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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
ANÁLISE DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM
SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO
Alexandre Borges Zappelini
Uberlândia
2008
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
ANÁLISE DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM
SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO
Dissertação a ser apresentada por
Alexandre Borges Zappelini à
Universidade Federal de Uberlândia,
como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Mestre em
Ciências. Aprovada em 23 de Janeiro
de 2008.
B
ANCA EXAMINADORA:
Décio Bispo, Dr. (Orientador) - UFU
Antônio Carlos Delaiba, Dr. - UFU
Paulo César Abreu Leão , Dr. – UFSJ
Sérgio Ferreira de Paula Silva, Dr. - QUALITY
Carlos Aparecido Ferreira, Msc. – ELETROBRÁS
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Z35a
Zappelini, Alexandre Borges, 1979-
Análise de eficiência energética em sistemas de ar comprimido /
Alexandre Borges Zappelini. - 2008.
134 f. : il.
Orientador: Décio Bispo.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Uberlândia, Progra-
ma de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica.
Inclui bibliografia.
1. Compressores de ar - Teses. 2. Ar comprimido - Teses. 3. Energia
elétrica - Racionamento - Teses. I. Bispo, Décio. II. Universidade Fede-
ral de Uberlândia. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica.
III. Título.
CDU: 621.51
Elaborado pelo Sistema de Bibliotecas da UFU / Setor de Catalogação e Classificação
ANÁLISE DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM
SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO
Alexandre Borges Zappelini
Dissertação a ser apresentada por Alexandre Borges
Zappelini à Universidade Federal de Uberlândia, como parte dos
requisitos para a obtenção do título de Mestre em Ciências.
____________________________ __________________________
Prof. Décio Bispo, Dr Prof. Darizon Alves de Andrade, PhD
Orientador Coordenador da Pós-Graduação
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho, em
primeiro lugar, a Deus e em
especial aos meus pais Pedro e
Lílian que me ensinaram a
viver e a sonhar.
iii
AGRADECIMENTOS
Quero aqui expressar minha imensa alegria em estar
concluindo mais um trabalho.
À Deus, agradeço, por ter estado comigo nos momentos
difíceis e de angústia. Agradeço a Ele, pois sem a sabedoria que me
foi dada do alto, não seria capaz de concluir esse projeto.
Agradeço aos meus pais, Pedro e Lílian, pelo apoio moral,
financeiro e principalmente pela presença e preocupação com meus
estudos. Aos meus irmãos pela amizade e companheirismo.
Ao professor Dr. Décio Bispo meus mais profundos
agradecimentos, pela confiança depositada, amizade, compreensão às
minhas limitações e orientação segura. Ao professor João Cícero da
Eng. Mecânica pela amizade e pelo auxílio na elaboração deste
trabalho.
Aos colegas de pós-graduação, em especial, Paulo
Henrique B. Naves e Carlos Eduardo A. R. de Oliveira pelo
companheirismo e apoio. Aos colegas Ronaldo Guimarães e Luiz
Gustavo Martins que participaram deste projeto.
Ao amigo Fabrício Augusto por ter estado comigo e por
me fazer ter certeza que valores como amizade e companheirismo são
mais preciosos que qualquer título.
À ELETROBRÁS/PROCEL pelo subsídio financeiro e
pela credibilidade depositada na Faculdade de Engenharia Elétrica da
UFU.
iv
RESUMO
Os sistemas de ar comprimido representam parcela expressiva do consumo
energético de uma instalação industrial. Todavia, a falta de um projeto adequado e de uma
manutenção regular provoca redução no desempenho global caracterizando uma fonte
constante de desperdícios. Este fato norteou o tema de pesquisa desta dissertação, a qual se
encontra direcionada para o desenvolvimento e aplicação de técnicas para análise da
eficiência energética de sistemas de ar comprimido. A análise será dirigida mais precisamente
ao estudo do compressor instalado no laboratório de sistemas motrizes da Faculdade de
Engenharia Elétrica da UFU. Dentro deste foco principal, as atividades desenvolvidas e
apresentadas neste documento contemplam questões associadas com a conservação de
energia, apresentação do protótipo, sua análise através de simulações digitais no domínio do
tempo, metodologia de diagnóstico energético, e por fim, um estudo de caso obtido do
protótipo.
Palavras-Chave: Eficiência industrial, sistemas motrizes, compressores, eficiência
energética.
v
ABSTRACT
The compressed air systems represent plot expressive of energy consumption of an
industrial plant. However, the lack of an appropriate project and a regular maintenance causes
reduction in the overall performance featuring a constant source of waste. This fact guided the
subject of this dissertation research, which is directed towards the development and
application of techniques for analysis of the energy efficiency of compressed air systems. The
analysis will be addressed more specifically to the study of the compressor installed in the
laboratory systems driving the Faculty of Electrical Engineering of the Federal University of
Uberlândia. Within this focus, the activities developed and presented in this document include
issues related to energy conservation, presentation of the prototype, its analysis through
digital simulations in the field of time, method of diagnosis energy, and finally, a case study
obtained the prototype.
Keywords: Industrial Efficiency, Motor Systems, Compressors, Energy efficiency.
vi
SUMÁRIO
CAPÍTULO I
Introdução geral.................................................................. 01
1.1 Considerações iniciais............................................................
01
1.2 Diretrizes desta dissertação...................................................
04
1.3 Contribuições oferecidas por esta dissertação.....................
05
1.4 Estrutura da dissertação........................................................
05
CAPÍTULO II
Descrição da plataforma de ensaios ...................................... 08
2.1 Introdução.................................................................................
08
2.2 Plataforma de ensaio do compressor.......................................
08
2.2.1– Diagrama esquemático................................................. 09
2.2.2– Motores........................................................................... 13
2.2.3– Chave de Partida Direta............................................... 18
2.2.4– Módulo de Partida Suave ............................................ 19
2.2.5– Multimedidor de Energia ............................................. 20
2.2.6– Sensores e Atuadores..................................................... 22
2.2.7– Compressor.................................................................... 23
2.3 Supervisório............................................................................... 28
2.3.1 – Descrição da Ferramenta.............................................. 28
2.3.2 – Plataforma do Compressor........................................... 29
2.4 Conclusões parciais................................................................... 36
vii
CAPÍTULO III
Estudo computacional de desempenho do modelo motor-
compressor no programa ATP.............................................. 37
3.1 Introdução................................................................................
37
3.2 Simulador ATP.........................................................................
38
3.2.1
- ATPDRAW..................................................................... 38
3.2.2
- ATP Settings................................................................... 40
3.2.3 - Simulações no ATPDRAW...........................................
42
3.2.4 - Rotina TACS..................................................................
42
3.3 Modelagem do motor de indução trifásico no ATP...............
43
3.3.1 - Motores elétricos............................................................ 44
3.3.2 - Modelo de Park ou dq0................................................. 46
3.3.3 - Modelo no programa ATP (Alternative Transients
Programs).................................................................................. 46
3.3.4 - Determinação dos parâmetros do circuito
equivalente do motor de indução trifásico de 1,5 CV
da linha padrão.............................................................. 51
3.3.5 - Determinação dos parâmetros do circuito
equivalente do motor de indução trifásico de 1,5 CV
da linha alto rendimento................................................ 55
3.3.6 - Inserção dos parâmetros no modelo
representativo do motor no ATPDRAW..................... 59
3.4 Modelagem do acionamento do motor
de indução trifásico através de partida direta e soft-starter
no programa ATP....................................................................
63
3.4.1 - Partida direta................................................................ 63
3.4.2 - Partida Soft-Starter....................................................... 63
viii
3.5 Modelagem da carga acoplada ao motor (compressor)........ 71
3.5.1 – Compressor................................................................... 72
3.6 Análise transitória e em regime permanente
da partida direta e Soft-Starter através
do programa ATP...................................................................
73
3.6.1 - Análise transitória....................................................... 75
3.6.2 - Análise em regime permanente................................... 78
3.7
Síntese dos resultados.............................................................. 84
3.8
Conclusões parciais................................................................... 85
CAPÍTULO IV
Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso......... 86
4.1 Introdução.............................................................................. 86
4.2 Ar comprimido......................................................................
87
4.2.1 - Consumo dos Motores Standard e
de Alto Rendimento...............................................................
87
4.2.2 - Perdas por vazamento................................................
92
4.2.3 - Perdas por Aumento de Temperatura......................
95
4.2.4 - Perdas por aumento de pressão.................................
97
4.2.5 - Avaliação do superdimensionamento
por método gráfico.....................................................
99
4.3 Estudo de caso e análise financeira.......................................
100
4.4 Conclusões parciais................................................................
125
ix
CAPÍTULO V
Conclusões..................................................................................... 126
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................... 130
ANEXOS.......................................................................................... 134
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Fluxograma do compressor............................................................................................. 09
Figura 2.2
Foto da plataforma de ensaio do sistema de ar comprimido........................................ 10
Figura 2.3
Vista frontal e superior da plataforma do compressor................................................. 11
Figura 2.4 –
Desenho Esquemático do Controle............................................................................ 12
Figura 2.5 –
Curva Característica do Motor Standard................................................................ 16
Figura 2.6 –
Curva Característica do Motor de Alto Rendimento................................................. 17
Figura 2.6 –
Base de Potência............................................................................................... 17
Figura 2.7 –
Detalhes do Display............................................................................................ 22
Figura 2.8 –
Classificação dos compressores............................................................................. 23
Figura 2.9 –
Corte de um compressor a pistão......................................................................................... 25
Figura 2.10 –
Compressor Recíproco: Admissão....................................................................... 26
Figura 2.11 –
Compressor Recíproco: Compressão.................................................................... 26
Figura 2.12 –
Compressor Recíproco: Descarga............................................................................. 26
Figura 2.13 –
Compressor Recíproco: Expansão................................................................................... 26
Figura 2.14 –
Compressor Recíproco: Ciclo de compressão ideal.................................................. 27
Figura 2.15 –
Tela inicial do sistema supervisório............................................................................... 28
Figura 2.16 –
Tela de opções de plataformas.......................................................................................... 29
Figura 2.17 –
Tela principal do compressor..................................................................................... 30
Figura 2.18 –
Tela Comando do Compressor........................................................................... 32
Figura 2.19 –
Tela Grandezas Elétricas........................................................................................ 33
Figura 2.20 –
Tela Temperatura do Motor.......................................................................................... 33
Figura 2.21 –
PID – Compressor........................................................................................................... 34
Figura 2.22 –
Tela Gráfico do Compressor........................................................................................ 35
Figura 2.23 –
Tela referente ao Banco de Dados.................................................................................. 36
Figura 3.1 –
Modelos de elementos de redes elétricas disponíveis no ATPDRAW........................... 39
Figura 3.2 –
Acesso a janela ATP SETTINGS.......................................................................... 41
Figura 3.3 –
Divisões da janela ATP SETTINGS........................................................................ 41
Figura 3.4 –
Estimativa do consumo de energia consumida pela indústria.......................................... 45
xi
Figura 3.5 –
Circuito equivalente para o eixo d............................................................................. 47
Figura 3.6 –
Circuito equivalente para o eixo q.................................................................................. 47
Figura 3.7 –
Analogia entre Torque e Corrente feita pelo ATP.................................................... 48
Figura 3.8 –
Analogia entre Constante de Mola e Indutância feita pelo ATP.................................. 49
Figura 3.9 –
Analogia entre Amortecimento Viscoso e Condutância feita pelo ATP........................ 49
Figura 3.10 –
Analogia Eletro-Mecânica feita pelo ATP.................................................................... 50
Figura 3.11 –
Ícone representativo do motor de indução no ATPDRAW......................................... 60
Figura 3.12 –
Inserção dos ramos RLC, chave controlável e fonte de alimentação........................... 61
Figura 3.13 –
Ligação do nó do rotor e do nó de neutro............................................................... 61
Figura 3.14 –
Esquema da partida direta no ATP.......................................................................... 63
Figura 3.15 –
Comparação entre arranque direto e com controlador............................................. 65
Figura 3.16 –
Modelo do Soft-Start no ATPDRAW................................................................... 67
Figura 3.17 –
Forma de onda da tensão que alimenta o estator de 0 a 60 [ms]................................. 68
Figura 3.18 –
Valor RMS da tensão fundamental no período considerado...................................... 68
Figura 3.19 –
Forma de onda da tensão que alimenta o estator de 0.99 a 1.080 [s]........................... 69
Figura 3.20 –
Valor RMS da tensão fundamental no período considerado...................................... 69
Figura 3.21 –
Forma de onda da tensão que alimenta o estator de 1.28 a 1.38 [s]............................. 70
Figura 3.22 –
Valor RMS da tensão fundamental no período considerado...................................... 70
Figura 3.23 –
Característica de aceleração das cargas................................................................. 72
Figura 3.24 –
Inserção da fonte de corrente representando o compressor............................................... 73
Figura 3.25 –
Montagem da partida direta, motor trifásico e carga (compressor)................................. 73
Figura 3.26 –
Montagem da partida soft-starter, motor trifásico e carga (compressor)......................... 74
Figura 3.27 –
Família de curvas representativa de conjugado de carga constante............................. 74
Figura 3.28 –
Velocidade do motor com partida direta e partida por Soft-Starter............................. 76
Figura 3.29 –
Corrente de partida direta (verde) e com soft-starter (vermelho)....................................... 76
Figura 3.30 –
Torque do motor com partida direta e soft-starter.................................................... 77
Figura 3.31 –
Forma de onda da corrente de regime permanente.................................................... 78
Figura 3.32 –
Valor RMS da corrente de regime permanente........................................................ 78
Figura 3.33 –
Forma de onda do conjugado de carga........................................................................... 79
Figura 3.34 –
Valor do conjugado de carga.................................................................................. 79
Figura 3.35 –
Forma de onda da velocidade em rad/s....................................................................... 80
Figura 3.36 –
Valor da velocidade em rad/s........................................................................................ 80
Figura 3.37 –
Forma de onda da potência ativa de entrada no motor................................................... 81
Figura 3.38 –
Valor da potência de entrada no motor.................................................................... 81
Figura 3.39 –
Forma de onda da potência de saída do motor......................................................... 82
xii
Figura 3.40 –
Valor da potência de saída do motor.......................................................................... 82
Figura 3.41 –
Forma de onda representativa do torque interno do motor (vermelho) e
do conjugado de carga (verde)..
......................................................................... 83
Figura 4.1 –
Gráfico de carga e alívio referente à XV-02................................................................ 103
Figura 4.2 –
Composição percentual do custo das perdas para XV-02.................................................. 106
Figura 4.3 –
Gráfico de carga e alívio referente à XV-03..................................................................... 107
Figura 4.4 –
Composição percentual das perdas pra XV – 03............................................................... 109
Figura 4.5 –
Gráfico de carga e alívio referente à XV-04................................................................ 110
Figura 4.6 –
Composição percentual das perdas para XV – 04....................................................... 111
Figura 4.7 –
Gráfico de carga e alívio referente à XV-05.................................................................. 113
Figura 4.8 –
Composição percentual das perdas para XV – 05...................................................... 114
Figura 4.9 –
Gráfico de carga e alívio referente à XV-06................................................................ 116
Figura 4.10 –
Composição percentual das perdas para XV – 06............................................................ 117
Figura 4.11 –
Curvas de desempenho do motor Standard..................................................................... 119
Figura 4.12 –
Ponto de carregamento do motor Standard de 1,5 [CV]................................................... 120
Figura 4.13 –
Ponto de carregamento, rendimento e fator de potência
do motor Standard de 1,5 [CV]................
.............................................................. 121
Figura 4.14 –
Curva Característica do Motor de Alto Rendimento.................................................... 122
Figura 4.15 –
Ponto de carregamento do motor de Alto Rendimento de 1,5 [CV]................................. 123
Figura 4.16 –
Ponto de carregamento, rendimento e fator de potência
do motor de Alto Rendimento de 1,5 [CV].................
............................................... 124
xiii
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 – Grandezas medidas pelo Power Logic Meter........................................................... 20
Tabela 3.1 –
Analogia eletromecânica............................................................................................. 48
Tabela 3.2 – Parâmetros do Ramo Magnético inseridos no modelo do motor no ATP........................ 59
Tabela 3.3 –
Parâmetros do Estator inseridos no modelo do motor no ATP...................................... 59
Tabela 3.4 –
Parâmetros do Rotor inseridos no modelo do motor no ATP........................................ 60
Tabela 3.5 –
Parâmetros Gerais inseridos no modelo do motor no ATP.......................................... 60
Tabela 3.6 –
Correspondência entre sistema mecânico e elétrico no ATP........................................ 62
Tabela 3.7 –
Dados referentes aos pontos de pressão máxima e de pressão mínima...........................75
Tabela 3.8 –
Análise em regime permanente das grandezas estudadas............... ........................... 84
Tabela 4.1 –
Tempos parciais do ciclo de carga e alívio para XV-02............................................. 103
Tabela 4.2 –
Composição do custo das perdas.............................................................................. 105
Tabela 4.3 –
Valores das grandezas referentes ao vazamento XV-03............................................. 107
Tabela 4.4 -
Tempos parciais do ciclo de carga e alívio para XV-03............................................... 107
Tabela 4.5 –
Composição do custo das perdas......................................................................................... 108
Tabela 4.6 –
Valores das grandezas referentes ao vazamento XV-04.................................................... 109
Tabela 4.7 –
Tempos parciais do ciclo de carga e alívio para XV-04.................................................. 110
Tabela 4.8 –
Composição do custo das perdas........................................................................... 111
Tabela 4.9–
Valores das grandezas referentes ao vazamento XV-05....................................................... 112
Tabela 4.10 –
Tempos parciais do ciclo de carga e alívio para XV-05.................................................. 112
Tabela 4.11 –
Composição do custo das perdas................................................................................... 113
Tabela 4.12 –
Valores das grandezas referentes ao vazamento XV-06........................................... 115
Tabela 4.13 -
Tempos parciais do ciclo de carga e alívio para XV-06............................................. 115
Tabela 4.14 –
Composição do custo das perdas........................................................................................ 116
xiv
CAPITULO I – Introdução geral
CAPÍTULO I
Introdução geral
1.1 – Considerações iniciais
Os problemas ocorridos nos anos 90, no setor elétrico brasileiro, demonstraram que
a energia elétrica é um insumo valioso e, como tal, deve ser usado de maneira racional. A
necessidade de metodologias e estudos que visem à eficiência energética foi demonstrada
de forma cabal pela crise de abastecimento que assolou o país no ano de 2001 [1].
As fontes de energia utilizadas em maiores escalas no mundo atual, sejam elas
provenientes do petróleo, do carvão, ou de fontes hídricas se tornam cada vez mais
escassas. E outras, como a nuclear, apresentam restrições quanto a sua segurança; a solar
limitação tecnológica e a eólica problemas de localização que restringem sua implantação.
Assim, o constante aumento da demanda energética, sustentado pelas mudanças
inerentes sofridas no cenário mundial, sejam elas mudanças de caráter tecnológico ou
mesmo ligadas ao nicho ao qual a sociedade encontra-se imersa. Logo, novas soluções
1
CAPITULO I – Introdução geral
devem ser desenvolvidas de forma a suprir esse aumento e concomitantemente atender as
condições de preservação do planeta.
O cenário traçado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) estima que
o PIB brasileiro deverá crescer 4,5% em 2007 e aproximadamente 5% nos próximos três
anos [2]. O crescimento econômico acarreta necessariamente aumento no consumo de
energia elétrica.
Segundo o Gerente de Utilização de Energia da Companhia Energética de Minas
Gerais (CEMIG) ações que objetivem o uso racional e eficiente de energia correspondem a
construção de uma usina virtual de energia [3]. Embasando tal opinião, Howard Steven
Geller relata: a economia de energia elétrica, em 1998, permitiu que as concessionárias
brasileiras evitassem implementar aproximadamente 1560 MW de nova capacidade
geradora, o que significou cerca de 3,1 bilhões de investimentos evitados [4].
O setor industrial, segundo o Balanço Energético Nacional – BEN de 2005,
consumiu 203,48 TWh o correspondente a 47,9% de toda a eletricidade consumida no país.
No que se refere ao cenário industrial, a CEMIG informa, em seu sítio que: no Brasil, os
motores elétricos de indução são responsáveis por cerca de 50% das cargas elétricas
industriais, chegando a 70% em determinadas regiões.
A tendência é que o déficit de energia seja cada vez maior ao longo do tempo. Neste
particular, a busca por soluções que visem combater o desperdício em todas as áreas de
utilização da energia elétrica se torna imprescindível.
O conceito de utilização racional de energia veio alterar a forma de encarar a
energia, demonstrando ser possível crescer sem aumentar o consumo ou afetar a produção.
Nesse sentido, o termo gestão da energia deve ser encarado como qualquer outro fator de
produção, devendo ser gerida de forma contínua e eficaz.
