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populares envolvidos no processo, de que o IPESP viesse a se tornar uma instância de
representatividade dos mesmos. Uma representatividade que demandaria o estabelecimento de
ações coletivas no fortalecimento da articulação entre os educadores populares (agentes
populares de saúde) para que pudessem assim:
a) fazer frente às pressões que vinham sofrendo pela classe dos médicos homeopatas;
b) lutar pela ampliação e garantia dos direitos à saúde e;
c) fortalecer a luta pela implementação da homeopatia e demais práticas
complementares nos serviços públicos de saúde. Foi, então, criada a ABHP – Associação
Brasileira de Homeopatia Popular, que será mais bem apresentada a seguir, da qual participei
desde sua criação, em 1996, como presidente, nos dois primeiros mandatos, somados quatro
anos difíceis, além da necessidade de assessorar os processos de educação continuada e
permanente até a presente data.
Nesta caminhada, muitas dúvidas, muitas descobertas, muitas questões e perguntas
foram se colocando para mim. A instituição tornou-se objeto de investigação de diversos
pesquisadores, entre eles, Góes (2002), Passos (2004), que buscaram compreender e
demonstrar o tipo de trabalho realizado, a Educação Popular proporcionada naquele espaço, a
importância do trabalho, a formação de rede, etc. A mim, diante de minhas observações e
escutas, acompanhamento de muitos anos da formação, ficou a pergunta que me trouxe ao
mestrado: "que sentidos têm para estes educadores populares o conhecimento
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e
(re)conhecimento
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produzido na ABHP?" A associação não será entendida, aqui, como a
de Saúde, recebendo amplas atribuições legais e caráter deliberativo. Busca avaliar o grau em que esses órgãos
têm cumprido esse papel, bem como indaga de suas condições atuais e potenciais de impactar positivamente o
processo de transformação democrática do sistema de saúde brasileiro. [...] Apresenta o percurso histórico de
evolução das políticas e práticas que antecederam e deram origem à proposta dos Conselhos de Saúde no caso
do Brasil [...] atuam em três esferas governamentais – federal, estadual e municipal [...] (CARVALHO, 1994).
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Além dos diversos sentidos que o conhecimento venha adquirir no decorrer deste trabalho, partirei do conceito
básico exposto por Houaiss como sendo: ato ou efeito de conhecer; o ato ou a atividade de conhecer, realizado
por meio da razão e/ou da experiência; ato ou efeito de apreender intelectualmente, de perceber um fato ou uma
verdade; cognição, percepção; fato, estado ou condição de compreender; entendimento, coisa conhecida;
domínio, teórico ou prático, de um assunto, uma arte, uma ciência, uma técnica etc.; competência, experiência,
faculdade de conhecer, intuição, pressentimento ou outra forma de cognição; fato de reconhecer uma coisa como
[...] sabida ou conhecida [...] adquirida pela experiência; noção que cada um tem de sua própria existência e das
pessoas familiares, coisas, fatos do dia-a-dia; somatório do que se sabe; o conjunto das informações e princípios
armazenados pela humanidade (Dicionário eletrônico Houaiss, da língua portuguesa, 1.0.5ª).
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Da mesma forma outras maneiras de compreender o que seja reconhecimento aparecerão no decorrer deste
trabalho. Não se perderá de vista, no entanto, o conceito básico fundamental, conforme o dicionário utilizado:
[...] ato ou efeito de reconhecer; reconhecença, recognição, ação ou efeito de averiguar; exame, [...] aceitação da
legitimidade de (governo, culto etc.) aceitação de uma obrigação, recordação de benefício recebido; gratidão,
recompensa por serviços valiosos; galardão, prêmio [...]. (Dicionário eletrônico Houaiss, da língua portuguesa,