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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
UNESP
CENTRO DE AQÜICULTURA
CAUNESP
CULTIVO DO CAMARÃO-DA-AMAZÔNIA,
Macrobrachium amazonicum (HELLER, 1862) (CRUSTACEA,
DECAPODA, PALAEMONIDAE) EM DIFERENTES DENSIDADES:
FATORES AMBIENTAIS, BIOLOGIA POPULACIONAL E
SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA
PATRÍCIA MARIA CONTENTE MORAES RIODADES
Orientador: Prof. Dr. Wagner Cotroni Valenti
Co-Orientador: Prof. Dr. João Batista Kochenborger Fernandes
Jaboticabal – SP
Julho – 2005
Tese apresentada ao Centro de Aqüicultura da UNESP,
como parte dos requisitos para obtenção do tulo de
Doutor em Aqüicultura - Área de Concentração em
Aqüicultura em Águas Continentais.
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2
Moraes-Riodades, Patrícia Maria Contente
M827c Cultivo do camarão-da-amazônia Macrobrachium amazonicum
(HELLER, 1862) (CRUSTACEA, DECAPODA, PALAEMONIDAE)
em diferentes densidades: fatores ambientais, biologia populacional
e sustentabilidade econômica / Patrícia Maria Contente Moraes
Riodades. – – Jaboticabal, 2005
117 f. : il. ; 29 cm
Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Centro de
Aqüicultura, 2005
Orientador: Wagner Cotroni Valenti
Banca examinadora: João Batista Kochenborger Fernandes,
Irene Bastos Franceschini Vicentini, Maria Inez Espagnoli Geraldo
Martins, Helcio Luis de Almeida Marques, Fernando Luis Medina
Mantelatto
Bibliografia
1. Macrobrachium. 2. Camarão. 3. Produção. I. Título. II.
Jaboticabal-Centro de Aqüicultura da Universidade Estadual
Paulista.
CDU 639.512
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3
À DEUS
Senhor do universo e Mestre supremo de todas as obras.
Ao meu orientador
WAGNER pelo carinho, companheirismo e por tudo que sou
e à minha filha RAISSA,
que é meu grande amorzinho e parte do meu ser
DEDICO.
4
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS.....................................................................................................................5
Minha História com Macrobrachium amazonicum .........................................................................8
RESUMO .......................................................................................................................................11
ABSTRACT...................................................................................................................................13
1. INTRODUÇÃO .........................................................................................................................15
1.1. Características limnológicas e taxa de renovação da água..................................................19
1.2. Estrutura Populacional ........................................................................................................19
1.3. Crescimento, sobrevivência e produtividade ......................................................................20
1.4. Sustentabilidade econômica ................................................................................................21
2. MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................................23
2.1. Características limnológicas e taxa de renovação da água..................................................27
2.2. Estrutura Populacional ........................................................................................................27
2.3. Crescimento, sobrevivência e produtividade ......................................................................28
2.4. Sustentabilidade econômica ................................................................................................30
2.4.1. Estratégia de Produção.................................................................................................31
2.4.2. Investimentos ...............................................................................................................32
2.4.3. Custos de Produção ......................................................................................................32
2.4.4. Receita Bruta................................................................................................................35
2.4.5. Análise de custo-retorno...............................................................................................36
2.4.6. Análise de Fluxo de Caixa ...........................................................................................37
2.4.7. Análise de viabilidade do investimento .......................................................................37
2.4.8. Sensibilidade do projeto...............................................................................................39
3. RESULTADOS..........................................................................................................................41
3.1. Características limnológicas e taxa de renovação da água..................................................41
3.2. Estrutura Populacional ........................................................................................................43
3.3. Crescimento, sobrevivência e produtividade ......................................................................57
3.4. Sustentabilidade econômica ................................................................................................66
4. DISCUSSÃO..............................................................................................................................84
4.1. Características limnológicas e taxa de renovação da água..................................................84
4.2. Estrutura Populacional ........................................................................................................88
4.3. Crescimento, sobrevivência e produtividade ......................................................................94
4.4. Sustentabilidade econômica ..............................................................................................100
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................105
6. REFERÊNCIAS.......................................................................................................................107
5
AGRADECIMENTOS
À DEUS, inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas, que me deu forças para
suportar todos os momentos difíceis e conseguir chegar até aqui.
Ao meu orientador e o melhor companheiro de trabalho e de todas as horas Prof. Dr. Wagner
Cotroni Valenti, pela dedicação, paciência, carinho e amizade no decorrer desse trabalho.
Ao meu co-orientador Prof. Dr. João Batista Kochenborger Fernandes, pelo apoio, orientação
e amizade.
Aos membros da Comissão Examinadora Prof. Dr. João Batista Kochenborger Fernandes,
Prof. Dra. Irene Bastos Franceschini Vicentini, Profa. Dra. Maria Inez Espagnoli Geraldo
Martins, Dr. Helcio Luis de Almeida Marques, Prof. Dr. Fernando Luis Medina Mantelatto,
pelas valiosas sugestões.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pela bolsa concedida
(Processo. nº. 01/13566-5), que permitiu a concretização deste projeto.
À assessoria da FAPESP pelos pareceres emitidos que contribuíram para a melhoria do
trabalho.
Ao Centro de Aqüicultura da UNESP - CAUNESP, pela oportunidade oferecida.
À SECRETARIA EXECUTIVA DE AGRICULTURA DO ESTADO DO PARÁ - SAGRI,
pelo fornecimento das primeiras pós-larvas de Macrobrachium amazonicum ao Setor de
Carcinicultura do CAUNESP em 1999.
À minha querida e amada filha Raissa, pela sua paciência, carinho, apoio e todo o seu amor
durante a realização desse trabalho.
À amiga Dra. Helenice Pereira de Barros, pelas sugestões sem as quais não teria sido possível
a preparação da primeira larvicultura em grande escala de nosso laboratório para a execução
desse experimento.
À amiga Liliam, pela grande amizade, apoio, carinho, dedicação e que foi a segunda mãe de
nossos camarões durante a fase de larvicultura.
6
Aos funcionários do Laboratório de Carcinicultura: José Roberto Polachini e Valdecir F. de
Lima, que muito colaboraram na execução do trabalho.
À equipe de apoio durante a larvicultura e manejo das fêmeas: Liliam, Michele, Mayla, Dino,
Roberto, Valdecir, Bruno, Gustavo, Fábio etc.
À equipe de apoio durante o povoamento: Marcel, Dino, Bruno, Gustavo, Michele, Roberto,
Valdecir, Sr. Mauro, Márcio (Perereca), Márcio (Garnizé), Rodrigo, Gustavo (Sumô), Fábio,
alunos do Colégio Agrícola etc.
À equipe de apoio durante a engorda: Dino, Bruno, Gustavo, Janaina, Julio, Roberto
Valdecir, Erlei, Fábio. Crislei, Tessio (Pará), Luciano (Guma/Pará), Luciano (Pará), Ester,
alunos do Colégio Agrícola etc.
A todos que me ajudaram durante as biometrias em 5,5 meses de cultivo, o meu muito
obrigada!
À equipe de apoio durante a despesca: Liliam, Erlei, Priscila, Julio, Cristiana, Virgínia,
Janaina, Bruno, Gustavo, Fábio, Gustavo Silva, Fulvio, Michele, Luciane, Luciene, Karina,
Mariana, Roberto, Valdecir, Márcio (Perereca), Márcio (Garnizé), Sr. Mauro, alunos do
Colégio Agrícola etc. (Caso eu tenha esquecido de alguém, por favor me perdoem).
Aos amigos Erlei, Priscila, Julio, Crislei, Karina, Michele etc, que muito me ajudaram na
coleta dos dados.
Às amigas Erlei e Priscila, pela agradável companhia durante os três meses de coleta de dados
na sala de biometria, onde conseguimos analisar um a um dos 33.009 animais.
À amiga Erlei, que foi a segunda mãe dos camarões durante a fase de engorda, pela paciência
e ajuda nas análises estatísticas.
Às amigas Margarete, Cristiana e Virgínia, que apesar de nem sempre estarem por perto,
torciam à distância pelo sucesso desse experimento.
Às amigas Elissandra e Cristina, pela ajuda em informática.
Aos colegas do Setor de Carcinicultura Liliam, Cristiana, Virgínia, Erlei, Priscila, Julio,
Bruno, Gustavo, Janaína, Marcel, Margarete, Camilo etc, pelo adorável convívio.
Aos amigos Marcelo (Japinha), Rodrigão, Helenice, Elisa, Luisa, Célia, Rosângela, Rose e
Claucia (Timba), companheiros durante horas agradáveis e difíceis.
Às amigas Veralice e Natália, pelo apoio, carinho, amizade e atenção dados a mim e à minha
filha.
Aos amigos Liliam, Letícia, Norton e D. Solange pelo apoio, carinho e amizade.
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Aos colegas e amigos do curso de Pós-Graduação, pela saudável convivência.
Aos meus queridos sogro e sogra Sr. Geraldo e D. Mariazinha, pelas orações, carinho e
amizade.
Aos meus queridos: cunhada Rosângela, filhos postiços André, Mayla e genro Igor (Wilbor),
pelo apoio, carinho e amizade.
À minha querida amiga Luísa Trevisan, pelo apoio, carinho e amizade.
Aos meus familiares e amigos, Ana Paula, Isabel, Zeta (irmã), Michel (cunhado) e minha
Mãe pelas orações e apoio, apesar da distância.
Ao meu pai José Maria Moraes, que infelizmente não está mais aqui entre nós, pelos
ensinamentos que até hoje exercem grande influência em minha vida.
À minha querida e saudosa tia Maria Francisca Contente (Tia Fran), que este ano nos deixou
e sempre torcia por mim, pela ajuda no período em que eu me encontrava sem bolsa.
À bióloga Dolores Amorim, pelo carinho e atenção dados, apesar da distância.
E a todos que de alguma forma contribuíram direta e indiretamente para a realização deste
trabalho.
É impossível lembrar de todos que colaboraram durante esses anos, mas caso eu tenha
esquecido de alguém, a este ofereço o meu muito obrigada, de coração!!!!!!!
8
Minha História com Macrobrachium amazonicum
Gostaria de compartilhar com todos os que um dia lerão essa Tese, um pouco da minha
história com esse simpático camarãozinho cientificamente denominado Macrobrachium
amazonicum. Nunca fui muito boa de contar histórias, mas essa eu queria compartilhar com
vocês.
Tudo começou há muito tempo, por volta dos anos setenta. Venho de uma terra em que
como já disse o poeta:
“rios são ruas... avenidas talvez...” e que outro poeta tão belamente acrescentou onde "um
curumim assiste da canoa um boeing riscando o vazio" .
Nasci em Belém, Pará e minha família tinha uma casa de praia na Ilha do Mosqueiro,
localizada nas proximidades da cidade de Belém, Pará. Mosqueiro localiza-se na região estuarina
e apesar de possuir praias de água doce, sofre uma variação de salinidade nos meses de setembro
a dezembro, em decorrência do período de estiagem.
Eu e minha família costuvamos ir à praia, religiosamente, todos os finais de semana.
De sexta-feira a domingo íamos para e no caminho existe um grande furo chamado “Furo das
Marinhas”, que, se alguém avistar, mais parece um enorme rio. Nesse furo, todos os dias os filhos
de pescadores m para a beira da estrada vender, em saquinhos, camarões pescados por seus
pais e cozidos, apenas em água e sal, por suas mães.
Dessa forma que eu aprendi a gostar de camarões, pois meu pai parava o carro no
caminho e ao invés de eu comprar pipocas ou qualquer outra coisa, eu comia camarõezinhos. M.
amazonicum foi o primeiro camarão que eu experimentei na vida e assim eu aprendi a descascar e
comer camarão, desde 1 ou 2 anos de idade sem ajuda de adultos. Além de comer dessa forma,
9
nós paraenses, também costumamos comê-los simultaneamente com açaí. O camarão-da-
amazônia faz parte do cardápio semanal do povo paraense. Lembro que quando íamos a algum
restaurante, eu ainda sentada em cadeira de bebê, via meu pai pegando o cardápio e dizendo ao
garçon:
- Quero um peixe ao molho de camarão e você Patrícia o que vai querer?
Eu sem saber ler, mas com o cardápio na mão repetia:
- Um peixe ao molho de camarão pra mim também!
Mal eu sabia que os deliciosos camarõezinhos naquele molho sobre o peixe se tratavam de
Macrobrachium amazonicum.
Apesar de morar em uma capital (Belém), fui criada muito próxima à natureza, tomando
banho de rios, igarapés e mar. Além disso, aprendi a brincar no manguesal, pois a família de meu
pai é da Região de Bragança, onde existe uns dos mais lindos manguesais do Brasil. Meu pai, que
foi criado em fazenda, ensinou-me a chamar o vento, a saber quando vai chover, a parar a chuva e
várias outras coisas que agora não me recordo. Assim, aprendi com meu pai e minha mãe a
respeitar e amar a natureza.
Talvez minha mistura de índio, português e francês fez com que o destino me levasse ao
curso de Biologia na Universidade Federal do Pará. Ainda na graduação, o destino me levou ao
Departamento de Ictiologia do Museu Goeldi, onde realizei meu primeiro estágio com peixes. Ao
concluir a graduação, com uma pequena interrupção devido à maternidade, ingressei direto na
pós-graduação em Ecologia e Higiene do Pescado. Ao escolher o tema de monografia, decidi
trabalhar com camarão de água doce. Dessa forma, o Prof. Edílson, que era coordenador do
curso, apresentou-me ao Prof. Dr Wagner Valenti, que foi meu orientador de especialização,
mestrado e doutorado. Sempre trabalhando com M. amazonicum.
10
Hoje temos um grande Programa Interdisciplinar com essa espécie, que envolve várias
instituições do Brasil e mais de 30 pesquisadores. Parece besteira se eu falar o quanto eu fico
emocionada com cada Dissertação de Mestrado ou Tese defendida com essa espécie. Em cada
defesa, me vem em mente o filho do pescador, lá da estrada de Mosqueiro, com o saquinho na
mão vendendo este simpático camarãozinho. Este camarão que a cada dia tem seu estoque natural
reduzido pela pesca predatória, sem nenhum controle. Aí me vem em mente o quanto esse
Programa pode vir a beneficiar muitas famílias iguais a do menininho da ponte.
Essa é apenas uma pequena parte do meu romance com este camarãozinho, que se estende
não somente em minha vida profissional, mas também mudou toda a minha vida pessoal.
11
RESUMO
O objetivo desse trabalho foi estudar o cultivo de Macrobrachium amazonicum em
viveiros escavados em diferentes níveis de intensificação. Pós-larvas (PL) com 0,01 g foram
estocadas em 12 viveiros de fundo natural com 0,01 ha nas densidades 10, 20, 40 e 80 PL/m
2
(tratamentos) durante 5,5 meses. Para cada tratamento foram realizadas 3 repetições. Os
camarões foram alimentados com ração peletizada com 37% de proteína duas vezes ao dia. Na
despesca, foi observada grande heterogeneidade de tamanho porque a estrutura populacional é
formada por quatro morfotipos de machos e por fêmeas em diferentes estágios de maturação. Os
machos dos morfotipos GC1 e GC2 e as fêmeas cresceram ao longo do cultivo, mas a taxa de
crescimento diminuiu com o aumento da densidade populacional. Por outro lado, machos CC e
TC apresentaram o mesmo tamanho ao longo do cultivo nas quatro densidades estudadas. O peso
médio individual diminuiu de 7,0 para 3,6 g e a produtividade aumentou de 1117 para 4512
kg/ha/ano com o aumento da densidade de estocagem. Por outro lado, a sobrevivência não foi
alterada, permanecendo ao redor de 70%. Os resultados indicam que a densidade desempenha
papel importante no crescimento e estrutura populacional de M. amazonicum, de forma similar ao
que ocorre com outras espécies do gênero Macrobrachium. Isto pode ser devido a características
biológicas da espécie e/ou competição por espaço e alimento natural. A densidade não influiu nas
características da água. Realizou-se um estudo econômico de uma fazenda hipotética de engorda
de M. amazonicum para avaliar a sustentabilidade econômica do cultivo dessa espécie.
Considerou-se a tecnologia usada e os resultados de produtividade e crescimento obtidos nesse
experimento. Foram realizadas três análises econômicas diferentes: análise de custo-retorno,
fluxo de caixa e análise da viabilidade financeira do projeto. O preço de nivelamento variou entre
12
R$ 12,28/kg e 16,17/kg, diminuindo com a intensificação. Este deverá diminuir bastante com o
desenvolvimento da tecnologia de produção, cujas pesquisas estão sendo realizadas
intensivamente. Os resultados gerais desse trabalho indicam que M. amazonicum é uma espécie
adequada para sistemas mais intensivos de produção, possibilitando um melhor aproveitamento
dos recursos permanentes. Além disso, constatou-se que o aumento na proporção de camarões
com mais de 7 g, associado a uma redução na conversão alimentar e no custo das pós-larvas pode
tornar o cultivo viável economicamente para atender o mercado de supermercados em Belém do
Pará. Portanto, pesquisas futuras devem concentrar-se nesses aspectos.
13
ABSTRACT
AMAZON RIVER PRAWN FARMING AT DIFFERENT STOCKING
DENSITIES: WATER QUALITY, POPULATIONAL BIOLOGY AND
ECONOMIC SUSTAINABILITY
The aim of this research was to study Macrobrachium amazonicum farming in grow-out
ponds at different levels of intensification. Post-larvae (0.01g) were stocked in 12 earthen ponds
at densities of 10, 20, 40 and 80/m
2
(3 replicates per treatment) during 5.5 months. Commercial
marine shrimp diet (40% protein) was supplied for twelve days and, then, prawns were fed a
pelleted diet, containing 37% protein, twice daily. At harvest, it was observed large size
heterogeneity because population structure is comprised of four different male morphotypes and
females at different maturation stages. GC1 and GC2 males and all females weight increased
along time while TC and CC males did not grow. Average individual weight decreased and
production increased as stocking density increased, while survival was not affected. Therefore,
prawn density plays an important role on M. amazonicum growth and population structure, as
have been demonstrated for other species of the genus Macrobrachium. It may be due to
biological characteristics of the species and/or competition for space and natural food. On the
other hand, intensification did not affected water quality. A hypothetical commercial pond farm
was developed to assess economic sustainability of the amazon river prawn farming. It was based
upon technology, harvest population structure and productivity data obtained in the experiment
carried out here. Three different analyses for investment evaluation were performed: cost-return
analysis, cash flow analysis and financial investment analysis. Breakeven cost decreased from
US$ 6,50 to 4,80 by kg as density increased. General results indicated that the species might be
raised in intensive systems. Despite of the small size (mean weight 7 g), high survival (about
14
70%) and productivity (more than 4,000 tonnes/ha/yr) may be attained using high stocking
densities. The use of management practices to decrease heterogeneous growth (as selective
harvests, stocking graded juveniles and the use of substrates) combined to mechanical aeration
may increase individual weight at harvest and improve productivity. In addition, economic
analyses pointed to post-larvae cost and high feed conversion rate as the main constraints to
attaining economic sustainability. This may be solved improving production technology.
15
1. INTRODUÇÃO
A carcinicultura de água doce tem sido reconhecida como uma forma para a produção de
crustáceos com baixo impacto ambiental (New et al., 2000). Além disso, este é um dos setores
que mais cresce no mundo (Valenti, 2002a). Os dados da FAO (2002) indicam que o volume de
Macrobrachium rosenbergii aumentou de 21.000 para 118.500 toneladas no período de 1990 a
2000. A produção de Macrobrachium nipponense alcançou 100.000 toneladas na China em 2000
(Miao & Ge, 2002). Estes dados indicam que o setor cresceu mais de 1000 % na última cada
do milênio (Valenti, 2002a). Em 2001, a produção mundial de camarões de água doce ultrapassou
300.000 toneladas, movimentando mais de US$ 1 bilhão (Valenti, 2004a). Já em 2002, somente a
produção mundial de M. rosenbergii foi estimada em 195.000 toneladas e movimentou
aproximadamente US$ 617 milhões (FAO, 2004).
Embora os camarões de água doce ainda ocupem posição inferior aos marinhos nos
mercados mundiais, apresentam várias vantagens tais como: maior resistência a doenças,
maturação e larvicultura mais simples, independência da água salgada na fase de crescimento
(engorda), sistema de produção compatível com pequenas propriedades e de menor impacto
ambiental (New, 1995; Valenti, 1996; New, 2000). Além disso, têm características que
favorecem o cultivo sustentável em empresas que usam mão de obra familiar (Valenti, 1998;
New et al., 2000).
Até o presente, M. rosenbergii é a única espécie cultivada no Brasil em escala comercial.
O cultivo é realizado em pequenas propriedades, distribuídas em 16 estados brasileiros, tendo o
Espírito Santo como o principal produtor, detendo 1/3 de toda produção (Moraes-Riodades,
16
2004). Atualmente, essa produção encontra-se estabilizada em 400 toneladas anuais (Valenti,
2004a).
Como a carcinicultura de água doce praticada no Brasil está embasada em uma única
espécie exótica, esta corre sérios riscos. O surgimento de problemas com esta espécie pode causar
um colapso na atividade. Além disso, M. rosenbergii é uma espécie de origem asiática e não
estudos referentes ao impacto de sua liberação em ambientes naturais brasileiros. O escape de
espécies exóticas cultivadas tem sido responsável por vários problemas ambientais, tais como a
competição e/ou predação em relação às espécies nativas, alterações de habitats e disseminação
de patógenos (Bridger & Garber, 2002; Myrick, 2002). O grande desenvolvimento da produção
de M. nipponense na China mostra a importância e a viabilidade do uso das espécies nativas para
o cultivo. Três espécies de camarões de água doce com grande potencial para o cultivo ocorrem
naturalmente no Brasil: Macrobrachium acanthurus, Macrobrachium amazonicum e
Macrobrachium carcinus (Valenti, 1993). Embora alguns aspectos da biologia dessas espécies
tenham sido estudados, faltam pesquisas direcionadas para o desenvolvimento de tecnologia de
produção.