2
CAPITULO I – Introdução geral
A justificativa mais usual e que mais sensibiliza a generalidade dos industriais é o
argumento da competitividade. Reforçando esta questão veio à pressão ambiental como
mais um ponto determinante da eficiência energética. Seja por imposição legal, seja pela
necessidade de cumprir requisitos ambientais cada vez mais a eficiência energética é um
assunto pertinente e atual.
Assim, a eficiência energética, conceito entendido como o gerenciamento amplo do
uso das fontes existentes e das que estão emergindo, é o melhor caminho para evitar o
desperdício de energia e garantir a oferta necessária ao desenvolvimento sustentável.
Com tais preocupações em mente, a Eletrobrás apóia programas estratégicos do
governo federal como o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
(PROCEL). Esta iniciativa apresenta fundamental importância na definição de estratégias e
mobilização da sociedade contra o desperdício de energia elétrica. A energia economizada
permite adiar o investimento em novas unidades geradoras e focar recursos em outras áreas.
Dentro deste contexto, a Universidade Federal de Uberlândia – UFU, Minas Gerais,
em parceria com ELETROBRÁS/PROCEL, idealizou um laboratório que, de forma prática
e inteligente, permite o estudo das principais cargas motrizes utilizadas no setor industrial.
Com vasta e reconhecida atuação nos campos da qualidade da energia elétrica e máquinas
elétricas, essa universidade reconheceu a necessidade de, também, avançar no campo da
utilização da energia elétrica de forma racional [1].
3
CAPITULO I – Introdução geral
1.2 – Diretrizes desta dissertação
Os sistemas de ar comprimido representam parcela expressiva do consumo
energético de uma instalação industrial. Todavia, a falta de um projeto adequado e de uma
manutenção regular provoca redução no desempenho global caracterizando uma fonte
constante de desperdícios.
Infelizmente no nosso país poucos gestores e técnicos encaram o ar comprimido
como uma forma de energia, que deverá ser utilizada racionalmente de modo à rentabilizar
o processo produtivo.
Assim, este trabalho pretende contribuir para o estudo de eficiência energética no
sistema de ar comprimido instalado no laboratório de sistemas motrizes da Faculdade de
Engenharia Elétrica conveniado junto à Eletrobrás. Esta contribuição é no âmbito de
apresentar procedimentos que podem ser realizados em laboratório, como também, dentro
das estruturas das indústrias com o objetivo de se fazer o diagnóstico energético de sistemas
de ar comprimido.
Com base nessas análises, algumas soluções serão apresentadas objetivando reduzir
o consumo e desperdício de energia elétrica.
A redução dos custos de geração de ar comprimido requer processos adequados e
algumas medidas operacionais relacionadas ao controle da temperatura ambiente que se
encontra o compressor, vazamentos na rede de distribuição e pressão de trabalho em níveis
adequados.
4
CAPITULO I – Introdução geral
1.3 – Contribuições oferecidas por esta dissertação
Tendo contextualizado o tema e estabelecido às diretrizes que nortearão a
concepção e o desenvolvimento da presente pesquisa, vale ressaltar que esta dissertação
apresenta as seguintes contribuições:
Desenvolvimento do modelo computacional de desempenho do motor-
compressor no programa ATP, utilizando de técnicas de representação
baseadas no domínio do tempo;
Aplicação de metodologias de diagnóstico energético já consagrados na
literatura técnica especializada direcionada especificamente ao sistema de ar
comprimido;
Realização de estudo de caso a partir de dados obtidos dos ensaios
operacionais executados no sistema de ar comprimido;
Sensibilizar os gestores e técnicos ligados à atividade industrial da
importância de se adotar um gerenciamento adequado e racional voltados ao
consumo energético de sistemas de ar comprimido, objetivando com isso
rentabilizar o processo produtivo.
1.4 – Estrutura da dissertação
Com o intuito de atender as metas supracitadas, esta dissertação apresenta-se
estruturada, além deste capítulo introdutório, com as seguintes unidades:
5
CAPITULO I – Introdução geral
CAPÍTULO II DESCRIÇÃO DA PLATAFORMA DE ENSAIOS
Este capítulo destina-se a descrição das características e funcionalidades do
laboratório de sistemas motrizes enfocando a plataforma do compressor. A meta é
familiarizar o pesquisador com o sistema a ser analisado. Serão apresentados os principais
componentes, o seu funcionamento, o sistema de controle através do supervisório e alguns
detalhes pertinentes que contribuirão para o desenvolvimento desta pesquisa.
CAPÍTULO III ESTUDO COMPUTACIONAL DE DESEMPENHO DO MODELO
MOTOR-COMPRESSOR NO PROGRAMA ATP
Esta unidade tem por meta desenvolver uma modelagem para simular e comparar o
acionamento do motor de indução trifásico (standard e alto rendimento) através de partida
direta e soft-starter utilizando técnicas de modelagem no programa ATP. A simulação
considera como carga mecânica o compressor que está acoplado ao eixo do motor.
O intuito é analisar as características e particularidades em termos de grandezas
elétricas e mecânicas do modelo completo representativo da bancada do compressor e
verificar sua validação em relação ao modelo real.
6
CAPITULO I – Introdução geral
CAPÍTULO IV METODOLOGIA DE DIAGNÓSTICO ENERGÉTICO E ESTUDO DE
CASO
Este capítulo está centrado nas descrições e características de metodologias de
diagnóstico energético para determinação da perda de energia devido a vazamentos na rede
de distribuição, e também a perda de eficiência do compressor no que se refere à
temperatura de admissão do ar e aos níveis de pressão na operação do compressor. O
método utilizado para quantificação dos caudais de vazamento será o da medição do tempo
em carga. Com relação ao motor que aciona a carga, as análises se restringiram ao consumo
e possível substituição do motor Standard pelo de Alto Rendimento, e também a
verificação de eventual sobredimensionamento.
Com os ensaios executados e os dados colhidos se tornou pertinente o estudo de
caso e análise financeira com o intuito de evidenciar as fórmulas demonstradas e
comprovar numericamente as grandezas relacionadas ao tema Eficiência Energética.
CAPÍTULO V CONCLUSÕES
Este capítulo sintetiza as principais contribuições do trabalho e suas conclusões
finais a respeito dos pontos focados ao longo do documento, quanto às características
avaliadas para a bancada do compressor em estudo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Por fim, condensa-se o material bibliográfico utilizado para o desenvolvimento
desta dissertação.
7
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
CAPÍTULO II
Descrição da plataforma de ensaios
2.1 – Introdução
Este capítulo traz a descrição, características e funcionalidades do laboratório de
sistemas motrizes. A descrição envolve o detalhamento da plataforma de ensaio do
compressor. Esta carga foi instalada de forma independente, contendo um sistema de
comando composto por: sistemas de automação, controle e medições integrados. Um
acionamento composto por dois motores (standard e auto-rendimento) e dois modos de
partida (direta e soft-start) que acoplados à carga, permitem a visualização das formas de
controle e operação dos equipamentos, sobre o enfoque da eficiência industrial [1].
2.2 - Plataforma de ensaio do compressor
É composta por um sistema completo de acionamento. Está instalado um micro-
computador (CPU, monitor, mouse, teclado e no-break) responsável pelo monitoramento e
controle através do supervisório Indusoft 6.1. Estão instalados dois motores (Standard e
Alto Rendimento), o módulo de carga (com variação de 0 a 120% da carga nominal do
motor) e dispositivos de sensoriamento e atuação. Em um painel estão instalados os
dispositivos de partida (partida direta e soft-starter), o controlador programável (CLP),
8
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
medidor de grandezas elétricas e elementos de acionamento e proteção como contatores,
disjuntores e fusíveis [1].
Na seqüência são apresentados os detalhes de cada equipamento que compõe a
plataforma do compressor.
2.2.1 – Diagrama esquemático
As conexões existentes entre os equipamentos, enfocando-se o fluxograma e a vista
frontal e superior da plataforma, são mostradas na seqüência.
Figura 2.1 - Fluxograma do compressor
9
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
A figura 2.1 representa o fluxograma do compressor. Os componentes deste
fluxograma serão apresentados em momento oportuno no item referente ao supervisório.
A figura 2.3 representa a vista frontal e superior da plataforma de ensaio do
compressor, juntamente com e esquema unifilar simplificado de comando considerando
partida direta e soft-starter. Contempla também as comunicações em rede via Ethernet
(entre PC e o CLP) e Moddus (entre CLP e os dispositivos de partida e medição),
juntamente com as entradas analógicas e digitais.
Figura 2.2 – Foto da plataforma de ensaio do sistema de ar comprimido
10
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
Figura 2.3 – Vista frontal e superior da plataforma do compressor
11
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
A figura 2.4 representa de forma simplificada as conexões de controle entre os
dispositivos de partida, sensores, atuadores e controladores.
Figura 2.4Desenho Esquemático do Controle
12
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
A comunicação entre o CLP e os dispositivos de partida e medição é realizada via
protocolo Moddbus RTU. Já a comunicação do microcomputador (supervisório) com o
CLP é realizada via Ethernet [1].
A comunicação dos equipamentos de medição e partida é detalhada mais adiante.
2.2.2 – Motores
Na plataforma do compressor são utilizados dois motores de indução trifásicos de
1,5CV. Um Standard (azul) e outro de Alto Rendimento (verde).
Adiante serão apresentadas algumas especificações técnicas de cada um dos
motores [5]:
Motor Standard:
o Modelo: HE36350;
o Grau de Proteção: IP55;
o Isolação: B;
o Regime: S1;
o Potência Nominal: 1,5 CV;
o Tensões Nominais: 220/380;
o Correntes Nominais: 4,27/2,47;
o Freqüência Nominal: 60 Hz;
o Velocidade de Rotação Nominal: 3370 rpm;
o Razão da Corrente de Partida pela Corrente Nominal (Ip/In): 7,5;
o Categoria de desempenho: N;
13
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
o Fator de Serviço: 1,15;
o Rendimento Nominal: 78,6;
o Fator de Potência Nominal: 0,86.
Motor de Alto Rendimento:
o Modelo: G192961;
o Grau de Proteção: IP55;
o Isolação: F;
o Regime: S1;
o Potência Nominal: 1,5 CV;
o Tensões Nominais: 220/380;
o Correntes Nominais: 4,02/2,33;
o Freqüência Nominal: 60 Hz;
o Velocidade de Rotação Nominal: 3390;
o Razão da Corrente de Partida pela Corrente Nominal (Ip/In): 7,5;
o Categoria de desempenho: N;
o Fator de Serviço: 1,15;
o Rendimento Nominal: 82,5;
o Fator de Potência Nominal: 0,87.
O Grau de Proteção define as condições de segurança e de funcionamento em
função da agressividade do ambiente e a segurança das pessoas, na qual tem a função de
impedir que sejam atingidas e corram risco de vida. No caso dos motores empregados, o
14
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
grau de proteção IP55 indica que o motor está protegido contra poeira prejudicial ao motor
(primeiro numeral), e protegido contra jato de água em qualquer direção (segundo numeral)
[5].
A Isolação do motor indica a classe de isolante utilizado na fabricação do mesmo.
No caso dos motores utilizados, a classe do isolante é B para o motor da linha Standard e F
para o motor de alto rendimento. Isolação B indica que o isolante suporta uma temperatura
de 130ºC e isolação F indica que o isolante suporta uma temperatura de 155ºC [6].
O Regime de Serviço indica como se comporta a carga ao longo do tempo. No caso,
o regime é S1, isso corresponde a uma carga constante no eixo do motor, com duração
suficiente para que o equilíbrio térmico seja atingido [6].
O Fator de Serviço multiplicado pela potência nominal do motor indica a carga que
pode ser acionada pelo motor. É uma reserva de energia que pode ser utilizada,
preferencialmente, em regime não contínuo porque a utilização desse fator em regime
contínuo implica numa redução de 50% da vida útil do sistema de isolação [6]. O fator de
serviço dos motores da bancada é de 1,15. Sendo a potência Nominal de 1,5CV, logo temos
uma potência total disponível de 1,725CV.
As figuras 2.5 e 2.6 a seguir representam a curva de desempenho dos motores
Standard e de Alto Rendimento, respectivamente [5].
15
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
Figura 2.5Curva Característica do Motor Standard
16
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
Figura 2.6Curva Característica do Motor de Alto Rendimento
17
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
2.2.3 – Chave de Partida Direta
Partida direta consiste em acionar motores conectando-os diretamente à rede
elétrica. Isso se dá, aplicando-se tensão nominal nos enrolamentos do estator do motor de
maneira direta [6].
Esse tipo de partida é caracterizado por elevar a corrente de partida de,
aproximadamente, 6 a 7 vezes da corrente nominal do motor. É a forma mais barata de
acionar uma máquina, porém apresenta várias desvantagens.
Algumas das desvantagens com relação a outros métodos de partida são, como por
exemplo, um transiente de corrente e torque durante a partida. A corrente variando entre 6 e
7 vezes a nominal, obriga o projetista do sistema elétrico a superdimensionar o sistema de
alimentação, disjuntores, fusíveis, que fazem parte do circuito elétrico que alimenta o
motor. Dependendo dos valores de pico de corrente, a tensão do sistema pode sofrer quedas
significativas. O Transiente de torque, faz com que os componentes mecânicos associados
ao eixo do motor, sofram desgaste prematuro. A situação piora à medida que a potência
elétrica do motor aumenta.
A partida direta do compressor é realizada através de um dispositivo fabricado pela
Telemecanique [7]. É utilizada a chave de Partida Integrada de Motor TeSys modelo U [7].
Ela é composta por uma base de potência, por uma unidade de controle e por um módulo de
comunicação.
18
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
2.2.4 – Módulo de Partida Suave
Os soft-starters são equipamentos eletrônicos tiristorizados que, de acordo com o
controle das três fases do motor assíncrono, regulam a tensão e a corrente durante a parada
e a partida de motores elétricos, realizando o controle efetivo do conjugado [8], [9].
Os sensores de corrente incorporados enviam as informações ao microprocessador
para realizar e controlar o conjugado, diante das diferentes condições de carga além de
poteger o motor de eventuais sobrecargas.
É recomendado o uso de partidas progressivas soft-starter, quando se deseja alguns
benefícios como: reduzir picos de corrente na rede durante a partida; para desacelarações
suaves; paradas controladas sem desgastes e sem aumento de temperatura; reduzir as
quedas de tensão na linha; otimizar o funcionamento da máquina. Sua aplicação é mais
comum quando não é exigida a variação de velocidade.
O Soft-Starter controla a tensão sobre o motor através do circuito de potência,
constituído por seis SCR’s, variando-se o ângulo de disparo dos mesmos e,
conseqüentemente, variando-se a tensão eficaz aplicada ao motor. Assim, pode-se controlar
a corrente de partida do motor, proporcionando uma "partida suave" (soft start em inglês),
de forma a não provocar quedas de tensão bruscas na rede de alimentação, como ocorre em
partidas diretas devido ao grande valor de corrente.
Os Soft-Starters costumam funcionar com a tecnologia chamada by-pass. Essa
tecnologia consiste em ligar um contator substituindo os módulos de tiristores após a
partida do motor. Isso evita o sobreaquecimento dos tiristores.
A partida utilizando-se Soft-Starter do compressor é realizada através de um
equipamento da Telemecanique: Altistart 48 – ATS 48D17Q [10].
19
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
O conversor Altistart 48 é um equipamento com 6 tiristores que permite a partida e
a parada progressiva totalmente controlada em conjugado dos motores assíncronos
trifásicos de gaiola [10].
Este equipamento possui as funções de partida e paradas suaves, de proteção das
máquinas e dos motores e as funções de comunicação com os automatismos.
2.2.5 – Multimedidor de energia
O Multimedidor de energia é um equipamento multifuncional. É um instrumento
digital e possui dispositivo de controle e aquisição de dados. Ele é equipado com
comunicação RS485 para integrar sistemas de controle e monitoramento.
A tabela 2.1 adiante apresenta uma lista de grandezas mensuráveis pelo Power
Logic [11].
Tabela 2.1 – Grandezas medidas pelo Power Logic Meter
Grandezas em Tempo Real Analisador de Energia
9 Corrente nas três fases e no neutro
9 Tensão de fase e de linha nas três fases
9 Potência Ativa nas três fases
9 Potência Reativa nas três fases
9 Potência Aparente nas três fases
9 Fator de Potência nas três fases
9 Freqüência
9 DHT
9 Tensão Fundamental por fase
9 Corrente Fundamental por fase
9 Potência Ativa Fundamental por fase
9 Potência Reativa Fundamental por fase
9 Desequilíbrio de Tensão e Corrente
9 Rotação de fase
9 Amplitude e ângulo dos harmônicos de
corrente e tensão
20
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
Energia Demanda
9 Energia Ativa acumulada
9 Energia Reativa acumulada
9 Energia Aparente acumulada
9 Demanda de corrente nas três fases
9 Fator de Potência Médio
9 Demanda de Potência Ativa nas três
fases (atual e de pico)
9 Demanda de Potência Reativa nas três
fases (atual e de pico)
9 Demanda de Potência Aparente nas três
fases (atual e de pico)
9 Previsão de Demanda de Potência
A alimentação do equipamento é feita por tensão alternada utilizando-se a fase L1 ou A, e a
fase L2 ou B disponíveis no painel.
É importante observar no diagrama elétrico do painel que foi apresentado
anteriormente, que os TC’s estão dispostos de tal forma que por eles passam somente a
corrente que vai para os motores. A corrente que alimenta os dispositivos internos do painel
não passa pelos TC’s. Isto porque a análise que se deseja fazer através dos ensaios é da
eficiência dos motores.
A figura 2.7 indica cada componente do display do medidor [11]. Através desse
display, várias informações poderão ser acessadas. A maioria delas será acessada via
supervisório.
21
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
Figura 2.7 – Detalhes do Display
2.2.6 – Sensores e Atuadores
Sensores:
o PIT-01: SMC PRESSURE. Esse é um sensor que indica e
transmite para o CLP o valor da pressão do reservatório de ar
comprimido. A transmissão é feita no padrão 4-20mA [12].
o FIT-02: YOKOGAWA. Esse é um sensor que indica e transmite
para o CLP o valor da vazão de ar correspondente às perfurações
que simulam os vazamentos no sistema. A transmissão é feita no
padrão 4-20mA [13].
o FIT-03: YOKOGAWA. Esse é um sensor que indica e transmite
para o CLP o valor da vazão de ar correspondente à carga no
sistema. A transmissão é feita no padrão 4-20mA [13].
22
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
o Encoder: hohner - TH22R4500. Esse é um sensor de velocidade
de rotação. Ele transmite o valor para o CLP no padrão 4-20mA .
Atuadores:
o Válvulas Solenóides (XV-1 à XV-6): Fabricante SMC, modelo
VXZ 2240. Essas válvulas são responsáveis por permitirem ou
não o fluxo de ar na saída principal que simula a carga e nas
saídas correspondentes às perfurações. Elas são acionadas quando
alimentadas por 24 VDC.
o FV-01: Fabricante SMC, modelo VEF 314. Ver detalhe em [14].
Essa é uma válvula elétrica proporcional. Ela é responsável por
controlar a vazão de ar na saída principal (de carga) do sistema.
Sua abertura é determinada pelo valor da corrente (4 à 20mA)
advinda da placa de controle. Ver detalhes da placa em [15].
2.2.7 - Compressor
Figura 2.8 – Classificação dos compressores
23
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
A figura 2.8 apresenta uma classificação dos tipos de compressores existentes,
segundo o princípio de operação.
Os compressores de deslocamento positivo a pistão e os de parafuso são os mais
utilizados. Os dinâmicos, como os centrífugos e axiais, são mais utilizados em sistemas de
pressões menores, mas com vazões elevadas. Os demais compressores são usados para
outros gases ou para aplicações especiais.
As principais vantagens dos compressores recíprocos de pistão são os fatos de
produzirem altas pressões e funcionarem com excelente desempenho mecânico.
Os compressores de parafuso são do tipo rotativo. Foram desenvolvidos durante os
anos 30, quando se necessitou de compressores que produzissem altas vazões e que
mantivessem o comportamento estável quando houvesse variação de carga. As
características mais importantes são: volume reduzido; produção contínua de ar; e
temperatura mais baixa no fim da compressão.
Os compressores dinâmicos são também denominados compressores de fluxo.
Dentre eles merece destaque o compressor axial que apresenta como características:
produção uniforme do ar comprimido; produção do ar isenta de óleo; é sensível a variações
de carga e tensões; e atendem a vazões elevadas. E o compressor centrífugo que apresenta
características semelhantes, diferenciando apenas em aspectos construtivos mecânicos.
O compressor que compõe a plataforma é recíproco cuja forma construtiva utiliza
pistão para realizar o deslocamento e a compressão do volume de gás a ser comprimido
[16].
