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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR
NÚCLEO DE CIÊNCIAS SOCIAIS – NUCS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO – PPGMAD
Degson Ferreira
AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DAS AGROINDÚSTRIAS DE
TORREFAÇÃO E MOAGEM DE CAFÉ EM RONDÔNIA
Dissertação de Mestrado
PORTO VELHO
2008
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Degson Ferreira
AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DAS AGROINDÚSTRIAS DE
TORREFAÇÃO E MOAGEM DE CAFÉ EM RONDÔNIA
Dissertação apresentada ao Programa de s-
Graduação Mestrado em Administração
(PPGMAD) da Fundação Universidade Federal
de Rondônia (UNIR) como requisito parcial
para obtenção do tulo de Mestre em
Administração.
Linha de Pesquisa: Gestão de Agronegócio e
Sustentabilidade.
Orientador: Prof. Theophilo Alves de Souza
Filho, Dr.
PORTO VELHO
2008
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Catalogação Biblioteca Central / UNIR
F3831a Ferreira, Degson
Avaliação dos Sistemas de Informação das Agroinstrias
de Torrefão e Moagem de Ca
fé em Rondônia/ Degson
Ferreira. Orientador Theophilo Alves de Souza Filho.
Porto Velho, 2008.
171p.
Dissertação apresentada à Fundação Universidade Federal
de Rondônia para obtenção do tulo de Mestr
e em
Administração
1. Sistemas de Informação e Administração -
Rondônia 2.
Torrefação e Moagem de Café - Rondônia I.Título
CDU: 004.891:658.5 (811.1)
Degson Ferreira
AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DAS AGROINDÚSTRIAS DE
TORREFAÇÃO E MOAGEM DE CAFÉ EM RONDÔNIA
Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de Mestre em Administração,
e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação: Mestrado em Administração
(PPGMAD) da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), em 25 de julho de
2008, sob a avaliação da seguinte banca examinadora:
________________________________________
Prof. Dr. José Moreira da Silva Neto (UNIR)
Coordenador do Programa de s-Graduação Mestrado em Administração (PPGMAD)
__________________________________________
Prof. Dr. Theophilo Alves de Souza Filho (UNIR)
(Orientador)
__________________________________
Profª. Drª. Mariluce Paes de Souza (UNIR)
(Membro)
_____________________________________
Prof. Dr. Carlos André da Silva Müller (UNIR)
(Membro)
_____________________________
Dr. Samuel José de Magalhães Oliveira (EMBRAPA-RO)
(Membro Externo)
PORTO VELHO
2008
Ao Grande Arquiteto do Universo, por se
fazer presente em todos os momentos
percebidos da minha vida e pela inspiração
maior.
À minha mãe, Lazara Maria Ferreira
Baquião, pelo contínuo reforço psicológico e
por partilhar com generosidade sua
sabedoria, amor e virtude suprema.
Aos meus familiares, pela compreensão e
por seu incondicional apoio.
A todos, sou muito grato pelos esforços
empreendidos.
AGRADECIMENTOS
Desejo expressar o meu reconhecimento às seguintes pessoas e instituições,
lembrando, no entanto, que as imperfeições desta dissertação são de minha inteira e exclusiva
responsabilidade. Assim, expresso meus sinceros e cordiais agradecimentos:
À Fundação Universidade Federal de Rondônia.
Ao Núcleo de Ciências Sociais da UNIR, pelo acolhimento e ambiente de
aprendizagem contínua proporcionado.
À CAPES, pela bolsa de estudo.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Theophilo Alves de Souza Filho, que facilitou a
realização deste trabalho, pelo apoio, pelo compromisso assumido, pelos ensinamentos
inspiradores e orientação, pelo estímulo e confiança demonstrados.
À Profª. Dra. Mariluce Paes de Souza, pela preocupação com a constante
aprendizagem e pela receptividade evidenciada.
Ao Prof. Dr. Tomas Daniel Menendez Rodriguez, pela prontidão e presteza nos seus
ricos e esclarecedores ensinamentos.
Aos professores membros da banca examinadora, pelas contribuições, críticas e
valiosas sugestões.
Aos demais professores do Programa de s-Graduação: Mestrado em Administração,
pela oportunidade de possibilitar o compartilhamento de informações e conhecimentos.
A todos os meus preciosos amigos do curso de Mestrado, pela oportunidade de
convivência nos estudos e nas lições de vida que juntos tivemos que enfrentar, neutralizar,
superar e aprender.
A todos os amigos e colegas da Fundação Universidade Federal de Rondônia, pela
oportunidade única que me proporcionaram de trocar idéias e receber contribuições e
colaborações preciosas. A vocês, minha prestimosa e perene gratidão.
Enfim, agradeço profundamente a todas as pessoas que entraram em cada fibra do meu
ser e me inspiraram, comoveram e iluminaram com a sua presença.
RESUMO
Os sistemas de informações, como instrumentos de auxílio imprescindível à gestão dos
processos de negócio, visam agregar valor para as empresas e diminuir a incerteza das
decisões, fornecendo informações essenciais à tomada de decisões e ao gerenciamento das
atividades realizadas, de forma rápida e segura. Assim, este trabalho discute aspectos desses
sistemas no segmento agroindustrial, especificamente nas agroindústrias de torrefão e
moagem de café situadas nas cidades ao longo do eixo da BR 364 entre Cacoal e Porto Velho
(RO), como fator de agregação de valor. Deste modo, a presente pesquisa tem como objetivo
avaliar o nível de contribuição dos sistemas de informações existentes nas agroinstrias de
torrefação e moagem de café das cidades de Cacoal, Ji-Paraná, Jaru, Ariquemes e Porto Velho
(RO), visando oferecer subsídios às suas decisões empresariais. Para tanto, em um primeiro
momento, sistematiza-se um referencial teórico, acerca dos avanços tecnológicos da
sociedade da informação, particularizando alguns conceitos de dados, informação e
conhecimento, sistema e sistemas de informação e suas principais categorias de classificação,
bem como algumas reflexões teóricas sobre a avaliação dos referidos sistemas. Em um
segundo momento, aborda-se alguns aspectos do sistema agroindustrial do café, definindo
alguns termos e, de forma geral, apresentando algumas características do segmento industrial
do café. Sendo assim, a perspectiva da investigação nesta pesquisa é qualitativa de cunho
descritivo, adotando-se como procedimento metodológico o estudo de casos múltiplos. Como
instrumento de coleta de dados utilizou-se da observação sistemática in loco e da aplicação de
formulários com perguntas fechadas ou dicotômicas do tipo sim” ou “não” ou tricotômicas
do tipo “sim”, “não” ou “não sei”; perguntas de múltipla escolha enquadradas como
perguntas com mostruário”; e perguntas que combinam respostas de múltipla escolha com
respostas abertas. Os dados foram coletados considerando-se as seguintes dimensões:
determinação das exigências da informação”, distribuição das informações”, obtenção das
informações” e “uso dos sistemas de informações”. A análise e interpretação dos dados
coletados mostram que a contribuição geral dos sistemas de informações existentes nas
agroindústrias de torrefação e moagem de café, da região delimitada para estudo, pode ser
enquadrada como sendo boa, pois mesmo com algumas limitações e restrições, e alguns
desafios a serem equalizados ou superados em relação a esses sistemas, de modo geral, eles
estão facilitando na realização dos trabalhos pelos usuários, fornecendo, mediante o acesso ao
sistema da agroinstria e o acesso à internet, as informações necessárias e adequadas para a
execução das atividades de suas áreas funcionais nas organizações e, portanto, atendendo as
atuais necessidades informacionais dos tomadores de decisão das agroindústrias pesquisadas.
Palavras-Chave: Sistemas de Informação; Avaliação de Sistemas de Informação; Segmento
Agroindustrial; Agroindústrias de Torrefão e Moagem de Café.
ABSTRACT
The information systems as instruments of aid essential to business management of processes,
designed to add value for businesses and reduce the uncertainty of decisions by providing
essential information to decision-making and managing activities so as quickly and safely.
Thus, this article discusses aspects of these systems in the agriindustrial segment, specifically
those agriindustries that roast and grind coffee, located in cities along the route between the
BR 364 Cacoal and Porto Velho (RO), as a factor of aggregation of value. In this way, the
present study aims to assess the level of contribution of information systems in the
agriindustries where the coffee is roasted and ground, in the cities of Cacoal, Ji-Parana, Jaru,
Ariquemes and Porto Velho (RO), to offer subsidies to business decisions. For both, in a first
moment, a theoretical reference is organized in a systematic way, about the technological
advances of the information society. It was specified some concepts of data, information and
knowledge, systems and information systems and main categories of classification, as well as
some thoughts on the theoretical evaluation of these systems. In a second time, the research
deals with some aspects of the coffee farming system by defining some terms and, in general,
showing some characteristics of the industrial sector of coffee. Thus, the prospect of research
in this study is qualitative, descriptive stamp. It adopts the study of multiple case as procedure
methodological. The systematic observation spot and the application forms were used as tools
for collecting data. The application forms were made with questions or dichotomous closed-
type "yes" or "no" or with three options: "yes", "not" or "I do not know"; of multiple choice
questions framed as "questions to showcase", and answers to questions that combine multiple
choice answers to open. Data were collected considering the following dimensions:
"determining the requirements of information", "distribution of information", "obtain the
information" and "use of information systems." The analysis and interpretation of data
collected show that the overall contribution of information systems in the agriindustries
roasting and milling of coffee, the region bounded to study, can be seen as being good,
because even with some limitations and restrictions, and some challenges to be decreased or
overcome regarding these systems, in general, they are facilitating in completing the work by
users, providing, through access to the system of agriindustry and access to the internet, the
information necessary and appropriate for the execution of activities of its functional areas in
the organizations and, therefore, given largely on the current informational needs of decision-
makers of agricultural industries surveyed.
Keywords: Information Systems; Information Systems Evaluation; Agriindustrial Segment;
Coffee Roasting and Milling Agriindustries.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
ILUSTRAÇÃO 3.1 – Quadro Tipos de Dados....................................................................
33
ILUSTRAÇÃO 3.2 Quadro Características da Informação Valiosa................................ 35
ILUSTRAÇÃO 3.3 Quadro Conceitos de Dados, Informações e Conhecimento............ 38
ILUSTRAÇÃO 3.4 – Figura Atividades de um Sistema.................................................... 40
ILUSTRAÇÃO 3.5 – Figura Ambiente de um Sistema Empresarial.................................. 41
ILUSTRAÇÃO 3.6 – Figura Os Cincos Elementos de um SI............................................ 43
ILUSTRAÇÃO 3.7 – Quadro Os Seis Elementos de um SI............................................... 43
ILUSTRAÇÃO 3.8 – Figura Principais Áreas do Conhecimento de SI’s e seus Recursos 44
ILUSTRAÇÃO 3.9 – Figura O Processo de SI no Ambiente de Negócios........................ 45
ILUSTRAÇÃO 3.10 Quadro Conceitos de SI’s Baseados numa Abordagem
Sociotécnica.........................................................................................................................
46
ILUSTRAÇÃO 3.11 – Figura Visão Sociotécnica de SI’s................................................. 47
ILUSTRAÇÃO 3.12 – Quadro Tipos de SI’s..................................................................... 48
ILUSTRAÇÃO 3.13 – Figura Classificação dos SI’s......................................................... 54
ILUSTRAÇÃO 3.14 – Figura Visão Integrada do Papel dos SI’s em uma Organização... 56
ILUSTRAÇÃO 3.15 – Figura As Quatro Grandes Funções Cssicas de uma Empresa....
58
ILUSTRAÇÃO 3.16 – Gráfico Problemas de Produtividade da Tecnologia...................... 66
ILUSTRAÇÃO 3.17 – Figura Componentes de SI’s.......................................................... 67
ILUSTRAÇÃO 3.18 – Quadro Benefícios dos SI’s............................................................
68
ILUSTRAÇÃO 3.19 – Quadro Características de um Software de Qualidade................... 73
ILUSTRAÇÃO 3.20 Figura Modelo de Sucesso ou Efetividade de SI’s de DeLone e
McLean................................................................................................................................
80
ILUSTRAÇÃO 3.21 Figura Modelo de Sucesso ou Efetividade de SI’s de DeLone e
McLean Revisto...................................................................................................................
81
ILUSTRAÇÃO 3.22 Quadro Modelo de Análise para Avaliação da Contribuição dos
SI’s.......................................................................................................................................
83
ILUSTRAÇÃO 4.1 Quadro Transposição das Dimensões de DeLone e McLean para
as de Pesquisa......................................................................................................................
88
ILUSTRAÇÃO 4.2 – Quadro Classificação do Nível de Contribuão dos SI’s................ 91
ILUSTRAÇÃO 4.3 Quadro Classificação das Respostas de Todas as Queses da
Primeira Dimensão..............................................................................................................
92
ILUSTRAÇÃO 4.4 Quadro Classificação das Respostas de Todas as Queses da
Segunda Dimensão..............................................................................................................
94
ILUSTRAÇÃO 4.5 Quadro Classificação das Respostas de Todas as Queses da
Terceira Dimensão...............................................................................................................
95
ILUSTRAÇÃO 4.6– Quadro Classificação das Respostas de Todas as Queses da
Quarta Dimensão.................................................................................................................
98
ILUSTRAÇÃO 5.1 Gráfico Área de Atuação dos Respondentes nas Agroindústrias
Pesquisadas.........................................................................................................................
104
ILUSTRAÇÃO 5.2 Gráfico Distribuição da Amostra por Tempo de Admissão dos
Colaboradores......................................................................................................................
105
ILUSTRAÇÃO 5.3 Gráfico Distribuição da Amostra por Tempo de Atuação na Área
Informada............................................................................................................................
105
ILUSTRAÇÃO 5.4 Gráfico Agroindústrias por Nível de Contribuição dos SI’s na
Primeira Dimensão..............................................................................................................
110
ILUSTRAÇÃO 5.5 Gráfico Percentual de Agroindústrias por Tipo de Equipamentos...
111
ILUSTRAÇÃO 5.6 Gráfico Percentual de Equip. nas Agroindústrias por Tipo de
Equipamentos...................................................................................................................... 111
ILUSTRAÇÃO 5.7 Gráfico Existência de Profissionais de Infortica
Desenvolvendo de Sistemas................................................................................................
112
ILUSTRAÇÃO 5.8 Gráfico Percentual de Pessoas da Área de Informática por Função
Apoiada................................................................................................................................
112
ILUSTRAÇÃO 5.9 Gráfico Formas de Reunião entre o Usuário e a Equipe de
Informática..........................................................................................................................
113
ILUSTRAÇÃO 5.10 Gráfico Meios Utilizados quando Necessidade de Alteração
no Sistema...........................................................................................................................
114
ILUSTRAÇÃO 5.11 Gráfico Recurso Utilizado para Apresentação das Necessidades
Informacionais.....................................................................................................................
115
ILUSTRAÇÃO 5.12 Gráfico Procedimento Formal para Avaliação do Desempenho
do Sistema...........................................................................................................................
116
ILUSTRAÇÃO 5.13 Gráfico Agroindústrias por Nível de Contribuição dos SI’s na
Segunda Dimensão..............................................................................................................
118
ILUSTRAÇÃO 5.14 Gráfico Percentual de Informantes por Dificuldade de Obtenção
de Informações...................................................................................................................
119
ILUSTRAÇÃO 5.15 Gráfico Percentual de Informantes por Informações sobre Nova
Solução................................................................................................................................
120
ILUSTRAÇÃO 5.16 Gráfico Percentual de Informantes por Treinamento sobre Nova
Aplicação.............................................................................................................................
121
ILUSTRAÇÃO 5.17 Gráfico Agroindústrias por Nível de Contribuição dos SI’s na
Terceira Dimensão...............................................................................................................
123
ILUSTRAÇÃO 5.18 Gráfico Formas de Obtenção das Informações para Realização
do Trabalho..........................................................................................................................
124
ILUSTRAÇÃO 5.19 Gráfico Modo de Acesso à Internet............................................... 125
ILUSTRAÇÃO 5.20 – Gráfico Atendimento das Necessidades Informacionais pelo
Atual SI................................................................................................................................
126
ILUSTRAÇÃO 5.21 Gráfico Confiabilidade nos Dados e Informações Existentes nos
Sistemas...............................................................................................................................
127
ILUSTRAÇÃO 5.22 Gráfico Integração entre Várias Exigências Informacionais
Mantidas pelo SI..................................................................................................................
128
ILUSTRAÇÃO 5.23 Gráfico Agroindústrias por Nível de Contribuição dos SI’s na
Quarta Dimensão.................................................................................................................
130
ILUSTRAÇÃO 5.24 – Gráfico Uso de Sistemas de Informação na Área Comercial......... 131
ILUSTRAÇÃO 5.25 Gráfico Agroindústrias por Tipos de Processos de Produção........ 132
ILUSTRAÇÃO 5.26 Gráfico Uso de Sistemas de Informação na Área de Produção e
Estoques...............................................................................................................................
133
ILUSTRAÇÃO 5.27 – Gráfico Uso de Sistemas de Informação na Área de Suprimentos 134
ILUSTRAÇÃO 5.28 Gráfico Percentual por Terceirização de Contabilidade e Folha
de Pagamento.......................................................................................................................
135
ILUSTRAÇÃO 5.29 Gráfico Uso de Sistemas de Informação na Área de
Administração e Finanças....................................................................................................
136
ILUSTRAÇÃO 5.30 Gráfico Utilização Adequada dos Dados Disponíveis nos
Sistemas..............................................................................................................................
137
ILUSTRAÇÃO 5.31 Gráfico Existência de Dificuldade de Utilização dos Sistemas de
Informações.........................................................................................................................
138
ILUSTRAÇÃO 5.32 Gráfico Elaboração de Relatórios para Visualização da
Produtividade.......................................................................................................................
139
ILUSTRAÇÃO 5.33 Gráfico Avaliação da Facilidade ou Dificuldade para Realização
do Trabalho..........................................................................................................................
140
ILUSTRAÇÃO 5.34 Gráfico Qualidade dos Sistemas de Informações das
Agroindústrias.....................................................................................................................
142
ILUSTRAÇÃO 5.35 Gráfico Qualidade das Informações Disponibilizadas pelos SI’s
das Agroindústrias...............................................................................................................
144
ILUSTRAÇÃO 5.36 Gráfico Agroindústrias por Nível de Contribuição dos Sistemas
de Informações....................................................................................................................
147
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Notas Ponderadas da Escala Tipo Likert e Contribuição dos SI’s na
Dimensão 1........................................................................................................................
109
Tabela 2 Notas Ponderadas da Escala Tipo Likert e Contribuição dos SI’s na
Dimensão 2........................................................................................................................
117
Tabela 3 Notas Ponderadas da Escala Tipo Likert e Contribuição dos SI’s na
Dimensão 3........................................................................................................................
123
Tabela 4 Notas Ponderadas da Escala Tipo Likert e Contribuição dos SI’s na
Dimensão 4........................................................................................................................
129
Tabela 5 Síntese Final da Contribuição dos SI’s das Quatro Dimensões e da
Contribuição Geral dos SI’s...............................................................................................
146
Tabela 6 Contribuição dos SI’s para Cada Agroindústria e Contribuição Geral dos
SI’s para Todas as Agroindústrias.....................................................................................
147
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Ca
AI – Área de Tecnologia
CBIS Sistemas de Informação Baseados em Computadores
CDPE/CAFÉ – ComiDiretor de Planejamento Estratégico do Agronegócio Café
CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento
CSA – Sistema de Complexos Agroindustriais
CVDS – Ciclo de Vida do Desenvolvimento de Sistemas
DSS Sistemas de Suporte ou Apoio à Decisão
EIS – Sistemas de Informação Executiva
ELSL Entra Lixo, Sai Lixo
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
ERP Sistemas Integrados de Gestão
ES – Sistemas Especialistas
ESS – Sistemas de Suporte a Especialistas
IA – Inteligência Artificial
IBC Instituto Brasileiro do Café
ISO – Organização Internacional de Padronização
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
MIS Sistemas de Informações Gerenciais
OAS – Sistemas de Automação de Escritórios
OIC – Organização Internacional do Café
PIB – Produto Interno Bruto
RH – Recursos Humanos
RO – Rondônia
ROI – Retorno sobre Investimento
SAG – Sistema Agroindustrial
SI – Sistema de Informação
SI’s – Sistemas de Informação
TGS – Teoria Geral de Sistemas
TI – Tecnologia de Informação
TPS – Sistemas de Processamento das Transações
UFLA – Universidade Federal de Lavras
UNIR – Fundação Universidade Federal de Rondônia
SUMÁRIO
RESUMO............................................................................................................................. 05
ABSTRACT........................................................................................................................ 06
LISTA DE FIGURAS......................................................................................................... 07
LISTA DE TABELAS........................................................................................................ 09
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS....................................................................... 10
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO...................................................................................... 13
1.1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA................................................ 15
1.2 OBJETIVOS................................................................................................................. 16
1.2.1 Geral..................................................................................................................... 16
1.2.2 Específicos............................................................................................................ 16
1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA..........................................................................
17
CAPÍTULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO................................................................. 19
2.1 SISTEMA AGROINDUSTRIAL DO CAFÉ............................................................. 19
2.1.1 Definindo Alguns Conceitos Aplicados ao Agronegócio.................................. 19
2.1.2 Segmento Industrial do Café.............................................................................. 21
2.1.3 Importância Sócio-Econômica do Café para o Brasil...................................... 25
2.1.4 Agronegócio Café em Rondônia......................................................................... 26
CAPÍTULO 3 – SISTEMAS DE INFORMAÇÃO.......................................................... 30
3.1 SISTEMAS DE INORMAÇÃO.................................................................................. 30
3.1.1 Contexto da Informação..................................................................................... 30
3.1.2 Dados, Informação e Conhecimento.................................................................. 32
3.1.3 Sistema e Sistemas de Informações.................................................................... 38
3.1.4 Tipos de Sistemas de Informações..................................................................... 48
3.1.5 Componentes de Sistemas de Informação......................................................... 57
3.1.5.1 Organizações.................................................................................................
57
3.1.5.2 Pessoas.......................................................................................................... 62
3.1.5.3 Tecnologia.................................................................................................... 65
3.1.6 Benefícios dos Sistemas de Informação.............................................................
67
3.2 AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO............................................. 70
3.2.1 Dificuldades em Avaliar os Sistemas de Informação....................................... 74
3.2.2 Dimensões Envolvidas na Avaliação de Sistemas de Informação................... 75
3.2.2.1 Efetividade ou Sucesso de Sistemas de Informação..................................... 78
CAPÍTULO 4 – METODOLOGIA APLICADA............................................................ 84
4.1 O Tipo de Pesquisa....................................................................................................... 84
4.2 O Método de Pesquisa.................................................................................................. 84
4.2.1 Método do Estudo de Casos Múltiplos.................................................................. 85
4.3 Definição Constitutiva e Operacional de Termos e Variáveis.................................. 86
4.3.1 Definição Constitutiva de Termos......................................................................... 86
4.3.2 Definição Constitutiva de Variáveis...................................................................... 87
4.3.3 Definição Operacional de Variáveis...................................................................... 92
4.4 O Universo e Amostra da Pesquisa............................................................................. 99
4.5 Coleta, Análise e Tratamento dos Dados....................................................................
101
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES.........................................................
104
5.1 Perfil da Amostra..........................................................................................................
104
5.2 Análise e Interpretação dos Dados.............................................................................. 106
5.2.1 Caracterização dos Sistemas de informações das Agroindústrias Pesquisadas..... 107
5.2.2 Determinação das Exigências da Informação........................................................ 108
5.2.3 Distribuição das Informações................................................................................ 117
5.2.4 Obtenção das Informações..................................................................................... 122
5.2.5 Uso dos Sistemas de Informações.........................................................................
129
CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES.......................................................................................
149
6.1 Conclusões..................................................................................................................... 149
6.2 Indicações para Futuras Pesquisas............................................................................. 151
6.3 Limitações do Estudo................................................................................................... 152
REFERÊNCIAS..................................................................................................................
153
APÊNDICE A..................................................................................................................... 160
Instrumento de Coleta de Dados (Formulário)................................................................ 161
APÊNDICE B...................................................................................................................... 169
Explicações sobre Termos Utilizados no Formulário......................................................
170
13
CAPÍTULO 1
1. INTRODUÇÃO
O aumento do ritmo da inovação e o desenvolvimento simultâneo das
telecomunicações e da informática têm produzido significativas mudanças nas estruturas
sociais, ecomicas, poticas, ambientais e organizacionais e introduzidas transformações no
processo produtivo, no de gestão e no consumo de bens e serviços, provocando,
conseqüentemente, uma série de alterações no perfil da sociedade.
Deparado com esse contexto, as organizações precisam promover mudanças em suas
formas de atuação tanto interna como externa. Observa-se que essas mudanças vão desde
pequenos ajustes estruturais, como redução de custo, até a busca de novas fontes de receitas;
desde a diversificação de suas atividades, por meio do desenvolvimento de novos produtos e
serviços, até a concentração em determinados segmentos que abrange desde o ajuste de seus
planos até mesmo à revisão de sua missão e de seus propósitos básicos (PIAI, 2000).
Um dos mais importantes diferenciais competitivos atuais é a gestão eficiente dos
recursos das organizações, que permite obter relevantes vantagens na luta pelo mercado. E, o
uso adequado das informações, certamente, deve ser preponderante para conseguir gerir de
forma eficiente os recursos organizacionais.
No que concerne a esse respeito, Drucker (1993) enfatiza que o grande desafio
filofico e educacional da sociedade s-capitalista é o domínio do conhecimento,
especialmente se associado à informação.
Disponibilizando evidências da importância da informação no auxílio à condução dos
negócios, MacGee e Prusak (1994) asseveram que, nas próximas décadas, a informação
passará a ser a força motriz na criação de riquezas e da prosperidade. Nessas circunstâncias,
segundo os autores, o sucesso estará determinado o pelo que se tem, mas pelo que se sabe.
A informação constitui-se um elemento essencial para quem tem o poder de tomar
decisão, no caso, e em especial, diretores e gerentes de organizações. Estes devem
constantemente, buscar informações que ofereçam suporte para decisões relacionadas ao seu
negócio e que possibilitem o menor risco no mercado. Isso significa que, após analisar as
informações, cabe-lhes escolher entre as alternativas, considerando o contexto e as
características informacionais de momento.
Nas agroindústrias, a assimetria de informão ou dificuldade de sua transmissão entre
os vários usuários impede que as melhores práticas sejam utilizadas, fazendo com que
diminua as vantagens competitivas das mesmas.
14
Assim, para o segmento agroindustrial, disponibilizar informações para o seu quadro
social e grupos de interesses (stakeholders
1
) significa obter maior retorno com o aumento do
grau de confiança entre os parceiros e redução de incertezas, com a melhoria da qualidade dos
produtos, resultando em ganhos econômicos.
As agroindústrias de torrefação e moagem de café por estarem inseridas em ambientes
de considerável concorrência, por efetuarem constantemente operações de compra e venda de
café e se caracterizarem como sendo empresas de base familiar apresentam necessidades
essenciais de informações. Como conseqüência, torna-se de vital importância para essas
agroindústrias incorporarem ao seu processo de decisão um sistema de informação que lhe
permitam segurança em suas ações.
Sendo assim, para a operacionalização dos processos, as agroindústrias de torrefação e
moagem de café podem utilizar-se de Sistemas de Informações (SI’s) que, para Campos Filho
(1994), constituem-se da combinação estruturada de informação, recursos humanos,
tecnologia de informação e práticas de trabalho, organizados de tal forma a permitir melhor
atendimento aos objetivos organizacionais.
Pode-se destacar que alguns SI’s servem às áreas funcionais específicas nas
organizações, enquanto outros tipos de sistemas são desenvolvidos para resolver diferentes
tipos de problemas em diversos níveis nas empresas. Deve-se considerar que os SI’s agem de
forma a imprimir maior eficiência nos processos e nas atividades funcionais, bem como a
propiciar alternativas para a busca da eficácia nos diferentes planos organizacionais
(LAUDON e LAUDON, 1999).
A crença geral é de que esses sistemas são importantes, porque são capazes de
diversas maneiras, criar vantagem competitiva e apoiar na realização dos objetivos das
organizações. Entretanto, é importante desenvolver estudos que possam realizar sua avaliação.
Assim, sistemas de informação como instrumento administrativo que visa otimizar a
gestão das informações e o processo decirio pode ser tratado e estudado no segmento
agroindustrial. Isso acontece no contexto desta pesquisa, onde se analisa os SI’s existentes nas
agroindústrias de torrefação e moagem de café em Rondônia.
1
Anglicismo amplamente utilizado para designar as partes interessadas, ou seja, qualquer indivíduo ou grupo
que possa afetar o negócio, por meio de suas opiniões ou ações, ou ser por ele afetado (acionistas, credores,
fornecedores, consumidores, comunidade, governo, público interno e outras partes interessadas).
15
1.1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA
Após a desregulamentação dos mercados nacionais, ocorrida a partir dos anos 1980,
Assumpção (2001) observa que a indústria brasileira de transformação de produtos agrícolas
intensificou o processo de automação em suas plantas, adotando novos sistemas de produção
e gestão para absorver o novo padrão tecnológico. Isso ims a gestão da qualidade e dos
fluxos logísticos nas cadeias de alimentos processados e impulsionou a difusão da
informatização entre essas indústrias.
As instrias do segmento cafeeiro não ficaram à mercê desse femeno,
apresentando, portanto, consonância com essa realidade. Para Rosa et al. (2006), o bom
desempenho tanto nas exportações como no mercado interno brasileiro tem incentivado as
agroindústrias a apostar na melhoria dos processos por meio da prática constante da coleta,
processamento, análise, armazenamento e disseminação de informações a respeito de seus
setores de atuação.
Assim, as informações geradas pelos sistemas de controle dos processos das
agroindústrias tornam-se elementos essenciais para o sistema gerencial. Dentre as ferramentas
que podem auxiliar essas agroindústrias a manterem-se eficientes nos processos de
gerenciamento de suas informações, neste ambiente instável, podem-se enfatizar os modernos
e sofisticados Sistemas de Informações (SI’s). Sua efetiva aplicação e utilização devem-se,
principalmente, ao fato de serem capazes de fornecer dados e informações para a geração de
conhecimentos que contribuam e sustentem o processo de tomada de decisão, subsidiando
assim, o alcance dos objetivos das agroindústrias.
Desta maneira, a necessidade que as agroinstrias de torrefação e moagem de ca
têm de utilizar este tipo de tecnologia decorre, em sua essência, da grande quantidade de
informações que devem ser acessadas, coletadas, filtradas, processadas, analisadas e
distribuídas pelos seus gestores ou tomadores de decisão.
Entretanto, alguns fatores restringem e inibem a plena adoção e utilização dos SI’s.
Entre esses fatores está a problemática relacionada à incerteza de retorno sobre os
investimentos realizados para adquirir esses recursos. Apresentar resposta para esta dúvida
nem sempre é tarefa fácil. Primeiramente, devido às inúmeras variáveis que podem e devem
ser consideradas no momento de se efetuar uma avaliação deste nível. Segundo, devido à
existência de custos e situações intangíveis que acabam dificultando o estabelecimento de
critérios e parâmetros de avaliação (OLIVEIRA, 2002).
16
Assim, não obstante, a importância desses sistemas no apoio à realização dos objetivos
da organização e sua capacidade de criar vantagens competitivas, faz-se necessário realizar
sua avaliação, porque ela tornou-se um elemento chave na determinação do rumo a seguir
pela organização, assim como um dos componentes relevantes na missão da mesma (DRURY
e FARHOOMAND, 1998; FERREIRA e BUFONI, 2004).
A partir destas considerações, percebe-se que fica cada vez mais evidente a
necessidade de se ter e de se avaliar sistemas que possam processar informações e convertê-
las em conhecimentos úteis para usuários específicos, bem como mecanismos para acessá-las
em tempo real, facilitando assim, a utilização e disseminação da informação e do
conhecimento nos processos de tomada de decisão.
Sendo assim, no contexto deste estudo, a perspectiva adotada não é diferente da
exposta, onde se tem como foco precípuo avaliar os SI’s existentes nas agroindústrias de
torrefação e moagem de café das cidades de Cacoal, Ji-Paraná, Jaru, Ariquemes e Porto Velho
(RO).
A escolha da referida região justifica-se pela sua representatividade e significância no
Estado de Rondônia, haja vista que aproximadamente 73% das agroindústrias deste segmento
concentram-se nesses municípios, os quais se encontram ao longo da BR 364, principal via de
escoamento do produto (FIERO, 2008).
A pergunta central em torno da qual se busca sustentar e balizar este estudo é: qual o
nível de contribuição dos sistemas de informações existentes nas agroindústrias de
torrefação e moagem de café de Rondônia para as decisões empresariais?
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Geral
Nessa perspectiva, este estudo teve como objetivo geral avaliar o nível de contribuição
dos sistemas de informações existentes nas agroindústrias de torrefação e moagem de café de
Rondônia, visando oferecer subsídios para as decisões empresariais.
1.2.2 Específicos
Realizar um diagnóstico da situação existente dos sistemas de informações
utilizados pelas agroindústrias de torrefação e moagem de café de Rondônia;
Caracterizar conjuntamente os sistemas de informações existentes nas
agroindústrias de torrefação e moagem de café de Rondônia; e
Avaliar a contribuição dos sistemas de informações existentes no referido segmento
da cadeia produtiva cafeeira de Rondônia, em termos de: determinação das
17
exigências da informação; distribuição das informações; obtenção das informações;
e, uso dos sistemas de informações.
1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA
A informação passa a ganhar maior destaque quando se considera sua finalidade de
fornecer subsídios às organizações, uma vez que a eficiência e eficácia das atividades
humanas estão condicionadas pela qualidade dos processos de busca, produção, transmissão e
disseminação de dados e informações (MELO, 1999).
McGee e Prusak (1994) também chamam a atenção para o papel desempenhado pela
informação nas organizações. Para eles, a informação é dinâmica, capaz de criar valor
significativo para as organizações, e é o elemento que as mantêm unificadas, possibilitando a
criação de novos produtos e serviços e, aperfeiçoando a qualidade do processo decisório em
toda a organização.
Assim, as organizações de hoje possuem os SI’ como recursos vitais, tanto para a
execução de suas operações do dia-a-dia como também para sua sobrevivência a longo prazo.
Independentemente de suas características e do seu tamanho, cada vez mais as empresas
necessitam dos SI’s para reagirem aos problemas e às oportunidades do ambiente de negócios,
ao mesmo tempo em que abrem novos canais de comunicação e oferecem aos seus usuários
novas ferramentas para que possam realizar suas atividades de maneira mais adequada.
Stair e Reynolds (2002) enfatizam que o SI desempenha um papel essencial no
processo de gestão das organizações, seja fornecendo recursos ou entradas, ajudando na
transformação do produto ou gerando resultados ou saídas. Isso contribui para que a
organização aumente sua produtividade, dinamize sua comunicação e melhore sua
competitividade.
Assim, a necessidade de investigação deste tema assume suma importância, por servir
como subsídio e fonte de consulta para apoiar os tomadores de decisão das agroinstrias de
torrefação e moagem de cana busca de uma melhoria da eficiência de toda a cadeia, assim
como também na obtenção de informações para a tomada de medidas corretivas e
replanejamento em seus SI’s, se necessários.
Nesta linha de raciocínio, cabe destacar que este trabalho poderá contribuir para a
indicação de possíveis caminhos que conduzam a um melhor aproveitamento das informações
existentes nas agroinstrias de torrefação e moagem de café pesquisadas.
18
Entre os diversos motivos que justificam o interesse em desenvolver esta pesquisa,
podem-se destacar os seguintes: possibilidade de oferecer às agroinstrias, objetos da
pesquisa, elementos que permitam identificar a existência de lacunas em seu sistema de
informações no atendimento ao seu segmento de mercado; a escassez de informações sobre a
temática na região delimitada para estudo; possibilidade de realização da primeira pesquisa
desta natureza na região.
Do ponto de vista trico, contribui-se para o avanço e desenvolvimento do
conhecimento em uma área ainda pouco estruturada teoricamente, avaliação dos SI’s nas
agroindústrias de torrefação e moagem de café em Rondônia, possível de visualizar diversas
lacunas a serem preenchidas.
Vale observar que, no caso deste estudo, a avalião foi do tipo ex post, e não
considerou investimentos específicos, e sim o conjunto das aplicações e recursos de SI’s
utilizados nas referidas agroindústrias, dentro da idéia da avaliação somativa, apresentada por
Souza (2004).
Feita esta introdução, nos capítulos 2 e 3 apresenta-se o referencial trico com o
intuito de embasar e fundamentar este estudo. No capítulo 4 é descrita a metodologia utilizada
para a realização deste trabalho, apresentando o tipo de pesquisa, o método escolhido, a
definição constitutiva e operacional de termos e variáveis, o universo e a amostra a ser
pesquisada, bem como indicando os instrumentos de coleta e análise dos dados a serem
empregados.
No capítulo 5, tem-se o tratamento dos resultados e a elaboração das interpretações
que servem de subsídios às conclusões finais que, por sua vez, figuram no sexto capítulo.
19
CAPÍTULO 2
2. REFERENCIAL TEÓRICO
O referencial trico compõe-se de três partes. A primeira apresenta-se alguns
aspectos do sistema agroindustrial do café. A segunda parte aborda os sistemas de informação
(SI’s), fazendo uma análise do papel desempenhado pela informação no atual ambiente da
globalização dos mercados, bem como apresenta algumas considerações relevantes do assunto
em questão. Na terceira parte são discutidas algumas teorias pertinentes à avaliação dos SI’s
propriamente ditas.
2.1 SISTEMA AGROINDUSTRIAL DO CAFÉ
Antes de tratar de aspectos do sistema agroindustrial do café, considera-se relevante
fazer algumas considerações sobre conceitos que, certamente, embasam e fundamentam as
idéias desenvolvidas neste capítulo para, a partir daí, abordar especificamente o tema
proposto.
2.1.1 Definindo Alguns Conceitos Aplicados ao Agronegócio
Com a evolução da economia, sobretudo com os avanços tecnológicos, a agricultura
passa a depender de muitos serviços, máquinas e insumos que não são seus. Depende também
do que ocorre depois da produção, como armazenagem, infra-estruturas diversas (estradas,
portos), agroinstrias, mercados atacadista e varejista e exportação (ARAÚJO, 2003).
Esse novo cenário impôs, segundo autores como Saes (1995) e Araújo (2003), a
necessidade de uma concepção diferente de agricultura, pois não se trata de propriedades
rurais auto-suficientes, e sim de todo um complexo de bens, serviços e infra-estrutura que
envolvem agentes diversos e interdependentes.
Sob esta linha de raciocínio, analisando o processo complexo de interdepenncia da
agricultura com os outros segmentos da atividade ecomica, Davis e Goldberg, em 1957,
elaboraram um novo conceito para entender essa nova realidade da agricultura, criando o
termo agribusiness.
Este conceito é definido por Araújo (2003) como sendo o conjunto de todas as
operões e transações envolvidas desde a fabricação dos insumos agropecuários, das
operões de produção nas unidades agropecuárias, até o processamento, distribuição e
consumo dos produtos agropecuários in natura ou industrializados.
20
A partir de sua formulação, o termo agribusiness espalhou-se e foi adotado por
diversos países. No Brasil, Araújo (2003) diz que o termo atravessou praticamente toda a
década de 1980 sem tradução para o português, ou raras vezes, se discutia sua tradução
literalmente para a palavra agronegócios, o que acabou acontecendo somente a partir da
segunda metade da década de 1990.
Percebe-se que, a partir de então, os debates sobre a agricultura brasileira passaram a
incorporar e criar novos conceitos, como os de sistemas agroindustriais e cadeias produtivas
agroalimentares. Assim, ainda sob a ótica de autores como Carvalho (2002) e Araújo (2003),
sistemas agroindustriais englobam todos os participantes envolvidos na produção,
processamento e marketing de um produto específico. Incluem o suprimento das unidades de
produção rural, as próprias UP’s, operações de estocagem, processamento, atacado e varejo
envolvidos em um fluxo que vai desde os insumos produtivos até o consumidor final. Incluem
também as instituições que afetam e coordenam os estágios sucessivos do fluxo de produtos,
tais como governo, associações e mercados futuros, dentre outros.
Outro conceito decorrente dos sistemas agroindustriais é o de cadeia produtiva
agroalimentar. É um conceito originado da Escola de Economia Industrial francesa que, para
Neves e Lopes (2005): (a) aborda a seqüência de atividades que transformam uma commodity
em produto pronto para o consumidor final, sem se preocupar com a variável preço no
processo de coordenação; (b) enfoca a base analítica sistêmica e enfatiza a variável
tecnológica; (c) trata das relações intersetoriais; (d) focaliza aspectos distributivos e
estratégias governamentais; (e) considera as fronteiras dos sistemas como sendo flexíveis no
decorrer do tempo, assim como que, (f) a integração vertical é importante para esclarecer o
mecanismo de coordenação sistêmica.
Saes (1995) enfatiza que, embora contendo objetivos teóricos distintos,
2
estes
conceitos têm em comum o fato de tratar o setor agrícola sob uma perspectiva intersetorial, ao
enfatizar as complexas relações de interdependência entre a agricultura, o setor industrial e o
de serviços.
Vale conceituar ainda sob a perspectiva desta pesquisa, o termo agroindústria. Assim,
para Hoffmann et al.
3
(1985) apresentados por Parré et al. (2001) para ser caracterizado como
agroindústria, o estabelecimento comercial deve, evidentemente, utilizar matéria-prima de
2
Saes (1995) destaca que, Muller (1989), por exemplo, utiliza o conceito complexo agroindustrial com o
interesse teórico de explicar a penetração do capitalismo no campo. Para a autora, Kageyama et al. (1987), com a
preocupação de entender a adoção de políticas blicas, criaram tipologias de diferentes CAIs, relacionados às
especificidades pelas quais a agricultura se articula com o setor industrial.
3
Hoffmann, R. et al.. Inovões tecnológicas e transformações recentes na agricultura brasileira. Relatório
de Pesquisa, Piracicaba: FEALQ, 1985, 780 p.
21
origem agrícola. Lauschner
4
(1995) citado por Parré et al. (2001) conceitua agroinstria de
dois modos, a saber: (I) em sentido amplo, é a unidade produtiva que transforma o produto
agropecuário natural ou manufaturado para a sua utilização intermediária ou final; (II) em
sentido restrito, é a unidade produtiva que transforma para a utilização intermediária ou final
o produto agropecuário e seus subprodutos não manufaturados, com aquisição direta do
produtor rural de um mínimo de 25% do valor total dos insumos utilizados.
