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INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
LUIZ CLÁUDIO NEVES RÊGO
COMPORTAMENTO INTERFACIAL DE BRÁQUETES POLIMÉRICOS:
UM ESTUDO IN VITRO.
Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em
Ciência dos Materiais do Instituto Militar de Engenharia, como
requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências
dos Materiais.
Orientador: Prof. João Carlos Miguez Suarez - DC - IME
Co-orientador: Prof
a
. Amal Elzubair Eltom - DC - IME
Rio de Janeiro
2006
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2
c2006
INSTUTUTO MILITAR DE ENGENHARIA
Praça General Tibúrcio, 80 – Praia Vermelha.
Rio de Janeiro – RJ CEP: 22290-270
Este exemplar é de propriedade do Instituto Militar de Engenharia, que poderá incluí-
lo em base de dados, armazenar em computador, microfilmar ou adotar qualquer
forma de arquivamento.
É permitida a menção, reprodução parcial ou integral e a transmissão entre
bibliotecas deste trabalho, sem modificação do seu texto, em qualquer meio que
esteja ou venha a ser fixado, para pesquisa acadêmica, comentários e citações,
desde que sem finalidade comercial e que seja feita referência bibliográfica
completa.
Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do autor e dos
orientadores.
.
N511 Rêgo, Luiz Cláudio Neves
Comportamento interfacial de bráquetes
poliméricos: Um estudo in vitro / Luiz Cláudio Neves
Rego – Rio de Janeiro: Instituto Militar de Engenharia,
2006
141p.: il; graf; tab.
Dissertação (mestrado) – Instituto Militar de
Engenharia, 2006.
1. Policarbonato, Bis-GMA/TEGDMA 2. Ortodontia,
3. Saliva artificial, 4. Termociclagem. I. Título. II. Instituto
Militar de Engenharia.
CDD 617.643
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3
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
LUIZ CLÁUDIO NEVES RÊGO
COMPORTAMENTO INTERFACIAL DE BRÁQUETES POLIMÉRICOS:
UM ESTUDO IN VITRO.
Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Ciência dos
Materiais do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para obtenção do
título de Mestre em Ciências dos Materiais.
Orientador: Prof. João Carlos Miguez Suarez – DC - IME
Co-orientador: Prof
a
. Amal Elzubair Eltom – DC - IME
Aprovada em 04 de dezembro de 2006 pela seguinte Banca Examinadora:
___________________________________________________________________
Prof. João Carlos Miguez Suarez , DC, IME – Presidente
___________________________________________________________________
Prof
a
. Amal Elzubair Eltom, DC, IME
___________________________________________________________________
Prof
a
. Elisabeth Ermel da Costa Monteiro, DC, IMA/UFRJ
___________________________________________________________________
Prof. Arnaldo Ferreira, PhD, IME
___________________________________________________________________
Prof. Carlos Nelson Elias, DC, IME
Rio de Janeiro
2006
4
A Deus, pelo dom da vida e pela constante
proteção de Pai. Agradeço por estar aqui e por
todas as oportunidades de crescimento e
realizações que tens designado para minha vida.
À minha esposa pela compreensão com as noites
de estudo, apoio incansável nas passagens difíceis
e amor incondicional em todos os momentos.
Aos meus “filhos” pelos momentos de carinho e
amor a mim dedicados, apesar da minha ausência.
Aos meus pais, por terem me possibilitado as
condições de estudo para galgar mais este
patamar em minha vida, assim como pelo exemplo
de retidão de caráter, dedicação e realização
profissional.
Aos meus irmãos Luiz Felipe e Renata que
contribuíram direta e indiretamente com essa
dissertação.
5
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Doutor João Carlos Miguez Suarez, pela experiência e
conhecimentos adquiridos durante sua cuidadosa orientação em todas as etapas
desta pesquisa e em todas as atividades que desenvolvi neste mestrado. O seu
perfil profissional e ético de dedicação e compromisso com o ensino e a verdade
científica mostrou-me também um exemplo a ser seguido na carreira docente.
Ao Instituto Militar de Engenharia, IME por ter propiciado a oportunidade e os
meios para realização desta dissertação.
Ao Instituto de Macromoléculas Prof
a
Eloisa Mano, IMA/UFRJ pela cessão da
biblioteca.
Ao Gal. Ex.. Hermes pelo apoio, sem o qual não seria possível a realização
do curso de mestrado.
Ao Cel. Sodré, por sua amizade, incentivo e compreensão durante o curso.
A minha co-orientadora, Professora Doutora Amal Elzubair Eltom, pela
inestimável contribuição a este trabalho, não cientificamente, mas também
ensinando o “caminho das pedras” para realização dos ensaios.
Aos integrantes do grupo do Prof. Miguez, professores Claúdia Bonelli,
Ricardo Pon Weber e Cap. Naylor Sardinha de Melo, pela orientação nos
ensaios e confecção da dissertação.
Aos professores da SE/4 que não mediram esforços para passar seus
ensinamentos.
Aos colegas da SE/4, Rodrigo, Osmar, Marcelo Traitel, Luis Serra, Edson,
Gláucio e Liliane companheiros que viveram as dificuldades do pioneirismo e
venceram.
Ao Cap. Antonio Veltri pela disponibilidade e presteza nos afazeres
burocráticos.
Ao Maj. Cano da SE/5 pela dedicação em acompanhar os ensaios físico-
químicos sempre pronto para ajudar.
Ao Engenheiro Leonardo pelo auxilio no uso do laboratório de Ensaios
Mecânicos.
6
Aos alunos de pós-graduação de química, Ten Raduweski, Carlos e Malu,
pela ajuda e orientação na realização dos ensaios de caracterização físico-
química.
Ao operador do MEV Sr. Joel que sempre esteve pronto para atender quando
solicitado.
A professora Elisabeth responsável pelo banco de dentes da UNESA que
cedeu gentilmente 50% dos dentes utilizados nesta dissertação.
Ao meu sogro, Engenheiro Sr. José Augusto Couto Martins (in memorian)
pelos ensinamentos aprendidos durante a fase inicial desta dissertação.
7
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES..................................................................................
10
LISTA DE TABELAS.............................................................................................
16
LISTA DE ABREVIATURAS...................................................................................
18
LISTA DE SÍMBOLOS...........................................................................................
19
LISTA DE SIGLAS................................................................................................
20
1
INTRODUÇÃO.........................................................................................
23
1.1
Considerações iniciais...............................................................................
23
1.2
Objetivo....................................................................................................
24
2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................
25
2.1
Polímeros.................................................................................................
25
2.1.1
Conceitos gerais.......................................................................................
25
2.1.2
Classificação............................................................................................
26
2.2
Adesão.....................................................................................................
27
2.2.1
Conceitos gerais.......................................................................................
27
2.2.2
Teoria e mecanismos de adesão.............................................................
28
2.3
Biomateriais..............................................................................................
32
2.3.1
Conceitos gerais.......................................................................................
32
2.3.2
Biomateriais na odontologia......................................................................
33
2.3.3
Biomateriais poliméricos............................................................................
34
2.4
Comportamento em serviço (degradação)................................................
36
2.5
Sistemas ortodônticos..............................................................................
38
2.5.1
Conceitos gerais.......................................................................................
38
2.5.2
O aparelho ortodôntico..............................................................................
39
2.5.3
Avaliação da adesão do aparelho ortodôntico...........................................
52
8
3
MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................
63
3.1
Equipamentos..........................................................................................
63
3.2
Material.....................................................................................................
64
3.3
Preparo das amostras para os ensaios....................................................
67
3.4
Grupos de avaliação.................................................................................
67
3.5
Preparo do conjunto bráquete-dente........................................................
67
3.6
Exposição aos agentes ambientais............................................................
71
3.6.1
Imersão e saliva artificial..........................................................................
71
3.6.2
Termociclagem........................................................................................
72
3.7
Métodos de avaliação e de caracterização................................................
73
3.8
Caracterização físico-química...................................................................
74
3.8.1
Determinação do grau de reticulação.......................................................
74
3.8.2
Espectroscopia no infravermelho..............................................................
75
3.8.3
Análise termogravimétrica (TGA)...............................................................
76
3.8.4
Calorimetria diferencial de varredura (DSC)..............................................
76
3.9
Caracterização mecânica..........................................................................
76
3.10
Análise fratográfica....................................................................................
77
3.10.1
Exame visual..............................................................................................
77
3.10.2
Determinação dos modos de fratura..........................................................
77
3.10.3
Determinação da quantidade de resina no dente......................................
78
4
RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................
79
4.1
Caracterização físico-química..................................................................
79
4.1.1
Determinação do grau de reticulação.......................................................
79
4.1.2
Espectroscopia no infravermelho.............................................................
79
4.1.3
Análise termogravimétrica (TGA).............................................................
86
4.1.4
Calorimetria diferencial de varredura (DSC)............................................
91
4.2
Avaliação quanto ao comportamento mecânico......................................
95
4.2.1
Ensaio de cisalhamento...........................................................................
95
4.2.2
Análise fratográfica....................................................................................
98
9
4.2.3
Índice de adesivo remanescente (IRA).....................................................
104
.
5
CONCLUSÕES........................................................................................
106
6
SUGESTÕES...........................................................................................
107
7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................
108
8
APÊNDICES............................................................................................
114
8.1
APÊNDICE 1: Valores do Ensaio de cisalhamento...................................
115
8.2 APÊNDICE 2: Espectros obtidos no Ensaio de espectroscopia na região
do infravermelho........................................................................................
118
8.3
APÊNDICE 3: Curvas obtidas no Ensaio de TGA....................................
126
8.4
APÊNDICE 4: Curvas obtidas no Ensaio de DSC.....................................
134
10
LISTAS DE ILUSTRAÇÕES
FIG.2.1
Diferentes ângulos de contato entre substrato e líquidos [RUYTER, 1992]...........
31
FIG 2.2 Fotomicrografia por MEV da superfície de fratura de um bráquete de
policarbonato reforçado com fibra de vidro.............................................................
41
FIG.2.3
Grupo carbonato.....................................................................................................
41
FIG.2.4
Policarbonato de bisfenol-A....................................................................................
42
FIG.2.5
Estrutura do bisfenol-A...........................................................................................
46
FIG.2.6
Estrutura do Bis-GMA.............................................................................................
47
FIG.2.7
Estrutura do grupo éster encontrada nos poliésteres.............................................
47
FIG.2.8
Estrutura do TEGDMA............................................................................................
48
FIG.2.9
Locais de aplicação do esforço de cisalhamento...................................................
61
FIG.3.1
Fotografia de um macro modelo do bráquete estudado: a) vista frontal b) vista da
base do bráquete......................................................................................................
65
FIG.3.2
Fotografia da resina Concise (auto-polimerizável): a) vista externa b) vista interna
da embalagem..........................................................................................................
66
FIG.3.3
Fotografia da resina Transbond XT (foto-polimerizável): a) vista externa b) vista
interna da embalagem..............................................................................................
66
FIG.3.4
Fases de fixação do dente no anel de PVC: (a) aplicação de vaselina na
superfície do azulejo; (b) aplicação da vaselina no esquadro; (c) aplicação da
resina acrílica no tubo; (d) colocação do dente no interior do tubo preenchido
com a resina; (e) verificação da perpendicularidade................................................
68
FIG.3.5
Fixação do dente no anel de PVC............................................................................
68
FIG.3.6
Etapas do processo de preparo do conjunto bráquete-dente: Comum aos dois
materiais (a) profilaxia; (b) lavagem e secagem; (c) condicionamento; (d)
lavagem e secagem; exclusivo para o Concise: (e) mistura do adesivo do frasco
“a” com o do frasco “b”; (f) aplicação do adesivo no dente; (g) aplicação do
adesivo na base do bráquete; (h) mistura da resina”a” com a resina “b”; (i)
aplicação da resina na base do bráquete; (j) posicionamento do bráquete no
dente; exclusivo para o Transbond XT: (l) aplicação do adesivo no dente; (m)
aplicação do adesivo na base do bráquete; (n) polimerização do adesivo do
11
bráquete e da superfície de colagem do dente; (o) aplicação da resina na base
do bráquete; (p) polimerização do conjunto bráquete-dente....................................
71
FIG.3.7
Equipamento de termociclagem (a) vista frontal externa da caixa de comando do
equipamento; (b) vista interna da caixa de comando; (c) vista geral do dispositivo
com os recipientes, frio e quente; (d) vista do sistema de contenção dos corpos
de prova utilizados na imersão dos mesmos............................................................
73
FIG.3.8
Dispositivo para o ensaio de cisalhamento (a) desenho esquemático; (b)
fotografia do dispositivo utilizado no ensaio de cisalhamento..................................
77
FIG.4.1
Espectro de infravermelho típico para o policarbonato (PC) “como recebido” com
indicação das bandas características.......................................................................
80
FIG.4.2
Espectros de infravermelho típicos para o policarbonato (PC), após tratamentos,
com indicação das bandas características: (a) imersão em saliva artificial (b)
termociclado..............................................................................................................
80
FIG.4.3
Espectros de infravermelho típicos para a resina Concise (auto-polimerizável)
“como recebida”, com indicação das bandas características: (a)filme; (b)
raspado.....................................................................................................................
81
FIG.4.4
Espectros de infravermelho típicos para a resina Concise (auto-polimerizável)
após imersão em saliva artificial, com indicação das bandas características: (a)
filme (b) raspado.................................................................................................... 81
FIG.4.5
Espectros de infravermelho típicos para a resina Concise (auto-polimerizável)
após termociclagem, com indicação das bandas características: (a) filme; (b)
raspado. ............................................................................................................................
82
FIG.4.6
Espectros de infravermelho típicos para a resina Transbond XT (foto-
polimer
izável) “como recebido”, com indicação das bandas características: (a)
filme; (b) raspado......................................................................................................
82
FIG.4.7
Espectros de infravermelho típicos para a resina Transbond XT (foto-
polimerizável) após imersão em saliva artificial, com indicação das bandas
características: (a) filme; (b) raspado......................................................................
83
FIG.4.8
Espectros de infravermelho típicos para a resina Transbond XT (foto-
polimerizável) após termociclagem, com indicação das bandas características:
(a) filme; (b) raspado................................................................................................
83
FIG. 4.9
Variação do índice de oxidação (IO) para as resinas Concise (auto-
12
polimerizável) e Transbond XT (foto-polimerizável), nas amostras em forma de
filme e raspadas, após imersão em saliva artificial (condição 1) e após
termociclagem (condição 2)...................................................................................
86
FIG.4.10
Curvas TGA típicas para o policarbonato (PC): (a) “como recebido”; (b) após
imersão em saliva artificial; (c) após termociclagem................................................
87
FIG.4.11
Curvas TGA típicas da resina Concise (auto-polimerizável), em amostras sob a
forma de filme: (a) “como recebido”; (b) após imersão em saliva artificial; (c)
após termociclagem................................................................................................ 87
FIG.4.12
Curvas TGA típicas da resina Concise (auto-polimerizável), em amostras
raspadas: (a) “como recebido”; (b) após imersão em saliva artificial; (c) após
termociclagem...........................................................................................................
87
FIG.4.13
Curvas TGA típicas do Transbond XT (foto-polimerizável), em amostras sob a
forma de filme: (a) “como recebido”; (b) após imersão em saliva artificial; (c)
após termociclagem............................................................................................ 88
FIG.4.14
Curvas TGA típicas do Transbond XT (foto-polimerizável), em amostras
raspadas: (a) “como recebido”; (b) após imersão em saliva artificial; (c) após
termociclagem.................................................................................. ........................
88
FIG.4.15 Variação da temperatura de início da degradação (onset) para as resinas
Concise (auto-polimerizável) e Transbond XT (foto-polimerizável), nas amostras
em forma de filme e raspadas, após imersão em saliva artificial (condição 1) e
após termociclagem (condição 2).............................................................................
91
FIG.4.16
Curvas DSC típicas para o policarbonato (PC): (a) “como recebido”; (b) após
imersão em saliva artificial; (c) após termociclagem................................................
92
FIG.4.17 Curvas DSC típicas da resina Concise (auto-polimerizável), em amostras sob a
forma de filme: (a) “como recebido”; (b) após imersão em saliva artificial; (c) após
termociclagem..........................................................................................................
92
FIG.4.18 Curvas DSC típicas da resina Concise (auto-polimerizável), em amostras
raspadas: (a) “como recebido”; (b) após imersão em saliva artificial; (c) após
termociclagem..........................................................................................................
93
FIG.4.19 Curvas DSC típicas do Transbond XT (foto-polimerizável), em amostras sob a
forma de filme: (a) “como recebido”; (b) após imersão em saliva artificial; (c) após
termociclagem..........................................................................................................
93
FIG.4.20 Curvas DSC típicas do Transbond XT (foto-polimerizável), em amostras
raspadas: (a) “como recebido”; (b) após imersão em saliva artificial; (c) após
termociclagem...........................................................................................................
94
FIG.4.21
Resistência ao cisalhamento, valor médio e desvio padrão, do conjunto dente -
bráquete unido com a resina Concise (auto-polimerizável), antes e após
13
tratamentos...............................................................................................................
96
FIG.4.22
Resistência ao cisalhamento, valor médio e desvio padrão, do conjunto dente -
bráquete unido com a resina Transbond XT (foto-polimerizável), antes e após
tratamentos...............................................................................................................
97
FIG.4.23
Fotomicrografia típica, por MEV, da superfície interfacial de fratura de um
conjunto bráquete – dente........................................................................................
99
FIG.4.24
Fotomicrografia, por MEV, da superfície interfacial de fratura do conjunto
bráquete - dente unido com Concise: (a) “como recebido”; (b) “como recebido” -
outra amostra; (c) imerso em solução salina; (d) termociclado................................
100
FIG.4.25
Fotomicrografia, por MEV, da superfície interfacial de fratura do conjunto
bráquete – dente unido com Transbond XT: (a) “como recebido”; (b) “como
recebido” - outra amostra; (c) imerso em solução salina; (d) termociclado .............
101
FIG.4.26
Tipo e freqüência de falha dos conjuntos dente – bráquete com a resina Concise,
corpos de prova do ensaio de cisalhamento, antes e após exposição aos agentes
ambientais.................................................................................................................
103
FIG.4.27
Tipo e freqüência de falha dos conjuntos dente bráquete com a resina
Transbond XT, corpos de prova do ensaio de cisalhamento, antes e após
exposição aos agentes ambientais.......................................................................... 103
FIG.4.28
Freqüência do índice de adesivo remanescente (IRA), dos conjuntos dente -
bráquete com a resina Concise, corpos de prova do ensaio de cisalhamento,
antes e após exposição aos agentes ambientais.....................................................
105
FIG.4.29 Freqüência do índice de adesivo remanescente (IRA), dos conjuntos dente -
bráquete com a resina Transbond XT, corpos de prova do ensaio de
cisalhamento, antes e após exposição aos agentes ambientais..............................
105
FIG.8.1.1 Valores do ensaio de cisalhamento. (Concise“como recebido”)..............................
115
FIG.8.1.2 Valores do ensaio de cisalhamento. (Concise saliva artificial).................................
115
FIG.8.1.3 Valores do ensaio de cisalhamento. (Concise termociclado)..................................
116
FIG.8.1.4 Valores do ensaio de cisalhamento. (Transbond XT “como recebido”)...................
116
FIG.8.1.5 Valores do ensaio de cisalhamento. (Transbond XT saliva artificial).......................
117
FIG.8.1.6 Valores do ensaio de cisalhamento. (Transbond XT termociclado).........................
117
FIG.8.2.1 Espectro de absorbância para a amostra (“como recebido”) PC.............................
118
FIG.8.2.2 Espectro de absorbância para a amostra (saliva artificial) PC.................................
118
14
FIG.8.2.3 Espectro de absorbância para a amostra (termociclado) PC...................................
119
FIG.8.2.4 Espectro de absorbância para a amostra (“como recebido”) Bis-GMA-TEGDMA
filme auto-polimerizável...........................................................................................
119
FIG.8.2.5 Espectro de absorbância para a amostra (“como recebido”) Bis-GMA-TEGDMA
raspado auto-polimerizável......................................................................................
120
FIG.8.2.6
Espectro de absorbância para a amostra (saliva artificial) Bis-GMA-TEGDMA
filme auto-polimerizável............................................................................................
120
FIG.8.2.7 Espectro de absorbância para a amostra (saliva artificial) Bis-GMA-TEGDMA
raspado auto-polimerizável......................................................................................
121
FIG.8.2.8
Espectro de absorbância para a amostra (termociclado) Bis-GMA-TEGDMA filme
auto-polimerizável................................................................................................... 121
FIG.8.2.9
Espectro de absorbância para a amostra (termociclado) Bis-GMA-TEGDMA
raspado auto-polimerizável......................................................................................
122
FIG.8.2.10
Espectro de absorbância para a amostra (“como recebido”) Bis-GMA-TEGDMA
filme foto-polimerizável............................................................................................
122
FIG.8.2.11
Espectro de absorbância para a amostra (“como recebido”) Bis-GMA-TEGDMA
raspado foto-polimerizável.......................................................................................
123
FIG.8.2.12
Espectro de absorbância para a amostra (saliva artificial) Bis-GMA-TEGDMA
filme foto-polimerizável.............................................................................................
123
FIG.8.2.13
Espectro de absorbância para a amostra (saliva artificial) Bis-GMA-TEGDMA
raspado foto-polimerizável........................................................................................
124
FIG.8.2.14
Espectro de absorbância para a amostra (termociclado) Bis-GMA-TEGDMA filme
foto-polimerizável..................................................................................................... 124
FIG.8.2.15
Espectro de absorbância para a amostra (termociclado) Bis-GMA-TEGDMA
raspado foto-polimerizável.......................................................................................
125
FIG.8.3.1
Curva termogravimétrica (“como recebido”) PC......................................................
126
FIG.8.3.2
Curva termogravimétrica PC (saliva artificial)..........................................................
126
FIG.8.3.3
Curva termogravimétrica PC (termociclado)............................................................
127
FIG.8.3.4 Curva termogravimétrica (“como recebido”) Bis-GMA-TEGDMA filme auto-
polimerizável.....................................................................................................
127
FIG.8.3.5
Curva termogravimétrica (“como recebido”) Bis-GMA-TEGDMA raspado auto-
polimerizável...........................................................................................................
128
FIG.8.3.6
Curva termogravimétrica (saliva artificial) Bis-GMA-TEGDMA filme auto-
polimerizável.............................................................................................................
128
FIG.8.3.7 Curva termogravimétrica (saliva artificial) Bis-GMA-TEGDMA raspado auto-
polimerizável.....................................................................................................
129
FIG.8.3.8
Curva termogravimétrica (termociclado) Bis-GMA-TEGDMA filme auto-
polimerizável.............................................................................................................
129
15
FIG.8.3.9 Curva termogravimétrica (termociclado) Bis-GMA-TEGDMA raspado auto-
polimerizável.............................................................................................................
130
FIG.8.3.10
Curva termogravimétrica (“como recebido”) Bis-GMA-TEGDMA filme foto-
polimerizável.............................................................................................................
130
FIG.8.3.11
Curva termogravimétrica (“como recebido”) Bis-GMA-TEGDMA raspado foto-
polimerizável.............................................................................................................
131
FIG.8.3.12
Curva termogravimétrica (saliva artificial) Bis-GMA-TEGDMA filme foto-
polimerizável.............................................................................................................
131
FIG.8.3.13
Curva termogravimétrica (saliva artificial) Bis-GMA-TEGDMA raspado foto-
polimerizável.............................................................................................................
132
FIG.8.3.14
Curva termogravimétrica (termociclado) Bis-GMA-TEGDMA filme foto-
polimerizável.............................................................................................................
132
FIG.8.3.15
Curva termogravimétrica (termociclado) Bis-GMA-TEGDMA raspado foto-
polimerizável.............................................................................................................
133
FIG.8.4.1
Curva de DSC (“como recebido”) PC.......................................................................
134
FIG.8.4.2
Curva de DSC (saliva artificial) PC...........................................................................
134
FIG.8.4.3
Curva de DSC (termociclado) PC.............................................................................
135
FIG.8.4.4
Curva DSC (“como recebido”) Bis-GMA-TEGDMA filme auto-polimerizável............
135
FIG.8.4.5 Curva de DSC (“como recebido”) Bis-GMA-TEGDMA raspado auto-
polimerizável.............................................................................................................
136
FIG.8.4.6
Curva de DSC (saliva artificial) Bis-GMA-TEGDMA filme auto-polimerizável..........
136
FIG.8.4.7
Curva de DSC (saliva artificial) Bis-GMA-TEGDMA raspado auto-polimerizável....
137
FIG.8.4.8
Curva de DSC (termociclado) Bis-GMA-TEGDMA filme auto-polimerizável............
137
FIG.8.4.9
Curva de DSC (termociclado) Bis-GMA-TEGDMA raspado auto-polimerizável......
