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AVALIAÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE
CENTRO CIRÚRGICO.
ESTUDO DE CASO: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
DA UFMS.
JOÃO CESAR OKUMOTO
CAMPO GRANDE
2006
2006 UFMS João Cesar Okumoto Dissertação
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA
ELÉTRICA
AVALIAÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE
CENTRO CIRÚRGICO.
ESTUDO DE CASO: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
DA UFMS.
Dissertação submetida à
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
como parte dos requisitos para a
obtenção do grau de Mestre em Engenharia Elétrica
JOÃO CESAR OKUMOTO
Campo Grande, Fevereiro de 2006
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AVALIAÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE CENTRO
CIRÚRGICO.
ESTUDO DE CASO: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFMS.
João Cesar Okumoto
‘Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre em
Engenharia Elétrica, Área de Concentração em Energia, e aprovada em sua forma final
pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul.’
_____________________________________
Prof. Paulo Irineu Koltermann, Dr.
Orientador
______________________________________
Prof. João Onofre Pereira Pinto, Phd.
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
Banca Examinadora:
Prof. Paulo Irineu Koltermann, Dr.
Presidente
Prof. Antonio Carlos Delaiba, Dr.
Prof. Andréa Teresa Riccio Barbosa, Dra.
Prof. Valmir Machado Pereira, Dr.
Prof. Amâncio Rodrigues da Silva Jr., Dr.
iii
iii
DEDICATÓRIA
À minha família e alunos.
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iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu orientador Professor Doutor Paulo Irineu Koltermann
pela oportunidade de trabalharmos juntos e por sua orientação.
À Professora Doutora Andréa Teresa Riccio Barbosa pelos
esclarecimentos de dúvidas referentes à engenharia clínica.
Aos professores do Departamento de Engenharia Elétrica da UFMS,
principalmente ao Professor Doutor João Onofre Pereira Pinto, por ter implantado
o curso de mestrado e ao Professor Doutor Amâncio Rodrigues da Silva Jr.,
responsável pelo Laboratório de Eficiência Energética, por ter dado suporte
logístico à execução do trabalho.
Ao diretor geral Doutor Pedro Ripel, pela autorização para realização do
trabalho no Hospital Universitário da UFMS.
Aos funcionários, enfermeiros e auxiliares de enfermagem do Hospital
Universitário, principalmente ao técnico Raimundo Leonardo de Oliveira Neto, ao
enfermeiro Francisco José Mendes dos Reis, e às enfermeiras Márcia Cristina de
Rezende, Edda Azevedo de A. Medeiros e Ivana Andreeta, pela ajuda e
explicações sobre as atividades realizadas no Centro Cirúrgico.
Agradecimentos especiais ao Professor Gervásio Saraiva Lara, aos
engenheiros eletricistas Wellington Rocha Araújo, Rafael Nishimura, Kelly
Christina Gutterres de Souza, Adailton Fleitas Menezes e Saulo Gomes Moreira,
além de todos os estagiários do Laboratório de Eficiência Energética que
contribuíram nos levantamentos de campo e outras atividades para elaboração
desta dissertação.
A Deus e a meus amigos.
À CAPES pelo apoio financeiro.
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Resumo da Dissertação apresentada à UFMS como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia Elétrica
AVALIAÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE CENTRO
CIRÚRGICO.
ESTUDO DE CASO: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFMS.
João Cesar Okumoto
Fevereiro/2006
Orientador: Paulo Irineu Kolterman, Dr.
Área de Concentração: Energia
Palavras-chave: Qualidade de energia, engenharia clínica, centro cirúrgico,
equipamentos eletromédicos.
Número de Páginas: 114
Há anos o Centro Cirúrgico do Hospital Universitário da UFMS atende à
população regional, além de servir como local para as atividades dos cursos de
graduação. Sua infra-estrutura passou por diversas modificações para a melhoria
de atendimento e fornecer condições de trabalhos adequadas aos funcionários.
Devido à impossibilidade de parar as atividades essenciais, a maioria das
reformas realizadas em suas instalações foi feita sem o cumprimento de normas
técnicas. Além disso, a evolução de novas tecnologias tem sido acompanhada por
distúrbios de qualidade de energia, como harmônicas, que podem interferir no
funcionamento dos equipamentos. O objetivo deste trabalho foi a elaboração de
um diagnóstico identificando deficiências nas instalações elétricas e de
equipamentos ligados a ela, que possam comprometer as atividades e a
segurança de pacientes e funcionários. A metodologia do trabalho fundamentou-
se em levantamentos de informações em campo e medições de harmônicas.
Verificou-se que existem muitas deficiências na infra-estrutura do ambiente
cirúrgico como: ausência de uma fonte de energia elétrica de emergência que
entre em funcionamento instantaneamente; ineficácia dos sistemas de
aterramento e pisos semicondutivos, além de problemas de interferência
eletromagnética entre equipamentos. Os níveis de distorção harmônica
encontrados situaram-se em limites admissíveis, lembrando que foram utilizadas
referências normativas internacionais somente para fins de comparação, visto que
no país não existem ainda normas específicas para equipamentos eletromédicos.
Foram propostas algumas medidas de mitigação, prevenção e correção de alguns
problemas e salientou-se a necessidade de profissionais habilitados em
Engenharia Clínica para atender ao hospital.
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Abstract of Dissertation presented to UFMS as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master in Electrical Engineering
SURGERY CENTER ELECTRICAL SYSTEM EVALUATION.
CASE STUDY: UFMS UNIVERSITARY HOSPITAL.
João Cesar Okumoto
February/2006
Advisor: Paulo Irineu Kolterman, Dr.
Area of Concentration: Energy
Keywords: Power quality, clinical engineering, surgery center, biomedical
equipment.
Number of Pages: 114
During years the UFMS Universitary Hospital Surgery Center has been
seen the local patients and has given support to the university medical curses. It
has been experienced expansions in its infrastructure to improve patient treatment
and to provide suitable work conditions to employees. Most changes in the
electrical system likely have been performed without taking into consideration
some regulations because it is not possible to stop some essential activities.
Besides, the evolution of new technologies has been accompanying by power
quality disturbances, like harmonics, that can interfere in equipment work. The aim
of this research was an evaluation to determine some surgery center electrical
system and electrical medical equipment work problems that can endanger the
activities and employees/patients safety. The methodology included on-site
inspections, interviewing with employees and harmonics monitoring. Some
deficiencies in surgery center infrastructure has been noticed, like no emergency
energy source that works immediately; inefficiency of grounding systems and
semiconductive floors, besides the electromagnetic interference problems in
equipment. The harmonic distortion levels recorded were according to
international regulations that were just used to compare values, because there are
no Brazilian regular documents to electrical medical equipment yet.
Recommendations were made on the results to mitigate, to prevent and to solve
some problems and the importance of Clinical Engineering professionals for
hospitals was emphasized.
vii
vii
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS...............................................................................................ix
LISTA DE TABELAS...............................................................................................xi
LISTA DE QUADROS............................................................................................xii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS................................................................xiii
CAPÍTULO 1 - Introdução....................................................................................... 1
1.1. Introdução .......................................................................................... 1
1.2. Justificativa......................................................................................... 2
1.3. Delimitação do Objeto de Estudo....................................................... 3
1.4. Objetivos ............................................................................................ 5
1.4.1. Objetivo Geral.......................................................................... 5
1.4.2. Objetivos Específicos............................................................... 5
1.5. Organização do Trabalho................................................................... 5
CAPÍTULO 2 - Revisão de Literatura...................................................................... 7
2.1. Introdução .......................................................................................... 7
2.2. Revisão de Literatura ......................................................................... 7
2.3. Considerações Finais....................................................................... 11
CAPÍTULO 3 - Qualidade de Energia Elétrica...................................................... 12
3.1. Introdução ........................................................................................ 12
3.2. Harmônicas...................................................................................... 13
3.2.1. Ordem, Freqüência e Seqüência das Harmônicas ................ 14
3.2.2. Espectro Harmônico............................................................... 15
3.2.3. Taxa de Distorção Harmônica Total (DHT)............................ 17
3.2.4. Efeitos das Harmônicas......................................................... 18
3.2.5. Medidas Típicas para Mitigação de Harmônicas ................... 19
3.2.6. Normalização para Harmônicas............................................. 20
3.3. Interferência Eletromagnética (IEM)................................................. 21
3.3.1. Acoplamento Indutivo ou Magnético...................................... 22
3.3.2. Acoplamento Capacitivo ou Eletrostático............................... 24
3.3.3. Acoplamento por Irradiação Eletromagnética ........................ 25
3.3.4. Acoplamento Resistivo ou por Impedância Comum............... 25
3.4. Classificação de Distúrbios em Relação à sua Freqüência.............. 27
3.5.Sistemas de Aterramento.................................................................. 28
3.6. Considerações Finais....................................................................... 32
CAPÍTULO 4 – Instalações Elétricas em Centros Cirúrgicos ............................... 33
4.1. Introdução ........................................................................................ 33
4.2. Engenharia Clínica........................................................................... 33
4.3. Centro Cirúrgico............................................................................... 35
4.4. Instalações Elétricas em Centros Cirúrgicos.................................... 37
4.4.1. Tomadas Elétricas em Salas Cirúrgicas ................................ 40
viii
viii
4.4.2. Iluminação em Salas Cirúrgicas............................................. 43
4.4.3. Quadros de Distribuição......................................................... 46
4.4.4. Pisos Semicondutivos para Salas de Cirurgia ....................... 47
4.4.5. Instalações Elétricas em Corredores e Áreas de Apoio......... 49
4.4.6. Considerações sobre Instalações Elétricas em CC ............... 50
4.5. Considerações Finais....................................................................... 51
CAPÍTULO 5 – Metodologia e Resultados ........................................................... 52
5.1. Introdução ........................................................................................ 52
5.2. Levantamento de Setores em Potencial para a Pesquisa................ 53
5.3. Aplicação de Rotinas Fiscalizadoras................................................ 54
5.4. Medições de Parâmetros Elétricos................................................... 55
5.5. Descrição Geral do Ambiente da Pesquisa...................................... 56
5.6. Resultados das Medições ................................................................ 57
5.6.1. Quadro de Distribuição Geral (QDG) ..................................... 58
5.6.2. Quadro de Distribuição QDF6................................................ 65
5.6.3. Intensificador de Imagem por Fluoroscopia ........................... 68
5.6.4. Unidades Eletro-cirúrgicas ou Bisturis Elétricos..................... 71
5.6.5. Foco cirúrgico ........................................................................ 74
5.6.6. Monitor de Sinais Vitais ou de Multiparâmetros..................... 77
5.6.7. Considerações sobre as Medições........................................ 80
5.7. Instalações Elétricas do CC – Diagnóstico....................................... 81
5.7.1. Sistema de EEE..................................................................... 81
5.7.2. Tomadas Elétricas ................................................................. 82
5.7.3. Iluminação.............................................................................. 82
5.7.4. Quadros de Distribuição......................................................... 83
5.7.5. Pisos Semicondutivos............................................................ 83
5.7.6. Compatibilidade Eletromagnética .......................................... 84
5.7.7. Outras cargas ........................................................................ 85
5.8. Considerações Finais....................................................................... 85
CAPÍTULO 6 - Discussão e Recomendações ...................................................... 87
6.1. Discussão......................................................................................... 87
6.2. Propostas de Trabalhos Futuros...................................................... 90
6.3. Recomendações .............................................................................. 90
CAPÍTULO 7 – Conclusão.................................................................................... 95
ANEXO I – Planilhas para Aplicações de Rotinas Fiscalizadoras ........................ 97
ANEXO II – Lay-out do Centro Cirúrgico do HU da UFMS................................. 105
ANEXO III – Dimensões das Salas de Cirurgia e RPA....................................... 107
Referências Bibliográficas.................................................................................. 109
ix
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1 - Sinal senoidal puro (60 Hz) 13
Figura 3.2 - Onda deformada e suas componentes harmônicas 14
Figura 3.3 - Espectro harmônico de corrente 16
Figura 3.4 - Gráfico de corrente 16
Figura 3.5 - Caracterização de um sistema perturbado por EMI (modelo
fundamental)
22
Figura 3.6 - Classificação de distúrbios de energia elétrica em faixas de
freqüência
27
Figura 3.7 - Esquema IT médico 30
Figura 4.1 - Diagrama das atribuições de EAS, situando o CC, unidade que
depende totalmente de EEMs e que requer infra-estrutura especial
36
Figura 4.2 - a) Padrão de tomada monofásica 127 V; b) Padrão de tomada
bifásica 220 V
41
Figura 5.1 - Etapas para levantamento de informações sobre CC 52
Figura 5.2 - Locais dos registros de parâmetros elétricos no diagrama
unifilar simplificado das instalações elétricas do CC
57
Figura 5.3 - Quadro de Distribuição Geral (QDG) – fase A. (a) Forma de
onda de tensão. (b) Espectro harmônico de tensão
59
Figura 5.4 - Quadro de Distribuição Geral (QDG) – fase B. (a) Forma de
onda de tensão. (b) Espectro harmônico de tensão
60
Figura 5.5 - Quadro de Distribuição Geral (QDG) – fase C. (a) Forma de
onda de tensão. (b) Espectro harmônico de tensão
61
Figura 5.6 - Quadro de Distribuição Geral (QDG) – fase A. (a) Forma de
onda de corrente. (b) Espectro harmônico de corrente
62
Figura 5.7 - Quadro de Distribuição Geral (QDG) – fase B. (a) Forma de
onda de corrente. (b) Espectro harmônico de corrente
63
Figura 5.8 - Quadro de Distribuição Geral (QDG) – fase C. (a) Forma de
onda de corrente. (b) Espectro harmônico de corrente
64
Figura 5.9 - Quadro de Distribuição QDF6 – Fase B. (a) Forma de onda de
corrente. (b) Espectro harmônico de corrente
66
x
x
Figura 5.10 - Quadro de Distribuição QDF6 – Fase B. (a) Forma de onda
de tensão. (b) Espectro harmônico de tensão
67
Figura 5.11 - Intensificador de imagem por fluoroscopia – modo: projeção.
(a) Forma de onda de corrente. (b) Espectro harmônico de corrente
69
Figura 5.12 - Intensificador de imagem por fluoroscopia – modo: projeção.
(a) Forma de onda de tensão. (b) Espectro harmônico de tensão
70
Figura 5.13 - Unidade eletro-cirúrgica – modo: incisão. (a) Forma de onda
de corrente (b) Espectro harmônico de corrente
72
Figura 5.14 - Unidade eletro-cirúrgica – modo: incisão. (a) Forma de onda
de tensão (b) Espectro harmônico de tensão
73
Figura 5.15 - Foco cirúrgico – modo: stand-by – (a) Forma de onda de
corrente (b) Espectro harmônico de corrente
75
Figura 5.16 - Foco cirúrgico – modo: stand-by – (a) Forma de onda de
tensão (b) Espectro harmônico de tensão
76
Figura 5.17 - Monitor de sinais vitais – (a) Forma de onda de corrente (b)
Espectro harmônico de corrente
78
Figura 5.18 - Monitor de sinais vitais – (a) Forma de onda de tensão (b)
Espectro harmônico de tensão
79
xi
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 - Ordem, freqüência e seqüência das harmônicas 15
Tabela 4.1 - Classificação das áreas quanto ao grupo 38
Tabela 4.2 - Classificação das áreas quanto à classe 38
Tabela 4.3 - Características das lâmpadas a serem utilizadas no CC 45
xii
xii
LISTA DE QUADROS
Quadro 5.1 - Quadro de distribuição QDF06 – fase B – parâmetros
elétricos
65
Quadro 5.2 - Intensificador de imagem por fluoroscopia – modo: projeção –
parâmetros elétricos
71
Quadro 5.3 - Unidade eletro-cirúrgica – incisão - parâmetros elétricos 74
Quadro 5.4 - Foco cirúrgico – modo: stand-by - parâmetros elétricos 77
Quadro 5.5 - Monitor de sinais vitais – parâmetros elétricos 80
xiii
xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CC Centro Cirúrgico
CEM Compatibilidade Eletromagnética
DHT Distorção Harmônica Total
DPS Dispositivo de Proteção Contra Surtos
DSI Dispositivo Supervisor de Isolamento
EAS Estabelecimento Assistencial de Saúde
EC Engenharia Clínica
EEE Energia Elétrica de Emergência
EEM Equipamento Eletromédico
ENERSUL Empresa Energética do Mato Grosso do Sul
GMG Grupo Motor Gerador
GM Gabinete do Ministro
HU Hospital Universitário
IEB-UFSC Instituto de Engenharia Biomédica da Universidade Federal
de Santa Catarina
IEC International Electrotechnical Commission
IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers
IEM Interferência Eletromagnética
MBAH Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar
MS Ministério da Saúde
NBR Norma Brasileira
PRODIST Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema
Elétrico Nacional
PVC Cloreto de Polivinila
QDG Quadro de Distribuição Geral
RCPO Recuperação Cardíaca Pós-Operatória
RDC Resolução da Diretoria Colegiada
RPA Recuperação Pós-Anestésica
xiv
xiv
SC Santa Catarina
SPDA Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas
TMH Tecnologia Médico-Hospitalar
UFMS Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
UNICAMP Universidade Estadual de Campinas
UTI Unidade de Tratamento Intensivo
1
CATULO 1 - Introdução
1.1. Introdução
O Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul (UFMS), segundo o Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar (MBAH)
(BRASIL, 2001), é considerado um Estabelecimento Assistencial de Saúde (EAS)
de Alta Complexidade. Podem ser realizadas pequenas cirurgias, cirurgias gerais
e especializadas, tipo cardíaca, oncológica, ortopédica e neurocirurgias, com
exceção de transplantes.
Sendo um EAS, a qualquer momento pode sofrer alterações na
configuração de suas instalações elétricas para adequar o atendimento a
pacientes e/ou facilitar a execução das atividades de funcionários. Devido a
fatores financeiros ou à impossibilidade de parar as atividades em setores com
características essenciais de funcionamento, como Unidades de Tratamento
Intensivo (UTI) e Centro Cirúrgico (CC), reformas na estrutura física necessitam
seguir rigidamente as normas vigentes cabíveis, como de segurança e
funcionamento de instalações elétricas.
No CC é onde são realizadas as intervenções cirúrgicas e concentram-se
muitos Equipamentos Eletromédicos (EEMs), que necessitam de instalações
adequadas para suas operações. Em infra-estruturas construídas há décadas e
que não passam por rotinas fiscalizadoras periodicamente, os riscos de acidentes
em salas de cirurgias têm aumentado consideravelmente. A situação adquire
proporções graves quando as vítimas são pacientes que se encontram sobre
efeitos de anestésicos e impossibilitados de reagir a choques elétricos (TORRES
& MATHIAS, 1992). Nos últimos anos, conforme informações do corpo clínico do
CC do HU da UFMS, têm ocorrido diversos problemas referentes à utilização da
energia elétrica. Junto a diversos equipamentos têm ocorrido choques elétricos;
ocorrem desligamentos súbitos de disjuntores e interferências de EEMs em outros
têm comprometido as atividades e provocam até o cancelamento de cirurgias.
Neste contexto torna-se necessária a avaliação das instalações elétricas do CC a
fim de diagnosticar problemas e propor medidas para solucioná-los.
2
1.2. Justificativa
Um EAS, no caso o HU da UFMS, necessita que suas instalações
elétricas, além dos EEMs ligados a elas, funcionem de maneira segura e
adequada, objetivando essencialmente o bem estar do paciente e fornecer aos
funcionários meios para executar suas atividades de forma mais segura e
eficiente. Ressalta-se que novas tecnologias têm sido empregadas visando o
aumento da produtividade, porém, a infra-estrutura dos ambientes onde ocorre o
emprego desses novos equipamentos não está acompanhando sua evolução,
havendo a necessidade de uma adequação para seu recebimento. Nesta situação
existe a necessidade de especialistas que serão responsáveis pelo
gerenciamento de seus recursos e infra-estrutura permanentemente, que muitas
vezes são requisitados somente nos casos de emergência ou quando as
inadequações adquiriram proporções elevadas.
Em EASs que não são atendidos por um profissional ou um grupo de
profissionais habilitados na área de Engenharia Clínica (EC), as tarefas que
utilizam EEMs e instalações dedicadas a eles, estão comprometidas. Existem os
técnicos de manutenção que são utilizados para todos e quaisquer tipos de
problemas, porém devido a sua formação profissional e a quantidade insuficiente
de pessoal, executam os procedimentos de forma inadequada.
A escolha do CC do HU da UFMS como ambiente desta dissertação está
fundamentada na concentração de EEMs existentes. Diariamente são realizadas
intervenções cirúrgicas de caráter eletivo e de emergência, exigindo o uso intenso
dos equipamentos e uma série de medidas que assegurem a execução das
atividades. A interação entre os EEMs deve ser analisada para verificar a
existência de qualquer tipo de interferência que possa ocasionar erros em
diagnósticos ou em procedimentos cirúrgicos, ressaltando-se o risco maior que os
pacientes estão submetidos. Deve-se lembrar ainda dos novos EEMs que são
adquiridos visando à substituição de máquinas obsoletas.
Com o advento da eletrônica, tem ocorrido cada vez mais a
miniaturização e substituição dos componentes dos EEMs por dispositivos
semicondutores (diodos, transistores e tiristores) que necessitam de qualidade de
energia elétrica adequada para as suas operações. Essas cargas são definidas
3
como não-lineares (DIAS, 1998), pois nem sempre os sinais de tensão e corrente
são ondas senoidais, podendo existir até intervalos de tempo onde o sinal é nulo.
São dispositivos susceptíveis a distúrbios de energia, que trabalham com sinais
elétricos cada vez menores e em diversas faixas de freqüências. No entanto, ao
mesmo tempo em que estes tipos de cargas contribuem como novas tecnologias,
provocam a geração de alguns distúrbios relacionados à utilização da energia,
promovendo a degradação da qualidade para seu devido funcionamento.
