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Universidade de São Paulo
Faculdade de Saúde Pública
Comparação entre moradores com e sem telefone
fixo no domicilio, entrevistados em inquérito
domiciliar de saúde. São Paulo – 2003
Neuber José Segri
São Paulo
2008
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação da Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo para obtenção do
título de mestre em Saúde Pública.
Área de concentração: Epidemiologia.
Orientador: Prof. Dr. Chester Luiz Galvão Cesar
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Comparação entre moradores com e sem telefone
fixo no domicilio, entrevistados em inquérito
domiciliar de saúde. São Paulo – 2003
Neuber José Segri
São Paulo
2008
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação da Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo para obtenção do
título de mestre em Saúde Pública.
Área de concentração: Epidemiologia.
Orientador: Prof. Dr. Chester Luiz Galvão Cesar
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É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na
sua forma impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é
permitida exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que
na reprodução figure a identificação do autor, título, instituição e ano da
tese/dissertação.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho às duas pessoas mais importantes da minha
vida, meus queridos pais Nivaldo Gilberto Segri e Arli Bortolozzi Segri.
Obrigado por proporcionar todas as condições para que eu seguisse
minha carreira na pós-graduação e atingir mais essa vitória. Não poderia
deixar de dizer meu muito obrigado por tudo, sempre...
Amo vocês.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela vida e pela força de cada dia.
Ao meu orientador Professor Chester pela amizade, orientação e lições em
todos os momentos de convivência. Agradeço a paciência nestes anos de
trabalho e principalmente a confiança depositada em mim.
Agradeço à secretária Regina pela presteza, simpatia e sua amizade desde
meu primeiro dia que nos conhecemos. Foi através de seu direcionamento
que conheci a Professora Denise a quem agradeço sempre por ter me
aberto as portas da Faculdade de Saúde Pública e sem dúvida é
responsável direta por essa minha vitória.
Agradeço imensamente à Dra. Cecília, membro da banca, colega de
profissão e pesquisadora exemplar. Meu agradecimento pelas inúmeras
conversas, amizade, paciência e oportunidade única de aprendizado ao seu
lado no Instituto de Saúde.
A Profa. Dra. Marilisa, também membro da banca, pela inestimável
colaboração, apoio, grandes idéias e principalmente pelo enorme incentivo
desde o princípio deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Jo Maria pelo inestimável aprendizado, grandes conversas,
exemplo, inúmeras lições e também pela valiosa colaboração neste trabalho.
A Profa. Dra. Maria do Rosario pelo carinho de sempre, ensinamentos, força
e grande auxílio nas horas em que mais precisei.
Agradeço à secretária Rosana, sempre muito atenciosa e muito competente,
me ajudou muito e foi a principal interligação entre mim e o professor.
Agradeço às secretárias Cátia, Roberta, Dora, Bete, e Manuela por toda
ajuda e colaboração.
Ao amigo Rodrigo, meu primeiro companheiro de sala, agradeço pelos
inúmeros bons momentos vividos nesta Faculdade, por todos ensinamentos
computacionais e pela amizade fraterna.
Ao amigo e companheiro de orientação Shamyr por dividir comigo inúmeros
momentos de inspiração e muito trabalho na nossa sala de pesquisa.
Obrigado pelo apoio, sugestões e muito boa sorte na viagem!!
Aos amigos do laboratório Daniel e Pascoal pela amizade e apoio nas
inúmeras vezes que estive no LIE para assistir e lecionar aulas.
Aos demais amigos, funcionários e vigilantes da Faculdade de Saúde
Pública da USP (Antônia, Renilda, Jairo, Célio e etc).
Em especial, à minha querida Gabriela, que com seu amor, carinho, e
paciência foi minha segurança, minha inspiração e muito me incentivou para
que pudesse completar mais esta etapa de minha vida.
Muito obrigado !
EPÍGRAFE
“Não sei o que possa parecer aos olhos do mundo, mas aos meus pareço
apenas ter sido como um menino brincando à beira-mar, divertindo-me com o
fato de encontrar, de vez em quando, um seixo mais liso ou uma concha mais
bonita que o normal, enquanto o grande oceano da verdade permanece
completamente por descobrir à minha frente.”
Isaac Newton
RESUMO
Segri NJ. Comparação entre moradores com e sem telefone fixo no
domicílio, entrevistados em inquérito domiciliar de saúde. São Paulo
2003. São Paulo, 2008. [Dissertação de Mestrado Faculdade de Saúde
Pública da Universidade de São Paulo].
Introdução. Inquéritos domiciliares têm sido utilizados em estudos
epidemiológicos desde o início do século passado. Com o passar do tempo,
os todos de realização de entrevistas foram se aperfeiçoando,
possibilitando maior rapidez e exatidão nas informações obtidas. As
entrevistas realizadas via telefone tornam o processo mais fácil, ágil e de
menor custo. Objetivo. Comparar os moradores do município de São Paulo
que possuíam telefone fixo em sua residência, com os que disseram não
possuir o referido aparelho, quanto a variáveis demográficas, de condições
de vida, estilo de vida, estado de saúde e também quanto ao uso e acesso
aos serviços de saúde. Metodologia. Utilizando o módulo “survey” do
pacote estatístico Stata em sua versão 9.2, foi feita uma caracterização do
perfil desses dois grupos de entrevistados (com e sem telefone fixo). Foram
calculados também, os vícios que a não cobertura por parte da população
sem telefone ocasiona às estimativas e foi verificado como um ajuste de
pós-estratificação diminui este vicio. Resultados. Dos 3333 entrevistados na
cidade de São Paulo, 77,7% possuíam telefone fixo residencial; foi detectada
associação estatisticamente significante entre a presença de telefone fixo e
as variáveis: naturalidade, raça/cor, religião, situação conjugal, escolaridade
do chefe de família, renda, tabagismo, alcoolismo, presença de morbidade
referida, hipertensão, auto-avaliação em saúde, realização de mamografia,
exame de próstata, consultas odontológicas, consumo de medicamentos e
utilização do SUS para a realização dos exames de saúde. Ao se retirar da
análise, a população sem telefone fixo, as estimativas de exame de pré-natal
e próstata, tabagismo, alcoolismo, auto-avaliação de saúde, consultas
odontológicas e a utilização do SUS para os exames de pré-natal e
Papanicolaou foram as que tiveram maior vício. Após o ajuste de pós-
estratificação, houve uma melhora em todas as estimativas que estavam
associadas à posse do telefone fixo, porém o vício não foi reduzido por
completo. Conclusão. A exclusão dos moradores sem aparelho telefônico é
uma das principais limitações e fonte de vício em pesquisas via telefone,
mesmo em lugares onde a cobertura seja considerada razoável. Este
obstáculo não deve ser considerado um impedimento, no entanto, algumas
precauções e ajustes terão que ser utilizados para se reduzir os vícios,
contribuindo para a estimação e interpretação correta dos resultados, que
estes levantamentos via telefone servem não apenas para se conhecer o
estado de saúde da população, mas também contribuem para a orientação
no planejamento de ações e novas políticas de saúde pública.
Descritores: Inquéritos de morbidade; Inquéritos via-telefone; Comparação;
Vicio; Pós-Estratificação.
ABSTRACT
Segri NJ. Comparison between residents with and without telephone,
interviewed in a Household-based health survey in São Paulo 2003.
São Paulo, 2006. [Master Dissertation Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo, Brazil].
Introduction. Household surveys have been widely used in epidemiologic
studies since the beginning of the 20
th
century. The methods used in
interviews have improved and become a more precise way to obtain
information. Telephone interviews make the whole process easier, quicker
and less expensive. Objective. To compare households with and without
telephone living in São Paulo city analyzed by demographic life conditions,
life style, health state and access to health services. Methods. Using Stata
9.2 (survey package), the residents were separated in two groups (with and
without telephone). The biases created by the non-coverage of non-
telephone respondents from the data bank were estimated and a post-
stratification adjustment was applied with the purpose of reducing this bias.
Results. About 77.7% of respondents reported owning a telephone in the city
of São Paulo which was statistically associated to region of birth, race,
religion, marital status, schooling of household head, income, smoking
status, alcoholism, morbidity, hypertension, self-health status, breast and
prostate exam, dental care, medicine use, and also the utilization of Brazilian
National Health System (SUS) in health exams. Excluding the respondents
without telephone from the analysis, prevalence estimates of prenatal and
prostate exam, smoking status, alcoholism, self-health status, dental care
and the utilization of Brazilian National Health System in prenatal care and
Papanicolaou exam were extremely affected by non-coverage bias.
Nevertheless after post-stratification adjustment, the bias has been
diminished to all variables associated to telephone ownership, but not
completely. Conclusion. The exclusion of persons without telephone is one
of the main limitations, as well as, is a great source of bias in telephone
surveys, even in areas where the coverage is relatively high. However, it
should not be considered a barrier, since some precautions are taken in
order to reduce bias, improve the estimates and provide correct interpretation
of results, the telephone survey is not only important to (get to) know the
population health status, but it also contribute to supporting new public health
action.
Descriptors: Health surveys; Telephone surveys; Comparison; Bias; Post-
stratification.
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO................................................................... 15
1.1 FONTES DE DADOS PARA MORBIDADE................15
1.2 ESTUDOS DE CORTE TRANSVERSAL....................16
1.3 INQUÉRITOS..............................................................18
1.4
INQUÉRITOS DE SAÚDE DE BASE
POPULACIONAL................................................
........20
1.5 ENTREVISTAS DOMICILIARES................................ 24
1.6 INQUÉRITOS VIA-TELEFONE.................................. 27
1.7 JUSTIFICATIVA......................................................... 35
2. OBJETIVOS.......................................................................36
2.1 OBJETIVO PRINCIPAL.............................................. 36
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...................................... 36
3. MATERIAIS E MÉTODOS................................................ 37
3.1 O INQUÉRITO DE SAÚDE NO MUNICÍPIO
DE SÃO PAULO, ISA-CAPITAL....................................... 37
3.2 ENTREVISTADORES................................................ 39
3.3 QUESTIONÁRIO – INSTRUMENTO DE COLETA
DE DADOS......................................................................
.
40
3.4 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS.........
.
42
3.5 AS VARIÁVEIS...........................................................
.
43
3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA.............................................
.
44
3.7 ASPECTOS ÉTICOS..................................................
.
48
4. RESULTADOS...................................................................50
4.1 CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-DEMOGRÁFICA.... 50
4.2 ESTILO DE VIDA E ESTADO DE SAÚDE............55
4.3 ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE................ 58
4.4 ANÁLISE DA EXCLUSÃO DOS ENTREVISTADOS
SEM TELEFONE - VÍCIO DA NÃO COBERTURA..... 63
4.5 AJUSTE DE PÓS-ESTRATIFICAÇÃO................. 65
5. DISCUSSÃO...................................................................... 71
6. CONSIDERÕES FINAIS............................................... 78
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................... 80
ANEXO 1 Questões utilizadas, provenientes dos Blocos
temáticos, ISA-Capital...................................... 87
ANEXO 2Plano de amostragem do Inquérito de Saúde no
Município de São Paulo, ISA-Capital
(Maria Cecília Goi Porto Alves)...................... 102
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Proporção de moradores com e sem telefone fixo no
domicílio. ISA-Capital, São Paulo, 2003.
Figura 2 – Média e IC (95%) da idade, segundo posse de
telefone fixo. ISA-Capital, São Paulo, 2003.
Figura 3 – Média e IC (95%) da renda, segundo posse de
telefone fixo. ISA-Capital, São Paulo, 2003.
Figura 4 Distribuição da população com e sem telefone fixo,
segundo gasto médio individual com saúde no último
mês. (apenas entre os entrevistados que tiveram
algum gasto). ISA-Capital, São Paulo, 2003.
50
51
55
62
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Efeito de um vício
)(v na probabilidade de um erro
maior que 1,96σ.
Tabela 2 – Fatores de ponderação para criação dos pesos
de pós-estratificação, para cada um dos 32 estratos
sócio-demográficos. ISA-Capital, São Paulo, 2003.
Tabela 3 Distribuição da população com e sem telefone fixo,
segundo características demográficas e
socioeconômicas. ISA-Capital, São Paulo, 2003.
Tabela 4 Distribuição da população com e sem telefone fixo,
segundo estilo de vida e estado de saúde. ISA-
Capital, São Paulo, 2003.
Tabela 5 Distribuição da população com e sem telefone fixo,
segundo uso e acesso aos serviços de saúde. ISA-
Capital, São Paulo, 2003.
Tabela 6 Distribuição da população com e sem telefone fixo
segundo, realização de exames preventivos e tipos
de serviços utilizados. ISA-Capital, São Paulo, 2003.
Tabela 7 Distribuição da população com e sem telefone fixo,
segundo gasto médio individual com saúde no último
mês. ISA-Capital, São Paulo, 2003.
46
48
52
56
58
60
61
Tabela 8 Prevalências de estilo de vida, estado de saúde,
uso e acesso aos serviços de saúde e vícios das
estimativas obtidas após a exclusão dos moradores
sem telefone fixo. ISA-Capital, São Paulo, 2003.
Tabela 9 – Prevalências de estilo de vida, estado de saúde, uso
e acesso aos serviços de saúde, vícios das
estimativas obtidas após a exclusão dos moradores
sem telefone fixo, antes e após o ajuste de pós-
estratificação. ISA-Capital, São Paulo, 2003.
63
68
SIGLAS UTILIZADAS
ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações
BRFSS – Behavior Risk Surveillance System
CID – Classificação Internacional de Doenças
GSP – Região Sudoeste da Grande São Paulo
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IC – Intervalo de confiança
IMC – Índice de massa corporal
IS-SES/SP – Instituto de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de SP
ISA-Capital – Inquérito de Saúde no Município de São Paulo
ISA-SP – Inquérito de Saúde no Estado de São Paulo
OMS – Organização Mundial da Saúde
PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
ONU – Organização das Nações Unidas
SMS-SP – Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo
SPSS – Statistical Package for the Social Sciences
SUS – Sistema Único de Saúde
UNESP – Universidade Estadual Paulista
UNICAMP – Universidade de Campinas
USP – Universidade de São Paulo
VIGITEL Sistema de vigilância de fatores de risco para doenças crônicas não-
transmissíveis
15
1. INTRODUÇÃO
1.1 FONTES DE DADOS PARA MORBIDADE
Estudar o estado de saúde e doença da população tem sido tarefa da
epidemiologia que, segundo PEREIRA (1995), é o “ramo das ciências da
saúde que estuda na população, a ocorrência, a distribuição e os fatores
determinantes dos eventos relacionados com a saúde.”
A palavra saúde, além da clássica e conhecida definição de ausência
de doença, segundo o dicionário Aurélio é definida como “o estado do
indivíduo cujas funções orgânicas, físicas e mentais se acham em situação
normal”. para a OMS (Organização Mundial de Saúde), significa “um
completo estado de bem estar físico, mental e social e não meramente a
ausência de doença”.
LEBRÃO (1997) define morbidade como sendo “um fenômeno
subjetivo (...) que lenta ou bruscamente, passa da normalidade ao
patológico, sem que haja uma fronteira nítida entre as variações da saúde e
da doença”.
A mesma autora ainda lembra que, para se estudar morbidades, e
para que um estudo sobre o tema seja completo, devem ser consideradas as
principais fontes de dados existentes, como por exemplo, a Notificação
Compulsória de Doenças, Estatísticas Hospitalares e de Serviços de
Assistência Ambulatorial e também os Inquéritos.
16
Muitas vezes alguns estudos são conduzidos sem a preocupação
com sua representatividade na população, caso de certos estudos realizados
com amostras intencionais ou de conveniência feitos, por exemplo, em
hospitais e em serviços de assistência ambulatorial. Estes estudos se
tornam restritos e acabam fornecendo dados de morbidade apenas sobre as
pessoas que tiveram acesso a estes serviços, não atingindo assim, a parcela
da população que não utilizou o sistema.
Porém, quando se deseja fazer um estudo com representatividade
populacional, onde se consiga ter acesso a toda população e não somente
àquela parcela que freqüenta um serviço de saúde, uma das alternativas
utilizadas é a realização de estudos de corte transversal, através de
inquéritos de base populacional.
1.2 ESTUDOS DE CORTE TRANSVERSAL
Os estudos de corte transversal são um tipo de estudo onde as
variáveis de interesse, independentemente delas serem desfecho ou
exposição, são medidas em um único momento no tempo, permitindo
estudar eventos de saúde em determinada população, ou mesmo a
identificação de certos grupos de interesse
1
. Também são chamados
estudos de prevalência, pois permitem analisar a prevalência de
determinado desfecho ou exposição. (PEREIRA, 1995).
1
expostos, não expostos, doentes e não doentes
17
Alguns autores (PEREIRA, 1995; MEDRONHO, 2004; GORDIS,
2004) citam que estudos com essa característica de corte no tempo podem
ser relativamente simples. Outra característica positiva refere-se ao seu
custo, que é geralmente mais baixo se comparado ao estudo do tipo coorte,
por exemplo, em virtude de seu desenvolvimento em curto espaço de tempo,
justamente por não haver necessidade de acompanhamento dos
entrevistados por longos períodos.
