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Universidade Estadual Paulista
Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira
ASPECTOS PRODUTIVOS E SANITÁRIOS DE SEMENTES
DE FEIJOEIRO EM FUNÇÃO DO USO DE DIFERENTES
COBERTURAS DE SOLO NO SISTEMA DE PLANTIO
DIRETO
GRACIELA BASSAN RODRIGUES
Ilha Solteira
Estado de São Paulo
Setembro/2008
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Universidade Estadual Paulista
Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira
ASPECTOS PRODUTIVOS E SANITÁRIOS DE SEMENTES
DE FEIJOEIRO EM FUNÇÃO DO USO DE DIFERENTES
COBERTURAS DE SOLO NO SISTEMA DE PLANTIO
DIRETO
Eng
a
. Agrônoma Graciela Bassan Rodrigues
Orientador: Profº. Drº. Marco Eustáquio de Sá
Dissertação apresentada ao curso de Pós-
Graduação em Agronomia, Especialidade em
Sistemas de Produção, da Faculdade de
Engenharia – UNESP - Campus de Ilha
Solteira para a obtenção do título de
MESTRE EM AGRONOMIA.
Ilha Solteira
Estado de São Paulo - Brasil
Setembro/2008
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FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação/Serviço Técnico
de Biblioteca e Documentação da UNESP-Ilha Solteira
Rodrigues, Graciela Bassan.
R696a Aspectos produtivos e sanitários de sementes de feijoeiro em função do uso de diferentes
coberturas de solo no sistema de plantio direto / Graciela Bassan Rodrigues. -- Ilha Solteira :
[s.n.], 2008
67 f. : il., fots. color.
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Engenharia de Ilha
Solteira. Especialidade: Sistemas de Produção, 2008
Orientador: Marco Eustáquio de Sá
Bibliografia: p. 50-58
1. Feijão comum. 2. Plantio direto. 3. Sementes – Qualidade. 4. Nitrogênio na agricultura.
Aos meus pais, Cirilo Rodrigues Filho e Maria Sebastiana Bassan,
que me educaram e deram a oportunidade para mais esta
conquista em minha vida, minha eterna gratidão!
Ao meu amado esposo Rogério Marcos da Silva, pelo amor,
carinho, companheirismo, cumplicidade e paciência
a mim dedicados em todos os momentos,
Ao nosso abençoado bebê que está em meu ventre
DEDICO
As minhas queridas irmãs Karina Bassan Rodrigues e
Sarita Bassan Rodrigues por estarem sempre ao meu lado
apoiando-me em mais esta etapa de aprendizado em minha jornada,
OFEREÇO
AGRADECIMENTOS
A Deus Pai, criador do Céu e da Terra, pelo dom da minha vida, e por estar sempre ao
meu lado em todos os momentos.
Ao professor Dr. Marco Eustáquio de Sá pela orientação e incentivo, durante esses
valiosos anos que trabalhamos juntos, demonstrando profissionalismo, humildade, confiança e
companheirismo, a quem considero um grande amigo, além de um exemplo de vida.
A Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira
(FEIS); pelo ensino público de qualidade com plenas condições de estudo.
A FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo pelo apoio e
suporte concedido através do financiamento do projeto de pesquisa.
À todos os professores que fizeram e fazem parte da minha vida acadêmica e pessoal,
especialmente: Kátia Luciene Maltoni, Regina Maria Monteiro de Castilho, Orivaldo Arf,
Walter Veriano Valério Filho, Salatier Buzetti, Ana Maria Rodrigues Cassiolato, Olair José
Isepon, Jacira dos Santos Isepon por toda a ajuda, paciência e ensinamentos.
A todos os funcionários da Fazenda de Ensino e Pesquisa da Faculdade de Engenharia
de Ilha Solteira, em especial aos funcionários “Tegín”, Baiano e Alvino que me auxiliaram na
condução dos experimentos.
Aos técnicos de Laboratório: Keila, Selma e Alexandre. Aos funcionários da
biblioteca e todos os demais funcionários desta universidade, meus sinceros agradecimentos.
Ao Grupo de Oração Universitário (GOU), ao Grupo de Partilha de Profissionais
(GPP) e a todos os que me ajudaram em tantas horas, nas alegres e tristes, nas fáceis e
difíceis, para me tornar a cada dia uma pessoa melhor.
A meu sogro Rosaldo Pedro e minha sogra Maria Aparecida que mesmo de longe
sempre estão ao meu lado, seja nas orações, seja nas palavras de carinho, fortaleza e o
conforto. Meu muito obrigada!
Aos meus pais pelos ensinamentos de respeito, compreensão e amor, além da
confiança em mim imposta, servindo de motivação para que eu continuasse lutando e
vencendo cada obstáculo; meu esposo Rogério pela dedicação, lealdade, fortaleza e
aconchego nos momentos difíceis; minhas irmãs pela amizade, alegria, companheirismo e
conforto em todos os momentos. A todos minha eterna gratidão, amo muito todos vocês!
A todos os amigos e colegas que de alguma forma contribuíram para a realização deste
trabalho: Ana Alice do Nascimento, Laura Palomares, Henrique Lucizano, Tia Vilma, Vô
Guilherme, Tatiana Tobal, Marcelo Rondon, Daniela, Ana Carolina Araújo, Cleiton Benetti,
Katiane Santiago, Viviane Garcia, Aldo, Vera Lúcia Melo, Gustavo, Gustavinho, Mirela,
Vitória, Simone Aparecida, Roberta, Rudgen Rodrigues, Natália, Helena, Lílian, Mariana,
Fabiana, Janete, e todos aqueles que neste momento imerecidamente não foram lembrados,
porém jamais esquecidos.
Muito obrigada a todos! Peço a Deus que os ilumine!
“Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça e todas estas coisas vos serão
dadas em acréscimo. Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá
as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado”.
(Mateus 6: 33-34 – Bíblia Sagrada.)
RESUMO
Plantas de cobertura são de grande importância para conservação e proteção do solo, além de
serem grandes fontes de nutrientes minerais para as culturas seguintes. Assim, o trabalho teve
o objetivo de verificar os efeitos de diferentes plantas de cobertura do solo, utilizando
leguminosas e uma gramínea isoladas em consórcio leguminosa/gramínea e uma área de
pousio, sobre o desenvolvimento, produção, qualidade fisiológica e sanitária de sementes de
feijão do cultivar Pérola. O experimento foi conduzido em duas etapas, sendo a primeira com
a implantação das plantas de cobertura que foram: guandu, crotalária, feijão-de-porco,
mucuna preta e o milheto isoladas e o consórcio leguminosas/milheto com linhas alternadas e
parcelas de 10 linhas/10 metros no verão. Na segunda etapa a área com as plantas de
cobertura foi manejada para a semeadura do feijoeiro no outono/inverno e subdivididas em
cinco linhas de cinco metros para as épocas de aplicação de nitrogênio em cobertura que
aconteceu aos 25, 30 e 35 dias após a semeadura. Foi utilizado o delineamento experimental
em blocos casualizados, com quatro repetições. Avaliou-se produção de massa verde e seca,
teores de nutrientes para as plantas de cobertura, população final de plantas, componentes
produtivos (número de vagens e de sementes por planta, número de sementes por vagem,
massa de 100 sementes), produtividade de sementes, qualidade fisiológica e sanitária de
sementes. Os resultados obtidos mostraram que as plantas de cobertura apresentaram bons
teores e bom potencial de retorno de nutrientes, sendo que o consórcio leguminosa/gramínea
na maioria dos casos apresentou melhores resultados em relação à planta cultivada em sistema
solteiro, com destaque para o consórcio mucuna+milheto. As diferentes plantas de cobertura e
épocas de aplicação de nitrogênio em cobertura não afetaram os componentes produtivos nem
a produtividade do feijoeiro cultivar Pérola. Concluiu-se que o consórcio leguminosa (guandu,
crotalária, feijão-de-porco, mucuna preta)/gramínea (milheto) se apresentou como alternativa
viável para a produção de sementes de feijão cv. Pérola, com alto nível de qualidade
fisiológica e sanitária.
Palavras chaves: Phaseolus vulgaris L., épocas de aplicação de nitrogênio, leguminosas,
gramínea e qualidade fisiológica.
ABSTRACT
Covering plants have a great importance to soil conservation and protection, besides to be
great mineral nutrients sources. This way, the study was carried out in order to verify the
different effects of soil covering plants, applying legumes and a grass, separately or in a
consortium legumes/grass, and fallow land area, on the development, production, sanitary and
physiological seeds quality of common beans Perola cultivar. The experiments were
conducted in two phases on the first one, was implanted the following covering plants:
pigeonpea, sunn hemp, jack bean, velvet bean and the millet isolated and the consortium
legumes/grass with alternated lines and parcels of 10 lines/10 meters on the summer. On the
second stage the area with covering plans was handled to sow the common bean on the
autumn/winter period and subdivided in five lines of five meters for the nitrogen application
period in covering that occurs for 25, 30 and 35 days after the sow. The experimental design
was used in randomized blocks, with four repetitions. The green and dry mass production, as
well as the content and nutrient return to the covering plants, final stand, yield components
(number of pods and seeds per plant, number of seeds per pod and 100-seed mass), beans
productivity, sanitary and physiological seeds quality. The results showed that the covering
plants showed good return potential and nutrient content, but the legume/grass consortium
showed better results as compared to single one, notability the velvet bean+millet consortium.
The different covering plants so as the nitrogen application period in covering didn’t affect
significantly the productive components neither the Perola cultivar common bean. Conclude
that the consortium legumes (pigeonpea, sunn hemp, jack bean, velvet bean)/grass (millet) are
a viable way to Perola cultivar common bean with high level of sanitary and physiological
seeds quality.
Key –words: Phaseolus vulgaris L., nitrogen application period, green manure, legumes,
grass and vigour.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Porcentagem de incidência de fungos em sementes de feijoeiro cultivado em
diferentes plantas de cobertura do solo, na região de Selvíria – MS, 2007...............................46
Figura 2. Porcentagem de incidência de fungos em sementes de feijoeiro cultivado em
diferentes plantas de cobertura do solo em função da aplicação de nitrogênio em cobertura
(sem N, 25, 30 e 35 DAE), na região de Selvíria – MS, 2007...................................................47
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Valores médios de massa verde e massa seca das plantas de cobertura aos 120
DAE, em cultivo isolado e consorciado, na região de Selvíria - MS, 2006/07.........................34
Tabela 2. Valores médios dos teores de nutrientes na parte aérea das diferentes plantas de
cobertura do solo cultivadas isoladamente e em consórcio, na região de Selvíria - MS,
2006/07......................................................................................................................................36
Tabela 3. Retorno potencial de nutrientes das plantas de cobertura do solo cultivadas
isoladamente e em consórcio, na região de Selvíria - MS, 2006/07..........................................37
Tabela 4. Médias, valores do teste F e coeficientes de variação (CV) para as avaliações
número de plantas por metro (NP), número de vagens por planta (NVP), número de sementes
por vagem (NSV), número de sementes por planta (NSP), massa de 100 sementes (M100S),
produtividade de sementes (PROD), altura das plantas (APL) e altura de inserção da primeira
vagem (AIPV) das plantas de feijoeiro cultivado sobre diferentes plantas de coberturas e
diferentes épocas de aplicação de nitrogênio em cobertura na região de Selvíria - MS,
2007...........................................................................................................................................39
Tabela 5. Médias, valores do teste F, coeficientes de variação (CV) e regressões obtidos para
as avaliações de teste de germinação (TG), primeira contagem do teste de germinação
(PCTG), índice de velocidade de germinação (IVG), envelhecimento acelerado (EA) e
emergência de plântulas em campo (EPC) do feijoeiro cultivado sobre diferentes plantas de
cobertura e diferentes épocas de aplicação do nitrogênio em cobertura na região de Selvíria -
MS, 2007...................................................................................................................................43
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS
R
ESUMO
A
BSTRACT
L
ISTA DE FIGURAS
L
ISTA DE TABELAS
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................
