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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA
ASSOCIAÇÃO ENTRE ESPAÇAMENTO ANTERIOR E HÁBITOS
DE SUCÇÃO NÃO NUTRITIVOS EM NIPO-BRASILEIROS E
LEUCODERMAS, NA DENTADURA DECÍDUA
EVANDRO ELOY MARCONE FERREIRA
Dissertação apresentada à Universidade
Cidade de São Paulo, como parte dos
requisitos para a obtenção do título de
Mestre em Ortodontia.
São Paulo
2008
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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA
ASSOCIAÇÃO ENTRE ESPAÇAMENTO ANTERIOR E HÁBITOS
DE SUCÇÃO NÃO NUTRITIVOS EM NIPO-BRASILEIROS E
LEUCODERMAS, NA DENTADURA DECÍDUA
EVANDRO ELOY MARCONE FERREIRA
Dissertação apresentada à Universidade
Cidade de São Paulo, como parte dos
requisitos para a obtenção do título de
Mestre em Ortodontia.
Orientador: Profa. Dra. Rívea Inês Ferreira.
São Paulo
2008
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Ficha Elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza . UNICID
F383a
Ferreira, Evandro Eloy Marcone.
Associação entre espaçamento anterior e hábitos de
sucção não nutritivos em nipo-brasileiros e
leucodermas, na dentadura decídua. / Evandro Eloy
Marcone Ferreira. São Paulo, 2008.
133 p.; apêndices, anexos.
Bibliografia
Dissertação (Mestrado) – Universidade Cidade de
São Paulo - Orientador: Profa. Dra. Rívea Inês Ferreira.
1. Comportamento de sucção. 2. Dentição decídua.
3. Amamentação. 4. Oclusão dentária I. Rívea Inês
Ferreira.
BLACK. D27
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE E COMUNICADA
AO AUTOR A REFERÊNCIA DA CITAÇÃO.
São Paulo, ____ / ____/ _____
Assinatura: _____________________________
e-mail:
FOLHA DE APROVAÇÃO
Ferreira, E. E. M. Associação entre espaçamento anterior e hábitos de sucção não
nutritivos em nipo-brasileiros e leucodermas, na dentadura decídua [Dissertação de
Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2008.
São Paulo, ____/____/_______
Banca Examinadora
1) ...........................................................................
Julgamento: ......................................... Assinatura: .......................................
2) ...........................................................................
Julgamento:.......................................... Assinatura: .......................................
3) ..........................................................................
Julgamento:........................................... Assinatura: .......................................
Resultado: .............................................................................................................
Dedicatória
À minha esposa, Andréia , pela compreensão nos momentos de ausência,
conforto nas horas de angústia, pelo carinho,
amor e dedicação.
Agradecimentos
A Deus, por seu amor infinito e por sempre iluminar o meu caminho,
reerguendo-me e enchendo-me de forças a cada dificuldade encontrada. Agradeço
por me fazer sentir a sua presença em todos os momentos desta jornada.
À minha orientadora e professora, Rívea Inês Ferreira, pelos seus
ensinamentos, pela brilhante orientação neste trabalho, pelo empenho, dedicação,
paciência, disponibilidade e por ter me demonstrado que para ser um verdadeiro
mestre, é preciso amar a profissão.
A minha esposa, Andréia, por ter sido tão companheira, fiel e paciente,
incentivando-me dia após dia, lutando junto comigo para alcançarmos este objetivo.
Esta conquista também é sua! Amo você!
Ao coordenador do curso de mestrado em Ortodontia da UNICID, professor
doutor Flávio Vellini Ferreira, pelo exemplo de profissionalismo.
Aos meus grandes mestres, Ana Carla Nahás, Daniela Gamba Garib, Flávio
Augusto Cotrim Ferreira, Helio Scavone Jr, Karyna do Valle-Corotti, Paulo
Eduardo Carvalho, Rívea Inês Ferreira, pelos valiosos conhecimentos
transmitidos, pela preocupação sempre constante na obtenção da excelência e pela
grande participação na minha formação de mestre, minha eterna gratidão.
Ao professor Rafael Pimentel Maia pela grande colaboração na aplicação
dos testes estatísticos deste trabalho.
Aos meus queridos colegas de turma, Rita, Camilla, Leni, Sandrine,
Ricardo, Patrício, Fábio; Daniel, Mustafá e Marcus pelos momentos inesquecíveis
de convivência e amizade.
Aos meus sogros, Fernando e Fátima, pela doçura e generosidade em me
acolher com tanto carinho.
As minhas cunhadas Ana e Manoela pelo carinho e a alegria que me
passaram.
A esta familia maravilhosa Silvio, Aparecida, Aline, Bruna e Amanda que
me acolheram e me deram muito amor e carinho, não tenho palavras pra falar de
vocês, obrigado por tudo.
Aos meus pais e irmãos, que apesar da distância que nos separa, sei que
torcem por mim.
À funcionária da clínica da UNICID, Arlinda Miron, por ser sempre prestativa
e amável.
A todos que, de alguma forma, ajudaram e contribuíram para que este
trabalho pudesse ser realizado.
Ferreira, E. E. M. Associação entre espaçamento anterior e hábitos de sucção não
nutritivos em nipo-brasileiros e leucodermas, na dentadura decídua [Dissertação de
Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2008.
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência das características de espaçamento
interdental anterior na dentadura decídua, em nipo-brasileiros e leucodermas
brasileiros, bem como testar a associação entre as variantes oclusais e os hábitos
de sucção não nutritivos. Duas amostras de ambos os sexos, na faixa etária dos 2
aos 6 anos, foram selecionadas: 405 nipo-brasileiros procedentes de 36 escolas
públicas e particulares do estado de São Paulo e 510 leucodermas de 11 instituições
públicas da zona leste de São Paulo – SP. A investigação sobre os hábitos de
sucção não nutritivos foi executada por meio de um questionário respondido pelos
pais/responsáveis. As características oclusais foram obtidas em fichas clínicas
previamente coletadas. As variantes relativas ao espaçamento interdental nos arcos
superior e inferior foram classificadas em quatro categorias: espaçamento
generalizado, somente espaços primatas, ausência de espaçamento e apinhamento.
O trespasse horizontal interincisivos também foi avaliado, para analisar uma possível
relação entre sobressaliência aumentada, histórico de hábitos de sucção não
nutritivos e espaçamento anterior no arco superior. Os dados foram submetidos às
avaliações estatísticas descritiva e analítica. As características oclusais foram
comparadas segundo o grupo etário e o sexo, em cada grupo étnico, pelo teste Qui-
Quadrado (α = 0,05). Foi aplicada análise de regressão logística para verificar o
efeito dos fatores grupo etário, sexo e grupo étnico sobre a prevalência das
características de espaçamento anterior. Em adição, foi ajustado um modelo de
regressão logística para analisar a associação entre as características espaçamento
anterior generalizado ou somente presença de espaços primatas no arco superior,
hábitos de sucção não nutritivos e sobressaliência aumentada. Em nipo-brasileiros, o
espaçamento anterior generalizado foi a característica mais prevalente nos arcos
superior (46,2%) e inferior (53,3%). A freqüência dos espaços primatas foi mais
elevada no arco superior (28,2% versus 15,3%). Para as características referentes à
ausência de espaços (21,7% - 26,4%) e ao apinhamento (4% - 4,9%), a variação foi
relativamente pequena entre os percentuais nos arcos superior e inferior. Em
leucodermas, as freqüências das características relativas à ausência de espaços e à
presença de espaços primatas demonstraram padrão de distribuição similar ao
observado nos nipo-brasileiros. O espaçamento generalizado foi diagnosticado em
aproximadamente 50% dos arcos dentais superior e inferior. Todavia, a prevalência
de apinhamento foi 3 vezes maior no arco inferior (12,8% versus 3,9%).
Leucodermas apresentam chances 2,8 vezes maiores de desenvolver apinhamento
no arco inferior, em comparação aos nipo-brasileiros (p = 0,000). Não houve
associação entre a prevalência das características de espaçamento anterior e o
histórico de hábitos de sucção não nutritivos.
Palavras-chave: Diastema; Comportamento de Sucção; Dentição Primária.
Ferreira, E. E. M. Association between anterior spacing and non-nutritive sucking
habits in Japanese-Brazilian and white children in the deciduous dentition
[Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2008.
ABSTRACT
The aims of this study were to evaluate the prevalence of anterior interdental spacing
characteristics in the deciduous dentition, in Japanese-Brazilians and white
Brazilians, as well as to test the association between the occlusal traits and the non-
nutritive sucking habits. Two samples of both sexes, aged 2 to 6 years, were
selected: 405 Japanese-Brazilians from 36 public and private schools in the State of
São Paulo and 510 white children enrolled at 11 public institutions in the eastern
region of São Paulo – SP. The investigation on non-nutritive sucking habits was
conducted by means of a questionnaire applied to the parents/guardians. The
occlusal characteristics were researched on clinical forms previously collected.
Features related to the interdental spacing in the maxillary and mandibular arches
were assigned to four categories: generalized spacing, only primate spaces, no
spacing and crowding. The overjet was also evaluated in order to analyze a possible
association between increased overjet, history of non-nutritive sucking habits and
anterior spacing in the maxillary arch. Data were submitted to analytical and
descriptive statistics. The occlusal characteristics were compared according to the
age group and sex, in each ethnic group, using the Chi-Square test (α = 0.05).
Logistic regression analysis was used to test the effect of the factors relative to the
age group, sex and ethnic group on the prevalence of anterior spacing
characteristics. In addition, a logistic regression model was adjusted to analyze the
association between the presence of generalized anterior spacing or only primate
spaces in the maxillary arch, non-nutritive sucking habits and increased overjet. In
Japanese-Brazilians, generalized spacing was the most prevalent feature in the
maxillary (46.2%) and mandibular (53.3%) arches. The frequency of primate spaces
was higher in the maxillary arch (28.2% versus 15.3%). Concerning the
characteristics related to the absence of spaces (21.7% - 26.4%) and crowding (4% -
4.9%), the variation between percentages in the maxillary and mandibular arches
was relatively small. In white children, the frequencies of the characteristics related to
the absence of spaces and presence of primate spaces demonstrated a distribution
pattern similar to that observed in Japanese-Brazilians. Generalized spacing was
diagnosed in approximately 50% of the maxillary and mandibular arches. However,
the prevalence of crowding was 3 times higher in the mandibular arch (12.8% versus
3.9%). White children showed 2.8 more chances of developing mandibular crowding
in comparison with Japanese-Brazilians (p = 0.000). There was no association
between the prevalence of anterior spacing features and history of non-nutritive
sucking habits.
Key words: Diastema; Sucking Behavior; Dentition, Primary.
LISTA DE TABELAS
p.
Tabela 4.1 - Distribuição da amostra de nipo-brasileiros segundo a idade
cronológica e o sexo........................................................................ 36
Tabela 4.2 - Distribuição da amostra de leucodermas segundo a idade
cronológica e o sexo........................................................................ 38
Tabela 5.1 - Prevalência das características de espaçamento interdental
anterior por arco na amostra de nipo-brasileiros.............................. 48
Tabela 5.2 - Comparações de freqüências das características de espaçamento
anterior entre os grupos etários e os sexos, por arco dental, em
nipo-brasileiros................................................................................. 54
Tabela 5.3 - Prevalência das características de espaçamento interdental
anterior por arco na amostra de leucodermas ................................. 56
Tabela 5.4 - Comparações de freqüências das características de espaçamento
anterior entre os grupos etários e os sexos, por arco dental, em
leucodermas. ................................................................................... 62
Tabela 5.5 - Modelo de regressão logística múltipla para a prevalência da
característica correspondente à ausência de espaços interdentais
no arco superior............................................................................... 63
Tabela 5.6 - Modelo de regressão logística múltipla para a prevalência da
característica espaços primatas no arco superior............................ 63
Tabela 5.7 - Modelo de regressão logística múltipla para a prevalência da
característica correspondente aos espaços generalizados no arco
superior............................................................................................ 64
Tabela 5.8 - Modelo de regressão logística múltipla para a prevalência da
característica apinhamento no arco superior ................................... 64
Tabela 5.9 - Modelo de regressão logística múltipla para a prevalência da
característica correspondente à ausência de espaços interdentais
no arco inferior................................................................................. 65
Tabela 5.10 - Modelo de regressão logística múltipla para a prevalência da
característica espaços primatas no arco inferior.............................. 65
Tabela 5.11 - Modelo de regressão logística múltipla para a prevalência da
característica correspondente aos espaços generalizados no arco
inferior.............................................................................................. 66
Tabela 5.12 - Modelo de regressão logística múltipla para a prevalência da
característica apinhamento no arco inferior ..................................... 66
Tabela 5.13 - Modelo de regressão logística para a prevalência da característica
apinhamento no arco inferior, considerando somente o grupo
étnico ............................................................................................... 66
Tabela 5.14 - Distribuição da sub-amostra selecionada conforme o histórico de
hábitos de sucção não nutritivos, por grupo étnico.......................... 68
Tabela 5.15 - Modelo de regressão logística para a freqüência de espaçamento
generalizado ou espaços primatas no arco superior em função da
sobressaliência aumentada e do histórico de hábitos de sucção
não nutritivos.................................................................................... 73
LISTA DE GRÁFICOS
p.
Gráfico 5.1 - Distribuição da amostra de nipo-brasileiros por sexo nos grupos
etários .............................................................................................. 47
Gráfico 5.2 - Distribuição das características de espaçamento anterior de
acordo com o grupo etário, para o arco superior, em nipo-
brasileiros ........................................................................................ 49
Gráfico 5.3 - Distribuição das características de espaçamento anterior de
acordo com o grupo etário, para o arco inferior, em nipo-
brasileiros ........................................................................................ 49
Gráfico 5.4 - Prevalência das características de espaçamento anterior no arco
superior, para o sexo feminino, em nipo-brasileiros......................... 51
Gráfico 5.5 - Prevalência das características de espaçamento anterior no arco
superior, para o sexo masculino, em nipo-brasileiros...................... 51
Gráfico 5.6 - Prevalência das características de espaçamento anterior no arco
inferior, para o sexo feminino, em nipo-brasileiros........................... 53
Gráfico 5.7 - Prevalência das características de espaçamento anterior no arco
inferior, para o sexo masculino, em nipo-brasileiros........................ 53
Gráfico 5.8 - Distribuição da amostra de leucodermas por sexo nos grupos
etários .............................................................................................. 55
Gráfico 5.9 - Distribuição das características de espaçamento anterior de
acordo com o grupo etário, para o arco superior, em leucodermas. 57
Gráfico
5.10 - Distribuição das características de espaçamento anterior de
acordo com o grupo etário, para o arco inferior, em leucodermas... 57
Gráfico
5.11 - Prevalência das características de espaçamento anterior no arco
superior, para o sexo feminino, em leucodermas ............................ 59
Gráfico 5.12- Prevalência das características de espaçamento anterior no arco
superior, para o sexo masculino, em leucodermas.......................... 59
Gráfico 5.13- Prevalência das características de espaçamento anterior no arco
inferior, para o sexo feminino, em leucodermas .............................. 61
Gráfico 5.14- Prevalência das características de espaçamento anterior no arco
inferior, para o sexo masculino, em leucodermas............................ 61
Gráfico 5.15- Distribuição das crianças leucodermas segundo a presença de
sobressaliência aumentada e o histórico de hábitos de sucção de
chupeta e/ou dedo. (Controle: crianças sem histórico de hábitos
de sucção não nutritivos) ................................................................. 70
Gráfico 5.16- Distribuição das crianças nipo-brasileiras segundo a presença de
sobressaliência aumentada e o histórico de hábitos de sucção de
chupeta e/ou dedo. (Controle: crianças sem histórico de hábitos
de sucção não nutritivos) ................................................................. 70
Gráfico 5.17- Distribuição das crianças leucodermas segundo a presença de
espaços anteriores generalizados ou espaços primatas no arco
superior e a sobressaliência aumentada ......................................... 72
Gráfico 5.18- Distribuição das crianças nipo-brasileiras segundo a presença de
espaços anteriores generalizados ou espaços primatas no arco
superior e a sobressaliência aumentada ......................................... 72
SUMÁRIO
p
1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 1
2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................... 5
3 PROPOSIÇÃO................................................................................................. 32
4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................ 34
4.1 Seleção das amostras pré-existentes ................................................ 35
4.1.1 Nipo-brasileiros ............................................................................ 35
4.1.2 Leucodermas................................................................................ 37
4.2 Pesquisa sobre hábitos de sucção não nutritivos............................ 38
4.3 Avaliação das características oclusais.............................................. 38
4.4 Critérios de inclusão............................................................................ 42
4.5 Grupos de estudo ................................................................................ 43
4.6 Tratamento estatístico......................................................................... 44
4.6.1 Análise estatística descritiva ........................................................ 44
4.6.2 Análise estatística inferencial ....................................................... 44
5 RESULTADOS................................................................................................. 46
5.1 Distribuição das características de espaçamento interdental
anterior em nipo-brasileiros................................................................ 47
5.1.1 Avaliação das características de espaçamento interdental
anterior conforme o grupo etário e o sexo, na amostra de nipo-
brasileiros ................................................................................... 48
5.2 Distribuição das características de espaçamento interdental
anterior em leucodermas .................................................................... 55
5.2.1 Avaliação das características de espaçamento interdental
anterior conforme o grupo etário e o sexo, na amostra de
leucodermas............................................................................... 56
5.3 Modelos de regressão logística múltipla para o arco superior........ 63
5.4 Modelos de regressão logística múltipla para o arco inferior ......... 65
5.5 Análise dos hábitos de sucção não nutritivos e da
sobressaliência aumentada como fatores de efeito na
prevalência de espaços interdentais anteriores no arco superior .. 68
6 DISCUSSÃO.................................................................................................... 74
6.1 Considerações sobre os grupos étnicos estudados ........................ 75
6.2 Estudo comparativo das características de espaçamento
interdental anterior .............................................................................. 78
6.3 Associação entre a prevalência de espaços interdentais
anteriores e os hábitos de sucção não nutritivos............................. 84
7 CONCLUSÕES................................................................................................ 87
REFERÊNCIAS..................................................................................................... 89
ANEXO ................................................................................................................. 95
APÊNDICES ......................................................................................................... 97
1 INTRODUÇÃO
2
1 INTRODUÇÃO
O espaçamento interdental generalizado do segmento anterior é a
característica mais comum na dentadura decídua (ABU ALHAIJA; QUDEIMAT, 2003;
ALEXANDER; PRABHU, 1998; BAUME, 1950; FERREIRA et al., 2001; 2005;
FOSTER; HAMILTON, 1969; JOSHI; MAKHIJA, 1984; KHARBANDA et al., 1994) e
aceita por alguns pesquisadores como favorável ao alinhamento dos dentes
permanentes anteriores (ANDERSON, 2007; BAUME, 1950; EL-NOFELY; SADEK;
SOLIMAN, 1989; KHARBANDA et al., 1994). Embora Delabarre (1819 apud BAUME,
1950) tenha inicialmente descrito o espaçamento anterior na dentadura decídua,
Baume (1950) foi um dos primeiros autores a propor uma classificação sistemática
dos arcos dentais decíduos. Os arcos com espaços generalizados eram
denominados Tipo I e os sem espaçamento, contendo apenas os espaços primatas
ou apresentando leve apinhamento, Tipo II. Em relação à prevalência, observou que
o Tipo I ocorria em 70% e 63% dos arcos superior e inferior, respectivamente.
Por outro lado, a presença de contatos interproximais, ou até mesmo o
apinhamento na dentadura decídua, não representa um sinal inconteste para a
predição de más oclusões decorrentes da falta de espaço na dentadura permanente
(BISHARA; JAKOBSEN, 2006; BISHARA; KHADIVI; JAKOBSEN, 1995; ROSSATO;
MARTINS, 1993; 1994). Silva-Filho et al. (2002) não consideraram normalidade e
apinhamento aspectos excludentes, na dentadura decídua. Entretanto, Thomaz et al.
(2002) explicaram que o apinhamento na dentadura decídua constitui um problema
não somente do ponto de vista ortodôntico, mas também por ser um fator que
predispõe a maior retenção de placa bacteriana. Leighton (2007), ao mencionar que
o apinhamento dos incisivos decíduos muito provavelmente é seguido pelo
Introdução
3
apinhamento dos incisivos permanentes, reforçou a concepção deste tipo de desvio
como má oclusão. Além disso, apesar do crescimento e desenvolvimento
promoverem alterações dimensionais e cefalométricas entre as fases das
dentaduras decídua e permanente, algumas crianças podem afastar-se do padrão
de normalidade (ROSSATO; MARTINS, 1994). Depreende-se, portanto, que a
proservação de crianças com apinhamento na dentadura decídua, até a dentadura
permanente, seria um método de Ortodontia Preventiva.
