Assim, surgem os cafés especiais, cuja estratégia predominante da
concorrência entre os importadores não se direciona mais para a melhor compra,
mas para a melhor venda. Com esse novo enfoque, os importadores procuram bons
fornecedores, que garantam a qualidade do produto e, principalmente entregas
regulares, dispensando a necessidade de formação de estoques. Com isso as
regiões que haviam consolidado uma imagem no mercado mundial, de produtoras
de cafés de qualidade, aumentam a sua produção e consequentemente sua
participação no seleto mercado de cafés “finos”.
A América Central, Guatemala e México expandiram suas
exportações do ano-safra 1999-2000, alcançando 4,9 milhões e 5,1
milhões de sacas respectivamente. No ano 2001, essa região já
representava 25% das exportações mundiais, sendo que 90% são
de cafés finos. Recentemente, a região criou o Grupo de Países
Produtores de Cafés Finos, envolvendo México, Guatemala,
Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica e Peru. Uma das
metas é abandonar, definitivamente, o mercado daqueles 10% que
correspondem ao café de baixa qualidade, inclusive dos seus
próprios mercados. Esse grupo alcançou, no ano-safra 1999/00, a
posição de maior bloco exportador mundial de cafés do tipo “suave
lavado”, com um volume de 21 milhões de sacas ante 17,9 milhões
na safra anterior (SANTO, 2001, p. 183-184).
O mercado, porém, não está voltado apenas para os cafés do tipo “especial’,
uma vez que o primeiro café que se vende e se processa é o café barato. Existem
dois mercados no segmento cafeeiro (CÁRDENAS apud SANTO, 2001, p. 184): um,
seleto, especial, do café gourmet, do coffee shop, o café destinado a ser consumido
fora de casa. E outro, que se toma em casa, e que movimenta grande parte do
mercado e o que realmente tem peso no segmento, mas está se deteriorando em
qualidade, e é justamente este o segmento mais explorado pela cafeicultura
brasileira.
2.4.1 Principais Concorrentes ao Café Brasileiro
Os principais concorrentes comerciais do café brasileiro são a Colômbia e o
Vietnã (Ilustração 2.3). A Colômbia, concorrendo com o café arábica, tem seu
produto (o suave colombiano) já consolidado, principalmente no mercado americano,
onde existe um permanente investimento em marketing. O Vietnã, concorrendo com
o café robusta, é o país que mais cresceu, proporcionalmente, nos últimos dez anos,