Seguindo a abordagem sistêmica desenvolvida por Davis e Goldberg, em 1957, os
estudos sob este enfoque são orientados para sistemas baseados em produtos específicos, isto
é, cadeias produtivas de matérias-primas (laranja, frango, trigo, café etc.). Assim, a seguir,
passa-se a abordar alguns aspectos da cadeia agroindustrial do café.
Para Zylbersztajn, Farina e Santos (1993), cadeia agroindustrial pode ser definida
como uma seqüência de operações interdependentes que têm por objetivo produzir, modificar
e distribuir um produto. Assim, para esses autores, a cadeia agroindustrial do café consiste nas
operões de produção agrícola, industrialização, envolvendo torrefação e solúvel, segmento
exportador e distribuidor interno.
Uma definão mais abrangente dos principais segmentos do sistema agroindustrial
(SAG) brasileiro do café é apresentada por autores como Farina e Zylbersztajn (1998) e Saes
e Farina (1999). um consenso entre esses autores de que os principais segmentos do SAG
do café são: (a) fornecedores de insumos, quinas e equipamentos; (b) produção primária;
(c) primeiro processamento (maquinistas e cooperativas); (d) segundo processamento
(empresas de torrefação e moagem, empresas de solúvel e cooperativas); (e) vendedores
nacionais (exportadores, cooperativas e atacadistas); (f) compradores internacionais (empresas
de solúvel e empresas de torrefação); e (g) varejo nacional e internacional (supermercados,
pequeno varejo, lojas de café e bares e restaurantes).
2.1.2 Segmento Industrial do Café
Merece destacar, no contexto deste estudo, o segmento processador. Zylbersztajn,
Farina e Santos (1993) explicitam que este segmento é composto por dois subsegmentos
profundamente distintos: a indústria de torrefação e moagem e a indústria de solúvel.
Rosa et al. (2006) destacam que o levantamento realizado, em 2005, pela Associação
Brasileira da Indústria de Café (ABIC) indica que, ao todo, o Brasil conta com 1.171
indústrias para café torrado e moído que, juntas, produzem 2.475 marcas diferentes de café.
4
Lauschner, R.. Agribusiness, cooperativa e produtor rural. São Leopoldo: UNISINOS, 1995, 296 p.
22
Em relação à distribuição espacial destas instrias, a maioria delas, cerca de 61,9%, estão
situadas na região Sudeste. As demais estão distribuídas do seguinte modo: 14,7% no
Nordeste; 12,5% no Sul; 7,2% no Centro-Oeste; e 3,7% no Norte.
Zylbersztajn, Farina e Santos (1993) argumentam que o segmento de torrefação e
moagem tem sua dinâmica determinada pelo mercado interno, com forte predominância de
organizações com características familiares de pequeno porte, operando em mercados locais.
De forma geral, a maior parte delas tem menos de dez colaboradores.
Vale observar que essas pequenas empresas são as que têm menos tempo de atuação
no mercado, pois devido aos condicionantes de estrutura baixas barreiras à entrada e custos
de produção –, uma das características do setor, apontam os mencionados autores, é a fácil
entrada, bem como a rápida saída dessas empresas. Enfatizam que uma pequena parcela é
constituída por organizações de médio e grande porte, operando em mercados regionais. As
torrefadoras estão fortemente concentradas, como assinalado anteriormente, na região
Sudeste, onde também se concentra o consumo e a área de produção.
Para Farina e Zylbersztajn (1998) e Saes e Farina (1999), a maior parte das empresas
que compõe a indústria de torrefação e moagem de café é essencialmente familiar, não tendo
administração profissional, sendo em sua grande maioria administradas diretamente pelos
proprietários ou sócios-proprietários.
Esse segmento, assim como quase toda atividade voltada para o consumo interno, é
fortemente afetado pelo desempenho da economia brasileira no tocante aos níveis de
emprego, salários e rendas. A ligação do segmento de torrefação e moagem com os
movimentos do mercado internacional se faz sentir através da disponibilidade e preço da
matéria-prima, em sua maior parte exportada in natura.
Deste modo, a indústria de torrefação e moagem, assim como todo o SAG do café,
durante vários anos se ressentiu com a forte regulamentação governamental do mercado.
Assim, atribuiu-se à regulamentação, sob o comando do extinto Instituto Brasileiro do Café
(IBC), um superdimensionamento do parque industrial e uma concorrência suicida entre as
empresas do setor. O superdimensionamento originou-se da potica de subsídios do IBC para
aquisição de matéria-prima, em função da capacidade instalada, ou seja, quanto maior a
capacidade de processamento maior o subsídio para a compra da matéria-prima. Isso induziu
à criação de uma capacidade excedente de processamento, de forma a internalizar esses
subsídios (ZYLBERSZTAJN, FARINA e SANTOS, 1993; SAES e FARINA, 1999).
Essa regulamentação teve efeitos danosos sobre a competitividade das indústrias de
torrefação e moagem de café. À indústria nacional restava o papel secundário de absorver o
23
café o exportável, por queses de qualidade, ou os excedentes gerados quando havia oferta
abundante do produto.
Saes e Farina (1999) observam que a principal implicação da regulamentação foi o
desestímulo ao investimento nas indústrias em quase todos os aspectos: (a) na capacitação
gerencial; (b) no desenvolvimento do produto; (c) na redução de custos; e (d) no
aperfeiçoamento de processos.
Zylbersztajn et al. (1993) apresentado em Saes e Farina (1999) observa que uma
parcela das empresas de torrefação e moagem ainda conserva as características observadas no
início da década de 90 quando o SAG do café foi desregulamentado. Entre essas
características, o autor destaca: (a) grande número de equipamentos obsoletos do ponto de
vista tecnológico e utilizados muito além de sua vida útil, aumentando os custos de
manutenção e reduzindo o nível de produtividade; (b) gestão de custos precária ou nula; (c)
gestão de qualidade do produto precária ou nula, em geral associada única e exclusivamente à
qualidade da matéria-prima; (d) baixa motivação para a inovação, decorrente da
descapitalização das empresas e desconhecimento de tecnologias alternativas; (e) baixa
preocupação com a logística de distribuição; (f) baixa capacitação profissional; e (g) empresas
organizadas, na maioria dos casos, sob o prisma familiar.
Saes e Farina (1999) complementam, explicando que estas características presentes, de
modo geral, nas empresas torrefadoras estão relacionadas, em grande parte, ao fraco
desempenho do setor, devido ao acirramento da concorrência e da pressão do setor varejista
nos últimos anos. Cabe observar, em sincronia com os referidos autores, que o acirramento da
concorrência, que tem levado a um forte processo de concentração, não é prerrogativa do
segmento torrefador, uma vez que constitui uma tendência geral da globalização dos
mercados. Esses autores destacam que no caso do segmento torrefador, porém, a disputa
acirrada pelo mercado, em decorrência da baixa barreira à entrada, resulta em aumento da
concentração, acompanhado pela alta rotatividade, com entrada e saída de empresas do setor.
Em termos de estratégia de mercado, Zylbersztajn, Farina e Santos (1993) e Saes e
Farina (1999) chamam a atenção para o fato de que o grande número de torrefadoras levou a
uma intensa concorrência de preços, considerada predatória e fratricida pela própria indústria.
Para viabilizar essa prática, passaram a adulterar o café, de forma a reduzir custos, através da
utilização de matéria-prima de má qualidade, misturada com outros produtos e impurezas.
Nesse sentido, os referidos autores, esclarecem que um fator que contribui para a
concorrência entre indústrias é a atuação de algumas empresas, particularmente as de menor
porte, que se valem da sonegação de impostos e adulteração do café torrado e moído, com a
24
inclusão de outros produtos mais baratos, para vender a preços menores. Tal estratégia,
salientam os autores, além de permitir uma sobrevida para estas empresas, chega a constituir
uma ameaça para as empresas de maior porte.
Por outro lado, o segmento de solúvel, esclarecem Zylbersztajn, Farina e Santos
(1993), é composto por apenas algumas poucas empresas, localizadas entre São Paulo, Paraná
e Espírito Santo. Sua dinâmica está associada aos mercados internacionais. Como segmento
exportador, as empresas ligadas ao solúvel estão mais expostas às mudanças na potica
cambial e comercial do país do que ao desempenho do mercado interno. São afetadas
diretamente pelo padrão de consumo externo, pela prática competitiva de grandes corporões
multinacionais, que dominam os mercados da Europa e América do Norte, e pelo
comportamento do mercado internacional de café verde.
Entretanto, é valido ressaltar que a potica de regulamentação também exerceu
influência marcante sobre as indústrias de solúvel. A implantação e o crescimento destas
indústrias estiveram associados à regulamentação. Segundo Saes e Farina (1999), a indústria
surgiu por meio de incentivos governamentais, em razão do excesso de oferta de grãos de
escolha
5
que o IBC dispunha em seus estoques, e se desenvolveu calcada na aquisição de
matéria-prima subsidiada, que determinou o superdimensionamento do parque industrial.
Para Farina e Zylbersztajn (1998) este é o segmento que encontra maior problema de
competitividade e para eles, em 1997, diversas empresas tiveram dificuldades de penetrar no
mercado externo, sendo que das doze empresas do setor, três delas deixaram de operar.
Além disso, continuam os mencionados autores, o café solúvel brasileiro sofre
barreiras tarifárias na União Européia, enquanto as instrias dos países concorrentes ou o
isentas das taxas de importação, sob a alegação de uma potica de cooperação ao combate ao
narcotráfico, ou incide sobre elas uma menor taxação, como é o caso do México e Índia e dos
países africanos signatários do Tratado de Lomé.
Corroborando estas informações, Rosa et al. (2006) destacam que a comercialização
do café solúvel tem se ressentido com o peso das cargas tributárias. Câmbio valorizado (dólar
depreciado diante do real), taxas de juros elevadas e tarifas pesadas (9% para exportar ao
Mercado Comum Europeu; em torno de 15% para a Rússia; e cerca de 40% para a China)
oneram as vendas externas e inibem maior participação brasileira no mercado internacional.
5
Para Saes e Farina (1999), grãos de escolha são restos de grãos quebrados e pequenos que não alcançam a
classificação para atender à demanda externa. Na época, enfatizam as autoras, estimava-se que estes alcançavam
7 milhões de sacas de 60 kg.
25
Para Marcelo Silveira Netto
6
apresentado em Rosa et al. (2006), além das cargas
tributárias, incide também o peso das barreiras não tarifárias, exemplificando que as análises
para pesticidas agrícolas são bastante rigorosas e os limites microbiológicos são
extremamente apertados nestes mercados.
Apesar dessas dificuldades, Rosa et al. (2006) observam que a indústria de solúvel
continua a aumentar as exportões. Para eles, o Brasil apesar de todas essas restrições tem a
maior capacidade instalada de café solúvel do mundo e detém, segundo a Organização
Internacional do Café (OIC, 2008) aproximadamente 36% da produção mundial de café
verde, com grandes volumes tanto de arábica como de conilon. Essa realidade é uma
vantagem que nenhum outro país produtor tem e, a curto e médio prazos, aponta o autor, esta
situação na deverá mudar.
2.1.3 Importância Sócio-Econômica do Café para o Brasil
No contexto do agronegócio, a cafeicultura é uma atividade agrícola de grande
importância cio-econômica para o desenvolvimento dos países que se destacam como os
maiores produtores, sendo responsável por uma boa parcela de suas receitas cambiais e pela
transferência de renda aos outros setores da economia mundial. Além disso, a atividade
absorve expressiva quantidade de mão-de-obra do setor agcola, sendo, portanto, uma fonte
geradora de trabalho para o pequeno produtor rural e a agricultura familiar.
Santo (2001) destaca que o café brasileiro constitui-se a mola-mestra de um poderoso
e sofisticado agronegócio, envolvendo uma cadeia que vai da pesquisa, produção, venda,
torrefação e instria de solúvel, passando por transportes, marketing e operações financeiras.
Para ele, o café é um importante produto gerador de rendas, divisas e mão-de-obra para o país.
As economias de alguns dos países mais pobres do mundo são extremamente
dependentes da cafeicultura, especialmente em alguns países africanos (Uganda, Etiópia e
Burundi) e da América Central (Guatemala e Honduras). No Brasil, ainda que o café responda
por menos de 5% das divisas geradas pela exportação, o produto sustenta de 250 a 300 mil
produtores, empregando no setor um contingente de 3 miles de trabalhadores rurais.
Estima-se que, no mundo, sejam 25 milhões de trabalhadores dependentes diretamente da
cafeicultura (OIC, 2003).
Corroborando estas informações, pode-se mencionar Teixeira et al. (2004: 13) ao
destacarem que, a cafeicultura brasileira é uma atividade agrícola de grande importância
6
Marcelo Silveira Netto é diretor superintendente comercial das empresas Tristão, de Vitória (ES).
26
econômica para o país, sendo responsável por uma boa parcela do Produto Interno Bruto”
(PIB) e constituindo-se em uma das fontes de maior geração de emprego e renda familiar
agrícola, cumprindo, assim, uma importante função social.
Nesse sentido, o sistema agroindustrial (SAG) do café apresenta, nos setores da
atividade econômica, considerável relevância, sendo um dos mais tradicionais e significativos
na geração de renda para a economia brasileira. Evidências disso, é que é percebido no PIB a
força do café que se espalha pelo País e traz superávits com as exportações, contribuindo para
com a potica ecomica nacional.
A respeito disso, Farina e Zylbersztajn (1998) destacam que o café no ano de 1997 foi
responsável por cerca de 5,89% do total das exportões brasileiras, significando um
montante de US$ 3,1 bilhões de divisas para o País somente com exportação. Em 1998,
segundo Saes e Farina (1999), o SAG do café respondeu com 5% do total das receitas de
exportões brasileiras, o que significou US$ 2,6 bilhões de divisas com exportação, e uma
redução em cerca de 0,89% nas receitas.
Já, em 2005, continua reduzindo o valor na geração de divisas. De acordo com o
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em 2005, as
exportões de café, mesmo torrado ou descafeinado, caem para aproximadamente US$ 2,5
bilhões de divisas, entretanto sobem na participação total das exportações do agronegócio
brasileiro, correspondendo a cerca de 5, 8% das mesmas.
Por outro lado, nos anos compreendidos entre 2000 e 2006, Lopes et al. (2007)
enfatizam que o café foi uma commodity que apresentou contribuição significativa para o
incremento das exportões do agronegócio brasileiro. Para os autores, nesse período, as
exportões de café passaram de US$ 1,7 bilhão para US$ 3,3 bilhões, representando um
crescimento anual de 11,1% e uma contribuição de 5,5% na estrutura das exportações
brasileiras.
Rufino (2002) destaca que esse importante segmento do agronegócio brasileiro
responde por mais de um terço da produção mundial, e é responsável pela geração de sete
milhões de empregos diretos e indiretos e por uma riqueza anual de 10 bilhões de reais,
superando a marca de 1997.
2.1.4 Agronegócio Café em Rondônia
A exploração da cafeicultura na região Norte, sobretudo em Rondônia, conforme
informações sobre o café da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa, 2006),
27
ocorreu a partir da década de 1960, com os cafeeiros da espécie Arábica (Coffea arábica L.),
menos adaptados a áreas de baixa altitude. A partir da década de 1970, com o advento dos
núcleos de colonização oficial, foram introduzidas as primeiras plantas da espécie Robusta
(Coffea canephora Pierre ex A. Froehner), caracterizadas por maior porte vegetativo e
tolerância a temperaturas elevadas.
Segundo a mencionada organização, os cultivos ocorrem, geralmente, em pequenas
propriedades, em sua maioria, com até 10 hectares, em regime de agricultura familiar, onde o
nível tecnológico é baixo e representam, juntamente com a produção de leite, a base principal
de fonte de renda daquelas famílias, “proporcionando trabalho a mais de 80.000 pessoas e de
cujo sucesso dependem diretamente 44.000 famílias” (ROSA NETO e COLLARES, 2006: 3).
O Estado de Rondônia é o maior produtor de café da rego amazônica e o segundo
maior produtor de café Robusta, ficando atrás apenas do Espírito Santo
7
, apresentando uma
área cultivada com café de 160,01 mil hectares, incluindo cafezais em produção e em
formação. A produção no Estado (onde basicamente se planta a variedade conillon) é
estimada, para a safra 2008/2009, em 1,69 milhões de sacas de café beneficiado,
representando aproximadamente 3,7% da produção nacional, com uma produtividade média
de 11,16 sacas por hectare e, um crescimento de 14,3% (212 mil sacas) em relação à produção
da safra anterior e de 23,3% na produtividade (CONAB, 2008).
Predomina no Estado, como já observado, o plantio da cultivar Conillon, do grupo
Robusta, que é uma variedade de clima quente e que possui boa adaptação às regiões mais
baixas, como é o caso de Rondônia (ROSA NETO e COLLARES, 2006). Esse tipo de café é
utilizado, principalmente, na fabricação de cafés solúveis e nas misturas com arábica para a
formação de ligas ou “blends”, podendo ainda ser usado para outras formas de consumo da
bebida. Apresenta desenvolvimento inicial mais lento que o café arábica, entretanto pode
atingir até 10 metros de altura nas regiões quentes e úmidas.
O cultivo de café do grupo Robusta, como é o caso do Conillon, é uma opção agrícola
recomendada para regiões de temperaturas médias anuais mais elevadas, entre 22ºC e 26ºC, e
úmidas, cujas altitudes sejam inferiores a 600m e não apresentem restrições de inverno frio.
Praticamente não sofre problemas de frutificação em função de temperaturas mais altas. As
lavouras são bastante produtivas, apresentando grande variedade quanto ao tamanho, formato
e maturação dos frutos (FAVERET FILHO, PAULA e ORMOND, 1999).
7
Conforme a segunda estimativa da CONAB, para a safra 2008/2009, realizado em maio de 2008, o estado do
Espírito Santo é responsável por cerca de 72,4% do café Robusta produzido no país, seguido de Rondônia com
15,6%. Bahia, Pará, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e demais estados completam os 13% restantes.
28
Em Rondônia, conforme Rosa Neto e Collares (2006), as regiões onde estão
localizados os plantios dessa variedade possuem como características uma baixa mecanização
e, um forte uso de mão-de-obra humana, além de apresentar custos de produção mais baixos
do que no cultivo de café arábica e de atender o mercado consumidor do agronegócio café.
Como fatores restritivos para o aumento no consumo do café Robusta, Rosa Neto e
Collares (2006) apontam a falta de um maior conhecimento tecnológico, tanto no cultivo
como no comércio e na industrialização, destacando como principal problema na questão da
produção a incidência de pragas como a broca do café, a alta variabilidade do ponto de
colheita e deficiências no processo de secagem e preparo do produto, e no caso da
industrialização, o uso de técnicas erradas. Este conjunto de fatores contribui para que o
produto apresente uma distorcida ou má imagem no mercado cafeeiro.
Veneziano (1996) esclarece que os fatores limitantes do desenvolvimento da
cafeicultura no estado são os solos, as doenças, principalmente, as ferrugem do cafeeiro
(Hemileia vastatrix), as pragas, com destaque para a broca do café (Hypothenemus hampei), a
o-de-obra e a comercialização.
De acordo com estudos da Embrapa-Rondônia (2006), a prática da cafeicultura no
Estado ainda se utiliza de sistema de produção similar ao utilizado nas regiões produtoras
tradicionais de café no país (São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo) que, por sua
vez, é pouco adequado às condições ecológicas locais. Informações advindas dos esforços de
pesquisas desses estudos apontam que o nível tecnológico utilizado na cultura em Rondônia é
baixo pequeno uso de insumos modernos –, assim como também é baixo o rendimento
alcançado pelos produtores em relão ao preço pago pelo mercado ao produto.
De modo geral, e em paralelo com Veneziano (1996), a distância da região produtora
de café de Rondônia dos grandes centros de consumo, industrialização e exportação; a falta de
associações de produtores fortes ou cooperativas para padronizar e colocar o café no mercado
interestadual e internacional; a falta de linhas especiais de crédito para a comercialização; a
qualidade do produto (alto índice de defeitos); a armazenagem deficiente e o
desconhecimento do mercado de café pelos produtores são fatores que dificultam a
comercialização e contribuem para que os cafeicultores do estado sejam pouco competitivos
em relação aos de outros estados do país.
Entretanto, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2008),
convém ressaltar que alguns produtores estão adotando tecnologias e práticas culturais como
o emprego de cultivares melhoradas, controle de pragas e doenças, calagem, adubação,
cobertura morta, irrigação e desbrota.
29
A referida companhia destaca que estas práticas têm possibilitado a obtenção de
razoáveis produtividades e um produto de melhor qualidade a um custo compatível com a
exploração da lavoura, conseqüentemente, de forma mais lucrativa. perspectiva de
expansão da área de cultivo em função, principalmente, da elevação do preço do produto com
relação à safra anterior, embora algumas áreas estejam sendo substitdas por pastagens e
outras culturas.
30
CAPÍTULO 3
3.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Neste capítulo, são revisadas as matrizes teóricas que norteiam o desenvolvimento do
presente trabalho. Serão tratados com maior uniformidade as definições, a classificação, os
componentes e benefícios de Sistemas de Informação (SI’s). Antes de introduzir a temática
propriamente dita, considera-se salutar fazer uma digressão para tratar do contexto da
informação na atualidade.
3.1.1 Contexto da Informação
A análise do cenário mundial dos últimos tempos revela que a sociedade como um
todo sente os efeitos da globalização. Dentre as várias acepções do referido termo, diversas
idéias são contempladas na metáfora de aldeia global, sugerindo uma comunidade mundial,
como já havia previsto Marshall MacLuhan na década de 70. Outras metáforas são
referenciadas como destaca Ortiz
8
(1994) apud Giordano (1999, p. 43): Sociedade
Informática (Adam Schaff), Primeira Revolução Mundial (Alexander King), passagem de
uma economia de alto volume para economia de alto valor (Robert Reich), Terceira Onda
(Alvin Tofler)”.
Nesta era de economia globalizada, as empresas têm se deparado com um ambiente
competitivo, em uma sociedade afetada pelos novos paradigmas, oriundos da denominada
“sociedade da informação”. As mudanças são expressivas e introduzem formas novas para o
processo produtivo e para as interações entre pessoas ou organizações (BUSANELO, 2005).
Assim, a informação deve ser gerida de tal forma que venha, efetivamente, representar
um diferencial de competitividade para as organizações. Nesse sentido, Busanelo (2005)
salienta que nunca se utilizou tanto o termo “informação” e seu efetivo uso pode ser um
diferencial no contexto dos ambientes altamente competitivos.
Destacando o poder que as informações desempenham num ambiente altamente
competitivo, McGee e Prusak (1994, p. 3) asseveram que:
Numa economia de informação, a concorrência entre as organizações baseia-se em
sua capacidade de adquirir, tratar, interpretar e utilizar a informação de forma eficaz.
As organizações que liderarem essa competição serão as grandes vencedoras do
futuro, enquanto as que não o fizerem serão facilmente vencidas por suas
concorrentes.
8
Ortiz, R.. Mundialização e cultura. Editora Brasiliense, São Paulo, 1994.
31
Cohen (1998, p. 42) ensina que “Até pouco tempo atrás, as decisões eram tomadas
efetivamente por homens. Entretanto, o volume de dados processados cresceu tanto que as
decisões são tomadas por homens e máquinas.”
Neste cenário baseado na informação e no conhecimento, a Tecnologia da Informação
(TI) toma corpo e passa a representar um recurso estratégico, principalmente, em ambientes
de alta competitividade. Ratificando esta assertiva, Boar (2002, p. 11) observa que “na era da
informação hipercompetitiva, vantagem comercial é igual ao uso superior e inovador da
tecnologia da informação”.
No que se refere às organizações, Drucker (1993) previra, no final da década de 1980,
o advir da nova organização, com a transformação para a “organização baseada na
informação“, cujo conceito agregava questões como a queda de paredes que dividiam a
organização hierárquica e utilizava-se sempre, independentemente da sua configuração de
organograma, do trabalho interfuncional (times, células, equipes ou grupos de trabalho e de
solução de problemas).
É importante observar que não somente a informação, mas também as tecnologias de
informação têm um papel preponderante no desempenho das organizações e na consecução
dos seus objetivos e metas. Alves (2003) entende que a tecnologia de informação está no
limiar de realizar o seu mais completo potencial e será um fator ainda mais crítico do que
nunca no processo de aprendizagem e desempenho organizacional.
Nesta linha de raciocínio, Busanelo (2005) ressalta que as tecnologias da informação
estão alterando rapidamente a estrutura das organizações, seus processos gerenciais e a
natureza do seu trabalho, bem como as formas como afetam e impactam a competitividade
das organizações. Além disto, a própria sobrevivência das organizações vem tornando-se
crescentemente dependente destas tecnologias. Como conseqüência, o planejamento, visando
ao efetivo uso das novas TI’s, torna-se uma questão estratégica fundamental para as
organizações.
Autores como Freitas e Rech (2003) e Busanelo (2005) observam que, nesta nova
realidade, valer-se da TI para obter vantagem competitiva passa a ter sentido e seu papel
torna-se relevante. Sua efetiva utilização pelas organizações tem sido considerada crucial para
a sobrevivência no mercado através de estratégias competitivas.
Referindo-se à natureza complexa da tecnologia, Kuwabara (2003) explicita que,
diariamente, interage-se com as tecnologias existentes, seja no ambiente doméstico, no social
32
ou no profissional, numa era da Economia da informação”, em que ela própria, muitas vezes,
possui valor em substituição ao bem tangível.
Porém, a autora observa que a expressão Tecnologia da Informação não deve ser
utilizada como sinônimo de Sistemas de Informações. A primeira trata exclusivamente de
artefatos, quinas e equipamentos computacionais, ao passo que a segunda relaciona-se aos
meios ou fins que são processados através deles.
Por outro lado, McGee e Prusak (1994, p. 17) enfatizam que:
Os executivos de alto nível precisam começar a determinar claramente o papel que
a informação vai desempenhar no projeto e execução da estratégia competitiva de
suas empresas, ou se arriscarão a ficar numa posição de desvantagem perante seus
concorrentes mais capacitados no que se refere à informação.
Nesse sentido, para Marchand
9
(2000) apresentado em Kuwabara (2003) a informação
é o caminho das pessoas de negócio para expressarem, representarem, comunicarem e
compartilharem seus conhecimentos com outros, para acompanharem suas atividades e
conseguirem êxito em seus objetivos de negócios.
Percebe-se que, sob essa ótica, informações relevantes e com qualidade, disponíveis
no momento em que for necessário ou oportuno, agregam valor aos negócios e podem ser
fonte de vantagem competitiva.
A partir dessas ponderações, pode-se concluir sobre a profunda necessidade de os
dirigentes empresariais adquirirem noções sobre o verdadeiro significado de informações,
haja vista que sistemas e tecnologias de informação se tornaram um componente vital ao
sucesso de empresas e organizações (O’BRIEN, 2004).
3.1.2 Dados, Informação e Conhecimento
Em princípio, considera-se primeiramente salutar distinguir dados de informação.
Davenport (1998, p. 18) relata que durante anos, as pessoas se referiram a dados como
informação; agora,em-se obrigadas a lançar mão de conhecimento para falar sobre a
informação.Segundo Kuwabara (2003) mais recentemente, o termo conhecimento passou a
integrar o binômio dado e informação, quando se tornou necessário expressar informações e
os seus significados afins.
Davenport (1998) se refere ao conceito de dados como “observações sobre o estado do
mundo”, as quais podem ser feitas por pessoas ou por tecnologia específica. Na visão de Stair
9
Marchand, D. A.. Competing with information. Chichester: Wiley, 2000.
33
e Reynolds (2002, p. 4), “dados consistem em fatos não trabalhados como o nome de um
empregado, a quantidade de horas semanais trabalhadas por ele, o número de peças em
estoque ou de pedidos de vendas”. Representa o elemento bruto, sem que tenha sido
manipulado. Estes fatos podem ser representados por diversos tipos de dados, conforme
observados na Ilustração 3.1.
TIPOS DE DADOS REPRESENTADOS POR
Dados Numéricos e Alfanuméricos Números, letras e outros caracteres
Dados de Imagem Imagens gráficas ou fotos
Dados de Áudio Som, ruídos ou tons
Dados de deo Imagens em movimentos ou fotos
Ilustração 3.1 – Quadro Tipos de Dados
Fonte: Stair e Reynolds (2002, p. 4) e Turban, McLean e Wetherbe (2004, p. 63).
No conceito simplificado de Melo (1999, p.30) dado é a “expressão lógica de um fato
isolado” e informação é a “expressão lógica do fato global”. Manãs (1994, p. 62) salienta que
Dado o é Informação”. Conceitua dado como sendo ”uma expressão em estado bruto e o
interpretada de um fatoe informação como “um dado registrado, classificado, organizado ou
interpretado dentro de um contexto, exprimindo significado”.
Enquanto o exemplo de dados em uma empresa poderia ser a quantidade de produção,
o custo de matéria-prima, o número de empregados, a informação seria o resultado da análise
desses dados, ou seja, a capacidade de produção, o custo de venda do produto, a produtividade
do empregado, etc. (OLIVEIRA, 2002).
A matriz trica desenvolvida por Manãs (1994), Laudon e Laudon (1999), Stair e
Reynolds (2002), Turban, McLean e Wetherbe (2004) consideram os dados como algo em
estado bruto, referentes a uma descrição primária de objetos, eventos, atividades e transações,
e informações como o resultado da interpretação de um conjunto de dados que tomaram
forma através dos seres humanos e se tornaram significativos e úteis.
Davenport (1998) explicita que quem dota os dados de relevância e intenção
deliberada são as pessoas. Exemplifica que mesmo quando um computador apresenta um
gráfico em forma de pizza, alguém tem que escolher como representar esse desenho. Para
Souza (2004) essa é a questão, pois o existe informação sem a pessoa ou pessoas que a
utilizem. A avaliação do propósito e importância da informação é sempre realizada pelo seu
receptor. Complementa o autor, destacando que a informação é, assim, dependente da sua
interpretação e do contexto em que será utilizada.
34
A literatura sobre o conceito de informação apresenta-se de forma paradoxal, por ser
muita ampla e rica ao mesmo tempo em que traz definições bem vagas e baseadas no
intuitivo. Iamamoto (1999, p. 2) aborda este problema da seguinte forma:
Quando fazemos uma pergunta, estamos pedindo informação, quando assistimos
televisão ou um filme, estamos absorvendo informação. Ao ler um jornal, uma revista
em quadrinhos, ou ao ouvir uma música, sabemos que estamos lidando com algum
tipo de informação. Até quando contamos uma piada estamos transmitindo
informação. Usamos, absorvemos, assimilamos, manipulamos, transformamos,
produzimos e transmitimos informação durante o tempo todo, durante todo o tempo.
Entretanto, não temos uma definição precisa do que é informação. Não temos uma
definição que diga o que é e o que não é informação. Sabemos intuitivamente o que é
informação, mas não conseguimos descrever, em palavras, o que é informação.
Assim, parece que a conceituação de informação exige uma discussão interiormente a
respeito dos meios para sua obtenção. No conceito de McGee e Prusak (1994), a informação
consiste em dados coletados, organizados, orientados, aos quais são atribuídos significados e
contexto. Para Stair e Reynolds (2002, p. 4) “informação é uma coleção de fatos organizados
de modo que adquirem um valor adicionado além do valor dos próprios fatos”.
Para que a informão possa ser valiosa e agregar valor aos administradores e
tomadores de decisão e, consequentemente, à organização, ela precisa possuir algumas
características. A seguir, a Ilustração 3.2, apresenta um paralelo entre essas características, na
concepção de Davenport (1998) e Stair e Reynolds (2002).
Comenta-se muito sobre o poder da informação e da Indústria da Informação” como
forma de gerar vantagem competitiva para as organizações. Para Gonçalves e Veiga (1995), a
informação pode ser definida como dados processados de forma a terem significado para seu
receptor e que possuam valor real ou percebido relativamente às decisões atuais ou futuras.
Para Davis e Davidson (1993), a informação pode estar presente em nossa economia
de quatro formas: dados, texto, som e imagem. Além disso, quatro processos podem ser
aplicados à informação: geração, processamento, armazenamento e transmissão. A geração
capta a informação do ambiente e a altera para uma das quatro formas descritas anteriormente.
O processamento transforma esta informação, por algum mecanismo interno (cálculos,
comparações, seleção, classificações, etc.), em alguma modalidade mais adequada para aquele
que vai utilizá-la. O armazenamento, como o próprio nome diz, é o processo de guardar a
informação para uso posterior. A transmissão é o processo de difusão da informação a todos
aqueles que a desejam. Estas atividades podem ser ligadas em cadeia ou ficam independentes
entre si.
35
DAVENPORT (1998) STAIR e REYNOLDS (2002)
Características Definições Características Definições
EXATIDÃO
(ACURACI-
DADE)
Ausência de erros simples
na transcrição, na coleta e
na agregação de dados.
PRECISA
Informação que não contém erros.
Entrada de dados imprecisos leva a
saída de informações imprecisas.
[Entra Lixo, Sai Lixo (ELSL)].
OPORTUNI-
DADE
Atualizada de acordo com
uma situação específica.
COMPLETA
Informação que contém todos os
fatos importantes.
ACESSIBILI-
DADE
De fácil obtenção ou
aquisição, conforme o
desejado pelo receptor.
ECONÔMICA
Informação deve ser econômica, ou
seja, equilibrar o valor da
informação com o custo de
produzi-la.
ENVOLVI-
MENTO
Útil independente de seu
valor. Útil para quem se
destina.
FLEXÍVEL
Informação que pode ser usada
para atender diversas finalidades.
APLICABILI-
DADE
Informação de real
aplicabilidade a que se
destina. Informação
relevante e valiosa.
CONFIÁVEL
Informação que pode ser
dependente da confiabilidade do
todo de coleta de dados ou da
confiabilidade da fonte da
informação.
ESCASSEZ
Informação como um
recurso único. Maior
valor para informações
raras, dependendo das
circunstâncias.
RELEVANTE
Informação que é essencial para o
tomador de decisão.
--- --- SIMPLES
Informação que não é
excessivamente complexa. Em
excesso causa sobrecarga de
informação e dificulta a avaliação
pelo tomador de decisão.
--- --- PONTUAL
Informação que é atual e obtida
quando necessária.
--- --- VERIFICÁVEL
Informação que pode ser checada
ou conferida.
--- --- ACESSÍVEL
Informação que pode ser obtida na
forma correta e no tempo certo
pelos usuários autorizados.
--- --- SEGURA
Informação que deve possibilitar
seu acesso apenas pelos usuários
autorizados.
Ilustração 3.2 – Quadro Características da Informação Valiosa
Fonte: Adaptado de Davenport (1998, p. 152-156) e Stair e Reynolds (2002, p. 6).
Brito, Antonialli e Santos (1997) esclarecem que a informão é um recurso
estratégico para as organizações, podendo gerar as condições necessárias ao alcance dos
objetivos, ao cumprimento da missão corporativa e subsidiar elementos sicos para melhoria
da competitividade. Continuam os mencionados autores enfatizando sobre o importante papel
das informações para o desempenho da empresa e do país. Para os autores, as informações
apóiam a decisão, como fator de produção, exercem influência sobre o comportamento das
36
pessoas e passam a ser um vetor importantíssimo, pois pode multiplicar a sinergia dos
esforços ou anular o resultado do conjunto destes.
Sob este prisma, Beuren
10
(2000) apud Maccari e Sauaia (2006, p. 374) corrobora com
esses autores, vinculando a informação como subdio à gestão das organizações, elevando-a
ao conceito de bem estratégico:
A informação pode ser visualizada e analisada em uma dupla perspectiva. Ela pode
facilitar a identificação de alternativas inovadoras no processo de elaboração da
estratégia empresarial, ou seja, ela pode apoiar a definição da estratégia de outras
variáveis. Por outro lado, a informação também se configura como componente vital
que se incorpora na estratégia definida.
O propósito básico da informação é o de habilitar a empresa a alcançar seus objetivos
pelo uso eficiente dos recursos disponíveis, nos quais se incluem pessoas, materiais,
equipamentos, tecnologia, dinheiro, além da própria informação. Sendo assim, o estudo da
informação considera os problemas e as adequações do seu uso eficiente, eficaz e efetivo
pelos tomadores de decies da empresa (OLIVEIRA, 2002).
De forma análoga, Souza (2004) cita Daft
11
(1999) o qual apresenta uma conceituação
para o termo organização, destacando que, por essa definição, é possível perceber os diversos
papéis e usos da informação na organização. Assim, para Souza (2004), como entidades
sociais, as organizações dependem primariamente da interação de seus participantes, que por
sua vez, depende da comunicação e troca de informação entre eles. As informações são
utilizadas para o controle e verificação do alcance das metas organizacionais e, por último, as
organizações realizam atividades, as quais utilizam e produzem informações.
O autor vai mais além, destacando que, uma vez que as tarefas são dividas entre as
diversas pessoas ou grupos que compõem a organização, as informações são necessárias como
base para realização da coordenação das atividades executadas pelas diversas partes da
organização, visando à obtenção do resultado total.
Conforme exposto, Davenport (1998) defende que é difícil definir o que seja
informação e resiste à visão clássica de diferenciá-la de dado e conhecimento. Para o
mencionado autor, essa distinção é nitidamente imprecisa, visto que informação é um termo
que envolve todos os três (dados, informação e conhecimento), além de servir como elemento
de ligação entre os dados brutos e o conhecimento que, eventualmente, se pode obter.
10
BEUREN, I. M.. Gerenciamento da informação: um recurso estratégico no processo de gestão empresarial.
2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
11
Daft, R. L.. Teoria e projeto das organizações. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
37
Assim, alguns autores como Davenport (1998), Stair e Reynolds (2002), Kuwabara
(2003), Souza (2004), Busanelo (2005), Perez (2006) levam em consideração que tanto
dados” quanto “informação e conhecimentonão são termos mutuamente excludentes, ao
contrário, são interdependentes e estão inter-relacionados.
Para Stair e Reynolds (2002) conhecimento representa a percepção e a compreensão
de um conjunto de informações e de como estas informações podem ser úteis para uma tarefa
específica. O conhecimento envolve a contextualização da informação, a compreensão de seu
significado e seu uso. O conhecimento deriva, portanto, da informação contextual, da
experiência condensada, do insight experimentado, do conjunto de valores e crenças
(DAVENPORT, 1998). Sendo assim, ele tem origem e é aplicado na mente dos conhecedores.
Por essa definição, pode-se perceber que o conhecimento é uma característica inerentemente
humana.
Stair e Reynolds (2002) ainda destacam, que o conjunto de dados, regras,
procedimentos e relacionamentos que precisam ser seguidos para agregar valor ou alcançar
resultados adequados constitui a base do conhecimento.
Souza (2004) visualiza o conhecimento sob a ótica de um processo, o qual ele chama
de aprendizagem, que depende da experiência pessoal e pelo qual o indivíduo consti uma
estrutura mental que possibilita o discernimento, a compreensão, incorporação e utilização
daquele determinado fato para a tomada de decisões ou ainda a elaboração de novas
informações.
Para Davenport (1998) e Perez (2006) conhecimento é a informação mais valiosa e,
conseqüentemente, mais difícil de gerenciar. Tornou-se valiosa exatamente porque alguém
deu à informação um contexto, um significado, uma interpretação; alguém refletiu sobre o seu
conhecimento e deu a ele sua própria sabedoria, considerou suas implicações mais amplas.
Perez (2006) enfatiza que o conhecimento refere-se à habilidade de se criar um modelo
mental que descreva o objeto e indique as ações a se implementar e as decies a tomar.
Oliveira (2002), Kuwabara (2003) e Perez (2006) abordam as dificuldades em se
distinguir, na prática, estas terminologias. Visando clarificar estes conceitos, reproduz-se a
seguir, a Ilustração 3.3, elaborada por Davenport (1998), que apresenta uma síntese destes três
conceitos.
38
DADOS INFORMAÇÕES CONHECIMENTO
Simples observações sobre
o estado de mundo.
Dados dotados de relevância
e propósito.
Informações valiosas da
mente humana.
Facilmente estruturado. Requer unidade de análise. De difícil estruturação.
Facilmente obtido por
quinas.
Exige consenso em relação
ao significado.
De difícil captura em
quinas.
Freqüentemente
quantificado.
Exige necessariamente a
medição humana.
Freqüentemente tácito.
Facilmente transferível. --- De difícil transferência.
Ilustração 3.3 – Quadro Conceitos de Dados, Informações e Conhecimento
Fonte: Adaptado de Davenport (1998, p. 18).
Alves (2003) referencia Nonaka e Takeuchi
12
(1997) que classificam dois tipos de
conhecimento: tácito e explícito. O primeiro, de acordo com Alves (2003) é um tipo inerente
ao indivíduo, adquirido com a experiência de maneira prática, com o compartilhamento e as
trocas de contatos face a face com o outro. Para Stewart
13
(1998) apud Alves (2003), o
conhecimento tácito tem como maior virtude o fato de ser autotico, exigir pouca reflexão,
apresentando problemas como “pode estar errado” ou é “difícil modificá-lo e comunicá-lo”. O
segundo, defende Alves (2003), corresponde a um tipo formal, podendo ser transmitido entre
indivíduos de forma sistemática. Para ele, envolve o conhecimento de fatos. A aquisição é
direta, deve ser decodificado em um modelo mental, onde é então, internalizado como
conhecimento tácito, sendo, portanto, objetivo, teórico e digital.
Ainda, de acordo com o autor, a geração, o compartilhamento, o armazenamento, a
utilização e a mensuração do mesmo estão, cada vez mais, sendo difundido e aplicado nas
organizações.
3.1.3 Sistema e Sistemas de Informações
O conceito de sistema foi amplamente difundido na Teoria Geral de Sistemas (TGS),
idealizado pelo biólogo alemão Ludwig Von Bertalanffy na primeira metade do século XX.
A partir da introdução do termo, percebe-se que a palavra sistema passou a abranger
um amplo espectro de iias e leva a pensar em algo maior e globalizante. inúmeros
exemplos de sistema na natureza, entretanto, os mais conhecidos são, a saber: na Astronomia,
12
Nonaka, I.; Takeuchi, H.. Criação do conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a
dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
13
Stewart, T.. Capital intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus,
1998.
39
o sistema solar; na Medicina, o sistema respiratório, circulatório, nervoso; na Matemática, o
sistema de elementos, etc.
A diversidade de enfoques leva a considerar que o existe propriamente uma única
teoria de sistemas, mas sim uma presença constante de um conjunto de conceitos, princípios,
todos e técnicas associadas à idéia central de sistemas.
Diversos autores, dentre eles, podem-se destacar Melo (1999), Oliveira (2002) e Stair
e Reynolds (2002) definem sistema como um conjunto de partes ou elementos interagentes e
interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário para atingir objetivos e
efetuam determinada ação.