Vários estudos foram desenvolvidos com crianças brasileiras, objetivando
determinar a prevalência das características de espaçamento anterior na dentadura
decídua (CARVALHO; VALENÇA, 2004; DINELLI; MARTINS; PINTO, 2004;
FERREIRA et al., 2001; 2005; PACE; CHELLOTI, 1981; ROSSATO; MARTINS,
1993; 1994; SILVA-FILHO et al., 2002; SOVIERO; BASTOS; SOUZA, 1999), porém,
constata-se a escassez de pesquisas com populações de nipo-brasileiros. Ressalta-
se que diversas características oclusais da dentadura decídua, nos planos
horizontal, sagital e transversal, foram avaliadas; inclusive sua associação com
hábitos de sucção não nutritivos (ITO, 2006; KATAOKA, 2004; SATO, 2006). No
entanto, especificamente o espaçamento anterior ainda não foi estudado de maneira
detalhada nessa população. Considerando que o fator racial pode ter influência
sobre o padrão oclusal, seria relevante confrontar as características de espaçamento
interdental anterior na dentadura decídua de nipo-brasileiros e leucodermas
brasileiros.
Ademais, em se tratando do espaçamento interdental anterior na dentadura
decídua, outra variável deveria ser pesquisada: o registro dos hábitos de sucção.
Observa-se que uma série de investigações científicas nacionais e internacionais
Introdução
4
(ALEXANDER; PRABHU, 1998; FERREIRA et al., 2001; 2005; JOSHI; MAKHIJA,
1984; KABUE; MORACHA; NG’ANG’A, 1995; KHARBANDA et al., 1994; PACE;
CHELLOTI, 1981; ROSSATO; MARTINS, 1993; 1994; SILVA-FILHO et al., 2002;
SOVIERO; BASTOS; SOUZA, 1999) foi desenvolvida sem levar em consideração o
histórico de hábitos de sucção não nutritivos nos critérios de inclusão/exclusão.
Tendo em vista que esses hábitos podem alterar a oclusão nos três planos
espaciais, Zadik, Stern e Litner (1977) afirmaram explicitamente que o aparecimento
de espaços entre os dentes decíduos poderia ser decorrente dos mesmos. Pode-se
também aventar a hipótese de que os hábitos de sucção não nutritivos estejam
associados à ampliação dimensional dos espaços interproximais anteriores pré-
existentes. Contudo, uma possível associação das supracitadas deveria ser
experimentalmente analisada.
No que tange às características de espaçamento anterior, uma pesquisa que
abordasse o fator racial e o histórico de hábitos de sucção não nutritivos poderia
fornecer destacável contribuição científica ao estudo da oclusão na dentadura
decídua. É interessante perceber que a condição sócio-cultural de uma amostra
populacional relaciona-se à aquisição dos hábitos de sucção nutritivos e não
nutritivos (GUIMARÃES JR, 2004). Caglar et al. (2005), em uma investigação
multicêntrica, observaram que 82% das crianças brasileiras apresentavam histórico
de sucção de chupeta. Em contraste, 0% das crianças de Niigata (Japão)
demonstraram esse hábito. Desse modo, o presente estudo teve como finalidade
avaliar a prevalência das características de espaçamento interdental anterior na
dentadura decídua, em nipo-brasileiros e leucodermas brasileiros, bem como testar
a associação entre as variáveis oclusais pesquisadas e os hábitos de sucção não
nutritivos.
2 REVISÃO DE LITERATURA
6
2 REVISÃO DE LITERATURA
Baume, em 1950, realizou um estudo com o propósito de avaliar a migração
dental fisiológica e o seu significado para o desenvolvimento da oclusão. Para tanto,
acompanhou o crescimento e desenvolvimento de 60 crianças durante um período
de 8 anos. Com a finalidade de registrar as modificações nos arcos decíduos,
modelos de gesso de 30 crianças foram obtidos anualmente. Durante o período dos
4 aos 6 anos, o comprimento dos arcos dentais superiores permaneceu sem
alterações em 25 casos e dos inferiores, em 23 casos. Nos arcos decíduos
superiores, nenhuma alteração na distância intercaninos foi observada em 24 casos.
Cinco casos revelaram um aumento de 0,5 mm. No que concerne à distância
intermolares superiores, esta medida não se alterou em 25 dos casos. Vinte e um
casos (70%) apresentaram espaços interdentais no segmento anterior do arco
superior, enquanto que 9 casos não exibiram espaços. Nos arcos inferiores, a
distância intercaninos permaneceu inalterada em 26 casos e o mesmo aconteceu
com a distância intermolares em 24 casos. Um aumento na distância intercaninos foi
observado em 3 casos e uma diminuição, em um caso. Dezenove casos (63%)
demonstraram espaços no segmento anterior do arco inferior e 11 casos (37%) não
apresentaram essa característica. Concluiu-se que: após a completa formação dos
arcos decíduos, suas dimensões sagitais e transversais não se alteram, com
exceção dos casos em que são submetidos a influências ambientais; os dois
padrões morfológicos do arco decíduo seriam: os arcos com e os sem espaços; os
espaços na dentadura decídua não seriam adquiridos, mas congênitos; os arcos
sem espaços seriam mais estreitos transversalmente do que os com espaços; os
arcos espaçados freqüentemente exibiriam dois espaços distintos: um entre os
Revisão de literatura
7
caninos e os primeiros molares inferiores decíduos e o outro entre os incisivos
laterais e os caninos superiores decíduos. Esses foram denominados de espaços
primatas.
Moorrees e Chadha (1965) avaliaram o espaço disponível para os incisivos
durante o desenvolvimento dental em um estudo do crescimento baseado na idade
fisiológica. Para tanto, examinaram modelos de gesso de 184 indivíduos
leucodermas norte-americanos, entre os 3 e 16-18 anos de idade. Nesse trabalho,
foram agrupadas crianças em estágios de maturação dental similares com referência
à erupção dos dentes, ao invés da idade cronológica. Cada dente em uma série
individual de modelos foi classificado de acordo com um dos seis estágios: 1) dente
decíduo; 2) dente extraído; 3) dente esfoliado; 4) permanente sucessor em erupção;
5) metade da coroa do permanente erupcionada e 6) dente permanente
completamente erupcionado. A diferença entre dois estágios consecutivos nas séries
das crianças também foi registrada. A análise estatística do espaço disponível no
segmento anterior foi realizada duas vezes. Primeiramente, foi avaliado o
desenvolvimento dos arcos dentais, nos lados direito e esquerdo, separadamente.
Depois, dados foram obtidos considerando o estágio de erupção de cada dente.
Observou-se que as curvas médias de espaçamento e apinhamento dos segmentos
dos incisivos, expressas como quantidades positivas ou negativas de espaço
disponível, respectivamente, mostraram uma alteração repentina durante a
esfoliação dos incisivos centrais e laterais, resultando em 1,6 mm de apinhamento
no arco inferior dos meninos e em 1,8 mm de apinhamento nas meninas. Foi
possível concluir que o nível de maturação dos dentes, isto é, formação e erupção,
fornece pistas decisivas para o diagnóstico e plano de tratamento, desde que se
defina a época de crescimento individual.
Revisão de literatura
8
Com o objetivo de fornecer informações sobre as condições oclusais ao
término da erupção completa dos dentes decíduos, Foster e Hamilton (1969)
realizaram um estudo com 100 crianças britânicas de 10 clínicas infantis, na faixa
etária de 2 anos e meio aos 3 anos, sendo 56 do sexo masculino e 44 do feminino.
Por meio de modelos de gesso, avaliaram espaçamento, oclusão dos molares,
relação entre os caninos, trespasse horizontal interincisivos, trespasse vertical
interincisivos, mordida cruzada e linha média. Constataram que a maioria dos arcos
dentais apresentava algum tipo de espaço e 33% tinham espaços entre todos os
incisivos superiores e inferiores. Por outro lado, 1% não apresentava nenhum tipo de
espaço. As localizações mais comuns de espaçamento foram à mesial do canino
decíduo superior (87%) e à distal do canino decíduo inferior (78%), os chamados
espaços primatas; mas quase tão freqüente foi o espaço distal para os caninos
decíduos superiores (76%) e mesial para os inferiores (65%).
van der Linden, em 1974, explicou que a morfogênese dos dentes, o
desenvolvimento da oclusão e o crescimento craniofacial são determinados por
diferentes mecanismos. Contudo, esses aspectos são inter-relacionados e interagem
de várias formas. Todos os três aspectos são relacionados ao fenômeno do
apinhamento dental. Antes da erupção dos dentes, o apinhamento é um fenômeno
fisiológico para as dentaduras decídua e permanente. Na dentadura decídua, o
crescimento das bases ósseas apicais é geralmente o suficiente para permitir o
alinhamento dos dentes, desde o momento da erupção. Na dentadura permanente,
existe freqüentemente uma discrepância entre o perímetro disponível no arco e o
espaço necessário para o alinhamento adequado dos dentes. Considerando que o
apinhamento é principalmente um problema da dentição permanente, esse autor
propôs a classificação em: primário, secundário e terciário. Apinhamento primário
Revisão de literatura
9
refere-se à discrepância entre o tamanho dos arcos dentais e as dimensões dos
dentes, que são principalmente determinados geneticamente. Apinhamento
secundário seria o causado por fatores ambientais. Já o apinhamento terciário
ocorre durante a adolescência e pós-adolescência, por causa do crescimento facial
tardio.
Ravn (1975), também com o objetivo de avaliar a oclusão na dentadura
decídua, utilizou 310 modelos de crianças de Copenhagem. Os modelos de gesso
foram obtidos durante o mês em que cada criança completava três anos de idade.
Os resultados demonstraram que a área mais comum de espaçamento no arco
superior coincidia com os espaços primatas, entre os incisivos laterais e caninos,
embora o espaçamento tivesse sido quase tão freqüente entre os caninos e os
primeiros molares. Espaçamento mediano não era tão comum, apesar de ter
ocorrido em 60% dos pacientes. Similarmente, o espaço mais freqüente na
mandíbula correspondia ao primata. O espaçamento era comum entre todos os
incisivos inferiores, embora a menor prevalência fosse entre os incisivos centrais.
Quase 4,5% das meninas e 2,7% dos meninos apresentavam contato entre todos os
dentes ou apinhamento na maxila; 27% dos meninos e 20,5% das meninas
demonstravam espaçamento entre todos os dentes na maxila. Na mandíbula, 4%
dos meninos e 6,3% das meninas apresentavam contato entre os dentes ou
apinhamento; 15% de ambos os sexos possuíam espaçamento entre todos os
dentes. Convém esclarecer que o espaçamento era avaliado por inspeção e
nenhuma tentativa de medir a magnitude de cada espaço foi empreendida.
Nyström (1981), visando acompanhar o espaçamento nos segmentos
anteriores e posteriores dos arcos dentais decíduos, avaliou modelos de gesso de
Revisão de literatura
10
91 crianças finlandesas (46 meninas e 45 meninos) dos 2 aos 6,5 anos de idade.
Seis das 91 crianças apresentavam espaçamento generalizado em ambos os arcos
dentais, em algum período da dentadura decídua. Arcos dentais superiores e
inferiores completamente espaçados foram observados em 24 e 14 crianças,
respectivamente. Arcos completamente espaçados foram diagnosticados mais
freqüentemente nos grupos mais jovens. Nenhuma criança tinha ambos os arcos
completamente fechados. Três crianças apresentavam arcos dentais superiores
completamente fechados e seis, arcos inferiores completamente fechados, em
algum estágio da dentadura decídua. No segmento anterior, o espaçamento foi mais
pronunciado na maxila do que na mandíbula. Apesar dos espaços individuais
demonstrarem alteração de largura, a soma média dos espaços anteriores
apresentou-se discretamente modificada. O espaçamento anterior tendeu a diminuir
com a idade, tanto na maxila quanto na mandíbula. Na maxila, as alterações nas
características de espaçamento anterior e as modificações na distância intercaninos
não foram associadas; enquanto que, na mandíbula, foi observada associação
altamente significativa. É interessante que, havia mais crianças que cessaram o
hábito de sucção não nutritivo durante o estudo no grupo em que o espaçamento
ânterior-superior diminuiu do que no grupo em que o espaçamento aumentou (12
crianças em 43 e 2 crianças em 25, respectivamente). Contudo, a diferença não foi
significante. Foi possível concluir que pequenas alterações no espaçamento
ocorreram durante o período da dentadura decídua. O espaçamento tendeu a
diminuir entre as idades de 3 e 6 anos, sendo a diminuição mais evidente na região
posterior do que no segmento anterior dos arcos dentais.
Em 1984, Joshi e Makhija realizaram um estudo transversal com o objetivo de
pesquisar as características de espaçamento em arcos dentais decíduos que
Revisão de literatura
11
apresentavam padrões de normalidade. Foram analisados modelos de gesso de 50
meninos e 50 meninas dos 3 aos 6 anos de idade, em Gujarat, Índia. Todas as
crianças apresentavam oclusão satisfatória e nenhuma havia sido submetida a
tratamento ortodôntico. As mensurações nos modelos foram executadas com a
utilização de um paquímetro. Dois tipos de arcos foram observados: (I) com
espaçamento e (II) sem espaçamento (87,5% eram do tipo I e 12,5% eram do tipo
II). Os arcos com espaçamento ocorreram mais freqüentemente do que os fechados
ou sem espaço. Os espaços primatas bilaterais não se apresentaram como
característica isolada, mas ocorreram quando outros espaços também estavam
presentes. A quantidade de espaçamento foi maior em meninos do que em meninas.
El-Nofely, Sadek e Soliman (1989) avaliaram a prevalência de espaços
interdentais, na dentadura decídua, em uma amostra de crianças egípcias. Para
tanto, examinaram 243 pré-escolares, 129 meninos e 114 meninas, com idades
entre 2,5 e 5,5 anos. Todos eram aparentemente saudáveis, apresentavam oclusão
clinicamente aceitável, ausência de lesões de cárie e não possuíam dentes
permanentes erupcionados. Os arcos Tipo I (sem espaços interdentais) eram mais
freqüentes na mandíbula do que na maxila, particularmente nas meninas (p < 0,01).
Arcos Tipo II (com espaçamento entre os incisivos, porém sem espaços primatas)
foram muito raros na maxila, entretanto, não incomuns na mandíbula. A prevalência
de arcos Tipo III, que apresentavam apenas os espaços primatas, variou entre
17,8% e 42,1%, sendo mais elevada para a maxila. A freqüência de arcos Tipo IV
(com espaços primatas e interdentais generalizados) foi maior em meninos (55,8%
na maxila e 55,01% na mandíbula) do que em meninas (48,2% na maxila e 41,2%
na mandíbula), constatando-se diferença significativa para o arco inferior (p < 0,05).
O espaçamento entre os dentes anteriores foi significativamente associado ao
Revisão de literatura
12
diâmetro mésio-distal das coroas e à distância intercaninos. Arcos largos e dentes
pequenos estariam relacionados à presença de espaços interdentais. As coroas
eram significativamente mais largas e os arcos dentais mais estreitos em crianças
sem espaços. Concluiu-se que o espaçamento anterior foi mais prevalente na maxila
do que na mandíbula e os espaços no arco inferior ocorreram mais freqüentemente
em meninos.
Kerosuo, em 1990, realizou um estudo com o objetivo de observar a variação
das características oclusais nas dentaduras decídua e mista, em grupos de crianças
da Tanzânia e da Finlândia, com relação à idade, ao sexo e aos hábitos de sucção.
A investigação foi conduzida em Dar es Salaam (Tanzânia) e Hyvinkaa (Finlândia).
As crianças da Tanzânia (n = 580) eram de cinco escolas de enfermagem e foram
selecionadas para representar os estágios sócio-econômicos alto e baixo. Duas
áreas sócio-econômicas altas e duas baixas foram selecionadas e todas as escolas
de enfermagem estavam localizadas nessas áreas. A média de idade dessas
crianças era de seis anos e um mês (variando de 3 a 8 anos). Crianças africanas
(melanodermas) compreenderam 83%, o restante consistiu de crianças de origens
asiática e árabe, 10% e 7%, respectivamente. As crianças finlandesas foram
selecionadas aleatoriamente a partir de todas as crianças de 3 a 7 anos de idade na
cidade de Hyvinkaa. Todas as crianças finlandesas eram de origem caucasiana, um
total de 575 foi examinado. As crianças melanodermas apresentaram uma taxa
significativamente menor de apinhamento em comparação às finlandesas. No grupo
de melanodermas, 10%, e no grupo asiático/árabe, 4% dos pais relataram que as
crianças possuíam hábito de sucção digital. Nas crianças finlandesas, o hábito de
sucção de chupeta era mais comum (77%) do que o hábito de sucção digital (6%).
Dentre essas crianças, 10% realizavam sucção digital e de chupeta. Foi possível
Revisão de literatura
13
observar que a prevalência de apinhamento na região anterior aumentou com a
idade em crianças finlandesas (3-4 anos – 5%; 5-6 anos – 16%) e melanodermas (3-
4 anos – 5%; 5-6 anos – 9%).
Em 1993, Rossato e Martins desenvolveram um estudo longitudinal para
investigar a prevalência dos arcos dentais decíduos com e sem espaçamento
anterior, bem como sua relação com a ausência, presença e severidade do
apinhamento ântero-inferior na dentadura permanente. Foram examinados modelos
de gesso do arco inferior de 78 jovens leucodermas, sendo 38 do sexo masculino e
40 do feminino, nas fases de dentaduras decídua e permanente. Somente os casos
que não apresentavam agenesia dental, lesões de cárie proximais extensas e perda
precoce foram incluídos na amostra. Conforme a estimativa do
espaçamento/apinhamento, realizada por meio da subtração do espaço presente
(perímetro anterior) em relação ao espaço requerido (somatória dos diâmetros
mésio-distais individuais dos incisivos e caninos), os arcos decíduos foram
classificados em: Tipo I – com valores positivos até 1,5 mm e Tipo II – com valores
inferiores a 1,5 mm. Os resultados evidenciaram uma alta prevalência dos arcos
decíduos com espaçamento (77%) em comparação ao Tipo II. Ao avaliar os
portadores de arco Tipo I, na dentadura permanente, verificou-se que 50% não
apresentavam apinhamento. Contudo, 10% demonstraram apinhamento severo. Em
se tratando do arco Tipo II, 78% apresentaram apinhamento (50% moderado e 28%
severo). Os autores alertaram para a impossibilidade de se predizer o apinhamento
a partir das características do arco decíduo.
Em 1994, Rossato e Martins avaliaram o comportamento de algumas
variáveis dimensionais e cefalométricas, da dentadura decídua à permanente,
Revisão de literatura
14
destacando especialmente as diferenças entre os portadores de arco decíduo com e
sem espaçamento anterior. Nessa pesquisa, foram utilizados não apenas modelos
de gesso do arco dental inferior, mas também telerradiografias em norma lateral de
78 leucodermas. Na dentadura permanente, a despeito do grupo com arco Tipo I
apresentar maior média de distância intercaninos, ocorreu significativa alteração
dimensional em portadores do arco Tipo II, com elevação desta medida. Ademais, os
indivíduos com arco Tipo II apresentaram maior aumento médio no perímetro
anterior do arco e menor diferença média na somatória dos diâmetros mésio-distais
dos dentes anteriores. Com base nas mensurações das grandezas cefalométricas
SN.GoGn e SNGn, constatou-se que os portadores de arco Tipo II demonstraram
tendência de crescimento mandibular moderadamente vertical. Já os portadores de
arco Tipo I, horizontal.
Bishara, Khadivi e Jakobsen, em 1995, realizaram um estudo longitudinal com
o propósito de determinar as alterações na relação do comprimento dos arcos e o
tamanho dos dentes, da dentadura decídua completa (média de idade = 4 anos) até
a época de erupção dos segundos molares permanentes (média de idade = 13,3
anos). Além disso, avaliaram se essas relações da dentadura permanente poderiam
ser observadas na dentadura decídua. Para tanto, foram analisados os dados de 27
meninas e 35 meninos norte-americanos, que tinham oclusão satisfatória na fase da
dentadura decídua, nenhuma desarmonia facial aparente, ausência de agenesias
dentais ou tratamento ortodôntico durante o período de estudo. O diâmetro mésio-
distal de todos os dentes decíduos e seus sucessores permanentes, assim como os
vários parâmetros de comprimento e largura do arco dental foram mensurados nas
dentaduras decídua e mista. Um total de 68 parâmetros foi mensurado e calculado.
