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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
BioLabVirtual, Ferramenta de apoio
pedagógico ao ensino de Neurociências
Graziany Thiago Fonseca
Agosto
2008
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BioLabVirtual, Ferramenta de apoio
pedagógico ao ensino de Neurociências
Graziany Thiago Fonseca
Texto da dissertação apresentada à Universidade Federal de Uberlândia como parte dos
requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências.
Prof. João Batista Destro Filho, Dr.
Orientador
Prof. Darizon Alves de Andrade, Ph.D.
Coordenador do curso de Pós-Graduação
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
BioLabVirtual, Ferramenta de apoio
pedagógico ao ensino de Neurociências
Graziany Thiago Fonseca
Texto da dissertação apresentada à Universidade Federal de Uberlândia,
perante a banca de examinadores abaixo, como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do título de Mestre em Ciências.
Banca Examinadora:
Prof. João Batista Destro Filho, Dr. - Orientador (FEELT/UFU)
Prof. Fábio de Oliveira, Dr. (ICBIM/UFU)
Prof. Keiji Yamanaka, PhD. (FEELT/UFU)
Prof. Luiz Otavio Murta Junior, Dr. (USP/SP)
Prof. Rodrigo Varejão Andreão, Dr. (CEFET/ES)
4
Agradeço primeiramente a Deus, por realizar os meus sonhos.
Aline, minha esposa companheira em todas as horas.
Agradeço ao professor Destro, que me orientou com tanta sabedoria e paciência.
Aos professores que cooperaram com este trabalho,
Professores Fábio, Rogério e Gilmar.
Aos professores do BioLab,
Alcimar, Adriano Alves, Adriano Andrade e Eduardo pelo incentivo.
Aos amigos que cederam seus trabalhos para enriquecer este, Samuel e Silone.
Aos membros desta banca que aceitaram o convite
e abrilhantaram o trabalho com suas sugestões,
Professores Keiji, Fábio, Rodrigo e Luiz Otávio.
Aos amigos do laboratório, Alan, Ângela, Ailton, Guilherme(s), Bruno(s),
Edgar, Veríssimo, Tarcisio, Maria Fernanda, Kelina, Lílian, Geovani, Eder,
Rodrigo, Tatiane, Priscila, Camila.
Aos meus pais, irmãos, tios, amigos, pastores, Igreja, pelas suas orações.
Meus agradecimentos,
A todos que colaboraram diretamente e indiretamente e não foram citados.
Esta não é apenas uma conquista minha,
mas sim de todos vocês, por tudo que fizeram por mim.
Obrigado!
5
“No ano 3000 os homens já vão ter
se cansado das máquinas
e as casas serão novamente românticas.
O tempo vai ser usado sem pressa:
gerânios enfeitarão as janelas,
amigos escreverão longas cartas.
Cientistas inventarão novamente
o bonde, a charrete.
Pianos de cauda encherão as tardes de música
e a Terra flutuará no céu
muito mais leve, muito mais leve”.
Poetisa Roseana Kligerman Murray
6
Resumo
Este trabalho apresenta uma abordagem alternativa ao ensino convencional, através da
proposta, implementação e teste abrangente de um sistema online para educação à distância
interdisciplinar em Neurociências, focalizando a Neuroanatomia e a Neurofisiologia celular.
Este sistema apresenta arquitetura simples, usando configurações comuns de software e
hardware, possibilitando conexão de alta velocidade e recursos antivírus. O material didático
disponibilizado envolve animações, aulas interativas, desenhos esquemáticos, fotografias de
peças anatômicas reais e textos, os quais incluem conexão explicita entre anatomia e
patologias. O desenvolvimento do sistema exigiu levar em conta dificuldades relatadas em um
levantamento estatístico sobre a acessibilidade da Internet por parte de estudantes de
graduação locais. A tese propôs uma metodologia estruturada de avaliação da proposta,
abordando aspectos pedagógicos e informáticos, conforme as normas IEEE, valendo-se de
questionários formais, monitoramento remoto e de observação direta. Avaliações realizadas
durante o período de um ano em 136 estudantes de graduação da UFU, provenientes de 5
cursos diferentes (Biologia, Biomedicina, Engenharia Biomédica, Medicina e Medicina
Veterinária) apontam, em média, uma aprovação geral das multimídias como instrumentos
pedagogicamente eficazes por 75% dos estudantes, este últimos considerando de forma
unânime que a presença de um tutor é fundamental para o sucesso da proposta pedagógica.
Palavras-chaves: Ensino à distância, Neurociências, Neuroanatomia, avaliação;
7
Abstract
This thesis develops an alternative approach for interdisciplinary education, based on the
proposition, implementation and evaluation of an online distance-learning system devoted to
Neuroscience, focused on Neuroanatomy and on Cellular Neurophysiology. This system
makes use of simple and common hardware/software configurations, thus enabling high-speed
connections, as well as antivirus resources. The pedagogical materials involve animations,
interactive classes, photos of real anatomic parts, and texts which provide explicit connections
between anatomy and pathologies. The system development considers difficulties pointed out
by local undergraduate students, based on a poll carried out in order to assess Internet use in
our university. The thesis proposes a rigorous methodology for the evaluation of such system,
including both pedagogical and informatic issues, according to IEEE regulations, by means of
formal inquiries, remote monitoring and direct observation. Evaluations were carried out
during one year on 136 local undergraduate students, including five different backgrounds
(Biology, Biomedicine, Biomedical Engineering, Medicine and Veterinary). Results point out
that, in average, at least 75% of students consider the system very important for efficient
learning, as well as the need of a tutor in order to lead such pedagogical approach based on
distance-learning.
Keywords: E-learning, Neuroscience, Neuroanatomy, Evaluation;
8
Índice:
LISTA DE TABELAS ......................................................................................................................................... 11
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS .................................................................................................. 13
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 14
1.2 NOVOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS .......................................................................................................... 16
1.3 JUSTIFICATIVA DO TEMA ............................................................................................................................. 17
1.4 OBJETIVOS E VISÃO GERAL DA TESE ............................................................................................................ 18
1.5 HISTÓRICO E CONTRIBUIÇÕES DA TESE ........................................................................................................ 19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................................................... 21
2. ENSINO A DISTÂNCIA ........................................................................................................................... 23
2.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 23
2.2 RECURSOS COMPUTACIONAIS NO ENSINO .................................................................................................... 24
2.2.1 Visão Geral ......................................................................................................................................... 24
2.2.1.1 Vantagens do uso de computadores ............................................................................................................... 24
2.2.1.2 Aspectos importantes em softwares educativos ............................................................................................. 25
2.2.2 Informática na Educação .................................................................................................................... 26
2.2.2.1 Breve Histórico ............................................................................................................................................. 26
2.2.2.2 Aspectos a serem considerados ..................................................................................................................... 26
2.2.2.3 Abordagem Tradicional do Ensino ................................................................................................................ 30
2.2.2.4 Abordagem Interativa .................................................................................................................................... 32
Quadro comparativo entre as duas Abordagens ........................................................................................................ 33
2.2.2.6 Limitações e problemas da abordagem interativa .......................................................................................... 34
2.3 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA PARA ENSINO A DISTÂNCIA ................................................................................ 35
2.3.1 Introdução ........................................................................................................................................... 35
2.3.2 Regulamentação da EAD no Brasil .................................................................................................... 35
2.4 O ENSINO EM ENGENHARIA BIOMÉDICA...................................................................................................... 37
2.4.1 Introdução ........................................................................................................................................... 37
2.4.2 Recursos computacionais no ensino ................................................................................................... 38
2.4.2.1 Ensino à distância de Engenharia Biomédica no mundo ............................................................................... 39
2.4.2.2 Síntese geral da Tabela 2.4 ............................................................................................................................ 46
2.4.2.2 Ensino a distância na área de saúde no Brasil ................................................................................................ 47
2.4.2.3 Síntese geral da Tabela 2.5 ............................................................................................................................ 53
2.4.3 Dificuldades enfrentadas no ensino .................................................................................................... 53
2.5 O ENSINO EM NEUROCIÊNCIAS .................................................................................................................... 54
2.5.1 Introdução ........................................................................................................................................... 54
2.5.2 Estudo de Caso: Neuroanatomia ........................................................................................................ 55
2.5.2.1 Introdução ..................................................................................................................................................... 55
2.5.2.2 O Ensino de Anatomia através do computador .............................................................................................. 57
2.5.2.3 Síntese geral da Tabela 2.6 ............................................................................................................................ 63
2.5.2.4 Problemas no Ensino de Neuroanatomia ....................................................................................................... 63
2.5.3 Estudo de Caso: Neurofisiologia ........................................................................................................ 64
2.5.3.1 Introdução ..................................................................................................................................................... 64
2.5.3.2 O Ensino Neurofisiológico ............................................................................................................................ 65
2.5.3.3 Problemas no Ensino de Neurofisiologia ....................................................................................................... 66
2.6 CONCLUSÃO GERAL .................................................................................................................................... 66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................................................... 71
3. SISTEMA: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E INFORMÁTICOS ......................................................... 79
3.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 79
3.2 METODOLOGIAS DE ENSINO ........................................................................................................................ 79
3.2.1 Quadro de Metodologias .................................................................................................................... 79
3.2.2 Metodologias Principais ..................................................................................................................... 80
3.2.2.1 Skinner .......................................................................................................................................................... 80
3.2.2.2 Piaget ............................................................................................................................................................. 81
3.2.2.3 Ausubel ......................................................................................................................................................... 82
9
3.3
O USO DA WEB COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM ............................................................................. 83
3.3.1 Estudo da Acessibilidade à rede Internet ............................................................................................ 83
3.3.2 Discussão geral dos resultados ........................................................................................................... 91
3.4 AMBIENTE VIRTUAL DE ENSINO ................................................................................................................... 92
3.4.1 Arquitetura do BioLabVirtual ............................................................................................................. 92
3.4.2 Modelagem Geral do Conteúdo: Mapas conceituais .......................................................................... 93
3.4.2.1 Conceitos e uso .............................................................................................................................................. 93
3.4.2.2 Mapa Conceitual do BioLabVirtual ............................................................................................................... 94
3.4.3 Etapas do Desenvolvimento ................................................................................................................ 95
3.4.3.1 Desenvolvimento do Ambiente Online.......................................................................................................... 95
3.4.3.2 Segurança da plataforma e conteúdo ............................................................................................................. 96
3.4.3.3 Desenvolvimento das Multimídia de Biofísica .............................................................................................. 96
3.4.3.4 Desenvolvimento do Atlas Neuroanatômico ................................................................................................. 98
3.4.3.5 Desenvolvimento do Neurônio e Sinapse 3D .............................................................................................. 103
3.4.3.6 Ferramentas Adicionais ............................................................................................................................... 106
3.4 CONCLUSÃO GERAL .................................................................................................................................. 109
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................................................... 112
4. AVALIAÇÃO DO SISTEMA ................................................................................................................. 115
4.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 115
4.2 METODOLOGIA .......................................................................................................................................... 116
4.2.1 Métodos de avaliação pesquisados ................................................................................................... 116
4.2.2 Visão Geral da Norma IEEE 829 (IEEE, 1998) ............................................................................... 120
4.2.3 Qualidade de Software ...................................................................................................................... 121
4.2.4 Método de avaliação utilizado .......................................................................................................... 121
4.2.4.1 Multimídia de Biofísica ............................................................................................................................... 121
4.2.4.2 Atlas de Neuroanatomia .............................................................................................................................. 123
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 124
4.3.1 Multimídia de Biofísica ..................................................................................................................... 124
4.3.1.1 Disciplina de Biofísica ................................................................................................................................ 124
4.3.1.2 Demonstração nas aulas de Biofísica .......................................................................................................... 124
4.3.1.3 Observações em sala de aula ....................................................................................................................... 125
4.3.1.4 Monitoramento automático ......................................................................................................................... 126
4.3.1.5 Resultados na aplicação do questionário ..................................................................................................... 126
4.3.1.6 Problemas encontrados na realização dos testes .......................................................................................... 133
4.3.2 Atlas de Neuroanatomia online ......................................................................................................... 136
4.3.2.1 Disciplina de Anatomia Humana ................................................................................................................. 136
4.3.2.3 Demonstração nas aulas de Anatomia ......................................................................................................... 136
4.3.2.4 Resultados na aplicação do questionário ..................................................................................................... 136
4.3.2.5 Problemas citados pelos alunos na avaliação ............................................................................................... 140
4.4 CONCLUSÕES GERAIS ................................................................................................................................ 141
5. CONCLUSÕES ........................................................................................................................................ 146
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................................................... 152
ANEXOS ............................................................................................................................................................ 153
APÊNDICE ........................................................................................................................................................ 177
10
Lista de Figuras
Figura 3.1 - Locais de Acesso a Internet.................................................................................. 84
Figura 3.2 - Acesso a um computador ..................................................................................... 85
Figura 3.3 - Gráfico da facilidade do uso da Internet ............................................................. 86
Figura 3.4 - Velocidade de Acesso à Internet .......................................................................... 87
Figura 3.5 - Freqüência do uso do e-mail ............................................................................... 88
Figura 3.6 - Confiança nas informações obtidas na Internet .................................................. 89
Figura 3.7 - Desmotivação dos alunos no uso da Internet ...................................................... 90
Figura 3.8 - Arquitetura do BioLabVirtual .............................................................................. 93
Figura 3.9 - Mapa Conceitual do BioLabVirtual ..................................................................... 95
Figura 3.10 - Tela inicial do Atlas de Neuroanatomia Humana ........................................... 100
Figura 3.11 - Face superior do telencéfalo ............................................................................ 101
Figura 3.12 - Face anterior do Tronco Encefálico ................................................................ 101
Figura 3.13 - Neurônio completo, visão frontal. (SILVA, 2007) ........................................... 103
Figura 3.14 - Estrutura Nuclear, vista superior. (SILVA, 2007) ........................................... 104
Figura 3.15 - Transporte de íons, visão frontal com aproximação (zoom). (SILVA, 2007) .. 104
Figura 3.16 - Citoplasma e Mitocôndrias, visão lateral oblíqua (zoom). (SILVA, 2007) ..... 105
Figura 3.17 - Imagem capturada da Sinapse 3D ................................................................... 105
Figura 3.18 - Tarefa Online sobre o efeito das drogas no SNC. ........................................... 106
Figura 3.19 - Multimídia sobre o Efeito de Cocaína no SNC. ............................................... 106
Figura 3.20 - Multimídia sobre o Efeito do Álcool no SNC. .................................................. 107
Figura 3.21 - Multimídia sobre o Efeito da Nicotina no SNC e SNP. ................................... 107
Figura 3.22 - Multimídia das Funções Gerais do Cérebro .................................................... 108
Figura 3.23 - Multimídia sobre os Neurônios ........................................................................ 108
Figura 4.1 - Relação entre níveis, tipos e técnicas de teste ................................................... 119
Figura 4.2 - Gráfico comparativo questão 13 e questão14 para a Multimídia de Biofísica,
onde se avalia a importância do docente no ensino desta disciplina. ................................... 132
Figura 4.3 - Gráfico comparativo questão 14 e questão 15 para o Atlas de Neuroanatomia,
onde se avalia a importância do docente no ensino desta disciplina. ................................... 139
11
Lista de Tabelas
Tabela 2.1 - Quadro comparativo entre a abordagem tradicional e a interativa para alunos.
(SOUZA, 2001) ......................................................................................................................... 33
Tabela 2.2 - Quadro comparativo entre a abordagem tradicional e a interativa para
docentes. (SOUZA, 2001) ......................................................................................................... 34
Tabela 2.3 - Abordagem tradicional x abordagem interativa para comunicação/recursos
(SOUZA, 2001) ......................................................................................................................... 34
Tabela 2.4 - Pesquisa de sistemas de ensino à distância no mundo em Eng. Biomédica ........ 40
Tabela 2.5 - Pesquisa de ensino a distância em Saúde no Brasil ............................................ 48
Tabela 2.6 - Atlas Anatômicos acessados através da Internet ................................................. 58
Tabela 3.1 - Resumo de Metodologias de Ensino .................................................................... 79
Tabela 3.2 - Quadro Geral de Alunos Entrevistados por Curso ................................................ 83
Tabela 3.3 - Quadro dio da Acessibilidade da Internet ........................................................ 84
Tabela 3.4 - Quadro Médio de Acesso a um computador .......................................................... 85
Tabela 3.5 - Quadro Geral da Facilidade do uso da Internet .................................................... 86
Tabela 3.6 - Quadro Médio de velocidade de Acesso a Internet ................................................ 86
Tabela 3.7 - Quadro médio da freqüência do uso do e-mail ...................................................... 87
Tabela 3.8 - Quadro médio da confiança nas informões obtidas na Internet ......................... 88
Tabela 3.9 - Quadro Geral da confiabilidade nas informações obtidas na Internet .................. 89
Tabela 3.10 - Quadro dio da desmotivação dos alunos ........................................................ 89
Tabela 3.11 - Quadro de desmotivação do uso da Internet ....................................................... 90
Tabela 4.1 - Características da qualidade de software ......................................................... 121
Tabela 4.2 - Dias, horário, local e professores responsáveis pela disciplina de Biofísica ... 124
Tabela 4.3 - Avaliação do Software de Biofísica (Vide Anexo 4) .......................................... 126
Tabela 4.4 - Índice de concordância da importância da presença do docente durante as aulas
com o software ........................................................................................................................ 128
Tabela 4.5 - Índice de concordâncias dos três cursos de graduação quanto à importância da
presença do docente durante as aulas .................................................................................... 129
Tabela 4.6 - Índice de aprovação quanto á utilização do software na disciplina de Biofísica
................................................................................................................................................ 129
Tabela 4.7 - Segunda avaliação da Multimídia de Biofísica (Vide Anexo 4) ........................ 130
12
Tabela 4.8 - Índice da importância da presença do professor durante as aulas com sistema
................................................................................................................................................ 132
Tabela 4.9 - Índice de aprovação quanto à utilização da multimídia na disciplina de Biofísica
................................................................................................................................................ 132
Tabela 4.10 - Índice de aprovação da avaliação do 2º semestre de 2006 com 1º semestre de
2007 ........................................................................................................................................ 133
Tabela 4.11 - Índice da importância da presença do professor nos dois semestres .............. 133
Tabela 4.12 - Avaliação Pós-prova da multimídia de Biofísica (Vide Anexo 5) ................... 134
Tabela 4.13 - Índice de aprovação quanto à utilização da multimídia na disciplina de
Biofísica .................................................................................................................................. 135
Tabela 4.14 - Índice de aprovação da avaliação do 2º semestre de 2006 com 1º semestre de
2007 ........................................................................................................................................ 135
Tabela 4.15 - Índice da importância da presença do professor nos dois semestres .............. 136
Tabela 4.16 - Avaliação do Atlas de Neuroanatomia (Vide Anexo 6) ................................... 137
Tabela 4.17 - Índice de concordância da importância da presença do professor durante o uso
do Atlas ................................................................................................................................... 139
Tabela 4.18 - Índice de aprovação quanto à utilização do Atlas de Neuroanatomia ............ 140
13
Lista de Abreviaturas e Símbolos
AVC
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível superior
DOC Formato do editor de texto da Office
EAD Educação à distância
EMITEL Enciclopédia para tecnologia de Imagens médicas
EMITEL Enciclopédia para tecnologia de Imagens médicas
E-HECE Experiência em EAD para educação de Engenharia Biomédica
EVICAB Campus virtual europeu para Engenharia Biomédica
FEELT Faculdade de Engenharia Elétrica
HTTP Protocolo de Transferência de Hipertextos
ICBIM Instituto de Ciências Biomédicas
IEEE Instituto Elétrico e de Engenheiros Elétricos
JPEG Arquivos de imagem padrão bitmap comprimido
MEC Ministério da Educação
MYSQL Sistema de gerenciamento de banco de dados
PDF Formato de documentos portáteis
PHP Pré-processador de Hipertexto
SQL Linguagem de Consulta Estruturada
UFU Universidade Federal de Uberlândia
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do sul
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
UNICAMP Universidade de Campinas
URL Atalho para site na Internet
USP Universidade de São Paulo
14
1. Introdução
Vive-se hoje na plenitude da era da informação, cuja atualização influencia a
sobrevivência humana. A velocidade de acumulação do conhecimento está aumentando de
forma vertiginosa em quase todas as atividades humanas. Com a Internet, a gigantesca rede de
computadores do planeta, houve uma aceleração ainda maior na curva do conhecimento.
(CARDOSO, 1998b)
Na área médica e científica, a Internet tem figurado como um ambiente essencial, não
somente para difusão da informação, mas também para a cooperação entre instituições. Ela
tem permitido ao profissional desta área pensar e agir a nível global, e gerar com maior
eficiência e rapidez produtos de valor para a comunidade. (CARDOSO, 1998b)
A educação em Engenharia Biomédica é relativamente nova quando comparado com
as disciplinas de engenharias clássicas. O primeiro programa em nível de Doutorado foi
iniciado em 1950. Por exemplo, em 1981, nos EUA, mais de 100 escolas de Engenharia
possuíam programas de pós-graduação na área, enquanto que existiam 71 programas de
graduação em Engenharia Biomédica (POTVIN, LONG et al., 1981). Já no Brasil hoje
existem aproximadamente 10 faculdades que oferecem o curso nas instituições federais.
Em termos da Neurociência, um fenômeno ocorre no campo da difusão da informação.
Médicos, biólogos e cientistas, na qualidade de executores e produtores de informações, têm
contribuído para a educação de pacientes e estudantes nas neurociências básicas e clínicas.
Exemplos disso são os livros e revistas on-line (como, por exemplo, o Journal of
Neuroscience, para trabalhos de pesquisa), e as denominadas "comunidades virtuais de
ensino", como o Hospital Virtual americano (e seu correspondente brasileiro, o HVB), as
quais contém grande volume de informação científica disponíveis gratuitamente para todos os
interessados (HEINZEN, R. P. S., 2004). Imensos e bem organizados bancos de imagens,
como o The Whole Brain Atlas (JOHNSON e BECKER, 2008), e de neuropatologia, como o
WebPath (KLATT, 2008), dão acesso a um mundo inimaginável de informação visual, a qual
seria impossível antes da existência da Internet. Existem inclusive "cursos virtuais" completos
em Neurociências, como o Neurosciences Tutorial da Universidade de Washingthon em Saint
Louis, no qual os estudantes podem realizá-lo inteiramente através da Internet. (CARDOSO,
1998b)
Por outro lado, particularmente no contexto neurocientífico, a Anatomia Humana é
uma das ciências básicas para o ensino de Medicina. Na Neuroanatomia, especificamente,
15
hoje em dia, tempo e recursos são bastante escassos para a aprendizagem. Os professores têm
o desafio de apresentar o conhecimento neuroanatômico em forma concisa e atraente,
evidenciando a importância clínica e utilidade prática.
Para responder a tais desafios, diversos ambientes virtuais via web já foram
implementados, para aplicação em disciplinas morfológicas, nos cursos das áreas médicas e
biomédicas, com especial atenção à Neuroanatomia. Todavia, tais sistemas de multimídia
disponíveis no mercado são de difícil acesso aos alunos e professores, pelo alto custo
(BRYAN, 2001), incompatibilidade de material técnico, e por serem editados em diferentes
idiomas. Deve-se destacar que, na última década, um grande número de CD-ROMs foram
publicados para a educação biomédica. Mesmo computadorizados, tais mídias ainda seguem o
velho paradigma dos textos impressos ou páginas combinadas com figuras. (ARKHURST,
POMMERT et al., 2001)
Para (INZUNZA e BRAVO, 2002), o uso de recursos computacionais para o ensino da
Anatomia implica duas exigências fundamentais: primeiro, apresentar a informação gráfica na
forma mais próxima para a realidade que o estudante enfrentará; segundo, propiciar ao
estudante situações reais nas quais o reconhecimento prático dos elementos anatômicos é
necessário para interpretar um fenômeno biológico ou para levar a uma diagnose e estabelecer
uma ação terapêutica.
Deste modo, apesar dos esforços já realizados em diversas instituições brasileiras,
como por exemplo a UNICAMP, que já desenvolveu o sistema MEDTEST, voltado para a
autoria de simulações e tutoriais na área médica; a USP, a UFRGS, a UFRJ e a Escola
Paulista de Medicina, a disponibilidade deste tipo de material didático é relativamente
pequena. Os estudantes focam seus estudos em livros texto (VILLELA.G.F, 1993), cuja
grande maioria está escrita em idioma inglês. Neste contexto, destaca-se uma iniciativa
financiada pela FAPESP, foi criado em 2001 e recebeu o nome de TIDIA (Programa de
Tecnologia da Informação no desenvolvimento da Internet Avançada) (URL 1). Este projeto
tinha o propósito de incentivar a pesquisa científica e tecnológica em projetos cooperativos
relacionados ao estudo e desenvolvimento de redes experimentais de alta velocidade,
permitindo a integração de laboratórios geograficamente distribuídos.
16
1.2 Novos paradigmas educacionais
A quebra de paradigmas encontra obstáculos difíceis de serem transpostos, criando
barreiras a tudo o que é novo, principalmente em se tratando de educação, subestimando-o em
detrimento das práticas antigas já adotadas, por parecerem mais eficientes. É necessário ter
ousadia e perseverança quando se pretende mudar, começando por conhecer as novas práticas.
Diante das rápidas transformações, é necessária uma constante reconsideração dos
métodos de produção e organização, os quais, por sua vez, requerem mudanças adaptativas
aos indivíduos, levando-os a buscar o desenvolvimento de novas habilidades que lhes
permitam adquirir uma visão mais acurada dos problemas, dos métodos de solução e da
constante avaliação dos objetivos.
A Educação tem uma responsabilidade muito grande nessa empreitada, pois cuida da
formação do indivíduo. As discussões sobre o ensino superior são circundadas por questões
sobre se ele realmente “forma” profissionais qualificados para o mercado globalizado, pois o
cenário atual registrou um descompasso entre o setor produtivo, o mercado de trabalho, a
sociedade e a educação, visto o grande número de recém-formados na graduação não
absorvidos pelo mercado de trabalho. Este registro foi feito por (PASTORE, 2006) em uma de
suas reportagens realizada de junho até agosto de 2006, onde declarou que meio milhão de
jovens se formou e somente a metade conseguirá uma vaga de qualidade.
Não se pode ter em mente que as inovações tecnológicas e a Educação à Distância irão
substituir o modelo atual de ensino. Compartilha-se nesse trabalho das sábias palavras
publicadas pelos responsáveis pela Universidade Nacional de Educação à Distância (UNED)
(1975), citadas abaixo:
“Esta Universidade não rompe com a universidade tradicional, nem
pretende substituí-la. A universidade à distância supõe uma verdadeira
renovação metodológica no campo de ensino universitário, ao mesmo
tempo em que constitui um evidente reforço do sistema educativo tradicional” (ALMEIDA, 2002)
Se a tecnologia é para "servir às necessidades do homem", as inovações tecnológicas
devem ser pensadas como "sistemas homem-máquina", em vez de puramente "máquinas". No
contexto específico da educação, as tendências tecnológicas possibilitam a criação de métodos
e ferramentas para a Educação à Distância, ou seja, novas "máquinas" para servirem aos
novos homens.
17
1.3 Justificativa do Tema
A implementação de um sistema informático para objetivos pedagógicos apresenta as
seguintes vantagens:
Reduz as barreiras tempo/espaço/idade;
Permite programas de capacitação de recursos humanos, reciclagem de mão-de-obra e
aperfeiçoamento individual;
Facilita e modifica o processo de aprendizagem, ampliando os canais de comunicação
e interação computacional;
Flexibilidade: maior flexibilidade para determinar o tempo e o horário que vão dedicar
ao ensino ou à aprendizagem;
Algumas desvantagens:
Não alcançar o objetivo da socialização, pelas escassas ocasiões para interação dos
alunos com o docente e entre si;
Empobrecimento da troca direta de experiências proporcionada pela relação educativa
pessoal entre professor e aluno;
O perigo da homogeneidade dos materiais instrucionais - todos aprendem o mesmo,
por um só pacote institucional.
Em dezembro de 2005 a página web do MEC apresentava 118 Instituições de Ensino
superior autorizadas a oferecer cursos de graduação, seqüenciais e de lato-sensu. Algumas
também ofereciam cursos tecnológicos à distância. Houve um forte crescimento nos últimos
três anos. O maior número de instituições credenciadas para atuar à distância está no grupo
das universidades (76), representando 43,6% do total. Dos 110 centros universitários
existentes, somente 15 estão aptos a funcionar com metodologia de EAD, o que equivale a
13,63%. Por fim, das 2.036 faculdades (isoladas, integradas, centros de ensino superior de
outras denominações), apenas 37 estão autorizadas, o que equivale a somente 1,81%.
Atualmente todas as Universidades Federais estão autorizadas, ao menos em caráter
experimental, por dois anos, para atuar em Educação a Distância superior, por autorização do
18
Ministério da Educação, através da Portaria nº 873, publicada no Diário Oficial da União de
11/04/2006.
Predominam os cursos de formação de professores, principalmente na graduação.
Segundo o MEC, atualmente, a mídia impressa predomina em todos os tipos de ensino
oferecidos à distância (RICHE, 2005): 81,3% das instituições com credenciamento federal,
que oferecem cursos de nível superior, utilizam o papel, contra 73,4% da EAD. Já as
instituições com autorização em âmbito estadual, com cursos de educação básica e técnica,
utilizam a mídia impressa em 93,9% dos casos, ante 39,4% do Ensino à distância.
1.4 Objetivos e visão geral da tese
Fazendo uso de novas metodologias educacionais para o ensino nas áreas relacionadas à
Neurociência, este trabalho apresenta como objetivo geral implantar um ambiente educacional
baseado na web, denominado BioLabVirtual, ou seja, um sistema que permite o aprendizado prático
das estruturas cerebrais e dos principais processos neurofisiológicos. Buscam-se novas abordagens
para o ensino de alunos de graduação dos cursos das Ciências da Saúde, Humanas, Biológicas e
Engenharia Biomédica.
O conteúdo desta ferramenta é restrito às disciplinas de Neuroanatomia e Biofísica,
porém com uma linguagem simples e genérica, tendo por objetivo a educação interdisciplinar.
Este trabalho está estruturado em cinco capítulos.
O Capítulo 2 discute o Ensino à distância em Engenharia Biomédica e em
Neurociências, com particular enfoque na Neuroanatomia no Brasil e no mundo. Através de
uma extensiva pesquisa bibliográfica, o estado-da-arte e os principais recursos informáticos são
discutidos e apresentados, detectando-se os principais problemas e desafios.
O Capítulo 3 inicia discutindo as principais metodologias de ensino, além de sintetizar
um estudo realizado na UFU sobre o uso da rede Internet por estudantes de graduação de
diversas áreas, considerando acessibilidade, usabilidade, recursos didáticos, avaliações, fatores
de motivação e fatores relacionados à aprendizagem. Por fim, apresenta-se o projeto do
ambiente construído, sua modelagem, etapas de desenvolvimento, metodologias usadas e
diversos recursos disponibilizados.
19
No Capitulo 4 discutem-se as bases conceituais para a avaliação do sistema, realizada
tanto em termos pedagógicos como informáticos. Discute-se também a concretização dos
testes, as metodologias utilizadas e os resultados.