Segundo PEREIRA (1995), estudos deste tipo são também uma boa
opção para descrever as características dos eventos na população, além de
poder identificar casos na comunidade, bem como detectar certos grupos de
alto risco, aos quais pode ser oferecida atenção especial.
No entanto, pode-se dizer que são limitados do ponto de vista da
temporalidade, por não poder estabelecer relações de causa e efeito,
podendo induzir associações ou interpretações falsas. Além disso, não
quantificam o risco de desenvolver determinada doença, pois são incapazes
de medir a incidência (risco absoluto).
De acordo ainda com PEREIRA (1995), “neste tipo de desenho de
estudo as observações e mensurações das variáveis de interesse são feitas
simultaneamente, constituindo uma radiografia estática do que ocorre em um
determinado momento”, que é exatamente o que acontece quando se
realizam os inquéritos.
18
1.3 INQUÉRITOS
LEBRÃO (1997) descreve que os inquéritos têm como objetivo trazer
informações adicionais de saúde, nunca o de substituir as fontes rotineiras
de informação.
Dentre as diversas formas de se coletar dados para uma pesquisa,
destacam-se dois tipos: os inquéritos nos serviços e os de base
populacional. Em inquéritos realizados nos serviços, são levantados dados
de pessoas que procuram por algum serviço de saúde por determinado
motivo. Como citado, os dados destas pessoas acabam sendo coletados
no momento da visita, sendo úteis para se conhecer quais são as principais
características desta população que utiliza os serviços (PEREIRA, 1995).
os inquéritos de base populacional são definidos por LAST (1998)
como um método em que as pessoas são entrevistadas em seus próprios
domicílios, por carta ou telefone, fazendo parte de uma amostra
representativa da população, onde indivíduos ou mesmo domicílios, podem
ser selecionados de diversas formas e contatados na sua origem, e não em
estabelecimentos de saúde.
Os inquéritos também têm uma função importante no que diz respeito
ao planejamento de saúde. CAMPOS (1993), citando WHITE, sugere que as
informações vindas de inquéritos devem estar disponíveis para o
estabelecimento de prioridades e para a tomada de decisões, ordenando o
problema de uma maneira racional e também para a avaliação de
resultados.
19
Ainda na mesma direção, os inquéritos são importantes também na
análise do estado de saúde das populações e seus subgrupos, na análise e
monitoramento de prevalências de comportamentos relacionados à saúde,
equidade e especialmente para a implementação de políticas de promoção
da saúde (CESAR et. al., 2005; BARROS, 2008).
Segundo CESAR e TANAKA (1996), os inquéritos domiciliares com
base populacional oferecem importantes subsídios para a avaliação do
acesso aos serviços de saúde, bem como da utilização desses serviços,
sendo de grande valia no planejamento de políticas públicas em saúde, ou
seja, planejar investimentos e serviços em redes básicas de saúde e
hospitais. Além disso, permitem definir com maior especificidade as
diretrizes e as estratégias necessárias para a implantação de um sistema de
saúde, na busca de maior eqüidade no atendimento às necessidades de
saúde da população.
A prática de inquéritos domiciliares é bastante antiga e tem sido
utilizada tanto pela sociologia quanto pela epidemiologia desde o século XIX.
No Brasil, registros de inquéritos domiciliares como fonte de informações
sociodemográficas e epidemiológicas que datam da década de 1920. Com o
passar do tempo, os métodos de realização e, principalmente, de análise de
dados provenientes dos inquéritos foram se aperfeiçoando, possibilitando
maior precisão e exatidão nas informações obtidas, garantindo a validade
externa dos achados, possibilitando assim a generalização mais segura dos
dados amostrais para a população (BARATA, 2006).
20
CESAR e TANAKA (1996) alertam que devido ao custo operacional e
à complexidade metodológica dos inquéritos domiciliares, uma avaliação
prévia sobre o modelo mais adequado se faz necessária para atender as
diferentes situações e objetivos de cada estudo.
1.4 INQUÉRITOS DE SAÚDE DE BASE POPULACIONAL
São definidos por LAST (1998) como sendo uma forma de inquérito
que visa fornecer informações do estado de saúde de uma população.
Os Inquéritos de Saúde de Base Populacional vêm se desenvolvendo
nos países industrializados desde a década de 60 e são muito usados como
instrumentos para a formulação e avaliação das políticas públicas. Este tipo
de estudo reúne os dados originados sobre pessoas ou domicílios e são
bastante eficazes em identificar subgrupos populacionais, caracterizar sua
situação de saúde e não formular, mas, também, avaliar políticas de
saúde (VIACAVA, 2002).
Em países em desenvolvimento, os inquéritos populacionais de saúde
se desenvolveram a partir da década de 80 e, mesmo assim, no início eram
pouco adaptados metodologicamente em cada um dos países onde eram
realizados.
No Brasil, os levantamentos com base populacional começaram com
a criação da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) no ano de
1967, implantada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
21
Nesta primeira versão, visava buscar informações que não eram disponíveis
ou não suficientemente cobertas pelos sistemas de informação, com o
objetivo de se obter um retrato geral e atualizado do país (PEREIRA, 1995;
TRAVASSOS et al., 2008).
Ao longo do tempo, as PNADs, sofreram várias adaptações. Hoje em
dia está estruturada de forma a ter uma pesquisa básica, pesquisas
suplementares e pesquisas especiais, como por exemplo, o suplemento
saúde, que “constitui importante fonte de informações para a formulação,
acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, subsidiando, também,
o desenvolvimento de pesquisas na área de Saúde Pública” (IBGE).
Realizadas anualmente, com exceção dos anos censitários,
abrangendo todos os estados brasileiros, a pesquisa básica investiga, de
forma contínua, certos temas de maior importância para se medir e obter um
acompanhamento do nível socioeconômico da população. Dentre os temas
encontram-se a habitação, mão-de-obra e características demográficas e
educacionais. As pesquisas suplementares aprofundam os temas
permanentes, além de investigar outros assuntos de interesse que se
interliguem com os da pesquisa básica. as pesquisas especiais abordam
assuntos de maior complexidade, que exigem tratamento à parte da
pesquisa básica, podendo até requerer um esquema de amostragem
distinto. É realizada através de questionários aplicados nos domicílios
selecionados, no mês de setembro de cada ano (IBGE; TRAVASSOS et al.,
2008).
22
Como forma de complemento e com periodicidade variável, o
Suplemento Saúde, que teve sua última versão realizada em 2003, tratou
sobre o acesso e a utilização de serviços de saúde, trazendo resultados de
133 mil domicílios visitados, referentes à auto-avaliação do estado de saúde
das pessoas, restrição das atividades habituais, doenças crônicas
informadas, o acesso e utilização dos serviços, o principal motivo para essa
procura, realização de exames preventivos, tipos de cobertura dos planos de
saúde e atendimento no Sistema Único de Saúde – SUS (IBGE).
Estes inquéritos buscam, além de revelar o estado de saúde e doença
na população, identificar, descrever, quantificar e analisar a origem dos
processos que levam à doença em determinada população (CAMPOS,
1993).
Segundo este último autor, várias o as informações que podem ser
identificadas através dos inquéritos de saúde:
“... necessidades por diversos tipos de cuidados de saúde,
segundo a prevalência de doenças ou queixas; os comportamentos
e atitudes diante da doença; o grau de incapacidade resultante dos
quadros mórbidos; os gastos (tempo, esforço, dinheiro) individuais
relacionados à saúde e ao uso dos serviços; os efeitos dos
cuidados; o acesso aos serviços e aos recursos de saúde; a
utilização dos serviços; a organização do cuidado; a confiança da
população no sistema de saúde; a efetividade das intervenções em
promover a saúde e reduzir a doença; e o consumo de
medicamentos.”
Certa população investigada em um determinado inquérito pode
fornecer informações para uma pesquisa por intermédio de um entrevistador
devidamente treinado que pode obter esses dados através de perguntas
feitas frente a frente a um respondente, ou através do telefone, bem como
23
através de questionários auto-respondidos, serviço postal (carta) ou até
mesmo por meio eletrônico (email).
A informação que é reunida em um inquérito é geralmente bastante
complexa e passa, na grande maioria das vezes, por um tratamento de
consistência e validação e, dependendo do tipo do delineamento amostral,
um processo de ponderação. Destaca-se que a generalização dos
resultados obtidos em inquéritos dependerá basicamente da
representatividade que a amostra estudada possui (LAST, 1998).
Várias questões metodológicas estão relacionadas com a realização
de inquéritos domiciliares de base populacional, dentre elas uma importante
diz respeito aos planos amostrais. KORN et al. (1991) argumentam que em
inquéritos com um grande número de entrevistados, onde existem grandes
extensões a serem percorridas pelos entrevistadores, o uso da amostragem
aleatória simples é absolutamente impraticável. Nesses casos o uso de
delineamentos complexos acaba facilitando todo o processo de obtenção
dos dados.
Os delineamentos amostrais podem incorporar certos aspectos como
a estratificação das unidades de amostragem, conglomeração (seleção da
amostra em vários estágios), probabilidades desiguais de seleção em
apenas um ou mais estágios, e ajustes dos pesos amostrais para calibração
com totais populacionais conhecidos. Planos que incluem estes
procedimentos citados podem ser chamados de planos amostrais
complexos. Deve-se lembrar sempre que, embora amostras obtidas com
24
desenhos como estes podem ser vantajosas, é preciso muito cuidado no
cálculo de suas estimativas, pois o efeito da conglomeração, por exemplo,
produz impacto significativo na precisão das mesmas (SZWARCWALD et al.,
2008).
BARATA (2006) argumenta quemuitos avanços, tanto na teoria da
amostragem, quanto nas técnicas de análise dos dados, que vêm
incorporando, cada vez mais, o efeito do desenho em diversos programas
estatísticos. Nestes pacotes estatísticos, são considerados nas análises os
efeitos dos pesos das diferentes frações amostrais, possibilitando que
amostras relativamente menores forneçam estimativas válidas.
KORN et al. (1995); SZWARCWALD et al. (2008) mostram, através de
exemplos, a importância do uso da ponderação nas estimativas, e como
estas podem diferir quando os dados são e quando não são ponderados.
1.5 ENTREVISTAS DOMICILIARES
REA e PARKER (1997) definem e detalham algumas das principais
vantagens e desvantagens da cnica de entrevista domiciliar. Segundo
estes autores, “a entrevista pessoal ou domiciliar é um tipo de levantamento
que é estruturado para permitir que o entrevistador obtenha a informação
diretamente da pessoa entrevistada.” Como toda técnica, possui algumas
vantagens e desvantagens.
25
Uma das vantagens diz respeito à flexibilidade – o entrevistador pode,
no momento da entrevista, explicar e delinear melhor alguma questão que
não tenha ficado clara para o entrevistado, bem como utilizar recursos
visuais como mapas ou fotografias para auxiliar na resposta. Outra
vantagem está na possibilidade de utilização de questionários mais extensos
e detalhados, já que o entrevistador pode, frente a frente com o entrevistado,
administrar de forma mais precisa a entrevista, fornecendo as instruções
necessárias ao entrevistado, detalhando algumas alternativas de possíveis
respostas, com as quais os respondentes poderiam ficar confusos ou
mesmo intimidados (REA e PARKER, 1997).
Em inquéritos domiciliares, a taxa de resposta e o grau de completude
do questionário são consideravelmente altos, quando comparado a outras
formas de coleta de dados. As pessoas entrevistadas pessoalmente,
especialmente em suas residências, sentem-se mais confortáveis em
compartilhar suas informações e sentimentos, fornecendo dados mais
confiáveis e precisos. Aliado a tudo isso, assegura-se ainda que as
instruções e a ordem das questões são seguidas corretamente, ou seja, a
integridade da seqüência do questionário é mantida (no caso de respostas
enviadas via correio, não se pode ter tal certeza) (REA e PARKER, 1997).
Como uma das desvantagens, pode ser mencionado o alto custo
deste tipo de técnica, uma vez que administrar pesquisas envolvendo
entrevistas com pessoas pode ter um custo muito alto devido a diversos
fatores, como o tempo gasto em cada uma das entrevistas, distância
26
percorrida entre uma entrevista e outra, tempo de treinamento dos
entrevistadores, além da rigorosa supervisão de todos os envolvidos no
trabalho de campo.
Outro problema enfrentado é em relação ao entrevistador que pode
introduzir vício na resposta. Embora se saiba que o entrevistador seja peça
fundamental no processo de coleta de dados, o mesmo pode,
inadvertidamente, reagir de alguma maneira a uma determinada resposta do
entrevistado (recomenda-se que o entrevistador permaneça neutro durante
toda a entrevista). Esta reação poderá afetar respostas futuras colocando
em risco a validade de todo um questionário, podendo levar o respondente a
alterar algumas de suas respostas, somente para ter uma suposta
aprovação por parte do entrevistador. Ainda com relação ao vício, menciona-
se que o próprio entrevistador, de maneira leviana, pode alterar ou até
mesmo responder algumas das perguntas do questionário para poder
realizar mais rapidamente o que lhe foi designado, colocando em risco toda
a realização de um trabalho (ONU, 2005).
Outra desvantagem é o maior estresse que este tipo de entrevistas
pode gerar. As entrevistas frente a frente são claramente as mais intensas e
as mais estressantes, tanto para os respondentes, quanto para os
entrevistadores. Este método de entrevista tende a ser mais longo, mais
complexo e é o único que uma pessoa “estranha” presente no domicílio
do respondente. Tal situação pode causar certo desconforto ao entrevistado,
27
podendo gerar efeitos o favoráveis na qualidade das respostas (REA e
PARKER, 1997).
Por fim, outro item é a preocupação com a segurança – o encontro de
duas ou mais pessoas estranhas a fim de conduzir uma entrevista pode
acarretar em certos riscos tanto para o entrevistador, quanto para o
respondente. Essa preocupação com a segurança tem sido um importante
fator de contribuição para a diminuição desse tipo de formato de entrevista.
1.6 INQUÉRITOS VIA-TELEFONE
Outra forma de se obter os dados para a realização de um inquérito é
utilizando entrevistas via telefone. Nestes tipos de estudo, os dados são
obtidos através de questionário que é aplicado às pessoas sorteadas, ou seu
representante (proxy) que acabam respondendo às perguntas em sua
residência, via telefone.
LAVRAKAS (1990) discute que os métodos usados nas entrevistas
via telefone são baseados nos mesmos métodos usados ao longo dos
últimos 60 anos pelas as entrevistas domiciliares. O autor ainda cita que
uma das principais vantagens das entrevistas via telefone frente às
entrevistas domiciliares é a oportunidade de monitorar e controlar de perto a
qualidade dos dados conforme eles são coletados. Outra grande vantagem
que deve ser mencionada é o custo-benefício de todo o processo, capaz de
gerar resultados rápidos, fruto da alta velocidade alcançada na obtenção e
também no processamento destes dados.
28
Experiências usando esse tipo de metodologia de entrevista vêm
sendo feitas desde 1970 (MARCUS e CRANE, 1986), principalmente nos
Estados Unidos, e têm mostrado bons resultados, já que a excelente taxa de
cobertura de telefone que o país possui, aliado ao nível de consciência da
população, sua instrução, motivação em colaborar com a pesquisa, bem
como a aceitação dos respondentes, ainda contribuem para esta conclusão,
mesmo com a queda desta consciência e aceitação constatada nos últimos
anos (KEMPF et al., 2007).
Além disso, SMITH et al. (1995) discutem que o envio de uma carta
introdutória via correio ao sorteado, explicando os objetivos da pesquisa, e
alertando a pessoa que ela irá receber uma ligação nos próximos dias,
aumenta significativamente a taxa de resposta para essa metodologia a um
baixo custo.
REA e PARKER (1997) argumentam que o aspecto mais importante
no uso desta técnica é a seleção dos entrevistadores. “O treinamento
adequado dos mesmos é de suma importância para o sucesso do projeto”.
Além disso, citam também algumas das vantagens desta técnica.
Uma delas é a rápida coleta de dados, pois certas informações,
especialmente as que necessitam ser divulgadas rapidamente (pesquisa
eleitoral, por exemplo) podem ser coletadas via telefone e processadas em
poucos dias. Ressalta-se que é possível completar uma pesquisa via
telefone no mesmo tempo em que levaria planejar uma pesquisa por carta,
ou mesmo uma entrevista domiciliar.
29
Aliado à rapidez deste processo de coleta de dados está também o
baixo custo, pois o valor de implantação de uma pesquisa via telefone é
consideravelmente menor do que uma entrevista domiciliar e, sob certas
circunstâncias, pode ser menos cara também do que uma pesquisa via
correio (MONTEIRO et al., 2005; REA e PARKER, 1997).
Outra vantagem é a acessibilidade em larga escala, uma vez que não
apenas pesquisas locais podem ser realizadas via telefone, mas também é
viável conduzir pesquisas em qualquer lugar do mundo devido à enorme
abrangência do telefone.
Por fim, da mesma forma como acontece nas entrevistas domiciliares,
em entrevistas por telefone o cumprimento das instruções, bem como a
continuidade do questionário, fica assegurada, e neste caso, é ainda mais
precisa. A seqüência das questões é mantida e respeitada de acordo com o
questionário original, com o auxílio do computador.
