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Universidade de São Paulo
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Balanço de
15
N em sistemas de produção de milho para adoção do
plantio direto no Oeste baiano
Rodrigo Estevam Munhoz de Almeida
Dissertação apresentada para obtenção do título de
Mestre em Agronomia. Área de concentração:
Fitotecnia
Piracicaba
2008
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Rodrigo Estevam Munhoz de Almeida
Engenheiro Agrônomo
Balanço de
15
N em sistemas de produção de milho para adoção do plantio direto
no Oeste baiano
Orientador:
Prof. Dr. JOSÉ LAÉRCIO FAVARIN
Dissertação apresentada para obtenção do título de
Mestre em Agronomia. Área de concentração:
Fitotecnia
Piracicaba
2008
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP
Almeida, Rodrigo Estevam Munhoz de
Balanço de
15
N em sistemas de produção de milho para adoção do plantio direto no Oeste
baiano / Rodrigo Estevam Munhoz de Almeida. - - Piracicaba, 2008.
85 p. : il.
Dissertação (Mestrado) - - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2008.
Bibliografia.
1. Brachiaria 2.Fertilizantes nitrogenados 3. Isótopos estáveis 4. Milho 5. Palhada 6. Plantio
Direto I. Título
CDD 633.15
M966b
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
3
À Deus razão de tudo
Ofereço
Ao meu pai José Luiz Motta de Almeida
A Minha mãe Cibele Helena Ferrero Munhoz
A minha irmã Tainá Iara Munhoz de Almeida
Dedico
4
AGRADECIMENTOS
Nosso mais profundo reconhecimento a todos aqueles que, direta ou indiretamente,
tornaram possível a realização deste trabalho. Seus nomes serão mencionados,
mas a extensão e o significado de suas colaborações e lealdade são impossíveis de
expressar:
Ao Prof. Dr. José Laércio Favarin, o Mestre, o amigo, cuja orientação segura,
liberalmente oferecida, jamais poderá ser recompensada. Meu reconhecimento pela
sua participação fundamental na minha formação.
Ao Sr. Wilson Hideki Horita pelo empreendedorismo e visão futurística, e seus
irmãos Ricardo Lhossuke Horita e Walter Yukio Horita pelo estímulo constante ao
prosseguimento deste estudo.
À Fundação Agrisus pelo apoio financeiro em parte do projeto.
Aos Eng
o
Agr
o
Rafael Otto, Henrique Coutinho Junqueira Franco e Carlos Eduardo
Faroni, exemplos de ética e amizade, pelo apoio técnico e científico dedicado a este
trabalho.
Aos Prof. Dr Paulo César Ocheuze Trivelin e José Albertino Bendassolli pelas
sugestões em relação à metodologia e análises laboratoriais, e os técnicos do
CENA-USP nas pessoas de José Aurélio Bonassi, Clelber Vieira Prestes e Bento
Moçambique de Moraes Neto.
Ao Eng
o
. Agr
o
Leonardo Shigeyuki Sugimoto pela atenção e dedicação no Oeste
baiano e aos Eng
o
Agr
o
José Cláudio de Oliveira, Cícero Carlos de Lima Silva,
Tahishi Nitta e Domingos Correia de Lacerda Filho, os quais colocaram à disposição
todas condições possíveis para que nossos objetivos fossem alcançados.
A todos amigos da Fazenda Acalanto que colaboraram na viabilização deste projeto,
em especial Daniella Cristina de Almeida, Valdinei Luiz Cardoso, Claudimar Camilo
5
de Lima, Rosimeiry Alves de Oliveira Cardoso, Nilva Pereira dos Santos, Nayson
Silva dos Santos e Jundy Markson de Teixeira.
A Charles Louis Peeters, Fausto Motta de Carvalho, Rogério Augusto Bortolan, Ruy
Fachini Neto e Samuel Ferreira Balieiro. Quando todas as palavras forem
insuficientes para expressar nossa gratidão, basta dizer simplesmente: amigos.
Aos Profs. Dr. Godofredo César Vitti e Dr Pedro Henrique de Cerqueira Luz e ao
GAPE (Grupo de Apoio a Pesquisa e Extensão), exemplos de pesquisadores e
educadores, a quem devo grande parte de minha formação técnica e humana.
À República Copacabana pelas amizades e lições de vida.
6
SUMÁRIO
RESUMO........................................................................................................................................7
ABSTRACT....................................................................................................................................8
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................................9
Referências..................................................................................................................................12
2 PRODUTIVIDADE DE MILHO E DE RESÍDUOS EM RAZÃO DO SISTEMA DE
PRODUÇÃO E DA DOSE DE NITROGÊNIO............................................................... 13
Resumo ........................................................................................................................................13
Abstract ........................................................................................................................................14
2.1 Introdução..............................................................................................................................14
2.2 Materiais e métodos ............................................................................................................18
2.3 Resultados e discussão ......................................................................................................28
2.5 Conclusões............................................................................................................................39
Referências..................................................................................................................................40
3 BALANÇO DE NITROGÊNIO (
15
N) EM SISTEMAS DE CULTIVO DE MILHO
SOLTEIRO E CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA ..................................................45
Resumo ........................................................................................................................................45
Abstract ........................................................................................................................................45
3.1 Introdução ............................................................................................................................46
3.2 Material e métodos ............................................................................................................. 51
3.3 Resultados e discussão .....................................................................................................60
3.3.1 Recuperação pela parte aérea do
15
N aplicado na semeadura do milho em
cultivo solteiro e consorciado com braquiária...............................................................60
3.3.2 Recuperação pelas raízes do
15
N aplicado na semeadura do milho em cultivo
solteiro e consorciado com braquiária ...........................................................................67
3.3.3 Recuperação no solo do
15
N aplicado na semeadura do milho em cultivo
solteiro e consorciado com braquiária ...........................................................................70
3.4 Balanço do nitrogênio no sistema solo-planta em cultivo de milho solteiro e
consorciado com braquiária.............................................................................................75
3.5 Conclusões............................................................................................................................79
Referências..................................................................................................................................79
7
RESUMO
Balanço de
15
N em sistemas de produção de milho para adoção do plantio direto
no Oeste baiano
No Cerrado do Oeste baiano o clima dificulta a formação de palhada para o
plantio direto. O consórcio de culturas é uma alternativa à limitação do clima, por
produzir biomassa ao sistema. Os cotonicultores dessa região utilizam o milho para
rotação e, em alguns casos, para formação de palha, com adubação exclusiva na
semeadura em solos arenosos, baixo teor de matéria orgânica e precipitação média de
1.500 mm. Realizaram-se duas pesquisas: (i) produtividade de milho e de resíduos em
razão do sistema de produção e da dose de nitrogênio e (ii) balanço de nitrogênio (
15
N)
em sistemas de cultivo de milho solteiro e consorciado com braquiária. O objetivo da
primeira foi avaliar o uso de doses de N na semeadura, em milho solteiro e consorciado
com braquiária, em São Desidério, BA; para implantar o plantio direto. Adotou-se o
delineamento de blocos ao acaso, com dez tratamentos e quatro repetições; T1: milho
sem nitrogênio; T2: milho-braquiária sem N; T3: milho com 50 kg ha
-1
N; T4: milho-
braquiária com 50 kg ha
-1
N; T5: milho com 100 kg ha
-1
N; T6: milho-braquiária com 100
kg ha
-1
N; T7: milho com 150 kg ha
-1
N; T8: milho-braquiária com 150 kg ha
-1
N; T9:
milho com 200 kg ha
-1
N; T10: milho-braquiária com 200 kg ha
-1
N. Avaliou-se
produtividade, extração e exportação de nitrogênio, produção de biomassa e extração
de N pela forrageira e a correlação ente a quantidade determinada e estimada de N nos
grãos. O consórcio foi eficiente para a formação de palhada (5.056 kg ha
-1
) para adoção
do plantio direto; o milho respondeu ao uso de 50 kg ha
-1
nitrogênio,
independentemente do sistema de cultivo e a braquiária não respondeu a adubação; a
extração de nitrogênio nos sistemas de cultivo foi prejudicada apenas na ausência do
nutriente, enquanto a exportação reduziu no cultivo consorciado, somente sem N; a
estimativa de exportação de N pode ser obtida pela expressão: NGE = PG x 0,09 x 0,16.
A segunda pesquisa objetivou avaliar a dinâmica do N com a aplicação de 150 kg ha
-1
de
15
N-uréia na semeadura do milho solteiro e consorciado com braquiária no mesmo
local. Adotou-se o delineamento de blocos ao acaso, com dois tratamentos e quatro
repetições. Os tratamentos foram; T1: milho solteiro e T2: milho-braquiária, com 150 kg
ha
-1
de
15
N - uréia na semeadura. Avaliou-se o acúmulo de
15
N na parte aérea e raízes;
a EUFN pelo milho e braquiária e a quantidade residual no solo proveniente do
fertilizante. A braquiária em consórcio com o milho não restringiu a disponibilidade de N.
A EUFN variou entre 60,4% no consórcio e 64,8% no milho solteiro. A braquiária
recuperou 1,4% do
15
N aplicado. A RFNS foi de 18% e 25% para milho solteiro e
consorciado. O
15
N não recuperado foi de 25,5 kg ha
-1
de N no milho solteiro e 19,5 kg
ha
-1
no consórcio com braquiária.
Palavras-chave: Zea mays L.; Brachiaria ruziziensis; Adubação de semeadura; Milho
solteiro e consorciado com braquiária; Eficiência de uso do fertilizante
nitrogenado; Acúmulo de biomassa de braquiária; Produtividade e
proteína no grão
8
ABSTRACT
15
N balance in maize production systems for no-till in the west State of Bahia
In Cerrado of the west of Bahia state the climate difficulties the formation of
vegetable residue for no-tillage. Intercropping cultures is an alternative for climate
limitation, for producing biomass to the system. Cotton producers from this region use
maize culture for rotation and, in some cases, for formation of straw, with fertilization
done exclusively during sowing in sandy soils, with low level of organic matter and an
average precipitation of 1500 mm. Two researches were performed: (i) maize
productivity and remaining residues due to production system and nitrogen dosage and
(ii) nitrogen (
15
N) balance in maize single crop systems and intercropped with Brachiaria
ruziziensis. The objective of the first research was to evaluate the use N doses, in
sowing, in maize single crop and intercropped at São Desidério, BA; to establish no-till.
It was adopted the randomized block design, with 10 treatments and four repetitions: T1
– maize without nitrogen; T2 – maize-brachiaria without N; T3 – maize with 50 kg ha
-1
of
N; T4 – maize- brachiaria with 50 kg ha
-1
of N; T5 – maize with 100 kg ha
-1
of N; T6
maize- brachiaria with 100 kg ha
-1
of N; T7 – maize with 150 kg ha
-1
of N; T8 – maize-
brachiaria with 150 kg ha
-1
of N; T9 – maize with 200 kg ha
-1
of N; T10 – maize-
brachiaria with 200 kg ha
-1
of N. Productivity was evaluated, nitrogen extraction and
exportation, biomass production and N extraction by the brachiaria and the correlation
between determined and estimated N grain quantity. Intercropping was efficient for
formation of straw (5.056 kg ha
-1
) intending to adopt of no-till; maize responded to 50 kg
ha
-1
of nitrogen, independently of cropping system and brachiaria did not respond to
fertilization; nitrogen extraction in the cropping systems was harmed only in the absence
of N; while the exportation was reduced in the intercropped system, only in the absence
of nitrogen; the estimative of N exportation can be obtained by the expression: NGE =
PG x 0,09 x 0,16. The second research had objective of evaluate dynamics of N with
150 kg ha
-1
of
15
N-urea application in the sowing of maize single crop and intercropped
with brachiaria in the same place. The randomized blocks design was adopted, with two
treatments and four repetitions. Treatments were: T1 – single crop maize and T2 –
maize- brachiaria, with 150 kg ha
-1
of
15
N – urea at sowing. It was evaluated the
accumulation of
15
N by aboveground and roots; the EUFN by maize crop and brachiaria
and the residual amount in the soil derived from the fertilizer. The brachiaria
intercropped with maize did not restrict N avaibility. The EUFN varied between 60,4 %
for intercropped and 64,8 % for single crop. Brachiaria recovered 1,4 % of the
15
N
applied. The RFNS were of 18% and 25% for single crop and intercropped maize. The
15
N not recovered from urea was 25,5 kg ha
-1
of N in the maize single crop and 19,5 kg
ha
-1
in the intercropped maize.
Keywords: Zea mays L.; Brachiaria ruziziensis; Sowing fertilization; Intercropped
cultures; Efficient use of nitrogen fertilizer; Biomass accumulation;
Productivity and protein in grain
9
1 INTRODUÇÃO
O Cerrado ocupa 25% do território brasileiro, com 207 milhões de hectares
distribuídos em 15 Estados, que poderão ser incorporado, pela aplicação de tecnologia,
até 127 milhões de hectares deste bioma à produção agrícola e ainda preservar 38%
como reserva natural (VARGAS; HUNGRIA, 1997; SOUZA; LOBATO, 2004).
O clima predominante no Cerrado é semelhante à maioria das Savanas do
mundo, classificado como tropical sazonal de inverno seco megatérmico e precipitação
média de 900 a 1800 mm por ano. Em geral, 80% das chuvas estão concentradas na
primavera-verão (outubro a março), seguido de uma estação seca no outono-inverno
(abril a setembro) e temperaturas médias anuais de 22ºC ao Sul e 27ºC ao Norte
(VARGAS; HUNGRIA, 1997).
Neste bioma predominam os solos classificados como Latossolos e Neossolos
Quartzarênicos, em que os Latossolos ocupam cerca de 46% da área e possuem como
atributos: minerais de baixa atividade, devido ao elevado grau de intemperização do
material de origem, teor de argila entre 150 a 900 g kg
-1
e drenagem superior a 150 mm
por hora, são profundos e possuem água disponível entre a capacidade de campo
(-0,03 MPa) e ponto de murcha permanente (-1,5 MPa) até dois metros de profundidade.
Os Neossolos Quartzarênicos contêm, no máximo, 150 g kg
-1
de argila, baixa
capacidade de retenção de cátions (CTC) e são bem drenados como os Latossolos.
Tanto os Latossolos quanto os Neossolos Quartzarênicos são caracterizados pela baixa
fertilidade natural, pH ácido, elevado teor de alumínio e baixa disponibilidade de
nutrientes. Porém, estas limitações podem ser corrigidas com a aplicação de calcário,
gesso e fertilizantes, e pela adoção do sistema plantio direto que preserva e, em
determinadas condições, aumenta o teor de matéria orgânica (KLUTHCOUSKI et al.,
2003).
O plantio direto é um sistema de produção conservacionista, em que a
semeadura é realizada em solo não revolvido, protegido por resíduos vegetais de
culturas anteriores e de plantas nativas, com base num programa de rotação de
culturas. A utilização da rotação e a inclusão de plantas de cobertura deve considerar o
aspecto econômico e a capacidade produtiva do solo, com a finalidade de preservar a
10
sustentabilidade do sistema agrícola (SÁ, 1998; BRADFORD; PETERSON, 2000;
OLIVEIRA et al., 2002)
A estacionalidade da precipitação é uma das principais limitações para a
adoção do plantio direto no Cerrado baiano, pois as chuvas são concentradas na
primavera-verão e possui uma estação seca prolongada no outono-inverno. Nestas
condições, o estabelecimento de cultivos na entressafra é comprometido, assim como o
acúmulo de resíduos, situação diferente daquela que ocorre na região subtropical, em
razão da distribuição da precipitação durante o ano.
O Oeste baiano apresenta elevado potencial para a produção de algodão, soja,
milho e feijão, as quais são cultivadas em plantio convencional ou em plantio direto,
com os solos expostos pela falta de resíduos. Em geral, os produtores da região
cultivam algodão em plantio convencional e utilizam o milho como opção de rotação de
culturas, com a adubação nitrogenada realizada unicamente na semeadura. Este
procedimento tem por finalidade evitar o deslocamento de máquinas e serviços do
algodoeiro, em geral, a cultura principal no sistema de produção da região.
O plantio direto nesta região não tem sido adotado em larga escala, em razão da
dificuldade de formação e de acúmulo de resíduos vegetais. O milheto é muito utilizado
como cultura para produção de palha, e como se trata de planta de verão e ciclo anual,
o crescimento é limitado, pois a semeadura é feita no final ou início da estação chuvosa.
Quando plantado no final das chuvas a planta encerra o ciclo na época seca, enquanto
no plantio no início das águas, essa cultura vegeta por volta de dois meses até a
dessecação para implantação da cultura principal.
Na semeadura tardia do milheto, no final do ciclo da cultura principal, ocorre
degrana natural das sementes na estação seca, e parte das mesmas são dispersas
durante a colheita. Assim, as sementes germinam com as primeiras chuvas e vegetam
até quando é realizada a dessecação para a implantação da cultura principal. Nestas
condições, o plantio direto é feito em quantidade insuficiente de resteva, inferior a 3,0
t.ha
-1
, proveniente do milheto e das plantas nativas que reinfestaram a área, aquém da
necessidade para a cobertura do solo, da ordem de 8.000 kg ha
-1
.
A cultura do milho é comum no sistema de rotação de culturas dos produtores de
algodão, a qual contribui com mais de 6.000 kg ha
-1
de biomassa seca com relação C/N
11
da ordem de 70:1. No entanto, devido à ausência de plantas de cobertura e pela
entressafra longa (7 a 8 meses), associado à elevada taxa de decomposição, reduz a
quantidade de resteva desta cultura.
Uma alternativa provável para a região seria a adoção do consórcio pelo plantio
de milho com braquiária, semeada simultaneamente ou em pós-emergência da cultura.
Dessa maneira, além dos resíduos produzidos pelo milho seria agregada ao sistema a
resteva da forrageira, em quantidade superior ao milheto, pois a braquiária iniciaria a
vegetação depois da semeadura do milho e continuaria a formação de biomassa com a
retomada das chuvas, na próxima estação. Este fato é possível em razão da fisiologia
da braquiária, planta perene que persiste durante a estação seca e depende apenas do
estabelecimento na área.
Os problemas observados no Oeste baiano estão relacionados às características
edafoclimáticas e pela dificuldade de formação e acúmulo de resíduos, além do
desconhecimento do desempenho do milho em consórcio e em relação à eficiência de
uma única aplicação de nitrogênio, ao redor de 150 kg ha
-1
feita unicamente na
semeadura do milho, em solos com baixo teor de argila, em geral, de 200 g kg
-1
.