O Capitulo 5 apresenta as conclusões do trabalho e perspectivas futuras.
1.5 Histórico e contribuições da tese
O autor deste trabalho desenvolveu toda infraestrutura do BioLabVirtual, criando
novos módulos e usando recursos disponíveis gratuitamente com licenças de software livre,
estes foram modificados e enriquecidos. A multimídia de Biofísica foi desenvolvida pelo
Aluno Samuel Leite do curso de Ciências Biológicas da UFU, sendo reformulada e
particionada em arquivos de web pelo autor da tese. O Atlas de Neuroanatomia existia em
uma versão aplicativo, realizado por alunos de Iniciação Científica e pós-graduação. A nova
versão foi desenvolvida pelo autor deste trabalho, usando a ferramenta FLASH CS3. Todas as
outras multimídias foram desenvolvidas pelo autor em diversos trabalhos, incluindo Iniciação
Científica em sua graduação. Finalmente o Neurônio 3D foi desenvolvido pelo aluno Silone
Silva em seu trabalho de mestrado e a Sinapse 3D implementado pelo autor como
demonstração de realidade virtual para ensino de Neurofisiologia.
As contribuições da tese são:
a) Revisão conceitual geral sobre EAD, incluindo legislação brasileira;
b) Pesquisa bibliográfica aprofundada sobre EAD e iniciativas pedagógicas envolvendo a
informática, voltadas para a Engenharia Biomédica, Saúde e Neuroanatomia;
c) Levantamento estatístico a respeito do uso da Internet por parte de estudantes de
graduação da UFU, de cinco cursos diferentes;
d) Proposta e implementação de um pacote de multimídias para ensino de Neurociências,
que possibilita auxilio considerável aos professores afins, incluindo um sistema online
para gerenciamento deste conteúdo, podendo o próprio professor adicionar novas
funcionalidades. Tal sistema leva explicitamente em conta os desafios relatados na
literatura e os problemas locais levantados pelos próprios estudantes de graduação,
exigindo configurações comuns de hardware/software.
e) Proposta de um metodologia estruturada de testes extensivos do sistema desenvolvido,
tanto em termos da eficiência pedagógica, quanto relativamente aos aspectos
20
informáticos, seguindo os padrões de qualidade do IEEE, envolvendo uma grande
quantidade de estudantes, originários de formações diferentes.
Deve-se destacar que o sistema implementado trará benefícios diretos às instituições de
ensino biomédico, aos alunos dos cursos de Engenharia Biomédica, Medicina, Odontologia,
Ciências Biológicas, Enfermagem, Psicologia, Bioquímica, Biomedicina, Educação Física,
Nutrição, Fisioterapia. Este sistema propícia materiais pedagógicos interdisciplinares,
incluindo neuroanatomia (Atlas Virtual) e neurofisiologia; com a visualização estrutural de
um neurônio construído em três dimensões, processo de sinapse com aparência realística,
integrando realidade virtual e ambientes interativos. Para a Neuroanatomia, em particular, do
ponto de vista social, a nova ferramenta proporciona uma importante redução de custos no
processo de ensino e na confecção de material didático, minimizando a utilização e a
dependência de peças humanas, possibilitando a um maior contingente de alunos acesso fácil
às informações que até então estavam disponíveis em livros técnicos.
21
Referências Bibliográficas
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doutorado). Ciência da Computação, Universidade Federal de Santa Catarina,, Florianópolis,
2002. 200 p.
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Sonography. International congress Series, v.1230, n.8, p. 483-487. 2001
BRYAN, J. S., D; WIET,G; SESSANNA,D. . Virtual Temporal Bone Dissection: A Case
Study. Proceeding of Conference on Visualization. San Diego: Sessão C6: Virtual Reallity,
2001.
CARDOSO, S. H. Internet e as Neurociências. Revista Informática Médica, v.01, n.03, p. 5-
8. 1998
HEINZEN, R. P. S. Uma Proposta de Modelo de Ambiente Virtual Para a Aprendizagem
de Neuroanatomia. (Tese de Doutorado). Engenharia de Produção, Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis, 2004. 140 p.
INZUNZA, O. e H. BRAVO. Animación Computacional de Fotografías, un real aporte al
aparendizaje práctico de Anatomia Humana. Revista Chilena de anatomia, v.20, n.2, p. 151-
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PASTORE, J. O desemprego dos jovens. Disponível em:
<http://www.josepastore.com.br/artigos/em/em_034.htm>. Acessado em: 27 Mar. de 2006.
22
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Courses, Degrees, and Employment. IEEE Transactions on Biomedical Engineering, v.28,
n.1, p. 22-28. 1981
RICHE, G. C. Análise do perfil de graduandos em odontologia como diretriz para
construção de CD-ROM educacional. (Tese de Mestrado). Universidade Federal do
Fluminense, 2005. 219 p.
URL 1: Página oficial do Projeto TIDIA da FAPESP. Disponível em: <
http://www.tidia.fapesp.br/portal>. Acessado em: 20 Julho de 2008.
VILLELA.G.F. Usando o computador no ensino médico. Revista Informédica, v.1, n.1, p. 5-
11. 1993
23
2. Ensino a distância
2.1 Introdução
Atualmente a ligação entre o ensino e o computador pode ser vista em um
contínuo de facetas, indo desde o uso do computador em ambientes de ensino-
aprendizagem para facilitar diversas tarefas usuais, até o fato de o computador
tornar parte ativa e total no processo (ALMEIDA, 2002a).
A humanidade se encontra cada vez mais inserida num mundo cujo funcionamento
pressupõe o acesso rápido à informação. A rotina diária do homem contemporâneo não
deixa muitas dúvidas sobre essa afirmativa. A presença dos inventos tecnológicos neste
cenário, notadamente aqueles que interligam os indivíduos em redes de comunicação
globais, exige uma reflexão sobre a natureza dos novos problemas colocados à coletividade
humana (VIEIRA, 2001).
O computador talvez seja a ferramenta mais interessante que o ser humano já
construiu para contribuir na ampliação de suas capacidades intelectuais, e cuja vocação
consiste no armazenamento e manipulação de informação. Não é de se estranhar, portanto,
que desde os primeiros dias dos computadores, tenha aparecido um grande interesse no uso
dessas máquinas no ensino. (ALMEIDA, 2002)
A tecnologia tem impulsionado transformações culturais, entre estas emerge a
necessidade do indivíduo desenvolver habilidades essenciais de cooperação e interação,
qualificando os profissionais para atuarem na sociedade contemporânea. (VIEIRA, 2001)
O meio educacional tem mudado constantemente com a presença de tecnologias de
informação. Hoje, tornou-se comum a discussão em torno da importância do seu uso por
diversos especialistas da área. Cada vez mais se reconhece que o computador pode melhorar
a qualidade da educação. (ALMEIDA, 2002)
Surgem no cenário educacional abordagens pedagógicas que suportam uma
aproximação personalizada, flexível e centralizada na aprendizagem. Esta aproximação
24
pedagógica se esforça para facilitar a pesquisa de estudantes e professores, levando à
experiências de aprendizagem personalizada (TURKER, GORGUN et al., 2006).
Neste contexto, o ensino à distância está no coração do ensino universitário
convencional. Na maioria das universidades, já existem sistemas via web que apóiam
atividades pedagógicas. Inicialmente, a Internet era usada como um repositório de materiais
pelos estudantes, apoiando a comunicação de mão única, professor/aluno. Agora, com as
possibilidades do Ensino à distância, os sistemas educativos possuem uma série de
utilidades gerais, com calendários, notícias, fóruns, bate-papos, avaliações online ;
incluindo a comunicação assíncrona dos estudantes e entre os estudantes e professores.
(RODRÍGUEZ, SICILIA et al., 2006). Para (REISETTER, LAPOINTE et al., 2007), a
aprendizagem à distância envolve mais do que a geografia, pois propicia um contexto
ambiental completamente diferente.
2.2 Recursos computacionais no Ensino
2.2.1 Visão Geral
2.2.1.1 Vantagens do uso de computadores
Para (KREUTZ, 2000), as vantagens do uso dos computadores no ensino são:
O próprio aluno dirige o seu aprendizado;
A possibilidade de uma avaliação rápida do aluno, verificando seus conhecimentos
e sua capacidade para práticas virtuais;
Uma apresentação interessante de conteúdo aliando texto, gráficos, som e
animação;
A superação dos obstáculos geográficos quando conectado a uma rede de
comunicações, permitindo ao aluno aprender em qualquer momento ou lugar;
A repetição incessante das mesmas práticas de acordo com o seu interesse, até que
memorize um determinado assunto;
25
Uma formação individualizada por aluno, ou seja, adaptada ao seu ritmo e
interesse próprios;
De maneira geral, as principais vantagens na adoção de programas de educação
no processo de ensino/aprendizagem, é a possibilidade da individualização do
processo de aprendizado, respeitando o ritmo de cada aluno e garantindo a
mesma qualidade a todos os alunos que tiverem acesso ao sistema (KREUTZ,
2000).
2.2.1.2 Aspectos importantes em softwares educativos
Para (SOUZA, 2001) precisa-se considerar alguns aspectos indispensáveis em um
sistema educativo.
Disposição de informações de forma clara, objetiva e lógica, facilitando a
autonomia do usuário, favorecendo a exploração espontânea;
Retorno extremamente rápido e objetivo do processo em construção,
favorecendo a auto-correção;
Disposição espacial das informações, que pode ser controlada continuamente
até mesmo por uma criança através de seu campo perceptivo visual, apoiando o
raciocínio lógico;
Disponibilização de imagens e textos de forma combinada, ativando os dois
hemisférios cerebrais.
Segundo (FRIEDLAND e PAULS, 2005), para se criar um ambiente de ensino, não se
deve focar somente o desenvolvimento, mas também as metodologias de ensino nas quais o
sistema será desenvolvido. Mini-aplicações educacionais como páginas web dinâmicas podem
ser usadas com animações em flash, ou applets de Java para apresentação, como também para
treinamento individual pelo estudante em casa, sem restrição de conteúdo ou representação.
Materiais de Ensino à distância devem ser disponibilizados não apenas no formato
virtual, mas também como aplicativos para computadores sem acesso à Internet, com em CD-
ROM ou outro meio (FRIEDLAND e PAULS, 2005).
26
2.2.2 Informática na Educação
2.2.2.1 Breve Histórico
O uso das máquinas para Ensinar não é algo recente.
(ALMEIDA, 2002)
O uso de computadores na educação teve seu início em meados de 1960, afirma
(KREUTZ, 2000). Ela surgiu com a conjunção do trabalho de psicólogos e do
desenvolvimento de computadores.
Para (KREUTZ, 2000), esta idéia foi usada por Sidney Pressey em 1924, que inventou
uma máquina para corrigir testes de múltipla escolha. Isso foi posteriormente melhorado.
Skinner, no início de 1950, como professor de Harvard, propôs uma máquina para ensinar
usando o conceito de instrução programada. Esta idéia nunca se tornou muito popular pelo
fato de ser difícil a produção do material instrucional, os quais não possuíam padronização.
Baseado na teoria Skinneriana, nasceu a Instrução Assistida por Computador (CAI –
Computer Assisted Instruction), que enfoca as aplicações tutorias. Este tipo de software
assume as funções de um tutor, guiando, orientando e acompanhando a evolução do aluno
(KREUTZ, 2000).
(KREUTZ, 2000) salienta ainda que os computadores eram ainda muito inacessíveis
para as escolas devido ao seu alto custo. Somente as universidades tinham condições de
disseminar este recurso educacional.
No Brasil, a história da informática na educação nasceu no início dos anos 70 a partir
de algumas experiências na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), UFRGS
(Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e UNICAMP (Universidade de Campinas)
(HEINZEN, R. P. S., 2004). Mas foi a década de 80 que se caracterizou pela produção de
conhecimento técnico-científico na área, mediante o desenvolvimento de experimentos-
piloto em universidades brasileiras e implantação de centros de informática educativa junto
aos diversos sistemas de educação do país, o que permitiu a criação de uma sólida base
teórica nacional fundamentada na realidade da escola pública brasileira.
2.2.2.2 Aspectos a serem considerados
Segundo (MATTEI, 2001), para que a educação utilize a informática de maneira
qualitativa, é imprescindível que se articule quatro aspectos: o computador, o sistema
educativo, o professor e o aluno.
27
a) O Computador
Segundo (PASSERINO, 2001), o computador é uma ferramenta única na história da
humanidade, pois sua principal função reside na flexibilidade e capacidade de processamento.
Flexibilidade para o tratamento da informação de qualquer tipo, desde dados astronômicos até
financeiros; e capacidade com relação, por um lado, à quantidade de informação que pode
processar, e por outro lado, com o tempo / espaço necessários para tal fim.
O computador pode ser usado como um instrumento que auxilia na construção do
conhecimento e, portanto, torna-se um recurso com o qual o aluno possa pesquisar, pensar e
manipular a informação.
Para (MATTEI, 2001), o ensino tradicional dedicado à simples transmissão do
conhecimento se baseia numa concepção de aprendizagem Behaviorista, em que o
computador é usado como uma máquina de ensinar. Porém, pode-se adotar uma concepção
construtivista, em que o conhecimento é construído progressivamente por meio de ações que
se transformam. Piaget, o grande construtivista, afirma que a inteligência surge de um
processo evolutivo gradual, em que muitos fatores devem ter tempo para encontrar seu
equilíbrio (PIAGET, 1959).
Nesse caso, o computador pode ser visto com uma ferramenta pedagógica para criar
um ambiente interativo que proporcione ao aluno investigar, levantar, hipóteses, pesquisar,
criar e assim construir seu próprio conhecimento.
Com isso observa-se que a informática trabalha com representações virtuais de forma
coerente e flexível, possibilitando, assim, a descoberta e a criação de novas relações.
b) Sistemas Educativos
Em um futuro não muito remoto, o professor que não souber avaliar e escolher um
Software educativo será considerado analfabeto.
(SOUZA, 2006)
Sistemas educacionais estão sendo usados no mercado mundial de forma muito
acelerada, salienta (MATTEI, 2001). Inúmeros países como Inglaterra, França e EUA, entre
outros, desenvolveram projetos de uso do microcomputador em educação e,
consequentemente necessitam desenvolver produtos de software específicos para suas
necessidades. O mesmo tem ocorrido no Brasil, onde diversos projetos de pesquisa vêm
sendo desenvolvidos, não apenas relacionados ao uso do microcomputador em sala de aula,
28
como também ao desenvolvimento de software para os mais diversos conteúdos
programáticos.
Segundo (MATTEI, 2001), tais sistemas devem oportunizar uma maior interação
entre o aluno, o professor e o ambiente de aprendizagem. Porém nem todos os ambientes de
ensino assistidos por computador do mercado oferecem qualidade. Há sistemas que propõem
caminhos e resultados únicos, substituindo, portanto, aquele professor tradicional.
Pode-se afirmar que o sucesso de um sistema educativo depende não apenas da forma
como foi concebido, mas principalmente pelo modo de utilização do professor. A construção
de um sistema deve ser associada à proposta pedagógica do professor. Parafraseando
(SETTE, 2005), almeja-se que um ambiente educacional apresente as seguintes
características:
Provoque mudanças desejáveis no processo ensino/aprendizagem;
Propicie a construção do conhecimento;
Incentive o trabalho cooperativo e interdisciplinar;
Consiga despertar a curiosidade do aluno;
Possa estimular à reflexão, o raciocínio, a compreensão de conceitos;
Ressalte a importância do processo em vez do resultado obtido (ganhar ou
perder, certo ou errado).
Possa explorar a criatividade, a iniciativa e a interatividade, propiciando ao
aluno a postura ativa diante da máquina e do sistema;
Estimule ou não a competitividade (de acordo com a linha pedagógica
adotada) nas diversas dimensões (com relação aos colegas, ao computador,
a si próprio, etc.);
Estimule o aluno a propor e resolver problemas.
Ambientes de aprendizagem precisam oferecer espaços para que os alunos possam,
além de pesquisar sobre determinados assuntos, testarem seus conhecimentos através de
práticas e outros meios, a fim de contribuir para sua caminhada na busca de novas idéias e
descobertas. (WANG, 2007)
Desta forma, não se tem apenas mais um sistema de computador, e sim um ambiente
educacional que propicie o desenvolvimento e a organização do pensamento, bem como
29
desperte o interesse e a curiosidade dos alunos nos aspectos fundamentais, para a construção
do conhecimento.
c) O Professor
Segundo (PASSERINO, 2001), as tecnologias tem sido utilizadas tradicionalmente
para ensinar alunos como fonte do conhecimento. Assim foi com a televisão educativa, e
também com os computadores. Esses instrumentos eram vistos como substitutos do professor
tradicional, detentor do conhecimento, que repassa toda a informação para um aluno
receptor/passivo.
A maioria dos educadores estão preocupados com a substituição do professor pela
máquina, afirma (MATTEI, 2001). Antes da tecnologia deve-se considerar a metodologia, a
filosofia educacional, levando-se em conta que o papel do professor deixa de ser o centro das
atenções e assume a função de mediador nas atividades desenvolvidas.
Para (MATTEI, 2001), o professor não deve mais ser mero transmissor de conteúdos,
mas sim um orientador, um facilitador da aprendizagem. A escola que pretende fazer o aluno
pensar, estimular as suas capacidades, criar oportunidades de utilizar os seus talentos,
respeitando os diversos modos de aprender, não precisa mais de professor que decide o
conteúdo a ser aprendido e ensinado. Precisa, sim, do professor parceiro, aprendiz, que, junto
com seus alunos, pesquisa, debate e descobre o novo.
A verdadeira função do professor não deve ser aquela de ensinar, mas sim de criar
condições de aprendizagem (ROVAI, PONTON et al., 2007).
É preciso lembrar que os computadores são ferramentas como quaisquer outras.
Uma ferramenta, sozinha, não faz o trabalho. É preciso um profissional, um
mestre no ofício, que a manuseie, que a faça fazer o que ele acha que é preciso
fazer. É preciso, antes da escolha da ferramenta, um desejo, uma intenção, uma
opção. Havendo isto, até a mais humilde sucata pode transformar-se em
poderosa ferramenta didática. Assim como o mais moderno dos computadores
ligado à Internet. Não havendo, é este que vira sucata (FONSECA, 2006).
A formação do professor precisa ser encarada como um processo permanente. As
escolas que hoje estão formando os novos educadores necessitam ter como objetivo
pedagógico formar um cidadão que esteja preparado para trabalhar no mundo atual, que seja
crítico, tenha condições de criar e, principalmente, de se auto-desenvolver. (MATTEI, 2001)
A meta é instrumentalizar os educadores para que possam se tornar cada vez mais
sujeitos das decisões sobre como, quando e onde utilizar esta tecnologia.
30
d) O Aluno
O papel do aluno é utilizar o computador como uma ferramenta que contribui para o
seu desenvolvimento no momento atual e no futuro. Sabe-se que o computador é um recurso
que os alunos gostam de utilizar, porém é necessário acompanhar o seu uso criticamente, para
que se evitem os exageros e prejuízos a sua formação. Para (MATTEI, 2001), o computador
não pode substituir a fase infantil de um criança, ou seja, as brincadeiras como a boneca, o
carrinho, o futebol, o “esconde-esconde” e outras brincadeiras essenciais para um vida
saudável.
Mas, sem sombra de dúvida, o uso da informática pelas escolas, universidades e
instituições de ensino cresce a cada dia, tanto na área administrativa quanto na área
pedagógica. O computador será responsável por uma revolução considerável na educação e
nas formas de avaliações de conhecimento, num futuro bem próximo. O uso adequado deste
mecanismo oportuniza o desenvolvimento e a organização na construção do pensamento, bem
como desperta o interesse e a curiosidade dos alunos, elementos fundamentais para a
construção do conhecimento (UZUNBOYLU, 2007).
2.2.2.3 Abordagem Tradicional do Ensino
Para (SOUZA, 2001), o ensino no Brasil é, de maneira geral, baseado na abordagem
tradicional, tendo atualmente presença significativa na rotina das universidades, razão pela
qual pode ser um obstáculo para o educador na construção ou na implementação de qualquer
nova concepção metodológica.
Atualmente as universidades não têm conseguido, com a abordagem tradicional,
garantir uma adaptação tecnológica significativa, crítica, criativa e duradoura por parte dos
alunos, para que sirva como instrumento de construção da cidadania e de transformação da
realidade. A quantidade de novas informações que está sendo gerada atualmente, e que foi
gerada nas últimas décadas, é muito grande, tornando-se cada vez mais difícil para o professor
deter tanta informação para poder transmitir ao aluno todo este conhecimento (ROVAI,
PONTON et al., 2007).
(SOUZA, 2001) salienta a necessidade do educador ter consciência dos limites e
problemas da educação tradicional, para tentar modificá-la ou até mesmo utilizar novas
técnicas.
31
a) Problemas da abordagem Tradicional
O principal problema reside no relativo risco da ausência da aprendizagem, em função
de baixo nível de interação gerada entre aluno, conteúdo e realidades; tornando assim o aluno
passivo, não crítico. Alguns dos fatores desconsiderados pela abordagem tradicional, segundo
Vasconcelos, citado por (SOUZA, 2001) são:
O conhecimento ocorre na relação aluno-conteúdo-realidade, com a mediação
do professor;
O aluno é um ser concreto;
A existência de diferentes estágios de desenvolvimento;
A necessidade de motivação para a aprendizagem;
O trabalho em sala de aula tem uma dimensão coletiva;
O conhecimento se dá pela ação do aluno sobre o objeto de estudo;
O aluno traz uma bagagem cultural.
Para (SOUZA, 2001), a falta destes fatores na abordagem tradicional pode fazer com
que os alunos fiquem alienados. Sabe-se que não se pode responsabilizar apenas os
professores, pois eles também são vítimas desta formação deficiente, e por isso às vezes não
sabem aquilo que ministram em sala de aula. Não sabendo o significado do que ensinam,
como poderão motivar os alunos a estudar?
b) Conseqüências
Segundo (SOUZA, 2001) a abordagem tradicional pura e simples, apesar de ser
dominante ainda hoje nas universidades brasileiras, apresenta conseqüências nocivas para a
educação superior:
O aluno não aprende;
O professor não ensina como desejava;
O aluno pobre é expulso da Universidade;
O aluno pobre que fica é educado para a submissão.
32
Para procurar resolver estes problemas, é necessário buscar novas metodologias,
assegurando um aprendizado efetivo e duradouro. Esta é a base da abordagem interativa,
descrita no próximo item.
2.2.2.4 Abordagem Interativa
Esta abordagem tem como concepção o fato que o aluno é um ser ativo, o
conhecimento não deve ser transferido, mas sim construído pelo aluno na sua relação com os
outros e com o mundo.
O processo de aprendizagem deve ser dirigido pelo professor, cabendo a ele não
apenas apresentar o conteúdo de sua disciplina, mas despertar e acompanhar o interesse dos
alunos para o conhecimento, para que estes últimos possam construir, elaborar e expressar
uma síntese do mesmo (SOUZA, 2001).
Na abordagem interativa, há uma interação constante entre professor, aluno, conteúdo
e realidade, o que não acontece na abordagem tradicional. Para que haja aprendizagem, há
necessidade de ação do aluno sobre o conteúdo da disciplina. Os sistemas virtuais de ensino
facilitam tal estratégia, pois provocam o raciocínio dos alunos, garantindo o acesso a
elementos que os ajudarão nas respostas aos problemas (SOUZA, 2001).
Quando a busca do conhecimento se dá do aluno para o professor, a construção do
conhecimento por parte do aluno faz com que este possa sistematizar o conhecimento que
vem adquirindo, e expressá-lo corretamente (ROVAI, PONTON et al., 2007).
A tecnologia como ferramenta, de acordo com (PASSERINO, 2001), pode ser usada
tanto por professores como por alunos. Neste último caso, a tecnologia é empregada como
mais uma ferramenta entre outras (lápis, papel, computador, borracha, impressora, etc.).
Mas deve-se destacar que nem o professor, nem tecnologias, originam o pensamento, e
portanto, a aprendizagem. Esses elementos do processo (Professor, tecnologia, ambiente,
entre outros) dão suporte à aprendizagem, oferecendo condições para que o mesmo aconteça,
mas é o aluno quem dispara este processo (WANG, 2007).
Tal abordagem tem um papel muito importante no aumento da efetividade do processo
ensino-aprendizagem e da comunicação eficaz através de uma interface amigável. Por
exemplo, em ambientes tridimensionais, os usuários não apenas vêem conceitos abordados,
mas eles podem executar tarefas dentro de um mundo fictício ou de uma reprodução do
mundo real (CHITTARO e RANON, 2007).
33
Em conseqüência, o papel do professor e da tecnologia no processo de aprendizagem é
indireto (PASSERINO, 2001).
Para (CHIRICO, SCAPOLLA et al., 2005), as funções principais de laboratórios
virtuais interativos são:
Deixar o usuário livre para explorar experiências de aprendizagem;
Não fixar nenhum limite nos laboratórios, com exceção de uma conexão de
Internet dos computadores que controlam a instrumentação;
Evitar configurações e exigências de software e hardware difíceis aos usuários;
Permitir o acesso de muitos usuários simultaneamente;
Possibilitar aos instrutores levarem a cabo sessões de trabalho supervisionadas;
Controlar e anotar o acesso ao sistema.
Quadro comparativo entre as duas Abordagens
Na Tabela 2.1 são apresentadas algumas diferenças entre a abordagem tradicional e a
interativa. Analisando-se a abordagem tradicional, ainda presente em grande parte do
processo de ensino/aprendizagem nas universidades brasileiras, percebe-se a necessidade de
mudanças para adaptar o aluno às novas demandas da sociedade e do mercado de trabalho em
seu futuro profissional. Para tal, devem-se avaliar cuidadosamente os recursos tecnológicos
necessários e disponíveis para se poder utilizar, por exemplo, da abordagem interativa e,
ainda, descobrir qual a melhor estratégia para a sua implantação (SOUZA, 2001).
Tabela 2.1 - Quadro comparativo entre a abordagem tradicional e a interativa para alunos. (SOUZA, 2001)
TRADICIONAL VIA WEB OU INTERATIVA
ALUNOS
Homogêneos quanto à qualificação Heterogêneos quanto à qualificação
Lugar único de encontro Estudam em casa, universidade, etc.
Residência Local População dispersa ou não
Situação controlada/Aprendizagem dependente Situação livre/Aprendizagem independente
A Educação é atividade primária/Tempo Integral A Educação é atividade secundária/Tempo Integral
Seguem, geralmente, um currículo obrigatório. O estudante trilha o caminho que queira seguir.
Homogêneos quanto à qualificação Heterogêneos quanto à qualificação
34
Tabela 2.2 - Quadro comparativo entre a abordagem tradicional e a interativa para docentes. (SOUZA, 2001)
TRADICIONAL VIA WEB OU INTERATIVA
DOCENTES
Um só tipo de professor Vários tipos de professores
Fonte de conhecimento Suporte e orientação da aprendizagem
Recurso insubstituível Recurso parcialmente substituível
Juiz supremo da atuação do aluno Guia da atualização do aluno
Tabela 2.3 - Abordagem tradicional x abordagem interativa para comunicação/recursos (SOUZA, 2001)
TRADICIONAL VIA WEB OU INTERATIVA
COMUNICAÇÃO/RECURSOS
Ensino face a face Ensino multimídia
Comunicação direta Comunicação diferenciada em espaço e tempo
2.2.2.6 Limitações e problemas da abordagem interativa
Segundo (JONSSON, 2005), para a construção de um sistema com abordagem
interativa, deve-se considerar suas limitações e problemas.
A diminuição da socialização, pelas escassas ocasiões para interação dos
alunos com o docente e entre si;
Empobrecimento da troca direta de experiências proporcionada pela relação
educativa pessoal entre professor e aluno;
O perigo da homogeneidade dos materiais instrucionais, pois todos aprendem o
mesmo conteúdo, através de um só pacote institucional.
Desvalorização das certificações;
Descontextualização;
Evasão dos cursos entre 60% e 90% dos alunos, devido à falta de disciplina
dos estudantes ao estudo.
35
2.3 Legislação Brasileira para Ensino a Distância
2.3.1 Introdução
A legislação pertinente ao ensino brasileiro é baseada numa lei fundamental, a LDB
(Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), a qual estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional. A partir desta lei inicial, fazem-se necessárias outras leis, resoluções e decretos
posteriores para o devido amparo legal relativo ao ensino à distância; bem como também a
incrementos e alterações na legislação.
2.3.2 Regulamentação da EAD no Brasil
As bases legais da educação à distância no Brasil foram estabelecidas pela Lei de
diretrizes e bases da Educação Nacional (Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996), pelo
Decreto nº. 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, Decreto nº. 2.561, de 27 de abril de 1998 e pela
Portaria Ministerial nº 301, de 07 de abril de 1998.
Em 3 de abril de 2001, a Resolução n.º 1, do Conselho Nacional de Educação
estabeleceu as normas a pós graduação lato e scripto sensu.
a) Ensino fundamental, médio e técnico à distância:
De acordo com o Art. 2º do Decreto n.º 2.494/98, “os cursos a distância que conferem
certificado ou diploma de conclusão do ensino fundamental para jovens e adultos, do ensino
médio, da educação profissional e de graduação serão oferecidos por instituições públicas ou
privadas especificamente credenciadas para esse fim”.
Para oferta de cursos a distância dirigidos à educação fundamental de jovens e adultos,
ensino médio e educação profissional de nível técnico, o Decreto n.º 2.561/98 delegou
competência às autoridades integrantes dos sistemas de ensino de que trata o artigo 8º da
LDB, para promover os atos de credenciamento de instituições localizadas no âmbito de suas
respectivas atribuições.
Assim, as propostas de cursos nesses níveis deverão ser encaminhadas ao órgão do
sistema municipal ou estadual responsável pelo credenciamento de instituições e autorização
de cursos (Conselhos Estaduais de Educação) – a menos que se trate de instituição vinculada
ao sistema federal de ensino, quando, então, o credenciamento deverá ser feito pelo Ministério
da Educação (MEC).
36
b) Ensino superior (graduação) e educação profissional em nível tecnológico
No caso da oferta de cursos de graduação e educação profissional em nível
tecnológico, a instituição interessada deve credenciar-se junto ao Ministério da Educação,
solicitando, para isto, a autorização de funcionamento para cada curso que pretenda oferecer.
O processo será analisado na Secretaria de Educação Superior, por uma Comissão de
Especialistas na área do curso em questão e por especialistas em educação a distância. O
Parecer dessa Comissão será encaminhado ao Conselho Nacional de Educação. O trâmite,
portanto, é o mesmo aplicável aos cursos presenciais. A qualidade do projeto da instituição
será o foco principal da análise.
c) Pós-graduação à distância
A possibilidade de cursos de mestrado, doutorado e especialização a distância foi
disciplinada pela Resolução nº 01, da Câmara de Ensino Superior-CES, do Conselho Nacional
de Educação-CNE, em 3 de abril de 2001.
O artigo 3º, tendo em vista o disposto no § 1º do artigo 80 da Lei nº 9.394, de 1996,
determina que os cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) à distância
serão oferecidos exclusivamente por instituições credenciadas para tal fim pela União e
obedecem às exigências de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento
estabelecidas na referida Resolução.
No artigo 11, a Resolução nº 1, de 2001, também conforme o disposto no § 1º do art.