A estatística descritiva, incluindo a média, o desvio-padrão, os valores mínimos e
Revisão de literatura
15
máximos, foi apresentada para as várias medidas. O teste t de Student foi aplicado
para determinar o quanto de diferenças significantes estava presente entre os lados
esquerdo e direito. Coeficientes de correlação (r) foram registrados entre os arcos
decíduo e permanente. Os resultados indicaram correlações entre as diversas
variáveis nas dentaduras decídua e permanente, mas a maioria dessas correlações
foi relativamente fraca (r < 0,7), com exceção dos incisivos, nos indivíduos do sexo
feminino. A percentagem dos casos corretamente classificados pelas equações de
previsão foi, no geral, relativamente baixa. Foi possível concluir que as alterações no
alinhamento dos dentes foram primeiramente resultado de uma diminuição do
espaço disponível nos arcos. As correlações entre os vários parâmetros dos arcos
decíduos e permanentes eram de uma magnitude que não permitiu uma alta
precisão das discrepâncias na dentadura permanente, a partir das medidas dentais
disponíveis na dentadura decídua.
Para investigar a prevalência de maloclusões na dentadura decídua de pré-
escolares em Nairobi – Quênia, Kabue, Moracha e Ng’ang’a (1995) avaliaram 221
crianças de origem africana, 115 meninos e 106 meninas, com média de idade de
4,4 anos (variando de 3 a 6 anos). Uma das características predominantes foi a
presença de espaços interdentais. O espaço mediano foi observado em 30% das
crianças. Em se tratando das características de espaçamento, os autores verificaram
as seguintes freqüências: espaçamento entre os incisivos superiores (69%), entre os
incisivos inferiores (62%) e espaços primatas (85%).
Otuyemi et al. (1997) também pesquisaram as relações oclusais e a presença
de espaçamento ou apinhamento na dentadura decídua, em 525 crianças nigerianas
com 3 a 4 anos de idade, sendo 294 meninos e 231 meninas. A maioria das crianças
Revisão de literatura
16
apresentava relacionamentos oclusais sagitais, verticais e transversais satisfatórios.
As localizações mais freqüentes de espaços interdentais foram à mesial dos caninos
superiores (60,9%) e à distal dos caninos inferiores (58,8%). Em 32% da amostra,
observou-se espaçamento anterior generalizado em ambos os arcos dentais
(superior e inferior). A percentagem para a maxila foi de 37,7% e para a mandíbula,
de 44%. Os autores verificaram que 24,4% e 26,3% das crianças apresentavam
contatos interproximais ou apinhamento na região anterior da maxila e da
mandíbula, respectivamente.
Alexander e Prabhu, em 1998, estudaram o perfil facial, as relações oclusais
e a presença de espaçamento ou apinhamento em uma população de crianças ao
sul da Índia. Para tanto, examinaram 1026 crianças dos 3 aos 4 anos de idade (649
meninas e 377 meninos), em ambulatórios e enfermarias escolares. O perfil do tipo
convexo foi o mais freqüente para meninas (56%) e meninos (62,5%). O plano
terminal reto foi a relação molar mais comumente observada em ambos os sexos
(68% e 66,5%, para meninas e meninos, respectivamente). Quanto ao espaçamento
nos dois arcos dentais decíduos, aproximadamente 76% possuíam espaços
interdentais e 3,1% eram portadores de arcos sem espaçamento. Constatou-se que
76,2% das meninas apresentavam espaçamento generalizado nos arcos superior e
inferior. A percentagem relativa aos meninos foi de 75,7%. Essa diferença não foi
estatisticamente significante.
Em escolas de Petrópolis – RJ, Soviero, Bastos e Souza (1999) realizaram
um estudo transversal com 400 crianças dos 2 aos 6 anos de idade, dentre elas, 207
eram do sexo feminino e 193 do masculino. Os arcos dentais decíduos foram
classificados de acordo com Baume (1950). O arco Tipo I foi o mais prevalente tanto
Revisão de literatura
17
superior (93,2%) como inferior (90,5%), sendo que o superior Tipo II foi mais
freqüente no sexo feminino (p < 0,01). A combinação de arcos Tipo I superior e
inferior foi a mais prevalente na amostra (87,2%). Os primatas foram os espaços
interdentais mais observados bilateralmente nos arcos superior (86,5%) e inferior
(78,5%). Houve um decréscimo significativo do número de crianças apresentando
espaços interdentais com o avanço da idade, para ambos os arcos, sugerindo uma
tendência ao fechamento dos espaços.
Melo, Ono e Takagi, em 2001, realizaram um estudo com o propósito de
avaliar os indicadores de apinhamento encontrados na dentadura decídua, que
podem levar a futuras manifestações de apinhamento na região anterior do arco
inferior, na dentadura mista. Para tanto, examinaram modelos de gesso dos arcos
dentais e cefalogramas laterais de 23 crianças japonesas na dentadura decídua
(média de idade: 5 anos) e na dentadura mista (média de idade: 9 anos), que não
haviam sido submetidas a tratamento ortodôntico. Esses pacientes não possuíam
dentes ausentes e as lesões de cárie eram limitadas às superfícies oclusais.
Pacientes de ambos os sexos foram analisados em conjunto. Os casos que
excediam 4,0 mm de falta de espaço total foram incluídos no grupo dos apinhados e
os que mostravam menos de 2,0 mm foram classificados como grupo normal. Os
modelos de gesso foram medidos em 18 pontos para se avaliar o tamanho dos
dentes e as dimensões do arco dental, utilizando-se um paquímetro digital. O teste t
de Student foi aplicado para o cálculo das diferenças entre as medidas médias.
Análise de discrepância foi aplicada posteriormente, para se pesquisar parâmetros
dentais ou craniofaciais que melhor discriminariam os dois grupos supracitados. O
tamanho de muitos dentes no grupo dos apinhados foi significativamente maior do
que os encontrados no grupo normal. A análise discriminante demonstrou que o
Revisão de literatura
18
tamanho mésio-distal do canino superior decíduo, o comprimento dos arcos e o
comprimento da base posterior do crânio foram discriminantes efetivos na separação
dos dois grupos. Em síntese, o grupo normal apresentou maiores valores relativos à
base anterior do crânio em comparação ao grupo apinhado, sendo que o inverso
ocorreu para a base posterior do crânio. O maior tamanho dos dentes decíduos foi
apontado como o principal indicador no desenvolvimento do apinhamento dental.
Contudo, os comprimentos dos arcos e as dimensões da base do crânio,
especialmente a posterior, na dentadura decídua, também devem ser considerados
como indicadores, na tentativa de prever o apinhamento dental na dentadura mista.
Em Bogotá – Colômbia, Thilander et al. (2001) estimaram a prevalência de
más oclusões em uma população de crianças e adolescentes, em termos de
diferentes graus de severidade em relação ao sexo e aos estágios específicos do
desenvolvimento dental, com a finalidade de avaliar a necessidade de tratamento
ortodôntico. Uma amostra de 4724 crianças dos 5 aos 17 anos de idade foi
selecionada aleatoriamente a partir de uma população que pertencia ao Serviço de
Saúde Bucal. Com base nos estágios dentais, as amostras foram agrupadas em:
dentadura decídua, mista jovem, mista tardia e permanente. Observaram que 88%
das amostras tinham algum tipo de anomalia, de suave a severa; metade delas
relatadas como anomalias oclusais, um terço como discrepâncias de espaço e um
quinto como anomalias dentais. Diferenças entre os sexos não foram claramente
notadas. O apinhamento em um ou mais segmentos foi a mais freqüente de todas as
anomalias registradas (52,1%), sendo comum em meninas. Com relação aos
diferentes estágios de desenvolvimento dental, o apinhamento gradualmente
aumentou da dentadura mista jovem até a permanente. Na maioria dos casos, o
apinhamento era generalizado. Em casos de apinhamento localizado, foi observado
Revisão de literatura
19
nas regiões anteriores, mais freqüentemente no arco inferior, ou nos segmentos
posteriores, associado com migrações mesiais dos primeiros molares permanentes.
Na maioria dos pacientes, o apinhamento era suave (1-3mm, 35%), enquanto que os
apinhamentos moderado e severo (> 4mm na região anterior ou nos segmentos
posteriores direito e esquerdo) foram registrados em 17,1% da amostra. A
prevalência de espaçamento foi de 25,9%. O espaço maxilar mediano (2 mm ou
mais; 7%) está incluído nesse valor. De acordo com esses autores, a maioria das
tendências oclusais que caracterizam a dentadura permanente foi detectável nos
estágios iniciais de avaliação, sugerindo que o desenvolvimento da oclusão é
contínuo. Conseqüentemente, uma questão surgirá: Quando começar o tratamento?
Tratamentos precoces ainda são controversos com relação à análise do custo
efetivo e benefícios funcionais e fisiológicos.
Silva-Filho et al., em 2002, estudaram a relação dente-osso (intra-arco) na
dentadura decídua normal, estimando a freqüência de arcos com espaços
interdentais, ausência de espaços e apinhamento. Para tanto, avaliaram 539
crianças (294 do sexo masculino e 245 do feminino), compreendendo a faixa etária
de 3 a 6 anos, no município de Bauru – SP. Na amostra estudada, prevaleceu o arco
dental com espaçamento (86,65% para a maxila e 79,96% para a mandíbula),
seguido pelo arco com ausência de espaços (12,62% e 13,56%, para maxila e
mandíbula, respectivamente). Apresentaram apinhamento 6,68% das crianças,
sendo que a prevalência foi de 0,73% para o arco superior e 6,48% para o arco
inferior. A freqüência de apinhamento em ambos os arcos foi de 0,56%.
Ainda em 2002, Thomaz et al. investigaram a prevalência das seguintes
condições na dentadura decídua: protrusão dos incisivos superiores, sobremordida
Revisão de literatura
20
profunda, perda prematura de elementos dentais e apinhamento. Foram avaliadas,
por inspeção visual, 989 crianças entre 2 e 5 anos de idade, selecionadas
aleatoriamente em creches nas cidades de Aracaju – SE, Bayeux – PB, João
Pessoa – PB e Recife – PE. Constatou-se que 556 crianças (56,22%) apresentavam
alguma dessas alterações e que a protrusão foi a mais prevalente (36,1%), seguida
por sobremordida profunda (16,7%), apinhamento (9,9%) e perda prematura de
dentes decíduos (2,9%). Não houve diferenças estatisticamente significativas entre
os sexos (p > 0,05). As prevalências de protrusão e sobremordida profunda
apresentaram-se significativamente reduzidas com o avanço da idade (p < 0,01),
enquanto que a perda prematura comportou-se de forma inversa (p < 0,01), sendo
que a maioria destas perdas ocorreu por trauma nos incisivos superiores. No que
concerne ao apinhamento, não foi observada diferença estatística entre os grupos
etários. Todavia, quanto à distribuição geográfica, nas cidades de Recife e Bayeux
ocorreram os maiores índices de apinhamento (p < 0,05). Tais resultados
evidenciaram um elevado número de crianças que, ainda na dentadura decídua, são
portadoras de más oclusões ou de condições que favorecem a instalação das
mesmas, fato que denota a importância da realização de medidas ortodônticas
educativas e preventivas.
Abu Alhaija e Qudeimat, em 2003, realizaram um estudo com o objetivo de
avaliar as dimensões dos arcos dentais e dos dentes, os relacionamentos oclusais e
a presença de espaçamento na dentadura decídua, em crianças jordanianas. Um
total de 1048 crianças (na faixa etária dos 2,5 aos 6 anos) foi selecionado
aleatoriamente de 10 pré-escolas em Irbid, Jordânia, e examinado para os
relacionamentos oclusais nos três planos espaciais. Modelos de estudo foram
obtidos de 87 crianças, dos 4 aos 5 anos de idade, selecionadas aleatoriamente (39
Revisão de literatura
21
meninas e 48 meninos). Medidas das dimensões dos dentes e dos arcos superior e
inferior foram realizadas com paquímetro digital. Médias e desvios-padrão para as
dimensões dos dentes/arcos foram calculados para cada sexo. O espaçamento
generalizado no segmento anterior foi observado em 61,8% das crianças, na maxila,
e em 61,1%, na mandíbula. Espaços primatas foram significativamente mais
prevalentes na maxila do que na mandíbula (69,6% versus 51,2%). Na maxila, a
prevalência de espaçamento generalizado foi maior em crianças dos 2,5 aos 4 anos
de idade (61,4%), em comparação ao grupo etário dos 5 aos 6 anos (62,2%). Para a
mandíbula, ocorreu situação oposta, observando-se as respectivas prevalências de
62,9% e 59,6%. Os espaços primatas demonstraram comportamentos similares aos
supramencionados, na maxila (68% e 70,8%, dos 2,5 aos 4 anos e dos 5 aos 6 anos
de idade, respectivamente) e na mandíbula dos 2,5 a 4 anos (55,7%), bem como
dos 5 aos 6 anos (47,8%). Ademais, considerando a soma das medidas médias dos
lados direito e esquerdo, os espaços primatas foram mais amplos em meninos (2,8
mm e 2,31 mm, nos arcos superior e inferior, respectivamente) do que em meninas
(1,93 mm e 1,47 mm, nos arcos superior e inferior, respectivamente). Contato
interproximal e apinhamento foi registrado em 38,2% para o arco superior e 21,6%
para o inferior. Esse estudo também indicou que o espaçamento anterior
generalizado é um achado comum na dentadura decídua.
Com a finalidade de avaliar a prevalência das características normais da
oclusão decídua, Carvalho e Valença (2004) examinaram 774 crianças de ambos os
sexos, na faixa etária dos 2 aos 6 anos, matriculadas em creches públicas de João
Pessoa – PB. Dessas crianças, 223 atendiam aos critérios de inclusão
estabelecidos, sendo que 55,6% (n = 124) pertenciam ao sexo masculino e 44,4% (n
= 99), ao feminino. Os motivos de exclusão foram: a presença de mordida aberta
Revisão de literatura
22
anterior, mordida cruzada anterior e/ou posterior, cáries proximais visíveis
clinicamente, restaurações envolvendo superfícies proximais, ausência de dente
decíduo ou, ainda, alteração de número, tamanho, forma e estrutura dos dentes
decíduos e desvios de erupção. As crianças incluídas na pesquisa foram divididas
em dois grupos segundo a faixa etária: de 2 a 4 anos incompletos (n = 125; 56%) e o
outro de 4 a 6 anos completos (n = 98; 44%). Para a determinação da característica
do tipo de arco dental (Tipo I ou II), espaço primata (presente ou ausente) e relação
terminal dos segundos molares decíduos (plano reto, degrau mesial para a
mandíbula ou degrau distal para a mandíbula) foram seguidos os critérios descritos
por Baume (1950). Os dados foram submetidos à análise estatística por meio do
teste não paramétrico Qui-Quadrado (p < 0,05). Observaram que, na maxila e na
mandíbula, respectivamente, 65,9% e 64,9% das crianças apresentavam arco Tipo II
(p > 0,05). No arco superior, os espaços primatas estavam presentes em 83,9% das
crianças para ambos os hemi-arcos e, na mandíbula, tal característica foi registrada
em 51,6% (p < 0,01). Constatou-se uma freqüência significativamente reduzida de
espaços primatas, em ambos os hemi-arcos, para a faixa etária de 4 a 6 anos (p <
0,05). Não houve diferenças significantes para as variáveis tipo de arco, espaço
primata e relação terminal dos segundos molares, ao considerar-se o sexo; bem
como para relação terminal e tipo de arco nas comparações por grupo etário (p >
0,05). Concluiu-se que o tipo de arco mais prevalente foi o II, havendo um número
expressivo de crianças que não apresentavam espaço primata no arco inferior, o que
aponta uma maior probabilidade de desarmonias oclusais na mandíbula.
Em sua pesquisa, Dinelli, Martins e Pinto (2004) realizaram exame clínico e
moldagem em 235 crianças na faixa etária dos 3 aos 5 anos, pertencentes às pré-
escolas da Prefeitura Municipal de Araraquara – SP. Após o intervalo de um ano, as
Revisão de literatura
23
mesmas crianças foram moldadas novamente, a fim de verificar se houve alterações
nas dimensões dos arcos dentais decíduos. Por meio de um dispositivo digitalizador
tridimensional, foram realizadas medições nos modelos de gesso, nos momentos
inicial (primeira moldagem) e final (moldagem após um ano). Foram avaliadas
medidas referentes às distâncias intermolares e intercaninos, bem como perímetro,
comprimento de arco e espaços primatas. Consideraram-se ainda o dimorfismo
sexual, o tipo de arco e a influência dos hábitos de sucção não nutritivos. As
dimensões transversais sofreram aumento significativo. O perímetro do arco inferior
também demonstrou aumento significante, enquanto que o perímetro do arco
superior, o comprimento e os espaços primatas permaneceram constantes. A
distância inter-segundos molares superiores apresentou dimorfismo sexual, com
dimensões maiores para o sexo feminino. Para as medidas de perímetro,
comprimento e espaços primatas não ocorreram diferenças significativas em relação
ao sexo. O comprimento não diferiu nos arcos decíduos Tipo I e Tipo II de Baume
(1950). Por outro lado, o diâmetro dos arcos Tipo I foi maior em comparação ao Tipo
II. Os hábitos de sucção de dedo e chupeta não provocaram alterações
dimensionais nos arcos decíduos durante o período analisado, de um ano.
Ainda em 2004, Ovsenik, Farčnik e Verdenik realizaram um estudo com o
propósito de avaliar a confiabilidade das medidas intrabucais que computam uma
taxa de má oclusão, para determinar a severidade da mesma na dentadura mista. A
pesquisa fez parte de um estudo longitudinal na Eslovênia, sendo iniciada com uma
amostra de 530 crianças aos 3 anos de idade. Com 8 anos de idade (média = 8,5,
desvio-padrão = 0,2), um total de 101 crianças (44 meninos e 57 meninas) foram
aleatoriamente selecionadas para um estudo transversal. A avaliação intra-arco
envolveu as mensurações do apinhamento e rotação dos incisivos, bem como da
Revisão de literatura
24
inclinação axial dos dentes, por um único examinador. A estatística Kappa (k) foi
utilizada para analisar a concordância entre as medidas individuais intrabucais e as
dos modelos de estudo. Concordância moderada foi encontrada para o apinhamento
dos incisivos superiores e inferiores e para a inclinação axial dos dentes e rotação
dos incisivos. Interferências sistemáticas foram observadas para rotação e
apinhamento dos incisivos no arco inferior, que tenderam a apresentar menores
valores ao exame intrabucal. Foi possível concluir que o grau de severidade da má
oclusão, definido por um resultado total composto por todos os sinais morfológicos
avaliados, mostrou concordância quase perfeita e muito pouca interferência entre os
métodos intrabucais e modelos de estudo. O diagnóstico de má oclusão com base
em medidas intrabucais é um método confiável, assim como os registros de
modelos, e, portanto, sugerido como de escolha para ser empregado em estudos
epidemiológicos.
Considerando a importância da análise da dentadura decídua para guiar a
oclusão permanente e os tratamentos ortodônticos preventivo e interceptativo,
Kuswandari e Nishino (2004) coletaram dados normativos dos diâmetros mésio-
distais das coroas dos dentes decíduos de crianças indonésias javanesas. Foram
incluídos no estudo 297 pré-escolares, 160 meninos e 137 meninas, com idades
entre 3,25-6,58 anos (média 5,21 ± 0,65), selecionados de 38 pré-escolas em
Yogyakarta, Indonésia. Todas as crianças apresentavam oclusão aceitável. Modelos
de gesso dos arcos superior e inferior foram obtidos e o diâmetro mésio-distal das
coroas dentais era medido por paquímetro, inserido pela face vestibular, paralelo ao
longo eixo do dente, nos pontos de contato. Os resultados indicaram que a
magnitude de assimetria entre os lados direito e esquerdo era maior nos dentes
distais de um grupo (por exemplo, maior no incisivo lateral do que no central), sendo
Revisão de literatura
25
também maior nos meninos (CV = 5,7%) do que nas meninas (CV = 5,35%). Os
diâmetros mésio-distais das coroas dentais apresentaram-se consistentemente
maiores em meninos, contudo, a estabilidade destas medidas era menor em
comparação às meninas. Dimorfismo sexual significativo foi observado para o
incisivo lateral (p < 0,05) e o primeiro molar (p < 0,01) superiores, bem como para o
canino (p < 0,01), o primeiro (p < 0,01) e o segundo (p < 0,01) molares inferiores.
Comparados a outras populações étnicas, os indonésios javaneses se
assemelharam aos chineses de Hong Kong e aborígines australianos.
Caglar et al. (2005) avaliaram 47 meninas do Brasil, 55 do Japão, 57 do
México, 58 da Noruega, 54 da Suécia, 59 da Turquia e 55 norte-americanas, aos 3
anos de idade, com a finalidade de relacionar o tipo de amamentação, o
desenvolvimento de hábitos de sucção não nutritivos e a presença de más oclusões.
Os resultados revelaram uma alta prevalência de amamentação em todas as
amostras, com durações de 3 a 13 meses. A utilização de mamadeira também foi
algo comum, pois quase todas as meninas fizeram uso da mesma até os 3 anos de
idade, com freqüências diárias diversificadas. A prevalência de sucção digital variou
de 2% a 55%, com reduzida freqüência em meninas norte-americanas. Por outro
lado, a prevalência da sucção de chupeta variou de 0% a 82%, merecendo destaque
as meninas japonesas, que não exibiram este hábito. A prevalência de oclusão
normal variou de 38% a 98%, observando-se grande diferença quanto aos números
relativos às diversas más oclusões em diferentes países.
