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UNIVERSID ADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTR O DE CIÊNCIAS FÍSICAS E MATEMÁTICAS
DEPARTAMENTO DE SICA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICA
CÁLCULO DAS SEÇÕES DE CHOQUE DIFERENCIAIS
E INTEGRAIS PARA A EXCITÃO ELETNICA DE
CAMADAS INTERNAS DA MOLÉCULA C
2
N
2
Elis a n g e la A p a recid a y Ca st r o *
Dissertação de Mestrado apresentada a Pós-
Graduação em Física da Universidade F ederal de
Santa Cata rina, como pa rte dos requisitos pa ra a
obtenção do título de M EST R E EM FÍSICA ,
área de concentração Física Atôm ica e M olecula r
Orientador: Prof. Dr. Serg io Eduardo Michelin
*bolsista CNPq
Florian ópolis - SC
Setembro, 200 3
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Milhares de livros grátis para download.
Dedico este trabalho à minha M ãe
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Agradecimen tos
Ao Professor Dou tor Sérgio Eduard o M ichelin por ter aceitado me orien tar nesse tra-
balho, pela orientação e conança que me passou duran te todo esse período.
Aos Professores Douto res Teodósio Kroin e Milton M. Fujim oto por terem aceitado
participar deste mom ento contribuindo com suas valiosas críticas e sugestões.
AoscolegasdoLaboratóriodeEspalhamentodeElétrons.
À todos meus amigos do Departamento de Física. Em especial: Alexandre Mag no
(Mostro), Gerson, Humberto e Marcos Sco pel .
À minha mãe Esnne, que sempre me apoiou em tudo, meus irmãos Diogenes, Dionei
e Eleila, e meus sobrinhos e sobrinhas, por tudo.
Ao meu namorado Fábio, pelo amor e carinho.
À todos professores que tive até hoje.
Àagênciananciadora: CNPq.
Agrad eço à DEU S , pois sem ele nada seria possív e l.
Conteúdo
Resumo ii
Abstract iii
Lista de Abreviações iv
In trodução 1
1 Teoria Geral Do Espalhamento 4
1.1 Descriçã o Dos Fenômenos Do Espalh am ento ................. 4
1.2 Seção de Choque ................................ 6
1.3 EquaçõesdeEspalhamento........................... 8
1.4 CálculodaAmplitudedeEspalhamento.................... 12
1.5 Aproximão de Born.............................. 14
1.6 MétododasOndasParciais .......................... 15
1.7 Diferea de Fase ................................ 18
2DescriçãodoAlvo 21
2.1 AproximaçãodeBorn-Oppenheimer...................... 21
2.2 OMétodoLCAO-MO-SCF........................... 24
2.3 OAlvo...................................... 25
3 Métodos Utilizados 28
3.1 PotencialEstáticoTroca ............................ 28
3.2 MétododaOndaDistorcida(DWA)...................... 32
3.3 MétodoVariacionalIterativodeSchwinger(SVIM) ............. 35
3.4 SeçãodeChoqueDiferencial.......................... 39
3.5 MétododaOndaDistorcidaCompletadacomBorn(DWA—CB) . . . . . 40
4 Resultados e Discussão 42
4.1 Pacote Computacional ............................. 42
4.2 ForçadeOsciladorGeneralizado........................ 44
4.3 ResultadosdasSeçõesdeChoque ....................... 46
4.4 RazãoentreasSeçõesdeChoqueIntegrais.................. 65
5 Conclusões 71
Re fe rê nc ia s Bibliogr ácas 72
i
Resumo
No presente trabalho, aplicamos o método d a onda distorcida (MOD ) combi-
nado com o método variacional iterativo da Schwin ger (SVIM), p ar a calcular a s seções de
c hoque diferenciais (DC S ) e integrais (ICS ) inelásticas, a partir da excitação de elétron s
presos a camadas internas da molécula C
2
N
2
. M ais especicam ente, mediante impacto
eletrônico, realizamos a excitação de elétrons da cam ad a interna 2σ
g
e 2σ
u
da molécula
de C
2
N
2
para a primeira camada excitada 2π
u
{X
1
Σ
+
g
1
,
3
Π
g
(carbono1s2σ
u
2π
u
)}
2π
u
{X
1
Σ
+
g
1
,
3
Π
u
(carbono1s2σ
g
2π
u
)}, na faixa de energias de 300-900eV para o
elétron incidente, distinguindo se a transição é para um estado singleto ou tripleto. Em
seguida calculamos a razão entre as seções de choque integradas, RI(3:1), para o estado
nal tripleto e o singleto. Vericamos que a razão RI(3:1) segue o mesmo padrão obtido
an teriorm ente para outros alv os moleculares, apresen ta ndo picos de ressonâncias local-
izados imediatam ente acima do prim eiro limiar de excitação. Po rém, para energias do
elétron incidente um pouco acima do primeiro limiar de excitação, a razão RI(3:1) decai
de maneira uniforme e bastan te sua ve.
ii
Abstract
In the work, we apply the distorted-wave approxima tion (DWA ) in combina-
tion with the Schw inger variational iterative m ethod (SV IM ), in order to obtain the dif-
ferential (DCS) and integ ra l (ICS) cross sections for the excitation for core-level electrons
in the C
2
N
2
molecule. More specically, using electronic im pa ct, we did the inner-shell
electronic excitation from 2σ
g
and 2σ
u
to the rst excited states of C
2
N
2
molecu le, 2π
u
{X
1
Σ
+
g
1
,
3
Π
g
(carbon1s2σ
u
2π
u
)} 2π
u
{X
1
Σ
+
g
1
,
3
Π
u
(carbon1s2σ
g
2π
u
)},over
an incident energy range of 300-900 eV, distinguishing whether the nal states are singlet
or triplet core-excited states. We then calculate the ratios, RI(3:1), of these cross sections
for the relevant transitions leading to the triplet and singlet core-excited states as a func-
tion of the incident energy. On e importan t point show n by the calculations is that we
ha ve the same general qualitative and quan titative beha viour of the ICS and RI(3:1), ob-
tained in the precedents calculations for others molecu les, showing sharp resonance peaks
immediately abo ve the excitation threshold. Ho wever, in the energ y regions where there
are no shape resonan ces for the higher inciden t electronic energies, R I(3:1) has a smooth
and uniform decrease.
iii
Lista de Term os e Ab reviações
DC S................................................................. seção de choque diferencial inelásticas
ICS....................................................................... seção de choque integra l inelásticas
SVIM.......................................................... método variacional iterativode Schwin ger
(Sc hwinger variation al iterativ e method)
DWA................... aproxim aç ão em ondas distorcidas (distorted w ave appr oximation)
LC AO-M O-SC F............................(Linear Combination of A tomic Orbitals Molecular
Orb itals-Self Con sistent Field)
AO.................................................................................................... orbitais at ômicos
MO............................................................................................... orbitais molecula res
IVO ....................................................................................orbita is virtua is otimiza d os
DWA CB......................................m étodo da onda distorcida completa da com Born
GOS..............................................................................força de oscilad or generalizada
RI (3:1).......................................................................................razão tripleto-singleto
iv
Lista de Figuras
1.1 Esquema do p rocesso de colisão ......................... 5
1.2 Espalhamento de uma onda plana incidente por um potencial. (a) antes da
colisão, (b) depois da colisão. .......................... 10
4.1 GOS para transição 2σ
g
2π
u
. Linha lida, presentes resultados com DWA
pa ra C
2
N
2
. Normalizados para compa ração (fato r de 2.2); linha tracejada,
resultados com Bo rn , 1σ
g
1π
g
,paraoC
2
H
2
[13], linha pontilhada,
resultados com D WA, 1σ
g
1π
g
,paraoC
2
H
2
[13]. .............. 45
4.2 GOS para transição 2σ
u
2π
u
. Linha sólida, presen tes resultados com DWA
pa ra C
2
N
2
. Normalizados para compa ração (fato r de 2.4); linha tracejada,
resultados com Born, 1σ
u
1π
g
,paraoC
2
H
2
[13], linha pontilhada,
resultados com D WA, 1σ
u
1π
g
,paraoC
2
H
2
[13] . .............. 45
4.3 DCSparaamoléculaC
2
N
2
,paratransição 2σ
g
2π
u
,estadonal singleto,
para as energias: (a) 302 eV; (b) 306 eV; (c) 310 eV; (d) 315 eV. ....... 47
4.4 MesmodaFig.4.3masparaasenergias:(a)320eV;(b)350eV;(c)400eV;
(d) 500 eV. .................................... 48
4.5 DCS para a molécula C
2
N
2
,paratransição 2σ
g
2π
u
,estadonal tripleto,
para as energias: (a) 300 eV; (b) 302 eV; (c) 304 eV; (d) 305 eV. ....... 49
4.6 Mesmo da Fig. 4.5, para as energias: (a) 308 eV; (b) 310 eV; (c) 315 eV; (d)
320 eV. ...................................... 50
4.7 Mesmo da Fig. 4.5, para as energias: (a) 330 eV; (b) 335 eV; (c) 350 eV; (d)
370 eV. ...................................... 51
4.8 Mesmo da Fig. 4.5, para as energias: (a) 400 eV; (b) 500 eV; (c) 600 eV; (d)
700 eV. ...................................... 52
4.9 DCS para a mo léc u la C
2
N
2
,paratransição 2σ
u
2π
u
,estadonal singleto,
para as energias: (a) 305 eV; (b) 310 eV; (c) 320 eV; (d) 350 eV. ....... 53
4.10 Mesmo da Fig. 4.9, para as energias: (a) 400 eV; (b) 500 eV; (c) 600 eV; (d)
700 eV. ...................................... 54
4.11 DCS pa ra a molécula C
2
N
2
,paratransição 2σ
u
2π
u
,estadonal tripleto,
para as energias: (a) 300 eV; (b) 302 eV; (c) 304 eV; (d) 305 eV. ....... 55
4.12 Mesm o da Fig. 4.11, pa ra as energias: (a) 307 eV; (b) 308 eV; (c) 309 eV;
(d) 310 eV. .................................... 56
4.13 Mesm o da Fig. 4.11, pa ra as energias: (a) 312 eV; (b) 320 eV; (c) 322 eV;
(d) 327 eV. .................................... 57
4.14 Mesm o da Fig. 4.11, pa ra as energias: (a) 330 eV; (b) 340 eV; (c) 350 eV;
(d) 370 eV. .................................... 58
v
4.15 Mesm o da Fig. 4.11, pa ra as energias: (a) 400 eV; (b) 500 eV; (c) 600 eV;
(d) 700 eV. .................................... 59
4.16 ICSparaamoléculaC
2
N
2
,transição2σ
g
2π
u
. Linha lida, estado nal
singleto; linha tracejada, estado nal tripleto. .................. 60
4.17 Autofasesparaatransição2σ
g
2π
u
,estadonal tripleto; energia cinética de
saída (a) 0-15 eV ; (b) 15-3 0 eV ; (c) 30-50 eV . Lin h a sólid a espessa, simetria
2
g
; linha tracejada - simetria
2
u
; linha pontilh a d a - simetria
2
Π
g
;traço-
ponto - simetria
2
Π
u
; traço-ponto-ponto - simetria
2
Σ
g
; linha sólida - simetria
2
Σ
u
. ....................................... 61
4.18 Auto fa ses pa ra a transiç ão 2σ
g
2π
u
,estadonal tripleto; energia cinética
de (a) 0-15 eV; (b) 15-30 eV; (c) 30-50 eV. Linha sólida espessa, simetria
2
g
;
linha tracejada - simetria
2
u
; linh a pontilha da - simetria
2
Π
g
;traço-ponto-
simetria
2
Π
u
; traço-ponto-ponto - simetria
2
Σ
g
; linha sólid a - simetria
2
Σ
u
. .. 62
4.19 ICSparaamoléculaC
2
N
2
,transição2σ
u
2π
u
. Linha sólida, estado nal
singleto; linha tracejada, estado nal tripleto. .................. 63
4.20 Autofasesparaatransição2σ
u
2π
u
,estadonal (a) singleto, energia
cinética de 25-50 eV; (b) tripleto, 0-20 eV; (c) tripleto, 20-50 eV. Linha sólida
espessa, sim etria
2
g
; linha tracejada - simetria
2
u
; linha pontilhada - sime-
tria
2
Π
g
; traço-ponto - simetria
2
Π
u
; traço-ponto-ponto - simetria
2
Σ
g
;linha
sólida - simetria
2
Σ
u
. ............................... 64
4.21 ICSparaamoléculaC
2
N
2
.Transição2σ
u
2π
u
. Linha sólida, estado nal
singleto; linha tracejada, estado n a l tripleto. Transição 2σ
g
2π
u
.Linha
pontilhada, estado nal singleto; traço-ponto, estado nal tripleto. ....... 65
4.22 Diagrama esquemático mostrando o p rocesso de excitação a pa rtir do estado
fundamental do C
2
N
2
até um estado auto-ion izan te e posterior decaimen to
deste pa ra um estado iônico qualquer do C
2
N
+
2
. ................ 66
4.23 RI(3:1) para a molécula C
2
N
2
,transição2σ
g
2π
u
. .............. 67
4.24 RI(3:1) para a molécula C
2
N
2
,transição2σ
u
2π
u
. .............. 67
4.25 ComparaçãodasRI(3:1)paraamoléculaC
2
N
2
eC
2
H
2
[13], energias de (a)
298-900 eV (b) 298-400 eV . Linha sólida, transição 2σ
g
2π
u
,C
2
N
2
;linha
tracejada; transição 2σ
u
2π
u
,C
2
N
2
; linha pontilhada, transição 1σ
u
1π
g
,
C
2
H
2
;traço-ponto,transição1σ
g
1π
g
,C
2
H
2
. ................ 68
4.26 Comparação das RI(3:1) para a molécula C
2
N
2
eCO
2
. Linha sólida, transiçã o
2σ
g
2π
u
,C
2
N
2
; linha tracejada; transição 2σ
u
2π
u
,C
2
N
2
; linha ponti-
lhada, transição 2σ
g
2π
u
,CO
2
[9]; triângulos cheios, transição 2σ
g
2π
u
,
CO
2
, resultados experimentais de Almeida e col. [44]. ............. 69
4.27 Comparação das RI(3:1) para a molécula C
2
N
2
,CO
2
, OCS, CO e CS
2
.Linha
sólida, transição 2σ
g
2π
u
,C
2
N
2
; linha tracejada; transição 2σ
u
2π
u
,
C
2
N
2
; linha tracejada curta; transição 2σ 2π, CO [10]; linha pontilhada,
transição 2σ
g
2π
u
,CO
2
[9]; traço-ponto, transição 2σ
g
3π
u
,CS
2
[12];
traço-ponto-ponto, transição 3σ 4π,OCS[12];triânguloscheios,transição
2σ
g
2π
u
,CO
2
, resultados experime nta is de Almeid a e col. [45]; círculos
cheios, transição σ π, CO , resulta d os experime n ta is Almeida e col. [44]. .. 70
vi
List of Tables
2.1 Funções de base dos átomos de Carbono e Nitrôgenio do estado fundamental .27
4.1 Bases de Espalhamento ............................. 43
vii
1
Introdução
A interação de elétrons com átom os e moléculas é um dos temas de inv e sti-
gação mais antigo em física atôm ica e molecular. No en ta nto, é tam bém uma das linha s
de pesquisa mais atuan tes dessa área no mome nto. Este in teresse se deve , principal-
mente, ao ráp ido desenvolvimen to de indústrias microeletrônicas com atenções voltadas
para in terações de elétrons com algumas séries de moléculas importantes para fabricação
de “c h ips” semicondutores. Tam bém interesse em estudos de interações de elétrons
com substâncias moleculares que afetam o meio am b iente.
Dur ante as dua s últimas décadas, exc itação de elétrons a partir de camada s
in tern as para moléculas lineares leves, tem sido alvo de diversas investigações experimen-
tais[1,2,3,4,5,6]. Taisestudosenvolvemaremoçãooupromoçãodeelétronsdecamadas
internas σ(1s) fortemente ligados aos átomos, por imp acto de elétrons ou fótons. Com o
resultado deste alto grau de localização, as formas e energias associadas com as excitações
de elétrons a partir destes orbitais, não variam signicativamen te, quando migramos dos
estados gasosos para o estado sólido [7]. Desta forma , a excitação e ionização de molécu-
las, a partir de estados eletrônicos de camad as intern as, têm desempenhado um papel
importante no desenvolvimen to de equipamentos para caracterizar amostras sólidas ou
gasosas [8].
O método da onda distorcida (D WA) tem sido utilizado no cálculo de seções
de choque de moléculas por impacto de elétrons, elásticas e inelásticas, desde o início da
década de oitenta. Em particular, para o caso de colisões inelásticas, tem sido aplicado
noestudodeexcitaçõesdecamadadevalênciademoléculaslinearesenãolinearescom
bastante sucesso.
Recentem ente, o nosso grupo aplicou o D WA para estudar processos de exci-
2
tação de camadas in ternas em moléculas de simetria linear , onde as excitações são feitas
a partir de elétrons pertencen tes ao átomo de carbono destas moléculas [9, 10]. Nestes
estudos, a comparação com os resultados experimentais foi bem sucedida, para a razão
dos elétro ns ejetados dos estados autoionizantes singleto 2
1
Π etripleto2
3
Π, R(3 -B :1 -B ),
do estado iônico B
2
Π, ou seja, resultantes do decaimento dos estados excitados (1s
c
σ)
1
(2)
1,3
Π dasmoléculasCO
2
e CO, em função da energia de impacto do elétron inci-
den te. Após estes estudos o D WA foi aplicado para estudar tais processos, utilizando
como alvo as moléculas CS
2
e OCS [11, 12]. Nestes últimos trabalhos foi v ericado que
as razões tripleto-singleto, RI(3:1), calculadas entre as seções de c hoques in tegrais ine-
lásticas, ICS, dependem do núm ero de átom os presen tes na mo lécula. No caso especíco
das moléculas triatômicas, CS
2
,OCSeCO
2
, notamos que as RI(3:1) concordam ent re si,
tanto qualitativa quanto quantitativam ente, nas energias longe do limiar de excitação.
Neste trabalho aplicamos o DWA para calcular as seções de choque dife-
renciais inelásticas (DCS) e as seções de choque integrais inelásticas (ICS), a partir da
excitação de elétrons de camadas in ternas da molécula C
2
N
2
. O motivo por termos esco-
lhido tal molécula, é devido ao fato de que nosso grupo havia estudado várias moléculas
menores contendo pelo menos um átom o de carbono em sua constitu ição molecu lar. Sendo
assim, pelo fato da molécula C
2
N
2
possuir um nú m ero de elétrons maior, podemo s v eri-
car se os resultados para as DCS , ICS e para as RI(3:1) apresen tam alguma semelhança
com as mesmas grandeza s calculadas para outras moléculas estuda da s.
Mais especicam ente, mediante impacto eletrônico, realizamo s a excitação
de elétrons das camadas in ternas 2σ
g
e 2σ
u
da mo lécu la C
2
N
2
para a primeira camada
excitada 2π
u
{X
1
Σ
+
g
+
1,3
Π
u
(carbono1s2σ
u
2π
u
e 1s2σ
g
2π
u
)}, na faixa de energias
de 300-900 eV para o elétron incidente, distinguindo se a transição é um estado nal
singleto ou tripleto. Excitações semelhantes foram feitas para as moléculas OCS, CS
2
,
CO
2
,COeC
2
H
2
em trabalhos anteriores, a partir de elétrons presos aos átomos de
