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Universidade de São Paulo
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Crescimento e marcha de absorção de nutrientes de bananeira
(Musa sp. AAA), ‘Grande Naine’ no primeiro ciclo de produção
João Paulo Campos de Araujo
Tese apresentada para obtenção do título de
Doutor em Agronomia. Área de
concentração: Fitotecnia
Piracicaba
2008
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João Paulo Campos de Araujo
Engenheiro Agrônomo
Crescimento e marcha de absorção de nutrientes de bananeira (Musa sp.
AAA), ‘Grande Naine’ no primeiro ciclo de produção
Orientador:
Prof. Dr. JOÃO ALEXIO SCARPARE FILHO
Tese apresentada para obtenção do título de
Doutor em Agronomia. Área de concentração:
Fitotecnia
Piracicaba
2008
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Dados
Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP
Araujo, João Paulo Campos de
Crescimento e marcha de absorção de nutrientes de bananeira (Musa sp. AAA),
“Grande Naine” no primeiro ciclo de produção / João Paulo Campos de Araujo. - -
Piracicaba, 2008.
80 p. : il.
Tese (Doutorado) - - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2008.
Bibliografia.
1. Banana 2. Crescimento vegetal 3. Macronutrientes 4. Micronutrientes 5.
Nutrição vegetal . I. Título
CDD 634.772
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
3
A Deus pelo dom da vida e pelos ensinamentos que proporciona em
minha vida, propiciando a constante evolução, aos meus queridos pais
pelo incessante apoio, amor e confiança, ao meu irmão, cunhada e
sobrinho pela constante presença, carinho e incentivo, aos meus amigos
por toda a ajuda e momentos de descontração e a minha noiva que
sempre esteve presente ao meu lado, me dando amor, calma e
serenidade, me fortalecendo compartilhando comigo de tantos
momentos importantes.
DEDICO
4
AGRADECIMENTOS
A Deus, acima de tudo, por nos proporcionar o dom da vida e nos iluminar e
guiar nos caminhos nem sempre fáceis de serem trilhados.
Ao Prof. Dr. João Alexio Scarpare Filho, pela orientação, amizade, auxílio,
compreensão e ensinamentos, nesses anos de verdadeira amizade.
Ao professor Dr. Quirino Augusto de Camargo Carmello, pelo auxilio nas analises
laboratoriais e conhecimentos transmitidos, que contribuíram para elaboração desse
trabalho.
À Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo,
bem como ao Departamento de Produção Vegetal pela oportunidade de realização do
curso de Doutorado.
Ao CNPq pela concessão da bolsa de estudos e auxílio financeiro.
Aos funcionários e amigos do Departamento de Produção Vegetal: David, Éder,
Aparecido, bem como às secretárias Elisabete Sarkis São João, Maria Célia Rodrigues,
Luciane AP. Lopes Toledo pela ajuda, carinho, e apoio.
Às funcionárias do Departamento de Solos e Nutrição de Plantas: Edinéia C. S.
Mondoni, Lúcia H. S. P. Forti, Lurdes A. Dário de González, Nivanda M. Moura Ruiz,
Bárbara L. B. de Oliveira e Sueli Bovi pela atenção, carinho e apoio dispensado.
Aos colegas de Pós-Graduação por toda ajuda e companheirismo nesses anos
de curso. Em especial a Alessandro Rodrigues, Eduardo Girardi, Fábio Entelman,
Daniel Manfredini e Carlos Eduardo Faroni.
A todos os professores do curso que direta, ou indiretamente auxiliaram na
minha formação acadêmica e auxiliaram na elaboração dessa Tese.
Aos amigos da república Boi Babão pelos momentos de descontração, amizade
e união fraterna.
Aos meus pais pela confiança, ajuda, incentivo, apoio e orientação para a vida,
meus sinceros agradecimentos e minha eterna gratidão.
À minha noiva: Milena Salomão Peres por estar sempre ao meu lado, me
incentivando, dando apoio nos momentos difíceis com palavras de conforto, e
compartilhando de muitos momentos alegres.
5
SUMÁRIO
Página
RESUMO................................................................................................. 7
ABSTRACT..............................................................................................
8
1 INTRODUÇÃO......................................................................................
9
1.1 Objetivo..............................................................................................
10
2 DESENVOLVIMENTO..........................................................................
11
2.1 Revisão bibliográfica..........................................................................
11
2.1.1 Considerações gerais..................................................................... 11
2.1.2 Crescimento – massa seca.............................................................
13
2.1.3 Macronutrientes.............................................................................. 15
2.1.4 Micronutrientes................................................................................
28
2.2 Material e métodos.............................................................................
31
2.2.1 Caracterização da área experimental.............................................
31
2.2.2 Caracterização das plantas.............................................................
32
2.2.3 Definição dos tratamentos.............................................................. 33
2.2.4 Obtenção e preparo das amostras..................................................
33
2.2.5 Determinação de macro e micronutrientes.....................................
34
2.2.6 Delineamento experimental............................................................ 34
2.3 Resultados e discussão.....................................................................
34
2.3.1 Parâmetros de crescimento............................................................
34
2.3.2 Massa seca.....................................................................................
37
2.3.3 Macronutrientes.............................................................................. 42
2.3.3.1 Nitrogênio.....................................................................................
42
2.3.3.2 Fósforo.........................................................................................
44
2.3.3.3 Potássio....................................................................................... 46
2.3.3.4 Cálcio...........................................................................................
49
2.3.3.5 Magnésio......................................................................................
51
2.3.3.6 Enxofre.........................................................................................
53
2.3.4 Micronutrientes................................................................................
57
6
2.3.4.1 Boro..............................................................................................
58
2.3.4.2 Cobre........................................................................................... 60
2.3.4.3 Ferro.............................................................................................
62
2.3.4.4 Manganês.................................................................................... 64
2.3.4.5 Zinco............................................................................................ 66
3 CONCLUSÕES.....................................................................................
71
REFERÊNCIAS....................................................................................... 72
7
RESUMO
Crescimento e marcha de absorção de nutrientes de bananeira (Musa sp. AAA),
‘Grande Naine’ no primeiro ciclo de produção
O presente trabalho consistiu na determinação da marcha de absorção de macro
e micronutrientes pela bananeira (Musa spp), cultivar Grande Naine durante o
primeiro ciclo de produção. Foram amostrados os rizomas, pseudocaules, folhas e
posteriormente inflorescências, mensalmente durante o ciclo da cultura, que nas
condições do ensaio foi de dezesseis meses. Foram avaliadas as dimensões
(diâmetro e comprimento) dos rizomas, altura das plantas, número de folhas, e
massas frescas e secas desses órgãos. Após o oitavo mês de cultivo houve a
necessidade de se obter sub-amostras das partes analisadas, operação essa
realizada manualmente, uma vez que o volume amostrado excedia a capacidade da
estufa de secagem. As amostras foram levadas para estufa de circulação forçada de
ar até atingirem massas constantes. As análises dos teores de macro e
micronutrientes seguiram o método preconizado por Sarruge ; Haag (1974). As
plantas apresentaram acúmulo de massa seca inicialmente lento, tendo seu
crescimento acentuado a partir do décimo mês após o transplantio. A ordem
decrescente da extração dos macronutrientes pela planta foi: K>N>Ca>Mg>P>S, e a
razão de extração foi: 89K: 17N: 10Ca: 6Mg: 2P: 1S. A ordem decrescente da
extração de micronutrientes foi: Fe>Mn>Cu>Zn>B, e a razão de extração foi: 41 Fe:
10Mn: 3Cu: 2Zn: 1B. As equações de regressão que mais se adequaram para os
rizomas, pseudocaule e folhas foram os modelos exponenciais, para as
inflorescências, o modelo que mais se adequou foi a equação polinomial de terceiro
grau. A reciclagem de nutrientes, a partir de um manejo adequado de órgãos, bem
como a sua exportação junto com a colheita, deve ser levada em consideração em
qualquer programa de adubação da bananeira.
Palavras-chave: Banana; Marcha de absorção; Macronutrientes; Micronutrientes
8
ABSTRACT
Growth and absorption nutrients march of banana tree (Muse sp. AAA), `Grande
Naine' in the first production cycle
This work consisted of the determination of the macro and micronutrients
absorption march for the banana tree (Muse spp), cultivar Grande Naine during the
first production cycle. Samples of rhizomes, pseudostem, leafs and later inflorescence,
were taken monthly during the cycle of the culture, the cycle in the conditions of the
study takes sixteen months. The rhizomes dimensions (diameter and length) had been
evaluated, the plants height, leaf number, determination the fresh and dry masses of
these parties. After the eighth month of start had the necessity of getting sub-samples
of the analyzed parts, this operation carried manually, because the volume of the
samples exceeded the capacity of the drying greenhouse. The samples had been
taken for greenhouse until reaching constant masses. The macro and micronutrients
analyses were made by Sarruge ; Haag (1974) method. The plants had presented
initially slow accumulation of dry mass, growing accented from the tenth month after
the transplantation. The decreasing order of the extraction of macronutrients was
K>N>Ca>Mg>P>S and the extraction reason was 89K: 17N: 10Ca: 6Mg: 2P: 1S. The
decreasing order of the extraction of micronutrients was Fe>Mn>Cu>Zn>B and the
extraction reason was 41 Fe: 10Mn: 3Cu: 2Zn: 1B. The regression equations that if
had more adjusted for rhizomes, pseudostem, and leafs had been the exponentials, for
the inflorescence, the model that adjusted was the third degree polynomial equation.
The nutrients recycling, from an adequate handling of agencies, as well as its
exportation with the harvest, must be taken in consideration in any program of
fertilization of the banana tree.
Keywords: Banana; Absorption march; Macronutrients; Micronutrients
9
1 INTRODUÇÃO
A bananeira pertence à Ordem Scitaminea, Família Musaceae, Sub-Família
Musoideae, Gênero Musa, Sub-gênero Eumusa. A banana é uma das frutas mais
consumidas no mundo, sendo explorada na maioria dos países tropicais. É uma cultura
de regiões tropicais e subtropicais, cujo centro de origem é o continente asiático.
Caracteriza-se por ser uma fruta rica no que diz respeito à sua composição.
Cada 100g da fruta possui em média: 108,2 calorias; 1,2g de proteína; 0,2 g de gordura;
25,4 g de carboidratos; 9 mg de cálcio; 27 mg de fósforo; 0,6 mg de ferro; 50 mg de
vitamina A; 11 mg de vitamina C; entre outros.
O maior produtor mundial de banana é a Índia, com aproximadamente 11
milhões de toneladas seguida pelo Brasil e China, ambos com 7 milhões de toneladas e
o Equador com 6 milhões de toneladas (FAO, 2008). A produção no Brasil foi de
7.088.021 toneladas em 2006 e 6.974.291 toneladas em 2007, com produtividade
média de 13, 647 kg.ha
-1
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
- IBGE, 2008), sendo o estado de São Paulo o maior produtor nacional de bananas
(IBGE, 2008); em 2005 foram colhidos cerca de 1,1 milhões de tonelada de frutos/ano,
cultivadas em 54 mil ha, dos quais aproximadamente 65% se encontram no Vale do
Ribeira (INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA DO ESTADO DE SÃO PAULO - IEA,
2008), A principal variedade plantada no Estado de São Paulo é a Nanicão (Grupo
AAA) e a segunda é a Prata (Grupo AAB). Destaca-se que, 99% da fruta produzida é
consumida no mercado interno, fazendo parte do hábito alimentar da população
brasileira.
A bananeira embora apresente ciclo vital bem definido, o seu modo de condução,
em “família”, faz com que o seu cultivo se caracterize como cultura perene. Por ser uma
planta de crescimento muito rápido, requer para o seu normal desenvolvimento e
produção, de uma boa quantidade de nutrientes disponíveis no solo. Segundo Lopez e
Espinosa (1995), a nutrição é um fator de produção de extrema importância para a
bananeira devido à alta eficiência das plantas em produzir grandes quantidades de
fitomassa em curto período de tempo. Os nutrientes necessários podem ser fornecidos,
em parte, pelo solo e pela reciclagem no sistema solo-planta, entretanto, para obtenção
10
de produções economicamente rentáveis é imprescindíveis a aplicação de fertilizantes
em quantidades e proporções adequadas ao extraído pela cultura (SOTO, 1992).
Segundo Malavolta et al. (1997) o interesse de se conhecer a marcha de
absorção de nutrientes se prende aos seguintes fatos: determinar as épocas em que os
elementos são mais exigidos e em que, portanto, a adubação deve fornecê-los;
possibilidade de se corrigir deficiências eventuais; avaliação do estado nutricional por
meio da variação na composição de órgãos representativos.
A otimização da adubação requer o conhecimento detalhado da distribuição de
nutrientes dentro das plantas. Na bananeira, esta distribuição tem uma complexidade
maior que em outras culturas em decorrência do seu modo de crescimento e de sua
propagação (KURIEN et al., 2000).
1.1 Objetivo
Esse trabalho teve como objetivo avaliar o crescimento (diâmetro e comprimento
do rizoma, altura das plantas, número de folhas, e produção de massa seca);
determinar a marcha de absorção de macro e micronutrientes para a cultura da
bananeira, cultivar Grande Naine (Grupo AAA), durante o primeiro ciclo de produção,
como ainda estabelecer as relações entre os nutrientes extraídos pelas plantas.
11
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Revisão bibliográfica
2.1.1 Considerações gerais
A bananeira necessita de solos férteis para um bom desenvolvimento, e a
produção continuada exige adubação, para reposição dos nutrientes exportados com a
colheita (RAGHUPATHI et al., 2002). A otimização da adubação requer o conhecimento
detalhado da distribuição de nutrientes dentro das plantas. Na bananeira, esta
distribuição tem uma complexidade maior que em outras culturas por seu modo de
crescimento e de propagação (KURIEN et al., 2000). As plantas se desenvolvem a
partir de uma gema localizada no rizoma, que dão origem ao sistema aéreo. A gema
apical está sempre em processo de multiplicação, no qual são produzidos uma folha
(bainha, pecíolo e lóbulos foliares), e sua respectiva gema lateral de brotação. Isso
ocorre durante um prazo definido pelas condições ecológicas, nutricionais e genéticas.
O processo é contínuo e extremamente dinâmico, uma bananeira adulta apresenta
sempre ao seu redor, em condições naturais, outras bananeiras em diversos estádios
de desenvolvimento. Esse conjunto de bananeiras interligadas, com diferentes idades,
oriundas de uma única planta e crescendo desordenadamente, denomina-se touceira.
Essa característica de constante renovação das plantas é que permite dizer que os
bananais têm vida permanente, apesar das bananeiras possuírem um ciclo de vida
perfeitamente definido (MOREIRA, 1999).
Discorrendo sobre o estudo da cultura da bananeira Martin-Prével (1980) informa
que, desde 1807 essa fruteira vem sendo estudada por diversos pesquisadores, em
várias regiões do mundo, sendo que, apenas em 1902, foram publicados trabalhos com
resultados da análise de nutrientes em duas cultivares de bananeiras, da Argélia, na
fase de colheita. Entretanto, somente vinte e sete anos depois, Martin-Prével (1962)
publicou os primeiros balanços nutricionais obtidos com a cv. Nanica em diferentes
estágios de desenvolvimento.
A adubação da bananeira é prática corrente, considerando que a nutrição é fator
de produção de importância devido à alta quantidade de biomassa produzida em curto
espaço de tempo (LOPEZ; ESPINOSA, 1995, 1998) e para que alcance maior
12
produtividade (MARTIN-PRÉVEL, 1977). Os fertilizantes constituem um dos principais
componentes do custo de produção da cultura (MAIA et al., 2003). Entre os nutrientes
mais carentes nos bananais, o fósforo, acha-se presente nos solos brasileiros em
concentrações baixas e com alta proporção em formas químicas pouco disponíveis às
plantas (NOVAIS; SMYTH, 1999).
