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UNIOESTE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARA
CAMPUS DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
NÍVEL MESTRADO
ÉRICA DAS GRAÇAS CARVALHO NASU
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MANIPUEIRA E SUA POTENCIALIDADE
NO CONTROLE DE Meloidogyne incognita EM TOMATEIRO NO
OESTE DO PARANÁ
MARECHAL CÂNDIDO RONDON
PARANÁ – BRASIL
Abril/2008
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2
ÉRICA DAS GRAÇAS CARVALHO NASU
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MANIPUEIRA E SUA POTENCIALIDADE
NO CONTROLE DE Meloidogyne incognita EM TOMATEIRO NO
OESTE DO PARANÁ
Dissertação apresentada à Universidade
Estadual do Oeste do Paraná, como parte
das exigências do programa de Pós-
Graduação em Agronomia Nível
Mestrado, para obtenção do título de
Mestre.
ORIENTADOR: PROF. Dr. CLEBER
FURLANETTO
CO-
ORIENTADOR: PROF. Dr.
AFFONSO CELSO GONÇALVES JUNIOR
MARECHAL CÂNDIDO RONDON
Abril/2008
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3
DEDICARIA
Ao meu amado esposo Celso Kazuo Nasu, por não ter medido esforços para que eu
conseguisse alcançar meus objetivos durante está caminhada, e que mesmo
distante esteve sempre presente na realização deste sonho. E aos meus pais
Dionísio e Francisca pelo amor incondicional e por me fazerem a pessoa mais feliz
deste mundo, minhas irmãs Hellen e Edirlene, pelo amor e incentivo e a minha
pequena sobrinha Yasmin por me proporcionar tanta alegria.
4
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da vida, fonte de sabedoria e inteligência, e amparo
contanste em todos os dias da minha vida.
Especialmente ao professor Dr. Cleber Furlanetto, pela sua amizade,
ensinamentos, pelo exemplo de profissional prestativo e paciente, cuja busca
incansável pela perfeição serão exemplos durante toda minha vida. Meu eterno
agradecimento pela confiança depositada em mim foi uma honra ter feito este
trabalho sob sua orientação.
Ao professor Dr. Affonso Celso Gonçalves Junior, pela sábia co-orientação,
pelo apoio e pela disponibilidade, obrigada pela sua amizade e valiosos
conhecimentos, a você minha gratidão.
Ao professor Dr. Rafael Pio, pelo seu auxílio nas análises estatísticas.
Ao professor Dr. Cláudio Yuji Tsutsumi, pela amizade, carinho, atenção,
colaboração. Pela alegria e convivência, agradeço.
A UNIOESTE- Universidade Estadual do Oeste do Paraná, toda sua equipe
de Pós-Graduação e professores, pela oportunidade de realizar este sonho.
Obrigada pelos valiosos conhecimentos transmitidos e pela amizade.
Ao Laboratório de Química Agrícola e Ambiental, em especial aos técnicos
Gilmar e Emerson, pelo auxílio nas realizão das análise químicas.
Ao Laboratório de Nematologia, com destaque aos meus amigos técnicos do
laboratório, Gilmar Franzener e Marta Bianchini, sempre queridos e atenciosos. Pela
convivência e colaboração, eu os agradeço.
Ao produtor Livar Josué Kaiser e família, que gentilmente cedeu parte de sua
propriedade para realização deste experimento a campo.
Aos amigos do curso de Pós-Graduação, por tornarem meus dias mais ricos,
pela troca de informação e experiência, sem a companhia de todos vocês tudo seria
mais difícil.
5
Aos meus queridos amigos, Ely Pires, Hamilton Santana, Tania Pires da Silva,
Dayanne Bressan, Karine Seifert, Tatiane Ohland, Laline Broetto, Tania Neunfeld,
Marta Grabowski, Juliana Davi, Heloísa Formentini, Idiana Marina Dalastra, Clair
Viecelli, Carla Horing, Carla Reolon, Sandra Toiller pelas colaborações e por
proporcionarem adoráveis momentos de amizade e confiança. Sem a ajuda de todos
vocês, este trabalho não teria sido concluído. Obrigada!
A minha mais nova família, que Deus abençoou-me colocando na minha vida,
Denys, Vera, Darlene, Débora, Salete, Jeferson e Augusto, por ter me recebido de
coração aberto, sou e serei eternamente grata.
A minha amada família (Pai, e, irmãs, sobrinha, cunhado, cunhada, sogro
e sogra). A vos devo todo o meu caráter, mais do que incentivadores, torcedores,
lutadores, são parte fundamental na minha vida, sem vocês eu nada seria.
Ao meu eterno namorado Celso Kazuo Nasu, que apesar da distância esteve
sempre perto, pelo seu companheirismo, cumplicidade, sempre me incentivando a
prosseguir não importando qual fosse o obstáculo, seu amor e estímulo foram partes
fundamentais para a conclusão deste trabalho. Te amo!
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para realização deste
trabalho. O meu muito obrigado.
6
SUMÁRIO
DEDICARIA.......................................................................................................
i
AGRADECIMENTOS..............................................................................................
ii
SUMÁRIO...............................................................................................................
iv
LISTA DE FIGURAS...............................................................................................
vii
LISTA DE TABELAS..............................................................................................
x
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS...........................................
xi
RESUMO
...............................................................................................................
xii
ABSTRACT............................................................................................................
xiv
1. INTRODUÇÃO................................................................................................
..........
1
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................
3
2.1. A CULTURA DO TOMATEIRO ................................................................
..............
3
2.2. NEMATÓIDES................................................................................................
........
3
2.2.1 Gênero Meloidogyne ................................................................
...........................
5
2.2.2 Controle de Nematoides................................................................
.......................
6
2.3 A Agroindústria da Mandioca (Manihot esculenta Crantz)................................
.......
6
2.3.1 A Mandiocultura no Brasil................................................................
.....................
6
2.3.2 Manipueira................................................................................................
............
8
2.3.2.1 Composição química ................................................................
........................
10
2.3.2.2 Utilização da manipueira no controle de fitopatógenos
................................
11
3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................
.........................
13
3.1 COLETA E EXTRAÇÃO DE MANIPUEIRA................................
.............................
13
3.2 Análise Química da Manipueira........................................................................
14
3.2.1 Análise Química da Manipueira Indústrial e Caseira.....................................
14
3.3 CONTROLE DE Meloidogyne incognita COM MANIPUEIRA
................................
15
3.3.1 Manutenção de Populações de Meloidogyne incognita Raça 3
...........................
15
7
3.4 CONTROLE IN VITRO de Meloidogyne incognita
RAÇA 3 COM
MANIPUEIRA....................................................................................................
16
3.4.1 Tratamento de Juvenis de Meloidogyne incognita com Diferent
es
Dosagens de Manipueira................................................................
.........................
16
3.4.1.1 Bioteste com juvenis de Meloidogyne incognita tratados com manipueira
.......
17
3.4.2 Dosagem Letal Mínima..................................................................................
17
3.5 CONTROLE DE Meloidogyne incognita
EM TOMATEIRO COM
MANIPUEIRA EM VASOS PREVIAMENTE INFESTADO EM CASA DE
VEGETAÇÃO....................................................................................................
17
3.5.1 Inoculação de Tomateiro com Meloidogyne incognita Raça 3......................
18
3.5.2 Aplicação de Manipueira em Vasos com Plantas de Tomate Parasitadas
por Meloidogyne incognita.................................................................................
18
3.5.3 Avaliação.......................................................................................................
19
3.5.4 Contagem de Nematóides Extraídos de Raízes de Plantas de
Tomate..............................................................................................................
19
3.5.5 Cálculo do Fator de Reprodução...................................................................
20
3.6 APLICAÇÃO DE MANIPUEIRA A CAMPO NO CONTROLE DE
Meloidogyne
incognita............................................................................................................
20
3.6.1 Coleta de Amostras de Solo..........................................................................
21
3.6.2 Extração e quantificação de Meloidogyne incognita......................................
21
3.6.3 Aplicação de Manipueira a Campo................................................................
21
3.6.4 Avaliação do Experimento a Campo ............................................................
22
3.6.5 Variáveis Avaliados em Laboratório.............................................................
22
3.6.5.1 Determinação da massa seca e altura da parte aérea das plantas...........
22
3.6.5.2 Número de galhas e ovos por sistema radicular de plantas de tomate......
22
3.6.5.3 Avaliação de nematóides no solo...............................................................
23
3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA...................................................................................
23
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................
24
4.1. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MANIPUEIRA..................................................
24
4.2 EFEITO DA MANIPUEIRA NA MORTALIDADE DE Meloidogyne incognita
IN VITRO...........................................................................................................
28
8
4.3 EFEITO DA MANIPUEIRA NO CONTROLE DE Meloidogyne incognita
EM
TOMATEIROS PLANTADOS EM SOLO PREVIAMENTE INFESTADO EM
CONDIÇÕES DE CASA DE VEGETAÇÃO.......................................................
31
4.3.1 mero de Galhas.........................................................................................
31
4.3.2Número de Ovos de Meloidogyne incognita
em Raízes de
Tomateiros.........................................................................................................
34
4.3.3 Fator de Reprodução.....................................................................................
36
4.3.4 Altura das Plantas e Comprimento de Raízes de Tomateiros Inoculados
com Meloidogyne incognita em vasos, tratados com manipueira.....................
36
4.4 EFEITO DA MANIPUEIRA NO CONTROLE DE M. incognita A CAMPO........
38
4.4.1 mero de Galhas.........................................................................................
38
4.4.2 Número de Ovos de Meloidogyne incognita
em Raízes de Tomateiro a
Campo Número de Ovos de Meloidogyne incognita
em Raízes em
condições decampo...........................................................................................
4.4.3 Quantificação de J2 de Meloidogyne incognita em 100 cc de solo................
41
42
4.4.4 Altura e Massa Seca da Parte Aérea de Plantas de Tomate em Campo
naturalmente Infestado com Meloidogyne incognita.........................................
43
4.4.5 Massa de Frutos de Tomateiros Plantados em Campo Naturalmente
Infestado com Meloidogyne incognita, Tratado com Manipueira......................
46
5. CONCLUSÕES...................................................................................................
49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................
50
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Manipueira extraída em sistema caseiro..................................9
Figura 2. Fórmula química da linamarina...............................................10
Figura 3.
Teste colorimétrico para a determinação do teor de cianeto em
amostras de manipueira..........................................................15
Figura 4.
Teste de in vitro com dif
erentes dosagens de manipueira em
500 J2 de Meloidogyne incognita........................................... 16
Figura 5. Corte de plantas de tomate após 60 dias da inoculação de
Meloidogyne incógnita............................................................18
Figura 6.
Experimento de campo em sistema protegido para o controle
de Meloidogyne incognita
em tomateiros com diferentes
dosagens de manipueira........................................................ 20
Figura 7. Variação do pH de amostras de
manipueira de fecularia e
caseira em função do tempo de armazenamento em recipiente
hermeticamente fechado.........................................................27
Figura 8.
Tombamento causado pela queima do colo de planta de
tomate devido a aplicação
de manipueira caseira sem diluição.
Fonte: o autor..........................................................................27
Figura 9.
Efeito da manipueira diluída a diferentes concentrações sobre
o nematóide M. incognita raça 3.............................................28
Figura 10.
Efeito da inoculação de J2 de Meloidogyne incognita
raça 3,
previamente tratados in vitro em tomateiro.............................29
Figura 11.