carbono [9, 10, 11, 12, 13]. Em seguida calculamos a RI (3:1), entre as seções de choque
para o estado nal tripleto e singleto. Vericamos que para a molécula C
2
N
2
a razão
en tre as seções de c hoque apresentam picos de ressonâncias bem localizados. Notam o s
também qu e para todas as moléculas, aqui citadas, as RI(3:1) apresentam comportamentos
semelhantes nas energias mais altas, enquanto que para as energias próximas do limiar de
3
excitação as RI(3:1) apresen tam comportamentos diferen ciados. Isto leva a crer que na
região próxima do limiar de excit ação as RI(3:1) dependem fortemente dos constituintes
que compõem a vizinha nça .
No prim eiro capítulo apresentamos, de man eira geral, o problema do espa-
lhamento de uma partícula no formalismo da mecânica quântica. P ara isso, descrevemo s
os fenômenos envolvidos no espalhamen to e as suas equações gerais.
No segundo capítulo apresen tam os, de uma forma resumida, as aproximações
e o método utilizado no cálculo da função de onda molecu lar. Inicialmente, faremos uma
análise quantitativa dos parâmetros utilizados na descrição do alv o. No nosso caso, o
objetiv o nal não é o tratamen to do alv o, mas sim o estudo do processo de colisão elétron-
molécula. Assim , com eçam o s pela descrição do alvo até a obtenção das funções de onda
para os estados fundamen tal e excitado, na apro xima ção de núcleos xos, sendo que estas
carregam todas as informações físicas sobre a molécula.
No terceiro capítulo faremos, inicialmente, a redução do problema da in te-
ração elétron-m olécula para um problema de in teração en tre um elétron e um potencial
utilizando a aproximação ch am a da estático-troca para o potencial. A teoria a ser desen-
v olvida in troduz um problema matemático fundamen tal na teoria de espalhamento, pois,
para conhecer o potencial de inter ação elétron-molécula é necessá rio conhecer, também,
as funções de onda da molécula (que são conhecidas) e as funções de onda do elétron do
contín uo , as quais não podem ser determinadas sem conhecimento prévio do potencial
ao qual o elétron está sujeito, gerando assim um problem a autoconsisten te. Nas seções
seguintes descreverem os os métodos para contorn ar este problema, sendo o método varia-
cional iterativo de Sc hwinger (SVIM) [14, 15, 16, 17, 18] utilizado no cálculo das funções
de onda do elétron incidente e o método da onda distorcida (DWA) [19, 20] relacionado
à obtenção da seção de choque diferencial.
Finalmente,noquartocapítulo,apresentamosediscutimososresultadosobti-
dos para as seções de choque diferenciais inelásticas (DC S), as seções de choque integra is
inelásticas (ICS) e as razões tripleto-singleto (RI(3:1)) para as excitações de elétrons das
camad as int ernas 2σ
g
2π
u
e 2σ
u
2π
u
paraamoléculaC
2
N
2
.
4
Capítulo 1
Teoria Geral Do Espalhamento
Neste capítulo apresentamos, de maneira geral, o problema do espalham ento
de uma partícula no formalismo da mecânica quân tica, descrev endo os fenômenos en volvi-
dos no espalh am ento e as suas equações gerais.
1.1 Descrição Dos Fenômenos Do Espalhamento
Consid erem os um esboço do experimen to do processo de colisão elétro n-
molécula ilustrad a através do desenh o da g. 1.1. Um feixe de partículas A (elétron s),
monoenergético é colimado e direcionado sobre o alv o B que contém cen tros espalhadores.
O feixe inciden te deve ser tal que a inter ação en tre as partículas inciden tes possa ser des-
prezada. As partículas inciden tes interagem com o alvo e são espalhadas, sendo por m
coletadas por um detector situado num ângulo θ,foradatrajetóriadofeixeincidente,
medido com respeito à direção de incidência do feixe. O alv o B consiste de uma amostra
macroscóp ica contend o um grande núm ero de centros espalhadores. A distân cia entre os
cen tr os espalhado res, são em geral, muito grand es com relação ao com p rim ento de on da
de De Broglie da partícula incidente, de tal modo, que o efeito de inter ferência entre
as ond as espalhadas por cada um dos centros espalhadores possa ser desprezado. Neste
caso, cada centro espalhador atua como se fosse único e entã o teremos o espalham ento de
partícula incidente por partícula alv o [21].
Osprocessosdeespalhamentopodemocorrerdeváriasformas,taiscomo:
1.1 Descrição Dos Fenômenos Do Espalhamento 5
Figura 1.1: Esquema do processo de colisão
Espalham ento Elástico
No espalham ento elástico as partículas A e B sofrem a colisão sem qua lquer
mudan ça em suas estruturas internas.
A+B A+ B
Espalh am ento Inelá stico
Nesse tipo de espalham ento, as partículas A e B sofrem uma m u da nça em
seus estados quân ticos devido à colisão:
A+B A’ + B
ou
A+B A+ B
ou ainda
A+B A’ + B’
onde A’ e B’ são os novos estados de A e B, respectivamente.
Reações
As partículas A e B reagem para formar duas ou mais partículas diferentes
das iniciais,
1.2 Seção de Choque 6
A+B C+ D
ou então,
A+B C
1
+C
2
+C
3
+...C
n
Tais casos ocorrem quando dissociação ou ionização das m oléculas.
Captura
Neste tipo d e processo o sistema inicial partícula incidente-alvo ca tempo-
raria ou permanentem ente reduzido a uma única partícu la.
A+B C
Isso ocorre na recombinação de íons positiv o s, na formação de íons negativ o s
e em casos de ressonância de forma.
1.2 Seção de Choque
Os resultados dos experimentos de colisão são usualmente expressos em ter-
mos de grandezas características denom inad as seções de choque [21, 22], denidas como:
...A seção de choque de um dado processo de espalhamento (em um determinado
canal de espalhamen to) de uma colisão é denida como sendo a razão entre o núm ero de
ev entos observados por uxo de partículas inciden tes, por unidade de tempo e por n úm ero
de espalhador. . . ”.
Para ilustrar a denição, consideramos um experimen to onde N
A
éonúmero
médio de partículas por unidade de tempo que incidem sobre um a região cuja área é S.
O uxo inciden te sobre o alv o é:
φ
A
=
N
A
S
. (1.1)
Denotando por n
B
o núm ero de centros espalhadores na superfície S,econ-
siderando que o alvo seja m uito no, com um a espessura perpendicular ao feixe inciden te,
temos
n
B
= SN
B
= S
b
N
B
, (1.2)
1.2 Seção de Choque 7
onde N
B
é o número de cen tros espalhadores por unidade de volume no alv o e
b
N
B
= N
B
.
é a densidade supercia l (média) de partículas do alv o.
Se N
tot
éonúmerototaldepartículasA que in ter agem por unidade de tempo
com o alv o espalhador, e levando em consideração as condições expostas anteriormente, a
quan tidade N
tot
é diretamen te proporcional ao uxo incidente φ
A
eaonúmerodecentros
espalhadores, n
B
,doalvo,temosque
N
tot
= φ
A
n
B
σ
tot
, (1.3)
onde a quantidade σ
tot
é chamada seção de choque total para o espalhamen to da partícula
A pela partícula B. Podemos reescrever a equação acima com o,
σ
tot
=
N
tot
φ
A
n
B
. (1.4)
Esta seção de choque é válida para qualquer processo, uma vez que não
distinguim os o tipo de interação nem a região do espaço onde as partículas in tera gem .
A seção de choque fornece informações úteis sobre a intera ção en volvida em
colisões de partículas. Entretanto, detalhes mais signicantes da natureza dessa interação
pode ser adq uirid o conhecendo a seção de ch oque diferencial.
No estud o de seções de choque diferenciais, o in teresse está na distribuição
das partículas espalh ada s em funçã o do ângulo de espalhamento, sendo necessário para
isto, denir um sistema de coordenadas e o ângulo sólido. N o caso experimen tal, o
espalhamento é formulado com referencial xo, onde a origem do sistema de coordenadas
coincide com o centro de massa do sistema partícula incidente-alvo no instan te da colisão.
Usualmente dene-se o eixo z como a direção do feixe incidente. Este referencial é o
c h am ad o sistem a de laboratório. E m estud os teóricos o sistema de referência é xo no
alvo, sendo usualmente o eixo z coincidente com o eix o principal de sime tria do alvo, e a
origem do sistema é o seu centro de massa.
Vamos considerar o caso de uma colisão elástica e trabalhar no sistema de
laboratório. Seja dN onúmerodepartículasA espalhadas elasticamen te por unidade de
tempodentrodeungulosólidod, cen trad o sobre uma direção (θ, ϕ).Paraumalvo
sucientemente no, temos:
dN = φ
A
n
B
σ
el
(θ, ϕ) d, (1.5)
1.3 Equações de Espalhamento 8
onde o fator de proporcionalidade σ
el
(θ, ϕ) é cham a do seção de choque diferencial para
espalham ento elástico, dado por:
σ
el
(θ, ϕ)=
el
d
(θ, ϕ) . (1.6)
No caso de outro tipo de processo, a seção de c h oque diferencial é escrita de
ma neir a similar.
1.3 Equações de Espalhamento
Consid enran do o espalhamento não relativístico de uma partícula (elétron)
sem spin, de massa m por um potencial V (r),onder é a coordenada espacial medida
com respeito ao cen tr o de massa da molécula. Sendo ψ (
r,t) a função de onda do elétron
inciden te, a equação de Sc hröd inger, dependente do tempo, do sistema é [22]:
~
2
2m
2
+ V (r)
¸
ψ (
r,t)=i~
∂ψ (
r,t)
∂t
, (1.7)
e admite soluções de estados estacionários da forma
ψ (
r,t)=ψ (
r ) e
i
~
Et
, (1.8)
onde a função de onda ψ (
r ) é a solução da equação de Sc hrödinger independen te do
tempo, assim:
~
2
2m
2
+ V (r)
¸
ψ (
r )=(
r ) , (1.9)
e a energia E da partícula é dada por
E =
p
2
2m
=
~
2
k
2
2m
, (1.10)
onde
p
i
= ~
k
i
= m
υ
i
;
p
f
= ~
k
f
= m
υ
f
, (1.11)
p
i
e
p
f
são os m omentos inicial e nal da partícula,
k
i
e
k
f
são os vetores de onda
inicial e nal, e
υ
i
e
υ
f
suas v elocidades inicial e nal, respectivamen te. In troduzindo o
potencial reduzido
U (r)=
µ
2m
~
2
V (r) , (1.12)
1.3 Equações de Espalhamento 9
podem os reescrever a eq.(1.9) como
£
2
+ k
2
U (r)
¤
ψ (
r )=0. (1.13)
A seguir assumiremos que o potencial vai a zero mais rápido que
1
r
,para
valores grandes de r, ou seja,
V (r)
r→∞
zero se |
r | >a, (1.14)
onde a é o alcace do potencial.
Nestecaso,afunçãodeondadeespalhamento,quechamaremosdeψ
+
k
i
(
r ),
satisfaz a equação de Schröd inger para partícula livre,
£
2
+ k
2
¤
ψ
+
k
i
(
r )=0, (1.15)
escrevendo
ψ
+
k
i
(
r )
r→∞
ψ
inc
(
r )+ψ
esp
(
r ) , (1.16)
onde ψ
inc
(
r ) represen ta a função de onda da partícula incidente e ψ
esp
(
r ) afunçãode
onda da partícula espalhada. Supondo que as partículas incidentes sejam monoenergéticas
e estejam na direção de
b
k
i
,paraleloaoeixoz o feixe incidente pode ser representado pela
onda plana
ψ
inc
(
r )=Ae
i
k
i
·
r
, (1.17)
onde A é uma constan te de normalização arbitrária. O número de partículas por unidade
de volume é |ψ
inc
|
2
= A
2
ecomocadapartículatemumavelocidadeυ =
~k
m
,ouxo
incidente é
F = υ |A|
2
=
~k
m
|A|
2
. (1.18)
Fora da região onde ocorreu a colisão, a função de onda de espalhamento
representa um uxo externo de partículas. Isso tem a forma de uma função de onda
esférica divergen te (ver Fig. 1.2), a amplitude de espalhamen to depende da direção de
r
edaenergiaE (isto é, de k).
Escrevendo
ψ
esp
(
r )=Af(θ, ϕ)
e
ikr
r
, (1.19)
1.3 Equações de Espalhamento 10
onde (θ,ϕ) sãoongulospolaresde
r ,comrelaçãoaoeixoz (direçã o de incidência) e
f (θ, ϕ) é conhecida como a amplitude de espalhamento. A função ψ
esp
(
r ) éumasolução
assintótica da equação de Schrödinger da partícula livre, tal que na região de grandes r a
função de onda ψ
k
i
(
r ) tem que satisfa zer a seguin te condição assintó tica de con torno
ψ
k
i
(
r )
r→∞
A
e
i
k
i
·
r
+ f (θ, ϕ)
e
ikr
r
¸
, (1.20)
onde A é independen te de r, e os ângulos θ e ϕ sã o ilustrad os na Fig. 1.1, juntamente
com a escolha do eixo z na direção do v etor inciden te
k
i
.
Figura 1.2: Espalhamento de uma onda plana incidente por um potencial. (a) antes da
colisão, (b) depois da colisã o.
Como as funções de onda de espalhamen to dependem dos ângulos θ e ϕ,
vamos relacionar com o conceito de seção de choque diferencial,
d
,queédenida como o
n úmero de partículas emitidas por unidade de tempo por unidade de uxo incidente dentro
de um ângulo d na direção (θ, ϕ).Portanto,igualaouxo de saída das partículas
espalhadas atrav és da superfície esférica r
2
d (para r →∞), dividida pelo uxo inciden te.
O detector é colocado fora da direção do feixe, em uma direção (θ, ϕ) e a uma distância
r do centro espalhador, tal que somente as partículas espalhadas são registradas e o uxo
correspondente pode ser calculad o somente da ψ
esp
(
r ).
1.3 Equações de Espalhamento 11
Para obter esta grandeza, consideramo s a densidade de corren te de probabi-
lidade associada com a equação de Schrödinger, dada por:
j (
r )=
1
2mi
h
ψ
(
r )
ψ (
r ) ψ (
r )
ψ
(
r )
i
, (1.21)
onde
é o operador gradiente em coordenadas esféricas, de tal forma que a corrente
radial é dada por
j · br =
1
2mi
ψ
(
r )
∂ψ (
r )
ψ (
r )
∂ψ
(
r )
¸
. (1.22)
Substituindo a expressão (1.19), para , na expressão (1.22), obtemo s a cor-
ren te radial corresponden te para os valores grandes de r
j
esp
· br = |A|
2
υ | f (θ, ϕ)|
2
1
r
2
, (1.23)
onde os termos de ordem mais alta em
1
r
são desprezados. O uxo de saída por unidade do
ângulo sólido é, justamente, (j
esp
r
2
d) /d, assim podemos escrever a seção de choque
diferencial como:
d
= |f (θ, ϕ)|
2
, (1.24)
onde usamos a expressão (1.18) para o uxo incidente. Isso é válido para o espalhamento
elástico, onde
¯
¯
¯
k
i
¯
¯
¯
=
¯
¯
¯
k
f
¯
¯
¯
= k. Para o espalhamento inelástico, onde
¯
¯
¯
k
i
¯
¯
¯
6=
¯
¯
¯
k
f
¯
¯
¯
,a
expressão (1.24) pode ser escrita como:
d
=
k
f
k
i
|f (θ, ϕ)|
2
. (1.25)
Deste modo, a equação (1.25) indica que o objetivo teórico essencial é esta-
belecer um modelo para processos de colisão que nos permita calcular f (θ, ϕ).
Aseçãodechoquetotal,paraoespalhamentoelástico,éobtidapelainte-
gração sobre todos os ângulos sólidos, isto é:
σ
tot
=
Z
d
d =
2π
Z
0
π
Z
0
|f (θ, ϕ)|
2
senθ. (1.26)
1.4 Cálculo da Amplitude de Espalhamen to 12
1.4 Cálculo da Amplitude de Espalhamento
Para encontrar uma solução gerall para o problema de espalhamento elétron-
molécula mostram os nesta seção, o m étodo u tilizado para resolv er a equação d e Sc hröd inger,
escrita de um a forma mais con veniente, ou seja:
£
2
+ k
2
¤
ψ (k,
r )=U (r) ψ (k,
r ) , (1.27)
onde U (r) é o potencial reduzido. Esta equação, que descrev e o movimento do elétron em
um campo de potencial, pode ser reescrita na sua forma integral, conhecida como equação
de Lippmann-Schwinger [21, 22, 23]
ψ (k,
r )=φ (k,
r )+
Z
G
o
(k,
r,
r
0
) U (
r
0
) ψ (k,
r
0
) d
r
0
, (1.28)
onde φ (k,
r ) é uma solução homogênea da equação
£
2
+ k
2
¤
φ (k,
r )=0, (1.29)
e G
o
(k,
r,
r
0
) é a função de Green, tal que
£
2
+ k
2
¤
G
o
(k,
r,
r
0
)=δ (
r
r
0
) . (1.30)
P ara determinarmos a função de Green, G
o
(k,
r,
r
0
), primeiro usaremos a
representação integral da função delta
δ (r)=(2π)
1
lim
K→∞
Z
e
ikr
dk =(2π)
1
Z
−∞
e
ikr
dk, (1.31)
tal que
δ (
r
r
0
)=(2π)
3
Z
e
i
k
0
(
r
r
0
)
d
k
0
, (1.32)
eassim
G
o
(k,
r,
r
0
)=(2π)
3
Z
e
i
k
0
r
g
o
³
k,
k
0
,
r
0
´
d
k
0
. (1.33)
Substituindo as eqs.(1.32) e (1.33) na eq. (1.30), obtemos:
g
o
³
k,
k
0
,
r
0
´
=
e
i
k
0
r
k
2
k
02
. (1.34)
1.4 Cálculo da Amplitude de Espalhamen to 13
Logo
G
o
(k,
r,
r
0
)=(2π)
3
Z
e
i
k
0
(
r
r
0
)
k
02
k
2
d
k
0
. (1.35)
A in tegr al (1.35) tem pólos em k
0
= ±k, tal que uma prescrição bem denida
é preciso para evitar estas singula ridades. Isso pode ser feito usando a condição (1.20).
Comparando com (1.28), notamos que a função de onda da partícula livre φ (k,
r ) é, jus-
tamente,afunçãodeondaincidenteAe
i
k
i
·
r
. A seguir escolheremos, convenien temente,
a constante de normalização igual a (2π)
3
2
, assim a onda inciden te ca:
φ
k
i
(
r )=(2π)
3
2
e
i
k
i
·
r
. (1.36)
Desta forma, podemos mostrar que a função de Green, G
o
(k,
r,
r
0
), será
determinada de modo que conduza a uma onda esférica de saída (div ergente) para grandes
r. E sta funçã o de Green particular será chamada d e G
(+)
o
(k,
r,
r
0
). A solução para a
equação (1.28), com as condições (1.20) é
G
(+)
o
(
r,
r
0
)=
1
4π
e
ik
|
r
r
0
|
|
r
r
0
|
, (1.37)
que mostra o comportamento da onda esférica de saída (da forma e
ikr
/r)paragrandesr.
Podemos reescrever a equação (1.28), como:
ψ
k
i
(
r )
r→∞
φ
k
i
(
r )+
e
ikr
r
½
1
4π
Z
e
iker·
r
0
U (
r
0
) ψ
k
i
(
r
0
) d
r
0
¾
, (1.38)
onde kbr é o vetor de onda na direção do detector, ou seja,
k
f
.
Com para ndo as equações (1.20) e (1.38) podemos escrev er a representação
integral da amplitude de espalhamen to como
f (θ, ϕ)=
(2π)
3
2
4π
Z
e
iker·
r
0
U (
r
0
) ψ
k
i
(
r
0
) d
r
0
= 2π
2
D
φ
k
f
¯
¯
¯
U
¯
¯
¯
ψ
k
i
E
, (1.39)
onde in troduzimos a onda plana φ
k
f
correspondendo ao v etor de onda nal
k
f
.
Para n aliza r , den irem os o elemento T
fi
da matriz de transição T, como:
T
fi
=
D
φ
k
f
¯
¯
¯
U
¯
¯
¯
ψ
k
i
E
. (1.40)
Assim podemos escrev er a amp litude de espalham e nto como:
f (θ, ϕ)=4π
2
T
fi
, (1.41)
1.5 Apro ximação de Born 14
de maneira que, em termos da matriz T , a seção de choque diferencial é dada por:
d
=
k
f
k
i
(2π)
4
|T
fi
|
2
. (1.42)
1.5 A proxim ação de Born
Métodos de aproximação são claram ente necessários quando estamos en volvi-
dos com processos complicados, tal como ocorre nas colisões atômicas, onde soluções exa-
tas não são disponíveis. A equação (1.38) não pode ser resolvida diretamente, pois nela