A bananeira é uma planta exigente em nutrientes, não por produzir grande
massa vegetativa, mas também por apresentar elevadas quantidades de elementos
absorvidos pela planta e exportados nos frutos (SILVA et al., 1999).
O conteúdo mineral da banana é fortemente influenciado pelo local em que é
cultivada. O conteúdo mineral dos solos deve ter a maior influência na composição
mineral das bananas. (FORSTER et al., 2002).
As recomendações utilizadas no nosso País para a adubação da bananeira têm
seus méritos, mas apresentam a desvantagem de não considerarem que as doses
recomendadas dos nutrientes variam continuamente com a produtividade esperada,
com o teor e com a capacidade tampão do nutriente no solo (OLIVEIRA, 2002). Essas
recomendações apresentam forte empirismo envolvido na sua constituição e a falta de
perspectivas futuras quanto a uma evolução mais bem sustentada cientificamente
(NOVAIS; ALVAREZ, 2000). Assim, propõe-se que as recomendações de adubação
para a cultura da bananeira sejam mais confiáveis do ponto de vista técnico e,
principalmente, mais propensas a ajustes com bases científicas, em relação às
recomendações, mediante o desenvolvimento e utilização de sistemas para
recomendação de adubação baseados em modelos matemáticos (TOMÉ JUNIOR;
NOVAIS, 2000; OLIVEIRA, 2002; TOMÉ JUNIOR, 2004).
Segundo Gutierrez (1983) a bananeira é uma planta sensível ao desequilíbrio
nutricional. Para elevar a produtividade e melhorar a qualidade dos frutos de banana, é
importante manter no solo o equilíbrio entre os nutrientes, evitando que ocorra consumo
excessivo de um elemento, induzindo deficiência de outro.
O conhecimento da exigência nutricional e da marcha de absorção dos nutrientes
por meio de órgãos representativos nas plantas é importante para se estabelecer as
quantidades de nutrientes a serem aplicadas, obtendo assim os melhores rendimentos
(GUPTA, 2001).
13
2.1.2 Crescimento – Massa Seca
Na África, trabalhando com a cv. Nanica em cinco estádios de desenvolvimento
(5,8 e 15 folhas floração e colheita) Martin-Prével (1962) encontrou maiores
porcentagens de matéria seca no rizoma no primeiro estádio, nas folhas durante o
segundo, terceiro e na floração, e maiores porcentagens de matéria seca no cacho, na
colheita. No cacho, folhas, rizoma, pecíolo e engaço estão contidos, respectivamente,
cerca de 38%, 13%, 7%, 5% e 4% da matéria seca acumulada pela bananeira, do
plantio à colheita, em média. Posteriormente, Martin-Prével e Montagut (1966) voltaram
a estudar o comportamento dessa cultivar, nas Antilhas Francesas, e em outros
estádios de desenvolvimento (plantio, 210 dias após o plantio, floração e colheita).
Concluíram que até 210 dias após o plantio, floração e colheita, a bananeira acumula
cerca de 15%, 25% e 60% de matéria seca, respectivamente; no estádio de colheita, o
cacho apresenta quase 50% da matéria seca contida na planta inteira. Por sua vez,
Gallo et al. (1972), no Estado de São Paulo, confirma que o cacho é o órgão que mais
acumula matéria seca, no estádio de colheita. Constataram ainda que, nesse estádio,
bananeiras da cv. Nanica apresenta uma redução no teor de matéria seca nos órgãos
vegetativos em relação ao de floração e que a seqüência de acúmulo foi de
cacho>pseudocalue>folhas>engaço>botão floral. Na Índia, Chattopadhyay e Mallik
(1977) analisando bananeiras da mesma cultivar, observaram que, no estádio de 8
folhas, o pseudocaule, o pecíolo, o rizoma e as folhas possuíam em torno de 6,4%,
7,6%, 11,2% e 26,7% de matéria seca; e no de 19 folhas, os mesmos órgãos
acumularam 7,7%, 9,6%, 13,5% e 30,4%, ambos respectivamente.
Joseph (1971) estudando a cv. ‘Basrai’ na Malásia, na fase de floração,
apresentou as seguintes quantidades de matéria seca, em gramas: pseudocaule =
2.303, rizoma = 1.331, folhas = 558, pecíolo = 312 e engaço = 113. A mesma cultivar,
na Índia, foi analisada por Jauhari et al. (1974), aos 30, 60, 90 e 120 dias após o plantio,
constatando-se que ocorre um maior acúmulo de matéria seca entre 30 e 60 dias e uma
quase estabilização entre 90 e 120 dias; a ordem de acúmulo total foi
folhas>rizoma>pseudocaule; a taxa de acúmulo entre 30 e 60 dias foi maior no rizoma e
14
entre 60 e 120 dias no pseudocaule; o maior ganho de matéria seca total ocorreu entre
30 e 60 dias, após o plantio.
Em trabalho realizado por Twyford e Walmsley (1973) no Caribe, analisaram
diversos órgãos de cv. Robusta em seis diferentes locais e estádios de
desenvolvimento. Concluíram que existe um efeito marcante do local de cultivo na
quantidade de matéria seca acumulada pela bananeira; a partir do estádio de floração,
em apenas um local houve ganho de matéria seca total, em dois, manteve-se estável e,
em três, decresceu; do total acumulado pela bananeira, o rizoma, o pseudocaule, as
folhas, o cacho e o pecíolo foram responsáveis por quase 39%, 24%, 23%, 11%, 3%,
respectivamente; a maior taxa de acúmulo de matéria seca ocorreu na fase vegetativa,
especialmente entre o plantio e 150 dias após; de um modo geral, os órgãos que mais
acumularam matéria seca, entre o plantio e 75 dias após, foram as folhas; entre 75 dias
e floração, foi o pseudocaule; e entre floração e colheita, foi o cacho, que inclusive
apresentou a maior taxa entre todos os órgãos; na fase de colheita, a ordem de
acúmulo de matéria seca foi cacho > pseudocaule > folhas > rizoma > pecíolo > botão
floral, à exceção de um local, onde o pseudocaule superou o cacho.
Em dois ensaios executados na Austrália com a cv. Williams, do grupo AAA, no
estádio de colheita Turner e Barkus (1983) verificaram que os cachos da planta matriz,
do primeiro e do segundo rebentos acumularam diferentes quantidades de matéria
seca, em função da época de colheita. Detectaram que baixos teores de K provocam
redução da matéria seca total da bananeira, principalmente do cacho, porém o efeito de
baixos teores de Mg é mais pronunciado para a bananeira; a folha apresentou mais
matéria seca do que os demais órgãos, seguida de perto pelo cacho. Por sua vez, a cv.
Poyo foi plantada em solos orgânicos da Costa do Marfim e analisados por Lassoudiére
(1980), em quinze estádios de desenvolvimento, sendo seis após a floração, do plantio
à colheita do segundo ciclo produtivo. Constatou que o primeiro ciclo produtivo
apresenta um comportamento diferente do segundo, em relação ao acumulo de matéria
seca pela bananeira, sobretudo na fase vegetativa (do plantio à floração); o aumento da
matéria seca total é, no mínimo, 20 a 30 dias após a floração, elevando-se
consideravelmente cerca de dois meses antes da colheita, principalmente devido ao
ganho de matéria seca do cacho; o peso da matéria seca das folhas se reduz
15
ligeiramente do estádio de floração até ao de colheita; existe uma correlação entre o
numero de frutos do cacho e o peso de certos órgãos vegetativos das bananeiras dessa
cultivar.
Valsamma e Aravindakshan (1981) estudando a cv. ‘Palaynkodan’ na África
verificaram que essa cultivar apresenta maior acumulo de matéria seca no período
entre três meses após o plantio e a floração, e que, até a colheita, foi acumulada de
4,59 a 5,88 kg.bananeira
-1
.
2.1.3 Macronutrientes
Coelho (1994) cita que o conhecimento da absorção e acúmulo de nutrientes nas
diferentes fases de desenvolvimento da planta, identificando as épocas em que os
elementos são exigidos em maiores quantidades é muito importante. Segundo o mesmo
autor, embora a marcha de absorção de nutrientes seja afetada pelo clima, cultivares e
sistemas de cultivos, de modo geral, pode-se dizer que os nutrientes são absorvidos em
função do ciclo, sendo as diferenças observadas nas velocidades de absorção em
função do ciclo na translocação das folhas e dos caules para órgãos reprodutivos.
A absorção e exportação (frutos e engaço) de nutrientes pela cultura foram
objetos de estimativa de diversos trabalhos, todavia, existe grande variação entre os
valores determinados pelos diversos autores. Fatores como variedade, manejo da
cultura, condições edafoclimáticas e métodos de amostragem empregados em cada
trabalho têm muito efeito sobre os resultados obtidos. Para cultivos comerciais, com
rendimentos de frutos de 50 t.ha
-1
.ano
-1
, em solos minerais e empregando-se
variedades do subgrupo Cavendish, têm-se os seguintes valores médios para absorção
pela planta (biomassa total, exceto raízes) e exportação (frutos mais engaço) de
nutrientes, respectivamente: 388 e 189 kg.ha
-1
de N; 52 e 29 kg.ha
-1
de P e 1438 e 778
kg.ha
-1
de K (LAHAV, 1995).
Na Tabela 1 estão apresentados os valores dos teores dos nutrientes e suas
respectivas faixas de classificação.
16
Tabela 1 – Faixa de teores foliares na matéria seca de bananeira
N P K Ca Mg S Zn B
----------------------------------g.kg
-1
------------------------------ ------mgkg
-1
-----
D < 26 < 1,3 < 1,3 < 5 < 2 < 1 < 14 <10
M 26 – 27 1,3 – 1,9 25 – 30 5 – 7 2 – 2,9
1 – 2 14 – 20 10 – 19
Ad 28 – 40 2 – 2,5 30 – 40 8 – 12 2 – 4,6
2,3 – 2,7
21 – 35 20 – 80
A - > 2,5 > 40 > 12 > 4,6 > 2,7 > 35 81 – 300
T - - - - - - - > 300
D = deficiente, M = marginal, Ad = adequado, A = alto, T = tóxico.
Reuter e Robinson (1997)
Diversos resultados sobre absorção de macronutrientes em várias cultivares de
bananeiras do grupo AAA, subgrupo Cavendish, obtidos por pesquisadores de todo o
mundo, foram sumarizados por Twyford (1967). Ele constatou uma relação média de
4N: 1P : 13K :4Ca : 2Mg, porém verificou diferenças no total absorvido, especialmente
de N e K. A seqüência de absorção observada foi K>N>Ca>Mg>P e os teores
absorvidos, em gramas/bananeira, foram 317 K, 89 N, 85 Ca, 56 Mg e 23 P, em média.
Posteriormente, Warner e Fox (1977) também constataram que a bananeira é
reconhecidamente exigente em potássio e nitrogênio, fato devidamente confirmado por
Martin-Prével (1980), em uma revisão mais abrangente que envolveu vários grupos,
subgrupos, cultivares e países. Observou ainda que existem diferenças acentuadas na
absorção de cálcio e magnésio, considerando que as mesmas se devem aos diferentes
tipos de solo, porém confirmou que a absorção de fósforo é relativamente baixa,
especialmente durante o processo inicial de desenvolvimento vegetativo da planta.
Lahav e Turner (1983) e Lahav (1995) estabeleceram níveis críticos (NC) para as
concentrações de elementos em tecido foliar de bananeira com base em resultados de
vários experimentos com bananeira realizados em diversas condições de cultivo.
Segundo os autores, esses padrões têm-se mostrado consistentes e úteis para
diagnosticar deficiências.
Em relação ao potássio, tem-se observado resposta na produção,
recomendando-se até 962 kg de K2O ha-1ano-1 para ’Prata-Anã’ (SILVA et al., 2003),
370 kg ha-1 ano-1 de K2O para bananeira Pioneira’ (BRASIL et al., 2000), 665 a 770
17
kg de K2O ha-1 ano-1 para Grande Naine’ (SOUZA et al., 2004), enquanto para o N,
algumas vezes, não se obtém aumento na produção (MAIA et al., 2003; SOUZA et al.,
2004). Segundo Lahav e Turner (1983), o K é o nutriente mais encontrado nos frutos da
bananeira. Com isto, sua exigência é maior na época de formação do cacho.
Lacoeuilhe (1974) comenta que o potássio exportado com a colheita é
relativamente constante, nas cultivares do subgrupo Cavendish . No entanto, observou
que nos solos com teores mais elevados desse elemento houve uma maior absorção
pelas bananeiras, à medida que se forneceu mais nitrogênio. Também notou que as
imobilizações relativas de potássio tendem a diminuir à medida que as bananeiras ficam
mais velhas e que a relação K/N varia pouco com a idade das mesmas. Por sua vez,
Warner e Fox (1977) afirmaram que a bananeira requer o potássio em quantidade
superior ao nitrogênio e que sua deficiência limita o número de folhas verdes e o
desenvolvimento da planta. Segundo eles, para que os bananais tenham um alto
rendimento é necessário um balanceamento adequado de N : P : K, estabelecido em 9 :
2 : 35, como apropriado para todos os estádios de desenvolvimento da cv. Robusta
(Grupo AAA), sendo que o nitrogênio é especialmente importante durante os três
primeiros meses de vida.
O nitrogênio, depois do potássio, é o elemento mais exigido pela bananeira
(SILVA, 1994). Ele é mais importante no início do desenvolvimento da planta até a
emissão da inflorescência; além disso, influencia não somente o número de frutos e de
pencas por cacho, como também o desenvolvimento radicular quando associado ao
potássio (GOMES, 1988).
As exigências de nitrogênio e potássio da cultura são função de variedade e do
seu potencial produtivo (SOTO, 1992). De acordo com os resultados de muitos
experimentos conduzidos na América Central com a variedade Gros Michel e Butler
(1960) concluiu que somente poderiam ser esperadas respostas economicamente
importantes à aplicação de nitrogênio; o uso de potássio e/ou fósforo não determinou
efeitos significativos no rendimento de frutos. Por outro lado, a substituição da Gros
Michel’ (AAA) por clones do subgrupo Cavendish trouxe alguns problemas relacionados
à nutrição Hasselo (1961) descreveu e identificou a causa do amarelecimento precoce
de folhas em ‘Lacatan’ (AAA, subgrupo Cavendish) cultivada em substituição à ‘Gros
18
Michel’. Esse autor relacionou tal distúrbio a teores baixos de K no tecido foliar,
decorrentes de adubações que empregavam formulas com proporções de N:K de 2:1,
até então recomendadas para ‘Gros Michel’.
Em experimento conduzido por Guerra et al. (1986), com a banana-“Branca”
(Subgrupo Prata), verificaram que não houve efeito do N no peso do cacho; entretanto,
para o potássio, observaram aumento significativo em relação à testemunha a partir da
dose de 400 kg de K2O/ha. Ferreira (1995) verificou que o excesso de calagem na
bananeira cultivar “Myssore” resultou em queda na concentração do potássio na folha,
com decréscimo no peso do fruto e no peso do cacho.
O desbalanço entre N e K causa problemas na pós-colheita, pois o baixo
suprimento de potássio favorece o acúmulo de nitrogênio amoniacal, que induz o
amadurecimento precoce e a produção de frutos magros. O excesso de N atrasa a
emergência do cacho, o que favorece a produção de cachos fracos e pencas
separadas. Nos vários países produtores de banana, as doses de potássio
recomendadas variam de 100 a 1200 kg de K2O ha-1ano-1 e a de nitrogênio de 100 a
600 kg de N ha
-1
ano
-1
.