Mortalidade e sobrevivência de nematóides tratados com
nematóides e man
ipueira na determinação da dosagem
mínima letal de manipueira no controle de
Meloidogyne
incognita in vitro......................................................................30
Figura 12.
Número de galhas em raízes de tomateiro tratadas com
manipueira e nematicida a diferentes concentrações.............31
Figura 13. Relação entre número de galhas e doses de manipueira.......32
10
Figura 14. Diferenças entre os tratamentos água (A) e manipueira 50%
(B), quanto ao tamanho das galhas e volume do sistema
radicular de tomateiros inoculados com Meloidogyne
incognita................................................................................33
Figura 15. Relação entre médias de massa de raiz (g) e médias do
número de galhas formadas em raízes de tomateiro
inoculados com Meloidogyne incognita raça 3.....................34
Figura 16.
Número de ovos de Meloidogyne incognita por sistema
radicular em raízes de tomateiro tratados com manipueira..35
Figura 17.
Relação entre médias de ovos produzidos por Meloidogyne
incognita em raízes de tomateiro frente a diferentes doses de
manipueira............................................................................35
Figura 18.
Fator de reprodução de Meloidogyne incognita em plantas de
tomateiro sob diferentes tratamentos....................................36
Figura 19. Altura da parte aérea de plantas de tomate inoculadas com
Meloidogyne incognita sob diferentes doses de
manipueira............................................................................38
Figura 20. Comprimento de raízes de plantas de tomate inoculados com
Meloidogyne incognita sob diferentes doses de
manipueira............................................................................38
Figura 21. Número de galhas em raízes de tomateiro inoculadas com
Meloidogyne incognita em condições de campo..................39
Figura 22. Relação entremero de galhas em raízes de tomateiro
inoculadas e dosagens de manipueira em condições de
campo...................................................................................40
Figura 23.
Número de ovos de Meloidogyne incognita extraídos de
raízes de tomateiro a campo sob diferentes concentrações de
manipueira............................................................................41
Figura 24.
Relação entre número de ovos de Meloidogyne incognita em
raízes de tomateiro tratadas com manipueira.......................42
Figura 25.
Concentração de J
2
de Meloidogyne incognita por 100 cc de
solo antes e após duas aplicações de manipueira no solo..43
11
Figura 26. Médias de altura da parte aérea de plantas de tomate
tratadas com manipueira, em campo naturalmente infestado
com Meloidogyne incognita.................................................44
Figura 27. Médias, mínimas e máximas de temperatura ocorridas de
maio a agosto de 2007, no Oeste Paranaense...................45
Figura 28. Massa seca da parte aérea de plantas de tomate tratadas
com manipueira em campo naturalmente infestado com
Meloidogyne incognita........................................................46
Figura 29. Massa total de todas as repetições dos frutos de tomateiros
em solo naturalmente infestado com Meloidogyne incognita
sob diferentes doses de manipueira..................................45
Figura 30. Frutos de tomateiro tratados com manipueira a diferentes
concentrações, em solo naturalmente infestado com
Meloidogyne incognita........................................................47
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Principais fecularias encontradas no Oeste do Paraná.............................24
Tabela 2. Composição química da manipueira caseira extraída de quatro cultivares
de mandioca e de três fecularias do Oeste Paranaense........................40
13
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
M. = Meloidogyne
cv = Cultivar
J2 = Juvenil segundo estágio
CN
-
= Cianeto livre
HCN = Ácido cianídrico
FR = Fator de reprodução
Pi= População inicial
Pf= população final
NaOCL = Hipoclorito de sódio
DQO = Demanda química de oxigênio
DBO = Demanda biológica de oxigênio
14
RESUMO
A cultura do tomateiro é fortemente afetada por Meloidogyne incognita. As
dificuldades de controle deste nematóide enfatizam a necessidade de obtenção de
métodos alternativos de controle, os quais contribuam para a preservação do meio
ambiente. Manipueira é um resíduo líquido gerado pela indústria da mandioca e
encontrada em grande quantidade no Oeste do Paraná. Objetivou-se com o
presente trabalho estudar a composição química da manipueira produzida na região
Oeste do Paraná, bem como o seu efeito nematicida sobre M. incognita, parasita do
tomateiro nesta região. As análises químicas foram realizadas com manipueira
caseira e industrial. As amostras de manipueira industrial foram coletadas em três
fecularias do Oeste Paranaense e as de manipueira caseira foram extraídas de
quatro cultivares de mandioca brava. As análises químicas revelaram teores
variados de macro e micronutrientes como N, P, K, Ca, Mg, Fe e Mn nas amostras
analisadas. O pH das amostras variou de 6,0 a 6,6, a DBO de 1.600 a 1.986 mg L
-1
e
o teor de CN
-
de 25 a 40 mg L
-1
. A ação nematicida da manipueira sobre M.
incognita foi testada em ensaios in vitro, em vasos em casa de vegetação e a
campo. Ensaios in vitro seguiram o delineamento inteiramente casualizado com 12
repetições. Os tratamentos foram manipueira industrial 100%, e diluições em água a
75%, 50%, 25%, 15%, 10%, 8%, 6%, 4% e 2%, além da testemunha com água e o
nematicida Carbofuran a 50 mg L
-1
. Cada repetição foi constituída por um tubo
eppendorf contendo 1 ml das respectivas soluções e 500 formas infestantes J2 de
M. incognita raça 3. Após 24 h da montagem do experimento, procedeu-se à
contagem de nematóides vivos e mortos e a inoculação em vasos contendo duas
plantas de tomate Santa Cruz Kada para os tratamentos até 25% de diluição. Foram
inoculados 1.500 J2/vaso em quatro repetições. As avaliações em vaso ocorreram
45 dias após a inoculação, tendo-se contado o número total de galhas por sistema
radicular de tomateiro. Os resultados demonstraram que os tratamentos com
manipueira até 10% de diluição foram superiores aos demais, o diferindo
estatisticamente ente si e apresentando 100% de mortalidade in vitro. A suspensão
nematicida mostrou-se superior à testemunha com água. Os ensaios em vasos,
contendo plantas de tomate Sta Cruz Kada, previamente inoculadas com M.
incognita, foram realizados com os tratamentos manipueira a 10%, 25% e 50%, além
da testemunha com água e o nematicida Carbofuran 2 g por vaso. O delineamento
15
experimental utilizado foi inteiramente casualisado com 4 repetições. Foram
analisadas variáveis como altura de plantas, massa seca da parte rea,
comprimento de raízes, número de galhas e de ovos por raiz e o fator de reprodução
(FR) em vasos. Os resultados mostraram que os tratamentos com manipueira foram
superiores aos demais para a maioria das variáveis avaliadas. Os melhores
tratamentos em vaso para o controle de M. incognita foram manipueira a 10 e 25%.
No entanto, manipueira a 50% foi superior aos demais como fonte nutricional. O
ensaio a campo foi realizado no período de maio a agosto de 2007 em área
infestada com M. incognita e cultivada com tomateiro cv. Sta Cruz Kada. O
delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com 4
tratamentos e 4 repetições. As variáveis avaliadas a campo foram altura de plantas,
massa fresca e seca da parte aérea, número galhas e ovos por raiz e peso de frutos
(g). Os melhores tratamentos a campo no controle de M. incognita foram manipueira
a 10 e 25%. O tratamento manipueira 50% foi o mais relevante como fonte
nutricional. Em termos de produtividade a campo, não houve diferença estatística
entre os tratamentos com manipueira, mas sim dos mesmos em relação à
testemunha com água. Os resultados sugerem que em futuros ensaios sejam
intercaladas aplicações de manipueira a 10 ou 25% com manipueira mais
concentrada a 50%, com o objetivo de maximizar o efeito da mesma no controle de
M. incognita em tomateiro.
Palavras-chave: Solanum lycopersicum, nematóide de galhas, manipueira,
controle alternativo.
16
ABSTRACT
Chemical composition of manipueira and its potential in the control of
Meloidogyne incognita on tomato crop at Western Paraná.
The tomato crop is strongly affected by the root Knot nematode Meloidogyne
incognita. This nematode species is widespread in the Western region of Paraná
State, Brazil. The strategies currently adopted on the control of this nematode
emphasize the search for alternative methods specially those that contributes to the
environmental preservation. Manipueira is a waste liquid residue produced by the
cassava industry and found in large amounts at Western Paraná. The aim of this
work was to study the chemical composition of the manipueira produced in Western
Paraná and its nematicide effect on M. incognita, parasite of tomato crop. The
chemical analyses were performed with homemade manipueira and industrial
manipueira. The industrial manipueira were collected from three cassava industries in
the Western Paraná. The homemade manipueira were extracted from four cassava
cultivars. The chemical analysis showed presence of nutrients such as N, P, K, Ca,
Mg, Fe and Mn in different concentrations from samples of different sources. The pH
of the samples ranged from 6.0 to 6.6, DBO from 1.600 to 1.986 mg L
-1
and free
cyanide (CN
-
) from 25 to 40 ppm. The nematicide effect of manipueira on M.
incognita was tested in vitro, in pots and in the field. in vitro tests followed the
completely randomized statistical design with 12 replications. The treatments were
manipueira 100%, and manipueira diluted in water at 75%, 50%, 25%, 15%, 10%,
8%, 6%, 4% and 2%, besides water as the negative control and the nematicide
Carbofuran 50 mg L
-1
as the positive control. Each replication was composed of one
eppendorf containing 1 ml of each solution and 500 second stase juvenile stages
(J2). After 24 hours, the living and dead nematodes were counted and inoculated on
tomato plants cv. Santa Cruz Kada. In total, it was inoculated 1.500 J2/pot in four
replications per treatment. The evaluation 45 days after inoculation was based on
the number of galls formed per tomato. The in vitro tests showed that the manipueira
treatments until 10% dilution had 100% mortality, being statistically different from the
other solutions. The nematicide had a better performance than the negative water
control. The essay developed in pots was carried out with the treatments manipueira
17
10%, 25%, 50%, water control and Carbofuran 2 g per pot. The experimental design
was completely randomized with 4 replications. Tomato plants were inoculated with
5.000 J
2
and rested for 60 days before starting the treatments. After adding the
solutions into the pots the tomato plants were cut at the soil level, being replaced by
new ones. Variables such as plant height, dry mass, root length, number of galls and
eggs per root and the reproduction factor (RF) were analyzed. The results showed
that the manipueira treatments had a better performance than the others considering
the most of features studied. The best treatments from the pot test were manipueira
10 and 25%. However, manipueira 50% was superior to the others as a nutritional
source. The field experiment with tomato plants cv. Santa Cruz Kada,was performed
from May to August 2007 in an area infested with M. incognita. The experimental
design was completely randomized containing 4 treatments and 4 replications. The
assessed variables were plant height, dry and fresh shoot weight, number of galls
and eggs per root and fruit yield (g). The best treatments against M. incognita, in the
field experiment, were manipueira 10 and 25%. The treatment manipueira 50% was
also the most effective in field conditions as a nutritional source. In terms of crop
yield, no statistical difference was detected among the manipueira treatments, which
were statistically different from the water control and the nematicide. The results
suggest that manipueira at 10 or 25% should be alternated with manipueira 50% in
order to maximize its effect on M. incognita.
Key-words: Solanum lycopersicun, root-knot nematodes, manipueira,
alternative control.
18
1 INTRODUÇÃO
A região Oeste do estado do Paraná apresenta uma agricultura intensiva
com destaque para culturas como soja, milho e trigo. No entanto, a produção de
hortaliças nesta região, realizada principalmente por pequenos produtores, encontra-
se em franca expansão.
