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Mãe-‘Sabiá’: ...Lembro de eu está em turma com meus amigos, dos aniversários, dos
colegas...Tinha muitos amigos...Ainda tenho (risos).
Mãe-‘Bem-te-vi’: Eu coloquei, esses livros representando quando eu estudava... Já está com
dois anos que eu terminei e sinto muita falta. Acho que nunca vou esquecer. Essa foto aqui é
como se fosse uma família, do tempo que eu era solteira, colinho da mamãe, também faz
falta, a gente sente falta. Uma foto de casamento, representando, lembrando o meu também.
E essa roupa porque hoje eu trabalho, já tem três anos que eu trabalho vendendo roupa em
loja e é uma coisa que eu gosto muito.
Mãe-‘Gaivota’: ...Eu trabalhava, tinha amigas, aquele negócio...Eu comecei a trabalhar,
meu dinheiro eu pegava só para comprar só coisa para mim. Eu aprendi que a gente não
deve ser assim, querer invejar os outros, a gente tem que ser o que a gente é, não o que os
outros é...Eu vi que não adianta ter inveja...Eu trabalhava...Primeiro eu trabalhei vendendo
produto, depois eu trabalhei vendendo jóia, depois saí de casa e fui trabalhar em casa de
família...Eu olhava para minhas amigas, eu via aquilo dali, eu ficava...É como se eu estava
naquela turma, é como se eu fosse diferente delas, entendeu? Eu não era igual, eu tinha que
ter. Quando foi um dia eu disse que não tem que ser assim. Inveja não leva a lugar nenhum, a
gente tem que ser o que a gente é. Não querer ser o que aquela pessoa é...Aquela pessoa tem
tudo. A gente não vai poder ter tudo...Hoje eu tenho ainda amiga, mas eu não sou muito
chegada, porque elas só querem ser aquelas patricinhas, que anda de roupa boa, celular. Eu
chego na casa da minha avó, eu falo com elas numa boa, as amigas delas chegam tudo lá,
tudo falando de namorado, tudo com celular. Eu já não gosto mais, hoje em dia, assim que eu
vejo aquele negócio, eu me afasto. Eu sou mais antes ficar perto de pessoas humildes, que
não querem ser muita coisa...
Mãe-‘Arara’: ...é verdade mesmo, ninguém deve ter inveja de ninguém.
Mãe-‘Beija-flor’: (não faz colagem, escreve e pede para não ler) eu não queria ler
não...Queria que vocês lessem depois...Na minha infância...Eu nasci e vivi dez anos em São
Paulo. Eu tenho muita vontade de voltar pra lá...Ah! Lá eu lembro de tudo, do tempo que eu
estudava, do tempo que eu brincava...Eu prefiro escrever...Só para vocês mesmo, para vocês
lerem depois...Todos os momentos que eu vivi lá foi bom. Agora depois que eu cheguei aqui no
Ceará, para mim todos os momentos foram uns bons, outros não...Porque lá minha família
vivia muito bem, Depois que chegou aqui meu pai começou a brigar, meu irmão
também...Todos moravam lá e todos vieram embora, porque a família da minha mãe e do meu
pai, todos moram aqui. Então nós viemos pra cá, porque ele (pai) não queria ficar longe da
mãe dele, então resolveu vir para cá, quando chegou aqui, teve momentos bons, momentos
ruins...Eu era “doida” pra vim para cá. Quando cheguei aqui, pra mim foi um terror...Sei lá
tudo diferente, dia de domingo eu ia à praia, lá tem praia, tudo diferente. Mas meu pai e um
irmão meu começaram a se estranhar, não se deram bem mais depois que chegaram aqui.
Ficou tudo destrambelhado depois que chegou aqui...E lá não tinha nada disso. É briga,
discussão, tudo...Foi ruim, mas agora tá melhorando...Eu ainda quero voltar pra lá, eu
mesmo. É meu sonho, eu ainda vou realizar. Eu ainda vou voltar pra lá.
3º momento: Encerramento
Metodologia/Técnica: Técnica “Roda da Alegria” (GOMES, 2001) – de mãos dadas, numa
roda, cada participante verbaliza o seu desejo mais profundo, naquele instante de integração.
Solicitei para que fizéssemos um círculo no centro da sala, uma abraçando a outra.
Que colocassem em pensamento ou falassem todas as suas intenções, o que desejassem que