80 da Lei nº 9.394/96, de 1996, estabelece que os cursos de pós-graduação lato sensu a
distância só poderão ser oferecidos por instituições credenciadas pela União.
“Os cursos de pós-graduação lato sensu oferecidos à distância deverão incluir,
necessariamente, provas presenciais e defesa presencial de monografia ou trabalho de
conclusão de curso”.
d) Diplomas e certificados de cursos à distância emitidos por instituições estrangeiras
Conforme o Art. 6º do Dec. 2.494/98, os diplomas e certificados de cursos à distância
emitidos por instituições estrangeiras, mesmo quando realizados em cooperação com
instituições sediadas no Brasil, deverão ser revalidados para gerarem os efeitos legais.
37
A Resolução CES/CNE 01, de 3 de abril de 2001, relativa a cursos de pós-graduação,
dispõe, no artigo 4º, que “os diplomas de conclusão de cursos de pós-graduação stricto sensu
obtidos de instituições de ensino superior estrangeiras, para terem validade nacional, devem
ser reconhecidos e registrados por universidades brasileiras que possuam cursos de pós-
graduação reconhecidos e avaliados na mesma área de conhecimento e em nível equivalente
ou superior ou em área afim.
Vale ressaltar que a Resolução CES/CNE nº 2, de 3 de abril de 2001, determina no
caput do artigo 1º, que “os cursos de pós-graduação stricto sensu oferecidos no Brasil por
instituições estrangeiras, diretamente ou mediante convênio com instituições nacionais,
deverão imediatamente cessar o processo de admissão de novos alunos”.
Estabelece, ainda, que essas instituições estrangeiras deverão, no prazo de 90
(noventa) dias, a contar da data de homologação da Resolução, encaminhar à Fundação
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES a relação dos
diplomados nesses cursos, bem como dos alunos matriculados, com a previsão do prazo de
conclusão. Os diplomados nos referidos cursos “deverão encaminhar documentação
necessária para o processo de reconhecimento por intermédio da CAPES”.
2.4 O Ensino em Engenharia Biomédica
2.4.1 Introdução
A Engenharia Biomédica está crescendo rapidamente como uma área de pesquisa e
conhecimento, principalmente, como um corpo de prática na área médica. Para manter tal
crescimento, esta área requer um novo perfil do estudante, que possa rapidamente adaptar à
informação nova e reconhecer o potencial de aplicar tal conhecimento para problemas
existentes na saúde humana e na biologia. (HARRIS, BRANSFORD et al., 2002)
O estudante de hoje convive com tecnologias de aprendizagem que têm sido
empregadas dentro e fora da sala de aula, sendo influenciadas pela natureza do ensino e
aprendizagem. Tecnologias baseadas na web estão habilitando novas possibilidades
pedagógicas, além de gerar um interesse ao aluno jamais alcançado (HOWARD, 2003). Estas
novas tecnologias incluem computadores, CD-ROMS, DVD, gestão de redes e Internet
(HARRIS, BRANSFORD et al., 2002).
As tecnologias fazem com que a procura e exploração das áreas como Medicina,
Biologia, Matemática e Engenharia Biomédica aumente a cada dia. Professores podem
38
imediatamente acessar eventos importantes para usar como ilustrações; estudantes podem
retornar facilmente a cenas específicas para recordarem. Esta flexibilidade é muito importante
para ajudar os estudantes a alcançar a aprendizagem. (HARRIS, BRANSFORD et al., 2002)
Atividades de aprendizagem baseada na web dispõem de oportunidades sem iguais
para projetar experiências de aprendizagem individualizadas. Mas essas atividades devem ter
o acompanhamento de um pedagogo, possibilitando evolução com o passar do tempo
(HOWARD, 2003).
2.4.2 Recursos computacionais no ensino
Com a incorporação cada vez maior de tecnologia na área médica, a demanda por
engenheiros biomédicos tem aumentado consideravelmente. Estes engenheiros recebem uma
forte formação computacional, e o computador começa a ser visto como um facilitador de
aprendizagem (TABAKOV, 2005).
Um exemplo que pode ser citado é de um software de simulação de um sistema de
radiografia. A imagem é obtida computacionalmente, absorvida pelo detector e convertido em
densidade pelo uso de uma função resposta. A simulação completa e detalhada de uma
radiografia provê uma ferramenta didática interessante para treinar os médicos, os técnicos e
físicos médicos (FANTI, MARZEDDU et al., 2005).
Outro exemplo a ser citado é de um programa de pós-graduação que oferece o curso
de mestrado à distância, tanto para alunos da Universidade de Adelaide, como para alunos que
são empregados em hospitais da Austrália ou Nova Zelândia. O curso tem uma duração de
três a quatro semestres (18-24 meses) em tempo integral. A estrutura do curso normalmente se
inicia com uma introdução de anatomia e fisiologia, seguidas pela radiação, radioterapias
físicas e outras disciplinas (POLLARD, 2005). Assim, a disponibilidade de tecnologia digital
provê uma oportunidade para aumentar a eficiência no ensino e no processo de análise de
imagens médicas (SPRAWLS, 2005).
Para se construir um sistema EAD é preciso uma análise das atividades educacionais
específicas, com respeito a resultados desejados. Isto é seguido pelo desenvolvimento de
estratégias e recursos baseados em princípios educacionais estabelecidos. O impacto da
tecnologia contemporânea pode ser explicado pela sua habilidade em colocar os estudantes
em ambientes de aprendizagem enriquecidos (SPRAWLS, 2005).
Além da flexibilidade relativa à autonomia dos estudantes na busca das informações, a
Internet trouxe um processo de aprendizagem que provê recursos excitantes como páginas de
39
web, que além de estimular, apresentam vários recursos como hipertextos, quadros de
anúncios, gráficos, som e vídeo, enriquecendo o processo de aprendizagem (TURNER-
SMITH e DEVLIN, 2005).
Novas técnicas didáticas de aprendizagem em ciências e tecnologia estão abrindo
oportunidades para se projetar materiais efetivos de aprendizagem, que podem ser
compartilhados entre os instrutores. Com o crescimento da Engenharia Biomédica, a demanda
por materiais continuará crescendo, cujo sucesso dependerá da facilidade de adaptação destes
recursos para uma aula (BROPHY, 2003).
Simulações interativas, animações, seminários e imagens podem prover ferramentas
úteis para explorar conceitos relacionados a um desafio. Perguntas de avaliação podem testar
e diagnosticar os estudantes sobre a compreensão conceitual (BROPHY, 2003) .
Atualmente, com o desenvolvimento de modernas técnicas diagnósticas, os avanços
tecnológicos têm trazido muitos benefícios quanto à resolução das imagens. Vários métodos
de neuroimagem têm sido explorados, inclusive em três dimensões (3D), como fator
facilitador do diagnóstico topográfico. Podem-se citar outros recursos de imagem em 3D
computadorizados, como o Atlas do sistema nervoso central; e programas de análise de
imagens médicas para diagnóstico.
As plataformas de aprendizagem atuais oferecem acesso ao material educacional pela
Internet, incluindo algumas aplicações e dados estatísticos do desempenho dos estudantes.
Estes freqüentemente não organizam seu tempo, não classificando e não priorizando as suas
tarefas, de modo que façam seu uso diariamente (ASIMOPOULOS, NATHANAIL et al.,
2007).
O campo da Engenharia Biomédica está progredindo rapidamente em várias áreas,
criando tecnologias novas e diferentes para muitos domínios. Portanto os estudantes devem
desenvolver habilidades de interdisciplinaridade e conhecimento de vários assuntos. Esta
renovação pedagógica exige uma revisão completa no currículo da educação da Engenharia
Biomédica. (SALERUD e ILIAS, 2007)
2.4.2.1 Ensino à distância de Engenharia Biomédica no mundo
A Tabela 2.4 apresenta uma seleção de artigos de diversos autores sobre ensino a
distância em Engenharia Biomédica, mostrando suas características, metodologias e
informações gerais.
46
2.4.2.2 Síntese geral da Tabela 2.4
Em síntese o assunto em geral tratado nos artigos foi o ensino à distância para
Engenharia Biomédica. Todos os cursos aqui descritos já existiam a nível presencial, com
objetivo principal fazer do aluno construtor do seu próprio conhecimento, ou seja, o aluno
escolhe o caminho que deve trilhar para que alcance o conhecimento. Muitos destes sistemas
foram criados inicialmente para facilitar a troca e manipulação de arquivos para professores e
alunos, não se discutindo explicitamente uma filosofia pedagógica.
Em praticamente 90% dos artigos os sistemas são acessados via web, possuindo
características variadas de usabilidade. Muitos recebem o nome de sistemas de “Ensino à
distância”, mas podem ser considerados repositórios de materiais para auxilio de disciplinas.
A maioria deles disponibiliza seus documentos das aulas no formato PDF, e também possui
um banco de imagens médicas para visualização pela Internet.
Não há exigências em termos de hardware ou software específicos. Sugere-se pelo
menos o emprego do serviço de banda larga no caso de videoconferências, para acesso mais
às informações e a arquivos disponibilizados pelos sistemas.
54,5% dos artigos possui uma metodologia de avaliação de sistemas, valendo-se de
questionários com perguntas analíticas, tanto eletrônicas como manuais. Em 36% do total de
artigos não se fornece o número de estudantes entrevistados ou que responderam o
questionário de avaliação e nem o tempo de aplicação. 27% fornecem as perguntas que foram
realizadas no testes, cujas principais questões são citadas abaixo:
“Você já usou o sistema como consulta para trabalhos ou estudo para as provas?”;
“O que você encontrou de mais interessante no sistema?”;
“Considerou a duração do curso apropriada?”;
“O curso cumpriu suas expectativas?”;
“Qual a qualidade do curso se comparado com um curso presencial?”;
Em geral todos os artigos demonstraram que o Ensino à distância, de alguma forma,
melhora a aprendizagem dos alunos (60% de aceitação). O grau de satisfação tanto por
estudantes, professores e especialistas é extramente alto, porém duvidoso devido à falta de
detalhes. Deve-se levar em conta que, em média realizada sobre os dados de todos os artigos
que fornecem detalhes de avaliação, 100 estudantes foram entrevistados, estes últimos sempre
47
pertencentes à disciplina de Engenharia Biomédica. Nota-se a falta de detalhes das
experiências em termos da avaliação realizada pelos próprios alunos.
2.4.2.2 Ensino a distância na área de saúde no Brasil
A Tabela 2.5 apresenta uma seleção de artigos de diversos autores sobre ensino à
distância na área de saúde no Brasil, mostrando suas características principais,
desenvolvimento, avaliações e resultados.
53
2.4.2.3 Síntese geral da Tabela 2.5
Na Tabela 2.5 encontra-se uma seleção de artigos que descrevem recursos de ensino à
distância na área de saúde no Brasil.
Dos assuntos abordados pode-se destacar a plataforma para ensino de neuroanatomia,
desenvolvimento de um portal para ensino na área de saúde, discussões sobre informática
médica e o futuro dos profissionais em medicina no país. Também pode ser encontrado uma
proposta de implementação de um ambiente para ensino médico denominada AMPLIA,
metodologia de avaliação para sistemas de ensino virtual, sítios de apoio à educação em
medicina através da Internet e um ambiente para ensino virtual de Fisioterapia.
Para o desenvolvimento dos sistemas foram usadas como linguagem o Delphi, banco
de dados PostgreSQL, Java e metodologia PBL (Aprendizagem baseada em problemas). A
metodologia de teste é apresentada em 50% dos artigos, sendo que em apenas 30% destes são
mostrados a quantidade de estudantes que foram submetidos a avaliação.
Os resultados descritos em 40% dos trabalhos pesquisados são bastante satisfatórios.
Foram apontados facilidade de utilização, acessibilidade da Internet pelos estudantes e
também problemas como estrutura física, falta de interação entre alunos / desenvolvimento de
sistemas com qualidade de software.
2.4.3 Dificuldades enfrentadas no ensino
Muitas são as dificuldades enfrentadas no ensino em Engenharia Biomédica.
(HARRIS, BRANSFORD et al., 2002) levantam algumas barreiras existentes:
a) Barreira 1 – Ensino Interdisciplinar
Os problemas de fundo educacional existentes na Engenharia Biomédica são causados
pela sua interdisciplinaridade. O peso matemático da engenharia, misturado com parte médica
através de disciplinas como Anatomia Humana, gera uma grande dificuldade para os
estudantes. Sabe-se que para cursos biológicos raramente são incorporados aos seus currículos
disciplinas relacionadas à matemática.
54
b) Barreira 2 – Experiência dos docentes
Membros do corpo docente de Engenharia Biomédica trazem um excelente
conhecimento na área, mas apenas sua experiência como pesquisadores não lhes fornece a
preparação necessária para uma carreira em ensino superior. Dificuldades significativas
permanecem entre a teoria educacional e a prática, sendo que a preocupação deveria estar na
formação do pedagogo, iniciando-se pelo corpo docente.
c) Barreira 3 – Educação Tecnológica
Apenas 25% dos professores usam recursos de tecnologia na sala de aula. Há
numerosas barreiras, mas a disponibilidade de bens materiais e a falta de conhecimento são as
mais preocupantes. Uma barreira que se deve considerar é a lentidão com que os editores
tradicionais estão estimulando o desenvolvimento e começando a disseminação digital.
d) Barreira 4 – A prática acadêmica e industrial
Este problema é particularmente agudo em Engenharia Biomédica devido à clara
imaturidade de certos aspectos do campo e à separação existente entre a indústria e o trabalho
acadêmico.
Por causa do crescimento explosivo no meio científico, os estudantes de hoje
necessitam constante reciclagem de conhecimento. Como resultado disso, eles devem
entender os fundamentos de várias disciplinas, tendo a capacidade de integrar tal
conhecimento na sua área. (HUANG, 2004)
2.5 O Ensino em Neurociências
2.5.1 Introdução
Os progressos científicos e as pressões sociais, econômicas e políticas estão
transformando os modelos da prática neurológica, com consequências sobre a qualidade
global dos cuidados prestados e sobre o próprio ensino de Neurologia. Uma grande parte dos
neurologistas começa, pois, a reconhecer a necessidade de refletir e reformular as estratégias
educacionais, para responder futuramente a todos estes novos desafios. (RORIZ e NUNES,
2006)
55
Para (COUSENS e MUIR, 2006), nos cursos médicos e biomédicos, devia-se
encorajar que os estudantes considerassem a natureza interdisciplinar da neurociência,
transcendendo limites disciplinar tradicionais. Eles deveriam promover fluência de dados e o
desenvolvimento de habilidades computacionais necessários para trabalhar com conceitos
crescentemente complexos e padrões de dados.
Na área médica e científica, a Internet tem figurado como um ambiente essencial, não
somente para difusão da informação, mas também para a cooperação entre instituições. Ela
tem permitido ao profissional desta área pensar e agir a nível global, gerando maior eficiência
e rapidez, produtos de valor para a comunidade (CARDOSO, 1998b).
Há um desejo nas escolas por informação sobre neurociências, e atualmente existem
grandes pacotes de programas. A velocidade com a qual tais pacotes ganharam lugar nas
universidades, mundialmente, é surpreendente (GOSWAMI, 2006).
O ensino de neurociência pode ser grandemente aumentado incorporando
simulações realísticas e interativas para as funções neurais. (EVYATAR AV-
RON, 2006).
2.5.2 Estudo de Caso: Neuroanatomia
2.5.2.1 Introdução
A World Wide Web (www) traz um enorme banco de dados de informação à sala de
aula. Tais recursos fazem uso de hipermídia, em que imagens dinâmicas, som ou recursos de
textos e referências eletrônicas são mais fáceis de procurar e atualizar. Conferências virtuais
provêem oportunidades síncronas e assíncronas para estudantes resolverem problemas de
engenharia ou escrever sobre o trabalho deles mesmos, discutindo isso com colegas e peritos
localmente distantes (HARRIS, BRANSFORD et al., 2002).
Para (INZUNZA e BRAVO, 2000), a Anatomia é a base de todos os ramos da ciência
médica. Lamentavelmente, para este conhecimento tão extenso, dispõe-se de custo tempo para
seu ensino em universidades. Este fato leva à necessidade de apresentar o conhecimento
anatômico de uma forma concisa e atraente, mostrando a importância clínica e a utilidade
prática de tais materiais. De fato, pode-se afirmar que hoje em dia o tempo é bastante escasso
para aprendizagem dela. Deste modo, os professores estão frente a um compromisso
complicado entre concisão e contextualização (INZUNZA e BRAVO, 2002).
56
Nos últimos anos tem sido possível encontrar diferentes sistemas educativos para o
curso de anatomia. Algumas escolas de medicina têm cometido o erro de utilizar esse tipo de
tecnologia sem antes analisá-la. No trabalho de (INZUNZA e BRAVO, 1999), é realizada
uma análise do impacto dos softwares de ensino, particularmente quanto ao reconhecimento
prático de estruturas anatômicas.
O modelo educacional das universidades tem permanecido estático e resistente a
mudanças por muitas décadas. Os professores utilizam sempre os mesmos tipos de aulas e as
mesmas abordagens educacionais, sem inová-las, e continuam a centralizar o aprendizado em
si (CARDOSO, 1998a).
Entretanto, com o crescimento da tecnologia de ensino baseada na web, surgem
ferramentas para auxiliar o ensino de certas disciplinas, como Neuroanatomia e Biofísica.
Dentro deste contexto, as mudanças começam a acontecer, e a cada dia os cursos biomédicos
se tornam inseridos neste processo.
Dez anos atrás, a Associação Americana de Escolas Médicas declarou ser importante
que as escolas de medicina promovessem o uso efetivo da informática entre seus alunos e
docentes. De fato, durante esse período, os recursos da informática deixaram de ser uma
novidade para se tornarem uma ferramenta indispensável e rotineira em várias disciplinas das
escolas médicas dos Estados Unidos. Estudos recentes constataram que o conhecimento de
informática dos alunos ingressantes nos cursos médicos tende a aumentar em relação aos
últimos anos (MIRISOLA e LANGONE, 1999). De fato, dentre as disciplinas do primeiro
ano dos cursos da área da saúde, a Anatomia é uma das mais apropriadas para a introdução do
estudante à informática.
Até o presente, na maioria das escolas médicas do Brasil, a Anatomia vem sendo
ensinada através de aulas expositivas, gravuras, diapositivos, Atlas, livros textos, que nem
sempre podem ficar à disposição dos estudantes para estudo ou revisão, ou cortes histológicos
e peças dissecadas, são de difícil compreensão para a maioria dos alunos ingressantes. Na
Neuroanatomia, particularmente, esse dado é muito importante, pois, mais do que em
qualquer outro sistema, o estudo da morfologia não pode ser dissociado da função
(MIRISOLA e LANGONE, 1999). No caso do curso médico, faz-se necessário muitas vezes a
abordagem de aspectos patológicos e clínicos para a uma melhor compreensão, obrigando o
estudante a estudar conceitos novos, que exigem um esforço maior em seu aprendizado.
57
2.5.2.2 O Ensino de Anatomia através do computador
Uma descrição dos sítios mais usados mundialmente encontra-se na Tabela 2.6.
63
2.5.2.3 Síntese geral da Tabela 2.6
O objetivo geral encontrado nos artigos é fornecer conceitos, imagens e correlação
funcional de suas estruturas. São fontes de informações para educadores, estudantes, médicos
e pacientes. O assunto tratado na maioria dos sítios envolve a anatomia Humana, em 30%
deles enfoca-se a Neurociência. 23% dos sítios possuem reconstruções em 3D de imagens
anatômicas. Jogos de perguntas como forma de avaliar a aprendizagem são encontradas em
15% deles.
Todos os sítios fornecem uma grande variedade de imagens, porém em 45% deles há
textos conceituais sobre diversos temas relacionados com as fotos das partes anatômicas.
Todos os recursos fornecidos são acessados via Internet, através de páginas web. 77% dos
sitos visitados não necessitam de nenhum recurso ou aplicativo adicional para acessar as
informações disponíveis. No caso dos recursos em três dimensões, diversos formatos são
fornecidos para acesso. E 15% dos sítios, necessita-se de um plugin denominado
Javawebstart para que o conteúdo possa ser acessado.
Em 38% dos sítios, relaciona-se o conteúdo apresentado com algum tipo de patologia,
o restante não realiza nenhuma conexão clínica a seus conceitos e imagens. Apenas um dos
sítios pesquisados (7%) cobra taxas pelo acesso ao material, sendo que 93% oferecem acesso
gratuito e livre para pessoas interessadas.
2.5.2.4 Problemas no Ensino de Neuroanatomia
Segundo (HEINZEN, R., 2004) a neuroanatomia, assim como todas as disciplinas de
morfologia, enfrentam hoje problemas de ordem didática/pedagógicos, com relação a falta de
peças humanas, ausência de monitores e extra-classe e dificuldades visão espacial das
estruturas internas pelos alunos, conforme descritos abaixo.
1. Falta de peças humanas: A obtenção de cadáveres para a retirada de peças
humanas requer uma série de obrigações legais, conforme o estabelecido pela
Lei Federal Nº 8.501 de 30 de novembro de 1992, que dispõe sobre a utilização
de cadáveres não reclamados, para fins de estudo ou pesquisas científicas.
64
Desse modo, a obtenção de cadáveres é realizada por doação
individual/familiar (esta forma é rara) e por envio de órgãos estaduais. Estes
órgãos não suprem as necessidades das Escolas Médicas e Biomédicas das
universidades públicas e privadas no Brasil.
2. Dificuldades na obtenção do Cérebro Humano: A dificuldade na extração
do encéfalo em crânios humanos leva à danificação de muitas estruturas
aderidas internamente ao mesmo, pela técnica utilizada através do osteótomo,
para abrir a calota craniana; ou mesmo pela má fixação do encéfalo como um
todo.
3. Durabilidade: O encéfalo, conservado em Formol à 10%, tem consistência
frágil, sofrendo fácil laceração ao manuseio.
4. Falta de alunos monitores no auxílio do ensino: O problema é derivado da
falta de disponibilidade de pessoal no assessoramento dos professores durante
as aulas e extra-classe. Um dos motivos é devido aos choques de horário com
as demais disciplinas do currículo dos cursos que realizam, já que forçam os
alunos a abandonar a monitoria, muitas vezes, no momento em que já estão
preparados.
5. Dificuldade na visualização dos processos: Estruturas internas do cérebro são
difíceis de serem visualizados em cortes anatômicos. Outro problema se refere
a entender como se dão os processos biofísicos do sistema nervoso.
2.5.3 Estudo de Caso: Neurofisiologia
2.5.3.1 Introdução
Como legado da década do Cérebro, é hoje seguro antecipar que a genética e a
biologia molecular serão o motor dos mais importantes progressos futuros das neurociências,
modificando a forma de encarar e pensar a mente humana. Se o século XX foi o berço da
Neurologia moderna, o século XXI será a sua escola, tornando-se claro que se deve esperar o
inesperado da Neurologia do século XXI. (RORIZ e NUNES, 2006)
65
Os princípios de Neurofisiologia continuam sendo tópicos desafiadores para a
educação em neurociências de estudantes universitários (RAMOS, MOISEFF et al., 2007).
De fato, mesmo que o neurologista pudesse prescindir de outras áreas de conhecimento para
que determinado conjunto de sintomas pudessem ser tratados pela arte da medicina, os
conhecimentos específicos sobre neuroanatomia e neurofisiologia propiciam significativos
incrementos na eficiência do tratamento. (RAMOS, MOISEFF et al., 2007)
2.5.3.2 O Ensino Neurofisiológico
O último século veio revolucionar o modo como hoje são vistas e entendidas as
funções (e disfunções) do nosso sistema nervoso. Os progressos observados nas áreas da
neuroimagem e da neurofisiologia permitiram um novo fôlego aos projetos
ancestrais de
correlacionar localização e função, resultando em grandes avanços na identificação e
diagnóstico da grande parte dos distúrbios que agora sabemos reconhecer. (RORIZ e
NUNES, 2006)
Um dos meios mais efetivos para se alcançar a aprendizagem em processos
neurofisiológicos é por meio de experiências ao redor de problemas interessantes em nossa
própria pesquisa. (COUSENS e MUIR, 2006)
Como modo de facilitar a aprendizagem em Neurofisiologia, (OLIVO, 2003) criou
um laboratório
online
para o estudo de neurofisiologia. Neste sistema os estudantes podem
escolher maneiras de navegação a imagens e vídeos, dependendo das necessidades deles.
Um banco de imagens é exibido com tamanho reduzido e se os alunos precisarem de um
detalhe adicional, cada imagem é ligada a uma versão aumentada de si mesmo. Assim os
estudantes conseguem acessar camadas mais profundas de imagens.
Outro projeto muito interessante é o chamado “Neurônio em Ação”, um ambiente de
simulação que modela neurônios baseado em equações que descrevem o seu funcionamento.
Um dos grandes atributos dele é que os materiais disponibilizados provêem uma perspectiva
histórica em experiências e experimentos. (STUART, 2004)
Segundo (EVYATAR AV-RON, 2006), os estudantes aprendem melhor por atividades
que requerem a participação direta deles. Através do uso de simulações como ferramenta de
aprendizagem em neurofisiologia, os alunos envolvem-se na atividade e obtém avaliações
imediatas sobre seu conhecimento. Modelos biofísicos e simulações de computador podem
ser usadas por pedagogos e estudantes para explorar uma variedade de princípios básicos de
neurociência.
66
2.5.3.3 Problemas no Ensino de Neurofisiologia
Problemas principais encontrados no ensino de Neurofisiologia:
Visualização dos conceitos e processos fisiológicos.
Escassez de literatura nacional sobre o tema;
2.6 Conclusão Geral
A tecnologia tem impulsionado transformações culturais, entre estas transformações
emerge a necessidade de o indivíduo desenvolver habilidades essenciais de cooperação e
interação, qualificando os profissionais para atuarem em uma sociedade desafiadora e
contemporânea. Hoje um médico não basta saber diagnosticar um paciente, precisa saber
manipular equipamentos informáticos cada vez mais presentes em seu cotidiano.
A Informática médica e educativa está hoje presente na maioria das escolas médicas
do Brasil. Além de fornecer aproximações pedagógicas que suportam personalização de
conteúdo, flexibilidade e centralização da aprendizagem, o aluno acessa a informação a
qualquer horário e lugar, estando este inserido no Ensino à distância.
Neste contexto, o Ensino à distância está no coração do ensino universitário mundial.
Na maioria das universidades, já existem sistemas via Internet que apóiam atividades
pedagógicas. Alguns desses sistemas são depositórios de materiais educacionais, que apóiam
os professores e alunos. Com o surgimento das plataformas de EAD, surge-se a possibilidade
do fornecimento de vários recursos para o estudante, como calendários, notícias, fóruns, bate-
papos, avaliações online e até mesmo possibilitando a comunicação entre os usuários.
As vantagens do uso de computadores no ensino são:
O próprio aluno dirige o seu aprendizado, trilhando o caminho que preferir;
Avaliações rápidas de alunos, verificando seu conhecimento em determinado conteúdo
e capacidade para práticas virtuais;
Possibilidade de unir textos, gráficos, sons, vídeos e animações;
Superação dos obstáculos geográficos quando conectado a Internet;
Desvantagens na utilização do ensino a distância:
67
A falta de interação entre professor e aluno presencialmente, levando a um
empobrecimento da troca direta de experiências proporcionada pela relação educativa
pessoal;
A falta do convívio entre alunos, questionando se apenas videoconferências suprem
essa necessidade;
Problemas em avaliar o conhecimento do aluno virtualmente;
Problemas da homogeneidade dos materiais instrucionais;
Evasão dos cursos entre 60% e 90% dos alunos.
Quanto à legislação brasileira, o credenciamento é realizado pelo Ministério da
Educação (MEC). Para tal, fica fixado através da Lei de diretrizes e bases da Educação
Nacional (Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996) regulamentações distintas para o ensino
em três níveis:
1. Ensino fundamental, médio e técnico à distância: as propostas devem ser
encaminhadas ao órgão do sistema municipal ou estadual responsável pelo
credenciamento de instituições e autorização de cursos;
2. Ensino superior (Graduação) e educação profissional em nível tecnológico:
Credenciamento realizado em análise por uma comissão de especialistas na
área do curso em questão;
3. Pós-graduação à distância: Apenas instituições credenciadas pela União;
Nos cursos de Engenharia Biomédica, a grande dificuldade enfrentada está no ensino
de disciplinas médicas para os alunos. Tem-se o exemplo da disciplina de Anatomia Humana,
em que os estudantes, além de estudarem as estruturas anatômicas, precisam entender
fisiologicamente qual o papel destas. Para um aluno acostumado a um curso extremamente
matemático, muitas dificuldades de aprendizagem tendem a surgir devido a essa
interdisciplinaridade.
Várias linhas de pesquisa têm sido desenvolvidas no mundo:
1. Software de simulação de um sistema de radiografia. (FANTI, MARZEDDU et
al., 2005)
2. Programa de pós-graduação da Universidade de Adelaide. (POLLARD, 2005)
68
3. Curso de Física Médica para diagnostico e propósitos terapêuticos.
(JONSSON, 2005)
4. TELEMATE: Curso de Tecnologias ligadas a Medicina. (TURNER-SMITH e
DEVLIN, 2005)
5. ESMERALDA: Plataforma de materiais e treinamento em físicas médicas,
medicina nuclear e radioterapia. (PALLIKARAKIS, 2005)
6. EMITEL: Enciclopédia para termos técnicos voltados para medicina e
tecnologia. (TABAKOV, LEWIS et al., 2007)
7. E-HECE: Ensino superior em Engenharia Clínica. Plataforma de EAD com
videoconferência e outros recursos. (INCHINGOLO, LONDERO et al., 2007)
8. EVICAB: Campus virtual europeu para Engenharia Biomédica. (LINDROOS,
MALMIVUO et al., 2007)
Destes sistemas citados, todos são direcionados para ensino à distância na área de
Engenharia Biomédica. Iniciaram-se a nível presencial e se tornaram à distância. No início
eram apenas repositórios de conteúdo, servindo para suporte e troca de arquivos entre
professores e alunos. Poucos artigos discutem uma filosofia pedagógica. Os recursos de
hardware e software também são pouco discutidos, exigindo-se apenas acesso à Internet, se
possível com serviço de banda larga.
Na Tabela 2.4, 36% dos artigos não fornece o número de estudantes entrevistados ou
que responderam ao questionário de avaliação. Grande parte deles não discute uma
metodologia de testes para seus sistemas (45,5%), e o tempo de aplicação foi demonstrado em
apenas 36,5%. Em média, para os artigos que apresentaram algum resultado de avaliação, 100
estudantes foram entrevistados durante 2 meses em média, obtendo-se índices de aprovação
de 86%.
A Tabela 2.5 mostra uma seleção de artigos que descrevem recursos de ensino a
distância na área de saúde, no Brasil. A metodologia de teste é apresentada em 50% deles,
sendo que em apenas 30% destes são mostradas a quantidade de estudantes que foram
submetidos à avaliação. Os resultados são descritos em 40% dos trabalhos pesquisados, e são
bastante satisfatórios. Foram apontadas vantagens como facilidade de utilização,
acessibilidade da Internet pelos estudantes e também problemas como estrutura física, falta de
interação entre alunos / desenvolvimento de sistemas com qualidade de software.