Dentre as hortaliças cultivadas no Oeste Paranaense, o tomateiro é a que
apresenta os maiores problemas fitopatológicos. Dentre os patógenos que afetam a
cultura do tomateiro nessa região, o nematóide Meloidogyne incognita (Kofoid &
White) Chitwood, 1949 é um dos mais importantes por reduzir a produtividade e
causar perdas econômicas consideráveis. Além disso, essa espécie encontra-se
amplamente disseminada no oeste paranaense, sendo também de difícil controle.
Meloidogyne incognita é um nematóide causador de sintomas variados em
plantas. Na parte aérea é comum sintomas como nanismo e amarelecimento de
folhas, enquanto que em raízes o sintoma mais comumente encontrado é a
formação de galhas. A presença de galhas em raízes dificulta a absorção de água e
nutrientes pelas plantas.
Dentre os métodos de controle recomendados para o controle de M.
incognita, os mais comumente utilizados são a rotação de culturas, o uso de
cultivares resistentes e o químico. A rotação de culturas é um dos métodos mais
eficientes para a redução do nível populacional a campo. No entanto, esse método
nem sempre é aceito pelos produtores por incluir espécies vegetais não
economicamente viáveis. A utilização de resistência genética esbarra na
disponibilidade de cultivares de tomateiro resistentes a M. incognita e adaptados às
condições de cada região. o controle químico é oneroso e causa danos ao meio
ambiente, contribuindo para o surgimento de populações resistentes.
Tendo em vista as dificuldades encontradas no controle de M. incognita em
tomateiro, o estudo de métodos alternativos para aplicação em campos de produção
comercial é de grande importância, para a cultura do tomateiro.
19
A manipueira, resíduo de indústrias de fécula de mandioca, tem sido
utilizada com sucesso no controle de nematóides formadores de galha do gênero
Meloidogyne. Estudos prévios têm mostrado que Meloidogyne incognita e M.
javanica, espécies amplamente disseminadas no Brasil, podem ser controlados com
aplicação de manipueira diluída em água a 50%.
A ação nematicida da manipueira se deve aos glicosídeos cianogênicos
presentes em sua composição química, particularmente linamarina, que quando
hidrolisada libera o gás cianeto, tóxico às mais variadas formas de vida.
Uma das vantagens da utilização de manipueira em agricultura é que a
mesma é gerada em grande quantidade, um mínimo de 250 L por tonelada de
mandioca processada, o que viabiliza a sua aplicação em campos de produção
comercial em pequena ou larga escala.
Considerando o exposto acima, objetivou-se com o presente estudo
comparar a composição química da manipueira extraída de diferentes cultivares de
mandioca adaptadas à região Oeste do Paraná, com a manipueira produzida nas
fecularias desta região. Objetivou-se ainda estudar o efeito nematicida da
manipueira industrial do Oeste Paranaense, no controle do nematóide M. incognita,
parasito do tomateiro nesta região.
20
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 A CULTURA DO TOMATEIRO
O tomateiro (Solanum lycopersicum L.) é uma planta pertencente à família
das solanáceas, tendo como centro de origem o continente Americano (FILGUEIRA,
2000).
O tomate é uma das hortaliças mais consumidas no mundo, sendo
comercializado tanto para mesa quanto para indústria (FREITAS et al., 2001). O
Brasil contribui com 3% da produção mundial de tomate, a qual é liderada pela
China e Estados Unidos (CONAB, 2007). Dentre os estados produtores de tomate
no Brasil, o Paraná ocupa a sexta posição com 6,2% da produção nacional
(DERAL/IBGE, 2007).
São muitos os fatores limitantes à produção de tomate no Brasil, com
destaque para as doenças causadas por nematóides (SILVA et al., 2004). Até então
foram relatadas 43 espécies de fitonematóides associadas à cultura do tomate no
Brasil (CAMPOS, 2000).
Nematóides do gênero Meloidogyne Goeldi, 1887 ocasionam danos à
produção de tomate que variam de 28,7 a 85,0% (LORDELLO, 1981; FERRAZ &
CHURATA-MASCA, 1983).
2.2 NEMATÓIDES
Os nematóides são os animais multicelulares mais numerosos da terra,
sendo encontrados nos mais diferentes habitats, de desertos a oceanos e regiões
quentes a frias (CUNHA, 2002).
Grande parte dos nematóides é de vida livre. No entanto, espécies parasitas
de plantas são freqüentemente encontradas infectando principalmente órgãos
subterrâneos (FERRAZ & MONTEIRO, 2005).
21
Os nematóides fitoparasitos causam enorme prejuízo à agricultura pela
redução na produtividade e qualidade dos produtos, além de limitar a aptidão
agrícola dos solos e aumentar os custos de produção (BARCELOS, 1997).
Mundialmente o estimadas perdas na agricultura da ordem de US$ 100 bilhões
anuais devido ao ataque de nematóides (TIHOHOD, 1993).
A contaminação de áreas agrícolas por nematóides, bem como a sua
disseminação para novas áreas, ocorre principalmente por água de irrigação ou de
chuva, por solo aderido a máquinas agrícolas e por material propagativo infectado
como mudas e sementes (AGRIOS, 1997).
A busca de novas alternativas no controle de fitonematóides em substituição
aos nematicidas convencionais constitui-se uma preocupação mundial (SILVA et al.,
2002). Diversas substâncias naturais, obtidas de diferentes espécies vegetais e
apresentando propriedades nematicidas ou nematostáticas, têm sido isoladas e
caracterizadas quimicamente, sendo que algumas têm se mostrado promissoras
para aplicação a campo (GOMMERS, 1981).
Franzener et al. (2007) testaram o efeito do extrato aquoso de folhas, flores
e raízes de Tagetes patula L. no controle de M. incognita em ensaios in vitro e em
vasos. Os resultados indicaram que o extrato aquoso de flores em aplicações
semanais apresentou potencial para o controle desse nematóide.
Coimbra et al. (2006), avaliaram o efeito nematicida de extratos aquosos de
bulbilhos de alho (Allium sativum L.), folhas de mandioca (Manihot esculenta Crantz),
folhas e sementes de mamão (Carica papaya L.), folhas de hortelã (Mentha piperita
L.) e casca de gliricídia (Gliricidia sepium (Jacq.) Steud.) sobre Scutellonema bradys
(Steiner & Lehew) Andrassy, agente causal da casca-preta do inhame (Dioscorea
cayennensis Lam.). Os autores verificaram que todos os extratos vegetais inibiram a
mobilidade e causaram a morte do nematóide. Os tratamentos mais eficientes foram
extratos de sementes e folhas de mamoeiro e de bulbilhos de alho.
Bitencourt (1999) avaliou o efeito in vitro do extrato aquoso de 15 espécies
vegetais sobre ovos de Meloidogyne javanica (Treub) Chitwood, 1949, concluindo
que extratos de Datura sp., Datura stramonium L. e Tabets erecta L. foram os mais
eficientes.
22
2.2.1 Gênero Meloidogyne
Dentre os nematóides fitoparasitas, os pertencentes aos gêneros
Meloidogyne Goeldi e Heterodera Ichinohe são os que apresentam o mais alto grau
de evolução em termos de parasitismo. No geral, Meloidogyne spp. induzem a
formação de galhas no sistema radicular das plantas parasitadas, causando redução
na absorção de água e nutrientes (Moura, 1997).
Sintomas reflexos também podem ser observados na parte aérea das
plantas como folha carijó, amarelecimento e queda precoce de folhas, além do
abortamento de flores e frutos (ASMUS, 2001).
Dentro do ciclo de vida de Meloidogyne, apenas as fases de ovo, J2 e macho
adulto ocorrem fora da planta hospedeira, sendo que o J2 é o responsável pela
infecção primária das raízes. Uma vez no interior das raízes, os J2 migram
intercelularmente até atingirem as células parenquimáticas do cilindro central da raiz,
induzindo a formão de sítios de alimentação denominados de células gigantes.
Nos sítios de alimentação os J
2
passam por mais três ecdises que levam à formação
de machos ou fêmeas. Os machos são raros que a reprodução na maioria das
espécies desse gênero é partenogenética. As fêmeas, produzem até 500 ovos, os
quais são liberados juntamente com uma matriz gelatinosa na superfície ou nos
tecidos da raiz sob a forma de massa e ovos.. O ciclo completo de Meloidogyne spp.
varia de 28 a 35 dias, dependendo das condições ambientais (FERRAZ, 2001).
Dentre as espécies pertencentes ao gênero Meloidogyne, M. incognita
(Kofoid & White) Chitwood 1949, ocorre com maior freqüência em regiões de solo
arenoso, em São Paulo e no Paraná, bem como em pequenas áreas do Sul de
Minas Gerais. Devido ao hábito polífago desse nematóide, mais de 1.000 espécies
de plantas foram catalogadas como hospedeiras (GODOY et al., 2005). No Oeste
do Paraná essa espécie já foi relatada em 13 municípios como parasita da cultura da
soja (FRANZENER, et al., 2005) e café (PORTZ et al., 2006).
O tomateiro apresenta elevada suscetibilidade a nematóides formadores de
galha, sendo parasitado principalmente por M. javanica e M. incognita (CAMPOS et
al., 2001).
23
2.2.2 Controle de Nematóides
São vários os métodos existentes e que podem ser empregados no controle
de nematóides fitoparasitas. No entanto, os mais freqüentemente adotados na
agricultura mundial são a rotação de culturas e a resistência genética, ambos de
baixo custo e efetivos no controle de nematóides.
A resistência genética possibilita ao agricultor manter a cultura de interesse
por anos consecutivos, mesmo em áreas infestadas com nematóides de galha.
Porém, cultivares resistentes nem sempre estão disponíveis no mercado.
A rotação de culturas, apesar de ser um método de controle efetivo, nem
sempre é empregada pelo agricultor, pois implica em mudança da cultura a ser
plantada, o que muitas vezes interfere no retorno econômico.
O controle de nematóides pode ser feito também com a utilização de plantas
antagônicas. Dentre as plantas antagônicas, há aquelas que liberam exsudatos
radiculares com propriedades nematicidas ou nematostáticas no solo e aquelas que
atuam após a penetração do parasita nas raízes, não permitindo que o mesmo
complete o seu ciclo de vida ou reduzindo-lhe a capacidade reprodutiva (MACIEL &
FERRAZ, 1996).
O controle químico de fitonematóides é realizado através da aplicação de
nematicidas, moléculas químicas altamente tóxicas, em geral de elevado poder
residual, e amplo espectro de ação. Essas moléculas podem causar a contaminação
de lençóis freáticos, do solo e de alimentos, representando um grande risco para o
meio ambiente. Por essas razões, os nematicidas vêm sofrendo grandes restrições
de uso em muitos países, tornando-se atrativo o desenvolvimento de métodos
alternativos de controle a fitonematóides (FERRAZ & VALLE, 2001).
2.3 A AGROINDÚSTRIA DA MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz)
2.3.1 A Mandiocultura no Brasil
A mandioca caracteriza-se por ser uma planta de fácil propagação, tolerante
a diferentes condições edafoclimáticas e a solos com baixa fertilidade, motivo pelo
24
qual é amplamente cultivada por pequenos produtores (PLUMBLY & RICKARD,
1991).