Manãs (1994) enfatiza que Bertalanffy definiu que do ponto de vista sico, o estado
característico de um organismo vivo é o de um sistema aberto. Um sistema é fechado quando
é hermético a inflncias externas e nem influencia o meio. É aberto quando exerce influência
e pode sofrer inflncia do meio no qual se encontra. O sistema aberto pode ser interpretado
como um conjunto de partes em constante interação, constituindo um todo orientado para
determinados fins, cuja principal característica é a relação de troca e intercâmbio de energia e
informação que realiza com o ambiente no qual está inserido.
Stair e Reynolds (2002, p. 7) esclarecem que “os elementos por si próprios e os
relacionamentos existentes entre eles são os que determinam como um sistema funciona”.
Para eles, os sistemas têm entradas, mecanismos de processamento, saídas e feedback.
O sistema é formado por várias atividades interdependentes. Sendo assim, a seguir,
de forma sucinta a apresentação clássica de cada uma dessas atividades, de acordo com o
apresentado por Oliveira (2002) e Stair e Reynolds (2002):
I. O objetivo é a situação que se pretende alcançar, ou seja, é a finalidade para a
qual o sistema foi desenvolvido e criado.
II. Entrada ou insumo (input) é a força ou impulso de arranque ou de partida do
sistema que fornece o material ou energia ou dados para a operação do sistema.
É aquilo que o sistema importa ou recebe do seu mundo exterior.
III. Processamento, processador ou transformador (throughput) é o femeno que
produz mudanças, ou seja, é o mecanismo de conversão dos insumos (entradas)
em produtos, serviços ou resultados (saídas). O processador pode ser
representado pela caixa negra: nela entram os insumos e dela saem coisas
diferentes, que o os produtos.
IV. Saída, produto ou resultado (output) é a finalidade para a qual se reuniram
elementos e relações do sistema. É o resultado final da operação ou
40
OBJETIVOS
PROCESSO DE
TRANSFORMAÇÃO
RETROALIMENTAÇÃO
CONTROLE E
AVALIAÇÃO
processamento de um sistema. As saídas devem ser coerentes com o objetivo do
sistema.
V. Controle e a Avaliação é a checagem do sistema para verificar se a saída está
coerente com o objetivo preestabelecido ou proposto.
VI. Retroação, retroalimentação, retroinformação ou alimentação de retorno
(feedback) é a função que compara a saída com um critério ou padrão
previamente pré-determinado. A retroação tem por objetivo o controle. A
retroação visa a manter o desempenho de acordo com o padrão ou critério
escolhido, preestabelecido.
As atividades de um sistema, de acordo com Oliveira (2002, p. 24) e Stair e Reynolds
(2002) podem ser visualizadas na Ilustração 3.4 da seguinte forma:
Ilustração 3.4 Figura Atividades de um Sistema.
Fonte: Adaptado de Oliveira (2002, p. 24) e Stair e Reynolds (2002).
Os estudos em administração tratam a empresa como um sistema a qual, por sua vez,
está inserida dentro de um sistema maior denominado supersistema ou ecossistema. E, mais
ainda, define-se uma empresa como um sistema aberto. Assim sendo, a organização como um
sistema aberto é institdo pelo homem e mantém uma dinâmica interação com seu meio
ambiente, sejam clientes, fornecedores, concorrentes, entidades sindicais, órgãos
governamentais e outros agentes externos.
Deste modo, a organização é um sistema integrado por diversas partes ou unidades
relacionadas entre si, que trabalham em harmonia umas com as outras, com a finalidade de
alcançar uma série de objetivos, tanto da organização como de seus participantes. Ela está
imersa em um ambiente extremamente dinâmico e sofre pressões constantes, sem falar do seu
ENTRADAS
SAÍDAS
41
próprio dinamismo interno. Assim, o sistema organizacional precisa ter agilidade de resposta
para poder sobreviver no mercado em que se encontra.
Outra abordagem possível para o termo sistemas está dentro de um processo
administrativo em que a empresa é considerada como um núcleo central ou foco de estudo
(KUWABARA, 2003). Dessa forma, a interação e as trocas constantes realizadas entre
empresa-meio externo e meio externo-empresa podem ser visualizadas, conforme Oliveira
(2002, p. 25) na Ilustração 3.5, a seguir.
M
ERCADO
M
ÃO
-
DE
-
OBRA
G
OVERNO
C
ONCORRÊNCIA
F
ORNECEDORES
C
ONSUMIDORES
EMPRESA
S
ISTEMA
F
INANCEIRO
C
OMUNIDADE
S
INDICATOS
T
ECNOLOGIA
Ilustração 3.5 Figura Ambiente de um Sistema Empresarial.
Fonte:Adaptado de Oliveira (2002, p. 25).
Como o termo sistemas tem ampla utilização em diversas áreas do conhecimento, sua
aplicação passou a ser comum também na área de sistemas de informações.
A expressão Sistemas de informação (SI) é utilizada com sentido bastante amplo, tanto
na literatura técnica como em publicações de modo geral (CAMPOS FILHO, 1994; MANÃS,
1994; KUWABARA, 2003; OLIVEIRA, 2004; OLIVEIRA, 2005).
Contudo, é senso comum entre autores como Turban, McLean e Wetherbe (2004) e
Stair e Reynolds (2002) a iia de um conjunto em que os elementos interagem entre si, para
proporcionar um produto desse processo, a informação, a despeito do emprego de qualquer
tecnologia.
Como qualquer sistema, um SI inclui entradas (dados e instruções) e saídas (relatórios
e cálculos) (O’BRIEN, 2004), e também engloba pessoas, procedimentos e facilidades físicas
e opera em um determinado ambiente (TURBAN, MCLEAN e WETHERBE, 2004).
42
Para Laudon e Laudon (1999) informações sobre pessoas, lugares e coisas de
interesse, no ambiente ao redor da organização e dentro da própria organização estão contidas
nos SI’s. Para eles, os SI’s essencialmente transformam a informação em uma forma utilivel
para a coordenação de um fluxo de trabalho de uma empresa, apoiando na tomada de decisões
de colaboradores e gerentes, na análise e visualização de assuntos complexos e na resolução
de outros tipos de problemas.
Stair e Reynolds (2002) expressam que sistemas de informação é um conjunto de
componentes inter-relacionados que coletam (entrada), manipulam (processamento),
armazenam, analisam e disseminam (saída) dados e informação, proporcionando um
mecanismo de feedback para atender a um objetivo específico.
Nesse sentido, os SI’s devem conter no seu âmbito, as informações necessárias para
atender às demandas dos seus usuários. A informação, neste caso, significa que os dados
foram moldados de uma forma tal para serem disponíveis e servirem a um determinado
propósito. Isso porque, a informão disponível representa uma fonte de poder, uma vez que
permite analisar fatores do passado e compreender o presente, proporcionando melhores
alternativas de decisão.
De acordo com Polloni
14
(2000) apud Brito e Senger (2006) um SI é qualquer sistema
que processe informações e produza resultados para um fim específico em que cada um de
seus sistemas integre um sistema automatizado de uma organização. Cabe observar que, os
SI’s não precisam ser, necessariamente, suportados por uma base computacional. Entretanto,
uma notória tendência em considerar os SI’s dentro de uma visão estritamente técnica,
dado o grande avanço e popularização dos computadores e da tecnologia de um modo geral.
Peixoto (2003) salienta que a questão dos SI’s envolve tanto aspectos técnicos como
organizacionais que incluem recursos humanos, negócios, metas, e principalmente, uma
postura administrativa ampla e bem elaborada. A implementação dessa tecnologia resulta em
benefícios, tanto à estrutura organizacional quanto para as rotinas específicas de trabalho.
O’Brien (2004) apresenta um modelo, conforme pode ser visualizado na Ilustração
3.6, que expressa uma estrutura conceitual básica para representar os cincos principais
elementos e atividades de um SI.
Esse sistema de informação proposto por O’Brien (2004) tem como finalidade
executar atividades de entrada, processamento, produção, armazenamento e controle para
converter os dados em produtos de informão para atender a um determinado propósito.
14
Polloni, E. G. F.. Administrando sistemas de informação. São Paulo: Futura, 2000.
43
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Controle de
Desempenho
do Sistema
Saída de
Produtos de
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Armazenamento de
Recursos de Dados
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Recursos de Rede
Meios de Comunicação e Suporte de Rede
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Processamento de
Dados em
Informações
Entrada de
Recursos de
Dados
Ilustração 3.6 Figura Os Cincos Elementos de um SI
Fonte: O’Brien (2004).
Complementa Dias (2006) esclarecendo que os SI’s também agregam componentes
intangíveis, que são os sinais oriundos do ambiente interno e externo, permitindo conhecer
mais claramente um fenômeno ou evento. Para ele, os SI’s “têm a capacidade de melhorar o
gerenciamento e diminuir a incerteza das decisões” (p. 24-25).
Turban, McLean e Wetherbe (2004) propõem um SI composto de seis elementos, mais
abrangente do que o de O’Brien (2004), conforme pode ser visualizado na Ilustração 3.7.
COMPONENTE DESCRIÇÃO
Hardware
Conjunto de dispositivos ou equipamentos como processador, monitor, teclado,
scanner e impressora. Juntos, eles recebem dados e informação, processa-os e
apresenta-os.
Software
Conjunto de programas que apresentam instruções ao hardware de como este
deve processar os dados.
Banco de Dados
Coleção de arquivos relacionados, tabelas, relações, os quais armazenam dados
e as associações existentes entre eles.
Rede
Sistema de conexão que permite o compartilhamento de recursos entre os
diversos computadores. Pode ser uma rede com ou sem fio.
Procedimentos
Conjunto de instruções sobre como combinar os recursos acima, com a
finalidade de processar as informões e proporcionar a saída desejada.
Pessoas
Indivíduos que trabalham com o sistema, comunicam-se com ele ou usam, de
alguma forma, suas saídas.
Ilustração 3.7 Quadro Os Seis Elementos de um SI
Fonte: Adaptado de Turban, McLean e Wetherbe (2004).
44
Porém, Turban, McLean e Wetherbe (2004) ressalvam que nem todos os sistemas
possuem todos esses elementos. Em complemento, os mencionados autores informam que
todos SI’s têm um objetivo e um contexto social. Para eles, um objetivo comum de um SI é
apresentar solução para um problema de negócio e o contexto social é o meio que envolve a
cultura que permeia os SI’s.
Na ótica de O’Brien (2004, p.6), “o campo dos SI’s engloba muitas tecnologias
complexas, conceitos comportamentais abstratos e aplicações especializadas em inúmeras
áreas empresariais e não empresariais”. Explicita que um gerente ou usuário final não precisa
assimilar todos estes conhecimentos, porém, áreas do conhecimento que devem ser
consideradas, como aquelas que envolvem: desafios gerenciais, aplicações empresariais,
processos de desenvolvimento, conceitos básicos e tecnologia de informação que, juntas
formam a arquitetura do conhecimento, conforme pode ser visto na Ilustração 3.8.
Desafios
Gerenciais
(Pessoas)
Aplicações Tecnologias da
Empresariais Informação
(Software) Sistemas de (Hardware)
Informação
Processos de Conceitos Básicos
Desenvolvimento (Redes)
(Dados)
Ilustração 3.8 Figura Principais Áreas do Conhecimento de SI’s e seus Recursos
Fonte: O’Brien (2004, p. 6).
A empresa vista como um sistema organizacional, funcionando em um ambiente que
contém outros sistemas, denominados subsistemas, onde a fronteira de cada sistema o separa
do seu ambiente, podendo conter vários sistemas compartilhados no mesmo ambiente, através
da interface, transforma os recursos econômicos em bens e serviços por meio de vários
processos organizacionais (O’BRIEN, 2004).
45
Nessa conjuntura, os SI’s fornecem informações (feedback) para a administração sobre
recursos econômicos, processos organizacionais e bens e serviços, numa relação de troca
permanente e constante de entrada e saídas com seu ambiente, conforme Ilustração 3.9.
Ilustração 3.9 Figura O Processo de SI no Ambiente de Negócios
Fonte: O’Brien (2004, p. 19).
Segundo Oliveira (2005) dado à evolução e o emprego maciço das tecnologias de
informação (notadamente a informática e as telecomunicações) para adicionar valor à
informação, o caso particular dos Sistemas de Informação Baseados em Computadores (CBIS
Computer Based Information Systems) tornou-se dominante na literatura, levando muitos
autores a simplificarem o tratamento generalizado de SI. Para Turban, McLean e Wetherbe
(2004) um CBIS é um SI que utiliza a tecnologia de computadores para executar algumas ou
todas as tarefas que se pretende executar.
Entretanto, no presente estudo, a diferenciação será considerada, entendendo-se o SI
de forma generalizada, podendo ou não usar-se ou valer-se dos recursos tecnológicos, dentro
de uma abordagem sociotécnica, pressupondo o uso de tecnologia contextualizada numa
organização ou empresa, conforme se instrui a partir dos conceitos apresentados na Ilustração
3.10.
As pessoas e os procedimentos são preponderantes para se atingirem os objetivos
organizacionais. Para Stair e Reynolds (2002, p. 15), as pessoas representam o elemento
mais importante na maioria dos sistemas de informação computadorizados, incluindo aquelas
46
que gerenciam, executam, programam e mantêm o sistema”. Os procedimentos referem-se às
estratégias, poticas e definições em relação ao uso dos SI’s.
AUTOR CONCEITO
Mason e Mitroff (1973) Um sistema de informação é composto, pelo menos, de uma pessoa com
um certo tipo psicológico, a qual depara-se com algum tipo de problema
inserido num dado contexto organizacional, necessitando de evidências
para chegar a uma solução, e que essa evidência é disponível ao
solucionador de problemas por meio de algum modo de apresentação.
Campos Filho (1994, p.
34)
“O SI é uma combinação estruturada de informação, recursos humanos,
tecnologias de informação e práticas de trabalho, organizados de forma a
permitir o melhor entendimento dos objetivos da organização”.
Manãs (1994, p. 53) “o conjunto interdependente das pessoas, das estruturas da organização,
das tecnologias de informação (hardware e software), dos procedimentos e
todos que deveriam permitir à empresa dispor, no tempo desejado, as
informações de que necessita (ou necessárias) para seu funcionamento
atual e para sua evolução”.
Laudon e Laudon
(1999, p. 4)
“sistema de informação (SI) pode ser definido como um conjunto de
componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar,
processar, armazenar e distribuir informações com a finalidade de facilitar
o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e o processo
decisório em empresas e outras organizações”.
Rezende e Abreu (2000,
p. 62)
“Sistema de informação pode ser definido como o processo de
transformação de dados em informações que o utilizadas na estrutura
decisória da empresa e que proporciona a sustentação administrativa,
visando à otimização dos resultados esperados”.
Padoveze (2000, p. 47) Sistemas de Informação é um conjunto de recursos humanos, materiais,
tecnológicos e financeiros agregados segundo uma seqüência lógica para o
processamento dos dados e tradução em informações, para, com seu
produto, permitir às organizações o cumprimento de seus objetivos
principais”.
Moscove, Simkin e
Bagranoff (2002, p. 23)
“Sistemas de informação é um conjunto de subsistemas inter-relacionados,
que funcionam em conjunto para coletar, processar, armazenar,
transformar e distribuir informações para fins de planejamento, tomada de
decisões e controle”.
Ilustração 3.10 Quadro Conceito de SI’s Baseados numa Abordagem Sociotécnica
Fonte: Autor da dissertação (2008)
A visão adotada no presente estudo, de que os SI’s são sistemas sociotécnicos,
envolvem a coordenação de tecnologia, organizações e pessoas. De nada adianta a tecnologia
mais avançada de computação se as empresas não podem fazer uso da tecnologia e os
indivíduos não se sentem à vontade ao usá-la. Conforme relatam Guelman (2005) e Miranda
et al. (2006) de nada adianta investir em tecnologia e proteção física se não tem a colaboração
e o comprometimento das pessoas.
Na perspectiva sociotécnica, a tecnologia da informação, as organizações e os
indivíduos passam por um processo de ajuste contínuo e descoberta mútua, à proporção que
47
os sistemas são desenvolvidos (LAUDON e LAUDON, 1999). A Ilustração 3.11 mostra esse
processo de ajustamento e alteração contínuos que ocorre enquanto os SI’s são constrdos.
Tecnologia Organizações
Sistema
Completo
Indivíduos
Ilustração 3.11 Figura Visão Sociotécnica de SI’s
Fonte: Laudon e Laudon (1999, p. 11).
Em um sistema, relatam Laudon e Laudon (1999), tecnologia, organizações e pessoas
devem cooperar e ajudar-se mutuamente para otimizar o desempenho do sistema de forma
completa. Assim, as habilidades técnicas, as habilidades organizacionais e as habilidades
analíticas de soluções de problemas se ajustam e se modificam continuamente ao longo do
tempo.
Laudon e Laudon (1999) salientam que em várias circunstâncias, a tecnologia deve
ser alterada para se adequar às necessidades específicas de cada organização. As mudanças,
esporadicamente, e ao seu devido tempo, devem ser criadas e depois implementadas. E uma
quantidade considerável de retreinamentos de colaboradores deve acontecer para que seja
desenvolvido um sistema útil e bem-sucedido.
Os SI’s, para certas empresas, e conforme seus objetivos e necessidades
informacionais, podem ser empregados em diversas áreas e diferentes veis hierárquicos, a
saber: Sistema de Informações Contábeis, Sistema de Informações de Marketing, Sistema de
Informações de Recursos Humanos, Sistema de Informações Gerenciais, Sistema de Apoio à
Decisão, Sistema de Informações de Produção e Sistema de Informações Operacionais, etc.
Chaves e Falsarella (1995) relatam que a área de gerenciamento de SI’s é bastante
abrangente, encontrando-se grande quantidade de definições e termos caracterizando-os e
classificando-os que pode levar o leitor a confundir-se com a realidade funcional existente.
48
Devido a esta grande abrangência de SI’s, cabe apresentar em termos conceituais, suas
principais categorias de classificação.
3.1.4 Tipos de Sistemas de Informações
Os SI’s podem ser classificados, genericamente, em operacional, de conhecimento,
gerencial e estratégico (LAUDON e LAUDON, 1999; RESENDE e ABREU, 2000; STAIR e
REYNOLDS, 2002; O’BRIEN, 2004; OLIVEIRA, 2004). A Ilustração 3.12 apresenta
algumas abordagens em relação aos tipos de SI, considerando-se os quatros níveis expostos
acima.
Autores Nível Operacional Nível de Conhecimento Nível Gerencial/Estratégico
Laudon e
Laudon
(1999)
Sistemas de
Processamento das
Transações.
Sistemas de Automação de
Escritórios; Sistemas de
Trabalhadores do
Conhecimento; e Sistemas
Especialistas.
Sistemas de Informações
Gerenciais; Sistemas de
Suporte à Decisão; e Sistemas
de Suporte Executivo.
Resende e
Abreu
(2000)
Sistemas de Informação
Operacionais.
---
Sistemas de Informação
Gerenciais; e Sistemas de
Informação Estratégicos.
Stair e
Reynolds
(2002)
Sistemas de
Processamento de
Transações; e Comércio
Eletrônico.
Sistemas de Inteligência
Artificial; e Sistemas
Especialistas.
Sistemas de Informações
Gerenciais; Sistemas de
Suporte à Decisão; e Sistemas
de Suporte Executivo.
O’Brien
(2004)
Sistemas de
Processamento das
Transações; Sistemas de
Controle de Processos; e
Sistemas Colaborativos.
---
Sistemas de Informações
Gerenciais; Sistemas de Apoio
à Decisão; e Sistemas de
Informação Executiva.
Oliveira
(2004)
Sistemas de Transação e
Processo.
Sistemas Especialistas; e
Sistemas de Automação.
Sistemas de Informações
Gerenciais; e Sistemas de
Apoio à Decisão.
Ilustração 3.12 Quadro Tipos de SI’s
Fonte: Autor da dissertação (2008)
Brito e Senger (2006) citando Resende (2002) esclarecem que, independentemente do
seu nível de classificação, os SI’s têm por escopo primordial auxiliar nos processos de tomada
de decisão na organização, caso contrário, sua existência não será significativa para a
organização.
De forma análoga, Bratz (1971) informa que o SI visa, essencialmente, a melhorar o
processo decisório por meio de um tratamento adequado à informação, que é efetivamente um
recurso econômico para a empresa. O autor considera que o SI especifica o conteúdo e forma,
a preparação e integração de informação para todas as funções da organização de modo a
49
satisfazer da melhor forma possível o planejamento, a organização e o controle nos vários
níveis administrativos.
Para Albertin e Moura (1995), atualmente os SI’s têm participado de toda atividade de
negócio de uma organização que oferece um produto ou serviço, desde a concepção,
planejamento e produção até a comercialização, distribuição e suporte. Como conseqüência,
os SI’s têm se tornado um elemento crítico do planejamento estratégico corporativo e da
vantagem competitiva.
Nesta mesma linha de raciocínio, Stair e Reynolds (2002) destacam que trabalhadores
de todos os níveis de conhecimento, de todos os tipos de organizações, em diversas áreas
funcionais estão fazendo uso dos SI’s para melhorar seu desempenho e sua própria eficácia.
Esses colaboradores utilizam os SI’s para apoiar na realização de tarefas rotineiras e
específicas das organizações, bem como nas decisões a serem tomadas em vários
departamentos e no fornecimento de alternativas para projetos em larga escala e
oportunidades de negócio. A seguir, apresenta-se de forma sucinta, conforme a classificação
dos principais autores estudados (SPRAGUE JÚNIOR, 1980; LAUDON e LAUDON, 1999;
RESENDE e ABREU, 2000; STAIR e REYNOLDS, 2002; O’BRIEN, 2004; OLIVEIRA,
2004), a descrição em termos conceituais dos principais tipos de SI, a saber:
Sistemas de Processamento de Transações (TPS – Transaction Processing
Systems): tipologia de sistemas pertencentes ao nível operacional, constituindo-
se na base de informatização de qualquer organização. Tais sistemas são
utilizados para resolver problemas de operação, serviços e produção,
representando a aplicação dos conceitos de informação e tecnologia para as
transações rotineiras e repetitivas das organizações; por isso, ficam em
constante uso nas empresas, envolvendo o processamento de transações e
controle de dados e processos. Laudon e Laudon (1999) destacam dois
aspectos importantes a respeito desse tipo de sistema: a) eles são importantes
fornecedores de dados para o nível operacional, e b) são eles os maiores
produtores de informão para os níveis mais elevados de uma empresa.
Sprague Júnior (1980) salienta que as características básicas desses sistemas
incluem: (a) foco no armazenamento, processamento e fluxos de dados no
nível operacional; (b) processamento de transões de forma eficiente; (c)
processamento planejados e otimizados; (d) arquivos integrados para
atividades afins; e (e) relatórios para gerenciamento.
50
Sistemas de Automação de Escritórios (OAS Office Automation Systems):
tipologia de sistemas relacionados ao nível de conhecimento, podendo ser
utilizados para gerenciar documentos, estabelecer comunicações com pessoas e
grupos, gerenciar informações de consumidores, fornecedores, clientes
externos e internos e gerenciar projetos. Devido ao conjunto de fenômenos,
dentre os quais, a revolução digital, que foram reconhecidas e consideradas
pelas organizações e, que estão relacionadas ao conhecimento e especialidade
técnica, Laudon e Laudon (1999), enfatizam que os OAS dão suporte aos
trabalhadores técnicos e da informação. Esses autores definem esse tipo de
sistema como sendo toda aplicação da tecnologia de informação com o
objetivo de aumentar a produtividade dos trabalhadores da informação de
escririos.
Sistemas Especialistas (ES Expert Systems ou ESS Expert Support
Systems): são os sistemas pertencentes ao nível de conhecimento, criados para
resolver problemas em um determinado donio (área de interesse específico
para as quais se pode desenhar um sistema de Inteligência Artificial IA) cujo
conhecimento utilizado é fornecido por pessoas que são peritos ou especialistas
naquele donio. Tais sistemas, de acordo com Laudon e Laudon (1999), são
voltados: a) para resolver problemas tão bem, ou até melhor, quanto os seres
humanos tomadores de decisão; b) a aplicar o conhecimento humano a
problemas bem-compreendidos; e c) a ser capazes de informar como chegam
às decisões que tomam. Os ESS dispõem de um amplo potencial de aplicação
em inúmeras áreas de empreendimentos humanos como no monitoramento de
reatores nucleares, execução de diagnósticos médicos, localização de possíveis
reparos de problemas, etc. Porém, ressalvam os mencionados autores que os
ESS carecem de senso comum, podendo não ser úteis em algumas áreas de
negócios, como gerência geral, que exigem uma eterna busca de soluções.
Sistemas de Informações Gerenciais (MIS Management Information
Systems): tipologia de sistemas pertencentes ao nível tático, utilizados para
apoiar os gestores intermediários a supervisionar e coordenar as atividades
diárias da empresa, principalmente no que diz respeito às questões sobre como
atingir os objetivos e como controlar e avaliar o processo de alcance das metas.
Para Stair e Reynolds (2002, p. 18) um MIS “abrange uma coleção organizada
de pessoas, procedimentos, software, banco de dados e dispositivos que
51
fornecem informação rotineira aos gerentes e aos tomadores de decisão”. Aqui,
os autores esclarecem que o foco é, principalmente, na eficiência operacional.
Os MIS obtêm dados a partir dos sistemas de processamento de transações da
empresa, comprimindo-os por meio de resumos e apresenta as informações em
longos relatórios, que são produzidos em uma base regularmente programada e
sobre perguntas rotineiras e estruturadas. As principais características desse
tipo de sistema são apresentadas por Sprague Júnior (1980) como sendo: (a)
foco sobre a informação, direcionado a gerentes de nível intermediário; (b)
fluxo de informações estruturado; (c) integração de atividades por função
empresarial, tais como MIS para produção, MIS para marketing, MIS para
pessoal, MIS para finanças etc.; e (d) geração de relatórios e consultas,
normalmente por um banco de dados.
Sistemas de Suporte ou Apoio à Decisão (DSS Decision Support Systems):
tipologia de sistemas relacionados ao nível gerencial, utilizados para dar
suporte à discussão e à solução de problemas semi-estruturados, para os quais
somente algumas das partes têm uma resposta definida proporcionada por uma
metodologia reconhecida. Tais sistemas são interativos no sentido em que o
usuário interage diretamente com os dados, sendo úteis na solução de
problemas desestruturados ou semi-estruturados. Stair e Reynolds (2002, p. 19)
conceituam um DSS como “uma coleção organizada de pessoas,
procedimentos, software, banco de dados e dispositivos usados para dar
suporte a um problema específico na tomada de decisão”. Aqui, os
mencionados autores enfatizam que o foco incide sobre a eficácia da tomada
de decisão. É senso comum entre autores como Laudon e Laudon (1999) e
Stair e Reynolds (2002) de que enquanto os MIS possuem ferramentas
analíticas relativamente simples, como médias, somas, desvios do plano,
produzindo relatórios de rotina para resolver problemas estruturados e
repetitivos, os DSS possuem ferramentas analíticas e de modelagem de dados
muito sofisticados, como planilhas embutidas, análises estatísticas e
simulações, fornecendo respostas interativas para solucionar problemas semi-
estruturados ou não-rotineiros. Sprague Júnior (1980), por sua vez, baseando-
se nos trabalhos de Alter (1977
15
; 1980
16
), Keen
17
(1980) e outros, apresenta
15
Alter, S.. “A taxomonomy of decision support systems”. Sloan Management Review, v. 19, n. 1, p. 39-56,
outono, 1977.
52
algumas características de um DSS que corroboram algumas informações
apresentadas, a saber: (a) tendem a ser voltados para problemas menos bem
estruturados e menos especificados com os quais os gerentes de alto vel
hierárquico se deparam; (b) tentam combinar o uso de modelos ou técnicas
analíticas a funções tradicionais de acesso e recuperação de informações; (c)
concentram-se especificamente em recursos que facilitem seu uso para pessoal
o especializado em computação de maneira interativa; e (d) enfatizam a
flexibilidade e a adaptabilidade de acomodar mudanças no ambiente e na
abordagem à tomada de decisões utilizada pelo usuário. Visando esclarecer o
conceito, Sprague Júnior (1980) alerta para o fato de que um DSS não é
meramente uma evolução do TPS ou do MIS, e certamente não substituinem
um nem outro. Para ele, também não é um tipo de SI voltado exclusivamente
para a gerência de alto nível. De acordo com o autor, um DSS “é um tipo de
sistema de informação que engloba sistemas de processamento de transações e
interage com as outras partes do sistema de informação a fim de dar apoio às
atividades decisórias dos gerentes e de outros funciorios da empresa” (p. 15).
Sistemas de Suporte ou Apoio Executivo (ESSExecutive Support Systems ou
EIS Executive Information Systems): são os sistemas relacionados ao vel
estratégico da organização, desenvolvidos para atender as necessidades de
informação dos gerentes seniores no planejamento do curso das ões a longo
prazo, permitindo o acompanhamento diário de resultados por meio da
tabulação de dados de todas as áreas funcionais da empresa, assim como de
fontes externas, buscando auxiliar a alta administração na tomada de decisão
o-estruturada. Os EIS, na concepção de Laudon e Laudon (1999): a) são
utilizados pela alta administração sem técnicos intermediários; b) requerem
uma maior quantidade de dados provenientes do meio externo à empresa; c)
contêm dados estruturados e não-estruturados; e d) utilizam o que de mais
moderno em tecnologia de comunicações, texto e gráficos integrados que,
como lentes de zoom, podem ser focalizadas rapidamente em problemas
detalhados para propiciar uma visão geral da empresa. Sprague Júnior (1980,
p. 17) conceitua Sistemas de Informação Executiva como sendo:
16
Alter, S.. Decision support systems: current practice and continuing challenges. Reading, Mass.: Addison-
Wesley, 1980.
17
Keen, P. G. W.. “Adaptive design for DSS”. Database, v. 12, n. 1 e 2, p. 15-25, outono, 1980.
53
[…] um conjunto integrado de recursos que inclui preparação de relatórios, recursos
de consulta, uma linguagem de modelos, comandos para exibição de gráficos e um
conjunto de sub-rotinas para análise estatística e financeira. […] A contribuição do
EIS é que esses recursos estão disponíveis através de uma linguagem em comum
que age sobre um conjunto de dados em comum.
Turban e Schaeffer (1991), ratificando algumas dessas informações
apresentadas, explicitam que esses sistemas o aqueles que se destinam
especificamente a satisfazer as necessidades de executivos de alto vel e a
eliminar a necessidade de intermediários entre executivos e computadores.
Assim, como principais características desses sistemas, os mencionados
autores destacam: (a) destinam-se a satisfazer às necessidades informacionais
dos executivos de alto nível hierárquico; (b) são utilizados, principalmente,
para o acompanhamento e o controle das tarefas; (c) adaptam-se ao estilo de
tomada de decisões de cada executivo em particular; (d) contêm recursos
gráficos de alta qualidade para que as informações possam ser apresentadas
graficamente de diversas maneiras e as implicações dos dados apresentados
possam ser analisadas; (e) destinam-se a propiciar informações de formas
rápida e adequada para decisões que são tomadas sob pressão; (f) são fáceis de
usar, não precisando ser especialista em computadores para usufruir de seus
recursos; (g) são desenvolvidos de forma a enquadrar na cultura da
organização e no seu estilo de tomada de decisão; (h) possibilitam acesso
rápido a informações correntes; (i) proporcionam acesso rápido a informações
detalhadas subjacentes a textos, números ou gráficos, organizando as
informações de forma vertical no sentido descendente; (j) filtram, resumem e
apresentam dados críticos; e (l) utilizam-se de forma intensa de dados do
ambiente tanto interno quanto externo da empresa (concorrentes, clientes,
indústria, mercados, governo, internacionais) contidos em bancos de dados on-
line, relarios sobre serviços, mercado de ações e instituições financeiras, e
outros fornecedores de informão. Pode-se utilizar desses sistemas para
auxiliar no desenvolvimento de cenários, aplicando modelos estatísticos
sofisticados para as previsões da empresa e, empregando outras ferramentas
para expandir a capacidade da alta administração no planejamento futuro.
Comparando esses sistemas com o MIS, Turban e Schaeffer (1991) expõem
que uma das principais diferenças está no número de usuários. Para eles,
54
enquanto os EIS’s destinam-se a um pequeno número de executivos, os MIS’s,
em geral, destinam-se a todos os níveis gerenciais. Os sistemas MIS
concentram-se no controle e na análise de problemas estruturados. Os sistemas
EIS concentram-se em problemas e oportunidades identificados.
Conforme evidenciado uma variedade considerável em relação à tipologia de SI
existente no mundo real. Desta forma, O’Brien (2004, p. 28), agrupa-os em duas grandes
vertentes, que se subdividem de acordo com os papéis que cada um desempenha nas
operões e na administração de um empreendimento em: Sistemas de Suporte às Operações e
Sistemas de Suporte Gerencial, como mostra Ilustração 3.13. Cabe destacar que esta
classificação de O’Brien (2004) indica maior clareza para a aplicabilidade operacional em
uma organização, enquanto que as demais sintetizadas, uma mera ênfase acadêmica.
Apoio à Tomada de
Apoio às Operações Decisão Gerencial
Processamento Controle de Colaboração Relatórios Apoio Interativo Informão
de Processos entre Equipes Padronizados à Decisão Elaborada
Transações Industriais e Grupos de para os Gestores Especifica-
Trabalho mente para
Executivos
Ilustração 3.13 Figura Classificação dos SI’s
Fonte: Adaptado de O’Brien (2004, p. 28).
Pode-se, ainda, classificar os SI com base em sua abranncia na organização ou em
termos do número de pessoas que fazem uso dele. Nesse sentido, ao analisar os SI’s de uma
empresa, pode-se encontrar sistemas construídos para divisões corporativas, departamentos,
unidades de operação e mesmo para indivíduos. Esses sistemas podem ser stand alone
18
ou
interconectados com outros (RESENDE e ABREU, 2000). Com relação à tipologia, Resende
18
Stand alone é o termo inglês que virou jargão da área de informática. Significa “equipamento que opera
sozinho”, ou opera fora de uma rede.
Sistemas de Informação
Sistemas de Apoio
às Operações
Sistemas de Apoio
Gerencial
Sistemas
de
Processa-
mento de
Transações
Sistemas
de
Controle
de
Processos
Sistemas
Colaborati-
vos
Sistemas
de
Informa-
ção
Gerencial
Sistemas
de
Apoio
à
Decisão
Sistemas
de
Informa-
ção
Executiva
55
e Abreu (2000) e Perez (2006) apresentam cinco tipos de SI, mais comumente utilizados, a
saber:
Sistemas de Informação Individuais: são os sistemas que afetam a forma de
trabalhar de um único indivíduo ou agregam valor ao trabalho individual,
facilitando o processo de trabalho deste indivíduo ou a produção de um produto
por ele. As principais categorias destes sistemas são aqueles que dão suporte às
comunicações, à análise e tomada de decisão e ao registro e monitoramento das
atividades;
Sistema de Informação Grupal: são sistemas que afetam grupos de indivíduos que
trabalham juntos ou agregam valor ao processo, produto e à qualidade. Esses
sistemas podem ser usados para facilitar as operações, gerenciamento e
planejamento estratégico de um grupo de trabalho, bem como ajudar na melhoria
ou inovação de processos e produtos. As principais categorias desses sistemas são
aplicações que compartilham hardware, aplicações para comunicações, análise e
controle de documentos e monitoramento do trabalho do grupo;
Sistemas de Informão Organizacional: são sistemas que afetam um grande
número de pessoas em uma organização ou podem ajudar no redesign de
processos de negócios, no reprojeto de rede de negócios, ou na própria redefinição
do escopo do negócio. As principais categorias desses sistemas são aplicações
localizadas e sistemas interdepartamentais. Enquanto esses sistemas na categoria
das aplicações localizadas podem incluir tanto sistemas de informação pessoais
quanto de grupo, esses sistemas na categoria de sistemas interdepartamentais
permitem a integração de atividades de departamentos separados de modo que os
departamentos respondam de forma consistente e coordenada;
Sistemas de Informação Interorganizacional: são sistemas usados por diversas
organizações simultaneamente, visando uma interação mais produtiva. Eles
trazem benefícios por facilitar controle operacional, gestão e planejamento
estratégico, permitindo, por conseguinte, às empresas uma melhoria da qualidade
de seus processos e produtos; e
Sistemas de Informão Globais: são sistemas que operam em organizações
geograficamente dispersas pelo mundo, contemplando a coordenação e parceria
por meio de redes complexas, cuja efetividade em seu gerenciamento representa
uma fonte primária de vantagem competitiva. Consistem em sistemas baseados
56
em processamento distribuído da informação que cruzam fronteiras nacionais para
dar suporte a empresas globais ou multinacionais.
Laudon e Laudon (1999) salientam que nenhum sistema sozinho rege todas as
atividades de uma organização por completo. Comumente, as organizações possuem
diferentes tipos de SI para enfocar diferentes níveis de problemas e diferentes funções dentro
da organização.
A Ilustração 3.14 ilustra esta situação, mostrando uma visão integrada do papel dos
SI’s em uma organização, em que se demonstram os diferentes tipos de SI’s conforme o nível
organizacional (as gerências sênior e média, os trabalhadores do conhecimento e os
funcionários de produção e serviços), assim como os diferentes tipos de SI’s conforme o
problema organizacional (estratégico, tático, conhecimento e operacional).
Problema Nível
Organizacional Organizacional
Estratégico Gerência Sênior
Tático Gerência Média
ou Intermediária
Conhecimento Trabalhadores do
Conhecimento
Operões, Funcionários da
Produção, Produção e Serviços
Serviço
Produção Finanças/ Vendas Recursos
Contabilidade Marketing Humanos
Ilustração 3.14 Figura Visão Integrada do Papel dos SI’s em uma Organização
Fonte: Laudon e Laudon (1999, p. 27).
Conforme se pode perceber na Ilustração 3.14, e em paralelo com Laudon e Laudon
(1999), as organizações, aqui, não têm um único grande sistema, mas diferentes sistemas
especializados que servem a diferentes funções e a diferentes níveis organizacionais. Sendo
assim, há sistemas de fabricação e produção, sistemas de finanças e contabilidade, sistemas de
vendas e marketing, sistemas de recursos humanos, bem como sistemas em nível estratégico,
sistemas para as gerências intermediárias, sistemas de conhecimento e sistemas operacionais.
57
Os sistemas de nível estratégico ajudam os gestores seniores a planejar o curso de ação
a longo prazo. Sistemas táticos ajudam os gestores intermediários a supervisionar e coordenar
as atividades diárias da organização. Os especialistas e funcionários de escritório utilizam de
conhecimento para projetar produtos, racionalizar serviços e lidar com documentos, enquanto
os sistemas operacionais tratam das atividades drias de produção e serviço (LAUDON e
LAUDON, 1999).
3.1.5 Componentes de Sistemas de Informação
Conforme destacado, um CBIS (Computer Based Information Systems) utiliza a
tecnologia de computação para executar parte das funções de processamento de um sistema de
informação. Entretanto, como também já exposto, o SI come-se de outros elementos, além
de meros recursos computacionais. Assim, um SI é parte integrante de uma organização e é
composto de três elementos, a saber: organizações, pessoas e tecnologia. Destarte, enquanto
autores como Stair e Reynolds (2002) e Campos Filho (1994), consideram as pessoas como
um componente importante, autores como Manãs (1994), Laudon e Laudon (1999) e Cruz
(2003) incluem também organizações e tecnologia como componentes igualmente relevantes.
Nas subseções a seguir, aborda-se cada um dos componentes, de acordo com os autores
citados.
3.1.5.1 Organizações
Stair e Reynolds (2002, p. 32) apresentam o conceito de organização como sendo “um
conjunto de pessoas e de vários outros recursos estabelecidos para realizar uma rie de
metas”. Pode ser do tipo com fins lucrativos ou do tipo sem fins lucrativos, diferenciando-se,
respectivamente, pelo foco financeiro e pelo foco social. Os autores ainda visualizam a
organização como um sistema, onde pessoas, materiais, máquinas e equipamentos, dados,
informação, conhecimento e decisões estão constantemente fluindo.
Sob a ótica de Laudon e Laudon (1999) as organizações são responsáveis por moldar
os SI’s, uma vez que elas possuem estruturas hierárquicas, procedimentos formais, ou regras
para o cumprimento das tarefas, cultura específica, premissas fundamentais, valores
agregados, etc. Os mencionados autores propõem a existência de quatro funções em qualquer
organização, independentemente, de seu tamanho: Produção, Vendas e Marketing, Finanças e
Contabilidade e Recursos Humanos (RH). Assim, com o intuito de facilitar a compreensão
58
das funções empresariais, a Ilustração 3.15 esquematiza essas quatro funções clássicas, de
acordo com o apresentado por Laudon e Laudon (1999).
Vendas e
Produção Marketing
Produto
ou
Serviço
Recursos Finanças e
Humanos Contabilidade
Ilustração 3.15 Figura As Quatro Grandes Funções Clássicas de uma Empresa
Fonte: Laudon e Laudon (1999, p. 22).
Resende e Abreu (2000) ressalvam que, as funções organizacionais o devem ser
confundidas com unidades departamentais ou áreas da organização, visto que algumas
organizações não necessariamente têm todas as funções empresariais com departamentos
equivalentes e com o mesmo nome. Complementam enfatizando que, independentemente do
tipo e da forma de organograma utilizado pela organização, as funções organizacionais
existirão nas organizações na forma de atividades organizacionais.
De acordo com Laudon e Laudon (1999), a organização deve produzir alguma coisa,
seja um produto físico ou um serviço, e deve vender o produto. A empresa deve cumprir
tarefas de finanças e contabilidade para gerenciar seus ativos financeiros e seu fluxo de caixa,
e deve ainda se concentrar em assuntos pertinentes a recursos humanos.
Os SI’s, em razão desses aspectos da organização, se revelam relevantes para a
resolução de problemas e para a maximização de resultados. Nesse sentido, Stair e Reynolds
(2002, p. 32) ressaltam que, “as empresas reconhecem que tanto os conceitos organizacionais
relevantes quantos os processos precisam ser considerados e sustentados por sistemas de
informação efetivos”. Seu uso sofre influência da estrutura organizacional empresarial e do
modo particular com que a organização objetiva alcançar suas metas.