Ferreira et al., em 2005, desenvolveram um estudo transversal com o objetivo
de determinar a prevalência das características relativas ao espaçamento anterior na
dentadura decídua, associando as variantes oclusais aos fatores idade e sexo. A
Revisão de literatura
26
amostra foi constituída por 388 crianças de ambos os sexos, na faixa etária dos 3
aos 6 anos, regularmente matriculadas em três pré-escolas de São Paulo – SP. O
espaçamento interdental, nos arcos superior e inferior, foi classificado em quatro
categorias: ausente, somente os espaços primatas, generalizado e apinhamento. A
presença de espaços generalizados foi a característica mais prevalente nos arcos
superior e inferior (60,31% e 58,25%, respectivamente). A freqüência de crianças
que possuíam somente os espaços primatas bilaterais no arco superior foi maior em
relação ao inferior (21,91% versus 10,82%). A prevalência de arcos com ausência de
espaços interdentais, porém sem apinhamento, foi de aproximadamente 15% na
amostra. O apinhamento foi mais freqüente no arco inferior do que no superior
(14,69% versus 2,06%). Para o arco inferior, a prevalência de apinhamento foi
significativamente maior nas crianças com 6 anos, em comparação às de 3-4 anos e
5 anos de idade (p < 0,001). O dimorfismo sexual não foi demonstrado.
Thomaz e Valença (2005) averiguaram a prevalência de más oclusões em
pré-escolares, levando em conta os fatores associados a essas condições. Para
tanto, examinaram 1056 crianças de ambos os sexos, na faixa etária dos 3 aos 6
anos, com dentadura decídua completa, matriculadas em pré-escolas da rede
pública municipal de ensino da cidade de São Luís – MA. Aplicou-se aos
pais/responsáveis um questionário para a coleta de informações relativas ao estado
de saúde geral da criança, hábitos dietéticos, hábitos bucais deletérios e indicadores
socioeconômicos. O exame de oclusão dental consistiu em inspeção visual sob
iluminação natural, com o auxílio de espátulas de madeira descartáveis e sonda
milimetrada CPI/OMS. Foram avaliadas a presença/ausência de sobressaliência
aumentada, mordida aberta anterior, mordida cruzada, apinhamento dental anterior
e a sobremordida em relação cêntrica. Os dados obtidos foram submetidos ao teste
Revisão de literatura
27
Qui-Quadrado e à análise de regressão logística univariada. Evidenciou-se uma
prevalência de 71,4% (n = 754) de má oclusão, com os maiores índices para a
sobressaliência aumentada (27,3%; n = 288), seguida de apinhamento (21,6%; n =
228) e mordida cruzada (20,83%; n = 220). Houve associação estatisticamente
significativa entre má oclusão, sexo (p = 0,045; OR = 1,319579) e local das pré-
escolas (p = 0,000; OR = 0,5978378), sendo mais comum em crianças do sexo
feminino e da zona urbana. No que concerne ao apinhamento, constataram a
chance 1,5 menor de crianças da zona rural apresentarem esse desvio em relação
àquelas provenientes da zona urbana.
Com a finalidade de avaliar as variações na largura dos arcos dentais em
relação aos hábitos de sucção, Aznar et al. (2006) examinaram pré-escolares de três
instituições selecionadas aleatoriamente, de seis Distritos Municipais de Saúde, uma
de cada nível sócioeconômico (alto, médio e baixo), em Sevilha, Espanha. A
amostra consistiu de 1297 crianças (719 meninas e 578 meninos), na faixa etária
dos 3 aos 6 anos (média de 4,7 ± 0,7 anos). Devido à grande amostra, os arcos
dentais foram mensurados diretamente por paquímetros de pontas finas. As medidas
pesquisadas foram: distância intercaninos e distância intermolares. Os resultados
mostraram que das 1297 crianças examinadas, 82% (n = 1063) tinham histórico de
sucção de chupeta ou ainda usavam-na. Estas crianças apresentaram reduções
significativas das distâncias intercaninos (p = 0,003) e intermolares (p = 0,038). O
tipo de chupeta utilizada por 53% (n = 693) da amostra era a comum e 29% (n =
370) usavam a ortodôntica. A distância intercaninos do arco superior era menor (p =
0,003) nas crianças que utilizavam chupeta comum. Foi possível concluir que, na
maioria dos casos, o hábito de sucção de chupeta leva a um estreitamento do arco
superior, particularmente na região de caninos. Já o hábito de sucção digital, com
Revisão de literatura
28
períodos elevados de duração, esteve associado ao aumento na distância
intermolares inferiores. A respiração bucal foi relacionada a uma redução na largura
de ambos os arcos, sendo mais significante para a distância intercaninos superiores.
Novamente, em 2006, Bishara e Jakobsen analisaram a extensão das
variações individuais nas alterações de tamanho dos dentes superiores e inferiores
em relação ao comprimento dos arcos (TSALR – tooth-size/arch-length relationship),
entre a fase de dentadura decídua completa (média de idade = 4 anos) e a época de
erupção dos segundos molares permanentes (média de idade = 13,3 anos). Para
tanto, examinaram dados de 32 meninos e 27 meninas participantes do Estudo
Longitudinal de Crescimento, em Iowa, EUA. Foram mensurados os seguintes
parâmetros: comprimento dos arcos superior e inferior, nos lados direito e esquerdo;
tamanhos mésio-distais dos dentes decíduos superiores e inferiores, assim como os
dos seus dentes sucessores. Do total de 59 indivíduos observados em uma base
longitudinal, 29 (49%) mantiveram seus relacionamentos de tamanho do
dente/comprimento do arco nas duas dentições, enquanto que 30 (51%) alteraram
tanto para uma relação mais favorável quanto menos favorável na dentadura
permanente. Esses resultados confirmaram e explicaram achados prévios que
indicaram a presença de correlações entre o tamanho mésio-distal dos dentes
decíduos e de seus sucessores permanentes, assim como no que tange ao espaço
disponível no arco, em ambas dentaduras. Contudo, essas correlações são
relativamente baixas e não clinicamente úteis para se predizer valores. O clínico
ficaria, então, incapacitado para determinar a presença ou ausência de apinhamento
futuro a partir das informações disponíveis na dentadura decídua. Em caso de
apinhamento na dentadura decídua, a intervenção deveria ser prorrogada até a
dentadura mista, por exemplo, após a erupção dos incisivos permanentes.
Revisão de literatura
29
Visando analisar a relação entre formato dos dentes e apinhamento na
dentadura permanente, Imai et al. (2006) avaliaram modelos de gesso de 40
pacientes japoneses, em intervalos de 2 meses, durante aproximadamente um
período de 18 anos, começando aos 3 anos de idade. Os resultados mostraram que
as larguras mésio-distais médias dos incisivos centrais e laterais foram
significativamente maiores no grupo com apinhamento (p < 0,01) e a diferença
média foi de 0,28 mm para o incisivo central e 0,31 mm para o lateral. A medida
vestíbulo-lingual do incisivo central foi significativamente maior no grupo com
apinhamento (p < 0,05). Embora não tenha ocorrido diferença significante, o incisivo
lateral era maior no grupo com apinhamento. A diferença média era de 0,28 mm
para o incisivo central e 0,20 mm para o incisivo lateral. O aumento da distância
intercaninos foi maior no grupo com apinhamento, apesar de não ter sido
significante. A diferença média foi de 0,63 mm. Os autores sugeriram que não existe
relação clara entre o formato e o arranjo dos incisivos inferiores.
Com a finalidade de promover a comparação das características oclusais
ântero-posteriores e do espaçamento interdental na dentadura decídua, Onyeaso
(2006) avaliou 269 crianças de 3,5 anos de idade – 125 (46,5%) do sexo masculino
e 144 (53,5%) do feminino, dos 3 maiores grupos étnicos da Nigéria (Yoruba, Ibo e
Hausa). Foram visitadas 8 pré-escolas selecionadas aleatoriamente em Ibadan e
cidades dos Lagos na Nigéria. Os critérios de Foster e Hamilton (1969) foram
utilizados para avaliação oclusal, que incluiu as relações de molares e caninos, bem
como o espaçamento. Os resultados demonstraram que o espaçamento
interincisivos foi mais freqüente entre as crianças da etnia Ibo (48,4%) e menos
diagnosticado na Hausa (19,8%). As diferenças observadas no espaçamento entre
os grupos étnicos foram estatisticamente significantes (p < 0,001). A distribuição de
Revisão de literatura
30
espaços primatas bilaterais de acordo com os grupos étnicos apresentou diferenças
significativas para o arco inferior, sendo mais prevalente no Ibo (49,4%) do que no
Hausa (21,3%) e no Yoruba (29,3%), p < 0,001. A ausência de espaços nos arcos
dentais foi mais freqüente no grupo Yoruba (42,1%) do que nos grupos Ibo (21,1%)
e Hausa (36,8%). Foi possível concluir que, apesar de nenhuma diferença étnica ter
sido evidenciada para as relações de molar, diferenças altamente significativas
foram reveladas quanto às características de espaçamento. Os espaços interdentais
foram mais prevalentes em crianças da etnia Ibo.
Em 2007, Anderson desenvolveu uma pesquisa objetivando determinar as
dimensões do arco dental (largura, comprimento, perímetro e quantidade de espaço
interdental) em crianças afro-americanas, na dentadura decídua. Ademais,
comparou as dimensões de arco estabelecidas para estas crianças em relação às
crianças americanas de ascendência européia. Para tanto, foram examinados
modelos de gesso de 217 crianças afro-americanas (110 meninos e 107 meninas).
Os parâmetros eram medidos e comparados com valores-padrão históricos de
crianças americanas com ascendência européia. Nas crianças afro-americanas, a
quantidade total de espaços interdentais em meninos e meninas foi
aproximadamente igual, mas as diferenças entre os sexos foram observadas no
modelo de distribuição dos espaços. Meninas apresentaram quantidades de espaço
entre os incisivos centrais superiores decíduos significativamente maiores (p =
0,017). Os meninos mostraram freqüências significativamente mais elevadas de
espaço à mesial (p = 0,041) e à distal (p = 0,006) dos caninos superiores, bem como
à distal dos caninos inferiores (p = 0,001). A maioria de ambos os sexos (99,1% dos
meninos e 96,3% das meninas) apresentou um espaço primata, localizado
mesialmente ao canino na maxila e distalmente ao canino na mandíbula. Os
Revisão de literatura
31
meninos apresentaram espaços primatas significativamente maiores do que as
meninas em ambos os arcos dentais. A ausência de espaços interdentais foi
observada em 3,7% das meninas e 0,9% dos meninos, quase que exclusivamente
no arco inferior. O apinhamento dental foi observado em somente duas das 217
crianças (0,9%), no arco inferior. A quantidade total de espaçamento interdental é
aproximadamente igual nos meninos e nas meninas afro-americanas, mas houve
significante dimorfismo sexual especificamente localizado. Os meninos
apresentaram maiores espaços primatas e as meninas, maior espaço mediano
superior. As dimensões de arco dental pesquisadas foram significativamente
maiores em afro-americanos do que nas crianças americanas com ascendência
européia.
3 PROPOSIÇÃO
33
3 PROPOSIÇÃO
Com base na revisão de literatura, evidencia-se uma escassez de trabalhos
relacionados à avaliação das características do espaçamento interdental anterior, na
dentadura decídua, em nipo-brasileiros. Ademais, embora uma possível relação de
causa-efeito entre hábitos de sucção não nutritivos e aumento de espaços
interdentais na região anterior tenha sido sugerida, poucos estudos testaram a
associação entre estes dois fatores. Desse modo, esta pesquisa teve como
objetivos:
Avaliar a prevalência das características do espaçamento interdental anterior na
dentadura decídua, em nipo-brasileiros e leucodermas brasileiros;
Analisar a associação entre as características oclusais pesquisadas e os hábitos
de sucção não nutritivos.
4 MATERIAL E MÉTODOS
35
4 MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo epidemiológico transversal não controlado foi desenvolvido em
conformidade com as normas e os preceitos adotados pela Comissão de Ética em
Pesquisa da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, tendo sido aprovado sob
o protocolo n. 13259823, em 23 de maio de 2007 (ANEXO).
4.1 Seleção das amostras pré-existentes
Esta investigação científica foi realizada por meio da análise de dados
previamente coletados em outras pesquisas desenvolvidas pela equipe do
Departamento de Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID,
inclusive já aprovadas por Comissão de Ética em Pesquisa. As informações sobre as
amostras de nipo-brasileiros e leucodermas brasileiros foram obtidas em fichas
clínicas e questionários epidemiológicos que fazem parte do acervo do Programa de
Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID. No
entanto, convém salientar que embora as informações pesquisadas tenham sido
coletadas anteriormente, ainda não foram avaliadas com o enfoque proposto.
4.1.1 Nipo-brasileiros
A amostra de nipo-brasileiros compreendeu um total de 405 crianças de
ambos os sexos (203 do sexo feminino e 202 do sexo masculino), na faixa etária dos
2 aos 6 anos, saudáveis e regularmente matriculadas em 36 escolas de educação
infantil, públicas e privadas, de diversas cidades do estado de São Paulo – Arujá,
Bastos, Botucatu, Campinas, Ibiúna, Marília, Mogi das Cruzes, São Paulo e Suzano.
Material e métodos
36
Ressalta-se que esta amostra foi avaliada em dois estudos prévios (ITO, 2006;
SATO, 2006).
As crianças eram consideradas nipo-brasileiras se fossem nascidas no Brasil
e apresentassem, no mínimo, 50% de ascendência japonesa direta, isto é, deveriam
possuir, pelo menos, um dos pais, dois avós, ou quatro bisavós, maternos ou
paternos, nascidos no Japão. Para a verificação da ascendência das crianças, as
pesquisas supracitadas desenvolveram um levantamento genealógico, averiguando
as nacionalidades de seus pais, avós e bisavós.
A amostra total de nipo-brasileiros apresenta relativa paridade quanto ao fator
sexo. Entretanto, com base na distribuição da amostra por idade cronológica (Tabela
4.1), verificam-se freqüências mais elevadas de meninos na maioria das idades, à
exceção de 5 anos. Em adição, constatou-se freqüências muito baixas de crianças
em idade extremas, aos 2 anos (n = 38) e aos 6 anos (n = 31).
Tabela 4.1 – Distribuição da amostra de nipo-brasileiros segundo a idade cronológica e o sexo.
Idade
2 anos 3 anos 4 anos 5 anos
6 anos
Sexo
n % n % n % n % n %
Masculino 21 55,3 49 50,5 69 56,6 47 40,2 16 51,6
Feminino 17 44,7 48 49,5 53 43,4 70 59,8 15 48,4
Total 38 100,0 97 100,0 122 100,0 117 100,0 31 100,0
Considerando a baixa freqüência de crianças com 2 e 6 anos de idade, a
amostra de nipo-brasileiros foi subdividida em dois grupos etários: 2-4 anos (n =
257) e 5-6 anos (n = 148). Esta subdivisão também propiciou uma análise
comparativa da prevalência das características oclusais avaliadas em dois períodos
da dentadura decídua.
Material e métodos
37
4.1.2 Leucodermas
A amostra de 510 leucodermas brasileiros presumivelmente saudáveis, de
ambos os sexos (265 do feminino e 245 do masculino), na faixa etária dos 2 aos 6
anos, foi selecionada de um total de 1377 crianças provenientes de seis Escolas
Municipais de Educação Infantil (EMEI) e cinco creches localizadas na zona leste da
cidade de São Paulo – SP (ROMERO, 2007). As instituições de ensino infantil
participantes foram selecionadas aleatoriamente, sendo que a zona leste da cidade
de São Paulo foi área preferencial pela proximidade em relação à Universidade
Cidade de São Paulo – UNICID e ao local de trabalho dos pesquisadores que
realizaram os exames clínicos.
Das 1377 crianças, verificou-se a preponderância de dois grandes grupos
étnicos, o de brancos (44,6%) e o de pardos (48,9%). Esta constatação no que se
refere às crianças pardas denota a miscigenação racial. Tendo em vista que um dos
objetivos do presente estudo foi avaliar as diferenças entre grupos étnicos para as
características oclusais pesquisadas, foi importante escolher um grupo étnico com
um número expressivo de participantes, ou o mais próximo possível daquele de
nipo-brasileiros, e que apresentasse menor miscigenação. A classificação racial de
leucoderma foi determinada com base na observação da cor da pele (branca). Esta
classificação também foi utilizada por Ferreira (2005), Ito (2006), Sato (2006),
Romero (2007).
A amostra total de leucodermas brasileiros apresenta um maior percentual de
meninas (52%). A partir da avaliação da Tabela 4.2, verifica-se que esta amostra é
bastante heterogênea quanto ao sexo nas diferentes idades cronológicas. Há
ausência de meninos com 2 anos de idade e predomínio dos mesmos com 3 anos
Material e métodos
38
(56,1%) e 6 anos (56,4%). Pelos motivos citados no item 4.1.1, a amostra de
leucodermas também foi subdividida em dois grupos etários: 2-4 anos (n = 240) e 5-
6 anos (n = 270).
Tabela 4.2 – Distribuição da amostra de leucodermas segundo a idade cronológica e o sexo.
Idade
2 anos 3 anos 4 anos 5 anos
6 anos
Sexo
n % n % n % n % n %
Masculino 0 0 32 56,1 84 46,9 85 44,3 44 56,4
Feminino 4 100,0 25 43,9 95 53,1 107 55,7 34 43,6
Total 4 100,0 57 100,0 179 100,0 192 100,0 78 100,0
4.2 Pesquisa sobre hábitos de sucção não nutritivos
As informações acerca de características relativas à saúde geral das crianças
e do histórico de hábitos de sucção não nutritivos, especificamente uso de chupeta e
sucção digital, foram investigadas nos questionários respondidos pelos
pais/responsáveis, conforme o modelo do APÊNDICE A.
4.3 Avaliação das características oclusais
Na amostra de nipo-brasileiros, os exames clínicos foram realizados por dois
cirurgiões-dentistas. As crianças leucodermas foram selecionadas em uma amostra
avaliada por outros três cirurgiões-dentistas. É importante frisar que os cinco
profissionais envolvidos nesses estudos epidemiológicos foram devidamente
calibrados.
Previamente ao início da fase de exame clínico, foi desenvolvido um
treinamento para a calibração dos examinadores. A calibração incluiu o exame de
oclusão em 24 crianças, por duas vezes, com um intervalo de 15 dias entre as
Material e métodos
39
avaliações. Este procedimento foi efetuado com pré-escolares de uma das EMEI
estudadas, em ambiente escolar, para a simulação do levantamento epidemiológico.
A calibração teve como finalidades esclarecer as principais dúvidas em relação aos
dados clínicos analisados e padronizar o método de avaliação e anotação das
informações referentes a cada indivíduo. Os dados obtidos a partir da calibração
foram submetidos a dois tratamentos estatísticos para análise da reprodutibilidade
dos exames. O grau de concordância intra-examinador foi analisado por meio da
estatística Kappa. Em adição, foram aplicados testes de correlação de Spearman
para avaliar a consistência dos diagnósticos realizados pelos cinco examinadores,
analisados dois a dois, durante os exames clínicos.
O indicador Kappa (κ) informa a proporção de concordâncias além da
esperada pelo acaso e varia de -1 a 1. Menos 1 significa completo desacordo e 1,
exato acordo nas interpretações. Zero indica o mesmo que leituras feitas ao acaso.
Em síntese, as escalas do índice κ estimam que os valores abaixo de 0,41 indicam
concordância fraca. Entre 0,41 e 0,60, a concordância é regular, e, entre 0,61 e 0,80,
é boa. Acima de 0,81, a concordância é ótima. Vale salientar que uma baixa
freqüência das características estudadas e a dificuldade no diagnóstico associam-se
a baixos níveis de reprodutibilidade, ou seja, índices κ iguais ou inferiores a 0,40.
A partir da análise intra-examinador, foram calculados índices κ de 0,76 a
1,00 para os cinco cirurgiões-dentistas, ao avaliarem todas as características
oclusais em estudo, indicando concordância de boa a ótima entre os dados
observados na primeira e na segunda etapa de exames clínicos.
Os testes de Spearman fornecem coeficientes de correlação (Rs) que variam
entre -1 e 1. As correlações são positivas se as variáveis progridem juntas e
Material e métodos
40
negativas, quando uma variável progride e a outra regride. Correlações próximas a 1
ou -1 surgem quando a relação entre as variáveis é praticamente linear. Coeficientes
próximos a zero indicam fraca correlação entre as variáveis. Coeficientes
estatisticamente aceitáveis como fortemente positivos são maiores ou iguais a 0,70.