A mandioca é uma planta arbustiva de raiz tuberosa, chegando a atingir 3 m
de altura e produzindo de seis a oito raízes por planta com massa média de 600
gramas. Seu ciclo vegetativo pode atingir de um a dois anos (DALLAQUA & CORAL,
2002). No Brasil, mais de quatro mil variedades de mandioca catalogadas,
demonstrando a grande variabilidade genética existente (AMARAL et al., 2007).
A mandioca pode ser industrializada para a produção de farinha, fécula
(polvilho doce ou azedo) e outros amidos modificados, além de ser comercializada
para consumo in natura ou empregada na alimentação animal (CEREDA, 2001).
Quando cultivada, a mandioca absorve grandes quantidades de nutrientes
do solo, sendo necessários 123 kg de N, 27 kg de P, 146 kg de K
+
, 46 kg de Ca
++
e
20 kg de Mg
++
para a produção de uma tonelada de raízes mais parte aérea
(CAIRES & CARDOSO, 2003).
O Paraná é o terceiro maior produtor brasileiro de mandioca, ficando atrás
somente dos estados do Pará e Bahia (IBGE, 2007). Nesse estado, a região Oeste
apresenta-se como importante pólo mandiocultor, contendo cerca de 15 indústrias
de fécula de mandioca distribuídas em diferentes municípios (Tabela 1). Além disso,
a região Oeste do Paraná é formada por mais de 90% de pequenas propriedades
agrícolas, sendo a mandioca uma cultura sempre presente em todas as áreas de
cultivo (CAIRES & CARDOSO, 2003).
25
Tabela 1 – Principais fecularias da região Oeste do Paraná.
Empresa Município Produto
Avebe Guaíra/PR Amido
Cassava Entre Rios do Oeste/PR Amido
Cassava Maripá/PR Amido
Cooperativa Agroindustrial Lar Missal/PR Amido
Empresa Amidonaria
Navegantes – C-Vale
Assis Chateaubriand/PR Amido
Fecularia Horizonte Marechal Cândido Rondon Amido/Fécula
Fecularia Letícia Santa Helena/PR Fécula
Fecularia São Carlos Santa Helena/PR Fécula
Fecularia Horizonte LS do Brasil Pato Bragado/PR Amido/Fécula
MCR Alimentos Mercedes/PR Amido
Nossa Senhora de Lurdes Santa Helena/PR Amido
Pilão Amidos Guaíra/PR Amido/Fécula
Poliamidos - Fecularia Assis Guaíra/PR Amido/Fécula
Fecularia Subida Nova Santa Rosa/PR Fecularia
Zadimel Toledo/PR Amido/Fécula
2.3.2 MANIPUEIRA
O processamento de raízes de mandioca para fins industriais gera grande
quantidade de casca e água residual ou manipueira, além de farelo ou massa
(TAKAHASHI, 1987).
A manipueira é um líquido de aspecto leitoso e cor amarelo–claro (Figura 1),
possuindo um odor ácido forte (PONTE, 2001).
Durante o processo industrial, a mandioca é fracionada em pedaços
pequenos e posteriormente ralada, fazendo com que os glicosídeos cianogênicos,
encontrados no interior das lulas, sejam liberados na suspensão e hidrolisados. A
reação de hidrólise tem como produto final à formação de cianeto e ácido cianídrico,
os quais passam a fazer parte do líquido residual das fecularias. A água residual
26
formada é armazenada em tanques de decantação antes da sua liberação em fontes
de água natural (AMARAL et al., 2007).
Figura 1
. Manipueira extraída em sistema caseiro.
Fonte: Agrofloresta.net –2007.
Os problemas ambientais causados pela disposição inadequada de
manipueira estão relacionados à sua composição química e ao grande volume de
resíduo líquido gerado (CEREDA, 2001). A toxidez por cianeto para peixes foi
estimada em 0,025 mg L
-1
, sendo que os limites estabelecidos em água para
consumo humano são de 0,01 mg L
-1
, expressos em CN
-
(FIORETTO, 2001). Em
manipueira de fecularias foram encontrados teores de CN
-
de 27 a 42 mg L
-1
(PONTE, 2001; CEREDA, 2001).
Um outro fator de contaminação ambiental é a Demanda Química de
Oxigênio (DQO) e a Demanda Biológica de Oxigênio (DBO) de resíduos liberados
em fontes de água. O valor médio da DBO encontrada em manipueira varia de
14.000 mg L
-1
a34.000 mg L
-1
(FIORETTO, 1987). Quando se compara a DBO de
dejetos orgânicos gerados pela agroindústria da mandioca, com a contribuição
normal “per capita” de esgotos domésticos, uma fecularia que processe
individualmente uma tonelada de raízes por dia equivale à poluição ocasionada por
150 a 250 hab/dia (CEREDA, 2001).
27
2.3.2.1 Composição Química
A composição química da manipueira é variável, dependendo de fatores
como variedade de mandioca processada e das condições edafo-climáticas do local
onde foi cultivada (FIORETTO, 2001). Dados da literatura são bastante
contrastantes no que se refere à composição química desse resíduo (CAGNON et
al., 2002).
No geral, a manipueira é composta por teores variados de macro e
micronutrientes e glicosídeos cianogênicos (FIORETTO, 1994). Segundo Cereda &
Fioretto (1981), foram detectados em manipueira teores de sforo de 219 mg L
-1
,
potássio 1.675 mg L
-1
, cálcio 225 mg L
-1
e magnésio 366 mg L
-1
, além de
micronutrientes essenciais, viabilizando a sua utilização como fonte nutricional às
plantas.
Os glicosídeos cianogênicos têm efeito sobre diferentes tipos de
microorganismos, incluindo os nematóides (Ponte, 2001). Como exemplo de
glicosídeos pode-se citar a lotaustralina, o β-glicosídeo de acetonacianidrina, a
linamarina e o β-glicosídeo de etil-metil-cetona-cianidrina, detes a linamarina é a
mais abundante (92 a 98%) (Figura 2) (CUZIN & LABAT, 1992).
Figura 2.
Fórmula química da linamarina. Fonte: Cereda & Mattos (1996).
A hidrólise de glicosídeos (açúcares) é conhecida como cianogênese. A
cianogênese é ativada pela ação de enzimas conhecidas como β-glicosidases, com
destaque para a linamarase que realiza a hidrólise da linamarina (PANTAROTO &
CEREDA, 2001).
28
O processo de cianogênese leva à formão de glicose e α-hidroxinitrila,
esta última transformando-se em ácido cianídrico (HCN) e CN
-
pela ação da enzima
hidroxinitrila liase em pH 5,0 a 6,0 e temperatura de 25 a 30
o
C (PANTAROTO &
CEREDA, 2001).
A função biológica mais atribuída à cianogênese em plantas é a de proteção
contra animais e microroganismos, pois as substâncias xicas (HCN e CN
-
) são
formadas somente após a ocorrência de injúrias em tecidos vegetais (KAKES, 1990;
NAHRSTEDT, 1985). No entanto, a presença constitutiva de glicosídeos
cianogênicos em plantas pode estar relacionada com o metabolismo de nitrogênio,
sendo estes responsáveis pela armazenagem de nitrogênio em sua forma reduzida
(SELMAR et al., 1990).
O cianeto livre (CN
-
) e o ácido cianídrico (HCN) são os constituintes tóxicos
da manipueira. O cianeto é uma das substâncias mais letais já descobertas, atuando
nas lulas nervosas individualmente ou reagindo com a hemoglobina dos glóbulos
vermelhos e formando a cianohemoglobina, a qual paralisa a cadeia respiratória. A
nível bioquímico o cianeto reage com metais pesados e grupos funcionais ou
ligantes de muitas enzimas (MCMAHON et al., 1995). o ácido cianídrico interfere
nas atividades enzimáticas em geral (FIORETTO & BRINHOLI, 1985).
A concentração de glicosídeos cianogênicos e ácido cianídrico varia de
acordo com a idade das plantas, variedade cultivada, com o tipo de tecido vegetal e
fatores ambientais como clima, solo, umidade e temperatura (CEREDA, 2001).
Cultivares com teor de ácido cianídrico inferior a 50 mg de HCN Kg
-1
são
consideradas mansas, sendo que aquelas com teores acima de 50 e abaixo de 100
mg de HCN Kg
-1
são tidas como
moderadas. As cultivares bravas apresentam teores
acima de 100 mg de HCN Kg
-1
(CARVALHO, 1992).
2.3.2.2 Utilização de manipueira no controle de fitopatógenos
A utilização da manipueira como fungicida foi testada por Freire (2001) no
controle de oídio em frutos de cerigüeleira. O efeito da manipueira sobre as
estruturas do patógeno foi comprovado pela visualização em microscópio ótico de
conídios e conidióforos deformados, indicando a ocorrência de uma forte ação
plasmolítica.
29
Testes com manipueira objetivando o controle de nematóides no Brasil,
particularmente M. incognita e M. javanica, m sido realizados com sucesso
(PONTE & FRANCO, 1981; PONTE et al., 1987; SENA & PONTE, 1992; PONTE et
al., 1996).
Almeida et al. (2007), avaliaram o efeito de manipueira na germinação de
túberas de inhame infectadas com Scutellonema bradys, tratadas em diferentes
períodos de imersão. Apesar do controle do nematóide em todos os tratamentos,
houve efeito fitotóxico às beras tratadas com manipueira em diferentes
concentrações, as quais apresentaram um índice de germinação reduzido.
Nasu et al. (2007) em estudo preliminar, testaram manipueira de fecularia no
controle de Meloidogyne incognita in vitro, nas concentrações 25%, 50%, 75% e
100%, alcançando 100% de mortalidade para todos os tratamentos. Ensaio similar
foi realizado por Grabowski et al. (2007) no controle do nematóide Tubixaba tuxaua
in vitro com 100% de controle, tendo utilizado as mesmas concentrações citadas por
Nasu et al. (2007).
No caso específico da manipueira, fatores como dosagens a serem
aplicadas e seus efeitos sobre diferentes patossistemas, bem como a estimativa da
concentração mínima letal de cianeto a nematóides e microrganismos ainda não
foram determinados (GRABOWSKI, 2007).
30
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1.COLETA E EXTRAÇÃO DE MANIPUEIRA
Para este estudo foram utilizadas sete amostras de manipueira, sendo três
industriais e quatro caseiras. A manipueira industrial foi coletada nas seguintes
fecularias: Fecularia Horizonte, localizada no distrito de Novo Três Passos, município
de Marechal Cândido Rondon/PR, MCR-Alimentos, localizada no município de
Mercedes/PR e C-Vale, localizada no município de Assis Chateaubriand/PR.
As outras quatro amostras de manipueira foram extraídas manualmente de
raízes de mandioca das cultivares Olho Junto, Bananinha, Fécula Branca e IAPAR
5017 obtidos na estação experimental da ATIMOP (Associação Técnica das
Indústrias de Mandioca do Paraná), localizada no distrito de Porto Mendes, em
Marechal Cândido Rondon/PR.
A coleta de manipueira industrial foi realizada antes da liberação da mesma
em lagoas de decantação. A extração de manipueira caseira foi realizada no
Laboratório de Nematologia da Unioeste, Campus de Marechal Cândido Rondon/PR.
Para tal, as raízes de mandioca foram lavadas, descascadas, raladas e, em seguida,
prensadas. A manipueira extraída foi deixada em repouso por 10 minutos para a
decantação do amido e resíduos sólidos presentes (FERREIRA et al., 2001). As
amostras coletadas foram armazenadas e acondicionadas em recipientes plásticos
hermeticamente fechados.