O cálcio é absorvido pelas raízes como Ca
2+
e sua concentração na solução do
solo pode ser dez vezes maior que a concentração de potássio, porém no interior das
plantas não se verifica o mesmo, pelo fato de sua absorção diminuir competitivamente
pela presença de outros cátions, tais como K
+
e NH
4
+
, que são absorvidos rapidamente
pelas raízes (MENGEL; KIRKBY, 2001). O principal mecanismo envolvido na absorção
desse nutriente é o fluxo de massa, sendo assim o cálcio é considerado imóvel quanto
à redistribuição, fazendo com que os sintomas de deficiência surjam primeiramente nas
folhas novas da planta, havendo deformação e clorose foliar e, nos estágios mais
avançados um amolecimento do tecido devido à alteração na estrutura da parede
celular (MENGEL; KIRKBY, 1987).
O cálcio pode ser considerado um nutriente estrutural da planta, pois é um dos
principais integrantes da parede celular, onde os pectatos de cálcio existentes na
lamela média são essenciais para o fortalecimento da parede celular e dos tecidos da
planta (MARSCHNER, 2005). A plasticidade da parede celular depende de um
19
fornecimento adequado de cálcio para a formação de ligações cálcio-pectina (TING,
1982).
O cálcio também exerce inúmeras funções no crescimento e desenvolvimento
vegetal. O atraso no amadurecimento de frutos e na senescência e abscisão foliar, a
melhoria da qualidade dos frutos e hortaliças e as alterações na resposta geotrópica, na
fotossíntese e em outros processos como divisão celular, movimentos citoplasmáticos e
aumento do volume celular são apenas algumas funções do cálcio nas plantas
(MALAVOLTA et al., 1997).
Os níveis adequados de nutrientes encontrados pela análise foliar ainda não
foram estabelecidos para a bananeira. Porém, alguns autores admitem faixas
adequadas para macros e micronutrientes, nas condições em que foram determinadas,
observando-se grande variação nas informações apresentadas (Tabela 2).
Tabela 2 - Faixas de concentrações de nutrientes observadas em folhas de bananeira
em diferentes estudos
Nutriente 1 2 3 4 5
N (g.kg
-1
) 35-45 28-40 26 27-36 27-36
P (g.kg
-1
)
2-4 2-2,5 2,2 1,8-2,7 1,6-2,7
K (g.kg
-1
) 38-50 31-40 28 30-54 32-54
Ca (g.kg
-1
) 8-15 8-12 6 2,5-12 6,6-12
Mg (g.kg
-1
) 2,5-8 3-4,6 3 3-6 2,7-6
S (g.kg
-1
) 2,5-8 2,3-2,7 2 2-3 1,6-3
Cl ((g.kg
-1
) - 8-9 - - 9-18
Fe (mg.kg
-1
) 76-300 70-200 100 80-360 80-360
Mn (mg.kg
-1
) 100-1000 1000-2200 88 20-200 200-1800
Zn (mg.kg
-1
) 20-200 21-35 20 20-50 20-50
Cu (mg.kg
-1
) 6-25 7-20 8 6-30 6-30
B (mg.kg
-1
) 10-50 20-80 15 10-25 10-25
1) Jones Jr. et al. (1991); 2) Robinson (1986); 3) Ribeiro et al. (1999); 4) Prezotti (1992); 5) Teixeira et al.
(1997).
Segundo Martin-Prével (1984), ocorre uma variação relativamente pequena no
conteúdo de N, P, K nos cachos das bananeiras, em relação aos cultivares e meio
ambiente, enquanto que o Ca e Mg variam bem mais. Dessa forma, as exportações
através das colheitas não podem servir de orientação para um programa de fertilização
básica com esses dois elementos. O autor compilou os resultados das análises de
6.000 amostras dos diversos órgãos de bananeiras do grupo AAA, cultivadas em
20
diferentes condições ecológicas, concluindo que: o nitrogênio é mais necessário do
início do desenvolvimento das folhas, até a emissão da inflorescência, com sensível
redução na sua absorção até a colheita, 2/3 do potássio é absorvido da fase de indução
floral à colheita; o pseudocaule absorve maiores quantidades de potássio e menores de
nitrogênio, enquanto que, com as folhas, acontece o inverso; as necessidades de
fósforo são quantitativamente pequenas, ocorrendo principalmente do estádio inicial de
desenvolvimento das folhas até a emissão da inflorescência, com sensível redução na
sua absorção até a colheita; 2/3 do K é absorvido do estádio de indução floral à
colheita.
Martin-Prével (1962) publicou resultados das análises de rizoma, pecíolo, folha,
engaço, botão floral e cacho, de cinco bananeiras da cv. Nanica, realizadas na Guiné,
em cinco estádios de desenvolvimento. Nas conclusões, destacou que o K atinge teores
extraordinários em todos os órgãos analisados; ocorre uma grande diversidade na
composição de nutrientes dos órgãos de uma mesma planta; a distribuição de N, P, K,
Ca, Mg nos órgãos é bastante influenciada pelos fatores ecológicos, especialmente
períodos secos, que podem provocar concentração dos mesmos; o cacho absorve 37%
N, 50% P, 46% Mg, 25 a 30% K e 10% Ca, do total absorvido pela planta toda; apenas
o N é absorvido em maior quantidade na fase inicial de desenvolvimento. Em trabalho
complementar a esse estudo Montagut e Martin-Prével (1965), nas Antilhas Francesas,
concluíram que, até 210 dias após o plantio, a bananeira cv. Nanica acumulou cerca de
40% P, 20% N, 20% K, 20% Ca e 20% Mg; até 280 dias (floração) atingiu quase 80%
Mg, 70% K e 60% P; até a colheita foi consumido o restante; a absorção de N
aumentou rapidamente no período de dois meses após o plantio até a indução floral,
que coincide com uma maior emissão foliar; a absorção de P cresceu a partir do
terceiro mês e quase cessou na emissão da inflorescência, quando houve acúmulo de
quase todo o P necessário à nutrição da planta; a absorção de K aumentou em torno de
20 vezes, dos quatro a cinco meses após o plantio até a floração; a absorção de Ca
elevou-se à medida que a bananeira envelheceu e a do Mg ocorreu em quantidades
variáveis, porém proporcionais ao material vegetal produzido. Complementando os
resultados do ensaio, Martin-Prével e Montagut (1966) citam que, da fase de floração à
colheita, a absorção do N e K diminuem, porém continuam ocorrendo e a do P é
21
mínima, havendo maior redistribuição. Segundo eles, os órgãos vegetativos fornecem a
maioria do K necessário à formação do cacho, que também apresenta um maior teor de
N, em função do incremento da matéria seca e da redistribuição de carboidratos.
Em estudo feito por Gallo et al. (1972) no Estado de o Paulo, usando cv.
Nanica, nos estádios de floração e colheita, sendo analisadas amostras de
pseudocaule, folhas, engaço, botão floral e frutos, concluindo-se que o K é o nutriente
absorvido em maiores quantidades, precedido pelo N, sendo que estes são
encontrados em maior teor no cacho, juntamente com o P; o pseudocaule foi
responsável pela maior absorção de Ca e Mg; no estádio de colheita, houve uma menor
proporção de nutrientes nos órgãos vegetativos em comparação com o cacho,
possivelmente devido à sua redistribuição; no estádio de floração, os teores de N e Mg
no engaço foram acentuadamente maiores do que no de colheita. Constataram, ainda,
a seguinte ordem de extração, no estádio de colheita: K>Ca>N>Mg>P no pseudocaule;
K>N>Ca>P>Mg no engaço: K>N>Ca>Mg>P no botão floral; K>N>Mg>Ca>P no cacho;
e , também, que os maiores teores de N, P e K ocorrem no engaço e botão floral, os de
Ca na folha e pseudocaule e os de Mg no pseudocaule e botão floral; os menores
teores de N e P o encontrados no pseudocaule, de K nas folhas de Ca no cacho e de
Mg no cacho e engaço.
Fernandez-Caldas et al. (1973) e Bravo et al. (1980), também analisaram a cv.
Nanica, nas Ilhas Canárias, nas fases de diferenciação floral e floração e em ambas,
junto com a fase de colheita, respectivamente. Os primeiros estudaram a variação nos
teores de K, Ca e Mg entre essas fases, verificando que apenas o Mg permanece mais
ou menos constante. Também observaram que existe uma grande interação entre
K/Mg, independente da idade da planta, e que ela se manifesta com mais evidência do
que entre K/Ca. Os segundos autores, pesquisando em locais diferentes, chegaram a
conclusões idênticas quanto à interação e a variação desses nutrientes. Constataram
ainda que, nas regiões com produção de cachos mais pesados, não ocorria uma
redução tão acentuada do K, entre as fases de diferenciação e floração. Nesse período
foram encontrados os maiores teores de K e os menores de Ca, levando-os a deduzir
que as exigências dessa cultivar em K são pequenas na fase anterior à diferenciação
floral e aumentam à medida que se aproxima da emissão da inflorescência, ocorrendo o
22
inverso com o Ca. Ainda com a mesma cultivar, foram estudados trabalhos na Índia
(CHATTOPADHYAY; MALLIK, 1977), Venezuela (RAMIREZ et al., 1978) e Cuba
(GARCIA et al., 1980). Na Índia, analisou-se folha, pecíolo, pseudocaule e rizoma nos
estádios de 8 a 19 folhas abertas, concluindo-se que as folhas e os pecíolos absorvem
maiores teores de N do que o pseudocaule e rizoma; o K é o nutriente absorvido em
maior quantidade nos dois estádios, seguido do N, Ca e P. Na Venezuela, a planta
matriz foi amostrada seis meses após o plantio e na floração, e o primeiro filhote, aos
cinco meses após a colheita, na diferenciação floral e floração, concluindo-se que, na
planta matriz, o N tendeu a se reduzir com a idade, o K aumentou e o P permaneceu
estável, sendo que o K foi novamente o elemento absorvido em maior quantidade e
que, no primeiro filhote, houve uma redução na absorção dos nutrientes na fase de
diferenciação floral, floração e trinta dias após a floração, sendo possível concluir que, à
medida que as bananeiras foram se desenvolvendo, houve redução no conteúdo de N e
K, aumento no Ca e o P e Mg permaneceram quase constante e que ocorreu uma
progressiva substituição do K pelo Ca.
O nitrogênio é muito importante para a bananicultura, atuando sobre o
crescimento vegetativo, emissão dos rebentos, além de aumentar a quantidade de
matéria seca (BORGES et al., 1999).
Brasil et al. (2000), estudando adubação
nitrogenada e potássica em bananeira, observaram que até os 240 dias de plantio,
apenas o N influenciou a circunferência do pseudocaule e altura da planta. Silva et al.
(2000), trabalhando com adubação nitrogenada na cultivar Terra, observaram que, no
primeiro ciclo da cultura, a adubação nitrogenada influenciou a altura da planta, o
número de frutos por cacho e diâmetro médio dos frutos, sendo que a maior
produtividade foi obtida com 231 kg ha-1 ano-1.
Joseph (1971), na Malásia, Shawki et al. (1974), no Egito e Jauhari et al. (1974),
na Índia, estudaram a absorção de macronutrientes pela cv. Basrai’. O primeiro
analisou as partes da bananeira no estádio de colheita, concluindo que as folhas e
casca dos frutos absorvem mais N; o pseudocaule é o órgão com maior teor de K, Ca e
Mg; os nutrientes mais consumidos pela cultivar, nessa fase, são K>Mg>N>Ca>P. Os
segundos autores pesquisaram os estádios de 60, 90, 120, 150, 180 e 210 dias após o
plantio e constataram que nas folhas e pecíolo a absorção de N e P aumentam até 90
23
dias e se reduzem posteriormente; a de K cresce até 150 dias e depois se estabiliza; o
K é o nutriente mais absorvido nos seis estádios de desenvolvimento. Os últimos
trabalharam com folhas, pseudocaule e rizoma nos estádios de 30, 60, 90 e 120 dias
após o plantio, encontrando que as folhas absorveram mais N, Ca e Mg, em todos os
estádios e o pseudocaule mais K e P; a seqüência de absorção foi K>Ca>N>Mg>P; a
absorção total de K aumenta a partir dos 90 dias e a do N, Ca e Mg desde os 30 dias,
enquanto que a do P diminui após 60 dias.
Em Israel (LAHAV, 1972; LAHAV; TURNER, 1983) e Austrália (TURNER;
BARKUS, 1981, 1982, 1983) foi estudada a cultivar Williams. Em 1972, nas fases de
floração e colheita, constatou-se que o teor de K no rizoma, engaço, botão floral e
cacho é muito elevada e é função da sua redistribuição a partir das folhas e
pseudocaule, principalmente; a concentração do K, Ca e Mg é mais elevada no pecíolo
do que nas folhas, quando a taxa de absorção é intensa, porque elas são órgãos de
transporte, juntamente com o pseudocaule, já em 1983 verificou-se que absorção de Ca
é influenciada pelo seu índice de disponibilidade no solo e considerou-se 0,7 mg como
um valor próximo do ótimo, o P e K são mais exportados pelas colheitas do que
restituídos ao solo pelos restos da cultura. Turner e Barkus (1973) observaram que o
pseudocaule da planta matriz é capaz de fornecer 66% do K, 46% N e 41% P
necessários à nutrição do primeiro filhote, em um período de 100 dias após o plantio,
fato que não ocorre com o Mg. Já em 1982, analisando os cachos da bananeira matriz,
do primeiro e segundo filhotes, na fase de colheita, concluíram que o teor de
macronutrientes é bastante influenciada pela matéria seca, ou seja, à medida que ela
aumenta ou diminui, o mesmo pode ocorrer com os nutrientes, especialmente K e P; o
cacho do segundo filhote consome mais nutrientes do que os demais, exceto Mg; o K é
o nutriente absorvido em maior quantidade pelo cacho, nos três casos; um menor teor
de K disponível favorece um aumento na concentração de N, P, Ca e Mg no cacho.
Posteriormente, os mesmos autores (TURNER; BARKUS, 1983) estabeleceram a
proporção 1,0N: 0,2P: 3,3 K: 0,83 Ca: 0,23 Mg e a seqüência de absorção
K>N>Ca>Mg>P, para esta cultivar. Verificaram, ainda, que os nutrientes com consumo
de luxo o armazenados nas folhas e redistribuídos ao cacho; a distribuição do K
24
dentro da bananeira não foi afetada pelo seu suprimento; os maiores teores de N e Ca
são encontrados nas folhas, de P e Mg, no pseudocaule, e do K, no cacho.
A bananeira é considerada exigente em macronutrientes, principalmente em N
e K. Borges et al. (2003) relataram a exportação de 1,9 kg de N e 5,2 kg de K t
-1
de
cachos produzidos. O N tem grande importância do início do desenvolvimento até a
emissão da inflorescência, havendo uma redução da sua absorção até a colheita
(MARTIN-PRÉVEL, 1977).
Messing (1974, 1978) publicou resultados alcançados com a cv. Nanicão, após
cinco anos de análises das folhas e pecíolos, no estádio de floração, em quatro tipos de
solos, nas Antilhas Inglesas. Foi possível concluir que existe um mecanismo de
manutenção do balanceamento de K, Ca, Mg na planta, sendo que o excesso de um
induz a deficiência de outro; o conteúdo de Ca nas folhas apresentou maiores
flutuações do que os de K e Mg; o teor de Mg nas folhas tem estreita relação com o
mesmo no solo. O autor notou, ainda, que essa cultivar é muito exigente em K e que os
níveis desse elemento, nas folhas e pecíolos, foram muito variáveis, talvez porque
representem um estádio transitório, que é bastante afetado pelas condições que
facilitam sua absorção e redistribuição. Outros trabalhos foram realizados com a cv.