Algumas das barreiras encontradas no ensino em Engenharia Biomédica são:
69
1. Ensino Interdisciplinar: A matemática misturada com conceitos biomédicos gera
dificuldades de aprendizagem para muitos alunos.
2. Experiência dos docentes: Falta de experiência na prática de muitos docentes, que
possuem conhecimento técnico, mas sem embasamento pedagógico.
3. Educação Tecnológica: Apenas 25% dos professores usam recursos tecnológicos em
sala de aula;
4. Relação acadêmica com empresas: Problema da separação entre empresas e
universidades.
O modelo educacional quem vem sendo utilizado nas universidades nesta área tem
permanecido estático e resistente a mudanças por muitas décadas. Entretanto, com o
crescimento da tecnologia de ensino baseado na web, surgem ferramentas para auxiliar o
ensino de certas disciplinas, como Neuroanatomia e Biofísica. A cada dia os cursos médicos e
biomédicos se tornam inseridos neste processo.
A Tabela 2.6 faz uma relação das iniciativas dedicadas ao ensino de Neuroanatomia,
sendo o objetivo dos sítios fornecer conceitos, imagens e correlação funcional de suas
estruturas. São fontes de informação para educadores, estudantes, médicos e pacientes. 23%
dos sítios possuem reconstruções em 3D, e 15%, jogos de perguntas para teste de
aprendizagem. Deve-se destacar o fato que apenas 45% dos sítios apresentam textos
acompanhando as imagens, e que 38% das iniciativas estabelecem conexão lógica entre
anatomia e clínica.
Os problemas relatados no ensino de Neuroanatomia são:
Falta de peças humanas;
Dificuldades na obtenção do cérebro humano;
Durabilidade do encéfalo;
Falta de alunos treinados como monitores;
Dificuldade na visualização dos processos;
No caso da Biofísica, especificamente no ensino neurofisiológico, a grande dificuldade
reside na complexidade dos processos em incluindo a escassez de literatura nacional sobre o
tema.
70
Em síntese, seja de ponto de vista das iniciativas educacionais em Engenharia
Biomédica e em Neuroanatomia, em nível internacional, seja do ponto de vista das iniciativas
em saúde, no Brasil, fica claramente caracterizada a ausência de projetos de implementação e
de avaliação pedagógica estruturados, que contemplem diversos tipos de estudantes ao mesmo
tempo (e não apenas aqueles com uma única formação) durante um período de tempo pré-
estabelecido. Particularmente, no que se refere à Neuroanatomia, deve-se destacar a baixa
quantidade de iniciativas que oferecem textos acompanhando as imagens, incluindo conexão
entre clínica (patologias) e estruturas anatômicas.
Como forma de suprir tais necessidades e desafios, os próximos capítulos descrevem o
desenvolvimento de um Atlas de Neuroanatomia, com fotografias de peças existentes no
laboratório de Anatomia Humana da Universidade Federal de Uberlândia. Além disso, criou-
se uma multimídia de Biofísica para cumprir o papel de ponte de ensino entre estudante e
professor, permitindo a visualização facilitada dos processos neurofisiológicos, como também
textos conceituais, podendo ser considerada um instrumento de estudo.
71
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79
3. Sistema: Aspectos Pedagógicos e Informáticos
3.1 Introdução
No capítulo anterior constatou-se um grande desafio, considerando aspectos
pedagógicos e computacionais, em construir uma ferramenta interdisciplinar para ensino
médico e também para estudantes de Engenharia Biomédica. Consequentemente, este capítulo
desenvolve a proposta de um sistema, denominado BioLabVirtual, para ensino
neurofisiológico e neuroanatômico.
Inicialmente, discutem-se as principais correntes pedagógicas, seguido de uma
pesquisa sobre a Internet na UFU, através da qual constatou-se dados de acessibilidade e suas
características, como facilidade de uso, tempo de acesso, confiança nas informações obtidas,
freqüência do uso do e-mail e causas de desmotivação.
Finalmente, discutem-se os princípios básicos que nortearam a implementação do
BioLabVirtual, apresentando-se seus principais recursos.
3.2 Metodologias de Ensino
Na Tabela 1 encontram-se várias metodologias de ensino, descritas em ordem
cronológica, por autor.
3.2.1 Quadro de Metodologias
Tabela 3.1 - Resumo de Metodologias de Ensino
Abordagem Ensino-Aprendizagem Professor/Aluno Metodologia
(SKINNER,
1954)
Comportamentalista - modificação do
comportamento provocada
pelo agente que ensina
(Estímulo-Resposta)
- professor é controlador do
processo, possui o saber e
detém o poder estabelecido po
r
hierarquia.
- instrução
-programação,
treinamento,
condicionamento
(PIAGET, 1959)
- Construtivista/
cognitivista
- processo de trocas com o
meio
- baseada no ensaio e erro
- professor; desafiador,
orientador, encorajador e
facilitador de aprendizagens.
- professor além de ensinar
passa a prender, e o aluno,
além de aprender, passa a
ensinar.
- ativa
- desafiadora
- jogos, pesquisa,
problemas.
80
Abordagem Ensino-Aprendizagem Professor/Aluno Metodologia
(ROGERS,
1976)
- Humanista;
- Facilitação;
- Estudantes têm liberdade
total para aprender quando e
como quiserem;
- Valorização da busca da
autonomia
- Relacionamento deve ser
igualitário;
- Professor: facilitador.
- Pesquisa feita
pelos alunos.
(AUSUBEL,
1976)
- Cognitivista;
- Organização do
desenvolvimento.
- Trata-se do modo como as
pessoas percebem,
aprendem, recordam e
pensam sobre a
Informação;
- Estudantes aprendem novo
conteúdo a partir do que já
sabem;
- A aprendizagem se dá
através do ativo envolvimento
do aprendiz na construção do
conhecimento;
- As idéias prévias dos
estudantes desempenham um
papel importante no processo
de aprendizagem.
- Pesquisa feita
pelos alunos;
(VYGOTSKY,
1984)
- Interacionista. - Constante diálogo entre o
exterior e interior do
indivíduo
- Construída mediante
processo de relação do
indivíduo com seu ambiente
sócio-cultural e com o
suporte de outros indivíduos
mais experientes;
-professor incentivador,
provocando avanços que não
ocorreriam espontaneamente.
Não consta.
(FREIRE, 1987)
- Sócio- cultural - reflexão sobre o homem e
uma análise do meio de vida
desse homem
- O processo educacional
ocorre em um contexto que
deve ser considerado
- consciência crítica
- horizontal e não imposta
- dialogal
- dialogal
- reflexiva
(BRUNER,
1997)
- Cognitivista;
- Aprendizagem pela
descoberta.
- Especificar as experiências
de aprendizagem pelas quais
os estudantes têm de passar;
- escalonar as informações
de maneira que elas possam
ser facilmente
compreendidas.
- Participação ativa do
aprendiz;
- Professor desafiador,
estimulador, provocador de
problemas;
- Professor x aluno relação
igualitária.
- Pesquisa.
3.2.2 Metodologias Principais
3.2.2.1 Skinner
A idéia da instrução programada teve origem por B. F. Skinner (SKINNER, 1954), e a
primeira implementação prática desta metodologia ocorreu para o treinamento de pessoas em
empresas. No início da década de 60, a instrução programada foi definida como:
81
a) Resposta Ativa pelo estudante;
b) Reforço imediato de respostas corretas;
c) Aproximações sucessivas para o conhecimento ser aprendido, em uma sucessão de
passos tão pequenos que o estudante pode levar cada um com pequena dificuldade.
Para Skinner (SKINNER, 1954), a programação por instrução é muito importante no
processo de aprendizagem para o aluno, pois impede que o estudante veja a resposta certa de
um determinado exercício antes de construir sua própria resposta, utilizando uma máquina
pedagógica programada para análise de respostas.
Alguns dos problemas encontrados na aplicação dessa metodologia como ferramenta
de ensino foram:
O andamento do programa pode se tornar uma experiência tediosa para os estudantes.
Nessa metodologia o aluno segue um caminho de aprendizagem, não podendo
escolher por sua vontade quais tópicos quer estudar e nem fazer o exercício antes de
passar pelo conteúdo;
A problemática de aprender por meio de um programa de computador. Ao estudar por
um conteúdo usando métodos de Skinner aplicado à informática, mesmo de alta
qualidade, o estudante tem a possibilidade de saltar comandos para olhar as respostas
corretas antes de se avaliar. Consequentemente, a aplicação desta metodologia exige
um projeto informático cuidadoso.
3.2.2.2 Piaget
A teoria de Piaget (PIAGET, 1959) explica de forma satisfatória o processo de
aprendizagem mediante a participação do estudante na construção do próprio conhecimento.
Segundo Piaget há duas abordagens distintas para a implantação do conhecimento:
Ensino Condicionado: implantação do ensino sem a participação do aprendiz;
Ensino Cooperativo: onde o aluno participa no desenvolvimento do seu próprio
conhecimento.
No uso deste método para o ensino a distância, usa-se o modo cooperativo de ensino.
A teoria de Piaget será utilizada como motivação para se utilizar um conjunto de artefatos
82
tecnológicos que permitam ao estudante interagir como o objetivo de aprendizagem. O
método pode ser dividido em:
Parte 1: Apresenta os passos iniciais para o estudo;
Parte 2: Apresenta o tema abordado e suas subdivisões;
Parte 3: Agrupa as informações sobre o tema abordado, deixando espaço para
as dúvidas e questões mais freqüentes;
Parte 4: Espaço reservado para expor os experimentos e as leituras básicas /
gerais do ambiente.
Segundo (PIAGET, 1959) a construção do conhecimento ocorre quando o aprendiz
age, fisicamente ou mentalmente, sobre os objetos, provocando o desequilíbrio do
conhecimento adquirido anteriormente. Esse desequilíbrio deve ser resolvido por meio de um
processo de assimilação e acomodação do novo conhecimento. Assim, o equilíbrio será
restabelecido para em seguida sofrer outro desequilíbrio.
3.2.2.3 Ausubel
A aprendizagem é a preocupação central para (AUSUBEL, 1976), representante do
cognitivismo, para quem o fator mais importante, influenciando a aprendizagem, é o
conhecimento próprio do aluno, devendo o professor averiguá-lo para melhor realizar seu
planejamento pedagógico.
Para (MACHADO, 2006) o enfoque de Ausubel pode ser relacionado à visão de
ensino e aprendizagem denominada construtivista, apresentando ao menos dois traços
principais:
1) A aprendizagem ocorre através do envolvimento ativo do aprendiz na
construção do conhecimento;
2) As idéias prévias dos estudantes desempenham um papel importante no
processo de aprendizagem.
Segundo (AUSUBEL, 1976), a maior parte dos conceitos aprendidos pelos alunos,
tanto em sala de aula quanto fora dela, ocorrem de forma receptiva. Na visão de Ausubel, essa
seria a maneira mais simples e eficaz de se adquirir o conteúdo de uma disciplina acadêmica,
que passa a predominar quando o indivíduo começa a apresentar maior maturidade intelectual,
83
tornando-se capaz de compreender conceitos e proposições expostos verbalmente, sem
necessidade adicional de experiência empírica ou concreta.
Para (MACHADO, 2006), é preciso que o material a ser aprendido seja
potencialmente significativo para o aluno, isto é, possa ser especialmente associado à sua
estrutura de conhecimento, de modo intencional e não-literal. O aluno relaciona o conteúdo
em estudo àquilo que já conhece.
3.3 O uso da Web como ferramenta de aprendizagem
3.3.1 Estudo da Acessibilidade à rede Internet
Foi aplicado um instrumento de pesquisa (Questionário apresentado no Anexo 1),
que visou obter a opinião de alunos de graduação dos cursos de Biomedicina, Ciências
Biológicas, Engenharia Biomédica, Medicina e Medicina Veterinária da Universidade
Federal de Uberlândia (UFU), no período de 20 de Novembro à 14 de Dezembro de 2007.
Os questionários foram aplicados durante o horário de aula com a colaboração de vários
professores, a saber: Prof. Adriano Alves Pereira (FEELT/UFU) para o curso de graduação
em Engenharia Biomédica, Prof. Fábio Oliveira (ICBIM/UFU) na Biomedicina /
Medicina, Profa. Marina Abadia Ramos (ICBIM/UFU) no curso de Biologia e Prof.
Rogério de Freitas Lacerda (ICBIM/UFU) na Medicina Veterinária.
O objetivo deste estudo é apresentar o perfil geral dos alunos que estarão utilizando
o BioLabVirtual, validando assim o uso da Internet como meio mais rápido na busca da
Informação, bem como o uso desta como um canal de comunicação.
Segue abaixo a Tabela 3.2 com os dados dos alunos entrevistados por curso:
Tabela 3.2 - Quadro Geral de Alunos Entrevistados por Curso
Cursos
Quantidade de Alunos
Entrevistados
Quantidade Total de
Alunos por curso
Porcentagem de
Alunos Entrevistados
Biomedicina 24 25 96,00%
Ciências
Biológicas
36 315 15,00%
Engenharia
Biomédica
52 57 91,23%
Medicina 35 493 7,10%
Medicina
Veterinária
34 422 8,06%
TOTAL: 181 1047
a) Acesso a Internet
84
Na amostra coletada, todos os alunos declararam ter acesso à Internet seja em Casa
ou na Universidade (Tabela 3.3). O uso simultâneo da casa e Universidade como local de
acesso à Internet predominou, nos diversos cursos. Em todos os cursos pode-se perceber
que acessibilidade à Internet é maior na Universidade do que nas casas dos estudantes. A
exceção ocorre no curso de Medicina Veterinária, em que 88,24% dos alunos possuem
Internet em suas casas. Ao contrário disso, o curso de Medicina é o que demonstra os
menores índices de acesso a Internet domiciliar, com apenas 71,43%. Os locais onde os
alunos de diferentes cursos utilizam a Internet são mostrados na Figura 3.1.
Tabela 3.3 - Quadro Médio da Acessibilidade da Internet
Média de todos os Cursos
Casa
79,82%
Universidade
84,36%
Trabalho
1,81%
LanHouse
12,88%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Casa Universidade Trabalho LanHouse
Eng. Biomédica Biomedicina Biologia Medicina Veterinária
Figura 3.1 - Locais de Acesso a Internet.
85
b) Acesso a um computador (Tabela 3.4 e Figura 3.2)
De acordo com o estudo, 88,07% dos alunos possuem computadores em suas
casas o restante acessa na Universidade ou no Trabalho. O Curso de Biomedicina
possui o maior número de alunos com computadores em suas casas (91,67%) e o curso
de Ciências Biológicas, o menor (83,33% dos alunos).
Tabela 3.4 - Quadro Médio de Acesso a um computador
Média de todos os Cursos
Casa
88,07%
Universidade
85,60%
Trabalho
1,81%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
120,00%
Casa Universidade Trabalho
Eng. Biomédica Biomedicina Biologia Medicina Veterinária
Figura 3.2 - Acesso a um computador
c) Facilidade do uso da Internet
Vide na Tabela 3.5 e Figura 3.3 os dados referentes a facilidade do uso de
Internet em diferentes cursos.
Para 61,33% dos alunos entrevistados, o uso da Internet é muito fácil, para
24,76%, razoavelmente fácil e para 12,13% dos alunos o grau de dificuldade é médio.
Apenas 1,77% escolheram que é difícil o uso de Internet. Os alunos de Ciências
Biológicas demonstraram facilidade no uso da Internet em quase 73% dos
86
entrevistados. O curso de Biomedicina apresentou o maior índice de dificuldade no uso
da Internet.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
Muito Fácil Razoavelmente
cil
Médio Não Muito Nada Fácil
Eng. Biomédica Biomedicina Biologia Medicina Veterinária
Figura 3.3 - Gráfico da facilidade do uso da Internet
Tabela 3.5 - Quadro Geral da Facilidade do uso da Internet
Muito Fácil Razoavelmente Fácil Médio Não Muito Nada Fácil
Engenharia Biomédica
67,31% 21,15% 9,62% 1,92% 0,00%
Biomedicina
54,17% 25,00% 16,67% 4,17% 0,00%
Ciências Biológicas
72,22% 13,89% 11,11% 2,78% 0,00%
Medicina Veterinária
52,94% 32,35% 14,71% 0,00% 0,00%
Medicina
60,00% 31,43% 8,57% 0,00% 0,00%
d) Velocidade da Internet (Tabela 3.6 e Figura 3.4)
Em termos de velocidade de acesso, 80 alunos (44,19%) crêem que usam a
Internet em uma velocidade média. Já 6,66% dos alunos consideram a velocidade de
acesso muito lento. Não foram consideradas ou argüidas diferentes modalidades de
acesso (banda larga, rádio, discada, etc).
Tabela 3.6 - Quadro Médio de velocidade de Acesso a Internet
Média de todos os Cursos
Muito Rápido
13,80%
Razoavelmente Rápido
25,88%
Médio
44,19%
Não Muito
9,46%
Nada Rápido
6,66%
87
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
Muito Rápido Razoavelmente
Rápido
Médio Não Muito Nada Rápido
Eng. Biomédica Biomedicina Biologia Medicina Veterinária
Figura 3.4 - Velocidade de Acesso à Internet
e) Freqüência do uso do E-mail
Observa-se que 40,87% dos alunos acessam seus e-mails todo dia (Tabela 3.7 e
Figura 3.5), constituindo-se em um poderoso meio de comunicação. 35,38% acessam de
duas a três vezes semanais e 17,70% uma vez por semana.
Tabela 3.7 - Quadro médio da freqüência do uso do e-mail
Média de todos os Cursos
Todos os dias
40,87%
2-3 vezes/semana
35,38%
1 vez/semana
17,70%
1 vez/mês
6,05%
Nunca
0,00%
88
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
Todos os dias 2-3
Vez/semana
1 Vez/semana 1 Vez/Mês Nunca
Eng. Biomédica Biomedicina Biologia Medicina Veterinária
Figura 3.5 - Freqüência do uso do e-mail
O curso de Ciências Biológicas (Figura 3.5) possui o maior índice de acesso a e-mail
dos demais cursos, onde mais de 55% dos alunos acessam todos os dias. Logo após, os
alunos de Engenharia Biomédica, com 48,08%.
f) Confiança nas Informações Obtidas
Com respeito à confiança na precisão das informações obtidas na Internet
(Tabela 3.8), apenas 3,56% dos estudantes se dizem completamente seguros e para
38,32%, razoavelmente confiantes. A maioria demonstra um nível médio de confiança
(47,52%).
Tabela 3.8 - Quadro médio da confiança nas informações obtidas na Internet
Média de todos os Cursos
Muito Confiante
3,56%
Razoavelmente Confiante
38,32%
Médio
47,52%
Não Muito
9,24%
Nada Confiante
1,36%
O curso que demonstrou maior confiança nas informações obtidas na Internet
(Figura 3.6) foi Biomedicina (58,33%), somando o índice dos dois primeiros itens. Já o
menor índice, somando os resultados dos dois últimos itens, é no curso de Medicina
Veterinária (26,47%). Somando os três primeiros itens de Confiabilidade, tem-se
respectivamente os índices dos cursos: Biomedicina (100%), Medicina (100%),
89
Biologia (88,89%), Engenharia Biomédica (84,62%) e Medicina Veterinária (73,53%).
Vide Tabela 3.9 e Figura 3.6.
Tabela 3.9 - Quadro Geral da confiabilidade nas informações obtidas na Internet
Muito
Confiante
Razoavelmente
Confiante
Médio
Não
Muito
Nada
Confiante
Engenharia
Biomédica
3,85% 42,31% 38,46% 11,54% 3,85%
Biomedicina
8,33% 50,00% 41,67% 0,00% 0,00%
Ciências Biológicas
2,78% 38,89% 47,22% 11,11% 0,00%
Medicina Veterinária
0,00% 14,71% 58,82% 23,53% 2,94%
Medicina
2,86% 45,71% 51,43% 0,00% 0,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
Muito Confiante Razoavelmente
Confiante
Médio Não Muito Nada Confiante
Eng. Biomédica Biomedicina Biologia Medicina Veterinária
Figura 3.6 - Confiança nas informações obtidas na Internet
g) Desmotivação do uso da Internet
Quanto às possíveis causas de desmotivação do uso da Internet, 43,71% do total
consideram os vírus como causa mais freqüente, seguida de lentidão (32,29%), o custo
(20,22%) e qualidade (14,04%). Vide Tabela 3.10.
Tabela 3.10 - Quadro médio da desmotivação dos alunos
Média de todos os Cursos
Vírus
43,71%
Custo
20,22%
Lentidão
32,29%
Qualidade
14,04%
Outro
27,06%
Para o curso de Engenharia Biomédica, o principal índice de desmotivação é o
custo dos serviços relacionados ao fornecimento de Internet (30,77%) e logo depois a
90
Lentidão (34,62%). Já no curso de Medicina Veterinária, o vírus é o grande vilão
(70,59%), seguido da lentidão (44,12%) e qualidade (23,53%). No curso de
Biomedicina a lentidão obteve os maiores índices como fator de desmotivação para o
uso da Internet (37,50%), seguido do vírus (25%) e o custo (25%). Já nos cursos de
Medicina (34,29%) e Biologia (44,44%) o vírus é o principal desmotivador. Vide
Tabela 3.11 e Figura 3.7.
Tabela 3.11 - Quadro de desmotivação do uso da Internet
Vírus Custo Lentidão Qualidade Outro
Engenharia Biomédica
44,23% 30,77% 34,62% 23,46% 38,46%
Biomedicina
25,00% 25,00% 37,50% 4,17% 0,00%
Ciências Biológicas
44,44% 25,00% 16,67% 19,44% 33,33%
Medicina Veterinária
70,59% 11,76% 44,12% 23,53% 23,53%
Medicina
34,29% 8,57% 28,57% 0,00% 40,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
Vírus Custo Lentidão Qualidade Outro
Eng. Biomédica Biomedicina Biologia Medicina Veterinária
Figura 3.7 - Desmotivação dos alunos no uso da Internet
91
3.3.2 Discussão geral dos resultados
Os valores obtidos através deste trabalho, em termos de acessibilidade a computadores
e à rede Internet, permitem concluir que estes dois recursos são disponibilizados a 100% dos
alunos. Sendo que 80% acessam Internet de suas casas, e quase 85% acessam das
Universidades.
Podem-se constatar através deste estudo fortes motivações do uso da Internet:
Acessibilidade à Internet seja em casa, universidade ou Lanhouse (100% dos
entrevistados);
Facilidade de utilização da Internet pelos estudantes (85%);
Velocidade média de acesso por maior parte dos entrevistados (44%);
Alto índice de confiança nas informações obtidas na Internet (41%);
Frequência de utilização como meio comunicador, dado que mais de 94% dos
estudantes acessam mais de três vezes por semana sua caixa de correio eletrônico;
Quanto às limitações:
O fator de maior desmotivação no uso da Internet são os vírus (43,71%), com isso o
sistema deve ter mecanismos de segurança visíveis aos usuários.
Para 32,29% dos entrevistados, a lentidão é um problema tanto nas universidades
como nas casas. Para solucioná-lo, qualquer proposta pedagógica com fundamentação
informática deve propor multimídias com conteúdos de acesso rápido, independente a
banda de conexão.
Os indicadores marcantes em cada curso são:
1. Engenharia Biomédica: O maior percentual alcançado quanto à facilidade no
uso da Internet (98%) e confiança nas informações oriundas da rede (86%);
maiores desmotivadores: os vírus (44%);
2. Biomedicina: o curso possui o maior percentual de alunos que possuem
computadores em casa (92%); o mais alto índice de entrevistados com
problemas de lentidão na utilização da Internet (25%); o percentual de acesso a
92
os seus correios eletrônicos de duas a três vezes semanais é o mais alto (90%);
maior desmotivador: a lentidão (38%);
3. Biologia: o menor índice de confiança quanto às informações provenientes da
Internet (42%); desmotivador principal: os vírus (44%);
4. Medicina Veterinária: o curso com o menor percentual quanto à facilidade de
utilização da Internet (85%); acesso ao e-mail de duas a três vezes por semana
com menor percentual entre os cursos (59%); 71% são desmotivados a utilizar
a Internet por causa dos vírus;
5. Medicina: o menor percentual de alunos que possuem computadores em seus
domicílios (71%); o menor percentual de alunos que encontram problemas
com lentidão no acesso a Internet (6%);
Em 2003, o acesso à Internet no Brasil, pelos alunos de graduação, foi calculado como
95% (PORTARIA, 2003). Pouco se conhece sobre sua utilidade como canal de comunicação
ou como um recurso didático de apoio ao ensino universitário entre estes estudantes.
Fica claro que a disponibilização de sistemas didáticos é um ótimo meio para atingir
estudantes tanto nas universidades, domicílios e até mesmo em Lanhouses.
Para (HEINZEN, R. P. S., 2004), a rede Internet é uma fonte de informação em
expansão entre estudantes universitários. Devem-se avaliar sua real eficácia como instrumento
pedagógico e pensar como incrementar seu uso a partir de perfis ou da predisposição dos
estudantes com relação a esta tecnologia.
3.4 Ambiente virtual de Ensino
O BioLabVirtual começou a ser desenvolvido no 2º semestre de 2006 e destina-se a
estudantes de cursos médicos como do curso de Engenharia Biomédica da UFU. Seu acesso é
livre e gratuito para alunos de graduação e pós-graduação dos cursos: Engenharia Biomédica,
Medicina, Biomedicina, Enfermagem, Ciências Biológicas e Educação Física.
3.4.1 Arquitetura do BioLabVirtual
A arquitetura proposta para o BioLabVirtual é mostrada graficamente na Figura 3.8. O
acesso para alunos e professores ocorre através de requisições HTTP para o servidor, que
93
interage com a linguagem de programação interpretada PHP (Hypertext Preprocessor),
através de uma chamada (processo) de autenticação de usuário, que por sua vez faz o acesso
aos dados armazenados no banco de dados MySQL. Este é um sistema de gerenciamento de
banco de dados, que utiliza a linguagem SQL (Structured Query Language – Linguagem de
Consulta Estruturada) como interface.
O modelo proposto está baseado na arquitetura do tipo cliente-servidor, onde o
servidor web armazena todo o conteúdo do laboratório. Alunos e professores são
representados através de clientes utilizando seus navegadores.
O código PHP está mesclado com códigos HTML (Hypertext Markup Language –
Linguagem de Marcação de Hipertexto), no entanto, o conteúdo em PHP não é visível ao
usuário, sendo processado no servidor. O acesso à ferramenta é realizado via web. As
informações relativas ao conteúdo do BioLabVirtual e as tabelas contendo os alunos e
professores cadastrados no sitio são armazenados no servidor, em um banco de dados.
Figura 3.8 - Arquitetura do BioLabVirtual
3.4.2 Modelagem Geral do Conteúdo: Mapas conceituais
3.4.2.1 Conceitos e uso
Segundo (SENITA, 2008) um mapa conceitual é um rótulo que designa um conjunto
de características relacionadas a um evento ou a um objeto. Por definição, o evento é um
acontecimento qualquer, real, potencial ou imaginário, e objeto é toda entidade material que
pode ser percebida pelos sentidos.
SERVIDOR
PROFESSORES/
ALUNOS
BROWSER – PÁGINA WEB
CLIENTE
BioLabVirtual
Resultado
Re
q
uisi
ç
ão
Banco de Dados - MYSQL
Lo
g
in
/
Resultado
SERVIDOR APACHE
94
Mapas conceituais constituem uma maneira esquemática de representar relações entre
conceitos. Em sua forma mais simples, um mapa consiste de dois conceitos unidos por uma
ou mais palavras de ligação. “Células têm metabolismo”, por exemplo, representa um mapa
de conceitos simples, como uma proposição válida sobre os conceitos célula e metabolismo.
Mapas mais complexos consistem em um conjunto de conceitos organizados de forma
hierárquica e conectados por setas que indicam as relações entre eles. (SENITA, 2008)
Para (TSENG, SUE et al., 2007), o mapeamento de conceitos permite organizar o
conhecimento, aumentando a eficiência do aprendizado. A organização pode ajudar aos
estudantes a perceber novas conexões entre conceitos e a construir conhecimento com
significado, em substituição ao antigo aprendizado por simples memorização.
Para construir um mapa conceitual, devem-se ordenar tópicos pelo seu grau de
importância. A partir da ordenação obtida, deve-se fazer a ligação dos conceitos
hierarquicamente próximos por meio de setas, identificadas por palavras de ligação, de modo
a formar proposições.
3.4.2.2 Mapa Conceitual do BioLabVirtual
Na Figura 3.9 tem-se o esboço do Sistema BioLabVirtual e suas subdivisões, que na
verdade são ferramentas disponibilizadas dentro do sistema, como: Sala de Bate-papo, que
permite interação síncrona de várias pessoas ao mesmo tempo; Multimídia para ensino de
Biofísica, Atlas de Neuroanatomia, Fórum para discussões dos cursos e ferramentas
adicionais (como multimídia do cérebro humano, efeito da cocaína no cérebro, ferramenta de
testes e outras descritas neste capítulo).
95
Figura 3.9 - Mapa Conceitual do BioLabVirtual
3.4.3 Etapas do Desenvolvimento
3.4.3.1 Desenvolvimento do Ambiente Online
O BioLabVirtual é uma plataforma livre, construída na linguagem PHP e Banco de
dados MYSQL. Os principais objetivos deste ambiente são:
Organizar as Ferramentas de ensino na forma de serem acessíveis pela Internet;
Ser um portal único de acesso a todo o conteúdo;
Sistematizar o acompanhamento e o envolvimento dos alunos nos estudos;
Ser facilmente utilizado por professores e alunos, tanto no acesso e na postagem de
novos materiais.
No Anexo 2 apresenta-se um manual completo de cadastro e uso da plataforma
BioLabVirtual.
BioLabVirtual
Sala de
Bate-
p
a
p
o
Multimídia
de Biofísica
A
tlas de
Neuroanatomia
Ferramentas
A
dicionais
Testes online
Multimídia do Cérebro Humano
Efeito da Cocaína no SNC
FÓRUM
Efeito da Nicotina no SNC
Efeito do Álcool no SNC
Funcionamento dos Neurônios
Potencial de A
ç
ão
96
3.4.3.2 Segurança da plataforma e conteúdo
Os vírus são os grandes causadores de males e temores para os internautas. Um bom
sistema educativo deve garantir que os conteúdos produzidos e disponibilizados em sua
plataforma não causem dano algum aos usuários. O BioLabVirtual possui um sistema de
verificação de todo material postado antes de disponibilizá-lo online. Por outro lado, o aluno
deve estar devidamente protegido por um anti-vírus atualizado, capaz de agir na eventualidade
deste ou de qualquer outro conteúdo que se encontra na Internet, com a possibilidade estar
contaminado. O BioLabVirtual disponibiliza links de páginas para que o usuário possa
adquirir programas de antivírus gratuitos.
Quanto à segurança na plataforma, os servidores hospedeiros estão devidamente
protegidos e são munidos de ferramentas de varredura e detecção de vírus nos conteúdos
depositados.
Já em termos de segurança de acesso, o ambiente tem níveis adequados de
autenticação de usuários, barreiras de proteção (Firewall), ferramentas de monitoramento de
acessos, etc.
