................ 59
Tabela 6.1 - Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no Cenário 1 sem
transposição para ROCR ............................................................................................................................ 63
Tabela 6.2 - Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no Cenário 1 com
transposição para ROCR ............................................................................................................................ 65
Tabela 6.3 - Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no Cenário 2 sem
transposição para ROCR ............................................................................................................................ 67
Tabela 6.4 - Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no Cenário 2 com
transposição ROCR .................................................................................................................................... 68
Tabela 6.5 - Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no Cenário 3 sem
transposição para ROCR ............................................................................................................................ 70
Tabela 6.6 - Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no Cenário 3 com
transposição para ROCR ............................................................................................................................ 72
Tabela 6.7 - Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no Cenário 4 sem
transposição para ROCR ............................................................................................................................ 74
Tabela 6.8 - Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no Cenário 4 com
transposição para ROCR ............................................................................................................................ 75
Tabela 6.9 - Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no Cenário 1 sem
transposição para ROVM ........................................................................................................................... 78
Tabela 6.10 - Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no Cenário 1 com
transposição para ROVM ........................................................................................................................... 79
Tabela 6.11 - Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no Cenário 2 sem
transposição para ROVM. .......................................................................................................................... 81
Tabela 6.12 - Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no Cenário 2 com
transposição para ROVM ........................................................................................................................... 83
Tabela 6.13 - Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no Cenário 3 sem
transposição para ROVM ........................................................................................................................... 85
V
Tabela 6.14 - Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no Cenário 3 com
transposição para ROVM ........................................................................................................................... 86
Tabela 6.15 - Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no Cenário 4 sem
transposição para ROVM ........................................................................................................................... 88
Tabela 6.16 – Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no Cenário 4 com
transposição para ROVM ........................................................................................................................... 90
Tabela 6.17 - Sinergia hídrica para os Cenários 1 e 2 para ROCR ........................................................... 92
Tabela 6.18 - Resultado da Sinergia hídrica para os Cenários 3 e 4 para ROCR ...................................... 93
Tabela 6.19 - Resultado da Sinergia hídrica para os Cenários 1 e 2 para ROVM .................................... 94
Tabela 6.20 - Resultado da Sinergia hídrica para os Cenários 3 e 4 para ROVM .................................... 94
Tabela 6.21 - Indicadores de desempenho das demandas no Cenário 1 sem e com transposição para
ROCR ......................................................................................................................................................... 95
Tabela 6.22 - Indicadores de desempenho das demandas no Cenário 2 sem e com transposição para
ROCR ......................................................................................................................................................... 96
Tabela 6.23 - Indicadores de desempenho das demandas no Cenário 3 sem e com transposição para
ROCR ......................................................................................................................................................... 97
Tabela 6.24 - Indicadores de desempenho das demandas no Cenário 4 sem e com transposição para
ROCR ......................................................................................................................................................... 98
Tabela 6.25 - Indicadores de desempenho das demandas no Cenário 1 sem e com transposição para
ROVM ........................................................................................................................................................ 99
Tabela 6.26 - Indicadores de desempenho das demandas no Cenário 2 sem e com transposição para
ROVM ........................................................................................................................................................ 100
Tabela 6.27 - Indicadores de desempenho das demandas no Cenário 3 sem e com transposição para
ROVM ........................................................................................................................................................ 101
Tabela 6.28 - Indicadores de desempenho das demandas no Cenário 4 sem e com transposição para
ROVM ........................................................................................................................................................ 102
VI
L
ISTA DE
F
IGURAS
Figura 2.1 – Duração e volume de déficit em período de falha ................................................................ 17
Figura 2.2 – Mapa da Bacia do Rio São Francisco ................................................................................... 21
Figura 2.3 Localização do Projeto de Transposição do Rio São Francisco ........................................... 24
Figura 3.1 – Localização da bacia hidrográfica do Rio Paraíba......................................................... ....... 35
Figura 3.2 – Localização dos reservatórios estudados .............................................................................. 39
Figura 3.3 – Layout do sistema estudado .................................................................................................. 41
Figura 4.1– Tela principal do módulo base e exemplo de traçado de uma rede ....................................... 49
Figura 4.2 – Botões para construção/edição do traçado ............................................................................ 49
Figura 4.3 –
Tela de Definições Gerais.................................................................................... ..... 50
Figura 4.4 – Tela para entrada/edição de dados de um reservatório ......................................................... 53
Figura 4.5 Tela para escolha dos resultados da simulação contínua ...................................................... 55
Figura 5.1 – Fluxograma da Metodologia Utilizada na Pesquisa....................................................... ....... 61
Figura 6.1 – Evaporação nos Reservatórios no Cenário 1 sem transposição para ROCR ........................ 64
Figura 6.2 – Perdas no leito do rio no Cenário 1 sem transposição para ROCR ...................................... 64
Figura 6.3– Volume evaporado no Cenário 1 com transposição para ROCR em função da operação do
reservatório de Acauã ................................................................................................................................. 65
Figura 6.4 Perdas no leito do rio para as vazões regularizadas em Acauã e respectivas garantias, no
Cenário 1 com transposição para ROCR .................................................................................................... 65
Figura 6.5 – Volumes vertidos no Cenário 1 sem e com transposição para ROCR .................................. 66
Figura 6.6 – Evaporação nos reservatórios no Cenário 2 sem transposição para ROCR .......................... 67
Figura 6.7 – Perdas no leito do rio no Cenário 2 sem transposição para ROCR ...................................... 67
Figura 6.8 – Evaporação nos reservatórios Cenário 2 com transposição para ROCR .............................. 69
Figura 6.9 – Perdas no leito do rio no Cenário 2 com transposição para ROCR ...................................... 69
Figura 6.10 – Volumes vertidos no Cenário 2 sem e com transposição para ROCR ................................ 69
Figura 6.11 – Evaporação nos Reservatórios no Cenário 3 sem transposição para ROCR ...................... 71
Figura 6.12 – Perdas no leito do rio no Cenário 3 sem transposição para ROCR..................................... 71
Figura 6.13 – Evaporação nos Reservatórios no Cenário 3 com transposição para ROCR ...................... 72
Figura 6.14 – Perdas no leito do rio no Cenário 3 com transposição para ROCR .................................... 72
Figura 6.15 – Volumes vertidos no Cenário 3 sem e com transposição para ROCR.......................... ...... 73
Figura 6.16 – Evaporação nos Reservatórios no Cenário 4 sem transposição para ROCR ...................... 74
Figura 6.17 – Perdas no leito do rio no Cenário 4 sem transposição para ROCR..................................... 74
Figura 6.18 – Evaporação nos Reservatórios no Cenário 4 com transposição para ROCR ...................... 76
Figura 6.19 – Perdas no leito do rio no Cenário 4 com transposição para ROCR .................................... 76
Figura 6.20 – Volumes vertidos no Cenário 4 sem e com transposição para ROCR ................................ 77
Figura 6.21 – Evaporação nos Reservatórios no Cenário 1 sem transposição para ROVM ..................... 78
VII
Figura 6.22 – Perdas no leito do rio no Cenário 1 sem transposição para ROVM ................................... 78
Figura 6.23 – Evaporação nos Reservatórios no Cenário 1 com transposição para ROVM ..................... 80
Figura 6.24 – Perdas no leito do rio no Cenário 1 com transposição para ROVM ................................... 80
Figura 6.25 Perdas por descarga de fundo em Acauã no Cenário 1 sem e com transposição para
ROVM ........................................................................................................................................................ 80
Figura 6.26 – Evaporação nos Reservatórios no Cenário 2 sem transposição para ROVM ..................... 82
Figura 6.27 – Perdas no leito do rio no Cenário 2 sem transposição para ROVM ................................... 82
Figura 6.28 – Evaporação nos Reservatórios no Cenário 2 com transposição para ROVM ..................... 84
Figura 6.29 – Perdas no leito do rio no Cenário 2 com transposição para ROVM ................................... 84
Figura 6.30 Perdas por descarga de fundo em Acauã no Cenário 2 sem e com transposição para
ROVM ........................................................................................................................................................ 84
Figura 6.31 – Evaporação nos Reservatórios no Cenário 3 sem transposição para ROVM ..................... 85
Figura 6.32 – Perdas no leito do rio no Cenário 3 sem transposição para ROVM ................................... 85
Figura 6.33 – Evaporação nos Reservatórios no Cenário 3 com transposição para ROVM ..................... 87
Figura 6.34 – Perdas no leito do rio no Cenário 3 com transposição para ROVM ................................... 87
Figura 6.35 Perdas por descarga de fundo em Acauã para o Cenário 3 sem e com transposição para
ROVM ........................................................................................................................................................ 87
Figura 6.36 – Evaporação nos Reservatórios no Cenário 4 sem transposição para ROVM ..................... 89
Figura 6.37 – Perdas no leito do rio no Cenário 4 sem transposição para ROVM ................................... 89
Figura 6.38 – Evaporação nos Reservatórios no Cenário 4 com transposição para ROVM ..................... 90
Figura 6.39 – Perdas no leito do rio no Cenário 4 com transposição para ROVM ................................... 90
Figura 6.40 Perdas por descarga de fundo em Acauã no Cenário 4 sem e com transposição para
ROVM ........................................................................................................................................................ 91
VIII
R
ESUMO
Na região do semi-árido nordestino, a escassez de recursos hídricos tem sido um dos
principais fatores limitantes do desenvolvimento, apesar da grande capacidade de armazenar
água, sendo uma das regiões com um dos maiores índices de açudagem do mundo. A região
apresenta clima semi-árido, com balanço hídrico adverso, agravado por um manejo
inadequado das bacias hidrográficas e uma baixa eficiência do aproveitamento hídrico dos
açudes. Para enfrentar o crescimento e desenvolvimento populacional e a prioridade de
alocação de água para abastecimento humano, como preconiza a Lei 9.433/97, impõe a
necessidade da adequação da gestão dos recursos hídricos da região, compatibilizando
disponibilidades dos estoques de água existentes para atender, com segurança, as demandas
atuais. A sustentabilidade hídrica no semi-árido do nordeste passa pela adoção de uma política
de recursos hídricos para a região, que considere e introduza níveis crescentes de proteção
contra os efeitos das secas, enfrentando as vulnerabilidades ambiental, social e econômica.
Dentro do conceito de desenvolvimento sustentável, que exige uma análise e ações sistêmicas
quanto à sustentabilidade hídrica a ele integrado, é que se inserem projetos de transposição de
bacias, como especificamente é o caso da transposição de águas do rio São Francisco para o
Nordeste Setentrional do Brasil, minorando as incertezas no atendimento de demandas
hídricas futuras. Nesse contexto, parte desta dissertação procura dar uma visão geral do
projeto de transposição das águas do rio São Francisco atualmente denominado de Projeto de
Integração do Rio São Francisco com as bacias do Nordeste Setentrional, principalmente ao
Eixo Leste, no qual se encontra inserido o sistema em estudo localizado na Bacia do Rio
Paraíba no Estado da Paraíba. Simulações com o modelo matemático AcquaNet, baseado em
redes de fluxo, foram realizadas para distintos cenários de política de operação em um sistema
de quatro reservatórios localizados nas sub-bacias do Alto e Médio Cursos do rio Paraíba, a
fim de quantificar a Sinergia Hídrica proveniente do sistema. Foram, também, calculados,
para as demandas de abastecimento e irrigação, os indicadores de sustentabilidade:
Confiabilidade, Resiliência e Vulnerabilidade. Os resultados demonstraram que cuidados
devem ser tomados quanto ao estabelecimento de regras de operação e forma de transporte e
quantidade da água transposta do rio São Francisco, no sentido de aumentar a disponibilidade
e eficiência do uso da água. Espera-se, também, que as análises decorrentes e os resultados
produzidos venham a contribuir para aumentar o entendimento sobre o tema nos meios
técnicos e acadêmicos.
IX
A
BSTRACT
In the Brazilian northeast semi-arid region, the water resources scarcity has been one of the
main development constraint factors, despite of the vast number of water accumulation
infrastructures; being one of the worldwide regions with the highest storage reservoir indexes.
The region presents a semi-arid climate, with adverse water balance, compounded by an
inadequate management of river basins and a low efficiency water use. To address the
population growth and development and the allocation priority of water for human supply, as
advocated by Law 9.433/97, the need for adequate management of water resources in the
region should be imposed, bringing the existing water stocks to meet, with security, the
current demands. Water sustainability in northeast semi-arid region passes through the
adoption of a water resources policy for the region, which considers the increasing levels of
protection against drought effects, regarding the environmental, social and economic
vulnerabilities. As the concept of sustainable development requires a systemic analysis and
actions regarding the integrated water resources management, projects for inter basin water
transposition can be considered, as the case of the water transposition of San Francisco river
to the Northeast of Brazil, which should provide an additional water supply to the receiving
basins, reducing the uncertainties in meeting future water demands. In this context, part of
this dissertation seeks to give an overview of the San Francisco river water transposition
project, currently known as Project of the San Francisco River Integration with the Brazilian
Northeast river basins, regarding the East Axis project, in which is inserted the system under
study that is located in the Paraiba river basin, at the Paraiba State. AcquaNet simulations,
which is based on network flows mathematical model, were performed for different scenarios
of operation policies for a system of four reservoirs, which are located in sub basins of the
upper and middle part of Paraiba River, in order to quantify the Hydro Synergy of the
system. The demands of human supply and irrigation, as well as the indicators of
sustainability such as Reliability, Resilience and Vulnerability, were calculated. The results
have shown that care must be taken when establishing operating rules and means of water
transport, as well as the amount of water to be transposed from San Francisco river, regarding
the increase of water availability and use efficiency. It is also hoped that the produced results
and analysis help to increase the understanding on the subject in academic and technical
means.
S
UMÁRIO
D
EDICATÓRIA
...................................................................................................................................
I
A
GRADECIMENTOS
............................................................................................................................
II
E
PÍGRAFE
.........................................................................................................................................
III
L
ISTA DE
T
ABELAS
...........................................................................................................................
IV
L
ISTA DE
F
IGURAS
............................................................................................................................
VI
R
ESUMO
. ..........................................................................................................................................
VIII
A
BSTRACT
.. ......................................................................................................................................
IX
C
APÍTULO
I
I
NTRODUÇÃO
E
O
BJETIVOS
..................................................................................... 1
1.1
I
NTRODUÇÃO
........................................................................................................................... 2
1.2
-
O
BJETIVO
G
ERAL
.................................................................................................................... . 3
1.3
-
O
BJETIVOS
E
SPECÍFICOS
......................................................................................................... .. 3
1.4
E
STRUTURA DA DISSERTAÇÃO
................................................................................................. 4
C
APÍTULO
II
-
R
EVISÃO
B
IBLIOGRÁFICA
....................................................................................... 5
2.1
-
P
LANEJAMENTO E
G
ERENCIAMENTO EM
S
ISTEMA DE
R
ECURSOS
H
ÍDRICOS
..................... 6
2.2
-
A
LISE DE
S
ISTEMAS E
E
NGENHARIA DE
R
ECURSOS
H
ÍDRICOS
..................................... 7
2.2.1
S
IMULAÇÃO
............................................................................................................
8
2.2.2
O
TIMIZAÇÃO
.......................................................................................................... 8
2.2.3
O
PERAÇÃO DE
R
ESERVARIOS
.................................................................................... 11
2.2.4
-
D
ESENVOLVIMENTO
S
USTENTÁVEL DE RESERVATÓRIO
................................................... 14
2.2.5
I
NDICADORES DE
D
ESEMPENHO
................................................................................ 16
2.2.5.1
C
ONFIABILIDADE
................................................................................................ 17
2.2.5.2
R
ESILIÊNCIA
...................................................................................................... 17
2.2.5.3
V
ULNERABILIDADE
............................................................................................ 18
2.2.5.4
-
S
USTENTABILIDADE
..................................................................................................... 18
2.3
-
O
P
ROJETO DE
T
RANSPOSIÇÃO DO
R
IO
S
ÃO
F
RANCISCO PARA O
N
ORDESTE
..................... 19
2.3.1
A
SPECTO DA
H
ISTÓRIA DO
P
ROJETO DE
I
NTEGRAÇÃO DO
R
IO
S
ÃO
F
RANCISCO
......... 19
2.3.2
-
C
ONSIDERAÇÕES SOBRE O
P
ROJETO DE
T
RANSPOSÃO
............................................. 21
2.3.3
-
S
INERGIA
H
ÍDRICA
P
ROPORCIONADA PELA
T
RANSPOSIÇÃO DO
R
IO
S
ÃO
F
RANCISCO
25
2.4
A
LGUMAS
E
XPERIÊNCIAS DE TRANSPOSIÇÃO NO
B
RASIL E NO
M
UNDO
................................ 28
2.4.1
N
O
B
RASIL
............................................................................................................... 28
2.4.2
-
N
O
M
UNDO
............................................................................................................. 30
C
APÍTULO
III
- A
C
ARACTERIZAÇÃO DA
Á
REA DE
E
STUDO
.................................................. 32
3.1
C
ARACTERIZAÇÃO DA
B
ACIA
H
IDROGRÁFICA DO
R
IO
P
ARBA
...................................... 33
3.1.1
S
UB
-
BACIA DO
R
IO
P
ARBA
........................................................................................ 35
3.1.2
-
R
EGO DO
A
LTO
C
URSO DO
R
IO
P
ARAÍBA
................................................................... 36
3.1.3
- R
EGO DO
M
ÉDIO
C
URSO DO
R
IO
P
ARAÍBA
................................................................ 37
3.1.4
- R
EGO DO
B
AIXO
C
URSO DO
R
IO
P
ARAÍBA
................................................................. 38
3.2
R
ESERVATÓRIOS SELECIONADOS PARA ESTUDO DA
S
INERGIA
H
ÍDRICA
................................ 38
3.2.1 A
ÇUDE DE
P
ORÇÕES
................................................................................................... 39
3.2.2
-
A
ÇUDE DE
C
AMALAÚ
................................................................................................ 39
3.2.3
-
B
ARRAGEM
E
PITÁCIO
P
ESSOA
(B
OQUEIRÃO
) ............................................................. 39
3.2.4
A
ÇUDE
A
RGEMIRO
F
IQUEIREDO
(A
CAUÃ
) ................................................................... 40
3.3
-
C
ARACTERÍSTICAS
F
ÍSICO
-H
IDRÁULICAS DOS
R
ESERVARIOS
...................................... 41
3.3.1
-
P
RECIPITAÇÃO NOS
R
ESERVARIOS
......................................................................... 41
3.3.2
-
V
AZÕES
A
FLUENTES AOS
R
ESERVARIOS
................................................................. 41
3.3.3
-
E
VAPORAÇÃO DOS
R
ESERVARIOS
. .......................................................................... 42
3.3.4
-
D
EMANDAS
......................................................................................................................... 43
3.3.4.1
-
A
BASTECIMENTO HUMANO
.......................................................................................... 43
3.3.4.2
-
I
RRIGAÇÃO
.................................................................................................................. 43
3.3.5
-
R
ELAÇÃO
C
OTA X
Á
REA X
V
OLUME DOS
R
ESERVARIOS
........................................ 44
3.3.6
-
V
OLUMES
M
ÁXIMOS E
M
ÍNIMOS DOS
R
ESERVATÓRIOS
............................................. 44
3.3.7 - V
OLUMES
I
NICIAIS DOS
R
ESERVARIOS
.................................................................. 44
3.3.8 P
ERDAS DE
C
ONDUÇÃO E DE
I
NFILTRAÇÃO
. ................................................................ 45
C
APÍTULO
IV
-
O
S
ISTEMA DE
S
UPORTE A
D
ECISÃO
(SSD
A
CQUANET
) ................................ 46
4.1
G
ENERALIDADES
............................................................................................................ 47
4.2
E
TAPAS PARA
R
ESOLUÇÃO DE
P
ROBLEMAS PELO
A
CQUANET
............................................. 48
4.2.1
D
ESENHO DA
R
EDE DE
F
LUXO
................................................................................... 48
4.2.2
D
EFINÕES
G
ERAIS
................................................................................................. 49
4.2.3
M
ÓDULO
S
ECUNDÁRIO NO
A
CQUANET
..................................................................... 50
4.2.4
M
ÓDULO DE
A
LOCÃO DE
Á
GUA
............................................................................ 50
4.2.4.1
T
IPOS DE
S
IMULAÇÃO
.......................................................................................... 51
4.2.4.1.1
S
IMULAÇÃO
C
ONNUA
.................................................................................... 51
4.2.4.1.2
P
LANEJAMENTO
T
ÁTICO
................................................................................... 51
4.2.4.2
O
PÇÕES DE
C
ÁLCULO
........................................................................................... 52
4.2.4.3
O
S DADOS DE
E
NTRADA
/E
DÃO REQUERIDO PELO MODELO
................................. 52
4.2.4.4
A
E
FETUAÇÃO DO
C
ÁLCULO E
O
BTENÇÃO DOS
R
ESULTADOS
................................ 53
4.2.4.5
R
ESULTADOS
....................................................................................................... 54
C
APÍTULO
V
-
M
ETODOLOGIA DA
P
ESQUISA
................................................................................. 56
5.1
-
D
ESCRÕES DOS
C
ENÁRIOS E AS
R
EGRAS DE
O
PERAÇÃO
................................................ 57
5.1.1
-
R
EGRA DE
O
PERAÇÃO
C
ONTROLE
R
ÍGIDO
(ROCR) ................................................... 58
5.1.2
-
R
EGRA DE
O
PERAÇÃO
V
OLUME
M
ÍNIMO
(ROVM). .................................................. 58
5.2
- D
ADOS DE
P
RIORIDADES DE
A
TENDIMENTO
R
EQUERIDOS PELO
M
ODELO
......................... 58
5.3
- A
PLICÃO DO
M
ODELO DE
S
IMULAÇÃO
.............................................................................. 59
5.4
-
C
ÁLCULOS DA
S
INERGIA
H
ÍDRICA E
I
NDICADORES DE
D
ESEMPENHO DO
S
ISTEMA
............ 60
C
APÍTULO
VI
-
R
ESULTADOS E
D
ISCUSSÕES
......................................................................... 62
6.1
R
ESULTADOS DA
S
IMULAÇÃO PARA CADA
R
EGRA DE
O
PERAÇÃO
...................................... 63
6.1.1
R
EGRA DE
O
PERAÇÃO
C
ONTROLE
R
ÍGIDO
(ROCR) .................................................. 63
6.1.1.1
C
ENÁRIO
1 ............................................................................................................ 63
6.1.1.2
C
ENÁRIO
2 ............................................................................................................ 66
6.1.1.3
C
ENÁRIO
3 ............................................................................................................ 70
6.1.1.4
C
ENÁRIO
4
............................................................................................................ 73
6.1.2
R
EGRA DE
O
PERAÇÃO
V
OLUME
M
ÍNIMO
(ROVM) ....................................................... 77
6.1.2.1
C
ENÁRIO
1 ............................................................................................................ 77
6.1.2.2
C
ENÁRIO
2 ............................................................................................................ 81
6.1.2.3
C
ENÁRIO
3 ............................................................................................................ 85
6.1.2.4
C
ENÁRIO
4 ............................................................................................................ 88
6.2
R
ESULTADOS DA
S
INERGIA
H
ÍDRICA
P
ARA
C
ADA
R
EGRA
D
E
O
PERAÇÃO
........................ 91
6.2.1
R
EGRA DE
O
PERAÇÃO
C
ONTROLE
R
ÍGIDO
(ROCR) ..................................................... 91
6.2.2
R
EGRA DE
O
PERAÇÃO
V
OLUME
M
ÍNIMO
(ROVM) ...................................................... 93
6.3 I
NDICADORES
D
E
D
ESEMPENHO
D
O
S
ISTEMA
.................................................................... 95
6.3.1
R
EGRA DE
O
PERAÇÃO
C
ONTROLE
R
ÍGIDO
(ROCR) ..................................................... 95
6.3.2
R
EGRA DE
O
PERAÇÃO
V
OLUME
M
ÍNIMO
(ROVM) ...................................................... 99
C
ONCLUSÕES
.................................................................................................................................. 103
R
EFERÊNCIAS
B
IBLIOGRÁFICAS
. .................................................................................................... 107
A
NEXOS
........................................................................................................................................... 115
Capítulo I
Introdução e Objetivos
2
I
NTRODUÇÃO E
O
BJETIVOS
1.1
-
INTRODUÇÃO
É evidente que a água vem se tornando cada vez mais um elemento de preocupação para
os desafios deste milênio. Conseqüentemente, a busca por soluções adequadas na expansão e
operação dos sistemas de reservatórios de acumulação ainda deve ser alvo de pesquisa e
estudos acadêmicos, que irão subsidiar as atividades de gerenciamento e planejamento dos
recursos hídricos.
A operação eficiente de reservatórios no semi-árido nordestino torna-se imprescindível,
devido, principalmente, às peculiaridades climáticas e ambientais, que os tornam vulneráveis
às secas intensas e prolongadas. Nessa região, a escassez dos recursos hídricos apresenta-se
aliada a fatores limitantes como a existência de poucos rios perenes e a irregularidade das
precipitações, que fazem com que haja a necessidade de se construir reservatórios de
acumulação, visando atender às necessidades de uso múltiplo da água. No entanto, verifica-se,
na prática, que política de construções de açudes, por si não soluciona os problemas de
escassez hídrica. Desde muitos anos, discute-se na região a possibilidade de transposição das
águas do rio São Francisco para suprir parte destas necessidades, gerando uma oferta hídrica
exógena, firme, capaz de diminuir a escassez desse recurso.
Como uma conseqüência direta da transposição da água, deverá ocorrer uma elevação
na qualidade de vida da população beneficiada, com melhoria dos sistemas de saneamento
básico e crescimento de atividades produtivas que têm na água um de seus mais importantes
componentes. O Projeto de Integração do rio São Francisco também deverá contribuir para a
fixação da população na região, sobretudo na área rural, sujeita, de longa data, a um processo
contínuo de migração, seja para outras regiões do País, seja para outros pontos do Nordeste
onde a escassez de água não é tão intensa. Do ponto de vista econômico, a integração deverá
contribuir para a diminuição dos gastos públicos com medidas de emergência durante as
freqüentes secas, uma vez que a oferta de água será maior e o impacto das secas reduzido
(RIMA, 2004).
A adução de água exógena à região permitirá a adoção de controles operacionais mais
eficazes de volumes armazenados em reservatórios, não sendo preciso deixá-los
permanentemente tão cheios à espera de uma seca prolongada. Portanto, os açudes poderão
ser usados, em situações normais, para o abastecimento de água à população e para usos
produtivos (agricultura e pesca, por exemplo). Menos cheios, haverá menor evaporação.
3
Adotando-se um planejamento integrado visando o uso racional da água poderá haver
condições para que a quantidade de água dos açudes perdida por evaporação e sangramento,
seja muito menor. Tais perdas, que podem ser reduzidas (ou ocorrer com baixa freqüência e
magnitude) representam um ganho de água a ser disponibilizada na região configurando a
sinergia hídrica a ser proporcionada aos recursos hídricos locais.
1.2 - O
BJETIVO
G
ERAL
O
objetivo da pesquisa é estudar o comportamento da Sinergia Hídrica em quatro
reservatórios receptores da transposição das águas do rio São Francisco, inseridos na bacia
hidrográfica do rio Paraíba, a partir de diferentes cenários de demandas dricas de
abastecimento e irrigação, com as diferentes formas de transposição das águas do São
Francisco consideradas nessa pesquisa (leito do rio e adutora), a fim de verificar o ganho
sinérgico e determinar os indicadores de sustentabilidade do sistema.
1.3
-
O
BJETIVOS ESPECÍFICOS
Dentre os objetivos específicos, podem ser citados:
Verificar os usos atuais das águas nos reservatórios;
Determinar cenários de demandas hídricas;
Definir prioridades de atendimento para os cenários sem transposição, a fim de retratar
a operação atual dos reservatórios do sistema estudado, e para os cenários com
transposição, simular regras de operação que visem prover o uso eficiente da água;
Quantificar os volumes de água perdidos por evaporação, vertimento e perdas em
trânsito no leito do rio para distintos cenários de demandas hídricas e regras de
operação;
Quantificar o volume de água total alocado para a simulação sem e com transposição,
para os distintos cenários de demandas hídricas e regras de operação;
Avaliar as respostas hídricas em todos os componentes do sistema, para cada cenário
definido;
4
Avaliar o comportamento operacional do sistema hídrico a partir dos indicadores de
confiabilidade, resiliência e vulnerabilidade das demandas dos reservatórios, com
base nos resultados da simulação para cada cenário.
1.4
-
E
STRUTURA
D
A
D
ISSERTAÇÃO
A dissertação está estruturada em seis capítulos. São eles, além do capítulo
introdutório:
C
APÍTULO
II - apresentar-se-á a revisão bibliográfica, com explanação sobre análise
de sistemas e engenharia de recursos hídricos, planejamento e gerenciamento de recursos
hídricos e o atual projeto de transposição do rio São Francisco, destacando-se seus aspectos
mais relevantes.
C
APÍTULO
III
-
descrever-se-á a área de estudo, Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba,
seus aspectos fisiográficos, climáticos, hidrológicos e urbanos.
C
APÍTULO
IV
-
S
erá
exposta a metodologia adotada, como a descrição dos cenários e
regras de operação, prioridades de atendimento as demandas, o modelo de simulação utilizado
e o cálculo da sinergia hídrica.
C
APÍTULO
V
- explicar-se-á a teoria de modelos baseados em rede de fluxos: e
demonstra-se, sucintamente, como utilizar o Sistema de Suporte a Decisão (SSD) AcquaNet,
detalhando apenas o módulo de alocação de água, sendo este, utilizado para a elaboração do
estudo.
C
APÍTULO
VI Serão apresentados e discutidos os resultados das simulações os
cenários elaborados, analisando as perdas por evaporação, vertimento e no leito do rio para as
regra de operação, assim como a sinergia hídrica e os indicadores de sustentabilidade do
sistema.
C
APÍTULO
VII Serão demonstradas conclusões, que foram obtidas com os
resultados.
R
EFENCIAS
B
IBLIOGRÁFICAS
A
NEXOS
Capítulo II
Revisão Bibliográfica
6
C
APÍTULO II
R
EVISÃO
B
IBLIOGRÁFICA
2.1 – P
LANEJAMENTO E
G
ERENCIAMENTO EM
S
ISTEMA DE
R
ECURSOS
H
ÍDRICOS
Conforme Santana (1998), devido à falta de conhecimento geral das variáveis e
limitações dos computadores, nas duas últimas décadas do século passado, os problemas de
planejamento de recursos hídricos abordados com técnicas de otimização tornavam-se
bastante complicados e de difícil solução. Durante este período, as técnicas de otimização se
desenvolveram de forma significativa, devido às necessidades impostas naturalmente e pelos
avanços tecnológicos. Porém, quando da busca por técnicas avançadas para solucionar tais
problemas, muitos se deparavam com grandes dificuldades entre a teoria e a prática de tais
soluções. Simonovic (1992) comenta estas dificuldades e apresenta um modelo matemático
usado no planejamento e operação de reservatórios, mostrando que o modelo responde às
necessidades na prática da engenharia de recursos hídricos.