Em contrapartida, como desvantagem, acaba existindo neste tipo de
técnica um menor controle sobre a entrevista, principalmente quando é
considerada a relação entrevistador/entrevistado. Tendo em vista que o
entrevistador não tem contato visual com a pessoa entrevistada e também
não tem acesso à residência da pessoa, o mesmo fica incapaz de avaliar
quais as condições de vida, bem como o ambiente em que o entrevistado
vive. Além disso, o respondente pode facilmente terminar a entrevista a
qualquer momento, desligando o telefone, principalmente se o questionário
for extenso e a entrevista tiver uma longa duração.
30
Outra desvantagem em entrevistas por telefone é o fato que o
entrevistador poderá ter grandes dificuldades em estabelecer credibilidade,
verdade e confiança com um entrevistado via telefone, fato este menos
freqüente em entrevistas domiciliares (REA e PARKER, 1997).
Os autores citam também que tanto as entrevistas via correio como as
entrevistas domiciliares permitem o uso de materiais de apoio como mapas,
fotos, gráficos como parte de questões. As entrevistas via telefone não
fornecem tal oportunidade ao pesquisador.
No entanto, a principal desvantagem deste tipo de técnica é a limitada
abrangência dos respondentes, uma vez que apenas as pessoas com
telefones (fixos residenciais) podem ser contatadas, o que acaba
restringindo a população alvo, podendo vir a gerar vício nos resultados das
pesquisas.
Tem-se notado que o interesse nesse tipo de metodologia de
obtenção de dados tem se mostrado crescente nos últimos anos no Brasil,
embora a taxa de cobertura de telefone fixo no país seja de 45% em 2005,
chegando a números maiores (em torno de 70%) nas principais regiões
metropolitanas (ANATEL, 2005).
Em resultado divulgado pela ANATEL (Agência Nacional de
Telecomunicações), no final de 2007, o número de telefones fixos no país
havia crescido 135% desde 1997, chegando a 40 milhões de linhas.
Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio) 2003, para
31
a cidade de São Paulo, maior cidade do Brasil e da América Latina, a
cobertura estimada de telefones fixos chegava a 76,8%.
BERNAL (2006) constatou que em determinadas regiões brasileiras,
onde as taxas de cobertura de linhas telefônicas eram muito baixas, o vicio
encontrado foi grande e considerado não-desprezível. Utilizando dados da
PNAD 2003, a autora verificou que com o aumento da cobertura de telefone,
havia uma significativa diminuição do cio e concluiu que nos locais onde a
taxa de cobertura de linha telefônica era superior a 70%, seria viável a
realização de inquéritos via telefone. Ainda segundo estes dados de 2003,
os locais mais adequados para a realização de inquéritos via telefone seriam
as regiões metropolitanas dos estados do sudeste e sul do país.
Tendo em vista o crescimento do número de linhas telefônicas no
Brasil nos últimos anos e o crescente interesse no tipo de metodologia de
obtenção de dados via telefone, teve início o VIGITEL, um sistema de
vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas não
transmissíveis por inquérito via telefone, realizado desde o ano de 2006, nas
27 capitais brasileiras.
Nos Estados Unidos, estudos vêm sendo realizados bastante
tempo e o país já conta com uma vasta produção cientifica devido à alta taxa
de cobertura de linhas telefônicas, que é de cerca de 95%. Criado em 1981,
pelo Centro de Controle de Doenças, o Behavior Risk Factor Surveillance
System (BRFSS) é o maior sistema de vigilância de fatores de risco do
mundo a utilizar a técnica de entrevistas por telefone.
32
A técnica de entrevistas via telefone vem sendo também utilizada em
vários países ao redor do mundo. Entre as mais recentes publicações, foram
encontrados estudos realizados na Inglaterra (RUBIN et al., 2007),
Alemanha (BERGMANN et al., 2005), França (PELLETIER-FLEURY et al.,
2006), lgica (BOFFIN et al., 2007), Espanha (GALÁN et al., 2005), Suécia
(PAYNE et al., 2005), Canadá (BERNARDS et al., 2007), Austrália (MARKS
et al., 2007), Hong Kong (CHIU et al., 2006) entre outros.
Existem na literatura alguns estudos que compararam os resultados
das entrevistas domiciliares com as realizadas via telefone e que
identificaram grande semelhança em vários indicadores de saúde GROVES
et al. (1979); KORNER-BITENSKY et al. (1994); ANDERSON et al. (1998);
TAYLOR et al. (1998); HAGHIGHAT et al. (2007).
Ressalta-se que nestes países desenvolvidos encontram-se as
maiores taxas de cobertura do telefone fixo. O´TOOLE et al. (1986)
compararam também as metodologias acima descritas com entrevistas
realizadas via correio, menos caras, porém com menores taxas de resposta
e concluíram que havia também, pouca diferença nas estimativas.
COREY e FREEMAN (1990) argumentam que a razão para certas
diferenças terem sido encontradas em algumas estimativas, entre os dois
tipos de inquérito, se deve ao fato da exclusão dos moradores sem telefone,
que esta parte da população pode diferir no campo cio-demográfico em
relação ao grupo que possui telefone fixo. Além disso, os autores ressaltam
que embora existam diferenças, estas o são significativas, em se tratando
33
de estimativas para o país, devido à altíssima taxa de cobertura que os
Estados Unidos possuíam (92% no ano de 1990).
Num outro enfoque, comparando agora resultados do total de
entrevistados, somente com os entrevistados que possuem o telefone fixo,
(WEEKS et al., 1983; MARCUS et al., 1986; ANDERSON et al., 1998)
poucas e não significantes do ponto de vista estatístico, foram também as
diferenças encontradas para as estimativas.
FORD (1998) analisou as características dos participantes de um
inquérito de saúde que possuíam telefone com os que não possuíam o
aparelho, levando em conta os fatores de risco para doenças crônicas e
outras características de saúde e visando quantificar um potencial vício que
poderia ser encontrado em inquéritos desse tipo. O autor relatou que apenas
2,7% dos respondentes não tinham o aparelho no domicílio e concluiu ao
final das análises que os entrevistados, com e sem telefone, acabaram
diferindo principalmente em aspectos de escolaridade, renda, estilo de vida e
estado de saúde. O autor também argumenta que em populações com alta
taxa de cobertura de telefones fixos, as estimativas das prevalências das
características de saúde pouco provavelmente seriam afetadas. Porém
quando esta taxa de cobertura é mais baixa, as estimativas podem ser
seriamente viciadas.
Uma comparação entre os entrevistados com telefone fixo residencial,
entrevistados que possuíam apenas telefone celular e entrevistados que não
possuíam nenhum dos dois serviços foi realizada por BLUMBERG et al.
34
(2006). Nessa análise, os moradores sem telefone obtiveram maiores
prevalências principalmente quanto ao hábito de fumar.
Os autores comentam que conforme as pessoas começam a
substituir os telefones residenciais pelos telefones celulares, a porcentagem
das pessoas que não possuem telefones fixos pode aumentar, mas como
este número ainda é pequeno nos Estados Unidos, não influencia em mais
de um ponto percentual nos valores esperados para certas estimativas.
KEMPF e REMINGTON (2007) falam dos desafios que as pesquisas
via telefone se preparam para enfrentar neste início de século 21. Citam,
principalmente, a diminuição na taxa de cobertura, a inclusão de pessoas
que possuem o telefone celular na amostra, o crescente uso de
identificadores de chamada nas residências e também o freqüente
atendimento de secretárias eletrônicas, que acabam prejudicando a
obtenção dos dados e aumentando o número de não respostas em
inquéritos via telefone. Mesmo assim, estes novos desafios acabam servindo
como incentivo aos pesquisadores que estão sempre em busca de novas
técnicas e também em busca de novos conhecimentos.
Em 2003, MONTEIRO et al. (2005), em pesquisa telefônica realizada
para monitorar fatores de risco para doenças crônicas para o município de
São Paulo, concluíram que este método produziu estimativas confiáveis,
mostrando-se adequado. O custo chegou a ser até 8 vezes menor do que se
tivesse sido conduzida uma entrevista domiciliar, obtendo praticamente os
mesmos resultados. Vale lembrar, porém, que tais resultados foram
35
alcançados principalmente devido ao município contar na época da pesquisa
com uma taxa de cobertura média estimada de 84,9%. Os autores ainda
citam que não puderam ser discutidas as principais diferenças existentes
entre a população com e sem telefone residente no município.
1.7 JUSTIFICATIVA
Desde que as entrevistas via telefone começaram a ser usadas com
mais freqüência, a preocupação em comparar os resultados de inquéritos
domiciliares com inquéritos via telefone se faz presente nos países
desenvolvidos, principalmente para se conhecer as conseqüências que a
exclusão dos moradores sem telefone fixo poderia ocasionar.
Comparações entre inquéritos realizados em domicílio e via telefone é
assunto quase que inexplorado no Brasil, ou seja, muito pouco se sabe
sobre estas diferenças, principalmente quando são comparados os dados
entre os entrevistados que possuem com os que não possuem telefone em
seu domicílio de residência.
A partir do banco de dados de um inquérito domiciliar de saúde
realizado no município de São Paulo no ano de 2003 (ISA-Capital), quando
se perguntou aos entrevistados sobre a posse do telefone fixo no domicílio,
foi possível extrair as informações necessárias para se caracterizar estes
moradores com e sem telefone fixo, comparando-os quanto a aspectos
socioeconômicos, demográficos e principalmente de saúde.
36
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO PRINCIPAL
O presente trabalho tem como objetivo principal comparar os
moradores do município de São Paulo que possuíam telefone fixo em sua
residência, com os que disseram não possuir o referido aparelho, quanto a
variáveis demográficas, de condições de vida, estilo de vida, estado de
saúde e também quanto ao uso e acesso aos serviços de saúde.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Descrever as características demográficas e socioeconômicas
dos grupos de entrevistados com e sem telefone fixo,
residentes em área urbana no município de o Paulo no ano
de 2003;
Comparar as médias e prevalências das diversas
características de estilo de vida, estado de saúde e uso e
acesso aos serviços de saúde, dos dois grupos de
entrevistados;
Medir o vício das estimativas causado pela não cobertura da
população sem telefone;
Verificar o efeito da pós-estratificação na diminuição do vício.
37
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 O INQUÉRITO DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO,
ISA-CAPITAL
Este estudo utiliza os dados do Inquérito de Saúde no Município de
São Paulo, ISA-Capital, um estudo de corte transversal para análise das
condições de vida e de saúde, incluindo uso de serviços de saúde, por meio
de entrevistas domiciliares.
No ISA-Capital, foram entrevistadas 3357 pessoas no ano de 2003,
selecionados por meio de uma amostra probabilística da população
residente na área urbana do município de São Paulo. O inquérito teve
financiamento da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (SMS-SP) e
contou com a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo
(USP), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Universidade
Estadual Paulista (UNESP), além do Instituto de Saúde da Secretaria de
Estado da Saúde de São Paulo (IS-SES/SP).
Para sorteio da amostra utilizou-se amostragem complexa
2
por
conglomerados em dois estágios, compostos por setor censitário e domicílio.
2
Plano de Amostragem do ISA-Capital na íntegra, disponível no anexo 2.
Elaborado por Dra. Maria Cecília Goi Porto Alves
38
O município foi estratificado segundo escolaridade do chefe de
família, considerando o percentual de chefes com nível universitário em três
categorias: menos de 5%, 5% (inclusive) a 24,99% e 25% ou mais.
O ponto de partida para o sorteio foi a amostra mestra da PNAD-2002
que abrangeu no Município de São Paulo 264 setores censitários urbanos,
entre os quais foram sorteados 60 para compor a amostra do ISA-Capital,
sendo 15, 28 e 17, respectivamente, nos 3 estratos.
Foram também definidos oito grupos de acordo com o sexo e a idade,
denominados domínios amostrais. São eles:
menores de 1 ano de ambos os sexos
1 a 11 anos de ambos os sexos
12 a 19 anos do sexo masculino
12 a 19 anos do sexo feminino
20 a 59 anos do sexo masculino
20 a 59 anos do sexo feminino
60 anos e mais do sexo masculino
60 anos e mais do sexo feminino
Estes domínios foram definidos com o intuito de garantir números
mínimos na amostra para as análises. A definição desses domínios deve-se
principalmente ao fato de que alguns subgrupos populacionais, como os
menores de um ano e os de idade mais avançada, representem uma
39
proporção muito pequena do total da população, e estes são os grupos que
normalmente apresentam maiores prevalências de problemas de saúde e
freqüentemente procuram os serviços de saúde.
Estimou-se um tamanho mínimo de amostra de 420 pessoas para
cada um dos domínios citados, somando-se a este valor as possíveis
perdas, e tendo por base a estimativa de uma prevalência de 50%, com nível
de confiança de 95%, erro de amostragem de 0,06 e efeito de delineamento
de 1,5.
3.2 ENTREVISTADORES
Os entrevistadores selecionados possuíam no mínimo Ensino Médio
completo, receberam treinamento para a aplicação do questionário do
inquérito e foram avaliados e reciclados durante todo o período da pesquisa.
Cerca de 10% da produção de cada um deles foi avaliada por nova
entrevista parcial (entrevista de controle). o foram selecionados
entrevistadores com formação na área de saúde e o treinamento enfatizou a
importância de anotarem com precisão o que era referido pelos
entrevistados, visto que a pesquisa trabalhou com morbidade referida.
40
3.3 QUESTIONÁRIO INSTRUMENTO DE COLETA DE
DADOS
3
No ISA-Capital as informações foram obtidas através de questionário
aplicado pelos entrevistadores, respondidos diretamente pelos moradores
sorteados ou pela mãe ou responsável por crianças menores de 12 anos,
garantindo-se assim maior confiabilidade das informações, principalmente
daquelas referentes aos problemas de saúde de menor gravidade. As
questões utilizadas neste estudo encontram-se no anexo 1.
O questionário do ISA-Capital foi estruturado em blocos e a descrição
dos temas utilizados neste trabalho estão apresentados a seguir:
Os Blocos A e B foram compostos por informações gerais sobre a
composição familiar necessária para estabelecer os primeiros elementos das
condições de vida, bem como instrumento de controle para a realização das
visitas. A morbidade referida, para o período de 15 dias, foi estudada no
Bloco C, onde se procurou identificar, nos indivíduos sorteados, as
situações de saúde/doença experimentadas nos 15 dias anteriores à
entrevista, com possibilidades de destaque para as causas externas.
O Bloco D levantou informações sobre a presença de diagnósticos de
doenças crônicas, com ênfase naquelas de maior importância e prevalência.
Já o Bloco E questionou sobre a existência de deficiência física e o Bloco F
3
Questionário do ISA-Capital na íntegra, disponível em http://www.fsp.usp.br/isa-sp.
Acesso em 31/05/2008.
41
investigou a ocorrência de acidentes ou violências nos doze meses
anteriores à entrevista e suas conseqüências sobre os entrevistados.
O Bloco G trouxe questões relativas à utilização de serviços
odontológicos nos últimos 12 meses e de serviços de saúde nos quinze dias
anteriores à entrevista, na ausência de morbidade. O Bloco H investigou o
uso de serviços de saúde para exames preventivos.
O Bloco J estudou o consumo de medicamentos pela população
entrevistada e o Bloco K referiu-se a hospitalizações nos 12 meses
anteriores à entrevista.
No Bloco L foram exploradas as questões referentes ao estilo de
vida, aprofundados neste trabalho apenas o fumo e consumo de álcool. O
consumo de álcool foi estudado por meio do teste CAGE (Aertgeerts B,
Buntinx F, Kester A, 2004), e no Bloco N fez-se o uso do questionário de
auto-avaliação de saúde (SF-36) na sua versão validada no Brasil.
Os Blocos O e Q foram voltados para a caracterização sócio-
econômica do entrevistado (O) e do chefe da família (Q), e o Bloco P
descreveu as características da família e do domicílio. Conjuntamente com
as informações colhidas no Bloco A foi possível descrever, com esses
quatro blocos, as condições de vida dos indivíduos entrevistados, variável
essencial para entender a distribuição das doenças, bem como o acesso às
respostas sociais.
No Bloco R, procurou-se apurar o gasto mensal familiar com a saúde
no grupo estudado e no Bloco S foram investigadas questões relativas ao
42
pré-natal, parto e primeiro ano de vida para todos os menores de um ano
sorteados para entrevista.
3.4 – PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
Os dados do inquérito foram codificados diretamente nos
questionários e digitados em máscara de EpiInfo. Para a codificação dos
problemas de saúde e doenças referidas foi utilizada a Classificação
Internacional de Doenças - CID-10 (OMS, 1995). Para a classificação das
ocupações e das atividades econômicas foram usadas a Classificação de
Ocupações do Censo Demográfico de 2000 (IBGE, 2000) e a Classificação
Nacional de Atividades Econômicas - Domiciliar CNAE-Domiciliar (IBGE,
2005). Foi utilizado o Statistical Package for the Social Sciences SPSS
para a estruturação do banco de dados.