3.4.3.3 Desenvolvimento das Multimídia de Biofísica
a) Introdução
A idéia desta multimídia de Biofísica nasceu no ano de 2004, como um projeto para a
criação de um software para servir de apoio didático à disciplina de Biofísica, ministrada pelo
Prof. Fábio de Oliveira (Instituto de Ciências Biomédicas - ICBIM).
Sendo assim, a primeira versão do software foi desenvolvido pelo aluno Samuel Leite
Guimarães durante os meses de Março de 2004 à Fevereiro de 2005.
b) Desenvolvimento
Esta etapa do trabalho consistiu de diversas atividades, incluindo o estudo
aprofundado em vários livros sobre a estrutura da Membrana celular (ALBERTS, 1997;
KANDEL et al., 2001; LEHNINGER et al., 2002), como também a morfologia e fisiologia de
diversos tipos de proteínas de membrana, especialmente canais iônicos.
97
Para montagem do software de animação, foi utilizado o programa Macromedia Flash
MX Versão 6.0 © 1993-2002. Foram realizadas reuniões semanais com os professor Dr. Fábio
de Oliveira, do Instituto de Ciências Biomédicas, para determinar qual seria o conteúdo
abordado pelo software, com base nos livros (KANDEL, SCHWARZ et al., 2001),
(ALBERTS, 1997) e (LEHNINGER, NELSON et al., 2002.).
Para construção da nova versão web deste pacote foi usado o programa Macromedia
Flash CS3. Em seu desenvolvimento, particionou-se o aplicativo em diversas subdivisões,
levando à redução do seu tamanho, permitindo acesso rápido tanto em conexões à Internet de
banda larga como também em discadas.
c) Requisitos do Sistema
Para utilização deste recurso, recomenda-se utilizar um computador com as seguintes
características:
Sistema Operacional Windows 98/ME/2000/XP/VISTA, mas poderá ser
acessado também pelo LINUX;
Processador de 500 MHz ou superior;
64 MB de memória RAM ou superior;
Placa de vídeo de 8 MB ou superior;
Monitor colorido de 16 ou 32 bits;
DirectX 8.0 ou superior (Incluso no CD-ROM);
Acesso a Internet, preferencialmente de banda larga;
Adobe Flash Player versão 6.0 ou superior instalado;
Internet Explorer ou outro navegador.
É importante lembrar que se o computador utilizado apresentar configurações não
compatíveis com os requisitos mencionados acima, poderá haver problemas de velocidade nas
animações da multimídia e alguns recursos podem não ser acessados.
98
d) Funcionamento
Um manual detalhado contendo informações a respeito do conteúdo e manuseio da
multimídia encontra-se reproduzido no Anexo 3.
3.4.3.4 Desenvolvimento do Atlas Neuroanatômico
a) Introdução
Durante o treinamento de novos profissionais da área médica nas universidades, a
busca de informações visuais e textuais sobre as diversas estruturas do corpo humano ocorre
através de Atlas de Anatomia. Por conta da insuficiência de cadáveres de muitos
departamentos de anatomia, além do desgaste das peças anatômicas pelo manuseio constante,
a utilização dos Atlas (em formato de livros digitais) representa um auxilio a esses problemas.
(MONTEIRO, VALDEK et al., 2006)
Atualmente, os Atlas mais utilizados consistem em livros, por exemplo o Sobotta
(SOBOTTA e STAUBESAND., 1993), que contém ilustrações das estruturas anatômicas, e o
Yokochi (YOKOCHI, ROHEN et al., 2002), que apresenta fotografias internas e externas de
corpos cadavéricos. Em atlas de papel, há a falta de praticidade na manipulação das páginas,
exigindo o avança e retrocesso constante das mesmas para visualizar as estruturas em ângulos
diferentes. Também as cores, tamanhos e luminosidade não correspondem ao que o estudante
pode visualizar nas peças anatômicas.
Nos últimos anos, no entanto, os Atlas passaram também a apresentar seu conteúdo em
formato digital, possibilitando o acesso às informações através de computadores pessoais ou
portáteis (TECHNO, 2004) (INNERBODY, 2008). Em sua maioria, estes Atlas oferecem um
maior número de recursos visuais e interativos ao usuário, sendo portanto cada vez mais
utilizados por estudantes e profissionais.
b) Desenvolvimento
Para o desenvolvimento deste recurso, uma equipe interdisciplinar foi envolvida
(Áreas de Medicina, Engenharia Biomédica e Computação).
99
As imagens são provenientes do Laboratório de Anatomia Humana da UFU, onde
foram selecionadas, e a anatomia da superfície do material foi registrada por meio de uma
câmara fotográfica digital Sony de 5 Megapixel.
Foram realizadas secções das peças nos planos anatômicos transversais, para-mediano
sagital e mediano. Seguiu-se então à busca por aprofundamento e ampliação dos
conhecimentos morfofuncionais sobre o sistema nervoso central (SNC), para que as imagens
dos planos de corte fossem adequadamente selecionadas e fotografadas utilizando-se a
referida câmera fotográfica. Fez-se então a abordagem teórica, em forma de textos, sobre as
estruturas cujas imagens foram previamente selecionadas.
Visando a padronização das imagens, foi desenvolvido um equipamento de corte de
tecido pelo qual, por meio de um exato posicionamento da peça anatômica, implementou-se a
secção destas peças nos planos pré-estabelecidos, de forma a imprimir o menor dano possível
ao material. Tal equipamento foi projetado e desenvolvido a partir da proposta dos
acadêmicos e professores da Faculdade de Engenharia Elétrica e do Instituto de Ciências
Biomédicas da UFU.
Todavia, ao se fazer a incisão do cérebro, durante o processo de seccionamento das
peças anatômicas, houve uma deteriorização das mesmas, devido a imperfeições no
equipamento destinado ao corte. Conseqüentemente, ocorreu a produção de fatias cerebrais
demasiadamente distantes umas das outras, o que inviabilizou a tentativa de reconstrução
tridimensional.
No desenvolvimento do software foram reunidos alunos de computação e engenheiros.
Em primeiro plano, um software aplicativo foi construído. Esta versão só poderia ser acessada
como um programa comum de computador, não havendo a possibilidade da disponibilização
via web. Devido a essas limitações, uma nova versão foi construída, que pudesse ser tanto
prática como também funcional.
Para a nova versão web, foi usado o software FLASH CS3 da Macromedia para
construção do Atlas de Neuroanatomia. Neste recurso didático, reuniram-se em um só
aplicativo as imagens imprescindíveis a um Atlas e textos teóricos explicativos. O grande
diferencial desta versão é sua portabilidade, podendo ser acessado tanto via web ou não.
c) Requisitos do Sistema
Para utilização deste recurso, recomenda-se utilizar um computador com as seguintes
características:
100
Sistema Operacional Windows 98/ME/2000/XP/VISTA ou LINUX;
Processador de 500 MHz ou superior;
64 MB de memória RAM ou superior;
Placa de vídeo de 8 MB ou superior;
Monitor colorido de 16 ou 32 bits;
Acesso a Internet, preferencialmente de banda larga;
Adobe Flash Player versão 6.0 ou superior instalado.
d) Funcionamento e apresentação do Atlas
A figura 3.10 apresenta a tela de abertura do Atlas de Neuroanatomia. Já na figura
3.11 tem-se um exemplo da descrição de uma estrutura biológica, o Telencéfalo. As setas e os
respectivos números indicam precisamente detalhes anatômicos relevantes, sendo que tais
detalhes são listados na parte direita ou inferior da tela.
Quando necessário, além da indicação das setas na estrutura anatômica, textos
explicativos são inseridos, podendo ser acessados através de links. Outras peças/estruturas
seguem o mesmo modelo de apresentação, conforme na Figura 3.12, que exibe o Tronco
Encefálico e algumas de suas peculiaridades.
Figura 3.10 - Tela inicial do Atlas de Neuroanatomia Humana
101
Figura 3.11 - Face superior do telencéfalo
Figura 3.12 - Face anterior do Tronco Encefálico
A estrutura completa do Atlas implementado foi dividida em duas seções,
denominadas “Anatomia de Superfície” e “Cortes”, que serão brevemente discutidas a seguir.
- Anatomia de Superfície: Com relação as estruturas cerebrais temos a seguinte
divisão de itens (CARPENTER, 1978; MACHADO, 1993).
a) Medula espinhal: A medula ocupa grande parte do canal vertebral, desde a primeira
vértebra cervical até a segunda vértebra lombar.
b) Tronco Encefálico: é dividido em mesencéfalo, ponte e medula oblonga ou bulbo
raquídeo;
c) Telencéfalo: Os hemisférios são separados pela fissura longitudinal do cérebro, cujo
assoalho é o corpo caloso, estrutura que une os dois hemisférios. Os ventrículos
laterais se comunicam com o terceiro ventrículo por meio dos forames
102
interventriculares. Os hemisférios possuem três pólos (frontal, occipital e temporal) e
três faces (súpero-lateral, mesial e inferior);
d) Vasculatura: A parada da circulação por mais de sete segundos no encéfalo causa
perda de consciência; após cinco minutos sem circulação há lesão irreversível, sendo
primeiramente lesadas as estruturas filogeneticamente mais recentes (neocórtex,
sistema nervoso suprasegmentar). A última área lesada é o centro respiratório;
e) Meninges: Estão associadas ao espaço subaracnóideo, das membranas leptomeningeas
(pia-aracnóide) e do líquido cefaloraquidiano, os quais envolvem o encéfalo e a
medula espinhal.
- Os Cortes da Estrutura Cerebral
a) Medula espinhal: Etimologicamente, medula significa “miolo” e indica aquilo que
está dentro. Assim medula espinhal significa dentro do canal vertebral, podendo ser
considerada uma maçã cilindróide de tecido nervoso dentro do canal vertebral, sem
ocupá-lo completamente. No homem adulto, mede aproximadamente 45 cm, sendo um
pouco menor na mulher. Cranialmente a medula delimita-se com o bulbo,
aproximadamente ao nível do forame magno do osso occipital. O limite caudal da
medula tem importância clínica e no adulto situa-se na 2ª vértebra lombar (L2). A
medula termina afilando-se para formar um cone, o cone medular, que continua com
um delgado filamento meníngeo, o filamento terminal.
b) Bulbo: Apresenta sulcos longitudinais que delimitam áreas anterior/ventral, lateral e
posterior/dorsal. A fissura mediana anterior termina no forame cego. De cada lado
deste último e, superiormente a ele, há a pirâmide, composta de fibras nervosas
descendentes que ligam áreas motoras do cérebro a neurônios motores da medula
espinhal.
c) Ponte: Em sua base (ventral) apresenta feixes de fibras transversais que compõem o
pedúnculo cerebelar médio, dirigido ao correspondente hemisfério cerebelar. O limite
entre a ponte e o pedúnculo é o local de emergência do nervo trigêmeo. Sua superfície
ventral aloja a artéria basilar no sulco homônimo.
d) Mesencéfalo: Encontra-se entre a ponte e o cérebro, sendo separado deste pelo plano
que liga os corpos mamilares à comissura posterior. O aqueduto cerebral comunica os
ventrículos III e IV. Os sulcos correspondem à substância negra na superfície e
separam a base do tegumento dos pedúnculos cerebrais. O tecto do mesencéfalo
103
apresenta dorsalmente os colículos superiores e inferiores, relacionados à visão e
audição respectivamente; corpos quadrigêmeos separados por sulcos perpendiculares
em forma de cruz.
e) Telencéfalo: É dividido em quatro lobos (frontal, temporal, parietal e occipital), os
quais são divididos por três sulcos: central, lateral e parieto-occipital. O sulco lateral
se inicia na base do cérebro e termina emitindo três ramos: anterior, que penetra no
lobo frontal; posterior, que penetra no lobo parietal e descendente. O sulco central é
margeado pelos giros pré e pós-central; as áreas situadas adiante do sulco relacionam-
se à motricidade; as posteriores com a sensibilidade. O único lobo cerebral que não
tem relação com osso é a insula, situada profundamente, no sulco lateral. A divisão
anatômica dos lobos não corresponde a uma divisão funcional, exceto no caso do lobo
occipital, associado à visão.
3.4.3.5 Desenvolvimento do Neurônio e Sinapse 3D
Em seu trabalho (SILVA, 2007), iniciou-se a construção do Neurônio 3D pelo corpo
celular de um Neurônio Real. Após esta fase, criaram-se as organelas circundantes. Em
seguida, desenvolveu-se o axônio, logo após os dendritos, a bainha de mielina e, por último,
os canais iônicos.
Para sua execução, o Neurônio necessita de, no mínimo, um computador 486 DX4
com 32 MB de memória RAM, ou um outro computador compatível com esta descrição.
Como pode ser observado na seqüência das Figuras 3.13 a 3.15, percebe-se que o
trabalho desenvolvido por (SILVA, 2007) apresenta uma construção dinâmica, permitindo
que o usuário interaja com a animação, podendo centrar suas atenções nas partes que
realmente lhes são importantes, por este motivo o software foi desenvolvido em linguagem de
programação VRML.
Figura 3.13 - Neurônio completo, visão frontal. (SILVA, 2007)
104
Essa dinâmica de visualizações de imagem tem o objetivo de levar à compreensão da
cadeia de fenômenos neurofisiológicos. Tal dinâmica pode ser notada observando-se a Figura
3.13, que ilustra uma visão geral do neurônio. Já a Figura 3.14 apresenta um panorama mais
detalhado da estrutura nuclear deste, ao passo que na Figura 3.15 tem-se a visualização do
fenômeno do transporte de íons, com a abertura do canal iônico e a propagação do sinal ao
longo do axônio até as terminações do mesmo, que são conhecidas como ramificações
terminais axônicas ou telodendrites (KANDEL, SCHWARZ et al., 2001). A Figura 3.16
apresenta detalhes internos ao citoplasma.
Figura 3.14 - Estrutura Nuclear, vista superior. (SILVA, 2007)
Figura 3.15 - Transporte de íons, visão frontal com aproximação (zoom). (SILVA, 2007)
O programa permite que o usuário possa visualizar de forma lógica a arquitetura
neural, bem como a disposição de suas estruturas básicas necessárias para o seu
funcionamento. O usuário parte de uma visão geral como demonstrado na Figura 3.13, para
uma visão específica, como observado na Figura 3.15, que exibe os canais iônicos e a forma
como eles participam na propagação do potencial de ação. A Figura 3.16 apresenta uma
amostra do neurônio, após rotação e translação, permitindo uma análise mais nítida dos
processos internos da célula neural.
105
Figura 3.16 - Citoplasma e Mitocôndrias, visão lateral oblíqua (zoom). (SILVA, 2007)
Para (SILVA, 2007) o Neurônio 3D, além de facilitar a visualização de um ponto de
vista dinâmico da rede de fenômenos neurofisiológicos, permite que o usuário possa criar uma
seqüência lógica da arquitetura neural, bem como a forma que as suas subestruturas estão
organizadas ao longo do corpo neural, axônios e dendritos.
Até então o Neurônio 3D só era visualizado na forma de um programa de computador.
Para acesso via Internet em qualquer localidade, foi criada uma nova versão. Foi ainda
acrescentado um novo recurso que é a “Sinapse Tridimensional”. Para acessá-la, basta realizar
um clique sobre o corpo do Neurônio, para que se abra um canal de sinapse animado em três
dimensões (3D). Vide Figura 3.17.
Figura 3.17 - Imagem capturada da Sinapse 3D
106
3.4.3.6 Ferramentas Adicionais
As ferramentas de multimídia abaixo são provenientes de diferentes projetos de
pesquisa desenvolvidos pelo pesquisador desde a graduação.
a) Tarefas online: Modelo de avaliação online, nas quais o usuário interage com o
sistema na forma de um jogo de perguntas de múltiplas escolhas, avaliando assim seus
conhecimentos em assuntos ligados aos conteúdos inseridos pelos professores. Vide
Figura 3.18.
Figura 3.18 - Tarefa Online sobre o efeito das drogas no SNC.
b) Efeito da cocaína no SNC: Multimídia construída em FLASH MX que mostra através
de animações o efeito da Cocaína no Sistema Nervoso Central. Vide Figura 3.19.
Figura 3.19 - Multimídia sobre o Efeito de Cocaína no SNC.
107
c) Efeito do álcool no SNC: Multimídia com as mesmas características acima citadas,
demonstra o Efeito do Álcool no Sistema Nervoso Central. Vide Figura 3.20.
Figura 3.20 - Multimídia sobre o Efeito do Álcool no SNC.
d) Efeito da Nicotina no SNC: Multimídia demonstrando o Efeito do cigarro no Sistema
Nervoso Central e Periférico. Vide Figura 3.21.
Figura 3.21 - Multimídia sobre o Efeito da Nicotina no SNC e SNP.
108
e) Multimídia do Cérebro Humano: Inclui divisões fisiológicas e anatômicas no
formato de animações. Vide Figura 3.22.
Figura 3.22 - Multimídia das Funções Gerais do Cérebro
f) Multimídia do funcionamento de um Neurônio: Multimídia de um tutorial sobre os
neurônios com textos e animações. Vide Figura 3.23.
Figura 3.23 - Multimídia sobre os Neurônios
109
3.4 Conclusão Geral
Este capítulo propôs um ambiente para ensino de Neurociências, contribuindo não
apenas para área biomédica, mas também para as áreas de exatas. Ensinar Neurociências para
um estudante de Engenharia não é uma tarefa simples, mas um sistema com interatividade
computacional possibilita alcançar a concepção teórica global dos tópicos morfológicos e
facilitar sua aprendizagem.
Uma das razões que levou à escolha da hipermídia como meio para organizar os
conteúdos de aprendizagem foi o provável efeito positivo advindo do uso do computador e do
emprego de diferentes tipos de mídia sobre a motivação dos alunos.
Quanto à metodologia de ensino, três foram usadas: Ausubel, Skinner e Piaget. A
proposta didática fundamentou-se na Teoria da Aprendizagem de Ausubel, em orientações
para a implementação de sistemas hipermídia.
Mas o sistema é flexível ao docente que queira implantar a Metodologia de Skinner,
fornecendo uma ferramenta denominada “Rota de Aprendizagem”, na qual o professor poderá
programar um caminho obrigatório de tarefas ao aluno. A metodologia de Skinner é muito
importante, pois impede que o estudante acesse a resposta correta de um exercício antes de
construir sua própria resposta e que, para realizar isto, é necessária uma máquina pedagógica.
Esta metodologia, sendo bem implementada, torna-se uma forte ferramenta para o ensino-
aprendizagem.
A última e não menos importante é a metodologia de Piaget, que explica de forma
satisfatória o processo de aprendizagem mediante a participação do estudante na construção
do próprio conhecimento. O professor é o grande desafiador, orientador, encorajador e
facilitador de aprendizagens. O docente, além de ensinar, passa a aprender, e o aluno, além de
aprender, passa a ensinar.
Nas multimídias de Biofísica e no Atlas Neuroanatômico foram usados princípios de
Ausubel, aproveitando o conhecimento prévio do aluno e facilitando seu conhecimento
posterior. Já na Prática de exercício sobre os Efeitos das drogas associado às ferramentas
adicionais do BioLabVirtual, foi utilizada a metodologia de Piaget, através de processo
baseado no ensaio e erro, com esquema de jogos. Na rota de aprendizagem, que pode ser
usada para qualquer conteúdo, a metodologia adotada é de Skinner, onde o caminho é sempre
sequencial.
110
Um estudo da Web como ferramenta de aprendizagem foi realizada com 181 alunos
dos cursos de Biomedicina, Ciências Biológicas, Engenharia Biomédica, Medicina e
Medicina Veterinária. Os resultados relatados a seguir correspondem à Tabela 3.2, indicando
que a pesquisa envolveu no mínimo 70% do total de estudantes (incluindo todos os períodos)
dos cursos de Biomedicina, Engenharia Biomédica e Ciências Biológicas; além de 8% dos
estudantes dos cursos de Medicina e Medicina Veterinária. O estudo mostrou que mais de
84% dos estudantes acessam a Internet na Universidade, 80% deles acessam em suas casas,
mais 12% em LanHouses e apenas 2% no trabalho. 100% dos alunos que responderam os
questionários possuem acesso à Internet seja em casa, universidade, trabalho ou em uma
LanHouse.
Mais de 88% dos alunos entrevistados possuem computadores em suas casas, 12% tem
o acesso ao computador apenas na Universidade. Para 61% dos estudantes o uso da Internet é
muito fácil. 80 alunos (44)% crêem que usam a Internet em uma velocidade média. Um dado
interessante corresponde à freqüência do uso do e-mail, onde apenas 40% dos alunos acessam
suas caixas eletrônicas todos os dias, 35% dos entrevistados acessam de duas a três vezes
semanais, 17% apenas uma vez por semana e 6% acessam apenas uma vez por mês seus
correios eletrônicos.
Este levantamento permite destacar características específicas quanto ao uso da
Internet pelos estudantes dos diversos cursos. Para a Engenharia Biomédica constatou-se 98%
em facilidade no uso da Internet e 86% na confiança quanto às informações oriundas da rede.
Já Biomedicina possui o maior percentual de alunos que possuem computadores em casa
(92%). O curso de Ciências Biológicas alcançou o menor índice quanto à confiança às
informações provenientes da Internet (42%). A Medicina Veterinária possui o menor
percentual quanto à facilidade de utilização do recurso (85%). Já o curso de Medicina
alcançou o menor percentual de alunos que possuem computadores em seus domicílios (71%),
e menor índice de alunos que encontram problemas com lentidão no acesso à Internet (6%).
Sendo assim, a disponibilização de sistemas didáticos via Internet em tempo real
consiste em uma proposta promissora e de alto impacto, possibilitando o acesso tanto em
casas, universidades ou qualquer outro ambiente. Hoje a Internet é um dos meios mais
acessíveis para o estudante. Ao mesmo tempo, constataram-se duas dificuldades principais na
utilização da Internet, relatados pelos estudantes: conexão lenta e atuação de vírus.
O BioLabVirtual foi projetado através de uma arquitetura Cliente/Servidor, usando a
linguagem livre PHP e banco de Dados MYSQL. Para a exposição do seu conteúdo usou-se
Mapas Conceituais, permitindo organizar o conhecimento, aumentando a eficiência do
111
aprendizado. Para implementação do ambiente foi usado o Software Dreamweaver CS3. Já no
desenvolvimento das multimídias, empregou-se o Software da Macromedia Flash CS3.
Em resposta às principais reclamações dos estudantes acima relatadas, buscou-se uma
implementação simples, evitando a necessidade de hardware/software específicos ou
especializados, o que diminui a memória ocupada e maximiza a velocidade de conexão. Além
disso, o sistema possui em seu servidor um antivírus integrado à plataforma, que verifica todo
material postado por professores e alunos. Por outro lado, o aluno deve estar devidamente
protegido por um anti-vírus atualizado, capaz de agir na eventualidade de um vírus não
bloqueado pelo servidor. No BioLabVirtual, na sessão de downloads, estão disponíveis links
de páginas externas para que o usuário possa adquirir programas de antivírus gratuitos.
Sendo um sistema dinâmico, o BioLabVirtual disponibiliza muitos recursos, já
implementados em vários trabalhos, deste pesquisador e outros, mas não estará limitado a
estes, sendo possível a inserção de novos materiais. Os recursos atualmente disponíveis são:
Multimídia de Biofísica, Atlas de Neuroanatomia, Neurônio 3D / Sinapse 3D, prática de
exercícios (com exemplo do efeito das drogas) e várias multimídias descritas neste capítulo.
O capítulo seguinte descreve a metodologia de testes e os resultados práticos de
aplicação da plataforma.
112
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the Human Body. Williams & Wilkins4th edition v. 2002. 486 p.
115
4. Avaliação do Sistema
4.1 Introdução
Para (MACHADO, 2006), na avaliação de um sistema hipermídia, é preciso
considerar as finalidades previstas em seu projeto, com o intuito de estabelecer os
instrumentos de aferição adequados e a estrutura apropriada para os testes.
Um aspecto importante relaciona-se aos efeitos e às reações que o sistema hipermídia
provoca no usuário. Um software de boa qualidade deve ser avaliado favoravelmente pelos
usuários e contribuir para que as metas estipuladas por seus idealizadores (o aprendizado
efetivo de um determinado assunto, por exemplo), sejam atingidas.
Avaliar um sistema hipermídia educacional significa considerar uma série de fatores
ligados à sua estrutura, ao seu funcionamento e aos efeitos sobre os estudantes e professores
que o utilizarão, observando se atende aos objetivos educacionais propostos e favorece a
aprendizagem.
Segundo (ATHAYDE, 1990), na avaliação de softwares educacionais devem ser
observados:
a) A sua qualidade quanto aos aspectos intrínsecos, que incluem o conteúdo, fatores
instrucionais e características técnicas. Também deve-se destacar a facilidade para a
navegação, a rapidez de acesso à informação, a qualidade gráfica da interface, dentre outras.
b) A sua contribuição para a aprendizagem dos estudantes e a relação desse
aprendizado com a qualidade intrínseca. Além disso, as questões concernentes ao
embasamento pedagógico adequado dos conteúdos e de sua apresentação, a abordagem
instrucional utilizada, a relevância educacional dos links estabelecidos, a adequação ao nível
de conhecimento dos estudantes e ao currículo, o estímulo ao raciocínio e à criatividade,
dentre outras.
c) A influência de sua utilização sobre a opinião dos estudantes a respeito do curso e
quanto ao trabalho do professor. Isto envolve avaliar sua efetividade em motivar os
estudantes, facilitar o entendimento dos assuntos abordados e colaborar para que os conceitos
expostos sejam relacionados com problemas e situações do dia-a-dia.
116
Para (CAMPOS, 1994), a avaliação de um sistema hipermídia deve ser uma atividade
permanente durante todo o ciclo de desenvolvimento do software, envolvendo a participação
de alunos, professores, projetistas e programadores. A opinião de professores e alunos, futuros
usuários do programa, são fundamentais na avaliação do hipermídia educacional, pois o
produto final deve atender as suas necessidades e interesses, e estar compatível com seu nível
de habilidade e conhecimento.
É esperado que a atividade de teste aumente em longo prazo a produtividade geral do
desenvolvimento, dado que defeitos nos sistemas são descobertos antecipadamente,
diminuindo o trabalho de sua manutenção. Entretanto, por ser trabalhosa e entediante, a
atividade de teste causa, em geral, um impacto negativo na produtividade em curto prazo.
Consequentemente, atrasos no desenvolvimento do sistema acabam sendo naturalmente
compensados através da redução ou eliminação da atividade de teste. Este fato implica, em
geral, na diminuição da qualidade dos sistemas produzidos.
Neste capítulo é apresentada a proposta de avaliação do sistema BiolabVirtual.
Inicialmente são discutidas metodologias de avaliação para sistemas de ensino a distância,
seguido do método usado neste trabalho, dos resultados e conclusões gerais dos índices
encontrados na avaliação.
4.2 Metodologia
4.2.1 Métodos de avaliação pesquisados
Dentre os métodos existentes para a avaliação de um sistema hipermídia,
(LANGFORD, 1993) considera os seguintes:
a) Observação direta. Esse método auxilia na obtenção de informações sobre o
comportamento dos sujeitos durante a utilização do sistema. A observação deve ser discreta e
não parecer óbvia aos avaliadores, para que as respostas não sejam influenciadas. Pode
envolver um observador discreto com um computador portátil, ou mesmo câmeras de vídeo,
para uma posterior análise detalhada quadro-a-quadro.
b) Monitoramento de fundo. Isso é possível em sistemas nos quais são registradas pelo
computador as interações realizadas pelo usuário com o mouse e o teclado, tais como
pressionar um botão, abrir uma janela e o tempo gasto em cada nó.
117
c) Questionamento verbal. Mediante perguntas diretas aos sujeitos, verbalmente, pode-
se obter respostas esclarecedoras, capazes de encurtar o caminho entre suposições e a
realidade, possibilitando também a confirmação de informações obtidas por outros métodos.
Entretanto, essa estratégia apresenta inconvenientes, pois os sujeitos podem responder
procurando atender àquilo que o interlocutor quer ouvir, ao invés de expressarem seu próprio
ponto de vista; não há tempo para considerar a pergunta quando se exige uma resposta verbal
imediata; pode haver mal-entendidos sobre a pergunta e a resposta; sendo difícil formular a
mesma questão exatamente da mesma forma, o que é importante quando se deseja comparar
as respostas.
d) Questionários formais. Um questionário formal especialmente elaborado e testado
pode ser utilizado para obter as opiniões dos estudantes sobre um conjunto de itens relativo ao
sistema. Esse método possibilita a reunião de informações específicas que podem ser
analisadas e comparadas, inclusive com o emprego de procedimentos matemáticos. As
questões podem ser compostas e arranjadas cuidadosamente, visando a reduzir possíveis
influências da técnica de investigação sobre o sujeito.
e) Testes envolvendo um período anterior e posterior. Método indicado quando se
espera que o sistema hipermídia contribua para o usuário assimilar conceitos ou aperfeiçoar
aptidões, especialmente em atividades educacionais. Um modo de utilizá-lo é mensurar o
nível de conhecimento ou habilidade dos usuários antes do uso do hipermídia e depois de seu
uso. Comparando-se os dois resultados, é possível realizar inferências sobre a funcionalidade
do sistema. Uma dificuldade associada a esse método é que o próprio ato de medir o
conhecimento tende a alertar os sujeitos sobre pontos importantes e afetar os resultados. O
tempo destinado à exploração do sistema também pode exercer influência sobre os resultados.
Segundo (BOTELHO, 2006), um dos objetivos principais da avaliação de um software
é encontrar o número máximo de erros e limitações, mostrando aos desenvolvedores se os
resultados estão ou não de acordo com o esperado. Outro objetivo é conhecer realmente o
comportamento do sistema, mensurando seus limites. Esta segunda forma de testar é aplicável
principalmente para o desenvolvimento de novas tecnologias, quando se cria ferramentas e se
determina como e para quê possam ser utilizadas.
Falhas de sistema pode ser originadas por diversos motivos, como listados abaixo
(PRESSMAN, 2001):
118
A especificação pode estar errada ou incompleta;
A especificação pode conter requisitos impossíveis de serem implementados,
devido a limitações de hardware ou software;
A organização da base de dados talvez esteja fora de configuração;
Erros nos algoritmos;
Erros no código, ou seja, o algoritmo pode estar implementado de forma errada
ou incompleta.
Para uma avaliação adequada de um software educacional, torna-se importante que,
durante o seu desenvolvimento, este seja testado por alunos e professores representativos do
grupo ao qual o programa se destina. A realização de testes preliminares pode auxiliar o
planejamento do teste final.
Com base em (LANGFORD, 1993) e visando atender as necessidades do
BioLabVirtual com seus principais recursos, o objetivo é escolher uma metodologia para teste
e validação do sistema criado, englobando técnicas, procedimentos e ferramentas, capacitando
a melhoria do sistema proposto.
Esta metodologia está fundamentada na adoção de um processo de teste, nos métodos
sugeridos pela Norma IEEE 829-1998 (IEEE, 1998) e pela metodologia usada por
(MACHADO, 2006), estas quais descrevem os documentos que devem ser gerados na
atividade avaliação de um software. A metodologia de teste foi projetada e desenvolvida de
uma forma que outros trabalhos pudessem instanciar os procedimentos aqui descritos, de
acordo com as suas necessidades e disponibilidade de recursos. Além disso, a metodologia de
teste pode ser aplicada a qualquer tipo de software, seja ele sistema de informações ou
software científico.