Na busca de respostas para os complexos problemas de planejamento e gerenciamento
dos recursos hídricos, lança-se mão da utilização de técnicas e ferramentas capazes de
auxiliarem nos processos de análise, operação, planejamento e tomadas de decisão em sistema
de recursos hídricos. Os estudos de alternativas operacionais, em sistemas de recursos
hídricos, são comumente feitos por meio de aplicação de elaboradas metodologias
matemáticas e computacionais, incluindo técnicas de otimização e simulação (Yeh, 1985;
Simonovic, 1992; Wurbs, 1993 e Labadie, 2004).
Com toda problemática envolvida em sistemas de recursos hídricos, os modelos de
otimização têm sido cada vez mais utilizados na busca do aproveitamento máximo do
potencial de cada sistema com o mínimo de perda, ou seja, buscando aproximar-se ao máximo
de um ponto ótimo operacional. Logo, a otimização inclui, em entre suas restrições, os
conceitos de simulação, e um procedimento matemático, denominado de programação, é
utilizado para ajustar as variáveis de decisão até que se encontre a melhor solução.
7
2.2
A
LISE DE
S
ISTEMAS E
E
NGENHARIA DE
R
ECURSOS
H
ÍDRICOS
A Análise de Sistemas de Recursos Hídricos é uma técnica de solução de problemas
complexos de Engenharia de Recursos Hídricos a partir da abordagem sistêmica e do uso de
técnicas computacionais agregadas à modelagem matemática de Sistema de Recursos
Hídricos (Lanna, 2002).
Sistemas de recursos hídricos podem ser definidos como um complexo sistema
composto pela natureza e pelas obras construídas pelo homem. Ao considerar apenas a bacia
hidrográfica natural se percebe ser, a mesma, uma estrutura de enorme dificuldade de
representação, uma vez que um grande número de processos precisam ser avaliados e também
pela diversidade de ambientes ali presentes. Buscando principalmente um maior controle
sobre eventos extremos (secas e cheias), o homem altera a bacia original com suas obras. Esta
mudança acarreta ao sistema original maior complexidade e, conseqüentemente, aumenta a
sua dificuldade de representação.
Dentro da Engenharia de Recursos Hídricos existe uma sub-área do conhecimento que
trabalha com o planejamento dos Recursos Hídricos, no qual são usados modelos que tratam
os problemas dentro de uma visão sistêmica, ou seja, decompõe o problema em partes
menores e integra as equações que descrevem seus comportamentos. Assim, os problemas
são resolvidos através de técnicas de simulação e de otimização, que são potentes ferramentas
de suporte à decisão e deverão ter uso cada vez mais disseminado na prática da engenharia de
Recursos hídricos. Estes modelos vieram revolucionar as soluções dadas aos grandes
problemas naturalmente colocados aos Engenheiros de Planejamento.
A abordagem sistêmica está relacionada intimamente à busca de soluções de problemas
complexos e generalizados, simplificando, para o engenheiro, de tal modo a requerer apenas
as informações mais relevantes para sua solução.
Segundo Lanna (2002), existem dois propósitos da análise de sistemas de recursos
hídricos: simular o comportamento da realidade que eles representam e otimizar os processos
decisórios que atuam sobre esta realidade, dando margem a utilização de duas técnicas mais
usuais a de simulação e otimização. O autor ainda apresenta alguns exemplos de aplicação de
análise sistêmica via simulação e otimização; mostrando a complexidade dos problemas de
engenharia de recursos hídricos enfatizando a necessidade de busca de abordagens adequada
ao seu tratamento.
8
2.2.1
-
S
IMULAÇÃO
Segundo Simonovic (1992) um modelo de simulação é caracterizado como uma
representação de um sistema físico com a finalidade de prever seu comportamento dentro de
um certo conjunto de condições. Dessa forma, a simulação difere da otimização, visto que não
identifica políticas ótimas de operação, porém pode permitir uma representação bem
detalhada e mais realista da complexidade do sistema estudado.
Os modelos de simulação são largamente utilizados, em todo o mundo, no planejamento
de recursos hídricos em sistemas de múltiplos reservatórios, visto a facilidade de trabalhar
com cenarização, sem a necessidade de muitas simplificações na sua construção, o que não
acontece com os modelos de otimização.
De acordo com Braga (1987), existem dois tipos básicos de modelos de simulação em
recursos hídricos. O primeiro diz respeito à simulação dos processos hidrológicos (os que
transformam chuva em vazão) e de qualidade de água, onde as equações diferenciais e
empíricas são utilizadas para representação de vários aspectos quali-quantitativos do ciclo
hidrológico. O segundo tipo de modelo de simulação refere-se aos aspectos de
dimensionamento e operação de sistema de recursos hídricos. Modelos de simulação
associados com operação de reservatórios consideram, regra geral, um cálculo de balanço
hídrico entre as afluências, efluências e variações no armazenamento, podendo ainda incluir
avaliações econômicas de prejuízos decorrentes de enchentes; benefícios de geração de
energia hidrelétrica; benefícios de irrigação, pesca e outras características similares.
Segundo Yeh (1985) o primeiro modelo de simulação aplicado a um sistema de
reservatórios, citado em literatura, parece ser o estudo desenvolvido pelo US Army Corps of
Enginners, em 1953, para uma análise operacional de seis reservatórios, no Rio Missouri,
EUA. Yeh (1985) ainda aponta referências desse tipo de modelo, como por exemplo, o HEC-
3 e o HEC-5, desenvolvidos pelo Hydrologic Engineering Center, o SIM (I e II), do Texas
Water Systems, o ARB-Arkansas River Basin Model, o TVA, HSSS Hydro System
Seasonal Simulator da North Pacific division/Corpos of Enginners, o ACRES, entre outros.
2.2.2
O
TIMIZAÇÃO
Os modelos de otimização são representados por uma formulação matemática, na qual
um algoritmo formal é usado para calcular um conjunto de valores para as variáveis de
decisão que minimizem uma função objetivo, sujeita a restrições (Wurbs, 1993).
9
Os modelos de otimização procuram a solução do problema de forma a atender aos
objetivos estabelecidos para a operação do sistema. Isso se a partir da definição de uma
dada função-objetivo, que é uma representação matemática dos objetivos a serem obtidos pela
operação do sistema em análise. Dessa forma, os modelos de otimização buscam a
maximização ou minimização da função-objetivo, cujas variáveis básicas são chamadas
variáveis de decisão. Uma vez resolvido o problema, os valores obtidos para o conjunto de
variáveis de decisão é uma solução ótima para a operação de sistema. Todos os processos
físicos e condições de contorno do problema formam o conjunto das equações de restrição,
como, por exemplo, os limites para as capacidades dos reservatórios, os limites para as vazões
efluentes, obrigações legais, ambientais, limitações técnicas de equipamentos hidro-
mecânicos etc. As dificuldades associadas aos modelos de otimização estão relacionadas com
o porte do problema, com a forma e as características das funções-objetivo e equações de
restrição e com a precisão requerida para solução do problema.
Os principais métodos de programação matemática são:
a) Programação Linear (PL): se a função objetivo e todas as equações de restrições
podem ser expressas em forma algébrica linear, com coeficientes constantes
conhecidos.
b) Programação Linear Inteira (PLI): quando as equações de restrições e função
objetivo são lineares, contudo, as variáveis de decisão são restritas a valores inteiros.
Quando apenas algumas variáveis são inteiras é dito programação linear mista.
c) Programação Não-Linear (PNL): quando a função objetivo e/ou uma ou mais
equações de restrição envolvem termos não-lineares.
d) Programação Dinâmica (PD):
Outra técnica utilizada nos problemas de otimização de
recursos hídricos é a programação dinâmica (PD). Ela procura explorar a estrutura
seqüencial de decisão dos problemas de otimização de operação de reservatórios
(Labadie, 2004). P
ode ser usado para solucionar problemas lineares e não-lineares,
nos quais as variáveis de decisão possuem uma característica seqüencial própria.
Soluções deste tipo aplicam-se quando o problema pode ser representado como uma
seqüência de estratégias, onde uma ou mais decisões em um estágio afetem
diretamente e unicamente o estágio subseqüente.
10
Inúmeras aplicações de PL, PNL, PD foram utilizadas em sistema de recursos hídricos.
Dentre elas pode-se citar:
Segundo Braga (1987), o exemplo pioneiro de aplicação de PL no planejamento de uso
múltiplo da água é o plano Hibrace. Esse plano é constituído de 31 reservatórios, entre
existentes e projetos, para regularização e controle de recursos hídricos da região
metropolitana de São Paulo.
Loaiciga e Church (1990) compararam três métodos de estimativas de parâmetros de
modelos hidrológicos, mais especificamente em ajustes nos parâmetros de hidrogramas.
Dentre estes, aplicam também uma metodologia de otimização por programação linear,
mostrando ser bastante eficiente.
Aplicações de PL na otimização da operação de múltiplos reservatórios podem ser
encontradas em Oliveira (1995) e Porto, et al. (2002).
A programação não linear (PNL) se apresenta como uma ferramenta mais adequada
quando não é possível linearizar as funções que intervém no problema de otimização, ou
quando o processo de linearização leva a grandes simplificações do modelo. Os trabalhos de
Ros e Barros (2003) e Barros et al. (2003) empregaram este tipo de modelo na otimização da
operação de reservatórios.
Saad & Frizzone (1996) apresentaram um modelo de PNL no dimensionamento e
operação de um sistema de irrigação localizado, tendo como objetivo adaptação do modelo,
visando determinar a configuração ótima de um sistema de irrigação localizado, procurando
maximizar a receita quida obtida com a cultura da laranja irrigada no interior de São Paulo.
O estudo obteve bom desempenho nos resultados.
Celeste, (2006), em sua dissertação de mestrado, aplicou o modelo de otimização via
programação não-linear ORNAP (Optimal Reservoir Network Analysis Program),
desenvolvido por Curi e Curi (2003) para os reservatórios de Condado, Santa Inês, Serra
Vermelha I, Piranhas, Vídeo e Vazante, na bacia do rio Piancó e os perímetros irrigados de
Poço Redondo (200 ha) e Pianco II, III e Brotas (2500 ha), com o objetivo de encontrar a
melhor alocação de áreas entre as culturas perenes e sazonais, assim como as demandas
hídricas para cada um dos cenários hidrológicos agrícolas, tendo o estudo apresentado bons
resultados. O autor, por sua vez, trata de outras aplicações desse modelo como Barbosa
(2001), que estudou o comportamento da operação de um sistema de 3 reservatórios em
paralelo sujeitos a usos múltiplos, localizado na Bacia do Capibaribe-PE. Andrade (2000)
11
utilizou o modelo ORNAP para determinar a operação ótima de um sistema hídrico formado
por dois reservatórios em série e três perímetros irrigados, na bacia do Capibaribe-PE, entre
outros.
Santos, (2007), em sua dissertação de mestrado desenvolveu um modelo de otimização
para o estudo da operação integrada de sistemas de reservatórios e perímetros irrigados,
objetivando a alocação ótima dos recursos hídricos entre os múltiplos usos e o
estabelecimento de políticas operacionais via uma análise multiobjetivo. As não-linearidades
intrínsecas aos processos de cada um de seus componentes foram implementadas através de
um procedimento iterativo, fazendo uso da programação linear seqüencial. Aplicou o modelo
em um sistema de reservatórios localizado na bacia do rio Piancó, no qual os resultados
mostraram a eficiência do modelo em análise multiobjetivo e na seleção de regras operativas
para a alocação da água atendendo as demandas, os objetivos estabelecidos e as restrições
físicas estabelecidas.
Silveira et al. (1991) aplicaram duas metodologias, simulação e otimização com
programação dinâmica, na operação de um sistema hidroelétrico com embasamento em
reservatórios equivalentes. Os autores concluíram que, entre as duas técnicas analisadas, o
método de otimização é mais econômico.
Piccardi e Sessa (1991) aplicaram a programação dinâmica estocástica para controle
ótimo de reservatório com discretização densa e pretensão de correlação de afluências
possivelmente feita por computação paralela.
Segundo Barros (2002), o planejamento da operação de sistemas de reservatórios é,
talvez, a área de Recursos Hídricos que mais emprega a Programação Dinâmica. O autor
ainda destaca algumas trabalhos como Hall (1968), Harboe (1970), Tauxe et al. (1979), Yeh
(1982,1985), Yeh e Troff (1972), Croley (1978) e Wurbs (1991), mais recentes como
Reznicek et al. (1990), Paudyal et al. (1990), Mohan et al. (1991), Simonovic (1992), Mays e
Tung (1992), Karamouz et al. (1992), Harboe (1994) e Jacobs (1995).
2.2.3
O
PERAÇÃO DE
R
ESERVATÓRIOS
A construção e operação de reservatórios têm como princípio fundamental o
desenvolvimento de reservas nos períodos de excesso hídrico para seu posterior uso nos
períodos de escassez.
12
Segundo Righetto (1998), a operação de um reservatório deve ser vista dentro de um
critério em que se procure otimizar o uso do volume de água disponível de modo a se
maximizar o benefício total.
A operação de um reservatório visa ao atendimento de diversos tipos de demanda com
prioridades distintas. Assim, haveria uma classe prioritária, que deveria ser atendida com
grande garantia, próxima a 100%, como é o caso do abastecimento humano. Outras classes de
demanda apresentariam menores prioridades e nas regiões semi-áridas, onde são freqüentes as
ocorrências de períodos de vazões nulas, deveria haver maior tolerância à situações de não
atendimento de certas demandas do que em regiões úmidas. (Lanna, 1993).
Nos processos de expansão e operação dos sistemas de reservatórios, é necessário que
se leve em conta todos os usos decorrentes que serão beneficiados pelo sistema. Visa, assim,
evitar os conflitos gerados pela deficiência no atendimento às demandas dos usuários de um
determinado sistema, sendo fundamental avaliar a sua potencialidade e promover a
determinação de regras operativas de liberação de água para a atender as demandas, com um
grau de confiabilidade desejado.
Devido a esse aspecto, torna-se perceptível o avanço da tecnologia da informática, a
favor da economia, da análise de sistema e da pesquisa operacional com significantes
contribuições para o desenvolvimento de metodologias e ferramentas que vem sendo
aplicadas aos modelos de análise de sistemas de reservatório dos quais, destacam-se: a)
técnicas de análise benefício-custo; b) modelos de simulação computacionais; c) modelos de
rede de fluxo; d) modelos de otimização usando os mais variados tipos de programação
matemática; e) modelos de otimização com programação dinâmica; f) as técnicas de
modelagem de bancos de dados, entre outras.
Segundo Yeh (1985), o problema da operação de reservatórios envolve a determinação
de políticas de decisão e pode incluir uma ou mais dos seguintes componentes gerais:
a) Volumes ou níveis-metas de armazenamento: estas regras de operação são limitadas
à prescrição dos volumes de armazenamento ou níveis desejados no reservatório,
sendo que o operador tenta manter ou variar tais níveis, visando atender as
demandas.
b) Zoneamento múltiplo: as regras de operação são definidas para incluir não somente
os níveis-metas de armazenamento, mas também as várias zonas de estocagem de
água do reservatório, tais como a zona do volume ativo, zona do controle de cheia,
13
zona de extravasamento e a zona do volume inativo. Cada zona corresponde a um
critério de descarregamento.
c) Faixa de defluência: esta componente de uma política de operação para prover uma
relação mais descritiva entre os níveis do reservatório e as vazões nos sistemas de
derivação. Depende da zona em que se encontra o volume morto.
d) Curvas-guias condicionais: as regras condicionais são definidas para a operação do
reservatório não somente em função do volume armazenado, num determinado
tempo, mas também como função da previsão das afluências no futuro.
O planejamento para o desenvolvimento dos recursos hídricos de uma bacia
hidrográfica requer o exame das seguintes atividades: a) a identificação dos objetivos do
sistema de recursos hídricos; b) a escolha das estruturas do projeto sistêmico, isto é: o número
e locações de reservatórios, canais, etc.; c) a escolha da seqüência de construção dos
elementos; d) qual a regra de operação dos componentes da bacia (Hall e Buras, 1961; Maass,
1962, apud O`Laoghaire, 1974).
Segundo Yeh (1985), na operação de reservatório, as regras de operação são usualmente
construídas por modelos de simulação que simulam a operação do sistema de acordo com
afluxos, com as características do sistema e com as políticas de operação. Por outro lado, as
técnicas de otimização fornecem um meio de superar as dificuldades apontadas nas técnicas
de simulação, como por exemplo, a dificuldade de buscar a melhor regra, tendo em vista que a
otimização examina muitas alternativas em busca de uma decisão ótima. Segundo este mesmo
autor, cada problema de planejamento e operação de sistemas de recursos hídricos é singular,
não existindo algoritmo geral para resolução dos problemas pertinentes, ficando a escolha do
método na dependência das características do sistema considerado, dos dados disponíveis e
dos objetivos e restrições especificadas.
Uma notável revisão do estado da arte sobre o assunto, ainda considerada atual dada a
sua generalidade, é a apresentada por Yeh (1985) quando fez uma revisão do estado da arte de
modelos desenvolvidos para operação de reservatórios incluindo programação linear (PL),
programação dinâmica (PD), programação não-linear e simulação. Conclui, naquela época,
que a PL é uma cnica de fácil aplicação comparando com as outras técnicas e, uma de suas
maiores vantagens, é ter como resultado o ótimo global na solução dos problemas.
Os trabalhos de Yeh (1985), Simonovic (1992) e Wurbs (1993) apresentam revisões
sobre a modelagem de operação de sistemas de reservatórios, com ênfase nas aplicações
14
práticas de modelos de simulação e otimização. Mais recentemente, o estado da arte sobre
modelos para operação de sistemas de reservatórios está tratado nos trabalhos de Lima e
Lanna (2005), Bravo et al. (2005) e Wurbs (2005), com foco nos modelos baseados nas
técnicas de simulação e otimização, e de modelos conjunto de simulação-otimização.
Labadie (2004) apresenta uma revisão sobre modelos para operação ótima de sistemas
de reservatórios, assim como a inclusão dos mesmos em sistemas de suporte a decisão (SSD),
discute as futuras direções da pesquisa e aplicações na área, descreve métodos de
programação heurística (algoritmos genéticos, redes neurais e lógica fuzzy).
Lima e Lanna (2005) ressaltam a classificação dos modelos em quatro grupos:
programação linear, programação dinâmica, programação não-linear e simulação; além disso,
combinações entre esses métodos são relatadas. Baseado nessa classificação eles concluíram
que o grande número de métodos se por três aspectos: número de reservatórios e de
propósitos do uso da água; intervalo de tempo de operação; e estágios de aplicação
(planejamento, projeto ou operação). Assim, ressaltam que a escolha da metodologia
dependerá das particularidades do sistema em análise. Tanto os modelos que utilizam
programação matemática (linear, dinâmica ou não linear) como os modelos de simulação
serão importantes em situações específicas.
2.2.4 - D
ESENVOLVIMENTO
S
USTENTÁVEL DE RESERVATÓRIO
Takeuchi & Kundzewicz (1998), tratam sobre o Gerenciamento e Desenvolvimento
Sustentável de Reservatórios e abordam que a Gestão sustentável dos recursos hídricos é, a
partir da perspectiva metodológica, uma generalização do conceito de gestão integrada da
água que tem sido conhecido como um conceito ao longo de décadas. No entanto, ele exige
um compromisso claro de objetivos mais vastos, incluindo explicitamente conservação
ecológica e intra e inter-geracional equidade de questões. Como resultado, ele apela para
novos instrumentos, tais como a gestão da demanda que não tenha sido gravemente exercido
no passado. Gestão da demanda de água, utilizando mecanismos de preços e outras medidas
regulamentares é um instrumento fundamental para a gestão sustentável dos recursos de água
doce, como proposto na Agenda 21. Eles são importantes em todo o mundo, incluindo países
onde a oferta é obrigatória para aumentar a gestão dos recursos hídricos. Sem uma política
coerente de gestão da demanda, a oferta tende a criar mais demanda e com isso uma utilização
ineficaz da água.
15
Gestão sustentável dos recursos hídricos pode exigir uma mudança de administração do
sistema a partir de uma orientação para fornecimento para o desenvolvimento de gestão
orientado para os organismos. Ela pode exigir uma nova repartição de poder administrativo
aprovada pela nova legislação. A própria administração pode precisar de ser reorganizada
para atingir os objetivos do desenvolvimento sustentável.
A Gestão sustentável de Reservatório é um subconjunto de gestão sustentável dos
recursos hídricos e exige que cada conceito de gestão integrada de múltiplos objetivos, riscos
e incertezas e que têm, como os sistemas de abordagem e que deverão, eventualmente, ser
traduzidos em critérios exeqüíveis.
Gestão integrada dos recursos hídricos requer basicamente a consideração do sistema de
concepção e operação em escala de bacia. As considerações devem incluir: controle
hidrológico integrado das águas e de material de transporte; uso do solo e vegetação de
gestão; integridade econômica a montante e a jusante, e difusão de informação
hidrometeorológica,
Uma bacia hidrográfica é a unidade física natural dentro do qual qualquer gestão dos
recursos hídricos está interligada e são dependentes uns dos outros. Os reservatórios maiores
têm impacto sobre a sedimentação, qualidade da água, os níveis freáticos, erosão em rios,
estuário marinho e cultura, a condição de águas navegáveis, paisagístico, valores cultural e
recreativo e muitos outros. A utilização da água a jusante, afeta o nível da água, a infiltração,
a evaporação, e a qualidade da água. Todos estes fatores devem ser considerados e
coordenados a partir da fase de planejamento ao longo de toda a vida útil do reservatório
como uma dependência mútua entre a bacia integrada, escala, ciclos hidrológicos e
ambientais.
As perdas por evapotranspiração são importantes índices de sustentabilidade de
reservatório. A evaporação de um reservatório deve ser considerada na fase de planejamento.
Reservatórios com grandes áreas inundadas não são desejáveis não devido à grande perda
de terras, graves perturbações nos ecossistemas e na necessidade de mudança substancial de
pessoas, mas também devido a elevada perdas de água por evaporação, especialmente em
regiões áridas e semi-árida do mundo.
As informações sobre perspectiva integrada também abrange o uso de previsões
meteorológicas que podem melhorar a operação de reservatório. As previsões meteorológicas
são utilizadas de forma eficaz, para que os reservatórios maiores funcionem com eficiência,
16
satisfazendo, assim, mais precisamente a compensação de uma parte das novas necessidades
de desenvolvimentos.
As técnicas utilizadas para a medição de hidrometeorológicos variáveis, tais como
satélites, radares, e transmissão de dados e técnicas de transformação, têm avançado
rapidamente. Juntamente com o avanço científico em Hidrometeorologia de obter
conhecimentos sobre processos físicos, as observações avançadas tornam complexos modelos
numéricos operacional. Estas previsões precisam de maior rendimento.
2.2.5 - I
NDICADORES
D
E
D
ESEMPENHO
Labadie (2004) estabeleceu que as funções objetivo usadas nos modelos de otimização
de sistemas de reservatórios deveriam incorporar medidas de desempenho tais como
eficiência (maximizar o bem-estar atual e futuro), sobrevivência (assegurando que o bem-
estar futuro excederá os níveis de subsistência mínimos) e sustentabilidade. Esta última
medida pode ser considerada igual a uma soma ponderada da: confiabilidade, resiliência e
vulnerabilidade dos vários critérios que contribuam ao bem-estar do homem (econômico,
ambiental ou ecológico).
Segundo Srinivasan et al (1999) apud Celeste (2006), as falhas em operação de sistemas
de reservatório de abastecimento de água são frequentemente inevitáveis durante períodos
hidrológicos críticos. As falhas que caracterizam cada sistema podem ser representadas pelos
indicadores de desempenhos: confiabilidade, resiliência e vulnerabilidade. Esses três
indicadores de desempenho, juntos, podem ser aplicados para caracterizar o “risco” para
operação e planejamento de reservatório.
Esses índices foram propostos por Hashimoto et al. (1982) e fornecem formas de avaliar
os efeitos das regras de operação e auxilia na avaliação de futuros projetos a serem
implantados (Vianna e Lanna, 2002).
Seja D
t,i,l
a i-ésima demanda do reservatório l e Q
t,i,l
os volumes fornecidos pelo
reservatório l para o atendimento da demanda D
t,i,l
no horizonte de t = 1,… ,NT. Separam-se
os valores satisfatórios S dos insatisfatórios I de modo que uma falha ocorra quando Q
t,i,l
<
D
t,i,l
. Seja NF
i,l
o número total de intervalos de tempo no qual Q
t,i,l
< D
t,i,l
e seja d
i,l,j
a duração
j-ézimo evento de falhas, j = 1,...,M
i,l
, onde M
i,l
é o número de eventos insatisfatórios da i-
ézima demanda do reservatório l, e Sj, com j = 1,..., M é o volume de déficit. Os termos
duração dj, e o volume de déficit Sj, podem ser entendidos como ilustrado na figura 2.1.
17
Figura 2.1 -Duração e volume de déficit em período de falha
2.2.5.1- C
ONFIABILIDADE
A Confiabilidade (Conf
i,l
) do atendimento à demanda i pelo reservatório l é a
probabilidade da rie temporal permanecer em estado satisfatório S durante o horizonte de
operação, ou seja, a percentagem do tempo em que o sistema funciona sem falhas:
NT
NF
DQprobSQprobConf
li
litlitlitli
,,
,,,,,,,
1}{}{ ====
Simplificadamente, a confiabilidade pode ser definida também como:
Conf = n
o
. de eventos em que o sistema se encontra em estado satisfatório
nº. de períodos de tempo da simulação
2.2.5.2 - R
ESILIÊNCIA
A resiliência avalia a média do quão rapidamente o sistema retorna a um estado
satisfatório de atendimento a demanda, uma vez que a falha tenha ocorrido. A Resiliência
(Res
i,l
) da demanda i do reservatório l é a probabilidade de haver um estado satisfatório no
período t+1 dado um valor insatisfatório no período t:
}|{}{
,,,,,,,,,,,,1, litlitlitlitlitlitli
DQDQprobIQSQprobres <===
+
A Resiliência, também, é definida como o inverso do valor esperado do tempo em que o
sistema permanece em estado insatisfatório.
1
1
,,
,,,
,
,
1
}{
1
=
==
li
M
j
jli
lijli
li
d
MdE
res
18
E ainda, a resiliência pode, simplificadamente, ser definida como:
res = n
o
. de valores simulados na zona insatisfatória seguidos de valores satisfatório
nº. de períodos simulados na zona insatisfatória
Um sistema que tenha muitas falhas, mas tende a se recuperar rapidamente é, em alguns
casos, preferível a um sistema com poucas falhas, mas o qual se recuperem lentamente
(Vianna e Lanna, 2002).
2.2.5.3- V
ULNERABILIDADE
A Vulnerabilidade (Vul
i,l
) do atendimento à demanda i pelo reservatório l mede a
magnitude das falhas a que o sistema esta sujeito. Ela pode ser definida como a média do
percentual de déficits do conjunto de todos os valores insatisfatórios.
=
=
NT
t
lit
litlit
li
li
D
QD
NF
Vul
1
,,
,,,,
,
,
1
Será analisado o déficit máximo (defmax
i,l
) ocorrido para cada demanda i de cada
reservatório l.
2.2.5.4- S
USTENTABILIDADE
Loucks (1997) apud Kjeldsen e Rosbjerg (2001) propuseram um índice de
sustentabilidade geral definido por:
]1[
,,,, lililili
VulresConfSust =
19
2.3
O
P
ROJETO DE
I
NTEGRAÇÃO DO
R
IO
S
ÃO
F
RANCISCO COM AS
B
ACIAS DO
N
ORDESTE
S
ETENTRIONAL
2.3.1
A
SPECTO DA
H
ISTÓRIA DO
P
ROJETO DE
I
NTEGRAÇÃO DO
R
IO
S
ÃO
F
RANCISCO
Desde época do Brasil-Colônia foram escritos alguns relatos sobre a seca na região
Nodeste que ocasionou migrações em busca de regiões com disponibilidade de água. Entre os
anos de 1721 e 1727, ocorreu uma grande seca na região, na qual Portugal mandou navios
com mantimentos para o Brasil e determinou que os beneficiados por esses alimentos
trabalhassem na construção de melhor infra-estrutura para a região (RIMA, 2004).
Em 1838, criou-se o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), o qual elaborou
o primeiro trabalho de reconhecimento do norte do Nordeste, em 1856. Nesse trabalho a
Comissão científica de Exploração tendo à frente o Barão de Campanema apontava para a
"abertura de um canal ligando o rio São Francisco ao rio Jaguaribe, a construção de 30
açudes, a abertura de fontes artesianas profundas e melhoria dos meios de transporte" (Smith,
2000).
Pela ocorrência de uma grande seca entre 1877 e 1879, na qual estima-se que 1,7 milhão
de pessoas tenha morrido de fome e sede, foi iniciada a construção do primeiro açude no
Nordeste em 1884, concluído em 1906, isto é, 22 anos depois do início das obras.
Em 1909, foi criada a Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS), reunindo
especialistas estrangeiros para elaboração dos primeiros estudos das águas subterrâneas do
Nordeste, alternativa mais viável naquele momento. Em 1913, a Inspetoria Federal de Obras
Contra as Secas (IFOCS), realizou estudos para a execução da transposição. Os estudos
propunham a construção de um túnel de 300 Km de extensão, com uma profundidade máxima
de 250 metros (Veras, 1998).
Após o ano de 1945, o IFOCS passou a se denominar Departamento Nacional de Obras
Contra a Seca (DNOCS), atuando na perfuração de poços artesianos, na construção de açudes
públicos e privados, no reflorestamento, no desenvolvimento de lavoura de sequeiro e cultura
de vazantes, provocação artificial de chuvas e na irrigação em propriedades mais carentes.
Vários estudos foram realizados no transcorrer da primeira metade do século atual na
busca de conhecer melhor o fenômeno e a sua previsibilidade. A SUDENE foi criada em
1959, de grande importância para o desenvolvimento industrial do Nordeste, dentro de uma
concepção territorial que envolvia o "Polígono das Secas" definindo anteriormente na
20
incidência do fenômeno entre 1951-52 cujos 940mil km
2
definiam a área de ação do DNOCS.
Os Planos Diretores da SUDENE, os resultados do grupo de Estudos do Vale do Jaguaribe-
SUDENE em cooperação técnica francesa (1962-64); o Plano Integrado para o Combate
Preventivo aos Efeitos das Secas no Nordeste-MINTER(realizado após a seca de 1970-71); os
Planos Diretos de Bacias Hidrográficas como Parnaíba, Acaraú, Apodi-mossoró, Piranhas-
açu, na década de 70, iriam incorporando uma vasta gama de conhecimentos, ainda que
acompanhada de resultados bastante exíguos. O Plano de Aproveitamento Integrado dos
Recursos Hídricos do Nordeste-PLIRHINE-SUDENE(1980) avança ao buscar integrar os
conhecimentos disponíveis, buscando uma compatibilização espacial e temporal de ofertas e
demandas hídricas. Em 1994 o Projeto Áridas incorpora a concepção de desenvolvimento
sustentável da Região Nordeste nas suas dimensões econômica, social e ambiental dentro de
uma visão política de longo prazo, que inclui o planejamento participativo da sociedade civil.