Foram obtidos coeficientes Rs superiores 0,90 para cada dupla de examinadores,
considerando todas as características oclusais avaliadas, o que denota
homogeneidade nos diagnósticos realizados.
As crianças foram examinadas no próprio ambiente escolar, estando
comodamente sentadas e direcionadas para uma fonte de luz artificial. Durante a
inspeção visual dos arcos dentais, os examinadores utilizavam espátulas de madeira
descartáveis para afastar os tecidos moles bucais e solicitavam que a criança
realizasse máxima intercuspidação habitual (MIH) e abertura máxima. As
características oclusais eram registradas em fichas clínicas (APÊNDICE B). Os
arcos dentais superior e inferior foram classificados separadamente em quatro
categorias, de acordo com as características de espaçamento interdental no
segmento anterior (FERREIRA et al., 2005):
Espaçamento generalizado: os dentes que compõem o segmento anterior
apresentavam espaços interdentais generalizados, incluindo os espaços
primatas, bilateralmente. Em caso de dúvida, o examinador considerava que os
arcos superior e inferior deveriam apresentar, no mínimo, 4 e 6 espaços,
respectivamente, para serem classificados nessa categoria.
Somente espaços primatas: esses arcos apresentavam espaços visivelmente
perceptíveis e bilaterais entre os incisivos laterais e caninos decíduos superiores,
bem como entre os caninos e primeiros molares decíduos inferiores;
Material e métodos
41
Ausência de espaçamento: os dentes que compõem o segmento anterior
apresentavam contatos interproximais. Nesses arcos, verificava-se ausência dos
espaços interincisivos e primatas, bilateralmente;
Apinhamento: além da ausência de espaços interdentais, um ou mais dentes
decíduos encontravam-se desviados para vestibular e/ou lingual em relação aos
respectivos processos alveolares.
Considerando a opinião de alguns autores (BAUME, 1950; EL-NOFELY;
SADEK; SOLIMAN, 1989), que reconhecem os espaços interdentais na dentadura
decídua como características relacionadas a traços congênitos, bem como a
observação de Zadik, Stern e Litner (1977) quanto à associação entre espaçamento
anterior e hábitos de sucção não nutritivos, sugere-se que estes hábitos deletérios
provavelmente estariam associados à ampliação dos espaços. Desse modo, seria
importante avaliar outra característica oclusal que fosse relacionada aos hábitos de
sucção não nutritivos e ampliasse o espaço disponível no segmento anterior do arco
dental. A alteração oclusal mais freqüente e que, possivelmente, esteja associada ao
espaçamento anterior no arco superior seria a sobressaliência aumentada. Diversos
pesquisadores apontaram a elevada prevalência desta alteração oclusal em crianças
com hábitos de sucção não nutritivos (ADAIR et al., 1995; BISHARA et al.; 2006;
ITO, 2006; SERRA-NEGRA; PORDEUS; ROCHA JR., 1997; WARREN et al., 2001).
A sobressaliência, também denominada trespasse horizontal interincisivos,
correspondeu à distância em milímetros entre a superfície vestibular dos incisivos
centrais inferiores e as bordas incisais dos incisivos centrais superiores, com os
dentes em posição de MIH. A medida foi quantificada utilizando-se uma régua
milimetrada (Morelli
®
, Sorocaba, SP) paralela ao plano oclusal.
Material e métodos
42
Com base nestas medições, a sobressaliência foi classificada da seguinte
maneira (FIGURA 4.1):
Negativa (mordida cruzada anterior): os incisivos centrais decíduos inferiores
localizam-se em uma posição vestibular aos incisivos centrais decíduos
superiores, caracterizando o trespasse horizontal negativo;
Nula: a distância horizontal entre as bordas incisais superiores e inferiores
equivale a zero;
Normal: a distância horizontal entre as bordas incisais superiores e inferiores não
excede 2 mm;
Aumentada: distância horizontal entre as bordas incisais superiores e inferiores
maior do que 2 mm.
Negativa Nula Normal Aumentada
Figura 4.1 - Tipos de sobressaliência
4.4 Critérios de inclusão
As crianças incluídas nas amostras atenderam aos critérios:
Questionários respondidos adequadamente;
Dentadura decídua completa, sem a presença de dentes permanentes irrompidos
ou em erupção;
Material e métodos
43
Ausência de lesões de cárie extensas, destruições coronárias ou restaurações
proximais que acarretassem alterações na largura mésio-distal dos dentes;
Ausência de perdas precoces de dentes decíduos;
Ausência de anomalias dentais de forma, número, estrutura e erupção;
Ausência de síndromes ou fissuras lábio-palatais;
Nunca submetidas a tratamento ortodôntico e/ou fonoaudiológico.
4.5 Grupos de estudo
Nas avaliações comparativas das características de espaçamento interdental
anterior nos arcos superior e inferior, as amostras de nipo-brasileiros e leucodermas
foram analisadas por grupo etário e sexo. Entretanto, para a análise dos possíveis
efeitos dos hábitos de sucção não nutritivos e da sobressaliência aumentada sobre
as características espaçamento anterior generalizado ou somente presença de
espaços primatas no arco superior, nipo-brasileiros e leucodermas, conjuntamente,
foram separados em dois grupos de acordo com o histórico destes hábitos deletérios
(ITO, 2006):
Controle: crianças sem histórico de hábitos de sucção não nutritivos;
Succionadores: crianças que exibiam hábitos de sucção não nutritivos (sucção
digital e/ou de chupeta) no momento da avaliação clínica ou já o haviam
interrompido nos últimos doze meses.
A subdivisão em grupos etários, assim como por sexo, não foi mantida na
análise dos possíveis efeitos dos hábitos de sucção não nutritivos sobre a oclusão,
por causa da freqüência relativamente baixa de crianças succionadoras.
Material e métodos
44
4.6 Tratamento estatístico
4.6.1 Análise estatística descritiva
Os dados coletados foram submetidos à análise estatística descritiva, com
distribuição das freqüências relativas ao histórico de hábitos de sucção não nutritivos
e às características oclusais sob estudo de acordo com a faixa etária e o sexo, para
cada grupo étnico.
4.6.2 Análise estatística inferencial
Em seqüência, os dados referentes às características de espaçamento
interdental anterior foram submetidos a uma avaliação comparativa segundo o grupo
etário e o sexo, para cada grupo étnico, por meio do teste Qui-Quadrado de
Pearson. Nas análises dos efeitos dos fatores grupo etário (2-4 anos e 5-6 anos),
sexo (masculino e feminino) e grupo étnico (leucodermas e nipo-brasileiros) sobre a
prevalência de cada uma das características relacionadas ao espaçamento
interdental anterior nos arcos superior e inferior, foram ajustados modelos de
regressão logística múltipla. Para avaliar a associação entre as características
oclusais espaçamento anterior generalizado ou somente presença de espaços
primatas no arco superior e os hábitos de sucção não nutritivos, também foi ajustado
um modelo de regressão logística múltipla, porque um outro fator incluído nesta
análise foi a sobressaliência aumentada. Para esta última análise, as características
espaçamento anterior generalizado ou somente presença de espaços primatas
foram selecionadas por implicarem em aumento do espaço disponível no segmento
anterior dos arcos dentais. O nível de significância preestabelecido foi de 5%.
Material e métodos
45
Os modelos de regressão logística múltipla admitem a investigação dos
efeitos de mais de uma co-variável simultaneamente e fornecem as razões de
chances ou odds ratio (OR). O valor de OR expressa a associação entre a
característica em evidência e as co-variáveis estudadas.
5 RESULTADOS
47
5 RESULTADOS
5.1 Distribuição das características de espaçamento interdental anterior em
nipo-brasileiros
O Gráfico 5.1 apresenta a distribuição das crianças segundo o sexo nos
referidos grupos etários. A presença de meninos é predominante no grupo etário de
2-4 anos (54,1%). Já as meninas representaram um percentual bem mais elevado
que os meninos no grupo etário de 5-6 anos (57,4%).
Gráfico 5.1 – Distribuição da amostra de nipo-brasileiros por sexo nos grupos etários.
A Tabela 5.1 apresenta a distribuição, absoluta e em percentual, das
características pesquisadas nos arcos superior e inferior. A característica mais
prevalente correspondeu ao espaçamento generalizado nos arcos superior (46,2%)
e inferior (53,3%). Destaca-se que, no arco superior, os espaços primatas foram
mais freqüentes do que no inferior (28,2% versus 15,3%). Os valores relativos à
54,1
42,6
45,9
57,4
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
2-4 anos 5-6 anos
Grupo etário
Percentagem
Meninos
Meninas
Resultados
48
prevalência de apinhamento foram bastante próximos em ambos os arcos, variando
de 4,0% a 4,9%.
Tabela 5.1 - Prevalência das características de espaçamento
interdental anterior por arco na amostra de nipo-brasileiros.
Arco Superior Arco Inferior
Característica
n % n %
ausente
88 21,7 107 26,4
espaços primatas
114 28,2 62 15,3
generalizados
187 46,2 216 53,3
apinhamento
16 4,0 20 4,9
Total 405 100,0 405 100,0
5.1.1 Avaliação das características de espaçamento interdental anterior conforme o
grupo etário e o sexo, na amostra de nipo-brasileiros
Aventou-se a hipótese de que o estudo de faixas etárias mais diversificadas
(2-3 anos, 4 anos e 5-6 anos) poderia resultar em informações detalhadas e
minuciosas sobre as alterações nas prevalências das características estudadas. No
entanto, em que pese as diferenças percentuais, estas não foram estatisticamente
significativas (APÊNDICE C). Desse modo, as análises estatísticas foram realizadas
considerando-se os dois grupos etários propostos no delineamento do estudo.
Os Gráficos 5.2 e 5.3 apresentam as prevalências das características de
espaçamento anterior por grupo etário, nos arcos superior e inferior,
respectivamente. No arco superior, verifica-se que a freqüência da característica
ausente foi reduzida na faixa etária dos 5 aos 6 anos (18,9%) em relação ao grupo
de 2 a 4 anos (23,4%). Por outro lado, os espaços generalizados foram mais
prevalentes no grupo dos 5 aos 6 anos (49,3%) em comparação ao de 2 a 4 anos
(44,4%). No arco inferior, os valores de freqüência foram ligeiramente diferenciados
nas faixas etárias estudadas e, em geral, não se apresentaram muito discrepantes
em relação aos observados para a amostra total (Tabela 5.1).
Resultados
49
Gráfico 5.2 – Distribuição das características de espaçamento anterior de acordo com
o grupo etário, para o arco superior, em nipo-brasileiros.
Gráfico 5.3 – Distribuição das características de espaçamento anterior de acordo
com o grupo etário, para o arco inferior, em nipo-brasileiros.
Arco Superior
23,4
18,9
28,4
27,7
44,4
49,3
3,9
4,1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2 a 4 5 a 6
Idade (anos)
Percentagem
ausente
espaços primatas
generalizados
apinhamento
Arco Inferior
27,2
25,0
15,6
14,9
52,1
55,4
5,1
4,7
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2 a 4 5 a 6
Idade (anos)
Percentagem
ausente
espaços primatas
generalizados
apinhamento
Resultados
50
Nos Gráficos 5.4 e 5.5, observa-se a distribuição das prevalências relativas às
características de espaçamento anterior no arco superior para os sexos feminino e
masculino, respectivamente. Considerando-se a amostra total como parâmetro
(Tabela 5.1), os valores percentuais obtidos para ambos os sexos foram próximos.
Entretanto, constatam-se diferenças entre os grupos etários para os sexos feminino
e masculino. No grupo de meninas, a freqüência da característica ausente foi
reduzida na faixa etária dos 5 aos 6 anos (16,5%) em relação ao grupo de 2 a 4
anos (24,6%). Contudo, os espaços generalizados mostraram-se mais prevalentes
dos 5 aos 6 anos (51,8% versus 43,2%). O apinhamento foi mais freqüente dos 2
aos 4 anos (5,1%) em comparação ao grupo dos 5 aos 6 anos (2,4%). Para o grupo
de meninos, é interessante o comportamento inverso no que tange à prevalência de
apinhamento, sendo esta característica mais prevalente na faixa etária dos 5 aos 6
anos (6,4% versus 2,9%).
Resultados
51
Gráfico 5.4 – Prevalência das características de espaçamento anterior no arco
superior, para o sexo feminino, em nipo-brasileiros.
Gráfico 5.5 – Prevalência das características de espaçamento anterior no arco
superior, para o sexo masculino, em nipo-brasileiros.
Arco Superior - Feminino
24,6
16,5
21,2
27,1
29,4
28,1
43,2
51,8
46,8
5,1
2,4
3,9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2 a 4 5 a 6 Total
Idade (anos)
Percentagem
ausente
espaços primatas
generalizados
apinhamento
Arco Superior - Masculino
22,3
22,2
22,3
29,5
25,4
28,2
45,3
46,0
45,5
2,9
6,4
4,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2 a 4 5 a 6 Total
Idade (anos)
Percentagem
ausente
espaços primatas
generalizados
apinhamento
Resultados
52
Nos Gráficos 5.6 e 5.7, observam-se as freqüências das características de
espaçamento anterior no arco inferior para os sexos feminino e masculino,
respectivamente. Levando-se em conta os dados da amostra total (Tabela 5.1), à
exceção da característica apinhamento, os valores percentuais obtidos para as
outras variáveis em ambos os sexos mostraram-se diferenciados, porém não
excessivamente discrepantes. No grupo de meninas, a freqüência dos espaços
generalizados foi maior na faixa etária dos 5 aos 6 anos (54,1%) em relação ao
grupo de 2 a 4 anos (48,3%). O apinhamento também foi mais freqüente dos 2 aos 4
anos (6,8%) em comparação ao grupo dos 5 aos 6 anos (2,4%). Para meninos, as
características ausente e espaços primatas apresentaram menores freqüências no
grupo etário mais avançado. Em contrapartida, os espaços generalizados
mostraram-se mais prevalentes dos 5 aos 6 anos (57,1% versus 55,4%). Permanece
o comportamento inverso no que tange à prevalência de apinhamento, sendo mais
prevalente na faixa etária dos 5 aos 6 anos (7,9% versus 3,6%).
Resultados
53
Gráfico 5.6 – Prevalência das características de espaçamento anterior no arco
inferior, para o sexo feminino, em nipo-brasileiros.
Gráfico 5.7 – Prevalência das características de espaçamento anterior no arco
inferior, para o sexo masculino, em nipo-brasileiros.
Arco Inferior - Feminino
32,2
28,2
30,5
12,7
15,3
13,8
48,3
54,1
50,7
6,8
2,4
4,9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2 a 4 5 a 6 Total
Idade (anos)
Percentagem
ausente
espaços primatas
generalizados
apinhamento
Arco Inferior - Masculino
23,0
20,6
22,3
18,0
14,3
16,8
55,4
57,1
55,9
3,6
7,9
5,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2 a 4 5 a 6 Total
Idade (anos)
Percentagem
ausente
espaços primatas
generalizados
apinhamento
Resultados
54
Para identificar diferenças entre os grupos etários e os sexos, com relação às
prevalências das características estudadas, nos arcos superior e inferior, foi aplicado
o teste Qui-Quadrado de Pearson (α = 0,05). Conforme a Tabela 5.2, não houve
diferenças significativas entre os grupos.
Tabela 5.2 - Comparações de freqüências das características de
espaçamento anterior entre os grupos etários e os sexos, por
arco dental, em nipo-brasileiros.
Arco Superior Arco Inferior
Comparações
χ²
p-valor
χ²
p-valor
grupo etário 1,3717 0,712 0,4162 0,937
sexo 0,0911 0,993 3,7421 0,291
Resultados
55
5.2 Distribuição das características de espaçamento interdental anterior em
leucodermas
O Gráfico 4.2 apresenta a distribuição das crianças segundo o sexo nos
referidos grupos etários. A presença de meninas é predominante nos dois grupos: 2-
4 anos (51,7%) e 5-6 anos (52,2%). Contudo, as disparidades não são tão
destacáveis como na amostra de nipo-brasileiros.
Gráfico 5.8 – Distribuição da amostra de leucodermas por sexo nos grupos etários.
A Tabela 5.3 apresenta a distribuição, absoluta e em percentual, das
características pesquisadas nos arcos superior e inferior. A característica mais
prevalente correspondeu ao espaçamento generalizado nos arcos superior (50,2%)
e inferior (51,4%). Destaca-se novamente que, no arco superior, os espaços
primatas foram mais freqüentes do que no inferior (22,9% versus 12,6%). Por outro
lado, a prevalência de apinhamento foi mais elevada no arco inferior (12,8% versus
3,9%).
48,3
47,8
51,7
52,2
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
2-4 anos 5-6 anos
Grupo etário
Percentagem
Meninos
Meninas
Resultados
56
Tabela 5.3 - Prevalência das características de espaçamento
interdental anterior por arco na amostra de leucodermas.
Arco Superior Arco Inferior
Característica
n % n %
ausente 117 22,9 119 23,3
espaços primatas 117 22,9 64 12,6
generalizados 256 50,2 262 51,4
apinhamento 20 3,9 65 12,8
Total 510 100,0 510 100,0
5.2.1 Avaliação das características de espaçamento interdental anterior conforme o
grupo etário e o sexo, na amostra de leucodermas
Os Gráficos 5.9 e 5.10 demonstram as prevalências das características de
espaçamento anterior por grupo etário, nos arcos superior e inferior,
respectivamente. No arco superior, as freqüências obtidas foram similares àquelas
observadas para a amostra total (Tabela 5.3). Por outro lado, no arco inferior, os
espaços generalizados foram mais prevalentes no grupo dos 2 aos 4 anos (55,8%)
em comparação ao de 5 a 6 anos (47,4%). Já o apinhamento foi mais freqüente em
crianças de 5 a 6 anos (14,8% versus 10,4%).
Resultados
57
Gráfico 5.9 – Distribuição das características de espaçamento anterior de acordo
com o grupo etário, para o arco superior, em leucodermas.
Gráfico 5.10 – Distribuição das características de espaçamento anterior de acordo
com o grupo etário, para o arco inferior, em leucodermas.
Arco Superior
22,5
23,3
23,8
22,2
50,0
50,4
3,8
4,1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2 a 4 5 a 6
Idade (anos)
Percentagem
ausente
espaços primatas
generalizados
apinhamento
Arco Inferior
22,5
24,1
11,3
13,7
55,8
47,4
10,4
14,8
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2 a 4 5 a 6
Idade (anos)
Percentagem
ausente
espaços primatas
generalizados
apinhamento
Resultados
58
Nos Gráficos 5.11 e 5.12, observa-se a distribuição das prevalências relativas
às características de espaçamento anterior no arco superior para os sexos feminino
e masculino, respectivamente. Considerando-se a amostra total como parâmetro
(Tabela 5.3), os valores percentuais obtidos para ambos os sexos foram ligeiramente
diferenciados. Ademais, constatam-se diferenças entre os grupos etários para os
sexos feminino e masculino. No grupo de meninas, a freqüência da característica
correspondente aos espaços generalizados foi reduzida na faixa etária dos 5 aos 6
anos (47,5%) em relação ao grupo de 2 a 4 anos (51,6%). O apinhamento foi mais
freqüente dos 5 aos 6 anos (5,7%) em comparação ao grupo dos 2 aos 4 anos
(3,2%). Para o grupo de meninos, verificou-se o inverso no que concerne à
prevalência de apinhamento, sendo esta característica mais prevalente na faixa
etária dos 2 aos 4 anos (4,3% versus 2,3%), bem como aos espaços generalizados,
que foram diagnosticados com maior freqüência dos 5 aos 6 anos (53,5% versus
48,3%).
Resultados
59
Gráfico 5.11 – Prevalência das características de espaçamento anterior no arco
superior, para o sexo feminino, em leucodermas.
Gráfico 5.12 – Prevalência das características de espaçamento anterior no arco
superior, para o sexo masculino, em leucodermas.
Arco Superior - Feminino
21,0
23,4
22,3
24,2
23,4
23,8
51,6
47,5
49,4
3,2
5,7
4,5
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2 a 4 5 a 6 Total
Idade (anos)
Percentagem
ausente
espaços primatas
generalizados
apinhamento
Arco Superior - Masculino
24,1
23,3
23,7
23,3
20,9
22,0
48,3
53,5
51,0
4,3
2,3
3,3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2 a 4 5 a 6 Total
Idade (anos)
Percentagem
ausente
espaços primatas
generalizados
apinhamento
Resultados
60
Nos Gráficos 5.13 e 5.14, observam-se as freqüências das características de
espaçamento anterior no arco inferior para os sexos feminino e masculino,
respectivamente. Levando-se em conta os dados da amostra total (Tabela 5.3), os
valores percentuais obtidos para ambos os sexos também se mostraram geralmente
diferenciados, porém não excessivamente discrepantes. Destaca-se que, no grupo
de meninas, a freqüência dos espaços generalizados foi maior na faixa etária dos 2
aos 4 anos (57,3%) em relação ao grupo de 5 a 6 anos (43,3%). O apinhamento, por
outro lado, foi mais freqüente dos 5 aos 6 anos (18,4%) em comparação ao grupo
dos 2 aos 4 anos (8,1%). Similarmente, a prevalência da característica ausente foi
maior dos 5 aos 6 anos (26,2% versus 22,6%). Para meninos, as características
correspondentes aos espaços generalizados e ao apinhamento apresentaram
menores freqüências no grupo etário mais avançado. Em contrapartida, no referido
grupo, os espaços primatas mostraram-se mais prevalentes (15,5% versus 10,3%).