Com base nos problemas identificados foram formuladas as seguintes hipóteses:
(1ª) em regiões de outono-inverno quente e seco, com cinco a seis meses de déficit
hídrico, o consórcio de culturas pode ser uma alternativa para a formação e acúmulo de
resíduos vegetais em quantidade suficiente para a cobertura do solo e a implantação do
sistema plantio direto;
(2ª) A braquiária em consórcio, nestas condições de clima e solo, aumentaria a
quantidade de resíduos em razão do estabelecimento na estação chuvosa persistência
no período seco, e retomada do acúmulo de biomassa no início das chuvas da safra
seguinte;
(3ª) a adubação nitrogenada feita somente na semeadura do milho, utilizado para
rotação e formação de palha ao cultivo do algodoeiro, com a finalidade de evitar o
12
deslocamento de horas-máquina e serviços da cultura principal, pode proporcionar
maior perda de nitrogênio por lixiviação, em relação ao consórcio milho-braquiária;
(4ª) O aumento da dose de nitrogênio, aplicado unicamente na semeadura, poderá
aumentar a produtividade do milho solteiro e em consórcio com braquiária, assim como
a produção de biomassa da braquiária no sistema consorciado;
(5ª) a extração e exportação de nitrogênio serão maiores com o incremento da dose de
nitrogênio no milho solteiro, em relação ao consórcio milho com braquiária, pela
ausência de competição pelo nutriente por parte da forrageira;
(6ª) para uma mesma dose de nitrogênio aplicada unicamente na semeadura, o
aproveitamento do nitrogênio proveniente do fertilizante, provavelmente será maior no
milho solteiro em relação ao milho-braquiária, em razão da competição da forrageira
pelo nutriente.
Referências
BRADFORD, J.M.; PETERSON, G.A. Conservation tillage. In: SUMMER, M.E. (Ed.).
Handbook of soil science. New York: CRC Press, 2000. chap. G, p. 247-270.
KLUTHCOUSKI, J.; STONE, L.F.; AIDAR, H. Integração lavoura pecuária.Santo
Antônio de Goiás: EMBRAPA Arroz e Feijão, 2003. 570 p.
OLIVEIRA, F.H.T.; NOVAIS, R.F.; ALVAREZ, V.H.; CANTARUTTI, V.R.B.; BARROS,
N.F. Fertilidade do solo no sistema plantio direto. In: ALVAREZ, V.H.; SCHAEFER,
C.E.G.R.; BARROS, N.F.; de MELLO, J.W.V.; da COSTA, L.M. (Ed.). Tópicos em
ciência do solo. Viçosa: SBCS, 2002. v. 2, p. 393-486.
SÁ, J.C.M. Reciclagem de nutrientes dos resíduos culturais, e estratégia de fertilização
para produção de grãos no sistema plantio direto. In: SEMINÁRIOS SOBRE O
SISTEMA PLANTIO DIRETO NA UFV, 1., 1998, Viçosa. Resumo... Viçosa:
Universidade Federal de Viçosa, 1998. p. 19-61.
SOUZA, D.M.G.; LOBATO, E. Cerrado: correção do solo e adubação. Brasília:
Embrapa Informação Tecnológica, 2004. 416 p.
VARGAS, M.A.T.; HUNGRIA, M. Biologia dos solos dos cerrados. Planaltina:
EMBRAPA, CPAC, 1997. 524 p.
13
2 PRODUTIVIDADE DE MILHO E DE RESÍDUOS EM RAZÃO DO SISTEMA DE
PRODUÇÃO E DA DOSE DE NITROGÊNIO
Resumo
No Cerrado do Oeste baiano o clima quente e seco do inverno dificulta a
formação e o acúmulo de resíduos vegetais, indispensável para o plantio direto. O
consórcio de culturas com braquiária é uma alternativa para contornar a limitação do
clima, pois têm capacidade de produzir biomassa para adoção deste sistema. Os
cotonicultores do Oeste baiano, em geral, utilizam a cultura de milho para rotação e, em
alguns casos, na formação de palhada para o plantio direto. Para não limitar horas-
máquina e serviços no algodoeiro a adubação do milho, nesta situação, é feita
exclusivamente na semeadura, com dose entre 130 a 175 kg ha
-1
de N em solos
arenosos com baixo teor de matéria orgânica e precipitação média de 1.500 mm entre
outubro a abril. Esta pesquisa foi realizada para avaliar o uso de diferentes doses de
nitrogênio, exclusivamente na semeadura, em dois sistemas de cultivo: milho solteiro e
milho consorciado com braquiária ruziziensis, no município de São Desidério, BA; na
fase de implantação do sistema plantio direto. Adotou-se o delineamento experimental
de blocos ao acaso, com dez tratamentos e quatro repetições: T1 - milho sem
nitrogênio; T2 – milho-braquiária sem N; T3 – milho com 50 kg ha
-1
N; T4 – milho-
braquiária com 50 kg ha
-1
N; T5 – milho com 100 kg ha
-1
N; T6 – milho-braquiária com
100 kg ha
-1
N; T7 – milho com 150 kg ha
-1
N; T8 – milho-braquiária com 150 kg ha
-1
N;
T9 – milho com 200 kg ha
-1
N; T10 – milho-braquiária com 200 kg ha
-1
N. Avaliou-se a
produtividade de grãos, extração e exportação de nitrogênio, produção de biomassa e
extração de N pela forrageira e a correlação ente a quantidade determinada de N nos
grãos e a estimativa com base na produtividade, teor de proteína no grão e de N na
proteína. O consórcio foi eficiente para a formação de palhada (5.056 kg ha
-1
) para fins
de adoção plantio direto; o milho respondeu ao uso de 50 kg ha
-1
nitrogênio,
independentemente do sistema de cultivo e a braquiária não variou com o fornecimento
de N; a extração de nitrogênio nos dois sistemas de cultivo foi prejudicada apenas na
ausência do nutriente, enquanto a exportação pelos grãos foi menor no cultivo
consorciado, somente na ausência da adubação nitrogenada; a estimativa de
exportação de N pelos grãos, por hectare, pode ser obtida pela expressão: NG = PM x
0,09 x 0,16.
Palavras-chave: Zea mays L.; Brachiaria ruziziensis; Milho solteiro e consorciado;
Adubação exclusiva de semeadura; Plantio direto; Produtividade e
proteína no grão
14
2 MAIZE PRODUCTIVITY AND RESIDUES DUE TO PRODUCTION SYSTEM AND
NITROGEN DOSE
Abstract
In Cerrado of the west of Bahia state, a hot and dry climate in the winter season
raises difficulties to the formation and accumulation of vegetable residue, indispensable
for no-tillage. Intercropping maize culture with Brachiaria ruziziensis is an alternative for
skirting climate limitation, due to its capacity of producing biomass to the feasibility of
no-tillage system. In general, cotton producers in the west of Bahia use maize culture for
rotation and, in some cases, for formation of straw in no-till system. To avoid machine-
hour and services at the cotton plant limitations, maize fertilization is done exclusively
during sowing in sandy soils with low level of organic matter and an average
precipitation of 1500 mm between october to april. This research was carried out with
the objective of evaluating the use of different N doses, exclusively in sowing, in two
systems of culture: maize single crop x intercropped at São Desidério city, BA; at
establishment phase of no-till. It was adopted the randomized block design, with 10
treatments and four repetitions: T1 – maize without nitrogen; T2 – maize-Brachiaria
ruziziensis without N; T3 – maize with 50 kg ha
-1
of N; T4 – maize-Brachiaria ruziziensis
with 50 kg ha
-1
of N; T5 – maize with 100 kg ha
-1
of N; T6 maize-Brachiaria ruziziensis
with 100 kg ha
-1
of N; T7 – maize with 150 kg ha
-1
of N; T8 – maize-Brachiaria
ruziziensis with 150 kg ha
-1
of N; T9 – maize with 200 kg ha
-1
of N; T10 – maize-
Brachiaria ruziziensis with 200 kg ha
-1
of N. The following parameters were evaluated:
grain productivity, nitrogen extraction and exportation, biomass production and N
extraction by the forage and the correlation between determined N grain quantity and
estimation based on productivity, protein level in the grain and N in the protein.
Intercropping was efficient for formation and accumulation of straw (5.056 kg ha
-1
)
intending to adopt of no-till. Maize responded to 50 kg ha
-1
of nitrogen dose,
independently of cropping system; Brachiaria ruziziensis did not vary with N supply.
Nitrogen extraction in the two cropping systems was prejudiced only in the absence of
the nutrient; while exportation by the grain was lesser in the intercropped system. Only
in the absence of nitrogen fertilization; the N exportation by grains estimative per hectare,
can be obtained by the expression: NGE = PG x 0,09 x 0,16.
Keywords: Zea mays L.; Brachiaria ruziziensis; Sowing fertilization; Intercropped
cultures; Exclusive sowing fertilization; No-till; Productivity and protein in
grain
2.1 Introdução
A formação da cobertura vegetal, ausência de revolvimento de solo e rotação de
culturas são as condições necessárias para a adoção do sistema plantio direto. Vários
fatores influenciam a formação da cobertura, como: solo, clima e a cultura que será
15
utilizada com esta finalidade. Entre as vantagens da cobertura na superfície do solo,
destacam-se: o aumento da infiltração de água, redução das perdas por evaporação,
conservação da umidade e menor variação da temperatura do solo, controle de plantas
daninhas e aumento da ciclagem de nutrientes (VOSS; SIDIRAS, 1985; WUTKE, 1993;
FIORIN, 1999; HAAS, 1999; HERNANI et al., 1999).
Os resíduos vegetais favorecem a atividade biológica, modificam a dinâmica dos
nutrientes, com acúmulo superficial e mantém e/ou aumentam o teor de matéria
orgânica nos primeiros 5 a 10 cm de solo, além de contribuir para a agregação das
partículas (CAMPBELL, 1989).
As plantas recuperadoras da fertilidade do solo, de maneira geral são espécies
vegetais agressivas e rústicas, as quais possuem, normalmente, sistema radicular
profundo e ramificado, eficientes na absorção de nutrientes das camadas
subsuperficiais, liberando-os, gradualmente, na superfície durante a decomposição
(FIORIN, 1999).
O sucesso do plantio direto está diretamente relacionado com as alterações
observadas na dinâmica da decomposição dos resíduos (FRANCHINI et al., 1999). O
efeito positivo da palhada é aumentado conforme o tempo de permanência sobre o solo.
Este tempo depende do tipo de resíduo, do tamanho das suas partículas, quantidade,
composição química, relação C/N e da área de contato (FIORIN, 1999).
As plantas de cobertura, principalmente as gramíneas, integradas de forma
planejada no sistema de rotação de culturas, tem potencial para a produção de
fitomassa com elevada relação C/N, suficiente para garantir a cobertura do solo
(FIORIN, 1999).
Em regiões tropicais e subtropicais as condições de temperatura e umidade
favorecem a decomposição da fitomassa depositada no solo. Por esta razão, resíduos
com maior relação C/N, tanto de culturas comerciais como de plantas de cobertura,
deverão ser, preferencialmente, utilizadas no sistema plantio direto, devido a menor
velocidade de decomposição (CALEGARI et al., 1993; SANTOS; SIQUEIRA, 1996).
A ausência de revolvimento do solo e a manutenção de resíduos vegetais na
superfície propiciam aumento da ordem de 10 g kg
-1
de matéria orgânica nos primeiros
5 a 10 cm de solo, depois de 8 a 10 anos de plantio direto (SIDIRAS; PAVAN, 1985;
16
VALPASSOS et al., 2001), de fósforo (MUZILLI, 1983; SIDIRAS; PAVAN, 1985;
VALPASSOS et al., 2001), de potássio (MUZILLI, 1983; VALPASSOS et al., 2001) e de
cálcio e magnésio (SANTOS; REIS, 1989; VALPASSOS et al., 2001). Também foram
observados maiores valores de pH (SIDIRAS; PAVAN, 1985; SANTOS; REIS, 1989;
MIYAZAWA, 1993; VALPASSOS et al., 2001), da CTC efetiva (SIDIRAS; PAVAN, 1985;
VALPASSOS et al., 2001) e do teor de micronutrientes (CASTRO et al., 1992), assim
como a diminuição do alumínio trocável (SIDIRAS; PAVAN, 1985; SANTOS; REIS,
1989; VALPASSOS et al., 2001).
No Cerrado do Oeste baiano o clima quente e seco do inverno dificulta a
formação e o acúmulo de resíduos vegetais, indispensável para o sucesso do plantio
direto. Por isso, em muitas regiões não se tem obtido êxito na adoção deste sistema.
Para contornar o problema imposto pelo clima, o consórcio de culturas é uma
alternativa que merece ser estudado, em particular com braquiária, pois tem capacidade
de produzir, em média, 4.000 kg ha
-1
de biomassa, sem comprometer a cultura
consorciada. A vantagem dessa gramínea está na sua capacidade de persistir durante
o inverno quente e seco da região e retomar o crescimento nas primeiras chuvas da
primavera, com acúmulo de resíduos em quantidade para a implantação de culturas em
plantio direto.
O consórcio de culturas com forrageiras tropicais é possível porque estas plantas
acumulam biomassa lentamente nos primeiros 50 dias da sua emergência, época que a
maioria das culturas anuais é afetada por competição. No caso do cultivo consorciado,
a competitividade pode ser amenizada atrasando o acúmulo de biomassa da forrageira,
por meio de práticas culturais como o arranjo espacial de plantas (OLIVEIRA et al.,
1996) e o uso de subdose de herbicida (JAKELAITIS et al., 2004).
Em experimentos com 18 híbridos de milho, em diferentes condições
edafoclimáticas, consorciado com braquiárias, Kluthcouski e Aidar (2003) observaram
redução significativa da produtividade de milho em apenas três situações. Na maioria
dos locais verificaram tendência de aumento do rendimento do sistema consorciado,
provavelmente por não ser aplicado herbicida em pós-emergência. O uso de defensivo
afeta a produtividade do milho pela toxidez à cultura. Observou-se ainda, maiores
populações finais nas parcelas consorciadas em relação ao monocultivo. Da mesma
17
forma, os autores evidenciaram aumento da fertilidade do solo, com desenvolvimento
superior do milho, em relação ao cultivo solteiro.
O aumento da taxa de acúmulo de biomassa seca da Brachiaria brizantha ocorre
a partir de 45 dias após a emergência, enquanto o crescimento do milho, nas mesmas
condições, é superior ao da forrageira, principalmente quando se faz adubação
nitrogenada em cobertura, por reduzir o risco de competição entre as espécies
(COBUCCI, 2003).
A Brachiaria brizantha em ambiente sombreado têm maior área foliar específica
e menor ponto de compensação luminoso, o que favorece a obtenção de balanço
positivo de carbono para a manutenção do crescimento (DIAS FILHO, 2002). Na
consorciação de gramíneas forrageiras com culturas anuais são utilizadas espécies
tolerantes ao sombreamento, condição necessária para obter as vantagens deste
sistema.
Com a adoção do consórcio de plantas têm-se como vantagens a redução do
uso e aplicação de herbicidas, mas quando necessário aplica-se uma subdose para
evitar a competição; a supressão da emergência de plantas daninhas, pela
agressividade das espécies forrageiras e, também, porque o consórcio diminui os
problemas de pragas e doenças, comuns na monocultura.
O milho é uma das culturas que respondem significativamente a aplicação de
nitrogênio por aumentar proporcionalmente o teor de clorofila e da rubisco, enzima que
representa 25% do total de proteína foliar solúvel, assim como da PEPcase que
corresponde a 10% da proteína foliar solúvel (MAJEROWICZ, 2004).
Na pesquisa com doses de nitrogênio (0, 50, 100 e 150 kg ha
-1
) em cobertura,
em dois espaçamentos e com três diferentes populações de milho, Amaral Filho et al.
(2005) obtiveram resposta linear ao fornecimento do nutriente. Fernandes et al. (1999)
verificaram aumento quadrático para a produção de palhada e de grãos em função da
dose de nitrogênio, assim como Collier et al. (2006) também evidenciaram resposta
crescente à aplicação deste nutriente (0 a 250 kg ha
-1
) em plantio direto sobre resíduos
de feijão de porco. Para Ferreira et al. (2001), em trabalho com dose de N (0 a 210 kg
ha
-1
), os autores constataram resposta em produtividade e também para o número de
espigas por planta, massa das espigas com e sem palha e massa de mil grãos.
18
Esta pesquisa foi realizada com base nas seguintes hipóteses:
(I) há grande potencial para produzir e acumular palha para a implantação do sistema
de plantio direto no cultivo de milho em consórcio com a braquiária, comparativamente
ao cultivo de milho solteiro;
(ii) a braquiária pode ser uma alternativa viável para a produção de palha, pela
possibilidade de estabelecimento na estação chuvosa, persistir durante o período seco
e retomar o acúmulo de biomassa, no início das chuvas da safra seguinte;
(iii) O incremento da dose de nitrogênio, aplicado unicamente na semeadura, poderá
aumentar a produtividade do milho solteiro e do consórcio com braquiária, assim como
da produção de biomassa da forrageira;
(iv) a extração e exportação de nitrogênio serão maiores com o aumento da dose de
nitrogênio no milho solteiro em relação ao consórcio milho-braquiária, devido à ausência
de competição pelo nutriente por parte da forrageira.
2.2 Materiais e métodos
O experimento foi conduzido na safra agrícola 2006/07 na Fazenda Acalanto do
Grupo Horita, no município de São Desidério, no Oeste da Bahia (Figura 1).
O solo da área experimental é classificado como Latossolo Vermelho distrófico
típico, de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (EMBRAPA,
1999). Na área experimental, o teor de argila é igual a 140 g kg
-1
no horizonte A, 210 g
kg
-1
na profundidade de 20 a 40 cm e 200, 210 e 220 g kg
-1
nas profundidades de 40 a
60, 60 a 80 e 80 a 100 cm, respectivamente (Figura 2).
19
Figura 1 – Entrada da fazenda Acalanto, Grupo Horita, onde foi instalado o experimento
A fertilidade vem sendo corrigida ao longo dos anos de cultivo, como indica a
saturação por bases superior a 50% até 50 cm de profundidade, em que a capacidade
de troca de cátions (CTC), nos primeiros 20 cm é da ordem 34 mmol
c
.dm
-3
.
A amostragem do solo foi feita em setembro de 2006, antes da instalação do
experimento e as análises químicas realizadas de acordo com a metodologia descrita
por Raij et al. (2001), cujos resultados estão apresentados nas Tabelas 1 e 2.