Entre os camarões nativos, M. amazonicum merece destaque. Essa espécie é conhecida
como camarão regional no Estado do Pará (Moraes-Riodades et al., 1999), camarão canela e
camarão sossego em outras regiões do Brasil (Valenti, 1985) e, atualmente, vem sendo chamada
de camarão-da-amazônia. Apresenta ampla distribuição geográfica, ocorrendo desde a Venezuela
até o Estado do Paraná. Habita as bacias Amazônica, do Orenoco, do São Francisco, do Paraná,
rios do Nordeste e do Centro-Oeste (Holthuis, 1952; Davant, 1963; Bialetzki et al., 1997). Supõe-
se que tenha sido introduzido em algumas dessas regiões, mas está totalmente adaptado (Gurgel
& Matos, 1984; Magalhães, 1999). A espécie M. amazonicum vem sendo largamente explorada
pela pesca artesanal na região Nordeste (Gurgel & Matos, 1984) e nos Estados do Pará e Amapá
17
(Odinetz-Collart, 1987; Odinetz-Collart & Moreira, 1993). Alguns testes de larvicultura e
engorda dessa espécie foram realizados no Estado do Pará em 1996 (Moraes-Riodades et al.,
1999), mas não tiveram continuidade devido à falta de tecnologia adequada.
Macrobrachium amazonicum apresenta grande potencial para a aqüicultura. Embora seja
um camarão pequeno, que pode alcançar até 16 cm e 30 g (Valenti et al., 2003), sua carne
apresenta textura mais firme e sabor mais acentuado em relação à carne de M. rosenbergii e, por
isso, é melhor aceita nos mercados consumidores (Moraes-Riodades et al., 1999). É amplamente
consumido pelas populações de baixa, média e alta renda na região amazônica (Moraes-Riodades
& Valenti, 2001) e população rural da região Nordeste (Gurgel & Matos, 1984). Ocorre em quase
todo o território nacional e, portanto, seu cultivo na maior parte do país, não oferece riscos de
introdução de espécies exóticas na natureza por escape de viveiros de aqüicultura.
Os estudos referentes a M. amazonicum realizados até o presente têm se concentrado
principalmente na ecologia e biologia pesqueira de populações naturais (Odinetz-Collart, 1987;
1991a; 1991b; 1993; Odinetz-Collart & Moreira, 1993; Moreira & Odinetz-Collart, 1993;
Odinetz-Collart & Magalhães, 1994). Outros aspectos tais como a fecundidade (Lobão et al.,
1986; Scaico, 1992; Odinetz-Collart & Rabelo, 1996), o desenvolvimento gonadal (Bragagnoli &
Grotta, 1995), o desenvolvimento larval (Guest,1979; Romero, 1982; Barreto & Soares, 1982;
Magalhães, 1985; Lobão et al., 1987; Rojas et al., 1990), a alimentação e manutenção dos
animais em laboratório (Alves, 1986; Roverso et al., 1990; Lobão et al., 1994) também foram
investigados.
Em 2000, um programa multiinstitucional e multidisciplinar foi iniciado, sob a liderança
do Centro de Aqüicultura da Universidade Estadual Paulista CAUNESP, visando desenvolver
tecnologia de produção sustentável de M. amazonicum (Valenti et al., 2003; Valenti, 2004a). Este
18
projeto insere-se neste programa, com o objetivo de estudar a intensificão do cultivo dessa
espécie na fase de crescimento final (engorda).
A intensificação da aqüicultura consiste basicamente na produção de maior quantidade de
pescado na mesma unidade de área. Geralmente envolve elevadas densidades de estocagem e
maior aporte de energia externa sob a forma de fertilizantes, ração e aeração. Além disso,
necessita de um controle rigoroso na qualidade de água.
A intensificação pode aumentar a sustentabilidade econômica e ambiental dos sistemas de
cultivo porque possibilita aumentar a produção nas mesmas instalações. Isto evita os gastos e o
impacto ambiental decorrentes da ampliação do número de viveiros. No entanto, muitas vezes
ocorre o inverso porque os gastos com a implantação e manutenção de um sistema intensificado
ultrapassam o aumento da receita gerada e/ou a carga de efluentes apresenta maior impacto
ambiental negativo. Além disso, como poucas espécies suportam aglomeração, geralmente são
usadas espécies exóticas, que são um risco para os ecossistemas e a biodiversidade local
(Magnusson, et al., 1998; Myirick, 2002). Assim, estudos acurados devem ser realizados para
possibilitar a identificação do nível de intensificação adequado para manter e até aumentar a
sustentabilidade do sistema.
O objetivo deste trabalho foi testar a hipótese de que a intensificação altera as
características do cultivo do camarão-da-amazônia em viveiros de fundo natural. Foram
analisadas as principais variáveis limnológicas da água de importância para a carcinicultura, a
estrutura populacional, o crescimento médio, a sobrevivência, a produção e a sustentabilidade
econômica de cultivos em quatro densidades diferentes.
19
1.1. Características limnológicas e taxa de renovação da água
Os viveiros de carcinicultura são ecossistemas límnicos em fase inicial de sucessão
ecológica (Valenti & New, 2000). Portanto, o manejo adequado das variáveis da água é essencial
para o sucesso do cultivo, que a intensificação pode alterar as características da água. Além
disso, é importante caracterizar as condições ambientais em que o experimento foi realizado,
principalmente porque não há nenhuma informação sobre o efeito das variáveis da água sobre M.
amazonicum.
Foram analisadas as principais variáveis que podem exercer algum efeito negativo sobre
os camarões de água doce, de acordo com Boyd & Zimmerman (2000) e New (2002), ou seja: o
oxigênio dissolvido, o pH, o nitrogênio amoniacal total, o nitrito, a alcalinidade, a condutividade
elétrica e a transparência da água. Além disso, determinou-se o fluxo da água de abastecimento
dos viveiros e a quantidade de água utilizada para produzir cada kilograma de camarão.
1.2. Estrutura Populacional
Estudos realizados em populações naturais de M. amazonicum têm mostrado a existência
de grande variabilidade de tamanho dos animais (Odinetz-Collart & Moreira, 1993). Moraes-
Riodades & Valenti (2004) demonstraram que esta pode ser causada por crescimento
heterogêneo, devido principalmente a existência de quatro grupos de machos: “Translucent
Claw”(TC), “Cinnamon Claw”. (CC), “Green Claw 1” (GC1) e “Green Claw 2” (GC2). Papa
(2003) estudou a estrutura gonadal desses grupos e não observou diferença entre GC1 e GC2,
embora estes difiram nas proporções do corpo e no ângulo dos espinhos dos quelípodos (Moraes-
Riodades & Valenti, 2004).
A existência desses morfotipos tem implicações para a aqüicultura, pois o manejo dos
viveiros de engorda deve levar em conta o crescimento heterogêneo dos machos para maximizar
20
a produção. Processos de manejo compatíveis com as características de crescimento dos
morfotipos foram desenvolvidos com sucesso para o cultivo de M. rosenbergii (Karplus et al.,
2000). Portanto, para o desenvolvimento de tecnologia de engorda de M. amazonicum, é
fundamental saber como se desenvolve a estrutura populacional em viveiros de cultivo e como
esta pode ser manejada de modo a aumentar a produção. Além disso, a estrutura populacional
pode se alterar com a intensificação e, portanto, é importante avaliar a estrutura populacional de
M. amazonicum criado em viveiros de fundo natural, em diferentes densidades.
Nesse trabalho, foi estudada a estrutura populacional de M. amazonicum, criado em
viveiros em diferentes níveis de intensificação. Foram determinados, para cada densidade
populacional: a idade em que surgem os morfotipos, a freqüência de cada morfotipo na população
e se esta estrutura sofre variação ao longo do tempo, a freqüência de fêmeas virgens, ovígeras e
adultas não ovígeras na população e se esta sofre variação ao longo do tempo, a variação do
tamanho médio dos animais ao longo do tempo, a distribuição de freqüência de tamanho e a
proporção sexual (“sex-ratio”) e se esta sofre alterações ao longo do tempo.
1.3. Crescimento, sobrevivência e produtividade
A criação de crustáceos em viveiros vem sendo realizada em diferentes níveis de
intensificação, que podem ser agrupados em quatro sistemas: extensivo, semi-intensivo, intensivo
e super-intensivo (Wickins & Lee, 2002). Estes sistemas diferem basicamente pelo grau de
intervenção do produtor, densidade de estocagem e produtividade esperada. Os camarões do
Gênero Macrobrachium adaptam-se muito bem aos cultivos extensivo e semi-intensivo, cuja
produtividade atinge, respectivamente, 500 e 5.000 kg/ha/ano (Valenti & New, 2000; New,
2002). Por outro lado, o cultivo intensivo e super-intensivo, com produtividades de até 10.000 e
50.000 kg/ha/ano, respectivamente, vem sendo realizado com camarões peneídeos (Wickins &
21
Lee, 2002). Devido ao comportamento territorial e agressivo, os Macrobrachium não toleram
altas densidades de estocagem. (New et al., 2000; Wickins & Lee, 2002).
Recentemente, novas tecnologias de produção de M. rosenbergii vem sendo
desenvolvidas em regiões temperadas, que propiciam produções de 2.000 a 3.000 kg/ha em 3,5
meses de criação (Tidwell et al., 2000; 2001; 2003; 2004a; 2004b). A aplicação dessas técnicas
em regiões tropicais pode gerar produtividades de 7.000 a 8.000 kg/ha/ano (Valenti, 2002a;
Valenti & Moraes-Riodades, 2004). Isto abre novas perspectivas para a intensificação da
produção de camarões do Gênero Macrobrachium, permitindo produtividades similares ou até
superiores às obtidas para camarões peneídeos e dentro da faixa obtida em cultivos intensivos.
Em face do exposto, nesse trabalho foi avaliado o efeito da intensificação sobre a
produção de Macrobrachium amazonicum em viveiros. Foram estudados o crescimento, a
sobrevivência e a produtividade em viveiros povoados com diferentes densidades de pós-larvas.
1.4. Sustentabilidade econômica
A sustentabilidade pode ser definida como o manejo dos recursos naturais, econômicos,
humanos, tecnológicos e institucionais de modo a satisfazer as necessidades humanas das
gerações presentes e futuras (Arana, 1999; Valenti, 2002b). A sustentabilidade dos sistemas de
produção aqüícola divide-se basicamente em sustentabilidade econômica, social e ambiental
(Valenti, 2000; 2002b). Para que um projeto de carcinicultura seja perene deve atender a esses
três aspectos.
A sustentabilidade econômica depende do fortalecimento da cadeia produtiva e da
implantação de projetos adequados e bem concebidos (Valenti, 2004a). Estes devem estabelecer
uma estratégia de produção adequada para as condições locais e mercado alvo e estar embasados
em uma análise econômica consistente (Valenti, 2004a; Valenti & Tidwell, no prelo). As análises
22
econômicas mais usadas em aqüicultura são a análise de custo-retorno, a análise de fluxo de caixa
e a análise financeira de viabilidade do investimento (Shang, 1990). A primeira avalia todos os
custos de produção e as receitas, geralmente em base anual, considerando os preços correntes. A
segunda mostra basicamente a liquidez do projeto, ou seja, o balanço positivo ou negativo do
projeto ao longo do tempo. A terceira analisa a vida do projeto (horizonte), com desconto dos
valores no tempo, mostrando a viabilidade do investimento; os principais indicadores de
performance econômica são o valor presente líquido (VPL), a taxa interna de retorno (TIR) e a
relação benefício custo (RBC) (Shang, 1990).
Para fornecer subsídios para a avaliação da sustentabilidade econômica do cultivo do
camarão-da-amazônia, realizou-se um estudo dos custos de produção, receitas e indicadores de
viabilidade econômica de uma fazenda hipotética, baseada na tecnologia empregada e nos
resultados de produtividade e crescimento obtidos no experimento realizado nesse trabalho. Os
resultados foram comparados entre as quatro densidades de estocagem. Como este é o primeiro
experimento de engorda de M. amazonicum, o objetivo principal desta análise não foi demonstrar
a viabilidade econômica da atividade, mas identificar os principais limitantes econômicos que
podem ser resolvidos com aprimoramento da tecnologia. Isto irá subsidiar a continuidade e
direcionamento das pesquisas futuras.
23
2. MATERIAL E MÉTODOS
Este trabalho foi realizado no Setor de Carcinicultura do Centro de Aqüicultura da
UNESP - CAUNESP, câmpus de Jaboticabal, SP. O experimento foi conduzido em doze viveiros
retangulares de fundo natural, com 0,01 ha e profundidade média de 1 m durante 165 dias. Os
viveiros foram drenados e secos ao ar. Em seguida, receberam calagem, com cal hidratada (1000
kg/ha), e adubação orgânica, com esterco bovino curtido (3000 kg/ha). O abastecimento foi
realizado com água de uma represa, submetida previamente a filtragem mecânica.
Os viveiros foram estocados com 10, 20, 40 e 80 pós-larvas (PL)/m
2
(0,01g) de M.
amazonicum, provenientes do estoque de reprodutores do Setor de Carcinicultura do CAUNESP.
Este plantel foi formado a partir de exemplares coletados na natureza no nordeste do Pará em
2001. Devido à dificuldade de obtenção de camarões da mesma idade para a realização de um
experimento totalmente casualizado, optou-se por um delineamento em blocos casualizados com
quatro tratamentos (densidades de estocagem) e três repetições. No dia 31/10/2002 foram
povoados os viveiros correspondentes aos Blocos 1 e 2. Os viveiros do Bloco 3, foram povoados
no dia 13/11/2002. A atribuição de cada tratamento aos viveiros foi feita por meio de um sorteio
dentro de cada bloco.
Após o povoamento, os camarões foram alimentados com dieta comercial farelada “supra
alevino inicial”, da marca Supra
®
, com teor protéico de 40% nos primeiros 17 dias e, em seguida,
com a dieta “Laguna CMS 40, ração para Camarões, peletizada e triturada”, da empresa Socil,
com teor protéico de 40%, por doze dias. A seguir, receberam ração peletizada “Laguna CMS 37,
ração para camarões”, com teor protéico de 37%. A ração foi dividida em duas porções iguais e
distribuída às 07:30-08:30 e 16:00-17:00 horas. A taxa diária de arraçoamento de cada viveiro foi
24
de 2,5 g/m
2
no primeiro mês. A partir daí foi fornecido 9% da biomassa dos camarões até 20 de
janeiro de 2003, sendo ajustada semanalmente, supondo-se aumento de 20% na biomassa. A
partir do dia 21 de janeiro de 2003, a taxa foi reduzida para 6% da biomassa dos camarões e para
3% a partir de 11 de março, continuando com o reajuste semanal de 20% até o final do
experimento. A ração foi reduzida pela metade nos dias em que o oxigênio encontrava-se entre
2,5 a 3,5 mg/L pela manhã e foi suspensa quando este apresentou nível abaixo de 2,5 mg/L.
Nestes casos esporádicos foi acionado, por algumas horas, um aerador de emergência da marca
Bernauer, modelo B-500 AQUAHOBBY, monofásico água doce (6,18). Esse manejo, manteve
a taxa de oxigênio dissolvido na água sempre em níveis adequados.
Semanalmente, foi monitorado o oxigênio dissolvido, pH, condutividade, fluxo de entrada
e transparência da água de todos os viveiros. A partir de fevereiro, o oxigênio dissolvido foi
monitorado diariamente. As concentrações de amônia, nitrito e alcalinidade total foram
determinadas quinzenalmente. As amostras foram coletadas no período da manhã (07:30 às 08:30
h) e da tarde (16:30 às 17:00 h). Para a determinação do oxigênio dissolvido foi utilizado um
oxímetro YSI modelo 55. A leitura do pH foi realizada com peagômetro digital YSI modelo 63.
As concentrações de amônia e nitrito foram determinadas segundo Solorzano (1969) e
Bendschneider e Robinson (1952), respectivamente, por meio de espectrofotômetro Hach DR
2000. A alcalinidade foi determinada pelo método descrito por Boyd (1984). A transparência foi
aferida semanalmente, às 17:00 h, com utilização do disco de Secchi. A temperatura da água foi
registrada no viveiro 8, diariamente às 17:00 h, utilizando termômetro de máxima e mínima, para
superfície e fundo. Esta foi determinada em um único viveiro porque foi demonstrado
anteriormente que a temperatura é a mesma nos doze viveiros (Valenti comunicação pessoal).
Esse monitoramento da qualidade da água foi baseado em Valenti (1989).
25
Mensalmente, foi coletada uma amostra aleatória com 50 camarões de cada viveiro para a
realização da biometria. Depois de analisados, os camarões eram devolvidos aos viveiros. Foram
realizadas quatro biometrias em cada viveiro. Nos blocos 1 e 2, a primeira foi realizada no dia
02/12/2002 e a segunda nos dias 06 e 07/01/2003. A terceira biometria do bloco 1 foi realizada
no dia 03/02/2003 e a quarta no dia 10/03/2003. No bloco 2, a terceira e quarta biometrias foram
realizadas nos dias 04/02/2003 e 11/03/2003. No bloco 3, a primeira biometria foi realizada no
dia 16/12/2002 e as demais nos dias 20/01/2003, 17/02/2003 e 24/03/2003. Os animais menores
foram medidos por meio de um paquímetro digital Mitutoyo, com precisão de 0,01 mm e os
maiores por meio de um paquímetro de madeira, com precisão de 1 mm. Estes foram pesados
(Balança Marte A 500, com precisão de 0,01 g), diagnosticados quanto ao sexo e morfotipos. Os
machos foram classificados em TC ("Translucent Claw", macho pequeno), CC ("Cinnamon
Claw", quela cor de canela), GC1 ("Green Claw 1", quela verde menor que o comprimento pós-
orbital) e “GC2” (“Green Claw 2”, com quela verde e maior que o comprimento pós-orbital.) de
acordo com os critérios definidos por Moraes-Riodades (2002) e Moraes-Riodades e Valenti
(2004). As fêmeas foram classificadas em FV (“virgens”), FO (“ovígeras”) e FA (“adultas não
ovígeras”). Considerou-se fêmeas virgens aquelas que não apresentam caracteres especiais
associados à reprodução. Estes foram definidos por Bauer (2004a) como: aumento no espaço sob
o abdômen devido ao crescimento das pleuras laterais e alargamento das placas esternais dos três
primeiros segmentos abdominais. As fêmeas que apresentaram essas características e não
portavam ovos, foram classificadas como adultas não ovígeras. Fêmeas ovígeras são aquelas que
apresentavam ovos aderidos aos pleópodos.
Após 5,5 meses de cultivo foi realizada a despesca total. Os animais foram mortos em
choque térmico com a utilização de água, gelo e cloro, conforme o método descrito por Madrid e
Phillips (2000). Então, foram separados visualmente por tamanho e embalados individualmente
26
em sacos plásticos. Os camarões foram mantidos em bandejas plásticas com gelo durante todo o
processo de embalagem, visando a preservação da cor de seus quelípodos. A seguir, estes foram
contados e arrumados em bandejas de papelão, de modo a não danificarem seus rostros e
quelípodos. A seguir, estas eram cobertas por outra bandeja igual à que continha os animais.
Dentro destas foram colocadas etiquetas contendo o número do viveiro, a quantidade de
camarões presentes nesta bandeja, o peso do lote de camarões, a data da despesca e
armazenamento e o mero da bandeja. Essas mesmas especificações também eram anotadas no
verso da bandeja para que não houvesse dúvida da origem da mesma quando fosse analisada. A
seguir, estas bandejas eram ensacadas uma a uma, lacradas e colocadas para congelamento em
frízeres domésticos para boa preservação dos camarões e posterior análise.
As bandejas foram descongeladas para a análise na ordem de seus respectivos viveiros. Os
animais foram analisados individualmente, tendo-se obtido os mesmos parâmetros biométricos
determinados em cada biometria acima citados. Além destas, anotaram-se algumas características
dos camarões, como exoesqueleto danificado, estágios de muda e rostro quebrado. Foram
analisados ao todo 33.009 animais dos 12 viveiros de engorda, obtendo-se aproximadamente
200.000 dados, que foram registrados em planilhas. A seguir, todos foram digitados em planilhas
eletrônicas, utilizando-se o software Excell, da Microsoft.
27
2.1. Características limnológicas e taxa de renovação da água
Os dados de cada variável limnológica obtidos nos três viveiros de cada tratamento foram
agrupados e, a partir daí, determinou-se a média, o desvio-padrão e os valores mínimo e máximo.
A normalidade dos dados e a igualdade de variâncias entre os tratamentos (homocedasticidade)
foram avaliadas pelos testes de Shapiro-Wilk e Brown-Forsythe (Sokal & Rohlf, 1995),
respectivamente. Quando essas condições foram satisfeitas, as médias foram comparadas por
Análise de Variância pelo teste F, com duas classificações (two-way ANOVA), sendo uma
classificação os tratamentos e a outra os blocos. Caso contrário, usou-se o teste de Friedman
(Sokal & Rohlf, 1995) que é uma análise de variância não paramétrica para delineamentos
experimentais em blocos casualizados. Quando houve diferença, aplicou-se o teste de Mínima
Diferença Significativa (Fisher-LSD test) para comparar as médias entre si.
A comparação foi feita entre os tratamentos em cada período do dia em separado. Para
avaliar a existência de diferença significativa entre os períodos de manhã e tarde, utilizou-se o
teste “t” de Student quando os dados apresentaram normalidade e homocedasticidade. Caso
contrário, aplicou-se o teste de Mann-Whitney (Sokal & Rohlf, 1995), que é um teste não
paramétrico para comparação entre duas amostras.
2.2. Estrutura Populacional
Para cada viveiro, determinou-se a freqüência absoluta de cada morfotipo de machos e de
cada grupo demográfico de fêmeas em cada amostra ao longo do cultivo e na população toda por
ocasião da despesca. A seguir, determinaram-se as freqüências relativas em relação ao total de
indivíduos (machos + fêmeas). Então, calculou-se a média e o desvio padrão para cada
tratamento. O mesmo foi feito com o peso dos animais de cada morfotipo e de cada grupo de
interesse das fêmeas, obtendo-se os valores médios de cada tratamento.