138
FIG.8.4.10
Curva de DSC (“como recebido”) Bis-GMA-TEGDMA filme foto-polimerizável........
138
FIG.8.4.11
Curva de DSC (“como recebido”) Bis-GMA-TEGDMA raspado foto-polimerizável.
139
FIG.8.4.12
Curva de DSC (saliva artificial) Bis-GMA-TEGDMA filme foto-polimerizável...........
139
FIG.8.4.13
Curva de DSC (saliva artificial) Bis-GMA-TEGDMA raspado foto-polimerizável....
140
FIG.8.4.14
Curva de DSC (termociclado) Bis-GMA-TEGDMA filme foto-polimerizável.............
140
FIG.8.4.15
Curva de DSC (termociclado) Bis-GMA-TEGDMA raspado foto-polimerizável........
141
16
LISTA DE TABELAS
TAB. 2.1
Tipos e agentes de degradação [Mano & Bonelli, 1995]............
37
TAB. 3.1
Composição da saliva artificial......................................................
72
TAB. 3.2
Índice de adesivo remanescente...................................................
78
TAB. 4.1
Intensidades dos picos de absorção para o policarbonato (PC),
antes e após imersão em saliva artificial e termociclagem........... 84
TAB. 4.2
Intensidades dos picos de absorção para a resina Concise, em
função do modo de retirada da amostra, antes e após imersão
em saliva artificial e termociclagem.............................................. 84
TAB. 4.3
Intensidades dos picos de absorção para a resina Transbond
XT, em função do modo de retirada da amostra, antes e após
imersão em saliva artificial e termociclagem................................
85
TAB. 4.4
Valores da temperatura de início da degradação e da perda de
massa para o policarbonato (PC),antes e após imersão em
saliva artificial e termociclagem....................................................
89
TAB. 4.5
Valores da temperatura de início da degradação e da perda de
massa para resina Concise (auto-polimerizável), em amostras
sob a forma de filme e raspada, antes e após imersão em saliva
artificial e termociclagem..............................................................
89
TAB. 4.6
Valores da temperatura de início da degradação e da perda de
massa para o Transbond XT (foto-polimerizável), em amostras
sob a forma de filme e raspada, antes e após imersão em saliva
artificial e termociclagem...............................................................
89
TAB.4.7
Variação da temperatura de transição vítrea obtida por DSC
para o policarbonato (PC), antes e após a exposição a agentes
ambientais.....................................................................................
94
TAB. 4.8
Resistência ao cisalhamento, valor médio e desvio padrão,
do conjunto dente - bráquete unido com a resina Concise (auto-
polimerizável), antes e após tratamentos................................... 95
TAB. 4.9
Resistência ao cisalhamento, valor médio e desvio padrão, do
conjunto dente - bráquete unido com a resina Transbond XT
(foto-polimerizável), antes e após tratamentos............................. 96
17
TAB. 4.10
Resistência ao cisalhamento, mediana e média, dos conjuntos
dente - bráquete unidos com as resinas Concise e Transbond
XT, antes e após tratamentos.......................................................
98
TAB. 4.11
Tipo e freqüência de falha dos conjuntos dente - bráquete
com a resina Concise, corpos de prova do ensaio de
cisalhamento, antes e após exposição aos agentes ambientais.. 102
TAB. 4.12
Tipo e freqüência de falha dos conjuntos dente - bráquete
com a resina Transbond XT, corpos de prova do ensaio de
cisalhamento, antes e após exposição aos agentes
ambientais.................................................................................... 102
TAB. 4.13
Freqüência do índice de adesivo remanescente (IRA), dos
conjuntos dente - bráquete com a resina Concise, corpos de
prova do ensaio de cisalhamento, antes e após exposição aos
agentes ambientais....................................................................... 104
TAB. 4.14
Freqüência do índice de adesivo remanescente (IRA), dos
conjuntos dente - bráquete com a resina Transbond XT, corpos
de prova do ensaio de cisalhamento, antes e após exposição
aos agentes ambientais................................................................ 105
18
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
ABREVIATURAS
Bis-GMA - Metacrilato de glicidila bis-fenólico
DGR - Determinação do grau de reticulação
DSC - Calorimetria diferencial de varredura
FTIR - Transformada de Fourier do Espectrômetro Infravermelho
IO - Índice de oxidação
IRA - Índice de adesivo remanescente
ISO - Norma da Organização Internacional
MEV - Microscópio eletrônico de varredura
PC - Policarbonato
PLA - Poli(ácido lático)
PMMA
- Poli(metacrilato de metila)
PVC - Poli(cloreto de vinila)
TCP
- Fosfato tricálcico
TEGDMA - Dimetacrilato de glicol-trietilênico
TGA - Análise termogravimétrica
TS - Especificação Técnica
19
LISTA DE SIMBOLOS
DP
- Grau de polimerização
T
bd
- Temperatura de transição dúctil-frágil
T
g
- Temperatura de transição vítrea
T
m
- Temperatura de fusão
UV
- Ultravioleta
20
LISTA DE SIGLAS
ASTM American Society for Testing and Materials
IMA Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano
IME Instituto Militar de Engenharia
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
25
o
B.Log (Es) 25
o
Batalhão Logístico Escola
21
RESUMO
No presente trabalho foi estudado o comportamento interfacial de um conjunto
bráquete polimérico - dente, após sua imersão em saliva artificial e após ciclamento
térmico. O bráquete, fabricado com um compósito de policarbonato reforçado por
fibra de vidro, foi aderido aos dentes utilizando-se dois tipos de adesivos
ortodônticos, compósitos formados por uma mistura de Bis-GMA com TEDGMA
reforçada por partículas cerâmicas, sendo um auto-polimerizável e o outro foto-
polimerizável. A avaliação dos materiais poliméricos constituintes dos bráquetes e
dos adesivos, antes e após estes procedimentos in vitro, foi realizada por meio de
ensaios físico-químicos (espectroscopia no infravermelho, análise termogravimétrica
e calorimetria diferencial de varredura), enquanto que a resistência de adesão do
conjunto bráquete - dente foi avaliada por meio de um ensaio de cisalhamento. O
modo de ruptura interfacial foi estudado por meio de análise fratográfica (exame
visual e microscopia eletrônica de varredura), determinando-se, ainda, o Índice de
adesivo remanescente (IRA).
Os procedimentos de degradação, imersão em saliva artificial e ciclagem
térmica, influenciaram levemente as propriedades físico-químicas dos materiais
utilizados no conjunto bráquete - dente. O policarbonato, praticamente, não
apresentou degradação e a sua temperatura de transição vítrea não se modificou
com a exposição aos agentes ambientais. A estrutura reticulada das misturas Bis-
GMA / TEDGMA manteve-se estável após os processos de degradação que,
todavia, influenciaram as propriedades físico-químicas das misturas. As amostras
degradadas apresentaram menor resistência ao cisalhamento do que as “como
recebido”. A análise fratográfica caracterizou, com sucesso, os modos de fratura
atuantes, confirmando o comportamento interfacial observado no ensaio de
cisalhamento. Estes resultados permitem concluir que os dois processos utilizados
para avaliar a degradação in vitro do conjunto bráquete - dente, não afetaram
significativamente as propriedades do mesmo, mostrando que, tanto o bráquete
polimérico, quanto os adesivos estudados, auto-polimerizável ou foto-polimerizável,
apresentam boas condições de aplicação na ortodontia.
22
ABSTRACT
In the present work it was studied the interfacial behavior of a polymeric
bracket-tooth set, after its immersion in artificial saliva and after thermocycling. The
bracket, manufactured with a composite of polycarbonate strengthened with fiber
glass, was fixed to teeth using two types of orthodontic adhesives, composites
formed for a mixture of Bis-GMA and TEDGMA strengthened for ceramic particles,
being one self-curing and the other light-curing. The evaluation of the constituent
polymeric materials of brackets and adhesives, before and after these procedures in
vitro, was carried through by means of physico-chemical assays (infrared
spectroscopy, thermogravimetric analysis and distinguishing Differential Scanning
Calorimetry), whereas the resistance of adhesion of the bracket-tooth set was
evaluated by means of a shear assay. The mode of interfacial rupture was studied by
means of fracture analysis (visual examination and scanning electron microscope),
determining, still, the adhesive remaining index (ARI).
The procedures of degradation, immersion in artificial saliva and
thermocycling, had lightly influenced the physico-chemical properties of the materials
used in the bracket-tooth set. The polycarbonate, practically, did not present
degradation and its glass transition temperature did not modify with the exposition to
the environmental agents. The reticulated structure of the mixtures Bis-
GMA/TEDGMA remained steady after the degradation processes that, however, had
influenced the physico-chemical properties of the mixtures. The degraded samples
had presented minor shear strength than the original samples. The fracture analysis
characterized, successfully, the operating mode of fracture, confirming the observed
interfacial behavior in the shear assay. These results allow to conclude that the two
used processes to evaluate the in vitro degradation of the bracket-tooth set, had not
affected the properties of the same significantly, showing that both the polymeric
bracket and the studied adhesives, self-curing and light-curing, present good
conditions of application in the orthodontics.
23
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O desenvolvimento tecnológico e industrial deste século, na área da Ciência e
Tecnologia dos materiais, tem favorecido o homem face à grande disponibilidade de
novos materiais. Existe, atualmente, um grande interesse no desenvolvimento de
novos materiais poliméricos, que têm encontrado grandes aplicações nas
especialidades médicas e odontológicas, criando novas áreas de pesquisa que
resultam no aprimoramento e na simplificação de procedimentos clínicos. Os
materiais poliméricos têm, em seu estado inicial, excelentes propriedades
mecânicas, mas, ao serem submetidos, quando em serviço, a vários tipos de
agentes ambientais agressivos, podem apresentar uma significativa degradação,
que ao modificar o seu desempenho, tornam-os inadequados para os empregos
pretendidos. Esta degradação ambiental pode ser causada por diversos agentes
como radiações, calor, água, bactérias etc. [MANO e BONELLI, 1995].
A engenharia dos materiais tem suas bases estabelecidas no binômio
“processamento-desempenho”. O processo de fabricação resulta em materiais com
estrutura e propriedade espeficas que ditarão o desempenho durante seu uso. O
desenvolvimento dos materiais busca a simplificação dos processos de fabricação e
a obtenção de materiais com melhor desempenho e menor custo [CALLISTER,
2002].
A Ortodontia é a especialidade da Odontologia que estuda e trata as relações
inadequadas entre dentes, ossos maxilares e face. A Ortodontia moderna baseia-se
no estudo do crescimento e desenvolvimento crânio-facial, na evolução da dentição,
na avaliação do perfil e no estudo da mecânica ortodôntica para correção ou
prevenção das maloclusões.
A mecânica ortodôntica, utilizando acessórios fixados aos dentes, controla as
alterações existentes nas posições dentárias relacionando-as com as estruturas
adjacentes. Na movimentação ortodôntica, a interação que acontece entre os
elementos dentários, cimentos e acessórios ortodônticos é complexa e seu
conhecimento e controle são fundamentais para obtenção do objetivo final do
24
tratamento dentário. Em conseqüência, aprimorar e simplificar o processo de
introdução no mercado de novos e eficientes materiais é uma necessidade científica
constante para a melhoria do tratamento ortodôntico [PROFFIT, 1995].
1.2 OBJETIVO
O objetivo desse trabalho foi estudar, em função das condições de trabalho
(tipo de adesivo, modo de cura e agente ambiental in vitro), o desempenho de um
sistema ortodôntico com um bráquete compósito (composite bracket) não metálico.
No trabalho foram empregados bráquetes de policarbonato reforçado com fibra
de vidro colados aos dentes por meio de dois tipos de adesivos, todos materiais
comerciais. Foi avaliada a adesão interfacial bráquete-dente por meio da
determinação da resistência de cisalhamento (shear bond strength) e o
comportamento físico-químico dos materiais componentes do sistema ortodôntico,
antes e após a sua exposição a agentes ambientais.
25
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 POLÍMEROS
2.1.1 CONCEITOS GERAIS
O termo polímero tem origem grega e foi introduzido, em 1832, por Berzelius,
para designar compostos de massas molares elevadas.
Os polímeros representam uma imensa contribuição da química para o
desenvolvimento do século XX. Os pomeros são macromoléculas que se
caracterizam por seu tamanho, estrutura química, interações intra e intermoleculares
e por possuirem unidades químicas ligadas por covalência, denominadas meros,
que se repetem ao longo da cadeia macromolecular [MANO e MENDES, 1999].
O número de meros na cadeia polimérica é denominado grau de polimerização,
sendo geralmente representado por n ou DP (grau de polimerização).
Todos os polímeros são macromoléculas, com massa molar entre 10
4
a 10
6
g/mol e dimensões moleculares entre 10
2
e 10
5
Å, os quais propriciam enlaçamentos
e emaranhamentos, alterando o espaço vazio entre as cadeias. Existem polímeros
de baixo peso molecular, da ordem de 10
3
g/mol, que são chamados de oligômeros,
sendo geralmente produtos viscosos [CALLISTER, 2002].
As propriedades mecânicas e o comportamento do polímero durante o
processamento são altamente dependentes do tamanho médio (peso molecular
médio) e da distribuição de comprimentos das cadeias de polímero. Embora a
estrutura química do polímero seja igual, pesos moleculares diferentes podem
mudar completamente as propriedades físicas, mecânicas e térmicas do polímero.
Além do peso molecular, a arquitetura molecular do polímero e sua conformação
molecular irão influenciar as propriedades do polímero e, portanto devem ser
perfeitamente entendidas. A maioria dos polímeros são formados por cadeias
longas e flexíveis, cujo esqueleto principal consiste de uma série de átomos de
carbono ligados uns aos outros. Os elétrons de valência adicionais presentes podem
estar envolvidos em ligações laterais com a cadeia principal, por átomos ou radicais.
Os polímeros são formados pela união de moléculas denominadas monômeros,
26
sendo que a composição centesimal do polímero pode ser igual ou muito próxima a
do monômero que o originou, dependendo do tipo de reação que promoveu a
ligação entre os meros.
Os polímeros, que podem ser de origem natural ou sintética, vêm, devido as
suas propriedades satisfatórias e aos seus custos, substituindo, com sucesso,
materiais tradicionais, como metais e madeira. Os polímeros são, também,
importantes nos processos biológicos e fisiológicos dos seres vivos. Os polímeros
naturais são derivados de plantas e animais, enquanto que os sintéticos são, em sua
grande maioria, subprodutos da indústria petrolífera [MANO e MENDES, 1999].
2.1.2 CLASSIFICAÇÃO
Os polímeros, de acordo com o modo de distribuição das suas cadeias, podem
se apresentar como lineares, ramificados ou reticulados.
Polímero linear: nos polímeros lineares, cada mero é ligado somente a outros
dois meros, existindo a possibilidade de ramificações pequenas que são parte da
estrutura do próprio monômero como, por exemplo, o poli(estireno) e
poli(metacrilato de metila).
Polímero ramificado: nos polímeros ramificados, um monômero pode se ligar a
mais de dois outros monômeros, sendo que as ramificações não são da estrutura
do próprio monômero como, por exemplo, poli(acetato de vinila) e polietileno.
Polímero reticulado: nos polímeros reticulados (crosslinked), as ramificações do
polímero se interconectam formando um polímero com peso molecular infinito.
Os polímeros podem, ainda, ser classificados quanto [MANO e MENDES, 1999;
CALLISTER, 2002]:
à origem: natural ou sintético.
ao número de monômeros: homopolímero (com apenas um tipo de mero) ou
copolímero (com mais de um tipo de mero).
ao método de preparação do polímero: polímero de adição, condensação ou
modificação de outro polímero.
à estrutura química da cadeia polimérica: poliolefina, poliamida; poliéster etc.
ao encadeamento da cadeia polimérica: seqüências cabeça-cauda, cabeça-
cabeça ou cauda-cauda.
27
à configuração dos átomos da cadeia polimérica: - seqüência cis ou trans.
à taticidade (estereorregularidade) da cadeia polimérica: isotático, sindiotático ou
atático.
à fusibilidade e/ou solubilidade do polímero: termoplástico (fundem no
aquecimento e solidificam no resfriamento em processo reversível) ou
termorrígido (polímeros que por aquecimento ou outra forma de tratamento,
assumem forma tridimensional reticulada, com ligações cruzadas, tornando-se
insolúveis e infusíveis).
ao comportamento mecânico do polímero: plástico (de uso geral ou de
engenharia), borracha ou elastômero e fibra.
Os polímeros, tendo em vista o tamanho e a complexidade de suas moléculas,
podem ser amorfos ou cristalinos. Todavia não existem polímeros 100% cristalinos,
pois podem apresentar regiões cristalinas e regiões amorfas, isto é, são
parcialmente cristalinos ou semicristalinos. Nos polímeros amorfos as cadeias
macromoleculares estão em estado desorganizado, enquanto que os cristalinos
apresentam regiões ordenadas. Esta situação, definida pelo grau de cristalinidade
do polímero, vai influenciar a seleção do material a ser usado em diferentes
aplicações.
2.2 ADESÃO
2.2.1 CONCEITOS GERAIS
A palavra adesão vem do latim ad haerere (colar) sendo definida como o estado
em que duas superfícies estão intimamente unidas por forças físicas, químicas ou
ambas, com ou sem a intermediação de um agente de união, denominado adesivo.
A adesão tem sido, também, definida como sendo a atração entre uma superfície
sólida e uma segunda fase, que pode ser formada por partículas individuais,
pequenas gotas, película líquida ou sólida, pó etc. [HOUWINK e SOLOMON, 1965].
O material de adesão mais adequado pode ser considerado aquele que atende
às necessidades do tratamento e do profissional, sendo perfeitamente dominado por
este através do conhecimento de suas características físico-químicas, de suas
limitações de uso e do domínio da técnica de aplicação [BARATIERI ET AL, 2001].
28
Os materiais poliméricos são largamente empregados como adesivos e a busca
por materiais com melhores características de adesão tem sido alvo de constantes
pesquisas ocasionando uma grande evolução nos procedimentos contemporâneos.
Dentre os diversos adesivos poliméricos pode-se destacar os baseados em resina
epoxídica, que são rígidos, quebradiços e com alto poder de adesão. Com a
finalidade de se minimizar a característica quebradiça deste tipo de adesivo
procurou-se aumentar a sua capacidade de absorção de energia pela adição de
outros materiais que aumentassem a flexibilidade e a tenacidade. A flexibilização é
caracterizada pela presença de um agente flexível disperso ou solúvel na matriz e a
tenacificação por uma segunda fase constituída do agente tenacificante, também
flexível. Em ambos os casos, podem-se utilizar, também, elastômeros líquidos de
baixo peso molecular.
A espessura da camada de adesivo influencia muito as propriedades da junta
colada, devido a certos fatores como a limitação da área da zona de deformação
plástica em adesivos com pequena espessura; maior possibilidade de ocorrência de
bolhas em adesivos de maior espessura e baixa mobilidade molecular do adesivo
devido às fortes interações com os substratos nos adesivos de pequena espessura
[RUYTER, 1992].
Na história da Odontologia o grande marco nas técnicas de adesão ocorreu em
1955 quando foi consagrada a técnica de condicionamento prévio do esmalte por
ácidos para a união de resinas acrílicas [BUONOCORE, 1955]. Atualmente existem
disponíveis, no mercado, diversos materiais de colagem para uso ortodôntico, tais
como, resinas compostas.
2.2.2 TEORIA E MECANISMOS DE ADESÃO
A estrutura e as propriedades da interface matriz/carga influenciam
significativamente nas propriedades finais do material compósito. A boa adesão
interfacial aumenta a transmissão da tensão na matriz para a carga, aumentando o
desempenho mecânico do compósito. Caso não haja esta interação, surgirão,
inevitavelmente, vazios na região interfacial e o material estará sujeito à falhas
catastróficas, como por exemplo, propagação de trincas em maiores escalas.
29
A adesão está relacionada com a natureza química da carga e da matriz
polimérica, o que influencia diretamente na escolha dos materiais a serem
empregados na composição do compósito. A energia livre de superfície pode ser
entendida como a energia disponível para ligações apresentada pelos átomos da
superfície de um material. Os átomos do núcleo do material estão completamente
interligados (condição que não ocorre na superfície) fazendo com que os átomos
superficiais sejam atraídos pelos mesmos, ocasionando uma tensão superficial.
Os mecanismos de adesão entre os componentes de um compósito são
basicamente os seguintes:
Adsorção e molhamento.
A adsorção é a fixação de moléculas de uma substância (o adsorvato) na
superfície de outra substância (o adsorvente). O molhamento (recobrimento) é a
capacidade de uma gota de um líquido (o adsorvato) em molhar a superfície de um
sólido (o adsorvente). Em um compósito, o molhamento eficiente do reforço pela
matriz polimérica remove o ar, recobrindo toda a superfície do material de reforço.
Este mecanismo depende das tensões superficiais e da polaridade dos
componentes e de outros fatores, como a existência de impurezas na superfície do
substrato, que podem prejudicar o processo de molhabilidade e, conseqüentemente,
as propriedades da junta. Alem disso, pode ocorrer a geração de espaços vazios na
interface adesivo/substrato que, por serem pontos críticos de concentração de
tensão, podem iniciar um processo de fratura.
Interdifusão.
A formação de ligações entre a superfície matriz/fibra pode ocorrer, também,
quando as cargas o modificadas superficialmente por um determinado material
antes de serem incorporadas à matriz. A resistência da ligação matriz / reforço
dependerá do grau de emaranhamento molecular gerado entre a matriz e a
superfície do reforço modificado.
Atração eletrostática.
Pode ocorrer quando as duas superfícies possuem cargas elétricas opostas,
como nos casos de interações ácido-base e ligações iônicas. A resistência da
ligação dependerá da densidade de cargas elétricas.
30
Ligação química.
É a forma mais eficiente de adesão em compósitos. Ocorre geralmente com a
aplicação de agentes de acoplamento (compatibilizantes) na superfície da carga,
que serve como ponte entre o polímero e a fibra. Uma parte da estrutura desses
materiais, interage com a superfície da fibra, enquanto que a outra contém grupos
orgânicos semelhantes aos das cadeias da matriz polimérica. A resistência
mecânica da interface depende do número e do tipo de ligações químicas presentes.
A adesão entre dois sólidos em toda extensão de suas superfícies em contacto
é, praticamente, impossível, exigindo que um promotor de união, o adesivo, seja
utilizado. Este, geralmente em forma líquida, penetrará nas irregularidades
existentes na superfície dos materiais, proporcionando um travamento mecânico
(ancoramento), criando, conseqüentemente, uma interface de união. Estas
irregularidades superficiais podem ser produzidas por tratamento mecânico ou
químico da superfície do substrato.
O adesivo pode ser definido, então, como um material que, quando aplicado nas
superfícies de duas substâncias, possui a capacidade de uni-las, oferecendo
resistência à separação.
O líquido adesivo deverá possuir, como requisito mínimo, uma tensão superficial
igual ou ligeiramente menor que o valor de energia de superfície do material
aderente (substrato). Desta maneira, ele se espalharia uniformemente e
espontaneamente. Entretanto, o mesmo acaba ocorrendo quando a energia de
superfície do substrato aderente é bem maior que a tensão superficial do adesivo,
devido à grande atração e disponibilidade para ligações que os átomos e moléculas
desta superfície apresentam. Caso isto não ocorra, o adesivo irá adquirir uma forma
esférica e não se espalhará pela superfície.
Esta capacidade de molhamento é determinada pelo ângulo de contato entre
líquido e sólido. Quanto menor for o ângulo de contato (próximo de 0° ou menor que
90°), o líquido é dito difuso ou capaz de molhar espontaneamente a superfície. Caso
o ângulo de contato seja igual ou maior que 90°, o líquido tende a não molhar a
superfície (FIG.1). A tensão superficial do líquido adesivo menor ou ligeiramente
menor que a energia de superfície do substrato aderente, determina um ângulo de
contato próximo de zero entre os materiais, perfazendo um alto grau de molhamento
da superfície [RUYTER, 1992].
31
FIG.2.1 - Diferentes ângulos de contato entre substrato e líquidos [Ruyter,
1992].
As forças de adesão m sua origem nas ligações químicas primárias
(interatômicas) e nas ligações atrativas secundárias (intermoleculares). As forças
produzidas pelas ligações primárias são de natureza essencialmente eletrônica
(ligações entre átomos ou íons), podendo existir: ligações metálicas, eletrovalentes e
covalentes. As ligações atrativas secundárias o de natureza eletrostática ou
magnética, associam as moléculas entre si, de maneira razoavelmente forte, mas
não são suficientemente capazes de formarem uma nova individualidade química
[OLIVEIRA E FREITAS, 1995].