13
. REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................................
15
2.1. Plantas de cobertura - adubos verdes no plantio direto........................................
16
2.2. Rotação/sucessão de culturas...................................................................................
19
2.3. Plantas de cobertura, adubação nitrogenada e qualidade fisiológica e
sanitária de sementes.........................................................................................................
22
3
. MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................................
25
3.1. Localização e características da área experimental...............................................
25
3.2. Descrição dos tratamentos e parcela experimental................................................
25
3.3. Instalação e condução do experimento....................................................................
26
3.3.1. Etapa 1 - Plantas de cobertura no verão......................................................
26
3.3.2. Etapa 2 - Cultura do feijoeiro no outono/inverno em plantio direto.........
27
3.3.2.1. Semeadura.........................................................................................
27
3.3.2.2. Controle de plantas invasoras, doenças e pragas...........................
28
3.3.2.3. Aplicação de nitrogênio em cobertura............................................
28
3.3.2.4. Colheita do feijoeiro..........................................................................
28
3.4. Avaliações..................................................................................................................
28
3.4.1. Determinação da biomassa das plantas de cobertura.................................
28
3.4.2. Teores de nutrientes da biomassa seca das plantas de cobertura..............
29
3.4.4. Componentes da produção............................................................................
29
3.4.5. Análises da qualidade fisiológica e sanitária das sementes........................
31
3.5. Delineamento experimental e análises estatísticas.................................................
33
4
. RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................................
34
4.1. Produção de biomassa das plantas de cobertura...................................................
34
4.2. Teores de nutrientes na biomassa seca das plantas de cobertura.........................
35
4.3. Componentes da produção.......................................................................................
38
4.4. Qualidade fisiológica e sanitária das sementes.......................................................
42
5
. CONCLUSÕES................................................................................................................
49
R
EFERÊNCIAS...................................................................................................................
50
A
PÊNDICE...........................................................................................................................
59
13
1. INTRODUÇÃO
O feijoeiro é uma das culturas mais importantes do país, sendo cultivada em diferentes
níveis tecnológicos, porém, na sua maioria, baixos níveis de tecnologia são empregados, o que
reflete em baixa produtividade e pequeno retorno econômico aos agricultores. No entanto,
esta leguminosa tem despertado o interesse de uma parcela de produtores altamente
tecnificados, principalmente na safra de outono/inverno. Diante disso, surge a necessidade do
desenvolvimento e/ou aperfeiçoamento de técnicas de cultivo que propiciem rentabilidades
cada vez maiores.
O sistema de produção denominado plantio direto, em conjunto com a técnica de
rotação de culturas, apresentam-se como novas alternativas na produção de sementes e merece
atenção especial por parte da pesquisa, pois técnicas que visem melhorar a instalação,
condução da cultura e produtividade dos cultivares, conservando os recursos naturais e
tornando a agricultura sustentável são essenciais para o aumento da rentabilidade e
conseqüentemente a melhoria da qualidade de vida no meio rural.
Segundo Silva et al. (1985) espécies com elevada produtividade de fitomassa para
cobertura do solo é um dos fatores essenciais para o sucesso do sistema plantio direto. O
emprego de leguminosas destaca- se devido a associações simbióticas com bactérias fixadoras
de nitrogênio, o que resulta em economia de fertilizantes nitrogenados, grande rendimento por
área, sistema radicular profundo, que ajuda descompactar o solo, além disso, apresentam
baixa relação C/N, quando comparadas a plantas de outras famílias. Este aspecto aliado a
grande presença de compostos solúveis, favorece sua decomposição e mineralização por
microrganismos do solo e a reciclagem de nutrientes (ZOTARELLI, 2000 citado por PERIN
et al., 2004).
14
Com o uso de gramíneas, considerando relação C/N mais ampla, a sua taxa de
decomposição é mais lenta o que permite manutenção de palha na superfície do solo por
maior espaço de tempo. Por outro lado o aporte de nutrientes e a taxa de mineralização mais
rápida das leguminosas, tornam a palhada dessas plantas mais atrativas para a composição de
um sistema de rotação de culturas, porém é importante considerar que em condições tropicais
é interessante manter ou aumentar os níveis de matéria orgânica do solo. Isto somente pode
ser conseguido com produção adequada de palha e que tenha uma boa reciclagem de
nutrientes.
O cultivo consorciado de gramíneas e leguminosas apresenta vantagens em relação ao
cultivo solteiro, pois a combinação de espécies permite equilibrar a qualidade de biomassa
residual, fixando nitrogênio com as leguminosas e cobrindo o solo por maior período de
tempo com as gramíneas, em função de sua decomposição mais lenta.
Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi verificar os efeitos de diferentes plantas de
cobertura do solo utilizando leguminosas (guandu, crotalária, feijão-de-porco e mucuna preta)
e uma gramínea (milheto) isoladas e em consórcio leguminosa/gramínea, além de uma área de
pousio, sobre o desenvolvimento, produção e qualidade fisiológica e sanitária de sementes de
feijão cultivar Pérola, com o experimento conduzido em duas etapas: plantas de cobertura no
verão e feijoeiro no outono-inverno, com este sendo cultivado em sistema plantio direto.
15
2. REVISÃO DE LITERATURA
O feijoeiro é originário das regiões elevadas da América Central (México, Guatemala
e Costa Rica) e segundo Zimmermann e Teixeira (1996) foi levado para o Velho Mundo
como planta ornamental após o descobrimento das Américas. É uma leguminosa de grande
importância na economia brasileira, pois a população brasileira tem como parte de sua cultura,
consumí-lo diariamente em suas refeições, visto que é excelente fonte de proteínas, possui
bom conteúdo de carboidratos e é rico em ferro.
O Brasil é o maior produtor mundial de feijão-comum, além de ser o maior
consumidor dessa leguminosa, com consumo per capita, em 2003 de cerca de 16 kg/ano,
equivalente a 44 g/dia. O atual nível de consumo evidencia a relativa perda de importância
desta leguminosa na dieta do brasileiro, uma vez que, no início de 1970, o consumo per capita
era de aproximadamente 25 kg/ano (BORÉM et al., 2006).
A produtividade média da cultura do feijão no Brasil é em torno de 700 kg ha
-1
,
considerada baixa em relação ao potencial de produção da espécie, que em condições
adequadas é superior a 3.500 kg ha
-1
. Essa diferença encontrada entre o potencial da espécie e
as médias de produtividade obtidas nas diferentes épocas de cultivo é a somatória da
interferência de vários fatores, como falta de calagem e rotação de culturas, adubação e tratos
fitossanitários inadequados, baixa utilização de sementes sadias, deficiência hídrica no
período crítico da cultura (florescimento e enchimento de grãos), excesso de chuva durante a
colheita, ocorrência de doenças causadas por fungos, bactérias, vírus e nematóides e pragas
durante todo o ciclo da cultura.
Segundo Menten et al. (2007) o maior problema de sementes de feijoeiro no Brasil é
sua baixa taxa de utilização. Dos 4,2 milhões de ha cultivados em 2003/04, 3,96 milhões
(92%) utilizaram como material de propagação, sementes próprias, “salvas”, “piratas” ou
16
grãos. Apenas 8% da área (340 mil ha) foi cultivada com sementes de boa qualidade. Os
autores apontam esta realidade como uma das principais razões do baixo rendimento médio
do feijoeiro no Brasil, já que o potencial genético (rendimento possível) para a espécie é de
5000 kg ha
-1
.
O feijoeiro destaca-se entre as principais culturas anuais em adaptação ao sistema de
plantio direto e tem sido a mais importante, em área cultivada, nos sistemas irrigados por
aspersão, no período de entressafra, com semeadura em maio-junho (KLUTHCOUSKI;
STONE, 2003). Os resultados deste sistema de cultivo, conhecido por feijão-de-inverno,
terceira safra ou irrigada, tiveram e continuam tendo importância não só no abastecimento,
reduzindo a sazonalidade, como também na melhoria da qualidade do produto, embora sua
produção nunca tenha superado 15% do total do país (FERREIRA et al., 2006).
Sendo assim, aumentou-se a necessidade de estudar as práticas culturais inerentes à
cultura do feijão, tais como adubação verde, rotação de culturas, preparo do solo, plantio
direto visando sempre ganho na produtividade com menores custos, e com isso deixando a
produção de feijão nesta época menos onerosa.
2.1. Plantas de cobertura - adubos verdes no plantio direto
A utilização e a ocupação agrícola da região do Cerrado vem ocorrendo com
necessidade de adoção de novas tecnologias fundamentadas em bases conservacionistas. No
sistema plantio direto, o uso de plantas de cobertura é uma alternativa para aumentar a
sustentabilidade dos sistemas agrícolas, podendo restituir quantidades consideráveis de
nutrientes aos cultivos, uma vez que essas plantas absorvem nutrientes das camadas
subsuperficiais do solo e os liberam, posteriormente, na camada superficial pela
decomposição dos seus resíduos (DUDA et al., 2003).
A cobertura do solo, pela utilização da adubação verde, de acordo com Calegari
17
(1990) apresenta as seguintes vantagens: impede o desencadeamento do processo erosivo por
não permitir o impacto direto das gotas de chuva, aumenta a infiltração e diminui a enxurrada,
atua como agente térmico, favorece a manutenção da umidade do solo diminuindo as perdas
por erosão, cria condições ambientais ao incremento da vida microbiana do solo, contribui
para um aumento populacional da meso e macrofauna do solo.
As principais fontes de palha para o plantio direto são as gramíneas, como o milho,
sorgo granífero e forrageiro, milheto, aveia preta, aveia branca, arroz, trigo, centeio, triticale e
as braquiárias (PAES; RESENDE, 2001). A melhor performance apresentada pelas
gramíneas, em relação às leguminosas, está ligada, entre outros aspectos, ao desenvolvimento
inicial mais rápido, o que se associa a uma melhor adaptação às condições edafoclimáticas
adversas (GOMES et al., 1997)
Considerando a capacidade de acúmulo de N pela crotalária, constatou-se que esta
leguminosa foi capaz de incorporar ao solo, via fixação biológica de nitrogênio, cerca de 173
e 89 kg ha
-1
de N quando isolada e consorciada, respectivamente, constituindo-se em
excelente estratégia de fornecimento de N ao solo. Segundo o mesmo autor, a melhoria no
balanço de N por meio da introdução de leguminosas na adubação verde é particularmente
importante em solos tropicais, visto serem estes originalmente pobres neste nutriente,
constituindo-se em fator limitante à produção de cereais mais exigentes em N, como o milho.
Portanto, a utilização desta prática poderia resultar numa economia significativa de
fertilizantes nitrogenados, assegurando maior sustentabilidade aos agroecossistemas (PERIN
et al., 2004),
Severino e Christofoleti (2001) estudando a composição de banco de sementes de
plantas daninhas em solo cultivado com adubos verdes, observaram que com a utilização das
leguminosas Crotalaria juncea e Cajanus cajan tem-se redução significativa da infestação de
plantas daninhas nos agroecossistemas, sobretudo a Brachiaria decumbens, Panicum
18
maximum e Bidens pilosa. Arachis pintoi comportou-se melhor no controle de P. maximum e
B. pilosa, concluindo-se que a prática da adubação verde pode fazer parte do manejo
integrado de plantas daninhas. Kramm et al. (1990), citado por Arf et al. (1999) afirmam ser
necessário manter a cultura do feijão livre de plantas daninhas durante 30 dias após
emergência; e o uso de adubos verdes possibilita diminuir o uso de herbicidas ou capinas
(CHABARIBERY, 1998).