28
A variação temporal da freqüência relativa e do peso médio de cada grupo foi estudada
por análise gráfica, enquanto que a freqüência relativa de cada grupo na população no momento
da despesca foi submetida à ANOVA pelo teste “F” com duas classificações (two-way ANOVA),
seguida pelo teste de nima Diferença Significativa de Fisher (Fisher-LSD test) para comparar
as médias entre si. Os dados foram previamente submetidos à transformação arco seno x, mas
os valores originais são apresentados para facilitar a interpretação.
Os valores de peso de todos os animais obtidos nos três viveiros, em cada tratamento, na
despesca final, foram agrupados em classes de 1 g. A seguir, determinou-se a distribuição de
freqüência relativa em classes de tamanho para cada densidade.
O sex-ratio foi obtido, dividindo-se o número de machos pelo número de fêmeas. Este foi
determinado para cada viveiro em todas as amostras e na despesca final. A seguir, calculou-se a
média para cada tratamento. Para comparação do sex-ratio, aplicou-se o teste G (Sokal & Rohlf,
1995).
Os gráficos foram construídos utilizando-se o software “Excell” da Microsoft e as
análises estatísticas realizadas por meio do software “Statistica 6.0” da StatSoft. Em todos os
casos, considerou-se que as amostras diferem quando a probabilidade de obtenção do valor da
estatística calculada foi menor ou igual a 5%.
2.3. Crescimento, sobrevivência e produtividade
Foram utilizados os dados de todos os animais despescados, após 5,5 meses de cultivo, ou
seja 33.009 exemplares. Para cada viveiro, determinou-se o peso médio da população, peso
médio de cada morfotipo dos machos e de cada grupo demográfico de fêmeas, bem como as
freqüências relativas desses grupos em relação ao total de indivíduos de cada sexo. A seguir,
29
calculou-se a média e o desvio padrão para cada tratamento, ou seja, as densidades 10, 20, 40 e
80 PL/m
2
.
A sobrevivência em cada viveiro foi estimada pelo quociente entre o número de animais
despescados e o número de animais estocados. Calculou-se a sobrevivência média e o desvio
padrão para cada tratamento.
A produção foi estimada somando-se os pesos individuais de todos os camarões
despescados. O resultado foi convertido em kg/ha. Além disso, estimou-se a produção anual
supondo-se um cultivo em região sem limitação climática. Portanto, seria possível a realização de
2,2 ciclos de 5,5 meses ao ano.
Os dados de peso de todos os animais em cada tratamento foram agrupados em classes de
1 g. Então, somou-se os pesos de cada classe e converteu-se o resultado em kg/ha. Esta
informação é importante porque permite determinar qual a quantidade produzida de cada classe
de tamanho. A seguir, determinou-se a porcentagem da produção correspondente a camarões com
peso superior a 7 g. Este foi escolhido porque permite atingir um mercado consumidor que paga
preços mais elevados. Este valor de referência foi definido em pesquisa no mercado consumidor
de Belém do Pará, realizada em dezembro de 2004 (observação pessoal).
A normalidade dos dados e a igualdade das variâncias entre os tratamentos
(homocedasticidade) foram avaliadas pelo teste de Shapiro-Wilk e Brown-Forcyte,
respectivamente. A seguir, os dados foram submetidos a ANOVA pelo teste “F”, com duas
classificações (“two-way ANOVA”), sendo uma classificação os tratamentos e a outra os blocos.
Quando houve diferença significativa, aplicou-se o teste de Mínima Diferença Significativa
(“Fisher-LSD test”) para comparar as médias entre si. Os dados de sobrevivência e freqüência
foram previamente submetidos à transformação arco seno x, mas os valores originais são
apresentados para facilitar a interpretação. Ajustaram-se as equações matemáticas que
30
representam a relação entre o peso médio, a produção e a produção anual e a densidade de
estocagem.
Os gráficos e as análises de regressão foram feitos utilizando-se o software “Excell” da
Microsoft e as outras análises estatísticas por meio do software “Statistica 6.0” da StatSoft. Em
todos os casos considerou-se que as amostras diferem quando a probabilidade de obtenção do
valor da estatística calculada foi menor ou igual a 5%.
2.4. Sustentabilidade econômica
Foi realizada a avaliação econômica de uma fazenda hipotética de engorda de camarão-
da-amazônia em viveiros de fundo natural com 5.000 m
2
cada um, comparando quatro densidades
de estocagem: 10, 20, 40 e 80 pós-larvas/m
2
. Considerou-se que esta fazenda seria instalada no
Estado do Pará a cerca de 60 km da cidade de Belém em área previamente degradada para
minimizar o impacto ambiental. A região apresenta o clima quente o ano todo (T > 26ºC) e
pluviosidade elevada. A área total da fazenda é de 30 ha, contemplando área de preservão
natural, da bacia de tratamento dos efluentes, das construções de prédios e viveiros. A única
atividade produtiva da fazenda é a carcinicultura.
As variáveis técnicas dos diferentes tratamentos de densidades de estocagem estão
apresentadas na Tabela 1. Foram realizadas três análises econômicas: análise de custo-retorno,
análise de fluxo de caixa e análise financeira de viabilidade do investimento com base no método
apresentado por Shang, (1990).
31
Tabela 1. Variáveis técnicas nas diferentes densidades de estocagem, utilizadas na simulação.
Variáveis
Densidade de Estocagem (PL/m
2
)
10 20 40 80
População inicial de
PL/viveiro
50.000 100.000 200.000 400.000
Produtividade
kg/ha/ciclo
508 875 1283 2051
Produção anual
1
(kg/ha/ano)
1117 1925 2489 4512
PL = pós-larvas;
1
= 2,2 ciclos anuais.
2.4.1. Estratégia de Produção
Para obter sucesso junto ao mercado consumidor, deve-se oferecer produto de qualidade,
com regularidade em quantidade suficiente para atender as necessidades dos clientes (Valenti,
2002b). Assim, a estratégia de produção contemplou esses três aspectos. Planejou-se uma fazenda
com 24 viveiros de fundo natural, com 5.000 m
2
de espelho d’água cada um, todos abastecidos
por gravidade. Cada um seria estocado em uma semana subseqüente e seria despescado 165 dias
(23,5 semanas) após o povoamento. Dessa forma, seriam produzidos camarões semanalmente.
Estes seriam entregues frescos, no mesmo dia da despesca, para uma rede de supermercados na
cidade de Belém. Devido ao tempo necessário para encher o viveiro novamente e realizar a
estocagem, havesempre 23 viveiros cheios e um em preparação. Assim, a produção de cada
ciclo será estimada com base em 23 viveiros de 5.000 m
2
, ou seja, em 11,5 ha.
Além dos viveiros, seriam construídos um almoxarifado, um escritório, uma copa e dois
banheiros, totalizando uma área de 39 m
2
. A estratégia de produção será igual para todas as
densidades de estocagem.
32
2.4.2. Investimentos
Os investimentos correspondem ao capital imobilizado no projeto, que gera diversos
custos. Os investimentos considerados para a instalação da fazenda hipotética do camarão-da-
amazônia foram: projeto técnico, legalização da atividade, levantamento topográfico e plantas,
obras civis (construção dos viveiros, bacia de tratamento dos efluentes, postiação e energia
elétrica, almoxarifado, escritório), análises iniciais da água e do solo, equipamentos (balanças,
oxímetro, peagômetro, redes), veículos (caminhonete e motocicleta), computador e mobília, e
outros utensílios (caixas de isopor, baldes etc).
Os preços de cada item foram obtidos na região de Belém no período de setembro a
dezembro de 2004. No caso dos equipamentos não disponíveis na região, considerou-se o seu
preço na cidade do fornecedor, acrescido do frete até a fazenda. O investimento considerado foi o
mesmo para todas as densidades de estocagem.
2.4.3. Custos de Produção
Os custos de produção referem-se aos valores dos fatores de produção utilizados (Scorvo-
Filho et al., 2004). Estes incluem os custos de oportunidade, que referem-se ao rendimento
sacrificado (perdido) devido à instalação do projeto, tais como trabalho próprio do empresário e
de sua família, rendimento do capital usado e arrendamento da terra para outra atividade (Shang,
1990). Jolly & Clonts (1993) chamam as despesas operacionais de custos explícitos e os custos
de oportunidade somados à depreciação dos bens de custos implícitos.
No Brasil, consideram-se duas estruturas de custos de produção: o custo total de produção
e o custo operacional de produção (Scorvo-Filho et al., 2004). A primeira considera todas as
despesas operacionais mais a depreciação, os juros sobre o capital circulante e as remunerações
33
da terra, do investimento e do empresário. A segunda considera apenas as despesas operacionais,
os juros sobre o capital circulante e a depreciação.
Os custos totais de produção podem ser divididos em fixos e variáveis. Os custos fixos
são aqueles que não se alteram com a quantidade produzida. Os custos variáveis são aqueles que
dependem do volume de produção.
Foram considerados, neste trabalho, como custos fixos a depreciação dos investimentos
iniciais e as remunerações da terra, do capital fixo e do empresário. Estes foram constantes para
as quatro densidades de estocagem. A depreciação foi calculada pelo método linear (Shang,
1990), dividindo-se o valor do bem menos o valor de sucata pela vida útil esperada. A vida útil
dos bens foi definida com base no regulamento do imposto de renda do Governo Federal do
Brasil (Decreto 3.000, de 26 de março de 1999). A remuneração do capital investido foi
calculada a uma taxa de 12% ao ano sobre o valor do capital médio investido. A remuneração da
terra foi R$ 1,00/ha/ano, valor fornecido pelo ITERPA, Instituto de Terras do Pará.
Consideraram-se 1,5 salários mínimos por mês como remuneração do empresário pelas horas de
trabalho na produção. Considerou-se o investimento isento do imposto territorial rural.
Os custos variáveis considerados foram os seguintes:
Pós-larvas (PL): considerou-se a compra de PL para estocar os 23 viveiros/ciclo de
acordo com a densidade de estocagem considerada. O preço das pós-larvas foi estimado em R$
14,00 o milheiro. Este valor foi definido com base em análises econômicas referentes a
larviculturas do camarão-da-amazônia no Estado do Pará e em São Paulo (Vetorelli, 2004).
Dieta: considerou-se uma taxa de conversão alimentar de 3:1 e o preço de 1,10/kg.
Esterco bovino: considerou-se um gasto de 3 t/ha/ciclo a um preço de R$ 38,00/t.
Calcário: considerou-se um gasto de 1 t/ha/ciclo a um preço de R$ 26,00/t.
34
Embalagens: considerou-se a comercialização do produto em bandejas de polietileno
contendo 1 kg de camarões, a um custo de R$ 0,20/unidade.
Manutenção: refere-se aos reparos das instalações e equipamentos; considerou-se 2% ao
ano do valor de aquisição do bem, conforme sugestão de Scorvo-Filho et al. (2004). Este valor
foi constante para as 4 densidades.
Mão-de-obra: foram consideradas três categorias de trabalhadores.
a) Mão-de-obra de nível elementar (braçal) assalariada: considerou-se que um
trabalhador pode operar até 2 ha de espelho d’água (New, 2002). Portanto, consideraram-se 6
trabalhadores recebendo um salário mínimo mensal (R$ 260,00). Além disso, consideraram-se
42% como encargos sociais, de acordo com Scorvo-Filho et al. (2004).
b) Mão-de-obra de nível superior: considerou-se um funcionário de nível superior,
recebendo salário mensal de R$ 1.500,00, mais 42% de encargos sociais. Este profissional irá
gerenciar a fazenda.
c) Mão-de-obra eventual: necessária para despesca e embalagem dos camarões.
Considerou-se 3 homens-dia por semana para as densidades 10 e 20/m
2
, 4 homens-dia para a
densidade 40/m
2
e 5 homens-dia para a densidade 80/m
2
. A diária considerada foi R$ 15,00.
A mão-de-obra assalariada é considerada custo fixo por Shang (1990), mas neste trabalho
optamos por considerá-la como custo variável, segundo Jolly & Clonts (1993) e Scorvo-Filho et
al. (2004).
Combustíveis e lubrificantes: considerou-se o rendimento médio de 10 km/L para a
caminhonete, considerando 2 viagens a Belém por semana referentes a entregas e compra de
insumos (240 km), mais 20 km/dia rodando nas imediações da fazenda. Para a motocicleta,
considerou-se um rendimento de 40 km/l, rodando 12 km/dia na fazenda.
35
Energia elétrica e telefone: considerou-se os gastos com energia elétrica para a parte
administrativa, ou seja, necessária para 10 mpadas de 40 W, ligadas 2 h/dia, geladeira,
computador, aparelho de fax e de ar condicionado. O preço local do kw/h é R$ 0,25. Para
telefone, considerou-se o gasto mínimo com assinatura, e chamadas mais fax para fornecedores e
clientes, além de acesso à internet (1 h/dia).
Gelo: considerou-se um gasto de 1,6 kg/kg de camarões durante o choque térmico e 1
kg/kg de camarões para o transporte em caixas de isopor.
Kite para análise de água, (tais como alcalinidade, dureza e amônia): considerou-se um
kite/ciclo a R$ 250,00.
Imposto sobre a venda do produto: considerou-se que o Estado do Pará concederá
isenção de ICMS. Isto é bastante realista porque tem ocorrido com outros produtos.
Contribuição Especial de Seguridade Social Rural (CESSR): considerou-se 2,85% da
receita bruta
Juros sobre o capital circulante: usou-se a taxa de juros básica do crédito rural para
custeio, que é de 8,75% sobre a metade das despesas operacionais totais.
2.4.4. Receita Bruta
A única receita obtida corresponde à venda dos camarões. Consideraram-se duas faixas de
tamanho: a7 g, que seria vendido aos supermercados a um preço médio de R$ 8,00/kg e acima
de 7 g, que seria vendido a um preço médio de R$ 12,00/kg. Essas faixas de tamanho e preços
foram definidas com base em pesquisa de mercado junto aos principais supermercados de Belém
em setembro de 2004. Para cada densidade de estocagem, considerou-se a produtividade de
camarões em cada classe de tamanho, obtidas no experimento realizado neste trabalho. Como a
36
região considerada apresenta clima quente o ano todo e não falta de água, considerou-se a
realização de 2,2 ciclos/ano.
2.4.5. Análise de custo-retorno.
A análise de custo-retorno (cost-return analysis” ou “budget analysis”) é o método básico
para avaliar a viabilidade econômica e/ou desempenho de um projeto de aqüicultura (Shang,
1990). Utiliza informações sobre: o custo para implantação de uma fazenda, o custo anual para
operá-la e permite a identificação dos itens que têm maior peso na composição dos custos de
produção e estima a lucratividade média anual (ou a impossibilidade de lucro). Envolve a
determinação dos custos de produção e a estimativa do valor de venda, de acordo com uma
estratégia de produção bem definida, seguido por uma análise econômica de custo-receita (Shang,
1990).
Foram determinados os seguintes indicadores econômicos, de acordo com Scorvo-Filho et
al. (2004):
1. Custo operacional efetivo (COE): valores monetários efetivamente desembolsados pelo
produtor anualmente;
2. Custo operacional total (COT): COE mais a depreciação;
3. Custos variáveis (CV): valores monetários desembolsados mais juros sobre o capital
circulante ;
4. Custos fixos (CF): remuneração da terra, do capital investido e do empresário,
depreciação e impostos fixos;
5. Custo total de produção (CT): CV mais CF;
6. Custos médios: COE, COT, CT, CV e CF divididos pela produção anual;
7. Receita bruta (RB): valor total da venda dos camarões;
37
8. Receita líquida (RL): RB menos o COT;
9. Lucro (L): RB menos CT.
2.4.6. Análise de Fluxo de Caixa
Para análise do fluxo de caixa, considerou-se um horizonte do projeto de 20 anos. No
momento zero, consideraram-se todos os investimentos necessários à implantação mais o capital
de giro. Este foi considerado como montante referente às despesas operacionais efetivas para
executar o primeiro ciclo. A partir do ano 1, o fluxo de caixa foi composto pela Receita Bruta
mais a venda da sucata (entradas) e pelas despesas operacionais mais os reinvestimentos (saídas).
Reinvestimentos correspondem à reposição dos itens com vida útil inferior ao horizonte do
projeto. No último ano, somou-se o valor residual dos bens com vida útil superior ao horizonte do
projeto e o capital de giro.
Devido a diversos acertos da tecnologia no início do projeto e a inserção do produto no
mercado consumidor, considerou-se 60% do valor previsto para a receita bruta no primeiro ano
do fluxo de caixa, 80% no segundo ano e 100% a partir do terceiro ano.
2.4.7. Análise de viabilidade do investimento
Foram aplicados os métodos do período de retorno do capital (PRC), valor presente
líquido (VPL), taxa interna de retorno (TIR) e relação benefício-custo líquida (RBC), de acordo
com Shang (1990) e Jolly & Clonts (1993). A taxa mínima de atratividade (TMA) considerada
foi 8,75%. As fórmulas aplicadas foram:
38
Para o PRC:
=
=
j
i
i
FLC
0
0
Sendo:
j = PRC, em anos;
FLC
i
= Fluxo líquido anual do projeto no ano i;
i = 0,1,2,...j...,n.
Para o VPL:
=
+
=
n
i
i
ii
r
CB
VPL
0
)1(
Sendo:
B
i
= Benefício total no ano i, (receitas);
C
i
= Custo total no ano i (capital + despesas operacionais);
r = taxa de desconto do projeto (taxa de atrividade);
n = horizonte do projeto;
i = 0,1,2,......,n.
Para a TIR:
0
)1(
0
=
+
=
n
i
i
ii
TIR
CB
Sendo:
Bi = Benefício total no ano i, (receitas)
39
Ci = Custo total no ano i (capital + despesas operacionais);
n = horizonte do projeto.
Para a RBC:
=
=
+
+
=
n
i
i
i
n
i
i
i
r
K
r
Y
RBC
0
0
)1(
)1(
Sendo:
Y
i
= Benefício líquido anual no ano i (receita bruta menos as despesas operacionais);
K
i
= Capital investido no ano i (investimento inicial mais reinvestimentos);
r = taxa de desconto do projeto (taxa de atratividade);
n = horizonte do projeto.
2.4.8. Sensibilidade do projeto
As análises econômicas acima citadas foram realizadas considerando outros seis cenários
diferentes, ou seja:
Cenário 1: aumento de 25% no preço de venda dos camarões das duas classes de
tamanho;
Cenário 2: aumento de 50% no preço de venda dos camarões das duas classes de
tamanho;
Cenário 3: redução na conversão alimentar para 2:1;
Cenário 4: redução no preço das pós-larvas em 50%;
40
Cenário5: passagem de 20% dos camarões da classe menor que 7 g para a classe maior
que 7 g e conseqüente aumento na produtividade;
Cenário 6: redução na conversão alimentar para 2:1, redução no custo de pós-larvas em
50% e passagem de 20% dos camarões para a classe maior que 7 g com aumento na
produtividade.
Estes cenários permitirão uma análise dos avanços tecnológicos e/ou novos mercados
necessários para viabilizar economicamente o cultivo do camarão-da-amazônia.
41
3. RESULTADOS
3.1. Características limnológicas e taxa de renovação da água
A temperatura da água foi elevada, variando entre 24 e 32,5ºC no fundo e entre 21 e 34ºC
na superfície. As médias das mínimas foram 28,5 ± 1,9ºC no fundo e 27,7 ± 1,5ºC na superfície.
As médias das máximas foram 30,9 ± 2,1ºC no fundo e 29,4 ± 1,8ºC na superfície. Os valores
mínimos e máximos, a média e o desvio padrão das demais variáveis, obtidos para cada
tratamento, são apresentados na tabela 2.
As variáveis analisadas apresentaram valores similares em todas as densidades de
estocagem. Apenas o oxigênio dissolvido diferiu significativamente entre os tratamentos 10/m
2
e
20/m
2
e o nitrogênio amoniacal total entre os tratamentos 10 e 40/m
2
, ambos no período da tarde.
O oxigênio dissolvido e o pH foram significativamente mais altos e o nitrogênio amoniacal total
foi significativamente mais baixo no período da tarde em todas as densidades estudadas.
Tabela 2. Valores mínimos e máximos seguidos de médias ± desvios padrão das variáveis limnológicas nos viveiros de M. amazonicum em diferentes densidades de
estocagem, nos períodos manhã e tarde.