A adesão é atribuída a várias e diferentes forças, como as forças moleculares
e as forças físicas mais fracas, como van der Waals, que podem ser
desenvolvidas quando as moléculas estão muito próximas entre si. Esta é uma das
razões pela aplicação da pressão sobre as superfícies das juntas a serem coladas,
tanto para colagem a frio, quanto para colagem a quente [BOWEN, 1965].
A adesão física entre dois materiais diferentes também pode ser conseguida
utilizando-se princípios físico-mecânicos. Comumente, esta variante é denominada
adesão mecânica, que é referida à penetração de um material em outro em nível
microscópico, perfazendo um travamento mecânico. A adesão mecânica se dá
entre superfícies porosas baseadas no entrelaçamento da cola endurecida na junta
de colagem e nos poros do aderente. a adesão específica ocorre entre duas
superfícies lisas, onde as forças básicas de adesão entre as macromoléculas
32
existem devido às ligações químicas secundárias de atração [HENRIQUE DE
JESUS, 2000].
2.3 BIOMATERIAIS
2.3.1 CONCEITOS GERAIS
Os biomateriais são considerados materiais que implantados no corpo humano
tem a função de substituir total ou parcialmente tecidos ou órgãos, degenerados ou
perdidos, restaurando a sua função e, em alguns casos, a estética [DUMITRIU,
1994].
Os biomateriais, depois de 1960, apresentaram uma grande evolução com o seu
desenvolvimento a partir de materiais inertes e quimicamente estáveis, como a
alumina e o carbono. Na década de 70 acreditava-se que o biomaterial ideal teria
que ser biocompatível, apresentando um comportamento semelhante ao do tecido
ou órgão em questão, não produzindo efeitos deletérios a ponto de desencadear
uma reação de rejeição pelo hospedeiro. Um novo conceito passou a ser aceito a
partir de 1980, sendo considerado biomaterial aquele que, além de não ser rejeitado,
fosse, também, capaz de interagir de maneira benéfica com os tecidos do
hospedeiro. Em 1990, o estudo dos biomateriais foi direcionado para materiais
química e mecanicamente anisotrópicos, análise do crescimento de tecidos com o
implante e propriedades indutivas.
Os biomateriais de uma forma geral devem ter as seguintes propriedades: uma
adequada composição química que evite reações adversas, resistência ou não à
degradação (dependendo da aplicação), resistência à fadiga, baixo módulo de
elasticidade e alta resistência ao desgaste. O biomaterial tem que ser passível de
ser esterilizado, podendo ou não sofrer degradação no ambiente de trabalho
[RAMAKRISHNA et al, 2001].
Os biomateriais, quanto à resposta biológica, podem ser classificados em
[HENCH & WILSON, 1994]:
a) Biotoleráveis: são materiais tolerados pelo organismo, sendo isolados dos
tecidos adjacentes pela formação de uma camada envoltória de tecido fibroso.
33
Ocorre uma formação óssea superficial enquanto acontece uma troca de íons com o
meio. Por exemplo: metais e polímeros sintéticos;
b) Bioinertes: são materiais que não são rejeitados pelo organismo, são
circundados por uma cápsula de tecido fibroso praticamente inexistente. São menos
susceptíveis a causar uma reação biológica adversa devido a sua estabilidade
química em comparação com outros materiais. Por exemplo: alumina, zircônia e
carbono;
c) Bioativos: são materiais que permitem ligações de natureza química entre
material e tecido ósseo (osteointegração). Em função da afinidade química entre
estes materiais e a parte mineral óssea, os tecidos ósseos se ligam a eles,
permitindo a osteocondução por meio do recobrimento por células ósseas. Por
exemplo: a hidroxiapatita, vidros, as vitrocerâmicas à base de fosfatos de cálcio e os
compostos de fosfato de cálcio; e
d) Bioabsorvíveis: o materiais que, permanecem no corpo humano por um
desejado período de tempo, podendo ser degradado, solubilizado ou fagocitado
pelo organismo. Essa classe de materiais tem como principal vantagem sobre os
demais tipos a não necessidade de uma nova intervenção cirúrgica para a retirada
do material implantado. Podem ser utilizados, também, para a liberação gradual de
drogas no local desejado, pois são absorvidos na área em questão, diminuindo os
efeitos colaterais. Como exemplo pode-se citar o poli(ácido lático) (PLA) e o fosfato
tricálcico (TCP).
2.3.2 BIOMATERIAIS NA ODONTOLOGIA
A Odontologia, como especialidade, surgiu por volta de 3000 a.C e, desde o seu
inicio, os principais desafios encontrados têm sido o desenvolvimento e a seleção de
materiais biocompatíveis capazes de suportarem as condições adversas do
ecossistema oral. Assim, a Odontologia tem como objetivo manter ou melhorar a
qualidade de vida do paciente, procurando a prevenção das doenças, alívio da dor,
melhora da mastigação e da aparência.
Uma grande variedade de materiais tem sido empregada em substituição aos
dentes naturais, tais como: dentes de animais, dentes humanos, conchas marinhas,
marfim, osso, hidroxiapatita, liga de cobalto-cromo e de titânio. Bandas e fios de
34
ouro foram utilizados por fenícios (após 2.500 a.C.) e etruscos (após 800 a.C.) na
confecção de dentaduras parciais. A mais antiga evidência de materiais para
implantes dentários é atribuída aos etruscos por volta de 700 a.C. Em 1498, na
Universidade de Bolonha (Itália), utilizava-se ouro em folha nas restaurações
dentárias. A odontologia moderna teve início em 1728 quando Fauchaurd,
considerado o “pai da Odontologia”, publicou um tratado descrevendo vários tipos de
restaurações dentárias. A incrustação de porcelana foi introduzida no início do
século XIX. Em 1895, G. V. Black iniciou seus estudos sobre o amálgama dental
dando uma grande contribuição para a odontologia [ANUSAVICE, K.J. et al, 1998].
O emprego dos biomateriais vem crescendo nos dias atuais, proporcionando
mais conforto e qualidade de vida aos pacientes. Em virtude do aumento da procura
pela estética os biomateriais metálicos estão tendo menor procura em ortodontia do
que os cerâmicos, poliméricos e compósitos em relação aos bráquetes.
Na área médica os biomateriais são usados para enxertos vasculares, próteses
abdominais, tendões, fixação externa, substituição de cartilagem, placas, parafusos,
reposição e fixação óssea. Os biomateriais o, também, largamente empregados
na odontologia na fabricação de implantes dentários, enxertos, ligas odontológicas e
peças diversas [RAMAKRISHNA, S. et al, 2001].
No que se refere à biocompatibidade dos adesivos dentários deve-se levar em
consideração, em especial, as estruturas com os quais o adesivo se relaciona
(esmalte ou dentina), e, também, qual a parte do sistema adesivo que se quer
avaliar (agente condicionador, primer ou resina), uma vez que a composição, o
tempo de contato e as características físico-químicas de cada um desses
componentes são diferentes.
2.3.3 BIOMATERIAIS POLIMÉRICOS
A busca incansável do homem por padrões superiores de vida e longevidade
tem gerado cada vez mais a necessidade de alternativas para o reparo e
substituição de tecidos vivos vitimados por traumas ou patogenias. Neste cenário, a
possibilidade de introdução de materiais sintéticos no corpo (biomateriais) aparece
como real opção.
35
Dessa forma é necessária a criação de uma nova geração de biomateriais,
capazes de minimizar desconfortos e ampliar e valorizar a expectativa de vida. O
desafio de se criar tal nova geração de biomateriais passa fundamentalmente pela
necessidade de se explorar e guiar as interações entre tecidos vivos e materiais
sintéticos, visando a otimização de processos como bioreconhecimento, biofixação e
biocolonização. O sucesso desses processos não viabilizará a fixação de
dispositivos no local de implantação, mas, também, permitirá a manipulação de
mecanismos intracelulares responsáveis pela reprodução celular, transferência de
informações genéticas, produção e distribuição de fatores de crescimento e
mediadores de respostas imunológicas e inflamatórias que vão favorecer a
regeneração do tecido anfitrião.
Os biomateriais podem ser definidos como materiais que são usados em contato
com tecidos, sangue, células, proteínas ou quaisquer outras substâncias vivas. A
possibilidade de se projetar e selecionar polímeros com características únicas para
se adequarem a diferentes situações permitiu que esses materiais, mais de 50
anos, venham sendo empregados em aplicações biomédicas em uma grande
variedade de situações [BLACK, 1992].
Os polímeros sintéticos ou naturais são os biomateriais mais versáteis,
apresentando uma ampla gama de aplicações nos campos farmacêutico, biomédico
e biológico. Como exemplo podemos citar a sua utilização como base para
engenharia tecidual, desenvolvimento de órgãos artificiais, materiais não
trombogênicos, dispositivos e sistemas para diagnóstico e tratamento, substrato
para cultura de células, membranas, biosensores e sistemas de liberação de
agentes bioativos. Dentre os biopolímeros, vêm se destacando mais recentemente
os polímeros biodegradáveis não só por uma questão ambiental, como também pelo
seu potencial de aplicação nas áreas da medicina e da farmácia. Podem ser usados
na substituição temporária de tecidos, enquanto estes se regeneram ou como meio
para a liberação controlada de fármacos. Os biomateriais poliméricos o devem
produzir qualquer resposta biológica adversa; não induzir efeito sistêmico; o ser
tóxico, carcinogênico e nem mutagênico. Todos esses conceitos devem ser
observados e são bastante empregados na Odontologia para se obter adesões em
tecidos biológicos, como o esmalte e a dentina [DUMITRIU, 1994].
36
2.4 COMPORTAMENTO EM SERVIÇO (DEGRADAÇÃO)
O termo degradação é um nome genérico utilizado para indicar mudanças nas
propriedades físicas e químicas resultantes da interação dos polímeros com agentes
modificadores. Essas interações fazem com que ocorra cisão na cadeia da
macromolécula, reações que envolvem inicialmente quebra das ligações covalentes,
diminuindo a massa molar e o tamanho da cadeia e, conseqüentemente, reduzindo
as propriedades físicas do polímero [SCHNABEL, 1981].
A degradação ambiental induz modificações estruturais nas cadeias poliméricas
causadas principalmente por reações químicas. Estas reações provocam a ruptura
das cadeias, alterando profundamente a estrutura molecular e as propriedades dos
polímeros. As modificações podem ser permanentes ou temporárias e ocorrem na
aparência, por exemplo, na cor ou nas propriedades físicas, químicas ou mecânicas.
Produzem, comumente, uma redução nas propriedades mecânicas desses
materiais. Em conseqüência, no desenvolvimento de materiais poliméricos
homogêneos ou compósitos, um melhor entendimento das alterações moleculares
que ocorrem nos polímeros sob condições ambientais agressivas é essencial para
se avaliar o comportamento mecânico, estático ou dinâmico, desses materiais.
Os mecanismos de degradação podem ocorrer pela quebra da ligação
covalente da cadeia principal ou de grupos laterais da macromolécula, podendo
levar à despolimerização, moléculas insaturadas, grupos oxigenados, cisão e
reticulação de cadeias. Estas reações podem ocorrer simultaneamente, e a
predominância de uma reação sobre a outra vai depender do polímero em questão.
A degradação dos polímeros é causada por modificações estruturais que
ocorrem nas cadeias poliméricas resultantes de reações químicas induzidas pela
exposição dos mesmos a diversos agentes ambientais. Os tipos de degradação
podem ser classificados de acordo com o agente responsável pela modificação do
polímero, conforme apresentado na TAB. 2.1 [MANO & BONELLI, 1995].
A fotodegradação ocorre pela exposição dos polímeros às radiações não
ionizantes, que são de alta freqüência e não possuem energia capaz de retirar
elétrons dos átomos ou moléculas. Um dos tipos de fotodegradação está associado
à oxidação da cadeia molecular, sendo chamada de foto-oxidação. Refere-se às
mudanças físicas e químicas causadas pela exposição à radiação luminosa,
37
especialmente na região do ultravioleta. A ocorrência de reações fotoquímicas tem
como pré-requisito a absorção de radiação pelo polímero através de grupos
cromóforos presentes nos polímeros e, de uma maneira geral, a presença de
aditivos ou impurezas é necessária para iniciação das reações fotoquímicas.
TAB. 2.1 - Tipos e agentes de degradação
[MANO & BONELLI, 1995]
A termodegradação refere-se às mudanças químicas e físicas sofridas pelo
polímero sob elevadas temperaturas.
A degradação química está relacionada a processos induzidos pela exposição a
agentes químicos, água (hidrólise), oxigênio (oxidação) e produtos químicos.
A biodegradação resulta do ataque enzimático ao polímero realizado por
microrganismos, roedores e seres humanos. O mecanismo de degradação pode ser
por hidrólise ou por quebra enzimática, levando à cisão da cadeia principal do
polímero. Esse ataque é um processo químico em que o polímero atua como fonte
de carbono. Microrganismos podem se alimentar e digerir polímeros e, também,
iniciar envelhecimento mecânico, químico ou enzimático dos polímeros. Vários tipos
de polímeros, naturais ou sintéticos, são ambientalmente degradáveis. Um polímero
Tipo de degradação Agente Exemplos
Fotodegradação
Radiação luminosa
Luz solar
(UV próximo e visível)
Termodegradação Calor Sol, vulcões
Ar (oxidação) Atmosfera, ventos
Água (hidrólise) Chuva, mares, rios
Degradação química
Produtos químicos Ácidos, bases, solventes
Microrganismos (enzimas)
Bactérias e fungos
Seres inferiores Insetos e roedores
Biodegradação
Seres superiores Seres humanos
Forças de cisalhamento
Degradação mecânica
Usinagem
Processamento
de plásticos
Radiação corpuscular
Nêutrons, elétrons,
produtos de fissão nuclear
Radiações ionizantes
(alta energia)
Radiação eletromagnética
Raios X, raios gama
38
com cadeia principal baseada em ligações C-C tende a ser não biodegradável,
enquanto polímeros que possuem na cadeia principal heteroátomos têm maior
facilidade para apresentarem biodegradação. Polímeros biodegradáveis m sido
extensamente investigados para aplicações biomédicas, farmacêuticas e agrícolas
[SCHNABEL, 1981].
A degradação mecânica refere-se aos efeitos macroscópicos ocorridos com o
polímero sob ação de forças de cisalhamento.
A radiação de alta energia (ionizante) possui um nível de energia quântica ou
cinética, muito maior que a energia de ligação atômica podendo excitar e ionizar
átomos da matéria.
Em face das características do ambiente bucal, os materiais dentários ficam
submetidos a diferentes tipos de solicitação, que podem ser: mecânicas, químicas
(contaminação por fluídos - saliva ou água, variação do pH etc.) e rmicas. Tais
solicitações afetam a integridade da interface dente / bráquete, ocasionando
infiltrações, falhas de adesão, microfraturas e cáries secundárias que podem reduzir
a resistência da união bráquete / dente, levando à falha do trabalho dentário.
2.5 SISTEMAS ORTODÔNTICOS
2.5.1 CONCEITOS GERAIS
A mecânica ortodôntica procura controlar as alterações que ocorrem nas
posições dentárias, bem como o seu relacionamento com as estruturas adjacentes.
Esse controle é alcançado com a utilização de um sistema ortodôntico, formado por
diversos componentes (bráquetes, fios ortodônticos, adesivos, bandas metálicas e
elásticos), que é fixado aos elementos dentários.
No passado, a montagem dos primeiros sistemas ortodônticos era realizada pelo
procedimento conhecido como bandagem, onde todos os dentes eram recobertos
por bandas, nas quais eram fixados os componentes ortodônticos. Esta cnica,
devido ser demasiadamente trabalhosa, prolongava o tempo da consulta
odontológica. Além disso, causava um grande desconforto no paciente, dificultava a
higienização dos dentes e resultava em uma estética desfavorável, pois
39
permaneciam espaços entre os dentes após a retirada das bandas [BISHARA et al.,
1975].
Atualmente, com a introdução do ataque ácido, os acessórios ortodônticos
podem ser colados diretamente na superfície dentária, deixando em desuso o
procedimento de bandagem dos dentes anteriores, o que representou um grande
avanço no campo da Ortodontia. A técnica de colagem utilizando adesivos
convencionais requer vários passos, que devem ser seguidos de maneira ordenada
e criteriosa, visando não comprometer a adesão do acessório ortodôntico ao esmalte
dentário [BUONOCORE, 1968].
O dente é formado por coroa, polpa e raiz dentária. A coroa, a parte do dente
que pode ser vista, é constituída pelo esmalte e pela dentina. O esmalte dentário
forma a camada mais superficial do dente, possui uma espessura média de 2mm e
tem por função proteger a dentina. O esmalte é o material de maior dureza do corpo
humano, sua dureza é variável, indo da apatita, quinto material na escala de Mohs,
até o topázio, que é o oitavo. O esmalte é constituído, principalmente, por materiais
inorgânicos (97% em peso e 92% em volume), dos quais 92%, em peso, são de
cristais de hidroxiapatita, cálcio e fosfato. A sua composição apresenta, ainda,
materiais orgânicos, como glico-proteínas (1% em peso e 2% em volume), e água
(2% em peso e 6% em volume). A camada subseqüente, a dentina, compreende a
maior parte do dente, sendo formada por cristais de apatita com poros
microscópicos, que devem estar recobertos pelo esmalte ou por uma restauração
dentária [PROFFIT, 1995].
2.5.2 O APARELHO ORTODÔNTICO
A) BRÁQUETES
O bráquete, que pode estar colado à face vestibular ou lingual dos dentes,
conduz o fio ortodôntico sem obstruir a sua movimentação, o que permite corrigir a
posição dos dentes visando a obtenção de um posicionamento ideal dos
mesmos [PROFFIT, 1995].
Os bráquetes podem ser divididos em dois grandes grupos: os metálicos e os
estéticos.
40
Os bráquetes metálicos são fabricados, principalmente, em aço inoxidável
austenítico (303L, 304L, 316L e PH 17-4). Utiliza-se, também, Titânio
comercialmente puro ou em liga (tipo Ti 6Al 4V) [ZINELIS, 2004]. Problemas de
toxicidade e de alergia têm sido observados, in vivo, com o uso de materiais
contendo níquel. Assim tem-se procurado pesquisar e desenvolver, para utilização
na Ortodontia, aços com baixos teores de Ni ou ligas sem níquel. Um desses
materiais é o aço inoxidável duplex 2205 cujo teor de Ni é metade do encontrado no
aço 316L [PROFFIT, 1995].
Os bráquetes estéticos podem ser fabricados com materiais cerâmicos ou com
compósitos de matriz polimérica. Os bráquetes cerâmicos são produzidos com óxido
de alumínio (alumina policristalina), podendo ser fabricados com base de óxido de
zircônio (zircônia) [ZACHRISSON, 1996]. Os bráquetes poliméricos são produzidos,
usualmente, com compósitos de policarbonato reforçado por fibra de vidro [SCOTT,
1988].
Compósito de policarbonato reforçado por fibra de vidro
Compósitos são formados pela combinação de dois ou mais materiais que,
embora diferentes na forma ou na composição, permanecem ligados e conservam
suas propriedades e identidades. Os compósitos podem apresentar vantagens em
relação aos componentes isolados, melhorando propriedades e ampliando o campo
de aplicação [MANO e MENDES, 1999].
Um material polimérico é reforçado com fibras de vidro por diversas razões,
dentre as quais pode-se destacar a grande disponibilidade desse tipo de fibra, o
aumento produzido na resistência da matriz polimérica pela sua adição e a sua
inércia química que a torna útil para emprego em variados ambientes corrosivos. Os
compósitos com fibras de vidro têm muitas aplicações familiares, tais como:
carcaças de meios de transporte automotivos e marítimos, tubulações de plástico,
recipientes para armazenamento e pisos industriais. Estes compósitos, apesar de
possuírem resistência elevada, não são muito rígidos, tendo, em sua maior parte,
aplicação restrita a temperaturas de serviço abaixo de 200ºC.
O compósito de policarbonato reforçado por fibra de vidro se caracteriza por alta
resistência à tração, boa resistência ao calor e ao fogo, devido à sua natureza
41
inorgânica, boa resistência química e biológica, pois o degrada na presença de
diversos agentes químicos e não sofre dano por fungos e bactérias, não absorvem
umidade, conservando suas propriedades mecânicas em ambientes úmidos;
excelente desempenho em ambientes aquecidos em virtude do baixo coeficiente de
expansão térmica e do alto coeficiente de condutividade térmica, não são
condutoras de eletricidade, e a transparência por parte do policarbonato oferecendo
uma estética agradável, bem como alta resistência ao impacto e estabilidade
dimensional [PAKULL et al., 1991].
A FIG. 2.2 mostra a superfície de fratura de um bráquete de policarbonato
reforçado com fibra de vidro crio-fraturado em nitrogênio líquido.
FIG.2.2 - Fotomicrografia por MEV da superfície de fratura de um bráquete de
policarbonato reforçado com fibra de vidro
POLICARBONATO (PC)
Os policarbonatos (PC) são poliésteres do ácido carbônico, que apresentam o
grupo carbonato na cadeia principal, conforme mostrado na FIG. 2.3.
FIG.2.3 - Grupo carbonato
Existem basicamente dois tipos de policarbonatos: (i) alifáticos, com baixos
pesos moleculares, pequena importância econômica e raramente usados como
termoplásticos e (ii) aromáticos, que apresentam anéis aromáticos (benzeno) e
42
grupos carbonatos na cadeia principal e grupos metila ligados a esta cadeia, como
mostrado na FIG. 2.4. Os policarbonatos aromáticos, polímeros termoplásticos
predominantemente amorfos, são os mais utilizados, sendo geralmente, sintetizados
por meio de reações de policondensação interfacial entre o bisfenol-A e o fosgênio.
FIG. 2.4- Policarbonato de bisfenol-A
O PC de bisfenol A, um dos polímeros de engenharia mais importantes,
apresenta uma combinação única de propriedades tais como: elevada transparência
(>90%), alta tenacidade (resistência ao impacto), excelentes propriedades elétricas e
elevada estabilidade dimensional ao calor, com características de retardante de
chama (auto-extinção). O PC de bisfenol A apresenta uma massa molar variando
entre 20.000 e 200.000 g/mol, densidade de 1,20 g/cm
3
e temperatura de transição
vítrea em torno de 140 ~ 155ºC. Em certas situações a interação do polímero com o
meio ambiente pode produzir alterações nas suas propriedades e no seu aspecto. A
radiação UV é quase que totalmente absorvida, sendo esta a principal razão da
mudança na sua coloração (amarelamento) e da degradação de suas propriedades
durante a exposição à luz solar. O amarelamento está relacionado, principalmente,
à foto-oxidação dos anéis aromáticos.
As propriedades mecânicas do PC, resistência à tração, ao impacto e à flexão,
aumentam com o peso molecular, até cerca de 22.000 g/mol; somente pequeno
aumento nas propriedades tem sido observado acima deste valor. A tensão de
escoamento do PC é de, cerca de, 60MPa para um alongamento de 6%.
Tratamentos térmicos do PC, que podem apresentar, antes da ruptura, uma
deformação maior do que 100%, podem reduzir o alongamento máximo na ruptura e
a resistência à tração. O PC que, normalmente, é um material tenaz, pode
apresentar fratura frágil sob algumas condições; a sua temperatura de transição
dúctil-frágil, T
bd
, que está imediatamente acima da temperatura ambiente, pode
43
aumentar com o crescimento da velocidade de deformação. O PC é insolúvel em
água, álcoois, ácidos orgânicos e hidrocarbonetos alifáticos e cicloalifáticos, sendo
seu solvente preferencial o clorofórmio [PAKULL et al., 1991].
Fibra de vidro
Fibra de vidro é o nome genérico de variadas composições químicas,
comercialmente disponíveis, geralmente constituídas por sílica combinada com óxidos
de outros elementos, tais como cálcio, boro, alumínio etc. A composição, em peso, do
vidro mais comumente utilizado na fabricação de fibras é: 55% de SiO
2
, 16% de CaO,
15% de Al
2
O
3
, 10% de B
2
O
3
e 4% de MgO [CALLISTER, 2002]. As fibras de vidro se
caracterizam por apresentarem baixo módulo de elasticidade, boa resistência
mecânica, boas propriedades mecânicas em altas temperaturas, baixo coeficiente de
dilatação térmica, facilidade de processamento e baixo custo.
Existem, basicamente, três tipos de fibras, que são designadas por letras (E, C e
S) conforme a sua característica principal. As fibras ‘’E’’ apresentam bom isolamento
elétrico, as ‘’C’’ tem boa resistência à corrosão química e as ‘’S’’, com os maiores
conteúdos de sílica, são as mais resistentes. A fibra tipo “E” é a mais empregada na
indústria devido às suas adequadas propriedades dielétricas e por apresentar uma
boa combinação de propriedades mecânicas com baixo custo.