aparece uma função indeterm inad a . Po rém , em certos casos, o processo de colisão per-
turba m uito pouco a função de onda de en trada da partícula incidente (especialmen te
quando tratamos de energias relativamen t e altas, ou quando o potencial de in teração é
fraco o sucien te), o que permite propor uma apro ximação onde a função de onda espa-
lhadasejaigualafunçãodeondadeentrada(incidente),istoé[22]:
ψ
o
k
i
(
r )=φ
k
i
(
r )=(2π)
3
2
e
i
k
i
·
r
, (1.43)
onde φ
k
i
(
r ) é a onda plana inciden te, que c h am am os de Primeir a Apr oximação de Born
(de ordem zero).
As ordens superiores da aproxim ação de Born formam um conjun to de equa-
ções da seguinte forma:
ψ
1
k
i
(
r )=φ
k
i
(
r )+
Z
G
(+)
o
(k,
r,
r
0
) U (
r
0
) ψ
o
k
i
(k,
r
0
) d
r
0
, (1.44)
.
.
. (1.45)
ψ
n
k
i
(
r )=φ
k
i
(
r )+
Z
G
(+)
o
(k,
r,
r
0
) U (
r
0
) ψ
n1
k
i
(k,
r
0
) d
r
0
,
constituindo a série de Bo rn.
Substituindo a primeira aproximação de Born na equação (1.39), obteremos
a amplitude de espalhamento correspondente a tal aproximação, denindo
q =
k
i
k
f
,
temos
f
1
B
=
1
4π
Z
e
i
q ·
r
U (
r ) d
r = 2π
2
D
φ
k
f
¯
¯
¯
U
¯
¯
¯
φ
k
i
E
, (1.46)
onde f
1
B
é chamada de amplitude de espalhamento da primeira apro ximação de Born.
1.6 Método das Ondas Parciais 15
1.6 M étodo das Ondas P arciais
A amp litude de espalhamento e a seção de choque são determinad as pelo
comportamento assintó tico de uma função de onda estacionária espalhad a. Usarend o esta
propriedad e obtem os explicitam ente a amp litude de esp alham ento e a seção de choque,
onde o potencial V (r) é cen tra l (depende apenas de r), neste caso, a solução da equação
de Schrödinger (1.9) pode ser separada em duas partes, angular e radial [21, 22].
Consid erand o o espalhamento de uma partícula (elétron) sem spin de massa
m, por um potencial V (r), o Hamilton iano é escrito como:
H =
~
2
2m
1
r
2
∂r
µ
r
2
∂r
L
2
~
2
r
2
¸
+ V (r) , (1.47)
onde
L é o operador momento angular orbital, e
L
2
= ~
2
1
senθ
∂θ
µ
senθ
∂θ
+
1
sen
2
θ
2
∂ϕ
2
¸
, (1.48)
tal que
£
H, L
2
¤
=[H, L
z
]=0. (1.49)
Como H, L
2
e L
z
com utam, podemos expandir a função de onda espalhada
ψ
+
k
i
(
r ) em onda parciais, com números quân ticos e m, da seguinte forma:
ψ
+
k
i
(
r )=
X
=0
+
X
m=
c
m
(k) R
m
(k, r) Y
m
(θ, ϕ) , (1.50)
onde colocamos explicitamen te a dependência do nú mero de onda k =(2mE)
1
2
/~ na
função radial R
m
enocoeciente de expansão c
m
. O método das ondas parciais tem a
vantagem de se poder truncar os elementos da expansão (1.50) para facilitar o problema
comp utacion al, a m de obter a expressão da am plitud e de espalhamen t o.
Usando a expansão (1.50), com a expressão (1.47), a equação de Sch rödin ger
independen te do tempo ( = ) pode ser escrita da seguint e forma:
~
2
2m
1
r
2
∂r
µ
r
2
∂r
L
2
~
2
r
2
¸
ψ
+
k
i
(
r )+V (r) ψ
+
k
i
(
r )=
+
k
i
(
r ) , (1.51)
como
L
2
Y
m
(θ, ϕ)= ( +1)~
2
Y
m
(θ, ϕ) , (1.52)
1.6 Método das Ondas Parciais 16
obtem os
~
2
2m
1
r
2
d
dr
µ
r
2
d
dr
( +1)
r
2
¸
R
(k,
r )+V (r) R
(k,
r )=ER
(k,
r ) , (1.53)
onde escrevemo s R
(k,
r ) ao invés de R
m
(k,
r ), desde que este não dependa do n úm ero
quântico magnético m.
Éconvenienteusarumanovafunçãodotipo:
u
(k,
r )=rR
(k,
r ) , (1.54)
e in troduzir o potencial reduzido U =2mV/~
2
. A nova equação radial, que obtemos da
equação (1.53), torna-se:
d
2
dr
2
+ k
2
( +1)
r
2
U (r)
¸
u
(k,
r )=0. (1.55)
Para resolv er a equação (1.55) para a função de onda radial u
é necessário
especicar as cond ições de contorno que precisam ser satisfeitas por estas funções. Antes
de fazer isso, vam o s examinar as soluções da equação (1.55) para U (r)=0, isto é
d
2
dr
2
+ k
2
( +1)
r
2
¸
y
(k,
r )=0, (1.56)
esta equação é simplesmente a equação radial para a partícula livre.
Fazendo uma mudança de variáv eis para ρ = Kr edenindo a função
f
(ρ)=
y
ρ
, (1.57)
obtem os
d
2
2
+
2
ρ
d
+
µ
1
( +1)
ρ
2
¶¸
f
(ρ)=0. (1.58)
Esta equação é conhecid a como “equ ação diferencial esférica de Bessel”. As
soluções particulares desta equação, geralmente usadas na teoria de espalhamento, são
as funções esféricas de Bessel j
e as funções esféricas de Neumann n
. A solução geral
da equação (1.58) é uma combinação de duas soluções particulares linearmen te indepen-
den tes. que os pares das funções (j
,n
) são soluções linearmen te independentes da
equação (1.58), podemos escrev er a solução geral da equação (1.56) como:
y
= kr [B
(k) j
l
(kr)+C
(k) n
(kr)] , (1.59)
1.6 Método das Ondas Parciais 17
onde B
e C
são constan te que dependem de k.
Retornando para a equação radial (1.55) e examinando as condições de con-
torno que foram impostas à função radial u
(k,
r ), e levando em con ta as considerações da
discussão anter ior, esperamos que fora do alcance a do potencial, (r>>a),aequação
(1.59)sejaválidaparaexpressaru
(k,
r ). Assim podemos escrever a seguinte condição
de contorno
u
(k,
r )
r→∞
kr [B
(k) j
l
(kr)+C
(k) n
(kr)] ,r>>a. (1.60)
Usando o fato que
j
(kr)
r→∞
1
kr
sen
µ
kr
π
2
, (a)
(1.61)
n
(kr)
r→∞
1
kr
cos
µ
kr
π
2
, (b)
paraacondiçãodecontorno(1.60)obtemoso seguinte comportamento assintótico :
u
(k,
r )
r→∞
A
(k) sen
µ
kr
π
2
+ δ
(k)
, (1.62)
onde δ
(k) é c ham ada de diferença de fase,
A
(k)=
£
(B
(k))
2
+(C
(k))
2
¤
1
2
, (1.63)
e
tan δ
(k)=
C
(k)
B
(k)
. (1.64)
Usando as equações (1.54), (1.60) e (1.64) podemos escrever que:
R
(k,
r )
r→∞
b
A
(k)[j
l
(kr) tan δ
(k) n
(kr)] . (1.65)
Considerando agora o caso onde U (r)=0. Temos que, o comportamento
assin tótico da função radial é dada por:
R
(k,
r ) sen
µ
kr
π
2
. (1.66)
Comparando as soluções (1.62) e (1.66), notamos que o efeito do potencial
pro voca uma muda nça de fase na solução assin tótica (1.55), como mostra a expressão
1.7 Diferença de Fase 18
(1.62).Destemodo,oproblemaparaobtençãodaamplitudedeespalhamentoestáligado
à diferença de fase, δ
(k).
Retornan do a discussão da determinação da amplitud e de espalhamento e
usando o fato que as autofunções j
l
(kr) Y
m
(θ, ϕ) formam um conjunto completo , podemos
expandir a onda plana e
i
k
i
·
r
em um a série dessas funções, e em virtude do eixo z estar
na mesma direção de
k
i
,obtemos
e
i
k
i
·
r
= e
ikz
=
X
(2 +1)i
j
l
(kr) P
(cos θ) ,
=0
(1.67)
que é a expansão em ondas parciais da onda plana, onde os P
(cos θ) são os polinômios
de Legendre.
Assim , em termos da diferença de fase, podemos escrever a amplitude de
espalhamento, como:
f
k
f
(θ)=2π
2
D
φ
k
f
¯
¯
¯
U
¯
¯
¯
ψ
k
i
E
=
1
2ik
X
=0
(2 +1)
©
e
2
(k)
1
ª
P
cos θ, (1.68)
easeçãodechoquetotalédadapor
σ
tot
(k)=2π
π
Z
0
¯
¯
f
k
f
(θ)
¯
¯
2
senθ. (1.69)
Fazendo a in tegração em θ,obtemos
σ
tot
(k)=
4π
k
2
X
=0
(2 +1)sen
2
(δ
(k)) =
X
=0
σ
(k) , (1.70)
onde σ
(k) são as seções de choque parciais. Enfatizando , na equação acima, que a
máxima contribuição da σ
(k), para a seção de choque total, ocorre quando δ
(k)=
¡
n +
π
2
¢
onde n = 0, 1, 2, . . . . Dessa forma, podemos prev er a existência de ressonâncias
analisando o comportam ento das diferençasdefase,queveremosnapróximaseção.
1.7 Diferença de Fase
A relação en tre a diferença de fase e o potencial de interação pode ser ana-
lisado considerando primeiro o espalhamento por um potencial reduzido U (r),eporum
outro potencial reduzido diferente
e
U (r) [21]. As equações radiais são
d
2
dr
2
+ k
2
( +1)
r
2
U (r)
¸
u
(r)=0, (1.71)
1.7 Diferença de Fase 19
d
2
dr
2
+ k
2
( +1)
r
2
e
U (r)
¸
eu
(r)=0. (1.72)
Normalizando a função de modo que na região externa, r>a(a éoalcance
do potencial), conforme denido na equação (1.54), temos
R
(r)=
1
r
u
(r)=j
l
(kr) tan δ
(k) n
(kr) , (1.73)
R
(r)
r→∞
1
kr
sen
µ
kr
π
2
+tanδ
(k)cos
µ
kr
π
2
¶¸
, (1.74)
com relações similares para
e
R
e eu
,emquetan δ
(k) é substituído por tan
e
δ
(k).
O wronskiano das soluções u
e eu
édenido como
W (u
, eu
)=u
eu
0
u
0
eu
, (1.75)
onde o apóstrofe é a derivada com relação a r. Multiplicando (1.71) por eu
, (1.72) por u
,
subtraindo termo a termo, e usando a equação (1.75), obtemos
d
dr
W (u
, eu
)=
³
U
e
U
´
u
eu
. (1.76)
In tegr ando sobre a variável r, obtemos:
tan δ
(k) tan
e
δ
(k)=k
Z
0
eu
(r)
h
U (r)
e
U (r)
i
u
(r) dr,
(1.77)
= k
Z
0
e
R
(r)
h
U (r)
e
U (r)
i
R
(r) r
2
dr,
onde usamos o fato que eu
(k, 0) = u
(k, 0) = 0, junto com a equação (1.74).
Na equação (1.77) se a diferença
³
U
e
U
´
for pequena, tal que u
eu
=
(u)
2
,
a diferença
³
δ
e
δ
´
tem o sinal oposto ao de
³
U
e
U
´
. Além disso, pela construção de
uma série de “potenciais de com par ação” en tre U e
e
U, este resultado é verdadeiro para
todos os
³
U
e
U
´
da rie.
Adotando uma denição absoluta da diferença de fase fazendo δ
=0se
U =0, vem o s da equação (1.77) que se o potencial é sempre repulsivo (positiv o para
todo r), en tão δ
< 0. P or outro lado, um potencial que é sempre atrativo (negativo para
1.7 Diferença de Fase 20
todo r)dáumadiferençadefasecomδ
> 0. Escolhendo
e
U =0deduzimos de (1.77) a
representação integral
tan δ
= k
Z
0
j
(kr) U (r) R
(r) r
2
dr, (1.78)
que é válida contan to que a função radial, R
,sejanormalizadadeacordocomaequação
(1.74).
Para calcular a diferença de fase, é resolvida a equação radial (1.53) ou a
eq. (1.55) (geralmen te por métodos num éricos) submetidas as condições de con torno
discutidas an terio rm ente. Quando o potencial tem um alcance nito, isto é, é zero para
r>a, podemos dividir o domínio da variável r em duas regiões, a interna (r<a) e
aexterna(r>a). E ainda, precisamos que am ba s, R
e dR
/dr,sejamcontínuasem
r = a. Assim a solução da função de onda radial para a região externa pode ser dada
pela expressão (1.65), e se denotamos por
γ
=
R
1
µ
dR
dr
¶¸
r=a
, (1.79)
valor da derivada logarítmica da solução in t erna para r = a,temos
γ
(k)=
k [j
0
(ka) tan δ
(k) n
0
(ka)]
j
l
(ka) tan δ
(k) n
(ka)
, (1.80)
onde
j
0
(ka)=
dj
(x)
dx
¸
x=ka
; n
0
(ka)=
dn
(x)
dx
¸
x=ka
. (1.81)
En tão
tan δ
(k)=
kj
0
(ka) γ
(k) j
l
(ka)
kn
0
(ka) γ
(k) n
(ka)
, (1.82)
onde o comportamen to da diferença de fase para baixas energias é facilmen te obtido
usando as propriedades das funções j
l
(x) e n
(x) para pequenos valores de x.
21
Capítulo 2
Descrição do Alvo
Inicialm ente, para fazermos uma descrição quantitativa dos parâmetros do
processo de colisão, precisamos descrever o alvo. Neste capítulo apresen tam os, de form a
resumida, as aproximações e o método utilizado no cálculo da função de onda molecular.
No nosso caso, onde tratamos de um processo de colisão elétron-molécula, começaremos
pela descrição do alvo até a obtenção das funções de onda eletrônica da mo lécula, tanto
no estado fundamental quanto no estado excitado. Para isso utilizamos a apro x im ação
de nú cleo s xos, onde as funções obtidas carregam todas as informações físicas sobre a
molécula.
2.1 A pro x imação de Born-Oppenheimer
Vamos considerar uma molécula composta de K nú cleo s (a,b,c,...k),de
massas m
k
, situadas nas posições
R
a
,
R
b
, ...,
R
k
e N elétrons situados nas posições
r
1
,
r
2
, ...,
R
N
, com relação a um sistema O. D esprezan do a in tera ção spin órbita
e, também, as interações relativísticas, o hamilto nia no molecular total é, em unidades
atômicas (e = m
e
=1,h=2π) [22]:
H = T
N
+ T
e
+ V, (2.1)
onde:
T
N
=
1
2
K
X
k=1
1
m
k
2
R
k
, (2.2)
T
e
=
1
2
N
X
i=1
2
r
i
(2.3)
2.1 Apro ximação de Born-Oppenheimer 22
e
V =
K
X
k=1
K
X
=1
Z
k
Z
¯
¯
¯
R
k
R
¯
¯
¯
N
X
i=1
K
X
k=1
Z
k
¯
¯
¯
r
i
R
k
¯
¯
¯
+
N
X
i=1
N
X
j=1
1
|
r
i
r
j
|
, (2.4)
k e referem-se ao n úcleo, i e j referem-se aos elétrons;é
m
k
é a ma ssa de cada n úcleo ;
T
N
é a energ ia cinética dos nú cleo s;
T
e
é a energia cinética dos elétrons;
O primeiro termo da eq. (2.4) é o potencial de repulsão en tre os nú cleos;
O segundo term o da eq. (2.4) é o potencial de atração entre o núcleo k e o elétron
i;
O último termo da eq. (2.4) é o potencial de repulsão ent re os elétrons i e j.
A equação de Schrödinger, independen te do tempo, para este sistema é dada
por:
[T
N
+ T
e
+ V ] Ψ
³
R
k
,
r
i
´
= EΨ
³
R
k
,
r
i
´
, (2.5)
onde Ψ
³
R
k
,
r
i
´
representa a função de onda total da molécula, E a sua energia e
R
k
e
r
i
são as coordenad as nuclear e eletrônica. O ponto principal é que a massa do n úcleo é
muito maior que a massa do elétron (m
k
>> m
e
), por isso, podemos considerar o n úcleo
como um ponto xo e, portan to, podemos omitir os termos de energia cinética n uclear
do hamiltoniano molecu lar da equação (2.1) para obter a equação de Schröd ing er para o
mo vimento eletrônico.
Assim T
N
=0e
¯
¯
¯
R
k
R
¯
¯
¯
= constante, logo a eq. (2.5) torna-se
[T
e
+ V ] Φ
q
³
R
k
,
r
i
´
= E
q
(R
,k
) Φ
q
³
R
k
,
r
i
´
, (2.6)
que é a equação da onda puramen te eletrônica. A auto energ ia eletrônica E
q
(R
,k
) ea
autofunção Φ
q
³
R
k
,
r
i
´
para cada estado eletrôn ico q dependem das separações inter-
n ucleares
¯
¯
¯
R
k
R
¯
¯
¯
= R
,k
que são man tidas xas durante os cálculos. A validade desta
2.1 Apro ximação de Born-Oppenheimer 23
aproxima ção dependerá do tipo de in tera ção que desejarm os estudar. Fenomenolo gica-
mente, sempre que o tempo de inter ação da partícula incidente com a molécula for muito
menor que o tempo de rotação ou vibração desta, a apro xim açã o acima é razoável, ou
ainda, sempre que a energ ia de transição vibracio na l for desprezív el em compara çã o com
a energia de incidência da partícula inciden te [24].
As funções de onda Φ
q
³
R
k
,
r
i
´
formam um conjun to completo para cada
valor de R
,k
e são toma das como sendo ortonormais en tre si, tal que para dois estados
eletrônicos distin tos q e p, temos a seguinte relação
Z
d
r
1
d
r
2
...d
r
N
Φ
q
³
R
k
,
r
i
´
Φ
p
³
R
k
,
r
i
´
= δ
q,p
. (2.7)
Levando em conta as considerações an teriores, a função de onda exata para
a molécula, Ψ
³
R
k
,
r
i
´
, pode ser expand ida como :
Ψ
³
R
k
,
r
i
´
=
X
q
F
q
³
R
k
´
Φ
q
³
R
k
,
r
i
´
. (2.8)
Os coecien tes da expansão F
q
³
R
k
´
são as funções de onda representand o o
movime nto n u clear quando os elétrons estão no estado q.AsequaçõesparaF
q
³
R
k
´
são
obtidas inserindo Ψ
³
R
k
,
r
i
´
na equação de Schrödinger (2.5) e projetando a equação
com as funções Φ
s
(1, 2,...),talque
X
q
Z
d
r
1
d
r
2
...d
r
N
Φ
s
[T
N
+ T
e
+ V E] F
q
³
R
k
´
Φ
q
=0. (2.9)
Usando a equação (2.6) satisfeita pelas funções Φ
q
e a prop riedad e de orto-
normalidade (2.7), as equações acopladas para F
q
³
R
k
´
reduzem-se à forma:
X
q
Z
d
r
1
d
r
2
...d
r
N
Φ
s
T
N
Φ
q
F
q
³
R
k
´
¸
+
h
E
s
³
R
k
´
E
i
F
s
³
R
k
´
=0,s=1, 2,...,
(2.10)
talque,ambasΦ
q
e F
q
dependem de
R
k
.OperandoT
N
no produto Φ
q
F
q
, resulta
T
N
(Φ
q
F
q
)=
~
2
2m
k
h
F
q
¡
2
R
k
Φ
q
¢
+2
³
R
k
F
q
·
R
k
Φ
q
´
+ Φ
q
¡
2
R
k
F
q
¢
i
. (2.11)
A apro xim ação de Born-O ppenheimer consiste em desprezar
¯
¯
¯
R
k
Φ
q
¯
¯
¯
com
respeito a
¯
¯
¯
R
k
F
q
¯
¯
¯
para valores de R
k
perto do valor de equilíbrio R
o
. Neste caso as
2.2 O M étodo LCAO-MO-SC F 24
equações não acopladas (2.10) e F
s
³
R
k
´
satisfazem a seguinte equação diferencial para
o nú cleo [22]:
"
1
2
K
X
k=1
1
m
k
2
R
k
+ E
s
³
R
k
´
E
#
F
s
³
R
k
´
=0. (2.12)
2.2 O Método LCAO-MO-SCF
O método Hartree-Fock ou campo auto-consistente é um caso particular do
método variacional, em que a função de onda ten tativa para o átomo de N elétrons é um
determinante de Slater na qual efeitos individuais spin-órbita são otimizados. Notamos
que a função de onda Φ
q
(1, 2,...,N),paraumátomodeN elétrons, da solução da
equação de Schrö dinger (2.6), pode ser representada som ente por uma soma innita de
determinantes de Slater, tal que o método Hartree-Fock pode ser considerado como o
primeiro passo na determinação das funções de ondas atômicas e das energias. Lem brando
que este método pode ser usado , também, para moléculas [22].
A seguir limitamos nossa discussão para o estado fundamental de um átomo
ou íon de N elétrons. Começam os com o ham iltoniano não relativístico que escrev em o s
como (em unidades atômicas),
H = H
1
+ H
2
, (2.13)
H
1
=
N
X
i=1
b
h
i
;
b
h
i
=
1
2
2
r
i
Z
r
i
, (2.14)
e
H
2
=
N
X
i<j=1
Z
r
ij
; r
ij
= |
r
i
r
j
| . (2.15)
O prim eiro termo da equação (2.13), H
1
,éasomadosN hamilton ian os
b
h
i
,
idênticos, na aproximação de corpo único. Cada hamiltoniano individual
b
h
i
contém um
operador energia cinética de um elétron e um potencial de in tera ção entre os n úcleos. O
segundo termo, H
2
asomadeN(N 1)/2 termos idênticos,
1
r
ij
, e representa a interação
en tre cada par de elétrons.
Assim, quando tratamos de moléculas no estado fundamental, com camada
fec h ada, uma man eira de contorn ar m os este problem a é utilizar o método LCAO-MO-
SCF (Linear Combination of Atom ic O rbita ls M olecu lar Orbitals-Self Co nsist ent F ield) .
2.3 O Alv o 25
O método consiste em supor que cada elétron sofre a ação média dos N 1 elétrons
restantes, de modo que o mesmo possa ser tratado como uma partícula independen te,
descrita por uma função individual, cham ad a orbital molecula r (MO ) [25]. A seqüência do
método consiste em construir cada MO como uma com b inaçã o linear de orbitais atômico s
(AO) [25], da seguinte forma:
Φ
i
=
X
p
a
ip
χ
p
, (2.16)