Manhã Tarde
10/m
2
20/m
2
40/m
2
80/m
2
10/m
2
20/m
2
40/m
2
80/m
2
Oxigênio dissolvido
2,30 - 8,44 2,56 - 8,18 1,72 - 7,91 1,78 - 8,24 4,44 - 13,77 3,68 - 12,07 3,75 - 11,60 3,74 - 13,19
(mg.L
-1
)
4,60 ± 1,10a 4,45 ± 1,16a 4,34 ± 1,33a 4,37 ± 1,42a 8,28 ± 2,01bA 7,62 ± 1,84bBC 7,67 ± 2,05bAC 8,21 ± 2,21bAC
Oxigênio dissolvido
30,00 - 100,70 5,85 - 98,70 20,90 - 95,60 22,90 - 100,80 7,18 - 180,70 46,50 - 151,50 46,90 - 171,60 46,80 - 172,20
(% Saturação)
58,81 ± 13,34a 56,50 ± 15,23a 55,98 ± 16,94a 55,79 ± 17,74a 109,59 ± 30,80b 101,93 ± 25,38b 103,52 ± 29,85b 110,03 ± 29,88b
pH
6,32 - 8,44 6,28 - 8,49 6,21 - 8,68 6,17 - 8,45 6,76 - 9,41 6,79 - 9,22 5,93 - 9,26 6,76 - 9,60
7,20 ± 0,48a 7,20 ± 0,45a 7,31 ± 0,54a 7,24 ± 0,51a 8,20 ± 0,70b 8,08 ± 0,66b 8,15 ± 0,71b 8,19 ± 0,73b
N-NH
3
+ N-NH
4
+
0 – 212,00 0 – 278,00 0 – 335,00 0 – 281,00 0 – 132,00 0 – 317,00 0 – 357,00 0 – 286,00
(µg.L
-1
)
77,87 ± 58,62a 80,27 ± 66,01a 91,07 ± 82,59a 75,02 ± 83,37a 17,86 ± 22,81bA 32,75 ± 56,14bAC 52,66 ± 75,16bBC 44,51 ± 72,45aAC
N-NO
2
8,60 - 77,80 14,20 - 116,80 7,70 - 87,60 10,60 - 132,20 8,80 – 81,00 14,50 – 139,00 6,00 – 128,00 13,90 - 121,40
(µg.L
-1
)
37,22 ± 18,12 41,98 ± 23,05 42,84 ± 21,78 43,86 ± 30,01 39,41 ± 19,47 44,46 ± 24,71 46,34 ± 25,83 43,16 ± 27,20
Alcalinidade total
28,20 - 66,25 27,54 - 55,20 26,52 - 87,60 28,20 - 57,60 28,20 - 61,99 28,20 – 96,00 28,20 - 82,80 26,52 - 57,56
(mg.L
-1
)
36,85 ± 7,35 36,26 ± 6,29 37,82 ± 10,75 36,67 ± 6,79 35,80 ± 6,66 36,90 ± 10,76 36,55 ± 9,93 35,69 ± 7,03
Condutividade elétrica
47,40 – 154,00 54,10 - 148,90 54,20 - 174,70 69,80 - 139,71 74,40- 161,30 75,60-149,80 56,00 - 182,20 71,20 - 147,60
(µS.cm
-1
)
92,51 ± 16,91 92,05 ± 14,33 93,00 ± 18,99 92,73 ± 14,65 95,85 ± 15,60 94,82 ± 13,57 95,42 ± 19,74 96,12 ± 14,03
Transparência
40,00 – 90,00 40,00 – 75,00 35,00 – 85,00 25,00 – 75,00
(cm)
62,16 ± 10,38 59,32 ± 8,56 60,89 ± 11,73 60,14 ± 9,61
Fluxo
2,00 – 19,00 1,50 – 16,00 1,00 – 45,00 0 – 19,00
(L.min
-1
)
6,80 ± 3,54 6,66 ± 3,01 5,97 ± 2,66 6,47 ± 3,61
Letras minúsculas referem-se às comparações entre manhã e tarde ( p < 0,05), obtidas pelos testes t de Student e Mann Whitney;
Letras maiúsculas referem-se às comparações entre as densidades de estocagem ( p < 0,05), obtidas pelo teste de Friedman, seguido por Fisher-LSD teste.
43
3.2. Estrutura Populacional
Os morfotipos dos machos aparecem a partir do segundo mês de cultivo (Figuras 1 a 4).
Neste, a freqüência de “Translucent Claw” (TC) é alta nas densidades 20 a 80/m
2
, atingindo 40-
50% da população. A seguir, diminuiu e estabilizou-se a partir do quarto mês (Figura 1). Na
densidade 10/m
2
, a freqüência foi baixa (por volta de 20% da população) durante todo o cultivo
(Figura 1). A freqüência do morfotipo “Cinnamon Claw” (CC) aumentou ao longo do tempo
(Figura 2) nas densidades 20 a 80/m
2
, mas, na densidade 10/m
2,
estabilizou-se no período final.
As freqüências dos morfotipos Green Claw1” (GC1) e Green Claw2” (GC2) aumentaram até o
quarto mês, mas diminuem a seguir (Figuras 3 e 4). Nas densidades 20 e 40/m
2
esta quase caiu
pela metade entre 4 e 5,5 meses de cultivo. Por outro lado, na densidade 80/m
2
a freqüência de
GC2 foi muito baixa, ao redor de 5% da população (Figura 4).
A maturidade das fêmeas se iniciou entre o primeiro e o segundo mês de cultivo, mas a
freqüência de fêmeas virgens (FV) ainda era alta, exceto na densidade 10/m
2
(Figura 5). Esta
decresceu para menos de 5% no terceiro mês nas densidades 10 e 20/m
2
, mas permaneceu
elevada na densidade 40/m
2
até o quarto mês e na densidade 80/m
2
até o final do cultivo (Figura
5). A freqüência de fêmeas adultas não ovadas (FA) foi bastante elevada no segundo mês de
cultivo, atingindo cerca de 30% na densidade 10/m
2
, mas cerca de 15% nas densidades 40 e
80/m
2
(Figura 6). Esta caiu para a faixa de 10% a partir do terceiro mês de cultivo (Figura 6)
quando aumentou bastante a freqüência de fêmeas ovígeras (FO) nas densidades 10 a 40/m
2
(Figura 7). Estas aparecem no terceiro s de cultivo nas densidades de 40 e 80/m
2
, sendo
que, nesta última, a freqüência de FO é sempre inferior a 10% (Figura 7).
44
Figura 1. Freqüência do morfotipo “Translucent Claw (TC ) ao longo do cultivo em diferentes
densidades.
Figura 2. Freqüência do morfotipo “Cinnamon Claw “ (CC) ao longo do cultivo em diferentes
densidades.
0
10
20
30
40
50
60
0 1 2 3 4 5 6
Meses de Cultivo
Proporção de TC (%)
10/m2
20/m2
40/m2
80/m2
0
5
10
15
20
25
30
35
0 1 2 3 4 5 6
Meses de Cultivo
Proporção de CC (%)
10/m2
20/m2
40/m2
80/m2
45
Figura 3. Freqüência do morfotipo “Green Claw 1” (GC1) ao longo do cultivo em diferentes
densidades.
Figura 4. Freqüência do morfotipo “Green Claw 2” (GC2) ao longo do cultivo em diferentes
densidades.
0
2
4
6
8
10
12
14
0 1 2 3 4 5 6
Meses de Cultivo
Proporção de GC1 (%)
10/m2
20/m2
40/m2
80/m2
0
5
10
15
20
25
30
0 1 2 3 4 5 6
Meses de Cultivo
Proporção de GC2 (%)
10/m2
20/m2
40/m2
80/m2
46
Figura 5. Freqüência de fêmeas virgens (FV) ao longo do cultivo em diferentes densidades.
Figura 6. Freqüência de fêmeas adultas não ovadas (FA) ao longo do cultivo em diferentes
densidades.
0
5
10
15
20
25
30
0 1 2 3 4 5 6
Meses de Cultivo
Proporção de FV (%)
10/m2
20/m2
40/m2
80/m2
0
5
10
15
20
25
30
0 1 2 3 4 5 6
Meses de Cultivo
Proporção de FA (%)
10/m2
20/m2
40/m2
80/m2
47
Figura 7. Freqüência de fêmeas ovadas (FO) ao longo do cultivo em diferentes densidades.
Machos TC e CC atingiram cerca de 2 e 3,5 g, respectivamente, a partir do segundo mês e
praticamente não aumentaram de peso até o final do cultivo (Figuras 8 a 11). Por outro lado,
machos GC1 e GC2 aumentaram de peso ao longo do cultivo e a taxa de crescimento” diminuiu
em função dos meses (Figuras 8 a 11). Os GC1 atingiram em média 12; 10; 9 e 8 g e os GC2
14,5; 13,5; 12 e 10 g nas densidades 10, 20 40 e 80/m
2
, respectivamente, após 5,5 meses de
cultivo.
As fêmeas apresentaram crescimento contínuo ao longo do cultivo (Figuras 12 a 15). As
FV foram esporádicas nas densidades 10 e 20/m
2
e por isso apresentaram variação irregular.
Nenhuma FV foi coletada no quarto mês nos três viveiros do tratamento 10/m
2
. Por outro lado, na
ocasião da despesca, apresentaram pesos bastante elevados nesse tratamento. O peso médio por
ocasião da despesca das FV foi 8,5; 5,5; 4 e 3 g, das FA foi de 6; 5; 4 e 3,5 e das FO 6,5; 5; 4,5 e
4 g, respectivamente para as densidades 10, 20, 40 e 80/m
2
.
0
5
10
15
20
25
30
35
0 1 2 3 4 5 6
Meses de Cultivo
Proporção de FO (%)
10/m2
20/m2
40/m2
80/m2
48
0
2
4
6
8
10
12
14
16
1 2 3 4 5 6
Meses de Cultivo
Peso Médio (g)
TC
CC
GC1
GC2
Figura 8. Pesos médios dos morfotipos na densidade de 10 ind/m
2
ao longo do cultivo. TC =
“Translucent Claw”; CC = “Cinnamon Claw”; GC1 = “Green Claw 1”; GC2 = “Green Claw 2”.
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6
Meses de Cultivo
Peso Médio (g)
TC
CC
GC1
GC2
Figura 9. Pesos médios dos morfotipos na densidade de 20 ind/m
2
ao longo do cultivo. TC =
“Translucent Claw”; CC = “Cinnamon Claw”; GC1 = “Green Claw 1”; GC2 = “Green Claw 2”.
49
0
2
4
6
8
10
12
1 2 3 4 5 6
Meses de Cultivo
Peso Médio (g)
TC
CC
GC1
GC2
Figura 10. Pesos médios dos morfotipos na densidade de 40 ind/m
2
ao longo do cultivo. TC =
“Translucent Claw”; CC = “Cinnamon Claw”; GC1 = “Green Claw 1”; GC2 = “Green Claw 2”.
0
2
4
6
8
10
12
1 2 3 4 5 6
Meses de Cultivo
Peso Médio (g)
TC
CC
GC1
GC2
Figura 11. Pesos médios dos morfotipos na densidade de 80 ind/m
2
ao longo do cultivo. TC =
“Translucent Claw”; CC = “Cinnamon Claw”; GC1 = “Green Claw 1”; GC2 = “Green Claw 2”.
50
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1 2 3 4 5 6
Meses de Cultivo
Peso Médio (g)
FA
FO
FV
Figura 12. Pesos médios das fêmeas na densidade de 10 ind/m
2
ao longo do cultivo. FV =
“Fêmeas Virgens”; FO = “Fêmeas Ovadas”; FA = “Fêmeas Adultas não Ovadas”.
0
1
2
3
4
5
6
1 2 3 4 5 6
Meses de Cultivo
Peso Médio (g)
FA
FO
FV
Figura 13. Pesos médios das fêmeas na densidade de 20 ind/m
2
ao longo do cultivo. FV =
“Fêmeas Virgens”; FO = “Fêmeas Ovadas”; FA = “Fêmeas Adultas não Ovadas”.
51
0
1
2
3
4
5
1 2 3 4 5 6
Meses de Cultivo
Peso Médio (g)
FA
FO
FV
Figura 14. Pesos médios das fêmeas na densidade de 40 ind/m
2
ao longo do cultivo. FV =
“Fêmeas Virgens”; FO = “Fêmeas Ovadas”; FA = “Fêmeas Adultas não Ovadas”.
0
1
2
3
4
5
1 2 3 4 5 6
Meses de Cultivo
Peso Médio (g)
FA
FO
FV
Figura 15. Pesos médios das fêmeas na densidade de 80 ind/m
2
ao longo do cultivo. FV =
“Fêmeas Virgens”; FO = “Fêmeas Ovadas”; FA = “Fêmeas Adultas não Ovadas”.
52
A estrutura da população em morfotipos de machos e grupos de interesse de fêmeas na
ocasião da despesca é apresentada na Tabela 3. Nota-se claramente o predomínio dos machos.
Não houve diferença significativa na freqüência de machos TC, CC e GC1 nas quatro densidades
estudadas. Por outro lado, a freqüência de machos GC2 diminuiu à medida que a densidade
aumentou. A freqüência de FV foi inferior a 5% até a densidade 40/m
2
, mas chegou a 19,3% na
densidade 80/m
2
. As freqüências de FA e FO foram próximas nas densidades 10 a 40/m
2
, mas
diminuíram significativamente na densidade 80/m
2
.
Tabela 3. Percentagem média (± desvio padrão) de cada morfotipo dos machos e grupo de interesse
de fêmeas em relação à quantidade total de camarões obtidos nos viveiros em 5,5 meses de cultivo.
Variáveis
Densidade de estocagem (PL/m
2
)
10 20 40 80
TC
20,1 ± 10,4a 17,8 ± 9,9a 18,3 ± 5,6a 24,8 ± 2,4a
CC
18,0 ± 3,0a 28,8 ± 10,5a
30,4 ± 5,7a 30,0 ± 2,5a
GC1
7,2 ± 1,5a 7,0 ± 1,3a 7,4 ± 2,2a 5,0 ± 0,4a
GC2
17,5 ± 1,0a 16,2 ± 2,0a 11,0 ± 1,0b 5,5 ± 0,3c
Não Classificados
3,4 ± 4,7 2,2 ± 2,8 2,2 ± 2,7 1,4 ± 1,9
FV
1,2 ± 0,2a 1,1 ± 0,3a 4,2 ± 1,4b 19,3 ± 2,2c
FO
26,7 ± 8,3a 20,5 ± 3,8a 20,0 ± 4,1a 9,2 ± 2,3b
FA
7,4 ± 2,3a 5,9 ± 1,0a 6,1 ± 1,0a 3,4 ± 0,9b
Total
100 100 100 100
PL = pós-larvas; TC = “Translucent Claw”; CC = “Cinnamon Claw”; GC1 = “Green Claw 1”; GC2 = Green Claw
2”; FV = “Fêmeas Virgens”; FO = “Fêmeas Ovadas”; FA = “Fêmeas Adultas não Ovadas”.
Média e Desvio Padrão dos três tratamentos. Letras diferentes na mesma linha indicam que as médias diferem
significativamente (P 0,05) pela ANOVA.
A população de M. amazonicum apresentou uma distribuição de freqüência de peso no
momento da despesca nitidamente bimodal em todas as densidades de estocagem (Figuras 16 a
19). O grupo dos animais menores é muito mais numeroso, sendo formado por fêmeas, machos
TC, CC e alguns machos GC1. Por outro lado, o grupo dos animais maiores é formado pelos
machos GC1 e GC2. Na densidade 10/m
2
há também algumas fêmeas virgens. A primeira
distribuição é assitrica e aparentemente leptocúrtica. A moda corresponde à classe 2-3 g em
53
todas as densidades de estocagem. A segunda distribuição é aparentemente simétrica e
platicúrtica. As modas diminuíram 1 g toda vez que a densidade dobra. A classe de peso que
separa as duas distribuições também decresceu 1 g a cada nível de densidade estudada.
O sex-ratio diferiu da proporção 1:1 em todas as amostras exceto nas densidades 10 e 40
PL/m
2
no segundo mês de cultivo. um grande predomínio dos machos. A proporção destes
aumentou ao longo do cultivo até o quarto mês em todas as densidades estudadas (Figura 20). O
sex-ratio diferiu entre as densidades no segundo mês e ao final de cultivo, mas não diferiu no
terceiro e quarto meses (Tabela 4).
Tabela 4. Variação da proporção sexual (nº de machos/nº de fêmeas) ao longo do cultivo da
quantidade total de camarões obtidos de cada densidade em 5,5 meses de cultivo.
Densidade de estocagem (PL/m
2
)
Meses
10 20 40 80
1
2
1,2a 1,6b 1,3a 1,6b
3
1,5a 2,1a 1,5a 1,9a
4
2,1a 2,9a 2,6a 2,2a
5,5
2,0a 2,7b 2,3c 2,2d
Letras diferentes na mesma linha indicam que as médias diferem significativamente (P 0,05) pela ANOVA.
54
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
0
a
0,9
9
2
a
2,
99
4 a
4
,99
6 a 6,99
8
a
8,9
9
1
0 a
1
0,9
9
1
2
a 1
2,
99
14
a
14
,9
9
16 a 16,99
1
8 a
1
8,99
2
0 a
2
0,9
9
Peso (g)
Freqüência (%)
Figura 16. Percentagem média da freqüência relativa de peso total (g) de camarões, distribuídos em
classes de tamanho para a densidade de 10/m
2
.
0
5
10
15
20
25
0
a
0,9
9
2
a
2,9
9
4
a 4,99
6 a 6,99
8 a 8,
9
9
10
a
10,
99
12
a
12
,99
14
a 14
,
99
1
6 a
1
6,99
18 a 18,99
20 a
20,9
9
Peso (g)
Freqüência (%)
Figura 17. Percentagem média da freqüência relativa de peso total (g) de camarões, distribuídos em
classes de tamanho para a densidade de 20/m
2
.
55
0
5
10
15
20
25
0
a 0,99
2 a 2,99
4 a 4,
9
9
6
a 6
,9
9
8
a 8
,9
9
10
a
10
,99
1
2 a
1
2,99
14 a 14,99
16 a 16,99
18 a
18,9
9
20 a
20,9
9
Peso (g)
Freqüência (%)
Figura 18. Percentagem média da freqüência relativa de peso total (g) de camarões, distribuídos em
classes de tamanho para a densidade de 40/m
2
.
0
5
10
15
20
25
30
35
0 a
0,99
2 a
2,99
4
a
4,9
9
6
a
6,
99
8 a
8
,99
10 a 10,99
12 a 12,99
14
a
14
,9
9
16
a
16
,99
18
a
18
,9
9
20
a
20
,9
9
Peso (g)
Freqüência (%)
Figura 19. Percentagem média da freqüência relativa de peso total (g) de camarões, distribuídos em
classes de tamanho para a densidade de 80/m
2
.
56
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
2,8
3,0
1 2 3 4 5 6
Meses de Cultivo
Sex-Ratio
10/m2
20/m2
40/m2
80/m2
Figura 20. Variação da proporção sexual (nº de machos/nº de fêmeas) ao longo do cultivo,
estocados em diferentes densidades.
57
3.3. Crescimento, sobrevivência e produtividade
O peso médio dos camarões na despesca variou entre 3,6 e 7 g e diferiu
significativamente em todos os tratamentos (Tabela 5). Este decresce em função do aumento da
densidade seguindo uma função potência (Figura 21). Portanto, a redução no peso é mais
acentuada no início do intervalo de densidades.
Tabela 5. Médias (± desvio padrão) de peso, sobrevivência, produção, e produção anual de
camarões cultivados em viveiros de engorda por 5,5 meses.
Variáveis
Densidade de Estocagem (PL/m
2
)
10 20 40 80
Peso (g)
7,0 ± 0,3a 6,0 ± 0,4b 4,9 ± 0,0c 3,6 ± 0,1d
Sobrevivência (%)
72,2 ± 2,4a 72,8 ± 5,1a 65,6 ± 2,7a 71,4 ± 12,3a
Produção (kg/ha)
508 ± 34a 875 ± 83b 1283 ± 58c 2051 ± 310d
Produção anual
1
(kg/ha/ano)
1117 ± 76a 1925 ± 181b 2489 ± 449b 4512 ± 682c
PL = pós-larvas; 1 = 2,2 ciclos anuais; letras diferentes na mesma linha indicam que as médias diferem
significativamente (P 0,05) pela ANOVA.
58
W = 13,2d
-0,268
r
2
= 0,99
3
4
5
6
7
8
0 20 40 60 80 100
Densidade (camarões/m
2
)
Peso Médio (g)
Figura 21. Relação entre o peso médio (W) dos camarões e a densidade de estocagem (d) ; r
2
=
coeficiente de determinação para a curva ajustada. As barras verticais mostram os desvios-padrão.
A sobrevivência média variou de 65,6% (40/m
2
) a 72,8% (20/m
2
) e não diferiu
significativamente entre os tratamentos (Tabela 5). Os desvios padrão foram baixos (Tabela 5),
indicando que este parâmetro apresentou baixa variabilidade.
A produção variou entre 508 e 2.051 kg/ha e diferiu significativamente entre todos os
tratamentos (Tabela 5). Esta aumentou em função da densidade de estocagem seguindo um
modelo linear (Figura 22). Obviamente, a produção anual, que foi calculada multiplicando-se a
produção obtida por 2,2 (número de ciclos de cultivo ao ano), apresentou o mesmo padrão
(Tabela 5 e Figura 23).
59
P = 21,25d + 382,00
r
2
= 0,99
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
0 20 40 60 80 100
Densidade (camarões/m
2
)
Produção (kg/ha)
Figura 22. Relação entre a produção (P) de camarões obtida em 5,5 meses de cultivo e a densidade
de estocagem (d); r
2
= coeficiente de determinação para a reta ajustada. As barras verticais
mostram os desvios-padrão.
Pa = 46,46d + 768,43
r
2
= 0,99
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
0 20 40 60 80 100
Densidade (camarões/m
2
)
Produção Anual (kg/ha)
Figura 23. Relação entre a produção anual (Pa) de camarões obtida em 5,5 meses de cultivo e a
densidade de estocagem (d); r
2
= coeficiente de determinação para a reta ajustada. As barras
verticais mostram os desvios-padrão.
60
As freqüências de machos dos morfotipos “Translucent Claw” (TC) e “Cinnamon Claw”
(CC), não diferiram significativamente nas quatro densidades (Tabela 6). Machos Green Claw1
(GC1) apresentaram freqüências ao redor de 10% nas densidades 10, 20 e 40/m
2
, que não
diferiram entre si, mas foram significativamente diferentes da observada na densidade 80/m
2
. Já a
freqüência dos machos “Green Claw2” (GC2), diferiu significativamente nas quatro densidades
estudadas, decrescendo de 27,6% em 10/m
2
para 8% em 80/m
2
(Tabela 6).
61
Tabela 6. Percentagem média (± desvio padrão) de cada morfotipo dos machos e grupo de interesse
de fêmeas em relação à quantidade total de cada sexo obtido nos viveiros em 5,5 meses de cultivo.