Alcântara et al. (2000), avaliando o desempenho dos adubos verdes guandu e
crotalária com e sem incorporação da biomassa, na recuperação da fertilidade de um
Latossolo Vermelho escuro distrófico degradado, cultivado com Braquiária decumbens,
verificaram que as leguminosas utilizadas como adubo verde apresentam maior capacidade de
reciclagem e mobilização de nutrientes que a pastagem, graças a suas maiores concentrações
de nutrientes na biomassa; além disso, a contribuição do guandu nas propriedades químicas
do solo se dá em menor espaço de tempo que a crotalária.
Arf et al. (1999) avaliando a incorporação de mucuna preta, lablabe e restos culturais
de milho, no desenvolvimento e produtividade do feijoeiro de inverno, verificaram que a
produtividade de feijoeiro após a mucuna preta foi praticamente duplicada em relação ao
tratamento de palhada de milho e as maiores produtividades foram obtidas com mucuna preta,
lablabe e milho+mucuna.
Trabalhando com o mesmo tipo de solo e na mesma região, em pesquisa para avaliar o
efeito da rotação de culturas e adubação verde sobre o rendimento do feijão, Carvalho et al.
(1999a) não verificaram diferença significativa entre características agronômicas avaliadas e
produtividade de grãos, entre os tratamentos com adubos verdes.
As leguminosas guandu e crotalária utilizadas como adubo verde apresentam maior
capacidade de reciclarem e mobilização de nutrientes, em comparação com a pastagem de
19
braquiária, graças a suas maiores concentrações de nutrientes na biomassa, segundo Alcântara
et al. (2000).
Alvarenga et al. (1995) avaliando a cobertura de solo proporcionada por oito espécies
de adubos verdes, concluiram que o feijão-de-porco se destacou quanto a velocidade inicial de
cobertura do solo; o guandu como sendo a espécie de maior potencial para penetração de
raízes no solo, produção de biomassa aérea e imobilização de nutrientes; as crotalárias e o
caupi mostraram-se mais sensíveis à compactação do solo, concentrando suas raízes mais na
superfície.
Na implantação do sistema de plantio direto é indispensável que o esquema de rotação
de culturas promova na superfície do solo a manutenção permanente de uma quantidade
mínima de aproximadamente 4 a 6 t ha
-1
de matéria seca, segundo Darolt (1998).
2.2. Sucessão/rotação de culturas
Um importante parâmetro a ser considerado em pesquisas para se avaliar as
potencialidades de uma região para o plantio direto é um sistema de sucessão/rotação de
culturas apropriado. Entende-se por rotação de culturas, alternância ordenada no cultivo de
diferentes espécies vegetais, em seqüência temporal numa determinada área (DERPSCH,
1993). Sendo assim, a rotação de culturas assume papel extremamente importante à
viabilização do sistema plantio direto, principalmente com relação ao controle de pragas,
doenças e produção de palhada para a proteção do solo. Além disso, segundo Santos et al.
(1993), a rotação permite o controle natural de plantas daninhas, por meio de substâncias
químicas e efeito físico das coberturas, permitindo melhor aproveitamento energético das
calorias investidas e melhor rentabilidade da propriedade agrícola.
Os efeitos promovidos pela adubação verde nas propriedades químicas do solo são
bastante variáveis, dependendo de fatores como: espécie utilizada, o manejo dado à biomassa,
20
a época de cultivo e corte do adubo verde, o tempo de permanência dos resíduos no solo, as
condições locais, e a interação entre esses fatores.
A rotação de culturas e adubação verde podem influenciar positivamente na
produtividade do feijoeiro, considerando-se conjuntamente, a inclusão de culturas de interesse
econômico aos produtores e predominantes na região, além dos fatores ambientais que
influenciarão o seu desenvolvimento (WUTKE et al., 1998).
Atualmente, a preocupação com o avanço do processo degradativo instalado em
grande parte dos solos brasileiros e com a prevenção da degradação de novas áreas, tem-se
conduzido à necessidade do uso de práticas de adição de matéria orgânica ao solo. Entre
essas, desta-se a adubação verde, reconhecida como alternativa viável na busca da
sustentabilidade dos solos agrícolas. Na recuperação de pastagens degradadas essa prática
destaca-se em importância e viabilidade, pois a utilização de leguminosas conduz ao aumento
ou à manutenção do teor de N do solo, diretamente correlacionado com a presença da matéria
orgânica (ANDRADE et al., 1984),
A família das leguminosas é a mais utilizada como adubo verde. A principal razão
para essa preferência está em sua capacidade de fixar o N atmosférico mediante a simbiose
com bactérias do gênero Rhyzobium/Bradyrhyzobium nas raízes (MIYASAKA et al., 1984).
Outros motivos citados pelos autores são seu alto teor de compostos orgânicos nitrogenados e
a presença de sistema radicular geralmente bem profundo e ramificado, capaz de extrair
nutrientes das camadas mais profundas do solo.
A produção de massa vegetal do adubo verde é um aspecto de grande importância,
pois algumas espécies apresentam grande crescimento vegetativo. Alvarenga (1993),
comparando diferentes adubos verdes, concluiu ser o guandu a espécie de maior penetração
de raízes no solo, maior produção de massa seca e maior quantidade de nutrientes
imobilizados nas condições por ele estudadas.
21
Entre os efeitos da adubação verde sobre a fertilidade do solo estão o aumento da
matéria orgânica; a maior disponibilidade de nutrientes; a maior capacidade de troca de
cátions efetiva do solo; o favorecimento da produção de ácidos orgânicos, de fundamental
importância para a solubilização de minerais; a diminuição dos teores de alumínio trocável
pela complexação e o incremento da capacidade de reciclagem e mobilização de nutrientes
lixiviados ou pouco solúveis que estejam nas camadas mais profundas do perfil (CALEGARI
et al., 1993).
Darolt (1998) relata que o tipo e a freqüência das espécies contempladas no
planejamento do sistema de rotação de culturas devem atender tanto aspectos técnicos como a
conservação de solo e preservação ambiental, como aspectos econômicos e sociais, além
disso, na implantação do sistema de plantio direto é indispensável que o esquema de rotação
de culturas promova na superfície do solo a manutenção permanente de quantidade mínima de
aproximadamente 4 a 6 t ha
-1
de matéria seca
.
Trabalhando com milheto, sorgo, milho, mucuna preta e feijão de porco, bem como o
consórcio entre as gramíneas e leguminosas citadas, Oliveira et al. (2002) citam que o
rendimento de grãos do feijoeiro em plantio direto é influenciado pelas diferentes palhadas
das plantas de cobertura, sendo mais afetado pelas espécies produtoras, que pela sua forma de
cultivo. Ainda observaram que as plantas de cobertura não afetaram o estande final de plantas,
número de vagens por planta e grãos por vagem. No entanto, diferem quanto a massa de 100
grãos, que apresentou maiores valores, quando cultivado após milheto e feijão de porco. Cruz
et al. (2001) também mencionam que um dos requisitos mais importantes para o sucesso do
plantio direto é a palhada formada pela planta de cobertura e que opções de cobertura do solo
dependem das condições climáticas de cada local.
Em sistema plantio direto Freire et al. (2001) mencionam que a ausência de
revolvimento do solo resulta, ao longo do tempo, em aumento significativo do seu teor de
22
matéria orgânica, devido, principalmente, à redução na taxa de decomposição. Porém, em
algumas regiões como as de cerrado do Brasil Central, a taxa de decomposição dos restos de
cultura que ficam na superfície do solo no sistema plantio direto é elevada, reduzindo a
formação de palhada na superfície. Por essas razões os autores afirmam que não se deve
generalizar a recomendação de uso de maior quantidade de nitrogênio na semeadura em
sistema plantio direto.
Por meio do consórcio de leguminosas e gramíneas com elevada produção de massa
seca, podem-se conciliar proteção e adubação do solo. Dentre as espécies passíveis de serem
consorciadas, Alcântara e Bufarah (1988) citam que milheto e sorgo podem ser consorciados
com leguminosas, como kudzu-tropical, lab-lab, caupi ou mucuna, e Calegari (1995)
recomenda o feijão-de-porco e a mucuna-preta em consórcio com a cultura do milho.
Os benefícios proporcionados pela utilização dos adubos verdes nem sempre trazem
melhorias visíveis ou lucro imediato ao produtor. No entanto, segundo a literatura, a sua
utilização quando de forma racional e, se possível inserida dentro de um sistema de rotação ou
sucessão de culturas, pode trazer inúmeros benefícios às culturas subseqüentes como também
ao próprio solo, por meio de melhorias nas suas condições físicas, químicas e biológicas.
Assim, é provável que a associação leguminosa/gramínea favoreça os objetivos estabelecidos,
dessa forma, estudos que congreguem esta junção são muito importantes.
2.3. Plantas de cobertura, adubação nitrogenada e qualidade fisiológica e sanitária de
sementes
A qualidade das sementes compreende o conjunto dos atributos genéticos, físicos,
fisiológicos e sanitários característicos da espécie e variedade ou incorporados ao cultivar
pelo melhorista. Oliveira et al. (2003) observaram que o nitrogênio influenciou positivamente
a produção e a qualidade fisiológica de sementes de feijão-vagem.
23
No feijão-comum, Carvalho et al. (1999b) constataram influência de fontes e formas
de aplicação de nitrogênio na qualidade fisiológica das sementes. No entanto, Paulino et al.
(1999) e Ambrosano et al. (1999) não verificaram diferenças significativas entre as fontes e
formas de parcelamento do nitrogênio na qualidade fisiológica das sementes de feijão.
A qualidade sanitária sempre foi uma preocupação na produção de sementes de feijão
pelo grande número de doenças transmitidas pela semente. Benício et al. (2003) avaliando a
presença de fungos do gênero Aspergillus em amostras de sementes de feijão armazenadas em
diversos locais do Estado da Paraíba, verificaram diferenças significativas na incidência desse
fungo conforme a procedência das amostras.
Segundo Menten et al. (2007), quanto aos padrões de sanidade de sementes de
feijoeiro, o GTPSS (Grupo Técnico Permanente em Sanidade de Sementes), do MAPA,
propôs tolerância zero para Colletotrichum lindemuthianum, Fusarium oxysporum f. sp.
phaseoli, F. solani f. sp. phaseoli, Sclerotinia sclerotiorum e Xanthomonas axonopodis pv.
phaseoli. Foi considerado que, para estes patógenos, o uso de sementes sadias ou
adequadamente tratadas é a principal medida de controle para o manejo integrado de doenças.
Uma avaliação da incidência de patógenos em sementes de feijão-de-corda
armazenados por pequenos produtores nos municípios de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) foi
realizada por Torres et al. (1998), que identificaram os fungos dos gêneros Aspergillus e
Penicilium como os mais freqüentes nas amostras, além da presença de bactérias.
Lucca Filho (1999), avaliando fungos em sementes de azevém observou que estes
prejudicaram a germinação e o vigor das sementes. Neergaard (1979) indica que fungos como
Fusarium spp., entre outros, têm a capacidade de reduzir a viabilidade das sementes.