Diagnósticos específicos relacionados a algum tipo de distúrbio de
qualidade de energia nos setores do HU da UFMS até o presente momento ainda
não foram realizados. Portanto, torna-se imprescindível a aplicação de uma rotina
fiscalizadora nas instalações elétricas do CC do HU e avaliação da presença de
harmônicas e interferências eletromagnéticas a que são submetidos os EEMs e o
ambiente. Lembrando que, em ambientes médico-hospitalares, quaisquer falhas
podem provocar o comprometimento da vida dos pacientes.
Ressalta-se ainda a importância do papel da universidade junto à
sociedade, visto que a aplicabilidade de suas produções científicas deve vir de
encontro com as suas necessidades. Os programas de pós-graduação devem
ajudar não só para a formação de profissionais qualificados que irão atuar no
mercado de trabalho, mas também contribuir para a solução de problemas da
comunidade, a partir de projetos que possam atrair recursos para reinvestimentos
na própria universidade e que possam permitir, certamente, o desenvolvimento de
atividades com métodos mais eficientes e atuais (BARBOSA, 1999).
1.3. Delimitação do Objeto de Estudo
Independente da natureza do estudo, de caráter quantitativo ou
qualitativo, do referencial teórico escolhido e dos procedimentos metodológicos
utilizados, a pesquisa apresenta limitações que devem ser esclarecidas a fim de
favorecer discussões sobre o que está sendo apresentado. As limitações da
pesquisa impostas ao desenvolvimento do trabalho são as seguintes:
4
a) quanto à delimitação do problema e à generalização dos resultados.
O presente estudo procurou analisar a condições de funcionamento das
instalações elétricas e dos EEMs do CC do HU, tanto quantitativamente quanto
qualitativamente. Dessa forma, os resultados das medições de harmônicas deste
estudo não permitem similaridades com os CCs de outros EASs, em função das
condições de sua infra-estrutura e dos tipos e/ou modelos dos EEMs existentes.
b) quanto à perspectiva, às técnicas de coleta e tratamento de dados.
O estudo tem como perspectiva um diagnóstico do CC do HU da UFMS,
baseado em procedimentos de normas técnicas. Porém, algumas informações
inerentes às partes físicas das instalações elétricas não foi possível serem
obtidas, como por exemplo, medição da resistência do sistema de aterramento e
de pisos semicondutivos, devido à insuficiência de espaço físico e equipamento
adequado.
As medições de parâmetros elétricos foram realizadas nos EEMs e
quadros de distribuição individualmente, não sendo possível a simultaneidade de
medições devido a quantidade reduzida de medidores. As informações obtidas a
partir das medições foram expostas através de gráficos e quadros, limitando-as a
alguns valores relevantes.
c) quanto aos aspectos externos.
O setor escolhido para a pesquisa, o CC, é bastante complexo e de
intensa atividade. Todos os dias e a qualquer horário podem ser realizadas
intervenções cirúrgicas no local, limitando o acesso direto às salas e tornando
distinto cada registro de parâmetros elétricos. Estes aspectos considerados nas
análises tornam a interpretação dos valores obtidos variável, impossibilitando de
ser aplicada a outro CC.
5
1.4. Objetivos
1.4.1. Objetivo Geral
O objetivo deste trabalho é a elaboração de um diagnóstico no CC do HU
da UFMS, baseado em normas técnicas, identificando deficiências em suas
instalações elétricas que possam interferir no funcionamento de EEMs
comprometendo as atividades e a segurança de pacientes e funcionários, além de
avaliar a presença de harmônicas na energia utilizada.
1.4.2. Objetivos Específicos
As metas físicas a serem atingidas dentro da pesquisa no CC do Hospital
Universitário serão:
Elaborar um diagnóstico, fundamentado em normas e
recomendações para os EASs, onde serão apontadas medidas
corretivas e preventivas para a mitigação de problemas, que
poderá ainda servir como um guia para a instalação de novos
equipamentos e futuras reformas no hospital;
Avaliar a presença de harmônicas de tensão e corrente, além de
interferências eletromagnéticas nas instalações elétricas e junto
aos EEMs;
Identificar pontos na infra-estrutura hospitalar do CC que possam
interferir na funcionalidade e segurança dos EEMs.
1.5. Organização do Trabalho
A dissertação será dividida em 7 capítulos. Neste capítulo introdutório
foram descritos os objetivos geral e específicos que este trabalho procura atingir,
além da justificativa de sua realização.
6
No capítulo 2 será apresentada a Revisão de Literatura sobre o tema
enfocando ainda mais a importância da realização de diagnósticos de instalações
elétricas em EASs e a necessidade de analisar a qualidade da energia elétrica
utilizada. São citados estudos de caso realizados, tanto no Brasil quanto no
exterior, além de trabalhos visando diretamente a análise do comportamento da
interação entre equipamento eletro-eletrônicos no interior de CCs.
No capítulo 3 será abordado o conceito de qualidade de energia elétrica,
enfocando as harmônicas e problemas referentes à interferência eletromagnética.
Finalizando o capítulo, serão apresentadas configurações e aplicações de
sistemas de aterramento, além de sua importância num ambiente hospitalar.
No capítulo 4 são caracterizadas as partes envolvidas numa instalação
elétrica de um CC, baseado em normas técnicas. Serão descritos critérios de
segurança que devem ser seguidos para a utilização de itens que compõem a
infra-estrutura, como fontes de alimentação de Energia Elétrica de Emergência
(EEE), quadros de distribuição, tomadas elétricas, sistemas de iluminação e pisos
semicondutivos.
No capítulo 5 serão apresentados a Metodologia utilizada para a
realização desta pesquisa e os Resultados Obtidos. Serão descritas as etapas,
desde as visitas preliminares aos setores do HU para escolha do mais susceptível
a problemas até as especificações dos tipos de analisadores de energia utilizados
para as medições de níveis de harmônicas. Através dos dados obtidos, serão
gerados gráficos e quadros para análise das medições e apontadas inadequações
nas instalações detectadas mediante levantamentos de campo e entrevistas com
funcionários.
O capítulo 6 será destinado à Discussão do diagnóstico realizado nas
instalações elétricas do CC, além de propostas recomendações visando a
adequação das partes envolvidas. Será exposto um parecer sobre a importância
das atividades realizadas e a contribuição que foi adquirida para o HU da UFMS.
No capítulo 7 será apresentada a Conclusão da dissertação e sugeridos
trabalhos futuros que vêm a enriquecer a pesquisa realizada.
7
CATULO 2 - Revisão de Literatura
2.1. Introdução
O ambiente hospitalar exige uma avaliação rigorosa de suas instalações
elétricas e dos EEMs utilizados fazendo com que os procedimentos médicos
sejam realizados de forma segura e confiável. Este capítulo é destinado a
Revisão de Literatura que foi feita para se aprender com as metodologias
utilizadas nos estudos de caso já realizados e trabalhos voltados diretamente aos
EEM.
2.2. Revisão de Literatura
No Brasil, de forma prática, foram apresentados diversos trabalhos
relacionados à EC aplicados diretamente em EASs.
Em 1997, foi realizado por (DOBES, 1997) um estudo para avaliação das
instalações elétricas de um EAS, analisando a segurança no funcionamento de
EEMs, dando enfoque aos sistemas de aterramento.
LUCATELLI (1998) propôs um estudo de procedimentos para
manutenção preventiva de EEMs. O mesmo autor propôs em (LUCATELLI, 2002),
a aplicação da Manutenção Centrada em Confiabilidade a equipamentos médico-
hospitalares. Foi apresentada uma metodologia investigativa, lógica e estruturada,
cuja aplicação fornece argumentos baseados no conhecimento, para a tomada de
decisão acerca dos procedimentos de manutenção mais viáveis e custo-efetivos
na gestão da falha de cada item, com vistas ao estabelecimento/conservação dos
níveis mínimos de segurança e confiabilidade exigidos.
Em (NUNES, 2003) foi apresentada uma proposta de avaliação do
desempenho dos ambientes de CC e Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) que
fazem uso EEMs, através de rotinas fiscalizadoras que consistem em
considerações e critérios multidisciplinares sobre planejamento de projetos físicos
e instalações prediais para EASs, provenientes de normas e recomendações
técnicas vigentes. Estas rotinas fiscalizadoras permitem diagnosticar pontos
críticos de instalações inadequadas que interferem no funcionamento e segurança
8
dos EEMs e da funcionalidade dos espaços físicos, orientando e propondo
diretrizes fundamentadas nos aspectos técnicos de infra-estrutura, suficientes
para garantir o desempenho dos ambientes quanto ao uso de TMH. As rotinas
propostas foram aplicadas em sete hospitais no estado de Santa Catarina, onde o
Instituto de Engenharia Biomédica da Universidade de Santa Catarina (IEB-
UFSC) desenvolve um programa de EC em cinco deles.
Em (DEUS et al., 2003) é apresentado um Estudo de Eficiência
Energética no Hospital Universitário. Este estudo fundamentou-se no
gerenciamento econômico da energia elétrica fornecida pela concessionária local,
no levantamento de sua curva de cargas e propostas de medidas para
eficientização e segurança das instalações elétricas, conforme proposta de
trabalho dos pesquisadores.
Em se tratando de trabalhos nacionais, há estudos de problemas de
compatibilidade eletromagnética e suas conseqüências em ambientes
hospitalares. Em (CASTRO, 1997) foi analisada a funcionalidade e a segurança
de unidades eletrocirúrgicas de alta freqüência, os chamados bisturis elétricos,
utilizados em cirurgias. O trabalho objetivou sistematizar as informações
existentes na área de eletro-cirurgia e o uso dos equipamentos. Inúmeros são os
problemas decorrentes de sua utilização e apesar de ter passado mais de um
século desde o primeiro uso, permanecem as dúvidas quanto às suas
características, segurança e operação, sendo, portanto, uma tecnologia que
apresenta um dos maiores índices de periculosidade presente hoje em CC.
Em (CABRAL, 2001), foram quantificadas e classificadas as alterações
funcionais perceptíveis em determinados EEMs quando expostos aos campos
elétricos produzidos por aparelhos de telefone celular. Enquanto a falta de
compatibilidade entre tecnologias oferecer riscos aos pacientes, é essencial que
as instituições de saúde estabeleçam programas visando a orientação dos
usuários dos telefones celulares sobre o risco potencial que os mesmos possuem
em produzir interferência nos EEMs. A presença do telefone celular em um
ambiente não determina o aparecimento de interferência nos EEMs, mas aumenta
a probabilidade de sua ocorrência. Erros de leituras em eletrocardiógrafos devido
a falta de imunidade a níveis de interferência eletromagnética desses
equipamentos foram abordados em (BANDOPADHYAY & VARKEY, 1999).
9
São poucos os trabalhos direcionados à área médica com enfoque em
distúrbios relacionados à qualidade de energia, assim como é bastante reduzida a
literatura especializada. Em 1999, foram realizados estudos com as finalidades de
determinar a causa de perturbações em equipamentos elétricos num centro
médico em Little Rock, Arkansas/USA e se existia qualquer correlação destes
eventos com afundamentos de tensão no sistema da concessionária devido à
ocorrência de faltas (HALL et al., 1999). A interrupção de grandes chillers e
equipamentos de ar condicionado associados, assim como equipamento de
diagnósticos críticos e computadores foram uma das preocupações particulares.
Este artigo descreveu os diferentes estágios desta avaliação de qualidade de
energia que incluíram: (i) uma inspeção in loco das instalações do EAS (ii)
monitoração contínua de parâmetros elétricos na entrada de serviço de energia
elétrica e nos quadros que alimentam equipamentos elétricos sensíveis da
instalão.
Em um hospital de Porto Rico foi realizada uma avaliação da presença
das harmônicas (RAMIREZ-CASTRO et al., 2000). O estudo baseou-se em
diminuir as preocupações com a qualidade de energia dependentes das
limitações impostas pelas instalações em análise, principalmente as restrições da
infra-estrutura. Descreveu-se uma auditoria de qualidade de energia utilizada no
EAS. Medições de corrente e tensão efetuadas em vários pontos foram
fundamentais para avaliar a qualidade do serviço da concessionária assim como a
condição do sistema elétrico do hospital, como um todo. O principal problema de
qualidade de energia encontrado foi a distorção harmônica. Medições de taxas de
Distorção Harmônica Total (DHT) foram usadas para localizar suas fontes. Áreas
com problemas em potencial foram identificadas dentro das instalações e uma
correlação foi feita entre os equipamentos médicos portáteis, como alguns tipos
de aparelhos de raios-X. Recomendações foram apresentadas baseadas nos
resultados da auditoria, que por sua vez poderiam ser utilizadas como um guia
para a instalação de novos equipamentos e futuras expansões no hospital.
Na continuidade deste trabalho foram abordados, além da análise do
hospital em Porto Rico, um estudo de caso de um hospital australiano (ISLAM et
al., 2001). Os principais problemas de qualidade de energia encontrados foram
flickers de tensão, correntes elevadas em condutores neutros e distorção
10
harmônica. Novamente, medições de taxas de DHTs foram utilizadas para
localizar fontes de harmônicas. Recomendações foram feitas baseadas nos
resultados de cada medição. Ambos estudos serviram como sensibilização para a
importância da qualidade de energia para equipamentos sensíveis encontrados
em hospitais. As análises de qualidade de energia desenvolvidas fizeram parte de
programas de estudo para participação de estudantes em projetos, que fazem
destes, importantes ferramentas de suporte pedagógico. Mais recentemente, no
VI Seminário Brasileiro sobre Qualidade de Energia Elétrica, foi apresentado um
trabalho (FRANÇA & SOARES, 2005) sobre a importância da energia elétrica
para a prestação dos serviços hospitalares, assim como, o seu impacto no custo
operacional de um hospital. O tema foi abordado sob três enfoques: (a) ações de
eficiência energética visando à redução do consumo; (b) influência da qualidade
de energia na ocorrência de defeitos e falhas em EEMs; (c) impacto da falta de
exigência de investimentos em ações preventivas e fontes de energia elétrica de
retaguarda. Neste contexto, alertou-se a sociedade sobre o desperdício e
prejuízos impostos aos serviços de saúde – tão carentes em nosso país, devido à
falta de qualidade da energia elétrica a eles oferecida.
Quanto a normas que fiscalizam novos projetos e/ou alterações em EAS
já existentes, os órgãos governamentais, como a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), e comitês organizadores de normas técnicas, como a
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), têm procurado editar
resoluções e normas visando adequar os EAS aos avanços dos recursos
tecnológicos de forma segura e confiável.
De acordo com (LAMB, 2000), o Ministério da Saúde no final da década
de 50, através da sua antiga Divisão de Organização Hospitalar, dava os
primeiros passos no sentido de cumprir sua função normatizadora, editando os
chamados padrões mínimos de planejamento hospitalar. Nos anos 60 o Instituto
do Nacional do Seguro Social, através da Resolução 300/DNPS, instituiu um
sistema de classificação hospitalar com a finalidade de propor critérios mínimos
de exigência relativa à planta física, equipamentos, instrumentos organizacionais
e pessoal técnico dos EAS.
Nas décadas seguintes uma série de normas e portarias foram editadas,
das quais destacam-se: Portaria n.º 400/MS, de 6 de dezembro de 1977 – que por
11
17 anos regulou as construções e instalações hospitalares, e a Portaria n.º
1884/GM, de 11 de outubro de 1994, que implementava princípios básicos de
planejamento arquitetônico de EAS, seguida da portaria n.º 674, de 31 de
dezembro de 1997 – Consulta Pública.
Mais recentemente, a Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n.º 50, de
21 de fevereiro de 2002 (BRASIL, 2002), que substitui as portarias já citadas,
estabelece a necessidade de atualização das normas existentes na área de infra-
estrutura física de EAS, além da importância de adequação às novas tecnologias
na área da saúde. Está imposto que os projetos de EAS deverão obrigatoriamente
ser elaborados em conformidade com a norma, além de outras estabelecidas em
códigos, decretos, portarias, leis, federais, estaduais e municipais e de
concessionárias de serviços públicos.
2.3. Considerações Finais
Neste capítulo foi apresentada uma breve revisão bibliográfica que teve
como objetivo obter informações sobre trabalhos nacionais e internacionais
voltados a análise do funcionamento de EEMs em ambientes hospitalares, além
de estudos de caso realizados. Foram citados também os principais comitês
normatizadores nacionais, como a ABNT e ANVISA, que através de suas normas
estabelecem critérios a serem seguidos para o devido funcionamento das
instalações elétricas de um EAS.
No próximo capítulo serão descritos o conceito de qualidade de energia
elétrica e um dos distúrbios que podem existir numa instalação, que são as
harmônicas. Finalizando-o, serão abordados tópicos relacionados à interferência
eletromagnética e sistemas de aterramento.
12
CATULO 3 - Qualidade de Energia Elétrica
3.1. Introdução
A qualidade da energia elétrica é um tema que vem promovendo diversas
discussões por parte dos profissionais na área de engenharia elétrica,
concessionárias de energia, fabricantes de equipamentos eletro-eletrônicos e
consumidores finais. Neste segmento podem-se englobar as indústrias,
residências, estações de telecomunicações e EASs. O assunto está ligado a um
conjunto de alterações que tem ocorrido, devido a inúmeros fatores, no
fornecimento de energia aos consumidores. Segundo PEREIRA et al., (1997), os
seguintes motivos justificam a preocupações decorrentes:
Os equipamentos recentemente utilizados são mais sensíveis às
variações na qualidade do suprimento elétrico do que aqueles
usados antigamente;
A utilização cada vez maior da eletrônica de potência na fabricação
de equipamentos;
O interesse pela conservação e melhor aproveitamento da energia
elétrica.
Energia elétrica de boa qualidade é aquela que garante o funcionamento
contínuo, seguro e adequado dos equipamentos elétricos e processos
associados, sem afetar o meio ambiente e o bem estar das pessoas
(BRONZEADO et al., 1997).
Instalações elétricas alimentadas com tensões senoidais e equilibradas,
com freqüência e amplitudes constantes e de certa forma permanente, estará
operando com energia elétrica com uma qualidade ideal, conforme Figura 3.1.
13
Figura 3.1 - Sinal senoidal (60 Hz).
O objetivo do estudo da qualidade de energia elétrica é detectar, analisar
tanto quantitativamente quanto qualitativamente, os distúrbios existentes em seus
sinais de corrente e tensão, e a partir daí propor medidas de prevenção, correção
ou mitigação, para que se torne seguro e adequado o funcionamento de
equipamentos eletro-eletrônicos e atividades associadas.
Podem-se relacionar alguns distúrbios relacionados à qualidade de
energia elétrica, que interferem diretamente no funcionamento de equipamentos
eletro-eletrônicos (BRONZEADO, 1997): variações transitórias de tensão, surtos
de tensão, recortes na tensão (notching), subtensões momentâneas (sags),
sobretensões momentâneas (swells), variações de tensão de longa duração,
flutuações de tensão, efeito flicker (cintilação), desequilíbrios de tensões, ruídos,
variações de freqüências e harmônicas.
Os tipos de distúrbios analisados nesta pesquisa serão as harmônicas
nas instalações elétricas do CC do HU. Os demais distúrbios poderão ser
analisados em futuros trabalhos.
3.2. Harmônicas
Com o avanço tecnológico utilizado na fabricação de equipamentos
eletrônicos, a ocorrência de um tipo de distúrbio tem acompanhado esse advento.
Esse tipo de problema é a presença de harmônicas nas formas de onda de
tensão e corrente.
14
Harmônicas podem ser caracterizadas através de suas taxas de
distorção. Este termo tem sido usado tanto para os sinais de tensão como de
corrente, para quantificar o nível de distorção da forma de onda com relação à
forma de onda senoidal, à freqüência fundamental.
Uma tensão ou corrente harmônica pode ser definida como um sinal
senoidal cuja freqüência é um múltiplo inteiro da freqüência fundamental do sinal
de alimentação.
A forma de onda de tensão ou de corrente em um dado ponto de uma
instalação pode ter o aspecto do sinal que está mostrado na Figura 3.2
(PROCOBRE, 2001). Observando essa situação, vemos que a onda deformada T
é a soma ponto a ponto dos sinais 1 e 5 formados por senóides de amplitudes e
freqüências diferentes, chamadas de harmônicas.
Figura 3.2 - Onda deformada e suas componentes harmônicas.
Desta forma, podemos dizer que um sinal periódico contém harmônicas
quando a forma de onda desse sinal não é senoidal ou, dito de outro modo, um
sinal contém harmônicas quando ele é deformado em relação a um sinal senoidal.
3.2.1. Ordem, Freqüência e Seqüência das Harmônicas
Os sinais harmônicos são classificados quanto à sua ordem, freqüência e
seqüência, conforme indicado na Tabela 3.1 (DIAS, 1998):
15
Tabela 3.1 – Ordem, freqüência e seqüência das harmônicas.
Ordem Freqüência (Hz) Seqüência
1 60 +
2 120 -
3 180 0
4 240 +
5 300 -
6 360 0
n N*60 -
Em uma situação ideal, onde somente existisse um sinal de freqüência 60
Hz, apenas existiria a harmônica de ordem 1, chamada de fundamental.
Há dois tipos de harmônicas: ímpares e pares. Em uma instalação elétrica
onde haja a presença predominante de sinais em corrente alternada, o espectro
apresenta harmônicas de ordem ímpar, enquanto que as harmônicas de ordem
par são encontradas nas instalações com sinais deformados em corrente contínua
(DIAS, 1998).