20
Figura 2 Detalhe do solo da área experimental em que foi semeado algodão na safra
2005/06
Tabela 1 – Resultados da análise química de solo em razão da profundidade
Profundidade pH M.O P resina K Ca Mg H+Al Al CTC V
cm CaCl
2
g dm
-3
mg dm
-3
mmol
c
.dm
-3
%
0 a 10 6,2 15 19 2,2 19 6 8 - 35,2 77,3
10 a 20 6,3 14 8 1,8 17 6 8 - 32,8 75,6
20 a 30 6,2 10 6 0,9 15 5 9 - 29,9 69,9
30 a 40 6,0 9 3 0,8 8 4 10 - 22,8 56,4
40 a 50 5,8 9 3 0,6 7 3 10 - 20,6 51,5
50 a 60 5,6 7 3 0,5 6 3 11 - 20,5 46,3
60 a 70 4,4 9 2 0,4 4 2 15 2 21,4 29,9
70 a 80 4,4 9 2 0,4 4 2 15 1 21,4 29,9
80 a 90 4,6 7 3 0,5 5 2 14 - 21,5 34,9
90 a 100 4,6 7 2 0,4 5 2 14 - 21,4 34,6
21
Tabela 2 – Resultados da análise química do solo em razão da profundidade
Profundidade m S Cu Fe Mn Zn B
cm % mg dm
-3
0 a 10 0 8,9 1,0 34,0 1,0 2,0 0,3
10 a 20 0 8,6 1,0 42,5 1,0 2,0 0,5
20 a 30 0 8,1 0,4 60,0 0,5 0,7 0,4
30 a 40 0 8,4 0,1 66,5 0,3 0,4 0,4
40 a 50 0 9,2 0,1 49,5 0,2 0,6 0,3
50 a 60 0 11,8 0,1 37,0 0,2 0,7 0,3
60 a 70 9,3 15,1 0,1 26,0 0,2 0,4 0,2
70 a 80 4,7 44,0 0,1 21,5 0,1 0,6 0,2
80 a 90 0 37,0 0,1 25,5 0,2 0,5 0,3
90 a 100 0 25,0 0,1 17,5 0,2 0,5 0,3
A área foi cultivada na safra anterior (2005/06) com algodão, variedade Destak
implantado em dezembro de 2005, em que foram fornecidos 300 kg ha
-1
de KCl e 1,0 kg
ha
-1
de boro, ambos aplicados a lanço em área total sete dias antes da semeadura. Na
semeadura do algodoeiro foi aplicado ainda no sulco de semeadura, 450 kg ha
-1
de
08:24:12 + 0,35% Zn + 0,14% B + 0,2% Cu + 0,5% Mn, com uma única cobertura de
300 kg ha
-1
de uréia (Figura 2).
O clima regional é classificado como Aw, segundo Köppen, quente e úmido na
estação chuvosa e uma estação seca no inverno. Esta condição climática predomina
em todo interior do Estado baiano, com exceção da parte setentrional e do vale do São
Francisco. A área experimental está localizada a 840 m de altitude, temperatura média
anual de 20 ºC e precipitação pluvial média de 1.500 mm anuais (AIBA, 2008).
Os dados mensais referentes à precipitação durante a condução da pesquisa,
coletados em pluviômetro instalado na área experimental, estão apresentados na
Figura 3.
22
0
50
100
150
200
250
300
350
set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov
meses (2006-2007)
precipitação, mm
Figura 3 Dados da precipitação pluvial mensal na área experimental durante a
condução da pesquisa, entre os meses de setembro de 2006 a novembro
de 2007
O experimento foi instalado em novembro de 2006 e antes da implantação do
milho foram aplicados 600 kg ha
-1
de gesso, 37 dias antes da semeadura e 1.000
kg ha
-1
de 00-10-20, sete dias antes da semeadura, que correspondem a 90 kg ha
-1
de
S, 100 kg ha
-1
de P
2
O
5
e 200 kg ha
-1
de K
2
O.
A semeadura do milho foi realizada no espaçamento de 0,76 m entre linhas com
5,0 plantas por metro, com a finalidade de obter uma população final de 60.000 plantas
por hectare.
O delineamento experimental adotado foi de blocos ao acaso com dez
tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos utilizados foram: T1 - milho sem
nitrogênio; T2 – milho-braquiária sem N; T3 – milho com 50 kg ha
-1
N; T4 – milho-
braquiária com 50 kg ha
-1
N; T5 – milho com 100 kg ha
-1
N; T6 – milho-braquiária com
100 kg ha
-1
N; T7 – milho com 150 kg ha
-1
N; T8 – milho-braquiária com 150 kg ha
-1
N;
T9 – milho com 200 kg ha
-1
N; T10 – milho-braquiária com 200 kg ha
-1
N.
Para o fornecimento do nitrogênio foi utilizada uréia, aplicada manualmente e
unicamente na semeadura da cultura, em sulco lateral a 10,0 cm das linhas de milho e
a 8,0 cm de profundidade (Figura 4).
23
As parcelas experimentais foram constituídas por 6 linhas de milho espaçadas
em 0,76 m por 10 m de comprimento totalizando 45,6 m
2
. Para as avaliações foram
consideradas as 4 linhas centrais, das quais 2,5 m das extremidades de cada linha e as
duas linhas externas constituíram a bordadura (Figura 4).
Figura 4 – Detalhe da aplicação das diferentes doses de nitrogênio
No experimento foi utilizado o híbrido Impacto (Zea mays L.) e a forrageira
(Brachiaria ruziziensis), semeada manualmente no mesmo dia do milho, no centro das
entrelinhas desta cultura, no tratamento em consórcio (T2, T4, T6, T8 e T10). Na época
do perfilhamento da braquiária foi aplicada uma subdose de nicosulfuron (6 g.ha
-1
), para
diminuir o crescimento da braquiária e evitar a competição com o milho (Figura 5).
24
Figura 5 – Ilustração do consórcio milho-braquiária, em plantio simultâneo, sem
fornecimento de N, sete dias após a aplicação da subdose (6 g.ha
-1
) do
graminicida nicosulfuron
A colheita do milho foi feita manualmente em maio de 2007 recolhendo as
espigas de todas as plantas de cada parcela, nas quais efetuou-se a debulha e
determinou-se a massa de grãos. De cada parcela foi retirada uma amostra para a
determinação do teor de água e correção a 130 g kg
-1
de umidade (Figura 6).
Em cada parcela foram coletadas quatro plantas de milho para determinação da
parte aérea, das quais se retirou uma subamostra para a análise de tecidos vegetais,
conforme metodologia descrita por (SARRUGE; HAAG, 1974). A análise química da
quantidade de nitrogênio nos grãos foi feita de acordo com a mesma metodologia.
25
Figura 6 – Ilustração da colheita das parcelas experimentais
Para a determinação de extração (ET) e exportação (EP) de nitrogênio pelas
partes das plantas foi feita com base na massa de matéria seca de cada parte da planta
(kg ha
-1
) e pelo respectivo teor do nutriente (g kg
-1
), conforme expressão 1:
ET e EP = (MMS x TN)/1000 (1)
em que: ET e EP correspondem a extração e exportação de nitrogênio (kg ha
-1
),
respectivamente; MMS é a massa de matéria seca (kg ha
-1
) de cada parte da planta; TN
significa teor de nitrogênio (g kg
-1
) nas respectivas partes da planta; e o fator 1.000 foi
utilizado para transformação dos dados de g.ha
-1
para kg ha
-1
.
26
Para a relação entre kg de N nos grãos e kg de N na planta toda (parte aérea +
grãos) (RNG) foi utilizada a expressão 2:
RNG = (NG/NPT) x 100 (2)
em que, RNG corresponde ao teor de nitrogênio nos grãos em relação ao teor de N na
planta toda (%); NG significa nitrogênio total nos grãos (kg ha
-1
); NPT corresponde a
quantidade de nitrogênio total na planta toda (kg ha
-1
); e o fator 100 foi utilizado para
obtenção dos resultados em porcentagem.
Para a obtenção da relação entre kg de N nos grãos e a produtividade de grãos
(NRP) foi utilizada a expressão 3:
NRP = NG/(PG/1000) (3)
em que, NRP corresponde a relação entre o teor de N nos grãos e a produtividade de
grãos (kg t
-1
); NG significa nitrogênio total nos grãos (kg ha
-1
); PG corresponde a
produtividade de grãos de milho, base em matéria seca (kg ha
-1
); e o fator 1.000 foi
utilizado para a transformação de PG (kg ha
-1
) em t ha
-1
.
A partir dos dados de produtividade do milho foi estimada a quantidade de
nitrogênio nos grãos, conforme expressão 4:
NGE = PG x 0,09 x 0,16 (4)
em que, NGE significa a quantidade de nitrogênio estimada nos grãos (kg ha
-1
); PG a
produtividade de grãos de milho, base em matéria seca, de cada parcela (kg ha
-1
); 0,09
corresponde ao teor médio de proteína nos grãos de milho (0,09 kg kg
-1
de grãos)
(BEWLEY; BLACK, 1985); e 0,16 à quantidade de nitrogênio presente na proteína (0,16
kg kg
-1
proteína) (PASSOS, 1996).
27
Com base na determinação de N nos grãos pelo método químico (SARRUGE;
HAAG, 1974) e a estimativa feita de acordo com a expressão 4 foi determinada a
correlação, em que os valores de Y correspondem aos dados determinados pela
análise química e os valores de X aos dados da estimativa (expressão 4) (NGE). A
obtenção desta correlação teve como objetivo servir de base para a estimação da
quantidade de nitrogênio exportada pelos grãos de milho, importante ferramenta para
auxiliar a adubação de manutenção da fertilidade do solo.
Nos tratamentos em consórcio foi feita, no mesmo dia, a primeira amostragem de
braquiária coletando-se todo o material vegetal de uma área de 0,5 x 1,52 m (0,76 m
2
),
o qual foi submetido à determinação da massa total de matéria fresca. Desta amostra
foi retirada uma subamostra para determinar a massa de matéria fresca e de matéria
seca, após secagem em estufa a 70º C durante 72 horas.
Figura 7 – Amostragem de biomassa de braquiária em julho de 2007
28
Da colheita do milho em maio de 2007 até a dessecação da braquiária em
novembro de 2007 foram realizadas, ao todo, quatro amostragens de resíduos de
braquiária, em: 10 de maio (colheita do milho), 11 de junho, 25 de julho e 13 de
novembro de 2007 (dessecação da braquiária), conforme procedimento descrito
anteriormente (Figura 7).
Foi realizada análise de variância e quando o F foi significativo, procedeu-se
análise de regressão para os fatores quantitativos (doses de N) e teste Tukey para os
fatores qualitativos (com ou sem braquiária). Quando houve mais de dois fatores
envolvidos, procedeu-se análise fatorial, considerando fator nº 1 o tipo de manejo e o
fator nº 2 as doses de N ou épocas de avaliação de biomassa de braquiária.
2.3 Resultados e discussão
De acordo com os resultados não houve diferença na produtividade entre
sistemas de cultivo (milho solteiro e milho-braquiária), independentemente da dose de N
(Tabela 3). esta observação indica que o consórcio é viável como sistema de produção
de milho e também para a formação e acúmulo de resíduos de braquiária, com vistas à
implantação do sistema plantio direto. Tal afirmação pode ser comprovada pela
semelhança de produtividade para milho solteiro (8.190 kg ha
-1
) e milho em consórcio
(6.799 kg ha
-1
), mesmo na ausência de N (Tabela 3). Trabalhos realizados sobre este
assunto também evidenciaram que o sistema (consórcio milho-braquiária) pode ser
utilizado para a formação de palhada ao plantio direto, sem prejudicar a produtividade
do milho (MATEUS et al., 2004; AGNES et al., 2004; CAPOBIANCO et al., 2004;
KLUTHCOUSKI; AIDAR, 2003; TSUMANUMA et al., 2004; FREITAS et al., 2005).
Ressalta-se que sem fornecimento de N há tendência de redução de 1.391 kg
ha
-1
no milho em consórcio, que corresponde a 17% em relação ao cultivo solteiro
(8.190 kg ha
-1
) (Tabela 3). A explicação para esta tendência pode ser dada pelo menor
crescimento inicial do milho, sem adubação nitrogenada, o que possibilitou a entrada de
maior luminosidade na entre linha da cultura, e com isso favoreceu o crescimento da
forrageira, apesar de ser lento no estádio inicial, mesmo em plantio solteiro
(KLUTHCLOUSKI et al., 2003). Esta explicação pode ser depreendida da tendência de
29
maior produção de biomassa da braquiária (3.411 kg ha
-1
) (Tabela 4), fato que se
confirma com a maior extração de N nos grãos no cultivo de milho solteiro, em relação
ao consórcio (Tabela 5).
Tabela 3 Produtividade de milho (kg ha
-1
) de acordo com o sistema de cultivo e em
função da dose de nitrogênio
Sistemas de cultivo – kg ha
-1
C.V.
Dose N – kg ha
-1
Milho solteiro Milho-braquiária %
0 8.190aB 6.799aB 10,12
50 10.299aA 9.608aA 7,31
100 10.100aA 10.140aA 7,62
150 10.757aA 10.078aA 4,49
200 11.217aA 10.709aA 4,77
C.V. (%) 6,24 5,51 -
R
2
-RL 0,7901** 0,7228** -
R
2
-RQ ns 0,9069** -
* significativos 5%; ** significativo 1%; ns: não significativo.
Nota: Letras minúsculas diferentes nas linhas diferem entre si pelo teste Tukey (p<0,05) e letras
maiúsculas diferentes nas colunas diferem entre si pelo teste Tukey (p<0,01).
A grande diferença de produtividade pela aplicação de apenas 50 kg ha
-1
em
relação à ausência de fornecimento de N pode ser devido ao estímulo na taxa de
mineralização do N orgânico do solo, processo conhecido como “priming effect”
(WESTERMAN; KURTZ, 1973), independentemente do sistema de cultivo de milho
(solteiro ou consorciado) (Tabela 3).
O fornecimento de N no sistema, ainda que em pequena dose, promoveu
incremento significativo da produtividade, equivalente a 2.109 kg ha
-1
no cultivo de
milho solteiro e igual a 2.809 kg ha
-1
no milho-braquiária. Esta constatação se deve a
influência da umidade do solo na taxa de mineralização do N orgânico (PILBEAM;
WARREN, 1995), a qual não foi limitante à cultura (Figura 3), como podem ser
comprovadas pelas elevadas produtividades obtidas na presente pesquisa (Tabela 3).
Outros fatores também explicam o referido comportamento, como ao processo
30
denominado “priming effect” que resulta da intensificação das reações de mineralização
do N orgânico do solo (98%) em nitrogênio mineral disponível à absorção pelas plantas
(WESTERMAN; KURTZ, 1973), assim como pela ausência de competição por N pela
forrageira (Tabela 5).
A ausência de resposta a partir de 50 kg ha
-1
de nitrogênio pode indicar que,
nas condições do experimento, desde que não haja deficiência hídrica, a mineralização
do nitrogênio orgânico (WESTERMAN; KURTZ, 1973) estimulada pela adubação deve
ter sido suficiente para liberar uma quantidade deste nutriente que atenda a demanda
do milho, como pode ser inferido das elevadas produtividades obtidas na presente
pesquisa (Tabela 3). Possivelmente, esta observação se deve à quantidade total de N
orgânico indisponível (98%) do nitrogênio presente no solo, calculada em 3.402,58 kg
ha
-1
, na média dos sistemas de cultivo, nos primeiros 120 cm de solo (Tabela 5;
capítulo 2).
Ressalta-se que a produtividade das plantas de ciclo C4, como o milho, depende,
fundamentalmente, da disponibilidade de água, o que não foi limitante na presente
pesquisa (Figura 3). Outros fatores que contribuíram para as altas produtividades foram
à quantidade de horas de brilho solar, da ordem de 1030 horas luz (AIBA, 2008),
possível em baixa latitude, desde que não haja nebulosidade excessiva, características
presente no Oeste baiano. Portanto, as produtividades obtidas na presente pesquisa,
mesmo na ausência de nitrogênio, se devem as características climáticas da região e à
correção do solo em profundidade (Tabela 1 e 2). Da interação solo-clima, mesmo sem
N, pode-se afirmar que as altas taxas fotossintéticas, sem excessiva respiração noturna,
em razão da altitude da região, por volta de 840 m (AIBA, 2008). Em conseqüência há
saldo de carboidratos suficiente para o crescimento e acúmulo de biomassa total da
ordem de 16.380 kg ha
-1
para IC = 0,5 em milho solteiro e 13.598 kg ha
-1
em milho-
braquiária (Tabela 3). Esta afirmação foi feita com base no conhecimento de que, em
média, 96% da matéria seca total da planta são constituídas por carboidratos (CH
2
O),
produto da fotossíntese.
De acordo com a análise de regressão entre a produtividade e doses de
nitrogênio para cada sistema de cultivo, verificou-se resposta linear, altamente
significativa (R
2
= 0,79**), com o aumento das doses de N no cultivo de milho solteiro,
31
enquanto para o consórcio milho-braquiária a resposta foi quadrática (R
2
= 0,91**)
(Figura 8). Na literatura é comum resultados que evidenciam a obtenção de
produtividades de milho crescentes com a dose de N, como na pesquisa realizada por
Amaral Filho et al (2005), em que os autores avaliaram o fornecimento de doses de N (0,
50, 100 e 150 kg ha
-1
) em cobertura, em dois espaçamentos e três populações de milho,
e constataram rendimento crescente com o incremento de nitrogênio. Por sua vez,
Fernandes et al. (1999) verificaram aumento quadrático para a produção de palhada e
de grãos de milho com a adubação de 0, 60, 120 e 240 kg ha
-1
de N. Collier et al.
(2006) evidenciaram que a produtividade de grãos de milho aumenta com as doses de
nitrogênio (0, 50, 100, 150, 200 e 250 kg ha
-1
) sob resíduos de feijão de porco;
enquanto Ferreira et al. (2001) observaram maiores produções em resposta às doses
crescentes de N (0, 70, 140, 210 kg ha
-1
), assim como para o número de espigas por
planta, massa das espigas com e sem palha e massa de mil grãos.
y = -0,1414x
2
+ 44,867x + 7101,3
R
2
= 0,9069
y = 13,024x + 8810,1
R
2
= 0,7902
6000
7000
8000
9000
10000
11000
12000
0 50 100 150 200 250
Dose N - kg ha
-1
Produtividade - kg ha
-1
Milho solteiro
Milho x braquiária
Figura 8 Curva de reposta em função da aplicação de nitrogênio em razão do sistema
de produção
32
As produtividades de milho em consórcio com braquiária, embora não difiram
para as doses acima de 50 kg ha
-1
, em razão do ajuste quadrático, pode-se admitir uma
tendência de resposta até 100 kg ha
-1
. No cultivo de milho solteiro, em que aconteceu o
mesmo comportamento (ausência de resposta às doses de 100, 150 e 200 kg ha
-1
), não
tem significado agronômico o ajuste linear, pela ausência de significância estatística.
De acordo com os resultados de produção de fitomassa de braquiária, não houve
diferença para as doses de nitrogênio aplicadas no milho em cada época amostrada
(Tabela 4).