onde i éonúmerodeMO,p énúmerodeAOeosa’s são os coecientes indeterminados
que permitem a normalização dos MO .
Sendo assim, admitindo tal aproxim ação e em concordância com o princípio
de exclusão de P auli, a função de onda eletrônica total é dada pelo determinan te de Slater,
da seguin te maneira:
Φ
q
(1, 2,...N)=
1
N!
¯
¯
¯
¯
¯
¯
¯
¯
¯
Φ
α
(1) Φ
β
(1) ··· Φ
ν
(1)
Φ
α
(2) Φ
β
(2) ··· Φ
ν
(2)
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Φ
α
(N) Φ
β
(N) ··· Φ
ν
(N)
¯
¯
¯
¯
¯
¯
¯
¯
¯
, (2.17)
onde os símbolos α, β, ...ν represen tam um conjunto dos quatro número s quânticos
(n, , m
,m
s
).
Reescrevendo a equação (2.17) de uma forma mais com pacta, obtemos:
Φ
q
=
1
N!
X
p
(1)
p
P Φ
H
, (2.18)
onde:
Φ
H
= Φ
α
(1) Φ
β
(2) ...Φ
ν
(N) , (2.19)
é o produto direto dos MO e o operador P permuta em pares os MO, e (1)
p
é a paridade
da p-ésima perm utação.
2.3 O A lvo
Utilizamos como alvo a m olécula poliatômica C
2
N
2
que é linear e simétrica
(N C C N), pertencente ao grupo de simetria D
h
[25]. Para este grupo de
simetria estão denidas as seguintes operações de sim etria: reexão nos planos XY , XZ
2.3 O Alv o 26
e YZ.OC
2
N
2
é um gás extrema m ente inam ável e tóxico por inalação, por este motiv o,
talv ez, não tenhamos encontrad o dados experimen tais na literatura, seu ponto de fusão é
28
o
C e ponto de ebulição 21, 2
o
C, tem cheiro de amêndoas amargas, mas dicilmente
detectável pelo cheiro em baixas concen t rações [26]. A distância experimental de equilíbrio
da ligação N C é de 2,173914 ua, e da ligação C C é de 2,62571 ua [27], e no estado
eletrônico fundamental os 26 elétrons estão distribuídos em 11 orbitais cuja conguração
é 1σ
2
g
2σ
2
g
1σ
2
u
2σ
2
u
3σ
2
g
3σ
2
u
4σ
2
g
5σ
2
g
4σ
2
u
1π
4
g
1π
4
u
.
No cálculo da função de onda do estado fundamental, utilizamos na equação
(2.16) funções de onda do tipo gaussiano-cartesianas.
χ
mn
= N
mn
(x x
a
)
(y y
a
)
m
(z z
a
)
n
e
|
r
r
a|
2
, (2.20)
onde:
N
mn
éocoecien te de normalização;
, m, n especicam o tipo da função {tipo s ( = m = n =0), tipo p (um dos
índices igual a 1,...)}.
Os coecien tes α são da do s por um con ju nto de bases do tipo 11s6p contraídas
para 5s4p [28] (v er tabela 2.1). Para melhor descrev er o alv o, aumentamos esta base com
duas funções do tipo s (α = 0,0453, α = 0,157), duas do tipo p (α = 0,03237, α = 0,00734),
eumadotipod (α = 0,823), sendo estas funções centradas no átomo de carbono. P ara
as funções centradas no átomo de nitrogênio, adicionam os duas funções do tipo s (α =
0,0653, α = 0,0213), duas do tipo p (α = 0,0449, α = 0,0123) e uma do tipo d (α =
0,353).
O conjun to de bases descrito anteriormente forneceu uma energia SCF de
-184,62348 ua. Comparando o este resultado com os dados experimentais Dealmeida e
Hinchlie [29], -184,9742295 ua, vemos que uma boa concordância.
P ara o cálculo da função de onda dos estados excitados
1
Π
u
e
3
Π
u
utilizamo s
o método dos orbitais virtuais otimizad os (IV O ) [30]. Este método consiste no cálculo dos
estados virtuais da molécula ionizada a partir de um orbital ocupado φ
n
,ist,oorbital
2.3 O Alv o 27
sp
Átomo
Expoentes Coecientes Expoentes Coecientes
C
9471,0
1398,0
307,00
84,540
26,910
9,4090
9,4090
3,5000
1,0680
0,4002
0,1351
0,000776
0,006218
0,033575
0,134278
0,393668
0,544169
0,248075
0,782844
1,000000
1,000000
1,000000
25,370
5,7760
1,7870
0,6577
0,2480
0,0910
0,016295
0,102098
0,340228
0,668269
1,000000
1,000000
N
1350,0
1999,0
44000
120,90
38,470
13,460
13,460
4,9930
1,5690
0,5800
0,1923
0,000760
0,006076
0,032847
0,132396
0,393261
0,546339
0,252036
0,779385
1,000000
1,000000
1,000000
1350,0
1999,0
44000
120,90
38,470
0,3727
0,1346
0,000760
0,006076
0,032847
0,132396
0,393261
1,000000
1,000000
Table 2.1: F unções de base dos átomos de Carbono e Nitrôgenio do estado fundamental
excitado é auto função do potencial V
N1
. Depoisfazemosacombinaçãodoorbitalvirtual
φ
ν
com os orbitais do estado fundamental, excluídos de um φ
n
. A energia de excitação é:
H
nν
= ε
ν
ε
n
, (2.21)
onde ε
ν
e ε
n
são as energias de ionização de um elétron do orbital φ
ν
e φ
n
, respectivamente.
As energias encon trad as para a transição 2σ
u
2π
u
foram 299,4482 eV para o estado
nal singleto e 299,11961 eV para o estado nal tripleto. Para a transição 2σ
g
2π
u
foram 299,490 2 eV para o estado nal singleto e 297,63064 eV para o estado nal tripleto,
os quais podem ser compara dos com o valor de 286,3 eV para o estado nal singleto [31].
28
Capítulo 3
M étodos U tilizados
Neste capítulo, inicialme nte, faremos a redução do problem a da in te ração
elétron-molécula para um problema de in teração entre um elétron e um potencial, para
isso, derivam o s as integ rais a serem resolvidas, para o conhecimento do potencial de intera -
ção elétron-mo lécula, na apro xim ação estático-troca. Nas seções seguintes descrevem os o
método variacional iterativo de Schwinger (SVIM ) [14], utilizado para resolver a equação
de espalham ento, e da solução desta equação encontra m os os elementos da matriz de
transição. Utilizamos o método da onda distorcida (D WA) [19], considerand o nos cál-
culos apenas o estado inicial e o estado n al excitado desejado, que está relacionado a
obtenção da seção de c hoque diferencial.
3.1 Potencial Estático Troca
Escrevendo o hamiltoniano total de um sistem a composto de uma m olécula
de N elétrons mais um elétron inciden te, como
H
N+1
= H
N
1
2
2
N+1
+ H
int
, (3.1)
onde:
H
N
é o ham ilton iano da m olécula isolada;
1
2
2
N+1
é a energia cinética dos elétrons da molécula mais a do elétron inciden te
/espalhado;
3.1 Potencial Estático Troca 29
H
int
éohamiltonianodainteraçãodamoléculacomoelétronincidente.
A equação de Sc hrödinger para o sistema é, dado por:
µ
H
N
1
2
2
N+1
+ H
int
|Ψ
p
i = E
T
|Ψ
p
i . (3.2)
A função de onda total do sistema Ψ
p
pode ser expandida como um produto
antissimetriza do da função de onda eletrôn ica da molécula com as funções do contínuo ,
comoveremosmaisadiante.
A parte do ha m iltonian o da interaçã o da m oléc ula com o elétron incidente
pode ser escrita da seguin te forma:
H
int
=
K
X
k=1
Z
k
¯
¯
¯
r
N+1
R
k
¯
¯
¯
+
N
X
i=1
1
|
r
N+1
r
i
|
, (3.3)
onde:
o primeiro termo representa a interação de cada núcleo com o elétron incidente ;
o segundo termo representa a intera ção de cada elétron da molécula com o elétron
incidente;
R
k
é a coordenada dos núcleos;
r
N+1
é a coordenada do elétron inciden te;
r
i
é a coordenada dos elétrons do alv o.
Fazendo um a analise do problema de espalhame nto elá stico p ara determinar o
potencial estático aproxim ado. Desprezan do , no m omento, os possíveis efeitos do prin cípio
de Pauli entre o elétron inciden te e os elétrons do alvo, ignorando, assim, os presentes
efeitosdetroca. SendoΦ
q
a função de onda eletrônica da molécula, o potencial estático
édadopor:
V (
r
N+1
)=
D
Φ
q
³
R
k
;
r
i
´
¯
¯
¯
H
int
¯
¯
¯
Φ
q
³
R
k
;
r
i
´E
. (3.4)
3.1 Potencial Estático Troca 30
Levando em consideração que a função de ond a eletrônica é calculada n u m a
apro ximação onde as coordenadas n ucleares são mantidas xas, (apro ximação de Born-
Oppenheimer), e utilizando a equação (3.3), podemo s separar a integral acima da seguinte
maneira:
V (
r
N+1
)=
K
X
k=1
Z
k
¯
¯
¯
r
N+1
R
k
¯
¯
¯
+
D
Φ
q
³
R
k
;
r
i
´
¯
¯
¯
N
X
i=1
1
|
r
N+1
r
i
|
¯
¯
¯
Φ
q
³
R
k
;
r
i
´E
.
(3.5)
Substituindo a função de onda (2.18) na parte eletrônica da equação (3.5), e
utilizando a ortogonalidade dos MO, obt em os a parte eletrônica de interação [32]:
hΦ
q
|
N
X
i=1
1
|
r
N+1
r
i
|
|Φ
q
i =
N
B
X
α=1
N
A
hφ
α
(N)|
1
|
r
N+1
r
N
|
|φ
α
(N)i , (3.6)
onde N
B
e N
A
são o núm ero de camada s da conguração e o número de elétrons em cada
camada, respectivamente.
Para resolver a in teg ral (3.6), usamos a expansão em centro único [33] para
os orbitais moleculares φ
α
, que pode ser o centro de massa da molécula. Estes MO dados
pelo método LCA O-MO -SCF são funções de onda cujos AO são escritos como funções
gaussiana-cartesia na s, ou esférica-cartesianas, ou Slater, etc, centrad os em torno de cada
um dos núcleos da mo lécula.
Em nosso caso, escrev em o s a função φ
α
como uma expan são em polinômio s
de Legendre em torno do centro de massa da molécula, da seguinte forma [32]:
φ
α
(N)=φ
α
(
r
N
)=
X
j
C
αj
χ
j
(
r
N
) , (3.7)
após a expansão, podemos escrever:
φ
α
(
r
N
)=
X
s=0
1
r
N
U
α
s
(r
N
) Y
m
α
s
(br
N
) X
m
s
1
2
, (3.8)
onde as funções U
α
s
(r
N
) são as funções radiais expand idas em centro único, Y
m
α
s
(br
N
) os
são os harm ôn icos esféricos e os X
m
s
1
2
sãoasusuaisfunçõesdespinmeio. Sendoque,a
parte angular dos MO foi expandida em harmônicos esféricos, os cálculos do potencial
estático cam simplicados, se expandirmos o operador de in teração eletrônica na mesma
base. Deste modo, temo s:
1
|
r
N+1
r
N
|
=
X
λ=0
r
λ
<
r
λ+1
>
P
λ
(cos θ
N,N+1
) , (3.9)
3.1 Potencial Estático Troca 31
onde
P
λ
(cos θ
N,N+1
)=
4π
2λ +1
λ
X
m
λ
=λ
Y
m
λ
λ
(br
N
) Y
m
λ
λ
(br
N+1
) , (3.10)
e r
<
e r
>
sãoomenoreomaiorentrer
N
e r
N+1
. Com binando as equações (3.8), (3.9) e
(3.10), resulta em:
hφ
α
(N)|
1
|
r
N+1
r
N
|
|φ
α
(N)i =
X
s=m
α
X
s
0
=m
α
X
λ=0
hU
α
s
(r
N
)|
r
λ
<
r
λ+1
>
|U
α
s
0
(r
N
)i
×
(
λ
X
m
λ
=λ
hY
m
α
s
(br
N
)| Y
m
λ
λ
(br
N
) |Y
m
α
s
0
(br
N
)i
×
4π
2λ +1
Y
m
λ
λ
(br
N+1
)
¾
. (3.11)
A p arte nuclea r do potencial pode ser expandid a de maneira semelhante, e
por m, podemos escrev er o potencial estático como uma expansão m ultipolar na forma:
V (
r
N+1
)=
X
λ=0
V
λ
(r
N+1
) P
λ
(cos θ
N+1
) , (3.12)
onde os coecien tes V
λ
(r
N+1
) correspondem aos termos do potencial explicitados na
equação (3.5). No tand o que a soma em λ, na expansão m ultipolar (3.12 ), dev e ser
carregad a até o innito. Em aplicações n u m éricas, a soma se estende até um número
nito, cujo valor é determinado pela con vergência dos processos iterativos que v erem o s
nas próximas seções.
Expandimos a função de onda total, relativ a a colisão de uma molécula de
camad a fec had a com um elétron inciden te, da seguin te forma [35]:
Ψ
p
(1, 2,...,N +1)=
1
(N +1)
1
2
N+1
X
i=1
()
N+1i
P Φ
q
(1, 2,...,i 1,i+1,...,N +1)F
p
(i) ,
(3.13)
onde i representa a coordenada espacial e de spin do i-ésimo elétron e Φ
q
éafunçãode
onda molecular expandida em centro único, feita anteriormente. Observamos que a função
de onda total está em concordância com o princípio de indistinguibilidade, pois possui os
termos de troca do elétron inciden te, representado pela função F
p
, com os demais elétrons.
3.2MétododaOndaDistorcida(DWA) 32
Expan dim os os orbitais do contínuo, que represen tam o elétron inciden te, da
seguinte maneira:
F
p
(i)=
X
s
1
r
i
f
p
s
(r
i
) Y
λ
p
s
(br
i
) X
m
p
1
2
(i)=F
p
(
r
i
) X
m
p
1
2
(i) . (3.14)
Efetuando a operação expressa na equação
hΨ
p
|
µ
H
N
1
2
2
N+1
+ H
int
|Ψ
p
i = hΨ
p
| E
T
|Ψ
p
i , (3.15)
e utilizando a expressão para Ψ
p
, dada pela equação (3.13), obtemos
hF
p
(
r
N+1
)|
½
1
2
2
N+1
+ V (
r
N+1
) (E E
T
)
¾
|F
p
(
r
N+1
)i , (3.16)
naqualaintegraçãoéfeitacomrespeitoacoordenadadoelétronincidente
r
N+1
importante ressaltar, que este é o termo do potencial direto.
O termo de troca pode ser escrito da seguinte forma:
N hΦ
q
(1, 2,...,N) ,F
p
(N +1)| (H
N+1
E
T
) |Φ
q
(1, 2,...,N +1),F
p
(N)i . (3.17)
Quando consideramos m olécu las de cam adas fechadas, o princípio de Pauli
impõe que o elétron inciden te não ocupe o mesmo orbital que qualquer um dos N elétrons
da molécula. P or tanto, os orbitais do contínuo deve m ser ortogonais a todos os orbitais
do estado fundamental, ou seja:
hφ
α
| F
p
i =0,paratodoα. (3.18)
Usando este resultado, o único termo da equação (3.17) que con tribu i para a
in tegral de troca é a in teração elétron-elétron
1
|
r
N+1
r
N
|
. Neste caso, podemos escrev er
a equação (3.17) como:
N hΦ
q
(1, 2,...,N) ,F
p
(N +1)|
1
|
r
N+1
r
N
|
|Φ
q
(1, 2,...,N +1),F
p
(N)i . (3.19)
3.2 Método da Onda Distorcida (DWA)
O cálculo da seção de c hoque diferencial de excitação para espalhamento de
elétrons por moléculas, in tegran do sobre todas as orien ta ções da molécula é dado por
3.2MétododaOndaDistorcida(DWA) 33
[34, 19, 36, 37, 38, 40]:
d
= SM
f
k
f
k
i
1
8π
2
Z
senβ
¯
¯
¯
f
³
b
k
0
i
,
b
k
0
f
´
¯
¯
¯
2
, (3.20)
onde:
S resulta da soma da dia dos spins dos sub-níveis inicial e nal,evalemeio
para moléculas de camada fechada;
M
f
é o fator de degenerescência da projeção do momento angular do estado nal
do alv o;
f
³
b
k
0
i
,
b
k
0
f
´
—éaamplitudedeespalhamentomedidanoreferencialdolaboratório;
k
0
i
e
k
0
f
são os momentos do elétron incidente e espalhado no referencial do
laboratório, respectivam ente;
α, β e γ são os ângulos de Euler denidos segundo o eixo principal de simetria da
molécu la.
A amplitude de espalhamento, calculada no referencial do corpo, é dada,
como vimos no capítulo 1, através dos elementos da matriz T ,por:
f
³
b
k
i
,
b
k
f
´
= 2π
2
T
fi
, (3.21)
sendo a projeção desta amplitude, no referencial do laboratório, obtida através da ma-
triz de rotação D
j
t
m
t
m
0
t
, como verem os nas próxim as seções. Sendo assim , nosso objetivo
resume -se em obter a matriz de espalham e nto T
fi
, que é obtida através do método das
on das dis torcida s (DWA) [19, 20], que descrev erem os a seguir.
Confor m e o formalismo de dois potenciais, o operador potencial de in te raç ão
exato é separado em duas partes, da seguin te forma :
U = U
1
+ U
2
, (3.22)
podemos escrever o seguinte conjunto de equações de Schrödinger:
(H
o
+ U E) Ψ =0, (3.23)
3.2MétododaOndaDistorcida(DWA) 34
(H
o
+ U
1
E) χ =0, (3.24)
(H
o
E) Φ =0, (3.25)
onde
H
o
= H
M
1
2
2
—éooperadorhamiltonianonãoperturbadoparaosistema;
H
M
—éooperadordamoléculaisolada;
Ψ corresponde à solução exata para o sistema elétron-m olécula;
χ corresponde à solução da onda distorcida;
Φ corresponde à solução do sistema não perturbado.
Usando as funções de onda das equações (3.23), (3.24) e (3.25), os elementos
da matriz T , são escritos como:
T
fi
= hΦ
f
| U
1
¯
¯
χ
+
i
®
+
χ
f
¯
¯
U
2
¯
¯
Ψ
+
i
®
. (3.26)
A princípio, a escolha de U
1
é arbitrária. Neste caso, a autofunção distorcida
χ para, ambos, elétrons incidentes e espalhados são calculadas na aproximação do poten-
cial estático-troca gerado pelo alv o no estado fundamental. Esta escolha particular do
potencial U
1
, para colisões inelásticas, permite zerar o prim eiro termo da equação (3.26)
e, desta forma, podemos escrever a m atriz de transição como:
T
fi
=
D
A
³
ϕ
1
χ
k
f
´
¯
¯
¯
U
2
¯
¯
A
¡
ϕ
o
χ
+
k
i
¢®
, (3.27)
onde:
A representa o operador de antisim etrização;
ϕ
o
represen ta a função de onda do estado fundam ental da molécula, dada segundo
a equação (2.17);
ϕ
1
represen ta a função de onda da molécula excitada, calculada na apro ximação
dosorbitaisvirtuaisotimizados(IVO);
3.3 Método Variacional Iterativo de Schw inger (SVIM) 35
χ
+
k
i
e χ
k
f
representam as funções de onda distorcidas, para o elétron espalhado e
incidente, respectivamente;
U
2
- é o potencial estático-troca.
As funções de onda distorcidas χ
+
k
i
e χ
k
f
são soluções da equação de Lippmann-
Sc hwinger
χ
±
k
= Φ
k
+ G
±
o
U
1
χ
±
k
, (3.28)
com G
±
o
sendo o operador de Green da partícula livre, onde os índices + e indicam
condições de contorn o para ondas div ergentes (espalhadas) e con vergentes (inciden te),
respectivamente, e Φ
k
é uma função de onda plana, com momen to linear k. As soluções
para a equação (3.28) são obtidas usando o método variacional iterativ o de Schwinger
(SVIM ), onde as funções de onda distorcidas, χ
+
k
i
e χ
k
f
, são tomadas ortogonais para
orbitais ocupados de ϕ
o
, que descrevem os a seguir.
3.3 Método Variacional Iterativo de Sc hwinger (SVIM )
Vamos descreve r a resoluçã o da equação de espalhamento, par a a interação
elétron-m olécula , utilizando o SVIM [14, 15, 16, 17, 18]. Este método foi desenvolvido,
como uma apro xim açã o, para obter soluções no problema de espalhamento de elétron por
moléculas lineares [16, 17, 18, 39, 41, 42] a nível estático troca.
As soluções obtidas por este método, na realidade, contêm somen te a parte
real tan to da função de onda como da matriz de espalham ento. Deste modo, a matriz de
espalham ento obtida é ch am ad a de matriz de reação, matriz K, que esta relacionada com
amatrizT através da seguinte expressão:
T =
2iK
1 iK
. (3.29)
O SVIM começa com a solução da equação de Lippmann-Schwinger para a
matriz K [15].
K = U + UG
(+)
o
K, (3.30)
3.3 Método Variacional Iterativo de Schw inger (SVIM) 36
usando uma apro ximação para o potencial exato. A forma para o potencial usado aqui é
h
r | U
S
o
|
r
0
i =
X
α
i
j
R
h
r | U |α
i
i
¡
U
1
¢
ij
hα
j
| U |
r
0
i , (3.31)
onde R é um conjun to inicial de funções expandidas e U =2V . C om este potencial a
solução da equação de Lippmann-Sch winger (3.30) é:
h
r | K
S
o
|
r
0
i =
X
α
i
j
R
h
r | U |α
i
i
h
¡
D
(+)
¢
1
i
ij
hα
j
| U |
r
0
i , (3.32)
onde
¡
D
(+)
¢
= hα
i
| U UG
(+)
o
U |α
j
i . (3.33)
EstaformadamatrizK é equ ivalente à obtid a da expressão variacional de
Sc h w inger, que pode ser escrita de duas formas, bilinear e fracional. A forma bilinear da
matriz é dada por:
K