Resultados
61
Gráfico 5.13 – Prevalência das características de espaçamento anterior no arco
inferior, para o sexo feminino, em leucodermas.
Gráfico 5.14 – Prevalência das características de espaçamento anterior no arco
inferior, para o sexo masculino, em leucodermas.
Arco Inferior - Feminino
22,6
26,2
24,5
12,1
12,1
12,1
57,3
43,3
49,8
8,1
18,4
13,6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2 a 4 5 a 6 Total
Idade (anos)
Percentagem
ausente
espaços primatas
generalizados
apinhamento
Arco Inferior - Masculino
22,4
21,7
22,0
10,3
15,5
13,1
54,3
51,9
53,1
12,9
10,9
11,8
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2 a 4 5 a 6 Total
Idade (anos)
Percentagem
ausente
espaços primatas
generalizados
apinhamento
Resultados
62
Para identificar diferenças entre os grupos etários e os sexos, com relação às
prevalências das características estudadas, nos arcos superior e inferior, foi aplicado
o teste Qui-Quadrado de Pearson (α = 0,05). Conforme a Tabela 5.4, não houve
diferenças significativas entre os grupos.
Tabela 5.4 - Comparações de freqüências das características de
espaçamento anterior entre os grupos etários e os sexos, por arco
dental, em leucodermas.
Arco Superior Arco Inferior
Comparações
χ²
p-valor
χ²
p-valor
grupo etário 0,2052 0,977 4,4289 0,219
sexo 0,8585 0,835 1,0031 0,800
Resultados
63
5.3 Modelos de regressão logística múltipla para o arco superior
A seguir, as Tabelas 5.5, 5.6, 5.7 e 5.8 apresentam os modelos de regressão
logística para cada uma das características de espaçamento interdental anterior
avaliadas no arco superior. Os fatores analisados foram: faixa etária, sexo e grupo
étnico. Nenhum dos modelos apresentou fatores significativos. Portanto, não há
evidências estatísticas que indiquem efeitos da faixa etária, do sexo e do fator racial
sobre as características oclusais estudadas.
Tabela 5.5 - Modelo de regressão logística múltipla para a prevalência da característica
correspondente à ausência de espaços interdentais no arco superior.
Arco Superior - Ausência de
espaços
não sim Regressão Logística
Fatores
n % n % OR (I.C. 95%) p-valor
2-4 anos 383 77,1 114 22,9
5-6 anos 327 78,2 91 21,8 0,93 (0,67 ; 1,27) 0,633
masculino 344 77,0 103 23,0
feminino 366 78,2 102 21,8 0,93 (0,68 ; 1,27) 0,663
leucodermas 393 77,1 117 22,9
nipo-brasileiros 317 78,3 88 21,7 0,92 (0,67 ; 1,26) 0,605
Tabela 5.6 - Modelo de regressão logística múltipla para a prevalência da característica espaços
primatas no arco superior.
Arco Superior - Espaços primatas
não sim Regressão Logística
Fatores
n % n % OR (I.C. 95%) p-valor
2-4 anos 367 73,8 130 26,2
5-6 anos 317 75,8 101 24,2 0,94 (0,67 ; 1,27) 0,673
masculino 336 75,2 111 24,8
feminino 348 74,4 120 25,6 1,05 (0,78 ; 1,42) 0,736
leucodermas 393 77,1 117 22,9
nipo-brasileiros 291 71,9 114 28,1 1,30 (0,96 ; 1,76) 0,087
Resultados
64
Tabela 5.7 - Modelo de regressão logística múltipla para a prevalência da característica
correspondente aos espaços generalizados no arco superior.
Arco Superior - Espaços
generalizados
não sim Regressão Logística
Fatores
n % n % OR (I.C. 95%) p-valor
2-4 anos 263 52,9 234 47,1
5-6 anos 209 50,0 209 50,0 1,10 (0,84 ; 1,43) 0,485
masculino 230 51,5 217 48,5
feminino 242 51,7 226 48,3 0,98 (0,76 ; 1,27) 0,893
leucodermas 254 49,8 256 50,2
nipo-brasileiros 218 53,8 187 46,2 0,86 (0,66 ; 1,13) 0,279
Tabela 5.8 - Modelo de regressão logística múltipla para a prevalência da característica
apinhamento no arco superior.
Arco Superior - Apinhamento
não sim Regressão Logística
Fatores
n % n % OR (I.C. 95%) p-valor
2-4 anos 478 96,2 19 3,8
5-6 anos 401 95,9 17 4,1 1,06 (0,54 ; 2,09) 0,867
masculino 431 96,4 16 3,6
feminino 448 95,7 20 4,3 1,20 (0,61 ; 2,35) 0,596
leucodermas 490 96,1 20 3,9
nipo-brasileiros 389 96,0 16 4,0 1,02 (0,52 ; 2,01) 0,953
Resultados
65
5.4 Modelos de regressão logística múltipla para o arco inferior
As Tabelas 5.9, 5.10, 5.11 e 5.12 demonstram as análises de regressão
logística para cada uma das características de espaçamento interdental anterior
avaliadas no arco inferior. Os fatores analisados foram: faixa etária, sexo e grupo
étnico. O único modelo que apresentou algum fator significativo foi o ajustado para a
prevalência de apinhamento. Apenas o fator racial foi significativo (p = 0,000).
Conforme a Tabela 5.13, os leucodermas teriam 2,81 mais chances de desenvolver
apinhamento no arco inferior em comparação aos nipo-brasileiros.
Tabela 5.9 - Modelo de regressão logística múltipla para a prevalência da característica
correspondente à ausência de espaços interdentais no arco inferior.
Arco Inferior - Ausência de
espaços
não sim Regressão Logística
Fatores
n % n % OR (I.C. 95%) p-valor
2-4 anos 373 75,1 124 24,9
5-6 anos 316 75,6 102 24,4 0,98 (0,72 ; 1,34) 0,912
masculino 348 77,9 99 22,1
feminino 341 72,9 127 27,1 1,31 (0,97 ; 1,78) 0,077
leucodermas 391 76,7 119 23,3
nipo-brasileiros 298 73,6 107 26,4 1,18 (0,87 ; 1,61) 0,282
Tabela 5.10 - Modelo de regressão logística múltipla para a prevalência da característica espaços
primatas no arco inferior.
Arco Inferior - Espaços primatas
não sim Regressão Logística
Fatores
n % n % OR (I.C. 95%) p-valor
2-4 anos 430 86,5 67 13,5
5-6 anos 359 85,9 59 14,1 1,11 (0,76 ; 1,63) 0,597
masculino 381 85,2 66 14,8
feminino 408 87,2 60 12,8 0,85 (0,58 ; 1,24) 0,390
leucodermas 446 87,5 64 12,5
nipo-brasileiros 343 84,7 62 15,3 1,28 (0,87 ; 1,87) 0,208
Resultados
66
Tabela 5.11 - Modelo de regressão logística múltipla para a prevalência da característica
correspondente aos espaços generalizados no arco inferior.
Arco Inferior - Espaços
generalizados
não sim Regressão Logística
Fatores
n % n % OR (I.C. 95%) p-valor
2-4 anos 229 46,1 268 53,9
5-6 anos 208 49,8 210 50,2 0,88 (0,67 ; 1,14) 0,334
masculino 204 45,6 243 54,4
feminino 233 49,8 235 50,2 0,85 (0,66 ; 1,11) 0,232
leucodermas 248 48,6 262 51,4
nipo-brasileros 189 46,7 216 53,3 1,06 (0,81 ; 1,38) 0,687
Tabela 5.12 - Modelo de regressão logística múltipla para a prevalência da característica
apinhamento no arco inferior.
Arco Inferior - Apinhamento
não sim Regressão Logística
Fatores
n % n % OR (I.C. 95%) p-valor
2-4 anos 459 92,4 38 7,6
5-6 anos 371 88,8 47 11,2 1,33 (0,84 ; 2,09) 0,227
masculino 408 91,3 39 8,7
feminino 422 90,2 46 9,8 1,11 (0,71 ; 1,75) 0,640
leucodermas 445 87,3 65 12,7
nipo-brasileiros 385 95,1 20 4,9 0,37 (0,22 ; 0,63) 0,000
Tabela 5.13 - Modelo de regressão logística para a prevalência da característica apinhamento no arco
inferior, considerando somente o grupo étnico.
Arco Inferior - Apinhamento
não sim Regressão Logística
Grupo étnico
n % n % OR (I.C. 95%) p-valor
nipo-brasileiros 385 95,1 20 4,9
leucodermas 445 87,3 65 12,7 2,81 (1,67 ; 4,72) 0,000
Resultados
67
Para confirmar os resultados dos modelos de regressão logística e verificar se
há diferenças com relação à prevalência de características de espaçamento entre os
sexos e entre os grupos etários foi aplicado o teste Qui-Quadrado de Pearson com
correção de Bonferroni para comparações múltiplas (APÊNDICE D). Assumindo um
nível de significância de 5% para o conjunto total de comparações, cada teste
individual foi avaliado ao nível de significância de 0,625% (5%/8 – onde 8 é número
total de testes).
Resultados
68
5.5 Análise dos hábitos de sucção não nutritivos e da sobressaliência
aumentada como fatores de efeito na prevalência de espaços
interdentais anteriores no arco superior
Nesta parte da análise, foram incluídas apenas as crianças que nunca
apresentaram hábitos de sucção não nutritivos (sucção de dedo e/ou chupeta) e as
que ainda apresentavam hábitos ou descontinuaram-nos há, no máximo, 12 meses
da data do exame clínico. A amostra foi reduzida a 469 crianças (sem distinção entre
leucodermas e nipo-brasileiros), sendo 391 pertencentes ao grupo controle – sem
hábitos (83,3%) e 78 ao grupo de succionadores (16,7%). A Tabela 5.14 apresenta a
distribuição desta sub-amostra segundo a presença ou não de hábitos de sucção
não nutritivos (como descrito acima), por grupo étnico. Ressalta-se que, no grupo de
leucodermas, o percentual de succionadores é 2 vezes maior em comparação aos
nipo-brasileiros.
Tabela 5.14 - Distribuição da sub-amostra selecionada conforme o histórico de hábitos
de sucção não nutritivos, por grupo étnico.
Hábitos de sucção não nutritivos
Controle Succionadores
Total
Grupo étnico
n % n % n %
leucodermas 167 42,7 52 66,7 219 46,7
nipo-brasileiros 224 57,3 26 33,3 250 53,3
Total 391 100,0 78 100,0 469 100,0
Controles: ausência de histórico de hábitos de sucção não nutritivos.
Succionadores: apresentavam hábitos ou os descontinuaram há, no máximo 12 meses.
Os Gráficos 5.15 e 5.16 exibem a distribuição da sub-amostra conforme a
presença ou ausência de sobressaliência aumentada e o histórico de hábitos de
sucção não nutritivos, em leucodermas e nipo-brasileiros, respectivamente. Observa-
se que entre os leucodermas, há maior freqüência de crianças com sobressaliência
Resultados
69
aumentada (31,1% versus 15,2%). Considerando os leucodermas com
sobressaliência aumentada, 27% são do grupo controle e 44,2%, do grupo de
succionadores; enquanto que, entre os nipo-brasileiros, as respectivas percentagens
equivalem a 13,4% e 30,8%.
Resultados
70
Gráfico 5.15 – Distribuição das crianças leucodermas segundo a presença
de sobressaliência aumentada e o histórico de hábitos de sucção de chupeta
e/ou dedo. (Controle: crianças sem histórico de hábitos de sucção não
nutritivos)
Gráfico 5.16 – Distribuição das crianças nipo-brasileiras segundo a presença
de sobressaliência aumentada e o histórico de hábitos de sucção de chupeta
e/ou dedo. (Controle: crianças sem histórico de hábitos de sucção não
nutritivos)
Sobressaliência Aumentada
73,1
55,8
69,0
27,0
44,2
31,1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
controle succionadores Total
grupos
Percentagem
ausente
presente
Sobressaliência Aumentada
86,6
69,2
84,8
13,4
30,8
15,2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
controle succionadores Total
grupos
Percentagem
ausente
presente
Resultados
71
Para avaliar as freqüências de espaçamento anterior generalizado ou
espaços primatas no arco superior em relação à presença de sobressaliência
aumentada, foram produzidos os Gráficos 5.17 e 5.18. As percentagens dessas
duas características são elevadas em leucodermas e nipo-brasileiros
(aproximadamente 72%), o que corrobora a freqüência relativamente alta dos
espaços anteriores na dentadura decídua. Em adição, verificou-se que, nas crianças
com sobressaliência aumentada, há maior prevalência das características oclusais
supracitadas, tanto em leucodermas (77,9% versus 69,5%) como em nipo-brasileiros
(79% versus 71,7%). No entanto, a análise de regressão logística não evidenciou
efeito da sobressaliência aumentada nem tampouco dos hábitos de sucção não
nutrtitivos sobre a prevalência de espaçamento anterior generalizado ou espaços
primatas no arco superior (Tabela 5.15).
Resultados
72
Gráfico 5.17 – Distribuição das crianças leucodermas segundo a presença de espaços
anteriores generalizados ou espaços primatas no arco superior e a sobressaliência
aumentada.
Gráfico 5.18 – Distribuição das crianças nipo-brasileiras segundo a presença de
espaços anteriores generalizados ou espaços primatas no arco superior e a
sobressaliência aumentada.
Leucodermas
30,5
22,1
27,9
69,5
77,9
72,1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
ausente presente total
sobressaliência aumentada
Percentagem
ausência de
espaços/apinhamento
espaços
generalizados/primatas
Nipo-brasileiros
28,3
21,1
27,2
71,7
79,0
72,3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
ausente presente total
sobressaliência aumentada
Percentagem
ausência de
espaços/apinhamento
espaços
generalizados/primatas
Resultados
73
Tabela 5.15 - Modelo de regressão logística para a freqüência de espaçamento generalizado ou
espaços primatas no arco superior em função da sobressaliência aumentada e do histórico de hábitos
de sucção não nutritivos.
Espaçamento anterior
generalizado/espaços
primatas
não sim
Regressão
Logística
Fatores
n % n % OR (I.C. 95%) p-valor
não 106 29,2 257 70,8
Sobressaliência
aumentada
sim 23 21,7 83 78,3 1,42 (0,84; 2,39) 0,186
controle 112 28,6 279 71,4
Hábitos de
sucção não
nutritivos
succionadores 17 21,8 61 78,2 1,35 (0,75; 2,43) 0,324
6 DISCUSSÃO
75
6 DISCUSSÃO
6.1 Considerações sobre os grupos étnicos estudados
A ampla extensão geográfica do Brasil e, por conseguinte, a diversidade de
características étnicas, comportamentais e socioculturais de seus grupos
populacionais, respaldam e motivam o desenvolvimento de estudos comparativos
sobre uma série de indicadores epidemiológicos. Considerando a saúde bucal como
um eixo importante na saúde geral, a avaliação dos padrões oclusais de diferentes
grupos étnicos brasileiros torna-se, além de interessante, útil do ponto de vista
clínico. Diversos pesquisadores nacionais e estrangeiros empreenderam
investigações comparativas sobre as características oclusais na dentadura decídua.
A seguir serão citadas algumas dessas pesquisas.
Kerosuo (1990) observou que as crianças melanodermas apresentaram uma
taxa significativamente menor de apinhamento dental em comparação às
finlandesas, de origem caucasiana. Nas crianças finlandesas, o hábito de sucção de
chupeta era bastante comum (77%). No que concerne à menor freqüência de
apinhamento em melanodermas, esta constatação foi posteriormente ratificada por
Anderson (2007). Em um estudo comparativo que envolveu mensurações de largura,
comprimento e perímetro do arco dental, assim como a quantificação dos espaços
interdentais, esse pesquisador verificou que as dimensões analisadas foram
significativamente maiores em afro-americanos do que nas crianças americanas com
ascendência européia.
Após analisarem valores referentes aos diâmetros mésio-distais das coroas
dos dentes decíduos, Kuswandari e Nishino (2004) mencionaram que as crianças
Discussão
76
indonésias javanesas se assemelharam aos chineses de Hong Kong e aborígines
australianos. Caglar et al. (2005), em sua pesquisa multicêntrica, destacaram que
houve grande diferença quanto aos números relativos às prevalências de diversas
más oclusões nos países estudados.
Para expor dados de um mesmo país estrangeiro com marcantes traços
étnicos, pode-se apresentar o trabalho de Onyeaso (2006), que examinou crianças
dos três maiores grupos étnicos da Nigéria (Yoruba, Ibo e Hausa). O espaçamento
interincisivos foi mais freqüente nas crianças da etnia Ibo (48,4%) e menos
diagnosticado na Hausa (19,8%), p < 0,001. A distribuição de espaços primatas
bilaterais também evidenciou diferenças significativas para o arco inferior, sendo
mais prevalente nos Ibo (49,4%) do que nos Hausa (21,3%) e nos Yoruba (29,3%), p
< 0,001. Diferenças étnicas altamente significativas foram reveladas quanto às
características de espaçamento.
Em se tratando especificamente de criaas brasileiras, podem ser citados
dois estudos que apresentaram informações sobre o apinhamento dental na
dentadura decídua. Thomaz et al. (2002), com base em uma pesquisa que envolveu
quatro cidades da região nordeste do Brasil, constataram índices significativamente
elevados de apinhamento em Recife – PE e Bayeux – PB em relação a João Pessoa
– PB e Aracaju – SE. Na cidade de São Luís – MA, também na região Nordeste do
Brasil, Thomaz e Valença (2005) verificaram que as crianças da zona rural teriam
uma chance menor de apresentar apinhamento em relação àquelas provenientes da
zona urbana.
A origem do povo japonês é incerta, porém, acredita-se que seja resultante da
miscigenação de várias raças e que, com o decorrer dos milênios, surgiu como uma
Discussão
77
população homogênea – com língua, cultura e consciência grupal comuns
(REISCHAUER, 1980). Portanto, os japoneses tornaram-se uma etnia. No estado de
São Paulo, concentra-se a grande maioria dos descendentes de japoneses,
aproximadamente 76% do total de residentes em território brasileiro (MENGUE et al.,
2004). Esse indicador elevado justifica o desenvolvimento de estudos
epidemiológicos comparativos com os integrantes dessa população que, por terem
nascido no Brasil e apresentarem uma forte herança genética de japoneses (50% de
ascendência) são denominados nipo-brasileiros. De fato, já foram realizadas
pesquisas sobre as características oclusais em nipo-brasileiros (ITO, 2006;
MENGUE et al., 2004; SATO, 2006). Contudo, uma avaliação detalhada das
características de espaçamento interdental anterior na dentadura decídua ainda não
havia se tornado pública. Ademais, se o espaçamento interdental não representasse
um aspecto importante da oclusão, não haveria clássicos trabalhos antigos (BAUME,
1950; FOSTER; HAMILTON, 1969; MOORREES; CHADHA, 1965) e outros mais
atuais (ANDERSON, 2007; ONYEASO, 2006, FERREIRA et al., 2005).
Para confrontar os resultados obtidos com as avaliações de nipo-brasileiros,
foi selecionado um grupo amostral de crianças leucodermas no acervo
epidemiológico da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID. Embora esta
amostra apresente miscigenação racial e esteja sob influência dos mesmos fatores
socioculturais do restante das crianças registradas no acervo (negras, pardas e
amarelas), foi escolhida por constituir um grupo que contém razoável número de
integrantes e possui uma característica racial: cor de pele branca. Autores como
Moorrees e Chadha (1965), Kerosuo (1990), Rossato e Martins (1993, 1994) e
Anderson (2007) também avaliaram crianças leucodermas.