Tabela 4 Produção de fitomassa de braquiária a partir da colheita do milho (10 de
maio) até a sua dessecação (13 de novembro), em função da dose de
nitrogênio
Dose N Épocas de avaliação
kg ha
-1
10 maio 11 junho 25 julho 13 novembro
0 3.411a 4.484a 4.544a 5.428a
50 2.614a 4.719a 5.377a 5.187a
100 2.087a 3.296a 3.462a 4.653a
150 2.212a 3.867a 4.386a 4.962a
200 2.448a 3.170a 3.267a 5.052a
C.V. (%) 31,78 35,08 40,95 14,00
Média 2.554C 3.907B 4.207AB 5.056A
R
2
-RL ns ns ns ns
R
2
-RQ ns ns ns ns
* significativos 5%; ** significativo 1%; ns: não significativo.
Nota: Letras minúsculas diferentes nas colunas e maiúsculas nas linhas diferem entre si pelo teste Tukey
(p<0,05).
A ausência de resposta à dose de nitrogênio pode ser explicada pela: (i)
eficiência da forrageira tropical em absorver nutrientes e acumular matéria seca,
mesmos sem adubação (Tabelas 4 e 5), (ii) menor disponibilidade de luminosidade, em
razão do crescimento inicial do milho, que afeta o processo fotossintético da braquiária,
33
(iii) aplicação de nitrogênio na semeadura do milho, época em que o acúmulo de
matéria seca da forrageira é reduzido, em razão do crescimento inicial lento
(KLUTHCLOUSKI et al., 2003), agravado pelo sombreamento provocado pelo milho e
pela aplicação de subdose do graminicida (nicosulfuron) e (iv) à deficiência hídrica que
ocorre na entressafra na região (Figura 3) como pode ser constatado na Tabela 4, nas
avaliações feitas entre 11 de junho e 25 julho.
Em relação à produção média de fitomassa por época avaliada observou menor
produção de fitomassa (2.554 kg ha
-1
) no dia da colheita do milho (10 de maio de 2007),
em razão do plantio simultâneo à cultura, o que diminuiu a disponibilidade de luz, além
do efeito do graminicida que foi aplicado.
Em 11 de junho de 2007 a produção média de fitomassa de braquiária (3.907 kg
ha
-1
) foi superior em relação à primeira avaliação, o que pode ser explicado pela
colheita do milho, com exposição da braquiária a luminosidade. Ressalta-se que entre a
primeira (10/05/2007) e a segunda avaliação (11/06/2007) não ocorreu precipitação
(Figura 3), portanto o acréscimo de fitomassa pode ser explicado por raízes em
profundidade na presença de umidade, proveniente das últimas chuvas ocorridas em
abril. O crescimento radicular da forrageira em profundidade, provavelmente foi intenso
durante a vegetação e frutificação do milho, devido a competição promovida por esta
cultura, que reduziu o crescimento da parte aérea da braquiária, que resultou em saldo
de carboidratos às raízes.
Na terceira avaliação feita em 25 de julho de 2007, apesar da tendência de maior
produção de fitomassa de braquiária, não houve diferença em relação à avaliação feita
43 dias antes, em 11 de junho de 2007. Provavelmente, a combinação entre raízes em
profundidade e umidade Em quantidade reduzida para obtenção de taxa de crescimento
significativa, explicaria esta tendência.
A última avaliação feita no dia da dessecação para a semeadura do algodoeiro
(13 de novembro de 2007), a quantidade de fitomassa da forrageira também apresentou
tendência de acréscimo, em relação àquela feita em 25 de julho. A provável ausência
de resposta em ganho de biomassa entre as duas últimas avaliações, pode estar
relacionada com o elevado coeficiente de variação (40,95%) constatado na penúltima
amostragem (25 de julho de 2007) e, principalmente, em razão do atraso no início das
34
chuvas. Esta afirmação pode ser corroborada pelos dados de precipitação durante
estas avaliações (Figura 3), pela ausência de precipitação em julho, agosto e setembro.
Em outubro choveu apenas 45,4 mm em três dias (20/10 – 37,4 mm, 21/10 – 5 mm e
22/10 – 3 mm); enquanto em novembro, até o dia 13 (última avaliação) choveu apenas
2,5 mm.
A produção de fitomassa de braquiária (Tabela 4), após a colheita do milho em
(10 de maio de 2007) produziu, na média das doses de nitrogênio, 2.554 kg ha
-1
,
enquanto Freitas et al. (2005), com o plantio de duas linhas de Brachiaria brizantha, no
mesmo dia da semeadura do milho obtiveram 2.780,6 kg ha
-1
e Portes et al. (2000)
determinaram para a mesma espécie 1.701 kg ha
-1
. Este mesmo autor, aos 50 dias
após a colheita do milho, estimou em 4.055 kg ha
-1
, cuja produção foi semelhante à
determinação feita aos 31 dias da colheita na presente pesquisa (3.907 kg ha
-1
), e um
pouco inferior ao que foi obtido aos 75 dias (4.207 kg ha
-1
) (Tabela 4).
A exportação de nitrogênio (EP) foi diferente entre os sistemas de cultivo de
milho, somente no tratamento sem aplicação de nitrogênio, cuja exportação foi igual a
91 kg ha
-1
de N no cultivo de milho solteiro e 67 kg ha
-1
no consórcio milho-braquiária
(Tabela 5). A menor exportação verificada no milho-braquiária pode ser explicada pela
competição exercida pela forrageira, o que pode ser constatado pela tendência de
maior extração de N pela braquiária na ausência do nutriente (41 kg ha
-1
) (Tabela 5).
Em relação à dose no cultivo de milho solteiro a maior exportação (EP) de
nitrogênio pelos grãos ocorreu com a dose de 200 kg ha
-1
de N (145 kg ha
-1
) e a menor
quantidade exportada deste nutriente foi no tratamento sem aplicação de N (91 kg ha
-1
),
devido a resposta linear obtida pela produtividade de grãos (Tabela 3). Para o milho
consorciado com braquiária a exportação foi semelhante a partir da aplicação de 50 kg
ha
-1
de N, e a menor igual a 67 kg ha
-1
sem o fornecimento de N (Tabela 5). Os
resultados observados evidenciam que a partir de 50 kg ha
-1
de N a quantidade do
nutriente no solo (N do fertilizante e N do solo) era suficiente para atender a demanda
para as duas espécies.
35
Tabela 5 – Exportação de N pelos grãos (EP) e extração de N pela planta toda (ET) em
função da dose de N aplicada na semeadura do milho
EP – grãos ET – planta toda Braquiária
Solteiro Consórcio Solteiro Consórcio Consórcio
Dose de N
kg ha
-1
kg ha
-1
0 91aC 67bB 152aB 122aB 41A
50 119aB 113aA 197aA 172aA 32A
100 119aB 116aA 198aA 180aA 26A
150 123aAB 117aA 195aA 202aA 32A
200 145aA 131aA 220aA 210aA 29A
C.V. (%) 8,56 9,20 8,90 12,38 34,61
R
2
-RL 0,85** 0,73** 0,72** 0,89** ns
R
2
-RQ ns 0,86** ns ns ns
* significativos 5%; ** significativo 1%; ns: não significativo.
Nota: Letra minúscula diferentes nas linhas (comparação entre sistema de cultivo) e maiúsculas
diferentes nas colunas diferem entre si pelo teste Tukey (p<0,05).
Em relação à extração (ET) de nitrogênio (planta toda) não há diferença entre
sistemas de cultivo (milho solteiro e milho-braquiária), independentemente da dose de N
(Tabela 5). Considerando que houve diferença entre sistema de cultivo para exportação
de N pelos grãos sem aplicação de N a semelhança em extração para planta toda pode
ser explicada por uma compensação pela parte aérea por parte do sistema consorciado
(planta toda = grãos + parte aérea) uma vez que no cultivo de milho sem a forrageira a
participação do N nos grãos em relação à planta toda foi igual a 59,78% enquanto no
cultivo de milho-braquiária da ordem de 55,66% (Tabela 6).
O consórcio de milho-braquiária é viável para a produção de grãos e formação
de resíduos para o sistema plantio direto. Esta afirmação pode ser comprovada pela
semelhança na extração de N pelas plantas de milho em todas as doses avaliadas para
milho com e sem braquiária, como também não houve diferença na extração de N pela
forrageira (Tabela 5). Os resultados obtidos na presente pesquisa corroboram os dados
de Lara Cabezas e Pádua (2007), os quais também não encontraram diferença na
36
extração de N e determinaram valores semelhantes tanto para nitrogênio nos grãos
(133,3 e 130,9 kg ha
-1
) quanto para N na planta toda (207,07 e 208,2 kg ha
-1
) para
milho solteiro e em consórcio com braquiária com aplicação de 140 kg ha
-1
de N. Para
os mesmo autores a extração média pela braquiária implantada na segunda cobertura
do milho, foi igual a 12,1 kg ha
-1
e 15,9 kg ha
-1
determinadas na colheita do milho para
as duas épocas de aplicação de N avaliadas. Por outro lado os dados obtidos na
presente pesquisa são discrepantes em relação àqueles obtidos por Fernandes et al
(1999). Para esses autores a extração de N em grãos de milho em sistema
convencional foi 35 kg ha
-1
sem aplicação de N e 46, 58 e 59 kg ha
-1
quando forneceu
60, 120 e 240 kg ha
-1
de N, respectivamente. A produtividade máxima de milho obtida
por estes pesquisadores foi da ordem de 6.000 kg ha
-1
, enquanto na presente pesquisa
a produtividade máxima foi 11.217 kg ha
-1
(Tabela 3).
Para o milho solteiro foi encontrado nos grãos, na média dos tratamentos,
61,99% do nitrogênio total da planta, enquanto para o consórcio milho-braquiária a
média foi 61,51%, evidenciando que, independentemente do fornecimento de nitrogênio,
a redistribuição do N para os grãos, em relação à planta toda, são de mesma grandeza
(Tabela 6). Apesar da diferença na exportação e extração de N em relação às doses
não foi constatada significância estatística para a relação entre o total de N nos grãos
pela quantidade de N na planta toda (RNG). Considerando que houve variação quanto
ao sistema de cultivo e a dose de N para cada sistema, pode-se admitir que a
constância observada para a referida relação seja uma característica genética. Duete et
al. (2008) constatou que essa relação foi igual a 72% do nitrogênio total da planta
estavam alocados nos grãos, enquanto Fernandes et al. (2008) verificaram acúmulo de
73% para o N nos grãos em relação ao N total da planta.
Para o milho solteiro foi encontrado na média das doses de N aplicadas 13,53 kg
de N por tonelada de grãos (NRP). No sistema de milho-braquiária só houve diferença
para a respectiva relação na ausência de nitrogênio (11,30 kg t) sem diferir das doses
de 100 kg ha
-1
de N (13,15 kg t) e 150 kg ha
-1
de N (13,37 kg t) (Tabela 6). Apesar
dessa diferença, os valores obtidos para esta variável (kg de N por tonelada de grãos)
são da mesma ordem de grandeza. Provavelmente esta é uma característica genética
sem influência dos fatores ambientais. Este resultado corrobora àquele obtido por
37
Malavolta et al. (1997), os quais obtiveram relação igual a 13,4 kg de N por tonelada de
grãos. A utilização desta relação pode ser uma metodologia eficiente para cálculos de
adubação e estimativa de exportação com base na produtividade de matéria seca de
grãos obtida.
Tabela 6 Relação obtida entre teor de N nos grãos pela quantidade de N na planta
(parte aérea + grãos) (RNG) e relação entre N nos grãos por tonelada de
grãos (NRP) produzida em função da dose de N
Dose de N RNG (%) NRP (kg t
-1
)
kg ha
-1
Solteiro Consorciado Solteiro Consorciado
0 59,78a 55,66a 12,80a 11,30b
50 60,15a 65,81a 13,30a 13,50a
100 61,06a 64,70a 13,60a 13,15ab
150 62,98a 58,17a 13,13a 13,37ab
200 65,98a 63,20a 14,83a 14,05a
Média 61,99 61,51 13,53 13,07
C:V. (%) 9,16 9,35 7,57 7,16
R
2
– RL ns ns 0,62* 0,66**
R
2
– RQ ns ns ns ns
* significativos 5%; ** significativo 1%; ns: não significativo.
Nota: Letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo teste Tukey (p<0,05).
A correlação entre as variáveis de nitrogênio estimado contido nos grãos de
milho (X: NGE, kg ha
-1
) e o teor total de N determinado nos grãos (Y: ND, kg ha
-1
)
ajustaram-se por meio de modelo linear, cujo coeficiente de determinação R
2
foi igual a
0,84** (Figura 9). O método de referência (teor de N determinado - ND) e a estimativa
obtida (NGE) apresentaram uma concordância razoável, como indica o coeficiente
angular do referido modelo (1,18). Apesar das aproximações contidas nas
determinações de ND e NGE, em razão de se tratar de amostragem de um número
limitado de plantas, dos quais foram obtidos os valores para N total nos grãos
38
extrapolados para um hectare, além dos erros relacionados com a metodologia e a
erros estatísticos não controlados.
Os resultados obtidos indicam que pode ser estimada a quantidade de nitrogênio
nos grãos (NGE), a partir das variáveis como produtividade de milho (PG), teor de
proteína nos grãos (90 g kg
-1
) e teor de N na proteína (160 g kg
-1
). Do exposto, a partir
da produtividade obtida pode ser calculada a adubação nitrogenada de manutenção
servindo como uma ferramenta auxiliar nos programas de nutrição da cultura de milho.
Ressalta-se que esta determinação pelo modelo proposto (NGE = PG x 0,09 x 0,16) é
importante para o planejamento da adubação da safra agrícola seguinte, uma vez que a
análise de tecidos vegetais só pode ser realizada quando a cultura já foi implantada e
adubada, e se encontra em estádio de desenvolvimento em que a aplicação de
nitrogênio não é recomendada.
y = 1,1816x - 30,884
R
2
= 0,8393
50
90
130
170
70 90 110 130 150
Estimativa N grãos (NGE - kg ha
-1
)
Total N determinado grãos
(ND - kg ha
-1
)
Figura 9 Correlação entre a estimativa do teor de N nos grãos (NGE) (kg ha
-1
) e o
total determinado de N nos grãos (ND) (kg ha
-1
)
Para o cálculo da adubação de correção (extração e exportação) de nitrogênio
deve ser considerada a somatória entre a quantidade de N exportada pelos grãos (NGE
= PG x 0,09 x 0,16) e a quantidade de N extraída pela parte aérea. Considerando que
39
os grãos contêm, em média, 62% de todo nitrogênio da planta (Tabela 6), o cálculo da
referida adubação consiste em determinar a demanda para 100%, sem considerar a
contribuição do solo que depende da aplicação de N (WESTERMAN; KURTZ, 1973), da
umidade do solo (PILBEAM; WARREN, 1995) e do teor de matéria orgânica.
Na presente pesquisa, em função das condições de clima e solo do Oeste baiano,
a contribuição do solo foi da ordem de 57% que equivale a 120 kg ha
-1
de nitrogênio,
quando forneceu 150 kg ha
-1
de N exclusivamente na semeadura (capítulo 2). Os
resultados de pesquisas feitas em campo indicam valores menores para a participação
do nitrogênio do fertilizante em relação ao total de N da planta. Para Duete (2000) foi da
ordem de 28%; Cantarella et al. (2003) determinaram entre 18 a 28% do N da planta
fornecido pelo fertilizante, enquanto Gava et al. (2006) verificaram uma contribuição
igual a 27 e 23%, variando com o sistema de cultivo. Os valores da participação do
nitrogênio do fertilizante na planta podem ser influenciados pela época de aplicação,
com valores entre 8,2 a 12,8% (LANGE et al., 2008); ou pela dose aplicada de acordo
com Duete (2008), cujos valores variaram de 18 a 32%.
2.5 Conclusões
O consórcio de milho com braquiária é um sistema de produção eficiente para a
formação e acúmulo de palhada (5.056 kg ha
-1
) para fins de adoção do sistema de
plantio direto nas condições do Oeste baiano.
A braquiária é recomendada como planta de cobertura do solo pela capacidade
de vegetar, mesmo nas condições adversas da entressafra do Oeste baiano.
O milho respondeu ao uso de 50 kg ha
-1
nitrogênio, aplicado unicamente na
semeadura, independentemente do sistema de cultivo. A braquiária não respondeu às
doses de N nas épocas avaliadas.
A extração de nitrogênio nos dois sistemas de cultivo (milho solteiro e milho-
braquiária) foi prejudicada apenas na ausência do nutriente. A exportação de nitrogênio
pelos grãos de milho foi menor no cultivo de milho com braquiária, quando não foi feita
a adubação nitrogenada.
40
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45
3 BALANÇO DE NITROGÊNIO (
15
N) EM SISTEMAS DE CULTIVO DE MILHO
SOLTEIRO E CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA
Resumo
Os cotonicultores do Oeste baiano, em geral, utilizam a cultura de milho para
rotação e, em alguns casos, na formação de palhada para o sistema plantio direto. Para
não limitar horas-máquina e serviços no algodoeiro a adubação do milho, nesta
situação, é feita exclusivamente na semeadura, com dose entre 130 a 175 kg ha
-1
de N
em solos arenosos com baixo teor de matéria orgânica e precipitação média de 1.500
mm entre outubro a abril, condições que podem favorecer a perda deste nutriente no
sistema solo-planta. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a dinâmica do N com a
aplicação de 150 kg ha
-1
de
15
N-uréia na semeadura do milho em cultivo solteiro e em
consórcio com braquiária, na fase de implantação do sistema de plantio direto, no
município de São Desidério, BA. Adotou-se o delineamento experimental de blocos ao
acaso, com dois tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos consistem de dois
sistemas de cultivo: T1 - milho solteiro e T2 - milho consorciado com braquiária
(Brachiaria ruziziensis), os quais receberam 150 kg ha
-1
de
15
N - uréia na semeadura.
Avaliou-se o acumulo de
15
N pela parte aérea e raízes; o uso de
15
N pela cultura do
milho e braquiária e a quantidade residual no solo proveniente do fertilizante. A
presença da braquiária em consórcio com o milho não restringiu a disponibilidade de N
para a cultura principal. A eficiência de uso do fertilizante nitrogenado (EUFN) foi de
60,4% para o consórcio milho e braquiária e 64,8% para o cultivo de milho solteiro. A
braquiária recuperou na parte aérea 1,4% do
15
N aplicado. A recuperação do fertilizante
nitrogenado no solo (RFNS) foi, respectivamente, em torno de 18% e 25% para milho
solteiro e em consórcio. O
15
N não recuperado da uréia, aplicado na semeadura do
milho solteiro foi de 17% (25,5 kg ha
-1
de N), enquanto no consórcio milho com
braquiária foi de 13% (19,5 kg ha
-1
).