59
De acordo com os mencionados autores, as estruturas organizacionais podem ser
definidas como subunidades organizacionais que estão relacionadas e ligadas à organização
como um todo. Assim, apesar de existirem muitas possibilidades, a estrutura organizacional se
enquadra em uma das categorias relacionadas a seguir:
Estrutura Organizacional Tradicional: são estruturas que se representam por
meio do organograma da empresa de forma que o departamento principal se
reporta ao presidente ou ao cargo gerencial mais alto. As posições ou
departamentos principais são divididos de acordo com a função, sendo por
isso, chamadas de empresas de posições de linha. Porém, a quantidade de
níveis gerenciais na estrutura organizacional tradicional vem sendo reduzida,
dando aos trabalhadores maiores poderes (empowerment), responsabilidades e
autoridade para decidir, agir e controlar seus trabalhos. Ocorrendo a delegação
de poderes da organização para os funciorios, os SI representam um papel
essencial no fornecimento de informações aos níveis mais baixos da
hierarquia;
Estrutura Organizacional por Projeto: é uma estrutura que tem como epicentro
de tratamento os principais produtos e serviços da organização. As funções
empresariais ou organizacionais clássicas como marketing, finanças, recursos
humanos e produção são posicionadas dentro dessas unidades principais. Cabe
destacar que, quando determinado projeto termina, os participantes são
transferidos para a execução de um novo projeto;
Estrutura Organizacional em Equipe: é um tipo de estrutura que centraliza as
atividades nos grupos ou equipes de trabalho. Em determinadas circunstâncias,
essas equipes ou grupos de trabalhos são pequenos e, em outras, podem ser
muito grandes. Cabe frisar que aqui, há um líder que se reporta a um gerente de
nível superior na organização; e
Estrutura Organizacional Multidimensional: é um tipo de estrutura que engloba
empresas que possuem várias estruturas que funcionam ao mesmo tempo.
Como vantagem desse tipo de estrutura tem-se sua capacidade de enfatizar
simultaneamente tanto as áreas corporativas tradicionais, quanto as importantes
linhas de produto. Como desvantagem tem-se a possibilidade de existir
múltiplas linhas de autoridade.
Cruz (2003) apresenta a composição da estrutura organizacional numa visão
pragmática, constituída de estruturas formais e informais, em que a primeira pode ser
60
subdividida em estrutura tradicional e experimental. A seguir, comenta-se de forma sucinta
cada uma dessas estruturas na visão do mencionado autor.
Estrutura Formal Tradicional. Apresenta-se caráter gido. Caracteriza-se por
ser inflexível e hermética a influências externas, além de ser pouco ou
absolutamente desprovida de criatividade. Fundamenta-se em idéias um tanto
quanto obsoletas, incapazes de responder à dinamicidade e à mutabilidade das
empresas em nossos dias. Baseia-se no organograma e retrata tanto as cadeias
de comando como a hierarquia da organização, os órgãos de linha e os órgãos
de assessoria. Com essas características, esse tipo, tradicional, assemelha-se ao
modelo de Stair e Reynolds (2002) exposto anteriormente, os quais consideram
que as atividades da empresa, com essa estrutura, pautam-se por um conjunto
de normas, regras e procedimentos formais preestabelecidos;
Estrutura Formal Experimental. Novas formas de organizar as empresas estão
sendo experimentadas”. Para o autor, não denominação e entendimento
comuns, visto que ainda não foram exaustivamente testadas, o que, a priori,
desautoriza qualquer julgamento ou juízo de valor. Entretanto, ele se baseia em
organizações estruturalmente orientadas por processos (baseadas em
reengenharia), e àquelas que apresentam estruturas flexíveis (empresa virtual,
empresa eletrônica, consórcio modular, empresa terceirizada, grupos de
interesse, etc.); e
Estrutura Informal. Está presente e permeia todo e qualquer tipo de
organização, a despeito de não aparecer em lugar nenhum. Sejam as
organizações com ou sem fins lucrativos, sejam civis ou militares, o importa,
em todas se fazem presentes. Elas existem tanto nas organizações que estão
organizadas de forma tradicional quanto nas que estão organizadas de forma
experimental, podendo exercer influências mais poderosas que os demais tipos
de estrutura.
Para McGee e Prusak (1994, p. 46) a estrutura organizacional é o mecanismo mais
comum para a integração, fornecendo uma ferramenta para a transmissão da informação em
toda a organização”. Com a estrutura organizacional, a informação exerce a função de uma
cola” que une a organização.
De acordo com Manãs (1994, p. 55), independentemente de a estrutura organizacional
ser favorável ou desfavorável, há alguns traços característicos nas organizações que devem ser
levados em consideração, tais como:
61
Motivação individual;
Clima social;
Adesão ao projeto da empresa;
Competência dos recursos humanos;
Estilo de direção;
Sistema de estimulação no trabalho;
Cultura da empresa, padrões de comportamento, de crenças e conjunto de
valores fundamentais;
Grau de divisão do trabalho;
Grau de descentralização da estrutura;
Número de níveis hierárquicos;
Grau de desequilíbrio entre as funções; e
Grau de formalização do conhecimento e da memória coletiva.
Enfocando alguns desses traços gerais, merece destaque para tratamento de forma
conceitual, a cultura organizacional. A determinação da cultura organizacional como um dos
pilares que influenciam a informação dentro de uma organização é referenciada por autores
como Stair e Reynolds (2002) e Davenport (1998).
Para Stair e Reynolds (2002), a cultura organizacional é apresentada como sendo os
principais entendimentos e pressupostos mais importantes para uma empresa ou organização,
os quais podem incluir crenças, valores e abordagens comuns de tomada de decisão que,
geralmente, não o registrados e nem documentados formalmente.
Destacam que a cultura organizacional pode gerar um impacto significativo sobre o
desenvolvimento e a operação de sistemas de informação dentro da organização de forma a
influenciar os tomadores de decisão quanto a fatores e prioridades que devem ser
considerados na determinação dos objetivos de uma decisão. Superar a resistência às
mudanças pode ser uma tarefa difícil ao implantar os SI, pois muitos sistemas e novas
tecnologias falham em função de os colaboradores e os gerentes o apresentarem o preparo
suficiente para acompanhar as mudanças impostas pelo meio.
Na ótica de Davenport (1998), nas organizações, termos como comportamento e
cultura informacionais são poucos reconhecidos e, provavelmente os menos explorados pelos
gerentes. Esclarece que comportamento se relaciona ao modo como os indivíduos lidam com
a informação. Em outros termos, entende que o comportamento envolve atos individuais e que
a cultura abrange grupos ou organizações.
62
Especificamente esta última em relação à informação, define como o padrão de
comportamentos e atitudes que expressam a orientação informacional de uma organização.
Destaca que, não obstante algumas organizações terem a crença definida sobre como a
informação deve ser apresentada, sentimentos subjetivos que incluem prefencias,
predileções, antipatias e aversões que acabam provocando fortes atitudes culturais.
Em termos estratégicos, a informação pode ser utilizada como recurso ou capacitação,
como asseveram McGee e Prusak (1994, p. 44), os quais trazem à tona um importante recurso
necessário à organização, denominado Competência Específica da Organização” ou Core
Competence. Denominação introduzida por Hamel e Prahalad
19
(1989), conceituada como
sendo competência específica que toda organização precisa saber, e não somente possuir.
Colocam o conhecimento e a informação no elo entre a estratégia e execução.
Pelo exposto, pode-se concluir que toda e qualquer organização constitui num
ambiente confluente que abriga diferentes traços e elementos que utilizam diferentes sistemas
de informação.
3.1.5.2 Pessoas
As organizações procuram incitar o homem a instaurar e a melhorar as relações no seu
ambiente de trabalho, na sua esfera e na sua ação, fazendo-o interessar também por uma
harmoniosa vida de grupo, visto que compreendem a importância das pessoas que usam as
informações advindas de sistemas computacionais que se integram no ambiente de trabalho.
A interação entre pessoas e sistemas de informações é visualizada por autores como
Laudon e Laudon (1999), os quais relatam a necessidade de treinamentos especiais dos
colaboradores para fazer uso eficiente dos SI, visando aos resultados positivos. Alertam que a
interface com o usuário ou aquelas partes de um SI com as quais as pessoas devem interagir,
tais como relatórios ou terminais de vídeo, também têm grande influência na eficiência e na
produtividade e receptividade dos colaboradores aos SI.
Especificamente em relação ao pessoal da Área de Tecnologia (AI), Albertin e Moura
(1995) também destacam as exigências de capacitação desse pessoal, comentando que estas
têm mudado nos últimos anos, levando-os a voltar-se para o negócio e para o relacionamento
entre os ambientes internos e externos, além do aspecto técnico. Além disso, a qualidade de
pessoal técnico e gerencial deve superar as possíveis falhas e problemas do planejamento e da
organização.
19
Hamel, G.; Prahalad, C. K.. “Strategic intent”. Harvard Business Review, 67 (3), p. 63-76, 1989.
63
Manãs (1994, p. 55) chama a atenção para a importância do “voluntarismocomo
sendo uma atitude bastante impulsionadora de uma organização, essencialmente ligada ao
sucesso por meio da vontade de vencer e de fazer valer seu desejo. Sob este prisma, parte-se
do pressuposto de que os seres pensantes numa gestão participativa abrangem toda a formação
do capital humano da organização, assumindo responsabilidades e compromissos e
contribuindo para o desenvolvimento da organização.
As novas tecnologias estão provocando uma mudança fundamental na natureza do
trabalho do homem e alterando a maneira como os negócios são conduzidos. Assim, Santos
Júnior, Freitas e Luciano (2005) citam Tapscott
20
(1997), o qual enfatiza que a adoção dessas
novas tecnologias de sistemas de informação possibilita às pessoas fazer mais em menor
espaço de tempo, de modo que a eficiência resulte em economia de tempo que, por sua vez,
pode ser reinvestida na eficácia pessoal. No entanto, pode haver resistência interna a
mudanças, já que diferentes habilidades tornam-se relevantes na qualificação ou o dos
indivíduos para as tarefas, levando a um desequilíbrio na estrutura social existente.
Pode ocorrer resistência por parte dos funcionários, advinda do temor quanto ao
controle e ao monitoramento, conforme relatam Laudon e Laudon (1999). Do mesmo modo, a
resistência à mudança pode provocar a esquiva dos funcionários, que passam a adotar uma
postura de atribuir o sucesso ou a falha da mudança ao agente externo.
Stair e Reynolds (2002, p. 382) relatam que os problemas mais comuns que podem
surgir no início da implementação de um sistema novo ou melhorado são: a) temor do
colaborador em perder seu emprego, poder ou influência; b) crença de que o sistema proposto
gerará maior volume de trabalho; c) receio de o sistema proposto mudar negativamente a
estrutura da organização; d) má vontade em aprender novos procedimentos e abordagens.
De forma análoga, Barthol e Vasarhelyi (1995) já comentavam em seu artigo
intitulado “Resistências à Implantação de Sistemas de Informão Gerencial” sobre os
diversos tipos de resistência que poderão ser encontrados na implantação de SI. Para eles,
uma resistência consciente e bastante racional é a desconfiança por parte das pessoas. Várias
delas tiveram experiências desagradáveis com processos computadorizados e, acreditam que
computadores sejam mais causadores do que solucionadores de problemas.
Uma possível explicação para esta resistência reside no fato de que, quase sempre,
muitas organizações passam a automatizar suas operações apenas por cederem à atração
“mágica” que o processamento eletrônico ainda exerce sobre determinadas pessoas menos
20
Tapscott, D. Economia digital: promessa e perigo na era da inteligência em rede. São Paulo: Makron Books,
1997.
64
informadas. Por isso, alguns gestores, quando estimulados pela perspectiva de possuir um
computador e poder explorar este fato publicitariamente, costumam esquecer os problemas
que outras organizações experimentaram em situações semelhantes (BARTHOL e
VASARHELYI, 1995).
Outra resistência comum, segundo os mencionados autores, é a desinformação sobre
os efeitos sociais da automação. Essa resistência provém de trabalhadores que acreditam que a
implantação de computadores reduzias necessidades de mão-de-obra da organização, ou os
forçará a aprender novos conhecimentos e atitudes que eles não estão certos de poder ou
querer aprender (BARTHOL e VASARHELYI, 1995).
Barthol e Vasarhelyi (1995) baseados em Argyris
21
(1971) ainda expõem quatro outros
tipos de resistência que podem aparecer depois da implantação de um SI, muito embora,
excepcionalmente, seus primeiros sintomas possam ser notados por antecipação. O primeiro
tipo, eles chamam, de acordo com o denominado por Argyris (1971), de “redução de livre
movimento”; o segundo, “fracasso psicológico e limitão dupla”; o terceiro, “liderança
baseada mais em capacidade técnica do que em autoridade formal”; e o quarto, “sentimento
de essencialidade decrescente”.
Percebe-se assim, que as forças organizacionais como a cultura da empresa, a estrutura
de poder e o comportamento individual ou coletivo podem exercer ou provocar resistências à
implantação de um sistema em uma organização, bem como na avaliação de sua eficácia,
podendo atuar em sentido favorável ou desfavorável a essa implantação e, têm se mostrado
como o elemento mais delicado e difícil de gerenciar, haja vista o envolvimento de
comportamento.
No caso de um SI em que as tarefas não são totalmente automatizadas, não se pode
deixar de levar em consideração os recursos humanos como um dos componentes desse
sistema, como bem enfatiza Campos Filho (1994). Em geral, o desenvolvimento e a
implementação dos SI’s provocam impactos sobre os recursos humanos envolvidos, e essa é
uma situação de difícil gerenciamento.
Stair e Reynolds (2002) também esclarecem que o fator humano de qualquer empresa
ou organização condiciona o SI pelo seu nível de envolvimento e entendimento, pela sua
capacitação profissional, pelos seus comportamentos e atitudes, pela sua atuação, pela sua
interação, etc. Para eles, isto se torna mais visível quando o executivo decisor operacionaliza a
21
Argyris, C.. Management information systems... Management Science, p. 275-292, feb., 1971.
65
sua decisão e os resultados qualitativos e quantitativos do SI começam a aparecer de maneira
mais enfática.
Portanto, as pessoas devem passar por um planejado e estruturado treinamento para
conseguirem perceber os SI’s como ferramentais úteis, devendo, por isso, existir uma
estratégia da organização para conscientizar os colaboradores da importância e do ganho de
eficiência, quando operados adequadamente por todos os envolvidos.
3.1.5.3 Tecnologia
O último fator aqui considerado que influencia os SI’s, incluem recursos ou artefatos
tecnológicos, caracterizados como sendo os equipamentos ou softwares da organização. A
seguir, comenta-se de forma sucinta cada um desses fatores ou elementos.
Recursos de Hardware: compreendem todos os dispositivos sicos e
equipamentos utilizados para executar as atividades de entrada, processamento
e saída em um sistema de informação como o teclado, a unidade central de
processamento, os monitores de deo, as impressoras e os scanners óticos, e
as dias que o os disquetes, discos óticos, etc. Cabe ressalvar que não
incluem somente máquinas, como computadores e outros equipamentos, porém
também todas as outras mídias de dados, desde folhas de papel até discos
magnéticos (LAUDON e LAUDON, 1999).
Recursos de Software: incluem todos os conjuntos de instruções para
processamento de informação, consistindo em programas que se relacionam,
sendo que cada um deles é um grupo de instruções para executar tarefas
específicas de processamento. O software tem a função de dar sentido à razão
de ser da máquina. Esta sem software não sabe o que, como e quando fazer
determinada atividade, nem realizar os procedimentos de entrada, correção e
disseminação de dados.
Laudon e Laudon (1999) relatam que está ocorrendo o avanço mais rápido do
hardware do que a capacidade em se criar softwares úteis. Outro ponto enfatizado por eles é o
avanço mais rápido tanto dos softwares quanto dos hardwares em detrimento da capacidade
das organizações de compreendê-los e aplicá-los, conforme pode se perceber na Ilustração
3.16, a seguir.
66
Ilustração 3.16 Gráfico Problemas de Produtividade da Tecnologia
Fonte: Laudon e Laudon (1999, p. 13).
Observa-se da Ilustração 3.16, e de acordo com Laudon e Laudon (1999) que enquanto
o hardware está crescendo exponencialmente em capacidade, com um fator 10 a cada 5 anos,
e os preços estão caindo na mesma proporção, o software, o conjunto de instruções que
controla os sistemas de informação, está crescendo linearmente ou constantemente, dobrando
aproximadamente a cada oito anos. Em oposição, o ritmo médio em que as pessoas e as
organizações apreendem é relativamente constante, e a velocidade de variação na absorção e
aplicação dos novos conhecimentos nas fábricas e escritórios aumenta muito lentamente: um
aumento médio de produtividade de cerca de 2% ao ano.
Tendo em vista o exposto, os autores analisam que:
Ninguém quer (ou sabe como) retardar o crescimento da tecnologia porque ela é
potencialmente benéfica. Portanto, precisamos achar uma forma de aumentar a taxa
de crescimento da capacidade do software e reduzir seu custo. E também devemos
aumentar a velocidade com que os indivíduos absorvem e compreendem a
tecnologia da informação (LAUDON e LAUDON, 1999, p. 13).
Para finalizar esta parte, a Ilustração 3.17 apresenta, de acordo com as considerações
realizadas e, em paralelo com Laudon e Laudon (1999), a existência dos componentes dos SI,
organizações, pessoas e tecnologia, ratificando as etapas propostas nesta seção.
Como retratam Laudon e Laudon (1999) não se pode entender ou usar SI’s em
organizações de forma eficiente sem o conhecimento de suas dimensões em termos de
organização e de pessoas, assim como de suas dimensões técnicas. Nesse sentido, eles
existem para responder as necessidades organizacionais, incluindo problemas apresentados
pelo meio externo que são criados por tendências poticas, demográficas, ambientais,
econômicas e sociais.
67
AMBIENTE EXTERNO
Pessoas Organizações
Sistema de
Informação – SI
Tecnologia
Ilustração 3.17 Figura Componentes de SI’s
Fonte:Adaptado de Laudon e Laudon (1999, p. 5).
3.1.6 Benefícios dos Sistemas de Informação
De acordo com Perez (2006), muitos dos benefícios obtidos pelo SI são intangíveis e
estão distribuídos entre muitas aplicações atuais e futuras, o que torna difícil estimar seu valor
ou avaliar a necessidade de seu aperfeoamento. Entretanto, alguns autores representam
resultados do uso de SI que demonstram os benefícios obtidos por essa tecnologia. O’Brien
(2004), por exemplo, apresenta cinco formas de se obter estratégias competitivas que podem
transformar-se em verdadeiros pontos positivos ou benéficos pelo uso estratégico dos SI’s, a
saber:
Redução de custos de processos empresariais;
Diferenciação em produtos e serviços;
Inovação em produtos e processos empresariais que usem componentes de SI;
Promoção de crescimento a integração e expansão dos negócios; e
Desenvolvimento de alianças na criação de organizações virtuais.
Miranda et al. (2006) salientam que as tecnologias atualmente vêm sendo utilizadas
com o objetivo de melhorar os processos internos, de reduzir custos, de melhorar a qualidade
e disponibilidade das informações importantes, tanto no âmbito interno quanto externo das
organizações e agregar valor aos serviços e produtos disponibilizados aos consumidores.
68
Na Ilustração 3.18, baseado em autores como Laudon e Laudon (1999) e Stair e
Reynolds (2002), enumeram-se os principais benefícios que as organizações procuram obter-
se por meio da implantação dos SI’s, os quais estão relacionados de modo a imprimir maior
facilidade na visualização das igualdades e desigualdades existentes entre eles.
LAUDON E LAUDON (1999, p. 42-52) STAIR E REYNOLDS (2002, p. 40-47)
Criam produtos e serviços diferenciados Agregam valor aos produtos e serviços
Utilizam a Gestão da Qualidade Total Entregam produtos e serviços de qualidade
Prendem clientes e fornecedores
Proporcionam maior poder sobre
fornecedores e clientes
Incrementam vantagem sobre empresas rivais Ajudam no ganho de vantagem competitiva
Melhoram a qualidade simplificando um
produto ou serviço, dando suporte a
benchmarking
22
Melhoram a linha atual de produtos e
serviços
Redução de custos operacionais Redução de custos
Diminuem oportunidades de erros humanos Menos erros
Melhoram a precisão e qualidade do projeto e
da produção
Propiciam maior precisão
Reduzem diferenças culturais, padrões de
hardware, software e telecomunicações
Aperfeiçoamento das comunicações
Reduzem tempo no desenvolvimento de
produto
Possibilitam maior produtividade
Permitem identificar atividades que oferecem
oportunidades para usar SI com impacto
estratégico
Conduzem a uma administração mais
eficiente
Identificam novos nichos de mercado Proporcionam maior oportunidade
Maximizam benefícios reprojetando seus
processos
Redução da carga de trabalho
Aiam no suporte à cadeia de valor
Proporcionam tomada de decisões
financeiras superiores
Proporcionam reengenharia de processos Maior e melhor controle sobre as operações
Fornecem vantagem competitiva Melhoram a eficácia organizacional
Ilustração 3.18 Quadro Benefícios dos SI’s
Fonte: Autor da dissertação (2008)
Percebe-se que os SI’s apresentam alguns recursos que permitem mudanças
fundamentais na estrutura, organização e administração das empresas. Esses recursos podem,
aparentemente, ser caracterizados como verdadeiros benefícios que agregam valor ao negócio
e propiciam a base para o ganho da vantagem competitiva. Assim, autores como Turban,
McLean e Wetherbe (2004) salientam que os principais recursos proporcionados pelos SI’s
são, a saber:
22
Benchmarking significa medir estatisticamente seus produtos e suas atividades e comparar os resultados com
seus próprios padrões ou com padrões externos do seu ramo de atividades.
69
Executam grande volume de operações numéricas em alta velocidade;
Oferecem comunicação rápida e precisa a baixo custo nas empresas e entre
empresas;
Armazenam grandes volumes de informação em pouco espaço e com facilidade de
acesso;
Permitem acesso rápido e a um baixo preço a grandes volumes de informação no
mundo todo;
Aumentam a eficiência e a eficácia das pessoas que trabalham em equipe em um
mesmo local ou em locais diferentes;
Apresentam de maneira vívida informações atuais e capazes de aguçar o intelecto
das pessoas;
Automatizam tanto os processos administrativos semi-automatizados quanto os
manuais;
Agilizam tanto o trabalho de digitação quanto o de editoração; e
Realizam tudo o que mencionado acima de modo muito mais econômico do que
quando feito manualmente.
Wreden
23
(1997) apresentado pelos citados autores, destaca que tais recursos dão
sustentação aos cinco objetivos empresariais seguintes: (1) aumentar a produtividade (em
51% das organizações); (2) reduzir custos (39%); (3) agilizar a tomada de decisões (36%); (4)
melhorar a relão com os consumidores (33%); e desenvolver novas aplicações estratégicas
(33%).
Andrade e Falk (2001) classificam os benefícios dos SI’s em tangíveis e intangíveis.
Para eles, os benefícios tangíveis são aqueles que trazem à organização vantagens econômicas
quantificáveis, em decorrência do uso do SI. Citam que alguns desses benefícios podem ser a
dinamização do processo, tais como melhorias no fluxo de trabalho e no fluxo de material, a
informação mais pontual e, conseqüentemente, a redução no tempo de execução de uma
tarefa, a redução de procedimentos e a redução de papel.
Como benefícios intangíveis comentam que estes são difíceis de quantificar, embora
igualmente importantes. Entre eles, os autores enumeraram-se: a melhoria no processo de
tomada de decisão, a redução de erros e, conseqüentemente, o aumento da precisão, a
melhoria dos serviços aos clientes, bem como da imagem dos negócios etc.
23
Wreden, N. “Business-Boosting Technologies.” Beyond Computing, nov./dec., 1997.
70
3.2 AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Conforme exposto, SI’s desempenham tarefa crucial no apoio à realização dos
objetivos da organização. A crença geral é de que estes sistemas são importantes, porque são
capazes de diversas maneiras, criar vantagem competitiva. Dessa forma, sua avaliação se
tornou crucial na determinação do direcionamento a seguir pela organização, porque se
tornaram também componentes fundamentais na missão da mesma. (DRURY e
FARHOOMAND, 1998; FERREIRA e BUFONI, 2004). Por isso também a compreensão e o
entendimento de como avaliar um sistema de informação pode ser, em si, desejável. Outra
possível justificativa para avaliação de SI, segundo Souza (2004), pode residir no fato da
grande importância dos investimentos em SI’s, de modo geral, em relação ao seu valor e à sua
relevância para os processos de negócio que agregam valor para a empresa.
A avaliação de SI coma pela averiguação de que os objetivos estão sendo
alcançados, em conformidade com as metas pré-estabelecidas pela organização. Trata-se do
estudo que identifica os requisitos funcionais que o sistema deve conter para a solução dos
problemas, que podem residir em nível organizacional, pessoal e tecnológico.
Requisitos funcionais, conforme Resende e Abreu (2000), podem ser definidos como
as funções ou atividades que o sistema faz (quando pronto) ou fará (quando em
desenvolvimento). Devem ser elaborados com base no relato das necessidades dos clientes ou
usuários finais, em que a equipe de projeto deve especificar efetivamente um SI, suas funções,
desempenho, interfaces, restrições etc., conforme as fases e subfases de uma metodologia de
desenvolvimento de sistemas. Para conseguir alcançar tais condições ou capacitações que
devem ser contempladas pelo sistema, deve-se fazer uma análise do ambiente organizacional
e de todo sistema atualmente em uso.
Para Lin e Pervan
24
(2001) citados por Souza (2004), a avaliação, de uma maneira
geral, é um processo para diagnosticar problemas e sugerir ações apropriadas ao planejamento
por meio das informações obtidas. Souza (2004) ainda cita Remenyi et al.
25
(2000) que
enfatizam que avaliação de SI é um processo de aprendizagem. Para estes últimos, ao
conduzir um processo de avaliação, a empresa saberá quão bem está utilizando os seus
recursos, trazendo a oportunidade de entender como o SI pode ser mais bem empregado em
24
Lin, C.; Pervan, G. P.. A Review of IS/IT Investment Evaluation and Benefits Management Issues, Problems
and Processes. In: GREMBERGEN, Win Van. Information Technology Evaluation Methods &
Management. Hershey: Idea Group Publishing, 2001.
25
Remenyi, D. et al.. The Effective Measurement and Management of IT Costs and Benefits. 2a. ed. Oxford:
Butterworth-Heinemman, 2000.
71
seus processos, proporcionando feedback que auxiliará nas decisões para o próximo
investimento.
Lancaster
26
(1993) citado em Dias (2006, p. 36) conceitua a avaliação como sendo o
ato de medir o valor, um exercício intelectual, com a finalidade de “reunir dados úteis para as
atividades destinadas a solucionar problemas ou tomar decisões”. O autor esclarece que
avaliação passa pelas etapas de aquisição, tratamento e disponibilização da informação, tendo
como base de consideração o processo “insumo-produtos-resultados”.
Para O’Brien (2004, p.326), “[...] avaliação não se trata de um estudo preliminar, e sim
de profundidade sobre a necessidade do usuário final, produzindo requisitos que são utilizados
como fundamento para o projeto de um novo SI”. Para o autor, este estudo envolve:
a) as necessidades de informação da organização e de usuários finais;
b) as atividades, os recursos e os produtos de quaisquer sistemas de informação
existentes; e
c) as capacidades dos SI’s exigidas para satisfazer suas necessidades de
informação e as de outros usuários finais.
No entendimento de Stair e Reynolds (2002), a avaliação constitui a primeira fase do
Ciclo de Vida do Desenvolvimento de Sistemas (CVDS) tradicional, de um novo ou de uma
modificação no sistema e, proporciona a identificação dos potenciais problemas e/ou
oportunidades de modo a descobrir a causa e o escopo do problema e/ou oportunidade,
tentando responder às seguintes indagações:
Quais os principais problemas que a implantação de um sistema novo ou
melhorado poderia resolver?
Quais oportunidades que um sistema novo ou um melhorado poderia resolver?
Que novos dispositivos de hardware, de software, de banco de dados, de
telecomunicações, pessoal ou procedimentos aperfeiçoariam um sistema
existente ou seriam necessários em um novo sistema?
Quais os custos potenciais (variáveis e fixos) incorridos?
Quais são os riscos associados?
Stair e Reynolds (2002) destacam que um fator importante na fase de avaliação de
sistemas é o estudo de viabilidade que tem por objetivo avaliar sistemas alternativos e propor
outros mais aceitáveis. Assim, eles propõem que sejam analisadas as seguintes viabilidades:
26
Lancaster, F. Wilfrid. Avaliação de serviços de bibliotecas. Brasília: Briquet de Lemos, 1993.
72
Viabilidade técnica: preocupa-se em saber se o hardware, o software e outros
componentes do sistema podem ser adquiridos ou desenvolvidos para
solucionar problemas;
Viabilidade operacional: preocupa-se em verificar se o projeto pode ser
colocado em ão ou operação, incluindo aceitação do usuário final, apoio
administrativo e requisitos de clientes, fornecedores etc.;
Viabilidade de tempo: preocupa-se em determinar se o projeto pode ser
contemplado num prazo considerado como aceitável, onde se busca um
balanceamento dos requisitos de tempo e recursos do projeto com os outros
projetos; e
Viabilidade econômica: preocupa-se em determinar se o projeto faz sentido do
ponto de vista financeiro e se os benecios previstos compensam os custos
incorridos e o tempo necessário para obtê-los, envolvendo análise de fluxo de
caixa e a apuração do valor presente quido.
Cabe observar que a análise de viabilidade faz parte de um estudo a ser realizado antes
da implantação de um sistema, ou seja, na estratégia de desenvolvimento de sistemas,
entretanto, trata-se também de uma etapa a ser cumprida durante a fase de avaliação dos SI’s.
Nesse sentido, autores como Kuwabara (2003) que ressaltam a necessidade de se
considerar a avaliação dos SI’s em todas as fases, desde o estudo de viabilização até a fase
pós-implementação. Para a autora, fatores como custo financeiro, maneira de produção das
informações e papel que estas representam no dia-a-dia do usuário também são destacadas no
processo de avaliação.
Por outro lado, Andrade e Falk (2001) relatam que o diagnóstico no Brasil da
qualidade e produtividade em software é ainda pouco utilizado. Trazem à tona o resultado de
uma pesquisa realizada em 1997, que envolveu 589 empresas, mostrando que 81,8% delas
o conheciam as normas para a qualidade; 16,8% conheciam, mas não usavam e apenas
0,2% conheciam e usavam.
Entretanto, conforme coloca Cybis (2007), a norma ISO 9126 International
Organization for Standardization apresenta as características de um software de qualidade,
incluindo critérios objetivos e numa escala menor também critérios subjetivos. Para ele, a
referida norma define seis características de qualidade e várias subcaracterísticas associadas
àquelas, conforme podem ser vistas na Ilustração 3.19, a seguir.
73
Característica Subcaracterística Pergunta chave para subcaracterística
Adequação Propõe-se a fazer o que é apropriado?
Acurácia Faz o que foi proposto de maneira correta?
Interoperabilidade Interage com os sistemas especificados?
Conformidade Está de acordo com as normas, leis etc.?
Funcionalidade
(satisfaz às
necessidades?)
Segurança de acesso Evita acesso não autorizado aos dados?
Maturidade Com que freqüência apresenta falhas?
Tolerância a falhas Ocorrendo falhas, como ele reage?
Confiabilidade
imune a falhas?)
Recuperabilidade
É capaz de recuperar dados em caso de
falhas?
Intelegibilidade É fácil entender o conceito e a aplicação?
Apreensibilidade É fácil aprender a usar?
Usabilidade (é fácil
de usar?)
Operacionalidade É fácil de operar e controlar?
Tempo
Qual é o tempo de resposta, a velocidade
de execução?
Eficiência rápido e
enxuto”?)
Recursos
Quanto recurso usa? Durante quanto
tempo?
Analisabilidade
É fácil de encontrar uma falha, quando
ocorre?
Modificabilidade É fácil modificar e adaptar?
Estabilidade Há grande risco quando se faz alterações?
Manutenibilidade
fácil de modificar?)
Testabilidade É fácil testar quando se faz alterações?
Adaptabilidade É fácil de adaptar a outros ambientes?
Capacidade para ser
instalado
É fácil de instalar em outros ambientes?
Conformidade
Está de acordo com padrões de
portabilidade?
Portabilidade (é fácil
de usar em outro
ambiente?)
Capacidade para
substituir
É fácil usar para substituir outro?
Ilustração 3.19 Quadro Características de um Software de Qualidade
Fonte: Adaptado de Cybis (2007).
Ainda, de acordo com Cybis (2007), essas características de qualidade do produto
software podem ser internas e externas, bem como também apresentar características de
qualidades em uso. As qualidades internas, segundo o autor, podem ser medidas e avaliadas
face a implementação, revisão e teste do código. As externas podem ser medidas e avaliadas
quando o software é executado em testes em ambiente simulado. E, por último, as qualidades
em uso são aquelas qualidades do produto de software que se apresentam sob o ponto de vista
do usuário, e representa a capacidade do software permitir que usuários específicos atinjam
objetivos determinados com efetividade, produtividade, segurança e satisfação em um
contexto de uso determinado.
74
3.2.1 Dificuldades em Avaliar os Sistemas de Informação
Em se tratando de eficácia de SI’s, autores como Dias (1993), Souza (2004), Amâncio
(2005), Brito e Senger (2006) e Dias (2006) alertam para o fato de que não existe uma
maneira única, objetiva e direta para medir a eficácia de um SI. Em geral, ela é avaliada pela
capacidade do sistema desenvolvido apoiar os objetivos da empresa, segundo a percepção dos
usuários do sistema. Avaliar e medir os resultados de um SI, porém, não é um processo fácil,
muito menos de rápido entendimento e assimilação, haja vista o envolvimento de aspectos
comportamentais, bem como de situações intangíveis que acabam dificultando o
estabelecimento de critérios e parâmetros de avaliação (OLIVEIRA, 2002).
Nesse sentido, diversos autores (FREITAS, BALLAZ e MOSCAROLA
27
, 1994;
SAARINEN
28
, 1996; SERAFEIMIDIS e SMITHSON
29
, 2000) apresentados em Amâncio
(2005), corroboram que o é tarefa cil a identificação dos benefícios exclusivos da
utilização do SI, porque seus benefícios são basicamente qualitativos e intangíveis, sendo,
assim, difíceis de mensurar em termos monetários.
Nessa mesma linha de raciocínio, Dias (2006) explicita que a complexidade da
avaliação caminha no sentido de se avaliar características tangíveis para intangíveis no
mesmo sentido. Ou seja, os critérios de avaliação são mais tangíveis e mensuráveis nas
primeiras etapas do processo, entretanto, se tornam cada vez mais intangíveis e de difícil
mensuração quando o processo finaliza.
Por outro lado, Andrade e Falk (2001) relatam que Paul Strassmann, autor do livro
intitulado “The Squandered Computer” (O Computador Desperdiçado), lançado em 1997,
nos Estados Unidos, discute o denominado paradoxo dos computadores ou paradoxo da
produtividade. De acordo com os autores, ele analisou dados experimentais de
aproximadamente 500 empresas desde 1980 e a sua primeira conclusão foi devastadora: “não
uma menor relão entre quanto uma empresa investe em tecnologias de SI’s e seu sucesso
econômico, seja ele medido como lucro, crescimento ou produtividade”. Assim, altos
investimentos podem significar inovação, porém também desperdício. Pouco investimento
pode ser sinônimo de prudência, mas também de atraso. Resta então atentar para o bom senso,
27
Freitas, H. M. R.; Ballaz, B.; Moscarola, J.. Avaliação de sistemas de informação. Revista de Administração,
São Paulo, v. 29, n. 4, p. 36-55, out./dez., 1994.
28
Saarinen, T.. An expanded instrument for evaluating information system success. Information &
Management, Amsterdam, v. 31, p. 103-118, 1996.
29
Serafeimidis, V.; Smithson, S.. Information systems evaluation in practice: a case study of organization
change. Journal of Information Technology, London, v. 15, p. 93-105, 2000.
75
porque em matéria de tecnologia de SI’s, o relevante não é “quanto se gasta”, porém como se
gasta” (ANDRADE e FALK, 2001).
Para Aguilar e Ander-Egg
30
(1994) apresentados em Dias (2006), que desenvolvem
pesquisas de avaliação em pesquisas sociais, o termo avaliação parece “estico”, porque tem
usos diferentes e pode ser aplicado a uma gama bastante variada de atividades humanas, pois:
[...] em um sentido lato, a palavra avaliação se refere ao termo valor e supõe um
juízo sobre algo. Em outras palavras, a avaliação é um processo que consiste em
emitir um juízo de valor. Trata-se, pois, de um juízo que envolve uma avaliação ou
estimação de algo (objeto, situação ou processo), de acordo com determinados
critérios de valor com que se emite o juízo (AGUILAR e ANDEREGG, 1994, p.17
apud DIAS, 2006, p. 63).
Esses mencionados autores diferenciam a avaliação de controle. Para eles, enquanto o
controle é a verificação dos resultados obtidos, a avaliação é a ponderação ou julgamento
desses resultados. Portanto, tem-se que o ato de avaliar é subjetivo e carregado de valores, o
que, por conseguinte, torna complexo o processo de análise de avaliações.
Outra possível explicação para essa dificuldade de se avaliar os SI’s reside no fato de
que a avaliação incorpora rias dimensões, conforme relatadas por Brito e Senger (2006) ao
enfatizar que a avaliação apresenta uma série de dificuldades, devido ao número de variáveis
que podem e devem ser levadas em consideração para se caracterizar o valor do sistema.
Desta forma, entre as principais dimensões que diferenciam os diversos estudos
existentes sobre o tema, Souza (2004) destaca: os objetivos e o momento da avaliação; o nível
de análise empregado; o ponto de vista dos interessados (stakeholders) utilizado na avaliação;
o tipo de SI que está sendo considerado; as variáveis empregadas na análise; e a perspectiva
teórica e metodológica utilizada. A seguir apresentam-se de forma sucinta e conforme os
objetivos deste trabalho, algumas dessas dimensões de acordo com o estudo realizado por
Souza (2004) sobre a avaliação do grau de informatização de empresas industriais paulistas.
3.2.2 Dimensões Envolvidas na Avaliação de Sistemas de Informação
Oliveira (2002) estabelece algumas considerações relevantes a serem analisadas no
processo de avaliação, entre as quais podem ser mencionadas:
Levantar e analisar opiniões dos principais executivos envolvidos no processo;
30
Aguilar, M. J.; Ander-Egg, E.. Avaliação de programas e serviços sociais. Petrópolis: Vozes, 1994.
76
Verificar os possíveis impactos provocados na aprendizagem dos tomadores de
decisão;
Desenvolver um conjunto de critérios e parâmetros relacionados aos SI’s;
Avaliar o impacto dos SI’s a partir da comparação entre o desempenho antes e
após sua implementação;
Avaliar a relação custos versus benefícios dos itens tangíveis com enfoque
financeiro;
Correlacionar os diferentes sistemas com o intuito de buscar redução de custos
comparativos;
Estabelecer indicadores-chave de avaliação que agreguem valores para os
executivos tomadores de decisão; e
Considerar os novos arranjos físicos da empresa, com base nas principais
unidades organizacionais envolvidas.
Quanto aos objetivos da avaliação, Remenyi et al. (2000) apresentados em Souza
(2004) destacam que ela pode ser formativa, ou seja, dedicada à obtenção de informações para
a tomada de medidas corretivas, melhorias e replanejamento em programas; ou somativa,
diretamente envolvida em avaliar a efetividade dos sistemas, isto é, avaliar quão bem o uso
dos sistemas serve aos propósitos da organização.
Para os mencionados autores, a avaliação formativa tem como objetivo a melhoria de
um programa e, é vista como um processo iterativo entre a avaliação e a tomada de decisão,
procurando analisar a realidade por trás dos resultados, com o intuito de entender o que está
acontecendo. A avaliação somativa entende que o projeto não pode ser alterado ou terminou
(o que dificilmente é o caso em se tratando de SI’s), e avalia o resultado final (soma) de todos
os impactos do projeto.
Kidder et al. (1987) também apresentam duas categorias gerais para a avaliação
denominadas somativa ou de resultados e formativa ou de processos. Para eles, avaliações de
resultados o utilizadas para decidir se programas devem continuar ou ser interrompidos,
motivo pelo qual pode ocorrer resistência por parte dos administradores do programa e os
avaliadores encontrarem dificuldades em implementar a avaliação de resultados. Avaliações
somativas são realizadas ao final do programa ou quando ele já estiver em andamento há
tempo suficiente para ter produzido alguns efeitos mensuráveis que propiciem um teste justo
do sucesso do programa.
Destacam que avaliações de processo parecem mais benignas porque são utilizadas
para auxiliar os administradores a elaborarem seus programas, revê-los e aprimorá-los.
77
Avaliações formativas freqüentemente ocorrem durantes os estágios iniciais de um programa,
quando ainda há espaços para mudanças e aprimoramento.
Em relação ao momento em que a avaliação é efetuada, autores como Remenyi et al.
(2000) citados por Souza (2004), e Oliveira (2002) apontam que ela pode ser realizada ex
ante, ou seja, antes do investimento ser realizado, normalmente com a finalidade de justificá-
lo para angariar fundos, fornecendo subsídios sobre uma decisão de aplicar ou não recursos no
desenvolvimento de um ou mais sistemas; pode ser realizada durante a operação de um ou
mais sistemas, procurando consolidar um vel de conhecimento desse sistema, a partir do
qual se estabelecem medidas corretivas ou alterações, visando à melhoria do desempenho ou
ao ajustamento a novas situações; e pode, ainda, ser realizada ex post, isto é, depois de o
investimento ter sido realizado, objetivando permitir uma decisão sobre alterações no sistema
ou no escalonamento das prioridades, ou até mesmo a desativação de um sistema perante os
resultados apresentados ou a contribuição para o atendimento do processo decisório da
empresa.
Percebe-se que essa é uma relevante dimensão para classificar os estudos. Segundo
Souza (2004) uma grande parte da literatura não acadêmica (de negócios) é voltada a
metodologias de avaliação ex ante, com o escopo de proporcionar aos praticantes a
justificação de seus projetos e também a avaliações formativas, com o escopo de aumentar a
probabilidade de obtenção dos benefícios pretendidos. Como exemplos de metodologias de
avaliação ex ante, a autor coloca a análise de custos versus benefícios e o ROI (Retorno sobre
Investimento).
Por outro lado, o autor ainda alerta para o fato de a literatura acadêmica ser
normalmente voltada a estudos ex post, por sua própria natureza, buscando verificar a relação
entre o SI e desempenho empresarial. No caso deste estudo, a avaliação será do tipo ex post,
entretanto, não considerará investimentos específicos, e sim o conjunto das aplicações e
recursos de SI’s utilizados nas agroindústrias de torrefação e moagem de café, dentro da idéia
da avaliação somativa, apresentada por Souza (2004).
Seddon et al. (1999) enfatizam que as duas principais dimensões que permitem
classificar os estudos de avaliação de SI são (1) o vel de análise utilizado, que os autores
denominam de tipo de sistema analisado, e (2) o ponto de vista dos interessados
(stakeholders) na avaliação do sistema.