24
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
O compressor recíproco é classificado como sendo de deslocamento positivo, como
mostra a figura 2.8. Isto significa que a compressão é realizada a partir do confinamento de
sucessivos volumes de gás em um espaço fechado.
O princípio de funcionamento apresenta um sistema biela-manivela que converte o
momento rotativo de um motor em movimento linear, como na figura 2.9 [16].
Figura 2.9 – Corte de um compressor a pistão
Para realizar a compressão durante o movimento linear do pistão, o cabeçote foi
provido de válvulas na admissão e descarga do gás. Durante a admissão do ar o êmbolo
retorna à sua posição inferior no cilindro reduzindo a pressão no interior do mesmo. A
válvula de sucção abre-se permitindo a entrada de gás a ser comprimido, conforme mostra a
figura 2.10. Durante o movimento ascendente do pistão (compressão) a válvula de sucção
fecha-se e a válvula de descarga permanece fechada, conforme figura 2.11. No instante em
que a pressão no interior do cilindro se torna superior à pressão na descarga a válvula de
descarga abre-se para fora do cilindro, permitindo a saída do gás comprimido, conforme
25
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
figura 2.12. Ao final do percurso ascendente do êmbolo a válvula de descarga fecha-se e o
êmbolo inicia nova descida, como mostra a figura 2.13. Como o êmbolo não pode encostar-
se ao topo do cilindro, uma quantidade residual de gás comprimido permanece no volume
morto do cilindro, retardando a abertura da válvula de sucção até que a queda de pressão no
interior do cilindro permita a abertura da mesma [16].
Figura 2.10 – Compressor Recíproco: Admissão
Figura 2.11 – Compressor Recíproco: Compressão
Figura 2.12 – Compressor Recíproco: Descarga
Figura 2.13 – Compressor Recíproco: Expansão
26
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
O ciclo de compressão ideal dos compressores recíprocos é mostrado na figura 2.14.
Figura 2.14 – Compressor Recíproco: Ciclo de compressão ideal
As características nominais do compressor em estudo são:
Vazão de 16,888 [m³/h];
Pressão máxima de 120 [lb/pol²];
Cilindradas 348,36 [cm³];
Potência 2 [CV];
Em se tratando do controle por inversores de freqüência, a justificativa de sua
ausência como dispositivo de partida é pelo fato do compressor não apresentar rendimento
constante na faixa de regulação. A este fato somam-se as perdas do compressor e o
comportamento não-linear da potência dos compressores. Assim, os inversores de
freqüência utilizados de maneira incorreta podem aumentar o consumo de energia elétrica.
27
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
2.3 – Supervisório
2.3.1 – Descrição da Ferramenta
O sistema supervisório do laboratório é o InduSoft Web Studio 6.1. Ele foi
configurado para realizar o controle de todo o processo apresentando uma capacidade de
monitoramento em tempo real através da rede de dados Modbus Ethernet [17].
Cada plataforma do laboratório possui um computador específico no qual foi
disponibilizado o acesso do sistema supervisório por meio de uma senha.
É possível acessar qualquer uma das bancadas através de qualquer um dos
computadores. Ao acessar o sistema, será apresentada a tela da figura 2.15.
Figura 2.15Tela inicial do sistema supervisório.
Com a tela inicial aberta, o usuário poderá optar por FECHAR O APLICATIVO ou
LOGON. Ao efetuar o Logon, será disponibilizada ao usuário a tela da figura 2.16,
permitindo que o usuário escolha o sistema em que deseja efetuar os testes.
28
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
Figura 2.16Tela de opções de plataformas
Nesta tela o usuário poderá optar ainda por voltar à tela da figura 2.15, para isso ele
deverá clicar sobre o botão MENU PRINCIPAL.
Adiante serão apresentadas as principais telas do sistema supervisório
correspondente ao compressor.
2.3.2 – Plataforma do Compressor
Ao optar pelo compressor, o usuário terá disponível a tela da figura 2.17 que
apresenta o esquema físico completo da plataforma.
29
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
Figura 2.17Tela principal do compressor.
Através da tela apresentada anteriormente é possível fazer as seguintes observações:
PIT-01: Indica a pressão do reservatório de ar comprimido em Kgf/cm²;
FIT-02: Indica a vazão no ponto indicado em Nm³/h;
FIT-03: Indica a vazão no ponto indicado em Nm³/h;
FV-01: Válvula proporcional de vazão. Indica a percentagem de abertura da
válvula;
VELOCIDADE: Velocidade do motor em rpm;
XV-1: Solenóide para simulação de carga. Fechado (verde) e aberto
(vermelho);
XV-2 a XV-6: Solenóides para simulação de vazamentos. Fechado (verde) e
aberto (vermelho);
30
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
Motor: O motor só aparece quando o mesmo está acoplado no sistema. Se
estiver na cor verde indica que o motor acoplado é o de Alto Rendimento, se
estiver na cor azul indica que o motor acoplado é o Standard. O detalhe
retangular sobre a figura do motor indica se está operando (vermelho),
parado (verde) e com defeito (amarelo).
Botões:
o COMANDO: Abre a tela “Comando do Compressor”;
o MEDIÇÕES: Abre a tela “Grandezas Elétricas – Compressor”;
o TEMP: Abre a tela “Temperatura do Motor – Compressor”;
o GRÁFICO: Abre a tela “Gráfico do Compressor”;
o BD: Abre a tela Banco de Dados;
o PID: Abre a tela PID;
o MENU PRINCIPAL: Volta à tela da figura 2.16.
A tela “Comando do Compressor” da figura 2.18, disponibiliza as seguintes
funções:
Escolha da Partida: DIRETA ou SOFT-START;
Comando: LIGA, DESLIGA e RESET;
Abertura e fechamento dos solenóides;
ACC: Tempo da partida em segundos;
DCC: Tempo de desaceleração em segundos;
Controle: Automático ou Manual;
Pressões de regulagem para controle automático;
31
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
Função Automático ou Manual para religamento e desligamento.
É importante observar que os parâmetros de ACC e DCC só aparecerão na tela de
comando quando for feita a opção de partida por soft-start.
Figura 2.18Tela Comando do Compressor.
A tela “Grandezas Elétricas - Compressor” da figura 2.19, disponibiliza a leitura das
seguintes grandezas:
Tensão: Tensão de linha das três fases;
Corrente: Corrente das três fases, do neutro e a média;
Demanda;
Fator de Potência: Fator de Potência nas três fases e a média;
Harmônicas: DHT de tensão entre fases e fase-neutro, THD de corrente nas
fases e neutro. Distorções harmônicas de tensão e corrente com os
respectivos ângulos até o 50º ordem.
32
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
Potência: Potências ativa, reativa e aparente por fase e a total;
Energia: Energia ativa, reativa e aparente por fase e a total;
Freqüência: Freqüência da tensão de alimentação.
Figura 2.19 – Tela Grandezas Elétricas
A tela “Temperatura do Motor - Compressor” da figura 2.20 disponibiliza a leitura
das temperaturas das bobinas do motor (cada fase individualmente) e a temperatura da
carcaça. A temperatura indicada é correspondente ao motor acoplado no sistema.
Figura 2.20 – Tela Temperatura do Motor
33
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
A tela “PID” da figura 2.21, disponibiliza as seguintes funções:
Automático: este item sendo selecionado, o controlador PID irá buscar a
vazão pré-determinada do sistema, controlando a abertura e fechamento da
válvula proporcional elétrica automaticamente;
Manual: este item sendo selecionado, a válvula proporcional elétrica poderá
ser aberta ou fechada conforme determinado no espaço MV.
P: determina o valor proporcional do sistema de controle automático;
I: determina o valor integral do sistema de controle automático;
D: determina o valor derivativo do sistema de controle automático;
SP: Set Point é o valor de vazão pré-determinado pelo usuário. Este espaço
somente interfere no sistema se o controle da válvula proporcional elétrica
for automático;
PV: Present Value é o valor atual da vazão de ar do sistema indicado no
sensor FIT-03;
MV: Moviment Value é o valor atual da abertura da válvula proporcional
elétrica caso seja escolhida a opção Automático.
Figura 2.21PID – Compressor.
34
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
A tela “Gráfico do Compressor” da figura 2.22, disponibiliza as curvas de vários
parâmetros do sistema em função do tempo. Estes parâmetros podem ser elétricos ou
mecânicos, como por exemplo: tensão, corrente, potência, pressão, vazão, temperatura,
velocidade, etc.
Figura 2.22 – Tela Gráfico do Compressor
A tela “BD - Compressor” da figura 2.23 disponibiliza dados referentes às várias
grandezas elétricas e físicas coletadas pelo sistema ao longo do tempo.
35
CAPÍTULO II – Descrição da plataforma de ensaios
Figura 2.23 – Tela referente ao Banco de Dados
2.4 – Conclusões parciais
Este capítulo foi centrado na descrição, características, especificações e
funcionalidades do laboratório de sistemas motrizes no que se refere à plataforma de ensaio
do compressor. Inicialmente foram tecidos comentários sobre os aspectos básicos, desde o
diagrama esquemático até a especificação de cada dispositivo que a compõem. Vale
mencionar a descrição do sistema supervisório que comanda e disponibiliza dados técnicos
instantâneos relevantes aos ensaios. Assim, é possível simular diversas condições
operativas de carga demonstrando os fenômenos eletromecânicos pertinentes a este sistema.
Como diferencial, existe a possibilidade de se fazer um estudo integrado
relacionando sistema elétrico, mecânico, térmico e hidráulico que é fiel às condições de
uma planta industrial real.
36
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
CAPÍTULO III
Estudo computacional de desempenho do modelo
motor-compressor no programa ATP
3.1– Introdução
O objetivo deste capítulo é desenvolver uma modelagem para simular e comparar o
acionamento do motor de indução trifásico (standard e alto rendimento) através de partida
direta e soft-starter utilizando técnicas de modelagem no programa ATP. A simulação
considera como carga mecânica o compressor que está acoplado ao eixo do motor.
O intuito é analisar as características e particularidades em termos de grandezas
elétricas e mecânicas do modelo completo representativo da bancada do compressor e
verificar sua validação em relação ao modelo real.
37
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
O processo de modelagem é iniciado pelo estudo teórico de todos os componentes
que compõem o sistema de acionamento do motor-carga considerado no estudo (motor de
indução trifásico, chaves de partidas e carga mecânica).
3.2– Simulador ATP
O ATP (Alternative Transients Program) é um programa computacional que
trabalha no domínio do tempo desenvolvido para simular sistemas elétricos de potência.
Esse programa foi originado de uma adaptação do programa EMTP (ElectroMagnetic
Transient Program) para a utilização em microcomputadores, sendo o mesmo
completamente livre de “royalties”. Como tal ele é distribuído em diversas partes do
mundo pelo grupo de usuários do EMTP (EMTP User Group) [18], [19].
O programa permite a representação de não-linearidades, elementos com parâmetros
concentrados, elementos com parâmetros distribuídos, chaves, transformadores, reatores,
enfim, a grande maioria dos equipamentos de sistema de energia elétrica.
O ATP não dispõe de modelos para todos os componentes do sistema elétrico,
porém possui ferramentas para elaborar modelos específicos quando os mesmos não
estiverem disponíveis.
3.2.1 – ATPDRAW
O ATPDRAW, figura 3.1, é um software pré-processador do ATP que atua como
uma interface gráfica na plataforma MS – WINDOWS ao ATP (Alternative Transients
Programs) [19].
38
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
Desenvolvido por Hans Kr. Hoidalen (Noruega, 1999), o ATPDRAW permite a
construção de arquivos de entradas por conjunto de blocos. Possui mais de 65 componentes
padrões e possibilita a criação de novos objetos (Models).
Figura 3.1 – Modelos de elementos de redes elétricas disponíveis no ATPDRAW
Permite a simulação de transitórios eletromagnéticos em redes polifásicas, com
configurações arbitrárias, através de um método que utiliza a matriz de admitância de
barras. A formulação matemática é baseada no método das características (método de
39
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
Bergeron) para elementos com parâmetros distribuídos e na regra de integração trapezoidal
para elementos com parâmetros concentrados [19].
O ATPDRAW permite a criação dos arquivos de entrada de dados com base no
circuito a ser simulado, que é construído graficamente com os modelos existentes no
simulador.
Cada componente gráfico permite a inclusão dos parâmetros correspondentes em
janelas próprias que ajuntam os dados aos formatos de entrada requeridos pelo ATP.
Como desvantagem do ATPDRAW pode ser citada a necessidade de se manter
qualquer alteração de circuito sempre dentro do ambiente do programa. Este fato se deve a
correspondência que existe entre o arquivo de referência para dados do circuito, que é
gráfico, e o arquivo de dados gerados para o EMTP – ATP. Assim sendo, a edição direta do
arquivo de dados no formato para EMTP – ATP quebra a correspondência existente aos
dois arquivos (o gráfico e o de dados formatados), a única forma de manter a
correspondência seria sempre realizar as alterações de dados ou de circuito no ATPDRAW.
Esta desvantagem citada constitui uma das razões pelas quais os usuários experientes
costumam não usar o ATPDRAW, uma vez que a edição direta dos arquivos é sempre o
meio mais rápido de efetuar pequenas alterações nos arquivos do EMTP – ATP.
3.2.2 – ATP Settings
É o local do ATPDRAW onde são configurados os parâmetros da simulação [19].
Esta janela é acessada como mostra a figura 3.2 ou através da tecla de atalho F3. As suas
divisões são mostradas na figura 3.3.
40
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
Figura 3.2 – Acesso a janela ATP SETTINGS
Figura 3.3 – Divisões da janela ATP SETTINGS
41
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
3.2.3 – Simulações no ATPDRAW
Após as devidas escolhas dos parâmetros no ATP SETTINGS pode-se realizar a
simulação de um determinado circuito.
Não ocorrendo erro no circuito, a simulação é realizada. Essa simulação fornece
alguns tipos de arquivos de saída como arquivo no formato .PL4 e arquivo no formato .LIS.
3.2.4 – Rotina TACS
TACS é uma rotina de análise transitória de sistemas de controle. Foi desenvolvida
para simular interações dinâmicas entre a rede elétrica e os sistemas de controle de um
determinado equipamento. Os sistemas de controle podem ser descritos por diagramas de
blocos no domínio da freqüência com configurações arbitrárias dos elementos disponíveis.
É permitida a representação de funções de transferência, somadores, multiplicadores,
limitadores estáticos e dinâmicos, funções algébricas e lógicas, fontes de sinal, chaves
controladas, funções definidas pelo usuário, etc. O menu TACS dá acesso à maioria dos
componentes TACS [19], [20].
A partir do componente COUPLING TO CIRCUIT as informações do circuito de
potência são repassadas para os componentes TACS. Pode ser um sinal de tensão, corrente,
variáveis internas ou de chaves.
A TACS possui um processamento independente do processamento do ATP durante
a execução do programa. A cada passo de integração o ATP processa as grandezas do
sistema elétrico e repassa os dados de tensão ou corrente para a TACS. Por sua vez, a
TACS processa esses dados algebricamente e os repassa ao sistema elétrico através de
42
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
fontes de corrente ou tensão. As saídas da TACS no instante T, foram calculadas no
instante T-T. Portanto, a transferência de sinais de controle da TACS para o sistema
elétrico ocorre com uma retardo de tempo de um passo de integração.
3.3 – Modelagem do motor de indução trifásico no ATP
O grau de desenvolvimento tecnológico alcançado na sociedade industrial não seria
possível sem o motor elétrico de corrente alternada. A ausência nesta máquina de elementos
submetidos à fricção possibilita redução de manutenção quando dimensionada e usada
corretamente. Por outro lado, uma porcentagem muito grande de energia elétrica consumida
mundialmente é devida a estes motores, constituindo hoje uma importante linha de
investigação e redução de perdas nestes motores como meio de reduzir o respectivo
consumo energético.
A versatilidade e universalidade do emprego do motor elétrico de corrente alternada
passa também pelos controladores eletrônicos de velocidade. A eletrônica de potência,
graças ao desenvolvimento de excelentes semicondutores como o retificador de silício
controlado nas suas diversas variantes e dos transistores bipolares permitiu a fabricação de
equipamentos eficientes através da produção de ondas de corrente alternada com freqüência
e tensão controlada (conversores de freqüência), que aplicadas ao motor, tanto síncrono
como assíncrono, fazem dele uma máquina versátil para o controle de conjugado e
velocidade, como o motor elétrico de corrente contínua.
Dentre todos os destinos da eletricidade, a sua transformação em energia mecânica é
uma das aplicações mais importantes e graças aos conversores de freqüência consegue-se
que essa energia mecânica se produza com motores elétricos convencionais, de uma forma
43
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
altamente controlada e flexível. Atinge-se, desse modo, as melhores prestações de
eficiência e melhoria da qualidade.
Do ponto de vista do consumo de eletricidade, os motores apresentam-se como as
cargas mais importantes usadas em vários setores e com uma vasta gama de aplicação de
que são exemplos ventiladores, compressores, bombas, transportadores, etc. Desta vasta
gama de aplicações podem inferir-se significativas economias de energia elétrica, sendo
portanto desejável a utilização de tecnologias mais eficientes, capazes de reduzir o
consumo de eletricidade em força motriz. Estas tecnologias incluem os motores de alto
rendimento, os variadores eletrônicos de velocidade e as melhorias dos sistemas mecânicos
de transmissão, entre outros.
O consumo de eletricidade pelos motores é influenciado por diversos fatores onde se
incluem: a eficiência e o controle da velocidade do motor, a qualidade da rede de
alimentação, a presença de distorções harmônicas, o dimensionamento dos sistemas, a rede
de distribuição, os sistemas mecânicos de transmissão, as práticas de manutenção e a
eficiência do dispositivo utilizador final (ventilador, compressor, bomba, etc).
3.3.1 – Motores elétricos
Os motores elétricos efetuam a conversão da energia elétrica recebida da rede em
energia mecânica no seu eixo, por intermédio das interações eletromagnéticas e mecânicas
entre os enrolamentos e os materiais magnéticos do rotor e estator.
O acionamento de máquinas e equipamentos mecânicos por motores elétricos é um
assunto de extraordinária importância para o contexto da eficiência energética industrial.
44
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
No campo dos acionamentos industriais, avalia-se que cerca de 70% da energia elétrica
consumida pelo conjunto de todas as indústrias seja transformada em energia mecânica
através de motores elétricos, da qual apenas metade é energia útil [3], [4], [21]. Este fato,
resultante de uma escolha pouco criteriosa do equipamento instalado, transforma o campo
de aplicações dos motores elétricos numa área onde os potenciais de economia de energia
são significativos.
Os motores de indução converteram-se no tipo de motor mais utilizado na indústria.
São utilizados em várias aplicações, tais como: compressores, ventiladores, bombas, esteira
rolante, máquinas-ferramentas, etc. A figura 3.4 mostra uma estimativa do consumo de
energia consumida pela indústria [34].
Figura 3.4 – Estimativa do consumo de energia consumida pela indústria
45
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
3.3.2 – Modelo de Park ou dq0
A transformação dq0 é uma solução matemática utilizada para eliminar o ângulo θ
(função do tempo) do sistema de equações diferenciais representativo da máquina. A
transformação consiste em decompor o sistema trifásico em componentes d e q localizadas
nos eixos direto e de quadratura do rotor e fixos no rotor [22], [23].
Do exposto, pode-se inferir que tal transformação é importante para o estudo do
motor de indução trifásico desacoplando o sistema de equações matriciais e simplificando
sua solução.
3.3.3 – Modelo no programa ATP (Alternative Transients Programs)
O modelo do motor de indução trifásico no programa ATP é baseado nos
equacionamentos da máquina com as variáveis dq0, que após serem calculadas as tensões e
correntes, estas são transformadas em grandezas de fase e apresentadas como resultados de
saída.
O sistema de equações formado a partir das componentes dq0 permite chegar aos
seguintes circuitos equivalentes para os eixos d e q, os quais são acoplados entre si pelas
forças eletromotrizes de velocidade (fem’s). Nesses circuitos essas fem’s são representadas
por fontes de tensão inseridas no ramo do rotor [18].
46
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
Figura 3.5 – Circuito equivalente para o eixo d
Figura 3.6 – Circuito equivalente para o eixo q
Nos circuitos equivalentes, λ
d
e λ
q
são os fluxos magnéticos dos eixos d e q
respectivamente e são determinados por:
RqRSqSRq
iLiM +=
λ
(3.1)
RdRSdSRd
iLiM =
(3.2)
Para fazer o acoplamento com a parte mecânica do eixo do motor, o torque,
determinado a partir das componentes dq0 é representado por uma fonte de corrente, a qual
deverá ser associada ao circuito elétrico representativo da carga do motor [18]. Esse
47
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
circuito deve ser construído de acordo com a analogia eletromecânica estabelecida a seguir,
na tabela 3.1.