Nanicão, na Holanda, Equador e Costa Rica por Vorm e Diest (1982), Instituto Nacional
de Investigaciones Agropecuárias (1982) e Hernandez et al. (1985), respectivamente.
Os primeiros trabalharam em casa de vegetação e coletaram amostras de folhas,
pecíolos, e rizoma, doze meses após o plantio, constatando que N, P e K foram
fortemente redistribuídos para os outros órgãos, a partir das folhas mais velhas, sendo
que Mg o foi moderadamente; não houve redistribuição de Ca. Por outro lado, em onze
diferentes locais do Equador, verificou-se que as folhas apresentam baixos níveis de
Ca, em relação ao esperado, e que a seqüência de absorção é K>N>Ca>Mg>P.
Finalmente, os últimos autores analisaram folhas, mensalmente, durante treze meses,
concluindo que os teores de N variaram de 2,13 a 3,35% e foram maiores nos meses
de maior temperatura e precipitação; os de P oscilaram entre 0,09 e 0,32%,
destacando-se nos meses de maior temperatura e menor precipitação; os de K
estiveram entre 3,0% a 4,4% com maiores valores nos meses de menor precipitação e
maior temperatura; os de Ca variaram de 1,24 a 1,84% e foram mais elevados nos
25
meses de maior precipitação; os teores de Mg estiveram entre 0,19 e 1,08% não foram
afetados pelo clima e apresentaram uma sensível redução, a nível foliar, com o
aumento da idade das bananeiras.
Walmsley e Twyford (1968) observaram que a cv. Robusta, nas Antilhas
Inglesas, apresentou uma maior absorção de P na fase vegetativa, quando estava se
desenvolvendo vigorosamente, e concluíram que o nutriente deve ser utilizado, com
mais eficiência, no período de noventa dias, após o plantio até o florescimento.
Segundo Machado (1953), as bananeiras dessa cultivar absorvem apenas 20% de suas
necessidades em macronutrientes, na fase vegetativa, e que a exportação de K, Ca e
Mg foi de 80 a 90% do total, entre os estádios de floração e colheita. Com a mesma
cultivar, foi realizado outro trabalho em seis diferentes locais do Caribe Oeste, cujos
resultados foram publicados por Twyford e Walmsley (1974 a, b). Foram analisados
vários órgãos para verificar o comportamento de macronutrientes, em cinco diferentes
estádios de desenvolvimento (muda; 2,5 e 5 meses após o plantio; floração; colheita),
chegando-se às seguintes conclusões: no primeiro estádio o rizoma foi muito mais rico
em N e pouco mais em K e Mg, o pseudocaule foi mais rico em Ca e não houve
diferença entre ambos quanto ao P; no segundo, houve altas concentrações de Ca no
pseudocaule e de N, P, K e Mg nas folhas e rizoma; no terceiro, houve apenas uma
menor assimilação de Mg pelo rizoma; na floração, o pseudocaule aumentou sua
absorção em Mg e K; na colheita, apenas o cacho aumentou sua absorção de N, P e K;
do primeiro até o terceiro estádio ocorreu um grande incremento na taxa de absorção
liquida de nutrientes, em todos os órgãos amostrados; do terceiro à floração apenas o P
e K no pecíolo e Mg no rizoma, tiveram sua taxa reduzida; da floração à colheita, a taxa
de absorção liquida dos órgãos vegetativos foi sempre menos do que os produtivos,
sendo que a do Ca foi relativamente baixa em todos os órgãos. Constataram, ainda,
que na fase vegetativa (da muda à floração), os órgãos com desenvolvimento mas
rápido o ricos em N, P, K; a concentração de Ca foi maior nas folhas, pecíolo e
pseudocaule, e de Mg no pecíolo e pseudocaule, a de P no rizoma e folhas, a de N nas
folhas, rizoma e pseudocaule; os teores de K em todos os órgãos decresceram com o
tempo, variando conforme o estádio; Ca e Mg aparecem em teores mais elevados na
maioria dos órgãos em relação à outra fase; na fase reprodutiva (floração à colheita), o
26
teor de N diminuiu, com a idade, em todos os órgãos, exceto nas folhas; o cacho
acumulou mais P e K, o pecíolo mais Ca e a inflorescência, aumentou no rizoma e
cacho e variou no pecíolo, conforme o local; em todos os estádios de desenvolvimento,
folhas, e pseudocaule acumularam mais P e sua variação foi pequena na pecíolo e
rizoma; é necessário um teor de, no mínimo, 0,4% de Mg, para que bananeiras dessa
cultivar desenvolvam folhas normais; a formação e desenvolvimento do pseudocaule
parecem estar associados a altos teores de K e Ca. Em relação aos locais, observaram
que, praticamente, não afetaram o comportamento do N e P na planta; não houve
diferenças marcantes entre órgãos quanto ao Mg; exercem grande influência no teor de
Ca nas folhas; a absorção de K foi bastante afetada e esteve sempre relacionada com
altas produções, juntamente com o balanço K/Ca/Mg; a inflorescência e o cacho
sempre absorveram pouco Ca.
Em estudos realizados em plantas do subgrupo Plantano (Grupo AAB), cujas
cultivares produzem frutos pouco apropriados para o consumo ao natural Veerannah et
al. (1976), trabalharam na Índia com a cv. ‘Poovan’, em seis estádios de
desenvolvimento (muda; 5,8 e 15 folhas abertas; floração e colheita), constatando que
as mudas apresentaram uma quantidade de nutrientes suficiente para alimentar a
bananeira no estádio inicial de desenvolvimento, sem necessidade de adubação; o K foi
o nutriente absorvido em maior quantidade, com destaque para o pseudocaule e
pecíolo, houve maior absorção total de N, P, K, na fase produtiva, e de Ca, Mg, na
vegetativa; a taxa líquida de absorção de nutrientes é maior entre os estádios de plantio
e floração, sendo que a de N, P, K é mais intensa entre o 2
o
e 4
o
estádio, e a de Ca, Mg
entre o 2
o
e 3
o
; a absorção de N e K continuou elevada até a colheita; o N e P foram
mais absorvidos pelas folhas e pseudocaule, o K pelo pseudocaule e cacho, o Ca pelo
pecíolo e folhas e o Mg foi absorvido quase uniformemente por todos os órgãos
analisados. Na África, trabalhou-se com as cultivares ‘Popoulou’, ‘French-Sombre’,
‘Njock Korn’ e ‘Amou’, no estádio de colheita de planta matriz e do primeiro filhote
(MARCHAL; MALLESSARD, 1979). Foram analisados órgãos e constatou-se que
houve variação nos teores de nutrientes absorvidos pelas cultivares, para rendimentos
iguais, fato que consideram características inerentes às próprias cultivares; a cv.
‘Popoulou’ imobiliza grandes quantidades de N e K para pequenas produções; a cv.
27
‘French-Sombre’ é um pouco mais eficiente, apesar de menos produtividade e as cvs.
‘Njock Korn’ e ‘Amou’ aproveitam os nutrientes com maior eficiência, exceto o K; as
cultivares estudadas apresentam um baixo potencial de produção e exportam menos
nutriente com as colheitas, quando comparadas com aquelas do subgrupo Cavendish;
na planta matriz das cultivares, o engaço foi o órgão mais rico em K, a folha em N e P, o
pecíolo em Ca e o rizoma em Mg; no primeiro filho, o Ca e Mg foram mais absorvidos
pelas folhas e os demais nutrientes, conforme ocorreu na planta matriz. Já em Porto
Rico, realizou-se dois ensaios onde alguns órgãos da planta matriz, da cv. ‘Maricongo’,
foram analisados mensalmente. Samuels et al. (1978) coletaram amostras de folhas,
pseudocaule e frutos, em treze estádios de desenvolvimento, concluindo que os teores
de N, P, K tenderam a se reduzir, do plantio à colheita, nas folhas e no pseudocaule,
possivelmente devido à sua redistribuição para os frutos, enquanto que o de Ca
permaneceu estável e o de Mg diminuiu, especialmente nas colheita; os teores de N e P
foram maiores nas folhas do que no pseudocaule, em todos os estádios, sendo que
ocorreu o inverso com o K; as folhas absorveram N e P a um ritmo mais intenso do que
o pseudocaule, nos estádios iniciais; as folhas e o pseudocaule apresentam níveis
semelhantes de Ca, Mg, que se reduziram bastante a partir da frutificação; essa cultivar
apresenta uma razão de absorção na colheita, em relação à folha e ao pseudocaule,
de: N = 1:1, P = 1:1, K = 1:4, Ca = 1:2, Mg = 1:2. Por sua vez, Irrizarry et al. (1981)
amostraram rizoma, pseudocaule, folhas, pecíolo e frutos, em doze estádios de
desenvolvimento e em dois locais, constatando que houve efeito do local no
comportamento das bananeiras dessa cultivar; em um dos locais, o teor total de N, K,
Ca aumentou do plantio à colheita, o de Mg cresceu rapidamente até 8 meses e se
estabilizou, o de P elevou-se lentamente durante o ciclo; no outro local, o teor de N, K,
Ca aumentou rapidamente até três meses antes da colheita e, depois, mais devagar, e
os teores de Mg e P subiram lentamente, no decorrer do período; a absorção total de
nutrientes no estádio de colheita foi similar nos dois locais, exceto para o Mg que
apresentou uma absorção três vezes maior no primeiro local; nos dois locais, a média
de absorção de nutrientes aos 2, 5, 8 e 11 meses após o plantio foi de,
aproximadamente, 15, 25, 35, e 25% do total absorvido, respectivamente; em todos os
órgãos o teor de P foi baixo e o de K muito alto, especialmente nos estádios iniciais; o
28
teor de Ca permaneceu quase constate no pseudocaule e tendeu a decrescer nos
demais; o comportamento do Mg foi muito variável, porém, diminuiu no pseudocaule,
com a idade; com a colheita, são exportados cerca de 35% N, 48% K, 27% Mg e 10%
Ca.
Em estudos realizados por Valsamma e Aravindakshan (1981) na África, o efeito
de doses de nitrogênio sobre a absorção de N, P, K em vários órgãos da bananeira cv.
‘Palaynkodan’, aos 3 e 5 meses após o plantio, na floração e colheita. Concluíram que,
no estádio de floração, o teor de N foi maior na inflorescência e no pseudocaule; no de
colheita, foi maior no engaço, e na fase vegetativa, o foi nas folhas; de um modo geral,
os teores de N decrescem em todos os órgãos à medida que a bananeira envelhece; as
doses de N aplicadas não afetaram o teor de P nos órgãos amostrados; a folha
apresentou maior teor de P em todos os estádios, exceto na colheita onde foi superada
pelo engaço; nos órgãos, em geral, a absorção de P aumentou com a idade da
bananeira; houve maior absorção de K pelo pseudocaule, na fase vegetativa, e pelo
engaço, nos estádios de floração e colheita; o K foi absorvido em maiores quantidades
do que o N e P, porém sua absorção decresceu após a floração; as maiores taxas de
absorção de N e P ocorreram na fase vegetativa.
2.1.4 Micronutrientes
O boro é absorvido pelas plantas na forma de ácido bórico não dissociado
H
3
BO
3
. dúvidas sobre a natureza do processo de absorção, se passivo ou ativo
(MALAVOLTA et al., 1997). De acordo com Marschner (2005) as principais funções do
boro na planta são: metabolismo de carboidratos e fenóis transporte de açúcares pela
membrana, síntese de ácidos nucléicos e fitohormônios, síntese, integridade e
lignificação da parede celular, germinação de grãos de pólen e crescimento do tubo
polínico. É um elemento essencial para a atividade meristemática da planta.
Walmsley e Twyford (1976), nas Antilhas Inglesas, analisaram órgãos da cv.
Robusta, em cinco estádios de desenvolvimento, concluindo que, em todos os estádios,
o B, Zn e Cu estão presentes em maior quantidade no pseudocaule e folhas, que são
órgãos com intensa atividade de crescimento; na fase de frutificação, o Zn foi mais
importante do que o Cu e B, para a nutrição dessa cultivar; na fase inicial de cultivo, é
29
provável que as reservas de B, Zn e Cu no rizoma sejam suficientes para uma nutrição
adequada das bananeiras; à medida que a planta envelhece, o Zn apresenta um
comportamento variável entre os órgãos, o Cu tende a aumentar no pseudocaule e
rizoma e se estabilizar nos demais, o B tende a reduzir com a idade, exceto no botão
floral; as folhas são responsáveis pela maior absorção de Zn e o pseudocaule de B e
Cu; a seqüência em quantidade absorvida é B>Zn>Cu, com uma proporção de 4,9 B:
2,9 Zn : 1 Cu; com a colheita, são exportados cerca de 41% Zn, 37% Cu e 30% B; até o
estádio de floração, são absorvidos em torno de 46% B, 40% Cu e 36% Zn.
Trabalhando com a cv. Poyo na fase de colheita, na África, Marchal e Martin-Prével
(1971) confirmaram que o pseudocaule absorve grandes quantidades de Zn e Cu, com
destaque para o primeiro, porém, constataram que o engaço absorve bem mais do que
as folhas. Observaram, ainda, que o excesso de Cu provoca redução no
desenvolvimento da planta e que, na colheita, rizoma, pseudocaule, pecíolo, folhas e
botão floral apresentam cerca de 55% Cu e 53% Zn, do total absorvido pela planta
inteira.
Em alguns trabalhos desenvolvidos em Israel, utilizando a cv. Williams,
constatou-se que, no estádio de floração e colheita, a concentração de micronutrientes
é mais elevada no pecíolo do que nas folhas (LAHAV, 1972), e que, para uma
população de 2.000 bananeiras, produzindo 50t de frutos por hectare, são exportados
em torno de 700g B, 500g Zn, 200g Cu e são repostas ao solo 4.200g Zn, 570g B e
170g Cu, aproximadamente (LAHAV; TURNER, 1983). Na Austrália, Turner e Barkus
(1973) observaram que, até 100 dias após o plantio, a planta matriz pode fornecer até
73% do Cu necessário à nutrição do filhote e quase nenhum Zn. Nesse mesmo pais,
Turner e Barkus (1982, 1983) realizaram dois ensaios, onde coletaram amostras de
órgãos no estádio de colheita. No primeiro, constataram que a planta matriz, o primeiro
e o segundo filhote absorvem até sete vezes mais Zn do que Cu; o segundo filhote
absorve mais Zn e Cu que o primeiro e a planta matriz; menores teores de K no solo
favoreceram a concentração de Cu e Zn no cacho, mais do que alguns outros fatores.
No segundo ensaio, verificaram que o exportados cerca de 37% Zn e 35% Cu; a
razão de absorção é 1 Zn: 0,12 Cu; os órgãos que mais absorvem Zn e Cu o o
pseudocaule e o pecíolo, respectivamente.
30
Foram analisados órgãos da cv. Nanica, por Gallo et al. (1972) no Brasil, e Bravo
et al. (1980) nas Ilhas Canárias, nos estádios de floração e colheita e de floração
respectivamente. No Estado de São Paulo, foi possível concluir que uma população de
2.500 bananeiras por hectare, que produz cachos com peso médio de 30,79 kg,
absorve 367g B, 357g Zn e 120g Cu, na colheita; são exportados cerca de 58% Cu,
45% B e 39% Zn do total absorvido; no estádio de floração os maiores teores de B, Zn e
Cu estão no engaço e os menores no pseudocaule; no estádio de colheita, as maiores
quantidades de B, Zn são encontradas no botão floral e as de Cu, nas folhas enquanto
que, as menores de B, Zn estão no fruto e de Cu, no engaço. Em Tenerife, coletou-se
amostras de folhas em treze bananais de duas regiões, notando-se que o Zn sempre foi
absorvido em maiores quantidades do que o Cu; o local pode afetar os teores desses
nutrientes, sendo que o de Zn mostrou uma correlação direta com o de Mg e o de Cu foi
maior em solos ácidos.