Nesta metodologia, a implantação do processo de teste envolve um conjunto de
atividades que se inicia desde o levantamento das necessidades dos cursos universitários aqui
citados, seguido pela realização de treinamentos da equipe técnica e se finaliza como o
acompanhamento dos trabalhos realizados.
A metodologia, que preconiza a realização de testes sistemáticos, pode ser empregada
tanto por desenvolvedores como também por usuários, e está dividida em 3 componentes,
discutidos logo abaixo:
119
a) Treinamento: Através de cursos, consiste da capacitação em conceitos básicos sobre teste
de software, técnicas de teste, documentação de teste e processo de teste. Estes cursos estão
divididos em módulos e sua aplicação pode ser adaptada às necessidades específicas de cada
instituição.
b) Processo de Teste: A metodologia define um processo genérico de teste que prevê a
realização das atividades de planejamento, projeto, execução e acompanhamento dos testes de
unidade, integração, sistemas e aceitação. A partir deste processo genérico deve ser feito um
processo específico que melhor atenda suas necessidades.
c) Suporte para Geração de Documentos: Consiste da aplicação de uma técnica para a
criação de documentos que serão utilizados para a gerência do processo de teste, tanto na fase
de preparação para a atividade de teste quanto na fase de registro dos resultados do teste. Este
componente da metodologia está baseado na Norma IEEE 829-1998, descrevendo um
conjunto de documentos que fundamentam as tarefas de planejamento, especificação e
registro das atividades de teste de software.
A discussão realizada neste subitem pode ser sintetizada pela Figura 4.1.
Figura 4.1 - Relação entre níveis, tipos e técnicas de teste
120
4.2.2 Visão Geral da Norma IEEE 829 (IEEE, 1998)
A Norma IEEE 829 (IEEE, 1998) descreve um conjunto de documentos para as
atividades de teste de software, envolvendo as tarefas de planejamento, especificação e relato
de testes, apresentados a seguir.
a) Plano de Teste – Apresenta o planejamento para execução do teste, incluindo a
abrangência, abordagem, recursos e cronograma das atividades de teste. Identificam os
itens e as funcionalidades a serem testados, as tarefas a serem realizadas e os riscos
associados com a atividade de teste.
b) Diário de Teste - Apresenta registros cronológicos dos detalhes relevantes
relacionados com a execução dos testes.
c) Relatório de Incidente de Teste - Documenta qualquer evento que ocorra durante a
atividade de teste e que requeira análise posterior.
d) Relatório-Resumo de Teste – Apresenta de forma resumida os resultados das
atividades de teste associadas com uma ou mais especificações de projeto de teste e
provê avaliações baseadas nesses resultados.
e) Relatório de Encaminhamento de Item de Teste – Identifica os itens encaminhados
para teste no caso de equipes distintas serem responsáveis pelas tarefas de
desenvolvimento e de teste. A norma separa as atividades de teste em três etapas:
preparação dos testes, execução e registro. A documentação é produto da execução de
cada uma das fases e dos relacionamentos entre elas.
Mais do que apresentar um conjunto de documentos, que deve ser utilizado ou
adaptado para determinados projetos, a norma apresenta um conjunto de informações
necessárias para o teste de softwares. Sua correta utilização auxiliará os desenvolvedores a se
concentrar tanto no planejamento e projeto quanto com a fase de realização de testes
propriamente dita, evitando problemas funcionais futuros.
121
4.2.3 Qualidade de Software
Realiza-se uma avaliação de um aplicativo com o intuito de conseguir a máxima
qualidade possível em um sistema. Mas é importante ter em mente as premissas necessárias
para que um software tenha qualidade.
A Tabela 4.1 define alguns conceitos que serão abordados neste trabalho, como
características essenciais da qualidade de um software.
Tabela 4.1 - Características da qualidade de software
Característica Significado Pergunta chave
Confiabilidade
Capacidade do produto em manter seu
desempenho.
É imune a falhas?
Funcionalidade
Conjunto de funções que atendem as necessidades
do produto.
Satisfaz as necessidades?
Eficiência
Relação entre funcionalidade e confiabilidade. É rápido e “otimizado”?
Manutenibilidade
Esforço necessário para modificar o produto. É fácil de modificar?
Portabilidade
Capacidade do produto de ser transferido de um
ambiente para outro, diferentes plataformas
(Windows, Linux).
É fácil de usar em outro
ambiente?
Usabilidade
Facilidade de utilização do produto É fácil de usar?
4.2.4 Método de avaliação utilizado
4.2.4.1 Multimídia de Biofísica
A avaliação da multimídia de Biofísica se constituiu de três diferentes instrumentos de
análise, sendo eles: observação livre que o pesquisador realizou durante as aulas práticas
ministradas aos estudantes de Biofísica (cursos de Medicina, Medicina Veterinária e Ciências
Biológicas); questionário eletrônico respondido e enviado via Internet pelos estudantes da
disciplina de Biofísica, contendo suas opiniões sobre a multimídia em geral; monitoramento
automático do sistema, sendo possível através de informações registradas pelo computador,
através das interações realizadas pelo usuário com o mouse e o teclado. Pode-se registrar data,
horário de acesso, links visitados e outros recursos.
122
a) Observação em sala de aula
Durante a realização das aulas práticas de Biofísica no Laboratório de Informática, foi
empregada uma observação livre, não estruturada, dos comportamentos e reações dos alunos
durante as aulas com uso da multimídia de Biofísica. A partir dessas observações, foi gerado
um relatório que forneceu dados para a avaliação do software.
b) Opinião dos estudantes sobre o uso do BioLabVirtual com a multimídia de
Biofísica
Para esta etapa do trabalho, foi desenvolvido um questionário eletrônico contendo
dezoito itens (Anexo 4) com o propósito de avaliar a opinião dos alunos sobre a influência
pedagógica do sistema multimídia com seu uso na disciplina de Biofísica, além de itens para
avaliar a qualidade de software e o interesse despertado. Os itens continham afirmações
referentes aos aspectos técnicos, aspectos motivacionais e lúdicos, e aspectos sobre a
possibilidade de aprendizagem com o auxílio do mesmo. As questões foram baseadas no
questionário desenvolvido por (ATHAYDE, 1990), utilizado também por (MACHADO,
2006).
Em média 96% dos alunos responderam ao questionário aplicado antes da avaliação.
Também foi realizado um teste específico após a avaliação, através de um questionário
contendo 10 itens (Anexo 5), com objetivo de avaliar a multimídia de Biofísica como
instrumento de estudo para prova. 69% dos estudantes responderam a este último
questionário, fornecido virtualmente.
c) Monitoramento automático
O monitoramento de todas as interações realizadas pelo usuário no BioLabVirtual é
possível através de registros no servidor como pressionar um botão, abrir uma janela, o tempo
gasto navegando pelo sistema e recursos acessados. Desse modo, pode-se estudar devagar e
detalhadamente, em um período posterior, as ações dos sujeitos, realizando-se comparações
com seus relatórios verbais ou escritos, que nem sempre refletem exatamente suas ações.
123
4.2.4.2 Atlas de Neuroanatomia
A avaliação do Atlas de Neuroanatomia constituiu de dois diferentes instrumentos de
análise, sendo eles: Questionário eletrônico respondido e enviado via Internet pelos
estudantes da disciplina de Anatomia Humana do curso de Engenharia Biomédica com auxilio
do Prof. Gilmar Cunha Sousa (Instituto de Ciências Biomédicas/UFU); monitoramento
automático do sistema, sendo possível o armazenamento de todos os recursos utilizados pelos
usuários.
Os alunos foram orientados sobre o sistema online. O primeiro passo foi cadastrar
todos os usuários no sistema, possibilitando acessar os recursos disponíveis para o seu curso.
a) Opinião dos estudantes sobre o uso do Atlas de Neuroanatomia online
Foi desenvolvido um questionário eletrônico (Anexo 6), contendo dezoito itens com o
propósito de avaliar a opinião dos alunos sobre o uso de Atlas de Neuroanatomia eletrônico e
online no curso de Engenharia Biomédica para disciplina de Anatomia Humana, além dos
itens para avaliação funcional do sistema.
Os itens continham afirmações referentes aos aspectos técnicos do Atlas, aspectos
motivacionais e lúdicos, e aspectos sobre a possibilidade de auxilio aos estudos através do
mesmo. Esta ficha foi baseada no questionário desenvolvido e validado por (ATHAYDE,
1990), utilizado também por (MACHADO, 2006).
Neste questionário os estudantes deveriam assinalar se as afirmações contidas em cada
um dos dezoito itens estavam ou não de acordo com sua opinião, ou indiferentes quanto
àquele item, possuindo questões específicas para avaliação do Atlas de Neuroanatomia.
Em média, 95% dos alunos responderam ao questionário.
b) Monitoramento automático
O monitoramento tanto para a multimídia de Biofísica como para o Atlas de
Neuroanatomia foi exatamente o mesmo. Deu-se através das interações do usuário com
sistema, sendo essas armazenadas e depois analisadas.
124
4.3 Resultados e Discussão
4.3.1 Multimídia de Biofísica
4.3.1.1 Disciplina de Biofísica
A disciplina de Biofísica é ministrada em diversos cursos de graduação da
Universidade Federal de Uberlândia, destacando-se Medicina (1º período), Medicina
Veterinária (1º período), Ciências Biológicas (3º período) e Engenharia Biomédica (3º
Período). Esta disciplina possui uma carga horária teórica e prática de 8h semanais. Nas aulas
práticas de Biofísica, as turmas de cada curso são divididas em dois grupos. Assim sendo,
cada grupo se dirige ao laboratório de informática na data e horário especificado pelo
professor da disciplina.
4.3.1.2 Demonstração nas aulas de Biofísica
As turmas que avaliaram a multimídia cursaram a disciplina de Biofísica a partir do 2º
semestre de 2006. Para aulas práticas, as turmas de cada curso são divididas em dois grupos.
Assim sendo, cada grupo se dirige ao laboratório de informática na data e horário especificado
pelo professor da disciplina. Na Tabela 4.2, para cada turma avaliada, foram ministradas duas
aulas (sendo de 1 hora e meia cada uma) utilizando o recurso, para cada um dos cursos de
graduação envolvidos. Abaixo são mencionados os dias, o horário, o local e o professor
responsável pela disciplina durante as aulas teóricas, além do professor que demonstrou a
multimídia durante as aulas práticas para os alunos avaliadores.
Tabela 4.2 - Dias, horário, local e professores responsáveis pela disciplina de Biofísica
Cursos Dia Horário Local
Professor responsável
pelas aulas teóricas
Professor responsável pela
demonstração da multimídia
Ciências
Biológicas
10/11/06 14:00 as 17:00 Bloco 4K
Rogério F. Lacerda
Rogério F. Lacerda
Medicina
21/11/06 14:00 as 17:00 Bloco 4K Fábio de Oliveira Rogério F. Lacerda
Medicina
Veterinária
22/11/06 14:00 as 17:00 Bloco 4K Rogério F. Lacerda Rogério F. Lacerda
Ciências
Biológicas
18/05/07 14:00 as 17:00
Bloco 4K
e
Biblioteca
Fábio de Oliveira Fábio de Oliveira
Ciências
Biológicas
23/05/07 -----
Internet
Fábio de Oliveira ----
125
Em algumas máquinas foi usada a versão aplicativo da multimídia de Biofísica, devido
a problemas de conexão com a Internet. Foram usados 17 computadores do Laboratório de
Informática da UFU (Campus Umuarama), e como cada uma das duas turmas de cada curso
possui em média 20 estudantes, alguns formaram duplas ao utilizar os computadores.
Os alunos foram orientados na navegação pela multimídia, porém foram
recomendados a não seguir estritamente o roteiro de aula. No caso de qualquer dúvida, tanto
com relação à multimídia quanto em relação ao conteúdo exibido, o professor poderia ser
solicitado para atendê-los.
A avaliação do sistema como material didático pelos alunos constituiu uma atividade
da disciplina, sem valor de créditos.
4.3.1.3 Observações em sala de aula
Mediante as observações feitas em sala de aula durante as aulas de Biofísica, realizadas
no Laboratório de Informática utilizando a multimídia de Biofísica, puderam-se constatar os
fatos comentados abaixo.
Durante as aulas, alguns alunos demonstraram desinteresse inicial pelo recurso,
fechando-o e abrindo sites na Internet, consultando e-mails ou jogando os jogos instalados
nos computadores. Alguns minutos depois, os alunos voltaram suas atenções para as imagens
e animações do sistema, não mais utilizaram outros recursos do computador a não ser a
multimídia proposta. Alguns poucos alunos mantiveram seu desinteresse inicial, o que foi
observado pela falta de atenção, conversas e acessos aleatórios através do conteúdo
apresentado.
Apesar de tais observações, notou-se que grande parte dos estudantes manteve seu
interesse, observando o conteúdo do software atentamente e comentando com seu parceiro
ao lado sobre o programa. Muitos alunos ficaram atentos aos textos e imagens contidas na
multimídia, lendo-os e copiando alguns trechos em seus cadernos.
Em alguns computadores impossibilitados no uso de Internet, foi instalada a versão em
software da multimídia, e neste caso, alguns alunos manifestaram interesse em obter uma
cópia do programa para utilizarem em suas casas. Foi dito aos alunos que o intuito no uso
deste recurso prioriza a versão online, e que esta já estava disponível para eles no
BioLabVirtual.
126
4.3.1.4 Monitoramento automático
Através do monitoramento automático obtiveram-se as seguintes conclusões:
O pico de uso ocorreu nos últimos três dias que antecederam a avaliação (95%);
O tempo médio de permanência dos usuários no sistema foi de 25 minutos;
60 % dos alunos utilizaram o bate-papo para sua comunicação;
30% dos estudantes utilizaram do recurso Agenda para marcarem seus compromissos.
4.3.1.5 Resultados na aplicação do questionário
a) 2º Semestre de 2006
Para esta avaliação foram disponibilizados dezessete computadores do laboratório de
informática. Como cada uma das duas turmas de cada curso possui em média vinte
estudantes, alguns formaram duplas ao utilizar os computadores.
Após a conclusão das aulas realizadas com a multimídia de Biofísica, 86 estudantes
responderam e entregaram os questionários, sendo 30 alunos do curso de Ciências Biológicas,
22 estudantes do curso de Medicina Veterinária e 34 estudantes do curso de Medicina. No
Anexo 4 foram reproduzidos os dezoito itens considerados nesta etapa do trabalho.
A partir das respostas do questionário, foi possível elaborar a Tabela 4.3.
Tabela 4.3 - Avaliação do Software de Biofísica (Vide Anexo 4)
Item/Questão
Polaridade
Concordo
%
Sou Indiferente
%
Discordo
%
Avaliação da Eficiência Informática do
Sistema
1) O sistema BioLabVirtual possui uma
interface fácil para o acesso aos recursos
disponibilizados.
+
99% 1% 0%
2) Usar o sistema de Biofísica via Internet é
melhor do que utilizá-lo de forma offline.
+
87% 10% 2%
3) É difícil encontrar os links para que eu
acesse o Sistema de Biofísica.
-
12% 6% 83%
4) Os links disponibilizados de forma
seqüencial me ajudam na busca de
informação.
+
88% 10% 1%
5) O excesso de informação faz com que eu
me perca.
-
3% 13% 84%
6) O conteúdo disponibilizado no sistema vai
me ajudar no estudo para avaliação da
disciplina.
+
94% 3% 2%
7) A multimídia explica bem aquilo que eu +
86% 9% 5%
127
quero saber sobre Biofísica de Membrana.
8) Não compreendo os textos explicativos que
são apresentados no software.
-
2% 8% 90%
Eficiência Pedagógica da ferramenta
9) Através do sistema tenho melhor
compreensão dos fenômenos físicos e
químicos associados à neurotransmissão.
+
91% 8% 1%
10) A multimídia me ajuda constatar a
conexão entre os assuntos que foram
estudados na sala de aula
+
95% 3% 1%
11) Estudar através de imagens e animações
facilita a minha aprendizagem.
+
93% 7% 0%
12) As aulas de Biofísica, utilizando as
animações, tornam-se uma importante
ferramenta pedagógica.
+
87% 10% 2%
13) A presença do professor é importante para
o entendimento da matéria apresentada
virtualmente.
62% 21% 17%
14) Posso aprender sozinho tudo o que preciso
utilizando apenas este recurso, sem a
necessidade de um professor.
16% 19% 65%
Interesse despertado pela
Ferramenta
15) Poder usar o sistema através de chats
torna aula virtual mais interessante e
participativa.
+
93% 6% 1%
16) O uso de Minha Agenda pessoal é muito
interessante para que eu possa agendar meus
compromissos.
+
86% 5% 9%
17) O “contato visual” com a matéria de
Biofísica, realizado pelo computador, torna as
aulas mais interessantes.
+
88% 8% 3%
18) Ter aulas com recursos computacionais
me desperta na busca do conhecimento.
+
90% 7% 3%
Por análise de cada item, levou-se em conta o número de alunos (86) que assinalou
cada uma das opções: Concordo, Sou indiferente ou Discordo, incluindo as respectivas
porcentagens (%).
A polaridade de cada item foi indicada na segunda coluna. Quando positiva, a
concordância com a afirmação do item expressa uma opinião favorável ao software e sua
utilização, e a discordância expressa uma opinião desfavorável. Quando negativa, a
concordância com a afirmação do item expressa uma opinião desfavorável ao software e sua
utilização, e a discordância expressa uma opinião favorável.
Analisando a Tabela 4.3, excluindo-se os itens 13 e 14 que são neutros, pode-se
constatar que nos 16 itens restantes, mais de 90% dos estudantes registraram respostas
favoráveis ao software.
128
Já a afirmação indicando que “é difícil encontrar os links para que eu acesse a
Multimídia de Biofísica” (Item 3), registrou o maior percentual em frente a uma afirmação
negativa (12%).
Os itens referentes à aprendizagem obtiveram mais de 90% de respostas favoráveis ao
software (itens 09, 10, 11, 12, 13, 14). Esses itens abordam questões relevantes, tais como:
apoio do software ao desenvolvimento do raciocínio, capacidade de lembrar os assuntos
estudados, melhor compreensão das aulas através do computador, ampliação dos
conhecimentos sobre biofísica de membrana, compreensão dos textos apresentado no software
e facilitação da aprendizagem com a utilização do software.
Todos os outros itens referentes a quaisquer outros aspectos contidos no software
obtiveram uma posição favorável com mais de 85% de aprovação.
A proposta da construção desta multimídia foi feita objetivando sua utilização como
recurso de auxílio às aulas ministradas pelos professores de Biofísica. Os itens 13 e 14 foram
incluídos no questionário para avaliar a opinião dos estudantes quanto a isso.
A questão 13 manifesta a idéia de que a presença do professor é indispensável para o
melhor entendimento do conteúdo apresentado pela multimídia de Biofísica. Já questão 14
defende a idéia de que seria possível aprender sozinho todo o conteúdo apresentado,
utilizando apenas o software, sem a ajuda ou orientação de um professor.
A média ponderada geral alcançada com a análise dos itens 13 e 14 da Tabela 4.4
levam à conclusão que 63% dos estudantes concordaram com a importância da presença do
docente (não conseguiriam aprender sozinhos, sem a orientação de um professor). Pouco mais
de 16% dos alunos opinaram que a presença do professor não é tão relevante para o
entendimento da matéria utilizando o software. 20% não se posicionaram perante tais
afirmações.
Tabela 4.4 - Índice de concordância da importância da presença do docente durante as aulas com o software
FAVORÁVEL INDIFERENTE DESFAVORÁVEL
63,37% 19,77% 16,86%
Os resultados parciais dos três cursos de graduação perante a análise dos itens 15 e 16
são mostrados na Tabela 4.5.
129
Tabela 4.5 - Índice de concordâncias dos três cursos de graduação quanto à importância da presença do
docente durante as aulas
CURSOS FAVORÁVEL INDIFERENTE DESFAVORÁVEL
Ciências Biológicas
55,00% 26,67% 18,33%
Medicina
47,73% 20,45% 31,82%
Medicina
Veterinária
80,88% 13,24% 5,88%
Analisando os resultados da Tabela 4.5, nota-se uma crescente importância dada á
presença do professor, juntamente com a utilização do software, por parte dos cursos de
Medicina Veterinária, Ciências Biológicas e Medicina.
Ao analisar os resultados mostrados, encontra-se um resultado semelhante àquele
obtido por (MACHADO, 2006), ao analisar um software educacional sobre “Tópicos de
Física Moderna”, que foi aplicado na disciplina de Física em nível médio. Nessa avaliação, a
maioria dos alunos que utilizaram o software considerou importante a presença do professor
para entender os conteúdos.
Com base na Tabela 4.3 foi possível obter a Tabela 4.6, indicando os índices de
aprovação dos estudantes relativos á utilização do software nas aulas de Biofísica. Foi
observada a polaridade de cada item. Para obtenção desses percentuais também foram
excluídos os itens 13 e 14.
Tabela 4.6 - Índice de aprovação quanto á utilização do software na disciplina de Biofísica
FAVORÁVEL INDIFERENTE DESFAVORÁVEL
90% 7% 3%
Constatou-se um alto índice de aprovação da utilização do software na disciplina de
Biofísica, atingindo os 90%. O índice de desaprovação foi de apenas 3%.
b) 1º Semestre de 2007 – Anteriormente á avaliação
A segunda avaliação foi realizada no dia 18/05, no 1º semestre letivo de 2007, para o
curso de Ciências Biológicas, com o auxilio do Prof. Fábio de Oliveira. Esta data antecedia a
prova da disciplina sobre o conteúdo da multimídia, com o intuito do professor em fornecer a
multimídia como recurso preparatório para prova da disciplina. Vide Tabela 4.7.
130
Tabela 4.7 - Segunda avaliação da Multimídia de Biofísica (Vide Anexo 4)
Item/Questão
Polaridade
Concordo
%
Sou Indiferente
%
Discordo
%
Avaliação da Eficiência Informática do Sistema
1) O sistema BioLabVirtual possui uma
interface fácil para o acesso aos recursos
disponibilizados.
+
94% 6% 0%
2) Usar o sistema de Biofísica via Internet é
melhor do que utilizá-lo de forma offline.
+
75% 22% 3%
3) É difícil encontrar os links para que eu
acesse o Sistema de Biofísica.
-
22% 13% 66%
4) Os links disponibilizados de forma
seqüencial me ajudam na busca de
informação.
+
97% 0% 3%
5) O excesso de informação faz com que eu
me perca.
+
9% 13% 78%
6) O conteúdo disponibilizado no sistema vai
me ajudar no estudo para avaliação da
disciplina.
+
91% 6% 3%
7) A multimídia explica bem aquilo que eu
quero saber sobre Biofísica de Membrana.
+
78% 16% 6%
8) Não compreendo os textos explicativos que
são apresentados no software.
-
6% 6% 88%
Eficiência Pedagógica da ferramenta
9) Através do sistema tenho melhor
compreensão dos fenômenos físicos e
químicos associados à neurotransmissão.
+
97% 3% 0%
10) A multimídia me ajuda constatar a
conexão entre os assuntos que foram
estudados na sala de aula
+
94% 6% 0%
11) Estudar através de imagens e animações
facilita a minha aprendizagem.
+
97% 3% 0%
12) As aulas de Biofísica, utilizando as
animações, tornam-se uma importante
ferramenta pedagógica.
+
100% 0% 0%
13) A presença do professor é importante para
o entendimento da matéria apresentada
virtualmente.
78% 3% 19%
14) Posso aprender sozinho tudo o que preciso
utilizando apenas este recurso, sem a
necessidade de um professor.
6% 6% 88%
Interesse despertado pela
Ferramenta
15) Poder usar o sistema através de chats
torna aula virtual mais interessante e
participativa.
+
78% 19% 3%
16) O uso de Minha Agenda pessoal é muito
interessante para que eu possa agendar meus
compromissos.
+
56% 41% 3%
17) O “contato visual” com a matéria de
Biofísica, realizado pelo computador, torna as
aulas mais interessantes.
+
88% 9% 3%
18) Ter aulas com recursos computacionais
me desperta na busca do conhecimento.
+
94% 6% 0%
O item 03, que contém a sentença indicando que “é difícil encontrar os links para que
eu acesse o Sistema de Biofísica” foi o que registrou menor percentual de estudantes
favoráveis ao programa, com um índice de aprovação de 66%. Do total, 13% mostraram-se
indiferentes com relação a essa questão. O fato de que 22% dos estudantes concordaram com
131
item, mostra que nem todos consideram que o sistema possua uma fácil navegabilidade para
encontrar o assunto desejado. Porém, esse resultado deve ser comparado com o índice de
aprovação de 94% alcançado no item 01, com apenas 6% de indiferença. Esse outro item
afirma que o sistema possui uma interface fácil para o acesso aos recursos disponibilizados.
Essa certa discrepância nas respostas pode indicar que alguns estudantes interpretaram de
maneira diferente esses itens, diferenciando as duas afirmações que são na verdade
semelhantes.
Essa afirmação pode ser reforçada em razão dos demais itens referentes à
aprendizagem, que obtiveram mais de 90% de respostas favoráveis ao software (itens 09, 10,
11, 12, 13, 14). Esses itens abordam questões relevantes, tais como: apoio do software ao
desenvolvimento do raciocínio, capacidade de lembrar os assuntos estudados, melhor
compreensão das aulas através do computador, ampliação dos conhecimentos sobre biofísica
de membrana, compreensão dos textos apresentados no software e facilitação da
aprendizagem com a utilização do software.
Todos os itens referentes a aspectos funcionais do sistema obtiveram uma posição
favorável com mais de 80% de aprovação.
Os itens 13 e 14 não foram considerados na análise da aprovação dos estudantes
quanto à utilização do software, porque os mesmos não são favoráveis ou desfavoráveis ao
programa em si, pois se referem à sua utilização de modo independente pelos alunos com o
apoio ou não por parte do professor. A proposta do software foi feita objetivando sua
utilização enquanto instrumento de apoio às aulas desenvolvidas pelo professor de Biofísica,
esses itens foram incluídos no questionário para avaliar a opinião dos estudantes quanto a
isso.
A questão 13 manifesta a idéia de que a presença do professor é importante para um
melhor entendimento do conteúdo apresentado pelo software. A questão 14 defende a idéia de
que seria possível aprender sozinho todo o conteúdo apresentado utilizando o software, sem a
ajuda ou orientação do professor de Biofísica. De acordo com a média ponderada geral
alcançada com a análise dos itens 13 e 14 (Tabela 4.8 e Fig. 4.2), mais de 83% dos estudantes
concordaram que a presença do professor é importante, e que não conseguiriam aprender
sozinhos, sem a orientação ou explicação do professor, todo o conteúdo de Biofísica abordado
pelo software. Pouco mais de 12% dos alunos opinaram que a presença do professor não é
assim tão relevante para o entendimento da matéria utilizando o software. Embora tenha sido
considerável o nível de indiferença dos estudantes que optaram por não se posicionar perante
tais afirmações (5%), a grande maioria procurou informar suas respostas.
132
Tabela 4.8 - Índice da importância da presença do professor durante as aulas com sistema
Item
Polaridade
CONCORDO
N %
SOU INDIFERENTE
N %
DISCORDO
N %
13
25 78% 1 3% 6 19%
14
2 6% 2 6% 28 88%
Figura 4.2 - Gráfico comparativo questão 13 e questão14 para a Multimídia de Biofísica, onde se avalia a
importância do docente no ensino desta disciplina.
Essas respostas reforçam a condição de que o sistema, enquanto recurso didático, é
melhor aproveitado quando há um professor para orientar as atividades e esclarecer dúvidas a
fim de obter um melhor aproveitamento das possibilidades educacionais do programa.
Com base na Tabela 4.8, foi possível obter a Tabela 4.9, que indica os índices de
aprovação dos estudantes relativos à utilização do sistema nas aulas de Biofísica. No cálculo
realizado observou-se a polaridade de cada item. Para obtenção desses percentuais também
foram excluídos os itens 13 e 14.
Tabela 4.9 - Índice de aprovação quanto à utilização da multimídia na disciplina de Biofísica
CONCORDO SOU INDIFERENTE DISCORDO
87% 10% 3%
Constatou-se um alto índice de aprovação da utilização do software na disciplina de
Biofísica, sendo maior que 85%. O índice de desaprovação foi de menos de 5%. Grande parte
dos estudantes se posicionou em suas respostas, resultando em um índice de indiferença de
10%. Esses valores indicam que houve grande aceitação do sistema e da utilização de recursos
multimídia nas aulas por parte dos estudantes.
Comparando os resultados do 2º semestre de 2006 com os do 1º semestre de 2007,
gera-se a Tabela 4.10.
Questão 13 Questão 14
133
Tabela 4.10 - Índice de aprovação da avaliação do 2º semestre de 2006 com 1º semestre de 2007
Avaliações CONCORDO SOU INDIFERENTE DISCORDO
2º Semestre de 2006
90% 7% 3%
1º Semestre de 2007
87% 10% 3%
Não houve mudanças significativas quanto à aprovação no uso da multimídia,
comparando os dois semestres.
Em comparação com os itens 13 e 14, quanto à presença do professor no uso da
multimídia de Biofísica, tem-se a Tabela 4.11.
Tabela 4.11 - Índice da importância da presença do professor nos dois semestres
Avaliações CONCORDO SOU INDIFERENTE DISCORDO
2º Semestre de 2006
63% 20% 17%
1º Semestre de 2007
83% 13% 5%
Encontra-se um aumento de 20% de concordância na importância da presença do
professor nas aulas com a multimídia de Biofísica. Uma diminuição de 12% na discordância e
apenas 13% no 1º semestre de 2007 não se posicionaram, ao contrário do 2º semestre de 2006
que era de 20% de indiferença.
4.3.1.6 Problemas encontrados na realização dos testes
Para aplicação do teste foram encontrados os seguintes problemas:
Versão do plugin FLASH PLAYER
Em alguns computadores o software de Biofísica encontrou problemas em sua
execução. As versões do plugin Adobe Player foi um deles. Como o acesso à máquina
era restrito ao usuário, não foi possível a instalação das novas versões.
Velocidade da Internet em rede
No Laboratório de Informática em que foi realizado o teste, a velocidade de conexão
estava extremamente baixa, e em alguns casos não foi possível o acesso.
Problemas com a rede
134
Algumas máquinas do Laboratório estavam impossibilitadas de se conectarem à
Internet por problemas de cabeamento de redes. Neste caso, foi disponibilizado a
versão offline da multimídia de Biofísica.
c) 1º Semestre de 2007 – Posterior à avaliação
A terceira avaliação foi realizada na semana posterior à prova da disciplina de
Biofísica (23 a 30 de maio de 2007) para o curso de Ciências Biológicas, considerando a
mesma turma da segunda avaliação. Como a multimídia de Biofísica era a principal
ferramenta de estudo para prova, o objetivo foi analisar como foi a experiência dos estudantes
em estudarem através de um programa de computador via Internet. Nesse intuito foi aplicado
novamente um questionário eletrônico a esta turma de estudantes, na qual 22 alunos (69%)
responderam com êxito a tarefa.
Este questionário levou em consideração a opinião do estudante sobre aspectos gerais
da multimídia, questões pedagógicas e funcionalidade. Vide Tabela 4.12.