Discussão
78
6.2 Estudo comparativo das características de espaçamento interdental
anterior
Tanto na amostra de nipo-brasileiros como em leucodermas, a presença de
espaços generalizados nos arcos superior e inferior foi a característica mais
prevalente. Em nipo-brasileiros, as freqüências foram de 46,2%, no arco superior, e
53,3% no inferior. Para leucodermas, os respectivos valores percentuais foram de
50,2% e 51,4%. Esse achado está de acordo com os resultados de outros estudos
(ABU ALHAIJA; QUDEIMAT, 2003; BAUME, 1950; EL-NOFELY; SADEK; SOLIMAN,
1989; FERREIRA et al., 2005; KABUE; MORACHA; NG’ANG’A; 1995; OTUYEMI et
al., 1997; SILVA-FILHO et al., 2002). No entanto, as prevalências evidenciam
variabilidade notável – para o arco superior, de 86,65%, no estudo de Silva-Filho et
al. (2002), a 37,7% na pesquisa de Otuyemi et al. (1997); e para o inferior, de
79,96% a 44%, também nas referidas investigações científicas. Os dados que mais
se aproximam dos obtidos no presente estudo são os de El-Nofely, Sadek e Soliman
(1989), com crianças egípcias. Presumivelmente, a diversidade de percentuais seja
decorrente de diferenças metodológicas, inclusive no exame do espaçamento
interdental anterior, e das características dos grupos amostrais estudados.
A segunda característica mais freqüente nos grupos étnicos desta pesquisa
seria a presença dos espaços primatas, especificamente no arco superior em
comparação ao inferior, nas amostras de nipo-brasileiros (28,2% versus 15,3%) e
leucodermas (22,9% versus 12,6%). Se, além destas freqüências, forem observados
os dados expostos no parágrafo anterior, admite-se que os resultados desta
pesquisa concordam com os de Moorrees e Chadha (1965), Kabue, Moracha e
Ng’ang’a (1995), Otuyemi et al. (1997), Soviero, Bastos e Souza (1999), Abu Alhaija
e Qudeimat (2003), Carvalho e Valença (2004) e Anderson (2007), que
Discussão
79
apresentaram valores de prevalência dos espaços primatas em mais que 60% das
amostras. A explicação residira na agregação de valores percentuais. Considerando
que, durante o exame clínico um arco dental poderia ser diagnosticado como
portador de espaçamento generalizado se houvesse ausência de apenas um dos
espaços interdentais avaliados, as crianças com arcos que apresentavam
espaçamento generalizado, possuíam pelo menos um dos espaços primatas.
Os resultados deste estudo são corroborados pelos de El-Nofely, Sadek e
Soliman (1989) e Ferreira et al. (2005), que empregaram classificação similar
durante o diagnóstico, ao considerar arcos dentais que exibiam somente os espaços
primatas, e observaram valores percentuais bem mais elevados desta característica
na maxila. A distribuição e a freqüência dos espaços interdentais no segmento
anterior é bastante variável (JOSHI; MAKHIJA, 1984; OTUYEMI et al., 1997;
SOVIERO; BASTOS; SOUZA, 1999). Entretanto, os espaços primatas, por sua
constância, tornaram-se uma característica peculiar da dentadura decídua. Os
espaços primatas são descritos como um traço genético que se expressa na
dentadura decídua (BAUME, 1950; EL-NOFELY; SADEK; SOLIMAN, 1989). A
freqüência e a largura dos espaços primatas seriam maiores em relação a outros
diastemas (JOSHI; MAKHIJA, 1984; OTUYEMI et al., 1997; SOVIERO; BASTOS;
SOUZA, 1999). O espaçamento anterior e, mais especificamente, os espaços
primatas são características independentes, podendo estar presentes ou não,
associados ou isolados nos arcos dentais superior ou inferior (FERREIRA et al.,
2001; PACE; CHELLOTI, 1981). Foster e Hamilton (1969), Joshi e Makhija (1984) e
Soviero, Bastos e Souza (1999) ressaltaram que os espaços primatas eram mais
freqüentes bilateralmente.
Discussão
80
A ausência de espaços interdentais, embora menos comum, não é um
achado que caracteriza anormalidade na dentadura decídua. Nesta pesquisa, as
freqüências de arcos que apresentavam ausência de espaços interdentais variaram
de 21,7% a 26,4%, em nipo-brasileiros, e 22,9% a 23,3%, em leucodermas; sendo
que os percentuais mais elevados foram observados para os arcos inferiores.
Similarmente, Foster e Hamilton (1969), El-Nofely, Sadek e Soliman (1989) e
Otuyemi et al. (1997) verificaram maior predominância da ausência de espaços
interdentais no arco inferior. No que concerne a esta característica, a avaliação
comparativa com outros estudos (ABU ALHAIJA; QUDEIMAT, 2003; ALEXANDER;
PRABHU, 1998; BAUME, 1950; JOSHI; MAKHIJA, 1984; OTUYEMI et al., 1997;
RAVN, 1975) torna-se dificultada pelo agrupamento de duas variáveis: ausência de
espaços interdentais e apinhamento.
No presente estudo, optou-se por segregar as variáveis supracitadas, porque
diversos autores apontaram o apinhamento na dentadura decídua como um desvio
da oclusão clinicamente satisfatória (OVSENIK, FARČNIK, VERDENIK, 2004;
THILANDER et al. 2001; THOMAZ et al., 2002; THOMAZ; VALENÇA, 2005). Em
adição, há evidência científica baseada em estudos longitudinais para suportar a
proservação de crianças com apinhamento na dentadura decídua como conduta
válida, objetivando detectar e interceptar precocemente os reflexos nas dentaduras
mista e permanente (BISHARA; JAKOBSEN, 2006; ROSSATO; MARTINS, 1993).
O apinhamento dental pode ser definido como uma discrepância na proporção
entre a largura dos dentes e o tamanho das bases ósseas, o que resulta em
sobreposições e rotações dos dentes (TSAI, 2003). A etiologia é multifatorial
(ALEXANDER; PRABHU, 1998), sendo o apinhamento influenciado por fatores
Discussão
81
genéticos e ambientais (TSAI, 2003). Segundo Tsai (2003), três condições podem
estar relacionadas ao apinhamento na dentadura decídua: dentes excessivamente
largos, bases ósseas muito estreitas ou uma combinação de ambos. Alguns autores
sugeriram que a medida do perímetro não é o fator que diferencia os arcos dentais
com e sem espaçamento anterior (DINELLI; MARTINS; PINTO, 2004; EL-NOFELY;
SADEK; SOLIMAN, 1989; TSAI, 2003). van der Linden (1974) explicou que, na
dentadura decídua, o crescimento das bases ósseas apicais é geralmente o
suficiente para permitir o alinhamento dos dentes, desde o momento da erupção. Na
dentadura permanente, existe freqüentemente uma discrepância entre o perímetro
disponível no arco e o espaço necessário para o alinhamento adequado dos dentes.
O diâmetro dos arcos dentais (BAUME, 1950; DINELLI; MARTINS; PINTO,
2004; EL-NOFELY; SADEK; SOLIMAN, 1989; TSAI, 2003) e a largura mésio-distal
dos dentes decíduos (EL-NOFELY; SADEK; SOLIMAN, 1989; MELO; ONO;
TAKAGI, 2001) foram apontados como as medidas que gerariam as diferenças
significativas. Em um estudo longitudinal com japoneses, Imai et al. (2006)
observaram que as larguras mésio-distais médias dos incisivos centrais e laterais
foram significativamente maiores no grupo com apinhamento (p < 0,01). No entanto,
os autores sugeriram que não existe relação clara entre o formato (com base em
medidas mésio-distais e vestíbulo-linguais) e o arranjo dos incisivos inferiores. É
interessante ressaltar que a ausência de espaços interdentais e o apinhamento na
dentadura decídua podem ser compensados por alterações dimensionais e
cefalométricas na dentadura permanente (ROSSATO; MARTINS, 1994). Bishara,
Khadivi e Jakobsen (1995) explicaram que as alterações nas estruturas dentofaciais
são complexas e os processos interagem de modo a influenciar a relação entre os
dentes, os arcos dentais e a face.
Discussão
82
Para leucodermas, tal como acontece na dentadura permanente, verificou-se
que a prevalência de apinhamento foi maior no arco inferior (12,8% versus 3,9%).
Esse resultado apresenta-se em concordância com o observado por Ferreira et al.
(2005). Notavelmente, na amostra de nipo-brasileiros, os valores relativos à
prevalência de apinhamento dental foram bastante próximos, variando de 4%, no
arco superior, a 4,9% no inferior. A diferença entre as duas amostras foi ratificada
pela análise de regressão logística (TABELAS 5.12 e 5.13). Leucodermas
apresentariam chances 2,8 vezes maiores de desenvolver apinhamento dental no
arco inferior, em comparação aos descendentes de japoneses.
Não houve dimorfismo sexual para as características de espaçamento
interdental anterior em nipo-brasileiros e leucodermas (TABELAS 5.2 e 5.4). Ao
avaliar aspectos relativos ao espaçamento anterior, vários autores também não
evidenciaram diferenças entre meninos e meninas (ALEXANDER; PRABHU, 1998;
CARVALHO; VALENÇA, 2004; DINELLI; MARTINS; PINTO, 2004; FERREIRA et al.,
2005; SILVA-FILHO et al., 2002; THOMAZ et al., 2002). Entretanto, outros
pesquisadores mencionaram o dimorfismo sexual (ABU ALHAIJA; QUDEIMAT,
2003; ANDERSON, 2007; SOVIERO; BASTOS; SOUZA, 1999). Abu Alhaija e
Qudeimat (2003) e Anderson (2007) constataram que os espaços primatas foram
significativamente mais amplos em meninos do que em meninas. Em adição, os
meninos apresentaram freqüência significativamente maior de espaços primatas.
Quanto à investigação de possíveis alterações das características de
espaçamento anterior com o evolver da idade, as análises estatísticas não indicaram
diferenças entre os grupos etários (TABELAS 5.2 e 5.4). Guardando-se as devidas
proporções e com base na interpretação dos Gráficos 5.4 a 5.7, percebe-se que,
Discussão
83
tanto no sexo masculino como no feminino, o modo de distribuição das freqüências
para os arcos superior e inferior nos grupos etários segue uma tendência, na
amostra de nipo-brasileiros. Já na amostra de leucodermas, essa constatação é
verdadeira apenas para o arco superior (GRÁFICOS 5.11 a 5.14).
Soviero, Bastos e Souza (1999) observaram que houve um decréscimo
significativo do número de crianças apresentando espaços interdentais com o
avanço da idade, para ambos os arcos, sugerindo uma tendência ao fechamento
dos espaços. Carvalho e Valença (2004) constataram uma freqüência
significativamente reduzida de espaços primatas para a faixa etária de 4 a 6 anos (p
< 0,05), em comparação ao grupo de crianças dos 2 aos 4 anos incompletos.
Kerosuo (1990) mencionou que a prevalência de apinhamento na região
anterior aumentou com a idade em crianças leucodermas (3-4 anos – 5%; 5-6 anos
– 16%) e melanodermas (3-4 anos – 5%; 5-6 anos – 9%). Os resultados da pesquisa
desenvolvida por Ferreira et al. (2005) indicaram que a freqüência de apinhamento
no arco inferior foi significativamente maior nas crianças com 6 anos de idade. A
partir dos trabalhos de Kerosuo (1990) e Ferreira et al. (2005), idealizou-se a divisão
da amostra por faixa etária, uma vez que, no segundo grupo etário (5-6 anos de
idade), seria especulada uma possível influência do processo inicial de erupção dos
primeiros molares permanentes sobre o espaçamento anterior nos arcos decíduos.
Contudo, no que tange ao apinhamento dental, Thomaz et al. (2002) também não
demonstraram diferença estatística entre grupos etários.
Alguns dos resultados expostos neste trabalho devem ser interpretados com
uma certa cautela. Para a avaliação das alterações de espaçamento interdental
anterior com o decorrer da idade, seriam preferíveis os estudos longitudinais, como
Discussão
84
os de Moorrees e Chadha (1965), Rossato e Martins (1993) e Imai et al. (2006). No
entanto, as pesquisas longitudinais prospectivas requerem mais tempo e estão
sujeitas à evasão de muitos dos integrantes da amostra. Em se tratando da amostra
de nipo-brasileiros, a demanda logística é ainda mais desfavorável, pois foram
examinadas crianças procedentes de 9 cidades no estado de São Paulo.
6.3 Associação entre a prevalência de espaços interdentais anteriores e os
hábitos de sucção não nutritivos
Em 1977, Zadik, Stern e Litner mencionaram uma possível associação entre o
aparecimento de espaços interdentais na dentadura decídua e os hábitos de sucção
não nutritivos. Considerando que a sobressaliência aumentada seria a alteração
oclusal mais freqüente em crianças com hábitos de sucção não nutritivos (ADAIR et
al., 1995; BISHARA et al.; 2006; ITO, 2006; SERRA-NEGRA; PORDEUS; ROCHA
JR., 1997; WARREN et al., 2001, SANTOS et al., 2007) e que poderia estar
associada ao espaçamento anterior, dois fatores foram avaliados em relação à
prevalência das duas características que envolvem a presença de espaços,
espaçamento generalizado ou somente espaços primatas: hábitos de sucção não
nutritivos e sobressaliência aumentada.
Nesta avaliação, foram incluídas apenas as crianças que nunca tiveram
hábitos de sucção não nutritivos (sucção de dedo e/ou chupeta) e as que ainda
apresentavam hábitos ou descontinuaram-nos há, no máximo, 12 meses da data do
exame clínico. O período máximo de 12 meses entre a cessação dos hábitos e o
exame clínico seria crítico, pois além deste intervalo, a probabilidade de
autocorreção da sobressaliência aumentada apresentar-se-ia muito elevada. Outro
ponto a ser esclarecido nesta análise seria o agrupamento de nipo-brasileiros e
Discussão
85
leucodermas porque, embora os hábitos de sucção não nutritivos sejam
freqüentemente observados na população brasileira em geral, são pouco
prevalentes nos descendentes de japoneses (ITO, 2006; SATO, 2006). Ademais, as
duas características de espaçamento anterior supracitadas não sofreram efeito do
fator grupo étnico.
Após a interpretação dos Gráficos 5.17 e 5.18, percebe-se que as crianças
com sobressaliência aumentada demonstraram prevalências maiores de
espaçamento generalizado ou somente espaços primatas. Todavia, nem o histórico
positivo de hábitos de sucção não nutritivos e nem tampouco a sobressaliência
aumentada foram estatisticamente associados à prevalência mais elevada dessas
características (TABELA 5.15). Depreende-se que existe uma associação entre o
histórico positivo de hábitos de sucção não nutritivos prolongados e a maior
freqüência de sobressaliência aumentada. Contudo, os hábitos de sucção não
necessariamente estariam relacionados ao aparecimento de espaços anteriores no
arco decíduo. Sugere-se, de acordo com Baume (1950) e El-Nofely, Sadek e
Soliman (1989), que realmente este seja um traço genético.
Em se tratando da avaliação de espaços interdentais, uma fragilidade que
poderia ser apontada nesta investigação reside na inspeção visual, em vez da
aplicação de um método que propiciasse o registro quantitativo do espaçamento,
utilizando-se instrumentos de medição diretamente na boca (AZNAR et al., 2006;
OVSENIK; FARČNIK; VERDENIK, 2004) ou em modelos de gesso (ABU ALHAIJA;
QUDEIMAT, 2003; ANDERSON, 2007; BAUME, 1950; KUSWANDARI; NISHINO,
2004; MELO; ONO; TAKAGI, 2001; MOORREES; CHADHA, 1965; NYSTRÖM,
1981; ROSSATO; MARTINS, 1993). Entretanto, o rigor na avaliação da eticidade
Discussão
86
dos projetos de pesquisa tem aumentado paulatinamente, sendo que alguns
procedimentos do exame físico e a moldagem podem ser julgados como invasivos.
Admitindo a argumentação perante a Comissão de Ética e a aprovação de tais
métodos, deve-se considerar também a aceitação das crianças ao serem
submetidas a um exame físico com instrumentos de medição inseridos na boca ou à
moldagem, que causam desconforto. Em adição, torna-se impraticável a obtenção
de modelos de gesso em numerosos grupos amostrais, como o utilizado por Romero
(2007), de 1377 crianças, do qual foram selecionados os leucodermas avaliados no
presente estudo.
7 CONCLUSÕES
88
7 CONCLUSÕES
De acordo com os resultados obtidos, conclui-se que:
Na amostra de nipo-brasileiros, o espaçamento interdental anterior generalizado
correspondeu à característica mais prevalente nos arcos superior e inferior. A
freqüência dos espaços primatas foi mais elevada no arco superior. Entretanto,
para as características referentes à ausência de espaços interdentais e ao
apinhamento, a variação entre os percentuais calculados para os arcos superior
e inferior foi relativamente pequena;
Na amostra de leucodermas brasileiros, as freqüências das características
relativas à ausência de espaçamento interdental e à presença de espaços
primatas demonstraram padrão de distribuição similar ao observado em nipo-
brasileiros. Convém destacar que o espaçamento anterior generalizado foi
diagnosticado em aproximadamente 50% dos arcos dentais superior e inferior.
Todavia, a prevalência de apinhamento dental foi 3 vezes mais elevada no arco
inferior, em comparação ao superior;
Em ambas as amostras sob estudo, não houve diferenças significativas entre
grupos etários (2-4 anos e 5-6 anos) nem tampouco dimorfismo sexual para as
características de espaçamento interdental anterior;
Leucodermas apresentariam chances 2,8 vezes maiores de desenvolver
apinhamento dental no arco inferior, se comparados aos nipo-brasileiros;
Não foi comprovada associação entre a prevalência de espaçamento anterior
generalizado ou somente presença de espaços primatas, no arco superior, e o
histórico positivo de hábitos de sucção não nutritivos.
REFERÊNCIAS
90
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ANEXO
Anexo
96
APÊNDICES
Apendices
98
APÊNDICE A
Curso de Odontologia
Disciplina de Ortodontia
Senhores pais,
Os hábitos bucais inadequados, como o uso prolongado de chupeta, mamadeira e a
sucção de dedo, podem provocar alterações nos arcos dentários e na fala das crianças. Por
isso, nós, dentistas, gostaríamos de examinar seu(sua) filho(a). Somente após o exame clínico,
poderemos orientá-los a prevenir e tratar precocemente essas alterações.
Com o objetivo de fazer um diagnóstico dos problemas causados pelos hábitos bucais
inadequados, a equipe da Disciplina de Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo está
realizando um trabalho nas escolas municipais do bairro do Tatuapé. Nosso trabalho envolve:
1. A autorização dos pais para a avaliação odontológica de seus filhos. Juntamente com a
autorização, os pais devem responder a um questionário sobre os hábitos bucais de seus
filhos;
2. A avaliação odontológica de seus filhos;
3. A carta-resposta com o diagnóstico das condições de saúde bucal de seus filhos;
4. O plantão para o esclarecimento de dúvidas com um dentista especialista em Ortodontia,
todas as segundas-feiras no período da tarde, das 14:30h às 16:00h, na clínica de Pós-
graduação da Universidade Cidade de São Paulo.
Levando em consideração a importância deste trabalho para a saúde bucal das
crianças, solicitamos sua autorização por escrito, para que possamos realizar o exame
odontológico em seu(sua) filho(a), durante o período escolar e na própria escola.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Eu, _________________________________________, R.G. __________________,
autorizo a realização do exame odontológico em meu(minha) filho(a), pela equipe da
Disciplina de Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo.
São Paulo, _____ de ______________ de 2006.
Assinatura: _____________________________
Apendices
99
QUESTIONÁRIO PARA A PESQUISA DE HÁBITOS INADEQUADOS
IDENTIFICAÇÃO E INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE A FAMÍLIA
1. Quem está respondendo a este questionário?
( ) A mãe
( ) O pai
( ) Um parente
( ) Outro responsável
2. Nome completo do(a) filho(a): ______________________________________________
3. Sexo ( ) M ( ) F
4. Idade: ________
5. Data de nascimento: ___/___/______
6. Escola: EMEI ____________________________________________________
7. Professora: ______________________________________________________
8. Sala: _________________________
9. Período: ( ) Matutino ( ) Intermediário ( ) Vespertino
10. Preencha no quadro abaixo as informações referentes ao país, estado e cidade onde
nasceram os seguintes familiares de seu(sua) filho(a):
Familiar PAÍS ESTADO CIDADE
Pai
Mãe
Avô paterno
Avó paterna
Avô materno
Avó materna
Apendices
100
11. Nome do pai: _____________________________________________________
12. Grau de escolaridade:
( ) Primeiro grau incompleto
( ) Primeiro grau completo
( ) Segundo grau incompleto
( ) Segundo grau completo
( ) Superior incompleto
( ) Superior completo
13. Nome da mãe: ____________________________________________________
14. Grau de escolaridade:
( ) Primeiro grau incompleto
( ) Primeiro grau completo
( ) Segundo grau incompleto
( ) Segundo grau completo
( ) Superior incompleto
( ) Superior completo
15. Endereço residencial:
________________________________________________________________________
___Bairro: ____________________ CEP: ______________
Telefone: ___________________ Telefone para recados: __________________
16. Número de filhos: _______
17. Somando os salários de todas as pessoas que trabalham e ajudam nas despesas de casa, a
renda familiar total é:
( ) Menor que R$ 300,00 por mês
( ) De R$ 300,00 a R$ 600,00 por mês
( ) De R$ 600,00 a R$ 1.200,00 por mês
( ) De R$ 1.200,00 a R$ 1.800,00 por mês
( ) De R$ 1.800,00 a R$ 2.400,00 por mês
( ) Maior que R$ 2.400,00 por mês
Apendices
101
INFORMAÇÕES SOBRE A SAÚDE DA CRIANÇA E A PRESENÇA DE HÁBITOS
18. Seu(sua) filho(a) está em tratamento médico, atualmente?
( ) Sim. Qual o motivo? _____________________________________________
( ) Não
19. Seu(sua) filho(a) já foi examinado(a) por um dentista?
( ) Sim. Quando? _________________________________________
( ) Não
20. Você sabe o que é Ortodontia?
( ) Sim. O que é? __________________________________________________
( ) Não, mas gostaria de saber.