Na Holanda foram feitas análises de rizoma, pecíolo e folha da cv. Nanicão, doze
meses após o plantio, foi constatado que o Cu é fortemente distribuído dentro da
bananeira a partir das folhas mais velhas, enquanto que o Zn o é moderadamente
(VORM; DIEST, 1982). Entretanto, no Equador, essa cultivar apresentou maior teor de
Zn do que de Cu nas folhas, no estádio de colheita (INSTITUTO NACIONAL DE
INVESTIGACIONES AGROPECUÁRIAS - INIAP, 1982), confirmando-se resultados
obtidos com outras cultivares do grupo AAA, em outros locais. Essa maior absorção de
Zn de que Cu também foi verificada em cultivares do grupo AAB, se bem que não muito
marcantes, por Turner e Barkus (1981), na Austrália. Foram analisadas folhas da planta
matriz e do primeiro seguidor, das cultivares Prata e ‘Plantain’, no estádio de colheita,
obtendo os seguintes resultados: cv.Prata, planta matriz (ppm), 14 B, 21 Zn, 19 Cu e
primeiro fllhote (ppm), 20 B, 15 Zn, 10 Cu; cv. Plantain’, planta matriz (ppm), 28 B, 27
Zn, 22 Cu e primeiro filhote (ppm), 26 B, 28 Zn, 24 Cu. Observaram também
comportamento variável para o B.
31
2.2 Material e Métodos
2.2.1 Caracterização da Área Experimental
O experimento foi conduzido no período de 28 de fevereiro de 2005 á 23 de
junho de 2006, no Setor de Horticultura do Departamento de Produção Vegetal da
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, localizado no município de Piracicaba,
Estado de São Paulo, cujas coordenadas geográficas são: latitude Sul 22
o
42’30’’,
longitude Oeste 47
o
38’00’’ e altitude de 564 metros.
O clima da região, conforme a classificação de Köppen é do tipo Cwa: tropical de
altitude, com três meses mais secos (junho/julho/agosto) e chuvas concentradas de
outubro á março. A temperatura média do mês mais quente é superior á 22
o
C e do mês
mais frio não é inferior a 16
o
C, com média anual de 21,1
o
C, precipitação média de 1253
mm ano
-1
, umidade relativa do ar de 74% e insolação média de 101,5 horas.
(SENTELHAS; PEREIRA, 2000).
Os dados meteorológicos obtidos na estação meteorológica da Universidade de
São Paulo, Campus Luiz de Queiroz”, em Piracicaba-SP, referentes ao período do
experimento acham-se representadas na Figura 1.
0
5
10
15
20
25
30
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Temperatura média mensal (graus Célcius)
0
50
100
150
200
250
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Precipitação pluvial (mm)
Figura 1 – Variação climática mensal em Piracicaba, SP durante a realização do
experimento (Fonte: Estação meteorológica da Universidade de São Paulo,
Campus “Luiz de Queiroz”
O solo da área experimental é classificado como Terra Roxa Estruturada
Eutrófica A moderado textura argilosa, correspondendo ao Kandudalfil Eutrudox, suas
características químicas amostrada na profundidade de 0-40 cm encontram-se na
Tabela 3.
32
Tabela 3 - Resultado da análise química do solo da área experimental
pH M.O P S K Ca
Mg
Al H+Al
SB T V m
CaCl
2
g.dm
-3
mg.dm
-3
-------------------mmolc.dm
-3
---------------- %
5,7 36 150 18
7,8
58
19 0 25 84,8
109,8
77
0
2.2.2 Caracterização das plantas
Nesse estudo foram utilizadas mudas micropropagadas de bananeiras, da
cultivar Grande Naine com idade de 16 dias. A quantidade de mudas transplantadas foi
150, visando possíveis perdas, como ainda manutenção das bordaduras. O
espaçamento utilizado foi de 3,0 X 2,0 metros. Foram feitos tratos culturais usuais para
a cultura, como irrigação, e adubação de cobertura (idade da planta e dosagem do
adubo e formulação). Os tratamentos fitossanitários não foram realizados, pois tem sido
observado que alguns produtos contêm elementos químicos os quais poderiam
comprometer os resultados das análises.
A cultivar Grande Naine é a mais utilizada na Martinica, apresenta porte
intermediário entre a ‘Nanica’ e a ‘Nanicão’, com altura que varia entre 2 e 3 metros, e a
parte superior da planta (bainha, pecíolo) é marcadamente serosa. O cacho tem forma
ligeiramente cônica, pesando de 31 a 40 kg, contendo 9 a 11 pencas com 12 a 31 frutos
cada uma. O numero total de frutos por cacho varia de 145 a 197. O fruto é de tamanho
mediano a grande (cinco vezes mais comprido que largo), sendo de 16 a 25 cm e
pesando de 95 a 260 g, apresenta ápices arredondados, pedicelos curtos e a polpa
madura, tem sabor idêntico ao da banana ‘Nanica’.
A cultivar Grande Naine apresenta alta produtividade sob condições ideais de
cultivo ou sob irrigação, podendo atingir 50-60 t/ha/ciclo ou 2.500-3.000 caixas de 18,14
kg, além de ser cinco vezes mais resistente ao vento do que a cultivar ‘Valery’ (ALVEZ;
OLIVEIRA, 1999).
33
2.2.3. Definição dos tratamentos
Considerou-se tratamentos, as diferentes épocas de amostragens, as quais
foram efetuadas mensalmente, sendo a primeira realizada em fevereiro de 2005 (mês
de instalação do experimento) e a última no mês de maio de 2006 (décimo sexto mês
após o transplantio, ocasião da colheita). Foram realizadas cinco repetições, sendo
cada planta uma repetição.
2.2.4. Obtenção e preparo das amostas
Durante as amostragens foram avaliadas, inicialmente com o auxilio de
paquímetro digital, e posteriormente com trena, às dimensões (comprimento e diâmetro)
em centímetros dos rizomas (Figura 2); altura das plantas; massas fresca e seca das
seguintes partes das plantas: rizomas, pseudocaules, folhas, e posteriormente da
inflorescência (engaço, coração e frutos), com o auxílio de uma balança digital.
Figura 2 – Avaliação das dimensões de um rizoma, 12 meses após o transplantio
A partir do oitavo mês após o transplantio, houve a necessidade de se obter sub-
amostras das partes vegetais, uma vez que o volume amostrado excedia a capacidade
da estufa de secagem. Essa operação foi realizada manualmente com o auxilio de
ferramentas de cortes (facas e facões).
Para secagem das amostras utilizou-se da estufa de ar com circulação forçada à
temperatura de 65
o
C, onde as amostras permaneceram até atingirem massa constante,
sendo posteriormente pesadas, moídas em moinho tipo Willey e acondicionadas em
sacos plásticos, e levadas para análise no laboratório de tecidos vegetais, do
Departamento de Ciência do Solo da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”.
34
2.2.5 Determinação de macro e micronutrientes
Para a determinação dos macro e micronutrientes no tecido vegetal foram
utilizados os seguintes métodos de análise segundo Sarruge e Haag (1974):
- Nitrogênio: Método semimicro Kjeldahl;
- Fósforo e boro: Colorimetria do Metavanadato e da Azometina-H;
- Potássio: Fotometria de Chama;
- Cálcio, magnésio, enxofre, cobre, ferro, manganês e zinco: Espectrofotometria
de Absorção Atômica.
2.2.6 Delineamento Experimental
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, constituído
de cinco repetições, sendo cada planta considerada uma repetição e 16 tratamentos,
referentes as épocas de amostragem. Os resultados foram submetidos à análise de
regressão.
2.3 Resultados e Discussão
2.3.1 Parâmetros de crescimento
Na análise do desenvolvimento do rizoma, foram avaliados, periodicamente o
diâmetro e comprimento, cujos resultados encontram-se na Figura 3.
0
5
10
15
20
25
30
35
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
cm
diâmetro
comprimento
Figura 3 Diâmetro e comprimento dos rizomas durante o período do experimento,
expresso em centímetros
35
Analisando-se a Figura 3 verifica-se que houve um desenvolvimento contínuo do
diâmetro e do comprimento dos rizomas, tendo um aumento mais intenso nos primeiros
dez meses após o transplantio. Esses dados estão de acordo com Moreira, 1999, o qual
relata que grande expansão interna do rizoma, se processa durante a fase de pré-
diferenciação floral da gema apical de crescimento, a qual nesse trabalho ocorreu por
volta do 8 mês após o transplantio (Figura 6). Passando esse período, o
desenvolvimento deste órgão foi mais lento, sendo que no décimo terceiro, décimo
quarto, e décimo sexto meses, houve um valor superior do comprimento do rizoma, em
relação ao diâmetro, fato esse não observado nas demais amostragens.
A relação média entre o diâmetro e o comprimento dos rizomas foi de 1,2, porém
como pode-se observar na Figura 4, ocorreram variações , incidindo maior valor (1,9)
no oitavo mês, e o menor (0,8) no décimo sexto mês após o transplantio. Contudo
pode-se verificar na Figura 4 uma tendência crescente nessa relação até o oitavo mês,
passando a ser decrescente até o final do presente estudo.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Figura 4 – Relação entre diâmetro e comprimento dos rizomas ao longo do experimento
Na Figura 5 está a representação da altura das plantas, expressa em
centímetros, durante o período experimental.
36
0
50
100
150
200
250
300
350
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
cm
Figura 5 Representação do crescimento das plantas expresso em centímetros,
durante o período estudado
Observa-se na Figura 5 que as plantas apresentaram um crescimento inicial
lento nos três primeiros meses, sendo que no quarto mês após o transplantio ocorreu
um aumento acentuado, comparativamente aos meses anteriores. Esse mês
(maio/2005) coincidiu com um período de alta precipitação como se observa na Figura
1, passado esse período o crescimento tornou a ser lento, retomando o ritmo elevado
de crescimento no oitavo mês (setembro/2005), período esse com elevada precipitação
e temperaturas crescentes (Figura1). Esse padrão de crescimento segue o mesmo
comportamento das curvas de precipitação e temperatura (Figura 1), demonstrando
assim a forte influencia desses fatores sobre a cultura, concordando com (MARTIN-
PRÉVEL, 1962, 1977; MESSING, 1974,1978; HERNANDEZ et al., 1985) .
Houve pouca variação no número de folhas, tendo como valor médio 12 folhas
por planta. Esse valor foi observado no momento das amostragens. Cortez et al. 2006,
relatam em estudo realizados com diferentes tipos de mudas da bananeira “Grande
Naine” a emissão de 60 folhas até a emissão da inflorescência para mudas oriundas de
rizomas e 70 folhas no caso de mudas micropropagadas.
Na figura 6 encontra-se representado o ciclo vital da bananeira, com suas
diferentes fases observadas durante o experimento. O ciclo teve início com o plantio
das mudas micropropagadas, que após quatro meses iniciaram a brotação dos
rebentos, os quais foram suprimidos. O processo de diferenciação floral foi verificado
37
após oito meses do plantio, através de cortes realizados no pseudocaule. A emissão
das inflorescências ocorreu doze meses após o plantio. O experimento foi encerrado
dezesseis meses após o plantio, no momento da colheita.
Figura 6 – Representação do ciclo vital da bananeira cv. Grande Naine, em Piracicaba,
SP
2.3.2 Massa Seca
A produção de massa seca contínua e crescente pelos órgãos vegetativos é
fundamental para possibilitar uma maior elaboração de assimilados essenciais ao
desenvolvimento da planta, e especialmente dos frutos, segundo (MARTIN-PRÉVEL;
MONTAGUT, 1966; GALLO et al. ,1972; BORGES et al., 1999). Os incrementos na
massa seca nas diferentes partes das plantas podem ser verificados na Figura 6, onde
Plantio
4 meses
4 meses
Brotação dos
Rebentos
Diferenciação Floral
Emissão da
Inflorescência
Colheita
4 meses
4 meses
38
se observa que houve maior desenvolvimento do rizoma em relação aos outros órgãos,
a partir do sexto mês. O rizoma acha-se pouco desenvolvido nos primeiros meses,
aumentando ao longo da idade das plantas, tendo-se destacado até o décimo mês,
conforme se observa na Figura 7.
Devido às emissões periódicas de folhas, e ao fato de que o pseudocaule é
formado pelas bainhas das folhas, espera-se um incremento na produção de massa
seca nestes órgãos das plantas. Quanto ao rizoma tem-se conforme citação de Martin-
Prével (1962) que o ganho de massa seca neste órgão, favorece o desenvolvimento da
parte aérea da planta, como ainda possibilita melhor sustentação física. O acúmulo de
massa seca no pseudocaule também auxilia a manutenção ereta da planta, evitando
tombamento causado pela ação dos ventos, ou mesmo pelo peso do cacho.
Quanto aos resultados de crescimento foliar, foram detectados aumentos da
massa seca até o décimo terceiro mês, estabilizando-se até o décimo quinto, surgindo
as inflorescências, as quais apresentaram maior acúmulo de massa seca
comparativamente com outros órgãos nos décimo quinto e décimo sexto mês após o
transplantio (Figura 7), resultado semelhantes foram encontrados por Twyford e
Walmsley (1973).
A produção de massa seca pelo rizoma, pseudocaule, folhas e posteriormente,
inflorescência foi crescente do transplantio até a colheita (Figura 8). Esse
comportamento confirma a observação de diversos autores, e evidencia a elevada
capacidade de desenvolvimento da bananeira, necessitando para tanto, maior atividade
fotossintética, consumo de energia, água e nutrientes. Segundo Marschner (2005) um
dos efeitos do nitrogênio é promover a expansão da área foliar e maior crescimento
vegetativo, os quais tendem a se estabilizar (Figura 8), o que pode ser explicado pelas
reservas de nutrientes estarem sendo deslocadas para o processo de florescimento.
39
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
1 2 3 4 5 6 7 8
meses após o transplantio
massa seca em quilogramas
massa seca das folhas
massa seca do pseudocaule
massa seca do rizoma
Figura 6 - Acúmulo de massa seca nas diferentes partes das plantas nos primeiros oito
meses após o transplantio
0
1
2
3
4
5
6
7
9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
massa seca em quilogramas
massa seca da inflorescência
massa seca das folhas
massa seca do pseudocaule
massa seca do rizoma
Figura 8 - Acúmulo de massa seca nas diferentes partes das plantas no período de
nove a dezesseis meses após o transplantio
40
0
1
2
3
4
5
6
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
massa seca em quilogramas
massa seca da inflorescência
massa seca das folhas
massa seca do pseudocaule
massa seca do rizoma
Figura 9 - Acúmulo de massa seca nas diferentes partes das plantas durante o período
de realização do trabalho
Verifica-se ainda nas Figuras 8 e 9 que a inflorescência apresentou maior
incremento na sua massa seca, em um curto período de tempo, resultados semelhantes
foram encontrados por Twyford e Walmsley (1973).
Ao se analisar a distribuição da massa seca nas diversas partes das plantas
durante todo o ciclo (Figura 10) expressa em porcentagem verifica-se que rizomas e
pseudocaules, apresentam uma maior representatividade na massa seca total,
concordando com Lassoudier (1980).
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
%
% massa seca da inflorescência
% massa seca das folhas
% massa seca do pseudocaule
% massa seca do rizoma
Figura 10 - Distribuição da massa seca nas diversas partes da planta em porcentagem
ao longo do período analisado
41
Efetuando-se a análise de regressão da massa seca nos diferentes órgãos da
bananeira, afim de se verificar o comportamento das variáveis estudadas ao longo do
ciclo da cultura, têm-se as equações de regressões, e os coeficientes de determinação
(R
2
), que se acham representados na Tabela 4.