Quanto ao nível de alise da avaliação, Seddon et al. (1999) apresentam as seguintes
possibilidades: um aspecto específico de um SI (como por exemplo, um determinado
algoritmo ou interface); uma aplicação específica (um sistema implementado); um tipo de
78
aplicação (por exemplo, um ERP
31
Enterprise Resource Planning, ou sistemas integrados de
gestão); e todas as aplicações utilizadas em uma unidade de estudo, tal como um
departamento ou empresa. Aqui, a avaliação pode, ainda, ser realizada em vel do conjunto
de sistemas aplicados em um conjunto de empresas, tal como acontecerá no contexto deste
trabalho, considerando o conjunto de aplicações de SI’s em diversas agroindústrias de
torrefação e moagem de café, além de outros aspectos discutidos adiante.
Em se tratando do ponto de vista dos interessados (stakeholders) utilizado na
avaliação, os mencionados autores, baseando-se na revisão da literatura, apresentam cinco
possibilidades: um observador ou observadores independentes que não estão diretamente
envolvidos como interessado (stakeholders); um indivíduo (como, por exemplo, um usuário
de sistema); um grupo de indivíduos; os gerentes ou proprietários da organização; e a
sociedade de maneira geral. Para eles, é fundamental considerar sob que ponto de vista a
avaliação está sendo realizada (stakeholder), haja vista que isso influencia os objetivos e
resultados da avaliação. Um grupo de indivíduos de uma organização pode considerar como
exitosa a implantação de um determinado sistema, enquanto que outro pode considerá-la um
fracasso.
A seguir passa-se a abordar de forma sucinta, baseando-se no estudo realizado por
Souza (2004) sobre a avaliação do grau de informatização de empresas industriais paulistas,
assim como também no realizado por Kuwabara (2003) sobre a avaliação de sistemas de
informações em um hospital escola público, o fator efetividade, o qual está contido na
dimensão “variáveis empregadas na análise”, descrita anteriormente.
3.2.2.1 Efetividade ou Sucesso de Sistemas de Informação
Em se tratando da efetividade do SI, Resende e Abreu (2003) ensinam que esta pode
ser avaliada em termos do produto da informação, do uso da informação para trabalhos
organizacionais, da utilização dos SI’s pelos usuários e o impacto dos mesmos na
organização, especialmente no desempenho organizacional.
31 ERP é um sistema que integra as atividades de processamento de transações das áreas funcionais de toda a
empresa (TURBAN, MCLEAN e WETHERBE, 2004). Eles são capazes de integrar todas as informações que
fluem pela empresa por intermédio de uma base de dados única, que pode ser acessada e atualizada por qualquer
funcionário, de qualquer departamento, a qualquer hora. Sendo assim, percebe-se que são softwares que
controlam os processos da empresa (vendas, compras, marketing, logística, atendimento ao cliente etc.) de
maneira integrada (O’BRIEN, 2004).
79
Assim, quanto às variáveis empregadas na análise, estas podem ser as medidas de
efetividade de SI’s e as medidas de valor dos SI’s para os necios (IT business value ou IT
payoff). Neste sentido, Souza (2004) esclarece que a abordagem da efetividade dos SI’s (IS
Effectiveness) ou “sucesso” de SI’s (IS success) está vinculada ao estudo do resultado obtido
pela aplicação de SI’s, associado às diversas variáveis que podem influenciar esse resultado.
Souza (2004) ainda chama a atenção para o fato de esta abordagem ter como foco de análise o
usuário ou grupo de usuários que utilizam esses sistemas.
Uma questão delicada no contexto desses estudos é a que se refere à discussão do que
seria o “sucesso” de um SI, haja vista que existem tantas definições para sucesso de um SI
quanto existem estudos sobre o assunto (DELONE e MCLEAN
32
, 1992 apud SOUZA, 2004).
Assim, não consenso sobre a questão do que seja “sucesso” de um SI, pois como bem
apontaram DeLone McLean (1992) ao enfatizar que, quando se busca na literatura uma
medida de sucesso de SI, ao invés de não haver nenhuma, existem tantas quantas os estudos
que se propõe a medi-las.
Nesse sentido, analisando esta falta de consenso sobre os medidores utilizados pode-se
recuperar a informação de DeLone e McLean (1992) sobre as dificuldades existentes na
definição das dimensões, citando Melone (1990) o qual informa que esse fato é resultado da
inexistência de uma teoria claramente articulada que relacione essas dimensões ao
desempenho do sistema. Melone (1990, p. 77) ressalta, ainda, que “nem a literatura informa
sobre o processo pelo qual ou as condições pelas quais as atitudes de um usuário traduzem-se
em efetividade”
33
. A extensão da efetividade envolve algum aspecto da interação de um
usuário com o sistema ou pessoal de sistema, e para ele, resulta curioso observar que o
comportamento do usuário não tem figurado proeminentemente na discussão da efetividade
de SI.
Entretanto, analisando a diversidade de medidas existentes na literatura, DeLone e
McLean (1992) propõem um modelo para classificá-las de uma maneira organizada e
integrada, definindo e relacionando seis dimensões de efetividade ou sucesso” de SI’s, a
saber: (1) qualidade do sistema, (2) qualidade da informação, (3) grau de utilização (use), (4)
satisfação do usuário, (5) impacto individual (nas tarefas realizadas pelo indivíduo) e (6)
impacto organizacional (influência do sistema no desempenho da organização).
32
DeLone, W. H.; McLean, E.. Information systems success: the quest for the dependent variable. Information
Systems Research, v. 3. n. 1, mar., 1992.
33
Tradução do autor.
80
Para realizar esta classificação, Souza (2004) explica que DeLone e McLean (1992)
utilizaram a estrutura teórica advinda da teoria da comunicação de Claude Shannon
34
. Assim,
de acordo com Mason
35
(1982) apresentado em Souza (2004), a avaliação da comunicação
pode ser realizada em três níveis: nível técnico, nível semântico e nível de influência.
Enquanto o vel técnico diz respeito à precisão com que os símbolos da comunicação (a
informação) são transmitidos, o nível semântico refere-se à precisão com que os símbolos
transmitidos transportam o significado desejado. E, por último, o nível de influência,
relaciona-se à quão efetivamente o significado recebido afeta a conduta do destinatário da
maneira desejada (efetividade).
Souza (2004) esclarece que DeLone e McLean (1992) então associam sua variável
qualidade do sistema” ao nível técnico, a variável “qualidade da informação” ao nível
semântico e, as demais variáveis (uso, satisfação e impactos) ao nível de influência. A
Ilustração 3.20 apresenta o modelo de sucesso de SI’s.
Qualidade
do Uso
Sistema
Qualidade Satisfação
da do
Informação Usuário
Ilustração 3.20 Figura Modelo de Sucesso ou Efetividade de SI’s de DeLone e McLean
Fonte: DeLone e McLean (1992) apud Souza (2004)
Seddon et al. (1999) comentam que embora DeLone e McLean (1992) tenham
considerado a questão da diferença entre os impactos individuais e organizacionais dos SI’s,
o consideraram em seu modelo proposto os diferentes pontos de vista apresentados pelos
diferentes interessados e que estes podem chegar a diferentes conclusões sobre os resultados e
o sucesso de um determinado sistema. Outra crítica apresentada pelos mencionados autores é
a tentativa de tratar o sucesso de SI’s como um constructo único. Para eles, parece óbvio que
diferentes medidas são necessárias para medir a efetividade de SI’s em diferentes contextos.
Mais recentemente, DeLone e McLean (2003) reconheceram que os impactos dos SI’s
podem ir além da organização e, sendo assim, substitram as duas dimensões “impacto
34
Claude Elwood Shannon (1916-2001) foi um engenheiro elétrico e matemático estadunidense, considerado o
fundador da teoria da informação.
35
Mason, R. O.. Measuring Information Output: a communication systems approach. Information and
Management, v. 1, n. 5, october, 1982.
Impacto
Individual
Impacto
Organiza-
cional
81
Uso (Intenção
de Uso)
Satisfação do
Usuário
Impactos
“Líquidos”
individual” e “impacto organizacional”, associadas por uma relação causal, por apenas uma:
os “benefícios líquidos” (net benefits). Para os autores, os benefícios líquidos são uma medida
idealizada e abrangente da soma de todos os benecios passados e esperados subtraindo-se
todos os custos passados e esperados atribuídos ao uso de uma aplicação de um SI e, para
medir esses benecios deve-se adotar como critério, o ponto de vista de algum stakeholder
sobre o que é ou não considerado benefício.
Além disso, DeLone e McLean (2003) incorporaram a dimensão “qualidade dos
serviços” com a finalidade de atualizar o papel da área de TI no modelo, haja vista vir
desempenhando o papel de prestadora de serviços aos usuários de forma acentuada. Também
incluíram as setas de relações causais e na dimensão uso abriram a possibilidade para
adoção de medidas de “inteão de uso”. A Ilustração 3.21 apresenta o modelo revisto e
atualizado pelos autores.
Qualidade
do
SI
Qualidade
da
Informação
Qualidade dos
Serviços da
Área de TI
Ilustração 3.21 Figura Modelo de Sucesso ou Efetividade de SI’s de DeLone e McLean
Revisto
Fonte: DeLone e McLean (2003)
Destarte, em alguns casos, prefere-se avaliar o impacto do SI identificando-se os
benefícios tangíveis e intangíveis. Dias (1993) fez avaliação da eficácia ou sucesso de SI,
considerando duas dimensões: satisfação do usuário e qualidade das informações geradas
pelos sistemas. De acordo com a orientação de Freitas et al. (1994), um SI pode ser eficaz por
duas razões: a facilidade de uso (atributos ligados ao sistema) e a utilidade do sistema (no que
diz respeito às expectativas dos usuários).
Assim, no modelo geral de Freitas et al. (1994) para avaliação da eficácia dos SI’s, o
que efetivamente interessa na avaliação de um SI é saber, se do ponto de vista organizacional
82
e funcional, ele é útil e, se do ponto de vista do usuário, ele é fácil de usar. Esses dois pilares
são distintos, porém, não excludentes, podendo existir sistemas fáceis de usar timo
desempenho, ótima interface de comunicação com o usuário), mas que não sejam úteis, o
atendendo às necessidades de controle da informação. Dependendo das circunstâncias, das
características do software e da credibilidade do seu desenvolvedor, entre outros motivos,
alguns desses aspectos podem até ser deixados em segundo plano, a exemplo do que ocorrerá
neste estudo.
A esta altura cabe observar que o estudo em comento, assim como também no trabalho
realizado por Andrade e Falk (2001), considerará a dimensão utilidade do sistema como um
dos componentes da medida de contribuição do SI para as decisões empresariais, por se
compreender que a satisfação do usuário (Dias, 1993) contém a facilidade de uso (Freitas et
al., 1994), e está contida na utilidade do sistema, haja vista que os aspectos ligados à
facilidade de uso e à satisfação do usuário contribuem tamm para a utilidade do sistema. O
SI contribui para o processo de decisão do usuário final, à proporção que suas saídas forem
úteis para a definão de ações, de modo que o seu uso possibilite também a melhoria de
outros fatores organizacionais, auxiliando na solão de problemas e reduzindo o tempo gasto
na execução das atividades.
Nessa abordagem, percebe-se mais uma vez a complexidade do tema, conforme
defendem Serafeimidis e Smithson (2000) expostos em Amâncio (2005), ao destacarem a
interação existente entre o componente técnico, o contexto organizacional e os aspectos
humanos.
Merece ser destacado também que, para a composição das dimensões que constituíram
a medida de contribuição, o presente trabalho, ainda, tomou-se como base, o estudo de outros
autores, como o de Souza (2004) e o de Kuwabara (2003). Esta autora propôs um modelo para
avaliar os SI’s em um hospital escola blico, considerando as seguintes dimensões:
determinação das exigências da informação; distribuição das informações; obtenção das
informações; e uso das informações. Assim, em paralelo com a autora, utilizou-se essas
dimensões para avaliar os SI’s existentes nas agroindústrias de torrefação e moagem de café
em Cacoal, Ji-Paraná, Jaru e Ariquemes e Porto Velho (RO). Resulta importante destacar que
algumas dessas dimensões, como o uso das informações, foram fundidas e correlacionadas
com o modelo proposto no trabalho de Andrade e Falk (2001).
Cabe relevante observar, ainda, que essas dimensões foram obtidas e relacionadas com
o modelo de efetividade ou sucesso de SI’s proposto por DeLone e McLean (2003). Assim,
transpondo essas dimensões que foram utilizadas na pesquisa para a linguagem das dimensões
83
do modelo de DeLone e McLean (2003), o presente estudo teve como epicentro de tratamento
as dimensões qualidade dos serviços da área de TI(parte II do formulário), qualidade da
informação”, “qualidade do SI (partes IV e V do formulário) e “uso (intenção de uso)
(partes III e V do formulário).
Com a finalidade de facilitar a compreensão e entendimento de como se desenvolveu
essa etapa de avaliação dos SI’s existentes nas agroindústrias de torrefação e moagem de café
em Cacoal, Ji-Paraná, Jaru, Ariquemes e Porto Velho, a seguir, apresenta-se um modelo
resumindo o que foi proposto nesta subseção, conforme pode ser visualizado na Ilustração
3.22.
Principais Dimensões Analisadas Forma de Avaliação
Relacionadas aos objetivos da avaliação Somativa
Relacionadas ao momento da avaliação Ex post
Relacionadas ao nível de análise da
avaliação
Conjunto de sistemas aplicados em diversas
agroindústrias
Relacionadas à contribuição dos SI’s
Uso dos Sistemas de Informações
Determinação das Exincias de Informações
Distribuição das Informações
Obtenção das Informações
Ilustração 3.22 Quadro Modelo de Análise para Avaliação da Contribuição dos SI’s
Fonte: Autor da dissertação (2008)
Feitas algumas considerações sobre a avaliação dos SI’s, discutidos alguns entraves ao
processo de avaliação e abordados alguns aspectos que estão envolvidos na avaliação, bem
como apresentadas as dimensões escolhidas para avaliação desses sistemas, é apresentado, a
seguir, o capítulo referente à metodologia utilizada neste estudo.
84
CAPÍTULO 4
4 METODOLOGIA APLICADA
4.1 O Tipo de Pesquisa
O presente estudo classifica-se como pesquisa descritiva, pois visa transcrever e
descrever o resultado do estudo obtido na avaliação da contribuição dos sistemas de
informação existentes nas agroindústrias de torrefação e moagem de caem Rondônia para
as decisões empresariais.
As pesquisas descritivas são, segundo Gil (2002), juntamente com as exploratórias, as
que habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática,
tendo como finalidade primordial a descrição das características de determinada população ou
fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.
Para diversos autores, entre eles, pode-se citar Cervo e Bervian (1996) e Leite (2004),
este tipo de pesquisa se usa para conhecer, descrever, interpretar e explicar diversas situações
e determinados fenômenos cio-econômicos, potico-administrativos, contábeis e psico-
sociológicos, matemático-estatísticos e técnico-lingüísticos, observando-os em sua natureza e
processos.
Uma pesquisa dita descritiva, sob a ótica ainda de Leite (2004), relaciona-se com o
processo de descrever fatos, femenos e dinâmicas sociais. Lembra o autor que, quando
estudos desse tipo são implementados, o pesquisador não necessitará utilizar-se da estatística
descritiva, ficando esta, configurada como uma pesquisa qualitativa.
A partir dessa primeira etapa, aprofundou-se na abordagem descritiva com um estudo
multicasos, tentando buscar um maior aprofundamento da temática dos sistemas de
informação e seus reflexos no segmento agroindustrial cafeeiro rondoniense.
4.2 O Método de Pesquisa
Tendo em vista a necessidade de uma compreensão em profundidade da dinâmica da
realidade social, o método ou delineamento de pesquisa utilizado foi o qualitativo, por indicar
de maneira aprofundada as tenncias do respondente em seus vários momentos decisórios e
servir como um instrumento para tentar alcançar o Universo Cognitivo
36
do mesmo. Esse tipo
36
Cognição: crença, conhecimento, opinião ou convicção sobre o meio ambiente, sobre nós próprios ou sobre
nosso comportamento. Cada imagem que um indivíduo tem de um aspecto do universo, das pessoas, e de si
próprio. (Pesquisa de Marketing. Disponível em: <http://www.institutoverus.com.br/en_pesq.htm). Acesso em: 18 jun. 2006.
85
proposto de pesquisa (qualitativa) é adequado a situações em que se deseja construir teorias,
enquanto os métodos quantitativos se adequam ao processo de teste de teorias.
A escolha pelo enfoque qualitativo relaciona-se, ainda, à natureza do problema
investigado e por realizar uma abordagem partindo do fundamento de que existe uma relação
dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência ativa entre o sujeito e o objeto,
um vínculo indissolúvel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito (CHIZZOTTI,
2000).
Desta forma, a pesquisa qualitativa é menos conduzida por hipóteses muito específicas
e estruturas categóricas e mais preocupada com temas emergentes, permite flexibilidade no
processo da pesquisa e procura fornecer uma visão holística e sistêmica de circunstâncias ou
organizações que os pesquisadores estão tentando entender.
Leite (2004) explicita que a pesquisa qualitativa possui o poder de analisar os
fenômenos levando em consideração o seu contexto. Esclarece o autor, que investigação
realizada sob este prisma não peca por desconsiderar as causas e inter-relações sutis que
possam permear-se entre a análise e as conclusões, desconsiderações essas, que podem
distorcer verdades entre o meio e o fim.
Este tipo de estudo requer análise mais interpretativa das informações colhidas,
informações essas alcançadas através de técnicas psicológicas subjetivas que têm como intuito
estimular o entrevistado a se afastar de seu discurso racional.
4.2.1 Método do Estudo de Casos Múltiplos
Para analisar os fatos do ponto vista empírico e para confrontar a teoria com os dados
da realidade, foi adotado como procedimento metodológico o estudo de casos múltiplos. Por
isso, conforme observa Gil (2002), mais tempo foi requerido para a coleta e análise dos dados,
haja vista a necessidade de reaplicar as mesmas queses em todos os casos. Sobre este
todo de procedimento, Yin (2001) relata que sua utilização permite a observação de
evidências em diferentes contextos, pela replicação do fenômeno, sem necessariamente
considerar a lógica de amostragem.
De forma geral, Gil (2002) corrobora com Yin (2001) ao considerar que a utilização
de múltiplos casos proporciona evidências inseridas em diferentes contextos, o que concorre
para a elaboração de uma pesquisa de melhor qualidade.
86
Em relação à determinação do número de casos, Gil (2002) ainda comenta que esta
o pode ser realizada a priori e, embora não se possa falar em um número ideal de casos,
costuma-se utilizar de quatro a quinze casos, tal como ocorreu no contexto deste estudo.
4.3 Definição Constitutiva e Operacional de Termos e Variáveis
Devido às características subjetivas da pesquisa, esta exige uma série de cuidados,
especialmente no que diz respeito ao uso de determinados termos e expressões. Assim,
embora alguns termos tenham sido utilizados de forma recorrente ao longo desta dissertação,
referenciados e conceituados pelo suporte teórico durante a elaboração da mesma, considera-
se relevante reforçar as definições adotadas, estabelecendo seus significados convencionados
diante das peculiaridades e das especificidades desta pesquisa, a saber: Necessidades
Informacionais; Sistemas; Sistemas de Informação; Contribuição dos Sistemas de Informação;
e Indústria de Torrefação e Moagem de Café.
4.3.1 Definição Constitutiva de Termos
Necessidades Informacionais
Informações que devem e precisam estar disponíveis para que o tomador de decisão
consiga realizar bem e adequadamente o seu trabalho.
Sistemas
Sistemas podem ser definidos como um conjunto de partes ou elementos interagentes
e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário para atingir objetivos e
efetuam determinada ação (MELO, 1999; OLIVEIRA, 2002; STAIR E REYNOLDS, 2002).
No contexto desta pesquisa foi considerado como sistemas o atual sistema de informática ou
o das agroindústrias com seus vários recursos disponíveis.
Sistemas de Informação
O conceito utilizado de Sistemas de Informação (SI’s) neste estudo não está
relacionado somente às informações geradas por Sistemas de Informação Baseados em
Computadores (CBIS – Computer Based Information Systems), mas a todo e qualquer recurso
informatizado ou o, utilizado pelas agroindústrias de torrefação e moagem de café para
acessar, coletar, processar, armazenar, analisar e disseminar a informação. Sendo assim,
87
considera-se que os SI’s envolvam tanto aspectos tecnológicos (informática,
telecomunicações, etc.) como organizacionais que incluem recursos humanos, práticas de
trabalho (com seus recursos e instrumentos próprios), negócios e metas, organizados de tal
forma a gerar informação e permitir melhor atendimento aos objetivos das mencionadas
agroindústrias. Portanto, neste trabalho, tem-se uma concepção mais abrangente e
generalizada de SI’s, tal qual a considerada por Campos Filho (1994), Peixoto (2003) e
demais autores referenciados na Ilustração 3.10. Por extensão, a concepção de SI adotada
neste estudo tamm está baseada numa perspectiva sociotécnica proposta por Laudon e
Laudon (1999) e apresentada na Ilustração 3.11.
Indústria de Torrefação e Moagem de Café
A transformação do grão verde em grão torrado é a fase de industrialização,
fundamental para a definição do tipo de bebida. Desta forma, para efeito deste estudo,
entende-se como instria de torrefão e moagem de café aquela que, após o grão ter sido
processado, secado, limpado e classificado, executa o ato propriamente dito de torrar o café,
deixando o produto com a umidade necessária e adequada para a moagem, assim como
também realiza a mistura ou liga (blend) do café para atender às necessidades do cliente.
4.3.2 Definição Constitutiva de Variáveis
Contribuição dos Sistemas de Informação
Contribuição dos SI’s para as decies empresariais pode ser entendida como o estudo
do resultado obtido na avaliação desses sistemas em termos de:
a) qualidade dos serviços prestados pela área de informática;
b) qualidade da informação proporcionada pelos sistemas, considerando algumas
características da informação valiosa propostas por Davenport (1998) e Stair e
Reynolds (2002) e apresentadas na Ilustração 3.2;
c) qualidade dos SI’s, considerando algumas características e subcaracterísticas de um
software de qualidade descritas na norma ISO 9126 e apresentadas na Ilustração 3.19; e
d) uso da informação para trabalhos organizacionais e utilização de SI’s pelos usuários
para o apoio à execução de atividades das agroindústrias.
Percebe-se que essa definição de contribuição dos SI’s oferece quatro relevantes
dimensões para se avaliar os SI’s. Entretanto, é válido ressaltar que esta definição está
88
considerando a taxionomia do modelo proposto por DeLone e McLean (2003). Sendo assim, a
Ilustração 4.1 mostra a transposição dessas dimensões do modelo dos mencionados autores
para a linguagem das dimensões que foram utilizadas na presente pesquisa.
Dimensões de Pesquisa Dimensões de DeLone e McLean (2003)
Determinação das exigências da informação Qualidade dos serviços da área de TI
Distribuição das informações Uso dos SI’s
Obtenção das informações Qualidade da informação e qualidade do SI
Uso dos sistemas de informações
Qualidade da informação, qualidade do SI e
Uso dos SI’s
Ilustração 4.1 Quadro Transposição das Dimensões de DeLone e McLean para as de
Pesquisa
Fonte: Autor da dissertação (2008)
Assim, neste estudo, assume-se como contribuição dos SI’s para as decisões
empresariais uma medida composta pelo conjunto das quatro dimensões descritas na definição
anterior, tendo como foco de referência os usuários do sistema, receptores finais dos serviços
disponibilizados ou grupo de usuários que utilizam esses sistemas.
Desta forma, as dimensões utilizadas para a operacionalização da medida de
contribuição dos SI’s existentes nas agroindústrias de torrefação e moagem de capara as
decisões empresariais foram, conforme anteriormente assinalado, as seguintes:
I) determinação das exigências da informação;
II) distribuição das informações;
III) obtenção das informações; e
IV) uso dos sistemas de informações.
Considerando-se sua associação com a dimensão qualidade dos serviços da área de TI
de DeLone e McLean, a dimensão “determinação das exigências da informação” objetiva
buscar informações relacionadas ao envolvimento do pessoal da área de informática para com
os usuários do sistema ou receptores finais dos serviços disponibilizados por aquele.
A dimensão “distribuição das informações” visa conhecer o alcance das informações
ou o uso dos SI’s na linguagem de DeLone e McLean. A dimensão “obtenção das
informações” busca compreender a forma como o usuário obm a informação, bem como
visa descobrir se o SI atende às necessidades de informações para a gestão da área usuária, ou
na linguagem das dimensões de DeLone e McLean busca entender a qualidade da informação
e qualidade do sistema de informação.
A dimensão “uso dos sistemas de informações” procura esclarecer como são utilizados
esses sistemas para apoio à execução das tarefas na organização pesquisada e a opinião geral
89
do usuário sobre o desempenho do sistema, ou na linguagem das dimensões de DeLone e
McLean busca conhecer a qualidade da informação, qualidade do SI e uso dos SI’s.
Deste modo, visando mensurar essas dimensões atribuiu-se pesos, baseando-se em
DeLone e McLean, a cada uma delas diretamente proporcionais à sua importância como fator
de medição da contribuição dos sistemas de informações para as agroindústrias pesquisadas.
Todas essas dimensões contêm uma série de indicadores que, por sua vez, também
receberam pesos equivalentes à sua importância na dimensão analisada. Além de pesos, os
indicadores foram avaliados segundo uma escala adaptada de Likert, que ia de 1 a 5, sendo
1”, o menor grau para o indicador em questão ou não ideal para a empresa e 5”, o maior
grau possível para o indicador ou o ideal para a pergunta analisada. Assim, a nota de cada
dimensão para cada agroindústria é obtida por meio do cálculo da média ponderada.
ji
n
j
j
ii
NLpqN
i
=
=
1
Onde:
N
i
= nota ponderada da escala tipo Likert na dimensão i
n
i
= número de questões na dimensão i
j
i
pq
= peso da questão j na dimensão i
ij
NL
= nota da escala tipo Likert na questão j na dimensão i
Exemplificando então, para a dimensão 1, tem-se:
j
j
j
NLpqN
1
6
1
11
=
=
= pq
11
NL
11
+pq
12
NL
12
+pq
13
NL
13
+pq
14
NL
14
+pq
15
NL
15
+pq
16
NL
16
Onde:
1
N = nota ponderada da escala tipo Likert para a dimensão 1
j
pq
1
= peso da questão j na dimensão 1
j
NL
1
= nota da escala tipo Likert na questão j na dimensão 1
Para a obtenção das notas das outras três dimensões que constituem o formulário,
procedeu-se da mesma maneira, somando-se o resultado obtido na multiplicação do peso da
90
questão em consideração pela respectiva nota da escala tipo Likert e dividindo-se o produto
obtido pelo somatório dos pesos das questões consideradas em cada dimensão.
O nível de contribuição dos SI’ por cada dimensão considerada é conseguido por meio
da divisão do somatório das notas obtidas nesta mesma dimensão para todas as agroinstrias
pelo número de agroindústrias pesquisadas. Exemplificando o lculo do nível de
contribuição dos SI’s por cada dimensão para todas as agroindústrias, tem-se:
14
14
1421
14
1
agroNagroNagroN
agroN
NcontD
iii
j
ji
i
+++
==
=
L
Onde:
i
NcontD = nível de contribuição médio geral dos SI’s das agroindústrias pesquisadas na
dimensão i
ji
agroN = nota ponderada da escala tipo Likert na dimensão i da agroindústria j
14 = número total de agroindústrias pesquisadas
O nível de contribuição dos SI’s ou valor geral para cada agroinstria é obtido
mediante a divisão do somatório, do resultado da multiplicação das notas gerais conseguidas
em cada dimensão pelo respectivo peso daquela dimensão, pelo valor total de pesos das
dimensões. Exemplificando o cálculo do nível de contribuição dos SI’s para cada
agroindústria, tem-se:
=
=
4
1
.
i
jiij
agroNpNcontagro
Onde:
j
Ncontagro = nível de contribuição geral dos SI’s da agroindústria j
i
p = peso da dimensão i
ji
agroN = nota ponderada da escala tipo Likert na dimensão i da agroindústria j
i = 1, 2, 3, 4
91
Por se tratar de uma pesquisa realizada em mais de uma agroindústria, o nível de
contribuição dos SI’s ou valor geral de todas as agroindústrias foi obtido por meio da divisão
do somatório dos valores do nível de contribuição dos SI’s de cada agroindústria pelo número
de agroindústrias pesquisadas. Exemplificando o lculo do nível de contribuição geral dos
SI’s de todas as agroindústrias pesquisadas, tem-se:
14
14
1421
14
1
NcontagroNcontagroNcontagro
Ncontagro
NcontGe
j
j
+++
==
=
L
Onde:
NcontGe = nível de contribuição geral dos SI’s
j
Ncontagro = nível de contribuição geral dos SI’s da agroinstria j
14 = quantidade total de agroindústrias pesquisadas
Pode-se conseguir também o nível de contribuão geral dos sistemas de informações
de todas as agroindústrias pesquisadas por meio de outra fórmula. Assim, outra forma de
calcular o nível de contribuição geral dos SI’s é:
=
=
4
1
.
i
ii
NcontDpNcontGe
Onde:
NcontGe = nível de contribuição geral dos SI’s
p
i
= peso da dimensão i
i
NcontD = nível de contribuição médio geral dos SI’s das agroindústrias pesquisadas na
dimensão i
Conforme colocado, o nível de contribuição geral dos sistemas de informação
existentes nas agroindústrias de torrefação e moagem de café pesquisadas foi obtido por meio
do cálculo da média aritmética, e seguiu a seguinte classificação, conforme pode ser
visualizado na Ilustração 4.2.
Classificação na Escala Tipo Likert Nível de Contribuição dos SI’s
5 Ótimo
4 Bom
3 Regular
2 Ruim
1 Péssimo
Ilustração 4.2
– Quadro Classificação do Nível de Contribuição dos SI’s
Fonte: Autor da dissertação (2008)
92
4.3.3 Definição Operacional de Variáveis
Determinação das Exigências da Informação
Esta dimensão tem peso 2 (dois), devido estar relacionada à dimensão “qualidade dos
serviços da área de TI” do modelo de DeLone e McLean, e foi analisada através de seis
indicadores contidos na segunda parte do formulário. Sendo assim, os indicadores contidos
nesta dimensão constituem apenas a primeira parte da medida de contribuição dos SI’s para as
decisões empresariais. Na Ilustração 4.3 encontra-se demonstrado o peso de cada indicador e
o esclarecimento para a aplicação da escala adaptada de Likert conforme as alternativas de
respostas, apresentando também o conteúdo desses indicadores.
Indicadores Pesos Alternativas de Respostas
Classificação na
Escala Tipo
Likert
Sim 5
1 – Existência de equipamentos de
informática na organização
1
Não 1
Sim 5 2 – Existência de profissionais da área de
informática desenvolvendo sistemas para
auxiliar no processo de gestão
1
Não 1
Quando necessário 5
Por demanda de um serviço 4
Por iniciativa da Gerência de
Informática
3
Por iniciativa própria 2
3 – Forma(s) de reunião(ões) dos usuários
com o gerente ou equipe de informática
para levantamento das necessidades
informacionais de suas áreas
2
Não 1
Formaliza o pedido; solicita à
Gerência de Informática
5
Formaliza o pedido; solicita ao
superior imediato
4
Formaliza o pedido; solicita a
terceiros
3
Não se manifesta por não haver
solução; não se manifesta por que já
o fez anteriormente e não resolveu
2
4 – Meio(s) utilizado(s) quando há
necessidade de alguma alteração ou
adequação no sistema em que o
pesquisado opera
2
Não é sua função 1
Conversa formal (reunião) 5
Ofício 4
Via Diretoria 3
Conversa informal (tel.,
pessoalmente)
2
5 – Instrumento(s) utilizado(s) para
apresentação das necessidades
informacionais das áreas usuárias para
com os responsáveis pelas decisões de
informática
2
Outros 1
Sim 5
NÍVEL DE CONTRIBUIÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PARA AS DECISÕES EMPRESARIAIS
Dimensão 1
Determinação das Exigências da Informação
(Peso 2)
6 – Existência de algum procedimento
formal na organização para a realização
da avaliação do desempenho do sistema
na área considerada
2
Não 1
Ilustração 4.3
– Quadro Classificação das Respostas de Todas as Questões da Primeira
Dimensão
Fonte: Autor da dissertação (2008)
93
Conforme se pode observar na Ilustração 4.3, os indicadores 1 e 2 receberam pesos 1
(um) em decorrência de suas relevâncias na composição desta dimensão, e o indicador 6
recebeu peso 2 (dois) por estar mais relacionado com a dimensão da qual faz parte. Por serem
perguntas consideradas fechadas ou dicotômicas do tipo “sim” ou “nãoe estarem elaboradas
de forma positiva, na escala adaptada de Likert receberam o valor 5 se a resposta era positiva
e 1 se a resposta era negativa.
Ainda, observa-se da Ilustração 4.3 que os indicadores 3, 4 e 5 receberam pesos 2
(dois) cada um por eles incidirem mais diretamente com finalidade desta dimensão. Em outras
palavras, os pesos de cada indicador foram estabelecidos levando em consideração o que
DeLone e McLean propõem como objetivo da dimensão qualidade dos serviços da área de TI.
As perguntas 3 e 4 podem ser caracterizadas como questões de múltipla escolha
enquadradas como “perguntas com mostruário”, nas quais as respostas possíveis estão
estruturadas junto à pergunta, devendo o informante assinalar uma ou várias delas. A pergunta
5 pode ser caracterizada como uma questão que combina respostas de múltipla escolha com
respostas abertas (LAKATOS e MARCONI, 2005).
Cabe ressaltar que a classificação das respostas na escala adaptada de Likert se deu
com base no tipo de resposta considerada ideal ou não ideal para a pergunta. As demais
perguntas das outras três dimensões que constituem a medida de contribuição dos SI’s para as
decisões empresariais também seguiram o mesmo critério de classificação. Entretanto, para
atenuar o possível juízo de valor deflagrado por causa do estabelecimento e da definição sobre
o ideal e o o ideal para as perguntas analisadas, recorreu-se, mais uma vez, a literatura
específica sobre o assunto, embasando-se principalmente em DeLone e McLean (2003) e nos
autores referenciados no quadro teórico do capítulo 3.
Distribuição das Informações
Esta dimensão tem peso 2 (dois) por estar relacionada mais diretamente somente à
dimensão uso dos SI’s” do modelo de DeLone e McLean, e foi analisada considerando-se
quatro indicadores da terceira parte do instrumento de pesquisa. Os indicadores contidos nesta
dimensão constituem apenas a segunda parte da medida de contribuição dos SI’s para as
decisões empresariais, e receberam pesos equivalentes à sua importância nesta dimensão. Na
Ilustração 4.4 encontra-se demonstrado os pesos desses indicadores, a explicação para
aplicação na escala adaptada de Likert de acordo com as alternativas de respostas e o
conteúdo de cada indicador.
94
Indicadores Pesos Alternativas de Respostas
Classificação na
Escala Tipo Likert
Sim 5 1 – Facilidade de acesso aos sistemas
disponíveis para a realização do
trabalho da área usuária
3
Não 1
Não 5
2 – Dificuldade de obtenção de
informações por meio de computadores
3
Sim 1
Sim 5
3 – Divulgação de informação quando
uma nova solução é disponibilizada no
setor da área usuária considerada
2
Não 1
Sim 5
NÍVEL DE CONTRIBUIÇÃO DOS
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PARA
AS DECISÕES EMPRESARIAIS
Dimensão 2
Distribuição das Informações
(Peso 2)
4 – Treinamento ou não quando uma
nova aplicação é disponibilizada no
setor da área usuária considerada
2
Não 1
Ilustração 4.4
– Quadro Classificação das Respostas de Todas as Questões da Segunda
Dimensão
Fonte: Autor da dissertação (2008)
Percebe-se da Ilustração 4.4 que os indicadores 1 e 2 receberam pesos 3 (três) cada
um, em função de sua considerável relevância na constituição desta dimensão. Os indicadores
3 e 4 receberam pesos inferiores, 2 (dois) cada um, dada à sua relação não tanto incisiva com
o objetivo desta dimensão. Esses pesos atribuídos aos indicadores levaram em consideração o
objetivo proposto por DeLone e McLean para a dimensão “uso dos SI’s”.
Em virtude de serem perguntas fechadas ou dicotômicas do tipo “sim” ou “não” e de
serem enunciadas de forma positiva, as questões 1, 3 e 4 na escala adaptada de Likert
receberam o valor 5 quando a resposta era positiva e o valor 1 quando era negativa. A questão
2 também é dicotômica, pom está elaborada de forma negativa, recebendo por isso, na
escala tipo Likert, o valor 5 para a resposta negativa e 1 para a positiva, conforme demonstra
Ilustração 4.4.
Obtenção das Informações
Esta dimensão tem peso 2 (dois) também, haja vista referir-se a duas dimensões
qualidade da informação” e qualidade do SI” do modelo de DeLone e McLean, pom de
forma não tão incisiva, e foi analisada com o mesmo número de indicadores contidos na
dimensão anterior, na quarta parte do formulário. Os indicadores contidos nesta dimensão
constituem apenas a terceira parte da medida de contribuição dos SI’s para as decisões
empresariais, e todos receberam pesos proporcionais à sua relevância nesta dimensão.
A Ilustração 4.5 mostra a descrição dos pesos de cada indicador e o esclarecimento
para o uso da escala adaptada de Likert segundo as alternativas de respostas, bem como
apresenta o conteúdo desses indicadores.
95
Indicadores Pesos Alternativas de Respostas
Classificação na
Escala Tipo Likert
Acesso ao sistema da indústria;
internet
5
Acesso ao sistema da indústria;
intranet
4
Documentos oficiais; intranet 3
Solicita a alguém 2
1 – Forma(s) de obtenção das
informações para atender às
necessidades do trabalho da área
usuária
2
Outros 1
Sim 5
Não 3
2 – Atendimento do sistema de
informação às necessidades de
informações para a gestão da área
usuária
3
Não utiliza sistema 1
Sim 5
3 – Confiança nos dados e informações
disponíveis nos sistemas de computador
da organização
3
Não 1
Sim 5
NÍVEL DE CONTRIBUIÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES
PARA AS DECISÕES EMPRESARIAIS
Dimensão 3
Obtenção das Informações
(Peso 2)
4 – Integração, mantida pelo sistema de
informática geral da organização, entre
as exigências informacionais do usuário
com as das pessoas que necessitam da
informação, assim como também com
as dos desenvolvedores do sistema
2
Não 1
Ilustração 4.5
– Quadro Classificação das Respostas de Todas as Questões da Terceira
Dimensão
Fonte: Autor da dissertação (2008)
Como mostra a Ilustração 4.5, os indicadores 1 e 4 receberam pesos 2 (dois) cada um,
equivalentes à sua relação com esta dimensão. Os demais indicadores desta dimensão
receberam pesos 3 (três) cada um, guardadas as devidas proporções em relação às suas
importâncias para o fim a que se destina a dimensão da qual faz parte.
Destaca-se que os pesos dos indicadores desta dimensão foram estipulados,
considerando-se o que DeLone e McLean propõem em seu modelo como finalidades das
dimensões “qualidade das informações” e “qualidade do SI.
Devido às questões 3 e 4 serem fechadas ou dicotômicas apresentando duas
possibilidades de repostas ou alternativas fixas, do tipo sim” ou “não” e estarem expressas de
forma positiva, na escala adaptada de Likert, receberam o valor 5 quando a resposta era
positiva e 1 quando era negativa. A questão 1 combina respostas de múltipla escolha com
respostas abertas. A pergunta 2 é tricomica do tipo “sim”, “não” ou “não sei”, “não utiliza”
(LAKATOS e MARCONI, 2005), e está exposta de forma positiva, recebendo por isso, na
escala adaptada de Likert, o valor 5 para a resposta positiva, o valor 3 para a resposta somente
negativa e 1 para a resposta do tipo “não utiliza sistema”.
Uso dos Sistemas de Informações
Esta dimensão recebeu peso 4 (quatro) por ter relão direta com três dimensões
qualidade da informação”, qualidade do SI” e “uso dos SI’sdo modelo de DeLone e
96
McLean, e foi analisada por meio de dez indicadores constantes na quinta parte do formulário.
A Ilustração 4.6 apresenta o estabelecimento dos pesos dos indicadores proporcionais à sua
importância para esta dimensão, o esclarecimento para a aplicação da escala adaptada de
Likert de acordo com as alternativas de respostas e o conteúdo de cada indicador.
Nas questões de 1 a 4, a análise foi realizada separadamente de acordo com as várias
áreas da empresa, procurando descobrir como o SI podia ser utilizado para auxiliar na
execução das atividades de cada área da organização. Assim, para cada atividade
característica e inerente de determinada área foi solicitado ao respondente que informasse o
principal recurso de informática ou o utilizado.
Deste modo, quanto ao uso de sistemas de informação na área comercial (vendas,
distribuição e marketing) para cada uma das atividades desta área como cadastro de clientes,
envio de mala direta para clientes, controle de contatos e propostas comerciais, entrada e
processamento de pedidos, automação de força de vendas com computação móvel, análise de
crédito, controle de estoque de produtos acabados, programação de carga, emissão de nota
fiscal, controle de fretes e transportadoras, controle de exportações, controle de propaganda e
promoção, relatórios de venda e outras, o respondente foi solicitado a informar de que
maneira a atividade é realizada, indicando uma das seguintes opções: o realiza a atividade
(não faz); realiza a atividade sem o apoio de recursos de informática (manual); realiza a
atividade por meio de planilhas do tipo office (pacote office); realiza a atividade por meio de
sistemas desenvolvidos internamente (sistema interno); realiza a atividade por meio de
sistemas desenvolvidos para a empresa por terceiros (sistema terceiros); realiza a atividade
por meio de prestadores de serviços (sistema externo); realiza a atividade por meio de pacotes
prontos isolados (pacote isolado); e realiza a atividade por meio de sistemas integrados
(pacote ERP).
Em se tratando do uso de sistemas de informação na área de produção e estoques para
cada uma das atividades desta área como controle de estoque de matéria-prima e
componentes, cadastro de estrutura ou composição do produto, planejamento da produção,
controle de ordens de produção, controle de custos de produção, acompanhamento do controle
de qualidade, controle de manutenção de equipamentos e outras, o respondente foi solicitado a
informar de que maneira a atividade é realizada de acordo com as opções descritas
anteriormente. Nesta área da organização ainda foi solicitado informações referentes aos tipos
de processo de produção: processo contínuo, processo em lotes, fabricação sob encomenda ou
outros.
97
Em relação ao uso de sistemas de informações na área de suprimentos (compras) para
cada uma das atividades desta área como cadastro de fornecedores, cadastro de pedidos de
compra, autorização e liberação de pedidos de compra, envio de pedidos a fornecedores,
elaboração de mapas de cotação de pros e outras, o respondente, assim como na questão
anterior, foi solicitado a informar de que maneira a atividade é realizada de acordo com as
opções descritas.
