dessas características teciduais promove um selamento marginal da mucosa inadequado,
devido ao aumento da mobilidade, o que favorece a colonização bacteriana subgengival.
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Outros fatores a serem levados em consideração são a impermeabilidade e a capacidade
de proteção mecânica das mucosas mastigatórias, que protegem o periodonto de injúrias
químicas e físicas.
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Devido a essas características, em uma mucosa ceratinizada, com
qualidade e quantidade adequadas, há maior dificuldade de estabelecimento do processo
inflamatório, o que inibe a perda de inserção e previne possíveis recessões gengivais.
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A técnica de recobrimento radicular com enxerto conjuntivo subepitelial é
utilizada há várias décadas.
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As principais limitações dessa técnica estão relacionadas
com o leito doador, pois há possibilidade de injúrias a algum plexo vasculonervoso.
Grandes quantidades de tecido conjuntivo tornam a técnica inviável ou com uma
morbidade pós-operatória elevada.
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Sendo assim, quanto menor for o tecido removido,
menores serão os riscos gerados. A possibilidade de tirar-se uma quantidade pequena de
tecido e ampliá-la após a sua remoção, previamente à sua enxertia, tem sido foco de
pesquisas no mundo inteiro.
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Exemplo disso é um trabalho em que se realizou a
expansão in vitro de uma amostra de tecido gengival com posterior enxertia, a qual, além
de ser uma técnica onerosa e demorada, não foi submetida a análise de citotoxicidade e
de genotoxicidade.
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Outra técnica que vislumbra a expansão do tecido, porém por meio
de golpes com o cabo de um cinzel Ochsenbein, vem sendo executada por clínicos.
Contudo, pela inexistência de estudos que avaliem essa técnica, a sua eficácia científica e
clínica é questionável.
O estudo do dispositivo de expansão tecidual é uma referência científica da
possibilidade de expandir o explante de conjuntivo, mantendo a viabilidade dele para a
realização da técnica de enxertia subepitelial, bem como para reduzir a área doadora e,
por conseqüência, a morbidade pós-operatória e danos a estruturas anatômicas nobres.
Além de permitir a expansão dos enxertos de tecido conjuntivo, o dispositivo
promove a regularização da espessura deles. Tal fato permite uma melhor adaptação do
enxerto ao leito receptor e uma camada de coágulo mais fina, o que diminui a chance de
insucesso e o grau de contração do tecido, devido ao fato de o coágulo tornar-se uma
barreira à nutrição plasmática do enxerto nos períodos iniciais da cicatrização.
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Outro
fator favorável é que, por haver diminuição na espessura, há maior facilidade de nutrição
das camadas mais internas do enxerto e maior rapidez no restabelecimento e no
amadurecimento dos plexos vasculares.
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Porém, quando o objetivo é o ganho em
espessura da mucosa, essa técnica deve ser realizada com cautela, pois, ao se realizar a
compressão do tecido, ele aumenta em área e perde em espessura, podendo não se obter o
ganho almejado.
Neste estudo, por não ter havido alterações histológicas nos 60 dias subseqüentes
à cirurgia, pode-se dizer que a compressão gerada pelo dispositivo não é capaz de
promover alterações que inviabilizem o sucesso da técnica cirúrgica. Previamente a essa
pesquisa, mostrou-se que a pressão sobre a mucosa mastigatória gerada pelo dispositivo
não é capaz de romper vasos sangüíneos, células e a estrutura da matriz de colágeno,
imediatamente após a expansão.
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Esse fator é de extrema relevância, pois é a matriz de
colágeno que determina a diferenciação e a proliferação celulares.
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As proteínas
presentes na matriz (colágeno, elastina, fibronectina, proteoglicanas e outras) favorecem a
alteração fenotípica das células mesenquimais indiferenciadas, e a estrutura
tridimensional da matriz permite a adesão celular, fator essencial para que os fibroblastos