Para análise dos dados, foi utilizado o módulo survey do pacote
estatístico Stata 9.2 que leva em consideração o delineamento complexo de
amostragem. Dessa forma, foram incorporados os pesos dos indivíduos da
amostra, (peso principal) baseados nas frações amostrais e na pós-
estratificação. Foram criadas rotinas e feitas várias recodificações nas
inúmeras variáveis do banco de dados para uma criteriosa e correta análise
dos mesmos.
43
3.5 AS VARIÁVEIS
A partir dos dados provenientes das entrevistas realizadas nos
domicílios amostrados, foram identificados primeiramente os entrevistados
que possuíam e os que o possuíam telefone fixo em seu local de
residência, a partir da questão P19, no seu item 10 presente no BLOCO P,
contido no questionário.
Os entrevistados destes dois grupos foram analisados segundo as
características demográficas e socioeconômicas. Foram elas, sexo
(masculino e feminino), idade (em anos), naturalidade do indivíduo (nascidos
dentro ou fora do Estado de São Paulo), raça/cor (branca, preta, parda,
amarela e indígena), religião (católica, evangélica, espírita, outras e sem
religião), situação conjugal (solteiro, casado, unido, separado e viúvo)
escolaridade do chefe de família (0 a 3, 4 a 7, 8 a 11 e 12 ou mais anos de
estudo), atividade remunerada (trabalha, desempregado e outra atividade,
que inclui os aposentados, donas de casa, pensionista e estudantes), renda
per capita (em reais) e característica do domicílio (adequado ou não
adequado) contidas nos BLOCOS B, O, P e Q.
O estilo de vida (BLOCO L) foi estudado segundo os comportamentos
dos grupos em relação ao índice de massa corpórea IMC, (até 25,0 kg/m
2
e igual ou acima de 25,0 kg/m
2
), tabagismo (fumante ou não fumante) e
alcoolismo, seguindo a classificação CAGE (positivo ou negativo) (Masur, et
al., 1985).
44
O estado de saúde (BLOCOS D, E, F, L, M e N) foi estudado segundo
a presença de doenças crônicas, (hipertensão e diabetes), presença de
deficiência física, ocorrência de acidentes e/ou de violência nos 12 meses
anteriores à entrevista e morbidade referida nos 15 dias anteriores à
entrevista, além da auto-avaliação de saúde, categorizada em 3 níveis
(ótima/excelente, boa e ruim/muito ruim).
Foi observado também, se houve ou não diferença entre os grupos
em relação à procura por serviços de saúde na ausência de eventos
mórbidos, bem como à hospitalização nos 12 meses anteriores à entrevista,
ao tipo do serviço de saúde procurado pelo entrevistado e à cobertura pelo
SUS dos seguintes exames: pré-natal, Papanicolaou, mamografia, próstata e
consultas odontológicas. Além disso, foram também comparados o consumo
de medicamentos nos 3 dias anteriores à entrevista e o gasto médio
individual com saúde (em reais) no último mês. Questões contidas nos
BLOCOS G, H, J, K, R e S.
3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Para comparar os dois grupos, com e sem telefone fixo, foram feitos
testes de associação entre as variáveis (qui-quadrado), sendo consideradas
estatisticamente significantes as associações em que o valor-p fosse menor
que 0,05.
45
Para as variáveis quantitativas, foram calculadas as médias dos
entrevistados com e sem telefone e seus respectivos intervalos de confiança
(95%) para uma comparação entre os grupos.
Posteriormente, foi estimado o vício da não cobertura, ou seja, o
efeito que a falta de dados das pessoas que não possuíam o telefone fixo
poderia ocasionar nas estimativas pontuais e também nos respectivos
intervalos de confiança (KISH, 1965; COCHRAN, 1977; SILVA, 2001).
O vício associado à cobertura do telefone fixo foi estimado pela
expressão:
totaltelefonecom
yyv =
telefonecom
y
: estimativa da média/proporção da população com
telefone
total
y
: estimativa da média/proporção da população total (populações
com e sem telefone)
Os vícios referentes às diversas variáveis estudadas foram
comparados pela estimativa do vício relativo (KISH, 1965).
total
y
v
vr =
46
O impacto do vício sobre as inferências foi avaliado pela estimativa da
razão do vício, que mede o vício em unidades de desvio-padrão (ALVES et
al., 2007) calculada pela expressão:
)( ydp
v
rv =
dp( y ): desvio padrão de y
A tabela 1 apresenta a razão de cio e o nível de significância dos
intervalos de confiança referentes a uma estimativa. Nota-se que, quando a
razão do vício for, por exemplo, igual a 0,60, haverá uma alteração do nível
de confiança pré-fixado de 95%, para aproximadamente 90% (1 - 0,0921 =
0,9079). Ainda, se a razão de cio estiver acima de 1,50, significa que o
nível de confiança cai para menos de 68%.
Tabela 1. Efeito de um cio )(v na probabilidade de um erro maior que
1,96σ.
)( ydp
v
rv =
0,02 0,0500
0,04 0,0502
0,06 0,0504
0,08 0,0508
0,10 0,0511
0,20 0,0546
0,40 0,0685
0,60 0,0921
0,80 0,1259
1,00 0,1700
1,50
(α)
Fonte: W.G. Cochran, Sample Techniques, 1977, p.14
47
As estimativas obtidas apenas considerando a parcela da população
com telefone podem ser viciadas, devido à cobertura do telefone fixo não ser
completa na cidade de São Paulo. Dessa forma, foi adotada na análise, uma
prática de ajuste dos dados que é realizada por inquéritos por telefone
realizados no Brasil e principalmente nos Estados Unidos, denominada
ajuste de pós-estratificação (IBGE, 2007; CDC, 2007).
Este procedimento estatístico que tem como objetivo principal diminuir
o vício, atribui pesos para se tentar compensar os possíveis vieses
decorrentes da não cobertura do telefone, igualando a composição sócio-
demográfica da amostra da população com telefone fixo no domicilio à
composição sócio-demográfica da população total do Inquérito ISA-Capital.
Para este ajuste de pós-estratificação dos dados do ISA-Capital foram
consideradas as variáveis, sexo e a idade, divididos nas categorias, menores
de 1 ano, 1 a 11 anos, 12 a 19 anos masculino e feminino, 20 a 59 anos
masculino e feminino, 60 anos e mais masculino e feminino. Foi levada em
conta também a escolaridade do chefe de família, em 4 níveis (0 a 3, 4 a 7, 8
a 11 e 12 e mais anos de estudo), totalizando então 32 estratos sócio-
demográficos.
Finalmente, o peso de s-estratificação específico para cada um dos
32 estratos sócio-demográficos foi calculado pela razão entre a proporção da
população pertencente a cada um dos estratos considerando a população
total e a proporção da população neste mesmo estrato considerando apenas
a população com telefone fixo, conforme a expressão:
48
fixo telefonecom população dadeescolarida edomínio do moradores de Proporção
totalpopulação da deescolarida edomínio do moradores de Proporção
ji
ji
,
=
ji
pp
Onde i é o i-ésimo domínio (sexo/idade) (i=1,2,3,4,5,6,7 e 8) e j é a j-
ésima faixa de escolaridade do chefe de família (j=1,2,3 e 4)
A tabela 2 a seguir, mostra como ficou a composição destes fatores
de ponderação (
ji
pp
,
) para este estudo.
Tabela 2 Fatores de ponderação para criação dos pesos de pós-
estratificação, para cada um dos 32 estratos sócio-demográficos. ISA-
Capital, São Paulo, 2003.
Dominio (Sexo/
Idade)
escolaridade chefe
0 a 3 anos
1,8667 1,2633 1,4835 1,1613 1,3740 1,2166 1,0000 1,0629
4 a 7 anos
1,5667 1,3061 1,0786 1,0224 1,0941 1,1059 0,8716 0,8845
8 a 11 anos
1,3889 1,1235 0,9030 0,8909 0,9615 0,9878 0,8500 0,8627
12 anos e mais
0,7941 0,7729 0,7912 0,7746 0,7744 0,7837 0,8144 0,7724
20 a 59 anos
Masculino
20 a 59 anos
Feminino
60 anos e mais
Masculino
60 anos e mais
Feminino
Menor de
1 ano
1 a 11
anos
12 a 19 anos
Masculino
12 a 19 anos
Feminino
Finalmente, cada um destes valores calculados na tabela 2 (
ji
pp
,
) foi
multiplicado ao peso principal dos indivíduos, que já fazia parte do banco de
dados do ISA-Capital. Em seguida, novas estimativas para as variáveis de
estilo de vida, estado de saúde e uso e acesso aos serviços foram obtidas
considerando apenas a população com telefone fixo e os vícios recalculados
após este ajuste.
3.7 ASPECTOS ÉTICOS
Os objetivos do ISA-Capital foram apresentados aos indivíduos
sorteados e foi solicitada a assinatura do termo de consentimento livre e
49
esclarecido assinado de participação no estudo, após conhecimento dos
objetivos do estudo e do tipo de informação que seria solicitada. Foi
assegurada a confidencialidade das informações levantadas, sendo que
apenas dados consolidados foram analisados e divulgados, impossibilitando
a identificação dos indivíduos pesquisados.
O Comitê de Ética em Pesquisas em Seres Humanos da Faculdade
de Saúde Pública da USP analisou e aprovou o protocolo de pesquisa deste
trabalho (nº 124/07) no dia 26/07/07, de acordo com os requisitos da
Resolução CNS 196/96.
50
4. RESULTADOS
4.1 CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-DEMOGRÁFICA
De um total de 3357 pessoas entrevistadas, 3333 responderam à
pergunta sobre a posse de telefone fixo no domicílio, na cidade de São
Paulo, das quais 77,7% (2544) disseram possuir o aparelho no ano de 2003
em sua residência.
Figura 1 Proporção de moradores com e sem telefone fixo. ISA-Capital,
São Paulo, 2003.
77,7%
Possuem
Telefone
Fixo
22,3% Não
Possuem
Iniciando a comparação entre os grupos com a idade dos
entrevistados, foi encontrada uma diferença estatisticamente significante
entre os moradores com e sem telefone fixo (p<0,0001). Para o grupo que
possuía telefone, a dia encontrada foi maior (32,3 anos contra 24,9 do
grupo sem telefone no domicílio, figura 2). Como a média geral dos dois
51
grupos foi de 30,7, se o inquérito tivesse sido realizado apenas via telefone,
a estimativa da média de idade dos entrevistados teria sido superestimada.
Figura 2. Média e IC(95%) da idade, segundo posse do telefone fixo.
ISA-Capital, 2003.
32,3
24,9
30,7
31,1
23,0
33,5
31,9
29,5
26,7
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
Com Telefone Sem Telefone Total
Seguindo a comparação, de acordo com a tabela 3, que contém os
resultados das características demográficas e socioeconômicas dos dois
grupos de entrevistados (com e sem telefone fixo), o foi encontrada
diferença estatisticamente significante somente em relação ao sexo
(p=0,5843). Se a entrevista tivesse sido conduzida apenas por telefone,
teríamos a seguinte proporção 47,2% para o sexo masculino e 52,8% para o
sexo feminino, o que não teria sido muito diferente da proporção encontrada
no resultado total do ISA-Capital (levando em conta os moradores com e
Idade (em anos)
52
sem telefone fixo) que foi 47,6% e 52,4% para homens e mulheres
respectivamente.
Tabela 3. Distribuição da população com e sem telefone fixo, segundo
características demográficas e socioeconômicas. ISA-Capital, São Paulo,
2003.
% * % * % *
Sexo Masculino 1264 47,2 405 49,0 1669 47,6
Feminino 1280 52,8 384 51,0 1664 52,4
Naturalidade Estado de SP 1596 63,4 393 48,3 1989 60,1
Fora de SP 919 36,6 384 51,7 1303 39,9
Raça/Cor Branca 1710 69,4 415 50,0 2125 65,1
Preta 164 6,7 68 9,4 232 7,3
Parda 574 22,1 281 40,5 855 26,2
Amarela 44 1,7 1 0,0 45 1,3
Indígena 4 0,2 3 0,1 7 0,2
Religião Sem Religião 187 8,4 76 9,8 263 8,7
Católica 1634 65,0 459 59,9 2093 63,8
Evangélica 425 15,3 193 22,6 618 17,0
Espírita 92 5,0 11 2,0 103 4,3
Outras 162 6,3 35 5,6 197 6,2
Situação Conjugal Casado 1016 41,8 201 26,0 1217 38,3
Unido 261 12,2 205 27,2 466 15,6
Solteiro 880 33,7 229 31,8 1109 33,2
Separado 132 6,0 54 8,1 186 6,4
Viúvo 234 6,3 93 6,9 327 6,5
Escolaridade do Chefe 0 a 3 anos 438 14,0 245 28,7 683 17,3
de Família 4 a 7 anos 763 27,7 284 39,1 1047 30,2
8 a 11 anos 820 33,2 242 31,7 1062 32,9
12 e mais anos 495 25,2 6 0,5 501 19,7
Atividade Remunerada Trabalha 1220 59,7 424 63,1 1644 60,5
Desempregado 134 7,1 99 13,5 233 8,5
Outra 1134 33,2 245 23,5 1379 31,0
Características do Adequada 2163 86,5 580 72,3 2743 83,3
Domicílio Não adequada 337 13,5 195 27,7 532 16,7
* Porcentagem da amostra ponderada
** Teste de associação pelo qui-quadrado
<0,0001
0,0001
0,0069
0,0235
<0,0001
0,5843
0,0004
<0,0001
Variável Categoria Valor p **
Com Telefone Sem Telefone Total
Em relação à naturalidade do entrevistado, houve associação
estatisticamente significante, (p=0,0004) e observou-se que 51,7% dos
moradores sem telefone fixo vinham de outro estado, enquanto que
53
percentual menor foi observado para o grupo que possuía o telefone fixo
(36,6%).
Levando-se em conta a raça/cor, também houve associação
estatisticamente significante (p<0,0001). No grupo sem telefone, observou-
se que o percentual de moradores da cor preta e parda, que juntos
chegaram a 49,9% do total, no grupo com telefone, essa distribuição da
raça/cor foi diferente, e não atingiu os 30,0%. Neste grupo a população
branca foi a grande maioria (69,4%).
Em relação à religião, observou-se que a católica foi maioria nos
grupo com e sem telefone fixo no domicílio (65,0% e 59,9%
respectivamente). Constatou-se uma diferença significativa no percentual da
religião evangélica e encontrou-se associação estatisticamente significante
(p<0,0235) entre a religião e os dois grupos de entrevistados.
Para a situação conjugal do entrevistado, houve também associação
estatisticamente significante (p<0,0001). Constatou-se que 41,8% das
pessoas que possuíam telefone fixo eram casadas, no grupo sem
telefone, este percentual foi menor (26,0%). O percentual de solteiros foi o
maior neste grupo (31,8%), onde destacou-se também o grande percentual
de pessoas “unidas”.
De acordo com a comparação feita entre as condições de vida destes
dois grupos, observou-se que apenas 0,5% dos entrevistados sem telefone
fixo moravam em um domicílio onde o chefe de família possuía 12 ou mais
54
anos de estudo, entre os que possuíam telefone, este percentual subiu
para 25,2%, (p<0,0001).
Para a atividade remunerada, foi também observada associação
estatisticamente significante (p<0,0001). Encontrou-se que o percentual de
desempregados do grupo sem telefone, foi quase duas vezes maior que o
do grupo com telefone.
Outra característica do grupo que não possuía telefone fixo foi que
72,3% moravam em domicílios adequados, entre os entrevistados com
telefone fixo, este percentual atingiu os 86,5% (p=0,0069).
Levando em conta a renda, em salários mínimos, os moradores sem
telefone fixo possuíam as menores rendas, apenas 1,5% ganhavam 5 ou
mais salários mínimos, e a média salarial deste grupo nem atingiu 1 salário
mínimo (figura 3). entre os moradores com telefone, a dia foi
significativamente maior, p<0,0001 (3,30 salários mínimos) e o percentual de
entrevistados que ganhavam 5 ou mais salários foi maior e atingiu os 16,4%
(p<0,0001).
55
Figura 3. Média e IC(95%) da renda, segundo posse do telefone fixo. ISA-
Capital, São Paulo, 2003.
3,30
0,85
2,74
2,45
0,60
2,07
4,16
1,11
3,41
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
Com Telefone Sem Telefone Total
4.2 ESTILO DE VIDA E ESTADO DE SAÚDE
Em relação aos comportamentos relacionados á saúde e à presença
de morbidade (tabela 4), o hábito de fumar esteve fortemente associado à
não posse do telefone fixo (p=0,0017). Entre as pessoas maiores de 18
anos, a prevalência do fumo encontrada, entre os moradores sem telefone
fixo foi de 28,6%, contra 19,3% para os moradores com telefone.
Em relação ao consumo de álcool houve diferença estatisticamente
significante entre os dois grupos de entrevistados (p=0,0021). Foi
encontrado um percentual três vezes maior de CAGE positivo entre os
moradores que não possuíam o telefone fixo (17,8%), em relação aos que
Renda Média (em Salário Mínimo)
56
possuíam o aparelho (6,4%). para o IMC, não foi verificada associação
estatisticamente significante com a posse do telefone fixo (p=0,1594).