Palavras-chave: Zea mays L.; Brachiaria ruziziensis; Adubação de semeadura; Técnica
isotópica
15
N; Implantação do sistema plantio direto
3 NITROGEN BALANCE (
15
N) IN SYSTEMS OF SINGLE CROP MAIZE AND
INTERCROPPED MAIZE WITH BRACHIARIA
Abstract
Cotton producers in the west of Bahia use maize culture for rotation and, in some
cases, for formation of straw in no-till system. To avoid machine-hour and services at the
cotton plant limitations, maize fertilization is done exclusively during sowing with doses
between 130 to 175 kg ha
-1
of N in sandy soils with low level of organic matter and an
average precipitation of 1500 mm between october to april. This fact would not be a
problem if the efficiency of use Nitrogen fertilizer was 100%, which effectively does not
46
happen. This research was performed to evaluate dynamics of N with 150 kg ha
-1
of
15
N-
urea application in the sowing of maize single crop and intercropped with Brachiaria
ruziziensis in São Desidério city, BA; during no-till establishment. The randomized
blocks design was adopted, with two treatments and four repetitions. Treatments
consisted of two crop systems: T1 – single crop maize and T2 – maize x Brachiaria
ruziziensis, which received 150 kg ha
-1
of
15
N – urea at sowing. It was evaluated the
accumulation of
15
N by aboveground and roots; the use of
15
N by maize crop and
Brachiaria ruziziensis and the residual amount in the soil derived from the fertilizer. The
presence of Brachiaria ruziziensis intercropped with maize did not restrict N availability
for the main crop. The nitrogen fertilizer efficiency (EUFN) varied between 60,4 % for
intercropped maize x Brachiaria ruziziensis and 64,8 % for single crop maize. Brachiaria
ruziziensis recovered 1,4 % of the
15
N applied aboveground. Nitrogen fertilizer soil
recoveries (RFNS) were, respectively, around 18% and 25% for single crop and
intercropped maize. The
15
N not recovered from urea, applied at sowing of the maize
single crop was 17% (25,5 kg ha
-1
of N), while in the intercropped maize and Brachiaria
ruziziensis was 13% (19,5 kg ha
-1
).
Keywords: Zea mays L.; Brachiaria ruziziensis, sowing fertilization, isotopic
15
N
technique; no-till system
3.1 Introdução
O nitrogênio é o nutriente absorvido em maior quantidade pelo milho e também
aquele que mais influencia a resposta da cultura em produtividade. Devido ao custo
elevado dos fertilizantes é necessário maior entendimento da dinâmica desse nutriente
no sistema solo-planta, a qual depende de vários fatores, entre os quais o sistema de
produção e as condições edafoclimáticas.
A dinâmica do nitrogênio é complexa pelas múltiplas transformações,
caracterizadas por sete estados de oxidação e por sua mobilidade no sistema solo-
planta. Os fertilizantes nitrogenados aplicados no solo passam por uma série de
processos físicos, químicos e microbiológicos, que podem resultar em perdas por
erosão, volatilização, nitrificação, lixiviação, imobilização e mineralização, e
desnitrificação.
O N pode ser absorvido pelas plantas como ânion nitrato (NO
3
-
) e cátion amônio
(NH
4
+
), assim como na forma de aminoácidos e uréia (Malavolta et al., 1997) e de gás
amônia - NH
3
, em quantidades variáveis com a cultura e as condições do ambiente
(FRANCIS et al., 1993).
A complexidade da dinâmica do N no solo dificulta o diagnóstico de sua
disponibilidade às plantas com base na análise química. A utilização do teor de matéria
47
orgânica para recomendação de N não é confiável, uma vez que sua disponibilidade
varia com a atividade microbiana que depende dos fatores climáticos, os quais são
imprevisíveis. Este raciocínio se aplica também para a decomposição dos resíduos
vegetais, de adubos verdes e/ou de plantas daninhas. Na região do Cerrado, esse fato
é ainda mais relevante devido à ocorrência de estiagem na época das chuvas – os
veranicos. A falta de precipitação no período chuvoso afeta a disponibilidade de N, pois
a mineralização depende significativamente do teor de água no solo (PILBEAM;
WARRREN, 1995) e varia entre os anos agrícolas. Estes autores, em solos com 210 g
kg
-1
de argila e 10 g dm
-3
de matéria orgânica nos primeiros 20 cm de solo, verificaram
que a taxa de mineralização foi inferior a 0,5 mg kg
-1
dia
-1
de N quando o teor de água
no solo foi inferior a 150 g kg
-1
de solo e aumentou para 2,1 mg kg
-1
dia
-1
quando o teor
de água foi de 200 g kg
-1
.
Uma das maiores limitações para a adoção do sistema plantio direto no Cerrado
consiste na estacionalidade da precipitação, com chuvas concentradas na primavera-
verão e uma estação seca prolongada que ocorre no outono-inverno. Nestas condições,
o estabelecimento de cultivos na entressafra é comprometido, assim como o acúmulo
de resíduos, situação diferente daquela que ocorre na região subtropical, em razão da
ocorrência de precipitação no outono-inverno. Uma alternativa viável para a formação
de palhada consiste na implantação do milho em consórcio com braquiária semeada
simultaneamente ou em pós-emergência do milho. Este manejo permite agregar aos
resíduos produzidos pela cultura de milho uma quantidade de biomassa, a qual inicia
sua formação após a semeadura, persiste na estação seca e continua com a retomada
das chuvas na próxima estação. Este fato é possível em razão da fisiologia da
braquiária, uma planta perene que não encerra o ciclo no outono-inverno depois de
estabelecida na primavera-verão.
Nas condições brasileiras, várias pesquisas demonstraram que, apesar de serem
relativamente pequenas as exigências de N na fase inicial de desenvolvimento do milho,
há resposta em produtividade pela aplicação do nutriente na semeadura (SÁ, 1996;
YAMADA, 1996; SILVA et al., 1997).
As pesquisas sobre aplicação de N no milho em plantio direto e convencional
não são conclusivas em relação à época de fornecimento do elemento. Há resultados
48
demonstrando vantagens com a aplicação em pré-semeadura (SÁ, 1996); enquanto
outros indicam que é fundamental o aumento da dose de N na semeadura, para suprir a
carência inicial propiciada pela imobilizão, assim como pela aplicação de parte do
nutriente em cobertura (ARGENTA; SILVA, 1999).
A aplicação de N na semeadura (0, 30 e 60 kg ha
-1
) combinada a 100% em
cobertura aos 35 dias após a semeadura - DAS nas doses de 0, 60 e 120 kg ha
-1
, bem
como pela aplicação de 50% em cobertura aos 35 DAS, complementada com o restante
(50%) aos 55 DAS, foi observado que a resposta em produtividade com 30 kg ha
-1
de N
na semeadura foi superior à aplicação de 120 kg ha
-1
em cobertura (SÁ, 1996).
Em trabalhos que avaliaram adubação nitrogenada exclusivamente na
semeadura, não houve diferença para rendimento de grãos quando comparada à
aplicação de todo N em pré-semeadura e 100% do N em cobertura (GOMES et al.,
2007; CERETTA et al., 2002) também não verificaram diferenças na produtividade do
milho quando o N foi aplicado unicamente em pré-semeadura, cobertura e na
semeadura; porém, as maiores produções foram obtidas com os parcelamentos de 2/3
antecipado mais 1/3 na cobertura e 1/3 antecipado mais 2/3 na semeadura. Souza et al.
(2001) não constataram diferença com aplicação de 150 kg ha
-1
de nitrogênio na
semeadura em relação à mesma dose somente em cobertura, cujas produções foram
semelhantes às diversas formas de parcelamentos testadas. Casagrande e Fornasieri
(2002) obtiveram resultados de produção de milho iguais para todo N aplicado em
semeadura e exclusivamente na cobertura; por sua vez Coelho et al. (1991)
constataram que a aplicação integral de todo N na semeadura proporcionou maior
ganho de matéria seca de milho por kg de N aplicado, comparado à aplicação em
cobertura. De acordo com Sangoi et al. (2007), em solo com teor de 52 g kg
-1
de argila e
alto teor de matéria orgânica (54 g dm
-3
), a adubação exclusiva de semeadura e
antecipada reduziu a produtividade do milho em duas de três safras avaliadas. Para
Pöttker e Wiethölter (2004) em experimentos entre 1997 e 2002 com a aplicação de 100
kg ha
-1
de N na semeadura, 100% em cobertura e parcelado na semeadura e em
cobertura, os autores obtiveram resultado superior para o parcelamento somente em
um ano agrícola (quando a precipitação foi maior que o dobro da média de 30 anos),
49
enquanto nos outros quatro anos agrícolas os autores concluíram que não há diferença
entre as formas de aplicação do nitrogênio.
No estudo de épocas de aplicação de
15
N-uréia em plantio direto, aplicado 45
dias antes da semeadura do milho e fornecido no estádio de seis folhas, Lera et al.
(2000) observaram que o N fornecido antes da semeadura concentrou, principalmente,
nos primeiros 10 cm de solo, na forma de nitrato. Os autores verificaram também que
no estádio de seis folhas a maior parte do N permaneceu na camada de 20 cm. Quando
o milho apresentava 12 folhas quase todo N aplicado antecipadamente estava abaixo
desta profundidade (20 cm), e o aplicado em cobertura concentrado nos primeiros 20
cm. Apesar das diferenças nos teores do elemento no solo, não foi observada variação
na produtividade de matéria seca e nos teores de N na parte aérea, raízes e grãos.
O uso de isótopos estáveis como o
15
N é um método indicado para determinar o
balanço do nitrogênio no sistema solo-planta. Este método possibilita avaliar a
quantidade de nitrogênio total na planta proveniente do solo - NPPS e do fertilizante -
NPPF, e a partição desse nutriente nos grãos, parte aérea e raízes. Esta técnica
também permite estimar a quantidade que permanece no solo, em diferentes
profundidades, assim como as possíveis perdas no sistema solo-planta e a eficiência de
uso do fertilizante nitrogenado - EUFN.
Com base na maioria dos trabalhos que avaliaram a EUFN verifica-se que há
grande variação nos resultados, cuja explicação está na complexidade da dinâmica do
N no sistema solo-planta-clima, e em razão do próprio sistema de produção. Kitur et al.
(1984) estimaram eficiência de 46%; Sanches e Backmer (1988) de 36%; Vilas Bôas
(1990) constatou 33%; Jokella e Randall (1997) verificaram eficiência de 43%; Lara
Cabezas et al. (2000) obtiveram 30%; Silva et al. (2003) contataram aproveitamento de
50%; Lara Cabezas et al. (2004) constataram eficiência de 42% para a sucessão nabo x
milho em plantio direto; enquanto Gava et al. (2006) estimaram 43% de EUFN e para
Duete et al. (2008) a EUFN foi da ordem de 39%.
Em estudos semelhantes em que foram comparadas doses, Walters e Malzer
(1990) determinaram 43% de EUFN com aplicação de 180 kg ha
-1
de N e 51% pela
adubação com 90 kg ha
-1
de N; por sua vez Liang e Mackenzie (1994) determinaram
27% para a aplicação de 400 kg ha
-1
.
50
Trabalhos que avaliaram doses e épocas de aplicação do nitrogênio, como
Cantarella et al. (2003) observaram 48% de EUFN para o fornecimento em pré-
semeadura e 66% quando a adubação foi feita em cobertura; por outro lado, Lara
Cabezas e Pádua (2007) obtiveram 44,9% e 45,1% de EUFN em milho sem braquiária
e com braquiária, respectivamente, na primeira cobertura e 52 % e 61 % de EUFN em
milho sem braquiária e com braquiária na segunda cobertura; enquanto na pesquisa de
Fernandes et al. (2008), com a aplicação de 30 kg ha
-1
na semeadura e 90 kg ha
-1
em
cobertura, os autores estimaram 48% de EUFN. Quando aumentou a dose na
semeadura para 60 kg ha
-1
complementada com 60 kg ha
-1
de N em cobertura os
mesmos constataram aproveitamento superior, com EUFN de 65%.
Os cotonicultores do Oeste baiano, de maneira geral, utilizam a cultura de milho
para fins de rotação e, em alguns casos, também para a formação de palhada para o
sistema de plantio direto. Para tanto, reduzem ao máximo as atividades de manejo e
tratos culturais na lavoura de milho, para não desviar o uso de horas-máquina e de
serviços do algodoeiro – cultura principal. Uma prática feita com essa finalidade é a
aplicação de 100% do N na semeadura do milho, procedimento que tem sido realizado
em solos com teor de argila de 140 g kg
-1
e matéria orgânica ao redor de 15 g dm
-3
nos
primeiros 20 cm, com precipitação média de 1.500 mm anual, e produtividades médias
da ordem de 6.5000 kg ha
-1
(AIBA 2008), sendo comum em áreas em que a fertilidade
foi corrigida, produtividades ao redor de 9.000 kg ha
-1
de grãos. Nestas condições, a
dose de N para atender a demanda de grãos de milho é, aproximadamente, 144 kg ha
-1
,
aplicada em geral, na semeadura. Um dos fatores para esta produtividade é a correção
do solo em profundidade e a predominância de dias sem nuvens, com até 3.000 horas
de brilho solar por ano (AIBA, 2008). Considerando que são produzidas, em média, 100
g de proteínas por kg de grãos; em 9.000 kg ha
-1
de milho têm-se 900 kg ha
-1
de
proteínas, em cuja composição há 160 g de N por kg de proteína. Portanto, a demanda
de N para a formação de grãos é da ordem de 144 kg ha
-1
. Este fato não seria problema
se a eficiência de aproveitamento for de 100%, o que efetivamente não acontece, como
visto anteriormente.
51
O objetivo desta pesquisa foi avaliar o balanço do N com base na aplicação de
150 kg ha
-1
de
15
N-uréia na semeadura do milho em cultivo solteiro e em consórcio com
braquiária (Brachiaria ruziziensis).
Esta pesquisa foi realizada com base nas seguintes hipóteses:
(i) a aplicação exclusiva de N na semeadura, nas condições locais, pode
potencializar as perdas, com redução na eficiência de uso do fertilizante nitrogenado
(EUFN);
(ii) a braquiária, mesmo com os cuidados para evitar mato competição, deverá
absorver parte do N do fertilizante, com prejuízo à eficiência no aproveitamento do
nutriente pelo milho;
(iii) o cultivo em consórcio de milho com braquiária possivelmente reduzirá as
perdas de N do fertilizante, comparativamente ao cultivo de milho solteiro, devido a
maior quantidade de raízes no sistema e pela reciclagem do nutriente;
(iv) o aproveitamento do nitrogênio proveniente do fertilizante e a produtividade
do milho solteiro, provavelmente serão maiores que no consórcio milho-braquiária, em
razão da menor competição proporcionada pela forrageira.
3.2 Material e métodos
O experimento foi conduzido na safra agrícola 2006/07 na Fazenda Acalanto do
Grupo Horita, no município de São Desidério, no Oeste da Bahia.
O solo da área experimental é classificado como Latossolo Vermelho distrófico
típico, de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (EMBRAPA,
1999).
Na área experimental o teor de argila é de 140 g kg
-1
na profundidade de 0 a 20
cm, 210 g kg
-1
na profundidade de 20 a 40 cm, e 200, 210 e 220 g kg
-1
nas
profundidades de 40 a 60, 60 a 80 e 80 a 100 cm, respectivamente.
A fertilidade foi corrigida em vários anos de cultivo anteriores à realização da
presente pesquisa, como indica a saturação por bases superior a 50% até 50 cm de
profundidade, em que a capacidade de troca de cátions nos primeiros 20 cm é da
ordem 34 mmol
c
dm
-3
.
52
A amostragem do solo foi feita em setembro de 2006, antes da instalação do
experimento. As análises químicas foram realizadas de acordo com a metodologia
descrita por Raij et al. (2001), cujos resultados estão apresentados nas Tabelas 1 e 2.
A área foi cultivada na safra anterior 2005/06 com algodão, variedade Destak
implantado em dezembro de 2005, em que foram aplicados 300 kg ha
-1
de KCl e 1,0 kg
ha
-1
de boro, ambos aplicados a lanço em área total sete dias antes da semeadura. Na
semeadura do algodoeiro foi aplicado ainda no sulco de semeadura 450 kg ha
-1
de
08:24:12 + 0,35% Zn + 0,14% B + 0,2% Cu + 0,5% Mn e em uma única cobertura 300
kg ha
-1
de uréia.
Tabela 1 – Resultados da análise química de solo em razão da profundidade
camada pH M.O P resina K Ca Mg H+Al Al CTC V
cm CaCl
2
g dm
-3
mg dm
-3
mmol
c
dm
-3
%
0 a 10 6,2 15 19 2,2 19 6 8 0 35,2 77,3
10 a 20 6,3 14 8 1,8 17 6 8 0 32,8 75,6
20 a 30 6,2 10 6 0,9 15 5 9 0 29,9 69,9
30 a 40 6,0 9 3 0,8 8 4 10 0 22,8 56,4
40 a 50 5,8 9 3 0,6 7 3 10 0 20,6 51,5
50 a 60 5,6 7 3 0,5 6 3 11 0 20,5 46,3
60 a 70 4,4 9 2 0,4 4 2 15 2 21,4 29,9
70 a 80 4,4 9 2 0,4 4 2 15 1 21,4 29,9
80 a 90 4,6 7 3 0,5 5 2 14 0 21,5 34,9
90 a 100 4,6 7 2 0,4 5 2 14 0 21,4 34,6
O clima regional é classificado como Aw, segundo Köppen, quente e
úmido na estação chuvosa e uma estação seca no inverno. Esta condição climática
predomina em todo interior da Bahia, com exceção da parte setentrional e do vale do
São Francisco. A área experimental está localizada a 840 m de altitude, com
temperatura média anual de 20 ºC e precipitação pluvial média de 1.500 mm anuais
(AIBA, 2008).
53
Tabela 2 – Resultados da análise química do solo em razão da profundidade
Camada m S Cu Fe Mn Zn B
cm % mg dm
-3
0 a 10 0 8,9 1,0 34,0 1,0 2,0 0,3
10 a 20 0 8,6 1,0 42,5 1,0 2,0 0,5
20 a 30 0 8,1 0,4 60,0 0,5 0,7 0,4
30 a 40 0 8,4 0,1 66,5 0,3 0,4 0,4
40 a 50 0 9,2 0,1 49,5 0,2 0,6 0,3
50 a 60 0 11,8 0,1 37,0 0,2 0,7 0,3
60 a 70 9,3 15,1 0,1 26,0 0,2 0,4 0,2
70 a 80 4,7 44,0 0,1 21,5 0,1 0,6 0,2
80 a 90 0 37,0 0,1 25,5 0,2 0,5 0,3
90 a 100 0 25,0 0,1 17,5 0,2 0,5 0,3
A precipitação pluvial mensal durante a condução da pesquisa, coletados em
pluviômetro instalado na área experimental, estão apresentados na Figura 1. A primeira
chuva da safra 2006/07 ocorreu no dia 22 de setembro de 2006, e a última no dia 20 de
abril de 2007, totalizando 1.522,6 mm.