0
m
= hΦ
km
| U
¯
¯
¯
e
Ψ
(+)
k
0
m
E
+
D
e
Ψ
()
k
0
m
¯
¯
¯
U |Φ
km
i
D
e
Ψ
()
km
¯
¯
¯
U UG
(+)
o
U
¯
¯
¯
e
Ψ
(+)
k
0
m
E
,
onde
e
Ψ
(+)
k
0
m
e
e
Ψ
()
km
representam as funções de onda ten tativa para os elétrons espalhados
utilizada no método variacion al e Φ
km
representaaondaplanaparaoelétronincidente.
A forma fracional da matriz é:
K

0
m
=
hΦ
km
| U
¯
¯
¯
e
Ψ
(+)
k
0
m
ED
e
Ψ
()
km
¯
¯
¯
U |Φ
k
0
m
i
D
e
Ψ
()
km
¯
¯
¯
U UG
(+)
o
U
¯
¯
¯
e
Ψ
(+)
k
0
m
E
, (3.34)
ondeasfunçõesdeondaparciaistentativassãocombinaçõeslineares
e
Ψ
(±)
km
(
r )=
X
α
i
R
C
(+)
km,i
α
i
(
r ) , (3.35)
onde C
(+)
km,i
são parâmetros variacionais e α
i
(
r ) é um conjunto de bases na forma de
gaussianas cartesianas.
No nosso caso, usamo s a forma fraciona l da matriz K,poisasfunçõesde
onda não precisam estar normalizadas.
NocálculodoSVIM,asfunçõesdeonda são expandidas em ondas parciais,
como:
Ψ
(+)
k
(
r )=
µ
2
π
1
2
X
m
i
Ψ
(+)
km
(
r ) Y
m
³
b
k
´
, (3.36)
3.3 Método Variacional Iterativo de Schw inger (SVIM) 37
onde Y
m
³
b
k
´
são os harmônicos esféricos.
Para um a molécula linea r, Ψ
(+)
km
, pode ser expandida no vamen te em u m a série
de ondas parciais por
Ψ
(+)
km
(
r )=
X
0
Ψ
(+)