Com a nova Constituição de 1988, o acesso à água passa a ser regulamentado pela lei 9.433
de 8 de janeiro de 1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e embasa legalmente a implementação de
Planos Estaduais de Recursos Hídricos-PERH, que se encontravam em marcha
.
(Smith,
2000).
No final dos anos 80, o Departamento Nacional de Obras de Saneamento - DNOS
elaborou um projeto de integração das águas do São Francisco com o semi-árido setentrional,
cuja finalidade era fortalecer a atividade agrícola na região através da captação de 15% da
vazão do “Velho Chico”, apelido dado ao Rio São Francisco. Esse estudo foi retomado e
detalhado em 1994, prevendo retirar uma vazão de cerca de 7,5 % da vazão regularizada pela
barragem de Sobradinho (Coelho, 2004).
O atual projeto, elaborado e defendido pelo Ministério da Integração, conta com estudos
técnicos mais elaborados e estima-se uma transferência média de 2,3% da vazão regularizada
do rio São Francisco, sendo que, uma média de 42,4m³/s destinam-se as bacias do Ceará, do
Paraíba e do Rio Grande do Norte, e cerca de 21,1 m³/s ao Estado de Pernambuco, tendo um
total de 63,5 m³/s. A redução da vazão prevista em 1994 ocorreu devido a flexibilidade de
retirada de água, variando de nenhuma a 127 m³/s (RIMA, 2004).
Logo, percebe-se que a história da transposição dividiu-se em dois períodos: antes da
década de 1980, quando havia estudos, porém impossibilidade de realizá-lo devido a inúmeras
limitações para implementação desses projetos, e com isso, buscava-se outras soluções de
mitigar a seca no Nordeste; depois da década de 1980, com o avanço da engenharia,
21
aprofundaram-se os estudos até então existentes no âmbito do Governo Federal, analisando-se
sua viabilidade sócio-econômica e ambiental.
A Figura 2.2 mostra a localização da Bacia do Rio São Francisco.
Fonte: RIMA (2004)
Figura 2.2 – Mapa da Bacia do Rio São Francisco
2.3.2
C
ONSIDERAÇÕES SOBRE O
P
ROJETO DE
T
RANSPOSIÇÃO
A situação hídrica da região Nordeste a ser beneficiada com o projeto é vulnerável,
decorrente em larga escala de deficiente gerenciamento dos recursos hídricos, ao longo de
tantos anos. Segundo a ONU, a mínima disponibilidade hídrica per capita para mantimento de
vida sustentável é de 1500 m
3
/hab.ano e a disponibilidade no Nordeste setentrional é de
apenas 450 m
3
/hab.ano, ou seja, inferior a 1/3 deste mínimo (Silva, 2005).
22
A falta d’água, hoje, é um empecilho de grandes proporções para o desenvolvimento
humano de milhões de brasileiros. O Projeto de Integração apresenta uma solução eficiente e
estruturante para aumentar a oferta de água com garantia para uma população e toda uma
região que sofrem com a seca (RIMA, 2004).
A transposição consiste, na integração da bacia do maior rio perene da região Nordeste
às bacias dos rios intermitentes de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do
Ceará (Silva, 2005).
Os objetivos básicos do projeto são (RIMA, 2004):
a) aumentar a oferta de água, com garantia de atendimento ao Semi-Árido;
b) fornecer água de forma complementar para açudes existentes na região, viabilizando
melhor gestão da água;
c) reduzir as diferenças regionais causadas pela oferta desigual da água entre bacias e
populações.
O projeto prevê o desvio médio de 2,3% da vazão Regularizada do Rio São Francisco,
nos pontos de captação. Esta vazão desviada beneficiará as seguintes bacias:
a) do rio Jaguaribe, no Ceará;
b) do rio Piranhas-Açu, na Paraíba e Rio Grande do Norte;
c) do rio Apodi, no Rio Grande do Norte;
d) do rio Paraíba, na Paraíba;
e) dos rios Moxotó, Terra Nova e Brígida, em Pernambuco, na bacia do rio São
Francisco.
O projeto consiste em dois sistemas independentes, denominados Eixo Norte e Eixo
Leste, que capta água do rio São Francisco entre as barragens de Sobradinho e Itaparica, no
estado de Pernambuco. O eixo Norte tem seu ponto de captação na cidade de Cabrobó e o
eixo Leste capta água no próprio reservatório de Itaparica.
O Eixo Norte é composto por, aproximadamente, 402 km de canais artificiais, 4
estações de bombeamento, 22 aquedutos, 6 túneis e 26 reservatórios de pequeno porte. Nesse
eixo, ainda estão previstas duas pequenas centrais hidrelétricas junto aos reservatórios de Jati
e Atalho, no Ceará, com, respectivamente, 40 MW e 12 MW de capacidade (Gomes, 2005).
23
O Eixo Leste previsto para uma capacidade xima de 28m³/s, e vazão contínua de
10m³/s disponibilizada para consumo humano, tem cerca de 220 km, e se estende até o rio
Paraíba, na Paraíba, tendo vazão média de 18,3 m³/s. Esse Eixo levará água para o açude Poço
da Cruz (PE) no Rio Moxotó e para o rio Paraíba, que é responsável pela manutenção dos
níveis do açude Epitácio Pessoa (PB), também chamado de Boqueirão. Esse Eixo, chamado
também de Trecho V, compõe-se de 5 estações de bombeamento, 5 aquedutos, 2 túneis e 9
reservatórios de pequeno porte.
A vazão firme do projeto, outorgada pela ANA, nos dois eixos, a qualquer tempo, é
de 26,4 m³/s, correspondente à demanda projetada para o ano de 2025 é garantida por lei.
Segundo a Lei 9.433 de 1997, a prioridade de alocação drica é o consumo humano e a
dessedentação animal. Portanto, deve-se atender este tipo de consumo antes de qualquer
outro, inclusive a irrigação.
No estado da Paraíba, o Eixo Leste do Projeto São Francisco permitirá o aumento da
garantia da oferta de água para os vários municípios da bacia do Paraíba, atendidos pelas
adutoras do Congo, do Cariri, Boqueirão e Acauã. O Eixo Norte possibilitará o abastecimento
seguro de diversos municípios da bacia do Piranhas, atendidos por sistemas adutores tais
como Adutora Coremas / Sabugi e Canal Coremas / Souza (MI, 2007).
De acordo com dados do Ministério da Integração (2007), ao interligar os açudes
estratégicos do Nordeste Setentrional com o rio São Francisco, o projeto irá permitir
benefícios aos estados receptores da transposição. Na Paraíba destacam-se:
a) o aumento da garantia da oferta hídrica proporcionada pelos maiores reservatórios
estaduais (Epitácio Pessoa, Acauã, Engº Ávidos) responsáveis pelo suprimento de água para
os diversos usos da maior parte da população das bacias do Paraíba e Piranhas;
b) a redução dos conflitos existentes na Bacia do Piranhas-Açu, entre usuários de água
deste estado e do estado do Rio Grande do Norte e entre os usos internos do próprio estado;
c) a redução dos conflitos existentes na Bacia do Paraíba, fundamentalmente sobre as
águas do Açude Epitácio Pessoa, insuficientes para os seus diversos usos e tendo como umas
das conseqüências o estrangulamento do desenvolvimento sócio-econômico de Campina
Grande, um dos maiores centros urbanos do interior do Nordeste (cerca de 400 mil
habitantes);
d) uma melhor e mais justa distribuição espacial da água ofertada pelos açudes Coremas
e e D’Água, beneficiando populações da região do Piancó, uma vez que com o Projeto de
24
Integração do São Francisco estes reservatórios estariam aliviados do atendimento de
demandas dos trechos do rio Piranhas, situados a jusante destes reservatórios;
e) o abastecimento seguro para 127 municípios (2,5 milhões de pessoas em 2025),
através do aumento da garantia da oferta de água dos açudes Epitácio Pessoa, Acauã e
Engenheiro Ávidos, e da perenização de todos os trechos dos rios Paraíba e Piranhas, em
associação com uma rede de adutoras que vem sendo implantada alguns anos (mais de 600
km implantados).
A Figura 2.3 mostra a localização do Projeto de Integração do Rio São Francisco com
os seus respectivos eixos e trechos.
Fonte: RIMA (2004).
Figura 2.3 – Localização do Projeto de Integração do Rio São Francisco.
O Rio São Francisco deve ser visto não como um problema, mas como uma
extraordinária dádiva de Deus, com grandes potencialidades e que precisa ser bem utilizado
em benefício de todos os brasileiros (Suplicy, 2007).
25
2.3.3
S
INERGIA
H
ÍDRICA
P
ROPORCIONADA PELA
T
RANSPOSIÇÃO DO
R
IO
S
ÃO
F
RANCISCO
Devido às incertezas hidrológicas sobre futuros anos secos, normais e úmidos, os
açudes do Nordeste Setentrional acumulam o máximo de água em seu período de chuvas,
quando não acontece uma seca prolongada, sendo esse o único meio de garantir o suprimento
de água para diversos usos na região. Por outro lado, quando ocorre excesso de chuva, ou
ainda quando elas ocorrem em anos consecutivos, estando os reservatórios em suas
capacidades máximas, a água é usada com muita parcimônia devido ao medo da seca e,
portanto, existe a tendência de reduzir o seu uso e manter a água nos reservatórios o maior
tempo possível, por isso aumentam-se as perdas evaporativas e por vertimento.
A interligação de bacias do semi-árido do Nordeste setentrional com o Rio São
Francisco abre possibilidades de otimização do uso das águas locais armazenadas nos grandes
reservatórios receptores construídos. A operação do projeto de transposição, segundo
determinados critérios, pode minimizar efeitos climáticos como incertezas de ocorrência de
secas, elevadas taxas de evaporação e alta variabilidade hidrológica (Sarmento, 2005).
De acordo com Molinas & Sarmento (1999), a operação de reservatórios pertencentes a
uma mesma bacia hidrográfica, ou vinculados mediante obras de adução, apresenta ganhos
adicionais quando os reservatórios são operados de forma conjunta. Nesse contexto, vai
permitir que a quantidade de água dos açudes antes perdida por evaporação e sangramento
seja muito menor, resultando num ganho de água na região, sendo esse ganho denominado de
sinergia hídrica. Supõe-se que, com a disponibilidade de água da transposição, é possível
operar de maneira menos conservadora o açude, utilizando-se os volumes armazenados sem a
preocupação de seu esvaziamento e possível colapso para o abastecimento humano (Righetto,
2000).
O projeto de Integração de Águas do rio São Francisco para o Nordeste Setentrional tem
como objetivo prioritário viabilizar o aproveitamento ótimo das disponibilidades dricas das
bacias receptoras, que, quando interligada com uma fonte perene, reduz a variabilidade das
afluências aos reservatórios e, conseqüentemente, a ocorrência de ganhos sinergéticos de
operação (Molina & Sarmento, 1999).
O ganho sinérgico significa um recurso hídrico das próprias bacias beneficiadas que se
disponibiliza em razão da garantia que o sistema de transposição oferece à gestão dos
26
reservatórios receptores. Não se trata, portanto, de água transposta do Rio São Francisco, mas
uma redução das perdas d’água das próprias bacias receptoras (MI, 2000).
O Relatório Síntese de Viabilidade técnico-econômica e Ambiental MI (2000), trata
de três níveis distintos em que a sinergia proporcionada pelos recursos hídricos locais das
bacias beneficiárias se manifesta:
a) A primeira sinergia é alcançada através do ganho de água oriunda das próprias
bacias receptoras, que deixa de ser evaporada ou sangrada nos grandes açudes,
podendo ser operados sem o receio de que falte água no futuro;
b) A segunda sinergia hídrica é alcançada através da melhoria de qualidade da água
dos açudes, renovando-as com maior freqüência e reduzindo assim a salinidade;
c) A terceira sinergia traduz-se por ser um indutor da outorga e cobrança pela água
bruta nas bacias beneficiárias, pois na medida em que parcela dessa água terá que
ser paga pelos beneficiários, para garantir a sustentabilidade operacional do Projeto,
os usuários tendem a reduzir os desperdícios e utilizar melhores tecnologias.
A sinergia hídrica considerada nessa pesquisa é conceituada como a parcela de
acréscimo do volume alocado para as demandas ou na disponibilidade hídrica do sistema
que ultrapassa o acréscimo do aporte de águas decorrente do volume transposto do Rio São
Francisco. Essa parcela é proveniente do melhor aproveitamento das águas que fluem
naturalmente aos reservatórios que eram, antes do aporte de uma vazão exógena, não alocados
e eram transformados em vertimentos e evaporações.
Diante do polêmico Projeto de Transposição do rio São Francisco, muitos estudos foram
realizados e alguns autores avaliaram os benefícios oriundo da transposição para as bacias
receptoras, dentre os quais podemos citar alguns estudos:
Molinas, et al. (1995), afirmaram que o Projeto de Transposição possui dois grandes
objetivos: aumentar a oferta hídrica e incrementar significativamente a garantia do suprimento
de água. A partir dos índices de análises RBCH (índice que traduz benefício sob a ótica
hidrológica) e RG (índice que exprime ganho real em vazão regularizada), identificaram as
tendências do sistema de reservatórios sob a influência de uma vazão transposta, e os
resultados apontaram para um ganho extraordinário em termos de incremento da vazão
regularizada, devido ao efeito sinérgico do uso racional do reservatório como elemento
compensador. Concluíram que o projeto de Transposição, sob os índices analisados, foi
27
eficiente e comentam sobre a importância de pesquisar novas regras de operação a fim de
levar a economias ainda maiores na vazão transposta como no gasto de energia.
Molinas e Sarmento (1999), nesse estudo, argumentaram que a operação de
reservatórios sujeitos a adução de vazões transpostas apresentaram comportamento
diferenciados, pois podem ser melhor operados com ganhos consideráveis nas vazões
regularizadas. Trataram dos objetivos desejados no aproveitamento dos recursos hídricos das
bacias receptoras de águas da transposição do rio São Francisco, que são de maximizar a
oferta hídrica com o mínimo tempo de acionamento do sistema de bombeamento da
transposição e minimizar as perdas por evaporação ou vertimento nos reservatórios locais,
fazendo uso de vazões transportas complementares de modo a obter melhor rendimento.
Righetto et al. (2000) apresentaram estudo preliminar da simulação operacional do
reservatório Armando Ribeiro Gonçalves, RN, no sentido de verificar a magnitude da sinergia
hídrica deste reservatório, quando se dispõe de vazões firme advinda de fonte exógenas. Os
resultados preliminares mostraram que a sinergia hídrica para esse estudo obteve pequena
magnitude em torno de 3m³/s, considerando o ganho médio ao longo de todo o período de
simulação.
No estudo de Farias et al. (2005) foram analisados de que forma a adução de vazões
exógenas às bacias receptoras das águas transportas do rio São Francisco é capaz de prover
ganhos de sinergia hídrica aos sistemas integrados de reservatórios, proveniente do melhor
aproveitamento das afluências naturais ao sistema, sendo concretizado pela redução dos
volumes vertidos e evaporados dos reservatórios. Foram analisados o reservatório Castanhão
e 15 reservatórios integrantes do Eixo Sul da transposição do rio São Francisco. Concluíram
que a oferta, sempre que necessária, de uma água extra a tais bacias ou sistemas pode
melhorar o aproveitamento das afluências naturais, transformando substanciais volumes antes
vertidos e evaporados, em vazões regularizadas, e ainda frisam a importância da utilização de
um modelo de simulação eficaz computacionalmente, que trabalhe todo o sistema de forma
integrada.
Sarmento (2005b) argumenta que um dos pontos de discordância entre defensores e
opositores ao projeto de transposição do rio São Francisco é o custo da água para seu uso
econômico, em particular a irrigação. Nesse contexto o citado autor realizou simulações
conjuntas de operação de reservatório, levando em consideração a bacia do rio São Francisco
e as bacias receptoras do semi-árido setentrional, sendo as mesmas utilizadas para o cálculo
28
do custo da água para fins de irrigação e ressaltou as vantagens de utilizar a maximização da
sinergia hídrica como diretriz na operação do sistema. Portanto, com a possibilidade de
operação sinérgica com reservatórios receptores do semi-árido setentrional, os custos da água
para irrigação através dos Eixos Norte e Leste podem ser superiores em 30% a 50% à
irrigação no São Francisco, dependendo do eixo e do reservatório receptor. Concluiu ainda
que o custo unitário econômico da água transposta não inviabiliza seu uso na irrigação no
semi-árido setentrional.
2.4 - A
LGUMAS
E
XPERIÊNCIAS
D
E
T
RANSPOSIÇÃO NO
B
RASIL E NO
M
UNDO
Nesse item são abordadas algumas experiências de transposição no Brasil e ao redor do
mundo, dentre as quais podemos destacar:
2.4.1 – No Brasil
Piracicaba para a Grande São Paulo
O rio Piracicaba é um rio brasileiro do estado de São Paulo. É o maior afluente em
volume de água do rio Tietê. É também um dos mais importantes rios paulistas e
responsável pelo abastecimento da Região Metropolitana de Campinas e parte da Grande
São Paulo.
Por volta de 1960, o governo paulista decidiu reforçar o abastecimento de água da
Região Metropolitana de São Paulo e construiu diversas represas nas nascentes da bacia
hidrográfica do Piracicaba, formando assim o Sistema Cantareira, maior responsável pelo
abastecimento de água de São Paulo que capta e desvia águas dos formadores do rio
Piracicaba, reduzindo assim o nível de água do rio e de seus afluentes.
Por volta de 1980, a industrialização e metropolização de Campinas levam a uma
crescente contaminação das águas já escassas do Piracicaba e o rio chega ao século XXI como
um dos mais contaminados do país. Nos últimos anos, a criação de grupos de pressão, maior
fiscalização e negociações quanto a reversão das águas feita pelo Sistema Cantareira, além da
construção de Estações de Tratamento de Esgoto em algumas cidades evitaram que o quadro
se agravasse ainda mais, porém o Piracicaba continua registrando águas impróprias para
consumo humano e animal em grande parte do seu curso.
29
Paraíba do Sul para Rio de Janeiro
O Rio Guandu era um rio de pequeno porte alguns anos atrás. Mas se tornou um rio
bastante caudaloso, sendo primeiramente usado para a produção de energia elétrica e hoje é
voltado principalmente para o abastecimento de água da RMRJ. Sua água abastece cerca de
80% da população do Grande Rio.
Suas nascentes localizam-se na Serra do Mar, em diversos municípios. Alguns riachos
se unem na represa de Ribeirão das Lajes, um dos formadores do rio Guandu, que é
importante para a regulação da vazão e do nível da água do rio e tem papel importante na
economia local. Depois de passar pela represa, o Ribeirão das Lajes, recebe as águas do Rio
Paraíba do Sul através de transposição em Barra do Piraí pela estação elevatória de Santa
Cecília e, depois de receber as águas do Rio Santana, passa finalmente a denominar-se Rio
Guandu.
Atualmente, boa parte de sua água vem de outro importante manancial: o rio Paraíba do
Sul. Na usina hidrelétrica da Light, a jusante de Santa Cecília, é feita a transposição da água,
quando o Paraíba do Sul cede cerca de 60% de suas águas para o Guandu, através das
canalizações forçadas das usinas. Essa transposição encontra as águas do rio Ribeirão das
Lages e desce para formar o Guandu e abastecer o Rio de Janeiro.
Jaguaribe para Fortaleza
Com a necessidade de assegurar água para a Região Metropolitana de Fortaleza
(RMF), após a severa seca de 1991-1993, surgiu o Canal do Trabalhador, que liga o médio
Jaguaribe, no território do município de Itaiçaba, com o Açude Pacajus, no município do
mesmo nome, tendo uma extensão de 103 quilômetros.
Construído em tempo recorde, o Canal do Trabalhador foi uma obra emergencial de
transposição de águas do Rio Jaguaribe para o sistema hídrico Pacoti-Riachão-Gavião que
abastece a RMF.
Além da população da RMF que foi extremamente beneficiada com este Canal, as
populações de outros quatro municípios (Palhano, Itaiçaba, Beberibe e Aracati) também se
beneficiaram com tal obra, principalmente o município de Beberibe, onde o Canal permitiu a
irrigação de 1.066 hectares.
Finalmente, vale salientar que os Açudes Pacoti-Riachão-Gavião, as principais fontes de
suprimento de água da RMF, disponibilizava uma vazão mínima regularizada de 4,42m
3
/s
30
antes da construção do Canal do Trabalhador. Com a utilização do açude Pacajus e do Canal
do Trabalhador, a capacidade total instalada do Sistema passou a ser de 10,42m
3
/s.
O Estado do Ceará na busca do desenvolvimento socioeconômico auto-sustentável,
visou a instalação de outros empreendimentos de grande porte, onde nasceu a necessidade de
Construção do Complexo Industrial e Portuário do Pecem CIPP e para assegurar a oferta
adequada de água para esse complexo, em 1999, começaram os estudos para a construção do
Canal da Integração.
O Canal da Integração é o complexo de interligação hídrica ligando o Açude Castanhão,
no Município de Jaguaribara, região do Médio Jaguaribe, às bacias Hidrográficas da RMF.
Este canal constitui-se de um complexo de estação de bombeamento, canais, sifões, adutoras e
túneis com a extensão de 255km.
O Canal da Integração tem seu início imediatamente a jusante da barragem do Açude
Castanhão, derivando sua vazão diretamente da tubulação da tomada de água do respectivo
reservatório. A transposição é realizada até o Açude Pacoti, reservatório integrante do Sistema
de Abastecimento de Água da RMF e daí ao reservatório Gavião, onde terminará o sistema
adutor principal. Este percurso soma, aproximadamente, 200 km. O prolongamento do
sistema adutor para a zona oeste de Fortaleza, entre o Açude Gavião e o Município do Pecem,
cobre um trecho de 55 km.
2.4.2 – No Mundo
Mar de Aral, Ásia Central
Situado entre o Uzbequistão e o Cazaquistão, na Ásia Central, o Mar de Aral foi o
quarto maior mar interior da Terra, com 66 mil quilômetros quadrados. O desvio das águas
dos rios Amu Daria e Sir Daria para projetos de irrigação das plantações de algodão, a partir
de 1939 pelo governo da extinta União Soviética, consumiu 90% da água que chegava ao
Aral, reduzindo-o a um terço do tamanho original. O que era fundo do mar transformou-se em
deserto, com sérios impactos sobre a economia da região, especialmente a pesqueira. A
população ainda tem que conviver com doenças resultantes das toneladas de área, sal e
pesticidas espalhadas pelos ventos.
Tagus-Segura, Espanha
Concluída em 1978, a obra tem 286 km de extensão e vazão média transportada de 33
m³/s. Apresentada com um exemplo de transposição bem-sucedida para a irrigação e o
abastecimento urbano no EIA-RIMA elaborado pela Jaakko Poyry-Tahal, os críticos afirmam
31
que o projeto não conseguiu atingir o objetivo principal e induziu uma demanda ainda maior
de água, necessitando de novos projetos de transposição a serem construídos. Também
apresenta problemas de salinização do solo.
Rio Snowy, Austrália
Iniciado em 1949, o projeto conta com 16 barragens, sete estações hidrelétricas, 145 km
de túneis e 80 km de aquedutos. O custo inicial da obra, destinada à geração de energia e
irrigação, foi orçado em US$ 630 milhões. O projeto de transposição proporcionou um
incremento na oferta de empregos na região, estimulou o turismo. Em contrapartida, houve
conflitos entre as regiões doadora e receptora, e atualmente a transposição demanda novas
soluções para suprimento de água, como poços, reutilização e dessanilização.
Colorado-BigThompson, Estados Unidos
Construído em 1938, envolve o deslocamento das águas do Rio Colorado para o Rio
Big Thompson. São 29 cidades beneficiadas e 630 mil acres de terra irrigados. problemas
decorrentes de conflitos sobre o direito das águas entre os estados de fronteira, problemas
técnicos ambientais, como falha de uma das barragens. Risco à vida de certas espécies de aves
e peixes locais.
Capítulo III
A CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
33
C
APÍTULO
III
A
C
ARACTERIZAÇÃO DA
Á
REA DE
E
STUDO
3.1
C
ARACTERIZAÇÃO DA
B
ACIA
H
IDROGRÁFICA DO
R
IO
P
ARAÍBA
A bacia hidrográfica do Rio Paraíba tem uma área de 20.071,83 Km², que corresponde a
34% do território paraibano. As características físicas da bacia do Rio Paraíba marcam a
extensão da região que abrange: desde o litoral paraibano até o planalto da Borborema (região
semi-árida). Trata-se de uma bacia estadual (toda rede de drenagem inserida em território
paraibano). A Bacia integra as mesorregiões da Borborema, Agreste Paraibano e Litoral
Paraibano.
As nascentes do Rio Paraíba ficam na mesorregião da Borborema, microrregião do
Cariri Ocidental, no município de Sumé, no ponto de confluência dos rios do Meio e Sucurú.
A desembocadura no Oceano Atlântico situa-se na altura do município de Cabedelo, próximo
a João Pessoa.
A bacia hidrográfica do Rio Paraíba, com uma área de 20.071,83 km
2
, compreendida
entre as latitudes 6
o
51’31‘’ e 8°26’21’’ Sul e as longitudes 34
o
48’35’’ e 37
o
2’15’ Oeste de
Greenwich, é a segunda maior do Estado da Paraíba, pois abrange 38% do seu território,
abrigando 1.734,470 habitantes que correspondem a 52% da sua população total. Além da
grande densidade demográfica, nela estão incluídas as cidades de João Pessoa, capital do
estado, e Campina Grande, seu segundo maior centro urbano (PERH, 2004).
Por intermédio dos Governos Federal e Estadual, foram construídos na área da bacia
vários açudes públicos, que são utilizados no abastecimento das populações e rebanhos,
irrigação, pesca e em iniciativas de lazer e turismo regional. Também foram perfurados e
instalados poços públicos que abastecem as comunidades rurais, mas a má qualidade e baixa
quantidades das águas subterrâneas dos poços na região do cristalino restringem a sua
utilização. Diferentemente dos poços na região do cristalino, os poços na região sedimentar
localizados na cidade de João Pessoa são operados com boa qualidade.
Em razão da grande extensão geográfica e das diversidades de clima e das
características físicas, sua caracterização é feita através das sub-divisões: sub-bacia do rio
34
Taperoá e as regiões correspondentes ao Alto, Médio e Baixo Cursos do Rio Paraíba. Entre as
características físicas gerais da bacia, destacam-se (PDRHP/PB, 2001):
a) Regime pluviométrico mensal e anual irregular, com a concentração das
precipitações em poucos meses do ano (fevereiro a julho) e ainda com ocorrência de
anos muitos secos e outros muitos chuvosos. A precipitação média da região é em
torno de 350 a 1800mm, aumentando no sentido oeste para leste;
b) A bacia na sua parte Oeste é caracterizada, segundo a classificação de Köeppen,
como do tipo BSw’h’, isto é, semi-árido quente, com precipitações médias em torno
de 400mm. Na sua parte leste, o clima é do tipo Aw’, caracterizado como semi-
úmido, com temperaturas médias mínimas e máximas, respectivamente, variando
entre 18 a 22°C e 28 a 31°C;
c) Quanto à evaporação, os dados obtidos a partir de tanque classe A, variam entre
2.200 a 3.000 mm, aumentando no sentido oeste para leste;
d) A umidade relativa do ar compreende-se entre 60% a 75%, observando-se que os
valores máximos ocorrem, geralmente, no mês de junho, e os mínimos no mês de
dezembro;
e) A insolação nesta região apresenta variações nos valores médios mensais de janeiro
a julho, cuja duração efetiva do dia é de 7 a 8 horas diárias, e de agosto a dezembro,
da ordem de 8 a 9 horas diárias;
f) Cursos d’água intermitentes, com exceção da Região do Baixo Curso do Rio
Paraíba;
g) O relevo da região se caracteriza por se apresentar de ondulado, forte ondulado a
montanhoso;
h) Com relação à geologia, a região da bacia do Rio Paraíba apresenta uma
predominância do cristalino sobre os terrenos sedimentares, com ocorrência de
rochas vulcânicas e plutônicas de idades diversas, com exceção da Região do Baixo
Curso do rio Paraíba.
A seguir apresenta a Figura 3.1 onde mostra a localização da Bacia Hidrográfica do
Rio Paraíba, no estado da Paraíba.
35
Figura 3.1 – Localização da bacia hidrográfica do Rio Paraíba
3.1.1
-
S
UB
-
BACIA DO
R
IO
T
APER
A Sub-Bacia do rio Taperoá situa-se na parte central do Estado da Paraíba,
conformando-se sob as latitudes 51’47’’ e 7°34’33’’ Sul e entre as longitudes 36°0’10’’ e
37°14’0’’ a Oeste de Greenwich. Seu principal rio é o Taperoá, de regime intermitente, que
nasce na Serra do Teixeira e desemboca no rio Paraíba, no Açude de Boqueirão (reservatório
Presidente Epitácio Pessoa). Drena uma área aproximada de 5.661,45 km². Recebe
contribuições de cursos d’água como os rios São José dos Cordeiros, Floriano, Soledade e
Boa Vista e dos riachos Carneiro, Mucuim e da Serra.
A vegetação natural dominante na área da Sub-Bacia do rio Taperoá é de caatingas
hiperxerófila, hipoxerófila, floresta caducifólia e subcaducifólia. As áreas desmatadas e
utilizadas para a agricultura são, em geral, ocupadas pelas culturas de palma forrageira, agave,
algodão além de milho e feijão.
36
3.1.2
-
R
EGIÃO DO
A
LTO
C
URSO DO
R
IO
P
ARAÍBA
É uma região localizada na parte sudoeste do Planalto da Borborema, no Estado da
Paraíba, entre as latitudes 7
o
20’48’’ e 8
o
18’12’’ Sul e entre as longitudes 36
o
7’44’’ e
37
o
21’22’’ a Oeste de Greenwich. Drena uma área de aproximadamente 6.717,39 km² e
possui como principal rio o Paraíba, que nasce na confluência dos rios Sucurú e do Meio no
município de Sumé. Além dos rios do Meio e Sucurú, que são afluentes pela margem
esquerda, nessa região o rio Paraíba recebe as contribuições dos rios Monteiro e Umbuzeiro,
pela margem direita.
Os cinco principais açudes públicos da bacia do rio Paraíba são: Epitácio Pessoa com
capacidade de 411x10
6
m³, Sumé com capacidade de 44,86x10
6
m³, Cordeiro com capacidade
de 69,96x10
6
m³, Poções com capacidade de 29,86x10
6
m³ e Camalaú com capacidade de
46,43x10
6
m³. Destes, o maior é o açude Epitácio Pessoa (PDRHP-PB 2001).