Tabela 3.1 – Analogia eletromecânica
Grandeza mecânica Grandeza elétrica
T ( torque na massa ) I ( corrente no nó )
W
m
( velocidade angular ) V ( voltagem do nó )
θ
m
( ângulo ) q ( carga do capacitor )
J ( momento de inércia ) C ( capacitância pra terra )
K ( constante de mola ) 1/L ( recíproco de indutância )
D ( amortecimento viscoso ) 1/R ( condutância )
dt
dW
J
dt
d
JT ==
2
2
θ
dt
dv
Ci =
Figura 3.7 – Analogia entre Torque e Corrente feita pelo ATP
48
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
)(
21
θ
θ
= KT
dtVV
L
i
mK
)(
1
=
dtWWKT )(
21
=
Figura 3.8 – Analogia entre Constante de Mola e Indutância feita pelo ATP
WDT .=
KK
V
R
i
=
1
Figura 3.9 – Analogia entre Amortecimento Viscoso e Condutância feita pelo ATP
49
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
Figura 3.10 – Analogia Eletro-Mecânica feita pelo ATP
Da figura 3.7 pode-se observar que existirá um torque interno da máquina
representado por uma fonte de corrente aplicada numa capacitância, representando o
momento de inércia, ambos aterrados e mostrados na figura 3.10. Também pode ser visto
que aparece um torque dependente de uma constante de mola visto na Figura 3.8 e sua
analogia com o circuito elétrico também mostrado na figura 3.10. E por fim pode ser visto
também o torque devido a um amortecimento viscoso e sua analogia com o circuito elétrico
na figura 3.9, que mostra a resistência aterrada. Na figura 3.10, pode-se ver todos os torques
existentes internamente ao motor.
A tensão em cima do nó do rotor mostrado na figura 3.10 representa a velocidade
angular W total que será inserida nos circuitos equivalentes das figuras 3.5 e 3.6. A partir
disso, num processo iterativo são feitos todos os cálculos nas equações da máquina por
coordenadas dq0 para que se obtenham os dados de saída das simulações do motor.
Para que o motor seja inserido no programa ATP é preciso que sejam inseridos os
parâmetros do motor, tanto do estator como do rotor e indutâncias mútuas nos eixos dq0 :
Rs (Resistência de estator), Ls (Indutância do estator) , Rr (Resistência do rotor) , Lr
(Indutância do rotor) e Lm (Indutância mútua).
50
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
Os dados são inseridos no programa ATP em relação aos eixos dq0 e não em relação
aos eixos ABC de fases, de forma que serão os mesmos calculados a partir dos ensaios a
vazio e de rotor bloqueado do motor, onde os parâmetros de eixo d e q , são iguais aos de
fase da máquina já que o entreferro é pequeno e constante, e a componente de seqüência
zero não existe, pois consideramos o motor simétrico com alimentação trifásica balanceada
não existindo caminho para a circulação de corrente de seqüência zero, já que o estator do
motor vai estar conectado em delta ou estrela sem aterramento, portanto pode-se colocar
qualquer valor para parâmetro de eixo 0.
Para se encontrar as reatâncias e resistências a serem inseridas no ATP, como já foi
dito anteriormente, é realizado os ensaios de rotor bloqueado e a vazio nos motores e
determinam-se através de cálculo os parâmetros de fase que serão os mesmos para as
componentes d e q.
Foram fornecidos pela WEG os dados de ensaio de dois motores, um da linha
standard e o outro de alto rendimento, ambos de 1,5 [CV], os quais serão utilizados no
laboratório do projeto da Eletrobrás para acionar as cargas estudadas. A partir destes dados
de ensaio serão calculados os parâmetros do circuito equivalente dos motores, os quais
serão inseridos posteriormente no ATP através da interface ATPDRAW.
3.3.4 – Determinação dos parâmetros do circuito equivalente do motor de
indução trifásico de 1,5 CV da linha standard
Para o motor da linha standard estes são os dados de placa:
Pm = 1,5 [CV]
51
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
Tensão = 220 / 380 [V]
Freqüência = 60 [Hz]
Corrente = 4,42 / 2,56 [A]
Ip / In = 7,5 [A]
Cos φ = 0,83
η = 0,786
Onde: Pm ( Potência mecânica no eixo do motor)
In (Corrente nominal do motor)
Ip (Corrente de partida do motor)
Cos φ (Fator de potência do motor)
η (Rendimento do motor)
Agora serão mostrados os dados de ensaios de resistência elétrica, a vazio e
de rotor bloqueado e os cálculos dos parâmetros a partir dos mesmos.
3.3.4.1 - Dados de ensaio de resistência elétrica fornecidos pela WEG:
Resistência = 7,72 [] Rs = 7,72 / 2 = 3,86 []
3.3.4.2 - Dados de ensaio a vazio fornecido pela WEG:
Tensão = 380 [V]
f = 60 [Hz]
Corrente = 1,37 [A]
Potência = 157,20 [W]
52
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
V = 380 [V]
I0 = 1,37 [A]
P0 = 157,20 [W]
0
0
3/
I
V
Z =
(3.3)
Z0 = 160,14 []
Prot = P0 – 3.Rs.I02 = 157,2 – 3.3,86.1,372 = 135 [W] (3.4)
Onde, Prot = perdas rotacionais
22 2 2
0
160,14 3,86 160,09Xs Xm Z Rs+= = =
[] (3.5)
3.3.4.3 - Dados de ensaio de rotor bloqueado fornecidos pela WEG:
V = 380 [V]
f = 60 [Hz]
Corrente = 18,13 [A]
P = 9,36 [KW]
Tn = 0,316.9,813 = 3,1 [N.m] (Torque nominal)
Tp / Tn = 3,74 (Torque de partida em relação ao nominal)
P = 3.Rrb.
2
I
(3.6)
9360 = 3.Rrb.18,132
53
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
Rrb = Rs+Rr = 9,49 [] Rr = 9,49 - 3,86 = 5,63 [] (3.7)
rb
I
Vrb
Zrb
3/
=
(3.8)
Zrb = 12,1 []
()
2
22
12,1 9,49 7,5Xs Xr Zrb Rs Rr+= + = =
2
[] (3.9)
Sabe-se que é válida a seguinte expressão:
X
rb
Rrb
Xr
Rr
X
s
Rs
==
(3.10)
logo , 3,86/Xs = Rrb/Xrb , 3,86/Xs = 9,49/7,5
Xs = 3,05 [] Ls = 3,05 / 377 = 8,09 [mH]
3,05 + Xm = 160,09
Xm = 157,04 [] Lm = 157,04 / 377 = 416 [mH]
3,86/6,1 = 1,77/Xr
Xr = 2,78 [] Lr = 2,78 / 377 = 7,37 [mH]
3.3.4.4 - Dados do motor
P = 1,5 [CV] = 1,5 x 736 = 1104 [W]
W = 3395 [rpm] = 355 [rad/s]
54
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
2 pólos – 3600 [rpm] = 377 [rad/s]
escorregamento(s) = (3600 - 3395) / 3600 = 0,0569
Pn = Tn . W Tn = 1104 / 355 = 3,11 [N.m] (3.11)
83,0786,03803
1104
=In
In = 2,57 [A] (3.12)
Assim, todos os parâmetros que serão inseridos na interface ATPDRAW com
relação às impedâncias são mostrados a seguir :
Rs = 7,72 / 2 = 3,86 []
Rr = 9,49-3,86 = 5,63 []
Ls = 3,05 / 377 = 8,09 [mH]
Lr = 2,78 / 377 = 7,37 [mH]
Lm = 157,04 / 377 = 416 [mH]
3.3.5 – Determinação dos parâmetros do circuito equivalente do motor de
indução trifásico de 1,5 CV da linha alto rendimento
Para o motor de alto rendimento estes são os dados de placa:
P = 1,5 [CV]
Tensão = 220 / 380 [V]
Freqüência = 60 [Hz]
Corrente = 4 / 2,32 [A]
55
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
Ip / In = 7,5
Cos φ = 0,87
η = 0,83
Agora serão mostrados os dados de ensaios de resistência elétrica, a vazio e
de rotor bloqueado e os cálculos dos parâmetros a partir dos mesmos.
3.3.5.1 - Dados de ensaio de resistência elétrica fornecidos pela WEG:
Resistência = 7,84 [] Rs = 7,84 / 2 = 3,92 []
3.3.5.2 - Dados de ensaio a vazio fornecido pela WEG:
Tensão = 380 [V]
f = 60 [Hz]
Corrente = 0,91 [A]
Potência = 105,70 [W]
V = 380 [V]
I0 = 0,91 [A]
P0 = 105,70 [W]
0
0
3/
I
V
Z =
(3.13)
Z0 = 241,09 []
Prot = P0 – 3.Rs.I 2 = 105,7 – 3.3,92 .0,912 = 95,96 [W] (3.14)
56
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
22 2 2
0
241,09 3,92 241,06Xs Xm Z Rs+= = =
[] (3.15)
3.3.5.3 - Dados de ensaio de rotor bloqueado fornecidos pela WEG:
V = 380 [V]
f = 60 [Hz]
Corrente = 17,09 [A]
P = 8,50 [KW]
Tn = 0,316.9,813 = 3,1 [N.m]
Tp / Tn = 3,6
P = 3.Rrb.I2 (3.16)
8500 = 3.Rrb.17,092
Rrb = Rs+Rr = 9,7 [] Rr = 9,7 - 3,92 = 5,78 [] (3.17)
rb
I
Vrb
Zrb
3/
=
(3.18)
Zrb = 12,84 []
()
2
22
12,84 9,7 8,4Xs Xr Zrb Rs Rr+= + = =
2
[] (3.19)
Sabe-se que é válida a seguinte expressão:
57
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
X
rb
Rrb
Xr
Rr
X
s
Rs
==
(3.20)
logo , 3,92 / Xs = Rrb / Xrb , 3,92 / Xs = 9,7 / 8,4
Xs = 3,3946 [] Ls = 3,3946 / 377 = 9 [mH]
3,3946 + Xm = 241,06
Xm = 237,66 [] Lm = 237,66 / 377 = 630 [mH]
3,92 / 3,3946 = 5,78 / Xr
Xr = 5,005 [] Lr = 5,005 / 377 = 0,01327 [H]
3.3.5.4 - Dados do motor
P = 1,5 [CV] = 1,5 x 736 = 1104 [W]
W = 3400 [rpm] = 356,05 [rad/s]
2 pólos – 3600 rpm = 377 [rad/s]
s = (3600 - 3400) / 3600 = 0,0555
Pn = Tn . W Tn = 1104 / 356,05 = 3,1 [N.m] (3.21)
87,083,03803
1104
=In
In = 2,323 [A] (3.22)
Assim, todos os parâmetros ficam mostrados abaixo:
Rs = 7,84 / 2 = 3,92 []
58
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
Rr = 9,7 - 3,92 = 5,78 []
Ls = 3,3946 / 377 = 9 [mH]
Lr = 5,005 / 377 = 13,27 [mH]
Lm = 237,66 / 377 = 630 [mH]
3.3.6 – Inserção dos parâmetros no modelo representativo do motor no
ATPDRAW
A inserção dos dados do motor de indução no ATPDRAW é iniciada a partir dos
parâmetros representativos do circuito equivalente do motor em componentes dq0, do tipo
de ligação do estator, número de pares de pólos, freqüência e escorregamento inicial.
Vale ressaltar que os parâmetros calculados do circuito equivalente do motor de
indução podem sofrer pequenos ajustes em função da melhor adequação do modelo à
simulação e as respostas desejadas. As tabelas 3.2, 3.3, 3.4 e 3.5 mostram uma síntese dos
principais parâmetros adotados e inseridos no modelo do motor.
Tabela 3.2 – Parâmetros do Ramo Magnético inseridos no modelo do motor no ATP
Parâmetros do Ramo Magnético
LMUD
0.516
LMUQ
0.516
Tabela 3.3 – Parâmetros do Estator inseridos no modelo do motor no ATP
Parâmetros do Estator
R [ohm] L [H/pu]
0
0 0
d
3.86 0.00809
q
3.86 0.00809
59
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
Tabela 3.4 – Parâmetros do Rotor inseridos no modelo do motor no ATP
Parâmetros do Rotor
R [ohm] L [H/pu]
1
5.63 0.0118
2
5.63 0.0118
Tabela 3.5 – Parâmetros Gerais inseridos no modelo do motor no ATP
Parâmetros Gerais
Ligação
Pares de pólos
1
A figura 3.11 mostra o ícone representativo do motor com o significado dos
respectivos nós do circuito.
Figura 3.11 – Ícone representativo do motor de indução no ATPDRAW
O nó referente ao estator é conectado as características da fonte de alimentação. O
valor da tensão é dado em valor de pico e por fase. Os ramos RLC em série e em paralelo
com o estator apresentam a função de fazer com que o motor reconheça adequadamente o
ramo que está sendo conectado no respectivo nó e não produza erro durante a compilação.
É inserida também uma chave controlável com o objetivo de fornecer o tempo certo de
ligação do motor à fonte de alimentação. Todos estes detalhes são contemplados na figura
3.12.
60
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
Figura 3.12 – Inserção dos ramos RLC, chave controlável e fonte de alimentação
A figura 3.13 evidencia o nó de inicialização do rotor e o nó de neutro. A função da
fonte de corrente conectada no rotor é indicar a corrente inicial e sua freqüência no
momento em que a simulação tem início.
Figura 3.13 – Ligação do nó do rotor e do nó de neutro
61
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
No nó de carga é inserido um circuito elétrico análogo a um sistema mecânico de
carga com torque, momento de inércia, velocidade, etc.
Assim, as características de grandezas mecânicas no ATP devem ser representadas
pelo seu equivalente em termos de grandezas elétricas como mostra a tabela 3.6.
Tabela 3.6 – Correspondência entre sistema mecânico e elétrico no ATP
Grandeza
Mecânica
Grandeza
Elétrica
T (torque) I (corrente)
Wm (velocidade) V (tensão)
Θm (ângulo) q (carga capacitor)
J (momento de
inércia)
C (capacitância)
Assim, obtem-se o dimensionamento da carga que será inserida neste nó, sabendo
que a carga pode ser de várias formas, como torque constante podendo ser representado por
uma fonte de corrente constante de valor negativo (lembrando que no motor o torque possui
valor negativo); uma rampa, que pode ser representada por uma resistência em paralelo
com a capacitância que representa a inércia da carga e seu valor é calculado a partir do
valor do torque e da velocidade angular, R = W
m
/ Tn , já que “ W
m
” representa a tensão no
nó e “ Tn ” representa a corrente nominal que passa no nó; carga parabólica que seria
representada em uma rotina TACS e inserida posteriormente no nó do rotor, entre outros
tipos que podem ser inseridos.
62
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
3.4 – Modelagem do acionamento do motor de indução trifásico através
de partida direta e soft-starter no programa ATP
3.4.1 – Partida direta
Na partida direta o motor parte a plena tensão diretamente da rede elétrica. No ATP
isso será realizado através de uma chave controlada trifásica ligada a uma fonte de tensão
trifásica.
Figura 3.14 – Esquema da partida direta no ATP
3.4.2 – Partida Soft-Starter
Nos ambientes industriais os motores são os principais consumidores de energia
elétrica tornando a forma de arranque dos motores de indução uma característica que pode
produzir melhor utilização racional da energia.
A corrente de partida em ligação direta pode ser seis ou sete vezes a corrente
nominal a plena carga. Em certas circunstâncias – e especialmente para motores pequenos –
esta elevada corrente de partida é aceitável, mas para máquinas maiores, a corrente
requisitada pode ser grande provocando quedas de tensão proibitivas para o funcionamento
adequado da rede elétrica.
63
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
Os motores assíncronos trifásicos apresentam durante a partida desempenhos
desfavoráveis de conjugado e de intensidade de corrente originados por acionamentos
clássicos de tensão reduzida, de que são exemplos a partida estrela-triângulo e a partida por
auto-transformador, e que se repercutem em elevadas perdas energéticas. De forma a
corrigir estes desempenhos, estabelecendo-se as melhores condições de funcionamento,
utilizam-se cada vez mais os controladores de estado sólido, que substituem as tradicionais
partidas eletromecânicas [9].
Os soft-starters são equipamentos eletrônicos tiristorizados que, de acordo com o
controle das três fases do motor assíncrono, regulam a tensão e a corrente durante uma
parada e partida de motores elétricos, realizando o controle efetivo do conjugado [24].
A partir de uma pequena economia de energia durante a rampa de subida, os
arrancadores suaves não reduzem a energia que o motor consome. No entanto, reduzem o
desgaste mecânico durante a aceleração e a desaceleração.
É recomendado o uso de partidas progressivas soft-starter, quando se deseja alguns
benefícios como: reduzir picos de corrente na rede durante a partida, para desacelarações
suaves, paradas controladas sem desgastes e sem aumento de temperatura, reduzir as
quedas de tensão na linha, otimizar o funcionamento da máquina. Sua aplicação é mais
comum quando não é exigida a variação de velocidade.
Os arrancadores do tipo estado sólido fornecem um arranque gradual por aplicação
de tensões variáveis progressivas sobre o motor através do circuito de potência, obtendo-se
correntes de arranque limitados e binários convenientes. Permitem, por isso, poupar energia
no funcionamento dos motores elétricos, por aplicação, em cada momento, da tensão
64
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
adequada relativamente ao estado de carga, ou seja, ajustar o consumo do motor à carga,
em cada instante.
A figura 3.15 ilustra a comparação de valores típicos, respectivamente:
Corrente de arranque (direto e com controlador) em relação à intensidade
nominal;
Tempos de aceleração (direto e com controlador);
Binário de arranque (direto e com controlador).
Figura 3.15 – Comparação entre arranque direto e com controlador
As principais vantagens do uso de controladores de estado sólido é a possibilidade
de eliminação do ponto de transição de corrente e o tempo requerido para atingir a tensão
nominal que pode ser ajustado na faixa de 2 a 30 segundos.
3.4.2.1 – Modelo no ATP da partida Soft-Starter
A modelagem do Soft-Starter [8], [25] e seu sistema de controle de chaveamento
trifásico foram implementados utilizando a rotina TACS.
65
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
O código de comando do módulo Soft-Stater Trifásico foi feito no ATP
LAUNCHER e segue a seguinte seqüência de raciocínio:
1) Transferir o sinal elétrico da fonte para a TACS através de uma variável. Deve-se
então implementar uma lógica de controle para detectar o zero do sinal da fonte.
Para isso deve-se determinar o instante em que a função muda de sinal e armazenar
a variável obtida em um instante anterior com um outro nome. Então, envia-se a
variável para o sistema elétrico na forma de fonte de tensão, a qual é aplicada sobre
uma resistência. A seguir, faz-se com que o sinal sobre o nó da resistência, que
possui o mesmo valor da fonte vinda da TACS, seja enviada a TACS, com outro
nome. Isso faz com que o sinal retorne a rotina TACS com um atraso de tempo;
2) A cada meio ciclo da onda de tensão da fonte o ângulo de disparo de cada chave
varia progressivamente de forma a diminuir seu ângulo de condução e aumentar o
tempo de condução das chaves. Assim, o sistema de controle atua de modo a
diminuir o ângulo de disparo cada vez que a onda de tensão da fonte passa pelo
zero. Isso é feito segundo uma equação que tem como variável o número de zeros
da fonte de tensão;
3) A referência para determinar o ângulo de disparo de cada chave é o instante em que
a onda de tensão passa por zero. O sistema de controle conta um intervalo de tempo,
determina e envia o comando de fechamento das chaves;
4) É feito o cálculo e a geração do pulso de disparo das chaves, onde se tem um
equacionamento de forma a determinar quanto tempo depois da passagem da tensão
66
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
da rede pelo zero deve haver o chaveamento, sendo também calculado a variação do
ângulo de disparo das chaves;
5) É calculado a variação do ângulo de disparo das chaves estáticas de forma que a
tensão varie de acordo com a curva de aceleração do dispositivo;
6) No final do tempo de aceleração o sistema de controle para de enviar pulsos de
chaveamento para as chaves;
7) O usuário entra com as variáveis para definir a curva de aceleração.
No modelo do Soft-Starter [25] o usuário deve entrar com a amplitude, o tempo de
rampa e a freqüência.
Figura 3.16 – Modelo do Soft-Start no ATPDRAW
Na sequência será mostrado a forma de onda da tensão que alimenta o estator do
motor de indução enfatizando a evolução do ângulo de disparo e seus efeitos na forma de
onda da tensão além do aumento gradual do valor RMS da tensão que caracteriza o
funcionamento do Soft-Starter.