0
m
(k, r) Y
0
m
(br) . (3.37)
A equação de Lippmann -Schwinger para a função de onda é
Ψ
(+)S
o
km
(
r )=Φ
km
(
r )+h
r | G
(+)
o
U
S
o
¯
¯
¯
Ψ
(+)S
o
km
E
, (3.38)
onde Φ
km
(
r ) sãoassoluçõesdapartículalivre
Φ
km
(
r )=j
(kr) Y
m
(br) , (3.39)
usando a iden tidade
h
r | U
S
o
¯
¯
¯
Ψ
(+)S
o
km
E
= h
r | K
S
o
|Φ
km
i , (3.40)
obtemos uma expressão para a função de ond a em termos da ma triz K
Ψ
(+)S
o
km
(
r )=Φ
km
(
r )+h
r | G
(+)
o
K
S
o
|Φ
km
i . (3.41)
Esta equação para Ψ
(+)S
o
km
é agora desacoplada , e as funções de onda parciais
são dadas por:
Ψ
(+)S
o

0
m
(k,
r )=j
(kr) δ

0
X
α
i
j
R
k
D
j
0
(kr
<
) h
(+)
0
(kr
>
) Y
0
m
(br)
¯
¯
¯
U |α
i
i
×
h
¡
D
(+)
¢
1
i
ij
hα
j
| U |j
(kr) Y
m
(br)i . (3.42)
A forma assin tótica da solução da função de onda parcial é então
Ψ
(+)S
o

0
m
(k,
r ) j
(kr) δ

0
k hΦ
k
0
m
| K
S
o
|Φ
km
i h
(+)
0
(kr) . (3.43)
A função de onda radial Ψ
(+)

0
m
éobtidadaequação(3.42)porintegração
n u m érica. O processo iterativ o inicia pela adição da expan são do conjunto R da equação
(3.31) pelo conjun to de funções
S
o
=
n
Ψ
S
o
k
1
m
, Ψ
S
o
k
2
m
,...,Ψ
S
o
k
p
m
o
, (3.44)
3.3 Método Variacional Iterativo de Schw inger (SVIM) 38
onde
p
é o valor má ximo de para que a expansão da solução do espalham ento da matriz
K dado em (3.32). Usando este conjunto de funções, a prime ira iteração é com p letada
calculando a no va matriz dada por:
h
r | K
S
1
|
r
0
i =
X
γ
i
j
R
h
r | U |γ
i
i
h
¡
D
(+)
¢
1
i
ij
γ
j
¯
¯
U |
r
0
i . (3.45)
Note que as funções expandidas contidas no conjunto R S
o
inclui ambos
o conjunto inicial das funções expandidas R = {α
i
} e as soluções continuas dadas pela
equação (3.41).
Asegundaiteraçãocomeçapelaconstruçãodoconjuntodesoluções
S
1
=
n
Ψ
S
1
k
1
m
, Ψ
S
1
k
2
m
,...,Ψ
S
1
k
p
m
o
, (3.46)
que estão associados com a matriz K
S
1
dada pela equação (3.45). O conjunto S
1
com-
binado com o conjun to R da função tentativa inicial leva a uma nova m atr iz K
S
2
.Em
geral, K
S
n
, Ψ
S
n
km
,eoconjuntodefunçõesS
n
são dadas por:
h
r | K
S
n
|
r
0
i =
X
γ
i
j
RS
n1
h
r | U |γ
i
i
h
¡
D
(+)
¢
1
i
ij
γ
j
¯
¯
U |
r
0
i , (3.47)
e
S
n
=
n
Ψ
S
n
k
1
m
, Ψ
S
n
k
2
m
,...,Ψ
S
n
k
p
m
o
, (3.48)
onde
Ψ
(+)S
n
k
i
m
(
r )=Φ
k
i
m
(
r )+h
r | G
(+)
o
K
S
n
|Φ
k
i
m
i . (3.49)
Este sistema iterativ o é repetido até que a função de onda, dada na equação
(3.49), convirja.
Se as funções de onda con vergem, tal que:
Ψ
(+)S
n+1
km
(
r )=Ψ
(+)S
n
km
(
r ) , (3.50)
ese
D
Ψ
()S
n
k
i
m
¯
¯
¯
U UG
(+)
o
U
¯
¯
¯
Ψ
(+)S
n
k
j
m
E
= hΦ
k
i
m
| U
¯
¯
¯
Ψ
(+)S
n
k
j
m
E
, (3.51)
para 1 i p e1 j p,e
D
Ψ
()
k
i
m
¯
¯
¯
U UG
(+)
o
U |α
j
i = hΦ
k
i
m
| U |α
j
i , (3.52)
3.4 Seção de Choque Diferencial 39
para 1 i p e α
j
R, en tão resulta que as funções Ψ
(+)S
n
km
satisfazem a equação de
Lippma nn -Schw inger par a o potencial exato U. Isto pode ser demonstrado substituindo
a equação (3.47) na equação (3.49), obtendo:
Ψ
(+)S
n+1
km
(
r )=Φ
km
(
r )+
X
γ
i
j
RS
n
h
r | G
(+)
o
U |γ
i
i
h
¡
D
(+)
¢
1
i
ij
γ
j
¯
¯
U |Φ
km
i . (3.53)
Usando as relações dadas nas equações (3.51) e (3.52), a equação (3.53) reduz-
se a:
Ψ
(+)S
n+1
km
(
r )=Φ
km
(
r )+h
r | G
(+)
o
U
¯
¯
¯
Ψ
(+)S
n
km
E
. (3.54)
Desta maneira a equação (3.50), também, é satisfeita e a equação (3.54)
torna-se:
Ψ
(+)S
n
km
(
r )=Φ
km
(
r )+h
r | G
(+)
o
U
¯
¯
¯
Ψ
(+)S
n
km
E
, (3.55)
que é, justamen te, a equação de Lippmann-Schw inger para o potencial exato U.
3.4 Seção de Choque Diferencial
Utilizan do as funções de onda distorcidas e conv ergidas, a equação (3.27)
para a matriz T é expandida em ondas parciais como:
T
fi
=
2
π
X
m
X
0
m
0
i
0
k
i
k
f
T
m
0
m
0
Y
m
³
b
k
i
´
Y
0
m
0
³
b
k
f
´
, (3.56)
onde T
m
0
m
0
são os elemen tos de matriz dados por:
T
m
0
m
0
=
D
ϕ
1
χ
k
f
,
0
m
0
¯
¯
¯
U
2
¯
¯
ϕ
o
χ
+
k
i
,m
®
. (3.57)
A agora, o desenvolvimento foi feito no referencial da molécula. P ara po-
dermos comparar com os dado s experimen tais, precisamos escrever os resultados no refe-
rencial do laboratório. Assim, expandindo a amplitude de espalhamento no referencial de
laboratório, que aparece na equação (3.20), em uma base j
t
, com o:
f
³
b
k
0
i
,
b
k
0
f
´
=
X
j
t
m
t
m
0
t
B
j
t
m
t
m
0
t
³
b
k
0
f
´
D
j
t
m
t
m
0
t
(α, β, γ) , (3.58)
onde
3.5 Método da O nda Distorcida Completada com Born (DWA CB ) 40
D
j
t
m
t
m
0
t
(α, β, γ) são as usuais m atrizes de rotação;
j
t
=
0
é o momento angular transferido duran te a colisão;
m
t
e m
0
t
são as projeções de nos eixos do laboratório e da molécula, respectivamen te.
Os coecien tes da expansão são expresso s por:
B
j
t
m
t
m
0
t
³
b
k
0
f
´
=
X