Variáveis
Densidade de estocagem (PL/m
2
)
10 20 40 80
TC
29,7 ± 12,5a 25,2 ± 14,9a
26,3 ± 7,6a 36,5 ± 2,9a
CC
28,7 ± 9,6a 39,2 ± 11,4a
43,7 ± 7,8a 44,2 ± 4,8a
GC1
11,1 ± 0,7a 9,6 ± 1,1a 10,5 ± 2,5a 7,3 ± 0,5b
GC2
27,6 ± 5,1a 22,4 ± 1,2b 15,9 ± 2,2c 8,0 ± 0,3d
Não Classificados
3,4 ± 4,7 2,2 ± 2,8 2,2 ± 2,7 1,4 ± 1,9
Total
100,00 100,00 100,00 100,00
FV
3,5 ± 0,7a 4,0 ± 0,4a 13,5 ± 3,1b 60,7 ± 8,4c
FO
75,7 ± 3,5a 74,5 ± 1,4a 65,7 ± 3,9b 28,8 ± 5,9c
FA
20,9 ± 3,2a 21,5 ± 1,3a 20,8 ± 6,0a 10,5 ± 2,6b
Total
100,00 100,00 100,00 100,00
PL = pós-larvas; TC = “Translucent Claw”; CC = “Cinnamon Claw”; GC1 = “Green Claw 1”; GC2 = “Green Claw
2”; FV = “Fêmeas Virgens”; FO = “Fêmeas Ovadas”; FA = “Fêmeas Adultas não Ovadas”.
Média e Desvio Padrão dos três tratamentos. Letras diferentes na mesma linha indicam que as médias diferem
significativamente (P 0,05) pela ANOVA.
A percentagem média de cada grupo de fêmeas não diferiu significativamente nas
densidades 10 e 20/m
2
, mas apresentou diferença significativa entre estas e as densidades 40 e
80/m
2
, exceto as fêmeas adultas não ovadas (FA) que não diferiram na densidade 40/m
2
. A
freqüência de fêmeas virgens (FV) foi muito baixa, nas densidades 10 e 20/m
2
(3,5 a 4%), mas
subiu para 13,5% em 40/m
2
e para 60,7% em 80/m
2
. A percentagem de fêmeas ovadas (FO) foi
cerca de 75% nas densidades 10 e 20/m
2
, 65% na densidade 40/m
2
e decresceu para 28,8% na
densidade 80/m
2
. A percentagem de FA foi ao redor de 20% nas densidades 10, 20 e 40/m
2
,
caindo para 10,5% na densidade 80/m
2
(Tabela 6).
Os pesos médios dos morfotipos TC e CC variam entre 1,8 e 2,3 g e entre 3,1 e 3,8 g,
respectivamente (Tabela 7). Estes não apresentaram diferenças significativas entre as densidades
10, 20 e 40/m
2
e entre a densidade 40 e 80/m
2
. Os pesos de GC1 decresceram de 11,8 para 8,1 g e
diferiram significativamente em todas as densidades. Já os animais de morfotipo GC2, não
diferiram nas densidades 10 e 20/m
2
, mas decresceram significativamente nas densidades 40 e
62
80/m
2
. A variação foi de 14,4 g em 10/m
2
para 10,2 g em 80/m
2
(Tabela 7). As FV apresentaram
um peso médio muito elevado na densidade 10/m
2
, que foi de 8,5 g. Este não diferiu daquele
observado na densidade 20/m
2
, mas diferiu do mesmo nas densidades 40 e 80/m
2
(Tabela 7). O
peso médio das FA e das FO decresceu com o aumento da densidade de estocagem e diferiu
significativamente nas quatro densidades estudadas. Os valores obtidos variaram de 3,5 a 5,8 g
nas FA e de 3,8 a 6,5 nas FO.
Tabela 7. Valores médios de peso (g) desvio padrão) de cada morfotipo dos machos e grupo de
interesse de fêmeas de camarões em 5,5 meses de cultivo.
Variáveis
Densidade de estocagem (PL/m
2
)
10 20 40 80
TC
2,3 ± 0,1a 2,2 ± 0,3a 2,0 ± 0,1ab 1,8 ± 0,1b
CC
3,8 ± 0,1a 3,5 ± 0,3a 3,4 ± 0,4ab 3,1 ± 0,2b
GC1
11,8 ± 0,5a 10,2 ± 0,2b 9,1 ± 0,3c 8,1 ± 0,4d
GC2
14,4 ± 0,4a 13,7 ± 0,9a 11,6 ± 0,6b 10,2 ± 0,6c
FV
8,5 ± 3,0a 5,6 ± 1,1ab 4,3 ± 0,4b 3,2 ± 0,1b
FO
6,5 ± 0,4a 5,2 ± 0,1b 4,6 ± 0,1c 3,8 ± 0,1d
FA
5,8 ± 0,4
a
4,7 ± 0,1b 4,1 ± 0,1c 3,5 ± 0,1d
PL = pós-larvas; TC = “Translucent Claw”; CC = “Cinnamon Claw”; GC1 = “Green Claw 1”; GC2 = “Green Claw
2”; FV = “Fêmeas Virgens”; FO = “Fêmeas Ovadas”; FA = “Fêmeas Adultas não Ovadas”.
Média e Desvio Padrão dos três tratamentos. Letras diferentes na mesma linha indicam que as médias diferem
significativamente (P 0,05) pela ANOVA.
A distribuição em classes de tamanho da biomassa produzida mostrou um padrão
claramente bimodal em todas as densidades de estocagem (Figuras 24 a 27). No entanto, as
modas da primeira e segunda distribuição diminuíram cerca de 1 e 2 g, respectivamente, toda vez
que a densidade dobrou. A classe de peso, que separa nitidamente os dois grupos, também
decresceu 1 g a cada nível de densidade estudado. O grupo de peso menor é formado por fêmeas
e machos TC, CC e alguns GC1, enquanto que o outro é formado por machos GC1 e GC2. Na
densidade 10/m
2
, há algumas poucas fêmeas virgens nesse grupo.
63
Na densidade 10/m
2
, 261 kg/ha ou 51,3% da produção é representada por camarões do
primeiro grupo que apresenta peso médio menor que 10 g. Por outro lado, 247 kg/ha ou 48,7% é
formada por camarões do segundo grupo, com peso entre 10 e 20 g. (Figura 24). A fração
formada por animais com peso superior a 7 g foi de 322 kg/ha (63,4%). Na densidade 20/m
2
, 461
kg/ha (52,7%) da produção é formada por camarões com peso médio menor que 9 g, 414 kg/ha
(47,3%) por camarões entre 9 e 21 g e 455 kg/ha (52%) maiores que 7 g (Figura 25). Na
densidade 40/m
2
, 61,9% da biomassa produzida, ou seja, 794 kg/ha é de camarões com peso
médio menor que 8 g, enquanto que 489 kg/ha (38,1%) é formada por camarões com peso
variando de 8 a 20 g e 531 kg/ha (41,4%) por camarões maiores que 7 g (Figura 26). Na
densidade 80/m
2
, são produzidos 1.538 kg/ha (75%) de camarões menores que 7 g e 513 kg/ha
(25%) de camarões com peso entre 7 e 16 g (Figura 27).
64
0
10
20
30
40
50
60
0
a
0,9
9
2
a
2,
99
4
a
4
,99
6 a
6
,99
8 a
8
,99
10 a 10,99
12 a 12,99
14
a
14
,9
9
1
6
a 1
6
,99
1
8
a
18
,99
20
a
20
,9
9
Classes de Peso (g)
Produção (kg/ha)
Figura 24. Distribuição de freqüência da produção de camarões, em classes de peso, na densidade de
10/m
2
no período de 5,5 meses.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
0
a 0
,9
9
2
a 2
,9
9
4
a 4,
9
9
6
a 6,
9
9
8
a 8,99
1
0 a
1
0,99
1
2 a
1
2,99
14
a 14
,
99
16
a
16
,99
18
a
18,
99
20
a
20,9
9
Classes de Peso (g)
Produção (kg/ha)
Figura 25. Distribuição de freqüência da produção de camarões, em classes de peso, na densidade de
20/m
2
no período de 5,5 meses.
Total: 508 kg/ha
<10 g: 51,3%
10 g: 48,7%
7 g: 63,4%
Total: 875 kg/ha
<9 g: 52,7%
9 g: 47,3%
7 g 52,0%
65
0
50
100
150
200
0 a
0
,99
2
a
2,
99
4
a
4,9
9
6 a 6,99
8 a 8,99
10 a 10,99
12
a 12
,
99
1
4 a
14,
99
16
a
16
,99
1
8
a 1
8
,99
2
0
a 2
0
,99
Classes de Peso (g)
Produção (kg/ha)
Figura 26. Distribuição de freqüência da produção de camarões, em classes de peso, na densidade de
40/m
2
no período de 5,5 meses.
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
0
a
0,9
9
2
a 2
,9
9
4 a 4,99
6
a
6,9
9
8
a
8,9
9
10 a
10,9
9
1
2 a
1
2,99
1
4
a 1
4,
99
16
a
16,
99
18 a
18,99
2
0 a
2
0,99
Classes de Peso (g)
Produção (kg/ha)
Figura 27. Distribuição de freqüência da produção de camarões, em classes de peso, na densidade de
80/m
2
no período de 5,5 meses.
Total: 1283 kg/ha
< 8 g: 61,9%
8 g: 38,1%
7 g: 41,4%
Total: 2051 kg/ha
< 7 g:75%
7 g: 25%
66
3.4. Sustentabilidade econômica
Os valores referentes aos investimentos para a instalação da fazenda foram iguais para
todas as densidades de estocagem e são apresentados na Tabela 8. As obras civis, que se referem
à construção dos viveiros, bacia de tratamento de efluentes e prédio, representam ¾ dos custos de
implantação, atingindo quase R$ 280.000,00. As despesas operacionais anuais são apresentadas
na Tabela 9. As pós-larvas (PL), dieta e mão-de-obra representam cerca de 90% das despesas
operacionais. A fração correspondente às PL aumentou com a densidade, enquanto que a mão-de-
obra diminuiu. A primeira atinge mais 50% das despesas operacionais na densidade 80/m
2
.
Os custos operacionais, as receitas e o lucro nas quatro densidades são apresentados na
Tabela 10. Os custos fixos são os mesmos para todas as densidades, mas os custos variáveis
aumentam com a densidade devido ao aumento da produtividade. O custo total médio (CTm)
variou de R$ 12,28/kg a 16,57/kg, aumentando com a diminuição da densidade (Tabela 10). A
receita líquida (RL) e o lucro(L) foram negativos em todas as densidades.
Nas quatro densidades, o fluxo de caixa foi negativo em todos os anos do horizonte,
exceto no último, quando entram o capital de giro e o valor residual dos bens com duração
superior a 20 anos. Portanto, o projeto é deficitário com a tecnologia usada e os preços do
mercado alvo escolhido. Nenhum indicador econômico apresentou resultado favorável (Tabela
11).
A elevação dos preços de comercialização em 25% não foi suficiente para melhorar os
indicadores (Tabela 16), enquanto que a elevação em 50% originou indicadores favoráveis nas
densidades 20, 40 e 80/m
2
(Tabela 17) e maior liquidez no fluxo de caixa (Tabelas 12 a 15). No
entanto, o capital só retorna por volta do sexto ano (Tabela 17).
A redução na conversão alimentar para 2:1 ou o preço das PL em 50% ou o aumento do
tamanho de 20% dos camarões não propiciaram indicadores adequados quando ocorrem de forma
67
independente (Tabelas 18 a 20). No entanto, a combinação desses cenários possibilitam a
instalação de projetos competitivos nas densidades 20 a 80/m
2
, mesmo considerando os preços de
comercialização no mercado de Belém (Tabela 21). A receita quida aumentou de R$ 87.164,35
para R$ 200.614,26 à medida que a densidade aumenta de 20 para 80/m
2
(Tabelas 22 a 25).
68
Tabela 8. Investimento total para a instalação da fazenda de engorda de M. amazonicum com
diferentes densidades de estocagem (PL/m
2
) e a participação dos itens. Valores em reais (R$) de
setembro a dezembro de 2004.
Densidade de Estocagem (PL/m
2
)
10 20 40 80
Instalações
Total (R$) Participação (%)
Obras civis
279.482,00 75
Veículos
36.500,00 10
Equipamentos e
materiais
25.971,00 7
Projeto, topografia e
legalização
30.066,00 8
TOTAL
372.018,00 100
PL = pós-larvas.
Tabela 9. Despesas operacionais anuais do cultivo de M. amazonicum em diferentes densidades de
estocagem (PL/m
2
), para a realização de 2,2 ciclos anuais. Valores em reais (R$) de setembro a
dezembro de 2004.
Densidade de Estocagem (PL/m
2
)
10 20 40 80
Itens R$ % R$ % R$ % R$ %
PL
35.517,58 23 71.035,15 32 142.070,30 42 284.140,61 52
Dieta
42.529,76 27 73.255,00 32 107.412,76 32 171.709,72 31
Outros
Insumos
9.193,96 6 12.871,67 6 16.960,25 5 24.656,41 4
Mão-de-obra
54.412,18 35 54.412,18 24 55.192,18 17 55.972,18 11
Manutenção
6.804,45 4 6.804,45 3 6.804,45 2 6.804,45 1
Veículos,
energia e
comunicação
7.024,96 5 7.024,96 3 7.024,96 2 7.024,96 1
TOTAL
155.483,00
100 225.403,00
100 335.465,00 100 550.308,00 100
PL = pós-larvas.
69
Tabela 10. Custos de produção, receitas anuais e lucros dos diferentes tratamentos do cultivo de M.
amazonicum em diferentes densidades de estocagem (PL/m
2
). Valores em reais (R$) de setembro a
dezembro de 2004.
Densidade de Estocagem (PL/m
2
)
10 20 40 80
Custos Variáveis (CV)
166.324,46 241.921,00 359.490,83 588.314,75
Custo Operacional
Efetivo (COE)
159.352,78
231.780,60
344.422,35 563.654,85
Juros sobre o Capital
Circulante (8,75% a.a)
6.971,68 10.140,40 15.068,48 24.659,90
Custos Fixos (CF) 45.161,68 45.161,68 45.161,68 45.161,68
Depreciação (D)
17.410,58 17.410,58 17.410,58 17.410,58
Remuneração do Capital
Fixo (12% a.a)
22.321,10 22.321,10 22.321,10 22.321,10
Remuneração do
Empresário
5.400,00 5.400,00 5.400,00 5.400,00
Remuneração da Terra
30,00 30,00 30,00 30,00
Custo Operacional
Total (COE + D)
176.763,36 249.191,17 361.832,93 581.065,43
Custo Operacional
Efetivo Médio (COEm)
(R$/kg)
12,36 10,44 10,58 10,83
Custo Operacional Total
Médio (COTm)
(R$/kg)
13,72 11,23 11,12 11,17
Custo Total de
Produção
(CT= CV + CF)
211.486,15 287.082,68 404.652,51 633.476,43
Custo Variável Médio
(CVm) (R$/kg)
12,91 10,90 11,04 11,31
Custo Total Médio
(CTm/kg) (R$/kg)
16,41 12,93 12,43 12,17
Receita Bruta (RB)
135.785,92 223.760,73 314.296,25 468.299,24
Receita Líquida
(RB- COT)
(-40.977,43) (-25.430,45) (-47.536,68) (-112.766,19)
Lucro (RB – CT)
(-75.700,22) (-63.321,95) (-90.356,26) (-165.177,19)
PL = pós-larvas; a.a = ao ano.
70
Tabela 11. Taxa interna de Retorno (TIR), Período de Retorno do Capital (PRC), Relação Benefício
Custo (RBC) e Valor Presente Líquido (VPL) obtidos para a engorda do camarão-da-amazônia nas
diferentes densidades de estocagem.
Indicadores
Densidade de Estocagem (PL/m
2
)
10 20 40 80
TIR (%)
- - - -
PRC (anos)
- - - -
RBC
- - - -
VPL (R$)
(-743.403,97) (-672.925,06) (-968.616,61) (-1.738.551,94)
PL = pós-larvas; - significa que o cálculo do indicador é impossível ou resulta em valor absurdo.
71
Tabela 12. Fluxo de caixa obtido para a densidade 10 PL/m
2
de M. amazonicum no Cenário 2. Valores em reais (R$) de setembro a dezembro de 2004.
FLUXO DE CAIXA – C2 – 10 PL/m2
1)ENTRADAS 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
VENDA DOS PRODUTOS
0,00 122.207,33
162.943,11
203.678,89 203.678,89
203.678,89
203.678,89 203.678,89 203.678,89 203.678,89 203.678,89
VALOR RESIDUAL
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
VENDA DA SUCATA
11.600,00
CAPITAL DE GIRO
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
TOTAL 0,00 122.207,33
162.943,11
203.678,89 203.678,89
203.678,89
203.678,89 203.678,89 203.678,89 203.678,89 215.278,89
2) SAÍDAS
INVESTIMENTOS/Reinvestimentos
372.018,41 8.034,80 15.430,00 46.590,80
DESPESAS OPERACIONAIS
161.287,73
161.287,73
161.287,73 161.287,73
161.287,73
161.287,73 161.287,73 161.287,73 161.287,73 161.287,73
CAPITAL DE GIRO
73.312,60
TOTAL 445.331,01 161.287,73
161.287,73
161.287,73 161.287,73
169.322,53
161.287,73 161.287,73 176.717,73 161.287,73 207.878,53
FLUXO LÍQUIDO -445.331 -39.080 1.655 42.391 42.391 34.356 42.391 42.391 26.961 42.391 7.400
1)ENTRADAS
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
VENDA DOS PRODUTOS
203.678,89 203.678,89 203.678,89 203.678,89 203.678,89 203.678,89 203.678,89 203.678,89 203.678,89 203.678,89
VALOR RESIDUAL
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 63.611,33
VENDA DA SUCATA
11.600,00
CAPITAL DE GIRO
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 73.312,60
TOTAL
203.678,89 203.678,89 203.678,89 203.678,89 203.678,89 203.678,89 203.678,89 203.678,89 203.678,89 352.202,82
2) SAÍDAS
INVESTIMENTOS/Reinvestimentos
8.034,80 15.430,00
DESPESAS OPERACIONAIS
161.287,73 161.287,73 161.287,73 161.287,73 161.287,73 161.287,73 161.287,73 161.287,73 161.287,73 161.287,73
CAPITAL DE GIRO
TOTAL
161.287,73 161.287,73 161.287,73 161.287,73 169.322,53 176.717,73 161.287,73 161.287,73 161.287,73 161.287,73
FLUXO LÍQUIDO
42.391 42.391 42.391 42.391 34.356 26.961 42.391 42.391 42.391 190.915
72
Tabela 13. Fluxo de caixa obtido para a densidade 20 PL/m
2
de M. amazonicum no Cenário 2. Valores em reais (R$) de setembro a dezembro de 2004.
FLUXO DE CAIXA – C2 – 20 PL/m2
1)ENTRADAS 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
VENDA DOS PRODUTOS
0,00 201.384,65 268.512,87
335.641,09
335.641,09 335.641,09
335.641,09
335.641,09 335.641,09 335.641,09 335.641,09
VALOR RESIDUAL
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
VENDA DA SUCATA
11.600,00
CAPITAL DE GIRO
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
TOTAL 0,00 201.384,65 268.512,87
335.641,09
335.641,09 335.641,09
335.641,09
335.641,09 335.641,09 335.641,09 347.241,09
2) SAÍDAS
INVESTIMENTOS/Reinvestimentos
372.018,41 8.034,80 15.430,00 46.590,80
DESPESAS OPERACIONAIS
234.969,19 234.969,19
234.969,19
234.969,19 234.969,19
234.969,19
234.969,19 234.969,19 234.969,19 234.969,19
CAPITAL DE GIRO
106.804,18
TOTAL 478.822,58 234.969,19 234.969,19
234.969,19
234.969,19 243.003,99
234.969,19
234.969,19 250.399,19 234.969,19 281.559,99
FLUXO LÍQUIDO -478.823 -33.585 33.544 100.672 100.672 92.637 100.672 100.672 85.242 100.672 65.681
1)ENTRADAS
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
VENDA DOS PRODUTOS
335.641,09 335.641,09 335.641,09 335.641,09 335.641,09 335.641,09 335.641,09 335.641,09 335.641,09 335.641,09
VALOR RESIDUAL
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 63.611,33
VENDA DA SUCATA
11.600,00
CAPITAL DE GIRO
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 106.804,18
TOTAL
335.641,09 335.641,09 335.641,09 335.641,09 335.641,09 335.641,09 335.641,09 335.641,09 335.641,09 517.656,60
2) SAÍDAS
INVESTIMENTOS/Reinvestimentos
8.034,80 15.430,00
DESPESAS OPERACIONAIS
234.969,19 234.969,19 234.969,19 234.969,19 234.969,19 234.969,19 234.969,19 234.969,19 234.969,19 234.969,19
CAPITAL DE GIRO
TOTAL
234.969,19 234.969,19 234.969,19 234.969,19 243.003,99 250.399,19 234.969,19 234.969,19 234.969,19 234.969,19
FLUXO LÍQUIDO
100.672 100.672 100.672 100.672 92.637 85.242 100.672 100.672 100.672 282.687
73
Tabela 14. Fluxo de caixa obtido para a densidade 40 PL/m
2
de M. amazonicum no Cenário 2. Valores em reais (R$) de setembro a dezembro de 2004.