67
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
Figura 3.17 - Forma de onda da tensão que alimenta o estator de 0 à 60 [ms]
Figura 3.18 – Valor RMS da tensão fundamental no período considerado
68
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
Figura 3.19 - Forma de onda da tensão que alimenta o estator de 0.99 à 1.080 [s]
Figura 3.20 – Valor RMS da tensão fundamental no período considerado
69
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
Figura 3.21 - Forma de onda da tensão que alimenta o estator de 1.28 à 1.38 [s]
Figura 3.22 – Valor RMS da tensão fundamental no período considerado
O valor RMS vai crescendo gradualmente de acordo com a diminuição do ângulo de
disparo que é influenciado pelo tempo de rampa. Isso vai acontecendo até o valor RMS
atingir o valor de fase que no caso é 127 [V].
70
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
3.5 – Modelagem da carga acoplada ao motor (compressor)
As características de aceleração das cargas podem ser apresentadas resumidamente
em três tipos básicos: conjugado variável, conjugado constante e potência constante [24]. A
figura 3.23 mostra graficamente cada característica mencionada.
Conjugado Variável: As leis fundamentais que gerem o funcionamento dos
ventiladores e das bombas (conjugado parabólico), mostram que estas
aplicações têm um grande potencial de economia de energia. As leis
associadas indicam que o conjugado (ou pressão) varia com o quadrado da
velocidade e a potência com o cubo da velocidade, sendo o caudal
proporcional à velocidade. Reduzindo a velocidade da carga, vê-se que, para
mudanças relativamente pequenas de velocidade produz-se uma grande
diminuição na potência absorvida;
Conjugado Constante: É observado em aplicações que produzem
deslocamentos efetivos (compressores, esteira rolante, etc), que apresentam
como característica a não variação do conjugado com a velocidade e a
potência é diretamente proporcional ao trabalho útil realizado. A potencial
economia de energia que se consegue reduzindo a velocidade não é tão
importante quanto as aplicações regidas pelo conjugado parabólico mas
observa-se que reduzindo a metade a velocidade de uma carga de conjugado
constante pode-se reduzir na mesma proporção o consumo de energia;
71
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
Potência Constante: Este tipo de característica da carga é observado em
situações onde a potência não varia com a velocidade e o conjugado é
inversamente proporcional à velocidade.
Figura 3.23 – Característica de aceleração das cargas
3.5.1 – Compressor
A modelagem do compressor no ATP é feita por uma fonte de corrente contínua em
paralelo com o capacitor, uma vez que o equivalente elétrico do conjugado é a corrente. A
figura 3.24 mostra a inserção da fonte de corrente representativa do torque, e uma
resistência em paralelo representativa das perdas rotacionais.
72
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
Figura 3.24 – Inserção da fonte de corrente representando o compressor
3.6 – Análise transitória e em regime permanente da partida direta e Soft-
Starter através do programa ATP
O objetivo deste tópico é comparar as características da partida direta e soft-starter
no programa ATP e verificar se o modelo do soft-starter responde de forma satisfatória e
coerente com a situação de acionamento real do dispositivo. As figuras 3.25 e 3.26 trazem a
montagem e modelagem do acionamento completo no ATP considerando partida direta e
soft-starter, respectivamente.
Figura 3.25 – Montagem da partida direta, motor trifásico e carga (compressor)
73
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
Figura 3.26 – Montagem da partida soft-starter, motor trifásico e carga
(compressor)
Através da figura 3.27 podemos verificar uma família de curvas constantes que
representam o conjugado de carga para vários pontos de pressões representativas do
sistema. Assim, cada pressão corresponde a um conjugado de carga constante equivalente e
cujo valor será inserido na fonte de corrente representativo do modelo da carga no ATP. O
nominal de 3,1271 [N.m] representa a pressão de 3,3 Kgf/cm² referente ao PMS (Ponto
Morto Superior).
c
C
Figura 3.27 – Família de curvas representativa de conjugado de carga constante
74
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
3.6.1 – Análise transitória
Para a verificação da simulação e comprovação da modelagem no ATP, será
utilizado como referência de conjugados os pontos de pressão mínima e de pressão máxima
utilizados nos ensaios. Assim, esses pontos de trabalho (carga e alívio do compressor)
correspondem respectivamente à pressão mínima de 2,8 Kgf/cm² e pressão máxima de 3,3
Kgf/cm².
Com os ensaios chegou-se aos resultados apresentados na tabela 3.7.
Tabela 3.7 – Dados referentes aos pontos de pressão máxima e de pressão mínima
Potência
Entrada
(W)
Corrente
(A)
Rotação
(RPM)
rad/s η
Pot.Eixo
(W)
Torque
(N.m)
Pressão
(Kgf/cm²)
1404 4.27 3370 352.8952 0.786 1103.544 3.127116 3.3
1308 4.1 3401 356.1414 0.77 1007.16 2.827978 2.8
O valor utilizado na fonte de corrente que representa o conjugado constante do
compressor será referente à pressão de 2,8 Kgf/cm² (PMI). Este valor como mostra a tabela
3.7 é de aproximadamente 2,827 [N.m]. Este valor de conjugado deverá ser vencido pelo
motor para que este tenha condições de acionar a carga.
Assim, as condições de partida direta e por soft-starter foram avaliadas neste ponto
de funcionamento.
Com relação à simulação com partida direta os valores são coerentes e compatíveis
com o esperado. O valor da simulação é de 358,49 rad/s enquanto o valor de ensaio é de
356,14 rad/s assumindo um erro percentual de 0,65%.
75
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
Figura 3.28 - Velocidade do motor com partida direta (verde) e soft-starter
(vermelho)
Pela figura 3.28 fica evidente a diferença em termos de aceleração e velocidade.
Com soft-starter o valor da velocidade nominal é atingido de forma lenta e gradual até o
valor de regime otimizando o funcionamento da máquina.
Figura 3.29 – Corrente de partida direta (verde) e com soft-starter (vermelho)
76
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
A simulação representada na figura 3.29 mostra a comparação qualitativa e
quantitativa entre partida direta e partida com soft-starter. Observa-se uma redução
significativa na magnitude da corrente de partida e também no tempo de duração desta
corrente. Com partida direta a corrente de pico alcança valores em torno de 7,5 vezes a
corrente nominal do motor (37,7 [A]), enquanto que com a utilização do soft-starter este
valor de corrente assume o valor de aproximadamente 21,5 [A]. O tempo de duração da
corrente de partida com Soft-Starter é influenciado pelo valor do tempo de rampa.
Figura 3.30 – Torque do motor com partida direta e soft-starter
A figura 3.30 mostra as diferenças e características do conjugado realizado com
partida direta e com partida por soft-starter. Ficam evidentes os benefícios em termos de
adequação e duração do conjugado de partida e do controle do torque proporcionado pelo
dispositivo.
77
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
3.6.2 – Análise em regime permanente
Para o estudo computacional adequado de desempenho em regime permanente do
modelo implementado, será considerada a pressão máxima de trabalho do compressor já
que esta condição expressa as características nominais de carregamento do Motor Standard
Trifásico de 1,5 CV , que corresponde ao conjugado de carga constante de 3,1271 [N.m].
Figura 3.31 – Forma de onda da corrente de regime permanente
Figura 3.32 – Valor RMS da corrente de regime permanente
78
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
As figuras 3.31 e 3.32 representam á forma de onda e o valor RMS da corrente
fundamental no intervalo de tempo de 1,983 [s] a 2 [s] em regime permanente tendo como
referência um ciclo completo. O valor RMS de acordo com a simulação é de 4,14 [A] que é
bem próximo do valor nominal de 4,27 [A]. O erro percentual é de 3,04 %.
Figura 3.33 – Forma de onda do conjugado de carga
Figura 3.34 – Valor do conjugado de carga
79
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
As figuras 3.33 e 3.34 representam à forma de onda e o valor do conjugado de carga
constante do compressor. O valor de 3,122 [N.m] é o valor do conjugado na condição
nominal do compressor em estudo e que representa carga nominal no eixo do motor, cujo
valor é de 3,11 [N.m]. O erro percentual é de 0,32 %.
Figura 3.35 – Forma de onda da velocidade em rad/s
Figura 3.36 – Valor da velocidade em rad/s
80
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
As figuras 3.35 e 3.36 representam à forma de onda e o valor da velocidade em
rad/s na condição de regime permanente e nominal. O valor de 355,7 [rad/s] expressa de
maneira adequada o valor de rotação nominal de 355 [rad/s]. O erro percentual é de 0,19 %.
Figura 3.37 – Forma de onda da potência ativa de entrada no motor
Figura 3.38 – Valor da potência de entrada no motor
81
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
As figuras 3.37 e 3.38 representam à forma de onda e o valor da potência de entrada
no motor na condição de regime permanente e nominal. O valor de 457,4 [W] deve ser
multiplicado por três para representar a potência de entrada trifásica. Assim, o valor 1372,2
expressa de maneira adequada o valor de potência nominal de 1404.58 [W]. O erro
percentual é de 2,3 %.
Figura 3.39 – Forma de onda da potência de saída do motor
Figura 3.40 – Valor da potência de saída do motor
82
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
As figuras 3.39 e 3.40 representam à forma de onda e o valor da potência de saída
do motor na condição de regime permanente e nominal. O valor de 1110 [W] representa a
potência de saída para a condição de carga considerada. Este valor expressa de maneira
adequada o valor de potência nominal de 1107,6 [W]. O erro percentual é de 0,21 %.
Nessas circunstâncias o rendimento será de 80 % expressando de forma adequada o
valor de 78,6 % fornecido em placa. O erro percentual é de 1,78 %.
Figura 3.41 – Forma de onda representativa do torque interno do motor (vermelho)
e do conjugado de carga (verde)
Pela figura 3.41 podemos observar uma pequena diferença entre o torque interno do
motor e o conjugado de carga. Isso se justifica devido à ausência das perdas rotacionais e
no cobre do rotor que não foram contempladas. Assim, o conjugado de carga somado com
as perdas rotacionais e no cobre do rotor deve ser igual ao torque desenvolvido no
entreferro.
83
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
3.7 – Síntese dos resultados
Uma vez visualizado e comentado diversos aspectos relacionados com as principais
grandezas que expressam a operação da bancada do compressor, realiza-se, na seqüência,
uma síntese dos principais resultados, focando, de modo especial, os valores das mesmas.
Tabela 3.8 – Análise em regime permanente das grandezas estudadas
Grandezas Valores
Simulados
Valores
Experimentais
Erro Percentual
[%]
Corrente [A]
4,14 4,27 3,04
Conjugado de carga
[N.m]
3,122 3,11 0,32
Velocidade [rad/s]
355,7 355 0,19
Potência ativa de
entrada [W]
1372,2 1404.58 2,3
Potência ativa de saída
[W]
1110 1107,6 0,21
Rendimento [%]
80 78,6 1,78
Os ensaios e resultados foram obtidos para o Motor Standard de 1,5 [CV] em
estudo. Para o Motor de Alto Rendimentos as análises são semelhantes justificando sua
omissão.
84
CAPITULO III – Estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor
no programa ATP
3.8 – Conclusões parciais
O capítulo em pauta foi iniciado através da caracterização da plataforma
computacional utilizada para as simulações. Como informado, trata-se de um software que
emprega técnicas de modelagem no domínio do tempo, fato este que está em consonância
com as metas desta dissertação.
A partir de princípios bastante difundidos no contexto internacional e nacional sobre
a questão da modelagem de motores de indução trifásicos em componentes dq0,
modelagem dos dispositivos de partida e da carga acoplada ao eixo do motor, como
apontado nas referências comentadas, foram então desenvolvidos os modelos próprios ao
presente trabalho de pesquisa. Os resultados obtidos encontram consonância de forma
qualitativa e quantitativa com a situação real de acionamento da bancada.
Assim, através da utilização das características prática da plataforma de ensaio do
compressor, compreendendo desde a definição das características da fonte de alimentação e
acionamento, passando pela determinação e cálculo dos parâmetros do circuito equivalente
do motor, e culminando pela determinação do valor de conjugado de carga a ser utilizado
em função dos limites de pressão de trabalho do compressor, foi então estabelecida à
topologia geral da bancada em estudo.
Dentre as possibilidades de seleção das grandezas a serem focadas para o trabalho
optou-se pela análise das: correntes de partida e em regime permanente, conjugados,
velocidade, potências e rendimento. Comparando-se as formas de onda e os valores a elas
pertinentes, foi então possível correlacionar o desempenho do estudo computacional do
modelo motor-carga no programa ATP e concluir que o mesmo responde de forma
satisfatória e coerente comprovando sua potencialidade e versatilidade.
85
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
CAPÍTULO IV
Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
4.1 – Introdução
Atualmente, o ar comprimido é utilizado para diversos fins: ferramentas
pneumáticas, acionamentos, controles de equipamentos, etc.
Depois da energia elétrica, o ar comprimido é a forma de energia mais consumida
na indústria de transformação. É também a forma de energia mais onerosa e,
paradoxalmente, negligenciada [16], [26], [27].
Nesse capítulo, o enfoque principal será dado à distribuição de ar comprimido
desenvolvendo uma metodologia de diagnóstico energético para cálculo da perda de
energia devido a vazamentos na rede de distribuição, e também a perda de eficiência do
compressor.
É mostrado também um estudo de caso para evidenciar as metodologias e
comprovar numericamente as grandezas relacionadas ao tema Eficiência Energética.
86
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
4.2 – Ar comprimido
Os sistemas de ar comprimido representam parcela expressiva do consumo
energético de uma instalação industrial. Todavia, a falta de um projeto adequado e de uma
manutenção regular provoca redução no desempenho global caracterizando uma fonte
constante de desperdícios [28], [27].
Infelizmente no nosso país poucos gestores e técnicos encaram o ar comprimido
como uma forma de energia, que deve ser utilizada racionalmente de modo à rentabilizar o
processo produtivo.
Assim, serão apresentados modelos de ensaios para a determinação da eficiência de
um sistema de compressão de ar no que tange à escolha do motor que acionará o
compressor (Linha Standard ou Alto Rendimento), aos vazamentos devido à precariedade
da manutenção da instalação, à regulagem do compressor no que tange a temperatura e
pressão de trabalho, e avaliação do superdimensionamento do motor através de curvas
específicas de desempenho [16], [29].
4.2.1 – Consumo dos Motores Standard e de Alto Rendimento
Este item visa estabelecer as diretrizes para avaliação e comparação da eficiência
energética dos motores Standard e Alto Rendimento.
O procedimento de ensaio deve considerar uma mesma condição de carga para os
motores. Para tanto, é necessário fixar uma vazão constante no sistema utilizando-se o
87
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
regulador de vazão PID do supervisório. A escolha da vazão pode ser feita arbitrariamente,
mas observando-se os seguintes critérios:
O valor da vazão deve ser regulado de forma que a pressão no reservatório
de ar comprimido não sofra redução se o compressor estiver ligado, pois
dessa forma a pressão máxima do sistema não seria atingida;
A vazão não deve ser muito alta para que o compressor entrando em alívio o
tempo para o religamento seja o suficiente para que o motor reduza sua
temperatura. Se isso ocorresse, o motor poderia ser danificado devido ao fato
de se submeter à corrente de partida por várias vezes em pouco tempo.
Antes de começar a coletar as informações do estado inicial do sistema, é necessário
acionar o sistema para que o reservatório de ar seja preenchido até a pressão máxima
determinada no projeto. Atingido a pressão máxima, o sistema entrará em alívio. Neste
momento, deverá ser anotado o valor da energia acumulada no sistema até o presente
momento. Esta informação se encontra na janela <Medições>. Escolher as opções
<Energia> e <Ativa>. Esse valor será a variável
.
inicial
E
O sistema estará em alívio até que a pressão mínima seja atingida. Quando ela for
atingida, o compressor entrará em carga novamente, ou seja, o motor será acionado e
permanecerá assim até que a pressão máxima seja atingida e o sistema passe a trabalhar em
alívio novamente. No momento em que o sistema entrar em carga, um cronômetro deverá
ser acionado.
88
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Para a comparação dos consumos dos dois motores (Standard e Alto Rendimento) é
necessário que o sistema oscile entre carga e alívio durante o máximo de vezes possível.
Quanto maior o número de vezes, maior será a precisão dos resultados. É aconselhável que
o sistema opere no mínimo 10 vezes entre carga e alívio.
No final das n vezes que o compressor alternou entre carga e alívio, o cronômetro
deverá ser paralisado e anotado o valor. Além disso, a energia ativa final deverá ser anotada
seguindo o mesmo procedimento descrito anteriormente para se obter a energia ativa
inicial. A energia ativa final será a variável
e o tempo cronometrado será a variável
. Esse tempo deverá ser dado em horas.
final
E
t
A potência média para realizar o trabalho de compressão nos n ciclos carga/alívio
será dada pela seguinte fórmula:
f
inal inicial
m
EE
P
t
=
(4.23)
Onde:
[kW] Æ Potência média;
m
P
inicial
E
[KWh] Æ Energia inicial;
final
E
[KWh] Æ Energia final;
t
[h] Æ Tempo de medição total.
O valor de
deverá ser calculado para os dois motores. É importante salientar que
o número de ciclos de carga/alívio deverá ser o mesmo para os dois motores.
m
P
89
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Para determinar a potência média do motor é necessário conhecer o ponto morto
superior (PMS), que representa a pressão máxima de trabalho, e o ponto morto inferior
(PMI), que representa a pressão mínima de trabalho.
As grandezas PMS e PMI não são obtidas de forma aleatória. É necessário conhecer
a pressão de trabalho do sistema (
trab
P
) e a perda de carga da instalação ( ). Para o
estudo em questão, pode-se considerar como perda máxima admissível uma perda de carga
de 0,08 Kgf/cm² a cada 100 metros de tubulação equivalente [16], [26], [30]. Assim, as
grandezas PMS e PMI são obtidas como se segue:
P
trab
P
MI P P
=
+∆
(4.24)
PMS PMI
=
+
(5% a 10%). (4.25)
PMI
Onde:
PMI
[bar] Æ Ponto Morto Inferior;
PMS
[bar] Æ Ponto Morto Superior;
trab
P
[bar] Æ Pressão de trabalho;
P
[bar] Æ Perda de carga da instalação.
Obtidos o PMS e o PMI determina-se a potência média do motor. O procedimento
experimental, de forma resumida, para análise da potência média na bancada será:
Acopla-se o motor ao sistema;
Configura-se na janela <Comando> do sistema supervisório os valores
referentes aos pontos PMS e PMI e adota-se religamento automático do
compressor;
90
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Aciona-se o motor por partida direta;
Assim que o sistema entrar em alívio, anota-se o valor referente à energia
inicial ( ) através da janela Medições do sistema supervisório;
inicial
E
Abre-se o solenóide XV-04;
O sistema deverá operar em carga/alívio durante 5 ciclos. Deverá ser
cronometrado e somado os tempos em que o compressor operar em carga;
Ao final dos 5 ciclos anota-se o valor da energia ativa final total do sistema
(
f
inal
E
).
A economia de energia ao se utilizar o motor de alto rendimento ao invés do motor
Standard é dado por:
.( ).
s
tAR
EE P P t
c
=
(4.26)
Onde:
.EE
[KWh] Æ Economia de Energia;
s
t
P
[KW] Æ Potência média do motor Standard;
AR
P
[KW] Æ Potência média do motor de Alto Rendimento;
c
t
[h] Æ Tempo de operação em carga do compressor.
Em termos percentuais, temos:
.EE
%
.
.100
.
st c
EE
Pt
=
(4.27)
A economia de energia em
é dada por:
$/Ra
91
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
$/
..
Ra energia
EE EE V
=
×
(4.28)
Onde:
energia
V
[R$/KWh] Æ Valor específico da energia elétrica;
$/Ra
Æ Reais por ano.
4.2.2 – Perdas por vazamento
Uma parcela expressiva de energia elétrica é eliminada através de vazamentos nas
instalações de ar comprimido. Na prática não é possível eliminar totalmente os vazamentos
do sistema, entretanto ele não deverá exceder a 5% da capacidade instalada para que o
sistema seja considerado eficiente [16].
A metodologia que será utilizada evidencia uma maneira de se calcular o
desperdício de energia devido aos vazamentos. O método empregado é o da medição do
tempo em carga [16].
Primeiramente é necessário conhecer alguns parâmetros do sistema para que os
cálculos possam ser realizados. Os parâmetros iniciais necessários são:
Vazão do compressor ou Descarga Livre Efetiva (
D
LE
) em m³/h;
Potência do motor do compressor ou potência média do motor no ponto de
operação do sistema ( ) em kW;
Pm
Ponto Morto Superior (
) em bar;
PMS
Ponto Morto Inferior (
) em bar.
PMI
92
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Normalmente, a potência do motor e a vazão do compressor já estão explicitadas
nas placas de especificações dos equipamentos. A vazão encontrada na placa do
compressor corresponde à vazão quando o compressor está trabalhando na sua pressão
nominal. O mesmo acontece com o motor. Entretanto, nem sempre o compressor estará
regulado para trabalhar na sua condição nominal. Muitas vezes, a pressão que o sistema foi
regulado é menor que a pressão máxima suportada pelo compressor. Nesse caso, a vazão do
compressor será maior num ponto de menor pressão.