De acordo com Muniz et al. (2004) Fusarium spp. e Aspergillus spp. influenciaram na
percentagem de sementes mortas de melão e consequentemente, nos valores do teste de
germinação e primeira contagem.
24
Bahry et al. (2007) trabalhando com sementes de milheto, encontraram os fungos
Fusarium spp., Aspergillus spp. e Penicillium spp., sendo que a sua presença não foi limitante
à qualidade fisiológica dos lotes testados.
Segundo Sá (1996), devido às incertezas das condições atmosféricas e do solo, há
adequada justificativa para semeadura de sementes de alta germinação e vigor, para se ter
segurança de adequada emergência no campo. Assim, estará assegurada a vantagem primária
de um menor gasto de sementes, boa população de plantas por área e produtividade
satisfatório.
25
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Localização, características da área experimental
O experimento foi conduzido no município de Selvíria, Estado do Mato Grosso do
Sul, na Fazenda de Ensino e Pesquisa da Unesp, Campus de Ilha Solteira. A área está situada
aproximadamente a 51º22’ de longitude Oeste de Greenwich e 20º22’ de latitude Sul, com
altitude de 335 metros. O clima é do tipo Aw, segundo a classificação de Köeppen,
apresentando temperatura média anual de 23,5
°
C, precipitação pluvial anual média de 1.370 mm
e a umidade relativa do ar oscila entre 70 e 80% (média anual). O solo do local, que no passado
era ocupado por vegetação de Cerrado, foi classificado como LATOSSOLO VERMELHO
Distrófico típico argiloso (EMBRAPA, 1999).
A quantidade e a freqüência de chuvas que ocorreram no experimento, bem como as
médias de temperatura e umidade relativa do ar, foram obtidas no Posto Meteorológico
localizado aproximadamente 800 m do local de condução do experimento.
3.2. Descrição dos tratamentos e parcela experimental
Os tratamentos foram definidos de acordo com o tipo de planta de cobertura utilizada:
guandu (Cajanus cajan), crotalária (Crotalaria juncea), feijão-de-porco (Canavalla
ensiformis), mucuna preta (Stizolobium aterrimum), milheto (Pennisetum glaucum); os bem
como os consórcios: guandu+milheto, cortalária+milheto, feijão-de-porco+milheto, mucuna
preta+milheto mais uma área de pousio. As combinações das leguminosas com o milheto
foram na proporção de 50%, com linhas alternadas e espaçamento de 0,5 m entrelinhas.
Na semeadura do feijoeiro sobre cada planta de cobertura os tratamentos foram
subdivididos de acordo com as épocas de aplicação do nitrogênio em cobertura (25, 30 e 35
dias após emergência) e um tratamento sem aplicação de N. A parcela experimental foi
26
delimitada por cinco linhas de cinco metros, utilizando-se como área útil duas linhas centrais,
desprezando-se 0,5 metro das extremidades de cada linha, com delineamento em blocos
casualizados com parcelas subdivididas.
3.3. Instalação e condução do experimento
O experimento foi realizado em duas etapas, a primeira com a implantação e manejo
das plantas de cobertura e a segunda com a semeadura, manejo e colheita do feijoeiro na
implantação do sistema plantio direto sobre a palhada das plantas de cobertura.
3.3.1. Etapa 1 – Plantas de cobertura no verão
As plantas de cobertura foram semeadas no verão da safra 2006/07. Antes do preparo
do solo foram coletadas aleatoriamente na área 10 amostras simples na camada de 0 a 0,20 m
de profundidade, sendo posteriormente homogeneizadas para a formação de uma amostra
composta, a qual foram realizadas as determinações químicas (RAIJ; QUAGGIO, 1983),
cujos resultados são apresentados a seguir: matéria orgânica 28,0 g dm
-3
; pH (CaCl
2
) 5,1; P
(resina) 5,0 mg dm
-3
; K, Ca, Mg, H+Al, SB e CTC 1,4; 22; 10; 22; 33 e 54 mmol
c
dm
-3
,
respectivamente e saturação por bases de 60%.
O preparo do solo foi realizado por meio de uma aração com arado de aiveca e duas
gradagens, sendo a última na véspera da semeadura das plantas de cobertura.
A semeadura das plantas de coberturas foi realizada manualmente no dia 22 de
novembro de 2006, sem adubação. Cada parcela constou de 10 linhas de 10 metros e o
número de sementes/m para cada uma das plantas de coberturas foi: milheto com 80
sementes/m; mucuna preta com 10 sementes/m; guandu com 20 sementes/m; feijão-de-porco
com 12 sementes/m e crotalária com 30 sementes/m, de acordo com as recomendações de
Ambrosano e Wutke (1997).
27
Os consórcios foram realizados intercalando-se uma linha de gramínea e uma linha de
leguminosa, sucessivamente.
Após a coleta das amostras procedeu-se o manejo das plantas de cobertura utilizando-
se o desintegrador mecânico do tipo Triton. Quinze dias antes da semeadura do feijoeiro
realizou-se a aplicação de glyphosate (800 g i.a. ha
-1
) em área total com o objetivo de eliminar
rebrotas das plantas de cobertura e também de algumas plantas daninhas remanescentes,
principalmente na área que foi mantida em pousio.
3.3.2. Etapa 2 – Cultura do feijão no outono/inverno em plantio direto
3.3.2.1. Semeadura
A semeadura do feijoeiro foi realizada no dia 22 de junho de 2007, utilizando-se
sementes do cv. Pérola do grupo Carioca, que apresenta crescimento indeterminado, hábito do
tipo III (semi-prostrado). É resistente ao mosaico comum, moderadamente resistente a murcha
de fusarium, intermediário para ferrugem, suscetível a mosaico dourado, crestamento
bacteriano comum e antracnose (EMBRAPA, 1997).
As sementes foram tratadas com carboxin+thiran (200 g + 200 g i.a./100 kg de
sementes), sendo posteriormente semeadas mecanicamente no espaçamento de 0,5 metro
entrelinhas, distribuindo-se 15 sementes por metro, visando obter população final de
aproximadamente 240.000 plantas ha
-1
. Foi aplicado como fonte de nutrientes 250 kg ha
-1
da
fórmula 04-30-10, em seguida a área foi irrigada, e a emergência das plântulas ocorreu de
forma uniforme oito dias após a semeadura. A cultura foi mantida sob regime de irrigação por
aspersão convencional sempre que necessário.
28
3.3.2.2. Controle de plantas invasoras, doenças e pragas
O controle de plantas invasoras foi realizado utilizando-se herbicida seletivo
recomendado para a cultura do feijão, aplicado em pós-emergência (herbicida sethoxydin na
dose de 230 g ha
-1
do i.a.) com o objetivo de eliminar plantas invasoras deixando a área livre
para o desenvolvimento inicial do feijoeiro.
Para o controle de doenças e pragas, principalmente mosca-branca e vaquinhas, foi
realizado aplicação preventiva aos 10 dias após emergência e aos 72 dias após a emergência
foi feita a aplicação de mancozeb (1600 g ha
-1
do i.a.) e methamidophos (300 g ha
-1
do i.a.).
3.3.2.3. Aplicação de nitrogênio em cobertura
A aplicação de nitrogênio em cobertura foi realizada manualmente utilizando-se a
uréia como fonte (45% de N). As parcelas de plantas de cobertura foram divididas em quatro,
onde foram feitas aplicações de nitrogênio aos 25, 30 e 35 DAE e uma parcela sem a
aplicação de nitrogênio em cobertura. A dose aplicada foi de 40 kg ha
-1
de N.
3.3.2.4. Colheita do feijoeiro
A colheita do experimento foi realizada manualmente, no dia 24 de setembro, com um
ciclo de 94 dias (após semeadura – 86 DAE), quando também foi realizada a contagem do
estande final. No momento da colheita, as plantas encontravam-se com as hastes desfolhadas
e as vagens com coloração típica da cultivar.
3.4. Avaliações
3.4.1. Determinação da biomassa das plantas de cobertura
Por ocasião do florescimento das plantas de cobertura, aproximadamente 120 DAE,
foi avaliada a produção de massa verde e seca das plantas, realizada por meio da coleta de
29
duas amostras aleatórias de 0,25 m
2
de cada planta de cobertura em cada parcela, que foram
cortadas rente ao solo, pesadas para determinação da produção de massa verde, sendo os
dados transformados em toneladas de massa verde por hectare. Posteriormente foi realizada a
lavagem e acondicionamento em sacos de papel e secagem em estufa a 65ºC, para
determinação da massa seca e extrapolação desta para t ha
-1
.
3.4.2. Teores de nutrientes da biomassa seca das plantas de cobertura
Foram determinados os teores de N, P, K, Ca, Mg, S, B, Fe, Mn e Zn. Para avaliação
destes teores foram utilizadas as duas amostras de planta de cobertura obtidas em cada
parcela, na qual foram moídas em moinho tipo Wiley. Para o teor de N, foi realizada digestão
sulfúrica seguindo pelo método de semi-micro Kjeldahl, para o B digestão por via seca e para
os demais nutrientes foi realizada a digestão nitroperclórica, sendo P determinado por
calorimetria, S turbidimetria (turbidez) e K, Ca, Mg, B, Mn e Zn por espectofotometria de
absorção atômica. Os teores de macro e micronutrientes foram expressos em g kg
-1
de MS e
mg kg
-1
de MS, respectivamente. Os retornos de macro e micronutrientes foram obtidos pelo
produto da quantidade de massa seca com os teores dos nutrientes da parte aérea das plantas
de cobertura e foram expressos em kg ha
-1
e g ha
-1
, respectivamente.
3.4.4. Componentes da produção
Foram coletadas 10 plantas consecutivas em local predeterminado na área útil de cada
parcela e levadas ao laboratório para determinações do número médio de vagens por planta,
número de sementes por planta, número de sementes por vagem e massa de 100 sementes.
Altura das plantas: Avaliada em 10 plantas coletadas em local pré-determinado na área útil
das parcelas, medindo-a do ápice à base do caule das plantas;
30
Altura de inserção da primeira vagem: Avaliada em 10 plantas coletadas em local pré-
determinado na área útil das parcelas, medindo-se a distância da inserção da primeira vagem
até o solo.
Número de plantas por metro: Por ocasião da colheita foi realizada a contagem das plantas
de duas linhas centrais na área útil de cada subparcela, totalizando oito metros de linha, cujos
valores foram utilizados para a obtenção do número de plantas correspondentes a um hectare.
Número de vagens por planta: foi obtido pela relação número total de vagens/número total
de 10 plantas;
Número de sementes por planta: foi obtido pela relação número total de sementes/número
total de 10 plantas;
Número de sementes por vagem: foi obtido pela relação número total de sementes/número
total de vagens de 10 plantas;
Massa de 100 sementes: foi realizado utilizando-se oito subamostras de 100 sementes, as
quais foram pesadas em balança de precisão de 0,1 g, conforme as Regras para Análise de
Sementes (BRASIL, 1992), expressando-se os valores médios;
Produtividade de sementes: avaliada pela coleta de duas linhas de quatro metros, dentro da
área útil de cada subparcela. Estas foram arrancadas e deixadas para secagem a pleno sol,
depois foram submetidas a trilhagem mecânica e quantificou-se a massa das sementes obtidas.
O valor observado foi corrigido para 13% de umidade (base úmida) e os resultados
31
transformados em kg ha
-1
;
Grau de umidade das sementes: foi avaliado pelo método da estufa a 105ºC ±3, por 24
horas, com duas repetições por tratamento, de acordo com as Regras para Análise de
Sementes (BRASIL, 1992);
3.4.5. Análises da qualidade fisiológica e sanitária das sementes
As sementes utilizadas para essas análises também foram colhidas manualmente.