Tabela 4.12 - Avaliação Pós-prova da multimídia de Biofísica (Vide Anexo 5)
Item/Questão
Polaridade
Concordo
%
Sou Indiferente
%
Discordo
%
Avaliação
Informática do
Sistema
1) O sistema via Internet apresentou
rapidez no acesso tanto na universidade
como em casa.
+
63% 0% 38%
2) Os links disponibilizados de forma
sequencial me ajudam na busca de
informação.
+
75% 25% 0%
3) A organização do conteúdo não
facilitou a navegação pela multimídia
de Biofísica.
-
25% 0% 75%
Avaliação Pedagógica do sistema
4) Ter estudado pela multimídia de
Biofísica fez com que eu lembrasse os
conceitos ligados à Neurotransmissão
durante a prova.
+
71% 17% 13%
5) Através da aula virtual de Biofísica
os alunos se tornam mais
independentes dos professores.
13% 12% 75%
6) O sistema fez com que eu
compreendesse melhor os fenômenos
associados à neurotransmissão.
+
92% 4% 4%
7) A multimídia de Biofísica
influenciou o resultado final da prova.
+
63% 25% 13%
8) Se todas as disciplinas possuíssem
seu conteúdo em multimídia, seria bem
mais fácil entender seus conceitos.
+
100% 00% 0%
Interess
e
despert
9) Estudar através do sistema com o
uso de chats para comunicação entre os
alunos torna o estudo melhor do que o
convencional.
+
58% 29% 13%
135
10) O “contato visual” com a matéria
de Biofísica através do computador
tornou o estudo mais interessante.
+
94% 0% 6%
O item 01, que contém a sentença sobre velocidade de acesso tanto na universidade
como em casa foi o que registrou menor percentual de estudantes favoráveis, com um índice
de 38%. Do total, 63% concordaram com a afirmativa e não houve indiferentes. Esse alto
índice mostra a limitação de acesso a Internet de alta de velocidade para muitos alunos. Esse
resultado deve ser comparado com o índice de aprovação de 94% alcançado no item 10, que
inclui apenas 6% de discordância.
Analisando a multimídia como um recurso de estudo para disciplina de Biofísica,
obteve-se 80% de aprovação pelos estudantes, itens referentes a aspectos funcionais do
sistema obtiveram uma posição favorável com mais de 65% de aprovação, em média.
Com base na Tabela 4.12, foi possível obter a Tabela 4.13, que indica os índices de
aprovação dos estudantes relativos à utilização do sistema nas aulas de Biofísica. Para
obtenção desses percentuais foi excluído o item 05.
Tabela 4.13 - Índice de aprovação quanto à utilização da multimídia na disciplina de Biofísica
CONCORDO SOU INDIFERENTE DISCORDO
77% 11% 12%
Constatou-se um alto índice de aprovação da utilização do software na disciplina de
Biofísica, sendo maior que 75%. O índice de desaprovação foi menor que 12%. Grande parte
dos estudantes se posicionou em suas respostas, resultando em um índice de indiferença de
11%. Esses valores indicam que houve grande aceitação do sistema e da utilização de recursos
multimídia nas aulas, bem como para estudo da avaliação da disciplina.
Comparando os resultados do 2º semestre de 2006, do 1º semestre de 2007 e da
avaliação posterior a prova, encontra-se a Tabela 4.14.
Tabela 4.14 - Índice de aprovação da avaliação do 2º semestre de 2006 com 1º semestre de 2007
Avaliações CONCORDO SOU INDIFERENTE DISCORDO
2º Semestre de 2006
90% 7% 3%
1º Semestre de 2007
87% 10% 3%
Avaliação Pós-prova
77% 11% 12%
Não houve mudanças significativas quanto à aprovação no uso da multimídia,
comparando os dois semestres.
A Tabela 4.15 discute resultados quanto à importância da presença do professor no uso
136
da multimídia de Biofísica. Em comparação com os índices encontrados no 2º semestre de
2006, tem-se um aumento na concordância quanto à relevância da presença docente de 20%, o
que foi avaliado anteriormente à prova. Por outro lado, esta porcentagem de concordância
diminuiu de 11% após a prova. O nível de indiferença caiu 7%, permanecendo constante nas
duas ultimas avaliações. Quanto ao percentual de discordância, obteve uma diminuição de
12% e 4% respectivamente.
Tabela 4.15 - Índice da importância da presença do professor nos dois semestres
Avaliações CONCORDO SOU INDIFERENTE DISCORDO
2º Semestre de 2006
63% 20% 17%
1º Semestre de 2007
Anterior a prova
83% 13% 5%
1º Semestre de 2007
Posterior a prova
74% 13% 13%
4.3.2 Atlas de Neuroanatomia online
4.3.2.1 Disciplina de Anatomia Humana
A disciplina de Anatomia Humana tem como objetivo promover a aquisição dos
conhecimentos morfológicos essenciais. Esta disciplina é ministrada em diversos cursos de
graduação da Universidade Federal de Uberlândia, destacando-se Medicina, Medicina
Veterinária, Enfermagem e Engenharia Biomédica.
4.3.2.3 Demonstração nas aulas de Anatomia
O Atlas de Neuroanatomia na versão online foi divulgado pelos professores a diversos
cursos da Universidade Federal de Uberlândia, mas foi escolhido para ser avaliado no curso
de Engenharia Biomédica. Para avaliação, foi construído um questionário contendo dezoito
itens. Para cada resposta referente aos itens, foram criadas categorias de análise. Respostas
semelhantes foram agrupadas de acordo com tais categorias, o que permitiu uma visão
sintética.
4.3.2.4 Resultados na aplicação do questionário
137
Esta avaliação foi realizada no 1º semestre letivo de 2007, período precedente à
prova da disciplina no conteúdo de Neuroanatomia, com intuito de oferecer o Atlas como
instrumento de estudo. A avaliação ocorreu através de um questionário (Anexo 6), após um
mês de utilização do Atlas, permitindo um tempo maior para o estudo e preparação para a
prova. Assim que o conteúdo de Neuroanatomia foi finalizado, disponibilizou-se o
questionário via web a todos os alunos do 2º período do curso de Engenharia Biomédica,
sendo que 18 estudantes (95%) responderam ao questionário.
Tabela 4.16 - Avaliação do Atlas de Neuroanatomia (Vide Anexo 6)
Item/Questão
Polaridade
Concordo
%
Sou Indiferente
%
Discordo
%
Avaliação da Eficiência informática do sistema
1) O sistema BioLabVirtual possui uma
interface fácil para o acesso aos recursos
disponibilizados.
+
83% 17% 0%
2) Usar o Atlas via Internet é melhor do
que utilizá-lo de forma offline.
+
28% 22% 50%
3) É difícil encontrar os links no
BioLabVirtual para acessar o Atlas de
Neuroanatomia.
-
17% 33% 50%
4) Os links disponibilizados de forma
seqüencial me ajudam na busca de
informação.
+
44% 44% 11%
5) O uso de Minha Agenda pessoal é muito
interessante para que eu possa agendar
meus compromissos.
+
44% 56% 0%
6) O Software explica bem aquilo que eu
desejo saber sobre Neuroanatomia.
+
39% 39% 22%
7) Não compreendo os textos explicativos
que são apresentados no software.
-
11% 11% 78%
Avaliação da eficiência pedagógica do sistema
8) O excesso de informação faz com que eu
me perca.
-
0% 11% 89%
9) O Atlas faz com que eu compreenda
melhor os assuntos abordados em sala de
aula.
+
83% 17% 0%
10) O software me ajuda a constatar a
conexão entre os assuntos que foram
estudados na sala de aula.
+
44% 56% 0%
11) O Atlas de Neuroanatomia é um grande
passo para criação de um Atlas de Anatomia
completo.
+
94% 6% 0%
12) Ver as imagens de forma digital facilita
a minha visualização das estruturas
anatômicas.
+
39% 50% 11%
13) O conteúdo disponibilizado no sistema
vai me ajudar no estudo para avaliação da
disciplina.
+
78% 22% 0%
14) A presença do professor é importante
para o entendimento do conteúdo
apresentado virtualmente.
72% 6% 22%
15) Posso aprender sozinho tudo o que
preciso utilizando apenas este recurso, sem
a necessidade de um professor.
0% 22% 78%
138
Interesse despertado
16) Poder usar o sistema através de chats
torna aula virtual mais interessante e
participativa.
+
56% 33% 11%
17) O “contato visual” com a matéria de
Neuroanatomia via computador torna aula
mais interessante.
+
66% 14% 20%
18) Ter aulas com recursos computacionais
me desperta na busca do conhecimento.
+
78% 11% 11%
O item 02, que contém a sentença “Usar o Atlas via Internet é melhor do que utilizá-lo
de forma offline”, registrou menor percentual de estudantes favoráveis, com um índice de
aprovação de 28%. Do total, 22% mostraram-se indiferentes com relação a essa questão. O
fato de 50% dos estudantes concordarem com este item mostra que a maioria prefere o uso de
aplicativos a sistemas via Internet, levando-se em conta a versão inicial do Atlas, possuindo
portanto muitas limitações. Porém, esse resultado deve ser comparado com o índice de
aprovação de 89% alcançado no item 08, que inclui 11% de indiferença. Certas discrepâncias
nas respostas podem indicar que alguns estudantes interpretam de maneira diferente esses
itens, diferenciando as duas afirmações, que são na verdade semelhantes.
O item 11 afirma que “O Atlas de Neuroanatomia é um grande passo para criação de
um Atlas de Anatomia completo”, constata-se a expectativa dos estudantes através do maior
percentual de concordância (94%).
Nos itens (08, 09, 10, 11, 12, 14, 15), que tratam da aprendizagem adquirida pelo uso
do Atlas, 64% dos alunos concordam com as afirmativas quanto ao ganho na aprendizagem e
29% são indiferentes. Esses itens abordam questões relevantes, tais como: capacidade de
lembrar os assuntos estudados, melhor compreensão das aulas através do computador,
ampliação dos conhecimentos sobre Neuroanatomia, compreensão dos textos apresentados no
Atlas e facilitação da aprendizagem com a utilização do software.
Todos os itens referentes a aspectos funcionais do sistema obtiveram uma posição
favorável, com aproximadamente 60% de aprovação.
Os itens 14 e 15 não foram considerados na análise da aprovação dos estudantes
quanto à utilização do software, porque os mesmos não são favoráveis ou desfavoráveis ao
programa em si, pois se referem à sua utilização de modo independente pelos alunos com o
apoio ou não por parte do professor. A proposta do Atlas de Neuroanatomia foi feita
objetivando sua utilização enquanto instrumento de apoio às aulas de Anatomia, sendo que
esses itens foram incluídos no questionário para avaliar a opinião dos estudantes quanto a
isso.
139
A questão 14 manifesta a idéia de que a presença do professor é importante para um
melhor entendimento do conteúdo apresentado pelo Atlas. A questão 15 defende a idéia de
que seria possível aprender sozinho todo o conteúdo apresentado utilizando o Atlas de
Neuroanatomia, sem a ajuda ou orientação do professor de Anatomia. De acordo com a média
ponderada geral alcançada com a análise dos itens 14 e 15 (Tabela 4.17 e Fig. 4.3), mais de
75% dos estudantes concordaram que a presença do professor é importante, e que não
conseguiriam aprender sozinhos, sem a orientação ou explicação do professor, todo o
conteúdo de Neuroanatomia abordado pelo Atlas. Pouco mais de 14% dos alunos opinaram
que a presença do professor não é assim tão relevante para o entendimento da matéria
utilizando o Atlas. Embora tenha sido considerável o nível de indiferença dos estudantes que
optaram por não se posicionar perante tais afirmações (14%), a grande maioria procurou
manifestar suas respostas.
Tabela 4.17 - Índice de concordância da importância da presença do professor durante o uso do Atlas
Item
Polaridade
CONCORDO
N %
SOU INDIFERENTE
N %
DISCORDO
N %
14
13 72% 1 6% 4 22%
15
0 0% 4 22% 14 78%
72%
22%
6%
CONCORDO
SOU INDIFERENTE
DISCORDO
Queso 14
22%
0%
78%
CONCORDO
SOU INDI F E R E NT E
DIS C OR DO
Questão 15
Figura 4.3 - Gráfico comparativo questão 14 e questão 15 para o Atlas de Neuroanatomia, onde se avalia a
importância do docente no ensino desta disciplina.
Essas respostas reforçam a condição de que o sistema, enquanto recurso didático, é
melhor aproveitado quando há um professor para orientar as atividades e esclarecer dúvidas,
para se obter um melhor aproveitamento das possibilidades educacionais do programa.
Com base na Tabela 4.16, foi possível obter a Tabela 4.18, que indica os índices de
aprovação dos estudantes relativos à utilização do Atlas de Neuroanatomia. No cálculo
140
realizado observou-se a polaridade de cada item. Para obtenção desses percentuais também
foram excluídos os itens 14 e 15.
Tabela 4.18 - Índice de aprovação quanto à utilização do Atlas de Neuroanatomia
CONCORDO SOU INDIFERENTE DISCORDO
60% 26% 14%
Constatou-se um médio valor percentual de aprovação da utilização do Atlas de
Neuroanatomia na disciplina de Anatomia Humana, sendo maior que 60%. O índice de
desaprovação foi menor que 15%. Grande parte dos estudantes se posicionou em suas
respostas, resultando ainda um alto percentual de indiferença (maior que 25%). Esses valores
indicam que houve uma boa aceitação do Sistema, mas pode-se melhorar tais índices com
acréscimo de novas funcionalidades.
4.3.2.5 Problemas citados pelos alunos na avaliação
Problemas apontados pelos alunos ao utilizar o Atlas de neuroanatomia online:
Mecanismo de Busca: alguns alunos sugeriram a criação de um mecanismo de busca
por palavras-chaves, facilitando a localização de determinadas estruturas anatômicas;
Textos explicativos: para a maioria dos alunos, esta versão do Atlas é pobre em
textos explicativos das partes anatômicas mostradas nas imagens;
Referências Bibliográficas: a falta de uma base de referencias bibliográficas para
extensão de material de estudo para os alunos;
Erros de nomes nas partes anatômicas: como se trata da primeira versão do Atlas,
foram encontrados alguns erros na nomenclatura anatômica de algumas estruturas.
Para próxima versão, uma revisão desses termos já está sendo realizada.
141
4.4 Conclusões Gerais
Este capítulo descreve as estratégicas de avaliação pesquisadas, os métodos utilizados
nesta avaliação e demonstra os resultados concernentes à aplicação do BioLabVirtual a cinco
diferentes cursos de graduação da UFU, durante o período compreendido entre o 2º semestre
de 2006 e o 1º semestre de 2007 (1 ano), envolvendo um total de 138 estudantes.
A metodologia principal se baseou no trabalho de (MACHADO, 2006), que demonstra
através de cinco pilares como um teste pode ser implementado, segundo (LANGFORD,
1993): observação direta, monitoramento de fundo, questionamento verbal, questionário
formais e testes envolvendo um período anterior \ posterior.
Os métodos utilizados para avaliação da Multimídia de Biofísica e do Atlas de
Neuroanatomia foram:
Observação direta: auxilia a obtenção de informações sobre o comportamento dos
estudantes durante a utilização do sistema. Realizado apenas no caso da multimídia de
Biofísica;
Questionários formais: contém questões especialmente elaboradas como forma de se
obter as opiniões dos estudantes sobre um conjunto de itens relativo ao sistema, em
média 85% dos alunos responderam aos questionários. Para a multimídia de Biofísica,
96% dos estudantes em média responderam os questionários presenciais, e 69%, o
questionário eletrônico. Já para o Atlas de Neuroanatomia, 95% dos estudantes
responderam o questionário eletrônico que foi fornecido;
Teste envolvendo um período anterior e posterior: avaliações realizadas em semestres
diferentes como forma de obter dados comparativos em períodos diferentes. Usado
somente na avaliação do software de Biofísica;
Monitoramento remoto: registro pelo computador das interações realizadas pelo
usuário com o mouse e o teclado, tais como pressionar um botão, abrir uma janela e o
tempo de uso em cada utilização.
Em todas estas avaliações, buscou-se quantificar a eficiência pedagógica da proposta,
em termos de aquisição de novos conhecimentos e de motivação para estudo; bem como a
eficiência informática, seguindo os padrões de qualidade IEEE.
As avaliações referentes à Multimídia de Biofísica foram realizadas com o total de 118
alunos dos cursos de Medicina, Medicina Veterinária e Ciências Biológicas. Já na avaliação
142
do Atlas Neuroanatômico, submeteu-se o questionário a 18 alunos do 2º período do curso de
Engenharia Biomédica, no contexto da disciplina de Anatomia Humana.
Através da aplicação dos questionários obtiveram-se os seguintes resultados.
O percentual de aprovação no uso de multimídia de Biofísica chegou à casa dos 90%
no 1º semestre de 2007, tendo um aumento de quase 13% de aprovação em relação ao
2º semestre de 2006. O Atlas de Neuroanatomia obteve um percentual de 60% de
aprovação, atingindo quase 30% de indiferença e 11% de desaprovação. Estes dados
podem ser entendidos pelas limitações da versão inicial em que o Atlas se encontra.
Em particular, no 1º semestre de 2007, uso do Atlas via Internet corresponde à melhor
opção para 50% dos estudantes, em detrimento à versão offline (CD-ROM).
As respostas reforçam a condição de que a multimídia de Biofísica e o Atlas de
Neuroanatomia, enquanto recursos didáticos, são melhor aproveitados quando há um
professor para orientar as atividades e esclarecer dúvidas, obtendo-se um melhor
aproveitamento das possibilidades educacionais do programa. Para o Atlas, mais de
72% dos estudantes concordaram na importância da presença de um professor que
oriente o uso destes recursos, enquanto que 82% dos estudantes que se utilizaram da
multimídia de Biofísica mantêm a mesma opinião.
Comparando os dois questionários aplicados no 1º semestre de 2007, anterior e
posterior à avaliação da disciplina, pode-se destacar: pequena diminuição do
percentual de aprovação do sistema, que passou de 87% para 77%; queda de 20% no
que se refere a considerar chats como instrumento para tornar a aula mais interessante
e participativa; queda de 94% para 71% de concordância a respeito da multimídia
como ferramenta pedagógica interessante; aumento de 66% para 75% de apoio ao
sistema em termos da organização e do acesso ao conteúdo; quanto aos aspectos
funcionais, queda de 82% para 68% em termos da concordância quanto às respostas
positivas.
Para os alunos, o sistema de Biofísica apresenta um amplo conteúdo, de forma clara e
objetiva, interligando os assuntos, de fácil utilização (97%). Já para o Atlas, observou-
se um percentual de 89% de facilidade de uso.
Pode ser notado que estes recursos motivam os alunos, despertando seu interesse e
melhorando sua concentração, tornando-as aulas e o próprio conteúdo estudado mais
143
interessante. A Multimídia de Biofísica alcançou em média 85%, e o Atlas, 60% de
concordância em respostas favoráveis.
No monitoramento remoto durante o período de avaliação, notou-se que houve uma
concentração no uso do sistema nos dias que antecederam a avaliação (95%). O tempo
de permanência dos usuários no sistema foi de 25 minutos, 60% dos alunos utilizaram
o bate-papo para sua comunicação e 30% dos estudantes utilizaram do recurso Agenda
para marcarem seus compromissos.
Já na observação realizada em sala de aula, pode-se notar que grande parte dos alunos
manteve seu interesse, observando o conteúdo do software atentamente. Acessaram os
textos e as imagens contidas na multimídia de Biofísica, lendo-os e até mesmo
copiando alguns trechos em seus cadernos.
Durante as avaliações do sistema, os professores comentaram sobre a importância
dessas ferramentas para o ensino em Neurociências.
a) “Antes da utilização da multimídia, os alunos encontravam dificuldades para
entender o conteúdo ensinado em sala de aula. Agora através do recurso, os
estudantes conseguem visualizar na forma de animações o que antes era visto
apenas no quadro de aula e nos livros”. (Prof. Fábio de Oliveira – ICBIM/UFU
– Professor de Biofísica há 7 anos)
b) “A multimídia faz com que o aluno interligue o que foi ensinado em sala de
aula com o que acontece internamente a nível microscópico, mostrado pelas
animações. Este recurso elevou o nível das aulas, facilitando a aprendizagem e
proporcionando uma maneira que os alunos gostam de trabalhar”. (Maria
Abadia Ramos – ICBIM/UFU - Professora de Biofísica há 18 anos)
c) “O uso do software foi positivo, pois suas animações proporcionam o
entendimento dinâmico dos processos que ocorrem na célula. Sem dúvida,
através do uso dessas animações, o aluno entende o conteúdo mais facilmente”.
(Rogério F. Lacerda – ICBIM/UFU - Professor de Biofísica há 2 anos)
De forma geral, todos os recursos aqui avaliados são considerados como importantes
ferramentas, permitindo por meio de animações e imagens tornarem as aulas mais dinâmicas e
envolventes para os alunos; permite um trabalho com maior riqueza de detalhes, que muitas
vezes o professor não conseguiria abordar sem auxilio de animações; o aluno motiva-se por
visualizar modelos móveis que são dificilmente imaginados apenas com as ilustrações dos
144
livros, além de visualizar os transportes de íons através das membranas, evidenciados na
multimídia de Biofísica; ajuda a otimizar o tempo dos estudos, permitindo ao aluno
acompanhar o conteúdo com uma leitura básica.
Estas ferramentas mostram-se um forte recurso didático no processo de ensino-
aprendizagem, despertando o interesse e a concentração dos alunos, facilitando e aumentando
a compreensão do conteúdo estudado.
Alguns dos problemas encontrados durante as avaliações na multimídia de Biofísica
estão listados abaixo, observados pelo próprio pesquisador:
Versões do plugin necessários para execução;
Velocidade da Internet nos laboratórios utilizados;
Problemas com a rede de computadores (falta de cabeamento e acesso como
administrador);
Já os alunos destacam alguns agravantes em geral:
2º semestre de 2006: “Dificuldade de encontrar os links para o acesso ao sistema”,
com 12% de concordância, 6% indiferença e 83% de discordância.
Já no Atlas de Neuroanatomia, alguns problemas foram citados pelos alunos:
Falta de um mecanismo de busca;
Erros de estruturas anatômicas;
Poucos textos explicando as estruturas oferecidas;
Falta de links para acesso aos outros Atlas virtuais já existentes;
As observações realizadas durante a aplicação dos softwares revelaram que, de modo
geral, os programas alcançaram seus objetivos de tornar a aprendizagem do conteúdo de
Biofísica e da Neuroanatomia mais motivador e interessante, conseguindo gerar o
engajamento dos estudantes na exploração do software e no esclarecimento de dúvidas.
145
Referências Bibliográficas
ATHAYDE, M. I. Desenvolvimento, aplicação e avaliação de coursewares de física para o
2° grau: uma experiência piloto. (Tese de Mestrado). Faculdade de Educação, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1990. 184 p.
BOTELHO, M. L. D. A. Concepção, desenvolvimento e avaliação de um sistema de
ensino virtual. (Tese de doutorado). Departamento de Engenharia Biomédica, UNICAMP,
Campinas - SP, 2006. 177 p.
CAMPOS, F. C. A. Hipermídia na educação: paradigmas e avaliação da qualidade. (Tese
de Mestrado). Engenharia de Sistemas e Computação, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 1994. 137 p.
IEEE. The Institute of Electrical and Electronics Engineers. IEEE Std 829: Standard for
Software Test Documentation. New York: IEEE Computer Society. 1998
LANGFORD, D. Evaluating a hypertext document. Aslib Proceedings, v.45, n.9, p. 221-226.
1993
MACHADO, D. I. Construção de conceitos de Física moderna e sobre a natureza da
Ciência com o suporte da Hipermídia. (Tese de Doutorado). Faculdade de Ciências,
UNESP, Bauru, 2006. 300 p.
PRESSMAN, R. S. Engenharia de Software. São Paulo: Ed. McGraw Hill. 5.ed. , v. 2001.
843 p.
146
5. Conclusões
Surgem no cenário educacional abordagens pedagógicas que suportam uma
aproximação personalizada, flexível e centralizada na aprendizagem, substituindo assim a
velha abordagem tradicional, garantindo uma adaptação tecnológica significativa, crítica,
criativa e duradoura por parte dos alunos, para que sirva como instrumento de construção da
cidadania e de transformação da realidade.
No Brasil e no mundo o modelo educacional que vem sendo utilizado nas
Universidades parece permanecer estático e resistente a mudanças, por muitas décadas.
Gradativamente, o computador deixa seu papel de repositório flexível de informação para
assumir a responsabilidade de ferramenta de apoio à investigação, pesquisa e criação.
Nos cursos de Engenharia Biomédica, a grande dificuldade enfrentada está no
ensino de disciplinas médicas para os alunos. Tem-se o exemplo da disciplina de Anatomia
Humana, em que os estudantes, além de estudarem as estruturas anatômicas, precisam
entender fisiologicamente qual o papel destas. Para um aluno acostumado a um curso
extremamente matemático, muitas dificuldades de aprendizagem tendem a surgir devido a
essa interdisciplinaridade. Outros problemas se referem à pequena ou inexistente formação
pedagógica dos docentes, o distanciamento da indústria e da academia, e à resistência dos
professores quanto à utilização de novas tecnologias para propósitos pedagógicos.
Em particular, no que se refere à Neuroanatomia, podem-se destacar também falta
de peças humanas para estudo, dificuldades na obtenção do cérebro humano, durabilidade
do encéfalo, falta de alunos treinados para monitoria e dificuldade de visualização dos
processos fisiológicos.
Do ponto de vista das iniciativas pedagógicas envolvendo o uso da EAD e informática,
podem-se destacar as seguintes conclusões da análise da literatura.
1. No Brasil, as instituições credenciadas para o EAD em nível federal utilizam
predominantemente material pedagógico impresso (80% dos casos);
2. Engenharia Biomédica: Iniciaram-se a nível presencial e se tornaram à distância.
Pode-se notar que 36% dos artigos não fornece o número de estudantes entrevistados
ou que responderam ao questionário de avaliação; 45,5% discutem uma metodologia
de testes; e o tempo de aplicação foi demonstrado em apenas 36,5%. Em média, as
147
avaliações consideram 100 estudantes, todos com formação em uma única área do
conhecimento, avaliados durante 2 meses com 86% de respostas favoráveis ao uso de
ferramentas pedagógicas informáticas.
3. Área da saúde: Em 50% dos artigos apresentam-se metodologias de testes, sendo que
em apenas 30% destes são mostradas a quantidade de estudantes que foram
submetidos à avaliação. 40% descrevem os resultados obtidos, que são bastante
satisfatórios.
4. Neuroanatomia: Possuem como objetivo comum fornecer conceitos, imagens e
correlação funcional de suas estruturas. São fontes de informação para educadores,
estudantes, médicos e pacientes. Poucos sítios fornecem reconstruções em 3D (23%)
ou jogos de perguntas para teste de aprendizagem (15%).
Para validação do uso da Internet como canal do conhecimento, foi realizado um
estudo de acessibilidade da web junto à estudantes de graduação da UFU, envolvendo 181
alunos dos cursos de Biomedicina, Ciências Biológicas, Engenharia Biomédica, Medicina e
Medicina Veterinária. Esta amostra corresponde à mais de 70% do total de estudantes dos
três primeiros cursos; além de cerca de 8% do total de estudantes dos dois últimos cursos.
100% dos alunos possuem acesso a Internet seja em casa (80%), universidade (84%),
lanhouse (12%) e trabalho (2%). O acesso a computadores pelos estudantes é de 88% em
suas casas e 12% na Universidade. Para 61% dos estudantes é fácil utilizar a Internet. 80
alunos (44%) consideram a velocidade de conexão à Internet como de nível médio, durante
sua utilização. Um dado interessante corresponde à freqüência do uso do e-mail, onde
apenas 40% dos alunos acessam suas caixas eletrônicas todos os dias, 35% dos
entrevistados acessam de duas a três vezes semanais, 17% apenas uma vez por semana e 6%
acessam apenas uma vez por mês seus correios eletrônicos. Este estudo também revelou
particularidades associadas aos estudantes de cada curso.
Sendo assim, a disponibilização de sistemas didáticos via Internet em tempo real
consiste em uma proposta promissora e de alto impacto junto à UFU, possibilitando o
acesso tanto em casas, universidades ou em qualquer outro ambiente.
Em síntese, a análise da literatura e a pesquisa conduzida sobre a acessibilidade da
Internet de estudantes de graduação da UFU evidenciam as seguintes dificuldades:
(D1) Baixo índice de instituições brasileiras credenciadas para administrar EAD
utilizam material pedagógico informático (70%);
148
(D2) Falta de propostas estruturadas de metodologias de implementação e de testes
abrangentes de sistemas EAD, ou de iniciativas pedagógicas que se valem da
Internet. O tempo de avaliação é quase sempre curto (em média 2 meses) e
consideram-se estudantes de graduação oriundos de uma única área do
conhecimento, sendo que apenas aspectos pedagógicos são abordados.
(D3) Dificuldades logísticas com a atual abordagem de ensino de neuroanatomia,
destacando-se a baixa quantidade de sistemas informáticos em língua portuguesa,
alem da desconexão dos conceitos anatômicos às patologias (apenas 45% dos sítios
disponibilizam textos, dos quais apenas 38% realizam tal conexão).
(D4) Os principais fatores que inibem a utilização da Internet como ferramenta
pedagógica, por parte dos estudantes de graduação da UFU, correspondem à
infecção por vírus e à lentidão da conexão discada.
Com objetivo explícito de tentar sanar as dificuldades (D1)-(D4) acima expostas, esta
tese de mestrado propôs um ambiente virtual, com objetivos pedagógicos interdisciplinares,
focalizando duas grandes subáreas da Neurociência: Neuroanatomia e Biofísica Celular. Tal
sistema é simples, exigindo configurações de hardware/software comuns, presentes em
qualquer instituição de ensino federal brasileira.
Quanto à metodologia de ensino, três teorias foram usadas: Ausubel, Skinner e
Piaget. A proposta didática base para a construção da multimídia de Biofísica e o Atlas de
Neuroanatomia fundamentou-se na Teoria de aprendizagem de Ausubel, em orientação para
a implementação de sistemas de hipermídia. Para uso da teoria de Skinner foi construído uma
ferramenta denominada “Rota de Aprendizagem”, a qual consiste em programar um caminho
sequencial para as tarefas do aluno. Já a teoria do Piaget foi usada em práticas online, no
processo de aprendizagem mediante a participação do estudante na construção do próprio
conhecimento.
O BioLabVirtual foi projetado através de uma arquitetura Cliente/Servidor, usando a
linguagem livre PHP e banco de Dados MYSQL. Para a exposição do seu conteúdo,
consideraram-se mapas conceituais, permitindo organizar o conhecimento, aumentando a
eficiência do aprendizado. Para implementação do ambiente foi usado o Software
Dreamweaver CS3. Já no desenvolvimento das multimídias, empregou-se o Software da
Macromedia Flash CS3. Esta estratégia reduz a memória ocupada pelos programas,
colaborando por aumentar a velocidade de conexão. Soluções de segurança foram
149
implementadas como a instalação de um antivírus integrado à plataforma, que verifica todo
material postado por professores e alunos.
Em termos da avaliação do sistema, a metodologia principal se baseou no trabalho de
(MACHADO, 2006), e foram utilizados três métodos.