3.2.2. Espectro Harmônico
O chamado “espectro harmônico”, registrado pelo analisador de energia
41B, da marca Fluke, apresentado na Figura 3.3 permite decompor um sinal
também registrado pelo mesmo equipamento, apresentado na Figura 3.4, em
suas componentes harmônicas e representá-lo na forma de um gráfico de barras.
Este processo parte da premissa de que qualquer onda periódica contínua, em
geral, pode ser representada pela soma de uma certa quantidade de ondas
senoidais de diversas freqüências (MAMEDE, 1997). Para expressar as diferentes
ondas senoidais de freqüências variadas é usual utilizar a série trigonométrica de
Fourier.
Se a medição de uma corrente num circuito elétrico apresentar na tela de
um analisador de energia uma onda não-senoidal, pode-se, através da série de
Fourier, decompor a onda analisada em uma somatória de ondas senoidais, com
16
freqüência e módulos definidos, sendo que cada parcela do somatório representa
uma corrente harmônica correspondente.
Espectro Harmônico de Corrente
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1
3
5
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
27
29
31
Ordem
Porcentagem do valor eficaz (%)
Figura 3.3 – Espectro harmônico de corrente.
Gráfico de corrente
-2
-1,5
-1
-0,5
0
0,5
1
1,5
2
0
7,82E-04
1,56E-03
2,34E-03
3,13E-03
3,91E-03
4,69E-03
5,47E-03
6,25E-03
7,03E-03
7,82E-03
8,60E-03
9,38E-03
1,02E-02
1,09E-02
1,17E-02
1,25E-02
1,33E-02
1,41E-02
0,01485
1,56E-02
1,64E-02
Tempo (s)
Corrente (A)
Figura 3.4 – Gráfico de corrente.
17
O espectro harmônico é uma representação de forma de onda no
domínio da freqüência. Teoricamente, o espectro harmônico de um sinal
deformado qualquer chegaria ao infinito. Na prática, geralmente limita-se o
número de harmônicas a serem medidas e analisadas por volta da ordem número
50, uma vez que os sinais acima dessa ordem não são significativos a ponto de
poderem perturbar o funcionamento de uma instalação (DIAS, 1998).
3.2.3. Taxa de Distorção Harmônica Total (DHT)
Distorção Harmônica Total (DHT) é um importante conceito utilizado para
quantificar o nível de harmônicas nas formas de onda de tensão e corrente. Duas
diferentes definições para DHT podem ser encontradas na literatura. Na primeira
definição, o conteúdo harmônico da forma de onda é comparado ao seu valor
fundamental. Na segunda definição, o conteúdo harmônico da forma de onda é
comparado ao seu valor eficaz, como mostram as Equações (3.1) e (3.2)
(SHMILOVITZ, 2005):
1
2
2
I
I
DHTI
n
n
F
=
=
x 100% (3.1)
=
=
=
1
2
2
2
n
n
n
n
R
I
I
DHTI
x 100% (3.2)
Onde:
DHTI
F
– Distorção Harmônica Total de Corrente comparada a sua fundamental
(%).
DHTI
R
- Distorção Harmônica Total de Corrente comparada ao seu valor eficaz
(%).
I
1
- Valor eficaz da corrente fundamental (A).
I
n
- Valores eficazes das correntes harmônicas (A).
n – Ordem harmônica.
18
As Equações (3.1) e (3.2) também podem ser utilizadas para mostrar a
Distorção Harmônica Total de Tensão (DHTV) substituindo os valores de corrente
por valores de tensão nas expressões.
De acordo com SHMILOVITZ (2005), DHT
F
é uma medição mais eficaz de
conteúdo harmônico.
A distorção de corrente é provocada pela carga, ao passo que a distorção
de tensão é produzida pela fonte geradora como conseqüência da circulação de
correntes distorcidas pela instalação. Portanto, se a tensão é deformada, as
correntes nas cargas também se deformam e, se as correntes se deformam, as
tensões se deformam mais ainda e assim por diante.
Outras definições estão relacionadas ao Fator de Potência. Fator de
Potência Convencional é agora chamado de Fator de Potência Deslocamento
para relacionar o defasamento entre a corrente fundamental e tensão fundamental
do sistema. O Fator de Potência de Distorção leva em consideração as correntes
harmônicas que não contribuem com o trabalho produzido pela carga. O Fator de
Potência Total é então a combinação dos Fatores de Potência de Deslocamento e
o de Distorção (GAMA et al., 2001).
3.2.4. Efeitos das Harmônicas
Como principais fontes de distorção harmônica nas instalações estão as
cargas não-lineares que são cargas compostas por dispositivos eletrônicos.
Conforme TOFOLI et al., (2003), essa não-linearidade tende a causar
sérios efeitos indesejáveis, tais como:
Aquecimentos excessivos em condutores de redes elétricas e em
enrolamentos dos transformadores: devido à variação do valor eficaz da
corrente poderá ocorrer o sobreaquecimento de condutores.
Operações indesejáveis ou desligamentos repentinos de diversos
equipamentos e dispositivos de proteção: os sinais harmônicos podem
19
apresentar correntes com valores eficazes pequenos, porém com elevados
valores de pico, o que pode fazer com que alguns dispositivos de proteção
termomagnéticos e diferenciais disparem. Isso ocorre porque as correntes
harmônicas provocam um aquecimento ou um campo eletromagnético
acima daquele que haveria sem a sua presença.
Vibrações e acoplamentos: as altas freqüências das harmônicas podem
provocar interferências eletromagnéticas irradiadas ou conduzidas que, por
sua vez, provocam vibrações em quadros elétricos, em transformadores
e/ou acoplamentos em redes de comunicações, prejudicando a qualidade
da conversação ou da troca de dados e sinais em geral.
Aumento da queda de tensão e redução do fator de potência.
Tensão elevada entre neutro e terra: a circulação de correntes harmônicas
pelo condutor neutro provoca uma queda de tensão entre esse condutor e
a terra, uma vez que a impedância do cabo não é zero. Em alguns
equipamentos eletrônicos, a presença de uma certa tensão entre neutro e
terra pode prejudicar a correta operação do mesmo.
Muitas cargas não-lineares podem ser consideradas como fontes de
harmônicas em instalações médicas. Focos cirúrgicos, equipamentos de
monitoramento de pacientes, equipamentos de raios-x portáteis e unidades
eletrocirúrgicas (bisturis elétricos) são encontradas nas salas de cirurgia de um
CC; além das cargas dos setores administrativos, como luminárias fluorescentes,
microcomputadores e impressoras.
3.2.5. Medidas Típicas para Mitigação de Harmônicas
Existem algumas medidas que podem ser tomadas a fim de se mitigar ou
eliminar a presença de harmônicas em instalações elétricas. Deve ser estudado
cada tipo de situação para se evitar investimentos financeiros desnecessários.
Podem-se citar as seguintes soluções:
20
Utilização de filtros harmônicos (GAMA, 2001): são elementos
incorporados no sistema para redução dos harmônicos ou aumento do
fator de potência. Muitas vezes apresentam como conseqüência destas
duas ações outras secundárias como: redução da corrente de neutro em
sistemas trifásicos; minimização do impacto sobre os transformadores de
distribuição; eliminação de possíveis ressonâncias em banco de
capacitores utilizados para a correção do fator de potência; mitigação de
interferência em sistemas de comunicação e aumento indireto da eficiência
de motores.
Dimensionamento de condutores neutro considerando as distorções
harmônicas nas instalações: a norma NBR 5410 (ABNT, 2004), de
instalações elétricas em baixa tensão apresenta a metodologia para o
cálculo da seção de condutores em instalações com carga não-lineares.
Utilização de equipamentos não geradores de distúrbios: optar pela
utilização de equipamentos que gerem menos distorções e que sejam
fabricados conforme normas técnicas consolidadas.
3.2.6. Normalização para Harmônicas
No contexto nacional não existem normas específicas consolidadas
relativas a limites de harmônicas para EEM. São adotadas como referência
normas internacionais como, por exemplo, a IEC 61000-3-2 (IEC, 2005) que se
refere às limitações das harmônicas de corrente injetadas por equipamentos na
rede pública de alimentação. Aplica-se a equipamentos elétricos e eletrônicos que
tenham uma corrente de entrada de até 16 A por fase, conectado a uma rede
pública de baixa tensão alternada, de 50 ou 60 Hz, com tensão fase-neutro entre
220 e 240 V. Para tensões inferiores, os limites não foram ainda estabelecidos.
Para equipamentos com correntes de entrada acima de 16 A é recomendada a
IEC 61000-3-4 (IEC, 1998).
21
3.3. Interferência Eletromagnética (IEM)
Em faixas de freqüências mais elevadas, acima de 100 kHz pode-se
destacar a Interferência Eletromagnética (IEM) como principal distúrbio que
prejudica o funcionamento de EEMs. Segundo CANESIN (2003) é todo efeito não
desejado de uma fonte de energia eletromagnética, natural ou não, em um outro
dispositivo ou sistema, causado pela transmissão de sinais elétricos, magnéticos
ou sinais irradiados (eletromagnéticos).
É necessário salientar que o problema de IEM não se refere única e
exclusivamente ao sistema perturbado, devendo considerar também a fonte de
emissão de ruídos. Isto ocorre porque um dado sistema ou dispositivo elétrico
pode tanto receber sinais de interferência quanto emiti-los. Tal fato implica na
necessidade de se verificar a potencialidade que um dado sistema ou dispositivo
possui para emitir sinais eletromagnéticos capazes de causar interferência, além
de se determinar a predisposição do sistema ou dispositivo em questão a
comportar-se de maneira inadequada na presença de interferências oriundas de
outras fontes. Segundo KOUYOUMDJIAN (1996), Compatibilidade
Eletromagnética (CEM) é a aptidão de um dispositivo, de um aparelho ou de um
sistema, de funcionar em seu ambiente eletromagnético de modo satisfatório e
sem produzir ele próprio, perturbações eletromagnéticas que possam criar
problemas graves no funcionamento dos aparelhos ou dos sistemas situados em
seu ambiente.
As questões de IEM tornam-se mais complicadas à medida que os
circuitos dos equipamentos tornam-se cada vez mais miniaturizados, operando
com sinais de baixíssimos níveis e freqüências cada dia mais elevadas.
A preocupação com a questão da CEM deve iniciar-se durante o projeto
das instalações de utilidade, tais como as instalações elétricas, de comunicação
de voz e dados.
22
Assim sendo, a intensidade dos efeitos de uma IEM depende
basicamente de três fatores:
a) Intensidade do sinal de interferência gerado pela fonte (por exemplo: sinais
de rádio e emissão eletromagnética das redes de energia elétrica).
b) Tipo de acoplamento (meio de condução) existente entre a fonte de IEM e
o sistema perturbado (por exemplo: ar, condutores de energia elétrica e
condutores do circuito de transferência de dados).
c) Susceptibilidade do dispositivo (sistema perturbado) à IEM emitida pela
fonte (por exemplo: monitores de computadores e eletrocardiógrafos).
Portanto, o estudo de problema de IEM pode ser realizado a partir do
sistema representado na Figura 3.5 (CANESIN, 2003):
Figura 3.5 – Caracterização de um sistema perturbado por IEM (modelo
fundamental).
As concessionárias de energia de alguns países já vem adotando, no
projeto dos seus sistemas elétricos de transmissão e distribuição, critérios de
CEM, de forma a não afetar os clientes que residem nas proximidades de suas
redes e subestações de potência.
Quando um componente de um sistema elétrico seja linha de
transmissão, de distribuição ou subestação transformadora, está em operação
nas proximidades de outras instalações, tais como centrais de telecomunicação e
centros de informática, podem ocorrer interferências eletromagnéticas através de
quatro diferentes tipos de acoplamento (MAMEDE, 1997):
3.3.1. Acoplamento Indutivo ou Magnético
Entende-se por acoplamento indutivo o campo magnético produzido por
um sistema emissor, que induz tensões numa instalação, denominada sistema
Fonte de Ruídos
Acoplamento
Sistema
Perturbado
23
receptor, localizado na sua vizinhança. É diretamente proporcional à taxa de
variação da corrente e a indutância mútua entre circuitos.
Esse acoplamento pode proporcionar:
Correntes elétricas circulando pelo equipamento receptor e a terra;
Diferenças de potencial entre o equipamento receptor e a terra devido às
tensões induzidas.
As forças eletromotrizes induzidas são resultados da variação do campo
magnético no tempo, ou conforme Equação 3.3 (MAMEDE, 1997):
e= L x di/dt (3.3)
Onde:
e – Força eletromotriz (Volt)
L – Indutância (Henry)
di/dt – Variação da corrente (Ampère/segundo)
Tanto os circuitos aéreos como os subterrâneos são fontes potenciais de
campos eletromagnéticos.
Quando condutores de energia elétrica estão próximos a instalações
subterrâneas ou aéreas, tais como tubulações de gás, ferrovia, ou condutores de
telecomunicações, pode induzir neles forças eletromotrizes capazes de produzir
diferenças de potenciais elevados e, conseqüentemente, a possibilidade de
rompimento da rigidez dielétrica do meio.
Os campos magnéticos podem afetar também equipamentos sensíveis
instalados em suas proximidades. O campo magnético pode induzir tensões
diretamente nos circuitos impressos das placas eletrônicas ou nos circuitos das
instalações elétricas desses equipamentos, quando posicionamos em paralelo e
próximo à rede aérea existente.
O valor das forças eletromotrizes induzidas é função de algumas
condições a que ficam submetidas, tanto da instalação indutora como da
instalação afetada:
24
a) Afastamento entre o sistema emissor e o receptor;
b) Comprimento do paralelismo;
c) Correntes de defeito;
d) Correntes de desequilíbrios;
e) Blindagem da instalação receptora;
3.3.2. Acoplamento Capacitivo ou Eletrostático
Entende-se por acoplamento capacitivo a transferência de energia da
instalação emissora para uma instalação localizada na sua vizinhança através das
suas capacitâncias próprias e mútuas. É diretamente proporcional à taxa de
variação da tensão e à impedância entre o circuito responsável pela perturbação
e o circuito agredido. Esse acoplamento pode proporcionar:
Uma corrente elétrica fluindo através da conexão à terra do sistema receptor
aterrado.
Uma diferença de potencial induzida entre o sistema receptor e a terra, se o
receptor não estiver aterrado.
O valor do campo elétrico ao qual fica submetido o sistema receptor é
função de algumas condições físicas e operacionais do sistema emissor e
receptor, ou seja:
a) Nível de tensão na fonte;
b) Comprimento da exposição;
c) Proximidade;
d) Tensões de desequilíbrio.
25
3.3.3. Acoplamento por Irradiação Eletromagnética
Entende-se por acoplamento por irradiação eletromagnética as ondas de
equipamento de telecomunicações que se propagam pelo ar e interferem nos
equipamentos eletrônicos sensíveis.
O acoplamento por radiação eletromagnética ocorre quando o
equipamento sensível está a uma distância da fonte emissora superior a 1/6 do
comprimento da onda irradiada.
3.3.4. Acoplamento Resistivo ou por Impedância Comum
Entende-se por acoplamento resistivo a transferência de potencial de um
ponto qualquer do solo, onde é injetada uma corrente elétrica, a um ponto remoto
nas proximidades.
Em condições normais de operação, basicamente, nenhuma corrente
significativa é injetada no solo, não havendo, portanto, nenhum acoplamento
resistivo. No entanto, em determinadas situações, podem surgir fortes
transferências de potenciais, ou seja:
Descargas atmosféricas injetadas diretamente no solo através ou não de
sistemas captores.
Correntes monopolares de curto circuito.
Essas correntes propiciam tensões de passo e de contato elevadas e
perigosas ao indivíduo, podendo parte dessas correntes ser transferida para as
instalões receptoras, localizadas nas proximidades.
O acoplamento resistivo pode ser melhor entendido, exemplificando-se o
caso de uma descarga atmosférica captada pelo sistema de proteção e
transferida à malha de terra a qual está conectado. A partir da malha de terra, a
corrente elétrica é injetada no solo, indo atingir as instalações subterrâneas nas
suas proximidades. Os fatores que influenciam o acoplamento resistivo são:
26
a) Proximidade;
b) Resistividade do solo;
c) Corrente injetada no solo.
Se um determinado sistema receptor estiver sob a ação de um
acoplamento resistivo, e uma pessoa fizer um contato físico com este, estará
sujeito a uma corrente elétrica, cujas conseqüências dependem de algumas
condições. O valor da corrente de choque é função das condições físicas em
que se encontra a pessoa. O caminho da corrente influencia a severidade do
acidente. A condição mais desfavorável é aquela em que a corrente elétrica
entra pelo braço esquerdo e sai pela perna direita. Nesse trajeto, pode atingir
mortalmente o coração (KINDERMANN, 2002).
27
3.4. Classificação de Distúrbios em Relação à sua Freqüência
Segundo DECKMANN (1998), conforme sua faixa de freqüência,
podemos classificar os distúrbios relacionados à energia elétrica em distúrbios de
baixa, média e alta freqüência, apresentados na Figura 3.6:
Surtos e
Impulsos
Descargas
Eletrostáticas
Chaveamentos e Ruídos
Interferência
Telefônica
Distorção
Harmônica e Inter-
harmônica
Ressonância
Subsíncrona
Flutuação de Tensão e
Cintilação Luminosa
Oscilações
Eletromecânicas
Afundamento (sag)
ou Elevação (swell)
de Tensão
Colapso de Tensão
Baixas Freqüências Médias Freqüências Altas Freqüências
(f < 60 Hz) (60 Hz
f
9 kHz) (9 kHz
f
30MHz)
Figura 3.6 – Classificação de distúrbios de energia elétrica em faixas de
freqüência.
28
3.5.Sistemas de Aterramento
Em EASs uma das principais preocupações, quando se utiliza a energia
elétrica, é a proteção contra choques elétricos em funcionários e pacientes e a
garantia do correto funcionamento e proteção dos EEMs. Para tanto, um sistema
de aterramento devidamente projetado, além de outros dispositivos, como
Dispositivo de Proteção Contra Surtos (DPS) e transformadores de isolamento
são necessários.
Devido a crescente gama de EEMs que vem sendo utilizada em EASs,
construídos principalmente com componentes eletrônicos, os quais necessitam de
uma energia de melhor qualidade, livre de interferências, o papel dos sistemas de
aterramento vem se tornando cada vez mais importante.
Segundo SANTANA (1996), “entende-se por perfeito funcionamento de
um EEM a correta captação, sem distorções, livre de interferências, dos diversos
sinais elétricos representativos de atividades biológicas humanas”.
Para se ter um sistema de aterramento adequado algumas considerações
devem ser feitas (MAMEDE, 1997):
O condutor neutro é normalmente isolado e exerce a sua função básica de
conduzir as correntes de retorno do sistema;
O condutor de proteção exerce a sua função básica de conduzir à terra as
correntes de massa (partes metálicas não energizadas);
O condutor de referência de sinal eletrônico deve exercer a sua função básica
de referência de potencial do circuito eletrônico.
Segundo MAMEDE (1997), podem-se relacionar alguns tipos de sistemas
de aterramento geralmente utilizados:
Sistema de aterramento de força: Neste tipo de sistema tanto as massas
como a barra de referência de sinal eletrônico são aterradas na malha de
do sistema de força, na malha de terra da subestação, por exemplo. Estas
malhas são projetadas para operarem com correntes de baixa freqüência
(60 Hz), porém, tratando-se de equipamentos eletrônicos, cuidados
29
adicionais devem ser tomados, quando estão envolvidas correntes de
freqüência de dezenas de MHz, o que limita a eficácia desse tipo de
aterramento. Os circuitos de corrente contínua presentes num equipamento
eletrônico que são ligados a barra de referência sinal poderão funcionar
inadequadamente se houver alteração nesse potencial de referência.
Sistema de aterramento independente: O sistema de aterramento
independente se caracteriza pelo aterramento, em malha de terra
específica, de todas as barras de terra de sinal eletrônico. Enquanto que o
aterramento das carcaças dos equipamentos eletrônicos é feito utilizando a
malha de terra do sistema de força.
Sistema de malha de terra de referência de sinal: Esse sistema se
caracteriza pela construção de duas malhas de terra. A primeira deve ser
projetada de maneira convencional e é destinada ao aterramento dos
equipamentos de força. A segunda malha de terra, denominada malha de
terra de referência de sinal, é destinada ao aterramento da barra de terra
de referência de sinal dos equipamentos eletrônicos. O seu
dimensionamento deve ser feito considerando a circulação de correntes de
alta freqüência. Devido às suas vantagens sobre as soluções
anteriormente adotadas, a malha de terra de referência é hoje empregada
como a melhor forma de prover os equipamentos eletrônicos de um
aterramento que atenda tanto às condições de circulação de correntes de
alta freqüência, quanto à circulação de correntes de baixa freqüência, além
de equalizar os potenciais das duas malhas. Dessa forma, as perigosas
correntes de descarga que circulam pela malha de terra não provocam
distúrbios prejudiciais aos equipamentos eletrônicos.
Quanto às configurações das ligações dos condutores de alimentação de
uma instalação elétrica em relação à terra e das massas em relação à terra,
podem ser simbolizadas ainda através de letras conforme proposto por ABNT
(2004): sistema TN, sistema TN-S, sistema TN-C, sistema TN-C-S, sistema TT e
sistema IT ou IT-Médico.
30
Para cada tipo de instalação elétrica é avaliada a necessidade de uma
determinada configuração.
Em um EAS não é permitida a utilização do sistema TN-C. O sistema IT-
Médico é obrigatório em locais do Grupo 2, ambientes onde se utilizam EEMs
essenciais à manutenção da vida ou cujas partes estejam aplicada ao coração,
que é o caso de um CC (ABNT, 1995).
O sistema IT-Médico é aquele em que o ponto de alimentação não está
diretamente aterrado, conforme apresenta a Figura 3.7.
F1
F2
F3
PE
Massas
Z alta
Figura 3.7 – Esquema IT médico.