Com base no problema apresentado anteriormente, é necessário encontrar a vazão
do compressor na pressão regulada do sistema, e, além disso, é necessário obter a potência
média consumida pelos motores entre o ponto de religamento do compressor e o ponto de
alívio do mesmo. A potência média será diferente para cada um dos motores (Standard e
Alto Rendimento), esses valores podem ser encontrados pela equação (23) apresentada no
item 4.2.1. É importante salientar que essa equação deverá ser utilizada supondo-se que o
aumento de pressão no sistema em carga em relação ao tempo resulta em uma função do
tipo linear.
Para se determinar o percentual de vazamento da instalação de ar comprimido,
proceda da seguinte forma:
Esvaziar o reservatório de ar comprimido através dos solenóides;
Após o esvaziamento completo, manter todos os solenóides fechados;
Ligar o compressor através da chave de partida direta na janela <Comandos>
e esperar que o mesmo encha o reservatório até atingir a pressão máxima do
sistema 3,3 [bar] onde ocorre o desligamento automático;
93
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Quando ocorrer o desligamento, ou seja, o sistema entrar em alívio, acionar
o primeiro cronômetro;
Quando o sistema entrar em carga novamente acionar o outro cronômetro e
pausá-lo quando o sistema entrar em alívio novamente;
Anotar o primeiro tempo de carga;
Anotar o tempo de carga do compressor durante 5 ciclos (
, , , e );
1
t
2
t
3
t
4
t
5
t
Ao final do quinto ciclo de carga, ou seja, no final da quinta medição de
tempo de carga, pausar o primeiro cronômetro e anotar o tempo total dos
cinco ciclos totais (
).
total
t
O caudal de vazamento é dado por:
total
i
i
cV
t
t
VV
=
=
5
1
(4.29)
Onde:
[m³/s] Æ Caudal do Vazamento;
V
V
c
V
[m³/s] Æ Vazão do compressor na pressão de trabalho;
=
5
1i
i
t
[s] Æ Tempo de funcionamento em carga, durante a medição;
total
t
[s] Æ Tempo de medição total.
O percentual de perdas por vazamento é dado pela seguinte fórmula:
100% =
c
V
V
V
V
V
(4.30)
94
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
O custo anual da perda por vazamento é calculado utilizando-se a expressão
apresentada adiante:
100
%
V
acV
V
CC =
(4.31)
Onde:
[R$/a] Æ Custo da perda por vazamento;
V
C
ac
C
[R$/a] Æ Custo anual de geração de ar comprimido;
%
V
V
[%] Æ Percentual de perdas por vazamento.
é dado por:
ac
C
kWhcmac
CtPC
=
(4.32)
Onde:
[R$/a] Æ Custo anual de geração de ar comprimido;
ac
C
m
P
[kW] Æ Potência média;
c
t
[h/a] Æ Tempo de operação do compressor em carga;
kWh
C
[R$/kWh] Æ Custo da perda por vazamento;
4.2.3 – Perdas por Aumento de Temperatura
Devido aos ciclos de compressão, o rendimento de uma instalação de ar comprimido
é função da temperatura de sucção do ar. Quanto mais quente o ar, pior o rendimento da
instalação. Assim, é uma variável fundamental em termos de eficiência energética.
95
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Segundo estimativas, o compressor consumirá 1% a mais de potência para
disponibilizar o ar nas mesmas condições, tendo como referência um acréscimo de 3°C na
temperatura de admissão do ar. Isso se justifica pelo fato do aumento da temperatura
diminuir a massa específica do ar (massa de ar contida numa unidade de volume) em cerca
de 1%, resultando também 1% a mais no volume [16].
O percentual de perdas por temperaturas elevadas na captação do ar é dado pela
seguinte equação:
100
15,273
15,273
1
0
'
0
%
+
+
=
T
T
T
(4.33)
Onde:
[%] Æ Percentual de perdas por temperaturas elevadas na sucção;
%
T
0
T
[°C] Æ Temperatura inicial do ar;
'
[°C] Æ Temperatura inicial do ar pós-otimização.
0
T
O custo anual devido a temperaturas elevadas na captação de ar é obtido da seguinte
forma:
100
%
T
CC
acT
=
(4.34)
Onde:
[R$/a] Æ Custo devido a temperaturas elevadas na captação de ar;
T
C
ac
C
[R$/a] Æ Custo anual de geração de ar comprimido;
%
T
[%] Æ Percentual de perdas por temperaturas elevadas na sucção.
96
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
4.2.4 – Perdas por aumento de pressão
Uma outra variável importante para uma boa eficiência do sistema de ar
comprimido é a pressão máxima regulada para o reservatório. Uma pressão inadequada
resulta em maior perda de rendimento. Quanto maior a pressão no sistema, maior será a
perda por vazamento.
A pressão máxima (
) e mínima ( ), como comentado no item 4.2.1, deve
ser estabelecida de forma a se obter o ponto ideal de eficiência, sendo necessário, para isso,
conhecer os dados técnicos dos equipamentos que compõem a instalação e ajustar tais
limites de forma prática durante a implementação do sistema de ar comprimido.
PMS PMI
O percentual de perdas por pressão elevadas na captação do ar é dado pela equação
seguinte:
(
)
()
100
1
1
1
1
1
'
%
=
k
k
n
p
k
k
n
p
r
r
P
(4.35)
Onde:
[%] Æ Percentual de perdas devido à pressão elevada;
%
P
p
r
Æ Relação de compressão original;
'
p
r Æ Relação de compressão pós-otimização;
n Æ Número de estágios de compressão;
k
Æ Coeficiente adiabático (isentrópico).
97
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Para o ar, o coeficiente k varia pouco em condições normais de temperatura de
trabalho e pode ser assumido como sendo igual a 1,41[1].
A relação de compressão é dada por:
atm
atm
p
p
pp
r
+
=
1
(4.36)
Onde:
Æ Relação de compressão;
p
r
1
p
[bar] Æ pressão máxima;
atm
p
[bar] Æ Pressão atmosférica em bar.
'
'
1 atm
p
atm
p
p
r
p
+
= (4.37)
Onde:
Æ Relação de compressão para pressão otimizada;
'
p
r
'
1
p
[bar] Æ pressão otimizada;
O custo anual devido a pressão elevada no sistema de ar comprimido é obtido da
seguinte forma:
100
%
P
CC
acp
=
(4.38)
Onde:
[R$/a] Æ Custo devido a pressão elevada;
p
C
ac
C
[R$/a] Æ Custo anual de geração de ar comprimido;
%
P
[%] Æ Percentual de perdas por pressão elevada.
98
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
4.2.5 – Avaliação do superdimensionamento por método gráfico
O método gráfico de avaliação do superdimensionamento é uma simulação manual
obtida por meio de curvas específicas de desempenho do motor. Tais curvas são fornecidas
pelos fabricantes e através delas pode-se estimar o carregamento dos motores determinando
se sua operação está adequada e favorável [31].
O procedimento de análise segue a seguinte rotina:
O motor deve estar operando numa situação de maior carga;
Devem ser medidas as correntes nas três fases. Esta informação se encontra
na janela <Medições>. Escolher as opções <Corrente> e <Ativa>. Deve ser
realizada uma média aritmética simples dos três valores para efeito de
análise;
O valor médio encontrado deve então ser marcado no gráfico com as curvas
características do motor em análise para se determinar o carregamento;
Na curva de desempenho do motor, marcar a corrente média no eixo vertical
referente ao valor de corrente e traçar uma horizontal até interceptar a curva
da corrente. A partir desse ponto, descer uma vertical até o eixo do
carregamento;
Determina-se graficamente o nível de carregamento do motor. Se o valor
estiver abaixo de 75%, provavelmente o motor apresenta sinais de
superdimensionamento. Nos casos em que o carregamento estiver abaixo de
50%, deverá então ser avaliada a possibilidade da sua imediata substituição
por outro de capacidade compatível com a carga acionada;
99
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Prolongar a vertical referente ao carregamento até interceptar as curvas de
fator de potência e de rendimento. Com esses valores determinados, pode-se
calcular a energia consumida pelo motor.
Assim, será apresentado na seqüência, um estudo de caso a partir dos modelos de
ensaios comentados.
4.3 – Estudo de caso e análise financeira
Este item destina-se a apresentar os resultados de um estudo de caso associado com
a operação do sistema de ar comprimido do laboratório que é objeto deste estudo. Para
tanto, foram realizados os ensaios e procedimentos detalhados minuciosamente nos itens
anteriores, levando-se em consideração os aspectos relacionados às variáveis que
influenciam de forma relevante na eficiência energética da instalação do sistema de ar
comprimido.
As análises serão realizadas adotando-se os seguintes valores:
O tempo de funcionamento do compressor será adotado como sendo de 6000
horas por ano. Assim,
6000
func
t
=
h;
O tempo de funcionamento em carga será de 4500 horas por ano. Assim,
h;
arg
4500
ca
t =
Custo específico da energia elétrica:
0,65 $/
energia
VRKWh
=
;
Ponto Morto Inferior ( ):
PMI
2,8PMI
=
bar;
100
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Ponto Morto Superior ( ):
PMS
3,3PMS
=
bar;
Potência média do motor convencional:
1, 28
conv
P
KW
=
;
Potência média do motor de alto rendimento:
1, 20
AR
P
KW
=
;
Descarga Livre Efetiva do compressor (
D
LE
): ou
;
281,47 /minl
3
16,888 /mh
Temperatura de admissão do ar:
0
30TC
=
°
;
Temperatura do ar pós-otimização:
'
0
25TC
=
°
;
Vazamento intrínseco da tubulação de distribuição de ar:
.
53
int
4,25 10 /
v
Vm
s
Pressão atmosférica do local:
0,9745
atm
P
ATM
=
ou bar.
0,9875
atm
P =
A primeira análise será com relação ao consumo dos motores Standard e Alto
Rendimento, conforme o item 4.2.1, enfocando a economia de energia proveniente da
possível substituição dos motores.
$/ $/
. (1,28 1,20).4500 . 360
360
. % .100 6,25%
1,28.4500
. 360.0,65 . 234 $/
Ra Ra
E
EEE
EE
KWh
E
EEE
=− =
==
=→=Ra
A segunda análise será com relação às perdas por vazamentos, conforme o item
4.2.2. Ao realizar os ensaios com as perfurações XV-02 à XV-06, o vazamento intrínseco
do sistema foi contabilizado junto, sendo necessário subtrair o valor do vazamento
101
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
ms
intrínseco (
) dos outros, para que os resultados representem valores
confiáveis.
53
int
4,25 10 /
v
V
Será mostrado detalhadamente o cálculo para o vazamento provocado por XV-02.
34
int
43
4
3
87777
4,69 10 . 3,1677 10 /
533
2,7424 10 /
2,7427 10
% .100 % 5,8479%
4,69 10
1,28.4500.0,65 3744,00 $/
5,8479
3744,00. 218,94 $/
100
vv
v
vv
ac ac
vv
VV
Vms
VV
CCRa
CCRa
−−
++++
= ×
→= ×
×
=→=
×
=→=
=→=
3
v
msV
A figura 4.1 evidencia os ciclos de carga e alívio referente ao vazamento produzido
pelo furo XV-02. É possível visualizar os limites PMS e PMI, o tempo inicial e final do
evento, e os cinco ciclos contabilizados durante o ensaio. Pode-se observar “pequenos
degraus” durante os ciclos. Isso se justifica devido à precisão do sistema supervisório que
coleta os dados quatro vezes por segundo e traça o gráfico. Assim, quanto maior o
vazamento (XV-02 até XV-06) mais pronunciado e evidente são os “degraus” já que o
compressor vai demorando cada vez mais para alcançar o PMS e cada vez mais rápido o
PMI é atingido. A curva de carga vai ficando menos inclinada ficando perfeitamente visível
os “degraus”.
102
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Figura 4.1 – Gráfico de carga e alívio referente à XV-02
Tabela 4.1 – Tempos parciais do ciclo de carga e alívio para XV-02
Furo
1
[]ts
2
[]ts
3
[]ts
4
[]ts
5
[]ts
XV-02
8 7 7 7 7
[]
total
ts
533
A terceira análise será com relação às perdas por aumento de temperatura,
conforme o item 4.2.3. Nesse item, é analisado o consumo de energia devido às altas
temperaturas na captação de ar. A temperatura de captação de ar durante os ensaios foi
obtida por meio de um sensor de temperatura instalado na bancada apresentando o valor de
e deseja-se otimizar o sistema para que o ar seja captado à .
0
30TC
'
0
25TC
103
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
%%
25 273,15
1 .100 1,6493%
30 273,15
1,6493
3744,00. 61,7516 $/
100
TT
TT
CC
+
⎛⎞
=− =
⎜⎟
+
⎝⎠
=→=
Ra
A quarta análise será com relação às perdas por aumento de pressão, conforme o
item 4.2.4. Nesse item, é analisada a perda de energia devido às altas pressões de
regulagem do sistema. A análise é em relação ao ponto morto inferior (PMI) do sistema, ou
seja,
assumindo o valor de
1
p
3,3PMS
=
bar e
'
1
p
assumindo o valor de 3,1 bar. A pressão
de 3,1 bar é considerada como ponto ideal para que o sistema funcione na condição
nominal. A pressão atmosférica do laboratório é de
0,9875
atm
P
=
bar.
''
1,41 1
1,41
1
%%
1,41 1
1,41
1
3,3 0,9875
4,34
0,9875
3,1 0,9875
4,14
0,9875
(4,14) 1
1 .100 3,9217%
(4,34) 1
pp
pp
rr
rr
PP
+
=→=
+
=→=
⎡⎤
⎢⎥
=− =
⎢⎥
⎢⎥
⎣⎦
3,9217
3744,00. 146,82 $/
100
pp
CC=→=Ra
Na seqüência segue a tabela 4.2 ilustrativa da composição do custo das perdas em
relação às grandezas analisadas.
Através dos resultados apresentados fica evidente a importância dos custos
relacionados às perdas devido à falta de projeto adequado e manutenção regular. Isso
mostra que a redução do consumo energético não se limita apenas à troca de motores mas
também as condições de trabalho da carga acionada.
104
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Tabela 4.2 – Composição do custo das perdas
Composição do custo das perdas
Uso MIT standard 234 $/Ra
35,37%
Vazamento
218,94 $/
R
a
33,09%
Temperatura
61,75 $/
R
a
9,33%
Pressão
146,82 $/
R
a
22,21%
TOTAL
661,51 $/
R
a
100%
A figura 4.2 apresenta de forma visual o impacto da composição percentual do custo
das perdas para o vazamento XV-02. O maior impacto de perdas é atribuído aos custos
financeiros da utilização do MIT standard em detrimento do MIT de alto rendimento
contabiliza 35,37% representando um impacto expressivo e que talvez justifique sua troca.
Em segundo lugar aparece às perdas provocadas pelo caudal de vazamento contabilizando
um percentual de 33,09%. Depois aparece às perdas provocadas por pressão elevada no
regime operacional de funcionamento do compressor. Esta perda contabiliza um percentual
de 22,21% para o ensaio realizado. Os O percentual relativo às perdas por temperaturas
elevadas na captação do ar é de apenas 9,33% considerado irrisório comparativamente às
outras perdas.
105
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Composição percentual dos custos das perdas para xv-02
9,33%
22,21%
33,09%
35,37%
Cv%
Ct%
Cp%
Uso do MIT standard%
Figura 4.2 – Composição percentual do custo das perdas para XV-02
Será dada continuidade as análises referentes às perdas provocadas pelos furos de
XV-03 à XV-06. Porém, para evitar um desenvolvimento dispendioso e cansativo, serão
omitidos os cálculos realizados, já que os mesmos foram executados por softwares. Como
os resultados referentes ao consumo dos motores, perdas por temperaturas e pressões
elevadas são os mesmos, não importando o vazamento provocado por furo específico, as
tabelas e valores apresentados na seqüência se restringirão às perdas por vazamentos.
A seguinte análise é para o vazamento provocado por XV-03.
106
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Tabela 4.3 – Valores das grandezas referentes ao vazamento XV-03
Valores referentes ao vazamento XV-03
Vv
-4 3
4,77 10 /ms×
Vv%
10,17%
Cv
380,79 $/
R
a
Tabela 4.4 – Tempos parciais do ciclo de carga e alívio para XV-03
Furo
1
[]ts
2
[]ts
3
[]ts
4
[]ts
5
[]ts
XV-03
7 7 7 8 7
[]
total
ts
325
A figura 4.3 evidencia os ciclos de carga e alívio referente ao vazamento produzido
pelo furo XV-03. É possível visualizar os limites PMS e PMI, o tempo inicial e final do
evento, e os cinco ciclos contabilizados durante o ensaio.
Figura 4.3 – Gráfico de carga e alívio referente à XV-03
107
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Pela tabela 4.5 observa-se que o custo total das perdas aumentou de
661,51 $/
R
a
para
823,36 $/
R
a, tal aumento é justificado pelo aumento das perdas por vazam
Tabela 4.5 – Composição do custo das perdas
ento.
Composição do custo das perdas
Uso M
,42%
IT standard 234 $/Ra
28
Vazamento
380,79 $/
R
a
46,24%
T emperatura
61,75 $/
R
a
7,49%
Pressão
146,82 $/
R
a
17,85%
TOTAL
823,36 $/
R
a
100%
figura 4.4 apresenta de forma visual o impacto da composição percentual do custo
das per
A
das para o vazamento XV-03. O maior impacto de perdas é atribuído ao caudal de
vazamento contabilizando um percentual de 46,24%. Na seqüência aparecem os custos
financeiros ao se utilizar um MIT standard em detrimento do MIT de alto rendimento
contabiliza 28,42%. Na seqüência segue às perdas provocadas por pressão elevada no
regime operacional de funcionamento do compressor. Esta perda contabiliza um percentual
de 17,85% para o ensaio realizado. O percentual relativo às perdas por temperaturas
elevadas na captação do ar é de apenas 7,49% considerado irrisório comparativamente às
outras perdas. Como o caudal de vazamento é maior para XV-03 do que para XV-02 o
percentual de contribuição nas perdas de energia será consequentemente maior.
108
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Composição dos custos das perdas para xv-03
17,85%
7,49%
46,24%
28,42%
Cv%
Ct%
Cp%
Uso do MIT standard%
Figura 4.4 – Composição percentual das perdas para XV – 03
A seguinte análise é para o vazamento provocado por XV-04.
Tabela 4.6 – Valores das grandezas referentes ao vazamento XV-04
Valores referentes ao vazamento XV-04
Vv
-4 3
8,99988 10 /ms×
Vv%
19,189%
Cv
718,45 $/
R
a
109
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Tabela 4.7 – Tempos parciais do ciclo de carga e alívio para XV-04
Furo
1
[]ts
2
[]ts
3
[]ts
4
[]ts
5
[]ts
XV-04
8 9 8 9 8
[]
total
ts
209
A figura 4.5 evidencia os ciclos de carga e alívio referente ao vazamento produzido
pelo furo XV-04. É possível visualizar os limites PMS e PMI, o tempo inicial e final do
evento, e os cinco ciclos contabilizados durante o ensaio.
Figura 4.5 – Gráfico de carga e alívio referente à XV-04
Pela tabela 4.8 observa-se que o custo total das perdas aumentou de 823,36 $/
R
a
para
1161,02 $/
R
a, tal aumento é justificado pelo aumento das perdas por vazamento.
110
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Tabela 4.8 – Composição do custo das perdas
Composição do custo das perdas
Uso MIT standard 234 $/Ra
20,15%
Vazamento
718,45 $/
R
a
61,88%
Temperatura
61,75 $/
R
a
5,31%
Pressão
146,82 $/
R
a
12,66%
TOTAL
1161,02 $/
R
a
100%
Composição dos custos das perdas para xv-04
12,66%
5,31%
61,88%
20,15%
Cv%
Ct%
Cp%
Uso do MIT standard%
Figura 4.6 – Composição percentual das perdas para XV – 04
A figura 4.6 reproduz de forma visual o impacto da composição percentual do custo
das perdas para o vazamento XV-04. O maior impacto de perdas é atribuído ao caudal de
111
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
vazamento contabilizando um percentual de 61,88%. Na seqüência aparecem os custos
financeiros ao se utilizar um MIT standard em detrimento do MIT de alto rendimento
contabiliza 20,15%. Em seguida segue às perdas provocadas por pressão elevada no regime
operacional de funcionamento do compressor. Esta perda contabiliza um percentual de
12,66% para o ensaio realizado. O percentual relativo às perdas por temperaturas elevadas
na captação do ar é de apenas 5,31% considerado irrisório comparativamente às outras
perdas. Como o caudal de vazamento é maior para XV-04 do que para XV-03 o percentual
de contribuição nas perdas de energia será consequentemente maior.
A seguinte análise é para o vazamento provocado por XV-05.