0
mm
0
(1)
m
a

0
mm
0
(
0
0m
t
| j
t
m
t
)(
0
mm
0
| j
t
m
0
t
) Y
m
³
b
k
0
f
´
. (3.59)
Os coecie ntes dinâmicos a

0
mm
0
para a transição do estado inicial |ii para
o estado nal |fi são escritos em termos das componen tes de ondas parciais da parte
eletrônica da m atriz de transição, com o:
a

0
mm
0
(f i)=
³
π
2
´
[4π (2
0
+1)]
1
2
i
0
T
m
0
m
0
. (3.60)
Substituindoaequação(3.58)naequação(3.20)efazendoaintegraçãoda
parte angular, a seção de c hoque diferencial no referencial do laboratório, representada
na base j
t
, é escrita como:
d
(f i)=SM
f
k
f
k
i
X
j
t
m
t
m
0
t
1
(2j
t
+1)
¯
¯
¯
B
j
t
m
t
m
0
t
(f i, k
i
,k
f
, br
0
)
¯
¯
¯
2
. (3.61)
Para transições cujo estado excitado nal é um tripleto, apenas a parte de
troca da matriz de transição é necessária, sendo a soma na equação (3.59) carregada até
um determinado valor de corte (
c
,m
c
), previamen te escolhido segundo a equação (3.48),
de modo a garan tir a con vergência. O caso de excitações para o estado singleto será
discutido na pró xima secção.
3.5 M étodo da Onda Distorcida Com p letada com Born
(DWA CB )
Para excitações que conduzem ao estado nal singleto, normalmen te a con-
v er gência das seções de c hoque é mais lenta, exigindo ordens maiores da expansão em
ondas parciais [19]. Neste caso, a expansão em ondas parciais da m atriz de transição é,
3.5 Método da O nda Distorcida Completada com Born (DWA CB ) 41
tam bém, truncada para os valores (
c
,m
c
), sendo as contribu ições de ordem superior adi-
cionadas através da apro x im ação de Born. Como discutido, na seção (1.5), a aproximação
de Born, de primeira ordem , consiste em considerar tan to a função de onda do elétron
incidente como a do elétron espalhado como uma onda plana. Assim, a matriz de tran-
sição é dada, segundo a equação (1.43), pelo produto
D
φ
k
f
¯
¯
¯
U
¯
¯
φ
k
i
®
. Para a apro ximação
de Born, os coecien tes B
j
t
m
t
m
0
t
são:
B
j
t
m
t
m
0
t
³
b
k
0
f
´
= B
Born,j
t
m
t
m
0
t
³
b
k
0
f
´
+
X

0
mm
0
n
(1)
m
(i)
0
(2 +1)
1
¡
T

0
mm
0
T
Born

0
mm
0
¢
×
× ( m,
0
m
0
| j
0
t
m
0
t
)(0,
0
m
t
| j
t
m
t
) Y
0
m
t
³
b
k
0
f
´o
, (3.62)
onde B
Born,j
t
m
t
m
0
t
³
b
k
0
f
´
são os coecientes da expansão na base j
t
da amplitude de espalha-
mento de Born (de acordo com a equação (3.52)) e T
Born

0
mm
0
é a m a triz de transição calculada
na apro xima ção de Born dada por:
T
Born