No que se refere ao uso de sistemas de informação na área administração e finanças
para cada uma das atividades desta área como contas a pagar, contas a receber, tesouraria,
fluxo de caixa, contabilidade, folha de pagamento, livros fiscais, ativo fixo (patrimônio),
cálculo do custo dos produtos, orçamento empresarial, gestão de RH e outras, foi solicitado ao
respondente informar de que maneira a atividade é realizada de acordo com as opções
anteriormente descritas.
Como para cada uma das atividades da área, o pesquisado informa o principal recurso
de informática ou não utilizado, obtendo a correspondente classificação na escala do tipo
Likert, para conseguir a nota final ou classificação final na escala tipo Likert, nestas quatro
perguntas, utilizou-se da média arittica. Em outros termos, somaram-se todos os valores
obtidos para cada atividade da área e o resultado desse somatório dividiu-se pelo número de
atividades descritas em cada área.
Por serem questões que solicita ao respondente que informe o principal recurso de
informática ou não utilizado na empresa para executar cada atividade estabelecida, inerente e
característica de cada área, na escala adaptada de Likert esses recursos de informática ou não
utilizados foram classificados conforme alternativas de respostas dos indicadores 1, 2, 3, e 4,
da Ilustração 4.6.
Esses indicadores referentes ao uso de sistemas de informação nas áreas comercial, de
produção e estoques, de suprimentos (compras) e de administração e finanças receberam
pesos 1 (um) cada um, proporcionais às suas importâncias na constituão da dimensão na
qual estão contidos.
Os pesos atribuídos para cada indicador que constitui esta dimensão foram realizados
de acordo com o fim a que se destinam as dimensões “qualidade da informação”, qualidade
do SI” e “uso dos SI’s” propostas por DeLone e McLean.
98
Indicadores Pesos Alternativas de Respostas
Classificação na
Escala Tipo
Likert
Sistema interno; pacote ERP 5
Sistema de terceiros; pacote isolado 4
Pacote Office; sistema externo 3
Manual 2
1 – Uso de sistemas de informação na área
comercial (vendas, distribuição e
marketing)
1
Não faz 1
Sistema interno; pacote ERP 5
Sistema de terceiros; pacote isolado 4
Pacote Office; sistema externo 3
Manual 2
2 – Uso de sistemas de informação na área
produção e estoques
1
Não faz 1
Sistema interno; pacote ERP 5
Sistema de terceiros; pacote isolado 4
Pacote Office; sistema externo 3
Manual 2
3 – Uso de sistemas de informação na área
de suprimentos (compras)
1
Não faz 1
Sistema interno; pacote ERP 5
Sistema de terceiros; pacote isolado 4
Pacote Office; sistema externo 3
Manual 2
4 – Uso de sistemas de informação na área
de administração e finanças
1
Não faz 1
Sim 5 5 – Utilização adequada dos dados
disponíveis nos sistemas de informações
das áreas usuárias
0,6
Não 1
Não 5
6 – Existência de dificuldade de utilização
dos atuais sistemas de informações das
agroindústrias
0,6
Sim 1
Sim 5
Não 3
7 – Elaboração de relatórios específicos
para visualização da produtividade/serviço
do setor
0,4
Não sei 1
Diminui a carga de trabalho; reduz o
tempo de trabalho (atividades)
5
Reduz a quantidade de papel
circulante; necessita readequação do
fluxo das atividades
4
Aumenta a carga de trabalho;
aumenta a quantidade de papel
circulante; necessita readequação de
atividades
3
Dificulta o trabalho; necessita maior
número de funcionários; outros
2
8 – Avaliação quanto à facilidade ou
dificuldade para a realização do trabalho e
das atividades com os atuais sistemas de
informações da organização
1,4
Dificulta o trabalho; necessita maior
número de funcionários; outros
1
Muito bom (ótimo) 5
Bom (boa) 4
Regular 3
Ruim 2
9 – Qualidade(s) dos sistemas de
informação disponíveis na organização,
considerando algumas características e
subcaracterísticas de um software de
qualidade descritas na norma ISO 9126 e
apresentadas na Figura 19
1,5
Péssimo(a) 1
Muito bom (ótimo) 5
Bom (boa) 4
Regular 3
Ruim 2
NÍVEL DE CONTRIBUIÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PARA AS DECISÕES EMPRESARIAIS
Dimensão 4
Uso dos Sistemas de Informações
(Peso 4)
10 – Qualidade(s) das informações
disponibilizadas pelo sistema atual da
organização, considerando algumas
características da informação valiosa
propostas por Davenport (1998) e Stair e
Reynolds (2002) e apresentadas na Figura
2
1,5
Péssimo(a) 1
Ilustração 4.6
Quadro Classificação das Respostas de Todas as Questões da Quarta
Dimensão
Fonte: Autor da dissertação (2008)
99
Assim, em conseqüência de suas importâncias para a dimensão considerada, a
Ilustração 4.6 mostra que os indicadores 5 e 6 receberam pesos 0,6 (seis décimos). Estas
perguntas são dicotômicas do tipo sim ou “não”, porém a diferença é que, enquanto a
pergunta 5 está enunciada de forma positiva, recebendo por isso, na escala adaptada de Likert,
o valor 5 para a resposta positiva e 1 para a negativa, a pergunta 6 está expressa de forma
negativa, recebendo classificação inversa.
Dada à sua menor incidência com esta dimensão, o indicador 7 recebeu peso 0,4
(quatro décimos). É uma pergunta tricotômica, apresentando três alternativas de respostas, do
tipo “sim”, “não” ou “não sei”, e está expressa de forma positiva. Por isso, na escala do tipo
Likert, recebe o valor 5 para a resposta positiva, 3 para somente negativa e 1 para resposta do
tipo “não sei”.
O indicador 8 recebeu peso 1,4 (um inteiro e quatro décimos) e se caracteriza por ser
uma pergunta que combina respostas de múltipla escolha com respostas abertas. As duas
últimas questões receberam pesos 1,5 (um inteiro e cinco décimos) em decorrência de seus
relacionamentos com a dimensão considerada e da equivalência com as dimensões “qualidade
do sistema” e “qualidade das informações” do modelo de DeLone e McLean.
Como essas duas últimas questões são perguntas de múltipla escolha que apresentam
rias características de qualidade dos SI’s e de qualidade das informações, e para cada uma
delas, o informante avalia de acordo com os vários graus de intensidade, obtendo a
correspondente classificação na escala adaptada de Likert, para conseguir a nota final ou
classificação final na escala do tipo Likert, nestas perguntas, utilizou-se da média aritmética.
Isto é, somaram-se todos os valores obtidos em cada característica e o resultado desse
somatório dividiu-se pela quantidade de características estabelecidas nestas perguntas.
4.4 O Universo e Amostra da Pesquisa
Para obter dados a respeito dos sistemas de informações das agroindústrias, aplicou-se
formulários nas agroindústrias de torrefação e moagem de casituadas ao longo do eixo da
BR 364, nas cidades de Cacoal, Ji-Para, Jaru, Ariquemes e Porto Velho.
A delimitação da amostra se deu através do processo denominado de amostragem não-
probabilística intencional, utilizada quando uma amostra é propositadamente selecionada por
possuir aspectos considerados relevantes para a observação do femeno, não fazendo,
portanto, uso de uma forma aleatória de seleção dos casos investigados.
100
Kidder et. al (1987) esclarece que a condição básica que está por trás da amostragem
proposital é de que, com um bom julgamento e uma estratégia adequada, pode-se escolher
com cuidado os casos que devem ser incluídos na amostra e, desta forma, desenvolvê-las de
maneira que possam ser satisfatórias de acordo com as necessidades.
Para Gil (1991, p.128)
Uma amostra intencional, em que os indivíduos são selecionados a partir de certas
características tidas como relevantes pelos pesquisadores e participantes, mostra-se
mais adequada para a obtenção de dados de natureza qualitativa […]
Entretanto, para não prejudicar a consistência da pesquisa foram empregadas
restrições para a sua validação. As empresas e as pessoas selecionadas para aplicação dos
formulários deveriam possuir as seguintes características, respectivamente:
Ter uma estrutura organizacional que proporcione e possibilite a realização da
pesquisa, assim como também que seja capaz de fornecer as informações
requeridas; estar localizadas dentro das cidades selecionadas para a pesquisa ou no
perímetro urbano das mesmas; e
Ter acesso às informações e dados do setor em comento; possuir conhecimentos
do sistema de informações, provenientes de suas experiências profissionais; estar
dispostas a colaborar com a pesquisa; e proporcionar um “canal” aberto de
comunicação para futuros contatos.
Por meio de informações obtidas junto ao órgão representante da categoria, de-se
verificar que o universo constitui-se de 33 agroindústrias formalmente cadastradas no
segmento de atividade ecomica selecionado para a pesquisa (torrefação e moagem de café –
CNAE
37
10.81-3/02) no Estado de Rondônia. Entretanto, devido ao estudo se limitar somente
nas cidades situadas ao longo do eixo da BR 364, entre Cacoal e Porto Velho, este universo
reduz-se para apenas 24 agroindústrias formalmente cadastradas.
Vale ressalvar que destas 24 agroindústrias, algumas não existem mais na realidade
ou não mais atuam no mercado (2 agroindústrias, equivalentes a cerca de 8% do universo da
região delimitada para estudo) como foi comprovado pelo pesquisador ao tentar localizá-las.
Outras delas constituíram a parte da amostra em que foi aplicado o pré-teste do instrumento
37
Classificação Nacional de Atividades Econômicas, de acordo com o Ministério da Fazenda, é o instrumento de
padronização nacional dos digos de atividade econômica e dos critérios de enquadramento utilizados pelos
diversos órgãos da Administração Tributária do país. Ela é aplicada a todos os agentes econômicos que estão
engajados na produção de bens e serviços, podendo compreender estabelecimentos de empresas privadas ou
públicas, estabelecimentos agrícolas, organismos públicos e privados, instituições sem fins lucrativos e agentes
autônomos (pessoa física).
101
de coleta de dados (4 agroindústrias, ou aproximadamente 17%). Outras não aceitaram
participar da pesquisa (2 agroindústrias, cerca de 8%), e outras não enquadraram nos critérios
estabelecidos ou não atenderam os requisitos ou características estipuladas pela pesquisa (2
agroindústrias, cerca de 8,%).
Sendo assim, neste espaço delimitado para o estudo, retirando as agroindústrias em
que foi aplicado o pré-teste do instrumento de coleta de dados, das 18 existentes e atuantes no
mercado, somente 14 agroindústrias (aproximadamente 58% do universo da região escolhida
para a pesquisa) aceitaram participar da pesquisa e enquadraram nos critérios e requisitos pré-
determinados para a mesma.
Deste modo, percebe-se que os elementos pesquisados foram escolhidos devido à sua
importância ao segmento agroindustrial de café em Rondônia. Outra justificativa para a
escolha das agroindústrias nessa região deve-se ao fato de elas constituírem a parte (amostra)
mais significativa e representativa do todo (universo ou população), haja vista que
aproximadamente 73% das agroinstrias de torrefação e moagem de café existentes no
Estado se encontram situadas nas cidades da região delimitada para a pesquisa.
Em relação à distribuição espacial das agroinstrias de torrefação e moagem de café
pesquisadas, a maioria delas, aproximadamente 42,9%, estão situadas na cidade de Cacoal. As
demais estão distribuídas da seguinte maneira: 21,4% na cidade de Ji-Paraná; 14,3% na cidade
de Ariquemes; 14,3% na cidade de Porto Velho; e 7,1% na cidade de Jaru.
4.5 Coleta, Análise e Tratamento dos Dados
A coleta de dados caracterizou-se pelo trabalho de busca de informações nas
agroindústrias, utilizando-se como instrumentos de pesquisa, para alcançar os objetivos
propostos, a aplicação de formulários. Os formulários abordaram perguntas específicas e
relevantes, semi-estruturadas. De forma anatica, os formulários contêm perguntas fechadas
ou dicomicas do tipo “sim” ou “não”; perguntas fechadas ou tricomicas do tipo “sim”,
“não” ou “não sei”; perguntas de múltipla escolha enquadradas como “perguntas com
mostruário”; e perguntas que combinam respostas de múltipla escolha com respostas abertas.
Mediante o formulário, as perguntas foram enunciadas pelo entrevistador e preenchidas por
ele com as respostas do pesquisado.
Julga-se relevante mencionar que a versão original desse instrumento de coleta de
dados foi elaborada por Kuwabara (2003), que posteriormente passou por algumas adaptações
de conteúdo e forma quando da realização do pré-teste em algumas agroindústrias de
102
torrefão e moagem e beneficiadoras de café em Porto Velho RO, bem como sofreu
algumas inserções de questões desenvolvidas no questionário elaborado por Souza (2004)
para avaliar o grau de informatização de empresas industriais paulistas.
Deste modo, para a coleta de dados necessários ao desenvolvimento deste estudo,
utilizou-se do formulário no qual, além de dados gerais do informante (nome, telefone, e-mail,
setor onde trabalha, tempo de atuação na área e data de admissão na empresa) e da
organização (razão social da organização, CNPJ, endereço, cidade onde está localizada e
CEP) procurou-se obter dados relacionados com: determinação das exigências da informação,
distribuição das informações, obtenção das informações e uso dos sistemas de informações.
Como técnica para facilitar o preenchimento, o formulário foi dividido em cinco
partes, de maneira que cada parte fosse destacada do todo e pudesse ser preenchida
isoladamente, já que as questões formuladas envolvem rias dimensões que contêm diversos
indicadores para análise da contribuição dos SI’s nas organizações pesquisadas.
A escolha deste instrumento de coleta de dados, o formulário, es embasada nas
seguintes iias, as quais, por sua vez, estão baseadas nas considerações feitas por Leite
(2004) e Lakatos e Marconi (2005):
O formulário pode ser utilizado em quase todo o segmento da população, desde
o-alfabetizados até alfabetizados, populações heterogêneas, porque seu
preenchimento é realizado pelo entrevistador;
Presença do pesquisador, que pode explicitar os objetivos da pesquisa, orientar
o preenchimento do formurio e esclarecer ou elucidar significados de
perguntas que não estejam muito claras e precisas;
Obtenção de informações mais complexas e úteis; e
Flexibilidade para adaptar-se às necessidades de cada circunstância, podendo o
pesquisador reformular itens, especificar algum significado, como garantia de
estar sendo compreendido ou ajustar o formulário à compreensão ou sistema de
referência de cada informante.
Juntamente com a aplicação do formulário se deu a observação sistemática in loco.
Para Afonso (2000, p. 68) na observação o pesquisador é quem estrutura a resposta.” Este
instrumento é mais do que ver e ouvir: é seguir atentamente o fenômeno, selecionando o que o
torna mais importante e significativo, a partir de intenções específicas.
Nesta mesma linha de raciocínio, Lakatos e Marconi (2005, p. 195) salientam que a
observação sistemática “realiza-se em condições controladas, para responder a propósitos
preestabelecidos”. Os supracitados autores enfatizam que neste tipo de observação, o
103
observador sabe o que procura e o que carece de importância em determinada situação; deve
ser objetivo, reconhecer possíveis erros e eliminar sua influência sobre o que vê ou recolhe.
As a coleta dos dados, realizada de acordo com os procedimentos indicados
anteriormente, eles foram elaborados e classificados de forma sistemática. Assim, os dados
coletados foram organizados em gráficos que ajudaram a proceder às análises e às
comparações entre as variáveis, tentando evidenciar as relações existentes entre os femenos
estudados e outros fatores.
Sendo assim, na análise e interpretação dos dados utilizou-se de instrumentos de apoio
como o software Microsoft Excel para dar um significado mais amplo às respostas,
vinculando-as a outros conhecimentos. Pode-se dizer que aqui, na interpretação dos dados,
teve-se como finalidade precípua expor o verdadeiro significado do material coletado, em
relação aos objetivos propostos e ao tema, fazendo ilações mais amplas dos dados discutidos.
Abordados e esclarecidos o tipo de pesquisa, os procedimentos metodológicos
utilizados, definidos de forma constitutiva e operacional termos e variáveis, delimitados a
amostra pesquisada, bem como informado os instrumentos usados na análise e interpretação
dos dados, a seguir, passa-se apresentar os resultados e discussões desses dados.
104
CAPÍTULO 5
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
As percepções relevantes e as conclusões obtidas a partir da observação sistemática in
loco foram sendo registradas num caderno de anotações no decorrer das visitas às
agroindústrias. Essas informações, juntamente com os resultados alcançados na aplicação dos
formulários, subsidiaram a apresentação, análise e interpretação dos dados, apresentados neste
capítulo.
5.1 Perfil da Amostra
A caracterização da amostra foi determinada nesta primeira parte do formulário, com
dados gerais do informante e da organização. O objetivo consistiu em verificar o setor e o
tempo de atuação dos usuários nas áreas estudadas, assim como apresentar uma visão
panorâmica ao leitor dos dados gerais dos elementos e agroinstrias pesquisadas.
Nessa perspectiva, quanto ao setor de atuação nas agroindústrias pesquisadas, os dados
evidenciam que a maioria dos respondentes executa atividades típicas ou atuam na área
gerencial (aproximadamente 57% da amostra); uma parcela desempenha tarefas da área de
diretoria (cerca de 29% dos pesquisados); e os outros informantes trabalham na área
administrativa (cerca de 14%), conforme pode ser visto na Ilustração 5.1.
Área de Atuação dos Informantes
29%
57%
14%
Diretoria Gerencial Administrativa
Ilustração 5.1
Gráfico
Área de Atuação dos Respondentes nas Agroindústrias Pesquisadas
Fonte: Dados primários (2008)
A média aritmética do tempo de admissão dos colaboradores nas agroindústrias de
torrefão e moagem de café pesquisadas é de aproximadamente 9 anos. A Ilustração 5.2
apresenta a distribuição da amostra por tempo de admissão dos colaboradores nas
105
agroindústrias pesquisadas, revelando que a maior concentração da mesma se situa entre 0 e 9
anos de admissão, com 64% dos colaboradores, sendo que deste percentual, 22% foram
admitidos nos últimos 8 meses.
Amostra por Tempo de Admissão
64%
14%
22%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
0 I--I 9 10 I--I 18 19 I--I 27
Anos
Ilustração 5.2 –
Gráfico
Distribuição da Amostra por Tempo de Admissão dos Colaboradores
Fonte: Dados primários (2008)
No que diz respeito ao tempo de atuação na área em que os respondentes estão,
atualmente, executando suas atividades nas agroindústrias pesquisadas, a dia aritmética
obtida é de aproximadamente 8 anos. A distribuição da amostra por tempo de atuação na área
pode ser visualizada conforme mostra a Ilustração 5.3. Percebe-se que o maior percentual de
concentração da amostra, assim como na distribuição anterior, se encontra entre 0 e 9 anos de
atuação, com 71% dos pesquisados, sendo que deste percentual, 30% começaram a atuar na
área informada nos últimos 12 meses.
Amostra por Tempo de Atuação na Área
71%
7%
22%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
0 I--I 9 10 I--I 18 19 I--I 27
Anos de Atuação
Ilustração 5.3
Gráfico
Distribuição da Amostra por Tempo de Atuação na Área Informada
Fonte: Dados primários (2008)
106
Resulta observar que esta dia arittica obtida é praticamente a mesma verificada
para o tempo de admissão, provavelmente decorrente do fato de que, grande parte, dos
informantes ingressou em suas respectivas e atuais áreas de atuação desde quando foram
admitidos nas agroindústrias. Outra possível explicação para este fenômeno pode residir no
fato de que as agroindústrias de torrefação e moagem pesquisadas se caracterizam por serem
empresas familiares. Por conseguinte, alguns sujeitos pesquisados estão atuando em suas
respectiva e atual área desde quando a agroindústria foi implantada, haja vista que são
gerentes ou sócios-proprietários da mesma.
Este panorama descrito demonstra também que quase todo o pessoal envolvido na
pesquisa praticamente não trabalhou em outras áreas, podendo ser um indicativo de que
possui grandes habilidades e conhecimentos sobre a área e o contexto organizacional,
podendo colaborar definitivamente com o sucesso da área. Por outro lado, a atuação rotineira
e a limitação de atividades e informações sobre o contexto sistêmico das agroindústrias
podem estar presentes, comprometendo seu campo de atuação.
Estabelecendo comparativo com o diagnóstico realizado por Zylbersztajn, Farina e
Santos (1993), sobre o sistema agroindustrial do café no Brasil, essas evidências podem ser
ratificadas. Para eles, a grande maioria das empresas do segmento torrefação e moagem de
café não tinham administração contratada, sendo tipicamente empresas familiares, operando,
em sua maior parte, em mercados locais.
No contexto da região delimitada para esta pesquisa, o cerio verificado não é
diferente da situação descrita por esses autores, onde as empresas de pequeno e médio porte
operam, em sua maioria, em mercados regionais, visando apenas o atendimento das
necessidades mais prementes da população de algumas cidades, ou quando muito, pleiteiam o
abastecimento do mercado interno regional, salvo raras exceções.
5.2 Análise e Interpretação dos Dados
Para a realização do estudo em comento, a pesquisa foi dividida em duas partes. A
primeira parte constou da observação sistemática in loco para apreender coisas e
acontecimentos e selecionar o fenômeno mais relevante e significativo, a partir de intenções
pré-determinadas. Em outras palavras, esta fase procurou conhecer o ambiente atual das
agroindústrias de torrefação e moagem de café, localizadas nas cidades da região delimitada
para estudo, no que diz respeito aos seus sistemas de informações. Este reconhecimento se
deu por meio de um diagnóstico da situação existente, o qual possibilitou a caracterização
107
quanto aos tipos de sistemas de informações que acabam, de maneira geral, predominando
nessas agroindústrias pesquisadas.
5.2.1 Caracterização dos Sistemas de Informações das Agroindústrias Pesquisadas
Antes de caracterizar ou classificar os sistemas de informações das agroindústrias
pesquisadas, vale ressaltar, em sincronia com o observado por Chaves e Falsarella (1995) e
Turban, McLean e Wetherbe (2004), que não na prática uma classificação rígida, podendo
as empresas e os autores classificar os sistemas de diversas maneiras.
Entretanto, genericamente e em termos conceituais, a classificação pode ser
estabelecida. Além disso, a classificação pode se dar também com base em cada tipo de
função apoiada pelo sistema. Sendo assim, no contexto desse estudo, a perspectiva adotada
o é diferente desta última observação, onde a caracterização dos sistemas de informações se
deu de acordo com os papéis que eles desempenham nas agroindústrias.
Assim, na consolidação dos resultados observacionais, em relação ao reconhecimento
e caracterização quanto aos tipos de sistemas de informações existentes nas agroindústrias
pesquisadas, verificou-se que a maioria não comunica entre si, em geral, contam com pouca
ou nenhuma flexibilidade, são obsoletos para determinadas necessidades e muito genéricos.
Como apoio à execução das atividades de cada área da organização, grande parte das
agroindústrias pesquisadas utilizam recursos do pacote office como, por exemplo, planilhas
tipo Excel, bancos de dados tipo Access ou processadores de textos tipo Word. Outra parcela
dessas agroindústrias conta com o auxílio, para execução de suas atividades, de sistemas
desenvolvidos para a agroindústria por terceiros contratos por ela.
Porém, estes sistemas são direcionados aos níveis operacionais intermediários e mais
baixos da administração das agroindústrias, com o objetivo de automatizar o trabalho e
permitem pouca adaptabilidade para o entrecruzamento necessário à produção de informação
estratégica. Estes sistemas caracterizam-se por não considerar as diferentes situações e
circunstâncias que lhes são apresentadas. Em geral, não há uma customização dos sistemas de
informações informatizados para atender às necessidades e especificidades de cada empresa.
Para contornar esses tipos de desafios averiguados e descritos acima, no mercado
sistemas desenvolvidos sob módulos. Cada dulo é criado para receber e processar
informações de uma determinada área, ou seja, existe um módulo específico para cada setor,
departamento, seção, e assim por diante. Um módulo funciona independentemente do outro, e
uma solução muito comum adotada pelas empresas é instalar uma parte do programa de cada
108
vez. Vale ressaltar, que esses módulos devem trabalhar de forma interdependente e integrada
em uma base de dados comum. Pode-se, também, optar pela estratégia que os consultores
chamam de big bang”: comprar e implantar todos os módulos de uma vez.
Assim, pode-se enfatizar que, por essas características descritas, e de acordo com os
diversos autores estudados na subseção Tipos de Sistemas de Informações” (SPRAGUE
JUNIOR, 1980; TURBAN e SCHAEFFER, 1991; ALBERTIN e MOURA, 1995; LAUDON
e LAUDON 1999; RESENDE e ABREU 2000; STAIR e REYNOLDS 2002; O’BRIEN
2004; OLIVEIRA, 2004; TURBAN, MCLEAN e WETHERBE, 2004; BRITO e SENGER,
2006), os SI’s das agroindústrias pesquisadas apresentam características do tipo operacional.
Neste modelo, que também pode ser denominado como Sistemas de Processamento de
Transações (TPS Transaction Processing Systems), caracterizado como a base de dados e
informatização de qualquer organização (subseção 3.1.4), todos os dados estão disponíveis de
forma a possibilitar o controle do fluxo de informações operacionais e a tomada de decisão.
De modo geral, nas agroindústrias pesquisadas esses sistemas são utilizados para
solucionar problemas de operação, serviços e produção, representando a aplicação dos
conceitos de informação e tecnologia para as transações rotineiras e repetitivas destas
organizações, ficando, desta forma, em constante uso nessas empresas, envolvendo o
processamento de transações e controle de dados e processos.
de-se observar, ainda, nas agroindústrias de torrefação e moagem de ca
envolvidas na pesquisa, que esses sistemas possibilitam investigar, na sua grande maioria,
dados específicos por áreas de atuação e de procedimentos. Todavia, os procedimentos
rotineiros não apregoam o gerenciamento efetivo, voltando-se para uma administração de
dados, e não de informações efetivas. Cabe relevante ressalvar que os sistemas de
informações identificados, em paralelo com o destacado por Laudon e Laudon (1999), são
importantes fornecedores de dados para o nível operacional, e são eles os maiores produtores
de informação para os níveis mais elevados de uma organização.
5.2.2 Determinação das Exigências da Informação
A segunda parte da pesquisa constou da aplicação dos formulários para atender ao
terceiro objetivo do estudo em foco, ou em outros termos, para realizar a avaliação da
contribuição dos sistemas de informações existentes nas agroindústrias de torrefação e
moagem de café para suas decisões empresariais.
109
A abordagem realizada nesta segunda parte do instrumento de coleta de dados objetiva
buscar informações pertinentes ao envolvimento do pessoal da área de informática para com
os usuários do sistema ou receptores finais dos serviços disponibilizados por aquele, ou na
linguagem das dimensões de DeLone e McLean (2003), busca informações relacionadas à
qualidade dos serviços da área de TI.
A Tabela 1 mostra a nota ponderada da escala adaptada de Likert para cada
agroindústria, bem como apresenta o nível de contribuição médio geral dos SI’s para todas as
agroindústrias pesquisadas para esta primeira dimensão.
Tabela 1
– Notas Ponderadas da Escala Tipo Likert e Contribuição dos SI’s na Dimensão 1
Agroindústrias N
1
agro
j
Nível de Contribuição dos SI’s
A
2,8
Regular
B
2,8
Regular
C
2,6
Regular
D
4,0
Bom
E
3,2
Regular
F
2,8
Regular
G
3,6
Bom
H
2,6
Regular
I
2,8
Regular
J
3,0
Regular
K
4,2
Bom
L
3,2
Regular
M
4,0
Bom
N
4,2
Bom
NcontD
1
3,3
Regular
Fonte: Dados primários (2008)
Percebe-se da Tabela 1 que o nível de contribuição dos sistemas de informação para as
decisões empresariais, nesta primeira dimensão, é de aproximadamente 3 (três) na escala tipo
Likert, o que caracteriza um nível de contribuição desses sistemas de apenas regular para as
decisões nas agroinstrias pesquisadas, conforme classificação estabelecida e convencionada
anteriormente na Ilustração 4.2.
Merece enfatizar que das 14 agroindústrias pesquisadas, considerando apenas esta
dimensão, 64% delas apresentam um nível de contribuição regular de seus SI’s, e somente
36% delas classificaram-se com um nível de boa contribuição (
Ilustração 5.4
). Cabe mencionar
que em nenhuma agroindústria pesquisada, os SI’s apresentaram um nível de ótima
contribuição, o que pode ser elucidado com as observações realizadas sobre cada questão em
particular.
110
Contribuão dos Sistemas de Informações para as
Decies Empresariais
36%
64%
Contribuição Boa Contribuição Regular
Ilustração 5.4 Gráfico Agroindústrias por Nível de Contribuição dos SI’s na Primeira Dimeno
Fonte: Dados primários (2008)
Assim, no esclarecimento das questões, com relação à existência de equipamentos de
informática, em todas as agroinstrias de torrefação e moagem pesquisadas tais
equipamentos para auxiliar na condução e gestão do necio. Porém, é válido atentar para a
situação verificada por Paul Strassmann (1997) citado por Andrade e Falk (2001), o qual
informa que o há uma menor relação entre quanto uma empresa investe em tecnologias de
SI’s e seu sucesso econômico, seja ele medido como lucro, crescimento ou produtividade.
Enquanto altos investimentos podem significar inovação, porém também desperdício,
pouco investimento pode ser sinônimo de prudência, mas também de atraso. Colocado desta
forma, resta então, atentar para o bom senso, porque em matéria de tecnologia de SI’s, o
relevante não é o “quanto se gasta”, porém o “como se gasta”.
Quando pesquisado essa existência por tipo de equipamentos que possuem, todas essas
agroindústrias fazem uso de microcomputadores para usuários tipo desktops; 57% delas
utilizam microcomputadores portáteis tipo notebooks ou laptops; outras 86% contam com o
apoio de servidores locais para gerenciamento e controle das informações; e apenas 21% têm
microcomputadores conectados a máquinas de processamento de café, conforme
Ilustração 5.5
.
Esse percentual de respostas indicando que apenas 21% das agroindústrias pesquisadas
possuem microcomputadores conectados a máquinas de processamento de café, mostra que as
observações de Saes e Farina (1999), sobre as principais implicações da regulamentação do
mercado para as instrias de café, que teve fim no início da década de 90, ainda continuam
valendo para algumas das agroindústrias de torrefação e moagem de café pesquisadas, como o
desestímulo ao investimento na redução de custos e no aperfeiçoamento de processos.
111
Empresas por Tipo de Equipamentos
21%
57%
86%
100%
0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%
Micromp. Conec. Process. Café
Microcomp. Portáteis (Notebooks)
Servidores Intel (Windows, Linux)
Microcomp. Usuários (Desktops)
Ilustração 5.5
Gráfico
Percentual de Agroindústrias por Tipo de Equipamentos
Fonte: Dados primários (2008)
Pode-se destacar que, dos 109 equipamentos de infortica existentes nas
organizações pesquisadas, a maior parte deles o microcomputadores para usuários do tipo
desktops (aproximadamente 70% dos equipamentos); outros 14% o equipamentos
servidores do tipo Windows e Linux; 11% são microcomputadores portáteis do tipo notebooks
ou laptops; e cerca de 5% desses equipamentos o microcomputadores que estão conectados
a máquinas de processamento de café, como pode ser visualizado na
Ilustração 5.6
.
Percentual por Tipo de Equipamentos
70%
14%
11%
5%
Microcomp. Usuários (Desktops) Servidores Intel (Windows, Linux)
Microcomp. Portáteis (Notebooks) Micromp. Conec. Process. Café
Ilustração 5.6
– Gráfico
Percentual de Equip. nas Agroindústrias por Tipo de Equipamentos
Fonte: Dados primários (2008)
Quando indagados se existiam profissionais da área de informática desenvolvendo
sistemas para auxiliar no processo de gestão das agroinstrias, 57% dos pesquisados
responderam positivamente e apenas 43% disseram o haver tais profissionais (
Ilustração
5.7
). Essa evidência pode ser atribuída ao reduzido porte que caracterizam essas
agroindústrias, não necessitando, muito freqüentemente, de desenvolvedores de sistemas para
suprir suas necessidades informacionais.
112
Existência de Profissionais de Informática
57%
43%
SIM NÃO
Ilustração 5.7
– Gráfico
Existência de Profissionais de Informática Desenvolvendo Sistemas
Fonte: Dados primários (2008)
Sendo assim, a classificação para esta questão em particular pode ser considerada
como apenas regular, haja vista que este percentual de respostas indicando inexistência de
profissionais de informática que desenvolvam sistemas nessas agroindústrias faz com que caia
a média das notas obtidas na escala adaptada de Likert.
Dos usuários pesquisados que responderam de forma positiva a esta pergunta, foi
solicitado ainda que informasse a quantidade de pessoas da área de informática que auxiliam
no desempenho de algumas funções dessas empresas. Deste modo, das 14 pessoas
relacionadas à área de informática, 50% delas apóiam nas funções de suporte técnico,
operação e configuração de redes; 29% prestam algum tipo de auxílio às funções de
executivos como diretores ou gerentes gerais; e apenas 21% dessas pessoas auxiliam nas
funções de coordenadorias, supervisões ou gerências de áreas (
Ilustração 5.8
).
Percentual de Pessoas por Função
50%
29%
21%
Suporte Téc., Oper. e Config. de Redes Executivos Coord., Superv. ou Gerent.
Ilustração 5.8
Gráfico
Percentual de Pessoas da Área de Infortica por Função Apoiada
Fonte: Dados primários (2008)
113
Dentre as opções oferecidas aos informantes com possibilidades de múltipla escolha,
para a questão relacionada à forma de relacionamento entre o departamento, setor ou
indivíduo responsável pelo gerenciamento da infortica e os usuários, pôde-se verificar que
71% dos usuários demonstraram que se reúnem somente quando necessário; 29% por
iniciativa própria; 21% por demanda de um serviço; e apenas 7% se reúnem com o
responsável pela informática por iniciativa da própria gerência de informática (
Ilustração 5.9
).
Deste modo, a classificação para esta questão em particular pode ser considerada como boa,
pois grande parte das reuniões, de forma quando há necessidade, entre os usuários e o
responsável pela informática nessas organizações, faz com que a média das notas na escala
tipo Likert se eleve, compensando as notas mais baixas.
Formas de Reunião
7%
21%
29%
71%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
Por Inic. da Ger. ou Eq. de Infor.
Por Demanda de um Servo
Por Iniciativa Própria
Quando Necessário
Ilustração 5.9
Gráfico
Formas de Reunião entre o Usuário e a Equipe de Informática
Fonte: Dados primários (2008)
Importante ressaltar que nesta pergunta foi possível perceber um padrão de
relacionamento com o pessoal ou setor responsável pelas questões pertinentes à informática,
pois, de certa forma, há uma freqüência mais elevada de respostas no sentido de se ter
reuniões somente quando existe alguma necessidade a ser atendida ou satisfeita nas
organizações pesquisadas.
Em casos de necessidades de alguma alteração ou adequação nos sistemas existentes
nas agroindústrias de torrefação e moagem de café, a solicitação a terceiros como ação
predominante é realizada por 71% dos usuários entrevistados, seguidos de 36% que solicitam
à gerência de informática, indivíduo ou equipe responsável pelas questões relacionadas à
informática; e 21% dos informantes solicitam ao superior imediato (
Ilustração 5.10
). A
classificação para esta pergunta em particular pode ser enquadrada como apenas regular, pois
o meio predominante utilizado quando necessidade de alguma alteração ou adequação no
114
sistema do usuário, a solicitão a terceiros, acaba fazendo com que baixe a média das notas
obtidas na escala adaptada de Likert.
Meios Utilizados para Alteração no Sistema
21%
36%
71%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
Solicita ao Superior
Imediato
Solicita à Ger. de Infor.
Solicita a Terceiros
Ilustração 5.10
– Gráfico
Meios Utilizados quando há Necessidade de Alteração no Sistema
Fonte: Dados primários (2008)
Esta alta percentagem de respostas, indicando a solicitação a terceiros como ação
realizada pela maior parte dos usuários quando há necessidades de alguma alteração ou
adequação no sistema, revela que nas agroindústrias de torrefação e moagem de café
pesquisadas, somente algumas contam ou possuem um departamento ou setor responsável
pelo tratamento e averiguação dos problemas e aspectos relacionadas aos seus sistemas de
informão, que visam subsidiar e fornecer aos tomadores de decisão a informação correta, no
tempo oportuno e no formato certo.
Esta realidade é uma característica típica das pequenas empresas que constituem o
segmento de torrefão e moagem. Esta característica verificada para as agroindústrias
pesquisadas também foi identificada nos estudos realizados por autores como Zylbersztajn,
Farina e Santos (1993), ao apontarem que neste segmento uma forte predominância de
organizações com características familiares de pequeno porte e, sendo assim, nessas empresas
praticamente inexistem funções empresariais com os departamentos equivalentes.
Vale ressaltar para os informantes que realizam a solicitação a terceiros que, para que
a empresa possa usufruir das vantagens básicas dos sistemas, é necessário que haja aceitação e
envolvimento adequado dos proprietários, bem como da alta, média e baixa administração em
relação à alteração ou adequação no sistema. Nesse sentido, Oliveira (2002) esclarece que, se
a alteração ou adequação não for bem aceita e o envolvimento para com ela não for adequado,
pode provocar uma situação de descrédito para com o sistema.
Verifica-se que esses dois aspectos (aceitação e envolvimento dos empresários) podem
proporcionar adequada sustentação em relação as possíveis alterações ou adequações nos
115
sistemas das agroindústrias pesquisadas. E, por conseqüência, as potenciais vantagens dessas
possíveis mudanças poderão ser mais bem usufruídas por todos nas agroindústrias.
Quanto aos instrumentos com que são apresentadas as necessidades informacionais
das áreas usuárias para com os responsáveis pelo gerenciamento de infortica, 79% dos
informantes colocaram e expuseram suas necessidades por intermédio de uma conversa
informal, seja pessoalmente ou por telefone, indicando possivelmente falta de rotina pré-
determinada por ambas as partes, tanto das agroindústrias quanto da gerência de informática,
indivíduo ou responsável pelo tratamento de questões relacionadas à informática, uma vez que
alterações de qualquer natureza necessitam, obrigatoriamente, de registros e controles
hisricos dos sistemas das áreas usuárias, assim como para a melhoria da produtividade do
próprio pessoal de informática. Nos sujeitos pesquisados, outros 21% inicialmente utilizaram-
se esta forma de comunicação que, posteriormente foi formalizada por meio de reuniões
realizadas periodicamente (
Ilustração 5.11
).
Forma de Apresentação das Necesssidades Informacionais
21%
79%
Conversa Formal (reunião) Conversa Informal (tel., pessoalmente)
Ilustração 5.11 Gráfico Recurso Utilizado para Apresentação das Necessidades Informacionais
Fonte: Dados primários (2008)
Esta questão em particular recebeu a classificação que pode ser enquadrada como
regular com tendência para ruim, pois a maior parte dos informantes apontou a conversa
informal como recurso utilizado para apresentar as necessidades informacionais das áreas
usuárias aos responsáveis pela informática. Esse instrumento utilizado (conversa informal) faz
com que a média das notas obtidas na escala tipo Likert baixe de forma significativa.
Em relação à existência de algum procedimento formal, nas empresas pesquisadas,
para a avaliação do desempenho dos sistemas, apenas 21% dos informantes responderam de
forma positiva a esta questão; e 79% dos pesquisados concordam que não existe nenhuma
forma de avaliação dos sistemas existentes nessas agroindústrias (
Ilustração 5.12
). Afirmam
que se isso ocorre, desconhecem tal fato. Relatam que quando ocorre necessidade de alguma
116
avaliação, esta é realizada mediante a solicitão a um pessoal terceirizado que verifica se o
sistema implementado está desempenhando sua função em sincronia com o definido no
planejamento estratégico, bem como atendendo aos objetivos gerais da agroindústria.
Procedimento Formal para Avaliação do Sistema
21%
79%
SIM NÃO
Ilustração 5.12
Gráfico
Procedimento Formal para Avaliação do Desempenho do Sistema
Fonte: Dados primários (2008)
Este elevado percentual de respostas, indicando a falta de procedimento formal nas
agroindústrias para avaliação do desempenho do sistema, vai ao encontro de observações
feitas por autores como Dias (1993), Souza (2004), Amâncio (2005), Brito e Senger (2006) e
Dias (2006). um consenso entre esses autores de que a avaliação do desempenho de
sistema de informação não é um processo cil de ser realizado, muito menos de rápido
entendimento e assimilão, haja vista que pode envolver aspectos comportamentais, bem
como situações intangíveis que dificultam o estabelecimento de critérios e parâmetros de
avaliação.
A classificação, especificamente, para esta questão pode ser considerada como ruim
com tendência para péssima, haja vista que na maioria das agroindústrias pesquisadas não
nenhuma forma de avaliação do desempenho do sistema da área usuária. Essa considerável
inexistência de procedimentos formais acaba fazendo com que a média das notas na escala
tipo Likert desça a patamares alarmantes e indesejáveis.
Vale ressaltar que algumas justificativas foram coletadas entre aqueles que disseram
o haver nenhum procedimento formal nas agroindústrias para a avaliação do desempenho
do sistema na área usuária. Assim, os comentários a esse respeito foram os seguintes: não
existe nenhum procedimento formal na organização, porém há pessoas que diariamente fazem
conferência dos relatórios (gerentes e secretárias); não existe nenhuma checagem pré-
estabelecida pelo responsável pela informática. Na maior parte das vezes, o pessoal
117
terceirizado executa tal ação quando alguma necessidade ou quando são convocados
para essa finalidade.
Esta última observação pode ser caracterizada como uma situação típica e sintética da
figura de bombeiro, pois os responsáveis pelas questões referentes à informática das
agroindústrias pesquisadas são acionados, somente, a partir da ocorrência da emergência com
vistas a apagar o incêndio, esquecendo que prevenir é mais eficaz do que corrigir. Lembrando
que o ideal talvez seria a checagem do sistema pelo pessoal ou responsável pela informática
de forma programada, com certa regularidade ou periodicidade para que, agindo assim,
pudesse chegar antes dos fatos consumado, e desenvolver situações favoráveis à necessidade
de cada agroindústria.
5.2.3 Distribuição das Informações
A abordagem feita nesta terceira parte do formulário busca verificar se a disseminação
de informações é realizada de forma satisfatória nas agroindústrias de torrefação e moagem de
café pesquisadas, ou na linguagem das dimensões de DeLone e McLean (2003), pretende-se
verificar a questão relacionada ao uso dos SI’s.