A bacia do Alto Curso do rio Paraíba-PB possui clima semi-árido quente, com a estação
seca atingindo um período que compreende de 9 a 10 meses. O regime pluviométrico na bacia
apresenta precipitações anuais que variam entre 350 e 600 mm, podendo atingir em anos
muito chuvosos alturas maiores que 800mm. Os totais anuais se concentram em um período
de quatro meses, geralmente de Fevereiro a Maio.
As temperaturas mensais nimas variam de 18 a 22ºC, entre os meses de julho e
agosto, e máximas de 28 e 31ºC, entre os meses de novembro e dezembro. Os totais anuais da
evaporação, medidos em tanque Classe A, variam entre 2500 a 3000 mm. A umidade relativa
do ar mensal varia de 60 a 75%, observando-se que os valores máximos ocorrem, geralmente,
no mês de junho e os mínimos em dezembro. A insolação varia da seguinte forma: de janeiro
a julho a duração efetiva do dia é de 7 a 8 horas diárias, e de agosto a dezembro é de 8 a 9
horas diárias.
Os solos predominantes na bacia do Alto Curso do rio Paraíba - PB são do tipo Bruno
não-cálcico, que cobrem todo o cristalino existente na área da bacia. Este tipo de solo se
caracteriza por ser pouco espesso pedregoso e com permeabilidade moderada.
A vegetação predominante na região da bacia é a do tipo caatinga. As espécies
dominantes são: Caroá-Catingueira, Coroa de Frade, Faveleiro, Umburana, Umbuzeiro,
Juazeiro, Jurema, Macambira, Marmeleiro, Mimosa, Mofumbo, Oiticica, Pinhão Bravo,
Velame, e Xiquexique. Nas áreas desmatadas e utilizadas na agricultura predominam as
culturas de palma forrageira, agave, algodão além de milho e feijão.
37
Com relação ao relevo da região, encontra-se inserido na escarpa sudoeste do Planalto
da Borborema e apresenta-se com os níveis mais altos superiores a 600 metros em um relevo
ondulado, forte ondulado e em algumas áreas também montanhoso.
A geologia é constituída de compartimentos geológicos classificados como formações
oriundas do proterozóico e do arquezóico, notando-se quartzitos, gnaisses e migmatitos, além
de micaxistos e litologia associada ao complexo gnáissico. também ocorrência de rochas
vulcânicas e plutônicas de idades diversas (PDRHP-PB 2001).
3.1.3
-
R
EGIÃO DO
M
ÉDIO
C
URSO DO
R
IO
P
ARAÍBA
A região do Médio Curso do rio Paraíba situa-se ao sul do Planalto da Borborema no
Estado da Paraíba, entre as Latitudes 7º3’50” e 7º49’13” sul, e as Longitudes 35º30’15” e
36º16’38” a Oeste de Greenwich. Está limitada, ao sul, com o Estado de Pernambuco, a oeste,
com a bacia do Taperoá e com a região do Alto Curso do rio Paraíba, e a leste, com a Região
do Baixo Curso do rio Paraíba.
É drenada pelo Médio Curso do rio Paraíba. Drena uma área aproximada de 3.760,65
km². Recebe contribuições de cursos d’água como os rios Ingá, São Pedro e Catolé além do
riacho Bodocongó.
A vegetação natural dominante é do tipo caatingas hiperxerófila, hipoxerófila, floresta
caducifólia e subcaducifólia. As áreas desmatadas e utilizadas para a agricultura são em geral
ocupadas pelas culturas de palma forrageira, agave, algodão além de milho e feijão.
A climatologia da região possui uma variação de temperatura média mínima na bacia
em torno de 18 a 22ºC, sendo os valores mínimos ocorridos nas regiões mais altas do Planalto
da Borborema. Possui temperatura máxima variando entre 28 a 31ºC nos meses de novembro
e dezembro. De acordo com os dados de evaporação obtidos a partir do tanque classe A para
essa região, a evaporação anual oscila em torno de 1.600 e 3.000 mm. Com relação aos dados
pluviométricos demonstram que a região apresenta precipitação média anual variando entre
600 e 1.100 mm, com valores decrescentes de leste para oeste.
38
3.1.4
-
R
EGIÃO DO
B
AIXO
C
URSO DO
R
IO
P
ARAÍBA
A região situa-se na parte litorânea do estado da Paraíba, conforma-se sob as latitudes
6°55’13’’ e 7°30’20’Sul e entre as longitudes 34°47’37’’ e 35°55’23’’ Oeste de Greenwich.
É drenada pelo Baixo Curso do rio Paraíba que deságua no Oceano Atlântico na Cidade de
Cabedelo e tem como principal afluente o rio Paraibinha. Esta drena uma área de
3.925,41km².
A vegetação natural que dominava a área era constituída da Mata Atlântica e
ecossistemas associados, ou seja, manguezais, campos de várzeas e formações mistas dos
tabuleiros, cerrados e restingas. No entanto, ao longo do processo de colonização e ocupação
das terras, quase toda a vegetação natural foi sendo indiscriminadamente retirada e substituída
pelas culturas de cana-de-açúcar, abacaxi, mandioca, entre outras de caráter intensivo e
extensivo. Atualmente restam somente alguns pequenos trechos da mata atlântica e de seus
ecossistemas.
3.2
R
ESERVATÓRIOS SELECIONADOS PARA ESTUDO DA
S
INERGIA
H
ÍDRICA
Os reservatórios utilizados nessa pesquisa localizam-se no Alto e Médio Cursos do rio
Paraíba, uns dos receptores das águas do Projeto de integração do rio São Francisco através
do Eixo Leste, são eles: Porções, Camalaú, Boqueirão (Epitácio Pessoa) e Acauã. A Figura
3.2 mostra os reservatórios simulados.
Com o incremento das águas exógenas no Eixo Leste, que visa o aumento da garantia
da oferta de água para os vários municípios da bacia do rio Paraíba atendidos pelas adutoras
do Congo, Boqueirão e Acauã, houve a necessidade de simular regras operacionais integradas
dos sistemas de reservatórios. O objetivo foi avaliar o comportamento operacional do sistema
hídrico formado pelos reservatórios citados, analisando políticas operativas capazes de obter
melhores rendimentos para os usos da água sobre a ótica da sinergia hídrica, através da
redução dos percentuais de perdas por evaporação e vertimento nos reservatórios.
39
F
IGURA
3.2
Localização dos reservatórios estudados
3.2.1
A
ÇUDE DE
P
ORÇÕES
O açude de Porções, localizado a uma latitude 7º55’S e a uma longitude 37º12’W,
possui capacidade máxima de aproximadamente 30 milhões de metros cúbicos. Foi construído
com a finalidade de irrigação e abastecimento d´água da cidade de Monteiro, que possui uma
população de aproximadamente 29.980 habitantes.
3.2.2 A
ÇUDE DE
C
AMALAÚ
O açude de Camalaú localizado no município de Camalaú, que possui uma população
de aproximadamente 5.541 habitantes, apresenta uma capacidade máxima de 46 milhões de
metros cúbicos e foi construído com a finalidade de abastecimento d’água da cidade de
Camalaú. Entretanto hoje, além do abastecimento urbano, são desenvolvidas as atividades da
piscicultura extensiva e irrigação.
3.2.3 B
ARRAGEM
E
PITÁCIO
P
ESSOA
(B
OQUEIRÃO
)
A bacia hidrográfica do Açude Epitácio Pessoa encontra-se geograficamente localizada
no centro de uma região, cercada por uma cordilheira fragmentada, entre as coordenadas 07º
28’04” e 07º
33’ 32” de latitude sul, 36º
08’ 23” e 36º
16’ 51” de longitude oeste, a 420 m de
altitude. Trata-se de um reservatório de grande importância sócio-econômica na região
40
polarizada pela cidade de Campina Grande, no Estado da Paraíba, além de ser responsável
pelo abastecimento de outras comunidades localizadas no compartimento da Borborema.
A contribuição de afluências para Boqueirão advém, principalmente, da sub-bacia do
Rio Taperoá e da Região do Alto Curso do Rio Paraíba. Os cursos de águas naturais que
cortam a região em estudo e que beneficiam de alguma forma e a produção agropecuária da
região são os seguintes: Rio Paraíba, Riacho do Marinho Velho, Riacho da Perna, Riacho dos
Canudos, Riacho da Ramada, Riacho da Relva e Riacho do Feijão.
A capacidade de acumulação deste açude vem diminuindo ao longo do tempo devido ao
assoreamento de sua bacia hidráulica. A sua bacia de contribuição cobre uma área de 12.410
km
2
. Originalmente, o açude tinha usos previstos para: perenização do rio Paraíba, geração
de energia elétrica, abastecimento d'água, irrigação e piscicultura, além de favorecer
atividades de lazer e turismo. Os projetos de piscicultura e turismo aconteceram em pequena
escala, enquanto os demais não foram implantados. Atualmente, a principal destinação de
suas águas é para o abastecimento humano através dos seguintes sistemas adutores: Sistema
Campina Grande, Sistema Adutor do Cariri e Sistema Canudos (desativado atualmente).
O Sistema Adutor de Campina Grande engloba o abastecimento das seguintes
localidades: Campina Grande, Barra de Santana, Queimadas, Caturité, Pocinhos, Galante e
São José da Mata. Já o Sistema Canudos é composto por: Riacho de Santo Antônio e
Canudos. Por fim o Sistema Adutor do Cariri abrange os seguintes municípios: Boa Vista,
Soledade, Juazeirinho, Seridó, São Vicente do Seridó, Pedra Lavrada, Cubatí, Boqueirão,
Cabaceiras e Olivedos (AAGISA, 2004).
3.2.4 A
ÇUDE
A
RGEMIRO
F
IGUEIREDO
(A
CA
)
O açude Argemiro Figueiredo, conhecido popularmente por Acauã, localiza-se nas
coordenadas 7º27’7”S de latitude e 35º34’22”W de longitude, no município de Itatuba e
possui capacidade máxima de 253 milhões de metros cúbicos. Tem como finalidade de
construção o aproveitamento hidroagrícola e ao abastecimento de água potável aos
municípios da região da sua área de abrangência, principalmente a cidade de Campina
Grande, que, rotineiramente, vinha sofrendo com o racionamento de água para o consumo.
O reservatório de Acauã visa o abastecimento urbano de cidades localizadas na bacia do
Médio Curso do Rio Paraíba entre elas: Campina Grande, Itabaiana, Salgado de São Felix,
Natuba e Itatuba, dando suporte ao reservatório de Boqueirão, com a vazão regularizada por
Acauã, através de adutora (PERH, 2004).
41
Figura 3.3 - Layout do sistema estudado
3.3
C
ARACTERÍSTICAS
F
ÍSICO
-H
IDRÁULICAS DOS
R
ESERVATÓRIOS
3.3.1
P
RECIPITAÇÃO NOS
R
ESERVATÓRIOS
Os cálculos dos volumes precipitados sobre as bacias hidráulicas dos reservatórios
foram efetuados a partir dos dados de precipitação para os reservatórios de Porções, Camalaú,
Boqueirão e Acauã. Dados estes obtidos da Agência Executiva de Gestão das Águas do
Estado da Paraíba AESA. Foram utilizados as médias mensais dos postos pluviométricos
mais próximos possíveis dos reservatórios e são eles: Monteiro para o reservatório de
Porções, Camalaú para o reservatório de Camalaú, Boqueirão para o reservatório de
Boqueirão e Aroeiras para o reservatório de Acauã. Estes dados encontram-se na Tabela 3.1.
Tabela 3.1 – Precipitação média para os reservatórios (mm)
3.3.2
V
AZÕES
A
FLUENTES AOS
R
ESERVATÓRIOS
A contribuição de vazões para o açude Epitácio Pessoa (Boqueirão) advêm,
principalmente, das sub-bacias do Alto Curso do rio Paraíba e do rio Taperoá. Os dados
Precipitação
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Monteiro
32,8
70,2
127,6
96,1
55,1
31,5
18,2
7,9
3,7
8,6
11,8
15,5
Camalaú
50,5
83,8
144,0
138,7
65,7
36,5
34,1
17,0
10,1
6,5
14,3
23,4
Boqueirã
o
27,5
54,2
81,5
98,4
57,4
56,2
55,5
20,7
12,2
4,6
6,8
16,0
Aroeira
35,7
48,7
92,6
108,3
74,6
74,3
88,8
39,3
22,5
9,4
9,8
25,5
42
fluviométricos foram disponibilizados pela AESA. Foram utilizadas séries pseudo-históricas
de deflúvios afluentes aos reservatórios para um período de 56 anos, na escala mensal, obtidas
mediante a aplicação do modelo MODHAC Modelo Hidrológico Auto Calibrável. Estes
dados estão apresentados nos Anexos de 1 a 4.
3.3.3
E
VAPORAÇÃO DOS
R
ESERVATÓRIOS
Os dados de evaporação média mensal considerados para os reservatórios de Porções e
Camalaú foram obtidos do posto climatológico de Monteiro; para o reservatório de Acauã
foi considerada a evaporação do posto climatológico de Campina Grande. Esses dados
encontram-se dispostos na Tabela 3.2.
Tabela 3.2 – Evaporação média nas estações meteorológicas, em mm.
Para o reservatório de Boqueirão, os dados de evaporação foram obtidos do posto
Climatológico da Bacia Escola localizada em São João do Cariri-PB, no período de 1987-
2006 e corrigidos através do coeficiente mensal do tanque classe A para a região de
Boqueirão, segundo Oliveira et al.(2005). A Tabela 3.3 apresenta o coeficiente mensal do
tanque classe A para o período de abril de 2002 a março de 2003 e a evaporação média
mensal em Boqueirão.
Tabela 3.3 – Evaporação média mensal e coeficiente mensal do tanque classe A
Mês
Coeficiente
Tanque classe A
Evap. dia mensal
(mm) S. J. Cariri
Evaporação Potencial
(mm) Boqueirão
Jan
0,78
228,54
178,26
Fev
0,80
202,38
161,90
Mar
0,78
200,12
156,09
Abr
0,89
174,24
155,07
M
ai
0,93
153,57
142,82
Jun
0,92
119,40
109,85
Jul
0,87
128,84
112,09
Ag
o
0,82
159,60
130,87
Set
0,76
197,16
149
,85
Out
0,79
250,53
197,92
Nov
0,80
238,64
190,91
Dez
0,80
238,01
190,40
Anual
2291,03
1876,05
Mês
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Monteiro 233 178 156 116 115 127 156 206 239 263 266 273
Campina Grand
e
147
133
108
88
103
64,9
73
105
126
154
151
165
43
3.3.4 Demandas
3.3.4.1
A
BASTECIMENTO
H
UMANO
Os dados das demandas para abastecimento humano foram obtidos da Companhia de
Água e Esgoto da Paraíba (CAGEPA), através da Gerência da Divisão Controle Operacional,
Regional Borborema. Foram considerados para as demandas do açude de Boqueirão os
consumos mensais do ano de 2007, como apresentados na Tabela 3.4.
Para o açude de Porções, que atualmente não abastece nenhum município e apenas em
caso de necessidade auxilia no abastecimento da cidade de Monteiro, foi considerado uma
demanda de 10 l/s constante.
O reservatório de Camalaú abastece o município de Camalaú, que possui uma demanda
de 3,87 l/s atualmente. Devido à demanda ser muito pequena, para esse estudo foi
considerado 10 l/s para demanda atual, sendo esta demanda prevista para o horizonte de 2025
para este reservatório.
O reservatório de Acauã abastece a cidade de Itatuba desde o mês de julho de 2007, que
tem uma população de, aproximadamente, 9.841 habitantes. Tendo em vista o recente
abastecimento e a pequena demanda para abastecimento humano, não foi considerada
nenhuma demanda atual.
Tabela 3.4 – Demanda estimada/medida de água bruta (m³/s) do açude Boqueirão
Demandas
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
Sistema Adutor de
Campina Grande*
1,09 1,12
1,05 1,06 1,02 0,99
1,00
1,01
1,02 1,13
1,14 1,12
Sistema Adutor do
Cariri*
0,12 0,13
0,12 0,12 0,12 0,12
0,12 0,08
0,10 0,13
0,13 0,13
Anual
1,21
1,25
1,17
1,18
1,14
1,11
1,12
1,09
1,12
1,26
1,27
1,25
* Estão inclusos na demanda lavagem de filtro, retiradas pra caminhões pipas e as perdas na
distribuição.
3.3.4.2
I
RRIGAÇÃO
Nessa pesquisa foram considerados apenas os perímetros públicos irrigados nas
proximidades do sistema em estudo, aonde fosse possível disponibilizar água e levando,
também, em consideração a viabilidade dos projetos de irrigação. São eles os perímetros de
Porções com 356 ha, do Congo com 156 ha e de Vereda Grande com 289 ha, como ilustrado
na Figura 3.3. Com base no Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio
44
Paraíba (PDRH-PB, 2001), foi considerado para estimativa da demanda hídrica de irrigação
0,45 l/s.ha.
3.3.5
R
ELAÇÃO
C
OTA X
Á
REA X
V
OLUME DOS
R
ESERVATÓRIOS
Os valores da relação Cota x Área x Volume para os reservatórios de Porções, Camalaú
e Acauã foram disponibilizados pela Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da
Paraíba - AESA. A curva Cota x Área x Volume do reservatório Boqueirão foi obtida do
levantamento batimétrico na bacia hidráulica (SEMARH-2004a). As referidas curvas são
mostradas nos Anexos de 5 a 8.
3.3.6
V
OLUMES
M
ÁXIMOS E
M
ÍNIMOS DOS
R
ESERVATÓRIOS
Conforme o Cadastro dos Açudes disponibilizado pelo Laboratório de Meteorologia,
Recursos Hídricos e Sensoramento Remoto da Paraíba (LMRS-PB). Os valores máximos e
mínimos dos reservatórios são dispostos na Tabela 3.5.
Tabela 3.5 – Volumes máximos e mínimos dos reservatórios
* Valores medidos com relação ao nível do mar; Classificação por capacidade máxima (C) dos Açudes
segundo o Decreto Estadual 19.258/97 ; Micro: C < 0,5 hm³; Pequeno: 0,5 h< C < 7,5 hm³; Médio: 7,5
hm³ < C < 75,0 hm³; Grande: C > 75,0 hm³.
3.3.7 V
OLUMES
I
NICIAIS DOS
R
ESERVATÓRIOS
Os volumes iniciais dos reservatórios considerados foram referentes aos valores
médios do mês de dezembro de 2006, obtidos do monitoramento realizado pelo Órgão Gestor
dos recursos hídricos do Estado (AESA-2007). A Tabela 3.6 apresenta os volumes e os
respectivos percentuais relativos as capacidades máximas dos reservatórios considerados nas
simulações.
Reservatórios Volume
Máximo (m³)
Volume
Mínimo (m³)
Classificação
(C)
Valor da Cota do
Volume Mínimo* (m)
Porções
29.861.562 582.125 Médio 37
Camalaú 46.437.520 159.360 Médio 305
Boqueirão 411.686.287 28.238.900 Grande 350
Acauã 253.142.247 2.033.709 Grande 94
45
Tabela 3.6 – Volumes Iniciais e a porcentagem do volume total dos açudes
Açude Capacidade
Máxima (m³)
Volume inicial (m³)
(%) do Volume Total
Porções 29.861.562 14.645.681 49,0
Camalaú 46.437.520 21.317.728 45,9
Boqueirão
411.686.287 366.887.439 89,1
Acauã 253.000.000 226.237.423 89,4
Fonte: Agência Executiva de Gestão das águas do Estado da Paraíba – (AESA,2007)
3.3.8 P
ERDAS DE
C
ONDÃO
(
EVAPORAÇÃO E INFILTRAÇÃO
)
Para o cálculo das perdas por evaporação e infiltração foram adotadas os percentuais
obtidos através de estudos técnicos realizados pelo pesquisador da CAPES/PRODOC/UFCG,
Dr. Cícero Aurélio Granjeiro Lima, com o objetivo de avaliar as perdas em trânsito das
vazões entre os reservatórios Porções e Acauã, decorrentes do incremento da vazão exógenas
transpostas do Rio São Francisco para o sistema do rio Paraíba via Eixo Leste.
Os resultados dos estudos mostraram uma perda média de 14% da vazão fluente no rio
entre o reservatório Porções e Boqueirão (Alto Curso do Rio Paraíba) e de 22% para o trecho
entre o reservatório de Boqueirão e Acauã, referente a região do Médio Curso do Rio Paraíba.
Capítulo IV
O Sistema de Suporte a Decisão (SSD ACQUANET)
47
C
APÍTULO
IV
O
S
ISTEMA DE
S
UPORTE A
D
ECISÃO
(SSD
A
CQUANET
)
Dada a complexidade das simulações consideradas nessa pesquisa, na qual envolve um
sistema de quatro reservatórios interligados, com suas respectivas demandas tanto de
abastecimento como irrigação e ainda uma vazão exógena proveniente da Transposição do rio
São Francisco, a ser disponibilizada para o Eixo Leste do projeto, buscou-se um modelo de
simulação que permitisse estruturar diversas formas de interligações. Logo se adotou o
Acquanet, pois se trata de um modelo de rede de fluxo para simulação de bacias hidrográficas.
Com ele é possível montar redes com um grande número de reservatórios, demandas e trechos
de canais, representando o problema em estudo de forma bastante detalhada (USP, 2002).
4.1
G
ENERALIDADES
O SSD Acquanet é um modelo matemático, baseado na teoria de fluxos em rede, que
visa dar suporte à tomada de decisões no gerenciamento de recursos hídricos.
Esse modelo matemático foi aperfeiçoado no Laboratório de Sistemas de Suporte a
Decisões da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (LabSid / USP) através de
algumas mudanças feitas do modelo que o originou o ModSim - que foi desenvolvido no
Colorado State University, nos Estados Unidos, na década de 1980 (LABADIE, 1995). Houve
melhoramentos em sua interface gráfica e em seu sistema de gerenciamento de dados, que
passou a ser feita através da criação e utilização de banco de dados no formato Access e
aproveita a estrutura e a funcionalidade possibilitada pela utilização de arquivos neste
formato.
O SSD ACQUANET foi desenvolvido, portanto, para ser um sistema amigável, de fácil
comunicação usuário - computador, formulação do problema e interpretação dos resultados
por ele obtidos.
Umas das principais características do Acquanet é a incorporação automática de uma
série de funções pertinentes a simulação das bacias hidrográficas sem que o usuário tenha de
se preocupar em programá-las, dentre elas as mais importantes são:
a) Os usuários podem colocar quantos nós de demanda forem necessários para levar em
conta as demandas na bacia (consuntivas ou não). O modelo atenderá a estas demandas de
48
acordo com um valor de prioridade atribuída pelo usuário, que pode variar de 1 a 99
(sendo o valor 1 maior prioridade).
b) A operação do reservatório é feita utilizando o conceito de volume meta ou nível meta, ao
qual se atribui uma prioridade. Dessa forma, sempre que o volume armazenado for menor
que o volume-meta, o reservatório guardará água desde que as outras prioridades da rede
sejam menores.
c) As perdas por evaporação dos reservatórios são levadas em conta por meio de processo
iterativo.
4.2
E
TAPAS PARA
R
ESOLUÇÃO DE
P
ROBLEMAS PELO
A
CQUANET
4.2.1
D
ESENHO DA
R
EDE DE
F
LUXO
O passo inicial para resolver o problema através do AcquaNet consiste na elaboração da
rede de fluxo, ou seja, o desenho da topologia da bacia em estudo no modelo matemático.
Esse desenho pode ser feito de maneira simples, utilizando apenas o mouse e uma série de
ícones que representam os elementos de uma bacia hidrográfica, que são: reservatórios,
canais, nós de passagem, demandas hídricas, etc.
O módulo base do Acquanet é responsável pela criação/edição do traçado, leitura e
salvação dos projetos em estudo, definição do módulo atualmente ativo e também pela
integração e comunicação entre os diferentes módulos.
A Figura 4.1 ilustra a tela principal do módulo base do SSD AcquaNet, e a Figura 4.2,
os botões de construção e edição do traçado da rede, a ser feita na tela principal do módulo
base. Estas ferramentas permitem ao usuário montar redes com grande número de
reservatórios, demandas, nós de passagem e arcos, representando o problema em estudo e
estão localizados em seu canto superior esquerdo, conforme Figura 4.1. Os botões são
utilizados, observando-os da esquerda para a direita, para criar de passagem, criar
reservatório, criar demanda, criar arco, apagar elementos, mover elementos e
marcar/desmarcar elementos.
49
Figura 4.1 – Tela principal do módulo base e exemplo de traçado de uma rede
Figura 4.2 Botões para construção/edição do traçado
4.2.2
D
EFINIÇÕES
G
ERAIS
Ao iniciar uma simulação, deve-se fornecer ao modelo diversas informações que
servirão de base para a entrada de dados, o cálculo e a obtenção e a apresentação dos
resultados. No modelo existe uma tela de definições gerais, localizado também na tela
principal do módulo base, Figura 5.1, na qual são escolhidos o tipo de simulação, a opção de
cálculo e os valores relacionados com essas opções. A Figura 5.3 mostra a tela de definições
gerais.
A presente dissertação aplicou o modelo utilizando como tipo de simulação e opção de
cálculo, respectivamente, Simulação Contínua e Calibração.
50
Figura 4.3 – Tela de Definições Gerais
4.2.3
M
ÓDULO
S
ECUNDÁRIO NO
A
CQUANET
O Acquanet constitui-se de um módulo base e de 5 módulos secundários escolhidos em
função do objetivo do estudo. São eles: a) módulo de alocação de água, b) de avaliação da
qualidade de água, c) de alocação de água para irrigação, d) de produção de energia elétrica, e
e) de valores econômicos de decisões de alocação.
O módulo base é responsável pelo traçado, leitura, salvação dos projetos, comunicação
entre os diferentes módulos secundários e definição do módulo secundário ativo.
Os módulos secundários utilizam um algoritmo de rede de fluxo para a solução dos
problemas e funcionam de forma independente. O sistema dispõe de um banco de dados que
armazena os dados de entrada dos modelos, assim como os resultados gerados por eles. Esse
banco é parte fundamental em todo o processo de comunicação entre o módulo base e os
outros módulos.
Será detalhado o módulo de alocação de água, já que todas as simulações para resolução
do problema, objeto da dissertação, são realizadas utilizando apenas esse módulo secundário.
4.2.4
M
ÓDULO DE
A
LOCAÇÃO DE
Á
GUA
O módulo de alocação constitui um modelo de rede de fluxo de caráter geral e adaptável
a diversos tipos de problemas. Assim, a maior parte das configurações e estruturas
51
operacionais das bacias hidrográficas pode ser representada por meio da especificação de
dados de entrada apropriados.
O módulo de alocação fornece subsídios para gerar planos operacionais a fim de
satisfazer metas, prioridades e limitações específicas. Pode, também, ser utilizado para avaliar
compensações entre usos conflitantes durante períodos de disponibilidade deficiente de água.
Além de ser um instrumento de gerenciamento, o módulo de alocação pode ser utilizado no
planejamento e na análise do impacto de propostas alternativas para implantação de projetos
de aproveitamento de recursos hídricos.
4.2.4.1
T
IPOS DE
S
IMULAÇÃO
Assim como o modelo ModsimP32, o Acquanet pode efetuar os cálculos de maneira
seqüencial no tempo (Simulação contínua) ou estatisticamente (Planejamento Tático).
4.2.4.1.1
S
IMULAÇÃO
C
ONNUA
Na Simulação Contínua, o valor mais importante é o número total de anos de simulação
(chamado aqui de NT). O usuário deve fornecer séries de vazões afluentes mensais com
duração igual a NT. O modelo irá efetuar os cálculos continuamente, para todos os anos
existentes. Ao final do cálculo, os resultados serão fornecidos mensalmente para todos os
anos. A simulação é dita contínua porque o modelo executa os cálculos da seguinte maneira:
a) no primeiro ano, o modelo parte com os volumes iniciais dos reservatórios fornecidos pelo
usuário e efetua os cálculos até o final deste ano;
b) no segundo ano parte-se com volumes iniciais iguais aos volumes finais do ano anterior;
c) o procedimento é repetido até o ano NT;
d) os resultados da simulação são fornecidos de forma contínua, do primeiro ao último ano.
Quando as séries de vazões são relativamente longas, percebe-se que os volumes
iniciais dos reservatórios passam a ter pequena influência nos resultados. Assim, este tipo de
simulação é recomendado para se obter uma idéia inicial do comportamento do sistema em
estudo, das prioridades a serem adotadas, etc.. A Simulação contínua é a opção recomendada
quando se pretende ter uma idéia do comportamento do sistema ao longo do tempo.
5.2.4.1.2
P
LANEJAMENTO
T
ÁTICO
No Planejamento Tático o usuário deve fornecer, além do número total de anos de
simulação (NT), o número de anos do horizonte de simulação (NH). O horizonte de simulação
52
é o número de anos durante os quais se pretende estudar o comportamento do sistema em
análise. Neste tipo de simulação, o Acquanet efetua os cálculos da seguinte maneira:
a) partindo, no primeiro ano, com os volumes iniciais dos reservatórios fornecidos pelo
usuário, o modelo efetua os cálculos seqüencialmente para NH anos da série de vazões;
b) na segunda rodada o procedimento acima é repetido partindo-se novamente com os
volumes iniciais fornecidos pelo usuário. Os cálculos são efetuados para NH anos, mas
partindo do segundo ano da série de vazões;
c) o procedimento acima é repetido até que seja efetuado o cálculo partindo-se do ano NT
NH + 1 da série de vazões;
d) os resultados fornecidos são valores estatísticos para todos os meses do horizonte de
simulação.
Esta opção de cálculo é a mais recomendada quando o objetivo é fazer o planejamento
e/ou a operação de sistemas de reservatórios.
4.2.4.2
O
PÇÕES DE
C
ÁLCULO
As duas opções de cálculo existentes no Acquanet são: Estados Hidrológicos e
Calibração. As diferenças entre estas duas opções estão na entrada de dados e na maneira
como o modelo irá efetuar os cálculos. Na opção Estados Hidrológicos o modelo considera o
estado hidrológico (quantidade de água armazenada nos reservatórios) para determinar qual o
valor de demanda, de volume meta e as prioridades que serão utilizadas no cálculo de cada
um dos meses. No Acquanet o usuário pode utilizar até sete estados hidrológicos, fornecendo
valores diferentes das grandezas citadas para cada um dos estados. Quando a opção
selecionada for Calibração, o modelo efetua os cálculos com os valores fornecidos sem
considerar o estado atual do sistema.
4.2.4.3
O
S DADOS DE
E
NTRADA
/E
DIÇÃO REQUERIDO PELO MODELO
Para inserir os dados de entrada em qualquer elemento da rede, basta clicar com o botão
dois do mouse sobre ele. Irá surgir uma tela com todos os dados necessários ao elemento
escolhido.
A edição de dados se divide em: edição de dados do reservatório, do link e das
demandas. Na edição de dados do reservatório como mostra a Figura 5.4, o modelo necessita
das séries de vazões afluentes ao sistema, as características físicas do reservatório (volumes
53
inicial, máximo e mínimo, volume meta, curvas cota x área x volume prioridades) e taxas de
evaporação.