Tabela 4 – Distribuição da população com e sem telefone fixo, segundo
estilo de vida e estado de saúde. ISA-Capital, São Paulo, 2003.
% * % * % *
Tabagismo Sim 247 19,3 88 28,6 335 21,2
(18 anos e mais) Não 1192 80,7 274 71,4 1466 78,8
Alcoolismo (CAGE) Positivo 52 6,4 34 17,8 86 8,6
(18 anos e mais) Negativo 634 93,6 123 82,3 757 91,4
IMC Até 25 726 57,6 192 62,9 918 58,6
(18 anos e mais) Acima de 25 583 42,4 113 37,1 696 41,4
Morbidade Referida Sim 474 27,2 300 34,3 774 28,8
(15 dias) Não 1818 72,8 474 65,7 2292 71,2
Hipertensão Sim 399 17,4 83 11,0 482 16,1
(18 anos e mais) Não 1031 82,6 277 89,0 1308 83,9
Diabetes Sim 138 3,3 34 3,2 172 3,3
Não 2355 96,7 735 96,8 3090 96,7
Deficiência Física Sim 340 11,6 104 13,2 444 11,9
Não 2163 88,4 670 84,8 2833 88,1
Acidentes Sim 174 6,7 68 7,6 242 6,9
Não 2328 93,3 706 92,4 3034 93,1
Violência Sim 67 3,5 20 3,5 87 3,5
Não 2436 96,5 753 96,5 3189 96,5
Auto Avaliação de Saúde Ótima/Excelente 748 42,2 133 30,8 881 39,9
(12 anos e mais) Boa 1044 51,3 286 56,9 1330 52,4
Ruim/Péssima 161 6,5 64 12,4 225 7,7
* Porcentagem da amostra ponderada
** Teste de associação pelo qui-quadrado
0,0015
0,2937
0,4901
0,9921
0,0017
0,0021
0,0126
0,9478
0,1574
0,0115
Total
Valor p **Variável Categoria
Com Telefone Sem Telefone
Para o estado de saúde, analisando a Morbidade Referida nos 15 dias
anteriores à entrevista, foi encontrada associação estatisticamente
significante (p=0,0115). Dentre os moradores que não tinham telefone,
34,3% referiram algum problema de saúde, entre os que possuíam o
aparelho fixo, o percentual foi menor e apenas 27,2% referiram problema.
57
Em relação às doenças crônicas estudadas, detectou-se para a
hipertensão diferenças estatisticamente significantes entre os dois grupos de
entrevistados (p=0,0126), possivelmente influenciada pela diferença de
idade entre eles. A prevalência do grupo de entrevistados com telefone fixo
foi de 17,4%, sendo que foi menor o percentual encontrado para o grupo
sem telefone que é mais jovem (11,0%). para a prevalência de diabetes,
não foi detectada associação estatisticamente significante (p=0,9478).
Não foram encontradas associações estatisticamente significantes
para o envolvimento em acidentes ou mesmo violência sofrida nos 12 meses
anteriores à entrevista, em relação aos dois grupos de entrevistados. (tabela
4). Da mesma forma, a associação também não foi encontrada para
deficiência física, onde o percentual de 11,6% encontrado no grupo com
telefone e de 13,2% no grupo sem telefone não foi estatisticamente
diferente.
Porém levando-se em conta a auto-avaliação em saúde, foi
encontrada diferença estatisticamente significante entre os moradores com e
sem telefone fixo. Apenas 6,5% dos moradores com telefone se auto-
referiram com saúde ruim ou muito ruim, no grupo sem telefone, este
percentual praticamente dobra e atinge 12,4%, mesmo este grupo sendo
mais jovem.
58
4.3 ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE
Em relação a acesso e uso de serviços de saúde, não foi encontrada
associação estatisticamente significante entre a existência de telefone fixo
nos domicílios e a procura de serviço de saúde, na ausência de morbidade
(p=0,2422). O mesmo aconteceu para a hospitalização nos 12 meses
anteriores à entrevista (p=0,5304).
Tabela 5 Distribuição da população com e sem telefone fixo,
segundo uso e acesso aos serviços de saúde. ISA-Capital, São Paulo, 2003.
% * % * % *
Uso de Serviços de 15 dias Sim 370 12,1 116 10,1 486 11,7
(ausência de morbidade) Não 2133 87,9 658 89,9 2791 88,3
Hospitalização Sim 183 6,5 63 5,7 246 6,3
Não 2320 93,5 711 94,3 3031 93,7
Pré Natal Sim 228 99,2 161 94,5 389 98,5
Não 2 0,8 5 2,5 7 1,5
Papanicolaou Sim 571 88,0 137 84,0 708 87,1
Não 83 12,0 42 16,1 125 12,9
Mamografia Sim 336 77,2 46 57,9 382 74,9
Não 145 22,8 54 42,1 199 25,1
Próstata Sim 250 51,9 23 15,1 273 47,4
Não 204 48,1 63 84,9 267 52,6
Consultas Odontológicas Sim 1041 49,7 174 29,2 1215 45,1
(último ano) Não 1462 50,3 599 70,8 2061 54,9
Consumo de Medicamentos Sim 1149 42,7 305 32,7 1454 40,5
Não 1354 57,3 468 67,3 1822 59,5
* Porcentagem da amostra ponderada
** Teste de associação pelo qui-quadrado
Total
Valor p **Variável Categoria
Com Telefone Sem Telefone
0,2422
0,5304
0,1665
0,2515
0,0036
<0,0001
<0,0001
0,0002
Associações estatisticamente significantes foram encontradas em
relação à realização de exames de próstata e mamografia, pois apenas
15,1% dos homens e 57,9% das mulheres que não possuíam o aparelho,
referiram ter realizados os exames, contra 51,9% dos homens e 77,2% das
mulheres pertencentes ao grupo que possuía telefone fixo. para os
59
exames de pré-natal e Papanicolaou não foi detectada diferença
estatisticamente significante entre os 2 grupos de moradores.
Quanto ao uso de medicamentos nos 3 dias anteriores à entrevista foi
encontrada associação estatisticamente significante entre presença de
telefone fixo (p=0,0002). Apenas 32,7% dos entrevistados que não possuíam
o aparelho referiram ter consumido algum tipo de medicamento, contra
42,7% do grupo que possuía telefone fixo.
Outra associação também foi detectada na realização de consultas
odontológicas, o percentual dos entrevistados que não possuíam telefone
fixo e consultaram o dentista no último ano foi de apenas 29,2%. para o
grupo com telefone, este percentual quase atingiu os 50,0%.
Analisando os serviços procurados, as Unidades Básicas de Saúde
(UBS) foram a primeira opção para mais da metade das pessoas que não
tinham o telefone fixo considerando os exames de pré-natal e Papanicolaou.
as pessoas com telefone no domicílio, a maioria delas procurou o
consultório para realização dos exames de Papanicolaou, próstata e
mamografia (tabela 6).
A procura pelo consultório para as consultas odontológicas foi alta nos
dois grupos de moradores (89,4% do grupo com telefone fixo e 75,7% do
grupo sem telefone), e foi detectada diferença significativa na procura pelo
dentista na unidade básica, procurada quase três vezes mais, pelos
moradores sem telefone.
60
Tabela 6 Distribuição da população com e sem telefone fixo segundo,
realização de exames preventivos e tipos de serviços utilizados. ISA-Capital,
São Paulo, 2003.
% * % * % *
Pré Natal
Serviço Procurado UBS 84 35,7 114 73,5 198 50,8
Consultório 102 43,2 20 11,7 122 30,6
Outros 44 21,2 26 14,8 70 18,6
Tipo do Serviço SUS 102 43,1 131 83,3 233 59,2
Não SUS 128 56,9 30 16,7 158 40,8
Papanicolau
Serviço Procurado UBS 193 33,7 75 61,2 268 39,3
Consultório 278 54,5 26 21,1 304 47,8
Outros 96 11,8 35 17,7 131 13,0
Tipo do Serviço SUS 238 39,0 99 73,0 337 45,9
Não SUS 329 61,0 35 27,0 364 49,7
Mamografia
Serviço Procurado UBS 50 15,2 16 32,4 66 16,8
Consultório 178 57,1 8 24,4 186 54,0
Outros 110 27,7 22 43,2 132 29,2
Tipo do Serviço SUS 107 28,6 33 69,9 140 32,5
Não SUS 231 71,4 13 30,2 244 67,5
Próstata
Serviço Procurado UBS 35 9,0 8 45,0 43 10,3
Consultório 129 63,2 5 21,1 134 61,6
Outros 85 27,8 9 33,9 94 28,0
Tipo do Serviço SUS 67 17,7 16 76,8 83 19,9
Não SUS 183 82,3 6 23,2 189 80,1
Consultas Odontológicas
(último ano)
Serviço Procurado UBS 105 7,4 42 21,1 147 9,4
Consultório 896 89,4 118 75,7 1014 87,4
Outros 38 3,2 11 3,3 49 3,2
Tipo do Serviço SUS 111 8,0 45 22,8 156 10,1
Não SUS 910 92,0 117 77,2 1027 89,9
Pagou pelo Atendimento Não 358 32,3 79 46,3 437 34,3
Parcialmente 42 4,8 6 4,0 48 4,7
Sim 621 63,0 78 49,8 699 61,1
* Porcentagem da amostra ponderada
** Teste de associação pelo qui-quadrado
0,0003
0,0191
<0,0001
<0,0001
0,0012
<0,0001
0,0095
<0,0001
<0,0001
<0,0001
<0,0001
Total
Valor p **Variável Categoria
Com Telefone Sem Telefone
com relação ao tipo do serviço procurado, para quatro exames
avaliados (pré-natal, Papanicolaou, próstata e mamografia) houve
associação estatisticamente significante entre os grupos com e sem telefone
61
(p=0,0003 para mamografia e p<0,0001 para os demais exames), sendo o
SUS, responsável pela grande maioria dos atendimentos e também pela
cobertura dos gastos do grupo sem telefone fixo. Este grupo sem telefone é
absolutamente SUS dependente, o grupo com telefone, usa também o
SUS, porém em menor percentual, e grande parte de suas despesas foram
pagas por eles próprios (tabela 6).
Assim, a associação encontrada entre a posse do telefone fixo e o
fato de usar o serviço SUS ou particular é bem forte e foi detectada nos 5
tipos de exames estudados.
Analisando-se os gastos com saúde, a tabela 7 mostra que as
despesas médias individuais da população com telefone no último mês
foram estatisticamente superiores, quando comparados aos gastos da
população sem telefone.
Tabela 7 Distribuição da população com e sem telefone fixo,
segundo gasto médio individual com saúde no último mês. ISA-Capital, São
Paulo, 2003.
média
erro padrão
média
erro padrão
média
erro padrão
Medicamentos 22,67 1,65 8,13 0,91 19,46 1,42 <0,0001
Plano de Saúde 38,86 3,93 2,60 0,51 30,81 3,28 <0,0001
Tratamento Dentário 14,74 2,12 1,84 0,53 11,85 1,62 <0,0001
Consultas Médicas 2,63 0,82 0,64 0,27 2,18 0,63 <0,0001
Exames em Geral 0,72 0,18 0,24 0,11 0,61 0,14 0,0260
*Comparação feita por Intervalo de Confiança (95%)
Valor p*
Total
Variável
Gasto Médio com Saúde (em R$)
Com Telefone Sem Telefone
Excluindo desta análise os moradores que não tiveram gasto algum
no último mês, a figura 4 mostra que as diferenças em relação ao
62
pagamento de plano de saúde (p<0,001), tratamento dentário (p<0,001),
consultas médicas (p<0,048), exames em geral (p<0,006) e gastos com
medicamentos (p<0,001) entre os dois grupos permanecem.
O maior gasto mensal observado no grupo com telefone foi com
relação a pagamento de plano de saúde (R$ 89,88 por pessoa), seguido de
tratamento dentário (R$ 75,16). no grupo sem telefone, houve uma
inversão e também uma significativa redução, o maior gasto foi com
tratamento dentário (R$ 26,76 por pessoa), seguido de gastos com plano de
saúde (R$ 24,51).
Figura 4 Distribuição da população com e sem telefone fixo,
segundo gasto médio individual com saúde no último mês (apenas entre os
entrevistados que tiveram algum gasto). ISA-Capital, São Paulo, 2003.
17,50
15,25
19,96
26,76
24,51
34,65
42,94
45,91
75,16
89,88
31,82
37,15
42,32
70,62
85,91
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00 90,00 100,00
Medicamentos
Exames em Geral
Consultas Médicas
Tratamento Dentário
Plano de Saúde
R$
Sem Telefone Com Telefone Total
63
4.4 ANÁLISE DA EXCLUSÃO DOS ENTREVISTADOS SEM TELEFONE -
VÍCIO DA NÃO COBERTURA
Também foi verificado neste trabalho o que aconteceria se as
estimativas deste inquérito tivessem sido obtidas apenas utilizando os dados
dos entrevistados com telefone fixo no domicilio, ou seja, quais seriam os
vícios da não cobertura da população sem o telefone fixo.
A tabela 8 apresenta as prevalências das diversas variáveis de estilo
de vida, estado de saúde e uso e acesso aos serviços da população total e
também da população com telefone. São apresentados também o vício (v), o
vício relativo (vr) e a razão de vício (rv).
Tabela 8 Prevalências de estilo de vida, estado de saúde, uso e
acesso aos serviços de saúde e vícios das estimativas obtidas após a
exclusão dos moradores sem telefone fixo. ISA-Capital, São Paulo, 2003.
Violência 3,52 3,53 0,01 0,002 0,02
Diabetes 3,27 3,28 0,01 0,004 0,03
Hospitalização 6,34 6,53 0,19 0,030 0,29
Acidentes 6,93 6,73 -0,20 0,029 0,30
Deficiência Física 11,94 11,59 -0,35 0,029 0,35
Uso de Serviços de 15 dias 11,66 12,11 0,45 0,039 0,40
Papanicolau 87,14 87,98 0,84 0,010 0,52
IMC (acima de 25) 41,38 42,38 1,00 0,024 0,55
Próstata - Uso SUS 19,87 17,69 -2,18 0,110 0,62
Mamografia 74,86 77,23 2,37 0,032 0,76
Morbidade Referida 28,79 27,19 -1,60 0,056 0,95
Hipertensão 16,11 17,41 1,30 0,081 1,05
Tabagismo 21,19 19,33 -1,86 0,088 1,18
Mamografia - Uso SUS 32,53 28,63 -3,90 0,120 1,18
Pré Natal 98,49 99,19 0,70 0,007 1,21
Próstata 47,40 51,87 4,47 0,094 1,22
Auto Avaliação de Saúde (ruim/Muito Ruim) 7,65 6,46 -1,19 0,156 1,27
Consumo de Medicamentos 40,50 42,74 2,24 0,055 1,28
Alcoolismo (CAGE +) 8,57 6,43 -2,14 0,250 1,50
Consulta Odontológica - Uso SUS 10,12 8,02 -2,10 0,208 1,62
Consultas Odontológicas 45,13 49,73 4,60 0,102 2,56
Papanicolaou - Uso SUS 45,86 39,02 -6,84 0,149 2,60
Pré Natal - Uso SUS
59,20
43,09
-16,11
0,272
3,26
* Porcentagem da amostra ponderada
Razão de
Vício (rv)
Variável
Resultado
ISA-Capital
(%)*
Com Telefone
(%)*
Vício (v)
Vício
Relativo (vr)
64
Em relação ao vício, a tabela 8 mostra que se certos resultados do
ISA-Capital tivessem sido obtidos utilizando apenas a população com
telefone, estes teriam sido semelhantes se comparados ao resultado total do
inquérito. Com exceção da utilização do SUS para os exames de pré-natal e
Papanicolaou, para todas as outras estimativas não houve diferença superior
a cinco pontos percentuais.
Analisando o vício relativo pode-se comparar o quanto as estimativas
de cada variável oscilaram, com a exclusão dos moradores sem telefone, em
termos percentuais. Para a ocorrência de violência, prevalência de diabetes,
realização de exame de pré-natal e Papanicolaou a exclusão dos dados dos
moradores sem telefone, gerou um vício relativo inferior a 1%.
Para algumas outras variáveis como, IMC (prevalência de sobrepeso),
ocorrência de acidentes nos 15 dias anteriores à entrevista, deficiência
física, hospitalização, realização de mamografia e uso de serviços na
ausência de eventos mórbidos, consumo de medicamentos e morbidade
referida, o vício relativo variou de aproximadamente 2% a quase 6%.
para variáveis como prevalência de hipertensão, tabagismo,
realização de exame de próstata, e consultas odontológicas o vício relativo
medido ficou entre aproximadamente 8% e 10%.
Porém para todas as variáveis onde se verificou a realização de
exames via SUS, juntamente com a auto-avaliação em saúde e prevalência
65
de CAGE positivo, a exclusão dos moradores sem telefone fixo gerou um
vício que chegou até a 27%.