31
3.2 ANÁLISE QUÍMICA DA MANIPUEIRA
3.2.1 Análise Química da Manipueira Industrial e Caseira
Uma vez coletadas, as amostras de manipueira foram encaminhadas ao
Laboratório de Química Agrícola e Ambiental da Unioeste para análise de macro e
micronutrientes e demanda química de oxigênio (DQO). Os valores de pH e
estimativa dos teores de cianeto foram obtidos logo após a coleta das amostras.
Para a determinação da concentração de nutrientes nas amostras de
manipueira, seguiu-se a metodologia empregada por Tedesco et al. (1995) com
digestão nitro-perclórica para potássio, cálcio, magnésio, manganês e ferro. O
nitrogênio foi determinado pelo método de destilação Kjeldahl, enquanto o fósforo foi
determinado por espectroscopia UV-Visível, com comprimento de onda de 630 nm,
segundo o Método Metavanadato de amônio. As leituras foram realizadas por
espectrometria de absorção atômica, modalidade chama.
Os teores de cianeto foram estimados pelo teste colorimétrico Microquant
(Merck) (Figura 3), com sensibilidade para a detecção de até 5 mg L
-1
de cianeto
livre (CN
-
) em água. Foram utilizadas alíquotas de 6 mL de manipueira diluída 1:200
em água para a leitura dos valores de cianeto (mg L
-1
) de cada amostra analisada. A
coloração formada em cada reação foi comparada com um padrão previamente
estabelecido pelo fabricante. A determinação da DQO foi realizada de acordo com a
metodologia proposta por Silva (1998).
32
Figura 3
Teste colorimétrico para a determinação da concentração de cianeto em
amostras de manipueira. Fonte: o autor
3.3 CONTROLE DE Meloidogyne incognita COM MANIPUEIRA
A manipueira utilizada para os testes in vitro, em vasos e a campo, no
controle de M. incognita, foi coletada da Fecularia Horizonte (Tabela 1). A
manipueira coletada foi depositada em recipientes de plástico hermeticamente
fechados, com capacidade para 2 L, tendo sido imediatamente utilizada ou, se
necessário, mantida a 4
o
C por 24 a 48 h. O teor de cianeto das amostras foi
estimado antes do início de cada experimento, tendo-se detectado um mínimo de 25
e um máximo de 40 mg L
-1
de CN
-
.
3.3.1 Manutenção de populações de Meloidogyne incognita raça 3
Para os ensaios in vitro e vaso foram utilizadas misturas de populações
monoespecíficas de M. incognita raça 3 do Oeste do Paraná, previamente
estabelecidas por PIRES (2007). As populações foram mantidas em vasos contendo
plantas de tomate Santa Cruz Kada a temperatura ambiente.
33
3.4 CONTROLE IN VITRO DE Meloidogyne incognita raça 3 COM MANIPUEIRA
3.4.1 Tratamento de Juvenis de Meloidogyne incognita com Diferentes Dosagens de
Manipueira
Os ensaios in vitro foram conduzidos no Laboratório de Nematologia da
Unioeste, seguindo-se o delineamento inteiramente casualisado com seis
tratamentos e doze repetições. Os tratamentos utilizados foram manipueira diluída
em água a 25%, 50%, 75% e 100%, além de água destilada (testemunha positiva) e
o nematicida Carbofuran a 50 mg i.a. L
-1
(testemunha negativa).
Os testes foram realizados em eppendorf contendo 1 mL de solução e 500
nematóides juvenis (J2) por repetição (Figura 4). Os eppendorfs foram deixados a
temperatura ambiente por 24 h. Ao todo foram avaliados 6.000 nematóides por
tratamento. Após as 24 h, procedeu-se à contagem de nematóides vivos e mortos.
Foram considerados vivos aqueles nematóides que apresentaram mobilidade natural
e mantiveram a sua forma original e mortos àqueles imóveis, deformados ou que
apresentavam aspecto incomum.
Figura 4
. Teste
in vitro
com diferentes dosagens de manipueira em 500 J2 de
Meloidogyne incognita.
Fonte: o autor
34
3.4.1.1 Bioteste com juvenis de Meloidogyne incognita tratados com manipueira
O bioteste foi realizado com o objetivo de se avaliar a capacidade infectiva
dos J
2
tratados previamente in vitro com manipueira. Após a avaliação in vitro, as
doze repetições de cada tratamento foram agrupadas, formando apenas 4
repetições por tratamento. Sendo assim, o conteúdo de três eppendorfs, ou seja,
1.500 J2, foi transferido para vasos individuais contendo uma planta de tomate Santa
Cruz Kada com quatro folhas definitivas.
As avaliações em vasos ocorreram aos 45 dias após a inoculação, tendo-se
avaliado o número total de galhas. A contagem do número de galhas foi realizada
utilizando-se um microscópio esteroscópio com fonte de luz acessória. Os dados
obtidos para número de galhas foram transformados para (X+1).
3.4.2 Dosagem Letal Mínima
Os ensaios com vistas à determinação da dosagem letal mínima de
manipueira foram conduzidos no Laboratório de Nematologia da Unioeste, tendo-se
utilizado o delineamento experimental inteiramente casualisado com oito tratamentos
e quatro repetições. Os tratamentos foram, manipueira diluída em água a 2%, 4%,
6%, 8%, 10% e 15%, além de água destilada (testemunha positiva) e o nematicida
Carbofuran a 50 mg i.a. L
-1
(testemunha negativa). Os testes foram realizados
conforme o item 3.3.1. Neste ensaio não houve inoculação em vasos.
3.5 CONTROLE DE Meloidogyne incognita EM TOMATEIRO COM MANIPUEIRA
EM VASOS PREVIAMENTE INFESTADOS EM CASA-DE-VEGETAÇÃO
Os experimentos com inoculação prévia de M. incognita foram conduzidos
em casa-de-vegetação com temperatura de 25
o
C, seguindo-se o delineamento
experimental inteiramente casualisado com cinco repetições por tratamento.
35
3.5.1 Inoculação de Tomateiro com Meloidogyne incognita raça 3
Tomate Santa Cruz Kada foi semeado em bandejas com substrato estéril.
Plantas com duas folhas definitivas foram transplantadas para vasos de polietileno
com capacidade para 1,5 Kg de substrato
solo e areia estéril na proporção 1:1,
contendo solo previamente esterilizado com Brometo de Metila. Foram transferidos
5000 ovos e juvenis de M. incognita raça 3 para cada vaso contendo uma planta de
tomate com duas folhas definitivas. Os vasos infestados foram mantidos em casa-
de-vegetação por sessenta dias para a multiplicação de M. incognita.
3.5.2 Aplicação de Manipueira em Vasos com Plantas de Tomate Parasitadas por
Meloidogyne incognita
Ao final dos sessenta dias da inoculação, a parte aérea das plantas de
tomate foi cortada (Figura 5), deixando-se apenas as raízes infectadas no solo. Em
seguida, os vasos receberam os tratamentos com manipueira diluída em água a
10%, 25% e 50%, além de água destilada (testemunha positiva) e o nematicida
Carbofuran 2g por vaso (testemunha negativa). Incorporou-se um total de 200 mL de
líquido por vaso.
Figura 5
. Corte de plantas de tomate após 60 dias da inoculação com
Meloidogyne
incognita
Fonte: o autor.
36
Após o corte da parte aérea das plantas e aplicação dos tratamentos, os
vasos permaneceram em repouso por quatro dias com o posterior transplantio de
uma planta de tomate Santa Cruz Kada para cada vaso.
3.5.3 Avaliação
Sessenta dias após o transplantio de plantas de tomate para os vasos
tratados, os tomateiros foram extraídos e analisados quanto as seguintes variáveis:
altura da parte aérea, comprimento de raiz, massa fresca da parte aérea e contagem
do número total de galhas, do número de ovos por sistema radicular e fator de
reprodução. A contagem do mero de galhas foi realizada utilizando-se um
microscópio esteroscópio com fonte de luz acessória e o número de ovos estimado
em microscópio ótico com o auxílio de uma lâmina de Peters.
3.5.4 Contagem de Nematóides Extraídos de Raízes de Plantas de Tomate
Raízes de tomateiro foram seccionadas em pedaços pequenos e trituradas
em solução de hipoclorito de sódio (NaOCI) a 0,5% em liquidificador a baixa rotação
por 30 segundos. O produto da trituração foi passado em um conjunto de peneiras
de 48 e 400 Mesh. O conteúdo da peneira de 400 Mesh foi depositado em tubos de
centrífuga e centrifugado a 3000 rpm/5 minutos e o sobrenadante descartado.
Solução de sacarose 1,15 g L
-1
foi adicionada aos tubos e a suspensão
homogeneizada. Os tubos foram então centrifugados a 2000 rpm/1 minuto e o
sobrenadante passado em peneira de 400 Mesh sendo recolhido em béquer para
contagem de juvenis e ovos. O volume do béquer foi ajustado para 100 mL, sendo o
número de ovos e J2 quantificados em lâmina de Peters com o auxílio de um
microscópio ótico. Os dados obtidos para número de galhas e ovos foram
transformados para (X+1).
37
3.5.5 Cálculo do Fator de Reprodução
O fator de reprodução em vasos foi calculado pela fórmula: FR= Pf/Pi, onde
Pf (população final) e Pi (população inicial).
3.6 APLICAÇÃO DE MANIPUEIRA A CAMPO NO CONTROLE DE Meloidogyne
incognita
O experimento a campo foi conduzido em uma área de produção comercial
de tomate, cultivado em sistema protegido e infestada com M. incognita. A área
experimental utilizada localiza-se entre os distritos de Novo Horizonte e Bela Vista
município de Marechal Cândido Rondon, Oeste do Paraná. O ensaio foi realizado no
período de maio a setembro de 2007.
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualisado com
quatro tratamentos e 3 repetições, com 6 plantas/parcela da cv. Santa Cruz Kada.
Os tratamentos foram manipueira diluída em água a 10%, 25% e 50% e testemunha
positiva água. O tratamento nematicida o foi utilizado por se tratar de produtor
orgânico.
A unidade experimental abrangeu uma área de 3 X 6 m (18 m
2
) com
parcelas distribuídas ao acaso e espaçamento entre plantas de 30 X 80 cm (Figura
6).
Figura 6.
Experimento de campo em sistema protegido para o controle de
Meloidogyne
incognita
em tomateiros com diferentes dosagens de manipueira. Fonte: o autor.
38
3.6.1 Coleta de Amostras de Solo
Por ocasião da implantação do experimento (maio de 2007) foram coletadas
amostras de solo em três diferentes pontos de cada uma das parcelas, com o
objetivo de quantificar a população de M. incognita presente no solo. Este
procedimento foi repetido em setembro de 2007 por ocasião da avaliação final.
3.6.2 Extração e Quantificação de Meloidogyne incognita
Amostras de 100 cc de solo foram homogeneizadas com água em recipiente
plástico com capacidade para 10 L. A suspensão foi passada em um conjunto de
peneiras de 48 sobre 400 mesh e o conteúdo da peneira de 400 recolhido em
béquer com o auxílio de um pissete com água. O conteúdo do béquer foi depositado
em tubos de centrífuga, centrifugado a 3.000 rpm/5min. e o quido sobrenadante
descartado. Após, o precipitado foi homogeneizado em solução de sacarose
(densidade 1,15), centrifugado a 2.000 rpm/1 min. e o sobrenadante passado em
peneira de 400 mesh, sendo posteriormente recolhido em béquer com o auxílio de
um pissete com água. O volume do béquer foi ajustado para 100 mL e os J2
estimados
em 1 mL da suspensão por contagem em lâmina de Peters com o auxílio
de um microscópio ótico.