FLUXO DE CAIXA – C2 – 40 PL/m2
1)ENTRADAS 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
VENDA DOS PRODUTOS
0,00 282.866,62 377.155,49
471.444,37
471.444,37 471.444,37
471.444,37
471.444,37 471.444,37 471.444,37 471.444,37
VALOR RESIDUAL
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
VENDA DA SUCATA
11.600,00
CAPITAL DE GIRO
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
TOTAL 0,00 282.866,62 377.155,49
471.444,37
471.444,37 471.444,37
471.444,37
471.444,37 471.444,37 471.444,37 483.044,37
2) SAÍDAS
INVESTIMENTOS/Reinvestimentos
372.018,41 8.034,80 15.430,00 46.590,80
DESPESAS OPERACIONAIS
348.901,07 348.901,07
348.901,07
348.901,07 348.901,07
348.901,07
348.901,07 348.901,07 348.901,07 348.901,07
CAPITAL DE GIRO
158.591,40
TOTAL 530.609,80 348.901,07 348.901,07
348.901,07
348.901,07 356.935,87
348.901,07
348.901,07 364.331,07 348.901,07 395.491,87
FLUXO LÍQUIDO -530.610 -66.034 28.254 122.543 122.543 114.508 122.543 122.543 107.113 122.543 87.552
1)ENTRADAS
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
VENDA DOS PRODUTOS
471.444,37 471.444,37 471.444,37 471.444,37 471.444,37 471.444,37 471.444,37 471.444,37 471.444,37 471.444,37
VALOR RESIDUAL
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 63.611,33
VENDA DA SUCATA
11.600,00
CAPITAL DE GIRO
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 158.591,40
TOTAL
471.444,37 471.444,37 471.444,37 471.444,37 471.444,37 471.444,37 471.444,37 471.444,37 471.444,37 705.247,09
2) SAÍDAS
INVESTIMENTOS/Reinvestimentos
8.034,80 15.430,00
DESPESAS OPERACIONAIS
348.901,07 348.901,07 348.901,07 348.901,07 348.901,07 348.901,07 348.901,07 348.901,07 348.901,07 348.901,07
CAPITAL DE GIRO
TOTAL
348.901,07 348.901,07 348.901,07 348.901,07 356.935,87 364.331,07 348.901,07 348.901,07 348.901,07 348.901,07
FLUXO LÍQUIDO
122.543 122.543 122.543 122.543 114.508 107.113 122.543 122.543 122.543 356.346
74
Tabela 15. Fluxo de caixa obtido para a densidade 80 PL/m
2
de M. amazonicum no Cenário 2. Valores em reais (R$) de setembro a dezembro de 2004.
FLUXO DE CAIXA – C2 – 80 PL/m2
1)ENTRADAS 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
VENDA DOS PRODUTOS
0,00 421.469,31 561.959,08
702.448,85
702.448,85 702.448,85
702.448,85
702.448,85 702.448,85 702.448,85 702.448,85
VALOR RESIDUAL
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
VENDA DA SUCATA
11.600,00
CAPITAL DE GIRO
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
TOTAL 0,00 421.469,31 561.959,08
702.448,85
702.448,85 702.448,85
702.448,85
702.448,85 702.448,85 702.448,85 714.048,85
2) SAÍDAS
INVESTIMENTOS/Reinvestimentos
372.018,41 8.034,80 15.430,00 46.590,80
DESPESAS OPERACIONAIS
570.328,11 570.328,11
570.328,11
570.328,11 570.328,11
570.328,11
570.328,11 570.328,11 570.328,11 570.328,11
CAPITAL DE GIRO
259.240,05
TOTAL 631.258,46 570.328,11 570.328,11
570.328,11
570.328,11 578.362,91
570.328,11
570.328,11 585.758,11 570.328,11 616.918,91
FLUXO LÍQUIDO -631.258 -148.859 -8.369 132.121 132.121 124.086 132.121 132.121 116.691 132.121 97.130
1)ENTRADAS
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
VENDA DOS PRODUTOS
702.448,85 702.448,85 702.448,85 702.448,85 702.448,85 702.448,85 702.448,85 702.448,85 702.448,85 702.448,85
VALOR RESIDUAL
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 63.611,33
VENDA DA SUCATA
11.600,00
CAPITAL DE GIRO
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 259.240,05
TOTAL
702.448,85 702.448,85 702.448,85 702.448,85 702.448,85 702.448,85 702.448,85 702.448,85 702.448,85 1.036.900,24
2) SAÍDAS
INVESTIMENTOS/Reinvestimentos
8.034,80 15.430,00
DESPESAS OPERACIONAIS
570.328,11 570.328,11 570.328,11 570.328,11 570.328,11 570.328,11 570.328,11 570.328,11 570.328,11 570.328,11
CAPITAL DE GIRO
TOTAL
570.328,11 570.328,11 570.328,11 570.328,11 578.362,91 585.758,11 570.328,11 570.328,11 570.328,11 570.328,11
FLUXO LÍQUIDO
132.121 132.121 132.121 132.121 124.086 116.691 132.121 132.121 132.121 466.572
74
Tabela 16. Cenário 1. Custo Operacional Efetivo Médio (COEm), Custo Operacional Total Médio
(COTm), Custo Total Médio (CTm), Receita Bruta (RB), Receita Líquida (RL), Lucro (L), Taxa
Interna de Retorno (TIR), Período de Retorno do Capital (PRC), Relação Benefício/Custo (RBC) e
Valor Presente Líquido (VPL) obtidos na engorda do camarão-da-amazônia considerando
diferentes densidades de estocagem para cenário com um aumento de 25% no preço de venda.
Variáveis
Densidade de Estocagem (PL/m
2
)
10 20 40 80
COEm
12,44 10,51 10,65 10,90
COTm
13,79 11,30 11,19 11,23
CTm
16,49 13,01 12,50 12,24
RB
169.732,41 279.700,91 392.870,31 585.374,05
RL
-7.998,43 28.915,44 28.798,02 971,99
L
-42.763,54 -9.045,81 -14.119,53 -51.584,99
TIR (%)
-
4
3
-
PRC (anos)
-
16,03
19,21
-
RBC
-
0,58
0,43
-
VPL (R$)
(-455.497,02) (-198.485,11)
(-302.214,16)
(-745.616,90)
PL = pós-larvas; - significa que o cálculo do indicador é impossível ou resulta em valor absurdo.
75
Tabela 17. Cenário 2. Custo Operacional Efetivo Médio (COEm), Custo Operacional Total Médio
(COTm), Custo Total Médio (CTm), Receita Bruta (RB), Receita Líquida (RL), Lucro (L), Taxa
Interna de Retorno (TIR), Período de Retorno do Capital (PRC), Relação Benefício Custo (RBC) e
Valor Presente Líquido (VPL) obtidos na engorda do camarão-da-amazônia, considerando
diferentes densidades de estocagem para cenário com um aumento de 50% no preço de venda.
Variáveis
Densidade de Estocagem (PL/m
2
)
10 20 40 80
COEm
12,51 10,58 10,72 10,96
COTm
13,87 11,37 11,25 11,30
CTm
16,57 13,08 12,58 12,31
RB
203.678,89 335.641,09 471.444,37 702.448,85
RL
24.980,58 83.261,33 105.132,72 114.710,16
L
-9.826,86 45.230,32 62.117,19 62.007,20
TIR (%)
5 14 15 12
PRC (anos)
15,58 7,00 6,82 8,22
RBC
0,62 1,58 1,69 1,39
VPL (R$)
(-167.590,08) 275.954,84 364.188,28 247.318,15
PL = pós-larvas; - significa que o cálculo do indicador é impossível ou resulta em valor absurdo.
76
Tabela 18. Cenário 3. Custo Operacional Efetivo Médio (COEm), Custo Operacional Total Médio
(COTm), Custo Total Médio (CTm), Receita Bruta (RB), Receita Líquida (RL), Lucro (L), Taxa
interna de Retorno (TIR), Período de Retorno do Capital (PRC), Relação Benefício Custo (RBC) e
Valor Presente Líquido (VPL) obtidos na engorda do camarão-da-amazônia, considerando
diferentes densidades de estocagem para cenário com uma redução na conversão alimentar para
2:1.
Variáveis
Densidade de Estocagem (PL/m
2
)
10 20 40 80
COEm
11,26 9,34 9,48 9,73
COTm
12,62 10,13 10,02 10,07
CTm
15,26 11,78 11,28 11,03
RB
135.785,92 223.760,73 314.296,25 468.299,24
RL
-26.800,85 -1.012,11 -11.732,43 -55.529,62
L
-60.903,41 -37.835,32 -52.985,57 -105.436,52
TIR (%)
- - - -
PRC (anos)
- - - -
RBC
- 0,06 - -
VPL (R$)
(-606.413,38) (-436.966,87) (-622.634,47) (-1.185.465,92)
PL = pós-larvas; - significa que o cálculo do indicador é impossível ou resulta em valor absurdo.
77
Tabela 19. Cenário 4. Custo Operacional Efetivo Médio (COEm), Custo Operacional Total Médio
(COTm), Custo Total Médio (CTm), Receita Bruta (RB), Receita Líquida (RL), Lucro (L), Taxa
interna de Retorno (TIR), Período de Retorno do Capital (PRC), Relação Benefício Custo (RBC) e
Valor Presente Líquido (VPL) obtidos na engorda do camarão-da-amazônia, considerando
diferentes densidades de estocagem para cenário com uma redução no preço das pós-larvas em 50%
(R$ 7,00/milheiro).
Variáveis
Densidade de Estocagem (PL/m
2
)
10 20 40 80
COEm
10,99 8,84 8,40 8,10
COTm
12,34 9,63 8,93 8,44
CTm
14,97 11,26 10,15 9,32
RB
135.785,92 223.760,73 314.296,25 468.299,24
RL
-23.218,64 10.087,13 23.498,47 29.304,11
L
-57.164,49 -26.250,48 -16.213,32 -16.891,32
TIR (%)
- 0 3 2
PRC (anos)
- 28,94 19,86 21,01
RBC
- 0,29 0,43 0,35
VPL (R$)
(-571.798,01) (-329.713,14) (-282.192,76) (-365.704,24)
PL = pós-larvas; - significa que o cálculo do indicador é impossível ou resulta em valor absurdo.
78
Tabela 20. Cenário 5. Custo Operacional Efetivo Médio (COEm), Custo Operacional Total Médio
(COTm), Custo Total Médio (CTm), Receita Bruta (RB), Receita Líquida (RL), Lucro (L), Taxa
interna de Retorno (TIR), Período de Retorno do Capital (PRC), Relação Benefício Custo (RBC) e
Valor Presente Líquido (VPL) obtidos na engorda do camarão-da-amazônia, considerando
diferentes densidades de estocagem para cenário com um aumento na produção em 20% e aumento
na quantidade de camarões maiores, também em 20%.
Variáveis
Densidade de Estocagem (PL/m
2
)
10 20 40 80
COEm
10,99 9,39 9,50 9,71
COTm
12,12 10,04 9,95 9,99
CTm
14,39 11,49 11,07 10,86
RB
175.315,40 289.823,42 408.402,84 611.911,00
RL
-12.098,63 22.344,78 19.833,93 -11.699,93
L
-47.287,39 -16.346,80 -24.155,35 -65.972,30
TIR (%)
- 3 1 -
PRC (anos)
- 19,78 25,80 -
RBC
- 0,44 0,25 -
VPL (R$)
(-500.179,26) (-271.155,08) (-402.916,68) (-892.124,86)
PL = pós-larvas; - significa que o cálculo do indicador é impossível ou resulta em valor absurdo.
79
Tabela 21. Cenário 6. Custo Operacional Efetivo Médio (COEm), Custo Operacional Total Médio
(COTm), Custo Total Médio (CTm), Receita Bruta (RB), Receita Líquida (RL), Lucro (L), Taxa
interna de Retorno (TIR), Período de Retorno do Capital (PRC), Relação Benefício Custo (RBC) e
Valor Presente Líquido (VPL) obtidos na engorda do camarão-da-amazônia, considerando
diferentes densidades de estocagem para cenário com a redução da taxa de conversão de 2:1, preço
das pós-larvas para 50%, além de um aumento na produção em 20% e aumento na quantidade de
camarões maiores, também em 20%.
Variáveis
Densidade de Estocagem (PL/m
2
)
10 20 40 80
COEm
8,74 6,95 6,58 6,33
COTm
9,87 7,61 7,03 6,61
CTm
12,05 8,95 8,03 7,33
RB
175.315,40 289.823,42 408.402,84 611.911,00
RL
22.672,06 87.164,35 133.834,19 199.054,26
L
-10.995,48 51.308,63 94.832,42 154.002,39
TIR (%)
4 16 22 26
PRC (anos)
15,81 6,19 4,90 4,25
RBC
0,62 1,78 2,43 3,07
VPL (R$)
(-164.184,60) 355.206,68 698.685,72 1.144.426,05
PL = pós-larvas; - significa que o cálculo do indicador é impossível ou resulta em valor absurdo.
80
Tabela 22. Fluxo de caixa obtido para a densidade 10 PL/m
2
de M. amazonicum no Cenário 6. Valores em reais (R$) de setembro a dezembro de
2004.
FLUXO DE CAIXA – C6 – 10 PL/m2
1)ENTRADAS 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
VENDA DOS PRODUTOS
0,00 105.189,24
140.252,32
175.315,40
175.315,40 175.315,40
175.315,40
175.315,40
175.315,40
175.315,40
175.315,40
VALOR RESIDUAL
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
VENDA DA SUCATA
11.600,00
CAPITAL DE GIRO
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
TOTAL 0,00 105.189,24
140.252,32
175.315,40
175.315,40 175.315,40
175.315,40
175.315,40
175.315,40
175.315,40
186.915,40
2) SAÍDAS
INVESTIMENTOS/Reinvestimentos
372.018,41 8.034,80 15.430,00 46.590,80
DESPESAS OPERACIONAIS
135.232,77
135.232,77
135.232,77
135.232,77 135.232,77
135.232,77
135.232,77
135.232,77
135.232,77
135.232,77
CAPITAL DE GIRO
61.469,44
TOTAL 433.487,85 135.232,77
135.232,77
135.232,77
135.232,77 143.267,57
135.232,77
135.232,77
150.662,77
135.232,77
181.823,57
FLUXO LÍQUIDO -433.488 -30.044 5.020 40.083 40.083 32.048 40.083 40.083 24.653 40.083 5.092
1)ENTRADAS 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
VENDA DOS PRODUTOS
175.315,40 175.315,40 175.315,40 175.315,40 175.315,40 175.315,40 175.315,40 175.315,40 175.315,40 175.315,40
VALOR RESIDUAL
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 63.611,33
VENDA DA SUCATA
11.600,00
CAPITAL DE GIRO
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 61.469,44
TOTAL 175.315,40 175.315,40 175.315,40 175.315,40 175.315,40 175.315,40 175.315,40 175.315,40 175.315,40 311.996,17
2) SAÍDAS
INVESTIMENTOS/Reinvestimentos
8.034,80 15.430,00
DESPESAS OPERACIONAIS
135.232,77 135.232,77 135.232,77 135.232,77 135.232,77 135.232,77 135.232,77 135.232,77 135.232,77 135.232,77
CAPITAL DE GIRO
TOTAL 135.232,77 135.232,77 135.232,77 135.232,77 143.267,57 150.662,77 135.232,77 135.232,77 135.232,77 135.232,77
FLUXO LÍQUIDO 40.083 40.083 40.083 40.083 32.048 24.653 40.083 40.083 40.083 176.763
81
Tabela 23. Fluxo de caixa obtido para a densidade 20 PL/m
2
de M. amazonicum no Cenário 6. Valores em reais (R$) de setembro a dezembro de
2004.
FLUXO DE CAIXA – C6 – 20 PL/m2
1)ENTRADAS 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
VENDA DOS PRODUTOS
0,00 173.894,05
231.858,73
289.823,42 289.823,42
289.823,42
289.823,42
289.823,42 289.823,42 289.823,42 289.823,42
VALOR RESIDUAL
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
VENDA DA SUCATA
11.600,00
CAPITAL DE GIRO
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
TOTAL 0,00 173.894,05
231.858,73
289.823,42 289.823,42
289.823,42
289.823,42
289.823,42 289.823,42 289.823,42 301.423,42
2) SAÍDAS
INVESTIMENTOS/Reinvestimentos
372.018,41
8.034,80 15.430,00 46.590,80
DESPESAS OPERACIONAIS
185.248,49
185.248,49
185.248,49 185.248,49
185.248,49
185.248,49
185.248,49 185.248,49 185.248,49 185.248,49
CAPITAL DE GIRO
84.203,86
TOTAL 456.222,27
185.248,49
185.248,49
185.248,49 185.248,49
193.283,29
185.248,49
185.248,49 200.678,49 185.248,49 231.839,29
FLUXO LÍQUIDO -456.222 -11.354 46.610 104.575 104.575 96.540 104.575 104.575 89.145 104.575 69.584
1)ENTRADAS
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
VENDA DOS PRODUTOS
289.823,42 289.823,42 289.823,42 289.823,42 289.823,42 289.823,42 289.823,42 289.823,42 289.823,42 289.823,42
VALOR RESIDUAL
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 63.611,33
VENDA DA SUCATA
11.600,00
CAPITAL DE GIRO
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 84.203,86
TOTAL
289.823,42 289.823,42 289.823,42 289.823,42 289.823,42 289.823,42 289.823,42 289.823,42 289.823,42 449.238,61
2) SAÍDAS
INVESTIMENTOS/Reinvestimentos
8.034,80 15.430,00
DESPESAS OPERACIONAIS
185.248,49 185.248,49 185.248,49 185.248,49 185.248,49 185.248,49 185.248,49 185.248,49 185.248,49 185.248,49
CAPITAL DE GIRO
TOTAL
185.248,49 185.248,49 185.248,49 185.248,49 193.283,29 200.678,49 185.248,49 185.248,49 185.248,49 185.248,49
FLUXO LÍQUIDO
104.575 104.575 104.575 104.575 96.540 89.145 104.575 104.575 104.575 263.990
82
Tabela 24. Fluxo de caixa obtido para a densidade 40 PL/m
2
de M. amazonicum no Cenário 6. Valores em reais (R$) de setembro a dezembro de
2004.
FLUXO DE CAIXA – C6 – 40 PL/m2
1)ENTRADAS 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
VENDA DOS PRODUTOS
0,00 245.041,71
326.722,27
408.402,84
408.402,84 408.402,84
408.402,84
408.402,84
408.402,84
408.402,84 408.402,84
VALOR RESIDUAL
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
VENDA DA SUCATA
11.600,00
CAPITAL DE GIRO
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
TOTAL 0,00 245.041,71
326.722,27
408.402,84
408.402,84 408.402,84
408.402,84
408.402,84
408.402,84
408.402,84 420.002,84
2) SAÍDAS
INVESTIMENTOS/Reinvestimentos
372.018,41 8.034,80 15.430,00 46.590,80
DESPESAS OPERACIONAIS
257.158,08
257.158,08
257.158,08
257.158,08 257.158,08
257.158,08
257.158,08
257.158,08
257.158,08 257.158,08
CAPITAL DE GIRO
116.890,04
TOTAL 488.908,45 257.158,08
257.158,08
257.158,08
257.158,08 265.192,88
257.158,08
257.158,08
272.588,08
257.158,08 303.748,88
FLUXO LÍQUIDO -488.908 -12.116 69.564 151.245 151.245 143.210 151.245 151.245 135.815 151.245 116.254
1)ENTRADAS
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
VENDA DOS PRODUTOS
408.402,84 408.402,84 408.402,84 408.402,84 408.402,84 408.402,84 408.402,84 408.402,84 408.402,84 408.402,84
VALOR RESIDUAL
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 63.611,33
VENDA DA SUCATA
11.600,00
CAPITAL DE GIRO
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 116.890,04
TOTAL
408.402,84 408.402,84 408.402,84 408.402,84 408.402,84 408.402,84 408.402,84 408.402,84 408.402,84 600.504,21
2) SAÍDAS
INVESTIMENTOS/Reinvestimentos
8.034,80 15.430,00
DESPESAS OPERACIONAIS
257.158,08 257.158,08 257.158,08 257.158,08 257.158,08 257.158,08 257.158,08 257.158,08 257.158,08 257.158,08
CAPITAL DE GIRO
TOTAL
257.158,08 257.158,08 257.158,08 257.158,08 265.192,88 272.588,08 257.158,08 257.158,08 257.158,08 257.158,08
FLUXO LÍQUIDO
151.245 151.245 151.245 151.245 143.210 135.815 151.245 151.245 151.245 343.346
83
Tabela 25. Fluxo de caixa obtido para a densidade 80 PL/m
2
de M. amazonicum no Cenário 6. Valores em reais (R$) de setembro a dezembro de
2004.
FLUXO DE CAIXA – C6 – 80 PL/m2
1)ENTRADAS 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
VENDA DOS PRODUTOS
0,00 367.146,60
489.528,80
611.911,00
611.911,00 611.911,00
611.911,00
611.911,00
611.911,00
611.911,00
611.911,00
VALOR RESIDUAL
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
VENDA DA SUCATA
11.600,00
CAPITAL DE GIRO
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
TOTAL 0,00 367.146,60
489.528,80
611.911,00
611.911,00 611.911,00
611.911,00
611.911,00
611.911,00
611.911,00
623.511,00
2) SAÍDAS
INVESTIMENTOS/Reinvestimentos
372.018,41 8.034,80 15.430,00 46.590,80
DESPESAS OPERACIONAIS
395.446,17
395.446,17
395.446,17
395.446,17 395.446,17
395.446,17
395.446,17
395.446,17
395.446,17
395.446,17
CAPITAL DE GIRO
179.748,26
TOTAL 551.766,67 395.446,17
395.446,17
395.446,17
395.446,17 403.480,97
395.446,17
395.446,17
410.876,17
395.446,17
442.036,97
FLUXO LÍQUIDO -551.767 -28.300 94.083 216.465 216.465 208.430 216.465 216.465 201.035 216.465 181.474
1)ENTRADAS 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
VENDA DOS PRODUTOS
611.911,00 611.911,00 611.911,00 611.911,00 611.911,00 611.911,00 611.911,00 611.911,00 611.911,00 611.911,00
VALOR RESIDUAL
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 63.611,33
VENDA DA SUCATA
11.600,00
CAPITAL DE GIRO
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 179.748,26
TOTAL 611.911,00 611.911,00 611.911,00 611.911,00 611.911,00 611.911,00 611.911,00 611.911,00 611.911,00 866.870,59
2) SAÍDAS
INVESTIMENTOS/Reinvestimentos
8.034,80 15.430,00
DESPESAS OPERACIONAIS
395.446,17 395.446,17 395.446,17 395.446,17 395.446,17 395.446,17 395.446,17 395.446,17 395.446,17 395.446,17
CAPITAL DE GIRO
TOTAL 395.446,17 395.446,17 395.446,17 395.446,17 403.480,97 410.876,17 395.446,17 395.446,17 395.446,17 395.446,17
FLUXO LÍQUIDO 216.465 216.465 216.465 216.465 208.430 201.035 216.465 216.465 216.465 471.424
84
4. DISCUSSÃO
4.1. Características limnológicas e taxa de renovação da água
Não nenhuma informação na literatura sobre a faixa adequada das variáveis da água
para o cultivo de M. amazonicum. Assim, usou-se como referência os valores apresentados por
Timmons et al. (2002) como genéricos para aqüicultura e os valores definidos para M.
rosenbergii.