No esquema IT todas as partes vivas são isoladas da terra ou um ponto
da alimentação é aterrado através de uma impedância de valor suficientemente
elevado sendo esta ligação feita ao ponto neutro da fonte. As massas são ligadas
ao terra por meio de um ou mais eletrodos de aterramento próximo.
Neste sistema a corrente resultante de uma única falta fase-massa não
tem intensidade suficiente para provocar o surgimento de tensões perigosas,
protegendo a vida do paciente e do corpo clínico, não sendo obrigatório o
seccionamento da alimentação. No caso da ocorrência de uma segunda falta à
massa ou à terra, simultaneamente à primeira, as correntes de defeito tornam-se
extremamente elevadas, pois isto implica um curto-circuito entre duas fases.
Segundo ABNT (1995), a proteção contra contatos indiretos, por seccionamento
31
automático de alimentação do sistema IT-médico deve contar com Dispositivos
Supervisores de Isolamento (DSI), transformadores de isolamento e sistemas de
alarmes, de modo que a instalação possa ser permanentemente supervisionada.
Ainda se tratando de sistemas de aterramento, devem sempre ser
mantida a equipotencialização de sistemas.
A equipotencialização é considerada a medida mais eficaz para diminuir
os riscos de incêndio, explosão e choques elétricos dentro de uma instalação
elétrica (ABNT, 2005). É obtida através da utilização de condutores de ligação
equipotencial, eventualmente incluindo DPS, interligando o Sistema de Proteção
contra Descargas Atmosféricas (SPDA), a armadura metálica da estrutura, as
instalações metálicas e as massas.
Em cada local de um EAS deve haver uma ligação equipotencial, visando
a equalização das diferenças de potencial entre os seguintes elementos (ABNT,
1995):
a) barra PE (barra dos condutores de proteção);
b) elementos condutores estranhos à instalação;
c) blindagens contra interferências;
d) malha metálica de pisos condutivos;
e) massas de equipamentos SELV (equipamentos que são alimentados
com tensão que não excede um valor nominal de 25 V em corrente
alternada, ou 60 V em corrente contínua, isenta de ondulações, como
luminárias cirúrgicas;
f) barra de ligação equipotencial.
Destes elementos podem ficar excluídos de ligação equipotencial aqueles
que se situam ou só são acessíveis acima de 2,5 m do piso.
Mesas cirúrgicas fixas, não-elétricas, devem ser ligadas à barra de
ligação equipotencial.
No interior ou nas proximidades de cada quadro de distribuição deve
existir uma barra de ligação equipotencial, à qual os condutores de
equipotencialidade possam ser ligados. As conexões devem ser claramente
visíveis e devem permitir a desconexão individual de cada uma delas. Embora
32
todo condutor de equipotencialidade seja considerado também um condutor de
proteção, costuma-se empregar um ou outro termo, dependendo do tipo de
elemento que é ligado ao sistema de aterramento geral da instalação. Assim, o
termo condutor de proteção na prática é geralmente reservado para o condutor
que liga o contato PE das tomadas de corrente ou o terminal de aterramento (PE)
dos equipamentos de utilização à barra PE do quadro de distribuição. Enfim, o
condutor de proteção é o que aterra as massas. Já o condutor de
equipotencialidade é o que liga os elementos condutores estranhos à instalação,
como, por exemplo, as tubulações metálicas de água e de gás e esquadrias
metálicas de janelas, à barra de ligação equipotencial do quadro. Ao nível de cada
quadro, portanto, haveria duas barras: a barra PE e barra de ligação
equipotencial. Ambas devem ser interligadas (ABNT, 1995).
3.6. Considerações Finais
Neste capítulo foi apresentado o conceito de qualidade de energia elétrica
e sua importância para as instalações elétricas de um EAS. Dos distúrbios de
qualidade existentes, esta pesquisa limitar-se-á à análise das harmônicas.
Em uma faixa de freqüência maior, são abordados os problemas de
interferência eletromagnética.
Finalizando o capítulo é descrita a necessidade de sistemas de
aterramento num ambiente hospitalar.
No próximo capítulo serão descritas as partes que compõem uma
instalão elétrica de um CC.
33
CATULO 4 – Instalações Elétricas em Centros
Cirúrgicos
4.1. Introdução
O funcionamento das instalações elétricas de um CC necessita de
cuidado redobrado a fim de promover a segurança de pacientes e do corpo
clínico. Para assegurar sua operação, normas técnicas devem ser seguidas
rigidamente. No entanto, muitas vezes devido à escassez de recursos
empregados no setor de saúde, a implementação de sua infra-estrutura não tem
acompanhado a evolução tecnológica dos EEMs. Contribuem a essa falta de
interatividade o mau gerenciamento dos responsáveis pelas instituições, além da
falta de valorização de mão-de-obra especializada.
Neste capítulo será abordada a importância da EC para um EAS e serão
descritos alguns critérios, regidos por normas técnicas, que devem ser
observados numa instalação elétrica.
4.2. Engenharia Clínica
Em qualquer atividade profissional um bom planejamento representa a
eficientização de materiais, de tempo e espaço físico, além do retorno de
investimentos financeiros. Ressalta-se que após a concepção de uma obra faz-se
necessária a aplicação de medidas preventivas que garantam o funcionamento de
equipamentos e instalações.
Em situações que são empregadas medidas corretivas parciais,
aparentemente mais baratas, rápidas e fáceis, para sanar problemas corriqueiros,
tornam-se evidentes que as soluções não são adequadas com as necessidades
do EAS, verificando-se que com o passar do tempo apontam os erros cometidos,
agravando os custos gerenciais.
O planejamento estratégico para a execução de ações que visem a
eficientização da infra-estrutura de um EAS é, portanto, fundamental para a
aplicação de tecnologias modernas de diagnósticos e tratamento de pacientes.
34
É dever dos responsáveis pela direção das instituições de saúde contratar
profissionais aptos a proporcionar soluções compatíveis com a situação das
instalações, tanto elétricas, quanto de redes de gases, condicionadores de ar,
hidro-sanitárias e outras que compõem a estrutura física de um EAS. Estes
profissionais devem estar cientes de suas responsabilidades, fornecendo todo um
suporte para a realização das atividades de forma adequada e respeitando
normas cabíveis.
De acordo com BRONZINO (1992), “Engenharia Clínica é um ramo da
engenharia biomédica aplicada para a garantia de funcionamento das instalações
de um hospital ou clínica”. Nestes ambientes são aplicados procedimentos para
inspeções de segurança de instalações. Todo tipo de EEM de atendimento a
pacientes que não estão sendo utilizados de forma devida ou possuem alguma
falha em seu funcionamento são analisados pelo engenheiro clínico.
As principais atividades desenvolvidas por uma estrutura de EC, conforme
BARBOSA (1999), compreendem:
treinamento dos usuários dos EEMs (médicos e enfermeiros);
avaliação de aspectos de segurança e de riscos com equipamentos;
manutenção de equipamentos do hospital quando possível;
gerenciamento de manutenções externas;
gerenciamento de contratos de manutenção;
manutenção preventiva de equipamentos e instalações;
análise de custos/viabilidade de implementação de novas TMHs e
especificações para aquisições de EEMs;
inspeção técnica de novos equipamentos e daqueles que retornam de
manuteões;
testes de segurança em equipamentos e instalações elétricas;
informatização do setor;
pesquisas sobre novas TMHs;
documentação técnica com catálogos e manuais de operação e de
serviços;
35
Os resultados da implementação de uma estrutura de EC nos hospitais
são claramente identificados nos seguintes benefícios, segundo BARBOSA
(1999):
aumento da confiabilidade, qualidade e segurança, a pacientes e usuários,
nos procedimentos que utilizam EEMs;
agilidade no atendimento a EEMs, diminuindo o tempo de indisponibilidade,
proporcionando uma significativa redução de custos de manutenção
corretiva;
no gerenciamento de compras, conseguindo uma redução nos valores e
evitando a compra de equipamentos de baixa qualidade;
garantindo a aplicação adequada de recursos financeiros em TMHs
evitando desperdícios e garantindo o acesso a novas tecnologias.
No HU da UFMS não existem profissionais especializados na área de EC
que atendam as necessidades de um EAS. As deficiências são sanadas pelos
próprios técnicos da manutenção. Um dos objetivos desta pesquisa é contribuir
com o hospital avaliando as condições das instalações elétricas do CC.
4.3. Centro Cirúrgico
Define-se “Hospital como EAS dotado de internação, meios diagnósticos
e terapêuticos, com o objetivo de prestar assistência médica curativa e de
reabilitação, podendo dispor de atividades de prevenção, assistência ambulatorial,
atendimento de urgência/emergência e de ensino/pesquisa (BRASIL,2002).
As atribuições de um EAS, dividido em atividades e sub-atividades,
compõem sua organização físico-funcional apresentada na Figura 4.1. As
atividades de realização de procedimentos cirúrgicos e endoscópicos situam-se
dentro da atribuição de apoio ao diagnóstico e terapia.
36
Figura 4.1 – Diagrama das atribuições de EAS, situando o CC, unidade que
depende totalmente de EEMs e que requer infra-estrutura especial.
De acordo com LAMB (2000), no EAS, o CC deve estar localizado de
modo que fique mais próximo possível das Unidades de Urgência/Emergência, de
Internação de Clínica Cirúrgica, das Unidades de Tratamento Intensivo e de fácil
acesso à Recuperação e Central de Materiais e Esterilização, além de ser
protegido do tráfego externo.
O CC pode ser dividido em três tipos de ambientes (BRASIL, 2002):
Ambientes obrigatórios: área de recepção de pacientes; salas de cirurgias
pequenas, médias e/ou grandes, dependendo da especialidade; sala de apoio
às cirurgias especializadas (quando houver este serviço no EAS); área de
escovação; área de indução anestésica; posto de enfermagem e serviços; sala
de guarda e preparo de anestésicos; área de recuperação pós-anestésica
(RPA) e área para prescrição médica.
Ambientes de apoio obrigatórios: sala de utilidades; banheiros com vestiários
para funcionários (barreira); sala administrativa; laboratório para revelação de
radiografias (in loco ou não); sala de preparo de equipamentos/material;
depósito de equipamentos e materiais e sala de distribuição de
hemocomponentes.
Ambientes de apoio não obrigatórios: copa; sala de espera para
acompanhantes (anexa à unidade); sanitários para acompanhantes (sala de
espera); sala de estar para funcionários; área para guarda de macas e
cadeiras de rodas, área de biópsia de congelamento.
37
As salas de cirurgia podem ser divididas, de acordo com a especialidade
cirúrgica que nelas são desenvolvidas e pelo seu tamanho: sala pequena de
cirurgia, sala média de cirurgia e sala grande de cirurgia (BRASIL, 2002).
Existe uma grande quantidade de EEMs nestes locais, havendo
necessidade de terem áreas mínimas e instalações elétricas adequadas para uso
simultâneo de vários equipamentos para cada tipo de tarefa.
De acordo com NUNES (2003), por EAS a quantidade mínima é de duas
salas de cirurgia. A cada 50 leitos não especializados ou 15 leitos cirúrgicos, deve
existir uma sala de cirurgia. Para EASs especializados em cardiologia, neurologia
e outras, devem ser feitos um cálculo específico. Somando todas as áreas das
salas de cirurgia, o resultado deve ser no mínimo, equivalente a um terço da área
total do CC (MARGARIDO, 1996).
Uma das atividades do CC também é proporcionar cuidados pós-
anestésicos ao paciente. Para tanto existe a sala de recuperação pós-anestésica
(RPA). Segundo LAMB (2000), ela pode ser uma unidade própria, porém contígua
ao CC.
Outros ambientes que contém EEMs onde tornam-se imprescindíveis as
análises da interação entre eles e a própria instalação a que estão ligados são: o
depósito de equipamentos e materiais, onde é o local destinado a guardar todos
os EEMs que estejam em condição de uso, devidamente testados e limpos; a sala
de preparo de equipamentos e materiais, que é a área destinada aos
procedimentos de limpeza e desinfecção de EEMs e materiais; e a área de
biópsia de congelamento, local destinado a exames de congelação de material
anatomopatológico. Caso ela seja instalada no CC, deve conter todos os
equipamentos para cortes de congelação que possam oferecer resultados
seguros (NUNES, 2003).
4.4. Instalações Elétricas em Centros Cirúrgicos
O CC de um EAS é um setor onde é vital que suas instalações elétricas e
os EEMs ligados à ela esteja em perfeito funcionamento. Para tanto, os critérios
mínimos que devem ser seguido são aqueles prescritos em normas. Além das já
38
citadas do Ministério da Saúde (BRASIL, 1996) (BRASIL, 2002), são indicadas as
da ABNT: NBR 5410/2004 “Instalações Elétricas em Baixa Tensão”; NBR
5419/2005 “Proteção de Estruturas contra Descargas Atmosféricas”; NBR
5413/1985 “Iluminância de Interiores” e NBR 13534/1995 “Instalações Elétricas
em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde”.
Conforme a NBR 13534/1995 (ABNT, 1995), os setores médicos de um
EAS podem ser classificados de acordo com o Grupo, que é referente ao EEM
utilizado, e conforme a Classe, que se refere ao tempo de comutação da
alimentação normal para a de segurança com que o EEM deve ser suprido,
apresentados nas Tabelas 4.1 e 4.2.
Tabela 4.1 – Classificação das áreas quanto ao grupo.
GRUPO TIPO DE EEM
0 Sem parte aplicada ao corpo humano
1
Parte aplicada externamente ao corpo,
ou parte aplicada a fluídos corporais,
porém não aplicada ao coração
2
Parte aplicada ao coração, ou
equipamentos essenciais à
manutenção da vida
Tabela 4.2 – Classificação das áreas quanto à classe.
CLASSE TEMPO DE COMUTAÇÃO
0,5
Alimentação automática disponível em
até 0,5 segundo
15
Alimentação automática disponível em
até 15 segundos
> 15
Alimentão de segurança dispovel
em mais de 15 segundos, em modo
automático ou manual
Nota: Geralmente, não é necessário prover alimentação ininterrupta a EEM.
Todavia, certos EEM podem exigir esta alimentação.
39
As salas cirúrgicas, áreas do Grupo 2, podem ser classificadas como:
Classe 0,5: áreas que necessitam de uma fonte capaz de assumir
automaticamente o suprimento de energia em no máximo 0,5 segundo e
mantê-la no mínimo 1 hora, para alimentar, por exemplo, o foco cirúrgico e
eventualmente, EEMs que necessitem restabelecer a alimentação quase
que imediata.
Classe 15: áreas que devem ter sua alimentação chaveada
automaticamente para a fonte de Energia Elétrica de Emergência (EEE),
em no máximo 15 segundos, quando a rede elétrica acusar queda superior
a 10% do valor nominal por um período superior a 3 segundos, devendo
garantir o suprimento por 24 horas. Incluem-se nesta classe equipamentos
utilizados em procedimentos cirúrgicos, para sustentação de vida, como
equipamentos de ventilação mecânica e aqueles integrados ao suprimento
de gases.
As salas de RPA e indução anestésica são classificadas como Grupo 1 e
Grupo 2, respectivamente. Ambas são Classe 15, quanto ao tempo de comutação
com a alimentação de EEE, podendo ser Classe 0,5, quando existir a presença de
EEMs que necessitem de restabelecimento de alimentação no máximo de 0,5
segundo. Os demais setores do CC, como corredores e são classificados como
Grupo 1 e Classe 15 ou >15.
Para garantir o fornecimento de energia elétrica para os CC é
imprescindível a presença de uma fonte alternativa de energia elétrica para
funcionar em casos de emergência, como grupos geradores ou sistemas No-
Break. Conforme ABNT (1995) é obrigatória a existência de uma fonte de EEE em
EASs, que seja capaz de alimentar os EEMs, por um período de tempo
especificado e dentro do tempo de comutação admissível, conforme sua classe.
O ideal é que não haja interrupção na alimentação elétrica dos sistemas
de iluminação principal e tomadas elétricas das salas de cirurgia do CC, utilizando
como principal fonte supridora sistemas No-Break, que realimentam o sistema
quase que de imediato, num tempo menor ou igual a 0,5 segundo. As outras
cargas não primordiais, como por exemplo, ar condicionado e iluminação de
corredores, não necessitam estar ligadas ao sistema alternativo principal. Devido
ao alto custo de aquisição de um sistema No-Break, Grupos Motor-Gerador
40
(GMG), tanto a diesel quanto a gás natural podem ser utilizados, como fonte
alternativa de energia para o CC. Nestas opções o intervalo de tempo para a
entrada em funcionamento não é quase imediato como do sistema No-Break,
porém deve ser respeitado o tempo máximo de 15 segundos.
Existem muitos EEMs instalados nos CCs, sendo necessários espaços
físicos suficientes para sua utilização, além disso, as salas cirúrgicas devem
suportar toda a equipe de profissionais atuantes numa operação. Cada EEM
aplicado em sua especialidade deve funcionar obedecendo a suas rotinas pré-
concebidas pelo fabricante, livre de qualquer interferência externa do meio ou de
algum outro tipo de natureza eletromagnética proveniente de outro EEM.
Numa primeira instância, devem ser respeitados os parâmetros básicos
de BRASIL (2002) para as salas de cirurgia a fim de se garantir as áreas que
abrigam os EEMs e a quantificação mínima para as necessidades do EAS e,
conseqüentemente, seja dado o primeiro passo para a adequação do espaço
físico.
4.4.1. Tomadas Elétricas em Salas Cirúrgicas
Nas áreas onde são administrados agentes anestésicos ou usados
agentes antissépticos inflamáveis (agentes combustíveis) e oxigênio ou óxido
nitroso (agentes comburentes), as tomadas elétricas devem estar localizadas
numa altura mínima de 1,50 m do piso, ou seja, acima da zona de risco, que é
todo local abaixo desta altura (SANTANA, 1996). Nestes locais para o
desencadeamento de uma explosão só é necessária a presença de um ignitor,
que pode ser uma simples faísca proveniente de um curto-circuito ou uma
instalão elétrica mal feita.
Para se precaver ainda mais contra qualquer acidente os próprios
equipamentos de anestesia devem estar providos de sistemas anti-poluição, que
evitam o vazamento de gases anestésicos para o ambiente. Outra consideração a
favor do usuário é que a densidade dos agentes anestésicos é maior que a
densidade do próprio ar, fazendo com que eles se concentrem no piso da sala a
uma altura de até 30 cm do piso, no entanto, ressalta-se que com a
41
movimentação da equipe a tendência é com que haja dispersão, sendo elevada
essa zona de risco para 1,50 m. É proibida também a utilização de extensões de
tomadas elétricas nesta zona.
Numa situação de extrema necessidade, se for preciso instalar uma
tomada abaixo de 1,50 m, ela deverá ser blindada e lacrada do meio externo.
Ainda conforme ABNT (2004), todas as tomadas de corrente fixas das
instalões devem ser do tipo com contato de aterramento (PE), ou mais
comumente conhecida como “aterradas”. O plugues correspondentes devem ser
padronizados para cada tipo de tensão a que sejam destinados. Em circuitos cuja
tensão é 127 V, a tomada deverá ser padronizada conforme a Figura 4.2a, sendo
o orifício da esquerda a fase, o da direita o neutro e o inferior, o terra,
impossibilitando a conexão de um plugue destinado a 220 V, e para esta a Figura
4.2b é apresentada seu padrão, sendo as fases os orifícios superiores e o terra, o
inferior, que impossibilita a utilização de um plugue 127 V (SANTANA, 1996).
Figura 4.2 - a) Padrão de tomada monofásica 127 V; b) Padrão de tomada
bifásica 220 V.
Quando existir tomadas com diferentes tensões, porém do mesmo padrão
construtivo, as dos circuitos com tensão mais elevada, pelo menos, devem ser
claramente marcadas com a tensão a elas provida. Essa marcação pode ser feita
por placa ou adesivo, fixado no espelho da tomada e de difícil remoção (ABNT,
2004).
Devem existir circuitos exclusivos para as tomadas destinadas aos
aparelhos de raios-x portáteis, devido à sua potência elevada, de no mínimo de
4500 VA. Os equipamentos deverão ser de uso exclusivo do CC e seus plugues
padronizados. Recomenda-se a utilização de tomadas de 3 pinos para 30 A , no
42
mínimo, do tipo à prova de explosão e devem ser identificadas em seus espelhos
como sendo de uso exclusivo para aparelhos de raios-X. Cada sala cirúrgica deve
possuir pelo menos uma tomada para esta carga (SANTANA, 1996).
Os circuitos destinados a equipamentos, como unidades eletro-cirúrgicas,
que possam causar IEM em outros devem ser alimentados por fases diferentes
daquelas que alimentam circuitos destinados àqueles que são utilizados para
monitoração dos sinais vitais de pacientes. A interferência poderá ocasionar erros
em diagnósticos e até ocasionar o não funcionamento do EEM (SANTANA, 1996).
Lembrando que essa diferenciação no uso das fases deve ser padronizado para
as outras salas para se evitar também a interferência entre ambientes.
As tomadas utilizadas nos ambientes do Grupo 2, que utilizam como
configuração de sistema de aterramento o Esquema IT-Médico, devem possuir
pelo menos dois circuitos independentes. Caso exista, no mesmo local, outros
tipos de tomadas ou instalações que utilizem outro tipo de esquema de
aterramento, os plugues para essas tomadas devem ser diferenciados a fim de
evitar ligações inadequadas (ABNT, 1995).
É recomendado por BRASIL (2002), uma quantidade mínima de dois
conjuntos com quatro tomadas em paredes distintas, além daquela destinada ao
aparelho de raios-x. Caso existam EEMs do tipo multiparâmetros, é justificada a
utilização de somente seis tomadas. As tomadas podem ser distribuídas nas
paredes da sala, ou ficar em um único console. O console deve ser móvel quanto
à altura, do tipo “coluna retrátil”, preso ao teto para facilitar as conexões dos
plugues dos equipamentos ao mesmo (SANTANA, 1996).
