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RESUMO
ETIOLOGIA DAS ADENOMEGALIAS NA INFÂNCIA: ANÁLISE DE 137 CASOS DO
AMBULATÓRIO DE DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS - INSTITUTO DE
PUERICULTURA E PEDIATRIA MARTAGÃO GESTEIRA - UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Maria Cláudia Chicarino
Orientadora: Profª. Drª. Susie Andries Nogueira
Resumo da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-
Graduação em Medicina (Doenças Infecciosas e Parasitárias), Faculdade de
Medicina, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos
requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Medicina (Doenças
Infecciosas e Parasitárias).
Introdução: Adenomegalias são manifestações comuns na infância, sendo
importante esclarecer sua etiologia, principalmente porque podem ser sinais
precoces de doenças graves. Objetivo: Descrever etiologia, aspectos clínicos,
laboratoriais, epidemiológicos e evolutivos de pacientes pediátricos com
adenomegalia. Métodos: Estudo observacional, descritivo, prospectivo, tipo série de
casos realizado no ambulatório de doenças infecciosas e parasitárias do IPPMG
(UFRJ), incluindo avaliação clínica, exames laboratoriais (hemograma, VHS;
sorologias para toxoplasmose, CMV, EBV, HIV); radiografia de tórax; ultra-
sonografia e biópsia ganglionar quando indicadas. Resultados: 137 crianças com
idade média de 4 anos e 8 meses foram incluídas. Principais achados clínicos
associados: febre (64,96%), dor local (37,23%), tosse (24,09%), anorexia (23,36%),
odinofagia (22,63%), flogose (21,9%), hepatomegalia (21,17%), esplenomegalia
(13,14%), hiperemia e/ou exsudato de orofaringe (10,22%). Uso prévio de
antibióticos foi referido por 54,74% dos pacientes. Gânglios cervicais foram os mais
acometidos (92,70%), seguidos de inguinais (33,57%), submandibulares (32,84%),
axilares (29,92%) e mentonianos (1,45%). Principais achados laboratoriais:
linfocitose ≥ 50% em 24,4% dos pacientes, atipia linfocitária em 15,75%, VHS ≥
70mm em 12,5% e leucocitose ≥ 20.000 cel/mm3 em 4,72%. Em 43,8% dos
pacientes houve indefinição da etiologia, porém tiveram evolução satisfatória.
Etiologia infecciosa ocorreu em 50,36%, sendo adenite piogênica mais freqüente
(50,72%), seguida de toxoplasmose (21,73%), infecção por EBV (10,14%),
tuberculose (5,79%), citomegalovirose (2,89%), esporotricose (2,89%), aids (1,44%),
doença da arranhadura do gato (1,44%), hepatite não A, não B, não C (1,44%) e
reação pós-BCG (1,44%). Etiologia não infecciosa foi observada em 5,84% dos
pacientes, destes a maioria foi neoplasia, seguida de cisto tireoglosso e reação
medicamentosa. Conclusão: A etiologia mais freqüente foram as infecções, sendo a
adenite piogênica a mais comum. Nos pacientes em que não foi possível determinar