A temperatura da água foi elevada durante todo o cultivo. Esta variou dentro da faixa
adequada para M. rosenbergii que é de 26 a 32ºC (Boyd & Zimmerman, 2000). Como M.
amazonicum é uma espécie tropical e ocorre em abundância nos rios da Amazônia, pode-se supor
que a temperatura foi adequada ao seu desenvolvimento.
O oxigênio dissolvido, o pH e o nitrogênio amoniacal total apresentaram variação ao
longo do dia. Estas variáveis são condicionadas pelo balanço entre os processos de fotossíntese,
decomposição e nitrificação, que ocorre ao longo do ciclo diário. Enquanto a decomposição e
nitrificação ocorrem durante as 24 horas, a fotossíntese se realiza apenas durante o dia, devido à
necessidade de luz. Assim, durante a noite haverá apenas decomposição e nitrificação, com
consumo de oxigênio, liberação de CO
2
(que abaixa o pH) e compostos nitrogenados. Durante o
dia, o fitoplâncton produz matéria orgânica, absorvendo amônia e CO
2
do meio e liberando
oxigênio. Portanto, o fitoplâncton desempenha um papel fundamental no metabolismo da
comunidade de um viveiro (Valenti & New, 2000; Boyd & Tucker, 1998).
Peixes e crustáceos de águas quentes de interesse econômico apresentam níveis de
tolerância ao oxigênio dissolvido similares (Boyd & Tucker, 1998). Para um pleno
desenvolvimento, recomenda-se níveis acima de 5 mg/L (Boyd & Tucker, 1998; Timmons et al.,
85
2002). No entanto, M. rosenbergii tolera níveis de 2 mg/L sem estresse e abaixo de 1 mg/L
começa a ocorrer mortalidade (Zimmerman, 1998; Boyd & Zimmerman, 2000). Deve-se destacar
que a sobrevivência em baixas concentrações de oxigênio depende do tempo de exposição, da
saúde e tamanho dos animais, temperatura e outras variáveis ambientais (Boyd & Tucker, 1998).
De um modo geral, neste experimento as médias de oxigênio variaram entre 7 e 8 mg/L em todos
os tratamentos.
Porcentagens de saturação acima de 100% ocorreram à tarde. Embora isso não traga
benefícios aparentes para a respiração dos crustáceos (Boyd & Tucker, 1998) indica boa
oxigenação. Provavelmente, as condições foram adequadas para o desenvolvimento de M.
amazonicum.
O oxigênio dissolvido é um dos principais fatores limitantes à intensificação da
carcinicultura. Com o aumento da densidade populacional, deve-se aumentar a alimentação. Com
isso, a respiração da espécie alvo e dos microorganismos aumenta, podendo reduzir o oxigênio
dissolvido a níveis muito baixos. No entanto, o manejo utilizado neste experimento mostrou-se
eficiente, permitindo a intensificação do cultivo de M. amazonicum até a estocagem de 80 PL/m
2
sem alterações nos níveis de oxigênio dissolvido. Embora tenha sido constatada diferença
significativa no teor desse gás à tarde entre 10 e 20 PL/m
2
, não nenhum motivo para supor
aumento no consumo com a intensificação, porque o valor obtido em 80/m
2
foi muito próximo da
média do tratamento 10/m
2
. Além disso, todos os valores foram muito próximos no período da
manhã.
A faixa ótima de pH para o desenvolvimento e saúde da maioria dos animais de água doce
é 6,5 a 9,0 (Boyd & Tucker, 1998). Timmons et al. (2002) recomendam os níveis de 6,5 a 8,5
para aqüicultura, enquanto que Boyd & Zimmerman (2000) recomendam a faixa de 7 a 8,5 como
ideal para a produção de M. rosenbergii. No entanto, segundo Sandifer & Smith (1985) esta
86
espécie foi cultivada no sudeste dos Estados Unidos da América, em águas com o pH variando
entre 6,0 e 10,5 sem efeito adverso aparente. Neste trabalho, o pH variou entre 6,17 e 9,60, mas
as médias estiveram entre 7,20 e 8,20.
A amônia é o principal composto nitrogenado excretado pelos crustáceos e também
resulta da decomposição de matéria orgânica pelos microorganismos (Boyd & Tucker, 1998).
Para cada kg de ração (20-40% de proteína bruta) aplicada no viveiro, cerca de 30g de amônia
total serão excretadas na água (Boyd & Tucker, 1998). A toxidez da amônia depende da
proporção entre as formas ionizadas e não ionizadas, que por sua vez, dependem do pH. Portanto,
os efeitos tóxicos da amônia variam ao longo do ciclo de 24 horas. Timmons et al. (2002)
recomendam que amônia total deve estar em níveis menores que 3 mg/L em aqüicultura de águas
quentes, enquanto que New (2000) recomenda níveis inferiores a 0,5 mg/L em pH 9,5 para M.
rosenbergii. Os valores obtidos no presente experimento foram sempre menores que estes e,
portanto, não devem ter afetado o desenvolvimento de M. amazonicum. De forma similar ao que
foi discutido para o oxigênio, os resultados indicam que a intensificação não elevou a amônia até
níveis impróprios para o cultivo.
O nitrito aparece em concentração muito baixa em viveiros de aqüicultura porque é
rapidamente convertido em nitrato devido ao processo de nitrificação (Boyd & Tucker, 1998).
Timmons et al. (2002) recomendam níveis de nitrito menores que 1 mg/L, mas New (2002)
afirma que concentrações inferiores a 2 mg/L o adequadas para M. rosenbergii. No presente
trabalho, os níveis observados foram muito inferiores a estes. Baixa concentração de nitrito indica
que a amônia liberada está sendo rapidamente assimilada pelo fitoplâncton e que o processo de
nitrificação está ocorrendo adequadamente. Portanto, sugere bom funcionamento biológico dos
viveiros.
87
A alcalinidade total é a soma das bases tituláveis contidas na água. Geralmente os animais
aquáticos desenvolvem-se muito bem em larga faixa de alcalinidade (Boyd & Tucker, 1998). No
entanto, esta tem um efeito indireto sobre os organismos, estabilizando o pH, aumentando a
fertilidade da água e diminuindo o potencial tóxico dos metais (Boyd & Tucker, 1998). Assim,
águas de alcalinidade muito baixas (níveis inferiores a 20 mg/L de CaCO
3
) não são adequadas.
Timmons et al. (2002) recomendam a alcalinidade variando entre 50 e 300 mg/L de CaCO
3
. Por
outro lado, Boyd & Zimmerman (2000) e New (2002) recomendam a faixa de 20 a 60 mg/L de
CaCO
3
para o cultivo de M. rosenbergii. Neste experimento, a alcalinidade foi sempre superior a
20 mg/L de CaCO
3
e, portanto, as condições foram adequadas ao bom funcionamento dos
processos biológicos no interior dos viveiros.
A condutividade indica o total de íons em solução na água. A intensificação leva ao
aumento na quantidade de ração fornecida e conseqüentemente muito mais material é adicionado
ao viveiro. Assim, poderia haver um aumento na quantidade de íons na coluna d’água. Isto não
ocorreu, porque os valores médios obtidos em todos os tratamentos foram muito próximos.
Portanto, o sistema de cultivo usado assimilou muito bem a intensificação até 80 PL/m
2
.
A transparência é uma medida da penetração de luz na água. Está relacionada à turbidez,
ou seja, à quantidade de partículas em suspensão. Estas podem ser constituídas principalmente
pelo plâncton ou por partículas de argila (Boyd & Tucker, 1998). O primeiro caso é desejável
porque indica bom metabolismo da comunidade. Para o cultivo de M. rosenbergii, tem sido
recomendado valores de 25 a 60 cm de transparência (Valenti, 1985; 1996; Boyd & Zimmerman,
2000; New, 2002). As médias obtidas nesse experimento são próximas do limite acima citado,
indicando que a água esteve relativamente transparente.
O fluxo médio de entrada de água nos viveiros foi similar em todos os tratamentos,
indicando um bom manejo hidráulico. Este variou ao redor de 6,5 L/min, o que corresponde a
88
uma taxa de renovação diária medida em função da entrada de água de aproximadamente 9%.
Este valor está de acordo com a taxa de renovação indicada para camarões de água doce, que
varia de 3 a 35%/dia (Zimmerman, 1998). No entanto, nos últimos anos tem se preconizado a
economia de água em aqüicultura, com a redução da taxa de entrada a valores mínimos, apenas
para manter o nível do viveiro e compensar as perdas por evaporação e infiltração (Boyd &
Tucker, 1998; Wickins & Lee, 2002).
Dentro dessa nova perspectiva de aproveitamento racional de recurso hídrico, a
quantidade de água usada por unidade de pescado produzido pode ser um parâmetro interessante
para comparação entre espécies e sistemas de prodão (Hargreaves et al., 2002). Neste trabalho
foram gastos aproximadamente 310, 180, 125 e 80 m
3
de água por kg de camarão produzido nas
densidades de 10, 20, 40 e 80/m
2
, respectivamente. O valor obtido na densidade 80/m
2
é razoável
e compatível com valores obtidos na produção de peneídeos que variam entre 40 a 100 m
3
de
água por kg de camarão produzido (Yoo & Boyd, 1994 apud Hargreaves et al., 2002). No
presente experimento, padronizou-se uma entrada constante de água em todos os viveiros. No
entanto, os dados de qualidade da água e a razão água usada/biomassa produzida indicam que o
fluxo poderia ser proporcional à biomassa no interior do viveiro.
4.2. Estrutura Populacional
A intensificação no cultivo altera a estrutura populacional de M. amazonicum. O aumento
da densidade no interior dos viveiros de cultivo reduziu a freqüência e o tamanho dos morfotipos
maiores (GC1 e GC2), retardou a maturação das fêmeas e deslocou a distribuição de freqüência
de peso para a esquerda, isto é, no sentido dos animais menores. Portanto, o desenvolvimento
ontogenético de M. amazonicum na fase pós-larval é um processo dependente da densidade
populacional.
89
Os quatro morfotipos surgiram entre o primeiro e o segundo mês de cultivo em todas as
densidades. Como os animais foram estocados com sete dias, pode-se afirmar que os morfotipos
apareceram na população ao redor do segundo mês após a metamorfose em pós-larvas.
Considerando que o período larval é de aproximadamente vinte dias, os morfotipos aparecem
antes dos três meses de idade. A freqüência de TC é bastante elevada no primeiro mês (exceto na
densidade 10/m
2
), decrescendo continuamente. Por outro lado, a freqüência dos demais
morfotipos aumenta ao longo do cultivo, havendo uma redução na freqüência de GC1 de GC2 no
quinto mês. Isto indica que o processo de desenvolvimento dos morfotipos não ocorre de uma só
vez, mas se processa ao longo do desenvolvimento ontogenético. Portanto, a estrutura da
população em morfotipos é dinâmica e vai se alterando ao longo do tempo.
Provavelmente, os animais TC representam um estoque de machos que vai originando os
demais morfotipos de acordo com as condições ambientais e/ou populacionais favoráveis.
Daniels (1993) estudou a estrutura populacional de M. rosenbergii e atribui função semelhante
aos machos adultos menores, classificados como “Small Males” (SM). Este autor afirma que a
formação dos morfotipos finais, ou “Strong Orange Claw” (SOC) e “Blue Claw” (BC) é um
processo contínuo. O mesmo pode acontecer com M. amazonicum. Neste caso, o
desenvolvimento da estrutura em morfotipos partiria de um grupo de machos adultos mantidos
indiferenciados, que seriam os TCs. Esta hipótese é reforçada pelo fato de que este grupo
praticamente não cresce ao longo de todo o cultivo e sua freqüência vai diminuindo, enquanto a
dos demais morfotipos vai aumentando. De acordo com D’Abramo et al. (1989) as populações de
M. rosenbergii estocadas em viveiros passam por diversos estágios de desenvolvimento em
direção a uma estrutura estável de distribuição de morfotipos. A distribuição de morfotipos de M.
amazonicum variou continuamente no presente experimento. Portanto, se houver realmente uma
90
estrutura estável, esta irá ocorrer depois dos seis meses da metamorfose em pós-larvas, nas
condições de cultivo praticadas neste experimento.
Os mecanismos que condicionam a passagem de um morfotipo a outro precisam ser
esclarecidos. No entanto, a densidade populacional deve agir nesse processo, pois no tratamento
10/m
2
, a freqüência de TC foi baixa no segundo mês (metade da dos demais), enquanto que a
freqüência de GC1 + GC2 foi bastante elevada, superior ao dobro da dos demais. Isto indica, que
nesta densidade o processo ocorreu muito mais rápido. Realmente, a freqüência de GC2,
observada no segundo mês na densidade de 10/m
2
supera a freqüência obtida na densidade de
80/m
2
em todas as amostras. De forma similar, Daniels (1993) afirma que a densidade é um fator
controlador da passagem de OC para SOC e para BC em M. rosenbergii. Reforçando esta
hipótese, D’Abramo et al. (1989) afirmaram que a distribuição da população em morfotipos é
condicionada por fatores dependentes da densidade em M. rosenbergii.
O declínio na freqüência de machos GC1 e GC2 pode indicar morte precoce desses
machos. Observações realizadas no CAUNESP (dados não publicados) indicam que machos de
M. rosenbergii BC passam cerca de três meses se reproduzindo e, a seguir, entram em
senescência e morrem. Pouco se sabe sobre o comportamento reprodutivo e longevidade dos
machos de M. amazonicum. Uma observação realizada no CAUNESP mostrou que alguns
exemplares viveram por três anos como TC e CC em uma população mantida em viveiro de
fundo natural (observação pessoal). Um exemplar levado ao laboratório e colocado na presença
de meas jovens transformou-se em GC1 e, a seguir, em GC2, morrendo após três meses de
mudança para esta fase. No presente experimento, a freqüência de CC não declinou ao longo de
todo o cultivo. Portanto, é possível que os morfotipos TC e CC sejam as formas de maior
longevidade. Por outro lado, a freqüência de GC1 foi sempre baixa, indicando que esta fase deve
ser curta.
91
A maioria das fêmeas entra em maturação por volta do terceiro mês de vida (cerca de dois
meses após a metamorfose em pós-larvas). Isto coincide com o aparecimento dos morfotipos.
Portanto, a estrutura em morfotipos deve desempenhar um papel importante no processo de
reprodução. As fêmeas ovígeras aparecem no segundo mês de cultivo nas densidades de 10 e
20/m
2
, mas foram abundantes nestas e na densidade de 40/m
2
a partir do terceiro mês de cultivo,
que corresponde ao quarto s de vida. Por outro lado, na densidade de 80/m
2
estas sempre
ocorreram em freqüência baixa, enquanto que a freqüência de fêmeas virgens foi sempre elevada.
Nas densidades de 10 e 20/m
2
, quase todas as fêmeas são adultas a partir do terceiro mês de
cultivo. Sabe-se que as fêmeas de M. rosenbergii iniciam a reprodução a partir do quarto mês
após a metamorfose em pós-larvas (Valenti, 1985). Portanto, M. amazonicum apresenta maior
precocidade reprodutiva. Isto pode ser importante para a estratégia reprodutiva da espécie na
natureza e tem rias implicações para o cultivo. Fêmeas que maturam mais cedo favorecem a
obtenção de pós-larvas, mas por outro lado, fêmeas maduras reduzem a taxa de crescimento,
prejudicando a produção em viveiros de engorda.
Machos TC e CC atingem o peso ximo ao redor do segundo mês de vida e
provavelmente permanecem com esse tamanho até mudarem de morfotipo. Aparentemente, o
efeito da densidade sobre o crescimento desses morfotipos é muito pequeno, havendo diferença
significativa apenas entre as densidades de 10 e 80/m
2
(Item 3.3). Por outro lado, os machos GC1
e GC2 crescem ao longo do cultivo e o crescimento diminui com o aumento da densidade. A
diferença de tamanho entre os morfotipos TC-CC e GC1-GC2 vai se acentuando ao longo do
cultivo, embora os quatro morfotipos sejam maduros sexualmente (Papa, 2003). Assim, na
passagem de CC para GC1 deveria ocorrer um incremento muito grande no tamanho. Na
despesca total, foram encontrados alguns animais com características intermediárias entre CC e
92
GC1. Portanto, essa passagem poderia ser realizada em duas mudas sucessivas com período de
intermuda muito curto.
As fêmeas das três categorias cresceram ao longo do cultivo. O peso final atingido por
ocasião da despesca decresce com o aumento da densidade nas três categorias. É notável o grande
crescimento das fêmeas virgens na densidade 10/m
2
, atingindo em média 8 g.
As distribuições de freqüências em classes de peso mostram claramente a existência de
dois grupos bem definidos em todas as densidades de estocagem. Distribuições bimodais são
típicas de populações com polimorfismo (Sokal & Rohlf, 1995) como é o caso de M.
amazonicum. A moda da primeira distribuição coincide com o peso médio dos machos TC, que
não se altera com a densidade. O padrão platicúrtico da segunda distribuição mostra que os
machos GC1 e GC2 apresentam uma grande amplitude de tamanho. A validade das distribuições
apresentadas é reforçada pelo fato delas terem sido elaboradas usando todos os indivíduos das
populações (33.009 exemplares) de cada viveiro ao invés de amostras. O primeiro grupo
(leptocúrtico) é muito mais numeroso e contém mais machos do que fêmeas. Assim, deve-se
buscar mecanismos para induzir a transformação desses machos em GC2. Possivelmente, a
remoção dos machos GC1 e GC2 por meio de despescas seletivas pode desbloquear o
desenvolvimento dos machos pequenos. Isto tem sido realizado com muito sucesso em M.
rosenbergii (Karplus et al., 2000). Pesquisas nesse sentido devem ser realizadas para verificar se
o mesmo ocorre com M. amazonicum.
O efeito da intensificação sobre as distribuições de freqüência de tamanho foi bastante
evidente. Vários mecanismos e processos podem explicar esse fato, como o aumento da
competição, da interação social e do comportamento agonístico (Item 4.3).
Há um predomínio de machos que se acentua ao longo do cultivo. O maior número inicial
de machos pode ser causado por um desvio em favor destes na determinação genética do sexo por
93
uma maior viabilidade dos machos durante a fase embrionária, larval ou juvenil, ou por um efeito
de fatores ambientais na determinação do sexo, favorecendo o desenvolvimento dos machos. O
aumento na proporção de machos ao longo do tempo pode ser decorrente da mortalidade maior
de fêmeas, reversão sexual ou um atraso na formação do apêndice masculino, que viria mascarar
a identificação dos sexos nos primeiros meses.
A mortalidade ao final do cultivo foi ao redor de 30% (Item 3.3). Portanto, para obter-se
os valores finais de “sex-ratio” observados, seria necessário ocorrer mortalidadade de
aproximadamente 45,5% das fêmeas e 12% dos machos. Bauer (2004b) descreve a reversão
sexual em vários crustáceos carídeos. No entanto, este autor afirma que a protoginia é rara. Além
disso, no presente estudo, nunca foram observadas formas intermediárias entre machos e fêmeas.
Caso a reversão ocorra, o processo deve se completar em uma única muda. A possibilidade de
erro na identificação não poderia explicar uma mudança tão grande na proporção sexual, visto
que o número de animais identificados como fêmeas virgens, que poderiam vir a desenvolver o
apêndice masculino posteriormente, é muito pequeno a partir do terceiro mês nas densidades de
10 e 20/m
2
. Estudos complementares devem ser realizados para esclarecer o que realmente
acontece com a proporção sexual de M. amazonicum em viveiros, quais os mecanismos que
levam a uma maior proporção de machos e as implicações disto para a história de vida desta
espécie. Estas informações são importantes para a manutenção do estoque de reprodutores.
A maior proporção sexual de machos é vantajosa para a engorda de M. amazonicum.
Como estes atingem tamanhos bem maiores que as fêmeas, pode-se adotar um manejo de modo a
desbloquear o desenvolvimento de animais TC e CC, para aumentar significativamente a
produção. Por outro lado, implica em aumento no tamanho do estoque de reprodutores,
acarretando aumento nas instalações e custos operacionais.
94
As densidades menores originam uma freqüência maior de camarões grandes. No entanto,
a intensificação resulta em uma produção muito maior. Portanto, os dados da estrutura
populacional não permitem decidir qual é a melhor densidade de estocagem. Esta deve ser
definida com base em análises econômicas.
4.3. Crescimento, sobrevivência e produtividade
A biomassa no interior de um viveiro em dado instante depende do mero de indivíduos
e do seu peso (Valenti & New, 2000). Portanto, a produtividade depende da densidade de
estocagem, do crescimento e da sobrevivência até o momento da despesca. A densidade é
definida pelo produtor no início do cultivo e está associada à intensificação, influindo em toda a
dinâmica da criação. O crescimento e a sobrevivência dependem da espécie cultivada, da
qualidade da água e do manejo utilizado. Neste experimento, a elevação da densidade de
estocagem reduziu o crescimento e não teve efeito na sobrevivência de M. amazonicum, mas
aumentou a produção.