Foram realizadas no Laboratório de Análises de Sementes do Departamento de Fitotecnia,
Tecnologia de Alimentos e Sócio-Economia da Unesp – Campus de Ilha Solteira.
Teste de germinação: realizado com quatro subamostras de 50 sementes em rolos de papel
toalha Germitest a 25ºC, mantendo-se a temperatura constante. O papel foi umedecido com
água destilada com quantidade equivalente a 2,5 vezes o seu peso. As contagens foram
realizadas aos cinco e nove dias após a montagem do teste, de acordo com os critérios
estabelecidos pelas Regras de Análise de Sementes (BRASIL, 1992);
Primeira contagem de germinação: realizado em conjunto com o teste de germinação
computando-se as porcentagens de plântulas normais verificadas no quinto dia após a
montagem do teste;
Velocidade de germinação: realizado em conjunto com o teste de germinação, onde o índice
de velocidade para cada subparcela foi calculado segundo a fórmula seguir:
VG = N1/D1+N2/D2+....+Nn/Dn
onde:
32
VG = velocidade de germinação;
N1, N2,....,Nn = número de plântulas germinadas a 1, 2, e n dias após a semeadura,
respectivamente;
D1, D2,.....,Dn = número de dias após a implantação do teste;
Teste de envelhecimento acelerado: realizado com quatro subamostras de 50 sementes para
cada tratamento, pelo método de da caixa plástica (11x11x3,5 cm) (McDONALD;
PHANEENDRANATH, 1978), descrito por Marcos Filho (1994), onde 200 sementes foram
colocadas sobre a tela de inox de uma caixa plástica, contendo no fundo 40 mL de água
destilada. Após a colocação da tampa, as caixas foram levadas ao germinador regulado à
temperatura de 41ºC onde permaneceram por 60 horas. Transcorrido esse período, as
sementes foram semeadas conforme descrito para o teste de germinação e as plântulas
normais foram avaliadas cinco dias após a implantação do teste;
Emergência das plântulas: avaliado em campo, onde foram semeadas quatro repetições de
50 sementes, distribuídas em sulcos de dois metros de comprimento e cinco centímetros de
profundidade, mantendo-se as sementes eqüidistantes. Os sulcos foram espaçados de 0,40 m e
as contagens foram realizadas aos quinze dias após a semeadura, computando-se as plântulas
com os cotilédones acima da superfície do solo e as folhas unifoliadas com as margens não
mais se tocando;
Teste de Sanidade: realizado pelo método do papel de filtro “Blotter test”, utilizando 10
repetições de 10 sementes por tratamento, com assepsia e com congelamento, conforme
metodologia descrita em Rego (2005) para detecção de patógenos em sementes de feijão-
vagem.
33
3.5. Delineamento experimental e análises estatísticas
Para as plantas de cobertura foi utilizado o delineamento em blocos casualizados com
10 tratamentos (plantas de cobertura) e quatro repetições. Quanto as avaliações relativas ao
feijoeiro, adotou-se o delineamento em blocos casualizados com tratamentos nas parcelas (10
plantas de cobertura) e épocas de aplicação de nitrogênio em subparcelas (quatro épocas). As
médias dos tratamentos foram agrupadas pelo método de Scott e Knott, (1974) a 5% de
probabilidade e nas análises estatísticas utilizou-se os softwares SISVAR (FERREIRA, 1999-
2003) e SAS (SAS INSTITUTE, 1999).
34
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Produção de biomassa das plantas de cobertura
Para massa verde e massa seca das plantas de cobertura (Tabela 1), verifica-se que a
combinação mucuna+milheto proporcionou as maiores produções de massa verde e massa
seca, diferindo significativamente dos demais tratamentos. O consórcio leguminosa/gramínea
resultou em maiores quantidades de massa verde e seca quando comparadas ao cultivo em
sistema solteiro, concordando com os dados obtidos por Oliveira et al. (2002), na qual
também utilizaram plantas de cobertura em cultivo exclusivo e consorciado e que também
verificaram a boa performance do milheto em cultivo solteiro.
Tabela 1. Valores médios de massa verde e massa seca das plantas de cobertura aos 120
DAE, em cultivo isolado e consorciado, na região de Selvíria - MS, 2006/07
Plantas de cobertura
Massa Verde Massa Seca
(t ha
-1
)
Guandu
25,6 c 7,7 c
Crotalária
34,6 c 12,0 b
Feijão-de-porco
29,4 c 6,0 c
Mucuna
17,1 c 3,3 c
Milheto
42,7 b 12,6 b
Guandu+milheto
44,1 b 12,1 b
Crotalária+milheto
50,6 b 14,8 b
Feijão-de-porco+milheto
47,4 b 13,2 b
Mucuna+milheto
81,5 a 23,3 a
Pousio
31,2 c 6,7 c
CV (%)
33,7 36,8
* Médias seguidas de mesma letra na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade.
A quantidade de resíduos vegetais nas forma de massa seca fornecida pelas plantas de
cobertura, com exceção da mucuna, estiveram todos acima do que tem sido apontado como
quantidade mínima ideal de adição de massa seca em sistema de rotação de culturas, de
maneira que se mantenha adequada a cobertura do solo que é de 6 t ha
-1
ano
-1
de palhada,
conforme Peeten (1984), Denardin e Kochhann (1993) e Darolt (1998), sendo que a geral
produtividade de massa seca foi de 11,2 t ha
-1
, valor quase duas vezes superior a quantidade
35
mínima, indicando uma boa cobertura do solo, quando se visa o plantio direto.
Quando cultivadas solteiras, tanto o milheto como a crotalária também produziram
boa quantidade de massa. Os valores observados estão de acordo com informações da
literatura que revelam teores de massa seca variando entre 5,02 e 6,15 t ha
-1
na região de
Cerrado de Goiás, segundo Ambile (1993), para o guandu; mais de 7 t ha
-1
em Mato Grosso
do Sul, segundo Salton et al. (1993) para a crotalária; oscilando entre 5,7 e 19,8 t ha
-1
em
áreas de Cerrado do Distrito Federal, segundo Pereira (1991) para o feijão-de-porco; 4,8 t ha
-1
,
na região de Cerrado de Goiás, segundo Amabile et al. (1993) para a mucuna preta e variando
2,03 a 8,1 t ha
-1
no Cerrado do Brasil Central) para o milheto.
De maneira geral, a produtividade de massa verde e seca das leguminosas cultivadas
em sistema solteiro (Tabela 1) encontram-se dentro dos limites observados por Calegari
(1995), exceto para a mucuna que não atingiu os limites de 4-7,5 t ha
-1
.
4.2. Teores de nutrientes na biomassa seca das plantas de cobertura
Quanto aos teores de nutrientes (Tabela 2), verifica-se que ocorreram diferenças
significativas entre espécies e entre combinações de consórcio. Observa-se que quanto ao teor
de N destacou-se a mucuna, vindo a seguir o feijão-de-porco. Destaca-se ainda que a
combinação mucuna+milheto que também apresentou um teor elevado de N, mesmo tendo-se
as massas de uma gramínea e uma leguminosa, onde foram misturados materiais de relação
C/N estreita (mucuna preta) e relação C/N larga (milheto).
Oliveira (2002), trabalhando com sucessão de culturas, dentre as plantas de cobertura
o guandu e milheto, observou teores de macronutrientes próximos, principalmente para
nitrogênio 25,1 e 10,1 g kg MS
-1
e fósforo 3,1 e 1,4 g kg MS
-1
, respectivamente. É importante
ressaltar que este experimento foi realizado próximo ao local do presente estudo.
36
Tabela 2. Valores médios dos teores de nutrientes na parte aérea das diferentes plantas de
cobertura do solo cultivadas isoladamente e em consórcio, na região de Selvíria - MS,
2006/07
Plantas de cobertura
Teores de macronutrientes (g kg MS
-1
) Teores de micronutrientes (mg kg MS
-1
)
N
P
K
Ca
Mg
S
B
Fe
Mn
Zn
Guandu
21,9 c 2,7 b 8,4 b 9,3 c 2,5 c 1,4 b 40,1 b 471,1 b 46,1 c 21,4 b
Crotalária
16,4 d 2,0 d 7,3 b 11,1 b 4,1 a 1,4 b 41,0 b 581,6 b 55,1 c 17,4 b
Feijão-de-porco
31,0 b 3,0 a 8,0 b 21,7 a 3,6 b 1,6 a 49,8 a 814,4 a 63,0 b 20,4 b
Mucuna
35,1 a 2,5 b 8,4 b 12,1 b 3,0 c 1,7 a 41,1 b 773,3 a 74,8 b 19,0 b
Milheto
13,3 d 2,0 d 6,9 b 6,0 d 4,5 a 1,2 b 32,8 c 560,5 b 73,5 b 26,0 a
Guandu+milheto
15,6 d 1,9 d 8,5 b 7,6 c 3,8 b 1,2 b 38,5 b 616,3 b 71,9 b 23,8 a
Crotalária+milheto
15,4 d 1,9 d 7,0 b 8,9 c 4,7 a 1,4 b 36,3 b 623,3 b 71,4 b 19,3 b
Feijão-de-porco+milheto
16,1 d 2,0 d 7,3 b 7,8 c 4,8 a 1,4 b 26,4 c 464,5 b 86,8 a 25,1 a
Mucuna+milheto
20,3 c 2,2 d 8,2 b 8,5 c 5,2 a 1,5 b 29,8 c 515,0 b 94,2 a 27,8 a
Pousio
17,4 d 2,3 c 11,2 a 8,7 c 4,9 a 2,0 a 32,0 c 888,1 a 96,4 a 17,8 b
CV (%)
14,8 14,1 25,5 19,4 17,0 20,8 24,1 40,6 19,8 24,7
* Médias seguidas de mesma letra na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade.
Carvalho (2000), trabalhando com adubação verde e sucessão de culturas em
semeadura direta, observou para o nitrogênio que a mucuna, guandu, milheto e crotalária, no
primeiro ano de cultivo, apresentaram valores semelhantes aos do presente trabalho (Tabela 2)
e dentre esses adubos verdes a mucuna foi a que apresentou maiores valores (29,4 g kg MS
-1
).
Para o P, Carvalho (2000) observou valores superiores aos do presente trabalho, e
assim como no presente trabalho, verificou que os melhores resultados foram encontrados
para o feijão-de-porco. Para o K, não houve diferenças significativas entre as plantas de
cobertura, apenas a área em pousio, onde se obteve o maior valor diferindo significativamente
dos outros tratamentos. Para o teor de Ca, o maior valor foi encontrado para o feijão-de-porco,
e qual diferiu dos outros tratamentos, seguido da mucuna, crotalária, dos consórcios, guandu e
por último o milheto.
Para os teores de Mg e S Carvalho (2000) observou resultados semelhantes aos
encontrados no presente trabalho. Apenas para o teor de B os valores foram superiores onde
foi realizado o cultivo isolado, quando comparado com o cultivo consorciado, para os demais
micronutrientes o consórcio promoveu valores superiores aos do cultivo solteiro, sendo que a
37
área em pousio apresentou valores de micronutrientes elevados.
As diferentes combinações de tratamentos permitem aos agricultores optar por
determinada espécie considerando a absorção de nutrientes principalmente ao considerar qual
nutriente que deseja reciclar em maior quantidade, uma vez que pelos dados verifica-se que
ocorreu uma absorção diferencial de nutrientes em função da cultura isolada ou do tipo de
consórcio utilizado com o milheto.