Analisando a razão do vício, temos que menos de um terço das
variáveis analisadas obtiveram um valor inferior a 0,60, ou seja, somente
estas variáveis (tabela 8) tiveram o nível de confiança pré-estabelecido
diminuído de 95% para até aproximadamente 90%.
No entanto, 5 variáveis tiveram uma razão de vício igual ou superior a
1,50. Ou seja, para a prevalência de CAGE positivo, consultas odontológicas
e para a utilização do SUS para os exames de pré-natal, Papanicolaou e
consultas odontológicas, o nível de confiança destas estimativas seriam
iguais ou inferiores a 68%. Isto faria com que as estimativas destas variáveis
fossem comprometidas se o ISA-Capital tivesse sido realizado apenas pelo
telefone.
4.5 AJUSTE DE PÓS-ESTRATIFICAÇÃO
Fica claro que devido às diferenças sócio-demográficas existentes
entre os dois grupos (tabela 3) e à taxa de cobertura do telefone fixo, para
algumas variáveis a diferença nas estimativas encontradas entre os
moradores com e sem telefone foi grande, assim como sua razão de vicio, o
que acaba, sem vida, comprometendo resultados de inquéritos, caso as
entrevistas tivessem sido feitas apenas pelo telefone.
Dessa forma, decidiu-se então, por aplicar aos dados deste estudo,
exclusivamente às estimativas de estilo de vida, de estado de saúde e uso e
66
acesso aos serviços dos moradores com o telefone fixo, um ajuste de pós-
estratificação, visando diminuir este viés causado pela baixa taxa de
cobertura de telefone fixo no município de São Paulo.
Após este ajuste de pós-estratificação, que levou em conta o sexo, a
idade e a escolaridade do chefe de família, houve uma diminuição do vicio
relativo, bem como da razão de vício para quase a totalidade das variáveis
analisadas, conforme mostra a tabela 9.
Se antes do ajuste, algumas das estimativas que consideravam
apenas a parcela da população com telefone estavam sendo afetadas em
até aproximadamente 27% (vício relativo), e a razão de vício chegou a
valores superiores a 2,00, após o ajuste estes valores caíram. Mais de 80%
das variáveis ficaram com os vícios relativos menores que 10% e apenas
uma variável continuou com a razão de vício superior a 1,50.
Destaca-se que para as variáveis relacionadas à realização de
exames via SUS (Papanicolaou, mamografia e consultas odontológicas), e
também para prevalência de sobrepeso, a redução do vício relativo foi
próxima a 50%. Especialmente para realização do exame de próstata via
SUS, verificou-se uma redução de quase 100% no vício relativo em relação
à sua estimativa antes do ajuste.
Considerando a razão de vício, a mesma tabela 9 mostra que após o
ajuste foram observadas reduções em mais de 82% das variáveis
estudadas. As maiores diminuições se deram na utilização do SUS para
exame de próstata, para as consultas odontológicas e para pré-natal.
67
Foi observado que para todas as estimativas das variáveis onde
foram detectadas associações estatisticamente significantes com a presença
do telefone, após o ajuste houve uma diminuição desta razão de vício. O
ajuste de pós-estratificação empregado, realmente aproximou as estimativas
que foram obtidas apenas a partir da população com o telefone fixo, do
resultado geral do inquérito, que leva em conta, as duas populações.
Para as variáveis que não estavam associadas ao telefone, e para as
quais o vício relativo era realmente muito pequeno, o ajuste acabou
prejudicando as estimativas, e por isso, os vícios após o ajuste, acabaram
não diminuindo (episódio de acidentes, de violência, prevalência de diabetes
e deficiência física).
Porém, para outras variáveis que também não foram consideradas
estatisticamente associadas à posse do telefone, mas tinham a razão de
vício variando de 0,30 a 0,55, (estimativas de hospitalização, uso de serviços
de 15 dias na ausência de eventos mórbidos, IMC maior que 25kg/m
2
e
exame de Papanicolaou) foi constatada uma diminuição do vício, que
passou a variar agora entre 0,23 a 0,38 para essas variáveis citadas.
Enfim, após o ajuste aproximadamente 50% das variáveis estudadas
ficaram com um valor da razão de vício inferior a 0,60 (tiveram o nível de
confiança pré-fixado alterado de 95% para 90%). Os valores da razão de
vício da outra metade das variáveis ficou entre 0,62 e 1,47. Apenas para
consultas odontológicas a razão de vício foi superior a 1,50.
68
Tabela 9 Prevalências de estilo de vida, estado de saúde, uso e acesso aos serviços de saúde, vícios das estimativas
obtidas após a exclusão dos moradores sem telefone fixo, antes e após o ajuste de pós-estratificação. ISA-Capital, São
Paulo, 2003.
Próstata - Uso SUS 19,87 17,69 -0,11 0,62 20,05 0,01 0,16 74%
Hospitalização 6,34 6,53 0,03 0,29 6,20 -0,02 0,23 21%
IMC (acima de 25) 41,38 42,38 0,02 0,55 41,87 0,01 0,26 53%
Acidentes 6,93 6,73 -0,03 0,30 6,73 -0,03 0,30 ª
Uso de Serviços de 15 dias 11,66 12,11 0,04 0,40 11,99 0,03 0,30 25%
Violência 3,52 3,53 0,00 0,02 3,18 -0,10 0,33 ª
Diabetes 3,27 3,28 0,00 0,03 3,02 -0,08 0,34 ª
Deficiência Física 11,94 11,59 -0,03 0,35 12,24 0,03 0,36 ª
Papanicolaou 87,14 87,98 0,01 0,52 87,76 0,01 0,38 27%
Mamografia - Uso SUS 32,53 28,63 -0,12 1,18 30,66 -0,06 0,55 53%
Auto Avaliação de Saúde (ruim/Muito Ruim) 7,65 6,46 -0,16 1,27 6,82 -0,11 0,58 54%
Consultas Odontológicas - Uso SUS 10,12 8,02 -0,21 1,62 9,18 -0,09 0,62 62%
Mamografia 74,86 77,23 0,03 0,76 76,93 0,03 0,67 12%
Morbidade Referida 28,79 27,19 -0,06 0,95 27,64 -0,04 0,68 28%
Consumo de Medicamentos 40,50 42,74 0,06 1,28 41,72 0,03 0,75 41%
Hipertensão 16,11 17,41 0,08 1,05 17,26 0,07 0,90 14%
Próstata 47,40 51,87 0,09 1,22 51,08 0,08 1,02 16%
Tabagismo 21,19 19,33 -0,09 1,18 19,51 -0,08 1,07 9%
Pré Natal 98,49 99,19 0,01 1,21 99,30 0,01 1,20 1%
Papanicolaou - Uso SUS 45,86 39,02 -0,15 2,60 42,37 -0,08 1,29 50%
Alcoolismo (CAGE +) 8,57 6,43 -0,25 1,50 6,55 -0,24 1,38 8%
Pré Natal - Uso SUS 59,20 43,09 -0,27 3,26 48,12 -0,19 1,47 55%
Consultas Odontológicas 45,13 49,73 0,10 2,56 48,26 0,07 1,96 23%
* Porcentagem da amostra ponderada
ª não houve diminuição do vício
Resultado
ISA-Capital
(%)*
Com Telefone (%)*
(antes do ajuste)
Variável
Vicio Relativo
(após o ajuste)
Com Telefone (%)*
(apos o ajuste)
Diminuição da
Razão de Vício
(em %)
Vicio Relativo
(antes do ajuste)
Razão de Vicio
(antes do ajuste)
Razão de Vicio
(após o ajuste)
69
Portanto, de acordo com este trabalho, as principais diferenças da
parcela da população que não possui telefone fixo no domicílio, quando
comparados ao grupo com telefone, foram encontradas em relação à idade
(os entrevistados sem telefone são mais jovens), à naturalidade, (mais de
50% dos moradores sem telefone vem de fora do estado de São Paulo,
enquanto que este número é menor no grupo com telefone), à raça/cor
(quase a metade dos moradores sem telefone é da raça/cor negra e parda,
enquanto que no grupo com telefone, este número não chega a 30%.
Ainda, em relação à situação conjugal (apenas 26,0% dos
entrevistados sem telefone é casada, número maior, foi encontrado no grupo
com telefone (41,8%), à atividade remunerada onde aproximadamente 13%
do grupo sem telefone está desempregada e aproximadamente 75% tem
renda per capita inferior a 1 salário mínimo, na parcela com telefone,
apenas 7,1% está desempregada e pouco mais de 25% tem renda per
capita inferior a 1 salário mínimo.
Cerca de 28,0% moram em domicílios menos adequados no grupo
sem telefone, este número é menor (13,5%) no grupo com telefone. Os
moradores sem telefone fixo também referem mais morbidade 34,3%, contra
27,2% no grupo com telefone, realizam menos exames de saúde, fumam e
bebem mais (28,6% contra 19,3% e 17,8% contra 6,4% respectivamente),
Por fim, os moradores sem telefone, consomem menos medicamentos
(32,7% contra 42,7%), se auto avaliaram em piores condições (12,4% contra
6,5%) e usam mais o Sistema Único de Saúde (SUS).
70
Os resultados obtidos mostraram que os entrevistados sem telefone
fixo diferem em aspectos demográficos, socioeconômicos e geográficos, em
particular, notou-se que a falta do aparelho foi mais comum entre os
moradores que têm menor poder econômico, menos oportunidade para
acessar os serviços de saúde e utilizam em grande maioria o SUS.
71
5. DISCUSSÃO
As entrevistas via telefone podem ser usadas como uma alternativa
viável em relação ao tempo e ao custo em estudos de corte transversal para
a população geral (MONTEIRO et al., 2005; MARCUS et al., 1986). Alguns
autores (MARCUS et al., 1986; ANDERSON et al., 1998; FRANKEL et al.,
2003) recomendam algum cuidado, quando alguns subgrupos populacionais
têm baixa cobertura de telefone ou altas taxas de não resposta sugerindo
então, outros meios de se coletar os dados destes grupos que não possuem
telefone fixo.
O vicio encontrado nos resultados devido a não cobertura dos
entrevistados sem telefone depende de dois fatores. Um deles se deve à
diferença entre os entrevistados que têm e os que não têm telefone fixo
quando se leva em consideração certa variável que está sendo medida. O
outro fator leva em conta o percentual de domicílios sem telefone. Portanto
estes dois fatores acabam influenciando nas diferenças encontradas por
este trabalho e também detectadas em ANDERSON et al. (1998); FORD
(1998); BLUMBERG et al. (2006).
Ressalta-se que, no município de São Paulo, onde a taxa de
cobertura do telefone fixo segundo a PNAD era em torno de 77% na época
deste estudo (2003), estas diferenças das estimativas gerais e entre o grupo
72
de moradores com telefone foram encontradas e foram certamente afetadas
pela percentual relevante de entrevistados sem telefone fixo.
Similarmente aos resultados encontrados no ISA-Capital em São
Paulo, FORD (1998) também concluiu que a posse do telefone aumenta com
a idade, é menor entre os moradores que tem menor escolaridade e menor
renda. Outros resultados semelhantes aos do estudo nos EUA foram
observados em relação à raça, escolaridade, situação conjugal, estado de
saúde, prevalência de tabagismo e prevalência de diabetes. O autor também
afirma que quando a taxa de cobertura é baixa (menor que 50%), as
estimativas obtidas através de entrevistas via telefone podem ser seriamente
comprometidas.
Neste estudo, onde a cobertura foi maior que 50% (77%), as
estimativas de prevalência de tabagismo, realização de exames de pré-natal
e próstata, CAGE positivo e realização de consultas odontológicas
continuaram afetadas, pois mesmo com o ajuste de s-estratificação, o
vicio continuou existindo.
Resultados análogos aos obtidos neste estudo, também foram
encontrados por MARCUS et al. (1986). Os autores também observaram
que o grupo dos entrevistados sem telefone fixo referiu pior auto-avaliação
em saúde, teve menor média salarial e o percentual de brancos neste grupo
foi menor quando comparado ao grupo que possuía telefone fixo no
domicílio. Outra semelhança entre os estudos foi em relação à
73
hospitalização, para a qual não foi detectada diferença estatisticamente
significante entre os grupos.
Da mesma forma, WEEKS et al. (1983) também encontraram em seu
trabalho que o grupo que possuía telefone tinha maior escolaridade e era,
em maioria, da raça branca.
BERNAL (2006) também encontrou significativas diferenças entre os
grupos com e sem telefone fixo no domicílio e os resultados encontrados
aqui foram semelhantes aos da autora em questão em relação à
escolaridade, raça, idade, auto-avaliação de saúde e prevalência de
diabetes.
Verificou-se, pelos resultados apresentados, que existe uma relação
entre o valor-p encontrado na associação entre as variáveis estudadas e a
posse do telefone, com o vício destas mesmas variáveis. Quanto menor o
valor de p, ou seja, quanto mais forte for a associação entre as variáveis de
interesse, e a posse do telefone fixo, maior será o vício obtido,
comprometendo portanto as estimativas, caso estas sejam feitas utilizando-
se apenas a parcela da população que possui o telefone fixo. Segundo
SILVA (2001), quando existe o vício nas estimativas de um inquérito, os
coeficientes de confiança são alterados.
O VIGITEL, que contou com uma cobertura semelhante (76,1%) ao
ISA-Capital de domicílios atendidos por linhas telefônicas no município de
São Paulo, também utiliza procedimentos de amostragem complexa e
74
ajustes de pós-estratificação a fim de minimizar o vício trazido pela ausência
de dados por parte da população sem telefone.
O peso final atribuído a cada indivíduo entrevistado pelo VIGITEL é o
resultado da multiplicação, a princípio de três fatores. O primeiro levando em
conta o número de linhas telefônicas no domicílio sorteado, outro que leva
em conta o número de adultos no domicilio, e o último, um fator que visa
igualar a composição sócio-demográfica da amostra de adultos estudada
pelo VIGITEL, também chamado de fator de pós-estratificação, que
considera 36 estratos formados pela combinação das duas categorias de
sexo, 6 categorias de idade superior a 18 anos e 3 de escolaridade
(VIGITEL, 2006).
O fator da pós-estratificação é utilizado nestes casos, pois o peso que
é considerado levando em conta apenas o planejamento complexo amostral
acaba não eliminando os erros nas estimativas que ocorrem devido às não-
respostas e principalmente as não coberturas das linhas telefônicas. Dessa
forma, o uso de mais este fator de pós-estratificação pode minimizar os
vieses determinados pela baixa cobertura.
Além desses pesos, existe um outro fator relativo ao tamanho de cada
uma das cidades onde são feitas as entrevistas o qual deve ser empregado,
para que o VIGITEL possa produzir estimativas referentes ao total da
população das 27 cidades.
Nos Estados Unidos, o BRFSS (Behavior Risk Factor Surveillance
System) incorpora fatores de ponderação para produção de seus resultados,
processo este, semelhante ao utilizado pelo VIGITEL, porém, mais
75
complexo. A principal diferença é que o sistema de vigilância americano
substitui a escolaridade pela raça/cor (CDC, 2007).
Neste trabalho, o ajuste de pós-estratificação, que levou em conta o
sexo, a idade e também a escolaridade do chefe, foi importante para se
reduzir o vicio de quase a totalidade das variáveis estudadas (82,6%). Este
ajuste diminuiu o vicio, mas mesmo assim, para algumas variáveis
estudadas as estimativas ainda permaneceram viciadas (aproximadamente
metade das variáveis estudadas, considerando como limite o valor 0,60 da
razão de vício). Estes resultados indicam que os ajustes de pós-
estratificação são necessários e de grande importância para minimizar as
estimativas obtidas, quando são entrevistadas apenas, a parcela da
população que possui o telefone fixo no domicilio.
Dado que os moradores sem telefone fixo no domicilio deixam de ser
entrevistados em inquéritos realizados por telefone, e considerando tratar-se
de uma população com características próprias, diferentes da população
com telefone fixo, especialmente em relação ao acesso aos serviços de
saúde, a necessidade que as políticas públicas de saúde incorporem as
necessidades dessa parcela da população.
KEETER (1995) sugere que alguns moradores que passaram a
possuir o telefone fixo pouco tempo, e que num passado recente faziam
parte da população sem telefone, possam servir de base para caracterizar e
mesmo estimar alguns vícios de não cobertura. Ele comparou estas duas
76
parcelas e detectou importantes semelhanças quanto a variáveis sócio-
demográficas.
FRANKEL et al. (2003) discutem que moradores que tiveram
interrupção recente na linha telefônica têm perfil semelhante aos moradores
que nunca tiveram o aparelho em casa. Dessa forma, utilizar as estimativas
destes moradores para representar a parcela da população sem telefone foi
importante para reduzir os vícios da não-cobertura em entrevistas por
telefone. Os autores ainda comentam que a redução do vicio foi maior nas
variáveis onde existia maior associação com a posse ou não do telefone, o
que também foi verificado em neste trabalho.
O uso do celular para a realização de inquéritos via telefone vem
sendo utilizado nos Estados Unidos (BLUMBERG et al., 2006). Acredita-se
que com o aumento do uso do celular nos últimos anos alguns moradores
tenderão a substituir o telefone fixo pelo celular, por questões principalmente
econômicas.