As fibras de vidro, cujos diâmetros variam entre 3 e 20 µm, encontram-se
disponíveis, no mercado, sob diversas formas, das quais as principais o: mecha
(roving), manta (mat) e tecido (fabric). A mecha é o primeiro produto na escala de
produção das fibras de vidro, consistindo em um cordão contínuo formado pela
reunião de filamentos, 200 no mínimo. É o produto de menor custo e,
conseqüentemente, o mais utilizado. As mantas são obtidas pelo arranjo aleatório
de fibras de vidro cortadas de forma uniforme, agregadas, por ligantes especiais, na
forma de um lençol. Suas propriedades, quando impregnadas com uma resina, são
as mesmas da mecha picada. Esta forma facilita a utilização da fibra, pois oferece
laminados homogêneos de espessura controlada, não requerendo a mão de obra de
um ‘’picotador’’. Tecidos são estruturas normalmente bidimensionais formadas, em
sua maioria, pelo entrelaçamento de fios dispostos ortogonalmente entre si. Nos
tecidos, os fios que têm direção longitudinal, direção de tecelagem, são chamados
44
de fios de urdume (warp) e aqueles com direção transversal são chamados de fios
de trama (fill) [CALLISTER, 2002].
b) Fios ortodônticos
Os fios ortodônticos têm por finalidade alinhar e nivelar os dentes, tendo assim
um papel muito importante na mecânica ortodôntica, pois movimentam o dente ao
deslizarem sobre o slot do bráquete.
Os fios ortodônticos podem ser fabricados com diversos tipos de materiais
metálicos, sendo mais utilizado a liga níquel / titânio (Ni/Ti), constituída com 50%
níquel e 50% titânio e conhecida como Nitinol. Esta liga tem grande importância na
biomecânica ortodôntica, pois apresenta, quando aquecida, uma transformação
microestrutural, que produz superelasticidade e efeito de memória de forma. Os fios
de NiTi transformam-se na temperatura do ambiente bucal (acima de 27°C) e
produzem, em virtude do efeito de memória de forma, um movimento dentário.
Outros materiais metálicos empregados são as ligas de titânio beta (Mo 13,0 ; Zr 7,5;
Sn 5,25), diversos tipos de aço inoxidável, tal como o 316 e ligas de CrNi
[INTERLANDI, 1999].
Os fios ortodônticos, dependendo do movimento desejado, podem apresentar
seção transversal circular (0,30mm a 1,20mm), quadrada (0,40mm x 0,40mm e
0,48mm x 0,48mm) ou retangular (0,40mm x 0,55mm a 0,53mm x 0,63mm)
[GRABER, 1996].
c) Adesivos
Os adesivos ortodônticos devem atender a uma série de especificações, das
quais podem ser destacadas as seguintes: biocompatibilidade, baixo índice de
contração, facilidade de adesão ao substrato, estabilidade térmica e dimensional,
estabilidade de cor, resistência mecânica e à abrasão. Os adesivos ortodônticos
são classificados, quanto ao seu desenvolvimento, em gerações, iniciando-se com
os de 1ª Geração, em 1965, até os de Geração, que são atualmente utilizados. A
qualidade de adesão obtida com esses adesivos melhorou com o passar dos anos,
45
em virtude da simplificação das técnicas de colagem e do desenvolvimento de
materiais com propriedades superiores [BARATIERI ET AL, 2001].
Os sistemas convencionais de adesão ortodôntica são formados por três
componentes, a saber: um condicionador do esmalte, uma solução base (primer) e
uma resina adesiva. Na melhoria da qualidade dos adesivos de Geração foram
desenvolvidos os chamados adesivos auto-condicionantes, que são compostos por
um ou dois materiais, colocados em frascos separados, e que por dispensarem o
condicionamento ácido da dentina e do esmalte são considerados adesivos ultra-
simplificados. A combinação dos dois componentes permite que o preparo do dente
para receber o bráquete seja realizado em uma única etapa, reduzindo o tempo e o
custo do tratamento, tanto para o dentista, como para o paciente [ARNOLD, 2002].
Em 1937 foi patenteado, pelo químico alemão Otto Rohm, um processo de
polimerização do metacrilato de metila empregando lâminas deste material, a partir
do qual foi produzido industrialmente o poli(metacrilato de metila). Este material era
utilizado na odontologia para o preparo da base de dentaduras metálicas, onde era
endurecido (curado) por aquecimento. Na década de 1940, a descoberta do
processo de cura fria, tornou possível a realização de restaurações plásticas
diretamente na cavidade oral.
A utilização do metacrilato de metila apresentava, no entanto, um grande
problema, pois o monômero puro tem uma elevada contração que pode atingir até
21% em volume (7% linearmente). Para diminuir esta contração, grânulos de
metacrilato de metila pré-polimerizados foram misturados com o monômero, o que
tornou possível reduzir a contração linear em até 3,5%. Entretanto, tal contração
ainda se mostrava excessiva, fazendo com que o entusiasmo inicial pelo uso dos
metacrilatos de metila fosse sensivelmente reduzido.
Na década de 60, foi desenvolvido Bis-GMA, conhecido, também, como “Resina
de Bowen”. Este material é obtido a partir da combinação da resina epoxídica com a
resina de metacrilato, procurando unir, por meio de uma reação química, as boas
propriedades do bisfenol A e do metacrilato de glicidila, a baixa alteração
dimensional da resina epoxídica e a rápida velocidade de polimerização do
metacrilato. A “Resina de Bowen”, precursora das resinas compostas atuais,
mostrava, ainda, propriedades físicas deficientes, como baixa resistência ao
desgaste e alta contração de polimerização. Em 1963, as propriedades físicas deste
46
material foram melhoradas pela incorporação de partículas inorgânicas (sílica)
revestidas com um silano à matriz polimérica. Este método reduziu a contração de
polimerização, o coeficiente de expansão térmica e aumentou a resistência à
compressão e o módulo de elasticidade da resina composta quando comparada às
resinas sem reforço de carga. Todavia, este novo material apresentava, também,
baixas solubilidade e desintegração em água [BOWEN,1965].
Bis-GMA (metacrilato de glicidila bis-fenólico)
O Bis-GMA é um pré-polímero baseado no bisfenol-A (FIG. 2.5) e metacrilato de
glicidila ou ácido metacrílico e uma resina epóxi. O monômero Bis-GMA apresenta
um alto peso molecular, 512,6 g-mol, e temperatura de transição vítrea (T
g
) de -
7,7ºC.
CH
3
OH O C O OH
CH
3
FIG. 2.5 - Estrutura do bisfenol-A
A rigidez da estrutura da cadeia principal e os grupos OH pendentes tornam o
monômero bastante viscoso; uma propriedade que apresenta vantagens e
desvantagens. As principais vantagens são que um aumento da viscosidade faz com
que o material mantenha melhor a sua forma e que partículas de preenchimento não
se sedimentem tão rápido como em um líquido menos viscoso. O inconveniente de
uma resina viscosa é que se torna mais difícil incorporar partículas de
preenchimento ao monômero [SÖDERHOLM, 1999].
A FIG.2.6 apresenta a estrutura do Bis-GMA, mostrando que o polímero, devido
à presença do grupo éster (FIG.2.7), pertence a família dos poliésteres. Os dois
anéis fenólicos na estrutura central tornam a estrutura da cadeia principal rígida, e
os dois grupos –OH ao longo das cadeias formam ligações hidrogênio entre as
moléculas.
47
FIG. 2.6 - Estrutura do Bis-GMA
C O C O
FIG. 2.7 - Estrutura do grupo éster encontrada nos poliésteres
A cura de Bis-GMA pode ocorrer por luz ultravioleta, feixe de elétrons e por
alguns produtos químicos como os peróxidos, resultando em uma grande extensão
de ligações cruzadas e uma melhora nas propriedades do polímero. Os
dimetacrilatos têm sido utilizados em várias aplicações odontológicas como
preenchimento de cavidades, seladora de ssulas e fissuras, agentes de união à
dentina, esmalte, agentes cimentantes de restaurações indiretas em próteses e
como materiais para faces estéticas. Todavia, em face da alta rigidez molecular
apresentada e da formação de ligacões hidrogênio, o Bis-GMA apresenta uma
elevada viscosidade, necessitando, para ser empregado na ortodontia, ser diluído
em um monômero de baixa viscosidade [SÖDERHOLM, 1999].
TEGDMA (dimetacrilato de glicol- trietilênico)
A redução da viscosidade do Bis-GMA pode ser obtida pela sua diluição em
outro dimetacrilato, tal como o dimetacrilato de glicol-trietilênico (TEGDMA), que
apresenta baixa viscosidade e maior flexibilidade molecular. A adição do TEGDMA
ao Bis-GMA aumenta a flexibilidade molecular melhorando a probabilidade de
interação durante a cura, o que resulta em um consumo mais completo das duplas
ligações nos grupos dimetacrilatos. Entretanto, o baixo peso molecular do TEGDMA
produz uma maior contração.
48
O TEGDMA é formado pela reação do ácido metacrílico com o glicol-trietilênico:
(H
2
C=CCH
3
COOH+HO-CH
2
-CH
2
-O-CH
2
-CH
2
-O-CH
2
-CH
2
-OH+HOOCH
3
CC=CH
2
)
(FIG. 2.8). A baixa viscosidade deste monômero pode ser atribuída a flexibilidade
da sua cadeia central e à fraca interação entre as ligações polares da cadeia. Este
dimetacrilato é, atualmente, utilizado como um diluente para compósitos dentários
[SÖDERHOLM, 1999].
FIG.2.8 - Estrutura do TEGDMA
Cura dos adesivos ortodônticos
No sistema ativador-Iniciador a polimerização dos monômeros dimetacrilatos
ocorre por uma reação de adição iniciada por radicais livres, que podem ser gerados
por ativação química ou ativação por energia externa (calor ou luz). Assim, as
resinas utilizadas em ortodontia podem ser polimerizadas por 3 métodos: ativação
química, foto-polimerização e dual (mista) [NAKAJIMA, 1995; SIDERIDOU, 2003].
As resinas quimicamente ativadas, também conhecidas como auto-
polimerizáveis, são compostas por 2 materiais: uma pasta-base e outra catalisadora,
cuja polimerização ocorre após a mistura das mesmas. Estas resinas têm como
iniciador o peróxido de benzoíla que, por sua vez, é ativado por uma amina
aromática terciária, dando início ao processo de auto-polimerização.
As resinas foto-polimerizáveis são compostos que apresentam foto-iniciadores
que polimerizam na presença de luz, tendo como iniciador a canforoquinona que
permite a interação reativa com uma amina terciária. Algumas resinas possuem um
inibidor ou estabilizador, como a hidroquinona, para evitar a polimerização
espontânea do Bis-GMA. A partir deste ponto ocorre a polimerização dos
monômeros metacrilicos formando uma matriz polimérica com ligações cruzadas.
Essas resinas ortodônticas podem ser foto-ativadas pela sua exposição a uma luz
49
halógena, de cor azul (lâmpada de quartzo ou de tungstênio), com comprimento de
onda entre 400 e 600 nm e com intensidade de luz de 400 a 520 mW/cm
2
,
empregando-se um aparelho de foto-polimerização. As resinas foto-polimerizáveis
foram desenvolvidas com a finalidade de se compensar a principal desvantagem dos
sistemas de polimerização quimicamente induzidos: a falta de controle sobre o
tempo de reação.
No método dual ou misto as resinas compostas apresentam os dois sistemas
de ativação, químico (auto-polimerizável) e físico (luz), que funcionam
simultaneamente.
Colagem dos bráquetes
A colagem adequada dos bráquetes necessita que seja adotada a seguinte
seqüência de procedimentos: profilaxia, condicionamento ácido do esmalte,
aplicação do primer e colagem do acessório ao dente [CACCIAFESTA et al., 2003].
O esmalte dentário é constituído por prismas, que possuem, aproximadamente,
as seguintes dimensões: 10000Å de espessura, 3,0mm de comprimento e 50Å de
diâmetro. O esmalte recém preparado apresenta uma tensão superficial de,
aproximadamente, 28 dinas/cm, o que é uma condição incompatível para os
adesivos modernos, que apresentam uma tensão superficial da ordem de 41
dinas/cm. Foi verificado que, quando se aplicava um tratamento químico
(condicionamento) ao esmalte, ocorria, em relação ao esmalte não tratado
quimicamente, um aumento da sua adesão a discos de resina [BUONOCORE,
1955]. O ataque da superfície do esmalte com ácido causa uma desmineralização
seletiva, aumentando, ao criar microporosidades com profundidades que variam
entre 5 e 50µm, a rugosidade superficial e a superfície de contato, facilitando, em
conseqüência, a adesão da resina ao dente pois ocorre uma melhora na tensão
superficial. Assim, o grande aumento da área superficial devido à ação do
condicionamento ácido, além de aumentar a capacidade de molhamento da
superfície, permite um contato mais íntimo da resina com o esmalte dentário. O
ácido, ao remover uma camada superficial de esmalte, em torno de 10µm, e criar
uma camada porosa de 5 a 50µm, permite que um adesivo de baixa viscosidade
escoe nesses microporos estabelecendo uma união micromecânica.
50
O condicionador, normalmente um reativo ácido, foi introduzido na Ortodontia
em 1955, mas só largamente empregado a partir do fim da década de 70. É
constituído, tradicionalmente, por uma solução de ácido fosfórico com uma
concentração variando entre 30% e 50%, usualmente 37%. Valores de tensão
superficial de, aproximadamente, 72 dinas/cm têm sido conseguidos com o
condicionamento do esmalte em ácido fosfórico a 37% [TORTAMANO, 2002]. O
ataque com ácido fosfórico a 37% resulta em três padrões morfológicos distintos,
designados, comumente, como 1, 2 e 3. No tipo 1, que é o mais comum, ocorre a
remoção do núcleo dos prismas de esmalte, mantendo-se intacta a periferia dos
mesmos. O tipo 2 pode ser considerado o oposto do 1, pois os tecidos da periferia
dos prismas são dissolvidos deixando os cleos intactos. O tipo 3 é menos distinto,
apresentando áreas que fazem lembrar cada um dos outros dois padrões
[BUONOCORE, 1968].
Tipos alternativos de condicionadores, tais como soluções de ácido maleico, tem
sido introduzidos mais recentemente (~1990), visando a redução da dissolução do
esmalte sem o comprometimento da adesão bráquete / dente. Trabalhos realizados
com esses dois tipos de condicionadores têm mostrado que as resistências
interfaciais obtidas são da mesma ordem de grandeza e que a topografia das
morfologias superficiais do esmalte dentário são praticamente idênticas. Todavia o
ataque produzido com a solução de ácido maleico tem menor penetração, o que,
após a retirada do aparelho ortodôntico, pode resultar em um melhor acabamento
superficial do dente [BARATIERI, 2001].
O primer é um material hidrofílico composto por solventes orgânicos voláteis
(acetona ou etanol), que, quando aplicado ao esmalte, umedece, penetra e
preenche toda a estrutura desmineralizada por atração capilar. A aplicação do
primer, ao remover a umidade presente nas microporosidades do esmalte, melhora
a penetração do adesivo. O agente adesivo, aplicado após o primer, complementa o
processo de selamento das estruturas desmineralizadas do dente. Desta forma
ocorre a formação de pequenos tags, que são porções de resina que ocupam as
microporosidades existentes no esmalte. Os fabricantes, de uma maneira geral,
procuram adequar a tensão superficial do adesivo para que seja ligeiramente menor
que a do primer [BARATIERI ET AL, 2001].
51
Devido à grande quantidade de etapas do processo de colagem do bráquete ao
dente torna-se muito difícil controlar da umidade absorvida no processo, podendo
ocorrer a contaminação da superfície do esmalte e, conseqüentemente, a falha na
adesão do polímero ao dente. A presença de umidade e/ou contaminação durante o
processo de colagem é a maior causa de falhas dos bráquetes, retardando e
aumentando os custos do tratamento [TORTAMANO et al., 2001; ARNOLD et al.,
2002].
c) Bandas metálicas
As bandas são utilizadas como base de fixação de diversos tipos de acessórios
nos dentes posteriores, como bráquetes, tubos, botões e ganchos. São fabricadas
em aço inoxidável austenítico contendo, no máximo, 14% Ni e 20% Cr. As bandas
ortodônticas têm um comprimento que varia entre 28 e 48 mm, que corresponde ao
perímetro externo dos dentes.
d) Elásticos ortodônticos
Os elásticos ortodônticos são de grande importância no tratamento das
maloclusões tendo diversas aplicações durante a mecânica ortodôntica. Os
elásticos para ligadura são utilizados para manter o fio dentro da canaleta do
bráquete, sendo produzidos com poliuretano aromático com pigmento atóxico,
possuindo memória de forma e baixos índices de degradação no ambiente bucal.
Os elásticos para uso extra-oral são utilizados em conjunto com tala e arco extra-
bucal, sendo confeccionados com látex natural e podem ser classificados, conforme
o seu diâmetro, em leves (1,00mm), médios (1,50mm) e pesados (2,00mm). Os
elásticos para uso intra-oral que são, também, fabricados com látex, são fabricados
com os seguintes diâmetros: 3,20mm, 4,80mm, 6,35mm, 7,94mm e 9,53mm. Outros
elásticos, que possuem memória de forma, são usados no fechamento de espaços,
retração de anteriores e tracionamento de dentes, apresentam forma de corrente e
podem ser divididos, de acordo com o seu comprimento, em curtos (2,5mm), médios
(3,3mm) ou longos (4,0mm) [LANGLADE, 1993].
52
2.5.3 AVALIAÇÃO DA ADESÃO DO APARELHO ORTODÔNTICO
A avaliação da adesão do conjunto bráquete / dente pode ser feita por meio de
um ensaio para a determinação da resistência ao cisalhamento. Um importante
aspecto a ser considerado nos testes de adesão é o modo de ruptura do conjunto
unido. Os tipos de fraturas ou falha em juntas podem ocorrer de duas formas: fratura
adesiva ou fratura coesiva ou, ainda, uma mistura dois 2 tipos. A fratura adesiva
ocorre na interface entre o adesivo e o substrato; a fratura coesiva ocorre no
interior da massa adesiva (mesmo material), permanecendo ambos os substratos
com uma camada superficial do adesivo [NAKAJIMA, 1995].
Na busca de um sistema adesivo confiável para a colagem de bráquetes
plásticos foram avaliadas várias formulações de resinas à base de metacrilato de
metila. Neste trabalho foram realizados mais de dois mil ensaios de cisalhamento,
utilizando incisivos de humanos, sobre os quais, após condicionamento da superfície
vestibular com ácido fosfórico a 40%, foi colado um acessório de policarbonato.
Adicionalmente, como experimento complementar, foram estudados a influência do
ângulo de contato superficial do adesivo e o efeito da contração de polimerização e
da imersão em água sobre a força de adesão. Os resultados apresentaram uma
grande variabilidade nos valores de resistência ao cisalhamento, sendo a formulação
com ácido metacrílico a 30%, que apresentou uma força de adesão média de 3,24
MPa, a de melhor reprodutibilidade. O condicionamento ácido do esmalte reduziu,
em mais de 50%, o ângulo de contato superficial, o que diminuiu significativamente a
tensão de superfície, facilitando o “molhamento” do esmalte pelo adesivo e,
conseqüentemente, aumentando a adesão [NEWMAN, 1965].
Em estudo precursor sobre adesão ortodôntica, utilizando a cnica de colagem
direta de bráquetes metálicos, foram realizados testes de cisalhamento cujos
resultados mostraram que um adesivo adequado às necessidades clínicas deve
permitir a obtenção de uma superfície interfacial dente-bráquete com resistência ao
cisalhamento entre 5,9MPa e 7,8MPa [REYNOLDS, 1975].
Três cimentos de ionômero de vidro comerciais (Ketac-cem, Fuji e Precise)
foram comparados com o compósito Concise, em um trabalho realizado com pré-
molares humanos. Os valores médios de resistência de adesão para cada material,
Concise, Ketac-cem, Fuji e Precise, foram de, respectivamente, 11,27MPa,
53
3,91MPa, 2,37MPa e 0,84MPa. Estes resultados mostram que o compósito
apresenta, em relação aos cimentos de ionômero de vidro, uma melhor adesão
[FAJEN, 1990].
Em um estudo comparativo in vitro da resistência à adesão de bráquetes
metálicos colados em esmalte contaminado e não contaminado, foram utilizados 60
pré-molares humanos. Nas superfícies vestibulares dos dentes foram realizadas
profilaxias com pedra-pomes e água, e condicionamento com ácido fosfórico a 37%
por 30 segundos. Os dentes foram divididos em dois grupos de 30, sendo que o
primeiro grupo foi contaminado com saliva e o segundo não. Em cada grupo foi
aplicada uma camada de Scothbond Multi Purpose, seco com jato de ar leve por 5
segundos e em seguida as colagens foram feitas com a resina Rely-A-Bond. O
grupo contaminado obteve um valor médio da resistência ao cisalhamento de
19,29MPa e o grupo não contaminado de 18,36MPa [SONIS, 1994].
A resistência ao cisalhamento e o modo de fratura foram estudados em 48
molares humanos divididos em quatro grupos. Os dentes receberam profilaxia com
pedra-pomes e água por dez segundos. O primeiro grupo foi condicionado com
ácido fosfórico a 37%, lavado, seco e os bráquetes colados com System 1+
adhesive. No segundo grupo, os dentes foram condicionados com ácido maleico a
10%, lavados, secos e os bráquetes colados com o mesmo material. No terceiro
grupo, um primer-ácido foi colocado sobre o esmalte por 30 segundos e os
bráquetes colados com ClearFil Liner Bond 2. No quarto grupo aplicou-se o mesmo
primer-ácido e os bráquetes foram colados com o adesivo Panavia 21. Os valores
médios encontrados de resistência ao cisalhamento foram de 11,9 MPa para o grupo
I, 10,9MPa para o grupo II, 5,9MPa para o grupo III e 10,4 MPa para o grupo IV. Nos
grupos que utilizaram o primer-ácido a quantidade de adesivo residual foi menor em
relação aos outros [BISHARA et al., 1998].
Em outro experimento foi avaliada a resistência de adesão de cinco cimentos
utilizados em ortodontia (Concise Ortodôntico, Fuji Ortho LC, Vitremer, Dyract e
Transbond XT). No trabalho foram utilizados 50 pré-molares superiores divididos em
5 grupos, cada um com 10 dentes, onde foi colado, de acordo com as
recomendações dos fabricantes, cada tipo de material. O Concise Ortodôntico foi o
material de maior resistência média (21,94MPa), seguido do Transbond XT
(19,93MPa), Fuji Ortho LC (18,13MPa), Dyract (10,68MPa) e Vitremer (6,91MPa).
54
Os materiais Concise Ortodôntico, Fuji Ortho LC e Transbond XT apresentaram a
mesma diferença estatística que foi superior a dos demais cimentos. A fratura no
processo de descolagem ocorreu, em todos os grupos, na interface
cimento/bráquete [SOUZA, 1999].
EM estudo realizado para verificar a resistência de colagem do adesivo
Scotchbond Multi-Purpose juntamente com a resina Z-100 sobre o esmalte, foram
utilizados ácidos fortes e fracos para condicionar a superfície dentária. Neste estudo
foram utlizados 100 sisos divididos em dois grupos: esmalte normal e esmalte
fluoretado, que foram subdivididos em cinco subgrupos. As colagens em esmalte
foram as seguintes, com condicionamento ácido e em seguida seco e limpo;
condicionado e com a superfície umedecida; superfícies contaminadas com saliva
artificial; superfícies contaminadas com saliva artificial, secas, condicionadas e em
seguida contaminadas novamente com saliva. A contaminação por saliva pode não
ser um fator de risco para o sucesso da colagem em esmalte se eles forem lavados
e secados imediatamente após a contaminação. O condicionamento de esmalte com
ácido fosfórico a 37% na presença de contaminação e umidade pode promover
maior resistência da colagem que o condicionamento com ácido maleico [BENDERLI
et al.,1999].
Foi, também, realizado um estudo in vitro, em ambiente seco e úmido,
comparando-se a resistência à tração de bráquetes metálicos colados com
compósitos foto-polimerizáveis. No trabalho foram utilizados 45 pré-molares
humanos, divididos em três grupos, designados A, B e C. No grupo A foi empregado
o Transbond XT aplicado de forma convencional, enquanto que no grupo B foram
empregados o Transbond MIP e o Transbond XT sobre superfície umedecida e, no
grupo C, foi usado o Fill Magic aplicado, também, de maneira convencional. A
resistência média foi de 9,89MPa para o grupo A, 12,37MPa para o B e 5,64MPa
para o C. Estatisticamente, o grupo B, formado pelo Transbond MIP com o
Transbond XT, foi superior aos demais grupos, seguido do grupo A, do Transbond
XT convencional, e com o C, do Fill Magic, por ultimo [GONÇALVES, 2000].