O experimento foi instalado em novembro de 2006, e antes da implantação do
milho foram aplicados 600 kg ha
-1
de gesso (37 dias antes da semeadura) e 1.000 kg
ha
-1
de 00-10-20 (7 dias antes da semeadura), que correspondem a 90 kg ha
-1
de S,
100 kg ha
-1
de P
2
O
5
e 200 kg ha
-1
de K
2
O.
A semeadura do milho foi realizada no espaçamento de 0,76 m entre linhas com
5,0 plantas por metro, com a finalidade de obter uma população final de 60.000 plantas
por hectare.
54
0
50
100
150
200
250
300
350
set out nov dez jan fev mar abr mai
meses de 2006/07
precipitação - mm
Figura 1 – Precipitação pluvial mensal da área experimental durante a condução da
pesquisa de setembro de 2006 a maio de 2007
O delineamento experimental adotado foi de blocos ao acaso com dois
tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos utilizados foram: T1 - cultivo de milho
solteiro e T2 - cultivo de milho em consórcio com braquiária (Brachiaria ruziziensis). Nos
dois tratamentos aplicou-se 150 kg ha
-1
de N-uréia em sulco lateral a 10,0 cm da linha
de semeadura e a 8,0 cm de profundidade. A aplicação do
15
N foi instalada numa
microparcela de 1,0 m x 1,52 m, totalizando 1,52 m
2
, que receberam a uréia marcada
com
15
N (2,415 em átomos de
15
N). O fertilizante marcado foi coberto manualmente nos
sulcos de semeadura (Figura 2). O uso de 150 kg ha
-1
de N foi adotado com base na
dose média do nutriente que tem sido aplicada na região do Oeste baiano.
55
Figura 2 – Aplicação da Uréia (
15
N) na dose de 150 kg.ha
-1
nas microparcelas do
experimento
No experimento foi utilizado o híbrido Impacto (Zea mays L.) e a forrageira
(Brachiaria ruziziensis), semeada manualmente no mesmo dia que o milho, no centro
das entrelinhas desta cultura, no tratamento em consórcio. Na época do perfilhamento
da braquiária, foi aplicada uma subdose de nicosulfuron (6 g.ha
-1
), para diminuir o
crescimento da braquiária e evitar a competição.
A colheita da parte aérea das plantas das micro-parcelas com uréia
15
N ocorreu
em maio de 2007, quando foi colhido manualmente 0,5 metro de linha de milho no
centro da microparcela e em posições contíguas, nas linhas adjacentes àquelas que
receberam o fertilizante marcado. As amostras colhidas tanto das linhas centrais, que
receberam o fertilizante, como das linhas adjacentes às mesmas foram separadas em:
colmo, folhas, brácteas e sabugo, inflorescência e grãos (Figura 3). De todo material
coletado foi obtido a massa total de material vegetal, da qual se retirou uma subamostra
56
e determinou-se a massa antes de ser colocada em estufa a 65 ºC por 36 horas para
determinação da massa de matéria seca. As amostras secas foram moídas em moinho
tipo Wiley e utilizadas nas determinações de nitrogênio total (expressão 1) e
abundância de
15
N (% em átomos de
15
N) no espectrômetro de massa ANCA/SL,
modelo 20/20 da Europa Scientific, Krewe, U.K.
Figura 3 – Separação das partes das plantas em colmos, folhas, brácteas mais sabugo
inflorescência e grãos
NT = NP x MMS (1)
em que: NT corresponde à quantidade total de N de cada órgão da planta proveniente
do solo e do fertilizante (kg ha
-1
); NP corresponde ao teor de N dos respectivos órgãos
da planta (%) e MMS a massa de matéria seca de cada parte da planta (kg ha
-1
)
57
Em maio de 2007 foi realizada a amostragem de raízes, coletando-se todo o solo
de uma trincheira de 0,20 x 0,76 m, nas profundidades de 00 a 20, 20 a 40, 40 a 60 cm,
das quais foram separadas as raízes utilizando uma peneira de malha de 2,0 mm.
As amostras de solo de cada profundidade (00 a 20, 20 a 40, 40 a 60, 60 a 80,
80 a 100 e 100 a 120 cm), foram submetidas à pesagem e, posteriormente, separadas
subamostras nas quais determinou-se a umidade. Em seguida as mesmas foram
colocadas para secar ao ar e homogeneizadas, moídas finamente em moinho de bola e
feitas as determinações de nitrogênio total no solo (expressão 2) e abundância de
15
N
(% em átomos de
15
N).
NT = NS x MSS (2)
em que: NT corresponde a quantidade total de N proveniente do solo e do fertilizante
em cada profundidade (kg ha
-1
); NS ao teor de N das diferentes camadas de solo (%) e
MSS a massa seca de solo das respectivas profundidades (kg ha
-1
).
Nos tratamentos do milho em consórcio com braquiária, além da trincheira
central denominada (B) foram abertas mais duas trincheiras adjacentes, com as
mesmas dimensões (A e C) onde foram amostradas, da mesma forma, as raízes e a
parte aérea da braquiária (Figura 4), em razão da proximidade da forrageira da zona
tratada com o fertilizante marcado.
As raízes foram acondicionadas em sacos plásticos, identificadas e depois
transferidas para o Laboratório do Centro de Energia Nuclear na Agricultura – CENA, da
Universidade de São Paulo - USP em Piracicaba, onde foram lavadas em água corrente
e submetidas à secagem em estufa com ventilação corrente a 65ºC por 36 horas, ao
final do qual se determinou à massa de matéria seca de raízes nas diferentes
profundidades. Posteriormente, as amostras foram moídas em moinho do tipo Wiley e
utilizadas nas determinações de nitrogênio total (expressão 1) e abundância de
15
N (%
em átomos de
15
N) por espectrometria de massas.
58
Figura 4 – Coleta da parte aérea da braquiária no dia da colheita do experimento
A Eficiência de uso do fertilizante nitrogenado (EUFN) pela planta foi calculada
por meio das expressões 3 e 4:
NPPF = [(A-C)/(B-C)] x NT (3)
EUFN = (NPPF/NAF) x 100 (4)
em que: NPPF corresponde ao N na planta proveniente do
15
N-fertilizante, em % na
expressão 3 e em kg ha
-1
na expressão 4; A consiste na abundância de
15
N (% de
átomos) da planta; B a abundância de
15
N (2,415% de átomos) do
15
N–fertilizante; C a
abundância natural de
15
N (0,366% de átomos); NT ao conteúdo de N na planta
59
(kg ha
-1
); EUFN a eficiência de uso do fertilizante nitrogenado na planta e (%); e NAF a
dose de N da fonte aplicada (150 kg ha
-1
).
A Eficiência de uso do fertilizante nitrogenado nas raízes (EUFNR) foi calculada
por meio das expressões 5 e 6:
NRPF = [(A-C)/(B-C)] x NT (5)
EUFNR = (NRPF/NAF) x 100 (6)
em que: NRPF corresponde ao N das raízes proveniente do
15
N-fertilizante, em % na
expressão 5 e em kg ha
-1
na expressão 6; A consiste na abundância de
15
N (% de
átomos) presente nas raízes; B a abundância de
15
N (2,415% de átomos) do
15
N–
fertilizante; C a abundância natural de
15
N (0,366% de átomos); NT ao conteúdo de N
nas raízes (kg ha
-1
); EUFNR a eficiência de uso do fertilizante nitrogenado nas raízes
(%); e NAF a dose de N da fonte aplicada (150 kg ha
-1
).
A Recuperação do fertilizante nitrogenado pelo solo (RFNS) foi calculado por
meio das expressões 7 e 8:
NSPF = [(A-C)/(B-C)] x NT (7)
RFNS = (NSPF/NAF) x 100 (8)
em que: NSPF corresponde ao N do solo proveniente do
15
N-fertilizante, em % na
expressão 7 e kg ha
-1
na expressão 8; A consiste na abundância de
15
N (% de átomos)
do solo; B a abundância de
15
N (2,415% de átomos) do
15
N–fertilizante; C a abundância
natural de
15
N (0,366% de átomos); NT ao conteúdo de N do solo (kg ha
-1
); RFNS a
recuperação do fertilizante nitrogenado no solo (%); e NAF a dose de N da fonte
aplicada (150 kg ha
-1
).
Para as discussões de perdas por lixiviação no presente trabalho foi considerado
como limite de 100 cm de profundidade, assumindo como perda o
15
N determinado
abaixo desta profundidade. O nitrogênio determinado até este limite foi considerado
60
como possível de ser absorvido pelas raízes das plantas (MEIRELLES, 1979;
WOLSCHIK et al., 2003; FENILLI, 2006; LUCHESE et al., 2008).
Cada compartimento da planta foi considerado separadamente e os resultados
submetidos à análise de variância, sendo as médias dos tratamentos comparadas pelo
teste Tukey a 5% de probabilidade. Para as raízes foi utilizado esquema fatorial 2 x 3
(sistemas de cultivo e profundidades), assim como para o solo (2 sistemas de cultivos x
6 profundidades), em que as médias foram comparadas pelo teste Tukey a 5 % de
probabilidade.
3.3 Resultados e discussão
3.3.1 Recuperação pela parte aérea do
15
N aplicado na semeadura do milho em
cultivo solteiro e consorciado com braquiária
A quantidade de matéria seca, nitrogênio acumulado, nitrogênio na planta
proveniente do fertilizante - NPPF e eficiência de uso do fertilizante nitrogenado - EUFN,
nos diversos compartimentos estudados no milho (colmo, folhas, brácteas e sabugos,
inflorescências e grãos) estão apresentados na Tabela 3. De acordo com os resultados
não houve diferença entre os tratamentos (sistemas de cultivo de milho solteiro e em
consórcio com braquiária), para as referidas variáveis.
O índice de colheita - IC foi obtido pela razão entre a massa de matéria seca de
grãos e a massa de matéria seca total (grãos mais resíduos da parte aérea). Tanto para
o cultivo de milho solteiro como em consórcio com braquiária o IC foi igual a 0,54. De
acordo com este resultado pode-se afirmar que, independentemente do sistema de
cultivo, a quantidade de palhada é semelhante à produção de grãos (Tabela 3 e
Figura 5). Esse resultado corrobora àqueles obtidos por Lara Cabezas et al. (2000),
igual a 0,54; enquanto outros obtiveram 0,53 (TIMMONS; BAKER, 1992), de 0,49 para
milho em plantio direto e em sistema convencional (GAVA et al., 2006) de 0,47 para
milho em consórcio com braquiária e 0,48 para milho solteiro (LARA CABEZAS; PÁDUA,
2007).
61
Tabela 3 - Matéria seca (kg ha
-1
), N total acumulado (kg ha
-1
), N da planta proveniente
do fertilizante (NPPF: kg ha
-1
) e eficiência de uso do fertilizante pelas
diferentes partes do milho e na braquiária, nas linhas centrais e adjacentes
às plantas tratadas com
15
N (EUFN: %), na colheita dos grãos
Sistemas M. seca N total NPPF – kg ha
-1
EUFN – % Partes da planta
de milho
de cultivo kg ha
-1
kg ha
-1
LC LA total LC LA total
Solteiro 2.461a 13,6a 3,7 2,1 5,8a 2,4 1,4 3,9a
Colmo
Consórcio 2.556a 12,9a 4,6 1,2 5,7a 3,0 0,8 3,8a
Solteiro 2.903a 44,4a 15,2 8,9 24,1a 10,2 5,9 16,1a
Folhas
Consórcio 2.499a 33,6a 13,7 4,6 18,3a 9,1 3,1 12,2a
Solteiro 2.835a 11,9a 3,9 1,1 4,9a 2,6 0,7 3,3a
Brácteas+sabugos
Consórcio 2.999a 14,4a 5,1 2,3 7,4a 3,4 1,5 4,9a
Solteiro 106a 1,0a 0,3 0,1 0,5a 0,2 0,1 0,3a
Inflorescências
Consórcio 102a 1,0a 0,4 0,2 0,6a 0,2 0,1 0,3a
Solteiro 8.305a 71a 23,1 12,2 35,3a 15,4 8,1 23,6aResíduos:
parte aérea Consórcio 8.156a 62a 23,6 8,3 31,9a 15,7 5,6 21,3a
Solteiro 9.800a 148,1a 37,3 22,2 59,5a 24,9 14,8 39,7a
Grãos
Consórcio 9.671a 139,0a 44,7 9,1 53,8a 29,8 6,0 35,9a
Solteiro 18.105a 219,1a 60,5 34,4 94,8a 40,3 22,9 63,3a
Grãos + resíduos
Consórcio 17.829a 201,0a 68,3 17,4 85,7a 45,5 11,6 57,2a
Braquiária Consórcio 2.265 31,0 0,2 1,9 2,1 0,1 1,3 1,4
Nota: Médias de quatro repetições. As médias entre tratamentos da mesma parte da planta seguidas de
letras diferentes na coluna diferem pelo teste Tukey (p<0,05)
A braquiária foi implantada no mesmo dia que o milho e produziu 2.265 kg ha
-1
de massa de matéria seca (Tabela 3), semelhante àquela obtida por Portes et al (2000),
em que os autores obtiveram 2.487 kg ha
-1
em consórcio com forrageiras em plantio
simultâneo ao milho, como na presente pesquisa. Freitas et al. (2005) determinaram
2.786 kg ha
-1
para Brachiaria brizantha em plantio simultâneo com duas linhas da
forrageira em cada entrelinha de milho, e 1.392 kg ha
-1
quando a braquiária foi aplicada
a lanço no dia da semeadura do milho. Lara Cabezas e Pádua (2007) obtiveram
resultado inferior, da ordem 433 kg ha
-1
, fato atribuído à implantação descontínua do
62
consórcio, com redução do potencial de acúmulo de massa de matéria seca, em razão
do estabelecimento tardio da forrageira, depois da semeadura do milho.
0
10
20
30
40
50
60
caule folha bractea +
sabugo
Inflorescência resíduos
parte aérea
grãos
%
Sem braquiária
com braquiária
Figura 5 - Partição da matéria seca entre as partes do milho: caule, folhas, brácteas e
sabugos, inflorescências, resíduos de parte aérea (soma das anteriores) e
grãos
Do total de nitrogênio acumulado no milho em cultivo solteiro (219,1 kg ha
-1
) foi
carreado para os grãos 148,1 kg ha
-1
(67,6%), enquanto no consórcio milho-braquiária
acumulou um total de 201,0 kg ha
-1
de N, dos quais 139,0 kg ha
-1
estava nos grãos
(69,1%) (Tabela 3). A diferença 32,4 e 30,9% acumulou nas demais partes do
compartimento aéreo, no cultivo de milho solteiro e em consórcio com braquiária, nessa
ordem.
A presença da braquiária não afetou o acúmulo de N pelo milho, o que pode ser
explicado pelo crescimento reduzido da forrageira, com a aplicação de subdose de
nicosulfuron (6g ha
-1
). Esta afirmação pode ser comprovada pela quantidade de massa
de matéria seca acumulada na forrageira durante o ciclo do milho (2.265 kg ha
-1
; Tabela
3), comparado ao potencial da braquiária em cultivo solteiro, da ordem de 15.000 a
20.000 kg ha
-1
(PORTES et al., 2000; FREITAS et al., 2005).
63
O nitrogênio da planta proveniente do fertilizante - NPPF apresentou tendência
de distribuição semelhante ao nitrogênio total, uma vez que da quantidade total de
nitrogênio absorvido do fertilizante pelo milho em cultivo solteiro (94,8 kg ha
-1
) ou 62%
estão nos grãos (59,5 kg ha
-1
). No consórcio milho-braquiária do total de N proveniente
do fertilizante (85,7 kg ha
-1
) ou 62,8% encontram-se nos grãos. Portanto, por volta de
37,2% do N do fertilizante estão nas demais partes da planta em ambos os tratamentos.
Resultados semelhantes foram obtidos por Duete et al. (2008), que constatou 72 % do
nitrogênio total da planta estavam alocados nos grãos e 71% do NPPF também estava
neste compartimento. Fernandes et al. (2008) verificaram acúmulo de 73 % de N nos
grãos em relação ao N total da planta e 72 % do NPPF nos grãos. Esta observação
indica que independentemente da fonte de nitrogênio, a partição do nutriente na planta
ocorre de forma semelhante, em que a variação, quando ocorre, se deve às
características do material genético.
Na presente pesquisa o nitrogênio absorvido do fertilizante pelo milho (NPPF)
foi igual a 94,8 e 85,7 kg ha
-1
no milho em cultivo solteiro e em consórcio com braquiária,
respectivamente (Tabela 3). Estes valores correspondem a 43,3% do total de nitrogênio
acumulado pela planta na parte aérea no cultivo de milho solteiro e 42,6% no consórcio
milho-braquiária, os quais foram provenientes do fertilizante. Estes resultados
corroboram os dados de Fernandes et al. (2008), que estimaram entre 36 a 40%, e que
a maior participação (40%) se deu quando aplicou uma quantidade superior de N na
semeadura, em relação à cobertura. Para estes autores o aumento da dose de N na
semeadura proporciona maior aproveitamento do N proveniente do fertilizante. Por
outro lado Vilas Bôas et al. (2005) obtiveram resultados superiores ao do presente
experimento, os quais obtiveram 63 a 71% de N proveniente do fertilizante em relação
ao total de nitrogênio determinado no milho. Ressalta-se, porém, que este resultado foi
obtido em pesquisa feita em vaso, cuja determinação foi realizada na época do
florescimento do milho, diferente do que foi feito no presente estudo, em que as
avaliações ocorreram no campo e na colheita do milho.
A maioria dos resultados de pesquisas feitas em campo indica valores menores
para a participação do nitrogênio do fertilizante. De acordo com Duete (2000) a
participação foi da ordem de 28%; Cantarella et al. (2003) determinaram entre 18 a 28%
64
do N da planta fornecido pelo fertilizante, enquanto Gava et al. (2006) verificaram que a
contribuição foi igual a 27 e 23%, variando com o sistema de cultivo. Os valores de
NPPF podem ser influenciados pela época de aplicação, conforme foi observada por
Lange et al (2008), com valores entre 8,2 a 12,8%; ou pela dose aplicada de acordo
com Duete (2008), cujos valores variaram de 18 a 32%.
A elevada participação do N do fertilizante na composição total de N na planta,
da ordem de 43%, como verificado nesta pesquisa, pode ser explicada pelos atributos
do solo de Cerrado, com baixo teor de argila (140 g kg
-1
) e de matéria orgânica (15 g
dm
-3
) nos primeiro 20 cm de solo. Provavelmente, as condições em que foi realizada
esta pesquisa, explica porque há maior dependência do N do fertilizante na nutrição do
milho, comparativamente a contribuição em outras condições de solo. Ressalta-se,
porém, que mesmo nestas condições o solo contribui com a maior fração de N contido
no milho, em média, 57%. No cultivo de milho solteiro, do total de N da planta (219,1 kg
ha
-1
) o solo forneceu 124,3 kg ha
-1
(56,7%), enquanto no consórcio milho-braquiária do
total de 201,0 kg ha
-1
cerca de 57,4% foi proveniente do solo (115,3 kg ha
-1
) (Tabela 3).