Tabela 4.9 – Valores das grandezas referentes ao vazamento XV-05
Valores referentes ao vazamento XV-05
Vv
-4 3
14,80227 10 /ms×
Vv%
31,5613%
Cv
1181,65 $/
R
a
Tabela 4.10 – Tempos parciais do ciclo de carga e alívio para XV-05
Furo
1
[]ts
2
[]ts
3
[]ts
4
[]ts
5
[]ts
XV-05
10 10 10 10 10
[]
total
ts
154
112
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
A figura 4.7 evidencia os ciclos de carga e alívio referente ao vazamento produzido
pelo furo XV-05. É possível visualizar os limites PMS e PMI, o tempo inicial e final do
evento, e os cinco ciclos contabilizados durante o ensaio.
Figura 4.7 – Gráfico de carga e alívio referente à XV-05
Pela tabela 4.11 observa-se que o custo total das perdas aumentou de
1181,65 $/
R
a
para
1624,22 $/
R
a, tal aumento é justificado pelo aumento das perdas por vazamento.
Tabela 4.11 – Composição do custo das perdas
Composição do custo das perdas
Uso MIT standard 234 $/Ra
14,40%
Vazamento
1181,65 $/
R
a
72,75%
Temperatura
61,75 $/
R
a
3,80%
Pressão
146,82 $/
R
a
9,05%
TOTAL
1624,22 $/
R
a
100%
113
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Composição dos custos das perdas para xv-05
14,4%
3,8%
72,75%
9,05%
Cv%
Ct%
Cp%
Uso do MIT standard%
Figura 4.8 – Composição percentual das perdas para XV – 05
A figura 4.8 contempla de forma visual o impacto da composição percentual do
custo das perdas para o vazamento XV-05. O maior impacto de perdas é atribuído ao caudal
de vazamento contabilizando um percentual de 72,75%. Na seqüência aparecem os custos
financeiros ao se utilizar um MIT standard em detrimento do MIT de alto rendimento
contabiliza 14,4%. Na seqüência segue às perdas provocadas por pressão elevada no regime
operacional de funcionamento do compressor. Esta perda contabiliza um percentual de
9,05% para o ensaio realizado. O percentual relativo às perdas por temperaturas elevadas na
captação do ar é de apenas 3,8% considerado irrisório comparativamente às outras perdas.
114
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Como o caudal de vazamento é maior para XV-05 do que para XV-04 o percentual de
contribuição nas perdas de energia será consequentemente maior.
A seguinte análise é para o vazamento provocado por XV-06.
Tabela 4.12 – Valores das grandezas referentes ao vazamento XV-06
Valores referentes ao vazamento XV-06
Vv
-4 3
24,29748 10 /ms×
Vv%
51,806%
Cv
1939,65 $/
R
a
Tabela 4.13 – Tempos parciais do ciclo de carga e alívio para XV-06
Furo
1
[]ts
2
[]ts
3
[]ts
4
[]ts
5
[]ts
XV-06
14 14 13 14 13
[]
total
ts
129
A figura 4.9 evidencia os ciclos de carga e alívio referente ao vazamento produzido
pelo furo XV-06. É possível visualizar os limites PMS e PMI, o tempo inicial e final do
evento, e os cinco ciclos contabilizados durante o ensaio.
115
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Figura 4.9 – Gráfico de carga e alívio referente à XV-06
Pela tabela 4.14 observa-se que o custo total das perdas aumentou de 1939,65 $/
R
a
para
2382,22 $/
R
a , tal aumento é justificado pelo aumento das perdas por vazamento.
Tabela 4.14 – Composição do custo das perdas
Composição do custo das perdas
Uso MIT standard 234 $/Ra
9,82%
Vazamento
1939,65 $/
R
a
81,42%
Temperatura
61,75 $/
R
a
2,59%
Pressão
146,82 $/
R
a
6,17%
TOTAL
2382,22 $/
R
a
100%
116
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Composição dos custos das perdas para xv-06
81,42%
9,82%
2,59%
6,17%
Cv%
Ct%
Cp%
Uso do MIT standard%
Figura 4.10 – Composição percentual das perdas para XV – 06
A figura 4.10 ilustra de forma visual o impacto da composição percentual do custo
das perdas para o vazamento XV-06. O maior impacto de perdas é atribuído ao caudal de
vazamento contabilizando um percentual de 81,42%. Na seqüência aparecem os custos
financeiros ao se utilizar um MIT standard em detrimento do MIT de alto rendimento
contabiliza 9,82%. Em seguida segue às perdas provocadas por pressão elevada no regime
operacional de funcionamento do compressor. Esta perda contabiliza um percentual de
6,17% para o ensaio realizado. O percentual direcionado às perdas por temperaturas
elevadas na captação do ar é de apenas 2,59% considerado irrisório comparativamente às
117
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
outras perdas. Como o caudal de vazamento é maior para XV-06 do que para XV-06 o
percentual de contribuição nas perdas de energia será consequentemente maior.
A quinta e última análise considerada neste trabalho se baseia na avaliação do
superdimensionamento por método gráfico, conforme o item 4.2.5. As condições de
carregamento dos motores são situações determinantes do seu funcionamento adequado e
favorável. Assim, esta avaliação é totalmente pertinente ao tema eficiência energética.
O sobredimensionamento de motores de indução é uma situação freqüente na
indústria, devido à utilização sistemática de fatores de segurança muito elevadas no
dimensionamento destes motores. As desvantagens desta prática são:
Maior investimento inicial na aquisição do motor e nos dispositivos de
comando e proteção;
Redução do rendimento do motor, conduzindo a maiores custos de
funcionamento do motor;
Degradação do fator de potência da instalação, com conseqüente aumento
dos custos na conta de energia elétrica ou investimentos em equipamentos
para compensar o fator de potência;
118
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Figura 4.11 – Curvas de desempenho do motor Standard
119
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
A figura 4.11 representa a curva de desempenho que será utilizada no estudo da
verificação do superdimensionamento do motor Standard de 1,5 [CV].
Através dos ensaios, verifica-se que o valor de corrente média assume o valor de 4,4
[A]. Esse valor de corrente deve ser marcado no eixo vertical referente à corrente e traça-se
uma horizontal até interceptar a curva da corrente. A partir desse ponto, deve-se descer uma
vertical até o eixo do carregamento. Todos esses passos são verificados na figura 4.12,
podendo-se verificar que o carregamento é de aproximadamente 97%. Como este valor está
acima de 75% pode-se concluir que não apresenta indícios de superdimensionamento.
Figura 4.12 – Ponto de carregamento do motor Standard de 1,5 [CV]
120
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
A partir do ponto 1, eleva-se uma vertical interceptando as curvas de rendimento e
fator de potência respectivamente. Todos esses passos são verificados na figura 4.13,
podendo-se verificar que o rendimento é de aproximadamente 78% (ponto 2) e o fator de
potência de 0,83 (ponto 3). Assim, pode-se concluir que o motor está operando em situação
adequada de funcionamento não comprometendo a eficiência energética em relação a este
aspecto.
Figura 4.13 – Ponto de carregamento, rendimento e fator de potência do motor
Standard de 1,5 [CV]
121
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Para complementar o estudo, será realizada análise similar para o motor de Alto
Rendimento. A figura 4.14 representa a curva de desempenho que será utilizada no estudo
da verificação do superdimensionamento do motor de Alto Rendimento de 1,5 [CV].
Figura 4.14
Curva Característica do Motor de Alto Rendimento
122
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Figura 4.15 – Ponto de carregamento do motor de Alto Rendimento de 1,5 [CV]
Através dos ensaios, verifica-se que o valor de corrente média assume o valor de 4,1
[A]. Da mesma forma, esse valor de corrente deve ser marcado no eixo vertical referente à
corrente e traça-se uma horizontal até interceptar a curva da corrente. A partir desse ponto,
deve-se descer uma vertical até o eixo do carregamento. Todos esses passos são verificados
na figura 4.15, podendo-se verificar que o carregamento é de aproximadamente 100,1%.
123
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Como este valor está acima de 75% pode-se concluir que não apresenta indícios de
superdimensionamento.
A partir do ponto 1, eleva-se uma vertical interceptando as curvas de rendimento e
fator de potência respectivamente. Todos esses passos são verificados na figura 4.16,
podendo-se verificar que o rendimento é de aproximadamente 82% (ponto 2) e o fator de
potência de 0,87 (ponto 3). Assim, pode-se concluir que o motor está operando em situação
adequada de funcionamento não comprometendo a eficiência energética em relação a este
aspecto.
Figura 4.16 – Ponto de carregamento, rendimento e fator de potência do motor de
Alto Rendimento de 1,5 [CV]
124
CAPITULO IV – Metodologia de diagnóstico energético e estudo de caso
Observam-se, através dos valores das grandezas de corrente, rendimento e fator de
potência do motor de Alto Rendimento suas vantagens em relação ao motor Standard.
4.4 – Conclusões parciais
Este capítulo foi centrado nas descrições e características de metodologias de
diagnóstico energético para determinação da perda de energia devido a vazamentos na rede
de distribuição, e também a perda de eficiência do compressor no que se refere à
temperatura de admissão do ar e aos níveis de pressão na operação do compressor. O
método utilizado para quantificação dos caudais de vazamento foi o da medição do tempo
em carga já consagrado na literatura e normas especializadas. Com relação ao motor que
aciona a carga, as análises se restringiram ao consumo e possível substituição do motor
Standard pelo de Alto Rendimento, e também a verificação de eventual
sobredimensionamento.
Através dos ensaios executados e dos dados colhidos se tornou pertinente o estudo
de caso e análise financeira com o intuito de evidenciar as fórmulas demonstradas e
comprovar numericamente as grandezas relacionadas ao tema Eficiência Energética.
Os resultados obtidos encontram consonância qualitativa e quantitativa com o
esperado e através dos comentários tecidos, ficou evidente a importância dos custos
relacionados às perdas devido à falta de projeto adequado e manutenção regular. A partir
disso, pode-se concluir que a redução do consumo energético não se limita apenas à troca
de motores, mas, sobretudo as condições operativas da carga acionada.
125
CAPITULO V – Conclusões
CAPÍTULO V
Conclusões
Muito embora a estrutura do trabalho tenha primado por análises e discussões dos
principais pontos relacionados com as atividades desenvolvidas em cada capítulo,
considera-se relevante, nesta fase final da dissertação, sintetizar os principais aspectos,
contribuições e avanços obtidos ao longo da pesquisa.
Neste sentido, focando o conteúdo do Capítulo I, este foi centrado na caracterização
do tema escolhido para o presente projeto, ressaltando que, no que tange à literatura
disponível sobre a correlação: análise de eficiência energética em sistemas de ar
comprimido; o número de publicações nacionais e internacionais é satisfatório apesar de
todo o desenvolvimento deste trabalho ter sido executado a partir de normas técnicas de
ensaio e do material disponibilizado pela Eletrobrás. De fato, a única referência diretamente
aplicada corresponde àquela identificada como [16] sem expressivas mudanças no processo
avaliativo.
Desta forma, fica reconhecido que, no âmbito mais completo da metodologia de
diagnóstico energético em sistemas de ar comprimido, e ainda, o estabelecimento de um
estudo computacional de desempenho do modelo motor-compressor no programa ATP, o
126
CAPITULO V – Conclusões
presente trabalho se apresenta como uma contribuição significativa para a melhoria da
eficiência energética industrial.
Uma vez compreendida a importância de uma pesquisa na direção apontada, as
atividades seguintes focaram a descrição, características e funcionalidades do laboratório de
sistemas motrizes dando ênfase a bancada do compressor. A meta foi familiarizar o
pesquisador com o sistema a ser analisado.
Utilizando os resultados obtidos tanto na simulação da bancada, através do software
pré-processador ATPDRAW, como das medições realizadas sobre o protótipo do
compressor de ar, verificou-se que é possível melhorar a eficiência do sistema, adotando
técnicas desenvolvidas e aplicadas ao longo dos estudos realizados.
É importante ressaltar que o sistema simulado e ensaiado é de pequeno porte,
apresentando como conseqüência resultados pouco expressivos, porém as técnicas
apresentadas podem ser utilizados para sistemas maiores, com motores de maior potência e
compressores também maiores e com vários estágios obtendo com isto resultados mais
significativos quanto a eficiência energética.
Utilizando o ATPDRAW simula-se todo o sistema de acionamento do compressor
com carga, considerando a condição do ponto morto superior (PMS), como a condição de
carga máxima aplicada ao motor, condição esta que faz com que o compressor entre em
alívio automaticamente.
Modelou-se a partida direta e com soft-start, que estão presentes na bancada do
compressor, verificando correntes de partida e em regime permanente, conjugados,
velocidade, potências e rendimento. Comparando-se as formas de onda e os valores a elas
pertinentes, foi então possível correlacionar o desempenho do estudo computacional do
modelo motor-carga no programa ATP e concluir que o mesmo responde de forma
127
CAPITULO V – Conclusões
satisfatória e coerente comprovando sua potencialidade e versatilidade. Os resultados
obtidos estão bem próximos dos valores adquiridos dos ensaios através do sistema
supervisório.
No sistema de ar comprimido ensaiado no laboratório de sistemas motrizes da UFU,
verificou-se através da utilização do motor da linha standard e de alto rendimento, uma
economia de energia, deste último, ao longo do tempo considerado no estudo.
Um outro fator a ser considerado é a manutenção de todo o sistema de distribuição
de ar comprimido, a redução de vazamentos é muito importante na verificação global da
eficiência, minimizando as perdas.
Verificou-se ser de suma importância a temperatura de captação do ar na entrada do
compressor. Temperaturas menores reduzem as perdas que muitas vezes são função da
localização imprópria definida para instalação do sistema.
Outra preocupação se refere aos níveis de pressão na operação do compressor. Uma
pressão inadequada resulta em maior perda de rendimento. Quanto maior a pressão no
sistema, maior será a perda por vazamento.
Hoje já existem sistemas de ar comprimido do tipo centrífugo, que utilizam
inversores de freqüência para controle da vazão de entrada, apresentado uma alternativa
significativa para aumentar a eficiência do sistema economizando energia elétrica.
Analisou-se também se o motor de indução da linha standard e alto rendimento
estão bem especificados para o acionamento do compressor considerando-se a corrente do
ponto morto superior (PMS), como o carregamento máximo aplicado aos motores e
verificou-se que estes estão bem dimensionados.
A partir disso, pode-se concluir que a redução do consumo energético não se limita
apenas à troca de motores, mas, sobretudo as condições operativas da carga acionada.
128
CAPITULO V – Conclusões
Observa-se, analisando os estudos realizados que outros fatores poderão ser
incorporados para explorar melhor o assunto sobre o enfoque da eficiência energética
como:
Influência da rede elétrica na operação dos motores da linha standard e alto
rendimento. Alterações ou flutuações da amplitude da tensão da rede, a
existência de conteúdo harmônico alterando o comportamento senoidal da
tensão aplicada aos motores;
Influência da carga mecânica na operação dos motores. Regime de serviço,
acoplamento entre motor e carga e programação da operação.
Como última observação, fica reconhecido que o trabalho aqui apresentado
constitui-se em mais uma contribuição ao tema e, certamente, desenvolvimentos futuros
deverão complementar e aprimorar o assunto até sua consolidação como ferramenta de
análise e gerenciamento da energia elétrica.
129
Referências Bibliográficas
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133
Anexos
ANEXOS
Apresentação do artigo publicado no II CONGRESSO BRASILEIRO DE EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA CBEE 2007, Vitória, ES.
Título: ESPECIFICAÇÃO PARA UM LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA INDUSTRIAL
134
ESPECIFICAÇÃO PARA UM LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA
INDUSTRIAL
*Sergio Ferreira de Paula Silva, Antonio Carlos Delaiba, Décio Bispo, Renato Alves
Pereira, Ronaldo Guimarães, Alexandre Borges Zappelini
**Carlos Aparecido Ferreira
*Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Uberlândia – UFU
Avenida João Naves de Ávila, 2121 – Campus Santa Mônica – Uberlândia – MG
CEP- 38400-902
**Eletrobrás
Abstract
: This paper has for objective the specification of an industrial efficiency’s
laboratory. This specification details components involving four groups of benches,
which are: centrifugal pumps, compressors, fans and conveyor's belt. Each one of loads
was specified in independent group of benches, with a system of composed drive for
automation systems, controlled and integrated measurements. A composed drive for two
motors (standard or high-efficiency) and three ways of departure (direct, variable
frequency drives and soft start) that connected to the load allow to the visualization of the
control forms and equipment operation, on the approach of the industrial
efficiency.
Copyright © 2007 CBEE/ABEE
Keywords: Specification, Laboratory, Industrial Efficiency, Motor Systems, Tree-phase
Induction Motors.
Resumo: Este artigo tem por objetivo a especificação de um laboratório de eficiência
industrial . Esta especificação detalha os componentes envolvendo quatro bancadas, quais
sejam: bombas centrífugas, compressores, ventiladores e correias transportadoras. Cada
uma das cargas foi especificada em bancada independente, contendo um sistema de
acionamento composto por sistemas de automação, controle e medições integrados. Um
acionamento composto por dois motores (standard ou alto-rendimento) e três modos de
partida (direta, inversor de frequencia e soft start) que acoplados à carga, permitem a
visualização das formas de controle e operação de equipamentos, sobre o enfoque da
eficiência industrial.
Palavras Chaves: Especificação, Laboratório, Eficiência Industrial, Sistemas Motrizes,
Motores de Indução Trifásico.
1 INTRODUÇÃO
Os problemas ocorridos nos anos 90, no setor elétrico
brasileiro, demonstraram que a energia elétrica é um
insumo valioso e, como tal, deve ser usado de maneira
racional. A necessidade de metodologias e estudos que
visem à eficiência energética foi demonstrada de forma
cabal pela crise de abastecimento que assolou o país no
ano de 2001.
O uso eficiente de energia, que pode ser entendida
como a utilização da menor quantidade possível de
energia para realizar um trabalho sem que se perca
qualidade e segurança na realização, tem como campo
de atuação os mais diversos ramos de atividade da
sociedade. Utilizar a energia com responsabilidade, sem
desperdício, constitui um novo parâmetro a ser
considerado no exercício da cidadania.
(ELETROBRÁS/PROCEL/EFEI, 2001).
Segundo Gerente de Utilização de Energia da
Companhia Energética de Minas Gerais - CEMIG ações
que objetivem o uso racional e eficiente de energia
correspondem a construção de uma usina virtual de
energia (Máxima Eficiência, 2005). Embasando tal
opinião, Howard Steven Geller relata: a economia de
energia elétrica, em 1998, permitiu que as
concessionárias brasileiras evitassem implementar
aproximadamente 1560 MW de nova capacidade
geradora, o que significou cerca de 3,1 bilhões de
investimentos evitados. (Geller 2003). Ainda segundo o
mesmo autor, ao se comparar os custos com a energia
economizada e os custos para a geração da mesma
quantidade houve um coeficiente de custo - beneficio
global de aproximadamente 12:1 (Geller 1998).
O setor industrial, segundo o Balanço Energético
Nacional – BEN de 2005, consumiu 203,48 TWh o
correspondente a 47,9% de toda a eletricidade
consumida no país. No que se refere ao cenário
industrial, a CEMIG nos informa, em seu site que: no
Brasil, os Motores elétricos de indução são
responsáveis por cerca de 50% das cargas elétricas
industriais, chegando a 70% em determinadas regiões.
Dentro deste contexto, a Universidade Federal de
Uberlândia – UFU, Minas Gerais, em parceria com
ELETROBRÁS/PROCEL, idealizou um laboratório
que, de forma prática e inteligente, permite o estudo das
principais cargas motrizes utilizadas no setor industrial.
Com vasta e reconhecida atuação nos campos
qualidade da energia elétrica e máquinas elétricas, essa
universidade reconheceu a necessidade de, também, se
avançar no campo da utilização da energia elétrica de
forma racional. Os detalhes desse laboratório são
apresentados na sequencia deste trabalho.
2 DESCRIÇÃO GERAL DAS
BANCADAS
O Laboratório de Sistemas Motrizes é composto por
quatro bancadas, sendo que cada uma corresponde a um
diferente tipo de carga comumente utilizado em
processos industriais. Assim procedendo, as cargas
correspondentes à bombas centrífugas, compressores,
ventiladores e correias transportadoras, formam as
bancadas mencionadas.
Cada uma das cargas foi instalada em bancada de
ensaios independente das demais, formando um sistema
de acionamento completo, composto por proteção e
medição; sistemas de automação e medição integrados,
capazes de controlar automaticamente a execução, a
coleta de dados e emissão de relatórios. O acionamento
é composto por dois motores e três modos de partida
distintos, permitindo a visualização de diversas formas
de controle e operação de equipamentos industriais
similares e de maior porte.