Tabela 4 - Resultados das análises de regressão da massa seca, nos diferentes órgãos
da planta da bananeira cv. Grande Naine
Órgão Equação R
2
Rizoma y = 0,0043e
0,4553x
0,8744
Pseudocaule y = 0,0051e
0,4459x
0,9128
Folha y = 0,0075e
0,4201x
0,914
Inflorescência
y = 0,0087x
3
- 0,1758x
2
+ 0,9652x - 1,2364 0,9036
x = período de dias após o transplantio
y = estimativa de produção de massa seca, em quilogramas
As representações gráficas da regressão do acúmulo de massa seca no rizoma,
pseudocaule e folhas, em função do período estudado encontram-se na Figura 11.
Acúmulo de massa seca no rizoma
0
1
2
3
4
5
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
massa seca em quilogramas
Acúmulo de massa seca no rizoma
0
1
2
3
4
5
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
massa seca em quilogramas
Acúmulo de massa seca nas folhas
0
1
2
3
4
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
massa seca em quilogramas
Acúmulo de massa seca nas folhas
0
1
2
3
4
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
massa seca em quilogramas
Figura 11 Produção de massa seca pelos diferentes órgãos da planta da bananeira
cv. Grande Naine nas diversas épocas de amostragens
42
2.3.3 Macronutrientes
Os teores de macronutrientes encontrados nesse trabalho estão, de maneira
geral, de acordo com os teores foliares encontrados em diversos trabalhos, e dentro da
faixa de teores adequados a cultura. Tem sido observado que teores de nutrientes são
variáveis em função das condições edafoclimáticas, manejo da cultura, características
do cultivar, métodos de amostragem, entre outros (KURIEN, et al. 2000, COELHO,
2004). Tem-se na Tabela 5 os resultados das concentrações dos macronutrientes
obtidos no presente estudo, e os encontrados por alguns autores.
Tabela 5 - Faixas de concentrações de nutrientes observadas em folhas de bananeira
em diferentes estudos
Nutriente 1 2 3 4 5 6
N (g.kg
-1
) 22,7 35-45 28-40 26 27-36 27-36
P (g.kg
-1
)
2,41 2-4 2-2,5 2,2 1,8-2,7 1,6-2,7
K (g.kg
-1
) 58,16 38-50 31-40 28 30-54 32-54
Ca (g.kg
-1
) 6,49 8-15 8-12 6 2,5-12 6,6-12
Mg (g.kg
-1
) 3,56 2,5-8 3-4,6 3 3-6 2,7-6
S (g.kg
-1
) 1,99 2,5-8 2,3-2,7 2 2-3 1,6-3
1) Teores obtidos nesse trabalho, cv. ‘Grande Naine’ 2) Jones Jr. et al. (1991); 3) Robinson (1986); 4)
Ribeiro et al. (1999); 5) Prezotti (1992); 6) Teixeira et al. (1997)
2.3.3.1 Nitrogênio
As necessidades de nitrogênio para a bananeira são contínuas durante a maior
parte de seu ciclo, principalmente durante o período de crescimento vegetativo. O
nitrogênio é um elemento bastante relacionado com o crescimento da planta e produção
de massa vegetal. De acordo com Marschner (2005) o nitrogênio é necessário para a
síntese de aminoácidos, de aminas, proteínas e ácidos nucléicos, também faz parte da
molécula de clorofila e, a quantidade de nitrogênio relativa nas plantas, reflete a relação
entre proteínas e carboidratos estocados e também o tipo e qualidade de crescimento e
florescimento. Malavolta et al. (1997) acrescentam que o nitrogênio é responsável pela
maior vegetação, perfilhamento, estimulando a formação e o desenvolvimento de
gemas vegetativas e produtivas, sendo absorvido prioritariamente pela planta nas
formas de NH
4
+
e NO
3
.
43
Os resultados da análise de regressão dos diferentes órgãos das plantas
encontram-se na Tabela 6, e as curvas de acúmulo de nitrogênio nos diversos órgãos,
nas diversas épocas de amostragens acham-se na Figura 12.
Tabela 6 - Resultados das análises de regressão do acúmulo de nitrogênio, nos
diferentes órgãos da planta da bananeira cv. Grande Naine
Órgão Equação R
2
Rizoma y = 0,0385e
0,4411x
0,8876
Pseudocaule y = 0,0587e
0,4312x
0,9153
Folha y = 0,1609e
0,4252x
0,9266
Inflorescência
y = 0,184x
3
- 3,6852x
2
+ 20,081x - 25,558 0,883
x = período de dias após o transplantio
y = estimativa de acúmulo de nitrogênio, em gramas
Acúmulo de nitrogênio pelos rizomas das plantas
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Acúmulo de Nitrogênio pelos pseudocaules das plantas
0
10
20
30
40
50
60
70
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Acúmulo de nitrogênio pelas folhas das plantas
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Acúmulo de Nitrogênio pelas inflorescências das plantas
-20
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Figura 12 Acúmulo de nitrogênio pelas diferentes partes das plantas, nas diversas
épocas de amostragem
Nos primeiros dois meses de vida da planta, o consumo de nitrogênio é
relativamente baixo, após esse período, a absorção se acelera devido às necessidades
da planta e o consumo aumenta, conforme se observa na Figura 12.
O acúmulo de nitrogênio pelos órgãos das plantas segue, de maneira geral, a
mesma tendência da curva de crescimento da massa seca (Figura 12). Na Figura 13
pode-se observar a distribuição, em porcentagem, do nitrogênio acumulado nas
diferentes partes das plantas ao longo do ciclo. O teor de nitrogênio foi sempre superior
44
nas partes vegetativas das plantas, ou seja, nas folhas e pseudocaules
respectivamente, concordando com os resultados apontados por Martin-Prével (1977).
A porcentagem desse nutriente nas partes das plantas foi variável durante o ciclo,
principalmente na parte aérea, porém o seu teor no rizoma após o quarto mês após o
transplantio apresentou pouca variação. Ao se analisar a porcentagem de nitrogênio
encontrada na planta nos últimos meses de condução do experimento, verifica-se que
mais da metade do teor desse nutriente acha-se presente na inflorescência (Figura 13),
resultado esse semelhante aos relatados por Samuels et al. (1978).
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Meses após o transplantio
%
% de Nitrogênio na Inflorescência
% de Nitrogênio na Folha
% de Nitrogênio no Pseudocaule
% de Nitrogênio no Rizoma
Figura 13 – Distribuição em porcentagem do nitrogênio acumulado nas diferentes partes
das plantas
2.3.3.2 Fósforo
Quanto à absorção do fósforo, o seu comportamento é semelhante ao elemento
nitrogênio. O fósforo atua no desenvolvimento do sistema radicular da bananeira, o qual
tem grande capacidade de extração desse nutriente do solo; no processo de conversão
da energia solar em aminoácidos e fibras, assim como em todos os processos que
envolvem transferência de energia, através do ATP (adenosina tri-fosfato, que é uma
coenzima que fornece energia para os processos metabólicos), conforme relatos de
Marschner (2005).
45
Os resultados da análise de regressão dos diferentes órgãos das plantas acham-
se na Tabela 7, e as curvas de acúmulo de fósforo nos diferentes órgãos, nas diversas
épocas de amostragens estão na Figura 14.
Tabela 7 - Resultados das análises de regressão do acúmulo de fósforo, nos diferentes
órgãos da planta da bananeira cv. Grande Naine
Órgão Equação R
2
Rizoma y = 0,0191e
0,337x
0,8044
Pseudocaule y = 0,0211e
0,3742x
0,8689
Folha y = 0,0264e
0,3696x
0,8791
Inflorescência
y = 0,0262x
3
- 0,5182x
2
+ 2,7912x - 3,5164 0,8922
x = período de dias após o transplantio
y = estimativa de acúmulo de fósforo, em gramas
Acúmulo de fósforo pelos rizomas das plantas
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Acúmulo de fósforo pelos pseudocaules das plantas
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Acúmulo de fósforo pelas folhas das plantas
0
2
4
6
8
10
12
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Acúmulo de fósforo pelas inflorescências das plantas
-5
0
5
10
15
20
25
30
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Figura 14 – Acúmulo de fósforo pelas diferentes partes das plantas, nas diferentes
épocas de amostragem
Verifica-se que o acúmulo de fósforo apresenta a mesma tendência da curva de
acúmulo de massa seca, concordando com os estudos realizados na Austrália por
Turner e Barkus (1982). A distribuição do fósforo acumulado nas diferentes partes das
plantas (Figura 14) indica que existe uma variação nas diferentes partes das plantas,
estando, em sua maioria localizada nas partes vegetativas, tendo sido observado que
cresceu a partir do terceiro mês, concordando com os resultados relatados por Martin-
Prevél (1962), e Montagut e Martin-Prével (1965). Observa-se pela Figura 15 que nos
46
meses que antecedem a colheita, ocorre uma maior concentração de fósforos nos
rizomas, este fato pode estar relacionado às necessidades desse elemento na divisão
celular, formação de tecido meristemático, ao armazenamento e transferência de
energia, uma vez que durante a fase de produção de frutos é intensa a atividade
celular. Na fase de maturação a concentração desse nutriente é maior na
inflorescência, estando mais da metade do fósforo da planta nessa porção vegetal,
porém a folha apresentou maior representatividade do segundo ao décimo quarto mês,
tendo diminuído após a emissão da inflorescência, estando de acordo com os estudos
de Valsamma e Aravindakshan (1981) na África.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Meses após o transplantio
%
% de Fósforo na Inflorescência
% de Fósforo na Folha
% de Fósforo no Pseudocaule
% de Fósforo no Rizoma
Figura 15 Distribuição em porcentagem do fósforo acumulado nas diferentes partes
das plantas
2.3.3.3 Potássio
O potássio é o cátion mais abundante e de maior mobilidade nas plantas e sua
translocação interna é dirigida fortemente aos pontos de crescimento (LACOUEUILHE,
1974). É o nutriente que a bananeira absorve em maior quantidade e que tem grande
participação nos processos nutricionais, pois controla a retenção de água pelas células,
ou seja, sua turgidez. Ao controlar a água dentro das células, o potássio regula a
velocidade de circulação da seiva e, conseqüentemente, a de quase todos os
47
nutrientes, principalmente para garantir uma ótima atividade enzimática (MALAVOLTA,
et al., 1977; EPSTEIN; BLOOM, 2006).
Os resultados da análise de regressão dos diferentes órgãos das plantas são
apresentados na Tabela 8, e as curvas de acúmulo de potássio nos diferentes órgãos,
nas diversas épocas de amostragens estão na Figura 16.
Tabela 8 - Resultados das análises de regressão do acúmulo de potássio, nos
diferentes órgãos da planta da bananeira cv. Grande Naine
Órgão Equação R
2
Rizoma y = 0,1924e
0,4823x
0,8806
Pseudocaule y = 0,3436e
0,4555x
0,8619
Folha y = 0,4142e
0,4254x
0,8885
Inflorescência
y = 0,666x
3
- 13,438x
2
+ 73,768x - 94,496 0,8628
x = período de dias após o transplantio
y = estimativa de acúmulo de potássio, em gramas
Acúmulo de potássio pelos rizomas das plantas
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Acúmulo de potássio pelos pseudocaules das plantas
0
100
200
300
400
500
600
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Acúmulo de potássio pelas folhas das plantas
0
50
100
150
200
250
300
350
400
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Acúmulo de potássio pelas inflorescências das plantas
-100
0
100
200
300
400
500
600
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Figura 16 Acúmulo de potássio pelas diferentes partes das plantas, nas diversas
épocas de amostragem
O acúmulo de potássio nas diversas partes das plantas foi função da massa seca
produzida por esses órgãos. Observando-se a distribuição das porcentagens de
potássio nas diferentes partes das plantas (Figura 17) verifica-se que esse elemento
possui uma distribuição mais homogênea que os demais, essa característica pode estar
48
relacionada ao fato desse elemento possuir grande mobilidade no interior das plantas
(EPSTEIN, 2006). No início do desenvolvimento das plantas o pseudocaule parece ser
o maior depositário de potássio, seguido pelas folhas e rizomas. No período de floração
(após o décimo quarto mês) os órgãos que apresentam maior concentração em
potássio são o pseudocaule, folhas, rizomas e inflorescência. Observa-se uma grande
concentração desse elemento nas inflorescências, provavelmente devido a
redistribuição do elemento na planta (JOINER, 1983). Essa característica de alta
concentração nos frutos (partes exportadas) reforça a necessidade de reposição desse
elemento, como também um manejo adequado de restos culturais (folhas e
pseudocaules) que permanecem no pomar, os quais assumem uma grande
importância. Na época da inflorescência e formação do cacho foi encontrada as
menores porcentagens de potássio na massa seca das folhas, concordando com
Fontes et al. (2003), estudando a banana Prata-Anã. Esse fato provavelmente pode
estar relacionado a translocação deste nutriente das folhas para o cacho, que, nesta
fase de desenvolvimento constitui o dreno mais forte da planta (MARTIN-PRÉVEL,
1984).
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Meses após o transplantio
%
% de Potássio na Inflorescência
% de Potássio nas Folha
% de Potássio no Pseudocaule
% de Potássio no Rizoma
Figura 17 Distribuição em porcentagem do potássio acumulado nas diferentes partes
das plantas
49
2.3.3.4 Cálcio
O cálcio interfere nas qualidades palatáveis das bananas. Estimula o aumento do
crescimento dos tecidos meristemáticos, em especial aqueles localizados nas pontas
das raízes e radicelas, como também nas gemas de crescimento (apical e laterais). Ele
participa da estrutura das células e por isso, quando é mobilizado para outra parte da
planta provoca grandes e acentuadas necroses (MENGEL; KIRKBY, 1987;
MALAVOLTA et al., 1997).
Os resultados da análise de regressão dos diferentes órgãos das plantas acham-
se na Tabela 9, e as curvas de acúmulo de cálcio nos diferentes os órgãos, nas
diversas épocas de amostragens estão na Figura 18.
Tabela 9 - Resultados das análises de regressão do acúmulo de cálcio, nos diferentes
órgãos da planta da bananeira cv. Grande Naine
Órgão Equação R
2
Rizoma y = 0,0308e
0,4096x
0,8779
Pseudocaule y = 0,0273e
0,4576x
0,909
Folha y = 0,051e
0,4141x
0,9237
Inflorescência
y = 0,2461x
3
- 5,2167x
2
+ 29,946x - 39,786 0,6373
x = período de dias após o transplantio
y = estimativa de acúmulo de cálcio, em gramas
Acúmulo de cálcio pelos rizomas das plantas
0
5
10
15
20
25
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Acúmulo de cálcio pelos pseucaules das plantas
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Acúmulo de cálcio pelas folhas das plantas
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Acúmulo de cálcio pelas inflorescências das plantas
-50
0
50
100
150
200
250
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Figura 18 – Acúmulo de cálcio pelas diferentes partes das plantas, nas diferentes
épocas de amostragem
50
As curvas de acúmulo de cálcio pelas diferentes partes das plantas seguiram o
padrão apresentado pela curva de produção de massa secas nos respectivos órgãos. O
aumento de acúmulo de cálcio pela folha e rizoma, talvez seja responsável pela
consistência mais firme desses órgãos em relação aos demais (TURNER; BARKUS,
1983); esse nutriente entra na formação da lamela média da parede celular, o que
confere maior resistência aos tecidos da planta (MENGEL; KIRKBY, 1982). Estudos
foram efetuados com a cultivar nanicão por Messing (1974, 1978), nas Antilhas
Inglesas, demonstrando que o conteúdo de cálcio nas folhas apresentou maiores
flutuações do que o de potássio, fato esse não apresentado no presente estudo com a
cultivar Grande Naine, no qual as flutuações ocorreram porém se aproximaram à
aquelas verificadas com o potássio (Figuras 17 e 19), provavelmente devido as
exigências dessa cultivar quanto a esses elementos; contudo no final do ciclo houve
alta concentração e cálcio na inflorescência (Figura 19) comparativamente com os
outros órgãos, o mesmo padrão foi observado por Machado (1953), estudando a
cultivar robusta. No caso do pecíolo, provavelmente o aumento da absorção esteja
relacionado com amostragens em períodos de maior movimentação do cálcio para a
folha a partir do solo (TURNER; BARKUS, 1981, 1982); após um período de aumento
na concentração desse elemento no pseudocaule, observa-se que no período
seguinte um amento na concentração nas folhas, porém maiores teores foram
observados na inflorescência no final do ciclo (Figura 19), fato esse apontado por
Coelho (2004).