A utilização dos adubos verdes, como rotação torna-se bastante interessante pelo
retorno de nutrientes (Tabela 3), onde pelos teores observados associados à massa seca
produzida indicam que as plantas de cobertura podem proporcionar um grande retorno de
macro e micronutrientes do solo.
Pela elevada quantidade de massa seca produzida, a combinação mucuna+milheto
proporcionou a obtenção de elevada ciclagem de macro e micro nutrientes, obtendo-se os
maiores retornos dentre os tratamentos utilizados, o que pode proporcionar a cultura sucessora
um desenvolvimento altamente satisfatório.
Tabela 3. Retorno potencial de nutrientes das plantas de cobertura do solo cultivadas
isoladamente e em consórcio, na região de Selvíria - MS, 2006/07
Plantas de
cobertura
Retorno de macronutrientes (kg ha
-1
) Retorno de micronutrientes (g ha
-1
)
N
P
K
Ca
Mg
S
B
Fe
Mn
Zn
Guandu
168 b 20 b 66 c 73 c 20 c 10 c 321,4 b 3558,9 b 366,7 c 156,9 c
Crotalária
201 b 24 b 87 b 136 b 50 b 17 b 516,7 a 7044,4 b 678,6 b 207,0 b
Feijão-de-porco
186 b 18 c 50 c 131 b 22 c 10 c 288,2 b 4954,7 b 377,1 c 125,0 c
Mucuna
117 b 8 c 29 c 41 c 10 c 6 c 137,6 b 2569,4 b 250,4 c 63,1 c
Milheto
170 b 28 b 87 b 76 c 58 b 15 b 415,8 a 6616,1 b 944,6 b 316,6 b
Guandu+milheto
186 b 23 b 101 b 93 c 45 b 15 b 474,6 a 6969,0 b 812,9 b 273,6 b
Crotalária+milheto
226 b 27 b 102 b 128 b 68 b 20 b 530,2 a 9398,2 a 1040,7 b 280,9 b
Feijão-de-
porco+milheto
212 b 25 b 95 b 104 c 64 b 18 b 349,8 b 6751,1 b 1148,0 b 323,5 b
Mucuna+milheto
473 a 52 a 195 a 201 a 126 a 34 a 682,8 a 12229,5 a 2237,7 a 646,4 a
Pousio
115 b 15 c 69 c 56 c 30 c 11 c 220,2 b 5721,3 b 629,8 c 112,1 c
CV (%)
40,1 38,8 44,7 45,4 47,3 20,8 46,1 55,1 45,5 43,3
* Médias seguidas de mesma letra na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade.
38
Oliveira et al. (2002) trabalhando com plantas de cobertura, dentre elas o milheto,
mucuna, feijão-de-porco e o consórcio das leguminosas com o milheto, obtiveram valores de
retorno de nutrientes inferiores aos do presente trabalho para quase todos os nutrientes, exceto
para o potássio no feijão-de-porco (50 kg ha
-1
), milheto (258 kg ha
-1
), enxofre no milheto (26
kg ha
-1
) e manganês para o milheto (1409 g ha
-1
).
Sendo assim, a utilização de adubo verde pode beneficiar o agricultor pelo retorno de
nutrientes presentes na massa seca dessas plantas, proporcionando melhoria do solo e
economia em termos de adubação.
4.3. Componentes da produção de sementes
Os valores obtidos para o feijoeiro cultivado em área sob diferentes plantas de
coberturas e com quatro épocas de aplicação de nitrogênio, os valores de F e o coeficiente de
variação estão apresentados na Tabela 4. Observa-se que não foram verificadas diferenças
significativas entre as plantas de cobertura, entre as épocas de aplicação do nitrogênio em
cobertura e nem para a interação plantas de cobertura e épocas para nenhuma das
características avaliadas, conforme se observa nos valores de F. Trabalhando com o mesmo
tipo de solo e na mesma região, com o objetivo de verificar o efeito da rotação de culturas e
adubação verde sobre o rendimento do feijão, Carvalho et al. (1999a) e Carvalho (2000) não
verificaram diferenças significativas entre as características agronômicas avaliadas e
produtividade das sementes entre os tratamentos com adubos verdes, concordando com a
observação do presente trabalho. Já Wutke et al. (1998), em experimento no município de
Ribeirão Preto-SP, trabalhando com aveia preta, crotalária, guandu e mucuna-preta,
observaram diferenças significativas entre as produtividades das áreas dos adubos verdes,
onde a maior produtividade foi observada na área com mucuna preta e esta não diferiu da
crotalária.
39
Tabela 4. Médias, valores do teste F e coeficientes de variação (CV) para as avaliações
número de plantas por metro (NP), número de vagens por planta (NVP), número de sementes
por vagem (NSV), número de sementes por planta (NSP), massa de 100 sementes (M100S),
produtividade de sementes (PROD), altura das plantas (APL) e altura de inserção da primeira
vagem (AIPV) das plantas de feijoeiro cultivado sobre diferentes plantas de coberturas e
diferentes épocas de aplicação de nitrogênio em cobertura na região de Selvíria - MS, 2007
Plantas de cobertura (P) NP/m NVP NMSV NMSP
M100S
(g)
PROD
(kg ha
-1
)
APL
(cm)
AIPV
(cm)
Guandu
9,8 9,8 4,0 39,4 23,2 1828 70,2 8,6
Crotalária
9,9 10,7 4,0 42,9 23,9 2070 67,3 8,2
Feijão-de-porco
9,8 8,9 3,9 35,1 22,9 1629 67,8 7,8
Mucuna
9,8 10,5 3,9 40,4 22,6 1845 67,3 8,5
Milheto
9,2 9,2 4,1 37,1 23,3 1609 72,2 8,5
Guandu+milheto
9,5 9,3 4,2 38,7 22,2 1630 71,2 9,3
Crotalária+milheto
9,5 10,5 4,2 43,7 23,2 1942 69,9 9,2
Feijão-de-porco+milheto
9,9 9,9 4,1 41,1 22,2 1790 78,8 9,2
Mucuna+milheto
9,7 9,4 4,0 37,4 22,9 1660 67,9 8,1
Pousio
9,1 9,6 4,1 39,4 22,3 1593 71,4 8,6
F plantas de cobertura
1,239
ns
0,969
ns
0,332
ns
0,594
ns
0,460
ns
0,835
ns
0,905
ns
1,433
ns
CV
1
(%)
10,03 25,10 17,01 34,67 14,59 40,31 20,65 20,71
Épocas (E)
Sem N
9,4 9,8 4,1 37,5 22,5 1597 69,0 8,6
25 (DAE)
9,8 11,5 4,0 41,0 22,9 1851 73,1 8,4
30 (DAE)
9,8 9,6 4,0 38,7 22,9 1737 69,8 8,6
35 (DAE)
9,6 11,6 4,1 41,0 23,0 1855 69,8 8,7
F linear
3,64
ns
4,127
ns
3,048
ns
1,936
ns
4,305
ns
4,668
ns
0,240
ns
0,024
ns
F quadrático
1,220
ns
0,382
ns
1,911
ns
0,064
ns
0,139
ns
0,193
ns
1,792
ns
0,516
ns
CV
2
(%)
9,44 25,210 7,80 25,81 5,34 30,35 16,94 19,22
F interação P * E
0,99
ns
0,449
ns
1,014
ns
0,346
ns
0,612
ns
0,420
ns
0,996
ns
1,418
ns
ns
não significativo pelo teste F.
Em geral o número de plantas por metro foi baixo, em média 9,6, valor que se
encontra abaixo do ideal, que é de 12 plantas por metro, sendo que a população final de
plantas do feijoeiro não foi influenciada pelas plantas de cobertura utilizadas. Estes resultados
estão em consonância com os resultados obtidos por Carvalho (2000) e Oliveira et al. (2002),
que também verificaram que adubos verdes não proporcionam alteração no estande das
plantas. As épocas de aplicação de nitrogênio, também não influenciaram o estande final das
plantas de feijoeiro.
Em relação ao número de vagens por planta (Tabela 4) não se verificaram diferenças
40
significativas entre as plantas de cobertura utilizadas e nem para as épocas de aplicação de
nitrogênio. Para as épocas de aplicação de nitrogênio também não houve diferenças
significativas, mas os valores maiores foram encontrados quando se aplicou o nitrogênio aos
25 e 35 DAE. Soratto et al. (2001) também não verificaram efeito significativo das épocas de
aplicação de nitrogênio (15, 25 e 35 DAE) para número de vagens por planta, porém com o
aumento da quantidade de nitrogênio aplicado aumentou o número de vagens por planta.
Sabe-se que a população de plantas é um dos fatores que interfere na quantidade de
vagens produzidas pelo feijoeiro. Teixeira et al. (2000) observaram que o aumento do número
de sementes por metro reduziu o número de vagens por planta, principalmente na presença da
adubação nitrogenada, quando o número médio de vagens por planta foi mais elevado. Esse
tipo de comportamento foi apontado pelo provável fato da adubação nitrogenada ter
aumentado a capacidade de compensação do feijoeiro, já que havia sido observado acréscimo
no número de vagens por planta e na massa de 100 sementes, quando se aumentou a dose de
nitrogênio.
O número de sementes por vagem (Tabela 4) não foi afetado significativamente por
nenhum dos fatores estudados. Talvez porque essa característica seja mais relacionada com o
cultivar utilizado sofrendo pouca influência das práticas culturais utilizadas na cultura, sendo
que estes valores normalmente estão por volta de quatro sementes por vagem. Além disso,
segundo Andrade et al. (1998), provavelmente esta é uma característica varietal, pouco
influenciada pelo ambiente.
Para o número de sementes por planta (Tabela 4), não houve diferenças significativa
para as plantas de cobertura nem para as épocas de aplicação de nitrogênio.
Em relação à época de aplicação do nitrogênio em cobertura os resultados são bastante
divergentes, Araya et al. (1981) e Araújo et al. (1994), comprovaram que a adubação deve ser
efetuada 15 a 30 DAE, ou seja, antes da floração, pois depois desse tempo, tem pequeno
41
efeito ou é inútil. Rosolem (1987) ressalta que o aproveitamento desse nutriente é maior
quando aplicado em cobertura no máximo até 36 DAE. Já Araújo et al. (1994) verificaram
que a adubação nitrogenada parcelada em cobertura até 30 DAE é mais vantajosa para o
feijoeiro. Calvache e Reichardt (1996) verificaram que a maior absorção de nitrogênio
ocorreu na floração e na época de formação de vagens. Ambrosano et al. (1996) constataram
que a produtividade pode ser aumentada pela adição de nitrogênio, e que doses únicas
aplicadas em cobertura foram mais eficientes do que as aplicadas somente na semeadura, com
melhor época de aplicação aos 25 DAE. No presente trabalho não houve diferenças
significativas quanto às épocas de aplicação de nitrogênio (sem N, 25, 30 e 35 DAE).
Não houve efeito significativo das plantas de cobertura nem da época de aplicação de
nitrogênio em cobertura para o número médio de sementes por planta (Tabela 4).
As diferentes plantas de cobertura do solo utilizadas não influenciaram
significativamente a massa de 100 sementes do feijoeiro de inverno (Tabela 4). No entanto foi
observado menores valores de massa de 100 sementes, cujos relatos para o cv. Pérola se situa
ao redor de 27 g em média, independente da planta de cobertura ou da época utilizada.