( ) Não
21. Seu(sua) filho(a) está em tratamento fonoaudiológico?
( ) Sim. Por que? __________________________________________________
( ) Não, nunca.
( ) Não neste momento, mas já esteve em tratamento anteriormente.
22. Seu(sua) filho(a) está em tratamento ortodôntico?
( ) Sim. Por que? __________________________________________________
( ) Não, nunca.
( ) Não neste momento, mas já esteve em tratamento anteriormente.
23. Assinale com um X o(s) problema(s) que seu(sua) filho(a) apresenta:
( ) Deficiência visual
( ) Deficiência auditiva
( ) Deficiência mental
( ) Fissura labial ou lábio-palatina
( ) Uma síndrome. Qual? ____________________________________________
( ) Não apresenta estes problemas.
Apendices
102
24. Ao desenhar ou escrever, seu(sua) filho(a) utiliza mais qual das mãos?
( ) direita ( ) esquerda ( ) não sei responder
25. Seu(sua) filho(a) já sofreu algum acidente ou traumatismo na região da boca?
( ) Sim. Quando? _______________________________. Se houve alguma
conseqüência, por favor, escreva.
__________________________________________________________.
( ) Não
26. Seu(sua) filho(a) foi amamentado(a) no peito?
( ) Sim ( ) Não
27. Se seu(sua) filho(a) mamou no peito, com quantos meses de idade ele(a) desmamou?
( ) Com menos de 3 meses
( ) Ele(a) tinha entre 3 e 6 meses
( ) Ele(a) tinha entre 6 e 9 meses
( ) Ele(a) tinha entre 9 e 12 meses (entre 9 meses e 1 ano)
( ) Com mais de 12 meses (com mais de 1 ano)
( ) Não me lembro.
( ) Ele(a) ainda mama no peito.
28. Se a criança ainda mama no peito, a alimentação é complementada com:
( ) Mamadeiras
( ) Sopas ou comidas caseiras. Quantas vezes por dia? ________________
( ) Papas prontas. Quantas vezes por dia? ________________
( ) Não necessita de alimentação complementar.
29. Seu(sua) filho(a) foi ou ainda é amamentado(a) somente com mamadeira?
( ) Sim
( ) Não, nunca usou mamadeira.
Apendices
103
30. Se a criança usa ou usou mamadeira, responda:
Com que idade começou a usar? _________. Com que idade parou de usar? _________
Quantas mamadeiras por dia até 1 ano de idade? ______
Quantas mamadeiras por dia até os 2 anos de idade? ______
Quantas mamadeiras por dia até os 3 anos de idade? ______
Quantas mamadeiras por dia até os 4 anos de idade? ______
Quantas mamadeiras por dia até os 5 anos de idade? ______
Quantas mamadeiras por dia até os 6 anos de idade? ______
31. Seu(sua) filho(a) chupa chupeta?
( ) Sim, ainda chupa chupeta.
Com que idade começou a chupar chupeta? ________
( ) Não, nunca chupou chupeta.
( ) Não. Já chupou chupeta, mas parou.
Com que idade parou? ________. Que idade ele(a) tinha quando começou a chupar
chupeta? ________
32. Quando seu(sua) filho(a) chupa ou chupava a chupeta?
( ) O dia todo
( ) Às vezes. Quando? ______________________________________________
( ) Só para dormir
Ele(a) dorme ou dormia a noite inteira chupando a chupeta? ( ) Sim ( ) Não
33. Se seu(sua) filho(a) chupa ou chupou chupeta, qual o tipo?
( ) Chupeta comum
( ) Chupeta ortodôntica
( ) Chupetas comum e ortodôntica
34. Seu(sua) filho(a) chupa dedo?
( ) Sim, ele ainda chupa dedo.
Com que idade começou a chupar dedo? ________
( ) Não, nunca chupou dedo.
( ) Não. Já chupou dedo, mas parou.
Com que idade parou? ________. Que idade ele(a) tinha quando começou a chupar dedo?
________
Apendices
104
35. Quando seu(sua) filho(a) chupa ou chupava o(s) dedo(s)?
( ) O dia todo
( ) Às vezes. Quando? ______________________________________________
( ) Só para dormir
Ele(a) dorme ou dormia a noite inteira chupando o(s) dedo(s)? ( ) Sim ( ) Não
36. Seu(sua) filho(a) tem o hábito de apoiar uma das mãos sobre o rosto ao ver televisão ou
durante a leitura e o estudo?
( ) Não, nunca teve.
( ) Não tem agora, mas já teve anteriormente.
Neste caso, o hábito iniciou-se com que idade? __________
E com que idade foi interrompido? __________
Qual mão era utilizada para apoiar? ( ) direita ( ) esquerda
( ) Sim, apresenta o hábito atualmente.
Neste caso, com que idade iniciou o hábito? __________
Qual mão é utilizada para apoiar? ( ) direita ( ) esquerda
37. Seu(sua) filho(a) dorme com uma das mãos debaixo do rosto?
( ) Não
( ) Não, mas dormia assim anteriormente.
Neste caso, o hábito iniciou-se com que idade? __________
E com que idade foi interrompido? __________
Qual mão era utilizada para apoiar? ( ) direita ( ) esquerda
( ) Sim
Neste caso, com que idade iniciou o hábito? __________
Qual mão é utilizada para apoiar? ( ) direita ( ) esquerda
38. Seu(sua) filho(a) respira pela boca?
( ) Sim, o dia todo.
( ) Sim, mas somente à noite.
( ) Sim, mas às vezes também respira pelo nariz.
( ) Não, respira somente pelo nariz.
( ) Não sei.
Apendices
105
39. A criança já respirou pela boca?
( ) Sim. Até que idade? _______. Qual o motivo?
________________________________________________________________________
( ) Não, nunca respirou pela boca.
( ) Não sei.
40. A criança dorme de boca aberta?
( ) Sim ( ) Não
41. A criança ronca?
( ) Sim ( ) Não
42. A criança tem sono agitado?
( ) Sim ( ) Não
43. Seu(sua) filho(a) tem gripes ou resfriados freqüentes?
( ) Sim. Quantas vezes por ano? _______________
( ) Não
44. Seu(sua) filho(a) tem rinite alérgica?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei o que é isso.
45. Seu(sua) filho(a) teve ou tem amigdalite com freqüência?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei o que é isso.
46. Seu(sua) filho(a) já retirou as amígdalas?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei o que é isso.
Apendices
106
47. Seu(sua) filho(a) tem adenóides?
( ) Sim
( ) Não
( ) Já teve, mas foi operado(a).
( ) Não sei o que é isso.
48. Você já levou a criança a um médico otorrinolaringologista?
( ) Sim. Por que?
__________________________________________________________
( ) Não
49. Seu(sua) filho(a) tem bronquite ou asma?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei.
50. Seu(sua) filho(a) tem dor de cabeça?
( ) Não
( ) Ao levantar
( ) À noite
( ) Durante as refeições
( ) Durante o dia
51. Seu(sua) filho(a) range os dentes?
( ) Não
( ) Somente durante a noite
( ) Somente durante o dia
TODA A EQUIPE DA DISCIPLINA DE ORTODONTIA DA
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO AGRADECE SUA
VALIOSA COLABORAÇÃO!
Apendices
107
APÊNDICE B
Curso de Odontologia
Disciplina de Ortodontia
FICHA PARA EXAME CLÍNICO ODONTOLÓGICO E ORTODÔNTICO
Data: ___/___/____ Examinador: _______________________________________
Curso: ( ) Graduação ( ) Mestrado
Escola: EMEI ________________________________________________________
Nome do(a) aluno(a): _________________________________________________
Sexo: ( ) M ( ) F Idade: __________
Cor da pele: ( ) branca
( ) negra
( ) amarela (oriental)
( ) parda (morena)
1. ODONTOGRAMA
Instruções:
Se houver lesões de cárie que comprometam a oclusão e/ou a largura
coronária mésio-distal, desenhe um retângulo no(s) dente(s)
correspondente(s);
X Assinale com um “X” o(s) dente(s) decíduo(s) ausente(s);
* Existe ou existem dente(s) permanente(s) total ou parcialmente irrompido(s)?
( ) Sim. Qual(quais)? ______________________________
( )Não
Apendices
108
2. SOBRESSALIÊNCIA (OVERJET)
( ) Mordida cruzada anterior (trespasse negativo) = - _______mm
( ) Nula
( ) Normal = + 1 a 2mm
( ) Aumentada (trespasse maior que 2mm) = + _______mm
3. SOBREMORDIDA (OVERBITE)
( ) Mordida aberta anterior = - _______mm
( ) Nula
( ) Normal (o incisivo superior cobre 1/3 do inferior)
( ) Moderadamente aumentada (o incisivo superior cobre de 1/3 a 1/2)
( ) Acentuadamente aumentada (o incisivo superior cobre mais que 1/2)
4. RELAÇÃO DOS SEGUNDOS MOLARES DECÍDUOS
Instruções:
Durante a avaliação, considere o lado do arco e a posição de, pelo menos, 1/2
da largura da cúspide disto-vestibular do segundo molar superior.
Plano terminal reto:
( ) direito ( ) esquerdo
Degrau mesial:
( ) direito ( ) esquerdo
Degrau distal:
( ) direito ( ) esquerdo
Apendices
109
5. RELAÇÃO DOS CANINOS DECÍDUOS
Classe 1
( ) direito ( ) esquerdo
Classe 2
( ) direito ( ) esquerdo
Classe 3
( ) direito ( ) esquerdo
Topo a topo: ( ) direito ( ) esquerdo
6. LINHA MÉDIA (arco superior/arco inferior)
( ) Centralizada ( ) Desviada
7. MORDIDA CRUZADA POSTERIOR
( ) Ausente
( ) Bilateral
( ) Unilateral verdadeira: ( ) direito ( ) esquerdo
( ) Unilateral com desvio funcional da mandíbula: ( ) direito ( ) esquerdo
8. DIASTEMAS
No arco superior: ( ) Ausentes
( ) Somente os espaços primatas
( ) Generalizados
No arco inferior: ( ) Ausentes
( ) Somente os espaços primatas
( ) Generalizados
Apendices
110
9. APINHAMENTO NA REGIÃO ANTERIOR
( ) No arco superior
( ) No arco inferior
( ) Inexistente
10. SELAMENTO LABIAL EM REPOUSO
( ) Normal
( ) Existente, porém com contração da musculatura peribucal e mentoniana
( ) Deficiente
11. MOVIMENTO MANDIBULAR
( ) Abertura simétrica
( ) Abertura com desvio o início da abertura se dá com deslocamento da
mandíbula e o final, com a mandíbula retornando para a linha média
( ) Abertura com deflexão a mandíbula é deslocada durante todo o
movimento de abertura
12. PRESENÇA DE ESTALIDO
( ) Não
( ) Sim ( ) direito ( ) esquerdo
13. DESGASTE DENTÁRIO
( ) Incisivos
( ) Caninos
( ) Molares
( ) Ausente
14. INFRA-OCLUSÃO DE MOLAR DECÍDUO
( ) Sim. Qual(quais)? ______________________________
( ) Não
Apendices
111
APÊNDICE C
Tabela 1 - Prevalência das características de espaçamento interdental anterior no arco
superior em nipo-brasileiros, por grupo etário.
Arco Superior
2 a 3 anos 4 anos 5 a 6 anos Total
Característica
n % n % n % n %
ausente 34 25,2 26 21,3 28 18,9 88 21,7
espaços primatas 36 26,7 37 30,3 41 27,7 114 28,2
generalizados 58 43,0 56 45,9 73 49,3 187 46,2
apinhamento 7 5,2 3 2,5 6 4,1 16 4,0
Total 135 100,0 122 100,0 148 100,0 405 100,0
Tabela 2 - Comparações de freqüências das
características de espaçamento anterior entre os grupos
etários, no arco superior, para nipo-brasileiros.
Arco Superior
Comparações χ² p-valor
2-3 versus 4 2.063 0.559
2-3 versus 5-6 2.107 0.550
4 versus 5-6 1.025 0.795
Tabela 3 - Prevalência das características de espaçamento interdental anterior no arco inferior em
nipo-brasileiros, por grupo etário.
Arco Inferior
2 a 3 anos 4 anos 5 a 6 anos Total
Característica
n % n % n % n %
ausente 34 25,2 36 29,5 37 25,0 107 26,4
espaços primatas 21 15,6 19 15,6 22 14,9 62 15,3
generalizados 72 53,3 62 50,8 82 55,4 216 53,3
apinhamento 8 5,9 5 4,1 7 4,7 20 4,9
Total 135 100,0 122 100,0 148 100,0 405 100,0
Apendices
112
Tabela 4 - Comparações de freqüências das características
de espaçamento anterior entre os grupos etários, no arco
inferior, para nipo-brasileiros.
Arco Inferior
Comparações χ² p-valor
2-3 versus 4 0.941 0.816
2-3 versus 5-6 0.269 0.966
4 versus 5-6 0.849 0.838
Tabela 5 - Prevalência das características de espaçamento interdental anterior no arco superior em
leucodermas, por grupo etário.
Arco Superior
2 a 3 anos 4 anos 5 a 6 anos Total
Característica
n % n % n % n %
ausente 14 23,0 40 22,4 63 23,3 117 22,9
espaços primatas 18 29,5 39 21,8 60 22,2 117 22,9
generalizados 25 41,0 95 53,1 136 50,4 256 50,2
apinhamento 4 6,6 5 2,8 11 4,1 20 3,9
Total 61 100,0 179 100,0 270 100,0 510 100,0
Tabela 6 - Comparações de freqüências das
características de espaçamento anterior entre os
grupos etários, no arco superior, para leucodermas.
Arco Superior
Comparações χ² p-valor
2-3 versus 4 4.198 0.241
2-3 versus 5-6 2.703 0.440
4 versus 5-6 0.703 0.872
Apendices
113
Tabela 7 - Prevalência das características de espaçamento interdental anterior no arco inferior
em leucodermas, por grupo etário.
Arco Inferior
2 a 3 anos 4 anos 5 a 6 anos Total
Característica
n % n % n % n %
ausente 17 27,9 37 20,7 65 24,1 119 23,3
espaços primatas 7 11,5 20 11,2 37 13,7 64 12,6
generalizados 29 47,5 105 58,7 128 47,4 262 51,4
apinhamento 8 13,1 17 9,5 40 14,8 65 12,8
Total 61 100,0 179 100,0 270 100,0 510 100,0
Tabela 8 - Comparações de freqüências das
características de espaçamento anterior entre os
grupos etários, no arco inferior, para leucodermas.
Arco Inferior
Comparações χ² p-valor
2-3 versus 4 2.630 0.452
2-3 versus 5-6 0.575 0.902
4 versus 5-6 6.116 0.106
Apendices
114
APÊNDICE D
Tabela 1 - Resultados do teste Qui-Quadrado utilizando a correção de
Bonferroni para comparações múltiplas.
Nipo-brasileiros - Arco Inferior
Comparações
Masculino Feminino
3-4 anos X 5-6 anos 3-4 anos X 5-6 anos
Característica
X² p-valor X² p-valor
espaços primatas 0,424 0,515 0,277 0,599
espaços generalizados 0,054 0,817 0,668 0,414
apinhamento 1,735 0,188 2,067 0,150
ausência de espaços 0,143 0,706 0,367 0,545
*O nível de significância total adotado foi de 5%, as diferenças em cada teste
individual foram consideradas estatisticamente significativas quando p-
valor<0,00625.
Tabela 2 – Resultados do teste Qui-Quadrado utilizando a correção de
Bonferroni para comparações múltiplas.
Nipo-brasileiros - Arco Inferior
Comparações
3-4 anos 5-6 anos
Masc. X Fem. Masc. X Fem.
Característica
X² p-valor X² p-valor
espaços primatas 1,351 0,245 0,029 0,865
espaços generalizados 1,286 0,257 0,134 0,714
apinhamento 1,346 0,246 2,503 0,114
ausência de espaços 2,715 0,099 1,115 0,291
*O nível de significância total adotado foi de 5%, as diferenças em cada
teste individual foram consideradas estatisticamente significativas
quando p-valor<0,00625.
Tabela 3 – Resultados do teste Qui-Quadrado utilizando a correção de Bonferroni
para comparações múltiplas.
Nipo-brasileiros - Arco Superior
Comparações
Masculino Feminino
3-4 anos X 5-6 anos 3-4 anos X 5-6 anos
Característica
X² p-valor X² p-valor
espaços primatas 0,360 0,549 0,129 0,720
espaços generalizados 0,009 0,925 1,449 0,229
apinhamento 1,374 0,241 0,974 0,324
ausência de espaços 0,000 0,990 1,944 0,163
*O nível de significância total adotado foi de 5%, as diferenças em cada teste
individual foram consideradas estatisticamente significativas quando p-valor
<0,00625.
Apendices
115
Tabela 4 – Resultados do teste Qui-Quadrado utilizando a correção de
Bonferroni para comparações múltiplas.
Nipo-brasileiros - Arco Superior
Comparações
3-4 anos 5-6 anos
Masc. X Fem. Masc. X Fem.
Característica
X² p-valor X² p-valor
espaços primatas 0,177 0,674 0,291 0,589
espaços generalizados 0,114 0,735 0,476 0,490
apinhamento 0,831 0,362 1,486 0,223
ausência de espaços 0,184 0,668 0,780 0,377
*O nível de significância total adotado foi de 5%, as diferenças em cada
teste individual foram consideradas estatisticamente significativas quando p-
valor<0,00625.
Tabela 5 – Resultados do teste Qui-Quadrado utilizando a correção de Bonferroni
para comparações múltiplas.
Leucodermas - Arco inferior
Comparações
Masculino Feminino
3-4 anos X 5-6 anos 3-4 anos X 5-6 anos
Característica
X² p-valor X² p-valor
espaços primatas 1,432 0,232 0,000 0,992
espaços generalizados 0,138 0,710 5,170 0,023
apinhamento 0,253 0,615 6,050 0,014
ausência de espaços 0,018 0,894 0,478 0,490
*O nível de significância total adotado foi de 5%, as diferenças em cada teste
individual foram consideradas estatisticamente significativas quando p-
valor<0,00625.
Tabela 6 – Resultados do teste Qui-Quadrado utilizando a correção de Bonferroni
para comparações múltiplas.
Leucodermas - Arco Inferior
Comparações
3-4 anos 5-6 anos
Masc. X Fem. Masc. X Fem.
Característica
X² p-valor X² p-valor
espaços primatas 0,184 0,668 0,677 0,411
espaços generalizados 0,211 0,646 2,034 0,154
apinhamento 1,521 0,217 3,073 0,080
ausência de espaços 0,001 0,975 0,758 0,384
*O nível de significância total adotado foi de 5%, as diferenças em cada teste
individual foram consideradas estatisticamente significativas quando p-
valor<0,00625.
Apendices
116
Tabela 7 – Resultados do teste Qui-Quadrado utilizando a correção de Bonferroni para
comparações múltiplas.
Leucodermas - Arco Superior
Comparações
Masculino Feminino
3-4 anos X 5-6 anos 3-4 anos X 5-6 anos
Característica
X² p-valor X² p-valor
espaços primatas 0,196 0,658 0,023 0,880
espaços generalizados 0,664 0,415 0,443 0,506
apinhamento 0,762 0,383 0,915 0,339
ausência de espaços 0,026 0,871 0,226 0,634
*O nível de significância total adotado foi de 5%, as diferenças em cada teste individual
foram consideradas estatisticamente significativas quando p-valor<0,00625.
Tabela 8 – Resultados do teste Qui-Quadrado utilizando a correção de Bonferroni
para comparações múltiplas.
Leucodermas - Arco Superior
Comparações
3-4 anos 5-6 anos
Masc. X Fem. Masc. X Fem.
‘Característica
X² p-valor X² p-valor
espaços primatas 0,028 0,867 0,239 0,625
espaços generalizados 0,267 0,605 0,961 0,327
apinhamento 0,195 0,659 1,932 0,164
ausência de espaços 0,345 0,557 0,758 0,384
*O nível de significância total adotado foi de 5%, as diferenças em cada teste
individual foram consideradas estatisticamente significativas quando p-
valor<0,00625.
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