Uma comparação da força de união de bráquetes colados com um primer
hidrófilo (Transbond MIP) e com primer convencional, foi realizada utilizando 60 pré-
molares humanos. Os dentes receberam profilaxia com pedra-pomes e água,
lavagem, secagem, condicionamento do esmalte com ácido fosfórico a 37% por 30
55
segundos, nova lavagem e secagem. O primer hidrófilo obteve resistência adesiva
inferior a 6,43MPa, o primer convencional 8,71MPa [LITTLEWOOD et al., 2000].
Em uma avaliação dos efeitos da recolagem sobre a resistência ao cisalhamento
e sobre o Índice de adesivo remanescente de bráquetes, foram utilizados 15 molares
que foram colados e recolados 30 minutos após o procedimento com Transbond XT.
Foram encontrados valores médios de resistência de 6,1MPa na colagem inicial,
4,1MPa na segunda colagem e 4,0MPa na terceira colagem. As mudanças na
resistência adesiva podem ser de acordo com as alterações nas características
morfológicas da superfície do esmalte condicionado, como resultados da presença
de adesivo remanescente [BISHARA et al., 2000].
A força de união de bráquetes metálicos e o IRA em esmalte úmido e seco foi
avaliada em 40 pré-molares, divididos em quatro grupos de dez dentes. No grupo 1
o esmalte foi condicionado com ácido fosfórico a 37% por 30 segundos, lavagem,
secagem, aplicação do Transbond XT primer e colagem dos bráquetes com
compósito Transbond XT; no grupo 2 foi feito o condicionamento do esmalte com
ácido fosfórico a 37% por 30 segundos, lavagem, remoção do excesso deixando a
superfície úmida, aplicação do primer Transbond MIP e colagem dos bráquetes com
Transbond XT; no grupo 3 foi feito o condicionamento do esmalte com ácido
fosfórico a 37% por 30 segundos, lavagem, secagem, aplicação do primer próprio do
Concise e colagem dos bráquetes com compósito Concise; no grupo 4 o esmalte foi
umedecido e a colagem dos bráquetes realizada com Fuji Ortho LC. Os bráquetes
foram colados com compósito Transbond XT após aplicação de Transbond MIP, e
com Fuji Ortho LC em ambiente úmido e comparado com Concise e Transbond XT
em ambiente seco. Os valores médios de resistência para os grupos 1, 2, 3 e 4
foram de 5,52MPa, 7,63MPa, 6,80MPa e 4,68MPa, respectivamente. O valor médio
do Transbond XT quando utilizado com Transbond MIP foi estatisticamente superior
ao Fuji Ortho LC ambos em esmalte úmido e ao Transbond XT em ambiente seco,
não havendo diferença estatística em relação ao Concise; o IRA encontrado para o
cimento Fuji Ortho LC , para o compósito Transbond XT com ou sem o uso do
Transbond MIP foi baixo, ao contrário do Concise que se revelou alto; não houveram
casos de fratura de bráquete ou esmalte [SANTOS et al., 2000].
Os efeitos da umidade sobre a resistência de bráquetes colados com o Fuji
Ortho LC, adesivo hidrófilo Transbond MIP e compósito Transbond XT foram
56
analisados em estudo utilizando 183 pré-molares humanos, divididos em sete
grupos, dois sem condicionamento ácido e cinco com esmaltes condicionados com
ácido fosfórico a 37%, secos e em condições de umidade e contaminação com
saliva. O condicionamento do esmalte com ácido fosfórico a 37% aumentou a
resistência adesiva do Fuji Ortho LC. A contaminação e umidade não diminuíram a
resistência adesiva do Fuji Ortho LC ou Transbond XT associado ao Transbond
MIP. Em condições secas a adesão do bráquete ao dente utilizando-se o Transbond
XT foi maior que os demais materiais [CRANE ET AL, 2000].
A resistência ao cisalhamento, local de fratura e quantidade de trincas no
esmalte, antes da colagem e após a descolagem, foram avaliadas utilizando-se 3
tipos de materiais. A amostragem foi dividida em 4 grupos, um grupo controle colado
com Transbond XT, um segundo grupo colado com Fuji Ortho LC em ambiente
úmido e mais dois grupos colados com um compósito modificado por poliácido
(Assure), sendo um em ambiente seco e o outro em ambiente úmido (imersão em
saliva humana). Os valores de resistência média, após estocagem por 30 dias
seguida de termociclagem por 24 horas, foram de 20,19MPa para o Transbond XT,
13,57MPa para o Fuji Ortho LC, 10,74MPa para o Assure em ambiente seco e
10,99MPa em ambiente úmido. Estes resultados permitiram concluir que o grupo
controle colado com o Transbond XT alcançou a maior resistência, mas que, do
ponto de vista clínico, os demais grupos também apresentaram valores aceitáveis de
uso. Foi verificado, ainda, que não houve diferença estatística significante entre os
grupos formados pelo Assure, tanto em ambiente seco como exposto à saliva
humana. A maioria das fraturas, para os grupos do Fuji Ortho LC e do Assure em
ambiente úmido, ocorreu na interface esmalte/adesivo, enquanto nos grupos com o
Transbond XT e o Assure em ambiente seco apresentaram fraturas coesivas no
adesivo. O Transbond XT e o Fuji Ortho LC tiveram maior incidência de fratura de
esmalte, devido a sua maior resistência adesiva ao dente [RIX, 2001].
Um estudo utilizando um primer auto-condicionante (Self Etch Primer) avaliou a
resistência ao cisalhamento da colagem de bráquetes e o modo de fratura após a
descolagem; foram utilizados 45 pré-molares humanos, divididos em dois grupos. O
primeiro grupo formado por 25 dentes que foram condicionados com ácido fosfórico
a 37%, lavados, secos, receberam primer e foram colados com Transbond XT. No
segundo grupo constituído de 20 dentes foi aplicado o Self Etch Primer Prompt LPop
57
por 15 segundos, após leve jato de ar, os bráquetes foram colados com compósito
Transbond XT. Todos os dentes receberam profilaxia com pedra-pomes e água por
10 segundos. Foram encontrados valores médios de resistência de 10,4MPa para o
primeiro grupo e de 7,1MPa para o segundo grupo, sendo esta diferença
estatisticamente significante. No Índice de adesivo remanescente (IRA) houve uma
quantidade estatisticamente superior de adesivo sobre o esmalte quando o Prompt
L-Pop foi usado [BISHARA et al., 2001].
Uma comparação entre a umidade e a contaminação por sangue sobre a
resistência de bráquetes colados com Transbond XT sobre Transbond MIP, foram
estudados utilizando-se 90 pré-molares humanos divididos em três grupos de 30
dentes, todos submetidos à profilaxia com pedra-pomes e água e condicionamento
do esmalte com ácido fosfórico a 37% por 30 segundos. O primeiro grupo não foi
contaminado, o segundo foi umedecido com água destilada e o terceiro contaminado
com sangue humano. A resistência adesiva do grupo onde não houve contaminação
foi de 15,69MPa sendo superior aos outros dois grupos umedecido com água
destilada, 12,89MPa e contaminado com sangue, 11,16MPa. o houve diferença
entre os grupos quanto ao IRA. O uso do Transbond MIP em condições de baixa
umidade e risco de contaminação por sangue tem obtido resultados aceitáveis,
tendo grande aplicabilidade em exposição cirúrgica de dentes [HOBSON et al.,
2001].
Em outro estudo foi avaliada a resistência à tração de bráquetes metálicos
colados sobre dentes humanos utilizando o primer-ácido Transbond Plus Self
Etching Primer (TPSEP). Foram utilizados 19 pré-molares que, após profilaxia e
aplicação do TPSEP, foram colados a bráquetes com o compósito Transbond XT. A
amostra foi submetida a uma ciclagem térmica e o ensaio de cisalhamento foi
realizado 72 horas após o termino desta ciclagem, na velocidade de 5 mm por
minuto. Os resultados mostraram um valor médio da resistência de adesão igual a
6,25MPa para este material e procedimento, que foi considerada, pelo autor,
adequada para a colagem de bráquetes ortodônticos [DOMINGUES, 2002].
Com finalidade de avaliar e comparar a resistência ao cisalhamento de três
sistemas Self Etch primer na colagem de bráquetes, 80 molares humanos foram
divididos em quatro grupos. O Transbond XT foi utilizado para colagem sobre
esmalte condicionado com ácido fosfórico a 37% por 30 segundos, em esmalte
58
condicionado com Prompt L-Pop por 15 segundos, com EXL por 10 segundos e com
One-Up Bond F por 20 segundos. Os valores médios de resistência foram de 10,4
MPa para o sistema convencional com ácido fosfórico, 7,1MPa para o Prompt L-Pop,
9,7MPa para o EXL e 5,1MPa para o One-Up Bond F. O One-Up Bond F e o Prompt
L-Pop foram estatisticamente inferiores ao ácido fosfórico a 37% e ao EXL
[BISHARA et al., em 2002].
Em um estudo sobre a eficácia de um primer hidrófilo em relação à resistência
ao cisalhamento da colagem e os locais de fratura após a descolagem de bráquetes,
em superfícies contaminadas com saliva. Foram utilizados 240 pré-molares
humanos, divididos nos grupos a seguir: Grupo 1- as superfícies dos dentes foram
condicionadas com ácido fosfórico 37%, aplicação do primer do Transbond XT e os
bráquetes foram colados com compósito Transbond XT; Grupo 2- as superfícies dos
dentes foram condicionadas com ácido fosfórico 37%, contaminação com saliva
natural, aplicação do primer Assure e os bráquetes foram colados com adesivo
Assure; Grupo 3- as superfícies dos dentes foram condicionadas com ácido fosfórico
37%, contaminação com saliva natural, aplicação do Transbond MIP e os bráquetes
foram colados com compósito Transbond XT; Grupo 4- as superfícies dos dentes
foram condicionadas com ácido fosfórico 37%, aplicação do primer Assure,
contaminação com saliva natural, nova aplicação do primer Assure e os bráquetes
foram colados com adesivo Assure; 5- as superfícies dos dentes foram
condicionadas com ácido fosfórico 37%, aplicação do Transbond MIP contaminação
com saliva natural, aplicação novamente do Transbond MIP e os bráquetes foram
colados com compósito Transbond XT; 6- as superfícies dos dentes foram
condicionadas com ácido fosfórico 37%, aplicação do primer Assure, contaminação
com saliva natural e os bráquetes foram colados com adesivo Assure. Os testes de
cisalhamento foram realizados após 30 dias a uma velocidade de 2 mm por minuto,
sendo também realizada a avaliação do IRA. Todos os grupos obtiveram adequada
resistência adesiva, mesmo com contaminação de saliva antes ou depois da
aplicação do primer. O grupo 5 apresentou alta resistência sendo somente inferior
ao grupo 1. Na avaliação do IRA, os grupos com contaminação de saliva antes da
aplicação do primer mostraram mais falhas na interface esmalte / adesivo,
entretanto, os grupos com contaminação de saliva após a primeira aplicação do
59
primer mostraram mais falhas na interface bráquete / adesivo [SCHANEVELDT &
FOLEY, 2002].
O IRA e a resistência adesiva de um adesivo convencional, um adesivo
ativado pela umidade (Smartbond) e um agente hidrófilo (Transbond MIP) foram
estudadas em superfícies de esmalte umedecidas e contaminadas com saliva. Neste
estudo foram utilizados 60 pré-molares humanos divididos em três grupos. Em cada
grupo de 20 dentes, dez foram contaminados com saliva e dez umedecidos. No
primeiro grupo foi aplicado o primer Unite e em seguida os bráquetes foram colados
com o adesivo Unite; o segundo grupo foi semelhante ao primeiro, porém no lugar
do primer Unite foi utilizado o Transbond MIP, e no terceiro grupo o foi utilizado
primer e os bráquetes foram colados com Smartbond. Todas as superfícies de
esmalte receberam profilaxia com pedra-pomes e água e condicionamento do
esmalte com ácido fosfórico a 37% durante 30 segundos, seguido de lavagem e
secagem. Todos os grupos apresentaram na colagem realizada sobre superfície
contaminada por saliva uma resistência adesiva inferior, o primeiro e o terceiro
grupos foram estatisticamente superiores ao segundo em todas as condições
[ELÍADES et al., 2002].
Em um estudo foram colados 40 bráquetes em 40 pré-molares humanos
divididos em quatro grupos de dez dentes. Com a finalidade de avaliar se o
Transbond MIP possuía resistência adesiva igual ou superior ao Transbond XT
primer em condições secas e úmidas. Em todos os grupos, as superfícies
vestibulares receberam profilaxia e condicionamento com ácido fosfórico no esmalte.
No grupo I os bráquetes foram colados com o Transbond XT de modo convencional,
no grupo II utilizou-se como primer o Transbond MIP em ambiente seco, no III o
Transbond XT primer sobre umidade e no IV novamente o Transbond MIP também
em esmalte úmido. Os valores encontrados de resistência ao cisalhamento foram os
seguintes: 8,30MPa, 7,53MPa, 0,84MPa e 7,94MPa, para os grupos I, II, III e IV,
respectivamente. Não foram encontradas diferenças estatísticas significantes entre
os grupos I, II e IV, que foram superiores ao III. O Transbond MIP deve ser usado
em locais de umidade e os primers hidrófilos continuarão seus processos de
evolução, sendo necessários mais estudos clínicos [KULA, 2003].
Um estudo in vitro e in vivo do Transbond Plus Self Etching Primer comparou
os valores de resistência ao cisalhamento da colagem de bráquetes em pré-molares
60
humanos. Foram elaborados testes in vitro com SEP sendo comparados ao
compósito Transbond XT. O valor dio de 8,43MPa para o SEP e de 8,70MPa
para o compósito. Na avaliação in vivo os mesmos materiais foram utilizados em 13
pacientes e as falhas de colagem verificadas num período de 8 meses não foram
estatisticamente significantes [PASKOWSKY, em 2003].
Num estudo comparativo entre o Transbond MIP e o Transbond XT primer foi
avaliada a resistência adesiva em condições secas e úmidas. Neste estudo foi
verificada a viabilidade de três diferentes Self Etch Primer sobre o IRA e a
resistência ao cisalhamento da colagem de bráquetes metálicos em relação ao ácido
fosfórico 37%. Foram utilizados 80 pré-molares humanos, divididos em quatro
grupos. No grupo controle condicionou-se o esmalte com ácido fosfórico a 37% e
nos grupos experimentais com os primers-ácidos Clearfil SE Bond (CSE Bond), Etch
& Prime 3.0 (E&P 3.0) e Transbond Plus Self Etching Primer (TPSEP). Todos os
bráquetes do experimento foram colados com o Transbond XT. Os valores médios
de resistência ao cisalhamento foram de 16,0Pa para o grupo do TPSEP, 13,1MPa
para o ácido fosfórico 37%, 11,5MPa para o CSE Bond e 9,9MPa para o E&P 3.0. O
TPSEP foi superior estatisticamente aos demais materiais testados, o ácido fosfórico
a 37% foi superior ao E&P 3.0 e sem diferença em relação ao CSE Bond. Entre o
CSE Bond e o E&P 3.0 não houve diferença estatística significante [BUYUKYILMAZ
et al., 2003].
A influência do agente condicionante foi avaliada em um outro estudo, onde
bráquetes metálicos foram colados com Transbond XT em 20 incisivos inferiores
humanos. Os dentes foram divididos em 2 grupos, um condicionado com Transbond
Plus Self Etching Primer e o outro com ácido fosfórico a 37% por 15 segundos. A
resistência de adesão média do grupo condicionado com o Primer foi de 26,0MPa,
enquanto que no grupo condicionado com o ácido fosfórico foi de 26,6MPa,
verificando-se não haver diferença estatística significante entre os grupos. O
condicionamento efetuado foi avaliado por microscopia eletrônica de varredura,
encontrando um padrão similar de condicionamento [LOPES, 2003].
A força de adesão, in vitro, de 6 materiais de colagem, atualmente disponíveis
comercialmente, foi avaliada em um estudo recente que utilizou bráquetes de aço
inoxidável colados na superfície vestibular de pré-molares humanos recém
extraídos, por meio de ensaios mecânicos de cisalhamento. A média dos resultados
61
encontrados para cada grupo foi de: Grupo 1 (Transbond, 3M): 19,9MPa; Grupo 2
(Fill Magic Ortodôntica): 11,7MPa; Grupo 3 (Enlight, Ormco): 19,6MPa; Grupo 4
(Ortho Solo com Enlight, Ormco): 27,7MPa; Grupo 5 (Super Bond, Ortho Souce):
18,2 MPa; Grupo 6 (Super Bond, Aditek): 15,9MPa. Os materiais testados
apresentaram, de acordo com o autor, uma adesão adequada para o uso clínico. O
emprego de um adesivo hidrofílico de última geração (Ortho Solo, Ormco)
proporcionou um aumento significativo na força de adesão, quando comparado aos
demais materiais analisados [IANNI, 2004].
Em um trabalho recente foi estudada a influência do local de aplicação da força
de deslocamento nos testes de resistência ao cisalhamento, em bráquetes de aço
inoxidável in vitro. Foram selecionados, conforme mostrado na FIG. 2.9, 3 locais
para a aplicação do esforço: (i) na base do bráquete (Grupo A); (ii) na curva de
ligadura (Grupo B) e (iii) na asa oclusal do bráquete (Grupo C). Foram analisados
90 dentes incisivos inferiores bovinos, que divididos em três grupos randomizados,
foram condicionados com ácido fosfórico a 37% por 30 segundos e, em seguida,
colados em bráquetes de aço inoxidável com uma resina composta (Transbond XT).
Foram obtidos os seguintes valores para a resistência ao cisalhamento: 22,7MPa
(Grupo A), 11,52MPa (Grupo B) e 9,44MPa (Grupo C). A análise da variância
mostrou que a resistência ao cisalhamento no Grupo A era significativamente
diferente das dos Grupos B e C. Foi observado, também, que o índice de adesivo
remanescente mostrou grande variação, de 1,53 no Grupo A para 2,1 no Grupo C e
1,87 no grupo B [KLOCKE, 2005].
Grupo A Grupo B Grupo C
FIG. 2.9- Locais de aplicação do esforço de cisalhamento
62
Verifica-se, conforme mostrado nos trabalhos acima citados, que os valores de
resistência ao cisalhamento podem apresentar uma grande variabilidade,
observando-se que os resultados obtidos vão desde um valor mínimo igual à
0,84MPa até um valor de 27,7MPa. Esta grande variação pode ser atribuída a
grande quantidade de adesivos avaliados e, principalmente, à falta de uma
metodologia padronizada de avaliação. De acordo com a literatura um material
adesivo deve ter uma resistência ao cisalhamento variando entre 5,9MPa e 7,8MPa
para suprir as necessidades clínicas. Esta variação deve ser considerada, pois uma
resistência adesiva muito alta, bem acima destes valores, pode lesar o esmalte
dentário na descolagem, enquanto que uma baixa resistência adesiva pode não
suportar os esforços mastigatórios [REYNOLDS, 1975].
63
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Os materiais e métodos utilizados nesta Dissertação estão abordados
detalhadamente nos itens subseqüentes.
A preparação e o armazenamento dos dentes, a confecção dos corpos de prova,
a realização dos ensaios de avaliação e a análise dos resultados encontrados foram
realizados de acordo com a norma ISO/TS 11405 da Organização Internacional de
Padronização [ISO/TS 11405, 2003].
3.1 EQUIPAMENTOS
Além da aparelhagem e vidraria comuns aos laboratórios de pesquisa, foram
empregados os seguintes equipamentos:
Analisador térmico marca Shimadzu, série TA-50, modelo TGA-50, controlado
por computador
(1)
.
Analisador térmico marca Shimadzu, série TA-50, modelo DSC-50, controlado
por computador
(1)
.
Balança digital Ainsworth, modelo AH-160
(1)
, precisão 0,0001.
Contra-ângulo marca Dabi-Atlante
(2)
.
Equipamento de termociclagem
(1)
.
Equipamento tipo banho-maria com circulação forçada de água
(1)
.
Equipo odontológico marca Gnatus
(2)
.
Espectrômetro no infravermelho (FTIR), marca Perkin Elmer, modelo 1710
(1)
.
Foto-polimerizador marca Rhos modelo Lux II
(2)
.
Máquina de ensaios universal marca EMIC, modelo DL 10000, controlada por
computador
(1)
.
Microscópio eletrônico de varredura (MEV) marca JEOL, modelo JSM
5800LV
(1)
.
Micro-motor marca Dabi-Atlante
(2)
.
(1) IME - Instituto Militar de Engenharia, Rio de Janeiro, RJ.
(2) 25
o
B.Log (Es) - 25
o
Batalhão Logístico Escola, Rio de Janeiro, RJ.
64
3.2 MATERIAL
Nesta Dissertação foram empregados os seguintes materiais:
- Ácido fosfórico a 37%.
- Azulejo.
- Bráquetes.
- Broca de aço-inoxidável.
- Clorofórmio PA.
- Conta gotas.
- Espátula n
o
24.
- Esquadro.
- Luva de procedimento descartável.
- Pinça porta algodão.
- Pinça porta bráquete.
- Pincel pelo de Marta.
- Poli(metacrilato de metila).
- Pote Dappen.
- Pré-molares de humanos.
- Resinas (Concise e Transbond XT).
- Saliva artificial.
- Tubo de PVC.
- Vaselina.
Os dentes, bráquetes e adesivos estão descritos detalhadamente a seguir:
a) Dentes: foram utilizados 60 dentes pré-molares permanentes de humanos,
direitos e esquerdos, recém-extraídos com finalidade ortodôntica. Foram
empregados, no trabalho, apenas dentes hígidos, eliminando-se os que
apresentaram quaisquer imperfeições, tais como, coroas defeituosas,
descalcificação, trincas e fraturas na superfície coronária.
Os dentes, após a sua extração (exodontia), foram limpos com cureta
periodontal (Duflex, Brasil) ou com bisturi de lâmina n
o
15, sendo logo depois lavados
com água deionizada e secos.
Os dentes limpos foram armazenados, em geladeira, na temperatura de,
aproximadamente, 4
o
C até, no ximo, 6 (seis) meses, em uma solução de Timol a
65
0,1% (Farmácia de Manipulação Costa Ponte, RJ). O armazenamento, nestas
condições, desde a extração até o término dos procedimentos práticos, é realizado
para se evitar a desidratação e a proliferação bacteriana nos dentes.
b) Bráquetes: foram utilizados 60 bráquetes, tipo Morelli Composite, sistema Roth,
fabricados pela empresa Dental Morelli Ltda (Sorocaba, SP) que foram adquiridos no
comércio do Rio de Janeiro.
Os bráquetes Morelli Composite
®
representam uma nova família de materiais
estéticos e são constituídos de uma matriz de policarbonato reforçada com fibra de
vidro, na proporção 70:30 em volume. Os bráquetes compósitos são produzidos por
injeção a partir de grânulos (pellets) de policarbonato (PC) tipo Durolon fabricados
por Policarbonatos do Brasil S.A. (Camaçari, Bahia). A composição em peso, do PC
Durolon apresenta, no mínimo 99,9% de PC e aditivos em uma percentagem, inferior
a 0,5% [MORELLI, 2006].
A FIG. 3.1 apresenta a fotografia de um macro modelo do bráquete utilizado no
trabalho.
(a) (b)
FIG. 3.1 - Fotografia de um macro modelo do bráquete estudado: a) vista
frontal b) vista da base do bráquete
c) Adesivos: Na colagem dos bráquetes aos dentes foram empregados 2 (dois)
tipos de resinas comerciais de uso odontológico, o Transbond XT (foto-
polimerizável) e Concise (auto-polimerizável), ambas produzidas pela empresa 3M
Unitek (Monrovia, Califórnia, USA), também adquiridas no comércio do Rio de
Janeiro. As resinas são fornecidas em uma caixa, formando um jogo constituído
basicamente de: resina, adesivo e ácido fosfórico a 37%.
66
As FIG. 3.2 E 3.3 apresentam, respectivamente, fotografias dos jogos comerciais
das resinas Concise e Transbond XT. As resinas são materiais compósitos formados
pela mistura de dois monômeros, metacrilato de glicidila bis-fenólico (Bis-phenol-
glycidylmethacrylate, Bis-GMA) e dimetacrilato de glicol-trietilênico (trietylleneglycol
dimethacrylate, TEGDMA), reforçada por cargas inorgânicas (quartzo e hexafluoreto
de fósforo) e como ativador peróxido de benzoíla e canforoquinona respectivamente.
Foram fabricados filmes com cada tipo de resina adesiva, conforme as
instruções do fabricante.