3.6.3 Aplicação de Manipueira a Campo
Foram aplicados 4L m
-2
de solução líquida (manipueira diluída em água e
água) por repetição, de acordo com Franco et al. (1990). Sete dias após a primeira
aplicação foi realizado o transplantio das mudas de tomate contendo cinco folhas
definitivas. Foram realizadas duas aplicações de manipueira a campo, sendo a
segunda 30 dias após a primeira.
39
3.6.4 Avaliação do Experimento a Campo
A avaliação a campo foi iniciada por ocasião da colheita, tendo sido
realizadas quatro colheitas semanais ao longo do ciclo da cultura do tomateiro. Após
cada colheita foi computado o número total de frutos e a prodão em gramas por
planta.
Ao final da quarta e última colheita, além da contagem e pesagem dos
frutos, foram avaliados as seguintes variáveis: altura da parte aérea das plantas,
massa seca da parte aérea, número total de galhas por sistema radicular e número
de ovos por sistema radicular.
3.6.5 Variáveis Avaliadas em Laboratório
3.6.5.1 Determinação da altura e massa seca de plantas
O sistema radicular e a parte aérea das plantas de tomate foram coletados e
encaminhados ao Laboratório de Nematologia da Unioeste. Para o comprimento da
parte aérea foram consideradas medidas a partir da região do colo das plantas. Para
dados de massa seca, a parte aérea das plantas foi depositada em estufa a 60
o
C
até massa constante com posterior pesagem em balança analítica.
3.6.5.2 Número de galhas e ovos por sistema radicular de plantas de tomate
O número total de galhas por raiz de tomateiro foi obtido pela contagem em
microscópio estereoscópio com luz acessória. Para a estimativa do número de ovos
por sistema radicular, utilizou-se a mesma metodologia adotada no item 3.4.4.
40
3.6.5.3 Avaliação de nematóides do solo
A extração de J2 de M. incognita presentes em amostras de solo foi
realizada de acordo com o item 3.6.2. A quantificação dos J
2
presentes nas
amostras foi realizada emmina de Peters.
3.7 ANALISE ESTATÍSTICA
O programa SISVAR foi utilizado para as análises estatísticas. Os dados
obtidos foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey a 5% de
probabilidade. Ensaios envolvendo dosagens foram submetidos a análises de
correlação e regressão.
41
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MANIPUEIRA
Os teores de macro e micronutrientes, além de valores de pH, cianeto livre
(CN
-
) e DBO, variaram de acordo com a amostra analisada. Foram detectadas
diferentes concentrações de nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca) e
magnésio (Mg), além dos micronutrientes ferro (Fe) e manganês (Mn) (Tabela 2).
Dados da literatura apontam para variações nas concentrações de macro e
micronutrientes em manipueira de diferentes fontes (FIORETO & BRINHOLI, 1985;
FIORETTO, 2001).
Na manipueira caseira, os macro e micronutrientes detectados em ordem
decrescente de concentração foram potássio, cálcio, magnésio, nitrogênio, fósforo,
ferro e manganês. Na manipueira de fecularias, em ordem decrescente de
concentração, foram detectados cálcio, nitrogênio, magnésio, potássio, fósforo, ferro
e manganês (Tabela 2).
Leonel & Cereda (1995) detectaram em manipueira de fecularia, em ordem
decrescente de concentração, os macronutrientes K, N, P, Mg, Ca e S, além dos
micronutrientes Fe, Mn, Zn e Cu.
Com exceção de N e F, a manipueira coletada em fecularias apresentou
menores teores de macro e micronutrientes que a manipueira caseira. Segundo
Pantaroto & Cereda (2001), lavagens sucessivas durante o processamento da
mandioca em sistema industrial, aliada à mistura de raízes de diferentes cultivares e
de origens distintas, favorecem as constantes oscilações nos teores de nutrientes
encontrados na manipueira de indústria.
Alguns macro e micronutrientes apresentaram grandes diferenças de
concentração entre cultivares. Como exemplo pode-se citar o teor de fósforo da
cultivar IAPAR 501 (90 mg L
-1
), o qual foi inferior ao detectado para a cultivar Olho
Junto (380 mg L
-1
) (Tabela 2).
42
Tabela 2. Composão química de manipueira caseira extraída de quatro cultivares de mandioca e de três fecularias do Oeste
Paranaense.
*Não detectado
**Fecularia 1: Fecularia Horizonte Fecularia 2: MCR - Alimentos Fecularia 3: C - Vale
CASEIRA INDUSTRIAL
Elemento Unidade Olho junto Bananinha Fécula branca
IAPAR 501 Fecularia 1** Fecularia 2
Fecularia 3
Nitrogênio mg L
-1
880 880 880 880 860
850 ND*
Fósforo mg L
-1
380 180 170 90 290
450 ND*
Potássio mg L
-1
3900 6120 5250 470 340
380 400
Cálcio mg L
-1
2030 4220 4300 4320 950
250 3100
Magnésio mg L
-1
570 1570 1470 1420 480
200 700
Manganês mg L
-1
2,00 6,00 4,00 2,50 1,00
ND* 2.5
Ferro mg L
-1
93,00 50,00 83,00 25,00 20,00
24,00 2.5
Cianeto livre
(CN
-
)
mg L
-1
40 26 40 26 40 40 26
pH 6,24 6,18 6,30 6,36 6,0
6,60 6,10
DQO mg L
-1
1, 776 1, 982 1, 986 1, 986 1, 638
1, 600 1, 705
Segundo Fioretto (2001) há predominância de potássio entre os constituintes
minerais da manipueira, sendo que a mesma também apresenta teores
consideráveis de fósforo, o que habilita a utilização deste resíduo como fertilizante.
Segundo o mesmo autor, os teores de fósforo presentes na manipueira são
superiores aos encontrados na vinhaça da cana-de-açúcar, a qual é utilizada em
fertirrigação, contribuindo para a reciclagem de nutrientes do solo. Aragão & Ponte
(1995) também recomendaram a utilização de manipueira na agricultura sob a forma
de fertirrigação ou como adubo líquido via solo.
Vietes & Brinholi (1994), utilizando manipueira nas dosagens de 60 e 120 m
3
ha
-1
, associada à adubação mineral na cultura da mandioca, verificaram um aumento
no comprimento e diâmetro das raízes e na produtividade. Para Cardoso (2005), o
aumento da produtividade e do acúmulo de massa vegetal em milho tratado com
manipueira é devido principalmente às elevadas concentrações de fósforo e potássio
presentes nesse resíduo.
A DBO encontrada nas amostras analisadas variou entre 1.600 e 1.986 mg
L
-1
, valores considerados baixos frente à DBO presente em manipueira armazenada
em piscinas de decantação, a qual chega a atingir 4.000 mg L
-1
em lagoas
não
tratadas (CAMPOS et al., 2006). De acordo com Ferreira et al. (2001), a DBO
presente em manipueira armazenada em tanques de decantação pode variar de
14.000 a 34.000 mg L
-1
. Portanto, a baixa DBO detectada em manipueira fresca
quando comparada à depositada em piscinas de decantação é mais um fator
positivo para sua pronta aplicação na agricultura.
Os valores de pH encontrados nas amostras analisadas foram superiores a
6,0, embora o armazenamento das amostras por até 96 h tenha causado redução
nos valores de pH a níveis inferiores a 5,0 (Figura 7). Resultados similares foram
encontrados por Ferreira et al. (2001), os quais analisaram manipueira fresca
extraída de cultivar de mandioca branca e amarela, tendo encontrado pH 6,30 para
mandioca branca e pH 6,15 para amarela. No entanto, o armazenamento da
manipueira por 48 h reduziu o pH das amostras para 3,97 e 3,46, atingindo a
estabilidade a 3,83 e 3,40, respectivamente após 78 h.
0
1
2
3
4
5
6
7
0 24 48 72 96
Tempo de armazenamento (horas)
pH
Manipueira de
fecularia
Manipueira caseira
Cereda (2001), analisando água residual de fecularias, encontrou valores de
pH que variaram de 3,90 a 4,60. Geralmente a manipueira coletada em lagoas de
decantação apresenta valores de pH bem inferiores aos encontrados em amostras
frescas, coletadas antes da liberação para as lagoas (FIORETTO, 1994 e
FIORETTO & BRINHOLI,1985). No entanto, manipueira fresca tende a apresentar
teores mais elevados de HCN e CN
-
, podendo causar fitotoxidez às plantas caso
seja aplicada sem diluição (Figura 8).
Figura 7.
Variação do pH de amostras de manipueira de fecularia e caseira em
função do tempo de armazenamento em recipiente hermeticamente fechado.
Figura 8.
Tombament
o causado pela queima do colo de planta de
tomate devido à aplicação de manipueira caseira sem diluição. Fonte:
o autor.
Os teores de CN
-
determinados neste trabalho variaram de 25 a 40 mg L
-1
,
tanto para manipueira caseira quanto para manipueira industrial (Tabela 2). Segundo
Ponte (1992), teores de cianeto total (HCN + CN
-
) em 20 amostras de manipueira
analisadas apresentaram média de 604 mg L
-1
, enquanto que os teores de cianeto
livre (CN
-
) atingiram 42,5 mg L
-1
. Já Cereda (2001), citou valores de cianeto livre em
manipueira de fecularia variando de 22 a 27,1 mg L
-1
, sendo que Takahashi &
Cereda (1986) citaram valores de cianeto livre de 46 mg L
-1
, obtidos de manipueira
industrial voltada à produção de farinha.
4.2 EFEITO DA MANIPUEIRA NA MORTALIDADE DE Meloidogyne incognita IN
VITRO
De acordo com a Figura 9, os tratamentos com manipueira, partindo-se de
40 mg L
-1
de CN
-
em manipueira 100%, foram efetivos no controle de M. incognita
raça 3, causando a morte de 100% dos J2 tratados, mas não diferindo
estatisticamente entre si nas concentrações 25, 50, 75 e 100%, mas sendo
superiores à testemunha positiva (água) e à testemunha negativa (nematicida).
0
100
200
300
400
500
600
Nematicida**
Manipueira 25%
Manipueira 50%
Manipueira 75%
Manipueira 100%
Número de Nematóides
Mortos
Vivos
47.5a
96.25b452.5c
403.75b
0a
0a
0a0a
500c
500c
500c 500c
Figura 9.
Efeito de manipue
ira diluída a diferentes concentrações sobre o
nematóide
Meloidogyne incognita
raça 3. *
Médias seguidas da mesma letra não
diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade.
**Nematicida - Carbofuran a 50 mg i.a. L
-1
O tratamento nematicida Carbofuran a 50 mg i.a. L
-1
foi estatisticamente
superior ao tratamento com água, levando à morte 81% dos nematóides, enquanto
que a testemunha água apresentou 91% de sobreviventes. O índice de mortalidade
de 9% em água ocorreu provavelmente devido à inviabilidade de alguns nematóides.