51
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Meses após o transplantio
%
% de lcio na Inflorescência
% de lcio na Folha
% de lcio no Pseudocaule
% de lcio no Rizoma
Figura 19 Distribuição em porcentagem do cálcio acumulado nas diferentes partes
das plantas
2.3.3.5 Magnésio
A absorção do magnésio pela bananeira é similar à absorção de cálcio. Esse
elemento é importante porque intervém na qualidade e propriedades de conservação da
fruta e participa nas relações de interação com outros elementos: cálcio e potássio,
conforme estudos realizados com a cultivar nanica por alguns autores (GALLO et al.
1972; FERNANDEZ-CALDAS et al., 1973; BRAVO et al., 1980).
Os resultados da análise de regressão dos diferentes órgãos das plantas acham-
se na Tabela 10, e as curvas de acúmulo de magnésio nos diversos órgãos, nas
diferentes épocas de amostragens estão na Figura 20.
Tabela 10 - Resultados das análises de regressão do acúmulo de magnésio, nos
diferentes órgãos da planta da bananeira cv. Grande Naine
Órgão Equação R
2
Rizoma y = 0,0233e
0,4118x
0,889
Pseudocaule y = 0,017e
0,4444x
0,938
Folha y = 0,0303e
0,4014x
0,9234
Inflorescência
y = 0,3578x
3
- 7,6171x
2
+ 43,877x - 58,449 0,6269
x = período de dias após o transplantio
y = estimativa de acúmulo de magnésio, em gramas
52
Acúmulo de magnésio pelos rizomas das plantas
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Acúmulo de magnésio pelos pseudocaules das plantas
0
5
10
15
20
25
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Acúmulo de magnésio pelas folhas das plantas
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Acúmulo de magnésio nas inflorescências das plantas
-50
0
50
100
150
200
250
300
350
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Figura 20 Acúmulo de magnésio pelas diferentes partes das plantas, nas diversas
épocas de amostragem
As curvas representativas de acúmulo de magnésio pelas diferentes partes das
plantas seguem, de maneira geral, a mesma tendência que as curvas de produção de
massa seca. No que tange a distribuição do elemento nas partes das plantas (Figura
21) observa-se que existe uma grande porcentagem desse elemento nos rizomas, e
levando-se em conta que o magnésio apresenta pouca mobilidade dentro da planta
(EPSTEIN; BLOOM, 2006). O magnésio é considerado o maior ativador de enzimas,
especialmente daquelas associadas ao metabolismo energético das plantas (MENGEL;
KIRKBY, 1982). A concentração desse elemento na inflorescência nos últimos meses é
algo notório, estando mais de 80% desse elemento nessa parte da planta, concordando
com os estudos realizados por Gallo et al. (1972), no Estado de São Paulo com a
cultivar nanica. Outros estudos realizados por Hernandez et al. (1985) com a cultivar
nanica em amostras de folhas, pecíolos e rizoma, demonstraram que os teores de
magnésio não foram afetados pelo clima e apresentaram uma sensível redução nas
folhas, com o aumento da idade, fato esse também encontrado nesse experimento.
53
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Meses após o transplantio
%
% de Magnésio na Inflorescência
% de Magnésio na Folha
% de Magnésio no Pseudocaule
% de Magnésio do Rizoma
Figura 21 – Distribuição em porcentagem do magnésio acumulado nas diferentes partes
das plantas
2.3.3.6 Enxofre
O enxofre tem a função de favorecer a formação da clorofila na bananeira, sem a
qual não é possível a vida vegetal. Ele atua no desenvolvimento geral da planta,
principalmente na sua parte aérea, na emissão das folhas e participa indiretamente no
tamanho das bananas. O enxofre é parte integrante do seu aroma e sabor, através dos
glucídeos, assim como dos aminoácidos sulfonados (cistina, cisteína e a metionina) que
produzirão as proteínas (MALAVOLTA et al., 1997).
Os resultados da análise de regressão dos diferentes órgãos das plantas acham-
se na Tabela 11, e as curvas de acúmulo de enxofre nos diversos órgãos, nas
diferentes épocas de amostragens estão na Figura 22.
Tabela 11 - Resultados das análises de regressão do acúmulo de enxofre, nos
diferentes órgãos da planta da bananeira cv. Grande Naine
Órgão Equação R
2
Rizoma y = 0,015e
0,3229x
0,823
Pseudocaule y = 0,0049e
0,4235x
0,9046
Folha y = 0,0233e
0,3597x
0,8546
Inflorescência
y = 0,1328x
3
- 2,8289x
2
+ 16,303x - 21,726 0,6159
x = período de dias após o transplantio
y = estimativa de acúmulo de enxofre, em gramas
54
Acúmulo de enxofre pelos rizomas das plantas
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Acúmulo de enxofre pelos pseudocaules das plantas
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Acúmulo de enxofre pelas folhas das plantas
0
1
2
3
4
5
6
7
8
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/plantas
Acúmulo de enxofre pelas inflorescências das plantas
-20
0
20
40
60
80
100
120
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
Gramas/planta
Figura 22 – Acúmulo de enxofre pelas diferentes partes das plantas, nas diversas
épocas de amostragem
As curvas representativas do acúmulo de enxofre nas partes das plantas
seguiram padrão semelhante ao apresentado pelas curvas de produção de massa seca.
Ocorreu uma flutuação quanto a distribuição do elemento nas diversas partes da planta,
porém observa-se que nas folhas esse elemento se localiza com maior porcentagem
(Figura 23). Durante o período de amadurecimento dos frutos (décimo sexto mês após
o transplantio), em torno de 90% de todo o enxofre presente na planta se localizava na
inflorescência, isso pode estar relacionado ao fato de que o enxofre é responsável pelo
aroma dos frutos.
55
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Meses após o transplantio
%
% de Enxofre na Inflorescência
% de Enxofre na Folha
% de Enxofre no Pseudocaule
% de Enxofre no Rizoma
Figura 23 Distribuição em porcentagem do enxofre acumulado nas diferentes partes
das plantas
Analisando-se as diferentes partes vegetativas (rizoma, pseudocaule e folhas),
observa-se que a ordem de extração dos macronutrientes seguiu o mesmo padrão:
K>N>Ca>Mg>P>S, padrão esse que não foi repetido na parte reprodutiva
(inflorescência), sendo: K>Mg>Ca>N>S>P; demonstrando que o magnésio é um
elemento presente na inflorescência em maior quantidade que o nitrogênio (Tabela 12).
Tabela 12 Ordem de extração dos macronutrientes nas diferentes partes amostradas
das plantas de bananeira Grande Naine’ ao final do primeiro ciclo de
produção
Órgão Ordem de acúmulo de nutriente
Rizoma K>N>Ca=Mg>P>S
Pseudocaule K>N>Ca>Mg>P>S
Folha K>N>Ca>Mg>P>S
Inflorescência K>Mg>Ca>N>S>P
Assim verifica-se que o potássio foi o nutriente extraído em maior quantidade,
seguido pelo nitrogênio, nos órgãos vegetativos, porém, as extrações de cálcio e
magnésio superaram a de nitrogênio nas inflorescências. Nota-se, portanto uma grande
exigência por parte da planta em nutrientes, principalmente potássio e nitrogênio,
conforme relatos de Borges et al. (1999).
56
A ordem de extração dos macronutrientes na massa seca nas folhas foi
semelhante à encontrada por Fontes et al. (2003) o qual estudando a banana Prata-
Anã, encontrou à seguinte ordem de concentração: K>N>Ca>Mg>S>P .
A razão de extração dos macronutrientes encontrada nesse estudo foi de 89K:
17N: 10Ca: 6Mg: 2P: 1S, esses dados discordam dos encontrados por Twyford (1967),
o qual constatou uma relação dia de 13K: 4N: 4Ca: 2Mg. Warner e Fox (1977),
preconizam uma razão de 35K: 9N: 2P, Turner e Barkus (1983), estabeleceram a
seguinte relação: 3,3K: 1N: 0,83Ca: 0,83Mg: 0,2P. Verifica-se assim que as relações
entre os macronutrientes são muito variáveis, podendo esse fato ser uma conseqüência
das diferentes condições edafoclimáticas, bem como do cultivar estudado. Todavia
verifica-se que a ordem de extração encontrada está de acordo com os estudos
relatados.
Considerando-se uma densidade de plantio de duas mil plantas por hectare, com
base nos resultados apresentados pode-se verificar através da Tabela 13 que a
exportação de macronutrientes nas inflorescências das plantas é elevada, necessitando
assim de um manejo adequado da adubação, bem como dos restos culturais a fim de
prover uma adequada nutrição das plantas e manter a produtividade do pomar.
Tabela 13 – Exportação dos macronutrientes em g.planta
-1
, e g.hectare
-1
Nutrientes
K Mg Ca N S P
Exportação em g.planta
-1 *
446 237 164 122 88 17
Exportação em g.hectare
-1 **
892602 474653 327848 244473 176750 34702
* cacho completo incluindo coração, brácteas, engaço e frutos
** tomando-se por base uma densidade de plantio de 2000 plantas por hectare e peso do cacho de 40
quilogramas.
Analisando-se o Quadro 1 verifica-se que na cultura da banana o manejo
adequado dos restos culturais deve ser considerado ao se realizar um programa de
adubação, uma vez que fica evidente a enorme reciclagem dos nutrientes pelas
diversas partes das plantas.
57
Nutrientes
N P K Ca Mg S
Extração em
g.planta
-1
26 3 204 12 12 2
Rizoma
Extração em
g.hectare
-1 *
52969
6013
408408
24197
23637
3867
Extração em
g.planta
-1
23 3 121 20 11 2
Pseudocaule
Extração em
g.hectare
-1 *
46470 6654 242833
39148
22465
3077
Extração em
g.planta
-1
64 3 127 19 8 2
Folhas**
Extração em
g.hectare
-1 *
128702
6561 254745
37166
16987
3795
Extração em
g.planta
-1
114 10 453 50 32 5
Total
Extração em
g.hectare
-1 *
172114
18554
894556
96032
60517
10641
Quadro 1 – Extração de macronutrientes pelas partes das plantas em g.planta
-1
, e
g.hectare
-1
* tomando-se por base uma densidade de plantio de 2000 plantas por hectare e peso do cacho 40
quilogramas
** inclui pecíolo, nervuras e limbo
2.3.4 Micronutrientes
Os teores de micronutrientes encontrados nesse trabalho acham-se, de maneira
geral próximos àqueles relatados por diversos trabalhos, e dentro da faixa de teores
adequados à bananeira. Os teores foliares dos nutrientes são muito variáveis em
função das condições edafoclimáticas, manejo da cultura, características da cultivar,
métodos de amostragem, entre outros. Alem disso as faixas dos teores de
micronutrientes encontradas em diversos trabalhos é muito ampla, contudo, como forma
58
de obter um padrão de comparação, verifica-se na Tabela 14 os teores encontrados no
presente trabalho e os encontrados por outros autores.
Tabela 14 - Faixas de concentrações de nutrientes observadas em folhas de bananeira
em diferentes estudos
Nutriente 1 2 3 4 5 6
B (mg.kg-1) 23,79 10-50 20-80 15 10-25 10-25
Cu (mg.kg-1) 7,4 6-25 7-20 8 6-30 6-30
Fe (mg.kg-1) 326,39 76-300 70-200 100 80-360 80-360
Mn (mg.kg-1) 343,62 100-1000 1000-2200
88 20-200 200-1800
Zn (mg.kg-1) 28,22 20-200 21-35 20 20-50 20-50
1) Teores obtidos nesse trabalho cv ‘Grande Naine’ 2) Jones Jr. et al. (1991); 3) Robinson (1986);
4) Ribeiro et al. (1999); 5) Prezotti (1992); 6) Teixeira et al. (1997).
2.3.4.1 Boro
O boro tem funções ligadas principalmente ao desenvolvimento das gemas de
crescimento. É, portanto, um micronutriente de suma importância, pois atua sobre a
gema apical, as laterais de crescimento, na inflorescência e na formação das raízes,
atuando na atividade meristemática da plana (MARSCHNER, 2005).
Os resultados da análise de regressão dos diferentes órgãos das plantas acham-
se na Tabela 15, e as curvas representativas do acúmulo de boro nos diversos órgãos,
nas diferentes épocas de amostragens estão na Figura 24.
Tabela 15 - Resultados das análises de regressão do acúmulo de boro, nos diferentes
órgãos da planta da bananeira cv. Grande Naine
Órgão Equação R
2
Rizoma y = 0,0757e
0,4748x
0,8507
Pseudocaule y = 0,0852e
0,4572x
0,901
Folha y = 0,2086e
0,3795x
0,8652
Inflorescência
y = 0,2182x
3
- 4,3345x
2
+ 23,428x - 29,603 0,858
x = período de dias após o transplantio
y = estimativa de acúmulo de boro, em miligramas
59
Acúmulo de boro pelos rizomas das plantas
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
miligramas/planta
Acúmulo de boro nos pseudocaules das plantas
0
20
40
60
80
100
120
140
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
miligramas/planta
Acúmulo de boro nas folhas das plantas
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
miligramas/planta
Acúmulo de boro nas inflorescências das plantas
-50
0
50
100
150
200
250
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
miligramas/planta
Figura 24 Acúmulo de boro pelas diferentes partes das plantas, nas diversas épocas
de amostragem
As curvas representativas do acúmulo de boro pelas diferentes partes das
plantas seguiram o padrão das curvas de produção de massa seca das diversas partes
das plantas.
Ocorreu grande flutuação na distribuição de boro nas diferentes partes
amostradas. Observando a Figura 25, constata-se que inicialmente ocorreu uma maior
presença de boro nas folhas, e no pseudocaule, que são órgãos com intensa atividade
de crescimento (WALMSLEY; TWYFORD, 1976), entretanto, após o oitavo mês do
transplantio, a grande maioria do boro presente nas plantas se localizavam nos
rizomas, tornando nos meses seguintes a diminuir nessa parte e aumentando nas
folhas e pseudocaules. Essa flutuação ocorrida é de difícil compreensão, uma vez que é
lenta a redistribuição desse elemento nas plantas (EPSTEIN et al., 2006). Após a
emissão da inflorescência, houve uma crescente participação nessa parte da planta,
evidenciando a presença de boro nos ápices de crescimentos e reprodução celular
(MARSCHNER, 2005).
60
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Meses após o transplantio
%
% de Boro na Inflorescência
% de Boro na Folha
% de Boro no Pseudocaule
% de Boro no Rizoma
Figura 25 – Distribuição em porcentagem de boro acumulado nas diferentes partes das
plantas
2.3.4.2 Cobre
Esse elemento participa da formação da molécula de clorofila, atua na
fotossíntese e na respiração, ele participa de enzimas responsáveis pelo
desencadeamento do desenvolvimento interno da planta "mãe" e do "filho" também
(TURNER; BARKUS, 1973, 1982, 1983).
