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De uma outra forma, é possível utilizar essas reações para se estudar
um determinado patossitema visando à elucidação dos mecanismos de
patogenicidade, bem como toda a relação planta microrganismo. Esse tipo de
estudo pode ser realizado efetuando-se biotransformações com compostos e
fungos isolados da mesma planta e de regiões distintas como raízes, sistema
vascular, caule, folhas, frutos, cascas, etc.
Uma diferença chave entre plantas resistentes e suscetíveis está no
tempo de reconhecimento do patógeno invasor e na rápida e efetiva ativação
dos mecanismos de defesa do hospedeiro. Uma planta resistente é capaz de
rapidamente desencadear uma ampla variedade de respostas de defesa que
detêm a colonização pelo patógeno. Em contraste, a planta suscetível exibe
respostas muito mais débeis e lentas, que não conseguem restringir o
crescimento ou disseminação do patógeno. Como resultado, uma planta
suscetível sofre sérios danos ou é, até mesmo, morta pela infecção do
patógeno. A ativação de respostas de defesa nas plantas é iniciada pelo
reconhecimento, por parte do hospedeiro, de sinais (moléculas) codificados
pelo patógeno chamados de eliciadores (ex.: proteínas microbianas, pequenos
peptídeos, oligossacarídeos, etc.). A interação de eliciadores do patógeno com
receptores do hospedeiro (muitos dos quais podem ser codificados por genes
R), provavelmente, ativa uma cascata de sinais de transdução que pode
envolver fosforilação, fluxo de íons, espécies de oxigênio ativo, e outros
eventos sinalizadores. A seguir, a ativação transcricional e/ou pós-
transcricional de fatores de transcrição, eventualmente, leva à indução de
genes de defesa da planta. Além de eliciar respostas primárias de defesa,
sinais do patógeno podem ser amplificados através da geração de sinais
secundários da planta, tais como moléculas de ácido salicílico (DURNER et al.,
1997). Tanto eliciadores primários do patógeno, como sinais secundários
endógenos, podem ativar uma série de genes de defesa na planta, cujos
produtos incluem glutatione-S-transferase (GST), peroxidases, proteínas da
parede celular, inibidores de proteinase, enzimas hidrolíticas (quinases e β-1,3-
glucanases), outras proteínas relacionadas à protogenese (proteínas-RP) e
enzimas que biossintetizam fitoalexinas, tais como fenilalanina amônia-liase
(PAL), e chalcona sintase (HAMMOND-KOSACK & JONES, 1996). As
proteínas-RP são proteínas abundantes codificadas pelo hospedeiro e