O bioteste realizado confirmou os resultados obtidos in vitro com 100% de
controle para os tratamentos com manipueira, não tendo sido encontradas galhas
em tomateiros inoculados. O tratamento nematicida foi superior apenas à
testemunha água, tendo apresentado poucas galhas por sistema radicular, enquanto
a testemunha apresentou um elevado número de galhas (Figura 10).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
mero de Galhas
Água
Manipueira 25%
Manipueira 50%
Manipueira 75%
Manipueira 100%
Média de galhas
142a
24b
0c
0c 0c
0c
Com relação à dosagem mínima letal in vitro (Figura 11), observou-se que
diluições até 10%, partindo-se de uma concentração de cianeto de 40 ppm, foram
efetivas na mortalidade de 100% dos J
2
testados. Porém, em diluições maiores
Figura 10.
Efeito da inoculação de J2 de
Meloidogyne incognita
raça 3, previamente
tratados
in vitro
, em tomateiro.
*Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo
Teste de Tukey a 5% de probabilidade. **Nematicida - Carbofuran a 50 mg i.a. L
-1
como a 8% houve a morte de apenas 41,5% dos J
2
, sendo que em dosagens mais
baixas (6, 4 e 2%) a percentagem de nematóides vivos e mortos não diferiu da
testemunha água.
0
100
200
300
400
500
600
Água
Nematicida**
Manipueira 15%
Manipueira 10%
Manipueira 8%
Manipueira 6%
Manipueira 4%
Manipueira 2%
mero de Nematóides
Mortos
Vivos
495,5a
4,5c
484,7a
16,3c
0c
500a
207,5b
292,5b
486a
14c
491,2a
8,8c
495a
5c
Testes in vitro são de fundamental importância no estudo da ação de
compostos ou moléculas químicas sobre nematóides ou microorganismos em geral,
auxiliando na seleção das dosagens a serem aplicadas em vasos e a campo.
Os resultados obtidos para M. incognita raça 3 nos ensaios in vitro estão de
acordo com os encontrados por Grabowski et al. (2007) para o controle in vitro de
Tubixaba tuxaua Monteiro & Lordello, que apresentou 100% de mortalidade nas
0 c
500 a
Figura 11.
Mortalidade e sobrevincia de nematóides tratados com nematóides
e manipueira na determinação d
a dosagem mínima letal de manipueira no
controle de
Meloidogyne incognita
in vitro
.
*Médias seguidas de mesma letra não
diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. **Nematicida -
Carbofuran a
50 mg i.a. L
-1
.
dosagens de 100, 75, 50, 25, 10 e 8% de manipueira, tendo-se partido de uma
concentração inicial de cianeto de 40
mg L
-1
.
Alves et al. (2006) utilizando manipueira nas concentrações de 100, 80, 60,
40, 20 e 0% em ensaios in vitro, no controle do nematóide Scutellonema bradys,
constataram que após 48 horas os tratamentos com manipueira, em dosagem igual
ou superior a 40%, proporcionaram 100% de mortalidade. Desta forma, mesmo
manipueira a 20% teve um desempenho superior à dosagem nematicida testada.
4.3 EFEITO DE MANIPUEIRA NO CONTROLE DE Meloidogyne incognita EM
TOMATEIROS PLANTADOS EM SOLO PREVIAMENTE INFESTADO EM CASA-
DE-VEGETAÇÃO
4.3.1 Número de Galhas
De acordo com a Figura 12, os tratamentos com manipueira 10%,
manipueira 25% e o nematicida Carbofuran apresentaram resultados semelhantes,
não diferindo estatisticamente entre si, mas sim da testemunha e do tratamento
manipueira 50%.
0
50
100
150
200
250
Numero de Galhas
Água
Nematicida**
Manipueira 10%
Manipueira 25%
Manipueira 50%
Tratamentos
231.2b
83.8a
54.2a
69.6a
219.4b
Entre os tratamentos com manipueira, ocorreu aumento do número de
galhas com o aumento da concentração de manipueira utilizada, sendo que o
tratamento com manipueira a 50% não diferiu estatisticamente do controle água
(Figuras 12 e 13). No entanto, as galhas formadas em raízes de tomateiro com
aplicação de manipueira a 50% foram inferiores em tamanho às encontradas na
testemunha com água. Além disso, tratamentos com manipueira proporcionaram
aumento de massa radicular das plantas em relação à testemunha água, sendo que
o maior acúmulo de massa radicular ocorreu com o tratamento manipueira 50%
(Figura 14).
Figura 12.
mero de galhas em raízes de tomateiro tratadas com nematicida e
com manipueira em diferentes concentrações.
*Médias seguidas da mesma letra não
diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. ** Carbofuran 2 g por vaso.
y = 0.1241x
2
- 3.318x + 74.967
R
2
= 1
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60
Doses
Número de galhas
mero de galhas
Água e nematicida
Nematicida
Água
Figura 13.
Relação entre número de galhas e doses de manipueira.
O aumento do volume do sistema radicular de plantas de tomateiro tratadas
com concentrações maiores de manipueira pode ser explicado pela maior
concentração de nutrientes disponibilizada às plantas, favorecendo a formação de
raízes secundárias, o que contribuiu para um melhor desenvolvimento do sistema
radicular e uma maior infecção e formação de galhas (Figura 15).
Ponte & Franco (1981), realizaram a aplicação de diferentes volumes de
manipueira a 50% em vasos previamente infestados com M. javanica e M. incognita.
Os resultados demonstraram que a aplicação de 1 L ou 1,5 L de manipueira
proporcionou o desenvolvimento de plantas de tomate sem galhas, enquanto que
plantas não tratadas mostraram-se fortemente infectadas. Porém, a aplicação de
apenas 0,5 L de manipueira proporcionou o desenvolvimento de plantas levemente
infectadas.
A
B
Figura 14.
Diferenças entre os tratamentos água (A) e manipueira 50% (B), quanto ao
tamanho das galhas e volume do sistema radicular de tomateiros
inoculados com
Meloidogyne incognita
. Fonte: o autor
y = 2560,1Ln(x) - 9074,4
R
2
= 0,9475
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
0 50 100 150 200 250
Número de galhas
Massa de raiz (
g
)
4.3.2 Número de Ovos de Meloidogyne incognita em Raízes de Tomateiro
De acordo com a Figura 16, todos os tratamentos diferiram estatisticamente
do controle com água, o qual apresentou o maior número de ovos por sistema
radicular. Os tratamentos manipueira 50%, 10% e nematicida não diferiram
estatisticamente entre si. O menor número de ovos por sistema radicular foi obtido
em manipueira 25% com 85% menos ovos que a testemunha água, sendo que os
tratamentos a 25 e 10% não diferiram estatisticamente ente si. Menor mero de
ovos por sistema radicular foi encontrado em dosagens menores que 50% de
manipueira (Figura 17). A redução do número de ovos de M. incognita por raiz de
tomateiro em concentrações menores de manipueira pode estar relacionada ao
menor desenvolvimento do sistema radicular ou à maior facilidade de penetração da
manipueira em solos argilosos, havendo uma maior interação do CN
-
com formas J2
no solo.
Figura 15. Relação entre médias de massa fresca de raiz (g)
e médias do número de
galhas formadas em raízes de tomateiro inoculadas com
Meloidogyne incognita
raça 3.
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
Numero de Ovos
Água
Nematicida**
Manipueira 10%
Manipueira 25%
Manipueira 50%
Tratamentos
1560c
540b
400ab
240a
650b
y = 0.6767x
2
- 34.35x + 675.83
R
2
= 1
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
0 10 20 30 40 50 60
Doses
Número de Ovos
Água
Nematicida
Figura 17.
Relação entre médias de ovos produzidos por
Meloidogyne incognita
por
raiz de tomateiro frente a diferentes doses de manipueira.
Figura 16.
mero de ovos de
Meloidogyne incognita
por sistema
radicular em raízes de tomateiro tratados com manipueira. **Nematicida
-
Carbofuran 2 g por vaso.
4.3.3 Fator de Reprodução (FR)
Dentre os tratamentos, manipueira 25% foi o que obteve o menor fator de
reprodução (FR = 5) e a testemunha água o maior (FR = 33). O FR em manipueira a
10% foi 7, em solução nematicida 12 e manipueira 50% 13 (Figura 18). O FR é um
dos critérios mais importantes para a avaliação da resistência de genótipos de
plantas a nematóides de galha, sendo muito mais confiável que avaliações
baseadas no número de galhas (CARNEIRO et al., 2005; ZANELLA et al., 2005;
PIRES, 2007).
0
5
10
15
20
25
30
35
Água
Nematicida**
M 10%
M 25%
M 50%
Fator de Reprodução (FR)
4.3.4 Altura de Plantas e Comprimento de Raízes de Tomateiros Inoculados com
Meloidogyne incognita em vasos e Tratados com Manipueira
Com relação à altura da parte aérea, o tratamento manipueira a 50% foi o
que apresentou resultados mais representativos, com altura média de plantas de
31,62 cm, 70,5% mais alta que a média obtida para a testemunha com água. Os
tratamentos com manipueira a 25% e 10% e o controle com água não diferenciaram
estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5%. Já o tratamento nematicida foi
Figura 18.
Fator de reprodução de
Meloidogyne incognita
em plantas de tomateiro
sob diferentes tratamentos
. **Nematicida- Carbofuran 2 g por vaso.
superior apenas à testemunha e inferior somente ao tratamento com manipueira a
50% (Figura 19).
0
5
10
15
20
25
30
35
Água
Nematicida**
Manipueira 10%
Manipueira 25%
Manipueira 50%
Altura da parte aérea (cm)
9,34a
16,5b
12,0ab
14,7ab
31,62c
As plantas-controle regadas com água apresentaram um alto nível de
infecção por M. incognita, causando a redução do sistema radicular e da parte
aérea. No entanto, tratamentos com manipueira a 10 e 25% não diferiram
estatisticamente da testemunha apesar do baixo nível de infecção apresentado
(Figura 20). O pobre desenvolvimento de plantas tratadas com manipueira a 10 e
25% pode ser explicado pela menor concentração de nutrientes disponibilizada às
plantas em dosagens inferiores a 50%.
O tratamento manipueira 50%, mesmo tendo apresentado plantas com o
maior número de galhas dentre os tratamentos com manipueira, foi o que obteve a
maior massa de raiz. Isso provavelmente ocorreu devido à maior disponibilidade de
nutrientes às plantas, como demonstrado anteriormente por ARAGÃO & PONTE
(1995).
Figura 19.
Altura
da parte aérea de plantas de tomate inoculados com
Meloidogyne incognita
sob diferentes doses de manipueira.
*Médias seguidas da
mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. **
Carbofuran 2 g por vaso.
Franco et al. (1990), verificaram incremento da parte aérea e de raízes de
tomateiro em solo tratado com manipueira a 50%, extraída das cultivares Bajá, Mato-
Gato e Cruvela, classificadas como bravas. No presente ensaio, o comprimento das
raízes seguiu a mesma tendência da altura da parte aérea.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Comprimento de raízes (cm)
Nematicida**
Manipueira 10%
Manipueira 25%
Manipueira 50%
7,7a
14,3bc
13,3bc
10,4abc
18,02c
4.4 EFEITO DE MANIPUEIRA NO CONTROLE DE Meloidogyne incognita A
CAMPO
4.4.1 Número de Galhas
Para o ensaio a campo, o houve diferença estatística para a variável
número de galhas entre os tratamentos com manipueira, os quais diferiram
estatisticamente da testemunha água (Figura 21). De acordo com a Figura 22,
Figura 20
. Comprimento de r
aízes de plantas de tomate inoculados com
Meloidogyne incognita
sob diferentes doses de manipueira.
*Médias seguidas de
mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade.