(a) (b)
FIG. 3.2 – Fotografia da resina Concise (auto-polimerizável): a) vista externa
b) vista interna da embalagem
(a) (b)
FIG. 3.3 – Fotografia da resina Transbond XT (foto-polimerizável): a) vista
externa b) vista interna da embalagem
67
3.3 PREPARO DAS AMOSTRAS PARA OS ENSAIOS
Para os ensaios foram preparados 2 tipos de amostras:
(a) Filmes de cada tipo de resina, fabricados conforme as instruções do fabricante,
para serem usados como padrão nos ensaios físico-químicos;
(b) Corpos de prova constituídos por conjuntos bráquete-dente, a serem utilizados
no ensaio de cisalhamento.
3.4 GRUPOS DE AVALIAÇÃO
Para o estudo os dentes foram divididos em 2 (dois) grupos de avaliação, um
para cada tipo de adesivo, cada um com 30 (trinta) dentes. Os grupos, por sua vez,
foram divididos em 3 (três) subgrupos, cada um deles com 10 (dez) dentes, sendo
um, ‘’como recebido’’ e, os outros dois foram degradados por imersão na solução
salina e por termociclagem.
3.5 PREPARO DO CONJUNTO BRÁQUETE-DENTE
O preparo do conjunto bráquete-dente para o ensaio de cisalhamento foi
realizado considerando-se 4 fases:
a) Fixação dos dentes: os dentes, antes da colagem do bráquete no dente, foram
fixados no interior de um anel de PVC, com 20 mm de diâmetro interno e 20 mm de
altura, preenchido completamente com uma resina acrílica, poli(metacrilato de
metila) (PMMA), e cujas faces foram, previamente, tornadas perfeitamente paralelas.
Tendo em vista a necessidade de se obter, no ensaio mecânico, um perfeito
alinhamento na aplicação do esforço, teve-se o cuidado de posicionar a face
vestibular do dente perpendicularmente à seção transversal do tubo de PVC, que é
paralela à mesa do equipamento de ensaio. A verificação do correto
perpendicularismo do dente em relação à mesa do equipamento de ensaio foi
realizada com o aulio de um esquadro de acrílico (ângulo de 90º) apoiado na parte
superior do tubo de PVC e na face vestibular do dente. Os dentes que não ficaram
corretamente posicionados foram excluídos do experimento. Os dentes, após a
68
montagem e enquanto o ensaiados, foram armazenados em uma solução de
Timol a 0,1%.
A FIG.3.4 mostra as fases de fixação do dente no anel de PVC e a FIG.3.5
apresenta o dente fixado no anel de PVC.
(a) (b) (c)
(d) (e)
FIG. 3.4 - Fases de fixação do dente no anel de PVC: (a) aplicação de vaselina na
superfície do azulejo; (b) aplicação da vaselina no esquadro; (c) aplicação da
resina acrílica no tubo; (d) colocação do dente no interior do tubo preenchido com
a resina; (e) verificação da perpendicularidade
FIG. 3.5 - Fixação do dente no anel de PVC
69
b) Profilaxia: a superfície do dente onde foi feita a colagem do bráquete foi limpa
com pedra pome, água e taça de borracha, feita em um motor de baixa rotação
durante 30 segundos, seguido de lavagem por 1 minuto e secagem por 30
segundos.
c) Condicionamento do dente (executado de acordo com as recomendações do
fabricante): o dente foi condicionado na área mais convexa e central da sua face
vestibular, local de colagem do bráquete, com ácido fosfórico a 37%, fornecido
na forma de gel, por 30 segundos seguido de lavagem com água por 1 minuto e
secagem por 30 segundos do local em que foi feita a profilaxia.
d) Colagem do bráquete no dente: após a profilaxia e o condicionamento; foi
executada, conforme instruções do fabricante, a colagem do bráquete no dente,
considerando-se as seguintes etapas: (a) aplicação da camada do adesivo na
superfície do dente (b) aplicação do adesivo na base do bráquete (c)
polimerização por 40 segundos do adesivo aplicado na superfície do dente e na
base do bráquete (d) aplicação da resina na base do bráquete (h) polimerização
do conjunto bráquete-dente por 1 minuto, empregando-se as duas resinas
adesivas, Concise e Transbond XT. A polimerização do conjunto bráquete-dente
foi realizada da seguinte forma: 1)Concise: O liquido adesivo do frasco “a” (Bis-
GMA e TEGDMA) foi misturado com o liquido do frasco “b” (peróxido de
benzoíla) em proporções iguais e foi aplicado na base do bráquete e na
superfície de colagem do dente. Após a auto-polimerização do adesivo foi
misturado a resina da pasta “a” (Bis-GMA e TEGDMA) com a pasta “b” (peróxido
de benzoíla) em proporções iguais, a resina foi aplicada na base do bráquete.
Em seguida o bráquete foi colocado na superfície de colagem do dente e a auto-
polimerização foi completada; 2)Transbond XT: O liquido adesivo (Bis-GMA,
TEGDMA e canforoquinona) foi aplicado na base do bráquete e na superfície de
colagem do dente e foram foto-ativados respectivamente, por meio de uma luz
halógena de aproximadamente 400 a 600 nm através de um aparelho de foto
polimerização da marca Rhos modelo Lux II. Após a foto-polimerização do
adesivo a resina (Bis-GMA, TEGDMA e canforoquinona) foi aplicada na base do
bráquete. Em seguida o bráquete foi colocado na superfície de colagem do
dente e foto-polimerizado.
70
Cada corpo de prova (conjunto bráquete-dente) foi identificado por meio de um
número.
A FIG.3.6 mostra as etapas do processo de colagem do bráquete no dente com
as resinas Concise e Transbond XT respectivamente.
(a) (b) (c)
(d) (e) (f)
(g) (h) (i)
(j) (l) (m)
71
(n) (o) (p)
FIG.3.6 - Etapas do processo de preparo do conjunto bráquete-dente: Comum
aos dois materiais (a) profilaxia; (b) lavagem e secagem; (c) condicionamento;
(d) lavagem e secagem; exclusivo para o Concise: (e) mistura do adesivo do
frasco “a” com o do frasco “b”; (f) aplicação do adesivo no dente; (g) aplicação
do adesivo na base do bráquete; (h) mistura da resina”a” com a resina “b”; (i)
aplicação da resina na base do bráquete; (j) posicionamento do bráquete no
dente; exclusivo para o Transbond XT: (l) aplicação do adesivo no dente; (m)
aplicação do adesivo na base do bráquete; (n) polimerização do adesivo do
bráquete e da superfície de colagem do dente; (o) aplicação da resina na base
do bráquete; (p) polimerização do conjunto bráquete-dente.
3.6 EXPOSIÇÃO AOS AGENTES AMBIENTAIS
Os materiais utilizados no trabalho, conjuntos bráquete-dente e os filmes
preparados com as resinas, foram expostos a 2 (dois) tipos de agentes ambientais:
saliva artificial e ciclagem térmica.
3.6.1 - IMERSÃO EM SALIVA ARTIFICIAL
Os conjuntos bráquete / dente, bem como os filmes preparados com as resinas,
foram imersos, por 24horas, em um dispositivo com circulação forçada, tipo banho
maria, contendo saliva artificial aquecida na temperatura de 37
o
C. A TAB. 3.1
apresenta a composição química da saliva artificial manipulada pela Farmácia
Universitária da UFRJ.
72
TAB. 3.1 - Composição da saliva artificial
Componentes Massa (g)
Cloreto de potássio 0,96
Cloreto de sódio 0,674
Cloreto de magnésio 0,0408
Cloreto de cálcio 0,1168
Bifosfato de potássio 0,274
Carboximetilcelulose
sódica “grade” 70D
8g
Sorbitol solução a 70% 24g
Nipagin 1g
Água destilada q.s.p. 1000ml
3.6.2 - TERMOCICLAGEM
Os conjuntos bráquete-dente e os filmes preparados com as resinas, após a
degradação por imersão em saliva artificial, foram submetidos a uma termociclagem
por imersão em 2 (dois) recipientes contendo água, um na temperatura de 5
o
C
(recipiente frio) e o outro a 55
o
C (recipiente quente), por 90 segundos em cada
temperatura, totalizando 1500 ciclos. A FIG.3.7 apresenta detalhes do equipamento
empregado na operação de termociclagem.
73
(a) (b)
(c) (d)
FIG.3.7 - Equipamento de termociclagem: (a) vista frontal externa da caixa de
comando do equipamento; (b) vista interna da caixa de comando; (c) vista geral
do dispositivo com os recipientes, frio e quente; (d) vista do sistema de
contenção dos corpos de prova utilizado na imersão dos mesmos
3.7 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E DE CARACTERIZAÇÃO
Os materiais estudados foram caracterizados, antes e após degradação, por
meio de ensaios físico-químicos, ensaio mecânico de cisalhamento e análise
fratográfica.
74
3.8 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA
Na análise físico-química foram avaliados o material do bráquete (PC) e as
resinas adesivas (Concise e Transbond XT) empregando-se os seguintes ensaios:
determinação do grau de reticulação, espectroscopia na região do infravermelho
(FTIR), análise termogravimétrica (TGA) e calorimetria diferencial de varredura
(DSC), utilizando-se amostras sob a forma de pó. As amostras dos conjuntos
bráquete-dente foram obtidas pela raspagem das superfícies da região interfacial
entre o bráquete e o dente com o aulio de uma broca diamantada e um micro
motor. As amostras dos filmes preparados com as resinas foram obtidas pela
raspagem de suas superfícies.
3.8.1 DETERMINAÇÃO DO GRAU DE RETICULAÇÃO
O grau de reticulação de cada resina, Concise e Transbond XT, antes e após
degradação, foi avaliado dentro das condições examinadas considerando a
dissolução das resinas em clorofórmio [CHUNG, 1990], tendo sido realizado
conforme o seguinte procedimento:
a) pesagem das amostras;
b) imersão das amostras em 15 ml de clorofórmio PA durante 48 horas;
c) secagem das amostras por 48 horas em temperatura ambiente;
d) nova pesagem das amostras; e
e) calculo do grau de reticulação de acordo com a seguinte fórmula:
P
i
– P
f
x 100, onde
P
i
P
i
= massa inicial em mg, sendo:
P
i
da resina Concise “como recebida” =150mg, saliva artificial =223mg e
termociclada = 189mg
P
i
da resina Transbond XT “como recebida” = 260mg, saliva artificial= 238mg e
termociclada= 237mg
P
f
= massa final em mg
75
3.8.2 ESPECTROSCOPIA NO INFRAVERMELHO
A espectroscopia na região do infravermelho (FTIR) foi executada em um
espectrômetro Perkin-Elmer, modelo 1710, na região entre 4000-400 cm
-1
,
empregando-se a técnica da pastilha de KBr, que apesar de não ser o método mais
adequado era o único disponível para realização desta avaliação, no caso das
amostras raspadas. O espectro foi processado em um gerenciador de dados Perkin-
Elmer (IRDM), com resolução de 2 cm
-1
, com pelo menos, 50 varreduras em cada
ensaio. Os espectros de IR foram analisados considerando as possíveis variações
que ocorreram na intensidade de absorções características dos materiais
poliméricos.
Para a determinação da degradação causada face à exposição aos agentes
ambientais foi calculado o Índice de oxidação (IO) para cada material, policarbonato
e resinas adesivas. O (IO), que representa a quantidade de grupos carbonila, não
voláteis, presentes na amostra, foi calculado por meio da razão entre a intensidade
das bandas de absorção características em cada material.
Para o PC, no cálculo do índice de oxidação, IO
1,
utilizou-se como “padrão”, as
bandas referentes ao estiramento da carbonila (C=O) em 1775 cm
-1
(A
1775
) e à flexão
fora do plano da ligação C-H do anel aromático em 769 cm
-1
(A
769
) [COLTHUP,
1964, ARAÚJO; 1998]:
IO
1
= (A
1775
) / (A
769
) EQ. 1
Foram selecionadas as regiões entre 1860 e 1720 cm
-1
para absorção da
carbonila a 1775 cm
-1
, e a região 710 e 610 cm
-1
para absorção da flexão fora do
plano da ligação C-H do anel aromático a 769 cm
-1
.
Nas resinas adesivas, considerando que um dos componentes das misturas é
sempre o Bis-GMA, calculou-se um índice de oxidação, IO
2
, para cada resina,
Concise e Transbond XT, utilizando-se como “padrão” o “picoda ligação C=C do
anel aromático em 1608 cm
-1
(A
1608
) e a altura do pico referente a absorbância em
1637 cm
-1
referente ao estiramento da dupla ligação do metacrilato (A
1637
)
[SIDERIDOU et al, 2002 ; FEILZER, 2003; SILVERSTEIN, 2000]:
IO
2
= (A
1608
) / (A
1637
) EQ. 2
76
Foi selecionada a região entre 1673 e 1570 cm
-1
referente as absorções da
ligação C=C do anel aromático a 1608 cm
-1
e ao estiramento da dupla ligação do
metacrilato a 1637 cm
-1
[FERRACANE, 2002].
3.8.3 ANÁLISE TERMOGRAVIMÉTRICA (TGA)
A análise termogravimétrica (TGA) foi realizada em um analisador rmico
Shimadzu, série TA-50 modelo TGA-50, controlado por computador dispondo de um
par termoelétrico de cromel-alumel, calibrado com alumel (T
m
= 163
º
C), quel (T
m
=
354
º
C) e perkalloy (T
m
= 596
º
C). As amostras com massa entre 3 e 6 mg, foram
colocadas em cadinhos de platina e submetidas, sob um fluxo 30ml/min de N
2
(nitrogênio), a um ciclo de aquecimento com a temperatura variando de 30
º
C até
700
º
C, na taxa de 20
º
C/min. Determinou-se a temperatura de início da perda de
massa (onset) para cada condição das amostras do compósito e a perda de massa
em %.
3.8.4 CALORIMETRIA DIFERENCIAL DE VARREDURA (DSC)
A calorimetria diferencial de varredura (DSC) foi realizada em um equipamento
Shimadzu, série TA-50, modelo DSC-50, controlado por computador, calibrado com
índio, tendo um sistema computadorizado de análise, de acordo com a norma ASTM
D3417 [ASTM D3417, 1999]. As amostras com massa entre 3mg e 6mg foram
colocadas em cápsulas de alumínio e submetidas, sob um fluxo de N
2
(nitrogênio) de
20ml/min, a um ciclo de aquecimento/resfriamento de 30
º
C até 300
º
C, na taxa
10
º
C/min. Foi determinada a temperatura de transição vítrea para cada condição das
amostras.
3.9 CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA
A caracterização mecânica foi realizada, antes e após exposição aos agentes
ambientais, por meio de ensaio de cisalhamento, realizado em uma máquina
universal de ensaios marca Emic modelo DL10000, na velocidade de 1,0 mm/min.
77
Foi utilizado um dispositivo de ensaio especialmente desenvolvido, conforme
mostrado na FIG.3.8, determinando-se a resistência de cisalhamento interfacial.
(a) (b)
FIG.3.8 - Dispositivo para o ensaio de cisalhamento (a) desenho esquemático;
b) fotografia do dispositivo utilizado no ensaio de cisalhamento
3.1.0 ANÁLISE FRATOGRÁFICA
A análise fratográfica foi realizada visando confirmar os resultados obtidos no
ensaio de cisalhamento, tendo sido determinados, o modo de fratura predominante e
a quantidade de resina que permaneceu aderida ao dente, por meio de exame visual
e de microscopia eletrônica de varredura (MEV).
3.10.1 EXAME VISUAL
Foi realizado um exame visual a olho dos corpos de prova procurando-se
avaliar a ocorrência de possíveis alterações no material causadas pelos tratamentos,
tais como alterações na cor, na transparência e remanescentes de resina.
3.10.2 DETERMINAÇÃO DOS MODOS DE FRATURA
A determinação dos modos de fratura foi realizada pela observação direta das
superfícies de fratura de bráquetes crio-fraturados e da interface dos corpos de
78
prova (conjuntos bráquete-dente) ensaiados por cisalhamento. Foi utilizado um
microscópio eletrônico de varredura marca JEOL, modelo JSM 5800LV, com uma
velocidade de aceleração do feixe de 20kV. As amostras foram recobertas, antes da
observação ao microscópio, com ouro em câmara de vácuo.
3.10.3 DETERMINAÇÃO DA QUANTIDADE DE RESINA ADERIDA AO DENTE
A quantidade de resina que permaneceu aderida ao esmalte do dente foi
avaliada por meio da observação direta, por MEV, das superfícies interfaciais de
fratura, determinando-se o Índice de Adesivo Remanescente (IRA) como mostrado
na TAB. 3 [OWENS, 2000].
TAB. 3.2 - Índice de adesivo remanescente
Índice de adesivo remanescente (IRA) 0 1 2 3
Quantidade de resina no esmalte (%) 0 < 50 > 50 100
79
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este capítulo tem como objetivo apresentar os resultados obtidos nos ensaios
de caracterização e discutir a adesão do bráquete polimérico ao dente em função do
tipo de adesivo empregado, foto ou auto-polimerizável, e das condições de
degradação. A variação observada na resistência ao cisalhamento foi relacionada
com as alterações macromoleculares produzidas nos adesivos poliméricos pela
termociclagem e pela imersão em saliva artificial.
4.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA
4.1.1 DETERMINAÇÃO DO GRAU DE RETICULAÇÃO
Foi verificado que não ocorreu alteração nas massas das amostras, sugerindo
que as resinas estão 100% reticuladas.
4.1.2 ESPECTROSCOPIA NO INFRAVERMELHO
A análise das transformações ocorridas no policarbonato (PC) dos bráquetes e
nas misturas Bis-GMA/TEGDMA das resinas adesivas Transbond XT e Concise,
após os tratamentos, imersão em saliva artificial e termociclagem, foi realizada
observando-se o comportamento das bandas características de cada material.
As FIG. 4.1 e 4.2 mostram os espectros de infravermelho típicos do
policarbonato (PC), na situação “como recebido” e após os tratamentos, imersão em
saliva artificial e termociclagem, onde estão identificadas as bandas características.
80
4000, 0 3600 320 0 2800 2400 2000 18 00 1600 1400 1200 10 00 8 00 600 400,0
0,00
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,51
cm-1
A
1767
758
PC "como recebido"
FIG. 4.1 – Espectro de infravermelho típico para o policarbonato (PC) “como
recebido”, com indicação das bandas características
4000, 0 360 0 3 200 280 0 2 400 2000 1 800 1600 1 400 1200 1000 800 600 400 ,0
0,00
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,38
cm-1
A
758
177 5
PC saliva art ificial
Número de onda (cm
-1
)
4000, 0 360 0 3 200 280 0 2 400 2000 1 800 1600 1 400 1200 1000 800 600 400 ,0
0,00
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,5
1,6
1,73
cm-1
A
760
1767
PC t ermo ciclado
Número de onda (cm
-1
)
(a) (b)
FIG. 4.2 – Espectros de infravermelho típicos para o policarbonato (PC), após
tratamentos, com indicação das bandas características: (a) imersão em saliva
artificial; (b) termociclado
As FIG. 4.3, 4.4 e 4.5 mostram os espectros de infravermelho típicos da
resina Concise, na situação “como recebido” e após os tratamentos, imersão em
saliva artificial e termociclagem, onde estão identificadas as bandas características.
Número de onda (
cm
-
1
)
Absorbância
Absorbância
Absorbância
81
4000, 0 360 0 3 200 280 0 2 400 2000 1 800 1600 1 400 1200 1000 800 600 400 ,0
0,00
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
2,8
3,0
3,2
3,4
3,6
3,8
3,96
cm-1
A
1720
160 8
Concise "como recebido" (film e)
Número de onda (cm
-1
)
4000, 0 360 0 3 200 280 0 2 400 2000 1 800 1600 1 400 1200 1000 800 600 400 ,0
0,00
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
2,78
cm-1
A
1608
1720
Concise "como recebido" (raspado)
Número de onda (cm
-1
)
(a) (b)
FIG. 4.3– Espectros de infravermelho típicos para a resina Concise (auto-
polimerizável) “como recebido”, com indicação das bandas características: (a)
filme; (b) raspado
4000, 0 360 0 3 200 280 0 2 400 2000 1 800 1600 1 400 1200 1000 800 600 400 ,0
0,00
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,38
cm-1
A
1608
172 0
Concise saliva art ificial ( filme)
Número de onda (cm
-1
)
4000, 0 360 0 3 200 280 0 2 400 2000 1 800 1600 1 400 1200 1000 800 600 400 ,0
0,01
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,47
cm-1
A
1608
1720
Concise saliva art ificial ( raspado)
Número de onda (cm
-1
)
(a) (b)
FIG. 4.4 – Espectros de infravermelho típicos para a resina Concise (auto-
polimerizável) após imersão em saliva artificial’, com indicação das bandas
características: (a) filme; (b) raspado
Absorbância
Absorbância
Absorbância
Absorbância
82
4000, 0 360 0 3 200 280 0 2 400 2000 1 800 1600 1 400 1200 1000 800 600 400 ,0
0,00
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,48
cm-1
A
1720
1608
Concise t ermo ciclado (filme)
Número de onda (cm
-1
)
4000, 0 360 0 3 200 280 0 2 400 2000 1 800 1600 1 400 1200 1000 800 600 400 ,0
0,00
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,49
cm-1
A
1720
1608
Concise t ermociclado (r aspado)
Número de onda (cm
-1
)
(a) (b)
FIG. 4.5 – Espectros de infravermelho típicos para a resina Concise (auto-
polimerizável) após termociclagem, com indicação das bandas características:
(a) filme; (b) raspado
As FIG. 4.6, 4.7 e 4.8 mostram os espectros de infravermelho típicos da
resina Transbond XT, na situação “como recebido” e após os tratamentos, imersão
em saliva artificial e termociclagem, onde estão identificadas as bandas
características
4000, 0 360 0 3 200 280 0 2 400 2000 1 800 1600 1 400 1200 1000 800 600 400 ,0
0,00
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
2,8
3,04
cm-1
A
1608
172 0
Transbond XT "como r ecebido" (f ilme)
Número de onda (cm
-1
)
4000, 0 360 0 3 200 280 0 2 400 2000 1 800 1600 1 400 1200 1000 800 600 400 ,0
0,00
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,5
1,6
1,7
1,79
cm-1
A
1720
1608
Transbond XT "co mo recebido" (r aspado)
Número de onda (cm
-1
)
(a) (b)
FIG. 4.6 – Espectros de infravermelho típicos para a resina Transbond XT (foto-
polimerizável) “como recebido”, com indicação das bandas características: (a)
filme; (b) raspado
Absorbância
Absorbância
Absorbância
Absorbância
83
4000, 0 360 0 3 200 280 0 2 400 2000 1 800 1600 1 400 1200 1000 800 600 400 ,0
0,00
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,5
1,6
1,7
1,8
1,9
2,02
cm-1
A
1608
1720
Tr ansbond XT saliva art ificial (filme)
Número de onda (cm
-1
)
4000, 0 360 0 3 200 280 0 2 400 2000 1 800 1600 1 400 1200 1000 800 600 400 ,0
0,01
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,47
cm-1
A
1720
1608
Transbond XT saliva art ificial (raspado)
Número de onda (cm
-1
)
(a) (b)
FIG. 4.7 - Espectros de infravermelho típicos para a resina Transbond XT (foto-
polimerizável) após imersão em saliva artificial, com indicação das bandas
características: (a) filme; (b) raspado
4000, 0 360 0 3 200 280 0 2 400 2000 1 800 1600 1 400 1200 1000 800 600 400 ,0
0,00
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,48
cm-1
A
1720
1608
Transbond XT termoc iclado (filme)
Número de onda (cm
-1
)
4000, 0 360 0 3 200 280 0 2 400 2000 1 800 1600 1 400 1200 1000 800 600 400 ,0
0,01
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,45
cm-1
A
1720
1608
Tr ansbond XT termoc iclado (raspado)
Número de onda (cm
-1
)
(a) (b)
FIG. 4.8 - Espectros de infravermelho típicos para a resina Transbond XT (foto-
polimerizável) após termociclagem, com indicação das bandas características:
(a) filme; (b) raspado
O índice de oxidação (IO), determinado a partir das bandas características
existentes nos espectros dos materiais estudados, foi utilizado na avaliação da
degradação resultante dos tratamentos aplicados, imersão em saliva artificial e
termociclagem.
As TAB. 4.1, 4.2 e 4.3 apresentam, para os materiais estudados e para cada
condição de tratamento, os valores de intensidade dos picos de absorção em área,
bem como o valor do IO, mostrando que os polímeros apresentam modificações
macromoleculares resultantes dos tratamentos, imersão em saliva artificial e
termociclagem [FRANCISCONI, 2000].