LINK et al. (2007), em um estudo completo, estudaram moradores
que possuíam apenas o telefone celular e os que possuíam ambos (fixo e
celular), sendo estes, entrevistados pelo celular. Foram também analisados
os moradores que tinham apenas o telefone fixo, bem como os que tinham o
telefone fixo e o celular e foram entrevistados no domicílio. Após os
complexos ajustes de ponderação aplicados aos diferentes entrevistados, os
autores concluíram que as entrevistas via celular foram mais caras que as
entrevistas via telefone fixo, obtiveram uma taxa de resposta considerada
77
baixa e identificaram que os grupos que foram entrevistados somente pelo
celular possuíam características demográficas e de saúde significativamente
diferentes dos demais.
No Brasil, moradores com perfil socioeconômico mais baixo
adquirem diretamente o celular, pela facilidade e baixo custo. Dessa forma,
visando minimizar o vício da não cobertura, estes moradores poderão ser
entrevistados seguindo os novos avanços das pesquisas via celular, ou
mesmo entrevistados em seus próprios domicílios.
Em futuros inquéritos, a realização de entrevistas via telefone tende a
crescer, mas se sabe que quando esta técnica de entrevistas é utilizada, o
sucesso do inquérito é completamente dependente da proporção de
moradores com telefone fixo no domicilio, ou seja, dependente da cobertura
de telefone na região do estudo. Portanto, serão necessários ajustes cada
vez mais poderosos e aplicados às variáveis mais associadas com a posse
do telefone (variáveis socioeconômicas e demográficas), para se aproximar
as estimativas obtidas somente a partir do telefone fixo, com a realidade
populacional da área estudada.
78
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados apresentados neste trabalho mostraram que as
populações com e sem telefone são diferentes quanto a diversas
características, e estas diferenças, aliadas à baixa taxa de cobertura de
telefone fixo na cidade de São Paulo, geraram vicio nas estimativas, quando
considerada apenas a parcela da população com telefone fixo.
Vale ressaltar que se a cobertura fosse alta, próxima de 100%, a
diferença existente entre os dois grupos de moradores não teria grande
importância, e o vício seria desprezível.
Mas como neste estudo, que utilizou os dados do inquérito ISA-
Capital, a cobertura de telefone fixo estimada para o município de São Paulo
foi de 77,7%, as estimativas obtidas utilizando apenas a parcela da
população com telefone fixo foram realmente viciadas. Entretanto, este vício
pôde ser reduzido utilizando os ajustes de pós-estratificação, o que
aproximou as estimativas da população com telefone às estimativas da
população total (com e sem telefone).
A exclusão dos moradores sem aparelho telefônico é uma das
principais limitações e uma fonte de vício em pesquisas realizadas via
telefone, mesmo em lugares onde a sua cobertura seja considerada
razoável.
79
Este obstáculo não deve ser considerado um impedimento para a
realização de entrevistas por telefone. No entanto, algumas precauções e
ajustes sempre terão que ser utilizados para se reduzir os vícios e contribuir
para a estimação e interpretação correta dos resultados, uma vez que estes
levantamentos via telefone servem não apenas para se conhecer o estado
de saúde da população de maneira ágil, mas também contribuem para a
orientação no planejamento de ações e novas políticas de saúde pública.
80
REFERÊNCIAS
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87
Inquérito de Saúde no
Município de São Paulo
USP, UNICAMP, UNESP e SMS-SP
FOLHA DE CONTROLE
BLOCO B
B 01. B 02. B 03.
Questionário
:
_
_ __ __ __ __ __ __
Setor
:
__ __ __ __ __
Número de ordem
:
__ __/__ __
Distrito: ______________________________ Bairro: _______________________ Tel.: ____________________
End.: ________________________________________________________ N
o
: _________ Compl.: ________
Nome completo do entrevistado: __________________________________________________________________
B 04. Data de nascimento
:
__ __/__ __/__ __ __ __
B 05. Sexo:
masculino . . . . . . . . . . . . . . . .
1
feminino . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
B 06. Qual é a sua cor ou raça?
branca . . .
1
preta . . . .
2
parda . . . .
3
amarela . .
4
indígena . .
5
NS/NR . . .
9
data hora
nome do
entrevistador
observações:
resultado
da visita
1. realizada
/
2
.
adiada
3 morador ausente
2 /
4
recusa total
5 recusa parcial
/
6 outros, especif.:
________________
B 08. Resultado das visitas: ___ B 09. N
o
. de visitas: ___ B 10. Entrevistador:
__ __ __
B
11. Quem respondeu?
o próprio / o responsável . . 1
B 12. Data da entrevista
: __ __/__ __/__ __ __ __
outro . . . .
. .
. .
. . . . . .
.
. . .
2
Observações:_______________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
controle revisão cód. geral CID medica/o bebidas serviço ocupação digitação pg
B 07. Qual é a sua religião ou culto?
___ ___
_________________________________
_________________________________
88
MORBIDADE DE 15 DIAS
BLOCO C
C 01. O(a) sr.(a) teve algum problema de saúde, nos últimos quinze dias?
passe p/ questão D 01.
não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
sim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
passe p/ questão D 01.
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
DOENÇAS CRÔNICAS
BLOCO D
O(a) sr.(a) tem alguma doença crônica, uma doença de longa duração ou que se repete com alguma
freqüência?
não sim NS/NR
D 02. Hipertensão (pressão alta)
1
2
preencha o bloco
D 1
9
D 03. Diabetes
1
2
preencha o bloco
D 2
9
DEFICIÊNCIA FÍSICA
BLOCO E
E 02. O(a) sr.(a) tem algum desses problemas?
Pode haver mais de uma resposta ( leia as alternativas para o entrevistado)
dificuldade de enxergar, mesmo com óculos/ lentes . . . . . . . . . . . . .
01
cegueira de um olho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
02
cegueira de dois olhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
03
dificuldade de ouvir . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
04
surdez de um ouvido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
05
surdez de dois ouvidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
06
paralisia total ou parcial de membros.
especif.: ________________________________________________
07
perda de membros ou parte deles.
especif.: ________________________________________________
08
outro, especif.: ___________________________________________
09
passe p/ questão F 02.
não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
10
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
99
89
ACIDENTES
BLOCO F
F 02. O(a) sr.(a) sofreu algum tipo de acidente nos últimos 12 meses?
sim, quantos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
___
passe p/ questão
F 05.
não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
0
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
VIOLÊNCIAS
F 05. O(a) sr.(a) sofreu algum tipo de violência nos últimos 12 meses?
sim, quantos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
___
passe p/ questão
G 01.
não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
0
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
UTILIZAÇÃO DE SERVIÇOS
BLOCO G
CONSULTAS ODONTOLÓGICAS
G 01. O(a) sr.(a) consultou o dentista nos últimos 12 meses?
passe p/ questão
G 08
.
não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
sim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
90
G 03.
Qual foi o serviço de saúde procurado?
(considerar o primeiro serviço de saúde procurado)
unidade básica de saúde (posto ou centro de saúde) . . . . . . . . . . . .
1
consultório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
ambulatório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3
pronto socorro/emergência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4
hospital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5
se não foi a um serviço de saúde outro, especif.: __________________________________________
6
passe p/ questão G 10.
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
G 05. Esse serviço de saúde é:
SUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
previdência governamental (Estado/Município) . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
privado/particular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3
serviço de sindicato/ associação de categoria . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4
serviço próprio de empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5
outro, especif.: __________________________________________
6
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
G 06. O(a) sr.(a) pagou diretamente pelo atendimento(a) recebido?
não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
sim, parcialmente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
sim, integralmente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
G 07. Quem cobriu ou complementou os gastos?
Pode haver mais de uma resposta
SUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
01
previdência governamental (Federal/Estadual/Municipal) . . . . . . . . .
02
sindicato/ associação de categoria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
03
empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
04
passe p/ questão G 10.
convênio empresa, especif.: _______________________________
05
plano individual de saúde, especif.: _________________________
06
o próprio entrevistado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
07
outro, especif.: __________________________________________
08
fez só o orçamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
09
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
99
91
OUTROS USOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
G 10. Nesses últimos 15 dias, o(a) sr.(a) procurou algum serviço de saúde por motivos não referidos até
agora?
sim, quantas vezes . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
___
passe p/ questão
T 01.
não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
0
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
AVALIAÇÃO EM SAÚDE
BLOCO N
PARA TODAS AS PESSOAS COM 12 ANOS OU MAIS
O Bloco se aplica a este entrevistado? sim . . . . . . . . . . . .
1
não . . . . . . . . .
2
N 01. Em geral, o(a) sr.(a) diria que sua saúde é:
( leia as alternativas para o entrevistado)
excelente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
muito boa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
boa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3
ruim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4
muito ruim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5
EXAMES PREVENTIVOS
BLOCO H
PARA TODAS AS MULHERES COM 20 ANOS OU MAIS
O Bloco se aplica a este entrevistado? sim . . . . . . . . . . . .
1
não . . . . . . . . .
2
H 01. O exame de Papanicolau é usado nos programas de prevenção de câncer de colo de útero. A senhora
fez este exame alguma vez?
passe p/ questão
H 05. não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
sim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
.
.
.
.
92
H 03. Em que serviço de saúde foi solicitado o exame?
unidade básica de saúde (posto ou centro de saúde) . . . . . . . . . . . .
1
consultório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
ambulatório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3
hospital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4
outro, especif.: __________________________________________
5
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
H 04. Esse serviço de saúde é:
SUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
previdência governamental (Estado/Município) . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
privado/particular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3
passe p/ questão
H 06.
serviço de sindicato/ associação de categoria . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4
serviço próprio de empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5
outro, especif.: ___________________________________________
6
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
PARA TODAS AS MULHERES COM 40 ANOS OU MAIS.
O Bloco se aplica a este entrevistado? sim . . . . . . . . . . . .
1
não . . . . . . . . .
2
H 10. A mamografia é um raio X dos seios, e é utilizada nos programas de prevenção de câncer de mama.
Quando foi a última vez que a senhora fez este exame?
Mulheres com:
60 anos ou
+
passe p/
I 15.
nunca fez mamografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
-
de 60 anos
passe p/
I 19.
fez, há menos de 1 ano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
fez, há 1 ou 2 anos incompletos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3
fez, há 2 ou 3 anos incompletos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4
fez, há mais de 3 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
H 11. Em que serviço de saúde foi solicitado o exame?
unidade básica de saúde (posto ou centro de saúde) . . . . . . . . . . . .
1
consultório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
ambulatório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3
hospital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4
outro, especif.: ___________________________________________
5
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
.
.
93
H 12. Esse serviço de saúde é:
SUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
previdência governamental (Estado/Município) . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
privado/particular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3
serviço de sindicato/ associação de categoria . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4
serviço próprio de empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5
outro, especif.: ___________________________________________
6
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
H 13. Quem cobriu ou complementou os gastos?
Pode haver mais de uma resposta
SUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
previdência governamental (Federal/Estadual/Municipal) . . . . . . . . .
2
sindicato/ associação de categoria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3
empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4
convênio empresa, especif.: ________________________________
5
plano individual de saúde, especif.: __________________________
6
o próprio entrevistado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
7
outro, especif.: ___________________________________________
8
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
PARA TODOS OS HOMENS COM 40 ANOS OU MAIS.
O Bloco se aplica a este entrevistado? sim . . . . . . . . . . . .
1
não . . . . . . . . .
2
H 14. Existem exames utilizados nos programas de prevenção de câncer de próstata. O sr. já fez algum exame
com esta finalidade?
Homens com:
60 anos ou
+
passe p/
I 15.
não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
-
de 60 anos
passe p/
I 19.
sim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
H 17. Em que serviço de saúde foi solicitado o exame?
unidade básica de saúde (posto ou centro de saúde) . . . . . . . . . . . .
1
consultório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
ambulatório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3
hospital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4
outro, especif.: ___________________________________________
5
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
.
.
94
H 18. Esse serviço de saúde é:
SUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
previdência governamental (Estado/Município) . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
privado/particular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3
serviço de sindicato/ associação de categoria . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4
serviço próprio de empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5
outro, especif.: ___________________________________________
6
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
USO DE MEDICAMENTOS
BLOCO J
J 01. O(a) sr.(a) usou algum medicamento nos últimos 3 dias?
(perguntar se usa algum medicamento diariamente ou com alguma regularidade e se ele tomou nos últimos
3 dias)
passe p/ questão K 01.
não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
sim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
HOSPITALIZAÇÃO NOS ÚLTIMOS 12 MESES
BLOCO K
K 01. O(a) sr.(a) esteve internado nos últimos 12 meses?
sim, quantas vezes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
___ ___
passe p/ questão
L 01.
não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
00
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
99
95
ESTILO DE VIDA
BLOCO L
PARA TODAS AS PESSOAS COM 12 ANOS OU MAIS.
O Bloco se aplica a este entrevistado? sim . . . . . . . . . . . . 1 não . . . . . . . . . 2
L 02. Qual a sua altura?
___ m. e ___ ___ cm.
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9/ 99
L 03. Qual o seu peso?
___ ___ ___ Kg. e ___ ___ ___ gr.
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 999/ 999
FUMO
PARA TODAS AS PESSOAS COM 12 ANOS OU MAIS.
L 24. O(a) sr.(a) fuma atualmente?
não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
passe p/ questão L 29. sim, cigarro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
sim, charuto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
passe p/ questão L 34. sim, cachimbo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
sim, cigarro de palha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
.
.
.
.
96
ÁLCOOL
PARA TODAS AS PESSOAS COM 12 ANOS OU MAIS.
“PARA OS QUE BEBEM
L 37. Alguma vez o(a) sr.(a) sentiu que deveria diminuir a quantidade de bebida ou parar de beber?
não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
sim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
L 38. As pessoas o aborrecem porque criticam o seu modo de beber?
não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
sim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
L 39. O(a) sr.(a) costuma beber pela manhã para diminuir o nervosismo ou a ressaca?
não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
sim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
L 40. O(a) sr.(a) fica chateado ou se sente culpado pela maneira como costuma beber?
não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
sim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
.
.
97
CARACTERÍSTICAS SÓCIO-ECONÔMICAS
(INFORMAÇÕES DO ENTREVISTADO)
BLOCO O
PARA TODAS AS PESSOAS COM 12 ANOS OU MAIS.
(SE FOR CHEFE DE FAMÍLIA PASSE PARA O BLOCO P)
O 02. Onde o(a) sr.(a) nasceu?
outro município, especifique o município e estado:
__ __ __ __ __ __ __
______________________________________________________
no próprio município . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
0000001
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9999999
O 05. Qual é a sua situação conjugal?
casado(a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
união conjugal estável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
solteiro(a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3
separado(a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4
desquitado(a) ou divorciado(a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5
viúvo(a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
O 06. Até que ano da escola o(a) sr.(a) completou?
nunca freqüentou, não sabe ler e escrever . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
01
nunca freqüentou, sabe ler e escrever . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
02
1
o
grau ou primário (ano/série) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .(11 - 14)
1 __
1
o
grau ou ginásio (ano/série) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .(15 - 18)
1 __
2
o
grau ou colegial (ano/série) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .(21 - 23)
2 __
cursos técnicos de nível médio incompletos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
25
cursos técnicos de nível médio completos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
26
curso superior incompleto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
30
curso superior completo . , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
31
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
99
.
.