Atua na fixação do nitrogênio, juntamente com o manganês, ferro e o cloro,
participa da realização do transporte eletrônico dos produtos sintetizados pela
fotossíntese, para os outros órgãos da planta (VORM; DIEST, 1982).
Os resultados da análise de regressão dos diferentes órgãos das plantas acham-
se na Tabela 16, e as curvas de acúmulo de cobre nos diversos órgãos, nas diferentes
épocas de amostragens encontram-se na Figura 26.
61
Tabela 16 - Resultados das análises de regressão do acúmulo de cobre, nos diferentes
órgãos da planta da bananeira cv. Grande Naine
Órgão Equação R
2
Rizoma y = 0,0217e
0,6444x
0,8783
Pseudocaule y = 0,0386e
0,463x
0,7256
Folha y = 0,0942e
0,339x
0,752
Inflorescência
y = 0,1729x
3
- 3,4806x
2
+ 19,062x - 24,364 0,8506
x = período de dias após o transplantio
y = estimativa de acúmulo de cobre, em miligramas
Acúmulo de cobre nos rizomas das plantas
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses as o transplantio
miligramas/planta
Acúmulo de cobre nos pseudocaules das plantas
0
20
40
60
80
100
120
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
miligramas/planta
Acúmulo de cobre nas folhas das plantas
0
5
10
15
20
25
30
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
miligramas/planta
Acúmulo de cobre nas inflorescências das plantas
-20
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
miligramas/planta
Figura 26 Acúmulo de cobre pelas diferentes partes das plantas, nas diversas épocas
de amostragem
As curvas de acúmulo de cobre nas diferentes partes das plantas seguiram, de
maneira geral a mesma tendência das curvas de produção de massa seca nas partes
das plantas.
Quanto à distribuição do cobre nas plantas fica evidenciada uma flutuação nas
porcentagens desse elemento nos órgãos das plantas (Figura 27). Salienta-se que as
plantas foram adquiridas de um laboratório comercial, portanto provavelmente a maior
porcentagem de cobre encontrada nas folhas nos primeiros meses pode ser devido à
aplicação de algum defensivo, uma vez que é muito comum a presença de cobre
nesses produtos. Nos meses subseqüentes a variação na distribuição do cobre nas
partes vegetais foi intensa, predominando no pseudocaule do quinto ao oitavo mês
após o transplantio. Nos meses subseqüentes a localização desse elemento foi
62
predominante no rizoma. Segundo Marchal e Martin-Prével (1971), estudando a cultivar
Poyo, na fase de colheita, na África, indicam que o excesso de cobre provoca redução
no desenvolvimento das plantas.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Meses após o transplantio
%
% de Cobre na Inflorescência
% de Cobre na Folha
% de Cobre no Pseudocaule
% de Cobre no Rizoma
Figura 27 – Distribuição em porcentagem de cobre acumulado nas diferentes partes das
plantas
2.3.4.3 Ferro
Atua indiretamente na formação da clorofila, como um catalisador. Age ainda
sobre enzimas ligadas a formação de proteínas e nos processos da respiração.
Participa da assimilação do enxofre e do nitrogênio, atuando também como fixador
deste último. Junto com o manganês, cobre e cloro executa o transporte eletrônico dos
produtos obtidos com a fotossíntese (MALAVOLTA et al., 1997).
Os resultados da análise de regressão dos diferentes órgãos das plantas acham-
se na Tabela 17, e as curvas representativas do acúmulo de ferro nos diversos órgãos,
nas diferentes épocas de amostragens estão na Figura 28.
63
Tabela 17 - Resultados das análises de regressão do acúmulo de ferro, nos diferentes
órgãos da planta da bananeira cv. Grande Naine
Órgão Equação R
2
Rizoma y = 6,6711e
0,4492x
0,7804
Pseudocaule y = 1,9877e
0,4752x
0,8748
Folha y = 4,0305e
0,3521x
0,8699
Inflorescência
y = 13,161x
3
- 273,43x
2
+ 1542x - 2020,1 0,7613
x = período de dias após o transplantio
y = estimativa de acúmulo de ferro, em miligramas
Acúmulo de ferro nos rizomas das plantas
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses as o transplantio
miligramas/planta
Acúmulo de ferro nos pseudocaules das plantas
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
miligramas/planta
Acúmulo de ferro nas folhas das plantas
0
200
400
600
800
1000
1200
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses as o transplantio
miligramas/planta
Acúmulo de ferro nas inflorescências das plantas
-2000
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
miligramas/planta
Figura 28 Acúmulo de ferro pelas diferentes partes das plantas, nas diversas épocas
de amostragem
As curvas de acúmulo de ferro nas diferentes partes das plantas seguiram a
mesma tendência das curvas de produção de massa seca. Observando-se a Figura 29,
que mostra a distribuição das porcentagens do ferro na planta, evidencia-se alta
representatividade do rizoma na partição desse elemento nas plantas. Esse resultado
pode ter sido influenciado pela existência de ferro no solo onde foi conduzido o trabalho,
ocasionando assim uma maior porcentagem desse elemento no rizoma. A proximidade
do pseudocaule com o solo, também poderia ter influenciado esses resultados.
Entretanto logo após a emissão da inflorescência, verifica-se que a distribuição desse
elemento foi sendo alterada, diminuindo sua representatividade no rizoma e
pseudocaule, e aumentando na inflorescência. Segundo estudos de Salomão et al.
64
(2004), o acumulo de ferro na inflorescência inicialmente ocorre de forma lenta,
havendo um acréscimo no período próximo a colheita, comportamento esse também
observado no presente trabalho.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Meses após o transplantio
%
% de Ferro na Inflorescência
% de Ferro na Folha
% de Ferro no Pseudocaule
% de Ferro no Rizoma
Figura 29 Distribuição em porcentagem de ferro acumulado nas diferentes partes das
plantas
2.3.4.4 Manganês
O manganês é um ativador da reprodução celular e participa da síntese da
clorofila. Na sua ausência total as folhas ficam amareladas. Ele também ativa as
enzimas da respiração e do metabolismo do nitrogênio , quando então ele é
transformado de nitrato em nitrogênio nos aminoácidos, futuras proteínas, o que implica
em dizer que ele é um ativador da produção de proteínas (MALAVOLTA et al., 1997).
Os resultados da análise de regressão dos diferentes órgãos das plantas acham-
se na Tabela 18, e as curvas representativas do acúmulo de manganês nos diversos
órgãos, nas diferentes épocas de amostragens estão na Figura 30.
65
Tabela 18 - Resultados das análises de regressão do acúmulo de manganês, nos
diferentes órgãos da planta da bananeira cv. Grande Naine
Órgão Equação R
2
Rizoma y = 0,2918e
0,4883x
0,9104
Pseudocaule y = 0,287e
0,3819x
0,8921
Folha y = 1,4067e
0,4632x
0,9277
Inflorescência
y = 3,8595x
3
- 81,158x
2
+ 462,62x - 611,26 0,6871
x = período de dias após o transplantio
y = estimativa de acúmulo de manganês, em miligramas
Acúmulo de manganês nos rizomas das plantas
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
miligramas/planta
Acúmulo de manganês nos pseudocaules das plantas
0
20
40
60
80
100
120
140
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
miligramas/planta
Acúmulo de manganês nas folhas das plantas
0
500
1000
1500
2000
2500
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses as o transplantio
miligramas/planta
Acúmulo de manganês nas inflorescências das plantas
-500
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
miligramas/planta
Figura 30 Acúmulo de manganês pelas diferentes partes das plantas, nas diversas
épocas de amostragem
As curvas de acúmulo de manganês pelas diferentes partes das plantas
seguiram a mesma tendência da curva de produção de massa seca. Analisando-se a
distribuição desse elemento dentro da planta através da Figura 31, verifica-se que
ocorreu uma variação da representatividade desse elemento das diversas partes das
plantas, destacando-se a sua presença nas folhas e pseudocaules. Os teores
encontrados nesse trabalho estão dentro da faixa considerada adequada à cultura,
Silva et al. (2003) relata que teores elevados desse elemento nas folhas podem causar
queda de produção.
66
Ocorreu um aumento abrupto da porcentagem desse elemento na inflorescência
no final do ciclo da planta, ocasionando uma queda na porcentagem nas demais partes
das plantas. Esses resultados estão de acordo com relatos de diversos autores
(SALOMÃO et al., 2004; HOOCKING, 1980, 1982; HOOCKING et al., 1980).
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Meses após o transplantio
%
% de Manganês na Inflorescência
% de Manganês na Folha
% de Manganês no Pseudocaule
% de Manganês no Rizoma
Figura 31 – Distribuição em porcentagem de manganês acumulado nas diferentes
partes das plantas
2.3.4.5 Zinco
O zinco estimula a produção de auxinas que o hormônios responsáveis pelo
crescimento e a frutificação. Interfere nas enzimas produtoras da clorofila e das células
e ainda no metabolismo da planta, ativando diversas enzimas. Participa da síntese das
proteínas e do ácido indolacético (MALAVOLTA et al., 1997).
Os resultados da análise de regressão dos diferentes órgãos das plantas acham-
se na Tabela 19, e as curvas representativas do acúmulo de zinco nos diversos órgãos,
nas diferentes épocas de amostragens estão na Figura 32.
67
Tabela 19 - Resultados das análises de regressão do acúmulo de zinco, nos diferentes
órgãos da planta da bananeira cv. Grande Naine
Órgão Equação R
2
Rizoma y = 0,5109e
0,4128x
0,8606
Pseudocaule y = 0,046e
0,4317x
0,9169
Folha y = 0,3769e
0,3134x
0,9019
Inflorescência
y = 0,647x
3
- 13,336x
2
+ 74,643x - 97,158 0,7216
x = período de dias após o transplantio
y = estimativa de acúmulo de zinco, em miligramas
Acúmulo de zinco nos rizomas das plantas
0
50
100
150
200
250
300
350
400
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
miligramas/planta
Acúmulo de zinco pelos pseudocaules das plantas
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
miligramas/planta
Acúmulo de zinco pelas folhas das plantas
0
20
40
60
80
100
120
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses as o tranplantio
miligramas/planta
Acúmulo de zinco nas inflorescências das plantas
-100
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
meses após o transplantio
miligramas/planta
Figura 32 Acúmulo de zinco pelas diferentes partes das plantas, nas diversas épocas
de amostragem
As curvas de acúmulo de zinco pelas diferentes partes das plantas seguiram a
mesma tendência da curva de produção de massa seca, assim como os outros
nutrientes. Quanto à distribuição desse elemento dentro da planta, é possível observar
na Figura 33 que ocorreu uma grande flutuação da porcentagem desse elemento no
decorrer do ciclo.
Houve um acúmulo gradual na concentração desse elemento na inflorescência,
e, por conseguinte uma queda na porcentagem de zinco nas demais partes das plantas.
Entretanto verifica-se que durante o ciclo analisado o zinco encontra-se na sua maioria
no rizoma das plantas. O acumulo de zinco na inflorescência seguiu o padrão dos
68
demais micronutrientes, enquadrando-se no tipo polinomial de terceiro grau. Entretanto
em estudos realizados por Salomão et al. (2004), estudando a curva de acumulo após a
antese, verificou um comportamento linear.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Meses após o transplantio
%
% de Zinco na Inflorescência
% de Zinco na Folha
% de Zinco no Pseudocaule
% de Zinco no Rizoma
Figura 33 – Distribuição em porcentagem de zinco acumulado nas diferentes partes das
plantas
Ao se efetuar uma análise dos micronutrientes nas diferentes amostras
realizadas, observa-se pela Tabela 20 a ordem de extração de cada elemento no final
do primeiro ciclo de produção da bananeira, cv ‘Grande Naine’; constata-se que o ferro
foi o micronutriente mais acumulado pelo rizoma, pseudocaule e inflorescência,
enquanto que o manganês foi mais acumulado nas folhas seguido pelo ferro.
Tabela 20 Ordem de extração dos micronutrientes nas diferentes partes amostradas
das plantas de bananeira ‘Grande Naine’ ao final do primeiro ciclo de
produção
Órgão Ordem de acúmulo de nutriente
Rizoma Fe>Cu>Mn>Zn>B
Pseudocaule Fe>Mn>B>Zn>Cu
Folha Mn>Fe>Zn>B>Cu
Inflorescência Fe>Mn>Zn>B>Cu
69
A ordem de extração dos micronutrientes na massa seca nas folhas foi
semelhantes àquela encontrada por Fontes et al. (2003) o qual estudou a banana Prata-
Anã, obtendo à seguinte ordem de concentração Mn>Fe>B>Zn>Cu.
Borges et al. (2006) estudando os teores foliares de nutrientes em genótipos de
bananeira, verificaram que o manganês e o ferro foram os micronutrientes com teores
mais elevados nas folhas.
Efetuando-se uma estimativa de plantio de 2000 plantas por hectare, com peso
do cacho de 40 quilogramas, com base no presente estudo tem-se na Tabela 21 a
quantidade exportada de micronutrientes.
Tabela 21 – Exportação dos micronutrientes em mg.planta
-1
, e g.hectare
-1
Nutrientes
Fe
Mn Zn B Cu
Exportação em mg.planta
-1*
8809
2579
426
144
114
Exportação em g.hectare
-1 **
17618 5159 853 287 229
* cacho completo incluindo coração, brácteas, engaço e frutos
** tomando-se por base uma densidade de plantio de 2000 plantas por hectare
No Quadro 2 tem-se a estimativa da quantidade de micronutrientes extraídos
pelas diversas partes da planta, bem como a extração total, considerando-se uma
população de 2000 plantas por hectare, com produção de cachos de 40 quilogramas.
Analisando-se o Quadro 2 observa-se que a extração de micronutrientes seguiu
a ordem decrescente: Fe>Mn>Cu>Zn>B>.
70
Nutrientes
B Cu Fe Mn Zn
Extração em mg.planta
-1
81 506 3603 377 188
Rizoma
Extração em g.hectare
-1 *
162
1013
7206 754 377
Extração em mg.planta
-1
44 10 2209 95 21
Pseudocaule
Extração em g.hectare
-1 *
88 20 4418 190 41
Extração em mg.planta
-1
27 6 419 1313
70
Folhas**
Extração em g.hectare
-1 *
54 13 837 2626
141
Extração em mg.planta
-1
152
523 6231 1785
280
Total
Extração em g.hectare
-1 *
304
1045
12461
3570
559
Quadro 2 – Extração de micronutrientes pelas partes das plantas em mg.planta
-1
,
e g.hectare
-1
* tomando-se por base uma densidade de plantio de 2000 plantas por hectare
** inclui pecíolo, nervuras e limbo
71
3 CONCLUSÕES
- As plantas apresentaram surtos de crescimentos no quarto, e oitavo meses após o
transplantio, períodos esses correspondentes à brotação de rebentos e diferenciação
floral respectivamente.
- A ordem de acúmulo de macronutrientes foi diferente na inflorescência e nas demais
partes amostradas das plantas.
- A razão de extração dos macronutrientes foi de 89 K: 17 N: 10 Ca: 6 Mg: 2 P: 1 S, no
primeiro ciclo produtivo para a cultivar Grande Naine.
- A ordem de extração de micronutrientes foi diferente nas partes amostradas das
plantas
- A razão de extração dos micronutrientes foi de 41 Fe: 10 Mn: 3 Cu: 2 Zn: 1B, no
primeiro ciclo produtivo para a cultivar Grande Naine.
- As equações de regressão que mais se adequaram para os rizomas, pseudocaule e
folhas foram os modelos exponenciais, para as inflorescências, o modelo que mais se
adequou foi à equação polinomial de terceiro grau.
72
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