As notas ponderadas da escala adaptada de Likert para cada agroindústria e o nível de
contribuição dos SI’s, nesta dimensão, para as decisões empresariais de todas as
agroindústrias pesquisadas encontram-se demonstrados na Tabela 2.
Tabela 2
– Notas Ponderadas da Escala Tipo Likert e Contribuição dos SI’s na Dimensão 2
Agroindústrias N
2
agro
j
Nível de Contribuição dos SI’s
A
5,0
Ótimo
B
5,0
Ótimo
C
5,0
Ótimo
D
5,0
Ótimo
E
2,2
Ruim
F
4,2
Bom
G
5,0
Ótimo
H
3,4
Regular
I
3,4
Regular
J
3,4
Regular
K
5,0
Ótimo
L
5,0
Ótimo
M
5,0
Ótimo
N
5,0
Ótimo
NcontD
2
4,4
Bom
Fonte: Dados primários (2008)
118
Assim, da análise realizada da Tabela 2, pode-se enfatizar que o nível de contribuição
médio geral dos sistemas de informação da amostra pesquisada, nesta segunda dimensão, é de
aproximadamente 4 (quatro) na escala tipo Likert, o que leva a caracterização do nível de
contribuição desses sistemas para as decisões nas agroindústrias, a denominar-se como boa
contribuição, conforme se instrui a partir da classificação estabelecida e convencionada
anteriormente na Ilustração 4.2.
Resulta importante destacar que do total de agroindústrias pesquisadas, considerando
apenas esta dimensão, 65% delas apresentaram um vel de ótima contribuição de seus SI’s
para as decisões empresariais; somente 7% delas classificaram-se com um nível de boa
contribuição; 21% mostraram possuir um nível de contribuição regular; e outras 7%
apresentaram um nível de contribuição que pode ser enquadrado como ruim (Ilustração 5.13).
Cabe observar que nenhuma agroindústria pesquisada apresentou um nível de contribuição
dos SI’s para as decies empresariais que pode ser enquadrado com péssimo.
Contribuição dos Sistemas de Informações para as Decisões
Empresariais
65%7%
21%
7%
Contribuição Ótima Contribuição Boa Contribuição Regular Contribuição Ruim
Ilustração 5.13 Gráfico Agroindústrias por Nível de Contribuição dos SI’s na Segunda Dimensão
Fonte: Dados primários (2008)
Com a finalidade de obter uma melhor compreensão, fundamentação e esclarecimento
do vel de contribuição geral, nesta dimensão, dos sistemas de informações existentes na
amostra pesquisada para as decisões empresariais, a seguir algumas informações e
comentários sobre cada questão em particular que está contida nesta dimensão.
Nesse sentido, os resultados mostram que os respondentes foram unânimes em suas
respostas quando perguntados se tinham acesso de forma facilitada aos sistemas disponíveis
para a realização de seus trabalhos. Isto pode ser explicado, de certa forma, por esses usuários
ocuparem cargos de chefia ou de gerência nas agroindústrias, sendo eles, na maioria dos
casos, responsáveis pelo gerenciamento e averiguação do pprio desempenho do sistema,
tendo, deste modo, acesso ao mesmo da maneira que lhes sejam mais adequados.
119
Assim, a classificação para esta específica questão pode ser enquadrada como ótima,
haja vista que todos os pesquisados têm acesso facilitado aos sistemas de informações
existentes para a realização de seus trabalhos. Essa facilidade de acesso ao sistema faz com
que a média das notas na escala tipo Likert alcance o maior patamar possível de classificação.
No que diz respeito à dificuldade de obtenção das informações via computador, 7%
dos informantes responderam positivamente a esta questão, e quase 93% dos respondentes
declararam que obtêm facilmente as informações por meio do computador para realização do
seu trabalho, apesar de alguns possuírem equipamentos de baixa potência, o que pode
dificultar a realização das atividades e tarefas em suas áreas de atuação (Ilustração 5.14).
Essa averiguação de que alguns usuários das agroindústrias de torrefação e moagem de
café pesquisadas possuem equipamentos de baixa potência vai ao encontro da observação
realizada por Zylbersztajn et al. (1993) apresentados em Saes e Farina (1999), sobre as
características apresentadas pelas empresas de torrefação e moagem no início da década de 90
quando o SAG do café foi desregulamentado.
Para os referidos autores, uma dessas características é o fato de existirem, de maneira
geral, nessas indústrias um grande número de equipamentos obsoletos do ponto de vista
tecnológico e utilizados muito além de sua vida útil (geralmente, esses equipamentos tem
mais de 6 anos de uso), o que acaba aumentando os custos de manutenção e reduzindo o nível
de produtividade.
Dificuldade de Obtenção de Informações
7%
93%
SIM NÃO
Ilustração 5.14 Gráfico Percentual de Informantes por Dificuldade de Obtenção de Informações
Fonte: Dados primários (2008)
Com esse percentual elevado de respostas indicando inexisncia de dificuldades para
obtenção de informações via computador, a classificação especificamente para esta pergunta
pode ser considerada como ótima, pois a média das notas na escala adaptada de Likert se
aproxima do maior valor possível de classificação.
120
Cabe observar que as dificuldades de obtenção de informações relatadas por parte dos
informantes podem estar relacionadas à competência das próprias pessoas envolvidas com o
sistema. A esse respeito, alertam Oliverira (2002), Guelman (2005) e Miranda et al. (2006)
para o fato de que, antes de ser um sistema com um conjunto de relatórios, certa exigência
de uma competência intrínseca às pessoas que irão utilizá-los; caso contrário, poderá até gerar
problemas, pois essas pessoas podem começar a ter dificuldades em apresentar resultados.
Por esta linha de raciocínio, a atenção específica ao fator humano das empresas deve
ser encorajada. Esse aspecto deve ser evidenciado, principalmente, na participação efetiva e
com responsabilidade dos vários usuários das empresas envolvidos no processo de
operacionalização dos sistemas existentes.
Esta observação está fundamentada nos estudos de Zylbersztajn et al. (1993) citados
por Saes e Farina (1999), os quais apontam que uma das características ainda presentes nas
agroindústrias de torrefação e moagem, desde quando houve a desregulamentação do mercado
de café no início da década de 90, é a baixa capacitação profissional, de forma geral, das
pessoas envolvidas neste segmento.
Em relação à informação sobre a disponibilidade de uma nova solução para o setor de
atuação do usuário pesquisado, 64% afirmaram que recebem informação quando uma nova
solução surge; outros 36% negaram receber essa informação e, justificaram pela conservação
e manutenção do atual sistema em uso no seu setor, assim como pelas peculiaridades das
agroindústrias de torrefação e moagem de café, não havendo sistema que possa ser
considerado como padrão para esse segmento, para que, a partir dele desenvolvam novas
soluções e implementações (Ilustração 5.15). Este percentual indica também, conforme já
mencionado, a inexistência de um setor dentro dessas organizações responsável pelo
gerenciamento de seus sistemas de informações.
Divulgação de Informação sobre Nova Solão
64%
36%
SIM NÃO
Ilustração 5.15
– Gráfico
Percentual de Informantes por Informações sobre Nova Solução
Fonte: Dados primários (2008)
121
A classificação, especificamente, para esta questão pode ser considerada como boa,
haja vista que devido ao fato de grande parte dos respondentes serem informados quando uma
nova solução é disponibilizada para os seus setores, a média das notas na escala tipo Likert
alcança considerável classificação.
Quanto aos treinamentos no caso de novas aplicações serem disponibilizadas no setor
de atuação do usuário, 71% declararam receber treinamentos dos responsáveis terceirizados
para o entendimento e compreensão dessas novidades; outros 29% comentaram não receber
treinamentos (Ilustração 5.16). Estes usuários mencionam sobre a carência e deficiência em
relação a treinamentos quando novas aplicações são disponibilizadas, bem como enfatizam
que quando o treinamento é disponibilizado, acaba sendo realizado pelos próprios colegas do
setor, ou seja, o funcionário que foi treinado ou aquele que mais domina o sistema ensina os
demais da equipe de trabalho.
Treinamento sobre Nova Aplicação
71%
29%
SIM NÃO
Ilustração 5.16
– Gráfico
Percentual de Informantes por Treinamento sobre Nova Aplicação
Fonte: Dados primários (2008)
Devido ao percentual de respostas indicando realização de treinamentos quando novas
aplicações são disponibilizadas para o setor de atuação do usuário, a classificação para esta
pergunta em particular pode ser enquadrada por aproximação como boa, pois a dia das
notas na escala adaptada de Likert possibilita realizar esta asserção.
Resulta salientar que a observação feita por Araújo (2003), pode contribuir
sobremaneira com as agroinstrias que não contam com a possibilidade de disponibilização
de treinamentos para os seus usuários. Para ele, o treinamento da o-de-obra é fundamental
na gestão de tecnologias, pois normalmente, os trabalhadores do segmento agroindustrial não
estão preparados para usar as novas tecnologias, assim como também para as mudanças
tecnológicas que estão constantemente ocorrendo.
122
Uma possível explicação para os que responderam negativamente a esta questão, pode
residir no fato de que os sistemas considerados por eles, geralmente, enquadram nos
chamados programas-pacotes, indo ao encontro do observado por Laudon e Laudon (1999),
Oliveira (2002), Stair e Reynolds (2002), O’Brien (2004), Turban, McLean e Wetherbe
(2004) e Oliveira (2005). Neste modelo, o responsável por informática vende no atacado
ou só se interessa pela colocação do programa. Isso, muitas vezes, atende mais às suas
necessidades do que às das empresas. Torna-se aqui importante salientar que o ideal talvez
seja o semipacote, algo que conjugue a experiência na execução repetida de um programa
com uma possível flexibilidade na adaptação desse programa às necessidades de cada
organização cliente.
Para esta questão, cabe observar que, com um planejado e estruturado treinamento dos
rios usuários e pessoas envolvidas nos sistemas considerados, pode-se obter e incrementar
conhecimento e conseguir aumentar a confiança no sistema de informações por parte de todos
que, direta ou indiretamente, usufruem de suas capacidades ou vantagens básicas.
5.2.4 Obtenção das Informações
Esta quarta parte do instrumento de coleta de dados tem como objetivo examinar a
contribuição, nesta dimensão em particular, dos sistemas de informações existentes nas
agroindústrias de torrefação e moagem de calocalizadas nas cidades da região delimitada
para a pesquisa, buscando compreender a forma como o usuário obtém a informação, bem
como descobrir se o SI atende às necessidades de informações para a gestão da área usuária,
ou na linguagem das dimensões de DeLone e McLean (2003) busca entender a qualidade da
informão e a qualidade do sistema de informão.
Na Tabela 3 encontram-se demonstradas as notas ponderadas da escala adaptada de
Likert para cada agroinstria e o nível de contribuição médio geral dos SI’s, especificamente
nesta dimensão, para as decisões empresariais de todas as agroindústrias pesquisadas.
Da análise realizada na Tabela 3, pode-se destacar que o nível de contribuição parcial
dos sistemas de informação nas mencionadas agroindústrias pesquisadas para as decisões
empresariais é de aproximadamente 5 (cinco) na escala adaptada de Likert. Essa classificação
na escala tipo Likert caracteriza um nível de ótima contribuição, nesta dimensão, desses
sistemas para as decisões empresariais nessas agroindústrias, como se instrui a partir da
classificação estabelecida e convencionada na Ilustração 4.2.
123
Tabela 3
– Notas Ponderadas da Escala Tipo Likert e Contribuição dos SI’s na Dimensão 3
Agroindústrias N
3
agro
j
Nível de Contribuição dos SI’s
A
5,0
Ótimo
B
4,8
Ótimo
C
5,0
Ótimo
D
5,0
Ótimo
E
3,4
Regular
F
5,0
Ótimo
G
5,0
Ótimo
H
4,2
Bom
I
3,6
Bom
J
4,2
Bom
K
5,0
Ótimo
L
4,8
Ótimo
M
4,8
Ótimo
N
4,8
Ótimo
NcontD
3
4,6
Ótimo
Fonte: Dados primários (2008)
Cabe observar que de todas as agroindústrias pesquisadas, levando em consideração
apenas esta dimensão, 71% delas apresentaram um nível de ótima contribuição de seus
sistemas de informações para as decisões empresariais; outras 22% delas mostraram possuir
um nível que pode ser enquadrado como boa contribuição; e apenas 7% apresentaram uma
contribuição regular (Ilustração 5.17). Na amostra pesquisada, considerando apenas esta
dimensão, pôde-se verificar que nenhuma agroindústria apresentou um nível de contribuição
de seus sistemas de informações para as decisões empresariais que pode ser enquadrado na
classificação como ruim ou péssimo.
Contribuição dos Sistemas de Informações para as Decisões
Empresariais
71%
22%
7%
Contribuição Ótima Contribuição Boa Contribuição Regular
Ilustração 5.17 Gráfico Agroindústrias por Nível de Contribuição dos SI’s na Terceira Dimeno
Fonte: Dados primários (2008)
Visando obter maior compreensão e elucidação do nível de contribuição, nesta
dimensão, dos sistemas de informações existentes nas agroindústrias pesquisadas para suas
124
decisões empresariais, a seguir, alguns comentários e observações sobre cada questão em
particular que compõe esta dimensão.
Nesse sentido, dentre as opções oferecidas aos informantes com possibilidades de
múltipla escolha, para a questão relacionada à forma como os usuários obtêm as informações
de que necessitam para realizar os seus trabalhos foi possível verificar que todos nas
agroindústrias pesquisadas utilizam a internet; 50% acessam o sistema disponível na
agroindústria; 43% dos respondentes obtêm as informações mediante a solicitação a alguém;
14% utilizam os documentos oficiais; e outros 7% conseguem as informações através de
outras alternativas como, por exemplo, consultando outras empresas do mesmo setor de
atuação, conforme pode ser visualizado na Ilustração 5.18.
Formas de Obtenção das Informações
7%
14%
43%
50%
100%
0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%
O
u
t
r
o
s
D
o
c
u
m
e
n
t
o
s
O
f
i
c
i
a
i
s
S
o
l
i
c
i
t
a
a
A
l
g
u
é
m
A
c
e
s
s
o
S
i
s
t
.
d
a
A
g
r
o
i
n
d
.
I
n
t
e
r
n
e
t
Ilustração 5.18
– Gráfico
Formas de Obtenção das Informações para Realização do Trabalho
Fonte: Dados primários (2008)
Verificada esta situação, a classificação para esta pergunta em particular pode ser
considerada como ótima, pois as formas predominantes utilizadas pela maior parte dos
usuários para obtenção das informações para realização dos seus trabalhos nas agroindústrias
pesquisadas (internet e acesso ao sistema da agroindústria) acabam fazendo com que a média
das notas na escala tipo Likert alcance, por aproximação, o maior patamar possível de
classificação de contribuição.
Como todos os usuários acessam a internet de alguma forma para obtenção de
informações relacionadas aos seus trabalhos foi possível verificar, ainda, o modo como se
este acesso. Sendo assim, 36% dos usuários acessam a internet por meio de linha de alta
velocidade acima de 600 kps (kilobytes por segundo); 29% têm acesso por meio de linha de
alta velocidade de até 300 kps; 21% deles acessam através de linha de alta velocidade de até
600 kps; e outros 14% utilizam linha telefônica através de provedor pago para terem esse
acesso, como mostra Ilustração 5.19.
125
Forma de Acesso à Internet
14%
29%
21%
36%
Linha Tel. Através Provedor Pago Linha de Alta Veloc. até 300 kbps
Linha de Alta Veloc. até 600 kbps Linha de Alta Veloc. Acima 600 kps
Ilustração 5.19
Gráfico
Modo de Acesso à Internet
Fonte: Dados primários (2008)
Importante enfatizar que a observação feita por Laudon e Laudon (1999), sobre os
possíveis benefícios que podem advir com os SI’s, pode contribuir sobremaneira com os
usuários que declararam obter as informações para realizar seus trabalhos organizacionais por
meio da consulta a outras empresas do setor. Isto porque, como aponta Laudon e Laudon
(1999), dentre os principais benecios que as organizações podem obter com os SI’s está o
suporte a benchmarking. Em outros termos, com um sistema de informações otimizado esses
usuários podem medir estatisticamente seus produtos e suas atividades e comparar os
resultados com seus próprios padrões ou com padrões externos do seu ramo de atividades da
melhor forma possível, melhorando, assim, o processo de benchmarking.
Quando indagados se o atual sistema de informação das agroindústrias pesquisadas
atendia às necessidades informacionais para a gestão da área usuária, 86% dos respondentes
concordaram e outros 14% discordaram sobre tal questão (Ilustração 5.20). Vale ressaltar que
rias opiniões foram coletadas durante a aplicação dos formulários entre os que concordam
com a eficiência dos sistemas para atender as necessidades de informação e os que discordam
dela. Assim, os comentários a esse respeito são os seguintes: o sistema está atendendo as
necessidades atuais, porém espera-se ter modificações; foi desenvolvido e moldado de acordo
com as necessidades da empresa; é atual, moderno e de fácil uso; produz relarios resumidos
de rotinas impressos e em telas de computador sobre o desempenho da empresa, os quais são
utilizados para monitorar e controlar a agroindústria e prever o futuro desempenho;
necessidades de um sistema mais atualizado e eficiente; o sistema não é apropriado para
utilização na agroindústria, ele é apenas adaptado ao uso da empresa; faltam informações
sobre a empresa como um todo.
126
Atendimento das Necessidades Informacionais
86%
14%
SIM NÃO
Ilustração 5.20
Gráfico
Atendimento das Necessidades Informacionais pelo Atual SI
Fonte: Dados primários (2008)
A classificação para esta pergunta em particular pode ser enquadrada como ótima, haja
vista que o atendimento, para a maior parte dos informantes das agroindústrias pesquisadas,
de suas necessidades informacionais pelo atual sistema de informação faz com que a média
das notas na escala tipo Likert se eleve de forma a alcançar a maior classificação possível de
contribuição.
Para os que responderam de forma positiva a esta questão vale uma alerta: é
necessário atentar para a existência de sistemas que, simplesmente, produzem enorme
quantidade de dados e informações que não são trabalhados e nem utilizados no processo
decisório dessas agroindústrias. Isso porque, a eficácia empresarial está sendo seriamente
afetada e prejudicada por sistemas desse tipo. Como bem lembra Oliveira (2002), atualmente
começa-se a ouvir entre os executivos da alta administração um refrão, enfatizando que se
sentem amarrados e frustrados pelas restrições impostas por sistemas de informações
ineficientes.
Em se tratando da confiabilidade nos dados e informações disponíveis nos sistemas
das agroindústrias, 93% dos pesquisados responderam positivamente e apenas 7% de forma
negativa a esta questão (Ilustração 5.21). Entre aqueles que responderam de forma positiva,
alguns relatos foram: confio porque vem de fontes seguras e atuais; porque utiliza um dos
melhores bancos de dados da atualidade; os softwares são eficientes, respondendo de forma
adequada às exigências informacionais; confio porque não envolve muita complexidade na
tomada de decisões.
127
Confiabilidade nos Dados Disponíveis
93%
7%
SIM NÃO
Ilustração 5.21
Gráfico
Confiabilidade nos Dados e Informações Existentes nos Sistemas
Fonte: Dados primários (2008)
Vale lembrar que, grande parte das decisões está relacionada à compra e venda de ca
e que, portanto, o fator incerteza influi e interfere nessas mesmas decisões, envolvendo
certamente uma relativa complexidade. Além disso, necessidade de feeling para perceber o
que está acontecendo no mercado para tomar uma decisão; além das informações que se
obtém via sistema, deve-se considerar que o tomador de decisão precisa ter em mente que a
decisão pode envolver outras informações externas ao sistema.
Com este percentual de respostas indicando elevada confiabilidade nos dados e
informações dos sistemas disponíveis, a classificação para esta questão em particular pode ser
considerada como ótima. Isso faz com que a média das notas na escala adaptada de Likert
alcance por aproximação a maior classificação possível de contribuição nesta pergunta.
Os que responderam positivamente a esta questão certamente entendem o papel que a
informão desempenha no mundo dos negócios, constituindo-se um componente vital para a
obtenção da vantagem competitiva real, sustentada e duradoura, e até certo ponto, estão de
acordo com o descrito por autores como Brito, Antonialli e Santos (1997), Oliveira (2002) e
Beuren (2000) apud Maccari e Sauaia (2006).
Para esses autores, a informação é um recurso ou bem estratégico para as
organizações, podendo contribuir para multiplicar a sinergia dos esforços ou anular o
resultado do conjunto destes, assim como para gerar as condições necessárias ao alcance dos
objetivos, ao cumprimento da missão corporativa, exercer inflncia sobre o comportamento
das pessoas e subsidiar elementos básicos para melhoria da competitividade.
Como última questão relacionada à dimensão obtenção de informações, 86% dos
pesquisados acreditam que existe uma integração, mantida pelo sistema de informática geral
da organização, entre as exigências informacionais dos usuários envolvidos diretamente na
128
operação do sistema com as das pessoas que necessitam das informações, assim como
também com as dos responsáveis pelas questões pertinentes à informática nas agroindústrias;
outros 14% discordam desta integração (Ilustração 5.22).
Integração entrerias Exigências Informacionais
86%
14%
SIM NÃO
Ilustração 5.22 Gráfico Integração entre Várias Exigências Informacionais Mantidas pelo SI
Fonte: Dados primários (2008)
Durante a aplicação dos formulários, alguns informantes apontaram motivos a
justificar esta falta de integração e, dentre eles, pode-se destacar: o sistema é adaptado para
uso na empresa, auxiliando em apenas alguns aspectos e características da tomada de
decisões; necessidade de confirmar os dados em dois ou mais locais diferentes; centralização
ou egoísmo na disseminação de informações devido ao medo da perda de poder.
Dado o alto percentual de respostas indicando que os pesquisados acreditam na
integração, mantida pelo sistema de informática geral da organização, entre as várias
exigências informacionais, a classificação especificamente para esta pergunta pode ser
enquadrada como boa, fazendo com a dia das notas na escala tipo Likert atinja
considerável classificação de contribuição.
Os sistemas que realmente mantêm esta integração entre as várias exigências
informacionais provavelmente foram desenvolvidos tendo em vista que o processo de colocar
informações à disposição de todos estimula a colaboração efetiva, o que torna o sistema mais
preciso e útil. E os pesquisados que responderam positivamente, certamente entendem
também que, à medida que as pessoas aprendem a usar o sistema para obter vantagem
adicional, a agroindústria, como um todo, pode tornar-se mais aguçada em seu processo
decisório.
129
5.2.5 Uso dos Sistemas de Informações
Esta quinta e última parte do instrumento de coleta de dados têm como fim precípuo
avaliar a contribuição, especificamente nesta dimensão, dos sistemas de informações para as
decisões empresariais nas agroinstrias pesquisadas, procurando esclarecer como são
utilizados esses sistemas para apoio à execução das atividades ou tarefas na organização
pesquisada e a opinião geral do usuário sobre o desempenho do sistema, ou na linguagem das
dimensões de SI’s de DeLone e McLean (2003) objetiva examinar a qualidade da informão,
qualidade do SI e uso desses SI’s nas agroindústrias.
Levando em consideração apenas esta dimensão, a Tabela 4 apresenta as notas
ponderadas da escala adaptada de Likert para cada agroinstria pesquisada e o vel de
contribuição médio geral dos SI’s para as decisões empresariais de todas as agroindústrias de
torrefão e moagem de café pesquisadas.
Tabela 4
– Notas Ponderadas da Escala Tipo Likert e Contribuição dos SI’s na Dimensão 4
Agroindústrias N
4
agro
j
Nível de Contribuição dos SI’s
A
3,6
Bom
B
3,4
Regular
C
3,4
Regular
D
4,1
Bom
E
2,7
Regular
F
3,7
Bom
G
4,4
Bom
H
3,3
Regular
I
3,3
Regular
J
3,3
Regular
K
4,6
Ótimo
L
3,0
Regular
M
4,9
Ótimo
N
4,7
Ótimo
NcontD
4
3,8
Bom
Fonte: Dados primários (2008)
Observa-se da Tabela 4 que o nível de contribuição dos SI’s para as decisões
empresariais das agroinstrias pesquisadas, nesta dimensão, é de aproximadamente 4
(quatro) na escala adaptada de Likert, o que leva a contribuição a caracterizar-se como sendo
boa, como se fundamenta a partir da classificação estabelecida e convencionada anteriormente
na Ilustração 4.2.
Merece destaque que de todas as agroinstrias pesquisadas, considerando apenas esta
dimensão, somente 21% delas apresentaram um nível que pode ser enquadrado como ótima
130
contribuição de seus sistemas de informações para as decisões empresariais; outras 29%
mostraram possuir um nível que pode ser considerado como boa contribuição; e as demais
50% restantes evidenciaram um nível de contribuição regular, conforme pode ser visualizado
na Ilustração 5.23. Em todas as agroindústrias pesquisadas foi possível verificar também que
nenhuma delas apresentou um nível de contribuição de seus sistemas de informações para as
decisões empresariais enquadrado na classificação como ruim ou péssimo.
Contribuição dos Sistemas de Informações para as Decisões
Empresariais
21%
29%
50%
Contribuição Ótima Contribuição Boa Contribuição Regular
Ilustração 5.23 Gráfico Agroindústrias por Nível de Contribuição dos SI’s na Quarta Dimensão
Fonte: Dados primários (2008)
Com o fito de fundamentar e elucidar esse vel de contribuição dos sistemas de
informações apresentado por essas agroindústrias, nesta dimensão, a seguir, passa-se a
abordar alguns aspectos de cada pergunta que constituem esta quinta e última parte do
formulário, tecendo vários comentários e realizando observações pertinentes às mesmas.
Deste modo, em relação ao volume de operações da área comercial, incluindo vendas,
distribuição e marketing, foi possível identificar que as agroindústrias de torrefação e moagem
de café pesquisadas comercializam, considerando tanto o varejo quanto o atacado,
aproximadamente 59 produtos, possuem cerca de 4.600 clientes ativos que fazem
aproximadamente 4.500 pedidos mensais para atender às demandas e necessidades do
mercado consumidor.
No que diz respeito ao uso de sistemas de informações na área comercial, pôde-se
verificar que uma parcela de agroindústrias não realiza as atividades descritas nesta área,
outra parcela realiza essas atividades, porém de forma manual. Cabe observar que para todas
as atividades que o realizadas nas agroindústrias e que são suportadas por sistemas de
informações computadorizados, verificou-se que a maior parte delas é executada com o apoio
de sistemas desenvolvidos internamente nas próprias agroinstrias, ou com o apoio de
131
recursos do pacote tipo office ou com auxílio de sistemas desenvolvidos para as
agroindústrias por terceiros contratados por elas (Ilustração 5.24).
A classificação para esta questão em particular pode ser considerada como regular,
pois a maior parte das agroindústrias realizam as atividades descritas nesta área de forma
manual, ou com o apoio de recursos do pacote tipo office ou contam com o auxílio de sistema
desenvolvido para a agroinstria por terceiros contratados por elas; outras ainda nem
realizam as atividades devido ao reduzido porte que as caracterizam. Por conseguinte, isso faz
com que a média das notas na escala tipo Likert baixe de forma considerável a mencionada
classificação de contribuição nesta questão.
Sistemas de Informações na Área Comercial
71%
29%
21%
71%
29%
21%
14%
14%
79%
43%
7%
43%
29%
7%
14%
29%
36%
29%
36%
7%
14%
7%
21%
7%
14%
50%
7%
7%
36%
21%
29%
29%
29%
36%
36%
21%
14%
43%
29%
7%
7%
21%
29%
7%
14%
29%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Cadastro de Clientes
Envio de Mala Direta para
Clientes
Controle de Contatos e
Propostas Comerciais
Entrada e Processamento de
Pedidos
Automão de Força de Vendas
com Computação Móvel
Análise de Crédito
Controle de Estoque de
Produtos Acabados
Programão de Carga
Emissão de Nota Fiscal
Controle de Fretes e
Transportadoras
Controle de Exportações
Controle de Propaganda e
Promão
Relatórios de Venda
Não Faz Manual Pacote Office Sistema Interno
Sistema Terceiros Sistema Externo Pacote ERP
Ilustração 5.24
Gráfico
Uso de Sistemas de Informação na Área Comercial
Fonte: Dados primários (2008)
132
No tocante ao volume de operações da área de produção e estoques foi possível
verificar que as agroindústrias pesquisadas fabricam aproximadamente 28 produtos derivados
do café, e beneficiam cerca de 110.730 sacas de 60 quilos de café por mês. Esse desvio
encontrado entre a quantidade de produtos comercializados e quantidade de produtos
fabricados, pode ser explicado, provavelmente, por essas agroindústrias comercializarem
produtos outros que não são fabricados por elas, ou comercializarem o mesmo produto com
marcas diferentes.
Quando verificado os tipos de processos de produção que essas agroindústrias
utilizam, 28% delas utilizam-se do processo contínuo para produzir; 36% delas fazem uso do
processo em lotes; e outras também 36% fabricam seus produtos sob encomenda (Ilustração
5.25). A fabricação sob encomenda neste setor merece destaque, pois a perecibilidade
considerável do café faz com ele se deteriore rapidamente, mudando suas características
fundamentais quanto ao sabor e aroma, o que vai de encontro à questão da segurança
alimentar do consumidor, a qual tem como objetivo o fornecimento de alimento seguro para a
saúde do consumidor.
Tipos de Processos de Produção
28%
36%
36%
Contínuo Em Lotes Sob Encomenda
Ilustração 5.25
Gráfico
Agroinstrias por Tipos de Processos de Produção
Fonte: Dados primários (2008)
Nas agroindústrias pesquisadas, no que se refere ao uso de sistemas de informações na
área de produção e estoques, foi possível verificar que grande parte delas realiza as atividades
descritas nesta área de forma manual e algumas nem realizam essas atividades. Para aquelas
que realizam essas atividades com auxílio de sistemas de informações computadorizados,
identifica-se que a maioria delas conta com o apoio de recursos do pacote tipo office e
sistemas desenvolvidos internamente nas próprias agroinstrias (Ilustração 5.26).
133
Sendo assim, a classificação para esta pergunta em particular pode ser enquadrada
como regular também, haja vista que a não realização de algumas atividades desta área por
parte das agroinstrias ou realização de partes dessas atividades de forma manual, ou com o
apoio de recursos do pacote tipo office, faz com que a média das notas na escala tipo Likert
desça de modo a alcançar esta classificação de contribuição.
Sistemas de Informações na Área de Produção e Estoques
14%
21%
7%
7%
29%
7%
29%
43%
36%
64%
79%
14%
14%
7%
7%
14%
7%
36%
36%
29%
29%
36%
21%
7%
14%
21%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Contr. de Est. de Mat.-
Prima e Compon.
Cadast. de Estr. ou
Compos. do Prod.
Planejamento da
Prodão
Contr. de Ordens de
Produção
Contr. de Custos de
Produção
Acompanham. do
Contr. de Qualid.
Contr. de Manuten. de
Equip.
Não Faz Manual Pacote Office Sistema Interno Sistema Terceiros Pacote ERP
Ilustração 5.26
– Gráfico
Uso de Sistemas de Informação na Área de Produção e Estoques
Fonte: Dados primários (2008)
Na abordagem sobre o volume de operações da área de suprimentos, pôde-se verificar
que nas agroindústrias que responderam a esta questão (79% das agroinstrias), a quantidade
média mensal de pedidos de compra atinge 83.204 sacas de 60 quilos de café, tendo
aproximadamente 2.200 produtores de café como seus fornecedores ativos. A diferea obtida
entre a quantidade de produtos que as agroindústrias beneficiam e a quantidade de produtos
que elas compram, pode ser explicada, certamente pelo fato de algumas dessas agroindústrias
apenas realizar o beneficiamento sem, necessariamente, adquirir o produto. Esta situação
indica que deve haver intermediários, geralmente os denominados corretores, que adquirem o
café dos produtores rurais ou das próprias agroinstrias para vender para outras
agroindústrias exportadoras ou para os compradores internacionais de café.
134
Quando verificado sobre o principal recurso de informática utilizado na área de
suprimentos nas agroinstrias pesquisadas, foi possível comprovar que grande parte delas
o realiza as atividades típicas desta área, outras as executam de forma apenas manual, sem o
apoio de recursos de informática. Para as agroindústrias que executam as atividades descritas
nesta área com o auxílio de sistemas de informações computadorizados, pode-se enfatizar que
a maioria delas utiliza-se de sistemas desenvolvidos internamente nas suas próprias
depenncias, ou sistemas de terceiros, ou ainda conta com o apoio de recursos do pacote
office como, por exemplo, planilhas tipo Excel, bancos de dados tipo Access ou
processadores de texto tipo Word (Ilustração 5.27).
Sistemas de Informações na Área de Suprimentos
14%
21%
14%
29%
14%
14%
29%
43%
43%
14%
14%
14%
7%
14%
36%
29%
21%
21%
14%
29%
21%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Cadast. de
Fornecedores
Cadast. de Pedid. de
Comp.
Autoriz. e Liber. de
Pedid. de Comp.
Envio de Pedid. a
Fornecedores
Elabor. de Map. de
Cotaç. de Preços
Não Faz Manual Pacote Office Sistema Interno Sistema Terceiros Pacote ERP
Ilustração 5.27
Gráfico
Uso de Sistemas de Informação na Área de Suprimentos
Fonte: Dados primários (2008)
Em decorrência das agroindústrias pesquisadas realizarem grande parte das atividades
desta área de forma manual, ou contarem com o auxílio de recursos do pacote office ou com
sistema de terceiros na execução das mesmas, a classificação, especificamente, para esta
questão pode ser considerada, assim como na anterior, como regular, pois a média das notas
na escala adaptada de Likert possibilita realizar esta asserção.
Em se tratando do volume de operações da área de administração e finanças, quando
verificado se as agroindústrias terceirizavam as atividades de contabilidade e emissão de folha
135
de pagamento, foi possível identificar que 71% delas terceirizam as atividades de
contabilidade, outras 29% não terceirizam essas atividades deste departamento; 57% delas
terceirizam a emissão de folha de pagamento, e outras 43% administram internamente suas
próprias folhas de pagamento (Ilustração 5.28).
Terceirização de Contabilidade e Folha de Pagamento
71%
57%
29%
43%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
Terceirizão
Contabilidade
Terceirização Folha de
Pagamento
SIM NÃO
Ilustração 5.28 Gráfico Percentual por Terceirização de Contabilidade e Folha de Pagamento
Fonte: Dados primários (2008)
No que se refere ao uso de sistemas de informações na área de administração e
finanças, verifica-se que uma pequena parcela de agroindústrias pesquisadas realiza as
atividades características e inerentes a esta área de forma manual, e outras nem realizam essas
atividades. Entretanto, das agroindústrias que realizam essas atividades com o auxílio de
sistemas de informações computadorizados, merece destacar que a maior parte delas fazem
uso de sistemas externos como, por exemplo, sistemas de propriedade de terceiros, inclusive
escririos de contabilidade; outra parte utiliza-se de sistemas internos, bem como de sistemas
adquiridos prontos e que apenas atende a uma área da agroindústria; outras contam com o
apoio de recursos do pacote office ou sistemas de terceiros, que são aqueles sistemas
desenvolvidos especificamente para as agroindústrias por terceiros contratados por elas
(Ilustração 5.29).
Devido ao fato de as agroinstrias pesquisadas, de modo geral, realizarem a maior
parte das atividades, nesta área, utilizando-se do apoio de recursos do pacote office e sistema
externo, bem como também de forma manual, a classificação para esta pergunta em particular
pode ser enquadrada, assim como nas anteriores, como regular. Esse enquadramento é
deflagrado por causa da dia das notas na escala adaptada de Likert que baixou de forma a
poder realizar esta classificação de contribuição.
A esta altura é salutar mencionar que devido ao fato de a maioria das agroindústrias
pesquisadas se caracterizarem como sendo empresas familiares, com apenas alguns
136
colaboradores, essas organizações não necessariamente têm todas as funções empresariais
com departamentos equivalentes e com o mesmo nome. Porém, indo ao encontro do
observado por autores como Laudon e Laudon (1999) e Resende e Abreu (2000), na subseção
“Componentes de Sistemas de Informão Organizações”, independentemente do tamanho,
do tipo e da forma de organograma utilizado por essas agroinstrias, essas funções
empresariais existem nas agroindústrias na forma de atividades organizacionais. Geralmente,
são os sócios-proprietários que fazem todo o trabalho sozinho, com a ajuda de mais uma,
duas, três ou quatro pessoas, salvo raras exceções.
Os sistemas de informações, em razão desses aspectos verificados, se revelam
relevantes para a resolução de problemas e para a maximização de resultados. Por isso, tanto
os conceitos organizacionais relevantes quantos as funções e atividades organizacionais
precisam ser consideradas e sustentadas por sistemas de informação efetivos.
Sistemas de Informações na Área de Administração e Finanças
7%
21%
29%
43%
14%
14%
21%
29%
21%
14%
7%
14%
7%
14%
21%
21%
29%
14%
14%
14%
21%
29%
29%
21%
14%
36%
14%
14%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
14%
14%
36%
14%
71%
71%
71%
57%
7%
21%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Contas a Pagar
Contas a Receber
Tesouraria
Fluxo de Caixa
Contabilidade
Folha de Pagamento
Livros Fiscais
Ativo Fixo (Patrimônio)
Cálc. do Custo dos Produtos
Orçamento Empresarial
Gestão de RH
Não Faz Manual Pacote Office Sistema Interno
Sistema Terceiros Sistema Externo Pacote Isolado Pacote ERP
Ilustração 5.29 Gráfico Uso de Sistemas de Informação na Área de Administração e Finanças
Fonte: Dados primários (2008)
137
Quando questionados sobre se os dados disponíveis nos sistemas de informações das
agroindústrias são utilizados adequadamente, 93% dos pesquisados responderam
positivamente a esta pergunta; e apenas 7% disseram que não, conforme mostra Ilustração
5.30. Dentre as alegações dos que concordam, pode-se citar: os colaboradores são
qualificados tecnicamente através de treinamentos e auditorias realizadas anualmente; os
dados são utilizados adequadamente, porém são insuficientes para atender às demandas
existentes. Para aqueles que responderam negativamente, os comentários foram os seguintes:
com certa freqüência existem erros de interpretão dos dados; os dados o são utilizados
para um gerenciamento global da organização; e, ainda, quando existe a consciência dessa
necessidade, somente a própria área se preocupa com esta premência.
Utilização Adequada dos Dados
93%
7%
SIM NÃO
Ilustração 5.30
Gráfico
Utilização Adequada dos Dados Disponíveis nos Sistemas
Fonte: Dados primários (2008)
Como se percebe, a classificação desta questão em particular pode ser considerada
como ótima, pois o elevado percentual de respostas indicando que os dados disponíveis nos
sistemas de informações das agroindústrias pesquisadas são utilizados adequadamente pela
maior parte dos questionados, faz com que a média aritmética das notas na escala tipo Likert
alcance o maior patamar possível de classificação de contribuição nesta pergunta.
Vale ressaltar que nas agroindústrias que responderam positivamente a esta pergunta,
provavelmente, uma sistemática incorporação dos dados e informações nos seus processos
decisórios, quer seja em nível estratégico, tático ou operacional nem todas as agroindústrias
têm todos esses três níveis estabelecidos e definidos claramente. Mas nem essa
incorporação é suficiente para que se possa utilizar adequadamente as informações inerentes
aos seus processos decirios. É válido lembrar-se dos componentes da estratégia empresarial,
138
a qual salienta, entre outros aspectos, o comprometimento das pessoas envolvidas na
utilização desses sistemas.
Para reforçar essa linha de raciocínio, destaca-se a observação feita por Stair e
Reynolds (2002), ao enfatizar que as pessoas são preponderantes para se atingirem os
objetivos organizacionais e representam o elemento mais importante na maioria dos sistemas
de informações computadorizados, incluindo aquelas que gerenciam, executam, programam e
mantêm o sistema. Nas palavras de Guelman (2005) e Miranda et al. (2006), de nada adianta a
tecnologia mais avançada de computação se as empresas não podem fazer uso adequado da
mesma e não têm a colaboração e o comprometimento das pessoas.
Quando indagados sobre a existência de dificuldades de utilização dos atuais sistemas
de informações existentes nas agroindústrias, 21% responderam afirmativamente; e 79%
pronunciaram-se de forma negativa a esta questão (Ilustração 5.31). As justificativas dos que
declararam haver dificuldades na utilização dos sistemas são apontadas a seguir: os sistemas
foram desenvolvidos por terceiros e implantados na agroindústria sem o adequado e o devido
treinamento das pessoas que estão utilizando-os; o acesso ao sistema em si pode ser
considerado como não-ideal; falta de integração entre os sistemas existentes; falta de
conhecimento sobre o que o sistema pode oferecer; existência de funcionários “leigos em
informática”, que têm dificuldade em trabalhar no e com o sistema.
Dificuldade de Utilização dos Atuais Sistemas
21%
79%
SIM NÃO
Ilustração 5.31 Gráfico Existência de Dificuldade de Utilização dos Sistemas de Informações
Fonte: Dados primários (2008)
Dado esta situação, a classificação para esta pergunta em particular pode ser
enquadrada no nível de boa contribuição, pois a maior parte dos questionados informaram não
haver dificuldades de utilização dos atuais sistemas de informações existentes nas
agroindústrias pesquisadas, fazendo com que a média da notas na escala tipo Likert atinja esse
nível de classificação de contribuição nesta pergunta.
139
Na questão referente à elaboração de relatórios específicos para visualização da
produtividade/serviço do setor do pesquisado, pôde-se verificar que 50% dos informantes
utilizam deste recurso para melhorar o desempenho tanto individual quanto organizacional;
outros 50% não fazem uso deste instrumento administrativo para melhorar a performance nas
agroindústrias, como pode ser visto na Ilustração 5.32.
Relatórios para Visualização da Produtividade
50%50%
SIM NÃO
Ilustração 5.32
– Gráfico
Elaboração de Relatórios para Visualização da Produtividade
Fonte: Dados primários (2008)
Dentre aqueles que responderam negativamente a esta questão, 14% declararam que o
sistema não permite elaborar os relatórios; 14% disseram que nunca nem pensaram sobre o
assunto; e outros 14% apontaram outros motivos para a não elaboração de relatórios como a
prática constante do acompanhamento por meio da observação e da experiência do sócio-
proprietário; o comportamento dos próprios gerentes, os quais o têm o costume de elaborar
relatórios gerencias; e as rotinas de trabalho, que não demonstram tal necessidade.
Deparado com esta realidade, a classificação especificamente para esta em questão
pode ser considerada como sendo de contribuição boa, haja vista que o fato de a metade dos
respondentes ter declarado que não elaboram relatórios específicos para visualização da
produtividade/serviço do setor, e ainda, que a resposta somente negativa, aqui nesta questão,
tem nota intermediária, devido existir outra alternativa com nota inferior, faz com que a média
das notas na escala tipo Likert alcance esta classificação de contribuição.