97
98
O 07. Atualmente o(a) sr.(a) exerce alguma atividade seja ela remunerada ou não remunerada de trabalho?
sim, em atividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
01
sim, mas afastado por motivo de doença . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
02
sim, e também aposentado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
03
não, desempregado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
04
não, aposentado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
05
não, dona de casa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
06
não, pensionista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
07
passe p/ questão P 01. não, só estudante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
08
outros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
09
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
99
O 12. Quanto o(a) sr.(a) ganhou com esse trabalho, aposentadoria ou pensão no mês passado?
salário líquido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$:
___ ___ ___ ___ ___
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
99999
O 13. Além desse trabalho o(a) sr.(a) tem algum outro tipo de trabalho remunerado? (fixo ou eventual)
passe p/ questão O 15.
não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
sim, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
O 14. Quanto o(a) sr.(a) ganhou com este trabalho no mês passado?
salário líquido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$:
___ ___ ___ ___ ___
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
99999
O 15. O(a) sr.(a) tem algum outro tipo de rendimento além do(s) declarado(s) anteriormente?
renda líquida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$:
___ ___ ___ ___ ___
não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
00000
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
99999
99
CARACTERÍSTICAS DA FAMÍLIA E DO DOMICÍLIO
BLOCO P
P 19. A família possui:
sim não
geladeira 01
1
2
freezer 02
1
2
televisão 03
1
2
máquina de lavar roupa 04
1
2
aparelho de som 05
1
2
aparelho de vídeo 06
1
2
aspirador de pó 07
1
2
máquina de lavar louça 08
1
2
condicionador de ar
09
1
2
telefone fixo 10
1
2
telefone celular 11
1
2
computador 12
1
2
forno de micro-ondas 13
1
2
veículo auto-motor 14
1
2
outro imóvel que não a residência atual 15
1
2
100
CARACTERÍSTICAS SÓCIO-ECONÔMICAS
(INFORMAÇÕES DO CHEFE DA FAMÍLIA)
BLOCO Q
Q 08. Até que ano da escola o(a) sr.(a) completou?
nunca freqüentou, não sabe ler e escrever . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
01
nunca freqüentou, sabe ler e escrever . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
02
1
o
grau ou primário (ano/série) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .(11 - 14)
1 __
1
o
grau ou ginásio (ano/série) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .(15 - 18)
1 __
2
o
grau ou colegial (ano/série) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .(21 - 23)
2 __
cursos técnicos de nível médio incompletos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
25
cursos técnicos de nível médio completos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
26
curso superior incompleto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
30
curso superior completo . , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
31
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
99
GASTOS COM SAÚDE
BLOCO R
Quanto a família gastou com saúde no último mês?
nada soma dos gastos NS/NR
R 01. Com medicamentos
00000
R$:
___ ___ ___ ___ ___
99999
R 02. Com mensalidade de plano de saúde
00000
R$:
___ ___ ___ ___ ___
99999
R 03. Em consultas médicas
00000
R$:
___ ___ ___ ___ ___
99999
R 04. Em consultas com outros profissionais de saúde
00000
R$:
___ ___ ___ ___ ___
99999
R 05. Com hospitalização
00000
R$:
___ ___ ___ ___ ___
99999
R 06. Com enfermagem domiciliar
00000
R$:
___ ___ ___ ___ ___
99999
R 07. Com exames em geral
00000
R$:
___ ___ ___ ___ ___
99999
R 08. Com tratamento dentário e próteses
00000
R$:
___ ___ ___ ___ ___
99999
101
MATERNO-INFANTIL
BLOCO S
S 04. A sra. fez alguma consulta médica para acompanhar a gravidez do (a) ____________ ?
passe p/ questão
S 12. não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
sim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
S 07. Qual foi o serviço de saúde procurado?
unidade básica de saúde (posto ou centro de saúde) . . . . . . . . . . . .
1
consultório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
ambulatório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3
hospital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4
outro, especif.: ___________________________________________
5
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
S 09. Esse serviço de saúde é:
SUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
previdência governamental (Estado/ Município) . . . . . . . . . . . . . . . .
2
privado/particular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3
serviço de sindicato/ associação de categoria . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4
serviço próprio de empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5
outro, especif.: __________________________________________
6
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
S 10. A sra. pagou diretamente pelo atendimento recebido?
não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
sim, parcialmente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
sim, integralmente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3
NS/NR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
Autora: Dra. Maria Cecília Goi Porto Alves
102
ANEXO 2
ISA-CAPITAL
PLANO DE AMOSTRAGEM
A população de estudo refere-se à população residente em área
urbana do Município de São Paulo no período de realização do inquérito.
Considerando os objetivos da pesquisa, foram fixados oito domínios
de estudo formados pelos grupos sexo/idade: menores de um ano, de 1 a 11
anos de idade, mulheres de 12 a 19; 20 a 59 e 60 ou mais, e homens, nas
mesmas faixas etárias. Para cada um desses domínios, foi planejada a
realização de 420 entrevistas, perfazendo um tamanho de amostra total de
3360 indivíduos.
Para calcular o tamanho da amostra, considerou-se a expressão algébrica
utilizada na estimação de proporções:
deff
zd
PP
n
=
2
0
)/(
)1(
. Os valores
aplicados a ela foram:
z=1,96 o valor na curva normal reduzida, correspondente ao
nível de confiança de 95%;
d=0,06 a erro de amostragem admitido;
deff=1,5 o efeito do delineamento
P=0,50 a proporção a ser estimada.
Tomou-se esse valor para P por ser o que leva à obtenção de tamanhos
de amostras conservadores, uma vez que várias proporções serão
estimadas no estudo. Dessa forma, n
o
=400.
A seguir, fixou-se em 7 o número de pessoas a serem entrevistadas em
cada unidade primária de amostragem (UPA), arredondando para 60 o
número de setores a ser sorteado (400/7=57,2). Esses valores elevaram a
amostra para 420 (60x7=420), significando um erro de amostragem de
0,0586.
Autora: Dra. Maria Cecília Goi Porto Alves
103
A amostra foi sorteada em estágios: setores censitários e domicílios.
O município foi estratificado segundo escolaridade do chefe de família,
considerando o percentual de chefes com nível universitário em três níveis:
até 5%, 5% (inclusive) a 24,99% e 25% ou mais, conforme divisão utilizada
no ISA-SP.
Tabela 1. Tamanho de amostra
planejado, segundo grupo sexo/idade.
ISA-Capital, 2002.
Grupo sexo/idade N
o
. Pessoas
Menor 1 ano 420
1 a 11 anos 420
Mulheres de 12 a 19 anos 420
Homens de 12 a 19 anos 420
Mulheres de 20 a 59 anos 420
Homens de 20 a 59 anos 420
Mulheres de 60 anos ou 420
Homens de 60 anos ou mais 420
Total 3360
O ponto de partida para o sorteio foi a PNAD-2002 que amostrou no
Município de São Paulo 264 setores censitários urbanos, não pertencentes
ao estrato de novas construções, entre os quais foram sorteados 60 setores
para compor a amostra do ISA-Capital, sendo 15, 28 e 17, respectivamente,
nos estratos 1, 2 e 3. Essa partição seguiu a distribuição dos setores
censitários da PNAD pelos estratos.
Em cada setor, planejou-se a obtenção de 7 entrevistas de cada
grupo sexo/idade de interesse e para se precaver da perda de 20% de
unidades da amostra em função da não resposta, foi previsto o sorteio de
8,75 pessoas em cada grupo sexo/idade (7/0,8=8,75).
Considerando as razões pessoas/domicílios observadas no Censo-
2000 (Tabela 2), foi determinado o número de domicílios que precisariam ser
visitados para se encontrar o número planejado de pessoas. Com base nos
domínios menos freqüentes, o de homens de 60 anos ou mais no estrato 1 e
Autora: Dra. Maria Cecília Goi Porto Alves
104
o de menores de um ano nos estratos 2 e 3, foi determinado que seriam
visitados 130, 170 e 245 domicílios, nos estratos 1, 2 e 3, respectivamente,
valores que correspondem à divisão de 8,75 pelas razões 0,07; 0,0518 e
0,0362 (arredondados para cima).
Tabela 2. Razão pessoas / domicílios, segundo estrato e grupo idade/sexo.
Município de São Paulo, 2000.
Grupo Estrato
Idade/sexo 1 2 3
<1 0,0879 0,0518 0,0362
1 a 11 0,9298 0,5626 0,3865
12 a 19 M 0,3085 0,2467 0,1873
12 a 19 F 0,3388 0,2531 0,1918
20 a 59 M 1,0189 0,9160 0,8421
20 a 59 M 1,0487 1,0354 1,0000
60 e + M 0,0700 0,1563 0,1822
60 e + F 0,1005 0,2182 0,2706
Total 3,903 3,439 3,097
Fonte: Censo 2000.
Na Tabela 3 estão indicados os números de unidades de amostragem
sorteadas.
Tabela 3. Unidades de amostragem sorteadas, segundo estrato.
ISA-Capital
Estrato Setores Domicílios Pessoas
por setor na amostra
<5% 15 130 1950 1092
5% |– 25% 28 170 4760 1972
25% e mais 17 245 4165 1206
Total 60 10875 4270
Essa amostra de 10875 domicílios foi denominada amostra principal.
Porém, para que no conjunto desses domicílios fosse selecionado somente
o número planejado de pessoas de cada domínio, foram calculados os
intervalos de amostragem a serem utilizados em novo sorteio de domicílios
dentro da amostra principal (Tabela 4). Esses números (intervalos amostrais)
Autora: Dra. Maria Cecília Goi Porto Alves
105
indicaram a fração de domicílios nos quais as pessoas dos diferentes
domínios deveriam ser buscadas. Como exemplo, no estrato 1, foram
selecionados os homens de 20 a 59 anos que residiam em um a cada
13,2837 domicílios da amostra principal.
Tabela 4. Intervalo entre os domicílios da amostra principal para
seleção de pessoas nos domínios.
Grupo Estratos
Idade/sexo
1 2 3
<1
1,2560 1 1
1 a 11
13,2837 10,8511 10,6667
12 a 19 M
4,4083 4,7360 5,1696
12 a 19 F
4,8408 4,8820 5,2924
20 a 59 M
14,5571 17,6657 23,2398
20 a 59 M
14,9827 19,9691 27,5965
60 e + M
1 3,014 5,0292
60 e + F
1,436 4,2079 7,4678
Os estágios de seleção da amostra principal em cada estrato e as
respectivas frações de amostragem foram:
1º. estágio
sorteio de setores censitários da PNAD (a
1
setores) com
probabilidade proporcional ao tamanho Mi, expresso pelo número de
domicílios do setor no Censo2000,
M
Ma
f
i1
1
= , sendo M o número de
domicílios do estrato;
2º. estágio
sorteio de setores censitários do ISA-Capital (a
2
setores) com
probabilidade fixa,
1
2
2
a
a
f =
;
3º. estágio
sorteio de domicílios (b) com probabilidade inversa o tamanho
atual do setor,
i
M
b
f
'
3
= .
A fração global de amostragem foi:
'
2
'
1
2
1
i
i
i
i
M
M
M
ba
M
b
a
a
M
Ma
f ==
.
Autora: Dra. Maria Cecília Goi Porto Alves
106
Os domicílios da amostra principal foram selecionados com essas
frações de amostragem. Para os domínios (grupos sexo/idade) em que
houve novo sorteio de domicílios, as frações foram multiplicadas pelo
inverso dos intervalos indicados na Tabela 4.
Os dados da amostra foram ponderados para compensar as
diferentes probabilidades de seleção. Na tabela 5 consta, para cada setor
censitário, o peso referente ao emprego de distintas frações de amostragem
nos estratos (peso1=
ba
M
2
) e à correção devida ao uso de medidas
desatualizadas dos tamanhos dos setores censitários (peso 2=
i
i
M
M
'
) e o
produto entre eles, correspondente ao peso de cada setor na amostra
principal.
Tabela 5. Setores censitários sorteados e pesos.
Estrato
Código
Distrito
Setor
Distrito
Peso 1 Peso 2
Peso
Principal
1
13
17
Cachoeirinha
469,6031
1,3738
645,1416
1
17
176
Campo Limpo
469,6031
1,1924
559,9603
1
18
31
Cangaíba
469,6031
1,3493
63
3,6271
1
19
51
Capão Redondo
469,6031
1,2632
593,1828
1
22
177
Cidade Ademar
469,6031
1,2978
609,4287
1
23
127
Cidade Dutra
469,6031
1,2308
577,9730
1
30
244
Grajaú
469,6031
1,2828
602,3874
1
36
246
Itaim Paulista
469,6031
1,0959
514,6572
1
36
188
Itaim Paulista
469,6031
1,2199
572,8835
1
37
253
Itaquera
469,6031
1,0038
471,3886
1
43
73
Jardim Ângela
469,6031
0,9794
459,9205
1
44
153
Jardim Helena
469,6031
1,0881
510,9671
1
76
115
Sapopemba
469,6031
1,1417
536,1302
1
84
169
Vila Curuçá
469,6031
1
,0302
483,8004
1
3396
5292
Iguatemi/Lageado
469,6031
1,0964
514,8947
2
1
29
Água Rasa
235,4261
1,1983
282,1054
2
2
9
Alto de Pinheiros
235,4261
1,1495
270,6186
2
4
45
Aricanduva
235,4261
1,1337
266,8939
2
5
83
Artur Alvin
235,4261
1,1755
276,7508
2
1
1
117
Brasilândia
235,4261
0,9159
215,6305
Autora: Dra. Maria Cecília Goi Porto Alves
107
2
14
46
Cambuci
235,4261
1,4356
337,9879
2
21
14
Casa Verde
235,4261
1,0413
245,1544
2
23
81
Cidade Dutra
235,4261
1,1627
273,7350
2
24
6
Cidade Líder
235,4261
1,2232
287,9765
2
27
84
Cursino
235,4261
1,1287
265,7284
2
29
143
Freguesia do Ó
235,4261
1,1333
266,8162
2
30
288
Grajaú
235,4261
1,2171
286,5383
2
34
128
Ipiranga
235,4261
1,1883
279,7595
2
42
5
Jaraguá
235,4261
1,1003
259,0448
2
43
264
Jardim Ângela
235,4261
0,9292
218,7587
2
46
98
Jardim São Luiz
235,4261
1,0683
251,4976
2
59
166
Penha
235,4261
1,2791
301,1263
2
63
71
Pirituba
235,4261
1,1255
264,9734
2
68
170
Sacomã
235,4261
1,1214
263,9972
2
72
9
São Lucas
235,4261
1,1895
280,0331
2
77
170
Saúde
235,4261
1,2160
286,2781
2
78
36
235,4
261
1,6855
396,8068
2
81
14
Tremembé
235,4261
1,2892
303,5109
2
84
62
Vila Curuçá
235,4261
1,2346
290,6606
2
86
10
Vila Guilherme
235,4261
1,7388
409,3602
2
87
148
Vila Jacuí
235,4261
1,1369
267,6517
2
89
86
Vila Maria
235,4261
1,2208
287,4160
2
92
1
33
Vila Medeiros
235,4261
1,2560
295,6951
3
7
26
Bela Vista
190,0262
1,3211
251,0508
3
12
48
Butantã
190,0262
1,1856
225,3005
3
26
48
Consolação
190,0262
1,1382
216,2843
3
32
132
Moema
190,0262
1,4258
270,9358
3
35
31
Itaim Bibi
190,0262
1,5221
289,23
10
3
38
180
Jabaquara
190,0262
1,2134
230,5805
3
45
118
Jardim Paulista
190,0262
1,3808
262,3792
3
51
1
Mandaqui
190,0262
1,1704
222,4049
3
53
47
Mooca
190,0262
1,1149
211,8535
3
60
123
Perdizes
190,0262
1,2199
231,8050
3
62
51
Pinheiros
190,0262
1,1
729
222,8878
3
66
86
República
190,0262
1,2193
231,6930
3
70
34
Santana
190,0262
1,3563
257,7230
3
79
40
Socorro
190,0262
1,1032
209,6277
3
82
110
Tucuruvi
190,0262
1,1176
212,3822
3
91
26
Vila Matilde
190,0262
1,1725
222,8124
3
94
62
Vila Sônia
190,
0262
2,0467
388,9252
Autora: Dra. Maria Cecília Goi Porto Alves
108
Os dados sofreram ainda outra ponderação referente ao ajuste de
pós-estratificação pela escolaridade (anos de estudo) dos chefes dos
domicílios, considerando 4 grupos: com menos de 3, de 4 a 7, de 8 a 11 e
com 12 ou mais anos de estudo. Essa ponderação visou ajustar a
distribuição da amostra, ponderada pelos pesos apresentados
anteriormente, à observada no Censo-2000. Para isso, foram calculadas as
razões entre as proporções de pessoas da amostra do ISA-Capital nos
novos estratos criados e as observadas no Censo-2000 (Tabela 6).
Tabela 6. Pesos para ajuste de pós-estratificação por escolaridade
do chefe. ISA-Capital
Anos de Estudo Estratos
1 2 3
Até 3 anos 0,7631 0,7498 0,6747
De 4 a 7 anos 1,2298 1,1904 1,0714
De 8 a 11 anos 1,0178 1,0656 0,9282
12 ou mais anos 1,3598 1,4198 1,6509
Na Tabela 7 estão indicados os números de pessoas entrevistadas.
Tabela 7. Número de pessoas entrevistadas, segundo
estrato e grupo idade/sexo. ISA-Capital.
Grupo Estrato
Idade/sexo 1 2 3 Total
<1 146 188 74 408
1 a 11 132 216 87 435
12 a 19 M 137 197 106 440
12 a 19 F 126 183 98 407
20 a 59 M 125 159 98 382
20 a 59 M 139 193 81 413
60 e + M 151 175 95 421
60 e + F 148 207 96 451
Total 1104 1518 735 3357
Autora: Dra. Maria Cecília Goi Porto Alves
109
Na Tabela 8 estão indicados os números de pessoas entrevistadas
por domínio com a sua distribuição percentual, após a aplicação dos pesos
finais (do delineamento e de pós-estratificação), e para fins de comparação,
os percentuais observados no Censo-2000.
Tabela 8. Distribuição por idade/sexo e estrato.
ISA-Capital e Censo-2000
Grupo ISA-Capital Censo-2000
Idade/sexo No. % ponderado %
<1 408 1,51 1,64
1 a 11 435 18,27 17,51
12 a 19-M 440 7,64 7,21
12 a 19 – F 407 7,41 7,40
20 a 59 – M 382 25,25 26,67
20 a 59 – F 413 29,51 29,87
60 e + - M 421 4,13 3,93
60 e + - F 451 6,29 5,77
Total 3357 1 100,00
Autora: Dra. Maria Cecília Goi Porto Alves
110
Relação dos distritos administrativos do município de São Paulo que tiveram setores
censitários incluídos na amostra do ISA-Capital.
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