Trabalhando com adubação verde, Arf et al. (1999) e Carvalho (2000), não notaram influência
dos tratamentos utilizados sobre esta característica. Quanto à aplicação de nitrogênio,
observa-se que não houve diferenças em relação à época de aplicação do nitrogênio.
Quanto a produtividade de sementes, não se observou efeito significativo das plantas
de cobertura utilizadas. Resultados semelhantes foram observados por Arf et al. (1999),
Carvalho et al. (1999a) e Carvalho (2000). No entanto, usualmente têm-se obtido resultados
interessantes utilizando-se diferentes coberturas vegetais, proporcionando aumento do
produtividade do feijoeiro, tais quais a soja verde e capim marmelada seco (LOLLATO et al.,
2002a), capim marmelada (LOLLATO et al., 2002b), capim braquiária (OLIVEIRA et al.,
2002; LOLLATO et al., 2002b) e mucuna preta (WUTKE et al., 1998).
42
Quanto às épocas de aplicação de nitrogênio não se detectaram diferenças
significativas para a produtividade do feijoeiro de inverno, assim como Meira et al. (2005)
que não encontraram diferenças significativas entre as épocas de aplicação (15, 25 e 35 DAE).
Binotti (2006) observou que o aumento na produtividade das sementes de feijoeiro de inverno
cultivado em sistema plantio direto responde até a aplicação de 198 kg ha
-1
de N,
evidenciando de fato que o feijoeiro responde a altas doses de nitrogênio em sistemas
irrigados. Kikuti et al. (2005) observaram maiores produtividades do feijoeiro de inverno com
doses de nitrogênio de 170 kg ha
-1
e 144 kg ha
-1
nos anos de 2000 e 2002, respectivamente.
Barbosa Filho e Silva (2000) e Souza (2006) também verificaram que o feijoeiro responde à
doses elevadas de nitrogênio, havendo necessidade de levar em consideração a viabilidade
econômica da aplicação de doses elevadas.
Quanto à altura das plantas (Tabela 4), média foi de 70,4 cm está dentro da
característica do cultivar Pérola, assim como a altura da inserção da primeira vagem (8,6 cm),
não se verificaram efeitos significativos das plantas de cobertura assim como das diferentes
épocas de aplicação de nitrogênio. Meira et al. (2005) também constataram que a aplicação de
nitrogênio em cobertura em épocas distintas (21, 32 e 38 DAE) não proporcionou efeito
significativo na altura de plantas, nem na inserção da primeira vagem.
4.4. Qualidade fisiológica e sanitária das sementes
Os valores obtidos para a qualidade fisiológica das sementes do feijoeiro cultivado sob
diferentes plantas de coberturas e quatro épocas de aplicação de nitrogênio, os valores de F, o
coeficiente de variação e as regressões estão apresentados na Tabela 5. Observam-se efeitos
significativos na qualidade das sementes produzidas nas diferentes plantas de cobertura e
interação significativa entre as épocas de aplicação de nitrogênio em cobertura, sendo assim,
as tabelas dos desdobramentos das interações significativas das coberturas dentro de cada
43
época de aplicação de nitrogênio estão no Apêndice. Oliveira et al. (2003) observou que o
nitrogênio influenciou positivamente a produção e a qualidade fisiológica de sementes de
feijão-vagem.
Tabela 5. Médias, valores do teste F, coeficientes de variação (CV) e regressões obtidos para
as avaliações de teste de germinação (TG), primeira contagem do teste de germinação
(PCTG), índice de velocidade de germinação (IVG), envelhecimento acelerado (EA) e
emergência de plântulas em campo (EPC) do feijoeiro cultivado sobre diferentes plantas de
cobertura e diferentes épocas de aplicação do nitrogênio em cobertura na região de Selvíria -
MS, 2007
Plantas de cobertura (P) TG (%) PCTG (%) IVG EA (%) EPC (%)
Guandu
97,4 92,8 9,5 92,4 92,3
Crotalária
96,9 92,4 9,5 92,5 91,5
Feijão-de-porco
97,8 95,6 9,7 92,3 95,1
Mucuna
98,0 94,9 9,7 93,9 91,6
Milheto
94,3 89,8 9,2 92,4 94,1
Guandu+milheto
94,8 91,5 9,3 93,9 94,6
Crotalária+milheto
96,3 89,1 9,3 91,6 92,9
Feijão-de-porco+milheto
95,4 92,6 9,4 91,3 92,4
Mucuna+milheto
95,5 90,9 9,3 91,5 91,0
Pousio
96,6 91,5 9,4 91,8 93,9
F plantas de cobertura
3,33** 2,83* 3,28
ns
0,596
ns
7,965**
CV
1
(%)
2,91 5,27 3,59 5,07 2,17
Épocas (E)
Sem N
95,6 91,5 9,4 91,6 91,6
25 (DAE)
96,4 92,5 9,5 93,7 92,6
30 (DAE)
96,5 92,2 9,5 92,2 95,6
35 (DAE)
96,7 92,3 9,5 92,0 92,1
F linear
3,92* 0,976
ns
2,374
ns
0,880
ns
42,457**
R
2
(%)
99,90 - - - 21,60
F quadrático
0,002
ns
0,200
ns
0,050
ns
5,20* 22,804**
R
2
(%)
- - - 83,88 33,20
CV
2
(%)
2,89 4,78 3,41 4,14 1,51
F interação P * E
1,891* 1,909* 2,134** 2,445** 38,74**
** significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; * significativo ao nível de 5% pelo teste F;
ns
não significativo pelo teste F.
Com relação à germinação (Tabela 5), obteve-se maiores percentagens de plântulas
normais para as sementes de feijoeiro cv. Pérola que foram semeadas na palhada da mucuna,
seguido do feijão-de-porco e do guandu. Em relação às épocas de aplicação de nitrogênio, o
melhor resultado foi aos 35 DAE seguido dos 30 DAE. Pode-se afirmar que as sementes
44
apresentaram alta germinação, cujos percentuais (acima de 95%) foram superiores ao mínimo
(80%) exigido para a comercialização de sementes de feijão no Brasil.
Quanto ao vigor, avaliado com base na primeira contagem do teste de germinação
(Tabela 5), verifica-se que as sementes de feijoeiro semeadas sobre a palhada do feijão-de-
porco seguido da mucuna, foram as que apresentaram melhores resultados (96 e 95 %,
respectivamente). Em relação a época de aplicação de nitrogênio, não houve diferenças
significativas, e este valou ficou em torno de 92%.
Para o vigor das sementes quanto ao índice de velocidade de germinação (Tabela 5),
os dados apresentaram mesmo comportamento da germinação das sementes e primeira
contagem de germinação.
Para os dados do teste de envelhecimento acelerado (Tabela 5) não se verificaram
diferenças significativas entre as plantas de cobertura utilizadas, nem para as épocas de
aplicação de nitrogênio em cobertura.
O potencial fisiológico das sementes, avaliado pela emergência em campo, apresentou
similaridade entre as plantas de cobertura utilizadas (Tabela 5). Entretanto, é de se supor que a
estreita superioridade observada nos percentuais de emergência de plântulas provenientes das
sementes de feijoeiro cv. Pérola que foram semeadas em condições de plantio direto sobre a
palhada de fejão-de-porco em relação ao consórcio mucuna+milheto está relacionada ao
melhor desempenho da qualidade fisiológica das sementes oriundas da palhada de feijão-de-
porco em relação ao consórcio mucuna+milheto. Em geral todos os valores foram superiores a
90% de emergência em campo.
Em relação às épocas de aplicação da adubação nitrogenada, observa-se que para o
teste de germinação a aplicação do nitrogênio aos 35, seguido dos 30 DAE, foram as épocas
que mais favoreceram a germinação das sementes. Para a emergência em campo, aos 30 DAE
foi a época mais adequada, onde se conseguiu 95% de emergência das plântulas. A utilização
45
da adubação nitrogenada sobre a qualidade fisiológica de sementes é controversa em diversas
culturas. No feijão-comum, Carvalho et al. (1999b), constataram influência de fontes e formas
de aplicação de nitrogênio na qualidade fisiológica das sementes. No entanto, Paulino et al.
(1999) e Ambrosano et al. (1999) não verificaram diferenças significativas entre as fontes e
formas de parcelamento do nitrogênio na qualidade fisiológica das sementes desse feijão.
Em geral, as sementes produzidas em plantio direto sobre palhada das plantas de
cobertura em cultivo consorciado tiveram menor vigor, avaliado para a maioria dos testes de
qualidade de sementes em comparação as plantas em cultivo solteiro (Tabela 5), porém em
relação ao teste de sanidade (Figura 1), verifica-se que o maior índice de sementes infectadas
com fungos ocorreu quando as sementes foram semeadas na palhada das plantas de cobertura
em consórcio.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
12345678910
% de sementes infectadas
Fusarium solani Penicillium spp. Aspergillus spp. Rhizopus spp.
1. Guandu; 2. Crotalária; 3. Feijão-de-porco; 4. Mucuna; 5. Milheto; 6. Guandu+milheto;
7. Crotalária+milheto; 8. Feijão-de-porco+milheto; 9. Mucuna+milheto; 10. Pousio
Figura 1. Porcentagem de incidência de fungos em sementes de feijoeiro cultivado em
diferentes plantas de cobertura do solo, na região de Selvíria – MS, 2007.
46
0
10
20
30
40
50
12345678910
% de sementes infectadas
0 25 30 35
1. Guandu; 2. Crotalária; 3. Feijão-de-porco; 4. Mucuna; 5. Milheto; 6. Guandu+milheto;
7. Crotalária+milheto; 8. Feijão-de-porco+milheto; 9. Mucuna+milheto; 10. Pousio
Figura 2. Porcentagem de incidência de fungos em sementes de feijoeiro cultivado em
diferentes plantas de cobertura do solo em função da aplicação de nitrogênio em cobertura
(sem N, 25, 30 e 35 DAE), na região de Selvíria – MS, 2007
A qualidade sanitária sempre foi uma preocupação na produção de sementes de feijão
pelo grande número de doenças transmitidas pela semente. A porcentagem de incidência de
fungos em sementes de feijoeiro cultivado em diferentes plantas de cobertura do solo
contaminadas com fungos (Figura 1) foi baixa, menor que 16%, indicando uma boa qualidade
das sementes produzidas. Benício et al. (2003), avaliando a presença de fungos do gênero
Aspergillus em amostras de sementes de feijão armazenadas em diversos locais do Estado da
Paraíba, verificaram diferenças significativas na incidência desse fungo conforme a
procedência das amostras.
Segundo Menten et al. (2007), quanto aos padrões de sanidade de sementes de
feijoeiro, o GTPSS (Grupo Técnico Permanente em Sanidade de Sementes), do MAPA,
propôs tolerância zero para Colletotrichum lindemuthianum, Fusarium oxysporum f. sp.
phaseoli, F. solani f. sp. phaseoli, Sclerotinia sclerotiorum e Xanthomonas axonopodis pv.
phaseoli. Foi considerado que, para estes patógenos, o uso de sementes sadias ou
adequadamente tratadas é a principal medida de controle para o manejo integrado de doenças.
47
Uma avaliação da incidência de patógenos em sementes de feijão-de-corda
armazenadas por pequenos produtores nos municípios de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) foi
realizada por Torres et al. (1998), que identificaram os fungos dos gêneros Aspergillus e
Penicilium como os mais freqüentes nas amostras, além da presença de bactérias.