O crescimento é o resultado de um balanço entre os processos de anabolismo e
catabolismo que ocorrem em cada indivíduo (von Bertalanffy, 1938) e pode ser expresso como o
aumento do comprimento, volume ou peso ao longo do tempo. Na aqüicultura, é geralmente
medido pelo ganho de peso (Valenti & New, 2000). O crescimento de qualquer organismo
depende tanto de fatores intrínsecos, próprios da constituição genética de cada população, como
de fatores extrínsecos (ambientais) que agem sobre o indivíduo durante todo o seu
desenvolvimento ontogenético (Valenti et al., 1993; Valenti & New, 2000). Segundo Hartnoll
(1982) os fatores exógenos que mais interferem no crescimento o a temperatura e a
disponibilidade de alimento. Como as pós-larvas utilizadas neste experimento foram distribuídas
de maneira aleatória nos viveiros, é bastante improvável que os fatores endógenos tenham
95
produzido as diferenças aqui observadas. Por outro lado, a temperatura e os demais parâmetros
físicos e químicos da água apresentaram um padrão semelhante em todos os viveiros e, portanto,
não devem ter produzido as variações observadas no crescimento dos camarões. Assim, podemos
supor que as variações no crescimento sejam realmente motivadas por fatores dependentes da
densidade populacional.
A densidade populacional atua sobre o crescimento e a sobrevivência porque condiciona a
interação dos camarões. Esta é representada pela competição e pelos comportamentos social e
agonístico (Valenti & New, 2000). Quando os recursos vitais disponíveis são insuficientes,
intensifica-se a competição e o comportamento agonístico.
Elevando-se a densidade populacional no interior de um viveiro, ocorrerá um aumento na
competição intraespecífica por recursos vitais, como alimento e espaço. Quando um desses
recursos torna-se insuficiente para atender às necessidades de todos indivíduos, passará a ser
limitante e o crescimento poderá ser reduzido tanto pela carência do recurso, como pelo maior
gasto de energia motivado pelo estresse decorrente da competição (Valenti et al., 1993). A
quantidade de ração fornecida aos camarões foi abundante e certamente suficiente. No entanto,
M. amazonicum pode depender do alimento natural presente nos viveiros, como foi demonstrado
para M. rosenbergii (Schröeder, 1983). Sendo verdadeira esta afirmativa haveria um aumento na
competição por alimento em densidades mais altas, independente da quantidade de ração
administrada. O espaço também pode ser limitante. Os camarões de água doce geralmente
apresentam comportamento territorial, como foi demonstrado em M. rosenbergii (Peebles, 1979a;
1979b; Cohen et al., 1981). O maior gasto de energia decorrente da disputa por um território e da
defesa do mesmo em densidades mais elevadas pode reduzir a taxa do crescimento.
Comportamento social e agressivo ocorre com freqüência em camarões de água doce
(Ling, 1969; Peebles, 1979a; 1979b; Kuris et al., 1987). A elevação da densidade aumenta a
96
probabilidade de encontro dos camarões, aumentando as interações sociais e o comportamento
agressivo. Embora a competição seja geralmente associada com recursos limitados, sabe-se que,
mesmo em ambientes ricos a dominância e a territorialidade podem limitar o acesso aos recursos
disponíveis (Peebles, 1979a). Por outro lado, quando existe agressividade entre os competidores,
o estresse é intenso mesmo que o recurso seja abundante (Krebs, 1972). Li (1985 apud Daniels,
1993) observou que juvenis de M. rosenbergii mais agressivos, dificultam a alimentação dos
demais mesmo que o alimento seja abundante. Daniels (1993) observou que juvenis de M.
rosenbergii mais agressivos ingerem quantidade substancialmente mais elevada, em relação aos
submissos, e crescem mais pido. A redução no tamanho médio dos camarões em função da
elevação na densidade de estocagem foi constatada previamente em vários estudos com M.
rosenbergii (D’Abramo et al., 1989; Valenti et al., 1993; Sampaio & Valenti, 1996; Tidwell et
al., 1999; entre outros). O mesmo foi observado em relação ao tamanho médio dos vários
morfotipos (Cohen et al., 1981; Karplus et al., 1986; D’Abramo et al., 1989; Siddiqui et al.,
1997). Observa-se que o efeito da densidade é muito mais acentuado quando esta varia em níveis
mais baixos, tanto em M. amazonicum como em M. rosenbergii. Isto pode indicar que acima de
determinado nível de aglomeração, a estrutura social e o comportamento dos animais é quebrada
e, portanto, o aumento na densidade populacional tenha pouca interferência na estrutura
estabelecida.
A redução no peso médio dos camarões em função do aumento da densidade decorreu da
diminuição na freqüência e no peso médio dos machos GC1 e GC2 e das fêmeas adultas.
Portanto, a distribuição da população de machos em morfotipos e a maturação sexual das fêmeas
são condicionados por fatores dependentes da densidade. Isto foi observado também por
D’Abramo et al. (1989) em M. rosenbergii, em oposição à afirmação de Cohen et al. (1981),
segundo a qual a proporção de machos dos três morfotipos dessa espécie é constante e não é
97
afetada pela densidade. Provavelmente, a estrutura populacional de M. amazonicum não depende
da densidade de camarões, mas também de outros fatores ambientais. Portanto, para aumentar
o peso individual na despesca e a proporção de camarões maiores e mais valorizados no mercado
consumidor, é necessário desenvolver métodos de manejo que acelerem o desenvolvimento.
A intensificação do cultivo de M. amazonicum até 80/m
2
não alterou a sobrevivência. Os
animais apresentam mecanismos de regulação do tamanho das populações, cuja ação é
dependente da densidade (Ives, 1998; Krebs, 2001). Assim deve existir, para cada espécie
submetida a determinadas condições de cultivo, um tamanho populacional a partir do qual esses
mecanismos passam a atuar. Em aqüicultura, a capacidade de carga do ambiente (“carrying
capacity”) depende não do número de indivíduos, mas principalmente da biomassa total
(Timmons et al., 2002). Neste trabalho, a capacidade de carga dos viveiros não foi atingida no
período de cultivo em nenhuma densidade estudada. A existência de uma relação linear entre a
produção e a densidade indica que o sistema suporta uma população maior (medida em biomassa)
do que a que foi estabelecida até o final do experimento. Assim, estudos devem ser realizados
para determinar práticas que aumentem a produção sem reduzir o crescimento.
A sobrevivência obtida foi cerca de 70% e pode ser considerada elevada. Este parâmetro
varia de 50 a 80% em viveiros de engorda de M. rosenbergii (Valenti, 1996). A sobrevivência
esperada para cultivo de camarões Macrobrachium é de 40 a 60% em 3-5 meses de cultivo,
enquanto que para camarões peneídeos é de 60-80% em 3-4 meses de cultivo (Wickins & Lee,
2002). Neste experimento, os viveiros foram povoados com pós-larvas, que são sensíveis ao
manejo da estocagem e à ação de predadores. Portanto, sobrevivências maiores podem ser obtidas
estocando juvenis.
A produção aumentou linearmente com a densidade populacional. Cada vez que esta
dobrou, aquela subiu cerca de 60%. Se o crescimento (ou a sobrevivência, ou ambos) decresce
98
com o aumento da densidade, conforme discutido anteriormente, deve existir um valor
(densidade ótima) acima do qual o aumento da população estocada não compensaria a diminuição
na taxa de crescimento e aumento na mortalidade. Portanto, a produção iria estabilizar ou
decrescer. Este ponto corresponde à capacidade de carga do viveiro para aquela espécie nas
condições de cultivo praticadas. Portanto a relação produção/densidade de estocagem deve ser
representada por uma curva com uma assíntota ou ponto máximo. O fato de termos ajustado uma
reta com r
2
= 0,99, indica que a faixa de 10 a 80 PL/m
2
corresponde à fase ascendente da curva.
Além disso, deve estar longe da densidade correspondente à capacidade de carga para o cultivo
de M. amazonicum nestas condições. Portanto, produtividades maiores podem ser atingidas.
M. amazonicum pode ser classificado como uma espécie que possibilita altas
produtividades. Em região tropical, pode-se realizar 2,2 ciclos de cultivo (5,5 meses) por ano com
povoamento direto com pós-larvas, obtendo-se produtividade de 1.100 a 4.500 kg/ha/ano. O
presente experimento foi conduzido em um sistema semi-intensivo intermediário entre baixa e
média tecnologia (Valenti, 1998; Valenti & New 2000). A produtividade de M. rosenbergii
nessas condições seria de 1.000 a 2.000 kg/ha/ano. Introduzindo uma fase de pré-cultivo em
berçários de 45 a 60 dias, seria possível realizar três ciclos de 3,5-4 meses de engorda e a
produtividade poderia atingir cerca de 6.000 kg/ha/ano. Este valor estaria dentro da faixa de
produtividade obtida para peneídeos em sistema intensivo que varia de 5.000 a 10.000 kg/ha/ano
(Wickins & Lee, 2002).
A produtividade obtida em cultivos comerciais de M. rosenbergii varia, geralmente, de
1.000 a 4.000 kg/ha/ano (Valenti & New, 2000; Wickins & Lee, 2002). No Brasil, tem variado de
1.000 a 4.500 kg/ha/ano (Moraes-Riodades, 2004; Valenti & Moraes-Riodades, 2004).
Considerando outros países produtores, observa-se produtividade de 1.500 kg/ha/ano na
República Dominicana, 1.200 a 2.500 kg/ha na Índia, 900 a 3.150 kg/ha na Malásia, 520 a 1.926
99
kg/ha na Martinica, 1.283 kg/ha na Polinésia, 600 a 2.750 kg/ha no Vietnã, 909 a 1.909 kg/ha em
Porto Rico (USA), 2.000 kg/ha em Taiwan (China), 1.500 kg/ha na Tailândia sem aeração e
3.100 kg/ha com aeração (New, 2002). A produtividade estimada para M. amazonicum com base
nos resultados desse experimento (6.000 kg/ha/ano) é superior a todos os valores acima citados.
No entanto, deve-se destacar que a produtividade diminui com o aumento do tamanho dos
viveiros (Malecha, 1983). Portanto, resultados obtidos em pequenos viveiros experimentais nem
sempre são repetidos em condições de criação comercial. Projetos piloto em grande escala devem
ser implementados para confirmar os resultados.
O peso médio dos camarões diminui com o aumento da densidade de estocagem, mas, por
outro lado, a biomassa de camarões com peso acima de 7 g aumenta até 40/m
2
e mantém-se
estável de 40 para 80/m
2
. Esses dados indicam que o uso de densidades mais elevadas deve ser
mais vantajoso. Uma análise econômica deve ser realizada para confirmar essa hipótese.
O crescimento heterogêneo afetou significativamente a produção. A distribuição bimodal
da biomassa em classes de tamanho mostra claramente a existência de um grupo grande de
animais muito pequenos no momento da despesca. Este é formado por fêmeas e machos TC e
CC. As primeiras têm o crescimento reduzido devido à maturação, que direciona a energia para
elaboração dos produtos gonadais (Hartnoll, 1982). Por outro lado, os machos TC e CC tem o
crescimento inibido, mas podem transformar-se em GC1-GC2 passando para o grupo dos
maiores. Técnicas para acelerar essa transformação devem ser desenvolvidas. Isto viria aumentar
a produção e a fração de biomassa com maior valor de mercado. Portanto, o foco principal das
pesquisas em engorda de M. amazonicum não deve ser simplesmente o aumento à produtividade,
mas sim reduzir a heterogeneidade de tamanho, aumentando a freqüência de machos GC1 e GC2.
Para isso, é essencial conhecer os mecanismos que regulam a estrutura em morfotipos.
100
Os resultados obtidos neste trabalho sugerem que M. amazonicum pode ser criado em
sistemas intensivos. Embora apresente pequeno tamanho, elevada sobrevivência e produtividade
podem ser atingidas em altas densidades de estocagem. O uso de práticas de manejo para
diminuir o crescimento heterogêneo, tais como despescas seletivas, estocagem de juvenis
gradeados e o uso de substratos combinados com aeração mecânica podem aumentar o peso
individual nas despescas e aumentar a produtividade.
4.4. Sustentabilidade econômica
Os custos de produção foram superiores ao preço de mercado do camarão-da-amazônia na
cidade de Belém em todos os tratamentos estudados. Isto era esperado, pois este é o primeiro
experimento de engorda desta espécie e, portanto, a tecnologia de produção está em fase inicial
de desenvolvimento. No entanto, o custo total de produção nas densidades 20 a 80/m
2
é similar
ao custo total de produção da espécie asiática M. rosenbergii no Brasil que varia de R$ 6,00 a R$
12,00/kg (Moraes-Riodades, 2004; Valenti & Moraes-Riodades, 2004). Porém, esta atinge um
tamanho bem maior e seu preço de mercado varia de R$ 12,00 a R$ 24,00/kg (Valenti, 2004b;
Valenti & Moraes-Riodades, 2004). O Custo Total Médio (CTm) de M. rosenbergii varia de US$
1,85 em países asiáticos até US$ 15,59 nos Estados Unidos (Rhodes, 2000). Da mesma forma
que foi obtido para o camarão-da-amazônia, as pós-larvas, a dieta e a mão-de-obra são os
principais itens dos custos de produção em todo o mundo. No entanto, no caso do camarão-da-
amazônia, o custo das PL é proporcionalmente muito mais elevado, podendo atingir 50% do
custo operacional efetivo e cerca de 45% do custo total de produção.
A elevação da densidade de estocagem aumenta dramaticamente a contribuição das pós-
larvas no custo de produção. Isto ocorre porque em densidades mais altas, os camarões são
menores e, portanto, é necessário um número maior de animais para obter-se 1 kg de produto. No
101
entanto, isto é compensado pelo aumento significativo na biomassa, originando um produto com
custo médio mais baixo. A proporção do custo das sementes é elevada em organismos que
atingem um peso final baixo, como é o caso de M. amazonicum.
O Custo Total Médio (CTm) representa o preço de nivelamento (“break even price”), isto
é, o preço mínimo que é necessário para cobrir o custo total de produção (Shang, 1990; Scorvo-
Filho et al., 2004). Este pode ser usado para comparar sistemas de produção de uma espécie
praticado com tecnologias diferentes (D’Abramo & Ohs, 2004; Tidwell et al., 2004b). No cultivo
de M. amazonicum, os preços de nivelamento mais baixos foram obtidos para as densidade 40 e
80/m
2
, que foi ao redor de R$ 12,00/kg. Isto indica que o cultivo desta espécie em sistemas mais
intensificados pode ser mais vantajoso, para os cenários em que o lucro é positivo. Realmente, M.
amazonicum pode ser criado em densidades tão altas quanto 40-80/m
2
sem o uso de aeradores e
manejos complexos que geralmente são usados em cultivos intensificados, que elevam o custo de
produção.
Observa-se que o CTm se aproxima do Custo Operacional Efetivo Médio (COEm) à
medida que a densidade de estocagem se eleva. Isto ocorre porque, no cultivo de M. amazonicum,
a intensificação não exige aumento nos investimentos em equipamentos e instalações complexas.
Portanto, a intensificação leva a um melhor aproveitamento dos fatores de produção de longo
prazo, tais como as instalações, equipamentos, terra etc. Assim, a intensificação deve levar a um
aumento na sustentabilidade, uma vez que se pode aumentar o lucro sem aumentar
proporcionalmente o investimento e os custos fixos. Freqüentemente, a intensificação leva a uma
otimização dos recursos, mas pode prejudicar a qualidade da água e implica em grande aumento
no custo total médio de produção e maior impacto ambiental. Os resultados desse trabalho
indicam que isto não deve ocorrer com M. amazonicum, porque a intensificação reduziu a
proporção dos custos fixos e não causou alterações nas principais variáveis de qualidade da água
102
dos viveiros (Item 4.1). Além disso, Kimpara (2004) observou que a intensificação até 80/m
2
produz pouca alteração na qualidade da água dos efluentes, mostrando que esta não reduz a
sustentabilidade ambiental.
A elevação do preço de venda dos camarões em 50% torna a atividade lucrativa e
atraente. Este preço pode ser obtido facilmente em mercados específicos, tais como o de
camarões vivos, usados para isca, para consumo em restaurantes asiáticos ou como animais
ornamentais. Além disso, o fato desses camarões poderem ser produzidos na Amazônia com
baixo impacto ambiental pode garantir um selo verde que permite obter preços elevados nos
mercados europeus e japoneses. Considerando essa faixa de preço, as densidades 20 a 80/m
2
apresentam indicadores de viabilidade financeira próximos: TIR de 12 a 15%, PRC ao redor de 7
anos e RBC em torno de 1,5. Além disso, o fluxo de caixa apresentou maior liquidez. Por outro
lado, a receita líquida (RL) e o lucro (L), aumentam com a intensificação. A primeira, mostra a
remuneração total obtida pela terra, capital e trabalho do empresário, enquanto que o lucro mostra
aquilo que sobra após uma remuneração desses itens de acordo com o custo de oportunidade.
Considerando os preços correntes na cidade de Belém, observa-se que uma redução
isolada dos principais custos (PL e dieta) não é suficiente para viabilizar a atividade. Tampouco o
aumento de tamanho em 20% da população gerou índices adequados. No entanto, uma
combinação desses três cenários (Cenário 6) torna o empreendimento lucrativo e atraente, mesmo
considerando taxas de atratividade maiores do que a usada neste estudo, como 15%. Neste
cenário, a densidade 80/m
2
mostrou-se mais adequada. Embora os indicadores de viabilidade
financeira sejam próximos, a RL e o L são bem maiores na densidade 80/m
2
. Por outro lado, a
densidade 10/m
2
gerou a menor RL, o menor L e valores de TIR, PRC, RBC e Valor Presente
Líquido (VPL) insatisfatórios. Isto novamente indica que a espécie estudada é adequada para a
intensificação.
103
O Cenário 6 pode ser obtido com o desenvolvimento de tecnologia adequada. Assim, as
pesquisas futuras devem priorizar a redução dos custos na larvicultura, a redução da conversão
alimentar e o aumento do tamanho dos camarões. No primeiro caso, isto pode ser conseguido
com a substituição total ou parcial da Artemia na alimentação das larvas, que é o segundo
principal custo de produção, logo atrás da mão-de-obra (Vetorelli, 2004). Pesquisas visando a
redução da mão-de-obra não são recomendadas, porque isto reduz a sustentabilidade social do
projeto (Valenti, 2002b). Para reduzir o gasto com alimentação, deve-se buscar uma ração
balanceada e estabelecer um manejo alimentar mais eficiente. O uso de bandejas de alimentação,
que reduz significativamente a conversão alimentar em camarões peneídeos, parece não ser
eficiente para M. amazonicum (Preto et al., 2004). O aumento no tamanho dos camarões e na
produtividade pode ser conseguido com o manejo do crescimento heterogêneo (Karplus et al.,
2000). As principais técnicas são o uso do gradeamento de juvenis, despescas seletivas e uso de
substratos artificiais (Tidwell et al., 2001; 2004b).
Os indicadores financeiros de viabilidade do investimento obtidos nos Cenários 2 e 6 para
densidades acima de 20/m
2
foram atrativos, mas inferiores aos mesmos obtidos para M.
rosenbergii no Brasil. A TIR estimada para a espécie asiática varia entre 20 e 45% e o PRC entre
3,5 e 4,0 anos (Valenti, 2002a; 2004a; 2004b; Valenti & Moraes-Riodades, 2004; Valenti &
Tidwell, no prelo). No presente trabalho, a TIR máxima foi de 26% e o PRC mínimo foi de 4,2
anos, ambos obtidos na densidade de 80/m
2
no Cenário 6.
A análise econômica realizada mostrou que a engorda de M. amazonicum em viveiros
escavados no nordeste do Pará, visando o mercado das redes de supermercados locais, não
apresenta viabilidade financeira e, portanto, a atividade não apresenta sustentabilidade econômica
com a tecnologia usada. No entanto, este foi o primeiro experimento de engorda realizado e a
análise mostrou os principais gargalos tecnológicos, que o esforço de pesquisa científica pode
104
resolver em curto espaço de tempo. Além disso, a análise mostrou que a intensificação do
processo de produção reduz os custos médios de produção, o que um direcionamento
importante para as pesquisas futuras. Sabe-se que a intensificação da aqüicultura tem produzido
diversos problemas, reduzindo a sustentabilidade dos projetos. Os dados obtidos neste trabalho
sugerem que isto não ocorre no camarão-da-amazônia até a densidade de 80/m
2
. No entanto, esse
aspecto deve ser tratado com muita cautela para o desenvolvimento de uma tecnologia de
produção realmente sustentável.
105
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos neste trabalho nos levam a concluir que:
1. M. amazonicum pode ser cultivado em densidades elevadas (até 80 ind/m
2
), em sistema
semi-intensivo, com alta produtividade sem comprometer as variáveis limnológicas de interesse
para a carcinicultura;
2. O desenvolvimento ontogenético de M. amazonicum na fase pós-larval é um processo
dependente da densidade populacional;
3. A estrutura populacional dos camarões no interior dos viveiros é caracterizada por
quatro morfotipos de machos e meas em diferentes estágios de desenvolvimento reprodutivo.
Esta estrutura é dinâmica e a proporção de cada grupo se altera ao longo do tempo;
4. O peso médio dos morfotipos GC1 e GC2 e fêmeas aumentam ao longo do cultivo e a
taxa de crescimento se reduz com a densidade de estocagem;
5. O peso médio dos morfotipos TC e CC é praticamente constante durante o período de
cultivo e não se altera com a densidade;
6. A produtividade aumenta linearmente em função da densidade de estocagem sem
comprometer a sobrevivência. Provavelmente densidades superiores a 80/m
2
levarão a um
aumento na produtividade;
7. Embora a tecnologia de engorda de M. amazonicum permita grandes produtividades, o
custo de produção é maior do que o preço pago no mercado de Belém. No entanto, este é
compatível com o mercado de camarões vivos;
8. A intensificação leva à redução nos custos fixos médios e a um grande aumento na
receita líquida nos cenários em que a atividade é lucrativa;
106
9. Pesquisas visando aumento do tamanho dos camarões, a redução da conversão
alimentar e no custo das pós-larvas devem ser priorizadas para que a atividade tenha
sustentabilidade econômica.
107
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