Cada bancada é composta por duas mesas e um painel,
sendo que a primeira mesa contém o micro-
computador, a segunda os motores e o módulo de carga
e o painel acondiciona os sistemas de comando,
medição e acionamento. Na sequência são apresentadas
as características/funcionalidades mínimas para estas
bancadas:
• A primeira bancada possui dimensões apropriadas
para a instalação de um micro-computador (CPU,
monitor, teclado, no-break e mouse) e um
multifuncional.
• Na segunda bancada foram instalados os motores (de
alto rendimento e convencional), e o módulo de carga.
Vale ressaltar, que o módulo de carga permiti uma
variação controlada via sistema supervisório, entre 0 e
120% da carga nominal do motor elétrico.
• No painel de acionamento e comando estão instalados
o inversor de frequência, o soft-start, o controlador
lógico programável (CLP) e os elementos de
acionamento e proteçâo como contatores e disjuntores.
Adicionalmente, esta bancada também é responsável
pela medição dos parâmetros elétricos de entrada dos
motores.
• A fixação dos motores na mesa possibilita que os
mesmos sejam trocados de posição, ou seja, a carga
poderá ser acoplada tanto ao motor de alto rendimento
quanto ao convencional.
• O sistema de medição dos parâmetros elétricos, de
entrada dos motores, é constituído por um
multimedidor de grandezas elétricas, contemplando
valores de tensão fase-fase e fase-neutro; corrente;
potências ativa, reativa, aparente e fator de potência
trifásico e monofásico; frequências e energia ativa e
reativa. A comunicação deste instrumento com o
elemento de controle (CLP) é realizada via ModBus,
sendo que todos os parâmetros mencionados são
mostrados e monitorados (histórico, curva no tempo,
etc.) no supervisório em tela própria. O multimedidor
possui, ainda, funções de oscilografia e medição de
harmônicos até a 50
a
ordem de tensão e corrente, sendo
que todos estes valores podem ser visualisados em
tempo real ou armazenados.
• O tipo de acionamento dos motores (alto rendimento
ou convencional) é executado através do supervisório.
Assim sendo, o usuário ao escolher o acionamento
desejável (partida direta, partida suave ou inversor), o
controlador programável aciona os respectivos
contatores, sendo que os demais sistemas ficam
desconectados.
• Os transmissores de torque e rotação foram instalados
de forma a evitar a locomoção dos mesmos quando da
troca dos motores.
• Cada motor (convencional e de alto rendimento)
possui sensores de temperatura do tipo PT100,
instalados na carcaça e em cada enrolamento do estator,
permitindo a monitoração deste parâmetro via
supervisório.
• Sinais de tensão e corrente (valor de tensão
correspondente) estão disponíveis tanto na entrada
quando na saída dos acionamentos, permitindo sua
verificação em osciloscópios.
2.1 Descrição Geral do Sistema de
Controle e Acionamento
A figura 1 representa o esquema unifilar simplificado
de comando considerando partida direta, soft-starter e
inversor de freqüência. Contempla também as
comunicações em rede via Ethernet (entre PC e o CLP)
e Modbus (entre CLP e os dispositivos de partida e
medição), juntamente com as entradas analógicas e
digitais.
Figura 1 – Esquema unifilar do sistema de comando
• O acionamento via inversor de frequência e partida
suave utiliza dois contatores cada (jusante e montante),
inter-travados, sendo acionados pelo controlador pro-
gramável de acordo com a escolha do tipo de aci-
onamento na tela do supervisório.
• Os controladores programáveis são conectados a um
switch configurando uma rede de comunicação em
padrão Ethernet.
A seguir estão especificados os elementos (equi-
pamentos e serviços) mínimos constituintes para todas
as bancadas do Laboratório de Sistemas Motrizes
Medidor de energia multifunção: trifásico; tensão
(fase-fase ou fase-neutro); corrente; frequência;
potência ativa, reativa e aparente (por fase e total); fator
de potência (por fase e total ); THD% de tensão e
corrente; demanda; energia ativa; energia reativa
indutiva e capacitiva; medição True RMS; exatidão
básica 0,5 %; comunicação RS-485 e RS232; protocolo
modbus RTU; oscilografia, harmônicos até a 50
a
ordem.
Inversor de Frequência: trifásico; para motor de 1,5
cv; 220 V; 60 Hz; controle escalar e vetorial;
comunicação via rede Modbus, cabos de comunicação,
entrada para encoder; controle PID; entrada 0-10 V
analógica para controle de velocidade.
Dispositivo de partida suave (Soft Start): trifásico;
220 V; para motor de 1,5 cv; comunicação via rede
Modbus; cabos de comunicação; entradas e saídas
digitais; módulo de economia de energia.
Transmissor de Velocidade: medição de velocidade e
ângulo de rotação (360 pulsos por giro) pulso
compatível com o controlador programável utilizado.
Também pode ser utilizado transmissor analógico com
saída 0-10 VDC ou 4 a 20 mA.
Controlador Programável: 16 entradas digitais + 16
saídas digitais + 8 entradas analógicas + 8 saídas
analógicas; Placa Ethernet; Placa Modbus; fonte de
alimentação; cabos de conexão e programação;
software de programação e comunicação (programação
em até 3 diferentes linguagens, sendo obrigatório a
presença do Ladder). Placa contendo entrada para 4
sensores de temperatura do tipo PT 100. Entrada de
pulsos para o sinal de rotação e ângulo. Licença do
software de configuração e comunicação. Para a
bancada da bomba centrífuga, o CP deverá possuir
entradas compatíveis com os sinais disponibilizados
pelo transdutor de torque.
Motor elétrico: 1,5 cv; indução, trifásico; 220/380 V; 2
pólos; 60 Hz; IP 21; convencional (standard), com
sensores do tipo PT 100 instalados nas bobinas do
estator e na carcaça.
Motor elétrico: 1,5 cv; indução, trifásico. 220/380 V; 2
pólos; 60 Hz; IP 21; alto rendimento, com sensores do
tipo PT 100 instalados nas bobinas do estator e na
carcaça.
2.2 Descrição Geral do Sistema
Supervisório
O sistema supervisório do laboratório é o InduSoft Web
Studio 6.1. Ele foi configurado para realizar o controle
de todo o processo apresentando uma capacidade de
monitoramento em tempo real através da rede de dados
Modbus Ethernet.
Ao acessar o sistema, será apresentada a tela indicada
pela figura 2, na qual o operador define qual o tipo de
bancada a ser acionada. Deve-se salientar que, cada
bancada é acionada individualmente, no entanto o
sistema supervisório permite um acompanhamento da
operação das demais estações de trabalho.
Figura 2Tela inicial do sistema supervisório
O supervisório contém uma tela principal para cada
bancada, conforme o desenho esquemático
representado pela Figura 3. Desta forma, cada
elemento constituinte da bancada (multimedidor,
acionamento, carga, etc) contém um atalho para
abertura das telas de monitoração, ou seja: comando,
temperatura, gráficos, medições e banco de dados.
Adicionalmente a Figura 3 também fornece
informações específicas de cada bancada como, por
exemplo, torque, velocidade, pressão, vazão, etc.
Figura 3Bancada da Bomba Centrífuga
Na figura 4 está representada a tela de comandos, nela
tem-se acesso aos sistemas de partida direta, suave e
por inversor de frequência. Esta têm seus parâmetros
determinados pelo supervisório. Desta forma, o tempo
de rampa de subida e descida, a velocidade e demais
parâmetros referentes às características operacionais
das máquinas deverão ser configurados através de tela
específica no supervisório de cada bancada.
Figura 4 – Tela de Comando
Além das informações apresentadas diretamente na tela
(medições), o sistema também oferece dados numéricos
via banco de dados. Complementando ainda, é possível
a construção de gráficos de parâmetros do sistema em
função do tempo.
Licença de Supervisório: para controle de todo o
processo, com capacidade de monitoramento em tempo
real; através de rede de dados Modbus Ethernet;
interface gráfica em tempo real; publicação em tempo
real de telas gráficas dinâmicas; publicação em Internet;
ambiente orientado a objeto; ferramenta de elaboração
de relatórios; suporte a OPC; armazenamento de dados
para histórico; editor de telas; 100 pontos
2.3 Especificação das Bancadas
Adicionalmente ao detalhamento presente no tópico
anterior, cada bancada possui diferentes cargas, com
sensoriamento e peculiaridades distintas. Assim sendo,
faz-se necessário uma complementaçâo tanto ao nível
de equipamentos/instrumentos quanto às funcionali-
dades inerentes a cada processo analisado. Desta for-
ma, na sequência são apresentadas estas características
típicas de cada bancada.
2.3.1 Bomba Centrífuga
Conforme mencionado, o presente item retrata as
características/funcionalidades mínimas específicas pa-
ra esta bancada:
• Além da bomba centrífuga, esta bancada é composta
por um dinamômetro e este foi instalado no eixo do
motor convencional.
• O acoplamento entre o motor de alto rendimento e a
bomba é direto, assim como o acoplamento entre o
motor convencional e o dinamômetro.
• O dinamômetro também é controlado pelo super-
visório. Desta forma, novamente em tela própria, o
usuário pode determinar a carga desejável em valores
percentuais da potência nominal do motor (1,5 cv),
sendo que esta variação deve ser de O a 120%.
• O módulo de carga é composto de dois reservatórios
com capacidade de 100 litros cada, de material
transparente, sendo que o primeiro foi instado na parte
inferior da bancada e o segundo a uma altura de 2
metros. Entre os reservatórios foi instalado um duto de
escoamento com uma válvula elétrica de retenção. Na
saída da bomba centrífuga estão presentes uma válvula
de retenção, uma válvula elétrica proporcional de
estrangulamento e os transmissores analógicos de
pressão e vazão. No reservatório superior instalou-se
um transmissor de nível. Todos os sensores men-
cionados têm seus indicativos monitorados (histórico,
curvas e valores instantâneos) e mostrados no super-
visório da bancada.
O diagrama orientativo mostrado pela Figura 5 permite
uma melhor visualização das características desejadas.
Vale ressaltar que o diagrama abaixo não apresenta
todos os instrumentos utilizados.
Figura 5 – Diagrama orientativo da bancada da bomba
centrífuga
A lista a seguir apresenta os elementos adicionais
presentes na bancada da bomba centrífuga.
Dinamômetro: CA 2 cv, 220 V, acionado por inversor
regenerativo, com controle da carga via supervisório
através de sinais de 0-10 V ou 4-20 mA.
Bomba centrífuga: compatível com motor de 1,5 cv,
vazão mínima de 1 m
3
/h.
Transmissor de torque: 0-10 N.m: saída -10 a 10 V;
classe de precisão 0.2; transmissão do sinal sem
contato; para medição de torque em máquinas rotativas;
medição de velocidade e ângulo de rotação incorporado
(360 pulsos por giro) pulso compatível com o contro-
lador programável utilizado; sobrecarga 200%; torque
de quebra 280%.
2.3.2 Ventilador
Da mesma forma que para a bomba centrífuga, o
presente item retrata a característica/funcionalidade
mínima para a bancada do ventilador:
• O módulo de carga é composto por um damper
elétrico, permitindo o controle da vazão de ar via
supervisório. Um transmissor de vazão de ar instalado
no ventilador permite a verificação deste parâmetro e a
atuação do damper visando diminuir, aumentar ou
mesmo bloquear este fluxo, sendo todas estas ações
visualizadas e acionadas via supervisório.
O diagrama orientativo, figura 6, permite uma melhor
visualização das características desejadas.
Figura 6 – Diagrama orientativo da bancada do ventilador
A seguir, são apresentados os elementos adicionais
presentes na bancada do ventilador:
Ventilador: centrífugo; compatível com motor de 1,5
cv da linha padrão ou da linha alto-rendimento.
Damper elétrico: compatível com o ventilador,
variação de O a 100%, com indicação da posição atual
na tela do supervisório.
Transmissor de Vazão e Velocidade do ar: saída 4 a
20 mA ou O a 10 VDC; linear; precisão < 0,5%; 24 V
DC; compatível com o ventilador.
2.3.3 Compressor de ar
Da mesma forma, o presente item retrata as carac-
terísticas/funcionalidades mínimas específicas para o
compressor de ar:
• O módulo de carga é composto por um compressor
com um reservatório de ar comprimido, regulado por
uma válvula elétrica de saída de ar (alívio de pressão),
permitindo o controle da pressão do reservatório via
supervisório.Adicionalmente, o tanque também contém
uma válvula de segurança especificada de acordo com
as condições de suportabilidade do reservatório.
• A tubulação permite a simulação de perda de carga
através de furos de diferentes diâmetros (5 furos). A
localização destes furos possibilita a medição das
perdas.
A figura 7 ilustra o diagrama orientativo da bancada do
compressor.
Figura 7 – Diagrama orientativo da bancada do compressor
A configuração mínima da bancada do compressor vem
a seguir:
Compressor de ar: a pistão; compatível com motor de
1,5 cv.
Reservatório de ar comprimido: compatível com a
pressão máxima do compressor, com pressostato de
segurança.
Transmissor de Vazão: saída 4 a 20 mA ou O a 10
VDC; linear; precisão < 0,5%; 24 VDC; compatível
com as tubulações do compressor.
Transmissor de Pressão: saída 4 a 20 mA ou O a 10
VDC; linear; precisão < 0,5%; 24 VDC; compatível
com o a suportabilidade do reservatório
Válvula elétrica proporcional de saída de ar: 24 V
DC; compatível com a suportabilidade do
reservatório, com regulagem pelo supervisório, O a 10
V ou 4 a 20 mA.
Válvula de segurança de saída de ar: compatível com
a suportabilidade do reservatório
Vale ressaltar que para a bancada do compressor
somente foi utilizado o acionamento direto e o soft
start, não sendo utilizado o inversor de frequência.
2.3.4 Correia Transportadora
Finalmente, na sequência são apresentadas as
características/funcionalidades mínimas específicas
para a bancada da correia transportadora:
O diagrama orientativo ilustrado pela figura 8 permite
uma melhor visualização das características desejadas.
Figura 8 – Diagrama orientativo da bancada da esteira
• O módulo de carga é composto por uma correia
transportadora com possibilidade de ajuste de
angulação para até 30 graus.
• Sistema de deslocamento linear acionado por um
servomotor ou por inversor de frequência e motor, é
responsável pela simulação de carga sobre a correia
transportadora. Como opção ao sistema de desloca-
mento linear, pode ser utilizado outro sistema de simu-
lação de carga sobre a correia, desde que este sistema
permita a simulação e a repetição de diferentes condi-
ções de carga.
A seguir estão os complementos para configuração
mínima da bancada da correia transportadora.
Esteira transportadora: comprimento e largura
adequados à utilização do sistema de deslocamento
linear, inclinação de até 30 graus.
Transmissor de Velocidade da esteira: saída 4 a 20
mA ou O a 10 VDC; linear; precisão < 0,5%; 24 V DC;
compatível com a velocidade máxima da esteira.
Servomotor: responsável pelo sistema de
deslocamento linear. Pode ser substituído por um
conjunto inversor/motor. Deve permitir a simulação de
carga para até 120% da potência do motor de
acionamento da correia, sendo esta simulação
controlada pelo supervisório através de entradas
analógicas.
Módulo de Carga: responsável pela simulação da
carga, exercendo pressão sobre a correia, de acordo
com condições de carga da correia estabelecidas via
supervisório
Célula de Carga: para medição da pressão exercida
sobre a esteira, com saída 4 a 20 mA ou 0-10 VDC com
indicação dos valores medidos no sistema supervisório.
3 ENSAIOS E ESTUDOS
As bancadas permitem os seguintes ensaios/estudos:
• Levantamento das curvas características das cargas,
ou seja, pressão em função da vazão;
• Levantamento das curvas características dos motores
(convencional e alto rendimento), ou seja, conjugado no
eixo em função de sua rotação;
• Estudo da eficiência energética dos motores para
variações de carga entre 0 a 120%;
• Estudo da eficiência energética dos motores em
função da variação da vazão da bomba (estran-
gulamento da válvula), variação da vazão de ar (aber-
tura do damper) no ventilador e variação da pressão do
reservatório, no compressor, assim como da variação de
carga na correia transportadora;
• Estudo de eficiência energética dos motores em
função da utilização de inversores de frequência, atra-
vés da variação de velocidade do conjunto motor-carga;
• Comparação entre as grandezas elétricas e mecânicas
considerando as partidas direta, suave (soft start) e in-
versor de frequência;
• Levantamento das caracteristicas elétricas e
mecânicas monitoradas em função do tempo de
funcionamento do conjunto motor-carga;
• No caso de utilização de acoplamento por polia,
deverá permitir a análise da eficiência energética
considerando diferentes ajustes no acoplamento entre o
motor e a carga (ajustes, rendimento e tipo da polia);
3.1 Exemplo de aplicação
Como exemplo de aplicação, foram feitos ensaios na
bancada da bomba centrífuga para cinco valores
diferentes de vazão. Para obtenção destas vazões usou-
se apenas o método de estrangulamento de válvula e
posteriormente foram coletados os valores indicados
nas tabelas 1 e 2. O objetivo foi avaliar o consumo de
energia apenas pela comparação entre o uso do motor
da linha padrão e da linha alto-rendimento.
Tabela 1 - motor linha padrão (bomba)
Q
(m
3
/h)
H
(kgf/cm
2
)
N (rpm)
I
(A)
V (V)
P
(W)
1 2.9 3500 4.3 220.7 1011
1.5 2.8 3480 4.4 219.7 1059
2 2.6 3410 4.6 219.9 1136
2.5 2.5 3470 4.9 219.3 1154
3 2.3 3500 5.3 220.3 1248
Tabela 2 - motor alto-rendimento (bomba)
Q
(m³/h)
H
(kgf/cm²)
N
(rpm)
I
(A)
V (V)
P
(W)
1 2.9 3416 3.7 221.23 856
1.5 2.9 3460 3.9 221.2 900
2 2.8 3417 4 221.23 946
2.5 2.8 3460 4.2 221.1 983
3 2.7 3450 4.4 221.2 1028
Na tabela 3 foi feita a comparação entre um sistema de
bombeamento utilizando ambos os motores. Para um
ano de utilização o estudo aponta para uma economia
média de 15%.
Tabela 3 - economia de energia
Vazão
(m
3
/h)
horas/
ano
Potência
(W)
Energia
(kWh)
Econ.
(%)
AR 1 8640 856 7395,84 15,33
LP 1 8640 1011 8735.04
AR 1.5 8640 900 7776 15,01
LP 1.5 8640 1059 9149,76
AR 2 8640 946 8173,44 16,73
LP 2 8640 1136 9815,04
AR 2.5 8640 983 8493,12 14,82
LP 2.5 8640 1154 9970,56
AR 3 8640 1028 8881,92 17,63
LP 3 8640 1248 10782,72
4 CONCLUSÃO
Este artigo apresentou a especificação e as metas a
serem alcançadas com a implantação do laboratório de
eficiência industrial. A aquisição deste laboratório foi
possível pela efetivação de um convênio entre a
ELETROBRÁS/PROCEL/UFU, visando à cooperação
técnica-financeira.
O Laboratório está apto a simular diversas condições
operativas de cargas como bombas centrífugas,
compressores, ventiladores e correias transportadoras
demonstrando os fenômenos eletromecânicos
pertinentes a estes sistemas.
Como diferencial, este laboratório traz a possibilidade
de se fazer um estudo integrado de sistemas elétrico,
mecânico, térmico e hidráulico. Uma vez que, a
construção da bancada, se baseia na associação dos
vários sistemas, torna-se impossível estudar a eficiência
industrial por um sistema isolado.
Assim, tem sua relevância e inovação principalmente
para o setor industrial, tornando-o competitivo a partir
da redução do consumo e uso eficiente da energia
elétrica.
5 AGRADECIMENTOS
A realização deste projeto foi possível pelo suporte
financeiro proporcionado pela ELETROBRÁS
/PROCEL.
6 REFERÊNCIAS
ELETROBRÁS. Acesso em 02/02/2007,
disponível em:
http://www.eletrobras.gov.br
GELLER, Howard S. Revolução energética:
políticas para um futuro sustentável. Trad.
Maria Vidal Barbosa. Rio de Janeiro:
Relume Dumará, 2003.
GOLDEMBERG, José. VILLANUEVA, Luz
Dondero. Energia, meio ambiente e
desenvolvimento. Trad. André Koch. 2ª. ed.
São Paulo: EDUSP, 2003.
PROCEL. Orientações Gerais Para Conservação
de Energia em Prédios Públicos. Brasília,
2001.
CEMIG. Acesso em 03/02/2007, disponível em:
http://www.cemig.com.br
SANTOS, A. H..M. e outros (2001). Conservação de
Energia: Eficiencia Energética de Instalações e
Equipamentos Editora da EFEI. 2ª. Ed. Itajubá.
MG
MÁXIMA EFICIÊNCIA: Informativo do Programa
Energia Inteligente da CEMIG. No. 3 – 2005
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