A instalação dos pontos de força para os EEMs deve ser ainda em locais
da sala onde não ocorra constante circulação de pessoas e nem portas de acesso
ao corredor. O ponto destinado ao aparelho de raios-x, por não ser utilizado com
freqüência, dependendo da intervenção cirúrgica, pode ficar na parede onde está
localizada a porta de entrada da sala, uma vez que esta porta sempre será
fechada quando ele for utilizado e a equipe dentro da sala, em tais situações, fica
reduzido somente ao mínimo necessário.
Os circuitos elétricos devem ter, no máximo, 3 tomadas de 400 VA
distribuídas na sala, ou no console, de forma aleatória. Este procedimento permite
uma melhor distribuição dos EEMs no ambiente cirúrgico, evitando que todo um
43
lado da sala fique desativado caso ocorra algum problema, como desligamento de
algum disjuntor por curto-circuito ou sobrecarga. Assim, sempre se deve ter
disponível, em cada lado da sala, tomadas provenientes de vários circuitos
(SANTANA, 1996).
A quantidade de tomadas distribuídas dentro das salas pode ser feita na
proporção de 85% para monofásicas (127 V) e 15% para bifásicas (220 V),
considerando que a maioria dos EEMs são monofásicos, sendo reservada a
tensão de 220 V para equipamentos de maior potência (como máquinas de
perfusão e hemodiálise, por exemplo), que são minoria. Como já citado é
imprescindível que todas as tomadas, principalmente das salas cirúrgicas do CC,
estejam ligadas à fonte de alimentação de EEE.
Atualmente com a aplicação de modernas TMHs verifica-se que os
ambientes de um EAS exigem cada vez mais pontos de força a fim de alimentar
seus EEMs. Sobretudo num CC onde existem tanto os equipamentos destinados
à operação do paciente, quanto os que monitoram as informações dos seus sinais
vitais que são fornecidas à equipe médica. Para salas de cirurgias de primeira
linha é recomendada a existência de tomadas específicas para bisturi elétrico,
ponto de força para laser, tomada para comando de mesa cirúrgica, comando de
persiana elétrica para janelas fixas (no caso de existência de janelas, a persiana
deve ser externa à sala de cirurgia), comando de abertura de porta de sala
cirúrgica, ponto para relógio sincronizado com indicador de segundos, tomadas e
potenciômetros para música ambiente e fones de ouvido para pacientes, sistema
de interfone, sistema de comunicação de dados, sistema de monitorização,
sinalização de enfermagem, sinalização de anestesia, sinalização de sala
ocupada (KARMAN, 1994).
4.4.2. Iluminação em Salas Cirúrgicas
Os sistemas de iluminação do CC, principalmente das salas de cirurgia,
devem oferecer condições propícias às intervenções cirúrgicas mantendo os
ambientes com níveis de iluminamento adequados e possuírem circuitos de
alimentação de EEE para a garantia de continuidade das atividades.
44
Os níveis de iluminamento do CC devem estar de acordo com a norma da
ABNT NBR 5413/1982 “Iluminância de interiores” (ABNT, 1982). Nas salas
cirúrgicas os valores devem estar na ordem de 1000 lux para iluminação geral,
como fora das mesas cirúrgicas, por exemplo. Fora das salas cirúrgicas, para
iluminação geral pode-se considerar 500 lux. No campo operatório da mesa
cirúrgica, o nível de iluminamento desejado dever estar na ordem de 10000 a
20000 lux. A luz deve abranger uma grande área da mesa cirúrgica, em torno de
500 cm², para se evitar o máximo a presença de sombras que possam interferir
na intervenção cirúrgica. Deve permitir o bom desempenho da equipe cirúrgica na
observação de detalhes e procedimentos, assim como deve oferecer condições
para a reprodução fiel de cores a fim de que se possa verificar no paciente
alguma mudança de estado físico (FRANCO, 1970), mesmo ele sendo
monitorado por EEM. Dependendo da intensidade da luz, serão observados
reflexos nos tecidos orgânicos na ordem de 8% a 10%; em materiais brancos, na
ordem de 75% a 80% e, nos instrumentos e equipamentos polidos, na ordem de
90% (BECK, 1973).
Para se evitar uma grande quantidade de calor emitido pelas lâmpadas
incandescentes, é conveniente utilizar lâmpadas fluorescentes, que reproduzem
cores naturais e emitem um fluxo de lúmens consideravelmente maior (LAMB,
2000). As lâmpadas fluorescentes comuns dificultam alguns tipos de diagnósticos
médicos (MARGARIDO, 1996).
A iluminação geral da sala deve ser realizada preferencialmente através
de luminárias embutidas para facilitar a movimentação do foco cirúrgico. As
lâmpadas devem ser protegidas através de tampas de acrílico para facilitar sua
limpeza.
O foco cirúrgico geralmente é composto de uma lâmpada incandescente
de alta potência ou de um conjunto de várias lâmpadas incandescentes de menor
potência. É utilizado este tipo de lâmpada pela necessidade de um excelente
Índice de Reprodução de Cores (IRC), na ordem de 95%. Geralmente ele fica
fixado no teto, no centro da sala, fazendo com que sua movimentação seja
facilitada e o controle de incidência do fluxo luminoso no campo cirúrgico seja
regulado. Deve-se prever um circuito independente para ele. Este EEM é
lassificado classe 0,5, em caso de falha na alimentação principal a fonte de EEE
45
deve estabelecer o fornecimento em menos de 0,5 s e mantê-la por no mínimo 1
hora (BRASIL, 2002).
Na Tabela 4.3, são apresentadas as especificações que as lâmpadas
utilizadas no CC devem possuir (EDF, 1996):
Tabela 4.3 – Características das lâmpadas a serem utilizadas no CC.
Tipo de local
Nível de
Iluminamento
(lux)
Índice de
Reprodução de
Cores (IRC)
Temperatura de
Cor (K)
Sala de Operação
(Geral)
1000-1500 95 5000 6500
Campo Operatório 10000 - 20000 > 95 5000 – 6500
Repouso Pós-
Operatório
1000 90 3600 - 4600
Como as lâmpadas incandescentes utilizadas no foco cirúrgico emitem
muito calor, faz-se necessário a utilização de vidros filtrantes para separá-las do
meio ambiente. Eles possuem a propriedade de bloquear a emissão de raios
infra-vermelhos oriundos das lâmpadas, evitando que o paciente ou a equipe
médica sofram queimaduras durante o tempo de exposição (SANTANA, 1996).
Em cada sala cirúrgica deve existir um negatoscópio, que é utilizado para
visualização de radiografias. Ele é uma caixa rasa, com lâmpadas fluorescentes
em seu interior e coberta com uma tampa de acrílico branco leitoso.
Os interruptores tanto do foco cirúrgico quanto da iluminação geral da
sala devem estar em locais protegidos e de fácil acesso, evitando que sejam
desligados e prejudiquem as atividades.
Todos os componentes dos sistemas de iluminação devem ser à prova de
tempo e resistentes à corrosão, visto que estarão periodicamente sendo limpos
(SANTANA, 1996).
Os circuitos de iluminação das salas devem ser independentes entre si.
Esta medida evita com que as atividades num ambiente sejam prejudicadas caso
ocorra alguma falha num outro circuito vizinho. Os quadros de distribuição de
46
onde estes circuitos partem, podem ser comuns, considerando que cada circuito
tem seu disjuntor individual de proteção.
Todas as luminárias dos ambientes do Grupo 2 e pelo menos uma
luminária do Grupo 1 deverão ser ligadas ao sistema de EEE. As luminárias de
rota de fuga do CC devem ser ligadas de forma alternada (uma sim, uma não)
(ABNT, 1995).
4.4.3. Quadros de Distribuição
Quadros de distribuição destinam-se a receber energia de uma ou mais
alimentações e distribuí-la a um ou mais circuitos, podendo também desempenhar
funções de proteção, seccionamento, comando e/ou medição.
Todos os disjuntores, instalados nos interiores de quadros de distribuição,
destinados à proteção ou manobras dos circuitos, devem ser blindados ou ter
invólucro que não permita contato com as partes vivas. Devem ser devidamente
identificado através de etiquetas, indicando qual o circuito que ele protege e além
do número ou nome da sala a que pertence esse circuito. Essa identificação faz-
se necessário para o caso em que for preciso a realização de alguma
manutenção nos ambientes cirúrgicos, sem que isso comprometa o
funcionamento de outros circuitos. Uma sugestão é a ligação dos circuitos nos
quadros em ordem, mantendo os circuitos ímpares à esquerda e os pares à
direita. Esta medida proporciona a identificação dos disjuntores de cada circuito,
tanto através das etiquetas, quanto através de seu posicionamento (SANTANA,
1996).
Os dispositivos de proteção contra sobrecargas, sobrecorrentes ou
sobretensões devem ser compatíveis com a temperatura ambiente em que
operam. Deve haver seletividade entre os dispositivos.
O quadro de distribuição deve ser colocado no mesmo andar dos circuitos
a que servem e, sempre que possível, no corredor ou em áreas de fácil acesso, e
instalado em local seco, ventilado, isento de vapores corrosivos ou gases, e de
fácil acesso à manutenção. Cada quadro deve ter identificações e instruções para
47
operação e manutenção das instalações, em especial as instalações elétricas de
segurança.
Os condutores de alimentação dos quadros elétricos de iluminação, força
e EEE, devem vir diretamente da subestação transformadora ou geradora
(conforme o tipo de alimentador).
As seções dos condutores devem ser dimensionadas satisfazendo,
simultaneamente, os seguintes critérios (ABNT, 2004):
Capacidade de condução de corrente;
Limites de queda de tensão;
Capacidade de condução de corrente de curto circuito por tempo limitado.
Todos os circuitos elétricos do CC devem, obrigatoriamente, constar na
planta de instalações elétricas do EAS, a fim de que se tenha rápido
conhecimento da localização e distribuição de cada circuito. A equipe técnica de
manutenção, caso exista, tem obrigatoriamente que manter seus arquivos
atualizados (BRASIL, 2002).
4.4.4. Pisos Semicondutivos para Salas de Cirurgia
A eliminação ou redução de cargas eletrostáticas é importante em muitas
aplicações. Nos caso particular de EASs, em locais onde se usam anestésicos
inflamáveis, há risco de que uma explosão seja deflagrada por descargas
eletrostáticas, além das possíveis causas de explosão já citadas no item 5.2.1.
As cargas eletrostáticas são geradas por atrito entre materiais isolantes e
dependem de uma série de fatores, como umidade do ar, características
triboelétricas (eletricidade desenvolvida por fricção) dos materiais envolvidos e
caminho elétrico para o escoamento destas cargas, entre outros. O atrito de
calçados isolantes sobre piso isolante, pode gerar potenciais eletrostáticos da
ordem de milhares de Volts.
Embora as propriedades antiestáticas de um piso possam ser
influenciadas pelas características eletrostáticas dos materiais a maneira mais
48
segura de certificar-se de que não haverá acúmulo de carga eletrostática no piso
é garantir um caminho com resistência elétrica suficientemente baixa para impedir
o aparecimento de potenciais eletrostáticos perigosos. Praticamente, todas as
normas que se referem a pisos hospitalares procuram garantir a proteção
eletrostática pelo controle da resistência superficial do piso para a terra
(SANTANA, 1996).
Considera-se piso semicondutor aquele que oferece condições de
condutibilidade elétrica e resistência entre 50 k
e 1 M (SANTANA, 1996),
medida na superfície do piso, entre dois pontos distantes de 85 cm. É
fundamental que a resistência elétrica do piso não seja inferior a 50 k
, pois
neste caso caracterizar-se-á material condutivo (ABNT, 2004), que estará
praticamente ligado à terra, podendo trazer risco de choque elétrico caso o
indivíduo que esteja sobre este piso toque algum fio vivo. É fundamental que o
piso semicondutivo não apresente resistência elétrica maior do que 1 M
, visto
que neste caso caracterizar-se-á material isolante, perdendo a instalação a sua
função principal.
O meio condutor mais largamente utilizado na confecção de pisos
semicondutivos é o carbono, embora alguns outros materiais também tenham
sido testados pelos fabricantes, misturados com borrachas e PVC, e ainda
estejam em fases de aprovação.
Na instalação de um piso semicondutivo, a resistência elétrica da base
pode prejudicar seriamente a resistência do piso. Ela deve ser isolada do piso.
Deve-se tomar cuidado também para a possibilidade de necessidade de
impermeabilização da base, para impedir que a umidade altere as características
elétricas do piso.
O próximo cuidado é na instalação de uma malha metálica aterrada, entre
a base e o piso, fazendo-se com que esta malha fique o mais intimamente
possível em contato com o piso semicondutivo. Uma das formas de garantir este
contato, tanto físico quanto elétrico, da malha metálica com o piso semicondutivo,
é adicionar à cola certa quantidade de grafite em pó. Este procedimento, além de
homogeneizar a resistência do piso e produzir uma condição de
equipotencialidade elétrica, faz com que o caminho da corrente seja perpendicular
à superfície do piso, em direção à malha aterrada.
49
A fim de ser considerada satisfatória a condutividade do piso, a média
das medidas deve estar compreendida entre os seguintes limites: a resistência
entre os dois eletrodos afastados de 85 cm deve ser maior que 50 k
, e menor
que 1 M
, e a resistência entre um eletrodo e uma ligação à terra deve ser maior
do que 50 k
. Além disto, nenhum local deve ter resistência inferior a 50 k, e
nenhum local pode ter resistência superior a 1 M
.
4.4.5. Instalações Elétricas em Corredores e Áreas de Apoio
Por motivos de confiabilidade do sistema, deve-se ter um quadro terminal
para as instalações comuns a todas as salas de apoio e corredores do CC.
As tomadas para uso de equipamentos como enceradeiras, máquinas de
lavar piso, máquinas de secar luvas, aspiradores de pó, etc., devem ficar em
circuitos independentes, projetadas para correntes de 20A, com no máximo duas
tomadas. As tomadas e interruptores devem ficar à altura de 1,50 m, por motivo
de segurança, embora as áreas consideradas por norma como zona perigosa
sejam apenas no interior das salas cirúrgicas.
O número de tomadas e o nível de iluminamento dos corredores, salas
comuns e salas de apoio, devem seguir as normas de instalações elétricas
convencionais, porém sempre levando em conta qual o objetivo de cada
ambiente, cabendo ao projetista e à equipe técnica a avaliação destes fatores.
Nos corredores e áreas de apoio, apenas algumas luminárias em pontos
estratégicos devem ser ligados ao circuito de EEE, a fim de manter uma
iluminação mínima para a circulação de pessoal em casos de falta de energia
elétrica.
Quanto às necessidades de comunicação do CC, sejam entre salas, salas
com a secretaria do CC, salas com a área de RPA, ou CC com as demais
dependências do hospital, o sistema telefônico é considerado, no uso diário, como
a melhor opção. O sistema telefônico ideal para este tipo de ambiente é aquele
que serve também de intercomunicador entre as diversas salas do CC.
Estas minicentrais ficam, geralmente, em um shaft (pequeno nicho com
uma porta de acesso) no corredor central do CC, e necessitam de dois pontos de
50
energia elétrica, ou seja, duas tomadas, para o seu funcionamento. O circuito
elétrico destas tomadas deve ser independente de qualquer outro, não
alimentando nenhum outro ponto, e preferencialmente incluso nos circuitos que
são alimentados pela rede de EEE.
Este sistema de intercomunicador telefônico serve para que, num
momento de emergência, a equipe de qualquer sala cirúrgica solicite ajuda de
outros profissionais, ao mesmo tempo em que pode solicitar algum outro
procedimento de apoio.
4.4.6. Considerações sobre Instalações Elétricas em CC
Vale lembrar que todos os itens aqui contemplados são de extrema
importância para o adequado funcionamento de um CC. Quando se idealizar a
estrutura elétrica desta área, deve levar em conta todas normas técnicas, visto
que CC são áreas de procedimentos altamente invasivos.
O regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e
avaliação de projetos físicos de EASs, normatizados pela RDC nº 50/MS
(BRASIL, 2002), atualiza as normas existentes na área de infra-estrutura
hospitalar, dotando o país de um instrumento para novas construções, novas
instalações, reformas, ampliações e funcionamento de EASs. Estabelece ainda
normas com a finalidade de fornecer subsídios para as secretarias estaduais e
municipais avaliarem projetos físicos de EASs adequados às novas tecnologias
na área de saúde em todo o território nacional, na área pública e privada. Prevê
que a inobservância dessas normas constitui infração à legislação sanitária
federal.
A equipe técnica que dá assessoria ou que faz parte do quadro de
funcionários de um hospital deve sempre participar e, principalmente, orientar
quanto às aquisições de equipamentos que serão usados nas instalações
elétricas de sua responsabilidade e garantir o cumprimento de normas. Este
procedimento facilita ao extremo a especificação correta das instalações
desejáveis para o equipamento que será adquirido. Está provado de que, nas
instituições em que isto ocorre, os problemas decorrentes de erros de compras ou
51
falta de compatibilidade entre o equipamento adquirido e o sistema elétrico do
local de uso são totalmente eliminados (SANTANA, 1996).
4.5. Considerações Finais
Este capítulo fundamentou-se em descrever as instalações elétricas de
um CC. Foram indicados critérios de segurança que devem ser seguidos na
utilização de tomadas, sistemas de iluminação, quadros de distribuição e pisos
semicondutivos. No próximo capítulo será apresentada a metodologia para a
realização do diagnóstico do CC e para os registros de harmônicas, além dos
resultados obtidos.
52
CATULO 5 – Metodologia e Resultados
5.1. Introdução
Neste capítulo será apresentada a Metodologia utilizada para a aquisição
de informações sobre o CC e os Resultados obtidos, como os registros de
grandezas elétricas e descrição das instalações elétricas.
A pesquisa foi realizada no período de abril/2004 a novembro/2005.
Através da realização da revisão bibliográfica foi possível se obter informações
que facilitaram a compreensão do assunto e situaram a pesquisa no ambiente
científico. O procedimento seguinte foi o levantamento de informações inerentes
ao objeto do trabalho, o CC do HU da UFMS, que foram obtidas seguindo
algumas etapas que são apresentadas na Figura 5.1:
Figura 5.1 - Etapas para levantamento de informações sobre CC.
A fim de identificar alguns possíveis problemas nas instalações elétricas,
foram realizadas visitas in loco e monitoramentos de energia. Para facilitar a
aquisição de informações, foi aplicada parte das rotinas fiscalizadoras propostas
por NUNES (2003) e realizadas medições de grandezas elétricas junto a quadros
de distribuição e EEMs. O processo incluiu ainda: revisão dos diagramas
unifilares do hospital, entrevistas com o corpo técnico da manutenção e
LEVANTAMENTO DE DADOS
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DIAGRAMAS UNIFILARES
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AMENT
O
DE DAD
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METODOLOGI
A
53
funcionários (usuários finais) do hospital, além da identificação dos tipos de EEMs
utilizados, conforme proposto por HALL (1999).
5.2. Levantamento de Setores em Potencial para a Pesquisa
Esta etapa foi considerada uma das mais importantes do levantamento de
informações, pois foram obtidos relatos de pessoas que atuam no ambiente
hospitalar e operam seus equipamentos, visando indicar alguma perturbação que
interfira no funcionamento de algum EEM.
A partir de reuniões com o responsável pelo setor de Educação
Continuada do hospital, foram apresentados os setores que possuem EEMs
susceptíveis a distúrbios para serem visitados.
Numa visita preliminar, para conhecimento das instalações e suas
dimensões, foram entrevistadas as enfermeiras responsáveis por cada setor, em
diferentes turnos de trabalho. Os setores visitados foram: CC, Central de
Materiais, Recuperação Cardíaca Pós-Operatória (RCPO), Centros de
Tratamento Intensivos, Hemodinâmica/Medicina Nuclear, Unidade Coronariana e
Centro Obstétrico. Nas visitas foram analisados os seguintes itens:
Quantidade e tipos de EEMs existentes;
Estado de conservação dos EEMs, além de sua data de fabricação
e uso no HU;
Condições de funcionamento dos EEMs: foi solicitado que cada
responsável, a medida do possível, apontasse os problemas
detectados durante o manuseio dos aparelhos, como erros de
diagnósticos e problemas relacionados à segurança, como
ocorrência de choques elétricos;
Identificação de quadros de distribuição de energia que alimentam
cada setor;
Identificação de subestações que alimentam cada setor;
Identificação de quais setores são atendidos por fontes de EEE;
Avaliação das condições das instalações elétricas.
54
Dos ambientes visitados, o CC foi considerado a área de maior
importância. É o local onde se realizam intervenções cirúrgicas e onde se
centralizam grande parte dos EEMs e materiais que devem ser utilizados com
segurança pelo corpo clínico, além de ser o local onde o paciente necessita de
cuidados especiais visto que estarão susceptíveis a qualquer acidente que possa
ocorrer (MARGARIDO, 1996).
Para os demais setores, recomenda-se a aplicação deste trabalho
posteriormente, com o intuito de se obter um diagnóstico da real situação de
funcionamento de suas instalações elétricas e EEMs ligados a elas.
5.3. Aplicação de Rotinas Fiscalizadoras
Visando o levantamento de informações sobre o CC e suas instalações,
foram aplicados alguns itens das rotinas fiscalizadoras propostas por NUNES
(2003). Este trabalho apresentou uma proposta de avaliação de desempenho dos
ambientes do CC e UTI que fazem uso de EEM, através de rotinas fiscalizadoras
que consistem em considerações e critérios multidisciplinares sobre planejamento
de projetos físicos e instalações prediais para EASs, provenientes de normas e
recomendações técnicas vigentes.