Os links são elos que ligam oferta hídrica à demanda drica, ou seja, são trechos de
rios, canais, dutos e etc.. Em sua entrada de dados, o modelo solicita a capacidade máxima de
água e características do link como: coeficiente de perdas, capacidade mínima e custos. Por
fim, tem-se a edição de dados das demandas, como: valores, prioridades de atendimento, e
nós de retorno, quando existente.
Figura 4.4 – Tela para entrada/edição de dados de um reservatório
4.2.4.4
A
E
FETUAÇÃO DO
C
ÁLCULO E
O
BTENÇÃO DOS
R
ESULTADOS
Para o módulo de alocação efetuar os cálculos, basta clicar no menu "Calcular". Ao
fazer isto, o módulo de alocação iniciará os cálculos, apresentando uma tela que indica o
andamento do processo. Ao final dos cálculos, o módulo de alocação está pronto para
apresentar os resultados. Para acessar os resultados, que vêm em forma de planilhas ou
gráficos, basta clicar no menu "Resultados".
54
4.2.4.5
R
ESULTADOS
Os resultados da Simulação Contínua são escolhidos através da tela mostrada na Figura 5.5,
na qual o usuário define os elementos e os resultados que deseja visualizar. Isto torna o processo
mais eficiente, que somente os resultados escolhidos pelo usuário serão lidos do banco de
dados. Os resultados são apresentados em forma de planilhas e ferramentas gráficas que permitem
editar diversas propriedades do gráfico e efetuar “zoom” em qualquer parte do gráfico. Os
resultados apresentados pelo Acquanet são:
- R
esultados para os reservatórios
Volume final: o volume armazenado nos reservatórios em função da garantia (em
porcentagem) fornecida pelo usuário;
Probabilidade do volume final: a probabilidade do volume armazenado nos reservatórios ser
maior ou igual a um valor de volume (em porcentagem) fornecido pelo usuário (simulação
contínua/planejamento tático).
- R
esultados para as demandas
Falhas no mês: a probabilidade de ocorrerem falhas ao longo dos meses do horizonte de
simulação (planejamento tático);
Falhas consecutivas (2 ou mais meses): a probabilidade de ocorrerem falhas durante 2 ou mais
meses consecutivos, ao longo dos meses do horizonte de simulação (planejamento tático);
Déficits: os déficits no atendimento das demandas em função da probabilidade de ocorrência
(em porcentagem) fornecida pelo usuário (simulação contínua ou planejamento tático);
Vazões fornecidas (valores mensais): as vazões fornecidas às demandas em função da
garantia (em porcentagem) fornecida pelo usuário (simulação contínua/planejamento tático);
Vazões fornecidas (valores médios anuais): as vazões médias anuais fornecidas às demandas
em função da garantia (em porcentagem) fornecida pelo usuário (simulação
continua/planejamento tático);
Valores obtidos: todos os valores obtidos durante a realização dos cálculos (simulação
contínua/planejamento tático).
55
- Resultados dos links
Vazões ótimas: as vazões ótimas nos links em função da garantia (em porcentagem) fornecida
pelo usuário (simulação contínua/planejamento tático);
Valores obtidos: durante a realização dos cálculos (simulação contínua/planejamento tático).
Figura 4.5 – Tela para escolha dos resultados da simulação contínua
Capítulo V
Metodologia da Pesquisa
57
C
APÍTULO
V
M
ETODOLOGIA DA
P
ESQUISA
Este capítulo visa esclarecer, através de dados do sistema em estudo (descrito no
Capítulo III), do entendimento do Projeto de Integração do rio São Francisco com a Bacia do
Rio Paraíba através do Eixo Leste, e da compreensão da modelagem matemática e dos
cenários de simulação (Capítulo V) para a determinação da Sinergia Hídrica, proveniente do
projeto de transposição, que busca o melhor aproveitamento das afluências naturais,
transformando substanciais volumes antes vertidos e evaporados em incrementos
significativos à garantia do suprimento de água e volumes alocados.
Com o intuito de analisar a Sinergia Hídrica, foram simulados cenários com demandas
hídricas de abastecimentos e irrigação atuais, diferentes políticas de operação, com e sem
transposição, e duas formas de transposição consideradas nessa pesquisa, tanto pelo leito do
rio quanto por adutora, sendo os mesmos detalhado nos próximos itens.
5.1
D
ESCRIÇÕES DOS
C
ENÁRIOS E AS
R
EGRAS DE
O
PERAÇÃO
A fim de se calcular a Sinergia Hídrica, fez-se necessário simular cada cenário de duas
formas: na primeira considera-se apenas as afluências naturais aos reservatórios; na segunda
incrementa-se a vazão aduzida mínima de 4.2 m
3
/s da transposição das águas do São
Francisco (vazão exógena).
Tabela 5.1 – Cenários de demandas hídricas
CENÁRIOS DE DEMANDAS HÍDRICAS
Cenário 1
Foram consideradas apenas as demandas de abastecimentos atuais,
e a transposição da vazão exógena através do leito natural do rio.
Cenário 2
Foram consideradas demandas de abastecimento e irrigação dos
perímetros considerados nessa pesquisa, e a transposição da vazão
através do leito natural do rio.
Cenário 3
Foram consideradas apenas as demandas de abastecimentos atuais,
e a transposição da vazão se fará por meio de adutora.
Cenário 4
Serão consideradas demandas de abastecimento e irrigação dos
perímetros considerados nessa pesquisa e a transposição da vazão se fará
por meio de adutora.
58
Com o intuito de verificar e analisar o comportamento do sistema, serão simulados os
quatros cenários acima especificados para cada uma das regras de operação, que serão
detalhadas a seguir: Regra de Operação com Controle Rígido (ROCR) e Regra de Operação
com Volume Mínimo (ROVM).
5.1.1
R
EGRA DE
O
PERÃO COM
C
ONTROLE
R
ÍGIDO
(ROCR)
A ROCR é aquela em os reservatórios podem liberar água para o rio, a jusante, por
vertimento. Esse cenário procura retratar as regras de operações atuais da maioria dos
reservatórios do Nordeste, que, devido ao temor de enfrentar situações de escassez hídrica
devido às incertezas hidrológicas, procura-se armazenar água para atendimentos às demandas.
5.1.2
R
EGRA DE
O
PERÃO COM
V
OLUME
M
ÍNIMO
(ROVM)
Essa regra de operação, que pode ser considerada arrojada para a região, permite manter
o volume do reservatório próximo do mínimo. Logo, as perdas por evaporação e vertimento
diminuem. Dependendo da magnitude da demanda, poderá haver falha no atendimento, mas
por outro lado, permite que eventuais excessos de vazão afluente na época chuvosa possam
ser armazenados em maior quantidade. Essa regra operativa, que permite fazer um maior uso
da água acumulada, mas que aumenta o risco de desabastecimento, só é possível de ser
implantada diante de uma garantia de vazão exógena, nesse caso pela transposição do São
Francisco.
5.2
D
ADOS DE
P
RIORIDADES DE
A
TENDIMENTO
R
EQUERIDOS PELO
M
ODELO
Foram adotadas as prioridades de atendimento às demandas e volume meta dos
reservatórios conforme a regra de operação a ser adotada. Sabendo-se que o menor número de
prioridade indica o uso hídrico que será primeiramente atendido, a hierarquia de atendimento
às demandas hídricas de cada cenário simulado encontra-se especificada na Tabela 4.2.
Observa-se pela seqüência de atendimento aos usos da água, mostrada na Tabela 4.2,
que, para os Cenários 2 e 4 sem transposição, a prioridade é o abastecimento humano, seguida
pelos volumes meta dos reservatórios, a irrigação, e por fim a vazão regularizável no
reservatório de Acauã. A ordem escolhida impõe o requerimento de atendimento às demandas
e aos volumes meta na ordem decrescente de prioridades no sentido a atender primeiramente
as demandas de montante. Essa hierarquia de prioridades retrata a situação atual, onde, após
atendimentos às demandas hídricas de abastecimento, armazena-se água nos reservatórios
59
para garantir as demandas prioritárias atuais e futuras. As incertezas sobre futuros anos secos,
normais e chuvosos determinam essa postura na gestão das águas dos reservatórios. Por fim,
ao atingir o volume meta os reservatórios poderão atender as demandas de irrigação.
As prioridades para os cenários com a garantia das águas da transposição, visa atender
prioritariamente o abastecimento, seguido da irrigação, a vazão regularizável no reservatório
de Acauã, e finalmente, os volumes meta dos reservatórios. Tendo em vista a garantia de um
aporte hídrico capaz de minimizar os efeitos decorrentes da incerteza das afluências naturais,
permite-se uma regra de operação mais flexível em relação a atender todas as demandas,
inclusive irrigação, e, por último, o armazenamento nos reservatórios. Tal regra visa reduzir
as perdas por evaporação e vertimento.
Tabela 5.2 – Prioridades de atendimento às demandas e volume meta dos reservatórios
PRIORIDADE DE ATENDIMENTO
Cenário 1 e 3
S/transposição
Cenário 1e 3
C/transposição
Cenário 2 e 4
S/transposição
Cenário 2 e 4
C/transposição
Demanda
Abastecimento
Porções
1 1 1 1
Demanda
Abastecimento
Camalaú
2 2 2 2
Demanda
Abastecimento
Boqueirão
3 3 3 3
Qmáx Acauã 50 4 50 7
Irrigação Porções - - 10 4
Irrigação Cordeiro - - 11 5
Irrigação Vereda
Grande
- - 12 6
VOLUME META
Açude Porções 10 10 4 10
Açude Camalaú 20 20 5 20
Açude Boqueirão 30 30 6 30
Açude Acauã 40 40 7 40
5.3
A
PLICAÇÃO DO
M
ODELO DE
S
IMULAÇÃO
Todos os dados de entrada foram colocados no modelo matemático Acquanet e, assim,
os oito cenários, com e sem transposição, foram simulados.
60
Procurou-se verificar o comportamento do sistema em cada cenário quanto as eventuais
falhas de atendimentos às demandas hídricas de abastecimento e irrigação durante o período
simulado. Havendo falhas, foram verificadas as quantidades e freqüência de ocorrência.
Para o reservatório de Acauã foram calculadas as vazões máximas regularizadas com
garantia de 100%, 95% e 90%. Foram quantificados, também, os volumes de água alocados
para as demandas com e sem transposição, os volumes totais transpostos, os déficits hídricos,
as evaporações em cada reservatório, os vertimentos no final do sistema e as perdas no leito
do rio, considerando a série de 56 anos para as simulações.
5.4
C
ÁLCULOS DA
S
INERGIA
H
ÍDRICA E
I
NDICADORES DE
D
ESEMPENHO DO
S
ISTEMA
De posse dos resultados das simulações, para cada cenário com e sem transposição, foi
possível calcular a sinergia hídrica para cada cenário e, também, os indicadores de
desempenho do sistema (Confiabilidade, Resiliência e Vulnerabilidade), como apresentados
no Item é 2.3.1 do Capítulo II, para todas as demandas hídricas.
A Sinergia hídrica é a parcela de acréscimo do volume alocado para as demandas ou
na disponibilidade hídrica do sistema que ultrapassa o acréscimo do aporte de águas
decorrente do volume transposto do rio São Francisco. Essa parcela é proveniente do melhor
aproveitamento das águas que fluem naturalmente aos reservatórios e que eram, antes do
aporte de uma vazão exógena, não alocadas e/ou transformadas em vertimentos e
evaporações.
Para a obtenção da sinergia utilizou-se a Equação 5.1:
SIN = V
AD CT
-
V
AD ST
-
V
TA
(5.1)
Onde
:
SIN – Sinergia Hídrica
V
AD CT
Volume total alocado para as demandas com determinada vazão da transposição
V
AD ST
Volume total alocado para as demandas sem transposição
V
TA
Volume total aduzido
O Fluxograma da metodologia desta pesquisa é apresentado na Figura 5.1
61
Figura 5.1 – Fluxograma da Metodologia Utilizada na Pesquisa
CENÁRIOS DEMANDAS
HÍDRICAS
RESERVATÓRIOS (CDHR)
Com Transposição de
água do São Francisco
Sem transposição de
água do São Francisco
SIMULAÇÃO
CALCULO DE INDICADORES
DESEMPENHO DOS
RESERVATÓRIOS
Confiabilidade
Resiliência
Vulnerabilidade
Demandas atuais de
abastecimento
Demandas atuais de
abastecimento e
irrigação
Transposição
pelo leito do rio
Transposição
por adutora
Diferentes Regras de
Operação dos
reservatórios
SINERGIA
Operação Controle
Rígido (ROCR)
Operação Volume
Mínimo (ROVM)
Volume total alocado
sem transposição
Volume total alocado
com transposição
Volume total
Transposto
Volume total
Evaporado, Vertido e
Perdas no leito do rio
Garantia de atendimento
às demandas
Vazão regularizada em Acauã
(100%, 95% e 90%) de garantia
Análises Realizadas
Déficit hídricos
Capítulo VI
Resultados e Discussões
63
C
APÍTULO
VI
R
ESULTADOS E
D
ISCUSSÕES
A aplicação do modelo de simulação na operação dos reservatórios sujeitos a
transposição gerou um grande volume de resultados numéricos, sob forma de planilhas.
Destes resultados, os mais significativos foram selecionados e apresentados sob a forma de
gráficos e tabelas.
6.1
R
ESULTADOS DA
S
IMULAÇÃO PARA CADA
R
EGRA DE
O
PERAÇÃO
6.1.1
R
EGRA DE
O
PERAÇÃO COM
C
ONTROLE
R
ÍGIDO
(ROCR)
6.1.1.1
C
ENÁRIO
1
Conforme o Capítulo IV, nesse cenário foi considerado as demandas de abastecimento
atual para os reservatórios e a transposição da vazão de 4,2 m
3
/s do rio São Francisco é
realizada pelo leito do rio.
S
EM
T
RANSPOSIÇÃO
A Tabela 6.1 apresenta os volumes totais alocados, para os 672 meses analisados, e as
vazões totais e a garantia de atendimento para as respectivas demandas para este cenário.
Tabela 6.1 – Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no
Cenário 1 sem transposição para ROCR
ALOCAÇÃO DE ÁGUA PARA AS DEMANDAS – CENÁRIO 1
Sem
Transposição
Volume Total
Alocado (hm³)
Demanda
Mensal (m³/s)
Garantia
Açude Porções 17,66 0,01 100%
Açude Camalaú 17,66 0,01 100%
Açude Boqueirão 2.084,58 * variável 100%
Açude Acauã
(Q
reg
)
0 0 100%
Total 2.119,90
(*) A demanda do Açude Boqueirão é variável e encontra-se descrita na Tabela 3.4
do Capítulo 3.
64
Para a ROCR que permite a passagem de água dos reservatórios para jusante do
sistema por vertimento, não falhas no atendimento às demandas de abastecimento, pois os
reservatórios se mantêm com volumes suficientes para atendimento às demandas.
Os trechos do rio foram nomeados da seguinte forma: o trecho 1 é o canal que liga o
reservatório de Porções ao de Camalaú; o trecho 2 liga o reservatório de Camalaú ao de
Boqueirão e o trecho 3 liga o reservatório de Boqueirão ao de Acauã.
A soma da evaporação total nos reservatórios durante o período simulado foi de
4.497,00 hm³ para o Cenário 1 sem transposição, enquanto que a perda total médias por
infiltração no rio foi de 2.997,68 hm³, bem inferior ao volume evaporado.
C
OM
T
RANSPOSIÇÃO
O valor considerado para a vazão transposta do São Francisco nas simulações foi de 4,2
m³/s, de forma contínua, com entrada no Açude de Porções. No total do tempo de simulação
essa vazão representa o montante de 7.417,27 hm³. Vale salientar que para esse cenário o
meio de transporte da água foi o leito do rio.
A Tabela 6.2 apresenta os volumes totais alocados e as vazões totais para as respectivas
demandas, com integração das águas do rio São Francisco, para os 672 meses analisados.
Figura 6.1
– Evaporação dos Reservatórios
no Cenário 1 sem transposição para ROCR
Figura 6.2
Perdas no leito do rio no Cenário
1 sem transposição para ROCR
65
Tabela 6.2 – Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias
no Cenário 1 com transposição para ROCR
ALOCAÇÃO DE ÁGUA PARA AS DEMANDAS – CENÁRIO 1
Com Transposição
Volume Total
alocado (hm³)
Demanda
Mensal
(m³/s)
Garantia
Açude Porções 17,66 0,01 100%
Açude Camalaú 17,66 0,01 100%
Açude Boqueirão 2.084,58 * variável 100%
Açude Acauã (Q
reg 1
) 5.015,49 2,84 100%
Açude Acauã (Q
reg 2
) 6.201,55 3,66 95%
Açude Acauã (Q
reg 3
) 6.769,71 4,17 90%
*Total 7.135,39 - -
**Total 8.321,45 - -
***Total 8.889,61 - -
(*) A demanda do Açude Boqueirão é variável e encontra-se descrita na Tabela
3.4 do Capítulo 3. *Total - considerando para o Aç.Acauã(Q
reg 1
); **Total -
considerando para o Aç.Acauã(Q
reg 2
); ***Total - considerando para o
Aç.Acauã(Q
reg 3
).
Observa-se na Tabela 6.2 que, à medida que a vazão regularizada em Acauã reduz a sua
garantia, ocorre um aumento no volume utilizado para o atendimento às demandas, reduzindo
assim a evaporação nos reservatórios, conforme mostra a Figura 6.3. As perdas nos trechos do
rio permaneceram constantes para as diferentes garantias de atendimento, nesse caso perdeu-
se mais água em trânsito no leito do rio do que por evaporação nos reservatórios.
Figura 6.3
– Volume evaporado no
Cenário 1 com transposição para ROCR,
em função da operação do reservatório
Acauã
Figura 6.4
– Perdas no leito do rio para as
vazões regularizadas em Acauã e respectivas
garantias, no Cenário 1 com transposição para
ROCR
66
O volume total evaporado nos reservatórios, durante todo o tempo de simulação, foi de
4.497 hm³ para a simulação sem transposição, inferior aos volumes evaporados nos
reservatórios com a transposição, conforme pode ser observado na Figura 6.3. Isso decorre de
um maior aporte de água devido à transposição, fazendo com que os reservatórios
permaneçam com grandes volumes e aumentando seus espelhos de água e, conseqüentemente,
o volume perdido por evaporação.
Pela Figura 6.5 observa-se que o volume vertido para a simulação sem transposição é
superior aos volumes vertidos para a simulação com transposição quando a regularização a
jusante do reservatório de Acauã for inferior a 100%. Esta diferença aumenta com a
diminuição da garantia de atendimento.
6.1.1.2
C
ENÁRIO
2
S
EM
T
RANSPOSIÇÃO
A Tabela 6.3 mostra os resultados da simulação dos reservatórios, das demandas de
abastecimento e irrigação, os volumes totais alocados e respectivas garantias, para o período
de simulação considerado.
As demandas de abastecimentos foram atendidas com 100% de garantia. Não foi
possível obter para este Cenário uma vazão regularizada no reservatório de Acauã com
confiabilidades de 90%, 95% e 100% .
Figura 6.5
– Volumes vertidos
no Cenário 1 sem e
com transposição para ROCR
67
Tabela 6.3 – Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no
Cenário 2 sem transposição para ROCR
ALOCAÇÃO DE ÁGUA PARA AS DEMANDAS – CENÁRIO 2
Sem Transposição
Volume Total
Alocado (hm³)
Demanda
Mensal (m³/s)
Garantia
Açude Porções 17,66 0,01 100%
Açude Camalaú 17,66 0,01 100%
Açude Boqueirão 2.084,58 * variável 100%
Açude Acauã (Q
reg
) 0 0 100%
Irrigação Porções 38,26 0,16 13,24%
Irrigação Cordeiro 36,69 0,07 28,86%
Irrigação Vereda Grande 31,59 0,13 13,54%
Total 2.226,44 - -
(*) A demanda do Açude Boqueirão é variável e encontra-se descrita na Tabela 3.4 do
Capítulo 3.
Ao se incrementar a demanda de irrigação para esse cenário sem transposição, com uma
prioridade inferior ao do abastecimento e do volume meta para os reservatórios, percebe-se
que a confiabilidade para essa demanda é bastante pequena. Logo, não haveria
disponibilidade hídrica com garantia suficiente para reativar as atividades agrícolas desses
perímetros considerando a área total dos projetos, uma vez que o nível de garantia adotado
usualmente em estudos hidrológicos para fins hidroagrícola no Brasil é de 90% (Farias, et al
2005).
De acordo com a Figura 6.6, observa-se que o reservatório de Boqueirão perdeu, por
evaporação, 2.523,83 hm³. Esse valor é superior a soma dos volumes evaporados dos demais
reservatórios do sistema, que juntos totalizaram 1.967,55 hm³.
O volume total das perdas em trânsito para o Cenário 2 sem transposição foi de
4.296,98 hm³, sendo maior no trecho 3, localizado entre o reservatório de Boqueirão e Acauã
onde as perdas de água no leito são de aproximadamente 22%.
Figura 6.6
– Evaporação nos reservatórios
no Cenário 2 sem transposição para ROCR
Figura 6.7
– Perdas no leito do rio no
Cenário 2 sem transposição para ROCR
68
C
OM
T
RANSPOSIÇÃO
A Tabela 6.4 mostra os resultados da simulação dos reservatórios, as demandas de
abastecimento e irrigação, os volumes totais alocados e respectivas garantias para o Cenário 2
com transposição pelo leito do rio.
Observa-se para o Cenário 2 sem transposição exposto na Tabela 6.3 que a
confiabilidade para as demandas de irrigação foram baixas. Já, para o Cenário 2 com
transposição, essas demandas obtiveram uma elevada confiabilidade para o perímetro de
Porções e Cordeiros e apenas o perímetro Vereda Grande permaneceu com baixa
confiabilidade. Isso ocorreu devido a demanda do perímetro Vereda Grande não ser
diretamente ligada a um reservatório e suas retiradas de água se dão diretamente no leito do
rio, dependendo das afluências naturais.
Percebe-se que, à medida que decresce a garantia e/ou que introduz uma nova demanda,
resulta no aumento do volume alocado. Como era de se esperar, o volume evaporado, para o
Cenário 2 com transposição para as vazões regularizadas em Acauã com as diferentes
garantias, decresce na medida em que se reduz o nível de garantia, como mostra a Figura 6.8,
pois um percentual do volume evaporado é utilizado para atendimento das demandas do
sistema.
Tabela 6.4 – Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no
Cenário 2 com transposição para ROCR
ALOCAÇÃO DE ÁGUA PARA AS DEMANDAS – CENÁRIO 2
Com Transposição
Volume Total
Alocado (hm³)
Demanda
Mensal (m³/s)
Garantia
Açude Porções 17,66 0,01 100%
Açude Camalaú 17,66 0,01 100%
Açude Boqueirão 2.084,58 * variável 100%
Açude Acauã (Q
reg 1
) 4.644,62 2,63 100%
Açude Acauã (Q
reg 2
) 5.888,88 3,48 95%
Açude Acauã (Q
reg 3
) 6.408,46 3,95 90%
Irrigação Porções 282,56 0,16 100%
Irrigação Cordeiro 123,57 0,07 99,70%
Irrigação Vereda
Grande
59,96 0,13 25,59%
*Total 7.230,61 - -
**Total 8.474,87 - -
***Total 8.994,45 - -
(*) A demanda do Açude Boqueirão é variável e encontra-se descrita na Tabela 3.4
do Capítulo 3. *Total - considerando para o Aç.Acauã(Q
reg 1
); **Total - considerando
para o Aç.Acauã (Q
reg2
); ***Total - considerando para o Aç.Acauã(Q
reg 3
).
69
As perdas por infiltração nos trechos do rio permaneceram constante para os diferentes
níveis de garantia da vazão regularizada para o reservatório de Acauã, pois a quantidade de
água que passa nos trechos do rio é proveniente dos vertimentos à montante aos reservatórios
e das vazões afluentes.
O volume total vertido para o Cenário 2 sem transposição foi bem superior aos volumes
vertidos para o mesmo cenário com transposição, isso porque, devido as regras operacionais
conservacionistas adotadas para o cenário sem transposição, por causa das incertezas
hidrológicas futuras, armazena-se água no reservatório para garantir o abastecimento humano,
embora se perca muita água por evaporação.
Figura 6.8
– Evaporação nos reservatórios
no Cenário 2 com transposição para ROCR
Figura 6.9
Perdas no leito do rio no Cenário
2 com transposição para ROCR
Figura 6.10
Volumes vertidos no Cenário 2 sem e
com transposição para ROCR
70
Na medida em que foi incrementada a demanda de irrigação, percebeu-se que o volume
vertido, mostrado na Figura 6.10, para o Cenário 2 sem e com transposição foi inferior ao
volume vertido para o Cenário 1 com e sem transposição, mostrado na Figura 6.5, essa
redução ocorreu devido ao aumento do volume alocado para a demanda de irrigação no
sistema, permitindo o uso de uma parcela de água evaporada no Cenário 1.
6.1.1.3
C
ENÁRIO
3
S
EM
T
RANSPOSIÇÃO
Considerou-se, para este cenário, apenas a demanda de abastecimento. A forma de
vazão a ser transposta pelo projeto de integração foi considerada via adutora interligada
diretamente as ETA’S dos sistemas de abastecimento do sistema estudado. Esse cenário visa
verificar se a forma de transposição via adutora produz um melhor aproveitamento dos
recursos hídricos, tendo em vista, a ausência da evaporação nas águas do São Francisco,
transformando esses substanciais volumes evaporados em volumes alocados.
Tabela 6.5 – Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no
Cenário 3 sem transposição para ROCR
ALOCAÇÃO DE ÁGUA PARA AS DEMANDAS – CENÁRIO 3
Sem
Transposição
Volume Total
Alocado (hm³)
Demanda
Mensal (m³/s)
Garantia
Açude Porções
17,66 0,01 100%
Açude Camalaú
17,66 0,01 100%
Açude Boqueirão
2.084,58 * variável 100%
Açude Acauã
(Q
reg
)
0 0 100%
Total
2.119,90 - -
(*) A demanda do Açude Boqueirão é variável e encontra-se descrita na Tabela 3.4
do Capítulo 3.
As demandas de abastecimento foram atendidas com 100% de garantia. Para esse
cenário não foi possível regularizar vazão no reservatório de Acauã com garantias
significativas para os fins de abastecimento e/ou irrigação.
O volume total evaporado para o Cenário 3 sem transposição foi de 4.496,78 hm³, sendo
maior para o reservatório de Boqueirão, em seguida Acauã, Porções e por fim Camalaú.
71
C
OM
T
RANSPOSIÇÃO
A
Tabela 6.6 mostra os resultados da simulação para o Cenário 3 com transposição. Os
volumes alocados para as demandas de abastecimento foram atendidos com 100% de garantia
e a vazão regularizada no reservatório de Acauã com as diferentes garantias foram bem
superiores as dos Cenários 1 e 2.
Os volumes alocados para as demandas de abastecimento do Cenário 3 com
transposição foram bem superiores aos volumes alocados para o Cenário 1 com transposição,
tendo um aumento de 45%, 40% e 49% com relação ao do Cenário 1, para os diferentes níveis
de garantia de 100%, 95% e 90%, respectivamente. Isso foi possível devido à simulação
considerar a adutora como forma de transposição e, conseqüentemente, uma porcentagem dos
volumes que seriam evaporados foram transformados em volumes disponíveis para as
demandas.
O objetivo desse cenário foi reduzir o volume evaporado e perdas nos canais do rio, por
isso optou-se por uma adutora para transpor a água do São Francisco, a partir do reservatório
de Porções. Como era de se esperar, esse cenário com relação aos Cenários 1 e 2, obteve o
menor volume evaporado e vertido, com isso foi possível disponibilizar mais água para o
atendimento às demandas atuais e, também, futuras.
Figura 6.11
Evaporação nos Reservatórios
no Cenário 3 sem transposição para ROCR
Figura 6.12
– Perdas no leito do rio no
Cenário 3 sem transposição para ROCR
72
Tabela 6.6 – Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no
Cenário 3 com transposição para ROCR
ALOCAÇÃO DE ÁGUA PARA AS DEMANDAS – CENÁRIO 3
Com Transposição
Volume Total
alocado (hm³)
Demanda
Mensal
(m³/s)
Garantia
Açude Porções
17,66 0,01 100%
Açude Camalaú
17,66 0,01 100%
Açude Boqueirão
2.084,58 * variável 100%
Açude Acauã (Q
reg 1
)
8.232,17 5,06 100%
Açude Acauã (Q
reg 2
)
9.552,92 6,00 95%
Açude Acauã (Q
reg 3
)
11.119,89 6,57 90%
*Total
10.352,07 - -
**Total
11.672,82 - -
***Total
13.239,79 - -
(*) A demanda do Açude Boqueirão é variável e encontra-se descrita na Tabela
3.4 do Capítulo 3.*Total - considerando para o Aç.Acauã(Q
reg 1
);**Total -
considerando para o Aç.Acauã (Q
reg 2
);***Total - considerando para o
Aç.Acauã(Q
reg 3
).
Percebe-se que na medida em que a água é utilizada as perdas por evaporação tendem a
reduzir. Já as perdas nos trechos do rio, de acordo com a Figura 6.13, não sofreram redução
para as diferentes garantias de atendimentos tendo, no total, 3.372,36 hm³ de perdas.
Figura 6.13
Evaporação nos Reservatórios
no Cenário 3 com transposição para ROCR
Figura 6.14
– Perdas no leito do rio no
Cenário 3 com transposição para ROCR
73
Na Figura 6.14 estão dispostas as perdas totais por vertimento para o Cenário 3 sem e
com transposição, que, por sua vez, foram maiores do que as perdas por vertimento do
Cenário 2, conforme a Figura 6.10. Isso ocorreu por que no Cenário 3 considerou-se apenas a
demanda de abastecimento, com isso um maior volume de água deixa de ser utilizado e passa
a evaporar e verte. no Cenário 2 maiores volumes foram disponibilizados com o
incremento da demanda de irrigação, alocando, assim, um maior volume de água.
Para a simulação sem transposição o volume vertido é bastante elevado, enquanto que
para a simulação com transposição, para as diferentes garantias da vazão regularizada em
Acauã, percebe-se que os volumes vertidos foram decrescentes.
6.1.1.4
C
ENÁRIO
4
S
EM
T
RANSPOSIÇÃO
A Tabela 6.7 apresenta os volumes totais alocados e as vazões totais para as respectivas
demandas, sem integração das águas do rio São Francisco, para os 672 meses analisados.
As perdas totais para o Cenário 4 sem transposição foi de 16.321,29 hm³, sendo de
4.491,37 hm³ para perdas por evaporação, 7.532,94 hm³ para perdas por vertimento e de
4.296,98 hm³ perdas em trânsito nos trechos do rio.