A contribuição do solo ocorre com a mineralização do nitrogênio orgânico armazenado.
Esse processo varia, entre outros, com a umidade do solo (PILBEAM; WARREN, 1995)
e pela própria aplicação de N, a qual aumentará a mineralização por intensificar as
atividades microbianas na decomposição. O aumento da disponibilidade de N no solo
propiciada pela aplicação de fertilizante também conhecido como “priming effect”, que
para Westerman e Kurtz (1973) significa um aumento da mineralização do N do solo
propiciado pela adição do fertilizante nitrogenado.
A braquiária implantada simultaneamente com a cultura do milho absorveu
somente 2,1 kg ha
-1
do fertilizante nitrogenado aplicado no milho, o que corresponde a
6,8% do nitrogênio total absorvido pela Brachiaria ruziziensis (31,0 kg ha
-1
, Tabela 3).
Resultados semelhantes foram obtidos por Lara Cabezas e Pádua (2007) com valores
da ordem de 5,3; 4,4 e 4,3% para o consórcio implantado com uréia, sulfato de amônio
e a mistura de uréia com sulfato de amônio respectivamente. Este resultado indica que
o consórcio (milho-braquiária) quando feito criteriosamente não afetará o milho, pela
competição da forrageira por N aplicado à cultura. Além disso, o consórcio milho com
braquiária pode contribuir para a redução de algumas espécies de nematóides de
65
galhas (BRITO; FERRAZ, 1987; DIAS-ARIEIRA et al, 2003) e nematóides reniformes
(ASMUS; CARGNIN, 2005). Ressalta-se que este sistema (milho e braquiária) é
eficiente para a formação e acúmulo de palhada em sistema de plantio direto,
principalmente em algumas regiões do Cerrado, com inverno quente e seco, limitante
para o cultivo de plantas de cobertura do solo.
A eficiência de uso do fertilizante nitrogenado - EUFN no cultivo de milho
solteiro foi igual a 39,7% para grãos e 23,6% para resíduos da parte aérea da planta,
totalizando 63,3% (grãos + resíduos). No cultivo de milho em consórcio com braquiária
foram obtidas EUFN igual a 35,9% para os grãos e 21,3% para a parte aérea, com total
de 57,2% na planta inteira (grãos + resíduos) (Tabela 3). Os valores de EUFN na
cultura do milho em pesquisas feitas em várias regiões, com diferentes tipos de solo e
clima, submetido a doses variáveis, assim como de fontes, épocas de aplicação e
diferentes híbridos, a EUFN varia entre 40 a 50%. Liang e Mackenzie (1994) obtiveram
EUFN igual a 40% para a planta inteira de milho, com aplicação de 170 kg ha
-1
de N,
enquanto Scivittaro et al. (2003) determinaram EUFN igual a 43% na média dos
tratamentos com diferentes doses de N, junto com o fornecimento de N orgânico
proveniente da mucuna preta. Alves et al. (2006) verificaram 48% para a EUFN com a
aplicação de 115 kg ha
-1
de N em dois parcelamentos, e 46% para o fornecimento de
95 kg ha
-1
no ano agrícola seguinte. Para Gava et al. (2006) os valores de EUFN no
cultivo convencional foram iguais a 32,8 e 42,5% para grãos e planta inteira, nessa
ordem; e no sistema de plantio direto determinou 33,8% para grãos e 43,4% para a
planta inteira. Duete et al. (2008) testaram diferentes doses e número de parcelamentos,
e obtiveram EUFN igual a 39%, com valor de 52% para a aplicação de 135 kg ha
-1
de
nitrogênio parcelado em três vezes até a oitava folha. Por sua vez, Silva et al. (2006)
evidenciaram, na média dos tratamentos com diferentes tipos de cobertura de solo e
épocas de aplicação, 49,7 e 48,9% de EUFN nos anos agrícolas 2001/02 e 2002/03,
respectivamente.
A EUFN encontrada nesta pesquisa é ligeiramente superior à maioria dos
trabalhos encontrados na literatura, mas semelhante com outros resultados, como
àqueles obtidos por Lara Cabezas et al. (2004), em que os autores verificaram
eficiência no uso do nitrogênio do fertilizante para sucessão milheto-milho de 57,1% em
66
sistema de plantio direto. Apesar destes autores observaram valores menores e iguais a
42,1% na sucessão nabo-milho em plantio direto e 46,8 e 46,3% no plantio
convencional na sucessão milheto-milho e nabo-milho, respectivamente. Lara Cabezas
e Pádua (2007) obtiveram 60,7 e 51,6% para a EUFN na média de três fontes
nitrogenadas, em que aplicou 64 kg ha
-1
de N quando o milho apresentava 5 a 6 folhas,
em milho consorciado com braquiária e em cultivo solteiro, nessa ordem. Fernandes et
al. (2008) estimaram com a aplicação de 30 kg ha
-1
de N na semeadura e 90 kg ha
-1
em
cobertura do milho, EUFN igual a 48% e quando aumentou a dose de N na semeadura
para 60 kg ha
-1
associada a uma cobertura de 60 kg ha
-1
obteve EUFN de 65%. Para
estes autores o aumento da dose de N na semeadura proporciona maior
aproveitamento do N proveniente do fertilizante.
A elevada EUFN em milho solteiro (63,3%) e em consórcio com braquiária
(57,2%), obtida na presente pesquisa, pode ser explicada pela alta dose de N na
semeadura, como foi sugerido por Fernandes et al. (2008) e, provavelmente, em razão
do clima do Oeste baiano, devido à elevada evapotranspiração, pela predominância de
dias ensolarados, com elevada irradiância e temperatura média mensal entre 20 a
25 ºC (AIBA, 2008).
A braquiária em consórcio com milho absorveu 2,1 kg ha
-1
do nitrogênio
proveniente do fertilizante, o que corresponde a uma EUFN de 1,4 % (Tabela 3).
Resultado semelhante foi obtido por Lara Cabezas & Pádua (2007) os quais afirmaram
que na soma de dois parcelamentos da adubação nitrogenada, na média de três fontes
aplicadas, a forrageira recuperou 1,6 kg ha
-1
proveniente do fertilizante ou 1,5 % de
EUFN.
Do total de
15
N do fertilizante (150 kg ha
-1
) foram determinados 34,4 kg ha
-1
(22,9%) nas plantas das linhas adjacentes no milho solteiro. Deste total de N presente
nas plantas adjacentes 22,2 kg ha
-1
estavam nos grãos (64,5%) e 12,2 kg ha
-1
foram
determinados nas demais partes da planta (35,5%). No milho em consórcio o NPPF foi
de 17,4 kg ha
-1
(11,6 % do total aplicado) nas plantas das linhas adjacentes, que se
distribuíram de forma semelhante nos grãos 9,1 kg ha
-1
(52,2%) e nas demais partes da
planta 8,3 kg ha
-1
(47,8%). Portanto, na média entre milho solteiro e milho-braquiária
28,3% de todo o
15
N do fertilizante absorvido pela planta (NPPF) e 17,3% de todo o
67
fertilizante aplicado no sulco de semeadura (150 kg ha
-1
), em lavoura com espaçamento
de 0,76 m, são absorvidos pelas plantas das linhas adjacentes (Tabela 3).
O cultivo da Brachiaria ruziziensis em consórcio com o milho não reduziu a
massa de matéria seca de grãos, em que foram obtidos 9.800 kg ha
-1
no cultivo de milho
solteiro e 9.671 kg ha
-1
no consórcio milho-braquiária (Tabela 3). Da mesma forma não
houve diferença no aproveitamento do N do fertilizante pelas plantas. Resultado
semelhante foi constatado por Lara Cabezas e Pádua (2007).
A adoção do consórcio milho e braquiária, desde que adote medidas para evitar
competição entre as espécies, não prejudica a produtividade de milho e contribui para
formação e acúmulo de palhada em quantidade superior a 8,0 t ha
-1
. Outros trabalhos
também evidenciaram a importância desse sistema para o plantio direto e integração
lavoura e pecuária, sem prejuízo a produtividade do milho (MATEUS et al., 2004;
AGNES et al., 2004; CAPOBIANCO et al., 2004; KLUTHCOUSKI; AIDAR, 2003;
TSUMANUMA et al., 2004; FREITAS et al., 2005).
3.3.2 Recuperação pelas raízes do
15
N aplicado na semeadura do milho em
cultivo solteiro e consorciado com braquiária
De acordo com os resultados foi constatada diferença entre o cultivo de milho
solteiro e milho em consórcio com braquiária nos primeiros 20 cm de profundidade. A
massa de matéria seca de raízes nos primeiros 20 cm foi igual 1.179,9 kg ha
-1
no milho
solteiro, inferior à massa de raízes do consórcio (1.529,7 kg ha
-1
). Na mesma
profundidade, a quantidade de nitrogênio na raiz proveniente do fertilizante (NRPF) foi
inferior e igual a 1,75 kg ha
-1
(milho solteiro), comparado ao milho consorciado (3,70 kg
ha
-1
), enquanto para a eficiência de uso do fertilizante nitrogenado pelas raízes de milho
(EUFNR) foi superior para o consórcio (2,46 %) em relação ao milho solteiro (1,17 %).
Com relação ao N total nas raízes não houve diferença entre os sistemas de cultivo
(Tabela 4).
Pela metodologia empregada não foi possível distinguir as raízes do milho e da
braquiária no cultivo de milho em consórcio em relação às avaliações exclusivas de
68
raízes de milho solteiro. Por isso, ocorreu diferença entre estas variáveis (massa de
matéria seca de raízes, NRPF e EUFNR).
Tabela 4 – Massa de matéria seca de raízes, nitrogênio total nas raízes, nitrogênio na
raiz proveniente do fertilizante (NRPF) e eficiência no uso do fertilizante
nitrogenado pelas raízes (EUFNR), em razão da profundidade e dos
sistemas de cultivo
Raízes Sistemas de Matéria seca N total NRPF EUFNR
cm cultivo kg ha
-1
kg ha
-1
kg ha
-1
%
Solteiro 1.179,9bA 8,51aA 1,75bA 1,17bA
0 a 20
Consórcio 1.529,7aA 11,19aA 3,70aA 2,46aA
Solteiro 220,2aB 2,28aB 0,33aB 0,22aB
20 a 40
Consórcio 256,9aB 2,37aB 0,66aB 0,44aB
Solteiro 212,2aB 2,24aB 0,27aB 0,18aB
40 a 60
Consórcio 241,6aB 2,19aB 0,45aB 0,30aB
Solteiro 1.612,3b 13,03a 2,36b 1,57b
Total
Consórcio 2.018,2a 15,76a 4,81a 3,20a
Nota: Médias de quatro repetições. Letras minúsculas diferentes nas colunas (comparam sistema de
cultivo na mesma profundidade) e maiúsculas diferentes nas colunas (comparam o sistema em
relação à profundidade) diferem entre si pelo teste Tukey (p <0,05)
A quantidade total de raízes, estimada pela massa de matéria seca, nas três
profundidades foi superior no milho em consórcio com a forrageira (2.018,2 kg ha
-1
) em
relação ao cultivo solteiro (1.612,3 kg ha
-1
). Esta observação também foi constatada
para o NRPF com valores iguais a 2,36 kg ha
-1
(milho solteiro) e 4,81 kg ha
-1
(consórcio), enquanto para a EUFNR os valores foram iguais a 1,57 kg ha
-1
(milho
solteiro) e 3,20 kg ha
-1
(consórcio). Entretanto, para o N total nas raízes não houve
diferença entre os sistemas de cultivo (Tabela 4). Estas diferenças se devem à
influência da maior quantidade de raízes medida na camada superficial (20 cm). Gava
et al (2006) observaram, na média dos tratamentos utilizados, que envolviam milho em
sistema plantio direto e convencional, que a EUFNR foi igual a 1%, considerando até 30
cm de profundidade.
69
Nas profundidades abaixo de 20 cm do solo a massa de matéria seca, N total,
NRPF, EUFNR foram inferiores aos valores da camada superficial (Tabela 4). Este fato
pode ser explicado pela facilidade de trocas gasosas com a atmosfera (entrada de O
2
e
saída de CO
2
) (KHIEL, 1979). Esta é uma das razões para o acentuado acúmulo de
biomassa de raízes, cujo crescimento está relacionado com a disponibilidade de N
(DREW, 1975), devido à adubação que é feita nos primeiros 5 a 10 cm do solo. Como
conseqüência há maior absorção de N que reflete no acúmulo de N total, NRPF e
EUFNR.
As raízes de milho solteiro representaram 8,2% da matéria seca total da planta e
5,6% de todo o nitrogênio acumulado, para o tratamento de milho consorciado com
braquiária as raízes destas plantas representaram 9,1% da matéria seca total (parte
aérea milho + parte aérea braquiária + raízes), e 6,4% de todo o nitrogênio acumulado
nas duas espécies. Estes resultados são semelhantes aos encontrados em outros
trabalhos como de Lara Cabezas et al. (2000), em que as raízes de milho
representaram, em média, 8% da matéria seca total e 5% para o N total acumulado na
planta. Gava et al. (2006) obtiveram para a parte radicular do milho, na média dos
tratamentos de plantio direto e convencional, 7% da matéria seca total e 6% do N
acumulado. Vale ressaltar que a avaliação feita neste trabalho e nos demais citados, foi
realizada no dia da colheita do milho, quando a participação das raízes é pouco
relevante, tendo em vista que em outras fases de desenvolvimento da cultura, a
participação do sistema radicular na matéria seca e no total de nitrogênio podem ser
maiores.
Os resultados obtidos ocorreram em conseqüência da presença da braquiária
no sistema, a qual proporcionou diferenças na massa de matéria seca de raízes e, em
razão disso, houve maior acúmulo de nitrogênio nas raízes de milho proveniente do
fertilizante (NRPF) e na eficiência de uso do fertilizante nitrogenado pelas raízes da
planta (EUFNR). Ressalta-se, porém que esse efeito foi observado somente nos
primeiros 20 cm de profundidade, onde foram determinados 73,2% do sistema radicular
no cultivo de milho solteiro e 75,8% do sistema radicular no consórcio milho-braquiária
(Tabela 4). Apesar do consórcio entre milho e forrageira na presente pesquisa, possuir
praticamente o dobro de NRPF e de EUFNR, o nível de grandeza é muito pequeno em
70
relação ao balanço total de nitrogênio do sistema, o que não implica em riscos de
competição entre as espécies do consórcio, indicando uma tendência de que se
consegue maior exploração do solo pelas raízes.
3.3.3 Recuperação no solo do
15
N aplicado na semeadura do milho em cultivo
solteiro e consorciado com braquiária
Em relação ao N total no solo não foi constatada diferença entre os sistemas de
cultivo nas profundidades avaliadas assim como no total de N acumulado até 120 cm os
quais foram igual a 3.198,40 kg ha
-1
(milho solteiro) e 3.606,76 kg ha
-1
(milho-
braquiária) (Tabela 5). Este resultado é coerente, pois o fato de mudar o sistema de
cultivo, em apenas um ano agrícola, não era esperado mudanças que afetassem a
disponibilidade de N, em particular o teor de matéria orgânica e de umidade.
Tabela 5 Quantidade de nitrogênio total no solo (kg ha
-1
), nas formas orgânica e
mineral, inclusive o N do fertilizante, em razão da profundidade do solo
Profundidade do solo Sistema de cultivo Média
cm Milho solteiro Milho e braquiária kg ha
-1
0 a 20 863,11 874,98 869,05a
20 a 40 572,81 530,77 551,79bc
40 a 60 459,07 525,80 492,44bc
60 a 80 544,43 706,99 625,71b
80 a100 395,08 479,38 437,23c
100 a 120 363,90 488,84 426,37c
Total 3.198,40A 3.606,76A 3.402,58
Nota: Médias de quatro repetições. Letras minúsculas diferentes na coluna e maiúsculas diferentes nas
linhas diferem entre si pelo teste Tukey (p<0,05)
Na média dos sistemas de cultivo o nitrogênio total no solo foi superior nos
primeiros 20 cm (869,05 kg ha
-1
), que representa 25,5% do N estimado até 120 cm
(3.402,58 kg ha
-1
). A maior quantidade de N na superfície está relaciona com a
71
presença de maior quantidade de matéria orgânica (14,5 g dm
-3
) a qual reduz para 9,5 g
dm
-3
na profundidade de 20 a 40 (Tabela 1).
Entre as profundidades de 20 a 40 e 60 a 80 cm não há diferença na
quantidade média de nitrogênio total entre sistemas de cultivo, por sua vez na camada
de 60 a 80 cm a quantidade de N-total (625,71 kg ha
-1
) é superior à quantidade média
estimada nas profundidades de 80 a 100 (437,23 kg ha
-1
) e 100 a 120 cm (426,37 kg
ha
-1
) que não diferem das camadas 20 a 40 cm (551,79 kg ha
-1
) e 40 a 60 cm (492,44
kg ha
-1
). A quantidade de N na camada de 60 a 80 cm representa 18,4% da média de N
total entre sistema de cultivo até 120 cm de profundidade. Como não há diferença no
teor de matéria orgânica entre as profundidades de 20 a 40 até 100 a 120 cm a
explicação para maior quantidade de nitrogênio total na profundidade de 60 a 80 cm
(625,71 kg ha
-1
) se deve, provavelmente, a esta camada ser uma zona de concentração,
principalmente, do N do solo percolado. Uma comprovação desta afirmação pode ser
verificada pela mesma tendência de concentração de
15
N (Tabela 6) na referida
profundidade (60 a 80 cm) que é igual a 5,9 kg ha
-1
.
De acordo com os resultados verificou-se que não houve diferença para o total
de nitrogênio do solo proveniente do fertilizante NSPF até 120 cm entre os sistemas de
cultivo, os quais foram iguais a 26,6 kg ha
-1
em milho solteiro e 37,7 kg ha
-1
no
consórcio milho-braquiária (Tabela 6).
A quantidade média de NSPF entre sistemas de cultivo foi superior nos
primeiros 20 cm e igual a 12,3 kg ha
-1
, que representa 38,2% do NSPF entre 0 a 120
cm (Tabela 6). A maior quantidade de NSPF nesta fração do solo (0 a 20 cm) se deve,
provavelmente, pela aplicação ter sido realizada nesta profundidade e também a maior
imobilização do N fertilizante propiciada pela atividade microbiana em razão do maior
teor de matéria orgânica (14,5 g kg
-1
) em relação às demais profundidades, cujo teor
médio é da ordem de 8,4 g kg
-1
(Tabela 1).