Para os que responderam positivamente a esta pergunta, dois aspectos de vital
importância que devem ser considerados na elaboração desses relatórios são a oportunidade e
a prioridade das informações. Isso porque, relembrando Oliveira (2002), uma informação
produzida que não seja distribuída em tempo hábil para a tomada de decisão praticamente
perde o seu sentido. Sua capacidade de reduzir incertezas está associada com a oportunidade
140
de sua distribuição, assim como a identificação das prioridades será fuão direta do processo
de planejamento que identifica a necessidade de sua utilização.
No que concerne à questão sobre a avaliação quanto à facilidade ou dificuldade para a
realização do trabalho do usuário com os atuais sistemas de informações existentes nas
agroindústrias pesquisadas, 93% dos informantes afirmaram que o sistema agiliza na
execução do trabalho; 71% disseram que o sistema melhora o ambiente de trabalho, reduz o
tempo necessário para executar o trabalho, reduz a quantidade de papel circulante; diminui a
carga de trabalho; 36% enfatizaram que necessita readequação de atividades; e outros 29%
informaram que necessita readequação do fluxo de atividades.
Dentre as respostas consideradas negativas para esta questão, foi possível identificar
que 14% dos informantes consideraram que o sistema aumenta a quantidade de papel
circulante nas agroindústrias, aumentando a carga de trabalho (7% dos respondentes) e, por
conseguinte, requerendo maior número de funcionários (7% dos questionados) para executar
as atividades ou tarefas de cada agroindústria considerada (Ilustração 5.33). As respostas
negativas obtidas nesta questão demonstram a necessidade de um gerenciamento efetivo em
relação aos atuais sistemas de informações existentes nas agroindústrias envolvidas nesta
pesquisa.
Avaliação Quanto à Facilidade ou Dificuldade para Realizão do
Trabalho com o Atual Sistema de Informação
7%
7%
14%
29%
36%
71%
71%
71%
71%
93%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Nec. Maior Núm. Func.
Aument. Carga Trab.
Aument. Quant. Pap. Circul.
Nec. Read. Flux. Ativ.
Nec. Read. Ativ.
Dimin. Carga Trab.
Red. Quant. Pap. Circul.
Red. Temp. Trab.
Melhora Ambient. Trab.
Agiliza Trab.
Ilustração 5.33 Gráfico Avaliação da Facilidade ou Dificuldade para Realização do Trabalho
Fonte: Dados primários (2008)
141
Devido aos informantes terem considerado que o atual sistema de informações das
agroindústrias agiliza o trabalho, melhora o ambiente de trabalho, diminui carga de trabalho,
reduz o tempo necessário para executar o trabalho (atividades), bem como a quantidade de
papel circulante, a classificação para esta questão em particular pode ser enquadrada como
sendo de contribuição boa. Isso porque, a média das notas obtidas na escala tipo Likert torna
possível realizar essa classificação de contribuição nesta questão.
Pode-se mencionar, ainda, que os sistemas de informações, sob determinadas
condições, é capaz de proporcionar a redução dos custos das operações das agroindústrias;
melhoria no acesso às informações, propiciando relatórios mais precisos e rápidos, com
menor esforço; melhoria nos serviços realizados e produtos oferecidos; redução do grau de
centralização de decisões nas agroinstrias; e melhor interação tanto com fornecedores
quanto com clientes internos e externos e consumidores.
Nestas duas últimas questões do instrumento de coleta de dados, que dizem respeito à
avaliação das características de qualidade dos sistemas de informações e de qualidade das
informações disponibilizadas por esses sistemas, com vistas a esclarecer alguns termos para
facilitar o entendimento para os respondentes foram explicitados seus principais conceitos e
significados convencionados.
Na questão relacionada à análise da qualidade dos sistemas de informações foram
avaliados os sistemas disponíveis nas agroinstrias como um todo, portanto não se referindo
especificamente a nenhum deles tomados isoladamente. De forma geral, à exceção das
características Autonomia em Relação aos Outros e Funcionalidade, que apresentaram o
mesmo percentual de respostas para a opção Bom e Regular, da característica Flexibilidade,
que apresentou o mesmo percentual de respostas para a opção Muito Bom e Regular e da
característica Facilidade de Acesso, que apresentou o mesmo percentual de respostas para a
opção Muito Bom e Bom, todas as demais características apresentaram o maior índice de
respostas na opção Bom.
Deste modo, tanto as características Autonomia em Relação aos Outros, Flexibilidade,
Funcionalidade quanto a característica Facilidade de Acesso, não obstante no mputo geral
estarem com bons índices percentuais favoráveis, na análise individual essas características
podem ser consideradas na amostra pesquisada como sendo as que representam índices
percentuais intermediários favoráveis do conjunto de avaliações.
A análise da qualidade dos sistemas de informações disponíveis nas agroindústrias
pesquisadas pode ser visualizada de forma resumida, conforme mostra a Ilustração 5.34. Esses
resultados revelam a relevância que os usuários pesquisados atribuem à performance do
142
sistema de informações, à facilidade de acesso e à flexibilidade dele em relação à adaptação a
outros ambientes ou ao atendimento de novas necessidades que emergirem em suas áreas de
atuação. Como assinalado anteriormente na dimensão obtenção das informações, as
reclamações relativas à obtenção das informações já demonstraram baixa performance e
limitação do sistema, necessitando melhoria, implementação e modificação de alguns dados.
Qualidade dos Sistemas de Informações
43%
21%
36%
29%
29%
21%
36%
29%
29%
29%
43%
57%
50%
36%
57%
50%
29%
36%
57%
50%
14%
21%
14%
36%
14%
29%
36%
36%
14%
21%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Facilidade de Acesso
Apresentação Visual
Conteúdo
Funcionalidade
Identificão dos Dados
Dados Relevantes
Flexibilidade
Autonomia em Relação
aos Outros
Disponibilidade do
Sistema
Segurança do Sistema
Muito Bom Bom Regular
Ilustração 5.34
– Gráfico
Qualidade dos Sistemas de Informações das Agroindústrias
Fonte: Dados primários (2008)
A análise dos dados específicos demonstra que o houve respostas para os conceitos
Ruim e ssimo. Os maiores percentuais de respostas para o conceito Bom foram para as
143
características Apresentação Visual, Identificação dos Dados e Disponibilidade do Sistema,
com 57% de respostas. De forma genérica, a cor da tela, tamanho das letras e disposição dos
dados favorecem visualmente o conteúdo, pois apresentam considerável interface visual; o
usuário, após visualizar a tela, consegue imediatamente identificar os dados de que necessita
para realização de seu trabalho; geralmente os sistemas estão sempre disponíveis quando se
faz necessário para realizar determinada atividade nas agroindústrias.
Quanto à característica Conteúdo, 50% da amostra pesquisada demonstraram boa
satisfação com esta característica para uso rotineiro no trabalho; em relação aos Dados
Relevantes, 50% revelaram que todos os dados disponíveis no sistema são necessários e
importantes, e devem ser mantidos no sistema; no que diz respeito à Segurança do Sistema,
50% também da amostra enfatizaram que o sistema, de certa forma, evita a possibilidade de
acessos indevidos aos dados por pessoas ou usuários não autorizados para este fim.
Em última instância, pode-se concluir pelas informações apresentadas nesta questão
que a maioria dos usuários pesquisados atribuiu aos sistemas de informações das
agroindústrias o conceito Bom e enfatizaram que eles auxiliam e apóiam na execução das
atividades e tarefas diárias das agroindústrias.
Pelo apresentado em relação à qualidade dos sistemas de informações existentes nas
agroindústrias pesquisadas, a classificação para esta questão em particular pode ser
considerada como sendo de contribuição boa, pois o fato de os pesquisados terem avaliado as
características de qualidade dos sistemas de forma que receberam a maior parte dos conceitos
Muito Bom e Bom, a média das notas da escala tipo Likert subiu, compensando as notas do
conceito regular, alcançando, assim, esta classificação de contribuição nesta questão.
Na pergunta sobre a qualidade das informações disponibilizadas pelo sistema de
informações atual das agroindústrias pesquisadas, de maneira geral, à exceção da
característica Importância/Relevância, que apresentou o mesmo percentual de respostas para
opção Bom e Regular (29% de respostas para ambas as opções), todas as demais
características estabelecidas, assim como na questão anterior, apresentaram o maior índice de
respostas na opção Bom (Ilustração 5.35).
Considerando o percentual de respostas de todas as características para a opção Bom, a
característica Importância/Relevância apesar de no mputo geral estar com razoáveis índices
percentuais favoráveis, na análise individual essa característica pode ser considerada na
amostra pesquisada como sendo a que representa a menos favorável do conjunto de
avaliações.
144
Na análise dos dados específicos foi possível verificar que não houve respostas para o
conceito péssimo. Os maiores percentuais de respostas para o conceito Bom foram para a
característica Necessidade de Redigitação de Informação, com 64% de respostas, seguido das
características Aquisição de Novos Conhecimentos e Qualidade do Conteúdo, com 57% de
indicação pelos respondentes.
Qualidade das Informações
36%
29%
22%
36%
29%
36%
35%
29%
29%
29%
22%
43%
50%
64%
43%
36%
50%
29%
35%
43%
57%
57%
14%
14%
7%
14%
21%
7%
29%
29%
21%
7%
7%
7%
7%
7%
7%
14%
7%
7%
7%
7%
7%
14%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
Apresentação dos
Dados
Apresentação dos
Relatórios
Necessidade de
Redigitão
Exatidão/Confiabilidade
Utilidade das Sdas
Objetividade dos Dados
Importância/Relevância
Compreensibilidade
Consistência
Qualidade do Contdo
Aquisição de Novos
Conhec.
Muito Bom Bom Regular Ruim
Ilustração 5.35 Gráfico Qualidade das Informações Disponibilizadas pelos SI’s das Agroindústrias
Fonte: Dados primários (2008)
145
De modo geral, grande parte dos usuários considera que: os dados não são passíveis de
serem transportados sem que haja redigitação dos mesmos nos sistemas; com as informações
disponibilizadas pelo sistema há a possibilidade de aquisição de novos conhecimentos tanto
em relação à área como em relação a toda a agroindústria; a qualidade intrínseca das
informações pode ser considerada como importante para que haja maior credibilidade no
sistema.
No que se refere à característica Objetividade dos Dados, 50% dos respondentes
demonstraram boa satisfação com esta característica para o entendimento de situações
problemas e/ou oportunidades; em relação à Apresentação de Relatórios, 50% enfatizaram
que as informações contidas nos relatórios podem ser consideradas boas para se tomar
decisões; no tocante à Consistência, à Exatidão/Confiabilidade e à Apresentação dos Dados
Gerais, 43% dos informantes indicaram o conceito Bom para as respostas. Esses respondentes
consideram que, respectivamente, as informações fornecidas são consistentes com outras
fontes de dados; estão corretas e atualizadas; e estão disponíveis tanto na tela quanto
impressas de forma clara, visível e adequadas para os seus trabalhos.
Quanto à característica Utilidade das Saídas, 36% dos respondentes apontaram o
conceito Bom, indicando que as saídas (informações geradas pelo sistema) são boas para se
efetuar uma tomada de decisão mais adequada; em se tratando da Compreensibilidade, o
conceito Bom aparece em 35% das respostas, indicando que, boa parte das informações é
compreensível, o que pode proporcionar a interpretação das mesmas de imediato.
Para o conceito Muito Bom, os índices percentuais de respostas variam entre 22 e
36%. Analisando-se os seus extremos, as características Necessidade de Redigitação de
Informações e Aquisição de Novos Conhecimentos apresentaram o menor índice (22% de
respostas) e as características Apresentação dos Dados, Exatidão/Confiabilidade e
Objetividade dos Dados apresentaram o maior índice, com 36% de respostas.
Numa avaliação de uma maneira em geral, os informantes consideram boa a qualidade
das informações disponibilizadas pelos sistemas de informações existentes nas agroindústrias
pesquisadas, pois as informações, certamente, são utilizadas, segundo a ótica de cada um, da
melhor maneira possível para o desempenho das funções que compete a cada colaborador na
agroindústria.
Pelo exposto em relação à qualidade das informações disponibilizadas pelos sistemas
existentes nas agroinstrias pesquisadas, pode-se destacar que a classificação para esta
questão em particular enquadra-se como sendo de contribuição boa, haja vista que o fato de os
informantes ter avaliado as características de qualidade das informações de maneira que
146
receberam a maior parte dos conceitos Muito Bom e Bom, fez com que a dia das notas da
escala tipo Likert atingisse esse patamar de classificação de contribuição nesta questão.
Entretanto, percebe-se que essas características de qualidade das informações,
certamente, foram avaliadas levando em consideração apenas o sentido denotativo com que
está descritas. Sendo assim, é válido ressaltar que essas mesmas características de qualidade
das informações, sob outra ótica, podem sofrer influências de boatos e fofocas; de situações
desequilibradas de fatos versus suposições; e de informações em estado bruto (dados) versus
informações lapidadas.
Com a finalidade de obter uma análise comparativa entre os níveis de contribuição dos
SI’s por cada dimensão, a Tabela 5 mostra a síntese final dos níveis de contribuição das
quatro dimensões, apresentando também o nível de contribuição geral dos SI’s para as
decisões empresarias das agroindústrias pesquisadas.
Tabela 5
Síntese Final da Contribuição dos SI’s das Quatro Dimensões e da Contribuição
Geral dos SI’s
Dimensões NconD
i
Nível de Contribuição dos SI’s
(I) Determinação das Exincias da
Informação
3,3
Regular
(II) Distribuição das Informações 4,4
Bom
(III) Obtenção das Informações 4,6
Ótimo
(IV) Uso dos Sistemas de Informações 3,8
Bom
NcontGe 4,0
Bom
Fonte: Dados primários (2008)
Depreende-se da Tabela 5 que, não obstante (III) os sistemas de informações
atenderem a maior parte das necessidades informacionais para a gestão das áreas usuárias,
(IV) apoiarem na execução das atividades e tarefas das organizações, agilizando, melhorando
e reduzindo o tempo de trabalho, proporcionando redução de custos das operações,
propiciando relatórios mais precisos e rápidos e melhoria nos serviços realizados e produtos
oferecidos, e a (II) disseminação de informações ser realizada de forma satisfatória nas
agroindústrias, havendo divulgação de informações e treinamentos sobre novas aplicações, (I)
o relacionamento entre o pessoal da área de informática e os usuários dos sistemas ou
receptores finais dos serviços disponibilizados por aquele precisa e pode ser melhorado em
alguns aspectos como, por exemplo, a adoção da prática de reuniões somente quando
necessário ou por demanda de um serviço e utilização de instrumentos mais formais (reunião
formal, ocio, checagem pela infortica, cronograma de atividades) para apresentação das
necessidades informacionais e avaliação do desempenho dos sistemas das áreas usuárias.
147
Para finalizar a análise e interpretação dos dados, apresenta-se na Tabela 6, o vel de
contribuição geral dos SI’s em separado por cada agroindústria, bem como o nível de
contribuição geral dos SI’s para as decisões empresariais de todas as agroindústrias de
torrefão e moagem de café pesquisadas.
Tabela 6
Contribuição dos SI’s para Cada Agroindústria e Contribuição Geral dos SI’s
para Todas as Agroindústrias
Agroindústrias Ncontagro
j
Nível de Contribuição dos SI’s
A
4,0
Bom
B
3,9
Bom
C
3,9
Bom
D
4,4
Bom
E
2,8
Regular
F
3,9
Bom
G
4,4
Bom
H
3,4
Regular
I
3,3
Regular
J
3,4
Regular
K
4,7
Ótimo
L
3,8
Bom
M
4,7
Ótimo
N
4,7
Ótimo
NcontGe 4,0
Bom
Fonte: Dados primários (2008)
Assim, merece destacar que de todas as agroindústrias pesquisadas, levando em
consideração todas as quatro dimensões analisadas, apenas 21% delas apresentaram um nível
de contribuição de seus sistemas de informações para as decisões empresariais que pode ser
considerado como sendo de ótima contribuição; outras 50% demonstraram possuir um nível
que pode ser enquadrado como boa contribuição; e as demais 29% restantes evidenciaram um
nível de contribuição regular, conforme mostra a Ilustração 5.36.
Contribuição dos Sistemas de Informações nas Agroindústrias
Pesquisadas
21%
50%
29%
Contribuição Ótima Contribuição Boa Contribuição Regular
Ilustração 5.36 Gráfico Agroindústrias por Nível de Contribuição dos Sistemas de Informações
Fonte: Dados primários (2008)
148
Desta análise realizada por cada agroindústria em separado foi possível verificar,
ainda, que nenhuma delas apresentou um nível de contribuição de seus sistemas de
informações para as decisões empresariais que pode ser considerado na classificação como
sendo ruim ou péssimo.
As agroindústrias de torrefação e moagem de caque apresentaram um nível de boa
contribuição de seus sistemas de informações para as decisões empresariais demonstram que,
(a) apesar de utilizar-se de instrumentos rudimentares, existe um bom relacionamento entre o
pessoal responsável pela informática e os usuários ou receptores finais dos serviços
disponibilizados por aquele; (b) a disseminação de informações nessas agroindústrias é
realizada de forma satisfatória, havendo facilidade de acesso aos sistemas disponíveis e
poucas dificuldades na obtenção das informações por meio do computador; (c) as informações
são obtidas, na maior parte das vezes, por meio do acesso aos sistemas existentes nas
agroindústrias, por consulta à internet ou mediante a solicitação a alguém; os sistemas
existentes (em sua maioria sistemas de terceiros, sistemas externos ou recursos do pacote
office) atendem, salvo raras exceções, de forma considerável as necessidades informacionais
das áreas usuárias; (d) os sistemas de terceiros, externos e recursos do pacote office são
utilizados por quase todas as agroindústrias algumas utilizam sistemas internos e pacotes do
tipo ERP para apoiar na execução de suas atividades diárias; a maior parte dos usuários
avaliou que esses sistemas de informações existentes facilitam a realização de seus trabalhos
nas agroindústrias, pois no geral, podem ser consideradas como sendo boas as características
de qualidade desses sistemas, bem como as de qualidade das informações proporcionadas por
eles.
149
CAPÍTULO 6
6 CONCLUSÕES
Neste capítulo são apresentadas as conclusões e os comentários, de forma geral, sobre
os resultados obtidos nesta pesquisa, bem como formuladas algumas indicações para futuras
pesquisas sobre a temática abordada, e finalmente são apresentadas as limitações do estudo.
6.1 Conclusões
Em tempos de globalização, com a ocorrência de grandes volumes e variedades de
informações, e tendo em vista as múltiplas finalidades e propósitos a que se destinam, os
sistemas de informações desenvolvidos com adequadas tecnologias e em conjunto com as
áreas usuárias otimizam o fluxo de informações, exercendo influências nos processos
decisórios de qualquer organização. A utilização destes sistemas permite considerar a
informão dentro de um processo, desde a obtenção do dado, o seu tratamento para se
transformar em informação, a decisão com base na informação e todos os seus mecanismos
facilitadores, a ação decorrente da decisão, o resultado apresentado e sua avaliação. De outra
forma, agora sintética e mais tida a qualquer pessoa interessada no assunto, este sistema
produz informações que permitem tomar decies para colocar em práticas as ações.
Na consolidação dos resultados observacionais, em relação ao reconhecimento e
caracterização quanto aos tipos de sistemas de informações existentes, é possível perceber
que, nas agroindústrias de torrefação e moagem de caestudadas, existe um panorama que
demonstra a predomincia dos sistemas considerados mais básicos de uma organização,
aqueles que têm o foco voltado para o armazenamento, processamento e fluxo de dados no
nível operacional e são importantes fornecedores de dados para os níveis operacionais
intermediários e mais baixos da administração das agroindústrias, assim como os maiores
produtores de informão para os níveis mais elevados das mesmas, denominados Sistemas de
Processamento das Transações, ou simplesmente TPS Transaction Processing Systems.
Analisando a dimensão determinação das exigências da informação, em se tratando da
contribuição dos sistemas de informações existentes nas agroindústrias pesquisadas, pode-se
destacar que a contribuição geral, nesta dimensão, apresenta-se como sendo apenas regular,
haja vista que no cômputo de todas as agroindústrias ela é de aproximadamente 3 (três) na
escala adaptada de Likert. Isso demonstra que, (a) apesar de existirem equipamentos de
informática em todas as agroindústrias pesquisadas, não há equivalência de profissionais
150
nessas agroindústrias desenvolvendo sistemas para auxiliar no processo de gestão das
mesmas; (b) quando existem necessidades de alguma alteração ou adequação nos sistemas
existentes, a maior parte das agroindústrias pesquisadas faz uma solicitação a terceiros por
intermédio de uma conversa informal, geralmente por telefone ou pessoalmente; (c) as
reuniões entre o indivíduo responsável pelo gerenciamento da informática e os usuários se
dão, em grande parte, por iniciativa dos próprios usuários ou quando necessário, revelando,
por conseguinte, que praticamente inexistem procedimentos formais para avaliar o
desempenho dos sistemas de informações nessas agroindústrias.
No que se refere à contribuição dos sistemas de informações na dimensão distribuição
das informações, cabe mencionar que a contribuição geral, nesta dimensão, pode ser
considerada como sendo boa, pois a média das notas das questões para todas as agroindústrias
pesquisadas é de aproximadamente 4 (quatro) na escala adaptada de Likert. Esse nível de
contribuição equivale dizer que (a) embora alguns respondentes tenham dificuldades de
obtenção das informações via computador, todos m acesso de forma facilitada aos sistemas
existentes nas agroindústrias para a realização de seus trabalhos; (b) a maior parte dos
usuários pesquisados é informada quando uma nova solução ou aplicação é disponibilizada
para os seus setores de atuação, (c) assim como tamm recebe treinamentos dos responsáveis
terceirizados para o entendimento e compreensão dessas novas aplicações.
No que diz respeito à análise dos sistemas de informações na dimensão obtenção das
informações, resulta importante enfatizar que a classificação geral, nesta dimensão, pode ser
enquadrada como sendo de ótima contribuição, devido ao fato de a média das notas das
questões desta dimensão ser de aproximadamente 5 (cinco) na escala adaptada de Likert. Esse
nível de contribuição apresentado significa dizer que (a) as informações são obtidas, na maior
parte das vezes, por meio do acesso aos sistemas disponíveis nas agroindústrias, ou mediante
buscas e pesquisas na internet ou solicitação a outras pessoas para suprimento das
necessidades; (b) os sistemas de informações atendem a maior parte das necessidades
informacionais para a gestão da área usuária, havendo considerável confiabilidade nos dados e
informações disponíveis nos sistemas das agroindústrias pela maioria dos informantes.
No tocante à contribuição dos sistemas de informações na dimensão uso dos sistemas
de informações, merece destacar que a classificação geral, nesta dimensão, enquadra-se como
sendo de contribuição boa, porque a média das notas das questões é de aproximadamente 4
(quatro) na escala tipo Likert. Em outros termos, esse nível de contribuição demonstra que nas
atividades apoiadas por sistemas de informações informatizados, a maioria delas é realizada
com auxílio de sistemas de terceiros, pacotes isolados sistemas adquiridos prontos e que
151
apenas atende a uma área da organização –, sistemas externos e recursos do pacote office
como, por exemplo, planilhas tipo Excel, bancos de dados tipo Access ou processadores de
texto tipo Word. Cabe ressalvar que, provavelmente devido ao seu pequeno porte, uma
parcela de agroindústrias realiza as atividades das áreas comercial, de produção e estoques, de
suprimentos e de administração e finanças de forma manual, sem o apoio de recursos de
informática.
O nível de contribuição da mencionada dimensão também indica que, para a maioria
dos pesquisados, os dados disponíveis nos sistemas de informações das agroindústrias o
utilizados adequadamente pelas áreas usuárias; ainda que alguns usuários não recebam
treinamentos, existem poucas dificuldades em se utilizar os atuais sistemas de informações
das agroindústrias; grande parte dos usuários avaliou que os sistemas existentes facilitam a
realização de seus trabalhos nas agroindústrias, pois de modo geral, podem ser consideradas
como sendo boas tanto as características de qualidade dos sistemas quanto às de qualidade das
informações disponibilizadas por eles.
Para concluir e conhecer o vel de contribuição geral dos sistemas de informações
realizou-se uma análise conjunta de todas essas quatro referidas dimensões. Desta análise,
pode-se enfatizar que mesmo com algumas limitações e restrições (baixa autonomia em
relação aos outros, baixa flexibilidade e performance, necessidade de redigitação de dados), e
alguns desafios a serem equalizados ou superados (falta de profissionais da área de
informática que desenvolvam sistemas adequados à realidade da organização, baixa exisncia
de procedimentos formais para avaliação do desempenho dos sistemas, dificuldades de
obtenção de informações) em relação aos sistemas de informações existentes nas
agroindústrias, foi possível constatar mediante a realização desta pesquisa que, a contribuição
geral desses sistemas pode ser considerada como sendo boa, pois de certa forma, eles estão
facilitando a realização dos trabalhos pelos usuários, fornecendo, através do acesso ao sistema
da agroinstria e do acesso à internet, as informações necessárias e adequadas sob a ótica de
cada um e, portanto, atendendo, em grande parte, as atuais necessidades informacionais dos
tomadores de decisão das agroindústrias de torrefação e moagem de café pesquisadas.
6.2 Indicações para Futuras Pesquisas
Este trabalho poderia fornecer um “plano de fundopara a realização de estudos de
caso em que se possam verificar a contribuição dos sistemas de informações para as decisões
empresariais de cada agroindústria, procurando identificar os fatores inibidores e catalisadores
152
dessa contribuição. Este tipo de resultado dificilmente pode ser obtido pela realização de uma
pesquisa do tipo multicasos, sendo necessária a realização de estudos de caso.
Também a indicação de que pode haver diferenças entre as empresas de micro,
pequeno e médio porte no que se refere à qualidade dos serviços prestados pela área de TI, à
qualidade dos sistemas de informações, à qualidade das informações e ao uso dos sistemas de
informações nessas empresas, sugere que estudos desta natureza sejam realizados levando em
consideração o mesmo porte para todas as empresas.
Outra sugestão é a utilização do método proposto, para analisar o nível de contribuição
dos SI’s das agroindústrias de torrefão e moagem de café, em outros segmentos industriais
de mercado, fazendo-se as devidas adaptações e contando-se com a possibilidade de
participação de um maior número de empresas do mesmo segmento de atividade econômica e
do mesmo porte. Como a análise utilizada integra diversas dimensões, sua perspectiva
multidimensional pode contribuir para que novos insights sejam obtidos por meio de outras
pesquisas desse tipo.
6.3 Limitações do Estudo
Como limitações desta pesquisa, ressalta-se que os resultados apresentados, diante do
universo a ser pesquisado, limitam-se à amostra utilizada, devendo as generalizações a
respeito dos resultados serem realizadas com certa e a devida precaução.
Outra limitão de um estudo desta natureza reside no fato de ser uma pesquisa típica
da área de ciências sociais aplicadas, a qual lida com fenômenos humanos. Deste modo, a
falta de conhecimentos técnicos por parte de alguns respondentes pode ser considerada como
um aspecto limitador.
Além dessas, se faz presentes outras limitações de natureza metodológica, a saber:
a amostra obtida não espelhou o cadastro de empresas da FIERO empregado
como universo, o que impossibilitou, como assinalado anteriormente, a
generalização dos resultados;
a forma específica para analisar as dimensões de contribuição dos SI’s para as
decisões empresariais e operacionalizar a pesquisa pode não apreender a
dimensão em toda a sua extensão; e
apesar de ter sido empregada uma perspectiva multidimensional, foram
utilizadas somente quatro das seis dimensões do modelo de DeLone e McLean
para avaliar a contribuição dos sistemas de informações nas agroinstrias.
153
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APÊNDICE A – Instrumento de Coleta de Dados
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Instrumento de Coleta de Dados (Formulário)
I – Dados do Entrevistado e da Empresa
Nome:
Telefone (c/ DDD): E-mail:
Setor onde Trabalha:
Tempo de Atuação na Área: Data de Admissão na Empresa:
Razão Social da Empresa:
CNPJ: Endereço:
Cidade: CEP:
II – Determinação das Exigências da Informação
1)
Existem equipamentos de informática na organização?
Não
Sim. Nesse caso, informe a quantidade de equipamentos utilizados na empresa no
quadro abaixo:
Equipamentos Quantidade
Microcomputadores para usuários (Desktops)
Terminais
Servidores Intel (Windows, Linux)
Servidores Risc (Unix)
Grande Porte (Mainframes, outros)
Microcomputadores conectados a máquinas de processamento de café
Microcomputadores portáteis (Notebooks ou Laptops)
Outros
2)
Existem profissionais da área de informática desenvolvendo sistemas para auxiliar no
processo de gestão da organização?
Não. Nesse caso, informe o cargo do responsável por decisões de informática na
indústria.
_____________________________________________________________________
Sim. Nesse caso, informe o número de pessoas por função. Considere apenas a função
principal de maneira que o total informado corresponda ao número de pessoas da área
de informática.
Funções
Número de
Funcionários
Número de
Terceirizados
Executivos (Diretores ou Gerentes Gerais)
Coordenadores, Supervisores ou Gerentes de Área
Analistas de Negócio
Suporte Técnico, Operação e Configuração de Redes
Outros
TOTAL de pessoas na área de informática
162
3)
Vo se reúne com o gerente ou equipe de informática para levantamento de suas
necessidades informacionais? Marque com
X
a(s) alternativa(s).
a Por iniciativa própria
b Por iniciativa da Gerência de Informática
c Por demanda de um serviço
d Quando necessário
e Não
4)
Caso haja necessidade de alguma alteração ou adequação no sistema que você opera, o que
você faz? Marque com
X
a(s) alternativa(s).
a Solicita ao superior imediato
b Solicita à Gerência de Informática
c Não se manifesta por não haver solução
d o se manifesta por que já o fez anteriormente e não resolveu
(Para qual área/cargo se manifestou?)..........................................................................................
.......................................................................................................................................................
e Formaliza o pedido
f Não é sua função
g Solicita a terceiros
5)
As necessidades de informações de sua área são apresentadas à gerência de informática ou
responsável por infortica através de quê? Marque com
X
o(s) instrumento(s) utilizado(s).
a Ofício
b Conversa Informal (telefone, pessoalmente)
c Conversa formal (reunião)
d Via Diretoria
e Outros:.................................................................................................................................
6)
Em relação à avaliação do desempenho do sistema na sua área. Existe algum procedimento
formal na organização? (por ex: cronograma de atividade, checagem pela informática,
questionário para responder, etc.) Sendo a resposta positiva, cite o(s) procedimento(s).
SIM NÃO
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
III – Distribuição das Informações
1)
Você tem acesso facilitado aos sistemas disponíveis para realização de seu trabalho? Sendo
a resposta negativa, cite o motivo. SIM NÃO
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2)
Votem dificuldade em obter informações via computador? Sendo a resposta positiva,
cite o motivo. SIM NÃO
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
163
3)
Você é informado quando uma nova solução é disponibilizada para o seu setor?
SIM O
4)
Você é treinado quando uma nova aplicação é disponibilizada no seu setor?
SIM O
IV – Obtenção das Informações
1)
De que forma você obtém as informações de que necessita para o seu trabalho? Marque
com
X
a(s) alternativa(s)
a Acesso ao sistema da indústria
b Documentos oficiais
c Solicita à alguém
d Internet
e Intranet
f Outros..................................................................................................................................
1.1)
Se você obtém as informações por meio da internet, este acesso se dá por:
Linha Telefônica através de provedor gratuito
Linha Telefônica através de provedor pago
Linha de Alta Velocidade de até 300 kbps
Linha de Alta Velocidade de até 600 kbps
Linha de Alta Velocidade acima de 600 kbps
2)
O atual Sistema de Informação da Indústria atende às necessidades de informação para a
gestão de sua área? Cite o(s) motivo(s). SIM NÃO Não utiliza sistema
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3)
Você confia nos dados e informações disponíveis nos sistemas de computador da empresa?
Cite o(s) motivo(s). SIM NÃO
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4)
Voacredita que, o Sistema de Infortica geral da organização, mantém uma integração
entre as
suas exigências
informacionais, assim como
as das pessoas
que necessitam da
informão e
as dos
desenvolvedores
do sistema? Cite o(s) motivo(s).
SIM NÃO
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
V – Uso dos Sistemas de Informações
As questões analisadas, a seguir, referem-se ao uso de Sistemas de Informação para o apoio à
execução de atividades da sua organização. A análise é realizada separadamente de acordo
com as várias áreas da indústria.
164
1) Área Comercial (Vendas, Distribuição e Marketing)
1.1)
Volume de Operações da Área Comercial
a) Número de Produtos que a Indústria Comercializa
b) Número de Clientes Ativos
c) Número Mensal de Pedidos
1.2)
Uso de Sistemas de Informação na Área Comercial (vendas, distribuição e marketing)
No quadro a seguir, para cada atividade da área, informe o principal recurso de informática
utilizado, de acordo com a classificação constante no APÊNDICE B.
Atividades da Área
Não
Faz
Manual
Pacote
Office
Sistema
Interno
Sistema
Terceiros
Sistema
Externo
Pacote
Isolado
Pacote
ERP
Cadastro de Clientes
Envio de Mala Direta
para Clientes
Controle de Contatos e
Propostas Comerciais
Entrada e
Processamento de
Pedidos
Automação de Força de
Vendas com
Computação Móvel
Análise de Crédito
Controle de Estoque de
Produtos Acabados
Programação de Carga
Emissão de Nota Fiscal
Controle de Fretes e
Transportadoras
Controle de Exportações
Controle de Propaganda
e Promoção
Relatórios de Venda
Outra:
2) Área de Produção e Estoques
2.1)
Volume de Operações da Área de Produção e Estoques
a) Quantidade de Produtos que a Empresa Fabrica
b) Número de Itens de Matéria-Prima que a Empresa Utiliza na Produção
c) Número de Componentes Intermediários que a Empresa Utiliza na Produção
2.2)
Tipos de Processos de Produção
a Processo Contínuo b Processo em Lotes c Fabricação sob Encomenda d Outro
165
2.3)
Uso de Sistemas de Informação na Área de Produção e Estoques
Atividades da Área
Não
Faz
Manual
Pacote
Office
Sistema
Interno
Sistema
Terceiros
Sistema
Externo
Pacote
Isolado
Pacote
ERP
Controle de Estoque de
Matéria-Prima e
Componentes
Cadastro de Estrutura ou
Composição do Produto
Planejamento da
Produção
Controle de Ordens de
Produção
Controle de Custos de
Produção
Acompanhamento do
Controle de Qualidade
Controle de Manutenção
de Equipamentos
Outra:
3) Área de Suprimentos (Compras)
3.1)
Volume de Operações da Área de Suprimentos (Compras)
a) Quantidade Média Mensal de Pedidos de Compra
b) Número de Fornecedores Ativos
c) Número de Itens do Cadastro de Suprimentos
3.2)
Uso de Sistemas de Informação na Área de Suprimentos (Compras)
Atividades da Área
Não
Faz
Manual
Pacote
Office
Sistema
Interno
Sistema
Terceiros
Sistema
Externo
Pacote
Isolado
Pacote
ERP
Cadastro de
Fornecedores
Cadastro de Pedidos de
Compra
Autorização e Liberação
de Pedidos de Compra
Envio de Pedidos a
Fornecedores
Elaboração de Mapas de
Cotação de Preços
Outra:
166
4) Área de Administração e Finanças
4.1)
Volume de Operações da Área de Administração e Finanças
a) Número de Lançamentos em Contas a Pagar por Mês
b) Número de Lançamentos em Contas a Receber por Mês
c) A Indústria Terceiriza as Atividades de Contabilidade? Sim o
d) A Indústria Terceiriza a Emissão de Folha de Pagamento? Sim Não
4.2)
Uso de Sistemas de Informação na Área de Administração e Finanças
Atividades da Área
Não
Faz
Manual
Pacote
Office
Sistema
Interno
Sistema
Terceiros
Sistema
Externo
Pacote
Isolado
Pacote
ERP
Contas a Pagar
Contas a Receber
Tesouraria
Fluxo de Caixa
Contabilidade
Folha de Pagamento
Livros Fiscais
Ativo Fixo (Patrimônio)
Cálculo do Custo dos
Produtos
Orçamento Empresarial
Gestão de RH
Outra:
5)
Vo sabe se os dados disponíveis nos Sistemas de Informações são utilizados
adequadamente? (Bem aproveitados, utilizados por pessoas responsáveis pelas áreas,
impressos com freqüência, etc.). Cite o(s) motivo(s).
SIM NÃO
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
6)
Existe dificuldade em se utilizar os atuais Sistemas de Informações da organização? Sendo
a resposta positiva, cite os motivos.
SIM NÃO
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
167
7)
Você ou o seu setor elabora relatórios específicos que visualizem a produtividade/serviço
do setor? Marque com
X
a(s) alternativa(s).
1. SIM
2. NÃO
2a. ( ) O sistema não permite
2b. ( ) Não sei buscar os dados
2c. ( ) Nunca pensei nisso
2d. ( ) Outros
3. o sei
8)
Com os atuais Sistemas de Informações da indústria, qual a sua avaliação quanto à
facilidade ou dificuldade para a realização do seu trabalho? Marque com
X
a(s) alternativa(s)
que expresse(m) a sua realidade.
1 Agiliza o trabalho
2 Dificulta o trabalho
3 Aumenta a carga de trabalho
4 Diminui a carga de trabalho
5 Aumenta a quantidade de papel circulante
6 Reduz a quantidade de papel circulante
7 Reduz o tempo de trabalho (atividades)
8 Melhora o ambiente de trabalho
9 Necessita maior número de funcionários
10 Necessita readequação de atividades
11 Necessita readequação do fluxo de atividades
12 Outros: ....................................................................................................
.................................................................................................................
9)
Como você classifica a
qualidade dos Sistemas
de Informações
disponíveis na indústria?
Marque com
X
a(s) alternativa(s) condizente(s) à sua realidade.
Muito
bom
Bom Regular
Ruim Péssimo
Facilidade de Acesso
Apresentação Visual
Conteúdo
Funcionalidade
Identificação dos dados
Dados relevantes
Flexibilidade
Autonomia em relação aos outros
Disponibilidade do sistema (estar
no ar)
Segurança do sistema (quanto a
acessos indevidos)
* Veja APÊNDICE B
168
10)
Como voclassifica a
qualidade das informações
disponibilizadas pelo sistema atual
da indústria? Marque com
X
a(s) alternativa(s) pertinente(s) à sua realidade.
Muito
bom
Bom Regular
Ruim Péssimo
Apresentação dos dados gerais
Apresentação dos relatórios
Necessidade de redigitação de
informão
Exatidão/Confiabilidade
Utilidade das saídas para a tomada
de decies
Objetividade dos dados
Importância/relencia
Compreensibilidade
Consistência
Qualidade do conteúdo
Possibilidade de aquisição de
novos conhecimentos
* Veja APÊNDICE B
Sou muito grato por sua participação!
169
APÊNDICE B – Explicações sobre alguns termos utilizados no formulário
170
Explicações sobre alguns termos utilizados no formulário
1. Necessidades Informacionais:
informações que devem e precisam estar disponíveis para
que você consiga realizar bem e adequadamente o seu trabalho.
2. Sistema:
considerado o atual sistema de informática ou não da agroindústria.
3.
Item
V – Uso dos Sistemas de Informações –
Perguntas
1
(1.2);
2
(2.3);
3
(3.2); e
4
(4.2).
Não Faz:
a atividade não é realizada pela indústria.
Manual:
a atividade é realizada sem o apoio de recursos de informática.
Pacote Tipo Office:
a atividade é realizada com o auxílio de planilha tipo Excel,
banco de dados tipo Access ou processador de textos tipo Word.
Sistema Próprio Interno:
a atividade é realizada com o auxílio de sistema
desenvolvido, especificamente, para a indústria por pessoal da própria instria.
Sistema Próprio Terceiros:
a atividade é executada com o auxílio de sistema
desenvolvido, especificamente, para a indústria por terceiros contratos por ela.
Sistema Externo Terceiros:
a atividade é realizada em sistema de propriedade de
terceiros (inclusive bureaux de processamento, escririos de contabilidade).
Pacote Isolado:
a atividade é processada com o auxílio de sistema adquirido pronto e
que apenas atende a uma área da empresa.
Pacote Integrado (ERP):
a atividade é realizada com o auxílio de sistema adquirido
pronto e que atende, de forma integrada (tipo ERP), mais de uma área da instria.
4.
Item
V – Uso dos Sistemas de Informações –
Pergunta
9.
Facilidade de Acesso:
sobre o acesso ao sistema em si, logon do usuário, acesso aos
diversos menu e telas do sistema.
Apresentação Visual:
a cor da tela, tamanho das letras, disposição dos dados,
espaços, linhas, enfim, se favorece visualmente o conteúdo.
Conteúdo:
sobre sua satisfação com os dados disponíveis para execução das suas
atividades.
Funcionalidade:
sobre a performance do sistema no dia a dia, se não apresenta
problemas, como por exemplo, lentidão às consultas efetuadas.
Identificação dos Dados:
se logo após visualizar a tela, imediatamente você consegue
identificar os dados necessários ou não. Os dados poderiam estar mais bem dispostos?
Dados Relevantes:
os dados que realmente são necessários estão disponíveis, ou se
existem muitos que poderiam estar excluídos do sistema por que não se utiliza no dia a
dia.
Flexibilidade:
sobre se o sistema permite atender a novas necessidades que surgirem
na área ou se é fácil de adaptar a outros ambientes.
5.
Item
V – Uso dos Sistemas de Informações –
Pergunta
10.
Apresentação dos Dados Gerais:
se os dados disponíveis, tanto na tela quanto
impressos, estão claros, visíveis, adequados para o seu trabalho.
Apresentação de Relatórios:
se o conteúdo está adequado/completo.
171
Necessidade de Redigitação:
os dados podem ser transportados para outro sistema ou
precisam ser redigitados.
Exatidão/Confiabilidade:
se as informações, números estão corretos, atualizados.
Utilidade:
considere a utilidade das informações para o desempenho da sua função, se
tem necessidade de estar apresentado.
Objetividade dos Dados:
se os dados são objetivos, se facilitam o entendimento ou
são muito rebuscados, repleto de informações úteis/inúteis.
Importância/Relevância:
A informação é relevante/importante para o seu setor ou
para a empresa/indústria?
Compreensibilidade:
se está de forma compreensível, se consegue de imediato
interpretar os dados?
Consistência:
a informação fornecida é consistente com outras fontes de dados ou
existe mais de uma informação para os mesmos dados, provavelmente vindo de outras
fontes?
Qualidade do Conteúdo:
de uma forma geral, como você classifica a qualidade
intrínseca das informações?
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
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