Absorbância
Absorbância
Absorbância
Absorbância
84
TAB. 4.1 - Intensidade dos picos de absorção para o policarbonato (PC),
antes e após imersão em saliva artificial e termociclagem
Intensidade do pico
Condição
1775 cm
-1
769 cm
-1
Índice de
oxidação (IO)
“Como recebido” 1,51 65,66 0,02
Imerso em saliva
artificial
4,14 75,04 0,05
Termociclado 4,32 73,28 0,05
Verifica-se que a imersão em solução salina das amostras de policarbonato
(PC) produziu um aumento muito pequeno no índice de oxidação e que a
termocliclagem não alterou este valor. Este comportamento mostra que a exposição
do PC aos agentes ambientais (imersão em saliva artificial e termociclagem), não
produziu, praticamente, degradação no mesmo, confirmando resultados
apresentados na literatura [CHAN, 1997; PRANAMUDA, 1999].
TAB. 4.2 - Intensidade dos picos de absorção para a resina Concise, em função
do modo de retirada da amostra, antes e após imersão em saliva artificial e
termociclagem
Amostra em filme Amostra raspada
Intensidade do pico
Intensidade do pico
Condição
1637 cm
-1
1608 cm
-1
IO
1637 cm
-1
1608 cm
-1
IO
“Como recebido”
21,34 4,55 4,69
18,97 4,18 4,53
Imerso em saliva
artificial
13,85 2,81 4,92
12,68 2,24 5,66
Termociclado 6,08 1,77 4,75
9,80 2,12 4,62
85
TAB. 4.3 - Intensidade dos picos de absorção para a resina Transbond XT, em
função do modo de retirada da amostra, antes e após imersão em saliva
artificial e termociclagem
Amostra em filme Amostra raspada
Intensidade do pico Intensidade do pico
Condição
1637 cm
-1
1608 cm
-1
IO
1637 cm
-1
1608 cm
-1
IO
“Como recebido”
14,94 4,48 3,33
7,84 2,49 3,14
Imerso em saliva
artificial
10,05 2,95 3,40
7,26 2,27 3,19
Termociclado 13,18 3,80 3,46
11,14 2,20 5,06
Verifica-se que, após os tratamentos, as amostras das misturas Bis-
GMA/TEGDMA (Concise e Transbond XT) apresentaram, em relação à amostra
“como recebida”, um aumento do índice de oxidação, tanto na amostra em filme
como na raspada. Este comportamento indica que a exposição aos agentes
ambientais estudados produz alterações nas resinas ortodônticas, tanto maior
quanto maior for a degradação [SHLENSKY, 1983].
A FIG. 4.9 apresenta, graficamente, os valores dos índice de oxidação (IO) das
resinas Concise e Transbond XT, após imersão em saliva artificial e após
termociclagem, em amostras sob a forma de filme e após raspagem.
Verifica-se, comparando-se os resultados obtidos, que as amostras da resina
Concise, tanto em filme como raspadas, após imersão em saliva artificial
apresentaram, em relação à amostra termociclada, um maior valor do IO, enquanto
que, para a resina Transbond XT, ocorreu o inverso, o valor do IO após a
termociclagem é maior do que o da simples imersão em saliva. Esta diferença de
comportamento pode ser atribuída ao modo de polimerização de cada resina. Para a
resina Concise, as condições de auto-polimerização empregadas o permitiram a
obtenção de uma reticulação completa, que foi alcançada na termociclagem,
devido, provavelmente, a ocorrência de uma cura adicional com o aquecimento, o
que, em conseqüência, limitou a menor degradação da resina como indicado pela
redução no valor do IO; a amostra raspada imersa em saliva artificial, por apresentar
um menor número de reticulações, foi mais degradada. Na resina Transbond XT,
foto-polimerizável, as condições de polimerização usadas permitiram a obtenção de
86
100% de reticulação e, em conseqüência, a quantidade de degradação dependeu
apenas da intensidade da degradação; na termociclagem ocorre, em relação à
imersão em saliva artificial, em uma maior degradação, produziu amostras com
maiores valores do IO.
Condição
0 1 2
Índice de oxidação
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
Concise - IO - Filme
Concise - IO - Raspado
Transbond XT - IO - Filme
Transbond XT - IO - Raspado
FIG. 4.9 - Variação do índice de oxidação (IO) para as resinas Concise (auto-
polimerizável) e Transbond XT (foto-polimerizável), nas amostras em forma de
filme e raspadas, após imersão em saliva artificial (condição 1) e após
termociclagem (condição 2)
4.1.3 ANÁLISE TERMOGRAVIMÉTRICA (TGA)
Nas FIG. 4.10 a 4.14 estão apresentadas curvas típicas de análise
termogravimétrica (TGA) de amostras referentes a cada material polimérico,
policarbonato (PC) (bráquete) e misturas Bis-GMA/TEGDMA (resinas adesivas), na
situação “como recebido” e após os tratamentos, imersão em saliva artificial e
termociclagem.
87
100 200 300 400 500 600 700 800
30
40
50
60
70
80
90
100
PC "como recebido"
Massa (%)
Temperatura (°C)
100 200 300 400 500 600 700 800
30
40
50
60
70
80
90
100
PC (saliva artificial)
Massa (%)
Temperatura (ºC)
100 200 300 400 500 600 700 800
20
30
40
50
60
70
80
90
100
PC (termociclado)
Massa (%)
Temperatura (ºC)
(a) (b) (c)
FIG. 4.10 - Curvas TGA típicas para o policarbonato (PC):
(a) “como recebido”; (b) após imersão em saliva artificial; (c) após
termociclagem
100 200 300 400 500 600 700 800
70
75
80
85
90
95
100
Concise "como recebido"
Massa (%)
Temperatura (°C)
100 200 300 400 500 600 700 800
75
80
85
90
95
100
Concise saliva artificial
Massa (%)
Temperatura (ºC)
100 200 300 400 500 600 700 800
80
85
90
95
100
Concise termociclado
Massa (%)
Temperatura (ºC)
(a)
(b)
(c)
FIG. 4.11 - Curvas TGA típicas da resina Concise (auto-polimerizável),
em amostras sob a forma de filme: (a) “como recebido”; (b) após imersão em
saliva artificial; (c) após termociclagem
100 200 300 400 500 600 700 800
70
75
80
85
90
95
100
Concise saliva artificial (raspado)
Massa (%)
Temperatura (ºC)
100 200 300 400 500 600 700 800
70
75
80
85
90
95
100
Concise termociclado (raspado)
Massa (%)
Temperatura (°C)
(a) (b) (c)
FIG. 4.12 - Curvas TGA típicas da resina Concise (auto-polimerizável), em
amostras raspadas: (a) “como recebido”; (b) após imersão em saliva artificial;
(c) após termociclagem
88
100 200 300 400 500 600 700 800
70
75
80
85
90
95
100
Transbond XT "como recebido"
Massa (%)
Temperatura (°C)
100 200 300 400 500 600 700 800
75
80
85
90
95
100
Transbond XT saliva
Massa (%)
Temperatura (ºC)
100 200 300 400 500 600 700 800
75
80
85
90
95
100
Transbond XT termociclado
Massa (%)
Temperatura (ºC)
(a)
(b)
(c)
FIG. 4.13 - Curvas TGA típicas do Transbond XT (foto-polimerizável),
em amostras sob a forma de filme: (a) “como recebido”; (b) após imersão em
saliva artificial; (c) após termociclagem
100 200 300 400 500 600 700 800
70
75
80
85
90
95
100
Transbond XT "como recebido" (raspado)
Massa (%)
Temperatura (°C)
100 200 300 400 500 600 700 800
65
70
75
80
85
90
95
100
Transbond XT saliva artificial (raspado)
Massa (%)
Temperatura (ºC)
100 200 300 400 500 600 700 800
70
75
80
85
90
95
100
Transbond XT termociclado (raspado)
Massa (%)
Temperatura (ºC)
(a)
(b)
(c)
FIG. 4.14 - Curvas TGA típicas do Transbond XT (foto-polimerizável),
em amostras raspadas: (a) “como recebido”; (b) após imersão em saliva
artificial; (c) após termociclagem
As TAB. 4.4, 4.5 e 4.6 apresentam, para os materiais estudados,
policarbonato (PC) e resinas adesivas, e para cada condição de tratamento, os
valores da temperatura de início da degradação e perda de massa.
89
TAB. 4.4 – Valores da temperatura de início da degradação e da perda de
massa para o policarbonato (PC), antes e após imersão em saliva artificial e
termociclagem
Condição
Temperatura de início da
degradação (
o
C)
Perda de
massa (%)
“Como recebido” 497,82 64,49
Imerso em saliva
artificial
495,52 66,03
Termociclado 448,51 70,81
TAB. 4.5 - Valores da temperatura de início da degradação e da perda de
massa para resina Concise (auto-polimerizável), em amostras sob a forma de
filme e raspada, antes e após imersão em saliva artificial e termociclagem
Concise
Temperatura de início da
degradação (
o
C)
Perda de
massa (%)
Condição
Amostra em
filme
Amostra
raspada
Amostra em
filme
Amostra
raspada
“Como recebido” 295,62 270,35 21,69 20,16
Imerso em saliva
artificial
298,85 275,17 22,01 30,31
Termociclado 305,54 295,89 19,97 25,15
TAB. 4.6 - Valores da temperatura de início da degradação e da perda de
massa para o Transbond XT (foto-polimerizável), em amostras sob a forma de
filme e raspada, antes e após imersão em saliva artificial e termociclagem
Transbond XT
Temperatura de início da
degradação (
o
C)
Perda de massa
(%)
Condição
Amostra em
filme
Amostra
raspada
Amostra em
filme
Amostra
raspada
“Como recebido” 411,09 411,52 22,06 22,01
Imerso em saliva
artificial
326,03 294,62 21,66 30,82
Termociclado 314,04 267,20 22,36 27,99
90
A diminuição na temperatura de início da degradação verificada nas amostras de
policarbonato (PC) após os tratamentos (imersão em saliva artificial e
termociclagem), mostra uma pequena diminuição na estabilidade térmica do material
degradado, face à ocorrência de modificações macromoleculares nos materiais após
exposição aos agentes ambientais [CHAN, 1997].
A FIG. 4.15 apresenta, graficamente, os valores da temperatura de início da
degradação (onset) das resinas Concise e Transbond XT, após imersão em saliva
artificial e após termociclagem, em amostras sob a forma de filme e após raspagem.
Observa-se, comparando-se os resultados obtidos, que as amostras da resina
Concise, tanto em filme como raspadas, após imersão em saliva artificial e após
termociclagem apresentaram, em relação à amostra “como recebida”, um pequeno
aumento na temperatura de início da degradação (onset), enquanto que, para a
resina Transbond XT, as amostras degradadas por imersão e por termociclagem
mostraram, em relação à amostra “como recebida”, uma diminuição sensível no
valor da temperatura de início da degradação (onset). Adicionalmente verifica-se que
as amostras raspadas apresentaram, em relação as amostras sob a forma de filme,
uma menor temperatura de início da degradação, o que pode ser imputado à
degradação mecânica que acontece no material por ocasião da raspagem das
amostras [DOWD, 1968, ZHOU, 2005].
O pequeno aumento observado na temperatura de início de degradação das
amostras da resina Concise, após os tratamentos, indica que, praticamente, as
condições de degradação não tiveram influência sobre o comportamento rmico da
resina, podendo essas variações serem atribuídas à precisão do equipamento e,
também, à ocorrência de uma possível reticulação adicional como discutido no
ensaio de infravermelho.
91
Condição
0 1 2
Temperatura (
o
C)
240
260
280
300
320
340
360
380
400
420
Concise - T onset - Filme
Concise - T onset _ Raspado
Transbond XT - T onset - Filme
Transbond XT - T onset - Raspado
FIG. 4.15 - Variação da temperatura de início da degradação (onset) para as
resinas Concise (auto-polimerizável) e Transbond XT (foto-polimerizável), nas
amostras em forma de filme e raspadas, após imersão em saliva artificial
(condição 1) e após termociclagem (condição 2)
A acentuada redução observada, após os tratamentos (imersão em saliva
artificial e termociclagem), na temperatura de início da degradação das amostras da
resina Transbond XT pode ser atribuída à ação dos agentes ambientais
(degradações química e térmica), que ao produzirem modificações na cadeia
macromolecular do polímero reduzem a energia térmica necessária para a
degradação do material [DISCACCIATI, 2002].
4.1.4 CALORIMETRIA DIFERENCIAL DE VARREDURA (DSC)
Nas FIG. 4.16 à 4.20 estão apresentadas curvas típicas da calorimetria
diferencial de varredura (DSC) de amostras referentes a cada material polimérico,
policarbonato (PC) (bráquete) e misturas Bis-GMA/TEGDMA (resinas adesivas), na
situação “como recebido” e após os tratamentos, imersão em saliva artificial e
termociclagem.
92
50 100 150 200 250 300
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
PC "como recebido"
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
50 100 150 200 250 300
-0,5
-0,4
-0,3
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
PC (saliva artificial)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
50 100 150 200 250 300
-1,8
-1,6
-1,4
-1,2
-1,0
-0,8
-0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
PC (termociclado)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
(a) (b) (c)
FIG. 4.16 - Curvas DSC típicas para o policarbonato (PC): (a) “como recebido”;
(b) após imersão em saliva artificial; (c) após termociclagem
50 100 150 200 250 300
-0,4
-0,3
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
Concise "como recebido"
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (°C)
50 100 150 200 250 300
-0,6
-0,5
-0,4
-0,3
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
Concise (saliva artificial)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
50 100 150 200 250 300
-0,20
-0,15
-0,10
-0,05
0,00
0,05
0,10
0,15
Concise (termociclado)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
(a) (b) (c)
FIG. 4.17 - Curvas DSC típicas da resina Concise (auto-polimerizável), em
amostras sob a forma de filme: (a) “como recebido”; (b) após imersão em
saliva artificial; (c) após termociclagem
93
50 100 150 200 250 300
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
Concise "como recebido" (raspado)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (°C)
50 100 150 200 250 300
-0,3
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
Concise saliva artificial (raspado)
Fluxo de Calor (mW)
TemperaturaC)
50 100 150 200 250 300
0,2
0,3
0,4
0,5
Concise termociclado (raspado)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
(a) (b) (c)
FIG. 4.18 - Curvas DSC típicas da resina Concise (auto-polimerizável), em
amostras raspadas: (a) “como recebido”; (b) após imersão em saliva artificial;
(c) após termociclagem
50 100 150 200 250 300
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
Transbond XT (como recebido)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
50 100 150 200 250 300
-0,4
-0,3
-0,2
-0,1
0,0
0,1
Transbond XT (saliva artificial)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
50 100 150 200 250 300
-0,3
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
Transbond XT (termociclado)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
(a) (b) (c)
FIG. 4.19 - Curvas DSC típicas do Transbond XT (foto-polimerizável), em
amostras sob a forma de filme: (a) “como recebido”; (b) após imersão em
saliva artificial; (c) após termociclagem
94
50 100 150 200 250 300
-0,3
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
Transbond XT "como recebido" (raspado)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (°C)
50 100 150 200 250 300
-0,6
-0,5
-0,4
-0,3
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
Transbond XT saliva artificial (raspado)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
50 100 150 200 250 300
0,3
0,4
0,5
0,6
Transbond XT termociclado (raspado)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
(a) (b) (c)
FIG. 4.20 - Curvas DSC típicas do Transbond XT (foto-polimerizável), em
amostras raspadas: (a) “como recebido”; (b) após imersão em saliva artificial;
(c) após termociclagem
Os resultados obtidos mostraram que a temperatura de transição vítrea (T
g
) do
policarbonato (PC) apresentou-se praticamente constante, estando associado à boa
estabilidade das cadeias moleculares [SHAKIRULLAH, 1992].
A TAB 4.7 apresenta os valores da temperatura de transição vítrea, T
g
, do
policarbonato (PC), antes e após a exposição a agentes ambientais. Os resultados
obtidos mostraram que a T
g
sofreu pequena redução, embora esta não possa ser
considerada significativa. Os valores da T
g
apresentaram uma pequena redução,
provavelmente, devido aos mecanismos de degradação ocorrido no material,
confirmado pelo aumento do IO visto na espectroscopia na região do infravermelho
[OREFICE, 2004].
TAB. 4.7 - Variação da temperatura de transição vítrea obtida por DSC para
o policarbonato (PC), antes e após a exposição aos agentes ambientais.
Não foi possível determinar uma temperatura de transição vítrea, T
g
, para as
resinas ortodônticas, Concise e Transbond XT, devido à amplitude da região de
Condição
Temperatura de transição
vítrea, T
g
(ºC)
“Como recebido” 144,89
Imerso em saliva artificial 144,08
Termociclado 144,57
95
transição, o que está de acordo com o alto grau de reticulação das resinas [COOK,
1992].
4.2 AVALIAÇÃO QUANTO AO COMPORTAMENTO MECÂNICO
A resistência interfacial do conjunto bráquete dente foi avaliada por meio do
ensaio de cisalhamento, determinando-se, por meio de exame visual e de
microscopia eletrônica de varredura (MEV), o modo de fratura e o Índice de Adesivo
Remanescente (IRA) na superfície interfacial do conjunto.
4.2.1 ENSAIO DE CISALHAMENTO
Os resultados individuais dos corpos de prova ensaiados, referentes ao conjunto
bráquete - dente, antes e após os tratamentos, estão mostrados no Apêndice 1. As
TAB 4.8 e 4.9 e as FIG. 4.21 e 4.22 mostram as médias e os desvios padrões dos
valores determinados para cada agente ambiental, a partir dos valores obtidos para
cada corpo de prova conforme, respectivamente, o tipo de resina adesiva, Concise
ou Transbond XT.
TAB. 4.8 - Resistência ao cisalhamento, valor médio e desvio padrão, do
conjunto dente - bráquete unido com a resina Concise (auto-polimerizável),
antes e após tratamentos
Condição Valor médio
MPa
Desvio padrão
MPa
Número de
corpos de prova
“Como recebido” 13,27 2,67 10
Imerso em saliva
artificial
10,19 1,83 10
Termociclado 9,14 3,31 10
96
TAB. 4.9 - Resistência ao cisalhamento, valor médio e desvio padrão,
do conjunto dente - bráquete unido com a resina Transbond XT (foto-
polimerizável), antes e após tratamentos
Condição
Valor médio
MPa
Desvio padrão
MPa
Número de
corpos de prova
“Como recebido” 13,59 2,26 10
Imerso em saliva
artificial
8,95 2,69 10
Termociclado 9,42 3,19 10
Concise
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Média Desvio padrão
MPa
como recebido”
saliva artificial
termociclado
FIG. 4.21 - Resistência ao cisalhamento, valor médio e desvio padrão,
do conjunto dente - bráquete unido com a resina Concise (auto-polimerizável),
antes e após tratamentos
97
Transbond XT
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Média Desvio padrão
MPa
“como recebido
saliva artificial
termociclado
FIG. 4.22 - Resistência ao cisalhamento, valor médio e desvio padrão,
do conjunto dente - bráquete unido com a resina Transbond XT (foto-
polimerizável), antes e após tratamentos
Verifica-se que a exposição aos agentes ambientais, independentemente do tipo
de adesivo empregado, Concise ou Transbond XT, produz uma tendência a
diminuição na resistência interfacial do conjunto bráquete - dente. Observa-se que a
diferença entre os valores de resistência, após a exposição aos dois agentes
ambientais, foi relativamente pequena, da ordem de 1MPa, independentemente do
tipo de resina adesiva empregada. Este comportamento, já esperado, pode ser
interpretado considerando que as resinas poliméricas são modificadas pela
exposição aos agentes ambientais, conforme verificado no ensaio de infravermelho.
A degradação ambiental, ao produzir, nas misturas Bis-GMA / TEGDMA,
modificações macromoleculares reduz as ligações químicas responsáveis pela união
do dente ao bráquete, o que facilita a separação dos mesmos reduzindo a adesão
interfacial.
A TAB 4.10 mostra uma comparação entre os valores mediano e médio da
resistência interfacial para os dois tipos de conjunto dente-bráquete, Concise e
Transbond XT.
Verifica-se que a determinação da resistência pela mediana apresenta uma
variação de resultados semelhante aos calculados pela média dos valores obtidos.
Observa-se que na situação “como recebido” o conjunto dente bráquete unido
com a resina Transbond XT apresenta, em relação à união com a resina Concise,
98
uma maior resistência interfacial. Este resultado, esperado, concorda com a
suposição de que a foto-polimerização produziu uma maior reticulação do que a
auto-polimerização.
TAB. 4.10 - Resistência ao cisalhamento, mediana e média, dos conjuntos
dente - bráquete unidos com as resinas Concise e Transbond XT, antes e após
tratamentos
Concise Transbond XT
Condição
Mediana (MPa)
Média (MPa) Mediana (MPa) Média (MPa)
“Como recebido”
12,64
(12,31 / 12,98)
13,27
14,08
(13,97 / 14,20)
13,59
Imerso em saliva
artificial
10,45
(10,72 / 10,19)
10,19
8,79
(8,42 / 9,16)
8,95
Termociclado
8,31
(8,50 / 8,12)
9,14
9,17
(10,14 / 8,20)
9,42
Verifica-se, ainda, que os valores da resistência de adesão dos dois conjuntos de
corpos de prova, após a exposição aos agentes ambientais, não mostram a mesma
variação nos resultados. Na união com a resina Concise o termociclado apresenta,
em relação ao imerso em saliva, uma menor resistência, enquanto que com o
Transbond XT ocorre o inverso, o termociclado apresenta maior resistência do que o
imerso em saliva. Todavia, considerando a pequena diferença observada na
resistência e o valor do desvio padrão dos resultados (TAB. 4.8 e 4.9 e FIG. 4.21
4.22), esta variação de comportamento pode ser considerada, de um ponto de vista
prático, semelhante.
Finalmente, tendo em vista os resultados apresentados na literatura e
considerando que um material adesivo deve ter uma resistência de adesão variando
entre 5,9MPa e 7,8MPa [REYNOLDS, 1975], pode-se afirmar que os valores obtidos
neste trabalho são adequados para os procedimentos clínicos.
4.2.2 ANÁLISE FRATOGRÁFICA
A análise fratográfica das superfícies de fratura dos corpos de prova rompidos no
ensaio de cisalhamento, antes e após exposição aos agentes ambientais, pode
fornecer informações importantes a respeito dos processos de adesão interfacial. No
99
trabalho, o modo de fratura interfacial do conjunto bráquete-dente foi estudado por
meio de exame visual e por microscopia eletrônica de varredura (MEV).
No exame visual, realizado a olho nu, observa-se que as superfícies interfaciais
apresentam, antes e após a degradação, morfologias de fratura bastante
semelhantes, o que não permite a obtenção de maiores informações sobre o
processo de adesão. Em conseqüência, as superfícies de fratura foram observadas
por microscopia eletrônica de varredura (MEV), procurando-se determinar a
quantidade de fratura coesiva e/ou adesiva. A FIG. 4.23 apresenta um aspecto típico
de fratura interfacial, onde pode-se observar a impressão, na resina aderida ao
esmalte do dente, dos pinos da base do bráquete.
FIG 4.23 - Fotomicrografia típica, por MEV, da superfície interfacial de fratura
de um conjunto bráquete – dente
As FIG. 4.24 e 4.25 apresentam aspectos macroscópicos (aumento de 30x)
típicos, obtidos por MEV, da superfície interfacial de corpos de prova (conjuntos
dente bráquete), antes e após exposição aos agentes ambientais. Observa-se,
claramente, que a degradação produzida pelos tratamentos modificou o modo de
fratura interfacial e, em conseqüência, a resistência de cisalhamento do conjunto
dente – bráquete.
A observação da fratura interfacial por MEV mostrou que uma grande
percentagem do material de união ficou aderida na superfície do dente,
evidenciando uma da fratura adesiva no dente na amostra “como recebida”. Verifica-
se que os corpos de prova ensaiados por cisalhamento (conjuntos dente bráquete)
apresentaram “como recebido” somente fratura coesiva e fratura adesiva no dente. A
freqüência de fratura adesiva no dente, após a exposição aos agentes ambientais
diminuiu passando a ocorrer, também, fratura adesiva no bráquete. Esta mudança
100
no tipo de falha mostra que a degradação produzida afetou a adesão dente -
bráquete e, conseqüentemente, a sua resistência interfacial.
(a) (b)
(c) (d)
FIG 4.24 - Fotomicrografia, por MEV, da superfície interfacial de fratura
do conjunto bráquete - dente unido com Concise: (a) “como recebido”; (b)
“como recebido” - outra amostra; (c) imerso em solução salina; (d)
termociclado
101
(a) (b)
(c) (d)
FIG 4.25 - Fotomicrografia, por MEV, da superfície interfacial de fratura
do conjunto bráquete – dente unido com Transbond XT: (a) “como recebido”;
(b) “como recebido” - outra amostra; (c) imerso em solução salina; (d)
termociclado
As TAB. 4.11 e 4.12 e as FIG. 4.26 e 4.27 apresentam o tipo e a freqüência de
falha, coesiva ou adesiva, antes e após exposição aos agentes ambientais, do
agente de união, resina Concise ou Transbond XT.