Em relação às épocas de aplicação de nitrogênio, observa-se pela Figura 2 que em
geral, os maiores índices de infecção de sementes ocorreu quando não houve aplicação do
nitrogênio em cobertura, indicando que uma planta bem nutrida fica menos vulnerável à
incidência de doenças.
Estes resultados indicam que a incidência de fungos não se refletiu em perda de
viabilidade e vigor das sementes de feijoeiro cultivar Pérola, as quais apresentaram alto
potencial fisiológico na maioria dos testes realizados. Por outro lado, Lucca Filho (1999),
avaliando a fungos em sementes de azevém, observou que estes prejudicaram a germinação e
o vigor das sementes. Neergaard (1979) indica que fungos como Fusarium spp., entre outros,
têm a capacidade de reduzir a viabilidade das sementes, o que não ocorreu no presente
trabalho.
A baixa incidência dos fungos Fusarium spp., Penicillium spp., Aspergillus spp. e
Rhizopus spp. indicam que estes fungos não afetaram a qualidade das sementes, como foi
verificado nos testes realizados (Tabela 5) e que sua presença nas sementes, nos índices
detectados (Figura 1) não representa problemas para a utilização das sementes de feijoeiro
cultivar Pérola para semeadura em campo. Esses resultados diferem dos encontrados por
Muniz et al. (2004), em que Fusarium spp. e Aspergillus spp. influenciaram na percentagem
de sementes mortas de melão e consequentemente, nos valores do teste de germinação e
primeira contagem.
Bahry et al. (2007), trabalhando com sementes de milheto, encontraram os fungos
Fusarium spp., Aspergillus spp. e Penicillium spp., sendo que a sua presença não foi limitante
48
à qualidade fisiológica dos lotes testados.
Segundo Sá (1996), devido às incertezas das condições atmosféricas e do solo, há
adequada justificativa para semeadura de sementes de alta germinação e vigor, para se ter
segurança de adequada emergência no campo e estande. Assim, estará assegurada a vantagem
primária de um menor gasto de sementes, boa população de plantas por área e produtividade
satisfatório.
49
5. CONCLUSÕES
1. As plantas de cobertura apresentaram-se como boas opções de palhada visando o
plantio direto, exceção apenas para a mucuna, já em relação aos nutrientes apresentam altos
teores e bom potencial de retorno de nutrientes, sendo que o consórcio entre
leguminosa/milheto na maioria dos casos mostrou melhores resultados em relação a planta
cultivada em sistema solteiro, com destaque para o consórcio mucuna+milheto;
2. As diferentes plantas de cobertura tanto em sistema solteiro quanto em consórcio
leguminosa/gramínea e as épocas de aplicação de nitrogênio em cobertura não afetaram os
componentes produtivos nem a produtividade do feijoeiro cv. Pérola;
3. O consórcio leguminosa (guandu, crotalária, feijão-de-porco, mucuna
preta)/gramínea (milheto) se apresentou como alternativa viável para a produção de sementes
de feijão cv. Pérola, com alto nível de qualidade fisiológica e sanitária.
50
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59
APÊDICE
60
APÊNDICE A. Dados climatológicos do experimento
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
nov/06
dez-06
jan-07
fe
v
-07
mar-07
ab
r
-07
mai-42
ju
n
-07
jul-07
ago-07
se
t-
07
Precipitação (mm)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Temperatura (°C) e Umidade relativa (%)
Precipitação (mm) Umidade relativa (%) Temperatura (°C)
Precipitação pluvial (mm), médias de temperaturas (°C) e umidade relativa (%) durante o período
de condução do experimento, (novembro de 2006 a setembro de 2007, em Selvíria-MS).
61
APÊNDICE B. Desdobramentos das interações significativas entre plantas de coberturas x
épocas de aplicação de nitrogênio em cobertura.
Desdobramento da interação significativa entre plantas de coberturas x épocas de aplicação de
nitrogênio em cobertura, referente ao teste de germinação (%), na região de Selvíria - MS,
2007
Plantas de cobertura Sem N Época 25 (DAE) Época 30 (DAE) Época 35 (DAE)
Guandu
97,5 a 95,5 97,5 a 99,0 a
Crotalária
96,0 a 93,5 98,5 a 99,5 a
Feijão-de-porco
98,5 a 99,0 97,0 a 96,5 b
Mucuna
98,5 a 99,0 99,0 a 95,5 b
Milheto
93,5 b 95,0 94,5 b 94,0 b
Guandu+milheto
93,0 b 96,5 91,5 b 98,0 a
Crotalária+milheto
93,0 b 98,0 96,5 a 97,5 a
Feijão-de-porco+milheto
95,0 a 95,5 98,0 a 93,0 b
Mucuna+milheto
94,0 b 96,5 96,0 a 95,5 b
Pousio
96,5 a 95,0 95,5 a 98,5 a
* Médias seguidas de mesma letra na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Desdobramento da interação significativa entre plantas de coberturas x épocas de aplicação de
nitrogênio em cobertura, referente a primeira contagem de geminação (%), região de Selvíria -
MS, 2007
Plantas de cobertura Sem N Época 25 (DAE) Época 30 (DAE) Época 35 (DAE)
Guandu
92,0 b 91,5 b 93,5 a 94,0
Crotalária
90,0 b 87,5 b 95,5 a 96,5
Feijão-de-porco
98,5 a 97,5 a 93,0 a 93,5
Mucuna
96,0 a 98,0 a 95,0 a 90,5
Milheto
91,0 b 90,5 b 89,5 b 88,0
Guandu+milheto
89,5 b 94,5 b 87,5 b 94,5
Crotalária+milheto
85,0 b 91,0 b 86,5 b 94,0
Feijão-de-porco+milheto
91,0 b 94,0 a 97,0 a 88,5
Mucuna+milheto
91,0 b 90,5 b 91,0 b 91,0
Pousio
90,5 b 90,0 b 93,0 a 92,5
* Médias seguidas de mesma letra na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Desdobramento da interação significativa entre plantas de coberturas x épocas de aplicação de
nitrogênio em cobertura, referente o índice de velocidade de germinação, região de Selvíria -
MS, 2007
Plantas de cobertura Sem N Época 25 (DAE) Época 30 (DAE) Época 35 (DAE)
Guandu
9,50 a 9,35 b 9,55 a 9,68 a
Crotalária
9,33 b 9,08 b 9,70 a 9,80 a
Feijão-de-porco
9,85 a 9,83 a 9,50 a 9,50 a
Mucuna
9,73 a 9,85 a 9,72 a 9,33 b
Milheto
9,23 b 9,28 b 9,20 b 9,13 b
Guandu+milheto
9,13 b 9,55 a 8,89 b 9,63 a
Crotalária+milheto
8,93 b 9,45 b 9,20 b 9,60 a
Feijão-de-porco+milheto
9,30 b 9,48 b 9,75 a 9,08 b
Mucuna+milheto
9,25 b 9,38 b 9,35 b 9,33 b
Pousio
9,38 b 9,25 b 9,55 a 9,55 a
* Médias seguidas de mesma letra na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
62
Desdobramento da interação significativa entre plantas de coberturas x épocas de aplicação de
nitrogênio em cobertura, referente ao teste de envelhecimento acelerado (%), região de
Selvíria - MS, 2007
Plantas de cobertura Sem N Época 25 (DAE) Época 30 (DAE) Época 35 (DAE)
Guandu
88,5 94,5 91,0 95,5 a
Crotalária
92,5 95,0 90,5 92,0 a
Feijão-de-porco
93,5 88,5 95,0 92,0 a
Mucuna
92,0 94,0 95,0 94,5 a
Milheto
90,0 91,0 92,0 96,5 a
Guandu+milheto
92,5 96,5 90,0 96,5 a
Crotalária+milheto
95,5 95,0 88,5 88,0 b
Feijão-de-porco+milheto
92,0 93,0 94,0 86,0 b
Mucuna+milheto
88,5 96,5 92,0 89,0 b
Pousio
90,5 93,0 94,0 89,5 b
* Médias seguidas de mesma letra na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Desdobramento das interações significativas das coberturas dentro de cada época de aplicação
de nitrogênio em cobertura, referente ao teste de emergência em campo (%), região de
Selvíria - MS, 2007
Plantas de cobertura Sem N Época 25 (DAE) Época 30 (DAE) Época 35 (DAE)
Guandu
85,0 d 95,0 a 91,0 d 98,0 a
Crotalária
87,5 c 91,0 c 95,0 c 92,5 b
Feijão-de-porco
95,5 c 92,5 b 97,5 b 95,0 b
Mucuna
95,5 a 87,5 d 91,0 d 94,5 b
Milheto
93,5 b 93,5 b 98,5 a 87,0 c
Guandu+milheto
97,5 a 91,0 c 94,5 c 97,5 a
Crotalária+milheto
95,5 a 97,0 a 91,5 d 93,5 b
Feijão-de-porco+milheto
93,5 b 93,0 b 99,5 a 83,5 d
Mucuna+milheto
85,0 d 94,0 b 100,0 a 85,0 d
Pousio
93,0 b 91,5 c 97,0 a 94,0 b
* Médias seguidas de mesma letra na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
63
APÊNDICE C. Área experimental
Data: 22 de novembro de 2006 (dia da semeadura das plantas de cobertura)
Figura 1. Vista geral da área experimental após preparo do solo (esquerda e direta)
Aspectos gerais das plantas de cobertura
Data: 22 de dezembro de 2006 (1 mês após a semeadura)
Figura 2. Plantas de cobertura solteira – guandu (esq.) e plantas de cobertura consórcio – guandu x milheto (dir.)
Data: 22 de janeiro de 2007 (2 meses após a semeadura)
Figura 3. Aspecto geral da crotalária e feijão-de-porco (esq.) e consórcio guandu+milheto (dir.)
64
Figura 4. Área em pousio, tomada por plantas invasoras e ao lado parcelas com milheto e crotalária
Data: 23 de fevereiro de 2007 (4 meses após a semeadura - dia da coleta da massa verde)
Figura 5. Plantas cultivadas em solteiro - crotalária (esq.) e guandu (dir.)
Figura 6. Consórcio crotalária+milheto (esq.) e guandu+milheto (dir.)
65
Aspectos gerais da área experimental
Data: 6 de março de 2007 (após a utilização do triton)
Figura 7. Vista geral após manejo (esq.) e aspecto da cobertura do solo após a utilização do triton (dir.)
Data: 04 de abril de 2007 (1 meses após a trituração)
Figura 8. Vista geral da área (esq.) e aspectos da cobertura do solo (dir.)
Aspectos gerais do feijoeiro
Data: 22 de junho de 2007 (dia da semeadura do feijoeiro)
Figura 9. Semeadora-adubadora adequada para o plantio direto (esq.) e área após semeadura do feijoeiro (dir.)
66
Data: 02 de julho de 2007 (2 DAE do feijoeiro)
Figura 10. Vista geral após a emergência do feijoeiro (dir. e esq.)
Data: 25 de julho de 2007 (25 DAE do feijoeiro)
Figura 11. Vista geral do feijoeiro (dir. e esq.)
Data: 22 de agosto de 2007 (53 DAE do feijoeiro)
Figura 12. Vista geral do feijoeiro (dir. e esq.)
67
Data: 4 de setembro de 2007 (66 DAE do feijoeiro)
Figura 13. Vista geral do feijoeiro (dir. e esq.)
Data: 18 de setembro de 2007 (80 DAE do feijoeiro)
Figura 14. Vista geral do feijoeiro (dir. e esq.)
Data: 24 de setembro de 2007 (86 DAE – Dia da colheita do feijoeiro)
Figura 15. Vista geral do feijoeiro (dir. e esq.)
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