Tendo em vista a baixa confiabilidade de atendimento as demandas de irrigação para
esse cenário, não haveria disponibilidade hídrica para reativar as atividades agrícolas desses
perímetros considerando a área total do projetos.
Figura 6.15
– Volumes vertidos no Cenário 3 sem e
com transposição para ROCR
74
Tabela 6.7 – Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no
Cenário 4 sem transposição para ROCR
ALOCAÇÃO DE ÁGUA PARA AS DEMANDAS – CENÁRIO 4
Sem Transposição
Volume Total
Alocado (hm³)
Demanda
Mensal
(m³/s)
Garantia
Açude Porções 17,66 0,01 100%
Açude Camalaú 17,66 0,01 100%
Açude Boqueirão 2.084,58 * variável 100%
Açude Acauã (Q
reg
) 0 0 100%
Irrigação Porções 38,26 0,16 13,24%
Irrigação Cordeiro 36,69 0,07 28,86%
Irrigação Vereda
Grande
31,59 0,13 13,54%
Total 2.226,44 - -
(*) A demanda do Açude Boqueirão é variável e encontra-se descrita na Tabela 3.4
do Capítulo 3.
As perdas de Porções para Camalaú foram baixas, por que o volume em trânsito, ou
seja, as afluências e o vertimento de Porções é bastante pequeno, em consideração ao trecho 3
que liga Boqueirão a Acauã, que por sinal, foram bastante elevadas. Isso ocorre por que os
índices de perdas nos trechos 1 e 2 são de 14% nos canais do rio, no trecho 3 as perdas são
de 22%.
Figura 6.16
Evaporação nos Reservatórios
no Cenário 4 sem transposição para ROCR
Figura 6.17
Perdas no leito do rio no Cenário
4 sem transposição para ROCR
75
C
OM
T
RANSPOSIÇÃO
A
Tabela 6.8 mostra os resultados da simulação para o Cenário 4 com transposição.
Nesse cenário considerou-se como prioritária a demanda de abastecimento e após seu
atendimento o modelo aloca água para a demanda de irrigação.
Os atendimentos às demandas de abastecimento, como possuem máxima prioridade,
foram atendidos com 100% de garantia, em seguida a irrigação obteve um aumento de sua
garantia com relação ao Cenário 4 sem transposição, passando de 13,24% para irrigação de
Porções na simulação sem transposição para 99,40% com transposição, tendo um aumento de
garantia significativo. Para a irrigação de Cordeiro na simulação sem e com transposição
observou-se um aumento no percentual de 0,01 na garantia de atendimento. Para o perímetro
Vereda Grande houve um pequeno acréscimo na garantia de atendimento na ordem de 4,61%.
Como o perímetro de Porções está ligado diretamente ao reservatório de Porções, sua
garantia de atendimento foi bem superior aos perímetros de Cordeiro e Vereda Grande, cujas
captações são feitas diretamente no leito do rio, dificultando a alocação de água para essas
demandas, pois os mesmos dependem das afluências naturais no leito do rio e do vertimentos
dos reservatórios a montante.
Tabela 6.8 – Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no Cenário
4 com transposição para ROCR
ALOCAÇÃO DE ÁGUA PARA AS DEMANDAS – CENÁRIO 4
Com Transposição
Volume Total
Alocado (hm³)
Demanda
Mensal (m³/s)
Garantia
Açude Porções
17,66 0,01 100%
Açude Camalaú
17,66 0,01 100%
Açude Boqueirão
2.084,58 * variável 100%
Açude Acauã (Q
reg 1
)
8.777,10 4,97 100%
Açude Acauã (Q
reg 2
)
10.297,64 5,96 95%
Açude Acauã (Q
reg 3
)
10.936,19 6,47 90%
Irrigação Porções
281,31 0,16 99,40%
Irrigação Cordeiro
36,69 0,07 28,87%
Irrigação Vereda Grande
41,88 0,13 18,15%
*Total
11.256,88 - -
**Total
12.777,42 - -
***Total
13.415,97 - -
(*) A demanda do Açude Boqueirão é variável e encontra-se descrita na Tabela 3.4 do
Capítulo 3. *Total - considerando para o Aç.Acauã(Q
reg 1
); **Total - considerando para o
Aç.Acauã(Q
reg 2
); ***Total - considerando para o Aç.Acauã(Q
reg 3
).
76
O volume total evaporado no Cenário 4 com transposição para os diferentes níveis de
garantia estão dispostos na Figura 6.17 Observa-se que na medida em que decresce a
confiabilidade reduz o volume evaporado. O volume evaporado para o Cenário 2 com
transposição foi o que obteve a menor perda por evaporação para a regra de operação controle
rígido, isso foi possível devido a forma da transposição, que foi por adutora, e, também, por
possuir demandas hídricas para abastecimento e irrigação, sendo possível alocar mais água.
As perdas totais nos trechos do rio foram superiores em relação às perdas do Cenário 4
sem transposição. o volume vertido para o Cenário 4 sem transposição foi superior do que
para o Cenário 4 com transposição. Pode-se observar que foram os menores volumes vertidos
em todos os cenários anteriormente apresentados, isso tem ocorrido devido o Cenário 4
considerar como forma de transposição a adutora, reduzindo as perdas por evaporação,
vertimento e perdas em trânsito.
A soma dos volumes evaporados, vertidos e perdas em trânsito foi de 15.155,74 hm³
para a vazão regularizada em Acauã com garantia de 100%, de 13.878,38 hm³ para 95% e de
13.322,59 hm³ para 90%.
Figu
ra 6.18
– Evaporação nos Reservatórios
no Cenário 4 com transposição para ROCR
Figura 6.19
– Perdas no leito do rio no
Cenário 4 com transposição para ROCR
77
6.1.2
R
EGRA DE
O
PERAÇÃO COM
V
OLUME
M
ÍNIMO
(ROVM)
Essa regra de operação permite manter o volume do reservatório próximo do mínimo,
com o objetivo de reduzir as perdas por evaporação e vertimento e, ainda, permite que
eventuais excessos de vazão afluente no inverno possam ser armazenados em maiores
quantidades.
6.1.2.1
C
ENÁRIO
1
Conforme o Capítulo IV, nesse cenário foi considerado as demandas de abastecimento
atual para os reservatórios e para a vazão do rio São Francisco considerou-se a transposição
pelo leito do rio para os 672 meses analisados.
S
EM
T
RANSPOSIÇÃO
A Tabela 6.9 apresenta os volumes totais alocados e as vazões totais para as respectivas
demandas, sem transposição do rio São Francisco.
Observa-se que o volume total alocado no Cenário 1 sem transposição para as demandas
de abastecimento foi inferior ao volume alocado para o mesmo cenário sem transposição, com
a regra de operação controle rígido, conforme Tabela 6.1. Não foi possível obter uma vazão
regularizada no reservatório de Acauã com um nível de garantia adequado para fins de
abastecimento, logo se considerou igual a zero.
Figura 6.20
– Volumes vertidos no cenário 4 sem e
com transposição para ROCR
78
Tabela 6.9 – Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no
Cenário 1 sem transposição para ROVM
ALOCAÇÃO DE ÁGUA PARA AS DEMANDAS – CENÁRIO 1
Sem
Transposição
Volume Total
Alocado (hm³)
Demanda
Mensal (m³/s)
Garantia
Açude Porções
12,59 0,01 71,28%
Açude Camalaú
13,12 0,01 74,26%
Açude Boqueirão
1.041,23 * variável 43,60%
Açude Acauã
(Q
reg
)
0 0 100%
Total
1.066,94 - -
(*) A demanda do Açude Boqueirão é variável e encontra-se descrita na Tabela
3.4 do Capítulo 3.
O volume total evaporado foi de 848,11 hm³, Sem dúvida houve uma redução
considerável nas perdas por evaporação, isso foi possível devido à regra de operação adotada,
que permitem operar os reservatórios no volume mínimo, reduzindo, assim, a área do espelho
de água e, conseqüentemente, as perdas por evaporação. Já as perdas nos trechos do rio foram
superiores as perdas do Cenário 1 sem transposição para a ROCR, conforme mostra a Figura
6.21.
C
OM
T
RANSPOSIÇÃO
Na Tabela 6.10 estão dispostos os resultados da simulação para o Cenário 1 com transposição,
para os 672 meses analisados.
Figura 6.21
– Evaporação nos Reservatórios
no Cenário 1 sem transposição para ROVM
Figura 6.22
– Perdas no leito do rio no
Cenário 1 sem transposição para ROVM
79
Tabela 6.10 – Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no
Cenário 1 com transposição para ROVM
ALOCAÇÃO DE ÁGUA PARA AS DEMANDAS – CENÁRIO 1
Com Transposição
Volume Total
Alocado (hm³)
Demanda
Mensal (m³/s)
Garantia
Açude Porções
17,66 0,01 100%
Açude Camalaú
17,66 0,01 100%
Açude Boqueirão
2.084,58 * variável 100%
Açude Acauã (Q
reg 1
)
3.178,83 1,8 100%
Açude Acauã (Q
reg 2
)
3.856,73 2,22 95%
Açude Acauã (Q
reg 3
)
4.210,71 2,48 90%
*Total
5.298,73 - -
**Total
5.976,63 - -
***Total
6.330,61 - -
(*) A demanda do Açude Boqueirão é variável e encontra-se descrita na Tabela 3,4 do
Capítulo 3. *Total - considerando para o Aç.Acauã(Q
reg 1
); **Total - considerando para o
Aç.Acauã(Q
reg 2
); ***Total - considerando para o Aç.Acauã(Q
reg 3
).
Os volumes totais alocado para o Cenário 1 com transposição para os diferentes níveis
de garantia da vazão regularizada em Acauã foi inferior ao Cenário 1 com transposição e
ROCR são mostrado na Tabela 6.2.
Percebe-se, conforme a Tabela 6.10, que a garantia de atendimentos às demandas de
abastecimentos dos reservatórios obtiveram um aumento na confiabilidade com relação ao
Cenário 1 sem transposição para a mesma regra de operação, passando de 71,28% para 100%
no reservatório de Porções, de 74,26% para 100% em Camalaú e de 43,60% para 100% em
Boqueirão, garantindo assim o abastecimento humano.
Observa-se na Figura 6.3 que o volume de água evaporado foi maior para a simulação
do Cenário 1 com transposição, pois, com o aporte hídrico, mais água foi evaporada e as
demandas hídricas dos reservatórios foram atendidas com garantias de 100%. À medida que
se reduz a garantia de atendimento aumenta-se o volume utilizado e, conseqüentemente,
reduz-se o volume evaporado.
80
As perdas nos trechos do rio aumentam conforme reduz a garantia de atendimento como
mostra a Figura 6.23, isso ocorreu por que uma maior quantidade de água foi alocada para
atendimento às demandas, tendo que ser transportada pelo rio ocorrendo perdas no leito do
rio. Já as perdas por descarga de fundo ocorridas no reservatório de Acauã foi devido à
política de operação que considerou como volume operacional do reservatório o mínimo.
As perdas totais foram de 21.931,19 hm³ para vazão regularizada de 100% em Acauã ,
de 21.264,83 hm³ para 95% e de 20.923,13 hm³ para 90%. Percebe-se na Figura 6.25 que as
perdas por descarga de fundo foram as mais elevadas, devido a regra de operação que induz o
reservatório a operar no volume mínimo de sua capacidade, não permitindo por sua vez
acumulação de água no reservatório.
Figura 6.23
– Evaporação nos Reservatórios
no Cenário 1 com transposição para ROVM
Figura 6.24
– Perdas no leito do rio no
Cenário 1 com transposição para ROVM
Figura 6.25
– Perdas por descarga de fundo em
Acauã no Cenário 1 sem e com transposição para
ROVM
81
6.1.2.2
C
ENÁRIO
2
S
EM
T
RANSPOSIÇÃO
A Tabela 6.11 mostra os resultados da simulação para o Cenário 2 sem transposição, os
volumes alocados para as demandas hídricas, a vazão requerida em cada demanda e a garantia
de atendimento, para os 672 meses analisados.
Tabela 6.11 – Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias para o
Cenário 2 sem transposição para ROVM
ALOCAÇÃO DE ÁGUA PARA AS DEMANDAS – CENÁRIO 2
Sem Transposição
Volume Total
Alocado (hm³)
Demanda
Mensal
(m³/s)
Garantia
Açude Porções 12,59 0,01 71,28%
Açude Camalaú 13,12 0,01 74,26%
Açude Boqueirão 1.041,23 * variável 43,60%
Açude Acauã (Q
reg
) 0 0 100%
Irrigação Porções 54,24 0,16 18,15%
Irrigação Cordeiro 29,88 0,07 24,11%
Irrigação Vereda
Grande
57,10 0,13 24,70%
Total 1.208,16 - -
(*) A demanda do Açude Boqueirão é variável e encontra-se descrita na Tabela 3.4
do Capítulo 3.
De acordo com os resultados apresentados na Tabela 6.11, o volume total alocado para
o atendimento as demandas hídricas de abastecimento e irrigação foi superior ao volume
alocado para o Cenário 1 sem transposição e ROVM.
As garantias de atendimento para as demandas hídricas de abastecimento foram abaixo
do nível de garantia necessário para a finalidade de abastecimento humano. Já para as
demandas de irrigação os níveis de garantia foram bem inferior ao nível usualmente adotado
para fins irrigação.
82
C
OM
T
RANSPOSIÇÃO
O volume total evaporado para o Cenário 2 sem transposição foi de 847,90 hm³, sendo o
maior volume para o reservatório de Boqueirão, devido a sua maior capacidade de
acumulação (411,686 hm³). Já as perdas nos trechos do rio totalizaram 5.774,74 hm³, sendo o
trecho 3 onde ocorrem as maiores perdas, pois o coeficiente de perdas nesse trecho é de 22%.
E as perdas totais para esse cenário foi de 16.907,34 hm³.
C
OM
T
RANSPOSIÇÃO
A Tabela 6.12 mostra os resultados da simulação para o Cenário 2 com transposição. Os
requerimentos hídricos para abastecimento e irrigação foram completamente atendidos em
todos os meses da simulação, como mostra o nível da garantia de atendimento que foram
100% para as demandas hídricas.
Verifica-se que houve um aumento na confiabilidade de atendimento a demanda hídrica
de irrigação no Cenário 2 sem transposição e o Cenário 2 com transposição, que evoluíram de
18,15% para o perímetro de Porções, 24,11% para irrigação em Cordeiro e 24,70% para a
irrigação do perímetro Vereda Grande, para 100% de confiabilidade em todos os perímetros.
Figura 6.26
Evaporação nos Reservatórios
no Cenário 2 sem transposição para ROVM
Figura 6.27
– Perdas no leito do rio no
Cenário 2 sem transposição para ROVM
83
Tabela 6.12 – Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no
Cenário 2 com transposição para ROVM
ALOCAÇÃO DE ÁGUA PARA AS DEMANDAS – CENÁRIO 2
Com Transposição
Volume Total
Alocado (hm³)
Demanda
Mensal
(m³/s)
Garantia
Açude Porções 17,66 0,01 100%
Açude Camalaú 17,66 0,01 100%
Açude Boqueirão 2.084,58 * variável 100%
Açude Acauã (Q
reg 1
) 2.366,46 1,34 100%
Açude Acauã (Q
reg 2
) 3.013,40 1,74 95%
Açude Acauã (Q
reg 3
) 3.354,52 1,99 90%
Irrigação Porções 282,56 0,16 100%
Irrigação Cordeiro 123,62 0,07 100%
Irrigação Vereda
Grande
229,58 0,13 100%
*Total 5.122,12 - -
**Total 5.769,06 - -
***Total 6.110,18 - -
(*) A demanda do Açude Boqueirão é variável e encontra-se descrita na Tabela 3.4
do Capítulo 3. *Total - considerando para o Aç.Acauã(Q
reg 1
); **Total - considerando
para o Aç.Acauã (Q
reg 2
); ***Total - considerando para o Aç.Acauã(Q
reg 3
).
O volume total evaporado para esse cenário foi de 2.924,01 hm³. Verifica-se que à
medida que decresce o vel de garantia reduz-se o volume evaporado. Já a perda nos trechos
do rio cresce com o decréscimo do nível de garantia, isso era de se esperar, pois a forma de
transposição para esse cenário foi pelo leito do rio e as perdas em trânsito estão diretamente
ligadas ao volume alocado.
As perdas totais para o Cenário 2 com transposição foram de 20.482,39 hm³ para a
garantia de 100% da vazão regularizada, de 19.934,49 hm³ para 95% e de 19.650,16 hm³ para
90%. Foram bem superiores do que as perdas para o Cenário 2 sem transposição que
totalizaram 16.907,34 hm³,
84
As perdas por descarga de fundo no reservatório de Acauã para o Cenário 2 sem
transposição foi superior as perdas para o Cenário 2 com transposição, como mostra a Figura
6.29. Esses volumes perdidos foram altos devido à regra de operação adotada, que possibilita
o reservatório operar em seu volume mínimo e, com isso, observou-se que a evaporação foi
reduzida significativamente, mas, por outro lado, um grande volume de água foi perdido por
descarga de fundo.
Figura 6.28
Evaporação nos Reservatórios
no Cenário 2 com transposição para ROVM
Figura 6.29
– Perdas no leito do rio no
Cenário 2 com transposição para ROVM
Figura 6.30
– Perdas por descarga de fundo em
Acauã no Cenário 2 sem e com transposição para
ROVM
85
6.1.2.3
C
ENÁRIO
3
S
EM
T
RANSPOSIÇÃO
A Tabela 6.13 mostra os resultados da simulação para o Cenário 3 sem transposição. Os
requerimentos hídricos para abastecimento foram parcialmente atendidos em todos os meses
da simulação, como mostra os níveis de garantia de atendimento expostos. As baixas
confiabilidades de atendimento às demandas, ocorreram devido à regra de operação que
permite que o reservatório opere em seu volume mínimo, com isso, o número de meses em
que não há armazenamento e nem afluência suficiente para garantir o atendimento aumentou.
Tabela 6.13 – Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no
Cenário 3 sem transposição para ROVM
ALOCAÇÃO DE ÁGUA PARA AS DEMANDAS – CENÁRIO 3
Sem
Transposição
Volume Total
Alocado (hm³)
Demanda
Mensal (m³/s)
Garantia
Açude Porções
12,59 0,01 71,28%
Açude Camalaú
13,12 0,01 74,26%
Açude Boqueirão
1.041,23 * variável 43,60%
Açude Acauã
(Q
reg
)
0 0 100%
Total
1.066,94 - -
(*) A demanda do Açude Boqueirão é variável e encontra-se descrita na Tabela 3.4
do Capítulo 3.
Figura 6.31
– Evaporação nos Reservatórios
no Cenário 3 sem transposição para ROVM
Figura 6.32
– Perdas no leito do rio no
Cenário 3 sem transposição para ROVM
86
C
OM
T
RANSPOSIÇÃO
A Tabela 6.14 mostra os resultados da simulação para o Cenário 3 com transposição. Os
requerimentos hídricos para abastecimento foram totalmente atendidos em todos os meses da
simulação, como mostra o nível da garantia de atendimento na Tabela 6.14.
Tabela 6.14 – Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no
Cenário 3 com transposição para ROVM
ALOCAÇÃO DE ÁGUA PARA AS DEMANDAS – CENÁRIO 3
Com Transposição
Volume Total
Alocado (hm³)
Demanda
Mensal (m³/s)
Garantia
Açude Porções
17,66 0,01 100%
Açude Camalaú
17,66 0,01 100%
Açude Boqueirão
2.084,58 * variável 100%
Açude Acauã (Q
reg 1
)
6.498,94 3,68 100%
Açude Acauã (Q
reg 2
)
7.190,32 4,11 95%
Açude Acauã (Q
reg 3
)
7.481,54 4,33 90%
*Total
8.618,84 - -
**Total
9.310,22 - -
***Total
9.601,44 - -
(*) A demanda do Açude Boqueirão é variável e encontra-se descrita na Tabela 3.4 do
Capítulo 3. *Total - considerando para o Aç.Acauã(Q
reg 1
); **Total - considerando para o
Aç.Acauã(Q
reg 2
); ***Total - considerando para o Aç.Acauã(Q
reg 3
).
A vazão regularizada em Acauã para o Cenário 3 com transposição foram bem
superiores a vazão regularizada no Cenário 2 com transposição, conforme mostra a Tabela
6.12. Isso foi possível, pois os Cenários 2 e 3 diferem na sua forma de transposição, o Cenário
2 utiliza o leito do rio, enquanto o Cenário 3 faz uso de uma adutora e obtêm valores
superiores nas vazões regularizadas, proveniente da redução da evaporação e perdas em
trânsito.
87
Percebe-se que, na medida em que decresce a confiabilidade das vazões, reduz-se o
volume evaporado. Já as perdas nos trechos do rio para o Cenário 3 com transposição, de
acordo com a Figura 6.33, foram inferiores em relação ao Cenário 2 com transposição,
conforme mostra a Figura 6.28.
Com relação às perdas por descarga de fundo em Acauã, pode-se observar que foram
altas em relação ao Cenário 2 com transposição. Isso ocorreu pelo fato do Cenário 2
considerar as demandas de abastecimento e irrigação, logo um maior volume foi alocado para
essas demandas. Por outro lado, o Cenário 3 considera apenas a demanda de abastecimento e
um maior volume de água é liberado por descarga de fundo em Acauã.
Figura 6.33
– Evaporação nos Reservatórios
no Cenário 3 com transposição para ROVM
Figura 6.34
– Perdas no leito do rio no
Cenário 3 com transposição para ROVM
Figura 6.35
– Perdas por descarga de fundo em
Acauã no Cenário 3 sem e com transposição para
ROVM
88
6.1.2.4
C
ENÁRIO
4
S
EM
T
RANSPOSIÇÃO
A Tabela 6.15 mostra os resultados da simulação para o Cenário 4 sem transposição,
para os 672 meses analisados. Os requerimentos hídricos para abastecimento foram
parcialmente atendidos em todos os meses da simulação, como mostra o nível da garantia de
atendimento.
Os volumes totais alocados para as demandas de abastecimento e irrigação deste cenário
foram inferiores com relação aos volumes totais alocados para as demandas hídrica do
Cenário 4 sem transposição e ROCR.
Tabela 6.15 – Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no
Cenário 4 sem transposição para ROVM
ALOCAÇÃO DE ÁGUA PARA AS DEMANDAS – CENÁRIO 4
Sem Transposição
Volume Total
Alocado (hm³)
Demanda
Mensal (m³/s)
Garantia
Açude Porções 12,59 0,01 71,27%
Açude Camalaú 13,12 0,01 74,25%
Açude Boqueirão 1.041,23 * variável 43,60%
Açude Acauã (Q
reg
) 0 0 100%
Irrigação Porções 54,24 0,16 18,15%
Irrigação Cordeiro 29,88 0,07 24,11%
Irrigação Vereda
Grande
57,10 0,13 24,70%
Total 1.208,16 - -
(*) A demanda do Açude Boqueirão é variável e encontra-se descrita na Tabela
3.4 do Capítulo 3.
A perda total para o Cenário 4 sem transposição foi de 16.907,34 hm³, sendo de 848,09
hm³ para perdas por evaporação, 10.284,50 hm³ para perdas por descarga de fundo e e de
5.774,74 hm³ perdas em trânsito nos trechos do rio.
Tendo em vista a baixa confiabilidade de atendimento para as demandas de irrigação
para esse cenário, seria impossível permanecerem ativos os perímetros, pois não teriam água
suficiente para a irrigação da área total considerada.
89
C
OM
T
RANSPOSIÇÃO
A Tabela 6.16 mostra os resultados da simulação para o Cenário 4 sem transposição,
para os 672 meses analisados. Os requerimentos hídricos para abastecimento foram
totalmente atendidos em todos os meses da simulação, como mostra o nível da garantia de
atendimento na Tabela 6.16.
As retiradas para o abastecimento humano foram atendidas com uma garantia de
100%, o modelo alocou toda a água disponível para essa demanda, por ter maior prioridade
com relação a irrigação, que possui a segunda prioridade. As irrigações foram atendidas com
um nível de confiabilidade incompatível para essa finalidade, sendo a garantia de atendimento
mais baixa para a irrigação em Cordeiro e mais alta para o perímetro Vereda Grande.
As perdas totais para o Cenário 4 com transposição e diferentes níveis de garantia da
vazão regularizada em Acauã foram de 16.746,31 hm³ para 100%, de 16.201,19 para 95% e
de 15.991,15 hm³. Essas perdas foram superiores as perdas totais para o Cenário 4 com
transposição e ROCR.
As perdas pela descarga de fundo no reservatório de Acauã foram inferiores àquelas do
Cenário 3 com transposição, ambos possuem a mesma forma de transposição por adutora,
porém o Cenário 4 com transposição considera as demandas de abastecimento e irrigação,
com isso, um maior volume de água foi alocado reduzindo as perdas pela descarga de fundo
em Acauã.
Figura 6.36
Evaporação nos Reservatórios
no Cenário 4 sem transposição para ROVM
Figura 6.37
– Perdas no leito do rio no
Cenário 4 sem transposição para ROVM
90
Tabela 6.16 – Alocação de água para as demandas, vazões mensais e suas garantias no
Cenário 4 com transposição para ROVM
ALOCAÇÃO DE ÁGUA PARA AS DEMANDAS – CENÁRIO 4
Com Transposição
Volume Total
Alocada (hm³)
Demanda
Mensal (m³/s)
Garantia
Açude Porções
17,66 0,01 100%
Açude Camalaú
17,66 0,01 100%
Açude Boqueirão
2.084,58 * variável 100%
Açude Acauã (Q
reg 1
)
6.340,00 3,59 100%
Açude Acauã (Q
reg 2
)
6.996,33 4,00 95%
Açude Acauã (Q
reg 3
)
7.244.78 4,18 90%
Irrigação Porções
177,16 0,16 57,73%
Irrigação Cordeiro
74,00 0,07 56,99%
Irrigação Vereda Grande
175,57 0,13 74,25%
*Total
8.886,63 - -
**Total
9.542,96 - -
***Total
9.791,41 - -
(*) A demanda do Açude Boqueirão é variável e encontra-se descrita na Tabela 3,4 do
Capítulo 3. *Total - considerando para o Aç.Acauã(Q
reg 1
); **Total - considerando para
o Aç.Acauã(Q
reg 2
); ***Total - considerando para o Aç.Acauã(Q
reg 3
).
Figura 6.38
– Evaporação nos Reservatórios
no Cenário 4 com transposição para ROVM
Figura 6.39
– Perdas no leito do rio no
Cenário 4 com transposição para ROVM
91
6.2
R
ESULTADOS DA
S
INERGIA
H
ÍDRICA
P
ARA
C
ADA
R
EGRA
D
E
O
PERAÇÃO
6.2.1
R
EGRA DE
O
PERAÇÃO COM
C
ONTROLE
R
ÍGIDO
(ROCR)
A
Tabela 6.17 apresenta os seguintes resultados da simulação para o Cenário 1: o
volume total alocado sem e com transposição, o volume aduzido da transposição, o ganho
sinérgico, a vazão regularizada e a garantia de atendimento à demanda, para os 672 meses
analisados.
Para a obtenção da sinergia utilizou-se a equação 4.1:
SIN = V
AD CT
-
V
AD ST
-
V
TA
(4.1)
Onde
:
SIN – Sinergia Hídrica
V
AD CT
Volume total alocado para as demandas com determinada vazão da transposição
V
AD ST
Volume total alocado para as demandas sem transposição
V
TA
Volume total aduzido
Observa-se que para os Cenários 1 (demanda de abastecimento) e 2 (demandas de
abastecimento e irrigação), onde foi considerada que transposição seja feita pelo leito do rio,
houve ganho sinérgico negativo, ou seja, além das perdas naturais do sistema, parte da água
da transposição do São Francisco foi perdida, seja por evaporação, vertimento ou ainda
perdas em trânsito no leito do rio. O volume alocado no Cenário 2 foi maior devido a
Figura 6.40
– Perdas por descarga de fundo em
Acauã no Cenário 4 sem e com transposição para
ROVM
92
consideração das demandas de abastecimento e irrigação. Os resultados atestam, tendo em
vista dos ganhos sinérgico, que essa forma de transposição de água, onde as perdas foram
bastante elevadas, não seria a melhor forma.
Tabela 6.17 –Sinergia hídrica para os Cenários 1 e 2 para ROCR
SINERGIA HÍDRICA – CENÁRIO 1
Volume total
alocado com
transposição
do São
Francisco
Volume total
alocado sem
transposição
do São
Francisco
Volume
Total
transposto
(hm³)
Ganho
Sinérgico
(hm³)
Vazão
regularizada
em Acauã
(m³/s)
Garantia
da Q
reg
(%)
7.135,38 2.119,90 7.417,27 -2.401,78 2,84 100%
8.321,45 2.119,90 7.417,27 -1.215,72 3,66 95%
8.889,61 2.119,90 7.417,27 -647,56 4,17 90%
SINERGIA HÍDRICA – CENÁRIO 2
7.230,61 2.226,45 7.417,27 -2.413,11 2,63 100%
8.474,87 2.226,45 7.417,27 -1.168,85 3,48 95%
8.994,45 2.226,45 7.417,27 -649,27 3,95 90%
- Q
reg =
Vazão
regularizada em Acauã.
A Tabela 6.18 mostra os resultados da simulação para os Cenários 3 e 4 e ROCR para o
volume total alocado sem e com transposição, o volume aduzido da transposição, o ganho
sinérgico, a vazão regularizada e a garantia de atendimento à demanda, para os 672 meses
analisados.
Diferente dos resultados da Tabela 6.17 para os Cenários 1 e 2, os resultados para os
Cenários 3 e 4 mostram que nesses cenários ocorreram os maiores ganhos sinergéticos. Era de
se esperar, pois a forma de transposição utilizada para as águas do rio o Francisco foi por
adutora, reduzindo, assim, substanciais perdas de volumes de água antes evaporados, vertidos
ou em forma de perdas em trânsitos, sendo os volumes alocados para as demandas prioritárias
de abastecimento e em seguida irrigação.
Na medida em que se reduz a garantia da vazão regularizada em Acauã, aumenta-se
consideravelmente o ganho sinérgico, tendo em vista que um maior volume de água é
disponibilizado para atendimento às demandas.
As sinergias hídricas obtidas para o Cenário 3 para os diferentes níveis de garantia
foram crescentes, a medida em que decresciam as garantias de atendimento às demandas de
93
vazão regularizada em Acauã. para o Cenário 4, no qual se incrementou a demanda de
irrigação, foi onde obteve o maior ganho sinérgico dentre todos os cenários simulados nessa
pesquisa.