Estas rotinas permitem identificar pontos críticos de instalações
deficientes que interferem no funcionamento e segurança dos EEMs e da
funcionalidade dos ambientes, orientando e propondo diretrizes fundamentadas
nos aspectos técnicos de infra-estrutura, suficientes para garantir o desempenho
adequado quanto ao uso de TMHs. As rotinas propostas já foram aplicadas em
seis hospitais da rede pública estadual e um hospital com fins filantrópicos, todos
no estado de Santa Catarina.
Enfatizando as instalações elétricas e os EEMs conectados a elas, alguns
itens como aqueles relacionados a projetos de redes de gases, hidrossanitários e
arquitetônicos, além de aspectos funcionais dos ambientes, detalhes construtivos
e materiais de acabamento e infra-estrutura de sistemas de rede de gases e
vácuo medicinais não foram abordados.
No Anexo I são apresentadas as planilhas utilizadas para a aplicação das
rotinas fiscalizadoras.
55
5.4. Medições de Parâmetros Elétricos
Para monitorar as tensões e correntes elétricas no quadro de distribuição
geral da subestação, foi utilizado um analisador de energia RE 200, da marca
Embrasul, que é um analisador trifásico e registra 18360 medições por segundo.
Os analisadores de energia RE 2000 da marca Embrasulo equipamentos de
medição digital de grandezas elétricas em tempo real. São dotados de uma
memória RAM para o armazenamento de dados. Realizam medições de tensão,
corrente, potências, freqüência e harmônicas através da conversão A/D do sinal
senoidal. São permitidas medições mono, bi ou trifásicas em sistemas
desbalanceados ou com harmônicos. Um software para análise dos registros
armazenados acompanha o equipamento.
Para analisar as harmônicas junto aos EEMs, um analisador de
harmônicas 41B Power, da marca Fluke, foi utilizado. É um aparelho monofásico,
portátil, com conexão a microcomputador para armazenamento de dados, com
alicate para 500 A e 1000 A. Este medidor é utilizado para medições instantâneas
de grandezas elétricas por ser portátil e de fácil manuseio. Acompanha o
equipamento um software para análise dos registros armazenados em
computador. Medições monofásicas dos circuitos dos quadros provenientes do
quadro geral e junto a equipamentos foram realizados pelo mesmo analisador. Os
registros foram feitos desde a subestação até as cargas individuais durante uma
semana.
Ressalta-se que todas as medições de harmônicas foram realizadas de
forma instantânea, somente para fins de amostragem e visualização, não
seguindo qualquer protocolo de medições, como por exemplo, o proposto pela
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), através dos Procedimentos de
Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional (PRODIST), módulo
8 – Qualidade de Energia Elétrica (ANEEL, 2005).
Leituras de temperaturas foram realizadas usando um termômetro
infravermelho portátil MX, da marca Raytek, a fim de estudar os efeitos das
harmônicas e outros distúrbios de qualidade de energia nas instalações.
Níveis de iluminamento foram medidos a partir de um luxímetro digital
TES 1332, da marca, da marca TES Electrical Electronic Corp.
56
5.5. Descrição Geral do Ambiente da Pesquisa
Esta pesquisa foi realizada no CC do HU Maria Aparecida Pedrossian, em
Campo Grande/MS, cuja construção data do início da década de 1970. Uma de
suas finalidades era dar suporte às atividades do curso de Medicina da
Universidade Estadual de Mato Grosso, hoje Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul, e atender à população local. No decorrer dos anos novos cursos
na área biológica foram sendo criados e passaram a utilizar o local como fonte de
pesquisa e aprendizado, assim como, passou a atender pacientes de outras
cidades sul-matogrossenses e de outros estados também. Sua área total é
36.000m², sendo 28.300 m² de área construída. Possui capacidade operacional
de 235 leitos e em média, realiza 350 cirurgias por mês.
O fornecimento de energia elétrica, em tensão primária de 13,8 kV, é
mantido pela concessionária ENERSUL – Empresa Energética do Mato Grosso
do Sul. A demanda total do hospital é 1 MW e seu consumo de energia é de 265
MWh mensais. A carga instalada está distribuída entre 12 subestações. Existem 4
Grupos Motor Geradores (GMG) a diesel funcionando como fontes alternativas,
que fornecem energia a alguns setores em caso de emergência. Existe a previsão
de entrada em funcionamento de uma microturbina movida a gás natural em
2006.
O CC do HU é alimentado por um transformador de 225 kVA, sua
demanda está em torno de 60 kW. Um gerador a diesel de 115 kVA funciona
como fonte alternativa de energia, que pode funcionar em caso de emergência
dentro de 5 segundos após uma interrupção, conforme solicita padrões médicos.
Não existem sistemas No-Break para atender suas cargas.
Existem 9 salas cirúrgicas, sendo 2 destinadas à cirurgia de emergência,
porém totalmente desativadas por falta de EEMs. Das 7 salas restantes, uma está
temporariamente desativada há 6 meses, por falta de mesa cirúrgica e está sendo
utilizada como depósito de EEMs.
Nos Anexos II e III são apresentados o lay-out do CC e as dimensões de
cada sala onde foram realizados os levantamentos de informações, assim como o
tipo de cirurgia que é realizada.
57
5.6. Resultados das Medições
Neste item serão apresentados os resultados obtidos a partir das
medições registradas nos locais apontados do diagrama unifilar da Figura 5.2.
QDF07
TOMADASILUMINAÇÃO
QDF05
50A
QDAux
125A
250A
115kVA
G
630A
LEITURA3
QDF06
QDFar
QDG - CENTRO CIRÚRGICO
LEITURA2
QDF01 QDF03
100A
LEITURA1
100A 70A
QDF04
250A 100A
REDE DE ALTA TENSÃO - ENERSUL - 13,8kV
630A
220/127
225KVA
13,8 kV
SETOR2
225KVA
220/127
13,8 kV
225KVA
220/127
13,8 kV
SETOR3
OUTROS
Figura 5.2 – Locais dos registros de parâmetros elétricos no diagrama
unifilar simplificado das instalações elétricas do CC.
58
5.6.1. Quadro de Distribuição Geral (QDG)
As Figuras 5.3, 5.4 e 5.5 apresentam as formas de onda de tensão das
fases A, B e C, respectivamente, medidas no QDG do CC, assim como seus
espectros harmônicos. O analisador de energia utilizado foi o RE 2000, da marca
Embrasul. Os registros foram realizados no local apontado na Figura 5.2 como
Leitura 1. Devido à limitação da capacidade de armazenamento do medidor, ele
registrou as informações para o traçado dos gráficos durante um minuto. As DHTs
apontadas foram as maiores registradas no período. A 5ª harmônica de tensão
esteve evidente em todas as medições. Somente a título de comparação, a
ANEEL através dos PRODIST, módulo 8 – Qualidade de Energia Elétrica
(ANEEL, 2005), rege que os valores de referências para as distorções harmônicas
totais em sistemas de distribuição junto ao consumidor devem ser iguais ou
inferiores a 10% para tensões de alimentação fase-neutro menores ou iguais 1
kV. No caso do CC, os valores situaram-se abaixo de 3%. Além disso, as
medições foram realizadas no lado secundário do transformador, não sendo
possível a instalação no lado primário devido as especificações do analisador que
não permitem este tipo de ligação.
As Figuras 5.6, 5.7 e 5.8 apresentam as formas de onda da corrente das
fases e seus espectros harmônicos. Estes valores são relativos aos mesmos
instantes de registros das curvas de tensões. As medições apresentam DHTs de
8,51%, 8,55% e 13,02%, para as fases A, B e C, respectivamente. Observa-se
que o maior valor de DHT medido é o da fase C e também é a que possui menor
valor eficaz. Os condutores e barramentos foram dimensionados para uma
determinada corrente nominal e estão sendo percorridos por um valor menor.
Mesmo a corrente tendo uma distorção elevada, porém com valor eficaz pequeno,
os condutores o estão sofrendo qualquer sobreaquecimento.
59
(a)
(b)
Figura 5.3 – Quadro de Distribuição Geral (QDG) – fase A. (a) Forma de onda
de tensão. (b) Espectro harmônico de tensão.
60
(a)
(b)
Figura 5.4 – Quadro de Distribuição Geral (QDG) – fase B. (a) Forma de onda
de tensão. (b) Espectro harmônico de tensão.
61
(a)
(b)
Figura 5.5 – Quadro de Distribuição Geral (QDG) – fase C. (a) Forma de onda
de tensão. (b) Espectro harmônico de tensão.
62
(a)
(b)
Figura 5.6 – Quadro de Distribuição Geral (QDG) – fase A. (a) Forma de onda
de corrente. (b) Espectro harmônico de corrente.
63
(a)
(b)
Figura 5.7 – Quadro de Distribuição Geral (QDG) – fase B. (a) Forma de onda
de corrente. (b) Espectro harmônico de corrente.
64
(a)
(b)
Figura 5.8 – Quadro de Distribuição Geral (QDG) – fase C. (a) Forma de onda
de corrente. (b) Espectro harmônico de corrente.
65
5.6.2. Quadro de Distribuição QDF6
O Quadro 5.1 apresenta os valores de grandezas elétricas e distorções
registradas da fase B do quadro de distribuição QDF6, no local indicado na Figura
5.2 - Leitura 2. As Figuras 5.9 e 5.10 apresentam as formas de onda de corrente e
tensão e seus respectivos espectros harmônicos. O medidor utilizado foi o
analisador de harmônicas 41B Power, da marca Fluke, de forma instantânea e
somente para fins de análise, sem o cumprimento de qualquer protocolo
específico de medições. Circuitos de tomadas estão ligados a este quadro de
distribuição. Novamente, observa-se que existem valores de distorção de corrente
elevados, porém o valor eficaz não é alto o suficiente para causar algum dano.
Neste quadro foi somente possível medir os parâmetros da fase B, pois devido à
instalação muito próxima de cabos, barramentos e condutores em seu interior não
foi possível ligar o alicate de medição do analisador. Não foi constatado nenhum
problema de sobreaquecimento ou vibração.
Quadro 5.1 - Quadro de distribuição QDF6 – fase B – parâmetros elétricos.
Freqüência (Hz) 59,98 Tensão (V) Corrente (A)
Potências RMS 126,09 3,06
Ativa (W) 370,00 Pico 178,32 5,32
Aparente (VA) 390,00
Reativa (Vars) 100,00
Ordem Harmônica Fator de Potência
Total
0,95
1 126,06 3,00
3 0,77 0,14 Fator de
Deslocamento
0,97
5 2,17 0,38
DHTV Rms (%) 2,33 7 1,41 0,25
DHTV Fund (%) 2,33 9 0,43 0,19
DHTI Rms (%) 18,56 11 0,63 0,14
DHTI Fund (%) 18,89 13 0,80 0,11
66
Forma de Onda de Corrente
-6,00
-4,00
-2,00
0,00
2,00
4,00
6,00
0,65
1,30
1,95
2,61
3,26
3,91
4,56
5,21
5,86
6,51
7,16
7,82
8,47
9,12
9,77
10,42
11,07
11,72
12,37
13,03
13,68
14,33
14,98
15,63
16,28
Tempo (ms)
Corrente (A)
(a)
Espectro Harmônico de Corrente
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
1
3
5
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
27
29
31
Ordem
Corrente (A)
(b)
Figura 5.9 - Quadro de Distribuição QDF6 – Fase B. (a) Forma de onda de
corrente. (b) Espectro harmônico de corrente.
67
Forma de Onda de Tensão
-200,00
-150,00
-100,00
-50,00
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
0,65
1,30
1,95
2,61
3,26
3,91
4,56
5,21
5,86
6,51
7,16
7,82
8,47
9,12
9,77
10,42
11,07
11,72
12,37
13,03
13,68
14,33
14,98
15,63
16,28
Tempo (ms)
Tensão (V)
(a)
Espectro Harmônico de Tensão
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
1
3
5
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
27
29
31
Ordem
Tensão (V)
(b)
Figura 5.10 - Quadro de Distribuição QDF6 – Fase B. (a) Forma de onda de
tensão. (b) Espectro harmônico de tensão.
68
5.6.3. Intensificador de Imagem por Fluoroscopia
O intensificador de imagem por fluoroscopia é utilizado para estudos
fluoroscópicos em pacientes. Este estudo é conceitualmente similar ao processo
efetuado pelo aparelho de raios-x no qual a imagem é projetada continuamente
em um monitor. Ele opera em dois modos: projetando e disparando. Esta máquina
funciona em diferentes locais a qualquer hora do dia. Ele está ligado aos mesmos
circuitos de outras tomadas monofásicas. Devido a esta situação, ele é
identificado como uma fonte em potencial de problemas relacionados à energia
elétrica, especialmente quando utilizado próximo aos equipamentos eletrônicos.
Nas Figuras 5.11 e 5.12 são mostradas as curvas de tensão e corrente
com seus respectivos espectros harmônicos, e no Quadro 5.2 são apresentados
os parâmetros elétricos medidos instantaneamente junto ao EEM. Quanto aos
níveis de distorções harmônicas de tensão não existe uma norma específica
ainda para EEMs. Para as harmônicas de corrente será utilizada como referência
para comparação a IEC (2005), lembrando que ela é utilizada para equipamentos
monofásicos com tensão fase-neutro de 220 a 240 V e no caso dos equipamentos
do CC, a tensão monofásica é 127 V. Verifica-se que existem harmônicas de
correntes de diversas ordens e elevadas taxas de DHTs, porém não estão
violando os limites da norma.
É importante observar a diferença entre os valores de Fator de Potência
Total e Fator de Potência de Deslocamento. O primeiro considera o valor da
potência harmônica o que ocasiona sua diminuição. Numa análise geral, se o
fator potência total das instalações elétricas for muito baixo, acarretará em
diversos problemas como, por exemplo, sobrecarga de condutores, barramentos
e transformadores.
Foi informado que ocorreram desligamentos instantâneos de lâmpadas
dos focos cirúrgicos ao se utilizar o intensificador de imagem em determinadas
salas. Isto ocorre devido ao mau dimensionamento de determinados circuitos que
não suportam as quedas de tensão decorrentes. A fim de mitigar a interferência
deste equipamento em outros, recomenda-se projetar circuitos dedicados a ele.
69
Forma de Onda de Corrente
-10,00
-8,00
-6,00
-4,00
-2,00
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
0,65
1,30
1,95
2,61
3,26
3,91
4,56
5,21
5,86
6,51
7,16
7,82
8,47
9,12
9,77
10,42
11,07
11,72
12,37
13,03
13,68
14,33
14,98
15,63
16,28
Tempo (ms)
Corrente (A)
(a)
Espectro Harmônico de Corrente
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
1
3
5
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
27
29
31
Ordem
Corrente (A)
(b)
Figura 5.11 - Intensificador de imagem por fluoroscopia – modo: projeção.
(a) Forma de onda de corrente. (b) Espectro harmônico de corrente.
70
Forma de Onda de Tensão
-200,00
-150,00
-100,00
-50,00
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
0,65
1,30
1,95
2,61
3,26
3,91
4,56
5,21
5,86
6,51
7,16
7,82
8,47
9,12
9,77
10,42
11,07
11,72
12,37
13,03
13,68
14,33
14,98
15,63
16,28
Tempo (ms)
Tensão (V)
(a)
Espectro Harmônico de Tensão
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
1
3
5
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
27
29
31
Ordem
Tensão (V)
(b)
Figura 5.12 - Intensificador de imagem por fluoroscopia – modo: projeção.
(a) Forma de onda de tensão. (b) Espectro harmônico de tensão.
71
Quadro 5.2 – Intensificador de imagem por fluoroscopia – modo: projeção –
parâmetros elétricos.
Freqüência (Hz) 59,98 Tensão (V) Corrente (A)
Potências RMS 126,20 2,85
Ativa (W) 250,00 Pico 174,66 7,60
Aparente (VA) 360,00
Reativa (Vars) 80,00
Ordem Harmônica Fator de Potência
Total
0,69
1 126,16 2,08
3 1,13 1,36 Fator de
Deslocamento
0,96
5 2,47 1,17
DHTV Rms (%) 2,75 7 1,70 0,55
DHTV Fund (%) 2,75 9 0,20 0,36
DHTI Rms (%) 68,17 11 0,95 0,26
DHTI Fund (%) 93,19 13 0,81 0,07
15 0,25 0,12
5.6.4. Unidades Eletro-cirúrgicas ou Bisturis Elétricos
Os bisturis elétricos são utilizados para incisão e coagulação em
intervenções cirúrgicas. São basicamente, geradores de energia em alta
freqüência. Recebem essa denominação por operarem numa faixa de freqüência
que pode variar de 300 kHz a 3 MHz, dependendo do fabricante e das
características de geração (CASTRO, 1997). Seu uso é justificado, pois minimiza
o sangramento decorrente do corte, como o que ocorre com os bisturis comuns.
Em cada sala cirúrgica do CC do HU existe um aparelho. As Figuras 5.13 e 5.14
apresentam as medições de correntes e tensão do EEM no modo de incisão. No
Quadro 5.3 são apresentados seus parâmetros elétricos.
As DHTs de corrente foram as maiores encontradas entre os EEMs do
CC, porém as correntes harmônicas de diversas ordens que as compõem estão
de acordo com IEC (2005).
Por serem cargas que operam em alta freqüência as interferências em
outros equipamentos são freqüentes. Há ocorrência de distorções nas telas dos
monitores de sinais vitais que são freqüentemente causadas pelo funcionamento
dos bisturis elétricos. No Capítulo 6 desta dissertação serão apresentadas
algumas recomendações para a mitigação dessas interferências em EEMs.
72
Forma de Onda de Corrente
-6,00
-4,00
-2,00
0,00
2,00
4,00
6,00
0,65
1,30
1,95
2,61
3,26
3,91
4,56
5,21
5,86
6,51
7,16
7,82
8,47
9,12
9,77
10,42
11,07
11,72
12,37
13,03
13,68
14,33
14,98
15,63
16,28
Tempo (ms)
Corrente (A)
(a)
Espectro Harmônico de Corrente
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
1
3
5
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
27
29
31
Ordem
Corrente (A)
(b)
Figura 5.13 - Unidade eletro-cirúrgica – modo: incisão. (a) Forma de onda de
corrente (b) Espectro harmônico de corrente.
73
Forma de Onda de Tensão
-200,00
-150,00
-100,00
-50,00
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
0,65
1,30
1,95
2,61
3,26
3,91
4,56
5,21
5,86
6,51
7,16
7,82
8,47
9,12
9,77
10,42
11,07
11,72
12,37
13,03
13,68
14,33
14,98
15,63
16,28
Tempo (ms)
Tensão (V)
(a)
Espectro Harmônico de Tensão
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
1
3
5
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
27
29
31
Ordem
Tensão (V)
(b)
Figura 5.14 - Unidade eletro-cirúrgica – modo: incisão. (a) Forma de onda de
tensão (b) Espectro harmônico de tensão.
74
Quadro 5.3 – Unidade eletro-cirúrgica – incisão – parâmetros elétricos.
Freqüência (Hz) 59,98 Tensão (V) Corrente (A)
Potências RMS 128,44 1,38
Ativa (W) 90,00 Pico 178,01 4,98
Aparente (VA) 180,00
Reativa (Vars) 10,00
Ordem Harmônica Fator de Potência
Total 0,51
1 128,41 0,71
3 0,62 0,67 Fator de
Deslocamento
0,99
5 2,95 0,59
DHTV Rms (%) 2,89 7 1,89 0,50
DHTV Fund (%) 2,89 9 0,59 0,40
DHTI Rms (%) 85,43 11 0,48 0,31
DHTI Fund (%) 164,38 13 0,56 0,21
15 0,32 0,14
5.6.5. Foco cirúrgico
As Figuras 5.15 e 5.16 mostram as formas de onda e tensão, assim como
seus respectivos espectros harmônicos, do foco cirúrgico em regime de stand-by.
Dezoito lâmpadas halógenas de 25 W - 12 Vdc compõem o conjunto
formado pelo foco cirúrgico principal e auxiliar. Embora o foco possua baterias
para o caso de emergência que são recarregadas no modo stand-by, elas não
funcionam e rápidas oscilações de tensão têm queimado suas lâmpadas. Os
circuitos que alimentam os foco cirúrgicos são provenientes do quadro de
distribuição QDF06 – Tomadas, e não a partir do quadro QDF05 – Iluminação, o
que pode estar causando esses distúrbios devido a interação entre as cargas.
Para evitar esses tipos de problemas é sugerido ligar os circuitos em
quadros separados. Uma outra recomendação seria substituir os conjuntos de
lâmpadas por conjuntos com baterias acopladas, para funcionarem em situações
de emergência.
O Quadro 5.4 apresenta os parâmetros elétricos medidos
instantaneamente do EEM em modo de stand-by. Verifica-se a existência de
valores baixos de harmônicas de correntes de diversas ordens que não estão
violando os limites de norma.
75
Forma de Onda de Corrente
-0,30
-0,25
-0,20
-0,15
-0,10
-0,05
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,65
1,30
1,95
2,61
3,26
3,91
4,56
5,21
5,86
6,51
7,16
7,82
8,47
9,12
9,77
10,42
11,07
11,72
12,37
13,03
13,68
14,33
14,98
15,63
16,28
Tempo (ms)
Corrente (A)
(a)
Espectro Harmônico de Corrente
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
1
3
5
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
27
29
31
Ordem
Corrente (A)
(b)
Figura 5.15 - Foco cirúrgico – modo: stand-by(a) Forma de onda de
corrente (b) Espectro harmônico de corrente.