**Nematicida- Carbofuran 2 g por vaso.
uma tendência de aumento do número de galhas em concentrações de manipueira
superiores a 10%. O aumento do número de galhas em dosagens de manipueira
superiores a 10% pode ser explicado pelo aumento na disponibilidade de nutrientes
às plantas levando a um melhor desenvolvimento do sistema radicular e maior nível
de infecção.
0
20
40
60
80
100
120
mero de Galhas
Água
Manipueira 10%
Manipueira 25%
Manipueira 50%
Tratamentos
101.16b
34.5a
45.77a
37.17a
Ponte et al. (1987) avaliaram o efeito de manipueira a campo para o controle
de M. incognita e M. javanica. Segundo esses autores, dois litros de manipueira pura
por m
2
não apresentaram diferença estatística em relação ao controle com água,
sendo que a dosagem de 4 Lm
-2
de manipueira diluída em água a 50% foi
estatisticamente superior à testemunha com relação ao número de galhas.
Figura 21.
Número de galhas em raízes de tomateiro inoculadas com
Meloidogyne
incognita em condições de campo.
*Médias seguidas de mesma letra não diferem entre
si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade.
y = 0.0547x
2
- 3.7344x + 89.877
R
2
= 0.6905
0
20
40
60
80
100
120
0 10 20 30 40 50 60
Doses
Número de Galhas
Franco et al. (1990), testaram manipueira no controle de M. incognita a
campo nas dosagens de 4,0 Lm
-2
, 6,0 L m
-2
e 8,0 L m
-2
diluída a 50% em água. Os
autores verificaram que o volume de calda mais eficiente foi 4,0 Lm
-2
. No mesmo
estudo, manipueira a 50% contribuiu para uma significativa redução no mero de
galhas em raízes de tomateiro em relação à testemunha.
Os resultados acima estão de acordo com os obtidos neste trabalho, onde a
dosagem 4,0 L m
-2
foi eficiente no controle de M. incognita a campo para todas as
dosagens testadas, sendo que manipueira a 10% causou redução no número de
galhas de 76,42% em relação à testemunha com água.
Dados da literatura (Ponte, 1992; Ponte & Franco, 1981) são omissos no que
tange a utilização de concentrações inferiores a 50% de manipueira no controle de
nematóides a campo. Estudos envolvendo concentrações menores deste resíduo,
como os realizados neste trabalho, são de fundamental importância para viabilizar a
aplicação de manipueira em larga escala a campo.
Figura 22
. Relação entre número de galhas em raízes de tomateiro inoculadas e
dosagens de manipueira a campo.
4.4.2 Número de Ovos de Meloidogyne incognita em Raízes de Tomateiro a Campo
Quanto ao número de ovos/raiz de tomateiro, todos os tratamentos com
manipueira diferiram estatisticamente do controle com água. No entanto, o aumento
na concentração de manipueira proporcionou aumento no número de ovos por
sistema radicular (Figura 23).
Dentre os tratamentos com manipueira, as concentrações a 10% e 25% não
diferiram estatisticamente entre si, sendo o tratamento a 10% o único que
apresentou diferença estatística para manipueira a 50% (Figura 24).
0
100
200
300
400
500
600
mero de Ovos
Água
Manipueira 10%
Manipueira 25%
Manipueira 50%
Tratamentos
588.88c
138.88a
161.11ab
258.82b
Figura 23.
Número de ovos de
Meloidogyne incognita
extraídos de raízes de
tomateiro a campo sob diferentes concentrações de manipueira.
*Médias seguidas
da mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade.
y = 0.5164x
2
- 30.856x + 526.26
R
2
= 0.7829
0
100
200
300
400
500
600
700
0 10 20 30 40 50 60
Doses
Número de Ovos
4.4.3 Quantificação de J2 de Meloidogyne incognita em 100 cc de solo
A quantificação de J2 em solo mostrou que a população inicial de M. incognita
a campo era homogênea entre as parcelas e que os tratamentos com manipueira
diferiram estatisticamente da testemunha com água em relação à população final de
J
2
, mas não entre si, indicando um controle efetivo dos tratamentos com manipueira
sobre a população de J
2
no solo (Figura 25).
Figura 24.
Relação entre número de ovos de
Meloidogyne incognita
em raízes
de tomateiro tratadas com diferentes doses de manipueira.
0
10
20
30
40
50
60
Maniupueira 10%
Maniupueira 25%
Maniupueira 50%
J 2
Antes
Depois
Figura 25.
Concentração de J2 de
Meloidogyne incognita
por 100 cc de solo antes e após
duas aplicações de manipueira no solo. *Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si
pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade.
4.4.4 Altura e Massa Seca da Parte aérea de Plantas de Tomate em Campo
Naturalmente Infestado com Meloidogyne incognita
Não houve diferença estatística para o parâmetro altura de plantas entre os
tratamentos com manipueira e a testemunha com água, sendo que a altura média
das plantas de tomate foi de 1,92m (Figura 26). A variável altura de plantas é uma
das mais eficientes na diferenciação de plantas infectadas e não infectadas por
nematóides.
a
a
a
a
a
b
b
b
0
300
600
900
1.200
1.500
1.800
2.100
Água
Manipueira 10%
Manipueira 25%
Manipueira 50%
Altura da parte rea (cm)
1,830a
1,916a
1,955a 1,994a
Neste ensaio de inverno, as temperaturas mínimas e médias mais baixas
podem ter minimizado a ação de M. incognita, contribuindo para um crescimento
equilibrado das plantas (Figura 27). Em temperaturas mais baixas, formas
infectantes J2 podem sofrer injúrias, prejudicando a infecção. Além disso, em
temperaturas mais baixas é freqüente o prolongamento do ciclo de vida desse
nematóide. No entanto, um maior acúmulo de massa seca foi observado em plantas
tratadas com manipueira em relação à testemunha com água. Para a variável massa
seca, manipueira a 50% foi estatisticamente superior a manipueira a 10%, mas não
em relação a manipueira a 25% (Figura 28).
Figura 26. Médias de altura da parte aérea de plantas de tomate tratadas
com manipueira, em campo naturalmente infestado com
Meloidogyne
incognita
. *Médias seguidas da mesma letra não diferem pelo Teste Tukey a 5%
de probabilidade.
0
5
10
15
20
25
30
35
2ª 3ª 4ª
Temperatura (ºC)
Média
Máxima
Mínima
Maio Junho Julho Agosto Setembro
Figura 27
. Médias, mínimas e ximas de temperatura semanais ocorridas de maio a
agosto de 2007, no Oeste Paranaense.
0
100
200
300
Água
Manipueira 10%
Manipueira 25%
Manipueira 50%
Massa seca da parte aérea (g)
138,278a
177,944b
192,111bc
210,588c
Figura 28
. Massa seca da parte aérea de plantas de tomate tratadas com
manipueira em campo naturalmente infestado com
Meloidogyne incognita
.
*Médias
seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade.
4.4.5 Massa de Frutos de Tomateiros Plantados em Campo Naturalmente Infestado
com Meloidogyne incognita, Tratado com Manipueira
Com relação à massa de frutos, os tratamentos com manipueira foram
estatisticamente superiores à testemunha com água, não diferindo estatisticamente
entre si (Figura 29).
0,000
0,300
0,600
0,900
1,200
1,500
1,800
2,100
Água
Manipueira 10%
Manipueira 25%
Manipueira 50%
Massa (kg)
1,378a
1,853b 1,902b
1,974b
Os frutos de plantas tratadas com manipueira apresentaram maior tamanho
e rigidez que os frutos de plantas não tratadas (Figura 30). O aumento na rigidez da
parede dos frutos pode ter ocorrido devido ao acúmulo de cálcio, já que este
elemento é sempre presente em manipueira e de grande importância para a cultura
do tomateiro. A sua deficiência em plantas acarreta o aparecimento de doença
abiótica conhecida como podridão apical (LOPES & SANTOS, 1994).
Figura 29
. M
assa total de todas as repetições dos frutos de tomateiros em solo
naturalmente infestado com
Meloidogyne incognita
sob diferentes doses de
manipueira.
*Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey
a 5% de probabilidade.
Os tomateiros tratados com manipueira apresentaram uma produção
superior à testemunha com água que variou de 25% para manipueira diluída a 10%
e 30% para manipueira diluída a 50% (Figura 29).
Aragão & Ponte (1995), utilizando manipueira a diferentes concentrações
como adubo foliar em quiabeiro, verificaram similaridade estatística entre
tratamentos com manipueira, os quais proporcionaram um aumento na produção de
frutos em relação à testemunha com água.
Vieites (1998) verificou que o uso de 108 m
3
ha
-1
de manipueira contribuiu
para aumentar o rendimento, diâmetro e comprimento de frutos de tomateiro. Por
outro lado, Fioretto (1994) ao estudar o efeito de cinco doses de manipueira (0, 80,
160 e 200 m
3
ha
-1
) na produtividade da cultura da mandioca, verificou que todos os
tratamentos produziram menos que a testemunha.
Figur
a 30.
Frutos de tomateiro tratados com manipueira, a diferentes concentrações, em
solo naturalmente infestado com
Meloidogyne incognita
. Fonte: o autor.
A produtividade alcançada nas diferentes concentrações de manipueira
testadas comprovou o potencial da mesma para uso agrícola, atuando não somente
como nematicida, mas também como fonte de nutrientes ao tomateiro.
Segundo Ferreira et al. (2001), a manipueira pode ser recomendada como
fonte de nutrientes para plantas cultivadas em solos de baixa fertilidade,
possibilitando a obtenção de produtividades semelhantes às obtidas em tratamentos
com adubação química, além de possibilitar a realização de cultivos sucessivos em
uma mesma área.
De acordo com os resultados obtidos em testes in vitro, em vasos e a
campo, não houve diferença estatística entre os tratamentos com manipueira para a
maioria das variáveis testadas. Manipueira a 50%, proporcionou um melhor
desenvolvimento do sistema radicular e da parte aérea de plantas de tomateiro, além
de um incremento na produção por de tomate. No entanto, dosagens menores
podem ser uma alternativa para a aplicação de manipueira em larga escala.
Sendo assim, sugere-se que outros ensaios a campo sejam realizados em
cultivo de tomate de verão, para que o potencial nematicida da manipueira possa ser
melhor avaliado.
5. CONCLUSÕES
A manipueira produzida no Oeste do Paraná apresenta características
químicas que viabilizam a sua aplicação, em pequena ou larga escala, em
áreas de produção agrícola desta região;
A composição química das amostras de manipueira analisadas apresentou
valores de pH que variaram de 6,0 a 6,6, DBO de 1.600 a 1.986 mg L
-1
e
teores de cianeto entre 25 e 40 mg L
-1
.
Os nutrientes encontrados, em ordem decrescente de concentração, em
manipueira caseira foram potássio, cálcio, magnésio, nitrogênio, fósforo, ferro
e manganês.
Os nutrientes encontrados, em ordem decrescente de concentração, em
manipueira industrial foram cálcio, nitrogênio, magnésio, potássio, fósforo,
ferro e manganês.
Em um contexto geral, manipueira a 10%, partindo-se de uma concentração
inicial de cianeto livre de 40 ppm, foi o tratamento mais efetivo no controle de
M. incognita em tomateiro.
Manipueira a 50% foi mais efetiva como fonte nutricional a tomateiro que
tratamentos em concentrações mais baixas.
Ensaio de verão deve ser realizado no sentido de se confirmar o potencial
nematicida da manipueira evidenciado em cultivo de inverno.
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