Tabela 6.18 – Resultado da Sinergia hídrica para os Cenários 3 e 4 para ROCR
SINERGIA HÍDRICA – CENÁRIO 3
Volume total
alocado com
adução de
vazão
exógena
Volume total
alocado sem
adução de
vazão
exógena
Volume
Total
transposto
(hm³)
Ganho
Sinérgico
(hm³)
Vazão
regularizada
em Acauã
(m³/s)
Garantia
da Q
reg
(%)
11.055,94 2.119,90 7.417,27 1.518,77 5,06 100%
12.496,94 2.119,90 7.417,27 2.959,77 6,00 95%
13.239,78 2.119,90 7.417,27 3.702,62 6,57 90%
SINERGIA HÍDRICA – CENÁRIO 4
11.256,88 2.226,45 7.417,27 1.613,16 4,97 100%
12.782,10 2.226,45 7.417,27 3.138,38 5,96 95%
13.428,67 2.226,45 7.417,27 3.784,95 6,47 90%
- Q
reg =
Vazão
regularizada em Acauã.
6.2.2
R
EGRA DE
O
PERAÇÃO COM
V
OLUME
M
ÍNIMO
(ROVM)
A Tabela 6.19 mostra os resultados da simulação para os Cenários 1 e 2 para o volume
total alocado sem e com transposição, o volume aduzido da transposição, o ganho sinérgico, a
vazão regularizada e a garantia de atendimento à demanda.
Os resultados da sinergia hídrica para esses cenários foram negativos, devido à regra de
operação para esses cenários, a qual permite que os reservatórios operem na capacidade
mínima, onde se reduziu consideravelmente as perdas por evaporação, em contra partida,
reduziu a confiabilidade de atendimento às demandas nas simulações realizadas sem
transposição. Outro fator que contribuiu para esses resultados, foi a forma de transposição das
águas do São Francisco que utilizou o leito do rio, comprovando que ocorre perdas
consideráveis para essa forma de transposição.
Na medida em que decresce a garantia de atendimento às vazões regularizadas em
Acauã, reduz-se as perdas das águas do São Francisco, como mostra a Tabela 6.19 e
conseqüentemente, aumenta as sinergias hídricas para os Cenário 1 e 2. A Tabela 6.20 mostra
os resultados da simulação para os Cenários 3 e 4.
94
Os resultados mostram que houve um ganho sinergético, inferior ao dos Cenários 1 e 2
para ROCR (Tabela 6.18). Isso ocorreu por que a regra de operação adotada para os Cenários
3 e 4 permite que os reservatórios operem no volume mínimo, capaz de reduzir as perdas por
evaporação e vertimento, mas, por outro lado, observou-se que os mesmos não possuem
capacidade de alocar um maior volume de água e, conseqüentemente, perde-se um
considerável volume de água pelo descarregador de fundos em Acauã.
Tabela 6.19 – Resultado da Sinergia hídrica para os Cenários 1 e 2 para ROVM
SINERGIA HÍDRICA – CENÁRIO 1
Volume total
alocado com
adução de
vazão
exógena
Volume total
alocado sem
adução de
vazão
exógena
Volume
Total
transposto
(hm³)
Ganho
Sinérgico
(hm³)
Vazão
regularizada
em Acauã
(m³/s)
Garantia
da Q
reg
(%)
5.298,73 1.066,94 7.417,27 -3.185,48 1,8 100%
5.976,63 1.066,94 7.417,27 -2.507,58 2,22 95%
6.330,60 1.066,94 7.417,27 -2.153,61 2,48 90%
SINERGIA HÍDRICA – CENÁRIO 2
5.122,12 1.208,16 7.417,27 -3.503,30 1,34 100%
5.769,06 1.208,16 7.417,27 -2.856,37 1,74 95%
6.110,18 1.208,16 7.417,27 -2.515,25 1,99 90%
- Q
reg =
Vazão
regularizada em Acauã.
Na medida em que se reduz a garantia da vazão regularizada em Acauã, aumenta-se o
ganho sinergético, tendo em vista, que um maior volume de água foi disponibilizado para
atendimentos as demandas, tendo um ganho sinérgico maior no Cenário 4 devido ao uso da
água na irrigação.
Tabela 6.20 – Resultado da Sinergia hídrica para os Cenários 3 e 4 para ROVM
SINERGIA HÍDRICA – CENÁRIO 3
Volume total
alocado com
adução de
vazão
exógena
Volume total
alocado sem
adução de
vazão
exógena
Volume
Total
transposto
(hm³)
Ganho
Sinérgico
(hm³)
Vazão
regularizada
em Acauã
(m³/s)
Garantia
da Q
reg
(%)
8.618,84 1.066,94 7.417,27 134,63 3,68 100%
9.310,22 1.066,94 7.417,27 826,01 4,11 95%
9.601,44 1.066,94 7.417,27 1.117,23 4,33 90%
SINERGIA HÍDRICA – CENÁRIO 4
8.886,00 1.208,16 7.417,27 260,57 3,59 100%
9.698,08 1.208,16 7.417,27 1.072,65 4,00 95%
9.790,78 1.208,16 7.417,27 1.165,35 4,18 90%
- Q
reg =
Vazão
regularizada em Acauã
95
6.3 INDICADORES DE DESEMPENHO DO SISTEMA
6.3.1
R
EGRA DE
O
PERAÇÃO COM
C
ONTROLE
R
ÍGIDO
(ROCR)
C
ENÁRIO
1
A Tabela 6.21, apresenta os indicadores de desempenho para o atendimento às
demandas dos reservatórios estudados, para a simulação do Cenário 1 sem e com transposição
para a ROCR..
Os reservatórios de Porções, Camalaú e Boqueirão tiveram um desempenho satisfatório
com relação à alocação de água para as demandas hídricas de abastecimento para o Cenário 1
sem e com transposição, obtendo uma confiabilidade de 100%, ou seja, não ocorreram falhas
no atendimento dessas demandas.
Ainda pode ser observado na Tabela 6.21 que apesar de existir uma boa confiabilidade
para as vazões regularizadas, os baixos indicadores de resiliência apresentados, que mostram
que os mesmos demoram muito para se recuperar quando entram em estado de falha, e os
altos indicadores de vulnerabilidade, indicando o percentual médio nas falhas ao requerimento
hídrico, limitam consideravelmente o uso do excedente hídrico.
Tabela 6.21 – Indicadores de desempenho das demandas no Cenário 1 sem e com
transposição para ROCR
INDICADORES DE DESEMPENHO PARA O CENÁRIO 1 SEM
TRANSPOSIÇÃO
Demandas hídricas
Confiabilidade
(%)
Resiliência
(%)
Vulnerabilidade
(%)
Sustentabilidade
(%)
Açude Porções
100 100 0 100
Açude Camalaú
100 100 0 100
Açude Boqueirão
100 100 0 100
INDICADORES DE DESEMPENHO PARA O CENÁRIO 1 COM
TRANSPOSIÇÃO
Demandas hídricas
Confiabilidade
(%)
Resiliência
(%)
Vulnerabilidade
(%)
Sustentabilidade
(%)
Açude Porções
100 100 0 100
Açude Camalaú
100 100 0 100
Açude Boqueirão
100 100 0 100
Açude Acauã (Q
reg 1
)
100 100 0 100
Açude Acauã (Q
reg 2
)
95 26,47 81,10 4,75
Açude Acauã (Q
reg 3
)
90 19,40 81,63 3,21
96
C
ENÁRIO
2
A Tabela 6.22 apresenta os indicadores de desempenho para o atendimento às demandas
dos reservatórios estudados, para o Cenário 2 sem e com transposição para a ROCR
A confiabilidade para as demandas de abastecimento nas simulações sem e com
transposição foram de 100%. Em contra partida as irrigações obtiveram, para a simulação sem
transposição, baixa confiabilidade, resiliência e sustentabilidade e alta vulnerabilidade
orientando a não praticar-se tal atividade.
Com as águas da transposição houve melhoras com relação ao atendimento as
demandas de irrigação e da vazão regularizada em Acauã, onde as mesmas alcançaram altos
índices de confiabilidade e resiliência e baixo índice de vulnerabilidade, com exceção para a
irrigação no perímetro Vereda Grande. Este perímetro não obteve grandes melhoras, ou seja,
a sua confiabilidade aumentou 12,06% e ainda permaneceu baixa, agravado pela baixa
resiliência e alta vulnerabilidade, que sugerem não praticar tal atividade.
Tabela 6.22 – Indicadores de desempenho das demandas no Cenário 2 sem e com
transposição para ROCR
INDICADORES DE DESEMPENHO PARA O CENÁRIO 2 SEM TRANSPOSIÇÃO
Demandas hídricas
Confiabilidade
(%)
Resiliência
(%)
Vulnerabilidade
(%)
Sustentabilidade
(%)
Açude Porções
100 100 0 100
Açude Camalaú
100 100 0 100
Açude Boqueirão
100 100 0 100
Irrigação Porções
13,24 5,32 99,89 0
Irrigação Cordeiro
28,87 10,25 98,95 0,03
Irrigação Vereda
Grande
13,54 4,65 99,79
0
INDICADORES DE DESEMPENHO PARA O CENÁRIO 2 COM TRANSPOSIÇÃO
Demandas hídricas
Confiabilidade
(%)
Resiliência
(%)
Vulnerabilidade
(%)
Sustentabilidade
(%)
Açude Porções
100 100 0 100
Açude Camalaú
100 100 0 100
Açude Boqueirão
100 100 0 100
Açude Acauã (Q
reg 1
)
100 100 0 100
Açude Acauã (Q
reg 2
)
95 22,86 80,91 4,15
Açude Acauã (Q
reg 3
)
90 17,91 82,18 2,87
Irrigação Porções
100 100 0 100
Irrigação Cordeiro
99,70 50 14,29 42,73
Irrigação Vereda
Grande
25,60 8,40 99,43 0,01
97
C
ENÁRIO
3
A Tabela 6.23 apresenta os indicadores de desempenho para o atendimento às demandas
dos reservatórios estudados, para o Cenário 3 sem e com transposição para a Regra de
Operação Controle Rígido.
De acordo com os resultados às demandas para o abastecimento humano foram
completamente atendidas (100% de confiabilidade), ou seja, não houveram falhas. Já a vazão
regularizada em Acauã no Cenário 2 com transposição Q
reg2
com 95% de garantia, fica em
média 11,33 meses no estado de falha, enquanto a Q
reg3
com 90% fica em média, 6,6 meses
no estado de falha, ambas com vulnerabilidade superior a 40%, indicando restrições quanto ao
uso do excedente hídrico.
Tabela 6.23 – Indicadores de desempenho das demandas no Cenário 3 sem e com
transposição para ROCR
INDICADORES DE DESEMPENHO PARA O CENÁRIO 3 SEM
TRANSPOSIÇÃO
Demandas
hídricas
Confiabilidade
(%)
Resiliência
(%)
Vulnerabilidade
(%)
Sustentabilidade
(%)
Açude Porções
100 100 0 100
Açude Camalaú
100 100 0 100
Açude
Boqueirão
100 100 0 100
INDICADORES DE DESEMPENHO PARA O CENÁRIO 3 COM
TRANSPOSIÇÃO
Demandas
hídricas
Confiabilidade
(%)
Resiliência
(%)
Vulnerabilidade
(%)
Sustentabilidade
(%)
Açude Porções
100 100 0 100
Açude Camalaú
100 100 0 100
Açude
Boqueirão
100 100 0 100
Açude Acauã
(Q
reg 1
)
100 100 0 100
Açude Acauã
(Q
reg 2
)
95 8,82 40,94 4,95
Açude Acauã
(Q
reg 3
)
90 15,15 42,70 7,81
98
C
ENÁRIO
4
A Tabela 6.24 apresenta os indicadores de desempenho para o atendimento às demandas
dos reservatórios estudados, para o Cenário 4 sem e com transposição para a ROCR.
Observa-se no Cenário 4, que as demandas dricas de abastecimento obtiveram um
excelente indicador de confiabilidade. para as demandas de irrigação, os indicadores de
confiabilidade e resiliência foram baixos e apresentam altas vulnerabilidades e baixa
sustentabilidade, recomendando a não se praticar estas atividades.
Tabela 6.24 – Indicadores de desempenho das demandas no Cenário 4 sem e com
transposição para ROCR
INDICADORES DE DESEMPENHO PARA O CENÁRIO 4 SEM TRANSPOSIÇÃO
Demandas hídricas
Confiabilidade
(%)
Resiliência
(%)
Vulnerabilidade
(%)
Sustentabilidade
(%)
Açude Porções
100 100 0 100
Açude Camalaú
100 100 0 100
Açude Boqueirão
100 100 0 100
Irrigação Porções
13,24 5,32 99,89 0
Irrigação Cordeiro
28,87 10,25 98,95 0,03
Irrigação Vereda
Grande
13,54 4,65 99,79
0
INDICADORES DE DESEMPENHO PARA O CENÁRIO 4 COM
TRANSPOSIÇÃO
Demandas hídricas
Confiabilidade
(%)
Resiliência
(%)
Vulnerabilidade
(%)
Sustentabilidade
(%)
Açude Porções
100 100 0 100
Açude Camalaú
100 100 0 100
Açude Boqueirão
100 100 0 100
Açude Acauã (Q
reg 1
)
100 100 0 100
Açude Acauã (Q
reg 2
)
95 8,82 41,96 4,86
Açude Acauã (Q
reg 3
)
90 15,38 43,47 7,82
Irrigação Porções
99,40 50 73,44 13,21
Irrigação Cordeiro
28,87 10,25 98,95 0,03
Irrigação Vereda
Grande
18,15 5,82 99,97 0
99
6.3.2
R
EGRA DE
O
PERAÇÃO COM
V
OLUME
M
ÍNIMO
(ROVM)
C
ENÁRIO
1
A Tabela 6.25 apresenta os indicadores de desempenho para o atendimento as demandas
dos reservatórios estudados, para o Cenário 1 sem e com transposição para a ROVM.
Tabela 6.25 – Indicadores de desempenho das demandas no Cenário 1 sem e com
transposição para ROVM
INDICADORES DE DESEMPENHO PARA O CENÁRIO 1 SEM TRANSPOSIÇÃO
Demandas hídricas
Confiabilidade
(%)
Resiliência
(%)
Vulnerabilidade
(%)
Sustentabilidade
(%)
Açude Porções
71,28 31,60 100 0
Açude Camalaú
74,26 40,46 100 0
Açude Boqueirão
43,60 15,30 87,04 0,86
INDICADORES DE DESEMPENHO PARA O CENÁRIO 1 COM TRANSPOSIÇÃO
Demandas hídricas
Confiabilidade
(%)
Resiliência
(%)
Vulnerabilidade
(%)
Sustentabilidade
(%)
Açude Porções
100 100 0 100
Açude Camalaú
100 100 0 100
Açude Boqueirão
100 100 0 100
Açude Acauã (Q
reg 1
)
100 100 0 100
Açude Acauã (Q
reg 2
)
95 35,30 32,39 22,67
Açude Acauã (Q
reg 3
)
90 32,35 38,51 17,90
As demandas de abastecimento, sem transposição, não obtiveram boa confiabilidade
(inferior a 90%), principalmente aquela ligada ao açude de Boqueirão, no qual obteve
43,60%, ou seja, na maioria dos meses da simulação, esse reservatório não consegue atender
as demandas. A situação mostra-se agravante, devido aos baixos índices de resiliência e altos
índices de vulnerabilidade. E com os baixos indicadores de resiliência apresentados para o
Cenário 1 sem transposição, nota-se que os mesmos demoram bastante para se recuperarem
quando entro em estado de falhas.
Na simulação com a transposição, observa-se que a sustentabilidade chega a 100%, ou
seja, completo atendimento às demandas. as vazões regularizadas Q
reg1
e Q
reg2
apresentam
baixos indicadores de resiliência e sustentabilidade, e apresentam uma vulnerabilidade
superior a 32%, o que impõe restrições ao uso de vazões excedentes.
100
C
ENÁRIO
2
A Tabela 6.26 apresenta os indicadores de desempenho para o atendimento as demandas
dos reservatórios estudados, para o Cenário 2 sem e com transposição para a ROVM.
Os indicadores de confiabilidade obtidos para o cenário sem transposição são
incompatíveis com os requerimentos legais e são agravados pelos dados de baixa resiliência
(superior a 2,5 meses no estado de falha) e alta vulnerabilidade (superior a 87%).
Tabela 6.26 – Indicadores de desempenho das demandas no Cenário 2 sem e com
transposição para ROVM
INDICADORES DE DESEMPENHO PARA O CENÁRIO 2 SEM TRANSPOSIÇÃO
Demandas hídricas
Confiabilidade
(%)
Resiliência
(%)
Vulnerabilidade
(%)
Sustentabilidade
(%)
Açude Porções
71,28 32,64 100 0
Açude Camalaú
74,26 39,31 100 0
Açude Boqueirão
43,60 15,30 87,04 0,86
Irrigação Porções
18,15 7,09 98,76 0,02
Irrigação Cordeiro
24,11 8,04 100 0
Irrigação Vereda
Grande
24,70 8,89 99,85 0
INDICADORES DE DESEMPENHO PARA O CENÁRIO 2 COM TRANSPOSIÇÃO
Demandas hídricas
Confiabilidade
(%)
Resiliência
(%)
Vulnerabilidade
(%)
Sustentabilidade
(%)
Açude Porções
100 100 0 100
Açude Camalaú
100 100 0 100
Açude Boqueirão
100 100 0 100
Açude Acauã (Q
reg 1
)
100 100 0 100
Açude Acauã (Q
reg 2
)
95 39,39 39,67 22,58
Açude Acauã (Q
reg 3
)
90 29,85 46,04 14,50
Irrigação Porções
100 100 0 100
Irrigação cordeiro
100 100 0 100
Irrigação Vereda
Grande
100 100 0
100
Na simulação do Cenário 2 com transposição, os indicadores de desempenho obtidos
apresentam ganhos consideráveis, sendo completamente sustentável no atendimento às
demandas hídricas de abastecimento e irrigação. As vazões regularizadas em Acauã com 95%
apresentaram uma média de 2,53 meses consecutivos em falhas e disponibilizando 53,96% do
volume requerido. No caso de se ter vazões regularizáveis com 90% de garantia, tem-se uma
média de 3,35 meses seguidos em falhas, atendendo 60,32% do requerimento hídrico.
101
C
ENÁRIO
3
A Tabela 6.27 apresenta os indicadores de desempenho para o atendimento as demandas
dos reservatórios estudados, para o Cenário 3 sem e com transposição para a ROVM.
As demandas de abastecimento não obtiveram boa confiabilidade, principalmente o
açude de Boqueirão no qual obteve 43,60%, ou seja, na maioria dos meses da simulação, esse
reservatório não consegue atender as demandas. Os baixos índices de resiliência e altos
índices de vulnerabilidade mostram o quão grave pode ser as situações de falhas
Tabela 6.27 – Indicadores de desempenho das demandas no Cenário 3 sem e com
transposição para ROVM
INDICADORES DE DESEMPENHO PARA O CENÁRIO 3 SEM TRANSPOSIÇÃO
Demandas hídricas
Confiabilidade
(%)
Resiliência
(%)
Vulnerabilidade
(%)
Sustentabilidade
(%)
Açude Porções
71,28 31,60 100 0
Açude Camalaú
74,26 40,46 100 0
Açude Boqueirão
43,60 15,30 87,04 0,86
INDICADORES DE DESEMPENHO PARA O CENÁRIO 3 COM TRANSPOSIÇÃO
Demandas hídricas
Confiabilidade
(%)
Resiliência
(%)
Vulnerabilidade
(%)
Sustentabilidade
(%)
Açude Porções
100 100 0 100
Açude Camalaú
100 100 0 100
Açude Boqueirão
100 100 0 100
Açude Acauã (Q
reg 1
)
100 100 0 100
Açude Acauã (Q
reg 2
)
95 40,63 19,77 30,97
Açude Acauã (Q
reg 3
)
90 33,33 22,24 23,33
Na simulação com a transposição, observa-se que a sustentabilidade do atendimento às
demandas de abastecimento chega a 100%. as vazões regularizadas Q
reg1
e Q
reg2
apresentam-se baixos indicadores de resiliência e sustentabilidade, e apresentam-se
vulneráveis, o que restringe, sobremaneira, o uso do excedente hídrico.
C
ENÁRIO
4
A Tabela 6.28 apresenta os indicadores de desempenho para o atendimento as demandas
dos reservatórios estudados, para o Cenário 4 sem e com transposição para a ROVM.
102
Os baixos índices de confiabilidade (inferiores a 90%) e resiliência (de 2,54 a 12,4
meses em estado de falha) e os altos índices de vulnerabilidade (chegando a total falta de
água) retratam a baixa sustentabilidade no atendimento às demandas dos açudes.
Tabela 6.28 – Indicadores de desempenho das demandas no Cenário 4 sem e com
transposição para ROVM
INDICADORES DE DESEMPENHO PARA O CENÁRIO 4 SEM TRANSPOSIÇÃO
Demandas hídricas
Confiabilidade
(%)
Resiliência
(%)
Vulnerabilidade
(%)
Sustentabilidade
(%)
Açude Porções
71,28 32,64 100 0
Açude Camalaú
74,26 39,31 100 0
Açude Boqueirão
43,60 15,30 87,04 0,86
Irrigação Porções
18,15 7,09 98,76 0,02
Irrigação cordeiro
24,11 8,04 100 0
Irrigação Vereda
Grande
24,70 8,89 99,85 0
INDICADORES DE DESEMPENHO PARA O CENÁRIO 4 COM TRANSPOSIÇÃO
Demandas hídricas
Confiabilidade
(%)
Resiliência
(%)
Vulnerabilidade
(%)
Sustentabilidade
(%)
Açude Porções
100 100 0 100
Açude Camalaú
100 100 0 100
Açude Boqueirão
100 100 0 100
Açude Acauã (Q
reg 1
)
100 100 0 100
Açude Acauã (Q
reg 2
)
95 38,24 19,08 29,40
Açude Acauã (Q
reg 3
)
90 35,82 18,78 26,18
Irrigação Porções
56,40 22,18 88,80 1,40
Irrigação Cordeiro
55,65 22,48 93,72 0,79
Irrigação Vereda
Grande
72,17 27,81 91,65 1,68
Na simulação do Cenário 4 com transposição os indicadores de desempenho
apresentaram ganhos consideráveis, atingindo uma sustentabilidade de 100%. Já para as
demandas de irrigação, apesar de haver aumento nos índices de confiabilidade e resiliência,
assim como redução do índice de vulnerabilidade, a sustentabilidade pode ser considerada
crítica, ou seja, não é recomendável esta atividade.
As vazões regularizadas em Acauã com 95% apresentaram uma média de 2,61 meses
consecutivos em falhas e disponibilizando 80,92% do volume requerido e com 90% de
garantia uma média de 2,79 meses seguidos em falhas, atendendo 81,22% do requerimento
hídrico. Tais índices ainda indicam restrições quanto ao uso do excedente hídrico.
Capítulo VI
Conclusões
104
C
ONCLUSÕES
As altas taxas de evaporação, as quais estão sujeitas as superfícies livres de água,
representam uma perda significativa na disponibilidade hídrica dos reservatórios da região
semi-árida do Nordeste. À medida que se busca minimizar as perdas por evaporação e por
vertimentos no leito do rio, os sistemas hídricos tornam-se mais eficientes no tocante ao
aproveitamento das águas simuladas.
Dentro desse contexto, realizou-se estudos referentes a operação e a avaliação da
sinergia advinda da transposição de águas da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco para a
Bacia Hidrográfica do rio Paraíba, onde estão inseridos os quatro reservatórios integrantes do
sistema estudado. Foram apresentadas duas regras operacionais: Regra de Operação Controle
Rígido (ROCR), representativa de regras de operação conservacionistas para os reservatórios,
e a Regra de Operação Volume Mínimo (ROVM). Além disso, duas situações de atendimento
às demandas foram utilizadas: somente abastecimento humano e abastecimento humano e
irrigação. Essas regras operacionais foram simuladas para duas situações distintas, com e sem
transposição, podendo a transposição de águas do rio São Francisco ser feita via o leito do rio
ou adutoras, gerando, portanto, dezesseis cenários, conforme mostram as Tabelas 4.1 e 4.2.
De posse dos resultados da simulação quantificou-se as perdas totais, que seriam o somatório
das perdas por evaporação, vertimento e perdas em trânsito no leito do rio. Em seguida
calculou-se a Sinergia Hídrica e os indicadores de desempenho do sistema.
As principais conclusões com relação às perdas totais, a sinergia hídrica e os
indicadores de sustentabilidade hídrica foram:
O cenário que apresentou maiores perdas totais foi o Cenário 1, com transposição para
ROVM, tendo um total de 21.931,19 hm³ para a Qreg em Acauã com 100% de garantia,
21.264,83 hm³ para a Qreg com 95% de garantia, e de 20.923,13 hm³ para a Qreg 90% de
garantia. Essas altas perdas ocorreram por que a regra de operação trabalha na cota mínima
dos reservatórios, não tendo como disponibilizar um maior volume para as demandas, como
também a forma de transposição das águas do São Francisco pelo leito do rio aonde ocorrem
altas perdas, adotadas 14% nos trechos 1 e 2 e 22% para o trecho 4. Logo essa seria a pior
forma de operar o sistema, tendo em vista as altas taxas de perdas e o menor volume
disponibilizado.
105
o cenário que apresentou o menor índice de perdas foi o Cenário 3, com transposição
para ROCR, sendo que 15.110,72 hm³ para a Qreg em Acauã com 100% de garantia,
13.866,95 hm³ para a Qreg com 95% de garantia e de 13.225,86 hm³ para a Qreg 90% de
garantia. Essa redução nas perdas com relação aos demais cenários foi devido à regra de
operação, que, mesmo mantendo o reservatório cheio, possibilitando grandes perdas por
evaporação, possibilitou alocar mais água para as demandas hídricas. Também, a forma de
transposição do rio São Francisco, que se deu por adutora, onde o abastecimento seria
atendido pela adutora e a irrigação pelo leito do rio, permite menos perdas das águas da
transposição em trânsito. Esse seria o cenário mais eficiente simulado nesse trabalho, ou seja,
capaz de reduzir as perdas e alocar maiores volumes.
Com relação à sinergia hídrica, principal objetivo desse estudo, observando que o
Cenário 4 com a operação ROCR obteve o maior ganho sinérgico, tornando o sistema
estudado mais eficiente no tocante à maior utilização dos recursos hídricos, para atender às
necessidades do uso humano, estímulando o crescimento e o desenvolvimento social e
econômico, e da agricultura, e tendo menores perdas por evaporação e vertimento. Isso foi
possível, também, quando a transposição das águas do São Francisco for realizada por
adutora, possibilitando alocar um maior volume de água devido a redução das perdas em
trânsito, por evaporação e por vertimento.
Não houveram ganhos sinérgicos positivos para os Cenários 1 e 2 e para a ROVM, ou
seja, parte da água da transposição foi perdida por evaporação, vertimento ou perdas em
trânsitos no leito do rio, isso devido a forma de transposição, que utilizou o leito do rio como
transporte dessa águas, sendo o Cenário 2 o que obteve menor sinergia hídrica. Logo, essa
forma de transposição para a bacia do rio Paraíba não seria eficiente devido ao baixo
aproveitamento desses recursos e as grandes perdas provenientes da forma de transposição.
Com relação aos indicadores de sustentabilidade, para a regra de operação controle
rígido (ROCR), em todos os cenários sem e com transposição, foi possível observar que o
requerimento hídrico para as demandas de abastecimento humano foram atendidos com 100%
de garantia. os indicadores de sustentabilidade para a regra de operação volume mínimo
(ROVM), os cenários simulados sem transposição uma confiabilidade de 71,28% para as
demandas de abastecimento do Açude de Porções, 74,26% para as demandas do Açude de
Camalaú e 43,60% para as demandas de Boqueirão. Com a transposição, o atendimento às
demandas hídricas de abastecimento teve uma confiabilidade de 100%.
106
Com relação ao requerimento hídrico para irrigação, observou-se que, para os cenários
sem transposição para as ROCR e ROVM, os requerimentos hídricos obtiveram baixa
confiabilidade. Isso ocorreu por que, para as simulações sem transposição, a primeira
prioridade de atendimento é o abastecimento humano, em seguida os volumes meta dos
reservatórios e irrigação e, por fim, a vazão regularizável no reservatório de Acauã.
Observou-se que o Cenário 2 com transposição e ROVM foi o único cenário que obteve
100% de confiabilidade para todas as demandas de irrigação, ou seja, não falhou em nenhum
mês e não se apresentou vulnerável. Percebe-se, ainda, que os demais cenários com
transposição obtiveram pequenas melhoras para a demanda de irrigação do perímetro Vereda
Grande e Cordeiro, e melhoras significativas para as demandas do açude de Porções.
Enfim, com a garantia de abastecimento urbano, através do Projeto de Integração do rio
São Francisco (PISF) e o acréscimo da sinergia hídrica obtida, as águas locais poderão ser
utilizadas com maior flexibilidade na agricultura irrigada, gerando empregos diretos no sertão
e, também, promovendo a interrupção do êxodo rural, que vem ocorrendo em grande escala
devido a ausência de recursos hídricos.
Com relação ao modelo de simulação, observou-se que modelos de rede de fluxo são
extremamente rápidos, mas apresentam limitações, como, por exemplo, otimizam apenas
sistemas lineares. A função objetivo é pré-definida, não podendo ser adaptada a cada situação,
além de sua rigidez em relação à alocação hídrica com as prioridades. Este tipo de modelo
matemático, baseado em prioridades rígidas, faz com que haja variações bruscas mês a mês
no nível das águas dos reservatórios da rede, ora visando atingir o volume meta, permitindo
que os reservatórios permaneçam na sua cota máxima, ora permitindo que os reservatórios
liberem água para todos os usos do sistema, fazendo com que as alocações sofram com essas
variações.
Como sugestão para continuidade da pesquisa, tem-se: operação do sistema englobando
um maior número de reservatórios e adoção de novas técnicas de otimização para operação
dos reservatórios que dêem maior representatividade física e permita a inclusão de outras
regras de operação que visam melhor viabilizar a operação do sistema.
A metodologia utilizada nessa pesquisa para o estudo da sinergia e sustentabilidade
hídrica do sistema, mostraram resultados importantes, os quais poderão subsidiar, o
aproveitamento dos recursos hídricos nas bacias receptoras das águas do São Francisco, pelo
Órgão Gestor de Recursos Hídricos da Paraíba.