76
Forma de Onda de Tensão
-200,00
-150,00
-100,00
-50,00
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
0,65
1,30
1,95
2,61
3,26
3,91
4,56
5,21
5,86
6,51
7,16
7,82
8,47
9,12
9,77
10,42
11,07
11,72
12,37
13,03
13,68
14,33
14,98
15,63
16,28
Tempo (ms)
Tensão (V)
(a)
Espectro Harmônico de Tensão
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
1
3
5
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
27
29
31
Ordem
Tensão (V)
(b)
Figura 5.16 - Foco cirúrgico – modo: stand-by (a) Forma de onda de tensão
(b) Espectro harmônico de tensão.
77
Quadro 5.4 – Foco cirúrgico – modo: stand-by - parâmetros elétricos.
Freqüência (Hz) 59,98 Tensão (V) Corrente (A)
Potências RMS 128,90 0,16
Ativa (W) 15,00 Pico 180,73 0,19
Aparente (VA) 21,00
Reativa (Vars) 10,00
Ordem Harmônica Fator de Potência
Total 0,76
1 128,88 0,15
3 0,18 0,04 Fator de
Deslocamento
0,82
5 2,63 0,02
DHTV Rms (%) 2,60 7 1,77 0,01
DHTV Fund (%) 2,60 9 0,33 0,01
DHTI Rms (%) 34,12 11 0,60 0,01
DHTI Fund (%) 36,30 13 0,82 0,01
5.6.6. Monitor de Sinais Vitais ou de Multiparâmetros
Monitores de sinais vitais são EEMs extremamente práticos para fornecer
informações sobre as condições do organismo do paciente. Nos modelos
existentes no CC as leituras de sinais dos pacientes podem ser gravadas
diretamente em disquetes, pois existe um drive embutido. Estes equipamentos
são dotados de fontes chaveadas e são tão sensíveis a distúrbios quanto
microcomputadores.
Monitores e computadores são fontes de correntes harmônicas de 3ª
ordem. Segundo ISLAM (2001), em locais onde existem muitos equipamentos têm
sido observadas elevadas correntes no condutor neutro de sistemas trifásicos,
mesmo quando suas correntes de fases encontram-se balanceadas. As Figuras
5.17 e 5.18 e o Quadro 5.5 apresentam os altos valores de DHTs deste
equipamento assim como suas componentes harmônicas de diversas ordens,
porém não estão violando os limites da norma. Observa-se também a diferença
entre os Fatores de Deslocamento e Fator de Potência Total.
Existem monitores em quase todos os setores do hospital. Recomenda-se
um diagnóstico em todo o hospital a fim de estudar o impacto de toda a carga
destinada a monitores e microcomputadores nas instalações elétricas.
78
Forma de Onda de Corrente
-1,50
-1,00
-0,50
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
0,65
1,30
1,95
2,60
3,25
3,90
4,55
5,20
5,86
6,51
7,16
7,81
8,46
9,11
9,76
10,41
11,06
11,71
12,36
13,01
13,66
14,31
14,96
15,61
16,26
Tempo (ms)
Corrente (A)
(a)
Espectro Harmônico de Corrente
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
1
3
5
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
27
29
31
Ordem
Corrente (A)
(b)
Figura 5.17 - Monitor de sinais vitais – (a) Forma de onda de corrente
(b) Espectro harmônico de corrente.
79
Forma de Onda de Tensão
-200,00
-150,00
-100,00
-50,00
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
0,65
1,30
1,95
2,60
3,25
3,90
4,55
5,20
5,86
6,51
7,16
7,81
8,46
9,11
9,76
10,41
11,06
11,71
12,36
13,01
13,66
14,31
14,96
15,61
16,26
Tempo (ms)
Tensão (V)
(a)
Espectro Harmônico de Tensão
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
1
3
5
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
27
29
31
Ordem
Tensão (V)
(b)
Figura 5.18 - Monitor de sinais vitais – (a) Forma de onda de tensão
(b) Espectro harmônico de tensão.
80
Quadro 5.5 – Monitor de sinais vitais – parâmetros elétricos.
Freqüência (Hz) 60,04 Tensão (V) Corrente (A)
Potências RMS 128,35 0,43
Ativa (W) 32,00 Pico 178,99 1,27
Aparente (VA) 55,00
Reativa (Vars) 9,00
Ordem Harmônica Fator de Potência
Total 0,59
1 128,30 0,27
3 0,44 0,22 Fator de
Deslocamento
0,96
5 2,69 0,18
DHTV Rms (%) 2,61 7 1,67 0,14
DHTV Fund (%) 2,62 9 0,32 0,09
DHTI Rms (%) 78,53 11 0,59 0,04
DHTI Fund (%) 126,84 13 0,66 0,01
5.6.7. Considerações sobre as Medições
Os condutores neutro e fase, transformadores, quadros de distribuição e
barramentos das instalações elétricas do CC do HU não foram dimensionados
para atender a cargas não-lineares e fluxos harmônicos. No entanto, os registros
instantâneos realizados nos EEMs não apresentaram qualquer nível de
harmônicas que possa comprometer o funcionamento deles. Os valores
registrados encontram-se dentro dos limites regidos por norma, lembrando que foi
utilizada a IEC (2005) somente para fins de comparação.
Novas cargas são ligadas às instalações elétricas freqüentemente,
portanto sugere-se que suas especificações sigam as normas e regulamentos
disponíveis.
Recomendam-se ainda avaliações periódicas das instalações, com
enfoque na presença de harmônicas na energia elétrica utilizada no CC, além de
estender os estudos a outros setores.
81
5.7. Instalações Elétricas do CC – Diagnóstico
Por intermédio de visitas ao CC e reuniões com os funcionários
responsáveis por cada sala cirúrgica, foi traçada a situação das instalações
elétricas e dos EEMs ligados a elas, apontando as principais desconformidades.
Foi verificado que não existe uma cópia dos projetos elétricos em um local
específico dentro do CC. Eles ficam em poder do setor de manutenção.
Ocorreram diversas modificações nas instalações, porém não são apresentados
registros em plantas baixas, o que é comum em todas as unidades hospitalares
quando se trata de reforma informal. Ainda que haja um projeto de ampliação e
este sofra alterações durante a execução, não existe preocupação com registros
gráficos, dificultando a manutenção do EAS e as reformas futuras. O projeto
existente foi digitalizado para o auxílio na pesquisa.
5.7.1. Sistema de EEE
O sistema de abastecimento de EEE do CC é realizado a partir de um
GMG de 115 kVA que entra em funcionamento em 5 segundos através de
transferência automática e atende aos EEMs de monitorização de pacientes
(Grupo 2, Classe <
15) e aos demais EEMs (Grupo 2, Classe > 15). Os focos
cirúrgicos (Grupo 2) possuem sistemas No-Break para estabelecimento de
energia em menos de 0,5 segundo por se tratarem de EEMs classe <
0,5, porém
não funcionam.
Ocorreram interrupções no fornecimento de energia elétrica ao HU no
período em que se estava realizando o trabalho. O GMG que atende ao CC e que
deveria ser acionado automaticamente em até 5 segundos não funcionou. O
problema foi resolvido, a partir de acionamento manual após alguns minutos,
porém não foi registrado qual foi a causa dos problemas. Segundo informações
da enfermeira chefe do CC, neste período estavam sendo realizadas intervenções
cirúrgicas e devido aos procedimentos de emergência médica não ocorreu
qualquer imprevisto que comprometesse a vida do paciente.
82
5.7.2. Tomadas Elétricas
Quanto à tomadas destinadas à alimentação dos EEMs verificou-se que:
As tomadas estão instaladas abaixo de 1,50 m (zona de risco);
Existe tomada fora do padrão 2P+T universal sem o terceiro furo para o pino
de aterramento dos plugues;
São utilizadas muitas extensões elétricas em todo o CC, além de plugues sem
pino de aterramento;
A quantidade de tomadas distribuídas dentro das salas está, em média, na
proporção de 90% para monofásicas (127 V) e 10% (bifásicas), que são
utilizadas exclusivamente para os equipamentos de raios-x;
Existem consoles com 6 ou 7 tomadas em cada sala cirúrgica dispostos em
alturas abaixo da zona crítica (1,5 m). Além disso, o aterramento de EEMs é
realizado através de improvisações e sem eficácia.
5.7.3. Iluminação
Em cada sala cirúrgica e na sala de RPA a iluminação geral é realizada
através de dez a doze luminárias embutidas com seis lâmpadas cada, com
reatores eletromagnéticos de partida rápida. Verificou-se que existem diversas
lâmpadas queimadas. O nível de iluminamento geral variou de 170 lux a 770
lux;
A iluminação destinada às intervenções cirúrgicas é realizada através de dois
focos cirúrgicos em cada sala: um principal, composto por 12 lâmpadas
halógenas de 25 W / 12 Vdc; e um auxiliar, composto por 6 lâmpadas do
mesmo tipo. Muitas lâmpadas encontravam-se queimadas. Tampas de acrílico
as protegem contra o contato direto com o meio externo, porém algumas se
encontravam empoeiradas e outras quebradas. Os níveis de iluminamento nas
mesas cirúrgicas variaram de 8500 lux a 22000 lux para os focos principais, e
de 1900 lux a 7600 lux para os focos auxiliares. Conforme já citado, os focos
cirúrgicos são compostos de sistemas No-Break que não funcionam mais;
83
As luminárias das paredes dos corredores das salas cirúrgicas do CC estão
ligadas ao sistema elétrico de EEE;
Os circuitos de destinados à iluminação de cada sala não são independentes
entre si.
5.7.4. Quadros de Distribuição
Os quadros de distribuição estão instalados nos corredores de acesso ao CC.
A alimentação é proveniente de um Quadro de Distribuição Geral instalado no
interior da subestação do CC, ao lado dela encontra-se a sala do Gerador de
EEE. O Quadro de Força de EEE instalado nesta sala, alimenta somente os
quadros de força de tomadas e iluminação das salas cirúrgicas;
Os quadros estão instalados em local adequado, ou seja, seco, ventilado,
isento de vapores corrosivos ou gases;
Não são aplicados dispositivos DR, protetores contra surtos de energia nem
transformadores de isolamento contra choques elétricos. As proteções de
circuitos são realizadas somente através de disjuntores termomagnéticos que
em caso de curto-circuito, desarmam e somente após a solução do problema é
que eles são acionados;
Não existe sistema de aterramento na configuração IT-Médico no CC. A
configuração existente é a TN-C-S;
O sistema de aterramento existente é precário e ineficaz. Foi verificado que na
sala D (cirurgia cardíaca), existem casos de choque elétrico próximos aos
EEMs de anestesia e monitoramento de pacientes;
Foi constatada a inexistência de qualquer ligação eqüipotencial nas
instalações do CC. No interior dos quadros de distribuição não existem as
barras de terra, de sinal ou de equipotencialidade distintas.
5.7.5. Pisos Semicondutivos
Segundo informações do setor de manutenção, as atuais instalações do
CC datam de 1992. As salas cirúrgicas foram concebidas com pisos
84
semicondutivos, porém de qualidade duvidosa, visto que em 1994, eles tiveram
que ser substituídos. Porém essa substituição foi realizada de forma precária,
sem a verificação da resistência ou continuidade da malha de aterramento
existente. Nenhum relatório técnico foi realizado para garantir a funcionalidade do
piso nem mesmo testes periódicos de condutibilidade do mesmo são realizados.
5.7.6. Compatibilidade Eletromagnética
As principais fontes geradoras de sinais eletromagnéticos de alta
freqüência no interior das salas cirúrgicas são as unidades eletro-cirúrgicas
(bisturis elétricos). As interferências oriundas influenciam o desempenho e
funcionamento de outros EEMs. Existem modelos novos que utilizam valores de
corrente muito menores em relação aos antigos, causando menos interferências.
Como receptores, os monitores de sinais vitais ou monitores de multiparâmetros
são os EEMs mais susceptíveis. As interferências podem ocorrer de duas formas:
por condução, quando a energia de alta freqüência é conduzida para o monitor
através do corpo do paciente; e por radiação, quando a transmissão se dá pelo ar
induzindo nos monitores e cabos. Ainda, segundo CASTRO (1997), como
receptores em potencial de EMI num ambiente cirúrgico podem-se citar os
marcapassos cardíacos (utilizados para manter os batimentos cardíacos quando
os controles naturais do coração estão com algum problema devido a doenças ou
cirurgias), porém no CC do HU não foi constatado nenhum problema relacionado
a esses dispositivos.
Nas visitas ao CC foi observada a presença de telefones celulares no
interior das salas cirúrgicas. A incompatibilidade destes equipamentos com os
EEMs pode causar alterações funcionais, que afetam diretamente os resultados
de diagnósticos de pacientes.Torna-se imprescindível a necessidade de medidas
que visem a segurança de pacientes.
Não existem circuitos elétricos diferenciados para EEMs geradores de
EMI e EEMs mais sensíveis como os de monitoração de pacientes, nem distinção
de fases para cada tipo de equipamento.
85
Nenhum condutor de energia, tanto os destinados aos circuitos quanto
dos próprios EEMs, possuem algum tipo de blindagem que possa refletir ou
absorver ondas eletromagnéticas. Lembrando que a blindagem atua de forma a
evitar que sinais de EMI gerados pelo dispositivo possam se propagar livremente
através do ambiente, assim como também evita que sinais de interferência
prejudiquem o funcionamento do dispositivo em questão.
Não são adotadas quaisquer medidas para a mitigação do acúmulo de
eletricidade estática no interior das salas cirúrgicas, como aterramento de massas
ou roupas anti-estáticas.
O SPDA é antigo e não existe qualquer tipo de relatório técnico sobre sua
eficácia ou manutenção periódica.
5.7.7. Outras cargas
O CC possui sistema de ar condicionado central. Conforme informações
de funcionários, são máquinas precárias e antigas. Não existe mais qualquer tipo
de sistema de filtragem como filtros absoluto ou anti-bactéria. São realizadas
manutenções a cada 6 meses nas tubulações utilizando materiais de limpeza
comuns.
5.8. Considerações Finais
Este capítulo teve como objetivo apresentar a Metodologia utilizada para
a elaboração desta dissertação e os Resultados Obtidos a partir de medições de
harmônicas e visitas ao CC.
A Metodologia baseou-se em etapas que vão desde as entrevistas
preliminares com os responsáveis por cada setor do HU para identificação de
locais susceptíveis a problemas, até as medições junto aos EEMs.
As medições foram realizadas em quadros de distribuição e EEM; a partir
delas foram registradas as curvas de corrente e tensão, com seus espectros
harmônicos.
86
Nas visitas ao CC procurou-se descrever suas instalações elétricas e
identificar deficiências que possam influenciar na execução das atividades. Para
tanto foi elaborado um diagnóstico energético do ambiente.
No próximo capítulo será exposta a Discussão sobre os Resultados
Obtidos e propostas algumas recomendações, baseadas em normas técnicas,
para assegurar o funcionamento das instalações elétricas e garantir a segurança
de pacientes e funcionários.
87
CATULO 6 - Discussão e Recomendações
6.1. Discussão
O CC é um setor complexo de um EAS para se realizar seu planejamento
sico e adequá-lo ao funcionamento dos EEMs. Devido a aplicação de modernas
TMHs, muitos fatores devem ser analisados a fim de garantir a integridade de
pacientes e funcionários, ou seja, os usuários finais destas tecnologias. Mesmo
após a concepção de toda a infra-estrutura planejada, a interatividade entre os
diversos equipamentos e/ou entre eles e as instalações elétricas deve ser
analisada e discutida a fim de detectar qualquer problema que possa diminuir a
eficiência dos processos. Aliado às inadequações da infra-estrutura física, o fator
humano também é um elemento que pode contribuir com a perda de segurança e
eficácia na execução das atividades, como a realização de muitos procedimentos
em desacordo com as especificações dos fabricantes e normas, além da falta de
informação do próprio usuário.
Foi verificado, por exemplo, a presença de telefones celulares no interior
das salas cirúrgicas, que é uma possível fonte de distúrbios, visto que o
equipamento emite ondas eletromagnéticas que interferem no funcionamento de
EEMs. Em CABRAL (2001) foi discutido que a presença destes equipamentos
não necessariamente causarão interferência em EEMs, mas aumentam a
probabilidade de sua ocorrência. Existem no mercado diversos tipos de
equipamentos que emitem valores diferentes de campos elétricos, devendo-se ter
cautela ao estabelecer uma distância mínima de segurança entre fontes
emissoras de radiofreqüência e EEMs, pois uma mesma distância pode ser
satisfatória para uma fonte e para outra não. A partir dos resultados de seu
trabalho foi possível notar que uma parcela significativa dos EEMs testados
mostrou-se susceptível aos campos eletromagnéticos emitidos pelos telefones
celulares avaliados. Ressaltando-se que tanto os tipos de aparelhos celulares
utilizados quanto os EEMs testados sob sua influência, podem ser considerados
como os fatores delimitadores de sua pesquisa. No CC do HU existem EEMs com
diferentes datas de fabricação, que devido à tecnologia aplicada podem ser mais
susceptíveis a problemas de EMI. A redução da incompatibilidade presente entre
88
as duas tecnologias é lenta devido à necessidade de investimentos em novos
EEMs menos susceptíveis. Neste contexto é sugerida a promoção de campanhas
de caráter educativo, a fim de orientar os funcionários e pacientes, no sentido de
dotá-los de informações necessárias, para que se sintam motivados para a prática
de ações que conduzam a utilização segura de energia, enfocando a necessidade
do envolvimento de todos na busca dos objetivos propostos, que são a redução
de riscos de acidentes.
Ainda em caráter comportamental, conforme informações de funcionários
do setor de manutenção do hospital, diversos EEMs são danificados por falta de
treinamento dos usuários finais para a sua devida operação. Muitas vezes são
descuidos simples, mas que geram prejuízos financeiros e que comprometem as
atividades. Por exemplo, existem casos de queimas de EEMs devido à sua
ligação em tomadas de força de tensão maior para as quais eles foram
projetados.
No entanto, dois componentes são os principais contribuintes com a
situação em que se encontra, não só o CC, mas também todo HU: falta de
recursos financeiros e humanos. Já nas etapas iniciais da pesquisa, em que
foram visitados diversos setores para a determinação do mais propenso a
distúrbios e munido de mais EEMs, foram observados locais em que não haviam
luminárias em determinados corredores de acesso, pois haviam sido retiradas
para serem utilizadas dentro das alas de pacientes. No próprio CC, existem salas
em que suas luminárias estão sem lâmpadas ou com a metade de sua
capacidade. Numa situação dessas, torna-se difícil exigir um sistema No-Break
para adequar as instalações no CC no requisito de segurança. Pode-se até
condicionar a falta de recursos humanos a falta de recursos financeiros. No CC,
conforme constatado, foi informado que determinadas salas cirúrgicas não estão
ativadas, pois além da falta de EEMs, faltam recursos humanos para atender a
demanda de pacientes.
Verificou-se que as alterações na infra-estrutura do CC foram realizadas
de forma desordenada e sem o devido planejamento, devido a ausência de um
profissional na área de EC. O resultado disso leva a que o próprio pessoal técnico
da manutenção do EAS atenda às necessidades de adequação do espaço físico
junto à direção do EAS, apresentando croquis e gerando uma reforma informal.
89
Os sistemas de aterramento utilizados, por serem antigos e ineficientes,
necessitam urgentemente de uma adequação, ou até mesmo a instalação de
novos sistemas, principalmente na configuração IT-Médico, que é exigida por
norma para CC (ABNT, 1995). Sua relevância deve-se principalmente à
segurança de pacientes e funcionários, e a necessidade de mitigar distúrbios
relacionados a qualidade de energia. Inerente a este tópico, os pisos
semicondutivos, mostraram-se ausentes ou precários nas salas de cirurgia.
Segundo NUNES (2003), alguns autores levantam dúvidas quanto à validade da
aplicação destes itens, pois diversos assuntos ainda são polêmicos e são
discutidas as suas eficiências e veracidade nos ambientes de CC.
Os níveis de harmônicas detectados estão de acordo com os níveis
admissíveis, lembrando que foram utilizadas referências normativas do exterior
para título de comparação. No Brasil não ainda normas específicas que limitem
as harmônicas geradas por equipamentos eletro-eletrônicos. Devido a este
panorama, a utilização de EEMs sem qualquer especificação mínima que seja é
cada vez maior.
No contexto pedagógico, desde o início dos trabalhos, na obtenção de
informações in loco e nas realizações das medições, foram utilizados acadêmicos
do curso de Engenharia Elétrica e estagiários do Laboratório de Eficiência
Energética do DEL/UFMS. Sua participação, de forma voluntária, visando a busca
de conhecimento, colaborou de forma decisiva na pesquisa, dando suporte e
participando diretamente dos levantamentos de campo. A proposta de utilizar este
trabalho como ferramenta de implementação na aprendizagem dos acadêmicos
foi atingida. Visto que tópicos relacionados à EC não fazem parte da grade
curricular do curso, a pesquisa serviu de incentivo aos acadêmicos participantes a
realizarem futuros trabalhos tanto na área hospitalar quanto na área de qualidade
de energia.
Nem tudo são informações desanimadoras na execução deste trabalho.
Acredita-se que o pouco que se fez já está contribuindo de forma científica e
social com a instituição. Um evento coincidiu com a elaboração da dissertação: o
programa PROCEL Hospitalar que a UFMS, ELETROSUL e o Ministério de
Energia e Minas, através do PROCEL, estão realizando junto ao HU da UFMS.
Em sua primeira etapa, o programa baseia-se na eficientização de
90
condicionadores de ar e iluminação, através de substituição de equipamentos
convencionais por equipamentos mais eficientes. Numa segunda etapa, está
previsto o aumento de troca de roupas de uso diário de pacientes, fazendo com
que diminua a utilização das cargas da lavanderia do HU. Já foi recomendada a
substituição dos focos cirúrgicos de todas as salas do CC, devidamente
especificados, com baterias internas para o caso de interrupção por parte da
concessionária local ou alguma falha no sistema de EEE do hospital.