1. Observação direta: auxilia a obtenção de informações sobre o comportamento dos
estudantes durante a utilização do sistema, realizada apenas para multimídia de
Biofísica;
2. Questionários formais: contém questões especialmente elaboradas como forma de se
obter as opiniões dos estudantes sobre um conjunto de itens relativo ao sistema, em
média 97% dos alunos respondeu aos questionários;
3. Monitoramento automático: São registradas pelo computador as interações
realizadas pelo usuário com o mouse e o teclado, tais como pressionar um botão, abrir
um janela e o tempo gasto em cada página;
4. Teste envolvendo um período anterior e posterior: avaliações realizadas em
semestres diferentes como forma de obter dados comparativos.
Este conjunto de avaliações abordou tanto aspectos pedagógicos (eficiência de
aprendizado e motivação para estudo) quanto informáticos, estes últimos em conformidade
com as normas IEEE.
As avaliações referentes à multimídia de Biofísica foram realizadas durante o período
Agosto/2006 – Julho/2007, com um total de 118 alunos dos cursos de Medicina, Medicina
Veterinária e Ciências Biológicas, dos quais 96% em média responderam os questionários
presenciais e, 70%, o questionário eletrônico. Na avaliação do Atlas Neuroanatômico,
submeteu-se o questionário a 18 alunos do 2º período do curso de Engenharia Biomédica da
disciplina de Anatomia Humana, e 95% dos estudantes responderam.
A avaliação da multimídia de Biofísica obteve os seguintes resultados:
1. O percentual de aprovação geral da proposta chegou à casa dos 90% no 1º semestre de
2007, tendo um aumento de quase 13% em relação ao 2º semestre de 2006;
2. Os alunos reforçaram a idéia que os recursos são melhor aproveitados quando há um
professor para orientar as atividades e esclarecer dúvidas (opinião compartilhada por
82% dos estudantes);
3. Para os alunos, a multimídia de Biofísica apresenta um amplo conteúdo, de forma
clara e objetiva, interligando os assuntos, de fácil utilização (97%). Além disso, este
150
recurso motiva os alunos, despertando seu interesse e melhorando sua concentração
para 91% dos entrevistados. O tempo médio de utilização deste instrumento por parte
dos estudantes foi monitorado remotamente e estimado como 25 minutos, concentrado
no dia anterior à avaliação. Os professores que utilizaram o novo recurso também se
manifestaram de forma altamente favorável.
Em resumo, a aplicação do Atlas de Neuroanatomia apresentou os resultados abaixo
descritos.
1. Percentual médio de 60% de aprovação, 30% de indiferença e 11% de desaprovação.
Estes últimos dados foram explicados pelas limitações da versão inicial do Atlas.
2. A presença de um docente em sala de aula é apoiada por 72% dos estudantes;
3. 89% dos entrevistados consideraram o Atlas de fácil utilização;
4. Quanto à motivação e melhoramento de concentração, 60% dos alunos apontaram
respostas favoráveis.
As observações realizadas durante a aplicação dos softwares revelaram que, de modo
geral, os programas alcançaram seus objetivos de tornar a aprendizagem do conteúdo de
Biofísica e da Neuroanatomia mais motivadora e interessante, conseguindo gerar o
engajamento dos estudantes na exploração do software e no esclarecimento de dúvidas.
Na avaliação da multimídia de Biofísica foram encontrados problemas como versão de
plugin nas máquinas, velocidade da Internet, problemas com a rede de computadores e
dificuldade de encontrar os links para acesso ao sistema. Quanto ao material de
Neuroanatomia, destaca-se a falta de uma ferramenta de busca, erros gráficos, ausência de
links para outros Atlas pré-existentes e necessidade de uma maior quantidade de textos.
As perspectivas de trabalhos futuros estão ligadas às questões abordadas no parágrafo
anterior, bem como às dificuldades (D1)-(D4) acima discutidas.
1. Disponibilização de plugins pelo sistema e particionamento das multimídias
em divisões mais leves, para serem carregadas por diferentes serviços de
conexão;
2. Análise automática de perguntas discursivas para facilitar buscas e inclusão de
links para outros sítios educacionais;
3. Avaliação envolvendo um período maior de testes e que atinja uma maior
quantidade de alunos, tanto internos (UFU) como externos;
151
4. Tradução do sistema atual para o inglês e implementação de novas multimídias
de ensino em diferentes temas.
152
Referências Bibliográficas
MACHADO, D. I. Construção de conceitos de Física moderna e sobre a natureza da
Ciência com o suporte da Hipermídia. (Tese de Doutorado). Faculdade de Ciências,
UNESP, Bauru, 2006. 300 p.
153
Anexos
154
ANEXO 1 – Estudo da acessibilidade da Internet
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
Questionário sobre a Acessibilidade da Internet
Este questionário visa construir um estudo sobre a acessibilidade da Internet como instrumento de estudo nos
cursos de Engenharia Biomédica, Medicina, Medicina Veterinária, Biomedicina e Ciências Biológicas. Sua
colaboração é de suma importância para o desenvolvimento deste trabalho. Obrigado!
Para cada afirmação abaixo marque com “x” a opção que melhor se encaixe no seu perfil:
01) Curso: ____________________________________
02) Sexo: Masculino Feminino
03) Idade: ___________
04) Acesso ao Computador: (Pode marcar mais de uma escolha)
Casa Universidade Trabalho
05) Acesso a Internet: (Pode marcar mais de uma escolha)
Casa Universidade Trabalho LanHouse
06) Facilidade em usar a Internet: (Marque apenas uma das escolhas)
Muito Fácil Razoavelmente Fácil Médio Não Muito Nada Fácil
07) Tempo para acessar a Internet: (Marque apenas uma das escolhas)
Muito rápido Razoavelmente rápido Médio Não muito Nada rápido
08) Confiança nas informações obtidas na Internet:
Muito confiante Razoavelmente confiante Médio Não muito Nada confiante
09) Frequência do uso de E-mail: (Marque apenas uma das escolhas)
Todos os dias 2-3 vezes/semana 1 Vez/semana 1 Vez/mês Nunca
10) Desmotivação do uso da Internet: (Pode marcar mais de uma escolha)
Vírus Custo Lentidão Qualidade Outro
155
ANEXO 2 – Manual do usuário do BioLabVirtual
Requisitos do Sistema
Sistema Operacional Windows 98/ME/2000/XP/VISTA, mas poderá ser
acessado também pelo LINUX;
Processador de 500 MHz ou superior;
64 MB de memória RAM ou superior;
Placa de vídeo de 8 MB ou superior;
Monitor colorido de 16 ou 32 bits;
DirectX 8.0 ou superior (Incluso no CD-ROM);
Acesso a Internet, preferencialmente de banda larga;
Adobe Flash Player versão 6.0 ou superior instalado;
Internet Explorer ou outro navegador.
156
O BioLabVirtual é uma ferramenta de Ensino a distância (EAD), a qual permite ao
usuário (aluno) interagir com o professor de várias maneiras. Para ter acesso ao sistema, o
usuário deve digitar o nome e a senha nos campos que aparecem na tela inicial, canto direito.
Vide Figura a baixo.
157
Cadastro de novos usuários
O usuário que não é cadastrado
deverá efetuar o seu cadastro, clicando em
“INSCRIÇÃO”. Vide ao lado os campos
requeridos para a efetuação do cadastro.
Após o cadastro, o usuário é levado à
página abaixo. O aluno deve matricular-se
ao curso desejado. Para isso ele digita no
campo PROCURAR CURSOS, e assim que
a consulta for realizada, basta clicar em
“INSCRITO”, para que a matrícula se
efetue naquele curso.
158
Utilizando o BioLabVirtual
Após a autenticação de um usuário, é exibida a seguinte tela.
1. Perfil: permite modificar o perfil do usuário (Nome, sobrenome, senha e e-mail)
2. Agenda Pessoal: permite o cadastro de compromissos pessoais e eventos.
3. Andamento do curso: estatística geral do andamento do usuário nos cursos
matriculados pelo aluno.
4. Logout: o usuário se desconecta do sistema;
5. Lista de cursos: Clicando no curso “BIOFÍSICA” por exemplo, tem-se a seguinte
tela:
159
Acessando as disciplinas
Para acessar as disciplinas, basta o usuário clicar na disciplina desejada do menu
“Minha lista de cursos”. Ao acessar uma disciplina, o usuário encontra uma série de opções.
Opções diferentes são oferecidas ao professor e ao estudante.
a) Como Professor:
b) Visão do Estudante:
160
Recursos disponíveis nos cursos:
1. Agenda – Ferramenta para o aluno consultar compromissos agendados pelos
professores. Vide abaixo.
2. Fóruns – recurso que permite debate entre os alunos sobre determinado tema definido
pelo professor;
3. Anúncios – ferramenta que permite deixar uma mensagem para todos os usuários que
acessarem essa área. Há também a opção de enviar, via e-mail, a mensagem a todos
cadastrados na disciplina.
161
4. Documentos: Esta ferramenta permite aos alunos terem acesso aos documentos
fornecidos pelo professor.
5. Usuários: informações mais detalhadas sobre os componentes;
6. Descrição do curso: descrição do professor para a sua disciplina.
7. Links: endereços relacionados com assuntos da disciplina.
8. Publicação de estudantes: Esta página permite ao estudante enviar documentos para
a disciplina. Envie arquivos HTML apenas se eles não contiverem imagens.
162
9. Rota de aprendizagem: caminho criado pelo professor para acompanhamento das
atividades do aluno. Este recurso é muito interessante para atividades seqüenciais.
10. Chat: conversação em tempo real entre aluno e professor.
Obs. Nem sempre todos os recursos estarão disponíveis ao usuário. Cabe ao professor
decidir ativar ou desativar as opções. A navegação no sistema é muito fácil, semelhante à
navegação em uma página na Internet.
163
11. Acompanhamento: Estatística geral de monitoramento automático do aluno, durante
sua interação com o sistema.
164
ANEXO 3 – Manual do usuário da Multimídia
Requisitos do Sistema
Sistema Operacional Windows 98/ME/2000/XP/VISTA, mas poderá ser
acessado também pelo LINUX;
Processador de 500 MHz ou superior;
64 MB de memória RAM ou superior;
Placa de vídeo de 8 MB ou superior;
Monitor colorido de 16 ou 32 bits;
DirectX 8.0 ou superior (Incluso no CD-ROM);
Acesso a Internet, preferencialmente de banda larga;
Adobe Flash Player versão 6.0 ou superior instalado;
Internet Explorer ou outro navegador.
É importante lembrar que se o computador a ser utilizado não possuir os requisitos
mencionados acima poderá haver problemas de velocidade nas animações da multimídia.
Este manual poderá ser obtido para usuários do BioLabVirtual com o nome de
“MANUAL DO USUÁRIO” em formato PDF. Para abrí-lo é necessário ter instalado o
programa Adobe Acrobat Reader versão 4.0 ou superior.
Demais programas necessários para a utilização das animações encontram-se na
sessão de downloads.
165
Manual da Multimídia de Biofísica
A multimídia se inicia como uma página comum da Internet. Na parte inferior direita
encontra-se um botão “TELA CHEIA”, para que o aplicativo torne-se do tamanho da tela do
computador usado. Para retornar ao estado inicial, basta da um clique no botão “NORMAL”,
situado no canto inferior direito.
Parte 1 - A Célula
Na primeira parte da multimídia, no
centro da tela aparecerá uma pequena
demonstração de imagens de algumas
células. Na porção esquerda da tela há
um menu com nove itens. Sempre o
último item leva a uma outra parte do
software.
Os dizeres colocados na parte superior
central da tela mostram em qual parte
do software a animação se encontra. O botão “HOME” (formato de uma casa no canto esquerdo
inferior) retorna ao início de cada parte ou retrocede uma parte, por exemplo, se você estiver na
Parte 3 e clicar sobre o botão “HOME”, retornará para a Parte 2.
Cada botão do menu (exceto o último) mostrará cenas ou animações dos assuntos referentes
166
à parte “CÉLULA”. Para acessar essas cenas ou animações basta clicar em um item. Ao clicar,
aparecerá uma nova tela com as cenas ou animações do respectivo item.
Os botões “Retículo, Ribossomo,
Golgi, Lisossomo, Mitocôndria,
Citoesqueleto e Núcleo” irão acessar
telas com as respectivas imagens de
suas organelas ou estruturas. Em cada
uma dessas telas aparecerá um botão
“Texto” na parte central inferior. Ao
clicar nesse botão, a multimídia
carregará um texto sobre as principais
funções e importâncias da respectiva
organela. As setas do lado direito do
campo do texto servem para “rolar” o
texto para cima ou para baixo. Caso o
texto for grande, basta deixar o cursor
do mouse sobre essas setas para que o
texto role para cima ou para baixo a
fim de mostrá-lo todo. Para voltar para
à tela anterior aquela da cena ou animação, basta clicar num botão em forma de seta,
voltada para a esquerda, que se encontra na
parte inferior da tela.
O botão “Citosol” mostrará uma
tela onde se encontra uma micrografia
eletrônica de uma célula animal
qualquer. Nota-se na imagem o núcleo
e nucléolo celular, como também
diversas outras estruturas e organelas.
Nessa tela, ao passar o cursor do mouse
sobre a imagem, o círculo preto
funcionará como uma lente, ampliando
a imagem para melhor ver os detalhes das organelas e outras estruturas contidas no Citosol.
Ao clicar no último botão, “Membrana”, o software irá para a segunda parte.
167
Parte 2 - Membrana
A segunda parte contém três itens no menu da esquerda, “Estrutura, Proteínas e
Transporte”. Para voltar para a primeira parte, “A Célula”, clique no botão “Home” que se
localiza no canto esquerdo inferior da tela.
Ao clicar em “Estrutura” você
entrará na parte onde estarão
ilustrações sobre os componentes
estruturais das membranas biológicas.
Para avançar para a próxima tela,
ainda dentro do tópico “Estrutura”,
clique no botão em forma de seta
voltada para a direita, localizado na
parte inferior da tela. Ao fazer isso,
aparecerá um modelo esquemático tridimensional de um fosfolipídio. Na parte inferior
aparecerão setas voltadas para a esquerda e para a direita, como também o botão “Texto”.
Nessas telas as setas viradas para
a direita levam-no
para a próxima tela dentro
do
tópico selecionado. As setas voltadas para a esquerda retrocedem uma tela dentro do tópico.
Os botões “Texto” o levarão para uma tela onde o software carregará um texto sobre o
subtítulo do item selecionado. Para sair, basta clicar na seta voltada para a esquerda, a fim
de retroceder uma tela. Para avançar, clique na seta virada para a direita.
Ao clicar em “Proteínas” surgirá
um esquema bidimensional e estático
de uma bicamada lipídica com algumas
proteínas. Para ler uma breve
explicação sobre como essas proteínas
podem estar inseridas na membrana,
deixe o cursor do mouse sobre uma
delas a fim de mostrar um pequeno
texto explicativo. Para ler um texto
mais completo sobre as proteínas de membrana clique no botão “Texto” na parte inferior.
168
Parte 3 – Transporte
Ao clicar no último item da parte 2, aparecerão os itens da terceira parte, “Transporte”
que inclui apenas dois itens, “Carreadoras” e “Canais”.
Ao clicar em “Carreadoras”,
aparecerá uma tela com um esquema
de membrana, como também algumas
proteínas inseridas nela. De um lado e
de outro da membrana estarão dois
tipos de solutos, o “amarelo” e o
“branco”. Essa membrana é dividida
em três partes. Ao deixar o cursor do
mouse sobre a primeira parte
automaticamente surgirá um pequeno texto na parte inferior, propiciando uma breve explicação
sobre a atividade daquele tipo de proteína carreadora ilustrada. As outras duas partes também
funcionam da mesma forma. Para um texto mais abrangente sobre o tema de proteínas
carreadoras basta clicar no botão “Texto”, que se encontra na parte inferior da tela. Uma vez
dentro da tela que contém o texto mais abrangente, para voltar à tela das proteínas
carreadoras, basta clicar na seta voltada para a esquerda.
O outro item do menu, “Canais”, também faz parte do assunto de transporte através da
membrana, mas há uma parte em separado para esse item.
Parte 4 – Canais
Ao clicar no item “Canais” aparecerá a tela referente à quarta parte da multimídia, a
qual contém mais quatro itens, “Estrutura, Propriedades, Tipos e Potenciais”. Clicando em
“Estrutura”, a parte central da tela mostrará dois modelos esquemáticos de canais iônicos, ao
deixar o cursor do mouse sobre cada um desses esquemas, surgirá um pequeno texto
explicativo, identificando algumas estruturas dos canais iônicos. Para um texto mais
abrangente sobre a estrutura de um canal iônico basta clicar no botão “Texto” na parte inferior.
Clicando em “Propriedades” surgirá uma tela sem esquemas ou animações, a qual
contém um texto sobre as principais propriedades de qualquer canal iônico.
169
Ao clicar em “Tipos” surgirá
uma tela com um esquema de
membrana e três canais iônicos. A
primeira parte do item refere-se a
modelos diferentes para abertura ou
fechamento de canais. Ao deixar o
mouse sobre qualquer um dos
canais, aparecerá um pequeno texto
explicativo sobre como esses canais
estão sendo fechados ou abertos. Automaticamente, ao deixar o mouse sobre um dos canais,
também será ativada uma pequena animação mostrando os canais se abrindo e fechando.
Para acessar a segunda parte do item “Tipos” basta clicar na seta direcionada para a
direita. A segunda parte do item refere-se a como os canais podem ser ativados. Nessa
parte também há três canais inseridos no modelo de membrana. Da mesma forma, deixando o
cursor do mouse sobre um dos três canais, será ativada uma pequena animação referente à
cada canal e também será mostrado um breve texto sobre como cada canal pode ser
ativado.
A terceira parte do item “Tipos” também contém três canais iônicos, discutindo
como estes podem ser inativos, ou seja, incapazes de responder momentaneamente a
estímulos para abrir ou fechar seus poros. Da mesma forma, ao deixar o cursor do mouse
sobre cada um dos canais será ativada uma pequena animação mostrando como cada canal
será inativado. Somente nessa última tela do item “Tipos” aparece o botão “Texto”, e ao
clicar nele surgirá um texto explicando brevemente os diversos tipos de canais iônicos.
Parte 5 - Potenciais
Ao clicar no último item da quarta parte, surgirá a tela com os novos itens referentes à
quinta parte, “Potenciais”. Essa parte contém mais quatro itens no menu à esquerda da tela,
“Repouso, Ação, Propagação e Sinapse”.
170
Ao clicar no item “Repouso”
surgirá uma tela com um esquema de
membrana e várias proteínas, tanto
carreadoras quanto canais inseridos
na membrana, como também os
números de 1 a 5 na parte inferior,
logo acima do botão “Texto”. Ao
deixar o mouse sobre o número 1
aparecerá um texto
explicando brevemente a animação que o botão “1” ativa. Para ativar a animação referente ao
texto, clique no botão “1” e mantenha o cursor do mouse sobre esse número.
Faça o mesmo com os números 2 a 4, e se deixar o cursor do mouse sobre o número,
exibe-se um pequeno texto. Ao clicar no número referente, ativa-se uma pequena animação. O
número 5 é finalmente o botão que ativa a animação geral da membrana em “repouso”.
Ao clicar no item “Ação”
surgirá um esquema de membrana
com alguns canais
iônicos e também
mostrando as cargas resultantes na
membrana, devido o movimento das
mesmas no potencial de repouso.
Também está ilustrado um esquema
de um neurônio e em destaque no
neurônio as regiões onde ocorre o
processo ilustrado nessa etapa. Assim que o cursor estiver acima das figuras surgirá um
pequeno texto explicando brevemente cada item ali ilustrado. Ao clicar sobre qualquer parte da
ilustração será ativada a animação do potencial de ação. Aparecerão então os solutos na parte
superior e inferior da membrana como também um pequeno gráfico ilustrando o potencial da
membrana a cada momento da animação.
Para que a animação continue é preciso manter o cursor do mouse sobre alguma
parte da cena mostrada. Para acessar um texto mais explicativo sobre como é gerado um
potencial de ação, basta clicar no botão “Texto”.
171
Ao clicar no item “Propagação”
será mostrada a primeira parte do
item, a “Propagação do Potencial de
Ação num Axônio Desmielinizado”.
Nessa primeira cena aparecerá uma
membrana com vários canais
inseridos e também na parte
superior da tela um esquema de um
neurônio mostrando onde ocorre o
processo que será mostrado na seqüência.
Para ativar a animação da propagação do potencial de ação em axônio desmielinizado,
basta clicar sobre a membrana e ver a animação.
Nesse caso não e preciso manter o cursor do mouse sobre a animação para que ela
possa continuar. Para ler um texto explicativo sobre a esse tipo de propagação do potencial de
ação, basta clicar no botão “Texto” na parte inferior da tela. Uma vez dentro da tela que
contém o texto, para voltar para à cena da animação, clique na seta voltada para a esquerda.
Para acessar a segunda parte
clique na seta que está à direita do
botão “Texto”, na tela da primeira
parte do item “Propagação”. A
segunda parte refere-se à
“Propagação do Potencial de Ação
num Axônio Mielinizado”. Nessa
segunda tela está uma ilustração
mostrando um axônio com bainha de
mielina e dois nós de Ranvier com alguns canais iônicos.
Na parte de baixo da tela encontra-se o esquema do neurônio indicando onde ocorre o
processo que será ilustrado a seguir. Para ativar a animação, basta clicar sobre qualquer parte
desta última. Nesse caso não é necessário que o cursor do mouse permaneça sobre a animação
para que essa continue. Para acessar um texto explicativo sobre esse processo de propagação,
clique no botão “Texto” na parte inferior da tela. Uma vez dentro da tela que contém o texto,
para voltar para à cena da animação, clique na seta voltada para a esquerda.
Ao clicar no último botão, “Sinapse”, o software irá para a sexta parte.
172
Parte 6 - Sinapse
Nessa última parte do software de animação existem mais quatro itens no menu,
“Elétrica, Química, Receptores e Animação Geral”.
Ao clicar no item “Elétrica”
surgirá na tela um esquema onde
aparecem duas membranas de duas
células distintas que são unidas por
uma junção tipo GAP. Aparecem
também alguns
canais iônicos de
sódio. Para ativar a animação basta
clicar sobre qualquer parte da figura.
Também nesse caso não é preciso deixar o cursor do mouse sobre a figura para manter a
animação ativa. Para ler um texto explicativo sobre esse tipo de sinapse basta clicar no botão
“Texto” na parte inferior da tela.
Ao clicar no item “Química”
surgirá um esquema de uma sinapse
química onde estarão presentes as
estruturas do botão sináptico, a fenda
sináptica, a membrana da célula pos
sináptica, os respectivos canais dessa
membrana entre outros elementos.
Essa primeira parte do item mostra
uma “Sinapse Química Excitatória”.
Para ativar a animação referente a essa parte do item, clique sobre qualquer parte da
ilustração. Para ler um texto sobre a sinapse química excitatória clique no botão “Texto”.
Uma vez dentro da parte que mostra o texto, para voltar à animação, clique na seta voltada para
a esquerda. Para mostrar a segunda parte do item, clique na seta voltada para a direita. Fazendo
isso, mostra-se um mesmo esquema de sinapse, porém uma “Sinapse Química Inibitória”. Do
mesmo modo, para ativar a animação, basta clicar sobre qualquer parte da ilustração. Também
há um texto sobre esse tipo de sinapse inibitória, para lê-lo clique no botão “Texto” na parte
173
inferior da tela.
Ao clicar no item “Receptores”
será mostrada a tela da primeira parte
desse item, “Receptor Nicotínico”.
Para ativar a animação clique em
qualquer área da imagem. Para ler
o texto referente aos
receptores
nicotínicos basta clicar
no botão
“Texto” na parte inferior da tela.
Para avançar para a segunda parte do item “Receptores”, basta clicar na seta voltada
para a direita. Ao acessar, na segunda tela será exibida a imagem referente ao subtítulo
“Receptor Muscarínico”. Para ativar a animação dessa segunda parte clique sobre qualquer
ponto da ilustração. Para ler o texto sobre receptores muscarínicos, clique no botão “Texto” na
parte inferior da tela.
Para voltar para partes anteriores basta clicar no botão ‘Home’ no canto inferior
esquerdo. Para desativar a função Tela Inteira, basta clicar no botão “NORMAL”, no canto
inferior direito.
Também encontra-se disponibilizado na multimídia um mapa teórico com os principais
eventos bioquímicos e fisiológicos da neurotransmissão. Esse mapa teórico detalhe e ilustra as
seguintes etapas:
Síntese e Diversidade de Neurotransmissores;
Citoesqueleto, Motores Moleculares e Transporte de Vesículas de
Neurotransmissores;
Estrutura das Membranas Biológicas;
Canais Iônicos;
Peculiaridades da Estrutura de Membrana do Axônio, Botão Sináptico e da
Membrana Pós Sináptica;
Eletrofisiologia Neural;
Potencial de Repouso e de Ação;
Sinapses Elétricas, Químicas e Tipos de Respostas Pós Sinápticas.
174
ANEXO 4 – Questionário de Opinião dos Estudantes
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
QUESTIONÁRIO DE OPINIÃO DOS ESTUDANTES SOBRE O USO DO
SOFTWARE NA DISCIPLINA DE BIOFÍSICA (ANTERIOR À AVALIAÇÃO)
Este questionário visa avaliar a importância do uso da multimídia de Neurotransmissão nas
aulas de Biofísica, sendo um instrumento para coleta de dados para uma Tese de Mestrado do
curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Uberlândia. Sua colaboração é de
suma importância para o desenvolvimento deste trabalho. Obrigado!
Para cada afirmação abaixo marque com “x” a opção que melhor demonstre sua opinião:
Concordo
Sou
Indiferente
Não
Concordo
01
O sistema BioLabVirtual possui uma interface fácil para
o acesso aos recursos disponibilizados.
02
Usar o sistema de Biofísica via Internet é melhor do
que utilizá-lo de forma offline.
03
É difícil encontrar os links para que eu acesse o Sistema
de Biofísica.
04
Os links disponibilizados de forma seqüencial me
ajudam na busca de informação.
05
O excesso de informação faz com que eu me perca.
06
O conteúdo disponibilizado no sistema vai me ajudar no
estudo para avaliação da disciplina.
07
A multimídia explica bem aquilo que eu quero saber
sobre Biofísica de Membrana.
08
Não compreendo os textos explicativos que são
apresentados no software.
09
Através do sistema tenho melhor compreensão dos
fenômenos físicos e químicos associados à
neurotransmissão.
10
A multimídia me ajuda constatar a conexão entre os
assuntos que foram estudados na sala de aula
11
Estudar através de imagens e animações facilita a minha
aprendizagem.
12
As aulas de Biofísica, utilizando as animações, tornam-
se uma importante ferramenta pedagógica.
13
A presença do professor é importante para o
entendimento da matéria apresentada virtualmente.
14
Posso aprender sozinho tudo o que preciso utilizando
apenas este recurso, sem a necessidade de um professor.
15
Poder usar o sistema através de chats torna aula virtual
mais interessante e participativa.
16
O uso de Minha Agenda pessoal é muito interessante
para que eu possa agendar meus compromissos.
17
O “contato visual” com a matéria de Biofísica, realizado
pelo computador, torna as aulas mais interessantes.
18
Ter aulas com recursos computacionais me desperta na
busca do conhecimento.
175
ANEXO 5 – Questionário de Opinião dos Estudantes
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
QUESTIONÁRIO DE OPINIÃO DOS ESTUDANTES SOBRE O USO DO
SOFTWARE NA DISCIPLINA DE BIOFÍSICA (POSTERIOR À AVALIAÇÃO)
Este questionário visa avaliar a importância do uso da multimídia de Neurotransmissão após a
realização da Prova da disciplina de Biofísica, onde o principal meio de estudo foi a
multimídia de Biofísica.
Para cada afirmação abaixo marque com “x” a opção que melhor demonstre sua opinião:
Concordo
Sou
indiferente
Não
concordo
01
O sistema via Internet apresentou rapidez no acesso
tanto na universidade como em casa.
02
Os links disponibilizados de forma sequencial me
ajudam na busca de informação.
03
A organização do conteúdo não facilitou a navegação
pela multimídia de Biofísica.
04
Ter estudado pela multimídia de Biofísica fez com que
eu lembrasse os conceitos ligados à Neurotransmissão
durante a prova.
05
Através da aula virtual de Biofísica os alunos se tornam
mais independentes dos professores.
06
O sistema fez com que eu compreendesse melhor os
fenômenos associados à neurotransmissão.
07
A multimídia de Biofísica influenciou o resultado final
da prova.
08
Se todas as disciplinas possuíssem seu conteúdo em
multimídia, seria bem mais fácil entender seus conceitos.
09
Estudar através do sistema com o uso de chats para
comunicação entre os alunos torna o estudo melhor do
que o convencional.
10
O “contato visual” com a matéria de Biofísica através do
computador tornou o estudo mais interessante.
176
ANEXO 6 – Questionário de Opinião dos Estudantes
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
QUESTIONÁRIO DE OPINIÃO DOS ESTUDANTES SOBRE O USO DO ATLAS DE
NEUROANATOMIA HUMANA
Este questionário visa avaliar a importância do uso do Atlas Neuroanatômico nas aulas de
Anatomia no curso de Engenharia Biomédica, sendo um instrumento para coleta de dados
para uma Tese de Mestrado do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de
Uberlândia. Sua colaboração é de suma importância para o desenvolvimento deste trabalho.
Obrigado!
Para cada afirmação abaixo marque com “x” a opção que melhor demonstre sua opinião:
Concordo
Sou
indiferente
Não
concordo
01
O sistema BioLabVirtual possui uma interface fácil para
o acesso aos recursos disponibilizados.
02
Usar o Atlas via Internet é melhor do que utilizá-lo de
forma offline.
03
É difícil encontrar os links no BioLabVirtual para acessar
o Atlas de Neuroanatomia.
04
Os links disponibilizados de forma seqüencial me
ajudam na busca de informação.
05
O uso de Minha Agenda pessoal é muito interessante
para que eu possa agendar meus compromissos.
06
O Software explica bem aquilo que eu desejo saber sobre
Neuroanatomia.
07
Não compreendo os textos explicativos que são
apresentados no software.
08
O excesso de informação faz com que eu me perca.
09
O Atlas faz com que eu compreenda melhor os assuntos
abordados em sala de aula.
10
O software me ajuda a constatar a conexão entre os
assuntos que foram estudados na sala de aula.
11
O Atlas de Neuroanatomia é um grande passo para
criação de um Atlas de Anatomia completo.
12
Ver as imagens de forma digital facilita a minha
visualização das estruturas anatômicas.
13
O conteúdo disponibilizado no sistema vai me ajudar no
estudo para avaliação da disciplina.
14
A presença do professor é importante para o
entendimento do conteúdo apresentado virtualmente.
15
Posso aprender sozinho tudo o que preciso utilizando
apenas este recurso, sem a necessidade de um professor.
16
Poder usar o sistema através de chats torna aula virtual
mais interessante e participativa.
17
O “contato visual” com a matéria de Neuroanatomia via
computador torna aula mais interessante.
18
Ter aulas com recursos computacionais me desperta na
busca do conhecimento.
177
Apêndice
Anexo publicações
178
179
180
181
Livros Grátis
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