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108
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Anexos
116
A
NEXO
1 – Série fluviométrica média mensal do açude Porções
Fluviometria (m³/s) Área de Contribuição 656 k
ANO J AN F E V MAR AB R MAI J UN J UL AG O S E T O UT NO V DEZ Q
1935 0,02 1,69 5,24 11,67 10,57 5,14 0,90 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,94
1936
0,03
1,36 0,18 0,44 0,95 0,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,26
1937 0,01 0,03 0,09 3,42 3,09 0,25 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,58
1938
0,00
0,00 0,18 0,54 0,67 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,12
1939
0,00
0,11 0,48 0,01 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,23 0,42 0,03 0,11
1940 0,06 0,23 2,23 4,10 2,24 0,13 0,00 0,00 0,04 0,00 0,00 0,00 0,75
1941
0,00
0,00 6,66 4,38 0,58 0,12 0,01 0,10 0,01 0,00 0,00 0,00 0,99
1942
0,00
0,03 0,11 0,16 0,02 0,01 0,00 0,00 0,00 0,60 0,00 0,00 0,08
1943 0,06 0,35 1,03 0,42 0,07 0,01 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,16
1944
0,00
0,00 0,27 0,22 0,02 0,83 0,08 0,00 0,00 0,02 0,01 0,00 0,12
1945 0,49 0,15 0,40 0,53 5,87 3,38 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 0,94
1946 0,18 0,00 0,20 0,62 0,78 1,03 0,13 0,00 0,00 0,00 0,19 0,01 0,26
1947
0,27
0,08 1,61 10,48 10,34 5,29 0,50 0,00 0,00 0,00 0,50 0,01 2,42
1948 0,00 0,00 4,94 5,37 3,31 0,66 0,11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 1,20
1949
0,00
0,10 0,09 0,28 0,06 0,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,68 5,84 0,59
1950
0,03
0,03 0,65 3,98 3,67 0,12 0,00 0,01 0,00 0,72 0,00 0,00 0,77
1951 0,00 0,00 0,10 0,09 0,57 1,26 0,00 0,00 0,00 0,04 0,02 0,00 0,17
1952
0,00
0,66 0,67 0,28 1,04 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,19 0,24
1953 0,00 0,05 0,00 0,10 0,00 0,37 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,03 0,05
1954 0,00 0,26 0,37 0,76 0,98 0,22 0,00 0,00 0,00 0,00 0,05 0,04 0,22
1955
0,24
2,17 3,84 1,82 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,12 0,68
1956 0,01 1,40 0,79 0,93 0,22 0,24 0,02 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,30
1957 0,63 0,00 2,90 8,41 5,51 1,76 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,60
1958
0,00
0,02 0,21 1,76 0,03 0,02 0,03 0,00 0,07 0,00 0,00 0,00 0,18
1959 0,06 2,24 2,12 0,03 0,02 1,63 0,27 0,00 0,11 0,00 0,00 0,00 0,54
1960
0,00
0,01 4,85 5,04 0,58 0,17 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,89
1961
0,70
0,45 0,73 4,85 3,14 0,34 0,12 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,86
1962 0,00 0,09 1,08 0,16 0,55 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,16
1963
0,11
0,22 2,43 0,66 0,02 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,92 0,36
1964 3,32 2,96 9,65 10,16 8,21 3,83 0,72 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 3,24
1965 1,14 0,20 0,55 8,09 6,86 5,42 3,22 0,00 0,00 0,19 0,00 0,01 2,14
1966
0,01
0,73 0,00 0,52 0,21 0,22 0,00 0,36 0,00 0,00 0,01 0,00 0,17
1967 0,00 0,62 5,55 12,06 14,83 9,45 3,09 0,07 0,00 0,00 0,00 0,08 3,81
1968
0,12
0,37 4,05 4,24 5,20 2,16 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,35
1969
0,20
0,14 3,29 6,50 2,22 0,11 0,97 0,09 0,00 0,00 0,00 0,02 1,13
1970 0,39 0,24 1,93 0,34 0,68 0,03 0,04 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,31
1971
0,03
0,09 0,86 3,49 4,54 1,80 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00 0,00 0,90
1972 0,02 0,34 1,31 0,07 0,00 0,00 0,00 0,78 0,32 0,00 0,00 0,19 0,25
1973 0,01 0,26 1,82 1,63 0,62 0,01 0,03 0,00 0,05 0,11 0,01 0,03 0,38
1974
1,37
5,46 9,46 12,22 10,60 7,81 2,66 0,00 0,04 0,00 0,02 0,02 4,14
1975 0,00 0,11 2,90 0,94 2,53 0,13 1,33 0,45 0,35 0,00 0,00 0,06 0,73
1976 0,00 3,03 1,49 3,00 0,31 0,05 0,00 0,00 0,00 0,42 0,03 0,03 0,70
1977
0,14
0,29 0,46 1,04 3,05 0,50 0,15 0,16 0,00 0,00 0,00 0,00 0,48
1978 0,00 0,48 3,18 2,40 0,64 0,04 0,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,57
1979
0,07
0,68 0,71 0,48 1,56 0,05 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,30
1980
0,00
0,32 1,59 0,02 0,00 0,54 0,01 0,00 0,00 0,00 0,05 0,00 0,21
1981 0,18 0,25 3,71 9,22 2,69 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,10 0,00 1,35
1982
0,00
0,03 0,00 0,56 2,27 0,01 0,02 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,24
1983 0,00 1,18 0,24 0,08 0,00 0,02 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,01 0,13
1984 0,18 0,07 0,94 9,47 13,86 13,12 8,11 1,86 0,00 0,30 0,00 0,00 3,99
1985
0,23
4,81 9,01 14,82 13,66 9,07 3,92 0,15 0,00 0,00 0,00 0,00 4,64
1986 0,00 1,80 5,68 7,40 4,92 0,79 0,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,72
1987
0,02
0,52 1,00 1,42 0,07 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,25
1988
0,00
0,22 2,73 2,94 1,28 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,60
1989 0,25 0,00 0,53 6,97 6,00 3,04 0,61 0,00 0,00 0,00 0,00 0,44 1,49
1990
0,03
0,01 0,00 0,01 0,02 0,00 0,04 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01
0,19 0,66 2,09 3,42 2,89 1,46 0,50 0,07 0,02 0,05 0,04 0,15 0,96
S 0,50 1,14 2,46 3,99 3,91 2,78 1,34 0,28 0,06 0,14 0,12 0,79 1,14
C V 2,65 1,72 1,18 1,17 1,36 1,91 2,71 3,73 3,57 3,01 3,27 5,38 1,18
S = des vio pado C V = c oeficiente de variaç ão
VAZÕ E S MÉ DIAS ME NS AIS (m³/s )
P ametros E s tatis ticos
Med
Med = média
117
A
NEXO
2 – Série fluviométrica média mensal do açude Camalaú
Fluviometria (m³/s) Área de Contribuição 397,54 km²
ANO J AN F EV MAR AB R MAI J UN J UL AG O S E T OUT NOV DEZ Q
1935 0,08 0,48 1,32 3,23 1,60 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,56
1936 0,13 0,48 0,03 0,01 0,04 0,15 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07
1937 0,00 0,01 0,05 2,49 1,52 0,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,34
1938 0,00 0,02 0,01 0,57 0,21 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07
1939 0,00 0,05 0,41 0,00 0,00 0,04 0,00 0,00 0,00 0,13 0,12 0,02 0,07
1940 0,06 0,24 1,40 1,54 1,13 0,20 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,38
1941 0,00 0,00 1,83 0,14 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,17
1942 0,00 0,06 0,00 0,02 0,00 0,08 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 0,01 0,02
1943 0,02 0,13 0,13 0,19 0,01 0,00 0,03 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04
1944 0,04 0,06 0,14 0,12 0,00 0,12 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04
1945 0,04 0,03 0,02 0,16 3,07 1,50 0,14 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,41
1946 0,00 0,00 0,04 0,23 0,39 0,24 0,00 0,00 0,00 0,00 0,11 0,00 0,08
1947 0,02 0,00 1,46 3,68 2,17 0,11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,28 0,12 0,65
1948 0,00 0,09 2,26 1,84 0,63 0,01 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,41
1949 0,00 0,25 0,16 0,02 0,07 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 1,42 0,19
1950 0,00 0,00 0,09 1,21 1,05 0,00 0,01 0,00 0,00 0,04 0,00 0,00 0,20
1951 0,00 0,00 0,00 0,04 0,18 0,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 0,03
1952 0,00 0,02 0,25 0,01 0,04 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 0,03
1953 0,00 0,01 0,04 0,01 0,00 0,21 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,02
1954 0,00 0,29 0,11 0,23 0,16 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,07
1955 0,14 0,17 1,32 0,17 0,12 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,16
1956 0,00 0,15 0,11 0,36 0,02 0,12 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,06
1957 0,05 0,00 2,18 5,75 3,08 0,42 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,96
1958 0,00 0,01 0,23 1,13 0,02 0,00 0,04 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,12
1959 0,02 0,72 1,72 0,01 0,00 0,06 0,00 0,02 0,01 0,00 0,01 0,00 0,21
1960 0,00 0,01 3,45 5,40 2,46 0,26 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,97
1961 0,17 0,09 0,57 2,90 1,33 0,01 0,11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,43
1962 0,02 0,03 0,34 0,09 0,28 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,06
1963 0,01 0,39 1,55 1,28 0,07 0,03 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,31
1964 0,39 0,22 1,02 0,26 0,60 0,12 0,15 0,01 0,00 0,00 0,01 0,03 0,23
1965 0,52 0,08 0,29 4,26 4,13 2,13 1,04 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 1,04
1966 0,00 1,93 0,40 0,38 0,02 0,24 0,02 0,07 0,00 0,00 0,31 1,19 0,38
1967 0,00 0,19 0,44 1,97 5,41 2,86 0,34 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,94
1968 0,05 0,25 3,37 3,83 5,60 4,94 2,06 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 1,68
1969 0,51 0,63 4,75 6,11 3,01 0,67 0,61 0,09 0,01 0,00 0,00 0,00 1,37
1970 0,74 0,56 0,54 0,07 0,32 0,02 0,10 0,01 0,00 0,02 0,01 0,00 0,20
1971 0,01 0,00 0,13 0,93 2,07 1,40 0,01 0,04 0,00 0,11 0,00 0,00 0,39
1972 0,00 0,55 0,33 0,03 0,10 0,22 0,06 0,25 0,31 0,00 0,00 0,65 0,21
1973 0,23 0,03 0,31 1,73 4,12 1,79 0,08 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,69
1974 2,39 6,08 5,02 7,17 6,97 4,45 2,06 0,03 0,00 0,00 0,26 0,00 2,87
1975 0,01 0,02 0,49 0,97 4,42 2,25 2,71 1,33 0,01 0,00 0,00 0,26 1,04
1976 0,03 0,19 0,33 3,34 0,54 0,04 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 0,01 0,38
1977 0,27 0,24 0,87 1,19 5,73 3,44 1,92 0,31 0,00 0,00 0,00 0,00 1,16
1978 0,00 0,09 2,06 2,48 2,23 0,35 0,25 0,05 0,00 0,00 0,00 0,01 0,63
1979 0,04 0,99 1,48 0,80 1,18 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,37
1980 0,00 0,27 1,31 0,44 0,00 0,04 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00 0,17
1981 0,00 0,00 2,12 5,44 1,71 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,78
1982 0,00 0,09 0,00 0,22 2,07 0,19 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,21
1983 0,02 1,22 0,04 0,01 0,00 0,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,12
1984 0,00 0,05 0,07 4,91 6,49 4,86 2,07 0,11 0,00 0,00 0,00 0,00 1,55
1985 0,15 3,13 5,64 32,97 13,11 7,62 5,00 1,37 0,15 0,00 0,00 0,00 5,76
1986 0,00 1,45 2,64 2,82 1,54 0,03 0,08 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,72
1987 0,00 0,61 0,17 0,47 0,00 0,01 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,11
1988 0,01 0,04 0,72 0,26 0,23 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,11
1989 0,00 0,01 0,48 3,87 2,94 0,81 0,08 0,00 0,00 0,00 0,01 0,30 0,71
1990 0,01 0,03 0,00 0,00 0,03 0,00 0,08 0,05 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02
P ametro E s tatís ticos
0,11 0,41 1,00 2,14 1,68 0,76 0,34 0,07 0,01 0,01 0,03 0,08 0,55
S 0,34 0,94 1,33 4,61 2,45 1,55 0,89 0,25 0,05 0,02 0,08 0,26 0,88
C V 3,10 2,33 1,32 2,16 1,45 2,05 2,61 3,72 4,74 3,61 2,92 3,20 1,60
S = des vio padrão C V = c oefic iente de variaç ão
VAZÕE S MÉ DIAS ME NS AIS (m³/s )
Med
Med = média
118
A
NEXO
3 – Série fluviométrica média mensal do açude Boqueirão
Fluviometria (m³/s) Área de Contribuição 6.586,64 km²
ANO J AN F E V MAR AB R MAI J UN J UL AG O S E T O UT NOV DE Z Q
1935 0,76 4,85 17,03 61,57 41,40 7,47 0,20 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 11,11
1936 1,35 9,45 0,23 0,00 0,08 8,61 14,10 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,82
1937 0,00 0,05 0,18 31,94 22,51 3,53 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,85
1938 0,00 0,00 0,10 6,38 2,31 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,73
1939 0,00 0,00 4,47 0,20 0,03 11,38 1,40 0,00 0,00 4,55 0,58 0,00 1,88
1940 0,41 1,86 7,67 5,29 25,89 17,08 0,41 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,88
1941 0,00 0,05 37,35 1,96 0,10 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,29
1942 0,00 0,03 0,03 0,48 0,38 0,61 0,25 0,00 0,00 0,00 0,00 0,25 0,17
1943 0,05 2,03 0,25 0,15 0,03 0,15 0,74 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,28
1944 0,28 0,03 1,14 14,05 0,15 0,00 0,36 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,33
1945 0,03 2,54 0,00 0,99 34,13 18,88 0,05 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 4,75
1946 0,10 0,13 0,79 0,66 0,10 0,23 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,17
1947 0,03 0,03 11,31 47,29 28,33 0,15 0,00 0,00 0,00 0,00 0,15 0,00 7,27
1948 0,00 0,03 26,45 9,66 3,48 0,05 0,81 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,37
1949 0,00 0,00 0,00 1,22 2,92 2,62 0,03 0,00 0,00 0,00 1,73 1,07 0,80
1950 0,03 0,00 0,33 4,29 1,93 0,23 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,57
1951 0,00 0,64 0,00 2,08 0,86 2,34 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,49
1952 0,00 0,00 5,13 0,33 0,00 0,15 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,05 0,47
1953 0,00 0,03 0,03 0,43 0,03 0,91 0,00 0,00 0,00 0,00 1,68 2,59 0,47
1954 0,00 0,18 0,03 0,33 0,91 2,21 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,30
1955 1,52 1,27 1,65 25,82 0,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,53
1956 0,00 0,61 0,53 1,07 0,25 3,89 8,28 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,22
1957 0,05 0,00 20,68 25,79 0,86 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,95
1958 0,00 0,58 0,20 0,15 3,43 0,00 0,23 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,38
1959 0,00 0,36 0,97 0,03 1,02 1,35 0,71 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,37
1960 0,00 0,33 42,59 63,27 17,66 0,05 0,53 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 10,37
1961 2,64 0,53 3,84 25,77 0,58 0,00 0,25 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,80
1962 0,08 0,00 0,30 0,71 0,48 0,05 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,14
1963 0,00 0,03 11,69 0,53 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,53 1,32
1964 4,35 2,34 0,99 0,91 2,36 2,36 8,69 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,83
1965 0,25 0,00 1,04 36,57 41,90 16,24 2,52 0,00 0,00 0,00 0,00 0,05 8,21
1966 0,00 4,57 0,00 15,07 2,39 2,08 0,28 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,03
1967 0,00 0,66 2,80 21,83 18,04 0,13 0,25 0,00 0,00 0,00 0,00 0,10 3,65
1968 0,36 0,00 13,60 6,43 25,23 0,76 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,86
1969 1,65 0,00 4,52 8,64 0,10 1,19 2,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,52
1970 2,06 0,00 0,56 0,97 1,47 0,03 3,25 0,36 0,00 0,03 0,00 0,00 0,73
1971 0,00 0,00 0,51 29,25 22,18 3,30 0,08 0,13 0,00 0,00 0,00 0,00 4,62
1972 0,00 0,03 2,95 0,38 0,79 0,13 0,15 1,32 0,23 0,00 0,00 3,05 0,75
1973 0,00 0,08 0,81 10,09 21,14 0,08 0,20 0,00 0,00 0,23 0,00 0,00 2,72
1974 5,16 2,62 19,97 40,18 51,43 23,86 3,74 0,00 0,00 0,00 0,00 0,08 12,25
1975 0,00 0,66 12,58 3,66 13,34 0,03 5,39 0,00 0,00 0,00 0,00 3,68 3,28
1976 0,00 3,02 0,43 8,69 0,99 0,03 0,00 0,00 0,00 1,22 0,00 0,00 1,20
1977 1,45 0,00 0,10 31,05 76,67 44,01 35,96 5,08 0,05 0,00 0,00 0,00 16,20
1978 0,00 2,54 39,90 11,26 12,93 1,12 0,41 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5,68
1979 0,00 0,23 0,03 1,30 4,88 0,03 0,66 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,59
1980 0,05 2,62 1,19 0,03 0,00 0,89 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,40
1981 0,94 0,43 38,32 77,89 17,41 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,28 11,27
1982 0,00 0,00 0,00 3,20 10,42 0,23 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,15
1983 0,00 4,57 0,43 0,23 0,15 0,08 0,00 0,20 0,00 0,00 0,00 0,00 0,47
1984 0,00 0,00 4,42 30,09 15,68 1,75 1,04 0,36 0,00 0,00 0,00 0,00 4,44
1985 0,15 31,03 62,51 118,26 120,53 64,04 24,98 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 35,15
1986 0,23 8,49 37,51 26,58 3,25 0,08 1,19 0,15 0,00 0,00 0,00 0,00 6,46
1987 0,00 0,00 8,74 2,72 0,00 0,03 0,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,97
1988 0,00 1,60 10,39 5,49 1,93 0,08 0,61 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,68
1989 0,00 0,00 0,74 40,81 28,03 0,43 4,47 0,00 0,03 0,00 0,00 3,25 6,48
1990 0,51 0,76 0,08 0,03 0,08 0,28 0,15 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,16
P ametro E s tatís ticos
0,44 1,64 8,22 15,43 12,20 4,38 2,23 0,14 0,01 0,11 0,07 0,33 3,77
S 1,02 4,46 13,88 23,12 21,50 11,10 6,14 0,70 0,03 0,63 0,33 0,93 5,55
C V 2,33 2,72 1,69 1,5 1,76 2,54 2,76 4,94 5,75 5,82 4,41 2,86 1,47
S = des vio padrão C V = coefic iente de variaç ão
VAZÕ E S MÉ DIAS ME NS AIS (m³/s )
Med
Med = média
119
A
NEXO
4 – Série fluviométrica média mensal do açude Acauã
Fluviometria (m³/s) Área de Contribuição 3.672,74 k
ANO J AN F E V MAR AB R MAI J UN J UL AG O S ET O UT NOV DE Z Q
1935 0,00 0,44 1,91 11,29 8,10 7,59 18,32 5,78 0,00 0,00 0,00 0,00 4,45
1936 0,00 10,49 2,38 0,00 0,69 12,99 44,22 18,15 0,14 0,00 0,00 0,00 7,42
1937 0,00 0,06 0,00 6,45 0,89 8,97 11,87 1,43 0,00 0,00 0,00 0,00 2,47
1938 0,00 0,09 0,09 1,32 0,62 0,75 0,00 0,21 0,03 0,00 0,00 0,00 0,26
1939 0,00 0,00 1,64 0,48 0,13 10,16 3,49 5,10 0,00 1,12 0,37 0,00 1,87
1940 0,01 0,86 2,52 1,69 14,75 36,10 30,96 16,76 0,61 0,00 0,00 0,00 8,69
1941 0,00 0,04 23,52 7,34 5,26 0,61 0,94 0,35 0,18 0,00 0,00 0,00 3,19
1942 0,00 0,00 0,06 0,85 9,71 10,84 2,82 1,52 0,00 0,00 0,00 0,03 2,15
1943 0,00 2,52 0,30 1,45 0,60 1,11 14,48 5,29 0,17 0,00 0,00 0,03 2,16
1944 0,17 0,00 0,61 9,07 2,64 1,16 3,39 1,52 0,00 0,00 0,00 0,00 1,55
1945 0,00 0,30 0,00 0,00 5,85 22,56 24,87 9,69 0,00 0,00 0,00 0,00 5,27
1946 0,44 0,00 0,35 0,31 0,95 2,82 0,67 0,50 0,00 0,00 0,00 0,03 0,51
1947 0,07 0,06 0,95 18,96 25,56 13,96 6,66 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00 5,52
1948 0,01 0,00 2,52 0,07 5,57 2,72 17,87 9,73 0,06 0,00 0,03 0,00 3,22
1949 0,01 0,18 0,00 0,47 3,16 10,67 3,44 0,23 0,00 0,00 0,62 0,96 1,65
1950 0,00 0,00 0,91 5,27 11,24 3,78 0,51 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 1,81
1951 0,00 0,01 0,03 0,33 0,45 24,84 32,99 9,28 0,00 0,00 0,00 0,03 5,66
1952 0,00 0,00 0,26 0,00 0,04 0,43 0,67 0,01 0,00 0,01 0,00 1,52 0,24
1953 0,00 0,00 0,10 1,05 0,31 9,78 11,66 2,38 0,00 0,00 0,13 0,03 2,12
1954 0,00 0,00 0,00 1,05 6,89 14,13 3,19 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,10
1955 0,00 0,00 2,37 1,83 1,52 0,07 0,10 0,06 0,00 0,00 0,00 0,00 0,49
1956 0,00 0,10 0,00 12,03 0,92 2,81 15,59 2,31 0,00 0,00 0,00 0,00 2,81
1957 0,01 0,00 2,15 2,49 0,38 0,04 0,99 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,51
1958 0,00 0,00 0,00 0,10 0,65 1,54 2,48 0,27 0,04 0,00 0,00 0,00 0,42
1959 0,00 0,20 0,03 0,41 0,72 3,34 17,00 8,47 0,01 0,00 0,00 0,00 2,52
1960 0,00 0,00 3,87 4,08 0,10 0,38 3,87 3,33 0,00 0,00 0,00 0,00 1,30
1961 4,17 1,29 1,57 3,20 0,58 1,26 1,90 0,10 0,00 0,00 0,00 0,00 1,17
1962 0,00 0,00 0,37 0,03 2,95 4,28 4,22 0,00 0,13 0,00 0,00 0,01 1,00
1963 0,03 0,00 0,78 0,65 0,14 0,33 1,63 0,00 0,00 0,00 0,10 1,96 0,47
1964 9,92 5,70 2,55 2,10 0,58 5,10 22,83 10,84 0,14 0,00 0,00 0,00 4,98
1965 0,06 0,00 0,00 2,30 4,22 4,53 6,11 0,01 0,00 0,00 0,00 0,07 1,44
1966 0,01 0,94 0,00 3,27 0,26 9,49 20,94 19,21 0,74 0,00 0,03 0,00 4,57
1967 0,00 0,01 0,11 8,13 0,85 2,66 2,25 0,27 0,00 0,00 0,00 0,09 1,20
1968 0,16 0,01 0,72 0,60 8,91 0,86 0,41 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,97
1969 0,21 0,00 2,83 4,68 2,62 7,64 25,85 17,77 0,24 0,00 0,00 0,00 5,15
1970 0,10 0,00 0,51 1,03 2,38 3,05 4,82 13,59 0,28 0,00 0,00 0,00 2,15
1971 0,00 0,00 0,04 7,98 7,34 1,81 0,89 2,05 0,01 0,00 0,00 0,00 1,68
1972 0,00 0,00 0,64 0,50 4,15 2,27 0,23 2,45 2,34 0,00 0,00 0,03 1,05
1973 0,03 0,04 0,13 2,58 9,24 0,98 1,50 0,11 0,00 0,03 0,00 0,01 1,22
1974 0,95 0,17 3,88 11,82 18,11 10,00 13,91 3,07 0,21 0,00 0,00 0,00 5,18
1975 0,00 0,00 0,82 0,81 1,69 1,66 20,84 14,89 0,24 0,00 0,00 0,23 3,43
1976 0,00 0,03 0,07 2,56 2,42 4,99 1,64 0,82 0,00 1,30 0,00 0,01 1,15
1977 0,17 0,00 0,01 4,62 22,64 11,77 27,30 18,34 1,08 0,00 0,00 0,00 7,16
1978 0,00 0,30 10,30 4,42 5,20 0,75 1,23 3,26 0,06 0,01 0,00 0,00 2,13
1979 0,01 0,00 0,27 0,06 1,29 1,62 3,12 0,00 0,51 0,00 0,00 0,00 0,57
1980 0,00 0,13 0,88 0,48 0,57 4,56 0,03 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,55
1981 0,06 0,06 17,78 33,10 4,55 0,06 0,28 0,00 0,00 0,00 0,01 0,31 4,68
1982 0,00 0,20 0,01 0,82 2,73 1,77 1,96 0,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,64
1983 0,00 0,04 0,01 0,14 1,15 0,69 0,44 0,85 0,00 0,00 0,00 0,00 0,28
1984 0,04 0,00 1,70 9,72 10,71 12,68 9,38 3,84 1,71 0,00 0,00 0,00 4,15
1985 0,00 8,28 15,95 43,61 48,42 27,05 23,22 15,83 0,28 0,00 0,00 0,00 15,22
1986 0,06 1,02 1,86 3,88 0,20 2,72 4,49 3,17 0,01 0,00 0,00 0,00 1,45
1987 0,00 0,00 0,41 4,01 0,00 0,94 0,72 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,51
1988 0,03 0,37 6,83 8,28 7,61 0,47 4,97 2,28 0,03 0,00 0,00 0,00 2,57
1989 0,00 0,00 0,28 14,82 17,58 10,64 17,67 7,01 0,51 0,00 0,00 0,09 5,72
1990 0,00 0,01 0,03 0,68 1,29 5,19 1,47 0,55 0,00 0,01 0,00 0,00 0,77
P ametro E s tatís tic os
0,30 0,61 2,11 4,81 5,32 6,18 8,92 4,34 0,17 0,04 0,02 0,10 2,74
S 1,43 1,91 4,52 7,83 8,25 7,45 10,50 5,92 0,42 0,23 0,10 0,35 2,67
C V 4,78 3,16 2,15 1,63 1,55 1,21 1,18 1,36 2,41 5,08 4,19 3,60 0,97
S = des vio padrão C V = c oefic iente de variaç ão
VAZÕ E S MÉ D IAS ME NS AIS (m³/s )
Med
Med = média
120
A
NEXO
5 – Relação Cota x Área x Volume do reservatório de Porções
Tabela 8.1 – Relação Cota x Área x Volume do Açude de Porções
Cota
(m)
Área
(m²)
Volume
(m³)
32,00 0,00 0
33,00 3.750 1.875
34,00 11.000 9.250
35,00 59.500 44.500
36,00 219.000 183.750
37,00 577.750 582.125
38,00 992.000 1.367.000
39,00 1.579.500 2.652.750
40,00 2.167.250 4.526.125
41,00 2.838.750 7.029.125
42,00 3.640.250
10.268.625
43,00 4.596.250 14.386.875
44,00 5.756.000 19.563.000
45,00 7.107.000 25.994.500
46,00 8.381.250 33.728.625
47,00 8.615.250 42.716.875
48,00 11.603.000 53.326.000
Fonte: AESA
121
A
NEXO
6 – Relação Cota x Área x Volume do reservatório de Camalaú
Tabela 9.1 – Relação Cota x Área x Volume do Açude de Camalaú
Cota
(m)
Área
(m²)
Volume
(m³)
305,00 26.000
306,00 79.680 52.840
307,00 133.360 159.360
308,00 187.040 319.560
309,00 240.720 533.440
310,00 294.400 801.000
311,00 327.840 1.112.120
312,00 361.280 1.456.680
313,00 394.720 1.834.680
314,00 428.160 2.246.120
315,00 461.600 2.691.000
316,00 906.400 3.375.000
317,00 1.351.200 4.503.800
318,00 1.796.000 6.077.400
319,00 2.240.800 8.095.800
320,00 2.685.600 10.559.000
321,00 3.363.920 13.583.760
322,00 4.042.240 17.286.840
323,00 4.720.560 21.668.240
324,00 5.398.880 26.727.960
325,00 6.077.200 32.466.000
326,00 6.985.760 38.997.480
327,00 7.894.320 46.437.520
328,00 8.802.880 54.786.120
329,00 9.711.440 64.043.280
330,00 10.620.000 74.209.000
0 2000000 4000000 6000000 8000000 10000000 12000000
300
305
310
315
320
325
330
335
0 10000000 20000000 30000000 40000000 50000000 60000000 70000000 80000000
Área (m2)
Cota (m)
Volume (m3)
Curvas Cota - Área e Cota - Volume do Reservatório Camalaú
Volume Área
Fonte: AESA
122
A
NEXO
7 Relação Cota x Área x Volume do reservatório de Epitácio Pessoa
(Boqueirão)
Tabela 10.1 – Relação Cota x Área x Volume do Açude Epitácio Pessoa
Cota
(m)
Área
(m²)
Volume
(m³)
Cota
(m)
Área
(m²)
Volume
(m³)
344 70.593 69.800 362 8.999.597
54.453.579
345 142.867 174.286 363 10.013.408
63.965.416
346 257.180 366.771 364 11.031.533
74.490.376
347 421.869 707.956 365 12.260.463
86.139.409
348 631.536 1.230.617 366 13.693.060
99.074.597
349 873.903 1.981.542 367 15.486.319
113.650.769
350 1.158.564 2.990.176 368 17.365.964
130.099.018
351 1.506.467 4.314.820 369 19.443.185
148.504.719
352 1.866.251 5.996.469 370 21.743.159
169.122.415
353 2.261.179 8.058.687 371 24.290.550
192.184.935
354 2.697.741 10.529.191 372 26.752.308
217.765.387
355 3.217.443 13.477.904 373 29.120.116
245.796.027
356 3.859.121 17.006.273 374 31.256.425
276.130.869
357 4.556.783 21.217.917 375 33.046.998
308.486.064
358 5.260.937 26.112.154 376 34.539.523
342.495.505
359 6.158.316 31.819.531 377 36.142.787
377.846.134
360 7.030.425 38.416.664 377,55 38.135.841
397.990.704
361 8.029.009 45.934.680 377,9 39.623.321
411.686.287
Fonte: SEMARH 2004a – Levantamento Batimétrico do Açude Epitácio Pessoa-PB
Figura 10.1 – Gráfico da Curva Cota x Área do Açude Epitácio Pessoa
123
Figura 10.2 – Gráfico da Curva Cota x Volume do Açude Epitácio Pessoa
124
A
NEXO
8 – Relação Cota x Área x Volume do reservatório de Acauã
Tabela 11.1 – Relação Cota x Área x Volume do Açude Acauã
Cota
(m)
Área
(m²)
Volume
(m³)
90,00 140.000 0,00
94,00 380.000 2.000.000
98,00 980.000 4.800.000
100,00 1.410.000 7.000.000
104,00 2.560.000 14.500.000
108,00 4.090.000 27.500.000
112,00 5.960.000 47.600.000
114,00 7.020.000 60.800.000
116,00 8.140.000 76.100.000
118,00 9.340.000 93.800.000
120,00 10.590.000 114.000.000
122,00 11.880.000 136.600.000
124,00 13.200.000 161.800.000
126,00 14.550.000 189.500.000
128,00 15.900.000 220.100.000
130,00 17.250.000 253.100.000
132,00 18.570.000 288.800.000
Fonte: AESA
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