6.2. Propostas de Trabalhos Futuros
Sugere-se a aplicação da metodologia deste trabalho em todos os setores
do HU.
Caso sejam implementadas as recomendações deste trabalho, seria
importante a constatação, através de estudos, das mudanças previstas. Por
exemplo, caso estabeleçam adequações aos sistemas de aterramento e piso
semicondutivo das salas, deveriam ser diagnosticadas sua funcionalidade,
verificando se continuaram ou não a incidência de choques elétricos em
determinados locais e os valores de resistências elétricas das partes envolvidas.
Se fossem instalados sistemas No-Break, um tópico importante a ser
estudado seria qual a sua influência na qualidade de energia utilizada, visto que
são equipamentos considerados cargas não-lineares.
Na ausência de um profissionais habilitados em EC, recomenda-se a
promoção de cursos e palestras, baseados nesta pesquisa, para funcionários
sobre a importância da utilização da energia elétrica de forma segura e eficiente.
6.3. Recomendações
Baseado nas informações obtidas, valendo-se de visitas ao CC, e
mediante a pesquisas bibliográficas, algumas recomendações podem ser
sugeridas:
Existem projetos elétricos das instalações do CC, porém desatualizados e
somente em cópias heliográficas, nada em arquivos digitais. Alguns foram
91
digitalizados para serem utilizados na pesquisa. Torna-se necessária a
atualização e digitalização de todos os projetos do CC, incluindo os das outras
especialidades, como arquitetônico, hidrossanitário, estrutural e outros. Além
disso, eles devem estar disponíveis na sala de chefia da enfermagem para
eventual consulta;
É obrigatória por norma a existência de uma fonte de EEE que atenda as
áreas classificadas como Classe < 0,5, como as salas de cirurgia. No caso,
recomenda-se a utilização de sistemas No-Break;
Quanto aos pontos de força, faz-se necessário a adequação da instalação das
tomadas acima de 1,5 m (zona de risco). É proibida a utilização das extensões
elétricas. Quando não for possível, elas deverão ser devidamente lacradas
para se evitar qualquer acidente. Todas elas deverão possuir um terminal para
aterramento;
O sistema luminotécnico das salas cirúrgicas devem ser eficientizados, pois
como é antiquado, esse uso final não está sendo bem aproveitado. Os
reatores eletromagnéticos deveriam ser substituídos por eletrônicos de alto
fator de potência e as luminárias/lâmpadas devem se adequadas a fim de
propiciar a cada ambiente os Níveis de Iluminamento, IRC e Temperatura de
Cor propostos na Tabela 4.3. Os circuitos devem ser independentes entre sim,
para evitar, que num eventual problema em um circuito de uma sala, as outras
sejam prejudicadas;
Os focos cirúrgicos devem ser substituídos devido ao estado precário em que
se encontram. Devem possuir baterias internas que garantam o
restabelecimento imediato de energia caso ocorra alguma interrupção no
fornecimento principal proveniente da concessionária;
Todos os quadros deverão ser compostos de barramentos de neutro e terra,
além de seus circuitos serem devidamente protegidos e identificados, por tipo
92
de carga e qual sala eles atendem. Todas as suas partes metálicas não
energizadas, como carcaça e portas, deverão ser aterradas;
Deve ser previsto a instalação de sistema de aterramento IT-Médico em locais
do Grupo 2 devidamente equipado com um DSI (ABNT, 1995). Nos locais do
Grupo 1, a proteção por seccionamento automático da alimentação deve ser
confiada a dispositivos DR (ABNT, 1995). Todos os sistemas deverão ser
redimensionados e verificados para garantir sua funcionalidade;
Caso se opte em se projetar malhas de aterramento distintas, com
configurações iguais, tanto para força quanto para referência de sinal para
equipamentos eletrônicos, elas deverão ser interligadas através de um
condutor único;
Recomenda-se a instalação de piso semicondutivo nas salas onde exista
manipulação de produtos inflamáveis e cirurgias cardíacas. Ressaltando-se
que não existe comprovação de sua presença ou qualquer relatório técnico de
sua eficiência. Nas salas de cirurgias especializadas do tipo cardíacas esse
piso se faz necessário, uma vez que o coração não suporta choque elétrico
acima de 500
µA e as salas de cirurgia que não fizerem uso de piso condutivo
devem ser identificadas externamente (“Proibido o uso de agentes anestésicos
inflamáveis e explosivos”) (IEC, 1997);
Deve ser promovida a equipotencialização de toda a instalação elétrica do CC,
além das malhas (sistemas e piso) propostas, a fim de se evitar a geração de
possíveis diferenças de potencial que possam danificar EEMs e/ou
comprometer a segurança de funcionários e pacientes. Ressalta-se ainda a
necessidade de se evitar a ocorrência de descargas eletrostáticas;
Devem ser distintos os circuitos destinados aos EEMs de monitoração de
sinais vitais, iluminação e aqueles que possam gerar IEM, como unidades
eletrocirúrgicas, respeitando a sugestão de que determinada fase dos quadros
93
de distribuição deve ser exclusiva para os possíveis geradores de
interferência;
Utilizar valores de potência de saída das unidades eletro-cirúrgicas o mais
baixos possíveis para cada procedimento cirúrgico;
Manter cabos do monitor de multiparâmetros longe dos cabos da unidade
eletro-cirúrgica;
Manter os cabos do monitor de multiparâmetros perpendicular aos cabos da
unidade eletro-cirúrgica;
Procurar utilizar somente cabos blindados em EEMs geradores de IEM e
naqueles mais susceptíveis a este tipo de distúrbio;
Em casos mais críticos são recomendáveis o projeto e construção de filtros
adaptativos que consigam eliminar IEM;
Recomenda-se que os EASs estabeleçam programas de orientação aos
usuários dos telefones celulares sobre o risco potencial que possuem em
produzir interferência nos EEMs, limitando o seu uso em determinados
setores, principalmente no CC e UTI;
Quanto ao uso de sistemas de ar condicionado, recomenda-se um estudo para
adequação do sistema existente, visto que é obsoleto e necessita
urgentemente de manutenção e adoção de filtros adequados à necessidade
de procedimentos cirúrgicos, além de se optar por equipamentos mais
eficientes, com selo PROCEL;
Torna-se evidente a necessidade de profissionais habilitados no ramo de EC
no HU, devido às suas deficiências de infra-estrutura e gerenciamento na
utilização da energia elétrica, visando o treinamento de funcionários,
assessoramento na compra e instalação de EEMs, programação e fiscalização
94
de manutenções preventivas e corretivas, além realização de medições de
parâmetros elétricos periodicamente a fim controlar sua qualidade. Todos
esses procedimentos, conforme citados, devem ser planejados
fundamentados em normas, para se garantir a segurança de funcionários e
pacientes, além de otimizar os custos de investimentos.
95
CATULO 7 – Conclusão
A falta recursos financeiros e humanos não é exclusividade do HU da
UFMS, é comum em diversos hospitais. Na maioria das vezes, é inevitável a
adoção de improvisações na execução de reformas em locais que possuem
características funcionais de emergência, como o CC que não pode parar devido
a alta demanda de pacientes que são atendidos diariamente.
Devido ao crescimento da instituição e a necessidade de acolher seus
pacientes, verificou-se a falta de um planejamento e de readequação de suas
instalações acarretando em deficiências, como ineficácia de sistemas de
aterramento, falta de fontes de EEE que atendam a determinadas cargas
imediatamente, falta de pisos semicondutivos, incompatibilidade de TMHs,
utilização de EEMs em estado precário ou mau uso destes equipamentos, ora por
falta de conhecimento de normas técnicas ora por descuido.
Quanto aos níveis de harmônicas, por enquanto verificou-se que não
existem valores que possam comprometer o funcionamento dos EEMs no CC.
Porém, faz-se necessário a realização de medições periodicamente a fim de
monitorar em intervalos de tempo maiores a energia utilizada. Além disso, à
medida que forem sendo solicitados a disponibilidade de novos EEMs, é
aconselhável verificar suas características de funcionamento quanto a níveis de
harmônicas, faixas de sensibilidade a variações de tensões e EMI ou se são
possíveis geradores de qualquer outro tipo de distúrbio que acarretem o mau
funcionamento da instalação ou dos EEMs ligados à ela.
Para a análise dos aspectos eletromagnéticos, tanto quantitativamente
quanto qualitativamente, de modo a prevenir a interferência na funcionalidade e
na segurança dos EEMs é recomendável a existência e a capacitação de
profissionais habilitados no ramo de EC no HU. Esses especialistas devem ser
amparados pela aplicação das normas de planejamento e de infra-estrutura dos
ambientes que o compõem e que fazem uso de TMHs, visando garantir a
eficiência e segurança dos processos, além, é claro, de seus usuários finais, que
são os pacientes e funcionários.
96
Ressalta-se que esta pesquisa, focada num único setor hospitalar, não
dispensa a necessidade de um corpo técnico multidisciplinar para o atendimento
ao EAS como um todo.
O trabalho é ainda uma contribuição científica e social que é um dos
objetivos de um trabalho de um programa de pós-graduação.
97
ANEXO I – Planilhas para Aplicações de Rotinas
Fiscalizadoras
98
INFORMAÇÕES GERAIS
PROJETOS DO CC
N.º do EAS:
1.PROJETO ARQUITETÔNICO
Item de verificação: Projeto Arquitetônico do CC Sim Não
Existente
Modificado
Modificações registradas em planta
2.PROJETO ELÉTRICO
Item de verificação: Projeto Elétrico do CC Sim Não
Existente
Modificado
Modificações registradas em planta
3.PROJETO DE AR CONDICIONADO
(Consulta no setor de manutenção do EAS)
Item de verificação: Projeto de Ar Condicionado Sim Não
Existente
Modificado
Modificações registradas em planta
99
INFRA-ESTRUTURA ELÉTRICA E ELETRÔNICA PARA CC
No. do EAS:
1.SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE EEE DO CC E RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA
Item de verificação: Alimentação de energia elétrica hospitalar Sim Não
Duas fontes obrigatórias
Rede concessionária local
Conjunto de baterias que garantem o fornecimento para áreas críticas do CC
Grupo de geradores que garantam o fornecimento para áreas críticas do CC.
Linha independente da concessionária (fornecimento ininterrupto e simultâneo,
com intervalo não superior a 2 horas, comprovado nos últimos 5 anos)
Dispositivo automático de transferência de uma fonte para outra para áreas
críticas
Dispositivo manual de transferência de uma fonte para outra para áreas
semicríticas.
Autonomia do conjunto: contínuo por 24 hs a todas as cargas alimentadas pelo
sistema de EE.
2.ÁREAS ALIMENTADAS PELO CIRCUITO CRÍTICO DE EEE: Classificação dos locais do CC
(G) tipo de equipamento/ (C) alimentação de segurança
Item de verificação: Sala pequena de cirurgia Sim Não
Foco cirúrgico: G2,<0,5.
Tomadas selecionadas para EEMs vitais (G2,C<0,5)
Tomadas selecionadas (G2,C<15)
Todas tomadas são (G2,C<0,5)
Todas tomadas são (G2,C<15)
Nenhuma tomada atende a classificação: G 2, C < 0,5 (tomadas selecionadas
e foco cirúrgico) e G 2, C <
15
Luminárias selecionadas ligadas ao sistema de EEE
Item de verificação: Sala média de cirurgia - Sim Não
Foco cirúrgico: G2,< C 0,5
Tomadas selecionadas para EEMs vitais (G2,C <0,5)
Tomadas selecionadas (G2,C<15)
Todas tomadas são (G2,C<0,5)
Todas tomadas são (G2,C<15)
Nenhuma tomada atende a classificação: G 2, C < 0,5 (tomadas selecionadas
e foco cirúrgico) e G 2, C<
15
Luminárias selecionadas ligadas ao sistema de EEE
Item de verificação: Sala grande de cirurgia Sim Não
Foco cirúrgico: G2, C< 0,5
Tomadas selecionadas para EEMs vitais (G2,C<0,5)
Tomadas selecionadas (G2,C<15)
Todas tomadas são (G2,C<0,5)
Todas tomadas são (G2,C<15)
Nenhuma tomada atende a classificação: G 2, C < 0,5 (tomadas selecionadas
e foco cirúrgico) e G 2, C<
15
Luminárias selecionadas ligadas ao sistema de EEE
Item de verificação: Sala de indução anestésica Sim Não
Tomadas selecionadas (G2,C<0,5)
Tomadas selecionadas (G1,C<15)
Todas tomadas são (G2,C<0,5)
Todas tomadas são (G2,C<15)
Nenhuma tomada atende a classificação: G 2, C < 0,5 (tomadas selecionadas
e foco cirúrgico) e G 2, C <
15
Luminárias selecionadas ligadas ao sistema de EEE
100
3.SISTEMA DE ATERRAMENTO E PROTEÇÃO CONTRA CHOQUE ELÉTRICO EM CC
Item de verificação: Sistema de aterramento Sim Não
Aterramento em salas de cirurgia
Aterramento em sala de RPA
Aterramento em sala de indução anestésica
Item de verificação: Proteção contra choques Sim Não
Sistema IT Médico para locais do grupo 2
4.DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
Item de verificação: Transformador de segurança Sim Não
Transformador separador de segurança
Complementados com sistema de alarme contra falha de isolação com monitor
de isolamento de linha, ou monitor dinâmico
Transformador separador suplementar para sala cirúrgica
5.DISJUNTORES
Item de verificação: Disjuntor para a sala de cirurgia Sim Não
Disjuntores setorizados para cada sala de cirurgia
Identificação de locais de comando
Local acessível
6.ILUMINAÇÃO DE ÁREAS DE APOIO E CORREDORES DO CC
Item de verificação: Nível de iluminamento Sim Não
Áreas de apoio e corredores = 500 lux
Item de verificação: Luminárias de áreas de apoio e corredores Sim Não
Algumas luminárias ligadas ao sistema de EE
7.TOMADAS EM ÁREAS DE APOIO E CORREDORES
Item de verificação: Tubulações do sistema elétrico do CC Sim Não
Correm em espaço técnico
Expostas
Embutidas
Tomadas instaladas a 1,50m do piso
101
REQUISITOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICA E ELETRÔNICA ESPECÍFICAS PARA SALAS DE
CIRURGIA PEQUENA – MÉDIA - GRANDE
No. do EAS:
1. REQUISITOS PARA INFRA-ESTRUTURA ELÉTRICA EM SALA DE CIRURGIA
Item de verificação: Instalações elétricas Sim Não
Ligadas ao sistema de energia elétrica de EEE
Ligadas ao sistema de aterramento
Ligadas a um sistema elétrico específico dependendo do equipamento
Item de verificação: Tubulações do sistema elétrico Sim Não
Embutidas
Expostas
Correm em espaço técnico
Item de verificação: Circuitos elétricos Sim Não
Circuitos alimentados por fases diferentes para EEMs geradores de
interferências.
Circuitos alimentados por fases diferentes para equipamentos de monitoração
Circuito independente para o foco cirúrgico
Estabilizador de voltagem/ regulador de voltagem
2. ILUMINAÇÃO
Item de verificação: Iluminação SIM NÃO
Lâmpada fluorescente tipo luz do dia
Luminárias com proteção contra poeira
Algumas luminárias ligadas ao sistema EE
Iluminação geral das salas cirúrgicas = 1.000 lux
Iluminação do campo cirúrgico = mínimo de 10.000 a 20.000 lux
Luminárias do campo cirúrgico: ligadas ao sistema EE em 0,5 segundos
3.TOMADAS, INTERRUPTORES E PONTOS DE FORÇA
Item de verificação: Tomadas de Equipamento de Raios-X – Transportável SIMO
Ligadas ao sistema ao sistema de EEE
Ligadas ao sistema de aterramento
Transformador de separação individualizado por aparelho
Circuito mínimo de 4.500 VA para 30 A
Identificadas “Para uso de Raios-X”
Localizadas na sala cirúrgica
Localizadas no corredor
Item de verificação: Tomadas, interruptores e pontos elétricos das salas
de cirurgia
Sim Não
Mínimo de 2 Conjuntos com 4 tomadas com voltagem fornecida pela
concessionária local (220 V)
Mínimo de uma tomada com voltagem diferenciada (110 V)
Item de verificação: Zona de risco Sim Não
Tomadas = Altura mínima de 1,50m do piso pronto
Interruptores = Altura mínima de 1,50m do piso pronto
Luminária cirúrgica = Instalada a altura mínima de 1,50m do piso pronto
Instalações de tomadas abaixo de 1,50m blindadas e lacradas
Tomadas padronizadas
Uso de extensões elétricas
Utilização de adaptadores de tomadas
Tomada específica para bisturi
Ponto de força para laser
Tomada para comando de mesa cirúrgica
Ponto de energia para negatoscópio
Coluna retrátil
102
4. PISOS SEMICONDUTIVOS
2. Item de verificação: Piso semicondutivo Sim Não
Pisos semicondutivos em sala cirúrgica
Malha metálica
5. SISTEMA DE SINALIZAÇÃO EM SALA DE CIRURGIA
Item de verificação: Sinalização de enfermagem Sim Não
Sinalização de enfermagem na sala cirúrgica
Sinalização de sala ocupada
Sinalização de Anestesia
103
REQUISITOS DO MANUAL BRASILEIRO DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR (MBAH) PARA CC
REFERENTE A INSTALAÇÕES ELÉTRICAS NÍVEL 1 – NÍVEL 2 – NÍVEL 3
No. do EAS:
1.ACREDITAÇÃO NÍVEL 1
1.Item de verificação: Aterramento Sim Não Acreditação
As instalações elétricas contam com sistema de
aterramento.
2.Item de verificação:Iluminação de emergência Sim Não Nível –1
CC
Existe sistema de iluminação de emergência
VERIFICAÇÃO DE REQUISITOS DE INSTALAÇÕES DE AR CONDICIONADO PARA CC
CONSIDERANDO ASPECTOS QUE INTERFEREM NO FUNCIONAMENTO DOS EEMs
No. do EAS:
1. CLIMATIZAÇÃO PARA SALA CIRÚRGICA
Item de verificação: Tipo de sistema de ar condicionado Sim Não
Ar condicionado central
Fluxo laminar linear vertical
Fluxo laminar linear horizontal
Split
Aparelho de ar condicionado convencional do tipo “janela
Item de verificação: Ar condicionado Sim Não
Pressão de ar no ambiente em relação ao ambiente contíguo: positiva
Umidade relativa do ar entre 45 a 60 %
104
REQUISITOS DO MANUAL BRASILEIRO DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR (MBAH) PARA
CC REFERENTES AOS EEMs
NÍVEL 1 – NÍVEL 2 – NÍVEL 3
No. do EAS:
1.ACREDITAÇÃO: EEMs - NÍVEL 1
Item de verificação: Condições dos seguintes EEMs em
todas as salas de cirurgia
Sim Não Acreditação
O aparelho de anestesia apresenta boas condições de uso
As mesas de cirurgias são adequadas aos procedimentos
cirúrgicos
Nível – 1
CC
Item de verificação: Aparelho de Raios-X Portátil Sim Não
Verificar a disponibilidade de aparelho de RX – portátil.
2.ACREDITAÇÃO: EEMs – NÍVEL 2
Item de verificação: EEMs Sim Não Acreditação
Existe bomba de infusão contínua
Item de verificação: Controle e manutenção de EEMs Sim Não Nível – 2
CC
Existe controle de equipamento cirúrgico
Existe programa de manutenção preventiva de
equipamentos
105
ANEXO II – Lay-out do Centro Cirúrgico do HU da
UFMS
106
5678
4321
109
24
23
17
26
12
14
20 21
22
25
19
13
16
15
18
11
8a
LAY-OUT DO CENTRO CIRÚRGICO DO HU DA UFMS
1 - Sala G 9 - Corredor de ambiente cirúrgico 18 - Corredor de acesso a salas de cirurgias de emergência
2 - Sala A 10 - Farmácia 19 - Vestiário para cirurgias de emergência
3 - Sala B 11 - Corredor interno de acesso ao CC 20 - Sala I
4 - Sala C 12 - Secretaria 21 - Sala H
5 - RPA 13 - Rouparia 22 - Expurgo
6 - Sala F 14 - Vestiário Masculino 23 - Guarda de equipamentos
7 - Sala E 15 - Vestiário Feminino 24 - Copa
8 - Sala D 16 - Depósito de materiais 25 - Corredor externo de acesso às salas de emergência
8a - Sala de apoio 17 - Depósito de materiais 26 - Chefia de enfermagem
107
ANEXO III – Dimensões das Salas de Cirurgia e
RPA
108
Dimensões das salas de cirurgia e RPA.
Sala
Dimensões
(m)
Área
(mm²)
Tipo de Cirurgia Situação
A 6,20 x 4,40 27,28
Ortopédica,
Plástica
Ativada
B 7,25 x 4,40 31,90
Geral, Oncologia,
Plástica
Ativada
C 6,30 x 4,40 27,72 Geral Ativada
D 6,10 x 4,65 28,37 Cardíaca Ativada
E 5,15 x 4,65 23,95
Geral, Vascular,
Urológica
Ativada
F 5,15 x 4,65 23,95 Oftalmológica
Desativada por falta de
EEMs e recursos
humanos
G 5,10 x 4,40 22,44
Geral, Cirurgia de
Emergência,
Ortopédica
Ativada
H 5,10 x 4,40 22,44
Cirurgias de
emergência
Desativada por falta de
EEMs e recursos
humanos
I 5,10 x 4,40 22,44
Cirurgias de
emergência
Desativada por falta de
EEMs e recursos
humanos
RPA 8,30 x 4,65 38,60
Recuperação Pós-
anestésica
Ativada
109
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