A presença de maior quantidade de
15
N no solo proveniente do fertilizante nos
primeiros 20 cm é um indicador de que a lixiviação é um processo que ocorre, porém
menos intensa do que é comumente reportado na literatura. Esta afirmação pode ser
comprovada com base no cálculo da quantidade de
15
N do fertilizante determinado até
60 cm de profundidade (22,4 kg ha
-1
ou 69,6%) e até 100 cm (30,5 kg ha
-1
ou 94,7%),
72
camada de solo que foi admitida como limite entre o N aproveitado pela planta e àquele
que será considerado como perda.
Tabela 6 Nitrogênio no solo proveniente do fertilizante (NSPF: kg ha
-1
), em razão da
profundidade e sistemas de cultivo
Profundidade do solo Sistema de cultivo Média
cm Milho solteiro Milho e braquiária kg ha
-1
0 a 20 11,6 13,0 12,3a
20 a 40 7,2 7,6 7,4b
40 a 60 1,8 3,6 2,7c
60 a 80 3,6 8,2 5,9bc
80 a100 1,3 3,0 2,2c
100 a 120 1,1 2,3 1,7c
Total 26,6A 37,7A 32,2
Nota: Médias de quatro repetições. Letras minúsculas diferentes na coluna e maiúsculas diferentes na
linha, diferem entre si pelo teste Tukey (p<0,05)
Mesmo com precipitação média de 1.500 mm anuais, as perdas por lixiviação,
em solos com baixo teor de argila (140 g kg
-1
) e de matéria orgânica (15 g dm
-3
) como
na presente pesquisa, pode ser explicada pela elevada irradiância e baixa umidade
relativa do ar, especialmente em dias com ventos. Nestas condições a taxas de
evapotranspiração podem ser da ordem de 10 a 12 mm dia
-1
, que favorece a ascensão
capilar até próximo da superfície do solo nos dias subseqüentes à precipitação,
reduzindo o risco de perda por lixiviação. A continuidade de dias sem precipitação
poderá contribuir para a entrada de água e N, em determinada época, que estavam
abaixo de 100 cm de profundidade, e que havia sido admitida como perda por lixiviação.
É provável que nas condições da região o N não aprofunde muito além de 100 cm,
como evidencia a perda de 1,7 kg ha
-1
com a aplicação de 150 kg ha
-1
cerca de 130
dias antes das avaliações, na semeadura do milho, o que corresponde a 1,13% do total
aplicado e 5,3% do total de
15
N no solo proveniente do fertilizante (Tabela 6). Há
indícios que o
15
N se concentra nos primeiros 80 cm de solo, como indica a presença
73
de 5,9 kg ha
-1
de
15
N na profundidade entre 60 a 80 cm, que corresponde a 3,9% do
total aplicado (150 kg ha
-1
) e 18,3% do total de
15
N no solo proveniente do fertilizante
(Tabela 6).
Nas regiões tropicais o máximo fluxo de evapotranspiração, em dias
ensolarados, com elevada irradiância, baixa umidade relativa do ar e na presença de
ventos, pode ser da ordem de 10 mm dia
-1
(REICHARDT, 1987). Uma lavoura de milho
de 125 dias, em região com média de evapotranspiração igual a 8 mm dia
-1
corresponde a evapotranspiração total de 1.000 mm. Se admitir que 100 % da
precipitação infiltre no solo, tem-se um saldo de 522 mm no caso de precipitação anual
de 1.522 mm (Figura 1). Para uma taxa de lixiviação de nitrato da ordem de 1,5 mm em
profundidade no solo por mm de chuva (SUHET et al., 1986), a lixiviação ocorrerá, em
média, até 78,3 cm (522 mm x 1,5 mm mm
-1
), conforme verificado “in loco” (Tabelas 5,
6 e 7). Com a implantação do sistema plantio direto, particularmente o uso de braquiária
que persiste mesmo na estação seca, a evapotranspiração ocorrerá num período maior
que aquele da cultura principal. Do exposto, o potencial de lixiviação em plantio direto
poderá ser reduzido.
A recuperação do fertilizante nitrogenado no solo (RFNS) não variou entre os
sistemas de cultivo independentemente da profundidade, em que verificou-se
recuperação, entre 0 a 120 cm, 17,7 % para milho solteiro e 25,1 % para o consórcio
(Tabela 7).
Para a média dos sistemas de cultivo (milho solteiro e consorciado) em relação
à profundidade houve diferença, com maior RFNS na camada de 0 a 20 cm (8,2%)
seguido da profundidade de 20 a 40 cm com 5%, porém sem diferir da profundidade de
60 a 80 cm (4%). Este fato certamente está associado a maior quantidade de N do solo
e do fertilizante nesta camada (60 a 80 cm), como indicam os resultados das Tabelas 5
e 6. Ressalta-se que há tendência de obtenção de maior valore para a RFNS no
consórcio milho com braquiária, possivelmente em razão da maior quantidade de raízes
do sistema.
Na média dos sistemas de cultivo até 120 cm de profundidade foram
recuperados 21,4% do fertilizante nitrogenado no solo, a qual foi obtida pela
recuperação de 17,7% no sistema de milho solteiro e 25,1% no sistema milho e
74
braquiária (Tabela 7). Do total recuperado, na média dos sistemas de cultivo (21,4%), a
maior parte foi propiciada pelos primeiros 20 cm de solo (8,2%), que representa 38,3%
da recuperação total do fertilizante do solo. A camada entre 20 a 40 cm contribuiu com
uma RFNS de 23,4% em relação ao total de N do solo, as quais em conjunto (00 a 40
cm) representam uma recuperação de 61,7% do fertilizante nitrogenado no solo.
Tabela 7 Recuperação do fertilizante nitrogenado do solo (RFNS: %) em razão da
profundidade
Profundidade do solo Sistema de cultivo Média
cm Milho solteiro Milho e braquiária %
0 a 20 7,7 8,6 8,2a
20 a 40 4,8 5,1 5,0b
40 a 60 1,2 2,4 1,8c
60 a 80 2,4 5,5 4,0bc
80 a 100 0,8 2,0 1,4c
100 a 120 0,8 1,5 1,2c
Total 17,7A 25,1A 21,4
Nota: Médias de quatro repetições. Letras minúsculas diferentes na coluna e maiúsculas diferentes na
linha diferem entre si pelo teste Tukey (p<0,05)
Resultados semelhantes aos demonstrados nas Tabelas 5, 6 e 7 foram
encontrados nos trabalhos de Jokela e Randall (1997), os quais obtiveram para a
aplicação de 75 e 100 kg ha
-1
N, o equivalente a 25 e 37 kg ha
-1
para NSPF e 33 e 37%
para RFNS. Na pesquisa em que aplicou 84 e 168 kg ha
-1
de N, Kitur et al. (1984)
obtiveram 28 % (84 kg.ha
-1
) e 37% (168 kg.ha
-1
) para RFNS em plantio convencional e
42 (84 kg.ha
-1
) e 39% (168 kg.ha
-1
) em semeadura direta. Gava et al (2006) obtiveram,
respectivamente, para plantio convencional e direto, 2.106 e 2.198 kg ha
-1
de nitrogênio
total em solo com 54% de argila até 50 cm profundidade, 25 e 35 kg ha
-1
para o NSPF e
25 e 35% para a RFNS no plantio convencional e direto, respectivamente.
Em linhas gerais, os valores de RFNS no presente trabalho, são ligeiramente
inferiores aos encontrados na literatura, pelo fato da eficiência de uso do fertilizante
75
nitrogenado - EUFN na parte aérea e raízes serem ligeiramente superiores aos
encontrados na maioria dos trabalhos.
3.4 Balanço do nitrogênio no sistema solo-planta em cultivo de milho solteiro e
consorciado com braquiária
No sistema de cultivo de milho solteiro a planta recuperou 97,2 kg ha
-1
dos 150
kg ha
-1
aplicados, o que representa 64,8%, distribuídos em 39,7% nos grãos, 23,5% nos
resíduos da parte aérea (colmo, folhas, inflorescências, brácteas e sabugos) e 1,6% nas
raízes coletadas até 60 cm de profundidade (Tabela 8). No sistema de cultivo milho-
braquiária, a planta recuperou 90,5 kg ha
-1
do fertilizante nitrogenado aplicado, que
constitui 60,4%, os quais foram determinados nos grãos (35,9%), nos resíduos da parte
aérea (21,3%) e nas raízes coletadas até 60 cm de profundidade (3,2%). A Brachiaria
ruziziensis recuperou em sua parte aérea apenas 2,1 kg ha
-1
o que significa 1,4% do
total de nitrogênio aplicado no consórcio. No compartimento solo foi recuperado no
milho solteiro entre 00 a 60 cm 20,6 kg ha
-1
ou 13,7% de todo N aplicado; e 24,2 kg ha
-1
ou 16,1% dos 150 kg ha
-1
aplicados, no consórcio milho-braquiária. Na profundidade
entre 60 a 100 cm de solo foram recuperados 4,9 kg ha
-1
(3,3%) e 11,2 kg ha
-1
(7,5%)
nos sistemas milho solteiro e milho com braquiária, respectivamente. Por fim, na
camada entre 100 a 120 cm foram determinados 1,1 kg ha
-1
(0,7%) e 2,3 kg ha
-1
(1,5%),
nos sistemas milho solteiro e em consórcio com a forrageira, nessa ordem (Tabela 8).
Desta forma foi recuperado no sistema solo-planta 82,4 e 86,9% do nitrogênio
aplicado exclusivamente na semeadura no cultivo de milho solteiro e em consórcio com
braquiária nessa ordem.
Os resultados de recuperação do N da presente pesquisa são superiores aos
obtidos por Timmons e Baker (1992) que foi igual a 69% para aplicação de 200 kg ha
-1
de N; 63% para a dose de 224 kg ha
-1
(SANCHEZ; BLACKMER, 1988); 74% para uma
média de dois tipos de solo com aplicação de 168 kg ha
-1
(TOBERT et al., 1992); e 69%
para o cultivo de milho em sistema de plantio convencional (GAVA et al., 2006). Por
outro lado, os resultados obtidos no presente estudo são semelhantes àqueles
verificados por Timmons e Baker (1992) que foi igual a 82% para dose de 125 kg ha
-1
76
de N; Sanchez e Blackmer (1988) determinaram 81% para aplicação de 112 kg ha
-1
de
N; Gava et al. (2006) verificaram 80% para o cultivo de milho em sistema de plantio
direto, enquanto Coelho et al. (1991) estimaram 79% de recuperação para o
fornecimento de 60 kg ha
-1
de N.
Tabela 8 – Balanço de
15
N no sistema solo-planta em cultivo de milho solteiro e em
consórcio com braquiária até 120 cm de profundidade
Milho
solteiro
Milho
braquiária
Milho
solteiro
Milho
braquiária
Compartimentos
kg ha
-1
%
Grãos 59,5 53,8 39,7 35,9
Resíduos PA 35,3 31,9 23,5 21,3
Raízes - 0 a 60 cm 2,4 4,8 1,6 3,2
Planta inteira 97,2 90,5 64,8 60,4
Braquiária - 2,1 - 1,4
Solo 00 a 60 20,6 24,2 13,7 16,1
Solo 60 a 100 4,9 11,2 3,3 7,5
Solo 100 a 120:
15
N lixiviado 1,1 2,3 0,8 1,5
Não recuperado 26,2 19,7 17,6 13,1
Total 150,0 150,0 100,0 100,0
O nitrogênio não recuperado da uréia aplicada no momento da semeadura do
milho (150 kg ha
-1
) foi de 26,2 kg ha
-1
que representa 17,6% do total aplicado no milho
solteiro e 19,7 kg ha
-1
que corresponde a 13,1% da quantidade usada na presente
pesquisa em milho com braquiária (Tabela 8). Estes resultados são inferiores aos
encontrados nos trabalhos de Timmons e Baker (1992) que foi igual a 31% para uma
dose de 200 kg ha
-1
; Sanchez e Blackmer (1988) de 37% para 224 kg ha
-1
de N; Gava
et al. (2006) de 31% para o milho em sistema de plantio convencional. A pequena
quantidade de N não recuperado na presente pesquisa foram semelhantes aos
resultados obtidos por Timmons e Baker (1992) que estimou em 18% para a dose de
125 kg ha
-1
de N; Sanchez e Blackmer (1988) de 19% para dose de 112 kg ha
-1
de N; e
77
Gava et al. (2006) que calculou 20% para o tratamento de milho em sistema de plantio
direto.
O compartimento de nitrogênio não recuperado engloba os erros metodológicos
e analíticos, e outras perdas de N no sistema, como a volatilização da uréia, nitrogênio
percolado em profundidade superior a 120 cm, desnitrificação e perdas de N pela parte
aérea. Na presente pesquisa as perdas por volatilização da uréia deve ter sido pequena,
mesmo se tratando de solo arenoso, isto porque foi realizada a incorporação da uréia,
em sulco lateral à linha de semeadura, a 8 cm de profundidade. Entretanto, como o solo
é arenoso o potencial de perda por volatilização, ainda que a uréia seja incorporada, é
maior em razão da menor capacidade de retenção de amônio, comparado a solo
argiloso (KIEHL, 1989). Sangoi et al. (2003) encontraram valores para volatilização da
uréia, quando incorporada, da ordem de 1,1% para solo argiloso e 4,9% para solo
arenoso, enquanto a perda foi de 54% pela aplicação a lanço na superfície do solo. Do
exposto, a incorporação da uréia propicia grande retenção de amônio, o que diminui as
perdas por volatilização, mesmo nos solos arenosos, com pouca matéria orgânica e
reduzida CTC. Outros resultados de perdas reduzidas de N por volatilização com a
incorporação da uréia podem ser encontrada nos trabalhos de Rodrigues e Kiehl (1986),
Silva et al. (1995) e Lara Cabezas et al. (2000).
Na presente pesquisa observou nitrogênio proveniente do fertilizante em todas
as camadas do solo (0 a 120 cm). Mesmo em solo arenoso com aplicação única de 150
kg ha
-1
de N na semeadura foi inexpressiva a quantidade de
15
N determinada abaixo de
100 cm do solo com valores de 1,1 kg ha
-1
(milho solteiro) e 2,3 kg ha
-1
(milho e
braquiária). Essa observação é bastante significativa em se tratando de área sem
resíduos em decomposição na superfície e, portanto, com baixo potencial de
imobilização de N por competição com microrganismos. Para avaliar a perda por
lixiviação foi considerada a profundidade limite de 100 cm, de maneira que o N
determinado entre 100 a 120 cm não estão disponíveis à planta e cujos valores são da
ordem de 0,8 e 1,5% (1,1 e 2,3 kg ha
-1
) do total de nitrogênio aplicado na semeadura
nos sistemas de cultivo milho solteiro e consorciado com braquiária, nessa ordem.
Uma grande proporção do NSPF concentrou até 80 cm de profundidade com
valor igual a 24,2 kg ha
-1
(91%) no milho solteiro e 32,4 kg ha
-1
(86%) no consórcio
78
milho e braquiária (Tabela 6). Outros trabalhos realizados em regiões com menor
precipitação durante o ciclo do milho, apresentam valores semelhantes para a lixiviação
como de Baker e Timmons (1994) que estimaram perdas de 0,83% para a dose de 125
kg ha
-1
de N; e Gava (2003) com perdas de 1,0% de todo o N aplicado no milho em
sistema plantio direto e convencional. Fernandes et al. (2006) determinaram perdas por
lixiviação igual a 15,4 kg ha
-1
de nitrogênio total, dos quais somente 0,7 kg ha
-1
eram
provenientes do fertilizante, o que corresponde a 0,58% da aplicação de 120 kg ha
-1
de
N; Coelho et al. (1991) trabalhou com 60 kg ha
-1
de N e obtiveram perdas de 84,6
kg ha
-1
de N total, embora apenas 2,3 kg ha
-1
de N era proveniente do fertilizante, o que
representa 3,8% da dose aplicada. Do exposto, a contribuição do nitrogênio proveniente
do fertilizante em camadas mais profundas, superior a 120 cm, pode ser considerada
desprezível para a fração de nitrogênio não recuperado, na presente pesquisa.
O nitrogênio não recuperado deve compreender em sua grande maioria, as
interações não determinadas como a desnitrificação e as perdas de N pela parte aérea,
na forma de NH
3
junto à corrente transpiratória e na senescência foliar (FARQUHAR et
al., 1979; HARPER; SHARPE, 1995), além de erros relacionados à metodologia.
As perdas por desnitrificação nos sistemas agrícolas são extremamente
variáveis e suas quantificações pouco precisas, as quais variam, em geral, entre 5 a
30% do total de N aplicado. Os maiores valores provém de ensaios como da presente
pesquisa, em que são realizados os balanços do
15
N cuja fração do nitrogênio não
recuperado, em conjunto com outras perdas, atribui-se a maior parte à desnitrificação, e
por outro lado, os menores dados de desnitrificação são atribuídos aos raros trabalhos
com determinação direta de N
2
e N
2
O da ordem de até 5% para a cultura do milho
(CANTARELLA, 2007).
A perda de NH
3
pela parte aérea do milho pode ser parte do compartimento de
nitrogênio não recuperado. Este tipo de perda pode ser potencializado em momentos de
pico de absorção de N pelas plantas, estresse ou senescência foliar (WETSELAAR;
FARQUHAR, 1980). Os dados sobre a dimensão destes valores são escassos na
literatura, embora Francis et al. (1993) tenham encontrado perdas de N na parte aérea
do milho entre 45 a 71 kg ha
-1
.
79
3.5 Conclusões
A adubação com 150 kg ha
-1
de nitrogênio na semeadura do milho não
potencializou as perdas de N no sistema solo-planta, obtendo-se EUFN superior aos
resultados publicados sobre o assunto na literatura.
A braquiária consorciada com o milho absorveu 1,4% do
15
N fertilizante aplicado,
sem prejuízo para a EUFN pelo milho em consórcio com a forrageira.
O
15
N não recuperado no sistema solo-planta foi de 17,4% no milho solteiro e
13,1% para o milho em consórcio com braquiária.
As perdas por lixiviação foram de 1,1 kg ha
-1
no milho solteiro e 2,3 kg ha
-1
no
consórcio milho com braquiária, do total de 150 kg ha
-1
aplicado exclusivamente na
semeadura.
A produtividade do milho não foi afetada pelo consórcio com a braquiária, com
valores de matéria seca de grãos de 9.800 kg ha
-1
em milho solteiro e 9.671 kg ha
-1
em
milho consorciado.
A EUFN não variou com a presença da braquiária em consórcio, e foi de 64,8 e
60,4% para milho solteiro e consorciado, nesta ordem.
A recuperação do nitrogênio no sistema solo-planta foi da ordem de 82,5% no
cultivo de milho solteiro e 86,9% para o milho consorciado com a braquiária.
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