0
mm
0
= hS
km
| U
st
|S
k
0
m
0
i , (3.63)
onde U
st
é o potencial estático (em unidades atômicas) e S
km
são as componen tes da
ondaparcialdafunçãoondadapartículalivre.
42
Capítulo 4
R esultados e Discussão
Neste capítulo apresen tam os os resultados teóricos obtidos pela aplicação do
SVIM com binado com o D WA. Iniciamos mostrando os resultados para a força de oscilador
generalizado (GOS) obtida para as excitações das camad as internas 2σ
g
2π
u
e 2σ
u
2π
u
para a molécula C
2
N
2
. Estes resultados foram comparados com os dados obtidos
pela Ref. [13] para a molécula C
2
H
2
por motivos que exporemos duran te a discussão.
A seguir fazemos uma análise das seções de ch oque diferenciais inelásticas (DC S), das
seções de ch oque in teg rais inelásticas (ICS), e por m as razões tripleto-singleto (RI (3:1)),
comp arand o nossos resultados com os dados obtidos para algumas moléculas que possuam
pelo menos um átomo de carbono.
4.1 Pacote Computacion al
Para calcular as funções de onda que descrev em o estado fundamen tal da
molé cu la utilizam os o programa A L C H E MY, que utiliza a aproximação do cam po auto
consistente (SCF/Hartree-Fock), e para o estado excita do utilizamo s o me sm o program a
na apro ximação dos orbitais virtuais melhorados (IVO) [30] e am bos seguem o forma-
lismo teórico descrito, anteriormente, no capítulo 2. Após a obtenção destas funções de
onda, utilizamos o progra m a STPGE M . Este programa, por sua v ez, expande os orbita is
moleculares em ondas parciais e centr o único segundo a equação (3.9), e faz, também, a
normalização dos MO, gerando o do potencial direto. Em nossos cálculos, a normalização
paratodososorbitaisfoisempre0,99999para
c
90.
O procedimento seguinte, no processo computacion al, consiste em montar
4.1 P acote Computacional 43
Simetria Centro
Funções Gaussiano-
Cartesianas
Expoen tes
kσ
g
,kσ
u
C
N
s
p
z
s
p
z
16.0; 8.0; 4.0; 2.0; 1.0; 0.5; 0.1
4.0; 2.0; 1.0; 0.5; 0.25
16.0; 8.0; 4.0; 2.0; 1.0; 0.5; 0.1
9.0; 4.0; 2.0; 1.0; 0.3; 0.1
kπ
g
,kπ
u
C
N
p
x
xz
p
x
xz
16.0; 8.0; 3.1; 1.3; 0.7; 0.21; 0.04
7.4; 3.5; 1.7; 0.4; 0.1
12.7; 6.7; 2.1; 1.1; 0.3
3.4; 1.5; 0.7; 0.2
kδ
g
,kδ
u
C
N
xy
xy
14.5; 8.5; 3.5; 1.5 ; 0.5; 0.25; 0.01
12.5; 6.5; 2.5; 1.0; 0.2; 0.1
Table 4.1: Bases de Espalhamento
o conjunto de funções de espalhamento tentativas conform e a equação (3.35). As bases
utilizadas são mostra das na Tab. 4.1, sendo as funções radiais gaussiana s cartesianas na
forma da equação (2.20). O procedimento iterativ o descrito na seção (3.3) é realizado por
um conjun to de programas denominado SVIM (Sch w inger variacional iterativ e method).
As expansões em ondas parciais das funções de espalhamen to foram feitas até
c
=69,
para todas energias de incidência e, tam bém, para todas simetrias das funções de onda
do elétron incidente.
Por m , para o cálculo da matriz de transição e das seções de c hoque uti-
lizamos o programa DWMG E M e DWCG EM , respectivame nte. A s expansões em ond as
parciais da matriz de transição foram trunca das com
c
=69e m
c
=7, sendo que, no
caso da transição singleto-singleto (estado nal
1
Π
u
)ascontribuiçõesdasordensmaiores
das ondas parciais foram adicionadas conforme descrito na seção (3.5). E para a tran-
sição singleto-tripleto (estado nal
3
Π
u
) as seções de c h oque são calculadas efetuando-se
diretamente a soma mostrada na equão (3.53).
Na expansão em ondas parciais das equações utilizadas no SVIM , o índice m
é somado até m
c
=7. O program a foi desenvolvido somen te para m
c
=2, no nosso caso
por term os utilizado um valor maior que 2, usamos um artifício que consiste em substituir
as funções de onda incidente e espalhada, dadas pelo SVIM , por funções de onda plana
usando a primeira apro ximação de Born.
O trabalho foi realizado em um computador Athlon-900 MH z, com tempos
4.2 Força de Oscilador Generalizado 44
para uma rodada completa de, aproxima dam ente, quaren ta horas para cada energia.
4.2 Forç a de Osc ila do r Gen era l iz ado
A seção de choque diferencial para excitação de uma m olécula para um estado
nal n é escrita, em termos do v etor transferência de momento
K =
k
f
k
i
, como [43]:
d
¸
n
=
4
¯
¯
¯
K
¯
¯
¯
2
¯
¯
¯
k
i
¯
¯
¯
¯
¯
¯
k
f
¯
¯
¯
¯
¯
¯
f
n
³
K
´
¯
¯
¯
(4.1)
onde f
n
³
K
´
é a amplitude de espalham ento. A força de oscilador generalizad o (GOS)
édenida em função da energia de excitação E
n
e do v etor transfer ência de momento,
como:
ε
n
³
K
´
=
2E
n
¯
¯
¯
K
¯
¯
¯
2
¯
¯
¯
f
n
³
K
´
¯
¯
¯
2
(4.2)
Nas Figs. 4.1 e 4.2 mostramos os cálculos do GOS (Força de Oscilador Gene-
ralizado) para as excitaçõ es das cam ad as internas 2σ
g
2π
u
e 2σ
u
2π
u
para a molécula
C
2
N
2
. Fizemos um a pesquisa na literatu ra, mas não encon tr am os dados, experimentais
ou teóricos, para o GO S sobre esta molécula, assim, fazem os uma comparação com os
dados teóricos, para as excitações das cam ad as in terna s 1σ
u
1π
g
e 1σ
g
1π
g
para a
molécula C
2
H
2
. Compara m os estas duas moléculas devido as duas serem poliatômicas, a
excitação ser feita a partir de elétrons presos à camada 1s do carbono e, tam bém, porque
ambas possuem dois carbonos centrais. Em vista destes fatores esperamos uma certa
similaridad e en tre os resultados para estas m oléculas.
Podemos observar nas Figs. 4.1 e 4.2 que realmente existe uma certa seme-
lhança en tre os resultados para as duas moléculas, apesar dos resultados diferirem quan-
titativamente. UmacomparaçãodiretamostraqueaexcitaçãoparaamoléculaC
2
H
2
é
muito mais ecaz que a excitação para a molécula C
2
N
2
, para a mesma energia do elétron
incidente.
4.2 Força de Oscilador Generalizado 45
Figura 4.1: GOS para transição 2σ
g
2π
u
. Linha sólida, presentes resultados com DWA
pa ra C
2
N
2
. No rmalizados pa ra compa ração (fator de 2.2); linha tracejada, resultados com
Bo rn, 1σ
g
1π
g
,paraoC
2
H
2
[13], linha pontilhada, resultados com D WA, 1σ
g
1π
g
,para
oC
2
H
2
[13].
Figura 4.2: GOS pa ra transição 2σ
u
2π
u
. Linha sólida, p resentes resultados com D WA
pa ra C
2
N
2
. No rmalizados pa ra compa ração (fator de 2.4); linha tracejada, resultados com
Bo rn, 1σ
u
1π
g
,paraoC
2
H
2
[13], linha pontilha d a, resultados com D WA, 1σ
u
1π
g
,para
oC
2
H
2
[13].
4.3 Resultados das Seções de Choque 46
4.3 Resultados das Seções de Choque
A seguir, vamos apresentar uma série de resultados, referen te às seções de
c hoque diferenciais e integ rais, para os estados de transição singleto e tripleto.
Nas Figs. 4.3 e 4.4 mostram o s algumas seções de ch oque diferenciais ine-
lásticas (DC S ), para a transição 2σ
g
2π
u
, para o estado nal singleto, para algumas
energias. Observamo s que para energias próxima s do limiar de excitação, as DCS apresen-
tam um comportamento oscilan te, sendo qu e para energias mais altas, acima de 320 eV
apresentam um comportamen to mon otônico decrescente para os ângulos de espalhamento
acimade20eV.
Nas F igs. 4.5-4.8 mostr am os algumas seções de choque diferenc iais inelástica s
(DCS ), para a transição 2σ
g
2π
u
, para o estado nal tripleto, para algumas energias.
Observamos que para energias próximas e um pouco acima do limiar de excitação, as
DCS apresentam um com portamento bastante oscilante, sendo que para energias mais
altas, acima de 500 eV apresentam um comportamento monotônico decrescen te. E ste
comportamento oscilante é devido à interferên cia resultan te entre as funções de onda do
tipo s, p, d e, eventualmente, f.
Nas Figs. 4.9 e 4.10 mostramo s algum a s seções de choque diferenciais ine-
lásticas (DC S), para a transição 2σ
u
2π
u
, para o estado nal singleto, para algum as
energias. Observamos que para energias próximas do limiar de excitação, as DCS apre-
sen ta m um comportamento sem oscilações, sendo que para energias ma is altas, acima de
320 eV apresentam um comportamento monotôn ico decrescente.
Nas Figs. 4.11-4.15 mostram os algumas seções de choque diferenciais ine-
lásticas (DCS ), para a transição 2σ
u
2π
u
, para o estado nal tripleto, para algumas
energias. Observam o s que para energias próxim as e um pouco acim a do limiar de exci-
tação, as DCS apresen tam um comportamento bastante oscilante, sendo que para energias
mais altas, acima de 500 eV apresen tam um comportamento monotôn ico decrescen te.
4.3 Resultados das Seções de Choque 47
Figura 4.3: DCS para a molécula C
2
N
2
,paratransição 2σ
g
2π
u
,estadonal singleto,
para as energias: (a) 302 eV; (b) 306 eV; (c) 310 eV; (d) 315 eV.
4.3 Resultados das Seções de Choque 48
Figura 4.4: MesmodaFig. 4.3masparaasenergias: (a)320eV;(b)350eV;(c)400eV;
(d) 500 eV.
4.3 Resultados das Seções de Choque 49
Figura 4.5: DCS para a molécu la C
2
N
2
,paratransição 2σ
g
2π
u
,estadonal tripleto, para
as energias: (a) 300 eV; (b) 302 eV; (c) 304 eV; (d) 305 eV.
4.3 Resultados das Seções de Choque 50
Figura 4.6: Mesmo da Fig. 4.5, para as energias: (a) 308 eV ; (b) 310 eV; (c) 315 eV; (d)
320 eV.
4.3 Resultados das Seções de Choque 51
Figura 4.7: Mesmo da Fig. 4.5, para as energias: (a) 330 eV ; (b) 335 eV; (c) 350 eV; (d)
370 eV.
4.3 Resultados das Seções de Choque 52
Figura 4.8: Mesmo da Fig. 4.5, para as energias: (a) 400 eV ; (b) 500 eV; (c) 600 eV; (d)
700 eV.
4.3 Resultados das Seções de Choque 53
Figura 4.9: DCSparaamoléculaC
2
N
2
,paratransição 2σ
u
2π
u
,estadonal singleto,
para as energias: (a) 305 eV; (b) 310 eV; (c) 320 eV; (d) 350 eV.
4.3 Resultados das Seções de Choque 54
Figura 4.10: MesmodaFig. 4.9,paraasenergias: (a)400eV;(b)500eV;(c)600eV;(d)
700 eV.
4.3 Resultados das Seções de Choque 55
Figura 4.11: DCS pa r a a molécu la C
2
N
2
,paratransição 2σ
u
2π
u
,estadonal tripleto,
para as energias: (a) 300 eV; (b) 302 eV; (c) 304 eV; (d) 305 eV.
4.3 Resultados das Seções de Choque 56
Figura 4.12: Mesm o da Fig. 4.11, pa ra as energ ias: (a) 307 eV; (b) 308 eV; (c) 309 eV; (d)
310 eV.
4.3 Resultados das Seções de Choque 57
Figura 4.13: Mesm o da Fig. 4.11, pa ra as energ ias: (a) 312 eV; (b) 320 eV; (c) 322 eV; (d)
327 eV.
4.3 Resultados das Seções de Choque 58
Figura 4.14: Mesm o da Fig. 4.11, pa ra as energ ias: (a) 330 eV; (b) 340 eV; (c) 350 eV; (d)
370 eV.
4.3 Resultados das Seções de Choque 59
Figura 4.15: Mesm o da Fig. 4.11, pa ra as energ ias: (a) 400 eV; (b) 500 eV; (c) 600 eV; (d)
700 eV.
4.3 Resultados das Seções de Choque 60
Na Fig. 4.16(a) mostramos as seções de choque integradas inelásticas (ICS)
paraaexcitaçãodeelétronsdacamadainterna2σ
g
da molécula C
2
N
2
paraaprimeiraca-
mada excitada 2σ
u
{X
1
Σ
+
g
1
,
3
Π
u
(carbono 1s2σ
g
2π
u
)}, na faixa de energias de 300-
900eV para o elétron incidente. O comportamento das curvas é o característico para ex-
citações singletosingleto (crescen te) e singletotripleto (decrescen te). Na Fig. 4.16(b)
mostramosasICS,nafaixadeenergiade300—370eV,nestaregiãopróximaaolimiarde
excitação podem os vericar que alguns picos que podem indicar ressonância, localizado
em torno de 308 e 325 eV para o estado nal singleto e 306, 325 e 335 eV para o estado
nal tripleto.
Figura 4.16: ICS para a molécula C
2
N
2
,transição2σ
g
2π
u
. Linha sólida, estado nal
singleto; linha tracejada, estado nal tripleto.
Nas Figs. 4.17(a) e (b) mostramos as autofases para a transição 2σ
g
2π
u
,
estado nal singleto, na faixa de energia do elétronemergente(espalhado)de0—20eV
(a) e 20 50 eV (b), podemos vericar que a primeira ressonância (308 eV) é oriunda dos
4.3 Resultados das Seções de Choque 61
canais
2
Π
g
e
2
Σ
u
(a). A segunda resson ância (330 eV) é oriunda do canal
2
Σ
u
(b).
Figura 4.17: Autofases para a transição 2σ
g
2π
u
,estadonal tripleto; energia cinética
de saída (a) 0-15 eV; (b) 15-30 eV; (c) 30-50 eV. Linha sólid a espessa, simetria
2
g
; linha
tracejada - simetria
2
u
; linh a pontilhad a - simetria
2
Π
g
;traço-ponto-simetria
2
Π
u
;traço-
ponto-ponto - simetria
2
Σ
g
; linha sólida - simetria
2
Σ
u
.
Nas Figs. 4.18(a), (b) e (c) m ostram o s as autofases para a transição 2σ
g
2π
u
,estadonal tripleto, podemos vericar que a prim eira ressonância (306 eV) é oriunda
dos canais
2
Π
g
e
2
Σ
u
(a). A segunda ressonância (325 eV) é oriunda do canal
2
Σ
g
(b) e a
terceira ressonância (335 eV) do canal
2
Σ
u
(c).
4.3 Resultados das Seções de Choque 62
Figura 4.18: Autofasesparaatransição2σ
g
2π
u
,estadonal tripleto; energia cinética de
(a) 0-15 eV; (b) 15-30 eV; (c) 30-50 eV. Linha sólida espessa, simetria
2
g
; linha tracejada -
simetria
2
u
; linh a pontilhada - simetria
2
Π
g
; traço-ponto - simetria
2
Π
u
; traço -ponto -ponto
-simetria
2
Σ
g
; linha sólida - simetria
2
Σ
u
.
4.3 Resultados das Seções de Choque 63
Na Fig. 4.19(a) mostramos as seções de choque integradas inelásticas (ICS)
para a excitação de elétrons da cama da interna 2σ
u
da moléc ula C
2
N
2
paraaprimeira
camada excitada 2π
u
{X
1
Σ
+
g
1
,
3
Π
g
(carbono 1s2σ
u
2π
u
)}, na faixa de energias de 300-
900eV para o elétron incidente. O comportamento das curvas é o característico para ex-
citações singletosingleto (crescen te) e singletotripleto (decrescen te). Na Fig. 4.19(b)
mostramosasICS,nafaixadeenergiade300—370eV,nestaregiãopróximaaolimiarde
excitação podem os vericar que alguns picos que podem indicar ressonância, localizado
em torno de 340 eV para o estado nalsingletoe308e336eVparaoestadonal tripleto.
Figura 4.19: ICS pa r a a molécula C
2
N
2
,transição2σ
u
2π
u
. Linha sólida, estado nal
singleto; linha tracejada, estado nal tripleto.
Na Fig. 4.20 mostramos as autofases para a transição 2σ
u
2π
u
,em(a)
na faixa de energia do elétron emergente (espalhado) de 25 50 eV, estado nal singleto,
podemos vericar qu e a ressonância (338 eV) é or iunda do canal
2
Σ
u
.Em(b)e(c)na
faixa de energia do elétron emergen te (espalhado) de 0 20 eV (a) e 20 50 eV (b),
estado nal tripleto, podemos vericar que a primeira ressonância (308 eV) é oriunda dos
canais
2
Π
g
e
2
Σ
u
(a). A segunda resson ância (336 eV) é oriunda do canal
2
Σ
u
(b).
4.3 Resultados das Seções de Choque 64
Figura 4.20: Autofases para a transição 2σ
u
2π
u
,estadonal (a) singleto, energia cinética
de 25-50 eV; (b) tripleto, 0-20 eV ; (c) tripleto, 20-50 eV. Linha sólida espessa, simetria
2
g
;
linha traceja d a - simetria
2
u
; linha pontilh ad a - sim etria
2
Π
g
; traço-ponto - simetria
2
Π
u
;
traço-ponto-ponto - simetria
2
Σ
g
; lin h a sólida - sim etria
2
Σ
u
.
4.4RazãoentreasSeçõesdeChoqueIntegrais 65
Figura 4.21: ICSparaamoléculaC
2
N
2
.Transição2σ
u
2π
u
. Linha sólida, estado nal
singleto; linha tracejada, estado n al tripleto. Transiçã o 2σ
g
2π
u
. Linha pontilhada, estado
nal singleto; traço-ponto, estado nal tripleto.
Na Fig. 4.21 mostramos a superposição das ICS para as duas transições
2σ
g
2π
u
e 2σ
u
2π
u
para a molécula C
2
N
2
.
4.4 RazãoentreasSeçõesdeChoqueIntegrais
Nos últimos anos, processos envolvendo a promoção ou remoção de um elétron
de camad a intern a por impacto de elétrons, têm sido objeto de interesse de diverso s
estudos. O processo completo ocorre segundo o esquema apresentado na gura 4.0 No
caminho “a” o impacto do elétron inciden te com a molécula excita um elétron 1s do
carbono para o primeiro orbital molecular vazio, gerando os estados excitados singleto
e/ou tripleto , (1s)
1
(2
u
)
1
,
3
Π
u
, e o caminho “b” representa o decaimento da molécula
excitada por emissão de um elétron, gerando o estado iônico C
2
N
+
2
. O estado nal nico
pode ser o fundamen tal ou um estado excitado qualquer.
4.4RazãoentreasSeçõesdeChoqueIntegrais 66
Figura 4.22: Diagrama esquemático mostrando o processo de excitação a partir do estado
fundamental do C
2
N
2
até um estado auto-ionizante e posterio r decaimento deste pa ra um
estado iônico qualquer do C
2
N
+
2
.
P ara cada ramo do diagrama mostrado na Fig. 4.22, a taxa de formação de
um dado estado nico nal depende de duas probabilidad es de transiçã o. Uma delas é a
probabilidade de excitação para um determinado estado nal (que é proporcional a seção
de choque σ
trip,sin g
exc
),eaoutraédevidoataxadedecaimentoparaoestadoiôniconal
σ
trip,sin gX,B,C
dec
. Este processo de medida da razão RI(3:1 ) ou RI(1:3) para o decaimento
que conduz à estados iônicos n ais, tem sido utilizado para alvo s tais como CO
2
,CO,
N
2
[44, 45]. Neste trabalho foi observado somente o processo de excitação direta para o
estado nal tipo
1
,
3
Π
u
do C
2
N
2
. Deste modo a razão entre as in tensidades medidas para
a excitação que conduz aos estados excitados singleto (
1
Π
u
) etripleto(
3
Π
u
), é dada da
seguinte forma:
R
¡
A
3
Π
u
: A
1
Π
u
¢
=
σ
Atrip
exc
σ
Asin g
exc
(4.3)
Nas Figs. 4.23 e 4.24 mostramos a razão tripleto-singleto (RI(3:1)) para as
transições 2σ
g
2π
u
e 2σ
u
2π
u
, respectivamente, para a molécula C
2
N
2
,calculada
en tre as seções de choque integrada s. Vericamos que a razão entre as seções de c hoque
in tegr ad as apresen ta picos de ressonância bem localizados pró xim o s d o limiar de excitação.
4.4RazãoentreasSeçõesdeChoqueIntegrais 67
Figura 4.23: RI(3:1) para a molécu la C
2
N
2
,transição2σ
g
2π
u
.
Figura 4.24: RI(3:1) para a molécula C
2
N
2
,transição2σ
u
2π
u
.
4.4RazãoentreasSeçõesdeChoqueIntegrais 68
Nas Figs. 4.25(a) e (b) comparamos a RI(3:1) calculada para as molécu -
las C
2
N
2
eC
2
H
2
, para as transições 2σ
g
2π
u
e 2σ
u
2π
u
do C
2
N
2
e 1σ
u
1π
g
e
1σ
g
1π
g
do C
2
H
2
. Os dados obtidos mostram que as razões para energias maiores apre-
sen ta m um mesmo comportam ento padrão, decaindo monoto nicam ente, enquan to que na
região próxima do limiar de excitação as razões dependem dos constituintes moleculares,
pois diferem no comportamen to e, também, nas qua ntidades. O pad rão seguido mostra
que quantitativamente a RI(3:1), depende, na região fora da ressonância, do fato de as
moléculas serem poliatômicas e em particular do n úmero de átomos de carbono presen tes
na molécula.
Figura 4.25: Compa ração das RI(3:1) pa ra a molécula C
2
N
2
eC
2
H
2
[13], energias de (a) 298-
900 eV (b) 298-400 eV. Linha sólida, transição 2σ
g
2π
u
,C
2
N
2
; linha tracejada; transição
2σ
u
2π
u
,C
2
N
2
; linha pontilhada, transição 1σ
u
1π
g
,C
2
H
2
;traço-ponto,transição
1σ
g
1π
g
,C
2
H
2
.
Na Fig. 4.26 comparam os a RI(3:1) calculada para as moléculas C
2
N
2
eCO
2
,
para as transições 2σ
g
2π
u
e 2σ
u
2π
u
do C
2
N
2
,e2σ
g
2π
u
do CO
2
,comparadas
com os resultado s experimentais de Almeida e col. [44], para a transição 2σ
g
2π
u
,
da molécula CO
2
. Nota-se a boa concordân cia entre os dois conjuntos de dad o s, apesar
4.4RazãoentreasSeçõesdeChoqueIntegrais 69
de que nas baixas energias os dad os experimen tais são muito esparsos e não mostram as
ressonâncias obtidas pelo nosso m étodo.
Figura 4.26: Comparação das RI(3:1) para a molécula C
2
N
2
eCO
2
. Linha sólida, transição
2σ
g
2π
u
,C
2
N
2
; linha tracejada; transição 2σ
u
2π
u
,C
2
N
2
; linha pontilhada, transição
2σ
g
2π
u
,CO
2
[9]; triângulos cheios, transição 2σ
g
2π
u
,CO
2
, resultados experimentais
de Alm eid a e col. [44].
Na Fig. 4.27 comparamos a RI(3:1) calculada para as moléculas C
2
N
2
,CO
2
,
OCS, CO e CS
2
. Os dados obtidos mostram que as razões para energias maiores apre-
sen tam um mesmo comportamento, apesar de diferirem em quan tidade, enquan to que na
região próxima do limiar de excitação, as razões dependem dos constituin tes moleculares.
O padrão seguido mostra que quan titativam ente a RI(3:1), depende, na região fora da
ressonância, do fato de as moléculas serem diatômicas, triatômicas ou poliatômicas e em
particular do número de átomos de carbono presen tes na molécula.
4.4RazãoentreasSeçõesdeChoqueIntegrais 70
Figura 4.27: Compa ração das RI(3:1) pa ra a m olécula C
2
N
2
,CO
2
, OCS, CO e CS
2
. Linha
sólida, transição 2σ
g
2π
u
,C
2
N
2
; linha tracejada; transição 2σ
u
2π
u
,C
2
N
2
; linha
tracejada curta; transição 2σ 2π, CO [10]; linha pontilhada, transição 2σ
g
2π
u
,CO
2
[9]; traç o- pon t o , transiçã o 2σ
g
3π
u
,CS
2
[12]; traço-ponto-ponto, transição 3σ 4π,OCS
[12]; triângulos cheios, transição 2σ
g
2π
u
,CO
2
, resultados experimentais de Almeid a e col.
[45]; círculos cheios, transição σ π, CO , resultados experimentais Almeida e col. [44].
71
Capítulo 5
Conclusões
Neste trabalho, zemos uma aplicação do método da onda distorcida (D WA)
com binado com o método variacional iterativ o de Sch winger (SVIM), para calcular as
seções de choque diferenciais inelásticas (DC S) e as seções de choque integrais inelásticas
(ICS), a partir da excitação de elétrons de camad as internas da mo lécula C
2
N
2
.Omo-
tiv o por termos escolhido tal molécula, é devido ao fato de que nosso gru po estudou
várias moléculas menores con ten do pelo menos um átomo de carbono em sua constitu-
ição molecular. Sendo assim, pelo fato da molécula C
2
N
2
possuir um núm ero de elétrons
maior, v ericamos que os resultados para DCS, ICS e para RI(3:1) apresentam alguma
semelhança com as mesm as grandezas calculadas para outras moléculas que estudamo s.
Não encontram os dados experimentais ou teóricos, relatados na literatura
para DCS e ICS, assim, nossos resultados não foram comp arad os com dados relativos a
mesma molécula. Assim, zemos uma comparação com os resultados, por nós obtidos
do GOS e ICS, com a molécula C
2
H
2
.Vericamos que para a molécula C
2
N
2
a razão
en tre as seções de c hoque apresentam picos de ressonâncias bem localizados. Notam o s
que para todas as moléculas, aqui analisadas, que nosso grupo já havia trabalhado, as
RI(3:1) apresen ta m comportamentos semelh antes nas energias mais altas, enquanto que
para as energias próxim as do limiar de excitação as RI(3:1) apresen ta m comportamentos
diferenciados. Isto leva a crer que na região próxim a do limiar de excitação as RI(3:1)
dependem mais fortemen te dos constituin tes que compõem a vizinhança. Vericamo s,
ainda, que a razão en tre as seções de choque integ rada s apresenta picos de ressonância
bem localizados próximos do limiar de excitação.
REFERÊNCIAS 72
Referências
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P ó s-G ra duação em Física - UFSC , 2003. Dissetação de Me strado .
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