102
TAB. 4.11- Tipo e freqüência de falha dos conjuntos dente – bráquete com a
resina Concise, corpos de prova do ensaio de cisalhamento, antes e após
exposição aos agentes ambientais
Tipo de fratura
Adesiva (%)
Condição
Coesiva
(%)
No dente No bráquete
“Como recebido” 50 50 -
Imerso em saliva
artificial
40 10 50
Termociclado 40 10 50
TAB. 4.12- Tipo e freqüência de falha dos conjuntos dente – bráquete com a
resina Transbond XT, corpos de prova do ensaio de cisalhamento, antes e
após exposição aos agentes ambientais
Tipo de fratura
Adesiva (%)
Condição
Coesiva
(%)
No dente No bráquete
“Como recebido” 60 40 -
Imerso em saliva
artificial
60 10 30
Termociclado 30 10 60
103
Análise Fratográfica
0
10
20
30
40
50
60
“como
recebido
saliva
artificicial
termociclado
%
FRATURA COESIVA
FRATURA ADESIVA
(DENTE)
FRATURA ADESIVA
(BRÁQUETE)
FIG. 4.26 - Tipo e freqüência de falha dos conjuntos dente - bráquete
com a resina Concise, corpos de prova do ensaio de cisalhamento,
antes e após exposição aos agentes ambientais
Análise Fratográfica
0
10
20
30
40
50
60
70
como recebido saliva artificicial termociclado
%
FRA TURA COESIVA
FRA TURA ADESIVA (DENTE)
FRA TURA ADESIVA (BRÁQUETE)
FIG. 4.27 - Tipo e freqüência de falha dos conjuntos dente - bráquete
com a resina Transbond XT, corpos de prova do ensaio de cisalhamento,
antes e após exposição aos agentes ambientais
A ocorrência de fratura coesiva é, de uma maneira geral e de acordo com a
tecnologia de adesão e a durabilidade da união, preferível sobre a fratura adesiva.
Todavia, na prática ortodôntica, a ocorrência de fratura adesiva pode facilitar o
104
procedimento de separação ao término do tratamento. Assim, pode-se afirmar que a
exposição aos agentes ambientais, embora tenha reduzido a resistência interfacial,
parece não ter afetado sensivelmente os requisitos para uma adequada eficiência
clínica.
4.2.3 ÍNDICE DE ADESIVO REMANESCENTE (IRA)
O Índice de adesivo remanescente (IRA) determina a quantidade de resina que
fica aderida ao dente, permitindo, desta maneira, uma melhor identificação do local
de falha da união. As TAB. 4.13 e 4.14 e as FIG. 4.28 e 4.29 apresentam a
freqüência, em percentagem, do IRA, em função do tipo de resina adesiva, Concise
e Transbond XT, antes e após exposição aos agentes ambientais [OWENS, 2000].
Verifica-se, de acordo com os valores de IRA obtidos, que, para a união com a
resina Transbond XT, no conjunto dente - bráquete “como recebido” ocorre uma
maior percentagem de fratura coesiva e que após exposição a degradação por
termociclagem, passa a predominar uma fratura adesiva. Estes resultados
confirmam o observado na análise fratográfica por MEV.
TAB.4.13- Freqüência do índice de adesivo remanescente (IRA), dos conjuntos
dente - bráquete com a resina Concise, corpos de prova do ensaio de
cisalhamento, antes e após exposição aos agentes ambientais
Grupos IRA
Condição
0 1 2 3
“Como recebido”
- 20 30 50
Imerso em saliva
artificial
50 15 25 10
Termociclado
50 10 30 10
105
TAB.4.14- Freqüência do índice de adesivo remanescente (IRA), dos conjuntos
dente - bráquete com a resina Transbond XT, corpos de prova do ensaio de
cisalhamento, antes e após exposição aos agentes ambientais
Grupos IRA
Condição
0 1 2 3
“Como recebido”
- 30 30 40
Imerso em saliva
artificial
30 20 40 10
Termociclado
60 10 20 10
ARI
0
10
20
30
40
50
60
como recebido (saliva artificicial) (termociclado)
%
0
1
2
3
FIG. 4.28 - Freqüência do índice de adesivo remanescente (IRA), dos conjuntos
dente - bráquete com a resina Concise, corpos de prova do ensaio de
cisalhamento, antes e após exposição aos agentes ambientais
ARI
0
10
20
30
40
50
60
70
como recebido saliva artif icicial termociclado
%
0
1
2
3
FIG. 4.29 - Freqüência do índice de adesivo remanescente (IRA), dos conjuntos
dente - bráquete com a resina Transbond XT, corpos de prova do ensaio de
cisalhamento, antes e após exposição aos agentes ambientais
106
5 CONCLUSÕES
A análise dos resultados experimentais obtidos nesta Dissertação de Mestrado,
baseadas nas informações obtidas nas referências bibliográficas, permite concluir o
seguinte:
Os valores de resistência interfacial obtidos para os conjuntos dente bráquete,
empregando-se as resinas Concise e Transbond XT, estão de acordo com os
observados na literatura.
O adesivo ortodôntico Transbond XT, em relação ao adesivo Concise, permite a
obtenção de um conjunto dente - bráquete polimérico com maior resistência
interfacial.
A exposição aos agentes ambientais, imersão em saliva artificial e termociclagem,
reduz a resistência interfacial do conjunto dente - bráquete polimérico,
independentemente do tipo de resina adesiva, Concise ou Transbond XT,
empregada na união.
Não existem diferenças significativas na resistência interfacial do conjunto dente
bráquete polimérico após sua exposição aos agentes ambientais,
independentemente do tipo de resina adesiva empregada na união.
Os materiais poliméricos empregados neste trabalho, policarbonato e misturas
Bis-GMA/TEGDMA, mostraram-se pouco sensíveis às situações de degradação
estudadas, imersão em saliva artificial e termociclagem.
A redução da resistência interfacial do conjunto dente bráquete para as resinas
estudadas pode ser atribuída à degradação oxidativa das misturas Bis-
GMA/TEGDMA.
A determinação do grau de reticulação sugere que as resinas estão 100%
reticuladas e que as condições de polimerização empregadas são adequadas
para o procedimento de colagem do bráquete no dente.
A análise fratográfica por microscopia eletrônica de varredura (MEV) da superfície
interfacial dos corpos de prova de cisalhamento permitiu a caracterização dos
modos de fratura dos conjuntos dente - bráquete
A determinação do Índice de adesivo remanescente (IRA) confirmou os modos de
fratura obtidos por MEV.
107
6 SUGESTÕES
Com base nos resultados e conclusões do trabalho, são feitas as seguintes
sugestões:
Utilizar outras técnicas de ensaio, não empregadas nesta Dissertação de
Mestrado, para estudar o comportamento das resinas adesivas ortodônticas, a
base de misturas Bis-GMA/TEGDMA, para fins de comparação com os
resultados obtidos.
Avaliar as propriedades analisadas nesta Dissertação de Mestrado variando as
condições de ensaio (temperatura, ambiente agressivo etc.), especialmente a
influência de esforços mecânicos.
Avaliar as propriedades das misturas Bis-GMA/TEGDMA em situações de
degradação não estudadas neste trabalho visando a obtenção de maiores
informações sobre o comportamento esperado em serviço.
Comparar o comportamento do conjunto - bráquete dente in vitro com o
comportamento in vivo.
108
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114
8 APÊNDICES
115
8.1 APÊNDICE 1: VALORES DO ENSAIO DE CISALHAMENTO
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO 1
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
CP
TENSÃO (MPa)
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO 2
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
CP
TENSÃO (MPa)
CP RESIST.
CISALHAMENTO 1
(MPa)
1 11,48
2 10,79
3 12,31
4 10,54
5 15,59
6 15,74
7 12,98
8 18,75
9 10,99
10 13,60
MÉDIA
13,27
DESVIO
PADRÃO
2,67
CP RESIST.
CISALHAMENTO 2
(MPa)
1 8,31
2 7,82
3 11,73
4 10,12
5 12,21
6 12,43
7 11,19
8 10,72
9 10,19
10 7,27
MÉDIA
10,19
DESVIO
PADRÃO
1,83
FIG. 8.1.1
Valores do ensaio de cisalhamento.
(Concise“como recebido”)
FIG.
8.1.2
Valores do ensaio de cisalhamento.
(Concise saliva artificial)
116
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO 3
0
2
4
6
8
10
12
14
16
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
CP
TENSÃO (MPa)
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO 4
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
CP
TENSÃO (MPa)
CP RESIST.
CISALHAMENTO 3
(MPa)
1 13,68
2 10,03
3 6,96
4 8,50
5 13,29
6 8,12
7 6,90
8 5,40
9 13,46
10 5,07
MÉDIA
9,14
DESVIO
PADRÃO
3,31
CP RESIST.
CISALHAMENTO 4
(MPa)
1 16,65
2 12,30
3 12,60
4 10,01
5 13,97
6 15,52
7 16,10
8 14,25
9 10,34
10 14,20
MÉDIA
13,59
DESVIO
PADRÃO
2,26
FIG. 8.1.3
Valores do ensaio de
cisalhamento. (Concise termociclado)
FIG. 8.1.4
Valores do ensaio de cisalhamento.
(Transbond XT“como recebido”)
117
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO 5
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
CP
TENSÃO (MPa)
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO 6
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
CP
TENSÃO (MPa)
CP RESIST.
CISALHAMENTO 5
(MPa)
1 5,89
2 11,85
3 5,58
4 11,16
5 8,37
6 13,06
7 8,42
8 5,57
9 9,16
10 10,50
MÉDIA
8,95
DESVIO
PADRÃO
2,69
CP RESIST.
CISALHAMENTO 6
(MPa)
1 6,06
2 12,82
3 4,10
4 7,11
5 10,14
6 13,04
7 7,91
8 12,56
9 12,28
10 8,20
MÉDIA
9,42
DESVIO
PADRÃO
3,19
FIG. 8.1.5
Valores do
ensaio de cisalhamento.
(Transbond XT saliva artificial)
FIG. 8.1.6
Valores do ensaio de cisalhamento.
(Transbond XT termociclado)
118
8.2 APÊNDICE 2: ESPECTROS OBTIDOS NO ENSAIO DE
ESPECTROSCOPIA NA REGIÃO DO INFRAVERMELHO
4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400,0
0,00
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,51
cm-1
A
PC "como recebido"
3685,83
3424,00
3020,49
2401,03
2361,08 1770,94
1650,67
1506,68
1423,74
1215,97
1163,35
1081,44
1016,10
929,19
759,15
669,85
623,96
FIG. 8.2.1 – Espectro de absorbância para a amostra (“como recebido”)PC
4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400,0
0,00
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,38
cm-1
A
PC (saliva artificial)
3681,54
3613,54
3445,94
3019,32
2972,61
2929,81
2401,06
2361,40
1770,27
1600,29
1505,98
1462,79
1382,85
1216,16
1162,80
1126,30
1080,04
1014,53
945,84
758,19
669,64
625,62
FIG. 8.2.2 – Espectro de absorbância para a amostra (saliva artificial)PC
119
4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400,0
0,00
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,5
1,6
1,73
cm-1
A
PC (t ermociclado)
3614,51
3426,19
3019,25
2972,36
2929,05
2401,13
2361,25
1768,42
1600,03
1505,78
1462,52
1382,98
1216,32
1196,24
1163,01
1082,88
1014,66
946,11
759,51
669,52
624,36
4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400,0
0,00
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
2,8
3,0
3,2
3,4
3,6
3,8
3,96
cm-1
A
Concise "como recebido" (filme)
3467,65
2963,28 1880,66
1723,83
1610,10
1511,42
1456,94
1169,12
1111,28
1087,96
797,04
779,71
693,53
513,16
464,76
FIG. 8.2.3
Espectro de absorbância para a amostra (termociclado) PC
FIG. 8.2.4
Espectro de absorbância para a amostra (“como recebido”) Bis
-
GMA
-
TEGDMA
filme auto-polimerizável
120
4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400,0
0,00
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
2,78
cm-1
A
Concise "como recebido" (raspado)
3481,29
2963,06
1881,07
1723,28
1610,11
1511,73
1456,76
1168,01
1084,71
796,68
779,44
693,17
513,87
460,60
4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400,0
0,00
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,38
cm-1
A
Concise saliva art ificial (filme)
3489,24
2963,64
2360,74
1876,90
1725,89
1610,34
1511,46
1458,24
1169,54
1085,16
796,56
780,50
693,84
513,60
461,68
FIG. 8.2.5
Espectro de absorbância p
ara a amostra (“como recebido”) Bis
-
GMA
-
TEGDMA
raspado auto-polimerizável
FIG. 8.2.6
Espectro de absorbância para a amostra (saliva artificial) Bis
-
GMA
-
TEGDMA
filme auto
-
polimerizável
121
4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400,0
0,01
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,47
cm-1
A
Concise saliva art ificial (raspado)
3864,79
3832,92
3747,57 3458,91
2964,82
2366,12 1880,90
1727,00
1613,15
1510,84
1462,04
1087,02
789,75
692,26
464,73
4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400,0
0,00
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,48
cm-1
A
Concise termociclado (filme)
3455,17
2964,71
2364,37
1877,70
1725,95
1612,05
1512,81
1457,53
1170,93
1086,42
794,91
692,25
512,50
463,49
FIG. 8.2.7
Espectro
de absorbância para a amostra (saliva artificial) Bis
-
GMA
-
TEGDMA
raspado auto-polimerizável
FIG. 8.2.8
Espectro de absorbância para a amostra (termociclado) Bis
-
GMA
TEGDMA
filme auto-polimerizável
122
4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400,0
0,00
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,49
cm-1
A
Concise termociclado (raspado )
3459,56
2963,22
2360,25 1884,90
1725,19
1611,00
1511,47
1458,36
1169,47
1085,10
796,95
779,69
693,53
513,08
461,69
4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400,0
0,00
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
2,8
3,04
cm-1
A
Transbond XT "como recebido" (filme)
3492,69
2966,39
2360,82
1884,15
1724,23
1610,52
1511,62
1459,04
1169,33
1080,89
797,11
779,64
693,63
513,08
461,66
FIG. 8.2.9
Espectro de absorbância para a amostra (termociclado
) Bis
-
GMA
TEGDMA
raspado auto-polimerizável
FIG. 8.2.10
Espectro de absorbância
para a amostra (“como recebido”) Bis
-
GMA
-
TEGDMA
filme foto-polimerizável
123
4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400,0
0,00
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,5
1,6
1,7
1,79
cm-1
A
Transbond XT "como recebido" (rasp ado)
3492,02
2966,28
1879,53
1725,09
1609,81
1511,15
1458,30
1168,51
1084,70
797,63
779,14
694,50
513,61
461,30
4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400,0
0,00
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,5
1,6
1,7
1,8
1,9
2,02
cm-1
A
Transbond XT saliva artificial (filme)
3490,01
2966,33
2360,31
1884,29
1725,88
1610,33
1511,27
1459,03
1169,20
1084,23
797,10
779,50
693,40
513,22
461,33
FIG. 8.2.11
Espectro de absorbância para a amostra (“como recebido”) Bis
-
GMA
-
TEGDMA
raspado foto
-
polimerizável
FIG. 8.2.12
Es
pectro de absorbância para a amostra (saliva artificial) Bis
-
GMA
-
TEGDMA
filme foto-polimerizável
124
4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400,0
0,00
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,49
cm-1
A
Transbond XT saliva artificial (raspado)
3446,26
2964,81
2360,85
1874,44
1724,03
1611,03
1511,42
1459,55
1169,73
1084,66
797,41
779,94
693,84
603,16
513,40
462,05
4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400,0
0,00
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,48
cm-1
A
Transbond XT t ermociclado (filme)
3468,86
2965,90
1882,95
1725,92
1610,08
1511,19
1458,62
1169,28
1084,00
796,95
779,33
693,40
513,01
460,90
FIG. 8.2.13
Espectro de absorbância para a amostra (saliva artificial) Bis
-
GMA
-
TEGDMA
raspado foto-polimerizável
FIG
. 8.2.14
Espectro de absorbância para a amostra (termociclado) Bis
-
GMA
-
TEGDMA
filme foto-polimerizável
125
4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400,0
0,01
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,45
cm-1
A
Transbond XT t ermociclado (raspado)
3496,51
2962,98
2358,85
1880,33
1726,02
1614,38
1511,40
1460,11
1087,14
789,68
692,56
464,74
FIG. 8.2.15
Espectro de absorbância para a amostra (termociclado) Bis
-
GMA
-
TEGDMA
raspado foto-polimerizável
126
8.3 APENDICE 3: CURVAS OBTIDAS NO ENSAIO DE ANÁLISE
TERMOGRAVIMÉTRICA (TGA)
Parâmetros de Ensaio: Detector: TGA-50 Cell: Platinum Operator: CANO
Atmosphere: Nitrogen Flow Rate: 30 ml/min Temp Rate: 20 deg/min Hold Temp:
700 deg Hold Time: 0
100 200 300 400 500 600 700 800
30
40
50
60
70
80
90
100
PC "como recebido"
Massa (%)
Temperatura (°C)
100 200 300 400 500 600 700 800
30
40
50
60
70
80
90
100
PC (saliva artificial)
Massa (%)
Temperatura (ºC)
FIG. 8.3.2 – Curva termogravimétrica PC (saliva artificial)
FIG. 8.3.1 – Curva termogravimétrica (“como recebido”) PC
127
100 200 300 400 500 600 700 800
20
30
40
50
60
70
80
90
100
PC (termociclado)
Massa (%)
Temperatura (ºC)
FIG. 8.3.3 – Curva termogravimétrica PC (termociclado)
100 200 300 400 500 600 700 800
70
75
80
85
90
95
100
Concise "como recebido"
Massa (%)
Temperatura (°C)
FIG. 8.3.4 – Curva termogravimétrica (“como recebido”) Bis-GMA-TEGDMA
filme auto-polimerizável
128
FIG. 8.3.5 – Curva termogravimétrica (“como recebido”) Bis-GMA-TEGDMA
raspado auto-polimerizável
100 200 300 400 500 600 700 800
75
80
85
90
95
100
Concise saliva artificial
Massa (%)
Temperatura (ºC)
FIG. 8.3.6
Curva termogravimétrica (saliva artificial) Bis
-
GMA
-
TEGDMA filme
auto
-
polimerizável
129
100 200 300 400 500 600 700 800
70
75
80
85
90
95
100
Concise saliva artificial (raspado)
Massa (%)
Temperatura (ºC)
FIG. 8.3.7 – Curva termogravimétrica (saliva artificial) Bis-GMA-TEGDMA
raspado auto-polimerizável
100 200 300 400 500 600 700 800
80
85
90
95
100
Concise termociclado
Massa (%)
Temperatura (ºC)
FIG. 8.3.8
Curva termogravimétrica (termociclado) Bis
-
GMA
-
TEGDMA filme
auto-polimerizável
130
100 200 300 400 500 600 700 800
70
75
80
85
90
95
100
Concise termociclado (raspado)
Massa (%)
Temperatura (°C)
FIG. 8.3.9 – Curva termogravimétrica (termociclado) Bis-GMA-TEGDMA
raspado auto-polimerizável
100 200 300 400 500 600 700 800
70
75
80
85
90
95
100
Transbond XT "como recebido"
Massa (%)
Temperatura (°C)
FIG. 8.3.10
Curva termogravimétrica (“como recebido”) Bis
-
GMA
-
TEGDMA
filme foto-polimerizável
131
100 200 300 400 500 600 700 800
70
75
80
85
90
95
100
Transbond XT "como recebido" (raspado)
Massa (%)
Temperatura (°C)
FIG. 8.3.11 – Curva termogravimétrica (“como recebido”) Bis-GMA-TEGDMA
raspado foto-polimerizável
100 200 300 400 500 600 700 800
75
80
85
90
95
100
Transbond XT saliva
Massa (%)
Temperatura (ºC)
FIG. 8.3.12 – Curva termogravimétrica (saliva artificial) Bis-GMA-TEGDMA filme
foto-polimerizável
132
100 200 300 400 500 600 700 800
65
70
75
80
85
90
95
100
Transbond XT saliva artificial (raspado)
Massa (%)
Temperatura (ºC)
100 200 300 400 500 600 700 800
75
80
85
90
95
100
Transbond XT termociclado
Massa (%)
Temperatura (ºC)
FIG. 8.3.13
Curva termog
ravimétrica (saliva artificial) Bis
-
GMA
TEGDMA raspado
foto-polimerizável
FIG. 8.3.14 – Curva termogravimétrica (termociclado) Bis-GMA-TEGDMA filme
foto-polimerizável
133
100 200 300 400 500 600 700 800
70
75
80
85
90
95
100
Transbond XT termociclado (raspado)
Massa (%)
Temperatura (ºC)
FIG. 8.3.15
Curva termogravimétrica (termociclado) Bis
-
GMA
TEGDMA raspado
foto-polimerizável
134
8.4 APENDICE 4: CURVAS OBTIDAS NO ENSAIO DE CALORIMETRIA
DIFERENCIAL DE VARREDURA (DSC)
Parâmetros de Ensaio: Detector: DSC-50 Cell: Aluminum Operator: Cano
Atmosphere: Nitrogen Flow Rate: 20 ml/mi Temp Rate: 10 deg/min Hold Temp:
300 deg Hold Time: 0 min
50 100 150 200 250 300
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
PC "como recebido"
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
FIG. 8.4.1 – Curva de DSC (“como recebido”)PC
50 100 150 200 250 300
-0,5
-0,4
-0,3
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
PC (saliva artificial)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
FIG. 8.4.2 – Curva de DSC (saliva artificial) PC
135
50 100 150 200 250 300
-1,8
-1,6
-1,4
-1,2
-1,0
-0,8
-0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
PC (termociclado)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
50 100 150 200 250 300
-0,4
-0,3
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
Concise "como recebido"
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (°C)
FIG. 8.4.3
Curva de DSC (termociclado) PC
FIG. 8.4.4 – Curva DSC (“como recebido”) Bis-GMA-TEGDMA filme
auto-polimerizável
136
50 100 150 200 250 300
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
Concise "como recebido" (raspado)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (°C)
FIG. 8.4.5 – Curva de DSC (“como recebido”) Bis-GMA-TEGDMA raspado
auto-polimerizável
50 100 150 200 250 300
-0,6
-0,5
-0,4
-0,3
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
Concise (saliva artificial)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
FIG. 8.4.6
Curva de DSC (saliva artificial) Bis
-
GMA
TEGDMA filme
auto
-
polimerizável
137
50 100 150 200 250 300
-0,3
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
Concise saliva artificial (raspado)
Fluxo de Calor (mW)
TemperaturaC)
50 100 150 200 250 300
-0,20
-0,15
-0,10
-0,05
0,00
0,05
0,10
0,15
Concise (termociclado)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
FIG. 8.4.7
Curva de DS
C (saliva artificial) Bis
-
GMA
TEGDMA raspado auto
-
polimerizável
FIG. 8.4.8
Curva de DSC (termociclado) Bis
-
GMA
TEGDMA filme auto
-
polimerizável
138
50 100 150 200 250 300
0,2
0,3
0,4
0,5
Concise termociclado (raspado)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
FIG. 8.4.9 – Curva de DSC (termociclado) Bis-GMA-TEGDMA raspado
auto-polimerizável
50 100 150 200 250 300
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
Transbond XT (como recebido)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
FIG. 8.4.10
Curva de DSC (“como recebido”) Bis
-
GMA
-
TEGDMA filme
foto-polimerizável
139
50 100 150 200 250 300
-0,3
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
Transbond XT "como recebido" (raspado)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (°C)
50 100 150 200 250 300
-0,4
-0,3
-0,2
-0,1
0,0
0,1
Transbond XT (saliva artificial)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
FIG. 8.4.12 – Curva de DSC (saliva artificial) Bis-GMA-TEGDMA filme
foto-polimerizável
FIG. 8.4.11 – Curva de DSC (“como recebido”) Bis-GMA-TEGDMA raspado
foto-polimerizável
140
50 100 150 200 250 300
-0,6
-0,5
-0,4
-0,3
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
Transbond XT saliva artificial (raspado)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
50 100 150 200 250 300
-0,3
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
Transbond XT (termociclado)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
FIG. 8.4.13 – Curva de DSC (saliva artificial) Bis-GMA-TEGDMA raspado foto-polimerizável
FIG. 8.4.14 – Curva de DSC (termociclado) Bis-GMA-TEGDMA filme foto-polimerizável
141
50 100 150 200 250 300
0,3
0,4
0,5
0,6
Transbond XT termociclado (raspado)
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
FIG. 8.4.15
Curva de DSC (termociclado) Bis
-
GMA
TEGDMA raspado foto
-
polimerizável
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